livro memória das raízes

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Gratidão perene das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição a quantos, no decorrer do Centenário, integraram e ajudaram a percorrer esse itinerário de fé.

SUMÁRIO

Apresentação ............................................................................................................. 03

Gênese ....................................................................................................................................... 04

Carisma ........................................................................................................................................ 05

Projeto de vida em missão ...................................................................................................... 06

Irradiação missionária ............................................................................................................. 07

Brasil, terra de missão ............................................................................................................ 10

Difusão do carisma do Brasil ................................................................................................ 19

Novos horizontes...................................................................................................................... 26

Vida apostólica.......................................................................................................................... 29

Noviciado no Brasil ................................................................................................................. 65

Nos umbrais da eternidade ................................................................................................ 69

Missão além fronteiras .......................................................................................................... 165

Missão em território nacional ........................................................................................... 177

Ano centenário de aprovação pontifícia da Confhic ............................................... 184

100 anos sob o olhar providencial de Deus ................................................................ 197

Fraternidades e atuação ................................................................................................. 215

..............

GOVERNO PROVINCIAL

Conselheiras Provinciais - 1º triênio

Conselheiras Provinciais - 2º triênioIrmã Maria das Neves Fernandes de Sousa – Assistente ProvincialIrmã Maria Zelândia da SilvaIrmã Cilene Maria dos SantosIrmã Eliane Marques FaustinoIrmã Maria Ivanneide Melo – Secretária ProvincialIrmã Railda de Souza Silva – Ecônoma Provincial

Irmã Margarida dos Santos LimaSuperiora Provincial

PROVÍNCIA DE SANTA CRUZ

Conselheiras Provinciais - 1º triênioIrmã Natair da Silva Barbosa – Assistente ProvincialIrmã Catarina Ana AlflenIrmã Veronica CyszIrmã Mariluzia de Barros Sobreira – Secretária ProvincialIrmã Rosa Pires – Ecônoma Provincial

Conselheiras Provinciais - 2º triênioIrmã Verônica Cysz – Assistente ProvincialIrmã Geralda Ferreira de AbreuIrmã Neusa Aparecida Fernandes de SouzaIrmã Maria das Graças EmilianoIrmã Rozely Cândida da Silva - Secretária ProvincialIrmã Geralda Gualberto de Medeiros – Ecônoma Provincial

Irmã Maria Vilani Rocha de OliveiraSuperiora Provincial

PROVÍNCIA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

Irmã Maria Edna Marcílio de SouzaIrmã Cilene Maria dos SantosIrmã Gisele Catarina da Cruz RibeiroIrmã Eliane Marques Faustino – Secretária ProvincialIrmã Maria Natália Coimbra Tavares – Ecônoma Provincial

Irmã Valdinez Gomes de Novais – Assistente Provincial

FICHA TÉCNICAProdução de Conteúdo e organizaçãoIrmã Maria da Glória Pacheco Colaboração Irmã Severina Alves Lima Revisão históricaIrmã Rosa Helena Mendes de Moura Revisão bíblicaIrmã Joanete Rebouças Souza

Revisão de textoGabriela Rossi Projeto gráfico e diagramaçãoFred Design ColaboraçãoFraternidade Sagrada Família ApoioSecretaria Provincial

FotografiaArquivos da CONFHIC Impressão e tiragemGráfica Gensa1000 unidades

presente publicação foi elaborada com o intuito de fazer uma incursão histórica,

mergulhando na memória das duas Províncias brasileiras, Santa Cruz (Salvador-Bahia) e Sagrado Coração de Jesus (São Paulo), em sua trajetória ao longo de 100 anos no Brasil. A compilação desta obra constitui a culminância do ciclo comemorativo do Ano Centenário da Missão Franciscana Hospitaleira no Brasil, em 2011. Em reconhecimento aos esforços de nossas antecessoras e com a finalidade de perpetuar o carisma dos Fundadores, decidiu-se elaborar este compêndio, que remonta às raízes implantadas no Norte do País, no Pará e no Amazonas, e traz o desenho da expansão da CONFHIC.

Um dos nossos propósitos foi descrever os primeiros passos das dez Irmãs Franciscanas Hospitaleiras neste território, onde aportaram ao brilho da lucerna que lhes clareou o caminho. Desejosas de fincar estacas em terras longínquas e inóspitas, nelas ressoaram profundamente as palavras do profeta Isaías: “Não tenhas medo, porque eu te resgatei, chamei-te pelo nome: tu és meu”. E, assim, embarcaram sem temor, confiadas no óleo que suaviza a dor e na chama que ilumina e aquece.

O destemor e a abnegação dessas primeiras Irmãs atravessaram o século como exemplos de vigor e ardor missionário e tornaram-se alicerces de amor vivenciado a servirem de sustentáculo para que as duas Províncias multiplicassem suas obras de misericórdia, percorrendo o Brasil de Norte a Sul em favor dos necessitados e excluídos.

Foram responsáveis, em grande parte, pela acessibilidade a uma educação de qualidade no interior do país, somando-se, ainda a este legado, sua imensurável contribuição em prol da assistência social e na saúde e nas ações missionárias, apostólicas e evangelizadoras, em comunhão com a Igreja.

Uma obra que se renova e se amplia constantemente, na inspiração recebida do carisma da Bem-aventurada Mãe Clara, feita Irmã e Serva de todos os necessitados. O caminho que as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras têm palmilhado, ao longo dos últimos cem anos, revela gestos de fraternidade e compromisso em atender aos apelos da paz e da justiça social, seja nos cuidados com os enfermos; na dedicação à preparação integral dos alunos, sob a perspectiva da formação pedagógica, cristã e voltada ao exercício da cidadania ou na atenção aos idosos e às pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Por todo o bem realizado, elevem-se hinos de ação de graças à benignidade do Senhor Deus Uno e Trino!

Apresentação

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 03

Irmã Margarida dos Santos LimaSuperiora Provincial

Província de Santa Cruz

Irmã Maria Vilaní Rocha de OliveiraSuperiora Provincial

Província do Sagrado Coração de Jesus

A

Gênese

Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição —

CONFHIC, fundada em 03 de maio de 1871, em Lisboa, Portugal, nasceu da profunda sensibilidade apostólica do Padre Raimundo dos Anjos Beirão e da Madre Maria Clara do Menino Jesus. Na vanguarda evangelizadora de seu tempo, dedicaram-se aos excluídos sociais: menores abandonados, idosos desprotegidos, mulheres desamparadas, doentes, jovens e crianças sem abrigo.

Fiel ao Carisma da Misericórdia e da Hospitalidade, herança de seus fundadores, a CONFHIC vem semeando Paz e Bem, ao jeito de São Francisco e de Clara de Assis, na Europa, na África, na Ásia e nas Américas.

A

04 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

CARISMA

A Irmã Franciscana Hospitaleira da Imaculada Conceição é pessoa escolhida

e consagrada por Deuspara seguir Jesus Cristo

em fraternidadee servir os irmãos,

especialmente os mais necessitados,segundo o espírito das Bem-aventuranças,

num processo de conversão contínua.Como Irmã menor e a exemplo de Maria,

serva e pobre, no acolhimento e na escuta do Verbo,

compromete-se a vivera Hospitalidade,

com alegria e simplicidade,em comunhão com a Igreja,

numa dimensão profético-missionária,inserida no mundo e situada no tempo.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 05

PROJETO DE VIDAEM MISSÃO

06 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

significativo o contributo que este Carisma, ao longo de sua história, tem

oferecido ao mundo, no exercício das Obras de Misericórdia, no acolhimento feito resposta a necessidades de todo tipo: enfermos a curar, crianças e jovens a educar, aflitos e pobres a c o n s o l a r e s o c o r r e r, i d o s o s , s ó s e desamparados a cuidar, comunidades humanas a evangelizar, misérias sociais a clamar por um coração samaritano.

É

Irradiação Missionária

nascimento da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada

Conceição (CONFHIC) remonta a um período histórico dos mais desafiantes para a Igreja. No início do século XIX, o liberalismo imperava na Europa. Em Portugal, as ideias liberais abalaram intensamente o processo tradicional de transmissão das verdades religiosas. A vitória do liberalismo, em 1834, resultou na extinção imediata das Ordens Religiosas masculinas e, a longo prazo, provocou a morte das Congregações femininas, pois o poder instituído havia vetado a admissão de membros em seus respectivos noviciados e a emissão de votos religiosos.

A desorientação na consciência dos fiéis agravou-se com o corte de relações diplomáticas com a sede da Igreja católica, em Roma, com a elevação dos Bispos a membros da Câmara dos Pares, tendo como resultado a sua residência fora das respectivas Dioceses e a indicação para elas de governadores

eclesiásticos, quase sempre ligados ao governo liberal, além da consequente degradação do clero e das paróquias.

Este cenário de adversidades reafirmou a necessidade de manter viva a chama da fé católica, compromisso assumido pelos corajosos e abnegados defensores da causa cristã. Nesse panorama caótico, Deus suscitou no coração de seu povo um apóstolo: Padre Raimundo dos Anjos Beirão, egresso do Convento de Nossa Senhora a Jesus. Em ardente caridade, ele percorria vilas e aldeias, levando os sofredores a Jesus, pregando, orientando, reconduzindo os extraviados, promovendo a paz e a reconciliação, socorrendo os pobres e infelizes.

O seu incansável zelo apostólico fê-lo conhecer as Tercei ras Franciscanas, Capuchinhas de Nossa Senhora da Conceição, de Aldeia Galega, a quem procurou ajudar económica e espiritualmente, trazendo-as, posteriormente, para Lisboa.

A expulsão, em 1869, das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, únicas Religiosas que

Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que

são os eleitos, segundo os Seus desígnios. (Rm 8,28).

O

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 07

ainda se dedicavam aos necessitados, fez surgir no espírito do Padre Raimundo o desejo de conseguir alguém que se ocupasse da multidão de desvalidos que tinham ficado ao desamparo.

Com a entrada de Libânia do Carmo Galvão Mexia de Moura Telles e Albuquerque (Irmã Maria Clara do Menino Jesus) no grupo das Capuchinhas, abriu-se para o bondoso Sacerdote a possibilidade de transformar as suas Recolhidas num instituto religioso. Para conseguir, enviou algumas ao Noviciado das Franciscanas Hospitaleiras e Mestras de Calais, na França.

Ao regressar a Portugal o grupo enviado, o Padre Raimundo Beirão reuniu a comunidade de São Patrício e, com grande solenidade, leu as cartas de obediência das Irmãs Maria Clara do Menino Jesus e Irmã Maria do Espírito Santo.

Assim, a 3 de maio de 1871, em Lisboa, Portugal, era fundada pelo Padre Raimundo dos Anjos Beirão e pela Madre Maria Clara do Menino Jesus, a Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição (CONFHIC).

O Governo Português aprovou os estatutos da entidade como Associação de Beneficência, em 22 de maio de 1874, e o Papa Pio IX concedeu-lhe a aprovação pontifícia em 27 de março de 1876, com a finalidade de dar glória a Deus, através da santificação dos seus membros e do exercício das obras de m i s e r i c ó r d i a p a r a c o m o p r ó x i m o, especialmente os mais pobres.

A CONFHIC ingressou no século XX com 508 religiosas em atividade. Apesar da orfandade pelo falecimento de seus Fundadores (Padre Raimundo Beirão, em 1878, e Madre Maria Clara do Menino Jesus, em 1899), era já uma inst i tuição sol idamente inst i tuída e consolidada.

A Revolução Republicana de outubro de 1910 intensificou a perseguição à Igreja e decretou, a 08 desse mês, e outubro de 1910, a extinção pura e simples de todas as Ordens Religiosas. As Irmãs Hospitaleiras viram-se expulsas das

obras onde atuavam, detidas no Arsenal da Marinha e reenviadas para seus lares, entrando, assim, na clandestinidade.

“A Providência Divina velava pela nossa Congregação, despertando nas Superioras Maiores, especialmente nas Irmãs Maria da Circuncisão e Maria da Apresentação, ‘duas almas de fogo e de vistas largas’ (Padre Henrique Pinto Rema, OFM), a piedade para com as I rmãs doentes e velhinhas”, arranjando-lhes residência na fronteira, em Tui, na Espanha. A iniciativa constituiu-se em “Lar de senhoras Idosas”, do qual a Congregação iria organizar-se outra vez.

A partir de fins de 1910 e janeiro de 1911, foram se reorganizando em Tui, Espanha, e reunindo aí as Irmãs mais idosas, a casa de formação e as missionárias que foram expulsas das obras na África e ansiavam por novos horizontes de missão.

O Senhor mesmo providenciou à satisfação deste anelo, mediante o convite generoso de Dom Amando Bahlmann, OFM, Prelado de Santarém, no Pará, para que as Irmãs Franciscanas Portuguesas viessem exercer o seu apostolado neste imenso país tropical.

O navio partiu de Tui, na Espanha, a 04 de junho de 1911, e aportou em Santarém (PA), a 21 de junho, Dia de São Luís de Gonzaga, tendo as missionárias chegado ao seu destino em Santarém. Daí partiram, a 10 de setembro, para a fundação do Colégio de São Francisco de Monte Alegre. “Na fé, na obediência, com ardor missionário, ali fincaram as raízes da nossa amada Congregação, sob o impulso do Espírito Santo, corporizado na coragem da nossa querida Superiora Geral, na época, Irmã Maria de Assis, herdeira fiel e legítima do ‘carisma lindo que das origens nos vem’.” (Irmã Anna F. Carvalho).

S obre a impor tância do legado da Congregação em terras brasileiras, ressalta a Irmã Anna F. Carvalho, no livro “O Zelo de Deus em nossa História” (1999): “Sentimos como um dever de gratidão a imperiosa necessidade de retomar o fato histórico de valor infinito - porque a história tem o infinito de Deus – que foi a fundação dos 3 Colégios: São Francisco,

08 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

Santo Antônio e Pio X, no norte do Brasil; redimensioná-lo na sua importância e apresentá-lo novo ‘às gerações que hão de vir’ (SI 47,14), de modo a perpetuá-lo nas páginas da eternidade do tempo”.

Ainda na citada obra “O Zelo de Deus em nossa História”, consta que “na verdade, coube às Irmãs: Irmã Maria da Circuncisão - Delegada Geral, Irmã Delfina da Conceição, Irmã Maria de São Carlos, Irmã Rosa Maria de São Francisco, Irmã Maria Estela Rodrigues, Irmã Amada de Jesus, Irmã Constantina de São José, Irmã Maria de Santa Justa, Irmã Rosária do Espírito Santo, Irmã Maria Alcina da Conceição a glória de semear, com o sacrifício da própria vida, nessa vasta região amazônica, as p r i m e i r a s s e m e n t e s F r a n c i s c a n a s

H o s p i t a l e i r a s , h e r a n ç a d o s n o s s o s Fundadores: Pai Beirão e Mãe Clara”.

Apesar da breve duração destas obras - setembro de 1911 a janeiro de 1915 –, a Região Norte guarda o valor de berço da CONFHIC, no Brasil. O Pará tornou-se o marco de chegada e de partida para outras fundações que frutificaram ao longo de 100 anos.

O centenário da Congregação no Brasil, completado em 2011, evidencia uma trajetória de realizações, com a multiplicação da atividade hospitaleira em solo nacional, disseminada em diversificadas obras nos campos da educação, da saúde e da assistência social.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 09

Brasil, terra de missão

“Farei com que tudo prospere: a vinha dará a sua uva e a terra, os

seus frutos; o céu derramará o seu orvalho” (Zacarias 8,12)

Brasil, país onde chegaram as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada

Conceição, na época Irmãs Franciscanas Hospitaleiras Portuguesas, era, então, c o n s i d e r a d o u m b o m e s p a ç o p a r a investimento, tendo em vista a expansão da economia, confirmada pelo aumento da malha ferroviária, sinal de desenvolvimento econômico.

As Ordens e Congregações religiosas provenientes do mundo europeu assumiam os serviços nas dioceses, a educação nos colégios, em grande parte por elas mantidos, e a evangelização indígena, inserindo-se na vida do país.

Na primeira década do período republicano, o Brasil teve uma organização escolar fortemente influenciada pela filosofia positivista. Naquele tempo, cresciam, na América e também no Brasil, os movimentos artísticos modernistas.

O processo de seleção via vestibular para ingresso nas universidades públicas foi criado, em 1911, por iniciativa de Rivadávia da Cunha Corrêa. Neste período, também houve a Reforma de Benjamim Constant, que teve como princípios orientadores a liberdade e laicidade do ensino, e, também, a gratuidade da escola primária.

Em virtude do zelo apostólico testemunhado no desempenho das Irmãs, a referida reforma não abalou a credibilidade do ensino ministrado pelas Religiosas, que permaneceu em franco florescimento. Ao lado das obras educacionais havia sempre uma escola primária, também mantida pelas Irmãs F r a n c i s c a n a s H o s p i t a l e i r a s p a r a o atendimento dos mais necessitados. Assim, a novidade nas políticas públicas já estava antecipada através da ternura e da misericórdia praticada pelas seguidoras da Bem-aventurada Madre Maria Clara do Menino Jesus.

Em 1912, as Irmãs iniciaram em Maceió, Alagoas, seu primeiro serviço apostólico na área de Saúde. “Ali, passaram um mês até que os dois hospitais de Maceió fornecessem os utensílios necessários: camas, lavatórios e demais coisas de necessidade. Fala-se em dois hospitais porque a Santa Casa era dividida em dois imóveis”. Conforme narração do padre Henrique Rema, em pouco tempo, as Irmãs assumiram os dois hospitais. Em função dos cuidados dispensados para com todas as pessoas, aqueles que conheciam a Santa Casa costumavam fazer elogios ao Provedor e às Irmãs.

As Religiosas exerciam com zelo a higiene nos leitos, enfermarias e todo espaço hospitalar, dando o melhor aos pacientes. Na medida do possível, costumavam apoiar os funcionários com o fornecimento de roupas e material escolar para as crianças daqueles de família mais numerosa. Algumas vezes, mobilizavam

O

10 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

a comunidade local, em favor de muitos que trabalhavam no Hospital, para construção de casas, através da doação de material ou solicitação de recursos junto a pessoas mais abastadas, conhecidas da instituição. Entre outras atividades, preparavam os adultos para a primeira Comunhão.

Naquele período, a Igreja Católica confirmava-se como Instituição religiosa de grande presença social, política e cultural no Brasil, com profundas raízes estabelecidas na sociedade, desde o período colonial português. Era a maior expressão religiosa cristã no país.

Na mesma época, o Brasil ampliava as comunicações telegráficas, através do recém-inaugurado cabo-submarino que celebrava o estreitamento dos laços entre Alemanha e o país onde as Irmãs Franciscanas haviam se instalado. A modernização do sistema de comunicação, fato noticiado nos principais veículos da imprensa nacional, como o jornal O Estado de São Paulo, foi um fator de competitividade e fortalecimento da economia.

S i g n i f i c a t i v a c o n q u i s t a d o p e r í o d o republicano foi o regime de pluralismo religioso, sem a tutela do Estado, fato que possibilitou às associações e às paróquias a edição de jornais e revistas para combater a circulação de ideias nefastas à formação dos cidadãos.

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) interferiu bastante na vida da Congregação, recém-chegada ao Brasil. As correspondências demoravam a chegar ao destino e as decisões eram continuamente adiadas em função das dificuldades de comunicação. A Madre Circuncisão, Delegada geral, ficou malvista pelo Capítulo Geral em Tui, na Espanha, pelo fato de ter sido impedida, apesar de suas tentativas, de viajar e comparecer ao Capítulo, pois a prioridade do transporte ao exterior na época era atender às demandas da Guerra.

Após o término da Primeira Guerra Mundial, o liberalismo e a democracia se fortaleceram como tendências políticas contrárias aos ideais burgueses do século XVIII, fortemente

criticados tanto pela direita (fascismo e nazismo) como pela esquerda (marxismo). Os cuidados com a saúde, nesse período, eram bastante precários. Em Propriá, Sergipe, as Irmãs foram pioneiras no atendimento do serviço de enfermagem, animadas pelo Pároco, Padre Antônio Cabral, que teve a iniciativa de abrir na cidade um pequeno hospital, por volta de 1918. Ali, fizeram grande bem ao tratarem feridas crônicas, com minguados recursos. Na ocasião da gripe pneumônica, as Irmãs se espalharam por todo o município, levando a caridade e o conforto àqueles que necessitavam de cuidados. Para acolher os vitimados pela gripe, as instalações do Colégio Nossa Senhora das Graças foram t r a n s f o r m a d a s e m u m c e n t r o d e internamento.

A eficiência deste cuidado estendeu o campo de trabalho para o hospital de Rio Claro, da Santa Casa, onde foram bem recebidas. “Pode-se dizer que neste hospital as nossas Irmãs se tornaram a admiração das pessoas pela sua caridade e carinho com os doentes. O trabalho de nossas Irmãs era apreciado por todas as pessoas e não podiam acreditar que assim pudessem tratar toda a gente com tanta dedicação sem os conhecer e comentavam: Elas devem ganhar muito para se sujeitarem a tanto sacrifício, coisa repugnante!... Havia um idoso que todos os dias ali ia só para admirar como as Irmãs faziam os curativos mais repugnantes e asquerosos, chamava outras pessoas que encontrava e dizia-lhes: Venham ver o que elas fazem!... A admiração era tanta que certa vez dissera à Madre: ‘Em toda a sua Congregação não há Irmãs tão santas como estas!...’ Aquele senhor vivia mal, mas começou a ir à Missa todos os domingos, na Capela da Santa Casa. Mais tarde, adoeceu e foi tratado no hospital.

Chegou a confessar-se várias vezes e recebeu os Sacramentos antes de entregar sua alma a Deus. As nossas Irmãs fizeram catequese para adultos, que tiveram acesso aos Sacramentos, tais como batismo e matrimônio; aos jovens e crianças, na preparação da primeira Comunhão e demais ritos da Igreja Católica, o que era difícil para as pessoas, sem acesso ao c o n h e c i m e n t o d a d o u t r i n a e d a evangelização”. Na Terra da Santa Cruz,

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 11

iniciava-se, na década de vinte, um período caracterizado pela insatisfação da sociedade brasileira, intensificada pelo movimento operário e pela deflagração do Movimento Tenentista. Também foi o momento histórico da realização da Semana de Arte Moderna e do surgimento do Partido Comunista Brasileiro. Toda essa fermentação social favoreceu uma reorganização do setor educacional no Brasil. A nova realidade passou a exigir mão de obra especializada. Em consequência, foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública e, mais tarde, foram sancionados decretos voltados à organização do ensino secundário e à implementação das universidades.

Por esse tempo, as Irmãs Franciscanas, em ardorosa labuta missionária, continuaram a expansão em obras de grande alcance social, em parceria com a Igreja e os poderes constituídos. Desta forma, facilitaram o acesso das camadas mais carentes a uma educação de qualidade, algo restrito à classe mais favorecida. Promoveram, ainda, uma intensa evangelização e catequese junto às famílias mais abastadas, num movimento de construção social, fundamentado na partilha solidária e na justiça.

Entre os anos de 1924 e 1925, ocorreu em São Paulo uma revolução que deveria estender-se a todos os Estados e tinha o objetivo de depor o Presidente da República e todos os Prefeitos dos Estados. O levante fracassou, mas deixou muitos estragos e pessoas desamparadas e empobrecidas. Neste acontecimento, as Irmãs participaram ativamente nos hospitais, onde acorriam as pessoas mais necessitadas e atingidas em situação de saúde e carência a l i m e n t a r. A s n o s s a s I r m ã s f o r a m encarregadas de dar alimentação a uma parte dos refugiados de São Paulo, que chegaram até à Santa Casa de Rio Claro, e ali alimentavam, diariamente, cerca de 300 pessoas. Chegaram a ser ameaçadas por alguns soldados, aliados aos revoltosos, que andavam à procura de outros que se tinham separado deles.

No governo do Presidente Getúlio Dornelles Vargas, houve colaboração entre a Igreja e o Estado, prevista na Constituição. O projeto desenvolvimentista e nacionalista deste

governo estimulou a Igreja a uma maior valorização da identidade cultural brasileira e, desse modo, expandiu sua atuação para além das elites, abrindo-se para as camadas médias e populares. Segundo Locardes Sola, o golpe de 1937, "não representou a vitória de um partido organizado, nem teve apoio ativo das massas". O Estado Novo foi - na opinião da mesma autora - "um golpe de elites político-militares contra elites político-econômicas". O Brasil não havia superado de todo a pesada herança colonial. Continuava um país de monocultura, com a predominância de lavouras como a do café, e dependente do mercado ex terno. Com a imigração estrangeira, o aumento da mão de obra livre e assalariada, houve maior impulso no mercado interno.

A orientação político-educacional, em sintonia com as demandas do mundo capitalista, explicitava a preparação de um maior contingente de mão de obra para as novas atividades abertas pelo mercado, destacando o ensino pré-vocacional e profissional. Ao Estado competia tão somente a gratuidade no ensino primário e dispunha como obrigatório o ensino de trabalhos manuais em todas as escolas normais, primárias e secundárias. O ensino religioso tornou-se facultativo na escola pública e o nome de Deus foi incluído no texto da Constituição. Contra a ascensão da esquerda, a Igreja apoiou a ditadura do Estado Novo, quando os Círculos Operários Católicos contavam com o apoio do governo para conter a influência do movimento de oposição.

A Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras continuava plenamente seu apostolado, facilitado, mais ainda, pelo espaço participativo da Igreja, favorecido pelo Estado. As escolas normais, assim denominadas pela população da época, mantidas nos Colégios da Congregação, tornaram-se geradoras de pessoal qualificado para o ensino nas escolas oficiais e propulsoras da fé católica nos campos de atuação. Assim, a CONFHIC contribuiu intensamente na formação cristã da sociedade e na difusão da fé católica. A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial (1939–1945) ocorreu depois de

12 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

repetidos ataques aos navios brasileiros por parte dos submarinos alemães. Depois que os jornais publicaram imagens de náufragos, especialmente crianças e mulheres, houve forte reação popular contra tal afundamento. O pânico irrompeu entre a população e, segundo Roberto Sander, autor do livro O Brasil na mira de Hitler - a história do afundamento de navios brasileiros pelos nazistas: “Em Aracaju, o clima era de consternação”.

As I rmãs Franciscanas Hospita le i ras participaram ativamente, somando esforços para atender à numerosa tripulação, notadamente Amerina Aguiar de Queiróz (Irmã Claudentina de Maria Santíssima n.º 1829), Virgínia Cândida Miranda (Irmã Letícia de Maria Santíssima, n.º 1402), em Estância, Sergipe, cuidando dos feridos e manifestando a ternura e misericórdia de Deus junto às famílias enlutadas.

As repercussões da Segunda Guerra e a crise política interna se entrelaçaram, formando uma complexa rede de contradições que resultou na criação de conjunturas favoráveis ao desmantelamento do Estado Novo e à abertura de novos rumos para a política no Brasil.

Na área educacional, o ensino primário tornou-se obrigatório e a União passou a legislar sobre as diretrizes e bases da educação nacional, afirmando o preceito de que a Educação é direito de todos. No que se refere à C o n g r e g a ç ã o , q u e , n a é p o c a , e r a mantenedora de 09 colégios, a promulgação da Lei 4.024, favorável à Igreja Católica e aos p r o p r i e t á r i o s d e e s t a b e l e c i m e n t o s particulares de ensino, arrefeceu o movimento dos que defendiam o monopólio estatal para oferta da educação aos brasileiros.

Foi o período mais fértil da História da Educação no Brasil. Foram diversas as iniciativas marcantes, como a de Anísio Teixeira, que inaugurou o Centro Popular de Educação (em Salvador, no Estado da Bahia); como a do educador Lauro de Oliveira Lima, que iniciou uma didática baseada na teoria científica de Jean Piaget: o Método Psicogenético (em Fortaleza, no Estado do

Ceará); a criação do Ministério da Educação e Cultura para os assuntos específicos da educação; a campanha de alfabetização, criada pelo pernambucano Paulo Freire, com a proposta de alfabetizar, em 40 horas, adultos analfabetos; a criação do Conselho Federal de Educação e dos Conselhos Estaduais de Educação; e a estruturação do Plano Nacional de Educação e do Programa Nacional de Alfabetização, iniciativa do Ministério da Educação e Cultura inspirada no método de Paulo Freire.

Também para a Congregação das Irmãs Hospitaleiras foi um período de franco florescimento, apostólico e vocacional.

A Ação Católica, amplamente difundida pelas Dioceses, incentivou novas formas de apostolado expressas em movimentos e s p e c í f i c o s , c o m o J U C ( J u v e n t u d e Universitária Católica), JOC (Juventude Operária Católica) e a JEC (Juventude Escolar Católica), que deu à Congregação numerosas vocações, entre outros.

Os reflexos do Concílio Vaticano II (1962-1965) trouxeram ao povo de Deus um chamamento ainda maior para as questões sociais, gerando o desenvolvimento da Teologia da Libertação, na América Latina. Essa postura teológica, apoiada nos pilares das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e das pastorais sociais, exerceu papel significativo na resistência às ditaduras militares, como abrigo aos perseguidos do movimento da esquerda. Conforme cita o Doutor em Sociologia pela USP (Universidade de São Paulo) André Ricardo de Souza, o catolicismo foi o celeiro de várias lideranças de sindicatos, movimentos sociais e partidos políticos.

Na política, o Brasil passou de um extremo ao outro: uma ditadura cedeu lugar à democracia pluralista. Na economia, o país deixou para trás uma sociedade predominantemente rural e iniciou seu destino rumo à industrialização, criando um clima favorável ao crescimento econômico nacional. Importantes iniciativas foram tomadas nas áreas de transporte e energia, com a abertura de estradas, ampliação de portos, construção de usinas hidrelétr icas, cr iação da Companhia

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 13

Siderúrgica Nacional e da Fábrica Nacional de Motores. Esta última, por longos anos estabeleceu parceria com a CONFHIC, no campo educacional, através da Obra Jesus Maria José, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro.

Neste período, importantes realizações do governo do presidente Getúlio Vargas contemplaram a área do trabalho: criação da Justiça do Trabalho, do salário mínimo, da carteira profissional, do imposto sindical, da semana de trabalho de 48 horas e das férias remuneradas. A legislação trabalhista foi ampliada e sistematizada. A população cresceu mais nas cidades, porém o país ainda era predominantemente rural. Com um perfil desenvolvimentista, Getúlio Vargas criou a Eletrobras, a Petrobras, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o BNDE (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico) e investiu na Companhia Vale do Rio Doce. Getúlio Dornelles Vargas foi o Presidente que governou o Brasil por mais tempo e trouxe grandes investimentos para a nação.

Antes mesmo de seu início, o governo de Juscelino Kubitschek de Oliveira (1956-1961) enfrentou uma série de dificuldades e adversidades políticas. No Brasil governado por Juscelino, o desenvolvimento industrial teve pleno êxito, com instalação de filiais de grandes montadoras de automóveis, na região Sudeste do Brasil, notadamente no Rio de Janeiro e no chamado ABC paulista. As oportunidades de empregos aumentaram muito nesta região, atraindo trabalhadores de todo Brasil, o que fez intensificar o êxodo rural. JK instituiu o Plano de Metas - “50 anos em 5”, promoveu a abertura da economia ao capital internacional e favoreceu a industrialização. Mas a grande obra de seu Governo foi a construção de Brasília, concebida dentro de um projeto inovador, esboçado por arquitetos e construído por operários que se deslocaram dos mais distantes pontos do território brasileiro. Nasceu Brasília, a nova capital do Brasil, inaugurada em 21 de abril de 1960.

As Irmãs Franciscanas Hospitaleiras também partilharam dessa mudança da capital do país. A Delegada Geral Maria do Carmo Bourbon

Sampaio (Irmã Maria da Divina Eucaristia) designou Maria Doralice Rocha (Madre Rosa de Viterbo) a visitar Brasília com o propósito de adquirir uma área destinada à construção de um colégio. Em julho de 1959, requereu à NOVACAP a demarcação do local: módulo 66 e 67, setor Sul Leste, SGAS, Quadra 609 s/n, conjunto E, em Brasília, e providenciou os meios para a instalação de um colégio modelo para a época, ali, no coração da República. O Colégio Pio XII foi inaugurado em 11 de agosto de 1960.

Na época do Governo de Juscelino, a entrada de multinacionais trouxe empregos, mas deixou o país mais dependente do capital estrangeiro. A construção de Brasília aumentou, significativamente, a dívida externa. A migração e o êxodo rural, descontrolados, fizeram aumentar a pobreza, a miséria e a violência nas grandes capitais do Sudeste do país. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), criada em 1952 para coordenar a ação da Igreja no país, assumiu uma postura mais comprometida com o social, diante do desemprego e da fome, questões sociais advindas do capitalismo e seu sistema desigual . Em parale lo, a Juventude Universitária Católica (JUC) declarou sua opção pelo socialismo.

Os anos 50, conhecidos como “anos dourados”, trouxeram grandes avanços científicos, tecnológicos e mudanças culturais e comportamentais. As transmissões de televisão promoveram uma grande mudança nos meios de comunicação e no cotidiano da população.

Grandes turbulências agitaram o país nos campos da política e da vida pública. Jânio Quadros ascendeu à presidência com uma expressiva vitória, mas seu governo durou poucos meses, porque sofreu forte oposição. Implementou medidas que causaram rejeição, tais como congelamento dos salários, restrição de créditos e desvalorização da moeda nacional. E, ainda, surpreendeu o povo brasileiro com seu pedido de renúncia.

O Vice-presidente João Goulart (Jango) a s s u m i u o g o v e r n o s o b o r e g i m e

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parlamentarista, até 1964. O parlamentarismo foi derrubado em plebiscito nacional, quando grande maioria optou pela restauração do presidencialismo. Ao anunciar o projeto das reformas de base, Jango foi vítima de um Golpe de Estado que tomou o poder dias depois, iniciando um período dos mais violentos de toda a história do Brasil.

Pressões de setores conservadores da Igreja levaram os militantes da JUC a criar um movimento de oposição, a Ação Popular (AP). Os conflitos entre Igreja e Estado cresceram durante o regime militar. A partir do Ato Institucional nº 5 (AI-5), houve uma ruptura total diante da violenta repressão, com a multipl icação de prisões, tor turas e assassinatos de estudantes, operários e padres e perseguições aos bispos. Na época, a Igreja atuava em setores populares, com as comunidades eclesiais de base, as quais, inspiradas na Teologia da Libertação, vincularam o compromisso cristão e a luta por justiça e paz social.

Nesta época, foram prejudicadas as iniciativas de desenvolvimento da educação brasileira, sob o pretexto de que os embasamentos teóricos eram subversivos. Professores foram presos e demitidos, universidades foram invadidas, estudantes também presos e feridos nos confrontos com a polícia e alguns até mortos. Os estudantes foram silenciados. Neste período, houve a criação do vestibular classificatório. Para erradicar o analfabetismo, foi criado o Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização), posteriormente extinto e substituído pela Fundação Educar.

Em agradecimento à colaboração abnegada de Irmã Maria Carmélia da Ascensão (Maria Pereira da Silva) com o Movimento Brasileiro de Alfabetização, em Sergipe, foi-lhe concedido Diploma de Honra ao Mérito pelo Ministério de Educação e Cultura, entregue por Sua Excelência, o Presidente da República. Esta foi uma década que deixou tristes registros na História brasileira: ditadura militar, prisões e perseguições políticas, arrocho salarial, tecnocracia estatal no planejamento. Foi, ainda, um período de resistência e de c o n s t r u ç ã o d a s b a s e s p a r a a redemocratização.

Ainda nos anos 70, na área da educação, a persistente atuação de algumas entidades, a exemplo da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), contribuiu na luta pelo resgate da democracia no país, além de ter fomentado a criação de entidades nacionais de pesquisa na área da Pós-Graduação de forma mais estruturada. A educação brasileira iniciou, então, um processo de ascensão. Se, no início da década, predominava uma pedagogia tecnicista, onde alunos e educadores desempenhavam um papel secundário, a escola foi se abrindo, gradativamente, à pluralidade de discursos e opiniões. Foi neste espaço que a discussão e a reflexão tornaram-se objeto social.

Na área da Saúde, as Irmãs atuaram no Asilo Nossa Senhora de Fátima, em Pirassununga (SP), obra de iniciativa do poder municipal para o acolhimento de pessoas da terceira idade abandonadas. O trabalho humanitário das Irmãs iniciou-se em 1974 e revestiu-se de profundo sentido cristão e humanitário, com o resgate da dignidade do indivíduo idoso. Na política e na economia, uma nova transformação ocorreu nos anos 70, com a i n s t a l a ç ã o d e g r a n d e s e m p r e s a s multinacionais de bens de capital e a migração de inúmeras indústrias para o estado de Minas Gerais, na época alvo dos programas da SUDENE, órgão governamental voltado ao desenvolvimento regional.

O novo Pentecostes da Igreja, o Concílio Vaticano II, impulsionou a Congregação a alargar a participação efetiva de Irmãs das Províncias brasileiras junto à Igreja local. O ambiente pós-conciliar foi favorável à abertura de frentes apostólicas, fortalecendo o processo de inserção na periferia das grandes cidades e nas paróquias situadas no interior do Brasil.

As Irmãs Franciscanas Hospitaleiras atuantes no Colégio Nossa Senhora das Graças em Propriá, Sergipe, conforme relatou a Irmã Maria de Lourdes Nascimento, em março de 1979, viveram o drama das enchentes do Rio São Francisco. As portas do colégio foram abertas aos mais sofridos e angustiados, num gesto de solidariedade e ajuda. As salas de aula, no turno noturno, foram ocupadas pelos

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alunos das escolas que se encontravam inundadas. Todo o mercado e feira estiveram funcionando na praça do colégio, até nas calçadas. Uma parte do auditório também foi ocupada com mercadorias; farmácia e barbearia funcionavam na garagem do colégio das Irmãs. Mesmo nestas dificuldades, os nossos irmãos mostravam-se bem humorados, alegres com seus microfones a chamar a freguesia, aceitando esta dura prova, sem queixumes nem tristezas.

Ainda nesta época, os abusos contra a ordem jurídica e os direitos humanos levaram a Igreja a se engajar também na luta pela redemocratização do Brasil, ao lado de instituições da sociedade civil. O valor histórico da Teologia da Libertação como meio de valor ização do ser humano, ser vocacionado a escrever sua história e a intervir na realidade social de seu tempo, foi reconhecido.

Em oposição à Teologia da Libertação, despontou o movimento de Renovação Carismática Católica (RCC), com uma tônica conservadora e ênfase nos rituais de louvor. A Irmã Maria de Lourdes Gurgel Frota (Irmã Sara), integrante da comunidade da Casa de Retiro São Francisco, em Salvador (BA), teve grande participação na instalação deste movimento na capital baiana, com o apoio do Bispo Auxiliar Dom Tomás Murphy e do Dr. Fernando Feitosa.

A partir de meados dos anos 80, a sociedade brasileira deu início à uma pluralidade de iniciativas e expressões religiosas, levando multidões à participação de cultos em praças públicas. Nessa década, o Papa João Paulo II iniciou na Igreja o processo da romanização, de volta às raízes cristãs. O Vaticano passou a controlar a atividade e o currículo de seminários e a adotar medidas destinadas a refrear a Teologia da Libertação. Após o engajamento da Igreja na luta pela redemocratização, ganhou espaço a proposta da Renovação Carismática.

Na Saúde, em Varginha, Minas Gerais, as Irmãs c o n t i n u a r a m e n g a j a d a s n o s e r v i ç o humanitário. Auxiliavam na prestação de serviços de enfermagem, especialmente em

curativos e ferimentos mais graves, e no acompanhamento aos médicos, além de acolher os abrigados, em atenção às suas queixas e dores.

Do ponto de vista econômico, a década do c re s c i m e nto e d o d e s e nvo l v i m e nto compromet idos ter minou com uma hiperinflação. Com o fim da chamada guerra fria entre as grandes potências internacionais, ganhou corpo o modelo neoliberal de governo, impulsionando o processo de globalização econômica no Brasil e nas diversas nações.

Neste período, o estado de Santa Catarina sofreu com o grande volume pluviométrico. As Irmãs Franciscanas Hospitaleiras, em todas as suas comunidades, movidas por sentimentos da caridade cristã, levantaram a bandeira da solidariedade: “doação é privação por amor”, e, assim, no dia 14 de julho de 1983, enviaram aos flagelados pelas enchentes roupas, calçados, cobertores, bens alimentícios, além de assumirem os exercícios de mortificação comunitária e a oração contínua, em favor dos atingidos pela calamidade.

O ano de 1984 foi marcante para a História do Brasil com a grande participação popular no movimento das “Diretas Já”, cujas bandeiras principais eram a volta da democracia e das eleições pelo voto. Estavam criadas as condições para a recuperação cívica dos processos eleitorais. No âmbito político, a ditadura foi banida e o novo regime foi ratificado com a promulgação da Constituição de 1988.

N e s t e m e s m o a n o , f o i i n s t a u r a d o nacionalmente o Movimento em Defesa da Escola Pública, na área da Educação, como uma retomada de movimentos ocorridos, nos anos 30, pelos Pioneiros da Educação e, nos anos 50, pelos intelectuais nacionalistas. Os 21 anos de governo militar legaram um elevado grau de analfabetismo e baixo percentual de e s c o l a r i z a ç ã o e n t r e a p o p u l a ç ã o economicamente ativa do país. Diante deste cenário, surgiu a necessidade de elaboração de uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, lançada na década de 80. Houve, ainda, o ressurgimento da luta por

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creches, com maior abertura para o funcionamento das creches conveniadas, somando-se esforços com as unidades públicas. Além disso, nos anos 80, houve um conjunto de medidas educacionais não estruturais, com experiências localizadas em diferentes regiões do país.

Em 17 do mês de outubro do ano de 1985, Tancredo Pereira, prefeito municipal de Penedo – Alagoas, inaugurou obras de significativa importância para a comunidade penedense, fazendo parte deste elenco de obras a Escola do 1º grau, através da qual, prestou singela homenagem à inesquecível e saudosa Irmã Jolenta Maria de São Pedro (Joana Maria de São Pedro), integrante da secular e edificante Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição.

A característica que definiu os anos 90 foi o neoliberalismo que se ergueu sobre dois princípios básicos: a desregulamentação dos mercados e a privatização dos serviços. O governo, então, leiloou grande parte do setor estatal e abriu a economia completamente, para a entrada do capital estrangeiro no país. Houve a proibição do reajuste automático dos salários pela inflação e o estabelecimento da livre negociação entre patrões e empregados. O Presidente Fernando Henrique Cardoso lançou o Plano Real, iniciativa que diminuiu e controlou a inflação no Brasil, bases para o processo da estabilização econômica no país. A herança governamental também deixou saldos negativos, com salários reais em queda, elevado índice de desemprego e alta dívida externa.

No campo educacional, houve um retrocesso tanto organizativo como em termos pedagógicos. O ensino fundamental teve que incorporar os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), construídos por uma comissão de especialistas sem o engajamento de pesquisadores e educadores da área. Por outro lado, os novos referenciais reforçaram a construção dos projetos pedagógicos nas escolas. Nos anos 90, a educação teve que se debruçar sobre os grandes desafios do mundo contemporâneo, cada vez mais competitivo e desigual.

A atuação da Igreja mudou de perfil nos anos 90. No Brasil, ganhou força o trabalho das pastorais e seu engajamento nas lutas sociais, ao mesmo tempo em que o Vaticano deu ênfase ao seu papel como porta-voz das q u e s t õ e s e d e s a f i o s d o m u n d o contemporâneo. Nesta década, a fragilidade da ação do Estado na área das políticas sociais e o agravamento das desigualdades sociais favoreceram o incremento da presença da Igreja nos serviços de assistência social, saúde e promoção da cidadania. O Brasil recebeu a visita do Papa João Paulo II, acontecimento de grande repercussão que reafirmou a presença histórica da Igreja Católica na formação do povo brasileiro.

Ao longo dos anos 90, a Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras, fiel ao seu carisma fundacional e em sintonia com a caminhada da Igreja, ampliou seus espaços para o atendimento da população mais carente de recursos.

Nesta época, o Hospital da Sagrada Família, unidade da CONFHIC sediada em Salvador, na Bahia, passou por um processo de grandes transformações, com a implementação de novos e modernos serviços assistenciais. Além da tradicional maternidade, a estrutura hospitalar foi ampliada com a implantação de serviços de ponta, a exemplo das Unidades de Tratamento Intensivo (UTI´s) adulto e neonatal.

Os anos iniciais do terceiro milênio trouxeram fatos marcantes. Mudanças políticas, sobressaltos econômicos, conquistas esportivas, crimes hediondos e catástrofes naturais, como sinais visíveis da ação desequilibrada do homem sobre a natureza. No Brasil, a década foi marcada pela eleição histórica do primeiro presidente do país representante da classe trabalhadora, eleito em legítimo processo democrático.

No governo de Luiz Inácio Lula da Silva (Lula), os brasileiros experimentaram um processo de consolidação política e econômica. A economia nacional atingiu um patamar de destaque como potência em ascensão mundial, devido a uma série de fatos, tais como a descoberta da camada pré-sal, a

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p r o d u ç ã o d e b i o c o m b u s t í v e i s e a autossuficiência em petróleo. A primeira década do século 21 no Brasil foi considerada “inclusiva” do ponto de vista social, com significativa diminuição da desigualdade e redução da pobreza. Destaque, ainda, para a universalização no acesso à educação pública, apesar dos índices de qualidade considerados muito baixos. Houve ênfase nas políticas voltadas para a educação de jovens e adultos e para a educação da população indígena e afrodescendente. Outro aspecto importante foi a fixação do piso nacional para o magistério, uma conquista histórica para o professorado.

Na esteira do processo de revitalização econômico-social do Governo de Lula, foi eleita a primeira mulher presidente do Brasil, Dilma Rousseff. Em sinal de prestígio, ela fez um pronunciamento histórico por ocasião da abertura da Assembleia das Nações Unidas, projetando o Brasil no cenário internacional. Na primeira década do terceiro milênio, as pesquisas nos campos da sociologia vêm constatando que o homem e a mulher deste tempo sentem uma profunda necessidade de experiências religiosas. Em uma sociedade marcada pela desagregação familiar, exclusão social e violência crescente, a religiosidade cristã reafirma sua importância como alicerce de fé, união e promoção de uma vida mais justa e fraterna.

Neste ano em que a Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras completa cem anos de Brasil, alunos de seis escolas da rede municipal de Penedo começaram a estudar

em tempo integral, a partir de novembro de 2011. As unidades foram escolhidas pelo Ministério da Educação de acordo com a vulnerabilidade social das comunidades, dentre elas a Escola Irmã Jolenta.

No Brasil, o sincretismo é vigoroso e capaz de formular novas alternativas de vivência religiosa. Entretanto, as estatísticas do Censo oficial evidenciam a força do catolicismo, religião predominante junto à maioria da população brasileira. Fatos marcantes confirmam como a Igreja tem sido enaltecida. Neste período, houve a eleição do Cristo Redentor como uma das Sete Maravilhas do mundo moderno e a visita do Papa Bento XVI ao Brasil. A primeira viagem pastoral do Papa Bento XVI ao Continente Latino-Americano foi um marco importante para a Igreja, especialmente por presidir à sessão de abertura da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e Caribenho, em Aparecida, São Paulo.

As Irmãs Franciscanas Hospitaleiras, sempre movidas por entranhas de misericórdia, ampliam cada vez mais o alcance humanitário e cristão da sua obra. A cada chamado, não medem esforços em ir ao encontro das demandas dos necessitados, concretizados com a doação de bens de necessidades básicas aos atingidos, na população de favelas e nas periferias. Continuam cada vez mais operantes em suas comunidades, onde são convocadas, e quando surge a necessidade i m p e r i o s a d e a t i t u d e s s o l i d á r i a s e misericordiosas.

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irradiação missionária das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras iniciou-se, a

partir do Norte, rumo ao Nordeste do Brasil. As primeiras obras implantadas foram três colégios na Amazônia, e, a seguir, o Colégio Sagrado Coração de Maria, em Mossoró, no Rio Grande do Norte, o Asyllo de Orphãs e Casa de Mendicidade, em Maceió, Alagoas, e o Colégio Imaculada Conceição, em Penedo, também em Alagoas. A Irmã Maria da Circuncisão era Delegada Geral no Brasil e acumulava o serviço de diretora. Desse modo, o Colégio Imaculada Conceição serviu de sede da Congregação no Brasil, desde sua fundação, em 1913, até à retirada do Noviciado para Salvador, na Bahia, em 1926. A seguir, inserimos uma breve biografia sobre a Irmã Maria da Circuncisão, grande promotora do Carisma da Congregação no Brasil, cujos passos foram decisivos para firmar a presença da CONFHIC em solo brasileiro. Na sequência, um resumo sobre a dedicada trajetória daquelas que lhe sucederam e deram continuidade a esta esplêndida obra de misericórdia, difundida por diversos estados do Brasil.

1.Irmã Maria da Circuncisão

Rosa Ribeiro Gonçalves, (Irmã Maria da

Circuncisão, nº 472) filha de João Luís Ribeiro e Antónia Gonçalves, nasceu em 10 de novembro de 1866, em Prestar, Freguesia de São João de Barqueiros – Barcelos, Portugal. Ingressou na Congregação, a 29 de junho de 1886, tomou hábito a 2 de setembro do mesmo ano e professou a 15 de novembro de 1887. Em sua época, foi uma das Irmãs que mais empreendeu viagens, seja como missionária na Índia, seja como Conselheira Geral, em visita a Luanda e Cabo Verde, além de trazer as primeiras Irmãs ao Brasil, cujo território percorreu várias vezes. Faleceu na Casa de Saúde da Boavista, no Porto, Portugal, a 7 de janeiro de 1946.

“Partiu, em 1889, integrada no terceiro grupo de Irmãs para a Índia, onde se manteve até 1903. Em outubro de 1905, inicia funções de Superiora local no Asilo do Campo da Feira, em Guimarães. A 5 de julho do ano seguinte, é eleita primeira Conselheira Geral, ofício que exerce até 1912, durante o generalato da Irmã Maria de Assis. Nesta sua função, desloca-se a Luanda e à Cidade da Praia, Cabo Verde, em visita canônica às comunidades que ali tinha a Congregação. Nos princípios de junho de 1911, parte à frente de mais nove Irmãs, rumo

Difusão do Carisma no Brasil

“Não desanimamos deste ministério que nos foi conferido

por misericórdia” (2Cor 4,1).

A

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ao Bras i l , como Delegada Geral da Congregação naquele imenso território, que nos solicitou o trabalho quando Portugal o dispensou. Regressa definitivamente a Portugal, em 1925, tendo continuado ainda durante onze anos a exercer o cargo de Superiora local. Os últimos oito anos de vida passou-os no recolhimento, na Casa de Saúde da Boavista. (Boletim Mensal, março de 1946 e Crônica, pág. 315)”, conforme Padre Henrique Pinto Rema, em Crônica do Centenário, o nosso livro de família, página124.

Convém acrescentar, ainda, o empenho da Irmã Maria da Circuncisão, com o apoio da Irmã Maria da Apresentação, “duas almas de fogo e de vistas largas”, para o amparo das Irmãs doentes e velhinhas, ameaçadas em sua existência pelo decreto de extinção das Ordens Religiosas, na República portuguesa. Com limitadíssimos meios, conseguem abrigá-las numa casa, na cidade fronteira de Tui, na Espanha.

Tal era sua preocupação com o acolhimento das Irmãs, que, em correspondência para aquelas que estavam chegando ao Brasil, chegou a elaborar um roteiro com dicas para viagem, sem contar com indicações de grande valia, como a recomendação para o contato com Dona Amélia Gonçalves, no Convento do Desterro, em Salvador (Bahia), senhora de poucos recursos que recepcionava as Religiosas em sua chegada.

Segundo as Palavras do Cônego Dr. João da Ressurreição Paiva, em carta à Madre Geral em 1922: “Consta-me que a Irmã vai aí ao Capítulo Geral. Se aí ficar, acho que V. Revma. deverá tê-la junto a si ou ao menos ouvi-la em tudo o que respeita aos negócios das casas do Brasil. Ela é experimentada, deseja sempre acertar e creio que tem trabalhado bem e feito muito bem” (Henrique Pinto Rema, OFM, Crônica do Centenário, Volume III, parte II, pág. 498).

Na gestão da primeira Delegada Geral da CONFHIC no Brasil, Irmã Maria da Circuncisão (Rosa Ribeiro Gonçalves), cujo governo terminou em 1923, foram realizadas as seguintes fundações:

1ª fundação: Colégio São Francisco, Monte Alegre, Pará, inaugurado em 10 de setembro de 1911. A instituição, inicialmente, funcionou na sacristia do Convento dos Franciscanos e recebeu esse nome em homenagem ao padroeiro da cidade. Apesar da escassez de recursos, o trabalho das Irmãs contava com o a c o l h i m e n t o d o p á r o c o l o c a l e o reconhecimento da comunidade.

2ª fundação: Colégio Santo Antônio, em Alenquer, Pará, que entrou em funcionamento em 12 de setembro de 1911, e floresceu até à crise da borracha. Esta pequena e acolhedora instituição tinha a simpatia e o apoio do povo simples daquela região, que costumava fazer doações em forma de frutas, animais e gêneros alimentícios para colaborar com os suprimentos necessários.

3ª Fundação: Colégio Pio X, em Itacoatiara, Amazonas, fundado em 20 de dezembro de 1911, a pedido de Dom Frederico Benício da Costa, Bispo de Manaus (AM), que fez a indicação do nome da instituição, em homenagem ao Sumo Pontífice da época, de quem era muito amigo.

4ª Fundação: Colégio Sagrado Coração de Maria, em Mossoró, Rio Grande do Norte, cuja data de abertura foi em 2 de agosto de 1912, festa de Nossa Senhora dos Anjos. Havia uma importante obra anexa ao Colégio, a Escola de São Francisco, frequentada gratuitamente por cerca de 100 alunas de famílias de baixa renda.

5ª fundação: Santa Casa de Misericórdia e Asylo de Inválidos, em Maceió, Alagoas, aonde as Irmãs chegaram a 16 de novembro de 1912, iniciaram as atividades um mês após sua chegada à capital alagoana e permaneceram até julho de 1916.

6ª fundação: Colégio Imaculada Conceição, em Penedo, Alagoas, fundado em 14 de abril de 1913. Conforme relato da Madre: “Estando eu ainda em Maceió, fui procurada por dois homens que, em nome do Comendador português Sr. Manoel Gonçalves, me solicitavam a fundação de um Colégio em Penedo, Alagoas”. A 9 de março de 1913, desembarcaram em Recife, Pernambuco, aquelas que viriam a integrar o grupo

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responsável pela fundação do Colégio.

7ª fundação: Em 1913, por solicitação da Sra. Lydia Resende, que remetera, em recursos financeiros, a importância necessária, vieram seis Irmãs ao Brasil. Com esta providência, a Congregação aceitou o seu pedido e enviou as Irmãs para atuar em um Sanatório no interior de São Paulo. As Irmãs chegaram em 1914, porém, o Sanatório de Piracicaba não foi aberto, por questões políticas do município.

8ª fundação: As referidas Irmãs foram destinadas para outra obra, a convite do Bispo de Campinas, Dom Paulo de Tarso Campos, no segundo semestre de 1914, quando foram indicadas para atuar em um Hospital, na cidade de Socorro, mantido por três anos e fechado por falta de doentes.

9ª fundação: A seguir, as Irmãs passaram a atuar no Hospital de Rio Claro, situado entre as cidades de Piracicaba e Socorro, em 1915, onde encontraram um bom campo de catequese.

10ª fundação: No ano de 1915, foi aberto o Noviciado Imaculada Conceição, em Penedo, Alagoas. A 20 de maio de 1914, tinha sido admitida a primeira postulante Bernardina Cristina Ferreira Paes, que tomou hábito somente em 15 de junho de 1915, pela demora das devidas licenças, em virtude da 1ª guerra mundial.

11ª fundação: Colégio Nossa Senhora das Graças, implantado em Propriá, Sergipe, no ano de 1915. Foi fundado por iniciativa do Pároco Monsenhor Antônio Cabral, nomeado Bispo de Belo Horizonte – Minas Gerais, em 1918. Na década de vinte, foi considerado o melhor educandário do estado, atraindo alunas não só do interior, mas também da capital. Sob sua dependência, foi inaugurada, no ano de 1916, a Escola Santo Antônio, que prestava assistência educacional gratuita às crianças carentes. À época, a unidade supria a inexistência de escolas públicas na cidade.

12ª fundação: Dom João Correia de Nery, Bispo da Diocese de Campinas, indicou as Irmãs para a abertura de um Pensionato em Pirassununga (SP), no ano de 1918, a fim de

receber as moças que estudavam na Escola Normal daquela cidade. Este pensionato, atualmente, é o Lar das Crianças do Menino Deus.

Desde 1915 até 1927, a CONFHIC no Brasil teve de valer-se dos próprios meios, sem qualquer contribuição vinda do Governo Geral na Eu ro p a . M e s m o a s s i m , n o B ra s i l , a Congregação avançou com a abertura de novas obras.

Conforme a Crônica de 1933, “Desde 1911 a 1923, foram para o Brasil 51 religiosas: 03 faleceram, 10 regressaram a Portugal. Mas com as novas religiosas brasileiras, atualmente existem as mesmas 51”.

O Governo da Irmã Maria da Circuncisão terminou em 1923. Sucedeu-lhe no elevado ofício de Delegada Geral da CONFHIC no Brasil, a Irmã Rosa Maria de São Francisco.

2. Irmã Rosa Maria de São Francisco

Maria Ferreira (Irmã Rosa Maria de São Francisco, nº 1012) filha de Antônio Loureiro e de Joaquina Ferreira nasceu a 24 de novembro de 1875, em Gueral – Barcelos, Portugal. Entrou para Congregação a 15 de julho de 1900 e tomou hábito a 15 de outubro do mesmo ano. Professou, a 6 de março de 1902. Dotada de um dinamismo peculiar, colocou-se a serviço do bem e entregou-se com ardor à missão e à sant i f icação das a lmas, consagrando-se de alma e coração a procurar em tudo e por todos os meios a glória de Deus e a salvação do próximo.

Em 1911, deixou a Pátria para assumir o cargo de Superiora da primeira fundação em terras brasileiras. Entretanto, a segunda, no Amazonas, foi o seu primeiro campo de ação.

A Irmã Rosa Maria de São Francisco embarcou com um grupo de Irmãs em um navio em Vigo, na Espanha, e chegou ao Brasil a 21 de junho de 1911. Fez parte da equipe fundadora do Colégio Santo Antônio, na cidade de Alenquer, na Diocese de Santarém, no Pará, no dia 12 de setembro de 1911, com a missão de ser a Superiora local daquela comunidade.

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O fechamento das obras no Norte do país ocorreu em dezembro de 1914. A Irmã Rosa Maria de São Francisco e demais Irmãs foram para Penedo, Alagoas, naquela época, sede da Congregação no Brasil. Passou algum tempo no Noviciado, que aí fora fundado em 1914; seguiu mais tarde para o Rio; depois para Propriá, Sergipe; e, finalmente, para a Bahia, deixando em todas as casas as melhores impressões e a todos inspirando com a sua vida exemplar e o seu ardente zelo.

Em 1927, a mesma foi enviada para o Rio de Janeiro, sendo nomeada Superiora local da Beneficência Portuguesa no Rio de Janeiro, quando a instituição se alargou para Jacarepaguá, nos subúrbios da antiga capital do Brasil. O Conselho Geral da Congregação, atento aos seus dotes e virtudes, confiou-lhe o cargo de Delegada de todas as casas do Brasil. Nesta localidade, as Irmãs, lideradas pela Delegada Geral, iniciaram sua atuação, mantida até hoje, na assistência a idosos, pacientes psiquiátricos e inválidos.

Na Crônica do Centenário da CONFHIC, III volume, consta que o Conselho Geral resolveu que seguisse para o Rio de Janeiro a experimentada Irmã Rosa Maria de São Francisco, que se fez acompanhar por outras Religiosas que se dedicaram com zelo apostólico a uma nova missão, implantada com a sua chegada, no Rio de Janeiro, em 6 de fevereiro de 1927. A Madre Maria Rosa era uma pessoa expansiva. Sempre alegre, levava a alegria a todos que com ela lidavam. Sempre na presença de Deus, edificava a todos pela observância regular e prática dos votos religiosos.

Após breve estadia na Europa, a Irmã Rosa Maria de São Francisco regressou, em 1932, à Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro. As Irmãs daquela Comunidade deixaram a referida obra por dois anos, quando foram convocadas a retomar o trabalho assistencial. O trabalho foi ampliado, posteriormente, com a abertura de uma nova comunidade religiosa ligada à Beneficência carioca, no início da década de 1940. Ali, foi erguido o Edifício do Centenário, marco ligado à esta histórica instituição, no bairro de Santo Amaro.

No governo da Irmã Rosa Maria de São Francisco, a CONFHIC experimentou uma extraordinária expansão no Brasil. Foram c r i a d a s C o m u n i d a d e s Fr a n c i s c a n a s Hospitaleiras de grande importância social, a maior parte delas até hoje bastante atuantes: Santa Casa de Misericórdia, em Penedo, Alagoas, em 1929; Real Sociedade Portuguesa de Beneficência, em Salvador, Bahia, em 1931; Asilo Santa Izabel, hoje Lar Franciscano Santa Izabel, em Salvador, Bahia, em 1932; Santa Casa de Misericórdia de Valença, na Bahia, em 1933; Santa Casa de Pirassununga, em São Paulo, em 1934; Asilo Nossa Senhora de Fátima, em Pirassununga, São Paulo, em 1937; Hospital de Caridade da Santa Casa de Mossoró, no Rio Grande do Norte, em 1937; Convento da Sagrada Família, em Salvador, Bahia, em 1938; Colégio Patrocínio de São José, em Aracaju, Sergipe, em 1940; Orfanato Abigail Afonso, em Martins, Rio Grande do Norte, em 1940; Hospital da Ordem Terceira do Carmo, no Rio de Janeiro, em 1941; Real Sociedade de Beneficência Portuguesa, no Rio de Janeiro, em 1942; Hospital Amparo de Maria, em Estância, Sergipe, em 1942; e Hospital de Esplanada, na Bahia, em 1943.

Nesta fase, consolidou-se decisivamente o labor humanitário das Irmãs em benefício dos pobres. Além da abertura para a prestação de serviços assistenciais e de consolo espiritual aos desvalidos, a Irmã Rosa Maria de São Francisco desempenhou, com incansável dedicação, o papel de acompanhar o andamento das atividades da Congregação nos diversos estados, na qualidade de Delegada Geral da Congregação.

A Madre Maria Rosa de São Francisco foi uma alma privilegiada, de Fé inabalável. Humilde e desprendida de si, não costumava se vangloriar, mas o aroma da sua virtude perfumava os lugares por onde passava. Faleceu a 22 de agosto de 1943, aos 63 anos de existência e 42 anos de vida religiosa, na Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro, quando era Delegada Geral das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras das I rmãs Hospitaleiras.

Com o falecimento da Irmã Rosa Maria de São Francisco, o Governo Geral fez a nomeação da

22 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

Irmã Maria Stella Rodrigues como Delegada Geral da CONFHIC no Brasil.

3. Irmã Maria Stella Rodrigues

Albina Rodrigues (Irmã Maria Stella dos Santos Reis, nº 916), filha de Rosária Rodrigues, nasceu a 26 de julho de 1878, em Costa, Freguesia de Pedorido – Castelo de Paiva, Portugal. Entrou para a vida religiosa na CONFHIC, a 02 de outubro de 1897, e tomou hábito, a 20 de janeiro de 1898, professando, em 06 de fevereiro de 1899. A Irmã Maria Stella fez a formação inicial ainda no tempo de vida da nossa fundadora Bem-aventurada Maria Clara do Menino Jesus, da qual assimilou o cultivo das virtudes. A Irmã Maria Stella integrou o grupo de pioneiras que chegaram ao Brasil, em Belém do Pará, a 21 de junho de 1911, com Irmã Maria da Circuncisão. Na Diocese de Santarém (Pará), cidade de Alenquer, participou como membro da comunidade Franciscana Hospitaleira (na época Irmãs Franciscanas Portuguesas) da fundação do Colégio Santo Antônio, em meio às mais adversas condições de pobreza, mas contando com o entusiasmo do povo bom do Norte do Brasil. Ali, exerceu a missão como professora de bordados e de música.

A 15 de novembro de 1915, a Irmã Maria Stella e n c o n t r a v a - s e c o m o i n t e g r a n t e d a comunidade fundadora do Colégio Nossa Senhora das Graças, em Propriá, Sergipe e, em março de 1919, atuava no Colégio Sagrado Coração de Maria, em Mossoró. Em 29 de janeiro de 1922, fazia parte da direção interna do Orfanato Menino Deus, em Pirassununga, São Paulo; em 13 de julho desse mesmo ano, foi indicada para dirigir o Hospital de Rio Claro, próximo de Pirassununga.

Em 1923, foi nomeada Superiora desta obra e, nesse ofício, através do envio de recursos, contribuiu largamente para a aquisição de um prédio, na Avenida Luiz Tarquínio, em Salvador (BA), onde foi fundado o Colégio São José. Ao completar o tempo de governo no ofício de Superiora local em Pirassununga, o Conselho Geral solicitou à Santa Sé a prorrogação do seu mandato. No início do ano de 1933, foi enviada para dirigir o Colégio Sagrado Coração de Maria em Mossoró (RN), sendo transferida, em

1935, para o Colégio São José, em Salvador, na Bahia, onde exerceu o cargo de Diretora Administrativa.

Conforme afirmou Esmerinda de Souza Bittencourt (Irmã Afonsina), em plena lucidez, aos 94 anos completados em 2012, “a Madre Stella era uma pessoa bondosa e calma. Na época em que a Madre Rosa de São Francisco procurava comprar uma casa para o Noviciado, havia uma possibilidade em Brotas. A outra alternativa era o atual Convento da Sagrada Família, que é uma bênção de Deus para todas nós. Então a Madre Stella, vindo ao Bonfim, jogou uma medalhinha no terreno, onde hoje é nosso Convento, para São José facilitar a compra desta casa que pertencera ao Hospital Português e poder transferir para aqui o Noviciado”, até então instalado no Colégio São José, na Avenida Luiz Tarquínio. No dia 06 de janeiro de 1938, Festa da Epifania do Senhor e onomástico da Madre Stella, lembra a Irmã Afonsina, ela e mais 15 noviças e 13 postulantes acompanhadas da Mestra de Noviças, Irmã Piedade, deslocaram-se da Avenida Luiz Tarquínio, para o imponente imóvel adquirido, no Alto do Bonfim.

A Irmã Maria Stella permaneceu como Superiora do Colégio São José, empenhando-se na aquisição de um novo espaço para funcionamento da instituição, cuja construção ocorreu impulsionada pela Irmã Maria Rosa de Viterbo.

Seu oficio de Delegada Geral durou apenas cinco anos, período durante o qual fundou, em 1943, o Hospital da Sagrada Família, em Salvador, Bahia, e abriu uma Comunidade no Preventório Santa Terezinha, na mesma cidade, em 1945.

Em 1948, foi nomeada uma nova Delegada Geral no Brasil, a Madre Maria da Eucaristia. No ano seguinte, a 22 de setembro, Irmã Stella foi transferida para o Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Estância, Sergipe.A Irmã Maria Stella veio a falecer, em 26 de junho de 1950, em Salvador, aos 72 anos de existência e 52 de vida consagrada, deixando à posteridade o seu testemunho de dedicação e zelo pela causa do Senhor.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 23

4. Madre Maria da Divina Eucaristia Bourbon

Maria do Carmo Bourbon Lindoso Sampaio (Irmã Maria da Divina Eucaristia, nº 1631), filha de Manuel Baptista Sampaio e de Madalena Bourbon Lindoso, nasceu em Guimarães, Portugal, a 30 de abril de 1898. Entrou para a vida religiosa, a 17 de novembro de 1926; tomou hábito, a 26 de maio de 1927; e fez a profissão religiosa, a 02 de julho de 1928, em Tui, Espanha, como professora. Também em Tui, fez a profissão perpétua, a 15 de agosto. Chegou a Salvador (Bahia), em 1948, nomeada pelo Conselho Geral como Delegada Geral no Brasil e sucessora da Madre Maria Stella Rodrigues. Figura humana de grande relevo, por onde passou, deixou marcas significativas de espírito de fé, esperança e caridade, que determinava todo o seu agir.

Seus 50 anos de vida religiosa na Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição transcorreram de maneira intensa e diversificada, conforme descrito a seguir: 02 anos em formação para a vida religiosa, no Noviciado de Tui; 02 anos na Comunidade do Colégio de São José, em Viana do Castelo (Portugal), onde exerceu o cargo de prefeita das alunas externas; 03 anos, na Comunidade de Tui, na Espanha, como Ajudante do Noviciado; 09 anos, na Comunidade do Inst ituto Conde de Agrolongo, em Braga, Portugal, no cargo de Superiora local; 06 anos, na Comunidade do Patronato de Coimbra, Portugal, como Superiora Local; 12 anos, no Convento da Sagrada Família, em Salvador, Bahia, como Delegada Geral no Brasil; 06 anos, no Convento da Sagrada Família, em Salvador, como Superiora Provincial da Província da Santa Cruz; 02 anos como Superiora no Abrigo São Vicente de Paulo, em Ilhéus, Bahia; e 06 anos, na Comunidade da Casa de Exercícios, em Tui, como Superiora local.

A convite da Superiora Provincial, Irmã Terezinha de Souza Rocha, passou os últimos 04 anos, no Brasil, longe do burburinho da revolução em curso em Portugal. Neste período prestou a sua colaboração em algumas comunidades, a última das quais foi a da então chamada Escola de Auxiliares de

Enfermagem Sagrada Família, em Salvador, quando auxiliava no Setor de Costura do Hospital da Sagrada Família, onde veio a falecer, a 13 de março de 1976, aos 78 anos de idade e 49 de vida religiosa consagrada.

Afo r a o te m p o q u e e m p re g av a n o desempenho dos deveres inerentes ao seu cargo, era vista com frequência, no silêncio do seu quarto, a costurar, tranquilamente, roupas usadas das Irmãs dos serviços domésticos e dos empregados. Enquanto isso, a Província florescia. Fundavam-se novas casas; abriam-se hospitais; incrementavam-se Colégios; multiplicavam-se vocações; cuidava-se zelosamente da formação das candidatas.

Nada disso, porém, lhe enchia a alma, como se expressou em conversa com uma Superiora interessada e talvez entusiasmada com o progresso da Congregação no Brasil, naqueles tempos: “Minha Irmã, o que me preocupa não é a bolsa material, mas sim a bolsa espiritual”. Esta frase foi uma revelação eloquente da sua união com Deus, da sua preocupação para que somente Ele fosse glorificado, nos seus trabalhos.

De sua caridade falam vários sacerdotes, aos quais auxiliou, durante o período de seus estudos; falam inúmeros pobres, a quem estendeu a mão de sua generosidade; falam, enfim, centenas de jovens que lhe devem a sua formação para a vida. A sua caridade se manifestava, sobretudo, no dia a dia da vida comunitária. Ninguém dela se aproximava, expondo-lhe qualquer necessidade, que não recebesse, imediatamente, o devido remédio. Até para as Irmãs inseguras em sua vocação, ela tinha sempre um atendimento e empregava todos os meios ao seu alcance para conservá-las na Congregação, convicta como era de que ser religiosa é a maior felicidade neste mundo.

A Irmã Maria da Divina Eucaristia Bourbon era uma mulher, ao mesmo tempo, forte e suave, dotada de visão profética e de uma grande abertura de horizontes. Que o digam as suas obras e a coragem de seus gestos: o grande empenho na formação humana, profissional e cultural das Irmãs - a Madre Eucaristia abriu às Irmãs as portas da Faculdade - e o aumento

24 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

considerável das vocações.

Em seu governo, houve a abertura de grande número de obras: 1945 - fundação do segundo Noviciado no Brasil, em Pirassununga, São Paulo; 1949 – Hospital Vera Cruz, em Belo Horizonte, Minas Gerais; 1950 – Hospital da Polícia Mil itar do Derby, em Recife, Pernambuco; 1950 - Escola Normal e Ginásio São José, em Muzambinho, Minas Gerais; 1951 – Casa de Saúde São Lucas, em Natal, Rio Grande do Norte; 1951 - Patronato São José, atualmente Organização Fraternal São José (no antigo prédio do Colégio São José), em Salvador, Bahia; 1952 – Escola de Auxiliares de Enfermagem Sagrada Família (a primeira da Congregação no Brasil), em Salvador; 1952 - Real Sociedade Portuguesa de Beneficência, em Campinas, São Paulo; 1953 - Casa de Retiro São Francisco, em Salvador, a primeira fundação no gênero; 1954 – Hospital Regional de Penedo, Alagoas; 1954 - Casa da Criança Dr. João Moura, em Campina Grande, Paraíba, a primeira instituição pró-criança carente, onde a Congregação marcou presença no país; 1955 - Real Sociedade Portuguesa de Beneficência, em São Paulo; 1955 - Abrigo São Vicente de Paulo, em Ilhéus, na Bahia.

Para se dimensionar o impulso desta expansão, no ano de 1956, nada menos de que cinco obras foram abertas: Casa de Oração de Petrópolis, no Rio de Janeiro (RJ); Hospital São Luiz, em Surubim, Pernambuco; Hospital Dom Pedro de Alcântara, em Feira de Santana, Bahia; Escola Normal São Francisco de Assis,

em Arapiraca, Alagoas; Educandário Nossa Senhora do Carmo, em Mogi-Mirim, São Paulo.

