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CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE MESTRADO EM ODONTOLOGIA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: ORTODONTIA LUCIANA FONSECA MERIGUE AVALIAÇÃO TOMOGRÁFICA DA MORFOLOGIA E DA CONCENTRICIDADE CONDILARES E SUA ASSOCIAÇÃO COM AS MÁS OCLUSÕES Londrina 2012

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CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE MESTRADO EM ODONTOLOGIA

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: ORTODONTIA

LUCIANA FONSECA MERIGUE

AVALIAÇÃO TOMOGRÁFICA DA MORFOLOGIA E DA CONCENTRICIDADE CONDILARES

E SUA ASSOCIAÇÃO COM AS MÁS OCLUSÕES

Londrina 2012

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LUCIANA FONSECA MERIGUE

AVALIAÇÃO TOMOGRÁFICA DA MORFOLOGIA E DA CONCENTRICIDADE CONDILARES E

SUA ASSOCIAÇÃO COM AS MÁS OCLUSÕES.

Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Odontologia, Área de Concentração Ortodontia. Orientadora: Profa. Dra. Ana Claudia de Castro Ferreira Conti

Londrina 2012

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AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Dados Internacionais de catalogação-na-publicação Universidade Norte do Paraná

Biblioteca Central

Setor de Tratamento da Informação

Merigue, Luciana Fonseca.

M532a Avaliação tomográfica da morfologia e concentricidade condilares e sua

associação com as más oclusões / Luciana Fonseca Merigue . Londrina : [s.n], 2012.

x; 67p.

Dissertação (Mestrado). Odontologia. Ortodontia. Universidade Norte do Paraná.

Orientador: Profª. Drª. Ana Cláudia de Castro Ferreira Conti

1- Odontologia - dissertação de mestrado - UNOPAR 2- Disfunção

temporomandibular 3- Morfologia condilar 4- Concentricidade condilar 5- Más

oclusões I- Conti, Ana Cláudia de Castro Ferreira, orient. II- Universidade Norte do

Paraná.

CDU 616.314-089.23

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Luciana Fonseca Merigue

Filiação: João Fernando Fonseca

Vera Lúcia Pereira Fonseca

Nascimento: 06 de setembro de 1970

Naturalidade: Londrina - PR

1989 – 1992 Curso de Graduação em Odontologia,

Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE),

Presidente Prudente - SP.

1997- 2000 Curso de Pós-Graduação lato sensu,

Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial,

Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas (APCD),

Araçatuba – SP. Monografia: “Braquetes cerâmicos”.

Orientador: Prof. Dr. Marcos Rogério de Mendonça.

2010 – 2012 Curso de Pós-Graduação stricto sensu, em nível de

Mestrado, pela Universidade Norte do Paraná (UNOPAR).

Dissertação: “Avaliação tomográfica da morfologia e da

concentricidade condilares e sua associação com as más

oclusões”. Orientadora: Profª. Drª. Ana Cláudia de Castro

Ferreira Conti.

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Aos meus pais,

João Fernando Fonseca e Vera Fonseca,

dois apaixonados pela Odontologia,

grandes profissionais,

meus mestres prediletos e exemplos pra mim.

A vocês, o meu amor, respeito e gratidão.

Ao meu marido Marcos César,

pois sem o seu apoio, certamente eu não teria

chegado até aqui.

Obrigada por ser meu alicerce nos dias difíceis

e minha melhor companhia em todos os momentos.

Obrigada pelo seu amor,

expresso nas palavras e atitudes...

Também amo muito você!

Aos meus filhos Ana Victória e João Gabriel, a maior expressão do amor de Deus por mim.

Obrigada pelo amor e compreensão em todo tempo,

na minha ausência.

Vocês são a razão do meu esforço e

de minhas conquistas.

Dedico este trabalho.

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AGRADECIMENTOS

A Deus,

quem fez novas todas as coisas na minha vida.

Minha fonte de paz e alegria, meu socorro e

refúgio nos dias difíceis...

Agradeço pelo sustento e força nestes dois anos,

pelo suprimento e pela doce presença a cada dia.

A Ti, o meu amor e minha vida em gratidão.

Porque Dele, por Ele e para Ele

são todas as coisas.

A Ele seja a glória para sempre! Amém.

Romanos 11:36

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Agradeço imensamente à minha orientadora,

Profa. Dr

a. Ana Cláudia de Castro Ferreira Conti

pela paciência e delicadeza em me ensinar os primeiros passos da pesquisa em Odontologia.

Obrigada por toda atenção e ensino, por compartilhar seu conhecimento e experiências, e

principalmente pela disponibilidade e prontidão em me orientar todas as vezes

que precisei. Foi uma honra para mim!

Ao Prof. Dr. Ricardo de Lima Navarro, que muito colaborou com este trabalho, tanto

no ensino e treinamento do programa Dolphin, como nas valiosas observações e sugestões.

Obrigada por compartilhar seus conhecimentos de forma tão simples e paciente.

Ao Prof. Dr. Rafael Santos Silva, pela disponibilidade e gentileza em aceitar nosso convite. Agradeço sua orientação e suas valiosas sugestões que

nortearam a realização desta pesquisa.

Aos demais Professores do curso de mestrado:

Dr. Renato Rodrigues de Almeida,

Dr. Márcio Rodrigues de Almeida,

Dra. Paula Vanessa Pedron Oltramari-Navarro e

Dra. Thais Maria Freire Fernandes,

pelo conhecimento, ensino e convivência que em muito colaboraram para a minha formação nestes dois anos. Tenho

muito que aprender com vocês ainda... Muito obrigada.

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Aos meus colegas de mestrado:

À Cristina, cúmplice das horas difíceis,

minha companheira de estudos, de almoços e passeios .

Amiga, foi muito bom conhecer você, uma pessoa simples, honesta, sincera,

muito especial pra mim!

Ao Alexandre, Deolino, Diego, Humberto, Maurício,

Mauro, Roberto e Wilson pela amizade e convivência que tornaram esses dois anos

muito agradáveis e descontraídos. Cada um de vocês sempre será lembrado

com muito carinho. Obrigada por tudo! Vou sentir saudades...

Aos Colegas de mestrado, área de concentração Dentística,

Anderson,Arinilson,Clauber,Denise, João Fernando,

Karla, Luana,Luciene, Miula, Renata, Sílvia, Vanina e

Vivian pela agradável convivência e amizade.

A todo o corpo docente do programa de Mestrado em

Odontologia da UNOPAR, pelos momentos de ensino, dedicação e experiência transmitidos. Em especial à

Profª. Drª. Regina Célia Poli-Frederico, pela amizade e incentivo.

À Coordenação do Curso de Mestrado em Odontologia

representada pelo

Prof. Dr. Alcides Gonini Junior. Aos funcionários da secretaria e da clínica

de Odontologia da UNOPAR, em especial à

Andreza Pandulfo Dias eVera Lúcia Martins.

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Às minhas secretarias queridas:

Márcia, Géssika e Mônica Adriane, pela excelência em servir, auxiliar e cuidar de todos os

detalhes.

Ao Prof. Dr. Ricardo Mateus e à Radio.com pelo incentivo e pela dedicação na execução das

documentações ortodônticas e tomografias, sem as quais não seria possível a realização deste trabalho.

Ao meu amigo Prof. Dr. Luiz Sérgio Carreiro, por nunca medir esforços em me ajudar. Obrigada pelo incentivo e por compartilhar seu conhecimento comigo.

Ao querido Valério Bolelli, pelo amor e carinho. Pela enorme

gentileza em levar meus filhos às suas atividades na minha

ausência. Você é um Nonno muito especial que tem marcado a vida deles com seu caráter e bondade. Te amo! Muito

obrigada!

Aos meus sogros Mário e Iraci, pela doce disponibilidade em

me servir e ajudar no que fora preciso. É muito bom poder contar com vocês. Obrigada!

À minha Mãe, obrigada por sempre estar ao meu lado em

todos os momentos da minha vida. Agradeço por toda ajuda, incentivo, ensino, por tudo que já fez e ainda faz por mim...

Ao meu Pai, seus ensinamentos estão constantemente em

minha memória. É muito bom desfrutar de sua companhia no meu dia-a-dia.

Obrigada pelo seu amor, carinho e ensino.

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Ao meu irmão Guilherme e sua linda família, que eu tanto

amo. Obrigada pelo carinho, apoio e por fazerem parte desta história.

À minha amiga Monica Morais, pelas suas orações que me

sustentaram nos momentos mais difíceis. Sua amizade é preciosa pra mim.

E a todos que de alguma forma colaboraram para a realização

deste trabalho!

Muito Obrigada !

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MERIGUE, Luciana Fonseca. Avaliação tomográfica da morfologia e concentricidade condilares e sua associação com as más oclusões. 2012. 67 f. Dissertação (Mestrado em Odontologia – Área de concentração em Ortodontia) – Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Norte do Paraná - UNOPAR. Londrina, 2012.

