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Livro e-book: A Ciência Historiográfica e a Emancipação Política das Favelas e das Comunidades 21/09/2013 18:46 A CIÊNCIA HISTORIOGRÁFICA E A EMANCIPACÃO POLÍTICA DAS FAVELAS E DAS COMUNIDADES. Prof. Leandro Porto Almeida.

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Page 1: Livro4

Livro e-book: A Ciência Historiográfica e a Emancipação Política das Favelas e das Comunidades21/09/2013 18:46

                  A CIÊNCIA HISTORIOGRÁFICA E A

                  EMANCIPACÃO POLÍTICA DAS FAVELAS E

                  DAS COMUNIDADES.

 

 

                  Prof. Leandro Porto Almeida.

 

                  ₢LeandroPortoAlmeida. Todos os direitos reservados.

 

Page 2: Livro4

                  Índice:

       

Introdução...........................................................................................4

 

Parte I – Fatores didaticocientíficos................................................11

 

 I – A desigualdade econômica entre as classes sociais...................12

 

II – As diretrizes da ação política em discernimento à

       resolução dos problemas causados pela desigualdade

       social..........................................................................................16

 

III – Reformas estruturais de ordem sociopolítica e a reabilitação

        ao desenvolvimento sociocomunitário.....................................19

 

Page 3: Livro4

IV – O dispor do conhecimento historiográfico à ação               

         politicosocial...........................................................................21

 

V – Direcionamento da ciência historiográfica à ação política para     

       a adequação do Brasil ao perfil de “grande potência

econômica” .............................................................................................

.............24 

 

VI – Plausibilidade da transformação sociocomunitária do Brasil

        para o desenvolvimento sociocivil e comunitário....................26

 

 

Parte II.............................................................................................29

 

Page 4: Livro4

I - As desigualdades do sistema socioestrutural e econômico.........30

 

II – O contraste político da teoria e da prática da emancipação

       das favelas.................................................................................32

 

III - O engendramento político do Brasil a um modelo de ascensão 

        socioeconômica........................................................................35

 

IV - O caráter didaticocientífico da História....................................37

 

V - A emancipação de favelas de grande e de médio porte e a

      Historiaciência............................................................................38

 

Page 5: Livro4

Bibliografia......................................................................................36

 

 

 

A ciência historiográfica e a emancipação política das favelas e das comunidades.                                                                                                                        

4

 

                  Introdução:

 

                  No Brasil contemporâneo, a nova historiografia chamada

de "Nova-História1", fragmentada (e não mais factual do pós-1960),

pôde-se notar através da pesquisa historiográfica e mesmo

sociológica uma disparidade muito grande em relação ao modelo

sociocomunitário e econômico do povo brasileiro e a idealização de

um modelo sociocivil capaz de elevar o padrão de vida nesta nação. A

busca de um novo modelo, ao qual deveria ser composto nosso

sistema estrutural sociocomunitário pode ser observada como

resultado de uma ciência (a ciência historiográfica).

Page 6: Livro4

                  Nossa sociedade concebe em sua organização uma

estruturação; esta estruturação é chamada sociologicamente de

classe social. O estudo histórico ou sociológico do Brasil determina a

existência de disparidades e necessidades humanocomunitárias

como, por exemplo, no problema do subdesenvolvimento

sociocomunitário.

                  Em um contexto globalizado (de informatização e de

rapidez na transmissão de informações) é possível criarmos uma

1 – Antes, a História era uma narrativa factual (narrava os fatos históricos), uma cópia substancial. Após a criação da Nova História houve uma fragmentação

ao ponto de uma subdivisão.

                                                                                                            5

opinião de discernimento à sociologia (o estudo da sociedade), à

antropologia (o estudo da humanidade) e mesmo à história do Brasil e

considerarmos que o problema do subdesenvolvimento

sociocomunitário é um problema político. A relação de distanciamento

da ação política no trato às questões significativas observadas pelo

estudo do subdesenvolvimento no Brasil constrói a imagem de uma

falta de planejamento de ordem orgânica2 (por parte do governo), à

existência deste subdesenvolvimento.

                  Este mundo está composto pelas desigualdades

sociocomunitárias, porém em uma condição de supremacia relacional,

uma vez que exerce grandes condições de alterar a condição

Page 7: Livro4

historicocivil destas comunidades. Porém, há a carência de uma

política de ajuste comunitarioestrutural de eficiência no atendimento

das necessidades sociocomunitárias e de desenvolvimento do sistema

social.