Dando continuidade ao ciclo de crescimento, entre os anos de 1957 a 1960, foram criadas as seguintes obras: Ginásio Estadual Nossa Senhora de Fátima, em Mariópolis, Paraná, de onde surgiram muitas vocações, destacando-se a nossa Irmã Inês Mascarello, que exerceu o ofício de Superiora Provincial da Província Sagrado Coração de Jesus – Brasil Sul; Ginásio Nossa Senhora de Fátima, em Campo Formoso, na Bahia; Instituto Jesus Maria José, no Xerém, Rio de Janeiro; Casa de Retiro São José, em Belo Horizonte, Minas Gerais; União Hospitalar São Francisco, em Campo Formoso, Bahia; e, por último, no ano de 1960, o Colégio Pio XII, em Brasília, no Distrito Federal. O pioneirismo da implantação desta obra na capital federal foi confiado à Madre Rosa de Viterbo, referendando o perfil empreendedor da nossa Madre Eucaristia como Delegada Geral. Ainda no ano de 1960, procede à fundação da Escola Paroquial Nossa Senhora da Luz, em Vacaria, no Rio Grande do Sul, e do Hospital Henrique Lage, em Lauro Muller, Santa Catarina.

Nosso Brasil agradece a Deus por aquelas que foram operárias incansáveis “da primeira hora e reverencia a memória das heroicas Delegadas”. Elas permanecem conosco no arquivo da saudade: I rmã Maria da Circuncisão, Irmã Rosa Maria de São Francisco, Irmã Maria Stella Rodrigues e Irmã Maria da Divina Eucaristia Bourbon.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 25

Comunidade no Hospital Português (Salvador) atendimento na saúde

difusão do Car isma Franciscano Hospitaleiro em terras brasileiras e o

desafio de caminhar, iluminadas pela fé e conduzidas pela for taleza da Divina Misericórdia, motivaram novos passos, em uma forma mais participativa de buscar a glória de Deus. Então, ampliaram-se os horizontes e as ações, movidas pelo entusiasmo e pelo amor que vem do Altíssimo e bom Senhor, resultaram em nova organização das estruturas de governo da CONFHIC no Brasil.

N o C a p í t u l o G e r a l d e 1 9 6 0 , fo r a m considerados a grande expansão da Congregação em Portugal continental, insular e no exterior, as dificuldades daí decorrentes e os desafios para continuar mantendo a CONFHIC sob um governo único. As Irmãs Capitulares resolveram, então, solicitar à Santa Sé uma descentralização de poderes, que lhes foi concedida pelo Rescrito nº 5272-60 / L. 42, datado de 30 de dezembro de 1960.

A partir desse rescrito, a Congregação foi dividida em Províncias e Delegações. No Brasil foi formada uma Província e uma Vice-Província, respectivamente: Província de Santa Cruz – Brasil-Norte, sendo nomeada Superiora Provincial a Madre Maria da Divina Eucaristia (Maria do Carmo Bourbon Lindoso Sampaio) e Vice-Província do Sagrado Coração de Jesus – Brasil Sul, com a nomeação de Madre Maria Rosa de Viterbo (Maria Doralice Rocha) como Vice-Provincial.

A ereção da Província de Santa Cruz e da Vice-Província do Sagrado Coração de Jesus registra-se como um dos mais marcantes acontecimentos nos 50 anos de presença do carisma franciscano hospitaleiro no Brasil, em fecundo apostolado.

O primeiro Governo da Província de Santa Cruz foi empossado pela Madre Geral, Irmã Maria Aurora da Santíssima Trindade, em 29 de junho de 1961. O primeiro Conselho Provincial foi constituído pelas seguintes Irmãs: Irmã Maria da Divina Eucaristia (Maria do Carmo Bourbon Lindoso Sampaio), Superiora Provincial; Irmã Maria do Espírito Santo (Albina Campos Pinto), Assistente Provincial e 1ª Conselheira; Irmã Cândida de Maria Imaculada (Alyntes de Brito Fontes), 2ª Conselheira; Irmã Diamantina de Cristo Rei (Geraldina Dias Nobre), 3ª Conselheira; e Irmã Glória de Maria Imaculada (Maria da Conceição Faria), 4ª Conselheira. Para Mestra de Noviças foi nomeada a Irmã Ivone do Coração de Maria (Júlia Ferreira).

NOVOS HORIZONTES

“Dilata o espaço da tua tenda, desdobra sem constrangimento as telas que te abrigam, alonga

tuas cordas, consolida tuas estacas” (Is 54,3a).

A

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As Irmãs que vieram para Piracicaba, Socorro e Rio Claro, em São Paulo, em 1914, formaram as comunidades do Sudeste, mais tarde ampliadas para o Sul do país, na área de abrangência da Delegação Geral no Brasil, com sede em Salvador, Bahia.

A partir de 31 de dezembro de 1960, as obras da Região Sudeste e Sul foram assumidas pela Vice-Província do Sagrado Coração de Jesus. Por nomeação do Governo Geral, o Conselho Vice-Provincial assumiu, em 19 de março de 1961, a direção da Vice-Província, sediada em Pirassununga, São Paulo, sendo assim constituído: Superiora Vice-Provincial: Irmã Maria Rosa de Viterbo (Maria Doralice Rocha); 1ª Conselheira: Irmã Aparecida de Maria Imaculada (Zolina Freire); 2ª Conselheira: Irmã Maria Inês de Assis (Pureza da Conceição Ramos) que assumiu também o cargo de Mestra de Noviças.

A presença Franciscana Hospitaleira no Sudeste do país continuou pródiga em realizações. A Irmã Maria Rosa de Viterbo atuou com zelo apostólico e acentuado amor à Congregação. O legado do seu governo incluiu o Colégio Pio XII, em Brasília, e o Convento Imaculado Coração de Maria, em I t a p e c e r i c a d a S e r r a , S ã o P a u l o . Posteriormente, em atendimento às novas atividades da missão, foi denominado Centro Assistencial Imaculado Coração de Maria e abrigou em suas instalações a formação inicial, que demonstra a ênfase, o traço de singularidade do Governo da Madre Rosa: o cuidado com as aspirantes. Foram sementes lançadas que frutificaram em obras de amplo alcance social e novas vocações.

Traços biográficos da Irmã Rosa de Viterbo

Nascida a 13 de janeiro de 1902, em Propriá, Sergipe, Maria Doralice Rocha (Irmã Maria Rosa de Viterbo) era a terceira dentre os nove filhos do casal de autênticos católicos, Senhor Antonio Soares da Rocha e de Dona Maria Feliciana de Melo Henrique da Rocha.

A sua vocação surgiu em plena juventude, o que não era de se admirar, por ter vários membros da família consagrados ao serviço de Deus, inclusive um tio Bispo, Dom

Raimundo, e seu único irmão, Monsenhor Manuel Soares, poeta e escritor, que atuou na Chancelaria da Arquidiocese de Salvador, Bahia. Ao manifestar sua vocação, Doralice Rocha foi levada pelo próprio pai ao Noviciado, anexo ao Colégio da Imaculada Conceição, em Penedo, Alagoas. Este período foi tão marcante em sua vida que, muitas vezes, relembrava fatos passados no decurso do seu Noviciado, ora para encorajar as neoprofessas, ora para alegrá-las.

Sua infância religiosa foi passada em Penedo, Alagoas, berço dos Noviciados de nossa amada Congregação no Brasil. Ali emitiu os primeiros votos, a 4 de agosto de 1924, tornando-se, desde então, uma das colunas da obra franciscana hospitaleira no Brasil. Depois do primeiro ano canônico, professou e, em 1926, foi transferida para Salvador, Bahia, para o Colégio São José, situado à Avenida Luís Tarquínio, número 13. Em 1926, começou a sua sementeira no campo educacional, no Colégio São José, então sediado na Avenida Luís Tarquínio, em Salvador. Exerceu ali as funções de Prefeita, Mestra, Diretora e Superiora. Seu gosto pelas construções fê-la traçar a planta do grandioso imóvel do Colégio São José, na Rua da Imperatriz, em Salvador. Entre outros destaques das instalações físicas, a capelinha era considerada a jóia de Irmã Rosa.

Foram 30 anos dedicados à formação cristã da juventude feminina. No Colégio São José, exerceu vários cargos: professora, secretária, diretora técnica e, por último, superiora. Era muito estimada por todos da família colegial. Comemorou, no dia 4 de agosto de 1949, seu jubileu de prata de vida consagrada, com uma singela homenagem do corpo docente e discente, pais e amigos. Em fevereiro de 1956, Irmã Rosa foi transferida para o Colégio Imaculada Conceição, em Penedo, Alagoas.

Com o mesmo zelo, dedicação e amor, empreendeu grandes reformas, inclusive a construção do Centro Esportivo, espaço imprescindível para aquele estabelecimento. Além do cargo de superiora, lecionava muito bem Matemática. Atuou durante três anos e poucos meses no Colégio Imaculada Conceição, quando foi designada para Brasília, a fim de adquirir um terreno para construir o

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novo Colégio Pio XII. Nesta fundação, enfrentou grandes contratempos. Entretanto, seu espírito de fé, confiança em Deus e total desprendimento fizeram-na tudo vencer, auxiliada pelas suas coirmãs, concretizando a construção. A humildade ornava seu espírito empreendedor.

Sem se abalar pelas dificuldades e firme no propósito de expandir a obra educacional, implantou, ainda, o Jardim de Infância da Fábrica Nacional de Motores (FNM), no Rio de Janeiro. Uma das mais belas páginas da sua vida foi a notável construção do Convento do Imaculado Coração de Maria, na Vice-Província do Sagrado Coração de Jesus. Esta casa destinada ao Noviciado foi uma das prioridades do seu Vice-provincialato. Teve a alegria de vê-lo inaugurado, habitado, apesar de não ter testemunhado em vida sua conclusão.

Como Vice-Provincial, sua simplicidade e carinho a levaram às comunidades de toda a Vice-Província para atestar seu grande amor à observância religiosa. Procurou cultivar esse sentimento em todas as Irmãs, numa demonstração de máximo interesse pela perfeição pessoal.

A Madre Rosa de Viterbo era uma autêntica franciscana na virtude da pobreza. Conta-se que, na época em que cursava a faculdade, tomava o bonde que, naquela época, custava trinta centavos, ao invés de utilizar o ônibus, pois o valor da passagem era cinquenta centavos. Quantas e quantas vezes fazia o percurso a pé e subia íngremes ladeiras até à Faculdade. Nos pequenos gestos, revelava a grandeza e a retidão de uma alma simples,

abnegada, amante da pobreza, dedicada, desvelada e amiga sincera da Congregação. Foi nomeada Vice-provincial, em 30 de dezembro de 1961, e passou a residir no Noviciado, em Pirassununga, São Paulo. Por motivos imprevistos, viu-se na contingência de comprar um terreno em Itapecerica da Serra, Km 27,5, São Paulo, para construir o novo Noviciado.

E la t inha grande preocupação pelo surgimento de vocações. Por esta causa muito rezava na “Hora Santa”, durante a noite toda, em grupos, até ao amanhecer do dia. Essa prática acontecia uma vez por mês, com o apoio da Mestra Irmã Inês de Assis. Durante o Capítulo Geral, celebrado em Roma, nos meses de julho e agosto de 1966, a Irmã Rosa de Viterbo começou a sentir-se doente e voltou ao Brasil. Exerceu o cargo de Vice-Provincial, durante seis anos incompletos, por ter sido vítima de doença que a ceifou em poucos meses. Enfrentou a enfermidade com resignação e paciência, reafirmando o exemplo inspirador para suas Irmãs.

Por Rescrito de 26 de janeiro de 1967, a Vice-Província do Sagrado Coração de Jesus foi elevada à categoria de Província e, como primeira Provincial, foi nomeada pelo Conselho Geral a Irmã Inês de Maria Imaculada. A Irmã Rosa de Viterbo retirou-se, então, para Pirassununga, São Paulo, a fim de ali passar os últimos meses da sua vida, à espera do grande Encontro com Deus. Entregou-Lhe sua alma no dia 3 de agosto de 1967, aos 65 anos de idade e 44 de vida religiosa, descansando das labutas em sua existência abnegada, vivida com verdadeiro espírito evangélico.

28 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

s princípios gerais da atuação do G o v e r n o l e v a m à b u s c a e a o

cumprimento da vontade de Deus, em uma d i n â m i c a d e p a r t i c i p a ç ã o e co r re s p o n s a b i l i d a d e, n o s e r v i ço d a autoridade. Aos ofícios governamentais, nos vários níveis, compete a animação e a orientação da vivência do Projeto de Vida e Missão da CONFHIC.

1- Província de Santa Cruz

Governo da Provincial Irmã Maria da Divina Eucaristia Chamadas ao serviço da autoridade, por nomeação do Governo Geral, a 25 de março de 1961, festa da Anunciação do Senhor, a Madre Geral, Irmã Maria Aurora da Santíssima Trindade (Maria Jacinta de Sarrea de Azevedo Coutinho empossou, a 29 de junho de 1961, no Convento da Sagrada Família, as Irmãs que constituíram o primeiro Governo da Província de Santa Cruz: Irmã Maria da Divina Eucaristia (Maria do Carmo Bourbon Lindoso Sampaio) Superiora Provincial; Irmã Maria do Espírito Santo (Albina Campos Pinto): Assistente e 1ª Conselheira; Irmã Cândida de Maria Imaculada (Alyntes de Brito Fontes): 2ª Conselheira; Irmã Diamantina de Cristo Rei (Geraldina Dias Nobre): 3ª Conselheira e Irmã Glória de Maria Imaculada (Maria da Conceição Faria): 4ª Conselheira.

A Irmã Maria do Espírito Santo (Albina Campos Pinto) exercia também o cargo de Secretária

da Província. A Irmã Maria do Corpus Christi (Etelvina dos Santos Azevedo) foi nomeada Ecônoma Provincial. Para Mestra de Noviças, no período de 1961 a 1967, foi nomeada a Irmã Ivone do Coração de Maria (Júlia Ferreira).

No ofício de Provincial, a Irmã Maria da Divina Eucaristia continuou dinamizando o Carisma com novas fundações. Em 1962, com o empenho da Irmã Maria Laudelina da Sagrada Família (Albina de Jesus Mendes), foi inaugurado o Centro de Assistência Social Pio XII – atualmente Escola Mãe Clara, uma obra de atendimento gratuito para os necessitados das imediações do Monte Serrat, na Cidade Baixa, em Salvador, Bahia. No ano de 1964, assumiu a Ação Fraternal de Itabuna (AFI), no interior da Bahia, cedida por doação generosa da Terceira Franciscana, Dona Amélia Tavares Amado. Ali, ao lado de um alunado de classe média alta, muitas crianças carentes recebiam formação de qualidade equivalente. Em 1965,

VIDA APOSTÓLICA

“Os que tiverem exercido bema sua função alcançarão para si uma posição honrosa e se sentirão muito seguros na fé em Jesus Cristo”. (I Tim 3,13)

O

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houve mais um marco missionário: a criação do Patronato Monsenhor Vitorino de Oliveira, em Granja, no Ceará, misto de trabalho paroquial e educação. Esta foi a primeira obra paroquial da Província de Santa Cruz.

No entusiasmo da Madre Eucaristia, as obras tradicionais também foram revitalizadas pela redescoberta do Carisma Franciscano Hospitaleiro em seu pleno vigor apostólico e continuaram recebendo a presença abnegada de nossas Irmãs. Exemplo desta abnegação foi o empenho da Madre Diamantina de Cristo Rei, a quem foi confiada, mesmo com a saúde debilitada, em 1967, a criação do Centro Assistencial São Francisco de Assis, em Dias D’Ávila, na Bahia.

Governo da Provincial Irmã Ivone do Coração de Maria

Em 11 de fevereiro de 1967, o Governo Geral nomeou o segundo Governo da Província de Santa Cruz. A Madre Geral, Irmã Maria da Sagrada Eucaristia (Maria de Lurdes de Paiva Boléo) através de sua delegada, Irmã Maria Aurora da Santíssima Trindade (Maria Jacinta de Sarrea de Azevedo Coutinho), deu posse à seguinte equipe: Irmã Ivone do Coração de Maria (Júlia Ferreira), Superiora Provincial; Assistente Provincial e 1ª Conselheira: Irmã Alice Maria de Jesus Hóstia (Francisca Benigna de Araújo); 2ª Conselheira: Irmã Avemaria de Fátima (Leda Silva Dantas); 3ª Conselheira: Irmã Isaura de Maria Imaculada (Maria Olinda da Silva); 4ª Conselheira Irmã Maria Amada de Jesus Hóstia (Tecla Leão). A Irmã Alice Maria de Jesus Hóstia (Francisca Benigna de Araújo) exercia também o cargo de Secretária Provincial.

A Irmã Maria do Corpus Christi (Etelvina dos Santos Azevedo) permaneceu no cargo de Ecônoma Provincial. Para Mestra de Noviças, no período de 1967 a 1971, foi designada a Irmã Maria dos Arcanjos (Maria Rosa Assunção) que foi substituída, no período de 1971 a 1973, pela Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro.

Para o crescimento desta parcela da CONFHIC no Brasil, em 1968, elaborou-se o anteprojeto

do primeiro Diretório Provincial das duas Províncias brasileiras, em comunhão e sintonia de vida. Neste ano, a Província de Santa Cruz assumiu a orientação do Lar de Velhinhos, em Gravatá, Pernambuco, enquanto a atuação das Irmãs se orientava mais para o campo de inserção paroquial, estendendo-se à Paróquia de Campo do Brito, Sergipe, e à Paróquia de Nossa Senhora do Bom Parto, em Recife, Pernambuco. Ainda em 1968, as Irmãs foram convidadas a prestar serviços no Hospital João Murilo, em Vitória de Santo Antão, Pernambuco. Em 1969, no prédio onde nascera o Colégio São José, na Avenida Luis Tarquínio, foi criada a Organização Fraternal São José, com a finalidade de atender ao seu apostolado como pensionato, na ajuda e promoção do outro.

À Irmã Ivone do Coração de Maria (Júlia Ferreira) coube a iniciativa de convocar o primeiro Capítulo Provincial, realizado na Província de Santa Cruz, fato que ocorreu no período de 11 a 23 de fevereiro de 1969. O Capítulo realizou-se em duas etapas: uma preparatória, de 11 a 18 de fevereiro, e outra, de 19 e 23 de fevereiro. Realizou-se este Capítulo em preparação ao Capítulo Geral Especial de 1969 e para eleição das Delegadas ao referido evento. Na função de Provincial, a Irmã Ivone do Coração de Maria empenhou todos os esforços para o bom êxito desejado.

Na etapa preparatória, proporcionou o estudo de temas como: Perspectivas Teológicas da Vida Religiosa hoje, Comunhão Fraterna, Pobreza, Vida de Oração e Apostolado, Formação das Irmãs, Organização e Governo, em reuniões plenárias com as Irmãs eleitas e convocadas para o Capítulo Provincial Especial, que se efetivou de 19 a 23 de fevereiro de 1969. A segunda etapa, no período de 21 a 26 de março de 1970, teve como objetivo de elaboração do Diretório Provincial. Convém ressaltar o traço de união entre as duas Unidades brasileiras: na mesma data, às mesmas horas, estiveram reunidas as assembleias para estudos e elaboração dos respectivos Diretórios Provinciais.

O Provincialato da Irmã Ivone foi assinalado por duas vertentes significativas: acolhimento ao novo Pentecostes da Igreja, o Concílio

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Vaticano II, cujo objetivo era discutir a ação da Igreja nos tempos atuais, "promover o incremento da fé católica e uma saudável renovação dos costumes do povo cristão, e adaptar a disciplina eclesiástica às condições do nosso tempo" e do mundo moderno, em o u t r a s p a l a v r a s o “a g g i o r n a m e n t o” (atualização e abertura) da Igreja.

A outra vertente, oriunda da primeira, era a organização da vida administrativa e apostólica da Província, em conformidade com as decisões conciliares.

No ano de 1971, mais outra atuação das Irmãs em Casa Paroquial, desta vez em Caetité, na Bahia. Grande vigor apostólico revestiu o ano de 1972. Foram abertas, naquela época, novas obras missionárias: Fraternidade Franciscana do Rio de Contas, em Salvador, Bahia; Fraternidade Franciscana, em Neópolis, Sergipe; Centro Social Maria Goretti, em Itabuna, na Bahia; e Fraternidade São Francisco de Assis, em Mossoró, Rio Grande do Norte.

Uma das grandes obras do referido Governo foi a reforma interna no imóvel onde funciona o Convento da Sagrada Família, Alto do Bonfim, Salvador. Foram feitos investimentos na restauração e conservação, bem como, envidados esforços para a aplicação do revest imento ex ter no com azule jos portugueses.

Sob a condução da Irmã Ivone, ocorreu o segundo Capítulo Provincial Extraordinário, no período de 17 a 20 de agosto de 1972, em Salvador, quando foram eleitas a Irmã Eugênia de Maria Imaculada (Anna Figueiredo Carvalho) e a Irmã Maria Belmira de Lourdes (Maria José Brandão Lima) como delegadas ao Capítulo Geral, realizado em Tui, Espanha.

Traços biográficos de Irmã Ivone do Coração de Maria (Júlia Ferreira)

A I rmã I vone do Coração de Maria, na pia batismal Júlia Ferreira, é portuguesa d e n a s c i m e n t o , n a t u r a l d e

Caranguejeira, Leiria. Filha do comerciante Manuel Cardoso Júnior e de Dona Maria Ferreira, nasceu a 29 de outubro de 1927. Entrou para a vida religiosa consagrada em 1947 e tomou hábito em 1948, quando iniciou a formação religiosa canônica, no período do Noviciado. Fez a profissão temporária, em 1950, a renovação dos votos, em 1953, e a profissão perpétua, em 1956. Portava habilitação para o ensino primário particular em Portugal, onde exerceu a função de professora. Adquiriu autorizações para o ensino de Matemática e Desenho, de Ciências e de Geografia.

Como religiosa era uma pessoa que se distinguia pela fé. Mulher de oração, prudente e sigilosa, humilde e serena, pontualíssima e assídua às orações, justa e equilibrada. Na direção espiritual, manifestava-se acolhedora, amável e exigente, caridosa e compreensiva. Religiosas até de outras Congregações vinham em busca de seus sábios ensinamentos como o r i e n t a d o r a d e v i d a c o n s a g r a d a . Testemunhava um viver alegre, com um jeito elegante e, ao mesmo tempo, modesto de se relacionar. Era de personalidade firme; sincera ao falar; atenta às necessidades das Irmãs, aberta à flexibilização, sem descurar-se da disciplina da vida religiosa. Exerceu, com esmero, o cargo de Mestra de Noviças, no período de 1961 a 1967.

Como Superiora Provincial, nos anos de 1967 a 1973, a Irmã Ivone marcou presença ativa junto às obras e Fraternidades da Província de Santa Cruz, quando em suas visitas canônicas, dedicava atendimento não só às Irmãs, mas também aos colaboradores e aos destinatários da missão. Deixou a Congregação, em 1974, seguindo um novo caminho de vida religiosa.

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Governo da Provincial Irmã Maria Adelinda do Divino Coração (Terezinha de Souza Rocha)

A Província da Santa Cruz viveu momentos difíceis motivados pela renúncia de algumas Irmãs que compunham este último Conselho Provincial. Em fevereiro de 1973, o Conselho Geral, sob a coordenação de Irmã Maria de Fátima Sanches, nomeou o 3º Governo da Província de Santa Cruz, para um triênio. Como delegadas do Governo Geral, as Irmãs Maria Hostilina da Eucaristia (Maria da Nazaré Borges Meneses) e Rosa de Santa Maria (Joaquina de Jesus Gomes) deram posse, no Convento da Sagrada Família, em 11 desse mês e ano, ao novo Governo integrado por Irmã Maria Adelinda do Divino Coração (Terezinha de Souza Rocha), Superiora Provincial (1ª brasileira nomeada para esse cargo); Irmã Maria Amada de Jesus Hóstia (Tecla Leão), Assistente Provincial; Irmã Maria Cecília do Menino Jesus (Maria de Lourdes Nascimento), Conselheira da Educação; Irmã Cláudia de Mar ia I maculada (E l isabete Santos) , Conselheira de Saúde e Assistência; Irmã Isilda de Maria Santíssima (Anna de Souza Freitas), Conselheira do Setor Apóstolico-Missionário que também exercia a função de Secretária Provincial. A Irmã Maria Angelina do Tabernáculo (Maria Dantas Rocha) foi designada para Ecônoma Provincial. No período de 1973 a 1978, foi nomeada para Mestra de Noviças a Irmã Maria Aline do Bom Pastor (Ana de Oliveira Matos), vinda de Portugal para exercer esse cargo.

Superadas as turbulências de percurso, o Governo Provincial da Irmã Terezinha de Souza Rocha estendeu-se por dois profícuos mandatos, de seis anos mais outros três. A vida de oração e a promoção da vida fraterna foram metas prioritárias, para as quais envidou todos os meios ao seu dispor, num esforço de revitalização das fraternidades, com opções decisivas para centrar a vida no Senhor, apoiando-se na força e entusiasmo do primeiro Amor (Ap. 2,3-5), procurando, como dizia São Francisco de Assis, ‘começar sempre de novo’.

À medida que as Fraternidades e as Irmãs, em particular, se abriram para as maravilhas do

Divino Espírito Santo, aprofundando a vida de oração e o zelo pelas coisas de Deus, expandia-se o ardor apostólico, tão característico da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição. Em 1973, mais uma conquista significativa: a abertura da Fraternidade Coração de Maria, em Coração de Maria, na Bahia.

O testemunho de vida e o múnus apostólico contribuíram para o aumento de discípulos e discípulas do Senhor Jesus. Neste sentido, os Colégios mantidos pela Congregação deram o melhor de sua atividade para que fossem evangelizados os alunos, as famílias, os colaboradores – professores e demais. O empenho apostólico foi dinamizado em curso de catequese orientado pelas Irmãs Maria da Conceição Galvão Ribeiro (Irmã Gilcele de Maria Imaculada) e Maria Barreto de Lucena (Irmã Maria da Piedade de São Franciosco). Houve grande participação de Irmãs em seminários e congressos de educação, promovidos pela Associação de Educação Católica – AEC.

A educação religiosa teve, portanto, relevante destaque com a inclusão participativa dos pais, na preparação para a Primeira Comunhão dos seus filhos, e na organização de grupos jovens com vistas à Crisma, dinamizados pelas jornadas bíblicas, semanas franciscanas, dias de reflexão, cursos breves de espiritualidade e experiências de deserto que favoreceram o compromisso com a Fé. A realização dessas atividades contou com a colaboração de grandes educadores da fé como Dom Thomas Murphy,(Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Salvador), Padre Gardenal SJ, Padre Eduardo Dougherty SJ, Padre Bértoli SCJ, Padre Antonino, Dom Constantino Lüers OFM, Frei Hidelbrando - OFM e Frei Francisco Xavier Bockey – OFM.

Ao lado do empenho pelo crescimento espiritual, houve atenção aos necessitados, através da manutenção de cursos gratuitos de corte e costura e de alfabetização para adultos, orientação no clube de mães e ambulatório social. O cunho missionário da Província foi marcado, nesta época, pelas missões de férias das Irmãs, realizadas na periferia de Salvador e no interior dos estados da Bahia e de Alagoas,

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nos sertões que levavam meses sem a visita de um sacerdote. Com o testemunho de pobreza, alegria e disponibilidade, as Irmãs efetuaram uma pregação viva da Palavra de Deus, do seu amor e da vivência das bem-aventuranças, síntese da doutrina libertadora e vivificante de Cristo Jesus. Mais uma meta prioritária da Província, o trabalho de promoção da vida fraterna tornou-se uma realidade cada vez mais intensa.

Ao f indar o tr iênio, houve Reunião Preparatória, nos dias 13 e 14 de dezembro de 1975, para preparar a realização do terceiro Capítulo da Província de Santa Cruz. Pela primeira vez, foi promovido um Capítulo Provincial eletivo em terras brasileiras, no período de 02 a 11 de fevereiro de 1976, ano em que a Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição celebrou o Centenário de Aprovação Pontifícia.

Sob a presidência de Irmã Maria Clara do Espírito Santo, Delegada Geral da Irmã Maria de Fátima Sanches, Superiora Geral, as capitulares elegeram as conselheiras do 4º Governo da Província de Santa Cruz, em 08 de fevereiro de 1976, assim constituído: Irmã Terezinha de Souza Rocha, Superiora Provincial nomeada pelo Governo Geral; Irmã Tecla Leão, Assistente Provincial; Irmã Maria de Lourdes Nascimento, Conselheira de Educação; Irmã Elisabete Santos, Conselheira de Saúde e Assistência; Irmã Anna de Souza Freitas, Conselheira de Apostolado e Missão. Foram nomeadas, respectivamente, como Secretária Provincial, a Irmã Eliza Menezes de Aragão (Serafina), e, como Ecônoma Provincial, a Irmã Joanete Rebouças Souza. Para Mestra de Noviças, a partir de 1978, foi nomeada a Irmã Anna de Souza Freitas (Isilda de Maria Imaculada).

O ano de 1976 trouxe intensa atuação apostólica, com celebrações pelo Centenário de Aprovação Pontifícia da CONFHIC. Uma vasta programação, elaborada por uma equipe de planejamento, foi enviada às Fraternidades, com uma pauta de oração. As bênçãos deste precioso tempo encontram-se detalhadas em capítulo específico destes anais. A abertura da Fraternidade Santa Clara,

em Umarizal, no Rio Grande do Norte, marcou o ano de 1977. Em resposta aos apelos da Igreja pós-conciliar e por iniciativa de nossa Superiora Geral Maria Eneide Martins Leite teve início, na CONFHIC, em 1978, o Processo de Renovação Planificada (PRP). O Conselho Provincial dinamizou esta iniciativa na Província de Santa Cruz.

Cada Fraternidade se empenhou em viver cada etapa deste processo com espírito de fé, buscando, através do estudo e da oração, transformar os conteúdos em vivência. Isso foi feito com dificuldade e sacrifício, porém, o Senhor garantiu uma bendita colheita de mais interesse pela oração, pelo sentido de pertença, pela vida fraterna e por um serviço apostólico mais comprometido e atuante. Os resultados da leitura orante da história congregacional, do estudo da realidade circundante, dos questionários de projeções das Irmãs e das avaliações foram sintetizados e tornaram-se conteúdo das assembleias na Província de Santa Cruz.

Em Penedo, Alagoas, a partir de 19 de março de 1978, a Casa de Oração Nossa Senhora do S i l ê n c i o t o r n o u - s e i r r a d i a ç ã o d a espiritualidade franciscana hospitaleira e, em I tabuna, na Bahia, foi implantada a Fraternidade Monte Alverne, em benefício dos mais empobrecidos. Depois de 40 anos, o Noviciado da Província de Santa Cruz foi transferido do Convento da Sagrada Família para o andar térreo do Centro Interescolar de Enfermagem Sagrada Família (CIESF), em Salvador.

No decorrer do primeiro sexênio, houve notável empenho na formação humana, espiritual e acadêmica das Irmãs recém-admitidas e daquelas que já faziam parte da família congregacional. Foi uma das metas prioritárias do Conselho Provincial, que contou com a ajuda e a colaboração de bom número de Irmãs: 114 cursavam o primeiro grau, 60 concluíram o primeiro grau, 67 concluíram o segundo grau e 37 concluíram a graduação, permanecendo 08 a concluir, ao final deste período. Foram, ainda, 38 Irmãs participantes em cursos de catequese, de Auxiliares de Enfermagem, em Curso de férias nos Institutos de Teologia e no Centro de

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Estudos Franciscanos e Pastorais para a América Latina (Cefepal).

A Pastoral Vocacional foi devidamente o r g a n i z a d a e m R e g i o n a i s , s o b a responsabilidade de uma coordenadora. As vocações recomeçaram a florescer nos grupos de jovens dos Colégios mantidos pela Província e também em outros colégios, sobretudo nos grupos jovens paroquiais. Houve reuniões anuais de caráter vocacional, com a participação total de 99 jovens, provenientes das diversas Dioceses onde as Irmãs atuavam.

Dentre os esforços desenvolvidos pelo Conselho Provincial e pela Equipe de Formação, está o de suscitar o interesse das Irmãs, sobretudo das Promotoras Vocacionais, pela Pastoral da Juventude, visando não só a promoção e a evangelização dos jovens, mas também maior conhecimento dos anseios, das aspirações e das necessidades da juventude. Esta atuação contribuiu amplamente para o enriquecimento pessoal, a dinamização das Fraternidades e a adequada orientação das Aspirantes à vida religiosa consagrada.

Como parte deste esforço de mobilização em prol da formação religiosa, as Promotoras Vocacionais visitaram jovens vocacionadas e suas respectivas famílias e proporcionaram às jovens transporte para várias localidades, com o intuito de viabilizar sua frequência nas escolas. Foi inestimável a contribuição formativa e social desenvolvida pela Província, seja através da concessão de bolsas de estudo, emprego com carteira profissional e participação nos Retiros de Opção Vocacional (ROV). O Governo da Irmã Terezinha de Souza Rocha esteve aberto à partilha com outros institutos para repensar a Pastoral da Juventude, através da troca de experiências e estudos conjuntos sobre a animação vocacional.

O d i n a m i s m o d a v i d a c o n s a g r a d a proporcionou a realização de mais um Capítulo, na Província de Santa Cruz. No governo de Irmã Terezinha Rocha ocorreu, no período de 9 a 15 de janeiro de 1977, o quarto Capítulo Provincial, em caráter especial. Durante as sessões capitulares, houve estudo e

aprofundamento dos pontos básicos da vida religiosa: oração pessoal e comunitária, vida fraterna e vida apostólica. O Capítulo teve como objetivos a renovação das Constituições Gerais e a eleição das Delegadas ao Capítulo Geral Ordinário. Foram eleitas Irmã Maria Dalvanir Filgueira Rosado, Irmã Elisabeth Santos e Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro, como delegadas.

O quinto Capítulo realizado na Província foi o segundo Capítulo Provincial eletivo da Província de Santa Cruz, iniciado a 29 de abril e concluído a 03 de maio de 1979. Este foi presidido pela Irmã Maria Eneide Martins Leite, primeira Superiora Geral brasileira, que na mensagem de abertura destacou “o sentido de comunidade e de Igreja, inspirado pela comunidade dos primeiros cristãos”. Disse ainda: “procuramos hoje uma forma de vida que seja sinal inteligível e que seja significativa para a humanidade”. Em 03 de maio de 1979, foi eleito o quinto Governo Provincial, formado pelas seguintes componentes: Irmã Terezinha de Souza Rocha, Superiora Provincial; Irmã Margarida de Menezes Alves, Assistente Provincial; Irmã Maria Dalvanir Filgueira Rosado, Conselheira da Educação; Irmã Elisabete Santos (Irmã Cláudia de Maria Imaculada), Conselheira de Saúde e Assistência; Irmã Anna de Souza Freitas, Conselheira do Setor Apostólico e Missionário. Foi nomeada como Secretária Provincial a Irmã R o s a H e l e n a M e n d e s d e M o u r a , e permaneceram nos cargos, a Irmã Joanete Rebouças Souza como Ecônoma, e, a Irmã Anna de Souza Freitas,como Mestra de Noviças, no triênio.

Neste período, o Conselho Provincial se debruçou com solicitude sobre a Formação Permanente das Irmãs, com a realização de retiros espirituais, cursos, seminários especializados, e assembleias. Não foram poupados recursos e esforços para o crescimento pessoal e comunitário das Irmãs da Província de Santa Cruz. Foram realizados 26 retiros, com várias tendências e temáticas: numa linha específica de retiros orientados, numa dinâmica franciscana, numa direção de experiência de Deus, numa linha de renovação carismática católica e numa linha tradicional, além de retiros especializados para admissão

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ao Postulantado, ao Noviciado, à Profissão religiosa e à celebração dos jubileus de prata e de ouro de Vida Consagrada.

Fo r a m o f e r e c i d a s à s I r m ã s m u i t a s oportunidades para o seu aprimoramento psicológico, intelectual e espiritual, em suma, para o cultivo integral de sua pessoa. Cursos de Psicologia Aplicada à Vida Religiosa, em número de seis; curso de Dinâmica da Vida Fraterna; Curso de Salvação, ministrado pelo Padre Alfonso Garcia Rúbio, professor e coordenador da PUC (Pontifícia universidade Católica) do Rio de Janeiro; curso sobre Autoridade na Vida religiosa, destinada às Irmãs Superioras locais; Seminário sobre Autoridade e Obediência; Seminário sobre a prática da Enfermagem, destinado às Irmãs enfermeiras e ministrado por uma equipe da Universidade Católica de Salvador (UCSAL); reuniões com Irmãs que atuam na Educação, com a participação da Irmã Maria Vilaní Rocha de Oliveira e com a orientação do Irmão Joaquim Panini, marista; reuniões com Irmãs atuantes na Enfermagem; e reuniões com as Irmãs que estavam no serviço paroquial, em diversas Dioceses do Nordeste III.

Conforme notícia publicada no Informativo Arauto da Santa Cruz em julho de 1979, a Província de Santa Cruz, numa iniciativa pioneira, disponibilizou a Irmã Maria Bernadete Lobo para o apostolado entre os custodiados, em companhia das Voluntárias Sociais da Bahia. Visitaram presídios e penitenciárias no estado, e o zelo apostólico as conduziu àquela juventude (a maioria entre 18 e 22 anos) dentro dos muros, retidos por grades de ferro, suplicando misericórdia e carinho. A I r m ã Te r e z i n h a d e S o u z a R o c h a proporcionou ampla interação, ao promover as Assembleias Provinciais, abertas a todas as Irmãs da Província. A primeira, como ressonância do PRP, transcorreu de 20 de janeiro a 02 de fevereiro de 1980, precedida de uma vigília de Adoração e Oração.

Foram dias visitados pela graça divina, com grandes reflexões sobre temas pertinentes à vida fraterna e apostólica, em especial aqueles dedicados à Maria, Hospedeira do Verbo,

quando houve a entronização da Virgem do Silêncio nas 35 Fraternidades da Província. Houve, também, o Dia da Herança Comunitária, quando foi apresentada às participantes uma relíquia da Madre Maria Clara do Menino Jesus, Fundadora da CONFHIC.

A data tornou-se ainda mais significativa pela a d m i s s ã o d e s e t e Po s t u l a n t e s . N o encerramento da assembleia, houve a Festa da Apresentação do Senhor com a celebração da profissão temporária de quatro Noviças. Ainda foram realizadas mais três Assembleias Provinciais, para as quais a Província de Santa Cruz contou com a valiosa ajuda do Irmão Joaquim Panini, marista, que orientou a celebração em cada Zonal, com a exaltação dos frutos colhidos em cada uma delas. A partir desta assembleia, as fraternidades e serviços foram incentivados à elaboração de um ideário de vida. Advieram daí atividades significativas, tais como:

Convívio simpático e fraterno ocorreu em 12 de maio de 1979, para as Irmãs egressas, no Convento da Sagrada Família, em resposta à convocação da Superiora Geral, Irmã Maria Eneide Martins Leite. Uma extraordinária e rica partilha entre os membros do Conselho Provincial e as Delegadas ao 3º Conselho Plenário Geral, em fins de junho de 1979, sobre Projeto Comunitário. A relevância desse encontro foi acentuada pela urgência de ajudar as Fraternidades da Província a caminhar na direção de tornarem-se capazes de elaborar seu próprio Projeto de Vida Comunitária.

A 22 de fevereiro de 1980, uma importante iniciativa foi tomada para melhor organização da vida da Província, com a criação de nova Sede Provincial, a Cúria, erigida sob o patrocínio de Nossa Senhora da Confiança, no segundo andar do Centro Interescolar de Enfermagem Sagrada Família (CIESF), em Salvador, na Bahia.

Em 30 de janeiro de 1981, o Carisma chegou ao município de Irecê, na Bahia, com a criação da Fraternidade Nossa Senhora da Esperança, voltada aos objetivos da catequese, assistência aos doentes em domicílio e

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cuidado dos pobres e flagelados pela seca. Mais tarde, esta fraternidade foi transferida para a cidade de João Dourado, na Bahia. A Fraternidade Franciscana Hospitaleira na Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, na Bahia, foi criada em 1982.

Durante o quadriênio (1979 a 1982), 25 Irmãs cursaram o ensino superior, 33 Irmãs frequentaram o ensino médio e 46 Irmãs estavam matriculadas em turmas do Primeiro Grau. A Província facilitou o acesso de 11 Irmãs a c u r s o s t é c n i c o s d e E n fe r m a g e m , Laboratório, Administração Hospitalar e Contabilidade. Além disso, 10 Irmãs fizeram cursos de Catequese. Uma Irmã concluiu o curso completo do Instituto Mauá, voltado à promoção das artes e do artesanato regional, em Salvador, e seis concluíram o curso de Auxiliar de enfermagem. Várias Irmãs frequentaram cursos breves de artes decorativas, culinária e datilografia, entre outros.

Traços biográficos da Irmã Terezinha de Souza Rocha

A Irmã Terezinha de Souza Rocha, natural de Umarizal, Diocese de Mossoró, estado do Rio Grande do Norte, nasceu a 11 de outubro de 1934.

Filha de Santino de Oliveira Rocha, fazendeiro, e Maria Sebastiana de Souza Rocha, ela recebeu os sacramentos da iniciação cristã, na Igreja Matriz de Umarizal, 15 de julho de 1936, sendo seus padrinhos Manoel de Souza Martins e Santa Terezinha do Menino Jesus, representada pela Senhora Selma.

Estudou no Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Mossoró, onde foi aluna exemplar. Foi admitida ao Postulantado na CONFHIC, em 1953, e ao Noviciado, em 1954, no Convento da Sagrada Família, em Salvador. Fez estágio apostólico no Colégio Patrocínio de São José, como professora. Em 1956, emitiu os votos temporários e, em 1962, os votos perpétuos,

em Salvador. Portadora de Licenciatura em línguas neo-latinas, também foi estudante do Instituto Superior de Pastoral (ISPAC), sediado no Rio de Janeiro, no então estado da Guanabara.

Sempre dedicada à educação da juventude, fez vários cursos intensivos e de extensão universitária, nas áreas da Psicologia, Parapsicologia, Literatura Portuguesa e Teatro. Também capacitou-se no curso sobre Planejamento de Província Religiosa, no Peru, no curso do CETESP (Centro de Estudos Teológicos e de Espiritualidade), destinado a Formadores, e participou de inúmeras atualizações da Vida Religiosa.

A Irmã Terezinha de Souza Rocha possui um vasto currículo de atuação como educadora. Exerceu o magistério do ensino das Literaturas brasileira e portuguesa, no Colégio São José, em Salvador, e no Colégio da Ação Fraternal de Itabuna, ambos na Bahia. Distinguiu-se como admirável Diretora da Ação Fraternal de Itabuna e do Colégio Imaculada Conceição em Penedo, Alagoas, e como Vice-Diretora no Colégio São José em Salvador, Bahia.

Em 1973, foi nomeada pelo Governo Geral da Congregação para assumir os destinos da Província de Santa Cruz, por um sexênio. Revelou-se uma mulher de oração - todo o tempo que não ocupava em atendimento às Irmãs, a Irmã Terezinha dedicava-o a colóquios com Jesus. Tornou-se admirável por aquela fidelidade à oração e trouxe para a vida da Província o intenso cultivo à oração dedicada a Jesus Sacramentado.

Foi Superiora Provincial por um sexénio e um triênio, sendo ainda Assistente Provincial por três triênios e Conselheira do Setor de Educação por um triênio. Exerceu o múnus da autoridade como Superiora local nas Fraternidades Imaculada Conceição, Penedo, Alagoas; Senhora da Confiança, Salvador, Bahia; Mãe Clara, Arapiraca, Alagoas; Nossa Senhora das Graças, Propriá, Sergipe; e integrou a Fraternidade Espírito Santo, na Casa de Retiro São Francisco de Assis, Salvador, Bahia, período em que se dedicou à coordenação da Família Secular Franciscana Hospitaleira da Imaculada Conceição –

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FASFHIC. Foi uma das representantes da Província de Santa Cruz, no Capítulo Geral Especial, realizado em 1969 a 1970.

A amizade espiritual com Jesus caracterizou de tal maneira a sua vida religiosa que sua maturidade espiritual alcançou a expressão máxima na dedicação aos grupos de exercícios espirituais na vida cotidiana – EVC, e a o a c o m p a n h a m e n t o d e r e t i r o s personalizados, orientados em parceria com o Padre Pedro Maione, SJ. O seu trabalho missionário continuou junto a círculos bíblicos, à Pastoral de Escuta e Atendimento às Fa m í l i a s , a g r u p o s d e r e f l e x ã o e aprofundamento da espiritualidade, além de at u a r j u nto a R e l i g i o s a s d e o u t ra s Congregações e desenvolver atividades diversas, como palestras sobre educação cristã e leitura orante da Bíblia.

Contribuiu intensamente com a Formação religiosa dos educadores e dos estudantes do Colégio Imaculada Conceição, em Penedo, Alagoas. Ainda nesta cidade, foi integrada à Fraternidade Coração Eucarístico, quando recebeu a missão de dedicar-se à Pastoral Diocesana dos Seminaristas, promovendo palestras, retiros, reflexões e estudos que favorecessem a melhor formação dos jovens aspirantes ao sacerdócio, atuação em que se manteve quando foi transferida para o Colégio Nossa Senhora das Graças em Propriá, Sergipe, no ano de 2005; aí atuou também na orientação espiritual de um grupo de ex-dependentes de drogas químicas. A partir de 2012, foi integrada na Fraternidade da Porciúncula, em Salvador, Bahia.

Governo da Provincial Irmã Maria Dalvanir Filgueira Rosado

Os ares benfazejos da irmandade fraterna, sustentáculo nas horas difíceis e esteio para a construção da obra hospitaleira, vicejaram no Governo da Irmã Maria Dalvanir Filgueira Rosado. Sua eleição ocorreu no nono Capítulo da Província de Santa Cruz, sexto Capítulo Provincial eletivo, realizado no período de 12 a 23 de maio de 1992, sob a presidência da Superiora Geral, Irmã Maria Eneide Martins Leite. O tema refletido na ocasião foi a Nova

Evangelização, considerando três aspectos, a saber: a nova evangelização – encarnação da novidade perene do Evangelho; a convocação do Papa para a comemoração dos 500 anos de evangelização na América Latina e o apelo dos Superiores Gerais da grande família f r a n c i s c a n a , p a r a a s s u m i r a n o v a evangelização, a partir do carisma específico da Congregação. Aos 22 de maio de 1992, foi eleito o oitavo Governo Provincial.

O oitavo Governo da Província de Santa Cruz foi integrado por Irmã Maria Dalvanir Filgueira Rosado, Superiora Provincial; Irmã Rosa Helena Mendes de Moura, Assistente Provincial; e as Conselheiras Irmã Terezinha de Souza Rocha, do Setor de Educação, Irmã Margarida dos Santos Lima, do Setor de Saúde e Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro, do Setor Apostól ico -M issionár io. Foram nomeadas as Irmãs Gisele Catarina da Cruz Ribeiro e Maria Natália Coimbra Tavares para os cargos de Secretária da Província e Ecônoma Provincial, respectivamente. Como Mestra de Noviças permaneceu a Irmã Antonina Pereira, até 12 de janeiro de 1993, quando foi substituída pela Irmã Anna de Souza Freitas, que prosseguiu nesta função até o ano de 1996. No início do referido governo, a Irmã Rosa Helena Mendes de Moura foi nomeada pela Superiora Geral como responsável pela pesquisa histórica, em arquivos nacionais e estrangeiros, que levaria em vista à realização do processo de canonização da Mãe Clara.

Ao ser empossada, a Irmã Maria Dalvanir, assim se expressou: “...Eu pedi ao Senhor que afastasse de mim esse cálice, contudo não se fizesse a minha vontade. ‘Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim, segundo a sua Palavra (Lc 1.38). Assim, entregue nas mãos de Deus, assumiu o dever de servir ao Senhor, na doação à Província, na fidelidade à Igreja’.

O primeiro ano de governo ganhou impulso dinamizador com atividades marcantes, entre as quais se destacou a realização do V Conselho Plenário Geral (CPG), no Convento da Sagrada Família, pela primeira vez no Brasil. Acorreram à Bahia Irmãs provenientes dos quatro continentes onde atua a CONFHIC. Houve, ainda, a instalação da Fraternidade

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Rainha da Paz, na Fazenda São Francisco, em Conceição do Jacuípe, no interior da Bahia, além da criação da Fraternidade Santa Cruz, no Centro Interescolar Sagrada Família (CIESF), em Salvador, Bahia.

Foi amplamente celebrado, no ano de 1993, o sesquicentenár io de nascimento da Fundadora da CONFHIC, a Bem-aventurada Maria Clara do Menino Jesus. Os festejos ecoaram nas Fraternidades em momentos de júbilo, festividade e orações.

Empreendimento s igni f icat ivo fo i a construção da nova Sede Provincial, com ampliação do Convento Sagrada Família e a criação do Lar Madre Eucaristia, em 08 de dezembro de 1993, destinado a acolher as Irmãs idosas e doentes, procedentes das diversas Fraternidades. Em 1995, na cidade de Aracaju, Sergipe, houve a celebração solene dos 100 anos de vida de Irmã Alyntes de Brito Fontes (Irmã Cândida de Maria Imaculada), terceira vocação brasileira e Mestra de Noviças de várias gerações.

A caridade fraterna, traço de singularidade da gestão de Irmã Dalvanir, favoreceu iniciativas como a abertura do Aspirantado Mãe Clara, a participação de algumas Junioristas no ano intensivo do Juniorado Interprovincial, a concretização dos Planos das Fraternidades e a participação de 14 Irmãs nas Semanas de Hospitalidade na Sede Geral, em Portugal. Caridade fraterna que abriu espaço para significativa melhoria das instalações das diversas obras mantidas pela Província. Dentre as inúmeras construções e reformas, podem ser citadas: adaptação da antiga creche “Irmã Leonor” para funcionamento do Aspirantado Mãe Clara, em Dias D’Ávila, Bahia; construção de mais um refeitório para a Fraternidade do Convento Sagrada Família; reforma do cemitério das Irmãs; realização do Projeto paisagístico do Convento Sagrada Família e instalação do Memorial dos Fundadores; e implantação da rampa de acesso à capela do mesmo Convento.

Ainda em nome da generosa comunhão na família religiosa, o Governo provincial proporcionou a inscrição das Irmãs em Planos de saúde, instalou uma central telefônica

comum à Sede provincial e ao Convento Sagrada Família, facilitando a comunicação; adaptou uma sala para a Pastoral Vocacional na Sede e fez a aquisição de um automóvel para o transporte coletivo, com recursos da Província e significativa contribuição do bazar “Madre Eucaristia”, com peças confeccionadas pelas Irmãs idosas.

Sempre atenta à formação integral das Irmãs, a Provincial assegurou a oportunidade para que 34 Irmãs continuassem seus estudos, com 16 conclusões de cursos nos vários graus de ensino. Entre outros avanços de seu governo, constituiu uma equipe redacional para o informativo Arauto da Santa Cruz, com informatização deste serviço e implantação de recursps de informática no Noviciado. Contribuiu para a preservação da história da Província com a nomeação da Irmã Anna Figueiredo Carvalho, primeira Cronista Provincial, atividade de grande importância para criação de um acervo alusivo à trajetória histórica.

Novo Capítulo Provincial eletivo foi convocado e presidido pela Superiora Provincial, Irmã Dalvanir Filgueira Rosado. O décimo Capítulo da Província de Santa Cruz, realizado, em sua primeira fase, no período de 26 de março a 02 de abril de 1995, foi o sétimo Capítulo Provincial eletivo, ocorrido no Convento Sagrada Família. O tema central, escolhido para reflexão, versou sobre a Vocação Missionária Franciscana. A partir da temática refletida, surgiu a revelação de que a missão constitui parte integrante do carisma francisclariano e que a vocação feminina na Igreja é imprescindível, pois essa vivência manifesta a ternura e a misericórdia de Deus. Revelou, ainda, que o testemunho dos pobres fala da simplicidade, da confiança em Deus e da capacidade de viver com parcos recursos.

As Irmãs capitulares elegeram, em 02 de abril, o novo Conselho Provincial, formado pelas seguintes componentes: Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro, Assistente Provincial; e as Conselheiras Irmã Maria Edna Marcílio de Souza, do Setor de Educação, Irmã Margarida dos Santos Lima, do Setor de Saúde e Irmã Cacilda Luzia de Santana, do Setor Apostólico-Missionário. Permaneceram nos

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cargos as Irmãs Gisele Catarina da Cruz Ribeiro e Maria Natália Coimbra Tavares como Secretária e Ecônoma, respectivamente. A Irmã Maria José Ferreira Sales assumiu o Noviciado como mestra de Noviças, a partir de 1996.

Em 24 de junho de 1997, o Governo Geral dispensou a segunda etapa do X Capítulo Provincial, que tinha sido decidida durante a primeira etapa, em 1995. Em 1999, a dez de abril, alargaram-se as estacas da tenda hospitaleira da Província de Santa Cruz, com a aber tura da Fraternidade Virgem de Guadalupe, em Nuevo Laredo, no México, em comunhão com a Província irmã do Sagrado Coração de Jesus. Neste mesmo ano, como marco significativo na recuperação da memória da Província de Santa Cruz, a Irmã Anna F. Carvalho (Irmã Eugênia) fez o lançamento do livro O Zelo de Deus em Nossa História, fruto de pesquisas históricas que a mesma empreendeu na Região Norte, nos locais do início da presença franciscana hospitaleira no Brasil, nos idos de 1911.

A obra de misericórdia continuou em plena expansão. No ano 2000, após um árduo processo na recuperação do espaço, houve a inauguração da Creche Mãe Clara, a 15 de agosto, destinada aos desassistidos, moradores do Monte Serrat, instituição atualmente integrada à Escola Mãe Clara, em Salvador, Bahia. Em 15 de junho de 2001, na periferia de Natal, Rio Grande do Norte, foi aberta a Fraternidade Nossa Senhora da Visitação, numa Pastoral de Presença, visando à promoção da mulher marginalizada. Como apelo nascido do coração da Irmã Mariá Baptista Bandeira, a Superiora Provincial Irmã Maria Dalvanir Filgueira Rosado promoveu a construção e a inauguração da Tenda da Hospitalidade, no Convento da Sagrada Família, destinada ao atendimento aos necessitados. Neste lugar acolhedor, até hoje os pedintes encontram consolo, abrigo e alimento, sob os cuidados prestimosos de Irmã Ivete Barbosa.

A tônica administrativa da Irmã Dalvanir na condução da Província favoreceu as iniciativas de plena integração das Irmãs nas atividades paroquiais. Em Salvador, Irmãs idosas,

sexagenárias e de mais idade como a Irmã Ivete Barbosa, a Irmã Maria José Brandão Lima (Belmira) e a Irmã Maria Isabel da Silva, atuaram, em pleno vigor apostólico, na liturgia da Basílica do Senhor do Bonfim, na catequese crismal das paróquias dos Mares e Nossa Senhora do Rosário, da Paróquia da Penha, de Nossa Senhora das Graças e em palestras catequéticas na Vila Militar dos Dendezeiros, e, ainda, na colaboração com a Paróquia da Boa Viagem.

O décimo primeiro Capítulo da Província de Santa Cruz foi o oitavo Capítulo Provincial eletivo, realizado no período de 15 a 22 de setembro de 1998, com os trabalhos presididos pela Irmã Maria Isilda Freitas, Superiora Geral. O tema de reflexão referiu-se à Vivência do Espírito Santo na ótica de Francisco de Assis. A presidente do Capítulo trouxe à lembrança das capitulares o objetivo geral do Projeto Congregacional: “Intensificar o processo de revitalização da CONFHIC, para que a hospitalidade seja, cada vez mais, a forma específica de cada Irmã, cada Fraternidade encarnar o espírito das Bem-aventuranças, no exercício das Obras de Misericórdia”.

No referido Capítulo, foi eleito o nono Governo da Província constituído pelas seguintes Irmãs: Irmã Maria Dalvanir Filgueira Rosado, Superiora Provincial, reeleita; Irmã Cacilda Luzia de Santana, Assistente Provincial; Irmã Maria Edna Marcílio de Souza, Conselheira para o Setor Educacional; Irmã Margarida dos Santos Lima, Conselheira para o Setor da Saúde e Assistência; Irmã Gisele Catarina da Cruz Ribeiro, Conselheira para o Setor Apostólico-Missionário, exercendo também o cargo de Secretária Provincial. A Irmã Maria Natália Coimbra Tavares permaneceu no Economato Provincial. Na função de Mestra de Noviças, permaneceu a Irmã Maria José Ferreira Sales, até 19 de janeiro de 1999.

O Setor de Saúde, notadamente o Hospital Sagrada Família, cresceu muito no triênio. A área contou com muitas melhorias, desde a organização e sistematização da Instituição, gerenciamento, comissões, serviços de diagnóstico e de terapêutica, parcerias médicas, integração da comunidade

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servidora, reformas físicas, construções e humanização de espaços, crescimento esse estimulado pelo espírito empreendedor da Conselheira Irmã Margarida dos Santos Lima. O S etor de Educação manteve dez estabelecimentos, que contribuíram para um ensino de qualidade, em contínua melhoria nas estruturas físicas e na formação de seus profissionais, apesar das dificuldades impostas pela manutenção da filantropia. Mesmo com a escassez de recursos, manteve uma escola especificamente dedicada às cr ianças em vulnerabi l idade soc ia l , atualmente denominada Escola Mãe Clara, na vizinhança da Sede provincial, no Bonfim, em Salvador.

O Setor de Pastoral Diversificada dedicou-se ao serviço dos mais necessitados, atuando em casas de retiro e acolhimento, centros paroquiais, comunidades de inserção e pastoral na zona rural, levando o consolo da hospitalidade na partilha de paz e bem. A Formação Franciscana Hospitaleira foi um setor ao qual se devotaram esforços, com investimentos em recursos humanos, materiais e espirituais. O Setor de Assistência às Irmãs, abrangendo desde a formação inicial até à terceira idade, na sua maioria, proporcionou, além dos retiros espirituais mensais e anuais, a oportunidade de participação em cursos e atualizações que favoreceram o crescimento holístico do ser humano.

Durante todo o período em que esteve na condução da Província, a Irmã Dalvanir divulgou diariamente mensagem sobre a vida da Fundadora, Bem-aventurada Maria Clara do Menino Jesus, na emissora católica da Arquidiocese de Salvador. Manteve uma afinada sintonia com a Província do Sagrado Coração de Jesus, numa relação de entreajuda de serviços e financeira, e sobremaneira, nas atividades ligadas às diversas etapas da formação inicial.

O décimo segundo Capítulo da Província de Santa Cruz realizou-se, nos dias 11 e 12 de novembro do ano 2000, no Convento da Sagrada Família, convocado e presidido pela Irmã Maria Dalvanir Filgueira Rosado, Superiora Provincial; foi um Capítulo

Provincial Extraordinário, para eleição das Delegadas ao XXIV Capítulo Geral de 2001. Foram eleitas como delegadas as Irmãs: Margarida dos Santos Lima, Rosa Helena Mendes de Moura, Leda Silva Dantas e Terezinha de Souza Rocha. A reunião capitular teve como segundo objetivo promover o estudo e reflexão profunda sobre a Vida Fraterna. Aquele ano 2000 teve um significado especial por ter sido a época da comemoração dos 500 anos de evangelização do Brasil e dos 40 anos de ereção canônica da Província de Santa Cruz.

Traços biográficos d a I r m ã M a r i a Dalvanir Filgueira Rosado

M a r i a D a l v a n i r Fi l g u e i ra R o s a d o nasceu aos 02 de julho de 1932, na cidade de Mossoró, no Rio Grande do

Norte. Seus pais foram Francisco Rosado Bandeira e Nair Filgueira Burlamaqui Rosado. Recebeu o sacramento do Batismo no dia 22 de outubro de 1932, tendo como padrinhos Alípio Rosado Bandeira e Josefa de Souza Filgueira, em uma cerimônia presidida pelo Monsenhor Luis Mota, Vigário Geral. Um ano após, ou seja, em 13 de dezembro de 1933, recebeu a plenitude do Espírito Santo - o Sacramento da Confirmação - sendo oficiante Monsenhor Alfredo de Castro Pegado Cortez. Serviu-lhe de madrinha D. Doroteia Mendes.

Dos sacramentos recebidos, a Primeira Eucaristia foi o "marco de sua vocação à vida religiosa". Após longos anos de espera, respondeu ao chamado de Deus. No dia 16 de julho de 1964, entrou para a Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, em Salvador, Bahia, no Convento da Sagrada Família. Em 11 de fevereiro de 1965, tomou o habito religioso, passando a se chamar Irmã Maria Dalvanir do Preciosismo Sangue. Dois anos depois, em 11 de fevereiro de 1967, fez seus Votos Temporários e, em 29 de março de 1970, os Votos Perpétuos, selando assim sua entrega definitiva a Deus no serviço

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da Igreja e dos irmãos. Qualificada para o ensino pedagógico, em 1950, pela Escola Normal de Mossoró, Rio Grande do Norte, seu primeiro estágio apostólico foi no Colégio São José da Ação Fraternal de Itabuna, na Bahia. Posteriormente transferida para Salvador, exerceu a Coordenação Pedagógica no Colégio São José, onde também foi Professora do Ensino Religioso. Graduou-se em Teologia, no ano de 1976, pela Universidade Católica de Salvador (UCSAL). Foi novamente transferida para o Colégio São José da Ação Fraternal de Itabuna, em 1979, quando foi eleita Conselheira do Setor Educacional e assumiu a Direção do mesmo Colégio até o ano de 1992. Durante este período, exerceu o cargo de Conselheira por três mandatos. Em 1992, foi eleita Superiora Provincial, passando a residir na Sede Provincial Nossa Senhora da Confiança, em Salvador, Bahia.

Em sua trajetória, Irmã Dalvanir vivenciou a fecundidade da terra grapiúna, em gestos de partilha de seu valor como educadora da j u v e n t u d e , e x p r e s s o e m t í t u l o s e condecorações, em reconhecimento pelos relevantes serviços prestados, com amor e entusiasmo, para a formação de várias gerações de itabunenses.

Conhecida por sua verve literária e seu espírito sempre bem humorado e apaziguador, ela palmilhou caminhos no compasso do verso, ao longo de seus oitenta anos, convivendo e aprendendo com os educadores e os educandos, de quem guarda imperecível lembrança. Uma vida especialmente dedicada à disposição de servir aos que recorrem ao seu patrocínio, na certeza de que, somente o que se dá com generosidade, torna-se selo de perene significado na vida. Ao ser transferida, mais uma vez, para a cidade de Aracaju, em Sergipe, seus discípulos e amigos a cognominaram: Irmã Girassol, flor eterna de nosso jardim, a educadora de pura radiância da fé e do amor.

Governo da Provincial Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro

A transição entre governos transcorreu em clima de confiança e ajuda mútua, em um

processo conduzido com a peculiar sabedoria e a serenidade da Superiora Provincial, Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro. Ela foi eleita no décimo terceiro Capítulo da Província de Santa Cruz, nono Capítulo Provincial eletivo, realizado no Convento da Sagrada Família, em Salvador, no período de 17 a 25 de março de 2002, sob a presidência da Irmã Maria Isilda de Freitas, Superiora Geral.

O tema estudado no Capítulo eletivo foi a Dimensão Humana da Vida Fraterna, focalizada numa visão antropológica do ser humano, sob os seguintes aspectos: complexidade e contradição, riqueza e carência, luz e sombra, possibilidade e limite, necessidade e desejo, realidade e utopia. Aos 25 dias do mês de março de 2002, houve a eleição do 10º Governo Provincial da Província de Santa Cruz, constituído desta forma: Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro, Superiora Provincial; Irmã Cacilda Luzia de Santana, Assistente Provincial; e as Conselheiras Irmã Maria Edna Marcilio de Souza, do Setor de Educação; Irmã Cilene Maria dos Santos, do Setor de Saúde; e Irmã Rosa Helena Mendes de Moura, do Setor Apostólico-Missionário. A Irmã Gisele Catarina da Cruz Ribeiro permaneceu no cargo de Secretária Provincial, e a Irmã Maria Natália Coimbra Tavares, na função de Ecônoma Provincial. A Irmã Eliane Marques Faustino foi nomeada Mestra de Noviças.

No governo da Irmã Maria da Conceição Galvão foi concretizada uma ação iniciada com o empenho da Irmã Maria Dalvanir, através da articulação junto aos órgãos públicos: a inauguração da reforma da praça contígua ao Convento Sagrada Família, em agosto de 2002. A obra foi realizada pela Prefeitura de Salvador e, no local, foi afixada uma placa em homenagem à Madre Maria Clara. O aprazível espaço emoldurou a paisagem do Convento Sagrada Família e tornou-se um local de convívio para a comunidade local.

Na referida gestão, foram enviadas nove Irmãs da Província de Santa Cruz para participação na Semana de Espiritualidade, realizada na Casa Mãe, em Linda-a-Pastora, Portugal, no mês de julho de 2003, por ocasião da

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celebração do 125º aniversário de falecimento do Padre Raimundo dos Anjos Beirão, Fundador da CONFHIC.

A primeira Semana de Espiritualidade Franciscana Hospitaleira promovida pelo Governo Geral em terras brasileiras foi sediada no Convento da Sagrada Família, em Salvador, em 2004. Este evento de ampla repercussão contou com as presenças das Irmãs Paula Maria de Almeida e Maria Amélia Costa, da Província de Santa Maria, Portugal, junto com a expressiva participação das Irmãs da Província do Sagrado Coração de Jesus. Neste evento, foi lançado o DVD da histórica presença Franciscana Hospitaleira no Norte do Brasil, fruto da viagem de pesquisa da Irmã Anna Figueiredo Carvalho (Irmã Eugênia) à Região Norte, em 1999.

O Conselho Provincial proporcionou atividades de fisioterapia para as Irmãs Idosas, doentes e acolhidas na enfermaria do Convento Sagrada Família, orientadas pelos estagiários de fisioterapia e massoterapia, através de convênio estabelecido com a Universidade Católica de Salvador (UCSAL).

O décimo quarto Capítulo da Província de Santa Cruz foi o décimo Capítulo Provincial eletivo, no período de 04 a 10 de abril de 2005, sob a presidência da Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro. As capitulares debruçaram-se sobre a apreciação do relatório trienal, ocorrência de praxe nos Capítulos, e ainda refletiram sobre a temática escolhida: “Eucaristia, solidariedade e paz”.

Um dos objetivos do mencionado capítulo foi a eleição das Conselheiras para o novo triênio: Irmã Gisele Catarina da Cruz Ribeiro, Assistente Provincial; Irmã Leda Silva Dantas, Conselheira para o Setor da Educação; Irmã Margarida dos Santos Lima, Conselheira para o Setor da Saúde e Assistência; Irmã Rosa Helena Mendes de Moura, Conselheira para o Setor Apostólico-Missionário. A Irmã Maria das Neves Fernandes de Souza foi nomeada para assumir o cargo de Secretária Provincial, a partir de julho de 2005. A Irmã Maria Natália Coimbra Tavares permaneceu no cargo de Ecônoma Provincial. Na função de Mestra de Noviças continuou a Irmã Eliane Marques

Faustino. A Irmã Rosa Helena Mendes de Moura, Conselheira do Setor Apostólico-Missionário, em visita às Irmãs que trabalham no México, atuou na divulgação do carisma da hospitalidade entre pessoas convidadas pela Fraternidade Virgem de Guadalupe, no México, no fim do ano de 2005. A 02 de fevereiro de 2007, foi fundada em Guadalajara, México, a Fraternidade Juan Diego, onde as Irmãs passaram a prestar os seus cuidados pastorais e também iniciaram a formação de um grupo da Família Franciscana Hospitaleira Secular (FASFHIC).

Ainda em 2007, conforme Ofício nº37/07, Decreto nº 47, da Cúria Geral, o Noviciado Imaculada Conceição foi transferido de Salvador para Dias D`Ávila, na chamada Região Metropolitana de Salvador.

Neste período, funcionou o Projeto social do Colégio Normal São Francisco de Assis, voltado à promoção do desenvolvimento socioeducacional de crianças e adolescentes, através da assistência e orientação prestadas a 25 crianças na sala "Mãe Clara". Cursavam o Ensino Fundamental I com aulas das disciplinas do currículo e participavam de oficinas de reforço escolar (artes, inglês, música, teatro, poesia, esporte, dança, informática e meio ambiente). Esse Projeto de amplo impacto social na comunidade de Arapiraca, Alagoas, também capacitou mulheres de baixa renda, em Curso de Artesanato.

O décimo quinto Capítulo da Província de Santa Cruz teve um caráter extraordinário e foi realizado nos dias 21 e 23 de setembro 2006, sob a presidência da Superiora Provincial, Irmã Maria da Conceição Galvão, para eleição das Delegadas ao XXV Capítulo Geral. Foram eleitas a Irmã Rosa Helena Mendes de Moura e a Irmã Margarida dos Santos Lima. Na oportunidade, a presidente do Capítulo lembrou às participantes o tema do XXV Capítulo Geral: “Que projeto de vida e missão para a CONFHIC, hoje?”. Em atendimento à solicitação por correspondência enviada pelo Governo Geral, houve, ainda, uma reunião extraordinária, no dia 16 de novembro de 2006, para eleição de mais duas Delegadas ao Capítulo Geral de 2007 e de suas respectivas

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suplentes. Foram eleitas Delegadas a Irmã Cacilda Luzia de Santana e a Irmã Maria das Neves Fernandes de Souza.

Para grande alegria da Província, em 02 de agosto de 2007, a Superiora Provincial Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro foi eleita Superiora Geral, no XXV Capítulo Geral da CONFHIC. Foi a segunda brasileira eleita para o ofício máximo da Congregação, motivo de grande júbilo, sobretudo, por parte das Irmãs das Províncias do Brasil. Conforme constam nos registros, “tendo ficado vago o cargo da Superiora Provincial, Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro, por ter sido eleita Superiora Geral em 02 de agosto de 2007, a Assistente Provincial, Irmã Gisele Catarina da Cruz Ribeiro, assumiu as funções de Superiora Provincial, como substituta, de acordo com o art. 195 das Constituições, até ao próximo Capítulo Provincial”.

A visita Canônica realizada por Irmã Maria Isilda Freitas, Delegada da Superiora Geral, Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro, e por Irmã Cacilda Luzia de Santana, Conselheira Geral, a grupos de Fraternidades, foram momentos de profunda reflexão sob a condução das visitadoras, que, de modo muito simples e fraterno, colaboraram com a interação e a partilha entre as Fraternidades, em preparação ao novo Capítulo Provincial.

Traços biográficos da Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro

O nascimento de Maria da Conceição Galvão Ribeiro, filha de Gilberto da Silva Ribeiro e Celicina Galvão Ribeiro, foi

aos 18 de setembro de 1941, na cidade de Conceição do Almeida, na Bahia. Recebeu o sacramento batismal, no dia 23 de maio de 1942, e foram seus padrinhos o Sr. Alberto Caldas Campos e D. Dalmácia Falcão de Campos. Presidiu a cerimônia o Padre Edésio Torres. Maria da Conceição recebeu o Sacramento da Confirmação, em

1961, sendo oficiante D. Augusto Álvaro da Silva e teve como madrinha Irmínia Correa Tavares (Irmã Marta da Sagrada Família).

Em 1959, concluiu o curso pedagógico no Colégio São José, em Salvador, Bahia. No dia 03 de fevereiro de 1960, entrou no Postulantado, na Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, em Salvador, no Convento Sagrada Família. Tomou o hábito religioso, em 02 de fevereiro de 1961, passando a se chamar Irmã Gilcele de Maria Imaculada. Dois anos depois, em 11 de fevereiro de 1963, fez seus Votos Temporários e, em 11 de fevereiro de 1968, os Votos Perpétuos, selando, assim, sua entrega definitiva a Deus no serviço da Igreja e dos irmãos.

Seu primeiro estágio apostólico ocorreu no Colégio Patrocínio de São José, em Aracaju, Sergipe. Concluiu a graduação com Licenciatura em Letras – Inglês, ano de 1964, pela Universidade Federal de Sergipe (UFSE). Posteriormente, foi transferida para o Colégio São José da Ação Fraternal de Itabuna, Bahia. Em 1970, fez o Curso Ancilla Domini, destinado à preparação de formadoras, no Rio Grande do Sul. Retornou a Salvador, onde exerceu o cargo de Mestra de Noviças, de 1971 a 1973. Integrou a Fraternidade Santa Maria dos Anjos, comunidade inserida e atuante no meio do Povo de Deus, em Salvador, de 1974 a 1979, quando foi graduada em Psicologia, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Passou a residir na Sede Provincial, de outubro de 1979 a 1985. Em seguida, ainda em Salvador, integrou a Fraternidade Mãe da Divina Graça, nos anos de 1985 a 1988, quando desenvolveu um intenso trabalho pastoral, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, em Pau da Lima, e na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, no Alto do Cabrito. Nessa mesma época, exercia sua função de psicóloga, dedicando-se mais aos casos de psicodiagnóstico e trabalhando, concomitantemente, no Serviço Social do Mosteiro de São Bento da Bahia, como psicóloga.

Em 1988, passou a integrar a Fraternidade Mãe Hospitaleira, situada na região de baixa renda do Boiadeiro, na Avenida Suburbana, em

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Salvador. No Capitulo Provincial, foi eleita Conselheira do Setor Apostólico, para o período de 1992 a 1995. No triênio seguinte (1995/1998), foi eleita Assistente Provincial. De 1999 a 2001, esteve acompanhando D. Celicina, sua querida mãe, que, na ocasião, necessitava de cuidados especiais.

Mulher culta e dotada de grande sensibilidade e carinho por suas Irmãs, Irmã Maria da Conceição buscou se aprimorar e cursou, em São Paulo, pós-graduação, especializando-se em psicodiagnóstico. Prestou grande serviço à Vida Religiosa do Nordeste (Bahia e Sergipe), ministrando cursos a Religiosos e Religiosas em Formação e realizando psicodiagnóstico para membros das diversas Congregações em Salvador, Bahia. Assessorou Capítulos e Assembleias de viárias Congregações no Brasil e fora do Brasil.

Em 25 de março de 2002, foi eleita Superiora Provincial, passando a residir na Sede Provincial Nossa Senhora da Confiança. Em 02 de agosto de 2007, foi eleita Superiora Geral, no XXV Capitulo Geral da CONFHIC, passando a residir na Sede Geral da Congregação, em Linda-a-Pastora, Queijas, Portugal. Sempre atenta aos desafios da Igreja no mundo contemporâneo, vem empreendendo uma dinâmica cada vez mais articulada com as demandas das gestoras das diversas Unidades da Congregação ao redor do mundo.

