loureiro, s. r. 2014. do ensino prático à forma escolar

Upload: samuel-robes-loureiro

Post on 12-Oct-2015

17 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • Cadetes e Alunos-Oficiais: do ensino pela experincia prtica forma escolar.

    Samuel Robes Loureiro 1

    Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo

    [email protected]

    Palavras-chave: Ensino Militar; Forma Escolar; Cadetes; Alunos-Oficiais.

    Historiadores da Educao como Guy Vincent, Bernard Lahire e Daniel Thin

    (2001), ao analisarem a crise do sistema escolar francs, debruaram-se sobre a temtica da

    "forma escolar". Nestes estudos foi contestada a produo historiogrfica que defende uma

    noo de continusmo entre as formas escolares da Idade Mdia, ou mesmo da

    Antiguidade, e a forma escolar contempornea, propondo uma espcie de "evoluo

    natural" da escola desde a antiguidade at nossos dias. Esses autores identificam

    anacronismos na ideia de continusmo, como a procura por sistemas de ensino primrios,

    secundrios e superiores na Antiguidade Clssica e Idade Mdia. Por fim concluem que a

    forma escolar, tal qual concebemos, pode ter tido suas origens na Idade Moderna

    (VICENTE, et alli, 2001, p. 12).

    O presente trabalho tem por objetivo demonstrar, com base em dados

    empricos obtidos por meio da pesquisa histrica, que as propostas de Vincent, Lahire e

    Thin, com relao origem e a histria da forma escolar, encontram suporte nos estudos na

    histria do ensino militar no Brasil. Visando demonstrar a relao entre o conceito de

    forma escolar e o estudo histrico, foi utilizada a teoria elaborada por Thompson (1981),

    que considera que a teoria no pertence apenas esfera das abstraes, esta ligada tambm

    a um

    [...] debate entre, por um lado conceitos ou hipteses recebidos,

    inadequados ou ideologicamente informados, e, por outro, evidncias

    recentes ou inconvenientes [...] Na medida em que uma noo

    endossada pelas evidncias, temos ento todo o direito de dizer que ela

    existe [...] na histria real (THOMPSON, 1981, p. 53-54).

    1 Doutorando do Programa de Ps-Graduao em Educao: Histria, Poltica, Sociedade, da Pontifcia

    Universidade Catlica de So Paulo.

  • 2

    Com base neste referencial, os procedimentos metodolgicos do presente

    trabalho usaram a ideia de que os conceitos e as evidncias devem "conversar" entre si, por

    meio de comparaes que busquem comprovar a aplicabilidade de determinado conceito

    em determinado quadro emprico. Em termos mais prticos, as propostas de Vincent,

    Lahire e Thin, no tocante a origem e a histria da forma escolar, devem encontrar suporte

    em indcios histricos para serem comprovadas. O que procuraremos demonstrar com o

    estudo da histria da formao dos comandantes militares no Brasil. Para tal

    questionaremos a verso continuista utilizada para explicar a evoluo do ensino militar e

    indicaremos indcios de rupturas entre o sistema de ensino prtico e a forma escolar.

    A pesquisa histrica indica que at meados do sculo XVIII a escolha dos

    chefes militares se dava a partir de privilgios de nascimento. Perodo em que os filhos dos

    nobres recebiam o comando de unidades militares sem a necessidade obrigatria de se

    prepararem para tal, o que por diversas vezes resultava em grandes fracassos. Encontramos

    na historiografia militar portuguesa fontes que descrevem a inpcia e a falta de preparo dos

    comandantes de tropas, incluindo os Oficiais destacados nas colnias. Podemos citar como

    exemplo a obra "O Capito de Infantaria Portugus", escrita em 1751 pelo coronel Andr

    Ribeiro Coutinho. Trata-se de um manual sobre as funes de um capito de infantaria,

    documento onde possvel encontrar crticas a comandantes que no tem conhecimentos

    ou experincia na arte militar (RIBEIRO COUTINHO, 1751).

    Diante deste e de outros problemas, em meados do sculo XVIII houve um

    processo de modernizao das foras armadas portuguesas que observou a questo da falta

    de preparo e de experincia dos comandantes militares. Desta forma, em 1757, durante a

    chamada era pombalina, foi publicado o alvar rgio que criava a graduao de Cadete na

    hierarquia militar. O texto inicial do citado alvar dizia

    EU ELREI Fao saber aos que este Alvar virem, que considerando o

    muito, que convem ao Meu Real servio, e ao Bem commun dos Meus

    Reinos, que a Nobreza delles tenha esclas proprias, para se instruir na

    Arte, e disciplina Militar, em que a especulao se faz intil sem huma

    quotidiana, e dilatada prtica [...]: Sou Servido ordenar o seguinte:

    Em cada Companhia de Infantaria, Cavallaria, Drages, e Artilheria

    podero assentar praa tres Fidalgos, ou pessoas de nobreza conhecida

    assim da Corte, como das Provincias, com a denominao de Cadtes:

    Fazendo petio aos respectivos Directores na qual lhes representem, que

    pertendem servir de Cadtes no Regimento, que declararem: E que os

    admitta a fazer as suas provas de Nobreza (PORTUGAL, 1757).

