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Pirassununga 2017 LUCAS ARAUJO MARTINS ADVERSIDADES DO EMPREENDEDORISMO DE MICROS E PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL

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Pirassununga2017

LUCAS ARAUJO MARTINS

ADVERSIDADES DO EMPREENDEDORISMO DE MICROS EPEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL

LUCAS ARAUJO MARTINS

ADVERSIDADES DO EMPREENDEDORISMO DE MICROS EPEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentadoao Centro Universitário Anhanguera dePirassununga como requisito parcial para aobtenção do título de graduado emAdministração de Empresas.

Orientadora: Camilla Atibaia

Pirassununga2017

LUCAS ARAUJO MARTINS

ADVERSIDADES DO EMPREENDEDORISMO DE MICROS EPEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentadoao Centro Universitário Anhanguera dePirassununga como requisito parcial para aobtenção do título de graduado emAdministração de Empresas.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Murilo Rodrigues Falcão

Profª. Monique Margareth Metzner de Lima

Prof. Cleber Botazini de Souza

Pirassununga, 06 de dezembro de 2017

Dedico este trabalho a todos os

professores e a minha família, pois sem

eles não seria possível concluir este

curso.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus por sempre ter me ajudado em momentos

difíceis que achei que não conseguiria chegar onde estou hoje.

Agradeço a todos os professores que no decorrer desses quatro anos

marcaram minha vida acadêmica com ensinamentos que vão além da sala de aula.

Agradeço, também, a todos os meus colegas de curso que estiveram

presentes em toda essa trajetória.

Agradeço, em especial, ao coordenador de curso, Denis Juliano Gaspar, que

esteve à disposição, disponibilizando toda a ajuda necessária para elaborar esse

trabalho, sendo presente em todos os momentos.

MARTINS, Lucas Araújo. Adversidades do Empreendedorismo de Micros ePequenas Empresas no Brasil. 2017. 35 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso(Graduação em Administração) – Centro Universitário Anhanguera, Pirassununga,2017.

RESUMO

Este trabalho de conclusão de curso, baseado em uma pesquisa bibliográfica comabordagem qualitativa, visa identificar as dificuldades encontradas pelos micro epequenos empreendedores no Brasil frente à globalização e a concorrênciaexistente no mercado atual. Por meio de uma análise reflexiva acerca do conceito deempreendedorismo e do perfil das pequenas e micro empresas brasileiras, abordou-se, neste trabalho, as principais adversidades encontradas na ação de empreenderem território nacional, assim como os instrumentos que permitem aosempreendedores elevarem a sua competitividade e permanecerem nos negócios,haja vista a acirrada concorrência mercadológica. Para uma melhor compreensãoacerca do tema, foi realizada uma análise pontual dos fenômenos relevantes paraatender o objetivo proposto neste trabalho, contribuindo, assim, para uma melhorinterpretação sobre o empreendedorismo no Brasil e os principais desafios dosempreendedores das empresas de micro e pequeno porte.

Palavras-chave: Empreendedorismo; Micro e Pequenas Empresas; Empreendedor.

MARTINS, Lucas Araújo. Adversidades do Empreendedorismo de Micros ePequenas Empresas no Brasil. 2017. 35 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso(Graduação em Administração) – Centro Universitário Anhanguera, Pirassununga,2017.

ABSTRACT

This work, based on a bibliographical research with a qualitative approach, aims toidentify the difficulties encountered by micro and small entrepreneurs in Brazil in theface of globalization and the existing competition in the current market. Through areflexive analysis about the concept of entrepreneurship and the profile of Braziliansmall and micro-enterprises, the main adversities found in the action to undertake inthe national territory, as well as the tools that allow entrepreneurs to raise theircompetitiveness and remain in business, given the fierce market competition. For abetter understanding about the theme, a punctual analysis of the relevantphenomena was carried out to meet the objective proposed in this study, contributing,therefore, to a better interpretation on entrepreneurship in Brazil and the mainchallenges of entrepreneurs of micro and small companies.

Key-words: Entrepreneurship; Micro and Small Enterprises; Entrepreneur.

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Classificação das Empresas por Número de Funcionários....................20

Quadro 2 - Classificação do Porte da Empresa por Faturamento pelo BNDS.........21

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SOFTEX Sociedade Brasileira para Exportação de Software

ME Microempresa

Esalq Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

USP Universidade de São Paulo

MPE’s Micro e Pequenas Empresas

BNDS Banco Nacional de Desenvolvimento Sustentável

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................................11

1 EMPREENDEDORISMO.....................................................................................13

1.1 CONCEITO.....................................................................................................13

1.2 ORIGEM..........................................................................................................13

1.3 RELEVANCIA DO EMPREENDEDORISMO NO CENARIO COMERCIAL.....15

1.4 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL............................................................16

1.4.1 Programas Nacionais Voltados ao Empreendedor..................................17

2 EMPRESAS: DEFINIÇÃO...................................................................................19

2.1 CONCEITO.....................................................................................................19

2.2 CRITÉRIOS DEFINIDORES DO PORTE DAS EMPRESAS..........................20

2.3 DESENVOLVIMENTO E FASES DO CRESCIMENTO EMPRESARIAL.........21

2.3.1 Início..........................................................................................................22

2.3.2 Sobrevivência...........................................................................................22

2.3.3 Prosperidade.............................................................................................23

2.3.4 Expansão..................................................................................................24

2.3.5 Maturidade................................................................................................25

2.4 IMPORTANCIA DA EMPRESA DE MICRO E PEQUENO PORTE.................26

3 OBSTÁCULOS PARA AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL...28

3.1 PERMANÊNCIA NO MERCADO....................................................................28

3.2 LINHAS DE CRÉDITO....................................................................................29

3.3 EMPRESAS X MICROEMPRESAS................................................................30

3.4 DIFICULDADES DIVERSAS...........................................................................32

CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................33

REFERÊNCIAS...........................................................................................................34

INTRODUÇÃO

O mercado brasileiro é caracterizado pela presença de empresários

empreendedores, que buscam obter êxito em suas investidas em um ambiente

permeado de complexidade. Devido ao alto grau de dinamismo presente no atual

cenário econômico, as alterações no ambiente podem atingir as empresas de forma

diferenciada de acordo com o seu porte, além de gerarem um aumento da

competitividade.