Governo da Provincial Irmã Margarida dos Santos Lima

Exemplo vivo do zelo pelo bem comum, vivenciado em atitudes cotidianas e na dedicação ao serviço, a Irmã Margarida dos Santos Lima vem empreendendo uma gestão modernizadora e, ao mesmo tempo, comprometida com a consolidação da obra hospitaleira. Sua eleição foi confirmada no décimo sexto Capítulo da Província de Santa Cruz, décimo primeiro Capítulo eletivo, sediado no Convento Sagrada Família, no período de 07 a 13 de maio de 2008, contando com a presidência da Irmã Maria Isilda Freitas, como Delegada Geral, e com a assessoria de Irmã Cacilda Luzia de Santana, Conselheira Geral.

Em destaque no Capítulo, houve a reflexão acerca do teor e da importância do XI Caderno para a Renovação da CONFHIC - Projeto de Vida e Missão, fonte para elaboração do “Projeto Provincial de Vida e Missão”, para o sexênio 2008/2014. Neste Capítulo, em 11 de maio, foi eleito o 11º Governo Provincial, com a seguinte representação: Irmã Margarida Lima Santos, Superiora Provincial; Irmã Valdinez Gomes de Novais, Assistente Provincial; Irmã Maria Edna Marcílio de Souza: Setor de Educação; Irmã Cilene Maria dos Santos: Setor de Saúde e Irmã Gisele Catarina da Cruz Ribeiro: Setor Apostólico-Missionário. A Irmã Eliane Marques Faustino foi nomeada para o cargo de Secretária Provincial, a partir de dezembro de 2008, e a Irmã Maria Natália Coimbra Tavares permaneceu no cargo de Ecônoma Provincial. Para Mestra de Noviças e de Postulantes, foi nomeada, em 30 de outubro de 2008, a Irmã Rosa Helena Mendes de Moura.

No XVI Capítulo Provincial, foi elaborado o “Projeto Provincial de Vida e Missão” para o sexênio 2008/2014. Utilizando as sugestões enviadas à última Assembleia Provincial, analisadas pelo Conselho Plenário da Província, no começo do ano, foi então elaborado o documento de estudo e trabalho, a ser discutido pelas Irmãs Capitulares. O referido projeto foi referendado como base e orientação para a prática de vida e de missão franciscana hospitaleira. A maneira como foi acolhido bem revelou a presença da graça e a inspiração do Altíssimo, conduzindo o trabalho para que correspondesse totalmente às necessidades mais urgentes da Vida e Missão da Província de Santa Cruz.

Durante o Conselho Plenário, realizado em 2008, no Convento Sagrada Família, além da preparação do Capítulo Provincial, as Irmãs refletiram o texto: “Para servir comandando e para comandar servindo - Exercício do Poder na Vida Consagrada”. Em síntese, a leitura do texto contribuiu para uma reavaliação do ministério de atuar como servas do Senhor. Pe r m i t i u à s p a r t i c i p a n t e s e n xe r g a r dificuldades no exercício da condução da vida fraterna pelos limites humanos e pela formação pessoal. Revelou ainda que o diálogo, a escuta, a capacidade de entender as

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diferenças e trabalhar os valores são instrumentos facilitadores para melhorar o ser e o fazer fraternos. Foram subsídios valiosos para o suporte no exercício de direção e na comunhão em vista da pessoa, da fraternidade e da missão.

“Hospitalidade e Missão a Serviço da Vida” foi o tema da Assembleia Provincial, realizada em fins de outubro de 2008, no Convento Sagrada Família, com a participação de 56 Irmãs e a presença participativa da Conselheira Geral, Irmã Cacilda Luzia de Santana. A Assembleia foi assessorada por Irmã Rosa Helena Mendes de Moura e por sacerdotes da Arquidiocese de São Salvador, com explanações que ajudaram as Irmãs a refletir, comungar e partilhar a importante temática.

No encerramento, houve a celebração para a entrega da Relíquia da Mãe Clara, conduzida pelas mãos de Irmã Cacilda Luzia de Santana, Conselheira Geral, pela Irmã Margarida dos Santos Lima, Superiora Provincial, pela Irmã Valdinez Gomes de Novais, Assistente Provincial, e pela Irmã Anna de Souza Freitas, ex-Conselheira Geral e Superiora da Fraternidade Sagrada Família. Após memória das ricas expressões vivenciais da Venerável Mãe Clara, as relíquias foram entregues a todas as Fraternidades da Província pelas Superioras ou suas representantes. Foi um momento emocionante de confiança no testemunho de vida e santidade da Bem-aventurada Maria Clara, que afirmou, com convicção: “Um olhar providencial de Deus vela sobre nós”!

O triênio do governo da Provincial Irmã Margarida dos Santos Lima foi marcado por duas celebrações bastante significativas: o primeiro centenário de presença da CONFHIC no Brasil e a cerimônia de beatificação da Fundadora, datas coroadas com a realização de atividades de grande mobilização, como o estímulo às leituras, os estudos partilhados e as reflexões que contribuíram para o afervoramento do sentido de pertença. Foram ainda realizados, sob a orientação de Irmã Rosa Helena Mendes de Moura, vários Encontros de Animadoras da FASFHIC, no Convento Sagrada Família, marcado pelo clima de forte entrosamento e reflexões significativas sobre o legado da Fundadora.

Com seu perfil empreendedor e providente, a Superiora Provincial, Irmã Margarida dos Santos Lima, vem promovendo um ciclo de transformação e de modernização na Província de Santa Cruz, com ações que contemplam as diversas Fraternidades. No âmbito administrativo, tem sido intensa a pauta de realizações: houve reformas e reordenamento de espaços nos imóveis seguintes: Casa de Formação em Dias D´Ávila, Centro de Atividades Administrativas, Escola Mãe Clara (antigo Centro Assistencial Pio XII), Convento Sagrada Família, Sede Provincial e Organização Fraternal São José, em Salvador; aquisição de bens mobiliários, equipamentos eletrônicos e domésticos; aquisição de veículos para atender às Irmãs e à missão; organização do serviço de patrimônio; otimização da gerência administrativa; incremento na utilização das tecnologias de informação e organização dos arquivos da Província, nas áreas geral, contábil e pessoal.

Durante a gestão foram intensificados os investimentos destinados à melhoria das condições ambientais, através de iniciativas como campanhas educativas, melhorias estruturais e tratamento paisagístico, além de programas voltados à otimização dos recursos tecnológicos.

Ciente do inestimável valor histórico do legado da Província no Brasil, o governo em questão vem investindo na recuperação do acervo e da memória, seja através de obras físicas e de fomento às ações de pesquisa, redação e lançamento de publicações. Vem merecendo ainda atenção especial a valorização dos recursos humanos e o investimento na formação religiosa e acadêmica das Irmãs. Desta forma, têm sido realizadas ações de incentivo e investimentos em benefício das Irmãs e colaboradores, através da participação em congressos, jornadas, cursos de atualização e capacitação, palestras e atividades de formação de liderança, teológica, bíblica, litúrgica, missionária e pastoral.

O antigo Centro de Assistência Social Pio XII e Creche Mãe Clara passou ao setor de educação como Escola Mãe Clara, Obra Social plenamente gratuita. Entre as ações de

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repercussão junto à comunidade de baixa renda, houve a reforma do Centro Assistencial Pio XII, totalmente revitalizado e transformado no Projeto Social Escola Mãe Clara, com a finalidade de atender gratuitamente cerca de 200 crianças em condições pedagógicas e assistenciais de qualidade. Também houve a dinamização do Projeto Social do Hospital da Sagrada Família, que atende na gratuidade mais de duas mil mulheres por ano na assistência pré-natal e na promoção da saúde materno-fetal.

A convite do Padre José Raimundo de Oliveira e com apoio de Dom Antônio Roberto Cavuto – OFM Cap, as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras iniciaram, em junho de 2008, a atuação na área pastoral no Distrito de Itarema, em Almofala, Ceará. A cada dia, vem se fortalecendo esta atividade desenvolvida com os pescadores e nativos da região em condição de pobreza, com a promoção da dignidade humana, perspectivas de melhoria da qualidade de vida e ênfase no exercício da cidadania.

O ano de 2010 foi marcado por laboriosa agenda em preparação ao Ano Centenário de presença franciscana hospitaleira no Brasil. Imbuídas deste fervor celebrativo, as Províncias brasileiras caminharam juntas em atividades memoráveis, como a peregrinação ao Norte do Brasil, momento significativo de encontro das integrantes dos Governos Provinciais, em companhia da Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro, Superiora Geral; a Celebração da Abertura do Ano Centenário; a formação permanente - Tenda do Lava-pés, iniciativa revestida de grande importância para realçar o clima de união entre as Províncias brasileiras, promovida pelo Governo Geral no Brasil; o dia de convívio com as Irmãs egressas; e a Jornada comemorativa do bicentenário de nascimento do Fundador Padre Raimundo dos Anjos Beirão, realizada pela Irmã Rosa Helena Mendes de Moura e a equipe de Animadoras da Fasfhic, no Colégio São José, e fortalecida pela integração de leigos e Irmãs.

A luz que emana do carisma proporcionou, em 2011, a realização de uma série de atividades de difusão e de mobilização: as missões vocacionais no meio popular; a promoção da

J o r n a d a M ã e C l a ra ; a p a r t i c i p a t i v a peregrinação da Lucerna; e a divulgação de mensagens em outdoors, nas fraternidades, com as fotos dos Fundadores. Com grande entusiasmo, Irmãs oriundas de diversos estados brasileiros integraram a caravana que p a r t i c i p o u d o e n c e r r a m e n t o d a s comemorações do Ano Centenário, na Basílica Nacional de Aparecida, em São Paulo, contando com a presença fraterna das Irmãs Maria da Conceição Galvão Ribeiro, Superiora Geral, Cacilda Luzia de Santana, Conselheira Geral e Acompanhante das Províncias brasileiras, Maria de Lurdes Rodrigues Barbosa, Conselheira Geral, Darci Moreira de Carvalho - Assistente Provincial da Província de Santa Maria e Maria Eneide Martins Leite, ex-Superiora Geral da CONFHIC. Como marco das celebrações do Ano Centenário, houve a aber tura de uma frente missionária interprovincial: a Fraternidade Maria Mãe Missionária, na Vila de Tabatinga, Juruti, no Pará, estado que acolheu a CONFHIC, em sua chegada ao Brasil, em 1911. Trata-se de uma atitude corajosa de retorno às origens, empreendida pelas duas Províncias, fincando novamente a bandeira da hospitalidade em uma região tão carente de serviços básicos de infraestrura e de apoio espiritual.

Este período tem sido assinalado, ainda, pelo florescimento de grupos da FASFHIC, JUFHIC (Juventude Franciscana Hospitaleira) e INFHIC (Infância Franciscana Hospitaleira), na Província de Santa Cruz. A dinamização destas agremiações, através de encontros e diversos eventos, tem sido decisiva para disseminar as sementes de esperança e as multiplicadoras do carisma. Na Casa Mãe da Confhic, em Portugal, ocorreu um Encontro da FASFHIC – Família Secular Franciscana Hospitaleira da Imaculada Conceição. Encontros da JUFHIC (Juventude Franciscana Hospitaleira da Imaculada Conceição), com a participação das Irmãs Margarida dos Santos Lima, Superiora Provincial, e Rosa Helena Mendes de Moura, responsável pela Fasfhic, em preparação à beatificação da Venerável Maria Clara do Menino Jesus, e para partilha de experiências sobre a Fasfhic.

A Formação é o alicerce de solidez de uma Congregação. No triênio, as diversas etapas

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receberam da Superiora Provincial, Irmã Margarida dos Santos Lima, zelo e incentivo, com sua presença participativa nas reuniões, celebrações e atividades referentes a todas as fases formativas. Incentivou o estudo e vivência do Projeto Provincial de Vida e Missão, fruto do XVI Capítulo Provincial. Definiu o desenvolvimento das ações da formação inicial em um tripé: formação humana, formação espiritual e formação para a vida franciscana hospitaleira. Incentivou a formação cultural, através da leitura assídua e da participação em eventos, assim como promoveu atividades que favoreceram a formação técnico-profissional.

O Juniorado, conduzido pela Irmã Valdinez G o m e s d e N o v a i s , re c e b e u s ó l i d o s ensinamentos, a partir de estudos de textos significativos como “Amadurecimento Espiritual e Humano na Vida Religiosa”, “O Evangelho Secreto da Virgem Maria”, com enfoque na Cristologia e Mariologia, e aprofundamento do Evangelho narrado por São Lucas.

As Irmãs jovens estiveram presentes em e n c o n t r o s d e f o r m a ç ã o e m n í v e l intercongregacional, promovidos pela Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), sobre os temas: “Profetismo na Vida Religiosa”; e “Vida Religiosa em meio às mudanças – profetismo e sustentabilidade”. Merece menção o Encontro personalizado sobre o tema “Valores da Vida Religiosa”, quando cada p a r t i c i p a n t e t e v e u m a o r i e n t a ç ã o individualizada.

No vasto conjunto de atividades, as jovens formandas participaram de um estudo das Cartas de Santa Clara, promovido pela Família Franciscana do Brasil – FFB junto a diversas Congregações franciscanas, especificamente para junioristas.

Como Superiora Provincial, a Irmã Margarida dos Santos Lima visitou as Fraternidades da Província, conforme cronograma pré-estabelecido, e, durante a visita, ouviu os desejos, projetos e inquietações das Irmãs e promoveu reuniões intercomunitárias de reflexão e partilha fraterna. Jamais se furtou em deslocar-se, quando surgia um chamado

ou uma demanda importante. Com esperança e determinação, investiu na revitalização de dois Colégios, de Aracaju e Itabuna, com o o b j e t i v o d e p r o m o v e r a s u a autossustentabilidade. Incentivou e foi presença, na Celebração do Centenário dos Colégios Sagrado Coração de Maria e Imaculada Conceição.

O Governo levou a força do Carisma além das fronteiras nacionais, como nas Fraternidades San Juan Diego, em San Agustín, e Virgen de Guadalupe, em Nuevo Laredo, no México, q u a n d o e s t e v e a c o m p a n h a d a p e l a Conselheira do Setor de Atividades Pastorais Diversificadas, Irmã Eliane Marques Faustino.

Com os intuitos de incentivar a preparação cultural e o esforço da vivência de uma missão inculturada, foi oferecida às Irmãs a oportunidade de participar em eventos nacionais de aperfeiçoamento. Desta forma, elas foram inscritas no Curso de Verão de Espiritualidade Franciscana, na cidade de São Pedro, em São Paulo; na primeira etapa do Curso de Formadoras(res), promovido pela Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), na cidade de Caucaia, no Ceará, e na 45ª Assembleia da CRB - Regional Bahia e Sergipe, em Salvador, Bahia, quando foi refletido o tema: “Juventudes: Aspectos Sociológico, Psicológico, Teológico e Vocacional”. Foram oportunidades singulares, a exemplo do Curso de Formação específico para Missionários com enfoque na Amazônia, promoção do Centro Cultural Missionário (CCM) e Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nos dias 31 de julho a 21 de agosto de 2011.

A qualificação profissional e gerencial é outro alvo dos esforços e dos investimentos do Governo provincial. Foram promovidas reuniões com especia l istas da área administrativa para as Diretoras das Obras da Província e encontros de capacitação científica para Irmãs do Setor de Saúde. Além disso, o Governo mantém a linha de suas antecessoras em benefício do ingresso de Irmãs nos cursos de graduação de diversas áreas, tais como: Administração, Serviço Social, Enfermagem, Filosofia, Consultoria em Psicoterapia Ampliada e Teologia. Neste período, registrou 05 concluintes em

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Pedagogia, Teologia das Ciências Religiosas e Administração. Algumas Irmãs fizeram pós-graduação em Neuropsicologia e mais duas fizeram curso sobre Arquivo Religioso.

A atualização das Irmãs tem sido prioridade, com orientações e incentivo para que elas permaneçam atentas à realidade social, política, econômica e religiosa do mundo globalizado e, desta forma, estejam aptas a discernir e a atender, à luz do Espírito, os apelos do Senhor na atualidade. Para isso, tem sido estimulada a leitura e a utilização de outros meios para o cultivo de uma boa formação cultural e a participação de Irmãs em eventos culturais promovidos pelos órgãos públicos.

Os compromissos e metas do Governo provincial foram renovados com a realização do décimo sétimo Capítulo da Província de Santa Cruz, no período de 26 a 31 de agosto de 2011. Foi o décimo segundo Capítulo Provincial eletivo, realizado no Convento da Sagrada Família, sob a presidência da Irmã Margarida dos Santos Lima, Superiora Provincial, para eleição do novo Conselho Provincial. Durante o Capítulo, houve profunda reflexão sobre os “Desafios da Missão Franciscana Hospitaleira”. O tema contemplou a CONFHIC nascida na ‘fronteira da desumanização’ e como o Espírito Santo a recoloca nessa fronteira, onde a Congregação bebe do próprio poço, feita de simplicidade, solidariedade, compaixão, hospitalidade e misericórdia.

Após a eleição, o Conselho Provincial ficou com esta composição: Irmã Maria das Neves Fernandes de Sousa, Assistente Provincial; Irmã Cilene Maria dos Santos, Conselheira do Setor da Saúde; Irmã Maria Zelândia da Silva, Conselheira do Setor da Educação e Irmã Eliane Marques Faustino, Conselheira do Setor Apostólico-Missionário, exercendo também o cargo de Secretária Provincial. A Irmã Railda de Souza Silva foi nomeada para o cargo de Ecônoma Provincial. Como Mestra de Noviças e de Postulantes, permaneceu a Irmã Rosa Helena Mendes de Moura, que continuou até 25 de março de 2012.

Em 1º de dezembro de 2011, solene liturgia marcou a primeira festa da Bem-aventurada Maria Clara do Menino Jesus, na Província de Santa Cruz. A cerimônia, presidida pelo Exmo. Sr. Bispo Auxiliar Dom Gilson Andrade Silva e concelebrada por mais seis sacerdotes amigos da CONFHIC, trouxe uma multidão de Irmãs, amigos e convidados à Capela do Convento Sagrada Família, para reverenciar a “Irmã dos Pobres”. Foram momentos de emoção e fé para sempre eternizados nos corações dos que compartilham esta obra missionária.

A culminância das celebrações foi o resgate histórico da evolução do primeiro século de presença franciscana hospitaleira no Brasil, a t r a v é s d o l a n ç a m e n t o d a r e v i s t a comemorativa dos 100 anos, em noite p r e s t i g i a d a p o r I r m ã s d e d i v e r s a s Fraternidades, colaboradores e amigos da Congregação, além do DVD que registra em imagens e palavras esta trajetória. O vídeo foi apresentado em fase de pré-edição.

Ainda como eco das celebrações alusivas ao Ano Centenário, em 25 de março de 2012, houve a cer imônia de admissão de postulantes ao Noviciado, quando foi lida a carta do Governo Geral da CONFHIC, abençoando a iniciativa das duas Províncias brasileiras pela abertura do Noviciado Interprovincial, com sede em Brasília, Distrito Federal. Outro evento de destaque ocorreu em abril do mesmo ano, quando o Colégio Imaculada Conceição, em Penedo, Alagoas, fez a abertura do Ano Centenário com a celebração da Primeira Comunhão de crianças, repetindo a cerimônia tal como ocorrera há cem anos.

Ao lançar um olhar sobre o caminho p e r c o r r i d o n o t r i ê n i o 2 0 0 9 - 2 0 1 1 , testemunhamos as grandes maravilhas que o Senhor realizou no meio de Seu povo. É notável a conscientização por parte de cada Irmã sobre seu papel como agente de sua própria formação, embora algumas ainda revelem profunda necessidade de maior coerência e de efetivo resgate em relação aos valores da vida humana e consagrada. Registrou-se a participação das Irmãs Eliane Marques Faustino, Margarida Menezes Alves, Rosa Helena Mendes de Moura, Maria José

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Ferreira Sales e Magda Brasileiro, esta última como membro da Comissão ProCap, na “Tenda do Revigoramento Missionário”, na Sede Geral da Confhic – em Portugal. Foram celebrados os Jubileus das Irmãs de 70, 60, 50 e 25 anos de Vida Religiosa Consagrada. A Irmã Margarida dos Santos Lima participou na reunião do Conselho Plenário da Congregação na Itália. Foram realizadas reuniões nos três zonais da Província para Estudo e aprofundamento do trabalho da ProCap, com utilização da metodologia DAFO (Dificuldades, Ameaças, Facilidades, Oportunidades), em preparação ao XXVI Capítulo Geral.

No balanço deste período, vale a pena registrar o valioso contributo para o fortalecimento dos laços fraternos advindo das visitas entre as Fraternidades próximas e dos encontros, em diversas ocasiões, em Assembleias, Plenários, celebrações e Jubileus de Vida Consagrada, entre outros, além da união e partilha entre as duas Províncias brasileiras na Formação e na Missão. Com a firmeza de propósitos na caminhada hospitaleira e renovado ardor apostólico, selamos os destinos da Província, com votos de multiplicados êxitos ao Governo da Irmã Margarida dos Santos Lima, sob as bênçãos do Deus Uno e Trino.

2- Província do Sagrado Coração de Jesus

Governo da Provincial Irmã Martha Cortez de Araújo Amorim (1967 – 1972)

Chamadas e impulsionadas a uma constante renovação, as Irmãs do Governo Geral da CONFHIC elevaram a Vice-Província do Sagrado Coração de Jesus à categoria de Província. O primeiro Governo Provincial teve um perfil de unidade, durante a instigante travessia do Vaticano II. Foi nomeado pela Superiora Geral, Irmã Aurora da Santíssima Trindade e tomou posse em 11 de fevereiro de 1967, sendo constituído pela Superiora Provincial, Irmã Martha Cortez de Araújo Amorim (Irmã Inês de Maria Imaculada), primeira brasileira no ofício de Provincial, e pelas Conselheiras Irmã Palmira Martins Vilela (Irmã Maria Flora do Santíssimo Sacramento), Irmã Ede Dias Xavier (Irmã Hilda de Maria Imaculada), Irmã Normélia Fernandes da Silva

(Irmã Maria Madalena de Jesus Eucarístico), Irmã Paula Guimarães Nunes (Irmã Isabel Maria de Jesus Hóstia). A Irmã Ede Dias Xavier também assumiu a função de Secretária Provincial. Para Mestra de Noviças, foi nomeada a Irmã Marieze Menezes (Irmã Alba do Cordeiro Imaculado).

Foi um período de muitas realizações, concretizadas entre os anos de 1967 a 1972. Nesta época, houve a aquisição do imóvel e a inauguração da Sede Provincial, denominada Fraternidade da Santíssima Trindade, localizada na Rua Francisco Cruz, 174, na Vila Mariana, São Paulo.

Desde o início, houve preocupação com a formação profissional e intelectual das Irmãs. Com esse propósito, foram oferecidas oportunidades para a regularização e conclusão dos cursos profissionalizantes e no ensino fundamental, médio e superior. Na área de Enfermagem, houve uma grande a d e s ã o , b e m c o m o a t u a l i z a ç ã o e aprofundamento da cultura religiosa. Várias I r m ã s a t u a l i z a r a m - s e n a s Pa s t o r a i s catequéticas, dos enfermos e vocacional, dando-se maior ênfase à renovação de Vida Religiosa.

Em prosseguimento ao dinamismo, deu-se início à circulação do boletim informativo da Província denominado “Encontro”, fundado em 1968, publicação que contou com o apoio não só da Província, mas de várias instituições religiosas. Destaca-se ainda o envolvimento das Irmãs na fundação da Escola de Enfermagem, no dia 19 de março de 1968, instituição da Real e Benemérita Beneficência Portuguesa de São Paulo, com o apoio da Conselheira do Setor de Saúde, Irmã Normélia Fernandes da Silva.

Foram abertas algumas Comunidades onde as Irmãs colaboraram na prestação de serviços, a exemplo da Escola Normal, inaugurada em São Gotardo, no município de mesmo nome, em Minas Gerais, e do Ginásio Estadual de Mariópolis, no Paraná. Atendendo ao fiel carisma da Congregação, implantaram, em benefício dos empobrecidos, a Escola Madre Aurora da Santíssima Trindade, na Vila São Francisco, Distrito de Duque de Caxias, no Rio

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de Janeiro. Nesta época, foi instituído o primeiro Juniorato, liderado pela Mestra Irmã Paula Guimarães Nunes (Irmã Isabel Maria de Jesus Hóstia). As metas foram impulsionadas com a conscientização de que toda Fraternidade deve ser formadora. A melhor Pastoral Vocacional é o próprio testemunho. Em dezembro de 1972, a Irmã Martha Cortez de Araújo Amorim foi eleita Conselheira Geral, no Capítulo então realizado na Casa de Exercícios da Saravia, em Tui, Espanha.

Traços biográficos d a I r m ã M a r t h a Cortez de Araújo Amorim (Irmã Inês de Maria Imaculada)

F o i a p r i m e i r a Superiora Provincial brasileira, nomeada em 1967. Nasceu no dia 22 de dezembro

de 1918, em Natal, Rio Grande do Norte, filha do casal Adalberto Soares de Araújo e de Judite Cortez de Sousa. Entrou para a Congregação a 06 de agosto de 1941 e tomou hábito a 06 de janeiro de 1942, tendo recebido o nome de Irmã Inês de Maria Imaculada. Professou temporariamente a 10 de janeiro de 1943 e fez sua profissão perpétua a 02 fevereiro de 1949. Na Vida Religiosa Consagrada, dedicou-se com alegria e muita simplicidade aos seguintes serviços: auxiliar de mestra de Noviças, prefeita das alunas internas, professora e secretária. Iniciou a sua atividade apostólica como professora no Colégio Sagrado Coração de Maria de Mossoró, Rio Grande do Norte.

Transferida para a região Sul, foi a primeira Superiora Provincial da Província do Sagrado Coração de Jesus, em São Paulo. Antes mesmo de terminar o mandato, no Capítulo Geral de dezembro de 1972, em Tui, Espanha, foi eleita Conselheira Geral, cargo que exerceu por três triênios. Regressou ao Brasil e foi integrada à Fraternidade Nossa Senhora da Confiança, Sede da Província de Santa Cruz, onde foi uma presença de luz, de simpatia, de acolhimento para os que ali se dirigiam ou prestavam serviço. Atendia todas as pessoas com

extrema gentileza e solicitude, escutando confidências, dando conselhos, transmitindo lealdade ao repassar os recados recebidos. Até o fim dos seus dias, no encontro sereno com Deus, cultivou uma vida de intensa oração e extrema simplicidade. Os médicos que a tratavam tinham por ela um carinho particular e visitavam-na pelos simples prazer de escutá-la, pois para todos tinha uma palavra amiga, um sorriso, uma anedota, um gracejo bem humorado.

Aos 91 anos de vida, após quatro dias de internamento, e até fazendo seus costumeiros gracejos com quem a visitava, falou: “Está chegando a minha hora... rezem o salmo 129” (130). A Irmã começou a procurar no livro litúrgico e a Irmã Martha indicou: “Este salmo está em completas de quinta-feira”. Acompanhou a oração do salmo, recebeu a unção dos enfermos e o Sagrado Viático. Logo a seguir, adormeceu no Senhor.

Deixou todos profundamente consternados com o seu falecimento, em 25 de abril de 2010, e com o sentimento magnânimo do seu suave perfume de santidade. “Seu bom coração transparecia num sorriso que a todos alegrava, sempre disposta a escutar e ajudar. A sua humildade de corpo e alma nos falava de uma vida feliz”, diz um trecho do testemunho dado por colaboradores da Sede Provincial.

Sobre a querida Irmã Martha Cortez de Araújo Amorim, assim se pronunciou, em sinal de agradecimento, a Irmã Maria Vilaní Rocha de Oliveira, Superiora Provincial da Província do Sagrado Coração de Jesus-Brasil Sul (São Paulo): “Obrigada pela incondicional dedicação que te fez sacrificar pela Província do Sagrado Coração de Jesus, transformando cada momento dos teus dias num constante ensinamento como discípula f iel no seguimento do Mestre, através da humildade, pobreza, entrega e serviço.

Obrigada pela tua Fidelidade ao Carisma Franciscano Hospitaleiro. No silêncio profundo do mistério, no triunfo da vida sobre a morte, tu gozas da primavera eterna entre os eleitos. No coração de Deus, onde estás, abençoa-nos, Martinha!”. Na ocasião, assim se expressou a Superiora Provincial da Província

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de Santa Cruz – Brasil Norte, Irmã Margarida dos Santos Lima, “Obrigada, querida Irmã Martha, por seu sim incondicional ao Projeto do Deus Trino e pelo exemplo de amor e dedicação na vivência do carisma franciscano hospitaleiro.

Nós, suas irmãs da Confhic e da Província de Santa Cruz, não esqueceremos a sua grande lição: uma vida verdadeiramente consagrada ao Senhor, no serviço aos irmãos e irmãs. S a b e m o s q u e c o n t i n u a r á v e l a n d o cuidadosamente por nós. Em nome de todas as Irmãs da Província de Santa Cruz, dizemos: Obrigada, Senhor, pelo exemplo de vida que Irmã Martha, como herança, nos deixou!” “Acabo de abrir o meu correio eletrônico e me deparei com a notícia do falecimento da Irmã Marthinha. Não digo que Deus a levou para junto de Si, porque ela sempre esteve pertinho de Deus. Diria que Deus a levou para mais perto de Si, na comunhão plena e eterna do Seu amor”, diz um trecho da mensagem de Frei Hugo Fragoso, OFM, Capelão, Salvador.

Foi sepultada no Cemitério do Alecrim, em Natal, Rio Grande do Norte. Tocou a todos com q u e m c o n v i v e u , e s p e c i a l m e n t e o s colaboradores, a quem tratava como irmãos. Assim se manifestou em depoimento o casal Lázaro e Rosemeire da Silva, que trabalham na Sede da Província de Santa Cruz – Brasil Norte: “Irmã Martinha, uma pessoa especial e inesquecível. Seu bom coração transparecia num sorriso que a todos alegrava. Estava sempre disposta a escutar e a ajudar. A sua humildade, de corpo e de alma nos falava de uma vida feliz. Muitas vezes mesmo com a saúde debilitada, não se deixava abater; era muito forte e guerreira.

É difícil falar de alguém como Irmã Martha, pois, são inúmeras as suas qualidades. Podemos resumí-las dizendo que era amiga, conselheira e sempre trazia uma palavra de carinho para transmitir. Foi uma das pessoas mais especiais que tivemos o prazer de conhecer. Aprendemos muito com ela e temos a certeza que continuará olhando por nós e torcendo pela nossa felicidade.”

Governo da Provincial Irmã Maria Eneide Martins Leite (1973 – 1977)

O segundo Governo Provincial eleito teve como marco principal o pioneirismo na clarificação da expressão do Carisma da CONFHIC. Em sua gestão também merece destaque o reordenamento administrativo-jurídico das Obras da Probrasul, com medidas importantes a exemplo da Inscrição das Irmãs na Previdência Social. Foi eleito no primeiro Capítulo Provincial realizado no Brasil Sul, para exercer o mandato no sexênio de 1973 a 1977, sendo Superiora Geral a Irmã Maria da Sagrada Eucaristia (Irmã Maria de Lurdes Paiva Boléo).

O Governo Provincial assumiu a 08 de fevereiro de 1973 e foi assim integrado: primeira Superiora Provincial eleita, Irmã Maria Eneide Martins Leite (Irmã Rosa Mística do Coração de Jesus); Assistente Provincial, Irmã Almerinda Afonso Brito (Irmã Maria Isaltina da Santa Face); Conselheiras Irmã Normélia Fernandes da Silva (Irmã Maria Madalena de Jesus Eucarístico), Irmã Keiko Ebissui (Irmã Maria Eliane do Santíssimo Sacramento), substituída no ano seguinte por Irmã Inês Mascarello, e Irmã Cecília Aparecida de Souza (Irmã Graciete do Menino Jesus). Na composição dos cargos, a Irmã Cecília Aparecida de Souza (Irmã Maria Graciete do Menino Jesus) foi nomeada Secretária Provincial, a Irmã Ede Dias Xavier (Irmã Hilda de Maria Imaculada), Ecônoma Provincial, e a Irmã Almerinda Afonso Brito (Irmã Maria Isaltina da Santa Face), Mestra de Noviças.

Foi convocado um segundo Capítulo eletivo, em 1976, para eleição das Conselheiras, quando a Superiora Geral era a Irmã Maria de Fátima Sanches. Ficou assim composto: Assistente Provincial, Irmã Eulália Lúcio da Silva (Irmã Maria Armanda do Menino Jesus); Conselheiras Irmã Cecília Aparecida de Souza (Irmã Maria Graciete do Menino Jesus), Irmã Enedina de Souza (Irmã Maria Evangelina da Assunção), Irmã Maria Vilani Rocha de Oliveira; Secretária Provincial, Irmã Cecilia Aparecida de Souza; Ecônoma Provincial, Irmã Inês Mascarello; e Mestra de Noviças, a Irmã Almerinda Afonso Brito.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 51

Houve um grande empenho do Governo provincial para dar às Irmãs oportunidades de renovação, tanto no campo espiritual, como no profissional. Assim, grande número de Irmãs teve a oportunidade de participar de retiros e encontros de espiritualidade. Também frequentaram cursos, visando o seu desenvolvimento acadêmico-cultural.

Cerca de 15 Irmãs concluíram, nas décadas de 70 e 80, Cursos Superiores, 3 fizeram especialização profissional, 12 concluíram o Ensino Médio e 40 terminaram o Ensino Fundamental. Houve, ainda, a ampliação do acesso a diversos outros cursos, tais como pintura, música, datilografia, auxiliar de enfermagem e corte e costura. Somou um número de 82 Irmãs que concluíram cursos diversos, para melhor exercer a missão franciscana hospitaleira.

Grande iniciativa foi a reforma dos Estatutos Sociais da Província, registrados no Conselho Nacional de Serviço Social (C.N.S.S.), bem como a reestruturação gerencial, com a centralização da assessoria nas áreas de Administração e Contabilidade para dar melhor suporte às Fraternidades e Obras.

Com o intuito de revitalizar a vida espiritual, a Província deu prioridade à vivência do Ano Santo, em 1974, quando foram realizadas peregrinações em todas as regionais, preparadas com tríduos e celebrações apropriadas. Entre os acontecimentos de relevância, naquela época, podemos mencionar as celebrações jubilares das Irmãs, com ampla repercussão e significativa participação de familiares e pessoas engajadas nas Paróquias. Foram verdadeiros momentos de comunhão eclesial, somados às comemorações de datas festivas da Congregação e da Igreja.

A Província vivenciou uma fase de intenso dinamismo, com a formação das equipes de animadoras apostólicas, participação nos organismos em nível de Igreja e nas Campanhas da Fraternidade, diálogos com sacerdotes e engajamento nas Paróquias, partilha evangélica e intensa colaboração nos cursos de liturgias e cantos pastorais. Sem dúvida, houve um grande empenho quanto à

revisão das obras e compromissos assumidos, à luz do Espírito, considerando a realidade pessoal e financeira da Província e a missão na Igreja e no Brasil, bem como os apelos dos nossos Pastores (cf. Medellín 12,14). Houve também um forte incentivo à realização das Jornadas Comunitárias, coordenadas, por uma equipe de Irmãs previamente preparadas. As Irmãs foram incentivadas a participar dos estudos, na redescoberta do Carisma Congregacional.

A Província se debruçou com todo empenho sobre o Projeto de iniciativa do Governo Geral conduzido pela Superiora, Irmã Maria de Fátima Sanches, intitulado “Renascer no Espírito”, tema do Ano Centenário de aprovação Pontifícia da CONFHIC. No início de 1976, foram inauguradas as novas instalações do Centro Assistencial Imaculado de Maria – CAICM, em Itapecerica da Serra/SP, com a c e l e b r a ç ã o d e e n c e r r a m e n t o d a s comemorações do referido Centenário. A ampliação das instalações do CAICM proporcionou melhores condições de amparo às Irmãs mais idosas. Na ocasião, foi estabelecido um convênio com a Real e Benemérita Sociedade Portuguesa de Benefícência de São Paulo, para tratamento da saúde das Irmãs.

O Governo Provincial investiu na melhoria das instalações físicas das obras. Foi dada continuidade, até 1974, às obras do Colégio Pio XII, em Brasília; bem como houve a ampliação do Instituto Jesus Maria José – Fábrica Nacional de Motores (FNM), em Xerém, Rio de Janeiro. Foi construída a residência para as Irmãs em missão, no Ginásio Nossa Senhora de Fátima, em Mariópolis (Paraná); além de concluído o prédio do CAICM, em Itapecerica da Serra (São Paulo) e reformadas as instalações da Sede Provincial.

Um dos momentos marcantes foi a reabertura da Casa de Formação, em Itapecerica da Serra, na festa de São José, em 19 de março de 1975, em uma singela, mas expressiva cerimônia, durante a qual ingressaram as primeiras candidatas no Postulantado, concretizando o sonho da Superiora Provincial e o anseio de todas as Irmãs que viram, nessa reabertura, o raiar de uma nova esperança no caminho

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vocacional . O ano de 1977 guarda acontecimentos relevantes na história da Província. Houve a celebração festiva do 10º Aniversário da Província, ano em que foi instituído o Marco Doutrinal do Planejamento, em forma mais explícita e como resultado da união de experiências, pesquisas e oração de toda a Fraternidade. Uma época de intensa efervescência e aprofundamento, quando se delineou e projetou a realidade apostólica da P r o v í n c i a e m u m S e m i n á r i o Intercongregacional.

Os desígnios de Deus são insondáveis. Em pleno Governo Províncial, nossa Superiora Provincial é chamada ao ministério do Governo Geral da Congregação, no 20º Capítulo Geral. Foi antecipado, portanto, o Capítulo Provincial eletivo de 1979, para formar um novo Governo, comprovando, nas linhas concretas desse momento histórico, a passagem de Deus na vida da Probrasul.

Traços biográficos d e I r m ã M a r i a Eneide Martins Leite (Irmã Rosa Mística d o C o r a ç ã o d e Jesus)

Maria Eneide Martins Le i t e n a s c e u e m Mossoró (Rio Grande do Norte), no dia 19

de novembro do ano de 1932. Filha do casal Euclides Leite Rebouças e Maria de Lourdes Martins Leite, ela ingressou na Congregação em 05 de junho de 1949, e tomou hábito em 21 de janeiro de 1950. Aos 16 anos, partiu para cooperar com Cristo na redenção do mundo. O Convento Sagrada Família, em Salvador (Bahia), foi o primeiro altar dos sacrifícios que teve de vencer pela força de vontade e aí fez a primeira etapa do seu noviciado. Fez profissão temporária em 29 de março de 1952 e emitiu os votos perpétuos em 30 de novembro de 1957.

Sempre ávida do belo e do infinito, a Irmã Maria Eneide considerou a Enfermagem como um campo propício para realizar sua aspiração e, numa renúncia total, por indicação do Governo Geral da Congregação, partiu do

Brasil e foi para Portugal, onde concluiu o Noviciado. Finalizou seus estudos nas cidades lusitanas do Porto e Coimbra, onde prestou serviços profissionais, durante 10 anos, com uma dedicação extrema. À cabeceira de seus doentes, nunca os deixava sem um conforto, sempre com palavras de consolo, gestos de carinho e um sorriso, trazendo o conforto da sua presença amiga.

Em agosto de 1961, a pedido de seus saudosos pais, volta para ao Brasil, quando foi designada para a Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro, onde permaneceu por três anos em intenso trabalho, na área da Saúde. Em novembro de 1964, o Senhor a destinou para uma nova missão, desta vez em Guaraciaba (Minas Gerais), onde exerceu durante seis anos, o cargo de Diretora do Hospital e Coordenadora da Fraternidade. Por sua at u a ç ã o n e s t a c i d a d e e m p ro l d o s desassistidos, foi condecorada com uma Medalha Benemérita.

A Madre Rosa Mística do Coração de Jesus, como era conhecida por todos, doava-se totalmente ao povo que, na sua simplicidade, não olhava hora para bater à porta do Hospital, pedindo ajuda. Em fevereiro de 1970, ela foi para o Hospital da Ordem da Terceira do Carmo, no Rio de Janeiro, acolhida calorosamente pela Diretoria do Hospital, bem como pela Fraternidade da Betânia. Foi a primeira a transferir as Irmãs do recinto hospitalar para uma residência próxima ao referido Hospital, com a finalidade de acolher as Irmãs da CONFHIC que necessitassem de hospedagem e aí ficou até a sua eleição para a missão de Superiora Provincial da Província do Sagrado Coração de Jesus.

Como Franciscana Hospitaleira, ela recebeu alguns títulos de homenagem, como o de Cidadã Areia Branquense (Rio Grande do Norte). Ao fazer parte de uma Fraternidade na c i d a d e m i n e i r a d e G u a r a c i a b a , f o i homenageada pela Câmara Municipal dos Vereadores com a outorga do título de Cidadã Guaraciabense (Minas Gerais). Por sua t ra jetór ia como Super iora Geral da Congregação durante 18 anos consecutivos, recebeu o título social de Honra ao Mérito, concedido pela Real e Benemérita Sociedade

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Portuguesa de Beneficência do Rio de Janeiro. Implantou na Congregação o Processo de Renovação Planificada (PRP), que muito contribuiu para a redescoberta do Carisma Congregacional e para reavivar junto às Irmãs a memória dos Fundadores, Padre Raimundo dos Anjos Beirão e Madre Maria Clara do Menino Jesus. Tomou a iniciativa de agilizar o Processo de Canonização da nossa Fundadora, m e d i a n t e a n o m e a ç ã o d o s v á r i o s interventores no mesmo Processo, entre os quais a Comissão Histórica, Postulador e Censores dos escritos.

Governo da Provincial Irmã Paula Guimarães Nunes (1977 – 1983)

O terceiro Governo Provincial foi marcado pelo perfil de pastora da Irmã Paula Guimarães Nunes, presença forte e significativa junto a cada Religiosa, em uma relação de cuidado e zelo para com os sentimentos e aspirações de cada uma. O Governo Provincial foi eleito para o sexênio de 1977 a 1983, na gestão da Superiora Geral Irmã Maria Eneide Martins Leite. Estava assim constituído: Superiora Provincial, Irmã Paula Guimarães Nunes (Irmã Isabel Maria de Jesus Hóstia); Assistente Provincial, Irmã Inês Mascarello; Conselheiras Irmã Cezarina Lago de Souza (Irmã Maria Açucena de Jesus Eucarístico), Irmã Enedina de Souza (Irmã Maria Evangelina da Assunção) e Irmã Maria Vilani Rocha de Oliveira. Assumiu a Secretaria Provincial a Irmã Keiko Ebissui, ficando o cargo de Ecônoma aos cuidados de Irmã Eronita Lucas da Silva (Irmã Maria de São Paulo Eremita) e a função de Mestra de Noviças, assumida pela Irmã Cacilda Luzia de Santana.

Em 1981, foi renovado o quadro deste Conselho, sendo eleitas, em Capítulo Provincial, as seguintes Irmãs: Assistente Provincial, Irmã Inês Mascarello; Conselheiras, Irmã Magda Brasileiro, Irmã Santina Luíza Trombetta (Irmã Maria Ester de São Boaventura) e Irmã Maria Maura de Moraes. Para Secretária foi nomeada a Irmã Magda Brasileiro; mantendo, no Economato e na a t i v i d a d e d e M e s t r e d e N o v i ç a s , respectivamente, a Irmã Eronita Lucas da Silva e a Irmã Cacilda Luzia de Santana.A liderança da Provincial contribuiu para o

revigoramento da Probrasul, através do fortalecimento das interrelações, com singular atenção à escuta ativa. Desta forma, permaneceu mais próxima às suas Irmãs, alegrando-as com a sua presença. Valorizou as iniciativas de sua predecessora, com especial zelo pela devida manutenção e continuidade das obras iniciadas.

No início do Governo, a Irmã Paula anteviu que era possível dar largos passos na renovação e não mediu esforços para levar a Província a trabalhar o Processo de Renovação Planificada – o PRP. Este projeto contribuiu decisivamente para as reflexões e o projeto evolutivo da Vida Religiosa, com a valorização da interioridade como ponto de partida para voltar às Fontes, na esteira da inspiração carismática, redescobrir a verdadeira Hospitalidade no jeito de ser e de fazer, atualizando a inspiração primeira com reflexo na Formação, Vida e Missão. Consolidou o legado do Governo Provincial anterior, com ênfase na promoção da qualificação das Irmãs em seus estudos teológicos e acadêmicos.

Naquele período, foi intensificada a vivência da vocação missionária com maior inserção na Igreja, através do comprometimento de todas as Irmãs para conseguir maior coerência entre o falar e o agir e a corresponsabilidade nas tarefas apostólicas assumidas. Este trabalho foi marcado pela maior inserção da Fraternidade no meio do povo, deixando-se questionar por ele, como eco da oportuna aprendizagem, em sintonia com as diretrizes emanadas da Igreja da América Latina, a partir da Conferência de Puebla.

Traços biográficos d e I r m ã P a u l a Guimarães Nunes (Irmã Isabel Maria de Jesus Hóstia)

Era filha do casal M a n o e l A n t ô n i o N u n e s e d e A n a Guimarães Nunes, n a s c i d a a 2 6 d e

janeiro de 1922, em São Miguel (Rio Grande do Norte) e batizada na sua cidade natal pelo Padre Tertuliano

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Fernandes. Filha de pais virtuosos, foi assistida desde cedo espiritual e culturalmente, fazendo sua primeira Eucaristia antes dos cinco anos de idade. Desejando consagrar-se ao Senhor, renunciou ao convívio da família e abraçou a Vida Religiosa na CONFHIC. Sua entrada no Postulantado foi em 05 de novembro de 1945 e tomou hábito, ao iniciar o Noviciado, em 15 de agosto de 1946. Professou temporariamente em 02 de fevereiro de 1949. Emitiu os votos perpétuos em cerimônia realizada no Convento Sagrada Família, em Salvador (Bahia), em 07 de agosto 1954.

Logo após sua entrega total ao Senhor, foi transferida para atividade apostólica no Hospital Vera Cruz, em Belo Horizonte (Minas Gerais), onde exerceu a missão de Secretária, o que a ajudou no seu primeiro passo para um olhar mais atento, em di reção aos empobrecidos. Em pouco tempo, foi eleita Conselheira Provincial, sendo transferida para São Paulo, onde integrou o Governo Provincial da Irmã Martha Cortez de Araújo Amorim. Foi a primeira Mestra de Junioristas, naquela Província. Logo após, foi para Igaratá, em São Paulo, nomeada Vigária da Paróquia, pela falta de sacerdote local. Exerceu esta atividade como verdadeira missionária, franciscana e menor, realizando casamentos, batizados e outras ações pastorais pertinentes ao referido ofício. De Igaratá passou para a missão de Superiora Provincial, eleita para suceder a Irmã Maria Eneide Martins Leite.

Com sua presença amorosa e carismática, exerceu um pastoreio singular, alegrando as Irmãs com sua presença, fazendo-as sorrir com suas brincadeiras, sempre em tom de amabilidade. Não se furtava a dedicar a maior par te do seu tempo a desfrutar da proximidade do convívio com suas Irmãs, em momentos de descontração e reforço dos laços de vida fraterna.

F o i u m g o v e r n o d e c o n t i n u i d a d e administrativa, com o devido suporte na assistência às Fraternidades e Obras. Exemplo de liderança humanitária e evangelizadora, verdadeiramente Irmã menor, em sintonia com os apelos da Igreja no mundo contemporâneo, para uma Vida Religiosa

autêntica e fundamentada na vivência. Marcava sua presença em cada família das Irmãs por onde passava, não lhes esquecia os nomes, preocupava-se com eles como se fôssemos uma só família. Para se ter uma ideia do seu cuidado nos pequenos detalhes cotidianos, era ela quem costumava chegar pr imeiro nos aniversár ios , s ina l de reconhecimento e respeito pelo outro, prática que cultivou até o fim de sua vida.

Terminado o ministério de Superiora Provincial, foi ser missionária na África. Deu o melhor de sua vida, com um coração de extrema benevolência e um amor exclusivo ao Senhor e aos mais necessitados. Com a previsão de sua ida para a África, como missionária, ficou um tempo em preparação, e a partida para Moçambique ocorreu em 05 de junho de 1984. Naquele país, o primeiro destino foi Nampula, onde encontrou um refrigério espiritual no mosteiro das monjas Mater-Dei. Percorreu e difundiu o carisma da hospitalidade em lugares marcados pelos contrastes sociais, tais como Quelimane, capital da Zambézia, Manica e Inhambane.

Com seu espírito humanista, costumava se corresponder através de cartas com amigos, b e n fe i to re s , a s s i s t i d o s, a u to r i d a d e s eclesiásticas e Irmãs da Congregação. Grande parte deste registro está contida no livro “África: uma missão ou algo mais?”, de sua autoria. Ao retornar à Província do Sagrado Coração de Jesus, desenvolveu atividade assistencial no Hospital Vera Cruz, em Belo Horizonte (Minas Gerais). Em seguida, foi atuar com sua presença miser icordiosa e hospitaleira em Arthur Alvin, uma das periferias mais violentas de São Paulo. Ainda fez parte do Governo Provincial na área missionária. Faleceu na Província de Santa Cruz - Brasil Norte, a 10 de junho de 2002.

Governo da Provincial Irmã Inês Mascarello (1983 – 1993) A tônica do Governo de Irmã Inês Mascarello, que transcorreu nos anos de 1983 a 1993, foi a sua postura de disponibilidade e atendimento prestimoso às Irmãs. Este período foi marcado pelo zelo e pela conservação do Patrimônio,

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bem como pela aquisição de bens imóveis. Ao findar o sexênio da gestão de Irmã Paula Guimarães Nunes, o Capítulo Provincial elegeu o Governo da Província para o período de 1983 a 1989, assim constituído: Irmã Inês Mascarello, Superiora Provincial; Assistente Provincial, Irmã Martha Cortez de Araújo Amorim; Conselheiras, Irmã Cecília Aparecida de Souza, Irmã Santina Luíza Trombetta e Irmã Cacilda Luzia de Santana. A Irmã Cecília Aparecida de Souza assumiu a função de Secretária, sendo substituída, no ano seguinte, pela Irmã Maria Aparecida Chagas (Irmã Stellamaris do Santíssimo Sacramento). Como Ecônoma Provincial, continuou no cargo a Irmã Eronita Lucas da Silva e, como Mestra de Noviças, a Irmã Cacilda Luzia de Santana.

Terminado o triênio, houve um Capítulo Provincial eletivo para Conselheiras, que obteve o seguinte resultado: Irmã Martha Cortez de Araújo Amorim para Assistente Provincial; Conselheiras, Irmã Verônica Cysz, Irmã Marieze Menezes e Irmã Severina Alves de Lima (Irmã Maria de Lourdes), assumindo esta também a função de Secretária Provincial. A Irmã Eronita Lucas da Silva permaneceu como Ecônoma Provincial e a Irmã Verônica Cysz foi nomeada Mestra de Noviças. Findo o período de Governo, houve a prorrogação de mandato da Irmã Inês Mascarello por mais um ano, por concessão do Governo Geral.

As realizações apostólicas missionárias foram fundamentadas nas decisões do IV Conselho Plenário da Província. As Irmãs reafirmaram o compromisso de ser presença evangelizadora em suas realidades, na missão Hospitaleira, sendo peregrinas e disponíveis para colaborar onde se fizer necessário. Foi revigorada a prática da revisão de vida e a ajuda fraterna. Teve início a “Folha Mensal”, voltada às comunicações fraternas.

A Irmã Inês Mascarello cuidou dos bens patrimoniais. Ampliou o Centro Assistencial Imaculado Coração de Maria (CAICM), para o bem-estar das Irmãs idosas, necessitadas de maiores cuidados. Em união com a Província de Santa Cruz, foram comemorados os 75 anos da hospitalidade, em terras brasileiras. Entre outras iniciativas relevantes, no dia 03 de maio de 1986, foi lançada a Revista “Ano Jubilar”.

A Província teve significativa participação no V Plenário Geral realizado no Brasil, em 1992, em Salvador, na Bahia. Como parte da Formação Permanente, muitas Irmãs fizeram cursos, através da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB/Nacional), em instituições como o Centro de Teologia e Espiritualidade (CETESP) e o Centro de Renovação Espiritual (CERNE). B e b e n d o n a s Fo n t e s Fr a n c i s c a n a s , participaram de curso de aprofundamento no Centro de Estudos Franciscanos e Pastorais para a América Latina (CEFEPAL).

Nesta época, surgiram as comunidades inseridas nas comunidades da periferia, aber tas às I r mãs que se sent issem vocacionadas à missão evangelizadora. Várias Pastorais foram exercidas pelas Irmãs, tais como: Encontros Sociais, Visitação e Acolhimento. Em benefício dos mais carentes, houve um grande empenho para doações de roupas, agasalhos, alimentos e outros. As Irmãs eram presença marcante nas reuniões mensais diocesanas, nas oficinas para aperfeiçoamento de novos líderes da Pastoral da Criança e no aperfeiçoamento de multiplicadores da Pastoral da 3ª idade. As Religiosas foram incentivadas a ter uma participação assídua em estudos de políticas públicas e a fazer visitas às comunidades para pesagem de crianças e acompanhar os trabalhos promovidos com mães.

Logo após a sua saída do Governo Provincial, houve um tempo em que ela assumiu a Presidência do Lar das Crianças. A sua administração foi um período áureo para a instituição, que ganhou novas feições, através da reforma e da ampliação de suas instalações, propiciando mais conforto e bem-estar para as crianças desenvolverem suas atividades. O local foi dotado de piscina coberta, salão nobre e equipado para aulas de ballet, espaço para recreação e jogos, bem como um local adequado ao desenvolvimento de peças teatrais e uma área para lazer e festas infantis. Uma contribuição que jamais será esquecida pela comunidade, em favor da população mirim em situação de risco social. Continua ligada à instituição, atualmente na função de Vice-presidente.

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Traços Biográficos d e I r m ã I n ê s Mascarello

A I r m ã I n ê s M a s c a r e l l o ( I r m ã Maria Eufrosina do Amor Divino) é filha d o c a s a l J o ã o Mascarello e Lúcia Benato, nascida a 27

de julho de 1943, em São Marcos, Rio Grande do Sul. É uma pessoa simples, de origem gaúcha e descendente de Italianos. Entrou como Postulante para a Vida Religiosa, em 5 de março de 1961, e tomou hábito, em 19 de fevereiro de 1962, tendo feito a profissão temporária, a 28 de fevereiro de 1964. Iniciou sua Vida Rel igiosa na Fraternidade Madre Maria Rosa de Viterbo, em Brasília, atuando como Professora no Colégio Pio XII, demonstrando no seu trabalho um bom tino administrativo e boa dinâmica nas atividades gerenciais. Emitiu os votos perpétuos, em 08 de abril de 1972, em São Paulo. Na atualidade, encontra-se no Lar das Crianças Menino Deus, em Pirassununga, São Paulo.

Como Irmã Franciscana Hospitaleira, os seus gestos são de alegria e hospitalidade, sempre acolhedora e amiga das Irmãs, demonstrando-lhes acolhimento e atenção especial. É notório o seu grande amor à Congregação e a tudo que lhe diz respeito, procurando ser constantemente dedicada. É uma Irmã de vida de oração profunda, observante dos costumes da vida consagrada e sempre atenta às suas Irmãs, procurando fazer-lhes o bem e promovendo a paz.

Sempre com muita lucidez e mostras de uma primorosa memória, enfrentou momentos de fragilidade na saúde com firmeza e coragem. Com belo e sereno sorriso estampado no rosto, ela exprime sempre a acolhida fraterna a quem dela se aproxima.

Seu apostolado foi exercido com senso de responsabilidade, dedicação e compromisso com o servir. Constantemente na ação benéfica em favor de outrem, ela esteve sempre disposta a agir de prontidão, em

atendimento às demandas momentâneas.Entre seus traços pessoais, podemos destacar seu despojamento, sua capacidade de doação no convívio fraterno, a abertura para o diálogo e a aceitação de suas próprias limitações, sabendo respeitar as diferenças individuais. Por todo este legado humanitário, Irmã Inês Mascarello é presença viva de amor em toda a Província.

Primeiro Governo da Provincial Irmã Maria Vilaní Rocha de Oliveira (1993 – 1999)

A marca desse ofício de Animação Provincial foi o profissionalismo no processo de gestão, através de medidas como o reordenamento administrativo organizacional nas áreas humana e jurídica. A administração contou com o assessoramento qualificado, iniciativa que ot imizou o funcionamento das Fraternidades. Esta estrutura criou um ambiente propício para o aprofundamento do Carisma Franciscano Hospitaleiro, como meio de atualizar a identidade congregacional.

Para o sexênio 1993 a 1999, sob o governo da Superiora Geral Irmã Maria Eneide Martins Leite, que presidiu ao Capítulo e se fez presente no ato de posse, foram eleitas: Irmã Maria Vilaní Rocha de Oliveira, Superiora Provincial; Irmã Santina Luíza Trombetta, Assistente Provincial; e as Conselheiras Irmã Magda Brasileiro, Irmã Verônica Cysz e Irmã Margarida de Menezes Alves. A Irmã Magda Brasileiro assumiu a função de Secretária Provincial. A Irmã Creusa Góis foi nomeada Ecônoma Provincial, sendo substituída por Irmã Rosa Pires (Irmã Maria Lucy do Coração de Jesus), enquanto Irmã Verônica Cysz (Irmã Maria Escolástica da Cruz) foi nomeada Mestra de Noviças.

Em 1996, ocorreu mais um Capítulo Provincial para eleição de Conselheiras, quando foram eleitas: Irmã Magda Brasileiro, Assistente Provincial; e Conselheiras Irmã Margarida de Menezes Alves, Irmã Terezinha Pereira Silva e Irmã Paula Guimarães Nunes. A Irmã Margarida de Menezes Alves foi nomeada Secretária Provincial; a Irmã Rosa Pires permaneceu como Ecônoma Provincial e a Irmã Verônica Cysz continuou na missão de Mestra de Noviças.

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No ano de 1993, a Província celebrou o Centenário da Fundadora da Congregação. Houve uma celebração marcante que reavivou o sentido de unidade da Província, com a participação das diversas Fraternidades, integradas com o intuito de reviver os gestos de Mãe Clara, através do tema “Trazer às claras os gestos de Clara”. No período de 1993 a 1995, foi nomeada a Irmã Maria Maura de Moraes como primeira cronista oficial da Província, cargo assumido em seguida pela Irmã Severina Alves de Lima, que vem ocupando esta função desde então.

Naquela ocasião, foi sugerido que cada Fraternidade que vivesse um gesto que lembrasse o acolhimento, a ternura, o carinho e a caridade de Mãe Clara. Numa celebração comum, todas revelaram como viveram os sonhos e as aspirações de Bem-aventurada Maria Clara. Para difundir a boa nova, foi e l a b o r a d o u m n ú m e ro e s p e c i a l d o i n f o r m a t i v o “ E n c o n t r o ” s o b r e o s acontecimentos da vida de Irmã Maria Clara do Menino Jesus.

Para minimizar o impacto da mudança das jovens oriundas do interior para uma grande metrópole como São Paulo, o Governo Provincial promoveu a transferência da Casa de Formação. Em fevereiro de 1995, o Centro voltado à Formação deixou de funcionar em São Paulo e foi instalado na cidade de Mariana, em Minas Gerais, a convite do Arcebispo Dom Luciano Mendes de Almeida, que apoiou esta iniciativa com a cessão de espaço físico apropriado.

Em atendimento à recomendação do Capítulo Provincial, deu-se início à construção da Sede Provinc ia l . Transfor mada no núcleo administrativo da CONFHIC/São Paulo, a sede foi estruturada com a finalidade de ser um polo de irradiação da Vida e Missão das Irmãs e o espaço de comunhão orgânica com a Igreja e a sociedade.

O decorrer dos anos de 1994 e 1995 foi um período desafiante para a Província, quando a Probrasul tomou consciência de que sozinha não tinha condições de fazer frente às rápidas e profundas transformações que as exigências da sociedade vigente faziam à Vida Religiosa.

Houve, então, a decisão, de desenvolver um trabalho integrado, gerando sintonia com pessoas leigas capacitadas que pudessem ajudar a levantar a bandeira de um novo projeto de expansão. Ass im, foram implementados o SAV (Serviço de Animação Vocacional), a Fasfhic (Família Secular Franciscana Hospitaleira), a Liga Mãe Clara e novas frentes de missão.

A Probrasul planejou três grandes objetivos: revitalização da Vida Consagrada; excelência organizacional, visando a melhoria dos serviços nas diversas áreas; e a ênfase na missão apostólica. Na área das relações humanas, merece destaque o projeto desenvolvido com a assessoria de uma psicóloga, voltada à assistência terapêutica e de escuta junto às Irmãs.

No campo da gestão, as Fraternidades passaram a contar com o apoio de um consultor administrativo e, na área jurídica, com um gestor especializado. Este suporte profissional, somado à contratação de um escritório de contabilidade, visava trabalhar a sustentabilidade da Província.

Em 1996, aconteceu a inauguração da nova Sede Provincial, situada na Rua Carneiro da Cunha, 368, no bairro Saúde. Fruto do trabalho e sacrifício de muitas Irmãs, a referida casa está aberta ao acolhimento a todas as Irmãs e irmãos, como síntese viva do Carisma Hospitaleiro.

Neste espaço de tempo, foram elaborados e aprovados o Plano de Formação, o Diretório Provincial e o Estatuto Social, este último assessorado pela I rmã Teresa Diniz , franciscana da Penitência e Caridade Cristã, advogada e economista.

Nesse tempo favorável, a Província elaborou o M anual da Hospita l idade, entregue solenemente em uma cerimônia com a participação de 55 Irmãs. Como fruto desse trabalho, foram promovidos retiros anuais com o tema “Hospitalidade e Fraternidade”.

Em sintonia com as demandas e características da realidade provincial, houve neste período algumas realizações importantes, tais como a

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reorganização da FASFHIC e o apoio à dinamização do processo de canonização de Mãe Clara.

Em virtude das mudanças na regulamentação na área da filantropia no país, o Governo Provincial sentiu a premente necessidade de implantar na Província o orçamento planejado, bem como de acompanhar sistematicamente o desenvolvimento do fundo patrimonial. Como consequência, as atenções se voltaram para a racionalização das despesas e o aumento das receitas, assim como fomentar a implantação de projetos alternativos para geração de renda.

Como marco importante, a celebração dos 30 anos da Província do Sagrado Coração de Jesus foi efetivada em momentos específicos da vida das Irmãs, como autoras privilegiadas dessa história. Nesse mesmo ano, em 1998, a Província reativou o Pensionato do Lar das Crianças do Menino Deus, com uma infraestrutura para melhor atendimento às jovens vindas para a cidade em busca de estudos e trabalho.

Em 1999, a Probrasul participou efetivamente do Serviço da Mulher Marginalizada, quando liberou uma Irmã para atuar junto ao público contemplado por este organismo da CNBB.

A Casa de Formação funcionou na Vila Prudente, onde as Irmãs tiveram uma presença significativa na região de baixa r e n d a , p r o m o v e n d o m o m e n t o s d e congregação, de partilha comunitária, através de celebrações, oração do terço e aulas de artesanato proporcionadas às mães.

Naquela época, as Irmãs foram enviadas para apoiar o trabalho assistencial no Centro de Deficientes, na Figueira, município de Mariana, onde também atuaram no atendimento às crianças desassistidas, na Casinha de Nazaré.

Segundo Governo da Irmã Maria Vilaní Rocha de Oliveira (1999 – 2002)

A tônica do seu segundo governo foi a c o m p e t ê n c i a g e r e n c i a l , a l é m d o direcionamento para a missão além fronteiras

do país, somado à ênfase no trabalho de evangelização. O gerenciamento financeiro e administrativo foi aprimorado, com maior planejamento das ações voltadas à conservação e valorização do patrimônio.

O Capítulo Provincial eletivo, realizado em 23 de março de 1999, elegeu as seguintes componentes: Superiora Provincial, Irmã Maria Vilaní Rocha de Oliveira; Assistente Provincial, Irmã Santina Luíza Trombetta; e Conselheiras Verônica Cysz, Irmã Inês Mascarello e Irmã Margarida de Menezes Alves (substituída pela Irmã Catarina Maria de Paula, em 2001). A Irmã Margarida de Menezes Alves foi eleita Conselheira Geral, em Portugal, no ano de 2001. O governo eleito em 1999 tinha, ainda, entre suas integrantes a Irmã Catarina Maria de Paula na função de Secretária Provincial, a Irmã Rosa Pires, na atividade de Ecônoma Provincial, e a Irmã Verônica Cysz, Mestra de Noviças.

Em homenagem à memória e ao espírito missionário difundido pelos fundadores da CONFHIC, foi aberta uma Missão além do território nacional, na cidade de Nuevo Laredo, no México, em parceria com a Província de Santa Cruz. Em uma cruzada de benevolência, as duas Provinciais, Irmã Maria Dalvanir Filgueira Rosado e Irmã Maria Vilaní Rocha de Oliveira, atravessaram a América do Sul e plantaram em terras mexicanas a semente da Missão Hospitaleira.

Uma das primeiras iniciativas do novo Governo foi a elaboração do Plano Trienal (1999 – 2002), como resposta aos anseios emanados do Capítulo Geral. O objetivo foi dar prosseguimento ao processo de refundação da Vida Religiosa Consagrada e forneceu as bases e princípios para dar um novo impulso ao processo de Formação da Província.

Como advento do terceiro milênio, novas posturas e decisões direcionaram a Província para a comunhão efetiva interinstitucional junto a entidades de peso, como a Associação Nacional de Mantenedoras de Escolas Católicas do Brasil (Anamec), Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), Associação de Escolas Católicas (AEC), Família Franciscana do Brasil (FFB) e Sindicato dos Estabelecimentos

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Particulares de Ensino (Sinepe). Ao longo do governo, houve maior comunhão com os organismos da Igreja e da Sociedade Civil.

Como exigência frente às demandas c o n t e m p o r â n e a s , a r e e s t r u t u r a ç ã o administrativa veio como um imperativo dos sinais dos tempos, quando foram repensadas as estruturas, métodos e relacionamentos i n t e r n o s e e x t e r n o s d a s O b r a s d e Evangelização da Probrasul.

Conforme assinalou a CRB, “a Vida Religiosa exige um coração de eremita, alma de alpinista, olhos de amante, mãos de médico e mente de rabi”. Considerando esta premissa, no ano de 2001, as realizações, no âmbito da Província, aconteceram na l inha do testemunho de vida e alegria para os irmãos e irmãs, na doação total do acolhimento.

De olhos fixos na Fundadora, a Província lançou seu olhar sobre “aquela gente” da Vila Prudente, em São Paulo, e enviou como missionária entre os pobres, a Irmã Alta Souza Cruz. Sua missão foi atender na Farmácia da Favela, beneficiando centenas de famílias necessitadas. Trata-se de uma iniciativa que supriu as carências daqueles que não tinham condições de comprar medicamentos receitados.

Como parte das prioridades de aprendizagem conjunta e tomada de consciência das transformações da sociedade, aconteceu um processo que envolveu toda a Província. O trabalho empreendido reforçou a postura de compromisso e de pertença, com a adoção de medidas importantes, a exemplo da o r g a n i z a ç ã o d o s o r ç a m e n t o s d a s Fraternidades e a reorganização financeira, que fortaleceu o papel da Ecônoma local.

Setores de importância estratégica também foram alvo de medidas de amplo impacto. A área da Formação recebeu especial atenção, em um trabalho realizado em conjunto com a Província de Santa Cruz, Brasil Norte. Entre os fatos de destaque daquele período, houve o envio das Irmãs para participar da Semana de Espiritualidade Franciscana Hospitaleira, na Casa Mãe, Portugal. No conjunto de ações, podem ser mencionados a promoção do mês

intensivo de formação com as Junioristas e o ano intensivo de preparação para os votos perpétuos, bem como a elaboração do Plano Interprovincial de Formação.

Segundo Governo de Irmã Inês Mascarello (2002 a 2008)

Em novo mandato, quando assumiu o sétimo Governo da Província do Sagrado Coração de Jesus, a Irmã Inês Mascarello empenhou-se pela manutenção e pela valorização dos bens patrimoniais da Probrasul, bem como reafirmou sua dedicação e amor pela vida congregacional. A missão de governar veio com disposição renovada, em um processo dinâmico para fazer frente às contingências da modernidade.

A realização de novo Capítulo Provincial, em 06 de agosto de 2002, resultou na eleição das seguintes componentes: Irmã Inês Mascarello, Superiora Provincial; Irmã Natair da Silva Barbosa, Assistente Provincial ; e as Conselheiras: Irmã Catarina Ana Alflen, Irmã Mariluzia Barros Sobreira e Irmã Catarina Maria de Paula. Foram nomeadas a Irmã Mariluzia de Barros Sobreira, na função de Secretária Provincial; a Irmã Rosa Pires, no cargo de Ecônoma Provincial; e a Irmã Verônica Cysz, como Mestra de Noviças. Na sequência cronológica, houve um novo Capítulo Provincial para eleição das Conselheiras, ocorrido em 2005, com a presença da Superiora Geral, Irmã Maria Isilda Freitas, quando foram eleitas a Irmã Natair da Silva Barbosa, Assistente Provincial ; e as Conselheiras: Irmã Catarina Ana Alflen, Irmã Magda Brasileiro e Irmã Verônica Cysz.

Neste período, a Irmã Maria Vilaní Rocha de Oliveira foi liberada para servir à Família Franciscana do Brasil (FFB), quando foi eleita na função de Presidente da instituição, após eleição ocorrida na XIII Assembleia para Nacional Ordinária da FFB, em 2003. Sob a sua gestão, foi celebrado um Congresso em homenagem aos 800 anos do Carisma Franciscano intuído por Francisco de Assis. Ainda, na presidência de Irmã Maria Vilaní Rocha de Oliveira, houve a mudança da sede do antigo Cefepal, em Petrópolis para a nova sede no Planalto Central, em Brasília – Distrito

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Federal, em 2008. No segundo mandato de Irmã Inês como Provincial, houve participação ativa de várias Irmãs do SAV (Serviço de Animação Vocacional) nas missões populares, em diversas cidades, junto às Paróquias e às famílias. A Província continuou investindo na formação acadêmica com o acesso a vários cursos de atualização teológica e qualificação profissional, através de cursos livres, bem como em cursos formativos para mestras de Formação e no Encontro de Revigoramento Franciscano.

Realizaram-se, neste período, estudos e reflexões sobre o X Caderno “Vida e Missão” da CONFHIC. Este aprofundamento despertou na maioria das Irmãs a vontade de viver com mais coerência o Carisma da Hospitalidade e aguçou a esperança de novas perspectivas para as atividades evangelizadoras. Quanto à convivência fraterna, houve maior ênfase em relação a aspectos importantes, tais como a importância da aceitação das limitações mútuas, da escuta, do diálogo e do respeito pelas diferenças.

O aniversário dos 40 anos da Província foi celebrado com uma liturgia precedida de um tríduo nas Paróquias de Pirassununga, em São Paulo. Este momento foi de exaltação da Vo n t a d e d e D e u s , q u e i l u m i n o u o quadragésimo ano de caminhada desta Província, sob o olhar do Senhor de Misericórdia, no Seu providente cuidado amoroso de Pai. A celebração eucarística, em 17 junho de 2007, foi presidida pelo Monsenhor Otávio Dorigon, na Paróquia S e n h o r B o m J e s u s d o s Af l i to s , e m Pirassununga. Houve, ainda, a comemoração dos 50 anos da presença das Irmãs que atuam na Real e Benemérita Sociedade Portuguesa de Beneficência de São Paulo.

Foi intensa a agenda de atividades de atualização e aprimoramento na formação das Irmãs. Foram disponibilizadas inscrições em cursos sobre Filantropia, sobretudo para aquelas que atuam no setor financeiro da Pro b ra s u l . D e s t a q u e, a i n d a , p a ra a participação de Irmãs da Probrasul no II Encontro Internacional de Formadoras da CONFHIC, na Sede Geral, em Portugal. Algumas Irmãs participaram do I Congresso

dos Educadores Franciscanos Hospitaleiros, em Salvador, na Bahia. No conjunto de atividades, nas quais as Irmãs estiveram presentes naquela época, podemos citar: Missão Intercongregacional, parceria da CNBB, CRB Tocantins, Goiás, e Manaquiri, Amazonas; Semana Franciscana Hospitaleira, na sede da Província de Santa Cruz, em Salvador; e Semana Missionária, ocorrida nos dias 25 a 30 de outubro de 2007, em Santa Isabel, São Paulo, sob a coordenação das Irmãs Cezarina Lago de Souza e Josefa dos Santos.

A Província deu uma atenção especial às ações destinadas a minorar o sofrimento dos mais necessitados. Nesse sentido, foi desenvolvido um trabalho na Favela da Vila Prudente, onde a Província fez parceria com a Paróquia Santo Emídio, que propiciou o atendimento mensal a 135 famílias e 151 crianças, com o apoio de 21 líderes comunitários, além da participação no Conselho Tutelar da Criança. Em Itapecerica da Serra, Irmãs do Centro Assistencial Imaculado Coração de Maria (CAICM), promoveram arrecadação e doações de roupas, colchões, cobertores e diversos gêneros alimentícios, além dos contatos mantidos com as famílias, momento solidário para a escuta de problemas e diálogo com orientações, assistência ampliada com as visitas a doentes hospitalizados.

Terceiro Governo da Irmã Maria Vilaní Rocha de Oliveira (2008 - 2014)

A tônica mais forte deste sexênio foi a dimensão missionária, com ênfase na Formação Inicial e medidas importantes, tais como a implementação do Noviciado Interprovincial e a atualização do patrimônio. Resgate histórico memorável foi a abertura de uma frente de Missão em terras paraenses, refazendo os passos das pioneiras no Brasil.