RESUMO

Este estudo objetivou avaliar a associação da morfologia e da concentricidade do côndilo mandibular com as más oclusões de Classes I e II de Angle, assim como a presença de Disfunções Temporomandibulares (DTM). A amostra foi composta por 49 indivíduos, de ambos os gêneros, com idades entre 11 e 35 anos, divididos em: Grupo 1 com 26 indivíduos com má oclusão de Classe I e Grupo 2 com 23 indivíduos com má oclusão de Classe II, selecionados para tratamento ortodôntico. A avaliação da morfologia e concentricidade condilares foi realizada em imagens de tomografia computadorizada de feixe cônico dos maxilares. Cortes coronais foram utilizados para a análise da morfologia condilar e cortes sagitais empregados para a avaliação da sua concentricidade. Estes pacientes também foram avaliados por meio de um questionário anamnésico referente à presença e severidade de sintomas de DTM, foram submetidos ao exame clínico para a verificação da presença de ruídos articulares, sensibilidade na articulação temporomandibular e palpação muscular. Para a comparação entre os grupos, da concentricidade e morfologia condilares foram utilizados os testes “t” de Student e do Qui Quadrado, este último também empregado para a associação entre a prevalência de DTM e a presença de dores muscular e articular. Além disso, utilizou-se a correlação de Spearman para avaliar a associação entre DTM e a concentricidade condilar. A forma condilar achatada e a posição anteriorizada foram as mais encontradas na amostra, independentemente do tipo de má oclusão. Não se observou uma relação quanto às características condilares entre os grupos, tampouco quanto à presença de DTM.

Palavras-chave: Disfunção temporomandibular, morfologia condilar,

concentricidade condilar, má oclusão.

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MERIGUE, Luciana Fonseca. Tomographic evaluation of condylar

morphology and concentricity and its association with malocclusions.

2012. 67 F. Dissertation (Master’s in Orthodontics) – Center of Biological

Sciences and Health, Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2012.

ABSTRAT

The aim of this study was to investigate the condyle concentricity and morphology and its association with Class I and II malocclusions (Angle), as well as the presence and severity of temporomandibular disorders (TMD). The sample consisted of 49 individuals, both genders, between 11 and 35 years old, divided into two groups, G1: 26 patients with Class I malocclusion and G2: 23 patients with Class II malocclusion, selected for orthodontic treatment. All patients had computed tomographies (CBCT) of the temporomandibular joints (TMJ) and these images were analyzed by means of Dolphin Imaging 11,5™ program. The images obtained from the coronal slices were employed for the condyle morphology analysis and the images obtained from the sagittal slices were used to evaluate condyle concentricity. An anamnestic questionnaire, composed of questions regarding most frequent symptoms was used to classify the sample according to the TMD presence and severity. A clinical examination, including TMJ and muscle palpation, and joint noises analysis was also performed. The Chi Square test was used to compare the groups in relation to the following variables: condylar morphology and concentricity, and prevalence of TMD. The "t" test was used for independent comparison of condylar concentricity in the two experimental groups. In addition, it was used Spearman correlation to evaluate the association between TMD and condylar concentricity as well as the presence of muscle or joint pain with the severity of TMD. The flattened condylar shape and the anterior position were found most frequently in this sample, regardless the type of malocclusion. It was not observed an association between the condylar characteristics evaluated and the presence of TMD.

Keywords: Temporomandibular dysfunction, condylar morphology, condylar

concentricity, malocclusion.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Visualização lateral da face 3D onde foram

determinados os limites superior e inferior dos cortes

axiais ....................................................................................................... 34

Figura 2. Visualização axial, mostrando o ponto mais central

dos côndilos para a reconstrução das imagens

sagitais e coronais da ATM ...................................................................... 35

Figura 3. As formas condilares classificadas anatomicamente

como: (A) arredondadas, (B) achatadas ou convexas

e (C) triangulares ou anguladas ............................................................... 35

Figura 4. Imagens dos côndilos direito e esquerdo, mostrando o

corte sagital e a medição dos espaços articulares ................................. 36

Figura 5. Fórmula matemática idealizada por Pullinger e

Hollender13 para o cálculo da concentricidade condilar ........................... 36

Figura 6. Valores percentuais e desvio-padrão da

concentricidade condilar em relação aos dois tipos de

má oclusão presentes nos dois grupos. Diferenças

não significativas, teste t de Student independente,

p>0,05 ...................................................................................................... 40

Figura 7. Correlação entre a concentricidade condilar e o

escore de DTM no grupo 1 ....................................................................... 41

Figura 8. Correlação entre a concentricidade condilar e o

escore de DTM no grupo 2 ....................................................................... 41

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Comparação da classificação da morfologia condilar

entre os grupos de má oclusão ................................................................ 39

Tabela 2. Comparação do espaço articular (Média ± DP) na

região anterior e posterior da ATM entre os grupos 1

e 2 de má oclusão .................................................................................... 40

Tabela 3. Comparação da classificação da concentricidade

condilar entre os grupos 1 e 2 .................................................................. 41

Tabela 4. Relação entre os grupos de má oclusão e severidade

da DTM ..................................................................................................... 41

Tabela 5. Relação entre a presença de DTM e de dor à

palpação da ATM ..................................................................................... 42

Tabela 6. Relação entre a presença de DTM e de dor à

palpação muscular ................................................................................... 42

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ATM .......................... Articulação temporomandibular

TC ........................... Tomografia Computadorizada

TCFC ........................ Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico

3D ............................. Terceira Dimensão

TL ........................... Tomografia Linear

RM ............................ Ressonância Magnética

DICOM ..................... Digital Imaging and Communications in Medicine

DTM ......................... Disfunção Temporomandibular

mm ........................... Milímetros

MIH ........................... Máxima Intercuspidação Habitual

UNOPAR .................. Universidade Norte do Paraná

CEP .......................... Comitê de Ética em Pesquisa

TCLE ........................ Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

G1 ............................ Grupo 1

G2 ............................ Grupo 2

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 18

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 21

3. ARTIGO ................................................................................................................ 28

4. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 53

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 55

APÊNDICES ............................................................................................................. 60

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1. Introdução

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Introdução 19

1 INTRODUÇÃO

A articulação temporomandibular (ATM) é uma articulação sinovial,

bilateral, composta, que apresenta um revestimento de tecido conjuntivo fibroso

denso e avascular em toda sua superfície, o que permite a remodelação em

resposta ao estresse. Interposto entre as superfícies articulares está o disco

articular, também composto por tecido fibroso denso avascular, firmemente ligado

aos polos lateral e medial do côndilo e anteriormente à cápsula articular, dividindo a

articulação em compartimentos superior e inferior. Os deslocamentos condilares

inferiores e posteriores são limitados pela cápsula articular fibrosa e pelo ligamento

temporomandibular. A estabilidade durante o movimento é proporcionado pelo

músculo temporal posterior e pela cabeça inferior dos músculos pterigoides laterais1.

Dentre os métodos com maior acurácia diagnóstica comparativamente aos

exames radiológicos convencionais estão a Ressonância Magnética (RM) e a

tomografia computadorizada (TC), em virtude da maior resolução anatômica que

proporcionam. A TC é o método ideal para a avaliação das estruturas ósseas, ao

passo que a RM possibilita o estudo de partes moles, incluindo o disco intra-articular.

Os dois métodos frequentemente se completam no estudo das anormalidades das

ATMs, constituindo-se em importantes instrumentos no diagnóstico diferencial das

diversas doenças desta região42 .

Para a pesquisa das estruturas esqueléticas da ATM, as imagens de TC

permite uma visualização clara das áreas de interesse sem sobreposições, com a

possibilidade de determinar as dimensões reais das estruturas para estudo. Com

auxílio de programas específicos, dados originais do paciente são transferidos para

uma estação de trabalho independente onde as medidas são realizadas em terceira

dimensão (3D) utilizando as reconstruções multiplanares3-5 .

A morfologia da ATM ainda não foi estudada adequadamente em

pacientes com diferentes modalidades de má oclusão, e ainda não se sabe se as

características oclusais podem influenciar na sua forma. Tal conhecimento pode

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Introdução 20

ajudar no estabelecimento de estratégias de tratamento, principalmente quando o

paciente já apresenta alguns sinais de DTM8 .

Logo, avaliar a morfologia e o posicionamento condilares na fossa

mandibular e sua associação com as más oclusões pode ter implicações clínicas

importantes para o diagnóstico e plano de tratamento ortodôntico, assim como

durante a execução e finalização do tratamento ortodôntico-ortopédico que contribui

para alteração da relação condilar dos pacientes.

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2. Revisão

Bibliográfica

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Revisão Bibliográfica 22

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A morfologia da ATM apresenta-se distinta entre os indivíduos e um dos

fatores que poderia influenciar sua forma diz respeito às diferentes cargas funcionais

incidentes sobre esta articulação. Este fato baseia-se na íntima relação entre a

forma e a função. Tanto a mandíbula como a ATM podem receber sobrecargas

diferentes dependendo do tipo de morfologia dentofacial6, portanto supoe-se que o

côndilo e a fossa mandibular podem diferir-se em sua forma entre os indivíduos com

diferentes más oclusões7. Entretanto, a influência da oclusão sobre a morfologia

condilar ainda não está completamente compreendida3, 8.

Discute-se também o melhor método de se realizar a avaliação da

morfologia e da posição condilar. Vários estudos9-11 têm demonstrado que as

imagens de TC são mais precisas na avaliação dos espaços articulares quando

comparadas com as radiografias transcranianas. Principalmente as imagens de

tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC), consideradas as mais

apropriadas para a avaliação das relações anatômicas dos pacientes para melhor

diagnóstico, planejamento, prognóstico e tratamento12. Entretanto, mesmo

avaliando esses espaços articulares na mesma imagem radiográfica, aparecem

dúvidas quanto à classificação da posição concêntrica ou posteriorizada dos

côndilos, que depende também do método de mensuração adotado11, 13, 14.

