luiz renato munhoz a tv justit;;a como instrumento de...

38
Luiz Renato Munhoz A TV JUSTIt;;A COMO INSTRUMENTO DE DEMOCRATlZAt;;AO DAS INFORMAC;:OES DO JUDICIARIO BRASILEIRO Monografia apresentada ao Curso de P6s- Graduac;ao em Estrategias da Comunicac;ao, Setor de Ciencias Humanas, da Universidade Tuiuti do Parana, como requisito parcial a obtem;ao de titulo de Especialista. Orientadora: Dra. Simone Regina Dias Curitiba 2006

Upload: phunganh

Post on 10-Dec-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Luiz Renato Munhoz

A TV JUSTIt;;A COMO INSTRUMENTO DE DEMOCRATlZAt;;AO DAS

INFORMAC;:OES DO JUDICIARIO BRASILEIRO

Monografia apresentada ao Curso de P6s-Graduac;ao em Estrategias da Comunicac;ao, Setorde Ciencias Humanas, da Universidade Tuiuti doParana, como requisito parcial a obtem;ao de titulode Especialista.

Orientadora: Dra. Simone Regina Dias

Curitiba

2006

RESUMO

o presente estudo visa demonstrar que a implementay80 da TV Justiya, canalgerenciado pelo Supremo Tribunal Federal - Brasflia-OF, contribuiu para ademocratiz8C;;30 da informa<;ao na sociedade brasileira, em relayao a temasreferentes ao Judiciario nacional. Para tal demonstraC;8o, 0 pesquisador valeu-se daanalise de uma pesquisa realizada pela AMB - Associa<;ao dos MagistradosBrasileiros e pela UNB - Universidade de Brasilia. Atraves de entrevistasvideograficas, buscaram-se Qutras referencias com representantes diferenciados deextratos socia is, polfticos e econ6micos para apresentar sua perspectiva do assunto.As pesquisas e as entrevistas refletem, par parte dos entrevistados, a importancia deurn canal de TV que informe e leve a urn debate profundo as divers as questoes dopoder Judiciario, que afetam a vida da maioria do povo brasileiro. A instalayao da TVJustilYa como canal de informagao e discussao dos temas do Judiciario propiciou 0incremento da estrutura das assessorias de comunicayao do Judiciario e doMinisterio Publico. 0 mesmo canal comelYou ainda a pautar a imprensa em geralsobre os temas relativos ao Poder Judiciario, pOis possui uma coberturaespecializada e mais aprofundada sobre julgamentos, leis, direitos e deveres docidadao, sua aplicayao e eficacia. E ainda, com a instrumentalizayao dasassess0rias de comunicalYao do Judiciario e MP, as mesmas comelYaram a expandirsua atua9ao e a produzir programas radiof6nicos e televisivos, alem de firmarparcerias com canais abertos (TV Cultura) para veicula<;ao dos seus programas.

Palavras-chave: TV Justi9a; Judiciario; Televisao.

SUMARIO

1.INTRODU~AO ......................................................................................•.......... 8

1.1.0BJETIVOS 10

1.1.1.0bjelivo Geral 10

1.1.2.0bjetivos Especificos 10

2. FUNDAMENTA~AOTEORICA 11

2.1.MOTIVOS DA IMPLANTA<;AO DA TV JUSTI<;A NO BRAStL 15

2.2 A HISTORIA DA TV JUSTI<;A 16

2.3 AS DIFICULDADES ENCONTRADAS NA IMPLANTA<;AO A TV JUSTI<;A

NO BRASIL 18

2.4 TV JUSTI<;A: CANAL FECHADO OU CANAL ABERTO 19

2.5 ANALISE DA GRADE DE PROGRAMAS DA TV JUSTI<;A 23

2.6 ESTAGIO ATUAL E PERSPECTIVAS DA TV JUSTI<;A 35

3. PESQUISA SOBRE A TV JUSTI<;A E METODOLOGIA 36

3.1 PRODU<;AO VIDEOGRAFICA. 39

4. CONCLUSOES 40

REFERENCIAS 43

1 INTRODUc;:AO

o presente estudo visa analisar ° papel da TV Justi~a, canal fechado de TV

gerenciado pelo Supremo Tribunal Federal, como fomentador do debate e

instrumento de democratiz8<;8o das informac;:oes do Judiciario nacional.

Partiu-se, entao, da analise da programa,ao da TV Justi~, para alerir ° seu

carater informativo e pluralista, buscando dados sobre 0 referido canal de TV. Outro

objetivo foi a produC;80 de urn video sabre a TV JUSti<;8, com entrevistas a pessoas

ligadas ao Poder Judiciario, tais como advogados, ju[zes e usuarios da JustiC;8. Para

tanto, abordou-se diversas quest6es, entre elas: a TV Justic;a real mente propicia

informa<;:6es e a debate sobre 0 Judiciario nacional ou apenas fundona com mere

reprodutor de urn discurso corporativista ultrapassado? E que outros fen6menos

comunicacionais sao facilmente verificados a partir da criac;ao da TV Justic;a? A TV

Justic;a esta real mente desmistificando 0 Judiciario?

Cabe destacar que 0 projeto para a criac;ao de um canal de comunicac;ao (no

caso, a TV Justic;a) fei desenvolvido a varias maos. Podemos analisar

cronologicamente esta evolu,ao do projeto da TV Justi~a, acompanhando as cartas

retiradas dos encontros de assessores do Judiciario e MP. Oesde os primeiros

encontros, pode-se notar uma evoluc;ao na organizac;ao, na estrutura de distribui9ao

de func;oes e no processo de contato com a direC;ao do STF, que em ultima analise equem viabilizou financeiramente este canal. Contudo, um questionamento poderia

surgir: sera que a Justic;a real mente precisa de uma televisae?

o jurisdicionado nao conhece 0 funcionamento do Judiciariobrasileiro. E por nao conhecer ele teme a Justi9a - temor que naopode ser confundido com respeito. Ele nao sabe como as decis6essao tomadas, e assim, muitas vezes nao as compreende. Ao naocompreender, muitas vezes critica, desdenha, cumpre sem alcan93ro objetivo. Como diz 0 Ministro Marco Aurelio, a sensac;ao deimpunidade que povoa 0 imaginario popular, em parte, decorredessa incompreensao do cidadao comum do funcionamento doPoder Judiciario. Vamos dar ao jurisdicionado uma chance real deentender essa maquina. (PARENTE e LEMOS, 2002, P 3)

Esta e, em parte, uma reac;::ao normal da populac;::ao: temer 0 que nao se

conhece. 0 Judiciario possui ainda toda uma cerimonia, um rito de julgamento, tem

um c6digo linguistico pr6prio e autonomia perante os outros poderes. Como nao

temer este poder que, muitas vezes, decide sobre a vida do cidadao?

A TV Justi9a come90u a funcionar em 11 de agosto de 2002. Atualmente, ela

abrange todos os estados/cidades do pais via TV a cabo e por antena, alem de

canal aberto em Santa Catarina (TV Cultura).

A TV Justiva e urn canal de televisao, coordenado pelo SupremoTribunal Federal, empenhado em divulgar informayoes sobre 0funcionamento do Poder Judiciario e das funyoes essenciais aJustiya - Ministerio Publico, Defensoria Publica, Advocacia. Atelevisao mostra aos cidadaos 0 que 0 Poder Judiciario decide.Procura ensinar como chegar ate a Justiye e como defender seusdireitos. Ao permitir que as pessoas comuns acompanhem 0 dia-a-dia do Judiciario, quer contribuir para ampliar 0 acesso eEl Justiya. 0recurso a linguagem audiovisual potencializa 0 trabalho atualmentedesenvolvido pelos diversos 6rgaos da Justiya, no sentido deaproxima-Ios dos cidadaos e, assim, ampliar tanto 0 acesso aJustiya, como a confianva na justiya. A TV Justiya procura oferecerao publico informayao agi!, clara, contextualizada e confiavel. Aomostrar a ligayao entre as noticias e delas com 0 telespectador, 0

canal busca evitar 0 sentirnento de desconfianya e de impotenciagerado por urn noticiario de tipo sensacionalista, que destaca apenaso estranho e 0 negativo. Ao acompanhar os assuntos numacobertura jornalistica prolongada, profunda e plural, busca evitar quetemas importantes e complexos sejam abandon ados ou tratados deforma simplista. Alem disso, 0 carater didatico da programayaoatende tanto 0 publico leigo como os profissionais do Direito, sejaatraves da transmissao de julgamentos no STF, de programas dedebates, de seminarios ou de conferencias (PARENTE e LEMOS,2002).

o documento do Seminario de Implanta980 da TV Justi9a em Brasilia data de

03 e 04 de julho de 2002 e 0 texto, redigido por Parente (2002), abordam 0 trabalho

e as perspectivas de inaugura980 da TV Justiya, ressaltando 0 caminho trilhado e

expondo a perspectiva e importancia desse canal:

E aqui relembro algo que 0 ministro reafirmou ha pouco, e que e 0conceito que viabilizou a concepgao, a gestagao e 0 nascimento danossa emissora: a TV Justiga nao sera a TV do Supremo TribunalFederal, nem somente dos tribunais superiores, sequer um canalexclusivo do Poder Judiciario. A TV Justiya sera unica e atenderatodos os segmentos e esferas do Judiciario e dos serviyosessenciais eEl prestagao jurisdicional. Ao STF cabera 0gerenciamento dessa rede de informayoes, sempre zelando p~resse conceito. E fundamental que consigamos consolidar esse

10

espirito desde jil para que. amanha, ele naD 5e perea. (PARENTE eLEMOS, 2002, p.1).

Apresenta-se como imperativo que 0 Judiciario pare de dialogar apenas

"interna corporis" e discuta as seus problemas e as da sociedade brasileira, de modo

democratico e aberto. Do contra rio, nao he senti do em nurn canal de TV que nao

debata as quest6es do mundo iuridico num dialogo permanente e franco.

Se a TV Justiy<!surge pelas maDS do STF, em verdade ela come/youa ser pensada e desejada par muitos hi! algum tempo. Pensada peloCanselha de JustilYa Federal, pelos assessores de comunic8ry8osocial do Judiciario e do Ministerio Publico, par inumeras Tribunais epar Qutros operadores do direito que, isoladamente, hoje, jil:produzem material do universe juridico para a televisao. Programasexibidos em canais universitarios, comunitarios e educativos e queilustram a capacidade latente que a Judiciario tern de fazer umatelevisao. Sem exageros, sem grandes estruturas, sem gastosdescomunais (PARENTE e LEMOS, 2002, p.2).