  • 3

    Para incorporar como Cadete, o Fidalgo no poderia ter menos de quinze anos

    e nem mais de vinte. Alm disto, poderia ascender na carreira militar, atingindo os postos

    mais elevados. Como se depreende do seguinte trecho do citado alvar

    Nenhuma pessoa poder ser admittida para assentar praa de Cadete,

    tendo menos de quinze annos de idade, ou passando de vinte; porm os

    que forem recebidos nesta conformidade pelo mesmo facto da praa, que

    assentarem, ficaro dispensados no tempo de servio, para o effeito de

    que, antes delle ser completo, posso ser gradualmente nomeados nos

    pstos, como pelas Minhas Reaes Ordens est determinado.

    Em uma anlise preliminar deste dispositivo possvel verificar uma tentativa

    de soluo para a questo da falta de preparo dos comandantes de tropa, a experincia

    prtica que seria obtida com o servio junto s unidades operacionais (Companhia de

    Infantaria, Cavalaria, Drages e Artilharia). Por outro lado, os privilgios de nascimento

    para a escolha dos futuros comandantes permaneceram por meio da obrigao de que os

    candidatos a Cadetes apresentassem provas de nobreza. Com este dispositivo as Foras

    Armadas portuguesas passaram a adotar a graduao de Cadete como uma forma de

    ascenso ao oficialato a partir da experincia de comando que seria adquirida na vivencia

    prtica da vida militar por parte dos filhos da nobreza.

    Ainda no sentido de modernizar as Foras Armadas, Pombal adotou outras

    medidas, como a nomeao do Conde de Lippi como marechal-general do Exrcito

    Portugus e o investimento em novas tecnologias militares, como novos canhes e novas

    fortificaes (PORTUGAL, 2004). Com a evoluo dos armamentos, em especial do uso

    de canhes e dos sistemas de fortificaes, foi necessrio que um grupo de Oficiais fosse

    detentor de conhecimentos tcnicos para comandarem os regimentos de artilharia e

    construrem as fortificaes necessrias defesa, tanto de Portugal quanto das colnias.

    Para tal, foram criados cursos especficos para que os Oficiais das armas ditas cientficas

    (artilharia e engenharia) recebessem os conhecimentos necessrios modernizao

    almejada.

    Nesta fase permaneceram funcionando os dois sistemas: a formao prtica

    dada aos Cadetes junto s unidades operacionais e foram criadas "escolas" para a formao

    e aprimoramento de alguns Cadetes e Oficiais mais velhos. Um exemplo deste tipo de

    "escola" pode ser observado no alvar rgio de 1763 que cria o "Plano, que sua Magestade

    manda seguir, e observar no Estabelecimento, Estudos, e Exercicios das Aulas dos

  • 4

    Regimentos de Artilheria" (Portugal, 1763). Neste plano verificasse um sistema de ensino

    terico que deveria ser utilizado para instruir os Oficiais da arma de artilharia com a

    designao de "Lentes das Aulas de Artilheria" e determinando a utilizao do mtodo

    Monsieur Bellidoro para as aulas de matemtica e o mtodo Monsieur Du Lacq para as

    aulas de artilharia (idem). Isso indica o surgimento de um sistema de formao de Oficiais

    semelhante forma escolar contempornea, com a existncia de um professor, um mtodo

    prprio e predominncia da formao terica em detrimento da formao prtica. A partir

    da analise do alvar rgio que cria a graduao de Cadetes e do outro que cria o plano de

    aulas de artilharia temos evidencias da existncia de um sistema hbrido que mesclava

    formao prtica, na vivencia militar para a maioria dos Oficiais, e formao escolar para

    um pequeno grupo.

    Enquanto era aprimorado o processo de formao de Oficiais em Portugal, foi

    reforada a defesa da colnia portuguesa na Amrica, para tal foi enviado o Marechal-de-

    Campo Joo Henrique Bhm, que realizou grande reforma nas foras militares da colnia,

    introduzindo os regulamentos prussianos2 e desenvolvendo "[...] uma verdadeira estrutura

    militar" (PAULA, 1970, p. 268 a 269). Em 1774 chegam de Portugal Oficiais

    especialmente nomeados para ministrarem aulas de artilharia e iniciar um curso de

    "Arquitetura Militar". Em 1792, o Vice-Rei, Conde de Resende, transforma a "aula militar"

    em Academia de Artilharia, Fortificao e Desenho, que foi instalada no depsito de

    material blico conhecido como "Casa do Trem da Artilharia", localizada na cidade do Rio

    de Janeiro (MACHADO, 2011, p. 340 a 341). Nessa Escola Militar a formao do oficial

    aproximou-se da ideia da forma escolar contempornea. Eram ministradas aulas de

    infantaria, cavalaria, artilharia e engenharia. Os cursos de cavalaria e infantaria duravam

    trs anos, o curso de artilharia cinco, e o curso de engenharia seis. Em 1795 criada a

    "Nova Academia de Aritmtica, Geometria Prtica, Fortificao, Desenho e Lngua

    Francesa", que provavelmente tambm funcionava na "Casa do Trem de Artilharia"

    (idem).

