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LUDMILLA AMARAL ALERGIA E IMUNOLOGIA CRM 5703- MT NOVEMBRO DE 2016 Alergia ao Látex Reações cruzadas com frutas e vegetais

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L U D M I L L A A M A R A L

A L E R G I A E I M U N O L O G I A

C R M 5 7 0 3 - M T

N O V E M B R O D E 2 0 1 6

Alergia ao Látex

Reações cruzadas com frutas e

vegetais

O que é alergia ao Látex?

Látex É uma goma natural, um produto vegetal processado, cujafórmula química é cis-1,4-poli-isopreno.

Propriedades elásticas, utilizado para elaborar numerosos produtosmédicos e de uso cotidiano.

Alergia ao látex é qualquer reação imunomediada à proteína do látex, associada a sintomas clínicos (urticária, rinite , angioedema , conjuntivite, asma e anafilaxia).

Sensibilização ao látex é definida como a presença de anticorpos IgE ao látex , mas sem manifestações clínicas.

Caso clínico

Paciente de 16 anos vem em consulta médica com história de que após ingerir algumas frutas( cerca de 30 min) iniciava com coceira na garganta de moderada intensidade que melhorava com uso de anti alérgicos.Observava piora dos sintomas de rinite

Informava que algumas frutas só davam os sintomas se fossem ingeridas in Natura ( manga) porém ao tomar suco industrializado da mesma não apresentava qualquer sintoma

Nega urticária e angioedema e nega falta de ar

História pregressa: nega alergia medicamentos e tem rinite alérgica a ácaros . Mãe informa que quando era lactente apresentou APLV.

Nunca realizou cirurgias

frutas : pera, maçã, banana e manga ( in natura)

Será????

Existe alergia a frutas?

Existe alergia a banana?

Hevea brasilienses

Látex natural é um produto extraído da árvore da borracha- seringueira

Sofre um complicado processo de manufatura para obter as propriedades de elasticidade, resistência e proteção de barreira (luvas, cateteres, sondas, garrotes, preservativos, balões, chupetas...)

Existem cerca de 40 mil produtos de uso médico e de uso corrente que contêm látex = contato diariamente

O próprio ar do ambiente hospitalar contém partículas de látex em aerossol devido ao pó lubrificante das luvas ( amido de milho)

Hevea brasilienses

90 % sofre coagulação ácida (Ph 4,5 a 4,8 ) – pneus dos automóveis

10 % sofre adição da amônia sem coagulação = produtos de imersão (luvas, preservativos, balões)

Maioria das reações = produtos de imersão

Reações : dermatite de contato, urticária, rinite, conjutivite , broncoespasmo e choque anafilático

Borracha essencial(cis-1,4-poliisopreno):25-45%

Proteínas- 1-2%

Lipídeos- 1-1,5% Carboidratos- 1-2%

Substâncias inorgânicase água- 0,4-6%

Composição Química do látex

Hevea brasilienses

Produtos que contém Látex

Adesivos

Esponjas

Luvas

Balões

Preservativos

Brinquedos

Elásticos

Produtos esportivos

Utensílios médicos e dentários

Vestuários

Hevea brasilienses

Epidemiologia

França, Finlândia e EUA- 2,6 a 16,9 %

Brasil : desconhecida

Crianças com espinha bífida : 1 a 49 % pode chegar a 72 %

Profissionais da área de saúde : 0,5 a 5 % pode chegar a 36 %

Grupos de risco

Atopia- 6,8%

Múltiplas cirurgias- 6,5%

Profissionais da área da saúde- 5-17%

Profissionais da área da limpeza

Mielomeningocele- 50%

Trabalhadores da indústria da borracha

Hevea brasilienses

Alérgenos do Látex

14 alérgenos do látex (Hev b 1 a Hev b 14)

Reatividade cruzada :conceito imunológico que pressupõe a existência de 2 alérgenos que são reconhecidos pelo mesmo anticorpo, devido a homologia estrutural entre eles, com presença de epítoposcomuns.

20 a 60% - reação após contato com algum alimento de origem vegetal, principalmente frutas tropicais (Síndrome Látex- frutas)

Nomenclatura Denominação

Peso

molecular

(kDa)

Grupos de risco

Hev b 1 Fator de alongamento da borracha 58 Mielodisplasia e uropatias

Hev b 2 -1,3 glucanasa 34/36

Hev b 3 24 Mielodisplasia e uropatias

Hev b 4 Componente do complexo protéico da

microhélice

100/110/115

Hev b 5 Homóloga a proteína do kiwi e

mandioca

16 profissionais da saúde

Hev b 6.01 Pró-heveína 20

Hev b 6.02 Heveína – banana, abacate, castanhas 5 profissionais da saúde

Hev b 6.03 Fragmento C terminal 14

Hev b 7 Homólogo da patatina (tubérculo) 46 Mielodisplasia e uropatias

Hev b 8 Profilina – banana e pólens 14

Hev b 9 Enolasa- tomate e fungos 51

Hev b 10 Manganês superóxido dismutase 23

Hev b 11 Quitinasa classe I- banana, abacate e

castanhas

33

Alérgenos do Látex

Manifestações Clínicas x Fisiopatologia

Imunológico Não Imunológico

Tipo I Tipo IV

UrticáriaAngioedemaRinoconjuntiviteAsmaAnafilaxia

Dermatite Contato

Dermatite Irritativa

Látex

Dermatose ocupacional mais comun associada ao uso de luvas e lavagem repetida das mãos com detergentes e desinfetantes