1.10BJETIVOS

1.1,1 Objetivo Geral

Analisar 0 papel e atua<;ao da TV Justi<;a, a partir do mapeamento da

programacyao e de entrevistas.

1.1.2 OBJETIVOS ESPECiFICOS

• Demanstrar a impartancia democratica da TV Justicya, atraves de analise

de pesquisas feitas sabre a mesma.

• Mapear os programas da grade da TV Justi<;a, registrando as suas

deficiencias e qualidades.

• Praduzir um video refletinda sabre 0 papel da TV Justic;:a, com entrevistas

a algumas personalidades paliticas e juridicas, alem de pessaas da

saciedade em geral.

11

2. FUNDAMENTA9AO TEORICA

2.1 MOTIVOS DA IMPLANTA9AO DA TV JUSTI9A NO BRASIL

Em uma sDciedade ende a informay3o esta cada vez mais valorizada, a

discussao de seu conteudo, apropriay3o e propriedade sao muito importantes. 0

Judiciario brasileiro passa por uma crise moral sem precedentes.

Salete Maria Polita Maccal6z (2002), em seu livro 0 Poder Judiciiuio: os

meies de comunic8yao e opiniao publica, discute 0 inicio das crlticas da sociedade a

este poder da Republica. A autera relata ainda que as primeiros cantatos do

judiciario com a midia S8 deram atraves do juiz Alyrio Cavallieri, que participava do

programa de audit6rio do jornalista Flavia Cavalcanti, em diversos casas crimina is,

era chamado a opinar durante 0 programa. Posteriormente, a JUStiy8 come90u a ter

divulga<;:8o na imprensa a partir dos discursos do senador ACM na tribuna do

Congresso e at raves da CPI do Judiciario. A estrategia de ACM consistia em criticar

um poder ao qual nao estava vinculado e que tinha uma serie de problemas.

o poder Judiciario enfrenta uma serie de desafios: enfrentar 0 executivo e

legislativo em algumas materias para fazer justiya a sociedade brasileira, reforrl1ar-

se internamente agilizando procedimentos, acabar com 0 nepotismo e a corrup~ao e

atender as anseios da sociedade brasileira, quanta a urn judiciario prod uti va e justo.

Com as denuncias contra a Magistratura principalmente durante aCPI do Judicii3rio, em 1988/99, houve uma mudan9C3de postura dosjuizes, antes inatacaveis, pelo menos abertamente. Passou-se aconsiderar bem apropriado que 0 proprio Poder Judiciario, fund adono seu papel de garantidor do respeito a legalidade e observando 0

contraditorio, passasse a punir rigorosamente um juiz que expoe adesonra seus colegas de classe, como no caso do desvio de verbasda construt;:ao da sede do TRT de Sao Paulo, inclusive decretandosua prisao preventiva. No entanto, urn ponto que ha de serdestacado nesse processo de transforma<;ao. Embora 0 Judiciariotenha sido prestigiado com a guarda dos Direitos fundamentais econtrole legal dos atos administrativos, nao houve a necessariaevolu<;ao administrativa do sistema. Ou seja, com exce<;ao dacria<;ao dos 5 Tribunais Regionais Federais e do Superior Tribunalde justi<;a, a estrutura ainda continua arcaica e labirfntica. E certoque a cria<;:ao dos Juizados Especiais Give is e Crimina is teve 0condao de tentar diminuir os prazos para a sOlu<;ao dos conflltos,mas hoje ja he§.0 risco de em pouco tempo os Juizados tambem

12

ficarem com pautas extensas devido a enorme demanda acumulada(FARIAS, 2003).

o Judiciario, desde 0 tempo do Imperio, e mais recentemente, durante as

governos militares, sempre se comportou como uma extensao do executivo. Poder

utilizado apenas para referendar judicialmente, as decis6es do PaLacio do Planalto

que ja possuiam a devida "costura polltica".

A alienayao polltica e social dos magistrados na epoea - em partedecorrente das deficiencias dos cursos de dire ito; 0 posicionamentolegalista de naG discutir a legitimidade dos textos revolucionarios esimplesmente aplicar a legalidade posta; e a identidade ideologieade alguns juizes com a Revoluyao de 64. 0 judicia rio perdeu,naquele a ocasiao, a grande oportunidade de se posicionar comoum Poder de Estado contra a repressao que ocorria no pais. 0Poder Judiciario, como outras instituiy6es, foi instrumento depressao da populayao. Se tivessemos maior descortinio na epoca, ahistoria poderia ser outra. E hoje pagamos 0 preyo de nao obtermoso reconhecimento da populayao. Hoje teriamos a galao de poder(ROENICK,2005).

o Judiciario, sempre em busea da independencia e imparcialidade, eondic;oes

indispensaveis a um julgamento justo, acabou isolando-se. Na busea deste

espayo/tempo adequado a um julgamento equilibrado, 0 Judiciario acabou se

distaneiando do seu objeto de analise: as relac;oes de justic;a na soeiedade.

Nos quatros cantos do mundo, a Justi<;a sempre se vestiu de preto.As longas e vetustas togas que ainda pesam sobre os ombros dosmagistrados durante as sess6es de julgamento - em alguns paisessao exigidos, alem de peru cas, alguns aparatos e ritos medievais -foram eleitas, desde 0 inicio, como simbolo da gravidade de que sedeve revestir a missao de julgar. Erigida, assim a condiyao deentidade divina, hermetica e, portanto, inacessivel aos comunsmortais, pouco a pouco a Justi<;a foi se distanciando da comunidadea qual cumpre servir, como se esse isola men to pudesse garantir 0

maximo de circunspecyao e imparcialidade (MELLO, 2002).

A CPI do Judiciario e a prisao do juiz trabalhista Nicolau dos Santos Neto por

desvio de dinheiro do novo Forum do Trabalho de Sao Paulo-SP trouxeram uma

serie de denuncias envolvendo 0 Poder Judiciario brasileiro. 0 caso dos juizes

Maloum, que venderam sentenc;as durante a sua atuac;ao na Justiya Federal, e outro

caso emblematico da corruPC;ao no Judiciario. E as eonseqOencias de uma imagem

tao negativa, eomec;am a surgir: a extinc;ao dos juizes classistas da Justic;a do

13

trabalho, a Reforma do Judiciario, 0 controle externo do Judiciario. Outro fator que

levou a exposir;ao do Judiciario fai a democratiz8r;ElO do Brasil: os cidadaos

comer;aram a buscar informar;ao para tentar fazer valer a sua cidadania.

Contudo, como analisa em sua obra Magistrados, sociedade e midia no

Brasil apos 1988, James Farias (2003) pondera sobre 0 novo papel do Judiciario

como guardiao dos direitos fundamentais do cidadao a partir de 1988.

Neste mister de declarar direitos, 0 Judiciario teve de assumir seuverdadeiro poder de decidir litfgios socia is ate mesmo as impassesinstitucionais surgidos entre as poderes. No inicio timidamente, diga-58, par estar tao afeta a vieios proprios dos que viveram sob aprote<;:ao dos ditadores, como as benesses dos cargos ecomplacencias dos poderosos.Em certo aspecto, ha de ser feita uma mea culpa acerca dosataques ao Judiciario, pois, historicamente, a propria magistraturasempre esteve ao lade dos "don os do poder", legitimando-os quandoilegitimos, legalizando-os quando ilegais, impondo-se como parte do"status quo". Ninguem criticava 0 Judici.ario porque este eracomposto por Juizes quase mitol6gicos, seres distantes dasociedade, que com rigor puniam os mais banais crimes comuns,tipo furto e les6es corporais ou atos antijuridicos de naturezapatrimonial e de protegao a propriedade, mas ignoravam a punigaopara os crimes financeiros e de colarinho branco e atos lesivos asociedade civil (FARIAS, 2003).

Fai somente a partir da Constitui9aa de 1988 que 0 Judiciaria came9au a se

aproximar da sociedade. A partir dar, 0 pensamento de que 0 isolamento era

necessario para um julgamento independente nao fez mais sentido. Pelo contrario,

ganha corpa a teoria de que somente dialoganda e conhecendo a fundo os

problemas do povo brasileiro e que se pode fazer justiga de forma coerente e

cidada. A partir da Constituinte de 1988, 0 Judiciario teve que assumir seu papel de

equacionador/solucionador de litigios sociais e de impasses surgidos entre os

poderes. Esta exposi9ao maior do Judiciario provocou uma discussao sobre 0 seu

papel, fun<;aoe atua,ao.

As conversas "internas corporis" ganharam 0 espa90 da sociedade. Assim,

com a volta das liberdades civis, debates sobre a morosidade processual, a Justi9a

das decisoes, a moralidade administrativa, reform a do judiciario, 0 desvio de milhoes

de dolares da constru,ao do Forum Trabalhista do Estado de Sao Paulo, vieram a

ton a e mostraram as deficiencias deste poder.

14

Com uma participa<;ao maior do Judiciario na vida social quotidiana,houve uma natural (super) exposi<;ao sua a critica da sociedade eda midia nacional, que com as liberdades civis apes 0 tim daditadura militar puderam atuar com desenvoltura e investigarassuntos que antes pareciam de interesse apenas ~interna corporis",como morosidade processual, moralidade administrativa e atemesmo a propria "justi<;a" das decis6es tomadas. Exemplos maioresconhecidos sao a reforma e controle extemo do Judiciario, aquestao da fixac;:ao do teto sal aria I do funcionalismo, da pretensaextin<;ao da Justi9a do Trabalho e, infelizmente para a imagem dacarreira, 0 desvio por parte de urn juiz de milhoes de d61ares daconstrlJ(;ao da sede do tribunal trabalhista de Sao Paulo. Algumtempo depois da promulgaryao da Carta de 88, 0 judiciario foi atiradono epicentro dos conflitos socia is reprimidos, consagrado comozelador dos Direitos e Garantias Fundamentais, passando ainda adecidir questoes inovadoras como Direito do consumidor,privatiza90es de estatais, opera90es financeiras e demovimentacyoes de capitais internacionais, ah~m de decidir acerca dalegalidade dos Planas economicos de estabilizacyao da economia ereajustes salariais para inumeras categorias de trabalhadores.Ademais, a judicia rio passou a apreciar numero cada vez maior dea90es discutindo a constitucionalidade de leis federais, estaduais emunicipais, 0 que nao gerou muita simpatia por parte daAdministracyao Publica, que passou a considerar isso umainterferencia a liberdade de poderes. (FARIAS, 2003).

o Presidente do STF, Marco Aurelio de Mello, em seu texto "0 Judiciario cada

vez rnais perto", expoe a visao de que deste isolamento nasceram perspectivas

corporativas, a nepotismo e uma serie de barreiras e c6digos que foram criados para

evitar a acesso da populary8o ao entendimento jurfdico. Quanta menos pessoas

possuern acesso a uma chave de conhecimento, mais valiosa se torna esta chave.