    Com a chegada da Famlia Real portuguesa no Brasil, o Prncipe Regente D.

    Joo reorganiza as foras da colnia, ampliando os efetivos e modernizando as unidades.

    Este projeto de modernizao incluiu a criao de uma escola militar para a formao dos

    Oficiais do Exrcito. Assim sendo, em dezembro de 1810, foi fundada a Academia Real

    2 Regulamento do Conde de Lippi, que durou no Brasil at 1895 (PAULA, 1970, P. 268).

  • 5

    Militar. Ao analisarmos a Carta de Lei que cria essa academia constatamos que essa escola

    possua uma dupla funo: a primeira seria a de formar "[...] hbeis Officiaes [...]"

    (BRASIL, 1810); a segunda funo era de formar "[...] Engenheiros geographos e

    topographos, que possam tambm ter o util emprego de dirigir objectos administrativos de

    minas, de caminhos, portos, canaes, pontes, fontes, e caladas[...]" (idem).

    Uma anlise da primeira turma da Academia Real Militar nos permite verificar

    a grande diversificao do corpo discente. A turma era composta por setenta e trs alunos,

    sendo que sessenta e seis j eram militares que ocupavam diferentes postos e graduaes3 e

    sete eram civis. O Mais novo tinha 15 anos de idade e o mais velho 43 (PERES, 2011, p.

    29). Estes fatos demonstram alm de um corpo de alunos muito diversificado, a presena

    de alguns Oficiais que se matriculavam na escola para aprimorarem seus conhecimentos

    tcnicos, visto que j possuam a patente de oficial, eram os chamados Oficiais-Alunos.

    Trevisan (1993, pp. 10-11) observa que um dos aspectos do regulamento

    editado para a Academia Real Militar em 1810 era a distino entre os alunos, como se

    depreende do trecho a seguir:

    Um ltimo detalhe, fruto ainda do 'esprito' do Estatuto de 1810, com

    origem bem determinada nele, tem especial importncia: as distines

    entre espcies de aluno. Em 1810 o Estatuto previa o aluno obrigado e o voluntrio. Ambos, para ingresso, cumpriam duas exigncias: 15 anos completos e dar conta das quatro primeiras operaes. A diferena entre eles que o obrigado sentava praa de soldado ou cadete de Artilharia e prestava servio nessa Arma, o que lhe conferia depois

    regalias. O voluntrio estava dispensado desse destino de artilheiro. Em 1823, porque enfim o Estatuto previa diferenas entre os alunos, um ato

    do governo independente permite matrcula na Academia Real Militar de

    alunos civis, que no firmariam nenhum tipo de compromisso com a

    carreira militar. Eram os paisanos. A esse tipo de aluno seria concedido, ao final do curso, um diploma: o de Engenheiro Civil.

    Em 1812, a Escola Militar muda da "Casa do Trem de Artilharia" para uma

    nova sede no Largo de So Francisco, tambm na cidade do Rio de Janeiro, onde

    permaneceu at 1858. Nesse perodo a Escola manteve a sua dupla funo: formar Oficiais

    para o Exrcito e engenheiros que supririam as necessidades da nao. Em razo disso, a

    maior parte das discusses sobre o sistema de ensino da escola militar girava em torno dos

    problemas relativos a um ensino excessivamente terico e afastado das necessidades do

    3 Capites, Tenentes, Sargentos-mores, Sargentos, Furriis, Cabos, Soldados e Cadetes (PERES, 2011, p. 29).

  • 6

    Exrcito, ou de um ensino voltado quase que exclusivamente prtica militar, o que

    dificultava a formao dos engenheiros necessrios nao.

    Mesmo com a criao de uma escola formadora de Oficiais, com uma aparente

    consagrao da forma escolar, o sistema de formao de Oficiais nos "Corpos de Tropa"

    manteve-se. Continuou a existir a figura do Cadete como a principal sistema de formao

    de Oficiais. Isto confirma a manuteno do sistema hbrido de educao militar, que

    mantinha a forma escolar para um pequeno grupo e a formao pela vivncia prtica para a

    maioria.

    No sculo XIX, o problema que surgiu foi a falta de interesse por parte dos

    filhos da aristocracia pela carreira militar. Shultz (1971) verificou que a partir da primeira

    metade do sculo XIX a aristocracia dos grandes proprietrios de terras brasileiros preferiu

    a ocupao de "[...] funes mais lucrativas de carter poltico e judicial aos postos do

    oficialato" (SCHULZ, 1971, p. 238). A criao e a difuso das Faculdades de Direito e

    Medicina absorveu o filhos das elites agrrias, em detrimento da carreira militar. Para

    suprir a falta de interesse dos filhos da aristocracia pela carreira militar e poder completar

    os quadros necessrios manuteno das Foras Armadas no tocante necessidade de

    Oficiais, em 1820 so criadas as figuras dos Segundos Cadetes e Soldados Particulares.

