lodo de estação de tratamento de água (leta): resíduo ou

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17 v. 3, n. 1, p. 17-37, jan./jul. 2017 Lodo de estação de tratamento de água (LETA): resíduo ou insumo? Viviane Teles Goulart Moreira Bacharel em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Universitário Izabela Hendrix (CEUNIH), [email protected] Gabriela Santos de Paiva Bacharel em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Universitário Izabela Hendrix (CEUNIH), [email protected] Alexandra Fátima Saraiva Soares Doutora em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos (UFMG), docente do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix (CEUNIH), [email protected] Resumo Um dos problemas enfrentados pelas indústrias modernas é a busca pela redução da geração de resíduos, seu reaproveitamento e destinação adequada, conforme legislação vigente que regula atividades com potencial poluidor. O maior desafio da indústria de produção de água potável está na disposição final do lodo sob os pontos de vista técnico, ambiental e econômico. No Brasil, o lodo gerado na indústria da água é enquadrado como resíduo sólido pela NBR 10.004/2004, portanto, não deve ser lançado nos corpos d’água sem tratamento prévio. Diante dessa preocupação com a disposição do Lodo de Estações de Tratamento (LETA), vêm sendo estudadas aplicações (reuso) para esse resíduo (subproduto da produção de água potável). Assim, buscou-se identificar alternativas viáveis e soluções existentes de disposição final e de aplicação do LETA, praticadas no Brasil, transformando-os em insumos, a partir de sua viabilidade econômica, técnica e ambiental. Palavras-chave: Lodo de ETA. Reuso de lodo. Indústria da água. Resíduo industrial. Estação de tratamento de água.

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v. 3, n. 1, p. 17-37, jan./jul. 2017

Lodo de estação de tratamento de água (LETA): resíduo ou

insumo?

Viviane Teles Goulart Moreira

Bacharel em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Universitário Izabela Hendrix

(CEUNIH), [email protected]

Gabriela Santos de Paiva

Bacharel em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Universitário Izabela Hendrix

(CEUNIH), [email protected]

Alexandra Fátima Saraiva Soares

Doutora em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos (UFMG), docente do Centro

Universitário Metodista Izabela Hendrix (CEUNIH), [email protected]

Resumo Um dos problemas enfrentados pelas indústrias modernas é a busca pela redução da geração

de resíduos, seu reaproveitamento e destinação adequada, conforme legislação vigente que

regula atividades com potencial poluidor. O maior desafio da indústria de produção de água

potável está na disposição final do lodo sob os pontos de vista técnico, ambiental e

econômico. No Brasil, o lodo gerado na indústria da água é enquadrado como resíduo sólido

pela NBR 10.004/2004, portanto, não deve ser lançado nos corpos d’água sem tratamento

prévio. Diante dessa preocupação com a disposição do Lodo de Estações de Tratamento

(LETA), vêm sendo estudadas aplicações (reuso) para esse resíduo (subproduto da produção

de água potável). Assim, buscou-se identificar alternativas viáveis e soluções existentes de

disposição final e de aplicação do LETA, praticadas no Brasil, transformando-os em insumos,

a partir de sua viabilidade econômica, técnica e ambiental.

Palavras-chave: Lodo de ETA. Reuso de lodo. Indústria da água. Resíduo industrial. Estação

de tratamento de água.

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1 Introdução

A pressão antrópica devido ao desenvolvimento das atividades econômicas e ao crescimento

exponencial da população urbana vem ocasionando danos aos recursos hídricos. Em virtude

disso, a qualidade da água está cada dia pior, exigindo maior quantidade de produtos químicos

para promover sua potabilização (SARAIVA SOARES et al., 2009).

Produzir água potável de qualidade para o consumo humano tem sido o objetivo fundamental

das estações de tratamento de água para abastecimento público. Dessa forma, são utilizados

diversos processos que, mediante a adição de produtos químicos como os coagulantes,

transformam a água bruta, normalmente inadequada nas condições naturais, em água potável.

O tratamento adéqua a qualidade da água aos padrões de potabilidade estabelecidos na

Portaria do Ministério da Saúde. O processo da indústria de produção de água potável gera

como efluente o subproduto denominado “Lodo de ETA ou LETA”, que apresenta potencial

para degradar a qualidade dos corpos de águas receptores (SARAIVA SOARES et al., 2009).

