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NÚCLEO ESTADUAL DE ENSINO DE JOVENS E ADULTOS E DE CULTURA POPULAR DARCY VARGAS AV. João Pessoa, 1070 – Bairro Farroupilha – CEP 90040-000 – Fone: 3221-6366 – PORTO ALEGRE – RS Criação : Decreto 41,744 – D.O. de 26/07/2002 – Autorização : Parecer 1465/2002 D. O. de 30/12/2002. Língua Portuguesa - Ensino Fundamental Material de Apoio para Avaliação por Componente 1- ORTOGRAFIA 1.1- USO DO Ç, S, SS, J, G, X USO DO Ç: a) Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos terminados em TO: intento = intenção canto = canção exceto = exceção junto = junção b) Usa-se ç em palavras terminadas em TENÇÃO referentes a verbos derivados de TER: deter = detenção reter = retenção conter = contenção manter = manutenção c) Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos terminados em TOR: infrator = infração trator = tração redator = redação setor = seção d) Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos terminados em TIVO: introspectivo = introspecção relativo = relação ativo = ação intuitivo – intuição e) Usa-se ç em palavras derivadas de verbos dos quais se retira a desinência R: reeducar = reeducação importar = importação repartir = repartição fundir = fundição f) Usa-se ç após ditongo quando houver som de S: eleição traição USO DO S: a) Usa-se s em palavras derivadas de verbos terminados em NDER ou NDIR: pretender = pretensão, pretensa, pretensioso defender = defesa, defensivo compreender = compreensão, compreensivo repreender = repreensão expandir = expansão fundir = fusão confundir = confusão b) Usa-se s em palavras derivadas de verbos terminados em ERTER ou ERTIR: inverter = inversão; converter = conversão; perverter = perversão divertir = diversão c) Usa-se s após ditongo quando houver som de Z: Creusa coisa maisena d) Usa-se s em palavras terminadas em ISA, substantivos femininos: Luísa, Heloísa, poetisa, Profetisa. Obs.: Juíza escreve-se com z, por ser o feminino de juiz, que também se escreve com z. e) Usa-se s em palavras derivadas de verbos terminados em CORRER ou PELIR: concorrer = concurso, discorrer = discurso, expelir = expulso, expulsão, compelir = compulsório. 1

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NÚCLEO ESTADUAL DE ENSINO DE JOVENS E ADULTOS E DE CULTURA POPULAR

DARCY VARGAS AV. João Pessoa, 1070 – Bairro Farroupilha – CEP 90040-000 – Fone: 3221-6366 – PORTO ALEGRE – RS

Criação: Decreto 41,744 – D.O. de 26/07/2002 – Autorização: Parecer 1465/2002 D. O. de 30/12/2002.

Língua Portuguesa - Ensino Fundamental Material de Apoio para Avaliação por Componente

1- ORTOGRAFIA 1.1- USO DO Ç, S, SS, J, G, X USO DO Ç: a) Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos terminados em TO: intento = intenção canto = canção exceto = exceção junto = junção b) Usa-se ç em palavras terminadas em TENÇÃO referentes a verbos derivados de TER: deter = detenção reter = retenção conter = contenção manter = manutenção c) Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos terminados em TOR: infrator = infração trator = tração redator = redação setor = seção d) Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos terminados em TIVO: introspectivo = introspecção relativo = relação ativo = ação intuitivo – intuição e) Usa-se ç em palavras derivadas de verbos dos quais se retira a desinência R: reeducar = reeducação importar = importação repartir = repartição fundir = fundição f) Usa-se ç após ditongo quando houver som de S: eleição traição USO DO S: a) Usa-se s em palavras derivadas de verbos terminados em NDER ou NDIR: pretender = pretensão, pretensa, pretensioso defender = defesa, defensivo compreender = compreensão, compreensivo repreender = repreensão expandir = expansão fundir = fusão confundir = confusão b) Usa-se s em palavras derivadas de verbos terminados em ERTER ou ERTIR: inverter = inversão; converter = conversão; perverter = perversão divertir = diversão c) Usa-se s após ditongo quando houver som de Z: Creusa coisa maisena d) Usa-se s em palavras terminadas em ISA, substantivos femininos: Luísa, Heloísa, poetisa, Profetisa. Obs.: Juíza escreve-se com z, por ser o feminino de juiz, que também se escreve com z. e) Usa-se s em palavras derivadas de verbos terminados em CORRER ou PELIR: concorrer = concurso, discorrer = discurso, expelir = expulso, expulsão, compelir = compulsório.

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f) Usa-se s na conjugação dos verbos PÔR, QUERER, USAR: ele pôs, ele quis, ele usou. g) Usa-se s em palavras terminadas em ASE, ESE, ISE, OSE: frase, tese, crise, osmose. Exceções: deslize e gaze h) Usa-se s em palavras terminadas em OSO, OSA: horrorosa, gostoso Exceção: gozo i) Usa-se o sufixo indicador de diminutivo INHO com s quando esta letra fizer parte do radical da palavra de origem; com z quando a palavra de origem não tiver o radical terminado em s: Teresa = Teresinha, casa = casinha, mulher = mulherzinha pão = pãozinho. j) Os verbos terminados em ISAR serão escritos com s quando esta letra fizer parte do radical da palavra de origem; os terminados em IZAR serão escritos com z quando a palavra de origem não tiver o radical terminado em s: improviso = improvisar, análise = analisar, pesquisa = pesquisar, terror = aterrorizar, útil = utilizar, economia = economizar. k) As palavras terminadas em ÊS e ESA serão escritas com s quando indicarem nacionalidade, títulos ou nomes próprios; as terminadas em EZ e EZA serão escritas com z quando forem substantivos abstratos provindos de adjetivos, ou seja, quando indicarem qualidade: Teresa, camponês, inglês, embriaguez, limpeza. l) Os verbos terminados em CEDER terão palavras derivadas escritas com CESS: exceder = excesso, excessivo, conceder = concessão, proceder = processo. m) Os verbos terminados em PRIMIR terão palavras derivadas escritas com PRESS: imprimir = impressão, deprimir = depressão, comprimir = compressa. n) Os verbos terminados em GREDIR terão palavras derivadas escritas com GRESS: progredir = progresso, agredir = agressor, agressão, agressivo, transgredir = transgressão, transgressor. o) Os verbos terminados em METER terão palavras derivadas escritas com MISS ou MESS: comprometer = compromisso, prometer = promessa, intrometer = intromissão, remeter = remessa. USO DO G E J: a) Escreve-se com j a conjugação dos verbos terminados em JAR: Viajar = espero que eles viajem; encorajar = para que eles se encorajem; enferrujar = que não se enferrujem as portas. b) Escrevem-se com j as palavras derivadas de vocábulos terminados em JA: loja = lojista, canja = canjica, sarja = sarjeta, gorja = gorjeta. c) Escrevem com j as palavras de origem tupi-guarani, jiló, jiboia, jirau. d) Escrevem-se com g as palavras terminadas em ÁGIO, ÉGIO, ÍGIO, ÓGIO, ÚGIO: pedágio, sacrilégio, prestígio, relógio, refúgio. e) Escrevem-se com g os substantivos terminados em GEM: a viagem, a coragem, a ferrugem. Exceções: pajem, lambujem.

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USO DO X: Palavras iniciadas por ME serão escritas com x: mexerica, México, mexilhão, mexer. Exceção: mecha de cabelos b) As palavras iniciadas por EN serão escritas com x, a não ser que provenham de vocábulos iniciados por ch: enxada, enxerto, enxurrada, encher – provém de cheio enchumaçar – provém de chumaço c) Usa-s x após ditongo: baixo, caixa, peixe, eixo, baixela, encaixe, ameixa, caixa, peixe.

Exceções: recauchutar, guache;

d) em algumas palavras, tais como: bexiga, lixeira, lixo, xingar; e) nas palavras de origem africana ou indígena: abacaxi, Xingu, caxumba, Xavante, etc; f) depois das sílabas “me” e “en”: enxugamento, enxada, enxergar, enxame, enxugar, enxuto, enxurrada, enxoval, enxaqueca, enxotar, mexerica, México, mexer, mexilhão, mexerico, mexicano.

Exceções: as palavras encher, enchiqueirar, encharcar - são grafadas com "ch", porque são palavras formadas pelo prefixo en + o radical de palavras que tenham o ch - encher: prefixo en + radical de cheio. Na regra da sílaba "me", também existe uma exceção, é o substantivo "mecha"; é diferente da forma verbal "mexa" do verbo mexer que deve ser grafada com x.

EMPREGO DE S, Ç, X E DOS DÍGRAFOS SC, SÇ, SS, XC, XS Emprega-se o S: Nos substantivos derivados de verbos terminados em "andir","ender", "verter" e "pelir" Exemplos: expandir- expansão pretender – pretensão suspender – suspensão Emprega-se Ç: Nos substantivos derivados dos verbos "ter" e "torcer Exemplos: torção detenção manutenção contorção Emprega-se o X: Em alguns casos, a letra X soa como SS Exemplos: auxílio, expectativa, experto, extroversão, sexta, sintaxe, texto, trouxe Emprega-se SC: Nos termos eruditos Exemplos: acréscimo, ascensorista, consciência, descender, discente, fascículo, fascínio, imprescindível, miscigenação, miscível, plebiscito, rescisão, seiscentos, transcender, etc. Emprega-se SÇ: Na conjugação de alguns verbos Exemplos: Nascer – nasço crescer – cresço descer - desço Emprega-se SS:

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Nos substantivos derivados de verbos terminados em "gredir", "mitir", "ceder" e "cutir" Exemplos: agressão – demissão – cessão – discussão – repercussão. Emprega-se o XCe o XS: Em dígrafos que soam como SS Exemplos: exceção, excêntrico, excedente, excepcional, exsudar OBSERVAÇÕES SOBRE O USO DA LETRA X 1) O X pode representar os seguintes fonemas: /ch/ - xarope, vexame /cs/ - axila, nexo /z/ - exame, exílio /ss/ - máximo, próximo /s/ - texto, extenso 2) Não soa nos grupos internos -xce- e -xci- Exemplos: excelente, excitar 1- SÍLABA

A palavra amor está dividida em grupos de fonemas pronunciados separadamente: a - mor. A cada um desses grupos pronunciados numa só emissão de voz dá-se o nome de sílaba. Em nossa língua, o núcleo da sílaba é sempre uma vogal: não existe sílaba sem vogal e nunca há mais do que uma vogal em cada sílaba. Dessa forma, para sabermos o número de sílabas de uma palavra, devemos perceber quantas vogais tem essa palavra. Atenção: as letras i e u (mais raramente com as letras e e o) podem representar semivogais.

Classificação das Palavras quanto ao Número de Sílabas 1) Monossílabas: possuem apenas uma sílaba. Exemplos: mãe, flor, lá, meu 2) Dissílabas: possuem duas sílabas. Exemplos: ca-fé, i-ra, a-í, trans-por 3) Trissílabas: possuem três sílabas. Exemplos: ci-ne-ma, pró-xi-mo, pers-pi-caz,

O-da-ir 4) Polissílabas: possuem quatro ou mais sílabas. Exemplos: a-ve-ni-da, li-te-ra-tu-ra,

a-mi-ga-vel-men-te, o-tor-ri-no-la-rin-go-lo-gis-ta Divisão Silábica Na divisão silábica das palavras, cumpre observar as seguintes normas: a) Não se separam os ditongos e tritongos. Exemplos: foi-ce, a-ve-ri-guou b) Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, gu, qu. Exemplos: cha-ve, ba-ra-lho,

ba-nha, fre-guês, quei-xa c) Não se separam os encontros consonantais que iniciam sílaba. Exemplos:

psi-có-lo-go, re-fres-co d) Separam-se as vogais dos hiatos. Exemplos: ca-a-tin-ga, fi-el, sa-ú-de e) Separam-se as letras dos dígrafos rr, ss, sc, sç xc. Exemplos: car-ro, pas-sa-re-la,

des-cer, nas-ço, ex-ce-len-te f) Separam-se os encontros consonantais das sílabas internas, excetuando-se aqueles

em que a segunda consoante é l ou r. Exemplos: ap-to, bis-ne-to, con-vic-ção, a-brir, a-pli-car

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FONÉTICA

A Fonética, ou Fonologia, estuda os sons emitidos pelo ser humano, para efetivar a comunicação. Diferentemente da escrita, que conta com vogais e consoantes, a Fonética se ocupa dos fonemas (= sons); são eles as vogais, as consoantes e as semivogais.

Vogal = São as cinco já conhecidas - a, e, i, o, u -quando funcionam como base de uma

sílaba. Em cada sílaba há apenas uma vogal. NUNCA HAVERÁ MAIS DO QUE UMA VOGAL EM UMA MESMA SÍLABA.

Consoante = Qualquer letra - ou conjunto de letras representando um som só - que só possa ser soada com o auxílio de uma vogal (com + soante = soa com...). Na fonética são consoantes b, d, f, g (ga, go, gu), j (ge, gi, j) k (c ou qu), l, m (antes de vogal), n (antes de vogal), p, r, s (s, c, ç, ss, sc, sç, xc), t, v, x (inclusive ch), z (s, z), nh, lh, rr.

Semivogal = São as letras e, i, o e u quando formarem sílaba com uma vogal, antes ou depois dela, e as letras m e n, nos grupos AM, EM e EN, em final de palavra -somente em final de palavra.

Quando a semivogal possuir som de i, será representada foneticamente pela letra Y; com som de u, pela letra W.

Então teremos, por exemplo, na palavra caixeiro, que se separa silabicamente cai-xei-ro, o seguinte: 3 vogais = a, e, o; 3 consoantes = k (c), x, r; 2 semivogais = y (i, i). Representando a palavra foneticamente, ficaremos com kayxeyro.

Na palavra artilheiro, ar-ti-lhei-ro, o seguinte: 4 vogais = a, i, e, o; 4 consoantes = r, t, lh, r; 1 semivogal = y (i). Foneticamente = artiĹeyro. Na palavra viagem, vi-a-gem, 3 vogais = i, a, e; 2 consoantes = v, g; 1 semivogal = y (m).viajẽy. M / N As letras M e N devem ser analisadas com muito cuidado. Elas podem ser:

Consoantes = Quando estiverem no início da sílaba. Semivogais = Quando formarem os grupos AM, EM e EN, em final de palavra -

somente em final de palavra - sendo representadas foneticamente por Y ou W. Ressôo Nasal = Quando estiverem após vogal, na mesma sílaba que ela, excetuando os três grupos acima. Indica que o M e o N não são pronunciados, apenas tornam a vogal nasal, portanto haverá duas letras (a vogal + M ou N) com um fonema só (a vogal nasal). Por exemplo, na palavra manchem, terceira pessoa do plural do presente do subjuntivo do verbo manchar, teremos o seguinte: man-chem, 2 vogais = a, e; 2 consoantes = o 1º m, x(ch); 1 semivogal = y (o 2º m); 1 ressôo nasal = an (ã). mãxẽy. Encontros Vocálicos

É o agrupamento de vogais e semivogais. Há três tipos de encontros vocálicos: Hiato = É o agrupamento de duas vogais, cada uma em uma sílaba diferente. Lu-a-na, a-fi-a-do, pi-a-da Ditongo = É o agrupamento de uma vogal e uma semivogal, em uma mesma sílaba. Quando a vogal estiver antes da semivogal, chamaremos de Ditongo Decrescente, e, quando a vogal estiver depois da semivogal, de Ditongo Crescente. Chamaremos ainda de oral e nasal,

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conforme ocorrer a saída do ar pelas narinas ou pela boca. Cai-xa = Ditongo decrescente oral. Cin-quen-ta = Ditongo crescente nasal, com a ocorrência do Ressôo Nasal. Tritongo = É o agrupamento de uma vogal e duas semivogais. Também pode ser oral ou nasal. A-guei = Tritongo oral. Á-guem = Tritongo nasal, com a ocorrência da semivogal m. Encontros Consonantais

É o agrupamento de consoantes. Há três tipos de encontros consonantais:

Encontro Consonantal Puro = É o agrupamento de consoantes, lado a lado, na mesma sílaba. Bra-sil, pla-ne-ta, a-dre-na-li-na Encontro Consonantal Disjunto = É o agrupamento de consoantes, lado a lado, em sílabas diferentes. ap-to, cac-to, as-pec-to Encontro Consonantal Fonético = É a letra x com som de ks. Maxi, nexo, axila = maksi, nekso, aksila. Não se esqueça de que as letras M e N pós-vocálicas não são consoantes, e sim semivogais ou simples sinais de nasalização (ressôo nasal). Dígrafos

Dígrafo é o agrupamento de duas letras com apenas um fonema. Os principais dígrafos sãorr, ss, sc, sç, xc, xs, lh, nh, ch, qu, gu. Representam-se os dígrafos por letras maiores que as demais, exatamente para estabelecer a diferença entre uma letra e um dígrafo. Qu e gusó serão dígrafos, quando estiverem seguidos de e ou i, sem trema. Os dígrafos rr, ss, sc, sç, xc e xs têm suas letras separadas silabicamente; lh, nh, ch, qu, gu, não. arroz = ar-roz - aRos; assar = as-sar - aSar; nascer = nas-cer - naSer; desço = des-ço - deSo; exceção = ex-ce-ção - eSesãw; exsudar = ex-su-dar - eSudar; alho = a-lho - aĹo; banho = ba-nho - baÑo; cacho = ca-cho - kaXo; querida = que-ri-da - Kerida; sangue = san-gue - sãGe. Dígrafo Vocálico = É o outro nome que se dá ao Ressôo Nasal, pelo fato de serem duas letras com um fonema vocálico. sangue = san-gue - sãGe Não confunda dígrafo com encontro consonantal, que é o encontro de consoantes, cada uma representando um fonema.

SINAIS GRÁFICOS

TIL Sua incidência se dá sobre as letras “a” e “o” no intuito de indicar a nasalização destas. Exemplos: manhã – coração – órfã - irmã TREMA Tal sinal gráfico, desde que a Nova Reforma Ortográfica entrou em vigor, foi totalmente abolido dos

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grupos silábicos representados por “que”, “qui’, “gue” e “gui”. Entretanto, sua permanência ainda incide sobre os nomes próprios e seus derivados. Ex: Mülller – mülleriano – Hübner - hübneriano APÓSTROFO Assinala a supressão de um fonema – geralmente de uma vogal – em palavras compostas, ligadas por preposição, em expressões populares ou em versos. Exemplos: minh’alma – mãe d’água – d’água – caixa d’água ACENTO AGUDO: Indica o som aberto, proferido pela vogal tônica. Exemplos: cajá – até – vovó ACENTO CIRCUNFLEXO: Manifesta-se pelo som fechado, retratado pela vogal tônica. Exemplos: lâmpada – vovô – clichê ACENTO GRAVE: Utilizado para indicar a crase. Exemplos: Irei à festa. Estes livros pertencem àquele garoto. CEDILHA: sobre a letra “c’’, indicando o som de /ss/. Exemplos: açude – aço – associação... Dica importante: Este sinal somente é acompanhado pelas vogais: a, o, u. HÍFEN Hífen é o sinal gráfico “-“ usado para formar substantivos compostos. Dentre as mudanças instituídas pela nova ortografia figura-se o uso do hífen. Uma vez um tanto quanto complexas, são passíveis de nota e, sobretudo, de especial atenção. Para tanto, analisemos alguns casos, enfatizando como antes eram grafados e como se revelam atualmente: * Depois de prefixo, quando a segunda palavra começar com “r” ou “s”, retira-se o hífen e duplicam-se as consoantes.