    Esta norma flexibiliza a exigncia de pertencimento a nobreza para ascenso ao oficialato.

    Passaram a ser aceitos como Segundos Cadetes ou Soldados Particulares "[...] os filhos dos

    Oficiais de patente das tropas de linha do Exrcito do Brasil, ou de pessoas condecoradas

    com hbito de alguma das ordens [...]" (PORTUGAL, 1820). Os Segundos Cadetes e os

    Soldados Particulares poderiam ascender na carreira do oficialato da mesma maneira que

    os Cadetes criados em 1757 (denominados a partir de 1820 como Primeiros Cadetes).

    Com estes mecanismos, durante o sculo XIX, a maior parcela dos Oficiais das

    armas de infantaria e cavalaria era oriunda dos Cadetes e Soldados Particulares.

    Constituam os chamados Oficiais formados na "Tradio dos Corpos de Tropa", que

    galgavam os postos por vivencia prtica nos quartis. Este sistema hbrido tinha seus

    problemas, especialmente com relao s questes decorrentes da excessiva formao

    terica dada para os Oficiais formados na Escola Militar, que receberam a alcunha de

  • 7

    Oficiais Doutores, e a falta de conhecimentos dos Oficiais formados nos Corpos de Tropa,

    apelidados de tarimbeiros4.

    Na dcada de 1850, durante a Guerra contra Uribe e Rosas (1851-1852), o

    ministro de guerra5 passou a preocupar-se com a formao profissional dos Oficiais do

    Exrcito. O quadro era considerado grave, o prprio Almanaque Militar de 1857 nos

    informa que os Oficiais dos corpos tcnicos (engenharia, artilharia e estado-maior) tinham

    passado pela Escola Militar, sendo que "[...] apenas 31 dentre os 354 de infantaria e a 20

    dos 119 da cavalaria [...]"(SCHULZ, 1971, p. 238) tinham frequentado um curso superior.

    Surgem tentativas para solucionar o problema da falta de conhecimentos tcnicos dos

    Oficiais formados na "Tradio dos Corpos de Tropa".

    A primeira soluo dada foi a Lei de Promoes6, que estipulava que para ser

    promovido a capito era necessrio o curso completo de sua arma. Como isto inviabilizaria

    a promoo dos Oficiais formados na "Tradio dos Corpos de Tropa" e existiam muito

    Oficiais nesta condio, incluindo Oficiais superiores, foi criada uma exceo para os

    quadros das armas de infantaria e de cavalaria. Para estas armas, somente um tero dos

    Oficiais dos quadros necessitaria da formao na Escola Militar. Em 1851 foi criado um

    curso de infantaria e cavalaria no Rio Grande do Sul, onde se concentravam a maioria das

    tropas. Efetivamente instalado em 18537, este curso deu oportunidade para que muitos

    Oficiais tivessem uma rpida instruo terica prximo das unidades em que serviam

    (MACHADO, 2011).

    Enquanto isto, na Escola Militar, visando o equilbrio entre o ensino terico e o

    ensino prtico, tentou-se adotar o modelo francs de duas escolas, uma terica e outra de

    aplicao. Para tal, em 1855, a Escola Militar dividida em duas escolas. Permanece no

    Largo de So Francisco a Escola Militar, ministrando um curso cientfico de forma

    4 Neste perodo surge o termo "Tarimbeiro", derivado da palavra tarimba, que era a cama de campanha do

    soldado, uma cama tosca e rude. Inicialmente a alcunha era utilizada de forma pejorativa, indicando Oficiais

    com pouca instruo. Posteriormente passou a ser usada de forma a exaltar o Oficial que tinha experincia

    em combate (MACHADO, 2011, p. 352). 5 Durante a Guerra contra Uribe e Rosas, o ministro da guerra do Brasil era o Tenente-Coronel Manuel

    Felizardo de Sousa Melo, bacharel em matemtica pela Universidade de Coimbra, foi lente da Real

    Academia Militar quando capito do corpo real de engenheiros, o que explica a preocupao dele com a

    formao dos Oficiais (N.A.). 6 Lei n. 585 de 6 de Setembro de 1850.

    7 Nas mesmas instalaes funcionaram a "[...]Escola Militar de Porto Alegre (1851-57); Militar Preparatria

    (1858-66); Militar Auxiliar (1860-62); Preparatria (1863-64) (Interrupo) e o Curso de Infantaria e

    Cavalaria da Provncia (1874-76) e [...] Escola Militar da Provncia transferida [...] em 1883 [...]"para novas

    instalaes, ainda na cidade de Porto Alegre (BENTO, 1987, p.9).