E, alem disso, para 58 ter acesso aos meios judiciarios torna-se necessaria a

contrata~o de alguem que decifre estes c6digos (advogados). Contudo, devido a

uma serie de denuncias e questionamentos quanta ao seu comportamento como

poder julgador, 0 Judiciario via 0 seu papel colocado em cheque. 0 Judiciario

cornerya a questionar uma serie de atitudes administrativas dos poderes legislativo e

executivo, suscitando °debate sobre 0 alcance da esfera do Judiciario.

Some-se isso ao principia legal do contra Ie difuso deconstitucionalidade de lei par parte de qualquer juiz (e nao apenasdo Supremo Tribunal Federal) e havera serios conflitos deinteresses economicos e politicos, pela aproximacyao com 0 modelonorte americana dos uchecks and ba/ances~ na chamada"judicializa~o da polltica", mediante 0 controle judiciario dos atoslegislativos e executivos. Eis a questao posta: a Magistratura que sequer e a que se tem. Na relayao entre Poderes 0 Judiciario estasendo tao atacado porque esta incomodando, posta que agora quer

15

5er efetivamente independente. Inobstante, 5e continuasse sendo adocil e pacata Magistratura de Dutrora,estaria confortavel em seupapel coadjuvante, julgando quest6es de Oireito de Familia epunindo criminosos ignorantes e estaria livre das press6es politicase socia is que tern que conviver na atualidade, cnde ja atingiu urnestagio basico para aplicar as primeiras puni¢es por crimesfinanceiros, de colarinho branco, de tratico e de envolvimento depoderosos com 0 crime organizado. as ataques que vern recebendosao muitas vezes justificados, como na morosidade processualdevido a sistematica administrativa-procedimental, mas totalmenteinjustificados quando todos as juizes sao acusados e tern queresponder pela imoralidade cometida p~r apenas urn, como sefossem expiar suas culpas de sse modo. (FARIAS, 2003)

o Poder Judiciario possui ainda dais problemas que Ihe prejudicam a imagem

como poder institucional, send a 0 primeiro a morosidade na tramitay80 dos

processos judiciais: "Justiya que tarda, jil e uma Justiya falha". Outro grande

problema e 0 emaranhado de niveis hierarquicos entre os Tribunais e a possibilidade

de recurso que nossa legislayao permite. Isso leva a crer, num primeiro

entendimento, que a decisao do juiz desta instancia nao teve efeito e sentido, pois,

pade ser reformada par outros orgaos e em outras datas. Isto faz com que nao haja

perspectiva de soluyElo, nem prazo para tanto.

2.2 A HISTORIA DA TV JUSTI<;A

Nas cartas dos encontros de assessores de comunicayao do judiciario e

Ministerio Publico podemos perceber uma evoluyao historica da organizayElo destes

setores para a viabilizac;:ao da TV Justic;:a. Nestes encontros discutiam-se tam bern a

perspectiva dos outros poderes em relayElo aos meios de comunicac;:ao.

o Legislativo e 0 Executivo, compreendendo bern mais cedo apremencia de comunicar-se de maneira mais efetiva com 0 povo,trataram de abrir canais exclusivos para faze-Io. Dar 0 surgimento deestacy6es de radio e de televisao como a TV Senado, a TV Camara ea Radiobras, destinadas a transmissao das atividades relacionadascom a atual):ilo de tais Poderes. E que a transparencia, tonicoinfaHvel da cidadania, outorga confiabilidade e, par conseguinte,maior respeito. Par sua vez, a populayao, melhar informada,credencia-se a participar decisivamente das escolhas que afetam osrumos do Pars, de forma a poder exigir, por exemplo, 0 efetivocumprimento das leis. (MELLO, 2002).

16

Atraves das cartas de intenyees de cada encontro, verific8-se uma

perspectiva mars dinamica e aprimorada dos abjetivos a ser implementados para a

efetiva viabiliz8ryao da TV Justiya.

o I Encontro Nacional dos Assessores de Comunicay8o Social do Poder

Judiciario foi 0 embriao das discuss6es sobre a TV JUStig8. Neste encontro podemos

notar a preocupaCY8ocom a formagao tecno/jornalistica das Assessorias de Imprensa

do Judiciario e a sua perspectiva de parceria com entidades representativas dos

juizes (AMB - Associa,ao dos Magistrados Brasiteiros). Esta uniao busca solidificar

politica e administrativamente as bases tecnoloperacionais de produry6es midiaticas

das Assessorias de Imprensa do Judiciario. Oeste encontro resultou a Carta de

Gramado (1999), de onde destacamos os seguintes pontos:

• Recomendar a criacyao e estrutura<;8o das assessorias de comunicayao

social em todos os orgaos do poder judiciario, tanto em nivel nacional

quanto estadual, definindo a cria<;80 de cargos que deverao ser privativos

dos profissionais da area com atribui<;6es especfficas e estruturas capazes

de levar as ay6es do judiciario a sociedade.

• Requerer a dotay80 dentro do or<;amento dos orgaos do poder judiciario,

verbas especificas para implementayao da politica de comunica<;ao social.

• Realizar regularmente seminarios, simposios, debates entre 0 judiciario e

a imprensa com 0 objetivo de melhorar 0 entendimento entre os dois

seguimento, envolvendo todas as entidades e orgaos do poder judiciario e

dos meios de comunicac;:ao, promover tambem cursos de noc;:6es basicas

do funcionamento do poder judiciario dirigidos aos profissionais de

comunicac;:ao e cursos de noc;:oes de jornalismo para magistrados.

Solicitar que a AMB desenvolva uma a9ao, buscando a ampliacyao do

espa90 do horario reservado 80 poder judiciario no programa VOZ DO

BRASIL, e implementar a TV Judiciilrio nos moldes da TV Senado.

(CANAL JUSTICA, 1999).

Na sequencia dos encontros foi realizado 0 I Encontro Nacional dos

Assessores de Comunica<;ao Social do Poder Judiciilrio e Ministerio Publico, note-se

jil a participa,ao do MP no encontro, em novembro de 2000 em Sao Luis - MA 0

principal indicativo pratico desta carta e a criac;ao de um Forum permanente para

17

atuar de maneira integrada na democratizal'ao da inlormal'ao sobre a Justil'a. Esta

perspectiva fai viabilizada atraves de urn site, 0 Canal JUStiC;8

(www.canaljustil.a.gov.br).

Outro ponto importante fai defender a participag80 das assessorias de

comunic8ryao do Poder Judiciario e do Ministerio Publico em todas as instancias, na

implantal'ao da TV Judiciario, com a participal'80 do MP (TV da Justil'a). Os

assessores constituem, a partir de Sao Luis, urn forum permanente para atu8r de

maneira integrada na democratiz8C;80 da informaC;8o sabre a JUStiC;8. E decidem

ainda"

• Criar uma lista de discussaol "site internet" para a Forum Permanente de

Comunic8C;c3o do Poder Judiciario e do Ministerio Publico, com 0 objetivo

de facilitar e incentivar 0 debate e para auxiliar a preparayao do pr6ximo

Encontro;

• Defender a participaC;8o das assessorias de comunicaC;8o do Poder

Judiciario e do Ministerio Publico, em todas as instancias, na implantayao

da TV do Judici<irio, com a participal'80 do Ministerio Publico (TV da

Justil'a) (CANAL JUSTIi;:A, 2000).

2.3 AS DIFICULDADES ENCONTRADAS NA IMPLANTAi;:AO A TV JUSTIi;:A NOBRASIL

Pela primeira vez na hist6ria da humanidade, a maio ria dascompetencias adquiridas por uma pessoa no comeyo de seupercurso profissional serao obsoletas no fim de sua carreira. Asegunda constatayao, fortemente ligada a primeira, concerne a novanatureza do trabalho, na qual a parte de transayao deconhecimentos nao para de crescer. Trabalhar equivale cad a vezmais a aprender, transmitir saberes e produzir conhecimentos.(LEVY, 1999)

Conlorme Pereira (2002), a instala9ao lisica da TV Justil'a pas sou pelos

mesmos problemas enfrentadas por qualquer Assessoria de lmprensa de orgao

publico com relac;ao a contratagao e especificac;ao dos servigos, ou seja, burocracia,

normatizac;ao de contratagao e falta de conhecimento tecnico para a especificagao

dos equipamentos a serem contratados. Os jornalistas do STF tiveram uma

vantagem, que fai a de poder utilizar servigos ja contratados pelo STF (para outras

18

areas) na constru980 do estudio e instala90es. Mesmo assim eles tiveram muitas

dificuldades para executar a reforma da area escolhida, pois S8 trata de servi<;:o

especializado com tecnicas de estudio para televisao.

o grande facilitador no casa do STF foi 0 contrato vigente para a prestayao de

servic;:osde mudany8 de layout (servic;:os de alvenaria, de ehetrica, de hidraulica, de

pintura, de gesso e de Qutros servi90s previstos contratualmente), que foram

fundamentais para proporcionar 0 inicio imediato dos trabalhos, seguindo urn

cronograma de 8xecw;:ao que permite a fiscaliz8C;:80 acompanhar a andamento dos

servic;:os em desenvolvimento, e que conseqCJentemente garantira a termine dos

mesmos (PEREIRA, 2002, p 2).

Para complementar, Rodrigues (2002) informa os procedimentos e

dificuldades tecno/administrativas levadas a cabo para a instala<;ao da TV Justi<;a.

Cabe ressaltar que as procedimentos para compra na administra<;ao publica

sao muito mais burocraticos do que na iniciativa privada. Par exemplo, em uma

licita<;ao publica uma empresa pode ser desclassificada par nao estar com 0

pagamento/recolhimento dos tributos em dia, no caso 0 INSS e 0 FGTS. Alem da

exigencia de inumeros documentos e certid6es para que a interessado possa

participar de um processo de concorremcia publica.