A vida da Província caminhou rumo a um novo alvorecer, com maior abertura em auxílio às minorias. Como parte da construção de uma obra em plena expansão, celebrou-se mais um Capítulo Provincial eletivo com a presença da Superiora Geral, Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro. Foram eleitas: Irmã Maria Vilani Rocha de Oliveira, Superiora Provincial; Irmã

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Natair da Silva Barbosa, Assistente Provincial; e as Conselheiras Irmã Verônica Cysz, Irmã Catarina Ana Alflen e Irmã Mariluzia de Barros Sobreira, esta última nomeada Secretária Provincial. Foram mantidas as Irmãs Rosa Pires e Verônica Cysz, respectivamente, nas funções de Ecônoma Provincial e Mestra de Noviças.

Ao final do primeiro triênio, realizou-se um Capítulo Provincial, em 2011, para eleição do novo Conselho, assim constituído: Irmã Verônica Cysz, Assistente Provincial; Irmã Geralda Ferreira Abreu, Irmã Neusa Aparecida Fernandes de Souza e Irmã Maria das Graças Emiliano. Foram nomeadas Irmã Rozely Cândida da Silva, como Secretária, e Irmã Geralda Gualberto de Medeiros, na função de Ecônoma Provincial. Como Mestra de Noviças, Irmã Verônica Cysz atuou até o dia 25 de março de 2012, quando assumiu o cargo a Irmã Catarina Ana Alflen.

Uma das medidas de repercussão bastante positiva foi a reativação da Pastoral Juvenil Vocacional, com uma equipe formada por representantes de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal. Houve uma dinamização no despertar e na busca de novas vocacionadas, o que envolveu realizações importantes como a abertura da Fraternidade Beata Maria Clara, onde funcionou o Centro Vocacional , em Uberlândia, Minas Gerais. Alargando os horizontes da Formação Inicial, a referida Fraternidade recebeu por seis meses o Aspirantado, sob a condução da Mestra de Aspirantes, Irmã Geralda Ferreira de Abreu.

Em cumprimento a uma proposta delineada no Ano Centenário de presença franciscana hospitaleira no Brasil, a Probrasul, em parceria com a Probranorte, concretizou, em agosto de 2012, o Aspirantado Interprovincial. Este projeto acalentado pelas duas Províncias brasileiras vem contribuindo, decisivamente, para o fortalecimento do processo formativo. Com o beneplácito do Governo Geral e o empenho das Provinciais brasileiras, Irmã Margarida dos Santos Lima e Irmã Maria Vilaní Rocha de Oliveira, foi aberto o Noviciado Interprovincial, em Brasília, Distrito Federal.

A Família Secular Franciscana Hospitaleira

(FASFHIC), sob a coordenação da Irmã Cezarina Lago de Souza, vem vivenciando um período bastante produtivo, com a realização de reuniões mensais e um trabalho de ajuda a várias famílias de urgente necessidade. A Pastoral da Visitação também atua junto a pessoas doentes e em situação de fragilidade, com uma conduta de aconselhamento.

A História perfaz os caminhos. Confiante e perseverante na prova e no olhar Providencial de Deus, que privilegia os pequeninos, o Governo Provincial lutou arduamente para resgatar o imóvel e assegurar a continuidade do antigo Colégio Pio XII, em Brasília, Distrito Federal. Foram dezenas de reuniões com o grupo de advogados e diversas audiências em processos judiciais, para garantir a posse do imóvel e evitar o fechamento deste estabelecimento escolar. A Justiça foi favorável à causa educacional e, hoje, o imóvel está sob a responsabilidade da Associação Brasileira de Educação Católica (ABEC), através da Província Marista de São Paulo.

A Província ainda encontra-se empenhada na recuperação do Instituto Jesus Maria José (FNM, Rio de Janeiro), para reativar a obra educacional. Para isso, foram realizadas reuniões com a comunidade religiosa, a comunidade eclesial, lideranças educacionais e outras forças que se somam com a Probrasul. Enquanto permanece no aguardo desta decisão, a Fraternidade Jesus Maria José mantém uma obra de alcance social, em benefício dos mais necessitados.

A despeito da mobilização empreendida pela Província, o imóvel do Centro Assistencial Imaculado Coração de Maria (CAICM) teve que ser desocupado por decisão governamental de desapropriação para atender ao sistema viário, o chamado Rodoanel. Esse fato gerou uma situação desgastante para o Governo Provincial, que teve que buscar acomodação para relocar as Irmãs idosas e enfermas, distribuindo-as em diversas Fraternidades.

Reafirmando o ideal missionário, presente nas origens, a mão de Deus colocou outra vez a CONFHIC na região amazônica. No dia 20 de novembro de 2011, na Vila Tabatinga, Oeste do Pará, a quase cinco quilômetros de distância

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de São Paulo, onde se localiza a sede provincial, foi celebrada uma Eucaristia presidida pelo então Bispo da Prelazia de Óbidos, Dom Frei Bernardo Johannes Bahlmann, OFM, que abençoou a chegada do grupo de Irmãs missionárias. Foram enviadas para a referida Missão a Irmã Eva Cecília Neto, da Probrasul, e as Irmãs Terezinha de Sena Pereira e Nildete Campos, da Província de Santa Cruz. Posteriormente, a Irmã Terezinha foi substituída pela Irmã Maria Carmoza de Jesus.

O envio das Irmãs foi um acontecimento celebrado, cantado e vivido no júbilo e na alegria. Entre os presentes na cerimônia, estavam o Padre José de Anchieta Moura Lima, Pároco de Juruti, sede da Paróquia à qual pertencem as Irmãs; Padre Rodney Henriques; Irmã Gisele Catarina da Cruz Ribeiro, representante da Superiora Provincial, Irmã Margarida dos Santos Lima; e Irmã Maria Vilaní Rocha de Oliveira, Superiora Provincial da Probrasul; Irmãs Franciscanas de Maristela e representantes das 26 áreas missionárias da Diocese de Óbidos e uma multidão de fiéis que acorreu para saudar a presença missionária das Irmãs. Terminado o primeiro triênio, recebido em 2008, foi direcionada a vida da Província, tecida pelos fios dourados da Palavra de Deus, na certeza de que, navegando pelas águas mais profundas, os desafios serão raras oportunidades para um crescimento dinâmico e humanizador.

Sob esta perspectiva, houve especial destaque na mudança do Estatuto Civil da Província, em cumprimento à Legislação Civil vigente. Foi feita uma retificação e atualização dos Estatutos da Província, em 18 de novembro de 2009. Um dos pontos principais foi a alteração do caráter da instituição, que deixou de ser uma entidade filantrópica certificada pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) e passou a ser, estatuariamente, uma Organização religiosa, em conformidade com a Lei nº 12.101, de novembro de 2009. Com este novo perfil, a Probrasul está ciente dos desafios a serem superados e convicta de ser a expressão da verdadeira hospitalidade, em uma sociedade tão marcada pelas desigualdades sociais.

Traços Biográficos de Irmã Maria Vilaní Rocha de Oliveira

Nascida na cidade de Portalegre, no Rio Grande do Norte, Maria Vilaní é a sexta f i l h a d o c a s a l Sebastião Caldas de

Oliveira e Zulmira Rocha de Oliveira. Aos 16 anos, foi estudar como aluna interna no Ginásio Sagrado Coração de Maria, em Mossoró, Rio Grande do Norte, onde concluiu o Curso Ginasial, em 1961. Ali, Deus falou-lhe ao coração por meio do exemplo de vida e de doação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição. Decidiu abraçar a Vida Religiosa e foi admitida no Postulantado, em dezembro de 1963, no Convento Sagrada Família, em Salvador, onde vivenciou o Ano Canônico, em 1964. Professou temporariamente, em 1967, e perpetuamente, em 1974.

Celebrou suas Bodas de Prata de Vida Consagrada na Itália, onde residiu em fase de estudos, e depois no Brasil. Exerceu sua missão em Brasília, Distrito Federal, por três vezes (1965, 1975 e 1985) na qualidade de Professora e Diretora. Em São Gotardo, Minas Gerais, lecionou durante sete anos em turmas do 1º e 2º graus. Atuou como Secretária e Diretora da Escola Normal Municipal durante sete anos. No Ginásio Estadual Nossa Senhora de Fátima, em Mariópolis, no Paraná, exerceu o Magistério. No Instituto Educacional Jesus Maria José, em Xerém, Rio de Janeiro, assumiu a Direção do Colégio por quatro anos.

Após 25 anos dedicados à Educação, foi enviada para a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB/Nacional), no Rio de Janeiro, onde foi Secretária Executiva, no período de fevereiro de 1981 a fevereiro de 1985. Na CRB, foi eleita posteriormente para o Conselho Superior (seis anos) e para a Diretoria (três anos). Compôs o Quadro administrativo da A n a m e c ( A s s o c i a ç ã o N a c i o n a l d a s Mantenedoras de Escolas Católicas) por mais de um mandato. Foi liberada para servir à Família Franciscana do Brasil (FFB), de 2002 a 2008, sendo eleita Presidenta por dois

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mandatos: 2003 e 2009. Exerceu, ainda, a função de Coordenadora Nacional do Curso Básico do Carisma Missionário Franciscano (CBCMF). Em 1993, foi eleita Superiora Provincial por um sexênio e reeleita, em 1999, por um triênio. Em setembro de 2008, foi eleita pela terceira vez, cumprindo o sexênio entre os anos de 2008 a 2014.

Tendo estudado Teologia da Vida Religiosa Consagrada, em Roma, presta assessoria a a l g u m a s C o n g r e g a ç õ e s b r a s i l e i r a s , especificamente no tocante à clarificação dos Carismas fundacionais.

Mulher consagrada, I rmã Vi laní tem personalidade forte, firme, decidida, corajosa, t r a b a l h a d o r a e c o m n o t á v e l s e n s o administrativo, como pode ser constatado na rotina organizacional da Província. Sob sua gestão, a atividade administrativa e gerencial vem fluindo com eficiência e rendimento. Por outro lado, é uma Religiosa aberta à missão e ao ‘novo’ que se apresenta no desafiante cenário da realidade social.

Tem uma visão ampla quanto ao bem a ser feito em prol da CONFHIC, com uma gestão sempre focada nas demandas existentes e uma atenção personalizada às irmãs, inclusive

através do envio de correspondências pessoais. É sua preocupação manter as Irmãs informadas e conscientizá-las sobre a situação da Província e proativas em busca de melhores perspectivas.

A Irmã Vilaní tem um forte senso humanitário, sempre atenta às necessidades das Irmãs idosas, doentes e das que necessitam de cuidados diferenciados. Tem o dom da escuta, sempre com paciência e sensível à fragilidade alheia. Seu comprometimento com as Irmãs se revela em ações cotidianas, a exemplo das viagens para acompanhar de perto o trabalho das missionárias nas diversas Fraternidades e o esforço para viabilizar a formação das Irmãs em cursos e atividades de aprimoramento.

Seu espírito inovador e sua visão de vanguarda tem levado a Província a descortinar e ampliar os horizontes. A chama do Carisma continua iluminando e se mantém, irradiando paz e bem, sob a condução daquelas que estiveram e estão à frente das Províncias, em harmonia com o Governo Geral e na disponível fidelidade ao serviço desta parcela da Igreja, junto com todos os irmãos e irmãs, de alguma forma, contemplados pelo alcance desta obra.

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Náufragos dos Navios Torpeadeados nas praias dos Abaís e Mangue-Seco reunidos no pátio da Sociedade de Beneficência Amparo de Maria.

m 20 de novembro de 1914, o Conselho Geral deliberou “pedir autorização para

Roma para estabelecer Noviciado no Brasil, visto haver lá algumas vocações e não ser fácil virem cá fazer o Noviciado”. O pedido tinha sido formulado e datado de Tui, a 12 de agosto de 1914, e assinado pela Superiora Geral Irmã Aurora do Menino Jesus Teixeira (Joaquina de Sousa Teixeira).

Em 20 de maio de 1914, foi admitida a primeira postulante Bernardina Cristina Ferreira Paes, que apenas tomou hábito a 15 de junho do ano seguinte, pela demora das devidas licenças, em virtude da I Guerra Mundial, e professou, em 26 de dezembro de 1918, quando já contava 33 anos.

A primeira Mestra de Noviças do Noviciado brasileiro foi a Irmã Maria da Circuncisão. Neste período, foram registradas 21 entradas, das quais 15 professaram e 13 perseveraram até à morte.

As vocações iam se multiplicando, no Noviciado de Penedo, que esteve sob a

orientação da Mestra de Noviças e Delegada Geral, Irmã Maria da Circuncisão, de 1922 a 1926, conforme registra a Crônica: “Já com o Colégio em funcionamento, o Cardeal Laurenti, Prefeito da Sagrada Congregação dos Religiosos, assina em Roma, no dia 04 de Março de 1926, o Rescrito da concessão da transferência do Noviciado da cidade de Penedo para a cidade de Salvador da Bahia. No dia 19 de março de 1926, o Noviciado brasileiro foi transferido para Salvador (BA), vindo de Penedo a postulante Maria da Conceição Ribeiro e de São Paulo as postulantes Alice de Vasconcelos e Lázara de Sousa que tomaram hábito em 19 de setembro de 1926.

Assim inauguravam duma forma muito viva o Noviciado de Salvador, sediado no Colégio de São José à Avenida Luís Tarquínio, 13-15, onde se manteve até começo de 1938”. (Rema, Crónica do Centenário, III, A Congregação na clandestinidade, parte II, pág. 693-4). A jovem Edência Santa Ana, natural de Propriá, em Sergipe, foi a última Noviça que professou em Penedo no dia 17 de setembro de 1925 e

E

Noviciado no Brasil

“Por Ele recebemos a graça da vocação para o apostolado, a fim de trazermos à obediência da fé, para a glória de Seu nome, todas

as nações” (Rom 1,5).

A instalação do Noviciado, no Brasil, ocorreu no Governo da primeira Delegada Geral da CONFHIC no país, Madre Maria da Circuncisão, com a escolha da cidade de Penedo, Alagoas, conforme relata a mesma:

“Foi nela que teve princípio o nosso noviciado brasileiro, por de maior futuro e ter mais recursos espirituais, havendo

nesta cidade um Convento da Ordem com três Religiosos, por cujo motivo informei a nossa Superiora Geral que

naquela casa devia fundar-se o Noviciado brasileiro, por causa do serviço religioso estar mais garantido, visto serem

capelães e confessores, afora outras vantagens que havia”.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 65

recebeu o nome de Irmã Petronila dos Anjos e o nº 1544. O Noviciado funcionou na sede localizada na Avenida Luís Tarquínio, 13, em Salvador, na Bahia, desde 19 de março 1926 até 06 de janeiro de 1938, sendo Irmã Rosária de São Francisco (Rosa da Silva, nº 997) a Mestra de Noviças até 1928, quando foi substituida por Irmã Piedade do Coração de Maria (Maria da Conceição Freitas, nº 1327). Desse período, constam em registro 111 entradas, das quais 83 perseveraram e, destas, 08 serviram em missão fora do Brasil.

A grande amiga dos pobres Deodata Lopes dos Santos (Irmã Armandina da Sagrada Família, nº 2408) foi a última a tomar hábito no Noviciado, ainda na Avenida Luís Tarquínio, em solenidade ocorrida pela manhã, na festa da Epifania ou Festa de Reis, dia de celebração do onomástico da Madre Stella, Superiora do Colégio São José. À tarde, 16 noviças e 13 postulantes, acompanhadas da Mestra de Noviças, Irmã Piedade do Coração de Maria (Maria da Conceição Freitas), subiram a ‘colina sagrada’, para fixar morada, no imóvel situado no Alto do Bonfim, 01, adquirido com ingentes esforços pela Irmã Rosa Maria de São Francisco e com a cooperação das casas do Brasil.

A última ocupação do belo sobrado que hoje abriga o Convento da Sagrada Família foi o Hospital Português, que ali funcionou de setembro de 1866 até junho de 1931. Conforme informações extraídas do livro “A medicina Baiana nas Brumas do Passado”, de autoria de Antonio Carlos Nogueira Brito, a Diretoria da Sociedade Portuguesa de Beneficência havia comprado junto aos herdeiros do Dr. Evaristo Ferreira de Araujo o edifício situado no Alto do Bonfim, transformado em uma construção hospitalar a partir da planta projetada pelo engenheiro civil, o húngaro Ladislau Videck.

Na abertura do Hospital, estiveram presentes o Arcebispo Dom Manoel Joaquim da Silveira, o vice-presidente da Província, Dr. Pedro Leão Veloso, o Intendente da Marinha, o cônsul geral de Portugal, Comendador Augusto Peixoto, Barão do Rio Vermelho, Presidente da Câmara Municipal e outras autoridades da Colônia, com a celebração de missa solene na antiga capela. Posteriormente, foi concluída a

praça em frente à entrada do Hospital, oferecida à municipalidade para uso público e denominada “Praça de Bragança”. As intervenções seguintes foram a implantação do gradeamento e portão principal, com material adquirido junto aos fabricantes de ferro da Jequitaia, e a colocação das estátuas que ornamentam a entrada principal.

Ainda conforme a mencionada publicação, o imóvel do Hospital Português, “situado no centro de uma chácara, media 25 metros de frente por 20 metros e 50 centímetros de largura e 17 metros de altura, circundado por um bem tratado jardim”.

Neste imponente imóvel foi instalado o Noviciado, que recebeu como primeiro grupo 16 Noviças. Foram elas: Maria Afonsina de Santo Antônio, Maria Anésia de São José, Armandina da Sagrada Família, Maria Benigna do Coração de Jesus, Eustela, Maria Hélia da Encarnação, Maria da Imaculada Conceição, Maria Julina de São José, Maria Laura de São Francisco, Maria Ludovina de São Francisco, Madalena, Margarida Maria do Menino Jesus, Maria Odília do Perpétuo Socorro, Maria do Patrocínio, Maria Peregrina do Paraíso e Maria da Redenção.

A Irmã Piedade do Coração de Maria (Maria da Conceição Freitas, nº 1327) atuou como Mestra de Noviças no período de 1928 a 1945, sendo sucedida por Irmã Maria Protegida do Coração de Jesus (Custódia Rosa Barros de Almeida, nº 1644), atuante nesta função a partir de 1945.

A fundação do segundo Noviciado no Brasil foi na cidade de Pirassununga, em São Paulo (SP), em 1945, aberto com noviças provenientes do noviciado baiano e ali funcionou até 1956, com intervalo das atividades e retomada no período de 1961 até 1965. Foi um longo período de florescimento de vocações. Ali exerceram o ofício de Mestra de Noviças a Irmã Maria Infância do Menino Jesus (Emilia de Oliveira Couto Dias Ferreira, nº 2189), nos anos de 1946 a 1949, e Irmã Aparecida de Maria Imaculada, (Zolina Freire, nº 1797), de 1952 a 1957. A Irmã Infância de Maria Imaculada veio a falecer a 17 de julho de 1969, na Província de Santa Cruz, onde exerceu também a missão de

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Mestra de Noviças. No Noviciado da Bahia, sucedeu a Irmã Maria Protegida do Coração de Jesus na função de mestra a Irmã Cândida de Maria Imaculada (Alintes de Brito Fontes), à frente da orientação das Noviças, no período de 1955 a 1961. Na Vice-Província do Sagrado Coração de Jesus, o Noviciado continuou funcionando em Pirassununga, com o mesmo nome de Noviciado do Menino Deus. A partir de 19 de março de 1961, ficou sob a orientação da Mestra de Noviças, Irmã Maria Inês de Assis (Irmã Pureza da Conceição Ramos), sendo Vice-Províncial a Irmã Maria Rosa de Viterbo. Em 1º de Janeiro de 1966, as instalações foram transferidas para o Centro Assistencial Imaculado Coração de Maria, quando a Irmã Marieze Menezes (Irmã Alba do Cordeiro Imolado) assumiu a Formação, como Mestra. Em 1967, no Governo de Irmã Maria Inês de Assis (Martha Cortez de Araújo Amorim), houve um interregno no processo da Formação na Província, durante cerca de 10 anos, tempo durante o qual o Noviciado não recebeu formandas por falta de vocações.

Na Bahia, entre os anos de 1961 a 1967, quem cuidou do Noviciado como Mestra foi a Irmã Ivone do Coração de Maria (Julia Ferreira). De 1967 a 1971, o Noviciado esteve sob a liderança da Irmã Maria dos Arcanjos (Maria Rosa Assunção, nº 3174).

Em 1971, no Governo Provincial da Irmã Júlia Ferreira (Irmã Ivone do Coração de Maria), a título de experiência, o Noviciado passou a funcionar numa casa na Avenida Bonfim, nº 199, Baixa do Bonfim, em Salvador, tendo como Mestra de Noviças a Irmã Gilcele de Maria Imaculada (Maria da Conceição Galvão Ribeiro).

A sede do Noviciado baiano retornou ao Alto do Bonfim, nº 01, sob a condução da Mestra de Noviças, Irmã Maria Aline do Bom Pastor (Ana de Oliveira Matos, nº 3138) vinda de Portugal, especialmente para este ofício, em 1972. A reabertura da Casa de Formação em São Paulo, sediada em um imóvel na Vila Prudente, ocorreu na festa de São José, a 19 de março de 1975, em uma expressiva celebração da Palavra, no governo da Superiora Provincial Irmã Maria Eneide Martins Leite, que nomeou como Mestra de Noviças, a Irmã Almerinda

Afonso Brito. No ano de 1976, em Salvador, o Noviciado participou ativamente das celebrações do Centenário de Aprovação Pontifícia da CONFHIC, em Salvador. Um marco referencial da celebração do Centenário foi a cerimônia realizada no Noviciado. Em solenidade marcada pela simplicidade e momentos de júbilo, 06 jovens ingressaram no Noviciado, com a celebração litúrgica presidida pelo Exmo. Revmo. Sr. Dom José Brandão, M.D. Bispo de Propriá, Sergipe.

A 18 de março de 1978, o Noviciado foi transferido para Aracaju, Sergipe, sob a condução da Mestra de Noviças, Irmã Isilda de Maria Imaculada (Anna de Souza Freitas), quando se instalou na Chácara Paulo VI, cedida pela Arquidiocese de Aracaju, na pessoa do seu Arcepisbo Dom Luciano José Cabral Duarte, onde permaneceu até 26 de junho de 1979.

A partir de 1979, o Noviciado da Província de Santa Cruz passou a funcionar no subsolo do Centro Interescolar de Enfermagem da Sagrada Família - CIESF, no mesmo edifício onde se instalou a Sede Provincial Nossa Senhora da Confiança, no terceiro andar. No cargo de Mestra de Noviças permaneceu a Irmã Anna de Souza Freitas até 1985, tendo sido sucedida pela Irmã Nivalda Pereira Lima, desde 03 de abril de 1985 até 1989, quando foi substituída nesta atividade pela Irmã Antonina Pereira.

Na Vila Prudente, em São Paulo, foram Mestras de Noviças as Irmãs Almerinda Afonso Brito, até sua morte em 18 de novembro de 1979, e Cacilda Luzia de Santana, de 25 de dezembro de 1979 a 02 de fevereiro de 1982, na continuação da Casa de Formação Nossa Senhora Aparecida. A Irmã Santina Luíza Trombetta assumiu a Formação das Noviças e Postulantes, no período de 02 de fevereiro de 1982 a 04 de abril de 1993, também na Vila Prudente, em São Paulo. Logo após, assumiu a Formação a Irmã Veronica Cysz, em 10 de dezembro de 1993, mas, houve uma interrupção do Noviciado, por falta de vocações na Província. Em janeiro de 1993, na Bahia, a Irmã Anna de Souza Freitas foi nomeada, mais uma vez, Mestra de Noviças, perdurando neste cargo até o ano de 1996. Em

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15 de junho de 1993, a sede do Noviciado foi transferida para a Rua Rio São Francisco, nº 10, em Salvador.

No dia 14 de fevereiro de 1995, o Noviciado Nossa Senhora Aparecida foi transferido para a cidade de Mariana, em Minas Gerais, e teve como Mestra de Noviças a Irmã Verônica Cysz. A transferência oficial aconteceu no dia 21 de fevereiro de 1995, com uma Celebração Eucarística presidida pelo Monsenhor Vicente Dilascio e concelebrada com o Cônego Antônio Eustáquio Barbosa. No início da celebração, foi lida uma carta de bênção de Dom Luciano Mendes de Almeida à Fraternidade, na qual ele agradecia a Deus a presença das Irmãs e a instalação da Casa do Noviciado Nossa Senhora Aparecida.

Na Bahia, a partir de 1996, assumiu o Noviciado, como Mestra de Noviças, a Irmã Maria José Ferreira Sales, até 19 de janeiro de 1999, quando a Irmã Antonina Pereira voltou a conduzir a formação das Noviças. Atendendo a um pedido oficial de Irmã Inês Mascarello, Dom Emílio Pignoli, Bispo Diocesano da Diocese de Campo Limpo, em Itapecerica da Serra (São Paulo), concedeu a transferência provisória da Casa de Formação Nossa Senhora Aparecida, em 13 de novembro de 2002. Já dentro do Terceiro Milênio da Era Cristã, no dia 30 de novembro de 2002, cessou o tempo de Irmã Antonina e teve início o período conduzido pela Irmã Eliane Marques Faustino, em Salvador.

Em São Paulo, no ano de 2003, o Governo Geral, na pessoa de Irmã Maria Isilda Freitas, Superiora Geral, aprovou o discernimento feito pelo Governo da Província do Sagrado Coração de Jesus, no sentido de proporcionar melhores condições ao Noviciado, de acordo com as diretrizes da Igreja e da Congregação. Assim, de acordo com a deliberação do seu Conselho, a Irmã Maria Isilda Freitas, Superiora Geral da Confhic, agradeceu a comunicação emitida em 09 de março de 2006, referente à suspensão provisória da Casa de Formação Nossa Senhora Aparecida destinada ao Noviciado, pelo fato de não haver formandas.

Em 19 de janeiro de 2007, a sede do Noviciado foi transferida para a Rua Valter Seixas, 84B, em Dias D’Ávila, na Bahia. Em 30 de outubro de 2008, foi nomeada para Mestra de Noviças a Irmã Rosa Helena Mendes de Moura.

Após um período de interrupção das atividades por falta de vocacionadas, a Casa de Formação Fraternidade Nossa Senhora A p a r e c i d a v o l t o u a f u n c i o n a r, e m Pirassununga, em 05 de outubro de 2010. Em 2011, por motivo especial, a Superiora Geral, Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro, deu uma licença específica para que a Mestra de Noviças, Irmã Verônica Cysz, acompanhasse o ano canônico de Noviciado da Noviça Andréia Rodrigues da Silva, na Fraternidade Madre Maria Clara do Menino Jesus, na Beneficência Portuguesa, em São Paulo.

Naquela época, a Superiora Geral, Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro, atendendo às razões apresentadas pelo Governo Provincial da Província do Sagrado Coração de Jesus, d e c re to u a s u s p e n s ã o c a n ô n i c a d a Fraternidade Nossa Senhora Aparecida, em Pirassununga, em 18 de julho de 2012.

As Províncias brasileiras, sob a orientação das Superioras Provinciais Irmã Margarida dos Santos Lima e Irmã Maria Vilaní Rocha de Oliveira, se uniram com mais força para ampliar os horizontes da Formação e iniciaram uma experiência de Noviciado Interprovincial, com a abertura da Casa Imaculada Conceição. A Casa está situada na Avenida L2 Sul, Quadra 609 s/n, conjunto E, em Brasília, Distrito Federal.

A referida sede foi inaugurada em 11 de julho de 2012, sendo Mestra de Noviças a Irmã Catarina Ana Alflen, ajudantes de Formação as Irmãs Luzia Egídia dos Anjos e Maria Joelma Alexandre dos Santos e as Noviças Noelma Oliveira Cavalcanti, Cristiane Reis Pereira e Andréia Rodrigues da Silva. Preces sejam elevadas ao Senhor da messe, para que novas e entusiasmadas vocações continuem a cultivar o Carisma franciscano hospitaleiro, numa dimensão profética missionária.

68 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

a trajetória da Congregação, as Irmãs constituem o baluarte da missão

hospitaleira, imbuídas do bem servir com simplicidade, louvor e dedicação. Nas mais diversas áreas de atuação, temos exemplos inspiradores destas mulheres que deram visibilidade ao rosto de Cristo no meio da sua gente, em gestos de desprendimento e solidariedade.

São testemunhas vivenciadas da bondade e da misericórdia, muitas vezes nas mais desafiantes condições. Queremos, neste capítulo, eternizar e prestar o justo reconhecimento a essas Religiosas que praticaram a radicalidade no seguimento de Jesus. No anonimato do seu ofício diário, colocaram todo o vigor e abnegação a serviço da materialização dos propósitos dos nossos Fundadores, em favor da promoção da justiça social e dos desígnios divinos.

01. Adalcina Tertuliano de Oliveira (21.01.2008)

Era natural do Rio Grande do Norte, da cidade de Portalegre, e teve uma vida de doação em benefício, sobretudo, dos mais empobrecidos. É exemplo para nós no exercício dos serviços simples, sempre disponível e alegre, destacando-se o seu grande amor aos pobres e aos doentes, cujo atendimento exerceu com muita piedade. A Irmã Maria Francisca de Jesus era de índole austera, porém, acolhedora; exigente, mas amável. As Irmãs contam que

ela tinha uma grande caridade para com aqueles que dela precisassem e era muito zelosa em seus trabalhos feitos por amor a Jesus Cristo.

Em seu leito de dor, os funcionários, ao atendê-la, ouviam-na, muitas vezes, rezando baixinho, louvando e agradecendo a Deus pelo dom da vida. Dizia-se muito feliz por ter sido uma Franciscana Hospitaleira e agradecia por pertencer à Família da Hospitalidade, da qual se despediu aos 88 anos para ir ao encontro do Pai.

002. Adélia Paulino Ribeiro (30.07.2005)

Nasceu em 25 de setembro de 1911, em Ceará Mirim, Diocese de Natal, Rio Grande do Norte, filha de Manoel Paulino Ribeiro e Maria Fr a n c i s c a R i b e i ro. Fo i a d m i t i d a a o postulantado em 28 de dezembro de 1929; ingressou no Noviciado em 29 de junho de 1930; e emitiu os primeiros votos, em 17 de setembro de 1931, e os votos perpétuos, em 24 de janeiro de 1937.

Atuou de maneira exemplar na prestação dos mais diversos serviços no campo da Enfermagem, deixando um caminho de luz e dedicação ímpar por onde passou. Ao ser transferida para o Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia, auxiliava na costura, com muito esmero. Mesmo no período em que

Nos umbrais da eternidade

“Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo, porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim”. (Mt 25, 34).

N

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 69

esteve enferma, no final dos seus dias, conservava a alegria e a disponibilidade. Foi modelo de aceitação da vontade de Deus. Oferecia sempre uma palavra e um sorriso para as pessoas que estavam ao seu redor. Integrou um trio de consagradas de uma mesma família, junto com Irmã Izabel de São Francisco (Maria da Conceição Ribeiro) e Irmã Maria Judite de Lourdes (Elisa Paulino Ribeiro). Irmã Maria Isabelina da Conceição faleceu no Hospital da Sagrada Família, aos 94 anos, dos quais 74 de feliz consagração a Deus na CONFHIC.

0 0 3 . Ad e l i n a M a r i a d a Co n ce i ç ã o (02.02.1994)

Natural de Outeiro do Alto – Cedro de São João, Diocese de Propriá, Sergipe. Filha de Felipe Bispo do Rosário e de Maria da Conceição Mônica do Rosário, nascida em 12 de janeiro de 1888. Sua admissão ao Postulantado foi em 1925 e ao Noviciado, em 1925. Como Auxiliar, professou em 1926; emitiu os votos temporários em 1967 e os perpétuos em 1970. Serviu ao Senhor no Colégio Nossa Senhora das Graças a partir de 1925, quando entrou para a Cogregação, até o seu falecimento.

Irmã Suzana do Rosário, como era conhecida, deu a própria vida na missão da escuta. Na sua longa existência, mais do que centenária, a todos edificava e cativava. Vinda do Colégio Imaculada Conceição de Penedo, em Alagoas, viveu na comunidade do Colégio Nossa Senhora das Graças, em Propriá, Sergipe, durante 69 anos. Amava intensamente a vida religiosa e era uma velhinha jovial, alegre e amável, carinhosamente tratada por “vovó”, “vozinha”. Pessoa despojada, ornada de simplicidade, vestida de humildade e bastante operosa, estava sempre disponível para substituir e colaborar nos trabalhos das outras Irmãs, ainda que se tratasse de uma noviça.

Sempre atenta às necessidades cotidianas de cada pessoa, seu cartão de visita era um sorriso espontâneo e acolhedor. Apoiada no silêncio e na oração, a Irmã Suzana buscava em Jesus Sacramentado a força e a diretriz de sua vida. Sua missão consistia nos cuidados para o bem-estar de todos: lavanderia e engomado,

cozinha, e costura. Era contadora de histórias edificantes, sempre ouvidas com muita atenção. Sem letras, soube escrever no livro da vida as belas páginas de um amor puro, sacrificado e confiante.

004. Albertina Pereira Nunes (06.01.1968)

Sua terra natal é o município de Lousada, Diocese do Porto, em Portugal. Recebeu o hábito em 20 de maio de 1909 e emitiu a profissão temporária em 02 de fevereiro de 1913. A Irmã Bertina da Trindade amava a terra, que cultivava com terna reverência, especialmente flores e hortaliças para o consumo das Irmãs do Noviciado, então sediado no atual Convento Sagrada Família. Além da produção das flores que lindamente ornavam o altar, grande parte era vendida para a ornamentação na Basílica do Senhor do Bonfim, gerando fonte de renda para a comunidade. Já idosa, sempre em cuidados para o bem-estar da Fraternidade, permanece na lembrança pela disponibilidade e pela alegria de viver a sua consagração a Deus.

Tinha ido nossa Irmã Bertina da Trindade à procura de um livro para suas acostumadas leituras das 17 horas, quando a morte a transportou para a Casa do Pai, a 16 de janeiro de 1968. Caiu sem forças, vítima de um colapso, e sua alma, alegre pelo encontro tão esperado, estampou no semblante a paz e a quietude de quem combateu o bom combate. Terminou uma carreira de 58 anos de plena consagração à vida religiosa, aos 82 anos de idade.

005. Albina Campos Brito (02. 02. 1983)

A Irmã Maria do Espírito Santo nasceu em São Tiago de Gavião – Famalicão, Diocese de Braga, Portugal. De família profundamente cristã e franciscana, teve mais três irmãs na Congregação das Franciscanas Hospitaleiras. Em virtude da revolução portuguesa de 1910, que suprimiu todas as Ordens e Congregações Religiosas, ela, então noviça, teve de regressar à casa paterna, mas não esmoreceu na sua vocação e reentrou no Noviciado de Tui, Espanha, onde professou em abril de 1912. Alguns meses depois, aos 22 anos, integrou o terceiro grupo de Irmãs enviadas em missão

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para o Brasil, onde chegou, vinda de Vigo, na Espanha, em outubro de 1912.

Professora de Língua Portuguesa e Superiora exemplar, foi por mais de quatro décadas (1913 a 1956) uma presença edificante como educadora, no Colégio Imaculada Conceição, em Penedo, Alagoas, guardada na lembrança daquela comunidade religiosa e civil. Além de leccionar, era secretária da instituição e ainda achava tempo para confeccionar belos trabalhos de bordado e pintura. Era também a Vigária da casa. Todas as Irmãs tinham por ela muito respeito e veneração.

No início da constituição da Província de Santa Cruz, foi nomeada Assistente Provincial por um sexênio (1962/1967). Dotada de grande sentido de humor, muito observadora e profunda conhecedora da real idade circundante, registrou nos seus escritos a história dos acontecimentos da Congregação no Brasil, constituindo-se, deste modo, como hábil cronista, contribuindo para eternizar a memória da Confhic em terra brasileira.

Passou os seus últimos anos em Salvador, onde integrou a Comunidade da Organização Fraternal São José. Ali, ela cuidava da horta, chaamada Fazenda Progresso, cuja produção de couve era até vendida no supermercado. A Mãe Santo, como era chamada, também se entretinha a ensinar letras às funcionárias da casa, catecismo e a fazer croché no resto do seu tempo, além de produzir cabides em larga escala. Todo o recurso era destinado à obra hospitaleira. Faleceu em 1983, aos 94 anos, mantendo até o fim dos seus dias excepcional inteligência e dinamismo.

006. Alexandrina de Jesus (30.07.1987)

Filha de Felisbino Rodrigues Vieira e Francisca Emília de Jesus, seu nascimento foi a 30 de setembro de 1888, em Pirassununga, Diocese de Campinas, São Paulo. Foi admitida ao Postulantado em 20 de maio de 1921, ao Noviciado, em 21 de dezembro de 1921, e à profissão temporária, em 02 de agosto de 1923, no Colégio Imaculada Conceição em Penedo, Alagoas. Emitiu os votos Perpétuos em janeiro de 1928.

Irmã Angélica da Divina Eucaristia foi uma verdadeira operária da vinha do Senhor. Sempre muito discreta, silenciosa e prudente, exerceu a função de porteira em várias Comunidades, particularmente no Convento Sagrada Família. Foi também auxiliar de enfermagem para suas companheiras de ideal, nas comunidades por onde passou e, aos 80 anos, ainda fabricava as hóstias que subiam ao altar de Deus para a celebração da Eucaristia. Como porteira, abriu a porta a tantos peregrinos, recebeu tantas aspirantes à vida consagrada, atendeu a centenas de pessoas e respondeu a milhares de perguntas.

Na homilia da celebração dos 50 anos de sua consagração religiosa, Dom Avelar Brandão Vilela assim se expressou: “Irmã Angélica é uma vocação: a de abrir portas, abrir caminhos. Abrir caminhos de vida para que as pessoas possam andar, neste peregrinar terreno à presença do Pai. Todas as portas a senhora abriu com espírito de querer dar condições para que os peregrinos passassem. As portas todas se juntam e formam o grande pórtico da Eternidade por onde, um dia, a Irmã Angélica passará para receber o prêmio a que faz jus pela sua vida de amor e de dedicação”. 007. Alice de Jesus Teixeira (06.12.1997)

A Irmã Maria Amélia de Santo Agostinho nasceu em 5 de dezembro de 1918, em Franco, Mirandela, Portugal, filha de José Joaquim Teixeira e Amélia Lopes Carvalho. Sua energia, otimismo e disposição para o serviço marcaram sua missão de hospitalidade na Província Brasil Sul. Passou por várias obras da Probrasul, onde criou vínculos de amizade pelo seu jeito cativante de ternura. Estava sempre fazendo algo em favor do bem comum.

Pessoa de grande amabilidade e devoção, presente nos atos de comunidade e momentos de oração. Esta portuguesa de coração brasileiro era muita estimada por todos. Sua ida inesperada para os braços do Pai nos ensina a provisoriedade de nossa condição humana e afirma que também nós, incorporadas à Ressurreição de Cristo pelo batismo, já pertencemos ao mundo que há de vir.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 71

0 0 8 . A l i c e d a S i l v a V a s c o n c e l o s (25.05.1998)

Nascida em Mococa, São Paulo, em 5 de abril de 1896, a Irmã Maria Augusta de São José, filha de Sebastião Vaconcelos Bitencourt e Maria Rita Silva, tomou hábito em 1927 e professou em 1928. Sua trajetória centenária f o i b e m a t u a n t e , t e n d o, i n c l u s i v e , desempenhado trabalhos em Portugal, durante 8 anos. Na família religiosa até o fim dos seus dias foi dedicada ao cumprimento dos conselhos evangélicos: pobreza, castidade e obediência.

E xe r c e u s u a s a t i v i d a d e s e m v á r i a s Fraternidades da Província de Santa Cruz, durante 32 anos, dos quais 12 anos no Lar dos Velhinhos em Ilhéus, Bahia, onde deixou marca indelével na assistência aos protegidos que muito a estimavam. Na Província do Sagrado Coração de Jesus - Brasil Sul, esteve na Vila Esmeralda, Diocese de Vacaria, Rio Grande do Sul, durante o ano de 1964, tendo a felicidade de voltar a Ilhéus, onde permaneceu até princípios de 1968. A partir desse mesmo ano, no dia 06 de março, passou a residir no Centro Assistencial Imaculado de Maria – CAICM, em Itapecerica da Serra, São Paulo, onde veio a falecer bem amparada pelas suas Irmãs.

009. Al ice Rodrigues de Car valho (29.11.2008)

Natural de São Miguel, Rio Grande do Norte, onde nasceu a 5 de otubro de 1927. Filha de Antonio Rodrigues de Queiroz e Maria Amélia Carvalho, entrou para a Vida Religiosa em 16 de agosto de 1946. Exercia com amor a caridade fraterna para com as Irmãs menos esclarecidas e necessitadas de suas palavras de ânimo e orações. Sempre tinha palavras gentis ao se dirigir aos colaboradores e aos irmãos em geral, o que revelava a grandeza do seu coração.

Exímia artesã, costumava confeccionar trabalhos manuais, especialmente tricô, ofertando suas peças para as Irmãs e amigas. Com muito esmero e bom gosto, também produzia bijuterias e terços. A Irmã Lígia Maria de Lourdes foi acometida de esclerose

múltipla, doença neurológica degenerativa, e ficou quadriplégica. Esta condição não a impedia de participar da missa e das demais atividades apostólicas, quando era conduzida de cadeira de rodas. Mulher de muita fé, soube atravessar com resignação o agravamento da enfermidade, com muita gratidão por todo o apoio recebido nesta jornada. Descansou desta vida aos 81 anos de idade, acolhida pelo Senhor em sua majestosa misericórdia.

010. Alintes de Brito Fontes (14.04.1999)

Nascida em Aracaju, Sergipe, a 04 de maio de 1895, e seus pais eram Codolino Jardim Fontes e de Maria da Glória Brito Fontes. Foi admitida ao Postulantado em 1916, em Penedo, Alagoas, onde emitiu os votos temporários, a 27 de dezembro de 1919. Sua profissão perpétua ocorreu a 04 de abril de 1926. Rosto da bondade, da ternura e da simplicidade, a Irmã Cândida de Maria Imaculada era por todos profundamente amada. Seu colo acolhia com aconchego quem estivesse em momentos de aflição. Devota da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, tinha a capacidade de se colocar no lugar do outro e, assim, era boa conselheira e a todos cativava com seu jeito pacificador de conciliação.

Terceira religiosa brasileira na CONFHIC, participou da fundação do Colégio Patrocínio de São José, em Aracaju, Sergipe, e chegou a completar 75 anos de vida religiosa. Foi encarregada da vigilância e disciplina do Internato de Crianças, em Mossoró, Rio Grande do Norte, e em Pirassununga, São Paulo, onde t e v e p a s s a g e m m a r c a n t e p e l a s u a generosidade e pelas palavras de ternura. Como Mestra de Noviças, cultivou a leitura espiritual entre as jovens, de modo a contribuir para sua sólida formação. Era poetisa e utilizava a arte da poesia para d i fundir re f lexões e mensagens de evangelização. Era empenhada na formação da juventude, sempre movida pelo ideal cristão. Faleceu no Hospital São Lucas em Aracaju, Sergipe, aos 104 anos. Uma vida centenária que foi a luz da unidade.

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011. Almerinda Afonso Brito (18.11.1979)

Nascida em 1933, no município de Caculé, interior da Bahia, foi exemplo de santidade no encontro da vontade amorosa de Deus com a aspiração obediente e feliz do coração humano. Sabia valorizar as pessoas humildes e os seus trabalhos. Como São Francisco, ela amava a natureza e tinha especial carinho para com os pássaros, as flores e as plantas em geral. Este seu jeito peculiar , somado às virtudes da pobreza e da simplicidade, soube aproveitar os espaços do pequeno quintal para fazer uma mini-horta.

A Irmã Maria Isaltina da Santa Face era dotada de grande senso de justiça. Vivia a expressão bíblica: “Não faças aos outros o que não quererias que fosse feito a ti” (Tob. 4,16). Tinha uma imensa capacidade de escuta e de perdão. Nunca ninguém a ouviu falar mal de alguém. Bastava que, perto dela, se falasse em desabono de alguém, para que a mesma logo se pronunciasse em defesa de quem era alvo das críticas. Sempre alertava às suas Noviças: “Só Deus pode julgar. Ele sonda os corações!”. Vítima de um câncer que a fez sofrer muito, f icou hospita l izada na Benef icência Portuguesa de São Paulo, onde faleceu com um sorriso nos lábios. Na ocasião, assim se pronunciou uma de suas primas: “Deus lhe pague, Irmã Almerinda, queremos também vê-la sempre ‘espargindo vida e entusiasmo’, ao lado do Senhor Jesus. Parabéns pela sua vida de fé, pelo exemplo constante, pela coragem. Parabéns pela grande mulher que foi”.

012. Aloísia Bandeira da Silva (27.08.1994)

Filha de Manuel Bandeira da Silva e Eufrosina dos Santos Bandeira, nasceu em 1904, em São Roque, na Bahia. Ingressou na Congregação em 1927 e professou em 1929. A Irmã Elza do Santíssimo Sacramento foi lâmpada suave a iluminar o caminho de muitas pessoas; foi calor para aquecer muitos corações e bálsamo para curar muitas dores. Passou a vida com amabilidade e discrição. Estava sempre disponível a fazer o bem com sua presença delicada, sem alarde e sempre humilde. Carregava sempre o sorriso nos lábios e a alegria no coração. Sua presença sempre foi

agradável, suave, tranquila e pacífica para com todos e todas.

Com a mesma simplicidade com que viveu, com o habitual silêncio de todas as horas, entregou ao Senhor sua vida num abraço derradeiro. Partiu para a casa do Pai com 86 anos bem vividos, na alegria e na paz.

013. Altina dos Reis (08.08.1995)

Nasceu em Juazeiro, Bahia, a 17 de agosto de 1905, e seus pais foram José dos Reis e Nobelina dos Reis. Foi admitida ao Postulantado 1937 e ao Noviciado em 1938. A emissão dos votos temporários ocorreu em 1940 e a Profissão Perpétua, em 1946. Exerceu sua missão no campo da enfermagem em diversos hospitais onde a Província de Santa Cruz atuou no Brasil. Passou longos anos no Hospital São Vicente de Paulo, em Propriá, Sergipe, posteriormente transferida para o Convento Sagrada Família, onde se dedicou ao serviço fraterno e à oração.

Humilde e sempre alegre, semeou virtudes por onde passou, deixando o perfume de seu zelo, de sua alegria, de sua vinculação com Cristo e com Maria Santíssima. A Irmã Maria A lber t ina do M enino Jesus fa leceu plenamente consciente de sua partida. Na véspera, à tarde, participou da Eucaristia e, durante a noite, em verdadeira sintonia com Deus, cantou salmos e cânticos espirituais, louvando com alegria. Ao amanhecer, chamou Ângela, a aspirante que a acompanhava, e falou: “Ela já chegou e veio me buscar. Eu já vou”. A seguir, adormeceu no Senhor. Aos 90 anos, “morreu suavemente nossa Irmã Albertina no silêncio de Deus que a Paz ensina”.

014. Altina Ferreira Nunes (17.05.1971)

Altina era o seu nome e nasceu a 31 de outubro de 1926, no Sítio Catingueira, em cima da Serra de Luís Gomes, na Diocese de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Seus pais, Manuel Sebastião do Nascimento e Mónica Ferreira, legaram-lhe a sólida formação religiosa. Em 1955, iniciou com muito entusiasmo o seu Noviciado e, dois anos após, emitiu seus votos temporários. O atual Centro Interescolar de Enfermagem

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 73

Sagrada Família, em Salvador, Bahia, foi onde ela fez o curso de Curso de Auxiliar de Enfermagem.

De Salvador foi transferida para a Beneficência Portuguesa de São Paulo, em 1958, onde trabalhou até o fim de seus dias. No estado, ela fe z s u a fo r m a ç ã o u n i v e r s i t á r i a e m Enfermagem. A 26 de fevereiro de 1963, fez seus votos perpétuos. Reconhecida pelo senso de organização e competência, foi incansável na labuta assistencial. Estava sempre pronta para atender a todos, desde o mais conceituado cidadão até o mais simples desconhecido que demandasse seus cuidados 24 horas. Na vivência comunitária, podia-se realmente dizer: “Vede como eles se amam”, pois fo i um modelo de car idade e compreensão.

Ao final da vida, acamada por doença terminal, foi possível constatar a íntima união de c o r a ç õ e s , t a m b é m , j u n t o a o s s e u s companheiros de trabalho. Ainda hoje seu nome é lembrado no Hospital, onde é mantida uma foto na qual ela está sorrindo no seu leito de dor. Foi uma religiosa no mais estrito sentido da palavra, enfermeira incansável e amiga leal, deixando uma profunda lacuna de infinitas saudades.

015. Alzira Ferreira da Silva (28.05.1978)

Filha de Laurindo Ferreira da Silva e Virgínia da Silva, veio ao mundo em 31 de março de 1911, em Aracaju, Sergipe. Foi admitida na Congregação em 1934 e professoru em 1937. Fez parte da Fraternidade das Obras Sociais São Francisco de Assis, onde dirigiu, durante 10 anos, a Escola Municipal de Caxias, onde também exerceu as atividades de Professora e Secretária.

A Irmã Maria Dulce do Divino Coração tinha c o m o t r a ç o s m a r c a n t e s a e x t r e m a simplicidade, total dedicação ao trabalho e espírito de organização. Amava muito os seus alunos e se interessava bastante pelo povo do Bairro Santa Rosa, que sempre frequentava, ajudando a um e a outro.

Vitimada por um mal súbito, deixou o trabalho na secretaria escolar e seus próprios pertences

em tal ordem, como se estivesse preparada para viajar. Ao seu sepultamento, compareceu a então Superiora Provincial, Irmã Paula Guimarães Nunes, acompanhada pela Irmã Dulce Alves e várias Irmãs de outras Fraternidades. Esta querida Irmã faleceu aos 67 anos de idade e 41 de Vida religiosa.

016. Amália Argôlo do Carmo (02.01.1980)

Sua terra natal foi Crisópolis, Diocese de Alagoinhas, Bahia, onde nasceu a 10 de julho de 1910, filha de Manoel Joaquim de Argolo e Anna Francisca de Argolo. Admitida ao Postulantado em 1934 e ao Noviciado em 1935, emitiu os votos temporários em 1937 e fez a Profissão Perpétua em 1943, no Convento Sagrada Família em Salvador, Bahia.

Em seus 43 anos de vida consagrada, a Irmã Francisca das Chagas, mais conhecida como “Tia Chica”, testemunhou com autenticidade seu espírito de doação e de serviço. Devotava grande amor à Congregação, expresso no cuidado dos bens patrimoniais da família religiosa, atenta aos consertos e reparos, para mantê-los em bom estado. Sua vida reveste-se de grandes lições: humildade, alegria e bondade.

Soube viver em alegre e comunicativa presença, sempre acolhedora e amiga junto a pessoas de todas as camadas sociais. Destinada pela obediência aos serviços internos da Fraternidade, dedicou-se inteiramente às atividades do campo, entretanto, sempre atenta às necessidades das Irmãs na vida fraterna. Era com imensa alegria que dispunha em em uma bandeja, cuidadosamente, as frutas colhidas para o lanche das Irmãs. Recebeu com serenidade a confirmação da doença que a vitimou e, antes de prostrar-se, falou: “Posso morrer tranquila, porque fiz tudo o que podia”. Faleceu, serenamente, no Hospital da Sagrada Família, em Salvador, Bahia.

017. Amélia dos Prazeres Gonçalves Machado (21.12.1998)

Nasceu em 10 de janeiro de 1908, em Rio Longo, Vieira do Minho, Portugal, filha de Francisco Gonçalves Machado e Vespertina

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Vieira da Cruz. Entrou para a Congregação em 1933. Sua tomada de hábito foi em 1933 e a profissão em 1940, no Brasil.

A Irmã Maria Cidalina da Cruz atuou na enfermagem com cuidado devotado e caridade extrema para com os pacientes, sobretudo, os mais sofridos e necessitados de ajuda.

Foi uma Irmã que a todos inspitava, através da prática da virtude da humildade e da simplicidade, além de ser muito amiga de suas Irmãs de Comunidade. Era muito devota de Nossa Senhora de Fátima. Caridosa, sempre acudia aos que dela se aproximavam, pedindo-lhe ajuda fraterna e alimentação. Faleceu aos 91 anos de idade, na Província do Sagrado Coração de Jesus – Brasil Sul, deixando uma trajetória exemplar na acolhida aos enfermos e desvalidos.

0 1 8 . A m e r i n a A g u i a r d e Q u e i r ó z (25.09.1972)

Nasceu em 08 de junho de 1899, em Cairu, na Bahia, filha de João Queiróz e Rosa Coutinho de Aguiar Queiróz. Foi admitida em 1929 e professou em 1930. Cedo revelou total desprendimento e dedicação nos cuidados para com os mais necessitados, atitudes que impulsionaram uma vida de atenção à saúde e ao bem-estar do próximo.

Movida pelo ardor humanitário, foi servir no Hospital Amparo de Maria, em Estância, Sergipe. No ano de 1942, quando transcorria a Segunda Guerra Mundial, o Hospital acolheu em seus leitos os náufragos dos navios torpedeados no litoral de Sergipe e em Mangue Seco, na Bahia. A Irmã Claudentina de Maria Santíssima foi uma das cuidadoras que atuou na linha de frente, sem medir esforços para atender à numerosa tripulação.

Acometida de enfarte, ela própria pediu os últimos Sacramentos, “oferecendo os seus sofrimentos pela Congregação, pelo Capítulo e pelos seus”, como testemunha a cronista da casa, em relato produzido na época. Faleceu no Convento Sagrada Família, em Salvador, aos 73 anos de idade e 43 de vida religiosa, coroada de solidariedade e amor ao próximo.

019. Ana Edith de Oliveira (22.06.1962)

Nasceu a 26 de fevereiro em 1902, em Pau dos Ferros, Rio Grande do Norte, filha de José Marcelino de Oliveira e de Maria Holanda de Oliveira. Entrou para a Congregação em 1921 e tomou hábito em 1922, tendo professado em 1923. Fora sempre uma professora eficiente, religiosa exemplar e mulher de fino trato. Atuou como educadora em Salvador, Bahia, e em Mossoró, Rio Grande do Norte, de onde foi transferida para tratamento de tuberculose no Sanatório de Jacarepaguá, da Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro.

Pode-se dizer que a Irmã Maria do Divino Salvador soube aproveitar todo o tempo de sua existência, pois que, mesmo doente, fazia com esmero trabalhos artísticos para a Capela e queria que o Senhor fosse servido com perfeição e que a Sua Casa sempre estivesse arrumada. Tocava muito bem, não se esquecendo de honrar Nossa Senhora em todas as suas festas. Tinha particular devoção a Nossa Senhora, São Francisco e Santa Terezinha.

Enfrentou a doença com resignação e paciência, exercendo a virtude da humildade e da pobreza. Fazia suas orações e entregava nas mãos da Divina Providência todos e todas as pessoas necessitadas. Mesmo doente, confeccionava santinhos em pergaminho, rendilhados e pintados, para vender em benefício da Igreja Matriz do Sagrado Coração de Jesus. Foi uma amiga incomparável de suas Irmãs de Comunidade e uma alma caridosa para com os mais carentes. Terminou os seus dias no Sanatório de Jacarepaguá. Faleceu no momento em que passava a Procissão do Corpo de Deus e, ao ouvir o cântico eucarístico “Glória a Jesus na Hóstia Santa”, esboçou um gesto de devoção, dirigindo-se ao Senhor Sacramentado, em sinal de entrega confiante.

020. Ana da Silva Andrade (13.01.1996)

Nasceu em São Miguel das Matas, Docese de Amargosa, Bahia, a 30 de julho de 1935, filha de Belmiro Silva Andrade e Lindaura Silva Andrade. Admitida ao Postulantado em 1957 e ao Noviciado em 1957, tendo emitido os votos temporários em 1959 e feito sua

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profissão perpétua em 1965, no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia.

A trajetória de Irmã Maria Gizélia dos Anjos foi t o d a d e d i c a d a à e n f e r m a g e m e , posteriormente, à Pastoral de Presença. Sempre delicada, afável e comprometida com os sofredores, visitava os doentes para levar-lhes uma palavra de consolo, paz e carinho. Sua presença era como a chegada de Jesus à cabeceira dos hospitalizados. Quando, por motivo de doença, passou a residir no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia, ao receber a recomendação médica de fazer caminhadas matinais, em seu itinerário, estavam os portadores de Aids acolhidos na CAASAH, os idosos do Abrigo Dom Pedro II, os empobrecidos, na Praça da Igreja da Boa Viagem e no adro da Basílica do Senhor do Bonfim.

Estava sempre disponível para fazer companhia às Irmãs que ficavam sozinhas em pequenas comunidades, quando algumas integrantes necessitavam ausentar-se por motivos inadiáveis. “Quem poderá esquecer, quem há-de?”, comentou-se, diante da sua misericordiosa e dedicada conduta junto às crianças e aos enfermos.

021. Ana de Jesus Ferreira (10.07.1962)

Era filha de José Ferreira e Luísa Ferreira, natural da cidade de Tomar, em Portugal, onde nasceu em 14 de maio de 1881. Entrou para a Congregação em 1900 e professou no ano seguinte, 1901. Veio para o Brasil a chamado da Irmã Flora Varela, então Superiora da Santa Casa de Rio Claro, onde trabalhou algum tempo, sendo transferida para o Hospital do Carmo, no Rio de Janeiro, integrando a primitiva Comunidade.

A Irmã Consolação de Maria exerceu, ainda, sua missão em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, com os velhinhos, a quem tratava com desvelo e carinho. Era alma de apóstola junto deles. Na primeira sexta-feira do mês, grande número fazia a Comunhão, devido à sua iniciativa. Sempre se notou na nossa Irmã um grande espírito de penitência e uma grande devoção a Nossa Senhora e a Jesus Sacramentado. Soube em sua vida ser a “Consolação de Maria”.

Faleceu na Província do Sagrado Coração de Jesus, Brasil Sul, onde se mantivera desde 1938, após 62 anos de vida religiosa, intensamente vivida para Deus, pela perfeita observância à mínima prática de uma Santa Regra.

022. Ana Isabel dos Santos (17.01.1992)

Nasceu em Igreja Nova, Diocese de Penedo, Alagoas, em 08 de setembro de 1909, filha de Joaquim Antônio Alexandre e de Maria Joana. Ingressou na Congregação em 1950; professou em 1952 e fez sua profissão perpétua em 1970.

A Irmã Maria Constantina Augusta era a ternura personificada, estampada logo na entrada dos lugares por onde passou e atuou nos serviços da portaria. Era ela quem dava as boas vindas e zelava pelo fluxo de pessoas, tratando a cada um com palavras amigas e gestos de gentileza. O acolhimento era seu apostolado. Comunicativa, costumava dar a assistência devida a todos que chegavam.

Era muito piedosa, sempre vista com seu rosário e em diálogo com a Santa Mãe de Deus, interpelando a misericórdia divina em auxílio, sobretudo, dos mais necessitados. Transmitia paz e serenidade, com seu andar silencioso e compassado, junto com o amor sublime, sempre disponível e presente. Passou os últimos anos entre o Hospital e o Convento Sagrada Família, onde, mesmo acamada, continuou a ser um farol de espiritualidade e piedade cristã, franciscana e hospitaleira.

0 2 3 . A n a M a r i a L a m e l a s To m á s (24.03.1991)

Nasceu em Sarraquinhos – Montalegre, Diocese de Vila Real, em Portugal, em 27 de julho de 1902. Foi admitida ao Postulantado em 1919 e ao Noviciado em 1920, na Saravia, Tui , Espanha, onde emitiu os votos temporários em 1921. Fez os votos perpétuos em 1927, em Penedo, Alagoas.

A Irmã Maria Carmelina da Eucaristia começou em Portugal a exercer a missão de educadora e continuou a mesma atividade no Brasil, entre os anos de 1924 a 1951, particularmente nos

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Colégios Sagrado Coração de Maria de Mossoró, Rio Grande do Norte, e Imaculada Conceição de Penedo, Alagoas. Além de atuar no ensino, foi uma liderança diligente e amável, sempre muito simples e humilde, apaixonada pela própria vocação religiosa, que desejava ver expandida e vivida por muitas candidatas que enviou à vida religiosa em nossa Congregação.

Apesar de sua humildade, era uma pessoa forte e decidida, capaz de iniciativas arrojadas, como demonstrou, quando Superiora em Penedo, na defesa dos Irmãos Franciscanos de origem alemã. Em 1952, foi nomeada Delegada Geral na Índia (1952 a 1961) e, depois, Vice Provincial no mesmo território (1961 a 1966). Em 1967, foi enviada como Superiora, à Califórnia (EUA), de 1967 a 1976.

Em 1977, retornou ao Brasil, onde continuou a lecionar como professora de Música, no Colégio São Francisco de Assis de Arapiraca, Alagoas. Apesar da idade avançada, mantinha o espírito aberto a novos conhecimentos, tendo aprendido a arte de croché, quando já contava mais de 80 anos. Era uma pessoa cândida, sempre disponível ao diálogo, o que a consagrou como uma conselheira experiente e perspicaz.

024. Ana Rodrigues (15.10.1960)

Filha de Joaquim Rodrigues e Maria Balbina, nascida em 06 de agosto de 1881, em Vilar, Cadaval, Portugal. Entrou na vida religiosa em 1904 e tomou hábito no mesmo ano, tendo professado em 1905. A Irmã Maria de São Paulo partiu para o Brasil em 1911, onde viveu trabalhando para a glória de Deus e bem da nossa querida Congregação. Pertenceu ao segundo grupo de Irmãs que partiram de Portugal para o Brasil em Novembro de 1911, tendo-se fixado de início em Itacotiara, no Amazonas.

Vários foram os seus cargos, exercidos com edificante espírito de fé, notando-se principalmente a sua grande caridade e firmeza, quando exerceu, por vezes, o cargo de ajudante do Noviciado. Foi também, durante muitos anos, Superiora exemplar, tendo atuado no Hospital de Propriá, entre os anos

de 1931 a 1937. A Irmã Maria de São Paulo viveu a vida de comunidade sem deixar enfraquecer seu primeiro fervor. Mostrava em seus gestos calmos e circunspectos o quanto estava possuída do tesouro incomparável da vida interior. Amiga do trabalho, do silêncio e da oração, o que a fez um raio de sol nas diversas Comunidades onde viveu. Era caridosa de ação, de modos delicados e edificantes. Mesmo quando, levada pelo dever, devia corrigir alguma Irmã, costumava, na sua simplicidade e bondade, usar esta frase: “Minha querida Irmã, isso não se deve fazer”. Estava sempre disponível a aconselhar e ensinar as Irmãs na busca da perfeição.

Até nos seus últimos instantes mostrou-se resignada com a santa vontade de Deus e oferecia os seus sofrimentos pela nossa Congregação. Morreu como viveu, modelo de religiosa.

025. Ana Soares Macedo (30.08.1983)

Nasceu em Açu, Diocese de Mossoró, Rio Grande do Norte, a 23 de janeiro de 1890, filha de Pedro Soares de Macedo e de Olympia Soares de Macedo. Foi admitida ao Postulantado em 1920 e ao Noviciado em 1921. Fez a profissão temporária em 1922, em Penedo, Alagoas, e a profissão perpétua em 1936.

Irmã Maria Açucena da Eucaristia, a nossa “Ceninha”, como era afetuosamente chamada, foi a expressão da caridade vivenciada, com uma experiência marcante em favor da comunidade de baixa renda de Alagados, em Salvador, na Bahia, especialmente desde que começou a residir na Comunidade do Convento Sagrada Família. Considerada uma das áreas mais pobres da capital, onde as famílias vivem em palafitas, casebres improvisados, a comunidade local recebia semanalmente a visita dessa misericordiosa presença franciscana hospitaleira.

Dedicou-se à educação como professora de artes, além de ter sido incansável na Pastoral Familiar, com uma prática evangelizadora, da qual resultaram muitos casamentos. Quando idosa, era a alegria dos recreios das Irmãs, que gostava de animar. Quando havia gente

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importante estranha à Comunidade, era infalível a participação de “Ceninha”, interpretando o canto int itulado “A bonequinha de Paris”.

026. Ana Tereza de Moura (30.06.1993)

Filha de Laudilino Cirino de Moura e de Maria Luiza de Moura, seu berço de origem é Patú, Rio Grande do Norte, onde nasceu a 05 de janeiro de 1908. Foi admitida em 1934; deu entrada em 1962 no Noviciado, em Pirassununga, e professou em 1964. A Irmã Maria Ana de São Joaquim, carinhosamente chamada de Aninha, era uma pessoa sempre alegre e dedicada a seguir Jesus, como o Pai São Francisco, de quem era devotíssima.

Estava constantemente com o terço nas mãos, em sinal de piedade e fidelidade a Maria Santíssima, na contemplação dos mistérios da vida, paixão, morte e ressurreição do Senhor Jesus. O terço era a bíblia que lia diariamente, com a devoção dos pobres e pequenos. Abraçada pela i r mã mor te, fa leceu suavemente aos 85 anos de vida no abraço para a feliz eternidade.

027. Anna Pereira de Melo (15.08.2008)

Filha de Manuel Pereira de Araújo e Laira Evangelista de Melo, nascida em Santa Ana do Mato, Paraíba, em 20 de novembro de 1917. Foi admitida em 1938; fez o Noviciado em 1939 e professou em 1941. Sempre responsável e comprometida, foi uma autêntica Irmã Franciscana Hospitaleira, serviçal e atenta aos mais necessitados.

Estava permanentemente disposta a atuar em benefício das pessoas aflitas e desorientadas. Seu perfil era de extremo zelo e de dedicação junto à sua Fraternidade, ajudando em tudo que podia. Tinha um sentido profundo de pertença à vida consagrada. Trabalhou com abnegação nas duas Províncias brasileiras. Devota fervorosa de Nossa Senhora, a Mãe de Jesus, Irmã Maria Custódia do Santíssimo Sacramento deixou-nos aos 90 anos, para ir ao encontro do Senhor.

0 2 8 . Â n g e l a D o m i n g a s Pa cc a n a r o (11.12.1994)

Antonio Paccanaro e Rosa Franchetto Paccanaro, nasceu em Corumbataí, São Paulo, a 1º de novembro de 1913. Entrou no Noviciado, em Salvador, em 1936; fez sua profissão temporária em 1939 e a perpétua em 1945. A Irmã Maria Ludovina de São Francisco era muito piedosa e de grande espírito de sacrifício. Mesmo enxergando só por um olho, prestou serviços apostólicos relevantes, no P r o n t o S o c o r r o d a S a n t a C a s a d e Pirassununga.

Ao final de sua vida, mesmo sem a audição e a visão, circulava com serenidade pelos corredores de Itapecerica da Serra, em São Paulo. A despeito das limitações físicas, tinha uma postura de resignação e dignidade. Descendente de Italianos, trazia no sangue um temperamento forte, entretanto deixava-se conduzir pela ternura dos corações piedosos que abraçam a vida religiosa. Desta forma, era dócil, afável e amiga. Sua caridade e a maneira como tratava a todos era um exemplo edificante. Na Fraternidade, eram cativantes os seus gestos fraternos e de amabilidade, que deixaram rastros de saudades.

029. Ângela Caon (28.08.2007)

Natural de Limeira, São Paulo, onde nasceu em 24 de novembro de 1909, filha de Daniel Caon e Joana Beato. Respondendo aos apelos de Jesus, entrou para a Congregação em 1929 e veio a professar em Salvador, em 1930. A Irmã Maria Olandina do Coração de Jesus passou toda a sua vida atuando na prestação de serviços de enfermagem em diversos hospitais. Era marcante o seu espírito fraterno. Em seus trabalhos se distinguia por demonstrar uma grande confiança em Deus misericordioso,praticada em gestos de acolhida nos cuidados aos doentes mais necessitados.

Após deixar suas funções na enfermagem, exerceu seu apostolado no serviço de costura e copa, no Asilo Nossa Senhora de Fátima, em Pirassununga, São Paulo. Neste ofício reafirmou sua dedicação em fazer as coisas com capricho. Era exigente, limpa e ordenada.

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Foi transferida para a residência das Irmãs idosas, em Itapecerica da Serra, São Paulo, onde exerceu a função de sacristã com muita alegria e dedicação. Era piedosa e fiel aos atos comunitários e procurava cumprir seus deveres religiosos com muita devoção e amor. Tinha a generosidade e o desapego típicos das criaturas de bom coração, marcas indeléveis da sua passagem no convívio em comunidade.

030. Ângela Rizzante (03.01.1992)

Filha de Luiz e Isabel Rizzante, nascida em 17 de junho de 1928, em Jundiaí, São Paulo. Deu entrada no Noviciado em 1948 e fez a profissão perpétua em 1954. Mulher de estatura alta e forte, a Irmã Maria Abigail do Carmo tinha a grandeza dos pequenos em seu coração iluminado pela espiritualidade franciscana. Era dinâmica e firme em sua missão de enfermagem. Amiga de todos, sempre alegre e comunicativa. Desvelava-se em cuidados para amenizar o sofrimento alheio, principalmente dos empobrecidos e oprimidos. Com todo amor e carinho de boa samaritana, ela cuidava, limpava e tratava daqueles que viviam nas condições mais adversas de exclusão.

Mesmo acometida de uma enfermidade que a levou a uma cirurgia, acompanhou os atos comunitários, fazendo suas orações de devoção, não descurando a reza do terço. Foi paciente no sofrimento. Terminou os seus dias de vida, aos 64 anos, no Centro Assistencial Imaculado de Maria – CAICM, em Itapecerica da Serra, São Paulo.

0 3 1 . A n g é l i c a M a r c i o n i l a F e r r a z (16.09.2002)

Nasceu a 30 de outubro de 1918, em Floresta, Pernambuco. Entrou para a Congregação, em 1947, no Convento da Sagrada Família, em Salvador, Bahia. Foi sempre dedicada aos t rabalhos domést icos, sobretudo, à coordenação da Lavanderia, no Hospital da Beneficência Portuguesa, no Rio de Janeiro, onde terminou os seus dias.

A Irmã Maria Clemência das Chagas foi muito empenhada na prática da caridade fraterna e grande missionária junto aos funcionários da unidade hospitalar, sempre olhando para as

necessidades mais urgentes daqueles empobrecidos. Tinha uma personalidade firme, decidida e um grande espírito evangélico, pois sua principal ocupação, desde a juventude, era a de ser catequista, atividade que exerceu em Paróquias, principalmente em sua cidade natal. Faleceu aos 83 anos de idade, no Rio de Janeiro, com a serenidade da missão cumprida no ofício do bem servir.

032. Antônia Felisbela de Medeiros (16.04.1971)

Natural de Florânia, Caicó, Rio Grande do Norte, onde nasceu a 14 de outubro de 1918. Eram seus pais Manoel Antonio de Medeiros e Francisca Estelita de Medeiros. Entrou no Postulantado em Salvador, em 1948; tomou hábito em 1949; professou temporariamente em 1951 e perpetuamente em 1957. A Irmã Maria Tarcísia da Eucaristia passou quase toda a sua Vida Religiosa dedicada à atividade de enfermagem em hospitais.

Foi no apostolado hospitalar, “fazendo o bem sem olhar a quem”, que encheu de fé e de esperança seu coração para dar uma resposta autêntica à caridade. Serviu na Santa Casa de Rio Claro e na Beneficência Portuguesa de Jacarepaguá, Rio de Janeiro. Esteve, ainda, no Lar de Crianças do Menino Deus, onde deu testemunho de sua vida virtuosa no meio das suas Irmãs e das crianças, pela sua simplicidade, humildade e caridade.

Em sua lida cotidiana se distinguia pela grande confiança em Deus e muito zelo pelos doentes que estavam sob sua responsabilidade, primando pelo atendimento espiritual aos enfermos. A sua grande caridade fazia-se sentir para com as Irmãs doentes. Jamais mediu esforços para levar a quem precisasse o bálsamo para amenizar a dor. Todas e todos os necessitados eram vistos com bons olhos pelo seu olhar caridoso, humano e benéfico.

S u b m e t i d a a u m a g r a n d e c i r u r g i a , permaneceu até a morte com a mesma serenidade, inspirando a todos pela sua resignação. Faleceu ainda jovem, aos 53 anos de idade.

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033. Antônia Oleína D’Onofre (21.09.1995)

Nasceu em Rio Claro, em São Paulo, em 04 de julho de 1910, filha de João D’Onofre e Ana D’Onofre. Foi admitida, em 1935; fez o Noviciado, em 1936, e a profissão, em 1937. A Irmã Maria da Divina Providência iniciou sua trajetória de serviços na área de Saúde em Mossoró, Rio Grande do Norte, no Hospital da Caridade, virtude que ela sempre praticava. Era uma alma muito caridosa tanto na Comunidade como na lida nas enfermarias com os doentes e seus familiares. Foi transferida para o Hospital Vera Cruz, em Belo Horizonte, Minas Gerais, onde assumiu, por muitos anos, a maternidade. Tinha grande empenho pelo setor religioso e, muitas vezes, abordava os médicos para tratar de assuntos éticos e pedia que batizassem as crianças em condição de risco.

No pré-parto, orientava as parturientes quanto aos valores cristãos e à defesa da vida. Ao nascer uma criança de pais muito pobres, ela angariava o enxoval entre as mais favorecidas. Fraternalmente, era uma Irmã acolhedora e sempre alegre, silenciosa e gentil. Prezava os horários de oração em comum. O Senhor a chamou aos 56 anos de Vida Consagrada e 85 de uma existência bem vivida.

034. Antonieta Eulália de Oliveira (20.12.1999)

Nasceu em Taquarana, Diocese de Penedo, Alagoas, a 29 de julho de 1931, filha de Tertulino Bernardo de Oliveira e Eulália Leopoldina de Oliveira. Foi admitida no Convento Sagrada Família, em 1955; emitiu os votos temporários em 1957 e fez a profissão perpétua em 1963, na Casa de Saúde Boa-Vista, Porto, Portugal. No começo de sua vida religiosa, a Irmã Aderlinda de Santa Isabel foi enviada a Portugal, onde teve também presença marcante na Casa de Saúde, de Coimbra, aí permanecendo por uma década. Ao regressar ao seu país natal, exerceu várias funções e, inclusive, foi superiora em diversas Fraternidades.