                  Um reerguimento socioestrutural e civilcomunitário nestas

comunidades (favelas; núcleos habitacionais sem planejamento), será

um instrumento social de apoio ao funcionamento do Estado. Desta

forma, haverá uma modificação

comunitária capaz de elevar o grau de importância destas

2 - Deste modo, o governo através da criação de leis procede a ideologias de condução intelectual aos cidadãos e cidadãs estando em procedimento de

prática política.

                                                                                                            6

comunidades (as favelas) ao Estado do Brasil.

                  A mudança na participação civil ou social das comunidades

pobres do Brasil (as favelas) exige uma série de procedimentos a

serem tomados pela ordem política, como a organização da ação

política, etc. O Brasil terá que caminhar ou conduzir a ação política a

uma possibilidade comunitariocientífica e assim, rumar a uma

adequação aos fatores de relevância política.

                  Entre estes fatores de relevância política encontram-se: o

desenvolvimento do país; a ascensão das comunidades pobres e a

Page 8: Livro4

evolução cívica e democrática desta República do Brasil. O país terá

que alterar o sistema comunitário das favelas e das comunidades

pobres, assim irá garantir a evolução da sua sociedade.

                  Através da pesquisa histórica (responsável pela elaboração

deste livro), é possível perceber o início da consolidação destas

comunidades (favelas) pobres: a partir da Proclamação da República

(e mesmo após a abolição da escravidão brasileira, em 1888), em

1889. Nesta época, emergiu uma classe social (em sua maioria vinda

da escravidão), desassistida de benefícios sociais.

                  Esta classe social, em geral de origem escrava passou das

mãos dos donos de escravos (os ricos proprietários de escravos) ao

acaso do mundo econômico.

 

                                                                                                            7

                  Este livro (historiográfico) irá interceder: em uma

compreensão do passado histórico analogada com o resultado

científico (da história ciência humana) determinando, além do texto

historiográfico o desenvolvimento de um saber histórico a respeito das

favelas (ou comunidades menos favorecidas).

Page 9: Livro4

                  Os elementos extraídos de uma compreensão do processo

histórico (do passado histórico) deste modo irão compor um

cadenciamento antropológico-histórico (das ações da humanidade no

tempo) e assim observar um panorama historicoantropológico3 em que

a humanidade rumará à organização sociocomunitária. 

                   A referência didaticoantropológica do povo brasileiro (o

estudo acerca da sociedade do Brasil), aceita a visão de um país

(Brasil) edificado à custa do desenvolvimento desorganizado. Em

relação às ações da Instituição do Governo do Brasil (de maneira

histórica, através de seus inúmeros governos) à questão de uma

distinção entre as classes sociais: como esta existente na sociedade

do Brasil, esta República esteve amplamente

desatenta aos problemas do subdesenvolvimento.

A população do Brasil (uma população mestificada): formada através

do colonialismo (da colonização de Portugal, da Espanha e mesmo da

Holanda) e aliada às migrações (as migrações de povos

3 - Estudo das ações historicocomunitárias ou costumes.

                                                                                                            8

vindos em geral da Europa: alemães, açorianos, poloneses e italianos,

etc) desenvolveu a presença de inúmeras etnias raciais, bem como de

seus costumes (antropologicamente considerados no caráter de

Page 10: Livro4

formação civilcomunitária como: cultura étnica). O processo histórico

da nação brasileira está ligado à mestificação de etnias.

                  A etnia racial de origem indígena, dos guaranis, tupis, gês,

caingangs, pampeanos e iaros das Américas fora mestificada ao povo

europeu a africano (este trazido com o comércio de escravos) e após

passado o período colonial: às migrações européias.

                  Estas migrações européias desenvolveram o Brasil à

presença de inúmeros costumes antropologicamente (do estudo da

humanidade) considerados como, por exemplo, ao modo de vida; à

realização de celebrações e rituais4; batizados; casamentos, etc ou

aos novos desdobramentos socioculturais dos quais a história relata e

a mim, historiador revelou-se aprazível relatar, a partir do projeto de

pesquisa historiográfico.

                  A população do Brasil é assim, aculturada (vive sob

diversas formas de cultura). No país (Brasil), é possível encontrarmos

pessoas que vivem em cabanas, choças (casa indígena), malocas,

barracos, casas, apartamentos, mansões, etc.

4 – Mesmo os rituais religiosos.

                                                                                                            9

(frutos de uma cultura diversificada).

Page 11: Livro4

                  Em nosso país, o Brasil cada qual descende de

colonizadores ou dos povos que habitavam a América antes do

descobrimento. Assim, por exemplo, o brasileiro pode descender de:

espanhóis, portugueses, holandeses, também como de imigrantes

alemães, poloneses, italianos, africanos (trazidos através da

escravidão) ou mesmo de povos indígenas.