Dentro deste contexto, uma análise tomográfica foi realizada com o

objetivo de esclarecer a relação entre a força oclusal e a morfologia do côndilo

mandibular, utilizando dados clínicos. A amostra foi composta por 40 pacientes do

gênero feminino, com más oclusões de Classe I, II e III. A análise de correlação

mostrou que a força oclusal influencia não só a morfologia maxilofacial, mas também

a morfologia do côndilo mandibular15.

As características articulares relacionadas à morfologia facial têm sido

relatadas na literatura7,15-19, porém os dados são escassos e focalizam

principalmente a posição do côndilo na fossa mandibular ao invés da forma7.

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Revisão Bibliográfica 23

As correlações entre as características condilares e as características

morfológicas faciais foram avaliadas, a partir de TCs de pré-adolescentes. A amostra

consistiu de 136 pacientes com má oclusão de Classe II, com tendência de

crescimento esquelético horizontal ou vertical. Os pacientes com padrão de

crescimento vertical apresentaram espaços articulares superiores diminuídos e os

côndilos posteriormente angulados. O aumento superior dos espaços articulares e a

angulação dos côndilos para anterior foram significativamente correlacionados aos

pacientes com padrão horizontal16.

Um estudo preliminar considerou as alterações dimensionais do côndilo

mandibular em indivíduos de 3 a 20 anos de idade utilizando a TCFC. Os resultados

mostraram que a dimensão látero-lateral do côndilo mandibular parece ser

estabelecida precocemente, sofrendo poucas alterações com o passar dos anos,

enquanto que a dimensão frontal tende a aumentar. Assimetrias entre o côndilo

esquerdo e o direito foram comumente observadas; no entanto, tais diferenças não

apresentaram significância estatística. Desta forma, a TCFC constitui-se numa

ferramenta útil na mensuração e avaliação das dimensões condilares20.

Katzavrias8 avaliou a morfologia condilar por meio de tomografias laterais

corrigidas em uma amostra de 47 pacientes com idades entre 8 e 42 anos, com má

oclusão de Classe II, divisão 2. A forma oval ou redonda dos côndilos, em cortes

sagitais, apresentou-se prevalente nesse tipo de má oclusão. Constatou também

que a posição condilar muda de anterior para posterior com a idade neste tipo de má

oclusão.

Esse mesmo autor7 avaliou tomograficamente os parâmetros

morfométricos do côndilo mandibular, utilizando cortes axiais em 156 pacientes com

má oclusão de Classe II (divisão 1 e 2) e em 33 pacientes com Classe III. Dentre os

principais resultados, o grupo de Classe III apresentou-se com os côndilos mais

alongados e inclinados anteriormente, e no grupo de Classe II divisão 1, os côndilos

estavam posicionados mais anteriormente.

Utilizando imagens seguidas de reconstruções em 3D, a morfologia e a

concentricidade condilares também foram investigadas. A amostra foi composta por

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Revisão Bibliográfica 24

20 pacientes com má oclusão de Classe II, e os resultados indicaram maior

prevalência de côndilos suavemente posteriorizados e achatados ou convexos21.

A concentricidade condilar tem sido mais explorada tomograficamente por

vários pesquisadores, em amostras aleatórias de pacientes sintomáticos e/ou

assintomáticos11, 22-25, tanto na normoclusão26 quanto nos pacientes com diferentes

modalidades de má oclusão3, 16, 21, 27-36. E ainda se observa a presença de

controvérsias no tocante a importância do posicionamento condilar na população.

A variação da posição condilar por meio de tomografias lineares (TL) foi

avaliada em adultos jovens assintomáticos sem histórico de tratamento ortodôntico

ou oclusal. Os resultados mostraram 50% a 65% de indivíduos com côndilos

concêntricos radiograficamente, com ampla variabilidade. Concluíram que o

diagnóstico de disfunção não poderia ser baseado somente na observação

radiográfica das relações condilares e da cavidade articular não concêntricas,

porque nesta amostra todas as posições condilares encontradas apresentaram-se

funcionalmente normais. E também que não se justifica qualquer forma de

tratamento no intuito de se restabelecer a posição condilar11.

Em outros estudos que avaliaram tomograficamente a posição condilar dos

indivíduos com má oclusão de Classe I, a predominância de concentricidade condilar

foi observada23, enquanto espaços articulares posteriores aumentados e ausência

de concentricidade entre os lados direito e esquerdo também foram relatados29.

A influência das relações oclusais na posição condilar também foi

investigada em um grupo de 44 adultos jovens, sem histórico de tratamento

ortodôntico e disfunção mastigatória, na posição de máxima intercuspidação

habitual, com auxílio de tomografias lineares das ATMs direita e esquerda. Os

resultados mostraram maior concentricidade na má oclusão de Classe I. Entretanto,

as Classes II, divisão 1 apresentaram posições anteriores mais significantes. Em

dois casos de Classe II, divisão 2, os côndilos estavam suavemente

retroposicionados, e nos dois casos de Classe III, tenderam a ser concêntricos23.

A ausência de concentricidade condilar com côndilos posicionados mais

anteriormente em ambos os lados foi também observada em um estudo tomográfico

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Revisão Bibliográfica 25

computadorizado de 30 pacientes, entre 12 a 42 anos de idade, com má oclusão de

Classe II, 1 subdivisão36. Em outra pesquisa, os mesmos autores avaliaram

tomograficamente a simetria entre os côndilos, e compararam a relação condilo-

fossa entre os lados direito e esquerdo, na mesma má oclusão. Embora a Classe II,

subdivisão seja caracterizada pela assimetria oclusal, não foi encontrado assimetria

articular estatisticamente significativa35.

Outras investigações por meio de TCs laterais corrigidas verificaram a

posição dos côndilos de 19 pacientes com má oclusão de Classe II. Os espaços

articulares anterior, posterior e superior foram medidos e os lados direito e esquerdo

analisados estatisticamente. Os autores encontraram uma variação substancial da

posição condilar, com predominância à concentricidade entre os grupos33.

A concentricidade condilar de 29 pacientes com más oclusões de Classe II e

III que seriam submetidos ao tratamento ortodôntico associado à cirurgia ortognática,

também foram observadas tomograficamente. Assimetrias nas estruturas articulares

foram encontradas mesmo em pacientes simétricos clinicamente. Nenhuma

diferença em relação ao tamanho condilar foi percebida quando as más oclusões

foram consideradas. Os casos de frouxidão articular foram mais evidentes nas

Classes II. Em ambas as modalidades, os côndilos estavam anteriorizados, ou seja,

não concêntricos28.

Outra avaliação por meio de TCFC investigou a concentricidade condilar em

22 pacientes com diversas más oclusões, não portadores de DTM. Dentre os

resultados, a posição prevalente foi a anteriorização dos côndilos, ou seja, espaços

articulares anteriores diminuídos22. Kikuchi et al.37 semelhantemente encontraram

anteriorização condilar em uma amostra de 65 adolescentes sem sinais de DTM,

examinados em TLs.

Num estudo realizado por Cohlmia et al.30 abrangendo 232 pacientes com

diversas más oclusões, a relação condilo-fossa mandibular foi considerada.

Utilizando-se de TC corrigidas, constataram que estes indivíduos não apresentavam

concentricidade condilar e, na maioria dos casos, o côndilo esquerdo estava

posicionado mais anteriormente em relação ao direito. Além disso, quando se avalia

a concentricidade condilar, existem ainda outros fatores que também devem ser

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Revisão Bibliográfica 26

considerados, como a existência de uma grande variação nesta posição na

população, e também de um côndilo para outro de uma mesma pessoa32.

A posição do côndilo na fossa mandibular foi avaliada em outra pesquisa,

como predecessor do deslocamento do disco. Na amostra havia 52 pacientes

assintomáticos e 130 sintomáticos que foram avaliados por meio de TCL e imagem

de RM bilaterais da ATM para se investigar o deslocamento de disco e a posição

condilar. Dentre os resultados, houve uma alta prevalência de deslocamentos

condilares para posterior entre os pacientes sintomáticos. Concluiu-se que a posição

condilar não é um bom indicador da presença ou ausência de deslocamento de

disco25.

Num estudo comparativo, a posição condilar foi investigada entre indivíduos

assintomáticos com posição normal de disco articular e indivíduos com

deslocamento de disco. Os autores constataram que os côndilos com discos bem

posicionados estavam tanto deslocados para anterior, como centralizados ou

posteriormente posicionados na fossa mandibular. Porém, a posição condilar

posterior foi prevalente nas articulações com deslocamento anterior do disco. No

entanto, também foram encontrados côndilos centralizados ou anteriormente

posicionados em casos de deslocamento de disco24.

Talvez, o fator mais importante a respeito do posicionamento condilar se

refere à sua relação com as DTMs. A maior prevalência de côndilos posteriorizados

em indivíduos com sintomas de DTM38 merece maior investigação, mesmo

considerando a grande variação no posicionamento dos côndilos encontrada na

população. Somado ao fato de que existem poucos dados sobre o quanto a

arquitetura anatômica da ATM pode prever uma função normal ou disfunção, ou até

mesmo uma progressão de sintomas39, 40.

Discute-se ainda a possibilidade de se aceitar ou alterar a posição condilar

não concêntrica quando o paciente está sendo planejado para o tratamento

protético, ortodôntico ou cirugia ortognática, que têm o potencial de fazer uma

alteração ortopédica eletiva. Perguntas sobre o prognóstico também permanecem

sem respostas, quanto a mudar a posição do côndilo durante o tratamento, cirurgia

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Revisão Bibliográfica 27

ortognática ou em casos de fraturas41.