E a especifica<;ao dos equipamentos a serem adquiridos e muito dificil e

complexa, destaca Rodrigues (2002). Alem disso, torna-se necessario em muitos

casos, a contrata<;ao de funcianarios temporarios (no cas a de uma produtora de TV),

haja vista nao existirem concursos especfficos para carreiras tecnicas de TV no

Judiciario.

Os Tribunais e outros 6rgaos do poder Judiciario tambem sofrem com os

mesmos problemas e burocracia, com um fator agravante em alguns casas, de

terem que criar uma cultura de comunica<;ao que devera ser assimilada pela dire<;80

do Tribunal. A partir do entendimento, por parte da dire9ao dos Tribunais, da

importancia da comunica<;ao televisiva, as assessorias de imprensa sao autorizadas

a investir em estudios, cameras, ilhas de edi<;ao, ilumina<;ao, pessoal, etc.

(RODRIGUES, 2002).

Os mandamentos reguladores das compras publicas ditam 0 que deve ser

feito para as contrata90es. Devemos observar a publicidade dos alas, a correia

instru<;8o processual, isonomia de tratamento entre fornecedores, prazos. Para a

instala9iio da TV Justi9a foi, assim, adotado a tradicional modalidade de licita9iio,

19

regidas pela lei 8666/93 e, quando possivel, a modalidade de pregao, regida pel a

medida Provis6ria 2182 e Decreta 3555 (RODRIGUES, 2002).

Cabe destacar que Parente e Lemos (2002) apresentam um manual dirigido

as Assessorias de Comunic8C;8o do Poder Judiciario para embasar a sua produc;ao

midiatic8. Com este manual busea-s8 urna padroniz8c;ao de perspectivas

jornalisticas para a efetivay80 de materias, programas e reportagens. 0 reteride

manual e bastante completo e aborda desde aspectos tecnicos legais, ate

conven<;6es de reda<;ao. 0 documento fornece ainda modelos de autoriza<;6es para

exibi9ao de programas, sugestoes para contratac;ao de terceiros, rnodelos de

padroes de produc;ao.

Estudos atuai5 indicam que as organizac;6es que quiserem sobreviver teraa

que S8 aprimorar em termos de comunica.yao, em seu livra, Perez e Bairon (2002)

discorrem sobre quest6es que consideram chave para empresas e organiz8c;oes, as

novas midias digitais: internet, teleconferencias, paginas, canais fechados de TV. 0

livro conclui que:

A revoluyao digital representa somente uma melhor possibilidade decomunicayao de todos nos conosco e com os outros. 0 outro, comodiz 0 caminho estruturalista nageliano, e e sempre sera umaincognita. 0 que e possivel afirmar, com certeza, e que 0 mundo dasnovas midias digitais na comunicayao, na administra9ao, na ciencia,na arte esta posto. (PEREZ e BAIRON, 2002, p.196)

2.4 TV JUSTIi;A: CANAL FECHADO OU CANAL ABERTO

Uma TV tern a vantagem estrategica de ser um veiculo multimidia, ou seja,

nela podemos ter som, texto, video, desenhos animados. Com a disponibilizagao de

informagoes para 0 pais, criam-se condigoes para 0 aumento da capacidade cidada

da populaC;ao e, nesse sentido, a TV torna-se, en tao, uma pod eros a ferramenta para

a construgao da consciencia social de uma comunidade.

A tecnologia trouxe desdobramentos completamente imprevistos etransformou 0 mundo numa aldeia global. A informa9ao passou acruzar 0 planeta em mih~simos de segundos. A tecnologia dainformayao provocou 0 surgimento da globalizayao da economia: aeconomia internacional transformou·se em economia mundial eglobal. (CHIAVENATO, 1997).

20

Mello (2002) menciona dois aspectos importantes quando se discute a TV

Justi<;a. 0 primeiro e 0 interesse televisivo do povo por temas juridicos, debates

sabre leis, processes e julgamentos. 0 interesse da nos sa popula9ao par tais temas

e evidente, principal mente quando a materia trata do direito do consumidor, direito

do trabalho e quest6es de familia. Estes sao assuntos que, par sua origem, possuem

urn vocabulario mais simples e possibilitam uma visualiz8g8o pratica dos atos e

conseqOencias mais claras no imaginario popular.

Enganam·se as que acreditam no descaso das pessoas no quetange aos assuntos juridicos. Oesde 0 inicio do Seculo XVIII, acuriosidade popular acerca desses temas vem sendo suprida parinformes diarios e colunas especializadas. Atualmente e cada vezmaior 0 tempo destinado pelos jornais televisivos as notlcias sobreos feitos dos orgaos do Judiciario e daqueles cujas func;.oes saoconsideradas essenciais a Justiga, quais sejarn, os integrantes doMinisterio Publico, da Advocacia e Defensoria Publicas, bern comoos advogados brasileiros. (MELLO, 2002)

o outro aspecto a ser discutido e a qualidade das informayoes levadas ao

publico visto a TV Justiga buscar ser um canal esclarecedor das quest6es afeitas ao

judiciario, a mesma nao pode incorrer nos mesmos erros que outros canais de TV

protagonizam. Tais erros dizem respeito a entendimentos err6neos quanto a

complexidade do ato judicial, al9m disso, existe a perspectiva sensacionalista de

alguns programas, que praticamente incriminam uma pessoa que esta respondendo

a algum processo. Contudo, deixaremos esta analise da programa\=ao para 0

capitulo que segue.

Outra discussao que surge e de como urn canal fechado e pago pode ser

democratico e levar informa\=ao a populayao mais carente, sendo que ela nao tern

dinheiro para pagar 0 acesso a este canal. Esta 9 uma pergunta que tem muitas

respostas, que somadas, levam a convic\=Elo de que mesmo sendo um canal fechado

a TV Justiga esta trilhando um caminho aberto e democratico. Primeiramente, a TV

Justic;a e ~alimentada~ com programas e reportagens pelas assessorias de

comunicaC;Elo do judiciario e do Ministerio Publico de todo 0 pais, sao

aproximadamente 120 (cento e vinte) orgaos publlcos regionais que participam de

uma forma ou outra da grade de programa\=ao da TV Justi\=a. Tem-se ainda a site da

TV Justi<;a, onde um publico muito mais amplo tem aces so a programa<;ao da TV

JustiC;a. E por ultimo e mais importante, alguns 6rgaos publicos estaD formando

21

parcerias com a Rede de TV Educativa do pais. 0 Tribunal do Trabalho de Santa

Catarina ja passui convenio neste sentido e veicula urn programa na TV Educativa

de Santa Catarina. 0 Tribunal do Trabalho de Rondonia tambem esta partindo para

veiculayao de imagens em rede aberta. 0 Tribunal do Trabalho do Parana passui urn

programa de radio 0 "Justir;8 do Trabalho Responde" que busca tirar duvidas

trabalhistas e e levado aD ar na Radio AM Clube B2. Estas parcerias e muitas Qutras

demonstram a realidade que comer;8 a S8 impor nas assessorias de comunicac;:ao

do Judiciario e do MP, que e a da instrumentaliz8r;ao pessoal e tecnica para a

produy80 de material para a TV JUStiy8 e a posterior exportaC;Elo para rede aberta,

sites e TVs Educativas. Alem disso, as debates da TV JUStig8 comegaram a pautar

uma serie de outras TVs e jornais, levando estes meios de comunicag80 a discutir os

temas levantados pelo canal do judiciario. Dessa forma, 0 publico em geral come<;a

a ter aces so a discuss80 de temas relevantes do Judiciario nacional.

Os veiculos comerciais cada vez dedicam mais espa<;o para asquestoes ligadas a Justi<;a. Entretanto seu ritmo e formato imprimemao noticiario um tratamento extremamente condensado, que apenasnoticia as decisoes e pouco esclarece sabre a funcionamento daJusti<;a, chegando mesmo, em diversos momentos, a confundir apopula<;80.A logica do jornalismo, fixada no presente, se caracterizapela urgemcia em noticiar e pelo rapido esquecimento dos assuntos.Assim, a publico e informado de investiga<;oes e de decisoes,provisorias ou definitivas, mas dificilmente Ihe e explicado 0andamento dos processos na Justi<;a. FreqOentemente, essedescompasso entre a tempo do noticiario. 0 canal de TV da Justi<;aprocura complementar a noticiario sobre a Poder JUdiciario, exibidopelas emissoras comerciais. Um canal publico e especializado permitea produ<;aode uma programa<;ao diferenciada, que melhor esclareceas cidad,aos, explorando vantagens como 0 acesso as fontes e apossibilidade de fugir dos tempos comprimidos da TV comercial.Diferentemente de canais institucionais como a TV Camara e a TVSenado, que tem a produ<;ao centralizada, com imagens na suagrande maioria produzidas em Brasilia, nas duas casas, a TV Justi<;aleva ao ar imagens de todo 0 Pais, de diversas fun<;oes, ramos einstancias da Justi<;a.A TV Justi<;a tambem se inspira nos canais denotfcias transmitidos por cabo, como a CNN, a Globo News e aBandNews. A possibilidade de atualizar permanentemente asinforma<;oes e de complementa-Ias, oferecendo enfoquesdiferenciados das noticias, e explorada par esses canais. Elestambem mostram que a disponibilidade de tempo permite aprofundara analise do noticiario. Outra referencia e a Court TV, canal privadoamericano, com 66 milhoes de assinantes, especializado na coberturade julgamentos, que sao comentados por ancoras especializados emDireito - ex-juizes, ex-promotores, advogados, professores deDireito. A Court TV produz tambem documentarios, series de fic<;30edebates. Seu sucesso demonstra 0 interesse do publico em questoes

22

legais e indica alguns formatos passiveis de programayao, como asjulgamentos comentados, de modo a traduzir 0 funcionamento e alingua gem da Justi98 para 0 publico leigo. Par Dutro lado, 0 tomsensacionalista da Court TV nao e a unica abordagem passivel dosistema legal e e evitado a todo custo na TV Justiya. Acreditamos serpassivel fazer uma televisao informativa e interessante, que explore 0conflito inerente aDs processQs, sem resvalar para 0 espetaculo, 0desrespeito e a distorl'ao. (MANUAL DA TV JUSTI~A, 2003).

Da analise da grade de programa9ao da TV Justi9a (abaixo) podemos

perceber a variedade de temas tratados e possibilidade de participa<;Elo de diversas

associac;6es classistas e de variados extratos socia is, conforme S8 vera a seguir.