Apesar de acreditarem ser uma tarefa fácil, apenas pequena parte dos

empreendedores brasileiros obtém prosperidade em seus negócios. O Serviço

Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2012), através de

suas pesquisas sobre as taxas de mortalidade das empresas, revela que a falta de

experiência e a carência de orientação técnica especializada enquadram-se como

algumas das dificuldades enfrentadas pelos empreendedores de pequeno e médio

porte.

Para as pessoas que têm o interesse em se tornarem empreendedores, é de

extrema relevância saber como funciona a abertura de uma empresa, assim como

seu funcionamento e estabilidade no mercado, para que garanta sua permanência e

sobrevivência na competitividade existente na atualidade. Sendo assim, esse

trabalho se justifica pela necessidade de uma melhor compreensão desse processo

e de um maior preparo para o enfrentamento dos desafios inerentes ao empreender

no país.

Tendo como questão norteadora - Quais são as dificuldades de empreender

micro e pequenas empresas no cenário econômico atual brasileiro? – Este trabalho

teve como objetivo identificar essas dificuldades por meio de uma análise mais

profunda acerca do que é empreendedorismo e de como os empreendedores devem

agira para sobrevivência e permanência na competitividade existente no cenário

comercial.

No capítulo 1, foram abordados o conceito e o início do empreendedorismo o

Brasil, assim como os programas e empresas que dão suporte às pessoas que

sentem o desejo de empreender. No capítulo 2, pontuou-se sobre a classificação do

porte das empresas e a importâncias das Micro e Pequenas Empresas (MPE), foco

desse trabalho, no país, principalmente no que se refere ao trabalho do

empreendedor nesse segmento empresarial. No capítulo 3 foram descritos os

principais obstáculos que as MPEs enfrentam no cenário econômico e comercial no

pais na atualidade, focando na importância do empreendedor para que essas

adversidades sejam vencidas.

Para uma melhor compreensão acerca do tema, por meio de uma revisão de

literatura, foram pesquisados, para o desenvolvimento deste trabalho, os seguintes

termos: empreendedorismo, empreender, cenário econômico e economia nacional, a

fim de obter assuntos relevantes aos objetivos propostos nesse projeto e,

principalmente, responder a questão proposta aqui. Mediante analise pontual dos

dados primários e secundários que permeiam o tema, foi realizada uma síntese das

principais concepções para a formulação deste trabalho, contribuindo para uma

maior compreensão e interpretação acerca do empreendedorismo no Brasil e seus

principais desafios.

1 EMPREENDEDORISMO

1.1 CONCEITO

Na atualidade, o cenário comercial tem passado por inúmeras mudanças,

inclusive no que tange à competitividade existente entre as organizações. Para

vencer esses desafios e enfrentar todas as mudanças, as empresas precisam se

manter competitivas no mercado, utilizando o empreendedorismo como uma

estratégia de destaque entre as demais. Empreender visa uma maior exploração

criativa e inovadora acerca das oportunidades de satisfazer as necessidades dos

clientes, assumindo riscos de forma sistematizada e, principalmente, ter coragem

para enfrentar os desafios e mudar o caminho quando necessário.

De acordo com Leite (2010), o empreendedorismo pode ser definido como o

ato de criar um valor para a união entre pessoas e organizações, fazendo com elas

trabalhem juntas desde a criação até a implementação de uma concepção ou ideia.

Aplicando a criatividade e a capacidade de transformação, o desejo de ambas, de

forma conjunta, torna o risco daquilo em que eles acreditam em algo real e concreto.

Para Menezes (2013), o empreendedor é a pessoa que possui iniciativa na

promoção do empreendimento partindo de um comportamento baseado na

criatividade e na inovação, transformando contextos e estimulando a colaboração de

todos. Esse tipo de atitude permite uma maior interação entre as pessoas e gera

resultados positivos, permeados pelo entusiasmo, autoconfiança, otimismo e a

necessidade de realizar algo maior. Ainda segundo o autor, o empreendedor precisa

ter uma visão ampla, além de uma maior percepção das oportunidades. Tendo como

foco as pessoas e não a empresa, a atitude empreendedora é fundamental para o

sucesso ou o fracasso de uma organização.

Como características inerentes ao empreendedor, possuir autoconfiança, foco

nas oportunidades, ter uma aptidão pelo conhecimento das pessoas, poder de

persuasão e paixão pelo o que faz, aumentam as chances de fazer com que o

indivíduo obtenha sucesso no ato de empreender, além de facilitar a permanência e

o sucesso da empresa nos negócios.

1.2 ORIGEM

Desde os primórdios da evolução humana, o homem primitivo já detinha

atitudes empreendedoras conforme suas necessidades exigiam, ora fosse para sua

sobrevivência, ora para construir objetos ou ferramentas uteis na caçada, por

exemplo. De acordo com Dolabela (2008), o empreendedorismo não pode ser

considerado algo novo ou um modismo, pois existe desde a primeira atitude

inovadora do homem, sempre visando a melhoria do seu relacionamento com os

outros ou com o ambiente em que vivia.

O termo ‘empreendedor’ deriva da palavra francês entrepeneur, que significa

‘aquele que intermedia’. Usada pela primeira vez em 1725 pelo economista irlandês

Richard Cantillon, a palavra designava os indivíduos que assumiam riscos em prol

dos seus desejos ou de melhores condições e oportunidades.

Segundo pesquisas do SEBRAE (2007), a primeira definição de empreender

dentro do nível intermediário foi representada por Marco Polo, que tentou

estabelecer diversas rotas comerciais em busca de especiarias no Extremo Oriente.