Observações importantes: O hífen será mantido quando os prefixos terminarem com “r” e o segundo elemento começar pela mesma letra. Exemplos: hiper-requintado – super-romântico – inter-regional * Não se usa mais o hífen quando o prefixo terminar em vogal e a segunda palavra começar com uma vogal diferente. Observação: Esta nova regra padroniza algumas exceções já existentes antes do novo acordo. Exemplos: antiaéreo – antiamericano – aeroespacial – socioambiental – socioeconômico

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* O hífen passa a ser utilizado quando o prefixo termina por vogal e a segunda palavra começa com a mesma vogal

Esta regra não se aplica aos prefixos (co), (pro), (re). Exemplos: coordenar – reentrância –reeditar. Casos relacionados ao prefixo pré/pre: - Quando átono (pre): Este se junta ao segundo elemento. Exemplos: preestabelecer

predeterminado – preexistir... - Quando tônico (pré), utiliza-se o hífen. Exemplos: pré-história – pré-adolescente – pré-natal * O hífen deixou de ser utilizado em determinadas palavras que perderam a noção de composição. Exemplos:

Observação: O hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação, como também naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas. Exemplos: azul-escuro – bem-te-vi – couve-flor – amarelo-claro – guarda-costas * Em prefixos, o emprego do hífen continua diante de palavras iniciadas por “h”. Exemplos: super-homem – anti-herói – anti-higiênico – co-herdeiro – extra-humano * Não se usa o hífen quando prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de “r” ou “s”. Exemplos: contracheque – anteprojeto - extraforte – semicírculo * O emprego do hífen está também relacionado aos casos abaixo enumerados: - Com o prefixo sub: sub-região – sub-reitoria – sub-raça - Com os prefixos: além, aquém, recém, vice, ex, pós, sem. Exemplos: ex-namorado – além-mundo – recém-nascido – pós-cirúrgico – vice-prefeito – sem-terra –aquém-mar. - Com o advérbio “mal” quando o segundo elemento começar por vogal ou “h”. Exemplos: mal-educado – mal-habituado

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Entretanto, não se usa o hífen quando o segundo elemento começar por consoante. Exemplos: maldormido – malvestido – malsucedido Também se usa o hífen: * Diante dos casos em que ocorrer a ênclise e mesóclise. Exemplos: mandar-te-ei, percebê-lo, levá-la * Com os sufixos de origem tupi-guarani: -açu, -mirim, -guaçu. Exemplos: jacaré-açu – cajá-mirim – amoré-guaçu * Com os prefixos “circum” e “pan” diante de palavras iniciadas por “m”, “n” e vogal. Exemplos: pan-americano – circum-navegação

MORFOLOGIA Substantivo É a palavra que dá nome aos seres, indicando pessoas, lugares, sentimentos, estados, qualidades, ações. Os substantivos classificam-se em: » Comum - indica um nome comum a todos os seres da mesma espécie: terra, futebol, criança. » Próprio – designa nome de pessoas, cidades, países, etc.: Maria, Brasil, Terra. » Simples – formado por uma só palavra: barriga, couve, pé, roupa. » Composto – formado por duas ou mais palavras: guarda-noturno, pé-de-moleque. » Primitivo – a partir dele se formam outros substantivos: mar, pedra, terra, barba. » Derivado – forma-se a partir de outro substantivo: maresia, pedreiro, terreiro, barbeiro. » Concreto – indica seres reais ou imaginários, cuja existência é próprio, independente de outros: mar, Deus, saci, mulher, casa, caneta. » Abstrato – é aqueles que indica seres de natureza dependente, ou seja, sua existência está ligada a nossa consciência apenas: amor, verdade, ódio, saudade, sensatez, mentira. » Coletivo – indica um conjunto de seres da mesma espécie, embora estando no singular: cardume (conjunto de peixes), enxame (conjunto de abelhas), quadrilha (conjunto de bandidos). Relação de alguns substantivos coletivos Assembléia – de pessoas reunidas, de parlamentares Acervo – de obras de arte Alcatéia – de lobos Antologia – de textos Arquipélago – de ilha Atlas – de mapas Arsenal – de armas, munições Banda – de músicos Bando – de aves Batalhão – de soldados Biblioteca – de livros Cacho – de frutas Chusma – de pessoas em geral Colméia – de abelhas

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Constelação – de estrelas Cordilheira – de montanhas Elenco – de atores Enxoval – de roupas Falange – de soldados Fauna – de animais Feixe – de lenha Flora – de plantas Frota – de navios Galeria – de quadros Horda – de bandidos Júri – de jurados Junta – de médicos, examinadores Legião – de soldados Lote – de coisas Manada – de animais Molho - de chaves Multidão – de pessoas Ninhada – de filhotes Pinacoteca – de quadros Piquete – de pessoas em greve Plantel – de animais de raça Pomar – de árvores frutíferas Ramalhete – de flores Réstia – de alho, de cebola Vara – de porcos Vocabulário – de palavras Flexão do substantivo Os substantivos podem ser flexionados em gênero, número e grau. Gênero do substantivo Os substantivos apresentam dois gêneros: masculino e feminino. Masculino: os nomes que são antecedidos pelo artigo o: o menino, o sol, o mar, o trem. Feminino: os nomes que são antecedidos pelo artigo a: a carta, a menina, a caneta, a lua. Flexão do gênero do substantivo Substantivos biformes: são aqueles que apresentam duas formas para a indicação de gênero » Substantivos terminados em –o mudam para –a. Menino – menina Gato – gata » Substantivos terminados em –ão mudam para –ã, -oa, -ona. Irmão – irmã Leão – leoa » Substantivos terminados em –or formam o feminino com o acréscimo de –a. Doutor – doutora Professor – professora Corretor – corretora » Pela troca da terminação -e por -a. Parente – parenta Presidente – presidenta Mestre – mestra » Pelo acréscimo de -a aos substantivos terminados em –ês, -l, e –z. Freguês – freguesa Oficial – oficial Juiz – juíza » Por meio de –esa, -essa e –isa aos substantivos indicadores de ocupações especiais e de títulos. Cônsul – consulesa Visconde – viscondessa Poeta – poetisa » Formação de feminino com palavras diferentes. Bode – cabra Boi – vaca Burro – besta Cão – cadela Carneiro – ovelha Cavaleiro – amazona Frade – freira Veado – cerva

» Por formações irregulares. Ateu – ateia Ator – atriz Avô – avó Embaixador – embaixatriz Judeu – judia Maestro – maestrina Marajá – marani Réu – ré Sultão – sultana

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Substantivos uniformes: são aqueles que possuem uma só palavra para indicar o masculino e o feminino. Classificam-se em: » epicenos: são os nomes de animais e de plantas em que se distingue o gênero mediante o emprego das palavras macho e fêmea. Cobra macho Crocodilo fêmea Mamoeiro macho » comum de dois gêneros: são substantivos que possuem uma só forma para o masculino e para o feminino diferenciados pelos artigos o (masculino) e a (feminino) o cliente – a cliente o doente – a doente o estudante – a estudante » sobrecomuns: são substantivos de um só gênero, que indicam homem e mulher, identificando apenas pelo contexto. O cônjuge A criança O cadáver A testemunha * Substantivos podem ter significados diferentes dependendo do gênero: A cabeça – parte do corpo O cabeça – o chefe A caixa – objeto O caixa – pessoa A rádio – estação O rádio – o aparelho * Alguns substantivos possuem mais de um feminino: Aldeão – aldeã, aldeoa Elefante – elefanta, aliá Ladrão – ladra, ladrona, ladroa Particularidades Os nomes de rios, mares, montes, pontos cardeais, letras do alfabeto e meses são masculinos. Número do substantivo O substantivo apresenta dois números: Singular – que indica apenas um ser: copo, flor, caneta. Plural – que indica mais de um ser: copos, flores, canetas. Plural dos substantivos simples » Substantivos terminados em vogal ou ditongo oral acrescenta-se o s: Gato – gatos Série – séries » Substantivos terminados em m troca-se por ns: Item – iten Álbum – álbuns » Substantivos terminados por –ão troca-se por –ões, -ães, -ãos: Aldeão – aldeões Alemão – alemães » Substantivos terminados por –r ou –z acrescenta-se –es: Colher – colheres Paz – pases » Substantivos terminados por –s (oxítonas ou monossílabos tônicos) acrescenta-se –es: Ás – ases Freguês – fregueses » Substantivos terminados por –s (paroxítonos) ficam invariáveis: O lápis – os lápis O vírus – os vírus » Substantivos terminados por –x ficam invariáveis: O clímax – os clímax O tórax – os tórax » Substantivos terminados por –al, -el, -ol, e ul troca-se por –is: Varal – varais Túnel – túneis

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» Substantivos terminados por –il (oxítonas) troca-se por -is: Barril – barris Cantil – cantis » Substantivos terminados por –il (paroxítonas) troca-se por –eis: Fóssil – fósseis Projétil – projéteis Plurais dos substantivos compostos » Substantivo composto não separado por hífen acrescenta-se o s: Pontapé – pontapés Passatempo – passatempos » Só o primeiro elemento vai para o plural: - nos compostos ligados por preposição, clara ou subentendida. (pés-de-moleque; mulas-sem-cabeça) - nos substantivos compostos por dois substantivos, em que o segundo transmite a idéia de finalidade ou semelhança. (mangas-rosas; pombos-correio) » Só o último elemento vai para o plural: - nos substantivos com os prefixos grão, grã, e bel. (grão-duques; grã-cruzes; bel-prazeres) - nos substantivos compostos formados por verbos ou palavras invariáveis, seguidas de substantivo ou adjetivo. (ex-diretores; beija-flores;) - nos substantivos ligados por três ou mais elementos não ligados por preposição. (bem-me-queres) - nos substantivos compostos cujos elementos aparecem dobrados. (tico-ticos; reco-recos) » Os dois elementos vão para o plural: - nos substantivos formados por substantivo+substantivo. (cartas-bilhetes) - nos substantivos formados por substantivo+adjetivos. (amores-perfeitos) - nos substantivos formados por adjetivo+substantivo. (gentis-homens) » Ficam invariáveis os substantivos: - compostos por frases substantivas. (os bumba-meu-boi) - compostos por verbos+palavra invariável. (os ganha-pouco) - compostos por verbos de sentido oposto. (os vai-e-volta) Flexões de grau do substantivo O grau do substantivo são dois: aumentativo e diminutivo Grau aumentativo Quando se emprega um adjetivo que indique aumento chamamos de grau aumentativo analítico: casa grande, nariz imenso. O grau aumentativo sintético acontece quando o substantivo recebe sufixos que indiquem aumento: cabeça – cabeção. Grau diminutivo O grau diminutivo analítico acontece quando se emprega um adjetivo que indique diminuição: casa pequena, nariz pequeno. O grau diminutivo sintético acontece quando o substantivo recebe sufixos que indiquem diminuição: casinha, narisinho.

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ARTIGOS Artigos são palavras que precedem os substantivos para determiná-los ou indeterminá-los. Os artigos definidos (o, a, os, as), de modo geral, indicam seres determinados, conhecidos da pessoa que fala ou escreve. Falei com o médico. Já encontramos os livros perdidos. Os artigos indefinidos (um, uma , uns, umas) indicam os seres de modo vago, impreciso. Uma pessoa lhe telefonou. Uns garotos faziam barulho na rua.

▪ 1. O artigo definido, no singular, pode indicar toda a espécie: ex: A Bolivia exporta mangas. OS Estados Unidos Da América importa mangas da Bolivia.

▪ 2. É facultativo (opcional) o uso do artigo com os pronomes possessivos: ex: Sua intenção era das melhores. A sua intenção era das melhores.

▪ 3. Os nomes próprios podem vir com artigo: ex: Os Oliveiras vêm jantar conosco. O António/Antônio é bom pedreiro.

▪ 4. Muitos nomes próprios de lugares admitem o artigo, outros não: ex: Bahia, o Amazonas, Santa Catarina, Goiás, os Andes.

▪ 5. O artigo indefinido pode realçar (dar intensidade a) uma ideia: ex: Ele falava com uma segurança que impressionava a todos! Era uma euforia, uma festa, como jamais se viu!

▪ 6. O artigo indefinido pode, também, dar ideia de aproximação: ex: Eu devia ter uns quinze anos, quando isso aconteceu.

▪ 7. A palavra todo(a) pode variar do sentido, se vier ou não acompanhada de artigo: ex: Toda a casa ficou alagada. (inteira, completa, total) Toda casa deve ter segurança. (cada, qualquer)

▪ 8. Com o numeral ambos (ambas) usa-se o artigo: ex:Adjetivo é a palavra variável que designa uma especificação ao substantivo, caracterizando-o. Os adjetivos podem ser classificados em: ADJETIVOS

● primitivos: radicais que por si mesmos apontam qualidades. Ex.: claro, triste, grande, vermelho.

● derivados: são formados a partir de outros radicais. Ex.: infeliz, azulado. ● simples: apresentam um único radical em sua estrutura. Ex.: apavorado, feliz. ● compostos: apresentam pelo menos dois radicais em sua estrutura. Ex.: ítalo-brasileiro,

socioeconômico. Adjetivos pátrios

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São os adjetivos referentes a países, estados, regiões, cidades ou localidades. Ex.: brasileiro, goiano, carioca, acreano, capixaba. Flexões dos adjetivos Os adjetivos apresentam flexões de gênero, número e grau. Flexão de gênero Os adjetivos assumem o gênero do substantivo do qual se referem. Ex.: Uma mulher formosa – um homem formoso Uma professora ativa – um professor ativo Quanto ao gênero, os adjetivos podem ser uniformes e biformes. Os adjetivos biformes apresentam uma forma para o gênero feminino e outra para o masculino. As formas do feminino são marcadas pelo acréscimo do sufixo –a ao radical: Ex.: o homem honesto – a mulher honesta, o produtor inglês – a produtora inglesa. Os adjetivos uniformes possuem uma única forma para o masculino e o feminino: Ex.: pássaro frágil – ave frágil, escritor ruim – escritora ruim. Flexão de número Os adjetivos concordam em número com os substantivos que modificam, assumem a forma singular e plural. Ex.: político corrupto – políticos corruptos, salário digno – salários dignos. Os adjetivos compostos merecem maior atenção na formação de plural. - Nos adjetivos compostos formados por dois adjetivos, apenas o segundo elemento vai para o plural: Ex.: clínica médico-dentária, clínica médico-dentárias. - Os adjetivos compostos em que o segundo elemento é um substantivo são invariáveis também em número: Ex.: recipiente verde-mar - recipientes verde-mar, tinta amarelo-canário – tintas amarelo-canário. Flexão de grau Quando se quer comparar ou intensificar as características atribuídas ao substantivo, os adjetivos sofrem variação de grau. Tem-se o grau comparativo e o grau superlativo. Grau comparativo Compara-se a mesma característica atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais característica a um único ser. O grau comparativo pode ser de igualdade, superioridade e de inferioridade, são formados por expressões analíticas que incluem advérbios e conjunções. a) Comparativo de igualdade: Ela é tão exigente quanto justa. Ela é tão exigente quanto sua mãe. b) Grau comparativo de superioridade: Seu candidato é mais desonesto (do) que o meu. c) Grau comparativo de inferioridade: Somos menos passivos (do) que eles. Grau superlativo A característica conferida pelo artigo é intensificada de forma relativa ou absoluta. a) Relativo: a intensificação da característica conferida pelo adjetivo é feita em relação a todos os

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demais seres de um conjunto que apresentam uma certa qualidade. Pode exprimir superioridade ou inferioridade, e é sempre expresso de forma analítica. Este é o mais interessante dos livros que li. (superioridade) Ele é o menos egoísta de todos. (inferioridade) b) Absoluto: indica que determinado ser apresenta determinada qualidade em alto grau, transmitindo ideia de excesso. Pode assumir forma analítica ou sintética. - analítico: é formado com a presença de um advérbio: Você é muito crítico. A prova de matemática estava extraordinariamente difícil. - sintético: é expresso com a participação de sufixos. A prova de matemática estava dificílima. Este piloto é velocíssimo. Muitos adjetivos ao receberem um dos sufixos formadores dessa forma de superlativo assumem a forma latina. Como, por exemplo, os adjetivos terminados em – vel, esses assumem a terminação –bilíssimo. Agradável: agradabilíssimo; volúvel: volubilíssimo. Constantemente nos deparamos com a palavra locução em diversos conteúdos ligados à Gramática. A mesma está relacionada mais precisamente às preposições, verbos, conjunções, advérbios e adjetivos. Reportando-nos ao conceito que a ela se refere, trata-se da união de duas ou mais palavras que exercem a função de somente “uma” classe gramatical, como de acordo com as já anteriormente mencionadas. Observemos o exemplos ora expostos: O carinho de mãe é inigualável. Temos uma locução adjetiva para o adjetivo “materno”. Os artefatos de guerra compõem-se de uma potência brutal. A locução adjetiva corresponde ao adjetivo “bélicos”. Ampliando nosso conhecimento sobre locuções adjetivas, atemo-nos à lista evidenciada a seguir:

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1- TIPOS DE TEXTO I - NARRAÇÃO Narrar é contar um fato, um episódio; todo discurso em que algo é CONTADO possui os seguintes elementos, que fatalmente surgem conforme um fato vai sendo narrado:

onde ? |

quando? --- FATO --- com quem? |

como?

A representação acima quer dizer que, todas as vezes que uma história é contada (é NARRADA), o narrador acaba sempre contando onde, quando, como e com quem ocorreu o episódio.

É por isso que numa narração predomina a AÇÃO: o texto narrativo é um conjunto de ações; assim sendo, maioria dos VERBOS que compõem esse tipo de texto são os VERBOS DE AÇÃO. O conjunto de ações que compõem o texto narrativo, ou seja, a história que é contada nesse tipo de texto, recebe o nome de ENREDO.

As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas PERSONAGENS, que são justamente as pessoas envolvidas no episódio que está sendo contado ("com quem?" do quadro acima). As personagens são identificadas (=nomeadas) no texto narrativo pelos SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS.

Quando o narrador conta um episódio, às vezes( mesmo sem querer) ele acaba contando "onde" (=em que lugar) as ações do enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar onde ocorre uma ação ou ações é chamado de ESPAÇO, representado no texto pelos ADVÉRBIOS DE LUGAR.

Além de contar onde , o narrador também pode esclarecer "quando" ocorreram as ações da

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história. Esse elemento da narrativa é o TEMPO, representado no texto narrativo através dos tempos verbais, mas principalmente pelos ADVÉRBIOS DE TEMPO.

É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele que indica ao leitor "como" o fato narrado aconteceu. A história contada, por isso, passa por uma INTRODUÇÃO (parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelo DESENVOLVIMENTO do enredo (é a história propriamente dita, o meio, o "miolo" da narrativa, também chamada de trama) e termina com a CONCLUSÃO da história (é o final ou epílogo). Aquele que conta a história é o NARRADOR, que pode ser PESSOAL (narra em 1a pessoa : EU...) ou IMPESSOAL (narra em 3a. pessoa: ELE...).

Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e pelos substantivos que nomeiam as personagens, que são os agentes do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações expressas pelos verbos, formando uma rede: a própria história contada.

II - DESCRIÇÃO Descrever é CARACTERIZAR alguém, alguma coisa ou algum lugar através de características que particularizem o caracterizado em relação aos outros seres da sua espécie. Descrever, portanto, é também particularizar um ser. É "fotografar" com palavras. No texto descritivo, por isso, os tipos de verbos mais adequados (mais comuns) são os VERBOS DE LIGAÇÃO (SER, ESTAR, PERMANECER, FICAR, CONTINUAR, TER, PARECER, etc.), pois esses tipos de verbos ligam as características - representadas linguisticamente pelos ADJETIVOS - aos seres caracterizados - representados pelos SUBSTANTIVOS. Ex. O pássaro é azul . 1-Caracterizado: pássaro / 2-Caracterizador ou característica: azul / O verbo que liga 1 com 2 : é Num texto descritivo podem ocorrer tanto caracterizações objetivas (físicas, concretas), quanto subjetivas (aquelas que dependem do ponto de vista de quem descreve e que se referem às características não-físicas do caracterizado). Ex.: Paulo está pálido (caracterização objetiva), mas lindo! (caracterização subjetiva). III - DISSERTAÇÃO

Além da narração e da descrição há um terceiro tipo de redação ou de discurso: DISSERTAÇÃO Dissertar é refletir, debater, discutir, questionar a respeito de um determinado tema,

expressando o ponto de vista de quem escreve em relação a esse tema. Dissertar, assim, é emitir opiniões de maneira convincente, ou seja, de maneira que elas sejam compreendidas e aceitas pelo leitor ; e isso só acontece quando tais opiniões estão bem fundamentadas, comprovadas, explicadas, exemplificadas, em suma: bem ARGUMENTADAS (argumentar= convencer, influenciar, persuadir). A argumentação é o elemento mais importante de uma dissertação.

