logica na matematica
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texto explicativo referente a logica da matemática direcionado para o ensino medioTRANSCRIPT
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Autor: Luiz Carlos CardosoNRE: Pato Branco Escola: Núcleo Regional de EducaçãoDisciplina: Matemática: ( ) ensino fundamental ( x ) Ensino Médio
A LÓGICA MATEMÁTICA NO COTIDIANO
Muitas situações no nosso dia a dia requerem um pensamento lógico, será que
esta lógica é a mesma que segue os rigores da matemática?
Veja as seguintes frases:
Premissa 1 : "Todo homem é mortal."
Premissa 2 : "João é homem."
Conclusão : "João é mortal."
Estas frases têm alguma relação com a matemática?
Para entendermos melhor a idéia de lógica matemática vamos “retornar no
tempo” e ver como se originaram as primeiras idéias sobre o assunto.
Podemos dizer que o criador da lógica matemática foi Aristóteles de Estagira na
macedônia (384 – 322 a C). Aristóteles criou a ciência da lógica cuja a essência era a
teoria do silogismo ( determinada forma de argumento válido), seus escritos foram
reunidos em uma obra chamada Organon ou Instrumento da Ciência (Abar,2004).
Você já ouviu falar a respeito de Aristóteles? Realize uma pesquisa sobre a vida
e as principais descobertas deste pensador.
Na Grécia se desenvolveram duas grandes escolas de Lógica, que tinham uma
certa rivalidade: a PERIPATÉTICA (que derivava de Aristóteles) e a ESTÓICA fundada
por Zenão (326-264 a.C.)
Muitos anos depois, Gottfried Wilhelm Leibniz (1646 –1716 ) realizou importantes
trabalhos a respeito do assunto, os quais só tiveram crédito no século XIX.
E Posteriormente George Boole (1815 –1864) e Augustus de Morgan (1806 –
1871), conseguiram relacionar a lógica com a álgebra. Estes publicaram os
fundamentos da chamada Álgebra da Lógica.
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Atualmente surgem as lógicas não clássicas, que estão contribuindo para a
informática, com sistemas especialistas, e muitas áreas do conhecimento.
É necessário que entendamos alguns conceitos importantes para que tenhamos
uma idéia mais precisa sobre a lógica, vamos iniciar pelo termo proposição:
PROPOSIÇÃO: É uma declaração afirmativa, ou seja uma frase na qual se tenha
sentido afirmar que a mesma seja verdadeira ou que seja falsa.Como por exemplo:
A lua é quadrada.
A neve é branca.
Matemática é uma ciência.
Estas proposições podem ser “traduzidas para a linguagem matemática, através
de variáveis, chamadas de variáveis proposicionais”.
VARIÁVEIS PROPOSICIONAIS: representadas por letras latinas minúsculas
p,q,r,s,.... para indicar as proposições (fórmulas atômicas) .
Exemplos: A lua é quadrada : p A neve é branca : q
CONECTIVOS LÓGICOS: As fórmulas atômicas podem ser combinadas entre si e,
para representar tais combinações são usados os conectivos lógicos :
: e , : ou , : se...então , : se e somente se , : não
Exemplos:
A lua é quadrada e a neve é branca. : p q (p e q são chamados
conjuntos)
A lua é quadrada ou a neve é branca. : p q ( p e q são chamados
disjuntos)
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Se a lua é quadrada então a neve é branca. : p q ( p é o antecedente
e q o conseqüente)
A lua é quadrada se e somente se a neve é branca. : p q
A lua não é quadrada. : p
(Abar,2004)
Com o objetivo de facilitar, o desenvolvimento desses cálculos, se constroem as
chamadas tabelas verdade, a construção destas seguem três princípios fundamentais
da lógica matemática:
1) Princípio da Identidade: Todo objeto é idêntico a si mesmo.
2) Princípio da Contradição: Dadas duas proposições contraditórias (uma é negação
da outra), uma delas é falsa.
3)Princípio do Terceiro Excluído: Dadas duas proposições contraditórias, uma delas
é verdadeira.