                  Para o governo do Brasil (o governo de inúmeras gestões)

o aspecto de subdesenvolvimento existente no país é um fator

secular, algo que não tem resolução imediata. Em nossa sociedade há

a existência de desorganizações sociocivis (as chamadas favelas).

                  O desenvolvimento da História (disciplina) científica ou da

historiografia (a ciência historiográfica) é capaz de discernir o início e o

final da existência destes núcleos habitacionais. Através da

elaboração de um projeto historicocientífico (um livro, por exemplo)

será possível adequar a história a um caminho de desenvolvimento e

a existência destas sociedades (as favelas) a uma melhoria.

                  Deste modo, direcionei a escrita da historiografia à

resolução do problema do subdesenvolvimento sociocomunitário das

favelas. Através da historiografia o Brasil poderá alcançar uma

 

                                                                                                          10

Page 12: Livro4

ideologia política capaz de estabelecer uma melhor condição de vida

às populações subdesenvolvidas.

                   

 

                                Parte I

 

 

A ciência historiográfica e a emancipação política das favelas e das comunidades.                        12

 

                     I - A desigualdade econômica entre as classes

sociais:

                     A Proclamação da República5 em 1889 (que exaltou

fatores de revoltas sociais no Brasil) trouxe ao país (Brasil),

especificamente após a Guerra de Canudos6 (1893 a 1895?), o

desenvolvimento de um modelo civil-comunitário, de cunho

habitacional histórico conhecido por “favela”. Após cento e dezoito

anos, de 1895 até 2013, podemos identificar as chamadas “favelas”

Page 13: Livro4

como geradoras de um engendramento7 social de abandono político e

de um total descaso ideologicopolítico.

                  As favelas, originadas no início da construção de nosso

regime republicano (1895 – com o final da Revolta em Canudos): hoje

representam um grande obstáculo à transposição da sociedade

brasileira a um patamar de vida financeiro econômico de maior

igualdade entre as camadas que compõe esta sociedade brasileira.

                  Originadas a partir do final da Guerra de Canudos

(ocorrida na Bahia) as favelas eram construções de moradias

provisórias. Estas construções de barracos e cabanas pobres foram

5 – A mudança de regime político: de monarquia à república.

6 - Revolta de 1893 a 1895 em Canudos na Bahia.

7 – Que tornaram-se parte.

                                                                                                          13

levantadas por soldados e seus familiares nas cidades de Rio de

Janeiro e Salvador.

                 A aculturação (citada na introdução) existente na sociedade

do Brasil cria um amplo discernimento à consolidação de uma

sociedade desigual. No Brasil, o modo de vida do povo depende até

mesmo da descendência étnica: em que, por exemplo, nos dias atuais

Page 14: Livro4

há indígenas vivendo em choças, malocas e mesmo uma imensa

parcela da população vivendo em barracos, etc.

                  É comum a milhões de brasileiros viver de modo simples,

porém esta sociedade constitui-se desigual e alguns milhões de

pessoas vivem em comunidades irregulares (favelas). Assim, é

possível acompanhar a história destas comunidades, sabermos

quando elas surgiram de onde aquelas pessoas vieram que são os

seus descendentes, etc.

                  Ao observarmos a evolução do processo histórico (a

passagem do tempo), podemos perceber um descaso político em

relação a estas sociedades. As aglomerações populacionais (favelas)

cresceram, tornaram-se comunidades irregulares (sob o ponto de vista

urbano) e de difícil trâmite político e civil.

                  Assim, se pensarmos em evoluir politicamente e civilmente

uma favela de grande e mesmo de médio porte (que contenha, por

exemplo, mais do que trinta mil habitantes) temos que

                                                                                                          14

levar em conta que a Constituição do Brasil (a carta magna do país)

concede o direito à emancipação civil distrital a comunidades com

qualquer contingente populacional.                                            

Page 15: Livro4

                  A emancipação administrativa de diversas favelas

brasileiras ao status de cidade (transformação das favelas com mais

de trinta mil habitantes em cidades, com a existência de uma

Prefeitura, Câmara de Vereadores, Comarca Municipal Judiciária e

demais mecanismos de infraestrutura social, cultural, econômica,

financeira e administrativa e de formalização econômica) estaria

determinando limites civis territoriais de ação de uma estrutura

política.

                  Com a emancipação (destas favelas, por exemplo) o

Estado estaria organizado a promover a adequação social-comunitária

a este novo município (a favela emancipada), o qual se desenvolveria

segundo os seus moldes e costumes, estando sujeitos a sua própria

ação política e assim, determinando um padrão social de relação entre

o seu meio-ambiente e a vida social e política.