Ele assumia a função de empreendedor quando assinava contratos com pessoas

mais abastadas de recursos e corria os riscos por essa pessoa na busca de novas

oportunidades. Riscos esses na esfera física e emocional. Marco Polo fazia a

intermediação entre o comprador e o produto necessitado, assumindo todos os

riscos no lugar do primeiro.

Ainda segundo a pesquisa do SEBRAE (2007), na Idade Média o termo

empreendedor servia para descrever tanto os participantes quando o administrador

de grandes projetos e construções. Nesse mesmo período, os empreendedores não

assumiam riscos, haja vista que os recursos com que trabalhavam eram ofertados

pelo governo. Como exemplo de empreendedores dessa época, podem ser citados

os clérigos, que se encarregavam das obras arquitetônicas desenvolvidas e

idealizadas pelo governo, sendo que este dava todos os recursos necessários para

a concretização desses projetos.

No início do século XVI, os europeus saíam desbravando o mundo, sendo

esse período reconhecido até os dias atuais como a era das grandes navegações.

Eles expandiam suas missões empreendedoras em todos os continentes do mundo.

O trabalho humano, baseado na inteligência, eficácia e criatividade do homem,

cresceu de uma forma ampla e constante, fazendo com que surgisse o

mercantilismo, com o objetivo de dar vazão ao acumulo de tudo o que era produzido,

como alimentos e mercadorias (SEBRAE, 2007).

No século XVII, Cantillon desenvolveu uma das primeiras teorias acerca do

empreendedor, sendo considerado, dessa forma, o criador do termo. Segundo

SEBRAE (2007), ele via o empreendedor como alguém que assumia todos os riscos,

como os comerciantes que compram mercadorias por um valor determinado e

revendem conforme demanda do mercado ou da economia.

Em meados do século XVIII, o empreendedor foi diferenciado do investidor de

risco mediante o processo de industrialização ocorrido no mesmo período. No final

do século XIX, o empreendedor e o gestor de confundiam, pois ambos organizavam,

dirigiam, controlavam e planejavam as tomadas de decisões das empresas

(SEBRAE, 2007).

De acordo com Dornelas (2008), esse tipo de confusão entre empreendedor e

gerente era constante, pois quando analisados sob o viés econômicos, eles

possuem as mesmas funções dentro das organizações. Conforme o autor, somente

no século XX que o empreendedor passou a ser visto como uma pessoa inovadora e

capaz de criar novos conceitos, desenvolvendo produtos e serviços que atendiam as

demandas da sociedade de forma satisfatória e, ao mesmo tempo, criativa.

1.3 RELEVANCIA DO EMPREENDEDORISMO NO CENARIO COMERCIAL

Na vida empresarial da atualidade, os empreendedores são reconhecidos

como heróis populares, pois fornecem empregos, trazem inovações para enfrentar

os desafios do mercado e estimulam o crescimento econômico do país. Dentro

dessa esfera, a presença do empreendedor é fundamental para a sobrevivência das

organizações, haja vista a competitividade existente na atualidade devido à

globalização.

As empresas necessitam de forma constante da criatividade e de um trabalho

eficiente por parte do profissional, características inerentes do empreendedor.

Quando existe a necessidade e o profissional sabe reconhecer esse nicho, é preciso

que se crie novas possibilidades, da criação de uma nova postura de trabalho,

fazendo com que a empresa tenha um centro espontaneamente criativo, gerando

soluções rápidas, constantes e funcionais a estas organizações.

Dentro das organizações, o empreendedorismo é vital, pois é ele que permite

que as empresas se mantenham competitivas dentro cenário comercial, além de

garantir sua permanência por meio da criação de atitudes e tomadas de decisões

inovadoras, preenchendo às demandas existentes no mercado.

1.4 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL

O empreendedorismo o Brasil começou a tomar uma proporção maior na

década de 90, quando o SEBRAE e a SOFTEX (Sociedade Brasileira para

Exportação de Software) foram criadas e regulamentadas, dando todo o suporte aos

empreendedores, conforme será explicado na próxima seção deste trabalho. Até

então, a política e a economia do país não eram propícias ao surgimento de novas

empresas no mercado, resultando na falta de informações para que as pessoas

começassem a empreender em território nacional.

De acordo com Maximiano (2009), Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de

Mauá, foi um dos primeiros empreendedores no país. Descendente de portugueses,

ele foi responsável pela criação das caldeiras de máquina de vapor, engenho de

açúcar, prensas e tubos para encanamentos de agua, criando e inovando dentro

desses segmentos. Além desses empreendimentos, Evangelista foi responsável por:

Implantação da primeira ferrovia brasileira em 1852 na cidade de

Petrópolis/RJ;

Implantação de uma companhia de gás para a iluminação pública na

cidade do Rio de Janeiro em 1854;

No decorrer do século XX, surgiram outros empreendedores que deixaram

marca nesse segmento no país. De acordo com Alfredo (2009), podem-se citar os

seguintes:

Luiz de Queirós – incentivador da pesquisa cientifica no agronegócio.

Criou a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), escola

essa que foi uma das unidades fundadoras da USP (Universidade de

São Paulo);

Guilherme Guinle – responsável pela abertura do primeiro poço de

petróleo no Brasil, na cidade de Lobato/BA e proprietário da

Companhia Docas de Santos;

Wolf Klabin e Horácio Lafer – criadores da primeira indústria de

celulose no país;

José Ermírio de Moraes – transformou a Sociedade Anônima

Votorantim no Grupo Votorantim, atuando em diversos segmentos.

De acordo com Costa (2014), o Brasil ainda precisa dar todo o suporte para

que as empresas possam crescer de forma consistente e, consequentemente,

oferecer maiores oportunidades de trabalho à população. Um dos grandes desafios

do país é trazer para a formalidade grande parte dos empreendedores que ainda

atuam na informalidade. Entretanto, para que isso ocorra, é preciso que o governo

ofereça certas garantias para os empreendedores.