Baseado na inconsistência literária sobre a suposta relação das más

oclusões sagitais com a morfologia e o posicionamento do côndilo mandibular

objetivou-se avaliar a morfologia e a concentricidade condilar em relação às más

oclusões de Classe I e II de Angle, assim como em relação à presença de sinais e

sintomas de DTM nestes pacientes.

Desta forma, esta pesquisa tem como objetivo testar a hipótese nula de

que não existem diferenças em relação à morfologia e ao posicionamento condilares

em pacientes com má oclusão de Classe I e II.

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3. Artigo

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Artigo 29

3 ARTIGO

MERIGUE, Luciana Fonseca. Avaliação tomográfica da morfologia e

concentricidade condilares e sua associação com as más oclusões. 2012. 67 f.

Dissertação (Mestrado em Odontologia – Área de concentração em Ortodontia) –

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Norte do Paraná -

UNOPAR, Londrina, 2012.

RESUMO

Este estudo objetivou avaliar a associação da morfologia e da concentricidade do côndilo mandibular com as más oclusões de Classes I e II de Angle, assim como a presença de Disfunções Temporomandibulares (DTM). A amostra foi composta por 49 indivíduos, de ambos os gêneros, com idades entre 11 e 35 anos, divididos em: Grupo 1 com 26 indivíduos com má oclusão de Classe I e Grupo 2 com 23 indivíduos com má oclusão de Classe II, selecionados para tratamento ortodôntico. A avaliação da morfologia e concentricidade condilares foi realizada em imagens de tomografia computadorizada de feixe cônico dos maxilares. Cortes coronais foram utilizados para a análise da morfologia condilar e cortes sagitais empregados para a avaliação da sua concentricidade. Estes pacientes também foram avaliados por meio de um questionário anamnésico referente à presença e severidade de sintomas de DTM, foram submetidos ao exame clínico para a verificação da presença de ruídos articulares, sensibilidade na articulação temporomandibular e palpação muscular. Para a comparação entre os grupos da concentricidade e morfologia condilares, foram utilizados os testes “t” de Student e do Qui Quadrado, este último também empregado para a associação entre a prevalência de DTM e a presença de dores muscular e articular. Além disso, utilizou-se a correlação de Spearman para avaliar a associação entre DTM e a concentricidade condilar. A forma condilar achatada e a posição anteriorizada foram as mais encontradas na amostra, independentemente do tipo de má oclusão. Não se observou uma relação quanto às características condilares entre os grupos, tampouco quanto à presença de DTM.

Palavras-chave: Disfunção Temporomandibular, Morfologia Condilar,

Concentricidade Condilar, Má oclusão.

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Artigo 30

INTRODUÇÃO

A morfologia da articulação temporomandibular (ATM) apresenta-se distinta

entre os indivíduos e um dos fatores que poderia influenciar sua forma diz respeito

às diferentes cargas funcionais incidentes sobre essa articulação. Este fato baseia-

se na íntima relação entre a forma e a função. Tanto a mandíbula como a ATM

podem receber sobrecargas diferentes dependendo do tipo de morfologia

dentofacial1, portanto supõe-se que o côndilo e a fossa mandibular podem diferir-se

em sua forma entre os indivíduos com diferentes más oclusões2. Entretanto, a

influência da oclusão sobre a morfologia condilar ainda não está completamente

compreendida2, 3.

Discute-se também o melhor método de se realizar a avaliação da

morfologia e da posição condilar. Alguns autores5 têm demonstrado que as imagens

de tomografia computadorizada (TC) são mais precisas na avaliação dos espaços

articulares quando comparadas com as radiografias transcranianas. Principalmente

as imagens de tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC), consideradas

as mais apropriadas para a avaliação das relações anatômicas dos pacientes para

melhor diagnóstico, planejamento, prognóstico e tratamento6. Entretanto, mesmo

avaliando esses espaços articulares na mesma imagem radiográfica, aparecem

dúvidas quanto à classificação da posição concêntrica ou posteriorizada dos

côndilos, que depende também do método de mensuração adotado5, 7 .

As características articulares relacionadas à morfologia facial têm sido

relatadas na literatura2, 8, porém os dados são escassos e focam principalmente a

posição do côndilo na fossa mandibular ao invés da forma2 .

Dentro deste contexto, uma análise tomográfica foi realizada com o objetivo

de esclarecer a relação entre a força oclusal e a morfologia do côndilo mandibular,

utilizando também dados clínicos. A amostra foi composta por 40 pacientes do

gênero feminino, com más oclusões de Classe I, II e III. A análise de correlação

mostrou que a força oclusal influencia não só a morfologia maxilofacial, mas também

a morfologia do côndilo mandibular8.

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Artigo 31

Katzavrias4 avaliou a morfologia condilar por meio de tomografias laterais

corrigidas em uma amostra de 47 pacientes com idades entre 8 a 42 anos, com má

oclusão de Classe II, divisão 2. A forma oval ou redonda dos côndilos, em cortes

sagitais, apresentou-se prevalente nesse tipo de má oclusão. Constatou também

que a posição condilar muda de anterior para posterior com a idade.

Em outra avaliação tomográfica foram analisados os parâmetros

morfométricos do côndilo mandibular, utilizando cortes axiais, em 156 pacientes com

má oclusão de Classe II (divisão 1 e 2) e 33 pacientes com Classe III. Dentre os

principais resultados, o grupo de Classe III apresentou côndilos mais alongados e

inclinados anteriormente, e no grupo de Classe II divisão 1, os côndilos estavam

posicionados mais anteriormente2 .

Utilizando imagens de ressonância magnética (RM) seguidas de

reconstruções em terceira dimensão (3D), a morfologia e a concentricidade

condilares também foram investigadas. A amostra foi composta por 20 pacientes

com má oclusão de Classe II, e os resultados indicaram maior prevalência de

côndilos suavemente posteriorizados e achatados ou convexos9.

A concentricidade condilar tem sido mais explorada tomograficamente por

vários pesquisadores, tanto em amostras aleatórias de pacientes sintomáticos e/ou

assintomáticos5,10-12, tanto na normoclusão13 quanto nos pacientes com diferentes

modalidades de má oclusão3,9,14-17,19,43. E ainda se observa a presença de

controvérsias no tocante à importância do posicionamento condilar na população.

Nos estudos que avaliaram tomograficamente a posição condilar dos

indivíduos com má oclusão de Classe I, a predominância de concentricidade condilar

foi observada11, enquanto espaços articulares posteriores aumentados e ausência

de concentricidade entre os lados direito e esquerdo também foram relatados3.

Outra avaliação por meio de TCFC investigou a concentricidade condilar em

22 pacientes com diversas más oclusões, não portadores de disfunção

temporomandibular (DTM). Dentre os resultados, a posição prevalente foi a de

côndilos anteriorizados, ou seja, espaços articulares anteriores diminuídos10. Kikuchi

et al.20 semelhantemente encontraram anteriorização condilar em uma amostra de

65 adolescentes sem sinais de DTM, examinados em tomografias laterais.

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Artigo 32

Num estudo realizado por Cohlmia et al.16 abrangendo 232 pacientes com

diversas más oclusões, a relação condilo-fossa mandibular foi considerada.

Utilizando-se de tomografias corrigidas, constataram que estes indivíduos não

apresentavam concentricidade condilar e, na maioria dos casos, o côndilo esquerdo

era posicionado mais anteriormente em relação ao direito.

Conforme citado por Rodrigues et al.3 os fatores que mais parecem

influenciar as alterações morfológicas e a posição assimétrica das estruturas da

ATM são: ausências dentárias, abrasões, contatos oclusais prematuros, movimentos

parafuncionais, mordidas cruzadas unilaterais e assimetrias dentoesqueléticas. Além

disso, quando se avalia a concentricidade condilar, existem ainda outros fatores que

também devem ser considerados, como a existência de uma grande variação nesta

posição na população, e também de um côndilo para outro de uma mesma pessoa17.

Talvez o fator mais importante a respeito do posicionamento condilar se

refere à sua relação com as DTMs. A maior prevalência de côndilos posteriorizados

em indivíduos com sintomas de DTM7 merece maior investigação, mesmo

considerando a grande variação no posicionamento dos côndilos encontrada na

população. Somado ao fato de que existem poucos dados sobre o quanto a

arquitetura anatômica da ATM pode prever uma função normal ou disfunção, ou até

mesmo uma progressão de sintomas22.

Discute-se ainda a possibilidade de se aceitar ou alterar a posição condilar

não concêntrica quando o paciente está sendo planejado para o tratamento

protético, ortodôntico ou cirugia ortognática, que têm o potencial de fazer uma

alteração ortopédica eletiva. Perguntas sobre o prognóstico também permanecem

sem respostas, quanto a mudar a posição do côndilo durante o tratamento, cirurgia

ortognática ou em casos de fraturas23.

Baseado nos dados conflitantes expostos acima se objetivou avaliar a

morfologia e a concentricidade condilares em pacientes com más oclusões de

Classe I e II de Angle, assim como a prevalência de sinais e sintomas de DTM

nestes pacientes. Desta forma, esta pesquisa tem como objetivo testar a hipótese

nula de que não existem diferenças em relação a morfologia e ao posicionamento

condilares em pacientes com má oclusão de Classe I e II.

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Artigo 33

MATERIAL E MÉTODOS

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da

Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) (Processo n. Pt/0088/11) (Apêndice 3).