Os Estados Unidos estabeleceram que essas estações de tratamento de água para

abastecimento são classificadas como indústrias e, portanto, devem ter seus resíduos tratados

e dispostos convenientemente (CORDEIRO, 2001). Esse também é o entendimento do

Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que considera as estações de tratamento de

água (ETAs) como indústrias e, dessa forma, devem atender aos padrões de lançamento

exigidos na legislação como qualquer outro empreendimento. Além disso, o lodo gerado no

processo de produção de água potável é classificado como resíduo sólido, havendo, portanto,

a necessidade de sua disposição adequada (ABNT, 2004).

Um dos problemas enfrentados pelas indústrias modernas está na redução da geração de

resíduos, seu reaproveitamento e destinação adequada, tendo em vista a legislação vigente que

regula atividades com potencial poluidor (PAIVA; PARREIRA, 2012). Baseando-se em tal

premissa, o maior desafio da indústria de produção de água potável está na disposição final do

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lodo sob os pontos de vista técnico, ambiental e econômico (JANUÁRIO; FERREIRA

FILHO, 2007).

Existem diversos estudos referentes às alternativas de disposição e/ou reaproveitamento do

LETA, tais como: insumo na agricultura (condicionador de solo), disposição em aterro

sanitário, incineração, uso na fabricação de cerâmica, recuperação de área degradada e

recuperação do coagulante. No entanto, ainda existem lacunas sobre a melhor maneira de

dispor esses resíduos, de forma a causar menor impacto ambiental devido à variação das

características do lodo gerado (CORNWELL, 1999; BIDONE et al.,2001; RICHTER 2001;

DI BERNARDO E DANTAS, 2005). Assim, buscou-se identificar alternativas viáveis e

soluções existentes de disposição final e de aplicação dos LETAs, praticadas no Brasil,

transformando-os em insumos, verificando sua viabilidade econômica, técnica e ambiental.

2 Processos do tratamento de água

Nas Estações de Tratamento de Água (ETAs) brasileiras, o tratamento convencional é o mais

utilizado para remoção das impurezas presentes na água bruta e é composto por três processos

básicos: clarificação (coagulação, floculação e decantação/flotação), filtração e desinfecção

(LIBÂNIO, 2010; SOARES et al., 2009b).

Uma das principais etapas é a coagulação, que resulta de ações físicas e reações químicas

entre o coagulante, usualmente o sulfato de alumínio, a água e as impurezas presentes, sendo

um processo muito rápido, com duração de segundos (SANTOS et al., 2011). Desse modo, a

coagulação assume o objetivo de proporcionar os mecanismos necessários para a

desestabilização das partículas coloidais, promovendo uma aproximação entre as mesmas, a

fim de agregá-las formando flocos, que devido suas dimensões e densidades irão se separar

seja por flotação, sedimentação ou filtração (LIBÂNIO, 2010).

A floculação é o processo físico que tem por finalidade promover a aglutinação das partículas

já coaguladas, facilitando o choque entre elas devido à agitação lenta imposta à água

(BRASIL, 2002).

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Os decantadores são unidades onde a água permanece retida para que os flocos, que contém

algas, ovos de parasitas e alguns tipos de micro-organismos, se sedimentem e formem o lodo

(CAVINATTO, 2003). Essa etapa é também considerada uma operação unitária e constitui a

última fase da clarificação, fornecendo condições que permitam a deposição dos flocos por

ação da gravidade. Tal processo reflete a eficiência das etapas que o precedem (LIBÂNIO,

2010).

2.1 Caracterização do lodo de ETA nas estações brasileiras

Segundo Souza et al. (1999) e Soares et. al. (2009b) é nos decantadores que ocorre a remoção

dos sólidos presentes na água e por tal motivo, são nessas unidades que se gera o lodo. As

características quantitativas e qualitativas desse resíduo variam de acordo com a qualidade da

água bruta, o tipo e a quantidade de coagulante adicionado na etapa de coagulação, da

eficiência dos floculadores e decantadores. O LETA pode também ser composto por resíduos

provenientes dos clarificadores, lavagem de filtros, recuperação da água de lavagem ou uma

combinação dessas operações.

Os lodos provenientes de decantadores possuem alto teor de umidade, geralmente superior a

95%, apresentando-se em estado fluido, podendo também, conter elevada concentração de

matéria orgânica (CORDEIRO, 1999). Dessa forma, o LETA é desidratado antes da

disposição final, podendo esse processo ocorrer em leitos de secagem, adensadores, dentre

outros mecanismos.