O Brasil possui milhares de pequenos empreendedores que participam

ativamente da geração de riquezas do país, sendo que o empreendedorismo

influencia a atual realidade dos negócios no Brasil e, apesar dos relativos

progressos, o empreendedorismo no Brasil ainda necessita de um olhar especial do

Governo, pois o país depende da sua população empreendedora para se

desenvolver.

1.4.1 Programas Nacionais Voltados ao Empreendedor

Com o intuito de amparar os empreendedores nacionais, o Governo vem

criando, nos últimos anos, programas voltados exclusivamente para esse segmento

comercial. O SEBRAE foi criado para dar apoios exclusivamente aos pequenos

empresários ou cidadãos que tenham interesse em empreender, abrindo seu próprio

negócio. Além da assessoria inicial, o SEBRAE oferece todo o suporte necessário

para os indivíduos acerca da tarefa e dos desafios de empreender no Brasil. A partir

do surgimento do órgão SEBRAE o termo empreendedor se popularizou e alcançou

todas as classes da população (DORNELAS, 2008).

A SOFTEX também é uma entidade que foi fundamental para o desenvolvimento

do empreendedorismo no Brasil apoiando o desenvolvimento do empreendedorismo

em software. De acordo com Dornelas (2008), o histórico da entidade pode ser

confundido com o histórico do empreendedorismo no Brasil na década de

1990. A entidade foi criada com o intuito de levar as empresas de software do

país ao mercado externo, por meio de várias ações que proporcionam ao

empresário de informática a capacitação em gestão e tecnologia.

Além dessas empresas, o governo brasileiro oferece programas e ações para a

capacitação técnica e profissional do empreendedor, como o programa Brasil

Empreendedor que visa estimular o desenvolvimento das MPE (Micro e Pequenas

Empresas), além de promover a manutenção e criação de empregos. Os programas

são patrocinados por empresas públicas e privadas que, em parceria com o

governo, auxiliam no investimento e no crescimento econômico do país.

2 EMPRESAS: DEFINIÇÃO

2.1 CONCEITO

Para que o empreendedor exerça sua atividade é preciso que ele abra o seu

próprio negócio, ou seja, uma empresa. Para uma melhor compreensão acerca do

termo ‘empresa’ é de extrema relevância que sejam apontados alguns conceitos

definidores, pois essa expressão será usada por todo o desenvolvimento deste

trabalho.

Na literatura, existem diversos conceitos e definições acerca do que seja uma

empresa. Para Bertoldi e Ribeiro (2009), ela pode ser definida como uma atividade

desenvolvida pelo empresário, ou seja, a materialização de uma iniciativa e uma

projeção patrimonial do seu trabalho de organização. Para Mezanotti (2003),

empresa refere-se à situação em que indivíduos se colocam de forma organizada a

fim de tronar eficaz a realidade e o desejo que eles possuem em comum acordo,

visando alcançar um objetivo em comum.

De acordo com os estudos de Requião (2008), a empresa pode ser

conceituada da seguinte forma:

Os organismos econômicos que se concretizam da organização dosfatores de produção e que se propõem a satisfação das necessidadesalheias, e, mais precisamente, das exigências do mercado geral, tomam naterminologia econômica o nome de empresa (REQUIÃO, 2008, p.40).

Segundo Asquini (1996), a empresa possui cerca de quatro perfis distintos,

que podem ser descritos da seguinte forma:

Perfil subjetivo: A empresa é o empresário, pois empresário é quem

exercita a atividade econômica organizada, de forma continuada.

Nesse sentido, a empresa pode ser uma pessoa física ou uma pessoa

jurídica, pois ela é titular de direitos e obrigações;

Perfil funcional: A empresa é uma atividade, que realiza produção e

circulação de bens e serviços, mediante organização de fatores de

produção, como capital, trabalho, matéria prima etc.;

Perfil objetivo (patrimonial): A empresa é um conjunto de bens. A

palavra empresa é sinônima da expressão estabelecimento comercial.

Os bens estão unidos para uma atividade específica, que é o exercício

da atividade econômica;

Perfil corporativo: A empresa é uma instituição, uma organização

pessoal, formada pelo empresário e pelos colaboradores (empregados

e prestadores de serviços), todos voltados para uma finalidade comum.

Sendo assim, frente ao exposto, o termo ‘empresa’ significa empreendimento,

associação de pessoas para exploração de um negócio. É o conjunto de atividades

do empresário. É toda organização econômica civil, ou empresarial, instituída para a

exploração de um determinado ramo de negócio.

2.2 CRITÉRIOS DEFINIDORES DO PORTE DAS EMPRESAS

Existem diversos fatores que contribuem para a determinação do porte da

empresa, classificando-a como de pequeno ou grande porte. Entre os mais

utilizados para esse tipo de segmentação, estão o número de empregados que ela

possui e o volume do seu faturamento, conforme o SEBRAE (2014).

Quadro 1 – Classificação das Empresas por Número de Funcionários

PORTE DA EMPRESA COMÉRCIO E

SERVIÇOS

INDUSTRIA

Microempresa Até 09 pessoas Até 19 pessoasPequena Empresa 10 a 49 pessoas 20 a 99 pessoasMédia Empresa 50 a 99 pessoas 100 a 499 pessoasGrande Empresa Mais de 100 pessoas Mais de 500 pessoasFonte: Adaptado do SEBRAE (2014).

Segundo os critérios apontados no Quadro 1, o SEBRAE (2014) utiliza o

número de funcionários como elemento classificador do porte da empresa, seguindo

os dados descritos. Entretanto, para o Banco Nacional de Desenvolvimento

Sustentável (BNDS), segundo aponta o SEBRAE (2014), o faturamento anula da

empresa é o elemento-chave para definir o porte da empresa, conforme mostrar o

Quadro 2:

Quadro 2 – Classificação do Porte da Empresa por Faturamento pelo BNDS

CLASSIFICAÇÃO RECEITA BRUTA ANUALMicroempresa Até R$ 2,4 milhõesPequena e Média Empresa De R$ 2,4 a R$ 90 milhõesMédia-grande e Grande Empresa Acima de R$ 90 milhõesFonte: Adaptado do SEBRAE (2014).