Pele seca, avermelhada ,com fissuras e descamação e prurido

Reposta inflamatória da pele- não imunológica

Perda da integridade da pele

Talco

Irritativa

Dermatite Contato Irritativa

Arquivo HSPE

Manifestações Clínicas x Fisiopatologia

Imunológico Não Imunológico

Tipo I Tipo IV

UrticáriaAngioedemaRinoconjuntiviteAsmaAnafilaxia

Dermatite Contato

Dermatite Irritativa

Látex

Manifestações clínicas

Dermatite de contato

Urticária

Rinoconjuntivite

Asma

Anafilaxia

Hevea brasilienses

Dermatite de Contato

ALÉRGICA

Reação tardia

Hipersensibilidade do tipo IV

Principais desencadeantes:

Grupo thiurano – desinfetantes, inseticidas, tintas e óleos

Benzotiazólicos – detergentes , fungicidas veterinários e graxas

Carbamato – fungicidas de jardim

Parafenilenodiamina – tinturas de cabelo

Urticária

Manifestação precoce mais comum

Resposta imediata, entre minutos e poucas horas da exposição

IgE mediado

60 a 80% dos casos envolve as mãos

Quadro clínico desencadeado por inalantes ou contato direto

Urticas- prurido, edema, vermelhidão e ardência

Trabalhadores área da saúde a urticária de contato pode serprecedida por uma dermatite de contato irritativa ou alérgica.

Yunginger JW. In: Middleton’s Allergy Principles and practice. 6ª Ed. 2003

Rinoconjuntivite e Asma

Inalação de proteínas do latex - partículas de pó das luvas

Trabalhadores da área da saúde e trabalhadores da manufaturada borracha

Pacientes atópicos

Anafilaxia

Segunda principal causa de anafilaxia intra-operatória, principalmente em cirurgias abdominais e ginecológicas

Produtos relacionados: cateteres, sondas, preservativos, balões, ambu, seringas

Diagnóstico

Profissão (profissionais da área da saúde, limpeza,manufaturaborracha)

História de múltiplas cirurgias

Atopia

Espinha bífida

Exames Complementares

Teste cutâneo

Extratos padronizados

Prick to prick

Teste de contato

RAST / IgE específica

Use test

Exames Complementares

Teste cutâneo

Diagnóstico

Prick to prick da luva

Diagnóstico

Teste de contato – reação tipo 4

Use Test

Arquivo HSPE

Reatividade Cruzada

Síndrome Látex- Frutas

A associação de alergia ao látex e alergia alimentar a frutos e outros vegetais ( reatividade cruzada ) é denominada síndrome látex fruta

Nomenclatura Denominação

Peso

molecular

(kDa)

Grupos de risco

Hev b 1 Fator de alongamento da borracha 58 Mielodisplasia e uropatias

Hev b 2 -1,3 glucanasa 34/36

Hev b 3 24 Mielodisplasia e uropatias

Hev b 4 Componente do complexo protéico da

microhélice

100/110/115

Hev b 5 Homóloga a proteína do kiwi e

mandioca

16 profissionais da saúde

Hev b 6.01 Pró-heveína 20

Hev b 6.02 Heveína – banana, abacate, castanhas 5 profissionais da saúde

Hev b 6.03 Fragmento C terminal 14

Hev b 7 Homólogo da patatina (tubérculo) 46 Mielodisplasia e uropatias

Hev b 8 Profilina – banana e pólens 14

Hev b 9 Enolasa- tomate e fungos 51

Hev b 10 Manganês superóxido dismutase 23

Hev b 11 Quitinasa classe I- banana, abacate e

castanhas

33

Alérgenos do Látex – Frutas

Síndrome Látex- Frutas

Mais associados: banana, kiwi, abacate, castanha, mamão, batata, tomate, abacaxi

Hev b5 x Kiwi

Hev b6 x banana/abacate

Hev b7 x tubérculos

Síndrome Látex- Frutas

Menos comuns: maracujá, figo, melão, manga,maçã, cereja, trigo, espinafre, nabo, pimentao.

Casos descritos : mandioca

Prick to prick

Arquivo HSPE

Resultado prick to prick

Arquivo HSPE

Tratamento

Usar braceletes/ colares de identificação

Evitar alimentos com potencial reação cruzada com proteínas do látex

Ambiente látex-free em casos de procedimento cirúrgico/dentário

Reações anafiláticas: adrenalina, anti-histamínicos e corticóidesdependendo da gravidade

Melhor tratamento: evitar

Evitar ambiente látex

Opções

Luvas de vinil

Luvas de nitrila

www.google.com

Látex

Imunoterapia ( vacinas)?

Difícil conseguir extrato para realizar a imunoterapia

Ainda traz inúmeros efeitos colaterais: risco benefício

IT sublingual mais segura e com menos efeitos colaterais

Tempo- 3 anos

E X A M E S :

I G E E S P E C Í F I C O P A R A B A N A N A : 1 0 . 5 – C L A S S E 3

I G E E S P E C Í F I C O M A Ç Ã : 1 0 . 6 - C L A S S E 3

I G E E S P E C Í F I C O P E R A : 8 , 1 6 - C L A S S E 3

I G E E S P E C Í F I C O P A R A L Á T E X : 7 . 9 3 - C L A S S E 3

Resposta

Hevea brasilienses

Curiosidade

Arbusto guayuli- Parthernium argentatun – fonte potencial para

fabricação comercial de látex que não apresenta reação cruzada com as proteínas da Hevea brasilienses

Hevea brasilienses

Obrigada!