  • 8

    semelhante escola Politcnica de Paris. Para o ensino aplicado, semelhante escola de

    Aplicao de Metz, foi criada em 1855, no forte de So Joo, a Escola de Aplicao. Em

    1858 a escola de Aplicao passa a funcionar em um novo prdio, na Praia Vermelha.

    Em 1858 a Escola Militar no Largo de So Francisco passou a ser denominada

    de Escola Central. Na dcada de 1860, com as reformas do Ministro Sebastio do Rego

    Barros8 e a primeira reforma Polidoro

    9, o curso de engenharia separado do curso de

    artilharia, e a Escola Militar na Praia Vermelha passa a ministrar os cursos das trs armas -

    artilharia, cavalaria e infantaria. Enquanto isso, a Escola Central ministraria somente os

    cursos de engenharia, tanto para civis quanto para militares, e algumas matrias do curso

    de estado-maior. Com isto, inicia-se a separao definitiva do curso de engenharia civil da

    formao militar (MACHADO, 2011).

    Aps a participao do Brasil na guerra contra o Paraguai, a necessidade de

    novos engenheiros civis e o desenvolvimento de conhecimentos tcnicos adquiridos nos

    campos de batalha foraram uma nova reforma que separou os cursos militares do curso de

    engenharia civil. Em 1874, na velha sede do Largo de So Francisco passou a funcionar o

    curso de formao de engenheiros civis, sob a administrao do Ministrio do Imprio,

    agora com a denominao de Escola Politcnica. A Escola da Praia Vermelha passou a

    funcionar como uma clssica Escola Militar, com os cursos de infantaria, cavalaria,

    artilharia, engenharia e estado-maior (MOTTA, 2001).

    Com o passar dos anos, a Escola Militar da Praia Vermelha seria consagrada

    como a escola responsvel pela formao terica dos futuros Oficiais do Exrcito e foram

    criadas escolas de aplicao, como a Escola Preparatria e Ttica do Realengo. Neste

    processo a Escola Militar da Praia Vermelha, muito em razo da grande influencia do

    positivismo de Comte em seu currculo, passou a ser conhecida como "Tabernculo da

    Cincia" e seus alunos ficaram conhecidos como "Mocidade Militar" (LOUREIRO, 2012,

    p. 49 a 66).

    Mesmo com estas mudanas na Escola Militar, na dcada de 1880 a jovem

    oficialidade do Exrcito Imperial era composta majoritariamente por Oficiais formados nos

    Corpos de Tropa, sendo considerados mal instrudos. O brasilianista MacCan (2007)

    8 Decreto 2.582, de 21 de abril de 1860.

    9 Lei 1.163, de 30 de julho de 1862, e Decreto 3.083, de 28 do abril de 1863.

  • 9

    observa que e os escales superiores eram constitudos por veteranos da guerra contra o

    Paraguai, desprestigiados pelo Parlamento e pela sociedade, "[...] at os alunos das escolas

    militares e os Oficiais subalternos ridicularizavam suas medalhas de guerra" (idem, p. 28 a

    29). O soldo era a nica fonte de renda dos Oficiais e as promoes sofriam forte

    influencia poltica, "[...] Capites podiam esperar de dez a quinze anos para chegar a major

    [...]" (idem, p. 29), e os ministros civis, com formao jurdica, ocupavam cada vez mais

    espao no gabinete ministerial, em detrimento dos Oficiais com formao tcnica. Com

    relao tropa "[...] ex-escravos e a escoria da sociedade compunham grande parte dos

    praas, recrutados por esquadres de alistamento compulsrio" (idem, p. 29).

    Este quadro ensejou uma ruptura dos Oficiais com o regime estabelecido, o que

    culminou com a proclamao da Repblica e uma srie de reformas no sistema de ensino

    militar (CASTRO, 2000). O novo regime tinha por princpios o fim dos privilgios de

    nascimento oriundos do perodo monrquico e a consagrao da formao tcnica dos

    militares em escolas, o que em outras palavras significa a consagrao da forma escolar

    como sistema de formao dos comandantes de unidades militares. Diversos documentos

    indicam esta mudana, como a "Mensagem dirigida ao Congresso Nacional pelo

    generalissimo Manoel Deodoro da Fonseca", chefe do Governo Provisrio da Repblica

    dos Estados Unidos do Brasil, em 15 de novembro de 1890, publicada no Dirio do

    Legislativo do Brasil de 16/11/1890 (Dirio do Congresso Nacional, 1890, p. 27 a 31). O

    trecho a seguir demonstra a preocupao com a formao dos militares:

    [...] no seria possvel demorar a decretao de reformas que collocassem

    as foras armadas do Brazil em condies de responder pela integridade

    do solo brazileiro, pela inquebrantada manuteno da ordem geral.