Desta maneira as proposições simples só podem ser verdadeiras ou falsas, não
podendo coexistir uma proposição verdadeira e falsa ao mesmo tempo.Vejamos
algumas tabelas verdade:
1.Tabela verdade da "negação" : ~p é verdadeira (falsa) se e somente se p é falsa
(verdadeira)
2. Tabela verdade da "conjunção" : a conjunção é verdadeira se e somente os conjuntos são
verdadeiros.
P ~p
F V
V F
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p Q p q
V V V
V F F
F V F
F F F
3. Tabela verdade da "disjunção" : a disjunção é falsa se, e somente, os disjuntos são
falsos.
p Q p q
V V V
V F V
F V V
F F F
4. Tabela verdade da "implicação": a implicação é falsa se, e somente se, o antecedente
é verdadeiro e o conseqüente é falso.
p Q p q
V V V
V F F
F V V
F F V
5. Tabela verdade da "bi-implicação": a bi-implicação é verdadeira se, e somente se seus
componente
p Q p q
V V V
V F F
F V F
F F V
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(ABAR,2004)
Agora é a sua vez, construa a tabela verdade abaixo, aplicando os princípios de
lógica matemática
P q ~(p q)
V V
V F
F V
F F
Verificando todas estas teorias colocadas, nos parece que a Lógica Matemática
está tão longe da nossa realidade. Porém todos nós usamos a lógica no dia a dia,
muitas vezes sem nos darmos conta disso. Veja o que diz Yeda S. Santos em seu
artigo:
A matemática é uma forma lógica para solução de problemas, até mesmo nas tarefas domésticas mais simples. E é usada mais vezes do que se apercebe a maioria das pessoas. Uma dona de casa calcula a quantidade de alimento, água para o cozimento e tempo de preparo, valendo-se de operações matemáticas. Contas parecidas usamos para atravessar a rua. Ao ver um veículo, calculamos o tempo, a distância e nosso limite de velocidade para passar sem risco ( Santos,1998)
Por Exemplo, uma situação corriqueira:
Seu pai lhe diz: se você tirar 10 em Português e Matemática, lhe darei um
presente. Desta forma, Para ganhar o presente, é necessário tirar 10 nas duas
disciplinas Se de outra maneira ele dissesse: se você tirar 10 em Português ou
Matemática, lhe darei um presente; aí bastaria tirar 10 em uma das matérias.
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Esse foi um exemplo simples de um uso da lógica. Muitos outros poderiam ser
mostrados. Dê um exemplo de situação em que a lógica matemática é utilizada em seu
cotidiano.
A lógica pode ser engraçada também, então ria se puder:
Deus é amor.O amor é cego.Steve Wonder é cego.Logo, Steve Wonder é Deus.
Nada é melhor que a felicidade eterna.Um tomate já é melhor do que nada.Logo, um tomate é melhor que a felicidade eterna.
Imagine um pedaço de queijo suíço, daqueles bem cheios de buracos.Quanto mais queijo, mais buracos.Cada buraco ocupa o lugar em que haveria queijo.Assim, quanto mais buracos, menos queijo.Quanto mais queijos mais buracos, e quanto mais buracos, menos queijo.Logo, quanto mais queijo, menos queijo!
Toda regra tem exceção.Isto é uma regra.Logo, deveria ter exceção.Portanto, nem toda regra tem exceção.
Disseram-me que eu sou ninguém.Ninguém é perfeito.Logo, eu sou perfeito.Mas só Deus é perfeito.Portanto, eu sou Deus.Se Steve Wonder é Deus, então eu sou Steve Wonder... (LIMA,2005,p.1)
Quem não conhece o clássico da literatura, Alice No País Das Maravilhas,o que
muita gente não sabe que neste trabalho, a lógica matemática está presente em muitos
momentos, se confundindo com excelência literária e imaginação onírica. Isto se explica
pelo fato de que o autor desta magnífica obra foi Lewis Carroll, pseudônimo do
matemático inglês Charles Dodgson (1832-1898)
Alice encontra-se numa encruzilhada sem saber que direção tomar. Enquanto
pensa, o gato sorridente aparece num passe de mágica sobre um galho de árvore e
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pergunta qual é o problema. "Não sei que caminho tomar", ela explica. "Bem", reflete o
gato, "aonde você quer ir?" "Não sei", responde a menina. "Nesse caso, qualquer um
dos caminhos levará você até lá", conclui o gato.