Durante o processo de triagem, os pacientes e pais/responsáveis foram

devidamente informados dos objetivos do estudo, como também de todos os

procedimentos de avaliação clínica, e de livre e espontânea vontade, decidiram

participar do mesmo. Os participantes ou pais/responsáveis assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice 1).

Amostra

A amostra deste estudo foi composta por 49 pacientes, de ambos os

gêneros, com idades entre 11 a 35 anos (idade média: 16,40) que procuraram

tratamento ortodôntico, na clínica de ortodontia do mestrado em Odontologia da

UNOPAR. Esta amostra foi dividida em dois grupos: Grupo 1 (G1) composto por 26

indivíduos com má oclusão de Classe I e Grupo 2 (G2) com 23 indivíduos com má

oclusão de Classe II.

Como critérios de inclusão foram considerados indivíduos na fase de

dentadura permanente, ausência de no máximo dois dentes em quadrantes

distintos, sem considerar os terceiros molares. Os pacientes não apresentavam

histórico de tratamento ortodôntico prévio nem de DTM. A classificação das más

oclusões de acordo com Angle foi realizada com auxílio de modelos de gesso e

confirmada clinicamente.

Metodologia

Para avaliação da morfologia e do posicionamento condilares, realizada por

um mesmo examinador previamente calibrado, foram utilizadas imagens de TCFC,

obtidas com o tomógrafo i-CAT (Imaging Sciences, Kavo, protocolo: 22x16 cm fov,

40 sec, 0,4 voxel, 120 KVP e 36 mA), estando os pacientes em posição natural da

cabeça e em MIH ( Máxima Intercuspidação Habitual). As imagens geradas do lado

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Artigo 34

direito do paciente foram exportadas para o programa DolphinTM 11.5 (Dolphin

Imaging & Management Solutions, EUA) em formato DICOM (Digital Imaging and

Communication in Medicine).

Inicialmente, foram padronizadas as imagens de orientação da cabeça. Em

uma visão frontal, um plano horizontal foi alinhado às órbitas, e um plano vertical

passando pela glabela e septo nasal. O crânio foi reposicionado em relação ao

Plano Horizontal de Frankfurt. Após essa padronização das imagens, obteve-se uma

reconstrução sagital da ATM (Figura 1), na qual se determinou a região dos cortes

axiais, onde a maior distancia entre os polos condilares de cada lado foi

encontrada. Nesta posição marcou-se o ponto mais central do côndilo para obter as

reconstruções das imagens coronais e sagitais da ATM (Figura 2).

Figura 1. Visualização sagital da região da ATM onde foram determinados os cortes axiais.

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Artigo 35

Figura 2. Visualização axial, mostrando o ponto mais central dos côndilos para a reconstrução das imagens sagitais e coronais da ATM.

A interpretação da morfologia condilar foi realizada por meio de 5 cortes

coronais de 1 mm e avaliada no 3°corte, de cada lado. A classificação foi baseada

na proposta de Kinzinger et al.9 que define a forma condilar em arredondada (A),

achatada ou convexa (B) e triangular ou angulada (C) conforme apresentado na

Figura 3.

A B C

Figura 3. As formas condilares classificadas anatomicamente como: (A) arredondadas, (B) achatadas ou convexas e (C) triangulares ou anguladas.

A posição condilar foi mensurada no corte sagital mais central, tanto do lado

esquerdo como direito. Os pontos de referência foram marcados utilizando-se

medidas lineares do menor espaço articular anterior e posterior. (Figura 4). A

posição condilar relativa, no sentido anteroposterior, foi expressa matematicamente

A AA

B C

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Artigo 36

baseada na fórmula idealizada por Pullinger e Hollender21 para o cálculo da

concentricidade condilar (Figura 5).

Figura 4. Imagens dos côndilos direito e esquerdo, mostrando o corte sagital e a medição dos espaços articulares.

Figura 5. Fórmula matemática idealizada por Pullinger e Hollender21

para o cálculo da concentricidade condilar.

Sendo P, o valor do espaço articular posterior (expresso pela menor

distancia entre o ponto mais posterior do côndilo e a parede posterior da fossa

mandibular) e A, o valor do espaço articular anterior (a menor distância entre o

ponto mais anterior do côndilo e a parede posterior do tubérculo articular). A

localização concêntrica do côndilo na fossa articular foi indicada pelo resultado zero,

o resultado negativo indica uma localização posterior e um valor positivo, uma

localização anterior.

Para classificação da amostra em relação à DTM, os pacientes responderam

a um questionário anamnésico proposto por Helkimo24 (Apêndice 2), modificado por

Conti et al.25 a partir de trabalhos prévios, que demonstraram a eficiência da

obtenção de um diagnóstico pela anamnese.

P - A x 100 (%)

P + A

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Artigo 37

Esse questionário é composto por 10 perguntas relativas aos sintomas de

DTM, o que permitiu a obtenção da classificação do indivíduo em relação à presença

e severidade dessas disfunções. Para as questões do questionário anamnésico, foi

oferecida a possibilidade de três respostas: “sim”, “não”, ou “às vezes”. Para cada

resposta indicando a presença do sintoma foi atribuído o valor “2”, a ausência

recebeu valor ”0” e a resposta “às vezes”, valor “1”. O somatório dos valores obtidos

permitiu a classificação da amostra em relação à presença e severidade de DTM,

como descrito abaixo:

- Valores de 0 a 3: não portador de DTM;

- Valores de 4 a 8: portador de DTM leve;

- Valores de 9 a 14: portador de DTM moderada;

- Valores de 15 a 20: portador de DTM severa.

Os pacientes ainda foram submetidos a um exame clínico para avaliação

dos movimentos mandibulares, onde se observou o grau de abertura máxima ativa

(incluindo o trespasse), a lateralidade direita e esquerda e a protrusão. Em seguida,

avaliou-se também se a abertura era simétrica ou se havia desvio ou deflexão, e

qual era o lado afetado.

A presença de ruídos articulares a partir da inspeção das ATMs direita e

esquerda também foi investigada, posicionando-se levemente os dedos indicadores

na região correspondente ao polo lateral do côndilo, à frente do meato acústico

externo, enquanto o paciente executava movimentos de abertura e fechamento

mandibular. Os exames para detecção de sensibilidade dolorosa nas ATMs e nos

músculos foram ainda realizados, apalpando a região lateral e posterior das ATMs,

assim como os músculos: temporal anterior, médio e posterior; masseter superficial

na origem, corpo e inserção; masseter profundo; digástrico posterior;

esternocleidomastóideo e trapézio (superior). As ATMs foram pressionadas de

maneira firme e contínua, com uma força aproximada das de 450 a 900 gramas, de

acordo com Austin e Pertes26 e os músculos com pressão digital bilateral constante,

de aproximadamente 1.500 gramas25 . A presença de dor foi constatada diante do

reflexo palpebral e/ou relato do paciente.

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Artigo 38

Análise Estatística

A análise estatística foi realizada nos programas GraphPad Prism 5.0,

Bioestat 5.0 e G Power 3.0. Adotou-se um intervalo de confiança de 95% e nível de

significância de 5% (p<0,05) para todos os testes aplicados. Após o teste de

normalidade de Shapiro-Wilk, os dados quantitativos foram descritos pelos

parâmetros de média e desvio padrão e os dados qualitativos como frequência

absoluta (n) e relativa (%).

No intuito de evitar o erro interexaminador, as medidas para determinar a

classificação da morfologia e da concentricidade condilares, foram realizadas por um

único investigador. Ainda, para avaliar a calibração do examinador para a

determinação da classificação da concentricidade e morfologia condilar, utilizou-se o

teste Kappa.

Utilizou-se o teste “t” independente para a comparação da concentricidade

condilar nos grupos experimentais G1 e G2 (com Classes I e II respectivamente).

Além disso, o teste do Qui Quadrado foi usado para comparar os dois grupos de má

oclusão em relação às seguintes variáveis: morfologia e concentricidade condilares,

prevalência de DTM, presença de dores muscular e articular. Utilizou-se a correlação

de Spearman para avaliar a associação entre concentricidade condilar e a DTM,

assim como a presença de dor muscular ou articular com a severidade de DTM.

RESULTADOS

Estudo piloto

Foi realizado um estudo piloto para a calibração do examinador para o

exame da concentricidade e morfologia condilares. O Kappa intra-examinador

obtido foi de 0,68 para a concentricidade condilar e 0,84 para a avaliação da

morfologia condilar. Desta forma, foi observado que a concordância foi boa e ótima,

respectivamente, segundo os critérios de Landis e Koch40.

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Artigo 39

Caracterização da amostra

Não foi observada diferença estatisticamente significante quanto à idade

entre os grupos (t= -0,11 e p=0,90). O G1 com idade mínima de 11 e máxima de

35,6 anos, sendo a idade média 16,25 ± 5,6 e o G2 com idades entre 10,9 e 31,5

anos, com idade média igual a 16,4 ± 6,0. No tocante ao gênero, os dois grupos

apresentaram uma distribuição similar entre si (Qui Quadrado=0,64, p=0,61). Sendo

o G1 composto por 8 pacientes do gênero masculino (30,77%) e 18 do feminino

(69,23%) e o G2, formado por 10 pacientes masculinos (41,67%) e 14 femininos

(58,33%). Podendo assim assumir que os grupos são pareados quanto ao gênero e

à idade.