3 ANALISE DA GRADE DE PROGRAMAS DA TV JUSTI<;:A

23

A prime ira questao que surge e com que criterios podemos analisar a

pro9rama9aO de uma TV, alem dos niveis de audiencia do IBOPE (Instituto Brasileiro

de Pesquisa e Estatistica).

Como referencial de analise, resolvi trabalhar com 0 instrumental que tenho

em maDS: como jornalista, camera e editor de imagens do Tribunal do Trabalho do

Parana. Alem disso, como "fornecedor" de matarias para a TV Justi98 conseguimos

o 3° lugar no Conbrascom 2005 - Congresso Brasileiro de Comunic8ty.30 e JustiCY8,

na categoria "Materias para a TV Justi9a". Entao, pontuei de 1 a 5, segundo meu

entendimento juridico, tecnico e jornalistico, uma sequencia de programas assistidos

na TV Justi9a, no periodo de 28 de fevereiro a 6 de mar90 de 2006.

Programa~ao da TV Justic;a Data: 28de fevereiro de 2006p~:30 Cidadania Para Todos(Sec.Just.SP) - Sumula Vinculanle

12:00 Jus\iya na TV (APAJUFE) -Nesta semana, 0 Jusli<;:a na TV. mostrauas reportagens: a prime ira e a possea nova diret;ao do Tribunal Regional dorabalho - TRT/PR para 0 bienio006/2007. Em seguida, a implantayaoo Sistema Unico de Protocolo - SUP,ue e um servir;;:o disponibilizado no sitea Justir;;:a Federal, para cadastro deodas as petir;;:oes relativas aosprocessos judiciais da Regiao Sui.

13:30 Via Justiya (AMAGIS) - PJs eDiaristas - Foi s6 0 Governo Federalnunciar um aumento expressivo para 0alario minimo, donas de casa jaomer;;:aram a demitir suas empregadas

~omeslicas e colocar diaristas no lugar,rabalhando sem carteira assinada. 0programa apresenta esclarecimentos~os convidados: 0 advogado trabalhista

Marcelo Lamego Pertence e a JuizaMaria Cecilia Alves Pinto - 26:' Vara dorabalho 1 8H.

Qualida.d,

visualeaudiliva

Programa berniluminado e

editado, audio3 bom

Boa logica de3 desenvolvimento. 3

Entrevistas comboas perguntas.Audio e videos

bons.

4 Edi9aO bem 4delineada

Conleudopara 0publico

Tema urncomplexo, mas

3 bem "traduzido"par ao povo

A primeira partee de

entendimentomuito simples,

pois e urnevento e a

segunda estavabern acessivel.

Temaimportante e de

grandeinteresse.

24

14:00 Justica em Ac;:ao (Jutgamentos)Sessao Plenaria do dia 2210212006 - Voteisla ministro Nelson Jobim ADI 2591

iConfederacao Nacional do Sistemafinanceiro (Consif) x Presidente da~epublica e Congresso Nacional - Relalor:~inislro Cartos Velloso; Extradic;:ao 975~overno da Austria x Werner Rydl~elator: minislro Marco Aurelio; ADI 336

Associacao dos Magistrados BrasileiroI~~MB) x Assembh~ia Legislaliva do EstadofJa Bahia - Relator: ministro SepulvedaPertence.

Programa bemiluminado e

editado, audiobom

3 2

Os julgamentospossuem urnproblema,

quando saolev ados para 0

video, que ediscrepElncia do

tempo dojulgamento dotempo da TV.

Entao,ojulgamentoparece sermoroso.

f~~~L D~A~A~a~~~~E(~~~s~~~:~~gRIO SAO FRANCISCO: 0 projeto do~overno de Transposiyao das aguas doRio Sao Francisco entrou na pauta da 1reuniao do Conselho Federal da OAB. 3Muitos meses de debates, audienciapublicas com integrantes dos governoFederal e Estadual e do poder legislativo.!visilas ao local das obras e consultas a!:.s,pecialistas e tecnicos foram feltas pelaJUAB, para que pudesse ter uma posi<;aomal e levar a aprecia<;ao do plenano.' C

~ebate com as opinioes dos conselheiroederais da Ordem podem seacompanhados na edi<;ao do programaPAB Nacional desta ter<;a feira dia 28 deevereiro. Entrevista Roberto Busato: Naprimeira sessao plenaria da OAB de~006 a discussao em torno daransposi<;30 das aguas do Rio SaoFrancisco. Em debate tambem outrossunlos importantes e decisivos para 0

pais. No encontro, a qualidade do ensino

~U~~d~~~f~ss~~n~%e~~O~r~~~P:~ad~:~~~~~Dominicana, foram os principais lema~iSCUlidOS.

Boa sequencia deimagens e audiobem captado.

Temacontrovertido,

com

2predominancia

de visoesregionalistas.

Muitas vezes, 0debate perdeu 0

tom e quaseacabou emdiscussao.

2:00 Defenda Sua Tese (STF) - QuolaRaciais • A ado<;ao de colas raciais, sejapor inslilui<;oes de ensino, seja pompresas, e sempre urn lema polemico,

~ue gera discussoes acaloradas. 0professor Di6genes Coimbra esta nabanca do Defenda sua Tese destaemana para a defesa de sua monografiaue trata da controversa auestao. E 'usta

3 Boa edic;ao, nivelde audio perfeito.Jogo de cameras

bom.

a teseDiscussao sabre

2apresentada emparte cansativa,pois em algunsmomentos osdois lados nao

25

implernentayao das colas? Participam~o debate a procuradora do DistritoFederal e professora de Direito~~nstitucjonal Roberta Fragoso e 0[,~crelariO-adjunto da Secreta ria Especial~e Politicas de Promoyao da IgualdadeRacial. Douglas Martins de Souza.present89ao: Rimack Souto

queriam se darpar vencidos na

discussao.

3:00 Jomal da Justi9a 2a Edic;ao -Reapresenlac;ao

3

~~:Od~a J2U;:~~~2~~6A?a~~t~e~~~~~~n~:;:~Nelson Jobim no Habeas Corpus 83.163 -~~baSliao Vilson Trinea, Jose Antonio depauza, Roque Dias Ferraz, AgenoFrancisco dos Santos, Jose Trinea x~uperior Tribunal de JUStiy8 CSTJ)Relator: mnislra Marco Aurelio; Volo vistaminislra Ellen Gracie no Habeas Corpu~2.959 - Oseas de Campos x ST JeT J·SF

Relator: ministro Sepulveda

6~~t~n~~~i~~e:sp~e~~~~~t~6d;86~m~s~:~Parlamentar de Inquerito do Sen adoFederal (CPI) dos Bingos - Relatora:ministro Ellen Gracie; Julgamentoonjunto Voto vista ministra Ellen Gracie

nos Agravos Regimentais em Agravos deInstrumento 476.260 e 507.874 - Zuleidee Vasconcelos Amaral e outros x Estadoe Sao Paulo. - Carlos Alberto Queiroz

Filho e outro x Estado de Sao Paulo -ministro Carlos Britto; Medida Cautelar na01 3306 - PGR x Camara Legislativa do

OF - Relator: ministro Gilmar Mendes;Embargos de Declarac;ao na Ac;aoRescis6ria 1866 - Agravo Regimental noMS 25.609 - Agravo Regimental no MS5563 - Agravo Regimental no Inquerit<

1871 • Agravo Regimental na Reclamac;ao3940 04:00 Noticias do Judiciario -

Imagens boas.Programa bemiluminado e

editado, audio3 bom.

Programa bemiluminado e

editado, audiobom

3 2

Novamente, osjulgamentospossuem umproblema,

quando saolevados para 0video, que e

discrepancia dotempo do

julgamento dotempo da TV.

Entao,ojulgamentoparece ser

moroso, quandona verdade 0

debate sobre osprocessos deve

ser bemminucioso.

Contudo, pelaotica da

demonstra<;aoreal e em tempo

real dojulgamento a Tv

Justiya, naopode prescindir

de suasapresentacoes.

Programa~ao da TV Justi~a dia 2 demarco de 2006

26

[06:00 Fala Defensor (ADPERJ) - 0!sistema Penitenciario e a Polinter

3

9;30 Conlraponto (APAMAGIS) - "ComoJudiciario pode com bater a corrup<;ao?"Convidados: Paulo Dimas Mascaretti

(Desembargador) Jose Reinaldoarneiro Guimaraes (Promotor de

p~~~i9~~'m~;t~~SaI6~~~~uS~c~;~~:i~~r~;iO~manciamenlo publico das campanhasera, de fala. urn antidoto contra 0 "caixa 3ois", ou e simples manobra diversionistaue nenhum resultado concreto trara? Poue, na opiniao geral, 0 Judiciario e laoolerante com as crimes eleitorais? Comoxplicar que dos RS 10 bilhoes gastos na

ultima campanha, menos do que 10%isso (RS 850 milhOes) tenham Sid~eclarados a Jusli/(a Eleilorat? _v

Ministerio Publico tern, ou pode ter, podeinvestigat6rio que subslitua aquele daPolicia JUdiciaria? No caso do assassinateo Prefeito de Santo Andre, quem melho

mvestigou: 0 MP ou a Policia? E corretoue um Promolor divulgue a imprensa, poua inicialiva e nisso envolvendo 0

Ministro da Fazenda. trechos dointerrogat6rio de urn suspeito de "caixaois" eleitoral? A possibilidade do "voteonlra" ajudaria a com bater a corrupcao?

~ chamada uReforma Judiciaria"fetivamente representou um avan90, ouera apenas maquiagem (alias. mais

uma .. ,). mal ulilizada para esconder ahabitual e teimosa carencia de verbas? Deate a reducao dos recursos processuaisonduzira a acelera980 jurisdicional, ou

1550 traduz "diversionismo" que tern 0~nico intuito de evilar a discussao emorno dos insignificantes oryamenlos com5 Quais 0 JUdiciario e conlemDlado?

Externas bemfeitas.

3

Programa feitoem estudio, comboa qualidade de

irnagem.

3

Riqueza napluralidade de

publicoenvolvido notema, que foientrevistado.

Debate rico emconteudo evis6es e

interessante.

13:30 Jusli9a & Trabalho (TRT - RN)- 33 Programa comboa qualidade deimagem e audio.

o trabalho e asquest6es

relativas a elesempre

interessam, paisexiste umaperspectivapratica muito

latente.