Em outra situação, a Duquesa, uma das personagens mais intrigantes do
enredo, diz a Alice: "Seja aquilo que você pareceria ser... Nunca imagine que não ser
diferente daquilo que pode parecer aos outros que você fosse ou pudesse ter sido não
seja diferente daquilo que tendo sido poderia ter parecido a eles ser diferente". Parece
ilógico? Que tal então a demonstração absolutamente lógica do célebre Gato: "Para
começar", disse o Gato, "um cachorro não é louco. Concorda?" "Acho que sim",
respondeu Alice. "Bem", prosseguiu o Gato, "você vê um cão rosnar quando está bravo
e abanar o rabo quando está feliz. Agora, eu rosno quando estou feliz e balanço o rabo
quando estou bravo. Logo, sou louco"! (TV Cultura, 2006).
Assista o filme, tente localizar estas passagens e identifique outras, onde a lógica
matemática está presente.
Não existe uma receita para resolver os problemas de lógica, basta seguir os
princípios fundamentais da lógica matemática citados inicialmente, e usar o raciocínio.
Vamos ver alguns problemas:
O chapéu ou a vida
Num reino em crise, o rei Maximus pretende eliminar os seus três sábios conselheiros.
Como sente algum carinho pelos sábios resolve dar-lhes uma última oportunidade de
salvarem a vida. Se os sábios forem capazes de resolverem o seguinte problema o rei
não os mandará matar.
O rei colocou os três sábios em fila indiana e disse-lhes: “ Disponho de cinco chapéus,
três brancos e dois pretos. Vou colocar na cabeça de cada um de vocês um destes
chapéus, de forma que cada um de vós é capaz de ver o chapéu daqueles que estão à
sua frente, mas não é capaz de ver o seu próprio chapéu, nem o chapéu daqueles que
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estão atrás ( o último sábio da fila vê os chapéus dos outros dois, o do meio só vê o
chapéu do primeiro sábio e o primeiro sábio da fila não vê nenhum dos chapéus).
Para salvarem a vida, pelo menos um dos três sábios terá que dizer de que cor é o
chapéu que tem na sua cabeça. Mas, se um de vocês se enganar na cor morrem os
três.
O rei colocou três dos chapéus na cabeça dos sábios e escondeu os outros dois. De
seguida, perguntou ao último da fila de que cor era o seu chapéu e ele nada respondeu;
perguntou ao do meio a cor do seu chapéu e este nada respondeu; quando perguntou
ao primeiro a cor do seu chapéu este respondeu acertadamente e sem qualquer
sombra de dúvida, ficando os três sábios livres.
De que cor era o chapéu do primeiro sábio? Porquê?
Solução
O sábio que deu a resposta ( o primeiro da fila ) raciocinou da seguinte forma:Há 3
chapéus brancos e 2 pretos. Se o 3º sábio tivesse visto em cada um de nós chapéus
pretos teria dito prontamente "majestade, o meu chapéu é branco". Como não
respondeu significa que tem dúvidas. Portanto, há duas possibilidades:
1. Viu 2 chapéus brancos;
2. Viu um chapéu branco e outro preto.
Seguindo a primeira hipótese, o meu chapéu é branco.
Seguindo a segunda hipótese, quem terá o chapéu preto?
Se eu tivesse o chapéu preto, o segundo sábio teria respondido " vejo que
o primeiro sábio tem um chapéu preto. Se o meu fosse também fosse
preto o terceiro sábio teria respondido que o dele era branco. Como ele
não respondeu o meu é branco ". Isto é, se o meu chapéu fosse preto, o
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segundo sábio teria respondido, como não respondeu significa que o meu
chapéu é branco.
Em conclusão: Majestade, o meu chapéu é branco.
Verdadeiro ou falso
Quantas frases verdadeiras há no quadro seguinte ?
Neste quadro há exatamente uma frase verdadeira.
Neste quadro há exatamente uma frase falsa.
Neste quadro há exatamente duas frases verdadeiras.
Neste quadro há exatamente duas frases falsas.
