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LÍNGUA PORTUGUESA PROF. JOSÉ FRANCISCO PROF.ª MARISTELA MARCHANTE 9º ANO ENSINO FUNDAMENTAL

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LÍNGUAPORTUGUESA

PROF. JOSÉ FRANCISCO

PROF.ª MARISTELA MARCHANTE9º ANOENSINO FUNDAMENTAL

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Unidade IIITrabalho: a trajetória humana, suas produções e manifestações

CONTEÚDOS E HABILIDADES

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Aula 24.2Conteúdo

• Crônica

CONTEÚDOS E HABILIDADES

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Habilidade • Distinguir as características dos diferentes tipos de

Crônica.

CONTEÚDOS E HABILIDADES

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crônica

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Existem duas formas de crônica: a crônica narrativa, relatando fatos do cotidiano, com personagens, enredo, etc. e a crônica jornalística, uma forma mais moderna, que não narra e sim disserta, defende ou mostra um ponto de vista diferente do que a maioria enxerga. Apresentação de notícias ou fatos baseados no cotidiano. Pode ser policial, desportiva, etc.As semelhanças entre elas são o caráter social crítico, o humor, a ironia, até mesmo com um tom sarcástico.

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Tipos de CrônicasCrônica Narrativa Tem por base uma história - às vezes, constituída só de diálogos - que pode ser narrada tanto na 1ª quanto na 3ª pessoa do singular.

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Tipos de CrônicasCrônica Descritiva Ocorre quando uma crônica explora a caracterização de seres animados e inanimados, num espaço vivo, como numa pintura.

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Tipos de CrônicasHistórica Marcada por relatar fatos ou acontecimentos históricos, com personagens, tempo e espaço definidos. Aproxima-se da crônica narrativa.

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Trecho da carta de achamento do Brasil

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Histórica, descritiva e narrativaTrecho da carta de achamento do Brasil

[...]Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, que, certo, assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida

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daquela tintura preta; e todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma. Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela, e não lhe queriam pôr a mão. Depois lhe pegaram, mas como espantados.

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Tipos de CrônicasHistórica, descritiva e narrativa

As fontes que ha na terra são infinitas, cujas águas fazem crescer a muitos e mui grandes rios que por esta costa, assim da banda do Norte, como do Oriente, entram no mar Oceano. [...]Um dos mais famosos e principais que ha nestas partes é o das Amazonas, o qual sai ao Norte meio grão da equinocial para o Sul e tem trinta léguas de boca pouco mais ou menos.

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Tipos de CrônicasHistórica, descritiva e narrativa

E tanto que as arrancão põem-na a curtir em água três quatro dias, e depois de curtidas, pisam-nas muito bem. Feito isto metem aquela massa em umas mangas compridas e estreitas que fazem de umas vergas delgadas, tecidas á maneira de cesto: e ali a espremem daquele sumo da maneira que não fique dele nenhuma cousa por esgotar: porque é tão peçonhento e

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em tanto extremo venenoso, que si uma pessoa ou qualquer outro animal o beber, logo naquele instante morrerá. E depois de assim a terem curada desta maneira põem um alguidar sobre o fogo em que a lançam, a qual está mexendo uma Índia até que o mesmo fogo lhe acabe de gastar aquela umidade e fique enxuta e disposta a se comer.[...]

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Tipos de CrônicasCrônica Humorística

Apresenta uma visão irônica ou cômica dos fatos em forma de um comentário, ou de um relato curto.

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O piquenique das tartarugas

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Tipos de CrônicasCrônica Lírica

Apresenta uma linguagem poética e metafórica. Nela, predominam: emoções, os sentimentos (paixão, nostalgia e saudades), traduzidos numa atitude poética. Há uma introspecção do eu lírico.

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Tipos de CrônicasPalhaços também choram

[...]O raiar acarreta outro amargor. Ser o personagem, o mágico, a felicidade. A aflição de reinventar um Eu a cada novo espetáculo e de sucumbir após o encerramento, diante das cortinas que indicam o término da hilária e solitária dramaturgia.

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É no exílio. Perdoe-me! No camarote. Que as manchas surgem. O borrão, a tinta, a máscara, o artista se purga em lágrimas e o espelho parece ofender, dizer, falar… Ofender, dizer, falar! Seu único desejo é tal liberdade, a simples humanidade de poder brigar, falar mal, gritar, gritar! Exausto dessa solidão mundana, reza estar sozinho de si mesmo, libertar-se do personagem, desprender-se, esvaziar-se, GRITAR, GRITAR![...]