Segundo os dados apontados no Quadro 2, o faturamento anual bruto

determina a classificação do porte da empresa. Entretanto, segundo SEBRAE

(2014), esse tipo de definição pode não representar o porte de forma concisa, haja

vista que empresa com poucos funcionários, dependendo da sua segmentação,

pode possuir um faturamento elevado.

De acordo com Tacianeli (2011), a era do conhecimento e da tecnologia

vivenciadas por toda a sociedade, inclusive as organizações, distorce a realidade

dos parâmetros classificadores das empresas descritos acima. Na atualidade, as

empresas com poucos funcionários podem movimentar milhões em negócios, indo

de acordo com o que foi descrito acima.

Fica claro que atualmente não existe um consenso nas entidades brasileiras

acerca do padrão que deve ser utilizado para classificar o porte da empresa, o que

resulta em uma maior dificuldade de existir políticas públicas que contribuam para o

desenvolvimento das empresas, especialmente os micros e de pequeno porte,

objeto de estudo deste trabalho.

2.3 DESENVOLVIMENTO E FASES DO CRESCIMENTO EMPRESARIAL

Os empreendedores, na atualidade, possuem intensas dificuldades para o

desenvolvimento dos seus negócios devido às oscilações constantes inerentes ao

crescimento da empresa. As empresas, até atingirem sua maturidade no cenário

comercial, passam por inúmeras fases. Sendo assim, é de extrema relevância que

essas fases sejam compreendidas a fim de que o empreendedor esteja melhor

preparado para o enfrentamento de cada uma delas (SANTOS, 2012).

2.3.1 Início

De acordo com Santos (2012), a fase inicial do empreendimento é comporto

pelo planejamento e organização da atividade que se deseja iniciar mediante analise

de diversos elementos, como estrutura física da empresa, volume dos recursos que

serão utilizados para o investimento, definição de mercado, elaboração do plano de

negócios, desenvolvimento dos produtos e serviços, registro da empresa,

organização das atividades financeiras e administrativas, identificação do mercado,

entre outros.

Neste momento, segundo Santos (2012), os empreendedores encontram

diversas dificuldades acerca da liderança que será exercida junto aos colaboradores,

incluindo a comunicação foram, recrutamento, instalação dos funcionários, entre

outros. Para a fase inicial, de acordo com o autor, ter um planejamento estratégico e

operacional faz-se de extrema relevância, pois nele será descrita a estrutura informal

e as responsabilidades de cada colaborador.

De forma generalizada, segundo Russo (2002), essas adversidades são as

primeiras que devem ser vencidas e superadas pelo empreendedor no início da sua

atividade, a fim de garantir a execução plena dos seus processos internos, indo de

acordo com a missão e a filosofia organizacional.

2.3.2 Sobrevivência

Quando a empresa começa a funcionar, sendo esta considerada a segunda

fase do crescimento e desenvolvimento do empreendedor, é preciso que seja

realizada a definição dos setores e funções de cada integrante, além do

aprimoramento das atividades descritas na fase inicial (RUSSO, 2002).

Para Santos (2012), as principais características da fase de sobrevivência das

empresas são:

Conquista do seu espaço no mercado;

Realização de operações diárias;

Busca da estabilidade financeira.

Ainda segundo Santos (2012), é comum que o empreendedor querer cuidar

de todos os assuntos da empresa, principalmente os de esfera financeira, entretanto

é preciso que ele tenha em mente a necessidade de delegar funções a fim de se

obter novos conhecimentos e ideias que contribuam para o crescimento do seu

empreendimento, visando a sua permanência e bem-estar no mercado. As tomadas

de decisões precisam ser participadas por toda a esfera humana que faz parte do

processo interno da empresa. Quanto maior o compartilhamento de ideias, maior a

possibilidade e as chances de prosperidade nos negócios.

Na fase da sobrevivência também existem uma serie de adversidades que

precisam ser vencidas pelo empreendedor. Segundo Russo (2002) o sistema de

gestão implementado pode não ser eficaz para a segmentação da empresa, haja

vista que seu funcionamento se torna mais complexo com o decorrer do tempo e a

execução das atividades. Geralmente, no processo de complexidade, os

colaboradores querem uma maior autonomia no exercício das suas funções, pois o

empreendedor ainda deseja controlar e organizar todos os setores da empresa.

Quanto menor a autonomia ofertada ao colaborador, maior a chance de travar e

emperrar algumas ações que fazem parte do processo operacional.

2.3.3 Prosperidade

Com a obtenção de lucros significativos advindos pela organização da fase de

sobrevivência, o empreendedor precisa optar entre manter a empresa como está ou

expandi-la visando seu crescimento no mercado. De acordo com Russo (2002),

nessa fase a empresa já possui um sistema implantado, ora administrativo, ora

operacional, o que lhe garante uma considerável rentabilidade.

As principais características que definem a terceira fase são diferenciadas

pela decisão que o empreendedor irá tomar. Caso decida manter o empreendimento

no mesmo patamar, de acordo com Russo (2002), o empreendedor deverá realizar

esforços a fim de atingir as vendas planejadas no primeiro estágio, fazer com que a

capacidade produtiva instalada seja toda ocupada com o volume de vendas, realizar

esforços para a definição das responsabilidades e papéis dos funcionários da

empresa e delegar certas responsabilidades.

Mediante a delegação de maiores responsabilidades aos colaboradores, o

empreendedor passa a ter mais tempo para executar atividades voltadas à

estratégica da empresa, como objetivos, orçamentos, entre outros, proporcionando a

implantação de sistemas inerentes ao controle de gestão e outros elementos que

contribuirão para a organização do empreendimento (RUSSO, 2002).

Nessa fase, para Santos (2012), pode surgir uma crise de controle, assim

como divergência no processo de tomada de decisões de repartição das tarefas.