Solução:
Pode não haver nenhuma;
Pode haver apenas uma correta ( a primeira );
Pode haver exatamente duas corretas ( as duas últimas );
O problema não tem uma resposta única! Esquisito, não? Para ficar claro, ler os
princípios fundamentais da lógica (já comentados anteriormente)
Agora, um desafio de lógica matemática para você resolver:
Oito carros, de marcas e cores diferentes, que nada tem a ver com suas cores da
Formula 1, estão alinhados, lado a lado, para uma corrida. Estabeleça a ordem em que
os carros estão dispostos, baseando-se nas seguintes informações:
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1. O FERRARI está entre os carros 'vermelho' e 'cinza'.
2. O carro 'cinza' está à esquerda do LOTUS.
3. O MACLAREN é o segundo carro à esquerda do FERRARI e o primeiro à direita do
carro 'azul'.
4. O TYRREL não tem carro a sua direita e esta logo depois do carro 'preto'.
5. O carro preto está entre o TYRREL e o carro 'amarelo'.
6. O JORDAN não tem carro algum à esquerda: está a esquerda do carro 'verde'.
7. A direita do carro 'verde' está o MARCH.
8. O LOTUS é o segundo à direita do carro 'creme' e o segundo a esquerda do carro
'marrom'.
9. O WILLIAN é o segundo à esquerda do BENETTON.
Atualmente estamos convivendo com a tecnologia do computador, este aparelho
que se popularizou entre nós, segue conceitos de lógica matemática, e para chegar ao
que temos hoje evidenciamos a contribuição de grandes lógicos como Alan Turing:
Alan Mathison Turing, nascido em 23 de Junho de 1912 em Paddington,
Inglaterra.
Foi com a publicação do artigo "Máquinas Computáveis", em 1937, que Turing
passou a contribuir efetivamente para o mundo da matemática. Nele provava que
existem cálculos impossíveis de serem feitos, contradizendo as perguntas de Hilbert em
relação à matemática, feitas em 1928.
Hilbert, Levantou um número de questões sobre a idéia central da matemática, e
cujas inesperadas respostas abalariam esta área de estudo e a levaria a novas
descobertas. As questões eram: a matemática era completa? A matemática era
consistente? A matemática era resolúvel?
Kurt Godel provou que a matemática deveria ser incompleta porque, como ele
demonstrou, existem proposições que podem ser feitas, mas que não podem ser
provadas ou negadas. Ele também provou que a matemática não podia ser definida
como consistente e completa.
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Então Turing elaborou a idéia sobre uma máquina com uma arquitetura simples,
entretanto improvável, que pudesse executar todo o tipo de problemas que fossem
colocados. Essa poderosa máquina somente entenderia os números 0 e 1 (o primeiro
computador binário). Ele estabeleceu, numa linguagem específica, o que era um
algoritmo genérico. Essa idéia foi chamada de Máquina de Turing, mas apesar da
natureza simples e geral do seu algoritmo, ainda assim existiam problemas que não se
conseguia resolver. E assim a terceira pergunta de Hilbert foi provada incorreta, pois a
matemática não é resolúvel.
Porém, o artigo de Turing não ficava somente na teoria, também trazia uma
aplicação prática que na época, ninguém percebeu. Turing imaginara uma máquina que
pudesse fazer todos os cálculos possíveis, desde que lhe fornecessem as instruções
necessárias. O artigo possuía as fórmulas matemáticas e a descrição daquilo que, no
futuro, mudaria o mundo com o nome de computador (FINGER,2002,p.2) .
Referências
ABAR, Celina. Lógica Matemática, São Paulo: 2004.
Disponível em: [email protected]
Acesso em: 23/08/2006
SANTOS, Yeda. Matemática em Tempo Integral, São Paulo : 1998
Disponível em: <http://www.usp.br/jorusp/arquivo/1998/jusp445/manchet/rep_res/rep_int/
univers1.html>
Acesso em: 23/08/2006
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FINGER, Alessander et.al. A IMPORTÂNCIA DE BERTRAND RUSSELL E ALAN TURING PARA A LÓGICA. Porto Alegre:
Disponível em: http://www.inf.ufrgs.br
Acesso em: 20/08/2006
ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS, TV Cultura, 2006
Disponível em: http://www.tvcultura.com.br/artematematica/ed_p01.html
Acesso em: 20/08/2006
LIMA, Rocha Alessandra, MATEMÁTICA HUMOR , 2005
Disponível em: <http://www.reniza.com/matematica/humor/logmatem.htm>
Acesso em: 12/08/2006
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