27

14:00 Justi~a em A<;:ao (STF) - Sessao 3Plena ria do dia 08/02/2006 - ADI 2669onfederaltao Nacional do Transporte

(CNn x Congresso Nacional e Presidente~~ Republica - Relator: minislro Nelsonobim; ADI 3580 - Procurador-Geral da

Republica X Governador do Estado deMinas Gerais e Assembh~iaLegislativa dEslado de Minas Gerais - Relator.r,inistro Gilmar Mendes; Recurso~xtraOrdjnario 407688 - Michel JacquePer6n x AntOnio Pecci

Programa comboa qualidade deimagem e audio.

2 Em algunscasas de

julgamentos,acredito que urnreporter poderia

fazer umapassagem

explicativa doque esta

acontecendo,para dinamizarurn pouco alilmaQem.

l1,9:00 Jamal da Justica 2 3 Edi<;:ao- AOIvlVO

Notfcias atuais eimportantes

Ioara 0 iudiciario.

4 Programa bemapresentado.

3

0:30 Via Legal (CJF) - Visite tambem 0ite: http://vialegal.cjf.gov.br/

3 ornalisticarnente rnuito berndelineado,parece urn

docurnentario.

0:00 Justic;:a em Ac;:ao (STF) - Sessaelena ria do dia 08/02/2006 - ADI 2669 -~onfederacao Nacional do Transporte(CNT) x Congresso Nacional e Presidentea Republica - Relator: ministro Nelsonobim; ADl 3580 - Procurador-Geral da

Republica X Governador do Estado deMinas Gerais e Assembleia Legislativa doEstado de Minas Gerais Relator:Ministro Gilmar Mendes: RecursoExtraordinario 407688 - Michel JacquesPeron x Antonio Pecci.

4 Produzern muitobem os lundos de

irnagens eaberturas doprograma.

Os julgamentos,pela sua

durayao novideo, tem 0

problema dedesmotivar 0

telespectador aassistir par

longo tempo urn2 processo que

nao e de seuinteresse.

Boa iluminag:8o, ecapta9ao de

audio.

3

rograma-;ao da TV Justi-;a dia 3 deareo de 2006

9:00 Cidadania para Todos (Sec. Justi~ Edi,ao com boa 3 I, Programa~P). Sumula Vinculante ilumina98o. I:"·'~""ebate temas deinteresse de

amp los setores3 da sociedade.

12:00 Jarnal da Justica 1" Edicao - AC 3 Bem aoresentado 3 Entrevistas de

28

IVO

19:30 Quem Tern Duvidas ... Pergunla!Odele Rocha Masi responde aoelespecladores Julio e Cej(;;a Ruy sabre

jASSistencia Judiciaria Graluila e prisoeim les~evenliva e le~raria. 3

3:05 Jamal da Jusli.;:a 2a Ediyao -Reapresenta~ao

e com boas qualidade.entrevistas.

Prodw;:ao em 4 Programaesttldio de bastantequalidade. didatico e

acessfvel.

Bem apresentado 3 Entrevistas dee com boas qualidade.entrevistas.3

Programa!tao da TV Justit;a dia 4 deart;o de 2006

310:00 Trocando Ideias (MPD)Vertjcaliza~ao

Debate de temaextrema mente

atual.

Programa bemeditado.

3

19:30 Direito Desportivo em Debaleutsal e penalidades a jog adores dutebol

Video dequalidade.

3

3 Programaparticularmenteinteressante,pois ja joguei

futebol de salaopelo Pinheiros-PR (hoje Parana

Clube).

2:00 HoriHio Especial •Aula Magna!contrale de Constilucionalidade e DireilosHumanos. com 0 'urista Dalmo Dallari.

3 Bom debate,bem sustentado.

Cenario bonito ebem iluminado.

2:00 Justir;a em Ar;ao (Julgamenlos)

~i:~:a~i~::~~ri~~l~od~a ;:~f~/2~~6Ha~:~

orpus 83.163 - Sebasliao Vilson Trinca,ose Anlonio de Souza, Roque Dias 3

Ferraz, Agenor Francisco dos Sanlos,ose Trinca x Superior Tribunal de Juslir;a

(ST J) - Relalor: Minislro Marco Aurelio;Voto vista minislra Ellen Gracie noHabeas Corpus 82.959 - Oseas de!campos x ST JeT J-SP - Relalor:minislro Sepulveda Pertence; Habea!corpus 86.581 - Maisa Cosla GiudicePresidenle da Comissao Parlarnenlar delnquerilo do Senado Federal (CPI) do~ingos - Relatora: minislro Ellen Gracie:ulgamento conjunlo Volo vista minislralien Gracie nos Agravos Regimentais em

jAgravos de Inslrumento 476.260 e507.874 - Zuleide de Vasconcelos Amaral

outros x Estado de Sao Paulo. - Carlo

Julgamento bemfilmado eproduzido.

Um problemaque surgequando seassiste a

julgamentospela TV, e que

fts vezes leva-salgum tempo

para entender 0

posicienamentode todes os

jufzes e mesmotodos os

imgulos dodebate.

29

Iberto Queiroz Filho e outro x Estado deSao Paulo· ministro Carlos Britto; Medidaautelar na ADI 3306 - PGR x Camara

Legislativa do OF - Relator: ministroGilmar Mendes; Embargos de Declarac;c3ona Ac;ao Rescis6ria 1866 - AgravoRegimental no MS 25.609.

Programa~ao da TV Justit;a dia 5 demarco de 2006

11 :00 Trabalho Legal (MPT) - Bern apresentado 3

3

Os temasrelativos 80

trabalho sempredespertaminteresse naDODulaciio.

14:00 Justic;a em Ay80 Uulgamentos) Audio born e bernSessao Plenaria do dia 22/02/2006 - Vote 3 filmado.isla ministro Nelson Jobim ADI 2591onfederac;c3o Nacional do Sistema

Financeiro (Consif) x Presidente daRepublica e Congresso Nacional - Relator:~~n~:~~o~~r~~s~~~'~S~e7::ra~;;,o975-

3Vale a penapara S8 vercomo e um

julgamento noSTF.

Bons closes, bemfilmado.

1:00 Horario Especial- Horario Especial

~;~~~i~~ -d=a;:iZfa~~~sfl~~:a~ ~ j~~~i~lfs~:

arlos Eduardo Cunha recebe no 3programa Contatos 0 artista Cassiano,~omponente da dupla de musica caipiraZe Mulato e Cassia no" 0 convidado fala

~-as dificuldades enfrenladas no inicio daarreira, do dia-a-dia. das lembranc;:as dos

usos e costumes de epocas passadas eprincipalmente das grandesransformac;:oes que a musica ruralbrasileira de raiz vem sofrendo. A alma doBrasil que tira do chao com as propriamaos e suor 0 sagrado pao de cada dia.Isso e muito mais voce assiste emlContatos com Cassia no. um caipira~enuino. Participam tambem do programaas advogados Hugo Leonardo deRodrigues de Souza. Eduardo Licurgo, eRomes Goncalves Ribeiro.

Se por um ladofaltou uma

melhorelabora<;.3o dasperguntas, 0

fato de se levarum compositorpopular na TV,reflete 0 caraterdemocratico epluralista que 0

canal devepossuir.

Programal!tao da TV Justil!ta dia 6 demarco de 2006

07:30 Via Legal (CJF) - Visite tambem[te: 3

Boa coloriza<;.3odo programa.