Sempre que ocorrer esse tipo de problema, o empreendedor precisa refazer seu

planejamento, sendo este com mais cuidado e atenção dentro das habilidades dos

funcionários e o desempenho das suas funções. Para o autor, as MPE’s passam por

essa crise de controle justamente por causa da ameaça existente no mercado e a

necessidade de se manter um controle maior acerca do seus sistema operacional,

visando a sua sobrevivência e prosperidade nos negócios.

2.3.4 Expansão

Quando o empreendedor visa expandir seus negócios, é preciso se atentar a

dois fatores vitais ao processo: necessidade de recursos e a coordenação das

atividades. Segundo Russo (2002), essa fase pode ser definida da seguinte maneira:

É fase do crescimento pela coordenação. Os maiores problemasencontrados nesta fase são a obtenção dos recursos necessários parafinanciar o crescimento desejado e a coordenação das atividades paraassegurar a unidade organizacional (RUSSO, 2002, p. 33).

Com o decorrer do tempo e o crescimento da organização, as atividades

como um todo se tornam mais complexas, exigindo do empreendedor uma maior

informatização e sistematização dos seus processos internos, sendo estes

condizentes ao porte da empresa e a sua missão.

Para Santos (2012), as características principais da fase de expansão da

organização são:

Reorganização da estrutura inicial;

Implementação de novas estratégias;

Atualização sistematizada dos processos internos;

Manutenção constante da empresa no mercado.

O empreendedor, de acordo com Russo (2002), precisa redefinir o futuro da

empresa por meio da implantação de novas políticas e objetivo, além de um

planejamento participativo e reorganização da linha de produtos e serviços ofertados

pela empresa. Além disso, a empresa precisa proporcionar todo o suporte

necessário para que sejam introduzidos novos produtos e serviços, capacitando sua

esfera humana para o atendimento dessa nova demanda. O crescimento não pode

ser apenas no âmbito do volume de vendas, e sim na integração de toda a sua

cadeia produtiva.

Como riscos dessa fase, Russo (2002) afirma que pode ocorrer na esfera da

burocracia devido aos procedimentos existentes para a implementação de novos

parâmetros produtivos à empresa e de novas tecnologias, sendo estas necessárias

para a expansão dos negócios empresariais.

2.3.5 Maturidade

A última fase da empresa é reconhecida pela sua maturidade e permanência

no mercado. De acordo com Russo (2002), essa fase é definida como o estágio

mais seguro, na qual a empresa possui um sistema administrativo e financeiro

organizado, além de um considerável quadro humano em seu ambiente interno.

Nessa fase, os problemas são permeados pela consolidação dos resultados

atingidos, assim como do seu controle. Além disso, segundo Russo (2002), é preciso

que sejam criados mecanismos que evitem a perda do espirito empreendedor do

dono da empresa, a fim de que ele esteja sempre atento às inovações e à busca de

um novo mercado para a sua organização.

A maturidade organizacional faz com que a prioridade se volte para a

colaboração interpessoal, juntamente com um esforço para superar a crise

burocrática instalada no setor passado, ou seja, na fase de expansão. Para Santos

(2012), as principais características dessa fase são:

Desenvolvimento de uma administração colaborativa;

Sistemas formais de avaliação no ambiente interno;

Replanejamento dos objetivos futuros;

Desenvolvimento da relação interpessoal;

Capacitação constante dos colaboradores.

Para as pequenas e micro empresas, as fases de maior dificuldade são as de

prosperidade e expansão, haja vista que os recursos financeiros são elementos

vitais para a concretização desses dois momentos (RUSSO, 2002). Mediante ao

desdobramento das fases empresariais descritos neste trabalho, o empreendedor

consegue ter uma maior compreensão acerca da necessidade existente em cada

uma, visando o crescimento e desenvolvimento da sua empresa, além de garantir

sua estabilidade no cenário comercial.

2.4 IMPORTÂNCIA DA EMPRESA DE MICRO E PEQUENO PORTE

As MPE’s, dentro do cenário mundial, principalmente na economia brasileira,

possuem um número expressivo e significativo que demonstram sua importância e

relevância na atualidade. De acordo com Sarfati (2013), elas representam cerca de

98% do total de todas as empresas existentes nos países desenvolvidos. Ainda

segundo o autor, elas empregam cerca de 70% dos empregos formais existentes em

todo o mundo. Nos países em desenvolvimento, as micro e pequenas empresas

representam cerca de 40% de toda a força de trabalho formal, e aproximadamente

30% do PIB do país.

Nas últimas décadas, o crescimento dos empresários de pequeno porte vem

sendo significativo e de extrema importância dentro do cenário internacional, sendo

consideradas como um dos pilares de sustentação da economia, principalmente no

Brasil. De acordo com Teixeira e Andreassi (2013), a atividade empreendedora

contribui em demasia para o crescimento e o desenvolvimento dos países, e sua

permanência no mercado tem sido considerada como um dos grandes desafios para

os governantes.

De acordo com Pereira (2012), no Brasil as MPE’s representam uma parcela

significativa da economia do país. O autor aponta que em pesquisa realizada pelo

SEBRAE (2014), cerca de 97& das empresas existentes foram classificadas como

de micro ou pequeno porte. Essa representatividade, segundo o autor, faz com que

elas sejam responsáveis por mais de 50% da mão-de-obra formal do país.

Frente aos dados significativos apresentados, as pequenas e micro empresas

possuem uma extrema relevância para a economia e o PIB nacional, sendo

consideradas como grandes geradoras de empresa e participantes ativas da

economia, o que contribui em demasia para o crescimento e desenvolvimento do

Brasil. Além disso, como são essenciais para a economia brasileira, as micro e

pequenas empresas têm sido cada vez mais alvo de políticas específicas para

facilitar sua sobrevivência, assunto esse que será abordado no próximo capítulo

deste trabalho.

3 OBSTÁCULOS PARA AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL

3.1 PERMANÊNCIA NO MERCADO

Sabe-se que para qualquer empresa sobreviver e permanecer competitiva

nos negócios é vital que ela encontre disponibilidade de produção para atender as

necessidades do seu mercado-alvo. As demandas dos clientes é de extrema

relevância, porém a empresa precisa ter disponível o produto certo que alcance a

satisfação destes consumidores.