                  A emancipação das favelas ao status de cidades (ou

mesmo microcidades) irá gerar a formalização econômica, um

autogoverno às comunidades excluídas, a ampliação da república

(com a participação de um maior número de municípios) e também

uma sistematização organicopolítica de avanço cultural político e de

                                                                                                          15

Page 16: Livro4

estabelecimento de leis orgânicas elencadas pela representação

política à cidade, ou mesmo à microcidade (neste caso à antiga

favela).

 

 

A ciência historiográfica e a emancipação política das favelas e das comunidades.                        16

 

                  II – As diretrizes da ação política em discernimento à

resolução dos problemas causados pela desigualdade social:

                 

                  A ordem institucional política (a classe política estamental),

organiza setores administrativos das comunidades em geral, trazendo,

assim, ao desenvolvimento sociocivil e comunitário um mecanismo de

conduta ao sistema público, gerando benefícios e proporcionando a

melhoria das condições civis estruturais. Assim, atendendo ao

contexto das aspirações do Regime Republicano8 em sua concepção

teórica e contribuindo para o direcionamento do desenvolvimento

social e político, a classe política constitui-se um mecanismo de

controle ao acaso e à desorganização civil, porém deve constituir-se

próxima à comunidade, mesmo um autogoverno.

Page 17: Livro4

                  As comunidades do Brasil possuem o direito ao

autogoverno (à emancipação civilpolítica). As diferenças socioculturais

(mesmo provindas da aculturação do colonialismo e da imigração de

europeus) impedem o avanço da consolidação republicana, uma vez

que há diferentes comunidades em nossa sociedade.

                  O avanço cultural político de autogovernos (Prefeituras e

8 – Regime político de administração de um Estado público.

                                                                                                          17

Câmaras de Vereadores) nas atuais favelas (ou comunidades

irregulares) amparadas ao status de cidade (ou mesmo de

microcidade) do Brasil contribui para a regulação civil e social. A

institucionalização de leis orgânicas nestas comunidades e de

governos municipais irá tornar as favelas comunidades políticas (com

política instituída).                                                                                   

                  A ação política deve provir destas próprias comunidades,

em um discernimento de política representativa da favela (cidade ou

microcidade). Assim, haverá um procedimento republicano9 e

democrático10aos interesses destas comunidades.

                  Deste modo, as diretrizes políticas do Brasil observarão

leis orgânicas das favelas: então determinadas cidades (ou

Page 18: Livro4

microcidades por estarem rodeadas por uma grande cidade); a

Constituição Estadual e a Constituição Federal. O município progenitor

(este em que encontra-se a favela) deverá manter apenas limites

territoriais com estas comunidades, cabendo ao Governo do Estado e

ao Governo Federal o estabelecimento organicopolítico.

                  O autogoverno das comunidades menos favorecidas (as

favelas ou comunidades irregulares) estará garantido através da Lei

Orgânica do Município (ou do micromunicípio). O cerceamento

9 - Res (coisa), public (pública); Grego: Respublic (coisa pública).

10 – Demo (povo), cratus (governo); Grego: Democratus (governo do povo).

                                                                                                          18

deve ser observado apenas como limite geográfico (deste modo esta

comunidade estará implicada apenas geograficamente). 

 

 

A ciência historiográfica e a emancipação política das favelas e das comunidades.                        19

 

Page 19: Livro4

                      III - Reformas estruturais de ordem sociopolítica e a

reabilitação ao desenvolvimento sociocomunitário:

 

                      As reformas estruturais na República do Brasil estão

correlacionadas ao desenvolvimento econômico e civil e ao

enriquecimento sociocivil de nossa sociedade organizada

politicamente, economicamente e culturalmente. A República do Brasil

contém: a existência de favelas, territórios esquecidos (ou informais)

em que o governo atua de modo precário, detentores uma proliferação

de problemas à sociedade, ao governo e ao desenvolvimento civil e

cultural.

                  Assim, em uma consolidação de avanço cultural político o

país deverá conduzir a informalidade à formalização; o esquecimento

de camadas sociopopulacionais à ação política capaz e o abandono

político (da existência de favelas) à existência de autogovernos

(governos municipais nestas comunidades). O país (Brasil) conduzirá

estas comunidades ao desenvolvimento econômico, civil, político,

sociocomunitário e de ampla mudança; caso formalize um

autogoverno a estas camadas sociopopulacionais menos favorecidas.

 

                                                                                                          20

Page 20: Livro4

                  O caminho da ordem cultural política, deverá estar

norteado à ciência política como pólo regenerador da falência

republicana (a pobreza, a informalidade, etc). As favelas deverão

rumar ao amparo de legislações e estas deverão estar norteadas ao

desenvolvimento econômico, social, civil, político e cultural ao invés do

caminho do subdesenvolvimento.