Avaliação da Morfologia Condilar

Não foi observada associação entre o tipo de má oclusão e a morfologia

condilar (Qui Quadrado com correção de Yates = 3,34 e p= 0,18 ) (tabela 1).

Tabela 1 – Comparação da classificação da morfologia condilar entre os grupos de má oclusão.

Morfologia Condilar

Grupos de má oclusão

Achatado Triangular Arredondado Total p

Grupo 1 30 (57,70%) 04 (7,69%) 18 (34,61%) 52 (100,00%) 0,18 n.s. Grupo 2 36 (75,00%) 02 (4,17%) 10 (20,83%) 48 (100,00%)

n.s. Teste do Qui Quadrado com correção de Yates, p>0,05.

Avaliação da concentricidade condilar

Os espaços articulares foram similares quando considerados os lados direito

e esquerdo, tanto para a região anterior quanto posterior da ATM no G1. Dados

similares foram observados no G2, exceto em relação ao espaço articular posterior

que apresentou valores diferentes entre os dois lados, com diferença

estatisticamente significante (p=0,007). Estes dados referentes são apresentados na

tabela 2.

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Artigo 40

Tabela 2 – Comparação do espaço articular (Média ± DP) na região anterior e posterior da ATM entre os grupos 1 e 2 de má oclusão.

Espaços Articulares

Grupos de má oclusão

ANTERIOR p POSTERIOR p

Grupo 1

Lado direito 1,65 ± 0,45 0,96 n.s. 2,04 ± 0,69 0, 45 n.s.

Lado esquerdo 1,64 ± 0,56 1,97 ± 0,67

Grupo 2

Lado direito 2,00 ± 0,57 0,47 n.s. 2,00 ± 0,81 0,007 *

Lado esquerdo 2,10 ± 0,86 2,33 ± 0,83

n.s. – diferença estatisticamente não significante * estatisticamente significante, teste t de Student pareado.

Além disso, não foi observada diferença entre a concentricidade condilar e

os tipos de má oclusão (Média Grupo 1= 9,0% ± 21,3 versus Média Grupo 2= 1,9% ±

25,5) segundo o teste t independente (t=1,53 e p=0,13), de acordo com o gráfico

representado na figura 6.

Figura 6- Valores percentuais e desvio-padrão da concentricidade condilar em relação aos dois tipos de má oclusão presentes nos dois grupos. Diferenças não significativas, teste t de Student independente, p>0,05.

Cla

sse

I

Cla

sse

II

0

5

10

15n.s.

Co

ncen

tric

idad

e c

on

dilar

(%)

Grupo 1

Grupo 2

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Artigo 41

Tampouco foi observada diferença entre a classificação da concentricidade

condilar entre os dois grupos (Qui Quadrado com correção de Yates= 4,84 e

p=0,08), conforme os dados da tabela 3.

Tabela 3 – Comparação da classificação da concentricidade condilar entre os grupos 1 e 2.

Grupos de má oclusão

Anterior Posterior Concêntrico Total p

Concentricidade Condilar

Grupo 1 38 (73,07%) 13 (25,00%) 01 (1,93%) 52 (100,00%) 0,08 n.s. Grupo 2 25 (52,09%) 22 (45,83%) 01 (2,08%) 48 (100,00%)

n.s. Teste do Qui Quadrado com correção de Yates, p>0,05.

Prevalências de DTMs, dores articulares, musculares e más oclusões. Não foi observada diferença entre os grupos quanto à presença ou ausência

de DTM (Qui Quadrado com correção de Yates= 0,93 e p=0,50). Também não se

verificou associação entre os tipos de má oclusão e a severidade da DTM

(Correlação de Spearman, rS=0,14 e p=0,32), conforme os dados apresentados na

tabela 4.

Tabela 4 – – Relação entre os grupos de má oclusão e severidade da DTM.

Grupos de má oclusão

DTM

Ausente Leve Moderada Severa Total

Grupo 1 11 (42,30%) 13 (50,00%) 01 (3,85%) 01 (3,85%) 26 (100,00%)

Grupo 2 07 (29,17%) 14 (58,33%) 02 (8,33%) 01 (4,17%) 24 (100,00%)

n.s. – Diferença não significativa

Tampouco se observou correlação entre a presença de DTM e dor à

palpação da ATM (Qui Quadrado=0,002 e p=0,80), (tabela 5) ou dor à palpação

muscular (Qui Quadrado=1,17 e p=0,43), (tabela 6).

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Artigo 42

Tabela 5– Relação entre a presença de DTM e de dor à palpação da ATM.

Dor à palpação da ATM Total p

DTM Ausente Presente

Ausente 08 (44,44%) 10 (55,56%) 18 (100,00%) 0,80 n.s.

Presente 14 (43,75%) 18 (56,25%) 32 (100,00%)

n.s. – Diferença não significativa. Tabela 6 – Relação entre a presença de DTM e de dor à palpação muscular.

Dor à palpação muscular Total p

DTM Ausente Presente

Ausente 09 (50,00%) 09 (50,00%) 18 (100,00%) 0, 43 n.s.

Presente 11 (34,75%) 21 (65,25%) 32 (100,00%)

Avaliação da associação entre a concentricidade condilar e a DTM

Não houve correlação entre os índices de DTM e a concentricidade condilar

para o grupo 1 (Correlação de Spearman= 0,01 e p=0,94) . Contudo, observou-se

correlação inversa significativa entre o índice de DTM e a concentricidade condilar

na amostra Classe II (Correlação de Spearman= -0,35 e p=0,01). Os dados

referentes a esta associação estão apresentados nas figuras 7 e 8.

-50 -25 0 25 50 75-5

0

5

10

15

Concentricidade condilar

Esco

re D

TM

Figura 8. Correlação entre a concentricidade

condilar e o escore de DTM no grupo 2.

Figura 7. Correlação entre a concentricidade

condilar e o escore de DTM no grupo 1.

Classe I Classe II

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Artigo 43

DISCUSSÃO

A atenção dos profissionais da área odontológica com relação à DTM e a

sua relação com os sinais e sintomas presentes nos pacientes, têm direcionado

diversos estudos para a compreensão da dinâmica dessa articulação, incluindo a

avaliação da posição condilar e sua morfologia. Conhecer as características

articulares prevalentes nas más oclusões pode ter implicações clínicas importantes

para o diagnóstico e plano de tratamento ortodôntico2, principalmente quando o

paciente já apresenta alguns sinais ou sintomas de DTM, além de fornecer dados

importantes durante a execução e finalização do tratamento ortodôntico-ortopédico

que, em muitos casos, contribui para alteração da relação condilar dos pacientes.

De acordo com os resultados deste estudo, a forma condilar mais

encontrada, tanto nos pacientes com má oclusão de Classe I como Classe II, foi a

achatada, sendo no G1 com 57,7%, seguida da arredondada (34,61 %) e triangular

(7,69 %) e no G2 com 75% (achatada), arredondada (20,83%) e triangular (4,17%),

sem diferença significativa entre os grupos. Estes dados vêm de encontro aos

resultados da pesquisa de Kinzinger et al.9 que avaliaram a morfologia condilar em

cortes coronais de imagens de RM, em pacientes com Classe II, achatada (55%),

seguida da arredondada (25 %) e triangular (20%). Em contraste, Katzavrias2

encontrou predominantemente as formas ovaladas (60,4%) e arredondadas

(29,2%), numa amostra de Classe II, 2, no entanto, utilizou cortes sagitais . Da

mesma forma, Karlo et al.28 encontraram formas condilares arredondadas, também

observadas nos cortes sagitais de crianças. Ainda assim, Solberg et al.29 encontrou a

predominância de formas arredondadas (66%) seguidas de achatadas (17%) e

anguladas (17%) em indivíduos com a mesma idade, contudo não considerou a

presença de má oclusão.

A controvérsia em relação aos resultados citados pode ser justificada pela

dificuldade em se encontrar o melhor método de imagens e os cortes adequados

para a avaliação da morfologia do côndilo mandibular.

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Artigo 44

Acredita-se que a morfologia básica do côndilo seja estabelecida

precocemente30, sofrendo modificações durante a vida de acordo com a carga

funcional31 . O mais importante é investigar se realmente as diferentes más oclusões

podem gerar sobrecargas funcionais. Burley32 investigando a influência das más

oclusões de Classe I, II e III na fossa mandibular enfatizou que os contatos oclusais

de pacientes com más oclusões, não produzem estímulo funcional capaz de alterar o

contorno da fossa mandibular. Ainda, a presença de pequenas assimetrias

mandibulares entre os lados direito e esquerdo do côndilo mandibular parece ser

uma característica normal na população, podendo estar correlacionada com

assimetria da base craniana ou mesmo ao lado de preferência mastigatória16.

A concentricidade condilar foi outro parâmetro avaliado na presente

pesquisa. Os côndilos avaliados apresentaram-se anteriorizados nos dois grupos,

(Média do G1 = 9,0% ± 21,31) versus a Média do G2 = 1,9% ± 25,5) conforme

representados na figura 1, igualmente sem diferença significativa entre os mesmos (t

= 1,53 e p = 0,13). No Grupo 1, 73% dos côndilos estavam anteriorizados, 25%

posteriorizados e apenas 2% concêntricos. No Grupo 2, 52% dos côndilos estavam

anteriormente posicionados, 45% posteriorizados e 2% concêntricos.

Na análise dos dados, observa-se um posicionamento mais anteriorizado do

côndilo, sendo que a posição condilar pode ser inferida baseada nos valores dos

espaços articulares que separam os limites do côndilo e da fossa mandibular.