30

http://vialegal. cjf. 9 ov. brl

site doprograma.

~~~o~Jarnal da Justi<;a 13

Edic;:ao • AO ~f:~:~~~ae~~~alguma frase auS8 perde em

algum momento,o que demonstra

preparo e3 organizacao.

3 Notfcias atuais.

14:00 Justic;:a em A9.30 (Julgamentos) - Boa sequencia deSessao Plena ria do dia 16/02/2006 - cameras.Medida Cautelar na Ayao Declarat6ria de

lC"onstitucionalidade 12 - Associa98o doMagistrados Brasileiros (AMB) x ConselhoNacional de Justic;:a (CNJ) - Interessados: 3Sindicato dos Trabalhadores do Podeudiciano e do Ministerio Publico da Uniao

no Distrito Federal (SINOJUS) e Tribunale Justic;:a do Estado do Rio de Janeir

(T J/RJ) - Relator: ministro Carlos Britto.

3 Quando se julgauma questao

que, a princfpia,pode ser

particular, temosque ter em

mente que elapode influenciardiversas outras

cateqorias.

18:00 Justi9a na TV (APAJUFE)TomOl! posse para a bienio 2006/2007 anova dire<;ao da Associa9:30 doMagistrados do Parana - AMAPAR, que

~:C~~~:I~~d(~~t~~ ~~~~t~~i~t~ ~~~aen~~so[enidade de posse, ele fala quais saos principais projetos para a gestao.inda, no programa, uma entrevista

especial com 0 advogado paranaense,Eduardo Rocha Virmond, Ha 55 anosexercendo a militancia no Direito, Dr.!Virmond relembra as grandes nomes queIzeram parte do cenario jurfdico noParana.

Boa entrevista,perguntaspertinentes.

3Resgate

hist6rico daatuaC;80 jurfdica

no PR.

31

3.1 CARACTERIZACAo DE ALGUNS PROGRAMAS PRINCIPAlS SEGUNDO A TV

JUSTICA

Justica Para Todos

o programa da Ajufe, 0 Jusli~ Para Todos, que vai as 21 horas,traz nessa edic;:ao uma grande variedade de temas que permite80 telespectador conhecer mais de perta as diferentes areas deatu8<;ao da JUStiy8 Federal. 0 programa mostra a inauguraC;:Elode duas novas Varas Federais em Divin6polis, em Minas Gerais.

Quem Tern Duvidas?

Mas que negocio e esse? E urn ato ou urn fato juridico? Fiquede olho nos intervalos da programacyao a partir desta sexta-feira(10) e saiba a diferen98 entre ato, fato e negocio jurfdico. Maisurn interprograma da serie.Quem Tern Duvidas ...Perquntal

Natureza juridica? 0 que e isto? Uma area natural depreservayao ambienlal? NAAAOOO! Nesla sexla-feira Odeleresponde ao telespectador Angel Paraluppe sabre NaturezasJuridicas. N§o perea: 0 programa 56 dura 5 minutos!

Justica na TV

Em comemora9E10 ao Dia Internacional da Mulher, 0 programaJusti<;:a na TV entrevistou a Vice-Presidente do TRT -PR a jufzaRosalie Michaele Bacila Batista. Atuante em uma area ondemulheres recorrem em busca de reconhecimento Ora. Rosalieconla como as mulheres estao buscando seu espa,o numasociedade ainda considerada machista.

32

Justi,a em Questao

A familia e seus conflitos sao 0 tema desta edig80 do "Justir;8em Questao" Temas como div6rcio, guarda de filhos, pen saoalimenticia e herang8 serao apresentados. Magno Lisboa buseacasas de separagc3.oe guarda em sua reportagem. No estudio,Sidneia Simoes conversa sabre heranr;8 com a advogada eprofessora Teresa Mafra, especialista em direito de sucess6es.

Pensamento Juridico

o inicia do ana, quando S8 pensa em finang8s, e sempre urnperfodo de surpresas, nada agradaveis, para aquetas pessoasque S8 endividaram com as festas de dezembro, esquecidas dosimpastos como IPTU, IPVA e de Qutros ga5t05 rotineiros.Interessado em saber como sair dessa au, methor ainda, naGentrar nessa roubada? Confira aqui.

Trabalho Legal

No programa Trabalho Legal dessa semana voce vai saber maissobre a chamada Reforma Paralela do Judiciario. Um dos itensprevistos na Proposta 358-A de Emenda a Constituic;2Io ternpreocupado sindicatos, magistrados e juristas porque podedificultar 0 acesso da populaC;2Io ao judiciario.Via LegalPerder as fenias au ate 0 semestre letivo. Foi 0 que aconteceuno ana passado com milhares de universitarios brasileiros.

33

Resultado da greve dos professores, que fugiu 80 controle. Etern mais: programa93o de qualidade. E 0 que a JUStig8 estabuscando com a puniyao dos abusos na TV. Eo Via Legal destasemana, cheia de assuntos polemicos ..

Canais para acesso a TV Justiya

Por DTH para todo 0 Brasil

DirecTV: canal 209

Sky: canal 95

Para sintonizar em parab6lica

Sate lite: Brasilsal B3

Frequimcia de descida: 4059,91 MHz

Polarizayao: Vertical

Symbol rate: 3,330 MS/s

FEC: 3/4

PID's:

• Video: 0289

• Audio: 0290

• PCR: 0289

Qualquer operadora pode solicitar operacao para retransmitir a programagEio da TV

Justi98, sem custo. Basta escrever para a Assessoria de Imprensa do Supremo

Tribunal Federal.

34

3.2 ESTAGIO ATUAL E PERSPECTIVAS DA TV JUSTI<;A

Existem varios aspectos a situar em relar;ao a SitU8CY80 atual da TV JUstiCY8. 0

primeiro dele diz respeite a 8voluc;:aotscnica e profissional dos Tribunais Regionais e

MPs que alimentam a grade de programa,ao da TV Justi,a. Esta evolu,ao se da

atraves de treinamento em ediC;8o de video e filmagens e formaC;8o de profissionais

capacitados para levar a frente as programas jornalisticos e aquisicyao de

equipamentos. 0 processo de instrumentalizaCY80midiatica dos Tribunais quasesempre comec;:a com a aquisicyao de camera(s) de video, posteriormente de uma ilha

de ediCY80 e mais alguns acess6rios de iluminay8o, ate chegarmos a urn estudio de

grav8c;:8o. Durante 8ste processo, podem 5er efetivados convenios para veiculaCY80

em rede aberta de programas jornalfsticos.

o estagio atual da TV Justi,a e a de consolidac;ao estrutural, pais ela ja esta

razoavelmente divulgada, a maioria dos problemas tecnicos ja foi resolvida e uma

retina administrativa ja esta implernentada.

Falta, na perspectiva deste pesquisador, censtituir urn orc;amento pr6prio e a

definic;ao da TV Justic;a como um centro de treinamento dos seus colaboradores

regionais.

A home page da TV Justi,a pode ser mais bem explorada, contendo arquivos

para exibiC;ao e download, 0 que nao ocorre hoje.

35

3. PESQUISA SOBRE A TV JUSTIC;:A

A analise estatfstica da TV JUStiC;:8 teve como base a pesquisa "A Imagem do

Judiciario~, realizada em 2005 pela AMB - AssociaC;<3o dos Magistrados Brasileiros,

em seu capitulo que trata da relaC;:Elo do referido poder com a midia, como

descrevemos abaixo.

A metodologia utilizada foi qualitativa, com a tecnica da Discussao de Grupo,

par prestar-S8 a levantamentos de atitudes e estudo de comportamento, permit indo a

percep980 dos val ores dos grupos sociais pesquisados, alem do aprofundamento

desejado e necessaria para a orientac;a,o do cliente nesse momento.

Os grupos foram homogEmeos e recrutados por equipe especializada, com

participantes selecionados dentro do perfil socio-demografico solicitado.

As reuni6es fcram realizadas em sala de espelho nas cidades de Sao Paulo, Rio de

Janeiro, Porto Alegre e Recife, entre os dias 1 e 5 de marc;:o de 2004. Faram

realizados 16 grupos, sendo 4 em cada uma das cidades mencionadas. Periil dos

grupos: misto, classes AB+CD, publico jovem (16 a 24 anos) e adulto (35 a 50 anos).

Durante as reuni6es fcram utilizadas tecnicas projetivas como wET",

wassociac;:ao com animaisn, e wpersonificaC;:Elo" do Poder Judiciario (aplicados na

ordem descrita), para facililar 0 posicionamento do publico pesquisado.

Como conclus6es desta pesquisa, pode-se afirmar que, em geral, 0 publico

pesquisado revela baixo conhecimento e familiaridade com 0 Poder Judiciario. Sabe-

S8 que e responsavel pelo cumprimento das leis e, conseqOentemente, pel a ordem

na sociedade e por assegurar os direitos do cidadao. A partir disso, faltam

informac;:6es mais precisas e desenvolve-se uma imagem bastante particular.

A imagem do Judiciario e de uma ~caixa preta", misteriosa, pouco acessivel

ao indivfduo comum e que contem segredos que apenas seres especiais (os ju[zes)

podem decodificar.

o Juiz e a principal figura e que representa a Judiciario per ante 0 Publico,

constituindo elemento fundamental para a credibilidade e confianc;a no sistema.

Desperta sentimentos de respeito e solidariedade, ja que e vista como alguem

poderoso, mas que Irabalha muilo e lem grande responsabilidade.

A marca da carruPC;ao, em bora arraigada na imagem da instituiC;ao, nao

atinge a classe dos juizes como um todo, nem a maiaria dos profissionais.

36

A imagem do Poder Judiciario na atualidade ten de mais para 0 negativo em

funy.3o basicamente dos seguintes aspectos mais determinantes:

• Os escandalos envoi venda Jufzes Federais e altas cifras, tratados com

bastante enfase na midia;

• Experiencias pessoais (au de pessoas pr6ximas) negativas no que S8

refere a lentidao, burocracia e mau atendimento, no tramite de processos

juridicos:

• Percepc;ao de parcialidade nos julgamentos que favorecem aDs "mais

ricos" (mars esclarecidos dos seus direitos, com advogados cares e

competentes a seu favor, ah~m do ~trafico de influencias");

• E, por lim, a grande conlusao entre as atribuiyoes dos tres poderes

(executivo, legislativo, judiciario) que femete ao Judiciario culpa e

responsabilidades que nao seriam de sua competencia, sobretudo no que

58 refere aD pader de poifcia e da necessidade de reforma das leis.

Informayao e transparencia sao as principais expectativas das pessoas

quanto ao Judiciario. E, alias, 0 que esperam e avaliam em todos os orgaos publicos

e privados da sociedade atual. A midia e a principal respons8vel pela divulgayao e

tambem pela imagem atribuida ao Judiciario. Porem, a enfase e a concentrayao em

escandalos, tem servido para reforr;ar uma imagem predominantemente negativa,

que ressalta a corrupc;ao, a impunidade, a desigualdade, a morosidade, etc.

o empenho politico (governamental) nas reformas na esfera publica (como

Previdencia, Tributaria, Judiciario) e visto sob 6tica muito positiva, mesmo quando as

reformas em si sao pouco compreendidas ou, eventual mente, desagradam. 0

importante e que ha algo sendo feito, sendo realizado. Assim, a atitude e os

indicativos de esforyos para implementar mudanyas reforyam as expectativas de

melhoria de vida do cidadao. Outro sinal positivo e, sem duvida, 0 de maior

transparencia em relayao ao que ocorre no pais, particularmente na esfera publica.

Os participantes afirmam que, apesar de ainda existir muita impunidade, a prisao e

cassayao de ocupantes de cargos de alto escalao, 0 desmonte de quadrilhas e

grupos de poderosos criminosos tem side mais intenso.

Neste ponto, vale ressaltar a importancia da midia como principal fonte de