    Para atingir este desideratum de tanto alcance, era indispensavel comear

    pela elevao do nvel moral do soldado brazileiro, dar-lhe a instruco

    necessaria, aperfeioar-lhe o conhecimento e manejo das armas, formar-

    lhe o caracter e a disciplina militares, e tirar aos servios a expresso de

    imposto de sangue, para qualifical-os como a mais elevada e a mais nobre

    funco publica que o cidado chamado a desempenhar. Cumpri elevar

    tambem o nivel dos estudos superiores, adapatal-os aos progressos,

    programas e adeantamentos da civilisao moderna nas especialidades

    que a um militar devem ser familiares, e preparar assim os mais altos

    destinos para essa mocidade que acode fervorosa de todos os angulos da

    Republica, pedindo logares nas fileiras do nosso exercito (Dirio do

    Congresso Nacional, 1890, p. 31).

    No mesmo diapaso desta mensagem, durante os trabalhos do Congresso

    Constituinte de 1890 foi discutido o fim dos ttulos de nobreza e dos privilgios de

  • 10

    nascimento oriundos do perodo monrquico no Brasil. Nos anais desse Congresso

    observamos que na 31 Seo, de 13 de janeiro de 1891, o Deputado Barbosa Lima levou a

    plenrio o fim do ttulo de Cadete (BRASIL, 1924, p. 495-497). Por fora desta e de outras

    discusses, com a Constituio de 1891 foram extintos os ttulos de nobreza, incluindo os

    ttulos de Cadetes10

    . Desta forma o acesso ao oficialato por meio de privilgios de

    nascimento foi encerrado.

    Cabe ressaltar que continuaram a existir alguns Cadetes, pois a prpria

    Constituio de 1891 consagrou o principio jurdico do direito adquirido11

    . Desta forma as

    pessoas que j gozavam do ttulo de Cadetes antes da promulgao da carta magna

    continuariam com este ttulo, mas no seriam promovidas a Oficiais sem que

    frequentassem a Escola Militar e no surgiriam novos Cadetes. Os que frequentavam a

    Escola Militar passaram a utilizar a graduao de Aluno-Oficial, apenas alguns

    mantiveram em seus uniformes o distintivo tpico do ttulo de Cadete. Cmara (1985)

    verificou que isto se deve interpretao de que o ttulo Cadete era muito relacionado com

    privilgios oriundos do perodo Imperial e a graduao de Aluno-Oficial tinha uma

    conotao mais "Republicana". Sob o aspecto da histria da educao, no podemos

    esquecer que a figura do "Aluno" tem forte ligao com a forma escolar, o que demonstra o

    predomnio da Escola Militar como forma de acesso ao oficialato no Brasil em detrimento

    do ensino pela vivencia experimentado pelos Cadetes dos sculos XVIII e XIX.

    Uma nova reforma ocorre em 190512

    que define que s poderiam ingressar na

    Escola Militar os praas de pr13

    com no mnimo seis meses de efetivo servio em um

    Corpo do Exrcito; que apresentem aptido para o servio militar e conduta irrepreensvel,

    atestada pelo comandante do Corpo de Tropa em que servia; robustez fsica, comprovada

    em inspeo de sade; ter mais de 17 e menos de 22 anos de idade; ser solteiro ou vivo

    sem filhos; e apresentar atestado de aprovao em exames de desenho linear, portugus,

    francs, ingls ou alemo, aritmtica, lgebra, geometria e trigonometria, elementos de

    mecnica e astronomia, fsica e qumica, histria natural, geografia e histria,

    10

    Vide art. 72 da Constituio de 1891. 11

    Vide art. 58 da Constituio de 1891. 12

    Vide Decreto n 5.698, de 2 de outubro de 1905. 13

    Nome dado categoria inferior da hierarquia militar (soldado), tambm podendo ser denominada praa de

    pret ou simplesmente praa (N.A.).

  • 11

    especialmente do Brasil, tudo de acordo com regulamento do Gymnasio Nacional14

    .

    Tambm foi proibida a matricula de Oficiais nos cursos da Escola Militar.

    A partir da reforma de 1905 a nica maneira de ascenso ao oficialato era a

    frequncia aos cursos da Escola Militar. Isto pe fim ao sistema de formao dos Oficiais

    com base na experincia prtica de um "Fidalgo" pela vivencia junto a uma unidade

    operacional. Para matricular-se na Escola Militar no era mais necessrio comprovar a

    nobreza. Passou a ser necessria a aprovao em uma espcie de processo seletivo que

    exigia outros valores que no apenas os privilgios de nascimento. Este processo

    consagrou a forma escolar como nica maneira de ascenso ao oficialato, inaugurando a

    era dos Alunos-Oficiais e determinando efetivamente o fim dos Cadetes e dos Oficiais-

    Alunos.