                  Em nossa sociedade deveremos oportunizar o direito a

autogovernos e também tratar da condição de pobreza perpétua de

algumas comunidades. As comunidades subdesenvolvidas do Brasil

tiveram governos próximos a elas (nas prefeituras de grandes cidades,

por exemplo) e devem também ter o direito de formarem autogovernos

(o direito à emancipação: tornarem-se cidades ou microcidades, por

exemplo).

 

 

A ciência historiográfica e a emancipação política das favelas e das comunidades.                        21

 

                        IV – O dispor do conhecimento historiográfico à

ação politicosocial:

 

Page 21: Livro4

                        A história do Brasil demonstra um panorama sociocivil

de formação de uma sociedade desigual. Através do colonialismo (a

época em o Brasil estava sendo colonizado por Portugal, Espanha ou

Holanda), os governos europeus implementaram o funcionamento de

uma ordem social de incentivos à imigrantes e de submissão indígena

ou de africanos (povos escravizados).

                  No Brasil, os indígenas e os afrodescendentes (pessoas

negras) foram escravizados e a escravidão gerou a desigualdade

social. Os descendentes de africanos eram, em geral, pobres bem

como os indígenas.

                  Aliada a escravidão e à submissão imposta pelos governos

(os governos europeus da época do colonialismo) aos africanos (ou

afrodescendentes) e aos indígenas, havia a pobreza social e civil de

um Brasil colonial e após imperial (de 1500 até 1822 e de 1822 até

1889, respectivamente). Após a abolição da escravidão no Brasil (em

1888) emergiu uma classe social pobre, chamada de operariado ou

proletariado (assalariados).

 

                                                                                                          22

                  A política do Brasil constitui-se desorganizada no trato ao

subdesenvolvimento. As favelas são um empecilho ao crescimento do

Page 22: Livro4

Estado (no que tange ao seu desenvolvimento) e na História (a

história disciplina): é possível avaliar que uma modificação civil

estrutural nestas comunidades dependerá exclusivamente da ação

política.

                  Será possível modificarmos favelas, historicamente

estabelecidas através da ação política. Deste modo, devemos pensar

que a ação política deva partir destas próprias comunidades (em

autogovernos, comunidades emancipadas).

                  O dispor do conhecimento histórico-historiográfico à ação

politicosocial, diz respeito a um país que organizou sociedades com

autogovernos. Desde o século XV (15), em meados de 1650 havia

Câmaras Municipais e o progresso do país existiu através da política.

                  O esquecimento de algumas comunidades (principalmente

em grandes cidades do Brasil), chamadas de favelas demonstra que:

a ação política, não foi suficientemente capaz de trazer um

desenvolvimento sociocivil a estas comunidades.

                   Assim, nestas comunidades (as chamadas favelas) a

política não tem o poder de legislar em favor do desenvolvimento

sociocivil.

 

Page 23: Livro4

                                                                                                          23

                  A política deve impulsionar mudanças: abranger a inclusão

(gerar oportunidades a todos); desenvolver economicamente as

comunidades e promover legislações em favor da ordem, da paz e da

perpetuação do nosso Estado.

 

 

A ciência historiográfica e a emancipação política das favelas e das comunidades.                        24

 

                    V - Direcionamento da ciência historiográfica à ação

política para a adequação do Brasil ao perfil de "grande potência

econômica".

 

                  O Brasil constitui-se uma das maiores democracias do

mundo (ou seja: um dos maiores países do mundo em que o governo

pertence à nação) e adiante de continuar sendo um país

subdesenvolvido, pode ser considerado um país em desenvolvimento.

Page 24: Livro4

                   Deste modo, o direcionamento da ciência historiográfica (a

historiografia de teoria política ou mesmo de ciência humana): poderá

apontar a uma adequação da sociedade do Brasil. Assim, ao

desenvolvimento de setores pouco evoluídos civil e socialmente, para

uma contribuição científica.

                  Em nosso país o desenvolvimento sociocivil esteve

engendrado (coexistiu) à instituição de sociedades autogovernáveis11 e

assim as legislações tornaram esta nação: uma nação política.

                   A mudança sociopolítica do Brasil para o perfil conhecido

como “grande potência econômica” depende da aplicação de leis

cientificamente desenvolvidas; para o discernimento de uma

11 – Através de Emancipações à Micro-municípios.

 

                                                                                                          25

melhoria legislativo constitucional (em que a legislação melhore a

Constituição¹³ existente) aos setores pouco evoluídos civil e

socialmente.

                  A emancipação de favelas de grande e mesmo de médio

porte ao status de cidade ou mesmo de microcidade do Brasil do

Brasil (garantida constitucionalmente desde a promulgação da

Page 25: Livro4

Constituição da República, em 1988) garantiria um autogoverno às

camadas sociopopulacionais menos favorecidas.