As características do lodo de decantador estão diretamente relacionadas com o tipo de unidade

empregada e suas características operacionais. Os decantadores convencionais, que não

possuem equipamento de extração do lodo, comumente são limpos em intervalos de tempo de

1 a 4 meses, implicando na geração de resíduos mais concentrados, em comparação com

aqueles provenientes de decantadores de alta taxa, que utilizam mecanismo de extração do

resíduo, onde a limpeza é mais frequente (SABOGAL-PAZ; DI BERNARDO, 2005;

SOARES et al. 2009b).

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De acordo com Reali (1999) o lodo que contém sulfato de alumínio apresenta coloração

marrom e possui difícil sedimentação ou flotação em seu estado natural.

Richter (2001) ressalta que os lodos são predominantemente inorgânicos e que a concentração

de sólidos totais no lodo, derivado de tanques de decantação, situa-se na faixa de 1.000 a

40.000 mg/L e o lodo proveniente da lavagem de filtros, apresenta menor teor de sólidos, em

torno de 40 a 1.000 mg/L. De forma genérica, a Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

varia entre 30 a 300 mg/L. A Tabela 1Erro! Fonte de referência não encontrada. apresenta

as porcentagens e taxas que compõem o lodo derivado de coagulação com sulfato de

alumínio.

Tabela 1- Características de LETA utilizando-se sulfato de alumínio como coagulante.

Sólidos

Totais (%)

Al2O3.5H2O

(%)

Inorgânicos

(%)

Matéria

Orgânica

(%)

pH DBO

(mg/L)

DQO*

(mg/L)

0,1-4 15-40 35-70 15-25 6-8 30-300 30-5000

DQO*: Demanda Química de Oxigênio.

Fonte: Richter, 2001.

No entanto, as características do lodo são muito variáveis, evidenciando, a necessidade de se

analisar, em cada caso o lodo proveniente das ETAs. Essa determinação é de suma

importância, pois a partir dela é que se definem a magnitude e o tipo de impacto ambiental

gerado e relacionado à disposição do resíduo (subproduto) do tratamento de água.

Além das características supracitadas, há também outros compostos presentes no lodo,

decorrentes de processos que antecedem a coagulação, bem como compostos de outros

coagulantes, seja produtos auxiliares do processo de coagulação. No estudo de Cordeiro

(1993) foram realizados testes para se determinar a concentração dos metais no lodo na fase

sólida. Os lodos analisados foram gerados em três ETAs, localizadas no Estado de São Paulo.

Os Resultados da caracterização apresentam-se na Tabela 2, a seguir:

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Tabela 2- Presença de Metais no Lodo oriundo de ETA em Fase Sólida.

Metais ETA 1 ETA 2 ETA 3

(mg/L) (mg/L) (mg/L)

Alumínio 3965,00 391 325

Bário - 0,22 0,18

Cádmio 0,14 0,02 0,02

Cálcio 142,00 - 0,08

Chumbo 2,32 0,20 0,30

Cloreto - 35,00 36,30

Cobre 1,47 0,12 0,20

Cromo Total 3,82 0,06 0,09

Ferro Total 3381,00 129 166

Ferro Solúvel 0,00 6,14 0,12

Magnésio 27,00 2,87 1,38

Manganês 1,86 7,80 3,44

Manganês Solúvel - 4,57 1,00

Níquel 2,70 0,14 0,12

Potássio 49,97 7,37 7,55

Sódio 311,00 29,30 63,00

Zinco 2,13 0,70 0,98

Fonte: Cordeiro, 1993 (adaptada).

Cordeiro (1999) considera que, além das proposições determinantes na formação do lodo

como a qualidade da água bruta, tipo de coagulante e eficiência da coagulação, é também

necessário que a quantidade utilizada de coagulantes seja adequada e determinada de forma

experimental e não de forma empírica, como se realiza em muitas ETAs.

Rodrigues (2012) relata que normalmente, há maior produção de lodo no período chuvoso,

época em que há piora na qualidade geral das águas dos mananciais, representada pelos

parâmetros turbidez e cor, necessitando, consequentemente, da aplicação de maiores

quantidades de produtos químicos para o tratamento.