    Um caso curioso foi o renascimento da graduao de Cadete no Brasil em um

    processo que durou entre 1931 e 1934. Pesquisadores como Celso Castro (1994) e Loureiro

    (2012) evidenciaram que na dcada de 1930, logo aps assumir o governo provisrio,

    Getlio Vargas teve que enfrentar o problema da rebeldia na Escola Militar do Realengo,

    escola formadora dos Oficiais do Exrcito poca15

    . Para solucionar esta questo foi

    nomeado o ento coronel Jos Pessoa para o comando da escola. Entre 1931 e 1934, esse

    Oficial promoveu uma verdadeira reforma na escola, quando foi recriada a graduao de

    Cadete e foram inventadas as tradies do uniforme histrico, do espadim e do Corpo de

    Cadetes. Essa reforma tinha o objetivo de, por meio da criao do sentimento de

    pertencimento a um grupo aristocrtico com seu prprio cerimonial, smbolos e tradies,

    inculcar nos alunos uma disciplina tal que os afastasse da perniciosa poltica, que havia

    conduzido geraes de Oficiais rebeldia dos movimentos tenentistas da dcada de 1920

    no Brasil.

    Essa reforma trabalhou especialmente com a formulao de uma nova cultura

    escolar por meio da adaptao de tradies presentes nas principais Escolas Militares do

    mundo ocidental, como West-Point, Saint-Cyr, Sandhurst, estabelecimentos de formao

    de Oficiais do Exrcito norte-americano, francs e ingls respectivamente. Algumas das

    tradies dessas escolas foram assimiladas, readaptadas e impregnadas de elementos da

    14

    Vide Art. 17 do Decreto n 5.698, de 2 de outubro de 1905. 15

    A Escola Militar da Praia Vermelha, o "Tabernculo da Cincia", foi fechada no incio de 1905 em razo

    do envolvimento dos alunos da escola com a Revolta da Vacina (N.A.).

  • 12

    biografia oficial do Duque de Caxias, descrito como um general apoltico e disciplinado.

    Nesse processo foi construdo um novo modelo de oficial para o Exrcito, uma

    anttese do padro dos Oficiais rebeldes que participaram dos movimentos tenentistas da

    dcada de 1920 e que iniciaram suas carreiras como Alunos-Oficiais. Surge a ideia de um

    novo aluno da Escola Militar, o Cadete de Caxias, que no se caracteriza mais como um

    detentor de privilgios de nascimento e formado por meio da vivencia prtica dos quartis,

    como os antigos Cadetes. Uma espcie de amalgama que funde caractersticas tanto dos

    antigos Cadetes quanto dos Alunos-Oficiais, o Cadete de Caxias passa a ser visto como

    membro de uma elite intelectual e moral, por ter sido aprovado em processo seletivo e

    receber formao em uma Escola Militar. O que demonstra que, apesar do ttulo de Cadete,

    permaneceu a forma escolar como principal mecanismo para a educao profissional dos

    comandantes do Exrcito brasileiro.

    A partir dos indcios detectados por meio da pesquisa histrica, podemos

    concluir que a histria do sistema de formao dos comandantes de unidades militares no

    Brasil um caso tpico de um sistema de formao profissional que evoluiu de uma

    educao, na qual os conhecimentos eram transmitidos a partir da vivencia dos futuros

    Oficiais na vida militar, para um modelo hbrido que mesclava a formao por meio da

    vivencia nos quartis e a educao por meio de uma escola, at que no sculo XX ficou

    consagrada a forma escolar como nica maneira de acender ao oficialato. Este estudo

    comprova a ideia de Vicent, Lahire e Thin sobre a origem e a histria da forma escolar a

    partir da idade moderna. Resta ainda ampliar este estudo para outros tipos e sistemas

    escolares e verificar at que ponto os conceitos da forma escolar so aplicveis "Histria

    Real".

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    BENTO, C. M. 1987. Escolas de formao de Oficiais das Foras Armadas do Brasil

    (1792-1987). Publicao Eletrnica: Informativo Guararapes. Academia de Histria Militar

    Terrestre Brasileira (AHIMTB). Disponvel em: http://www.ahimtb.org.br/escolas.htm.

    Consulta em 04/12/2011.

    BRASIL. 1810. Carta de Lei de 4 de dezembro de 1810. Criao da Academia Real Militar

    no Rio de Janeiro. Coleo de Leis do Imprio do Brasil, Rio de Janeiro.

  • 13

    ______. 1850. Lei n 585, de 6 de setembro de 1850. Regula o acesso aos postos de

    officiaes das differentes armas do Exercito. Coleo de Leis do Imprio do Brasil, Rio de

    Janeiro.

    ______. 1860. Decreto n. 2.582, de 21 de abril de 1860. Aprova o regulamento orgnico

    das escolas militares do Imprio, modificando o de 1 de maro de 1858. Coleo de Leis

    do Imprio do Brasil, Rio de Janeiro.

    ______. 1862. Lei n 1.163, de 30 de julho de 1862. Coleo de Leis do Imprio do Brasil

    Rio Janeiro.

    ______. 1863. Decreto n 3.083, de 28 de abril de 1863. Aprova o regulamento para as

    escolas militares do Imprio. Coleo de Leis do Imprio do Brasil, Rio de Janeiro.

    ______. 1891. Constituio (1891). Constituio da Repblica dos Estados Unidos do

    Brasil de 24 de fevereiro de 1891. Dirio Oficial da Unio, Rio de Janeiro.