                  A formação de governos municipais (com a existência de

uma prefeitura e de uma Câmara de Vereadores) nas cidades ou

microcidades: iria desenvolver uma formalização econômica nestas

comunidades, além de gerar Leis Orgânicas (elaboradas por estas

próprias comunidades) e aprimorar o sistema político.   

As favelas constituem-se locais de difícil trâmite político e a política

deve descender da própria favela. O Brasil, assim irá rumar ao

desenvolvimento de sociedades pouco evoluídas civilmente e

socialmente ao patamar de “grande potência econômica ou país de 1°

mundo”.

 

 

10 – Com representação política (Câmaras Municipais).

A ciência historiográfica e a emancipação política das favelas e das comunidades.                        26

 

Page 26: Livro4

                     VI - Plausibilidade da transformação socio-

-comunitária do Brasil para o desenvolvimento sociocivil e

comunitário:

                     O estabelecimento de uma política de realidade regional

é um fator a contribuir com a transformação sociocomunitária do Brasil

para o desenvolvimento sociocivil e comunitário.

                     Assim, tendo em vista a realidade destas comunidades

subdesenvolvidas (as favelas citadas anteriormente) é possível

adequar historiograficamente a sua consolidação sociocivil (a sua

existência como favela do Brasil) à melhoria política e cultural.

                      Deste modo, elenquei-as por discernimento teórico da

seguinte maneira:

 

1.    Problema 1: Panorama sociocivil e comunitário

existente na sociedade do Brasil: desenvolvimento das

camadas sociais (camadas menos favorecidas).

 

2.    Problema 2: Existência das favelas de grande e

médio porte.

Page 27: Livro4

 

                                                                                                          27

3.    Problema 3: Favelas com a existência de um

grande contingente populacional (núcleos habitacionais

super populosos: com mais de trinta mil habitantes),

existentes nas grandes cidades do Brasil.

 

                                                                                                              

4.    Teoria política 1: Política Constitucional Federal de

estabelecimento de autogovernos às comunidades11:

garantia da realização de um plebiscito para a

emancipação política (deste modo, através do

resultado favorável em um plebiscito estas

comunidades poderão estabelecer autogovernos:

eleger um prefeito e vereadores).

 

5.    Teoria política 2: Desencadeamento do Processo

Eleitoral (eleições) nas comunidades emancipadas.

 

Page 28: Livro4

6.    Teoria Política 3: Institucionalização do Poder

Executivo Municipal e do Poder Legislativo Municipal

nas comunidades emancipadas (antigas favelas).

11- Lei da Emancipação Política: Constituição da República Federativa do Brasil.

 

                                                                                                          28

7.    Teoria política 4: Adequação da comunidade ao

sistema político, tributário e fiscal do Estado (do

Governo do Estado e do Governo Federal).

 

8.    Teoria política 5: Criação da Lei Orgânica dos

Municípios (as favelas emancipadas).

 

                  O resultado da pesquisa histórica de discernimento ao

desenvolvimento civil estrutural e comunitário das favelas do Brasil

norteou o encaminhamento destas comunidades à emancipação

política e à transformação destas favelas ao status de cidade (ou

mesmo microcidade) brasileira.

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                  O modelo de pesquisa historiográfica, pelo qual norteei o

trabalho (o desenvolvimento deste livro) demonstra uma adequação

didaticocientífica da História (disciplina didática) à Teoria Política.      

                  O método científico utilizado neste trabalho: de exposição

da história destas comunidades e do engendramento (o ato de tornar

parte) da institucionalização de autogovernos em outras comunidades

(durante a história do Brasil), tornou evidente que estas comunidades

também poderão dispor de governos próprios (autogovernos) para a

sua consolidação sociocivil.

 

 

                                   Parte II

 

 

A ciência historiográfica e a emancipação política das favelas e das comunidades.                        30

 

                  I - As desigualdades do sistema socioestrutural e

econômico:

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                  Em nosso país (Brasil), temos as chamadas classes

sociais. Essas classes sociais são: pobres (e miseráveis);

assalariados (pessoas que precisam trabalhar para sobreviver); as

chamadas camadas médias12(camadas sociais que sobrevivem de

rendas ou recebem salários mais elevados) e os ricos (ou as pessoas

da chamada classe alta).

                  Há em nossa pátria, então um problema: é o

subdesenvolvimento comunitário e social, uma vez que sessenta

milhões de pessoas (60.000.000) são pobres13 e compõe a chamada

classe baixa (a classe social pobre).