Embora dissertar seja emitir opiniões, o ideal é que o seu autor coloque no texto seus pontos de vista como se não fossem dele e sim, de outra pessoa ( de prestígio, famosa, especialista no assunto, alguém...), ou seja, de maneira IMPESSOAL, OBJETIVA e sem prolixidade ("encher lingüiça"): que a dissertação seja elaborada com VERBOS E PRONOMES EM TERCEIRA PESSOA. O texto impessoal soa como verdade e, como já citado, fazer crer é um dos objetivos de quem disserta.

Na dissertação, as idéias devem ser colocadas de maneira CLARA E COERENTE e

organizadas de maneira LÓGICA: a) o elo de ligação entre pontos de vista e argumento se faz de maneira coerente e lógica através das CONJUNÇÕES (=conectivos) - coordenativas ou subordinativas, dependendo da idéia que se queira

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introduzir e defender; é por isso que as conjunções são chamadas de MARCADORES ARGUMENTATIVOS. b) todo texto dissertativo é composto por três partes coesas e coerentes: INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO.

A introdução é a parte em que se dá a apresentação do tema, através de um CONCEITO ( e conceituar é GENERALIZAR, ou seja, é dizer o que um referente tem em comum em relação aos outros seres da sua espécie) ou através de QUESTIONAMENTO(s) que ele sugere, que deve ser seguido de um PONTO DE VISTA e de seu ARGUMENTO PRINCIPAL. Para que a introdução fique perfeita, é interessante seguir esses passos: 1. Transforme o tema numa pergunta 2. Responda a pergunta ( e obtém-se o PONTO DE VISTA) 3. Coloque o porquê da resposta ( e obtém-se o ARGUMENTO)

O desenvolvimento contém as idéias que reforçam o argumento principal, ou seja, os ARGUMENTOS AUXILIARES e os FATOS-EXEMPLOS ( verdadeiros, reconhecidos publicamente).

A conclusão é a parte final da redação dissertativa, onde o seu autor deve "amarrar" resumidamente ( se possível, numa frase) todas as idéias do texto para que o PONTO DE VISTA inicial se mostre irrefutável, ou seja, seja imposto e aceito como verdadeiro.

Antes de iniciar a dissertação, no entanto, é preciso que seu autor: 1. Entenda bem o tema; 2. Reflita a respeito dele;3. Passe para o papel as idéias que o tema lhe sugere; 4. Faça a organização textual ( o "esqueleto do texto"), pois a quantidade de idéias sugeridas pelo tema é igual a quantidade de parágrafos que a dissertação terá no DESENVOLVIMENTO do texto.

Uso do mau e mal Este é um mal negócio ou Este é um mau negócio? A garota se saiu mal na prova? ou A garota se saiu mau na prova? Eis aí expressões que às vezes nos confundem no momento de empregá-las corretamente, pois são palavras homófonas, ou seja, possuem o mesmo som, embora denotem sentidos diferentes. No que se refere às normas gramaticais, às vezes existem certos “atalhos” que facilitam melhor a nossa compreensão, e nada melhor do que utilizarmos como exemplo as duas expressões já discutidas. Observe: Quando usar Mau? No momento em que houver possibilidade de substituirmos pela palavra Bom, que é o seu antônimo. E quando usar Mal? Somente quando puder ser substituído por Bem. Muito simples, não? Mal pode aparecer como: - Advérbio - Nesse caso ele é invariável - A garota foi mal recebida. - Substantivo - Varia em número - Há males que vêm para o bem. Mau ocorre como: - Adjetivo - Varia em gênero e número - Não eram maus alunos, somente tinham dificuldade em assimilar.

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- Palavra substantivada - Os bons vencerão os maus. Para compreendermos melhor, atente-se para estas frases: a) Hoje eu estou passando muito mal. (Bem) b) Sua tristeza é um mau sinal. (Bom) c) O mercado de trabalho está repleto de maus funcionários. (Bons) d) Ela está sempre de mau humor. (Bom) e) Seu convite será mal aceito por todos. (Bem) Emprego de Onde e Aonde USO DA PALAVRA ONDE É chamada a atenção para dois pontos: 1º- A palavra onde indica lugar, lugar físico e, portanto, não deve ser usada em situações em que a idéia de lugar não esteja presente. 2º- Não se deve confundir onde com aonde. O a da palavra aonde é a preposição a que se acrescenta e que indica movimento, destino. O aonde só pode ser usado quando na expressão existir a idéia de destino. Ex: Ir a algum lugar. Chegar a algum lugar. Levar alguém a algum lugar. Dirigir-se a algum lugar. Não se pode usar aonde com o verbo morar. Ex: Aonde você mora? Errado. O certo é “Onde você mora ?”/ “Em que lugar você mora?” Há muita confusão entre aonde e onde. Um exemplo é uma letra de Belchior, “Divina Comédia Humana”, na qual ele diz: “…. viver a Divina Comédia Humana onde nada é eterno….” Em “… viver a Divina Comédia Humana …” não existe a idéia de lugar. É, apenas, uma situação que seria vivida. Nela, na Divina Comédia Humana, nada é eterno. Portanto, o correto seria não usar a palavra onde substituindo-a por “em que” ou “na qual”. O autor preferiu usar essa forma do dia-a-dia, mas não admissível pela norma culta. Resumo: Não se pode usar a palavra onde para ligar idéias que não guardem entre si a relação de lugar. Diga “A rua onde mora”, “A cidade onde vive”

Emprego de há e a • Usa-se “há” quando o verbo “haver” é impessoal, tem sentido de “existir” e é conjugado na terceira pessoa do singular. Exemplo: Há um modo mais fácil de fazer essa massa de bolo. Existe um modo mais fácil de fazer essa massa de bolo. • Ainda como impessoal, o verbo “haver” é utilizado em expressões que indicam tempo decorrido, assim como o verbo “fazer”. Exemplos: Há muito tempo não como esse bolo. Faz muito tempo que não como esse bolo. Logo, para identificarmos se utilizaremos o “a” ou “há” substituímos por “faz” nas expressões indicativas de tempo. Se a substituição não alterar o sentido real da frase, emprega-se “há”. Exemplos: Há cinco anos não escutava uma música como essa. Substituindo por faz: Faz cinco anos que não escutava uma música como essa. • Quando não for possível a conjugação do verbo “haver” nem no sentido de “existir”, nem de “tempo decorrido”, então, emprega-se “a”. Exemplos: Daqui a pouco você poderá ir embora.

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Estamos a dez minutos de onde você está. Importante: Não se usa “Há muitos anos atrás”, pois é redundante, pleonasmo. Não é necessário colocar “atrás”, uma vez que o verbo “haver” está no sentido de tempo decorrido. Língua - Sílaba Tônica - Oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas. Sílaba Tônica Quanto ao número de sílabas, as palavras podem ser: Monossílabas - aquelas que possuem uma só sílaba: dó, mão, cruz, etc. Dissílabas - aquelas que possuem duas sílabas: sa/pé, fo/lha, te/la, etc. Trissílabas - aquelas que possuem três sílabas: fun/da/ção, mé/di/co, etc. Polissílabas - aquelas que possuem mais de três sílabas: ve/te/ra/no, na/tu/re/za, pa/la/ci/a/no, etc. Acento tônico / gráfico 1- Sílaba tônica - A sílaba proferida com mais intensidade que as outras é a sílaba tônica. Esta possui o acento tônico, também chamado acento de intensidade ou prosódico: cajá, caderno, lâmpada 2- Sílaba subtônica - Algumas palavras além do acento tônico, possuem um acento secundário. A sílaba com acento secundário é chamada de subtônica: terrinha, sozinho 3- Sílaba átona - As sílabas que não são tônicas nem subtônicas chamam-se átonas. Podem ser pretônicas (antes da tônica) ou postônicas (depois da tônica): barata (átona pretônica, tônica, átona postônica) máquina (tônica, átona postônica, átona postônica) Classificação das palavras quanto ao acento tônico As palavras com mais de uma sílaba, conforme a tonicidade, classificam-se em: Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última - coração, São Tomé, etc. Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima - cadeira, linha, régua, etc. Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima - ibérica, América, etc. Os monossílabos podem ser tônicos ou átonos: Tônicos: são autônomos, emitidos fortemente, como se fossem sílabas tônicas.Ex.: ré, teu, lá, etc. Átonos: apóiam-se em outras palavras, pois não são autônomos, são emitidos fracamente, como se fossem sílabas átonas.São palavras sem sentido quando estão isoladas: artigos, pronomes oblíquos, preposições, junções de preposições e artigos, conjunções, pronome relativo que. Ex.: o, lhe, nem, etc. Divisão silábica A fala é o primeiro e mais importante recurso usado para a divisão silábica na escrita. Regra geral: Toda sílaba, obrigatoriamente, possui uma vogal. Regras práticas: * Não se separam ditongos e tritongos. Exemplos: mau, averigüei * Separam-se as letras que representam os hiatos. Exemplos: sa-í-da, vô-o... * Separam-se somente os dígrafos rr, ss, sc, sç, xc. Exemplos: pas-se-a-ta, car-ro, ex-ce-to... * Separam-se os encontros consonantais pronunciados separadamente. Exemplo: car-ta * Os elementos mórficos das palavras (prefixos, radicais, sufixos), quando incorporados à palavra, obedecem às regras gerais.Exemplos: de-sa-ten-to, bi-sa-vô, tran-sa-tlân-ti-co...

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* Consoante não seguida de vogal permanece na sílaba anterior. Em início de palavra, a consoante se anexa à sílaba seguinte. Exemplos: ad-je-ti-vo, tungs-tê-nio, psi-có-lo-go, gno-mo... Além do artigo, adjetivo e numeral, o pronome também se relaciona ao substantivo. Pronome é a palavra que substitui ou acompanha um substantivo, relacionando-o à pessoa do discurso.

PRONOMES As pessoas do discurso são três: Primeira pessoa-a pessoa que fala Segunda pessoa-a pessoa com quem se fala Terceira pessoa-a pessoa de quem se fala Classificação do Pronome Há seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos.

Pronomes pessoais Os pronomes pessoais substituem os substantivos, indicando as pessoas do discurso. São eles: retos, oblíquos e de tratamento.

Pronomes pessoais retos e oblíquos: Pessoas do discurso Pronomes Retos

primeira pessoa do singular

segunda pessoa do singular terceira pessoa do singular

Eu tu

ele/ela

Pessoas do discurso Pronomes Retos Pronomes oblíquos

primeira pessoa do singular

segunda pessoa do singular terceira pessoa do singular

eu tu

ele/ela

me, mim, comigo te, ti, contigo

se, si, o, a, lhe, consigo

primeira pessoa do plural segunda pessoa do plural terceira pessoa do plural

nós vós

eles/elas

nos, conosco vos, convosco

se, si, os, os, lhes, consigo

Formas Pronominais

Os pronomes o, a, os, as, adquirem as seguintes formas: lo, la, los, las, quando associados a verbos terminados em r, s ou z. Ex.: encontrá-lo, fê-las... no, na, nos, nas, quando associados a verbos terminados em som nasal: encontraram-no, põe-as.

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Pronomes pessoais de Tratamento Os pronomes pessoais de tratamento representam a forma de se tratar as pessoas: trato cortês ou informal. Os mais usados são: Você, Senhor, Vossa Senhoria, Vossa Excelência, Vossa Alteza, Vossa Majestade, Vossa Magnificência... Pronomes possessivos Pronomes Possessivos são palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical(possuidor), acrescentam a ela a idéia de posse de algo(coisa possuída). O pronome possessivo concorda em pessoa com o possuidor e em gênero e número com a coisa possuída. Exemplos:

primeira pessoa do singular

segunda pessoa do singular terceira pessoa do singular

meu, minha, meus, minhas teu, tua, teus, tuas seu, sua, seus, suas

primeira pessoa do plural segunda pessoa do plural terceira pessoa do plural

nosso, nossa, nossos, nossas

vosso, vossa, vossos, vossas

seu, sua, seus, suas

Pronomes Demonstrativos

Pronomes Demonstrativos são palavras que indicam, no espaço ou no tempo, a posição de um ser em relação às pessoas do discurso. Exemplos:

Variáveis Invariáveis

este, esta, estes, estas esse, essa, esses, essas aquele, aquela, aqueles,

aquelas

Isto isso

aquilo

Pronomes Indefinidos

Pronomes Indefinidos são palavras que se referem à Terceira pessoa do discurso, dando-lhe sentido vago ou expressando quantidade indeterminada. Exemplos:

Variáveis Invariáveis

algum, nenhum, todo, muito

Algo, alguém nada, ninguém

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pouco, certo, outro, quanto tanto, vários, diversos

um, qual, bastante

tudo, cada outrem, quem

mais menos, demais

Pronomes Interrogativos Pronomes Interrogativos são aqueles usados na formulação de perguntas diretas ou indiretas. Assim como os indefinidos, referem-se a Terceira Pessoa do Discurso. São eles: que, quem, qual, quanto... Pronomes Relativos São pronomes relativos aqueles que representam nomes já mencionados anteriormente e com os quais se relacionam. Ex.: A página que estou navegando é muito boa. Exemplos de pronomes relativos invariáveis: que, quem, onde INTERJEIÇÃO Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que, para isso, seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas mais elaboradas. Exemplo: Droga! Preste atenção quando eu estou falando! No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua raiva se traduz numa palavra: Droga! Ele poderia ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou simplesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga! As sentenças da língua costumam se organizar de forma lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e os distribui em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por outro lado, são uma espécie de "palavra-frase", ou seja, há uma ideia expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras - locução interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma sentença. Veja os exemplos: Bravo! Bis! bravo e bis: interjeição sentença (sugestão): "Foi muito bom! Repitam!" Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé... ai: interjeição sentença (sugestão): "Isso está doendo!" ou "Estou com dor!" A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim a manifestação de um suspiro, um estado da alma decorrente de uma situação particular, um momento ou um contexto específico. Exemplos: Ah, como eu queria voltar a ser criança! ah: expressão de um estado emotivo = interjeição Hum! Esse pudim estava maravilhoso! hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição O significado das interjeições está vinculado à maneira como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto de enunciação. Exemplos: Psiu! contexto: alguém pronunciando essa expressão na rua significado da interjeição (sugestão): "Estou te chamando! Ei, espere!" Psiu! contexto: alguém pronunciando essa expressão em um hospital significado da interjeição (sugestão): "Por favor, faça silêncio!"

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Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio! puxa: interjeição tom da fala: euforia Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte! puxa: interjeição tom da fala: decepção As interjeições cumprem, normalmente, duas funções: a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, tristeza, dor, etc. Exemplo: - Você faz o que no Brasil? -Eu? Eu negocio com madeiras. -Ah, deve ser muito interessante. b) Sintetizar uma frase apelativa Por exemplo: Cuidado! Saia da minha frente.

As interjeições podem ser formadas por: a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô. b) palavras: Oba!, Olá!, Claro! c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Ora bolas! A ideia expressa pela interjeição depende muitas vezes da entonação com que é pronunciada, por isso, pode ocorrer que uma interjeição tenha mais de um sentido. Por exemplo: Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contrariedade) Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)

PREPOSIÇÃO

Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normalmente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura da língua pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreensão do texto. Tipos de Preposição 1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições. A, ante, perante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com. 2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições. Como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto. 3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma delas. Abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de. A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode unir-se a outras palavras e assim

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estabelecer concordância em gênero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela Essa concordância não é característica da preposição e sim das palavras a que se ela se une. Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir de dois processos: Combinação: A preposição não sofre alteração. preposição a + artigos definidos o, os a + o = ao preposição a + advérbio onde a + onde = aonde Contração: Quando a preposição sofre alteração. Preposição + Artigos De + o(s) = do(s) De + a(s) = da(s) De + um = dum De + uns = duns De + uma = duma De + umas = dumas Em + o(s) = no(s) Em + a(s) = na(s) Em + um = num Em + uma = numa Em + uns = nuns Em + umas = numas A + à(s) = à(s) Por + o = pelo(s) Por + a = pela(s) Preposição + Pronomes De + ele(s) = dele(s) De + ela(s) = dela(s) De + este(s) = deste(s) De + esta(s) = desta(s) De + esse(s) = desse(s) De + essa(s) = dessa(s) De + aquele(s) = daquele(s) De + aquela(s) = daquela(s) De + isto = disto De + isso = disso De + aquilo = daquilo De + aqui = daqui De + aí = daí De + ali = dali De + outro = doutro(s) De + outra = doutra(s) Em + este(s) = neste(s) Em + esta(s) = nesta(s) Em + esse(s) = nesse(s) Em + aquele(s) = naquele(s) Em + aquela(s) = naquela(s) Em + isto = nisto Em + isso = nisso Em + aquilo = naquilo A + aquele(s) = àquele(s) A + aquela(s) = àquela(s) A + aquilo = àquilo Dicas sobre preposição 1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? - Caso o “a” seja um artigo, virá precedendo a um substantivo. Ele servirá para determiná-lo como um substantivo singular e feminino. - A dona da casa não quis nos atender. - Como posso fazer a Joana concordar comigo? - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois termos e estabelece relação de subordinação entre eles.- Cheguei a sua casa ontem pela manhã. - Não queria, mas vou ter que ir a outra cidade para procurar um tratamento adequado. - Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ou a função de um substantivo. - Temos Maria como parte da família. / A temos como parte da família - Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. / Creio que a conhecemos melhor que ninguém. 2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio das preposições: Destino Irei para casa. Modo Chegou em casa aos gritos. Assunto Escrevi um artigo sobre adolescência. Tempo A prova vai começar em dois minutos. Causa Ela faleceu de derrame cerebral. Fim ou finalidade Vou ao médico para começar o tratamento. Instrumento Escreveu a lápis. Posse Não posso doar as roupas da mamãe.

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Lugar Vou ficar em casa; Autoria Esse livro de Machado de Assis é muito bom. Companhia Estarei com ele amanhã. Matéria Farei um cartão de papel reciclado. Meio Nós vamos fazer um passeio de barco. Origem Nós somos do Nordeste, e você? Conteúdo Quebrei dois frascos de perfume. Oposição Esse movimento é contra o que eu penso. Preço Esse roupa sai por R$ 50 à vista.

VERBO (pessoas, tempos, modos, conjugações) Os verbos são palavras que indicam uma ação. Variam em: PESSOA 1ª - eu / nós 2ª - tu / vós 3ª - ele (ela) / eles (elas) NÚMERO: Singular - eu, tu, ele, (ela) Plural - nós, vós, eles (elas) TEMPO: Presente - a acção passa-se no momento em que se fala. (falo) Pretérito - a acção passou-se antes do momento em que se fala. (falei) Futuro - a acção passar-se-á depois do momento em que se fala. (falarei) MODOS VERBAIS: Os modos verbais indicam diferentes maneiras de um fato ser expresso. Divide-se em: MODO INDICATIVO – MODO SUBJUNTIVO - MODO IMPERATIVO MODO INDICATIVO Indica um fato certo. Exemplo: A Lilica trabalha todo dia. MODO SUBJUNTIVO Indica um fato duvidoso, hipotético, dúvida, suposição. QUE – QUANDO - SE Espero QUE ele volte cedo. É necessário QUE falemos a verdade. QUANDO a Lílian estudar de verdade vai chover. SE a Lílian estudasse ela seria a pessoa mais inteligente do mundo. MODO IMPERATIVO Indica ordem, proibição, mando, pedido, conselho, etc. Exemplo: Fique aqui. (ordem). Não entre na sala. (pedido). Vá ! (mando).