Sua vida foi de plena dedicação à assistência aos enfermos e à promoção dos cuidados de

enfermagem. Atuou no Hospital Amparo de Maria, em Estância, Sergipe, no Hospital da Sagrada Família, em Salvador, Bahia, e na Casa de Retiro São José, em Recife, Pernambuco, entre outras instituições. Tinha grande iniciativa e estava sempre disposta a colaborar e a concretizar realizações em benefício da coletividade.

Agia movida por gestos de alegria, dinamismo e vontade de fazer o melhor em prol daqueles que mais precisavam. Amava a vida fraterna e cultivava alegremente a convivência intercomunitária. O seu último tempo de vida terrena decorreu na Comunidade do Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia, entre sofrimentos que soube oferecer a Deus com alegre paciência e disponibilidade ao Seu querer.

035. Arminda Teixeira da Cruz (17.07.1969)

Seu nascimento se deu 16 de junho de 1885, em Torre de Moncorvo, Paróquia de Pinhão, Diocese de Vila Real, em Portugal. Filha de José da Cruz Teixeira e Maria Fernandes da Cruz. A Irmã Infância de Maria foi uma notável formadora, que muito contribuiu para consolidar novas vocações. Exerceu o cargo de Mestra de Noviças de muitas gerações de Irmãs Franciscanas Hospitaleiras no Brasil.

Foi nomeada Superiora do Colégio Sagrado Coração de Maria, em Mossoró, Rio Grande do Norte e, posteriormente, transferida para Pirassununga, São Paulo, onde exerceu o cargo de Mestra de Noviças, quando ali se tentou um segundo Noviciado, em 1936, efetivamente aberto, em 1945. No fim da década de 40, saiu de Pirassununga para Salvador, onde desempenhou a função de Superiora no Patronato de São José, até se recolher ao Convento Sagrada Família.

Era carinhosamente chamada de “Mãe Mestra Infância”. Era bastante compreensiva e costumava agir com doçura junto às jovens, sem perder o rigor em relação ao cultivo do espírito de oração e de família. Sua atuação foi marcada pelo bom senso, com gestos conciliadores e zelo para com a conduta das vocacionadas. Sua lembrança está eternizada na trajetória formativa da Província de Santa

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Cruz, por ter ajudado a consagrar muitas jovens no caminho da vida fraterna. Viveu os seus últimos anos na Comunidade do Convento Sagrada Família, transbordando ternura e inocência, quando veio a falecer aos 84 anos de idade e 62 de vida religiosa.

036. Áurea Fontes dos Santos (12.02.1988)

Filha de João Marques dos Santos e de Maria Fontes dos Santos, nascida em Entre Montes, Alagoas, a 31 de janeiro de 1912. Ingressou na Congregação em 1932; fez o Noviciado em 1933 e professou, em 1935. A Irmã Maria Carmelita de São José, santo de sua devoção, foi uma notável poetisa. Usava em seus escritos o pseudômino “Violeta do Vale”. Trazia consigo o dom de cantar a beleza da vida através de versos. Os arquivos da Probrasul guardam vários cadernos de poesia da sua autoria. Escrevia constantemente e também era leitora assídua. Retocava os artigos e fazia a correção dos textos, colaborando na difusão das notícias.

Foi uma vida de doação e prática da caridade, em benefício das pessoas, sobretudo das mais c a r e n t e s . A P r o b r a s u l t e m e t e r n o agradecimento pelo acervo que ela produziu, incluindo a criação do informativo Encontro, a letra do Hino oficial da Congregação e, também, do Hino pelos 10 anos da Província do Sagrado Coração de Jesus – Brasil Sul, menções contidas no livro Memórias Vivas (1998). Deixou à Probrasul um legado de poemas significativos. Faleceu aos 76 anos, após um caminho de expressão de profunda comunhão com Deus, na liberdade do espírito.

037. Áurea Rebouças Maia (09.09.2011)

Nasceu em Jaguaruana, Diocese de Limoeiro do Norte, Ceará, a 26 de junho de 1931. Eram seus pais Miguel Cunha Rebouças e Ana Mamede Maia. Foi admitida ao Postulantado em 1951, no Convento Sagrada Família, Salvador, e ao Noviciado em 1952. Também no Convento Sagrada Família emitiu os votos temporários, em 1954, e fez a profissão perpétua, em 1961.

Teve dedicação incondicional aos enfermos, com maior ressonância em Fraternidades

inseridas no meio do povo, nas cidades de Umarizal e Mossoró, no Rio Grande do Norte, e em Irecê, na Bahia, onde exerceu as obras da misericórdia também nas residências. Farol de assistência integral com forte presença na Pastoral da Saúde, acompanhava a pessoa enferma até que não necessitasse mais dos seus cuidados. Entre outras realizações, foi fundadora de uma banda de música em sua cidade natal.

O desejo de Irmã Maria Enilde de São José de fazer o bem transpôs os umbrais da eternidade, deixando na memória de todos o cortejo de virtudes com que adornou seu coração de mulher forte e previdente. Ao falecer, contava os seus 80 anos de vida, 60 anos dos quais dedicados ao serviço aos irmãos e irmãs.

038. Aurelina Gomes Feitosa (19.03.1978)

Nasceu em Água Branca, Diocese de Penedo, Alagoas, a 10 de setembro de 1924, filha de Pedro Gomes Feitosa e Joana Silva Feitosa. Admitida no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia, em 1953, e no Noviciado, em 1963. Sua profissão temporária foi em 1964 e a profissão perpétua em 1970, no Convento Sagrada Família.

A Irmã Maria Anísia da Assunção trazia em seu sorriso a franqueza e a ternura das almas revestidas do dom da santidade. Esmerava-se em realizar as tarefas que lhe eram confiadas de forma diligente, revelando as virtudes da simplicidade e da humildade. Devotíssima de Nossa Senhora, Irmã Anísia costumava dizer às jovens que procurava organizar os ambientes como a “casa de Nazaré”. Exercia a virtude da paciência para com a juventude e era sempre providente e caridosa diante das necessidades cotidianas.

Durante a enfermidade, revelou plena conf iança na miser icórdia de Deus, testemunhando a fortaleza proveniente da fé, sempre revigorada na Eucaristia, fonte de sua terna devoção. No Hospital das Clínicas, em Salvador, onde ficou internada por longo tempo, contagiava os profissionais de saúde que a assistiam pela alegria e exemplo de fé e de entrega amorosa ao querer de Deus. Em

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memória de sua inteira dedicação aos enfermos e idosos, foi-lhe dedicada uma enfermaria no Lar Franciscano de Santa Isabel, Comunidade a qual fazia parte.

039. Beatriz Vieira da Cruz (20.12.2008)

Veio ao mundo em Cedro de São João, Propriá, Sergipe, a 12 de novembro de 1934, filha de Manoel Vieira da Cruz e Maria Aristeia de Souza. Foi admitida em 1957 e fez o Noviciado no ano de 1958, em Salvador. Sua profissão temporária foi em 1960 e os votos perpétuos foram emitidos em 1966. Nas Fraternidades para onde foi enviada, sempre foi atenciosa e cuidadosa ao velar e atender às necessidades de todos. A sua grande ocupação e preocupação era fazer o bem, com seu jeito plácido e marcado pela ternura humanitária. No refeitório do Convento Sagrada Família e nas demais Fraternidades, tinha alegria de viver e prazer em servir, como boa anfitriã. Lidou com as pessoas sem discriminação e com muita cortesia franciscana.

Viveu na simplicidade, na humildade e na solidariedade, testemunhando a beleza e a grandeza de uma vida comprometida com a missão de servir, até o fim dos seus 74 anos. Em seu internamento na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital da Sagrada Família, em Salvador, Bahia, a Irmã Cacilda Maria de São Francisco transcorreu seus últimos dias sem um lamento, com aceitação plena da vontade de Deus.

040. Beatriz Braga Guimarães (31.07.1930)

Nasceu em 26 de janeiro de 1895, em Valença, na Bahia, filha de Manuel Antonio Guimarães e Maria Braga Guimarães. Foi admitida em 1929 e iniciou o Noviciado no mesmo ano. Professou em artigo de morte, vindo a falecer em 1930.

Foi em vida um testemunho da abnegação das religiosas que desbravaram as adversidades marcantes naquela época, quando a Congregação dava seus primeiros passos nos confins do Brasil. Entregou a alma a Deus do jeito que desejou: com a serenidade e a confiança na fé divina.

0 4 1 . B e n e d i t a Au re l i a n o d a S i l va (03.03.2003)

Nasceu, a 20 de março de 1916, em Atalaia, Alagoas. Eram seus pais José Aureliano da Silva e Maria Apolinária da Silva. Sua vocação para a Vida Religiosa despertou muito cedo, mas só ingressou na Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras, em 1944, como postulante, no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia. Foi aprovada como noviça, em 1944, celebrando sua profissão temporária, em 1946. Depois de passar por várias Comunidades, tanto da Província de Santa Cruz, como da Província do Sagrado Coração de Jesus – Brasil Sul, foi transferida para a Santa Casa de Misericórdiae, Pirassununga, São Paulo, onde exerceu, com dignidade e dedicação, a missão de atuar na enfermagem e como conselheira dos necessitados, ajudando a todos.

Sempre solidária, a Irmã Maria Leopoldina de São Francisco fez uma campanha junto aos comerciantes para angariar fundos destinados à construção de casas, na Vila Santa Fé, com a finalidade de abrigar famílias desprovidas de recursos financeiros e que viviam ao relento. Pediu também ao Prefeito ajuda para a construção de casas na Vila dos Vicentinos, a fim de nelas se abrigarem as famílias mais necessitadas, que viviam em precárias condições, em Pirassununga, São Paulo. Assim viveu até o fim de seus dias, em consonância com o espírito franciscano de pobreza e caridade fraterna.

042. Benta do Nascimento (?)

Nasceu a 23 de março de 1922, em Pés do Cego, Freguesia de Moncarrapacho, Olhão, Por tugal. Fi lha de José Joaquim do Nascimento e de Mar ia Cr ist ina do Nascimento. Entrou para a Congregação , em 1945, e tomou hábito no mesmo ano, tendo feito sua profissão temporária, em 1948. Nossa Irmã portuguesa deu grande contribuição no setor financeiro, colaborando para a organização da Província do Sagrado Coração de Jesus – Brasil Sul nesta área. Contribuiu para os projetos da Probrasul, cuidando daquilo que lhe competia com discernimento e dedicação.

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Na gestão das finanças, a Irmã Maria Cristina do Coração de Jesus procurava ser justa e coerente, atendendo as necessidades das Irmãs de acordo com o orçamento da Fraternidade. Sempre zelosa em sua função, nunca deixou de ser caridosa, compreensiva e boa distribuidora dos bens da Probrasul. Era amiga das Irmãs e muito piedosa, como uma verdadeira franciscana hospitaleira. Faleceu em Portugal.

043. Benedita Pereira da Silva (26.09.1970)

Veio ao mundo na cidade de Pirassununga, São Paulo, a 23 de agosto de 1903, filha de José da Silva Pereira e de Ermelinda Pereira da Silva. Admitida em 1928; fez o Noviciado em 1929 e professou em 1930. Foi uma apóstola e missionária comprometida com o povo de Deus.O Magistério era sua profissão, tendo ministrado aulas em Colégios de Salvador, Bahia; Mossoró, Rio Grande do Norte; Aracaju, Sergipe; Mariópolis, Paraná; e São Gotardo, Minas Gerais, onde sua carreira atingiu o apogeu. Neste último estabelecimento escolar, certa vez havia preparado a Semana Bíblica, ajudada por diversas equipes de reflexão bíblica, alegrando-se com as dezenas de cartazes espalhados pela Igreja Matriz, educandários e casas comerciais, além das faixas que embelezaram a fachada da Igreja e as praças.

O desejo da Irmã Maria Branca do Cordeiro Imaculado era terminar seus dias em São Gotardo, que considerava alicerce de seu labor, onde semeou muitos frutos espirituais, vendo-os desabrochar. Como educadora, procurava semanalmente organizar com os jovens cursos bíblicos. Também propagava a boa imprensa, como agente de inúmeras revistas. Foi zeladora cooperante do Vigário em sua lida apostólica.

Foi levada repentinamente, afogada numa cisterna, quando havia ido praticar mais um ato de caridade: abastecer as vasilhas da Casa paroquial de Santa Rosa, que pertencia à forania de São Gotardo. Partindo-se a corda do sarilho, o impulso levou-a a mergulhar na profundidade de 21 metros, causando em todos grande amargura. O cortejo, que se organizou para o seu sepultamento, foi

também uma manifestação de alegria, motivada pela certeza de que partira para os braços do Pai. Seu túmulo continua sendo visitado não só pelos conhecidos e amigos, como por pessoas distantes que foram agraciadas por sua intercessão junto de Deus.

044. Bernadete de Lourdes Ramalho Ribeiro Dantas (29.11.1994)

Filha do casal Manoel Ribeiro Dantas e Maria Ramalho Ribeiro Dantas, nasceu em Ceará-Mirim, Diocese de Natal, Rio Grande do Norte, a 10 de outubro de 1913. Sua admissão ao Postulantado foi em 1931 e, neste mesmo ano, no Novicidado. A profissão temporária foi em 1933 e a perpétua, em 1939.

A vida da Irmã Natália de Maria Imaculada foi pontilhada de muito desprendimento e extremo amor à Congregação. A vida religiosa era para ela motivo de regozijo e dedicação fervorosa. Foi professora exemplar de Matemática, Física e Química. Devotada aos alunos, sabia conquistá-los e mantê-los na fidelidade a Cristo, sob a proteção de Sua Mãe Santíssima. A humildade era uma virtude que a emoldurava. Sabia manter a disciplina necessária pela bondade de seu coração. Nas festas da comunidade, costumava declamar poesias e, assim, comovia a todos. “Irmã Natália, de tantas gerações educadora, dos colégios, sê fiel intercessora”. Faleceu, no Convento Sagrada Família, em Salvador, aos 81 anos de idade, dos quais 61 de vida religiosa.

045. Bernadete Santos (14.08.2006)

Nasceu em 21 de setembro de 1923, em Frei Paulo, Sergipe, filha de José Francisco Santos e Maria Santos. Foi admitida, em 1946, e fez o Noviciado, no mesmo ano. Professou em 1949. A trajetória da Irmã Lúcia de Maria Imaculada na Congregação foi marcada pela grande disponibilidade para servir a todos e a todas. No ofício da enfermagem, dedicou-se a cuidar d o s d o e n t e s , c o m m u i t a c a r i d a d e , adiantando-se sempre para chegar em primeiro lugar no servir. De temperamento alegre, gostava de cantar e participar alegremente da vida comunitária, à qual dedicou seus melhores anos.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 83

Nos últimos anos de sua vida, esteve na Fraternidade Imaculado Coração de Maria, em Itapecerica da Serra, São Paulo, onde se responsabilizou, impecavelmente, pelo serviço do refeitório, acolhendo as Irmãs e os participantes de grupos que por ali passavam. Conhecia os gostos de muitos e os servia com carinho, alegria e dedicação. Sua característica era a caridade fraterna, em sintonia com os pobres daquele bairro. Partiu em paz, entregando-se ao Senhor da vida e da morte, aguardando a feliz ressurreição.

046. Bernardina Christina Ferreira Pais (05.07.1957)

Foi a primeira Irmã Franciscana Hospitaleira nascida e formada no Brasil. Sua terra de origem é a cidade de Vigia, Pará. Seu nascimento foi em 24 de julho de 1885, filha do comerciante Antonio Magno Pais e de Virgínia Ferreira Pais. Trocou a família abastada pela pobreza franciscana no primitivo Noviciado de Penedo, Alagoas, à procura da paz e da felicidade que só Deus pode dar. Recebeu o santo hábito, em 1915, tendo feito, em 1918, sua prof issão temporár ia , renovada perpetuamente, em 1924.

Desde o início, mostrou a firmeza da sua vocação. Em maio de 1914, em plena Guerra Mundial, quando ainda estavam em funcionamento os dois últimos Colégios da Congregação na Amazônia, a jovem Bernardina "deixa a sua terra e a casa de seus pais e vai para uma terra desconhecida": Penedo, Alagoas. Recebeu o nome religioso de Irmã Isabel Seráfica da Hungria. Sua vida religiosa transcorreu nos Colégios de Mossoró, Bahia, Pensionato de Pirassununga, em São Paulo, e, já no declínio das suas forças físicas, em Aracaju.

Sua aparente austeridade no ofício do ensino representava o extremo cuidado com a formação das alunas, com as quais lidava de forma alegre, atenciosa e serena. Era um exemplo de piedade, que sabia acolher, acarinhar e aquecer. Faleceu aos 72 anos de idade e 42 de vida religiosa, calma e cheia de paz, no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia.

0 4 7 . C a r m e l i t a B a r b o s a d a S i l v a (24.03.2006)

Nasceu em Junqueiro, Alagoas, a 24 de fevereiro de 1924, no lar de Possidônio Barbosa Silva e Maria Rosa Silva. Iniciou a vida religiosa, em 1941, ano em que também foi admitida ao Noviciado. Professou em 1944. Vivia na presença de Deus, sempre satisfeita, sem fazer exigências, e com um largo sorriso. Preparava receitas deliciosas para as Irmãs. Com suas habilidades manuais, criava peças artesanais em croché, frivolité, pintura e arte em papel vegetal, além de produzir lindos cartões em relevo com aparência de renda. Silenciosa, devota de São Miguel Arcanjo e de Nossa Senhora, tinha o terço como seu fiel companheiro.

A Irmã Maria Beatriz dos Santos Anjos era apreciadora de música, tocava harmônio e depois órgão eletrônico (teclado). Com voz harmoniosa, ensaiava os cantos para as celebrações solenes na Real Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro, Hospital Português, em Salvador, na Bahia, onde serviu por longos anos. Atuou com dedicação aos doentes como técnica de radiologia e no serviço ambulatorial. No Lar das Idosas, no Convento Sagrada Família, era exemplo de disponibilidade e tinha um cuidado especial para com sua irmã consanguínea Luzinete Barbosa, mana querida. Deixou um testemunho da alegria de viver, com seu coração de ternura e paz.

0 4 8 . C a r m e l i n a X a v i e r d e M e l o (13.10.2007)

Nasceu em Capela, Diocese de Aracaju, Sergipe, a 09 de março de 1925 , filha de Eliseu Fagundes de Melo e Luiza Xavier de Melo. Entrou para a Congregação, em 1949, quando iniciou o Noviciado, tendo professado, em 1952, em Salvador, Bahia. A Irmã Maria Davina do Paraíso exerceu a prestação de serviços de enfermagem em diversos hospita is : Beneficência Portuguesa e Hospital do Carmo, no Rio de Janeiro; Santa Casa de Pirassununga e Rio Claro. Em 1969, foi desempenhar a sua missão, no Centro Assistencial Imaculado Coração de Maria, em Itapecerica da Serra, São Paulo.

84 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

Seus últimos dias de vida foram passados no leito, entre breves surtos. Mesmo assim, era sempre amável. Nos momentos conscientes, jamais esquecia de agradecer o bem que lhe faziam. Teve perda da visão, ocasionada por uma diabetes avançada, mas não perdeu o bom espírito de a todas tratar com caridade. Na missa de corpo presente, estiveram presentes aproximadamente 42 crianças, que rezavam e silenciavam ao redor do seu corpo, identificando-se, talvez, com aquela alma pura e sofredora que o Senhor acolhera em Sua misericórdia.

049. Carminda da Cunha Gil (01.12.2012)

Nasceu a 08 de dezembro de 1928, em Pinheiro, Felgueiras, Diocese do Porto, Portugal. Eram seus pais Antonio da Cunha Gil e Maria Rosa de Carvalho. Entrou no Noviciado, em Salvador, Bahia, em 1956, e tomou hábito, em 1957, tendo professado, em 1959. Fez o Noviciado na Província de Santa Cruz e, em outubro de 1961, emitiu seus votos perpétuos no Brasil-Sul, quando houve a erecção canônica da Vice-Província do Sagrado Coração de Jesus.

A Irmã Maria Lusa de Fátima dedicou a maior parte de sua vida no serviço aos doentes, interessando-se por cada um deles, com muita caridade e cuidados especiais. Sempre foi uma presença humilde e generosa, na Fraternidade Santa Clara, da Beneficência do Rio de Janeiro, onde exerceu sua missão, com palavras simples e calorosas e um sorriso amigo, na p r á t i c a d a E n f e r m a g e m , j u n t o a o s necessitados, no leito de dor.

050. Carolina Padovan (24.01.2002)

Nasceu a 14 de agosto de 1924, em Descalvado, São Paulo, filha de Antonio Pa d o v a n e H e l e n a R u y. E n t r o u n a Congregação, em 1948, e tomou hábito, em 1949, tendo professado, em 1951. Exerceu a sua missão no campo da Enfermagem, na Santa Casa de Misericórdia, em Pirassununga, em São Paulo.

A Irmã Maria Leonor de São Geraldo trazia no seu sorriso o perfume da alegria e da singeleza. Foi uma cuidadora maternal para

com as pessoas empobrecidas. Estava sempre disposta a socorrer, em gestos de caridade, os funcionários da Santa Casa, com as mãos cheias de bênçãos e bondade, como uma boa Franciscana Hospitaleira que a todos acolhe na tenda do coração.

051. Catharina Fernandes dos Santos (27.07.1980)

Nasceu a 07 de julho de 1924, na cidade de Afonso Pena, Bahia, filha de Aureliano Fernandes dos Santos e Maria Marta Fernandes dos Santos. Foi admitida, em 1942, e fez o Noviciado, em 1943, emitindo votos, em 1945. Fez a profissão temporária, em 1967, e a profissão perpétua, em 1971.

A Irmã Delfina de São Francisco foi um exemplo de esmero e dedicação aos cuidados domésticos das Fraternidades onde esteve integrada, entre as quais a do Hospital Sagrada Família, onde terminou os seus dias. Seu jeito alegre e amável emoldurava o convívio na vida fraterna. Tinha especial devoção por Nossa Senhora com o Menino Jesus e por Santa Terezinha, padroeira das missões. Acometida de grave enfermidade, padeceu muitos anos acamada. Sensibilizou a todos pelo seu exemplo de inabalável conformidade para com a vontade de Deus, de despojamento e de filial devoção. Morreu cantando e escutando o seu canto predileto: “Meu Deus, como é grande, imenso é Teu amor!”

“Transmito o que sinto como se fosse uma prece.. . Será uma memória vivencial permanente... Nunca vi um caso de uma transformação tão imediata, completa e total como Irmã Delfina, que se abriu sem queixas e Deus entrou em seu coração... Se tornou uma missionária silenciosa, em sinal de confiança no Senhor Jesus...Deus se manifestou mais perto na vida de Delfina”, disse o seu diretor espiritual, Dom Thomas Murphy, Bispo Auxiliar de Salvador, na homilia da Missa de exéquias.

052. Cecília Barros (1º.09.1974)

Natural de Cajaíba, município de Porto Real do Colégio, em Alagoas, onde nasceu a 09 de novembro de 1902, filha de Francisco Barros e Maria da Conceição Barros. Admitida para a

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 85

Congregação, em 1918; fez o Noviciado, em 1919; e professou, em 1920. Foi uma das primeiras Irmãs do Noviciado de Penedo, Alagoas. Dali, foi enviada para lecionar no Colégio Sagrado Coração de Maria, em Mossoró, Rio Grande do Norte, durante 20 anos. Em 1941, foi nomeada Superiora do Orfanato de Martins, onde passou cinco anos na formação das órfãs e na Direção daquela Comunidade.

A Irmã Inês do Santo Cordeiro foi exímia educadora e orientou muitas jovens nos caminhos da vida. Como professora, ensinou Religião, Português, Francês, Música, Desenho e Pintura. Uma Religiosa modelar, de caráter firme, mas de temperamento brando e de bom humor, muito amiga da família religiosa que escolhera. Gostava de restaurar as imagens que encontrava quebradas ou com pintura inadequada. A exemplo de São Francisco, costumava recolher os escritos que encontrava largados e continham os nomes de Jesus, José e Maria.

Em 1946, foi transferida para o Patronato de Pirassununga, São Paulo. Após cinco anos, voltou ao Colégio da Imaculada Conceição, em Penedo, onde foi professora durante três anos. Em seguida, prestou serviços em diversas casas, substituindo Irmãs em secretarias de hospitais, até ser fixada, em 1959, no Hospital da Sagrada Família, onde terminou seus dias aos 72 anos de idade e 55 de vida religiosa. A sua simplicidade, humildade e caridade tornaram-na feliz na casa do Senhor durante todos os dias da sua vida.

053. Cecília Araújo Costa (09.07.2003)

Filha de José Wenceslau da Costa e de Inácia Araújo Costa, nasceu a 17 de fevereiro de 1917, em Piaçabuçu, Diocese de Penedo, Alagoas. Sua admissão ocorreu, em 1942, e, neste mesmo ano, iniciou o Noviciado, em Salvador, Bahia, professando temporariamente, em 1945, e perpetuamente, 1951.

A Irmã Esmeralda da Sagrada Família integrou a Comunidade que serviu no Hospital Português, da Real Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro, em Salvador, na Bahia, onde atuou por muitos

anos. Destacava-se pelo espírito de família e de trabalho. Mesmo depois de ter as duas pernas amputadas, ela mesma fazia a higienização do ambiente onde habitava, no Convento Sagrada Família. Essa pujança de caráter vinha da oração a Jesus na Eucaristia e do Rosário de Nossa Senhora.

Foi uma pessoa feliz, com elevada autoestima, a ponto de, para evitar o constrangimento de quem a via sem os membros inferiores, acolher a pessoa, dizendo que “estava acabando de chegar de um longo passeio pela praia”, e completava, “através da rica imaginação que Deus me concedeu”. Sabia ser alegre na dor. Grande espírito de caridade, observante na oração e nos costumes da vida religiosa consagrada. Faleceu no Hospital do Açúcar, em Maceió, Alagoas. Era uma alma revestida de grandes lições de vida que partilhava largamente, com generosidade.

054. Cecina Maria dos Santos (03.03.1992)

Nasceu na cidade de Tobias Barreto, Sergipe, a quatro de abril de 1914, filha de Agripino Henrique dos Santos e Eleotéria Maria de Jesus. Entrou para a vida religiosa, em 1942; tomou hábito, em 1943, e professou, em 1945. Fez a profissão temporária, em 1967, e a profissão perpétua, em 1971.

A Irmã Maria Clara de São Francisco doava-se a serviço do próximo, no zelo cotidiano das Fraternidades onde exerceu a sua missão e se santificou. Muito simples e pobre, viveu de maneira abnegada, sempre disposta a colaborar com as demais Irmãs. Era uma pessoa calma e orante. Olhava pela natureza com verdadeira devoção ao Criador: cuidava dos animais (gado bovino, galinhas, cães, abelhas, coelhos, aves em geral), como se evidenciou na Casa de Retiro São Francisco.

Com desprendimento de si mesma, levantava-se altas horas para afugentar as formigas das plantas, como verdadeira franciscana. Era um facho de luz, que irradiava a bondade, com sua humildade e desejo de compreender os ensinamentos do Senhor.

86 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

0 5 5 . Ce l i n a S i l v e s t r e d e O l i v e i r a (03.12.2005)

Nasceu em Macau, Rio Grande do Norte, a 21 de setembro de 1925. Eram seus pais João Silvestre de Oliveira e Julieta Ferreira de Oliveira. Foi admitida em 1962, ano em que fez o Noviciado, em Pirassununga, São Paulo; e professou em 1963. Irmã Maria Celina do Menino Jesus foi verdadeiramente humana e humanizante, o que fez a grande diferença em sua vida e na de tantos outros. Sempre disposta a colaborar para o bem comum, presença orante e solidária junto às pessoas em situação de fragilidade.

Buscou viver a transparência e a verdade nas palavras e nas atitudes. Possuía uma honestidade rara, centrada na ideia de minoridade e na defesa do bom nome dos i r m ã o s e i r m ã s . F e z - s e p o b r e , espontaneamente, por graça de Deus. Quantas vezes, dizia: “ainda não demos tudo aos pobres, por amor a Deus”. Sofria com a injustiça. Seu sofrimento era dor, quando via o Evangelho incompreendido e pouco vivido. Quando partiu desta vida, contava 42 anos de vida religiosa.

056. Clementina Pontes (01. 04. 1964)

Nasceu a 10 de Julho de 1911 em Jundiaí, São Paulo, e foram seus pais Demonte Domingos Pontes e Joana Demonte Pontes. Entrou para a Congregação e tomou hábito em 1931. Consagrou-se ao Senhor pelos seus votos em 1933 e fez a profissão perpétua em 1938.

Foi por algum tempo ajudante da Mestra de Noviças, apreciada pela sua bondade e caridade. Nas obras de educação aonde foi chamada a servir, sempre cumprindo com zelo os deveres inerentes ao magistério, distinguiu-se pela sua paciência e caridade para com as crianças. Nas obras assistenciais, sua caridade também se fazia notar, mesmo quando necessár io repreendê -las, procurava neutralizar a energia com a bondade.

Toda a sua vida se destacou por uma profunda devoção a Nossa Senhora, fazendo-se notar pela reza diária do terço; muita vida de oração, primando em pontualidade nos atos

comunitários, sendo sempre a primeira a chegar à capela. Sendo assim muito fiel à oração, numa manhã não apareceu na capela. As Irmãs foram encontrá-la já inerte, aos 53 anos de idade e 33 de vida religiosa.

Nada fazia esperar um desenlace fulminante, pois não se encontrava doente. Teve a intuição da morte, na véspera do dia em que faleceu, qundo disse: “Não preciso mais de rezar, pois consegui de Nossa Senhora a graça que desejava; estou pronta para morrer”.

057. Clemildes R amos de Oliveira (14.08.1981)

Era natural de Sergipe, cidade de Tobias Barreto, Diocese de Estância. Nasceu a sete de dezembro de 1923, filha de José Leopoldo de Oliveira e de Josefa Ramos de Oliveira. Foi admitida ao Postulantado em 1949 e ao Noviciado em 1950. Fez a profissão temporária em 1952 e profissão perpétua em 1958.

A Irmã Maria de Jesus era compreensiva e de coração acolhedor. De caráter decidido e franco, sabia vencer-se e se mostrava recolhida e silenciosa. Uma personalidade de ação e capaz de solucionar as demandas cotidianas. Pautada na oração, era devotamente dedicada a Jesus na Eucaristia. Costumava dizer: “antes de rezar, procuro a presença dEle... e, depois, entro em conversa...”. Como Auxiliar de Mestra de Noviças, a I rmã Mar ia de Jesus testemunhava em seus atos o valor da pobreza e dos sacrifícios, escolhendo para si os objetos de menor valia. Fazia da obediência o seu ponto de partida para a caminhada em todas as virtudes. Na conversação, seu principal assunto era ‘Deus em nós’ e gostava de falar sobre esta verdade fundamental.

Bastante disciplinada, empenhava-se em realizar com perfeição o que lhe fosse destinado a executar. À Irmã Maria de Jesus bem se aplica a máxima: “o que merece ser feito, merece ser bem feito”. Faleceu no Hospital São Lucas em Aracaju, capital sergipana, quando ali integrava a fraternidade no Colégio Patrocínio de São José.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 87

058. Cleta Genésia de Lima (20.07.1999)

Nasceu a 26 de abril de 1935, filha de José Olímpio de Lima e Genésia Maria de Lima, em Itabaianinha, Sergipe. Sua formação para a vida religiosa foi iniciada pelo Postulantado e Noviciado em 1957, profissão temporária em 1959 e profissão perpétua em 1965.

“Coração grande, alma correta, tão nossa irmã, de alma repleta”. Para melhor servir, A Irmã Maria Gilberta do Sacrário atualizava-se em cursos de breve duração, na área da enfermagem, das relações humanas e da pastoral. Sabia tratar, com amor e muita paciência, as Irmãs idosas e enfermas. Sua presença era revestida de paz, que emanava de sua vida de oração.

Seus gestos refletiam seu jeito calmo de ser e sua conduta diligente na prática da caridade. Era ornada da virtude da simplicidade, o que refletia sua grande humildade diante dos acontecimentos. O brilho sereno de seu olhar confortava toda pessoa que passava pelo cadinho do sofrimento. Faleceu no Hospital Sagrada Família, última Comunidade a que pertenceu.

059. Clotilde Ribeiro de Lima (04.09.2007)

Natural de Pau d’ Alho – Nazaré, Pernambuco, nasceu a 10 de agosto de 1910, filha de Josino Lima e Joana Ribeiro de Lima. Entrou para a vida religiosa em 1946, foi admitida ao Noviciado em 1967 e professou em 1967.

A Irmã Maria das Vitórias do Santíssimo Sacramento estampava, na face, a alegria de quem vive na intimidade com Deus. O silêncio interior ornava-a de paz e de harmonia na convivência fraterna. Viveu na observância l ivremente assumida dos conselhos evangélicos, partilhando seu entusiasmo pela vida consagrada. Tinha uma atitude de grande resignação diante dos acontecimentos, buscando pacificar e colaborar para o bem comum.

O Senhor lhe concedera o dom do aconselhamento. E largamente ela distribuiu santos ensinamentos a tantos quantos a procuravam, confiantes em sua sabedoria de

vida. Essa prodigalidade na partilha do bem tornava Irmã Vitória, cada dia, mestra da caridade, exemplo inspirador para o convívio na vida fraterna. Senhora de uma consciência muito delicada, procurava estar sempre em paz com Deus e consigo mesma. Passou os últimos anos de vida no Convento Sagrada Família.

060. Corina Tavares de Lima (05.08.1998)

Natural de Nossa Senhora da Glória, Sergipe, nasceu a dois de fevereiro de 1912, filha de João Tavares Lima e Josefa Tavares Lima. Foi admitida em 1937, ano em que também iniciou o Noviciado. Professou em 1940.

A Irmã Peregrina do Paraíso manifestou a ternura e a misericórdia de Deus no serviço da enfermagem e atendimento na farmácia hospitalar. Era grande amiga dos pobres. Procurava sempre preparar farnéis para os famintos. Semeou alegria e piedade por 20 anos, no Serviço de esterilização de materiais cirúrgicos do Centro Cirúrgico do Hospital da Sagrada Família, em Salvador, Bahia. Na convivência fraterna e laboral revelava-se uma pessoa orante, que sabia partilhar sábios conselhos, para a edificação de uma vida baseada em valores cristãos. Passou pela experiência de “morte súbita”, porém, ao perceberem a sua respiração foi retirada do esquife. Dela se pode dizer que “passou pela terra, fazendo o bem”. “Do paraíso, nossa Irmã Peregrina já recebeu no céu o eterno prêmio”.

0 6 1 . C u s t ó d i a R o s a d e A l m e i d a (09.08.1988)

Nasceu a 24 de setembro de 1903, em Vandoma – Paredes do Douro, Diocese do Porto, em Portugal. Era filha de Pedro de Almeida e de Custódia Rosa Barros. Foi admitida à vida religiosa em 1927, ano em que tomou hábito. Professou em 1928. Foi nomeada Mestra de Noviças no Brasil (1945 a 1955).

A Irmã Maria Protegida do Coração de Jesus teve um trabalho importante no Asilo de Santa Isabel, onde iniciou sua missão como Superiora, e no Preventório Santa Terezinha, Salvador, como também na Casa de Saúde São

88 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

Lucas, em Natal, Rio Grande do Norte. Voltou, então, à pátria. Era exímia em trabalhos de ‘frivolité’. Tinha forte ligação com o Sagrado Coração de Jesus, a quem chamava “Jesus-Amor”, seu principal apelo, quando enfrentava os problemas renais e a hipertensão; e a Santa Maria, na oração do rosário, continuamente balbuciado. Em 1977, regressou ao Brasil, onde concluiu a sua carreira terrena. Os últimos tempos, passou-os no Convento Sagrada Família.

A Irmã enfermeira que a acompanhava (Irmã Terezinha Albuquerque) testemunhou que, nos seus últimos momentos, na hora da Oração do Ângelus, Irmã Protegida voltou o olhar para a esquerda e, como se visse algo extraordinário, esboçou um sorriso angelical. Suas feições pareceram transfiguradas. Irmã Protegida parecia envolvida num halo de felicidade e glória. O seu semblante resplandecia e sua fisionomia era de beatitude, com um sorriso em sinal de pressentimento da glória eterna. Assim morrem as almas santificadas.

062. Deodata Lopes da Silva (17.02.2009)

Era procedente de Riachão do Dantas, Sergipe, filha de José Mraques dos Santos e Elvira Lopes dos Santos e nasceu a oito de novembro de 1918. Foi admitida ao Postulantado em 1937 e ao Noviciado em 1938, no Colégio São José, na Avenida Luís Tarquínio, 13, em Salvador, Bahia. Fez a profissão temporária em 1960, no Convento Sagrada Família e a profissão perpétua em 1943, no Colégio Sagrado Coração de Maria, em Mossoró.

A sua vida foi uma verdadeira pregação, despojada e comprometida com os pobres, aos quais prestou auxílio em uma longa trajetória, com passagem em diversas obras, na Saúde e na Pastoral Catequética. Cuidava d a s v o c a ç õ e s s a c e r d o t a i s , c o m aconselhamentos, compromisso de oração pelos sacerdotes e desvelo em atender às suas necessidades. Revelava a sua íntima e profunda união com o Deus Trino, núcleo de sua vida, da qual emanava equilíbrio e refletia sua maturidade humana, psicológica e religiosa.

Na Irmã Maria Armandina da Sagrada Família havia uma consciência profunda de justiça social, partilha e solidariedade. Para com os pobres e mendigos era a caridade em pessoa. E m p e n h a v a - s e e m p r o v i d e n c i a r documentação, aposentadoria, alimentação e tudo o mais que conseguisse para aliviar os seus sofrimentos. A Irmã Armandina faleceu aos 90 anos, placidamente e entregue nas mãos da divina misericórdia.

063. Djanira José da Silva (23.04.1970)

Filha de Aureliano José da Silva e Aucília Barbosa da Silva, natural de Passagem – Aracaju, Sergipe, teve seu nascimento em seis de junho de 1938. Foi admitida ao Postulantado em 1959, mesmo ano em que iniciou o Noviciado. Emitiu os votos temporários em 1962 e os votos perpétuos em 1970.

A Irmã Maria Ernestina da Apresentação foi um anjo de bondade, que velava com dedicação os pacientes, especialmente no Hospital Amparo de Maria, em Estância, Sergipe. O bem-estar do enfermo ocupava a prioridade dos seus cuidados, efetivados com diligência e sabedoria evangélica. Cultivava a virtude da paciência para consigo mesma, pois sofria bastante com pancreatite, e, sobretudo, para com o próximo sofredor.

Por alguns anos, esteve a servir no centro cirúrgico do Hospital da Sagrada Família, em Salvador, Bahia. Era uma pessoa silenciosa, piedosa, caridosa e possuidora de uma energia dil igente. Distinguia-se pela honestidade nos compromissos assumidos. Logo após a sua morte, a Irmã Francisca Gomes de Oliveira (Irmã Porciúncula), em Salvador (BA), e outra Irmã, em Estância (SE), sonharam com a Irmã Ernestina pedindo que saldasse a dívida da encomenda de umas cadeiras. No sonho, as irmãs viram a nota das despesas. Procurado, o carpinteiro confirmou e apresentou as despesas que correspondiam exatamente com as apresentadas no sonho.

Foi uma vida simples, franciscana, dedicada à nossa Congregação e aos empobrecidos. Em seu testemunho nos fazia lembrar o Serafim de Assis.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 89

064. Dulce Alves (19.05.1995)

Nasceu, a 13 de julho de 1920, na cidade alagoana de Junqueiro. Era filha de Doroteu Alves e de Francisca Alves. Entrou para a Congregação em1938, tendo tomado hábito nesse mesmo ano; fez a profissão temporária, a em1940.

A Irmã Maria Amada da Visitação era de uma caridade singular e sempre amável para com as pessoas que colaboravam no serviço do Centro Assistencial Imaculado de Maria – CAICM, em Itapecerica da Serra, São Paulo. Era uma Irmã muito querida e silenciosa, piedosa, ass ídua aos atos de comunidade e extremamente bondosa.

Na fraternidade, se distinguiu pela grande afabilidade e acolhimento, sobretudo, àquelas pessoas mais tímidas e necessitadas de afeto. Distinguiu-se pelo bem que gostava de fazer aos que precisavam de ajuda fraterna. Aos 74 anos, partiu para a morada celeste cheia de amor à missão da enfermagem e de zelo pelos seus doentes que cuidava com ternura de mãe.

065. Ede Dias Xavier (29.05.1991)

Era filha de Almaquis Dias da Cunha e de Maria Dias Xavier. Nasceu a 13 de junho de 1927, em Marisol, Rio Grande do Norte. Foi admitida à vida religiosa e tomou hábito em 1949 e professou em 1952.

A Irmã Hilda de Maria Imaculada era uma pessoa de decisão e consenso, coerente com seus deveres religiosos. Verdadeira defensora da Congregação a quem doou sua vida com amor incondicional. Ainda em plena juventude, perdeu a capacidade auditiva. Aos poucos, foi recusando os cargos, para os quais estava apta. Procurava entender suas Irmãs que ela muito amava e defendia, sobretudo, as mais necessitadas de ajuda pessoal, que se dedicavam aos trabalhos domésticos.

Nas Assembleias e Capítulos da Confhic, com ajuda de uma coirmã ao seu lado, fazia intervenções com muito equilíbrio e grande discernimento. Procurava atualizar-se a respeito da Igreja, da Congregação e do

mundo, lendo e comentando, com seu espírito crítico, os acontecimentos.

0 6 6 . E d i t e M a u r í c i o d o s S a n t o s (22.10.2002)

Nasceu a oito de abril de 1914, em Igreja Nova, Diocese de Penedo, Alagoas, filha de Manoel Sebastião e Maria Cândida. Tomou o hábito em 1939 e professou em 1940. Foi admitida ao Noviciado em 1967, fez a profissão temporária em 1967 e a profissão perpétua em 1971.

A Irmã Domingas testemunhava profunda devoção a Jesus na Eucaristia. Desvelou-se em cuidados nos serviços de nutrição e na lavanderia nas Fraternidades onde esteve integrada. Era incansável em servir com uma alegria irradiante. Essa vivência caridosa e revestida de paciência relevante é revelada no relato feito à Irmã Josefa Batista de Lima, a qual expressou o seguinte: “Certa vez, eu estava decidida a deixar nossa Congregação, por uma vida mais austera, num Mosteiro das Irmãs Clarissas, em Campina Grande, na Paraíba. Passando por Salvador, fui visitar as Irmãs na enfermaria. Lá chegando, encontrei a Irmã Domingas, toda curvada para a frente por problemas de coluna, movida pela diligência e revestida de alegria, servindo as Irmãs enfermas com bondade”. Aquele exemplo de doação da Irmã Domingas resgatou, na autora do relato, a vocação franciscana hospitaleira.

Quando ainda se encontrava na Comunidade do Hospital Sagrada Família, tinha um zelo cheio de caridade pelas Irmãs acamadas na enfermaria anexa, tentando adivinhar os seus desejos e necessidades com uma dedicação absoluta, alegre e paciente, esquecida dos próprios padecimentos. Depois de transferida para o Convento Sagrada Família, ocupava os momentos livres, aproveitando as roupas usadas e costurando laboriosamente vestuário e agasalhos para os mais empobrecidos.

067. Edméia de Sant’Ana (16.11.1977)

Nasceu a 22 de outubro de 1901, em Propriá, Sergipe. Era filha de Pedro Joaquim Santa Ana e de Maria Petronila Santa Ana. Foi admitida ao Postulantado em 1923, ao Noviciado em 1924

90 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

e professou em 1925. A Irmã Petronila dos Anjos foi dessas almas abnegadas que, no silêncio de sua vida totalmente doada ao Senhor e aos Irmãos, transbordava a alegria advinda da ternura e misericórdia de Deus. Durante sua longa vida, fecunda em virtude e serviço, irradiou a espiritualidade franciscana hospitaelira, especialmente no Lar das Crianças Menino Deus, em Pirassununga, São Paulo, quando se desvelava em atenção para com as jovens que se apresentavam, para a Vida Religiosa.

A Irmã Petronila dos Anjos, após longos padecimentos, com 76 anos de existência e 52 de Vida Consagrada ao Senhor, foi chamada para a casa do Pai, iluminada pelas virtudes do acolhimento e da caridade.

068. Eduarda Augusta Leonardo (03. 06. 1958)

Era filha de António Luís Leonardo e Rosa Maria Leonardo, nasceu a 12 de setembro de 1876, em São João Baptista de Açoreira, Torre de Moncorvo. Ingressou no convento em 1901, época cheia de incertezas para a vida religiosa em Portugal, devido às agitações políticas de carácter hostil ao catolicismo e muito mais à paz dos conventos. Tomou hábito em 1903 e professou em 1904.

A Irmã Luzia de Jesus, ou Luzia da Cruz, tinha especial vocação para a costura. E quanto costurou! Em Luanda, capital de Angola, em 1909 na Fortaleza de São Miguel de Luanda foi enviada para tratar das prisioneiras, um apostolado bem difícil. A revolução de 1910 reconduziu-a a Portugal, ou melhor, à Espanha, onde estavam as Irmãs expatriadas em Tui (Galiza).

Foi enviada ao Brasil em outubro de 1912, para Maceió, na capital alagoana, onde continuou costurando para inválidos, doentes, Irmãs da Fraternidade. Ainda em Alagoas, no Colégio Imaculada Conceição, em Penedo, desvelou-se, por 72 crianças empobrecidas, às quais ensinou trabalhos manuais, durante alguns anos. Foi transferida para São Paulo, prosseguindo os dias com a costura das órfãs. Em 1932, já um tanto cansada, ao fazer parte da primeira Fraternidade, assumiu o cargo de

roupeira do Asilo Santa Isabel da Venerável Ordem Terceira de São Francisco em Salvador, Bahia, onde a esperava uma máquina Singer que manobrava com destreza.

Era uma religiosa piedosa e boa. Jamais descuidou-se da caridade para com os demais e, nas Comunidades, sempre foi Anjo da Paz. Corria para os exercícios espirituais. Era-lhe martírio perder a Santa Missa e a Sagrada Comunhão. Uma queda desastrosa a fez acamar, porém, somente interrompeu o ofício da costura pouco tempo antes de falecer. Nos últimos dias, chamava a enfermeira para levá-la na cadeira de rodas até à Capela, pois queria assistir à Santa Missa e comungar. Nosso Senhor agradou-se desses fervorosos desejos e concedeu-lhe a graça de assistir à Missa e comungar até na véspera de seu falecimento, no Asilo Santa Isabel. A morte colheu-a na avançada idade de 81 anos, dos quais 57 foram votados em geral ao serviço de Deus na pessoa dos mais empobrecidos da sociedade.

Deixou saudades e exemplos de abnegação, mormente na cidade de Penedo, onde o seu nome era quase uma bênção para muitas mães de família.

069. Elisa Paulina Ribeiro (06.041987)

Nasceu em Mossoró, no Rio Grande do Norte a seis de abril de 1920, filha de Manuel Paulino Ribeiro e Maria Francisca Ribeiro. Foi admitida ao Postulantado em 1940 e ao Noviciado em 1941. Emitiu os votos temporários em 1943 e os votos perpétuos em 1949.

A Irmã Maria Judite de Lourdes foi missionária ativa na Índia, em Portugal, na Guiné, em Moçambique e no Brasil, na Paróquia de Campo do Brito, em Sergipe. Era uma alma orante, que tinha predileção pela Eucaristia. Foi uma pessoa bastante comunicativa, o que fez dela uma consagrada na vida da missão, atenta às necessidades dos i rmãos, especialmente dos mais necessitados.

Bastante disposta a oferecer seus préstimos a a l g u é m , re ve l a v a - s e u m a R e l i g i o s a extremamente caridosa, determinada em “fazer o bem onde houvesse um bem a fazer” com ternura e misericórdia e uma referência

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 91

para o seu tempo, capaz de enfrentar as mais difíceis agruras em prol da disseminação do carisma franciscano hospitaleiro.

070. Elisa dos Santos (25.04.1972)

Nasceu a dois de novembro de 1897, em Propriá, Sergipe. Era filha de Marcelino José Ferreira dos Santos e de Gertrudes do Sacramento. Foi admitida à vida religiosa em 1925, tomou hábito e professou em 1968.

Irmã Maria Coleta dos Santos encontrava na Eucaristia o vigor interior para servir com bondade e simplicidade. A Irmã Coleta era uma alma de oração, devotada a Jesus S a c r a m e n t a d o e p r o f u n d a m e n t e comprometida com a prática das obras de misericórdia, exercendo a caridade fraterna junto a todo necessitado.

Seu coração acolhedor irradiava bem-querer e disposição para atender aos apelos dos mais necessitados. Com zelo constante, costumava cuidar dos pequenos detalhes, em auxílio às d e m a n d a s co r r i q u e i ra s d a v i d a e m Fraternidade. Os desafios não arrefeciam sua vontade de colaborar para o bem comum, uma vez que era despojada e confiante por natureza.

Na véspera do seu falecimento, saiu do torpor em que se encontrava e, com voz clara e firme, cantou até ao fim:

Bendita e louvada seja/ A hora e o feliz momento/ Em que foi instituído/ O Santíssimo Sacramento.// Foi nesta ditosa hora/ Em que o nosso Salvador/ Nos deu a mais cara prova/ De seu divino amor.// Meu Jesus, meu doce amado,/ Creio em Vós e em Vós espero/ Mais que tudo eu Vos amo e quero/ E me pesa de haver pecado.// O meu Jesus me pediu/ Alma, vida e coração/ Vede lá se pode ser/ Dizer a Jesus que não// Tenho no meu coração/ Este letreiro bem firmado/ Eu toda sou e serei/ De Jesus Sacramentado.(Letra e música do Padre Raimundo dos Anjos Beirão)

071. Eliza Freire Falcão (26.06.2000)

Nasceu a dois de novembro de 1906, na cidade Cariris – Manaus, Amazonas. Seus pais Silvino Freire da Rocha e Maria Falcão Freire. Entrou no postulantado, em 1938, no Noviciado, em 1939; fez a profissão temporária, em 1928, e a perpétua, em 1947.

A Irmã Maria da Glória da Sagrada Família era uma pessoa mansa, cordial, meiga e de uma humildade singular, completando a maneira de ser com a virtude da caridade fraterna. Procurava perceber as pessoas mais necessitadas, para ajudá-las e fazer-lhes o bem.

Irmã piedosa e amiga de Mãe Aparecida, tinha suas devoções muito particulares, mas não se esquecia dos momentos comunitários, no Centro Assistencial Imaculado de Maria – CAICM, em Itapecerica da Serra, São Paulo onde ajudava a Fraternidade nos serviços domésticos.

072. Eliza Menezes de Aragão (16.01.2006)

Nasceu a 18 de outubro de 1913, em Itabi, Diocese de Propriá, Sergipe, filha de Felix Vieira de Aragão e Cecília Menezes de Aragão. Em 1939 foi admitida ao Postulantado e também ao Noviciado. Fez a profissão temporária em 1941 e profissão perpétua em 1947.

Irmã Serafina do Divino Amor foi uma pessoa corajosa, dinâmica e exigente para dar o seu melhor a Deus e aos Irmãos. Sempre alegre e acolhedora, prezava a pontualidade e a sinceridade. Nas Fraternidades onde esteve integrada, todos a conheciam pela limpidez e f i r m e z a d e s u a s p a l a v r a s , p e l a responsabilidade e pela eficiência nas funções que exercera, como professora, exímia secretária e arquivista. Foi uma sacristã zelosa para com os objetos do culto divino.

Observante dos valores da vida consagrada, Irmã Eliza cultivava a caridade e, sobretudo, fidelidade à oração pessoal e às orações comunitárias. Piedosa, expressava uma grande amizade a Jesus Sacramentado, o que a tornava uma pessoa plena de alegria no convívio fraterno. Depois de resignado

92 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

sofrimento, aos 93 anos, faleceu na confiança do Eterno Pai, no Convento Sagrada Família, onde, antes, tinha exercido também o cargo de Secretária Provincial.

073. Eliza Vieira da Silveira (09.11.2011)

Filha de Manuel Filismino da Silveira e de Minervina Vieira da Silveira nasceu a 13 de abril de 1924, em Saúde – Neópolis, estado de Sergipe. Foi admitida ao Postulantado em 1949 e ao Noviciado em 1950. Emitiu os votos temporários em 1952 e os votos perpétuos em 1958, no Convento Sagrada Família em Salvador, Bahia.

Irmã Maria Eva do Paraíso era de uma dedicação extremosa junto aos enfermos, profundamente devota da Sagrada Eucaristia e de Nossa Senhora. Quando morava no Colégio Normal São Francisco de Assis, em Arapiraca, Alagoas, fundou o grupo das mulheres sofridas. Costumava se reunir à noite, semanalmente, com mães, cujos filhos estavam ausentes do lar ou em conflito com familiares ou envolvidos na dependência química e orava com todas, além de estabelecer mediações para minorar esses sofrimentos familiares. Manifestava grande zelo pelos sacerdotes, com oração e cuidados. Confeccionava para algumas Igrejas “os paninhos de Nosso Senhor”, como gostava de chamar aos corporais e sanguinhos, além de confeccionar túnicas e estolas para os Religiosos. Em todas as Fraternidades por onde passou, deixou o exemplo de fidelidade à sua consagração e devotado amor à Sagrada Eucaristia. Extinguiu-se no Colégio de Nossa Senhora das Graças, em Propriá, Sergipe.

074. Elza do Desterro Fonseca (08.12.2000)

Nasceu em Valença, Diocese de Ilhéus, Bahia, a oito de maio de 1915, filha de Manuel Anselmo da Fonseca e de Maria Josefina da Fonseca. Foi admitida ao postulantado e ao Noviciado em 1933, Avenida Luís Tarquínio, 13. Emitiu os votos temporários em 1936 e os votos perpétuos em 1941, no Convento Sagrada Família.

Irmã Elza teve uma vida de dedicação aos irmãos padecentes de Jesus. Além de outras

obras, por onde passou, integrou o grupo de Irmãs da primeira comunidade franciscana hospitaleira aberta na Fundação de Amparo ao Menor – FAM, em Recife, Pernambuco. Semeou paz e bem na prática da enfermagem, com bastante delicadeza na execução dos procedimentos. Era uma alma cheia de alegria, disponibilidade e cuidados.

Estabeleceu um vínculo de amizade entre sua família e a Congregação, de tal forma que, mesmo depois de seu falecimento, os familiares, por ocasião das festas juninas, enviavam produtos típicos do interior para as Irmãs da última Fraternidade onde viveu, a Organização Fraternal São José, em Salvador. Ali, com alegria e bondade, abria as portas a todos que chegavam e também o seu coração acolhedor e feliz, servindo Nosso Senhor Jesus Cristo, na pessoa dos irmãos. Irmã Elza, “feliz lembrança; na pátria celeste vive a bem-aventurança”.

0 7 5 . E m e r i n a A g u i a r d e Q u e i r o z (25.09.1972)

Nasceu a oito de junho de 1899, em Cairu, Bahia, filha de João de Queiroz e Rosa Coutinho de Aguiar Queiroz. Em 1929 foi admitida e também iniciou o Noviciado. Fez a profissão temporária em 1930 e a profissão perpétua em 1937.

Uma vida piedosa dedicada aos cuidados da enfermagem, a I rmã Claudentina da Santíssima Trindade trabalhou no Hospital de Estância, durante a Segunda Guerra Mundial, cuidando dos feridos e manifestando a ternura e misericórdia de Deus junto às famílias enlutadas pelo conflito. Era incansável na dedicação cuidadosa, especialmente aos mais a t i n g i d o s , q u e i n s p i r a v a m c u i d a d o permanente, numa época em que os recursos da Saúde eram tão escassos. No Hospital Amparo de Maria, onde atuava, não havia residência para as Irmãs, por isso Irmã Claudentina se deslocava, muito cedo, do Colégio Sagrado Coração de Jesus até o Hospital, rezando o terço, uma das suas orações prediletas. Generosidade e alegria ornavam a sua vida; muito presente nos atos de comunidade, gostava de contar histórias engraçadas para alegrar as suas Irmãs.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 93

076. Emília Chagas Bonfim (09.08.1995)

Sergipana de nascimento, natural da cidade de Tobias Barreto, nasceu a 14 de setembro de 1914, filha de Joviniano Chagas Bonfim e Josefa Zulmira Chagas. Professou em 1947. Foi admitida ao Noviciado em 1963 e fez a profissão temporária em 1964 e a profissão perpétua em 1969.

Sua vida apostólica se desenvolveu silenciosa e operante em várias obras, com presença marcante no Hospital Português da Real Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro, em Salvador, Bahia. Com alegria, ela se doava em cuidados a serviço das coirmãs. Era uma pessoa de oração assídua e largamente partilhada. Mantinha afável trato com as jovens estudantes, oferecendo-lhes cotidianamente pérolas de seus diálogos com Deus.

Vivia com simplicidade, revelando a graça benfazeja do Senhor em sua doação alimentada pelo desfiar das contas do terço em união de grande confiança na Santa Mãe de Deus. Também alimentava sua fé na proteção do Patrono da Igreja, cujo nome constava em seu onomástico. Irmã Emília de São José, como serva de todos, se foi, assim, fielmente consagrada, até o fim. Faleceu aos 80 anos, bem vividos na graça de sua consagração ao Senhor Jesus, os últimos dos quais na Comunidade do Convento Sagrada Família.

077. Emília de Jesus Pereira (11.09.1934)

Era filha de Manuel Francisco e de Maria Pereira e nasceu a 13 de maio de 1865, em Carril, freguesia de Mogege, Famalicão, Portugal. Foi admitida em março e tomou hábito em julho de 1896. Professou em 1897. Integrou o primeiro grupo das dez Irmãs que, deixando a pátria querida, embarcou em Vigo, Espanha, com destino ao Brasil em 1911.

Irmã Maria de Santa Justa pertenceu à primeira Comunidade que abriu o Colégio de São Francisco em Monte Alegre, Pará, onde assumiu com dedicação o serviço de nutrição. Em 1913, foi transferida para o Colégio de Itacoatiara, sempre empenhada no cuidado

nutricional das coirmãs, apoio imprescindível, naquele momento histórico em que lançavam as sementes da evangelização, junto ao povo sofrido da região amazônica. Em dezembro de 1914, a obediência a conduziu ao Nordeste, para continuar sua missão no Colégio Nossa Senhora das Graças, em Propriá, Sergipe, fundado a 26 de fevereiro de1915.

Sempre incluída no pioneirismo das obras, ainda em Propriá, foi destinada a servir, em 1918,no Hospital São Vicente de Paulo, com mais duas Irmãs, realizando verdadeiros milagres diante da precariedade de recursos, para dispensar o cuidado atencioso aos doentes e necessitados.

078. Emília Soares de Souza (12.03.1999)

Natural de Portalegre, Diocese de Mossoró, Rio Grande do norte, nasceu a 17 de dezembro de 1920, no seio da família de Antonio Soares de Souza e Joana Baptias de Souza. Foi admitida ao Postulantado em 1949 e ao Noviciado em 1950. Fez a profissão temoprária em 1952 e a profissão perpétua em 1968, no Convento Sagrada Família em Salvador, Bahia.

A Irmã Nazaré foi agraciada com uma multiplicidade de dons. Sua caminhada para Deus foi exercida na enfermagem, na Formação como auxiliar da Mestra de Noviças, no acompanhamento das aspirantes à Vida Religiosa, na costura primorosamente acabada, na aceitação serena de longa enfermidade. Mantinha-se em permanente estado de oração, pois afirmava: “se é uma coisa que eu gosto de fazer, é rezar”. Sentia-se realmente na presença amorosa de Deus e daí emanava toda sua alegria e serenidade.

Apesar de enferma, tinha paciência para escutar quem a v is i tava, e mesmo, impossibilitada de falar, expressava pelo olhar o seu entendimento com as interlocutoras. Gostava de saber notícias de sua Congregação e da Província de Santa Cruz, pois ia oferecendo suas dores como oferta ao Altíssimo. “Nossa Irmã querida, como é bom recordar a sua vida!” Ultimou-se no Convento Sagrada Família, em Salvador.

94 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

079. Elvira de Jesus Mendes (28.05.1998)

Nasceu em Airães, Felgueiras, Diocese do Porto, em Portugal. Filha de Vitorino Mendes e Emília Rosa. Foi admitida ao Postulantado e também ao Noviciado em 1927, em Tui, Espanha, onde emitiu os votos temporários em 1928. Fez a profissão perpétua em 1934, no Mount Mary Convent, em Bandra. Foi missionária na Índia, na Guiné e em Moçambique. Deixou um valioso legado, documentado com fotografias, de sua presença junto aos mais necessitados, dos quais teve de separar-se, em razão das lutas pela independência dessas Colônias portuguesas.

A Irmã Patrocínio de Jesus era uma alma ardorosamente missionária que não parecia temer riscos nem contratempos nem dificuldades pessoais, quando se tratava de levar a todos o conhecimento de Deus. Na sua chegada ao Brasil, em 1976, integrou a Comunidade que servia na Paróquia de Campo de Brito, Sergipe, onde, para a sua atividade missionária, se deslocava em um triciclo, sempre lotado de crianças que ela amava com profunda ternura e das quais parecia não poder separar-se.

Amava a Eucaristia e sabia cativar as pessoas, sendo chamada a Irmã da caridade e do sorriso. Atuou como catequista junto às famílias de locais periféricos. Ali, com extrema delicadeza e pedagogia singular, respeitava o sagrado direito de brincar das crianças e, através do canto e de criativas brincadeiras, lhes ensinava as divinas lições de Jesus.

Na enfermaria Pio XII do Hospital da Sagrada Família, Salvador, Bahia, onde veio a falecer, mantinha sempre o jeito de ser alegre, mesmo enferma e sob os cuidados de saúde. “Irmã Patrocínio, missionária da Congregação por onde andou se fez apóstola de coração”.

080. Enedina de Souza (02.09.2006)

Era Alagoana de Junqueiro e nasceu a quatro de agosto de 1919. Seus pais eram João Baptista Sousa e Maria Rosa Sousa. Foi admititida em 1942, ano em que também tomou hábito. Professou temporariamente,

em 1944. A Irmã Maria Evangelina da Assunção exerceu as mais diversas funções na sua trajetória de franciscana hospitaleira: atuou na enfermagem em vários hospitais, foi superiora, por longos anos, na Santa Casa de Misericórdia de Rio Claro, São Paulo, onde prestou relevantes serviços, sempre tendo em vista os empobrecidos que ali chegavam. Seu empenho e caridade conquistaram muitos benefícios para a população carente que procurava a Santa Casa.

Na Província do Sagrado Coração de Jesus, foi Conselheira Provincial por vários mandatos, sempre buscando fazer com que as Irmãs se dedicassem com mais afinco à preparação profissional, pois antevia que a modernidade iria exigir muito da vida religiosa consagrada -VRC. Incentivou I rmãs a estudarem, favorecendo-lhes muitas oportunidades, tanto às jovens quanto às mais idosas.

Interessava-se pela atualização constante através da boa leitura, sendo a primeira, na Fraternidade a ler a revista Convergência e o Jornal diário. Sintonizava-se com o mundo, sem se descurar do ser religiosa. Partiu para a casa do Pai, quando contava 62 anos de vida consagrada na Congregação.

0 8 1 . E r m e l i n d a P e i x o t o R a m o s (03.10.2009)

Nasceu em Cedovim, Vila Nova de Fozcoa, Diocese da Guarda, em Portugal, a 27 de agosto de 1911, filha de Manuel dos Anjos Peixoto e de Albertina do Carmo Ramos. Era irmã consanguínea da Irmã Maria do Céu Peixoto (Irmã Inocência de Santo Antônio). Ermelinda foi admitida ao Postulando e também ao Noviciado no ano de 1940, em Caminha, Portugal, onde emitiu os votos temporários em 1941 e os votos perpétuos em 1948.

A Irmã Maria Albertina de São Francisco veio para o Brasil, em 1974, e serviu na Fraternidade Nossa Senhora da Assunção, da Real Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro em Salvador, Bahia, (Hospital Português) por 30 anos. Sua dedicação missionária aconteceu no setor de saúde, na enfermagem e no cuidado da

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 95

nutrição dos pacientes, com zelo e empenho p a ra b e m s e r v i r o s a co m e t i d o s d e enfermidades.

Alimentava seu fervor apostólico diante do Santíssimo Sacramento, desde as 4 horas da manhã, oferecendo as primícias do dia a Nosso Senhor Jesus. Era silenciosa no seu agir, porém extremamente alegre no convívio da fraternidade. Faleceu no Hospital da Sagrada Família, quando integrava a Fraternidade do Convento Sagrada Família em Salvador.

082. Eronita Lucas da Silva (21.06.2003)

Era filha de Luciano Lucas da Silva e de Deoclécia Soares da Silva. Nasceu a 22 de fevereiro de 1935, em Vertentes - Recife, Pernambuco. Foi admitida à vida religiosa em 1936 e tomou hábito em 1957, professando em 1959.

A Irmã Maria de São Paulo Eremita era uma pessoa boa, fraterna e humilde, amiga de suas Irmãs. Era uma Irmã dedicada a todas as possibilidades de ajudar a quem estava necessitada de uma palavra e de um bem, em sua vida.

Sua tônica de vida era fazer o bem, sem olhar a quem e, na área da saúde, como enfermeira, mas, quando a Congregação dela precisou, fez um bom trabalho no Economato da Província do Sagrado Coração de Jesus – São Paulo, procurando dar às nossas Irmãs aquilo de que elas precisavam, tanto de bens materiais como de cuidados de saúde, espirituais e ajuda humana e fraterna, em qualquer situação. Era uma enfermeira sensível ao sofrimento humano, procurando todos os meios de socorrer e curar a pessoa doente. Faleceu, em São Paulo, aos 68 anos de vida.

083. Etelvina dos Santos d’ Azevedo (05.02.1971)

Irmã Maria de Corpus Christi nasceu em Alfândega da Fé, Diocese de Bragança, Portugal. Filha de Antonio Alfredo Azevedo e Júlia Rosa Carvalho Azevedo. Foi admitida à vida religiosa em 1934, ano em que iniciou o Noviciado. Fez a profissão temporária em 1936 e profissão perpétua em 1942.

Veio transferida para o Brasil e por longos anos, conduziu os destinos do Hospital da Sagrada Família como fiel administradora da prodigalidade do Senhor Jesus. Sob sua g e s t ã o , f o r a m f e i t o s g r a n d e s empreendimentos, a exemplo de ampliação do número de leitos, salas de cirurgias e serviços ambulatoriais, em favor do progresso do atendimento à saúde no Hospital, mantido pela Província de Santa Cruz. Atenta aos mais necessitados, ampliou o serviço ambulatorial e a maternidade.

Como franciscana, manifestava imenso zelo pela vida sacerdotal e, no Hospital Sagrada Família, acolheu a muitos até a plena recuperação de saúde, fato recordado pelo Padre Alberto Kruschewsky.

Regressou a Portugal, onde faleceu, aos 64 anos.

084. Erundina dos Santos (22.07.2010)

Nasceu em oito de dezembro de 1934, em Japaratuba, Diocese de propriá, Sergipe, filha de Hormino Clemente dos Santos e de Maria do Carmo Santos. Foi admitida em 1956 e fez o Noviciado em 1963. Emitiu os votos temporários em 1965 e os votos perpétuos em 1973, no Convento Sagrada Família em Salvador, Bahia.

A Irmã Maria Perpétua de Jesus exerceu fecundo apostolado por onde passou, como sinal de presença orante e misericordiosa. Tocava o coração das pessoas que a escutavam pelo seu jeito despojado e autêntico de consagrada franciscana hospitaleira. Na sua vida simples, o desejo de levar Jesus a todos e de torná-lO conhecido, deu-lhe forças para enfrentar por longos anos a doença que a vitimou.

Irmãs e familiares testemunharam os benéficos efeitos da sua presença missionária, de sua perseverante entrega à vida consagrada e à vivência fraterna, e, sobretudo, a aceitação da enfermidade, numa entrega serena nas mãos de Deus, tudo bênçãos adquir idas através dos 45 anos de consagração, vividos na fé e na esperança. Partiu para a Casa do Pai, aos 75 anos de idade,

96 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

no Hospital da Sagrada Família, quando integrava a fraternidade no Convento Sagrada Família.

085. Floripes da Costa Rocha (04.02.2003)

Nasceu a 28 de janeiro de 1930, em Cavernães - Viseu, Portugal. Era filha de Domingos da rocha e de Deolinda da Costa. Entrou no Postulantado, em 1952, e no Noviciado, em 1952. Fez a profissão temporária, em 1954, e a perpétua, em 1960.

A Irmã Deolinda Maria do Divino Coração viveu intensamente a Vida Religiosa e foi uma Franciscana Hospitaleira convicta da sua opção pela vida consagrada. Era uma pessoa alegre, positiva, franca e bastante emotiva. Ainda em Portugal, atuou na enfermagem, salvando crianças prematuras e cuidando com carinho dos doentes e necessitados.

Depois de algum tempo, veio integrar a Província do Sagrado Coração de Jesus (PROBRASUL) no Brasil e continuou sua missão na enfermagem, nas obras sediadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul em Itaquiraí, e Santa Catarina em Guaraciaba.

Gostava de culinária, artesanato, jardinagem e v a l o r i z a v a a m e d i c i n a a l t e r n a t i v a . Confeccionava as alfaias da capela.

Viveu a experiência das Comunidades Populares, na cidade de Mariana - Minas Gerais, na instituição “Figueira com pessoas especiais” e totalmente dependentes, como verdadeiro anjo da caridade. Seus últimos anos passou-os na Beneficência Portuguesa de São Paulo, como sacristã, Ministra da Comunhão para os doentes do Hospital Osvaldo Cruz e vizinhas da obra. Animava o canto litúrgico e presidia a celebração dos fiéis defuntos.

Partiu para a mansão dos eleitos, em São Paulo, aos 73 anos de idade. “Lembremos-nos dela com fraterna amizade e gratidão pela sua fidelidade e disponibilidade, dedicação e amor a Deus”, foram palavras confortadoras da Irmã Maria Vilani Rocha de Oliveira em suas condolências.

086. Francisca Costa Rego (24.08.1991)

Natural de Pau dos Ferros, no Rio Grande do Norte, nasceu a três de outubro de 1927. Seus pais eram Cícero Estêvão do Rego e Maria Soledade L. Rego. Foi admitida à vida religiosa em 1950, tomou hábito em 1951 e fez a profissão religiosa em 1953.

A Irmã Lídia do Divino Amor passou por diversas Casas de Saúde, dedicando toda a sua vida ao serviço dos doentes, serviço que exerceu com zelo, carinho, abnegação e competência, captando o respeito e a estima de todos. No ano que passou em Portugal, na Casa de Saúde da Boavista, deixou marcas de sua vida, tanto espiritualmente, como no cumprimento de seu dever na enfermagem, notadamente, aos doentes e a pessoas empobrecidas. Era uma pessoa que viveu cheia do amor de Deus. NEle encontrou força e mesmo a morte física não a assustou.

087. Francisca Ferreira Simões (11.11.2008)

Natural de Patu, Rio Grande do Norte, era filha de Jerônimo Ferreira Simões e de Maria Francisca Conceição e veio ao mundo em 23 de março de 1926.

Bem cedo, sentiu-se chamada pelo Senhor à Vida Religiosa Consagrada. Conheceu a Confhic e ingressou no postulantado, em 1948, em Salvador – Bahia, e fez profissão perpétua em 1957, para testemunhar o Carisma Franciscano Hospitaleiro a serviço de Deus, na pessoa dos irmãos mais sofredores.

A Irmã Arlete de Maria Santíssima era uma pessoa discreta e prudente, mantendo-se atenta em seu trabalho, na missão franciscana hospitaleira que exercia junto àqueles que necessitavam de seus cuidados. Era delicada, caridosa e tinha zelo apostólico, levando sempre uma mensagem evangélica aos familiares dos pacientes e funcionários com quem contatava. Dedicava um grande amor à Sagrada Eucaristia, fazendo com que as pessoas recebessem Jesus Eucarístico, como precioso Sacramento dos enfermos.

Faleceu na ternura e pureza de quem sempre buscou amar Àquele que a amou primeiro.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 97

088. Francisca Floripes de Oliveira (03.01.1980)

Mossoroense, do Rio Grande do Norte, nasceu a 30 de abril de 1911. Era filha de Antônio Filipe Filho e de Florência Felgueira Filho. Foi admitida à vida religiosa em 1931, ano em que também tomou hábito e professou em 1935. A Irmã Maria do Sagrado Coração sabia corrigir com firmeza, mas com brandura. Era muito atenciosa para com suas Irmãs e demais pessoas da Casa, não deixando que ninguém passasse necessidades, especialmente aqueles mais humildes.

Foi uma Irmã devotada ao Serviço Social, junto aos empobrecidos e familiares das Irmãs. Na Santa Casa de Misericórdia de Pirassununga, mostrou grande capacidade de organização e liderança. Na Casa São Francisco – Petrópolis, Rio de Janeiro, unindo-se a Jesus na Eucaristia, exerceu, de modo admirável, o seu carisma de Hospitalidade para com o povo da redondezaPartiu para a casa do Pai, como partem as pessoas justas, pois, em vida, por onde passou, deixou um rastro de suavidade e benignidade.

089. Francisc a G omes de Oliveira (07.06.2012)

Mossoroense de nascimento a 22 de março de 1935, filha de Idio Gomes de Oliveira e Luzia M ar ia de Ol ive i ra . Fo i admit ida ao Postulantado e também ao Noviciado em 1958. Fez a profissão temporária em 1961 e a profissão perpétua em 1967, no Convento Sagrada Família em Salvador, Bahia.

Era atuante na vida litúrgica e apostólica de sua paróquia, onde dirigia a Cruzada Eucarística e preparava as crianças para a Primeira Comunhão. Em seu estágio apostólico de vida religiosa, a Madre Corpus Christi registrou, na ficha de avaliação: “Tem bom espírito comunitário, é alegre, expansiva e sacrificada, pontual nos atos comunitários, a que assiste com óptima disposição.