                  O decorrer do tempo, no Brasil (a história do Brasil) trouxe

o avanço do subdesenvolvimento socioestrutural (das comunidades) e

econômico.

                  A história do país é passível de modificações através do

discernimento da ação política. Esta ação política é capaz de alterar a

história das comunidades subdesenvolvidas, porém será necessário

12 – Classe Média.

13 – Segundo estimativas.

 

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                                                                                                          31

que ela (a ação política) trate de mudanças sociocivis.

                  Nas comunidades subdesenvolvidas (em geral chamadas

de favelas) é possível encontrarmos economia (as pessoas têm seus

salários, etc); consciência política; costumes, etc. Será necessário

destinar às comunidades subdesenvolvidas um mecanismo político de

melhoria das suas condições sociocivis.

                  Este mecanismo político é chamado de “ação orgânica de

governo”. Porém, é necessário que esta “ação

organicogovernamental” seja capaz de alterar politicamente estas

comunidades subdesenvolvidas (citadas acima).

                  Assim, as desigualdades socioestruturais e econômicas

poderão estar sujeitas a uma ordenação política. Sob o ponto de visão

científico (das ciências humanas), da História, as sociedades pouco

desenvolvidas (as favelas) deverão rumar a uma autonomia política:

assim, devem buscar a emancipação política para a aplicação de uma

ação organicogovernamental baseada nas suas próprias

necessidades.

 

 

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A ciência historiográfica e a emancipação política das favelas e das comunidades.                      32

 

                  II – O contraste político da teoria e da prática da

emancipação das favelas.

 

                  A Constituição da República Federativa do Brasil, desde o

ano da sua promulgação (1988) previa a emancipação das

comunidades com mais de trinta mil habitantes à condição de Distrito

Municipal e das comunidades com mais de cinquenta mil habitantes à

condição de cidade.

                  Porém, atualmente estes contingentes populacionais não

são mais necessários: uma cidade pode existir apenas com, por

exemplo, dois ou três mil habitantes.

                  Algumas favelas do Brasil são compostas por até duzentas

mil pessoas (como, por exemplo, algumas favelas da cidade do Rio de

Janeiro: Rocinha ou Alemão). Estas comunidades poderiam estar

emancipadas desde o ano de 1988, ano da promulgação da

Constituição da República Federativa do Brasil.

                   A democracia determina, em sua consolidação teórica que

o governo pertence ao povo; porém este sistema, de representação

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política acaba governando as metrópoles e as cidades e estas

camadas sociopopulacionais (das favelas) acabam não exercendo o

autogoverno das suas comunidades.

 

                                                                                                          33

                  Desta maneira, elaborei o seguinte cronograma: referente

à relevância textual das palavras "Estado" e "Nação":

                  Poder-se-á discernir, teoricamente, então o momento

historicosocial onde geraram-se as chamadas desigualdades sociais:

 

                         Estado                                             Nação

 

- Poder legítimo da Instituição                     - Povo ou território 

   do Governo do país.                                     estruturalmente  

                                                                        determinados.

                                       

Page 34: Livro4

- Existência das Instituições                        - Presença de um ou mais  

   Parlamentares ou Ministeriais                     idioma.

 

- Sistema administrativo das                        - Distribuição das           

  Instituições; Saúde, Segurança,                    camadas sociais

  Empresas Estatais, etc.                                 (pobres, camadas 

  E a legitimidade constitucional da                médias ou ricos).

  Instituição do Governo.

 

- Fiscalização financeira                                - Pagamento da

carga                  

 (dos deveres fiscais).                                       tributária e               

                                                                        fiscal.                              

 

                                                                                                          34

Page 35: Livro4

- Criação de Leis e administração do           - Existência de

   organismo de governo (o governo).          subdesenvolvimento, etc.

 

 

                  Como pôde-se notar, a organização civil econômica do

Brasil atribui ao cidadão brasileiro (ou à nação) o pagamento de

tributos fiscais. Os tributos de ordem fiscal e tributária avançam sobre

a nação brasileira de maneira una.

                  Há um desgaste à ascensão social das classes com um

menor poder de compra. Perante o sistema socioeconômico brasileiro

há uma igualdade na carga tributária de produtos e serviços utilizados

(ou indispensáveis) às comunidades menos favorecidas.

                  A "imersão" da classe baixa (citada anteriormente), do

sistema social brasileiro à condição de carência econômica no mundo

mercantil pode advir da igualdade fiscal na compra de produtos. Nesta

igualdade perante o sistema tributário e fiscal está alicerçado o peso

da perpetuação da pobreza às camadas sociais menos favorecidas.