    ______. 1924. Cmara dos Deputados. Annaes do Congresso Constitunte de Repblica -

    1890. 2 Edio, revisada. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional. Volume II, p. 495 a 497.

    ______. 1905. Decreto n 5.698, de 2 de outubro de 1905. Dirio Oficial da Unio, Rio de

    Janeiro.

    CMARA, H. F. 1985. Marechal Jos Pessoa: a fora de um ideal Rio de Janeiro:

    Biblioteca do Exrcito.

    CASTRO, C. 1994. Inventando tradies no Exrcito brasileiro: Jos Pessoa e a reforma

    da Escola Militar. Estudos Histricos (Rio de Janeiro), Rio de Janeiro, v. 14, p. 231-240,

    1994.

    _________. 2000. A proclamao da Repblica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

    Dirio do Congresso Nacional. 1890. Rio de Janeiro, 16 nov. 1890.

    LOUREIRO, S. R. 2012. L'enseignement d'une lite? A (re)inveno das tradies na

    Academia Militar Paulista (1931-1944). Dissertao (Mestrado em Educao: Histria,

    Poltica, Sociedade). Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo (PUC-SP). So

    Paulo/SP.

    MACCANN, F. D. 2007. Soldados da ptria: histria do Exrcito brasileiro 1889-1937.

    Traduo: Laura Teixeira Motta. So Paulo: Companhia das Letras.

    MACHADO, E. L. R.2011. Escolas militares e formao militar: escolas e reformas no

    ensino do EB. In: Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN). Manual escolar de

    histria militar do Brasil. Resende: Grfica da AMAN, pp. 337-376.

    MOTTA, J. 2001. Formao do oficial do Exrcito: currculos e regimes na Academia

    Militar, 1810-1944. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exrcito.

  • 14

    PAULA, E. S. 1970. A organizao do Exrcito Brasileiro. In: HOLANDA, S. B (Org.)

    Histria Geral da Civilizao Brasileira. Tomo II: O Brasil Monrquico, 1 volume: O

    processo de emancipao. 3 Ed. Difuso Europeia do Livro, So Paulo (p. 265 a 277).

    PERES, C. R.; et alli. 2011. Academia Militar: Dois sculos formando Oficiais para o

    Exrcito. So Paulo: Editora IPISIS.

    PORTUGAL. 1757. Alvar Rgio de 16 de maro de 1757. Criando Cadetes nos

    Regimentos. In: SILVA, A. D. 1830. Colleco da Legislao Portugueza desde a ltima

    Compilao das Ordenaes. Legislao de 1750 a 1762. Lisboa: Typografia Maigrense. p.

    496.

    ________. 1763. Alvar Rgio de 15 de julho de 1763. Cria o Plano, que sua Magestade

    manda seguir, e observar no Estabelecimento , Estudos, e Exercicios das Aulas dos

    Regimentos de Artilheria. In: SILVA, A. D. 1829. Colleco da Legislao Portugueza

    desde a ltima Compilao das Ordenaes. Legislao de 1763 a 1774. Lisboa:

    Typografia Maigrense. p. 48.

    ________. 1820. Decreto de 26 de outubro de 1820. Criao da Classe de segundos

    Cadetes e Soldados Particulares. In: SILVA, A. D. 1825. Colleco da Legislao

    Portugueza desde a ltima Compilao das Ordenaes. Legislao de 1811 a 1820.

    Lisboa: Typografia Maigrense. p. 748.

    ________. 2004. Estado Maior do Exrcito. O comando do Conde de Lippi, 1762-1768:

    Inventrio de documentos. Lisboa. Disponvel em

    http://www.exercito.pt/sites/AHM/Guia_de_Fundos/Documents/1-

    08%20O%20Comando%20do%20Conde%20de%20Lippe%20_1762-1768.pdf.

    Consulta em 11/07/2013.

    RIBEIRO COUTINHO, A. 1751. O capito de Infantaria portuguez, com a theorica e

    pratica das suas funces, assim nas armadas terrestres e navaes, como nas praas e

    corte. Lisboa: Officina Sylviana, e da Academia Real.

    SCHULZ, J. 1971. O Exrcito e o Imprio. In: HOLANDA, Srgio Buarque de (org.).

    Histria geral da civilizao brasileira. So Paulo: Difel, t.2, v. 4.

    THOMPSON, E. P. 1981. A misria da teoria ou um planetrio de erros. Uma crtica ao

    pensamento de Althusser. Rio de Janeiro: Zahar.

    TREVISAN, L. N. 1993. Obsesses Patriticas: origens e projetos de duas escolas de

    pensamento poltico do Exrcito Brasileiro. Tese (Doutorado em Cincia Poltica).

    Faculdade de Filosofia, Letras e Cincias Humanas da Universidade de So Paulo. So

    Paulo/SP.

    VINCENT, G.; LAHIRE, B.; THIN, D. 2001. Sobre a histria e a teoria da forma escolar.

    In: Educao em Revista, Belo Horizonte, n 33, jun.