Desempenha a obrigação com zelo, dedicação e eficiência”. Sua amiga penedense, Ubaldina Regueira, relatou: “Expressava devoção a Nossa Senhora e ao Menino Jesus de Praga, inclusive promoveu a oração das 9 horas

contínuas de adoração e alcançou a graça de minha aprovação em concurso público e nomeação, após oito dias de publicado o resultado”. Destacou-se pela caridade e por ver no necessitado a pessoa de Jesus Cristo. Gostava muito de cantar e, através do Coral Nossa Senhora do Rosário, contribuiu para fazer frutificar vários grupos de Coral nas paróquias da Diocese de Penedo, em Alagoas, onde dirigiu as Fraternidades da Santa Casa e do Hospital Regional.

Foi um verdadeiro exemplo de pequenez. Dedicava-se com ardor à promoção vocacional e encaminhou para a nossa Congregação muitas jovens desejosas de seguir o Senhor. Amava, de igual modo, as vocações sacerdotais. Foi, várias vezes, eleita Conselheira Provincial, na área de Saúde, e dirigiu com muita dedicação o Hospital Sagrada Família, em Salvador, onde exerceu a caridade a mãos cheias. Sempre alegre, sorridente, a todos acolhia com simpatia e singeleza.

Era a animação dos recreios da Comunidade, com as suas histórias e gracejos. Recebeu com serenidade e sentimentos de entrega ao Senhor os muitos sofrimentos que Ele Se dignou enviar-lhe. Quando a chamou à Sua presença, a Irmã Francisca integrava a Comunidade do Convento Sagrada Família, onde decorreram os seus últimos anos.

0 9 0 . F r a n c i s c a G r a t u l i n a M a r t i n s (27.12.2009)

Filha de Manoel José Martins e Mariana Gratulina Martins nasceu a 1º de novembro de 1910, em Palmeira dos Índios, Alagoas. Foi admitida à vida religiosa em 1936 e professou em 1937. Emitiu os votos temporários em 1967 e os votos perpétuos em 1972.

A Irmã Delfina falava, muitas vezes, de e com Nosso Senhor e Sua Mãe, a Santíssima Virgem, com terna intimidade e com imenso carinho. Seu maior legado foi o ardor missionário, pois, do seu íntimo, deixava transparecer constante entusiasmo pela catequese. A quantas crianças abriu o coração para Jesus e a quantos casais levou as bênçãos do matrimônio! Com os conhecimentos que pôde adquirir de

98 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

enfermagem fazia maravilhas de caridade e a cura brotava de suas mãos. Com mais de 80 anos, ainda visitava as famílias, os doentes e fazia seu apostolado, no Povoado Amparo, Conceição do Jacuípe, Bahia.

Era a ela que as pessoas recorriam para resolver os seus conflitos conjugais e nunca se negou a atendê-las, sendo sempre muito respeitados as suas palavras e sábios conselhos. Era um coração de pura ternura, sempre disposta a ouvir as súplicas e a transmitir palavras encorajadoras de fé e alento, nas horas difíceis, em auxílio, sobretudo, dos mais necessitados. Sempre dedicada e serviçal, animada por grande caridade fraterna, atendia suas Irmãs com toda a singeleza e prestatividade. Já no começo de sua vida religiosa, quando ainda se encontrava em Penedo, no Colégio Imaculada Conceição, era sabido por todas que, ao regressar de férias ou de retiro, cada Irmã encontrava a sua cela escrupulosamente limpa e a sua roupa muito bem remendada, lavada e passada a ferro. Sempre disponível, nunca se recusava aos pedidos de suas Superioras, por exemplo, para substituir temporariamente alguma Irmã de outras Comunidades, ainda que, por vezes, sentisse natural repugnância em o fazer.

No Hospital Sagrada Família, toda se desdobrava na cantina (era uma belíssima cozinheira, doceira e sorveteira), para atender de maneira agradável os médicos e o pessoal de serviço. Chegava a “exagerar ” na preocupação de agradar a todos e de bem acolher e servir. Após 99 anos de fecunda existência, faleceu no Convento Sagrada Família, em Salvador, onde passou os últimos anos de vida.

091. Francisca José Nogueira (07.02.1958)

Era filha de Francisco Paulo Nogueira e de Odette Nogueira e nasceu no mês de novembro de 1930, em Alto Santo no Ceará. Foi admitida à vida religiosa em 1951, tomando o santo hábito em 1952. Emitiu os votos de consagração em 1954, renovou-os em 1957 e, às portas da morte, já a sentir os clarins da vitória, conscientemente fez a profissão perpétua em 1958.

A Irmã Maria de São Filipe Nery empenhou-se na observância dos conselhos evangélicos, partilhando da vida fraterna com alegria e d e d i c a ç ã o. C o m o I r m ã f r a n c i s c a n a hospitaleira cultivou santas devoções: a Jesus Sacramentado, fonte de amor e de acolhida; a Nossa Senhora Imaculada Conceição, amparo maternal; a São José, patrono da Igreja e dos Noviciados; a São Francisco de Assis, i n s p i r a ç ã o d a v i d a e m p o b r e z a e solidariedade; a Santa Clara de Assis, exemplo de oração e de fidelidade.

Durante o tempo do Noviciado e, mais tarde, no apostolado da enfermagem que desenvolveu no Hospital Regional de Penedo, Alagoas, tornou-se notória pelo silêncio e resignação com que aceitava tudo, até os dolorosos incômodos da doença.

Era de saúde muito frágil e, confirmada a inviabilidade da cura da juniorista, a Madre Eucaristia (Maria do Carmo Bourbon), S u p e r i o r a Pr o v i n c i a l , c o n c e d e u - l h e possibilidade de emitir os votos definitivos no seu leito de morte. Faleceu no Convento Sagrada Família, Salvador, Bahia, aos 28 anos de idade e seis de vida religiosa.

“Eu não posso rezar, mas quero que rezem muito” – disse nos últimos momentos para a enfermeira que a acompanhava. Assim morrem as almas que, na flor dos anos, sacrificam tudo para Tudo encontrar no final da meta.

0 9 2 . G e l c y d e O l i v e i r a M a r i a n o (16.12.2013)

Era natural da cidade de Macau, no Rio Grande do Norte, trouxe imensa alegria ao lar de Joana de Oliveira Mariano e de João Mariano, na festa de São João Batista, a 24 de junho de 1924. Iniciou sua vida religiosa em 1947, quando foi admitida ao Postulantado, no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia, e fez sua admissão ao Noviciado, em 04 de outubro do mesmo ano. Cultivava uma devoção especial à Maria Santíssima e emitiu os votos temporários em1950, na festa litúrgica da Anunciação do Senhor. Fez a profissão perpétua em 1957.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 99

A Irmã Maria Anunciada dos Anjos inicou a vida apostólica revestida de entusiasmo e dedicação ao próximo, em 1948, atuando na recepção da Real Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro (Hospital Português), em Salvador.

Ao completar as etapas da formação inicial, foi enviada a Mossoró, no Rio Grande do Norte, onde, por mais de cinco anos, desvelou-se em cuidados, na educação da infância e da juventude potiguar. Teve uma atuação relevante, por mais de 18 anos, no Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Sergipe. Sua presença em Estância destacou-se pelo acompanhamento a jovens e adultos que a procuravam para orientações, época em que recebeu o reconhecimento público, como cidadã estanciana,

Chegou a Salvador, em 1973, para alargar a tenda de seu coração em favor da Paz e do Bem, como fiel seguidora de São Francisco de Assis, o santo de sua predileção. Amava a Sagrada Escritura, com preferência particular os escritos paulinos, fonte de sua mística: “Sei em quem acreditei”. (2Tm 2,12).

093. Geraldina Dias Nobre (13.03.1967)

Nasceu a 21 de setembro de 1910, em Lagoa, Diocese de Faro, em Portugal. Era filha de José Bernardo Júnior e Maria do Nascimento Dias. Foi admitida ao Postulantado e ao Noviciado em 1936. Fez a profissão temporária em 1937 e a profissão perpétua em 1941.

A Irmã Maria Diamantina de Cristo Rei era considerada uma “religiosa de grande prudência e de longa prática”, exerceu o cargo de Superiora no Hospital Vera Cruz, de Belo Horizonte, Minas Gerais, no Hospital Português da Real Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro, de Salvador, e no Hospital da Sagrada Família, na mesma cidade, e integrou o primeiro Conselho Provincial da Província de Santa Cruz. Foi no apostolado hospitalar, “fazendo o bem sem olhar a quem”, que intensificou o pensamento, aprofundou a vontade, encheu de fé e esperança seu coração, para dar uma resposta firme e autêntica à caridade.

Sabia admoestar com amor e sabedoria. Manifestava atenção pelo bem-estar das Irmãs, procurando ser presença fraterna; tinha o gosto de, muitas vezes, proporcionar lanche para o Noviciado. Era firme nas decisões, sabia lidar com os imprevistos e era bondosa para com todas as pessoas que trabalhavam sob sua orientação. Zelava pela vida pessoal de cada Irmã e procurava proporcionar tempos de descanso a quem labutava em trabalhos mais cansativos. Era a caridade em pessoa.

Com esse objetivo, construiu, na cidade de C a m a ç a r i , u m a c a s a d e r e p o u s o , posteriormente vendida para comprar a Vivenda São Francisco, na estância termal de Dias d’Ávila, onde ela própria se estabeleceu. Dentre os Amigos que conjugaram esforços e sentimentos humanitários para a realização da obra, contou com o apoio da Sr.ª Hildete Lomanto Júnior. Melhorou muito as condições da casa e fundou aí “uma Escola onde crianças e adultos aprendessem a ler, escrever, trabalhar”, escola que foi, mais tarde, chamada E s c o l a M a d r e D i a m a n t i n a . E m s u a homenagem, foi criado o Centro Assistencial São Francisco de Assis.

Faleceu no Hospital Português, em Salvador, vítima de acidente automobilístico. Sua morte foi muito sentida, em Salvador e, sobretudo, em Dias d’Ávila, onde a sua caridade deixou marcas indeléveis. Pela humildade, mestra da sabedoria, e pela paciência, virtude mais forte do que o heroísmo, deixou em todos o marco da sua passagem. Dela podemos afirmar o que disse o salmista: “Viveu a ventura da graça em cada dia da vida” e retornou feliz à Casa do Pai.

094. Gercina Barbosa da Silva (05.07.2010)

Nasceu em Catú, na Diocese de Salvador, Bahia. Entrou para a Congregação, em 1955, e iniciou o Noviciado, em Salvador, no ano de 1956. Em 1964, emitiu os votos perpétuos.

A Irmã Maria Arnaldina do Presépio era uma pessoa muito alegre e até jocosa, pois sabia fazer certas brincadeiras para distrair nossas Irmãs, com sorrisos e alegria. Sentindo necessidade de fazer uma paragem na sua vida, pediu autorização para estar algum tempo fora da Comunidade e veio a sair da

100 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

Congregação, à qual havia de voltar mais tarde. Ao retornar à Confhic, sua adaptação foi muito boa. Revelou-se uma mulher feliz e orante. Era muito simples, alegre e dinâmica. Não se cansava de dizer: “Esta é a minha família, aqui quero viver e morrer”.

094. Maria de Jesus Mendonça Santos (04.11.1920)

Seus pais eram Francisco Santos Mendonça e Maria Evangelina Mendonça. Era natural de Propriá, Sergipe e nasceu a 20 de setembro de 1899. Foi a quinta brasileira admitida na Confhic – Brasil. Iniciou o Postulantado a 16 de julho de em 1918 e o Noviciado em 21 de dezembro desse mesmo ano, no Colégio Imaculada Conceição, Penedo, Alagoas, onde, na época, estava sediada a formação inicial. A inda em Penedo, emit iu os votos temporários a 27 de dezembro de 1919.

A Irmã Maria do Divino Salvador foi transferida para o Hospital da Misericórdia de Rio Claro, São Paulo, onde deu sentido à existência pela fé e pelo amor ao próximo, aproveitando das pequenas coisas para sua realização plena no Cristo. Aí viveu o seu último ano de vida.

095. Guiomar da Silva (29.03.1976)

Nasceu a 31 de janeiro de 1918, na cidade de Junqueiro, Alagoas. Era filha de Antônio da Silva e de Maria das Dores Silva. Foi admitida à vida religiosa em 1937, tomou hábito em 1938 e professou em 1940.

Sua vida foi um hino de amor e entrega generosa a Jesus no serviço das irmãs e irmãos que dela precisavam. Foi uma pessoa simples, testemunhou e viveu a hospitalidade, por onde passou; junto dela ninguém podia estar triste. Para todos tinha uma palavra de conforto, coragem e até de humor. Era impressionante o seu jeito de encorajar as pessoas.

A Irmã Maria Graça de São José era piedosa, de temperamento alegre, disposta a ajudar e a desculpar as coirmãs. Tudo organizava com calma e sem perda de tempo. Enfrentou o período da doença com a maior serenidade e conformidade com a vontade de Deus. Passou

na Beneficência Portuguesa do Rio os últimos oito anos de vida. Faleceu aos 58 anos de idade e 38 de vida religiosa. Sepultaram-na no jazigo da Congregação existente no Cemitério de São João Baptista, no Rio de Janeiro.

Seu legado, a exemplo dos Fundadores, foi espalhar a paz e o bem, com a coragem dos que vencem as dificuldades da vida, apoiada na caridade fraterna que exerceu com as pessoas empobrecidas.

0 9 6 . G u i o m a r d e N a z a r é Fa r r ô c o (12.08.1987)

Nasceu a 15 de novembro de 1917, em Vila Nova de Campeã, Diocese de Vila Real, em Portugal. Era filha de António Moreira Farrôco e Cândida Dias Maia. Foi admitida, na Sarávia – Tui, Espanha, ao Postulantado em 1935 e ao Noviciado em 1936. Fez a profissão temporária em 1937 e a profissão perpétua em 1943.

A Irmã Maria Carolina de São Rafael veio transferida para o Brasil, onde manifestou a ternura e a misericórdia de Deus nos cuidados que prestava no exercício da enfermagem. Seu coração maternal era todo desvelo na condução da Casa da Criança Dr. João Moura, em Campina Grande, na Paraíba. Suas atitudes eram movidas de sentimentos de compaixão e afeto para com a infância desprotegida. Igual atenção e cuidados providentes foram dispensados pelo seu coração magnânimo aos idosos. Em Salvador, Bahia, esteve, por longos anos, integrada à Pastoral da Saúde, na Arquidiocese de São Salvador, quando percorria diversos hospitais em visita aos enfermos, preferencialmente os mais abandonados, levando-lhes o conforto da presença e, sobretudo, da comunhão Eucarística.

No Hospital Português da Real Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro, em Salvador, Bahia, onde faleceu, desdobrava-se, escondidamente, no a t e n d i m e n t o e s o c o r r o a o s m a i s empobrecidos e desvalidos, os quais bem sabiam que nunca se retirariam da sua presença de mãos vazias, sem verem atendidas as suas necessidades mais urgentes.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 101

097. Guiomar Pereira de Lima (03.06.2001)

Era filha de Júlio Pereira Lima e de Severina Gabriel Araújo. Nasceu a 26 de abril de 1930, e m I n g á , Pa r a í b a . Fo i a d m i t i d a a o Postulantado em 1950 e tomou hábito em 1951. Professou em 1953.

Cultivou a vida consagrada como verdadeira franciscana seguidora da hospitalidade. Exerceu a missão de enfermeira, muito d e d i c a d a e a m o r o s a p a r a c o m o s empobrecidos e desvalidos. Sempre atendia com benevolência as Irmãs mais sofridas e doentes, necessitadas de uma palavra amiga e afeto. Era também caridosa com os colaboradores e pessoas vizinhas ao Centro Assistencial Imaculado de Maria – CAICAM, em Itapecerica da Serra, São Paulo.

A Irmã Maria do Nascimento passou um breve período fora da Congregação, tendo retornado, com muito fervor, ao bem querer de Província, e foi bem acolhida na Fraternidade. O seu convívio após o retorno transcorreu na Fraternidade Imaculado Coração de Maria, em Itapecerica da Serra, São Paulo. Aí desenvolveu o seu dom da caridade e bem querer a todas coirmãs a quem demonstrava amar de coração e com afeto caloroso.

Seu falecimento aos 71 anos de idade. deu-se na própria família, em período de férias.

098. Haydée Gadelha do Monte Rocha (17.04.2003)

Mulher forte como uma amazonense de fibra, nasceu a 26 de dezembro de 1915, em Manaus. Seus pais eram Elias do Monte Rocha e Josina Gadelha Monte Rocha. Foi admitida à vida religiosa em 1931 e tomou hábito em 1932. Professou em 1933.

A Irmã Maria Cecilia da Assunção cultivou uma vida de religiosa autêntica e cumpridora de seus deveres, amante da pobreza e diligente no que diz respeito ao bem a ser feito. Era sensível aos necessitados e auxiliou a muitos nos estudos acadêmicos, acompanhando-os até a graduação e doutorado. Sabia discernir entre o bem a ser feito com urgência, pois

considerava que existia necessidade a ser atendida imediatamente.

Grande educadora da fé, não se descuidava do ensino religioso nos Colégios, por onde trabalhou, onde também não descuidava da catequese. Primou pela educação integral de seus alunos e alunas. Sempre foi atenciosa para com suas Irmãs na Fraternidade e caridosa com as alunas mais necessitadas, fazia-lhes o bem e dava-lhes oportunidades de estudos e uma vida digna, considerando os dons de cada uma.

Faleceu aos 89 anos de idade. Sua última Fraternidade foi no Centro Assistencial Imaculado de Maria – CAICAM, em Itapecerica da Serra, São Paulo.

099. Helena Pereira de Lima (05.04.2007)

Nasceu a 19 de novembro de 1924. Era natural da cidade de Esperança, na Paraíba, filha de pais cristãos, Antero Pereira de Lima e de Marciolina Maria Lima. Foi educada sob a or ientação dos Frades M iss ionár ios Franciscanos, quando em missão pelo nordeste. Desde mocinha, alimentava o sonho de ingressar na Vida Consagrada. Foi admitida em 1947, na Província de Santa Cruz, e, em 1967, fez o seu Noviciado. Como postulante e noviça, relata a sua Mestra Irmã Piedade, demonstrou ser uma pessoa de muita piedade, silenciosa e de boa convivência fraterna.

A Irmã Maria Helena de São José trabalhou em diversas obras da Congregação, sempre com carinho e dedicação. A última Fraternidade foi a do Imaculado Coração de Maria – CAIMCM, em Itapecerica da Serra, São Paulo, à qual chegou, em 27 de julho de 1989. Por solicitação da Irmã Maria Vilaní Rocha de Oliveira, Superiora Provincial, Governo Geral concedeu a permissão para que a Irmã Helena fosse admitida à profissão perpétua.

O seu jeito de ser simples, caridosa, sobretudo, para com as Irmãs doentes e necessitadas de ajuda sempre permanecerá em nossa memória.

102 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

100. Herondina Santos (15.01.1972)

Filha de Antônio dos Santos e Maria do Nascimento dos Santos, nasceu a 19 de agosto de 1900, em Pajahu, Paraíba. Foi admitida à vida religiosa em 1928 e ao Noviciado em 1929, Emitiu os votos temporários em 1930 e os votos perpétuos em 1936.

A Irmã Luzinete de São José, aos 42 anos de vida consagrada e 71 de existência, morreu como viveu. Vida no anonimato, laboriosa, cheia de Deus, perseverante e ativa na oração. Encheu seus dias na graça e na paz e mereceu, no final do combate terreno, contar com a misericórdia de Deus. Subitamente acometida de mal de vesícula, desejou submeter-se a cirurgia, porém uma parada cardíaca colocou em suas mãos a palma da vitória. Irmã Luzinete era uma alma simples e profunda nos seus pronunciamentos. Soube guardar o depósito da fé.

Perseverou no sofrimento e enfrentou, resignadamente, os combates que a vida lhe apresentou e, na vocação abraçada, de terço em punho, jamais desanimou. Paz, amor, perseverança e alegria foram a tônica de sua vida. Conservou na fisionomia a expressão alegre de quem, consciente, partiu para os braços do Criador.

101. Ilka Martins de Almeida (13.01.2009)

Natural de Quixaramobim, Ceará, onde 19 de dezembro de 1923, filha de Antônio Martins Almeida e de Maria Júlia Martins. Foi admitida na Congregação, em 1950, em Salvador; tomou hábito em 1951; professou em 1953 e fez a profissão perpétua em 1959.

A Irmã Maria Esméria dos Anjos, na sua simplicidade, era tranquila e amante do silêncio. Assídua aos atos de Comunidade, era devota de Nossa Senhora, sua grande devoção. Metódica nos seus trabalhos, não se omitia de ajudar a quem precisasse de auxílio. Revelava sensibilidade diante do sofrimento alheio. Solícita, estava sempre disponível para ir ao encontro. Às vezes, para distrair a pessoa em momento de aflição, fazia convite para realizar qualquer trabalho simples. Gestos que representavam centelhas do amor de Deus,

que clareavam as sombras e faziam sentir o “valor de uma Irmã”.

Enfrentou o sofrimento resignadamente, sem lamentos. Na véspera de sua partida, uma das Irmãs da comunidade lhe perguntou como se sentia. Ela, com um leve sorriso, respondeu-lhe: “Bem”. Terminou a sua jornada na terra pacificamente, para a Mansão da Eternidade.

102. Inês Ramos (15.06.1993)

Nasceu no seio da família de Antônio Vieira Ramos e de Conceição Ramos, a 18 de janeiro de 1919, na cidade de Propriá, Sergipe. Foi admitida em 1938; tomou hábito em 1939, e professou em 1940.

Era professora por vocação, mas não se limitou ao conhecimento acadêmico, pois procurava evangelizar, tornando as aulas um momento de espiritualidade que atraía os alunos e alunas para a escuta da Palavra de Deus. Quando em visita à família, reservava tempo para estar com a comunidade mais próxima, levando o calor de sua amizade fraterna.

A Irmã Pureza de Maria Imaculada atuou também em outros trabalhos: Pastoral paroquial, em Igaratá, São Paulo, e Auxiliar de S e c re t a r i a . Co l a b o r av a , a i n d a , c o m orientações referentes à aposentadoria pelo INSS, agindo como um “Anjo da Guarda” em auxílio às Irmãs e a toda pessoa que se encontrava em necessidade.

Sua caridade para com os empobrecidos era enorme. A todos os que ela encontrava pelos caminhos e pelas calçadas, saudava, com alegria: “Bom dia, meu irmão, minha irmã”. Se t i ve s s e a l g o p a r a o fe re c e r, f a z i a - o habitualmente acompanhado de uma mensagem que condizia com a largueza do seu coração acolhedor. Estava sempre bem disposta, com um sorriso nos lábios, para atender suas Irmãs, amigos e necessitados que a procuravam. Durante sua prolongada enfermidade, deu a todas e a todos um exemplo de humildade, paciência e aceitação da vontade do Pai Eterno.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 103

103. Iracema Cabral da Paixão (22.12.2009)

Sergipana de Itaporanga da Ajuda, nasceu a cinco de agosto de 1925, no lar de Inácio Isidorio da Paixão e Inez Cabral. Em 1946, foi admitida ao Postulantado e, em 1963, ao Noviciado. Professou temporariamente em 1964 e perpetuamente em 1969, no Convento Sagrada Família em Salvador, Bahia.

Diligente no trabalho e determinada em suas tarefas cotidianas, também praticava a caridade fraterna entre as Irmãs fragilizadas. Por onde passou, exerceu a sua missão, servindo como Prefeita de internato, professora e secretária. Dotada de muita capacidade artística, fez o Curso de Artes, no Instituto Mauá, em Salvador, Bahia, para melhor servir à Comunidade. Realizou obras maravilhosas, através do trabalho esmerado de suas mãos.

A Irmã Maria do Carmo era esteio de fé junto aos familiares, animando-os, continuamente, ao compromisso com a vida cristã. Nas Fraternidades onde viveu, as Irmãs com as quais convivia testemunharam sua vivência exemplar como Franciscana Hospitaleira. Aos 84 anos, até os últimos dias de sua vida, era o mimo da fraternidade, com sua maneira peculiar de fazer rir a todas e animar o ambiente à sua volta.

104. Irmínia Tavares Correia (15.06.2008)

Filha de Sérgio Correia dos Santos e Maria Fidelcina Tavares, nasceu a 11 de junho de 1920, em São Brás, Penedo, Alagoas. Foi admitida à vida religiosa em 1939 e ao Noviciado em 1967, emitindo os votos neste mesmo ano.

A Irmã Maria Marta da Sagrada Família era uma pessoa orante, dedicada e agradecida ao Deus pelas maravilhas realizadas em sua vida simples. Sentia-se realizada, alegre e feliz no sublime ideal da vida consagrada. Era zelosa em seus deveres religiosos. Não escolhia trabalho e tudo fazia com retidão. A alegria aureolava todas as suas atividades e realizações. Era uma alma de fé. Costumava falar e discorrer sobre o Evangelho de Jesus Cristo. Nela ressaltava o espírito de oração,

piedade nos atos litúrgicos e uma vida fraterna partilhada. Tinha devoção à Eucaristia e à Virgem Maria e, assim, confeccionava terços marianos, a fim de ensinar às pessoas a oração do rosário.

Ativa e dedicada, muito contribuiu para ajudar na sustentação e bem-estar do Noviciado e do Convento Sagrada Família. Imbuída deste objetivo, carregava cestos e tabuleiros de bombons e flores, para vendê-los no Largo da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, em Salvador. Dotada de veia poética, animava, muitas vezes, os recreios e os visitantes com as suas poesias patrióticas e religiosas. Faleceu aos 89 anos, na Enfermaria reservada às Irmãs, no Hospital da Sagrada Família, em Salvador, Bahia.

105. Isabel Pereira Freitas (05.10.1984)

Nasceu em Catolé do Rocha, município de Cazajeiras, Paraíba, no dia 7 de fevereiro de 1913. Era filha de Joaquim Luiz Ferreira e Raimunda Maria da Conceição. Foi admitida ao Postulantado em 1949 e, neste mesmo ano, iniciou o Noviciado. Emitiu os votos temporários em 1951 e os votos perpétuos em 1957, no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia.

A Irmã Maria do Carmo ajudou a promover o progresso das obras da Congregação e fez o bem nas diversas Fraternidades por onde passou, no ofício de Superiora local. No desempenho dessa função, deixou no coração de todas as Irmãs os sinais de sua dedicação à CONFHIC. Entre as suas devoções, dedicava um amor todo especial a Nossa Senhora do Carmo e a São Francisco. Demonstrava grande zelo e lealdade para com as amizades, sempre pronta a prestar-lhes auxílio. Aplicou seus dotes de costureira e, durante muitos anos, confeccionou paramentos e alfaias, com dedicação e zelo pela Casa de Deus.

Era uma pessoa correta nas atitudes e no exercício das mais diversas funções, atuando com exatidão, dedicação e solicitude. Transpôs com serenidade o vale da morte. No seu último retiro espiritual, parecia pressentir este momento, pois comentou com a orientadora: “Não estava pensando fazer este

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retiro, mas resolvi fazê-lo, pois pode ser que seja o último de minha vida”. Quando os exercícios espirituais terminaram, despojou-se, generosamente, de alguns pertences que considerava supérfluos e, pouco tempo depois, foi acometida do mal que a vitimou. Encontrava-se, então, na Comunidade da Escola de Enfermagem Sagrada Família, atual Centro Interescolar de Enfermagem Sagrada Família (CIESF), em Salvador, Bahia.

106. Isabel Sousa (21.05.1972)

Sua terra de origem era Areia Branca, Rio Grande do Norte, onde nasceu a 22 de dezembro de 1912, filha de Luís Antônio de Sousa e de Joaquina Maria de Sousa. Foi admitida ao Postulantado e ao Noviciado em 1933 e professou em 1935.

A Irmã Maria Marta de Jesus viveu com profunda dedicação ao Senhor seus 39 anos consagrados a Deus na CONFHIC, a serviço dos irmãos e irmãs. No convívio fraterno, procurava, com simplicidade e ativa disponibilidade, atender aos cuidados da vida re l igiosa , par t ic ipando dos atos de comunidade com reverência e piedade: a oração, a meditação e a prática das obras de misericórdia.

Viveu numa época em que a devoção a Jesus na Eucaristia e à Sua Paixão e Morte na Cruz modelava o caráter da religiosa pela ternura e misericórdia divina. Conservava no coração os ensinamentos do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, com filial estima à Nossa Senhora, a Imaculada Conceição. Até o fim dos seus dias, cultivou o jeito franciscano de servir e amar toda a cr iação com alegr ia e benevolência.

107. Ivete Barbosa (16.05.2014)

Nasceu a 12 de janeiro de 1922, em Aracaju, capital de Sergipe, filha de Josina Barbosa. Foi admitida ao Postulantado e ao Noviciado em 1950, no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia, onde fez a profissão temporária, em 1953, e a profissão perpétua, em 1960. A Irmã Maria do Patrocínio de São José alimentou sua vocação em confiança

incondicional com o por no Senhor da Vida, através da Eucaristia, da oração pessoal e comunitária e do convívio fraterno. Levava sempre consigo uma estampa de Nossa Senhora e São José, santos de sua devoção, aonde quer que fosse.

Exerceu o magistério em vários colégios da Província de Santa Cruz. Serviu ao Senhor, por muitos anos, na Paróquia de Santa Maria Goretti, em Itabuna, Bahia, administrada pelos Padres Passionistas. Entre as muitas atividades pastorais, missionárias e sociais da paróquia, houve a construção da Creche, com ajuda de famílias italianas, em favor das crianças mais necessitadas. Quando o Padre Mario Collu sofreu grave acidente de carro, manifestou-se uma verdadeira I rmã Franciscana Hospitaleira, exercitando a Bem-aventurança da Misericórdia.

Transferida para Salvador, no Convento Sagrada Família atendia semanalmente, na Tenda da Hospitalidade, mais de 30 pessoas empobrecidas, testemunhando que a justiça se faz com a partilha, a compaixão e a misericórdia. Habitualmente, abençoava as pessoas, sempre com uma palavra de fé. Com vigor apostólico, tornou-se a missionária da colina, que, cotidianamente, fazia a introdução à Santa Missa das oito horas, com uma breve catequese, e um convite incentivador à participação nas leituras e serviço do Altar.

Na Fraternidade, cuidava com esmero, da capelinha interna, lugar do‘seu repouso’ vespertino, quando rezava pelos sacerdotes. Presidia à celebração do mês de São José e de Nossa Senhora, com entusiasmo, envolvendo as coirmãs. Nas ocasiões festivas, preparava com simplicidade, uma surpresa, que ela mesma confeccionava com alegria.

Nos últimos meses, debilitada, sofreu algumas quedas e foi hospitalizada. A despeito da dor durante os dias de internação, se manteve serena e resignada, quando veio a falecer, no Hospital da Sagrada Família em Salvador, Bahia. Após a celebração da Eucaristia e da bênção exequial, o cortejo fúnebre seguiu na direção da Colina Sagrada, fazendo uma parada em frente à Basílica, onde a Imagem do

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Amado Senhor do Bonfim ofereceu-lhe a sua bênção, no momento em que o seu corpo rumava para o repouso eterno. Os sinos soltaram o seu som saudoso, palmas eram batidas, palmas de despedida porque ali passava uma missionária do Reino.

108. Jeorja Raposo Maia (11.06.2001)

Alagoana de Atalaia, Maceió, nasceu a 31 de dezembro de 1928, filha de Pedro Luís Rapôso e de Ana Raposo Maia. Foi admitida ao Postulantado e ao Noviciado em 1946. Emitiu os votos temporários em 1949 e os votos perpétuos, em 1954, no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia.

Figura ímpar de trabalho diuturno e de dedicação ao bem-estar das pessoas, a Irmã Ana Maria do Menino Jesus foi especialmente ligada à juventude, sobretudo em seus primeiros anos de Vida Religiosa. Na Casa de Retiro São Francisco, em Salvador, se consagrou plenamente ao apostolado da Hospitalidade, pelo acolhimento. Era responsável e segura nas tarefas que lhe eram confiadas. Foi em vida um reflexo primoroso da beleza de Deus, caprichosa nas suas atividades. Uma expressão de zelo nas vocações, com sua presença de orientação e suporte para aquelas que estavam em momentos desafiantes na caminhada vocacional.

Como Conselheira Provincial do Setor Apostólico-missionário, estava sempre disponível em acolher a todas e encaminhar as devidas providências. Quando jovem Religiosa, passou três anos em Portugal, 1956 a 1959, como orientadora disciplinar no Colégio de Nossa Senhora da Bonança, em Vila Nova de Gaia. Era uma presença cativante por saber amar e, mais ainda, por se deixar amar por quem quer que fosse.

Faleceu no Hospital Sagrada Família, em Salvador. No velório, o Padre Aderbal Galvão rezou com toda a comunidade, agradecendo a Deus a transformação daquela vida terrena em vida eterna. Antes da Santa Missa, o Sr. Cardeal Arcebispo Primaz, Dom Geraldo Majella Agnelo, acompanhado de Dom Walmor de Oliveira, rezou e abençoou o esquife. Na Santa

Missa de corpo presente, estiveram unidos pela mesma oração e saudade nove sacerdotes, seus amigos, sob a presidência de Dom Valfredo Tepe e presença concelebrante de Dom Gílio Felício, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Salvador da Bahia. Integrantes da Renovação carismática Católica - RCC compareceram ao funeral, em reconhecimento ao exemplo vivo de sua dedicação à Igreja e do amor aos irmãos.

109. Jerônima Maria da Silva (27.01.1979)

Natural de Inhambupe, Bahia, veio ao mundo a 10 de maio de 1907, filha do casal José Cardoso da Silva e Ricarda Maria Silva. Foi admitida à vida religiosa em 1927 e tomou hábito no mesmo ano. Professou em 1930.

A Irmã Maria Noêmia de São Francisco era simples e acolhedora. Gostava de colaborar nos serviços da Comunidade, de maneira muito diligente e atenciosa. Era dedicada e sorridente e, desta forma, tornava o ambiente alegre e descontraído com sua presença. Revelava-se como uma alma agradecida e atenta.

Enfrentou resignadamente o sofrimento que lhe foi impigido pela doença, sempre demonstrando gratidão pelos serviços que lhe prestavam. Aos 77 anos de idade e quase 50 de Vida Religiosa, a Irmã Noêmia nos deixou, alma bendita acolhida no abraço do Pai de Misericórdia.

1 1 0 . J o a n a M a r i a d e S ã o Pe d r o (24.10.1983)

Natural de Itabaiana, Diocese de Aracaju, Sergipe, nasceu a 24 de julho de 1899, filha de João Cassimiro Pascoal e de Maria Rosa de Jesus. Foi admitida à vida religiosa em 1925, no Colégio Imaculada Conceição, Penedo, Alagoas, e nesse mesmo ano iniciou o Noviciado. Fez os votos temporários em 1967 e os votos perpétuos em 1970.

Por longos anos, a Irmã Jolenta educou, a l e g re m e n t e, c r i a n ç a s , p ro fe s s o re s , colaboradores e mães de alunos do Colégio Imaculada Conceição de Penedo, Penedo, Alagoas, no exercício da justiça e na partilha de

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bens, em favor dos mais necessitados. Portadora de uma doença que limitava seus movimentos, mesmo presa ao leito, foi incansável difusora do amor e da fé. Uma conselheira procurada por todos, incluindo médicos e sacerdotes.

Costumava orientar as professoras contra o desperdício de alimentos, e sempre, na hora do recreio, a sobra do lanche era levada numa bandeja até Irmã Jolenta, que a recebia com um largo sorriso, fazendo sobre a fronte da criança portadora, uma cruz, acompanhada da oração ao Anjo da Guarda. Ela arrumava os alimentos coletados para entregá-los, ao final do expediente ou da semana, aos famintos e necessitados, particularmente senhoras idosas.

Interrogada pela Superiora Provincial a respeito do número destas velhinhas, respondeu com muita graça: “São 38, fora as inesperadas”. Era realmente difícil saber quantas, porque, como boa discípula de Jesus, “a sua mão esquerda não sabia o que a direita fazia”. Em tempo de provas escolares, ela era o ponto de referência das crianças do Colégio, que entravam, correndo, no seu quarto, para lhe recomendar, confiadamente: “Jó, reze por mim; tenho prova!”.

Muito dedicada às suas Superioras, fazia questão de guardar a fotografia de cada uma em um álbum, para rezar por elas. Foi um exemplo de entrega filial à obra de Deus. A sua morte, na comunidade do Colégio Imaculada Conceição, foi profundamente sentida pelos habitantes de Penedo, que participaram no seu funeral em número expressivo, tendo o Prefeito Tancredo Pereira decretado, na ocasião, luto municipal. Mais tarde, foi-lhe dedicada pelo mesmo, uma das Escolas da cidade. A Fraternidade quis perpetuar a sua obra, criando um fundo de auxílio às “velhinhas de Irmã Jolenta”.

111. Joaquina da Graça Mota (19.11. 1960)

Sua terra natal foi São Pedro de Este, Braga, Portugal, onde nasceu a 25 de março de 1870, filha de José da Mota e Ana Maria. Foi admitida na Congregação em companhia de sua irmã consanguínea Genoveva, no ano de 1900.

Tomou hábito em 1902 e professou no mesmo ano. A Irmã Maria da Visitação viera para o Brasil, no tempo da Revolução de 1910 e, em 1912, com outras Irmãs, fez parte da Comunidade da fundação, a 2 de agosto, do Ginásio Sagrado Coração de Maria, em Mossoró, Rio Grande do Norte, onde permaneceu até à morte. Ali cuidou da nutrição, serviço no qual revelava seu bom gosto e grande espírito de caridade em servir a todos, durante dezenas de anos.

Entre todas as virtudes que praticava, distinguia-se pela obediência, mortificação, simplicidade e piedade. Só deixou de exercer seu ofício de cozinheira, devido ao peso dos anos e em decorrência de uma queda que lhe causou um defeito em um braço. Passou, então, vários anos recolhida em sua cela, donde saía para assistir à Santa Missa e c o m u n g a r. S u a s o c u p a ç õ e s , n e s t e recolhimento, eram rezar terços e coroas e fazer palitos. Durante anos, a comunidade não precisou comprar palitos para o consumo normal das Irmãs e do Internato.

Nos últimos quatro anos deixou o fabrico de palitos, por estar já muito alquebrada. Iam então levar-lhe à cela, diariamente, a Sagrada Comunhão e uma vez ou outra nela era celebrada a Santa Missa. Suportava os sofrimentos com tanta resignação, que emocionava a comunidade. Antes de perder o uso dos sentidos, conheceu que chegara sua hora e dizia fervorosas invocações ao Sagrado Coração de Jesus, a Nossa Senhora e a São José. Faleceu placidamente, aos 90 anos de idade e 60 de vida religiosa, na presença do sacerdote e da Comunidade, e sua fisionomia era de uma expressão tranquila e pura, virtude das almas simples. O Bispo Dom Eliseu Mendes e o Capelão Padre Alci Mota da Silveira, irmão do Monsenhor Hamilcar Mota da Silveira celebraram a Missa de corpo presente e presidiram ao funeral.

112. Josefa Clotilde de Vasconcelos (16.03.2010)

Filha de Domingos José de Vasconcelos e de Maria Diolinda de Jesus, nascida a oito de junho de 1926, em Ribeirópolis, Sergipe. Foi admitida ao Postulantado em 1946 e ao

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Noviciado, em 1947. Fez os votos temporários em 1950 e os votos perpétuos, em 1956. A Irmã Maria Olga do Paraíso, Irmã Olguinha, como e r a c a r i n h o s a m e n t e c h a m a d a n a Comunidade, exerceu sua missão na Enfermagem, em diversas obras no Sul e no Nordeste do Brasil, sempre com dedicação e ternura. Atuou como sacristã, no Colégio Imaculada Conceição, em Penedo, Alagoas, e, também, na cantina e na recepção, locais em que dispensava cuidado e atenção às crianças e adolescentes, que compartilhavam de seu espírito alegre e prestativo.

Acordava bem cedinho, fiel à sua oração pessoal cotidiana, e depois ia participar da primeira missa, no Convento Nossa Senhora dos Anjos, na mesma cidade. Com alegria e generosidade, convivia feliz na seara do Senhor.

Aos 83 anos de vida, após breve enfermidade, consciente da gravidade de sua situação, falou, muitas vezes, à Superiora Provincial, Irmã Margarida dos Santos Lima: “Eu sei que o Senhor está me chamando, e eu preciso ir para conhecê-LO face a face”. Achava-se, então, na Comunidade do Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia.

113. Josefa Nunes da Silva (13.05.1985)

Nasceu a 25 de dezembro de 1906, em Gameleiro, Pernambuco. Foi admitida à vida religiosa em 1941e ao Noviciado e à profissão, em 1967. Era filha de Paulina Nunes da Silva. A Irmã Maria Isabel da Sagrada Família era dotada de grande responsabilidade e generosidade, o que naturalmente a conduziu, pela graça de Deus, a ser merecedora de elevada confiança fraterna. Por isso mesmo era-lhe confiado o trabalho de dispensário, de nutrição e outros cuidados domésticos, nas Fraternidades onde atuou.

O Senhor também a chamou pelo nome para conceder-lhe a glória almejada durante uma vida inteiramente entregue a Ele, no serviço aos irmãos e irmãs. Revelava profundo amor a Jesus Sacramentado e devotado carinho pelos mais necessitados. A Irmã Isabel vivia o carisma franciscano hospitaleiro com a simplicidade e a humildade que revestem as

almas destinadas à santidade. E assim foi sua despedida, com a candura de um coração misericordioso.

114. Josefa Severina da Conceição (27.04.2012)

Seu nascimento foi em Mamamguape, Paraíba, a 30 de abril de 1918, na família de Francisco Tomé Pereira e Severina Ermelinda da Conceição. Foi admitida ao Postulantado em 1946 e ao Noviciado, em 1949, vindo a professar em 1949.

A Irmã Jacinta do Espírito Santo trazia a face feliz de quem serve ao Senhor com alegria. Muito dedicada, procurava realizar com esmero a atividade de corte e costura. Na Casa da Criança Dr. João Moura, em Campina Grande, na Paraíba, prodigalizou aos pequeninos amor e dedicação. Cativava o coração de todos com o seu jeito simples, humilde, sereno e silencioso de ser. Era uma Irmã observante, de vida interior profunda, assídua à oração, e demonstrava muito amor a Nosso Senhor, como, carinhosamente, muitas vezes Lhe chamava.

Rezou sempre o ofício divino, enquanto pôde segurar o livro da Liturgia das Horas em suas frágeis mãos. O Padre Narciso Dias do Espírito Santo, Capelão do Hospital da Sagrada Família, que assistiu a Irmã Jacinta por dois anos, lembrou que, ao visitá-la na enfermaria, sempre a encontrava com a Bíblia Sagrada entre as mãos ou ao lado do travesseiro, no leito onde estava. No fim da sua existência, transparecia no semblante a inocência batismal. Terminou os seus dias no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia.

115. Josefina de Andrade (11.07.2000)

Veio ao mundo a 13 de junho de 1920, em Ribeirópolis, Arquidiocese de Aracaju, Sergipe, filha de Cândido Pereira de Andrade e Maria Patrocínio de Andrade. Foi admitida ao Postulantado e ao Noviciado em 1946. Fez a profissão temporária em 1949 e a profissão perpétua, em 1954, no Convento Sagrada Família em Salvador, Bahia.

A I r m ã J o s e f i n a d e A n d r a d e , i r m ã

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consanguínea de Irmã Leonor de São José, era um coração santo, de pura caridade. Deus a revestiu de muitas habilidades, especialmente no artesanato, na pintura, e na decoração. Em M o s s o ró, n o R i o G ra n d e d o N o r te, desenvolveu um atelier de costuras finas, propiciando a aprendizagem a muitas moças da comunidade.

Educadora de escol, a Irmã Maria Antonieta do Coração de Jesus iluminou o caminho por onde passou com bondade, justiça, delicadeza e alegria. Era uma Irmã profundamente dedicada a Jesus na Eucaristia, amor que estendia aos desamparados. Destacou-se como catequista, procurando conduzir pelo caminho da paz e do bem, crianças e adultos, sempre cuidadosa para com o cultivo da fé e a vivência dos valores cristãos. No convívio fraterno, era acolhedora e de conversação agradável, com palavras de gratidão, delicadeza e estímulo, o que refletia a sua felicidade de viver como Irmã consagrada. À hora de sua morte, integrava a Fraternidade do Convento Sagrada Família.

116. Josina Canuto da Silva (03.04.2000)

Nasceu a 24 de agosto de 1917, em Junqueiro, Alagoas, e seus pais eram Antônio Luís da Silva e de Maria Pastora Canuto. Foi admitida na Congregação, em 1945, tomou hábito, em 1946, professou, temporariamente, a 1948, em Salvador, Bahia e, perpetuamente, em1954.

A Irmã Maria Francelina do Coração de Jesus foi uma profissional da arte culinária de renome e para ninguém colocar defeito. Fazia tudo com muito amor, dedicação e caridade para com todos e todas, pois era sua missão alimentar os corpos, de modo que as energias fossem benéficas ao desenvolvimento espiritual daquelas que faziam as pastorais e catequeses, nas comunidades populares. Na labuta anônima de cada dia, contribuía para dar vigor ao Governo Provincial, ao Economato e à Secretaria da Província. Extremamente caridosa e amiga dos empobrecidos, sabia ser justa e atender às necessidades mais urgentes e prementes dos funcionários. Assim se foi como em vida, em paz com o dever cumprido à luz da vontade divina.

117. Jozilda Santos Alves (20.02.2008)

Sua cidade de origem era Ilhéus, Bahia, onde nasceu a 22 de novembro de 1961, filha de Elias Caetano Alves e de Carlozilda Gonçalves Santos. Proveniente de outra congregação religiosa, foi admitida ao Noviciado em 1991; emitiu os votos temporários em 1993 e os votos perpétuos, em 1999.

Desvelou-se em fidelidade, nas comunidades por onde passou, a exemplo das Fraternidades Santa Izabel e Espírito Santo, esta na Casa de Retiro São Francisco. Exerceu a missão na enfermagem com responsabilidade e generosidade, consolando e tratando os doentes como se cuidasse do próprio Cristo. Manifestava grande amor à vida, à própria vocação, e à Congregação. Mesmo acometida por enfermidade que a ceifou aos 46 anos, confeccionava cartões para angariar recursos em favor do Juniorado, no ano Intensivo.

Sua fé na intercessão da Bem-aventurada Maria Clara foi inabalável. Consciente da gravidade da doença que a debilitava cada vez mais, desejou alcançar a cura até o último instante de vida. Na dor e no sofrimento, a Irmã Jozilda, além de não expressar nenhum queixume, estava atenta ao bem-estar de quem a acompanhava e dela cuidava, agradecendo cada gesto de atenção e cada cuidado recebido, como testemunharam as equipes médica e de enfermagem. Faleceu no Hospital Aliança, em Salvador, Bahia.

118. Judith de Miranda Fernandes (22.12.1988)

Nasceu a 19 de outubro de 1906, em Mossoró, Rio Grande do Norte, filha de Antônio Fernandes Queiroz e de Maria Fernandes Miranda. Foi admitida à vida religiosa na Congregação em 1939; tomou hábito em 1940 e professou em 1941.

A Irmã Maria Zélia do Santíssimo Sacramento manifestou, ao longo da existência, ser uma pessoa fiel e exigente consigo mesma, em várias situações. Mantinha um excelente relacionamento no convívio em fraternidade. No horário da vida fraterna, era sempre a

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primeira, porque sabia que, de seu bom exemplo, dependia também a caminhada da Comunidade. Onde quer que se apresentasse, o seu porte era impecável.

Na sua gestão em Belo Horizonte, Minas Gerais, segundo uma de suas Irmãs, era muito generosa para com elas, especialmente no Natal e na Páscoa. Depois de exercer sua missão em várias Fraternidades, em 1973, foi transferida para Centro Assistencial Imaculado de Maria (CAICM), em Itapecerica da Serra, São Paulo, onde veio a falecer em 22 de dezembro de 1988. Levou consigo os dons da simplicidade e da gratidão, sobretudo, para com as pessoas que lhe prestavam o menor serviço ou um simples gesto de ternura e de carinho fraterno.

119. Judith de Oliveira Reis (18.06.2009)

Natural de Lagarto, Sergipe, seu nascimento ocorreu a 2 de janeiro de 1923. Era filha de José Oliveira Reis e de Mariana Francisca de Oliveira. Foi admitida na Congregação em 1947 e, tomou hábito nesse mesmo ano. Entregou-se definitivamente ao Senhor pela profissão perpétua, em 1956.

“Foi tão simples e menor a vida de Irmã Maria Custódia da Eucaristia que se torna difícil expressá-la por palavras”. Pode-se dizer que foi como uma brisa de ar fresco no seio da fraternidade. A sua forma de ver o mundo se expressa por uma presença cheia de cortesia e magnanimidade. Era sensível, de olhar penetrante e atento à presença de Deus no cotidiano. Isso foi uma grande lição de vida para a Província.

Sabia ouvir, compreensivamente, e transmitir admiração e entusiasmo. A par dessa base humana, a Irmã Maria Custódia recebeu a graça da frugalidade, isto é, com o seu olhar purificado, via tudo sem se apropriar de nada. Tornou-se exemplar como franciscana hospitaleira. Entregou-se a Deus com todo o seu ser, amando-O plenamente e irradiando a o s e u re d o r i g u a l d a d e, l i b e rd a d e, fraternidade. Faleceu em Itapecerica da Serra, São Paulo, como um exemplo de vida chamada a perenizar o bem.

120. Júlia Dias Mota (20.09.1988)

Sua terra natal era Monte Cruzeiro, Diocese de Amargosa, Bahia, onde nasceu a 12 de janeiro de 1914, sendo seus genitores José Dias e Maria Constantina Mota. Foi admitida ao Postulantado em 1950 e ao Noviciado em 1951. Emitiu os votos temporários em 1953 e os votos perpétuos em 1959, no Convento da Sagrada Família, em Salvador, Bahia.

A Irmã Maria Urânia de Santa Isabel era a terceira das filhas consagradas da família de José e de Maria Mota. Percorreu o caminho da santificação, desenvolvendo inúmeras at ividades no âmbito doméstico da Fraternidade. Foi uma incansável missionária, sempre atenta ao bem-estar de enfermos, idosos, e Irmãs da fraternidade.

Era um coração revestido de generosidade, com uma capacidade enorme de se doar em prol da difusão do carisma franciscano hospitaleiro. Uma alma devotada à oração e plenamente observante dos valores da vida consagrada. No convívio fraterno, cativava pelo imenso espírito de família. Silenciosa, empenhava-se em tudo fazer para servir o Senhor na alegria e completa doação. Integrava a Comunidade do Hospital da Sagrada Família, quando foi chamada definitivamente à morada celeste.

1 2 1 . L a i r d e M e n e z e s S a m p a i o (25.10.1954)

Filha de Rufino de Oliveira Sampaio e de Eugeniana Menezes Sampaio, Lair nasceu a 11 de novembro de 1907, em Riachuelo, Sergipe. Foi admitida à vida religiosa em 1933, ano em que também tomou hábito. Professou em 1936.

A Irmã Maria Carminda da Eucaristia floresceu em caridade e profunda dedicação ao Senhor, ao longo dos seus 21 anos consagrados a vivenciar o carisma franciscano hospitaleiro. Com empenho e espírito empreendedor, muito contribuiu para o desenvolvimento da Congregação no Brasil, no exercício do magistério, e no ofício de Superiora local. Buscava na Eucaristia o entusiasmo que aureolava suas iniciativas e confiava, com

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expressa filialidade, em Nossa Senhora, a I m a c u l a d a Co n ce i ç ã o. Cu l t i vo u n a s Comunidades que lhe foram confiadas a perseverança no seguimento de Jesus, a observância dos costumes da vida consagrada em fraternidade e a compaixão para com os menos favorecidos, dedicando-lhes respeito, assistência espiritual e cuidados materiais, ao jeito franciscano de ser irmão. Faleceu aos 47 anos, ofertando a Deus o perfume de uma vida em doação.

122. Lázara Vianna (24.06.2004)

Veio ao mundo do lar de Ângelo Viana e de Júlia Maria Viana, a quatro de agosto de 1912, em Ipeúna, Ipojuca, São Paulo. Desde cedo manifestou o seu desejo de ingressar numa congregação religiosa, tendo iniciado o Postulantado em 1932. Nesse mesmo ano, foi enviada ao Noviciado em Tui, Espanha, onde disse o seu 'sim' generoso, em 1934.

A Irmã Maria Ester do Menino Jesus, nos primeiros anos de vida religiosa, foi convocada a ir para além-mar, onde permaneceu até 1976, trabalhando na enfermagem e sendo superiora de Fraternidade, em vários Hospitais de Portugal e em São Tomé, África. Em seus 70 anos de consagração, cultivou for te sentimento de amor à Congregação. Mesmo nos momentos mais difíceis, estava sempre agradecendo a Deus tudo o que lhe acontecia.

A sua vida de oração irradiava presença. Todos os dias fazia a Via-Sacra e não se recolhia sem estar, no mínimo, uma hora diante do Santíssimo Sacramento. Era uma devota apaixonada de Nossa Senhora, fiel às suas orações devocionais. Manifestava um amor especial às suas Irmãs enfermas e estava sempre pronta a socorrê-las, procrastinando as próprias necessidades.Diariamente, rezava o rosário à cabeceira das Irmãs acamadas.

Recordava, com carinho todas as pessoas e lugares por onde passou. Animava sempre os funcionários nas suas necessidades e incentivava-os a fazer boas leituras e educar bem os seus filhos. Interessava-se pelas suas famílias e agradecia-lhes o que faziam pelas Irmãs. Sendo uma Irmã muito simples, chamava a atenção a sua maneira delicada de

tratar com todos. Era caridosa, amável, compreensiva e alegre. Jamais ofendia alguém e, quando era ofendida, era ela quem pedia perdão.

P r e o c u p a v a - s e c o m a s I r m ã s q u e desenvolviam qualquer serviço pastoral fora da Fraternidade, dando-lhes apoio e incentivo. A Irmã Maria Ester mostrava-se uma Religiosa aberta à missão e ao ‘novo’ da Vida Religiosa, da Congregação e do mundo, onde a Igreja esteve inserida. Em seus últimos anos, vividos no Centro Assistencial Imaculado de Maria (CAICM), em São Paulo, estava sempre disposta a ajudar os necessitados daquela região.

123. Leonor Maria Lameira (3.04.1975)

Nasceu a primeiro de abril de 1876, em Andrães, Vila Real, Portugal, filha de António Lameira e de Vitorina de Jesus. Foi admitida, pela primeira vez, em fevereiro de 1900 e tomou hábito nesse mesmo ano. Deixou a Congregação em 1901. Foi admitida, pela segunda vez, em 1903, professando no mesmo ano, em novembro.

A Irmã Margarida de Cortona tratava as colaboradoras com respeito e orientações seguras, considerada entre elas uma verdadeira mestra e mãe, pelo cuidado e aulas vivas de arte culinária e convivência. Simples, acolhedora e dedicada, tornou realidade os ensinamentos dos Fundadores: “Onde houver o bem a fazer, que se faça”.

Sua passagem desta terra ocorreu quando havia completado 99 anos de vida. Seu t e s t e m u n h o d e a c o l h i m e n t o e d e solidariedade refletiu-se no funeral, quando houve o comparecimento de grande número de pessoas da sociedade rioclarense, dirigentes, médicos, funcionários da Santa Casa, Religiosas e seminaristas claretianos.

124. Leonor Luna Linhares (26.03.1992)

Água Branca, Diocese de Penedo, Alagoas, era sua terra natal, onde nasceu a 15 de setembro de 1917, no seio da família de Augusto Linhares e de Amélia Luna Linhares. Foi admitida ao Postulantado e ao Noviciado em

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1933. Professou temporariamente em 1936 e perpetuamente, em 1943. A Irmã Maria Helena cultivava terna devoção à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e a São Francisco de Assis. Conforme testemunho da professora Aparecida Pereira Melo, “Irmã Maria Helena Luna Linhares era presença forte e marcante. Sua pessoa impunha respeito e admiração a todos que a rodeavam. Tinha um imenso coração que acolhia as Irmãs Franciscanas, os funcionários, alunos e amigos, que foram muitos, com uma proteção que só as boas mães sabem ter".

O relato da professora revela, ainda, que Irmã Maria Helena "Amava a música, que era um de seus instrumentos para louvar a Deus, a quem dedicou toda a sua vida e atitudes. Soube como ninguém conquistar e amar a quem teve o privilégio de fazer parte da sua vida. Não foi por acaso que Deus a trouxe para Arapiraca para ser uma das fundadoras do Colégio Normal São Francisco de Assis. Esta cidade tem eterna gratidão pela pessoa que foi e por sua memória que está eternizada em seu túmulo nesta terra”. Os seus últimos anos decorreram no Colégio Patrocínio de São José, em Aracaju, Sergipe.

1 2 5 . L e o p o l d i n a S o a r e s d a S i l v a (19.03.1999)

Seus pais eram Manuel Henriques Soares e Maria Sabina da Silva e sua cidade de nascimento era Penedo, Alagoas, onde nasceu a oito de março de 1910. Foi admitida à vida religiosa na Congregação, no Colégio São José, na Avenida Luís Tarquínio, 13, Salvador, Bahia, em 1927, ano em que também tomou hábito. Professou em 1929.

A Irmã Teresa da Santa Face era uma religiosa de grande virtude humana, pessoa simples e dedicada aos trabalhos domésticos e à jardinagem, amiga de São Francisco, cujas virtudes procurava seguir, sobretudo, a pobreza evangélica. Procurava o bem-estar das pessoas necessitadas e desvalidas, a quem dedicava uma atenção especial e ajudava em suas necessidades, protegendo as suas famílias. Despediu-se com a suavidade das almas tocadas pelo amor a Deus.

1 2 6 . L e t i c e M a r t i n s d e M i r a n d a (27.07.1998)

Sua terra natal era Mossoró, Rio Grande do Norte, filha de Antônio Martins Miranda e de Maria Inácia Miranda. Nasceu a sete de junho de 1906. Foi admitida em 1932, tomou hábito em 1933 e professou em 1935.

Exerceu sua função na enfermagem com eficiência. Soube educar as Irmãs mais jovens, apoiando, acolhendo e orientando, quando necessário. Acolhia as Irmãs da Comunidade sem distinção. Era responsável e acolhedora, conquistando a simpatia de todos os que a procuravam, disponível no atendimento aos enfermos e desvalidos com carinho e atenção.

A Irmã Maria do Celeste Cordeiro foi uma pessoa caridosa, humana, dedicada e piedosa. Talentosa nas artes, fez cursos de pintura e desenho, entre outras habilidades. Costumava participar de eventos que serviam para enriquecer seus trabalhos e gostava de transmitir às Irmãs os novos aprendizados. Uma vida que deixou marcas de dedicação e bem querer.

127. Letícia Rodrigues Duarte (23.10.2010)

Filha de Francisco Duarte Ferreira e de Francisca Rodrigues Duarte, Letícia nasceu a 13 de junho de 1924, em Mossoró, Rio Grande do Norte. Descobriu a vocação religiosa nos primeiros anos escolares, no Colégio Sagrado Coração de Maria, em Mossoró. Foi admitida à vida religiosa, em 1933, no Postulantado e Noviciado. Emitiu os votos temporários no Colégio São José, situado à Avenida Luís Tarquínio, 13, Salvador, e os votos perpétuos, em 1943, no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia.

Depois de múltiplas graduações, a experiente Religiosa dirigiu, por 44 anos, o Colégio que foi o berço de sua formação e ao qual dedicou os melhores anos de sua vida como educadora. Dedicou igualmente parte dos 66 anos de sua vida religiosa à implantação do Movimento Mãe Rainha, em Mossoró. Nas últimas seis décadas, na comunidade mossoroense, o binômio religião-educação incluiu o nome de I r m ã A p a re c i d a . E s s a re fe rê n c i a s e

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fundamentava na sua postura de austeridade em relação ao bom comportamento e às boas práticas escolares. Desde que abraçou a vida religiosa e educacional, trilhou o seu caminho com retidão, deixando um legado de caráter inquestionável. A herança imaterial de Irmã Aparecida, realçada pelo exemplo pessoal, ensina mais que elaborados discursos.

No período de recuperação de uma inter venção cirúrgica, a i rmã mor te encontrou-a no Hospital Sagrada Família, em Salvador. Seu corpo foi transladado para sua terra natal, a mesma que a viu nascer para a Vida Religiosa.

1 2 8 . L i n d a u ra J o s e f a d o B o n f i m (13.05.2002)

Natural de Canavieiras, Bahia, onde nasceu a 6 de março de 1906, filha de Antônio Thomaz do Bonfim e de Rosa Maria de Jesus do Bonfim. Foi admitida ao Postulantado em 1929 e ao Noviciado em 1930. Emitiu os votos temporários em 1931 e os votos perpétuos, em 1937, no Colégio São José, na Avenida Luís Tarquínio, 13, em Salvador, Bahia.

Exemplo de fé e vocação, a Irmã Valdemira de São José serviu na área de enfermagem e, por longos anos, assumiu a chefia do Setor de Nutrição do Hospital Português, da Real Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro, em Salvador. Foi uma das irmãs fundadoras da Comunidade religiosa que atuava naquela instituição. Sempre ativa e sorridente, trabalhava com ânimo renovado. Tinha um entusiasmo que contagiava os demais. Uma vocação feliz, realizada na missão de servir na franciscana hospitalidade, movida pelo entusiasmo inicial. Quando emitiu seus primeiros votos na Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, a Irmã Valdemira escreveu um poema, do qual destacamos a seguinte estrofe: “O Calvário é bom caminho/ Por ele vou com amor/ Gozando do dom “carinho”/ De Jesus, meu Salvador!”. Muito simples, amiga e profundamente dedicada aos mais necessitados, a Irmã Valdemira esbanjava caridade para com todos os que a ela recorriam, deixando o doce

perfume da sua bondade, alegria e total dedicação no serviço em prol dos demais. Passou os seus últimos anos na Comunidade do Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia.

129. L indaura Prado Nascimento (27.01.1979)

Filha de Manuel Pedrosa Nascimento e de Maria da Conceição, nasceu a dois de fevereiro de 1911, em Nossa Senhora do Rosário, Sergipe. Entrou para a vida religiosa em 1934 e neste mesmo ano iniciou o Noviciado. Professou em 1936.

A Irmã Maria Celina da Imaculada Conceição viveu sua consagração a Deus na CONFHIC, durante 54 anos de fecundo apostolado. Dedicou-se com empenho à educação, procurando formar o caráter da juventude nos ensinamentos dos valores do Evangelho e na vivência cotidiana das lições de Jesus Cristo. Amava a Eucaristia, fonte de sua caminhada espiritual.

Mantinha em sua cela uma estampa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em sinal de profunda devoção. Por ocasião de um desabamento de parte do teto da cela onde habitava, a Irmã Celina clamou: “Senhora do Perpétuo Socorro, valei-me!”. Nada lhe aconteceu, saiu ilesa e dando graças a Deus e à Nossa Senhora. Sofreu com resignação a prolongada enfermidade que a levou a falecer, aos 68 anos, no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia.

130. Lourdes Costa (18.10.1967)

Nasceu a cinco de setembro de 1930, em Jaguarana, Diocese de Limoeiro, Ceará. Seus pais eram José Liberato Costa e Ana Maciel de Oliveira. Tomou o hábito em 1953. Professou temporariamente em 1956 e perpetuamente, em 1962.

A Irmã Maria das Dores desempenhou funções na enfermagem do Hospital Português, da Real Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro, em Salvador, Bahia, e no Sanatório de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. A sua bondade e caridade para com os

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doentes era tamanha que visitava até mesmo os que se encontravam em leito de isolamento, a fim de certificar-se de que nada lhes faltava. Levava-lhes o calor da dedicação, o carinho e, sobretudo, a caridade do seu coração.

A Irmã Maria das Dores foi subindo a encosta íngreme da santidade e suportando com coragem a doença que lhe causou intenso sofrimento, oculta aos olhos de quem com ela convivia. Nem ela, nem os médicos desconfiavam que a causa de alguns esquecimentos cotidianos fosse um tumor cerebral. Foi no silêncio da oração, meditando o Evangelho em que se narram os amorosos encontros de Cristo com a humanidade sofredora, que Irmã Maria das Dores pode avivar a sua fé, reconhecendo Cristo nos enfermos durante 38 anos e 13 de vida religiosa. Assim permaneceu até ao fim, até o dia em que o Senhor a chamou desta terra para gozar da visão de Deus na eternidade.

131. Luisa Lobo Soares (23.07.2004)

Penedense de nascimento, filha de Manoel Damião Soares e de Maria Luísa Lobo Soares, veio ao mundo a 2 de abril de 1903. A Irmã Iracema foi a primeira vocação da CONFHIC que surgiu na cidade de Penedo, Alagoas, onde teve início o Noviciado no Brasil. Fez parte da primeira turma de alunas do Colégio Imaculada Conceição, onde entrou com a idade de dez anos. Foi admitida ao Postulantado e ao Noviciado em 1928, à Avenida Luís Tarquínio, 13, Bahia, onde emitiu os votos temporários, em 1931, e os votos perpétuos, em 1933.

Desenvolveu, com calma e justiça, processos de aprendizagem bem orientados, fazendo discípulas entre as alunas. Como responsável pela vigilância das internas, tratava-as de forma delicada e terna, levando-as ao bom exemplo, ao silêncio e à obediência aos valores cristãos. Muito contribuiu, ainda, na formação de seminaristas, com dinamismo e criatividade. Mantinha uma conversação alegre, sempre repassada de bons conselhos que, generosamente, gostava de partilhar. Era exímia nos bordados delicados e no tricô de pr imorosas peças, doadas aos mais

necessitados. A Irmã Iracema era uma pessoa meditativa e de oração intensa. Jesus Sacramentado foi sua grande devoção. Diante do Sacrário, acolhia as santas lições para bem viver com alegria e repartir os dons com caridade evangélica. Consciência delicada e fiel, deixou um grande testemunho de fé, de pobreza comunitária, de silêncio orante e de abnegação. Na lucidez de seus 101 anos de idade, entrou serenamente na eterna beatitude, quando integrava a Fraternidade do Convento Sagrada Família, em Salvador.

132. Luísa Maria dos Santos (25. 04.1958)

Filha de Manuel Rodrigues Santos e de Maria das Virgens da Conceição, nasceu a 7 de fevereiro de 1933, em Água dos Meninos , Cururipe, Diocese de Maceió, Alagoas. Foi admitida em 1955 e tomou hábito, nesse mesmo ano, no Noviciado, sediado no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia.A Irmã Maria Adolfina do Paraíso faleceu repentinamente ainda noviça (2.º ano), no Hospital de São Joaquim, da Beneficência Portuguesa de São Paulo, capital.

Ao prantear o falecimento da saudosa Irmã Adolfina, Mário Gallo, Secretário Geral da Beneficência, assim afirmou, a 2 de maio de 1958, à Madre Geral:

"Sentimos, profundamente, tal morte, que nos arrancou lágrimas de sincera dor; e se a Deus aprouve chamá-la à Sua divina presença é porque, de certo, os desígnios insondáveis do Criador lhe reservam a glória do reino dos céus. - Dor profunda nos deixou a sua morte.

Na acta das sessões, o voto de profundo pesar ali exarado será testemunho perene daquela cuja alma evola aos pés do Omnipotente e cuja presença será pressentida sempre no perfume da sua virtude, disperso em odor de santidade pelas paredes desta casa beneficente" (cf. Mais Alto, n.º 14).

133. Luísa Moreira de Carvalho (26. 08.1963)

Nascida a 21 de fevereiro de 1900, em São Miguel dos Paus Ferros, Rio Grande do Norte. Seus pais eram Antônio Feliciano Moreira e

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Luzia Moreira de Carvalho. Sua formação religiosa processou-se numa humilde casa de Penedo, onde se achava instalado o primeiro Noviciado para as vocações brasileiras. Foi admitida em 1922; tomou hábito em 1923 e professou no ano seguinte. Emitiu os votos perpétuos em 1930.

A Irmã Maria das Chagas de São Francisco era piedosa e um coração de bondade, que zelava com especial carinho as alfaias da capela, tendo particular atrativo para o cargo de sacristã. A despeito de sua compleição delicada, prestou muitos serviços na vida religiosa, já ocupada com as crianças e lidando com velh inhos. D e uma del icadeza encantadora, tinha sempre uma palavra amável para com todos e o sorriso não desaparecia de seus lábios. Sua fisionomia simples e leal captava a simpatia geral.

Aos 63 anos de idade e 37 de vida conventual, faleceu, repentinamente, quando ainda trabalhava no Abrigo São Vicente de Paulo, em Ilhéus, Bahia. O Conselho de Gerência do Abrigo, na sessão de 22 de setembro de 1963, decidiu conceder um jazigo perpétuo para a Irmã Chagas (cf. Mais Alto, n.º 36).

134. Luísa Pereira dos Reis (03.12.1950)

Natural de São Tiago de Lourosa, Feira, Portugal, onde nasceu a 28 de março de 1878, filha de Manuel Pinto e Genoveva Pereira. Foi admitida em 1903 e neste mesmo ano tomou hábito. Professou em 1904.

Depois de ter trabalhado nos Hospitais de Maceió e de Rio Claro, a Irmã Maria de São Bernardo foi transferida, em 1922, para Penedo, Alagoas, onde exerceu o cargo de Superiora do Colégio Imaculada Conceição, durante o período em que o mesmo estava ameaçado de fechamento. Sete anos depois, foi novamente nomeada Superiora para a mesma Casa, acumulando, pouco mais tarde, igual cargo no Colégio Nossa Senhora das Graças, em Propriá, Sergipe. Imagine-se o ingente esforço despendido para assistir, convenientemente, as duas Comunidades, com deslocamentos constantes pelo Rio São Francisco. Fê-lo, porém, com tal zelo que este últ imo Colégio se tornou o melhor

educandário do estado de Sergipe. Durante a Revolução de 1930, soube agir com prudência e firmeza, mantendo-se “em perfeita e impecável imparcialidade para com as Irmãs e para com as alunas, mesmo nas mais críticas circunstâncias”.

Seu temperamento era incansável, com perfil empreendedor e entusiasta, aspectos que contribuíram para tornar os dois colégios aos seus cuidados referências de qualidade nas respectivas comunidades. Em 1936, por conselho médico e decisão superior, deixou Penedo e foi transferida para Salvador, Bahia. Acometida de sinusite, que se agravou com o tempo, foi submetida a doloroso tratamento, que enfrentou com resignação e sem se queixar, conforme relato histórico que consta na Crônica do Centenário da CONFHIC. Ao final da vida, regressou a Portugal, onde faleceu, deixando seu nome inscrito nos anais da história da educação franciscana hospitaleira no Brasil.

135. Luiza Soares da Silva (18.02.1985)

Mossoroense de Rio Grande do Norte, nascida a 19 de agosto de 1896, filha de Manuel Soares da Silva e de Maria Inácia de Oliveira. Foi admitida ao Postulantado em 1920 e ao Noviciado em 1921 Fez a profissão temporária em 1922 e a profissão perpétua, em 1930.

Irmã Maria Consolação do Bom Jesus era uma mulher revestida de fortaleza, que sempre soube enfrentar as dificuldades com um sorriso nos lábios e fé no coração. Grande parte de sua vida passou dedicada ao preparo da alimentação, servindo ao Senhor com a grandeza de sua alma e dedicação plena às coirmãs. Esse trabalho contínuo não era obstáculo para seu apostolado.

Fazia muitas caminhadas em busca dos enfermos domiciliados, para levar-lhes uma palavra de fé, de encorajamento e de resignação. Na Fraternidade, era semeadora de paz. Sempre trazia uma palavra apropriada para animar os semblantes de preocupação. Com seu jeitinho todo peculiar, na sua linguagem simples, sabia conduzir os fatos a uma solução prática e de efeito salutar.

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A Irmã Consolação é uma das primícias do apostolado franciscano hospitaleiro em terras potiguares. Que sua vida de simplicidade, alegria e muito amor a Deus seja estímulo para novas vocações.

136. Luzinete da Conceição (06.05.2012)

Seu nascimento ocorreu a 14 de fevereiro de 1920, em Junqueiro, Diocese de Penedo, Alagoas. Era filha de Possidônio Barbosa da Silva e de Maria Rosa e Silva. Foi admitida ao Postulantado em 1938 e ao Noviciado em 1939. Emitiu os votos temporários em 1941 e os votos perpétuos, em 1947.

Irmã Maria Paulina da Purificação atuou na área de saúde nas várias Fraternidades por onde passou. Exerceu o seu apostolado através da prática da enfermagem e no ofício de Superiora local. Primou pelo zelo em sua missão nos hospitais onde trabalhou, sobretudo no cuidado para com os pacientes.

Era uma pessoa querida, de feliz convivência, que trazia sempre um semblante sereno e alegre. Um dos testemunhos de sua união com o Senhor era o hábito de entoar cânticos religiosos. Entre os preferidos, estavam os iniciados pelas expressões “Coração Santo, Tu reinarás” e “Nossa Senhora, me dê a mão, cuida do meu coração”. Este último foi cantado por ela até aos últimos momentos de sua existência.

Acamada devido a um traumatismo craniano causado por uma queda, preservou na mente a celebração da fé com o dom do canto, que fazia a qualquer hora. Aos 92 anos de idade, foi chamada pelo Senhor ressuscitado, no Convento Sagrada Família, onde faleceu em plena harmonia, a entoar as notas da sinfonia eterna, em louvor ao Senhor e à Sua bendita Mãe.

137. Luzinete Ribeiro de Magalhães (30.11.2005)

Natural de Mata Grande, Alagoas, onde nasceu a 23 de julho de 1927, filha de João Ribeiro Lima e Elvira Ribeiro de Magalhães. Entrou na Congregação e tomou o hábito em 1939. Fez a profissão temporária em 1941. A Irmã

Bernadete de Maria Imaculada foi uma pessoa que viveu para a oração e para o trabalho.