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01) Verbos Regulares: os que não sofrem alterações no radical. Ex. cantar, vender, partir. 02) Verbos Irregulares: Os que sofrem pequenas alterações no radical: fazer = faço, fazes; fiz, fizeste CONJUGAÇÕES: Retirando ao infinitivo a terminação r, obtém-se o tema do verbo: lava(r), come(r), dormi(r). À última vogal do tema dá-se o nome de vogal temática: lav(a), com(e), dorm(i). Retirando do tema a vogal temática, encontramos o radical do verbo: lav(a), com(e), dorm(i) 1ª conjugação - verbos cuja vogal temática é a – lavar 2ª conjugação - verbos cuja vogal temática é e – comer 3º conjugação - verbos cuja vogal temática é i – dormir PESSOA 1ª pessoa – é aquela que fala. (eu escrevo); 2ª pessoa – é aquela com quem se fala. (tu cantas); 3ª pessoa – é aquela de quem se fala. (ele, ela vendeu). 1ª pessoa (plural) – Nós falamos 2ª pessoa (plural) – Vós matastes 3ª pessoa (plural) – Eles compraram Número e pessoa estão interligados: Eu escrevo – 1ª pessoa do singular; Eles escrevem – 3ª pessoa do plural TEMPO. Os tempos verbais indicam fatos que ocorrem no momento da fala, fatos conclusos, fatos não concluídos no momento em que estavam sendo observados e fatos que acontecem depois do momento da fala ou um fato futuro, mas ligado a um outro, no passado. TEMPOS VERBAIS DO MODO INDICATIVO PRESENTE PRETÉRITO (perfeito, mais-que-perfeito e imperfeito) FUTURO (futuro do presente e futuro do pretérito) PRESENTE Indica que os fatos acontecem no instante da fala. Exemplo: Eu dirijo (hoje ou agora – estou dirigindo) um carro. PRETÉRITO-PERFEITO - Expressa fatos conclusos. Exemplo: Carlos Eduardo lavou (ontem, ou anteontem) o carro. PRETÉRITO-IMPERFEITO - Expressa fatos ou acontecimentos que não foram concluídos no

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momento em que estavam sendo observados. Exemplo: Carlos lavava o carro quando começou o incêndio. PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO Expressa fatos concluídos, mas que aconteceram antes de outros fatos concluídos. Exemplo: Carlos Eduardo lavara o carro quando começou o incêndio (isto é, ele já havia lavado). FUTURO Expressa fatos que acontecem depois do momento da fala ou um fato futuro, mas ligado a um outro, no passado. Divide-se em: Futuro do presente e Futuro do pretérito. - FUTURO DO PRESENTE Expressa fatos que acontecem após o momento da fala. Exemplo: Carlos Eduardo lavará o carro (pode ser amanhã, depois ou posteriormente). - FUTURO DO PRETÉRITO Indica um fato futuro, mas relacionado a um outro, no passado. Exemplo: Carlos Eduardo lavaria se houvesse água e sabão. VOZES VERBAIS São três as vozes verbais: ATIVA → A ação é praticada pelo sujeito da oração. Ana comeu o queijo. Os alunos falaram o caso. VOZ PASSIVA → A ação verbal é sofrida pelo sujeito da oração. O queijo foi comido por Ana. O caso foi comentado pelos alunos. VOZ REFLEXIVA→ O sujeito verbal pratica e sofre a ação ao mesmo tempo. Ex.: Ana e Paulo abraçaram-se. A voz reflexiva é formada de um verbo mais um pronome reflexivo (me, te, se, nos, vos, se). CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS Verbos Regulares - Têm conjugação e flexão padrões em (amar, correr, partir). Verbos Irregulares – São 20 os verbos irregulares – Não obedecem a conjugação e flexão dos verbos regulares. (dar, estar, poder, ter, ver, ler, crer, saber, caber, querer, dizer, fazer, trazer, haver, rir, ouvir, mentir, pôr). Verbos Anômalos - São apenas dois: IR e SER. Perdem todo o radical quando conjugados.

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Conjugação dos verbos regulares

Primeira conjugação - amar

Indicativo

Pronome Radical Presente Pretérito Perfeito

Pretérito Imperfeito

Pretérito Mais-Que-Pe

rfeito

Futuro do Presente

Futuro do Pretérito

EU am o ei ava ara arei ária

TU am as aste avas aras arás arias

ELE am a ou ava ara ará aria

NÓS am amos amos ávamos áramos aremos aríamos

VÓS am ais astes áveis áreis areis aríeis

ELES am am aram avam aram arão ariam

Subjuntivo Imperativo Formas Nominais

Pronome Radical Presente Pretérito Futuro Afirmativo Negativo Infinitivo Pessoal

EU am e asse ar - - ar

TU am es asses ares a não -es ares

ELE am e asse ar e não -e ar

NÓS am emos ássemos armos emos não -emos armos

VÓS am eis ásseis ardes ai não -eis ardes

ELES am em assem arem em não -em arem

Formas Nominais

Radical Infinitivo Impessoal Gerúndio Particípio

Presente

am ar ando ante

Indicativo Formas Nominais

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Pronome Pretérito Perfeito

Composto

Pretérito Anterior

Pretérito Mais-Que-Perfeito

Composto

Pretérito Mais-Que-Perfeit

o Anterior

Futuro do

Presente Anterior

Futuro do

Pretérito Anterior

Radical Particípio Passado

EU tenho tive tinha tivera terei teria am ado

TU tens tiveste tinhas tiveras terás terias am ado

ELE tem teve tinha tivera terá teria am ado

NÓS temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos am ado

VÓS tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis am ado

ELES têm tiveram tinham tiveram terão teriam am ado

Subjuntivo Imperativo Formas Nominais Particípio Passado

Pronome Pretérito Perfeito

Pretérito Mais-Que-Perfeito

Futuro Anterior

Afirmativo Passado

Negativo Passado

Infinitivo Pessoal

Pretérito Radical Particípio

Passado

EU tenha tivesse tiver ter am Ado

TU tenhas tivesses tiveres tem tenhas teres am Ado

ELE tenha tivesse tiver tenha tenha ter am Ado

NÓS tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos termos am Ado

VÓS tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais terdes am Ado

ELES tenham tivessem tenham tenham terem am Ado

Formas Nominais Particípio Passado

Infinitivo Impessoal Passado

Gerúndio Passado Radical Particípio

Passado

am ado

Segunda conjugação - vender

Indicativo

Pronome Radical Presente Pretérito Perfeito

Pretérito Imperfeito

Pretérito Mais-Que-

Perfeito

Futuro do Presente

Futuro do Pretérito

EU vend o i

TU vend es este ias eras erás erias

ELE vend e eu ia era erá eria

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NÓS vend emos emos íamos êramos eremos eríamos

VÓS vend eis estes íeis êreis ereis eríeis

ELES vend em eram iam eram erão eriam

Subjuntivo Imperativo Infinitivo Pessoal

Pronome Radical Presente Pretérito Futuro Afirmativo Negativo

EU vend a esse er er

TU vend as esses eres e as eres

ELE vend a esse er a a er

NÓS vend amos êssemos ermos amos amos ermos

VÓS vend ais êsseis erdes ei ais erdes

ELES vend am essem erem am am erem

Infinitivo Impessoal Gerúndio Particípio

Presente

temer temendo temente

Pronome Pretérito Perfeito Composto Pretérito Anterior

Pretérito Mais-Que-Perfeit

o Composto

Pretérito Mais-Que-Perfeit

o Anterior

Futuro do Presente Anterior

Futuro do

Pretérito Anterior

EU tenho vendido tive vendido tinha vendido tivera vendido terei vendido teria vendido

TU tens vendido tiveste vendido tinhas vendido tiveras vendido terás vendido terias vendido

ELE tem vendido teve vendido tinha vendido tivera vendido terá vendido teria vendido

NÓS temos vendido tivemos vendido tínhamos vendido tivéramos vendido teremos vendido teríamos vendido

VÓS tendes vendido tivestes vendido tínheis vendido tivéreis vendido tereis vendido teríeis vendido

ELES têm vendido tiveram vendido tinham vendido tiveram vendido terão vendido teriam vendido

Subjuntivo Imperativo Infinitivo Pessoal

Pronome Pretérito Perfeito Pretérito Futuro Anterior Afirmativo Negativo Passado Infinitivo

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Mais-Que-Perfeito Passado Pessoal

EU tenha vendido tivesse vendido tiver vendido * * Ter

TU tenhas vendido tivesses vendido tiveres vendido tem vendido tenhas vendido teres vendido

ELE tenha vendido tivesse vendido tiver vendido tenha vendido tenha vendido ter vendido

NÓS tenhamos vendido tivéssemos vendido tivermos vendido tenhamos vendido tenhamos vendido termos vendido

VÓS tenhais vendido tivésseis vendido tiverdes vendido tende vendido tenhais vendido terdes vendido

ELES tenham vendido tivessem vendido tiverem vendido tenham vendido tenham vendido terem vendido

Infinitivo Impessoal Passado

Gerúndio Passado

Particípio Passado

ter vendido tendo vendido ido

Terceira conjugação - partir

Indicativo

Pronome Radical Presente Pretérito Perfeito

Pretérito Imperfeito

Pretérito Mais-Que-Perfeit

o

Futuro do

Presente

Futuro do

Pretérito

EU part o i ia ira irei iria

TU part es iste ias iras irás irias

ELE part e iu ia ira irá iria

NÓS part imos imos íamos íramos iremos iríamos

VÓS part is istes íeis íreis ireis iríeis

ELES part em iram iam iram irão iriam

Subjuntivo Imperativo Infinitivo

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Pessoal

Pronome Radical Presente Pretérito Futuro Afirmativo Negativo

EU part a isse ir ir

TU part as isses ires e as ires

ELE part a isse ir a a ir

NÓS part amos íssemos irmos amos amos irmos

VÓS part ais ísseis irdes i ais irdes

ELES part am issem irem am am irem

Infinitivo impessoal Gerúndio Particípio

passado

ir indo inte

Pronome Pretérito Perfeito

Composto

Pretérito Anterior

Pretérito Mais-Que-Perfeito

Composto

Pretérito Mais-Que-Perfeit

o Anterior

Futuro do

Presente Anterior

Futuro do

Pretérito Anterior

Particípio Passado

EU tenho tive tinha tivera terei teria radical-ido

TU tens tiveste tinhas tiveras terás terias radical-ido

ELE tem teve tinha tivera terá teria radical-ido

NÓS temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos radical-ido

VÓS tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis radical-ido

ELES têm tiveram tinham tiveram terão teriam radical-ido

Subjuntivo Imperativo Infinitivo Pessoal

Pronome Pretérito Perfeito

Pretérito Mais-Que-Perfeito

Futuro Anterio

r

Afirmativo Passado

Negativo

Passado

Infinitivo Pessoal

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EU tenha tivesse tiver * * ter radical-ido

TU tenhas tivesses tiveres tem tenhas teres radical-ido

ELE tenha tivesse tiver tenha tenha ter radical-ido

NÓS tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamo

s termos radical-ido

VÓS tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais terdes radical-ido

ELES tenham tivessem tiverem tenham tenham terem

Infinitivo Impessoal Passado

Gerúndio Passado

Particípio Passado

ter partido tendo partido ido 1. TIPOS DE TEXTO: CONTO, CRÔNICA E POESIA

CONTO - O conto, geralmente, também é curto, possuindo de três a vinte páginas (mas nada impede de ser muito maior do que isso). Este possui um único drama, diferenciando-se nesse ponto dos romances e novelas. As personagens são desenvolvidas o suficiente para o entendimento da história, sendo geralmente poucas e marcantes. O cenário também é pequeno, frequentemente ocorrendo em um único ambiente.

EXEMPLO DE CONTO: Uma vela para Dario

Dalton Trevisan

Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo.

Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque.

Ele reclinou-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado. O rapaz de bigode pediu aos outros que se afastassem e o deixassem respirar. Abriu-lhe o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe retiraram os sapatos, Dario roncou feio e bolhas de espuma surgiram no canto da boca.

Cada pessoa que chegava erguia-se na ponta dos pés, embora não o pudesse ver. Os moradores da rua

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conversavam de uma porta à outra, as crianças foram despertadas e de pijama acudiram à janela. O senhor gordo repetia que Dario sentara-se na calçada, soprando ainda a fumaça do cachimbo e encostando o guarda-chuva na parede. Mas não se via guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado.

A velhinha de cabeça grisalha gritou que ele estava morrendo. Um grupo o arrastou para o táxi da esquina. Já no carro a metade do corpo, protestou o motorista: quem pagaria a corrida? Concordaram chamar a ambulância. Dario conduzido de volta e recostado à parede - não tinha os sapatos nem o alfinete de pérola na gravata.

Alguém informou da farmácia na outra rua. Não carregaram Dario além da esquina; a farmácia no fim do quarteirão e, além do mais, muito pesado. Foi largado na porta de uma peixaria. Enxame de moscas lhe cobriu o rosto, sem que fizesse um gesto para espantá-las.

Ocupado o café próximo pelas pessoas que vieram apreciar o incidente e, agora, comendo e bebendo, gozavam as delicias da noite. Dario ficou torto como o deixaram, no degrau da peixaria, sem o relógio de pulso.

Um terceiro sugeriu que lhe examinassem os papéis, retirados - com vários objetos - de seus bolsos e alinhados sobre a camisa branca. Ficaram sabendo do nome, idade; sinal de nascença. O endereço na carteira era de outra cidade.

Registrou-se correria de mais de duzentos curiosos que, a essa hora, ocupavam toda a rua e as calçadas: era a polícia. O carro negro investiu a multidão. Várias pessoas tropeçaram no corpo de Dario, que foi pisoteado dezessete vezes.

O guarda aproximou-se do cadáver e não pôde identificá-lo — os bolsos vazios. Restava a aliança de ouro na mão esquerda, que ele próprio quando vivo - só podia destacar umedecida com sabonete. Ficou decidido que o caso era com o rabecão.

A última boca repetiu — Ele morreu, ele morreu. A gente começou a se dispersar. Dario levara duas horas para morrer, ninguém acreditou que estivesse no fim. Agora, aos que podiam vê-lo, tinha todo o ar de um defunto.

Um senhor piedoso despiu o paletó de Dario para lhe sustentar a cabeça. Cruzou as suas mãos no peito. Não pôde fechar os olhos nem a boca, onde a espuma tinha desaparecido. Apenas um homem morto e a multidão se espalhou, as mesas do café ficaram vazias. Na janela alguns moradores com almofadas para descansar os cotovelos.

Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acendeu ao lado do cadáver. Parecia morto há muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva.

Fecharam-se uma a uma as janelas e, três horas depois, lá estava Dario à espera do rabecão. A cabeça agora na pedra, sem o paletó, e o dedo sem a aliança. A vela tinha queimado até a metade e apagou-se às primeiras gotas da chuva, que voltava a cair. Texto extraído do livro "Vinte Contos Menores", Editora Record. Rio de Janeiro, 1979, pág. 20. Este texto faz parte dos 100 melhores contos brasileiros do século, seleção de Ítalo Moriconi para a Editora Objetiva. CRÔNICA - A crônica é um texto curto (cerca de uma página) que conta um único caso, enfatizando mais a situação do que as personagens ou o ambiente. Diferencia-se do conto por ser mais curta e menos apegada às personagens, preocupando-se mais com a observação da situação e a moral que se pode tirar dela.

EXEMPLO DE CRÔNICA: O mato

Veio o vento frio, e depois o temporal noturno, e depois da lenta chuva que passou toda a manhã caindo e ainda voltou algumas vezes durante o dia, a cidade entardeceu em brumas. Então o homem esqueceu o trabalho e as promissórias, esqueceu a condução e o telefone e o asfalto, e saiu andando lentamente por aquele morro coberto de um mato viçoso, perto de sua casa. O capim cheio de água molhava seu sapato e as pernas da calça; o mato escurecia sem vagalumes nem grilos.

Pôs a mão no tronco de uma árvore pequena, sacudiu um pouco, e recebeu nos cabelos e na cara as

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gotas de água como se fosse uma bênção. Ali perto mesmo a cidade murmurava, estalava com seus ruídos vespertinos, ranger de bondes, buzinar impaciente de carros, vozes indistintas; mas ele via apenas algumas árvores, um canto de mato, uma pedra escura. Ali perto, dentro de uma casa fechada, um telefone batia, silenciava, batia outra vez, interminável, paciente, melancólico. Alguém com certeza já sem esperança, insistia em querer falar com alguém.

Por um instante, o homem voltou seu pensamento para a cidade e sua vida. Aquele telefone tocando em vão era um dos milhões de atos falhados da vida urbana. Pensou no desgaste nervoso dessa vida, nos desencontros, nas incertezas, no jogo de ambições e vaidades, na procura de amor e de importância, na caça ao dinheiro e aos prazeres. Ainda bem que de todas as grandes cidades do mundo o Rio é a única a permitir a evasão fácil para o mar e a floresta. Ele estava ali num desses limites entre a cidade dos homens e a natureza pura; ainda pensava em seus problemas urbanos — mas um camaleão correu de súbito, um passarinho piou triste em algum ramo, e o homem ficou atento àquela humilde vida animal e também à vida silenciosa e úmida das árvores, e à pedra escura, com sua pele de musgo e seu misterioso coração mineral.

E pouco a pouco ele foi sentindo uma paz naquele começo de escuridão, sentiu vontade de deitar e dormir entre a erva úmida, de se tornar um confuso ser vegetal, num grande sossego, farto de terra e de água; ficaria verde, emitiria raízes e folhas, seu tronco seria um tronco escuro, grosso, seus ramos formariam copa densa, e ele seria, sem angústia nem amo,; sem desejo nem tristeza, fone, quieto, imóvel, feliz.

(Rubem Braga) POEMA / POESIA - A poesia é um estilo de texto que retrata as emoções, abusando de conceitos abstratos, metáforas e outras figuras de linguagem. Embora sejam geralmente escritas em verso, nada impede de que poesias sejam escritas em prosa.

Já o poema é sempre escrito em verso, tratando de coisas mais concretas, embora ainda evocando emoções e sentimentos. Existem poemas narrativos que podem superar os

romances em comprimento, chamados estes de poemas épicos. EXEMPLO DE POEMA Os poemas são pássaros que chegam não se sabe de onde e pousam no livro que lês. Quando fechas o livro, eles alçam vôo como de um alçapão. Eles não têm pouso nem porto; alimentam-se um instante em cada par de mãos e partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias, no maravilhado espanto de saberes que o alimento deles já estava em ti… Mario Quintana

2. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

A significação das palavras não é fixa, nem estática. Por meio da imaginação criadora do homem, as palavras podem ter seu significado ampliado, deixando de representar apenas a ideia original (básica e objetiva). Assim, frequentemente remetem-nos a novos conceitos por meio de associações, dependendo de sua colocação numa determinada frase. Exemplos: A menina está com a cara toda pintada. Aquele cara parece suspeito.

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No exemplo, a palavra cara significa "rosto", a parte que antecede a cabeça, conforme consta nos dicionários. Já no segundo exemplo, a mesma palavra cara teve seu significado ampliado e, por uma série de associações, entendemos que nesse caso significa "pessoa", "sujeito", "indivíduo".

Algumas vezes, uma mesma frase pode apresentar duas (ou mais) possibilidades de interpretação. Veja: Marcos quebrou a cara.

Em seu sentido literal, impessoal, frio, entendemos que Marcos, por algum acidente, fraturou o rosto. Entretanto, podemos entender a mesma frase num sentido figurado, como "Marcos não se deu bem", tentou realizar alguma coisa e não conseguiu. Pelos exemplos acima, percebe-se que uma mesma palavra pode apresentar mais de um significado, ocorrendo, basicamente, duas possibilidades: a) No primeiro exemplo, a palavra apresenta seu sentido original, impessoal, sem considerar o contexto, tal como aparece no dicionário. Nesse caso, prevalece o sentido denotativo - ou denotação - do signo linguístico. b) No segundo exemplo, a palavra aparece com outro significado, passível de interpretações diferentes, dependendo do contexto em que for empregada. Nesse caso, prevalece o sentido conotativo - ou conotação do signo linguístico.

Obs.: a linguagem poética faz bastante uso do sentido conotativo das palavras, num trabalho contínuo de criar ou modificar o significado. Na linguagem cotidiana também é comum a exploração 3. HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS

Palavras que possuem a mesma grafia e som, porém com significados diferentes. Parônimos e homônimos são palavras que possuem semelhanças no som e na grafia, porém se constituem de significados diferentes. E por falar em significado, cabe-nos ressaltar que esse é um fator preponderante na construção de nossos discursos – na oralidade e, principalmente, na escrita.

Para você não correr o risco de utilizar alguma palavra cujo significado esteja equivocado, é essencial dispor de alguns recursos que auxiliam na construção dos enunciados, tais como a prática constante da leitura, o uso de um bom dicionário, enfim, o convívio com tudo aquilo que tende a corroborar para o aprimoramento da competência linguística.