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2.2 Impactos do LETA

No processo de tratamento convencional, o uso de insumos contendo metais, como o sulfato

de alumínio, pode aumentar a concentração desse metal. Devido a isso, surge a grande

preocupação em dispor corretamente o LETA, além do aumento do volume de chorume

gerado quando o lodo é disposto em aterros, contribuindo para a geração de impactos

negativos ao meio ambiente, quando depositados de forma inadequada (FONTES, 2008).

O sulfato de alumínio é o coagulante mais utilizado nas ETAs brasileiras, pois possui baixo

custo em relação aos outros coagulantes utilizados em escala comercial (como, p.ex., cloreto

férrico), facilidade de manuseio e transporte, além de eficiência comprovada (FRANCO,

2009). O alumínio (Al) é um componente que afeta a qualidade organoléptica da água, e que

tem seu valor máximo permissível de 0,2 mg/L de acordo com o Padrão de Potabilidade do

Ministério da Saúde (BRASIL, 2011).

Contudo, apresenta desvantagens como as destacadas por Clayton (1989) e McLachan (1995).

Clayton op.cit. demonstrou que caso o sulfato de alumínio esteja em concentração acima de

0,2 mg/L na água tratada, o mesmo oferece riscos à saúde. McLachan op. cit. relatou que

portadores de Alzheimer possuem grande quantidade de sais de alumínio no organismo, o que

pode ser uma causa para desenvolvimento dessa doença.

Além de problemas que acarretam a saúde humana, constatou-se que por não ser

biodegradável, o sulfato de alumínio traz inconvenientes quanto à disposição final do lodo

gerado e por tais motivos, países como Japão e China têm adotado com mais frequência o uso

de coagulantes naturais nos processos de potabilização da água (KAWAMURA et al.,1991).

Outro inconveniente no lodo gerado é que ele é menos suscetível à desidratação e o seu

lançamento inadequado em corpos d’água tem grande probabilidade de comprometer

negativamente a camada bentônica, causando impactos à vida aquática (CAMPOS;

CORDEIRO, 1999).

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Além desses lodos conterem metais pesados, apresentam também alta turbidez e elevadas

concentrações de sólidos e de DQO. Os sólidos contribuem para o assoreamento de cursos

d'águas, criação de bancos de lodo, alterações na cor e na composição química, além da

interferência na atividade fotossintética, podendo também ocasionar asfixia nos peixes por

entupimento das vias respiratórias (CORNWELL et al.,1987).

2.3 Classificação segundo a NBR 10.004/2004

Os Estados Unidos estabeleceram que estações de tratamento de água para abastecimento

público são classificadas como indústrias e, portanto, devem ter seus resíduos tratados e

dispostos convenientemente (CORDEIRO, 2001).

No Brasil, o entendimento do Ministério Público de Minas Gerais não é diferente dos Estados

Unidos, uma vez que as ETAs devem ser consideradas como indústrias e dispor

adequadamente seus resíduos (SARAIVA SOARES et al., 2009).

De acordo com a norma técnica NBR 10.004/2004 (ABNT, 2004), que classifica os resíduos

sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, o lodo gerado

na indústria de produção de água potável é enquadrado como resíduo sólido. Ainda segundo

essa norma, os resíduos sólidos podem ser definidos como resíduos nos estados sólidos ou

semissólidos, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar,

comercial, agrícola, de serviços e de varrição.

Os resíduos sólidos podem ser classificados quanto aos potenciais riscos ao meio ambiente e à

saúde pública, conforme diretrizes estabelecidas na NBR 10004 (ABNT, 2004):

- Resíduos Classe II A – resíduos não inertes: são aqueles que não apresentam periculosidade,

mas apresentam características tais como biodegradabilidade, combustibilidade ou

solubilidade em água;

- Resíduos Classe II B – resíduos inertes: são aqueles que, submetidos a um contato dinâmico

e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, não tiveram nenhum de

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seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade da

água, executando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.

Para que possa ser gerenciado adequadamente como resíduo sólido, ensaios permitiram

definir que o LETA se enquadra como Classe II A, não inerte, portanto, não deve ser lançado

nos corpos d’água sem prévio tratamento (PORTELA et al., 2003).

2.4 Disposição do lodo em Minas Gerais e aplicações

De acordo com Saraiva Soares et al. (2009) que analisaram dados apresentados pela

Concessionária Mineira de Saneamento, observou-se que das 175 ETAs de municípios

mineiros, 87% das estações lançavam o lodo em corpos d’água sem nenhum tratamento

prévio, 6% não informaram, e apenas 3% possuíam unidade de tratamento de resíduos (UTR).