Todavia, para facilitar a determinação da concentricidade condilar12 uma fórmula

proposta por Pullinger e Hollender5 foi empregada.

Os espaços articulares foram similares quando considerados os lados direito

e esquerdo, tanto para a região anterior quanto posterior da ATM. No Grupo 1 com

uma média de 1,6 ± 0,5mm para os espaços articulares anteriores, tanto do lado

direito como do esquerdo, e para os posteriores, 2,0 ± 0,6mm nos dois lados.

Rodrigues et al.3 da mesma forma, observaram a anteriorização condilar na amostra

de Classe I, contudo com pequena diferença nos valores dos espaços articulares

anteriores (média de 1,3 mm) e posteriores (1,7 mm).

No Grupo 2 foram observados dados similares para a região anterior com

2,0±0,5 e 2,1±0,8mm, para os lados direito e esquerdo respectivamente. Porém

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Artigo 45

quanto à região posterior, houve pequena diferença estatisticamente significante,

entre os lados direito (2,1 ± 0,8 mm) e esquerdo (2,3 ± 0,8 mm), conforme os dados

apresentados na tabela 2. Rodrigues et al.3 da mesma forma, também observou

diferença estatística entre os espaços articulares posteriores. Assim como, Cohlmia

et al.16 que semelhantemente encontrou posições assimétricas entre os lados e

correlacionou com o lado de preferencia mastigatória ou assimetrias da base

craniana. Kikuchi et al.20 também encontraram côndilos anteriorizados com

resultados semelhantes dos espaços articulares anteriores (média de 1,8 mm) e

posteriores (2,29 mm), em amostra de pacientes adolescentes com más oclusões

(não especificadas) e ausência de DTM. Estes valores também corroboram com a

amostra de Classe II da pesquisa de Conti et al.43 que verificaram as médias do

espaço articular anterior com 1,8 mm e do espaço articular posterior com 1,9 mm,

mensurados em radiografias transcranianas.

A anteriorização condilar também foi constatada em várias outras pesquisas,

tanto nas amostras com más oclusões de Classe I15 quanto nas Classes II11,14-16,43.

Da mesma forma, foi verificada em estudos recentes, em pacientes com oclusão

normal13 , assim como em amostras em que não foram considerados os tipos de má

oclusão10,20 .

Em contraste, alguns estudos tomográficos que também avaliaram a

concentricidade condilar em amostras de pacientes com má oclusão de Classe II, 2,

encontraram côndilos posteriorizados2,9, sendo que este último de Kinzinger9 , foi

baseado em imagens de RM. Embora não tenha apresentado diferença estatística,

no grupo dois desta pesquisa verificou-se 45,83% dos côndilos posteriorizados,

enquanto que no Grupo 1 apenas 25%.

Em outras pesquisas cujas amostras eram pacientes com má oclusão de

Classe II, 2, observaram-se côndilos concêntricos4,18 . Gianelly18 investigou a posição

condilar em relação ao trespasse vertical de pacientes com Classe II, 2, em que a

maioria dos côndilos estava concêntrica ou suavemente anteriorizados. Katsavrias4

em 2006, encontrou côndilos posicionados muito próximos à concentricidade em

amostra com a mesma má oclusão.

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Artigo 46

Talvez a posteriorização condilar observada na literatura, em indivíduos com

má oclusão Classe II Divisão 2 quando comparado às amostras de Classe I ou

Classe II Divisão 1, seja atribuída às diferentes características musculares. Estes

indivíduos possuem os músculos da mastigação maiores e mais anterioriormente

posicionados, o que resultam em diferenças significativas em relação à mecânica33

e à magnitude da força oclusal8 . Segue-se então, que a sobrecarga muscular sobre

a ATM nestes pacientes com Classe II, divisão 2 difere dos pacientes com outra

morfologia dentofacial34 . Tendo em mente que a morfologia da ATM depende, até

certo ponto, das cargas que atuam sobre ela, pode-se com segurança afirmar a

hipótese de que pacientes com Classe II Divisão 2 devem ter características

específicas da ATM morfológica4 .

A tomografia computadorizada passou a ser o exame de escolha para a

pesquisa das estruturas esqueléticas da ATM, pois permite uma visualização clara

das áreas de interesse sem sobreposições, com a possibilidade de determinar as

dimensões reais das estruturas para estudo15 .

Em concordância com vários estudos, a falta de centralização do côndilo,

com espaços articulares anteriores diminuídos parece ser um achado comum

presente nos diversos tipos de má oclusão2,11,15 .

Outros pesquisadores35 enfatizaram a associação entre côndilos

posteriorizados e a presença de DTM, com base na maior prevalência de côndilos

nesta posição encontrada em indivíduos com sintomas de DTM21 . Apesar de

Pullinger et al.5 alegarem que a ausência de concentricidade condilar não está

associada ao aparecimento de sinais e sintomas de DTM, devido à grande

variabilidade nesse posicionamento encontrada em indivíduos assintomáticos. Assim

como, a assimetria de um côndilo para outro em uma mesma pessoa17, são fatos

importantes que colocam em dúvida o papel da posição condilar para a normalidade

da ATM.

No presente estudo não foi encontrada uma associação da morfologia e

concentricidade condilares com as más oclusões de Classe I e II e também quando

se comparou a presença de DTM. De acordo com os resultados obtidos com o

questionário anamnésico, a maioria dos pacientes apresentou-se com ausência de

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Artigo 47

DTM (G1=42% e G2=29%) ou DTM leve (G1 = 50% e G2 = 58%). Estes dados vêm

ao encontro à pesquisa de Conti et al.36 que avaliaram a presença de DTM em

pacientes com má oclusão de Classes I e II de Angle (pré e pós tratamento

ortodôntico), que em sua maioria foram classificados com ausência de DTM ou

quando presente com severidade leve.

Embora a prevalência de DTM nesta população tenha sido elevada, a

gravidade da doença neste grupo etário foi baixa. Conforme citado na tabela 5,

apenas o gênero feminino foi classificado com DTM moderada e severa, com 7% no

G1 e 12,5% no G2. Pereira et al.37 também não encontraram associação

significativa entre as más oclusões e a presença de DTM. Dentre os pré-

adolescentes (12 anos de idade) avaliados, apenas 5% apresentaram sinais e

sintomas significantes da doença na Classe I e 7% na Classe II, sendo que o

gênero feminino foi quase quatro vezes mais afetado que o masculino.

Neste estudo, não houve associação estatisticamente significativa entre a

má oclusão morfológica e o grau de DTM. Nossos resultados concordam com outros

estudos que também não conseguiram encontrar fortes evidências para apoiar a

teoria de que a oclusão desempenha um papel na etiologia da DTM38 . Na revisão

sistemática de Mohlin et al.38, a maioria dos artigos revisados não conseguiu

identificar associações significativas e clinicamente importantes entre as más

oclusões e os sinais e sintomas da DTM. Assim como Gesch et al.39 que também

investigaram a associação entre diversos tipos de má oclusão, a oclusão funcional e

a presença de DTM, sem encontrar fortes evidencias para tal fato. Concluíram que

os fatores oclusais são apenas uma parte no processo multifatorial da DTM, e que

fatores sistêmicos e genéticos também devem ser considerados. Egermark et al.40

acompanharam a influência do tratamento ortodôntico sobre sinais e sintomas de

DTM e diferentes tipos de má oclusão durante um período de 20 anos. As

correlações entre sinais e sintomas de DTM e os diferentes tipos de má oclusão

foram fracas, embora às vezes estatisticamente significativa. Concluindo que

nenhum fator oclusal é de grande importância para o desenvolvimento da DTM.

Em contraste, Henrikson et al.41 observaram que algumas características

oclusais frequentemente encontradas na Classe II aumentam as possibilidades de

sinais e sintomas de DTM. Segundo Tanne et al.42 alguns subtipos de más oclusões

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Artigo 48

parecem induzir a DTM com mais frequência, como os casos de mordida aberta,

profunda ou cruzada posterior que possuem certas características oclusais que

podem levar a um desequilíbrio biomecânico da ATM, podendo provocar mau

posicionamento condilar.

Da mesma forma, não se observou associação entre a presença de DTM e

de dor à palpação da ATM ou dos músculos . Essa questão relativa à mensuração

da sintomatologia dolorosa pode estar relacionada ao aspecto subjetivo da dor. A

interpretação do estímulo doloroso à palpação, assim como a aplicação da pressão

adequada na localização correta, contribuem para diferentes achados36.

Baseado nos resultados encontrados e no conhecimento adquirido durante a

realização desta pesquisa entende-se que a oclusão e a função não são capazes de

alterar as relações dentro da ATM, talvez devido a sua grande capacidade

adaptativa, para os indivíduos na faixa etária estudada. Sabe-se que a faixa etária

da amostra em questão não é aquela em que se encontra a maior parte dos

pacientes de DTM. Esse fato pode explicar porque apenas dois indivíduos foram

considerados com “disfunção severa”.

Sugere-se que novos trabalhos sejam realizados com metodologia

semelhante, porém com maior número de participantes, incluindo amostras com má

oclusão de Classe III.

CONCLUSÃO

A hipótese nula foi aceita, ou seja, não foi verificada uma associação entre a

morfologia e a concentricidade condilar nas más oclusões de Classe I e II. A forma

condilar achatada foi a mais encontrada na amostra, independentemente da má

oclusão apresentada pelo indivíduo. No tocante a posição condilar, tanto o grupo 1

como o grupo 2 apresentaram um número maior de côndilos anteriorizados.