Nesse sentido, levando-se em consideração algumas particularidades que imperam no processo de significação das palavras, passemos a partir de agora a estabelecer familiaridade com alguns aspectos relacionados à homonímia e à paronímia. HOMÔNIMOS - São palavras que apresentam igualdade ou semelhança fonética (relativa ao som) ou igualdade gráfica (relativa à grafia), porém com significados distintos. Dada essa particularidade, temos que os homônimos se subdividem em três grupos. HOMÓGRAFOS – São aquelas palavras iguais na grafia, mas diferentes no som e no significado. Vejamos alguns exemplos:

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almoço → substantivo / almoço → verbo colher → substantivo / colher → verbo começo → substantivo / começo → verbo jogo → substantivo / jogo → verbo sede → substantivo (vontade de beber) / sede → localidade Homófonos – São palavras iguais na pronúncia, porém diferentes na grafia e no significado. São exemplos:

Homônimos perfeitos – são aquelas palavras iguais na grafia e no som, mas diferentes no significado. Observemos alguns exemplos: cedo → verbo / cedo → advérbio caminho → substantivo / caminho → verbo livre → adjetivo / livre → verbo

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Parônimos São palavras semelhantes na grafia e no som, mas com significados distintos. Constatemos alguns casos:

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4. FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO

Nos três tipos de enunciados abaixo pode-se perceber que há um sentido, uma ideia para transmitir algo: Cuidado! – Esta frase transmite a ideia de algum perigo. Vamos! – Dá a ideia de um convite a algo, ir a algum lugar. Aqui não é o lugar certo para falar este tipo de assunto. – É uma frase com a clara ideia de um alerta para não falar certo assunto em um determinado lugar. FRASE: é todo o enunciado que deixa clara a transmissão de uma ideia, de um pensamento, com palavras que não precisam necessariamente ser verbos, pronomes e etc. Tipos de frases: FRASE VERBAL: Contém um ou mais verbos. Ex: A professora corrigiu as provas. FRASE NOMINAL: Não há verbos ou sujeitos. Ex: Atenção! FRASE DE CONTEXTO OU SITUAÇÃO: São frases onde há fatores extralinguísticos auxiliando o entendimento, mas sem o uso de verbos. Ex: Atenção pessoal, fogo no andar superior! Existem outros tipos de frases interessantes: FRASE CLICHÊ: São aquelas vindas de provérbios, algumas com teor discriminatório. Ex: Mulher pilotando só se for no fogão. FRASES DE EXPRESSÃO IDIOMÁTICA: São aquelas misturam a língua portuguesa com outro idioma. Ex: Ela está muito down hoje. = Ela está muito triste hoje, deprimida. FRASE COLOQUIAL: É aquela dita diariamente pelas pessoas, sem a preocupação da gramática. Ex: Tá certo. To nem aí. ORAÇÃO - A oração envolve uma estrutura em volta de um verbo, com sujeito e predicado. Toda oração tem um verbo, podendo fazer sentido sozinha ou necessitando de outra para completar o sentido. As orações podem ser:

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ABSOLUTAS: São as frases completas, ou seja, são as frases verbais. Ex: Trabalhei muito hoje. COORDENADAS: As orações estão juntas num período, mas podem ser separadas sem perder o sentido. Não dependem de uma outra para esclarecer uma ideia. Ex. Cristo morreu. Ele ressuscitou ao terceiro dia. São duas orações independentes, possuem sentido próprio. SUBORDINADAS: As orações dependem sintaticamente uma das outras para dar sentido. Ex: Ele se acidentou porque bebeu antes de dirigir. PERÍODO - Período tem uma ou mais orações. O período pode ser:

SIMPLES: Possui uma só oração (um só verbo) Ex: A vovó ofereceu biscoitinhos de polvilho aos seus netos queridos. COMPOSTO: Possui duas ou mais orações (dois ou mais verbos). Os períodos podem possuir orações coordenadas ou subordinadas. Ex: Ele me amava e me odiava com seu olhar. – Oração coordenada. Ex: Meu namorado quis que eu comprasse um relógio. – Oração subordinada MISTO: Possui 3 ou mais orações coordenadas e subordinadas, num mesmo período, com três verbos ou mais. Ex: Ela chorava e soluçava nos ombros do amado que a socorrera. (duas primeiras são orações coordenadas e a última subordinada). 5. SINTAXE - TERMOS DA ORAÇÃO: SUJEITO E PREDICADO

Sujeito e Predicado são os termos fundamentais de uma oração e formam sua estrutura. Lidamos com eles o tempo todo e nem sempre percebemos que eles estão ali no que escrevemos. Veja abaixo os tipos de sujeito e predicado e os exemplos para melhor entendimento.

Sujeito - Sujeito é aquele que na oração realiza ou sofre uma ação ou estado. Por exemplo: Alexandre socorreu o garoto. “Alexandre” é o sujeito da oração; ele realizou a ação de socorrer alguém. Alexandre está triste hoje. “Alexandre” é o sujeito que se sente triste hoje, está num “estado” de tristeza. Para encontrarmos o sujeito de uma oração, basta fazer uma simples pergunta “ao verbo”: “quem é que”. No caso das orações acima: quem é que socorreu o garoto? Quem é que está triste hoje? Resposta: Alexandre.

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Tipos de sujeito

Existem 5 tipos de sujeito, eles podem ser simples, composto, implícito, indeterminado e inexistente. Veja cada um deles. SUJEITO SIMPLES - Na análise sintática, todo sujeito apresenta um núcleo (sujeito simples) ou mais que um núcleo (sujeito composto). Núcleo do sujeito é a parte essencial do próprio sujeito. Exemplo: O menino Rafael comprou um chocolate branco. O menino Rafael é o sujeito da oração. Rafael é o termo mais importante do sujeito. Rafael é o núcleo do sujeito. Há apenas um núcleo, portanto é um sujeito simples. SUJEITO COMPOSTO - Contém dois ou mais núcleos. Exemplo: Rafael e Gustavo compraram chocolate. Sujeito da Oração: Rafael e Gustavo. Núcleo do Sujeito: Rafael, Gustavo. Dois núcleos representam um sujeito composto. SUJEITO SUBENTENDIDO, DESINENCIAL, IMPLÍCITO, OCULTO OU ELÍPTICO. Embora nestes casos o sujeito não apareça, qualquer um pode facilmente identificá-lo: Exemplo: Comemos fora hoje. O pronome nós não aparece, mas pela conjugação do verbo podemos identificar que nós é o sujeito subentendido da oração. SUJEITO INDETERMINADO - Neste caso, a ação do verbo ocorre, mas não podemos identificar quem é o sujeito. Acontece com verbos na 3ª pessoa do plural ou na 3ª pessoa do plural acompanhados da partícula se. Exemplo: Falaram mal do garoto. Pessoas falaram mal do garoto, houve uma ação, o verbo foi conjugado, mas não podemos identificar o sujeito. Não se sabe como isto aconteceu. Foi praticada uma ação, há um sujeito, mas não sabemos quem é. SUJEITO INEXISTENTE (OU ORAÇÃO SEM SUJEITO). Em algumas orações o predicado não se refere a nenhum ser. A oração não tem sujeito. O verbo é impessoal e estará sempre na 3ª pessoa do singular. Geralmente são verbos relacionados a fenômenos da natureza (trovejar, ventar, chover, anoitecer…), como também com os verbos haver, fazer, ser quando empregados de maneira impessoal. Exemplo: Anoiteceu em Florianópolis. Choveu muito nesta madrugada. Há anos que não o vejo. Fez frio ontem.São 10 horas da manhã. Predicado - É tudo o que se diz do sujeito da oração. Exemplo: O galo cantou nesta madrugada Tipos de predicado PREDICADO VERBAL - Expressa uma ação, um acontecimento podendo ter ou não complementos (objeto direto, indireto, complemento nominal …) , tendo o verbo como núcleo do predicado. Exemplo: O galo cantou nesta madrugada. O núcleo do predicado é o verbo cantou, portanto o predicado é verbal.

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PREDICADO NOMINAL - No predicado nominal, o núcleo é um substantivo, pronome ou um adjetivo, e o verbo é chamado de ligação. O galo está doente. O galo ficou doente. O galo permanece doente. O galo continua doente. O galo parece doente. Em negrito são os verbos de ligação. Doente é a principal informação do predicado. Doente é o núcleo do predicado nominal e também o predicativo do sujeito. (dá qualidade, indica o estado do sujeito). PREDICADO VERBO-NOMINAL - Neste predicado há dois núcleos: um verbo e um predicativo do sujeito.Exemplo: O metrô chegou atrasado hoje. O sujeito metrô realizou a ação de chegar, verbo intransitivo. Mas também estava atrasado, uma qualidade do sujeito. Então há duas informações importantes no predicado, há dois núcleos, chegou e atrasado. 6. MODOS VERBAIS - INDICATIVO, SUBJUNTIVO E IMPERATIVO O verbo indica um processo localizado no tempo. Podemos distinguir: presente, pretérito e futuro. TEMPO PRESENTE: exprime um fato que ocorre no momento da fala. Ex.: Estou fazendo exercícios diariamente. TEMPO PASSADO: exprime um fato que ocorreu antes do momento da fala. Ex.: Ontem eu fiz uma série de exercícios. TEMPO FUTURO: exprime um fato que irá ocorrer depois do ato da fala. Ex.: Daqui a quinze minutos irei para a academia fazer exercícios. O pretérito (ou passado) subdivide-se em: PRETÉRITO PERFEITO: indica um fato passado totalmente concluído. Ex.: Ninguém relatou o seu delírio. PRETÉRITO IMPERFEITO: indica um processo passado não totalmente concluído, revela o fato em sua duração. Ex.: Ele conversava muito durante a palestra. PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO: indica um processo passado anterior a outro também passado. Ex.: “... sempre nos faltara aquele aproveitamento da vida...” (Mário de Andrade) O futuro subdivide-se em: FUTURO DO PRESENTE: indica um fato posterior ao momento em que se fala. Ex.: Não tenho a intenção de esconder nada, assim que seus pais chegarem contarei o fato ocorrido. FUTURO DO PRETÉRITO: indica um processo futuro tomado em relação a um fato passado. Ex.: Ontem você ligou dizendo que viria ao hospital.

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Empregos especiais: Presente - PODE OCORRER COM VALOR DE PERFEITO, INDICANDO UM PROCESSO JÁ OCORRIDO NO PASSADO (presente histórico). Ex.: Em 15 de agosto de 1769 nasce Napoleão Bonaparte. (nasce = nasceu) - PODE INDICAR FUTURO PRÓXIMO. Ex.: Amanhã eu compro o doce pra você. (compro = comprarei) - PODE INDICAR UM PROCESSO HABITUAL, ININTERRUPTO. Ex.: Os animais nascem, crescem, se reproduzem e morrem. Imperfeito: - PODE OCORRER COM VALOR DE FUTURO DO PRETÉRITO. Ex.: Se eu não tivesse motivo, calava. (calava = calaria) Mais-que-perfeito: - PODE SER USADO COMO FUTURO DO PRETÉRITO. OU DO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO. Ex.: Mais fizera se não fora pouco o dinheiro que dispunha. (fizera = faria, fora = fosse) - PODE SER USADO EM ORAÇÕES OPTATIVAS. Ex.: Quem me dera ter um novo amor! Futuro do presente: - PODE EXPRIMIR IDEIA DE DÚVIDA, INCERTEZA. Ex.: O rapaz que processou o patrão por racismo, receberá uns trinta mil de indenização. - PODE SER USADO COM VALOR DE IMPERATIVO. Ex.: Não levantarás falso testemunho. Futuro do pretérito: - PODE OCORRER COM VALOR DE PRESENTE, EXPRIMINDO POLIDEZ OU CERIMÔNIA. Ex.: Você me faria uma gentileza?

MODOS VERBAIS

MODO INDICATIVO: exprime certeza, precisão do falante perante o fato. Ex.: Eu gosto de chocolate. MODO SUBJUNTIVO: exprime atitude de incerteza, dúvida, imprecisão do falante perante o fato. Ex.: Espero que você esteja bem.

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MODO IMPERATIVO: exprime atitude de ordem, solicitação, convite ou conselho. Ex: Não cante agora! Empreste-me 10 reais, por favor. Venha ao hospital agora, seu amigo vai ser operado. Não ponha tanto sal, isso pode lhe fazer mal. INFINITIVO PESSOAL OU IMPESSOAL - terminado em r para qualquer pessoa. Ex.: comprar, comer, partir. Emprega-se o infinitivo impessoal: QUANDO ELE NÃO ESTIVER SE REFERINDO A SUJEITO ALGUM. Ex.: É preciso amar. NA FUNÇÃO DE COMPLEMENTO NOMINAL (regido de preposição). Ex.: Esses exercícios não são fáceis de resolver. QUANDO FAZ PARTE DE UMA LOCUÇÃO VERBAL. Ex.: Ele deve ir ao dentista. QUANDO, DEPENDENTE DOS VERBOS DEIXAR, FAZER, OUVIR, SENTIR, MANDAR, VER, tiver por sujeito um pronome oblíquo. Sujeito. Ex.: Deixei-as passear. = elas QUANDO TIVER VALOR DE IMPERATIVO. Ex.: Não fumar neste recinto. INFINITIVO PESSOAL: além da desinência -r vem marcado com desinência de pessoa e número. Ex.: Com esse calor convém tomarmos um sorvete. Usa-se o infinitivo pessoal quando o seu sujeito é diferente do sujeito do verbo da oração principal. Ex.: A única solução era ficarmos em casa. Ex.: cantar – ø cantar – es cantar – ø cantar – mos cantar – des cantar – em 7. TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO (OBJETOS DIRETO E INDIRETO)

Certos verbos ou nomes presentes numa oração não possuem sentido completo em si mesmos. Sua significação só se completa com a presença de outros termos, chamados integrantes. São eles:

● complementos verbais (objeto direto e objeto indireto) ● complemento nominal ● agente da passiva.

Complementos Verbais - Completam o sentido de verbos transitivos diretos e transitivos

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indiretos. São eles: 1) OBJETO DIRETO - É o termo que completa o sentido do verbo transitivo direto, ligando-se a ele sem o auxílio necessário da preposição. Exemplo: Eduardo comprou um carro. (um carro: objeto direto). O objeto direto pode ser constituído: POR UM SUBSTANTIVO OU EXPRESSÃO SUBSTANTIVADA - O agricultor cultiva a terra./ Unimos o útil ao agradável. PELOS PRONOMES OBLÍQUOS O, A, OS, AS, ME, TE, SE, NOS, VOS - Espero-o na minha festa. / Ela me ama. POR QUALQUER PRONOME SUBSTANTIVO - O menino que conheci está lá fora. Atenção: Em alguns casos, o objeto direto pode vir acompanhado de preposição facultativa. Isso pode ocorrer: QUANDO O OBJETO É UM SUBSTANTIVO PRÓPRIO: Adoremos a Deus. QUANDO O OBJETO É REPRESENTADO POR UM PRONOME PESSOAL OBLÍQUO TÔNICO: Ofenderam a mim, não a ele. QUANDO O OBJETO É REPRESENTADO POR UM PRONOME SUBSTANTIVO INDEFINIDO: O diretor elogiou a todos. PARA EVITAR AMBIGUIDADE: Venceu ao inimigo o nosso colega. Caso o objeto direto não viesse preposicionado, o sentido da oração ficaria ambíguo, pois não poderíamos apontar com precisão o sujeito (o nosso colega). Saiba que: Frequentemente, verbos intransitivos, podem aparecer como verbos transitivos diretos : A criança chorou lágrimas doídas pela perda da mãe. Objeto Direto

2) OBJETO INDIRETO - É o termo que completa o sentido de um verbo transitivo indireto. Vem sempre regido de preposição clara ou subentendida. Atuam como objeto indireto os pronomes: lhe, lhes, me te, se, nos, vos.

Exemplos:

Não desobedeço a meus pais. Objeto Indireto Preciso de ajuda. (Preposição clara "de")

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Objeto Indireto Enviei-lhe um recado. (Enviei a ele - a preposição a está subentendida) Objeto Indireto

Obs.: muitas vezes o objeto indireto inicia-se com crase (à, àquele, àquela, àquilo). Isso ocorre quando o verbo exige a preposição "a", que acaba se contraindo com a palavra seguinte.

Por Exemplo:

Entregaram à mãe o presente. (à = "a" preposição + "a" artigo definido)

Observações Gerais:

a) Pode ocorrer ainda o (objeto direto ou indireto) pleonástico, que consiste na retomada do objeto por um pronome pessoal, geralmente com a intenção de colocá-lo em destaque.

Por Exemplo: As mulheres, eu as vi na cozinha. (Objeto Direto) A todas vocês, eu já lhes forneci o pagamento mensal. (Objeto Indireto)

b) Os pronomes oblíquos o, a, os, as (e as variantes lo, la, los, las, no, na, nos, nas) são sempre objeto direto. Os pronomes lhe, lhes são sempre objeto indireto.

Exemplos: Eu a encontrei no quarto. (OD) Vou avisá-lo.(OD) Eu lhe pagarei um sorvete.(OI)

c) Os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos podem ser objeto direto ou indireto. Para determinar sua função sintática, podemos substituir esses pronomes por um substantivo: se o uso da preposição for obrigatório, então se trata de um objeto indireto; caso contrário, de objeto direto.

Por Exemplo:

Roberto me viu na escola.(OD)

Substituindo-se "me" por um substantivo qualquer (amigo, por exemplo), tem-se: "Roberto viu o amigo na escola." Veja que a preposição não foi usada. Portanto, "me" é objeto direto.

Observe o próximo exemplo:

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João me telefonou.(OI)

Substituindo-se "me" por um substantivo qualquer (amigo, por exemplo), tem-se: "João telefonou ao amigo". A preposição foi usada. Portanto, "me" é objeto indireto.

8. MORFOLOGIA (numeral - cardinais, ordinais, multiplicativos e fracionários) Numeral é a palavra que indica os seres em termos numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa em determinada sequência. Exemplos: Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco. [quatro: numeral = atributo numérico de "ingresso"] Eu quero café duplo, e você? duplo: numeral = atributo numérico de "café"] A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor! [primeira: numeral = situa o ser "pessoa" na sequência de "fila"]. Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que os números indicam em relação aos seres. Assim, quando a expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se trata de numerais, mas sim de algarismos. Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a ideia expressa pelos números, existem mais algumas palavras consideradas numerais porque denotam quantidade, proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década, dúzia, par, ambos(as), novena. Classificação dos Numerais CARDINAIS: indicam contagem, medida. É o número básico. Por exemplo: um, dois, cem mil, etc. ORDINAIS: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada. Por exemplo: primeiro, segundo, centésimo, etc. FRACIONÁRIOS: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão dos seres. Por exemplo: meio, terço, dois quintos, etc. MULTIPLICATIVOS: expressam ideia de multiplicação dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada. Por exemplo: dobro, triplo, quíntuplo, etc. LEITURA DOS NUMERAIS: Separando os números em centenas, de trás para frente, obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas e, no início, também de dezenas ou unidades. Entre esses conjuntos usa-se vírgula; as unidades ligam-se pela conjunção e. Exemplo: 1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos e vinte e seis. 45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte. FLEXÃO DOS NUMERAIS: Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, etc. variam em número: milhões, bilhões, trilhões, etc. Os demais cardinais são invariáveis. Os numerais ordinais variam em gênero e número: primeiro segundo milésimo primeira segunda milésima primeiros segundos milésimos primeiras segundas milésimas

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OS NUMERAIS MULTIPLICATIVOS: são invariáveis quando atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço e conseguiram o triplo de produção. Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais flexionam-se em gênero e número: Ex.:Teve de tomar doses triplas do medicamento. OS NUMERAIS FRACIONÁRIOS: flexionam-se em gênero e número. Observe: um terço/dois terços; uma terça parte; duas terças partes. OS NUMERAIS COLETIVOS: flexionam-se em número: Uma dúzia; um milheiro; duas dúzias; dois milheiros. É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de sentido. É o que ocorre em frases como: Me empresta duzentinho... É artigo de primeiríssima qualidade! O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda divisão de futebol). Emprego dos Numerais Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo e a partir daí os cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo: Ordinais Cardinais

João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze) D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis) Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte) Século VIII (oitavo) Século XX (vinte) Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)

Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante: Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez); Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um) Ambos/ambas são considerados numerais. Significam "um e outro", "os dois" (ou "uma e outra", "as duas") e são largamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência: Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância da solidariedade. Ambos agora participam das atividades comunitárias de seu bairro. Obs.: a forma "ambos os dois" é considerada enfática. Atualmente, seu uso indica afetação, artificialismo. 9. MORFOLOGIA (ADVÉRBIO E LOCUÇÃO ADVERBIAL) A “locução”, consiste em duas palavras exercendo a função de uma só classe de palavras: o advérbio. Exemplos: O professor saiu às pressas. (circunstância de modo) Ficaremos por aqui nestes próximos dias.(circunstância de lugar). Com certeza não participarei de todos os eventos. (circunstância de afirmação). Determinadas locuções já possuem seus respectivos advérbios a que se correspondem, outras não necessariamente, como é o caso de

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Locução adverbial advérbio Com certeza certamente Às claras claramente De repente repentinamente

Já em outros exemplos, representados por “à esquerda”, “de vez em quando”, dentre outros,

não há advérbio correspondente (não existe a palavra ‘esquerdamente’).. OUTROS EXEMPLOS DE LOCUÇÕES ADVERBIAIS: às vezes; à direita; ao fundo; à distância; ao vivo; a pé; às pressas; de repente; de súbito; por; dentro; por fora; por perto; de propósito; com clama; com certeza; sem dúvida; de propósito; lado a lado; passo a passo; ao longo. 1. NIVEIS DA FALA

Muitos fatores influenciam na maneira como determinado indivíduo fala: idade, sexo, grau de escolaridade, local onde trabalha, cargo que ocupa, local onde estuda, local onde mora, profissão, o caráter, a criação, as amizades, a família de modo geral.