Os estudos indicaram, ainda, que 2% das estações avaliadas lançavam seus efluentes brutos

(resíduos) na rede pluvial, 1% em ETE e 1% no solo, conforme pode ser visualizado no

Gráfico 1:

Gráfico 1-Destinação do Lodo nas ETAs Mineiras.

Fonte: SARAIVA SOARES et al., 2009 (Adaptado).

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A reciclagem de resíduos pode ser considerada uma prática ambientalmente correta, pois

torna possível o reaproveitamento ou utilização dos resíduos sólidos provenientes de diversas

atividades, até então considerados inúteis e problemáticos (ANDREOLI, 2006).

Devido à preocupação com a disposição do LETA, vêm sendo estudadas aplicações para este

resíduo. A disposição no solo deve ser avaliada, principalmente em função das características

físicas e químicas do lodo e o tipo de aplicação ou cultura agrícola a qual este resíduo será

adicionado, por existir nutrientes benéficos às diversas culturas como também por apresentar

teores mais elevados de alguns metais, principalmente o alumínio (COUTO, 2011; SOARES

et. al, 2009c). As características ambientais (da área onde se pretende dispor o LETA)

também devem ser avaliadas, tais como propriedades do solo e relevo, nível do lençol

freático, distância de cursos d’água, dentre outros (SOARES et. al., 2009a).

Conforme suas características, o LETA pode ser utilizado para recuperação de áreas

degradadas (condicionador de solo), fabricação de materiais da construção civil como tijolos e

fabricação de materiais cerâmicos (SOARES et al., 2009a; CORNWELL, 1999; BIDONE et

al.,2001; DI BERNARDO; DANTAS, 2005). Além disso, segundo Richter (2001), pode ser

utilizado na pavimentação de estradas e na produção de cimento. Tsutuya e Hirata (2001)

citam que o lodo também pode ser utilizado no cultivo de grama comercial, sendo aplicado na

fase líquida ou após sua desidratação proporcionando aumento na aeração e na capacidade de

retenção de líquido no solo, além de fornecer nutrientes às plantas.

2.5 Análise da destinação do lodo em diversos estados brasileiros

No Quadro 1 foi apresentado a compilação de dezenove estudos acerca da destinação e do

reuso do LETA em vários estados brasileiros, principalmente da região sudeste. Os relatos

datam dos últimos dezoito anos, sendo o mais antigo de 1999. Foram descritos o local de

estudo, as vantagens e desvantagens das tecnologias estudadas para disposição do lodo, e os

autores.

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Quadro 1 - Compilação produzida com base em informações obtidas sobre diversos estudos

relativos a disposição do LETA no Brasil, nos últimos 18 anos. (continua)

LOCAL

TÉCNICAS DE DISPOSIÇÃO DO LODO

FONTE VANTAGENS DESVANTAGENS

REDUÇÃO DO LODO

São

Cristóvão,

SE

Baixo custo do coagulante sulfato

de alumínio. Controle de dosagem

de coagulante, reduzindo também

a carga de resíduos.

Parâmetros de sólidos acima dos

previstos na CONAMA 357/2005.

Grandes variações de DBO e DQO.

Al, Pb, Mn sofreram variações de

concentração. Caracterizado como

potencial poluidor, por possuir altas

concentrações de metais pesados.

SOUZA (2009)

REVESTIMENTO RODOVIÁRIO

Ponta

Grossa, PR

Comprovada a possibilidade de

emprego do lodo para aplicação

em revestimento rodoviário.

Lodo mais frágil e com menor

resistência. A adição como parte do

solo reduz a qualidade do mesmo, sendo necessária adicionar mais

cimento para obter um desempenho

ideal, encarecendo o material solo

cimento.

FADANELLI e

WIECHETECK

(2010)

ENCAMINHAMENTO PARA ETE / ATERRO

Belo

Horizonte,

MG

Possui baixo custo e é de melhor

gestão. Transformando o lodo em

insumo, há redução dos efeitos

impactantes no meio ambiente e

gera renda e redução de custos na

produção.

O destino final do lodo desidratado

ainda constitui uma incógnita. O

aterro ainda parece ser o caminho

natural, desde que executado

levando em conta as peculiaridades

referentes a cada lodo.