A Irmã Bernadete de Maria Imaculada preocupava-se, principalmente, com os funcionários e funcionárias sob a sua chefia, na Beneficência Portuguesa de São Paulo, local onde trabalhou como enfermeira por mais de 30 anos. Era muito querida de todos os funcionários do Hospital, que atendiam a todos os seus pedidos e eram sempre b e n e f i c i a d o s p e l o s s e u s g e s t o s d e solidariedade e caridade beneficente.

Apreciava as novidades, com um espírito aberto à renovação. Era comunicativa e agia com otimismo. Gostava de ajudar as pessoas, sempre que percebia as suas necessidades. Tinha um temperamento de alegria contagiante, além de possuir dons artísticos, com primor na arte de pintar flores e frutas. Viveu como verdadeira IFHIC, destacando-se pela felicidade, jovialidade e bom humor.

138. Mafalda Gomes de Souza (15.02.2002)

Veio ao mundo no dia 02 de maio de 1922, na cidade do Poço dos Bois, na Diocese de Propriá, Sergipe, no seio da família de Jacinto Gomes de Sousa e Maria Joaquina de Sousa. Entrou no Postulantado em 1938, ano em que também ingressou Noviciado. Professou, t e m p o r a r i a m e n t e , e m 1 9 4 2 , e , perpetuamente, em 1948.

A Irmã Maria Luisa de Cristo Rei foi uma pessoa muito trabalhadora em toda sua existência. Assumiu a Coordenação da lavanderia do Hospital da Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro, com muita dedicação, até o dia venturoso da sua partida.

Era muito caridosa e humana para com os funcionários, assegurando que não lhes faltasse uma boa alimentação e arranjava-lhes até roupas em boas condições para suas famílias. Muito amiga da Virgem Maria, a quem oferecia constantes orações. Partiu deste mundo aos 80 anos, com a serenidade de quem cumpriu sua missão com o autêntico jeito benevolente de ser franciscana.

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139. Magna da Conceição Alves Mesquita (05.06.1996)

Sua terra natal era Pereira, Mirandela, Portugal, onde nasceu a 26 de fevereiro de 1925, filha de João Baptista Mesquita e Leontina Alves. Iniciou seu serviço de enfermagem na Beneficência Portuguesa de São Paulo, onde atuou durante alguns anos, e, depois, foi transferida para o Hospital do Carmo, no Rio de Janeiro. Ficava muito alegre quando podia retornar a Portugal e rever sua pátria. Durante o tempo em esteve no Brasil, sempre a serviço dos mais necessitados, se compadecia quando alguém lhe pedia ajuda. Só Deus sabe a quantos socorreu.

A Irmã Maria Leontina das Dores Tinha tanta caridade para com os funcionários, que pesquisava os locais onde havia roupas prontas mais baratas e as comprava para seus filhos. Era delicada, amável e atenciosa com todos e muito amiga dos pobres. Às vezes, ia à casa dos funcionários e ofertava cestas básicas e material escolar para as crianças. Quando faleceu, foi velada na capela do Hospital do Carmo, onde, todo o dia, pessoas da comunidade hospitalar passavam e rezavam com emoção, em memória da querida Religiosa.

1 4 0 . M a r g a r i d a M a r i a A l a c o q u e (20.06.2007)

Nasceu no dia 16 de maio de 1928, na cidade de Quixeramobim, Diocese de Crato, Ceará, filha do casal Manuel Aderaldo severo e Luzia Sousa Chagas. Em 02 de agosto de 1952, ingressou no Postulantado em 1954, ano em que iniciou o Noviciado, em Salvador, Bahia. Fez os votos temporários, em Salvador, em 1956.

A Irmã Maria Anatilde de Santa Clara exerceu a missão de prestar cuidados de enfermagem, dedicando-se com afinco a tratar os enfermos atenciosamente. Tinha para com os mais necessitados atitudes de carinho, servindo-os como se fossem o próprio Jesus Cristo. Nos hospitais onde passou, deixou rastros de luz e testemunhos fortes do Evangelho, pela sua permanente delicadeza e solicitude. O seu temperamento era calmo, levando a todos

gestos fraternos de cortesia, paciência, h u m i l d a d e e m u i t a s i m p l i c i d a d e . Demonstrava-se sempre hospitaleira, no acolhimento e na alegria.

Pela misericórdia do Pai, comemorou alegremente seu Jubileu de Ouro, em janeiro de 2006, no Centro Assistencial Imaculado de Maria (CAICAM), em Itapecerica da Serra, São Paulo, vindo a falecer no ano seguinte, após uma trajetória coroada de fé e amor ao próximo.

141. Maria Alves Dias (30.04.1993)

Soteropolitana de nascimento, ocorrido a 28 de setembro de 1901. Era filha de Mathias Alves Dias Júnior e Izaura Alves da Costa Dias. Foi admitida ao Postulantado em 1936 e ao Noviciado em 1937, no Colégio São José, na Avenida Luís Tarquínio, 13, na capital baiana. Emitiu os votos temporários em 1938 e os votos perpétuos em 1945, no Convento Sagrada Família, também em Salvador, Bahia. A Irmã Margarida Maria do Menino Jesus desenvolveu com competência seu trabalho como Superiora em diversas Fraternidades, cuidando com extremo zelo da manutenção dos espaços físicos das edificações. Com sua inteligência aguçada, atuou na Província com dinamismo e deu significativas contribuições para resolver as demandas cotidianas.

Pessoa que tinha boas amizades, viu aumentado o patrimônio da Congregação, através da doação da casa de lazer, situada na praia de Itaparica, e do Colégio Ação Fraternal de Itabuna, oferecido por Dona Amélia Amado. Ambas as edificações no âmbito da Província de Santa Cruz, na Bahia. Era extremamente comprometida com a Congregação, por isso não media esforços e tudo fez para concretizar as melhorias necessárias. Bordar primorosas alfaias litúrgicas era seu lazer e uma forma de gerar recursos complementares. Com seu jeito diligente, atuou como auxiliar da Mestra de Noviças. Cultivava a disciplina como suporte do progresso de vida espiritual e material, além de ser reconhecida pelo seu perfil solidário. Faleceu no Convento Sagrada Família, em Salvador, deixando um legado de inestimável importância para a Congregação.

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142. Maria Alvina de Alencar (12.08.1984)

Nasceu a 29 de novembro de 1894, em Catolé do Rocha, Diocese de Cajazeiras, Paraíba. Filha de Romão Alves de Alencar e de Alvina Maria de Alencar. Entrou para a vida religiosa em 1930; tomou hábito e emitiu os votos temporários em 1967 e os votos perpétuos, em 1970.

Toda sua vida de serviço ao Senhor foi dedicada aos pacientes do Hospital Português, em Salvador, desde a chegada da CONFHIC naquela obra, em 1931. No desempenho de sua função, Irmã Maria Alvina era plantonista, quanto bem semeou no silêncio da noite, ajudando os irmãos na passagem definitiva desta vida. Era uma pessoa simples, silenciosa e humilde. Percorria os andares do Hospital e visitava cada apartamento, a uns levando uma palavra de esperança e de fé, a outros abrindo portas de confiança na misericórdia de Deus, e a mais alguns ensinando a rezar.

Levava a todos a resignação e a aceitação das próprias limitações para alcançar a graça da conversão. Sua vida foi uma pregação viva do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, durante os seus 54 anos de vida consagrada. Foi uma testemunha fiel a serviço da paz e da reconciliação com o Senhor. Depois de longa enfermidade, suportada com resignação cristã, entregou sua alma a Deus com serenidade e paz, no ano de 1984, no Convento Sagrada Família, em Salvador.

143. Maria Amélia Rufina de Santana (28.11.2009)

Era sergipana da cidade de Nossa Senhora das Dores, onde nasceu, no dia 19 de junho de 1916,filha de Lepoldino Santana e Amélia Santana. Entrou na Congregação, em Salvador, onde iniciou o Postulantado, em 1937. Em 1939, iniciou sua missão de enfermeira no Hospital Português de Salvador, onde se revelou exímia no desempenho do seu trabalho e religiosa exemplar. Sobre ela, assim se referiam os médicos: “Temos Irmã enfermeira à altura do que os doentes precisam”.

A Irmã Maria Madalena do Cenáculo estava sempre disposta e esboçava sorriso. Fez parte do grupo de Ministros da Eucaristia da A r q u i d i o c e s e d o R i o d e J a n e i r o e responsabilizou-se pela Pastoral da Saúde na Ordem Terceira do Hospital do Carmo. Era muito caridosa para com os doentes e todo tipo de pessoa necessitada.

Terminou sua missão, em 2007, internada no Hospital do Carmo, sendo ali tratada pelos médicos e enfermeiras com todo o carinho e respeito, com toda a dignidade. No leito, aos 94 anos, seu rosto denotava aquilo que ela sempre fora: delicada, amável e grata a Deus por tudo o que lhe concedeu.

144 . Maria Anízia de Araújo (20.07.2011)

Era natural da cidade de São Miguel, Rio Grande do Norte, Diocese de Mossoró, onde nasceu, no dia 11 de julho de 1921, filha do casal José Alexandre de Araújo e Maria do Carmo Araújo. Numa convivência familiar marcada de valores duradouros, sentiu forte o chamado à Vocação Religiosa e entrou na Congregação, em 1946, em Salvador, Bahia. Foi admitida ao Noviciado em 1946 e professou em 1949.

A Irmã Maria Seráfica de São Francisco teve uma vida de dedicação aos cuidados de enfermos e idosos. Guardamos na lembrança a sua imagem serena e calma e o seu testemunho de vida simples, pobre, desprendido e entregue totalmente ao serviço dos idosos e doentes. Foram milhares os que passaram por suas mãos caridosas e bondosas.

Quando estava em Itapecerica da Serra, São Paulo, foi chamada por Deus para a morada eterna, após ter trilhado, com alegria e abnegação, um caminho de conversão, renovação e doação a Deus e aos irmãos.

145. Maria Anunciada da Silva (29.11.2009)

Nasceu no pequeno povoado de Taipu, Rio Grande do Norte, no seio de uma família profundamente cristã, no dia 11 de março de 1925. Com o apoio de seus pais, Antonio Silva Nascimento e Rita Maria do Espírito Santo.

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Ingressou na Congregação em 1950 e professou, perpetuamente, em 1959.

A Irmã Joana Maria de São Francisco Passou por diversas localidades, no desempenho da sua missão apostólica: Salvador, Recife, Rio Claro, Campinas, Pirassununga, Guaraciaba, Juquitiba, Santa Isabel, Petrópolis, São Paulo, Varginha e Itapecerica da Serra. Sempre trabalhou em costura ou cozinha e dizia que foi feliz por onde passou, como fiel peregrina e forasteira na missão a que Jesus Cristo a chamava.

Deixou um forte sentimento de realização e amor à Congregação. Lembrava com carinho todas as pessoas que conhecera, nos lugares onde trabalhou. Era uma pessoa delicada, atenciosa e muito caridosa, no serviço dos irmãos e irmãs necessitados. Distinguia-se pela atenção às precisões das suas Irmãs, no atendimento mais sutil e discreto, pois era simples e fraterna, de testemunho forte, pelo seu jeito de ser e de se conduzir no meio das pessoas que a procuravam. Marcou presença e deixou saudades pela sua amabilidade, ternura e compaixão.

146. Maria Aparecida de Carvalho (13.01.2012)

Nasceu na cidade mineira de Cambuí, a oito de julho de 1923, filha do casal Benedito de Carvalho e Benedita de Carvalho. Iniciou o postulantado, em Salvador, em 1941, e fez os votos perpétuos, em 1950. Celebrou bodas de prata, de ouro e de 60 anos de consagração, na Província do Sagrado Coração de Jesus.

A Irmã Glória de Maria Imaculada foi uma pessoa dinâmica e uma presença ativa, próxima e misericordiosa. Modelo de vida de oração encarnada e solidária. A sua vida de ascese levou-a a cultivar os valores humano-espirituais que conferiram um significado transcendental à sua feminilidade: fina nas palavras e no trato, uma Hospitaleira aberta às surpresas do Espírito. Na Fraternidade das Irmãs idosas e doentes, soube, com maestria, identificar todas as oportunidades de servir, através de uma grande sensibilidade humana e evangélica.

Tinha um temperamento introspectivo, de modos educados e empenhada em fazer as coisas com perfeição. Prudente e generosa, era de fina sensibilidade na partilha dos bens, do saber, dos dons, do afeto, do tempo, da experiência e da compaixão. Viveu na pura gratuidade. A sua espiritualidade era compassiva e vivida com nobreza, ardor, zelo, dignidade, minoridade e beleza, sendo irmã de todas as Irmãs. Aceitou aniquilar-se, deixando transparecer uma profunda relação com a Pessoa de Jesus Cristo crucificado, a quem abraçou definitivamente.

1 4 7 . M a r i a A u g u s t a M o n t a l v ã o (02.11.1999)

Sergipana de Tobias Barreto, Diocese de Aracaju, nascida a 16 de dezembro de 1909. Seus pais eram Maniel da Rosa Medeiros e Rosa Clara de Escobar. Foi admitida à vida religiosa na Congregação em 1931 e fez o Noviciado em 1932, em Salvador, Bahia. Professou temporariamente em 1933 e emitiu os votos perpétuos em 1940.

A Irmã Maria Clara de São José foi uma religiosa simples e modesta, amiga dos pobres, sobretudo onde viveu seus últimos anos, em Guaraciaba, Minas Gerais. Ali desenvolveu um intenso trabalho de evangelização com o povo simples da cidade. A amputação de um membro inferior não arrefeceu o entusiasmo missionário, conservando sua serenidade diante das limitações, tornando-as fonte de proximidade para com os demais. Sua vida era pautada pela prudência e solicitude, apoiada na pobreza evangélica.

Devota de São José e de Nossa Senhora do Rosário, não se descuidava de deixava de rezar o Terço com pessoas que estivessem à sua volta. Partiu para a mansão dos eleitos no Centro Assistencial Imaculado de Maria (CAICAM), Itapecerica da Serra, São Paulo.

148. Mariá Baptista Bandeira (17.04.2009)

Nasceu na capital baiana, a 2 de novembro de 1917. Filha de Romualdo Nascimento Bandeira e de Christina Baptista Bandeira. Foi admitida ao Postulantado em 1932 e também ao

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 119

Noviciado nesse mesmo ano. Emitiu os votos temporários em 1956 e os votos perpétuos em 1962, no Convento Sagrada Família em Salvador, Bahia.

Sua vida foi edificada pelo testemunho de fé na presença de Jesus Sacramentado. Durante os anos de sua consagração religiosa, dedicou-se aos serviços de Secretaria e Economato, sempre com muito esmero e honestidade. A Irmã Maria Auzenda do Divino Pastor exerceu, ainda, o ofício de sacristã, a todos edificando pelo exemplo de zelo e piedade. Era ornada pelo silêncio, modéstia e perseverança, e até a sua postura nos falava de Deus.

Expressava grande devoção ao Divino Espírito Santo, manifestada nos atos de confeccionar e distribuir terços para a oração do terço do Espírito Santo. Atenta aos necessitados, dirigiu-se à Superiora Provincial para lembrá-la da urgência de um local para servir as refeições aos preferidos de Deus. A partir dessa iniciativa, foi construído o espaço “Tenda da Hospitalidade”, no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia. Faleceu aos 91 anos, na plenitude da paz e da entrega filial.

149. Maria Bárbara Rodrigues (18.12.1962)

Filha de Joaquim Rodrigues e de Maria Balbina Rodrigues, nasceu a quatro de dezembro de 1879, em Vilar Oeste, Portugal. Entrou na Congregação em 1903 e tomou hábito em 1904. Fez seus primeiros votos em 1905 e os votos perpétuos em 1908.

Integrou o grupo das dez Irmãs que chegaram ao Brasil, no Pará, região amazônica, na época da Revolução de 1910. Em 1912, foi transferida para o Colégio Sagrado Coração de Maria, em Mossoró, Rio Grande do Norte. Ausentando-se por curto espaço de tempo, voltou para o referido Colégio, onde viveu até que Nosso Senhor a levou para coroá-la pelos seus trabalhos e suas virtudes no reino celeste.

Com alegria e solicitude, distribui largamente o carisma da hospitalidade no ofício de acolhimento, na recepção do Colégio. Sempre comunicativa em sua função, aspecto que a tornou imensamente conhecida, além de

querida pela sua devoção a Nossa Senhora de Fátima. Morreu placidamente no Senhor, aos 83 anos de idade e 58 de vida religiosa. Antes do sepultamento, que se verificou no mesmo dia do passamento, houve missa de corpo presente. À sua morada foi acompanhada pelo Bispo Dom Gentil Muniz Barreto e, além de suas Irmãs, outras religiosas residentes em Mossoró, bem como alunas e ex-alunas, que a estimavam com filial carinho.

150. Maria Bernardina de Mendonça (22.11.1986)

Sua terra natal era Solânea, município de Bananeiras, Diocese de Campina Grande, Paraíba, onde nasceu a 1º de junho de 1917, filha de Damião Xavier de Mendonça e de Firmina Maria dos Mártires. Entrou para a vida religiosa em 1952; tomou hábito e professou em 1967.

Dedicou-se, por longos anos, ao serviço da Congregação, como Irmã Auxiliar, em uma entrega incondicional ao Senhor, amando-O e servindo-O na dimensão da caridade que se transfigura em simplicidade, gratidão e alegria. Com as novas normas sobre a Vida Religiosa, emanadas do Concílio Vaticano II, foi admitida aos votos religiosos, em 1967, cultivando os conselhos evangélicos de obediência, pobreza e castidade, conforme o carisma franciscano hospitaleiro, revelando a ternura e a misericórdia de Deus.

A Irmã Maria Sebastiana da Santa Face alimentou sua caminhada espiritual com a devoção a Jesus Crucificado, pela meditação da Via-sacra e, sobretudo, pela participação nas celebrações da Eucaristia. Rezava com assídua perseverança a oração do Pai Nosso, tão recomendada pelo Serafim de Assis, e se confiava ao filial amparo de Nossa Senhora da Imaculada Conceição. Trabalhou durante largos anos na Casa da Criança Dr. João Moura, em Campina Grande, Paraíba. Faleceu no Hospital Português, em Salvador, Bahia, após uma vida de amorosa dedicação para atender às necessidades dos demais.

120 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

151. Maria Beatriz Vieira de Andrade (24.05.2013)

Natural de Muribeca, Diocese de Propriá, Sergipe, onde nasceu a dois de março de 1931, filha de Minervino Andrade e Caetana Vieira Andrade. Ingressou na Vida Religiosa, em Salvador, Bahia, onde deu início ao Postulantado, 1950. Entrou no Noviciado, em 1951 e fez a profissão temporária em 1953 e a perpétua, em1959.

A Irmã Maria do Círio Pascal, na sua simplicidade e espírito peregrino, exerceu sua missão de bem servir, em diversas regiões e Fraternidades. Como Irmã menor, estava sempre disposta a servir a Congregação e a Igreja, onde houvesse o bem a fazer. A maior parte do seu apostolado franciscano hospitaleiro foi na área da saúde, como um anjo de consolação junto às pessoas doentes. Sua presença confortadora iluminava a esperança dos que buscavam a recuperação da saúde, aos quais generosamente lhes dava, também, o conforto espiritual. Integrava a Fraternidade no Centro Assistencial Imaculado Coração de Maria (CAICM), Itapecerica da Serra, São Paulo, quando faleceu.

152. Maria Belanísia Rocha (26.02.1975)

Seu nascimento ocorreu a 11 de junho de 1905, em Gararu, Diocese de Aracaju, Sergipe. Era filha de Luiz Gonzaga da Rocha e Maria Assunção de Rocha e Irmã consanguínea de Marieta Gonzaga da Rocha (Irmã Maria Noraldina de Lourdes). Foi admitida à vida religiosa no Postulantado e no Noviciado em 1931, no Colégio São José, na Avenida Luís Tarquínio, 13, em Salvador, Bahia. Fez a profissão temporária em 1933 e a perpétua, em 1937.

A Irmã Maria Ângela da Assunção prestou serviços na enfermagem do Hospital Português, da Real Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro, em Salvador, Bahia, e no Hospital do Carmo, do Rio de Janeiro. Também atuou na rouparia da Beneficência Portuguesa do Rio. Distinguia-se pela devoção à nossa Mãe Maria Santíssima. Costumava reunir os funcionários para a

oração do terço diariamente. Revela-se uma pessoa com forte espírito de penitência e mortificação e um coração centrado em Jesus, em constante diálogo com Ele. Sua devoção especial era ao Sagrado Coração de Jesus. Era uma consagrada de oração fervorosa e testemunha de muita fé em Deus. Distinguia pela sua delicadeza e caridade fraterna, pois, além de socorrer os mais necessitados, procurava desvelar-se em cuidados também na vida fraterna.

A Irmã Ângela faleceu aos 66 anos de idade e 44 de vida religiosa, cercada pelo carinho das suas Irmãs, quando integrava a Fraternidade da Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro, e foi sepultada no Cemitério São João Batista.

153. Maria Benedita Pereira da Silva (26.09.1970)

Nascida em Pirassununga, Diocese de Campinas, São Paulo, a 22 de agosto de 1903, no seio da família de José da Silva Pereira e de Er mel inda Pere i ra . Fo i admit ida ao Postulantado e ao Noviciado em 1928, no Colégio São José, na Avenida Luís Tarquínio, Salvador, Bahia. Fez a profissão temporária em 1930 e a profissão perpétua em 1937.

A Irmã Maria Branca do Cordeiro Imaculado, também conhecida como Irmã Branca do Santo Cordeiro, revelava profunda devoção à Sagrada Escritura, ao empenhar-se pela d i v u l g a ç ã o d a P a l a v r a S a g r a d a continuamente, nas mais diversas e criativas atividades.

Provou-nos Deus a sua infinita misericórdia, uma vez que Ele realizou os três simples desejos que a Irmã Branca verbaliza no convívio fraterno: “Morrer em São Gotardo; morrer no trabalho e morrer sem dar trabalho”. De fato, o Senhor concedeu-lhe os frutos da semeadura de sua missão como professora, durante 43 anos de ensino, e como apóstola, que promovia regularmente um curso bíblico semanal, como propagadora da boa imprensa. Era zeladora da Terra Santa, obra que se baseia no espírito missionário de São Francisco de Assis. Faleceu aos 67 anos de idade e 41 de vida religiosa, deixando-nos o exemplo de dedicação amorosa ao Senhor.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 121

154. Maria Bernadete Furtado (31.06.2006)

Nasceu em 27 de março de 1908, em Baixa Verde, Diocese de Natal, Rio Grande do Norte. Seus pais João Batista Furtado e Doroteia Júlia Furtado. Foi admitida à vida religiosa no Colégio São José, na Avenida Luís Tarquínio, 13, Salvador, Bahia, em 1931. Tomou hábito em 1932, fez a profissão temporária em 1933 e a perpétua em 1941.

A Irmã Maria Lúcia dos Anjos, durante longos anos, acompanhou várias gerações de Irmãs, aconselhando-as, testemunhando-lhes o amor fraterno e o respeito por suas diferenças. Acompanhou vários períodos da Igreja e se regozijou com a abertura trazida pelo Concílio Vaticano II. Recordava com carinho o Papa João XXIII, por sua coragem e fidelidade apostólicas. Na Congregação, alegrou-se com as realizações pós-conciliares, acreditando que o sopro do Espírito traria novo vigor à nossa família religiosa.

Quando era servida pelas Irmãs, dizia: “Deus lhe pague pela esmola que me deu com sua mão, que ela seja abençoada pela Virgem da Conceição”. Na missa de corpo presente, muitas Irmãs rezavam em agradecimento a Deus, por sua entrega tão duradoura. Testemunhos de Irmãs revelaram sua grande caridade para com aquelas que chegavam de viagem, nas Comunidades, e como tratava com delicadeza os funcionários e funcionárias, sobretudo os mais necessitados.

Depois de uma longa existência, dizia, frequentemente, que já estava com saudades do Pai, ou, quem sabe, os anos já lhe pesavam bastante e, assim, sentiu que devia partir.

155. Maria Chagas (21.12.2011)

Natural de Fama, Minas Gerais, seu nascimento se deu a 27 de julho de 1928. Eram seus pais Francisco Chagas e Maria das Dores Alves.Entrou para a Congregação em 1948, quando houve sua admissão ao Noviciado. Fez sua primeira Profissão, em Portugal, na cidade do Porto, a 25 de setembro de 1952. Seis anos mais tarde, fez os votos perpétuos. A Irmã Stellamaris do Santíssimo Sacramento era uma pessoa polivalente. Dotada de inúmeras

qualidades, transitou por um universo amplo e diversif icado: ensino, enfermagem e administração.

Voltando ao Brasil, dedicou-se de corpo e alma às atividades escolares. Cuidava da decoração nas grandes solenidades da Fraternidade e dos Colégios por onde passou. Conquistou o novo, não por caminhos já traçados, mas traçando caminhos. Mulher da novidade, fruto da inspiração do Espírito de Deus na história de quem se deixa conduzir por Ele, de quem se faz protagonista da Sua graça.

156. Maria Cardoso (24.03.2008)

Veio ao mundo em Itabaiana, Diocese de Aracaju, Sergipe, a 8 de setembro de 1921, filha de Bevenuto José Cardoso e Maria Conceição Cardoso. Era irmã consanguínea de Maria Adga Cardoso (Irmã Clotildes de São José) e Maria Rosa Cardoso (Irmã Antônia de Santa Maria). Foi admitida à vida consagrada no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia. Ali, no ano de 1944 fez o Postulantado e, em 1945, o Noviciado. Emitiu os votos, temporariamente, em 1949 e os votos perpétuos em 1954.

A Irmã Maria Marcelina dos Anjos era possuidora de grande espírito de sacrifício. Trabalhou, durante 30 anos, na Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro, no serviço de obstetrícia, onde atendia com amabilidade e dedicação. Incansável em sua labuta cotidiana, não escusava horário para atender às necessidades inerentes ao seu ofício. Às vezes, ficava noites seguidas, sem usufruir do merecido descanso. Mostrava-se sábia ao lidar com os limites humanos, superando as incompreensões com otimismo e confiança. Tinha muito amor a Deus, extensivo aos irmãos e irmãs com grandes necessidades. No f im da existência, foi- lhe permitido experimentar grande sofrimento. Foi para sua última morada, lúcida e firme em suas convicções de fé.

122 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

157. Maria da Conceição Vieira (21. 07.1990)

Nasceu em Mateus, Vila Real, Trás-os-Montes, Portugal, a 24 de setembro de 1908. Era filha de Francisco Vieira e Maria da Conceição Vieira. Foi admitida na Congregação em 1954 ao Postulantado e em 1955 ao Noviciado. Professou em 1957 e foi enviada à Província do Sagrado Coração de Jesus.

A Irmã Maria da Anunciação foi uma Religiosa cativante pela docilidade, fraterna e muito amiga de sua comunidade. Participava do cotidiano da Fraternidade, como uma pessoa humilde, simples, acolhedora e afável. Verdadeira irmã Hospitaleira, pela caridade fraterna, bondade e afabilidade.

A fidelidade no exercício da sua missão exigia-lhe plena dedicação e jamais se furtou a cumprir o que lhe fora designado. Integrava a Fraternidade no Centro Assistencial Imaculado de Maria (CAICM), Itapecerica da Serra, São Paulo, onde permaneceu até pouco antes de seu falecimento, em virtude da debilidade física.

1 5 8 . M a r i a d a C o n c e i ç ã o F r e i t a s (21.12.1976)

Sua terra de origem era Fafe, Braga, Portugal, onde nasceu, em 1894, filha de Joaquim Freitas e Maria Gonçalves. Foi admitida à vida religiosa na Congregação em 1914; tomou hábito em 1915 e professou em 1917. A Irmã Piedade do Coração de Maria chegou ao Brasil em 1933 e integrou a Província do Sagrado Coração de Jesus. Voltou para sua terra natal, em 1946. Era uma mulher de vontade enérgica e de hábitos firmes, que possuía um coração capaz de sensibilizar-se até as lágrimas diante do sofrimento alheio ou durante um abraço de despedida. Aos 61 anos de vida consagrada e de devotamento à vida de entrega total a Deus a Irmã Piedade retornou ao Pai, em sua Pátria.

159. Maria das Mercês de Sousa (11.05.2001)

Seu nascimento é datado de primeiro de agosto de 1922, na cidade de Areia Branca, Diocese de Mossoró, Rio Grande do Norte.

Entrou na Congregação em1950 e iniciou o Noviciado, em 1951, tendo professado, t e m p o r a r i a m e n t e , e m 1 9 5 3 , e , perpetuamente, em 1958.

A Irmã Maria Edla da Santíssdima Trindade foi transferida para a Índia, onde trabalhou, dedicadamente, na missão junto daquele povo tão respeitoso e espiritualista.

Na Província do Sagrado Coração de Jesus, Centro Assistencial Imaculado de Maria (CAICM), em Itapecerica da Serra, São Paulo, foi totalmente dedicada aos trabalhos manuais em favor das Irmãs e deixou o exemplo de uma vida silenciosa, humilde, ponderada e dedicada às necessidades da Comunidade. Voltava-se em atenção generosa para as pessoas que trabalhavam na obra e para as mais necessitadas. E assim se foi, na plenitude da missão cumprida, na entrega filial aos desígnios do Senhor, até o fim dos seus dias.

160. Maria do Carmo Silva (14.03.1952)

Nasceu em 11 de fevereiro de 1922, Junqueiro, Alagoas, na família de Sebastião Fernandes da Silva e de Maria Leopoldina da Silva. Foi admitida à vida religiosa em 1940, ano em que iniciou o Noviciado. Professou em 1945.

A Irmã Maria Zilda da Natividade, natural da cidade de Junqueiro, em Alagoas, cultivou amorosamente o dom da vocação à vida consagrada. No discernimento da santíssima vontade divina, abraçou com confiança o chamado recebido no caminho da Igreja. Revestida da graça que radicalizou seu batismo e a fortificou para uma consagração e uma missão, foi admitida no Noviciado da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição em 1940, e emitiu os primeiros votos em 1945.

Na brevidade de sua caminhada na CONFHIC, como lamparina, gastando-se por todos, especialmente pelos mais necessitados, viveu intensamente os conselhos evangélicos, como fiel seguidora de Jesus Cristo. Faleceu no Rio de Janeiro, na Fraternidade da Beneficência Portuguesa, e foi sepultada no Cemitério de São João Batista.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 123

161. Maria Joana da Silva (12.06.2000)

Seus pais eram Artur Morais da Silva e Laura Morais da Silva e sua terra natal era Morro de São Paulo, Bahia, onde nasceu a 24 de junho de 1912. Foi admitida à vida religiosa na Congregação em 1931. Nesse mesmo ano deu início ao Noviciado. Professou em 1933 e foi enviada a Portugal, retornando depois ao Brasil.

A Irmã Maria Celestina do Menino Jesus era uma pessoa de grande amabilidade no convívio fraterno. Sua simplicidade e boa índole faziam-na uma alma sempre solícita e disposta em servir e cuidar do próximo.

Uma de suas virtudes notáveis era a pobreza evangélica. Fazia o bem aos funcionários mais necessitados e sempre estava atenta às coirmãs, que necessitassem de seus cuidados. Assim caminhou até o fim dos seus dias, na solicitude dos corações generosos e ungidos pelo chamado vocacional.

1 6 2 . M a r i a J ú l i a d a C r u z N u n e s (17.10.1977)

Seu nascimento se deu a 4 de maio de 1899, em Ribeira, Freguesia de Parada de Cunhos, Vila Real, Portugal, no seio da família de António Nunes e Benedita da Cruz. Foi admitida à vida consagrada em 1921; tomou hábito em 1922 e professou em 1923.

A Irmã Maria Ilídia da Anunciação trabalhou em várias obras das duas Províncias brasileiras. Considerada como uma das colunas da P r o b r a s u l , p e l o s e u e m p e n h o e disponibilidade nas atividades que lhe foram designadas. Os empobrecidos sempre estavam à sua porta, pois era uma benfeitora que buscava saciar a fome e fornecer vestimentas para os desnudos. Sua devoção mais forte era à Mãe de Deus e a São José.

Faz parte do primeiro grupo de Irmãs destinadas à Beneficência Portuguesa do Rio. Em 1931, como Superiora, foi uma das precursoras no Hospital Português, da Real Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro, em Salvador, Bahia. Quando ali atuava, cuidou da filha da Senhora

Almerinda Catarino, que ia dar à luz à uma criança. O parto foi difícil e Maria Alice Catarina veio a falecer, entretanto, sua netinha foi salva. A Senhora Almerida, pessoa de coração bondoso, voltada ao aprimoramento dos cuidados de saúde, decidiu oferecer à Congregação o Hospital da Sagrada Família, todo montado, retribuindo a dedicação das Irmãs, na pessoa da Irmã Ilídia.

Esteve, também, no Hospital do Recife (Derbi) e, em 1954, seguiu para a Beneficência Portuguesa do Rio, onde permaneceu durante dez anos, atuando também no Anexo de Jacarepaguá, em 1964.

A obra São Francisco de Assis deveu-se, em grande parte, ao seu esforço e amizade aos benfeitores. Grande número de famílias em situação de vulnerabilidade social no bairro foram socorridas através de seu apoio na intermediação de empregos, doação de gêneros alimentícios, cuidados de saúde e atenção a outras necessidades básicas.

Em sua enfermidade, foi de uma paciência e resistência edificantes, que mereceram de Dom Hermínio Malzona Hugo, Bispo de Governador Valadares, a observação: “Morrer assim vale a pena!”. Foram 77 anos de idade e 55 de vida religiosa, a maior parte dela passada no Brasil.

1 6 3 . M a r i a Le o p o l d i n a N o g u e i ra (06.06.1978)

Seu nascimento transcorreu a 29 de maio de 1894, em Alagoinhas, Bahia, na família de Antônio Anselmo da Silva e de Maria de Lourdes Nogueira da Silva. Foi admitida em 1930, tomou hábito e professou em 1967.

A Irmã Maria de Lourdes foi, por muitos anos, presença acolhedora na recepção do Colégio São José, situado na Avenida Imperatriz, 170, em Salvador, na Bahia. Tinha como inseparável companhia a oração do Rosário de Nossa Senhora, que pronunciava com as contas desfiando entre seus dedos, durante o dia. Tinha o conhecido hábito do gosto pelo cafezinho, que mantinha em uma garrafa térmica e costumava repartir com quem se aproximava de seu “telônio”.

124 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

Sempre citava a Bíblia - a Palavra Sagrada era a fonte de onde emanavam as explicações, no cotidiano. Algumas Irmãs recordam, com gratidão, o coração materno que a animava. Só se recolhia aos seus aposentos depois que todas as Irmãs estudantes já tivessem retornado a casa, quando as recebia com algo para degustar, inclusive o cafezinho. Na convivência fraterna, quem há-de esquecer a ternura de sua presença solícita, ao fazer companhia à Irmã que se atrasara em alguma refeição, entre outros gestos do cuidado dispensado às coirmãs! Faleceu no mesmo Colégio, onde decorreu a sua vida de inteira entrega a Deus e aos irmãos.

164. Maria Campos (17.07.1999)

Nasceu, a 10 de outubro de 1915, na cidade de Tobias Barreto, Diocese de Aracaju, Sergipe, filha de Egídio Antônio Campos e Júlia de Sousa Campos. Foi admitida à vida religiosa na Congregação em1942. Entrou no Noviciado, em 1950, em Salvador, tendo professado, t e m p o r a r i a m e n t e , e m 1 9 4 4 , e , perpetuamente, em 1950.

Realizou sua atividade apostólica com crianças de três a seis anos de idade, no Jardim da Infância, na Fábrica Nacional dos Motores (FNM), Xerém, Rio de Janeiro. Atou, ainda, na Paróquia de Mariópolis, Paraná, onde se distinguia pela simplicidade, alegria e humildade, colocando-se sempre em defesa dos mais sofridos.

A Irmã Matilde de Maria Imaculada era uma companhia sempre agradável no convívio fraterno. Caracterizada pela caridade e muito piedosa, amiga de Nossa Senhora de Fátima. Vivenciava a prática do Carisma, pelo acolhimento aos mais necessitados, sobretudo, às I rmãs que chegavam, enfrentando o frio na cidade de Mariópolis, Paraná, onde viveu por muitos anos.

165. Maria de Lourdes Costa (12.07.1967)

Nasceu a 11 de agosto de 1930, em Jaguaruana, Diocese de Limoeiro, Ceará, filha de José Liberato Costa e Ana Maciel Oliveira. Foi admitida à vida religiosa na Congregação em 1953, tomou hábito em 1954 e professou

em 1956. A Irmã Maria das Dores praticava o amor fraterno sob a iluminação do Divino Espírito Santo, que a conduzia a longos colóquios com o Senhor. Dedicava boa parte do seu tempo ao diálogo com as coirmãs, partilhando passagens da vida do Senhor Jesus, no Evangelho. Era o assunto predileto de sua conversação. Fazia trabalhos de artesanato nas horas vagas e o ganho desse lazer oferecia para minorar as necessidades dos desvalidos.

Faleceu na Fraternidade da Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro e foi sepultada no Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro, sob o manto das grandes virtudes, sobretudo a caridade, amplamente oferecida às pessoas mais carentes, dentro do próprio Hospital, onde atuava.

166. Maria de Lourdes Gonzaga Rocha (25.12.1977)

Seu nascimento deu-se a 17 de outubro de 1910, em Gararu, município de Nossa Senhora de Lourdes, Sergipe. Seus pais eram Luiz Gonzaga e Maria de Assumpção da Rocha. Foi admitida à vida religiosa na Congregação em 1933, tomou hábito em 1934. Professou temporariamente em 1935 e fez a profissão perpétua em 1941.

Caracterizou-se especialmente por uma grande disponibilidade, dedicação e carinho para com os doentes, amigos e coirmã. Era uma Irmã de gestos nobres, sobretudo de gratidão, conforme testemunham as suas contemporâneas.

A Irmã Berenice do Santíssimo Sacramento trabalhou na Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro, durante 22 anos, em dois períodos. Recebeu o título de Sócia Benemérita, em reconhecimento pelos serviços por ela prestados com total dedicação.

167. Maria Domingues Alves (05.11.1956)

Nasceu a 4 de outubro de1894, em Riba de Mouro, Monção, Portugal, no seio da família de António Joaquim Alves e Felicidade Domingues. Foi admitida ao Postulantado e ao Noviciado em 1918. Professou em 1920.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 125

A caridade era a virtude que aureolava as suas ações franciscanas hospitaleiras, seguindo o exemplo do Mestre Jesus, ia à procura das pessoas que precisassem da sua ajuda. Muito piedosa e orante, era, sobretudo, devota de Maria Santíssima, de São José e do Sagrado Coração de Jesus.

Em 1927, veio para o Brasil, em companhia de outras Irmãs para a abertura da fraternidade na Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro, no serviço da enfermagem. Dez anos depois foi enviada como Superiora da Santa Casa de Misericórdia em Penedo, Alagoas. Retornou ainda à Beneficência e dali foi enviada a Belo Horizonte, capital mineira, para a abertura da Fraternidade no Hospital Vera Cruz.

A Irmã Maria do Presépio tinha grande habilidade para a administração das obras de saúde. Em virtude deste dom que Deus lhe concedera, foi transferida para São Paulo, quando atuou na Beneficência Portuguesa de Campinas, onde começou a debilitar-se. Levaram-na para o Hospital de Pirassununga, ainda no interior paulista, foi necessário, porém, que voltasse ao Rio de Janeiro, onde faleceu e foi sepultada no Cemitério de São João Batista da mesma cidade.

168. Maria dos Remédios Vieira Ferreira (01.07.2000)

Natural do Piauí, seu nascimento deu-se a 20 de maio de 1964, na cidade de União. Seus pais eram Antonio Nonato Ferreira e Bernarda Vieira Ferreira. Entrou na Congregação, em 1989, e iniciou o Noviciado, em 1990. Fez a profissão temporária em 1992 e a perpétua, em 1998.

Era uma Irmã muito comprometida com o projeto da Formação no âmbito da Província do Sagrado Coração de Jesus. Exerceu empenhadamente a missão de mestra de aspirantes, na cidade de Santa Maria, satélite de Brasília, Distrito Federal.

Entre as predileções de sua atenção caridosa estavam os empobrecidos e sofredores das agruras da vida. Era amiga dos jovens, especialmente das jovens vocacionadas. Na Província, realizou um intensivo trabalho de

orientação para a Vida Religiosa. Partiu para a morada eterna, aos 36 anos de idade e, a pedido da família, repousa na sua terra natal.

169. Maria Eudócia da Silva (29.12.2009)

Seu nascimento aconteceu a 27 de fevereiro de 1912, em Nossa Senhora da Glória, Diocese de Aracaju, Sergipe. Seus pais eram José Joaquim da Silva e Maria Madalena da Silva. Entrou na vida Religiosa no ano de 1937. Fez a profissão temporária em 1934 e a perpétua, em 1946.

A Irmã Maria Laura de São Francisco era uma franciscana hospitaleira exemplar, piedosa e alegre. Seus primeiros anos de vida religiosa decorreram na Província de Santa Cruz, sendo, depois, transferida para a Probrasul. Viveu a consagração numa dimensão de caridade e amor às coirmãs e à Congregação. Exerceu com dedicação e amor as atividades que lhe foram confiadas.

Trabalhou quase sempre no serviço de nutrição em diversas localidades. Também era exímia na confecção de casacos, sapatos e peças de tricot. Quantas pessoas ela aqueceu com o fruto de suas habilidosas mãos...

A Irmã Laurinha, como carinhosamente era tratada no convívio fraterno, conduzia-se com prudência e discrição, mantendo-se atenta em seu trabalho, junto aos que precisavam de seus cuidados. Dedicou grande parte de seu tempo à meditação da Sagrada Eucaristia. Ficou o exemplo de quem tratava os semelhantes sempre com delicadeza, espalhando uma mensagem evangélica pelo seu testemunho fraternal.

170. Maria José Fernandes (05.04.2005)

Veio ao mundo a 1º de agosto de 1922, na cidade de Bauru, Diocese de Campinas, São Paulo, no seio da família de José Fernandes e Lídia Fernandes. Entrou na Congregação em 1945. Iniciou o Noviciado, em1946, professou, temporariamente, em 1948, e fez a profissão perpétua em 1954.

A Irmã Maria do Rosário de São Francisco cultivava uma vida de simplicidade,

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perseverante na busca da sabedoria divina. Uma mulher de oração. Era amiga dos empobrecidos, reservando para eles atenção, respeito e cuidado. Dentre suas devoções, estavam o Sagrado Coração de Jesus, Maria Santíssima e São Francisco de Assis, além de expressar grande amor aos fundadores da Congregação.

Na sua singeleza, tinha o dote singular para a culinária de confeitaria, aliando, com maestria, o toque do sabor e da beleza. Como verdadeira franciscana, apreciava a natureza, sobretudo os animais domésticos, dentre eles, os gatos. Uma vida cultivada na ternura e na simplicidade franciscana.

171. Maria José Pereira (18.09.2005)

Nasceu em 19 de agosto de 1918, em Palmeira dos Índios, Alagoas. Era filha de Manuel Pereira e Maria Josefa da Conceição. Foi admitida ao Postulantado em 1934 e ao Noviciado em 1940. Fez a profissão temporária em 1942 e a perpétua em 1948.

Os seus primeiros anos de vida religiosa decorreram na Província de Santa Cruz. A Irmã Maria Letícia de São José foi transferida para a Província do Sagrado Coração de Jesus, em 1957, onde deixou um testemunho de alegria. S e m p r e e x p r e s s a v a c u i d a d o p e l o s empobrecidos, pelos desamparados, pelos s i m p l e s , p e l o s d e s e m p r e g a d o s , recomendando-os a Nossa Senhora e a São José. Suas orações eram dedicadas a Deus, por todos: ricos, pobres, desvalidos, sofredores de rua, desempregados, com os quais era muito solidária. Em seus últimos anos de vida, muito lucidamente, abençoava a todos que dela se aproximavam.

172. Maria da Purificação Alves Pereira (30.10.1991)

Nasceu a 2 de outubro de 1906, em Fragoselo, Diocese de Viseu, em Portugal. Seus pais eram José Borges Pereira e Cândida Prazeres Alves. Entrou na Congregação em 1928. Iniciou o Noviciado, também nesse ano. Professou, t e m p o r a r i a m e n t e , e m 1 9 2 9 , e , perpetuamente, em 1935. A Irmã Maria Aurora dos Anjos era uma pessoa silenciosa e

cumpridora dos seus deveres religiosos. Mostrava-se sempre motivada à piedade e à contemplação. Na vida de oração, alimentava o zelo pela caridade para com os necessitados. Até o fim dos seus dias, sua vida foi uma eterna oferenda ao Senhor em favor dos sofredores e desamparados. Faleceu na Beneficência Portuguesa, no Rio de Janeiro.

1 7 3 . M a r i a d a Pu r i f i c a ç ã o Lu c a s (24.01.1991)

De nacionalidade portuguesa, nasceu a 12 de julho de 1902, em Sernache dos Alhos, Coimbra. Seus pais eram João Rodrigues Lucas e Rita Amado. Foi admitida à vida religiosa na Congregação em 1928. Nesse mesmo ano, iniciou o Noviciado. Professou em 1929.

A Irmã Maria Inês de Assis adotou como sua mística a bem-aventurança da misericórdia. O amor de Deus transbordava em suas ações, inundando de caridade os seus gestos no convívio fraterno e na relação laboral com os colaboradores. Os idosos assistidos na obra eram, no entanto, os mais beneficiados com o jeito misericordioso de viver e de servir da Irmã Inês. A eles dedicou os serviços de apoio, realizados na paz, na bondade e na alegria franciscana, buscando, sempre fazer o bem.

Seus últimos anos foram passados em um leito da Beneficência Portuguesa de Jacarepaguá, Rio de Janeiro. Ali, na aceitação diária de sua enfermidade, deixou-se consumir pela Misericórdia Divina, sempre confiante no grande amor de Jesus.

174. Maria Leônia Tavares (29.02.1988)

Na cidade de São Brás, Diocese de Penedo, Alagoas, foi o seu nascimento, a 19 de janeiro de 1918. Era filha de Sérgio Santos Tavares e de Fedelina Tavares. Foi admitida à vida religiosa no Postulantado em 1937 e no Noviciado em 1938. Professou temporariamente, em 1940, e fez a profissão perpétua, em 1946.

A Irmã Maria do Preciosíssimo Sangue atuou em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, por três vezes. O seu trabalho era desafiante. Eram pacientes que necessitavam de cuidados especiais. Na intimidade com o Senhor,

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 127

encontrava o suporte para essa experiência, que a fazia repetir com São Paulo: “completar em mim, a paixão de Jesus Cristo”. Na convivência fraterna e era pacífica, silenciosa e amiga. Na vida apostólica, revela-se zelosa com os pacientes e com os funcionários, e s p e c i a l m e n t e o s e m p o b r e c i d o s , manifestando-lhes um carinho especial.

175. Maria do Rosário Esteves (05.04.2005)

Seu nascimento foi a 18 de setembro de 1925, em Alfenas, Diocese de Guaxupé, Minas Gerais. Era filha de Jorge Esteves e Ana Lourenço. Foi admitida na Congregação, em 1945. Iniciou o Noviciado em 1946, tendo emitido os votos temporários, em 1948, em Salvador, Bahia. Fez a profissão perpétua em 1954. A Irmã Maristela do Menino Jesus era uma alma de Deus, no convívio fraterno. Destacamos a sua assiduidade à oração, visitas frequentes a Jesus Sacramentado, paciência no sofrimento, atitude de fé e tranquilidade. Era delicada e meiga com as pessoas e sua presença suave e paciente, alimentava um relacionamento sempre cordial. Esteve sempre trabalhando na área de enfermagem, como chefe de graduação superior. Era muito amiga dos funcionários, sabendo lidar com eles como pessoas dignas e filhos de Deus, fazendo-lhes o bem e ajudando-os naquilo que estivesse ao seu alcance. No Hospital, praticava a caridade para com os doentes e pessoas necessitadas.

1 7 6 . M a r i a M a d a l e n a d e S o u z a (16.02.1989)

Nasceu a 29 de julho de 1939, na cidade de Guaraciaba, Diocese de Mariana, Minas Gerais, na família de Leberalino de Souza e Silva e Adalgisa D. Silva. Entrou na Congregação, em 1983, e iniciou o Noviciado, em 1984, tendo feito a profissão temporária em 1986. A profissão perpétua foi emitida a em 1989, prestes a vir a falecer, no Hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo, onde entregou sua alma a Deus.

Amiga dos pobres e das pessoas desvalidas, trabalhou ainda algum tempo com as crianças do Lar da Criança Menino Deus, em

Pirassununga, São Paulo. Irmã Madalena deixou saudades junto às Irmãs da Província, por ser uma pessoa de muita bondade e delicadeza para com todos.

177. Maria Nogueira Freire (16.12.1948)

Nasceu, a primeiro de julho de 1913, na cidade de Unicó, Ceará, filha de Joaquim Ribeiro Freire e Adelaide Nogueira Freire. Entrou na Congregação em 1940. Recebeu o hábito, em 1941, e fez sua profissão temporária em 1942.A Irmã Maria Esmeraldina de Cristo Rei era uma pessoa especial, de saúde fragilizada, mas plenamente integrada no convívio e amiga de todos. Exercia com zelo a caridade fraterna, demonstrando uma vida de piedade e devota de Maria Santíssima.

Era mansa e condescendente para com as pessoas da obra onde exercia seu apostolado, exercendo a prática da enfermagem. Tratava os doentes sob seus cuidados com dedicação e todos que estavam com cordialidade e benemerência. Foi sepultada no Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro, deixando saudosa lembrança.

178. Maria Tavares de Oliveira (11.12. 2011)

Nasceu a 20 de novembro de 1924, em Martins, Rio Grande do Norte. Era filha de João Tavares de Oliveira e Joana Gomes de Oliveira. Foi admitida em 1945, em Salvador, Bahia. Em 1964, entrou no Noviciado de Pirassununga; tomou hábito em 1965 e professou em 1966.

A Irmã Maria Rosalva do Espírito Santo era uma pessoa simples e experimentada no conhecimento de Deus. Trazia o fervor da gente nordestina: era uma mulher orante. Falava sobre Deus com simplicidade, tomando as palavras da sua experiência humana. Deixava transbordar em sua conversação a experiência de sua intimidade com o Senhor. Tinha uma devoção especial à Maria Santíssima e a São José, e admiração pelos Fundadores da nossa Congregação.

A Irmã Rosalva, como era chamada no convívio, deu bons exemplos de solidariedade com os funcionários dos Colégios, por onde passou, fazendo o bem, sem distinção. Até o

128 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

fim dos seus dias, sempre foi muito caridosa e amiga dos que trabalhavam nas obras da Congregação, cuidando, habitualmente, do bem-estar de todos.

179. Maria Vitalina de Matos (02.06.1996)

Era natural de Tondela, Viseu, Portugal, onde nasceu a 30 de janeiro de 1912. Seus pais eram Manuel Clores e Piedade de Matos. Foi admitida à vida religiosa na Congregação em Salvador, Bahia, iniciando o Postulantado, em 1951, e o Noviciado, em 1952. Fez a profissão temporária em 1954 e a perpétua em 1959.

Desenvolveu sua atividade apostólica sempre no serviço de nutrição. A sua presença trazia a segurança do alimento preparado com dedicação e zelo fraterno. A caridade ditava as normas do bem fazer. A Irmã Maria de São Bernardo cultivava o silêncio e o espírito de sacrifício como porta de ascese. Irradiava alegria com um sorriso que a iluminava. Era dedicada, caridosa e muito atenta aos outros. Mantinha no relacionamento uma atitude pacíficadora, generosa e compreensiva.

No último dia de sua vida, dois de junho de 1996, ela disse a uma Irmã da Fraternidade: “Nossa Senhora vem me buscar, desta noite não vou passar”. Eram 8 horas da manhã, solenidade da Santíssima Trindade, e mais tarde, às 22 horas, entregou a sua alma a Deus, na serenidade dos que se entregam confiantes ao Altíssimo.

1 8 0 . M a r i e t a G o n z a g a d a R o c h a (29.01.2003)

Seu nascimento foi a sete de março 1910, na cidade de Nossa Senhora de Lourdes, Diocese de Propriá, Sergipe. Seus pais eram Luiz Gonzaga da Rocha e Maria da Assunção da Rocha.Era irmã consanguínea de Maria Belanísia Rocha (Irmã Maria Ângela da Assunção). Entrou na Congregação e iniciou o Noviciado, em 1931, tendo professado, temporariamente, em 1933. Fez a profissão perpétua em Portugal. Retornou ao Brasil, em 1962. A Irmã Maria Noraldina de Lourdes cultivava grande intimidade com a Palavra Sagrada, partilhando-a em sua conversação. Na Bíblia encontrava o alimento espiritual que

iluminava suas ações de caridade. Era possuidora de múltiplas habilidades. Suas mãos sabiam tecer trabalhos lindos, dos quais sempre ofertava algum pulôver, cachecóis, blusas e outros artefatos.

Quando acamada, era encontrada sempre com o crucifixo nas mãos e rezando: “É o meu Senhor, meu Tudo”. Era um exemplo de caridade e de bem querer para com todos, sobretudo para com mais empobrecidos.

181. Maria Nivalda Matos Cardoso (06.06.2012)

Natural de Campo Formoso, Bahia, nasceu a 19 de dezembro de 1935, filha de Severiano Crdoso Santos e Brasília Matos Cardoso. Veio para a Congregação, em 1958, e foi admitida ao Noviciado nesse mesmo ano, em Salvador, Bahia, vindo a professar, temporariamente, em 1961. Fez sua profissão perpétua, em 1967, na Província do Sagrado Coração de Jesus.

A Irmã Maria de Fátima, desde o início de sua formação, sentiu-se vocacionada para a atividade misssionária que exerceu com o maior devotamento, nos lugares onde serviu. Era uma pessoa corajosa, destemida o suficiente para aventurar-se a empreender o “êxodo” das formas obsoletas.

Possuidora de uma visão ampla da eclesialidade, deixou-se conduzir pelo Santo Espírito para fomentar o surgimento de comunidades eclesiais, nas quais Jesus de Nazaré Se fez presente com uma nova vitalidade e imediatez. Encontrou na Comunidade de Manguaratiba, Vicariato Oeste, da Arquidiocese do Rio de Janeiro, onde esteve servindo por longos anos, o espaço privilegiado para se dedicar integralmente àquilo em que ela firmemente acreditava: libertar-se da preocupação pela sobrevivência e pela segurança, e entregar-se ao mistério divino na gratuidade da doação aos outros.

Gostava de lembrar: “A paixão por Deus, vivida na compaixão pelas vítimas, é a essência da Vida Religiosa Consagrada”. Este legado encontre eco na vida de cada uma de nós para que nosso seguimento atenda à exigência evangélica da vida de Jesus.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 129

182. Marina dos Santos (8.12.2003)

Nasceu a 18 de junho de 1938, em Camaratuba, Diocese de Penedo, Alagoas. Era filha de Antônio Enéas Estáquio e de Anacleta da Conceição. Foi admitida ao Postulantado e ao noviciado em 1957; fez a profissão temporária em 1960 e a profissão perpétua em 1965, no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia. Com simplicidade e humildade, trilhou o caminho da santidade no atendimento aos enfermos. A todos acolhia com muita alegria, com um sorriso que dispensava a eloquência das palavras. Comunicativa, tudo fazia para tornar o ambiente alegre e agradável.

Manifestava especial predileção pelos necessitados e os acolhia com bondade de coração, conduta praticada quando foi Superiora local, no Hospital da Santa Casa, de Penedo, Alagoas, e no Hospital da Polícia Militar, no Derby, Recife, Pernambuco. Neste último, não receava recorrer ao Comandante para minorar o sofrimento dos recrutas doentes e com os pés feridos pelas botas de material plástico. Por todos se interessava, sempre solícita e caridosa, manifestando também um profundo carinho pelas Irmãs e funcionários.

Alimentava a sua vida espiritual em prolongados colóquios com o Senhor Jesus, na Eucaristia. Assumiu com fé e coragem o momento decisivo de sua passagem desta terra e enfrentou, com total abandono à vontade divina, o sofrimento da prolongada e dolorosa doença. Cheia de sonhos e de desejo de viver para servir ainda mais e melhor e atendendo à falta que sentiríamos com a sua partida, toda a Província se envolveu na prece à nossa Fundadora para que intercedesse por sua cura junto de Deus. A Irmã Marina, na grandeza da sua fé alegre e simples, compreendeu que a prece fora atendida, mas de outro jeito. Dizia: “Estão pedindo um milagre, mas ele já veio; eu tinha muito medo de morrer e não o tenho mais”. A partir daí, não opôs a mais leve resistência ao querer de Deus e faleceu serena e santamente, aos 65 anos, no exato momento em que a Província celebrava a Solenidade da Imaculada Conceição e os Jubileus de vida religiosa de algumas Irmãs da

Província. Irmã Marina deixa para nós uma grande herança, um convite a levar sempre mais e cada vez mais a bandeira da paz, da esperança, da caridade, da organização e da simplicidade.

183. Matilde Máxima de Medeiros (07.12.1991)

Era filha de Maximino Gregório Medeiros e de Sabina Maria Medeiros. Nasceu a 25 de maio de 1925, em Mossoró, Rio Grande do Norte. Entrou para vida religiosa em 1950, ano em que tomou hábito e professou em 1952.

Em seus 40 anos de dedicação ao Senhor na CONFHIC, a Irmã Maria do Perpétuo Socorro esteve sempre solícita, atendendo nos serviços gerais de copa, cozinha e lavanderia, mormente no Hospital Português da Real Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro, em Salvador, Bahia. Alimentar, purificar e servir foram as atividades que praticou como obras de misericórdia. Viveu a caridade na dimensão franciscana e toda a sua vida foi emoldurada pelas virtudes da humildade e da simplicidade, que ornam as almas santas. A Irmã Maria do Socorro, com a abertura de seu coração magnânimo, era o socorro benfazejo na lida dinâmica que, cotidianamente, configurava os seus dias. Cultivava a observância dos valores da vida consagrada, especialmente as horas dedicadas à oração pessoal e comunitária.

184. Maria Agda Cardoso (14.04.2012)

Nasceu a cinco de fevereiro de 1912, em Itabaiana, diocese de Aracaju, Sergipe. Era filha de José Bevenuto Cardoso e de Maria da Conceição Cardoso. Foi admitida à vida religiosa em 1931, tomou hábito e fez a profissão temporária em 1967 a profissão perpétua em 1970, no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia.

Viveu uma fecunda existência de 100 anos, dos quais 80 dedicados à vida religiosa. A trajetória de Irmã Clotildes de São José foi de muita labuta e zelo pelas duas famílias: a biológica e a religiosa. Gastou a maior parte de seus anos ao serviço da comunidade do Colégio São José, em Salvador, Bahia, onde foi exímia nas artes

130 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

de culinária, doceria e jardinagem e onde Deus a veio buscar para a recompensa eterna. Era para todos um ponto de referência. Sobretudo nos seus últimos anos, revelava uma consciência extremamente delicada, sendo incapaz de se recolher, à noite, sem antes pedir perdão às suas Irmãs por qualquer pequenina falha. Mesmo na dor e nos naturais achaques da idade, mostrava-se sorridente e serena. Por ocasião do seu funeral, a Superiora Provincial, Irmã Margarida dos Santos Lima, referiu-se à amada Irmã Clotildes, nos seguintes termos: “A Irmã Clotildes de São José, carinhosamente conhecida por todos pelo epíteto de Coló, teceu uma história de amor à Igreja, à CONFHIC e à humanidade. Este amor e dedicação eram expressos através do acolhimento a todas e a todos. Testemunhou que podemos viver a contemplação na ação, através de sua intimidade ímpar com Jesus eucarístico e de sua devoção singular à Virgem Santíssima.

Testemunhou a sua fé, esperança e amor, no cotidiano de sua existência. Deixa o exemplo da mulher forte, de mulher que escolheu a melhor parte, de mulher do acolhimento e da hospitalidade. Irmã Clotildes ensinou-nos que a grandeza da pessoa está fundamentada em uma única dimensão: “Crer no Senhor Jesus”.

185. Maria Alice Costa (04.04.2003)

Era filha de Luiz Peixoto Costa e de Maria de Santana Costa. Nasceu a 24 de fevereiro de 1929, em São Miguel, Diocese de Mossoró, Rio G r a n d e d o N o r t e . Fo i a d m i t i d a a o Postulantado em 1957 e ao noviciado em 1958. Emitiu os votos temporários em 1960 e os votos perpétuos em 1966, no Convento Sagrada Família em Salvador, Bahia.

Os seus dias foram dedicados à pastoral, em trabalhos diversos, nos setores ligados à educação, idosos e casa de oração. Era uma alma de grande devoção e caridade, fervorosa discípula de Jesus, bem ao jeito de São Francisco de Assis, pela simplicidade, espírito de pobreza e desapego das coisas terrenas. Devotamente, divulgava a Palavra de Deus, em folhetos e pagelas. Fabricava terços para distribuí-los, especialmente aos jovens e crianças, pois considerava cada oportunidade

um momento sagrado para ensinar os valores da Religião. Empenhava-se de alma e coração em assimilar e difundir a Palavra Sagrada, dizendo que, na velhice, quando estivesse impossibilitada de ler ou de ouvir, os ensinamentos do Senhor já estariam gravados no seu coração. Faleceu, no Convento Sagrada Família, aos 74 anos, imbuída de autêntica misericórdia.

186. Maria Almerinda Serafim (10.02. 2014.)

Nasceu a 12 de outubro de 1923, em Olindina, Diocese de Alagoinhas, Bahia. Seus pais eram José Serafim Sobrinho e Josefa de Sousa Freitas. Desde muito cedo, no Patronato São José em Aracaju, Sergipe, recebeu o cuidado das Irmãs, Assunção de Maria Santíssima, que foi sua diretora espiritual e Carmelina Gonçalves, que lhe dava aulas de música. Estudou piano, violão, cítara, sanfona e também canto. Com elas aprendeu a produzir peças de crochê, tricot e frivolitê, entre outros trabalhos artesanais. Escutando os apelos do Senhor, decidiu-se pela vida religiosa. Foi admitida ao Postulantado, em 1945, e ao Noviciado em1946. Emit iu os votos temporários em1948, e os votos perpétuos em 1954. Recebeu o nome religioso de Irmã Maria Almerinda da Sagrada Família.

Sua vida apostólica foi iniciada no Colégio Imaculada Conceição, em Penedo, Alagoas (AL) e estendeu-se em várias outras obras educacionais da Província. No Colégio São José da Ação Fraternal de Itabuna, Bahia (BA), repartiu a alegria de servir a Cristo com tanta hospitalidade na Tesouraria que transformou aquele setor escolar em um espaço de agradável partilha. Era tão bondosa no atendimento que muitos a chamavam carinhosamente de “Mirinda”.

Em Salvador, durante o inverno, a Irmã Almerinda visitava as casas dos necessitados, para levar cobertores, com o apoio de colaboradores. Era uma pessoa bastante estimada. Animava a liturgia dominical, tocando órgão ou teclado e participando do Coral com as Irmãs e os fiéis. Após o fechamento da Casa de Retiro São Francisco, em 2012, a Irmã Almerinda foi integrar a

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 131

Fraternidade Nossa Senhora Auxiliadora, em Itabuna (BA), e logo depois a Fraternidade Nossa Senhora da Confiança, na sede Provincial, onde delicadamente atendia ao telefone e acolhia quem chegava. E ainda na Escola Mãe Clara ensinaou às mães, com alegria, pintura e crochê, e pequenas peças de artesanato.

Aos 90 anos de idade, em visita à família, seu estado de saúde se agravou e foi encaminhada ao Hospital Santa Cruz, em Itabuna, Bahia, onde faleceu. A I rmã Almerinda foi testemunho vivo e inspirador dos desígnios da Bem-Aventurada Madre Maria Clara do Menino Jesus para suas Filhas, eternizada nos nossos corações.

187. Maria Aristides Vieira (11.01.1992)

Nasceu a dois de outubro de 1921, em Santarém, Pará. Era filha de Agrícola José Vieira e de Vitória Silva Vieira Foi admitida à vida religiosa em 1958, fez o Noviciado em 1965 e professou temporiamente em 1966 e perpetuamente em 1971, no Convento Sagrda Família em Salvador, Bahia.

A Irmã Fátima, natural de Santarém, no Pará, era toda serviço e alegria. Sempre em atenta disponibilidade, facilmente notava as necessidades das pessoas à sua volta, antes mesmo que verbalizassem o pedido. Possuía habilitações técnicas em artes, atributo que refletia no esmero com que tratava o ambiente onde servia. Era notória a amabilidade com que cuidava dos necessitados que batiam à porta da Organização Fraternal São José, em Salvador (BA), onde serviu por longo tempo. Movida pelo espírito de sacrifício, sempre providenciava alimento para que a ninguém fosse negado o suprimento necessário, na hora da fome e da necessidade. O rosário entre suas mãos alimentava sua fé, sob o amparo de Nossa Senhora, que sempre conduz o fiel a Jesus Cristo e que, seguramente, a veio buscar na mesma Fraternidade, aonde tanto se doou a todos.

188. Maria Barreto de Lucena (24.10.1994)

Filha de Ornillo Fonseca de Lucena e de Donatila Barreto de Lucena. Nasceu a 10 de

setembro de 1926. Foi admitida ao Postulantado e ao Noviciado em 1952; emitiu os votos temporários em 1955 e os votos perpétuos em 1961.

Era paraense de nascimento, da cidade de Monte Alegre, onde, em 1911, a CONFHIC fundara a primeira obra no Brasil. Foi uma educadora dedicada à pastoral nas escolas, movida por intenso zelo e animação. Mobilizava as atenções e o interesse pela Palavra de Deus. A Irmã Piedade, seu nome religioso, trazia o arrojo de uma verdadeira missionária. Mantinha um cuidado especial pelos enfermos, visitando-os e orando por eles. Devotava grande amor à Eucaristia, fonte inesgotável de seu ardor missionário, seu apoio e sua capacidade para suportar a enfermidade.

Bastante acolhedora, costumava esboçar um sorriso franco e cativava os ouvintes em suas atividades catequéticas e apostólicas. Faleceu no Convento Sagrada Família, em Salvador, aos 68 anos de vida, dos quais 42 de consagração ao Senhor.

189. Maria Bernadete Lôbo 29.02.2008)

Nasceu a três de março de 1926, em Santo Antônio de Jesus, Bahia. Era filha de Silvestre Lobo e de Maria Áurea Lobo. Foi admitida à vida religiosa no Postulantado 1941e no Noviciado em 1942. Emitiu os votos temporários em 1944 eo votos perpétuos em , no Convento Sagrada Família em Salvador, Bahia.

A Irmã Maria Teresa do Menino Jesus tinha um perfil de vivacidade: bem humorada e brincalhona, criativa, empreendedora, corajosa e vibrante nas interrelações. Participou junto às Voluntárias Sociais da Bahia, órgão do Governo do Estado, do apostolado em favor dos custodiados. Nessa missão, testemunhou a experiência do ‘filho pródigo’ de que nos fala o Evangelho: um jovem retornou à família, em Porto Alegre, e um outro, que estava na iminência de amputar a perna, foi hospitalizado para tratamento médico. A Irmã Teresa enfrentava os desafios em qualquer circunstância. Foi, durante muitos anos, a diretora e impulsionadora, a

132 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

“alma” do Centro Assistencial Pio XII, no bairro da Pedra Furada, em Salvador, onde se doou totalmente às crianças pobres e a suas famílias, numa ampla obra de bem fazer. Dedicava-se à música, à poesia, e, sobretudo à arte dos bons relacionamentos em favor das minorias, especialmente dos jovens carentes de acesso a oportunidades de emprego e de estudo. Manifestava profunda devoção à Eucaristia, a ponto de zelar pela beleza dos folhetos de cântico, e também era devota de Santa Terezinha.

A idade não esgotou a sua sede de conhecimento e de saber, pois, embora octogenária, quis ainda frequentar a Universidade, revelando-se não só uma aluna aplicada, mas também uma colega sempre disposta a escutar e a prestar ajuda a inúmeros jovens que a procuravam. A “irmã morte” veio buscá-la de surpresa, no Convento Sagrada Família de Salvador, onde faleceu aos 83 anos de idade, na plenitude da vida consagrada.

1 9 0 . M a r i a B e l a r m i n a A l m e i d a (10.07.1998)

Natural de São Miguel, Diocese de Jequié, Bahia. Nasceu a nove de janeiro de 1919. Era filha de Tertuliano de Almeida e de Ricardina de Jesus Almeida. Foi admit ida ao Postulantado e ao Noviciado em 1934 e professou em 1936.

“Irmã Regina dos Anjos, angélica criatura, espalhava paz e transmitia ternura”. Foi uma vida pautada pelo espírito de sacrifício, revestida de mansidão e paciência. Suas ações foram iluminadas pelo fulgor da caridade, virtude que emanava de profundo amor a Jesus Crucificado. A humildade guiava seus gestos, em favor dos irmãos e irmãs, pelo caminho de uma convivência serena e plena de entusiasmo. A Irmã Regina era uma pessoa que deixava transparecer sua intimidade com Deus, ancorada na Eucaristia e na meditação da Sagrada Escritura. Viveu para fazer o bem onde houvesse um bem a fazer, palmilhando o exemplo apostólico da bem-aventurada Maria Clara e do Padre Raimundo dos Anjos Beirão, fundadores da Congregação, à qual serviu com dedicação e amor.

1 9 1 . M a r i a C a c e m i r a d a P u r e z a (14.06.1989)

Natural de Serrinha, Diocese de Salvador, Bahia, onde nasceu a quatro de março de 1908. Era filha de Serapião Pereira dos Santos e Joana Maria Cordeiro dos Santos. Foi admitida ao postulantado em 1941 e ao Noviciado em 1942, no Colégio São José, na Avenida Luís Tarquínio, 13, Salvador, onde emitiu os votos temporários em 1933. Fez a profissão perpétua em 1941, no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia.

A Irmã Maria Justina da Conceição foi inteiramente dedicada ao cuidado dos enfermos, sobretudo na assistência aos portadores de doenças contagiosas e idosos. Tinha um caráter vigoroso e revestia suas palavras de veracidade, pautadas em argumentações positivas e plenas de objetividade. Com os doentes e debilitados pela idade, transmitia a ternura e a misericórdia de Deus, em gestos de generosa caridade. Exerceu grande parte de sua atividade caritativa no Hospital São Vicente de Paulo, de Propriá, Sergipe.

Transitou, assim, em sua jornada assistencial, sempre prestimosa e atenta às demandas que se apresentavam e muito zelosa pela obrigação que lhe era confiada. Era amiga incondicional da Eucaristia. Organizava-se de tal maneira que, à hora da Missa, nenhum impedimento lhe tirava a graça de ser presença participativa. Quando não mais atuava na enfermagem, costumava passar, longas horas, em colóquio com Jesus Sacramentado, na Capela do Convento Sagrada Família, Salvador, Fraternidade a que pertencia, quando faleceu.

192. Maria Cândida Dias (23.02.1963)

Natural de São Brás de Alportel, Faro, Portugal. Era filha de António Dias Gomes e Maria Teresa, nasceu em 25 de fevereiro de 1889. Sempre procurou ser fiel ao seu ideal de vida religiosa, poucos meses depois do seu ingresso no postulantado, tomou o santo hábito em 1906 e professou com todo o ardor da sua alma juvenil em 1908. Irmã Maria Dora da Santíssima Trindade

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 133

iniciou a sua carreira no magistério, votando especial interesse ao ensino da música, em que era mestra perita. Talvez por esta agradável qualidade, com o fito de amenizar o ambiente carregado de um presídio em Luanda, em que trabalhavam as nossas Irmãs, foi mandada para a África, onde a surpreendeu a implantação do regime republicano, em Portugal. Partilhando da sorte das religiosas, teve de abandonar a casa com suas Irmãs, cujos serviços foram dispensados, e seguiu para a Pátria. Atuou em várias obras, quer como simples Irmã, quer como Superiora.

Durante alguns anos, dirigiu o Ginásio Nossa Senhora das Graças em Propriá, gozando sempre da estima dos que a conheciam. Em fevereiro de 1936, foi transferida para a cidade de Estância, a fim de dirigir o Colégio Sagrado Coração de Jesus que seria inaugurado a 1.º de março do mesmo ano. Passados dois anos em Estância, Irmã Dora vai rever sua Pátria. Alguns anos depois regressa ao Brasil, ficando algum tempo na Província do Sul.

Quando sentiu aproximar-se o término da sua peregrinação na terra, desejou voltar à Província de Santa Cruz, desejo que caridosamente foi atendido pela Irmã Maria da Divina Eucaristia, Superiora Provincial. Foi aí que a morte a colheu com 75 anos, aproximadamente, em 23 de fevereiro de 1963. Faleceu com a resignação dos justos, no Convento da Sagrada Família, Salvador, Bahia.

193. Maria Carmelita Alves (25.08.1997)

Era filha de João Chaves Alves e de Olegária Maria Alves. Nasceu a cinco de junho de 1916, em Cedro de São João, Diocese de Propriá, Sergipe. Foi admitida ao Postulantado em 1935 e ao Noviciado em 1936, no Colégio São José, na Avenida Luís Tarquínio, 13, em Salvador, Bahia. Emitiu os votos temporários em 1938 e os votos perpétuos em 1943, no Convento Sagrada Família em Salvador.Educadora de notável qualificação, destacou-se como aluna nota dez na UFS (Universidade Federal de Sergipe), entre outros méritos. Desempenhava as obrigações que lhe foram confiadas com zelo, dedicação e eficiência, seja na lida educacional ou nas tarefas mais corriqueiras. As condições de saúde não lhe

permitiram continuar o seu labor em dinâmica colegial, mas revelou-se, até ao fim, uma educadora nata, na linha catequética e apostólica. Austera consigo mesma, era piedosa e solícita no convívio com os demais. Muito zelosa pelo cultivo da vida sacramental e pela devoção a Maria Santíssima, fabricava terços e os distribuía, fartamente, na recepção do Convento Sagrada Família, onde acolhia a todos com santa alegria e distinção. Foi uma apóstola incansável na formação de seguidores dos ensinamentos de Jesus Cristo, aproveitando todas as ocasiões para o fazer, quer no transporte público, quer no seu caminho pelas ruas. Ninguém passava por ela inapercebido ou indiferente. Faleceu no Convento, onde viveu os seus últimos anos.