Os níveis de fala compreendem o modo como o falante se manifesta nas diversas situações vividas.

O nível culto ou formal obedece às regras da norma culta, da gramática normativa. É frequente em ambientes que exigem tal posicionamento do falante: em discursos, em sermões, apresentação de trabalhos científicos, em reuniões, etc. Logicamente, a escrita também seguirá padrões quando se trata de textos acadêmicos ou de teor científico. Exemplo: “O movimento de 1922 não nos deu — nem nos podia dar — uma ‘língua brasileira’, ele incitou os nossos escritores a concederem primazia absoluta aos temas essencialmente brasileiros […] e a preferirem sempre palavras e construções vivas do português do Brasil a outras, mortas e frias, armazenadas nos dicionários e nos compêndios gramaticais.” (Celso Cunha). O nível coloquial ou informal é a manifestação espontânea da língua. Independe de regras, apresenta gírias, restrição de vocabulário, formas subtraídas das palavras. Está presente nas conversas com amigos, familiares, pessoas com quem temos intimidade. É muito comum se ver o coloquialismo sendo utilizado em textos, principalmente da internet, como no MSN, no Orkut, blogs, etc. Exemplo: Primeiro, ela pinta como quem não quer nada. Chega na moral, dando uma de Migué, e acaba caindo na boca do povo. Depois desbaratina, vira lero-lero, sai de fininho e some. Mas, às vêzes, volta arrebentando, sem o menor aviso. Afinal, qual é a da gíria? (Cássio Schubsky, Superinteressante) 1- Processo de comunicação e expressão Linguagem

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O homem dispõe de vários recursos para se expressar e se comunicar. Esses recursos podem utilizar sinais de diferente natureza. Tais sinais admitem a seguinte classificação: a) Verbais; b) Não-Verbais; Quando esses sinais se organizam formando um sistema, eles passam a constituir uma linguagem: Incêndio destruiu o Edifício Z. Para expressar o mesmo fato, foram utilizadas duas linguagens diferentes: a) Linguagem Não-Verbal- Qualquer código que não utiliza palavra; b) Linguagem Verbal- Código que utiliza a palavra falada ou escrita;

Linguagem é todo sistema organizado de sinais que serve como meio de comunicação entre os indivíduos. Quando se fala em texto ou linguagem, normalmente se pensa em texto e linguagem verbais, ou seja, naquela capacidade humana ligada ao pensamento que se concretiza numa determinada língua e se manifesta por palavras (verbum, em latim). Mas, além dessa, há outras formas de linguagem, como a pintura, a mímica, a dança, a música e outras mais. Com efeito, por meio dessas atividades, o homem também representa o mundo, exprime seu pensamento, comunica-se e influencia os outros. Semelhanças e Diferenças Podemos organizar um texto em linguagem não verbal, utilizando uma sequência de fotos em progressão narrativa, por exemplo, assim: a) foto de um homem com a mão na maçaneta da porta; b) foto da porta semi-aberta com o mesmo homem espreitando o interior de um aposento; c) foto de uma mulher deitada na cama, gritando com desespero;

Como nessa sequência se relata uma transformação de estados que se sucedem progressivamente, configura-se a narração e não a descrição. Essa disposição de imagens em progressão constitui recurso básico das histórias em quadrinhos, fotonovelas, cinema etc. Os processos da comunicação;

Existem vários tipos de comunicação: as pessoas podem comunicar-se pelo código Morse, pela escrita, por gestos, pelo telefone, por e-mails, internet, etc.; uma empresa, uma administração, até mesmo um Estado podem comunicar-se com seus membros por intermédio de circulares, cartazes, mensagens radiofônicas ou televisionadas, e-mails, etc.

Toda comunicação tem por objetivo a transmissão de uma mensagem, e se constitui por um certo número de elementos, indicados no esquema abaixo:

Esses elementos serão explicados a seguir:

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Os elementos da comunicação a) O emissor ou destinador é o que emite a mensagem; pode ser um indivíduo ou um grupo (firma, organismo de difusão, etc.) b) O receptor ou destinatário é o que recebe a mensagem; pode ser um indivíduo, um grupo, ou mesmo um animal ou uma máquina (computador). c) A mensagem é o objeto da comunicação; ela é constituída pelo conteúdo das informações transmitidas. d) O canal de comunicação é a via de circulação das mensagens. Ele pode ser definido, de maneira geral, pelos meios técnicos aos quais o destinador tem acesso, a fim de assegurar o encaminhamento de sua mensagem para o destinatário: Meios sonoros: voz, ondas sonoras, ouvido… Meios visuais: excitação luminosa, percepção da retina… De acordo com o canal de comunicação utilizado, pode-se empreender uma primeira classificação das mensagens: _as mensagens sonoras: palavras, músicas, sons diversas; _as mensagens tácteis: pressões, choques, trepidações, etc; _as mensagens olfativas: perfumes, por exemplo; _as mensagens gustativas: tempero quente (apimentado) ou não… e) O código é um conjunto de signos e regras de combinação destes signos; o destinador lança mão dele para elaborar sua mensagem (esta é a operação de codificação). 2. TIPOS DE TEXTOS Os textos, independentemente do gênero a que pertencem, se constituem de seqüências com determinadas características lingüísticas, como classe gramatical predominante, estrutura sintática, predomínio de determinados tempos e modos verbais, relações lógicas. Assim, dependendo dessas características, temos os diferentes tipos textuais.: Texto narrativo: Narrar é discorrer dos fatos. É contar. Consiste na elaboração de um texto que relate episódios, acontecimentos. “O fiscal da alfândega não podia entender por que aquela velhinha viajava tanto. A cada dois dias, vinha ela pilotando uma motocicleta e ultrapassava a fronteira. Fora interceptada inúmeras vezes, fiscalizada e nada. O fiscal alfandegário não se conformou com aquilo. - Que traz a senhora aí? - Nada não, senhor! A cena que se repetia com tanta freqüência intrigava o pobre homem. Não se conteve: - Não é por nada, não; me faz um favor, dona: Não vou lhe multar, nem nada; é só por curiosidade, a senhora está contrabandeando o quê? - Seu fiscal, o senhor já desmontou a moto e nada achou, que quer mais? - Só pra saber, dona! - Ta bem, eu conto: o contrabando é a moto, moço!” Texto Descritivo: Descrever é traduzir com palavras aquilo que se viu e observou. É a representação, por meio das palavras, de um objeto ou imagem.

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“O céu era verde sobre o gramado, a água era dourada sob as pontes, outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados”. (Carlos Drummond de Andrade) Texto dissertativo: Dissertar é tratar com desenvolvimento um ponto doutrinário, um tema abstrato, um assunto genérico. Ou seja, Dissertar é expor idéias em torno de um problema qualquer. “Os meios de comunicação de massa devem alterar, nas próximas duas ou três décadas, uma boa parte da fisionomia do mundo civilizado e das relações entre os homens e povos. ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA O português é resultado da transformação do latim vulgar (uma das variantes da língua romana) e do galego (falado na província da Galícia - hoje em território espanhol). Essas línguas sofreram muitas transformações ao longo do tempo, e só no século 13 foi publicado um texto mais próximo do que hoje consideramos a língua portuguesa O idioma falado no Brasil sofreu ainda várias influências, como as dos povos africanos e indígenas.

Português na História

Curiosamente, o português surgiu da mesma língua que originou a maioria dos idiomas europeus e asiáticos. Com as inúmeras migrações entre os continentes, a língua inicial existente acabou subdividida em cinco ramos: a) o helênico, de onde veio o idioma grego; b) o românico, que originou o português, o italiano, o francês e uma série de outras línguas denominadas latinas; c) o germânico, de onde surgiram o inglês e o alemão; d) e finalmente o céltico, que deu origem aos idiomas irlandês e gaélico. e) O ramo eslavo, que é o quinto, deu origem a outras diversas línguas atualmente faladas na Europa Oriental. O latim era a língua oficial do antigo Império Romano e possuía duas formas: o latim clássico, que era empregado pelas pessoas cultas e pela classe dominante (poetas, filósofos, senadores, etc.), e o latim vulgar, que era a língua utilizada pelas pessoas do povo. O português originou-se do latim vulgar, que foi introduzido na península Ibérica pelos conquistadores romanos. Damos o nome de neolatinas às línguas modernas que provêm do latim vulgar. No caso da Península Ibérica, podemos citar o catalão, o castelhano e o galego-português, do qual resultou a língua portuguesa. Na Evolução da Língua Portuguesa, destacam-se alguns períodos:

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1) Fase Proto-histórica Compreende o período anterior ao século XII, com textos escritos em latim bárbaro (modalidade usada apenas em documentos, por esta razão também denominada de latim tabeliônico). 2) Fase do Português Arcaico Do século XII ao século XVI, compreendendo dois períodos distintos: a) do século XII ao XIV, com textos em galego-português; b) do século XIV ao XVI, com a separação entre o galego e o português. 3) Fase do Português Moderno Inicia-se a partir do século XVI, quando a língua se uniformiza, adquirindo as características do português atual. A literatura renascentista portuguesa, notadamente produzida por Camões, desempenhou papel fundamental nesse processo de uniformização. Em 1536, o padre Fernão de Oliveira publicou a primeira gramática de Língua Portuguesa, a "Grammatica de Lingoagem Portuguesa". Seu estilo baseava-se no conceito clássico de gramática, entendida como "arte de falar e escrever corretamente".

Fonte Gramática Pedagógica do Português Brasileiro (Marcos Bagno, 1.053 págs., Ed. Parábola, tel. 11/5061-9262, 120 reais

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2. REGRAS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA

A nova ortografia Atualiza o Formulário Ortográfico de 1943, aprovado em 12 de agosto de 1943, alterado pela Lei 5.765 de 18 de dezembro de 1971. Em várias das 21 Bases em que o acordo está estruturado, foram introduzidas alterações que afetam a modalidade do português falado no Brasil. Alterações nas bases I e II:

Base I - O alfabeto... de 23 letras passa a ter 26, com a inclusão dek, w, y.

Base IV - Nas sequências consonânticas interiores cc, cç, pc, pç e pt a primeira letra (c ou p) ora se conserva, ora se elimina. Nas palavras em que há uniformidade entre os signatários do Acordo, grafia única: ficção, ato, apto, Egito; não havendo uniformidade, dupla grafia: setor, concepção, súdito, sutil, amídala, anistia, aritmética (usadas pelos falantes do Brasil) e sector, conceção, súbdito, subtil, amígdala, amnistia, arimética. Todas essas formas agora fazem parte do nosso sistema ortográfico.

1. ACENTUAÇÃO DOS OXÍTONOS

Recebem acento agudo ou circunflexo os vocábulos oxítonos terminados em: • a, as : maracujá, jacás • e, es : rapé, cortês • o, os : cipó, avós • em, ens (com mais de uma sílaba) : além, armazéns, contém, convém.

Observações: 1ª) Incluem-se nesta regra as formas verbais: amá-lo, perdê-la, guardá-las. Algumas formas verbais recebem até dois acentos gráficos: fá-lo-ás, trá-lo-á.

2ª) Recebe acento circunflexo a terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos compostos dos verbos ter e vir: contêm, obtêm, intervêm, provêm. Nova ortografia: Foram incluídos uns casos de dupla grafia: bebê/bebé, cocô/cocó, rô/ró, judô/judo, metrô/metro.

2. ACENTUAÇÃO DOS PAROXÍTONOS Recebem acento agudo ou circunflexo os paroxítonos terminados em:

• ã, ãs, ão, ãos : ímã, órfãs, órgão, órfãos • i, is, us : júri, lápis, ônus • l, n, r, x, ps : túnel, hífen, caráter, fênix, bíceps. • om, on, nos, um, uns : rádom, próton, elétrons, álbum, médiuns • ditongo oral átono, seja crescente ou decrescente : jóquei, túneis, régua, tênue.

Ao invés de decorar essas terminações, como se fazia antigamente, tente gravar que as terminações átonas (fracas) são a(s), e(s), o(s), em, ens. TODAS as que forem diferentes destas são tônicas.) Obs: Não são acentuados os vocábulos paroxítonos terminados em ens: itens, edens, mensagens, nuvens, hifens, liquens

ACENTUAÇÃO DAS VOGAIS TÔNICAS I E U DAS PALAVRAS OXÍTONAS E PAROXÍTONAS - Não recebem mais acento agudo as palavras paroxítonas cujas vogais

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tônicas i e u são precedidas de ditongo decrescente: feiura, boiuno, baiuca (o acento foi abolido).

3. ACENTUAÇÃO DOS PROPAROXÍTONOS

Recebem acento agudo ou circunflexo todos os vocábulos proparoxítonos : matemática, lâmpada, próximo, pêssego.

4. ACENTUAÇÃO DOS MONOSSÍLABOS Recebem acento agudo ou circunflexo os vocábulos monossílabos terminados em:

• a, as : já, pás • e, es : pé, mês • o, os : nó, pôs

Observação : Recebe acento circunflexo a terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos ter e vir : têm, vêm.

5. ACENTUAÇÃO DOS DITONGOS E HIATOS

1)Recebem sempre o acento agudo os ditongos abertos éi, éu, ói: idéia, chapéu, herói, papéis, anzóis. Nova ortografia: só serão acentuados quando estiverem na última sílaba, na penúltima não: ideia, plateia, paranoia. Observação: Não se acentua a vogal tônica dos ditongos iu e ui, quando precedida de vogal : caiu, retribuiu. Nova ortografia: Não se emprega o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos crer, dar, ler, ver e seus derivados: creem, leem, veem, deem, releem (o acento foi abolido). Obs.: Não confundir com terceira pessoa do plural dos verbos ter, manter, reter etc., que conservam o acento: (eles) têm, mantêm, retêm. Não se emprega mais acento circunflexo nas paroxítonas terminadas em oo (hiato): enjoo, voo.

2) Dos ditongos - Os ditongos abertos éis, éu, ói são grafados com acento agudo quando em sílaba final: farnéis, chapéu, lencóis; nos monossílabos tônicos: léu, dói; nas sílabas tônicas das proparoxítonas: alcalóidico, aracnóideo (aqui não houve alteração). Não é assinalado em outras posições: ideia, teteia, jiboia, heroico, assembleia, Judeia, estreia, paranoico (aqui houve alteração: o acento foi abolido).

3) Recebem acento agudo o i e o u tônicos, quando representam a segunda vogal de um hiato: jataí, baú, egoísta. Observação: Não se acentuam o i e o u tônicos em hiatos, seguidos de l, m, n, r, z, que não começam sílabas e, também, seguidos de nh: paul, ruim, constituinte, contribuirdes, rainha, tainha.

Não se usa mais o acento no i e no u tônicos nas palavas paroxítonas depois de um ditongo decrescente. Como era: baiuca, Bocaiúva, feiura; Como fica Baiúca: baiuca, feiura, Bocaiuva,

Atenção: 1) se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí; 2) se o i ou o u forem precedidos de ditongocrescente, o acento permanece. Exemplos: guaíba, Guaíra.

6. ACENTUAÇÃO DOS GRUPOS GUE, GUI, QUE, QUI

Recebe acento agudo o u proferido e tônico dos grupos gue, gui, que : argúi, arguém, averigúe,

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apazigúe, apazigúem, obliqúe. Não se usa mais trema trema no u dos grupos gue, gui, que, qui, quando proferido e átono: agüentar, argüição, freqüência, tranqüilo. Atenção: o trema permanece nas palavras estrangeiras e em suas derivadas. Exemplos: Müller.

7. ACENTO DIFERENCIAL

Não são acentuadas com acento gráfico as palavras homógrafas, com exceção de pôr (verbo) para distinguir de por (preposição); para (verbo)/para (preposição) pela (verbo e substantivo)/pela (per+la); pelo (vebo)/pelo(s) (per+lo e substantivo); polo(s) (substantivo)/polo(s) (por+lo(s) antigo e popular). Ex:“Eu pelo o pelo do corpo pelo prazer de pelar.”

A forma verbal pôde (pretérito perfeito do indicativo) do verbo poder recebe acento circunflexo para diferenciar de pode (presente do indicativo). Observação: Os vocábulos que têm a mesma grafia , porém apresentam significados diferentes, são chamados de homógrafos.

8. EMPREGO DO ACENTO GRAVE

Permanece o acento grave ( ` ) para indicar a contração da preposição a com os artigos a, as e com os pronomes demonstrativos a, as, aquele(s), aquela(s), aquilo : à, às, àquele(s), àquela(s), àquilo.

8. EMPREGO DO TREMA

O trema é inteiramente suprimido em palavras portuguesas ou aportuguesadas: tranquilo, delinquir; conserva-se, no entanto, em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: mülleriano, de Müller”.

3. SINAIS DE PONTUAÇÃO Os sinais de pontuação são recursos gráficos próprios da linguagem escrita. Basicamente, têm como finalidade: 1) Assinalar as pausas e as inflexões de voz (entoação) na leitura; 2) Separar palavras, expressões e orações que devem ser destacadas; 3) Esclarecer o sentido da frase, afastando qualquer ambiguidade. Veja a seguir os sinais de pontuação mais comuns, responsáveis por dar à escrita maior clareza e simplicidade. Uso da vírgula

1.USO DA VÍRGULA NO INTERIOR DAS ORAÇÕES.

TERMOS DA MESMA FUNÇÃO SINTÁTICA: “Tivera pai, mãe, marido, dois filhos. Todos aos poucos tinham morrido.”

Atenção para conectivos E / NEM - “Tenho muita inveja dos meus livros e dos meus CD’s.” “Nem os meus amigos, nem minhas irmãs, nem meus cunhados gostaram do espetáculo.” “Saímos e fechamos a faculdade.” “Saímos, e a faculdade fechou.”

2.INDICAR QUE UMA PALAVRA FOI SUPRIMIDA: “Maria deu um presente aos seus irmãos; ao namorado, dois.”

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3.ISOLAR VOCATIVO: “Pois, Seu Pedrinho, saci é uma coisa que eu juro que existe.”

4.Isolar aposto: “Vitória, capital do Espírito Santo, é uma ilha que tem belas praias.”

5. ADJUNTOS ADVERBIAIS OU COMPLEMENTOS VERBAIS E NOMINAIS DESLOCADOS: “No Brasil, os corruptos ficam soltos.” “De sua terra natal, ele sente saudades. “Uma dor pavorosa, o jogador sentiu quando quebrou a perna.”

6. INDICAR CONJUNÇÕES INTERCALADAS: “A ferida já foi tratada. É preciso, porém, cuidar para que não piore.”

7.EM DATAS, SEPARAR NOME DE LUGARES:“Arcoverde, 23 de março de 2009.”

8. INTERCALAR EXPRESSÕES: ou seja, isto é, em suma, por exemplo, além de outras.

9.ENTRE AS ORAÇÕES ADVERBIAIS ANTECEDENTES DA PRINCIPAL: “Logo que soube do nascimento, correu para maternidade.” “Correu para maternidade logo que soube do nascimento.”