MOREIRA

FILHO e

VIANNA (2012)

INCORPORAÇÃO EM CERÂMICA VERMELHA

Ouro Preto,

MG

Possibilidade de aproveitamento do

LETA em cerâmica vermelha para

adições de até 10% do lodo à

argila.

Partículas de lodo atuam como

inclusões que favorecem a fratura

do corpo causando diminuição dos

valores de Tensão de Ruptura à

Flexão dos corpos de prova.

PAIXÃO (2005)

Presidente

Prudente, SP

O lodo pode ser inserido no

material de fabricação da cerâmica.

É preciso que haja estudo aplicado

ao lodo a ser utilizado, pois as

variações influenciam diretamente

na qualidade do material produzido, principalmente na resistência,

plasticidade e absorção de água.

TEIXEIRA et al.

(2006)

Campos dos

Goytacazes,

RJ

Pode ser incorporado o LETA no

processo, uma vez que a

composição do lodo estudado é

semelhante à mineralogia das

argilas utilizadas na fabricação da

cerâmica.

A incorporação do lodo de até 10%

em peso com uma argila aumenta

ligeiramente a absorção de água e

diminui a resistência mecânica após

a fase de queima da argila.

MARGEM

(2008)

Rio de

Janeiro, RJ

Reaproveitado como matéria-prima

na indústria cerâmica, na proporção

máxima de 10% em massa de lodo.

A incorporação do lodo altera as

propriedades físicas e tecnológicas

do material levando a uma redução

na qualidade das peças obtidas.

COUTO (2011)

São Paulo,

SP

Produzir tijolos pelo processo de

extrusão foi viável ao receber porcentagens admissíveis de lodo à

massa nas condições de umidade

reais de saída da centrífuga.

Adições de lodo superiores a 8%

alteram negativamente as propriedades físico-mecânicas nas

peças cerâmicas.

TARTARI et al.

(2011)

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v. 3, n. 1, p. 17-37, jan./jul. 2017

Quadro 1 - Compilação produzida com base em informações obtidas sobre diversos estudos

relativos a disposição do LETA no Brasil, nos últimos 18 anos. (continuação) LOCAL TÉCNICAS DE DISPOSIÇÃO DO LODO FONTE

VANTAGENS DESVANTAGENS

INCORPORAÇÃO EM CERÂMICA VERMELHA

Rio de

Janeiro,

RJ

Potencial para incorporar o lodo

em massas argilosas na fabricação

de cerâmica.

Pode ser incorporado em quantidades

moderadas devido ao seu elevado

valor de limite plástico.

PINHEIRO et al.

(2014)

INCORPORAÇÃO EM MATERIAL DE CONSTRUÇÃO CIVIL

São

Carlos,

SP

Viabilidade do LETA como

agregado miúdo em concretos para

recomposição de calçada, além de

ter potencial para utilização em concreto para fins mais nobres.

Sugere-se que a quantidade de lodo

utilizada em torno de 10% e que a

espessura do concreto para calçadas

deve ser de aproximadamente 5 cm.

COSTA (2011)

Salvador,

BA

LETA tem potencial como matéria

prima para confecção de blocos.

Não teve pontos negativos no artigo

estudado.

SANTOS (2011)

São

Paulo, SP

Tijolos ecológicos foram

confeccionados com a

incorporação de cinzas de carvão

de usinas termelétricas e de LETA

atendendo aos requisitos quanto a

compressão e absorção de água.

As partículas do LETA evidenciaram

frágil desagregação quando seco e

com baixa interação química entre si.

SILVA (2011)

São

Paulo, SP

Alternativa em substituição parcial

em peso de solo na fabricação de

tijolo solo-cimento.

Dificuldade em incorporar grande

quantidade do LETA na mistura solo-

cimento. Tende a aumentar o teor de

partículas finas, matéria orgânica e

plasticidade da mistura solo-cimento, interferindo na hidratação do

cimento.

RODRIGUES e

HOLANDA

(2013)

RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS - RAD

Brasília,

DF

O LETA pode ser disposto em

áreas degradadas, visto que eleva

os teores de macronutrientes e o

valor de pH do solo.

Em altas doses pode causar a

salinidade do solo. Para fins de

recuperação, sua aplicação deve estar

associada a um resíduo.

TEIXEIRA et al.

(2005)

RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Brasília,

DF

O LETA torna-se promissor ao se

avaliar os teores de P e de

matéria orgânica.