De acordo com Santos (2012), o empreendedor que está iniciando sua

jornada no mercado precisa encontrar o produto exato e inovador para atender à

necessidade de forma objetiva e concisa. Sendo assim, é característica inerente ao

empreendedor buscar a inovação como uma ferramenta estratégica e competitiva,

pois na atualidade já existem diversos produtos para atender inúmeras demandas.

Para Santos (2012), além da novidade mercadológica, o empreendedor

precisa manter uma ampla divulgação da sua marca e da sua empresa, a fim de

obter uma diferenciação dentre as demais. Para que o empreendedor consiga

alcançar esse objetivo, mensurar sua capacidade produtiva antes de iniciar a

atividade faz-se vital para a prosperidade do seu negócio. Em muitos casos, a

empresa não permanece no negócio justamente por ter limitação de recursos

financeiros, independentemente de ter o produto que atenda às necessidades do

público. Os recursos financeiros contribuem para a maximização da capacidade de

produção de qualquer organização, pois eles permitem a implantação de novas

tecnologias de produção e ampliação no quadro de colaboradores da empresa.

Além dos financeiros, a empresa precisa ter recursos de outras esferas, como

tecnológicos, humanos e administrativos. Nesse contexto, Santos (2012) descreve

cada um da seguinte maneira:

Tecnológicos: procedimentos e técnicas que viabilizam o

desenvolvimento e a criação de produtos;

Humanos: qualificação e preparação da mão-de-obra existente no

ambiente interno da empresa;

Administrativos: administração e aperfeiçoamento dos recursos

humanos e tecnológicos da organização.

Em relação às pequenas e micro empresas, a falta de recursos financeiros é

uma das maiores adversidades encontradas por ela para permanecerem no

mercado. Segundo Russo (2002), a escassez desse tipo de recursos limita todos os

demais, facilitando para que outras empresas vençam a concorrência ao criar um

diferencial entre elas. A falta de recursos financeiros, de acordo com o autor, está

diretamente ligado a falta dos recursos tecnológicos e humanos, sendo que estes

são os fatores que garantem a competitividade da organização no mercado.

Para que as MPE’s consigam se manter no mercado, é preciso possui

recursos para diversificar sua produção e se destacar dentre as demais. Elas

precisam conhecer os gostos e as necessidades dos clientes para produzir produtos

e serviços que busquem a satisfação deles, além de uma ampla adequação ao

mercado.

De acordo com Russo (2002), o sucesso e o fracasso das MPE’s estão,

também, diretamente relacionados aos fatores externos, como política, economia e

aspectos sociais do pais em que se encontram. O cenário comercial, em sua grande

maioria, determina as variáveis que influenciam diretamente na estabilidade e

prosperidade das empresas no mercado, inclusive sobre sua manutenção e

crescimento produtivo.

Frente ao exposto, as micro e pequenas empresas, assim com o

empreendedor que está iniciando suas atividades, precisam estar atentos aos

diversos fatores que norteiam a produtividade e a sobrevivência delas no cenário

comercial. Manter um bom planejamento, principalmente no âmbito financeiro,

garante uma maior segurança, adaptabilidade e inovação para as MPE’s, resultando,

consequentemente, na sua competitividade mercadológica.

3.2 LINHAS DE CRÉDITO

As MPE’s, conforme citado anteriormente, possuem diversas dificuldades pelo

caminho até a sua maturidade organizacional. Como apontado no capítulo dois, as

escassezes dos recursos financeiros limitam toda a sua capacidade produtividade e

competitividade no mercado. Quando a empresa não possui um bem-estar

financeiro, acaba procurando esse recurso em outros lugares por meio da captação

de crédito (SILVA, 2013).

Segundo Silva (2013), o crédito ou a escassez dele influencia a atuação da

empresa em seu segmento. Em muitas MPE’s, os empresários acabam fazendo um

financiamento pessoal para cobrir as despesas da sua empresas. Essa relação entre

pessoa física e jurídica impõe limites para a expansão das empresas de pequeno

porte, pois faz com que a empresa não tenha acesso ao crédito e,

consequentemente, não obtenha esse instrumento como vantagem competitiva.

Nas últimas décadas, com a criação de políticas públicas voltadas ao

empreendedorismo, houve uma expansão da linha de créditos para as MPE’s no

Brasil. De acordo com Silva (2013), desde o ano de 2000, período que surgiu esses

programas voltados ao credito às pequenas e micro empresas, houve um

crescimento maior das MPE’s. O autor afirma que os bancos públicos estão muito

presentes no acesso deste crédito às empresas de pequeno e micro porte, já que

acabam sendo utilizados para estratégias setoriais de governos ou como manobra

para superar crises financeiras.

Sendo assim, para que as MPE’s consigam expandir seus negócios e crescer

no mercado, o crédito é fundamental para a captação dos recursos externos, uma

vez que ele é imprescindível para a sobrevivência da empresa em período de crise e

recessão econômica no país.

3.3 EMPRESAS X MICROEMPRESAS

De acordo com Melchert (2007), a escassez de uma economia de escala

influencia diretamente na competitividades das MPE’s com empresas de maior porte,

obrigando-as a participarem de mercados diferenciados. Segundo o autor, as

empresas de menor porte atuam, na atualidade, como complemento ou

subordinação às grandes empresas, sendo esta uma das maiores preocupações do

empreendedor em relação à expansão ou não do seu negócio.

Outros fatores que impedem a competitividade das MPE’s com as empresas

maiores referem-se à ausência de capital humano. Em sua grande maioria, elas

possuem poucos colaboradores ou, dependendo da segmentação, nenhum. Para

Santos (2012), a globalização exige uma atenção maior para o capital intelectual,

como conhecimento, habilidade e a atitudes dos funcionários dentro da organização.

Dentro desse contexto, as empresas de maior porte possuem uma vantagem

competitiva, haja vista que elas investem na qualificação e capacitação da sua

esfera humana para elevar a sua produtividade e, automaticamente, lucratividade.