10. ADJETIVAS EXPLICATIVAS: “As frutas, que estavam maduras, caíram no chão.”

11. COORDENADAS ASSINDÉTICAS: “Cheguei, peguei o livro, voltei correndo para o colégio.”

12. COORDENADAS SINDÉTICAS: Estudamos, mas não passamos. Exceto as aditivas: Estudamos e conseguimos boas notas.

13. ISOLAR ORAÇÕES INTERCALADAS: E o ladrão, perguntei eu, foi condenado?

Uso de ponto e vírgula

1.SEPARAR ITENS ENUMERADOS: A Matemática se divide em: - geometria; - álgebra; - trigonometria.

2. SEPARAR UM PERÍODO QUE JÁ SE ENCONTRA DIVIDIDO POR VÍRGULAS: Ele não disse nada, apenas olhou ao longe, sentou por cima da grama; queria ficar sozinho com seu cão.

Uso de dois pontos

1.SE VAI FAZER UMA CITAÇÃO OU INTRODUZIR UMA FALA: Ele respondeu: não, muito obrigado! 2.SE QUER INDICAR UMA ENUMERAÇÃO: Quero lhe dizer algumas coisas: não converse com pessoas estranhas, não brigue com seus colegas, não responda a professora.

3.INTRODUZIR UM ESCLARECIMENTO OU EXPLICAÇÃO A RESPEITO DE ALGO PREVIAMENTE MENCIONADO: Foram acrescidas facilidades irresistíveis para os investidores: além de portos e aeroportos modernos, o Nordeste fica muito mais perto dos mercados da Europa e da América do Norte.

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USO DE ASPAS

1.INDICAR IRONIA: André, o “gênio”, chegou.

2. DESTACAR CITAÇÕES.

Uso de reticências

1.INDICAR SUSPENSÃO DE PENSAMENTO: “Essa incapacidade de atingir, de entender, é que faz com que eu, por instinto de...”

2.INDICAR DÚVIDA OU SURPRESA: “E as obras? A igreja...já haverá Igreja nova?”

3.INDICAR IRONIA: “O Torres virá mesmo dessa vez? Até parece...”

Uso de Parênteses

1.INTERCALAR UMA IDEIA OU UMA ORAÇÃO ACESSÓRIA AO TEXTO: Macabeia começou (explosão) a tremelicar toda por causa do lado penoso que há na excessiva felicidade.

2.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Mas quando olhar a mancha viva na minha camisa faça uma careta e me deixa passar. (Chico Buarque de Holanda)

3.NAS INDICAÇÕES CÊNICAS DAS PEÇAS DE TEATRO (rubricas): Sampaio – Pois não é, não senhor...(agarram ambos no leitão e puxam cada um para seu lado)

Uso do Travessão

1.INDICAR A FALA: Você não precisa de remédios? Que remédios?

2.ENFATIZAR FRASES OU EXPRESSÕES: Impossível escrever o poema – uma linha que seja – de verdadeira poesia.

4. VERBO - CONJUGAÇÃO DOS VERBOS AUXILIARES (TER, SER, HAVER E ESTAR) VERBO SER - Modo Indicativo

Presente Pretérito Perfeito

Pretérito Imperfeito

Pretérito Mais-Que-Perfeito

Futuro do Presente

Futuro do Pretérito

sou fui era fora serei seria és foste eras foras serás serias é foi era fora será seria

somos fomos éramos fôramos seremos seríamos sois fostes éreis fôreis sereis seríeis são foram eram foram serão seriam

SER - Modo Subjuntivo

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Presente Pretérito Imperfeito Futuro que eu seja se eu fosse quando eu for que tu sejas se tu fosses quando tu fores que ele seja se ele fosse quando ele for

que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo sê tu não sejas tu

seja você não seja você sejamos nós não sejamos nós

sede vós não sejais vós sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio ser ser eu sendo sido seres tu ser ele sermos nós serdes vós serem eles

VERBO ESTAR - Modo Indicativo

Presente Pretérito Perfeito

Pretérito Imperfeito

Pretérito Mais-Que-Perfeito

Futuro do Presente

Futuro do Pretérito

estou estive estava estivera estarei estaria estás estiveste estavas estiveras estarás estarias está esteve estava estivera estará estaria

estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo esteja estivesse estiver estejas estivesses estiveres está estejas esteja estivesse estiver esteja esteja

estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos estejais estivésseis estiverdes estai estejais estejam estivessem estiverem estejam estejam

ESTAR - Formas Nominais

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Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio estar estar estando estado

estares estar estarmos estardes estarem

VERBO HAVER - Modo Indicativo

Presente Pretérito Perfeito

Pretérito Imperfeito

Pretérito Mais-Que-Perfeito

Futuro do Presente

Futuro do Pretérito

hei houve havia houvera haverei haveria hás houveste havias houveras haverás haverias há houve havia houvera haverá haveria

havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis

hão houveram haviam houveram haverão haveriam HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo haja houvesse houver hajas houvesses houveres há hajas haja houvesse houver haja haja

hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos hajais houvésseis houverdes havei hajais hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio haver haver havendo havido

haveres haver havermos haverdes haverem

VERBO TER - Modo Indicativo

Presente Pretérito Perfeito

Pretérito Imperfeito

Pretérito Mais-Que-Perfeito

Futuro do Presente

Futuro do Pretérito

tenho tive tinha tivera terei teria tens tiveste tinhas tiveras terás terias tem teve tinha tivera terá teria

temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis

têm tiveram tinham tiveram terão teriam TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

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Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo tenha tivesse tiver tenhas tivesses tiveres tem tenhas tenha tivesse tiver tenha tenha

tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais tenham tivessem tiverem tenham tenham

5. CONCORDÂNCIA NOMINAL Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome, concordam em gênero e número com o substantivo. Exemplo: A pequena criança é uma gracinha. CASOS ESPECIAIS

Caso 1: Adjetivo posposto a dois ou mais substantivos. Exemplos: Concorda com o primeiro, com o segundo ou com ambos, dependendo do sentido da frase. Ternura e amor humano. Amor e ternura humana. Ternura e amor humanos. Carne ou peixe cru. Peixe ou carne crua. Carne ou peixe crus. Caso 1: Um adjetivo anteposto a vários substantivos. Adjetivo anteposto normalmente: concorda com o mais próximo. Comi delicioso almoço e sobremesa. Provei deliciosa fruta e suco. Mau lugar e hora. Má hora e lugar. Caso 3: Um substantivo e mais de um adjetivo Quando dois ou mais adjetivos se referem a um substantivo, este vai para o singular ou plural. Falava fluentemente a língua inglesa e (a) espanhola. Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola. Caso 4: Um substantivo e dois ordinais. Quando dois ou mais ordinais vêm antes de um substantivo, determinando-o, este concorda com o mais próximo ou vai para o plural. A primeira e segunda lição. A primeira e segunda lições. A primeira, a segunda e a última aula. Quando dois ou mais ordinais vêm depois de um substantivo, determinando-o, este vai para o plural. As cláusulas terceira, quarta e quinta. Caso 5: Muito, pouco, menos, bastante, caro, meio, só, mesmo, alerta. Quando se trata de advérbio não variam: Algumas viagens são muito cansativas. Pouco lutei, por isso perdi a batalha. Comprei caro os sapatos. Preciso mesmo da sua ajuda. Fiquei bastante (muito) contente com a proposta. Estou meio insegura. Só consegui comprar uma passagem. Quando não são advérbios seguem a regra geral: Comi muitas frutas durante a viagem. (pronome). Poucas pessoas acreditaram em mim. (pronome). Os sapatos estavam caros. (adjetivo). Estiveram sós nos escombros durante horas. (adjetivo). Seus argumentos foram bastantes (suficientes) para me convencer. (adjetivo). Havia bastantes (muitas) pessoas na praça. (pronome - se <muito> for invariável é advérbio). Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou. (pronome). Comi meia laranja pela manhã. (numeral)

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Caso 6: Promomes de tratamento: Os qualificadores do pronome concordam com o sexo da pessoa, não com o pronome: Sua Santidade está esperançoso. Vossa Majestade, minha rainha, é muito bondosa. Caso 7: Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a), nem um(a) nem outro(a) Após essas expressões o substantivo fica sempre no singular. Um e outro aspecto. Nem um nem outro argumento. De um e outro lado. OBS: Se houver adjetivo este vai para o plural. Renato advogou um e outro caso fáceis. Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe. Uma e outra causa juntas. Caso 8: É bom, é necessário, é proibido: Quando o sujeito for tomado em sua generalidade, sem qualquer determinante, o verbo ser - ou qualquer outro verbo de ligação - ficará no singular, e o predicativo do sujeito no masculino, singular. Maçã é bom para a saúde. Cerveja é bom para os rins. É preciso cautela. É proibido entrada. Quando há determinação do sujeito, a concordância efetua-se normalmente: É proibida a entrada de homens no banheiro feminino. Estas bebidas são boas para os rins. Caso 9: Tal Qual. <Tal> concorda com o antecedente, <qual> com o consequente. As garotas são vaidosas tais qual a tia. Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos. OBS: Se o elemento anterior é um verbo, tal fica invariável; se o elemento posterior é um verbo, qual fica invariável. Eles agem tal quais as ordens do pai. Eles agem tal qual forem as ordens do pai. Caso 10: Particípio + Substantivo. O particípio concorda com o substantivo a que se refere. Feitas as contas ... Restabelecidas as amizades … Salvas as crianças ... Postas as cartas na mesa ... Vistas as condições … OBS: "Salvo", "posto" e "visto" assumem também papel de conectivos, sendo, por isso, invariáveis: Salvo honrosas exceções. Que não seja imortal, posto que é chama. Visto ser longe, não irei. Caso 11: Anexo. Quando precedido da preposição em, fica invariável. A fotografia vai anexa ao curriculum. Os documentos irão anexos ao relatório. As fotografias vão em anexo. Caso 12: Adjetivo composto. Se ambos os elementos são adjetivos, apenas o último elemento concordará com o substantivo a que se refere; os demais ficarão na forma masculina, singular. Violetas azul-claras. Problema socioeconômico. Problemas socioeconômicos. Se um dos elementos for originalmente um substantivo, todo o adjetivo composto ficará invariável. Vale também para a expressão cor de + substantivo. Tinta branco-gelo. Tintas branco-gelo. Papel cor de vinho. Papéis cor de vinho. Pincel (cor de) laranja. Pincéis (cor de) laranja. Unhas holográficas lilás furta-cor. Exceções: Azul-marinho/Azul-celeste são invariáveis. Camisas azul-celeste. Calças azul-marinho. Surdo-mudo(a)/Pele-vermelha flexionam dois elementos. Menina surda-muda. Rapazes surdos-mudos. Índio pele-vermelha. Índios peles-vermelhas.

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Caso 13: Numerais. Numeral utilizado após substantivo deve ser cardinal (um, dois, três...). Do contrário, usa-se o numeral ordinal (primeiro, segundo, terceiro...). Arrancaram a página duzentos. Estamos na segunda página. Caso 14: Grama. Quando representar unidade de massa, será masculino. Comprei duzentos gramas de presunto. Ele foi preso com um grama de cocaína. Caso 15: Obrigado. Concorda com o substantivo a que se refere: Elas disseram em coro: Muito obrigadas, professor. Caso 16: Conforme. Conforme = conformado (adjetivo - varia). Conforme = como (não flexiona).. Eles ficaram conformes com a decisão;. Dançam conforme a música. 6. CONCORDÂNCIA VERBAL Caso 1: Sujeito simples. Regra geral: O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa. Ela foi ao cinema. (3ª pessoa, singular). Nós vamos ao cinema. (1ª pessoa, plural) Casos especiais: Sujeito coletivo: O verbo concorda com o coletivo. A multidão gritou na arquibancada. Se o coletivo vier especificado ou modificado por adjunto adnominal, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural. A multidão de fãs gritou. A multidão de fãs gritaram. Uma multidão de pessoas saiu aos gritos. Uma multidão de pessoas saíram aos gritos. Sujeito possui coletivos partitivos (metade, a maior parte, grande parte, maioria, etc.): O verbo fica no singular (concordância lógica) ou vai para o plural (concordância atrativa). A maioria dos alunos foi à excursão. A maioria dos alunos foram à excursão. Sujeito é pronome de tratamento: O verbo fica sempre na 3ª pessoa (do singular ou do plural). Vossa Santidade esteve no Brasil. Vossa Alteza pediu silêncio. Vossas Altezas pediram silêncio. O sujeito é o pronome relativo <que>: O verbo concorda com o antecedente do pronome. Fui eu que derramei o café. Fomos nós que derramamos o café. OBS: Com a expressão <um dos que>/<uma das que>, o verbo deve assumir a forma plural, exceto quando a ação se refere a um só agente. Você é um dos que admiram os escritores de novelas. (Dos que admiram novelas, ele é um.) Ele é um dos jogadores que foram expulsos. (Dos jogadores que foram expulsos, ele é um.). Era uma das suas filhas que namorava com ele. (Namorava com ele, uma das suas filhas.) O sujeito é o pronome relativo <quem>: O verbo pode ficar na 3ª pessoa do singular ou concordar com o antecedente do pronome. Fui eu quem derramou o café. Fui eu quem derramei o café.

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O sujeito é formado por locuções pronominais (Alguns de nós, poucos de vós, quais de..., quantos de..., etc.): Se o primeiro pronome estiver no singular, o verbo fica no singular. Se estiver no plural, poderá concordar com o pronome interrogativo/indefinido ou com o pronome pessoal (nós ou vós). Algum de nós o receberá. Quais de vós me punirão? Quais de vós me punireis? Quais de nós são capazes? Quais de nós somos capazes? Vários de nós propuseram sugestões inovadoras. Vários de nós propusemos sugestões inovadoras. O sujeito é formado de nomes no plural: Se o sujeito não vier precedido de artigo, o verbo ficará no singular. Caso venha antecipado de artigo, o verbo concordará com o artigo. Estados Unidos é uma nação poderosa. Os Estados Unidos são a maior potência mundial. O sujeito é formado por expressões aproximativas: mais de um, menos de dois, cerca de..., etc.: O verbo concorda com o numeral. Mais de um aluno não compareceu à aula. Mais de cinco alunos não compareceram à aula. Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram. Mais de um formando se abraçaram na formatura. O sujeito tem por núcleo a palavra gente (sentido coletivo) - o verbo poderá ser usado no singular ou plural, se este vier afastado do substantivo. A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanece em casa. A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanecem em casa. Quando os núcleos do sujeito são unidos por "com": O verbo pode ficar no singular ou no plural. No plural, os núcleos recebem um mesmo grau de importância e a palavra <com> tem sentido muito próximo ao de <e>. Para enfatizar o primeiro elemento, usa-se o singular. O governador com o secretariado traçaram os planos. O governador com o secretariado traçou os planos. Caso 2: Sujeito composto. Regra geral: O verbo vai para o plural. João e Maria foram passear no bosque. Casos especiais: Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas gramaticais diferentes: O verbo ficará no plural seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa. Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos amigos. (O verbo ficou na 1ª pessoa do plural porque esta tem prioridade sob a 3ª.). Tu e ele se tornarão amigos. (3ª pessoa do plural) OBS: Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo. Iremos eu e minhas amigas. Irei eu e minhas amigas. Os núcleos do sujeito estão coordenados assindeticamente ou ligados por <e>: O verbo concordará com os dois núcleos. A jovem e a sua amiga seguiram a pé. OBS: Se o sujeito estiver posposto, permite-se a concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo. Seguiria a pé a jovem e a sua amiga. OBS: Quando ocorre ideia de reciprocidade, no entanto, a concordância é feita obrigatoriamente no plural.

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Abraçaram-se vencedor e vencido. Ofenderam-se o jogador e o árbitro. Os núcleos do sujeito são sinônimos ou semelhantes e estão no singular: O verbo poderá ficar no plural (concordância lógica) ou no singular (concordância atrativa). A angústia e ansiedade não o ajudavam a se concentrar. A angústia e ansiedade não o ajudava a se concentrar. Quando há gradação entre os núcleos: O verbo pode concordar com todos os núcleos (lógica) ou apenas com o núcleo mais próximo (concordância atrativa). Uma palavra, um gesto, um olhar bastavam. Uma palavra, um gesto, um olhar bastava. Quando os sujeitos forem resumidos por: nada, tudo, ninguém, etc.: O verbo concordará com o aposto resumidor. Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveu. Quando o sujeito for constituído pelas expressões: um e outro, nem um nem outro: O verbo poderá ficar no singular ou no plural. Um e outro já veio. Um e outro já vieram. g) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos por <ou> ou <nem>: O verbo deverá ficar no plural se a declaração contida no predicado puder ser atribuída a todos os núcleos. Drummond ou Bandeira representam a essência da poesia brasileira. Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta. OBS: Se os núcleos forem excludentes o verbo deve ficar no singular. Em caso de retificação, deve concordar com o mais próximo. Você ou ele será escolhido. O ladrão ou os ladrões não deixaram vestígio. h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séries correlativas (tanto... como/ assim... como/ não só... mas também, etc.): O que comumente ocorre é o verbo ir para o plural, embora o singular seja aceitável se os núcleos estiverem no singular. Tanto Erundina quanto Collor perderam as eleições municipais em São Paulo. Tanto Erundina quanto Collor perdeu as eleições municipais em São Paulo. Caso 3: Sujeito oracional. Quando o sujeito é uma oração subordinada substantiva subjetiva, o verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do singular. Ainda falta dar os últimos retoques na pintura. (Dica: Para saber se é o caso, substitua a oração subordinada por ISSO: “Ainda falta ISSO”. Percebe-se facilmente que ISSO é o sujeito do verbo faltar.) Caso 4: O verbo e a partícula <SE> Quando é índice de indeterminação do sujeito: Quando índice de indeterminação do sujeito, o <se> acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação, os quais obrigatoriamente são conjugados na terceira pessoa do singular. Precisa-se de governantes interessados em civilizar o país. Confia-se em teses absurdas. Era-se mais feliz no passado. Quando é partícula apassivadora: Quando pronome apassivador, o <se> acompanha verbos transitivos diretos (e alguns poucos indiretos) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o verbo deve concordar com o sujeito da oração. Construiu-se um posto de saúde. Construíram-se novos postos de saúde. Não se pouparam esforços para despoluir o rio. Não se poupou esforço para despoluir o rio. Caso 5: Verbos impessoais. São aqueles que não possuem sujeito. Uma vez que os verbos

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flexionam-se para concordar com o sujeito, então estes verbos ficam sempre na 3ª pessoa do singular. - Haver no sentido de existir; - Fazer indicando tempo; - Aqueles que indicam fenômenos da natureza. Havia sérios problemas na cidade. Fazia quinze anos que ele havia parado de estudar. Choveu granizos ontem. OBS: Em locução verbal nos casos acima, o verbo auxiliar herda esta impessoalidade. Lembre-se que o verbo existir não faz parte da regra: Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar. Deve haver indícios de fraude. Pode ter havido casos semelhantes. Existem sérios problemas na cidade. Devem existir problemas na cidade. Caso 6: Verbos dar, bater e soar. Quando usados na indicação de horas, possuem sujeito (relógio, hora, horas, badaladas...), e com ele devem concordar. O relógio deu duas horas. Deu uma hora no relógio da estação. Deram duas horas no relógio da estação. O sino da igreja bateu cinco badaladas. Bateram cinco badaladas no sino da igreja. Soaram dez badaladas no relógio da escola. Caso 9. Porcentagem + substantivo. Porcentagem + Substantivo, sem modificador da porcentagem: Facultativamente o verbo poderá concordar com o número referente à porcentagem ou com o substantivo. 1% da turma estuda muito. 1% dos alunos estuda / estudam muito. 10% da turma estuda / estudam muito. 10% dos alunos estudam muito. Porcentagem + Substantivo, com modificador da porcentagem: O verbo concordará com o modificador, que pode ser pronome demonstrativo, pronome possessivo, artigo, etc. Os 10% da turma estudam muito. Aquele 1% dos alunos estuda mais. Mais de, menos de, cerca de, perto de, antes da porcentagem: O verbo concordará apenas com o número referente à porcentagem, mesmo que haja elemento modificador. Mais de 1% dos alunos estuda muito. Menos de 10% da turma estudam muito. OBS: Caso o verbo apareça anteposto à expressão de porcentagem, esse deverá concordar com o numeral: Aprovaram a decisão da diretoria 50% dos funcionários. Caso 10: Concordância com o verbo ser: Quando, em predicados nominais, o sujeito for representado por um dos pronomes: tudo, nada, isto, isso, aquilo: O verbo <ser> ou <parecer> concordarão com o predicativo. Tudo são flores. Aquilo parecem ilusões. OBS: Poderá ser feita a concordância com o sujeito quando se quer enfatizá-lo. Aquilo é sonhos vãos. O verbo ser concordará com o predicativo quando o sujeito for os pronomes interrogativos <que> ou <quem>. Que são gametas? Quem foram os escolhidos? Em indicações de horas, datas, tempo, distância: A concordância será feita com a expressão

numérica. São nove horas. É uma hora. OBS: Em indicações de datas, são aceitas as duas concordâncias, pois subentende-se a palavra dia. Hoje são 24 de outubro. Hoje é (dia) 24 de outubro.