Tampouco houve uma relação quanto às características condilares avaliadas

nesta pesquisa e a presença de DTM nos pacientes.

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Artigo 49

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4. Conclusão

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Conclusão 54

4 CONCLUSÃO

A hipótese nula foi aceita, ou seja, não foi verificada uma associação

entre a morfologia e a concentricidade condilar nas más oclusões de Classe I e II. A

forma condilar achatada foi a mais encontrada na amostra, independentemente da

má oclusão apresentada pelo indivíduo. No tocante a posição condilar, tanto o grupo

I como o grupo II apresentaram um número maior de côndilos anteriorizados.

Tampouco houve uma relação quanto às características condilares

avaliadas nesta pesquisa e a presença de DTM nos pacientes.

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Referências

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Referências 56

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Apêndices

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Apêndices 61

APÊNDICE 1

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o

Sr_________________________________________________________________,

portador da cédula de identidade de N0 ___________________________________,

após a explicação da pesquisa pelos profissionais, ciente dos procedimentos aos

quais será submetido, não restando quaisquer dúvidas, firma seu consentimento

livre e esclarecido concordando em participar da pesquisa proposta. Fica claro que o

sujeito da pesquisa ou seu representante legal, pode a qualquer momento retirar seu

consentimento livre e esclarecido, e deixar de participar da pesquisa e ciente de que

todas as informações prestadas tornaram-se confidenciais e serão guardadas sob

sigilo profissional (Art. 9° do Código de Ética Odontológica). Por estarem de acordo

assinam o presente termo.

Londrina, ______________________________de 20____

____________________________________

Assinatura do participante

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Apêndices 62

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título do projeto de estudo: Avaliação tomográfica da morfologia condilar e sua

correlação com as más oclusões.

Pesquisadoras responsáveis: Profa. Dra. Ana Cláudia de Castro Ferreira Conti e

Luciana Fonseca Merigue.

Instituição: Universidade Norte do Paraná (UNOPAR)

Objetivos do estudo: Esse trabalho vai fornecer embasamento científico sobre a

etiologia das disfunções temporomandibulares, a fim de auxiliar o profissional no

diagnóstico das más oclusões, e vai beneficiar indiretamente os pacientes com

necessidades ortodônticas.

Metodologia do estudo: Para este estudo, serão utilizadas tomografias de uma

amostra de 100 voluntários que serão tratados na clínica de ortodontia do mestrado

em odontologia da Unopar.

Riscos do estudo: Não existem riscos associados a este estudo, pois as tomografias

empregadas nessa pesquisa fazem parte da documentação de rotina dos pacientes

ortodônticos. Além disso, a tomografia não acarreta em danos para os pacientes

devidamente paramentados.

Benefícios do estudo: Esses dados são valiosos para uma maior compreensão

anatômica da ATM nas diversas modalidades de más oclusões, assim como a

avaliação quanto à presença e severidade de disfunções temporomandibulares.

Documentação do estudo: Uma cópia desse termo de consentimento livre e

esclarecido será guardada na pasta referente à sua documentação ortodôntica e

você ficará com outra cópia. Caso você precise entrar em contato, se tiver alguma

dúvida, por favor, entre em contato com a Profa. Ana Cláudia de Castro F. Conti pelo

telefone (43) 33717991, ou ainda, procure pessoalmente a Profa. Ana Cláudia no

Prédio da Odontologia da Unopar, no endereço Avenida Paris, 675, Jardim Piza,

CEP 86041-100, Londrina-PR.

Confidencialidade: Seu nome não será publicado em nenhum momento do estudo.

Seus registros serão confidenciais de acordo com leis federais, estaduais e locais.

Participação: Participar do estudo é completamente de sua escolha (voluntária).

Você poderá desistir a qualquer momento e por qualquer motivo.

Consentimento: Eu li e entendi todas as informações acima citadas.

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Apêndices 63

Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o (a) senhor (a)

___________________________________________________________________

____portador da cédula de identidade de n ___________________SSP/___, após

leitura minuciosa deste documento, está de acordo com os procedimentos que serão

realizados e não restando quaisquer dúvidas a respeito do lido e explicado, dá o seu

CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO, em concordância em participar do

estudo “Alterações transversais dos arcos dentários decorrentes do tratamento com

aparelhos autoligáveis: estudo piloto”. Fica claro que o (a) senhor (a), pode a

qualquer momento retirar o seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e

deixar de participar do estudo e ciente que todo processo torna-se informação

confidencial e será guardado por força do sigilo profissional (Art. 9 do código de ética

em Odontologia).

Londrina, ___de____________________de 20__.

Assinatura por extenso do (a) voluntário (a) do estudo

_________________________________ _________________________________

Profa. Dra. Ana Cláudia de C. F. Conti Luciana Fonseca Merigue

Pesquisadoras responsáveis pelo estudo

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Apêndices 64

APÊNDICE 2

Questionário anamnésico: Data Exame:____/____/____

Nome:______________________________________________________________

Nascimento:____/____/___Gênero: () Feminino ( ) Masculino Idade: ____a ____m

Endereço:_______________________________________________________

Cidade:_________________Estado:____CEP:___________Fone

res.:____________

Fone cel.: ____________Raça: Leucoderma ( ) Melanoderma ( ) Xantoderma ( )

ANÁLISE FACIAL

Frontal

Braquicefálico ( ) Normocefálico ( ) Dolicocefálico ( ) Simetria facial ( ) Assimetria facial ( ) Perfil

Padrão Facial: I ( ) II ( ) III ( ) Face curta ( ) Face Longa ( ) OCLUSÃO

Relação Molar: Cl I ( ) Cl II: Div 1 ( ) Cl III ( ) Div 2 ( ) Sub ( ) Sub ( ) MAA ( ) MAP ( ) MCA ( ) MCP: unilateral ( ) bilateral ( )

Apinhamento: Superior ( ) Inferior ( ) Diastemas: Superior ( ) Inferior ( )

DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES

Questionário Anamnésico SIM NÃO ÀS

VEZES

1. Você sente dificuldade de abrir a boca? 2. Você sente dificuldade de movimentar

sua mandíbula para os lados? 3. Você sente desconforto ou dor muscular

quando mastiga?

4. Você sente dores de cabeça com freqüência?

5. Você sente dores no pescoço e/ou ombros?

6. Você sente dores de ouvido ou próximo a ele?

7. Você percebe algum ruído na ATM?

8. Você considera sua mordida “normal”?

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Apêndices 65

9. Você usa apenas um lado de sua boca para mastigar?

10. Você sente dores na face ao acordar? Escores: Sim (2) Não (0) Às vezes (1) 0 - 3: não portador de DTM 4 - 8: Portador de DTM leve 9 - 14: portador de DTM moderada 15 - 20: portador de DTM severa

Você se considera uma pessoa tensa? Você apresenta algum dos seguintes hábitos?

Ranger dentes Mascar chicletes

Apertar dentes Uso contínuo de telefone

Roer unhas Uso contínuo do computador Revisão dos sistemas: NEG POS NEG POS Cardiovascular ____ ____ Endócrino ____ ____ Gastrointestinal/Fígado ____ ____ Respiratório ____ ____ Musculoesqueletal ____ ____ Neurológico ____ ____

Exame Clínico

1. Avaliação da ATM: a) Movimentação DOR ABERTURA MÁXIMA _________mm ________ (incluindo trespasse) LATERALIDADE DIREITA _________mm ________ LATERALIDADE ESQUERDA _________mm ________ PROTRUSÃO _________mm ________

ABERTURA: Simétrica

Desvio Direita Esquerda

Deflexão Direita Esquerda b) Ruídos articulares ABERTURA FECHAMENTO

ESTALIDO Direito Esquerdo Direito Esquerdo

CREPITAÇÃO Direito Esquerdo

HIPERMOBILIDADE Direito Esquerdo

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Apêndices 66

c) Palpação da ATM:

Direita Esquerda

Aspecto lateral

Aspecto posterior

2. EXAME MUSCULAR: DIREITO ESQUERDO

Temporal

Anterior _______ ________ Médio _______ ________ Posterior _______ ________ DIREITO ESQUERDO Masseter superficial

Origem _______ ________ Corpo _______ ________ Inserção _______ ________ Masseter profundo _______ ________ Digástrico posterior _______ ________ Esternocleidomastóideo _______ ________ Trapézio (superior) _______ ________ 3. AVALIAÇÃO DENTAL E OCLUSAL:

X = Ausente F = Faceta de desgaste I= Impactado

18

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TRESPASSE VERTICAL: ____________mm TRESPASSE HORIZONTAL: _________mm

NÚMERO DE DENTES AUSENTES: 0 – 4 4 – 10 + 10 RELAÇÕES MAXILOMANDIBULARES:

RC = MIH RC MIH

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Apêndices 67

Discrepância vertical:

0 – 2mm 2 – 4mm > 4mm GUIA LATERAL DIREITA

Ausente

Guia canino

Função em grupo GUIA LATERAL ESQUERDA

Ausente

Guia canino

Função em grupo GUIA ANTERIOR

Presente

Ausente INTERFERÊNCIAS EM NÃO-TRABALHO DIREITO

Não

Sim Com guia Sem guia INTERFERÊNCIAS EM NÃO TRABALHO ESQUERDO

Não

Sim Com guia Sem guia NÚMERO DE CONTATOS EM MIH: __________

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Apêndices 68

APÊNDICE 3