 

 

Page 36: Livro4

A ciência historiográfica e a emancipação política das favelas e das comunidades.                      35

 

                     III - O engendramento político do Brasil a um modelo

de ascensão socioeconômica:

 

                  A política do Brasil estará determinada às sociedades de

acordo com a vontade e o trâmite político.

                  Ao encaminharmos a emancipação política (o ato de

tornarmos comunidades pobres municípios e micromunicípios), por

exemplo, e criarmos o autogoverno das comunidades menos

favorecidas; estaremos tornando a política do Brasil regionalizada e

sujeita às determinações comunitárias.

                   O autogoverno das camadas menos favorecidas (a

emancipação das favelas) tornará a política um mecanismo

comunitário de governo. A história das favelas irá alterar-se à

consolidação de uma estrutura política regionalista.

                   A política dos Estados (os Estados da Federação: do

Brasil) e mesmo a política federal (do Governo Federal) serão políticas

de apoio; desenvolvimento e sustentação destas esferas municipais

orgânicas (os organismos políticos municipais: prefeituras e câmaras

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de vereadores). As favelas poderão assim exercer políticas

autodeterminadas às suas consolidações civis (à suas existências,

enquanto comunidades do país).

 

                                                                                                          36

                   A emancipação constitui-se, assim um direito comunitário.

 

 

A ciência historiográfica e a emancipação política das favelas e das comunidades.                      37

 

                  IV - O caráter didaticocientífico da História:

 

                  Ao estruturar o problema sociocivil das favelas à sua

alteração (à emancipação política e criação de um autogoverno

comunitário, legitimamente instituído) em teoria, neste livro; busquei

contribuir para a plausibilidade científica à historiografia.

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                  A História (disciplina com plausibilidade científica), através

da historiografia, poderá contribuir: para a alteração das sociedades

menos favorecidas à sua evolução civil, política e social.

                  Deste modo, a ciência humana (neste caso, discernida

pela historiografia) foi capaz de elaborar um resultado científico de

alteração de sociedades pouco evoluídas.

                   Ao nortear o conhecimento histórico (de formação de

autogovernos na sociedade do Brasil) e o conhecimento político (da

Constituição Federal: das emancipações políticas das comunidades)

às comunidades menos favorecidas, a História (disciplina didática);

através da historiografia cria um discernimento historicocientífico de

evolução de sociedades pouco evoluídas.

 

A ciência historiográfica e a emancipação política das favelas e das comunidades.                        38

 

                  V – A emancipação de favelas de grande e de médio

porte e a Historiaciência.

 

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                  A emancipação de algumas formas de estruturação

comunitária brasileiras ao status de Cidade esteve, em meu estudo

histórico, em um patamar de resultado às questões ligadas ao

subdesenvolvimento sociocomunitário de inúmeras comunidades do

Brasil (favelas).

                  Assim, o desenvolvimento social gerado por esta mudança

estrutural (as emancipações políticas e a criação de autogovernos)

causou; sob o ponto de visão teórico e historiográfico uma evolução

cultural política às classes menos favorecidas.

                  A estruturação de uma nova cidade ao Estado do Brasil

(uma emancipação, por exemplo), sugere uma adequação da política

a autogovernos. Esta ação política (de emancipações e de formações

de autogovernos nas favelas) estabelece um caminho à adequação

social, civil e estrutural destas comunidades (as favelas).

                  Assim, a política (e mesmo a historiografia) pôde constituir-

se mecanismos intelectuais de melhoria e de evolução civil e social às

comunidades menos favorecidas. A História

 

 

                                                                                                          39

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(disciplina), através da historiografia estará a discernir este caminho

à teoria política.

                  Será possível trazer, de maneira efetiva, um

remodelamento social comunitário capaz de conduzir o nosso país

(Brasil) a um patamar político e social digno dos países

economicamente mais desenvolvidos.

                               

                                     Fim.

 

 

                  Bibliografia:

ALMEIDA, Leandro Porto. A Interdisciplinaridade História X

Filosofia. Passo Fundo. RS. Ed. Do autor. 2010.

CARDOSO, Ciro F. A América pré-colombiana. Ed. 4. Educação

Brasiliense. SP. 1985.

CARDOSO, Ciro F. Uma introdução à História. 2ª Ed. São Paulo.

Brasiliense. 1982.

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DIEHL, Astor A. Do Método Histórico. Passo Fundo. RS. Ediupf.

DIEHL, Astor Antônio. O livro didático e o currículo de História em

transição. Passo Fundo. RS. Ed. Upf. 2002.

MACHADO, Ironita P. “in” Apontamentos para uma didática da

História. Passo Fundo. RS. Ed. Clio. 2003.

MAESTRI, Mário. Uma História do Rio Grande do Sul. A República

Velha. Passo Fundo. RS. Ed. UPF. 2005.