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Quando o sujeito ou predicativo da oração for pronome pessoal, a concordância se dará com o pronome. Esse cara sou eu. OBS: Se os dois termos (sujeito e predicativo) forem pronomes, a concordância será com o que aparece primeiro, considerando o sujeito da oração. Eu não sou tu. Nas locuções: é pouco, é muito, é mais de, é menos de, junto a especificações de preço, peso, quantidade, distância e etc.: O verbo fica sempre no singular. Cento e cinquenta é pouco. Cem metros é muito. Nas expressões do tipo: ser preciso, ser necessário, ser bom, o verbo e o adjetivo podem ficar invariáveis (verbo na 3ª pessoa do singular e adjetivo no masculino singular) ou concordar com o sujeito posposto. É necessário aqueles materiais. São necessários aqueles materiais. Caso 11: O Verbo "Parecer". Em orações desenvolvidas, o verbo parecer fica no singular. As paredes parece que têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos.) Quando seguido de infinitivo, admite duas concordâncias: O verbo parecer varia e não se flexiona o infinitivo. Alguns colegas pareciam chorar naquele momento. O verbo parecer não varia e o infinitivo sofre flexão. Alguns colegas parecia chorarem naquele momento. A primeira construção é considerada corrente, enquanto a segunda, literária. Caso 12:Concordância com o infinitivo. O infinitivo é a forma nominal do verbo e pode apresentar-se flexionado e não flexionado. O estudo do infinitivo na Língua Portuguesa é bastante complexo, já que, em alguns casos, ele deve ser flexionado, em outros, ele pode ser flexionado, e em outros ainda ele não se flexiona. Exemplo de como flexionar o infinitivo do verbo cantar: Era para eu cantar. Era para tu cantares. Era para ele cantar. Era para nós cantarmos. Era para vós cantardes. Era para eles cantarem NÃO SE FLEXIONA O INFINITIVO: Não se flexiona o infinitivo se o sujeito for representado por pronome pessoal oblíquo átono (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, se, os, as, lhes). Esperei-as chegar. QUANDO O INFINITIVO NÃO SE REFERIR A SUJEITO ALGUM. Navegar é preciso, viver não é preciso. Querer é poder. Fumar prejudica a saúde. É proibido colar cartazes neste muro. É preciso lutar contra as drogas. Vale a pena ter fé e esperança sempre. INFINITIVO COM VALOR DE IMPERATIVO (ordem, pedido, conselho, apelo): Soldados, recuar! Como verbo principal de locução verbal: Os alunos podem sair mais cedo hoje. (O verbo sair é o principal da locução "podem sair"). Eles não podem fazer isso! (O verbo fazer é o principal da locução "podem fazer"). QUANDO O VERBO AUXILIAR ESTIVER AFASTADO OU OCULTO, A FLEXÃO DO INFINITIVO DO VERBO PRINCIPAL DA LOCUÇÃO É FACULTATIVA: Não devemos, depois de tudo, duvidar e reclamar dela. Não devemos, depois de tudo, duvidarmos e reclamarmos dela. QUANDO FIZER RERÊNCIA A GERÚNDIO: As peças estavam estragadas, devendo ser substituídas. Começaram as inscrições, podendo os candidatos dirigir-se à sala

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FLEXIONA-SE OBRIGATORIAMENTE O INFINITIVO: Quando o sujeito for diferente de pronome átono, estiver evidente e determinante de verbo não acusativo: Não é necessário vocês chegarem mais cedo. QUANDO SE QUISER INDETERMINAR O SUJEITO (UTILIZANDO A TERCEIRA PESSOA DO PLURAL); Faço isso para (eu) não me achar inútil. Faço isso para não me acharem inútil. QUANDO O INFINITIVO É O SUJEITO: O morrerem pela pátria é sina de alguns soldados. QUANDO O SUJEITO DO VERBO NO INFINITIVO FOR DIFERENTE DO SUJEITO DO VERBO DA OUTRA ORAÇÃO. Meninos, vejo estarem atrasados mais uma vez. (O sujeito “vocês” do infinitivo “estar”é diferente do sujeito “eu” do verbo “ver” na outra oração.) Falei a eles sobre a vontade de deixarmos o time. (O sujeito “nós” do infinitivo “deixar” é diferente do sujeito “eu” do verbo “ver” na outra oração.) QUANDO O VERBO FOR DE LIGAÇÃO OU ESTIVER NA VOZ PASSIVA: Elas tiveram que suar muito para se tornarem campeãs. O porta-voz disse que as medidas a serem tomadas contra o terror serão rigorosas. QUANDO APRESENTAR RECIPROCIDADE OU REFLEXIBILIDADE DE AÇÃO. Fizemos os adversários se cumprimentarem com gentileza. Deixem os namorados beijarem-se como quiserem. FLEXÃO OPCIONAL: Se o sujeito do verbo no infinitivo for o mesmo do verbo da outra oração, a flexão do infinitivo não é necessária. Não é, porém, proibida. Os escoteiros chamaram os chefes para apresentar o relatório. Os escoteiros chamaram os chefes para apresentarem o relatório. (O sujeito de ambos os verbos “chamar” e “apresentar” é o mesmo: os escoteiros.) (tu) Lerás o texto antes de (tu) responder. (tu) Lerás o texto antes de (tu) responderes. Para estudar, estaremos sempre dispostos. Para estudarmos, estaremos sempre dispostos.

NÃO SENDO CLARO O SUJEITO, PODE-SE FLEXIONAR O INFINITIVO QUANDO FOR PRECISO EVITAR AMBIGUIDADE: Está na hora de começarmos o trabalho. (nós). Está na hora de começar o trabalho. (Quem? eu, você, ele, nós?). O presidente liberou os seus ministros para subirem no palanque. (para os ministros subirem) O presidente liberou os seus ministros para subir no palanque. (para o presidente subir) PREPOSIÇÃO + INFINITIVO: Será não flexionado quando ocorrer locução verbal onde a ligação com o verbo auxiliar ocorrer por meio de preposição: Acabamos de fazer os exercícios. SERÁ NÃO FLEXIONADO QUANDO HOUVER A COMBINAÇÃO ADJETIVO + PREPOSIÇÃO + INFINITIVO: São casos difíceis de solucionar. NÃO SE FLEXIONA O INFINITIVO PRECEDIDO DE PREPOSIÇÃO COM VALOR DE GERÚNDIO. (Nós) Passamos horas a comentar o filme. (comentando) NÃO SE FLEXIONA O INFINITIVO COM PREPOSIÇÃO QUE APAREÇA DEPOIS DE UM VERBO NA VOZ PASSIVA: Os jornalistas foram forçados a sair da sala. As pessoas eram

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obrigadas a esperar em fila. DEPOIS DA COMBINAÇÃO AO, O INFINITIVO VARIA OBRIGATORIAMENTE: Ao entrarmos, encontramos o João. Ao derreterem-se, as amostras do gelo deixaram sedimentos. A VARIAÇÃO SERÁ OBRIGATÓRIA SE O VERBO FOR PRONOMINAL OU SE EXPRIMIR RECIPROCIDADE OU REFLEXIBILIDADE DE AÇÃO: Gastamos duas horas para nos dirigirmos para lá. Eles relutaram muito para se cumprimentarem. Foram ao cabeleireiro a fim de se pentearem. NOS DEMAIS CASOS É OPCIONAL FLEXIONAR OU NÃO. O rapaz ajudava as garotas a superar suas dificuldades em Matemática. O rapaz ajudava as garotas a superarem suas dificuldades em Matemática. Para chegar aqui, gastamos duas horas. Para chegarmos aqui, gastamos duas horas. 7. CRASE A palavra crase é de origem grega e significa "fusão", "mistura". Na língua portuguesa, é o nome que se dá à "junção" de duas vogais idênticas. Aprender a usar a crase, portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome. Observe: Vou a a igreja. Vou à igreja. Quando ocorre esse encontro das duas vogais e elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave. Observe os outros exemplos: Conheço a aluna Refiro-me à aluna. Há duas maneiras de verificar a existência de um artigo feminino "a" (s) ou de um pronome demonstrativo "a" (s) após uma preposição "a": 1- Colocar um termo masculino no lugar do termo feminino que se está em dúvida. Se surgir a forma ao, ocorrerá crase antes do termo feminino. Veja os exemplos: Conheço "a" aluna. / Conheço o aluno Refiro-me ao aluno. / Refiro-me à aluna. 2- Trocar o termo regente acompanhado da preposição a por outro acompanhado de uma preposição diferente (para, em, de, por, sob, sobre). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou seja, se não surgirem novas formas (na (s), da (s), pela (s),...), não haverá crase. Veja os exemplos: - Penso na aluna. - Apaixonei-me pela aluna. Principais casos em que a crase NÃO ocorre: - DIANTE DE SUBSTANTIVOS MASCULINOS. Exemplos: Andamos a cavalo. / Fomos a pé. / Passou a camisa a ferro. / Fazer o exercício a lápis. / Compramos os móveis a prazo. / - DIANTE DE VERBOS NO INFINITIVO: Exemplos: A criança começou a falar. / Ela não tem nada a dizer. / Estavam a correr pelo parque. / Estou disposto a ajudar. / Continuamos a observar as plantas. Obs.: como os verbos não admitem artigos, constatamos que o "a" dos exemplos acima é apenas preposição, logo não ocorrerá crase.

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- DIANTE DA MAIORIA DOS PRONOMES E DAS EXPRESSÕES DE TRATAMENTO, COM EXCEÇÃO DAS FORMAS SENHORA, SENHORITA E DONA. Exemplos: Diga a ela que não estarei em casa amanhã. / Entreguei a todos os documentos necessários. / Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem. / CRASE DIANTE DOS PRONOMES - Trocar a palavra feminina por uma masculina, caso na nova construção surgir a forma ao, ocorrerá crase. Exemplos: Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.) / Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao senhor.) / Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. - DIANTE DE NUMERAIS CARDINAIS. Exemplos: Chegou a duzentos o número de feridos. / Daqui a uma semana começa o campeonato. Casos em que a crase SEMPRE ocorre: - DIANTE DE PALAVRAS FEMININAS. Exemplos: Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega. / Sempre vamos à praia no verão. / Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores. Sou grata à população. / Fumar é prejudicial à saúde. - DIANTE DA PALAVRA "MODA", com o sentido de "à moda de" (mesmo que a expressão moda de fique subentendida). Exemplos: O jogador fez um gol à (moda de) Pelé. / Usava sapatos à (moda de) Luís XV. / O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro. - NA INDICAÇÃO DE HORAS. Exemplos: Acordei às sete horas da manhã. / Elas chegaram às dez horas. / Foram dormir à meia-noite. / Ele saiu às duas horas. Obs.: com a preposição "até", a crase será facultativa. Exemplo: Dormiram até as/às 14 horas. - EM LOCUÇÕES ADVERBIAIS, PREPOSITIVAS E CONJUNTIVAS DE QUE PARTICIPAM PALAVRAS FEMININAS. Por exemplo: à tarde, à noite, à vontade, às avessas, à esquerda, à direita, à luz, à semelhança de, às ocultas, às claras, à beça, à revelia, às turras, à procura, à sombra de, às pressas, às escondidas, às vezes, à frente de, à medida que, à força, à toa, à proporção que, à luz, à semelhança de, às ordens. CRASE DIANTE DE NOMES DE LUGAR. Para saber se um nome de lugar admite ou não a anteposição do artigo feminino "a", deve-se substituir o termo regente por um verbo que peça a preposição "de" ou "em". A ocorrência da contração "da" ou "na" prova que esse nome de lugar aceita o artigo e, por isso, haverá crase. Exemplos: Vou à França. (Vim da França. Estou na França.) / Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.) / Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália) / Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Porto Alegre.) / Cheguei a Pernambuco. (Vim de Pernambuco. Estou em Pernambuco.) / Retornarei a São Paulo. (Vim de São Paulo. Estou em São Paulo.) ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especificado, ocorrerá crase. Veja: Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. Irei à Salvador de Jorge Amado. CRASE DIANTE DOS PRONOMES DEMONSTRATIVOS AQUELE (S), AQUELA (S), AQUILO. Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo regente exigir a preposição "a". Exemplo: Refiro-me a aquele atentado. Refiro-me àquele atentado. Veja outros exemplos: Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho. / Quero agradecer àqueles que me socorreram. / Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai.

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Não obedecerei àquele sujeito. / Assisti àquele filme três vezes. / Espero aquele rapaz. / Fiz aquilo que você disse. / Comprei aquela caneta. CRASE COM OS PRONOMES RELATIVOS A QUAL, AS QUAIS. Depende do verbo. Se o verbo que rege esses pronomes exigir a preposição "a", haverá crase. Se for possível substituir por um termo masculino, haverá crase. Exemplo: A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade. / O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade. Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase. CRASE COM O PRONOME DEMONSTRATIVO "A" Também pode ser detectada pela substituição do termo regente feminino por um termo regido masculino. Exemplos: Minha revolta é ligada à do meu país. Meu luto é ligado ao do meu país. / As orações são semelhantes às de antes. Os exemplos são semelhantes aos de antes. A PALAVRA DISTÂNCIA. Se a palavra distância estiver especificada, determinada, a crase deve ocorrer. Exemplo: Sua casa fica à distância de 100 quilômetros daqui. (A palavra está determinada.) / Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A palavra está especificada.) Se a palavra distância não estiver especificada, a crase não pode ocorrer. Exemplo: Os militares ficaram a distância. / Gostava de fotografar a distância. / Ensinou a distância. / Dizem que aquele médico cura a distância. OBSERVAÇÃO: por motivo de clareza, para evitar ambiguidade, pode-se usar a crase. Veja: Gostava de fotografar à distância. / Ensinou à distância. Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA - DIANTE DE NOMES PRÓPRIOS FEMININOS: Porque é facultativo o uso do artigo. Exemplos: Entreguei o cartão a Paula. / Entreguei o cartão à Paula. / Entreguei o cartão a Roberto. / Entreguei o cartão ao Roberto. Contei a Laura o que havia ocorrido na noite passada. / Contei à Laura o que havia ocorrido na noite passada. / Contei a Pedro o que havia ocorrido na noite passada. / Contei ao Pedro o que havia ocorrido na noite passada. - DIANTE DE PRONOME POSSESSIVO FEMININO. porque é facultativo o uso do artigo. Exemplos:

Cedi o lugar a minha avó. Cedi o lugar a meu avô. Cedi o lugar à minha avó. Cedi o lugar ao meu avô.

8. SINTAXE - PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO Período Composto É aquele constituído por mais de uma oração. 1) Período composto por coordenação - No período composto por coordenação as orações se ligam pelo sentido, mas não existe dependência sintática entre elas. As orações coordenadas subdividem-se em: a) Coordenadas Assindéticas- Não são introduzidas por conjunção. Ex.: Trabalhou, sempre irá trabalhar. b) Coordenadas Sindéticas - São introduzidas por conjunção. Esse tipo de oração se

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subdivide em: Sindética Aditiva: ideia de adição, acréscimo. Principais conjunções usadas: e, nem, (não somente)... como também. Ex.: O professor não somente elaborou exercícios como também uma extensa prova. Coordenada Sindética Adversativa: ideia de contraste, oposição. Principais conjunções usadas: mas, contudo, entretanto, porém... Ex.: O professor elaborou um exercício simples, mas a prova foi bastante complexa. Coordenada Sindética Alternativa: ideia de alternância, exclusão. Principais conjunções usadas: quer...quer, ora...ora, ou...ou. Ex.: Ou o professor elabora o exercício ou desiste de aplicar a prova. Coordenada Sindética Conclusiva: ideia de dedução, conclusão. Principais conjunções usadas: portanto, pois, logo... Ex.: O professor não elaborou a prova, logo não poderá aplicá-la na data planejada. Coordenada Sindética Explicativa: ideia de explicação, motivo. Principais conjunções usadas: pois, porque. Ex.: O professor não elaborou a prova, porque ficou doente. 9. ELEMENTOS DA NARRAÇÃO

O texto narrativo caracteriza-se pelo relato de fatos retratados por uma sequência de ações, relacionadas a um determinado acontecimento, podendo ser estes fatos reais ou fictícios. ELEMENTOS PRINCIPAIS DA NARRAÇÃO: personagens, narrador, espaço, tempo e enredo propriamente dito, ou seja, o assunto sobre o qual se trata. Dentre aqueles caracterizados como narrativos, destacam-se os contos, novelas, romances, algumas crônicas, poemas narrativos, histórias em quadrinhos, piadas, letras musicais, entre outros.

PERSONAGENS: Constituem os seres que participam da narrativa, interagindo-se com o leitor de acordo com o modo de ser e de agir. Algumas ocupando lugar de destaque, também chamadas protagonistas, outras se opondo a elas, denominadas de antagonistas. As demais caracterizam-se como secundárias. TEMPO: Retrata o momento em que ocorrem os fatos (manhã, tarde, noite, na primavera, em dia chuvoso). O mesmo pode ser cronológico, ou seja, determinado por horas e datas, revelado por acontecimentos dispostos numa ordem sequencial e linear - início, meio e fim; e psicológico, aquele ligado às emoções e sentimentos, caracterizado pelas lembranças dos personagens, reveladas por momentos imprecisos, fundindo-se em presente, passado e futuro. ESPAÇO: É o lugar onde se passa toda a trama. Algumas vezes é apenas sugerido no

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intuito de aguçar a mente do leitor, outras, para caracterizar os personagens de forma contundente. Dependendo do enredo, a caracterização do mesmo torna-se de fundamental importância, como, por exemplo, os romances regionalistas. NARRADOR: Ele funciona como um mediador entre a história que ora é narrada e o leitor (ou ouvinte). Sua perspectiva, aliada a seu ponto de vista e ao modo pelo qual organiza tudo aquilo que conta, são fatores decisivos para a constituição da história. A maneira pela qual o narrador se situa em relação ao que está narrando denomina-se como foco narrativo. E, basicamente, há três tipos: NARRADOR-PERSONAGEM: Narrando em 1ª pessoa, ele participa da história, relatando os fatos a partir de sua ótica, predominando as impressões pessoais e a visão parcial dos fatos. NARRADOR-OBSERVADOR: Ele revela ao leitor somente os fatos que consegue observar, relatando-os em 3ª pessoa. NARRADOR-ONISCIENTE: Além de observar, ele sabe e revela tudo sobre o enredo e os personagens, até mesmo seus pensamentos mais íntimos, como também detalhes que até mesmo eles não sabem. Em virtude de estar presente em toda parte, é também chamado de onipresente, o que lhe permite observar o desenrolar dos acontecimentos em qualquer espaço que ocorram.

Algumas vezes limita-se a observá-los de forma objetiva, em outras, emite opiniões e julgamento de valor acerca do assunto. ENREDO: É o conjunto de incidentes que constituem a ação da narrativa. Todo enredo é composto por um conflito vivido por um ou mais personagens, cujo foco principal é prender a atenção do leitor por meio de um clima de tensão que se organiza em torno dos fatos e os faz avançar.

Geralmente, o conflito determina as partes do enredo, representadas pelas referidas partes: INTRODUÇÃO: É o começo da história, no qual se apresentam os fatos iniciais, os personagens, e, às vezes, o tempo e o espaço. COMPLICAÇÃO: É a parte em que se desenvolve o conflito. CLÍMAX: Figura-se como o ponto culminante de toda a trama, revelado pelo momento de maior tensão. É a parte em que o conflito atinge seu ápice. CONCLUSÃO OU DESFECHO FINAL: É a solução do conflito instaurado, podendo apresentar final trágico, cômico, triste, ou até mesmo surpreendente. Tudo irá depender da decisão imposta pelo narrador. Referências:

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