Não foi determinado pelo autor. MOREIRA et al.

(2007)

Brasília,

DF

O LETA é compatível com o uso

em RAD situadas em regiões

com características geológicas e

hidroquímicas semelhantes.

A lixiviação do LETA contribuiu com

o aumento da concentração de sólidos

dissolvidos para o lençol freático.

Porém, após 10 anos de disposição de LETA, o impacto ambiental nas águas

subterrâneas pode ser considerado

pequeno, pois não houve sequer

alteração da fácies da água subterrânea.

MOREIRA et al.

(2009)

Rio de

Janeiro,

RJ

O LETA não alterou as

características do solo quanto às

variáveis analisadas. Na presença

do lodo de esgoto, a aplicação de

LETA foi favorável à dinâmica

do N no solo até a dose de 37

Mg.ha-1; A aplicação do lodo de

ETE neutralizou o Al e alterou pH, Ca, H+Al, C, P e V% do solo.

A aplicação do LETA não apresentou

potencial de melhoria nos atributos de

fertilidade do solo.

BITTENCOURT

et al. (2012)

29

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Quadro 1 - Compilação produzida com base em informações obtidas sobre diversos estudos

relativos a disposição do LETA no Brasil, nos últimos 18 anos. (conclusão)

REMOÇÃO DO FÓSFORO EM EFLUENTES DE ETE

São

Paulo, SP

Reaproveitamento e

encaminhamento do LETA

utilizando sulfato de alumínio

para remoção de fósforo do

efluente final.

A presença de polímeros no LETA

ocasionou redução da capacidade de

adsorção do fósforo do efluente da

ETE.

CHAO et al.

(2009)

REUTILIZAÇÃO DO SULFATO DE ALUMÍNIO

Vitória, ES

Para as populações de 20.000 e 50.000 habitantes, a regeneração

de coagulantes e sua reutilização

na própria ETA ou em ETE é

economicamente viável.

Para ETAs de grande porte os processos de regeneração em reatores

em batelada possivelmente não serão

econômicos, devendo ser avaliada a

utilização de reatores em regime

contínuo.

GONÇALVES et al. (1999)

3 Metodologia

Para realização deste trabalho realizou-se vasto levantamento bibliográfico contemplando as

etapas geradoras de LETA no processo produtivo de água potável; caracterização desses

resíduos; possíveis impactos ambientais do LETA disposto inadequadamente; investigação do

cenário mineiro de disposição do LETA e análise das alternativas para disposição correta ou

reuso, passando-os do status de resíduo para insumo.

Pesquisou-se na literatura técnica brasileira e estrangeira pertinentes, normas da ABNT,

trabalhos acadêmicos e estudos realizados por Analistas do Ministério Público de Minas

Gerais.

4 Resultados e discussão

As técnicas de disposição de resíduos descritas no Quadro 1 podem ser visualizadas na Figura

2.

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Figura 2 - Formas e Quantidade de estudos para disposição do LETA.

0 1 2 3 4 5 6 7

Redução do Lodo

Revestimento Rodoviário

Incorporação à cerâmica Vermelha

Incorporação em material de construção civil

Recuperação de Áreas Degradadas

Remoção de Fosfóro em efluente de ETE

Encaminhamento para ETE/Aterro

Recuperação do Sulfato de Alumínio

Quantidade de Estudos

Tip

o d

e D

es

tin

ão

do

Lo

do

Fonte: Elaborado a partir das informações constantes no Quadro 1.

A forma de disposição do LETA mais contemplada nos estudos apresentados foi a aplicação

na construção civil (incorporação em materiais como cerâmica).

Como pontos positivos, as principais abordagens foram baixo custo na incorporação do

material, substituindo de 8 a 10% da argila utilizada na fabricação do produto, além de

contribuir para a economia na adição de água no processo de produção de cerâmica vermelha

por extrusão.

Entretanto, as variações nas características do lodo produzido nas ETAs, influenciam na

qualidade do material a ser produzido caso a incorporação não seja conduzida em proporções

corretas e aplicando-se a metodologia adequada, os lodos tornam a cerâmica pouco resistente,

favorecendo surgimento de trincas e deformações nas peças, tornando o material poroso

(absorvente), com consequente perda de qualidade.