referencia e tambem de influencia. Em todos os segmentos pesquisados a TV,

37

radios e os jornais constituem as principais Fontes de informag8o e formag8o de

opiniao.

Segundo os grupos, nos ultimos tempos no Brasil, os escandalos tern

recebido uma cobertura mais acirrada (independente do merito de credibilidade dos

veiculos de comunic8C;:.3o), que tern exercido, acreditam, importante pres sao para

moraliz8gc3o das instituic;:oes.

Cabe enfatizar ainda a importancia atribufda a educ8g8o para a construc;:ao da

consciencia da popul8gao, como base de mudanC;:8 para 0 pava. A educ8gao e

citada em todas as cidades, particularmente em Sao Paulo, como "agente"

fundamental para 0 futuro do pais. "A Imagem do Judiciario", realizada em 2005 pela

AMB - Associagao dos Magistrados Brasileiros.

Outra fonte de referencia quantitativa foi 0 trabalho dos professores da UNB -

Universidade de Brasilia, realizada pelos professores Henrique Carlos de Oliveira de

Castro, Marcio Iorio e Ana M. N. Vasconcelos, no seminario "A Justiga em numeros",

no painel "Informagoes e estudos do STF" A pesquisa de ambito nacional se

baseou em entrevistas que buscavam descobrir 0 que a populagao conhecia do

judiciario. As perguntas eram livres e permitiam qualquer tipo de resposta.

Outra questao levantada pela pesquisa foi se 0 entrevistado ja tinhaouvido falar em Radio Justiya e TV Justiya. A porcentagem positivada resposta foi alta, de acordo com 0 professor Henrique Castro,11% das pessoas responderam que ja tinham ouvido falar tanto daTV quanto da Radio Justiga. Em outra pergunta, 62% por cento dosentrevistados responderam que ja ouviram falar em JuizadosEspeciais 0 que, para 0 professor, reafirma que os juizados, emalguns estados, tem uma importancia muito grande em relayao aonumero de process os. A populagc3.oparece estar bastante informadasobre a existencia, mas nao sobre as funyoes, observa.

38

4 PRODU<;:Ao VIDEOGRAFICA

Nossa produyao videogrilfiea buseou registrar sintetieamente opinioes de

pessoas representantes de diversos pensamentos politicos, dos poderes da

Republica, da sociedade civil organizada e do pavo, sabre a TV JUStiC;8, sendo que

alguns ja ate haviam participado de alguns programas e Quiros nem sabiam 0 que

era a TV Justiya.

As entrevistas foram realizadas em Curitiba em Campo Largo - PR e nestas

conversas S8 utilizou uma camera mini-dv JVC, com qualidade de imagem de 2

mega pixel. Entrevistamos 0 Deputado Federal Gustavo Fruet - PSDB/PR em

Curitiba, no seu escritorio, no dia 10 de fevereiro. Como advogado e Ocutor na area

de Direito Publico, Fruet enfocou a importancia para a sociedade de urn canal de TV

que aborde diversos temas sabre 0 Judiciario.

Ja 0 Vereador Andre Passos do PT/PR, entrevistado em 16 de fevereiro de

2006, expos uma ampla gama de motivos para ressaltar a importancia da TV

Justi9a. Andre Passos, que tambem e advogado, lembrou da importancia

democratica do debate sabre a forma de se fazer justi9a no Brasil, e salientou ainda

que as assessorias de comunica98o do Judiciario e do MP tem papel fundamental

na produ980 de material jornalistico para a referido canal. 0 tempo bruto da

entrevista foi de aproximadamente 10 minutos.

o artista plastico Carlos Tullio foi entrevistado no dia 17 de fevereiro, e

colocou a expectativa da sociedade em receber informa9ao inteligivel sabre a

Judiciario.

o ex-Presidente dos Sindicatos dos Funeionarios da Justiya do Trabalho do

Parana - Alcides Nunes Guimaraes Filho, entrevistado no dia 10 de mar90, disse

que, para os que vivem no meio juridica, a debate e informayao das quest6es

juridicas e importante.

o Juiz Federal Nicolau Konkel Junior mencionou a importancia para 6rgaos

da Justiya de um sistema de veicula980 de informayaes do Judiciario.

o pedreiro Casemiro, a Dona Alzira - do lar e ° seu Luis - desempregado,

foram entrevistados no dia 3 de maryo em Campo Largo, quando cada um expos 0

grau de conhecimento sobre a TV Justiya.

39

5 CONCLUsAo

A TV JUSti<;:8esta ajudando 0 Judiciario a mudar, na medida em que a referida

TV fundona como um espelho da pr6pria instituic;80 e abre um canal de

comunic8yao com uma sociedade avida em conhecimento juridico. Ternes ainda

alguns Qutros desdobramentos do funcionamento televisivD. 0 primeiro deles e a

Radio JUStiy8, que funciona nos mesmas moldes da TV, esta ampliando 0 seu

alcance e e uma grande promessa de difusao radiof6nica, principal mente pelas

facilidades que a Internet traz.

Outra questao e a quantidade do material produzido sabre 0 Judiciario des de

2002 ate heje. Foram centenas de debates e programas jornalfsticos. 0 calculo de

publico neste perfedo deve chegar a casa dos milhoes de telespectadores. E temos

que levar em considerac;:ao ainda 0 efeito multiplicador de possibilidade de

divulgac;:ao que a TV Justic;:a desencadeou com 0 investimento em maior au menor

grau nas aproximadas 120 (cento e vinte) assessorias de comunicac;:ao do Judiciario

e MP espalhadas pelo pais.

o vocabulo 'texto', etimologicamente, contsm a antiga tscnicafeminina de tecer. E talvez a fato deste trico de verbos e names,atravss do qual tentamos reter a sentido, ser designado par umtermo quase textil nao seja uma coincidencia. A humanidade,espscie falante, s tambsm a rac;:a que se veste. A roupapacientemente tecida nos contsm, nos deiimita, forma uma interfacecolorida entre a calor de nossas peles e a rigidez do mundo. Oscoletivos cosem, atraves da linguagem e de todos as sistemassimb61icosde que dispoem, uma tela de sentidos destinada a reuni-las e talvez protege-los dos estilhayos perdidos, insensatos, dofuturo ... (LEVY, 1996, p.73).

Temos hoje a possibilidade, trazida pel a TV de assistir a um julgamento ao

vivo do STF. E aqui temos outra questao: sera que os JUlzes do Supremo Tribunal

Federal nao estao pensando em um novo contexte de fazer justic;:a, ap6s os

julgamentos comec;:arem a ser televisionados?

Ressalte-se ainda que 0 Canal Justic;:a come90u a pautar a imprensa sabre os

assuntos relativos ao Judiciario. Para verificar tal ocorrencia, basta pesquisar no

campo de busca do jornal Folha de S. Paulo e digitar a palavra TV Justiga. Isto

40

acontece, pois a canal passu! urna cobertura especializada e mais aprofundada

sabre julgamentos e leis.

Com 0 investimento nas assessorias de comunic8g8o do Judiciario e MP, as

mesmas comec;:aram a produzir programas de radio e de TV para a TV JUStiy8, e

iniciaram convenios com canais abertos (TV Cultura) para transmitir seus

programas. Nesta perspectiva, temos 0 case do Tribunal do Trabalho do Parana,

que passui atualmente convenio com a Radio Clube B2 para levar ao af a programa

"Justi,a do Trabalho Responde".

A TV JUSti<;8 deve ser pensada como instrumento fomentador da cidadania e,

nesse senti do, este estudo confirma que a TV JUStiy8 esta S8 tornando urn canal de

fiscaliza<;ao da sociedade civil organizada em relayao ao Judiciario. E, por outro

lado, 0 Poder Judiciario da sinais de estar compreendendo 0 poder e a eficiencia dos

meios de comunica<;3o.

41

REFERENCIAS

AMB. Pesquisa qualitativa: imagem do Poder Judiciario. AMB: Brasilia, 2004.

BARBOSA, Henrianne. Pader Judiciario e comunic8yao democratica. Canal Justi9a,2006. Disponivel em: www.canaljustica.jor.br/artigo. Acesso em: 20 fey. 2006.

BRANCO, Paulo Castelo. Justil'a - imagem e realidade. Canal Justi,a, 2006.Disponivel em: www.canaljustica.jor.br/artigo. Acesso em: 20 fev. 2006.

CANAL JUSTI<;A. I Encontro Nacional dos Assessores de Comunical'ao Social doPoder Judiciario. Carta de Gramado. Canal Justil'a, 1999. Disponivel em:www.canaljustica.jor.br/encontro. Acesso em: 20 fev. 2006.

CANAL JUSTI<;A. I Encontro Nacional dos Assessores de Comunical'ao Social doJudiciario e MP. Carta de Sao Luis. Canal Justi,a, 2000. Disponivel em:www.canaljustica.jor.br/encontro. Acesso em: 20 fev. 2006.

CANAL JUSTI<;A. II Encontro Nacional dos Assessores de Comunical'ao doJudiciario e MP. Carta de Belo Horizonte. Canal Justi9a, Brasilia, 2001. Disponivelem: www.canaljustica.jor.br/artigoAcessoem: 10 dez. 2005.

CANAL JUSTI<;A. III Encontro Nacional dos Assessores de Comunical'ao Social doJudiciario e MP. Carta de Alagoas. Canal Justi,a, Brasilia, 2002. Disponivel em:www.canaljustica.jor.br/encontro. Acesso em: 10 dez. 2005.

CANAL JUSTI<;A. IV Encontro Nacional dos Assessores de Comunical'ao Social doPader Judiciario. Carta de Curitiba. Canal Justi9a, Brasilia, 2003. Disponivel em:www.canaljustica.jor.br/encontro. AcessD em: 10 fev. 2006.

EID, Marco Antonio de Carvalho. Entre 0 poder e a midia. Sao Paulo: M. Books,2003.

FARIAS, James Magno Araujo. Magistrados, Sociedade e Midia no Brasil apes1988. Canal Justi,a, Brasilia, 2002. Disponivel em: www.canaljustica.jor.br/artigo.Acesso em: 10 dez. 2005.

LEVY, Pierre. Cibercuttura. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1999.

MACCALOZ, Salete Maria Pol ita. Poder Judiciario, as meies de comunicac;:ao eopiniao publica. Rio de Janeiro: Ed. Lumen Juris, 2002.

MELLO, Marco Aurelio Mendes de Farias. a JUdiciario cada vez mais perto. CanalJusti,a, 2002. Disponivel em: www.canaljustica.jor.br. Acesso em: 10 dez. 2005.

NAVES, Nilson. Relac;:6es entre a imprensa e a Justic;:a no Brasil. Discursoproferido na Conferencia Judicial sobre Liberdade de Imprensa, organizada pelaSociedade Interamericana de Imprensa. Sao Paulo, 2003.

42

PARENTE, Renata; LEMOS, Claudia. Manual da TV Justi9a. 3 ed. Brasilia: Graricado STF, 2002.

PEREIRA, Cesar Augusto Barros. Instalag;3o da TV Justic;:a. Canal Justi9a, Brasilia,2002. Dispanivel em: www.canaljustica.jar.br/artigoAcessoem: 10 dez. 2005.

PARENTE, Renata. Historica e estagio atual da TV Justiq8. Canal Justi9a, Brasilia,2002. Disponivel em: www.canaljustica.jor.br/artigo Acesso em: 10 dez. 2005.

PERES, Clotilde; BAIRON, Sergio. Comunica9ao & Marketing. Sao Paulo: Ed.Futura, 2002.

REVISTA IMPRENSA. 0 Judiciario investe na comunica<;ao com a sociedade.Portal Imprensa, Jun. 2004. Disponivel em: www.canaljustica.jor.br/artigo. Acessoem: 20 nov. 2005.

RODRIGUES, Emilia. Solu90es para contrataqao e aquisiqao. Canal Justi9a, 2006.Disponfvel em: www.canaljustica.jor.br/artigo. Acesso em: 18 fey. 2006.

TEIXEIRA, Salvia de Figueiredo. A imprensa e 0 Judiciario. Canal Justi9a, 2005.Disponivel em: www.canaljustica.jor.br/artigo. Acesso em: 20 jan. 2006.