Segundo Melchert (2007), existem maneiras de reduzir a desvantagem das

MPE’s em relação às empresas de grande porte por meio de uma participação ativa

na esfera produtiva. Para o autor, o fato de elas estarem inseridas neste meio,

aumenta a eficiência, pois se tornam mais flexíveis e com resposta mais rápida aos

problemas do cotidiano. Além disso, por estarem próximas, possuem a possibilidade

de efetuar ações conjuntas.

Na competitividade existente entre as empresas de pequeno porte, não é

possível. Como elas atuam nas esferas que não há interesse das grandes

empresas, a competição entre elas se torna acirrada, inclusive no livre mercado,

exigindo cada vez mais estratégias que garantam seu destaque no mercado e a sua

competitividade.

Um dos motivos principais que causam a falência e o fechamento de MPE’s é

justamente o fato delas agirem sozinhas, sem parceria organizacional. Ao agirem

sozinhas, elas não conseguem usar as experiências anteriores como exemplo e

acabam praticando os mesmos erros das empresas que não obtiveram sucesso no

mercado, principalmente no novo modelo comercial imposta pela globalização

(SILVA, 2013).

De acordo com Pereira (2012), os empreendedores de MPE’s vivenciam em

seu cotidiano diversos dissabores que prejudicam de forma direta a sua

competitividade no mercado. Segundo o autor, esses problemas podem ser

descritos como:

Não se conectam com outras empresas da mesma segmentação do

seu negócio;

Não divide os problemas com os colaboradores, impedindo a criação

de novas ideais e concepções;

Não consegue encontrar solução para adversidades do cotidiano;

Não procura ajuda externa;

Veem os concorrentes como inimigos e não como modelos para

superação;

Muitos problemas são resolvidos com a proximidade entre as empresas, mas

nem todos. Santos (2012) salienta que nenhum empresário abre o seu negócio com

o intuito de fechar as portas, pelo contrário, ele busca o crescimento, seja ele pelo

lucro ou pelo número de funcionários. Entretanto, nem sempre a trajetória sai

conforme o esperado, e as empresas acabam fechando suas portas precocemente.

3.4 DIFICULDADES DIVERSAS

Os empresários em geral encontram muitas dificuldades para manter suas

empresas no mercado frente às constantes mudanças que a economia do país

vivencia. Para os empreendedores de pequenas e micro empresas, essas

dificuldades possuem uma maximização, haja vista a estrutura menor que esse tipo

de empresa possui.

Dentro desse contexto, o perfil do empreendedor pode ser definido como uma

adversidade ou dificuldade de sobrevivência no mercado para a MPE.

Características pessoas, aperfeiçoamento técnico e o interesse pela inovação são

fatores preponderantes para o sucesso ou insucesso da empresa (SILVA, 2013).

Como outro elemento que pode ser considerado como uma dificuldade para

as MPE’s é a burocracia que o empreendedor vivencia para abrir o seu próprio

negócio no Brasil. De acordo com Silva (2013), mesmo com as políticas públicas e

os programas voltados especificadamente para as MPE’s, formalizar as pequenas

empresas torna-se um ato difícil devido à intensa burocracia e custo, ressalvo as

MEI’s que podem ser abertas diretamente pelo site do SEBRAE.

Mediante ao que foi exposto nesse trabalho, ainda que o empreendedor não

tenha obtido sucesso em sua empreitada, ele levará consigo a experiência e uma

bagagem importante para que ele consiga abrir um novo negócio. A vida do

empreendedor de MPE’s não é fácil no Brasil, pois as constantes instabilidades dos

fatores externos agem diretamente nas empresas de menor estrutura, contribuindo

para o seu insucesso no mercado, porém, mediante planejamento estratégico prévio

e alguns cuidados, ele pode obter sucesso no mercado e garantir a competitividade

da sua empresa dentro do cenário comercial globalizado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A globalização ampliou o cenário comercial, derrubando as fronteiras

existentes entre os países. Com esse advento, a concorrência passou a ser mais

acirrada, sendo sentida de forma mais efetiva pelas empresas de micro e pequeno

porte, justamente por causa do seu volume financeiro e produtivo.

Nesse contexto, empreender no mercado globalizado tem sido um processo

permeado por inúmeras adversidades e dificuldades, fazendo com que os

empreendedores encontrem dificuldades para efetivar sua empresa nos negócios.

Levando-se em consideração os padrões classificativos do porte das empresas no

Brasil, as micro e pequenas empresas possuem um faturamento mínimo, impedindo,

muitas vezes, de que se tenha um capital para suprir as constantes alterações no

cenário econômico e comercial.

Sendo assim, esse trabalho abordou o conceito de empreendedorismo no

Brasil e a importância que as empresas de micro e pequeno porte representam na

economia do país, ocupando um número elevado e significativo, e contribuindo em

demasia para o desenvolvimento e crescimento nacional, principalmente acerca da

geração de emprego que elas oferecem para a sociedade.

Conforme apresentando, o Brasil possui uma classificação de porte das

empresas que leva em consideração o volume de faturamento anual das

organizações. Nesse contexto, procurou-se expor os principais dados referentes a

essa classificação, e as fases de desenvolvimento empresarial, contribuindo para

que os empreendedores tenham uma maior percepção acerca de cada uma delas e

da importância que elas têm para a permanência do empreendimento nos negócios.

Frente ao exposto, foi abordado neste trabalho os principais obstáculos que

fazem parte das empresas de micro e pequeno porte no Brasil, assim como a forma

como os empreendedores precisam agir para agregar um valor maior à sua empresa

no mercado. Ainda que as empresas de micro e pequeno porte vivenciam e sintas as

modificações econômicas de forma mais intensa, ficou claro que com trabalho e

dedicação, assim como um planejamento conciso, é possível se manter competitiva

no mercado e sobreviver dentro do cenário globalizado, alcançando a sua

prosperidade e sucesso mercadológico.

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