Em seguida, os artigos científicos apresentaram a incorporação do LETA em materiais

agregados na construção civil, apresentando bons desempenhos nos resultados, já que o lodo é

similar à granulometria e às características dos demais componentes. Porém, como a

composição do LETA é variável, a logística de incorporação desse resíduo é complicada, por

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não se ter sempre a mesma composição e qualidade oriunda dos processos de tratamento de

água. Outro fator interessante no estudo de incorporação do LETA em materiais da construção

civil é que além do lodo, podem ser incorporados resíduos de outros setores, como as cinzas

de uma usina termelétrica, reduzindo assim, o volume de material descartado na natureza.

Cabe esclarecer que a aplicação de resíduos na fabricação de materiais para construção civil,

embora bastante contemplada nos estudos científicos, deve ser avaliada com cautela para não

trazer inconvenientes à saúde especialmente dos moradores dos imóveis edificados com esses

materiais. Essa avaliação justifica-se pelo contato frequente com esses materiais que,

dependendo do caso, podem liberar substâncias maléficas à saúde.

Na mesma quantidade de estudos, encontram-se as aplicações de LETA em áreas degradadas,

enaltecendo o potencial para tal aplicação. Contudo, Bittencourt et al. (2012), destacou que o

LETA não modificou nem positiva e nem negativamente os parâmetros estudados em sua

aplicação do solo, fazendo referência, mais uma vez, no tocante da variação das

concentrações químicas componentes do LETA.

O estudo de Moreira Filho e Vianna (2012) cita o encaminhamento do LETA para aterros

sanitários e para estações de tratamento de efluentes. No que diz respeito a dispor o lodo em

aterro sanitário, é necessário enfatizar que o lodo, em muitos casos, é encaminhado para ser

aterrado em discordância com os parâmetros vigentes na legislação ambiental, o que vem a

acarretar em impactos ambientais posteriores. Já o encaminhamento para ETEs faz com que o

lodo seja equalizado com o efluente resultante, fazendo com que sejam atendidos os

parâmetros ambientais. Embora essa metodologia atenda aos critérios ambientais, a mesma

não trata o lodo como insumo e, assim, não traz benefícios econômicos e acarreta em maior

acúmulo de resíduos dispostos no meio ambiente.

Já no estudo apresentado para a aplicação do lodo no revestimento rodoviário, embora

Fadanelli e Wiechetech (2010) tenham comprovado a possibilidade da utilização do lodo para

este uso, concluíram que para que seja eficiente a adição do mesmo, será necessário um

consumo muito maior de cimento, elevando os custos finais. O mesmo inconveniente

econômico foi constatado no estudo da extração do sulfato de alumínio do LETA, no qual

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para ETAs de grande porte, também foi inviável. Chao et al. (2009) demonstrou viabilidade

para se utilizar o lodo na remoção do fósforo em ETEs, desde que não sejam adicionados

polímeros, pois os mesmos reduzem a capacidade de adsorção do fósforo.

4 Considerações finais

O estudo demonstrou que no cenário mineiro predomina o lançamento in natura do LETA nos

corpos de água, ocasionando dano ambiental, devido sua composição química.

Foram apresentadas diversas alternativas para disposição e reuso do LETA, que pode passar

de resíduo a insumo de outro processo produtivo. A forma de disposição do LETA mais

contemplada nos estudos apresentados foi aplicação na construção civil (incorporação em

materiais como cerâmica), sendo que a escolha da solução mais adequada ao caso concreto

deverá ser realizada após sua caracterização.

Sludge from water treatment plant: waste or input?

Abstract

A problem faced by modern industries is the purpose for a decreasing generation of waste, its

reuse and proper disposal, in view of the current legislation that regulates activities with

polluting potential. The biggest challenge of drinking water treatment plants is on final

disposal of sludge generated in technical, environmental and economical questions. In Brazil,

the sludge from water treatment plant, by the ABNT Regulations NBR 10.004/2004, so it

should not be released in watercourse without an appropriate treatment. In view of this

concern regarding water treatment sludge, some other destinations have studied for this

residue. This way, some viable alternatives and existing solutions have identified for the

treatment and disposal of water treatment sludge, practiced in Brazil, transforming them into

inputs, checking its economical, technical and environmental feasibility.

Keywords: Sludge from water treatment. Reuse of sludge. Drinking water treatment plant.

Industrial waste.

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Recebido em: 10/03/2016 - Aprovado em: 15/05/2017 - Disponibilizado em: 10/07/2017