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Tipos de CrônicasCrônica Poética

Em uma linguagem poética e metafórica o autor extravasa sua alma lírica diante de episódios sentimentais, nostálgicos ou de simples beleza da vida urbana, significativos para ele.

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Tipos de CrônicasA moça

Júlia Maria Anauã A moça tinha um outro tempo que não o nosso. Entrou no ônibus alheia, distraída, desconectada do mundo que lhe pregava os olhos. Não que fosse blasé, ou despeitada, ou tivesse aquela arrogância típica das mulheres lindas demais. Não. Ela apenas não estava ali. Decerto viajava em mergulhos metafísicos, em abstrações profundas, em cogitações existenciais que a nenhum outro passageiro é dado alcançar. [...]

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Tipos de CrônicasCrônica Reflexiva

Reflexões filosóficas sobre vários assuntos. Apresenta uma reflexão de alcance mais geral a partir de um fato particular.

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O cajueiro Rubem Braga

O cajueiro já devia ser velho quando nasci. Ele vive nas mais antigas recordações de minha infância: belo, imenso, no alto do morro atrás da casa. Agora vem uma carta dizendo que ele caiu.Eu me lembro do outro cajueiro que era menor e morreu há muito tempo. Eu me lembro dos pés de pinha, do cajá-manga, da grande touceira de espadas-de-são-jorge (que nós chamávamos simplesmente

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“tala”) e da alta saboneteira que era nossa alegria e a cobiça de toda a meninada do bairro porque fornecia centenas de bolas pretas para o jogo de gude. Lembro-me da tamareira, e de tantos arbustos e folhagens coloridas, lembro-me da parreira que cobria o caramanchão, e dos canteiros de flores humildes, “beijos”, violetas. Tudo sumira; mas o grande pé de fruta-pão ao lado da casa e o imenso cajueiro lá no alto eram como árvores sagradas protegendo a família. Cada menino que ia crescendo ia aprendendo o jeito de seu tronco, a cica

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de seu fruto, o lugar melhor para apoiar o pé e subir pelo cajueiro acima, ver de lá o telhado das casas do outro lado e os morros além, sentir o leve balanceio na brisa da tarde.No último verão ainda o vi; estava como sempre carregado de frutos amarelos, trêmulo de sanhaços. Chovera: mas assim mesmo fiz questão de que Carybé subisse o morro para vê-lo de perto, como quem apresenta a um amigo de outras terras um parente muito querido.

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A carta de minha irmã mais moça diz que ele caiu numa tarde de ventania, num fragor tremendo pela ribanceira; e caiu meio de lado, como se não quisesse quebrar o telhado de nossa velha casa. Diz que passou o dia abatida, pensando em nossa mãe, em nosso pai, em nossos irmãos que já morreram. Diz que seus filhos pequenos se assustaram; mas foram brincar nos galhos tombados.Foi agora, em fins de setembro. Estava carregado de flores.

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Tipos de CrônicasCrônica Argumentativa

A Opinião explícita, com argumentos mais “sentimentalistas” do que “racionais” - em vez de “segundo o IBGE a mortalidade infantil aumenta no Brasil”, seria “vejo mais uma vez esses pequenos seres não alimentarem sequer o corpo”. Exposto tanto na 1ª pessoa do singular quanto na 1ª do plural.

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As principais características de uma crônica argumentativa são:● Argumentação e persuasão;● Crítica, humor e ironia;● Induz a reflexão;● Subjetividade e criatividade;● Fusão do estilo jornalístico e literário.

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No topo Mário Prata

[...]A pichação é a consequência dessa contadição. Quando o garoto começa a perceber que seu futuro está muito mais para a fábrica de parasfusos do que para jogador da seleção brasileira, que o único lugar em que as pesoas lerão seu nome será na etiqueta de seu macacão, resolve fazer fama por suas próprias mãos: pega um spray de tinta e escreve seu nome no

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alto dos prédios. Os pichadores competem para ver quem chega mais alto, quem escreve o nome no lugar mais difícil.

[...]De uma certa forma, é mais ou menos isso que o pichador está fazendo: conquistando seus 15 palmos de fama na imensidão das grandes cidades. Ele nunca chegará ao topo da sociedade; seu nome, sim.

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Descreva as características dos seguintes tipos de crônicas:

1- Poética2- Reflexiva 3- Argumentativa

DINÂMICA LOCAL INTERATIVA

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