194. Maria Ceciliana Resende (24.04.1980)

Natural de Propriá, Sergipe, nasceu a 21 de janeiro de 1893. Era filha de Manoel Martins de Resende e Maria Francisca de Menezes. Foi admitida ao Postulantado em 1918, e ao Noviciado em 1919, na cidade de Penedo, Alagoas, onde emitiu os votos temporários em 1921; os votos perpétuos foram emitidos em 1928, em Mossoró.

A Irmã Margarida da Eucaristia, além do ensino das crianças, dedicou-se ao ofício de Superiora de diversas obras na Província de Santa Cruz, no Brasil. Deus a favoreceu com o dom do Conselho, largamente distribuído no ofício de guardiã da Fraternidade. Dotada de sabedoria na arte da boa convivência em comunidade, a Irmã Margarida procurava sempre ajudar as irmãs mais fragilizadas a superar as d i f icu ldades da v ida f rater na , para permanecerem no seguimento de Jesus Cristo com gosto e alegria. Era uma alma de oração e nela encontrou a fonte de fortalecimento das graças divinas, como fiel seguidora da missão franciscana hospitaleira. Faleceu aos 87 anos de existência no Hospital da Sagrada Família, em Salvador, Bahia.

195. Maria Conceição da Silva (24.01.2009)

Nasceu em São Miguel dos Campos, Diocese de Penedo, Alagoas, a 24 de agosto de 1927. Era filha de Antônio Inácio e de Maria Glória da Conceição. Foi admitida à vida religiosa em

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1954, fez o Noviciado em 1963, emitiu os votos temporários em 1964 e os votos perpétuos em 1970. A Irmã Apolônia era silenciosa e atenta às necessidades das pessoas. Sofreu por mais de 30 anos uma morbidade crônica nos membros inferiores. Este foi o seu calvário, pois as dores eram-lhes insuportáveis, mesmo usando fármacos. Porém, não se queixava - dizia ser sua missão participar da paixão do Senhor Jesus. A sua presença, no Hospital Sagrada Família, era traduzida em serviço delicado e cheio de caridade, emanando o perfume de uma santidade simples e discreta que fazia bem e consolava quem a via. A sua prioridade era a união com Aquele a quem consagrou toda a vida. A oração do terço mariano, a Eucaristia e a meditação da Palavra de Deus foram assumidas com plena consciência de opção de vida de quem foi chamada pelo Senhor. Sempre exerceu as atividades domésticas na alegria e na humildade.

No tempo em que a casa de formação ficava no Convento Sagrada Família, Irmã Apolônia, seu nome religioso, consertava muitos sapatos, lavava muita roupa e cultivava o campo para ajudar na alimentação das jovens Postulantes e Noviças. Ainda cuidava do gado e da criação de galinhas, para o fornecimento de leite, de ovos e de carne. Faleceu no Hospital Sagrada Família, aos 81 anos cheia de méritos e chorada por todos os que a conheceram de perto.

196. Maria do Carmo de Santana (13.01.2006)

Era filha de João José de Santana e de Eufrosina Maria da Costa Santana. Natural de Castro Alves, Diocese de Amargosa, Bahia, onde nasceu a 10 de janeiro de 1917. Foi admitida ao Postulantado em 1935 e ao Noviciado em 1936. Em 1938 fez a profissão temporária, integrando o primeiro grupo que emitiu votos no Convento Sagrada Família, e ali fez a profissão perpétua em 1944.

A Irmã Hélia revela que o primeiro aprendizado da vida religiosa “é saber aceitar com resignação todos os desejos de Deus”, e o maior pecado do ser humano é a falta de caridade com o próximo: “As coisas ruins que

atingem ao próximo, ofendem a Deus”. No entanto, a confiança na humanidade é a característica mais visível da personalidade da Irmã Hélia, confiança que inclui o amor pela natureza e os cuidados com os “irmãos” irracionais. Quando lhe perguntamos se ainda há saída para o mundo, ela respondeu in continenti: - “Tem. E como tem! Apesar de muita coisa ruim, tem muita gente boa, e é isso o que está segurando a mão de Deus” (trecho de uma entrevista publicada a 20 de junho de 1988, em Itabuna (BA), pelo jornal A Região, página 12).

Nessa cidade, na cozinha do Colégio São José da Ação Fraternal, a Irmã Hélia revelou toda a sua grandeza de alma, no sacrifício aceito e persistente, na humildade, na simplicidade, na alegria e no desejo de bem servir, mesmo com meios escassos. A sua foi uma caminhada pautada no amor, na caridade e na oração, vivenciada nos gestos do cotidiano e no exemplo de vida em generosa irmandade. Faleceu no Hospital da Sagrada Família, quando integrava a Fraternidade do Convento Sagrada Família, em Salvador.

197. Maria do Carmo Silva (14.03.1952)

Natural de Junqueiro, Alagoas, Brasil. Seus pais Sebastião Fernandes da e Maria Leopoldina da Silva. Nasceu a 11 de fevereiro de 1922. Entrou na Congregação em 1940, ano em que também tomou hábito, em Salvador, Bahia. Professou temporariamente em 1945 e emitiu os votos perpétuos em 1951.

A Irmã Maria Zilda da Natividade buscava na intimidade com Deus a graça benfazeja que a iluminava, como anjo de bondade, à cabeceira dos enfermos. No seio da Fraternidade irradiava alegria dos que se sentem plenamente amados por Deus e distribuia largamente gestos de generosidade.

Faleceu no Rio de Janeiro, aos 30 anos de idade e 10 de vida religiosa. As suas últimas palavras, diante da Superiora que mandara chamar, foram: Senhor, nas Vossas mãos me entrego! Dela escreveu o Dr. Annibal de Moraes Mello, Chefe de serviço médico interno no Livro de ocorrências: “Com grande pesar, cumpre-me consignar o falecimento, nesta data, da

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dedicadíssima Irmã Zilda, que durante anos chefiou, com zelo, dedicação e competência, os serviços de enfermagem dos apartamentos do 3.º andar do Hospital Visconde de Morais. A sua saúde precária não constituiu nunca desculpa aos extremos da sua bondade para com os enfermos confiados à sua guarda e até ao dia 9 do corrente trabalhou como se nada tivesse! Que a sua grata memória seja abençoada e sirva de exemplo a todos”.

198. Maria do Carmo Pessoa Mendes (06.08.1985)

Natural de Timbaúba. Diocese de Nazaré, Pernambuco, onde nasceu a 28 de outubro de 1906. Era filha de José Camêllo Pessôa Mendes e de Luiza Gonzaga de Araújo Pessôa Mendes. Foi admitida ao Postulantado e ao Noviciado em 1935, no Colégio São José, na Avenida Luís Traquínio, 13, onde emitiu os votos temporários em 1937. Fez os votos perpétuos em 1943, no Convento Sagrada Família.

A Irmã Maria Amada de São José atuou como Superiora de obras de variados setores: educação, saúde e pastorais diversificadas. Uma personalidade firme, decidida e prática, atributos que faziam dela uma facilitadora nas demandas cotidianas. Era imparcial e a todos tratava com a mesma maneira enérgica, quando preciso, ou com a mesma suavidade e compreensão, se assim fosse recomendável. Descia sempre às causas, sabia ouvir as partes e, só depois, emitia seu juízo sobre o acontecimento. Era uma verdadeira Mãe para as pessoas entregues aos seus cuidados; Mãe no sentido de amar, ensinar, corrigir, animar, e até repreender, como atestam os seus últimos anos no Lar São Vicente de Paulo, de Ilhéus, Bahia, onde tanto se sacrificou para que os velhinhos necessitados pudessem usufruir de um tratamento mais conforme com as suas necessidades. Era “forte e suave”, de um coração de ouro, devotado, perspicaz e orante. Tomou consigo a armadura de Deus e soube combater o bom combate, firme na fé, faleceu em Ilhéus.

199. Maria do Céu Peixoto (24.03.1996)

Eram seus pais Manuel dos Anjos Peixoto e Albertina do Carmo Ramos. Portuguesa de

nascimento, Cedovim – Vila Nova de Fozcoa, Diocese de Lamego, nasceu a 14 de abril de 1915. Foi admitida ao Postulantado em 1941, em Caminha e fez o Noviciado em 1942 na Casa de Saúde Boavista, no Porto, onde fez a profissão temporária em 1943 e a profissão perpétua em 1949. Depois de dez anos como consagrada, foi enviada à missão no Brasil, por volta de 1953. Tendo regressado a Portugal, retornou ao Brasil alguns anos depois.

N a R e a l S o c i e d a d e Po r t u g u e s a d e Beneficência Dezesseis de Setembro, em Salvador, Bahia - Hospital Português desde setembro de 1957 quando veio transferida de Rio Claro, São Paulo, atuou como Superiora. Ali ocupou-se dos mais variados trabalhos: assistia às cirurgias, acompanhava os doentes, fazia compras para o almoxarifado e cuidava da limpeza, quando necessário. Senhora de uma personalidade polivalente, pode-se afirmar, sem receio, que, em pouco tempo, se tornou a “alma” do Hospital e seu ponto de referência.

Dotada de muito bom relacionamento humano, entrosava-se com os Diretores como com o último dos funcionários e interessava-se igualmente por todos eles. A todos conhecia e a todos sabia falar de Deus, de Maria Santíssima, de São José, de Santo Antônio e da Sagrada Família, com peculiar mansidão. Era um arauto do rosário - ao visitar os enfermos no seu costumeiro boa-noite, estava sempre a mover as contas do terço.

Na Enfermagem, foi a boa samaritana, modelo de caridade e de atenção. Coração generoso para com suas Irmãs, muitas vezes deslocava-se até à casa do Noviciado para trazer seus favores e presentes às formandas. Tinha particular solicitude e zelo pela saúde das Irmãs e muitas foram as que se tornaram objeto dos seus cuidados.

Empenhava-se em angariar recursos, para ajudar as obras menos favorecidas, numa demonstração de forte laço do espírito de família. Faleceu, no Convento Sagrada Família, aos 81 anos de idade, dos quais 53 de consagração em uma entrega de total serviço a Deus e ao próximo.

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2 0 0 . M a r i a d a C o n c e i ç ã o S a n t o s (25.04.1996)

Nasceu em Cedro de São João, Diocese de Propriá, Sergipe, a três de janeiro de 1902. Era filha de Manuel Maria Santos e de Maria da Co n ce i ç ã o S a nto s . Fo i a d m i t i d a a o Postulantado em 1935 e ao Noviciado em 1936, no Colégio São José, na Avenida Luís Tarquínio,13, onde emit iu os votos temporários em 1937. Fez os votos perpétuos em 1943, no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia.

A Irmã Maria Gertrudes foi Superiora de fraternidades em obras de saúde e sacristã no Colégio Patrocínio de São José, em Aracaju, Sergipe. Na sua caminhada de consagração, cultivou a virtude da caridade, como o leme propulsor de sua entrega a Deus, na certeza de que “a fé sem obras é morta”. Paciente no convívio fraterno, mergulhada na oração cotidiana, nela buscava o vigor de seu agir missionário, tão solícito ante as necessidades dos demais. Era gratificante vê-la silenciosa e contrita aos pés de Jesus Sacramentado, seu repouso, intercedendo pelas dores do mundo. No cuidado dos objetos do culto divino, sempre encontrava espaço para partilhar bons conselhos com a juventude estudantil, com os educadores e pais de alunos que a procuravam em busca de suas sábias orientações de vida. Passou seus últimos anos no Convento Sagrada Família, onde faleceu.

201. Maria da Conceição Filomena da Costa Campos (02.02. 1951)

Nasceu em Goa, Índia em razão de seu pai, Catulino Godofredo da Costa Campos, oficial do Exército, em serviço na Índia Portuguesa, e de Amália Garcez da Costa Campos. Na juventude, foi vítima de uma grave doença ocular, o que a impedia de ser admitida à Congregação. Recorreu à Mãe de Deus, pedindo-lhe sua intercessão. Fez uma novena e não obteve resultado. Resolveu repeti-la e veio a cura. Apresentou-se às Irmãs, foi admitida e conservou a visão de criança até a mor te. Recebeu por esse motivo o onomástico: Irmã Maria da Luz. Veio para o Brasil fazendo eu parte do grupo de irmãs destinadas ao apostolado. Era boníssima,

piedosa, de fino trato, cultura esmerada para a época e especialista em trabalhos manuais. Chegada ao Brasil, ficou como Secretária do Hospital de Maceió, Alagoas, onde já trabalhavam, há uns quatro ou cinco meses, as nossas Irmãs. Encerrada as atividades no hospital a irmã Maria da Luz foi destinada para Penedo. No Colégio Imaculada Conceição, Penedo, Alagoas, onde ficou até à morte, dedicou-se a trabalhos de agulha e ao ensino de música. Apesar de muitos anos sem colocar as mãos nas teclas, cobrou ânimo e conseguiu lecionar piano muito a gosto das alunas que admiravam a perícia da Mestra e sua amabilidade.

Tudo ia correndo às mil maravilhas; porém, a Irmã Maria da Luz começou a sofrer de modo a não se achar jeito de atalhar a doença. Que surgira na perna. Suportou com resignação os sofrimentos. Esta miraculada de Nossa Senhora, a quem sempre considerou como sua Madrinha, tomou em religião o nome de Maria da Luz e faleceu exatamente no dia 2 de fevereiro, dedicada a Nossa Senhora das Candeias ou da Luz. Insondáveis desígnios de Deus!

202. Maria da Conceição R ibeiro (24.11.1983)

Natural de Ceará Mirim, Rio Grande do Norte, onde nasceu a 25 de fevereiro de 1902. Era filha de Manoel Paulino Ribeiro e Maria Fr a n c i s c a R i b e i r o. Fo i a d m i t i d a a o Postulantado e ao Noviciado em 1925, professou temporariamente em 1927 e fez a profissão perpétua em 1933.

Foram 58 anos de vida consagrada dedicados a servir a Deus no próximo, em cuidados de enfermagem e nos serviços de costura, nos hospitais onde atuou, particularmente no Hospital Regional de Penedo, Alagoas. Era uma vela acesa à cabeceira dos pacientes, rezando e confortando como um anjo de esperança. Altas horas da noite, ia de cama em cama para levar uma xícara de chá ou colocar a coberta, aconchegando cada um com carinho de ‘mãe’. Conforme relatou o Padre Aldo Brandão, em nota no Correio de São Francisco: “Horas tardias da noite, o telefone tilintava. Já sabia que era um doente da ala da Irmã Izabel,

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necessitando de socorro espiritual. Quando eu lhe reclamava de cansaço, ela me respondia: ‘É uma merenda que o Senhor está lhe dando’ e ia chamando os doentes e, ao final, tinha conferido os sacramentos a 5 ou 6 doentes”. A sua bondade estendia-se também à criação que a rodeava.

Quando chegou a hora de partir para o Pai, ao administrar-lhe o viático, o Padre Aldo a encontrou serena, numa alegria incontida, porque foi se encontrar com o seu Deus querido, o seu “Pequeno Príncipe”, como gostava de Lhe chamar. A Irmã Maria Isabel de São Francisco faleceu, em Penedo, aos 80 anos, como viveu: submissa, amiga, orante, humilde, muito confiante, na pureza de seu coração inteiramente consagrado.

Há um episódio de sua vida que ela, própria relatou ao autor da Crônica do Centenário (vol. III, pp. 302-310) e aqui, resumidamente, o repassamos. Por volta do início do ano de 1935, estando no Hospital de Rio Claro, São Paulo, diante de um episódio no hospital, sentiu repugnância pela enfermagem, e reavivou o seu desejo pela vida de clausura. A Irmã Monte Carmo, Superiora, então colocou a Irmã Isabel durante um ano apenas a serviço das Irmãs, longe dos doentes. Certa vez ao dar uma injeção num velhinho, virou o rosto. Cada contratempo lhe trazia o sonho com a clausura.

Foi assim que um dia lhe deram 20 mil réis. Ela os guardou para uma deslocação a Campinas, onde havia um mosteiro de carmelitas. O trêm passava em Rio Claro às 10 horas de domingo, hora da visita aos doentes. Aproveitando-se da movimentação, a Irmã Isabel retirou-se do serviço, vai ao morgue trocar o hábito pelo traje secular escuro da moça Lúcia Pacanaro (n.º 2037), noviça que ali falecera pouco antes, e encaminhou-se para a estação do trem. Durante a viagem rezou pelo bom êxito de sua visita. Chegando ao Carmelo foi atendida por uma moça que entrara e não voltava. Segundo a sua narrativa, lembrou-se de Santa Terezinha, e, como era pequenina e magra, meteu-se na roda e, logo, estava do lado de dentro, sorrindo feliz, sem se importar com os gritos das carmelitas que chamaram o Vigário Geral, Monsenhor Moura e conseguiram

colocar fora a intrusa. No Hospital de Rio Claro, deram por falta da Irmã Isabel. A Irmã Agostinha, Superiora, apareceu no dia seguinte com o hábito que deixara no necrotério. Antes de regressar a Rio Claro, a Irmã Isabel foi às Irmãs Carmelitas pedir-lhes desculpa e dizer à Madre Abadessa: “Vocês amem muito este lugar!”. A própria, passados 45 anos de distância, comentava para o Padre Henrique Pinto Rema, OFM: “São Francisco foi mais forte do que Santa Teresa de Jesus... e c o n t i n u e i n a s I r m ã s F r a n c i s c a n a s Hospitaleiras…”.

2 0 3 . M a r i a d a Co n c e i ç ã o M a c ê d o (17.12.1990)

Nasceu em Açu, Diocese de Mossoró, Rio Grande do Norte, a cinco de julho de 1911. Era filha de Mariano Soares Macêdo e de Maria Anunciada de Macêdo e Araújo. Foi admitida ao Postulantado em 1943 e ao Noviciado em 1944, no Convento Sagrada Família em Salvador, Bahia, onde fez a profissão temporária em 1946 e a profissão perpétua em 1950.

A Irmã Maria Flora da Eucaristia revelou a santidade de uma vida dedicada a Deus no serviço feliz ao próximo, como professora e vigilante do internato, nos colégios da Província. Enfrentava a enfermidade com a doçura da música que executava, com suavidade, em sua flauta. Era uma pessoa bastante equilibrada nas palavras proferidas e nas ações emanadas. Em sua herança espiritual, destaca-se a virtude da prudência, cultivada com perseverança. Tranquilizava aqueles com quem convivia com seu semblante sereno e suas palavras amáveis. Amava a Jesus com ternura filial e dedicava longos tempos à meditação de Suas divinas Palavras e ensinamentos. A Irmã Flora testemunhou grande amor a Nossa Senhora, pela recitação do rosário e, sobretudo, pela imitação de Suas virtudes. Passou os últimos anos no Hospital Sagrada Família, em Salvador, onde faleceu.

204. Maria Dalice de Jesus (22.02.1997)

Seus pais eram Manoel Damásio dos Santos e Maria Emília de Jesus. Nasceu e 25 de

138 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

dezembro de 1920, em Poço dos Bois, Diocese de Propriá, Sergipe. Sua formação para a vida consagrada ocorreu no Convento Sagrada Família em Salvador, Bahia. Foi admitida ao Postulantado em 1945 e ao Noviciado em 1946; fez os votos temporários em 1949 e os votos perpétuos em 1954.

A Irmã Emília do Espírito Santo revelava nos pequenos gestos um espírito de grande amor. Desempenhava com dedicação os trabalhos de lavanderia e manifestava todo zelo pelas obras do Criador, ao cuidar de uma estufa de plantas, como de si própria se tratasse. Era incansável nos cuidados cotidianos, imbuída do compromisso de servir bem a todos, sem perder a atenção para com as necessidades individuais. Foi uma inesquecível presença de alegria na fraternidade, pois sabia viver bem com todas as coirmãs. A simplicidade era a virtude que a emoldurava, companheira da prudência alcançada pela vida orante que cultivou. Era a face da alegria manifestada no serviço cotidiano de bem servir. A Irmã Emília viveu com a mansidão de quem busca o próprio Deus e “encontrou a melhor parte, que não lhe será tirada” (Lucas10, 42). Faleceu no Hospital da Sagrada Família em Salvador.

205. Maria Dalva Carneiro (12.07.1982)

Nasceu a 24 de fevereiro de 1938, em Riachão do Jacuípe, Bahia. Era filha de Eleontino Bento Carneiro e de Ana Maria de Oliveira. No Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia, transcorreu sua formação para a vida consagrada: Postulantado em 1960, Noviciado em 1961, emissão dos votos temporários em 1963 e dos votos perpétuos em 1968.

A Irmã Herundina do Coração de Jesus, conhecida carinhosamente como “Heró”, distribuía sorrisos pelo gosto da vida orante e dedicada ao próximo. Sempre estava disponível para ser presença de sua fraternidade em reuniões, celebrações e confraternizações. Após a participação na Oração Carismática Católica, tornou-se uma apóstola ainda mais fervorosa e integrou a equipe do Ministério dos Doentes. Desvela-se em cuidados para assistir os pacientes com câncer, no Hospital Aristides Maltez, em Salvador, na Bahia. Aquela Irmã tímida,

dedicada aos serviços de lavanderia e rouparia da Casa de Retiro São Francisco, na mesma cidade, agigantava-se numa pessoa corajosa, que enfrentava toda a burocracia para solucionar situações complicadas, escrevendo cartas aos familiares dos doentes não alfabetizados, resolvendo sepultamentos, entre outras ações. Era uma formadora nata de novos discípulos da misericórdia.

Era paciente, bondosa, humilde e alegre. De seus escritos, transcrevemos o trecho seguinte: “Obrigada, Senhor, pois sou muito feliz. Assumo a minha caminhada com fé e alegria,/ Ser feliz até minha última hora”. Faleceu no Hospital Português em 1982, deixando atrás de si a saudade de suas Irmãs, familiares e amigos que tanto esperavam e necessitavam ainda de sua ajuda.

206. Maria Dantas Rocha (30.09.2010)

Nasceu a 10 de abril de 1925, em Cedro de São João, Diocese de Propriá, Sergipe. Era filha de José Alves da Rocha e de Marieta da Rocha Dantas. Foi admitida ao Postulantado e ao Noviciado em 1943; fez a profissão temporária em 1945 e a profissão perpétua em 1951. A Irmã Maria Angelina deixou-nos exemplo de desapego, fervor, retidão, silêncio e, sobretudo, de dedicação ao próximo. Seu legado maior foi a vida de oração, de cultivo da fé e de apostolado junto aos desanimados. Nutria profunda devoção à Eucaristia, ao Divino Espírito Santo, à Santíssima Mãe de Jesus e a São José. Era visível o seu grande a m o r à C o n g r e g a ç ã o . C o n t r i b u i u grandemente para o desenvolvimento da CONFHIC, na qual exerceu significativas atividades. Assumiu o cargo de Ecónoma Provincial e local, bem como o de Superiora, com eficiência e profunda dedicação, sendo relevante a sua atuação no Colégio Patrocínio de São José, de Aracaju, Sergipe.

Destemida quando o motivo era o bem maior de alguma pessoa, como seguidora de Jesus, era capaz de ultrapassar normas para exercer a justiça e promover o bem. A Irmã Maria Angelina passou a vida fazendo o bem, prodigalizado em obras sempre a favor do desenvolvimento da missão franciscana hospitaleira. De caráter firme, sempre acolheu

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 139

em sua fraternidade as Irmãs de convivência mais difícil, ajudando-as no crescimento interpessoal. Seu fervor eucarístico chegava ao ponto de orientar as Irmãs a se prepararem dignamente interior e exteriormente para a Eucaristia. Possuía diligente espírito de pobreza, sem descurar-se do bem-estar da fraternidade.

Passou os últimos anos de vida no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia. Sua vida era o clarão de uma total entrega a Deus. Sua resignação diante da dor e do sofrimento confirmava sua busca de santidade. Ficou internada durante longos meses na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Sagrada Família, sem o mínimo sinal de impaciência ou lamento, apesar de ter enfrentado um verdadeiro calvário. Aos 85 anos, deixou-nos o exemplo de desapego, retidão, silêncio, e, s o b r e t u d o, d e d i c a ç ã o a o p r ó x i m o, favorecendo sempre os mais necessitados.

207. Maria das Dores Alves (13.08.1975)

Natural de Cedro de São João, Diocese e Propriá, Sergipe, nasceu a dois de setembro de 1906. Era filha de João Chaves Alves e de Maria Olegária Alves. Foi admitida ao Postulantado e ao Noviciado, em 1927, no Colégio São José, na Avenida Luís Tarquínio, 13, em Salvador, Bahia, onde fez a profissão temporária em 1928 e a profissão perpétua em 1934.

A Irmã Agostinha de Maria Imaculada foi uma Franciscana Hospitaleira, cuja bondade e disponibilidade a tornaram conhecida e amada por todos. Suas capacidades naturais e o grande amor e dedicação à família religiosa fizeram dela uma das colunas desta Província de Santa Cruz. Era devotíssima de Maria Imaculada, em quem buscava apoio para viver com alegria sua consagração a Deus. A sensibilidade diante da dor alheia era a auréola de sua vida de enfermeira dedicada. A Irmã Agostinha cultivava com empenho a flor da gratidão e, com o aroma de tal virtude, sabia quebrar com um sorriso a barreira do egoísmo de muitos e nortear todos para a caridade. Com seu espírito empreendedor, ajudou na restauração do Convento Sagrada Família. Por todo o lugar por onde passou deixou uma esteira de bem e de dedicação, mas foi,

sobretudo, no Hospital São Vicente de Paulo de Propriá, Sergipe, que revelou mais claramente a grandeza de sua alma a arder em caridade e fé. Durante o seu tempo, ampliou-se a capacidade de atendimento do Hospital e deve-se ainda à Irmã Agostinha a nova capela. São muitos os pacientes a quem o seu rasgo e espírito de iniciativa salvou da morte iminente.

Como São Francisco e nosso Fundador, queria que a glória de Deus transparecesse no lugar santo, chegando a aplicar nessa obra o próprio patrimônio, como bem o atesta a capela do mesmo Hospital, entre outras capelas e obras a serviço das Irmãs. Soube enfrentar a morte com fé e alegria. Antes de falecer, pediu que fosse transmitido ao povo de Senhor do Bonfim, Bahia, a mensagem seguinte: “Onde quer que estejamos, procuremos fazer todo o bem que Deus nos inspirar para beneficiar aos que necessitam, especialmente aos pobres, a o s q u e s o f re m , a i n d a q u e s u r j a m incompreensões, dificuldades e sofrimentos. Se algum pesar eu tenho é o de não ter feito mais. Diga ao povo de Bonfim que eu o levo no coração e continuarei a velar por todos e por suas necessidades”. A irmã morte veio encontrá-la no Hospital da Sagrada Família, em Salvador, pronta para o encontro com o Senhor de sua vida.

208. Maria das Dores Cavalcante (28.08.1980)

Seus pais eram Teodomiro Nonato Cavalcante e Maria de Goes Cavalcante. Nasceu a sete de maio de 1908, em Mossoró, Rio Grande do Norte. Foi admitida ao Postulantado em 1929 e ao Noviciado em 1930, no Colégio São José, Avenida Luís Tarquínio, 13, Salvador, Bahia, onde fez a profissão temporária em 1931 e a profissão perpétua em 1935.

A Irmã Maria Sílvia de Lourdes foi estimada educadora e catequista dedicada. Na Paróquia de Campo de Brito, levantava-se cedinho para abrir a igreja Matriz, para que as pessoas fizessem a visita a Jesus Sacramentado antes do trabalho. Visitava os enfermos e idosos em domicíl io, levando-lhes a comunhão Eucarística e, mesmo que fosse bem longe, ia a pé. Grande missionária, sempre alegre, às vezes saía pela manhã, em visita e

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atendimento aos moradores da paróquia, e só v o l t a v a à t a r d i n h a . A s s i m e r a s u a dedicadíssima vida em favor dos necessitados. Se estivesse dando aulas e a chamassem para assistir a algum agonizante, saía depressa para confortá-lo. Nas sextas-feiras, antes de sair para a missa, deixava uma sopinha pronta para os muitos amigos necessitados tomarem após a celebração da Eucaristia. Não deixava criança empobrecida sem fazer a primeira Comunhão, além de promover a inclusão junto aos amigos e companheiros, conseguindo a veste e a vela. Zelava com maternal delicadeza pelas Irmãs, sobretudo as jovens ainda em formação. Nos seus últimos anos, passou por doloroso sofrimento que lhe retirou a capacidade de comunicação pela fala, mas sem perder a lucidez. Faleceu no Hospital da Sagrada Família, em Salvador.

209. Maria do Céu Lima (30. 04. 1959)

Foram seus pais Francisco Alves Feitosa Melo e Maria Catarina Sousa Melo. Nascida em 14 de maio de 1905 na cidade sertaneja de Porto da Folha, Sergipe, ingressou no Convento em 1929 e em 1931 pronunciou os primeiros votos. Seis anos depois, em 1937, fez sua profissão perpétua.

A Irmã Marieta de São Francisco trazia a paz de consciência que transparecia no seu semblante sempre alegre, não obstante as fadigas dos labores diários. Sorria para todos e sorriu até para a dolorosa doença que a vitimou. Sua fortaleza no sofrimento veio do amor de Deus sobre ela em preces alternadas com as labutas diárias.

Os vinte e oito anos de sua vida religiosa passou-os no Colégio São José, em Salvador, bem próximo da Casa de Noviciado que muito gostava de visitar.

210. Maria do Carmo Pereira (18.07.1954)

Era filha de Lourenço Ferreira e Isabel Fernandes, nasceu a 21 de dezembro de 1863, natural de São Miguel de Bobadela, concelho de Boticas, Portugal. Entrou na Congregação em 1899, ano em que tomou hábito e professou em 1902. Após a implantação da República em Portugal, veio para o Brasil a 25

de fevereiro de 1913 e sem nunca mais ter voltado à sua pátria.

Sempre observante, fervorosa, não se dispensava de se levantar às 5 horas, mesmo quando a sua idade a dispensava. Desejou fazer uma última Via-Sacra à capela, já padecendo de hemiplegia, e quis receber a unção dos enfermos, o que fez com extrema lucidez, acompanhando as cerimônias litúrgicas. Recitou distintamente o “Confiteor” (Eu me confesso...). Depois cantava “O Céu é a minha morada”.

A Irmã Cândida de Maria Imaculada, então Superiora do Colégio Sagrado Coração de Maria, dirigiu uma carta à Madre Maria Aurora da Santíssima Trindade, Superiora Geral e fez a observação seguinte: Ah, minha cara Mãe, como me edificam as nossas queridas Irmãs velhinhas!… Quanta observância em tudo! Às 5 horas, todos os dias, estão elas em caminho da Capela!…

A Irmã Maria Umbelina nunca faltava e, mesmo sem ouvir, como estava, não faltou ao nosso retiro. Quanto amor a Nosso Senhor!… Que espírito de sacrifício! Mas, graças a Deus, também posso, consolada, dizer-lhe que as nossas queridas Irmãs daqui deram-me muito consolo, praticando com espírito de fé e de amor toda a sorte de provas de carinho para com a nossa querida Irmã Umbelina. Isto muito me confortou.

Sua agonia foi lenta e curta, que quase não percebíamos quando faleceu. Comungou ainda todos os dias com sentidos perfeitos, e sempre alegre, porque, dizia ela, iria breve morrer para ver o Céu! Eu disse-lhe: “Tem confiança em Deus, não é?”. Ela disse: “Sempre tive muita e em Nossa Senhora”, e, com ela abraçada, expirou, aos 90 anos de idade, no Colégio Sagrado Coração de Maria em Mossoró, Rio Grande do Norte.

211. Maria do Rosário (07.12. 1932)

Era natural de Encarnação, Mafra, Portugal, Filha de Domingos da Silva e Luísa de Jesus, nasceu a 20 de maio de 1885, ou a 20 de novembro de 1886, conforme consta no termo de profissão. Foi admitida na Congregação em

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1906, tomou hábito nesse mesmo ano e professou em 1907.

A Irmã Rosária do Espírito Santo foi uma das primeiras hospitaleiras que veio para o Brasil, integrada no primeiro grupo em junho de 1911. Quando, ao final do ano de 1914, fecharam o Colégio Pio X em Itacoatiara, Amazonas, e o Colégio Santo Antônio em Alenquer, Pará, veio com as outras Irmãs para o Nordeste e ajudou a fundar o Colégio Nossa Senhora das Graças em Propriá. No Colégio de Propriá solenizava o mês de março, em honra de São José, o mês de maio, em honra de Nossa Senhora, e o mês de junho, em honra do Sagrado Coração de Jesus.

Realizava duas grandes festas escolares, habitualmente ambas presididas pelo Ex.mo e Rev.mo D. Juvêncio de Brito. Sr. Bispo de Caitité, Bahia. Uma dedicada aos pais das alunas a outra em benefício da “Escola Gratuita de Santo António” com distribuição de prêmios. Promovia o movimento religioso do Apostolado da Oração, instalado a 22 de agosto de 1921 por Monsenhor Juvêncio de Brito, na época Vigário da Paróquia. Contava 357 associadas e as necessárias zeladoras. Enquanto o Apostolado da Oração se destinava a todas as alunas do Colégio e da Escola Santo Antônio, já a Pia União das Filhas de Maria, inaugurada em 4 de agosto de 1922 pelo Bispo Diocesano D. José Tomás Gomes da Silva, reservava-se para as alunas internas.

A Irmã Rosária era uma pessoa bondosa, amável, inteligente, e querida, e durante 21 anos, trabalhou infatigavelmente nessa nação amiga que a ela e a suas Irmãs de hábito, com gentileza, abriu os braços.

Vítima de um problema renal, na esperança de lhe restituir a saúde, levaram-na para a cidade de Penedo. Mas ali acabou por falecer no dia sete de dezembro de 1932, aos 47 anos de idade e 26 de vida religiosa.

212. Maria Espírito Santo (18.03.2012)

Natural de Curralinho, Diocese de Penedo, Alagoas, nasceu a 10 de março de 1925. Era filha de Cassimiro Dionísio dos Santos e de Catarina Maria da Conceição. Sua formação

para a vida religiosa transcorreu no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia. Foi admitida ao postulantado e ao Noviciado em 1947. Fez a profissão temporária em 1950 e a profissão perpétua em 1956.

A Irmã Maria Ancila do Espírito Santo, carinhosamente conhecida por todos como Irmã Ancila, a serva do Senhor, foi testemunho de alegre simplicidade nos seus 62 anos de vida consagrada. Deu exemplo de fidelidade à sua Consagração e de uma vida dedicada ao serviço fraterno, junto aos doentes, aos velhinhos e aos mais necessitados, nas fraternidades por onde passou, mormente no Hospital Regional de Penedo, Alagoas, e no Hospital Sagrada Família, em Salvador, Bahia, onde foi dedicada Superiora. A sua coerência de vida marcou a caminhada de muitas Irmãs que tiveram a graça de conviver com ela. Como boa filha da Beata Maria Clara, a todos acolhia com um sorriso e sinais da ternura e da misericórdia de Deus. Em geral, a sua conversação trazia sempre o nome de Nosso Senhor, como amorosamente a Ele se dirigia. Deixava transparecer uma constante comunhão com Jesus e, a exemplo da Virgem Mãe, dedicou a sua vida como serva feliz. Nossa Irmã Ancila ainda cuidava das Irmãs idosas e doentes, quando foi colhida no tempo para a eternidade. Dizia estar preparada para partir, no momento em que o Senhor a quisesse levar, o que aconteceu, no Hospital da Sagrada Família, oito dias depois de completar os seus 87 anos de fecunda existência.

213. Maria Estelita Ribeiro (18.11.2010)

Nasceu a 27 de julho de 1922, em Santo Antônio de Jesus, Bahia. Era filha de Antônio Ribeiro dos Santos e de Antônia Marta Ribeiro. No Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia, transcorreu todas as etapas da sua formação para a vida consagrada: em 1959, Postulantado e Noviciado, em 1961 a profissão temporária e em 1967 a profissão perpétua.

A Irmã Maria Carlota do Santíssimo Sacramento foi um anjo orante que o Senhor colocou no convívio de suas irmãs, mulher de fé e de bons conselhos. Nenhuma pessoa saía triste após receber a sua dedicada atenção,

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com suas palavras e gestos emoldurados pela compreensão que não encontrava pecado em ninguém. Via sempre o lado bom de cada ser humano, com um olhar quase inocente, pura como o de uma criança. Levava uma vida de oração autêntica. Era feliz, bondosa, fiel, perseverante, confiante na Providência, devota do Coração de Jesus. Era grande apaixonada e incentivadora da Eucaristia. Cansada e doente, era a última a recolher-se ao quarto, esperando a chegada das Irmãs que se achavam fora. A quem a procurava em angústia ou dor, costumava dizer: "Minha Irmã, não desista, você vai vencer". Conforme relatou a Irmã Edilene Luiza do Nascimento, “ao ser levada, em emergência, ao Hospital Sagrada Família, não pensava em si mesma e dizia: ‘não corra, minha Irmã, cuidado com suas pernas’. E dizendo: ‘Se cuide, se cuide’, partiu, segurando minhas mãos. Irmã Carlota, toda de Deus, rogue por mim, amém”. Integrava, então, a Comunidade do Convento Sagrada Família.

214. Maria Expedita Souza (30.04.2011)

Filha de José Patrício de Souza e de Francsica Ataídes de Souza, natural de Icó – Petrolândia, Diocese de Floresta, Pernambuco, nasceu a 14 de setembro de 1944. A formação inicial transcorreu no Convento Sagrada Família em Salvador, Bahia: Postulantado em 1966, Noviciado em 1967 e profissão temporária em 1969. Emitiu os votos perpétuos em 1975, no Colégio Nossa Senhora das Graças, Propriá, Sergipe.

Sempre devotada aos enfermos, aos pobres e aos pequenos, em todas as Fraternidades por onde passou, a Irmã Maria Expedita deixou em Almofala, no Ceará, grandes marcas expressivas no coração do povo: a lembrança de uma presença meiga, atenciosa, acolhedora e saudosa. Aquela Irmã menor que estava presente na vida cotidiana dos almofalenses, na sua missão de visitar, escutar e dirigir uma palavra de conforto, em sinal de total despojamento, sempre voltada para o Cristo presente no simples irmão. Foram testemunhadas crianças batizando seu instrumento musical (violão) com o nome de Irmã Expedita para torná-la imortal, pessoas pedindo retratos para não esquecer sua fisionomia e/ou objetos que pudessem

recordá-la. O tempo que por ali passou deixou marcas inesquecíveis de um coração verdadeiramente franciscano hospitaleiro na vida das crianças, jovens, adultos e idosos. Acometida de doença muito dolorosa, entregou-se inteiramente à Vontade divina, aguardando, com serenidade e santo abandono, o seu encontro definitivo com o Pai que a veio buscar, no Hospital Português da Real Sociedade de Beneficência Dezesseis de Setembro de Salvador, Bahia, quando integrava a comunidade do Convento Sagrada Família, na mesma cidade.

215. Maria Florência de Mesquita (27.11.1997)

Potiguar de nascimento, veio ao mundo a 26 de janeiro de 1926, em Boa Esperança, Diocese de Mossoró. Eram seus pais José Florêncio de Mesquita e Francisca Florência de Mesquita. A formação para a vida consagrada transcorreu no Convento Sagrada Família em Salvador, Bahia; admissão ao Postulantado e ao Noviciado em 1947, a profissão temporária em 1950 e a profissão perpétua em 1956.

A Irmã Maria Violeta da Eucaristia foi realmente uma esperança boa que rendeu frutos copiosos de bondade, amor, justiça, operosidade e intensa caridade no seio da Família Franciscana Hospitaleira. Iluminou vidas, no silêncio de sua humildade, procurando atender a todos sem qualquer distinção. Ninguém vinha até Irmã Violeta para sair de mãos vazias ou sem solução para algum problema, quando aconselhava em sua sabedoria: “o mal cresce, mas a verdade aparece; tenha calma, confie em Deus e na proteção de Nossa Senhora”.

Sua vida foi testemunho de fé, de coragem e de abnegação. Viveu a pobreza com desprendimento radical e soube ser mãe bondosa para as Irmãs idosas e colaboradores do Convento Sagrada Família. Como Superiora do Colégio São José da Ação Fraternal de Itabuna, na Bahia, muitas vezes, era vista, de avental e com a vassoura em punho, a varrer os pátios, após o recreio escolar. Serviu a Cristo com fidelidade irrestrita e dedicação ímpar Sofreu durante longos anos de dolorosa enfermidade óssea, mas nunca perdeu a

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capacidade de sorrir, de acolher, de ajudar a todos. Faleceu, santamente, no Hospital da Sagrada Família, em Salvador.

216. Maria Francisca da Silva (04.07.1976)

Filha de José Francisco Silva e de Francisca Custódia da Silva nasceu a sete de julho de 1925, em Igaci, Alagoas. Foi admitida à vida religiosa em 1955, tomou hábito em 1965 e professou em 1966.

Na diversidade de suas habilitações, a Irmã Maria Francisca Sales foi professora do Jardim Infantil no Colégio de Penedo, Alagoas, plantonista na Enfermagem, no Hospital Regional de Penedo e na Casa de Saúde São Lucas, em Natal, Rio Grande no Norte, e dedicada na área dietética, no Hospital São Luís de Surubim, Pernambuco, e no Regional de Penedo. Soube dar um toque de bondade a tudo que fazia e tinha a arte de converter as pequenas em grandes coisas. Na cozinha, sua grande preocupação era apresentar cardápios saborosos, especialmente quando em regimes dietoterápicos para os pacientes e para as Irmãs. Consciente da doença que a vitimou, pediu que não lhe dessem sedativos, pois queria fazer essa travessia consciente e falando. Assim, silenciosa e resignada, aguardou o grande momento. Com olhar confiante e ajudada pelas preces das Irmãs presentes, abriu-se para a vida imortal aos 51 anos de idade, dos quais 21 consagrados ao Senhor, em uma vida de intensa abnegação. Faleceu no Hospital Sagrada Família, em Salvador.

2 1 7 . M a r i a G a l d i n o d a Co n ce i ç ã o (02.02.2007)

Nasceu a oito de dezembro de 1923, em Martins, Diocese de Mossoró, Rio Grande do Norte. Era filha de Tertuliano Galdino da Silva e Rita Rosa Leite. Sua formação para a vida religiosa consagrada se realizou no Convento Sagrada Família em Salvador, Bahia: Postulantado em 1949, Noviciado em 1950, a profissão temporária em 1952 e a profissão perpétua em 1958. A Irmã Mônica atuou na enfermagem, depois de fazer um curso intensivo de obstetrícia. Possuidora de uma caridade fervorosa, ela socorria as pobres

gestantes que não tinham acesso ao atendimento numa maternidade. Ajudava no parto e depois prestava assistência ao bebê e à mãe, até que esta pudesse assumir diretamente os cuidados do recém-nascido. Fez intenso apostolado junto às parturientes, conscientizando-as da graça da maternidade e da necessidade de conduzir seus filhos nos ensinamentos dos valores cristãos.

Em todos os hospitais por onde passou, deixou raios de luz pela sua dedicação e permanente alegria. Sua bondade ímpar no atendimento aos doentes e, de preferência os mais necessitados, atraía enfermos mais abandonados, que contavam com a sua ajuda missionária, para minorar as dores, e acender-lhes a fé pela devoção a Nossa Senhora, pela oração do Rosário. Era bondosa e simpática no trato com as Irmãs e com as demais pessoas. Faleceu no Hospital da Sagrada Família, em Salvador.

218. Maria Helena Santos (19.07.2009)

Natural de Penedo, Alagoas, seu nascimento se deu a 23 de dezembro de 1949. Era filha de Antônio Lisbôa Santos e de Maria José Santos. Foi no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia, que se desenvolveu sua formação para a vida religiosa consagrada: o Postulantado em 1970, o Noviciado em 1973, a profissão temporária em 1975 e a profissão perpétua em 1981.

Semeou o bem, partilhando delicadeza e atenção aos que dela se aproximavam. Carinhosamente denominada como “Mãe Ena”, cat ivava o coração de todos, especialmente das crianças, jovens e adolescentes. Foi presença marcante e indelével no Colégio Patrocínio de São José, em Aracaju, Sergipe, entre outros. A jovem Ellen Borges Tenório Galdino assim a caracterizou: “Seus passos sempre apressados só mostravam o quanto era ocupada e eficiente. Em seu olhar severo podíamos encontrar o amor e não era pouco. Seus gestos, suas escolhas e suas repreensões não eram diferentes das de uma mãe, que só deseja o bem de seus filhos. Você nos ensinou não só a ter disciplina e obediência, como seria a função de uma diretora pedagógica,

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ensinou-nos a ter dignidade e decência, honestidade e perseverança, força para lutar e vencer. Ensinou-nos a não desistir. Mas principalmente, ensinou-nos a ter fé”. Poucos dias antes de transpor os umbrais da eternidade, aos 59 anos, assim falou à Superiora Provincial, Irmã Margarida dos Santos Lima: “Eu sei que está chegando a minha hora. Eu estou oferecendo tudo pela Congregação, pela Província, pelas vocações”. Faleceu no Hospital Sagrada Família, em Salvador.

219. Maria Henriqueta Borges dos Santos (05.11.2009)

Nasceu a 15 de março de 1924, em Valença, Diocese de Ilhéus, Bahia. Era filha de João Borges dos Santos e de Maria Madalena de Jesus. No Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia, foi admitida ao Postulantado em 1941 e ao Noviciado em 1942, onde emitiu os votos temporários em 1945 e os votos perpétuos em 1951.

A Irmã Maria Ângela da Circuncisão foi uma personalidade marcada pelo silêncio e pela oração, pela simplicidade e pelo desapego das coisas materiais, pela fé e pela obediência à autoridade constituída, pelo espírito de trabalho e pelo zelo para com os pequenos detalhes da Fraternidade, pela inteligência e pela sabedoria de Deus. Deixou as marcas indeléveis da caridade. A maior parte de seu apostolado foi desenvolvida no Colégio Imaculada Conceição, em Penedo, Alagoas, onde viveu 49 anos. A Irmã Ângela, “Anjinho”, como era chamada, foi um exemplo de franciscana, ainda, pelo amor à natureza: cuidava das plantas e dos animais, com mimos e palavras. Viveu impulsionada pelo amor que transbordava de seu coração.

Para a Fraternidade sempre foi um exemplo de vida, um modelo a ser seguido. Sempre zelosa em cuidados para com as coirmãs, especialmente quando se tratava de vocações ou de Irmãs jovens, na formação inicial. Amava a Eucaristia e era delicadíssima para com as crianças e os pobrezinhos desamparados. Viveu seus 85 anos como um anjo, edificando suas Irmãs e servindo alegremente a todos. Integrava a Fraternidade Sagrada Família,

quando faleceu no Hospital da Sagrada Família em Salvador.

220. Isaura Maria de Jesus (24.11.1975)

Era filha de Manoel dos Reis e de Maria Marcelina de Jesus. Nasceu a sete de julho de 1927, em Tacaratu – Petrolândia, Pernambuco. Foi admitida à vida religiosa em 1951, tomou hábito e professou em 1967.

Uma vida plena de simplicidade, franqueza e paz. Na Irmã Maria Rita do Coração de Jesus, t a m b é m s o b r e s s a e m o u t r a s d u a s características: silêncio e espírito de serviço. O silêncio emoldurava a presença viva da caridade cristã, mesmo em meio às maiores dificuldades. O espírito de serviço a tornava incansável na comunidade, apesar de constantemente fustigada pelos sofrimentos físicos. Nas Fraternidades por onde passou, serviu ao Senhor Jesus com alegria e dedicação, nos trabalhos domésticos que a obediência lhe confiara. No momento de sua morte, as Irmãs entoavam à sua cabeceira o salmo 41, exatamente o versículo “a minha alma tem sede de Deus”. Faleceu, na idade de 48 anos, dos quais 24 anos de consagração.

221. Maria Joaquina da Rocha (15.05.1990)

Procedente de Cedro de São João, Diocese de Propriá, Sergipe, era filha de Domingos Ferreira da Rocha e de Ana Maria de Melo Rocha. Nasceu a 15 de maio de 1906. Foi admitida ao Postulantado e ao Noviciado em 1927, no Colégio São José, na Avenida Luís Tarquínio, 13, onde fez a profissão temporária em 1928. Emitiu os votos perpétuos em Portugal no ano de 1935.

A claridade de um olhar límpido e inundado de alegria tornava-a uma pessoa fascinante, quer pela santa conversação, quer pelo bom humor no trato com as situações inusitadas. Devotíssima de Nossa Senhora, Irmã Leontina trazia em suas mãos o rosário em oração. Cultivava a boa leitura e incentivava a juventude a fazer o mesmo, favorecendo-a com o empréstimo de livros. Foi uma educadora de escol e atuou em colégios em Portugal e no Brasil. Foi presença acolhedora na recepção do Colégio Patrocínio de São José,

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 145

em Aracaju, Sergipe, conhecida e tratada carinhosamente por “Tia Du”. Transferida para o Convento Sagrada Família, em Salvador, a Irmã Maria Leontina da Eucaristia sofreu uma parada cardíaca aos 84 anos, na mesma hora, dia e mês em que nascera. Internada no Hospital da Sagrada Família, finalizou sua vida nesta terra como presença do espírito vivo franciscano hospitaleiro em sua autêntica expressão de devoção e caridade.

222. Maria José Henriques (14.02.2012)

Era filha de Henrique Pedro dos Santos e de Joana Maria da Conceição. Nasceu a 19 de março de 1915, em Belo Monte – Batalha, Diocese de Palmeira dos Índios, Alagoas. Foi admitida à vida religiosa em 1939, tomou hábito e professou temporariamente em 1967. Fez a profissão perpétua em 1971, no Convento Sagrada Família em Salvador, Bahia. Era de natureza simples, humilde, serena e silenciosa. Em sinal de união com o Divino Amor, costumava repetir: “A alegria do Senhor é a nossa fortaleza”. Era visível o seu grande amor à Congregação. Na comunidade, era uma Irmã de vida interior profunda, observante e sempre atenta às suas Irmãs. Como Irmã Franciscana Hospitaleira, manifestava atitudes de alegria e de hospitalidade.

Mostrava-se sempre feliz, mesmo nas limitações edoenças que a acometeram nos seus últ imos anos. Exerceu fecundo apostolado que deixou marcas nas pessoas que a escutavam. Certa vez, quando estava na Enfermaria do Convento Sagrada Família, em Salvador, foi levada numa cadeira de rodas ao jardim. Suas mãos foram levadas por quem a conduzia a tocar e sentir o perfume das flores. Então, a Irmã Maria José pediu para levar um pouco daquelas flores para a Irmã Luiza, companheira de enfermaria, que não pudera ser levada ao jardim. “Como a presença de Deus nas almas santas transborda em generosidade!”, concluiu Talita, estagiária em fisioterapia, ao relatar aqueles momentos. O Senhor concedeu à Irmã Maria José Henriques 96 anos e onze meses de fecunda existência, dos quais 73 de abnegação e serviço, na Confhic. O Senhor não a encontrou despreparada, pois, de há muito, O aguardava

com sentimentos de alegria, expectativa e felicidade amorosa. Integrava a Fraternidade Sagrada Família, quando faleceu, no Hospital da Sagrada Família, em Salvador.

223. Maria José Lisboa (21.04.1986)

Natural de Gararu, Diocese de Propriá, Sergipe, nasceu a 25 de março de 1904. Era filha de Eliziário Joaquim Lisboa e de Maria Rosa Lisboa. Foi admitida à vida religiosa em 1933, no Hospital São Vicente, em Propriá. Fez a profissão temporária em 1967 e a profissão perpétua em 1970, no Convento Sagrada Família em Salvador, Bahia.

A Irmã Maria Coleta de São José sabia cultivar as amizades e levá-las ao encontro de Deus, através de um coração generoso e sempre disponível para atender, servir e consolar. Era uma pessoa ornada pela vir tude da simplicidade, que se tornara um caminho de acessibilidade para muitos necessitados de inclusão social, de valores cristãos e de fé. O carisma da hospitalidade fez nela morada. Era uma porta amiga para Jesus presente nos pequenos, nos necessitados e nas Irmãs da fraternidade. Viveu como missionária da caridade e soube contribuir para tornar a vida de muitos um jardim onde habita Deus. Foi uma presença diligente, que garantia o suporte necessário ao valoroso trabalho da assistência aos enfermos. Sua trajetória, nesta terra, foi um caminho iluminado pela ternura e misericórdia divina. Faleceu em Propriá, no Hospital onde dedicara 56 anos de doação a Deus e serviço aos irmãos.

224. Maria José Matos (04.03.1942)

Filha de Antônio Francisco de Matos e Maria Soledade Silva, nasceu a 25 de janeiro de 1915 em Propriá, Sergipe. Foi admitida em 1927, ano em que tomou hábito. Professou em 1928.A Irmã Maria Alzira do Coração de Jesus mantinha viva a chama da caridade em sua diligente presença na vida apostólica a congregação era chamada a desenvolver no imenso território da gente brasileira. Deixava-se iluminar pela ação transformadora do Divino Espírito Santo para suavizar o caminho de tantos quantos necessitaram de seu serviço, de seu apoio fraterno, de sua solidária

146 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

participação. Nas horas dedicadas ao repouso orante, encontrava no Senhor Jesus presente na Eucaristia, a revitalização necessária de suas forças espirituais, a renovação cotidiana de entrega à vontade de Deus sempre a revigorar a caminhada. Da Sagrada Escr itura, diariamente recebia os ensinamentos salutares, que a conduzia à atenção hospitaleira dos mais fracos e necessitados.

A companhia maternal de Nossa Senhora em permanente colóquio, repassando as contas do terço entre seus dedos, trazia para perto do Pai as súplicas, em favor das necessidades, da Igreja e do mundo. A vida laboriosa da Irmã Alzira, em 37 anos de existência e 15 de vida consagrada, fez sua passagem final para a eternidade no Hospital de Rio Claro, em São Paulo.

225. Maria José Pereira (29.05.1978)

Nasceu a nove de maio de 1895, em Vilar, Cadaval, Diocese de Lisboa, Portugal. Era filha de Joaquim de Jesus Pereira e de Guilhermina de Jesus. Foi admitida ao Postulantado e ao Noviciado em 1920, fez a profissão temporária em 1922 e a profissão perpétua em 1927.

A Irmã Maria do Cenáculo integrou a Comunidade fundadora do Instituto Educacional Nossa Senhora de Fátima, em Campo Formoso, na Bahia, onde enfrentou grandes dificuldades com audácia e destemor. Alguns depoimentos ilustram o seu perfil, como o incidente da louça destinada à Fraternidade e que se quebrou na viagem, numa época em que as Irmãs se alimentavam apenas de verduras, por falta de recursos.

Era pessoa de uma têmpera forte e de amplos gestos de solidariedade fraterna. Contava a Irmã Nair Brito que, certa vez, uma família ofereceu uma porção de carne, a qual foi preparada para a Superiora, Irmã Cenáculo. Esta passou o prato para Irmã à sua direita e cada uma repetiu o seu gesto. Deste modo, a carne deu a volta à mesa, retornando às suas mãos. E o mesmo alimento voltou à cozinha para a sopa da noite, a fim de que todas pudessem a l imentar-se igualmente. Terminado o seu mandato em Campo Formoso, foi ainda enviada como Superiora

para o Preventório de Santa Teresinha, em Salvador. Faleceu em Caminha, Portugal, aos 83 anos de idade.

226. Maria José Vieira de Moura (28.07.1997)

Seus pais eram José Bonfim de Moura e Maria Cecília Vieira de Jesus. Nasceu a três de maio de 1922, em Canhoba, Diocese de Propriá, Sergipe. Foi admitida à vida religiosa em 1941, fez a profissão temporária em 1967 e a profissão perpétua em 1971, no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia.

Tinha o dom do capricho e do cuidado na alimentação destinada às pessoas da Fraternidade. Sempre atenciosa, ela percebia o gosto de cada uma de suas Irmãs e assim tratava de servi-las com zelo, oferecendo-lhes alimento, de maneira personalizada. Agia assim com a delicadeza de uma alma que encontrava o sentido da sua existência na piedade e na devoção a Jesus, que alimenta a humanidade com misericórdia. Na lida do cotidiano, à sua volta, a vida transfigurava-se em alegria, pelo seu jeito feliz de servir a Deus no próximo.

Amava a Eucaristia com uma devoção revestida de ternura e confiança diante da presença salvífica do Senhor Jesus. Dessa relação profunda com o mistério, emanava sua participação de abertura, comunicativa e prazerosamente ser viçal, no seio da fraternidade onde se encontrasse. A Irmã Maria Celina do Coração de Jesus faleceu repentinamente, no Hospital Português da Real Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro, em Salvador, Bahia, deixando um rastro de saudades.

227. Maria Julieta de Andrade (04.10.1983)

Filha de Cândido Pereira de Oliveira e de Maria Patrocínia de Andrade nasceu a três de abril de 1931, em Ribeirópolis, Diocese de Aracaju, Sergipe. Foi admitida ao Postulantado em 1947 e ao Noviciado em 1948. Fez a profissão temporária em 1951 e a profissão perpétua em 1957, no Convento Sagrada Família, Salvador, Bahia. A Irmã Maria Leonor de São José recebeu de Nosso Senhor muitos dons,

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partilhados em sua itinerância missionária na educação, na catequese, na pastoral do batismo e como auxiliar de serviços médicos. Corajosa, sabia superar as dificuldades, para que o Reino de Deus fosse servido como convinha a uma Religiosa. Era paciente e alegre no convívio fraterno, reconhecida por ser dedicadíssima aos mais necessitados de atenção, cuidados e orientações para uma vida no seguimento dos valores cristãos.

A Irmã Leonor revelava especial devoção à Eucaristia, dedicando longos tempos à oração diante do Santíssimo Sacramento, fonte da caridade que iluminou os seus gestos de dedicação na prática do ensino das crianças. No Centro Assistencial São Francisco de Assis, de Dias d’Ávila, foi um exemplo de vida dedicada à promoção do desenvolvimento do outro, comprometida em projetar as habilidades e fortalecer a autoestima do ser humano.

Tinha uma atenção e cuidado especial para com as Irmãs formandas, acompanhando-as, bondosamente, com os seus conselhos e experiência de vida religiosa inteiramente doada a Deus e ao serviço do próximo. Apesar de ser, durante longos anos, portadora de enfisema pulmonar e de sofrer repetidos acessos da doença, sempre se entregou à obra de bem-fazer com paciência, suavidade e doçura. Faleceu no Hospital Português, da Real Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro, em Salvador, Bahia.

228. Maria Luci de Miranda (06.03.2003)

Nasceu a 10 de maio de 1927, em Mossoró, Rio Grande do Norte. Era filha de Lírio Martins de Miranda e de Francisca de Oliveira Miranda. Foi admitida ao Postulantado e ao Noviciado em 1949, no Convento Sagrada Família, Salvador, Bahia, onde emitiu os votos temporários em 1952 e os votos perpétuos em 1958.

A Irmã Maria dos Anjos serviu a Deus, na prática da enfermagem, sobretudo no cuidado dos recém-nascidos, durante mais de 48 anos, no Hospital Português, da Real Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro, em Salvador, Bahia. Buscou a santificação de vida no exercício das

obras de misericórdia, especialmente na assistência às Rel igiosas internadas, dispensando pessoalmente os cuidados de enfermagem. Também se desvelou na atenção aos mais necessitados, tornando-se a face da caridade em sua simplicidade de viver. Era zelosa com tudo o que se referisse ao culto divino, sendo a primeira a entrar na capela, todo dia, para a oração de ‘laudes’. Bordava caprichosamente as alfaias sagradas, para dar maior glória a Deus. Em 1998, foi transferida para o Convento Sagrada Família. Faleceu no Hospital da Sagrada Família, aos 74 anos, na serenidade característica das almas que são amadas e conduzidas pela graça divina.

229. Maria de Lourdes David (06.06.1997)

Nasceu a 19 de janeiro de 1915, em Mossoró, Rio Grande do Norte. Era filha de Manoel David Sobrinho e de Joana Batista David. No Convento Sagrada Família, Salvador, Bahia, recebeu a formação para a vida religiosa consagarada: o Postulantado em 1940, o Noviciado em 1941, a profissão temporária em 1943 e a profissão perpétua em 1949.

A Irmã Assunção de Maria Santíssima era uma alma caridosa e piedosa, que andava sempre com o rosário de Nossa Senhora em mãos, repassando as contas, em intercessão por alguém ou em favor de alguma necessidade coletiva. Exímia professora de matemática, ela se dedicava não só ao ensino, mas à promoção pessoal de cada aluno. Tinha um perfil polivalente diante das necessidades de vida prática - consertava fechadura, recuperava sapatos, trocava lâmpadas, preparava chá e unguentos para as Irmãs enfermas, entre outras iniciativas. Intercedia junto aos amigos e conhecidos pelos desempregados.

Distinguia-se pela partilha do amplo conhecimento de vida com que Deus a cumulara. Era um exemplo para as jovens em formação e delas cuidava com ternura maternal. Manifestava grande amor à Congregação e, diariamente, oferecia por ela ao Altíssimo algumas penitências, além do serviço humilde, exercitado nas pequenas coisas do dia a dia. A sua extrema caridade levava-a a sempre desculpar as falhas ou omissões das Irmãs com quem convivia.

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Faleceu no Hospital da Sagrada Família, onde passou os últimos anos de sua laboriosa existência.

230. Maria de Lourdes Maia (01.12.2009)

Era filha de Ramiro Fernandes Maia e de Francisca de Queiroz Maia. Veio ao mundo em 1º de março de 1917, em Pereiro – Iracema, Docese de Limoeiro do Norte, Ceará. Sua formação religiosa para a vida consagrada foi realizada no Convento Sagrada Família, Salvador, Bahia: o Postulantado em 1931, o Noviciado em 1932, a profissão temporária em 1933 e a profissão perpétua em 1939.

De natural muito dinâmico, expansivo e audaz, a Irmã Aldete exerceu a sua missão religiosa, atuando como superiora, diretora e secretária em diversas obras assumidas pela Província de Santa Cruz. Mulher de alma generosa, foi verdadeiramente uma benfeitora dos mais carenciados, em Campina Grande, na Paraíba, como o fora, antes, no Colégio Nossa Senhora de Fátima, em Campo Formoso, Bahia. Teve extrema dedicação pelas crianças e famílias em situação de vulnerabilidade social, não temendo arrostar com qualquer tipo de dificuldade para minorar o seu sofrimento e as suas privações.

Tornou-se mediadora no resgate da vida de muitos pequeninos que passaram pela Casa da Criança Dr. João Moura, naquela cidade. Era por eles chamada de “Mãe Dete”, tamanha era a ternura e atenção que lhes dedicava. Soube fazer da vida um verdadeiro hino de amor ao próximo, com uma alegria que não a deixava envelhecer. Conforme relato transcrito do informativo Arauto de Santa Cruz (2009), “sua grandeza de espírito a fazia zelosa na defesa dos mais desvalidos. Inflamava-se diante da falta de partilha e justiça. Sentia doer o coração diante das indiferenças. Foram muitas as vidas que seus sentimentos humanos a levaram a resgatar. A cada um devolvia o sorriso, a alegria e a dignidade”. Aos 92 anos, foi acolhida nos braços do Senhor, na Casa da Criança, de Campina Grande, rodeada do carinho dos habitantes da cidade, pois era conhecida, admirada e estimada. O rasgo do s e u t e m p e r a m e n t o m a r c a d a m e n t e nordestino, vivo, ousado, empreendedor e

franco esteve sempre unido à sua extrema caridade e generosidade.

Em 1913, o Tribunal de Justiça da Paraíba ( TJPB) , prestou-lhe reconhecimento, denominando o Complexo Judiciário da Infância e da Juventude da comarca de Campina Grande de “Irmã Maria Aldete do Menino Jesus”. A desembargadora Fátima Bezerra Cavalcanti, autora do projeto, destacou: “A homenagem que se presta a esta singular criatura, espelho das melhores qualidades de um ser humano, que, pautada pela caridade, deixou um legado de esperança e virtude o qual deve ser lembrado e enaltecido por toda sociedade campinense e paraibana”.

231. Maria de Lourdes Nascimento (02.06.1995)

Natural de Propriá, Sergipe, nasceu em 29 de dezembro de 1918, a filha de Manoel Firmino do Nascimento e de Cecília Dias do Nascimento. Foi admitida ao Postulantado em 1938, e ao Noviciado em 1939, no Convento Sagrada Família, Salvador, Bahia, onde fez a profissão temporária em 1940 e a profissão perpétua em 1946.

Foi exímia professora de latim e português. Dedicada aos estudos e muito fervorosa, nos últimos anos de sua vida, dividia seu tempo entre traduções do inglês ou do latim e longos colóquios com o Santíssimo Senhor Jesus Cristo. Ensinou a juventude de várias gerações e seus bons exemplos de vida espelhavam perfeitamente a grandeza de sua alma.

M u i t o c o n t r i b u i u , c o m e m p e n h o e d e vo t a m e nto, p a ra o p ro gre s s o d a Congregação no Brasil, sendo Conselheira Provincial do setor de Educação, por largos anos, e Superiora de vários Colégios, entre eles, o Sagrado Coração de Maria, em Mossoró, e o Imaculada Conceição, em Penedo. Trazia no coração profundo sentimento de lealdade e justiça. Sabia viver com simplicidade, iluminada pelas virtudes da pobreza e da generosidade. Conservava a serenidade das almas santas diante das vicissitudes e, na Fraternidade, partilhava seu largo sorriso e seu jeito agradecido de ser. Faleceu no Hospital

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Português da Real Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro, em Salvador, Bahia, aos 76 anos de idade, dos quais 55 doados ao Senhor, com prontidão e perseverança.

232. Maria Luiza da Conceição (13.04.2004)

Era filha de Antônio José do Nascimento e de Isabel Maria da Conceição. Nasceu a 18 de agosto de 1946, em Anadia, Diocese de Penedo, Alagoas. Entrou para a vida religiosa em 1966, tomou hábito nesse mesmo ano, professou em 1970 e saiu em 1973. Foi admitida outra vez ao Noviciado em 1975, fez a profissão temporária em 1976 e profissão perpétua em 1978, no Convento Sagrada Família, Salvador, Bahia.

A Irmã Maria Luiza da Conceição era silenciosa e orante, ornada de bonitos testemunhos. Sempre humilde, risonha e solícita em servir com alegria, especialmente aos aflitos e mais necessitados. Era fervorosa anunciadora da Palavra de Deus e entusiasta promotora vocacional. Os jovens a viam como a paciência p e r s o n i f i c a d a . E r a e m p e n h a d a n a evangelização, apesar da saúde fragilizada. Impressionava aos que conviviam com ela pelo seu ardor missionário e pela dedicação aos compromissos assumidos com lealdade, sobretudo nos serviços paroquiais, o que a tornou muito querida na Paróquia de João Dourado, Bahia.

A Irmã Luiza proporcionou meios para que jovens aspirantes ao sacerdócio, porém carentes de recursos financeiros, tivessem acesso ao Seminário e à Vida Religiosa Consagrada. Faleceu aos 57 anos, no Convento Sagrada Família, após dolorosa enfermidade acolhida com confiança no Senhor.

Durante o velório, a Irmã Josefa Batista pediu à “Irmã Luizinha”, como era carinhosamente chamada, que a libertasse do medo de utilizar elevador, sozinha. A Irmã Batista relata que, na Missa de sétimo dia, recebeu essa graça para glória de Deus e esse temor hoje está totalmente superado.

233. Maria Luiza Félix (14.01.2006)

Nasceu a 25 de setembro de 1924, em Maramguape, Diocese de Fortaleza, Ceará. Era filha de Raimundo Felix dos Santos e de Maria Custódia Felix. Foi admitida à vida religiosa consagrada em 1953 e iniciou o Noviciado em 1963. Fez a profissão temporária em 1964 e a profissão perpétua em 1969, no Convento Sagrada Família, Salvador, Bahia.

A Irmã Cláudia desenvolveu sua missão por mais de 37 anos, na cidade de Granja, no Ceará, atuando, na Paróquia, como catequista de crianças, jovens e adultos. Costumava rezar o rosário de Nossa Senhora nas residências, sobretudo onde havia pessoas doentes e idosas. Não media esforços para amenizar a dor dos sofredores, através do conforto da oração. Tornou-se uma Religiosa muito querida pela sua caridade, especialmente para com as pessoas idosas, às quais servia e acolhia abnegadamente. Com a visão debilitada, dedicou-se à Pastoral, utilizando a música como instrumento de aproximação.

Ao encerramento da Fraternidade em Granja, foi transferida para o Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia, onde era uma presença silenciosa e pontual nas orações comunitárias e na adoração ao Santíssimo. Dedicava grande devoção a Nossa Senhora do Livramento. A Irmã Josefa Andrade, que a acompanhou nos últimos dias, testemunha o que Irmã Cláudia dizia com convicção: “Ficar com Jesus e Maria é a felicidade eterna e tomara que já aconteça”. Faleceu no Hospital da Sagrada Família, em Salvador.

234. Maria de Miranda Leite (16.03.2003)

Seus pais eram Francisco Leite Sobrinho e Laura de Miranda Leite. Natural de Mossoró, Rio Grande do Norte, seu nascimento ocorreu em três de setembro de 1911. Foi admitida ao Postulantado em 1927, e ao Noviciado em 1928, no Colégio São José, na Avenida Luís Tarquínio, 13, Salvador, Bahia, onde fez a profissão temporária em 1929. Emitiu os votos perpétuos em 1937, no Colégio Nossa Senhora das Graças em Propriá, Sergipe. Notabilizou-se pela competência como gestora no setor educacional, que atuava com todo o empenho

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para que tudo funcionasse da melhor forma, em benefício da comunidade escolar. A Irmã Maria Hercília da Assunção foi cofundadora do Colégio Patrocínio de São José, Aracaju, Sergipe, em 1940. Contribuiu imensamente para o desenvolvimento desta obra educacional. Com seu jeito cordial e sempre disposta ao serviço, a todos ouvia e dava bons conselhos, sobretudo aos jovens por quem era muito querida. Cultivava a devoção cristã com os funcionários, professores, alunos e amigos, bem como com os idosos que cuidou no Lar de Santa Isabel, em Salvador. Agiu com extremo zelo, tal como uma filha, nos cuidados para com a Irmã Cândida de Maria Imaculada, com quem colaborou para a fundação do Colégio e a quem acompanhou durante muitos anos, até o fim dos seus dias. Idealismo, firmeza, abnegação e pureza de coração foram atributos desta grande promotora da juventude, que faleceu aos 91 anos, no Colégio Patrocínio de São José, em Aracaju.

2 3 5 . M a r i a M a r g a r i d a d e M o u ra (23.03.2009)

Natural de Três Lagoas, Rio Grande do Norte, nasceu a 1º de julho de 1913. Era filha de Laudelino Cirino de Moura e de Maria Josina de Moura. Foi admitida ao Postulantado e ao Noviciado em 1935, no Colégio São José, na Avenida Luís Tarquínio, 13, Salvador, Bahia, onde fez a profissão temporária em 1937. Emitiu os votos perpétuos em 1943, no Convento Sagrada Família, Salvador.

A Irmã Maria Verônica da Santa Face preocupava-se com as vocações e rezava, pedindo ao Senhor da messe que enviasse novas aspirantes para continuidade da sua família religiosa. Em sua trajetória apostólica e missionária, ela serviu com abnegação os irmãos e irmãs, especialmente os idosos e doentes, nas duas Províncias brasileiras. Era uma pessoa alegre, participativa e exigente no cuidado para consigo e para com o próximo. Demonstrava objetividade e clareza no uso da liberdade de expressão, estabelecendo diálogos francos, revestidos de abertura e verdade. Integrava a Fraternidade Sagrada Familia, quando faleceu, no Hospital da Sagrada Família, Salvador, Bahia, aos 95 anos, dos quais 72 na fidelidade ao ‘Sim’ de sua

consagração definitiva a serviço dos irmãos e irmãs, como Franciscana Hospitaleira da Imaculada Conceição, Congregação à qual devotava um grande afeto.

236. Mariana de Jesus Alves (11.05.1949)

Portuguesa de nascimento, veio ao mundo a 15 de abril de 1866, em Candal, São Salvador do Mundo ou Almoster, Alvaiázere. Sua chegada à vida trouxe alegria ao casal António Alves e Teodora Maria, seus pais. Entrou para a vida religiosa na Congregação, em 1893. Deu início ao Noviciado, na época denominava-se tomada de hábito, nesse mesmo ano. Professou em 1896.

A Irmã Maria de Chantal pertenceu ao grupo das que no princípio de 1913 foram para Maceió. Missão de grandes desafios no atendimento aos órfãos e aos enfermos. Possuidora de diligente capacidade de organização, encontramo-la no Colégio de Propriá em fim de 1927 e começo de 1928 a substituir a Superiora, Irmã Maria de São Bernardo, que se ausentara por longo tempo, a fim de participar do Capítulo Geral, na sede da Congregação.

Jamais retornou a Portugal, sua terra. Aos 83 anos de vida e 56 de consagração ao Senhor, em Propriá, Sergipe, retornou às moradas celestes.

237. Maria Minervina Oliveira (14.09.1936)

Seus pais eram Cirilo Bispo de Oliveira e Maria Felícia de Oliveira. Nasceu em Aquidabã, Sergipe. Foi admitida à vida religiosa na Congregação em 1931. Neste mesmo ano tomou hábito, iniciando assim a sua formação como noviça. Emitiu os votos temporários em 1933.

A Irmã Julina de São José, no vigor de sua juventude, dedicava-se inteiramente a Deus, dispensando cuidados aos que sofriam enfermidades. O apostolado exercido trazia para mais perto de Deus os doentes do corpo e muitos sofredores também da alma. Sua presença consoladora procurava despertar a fé e a esperança iluminada pela caridade praticada. Sua vida religiosa teve a duração

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quase tanto quanto trabalhou na Santa Casa de misericórdia de Penedo, Alagoas, onde terminou os seus dias. No exercício da enfermagem, foi tão edificante, que os doentes deram-lhe o epíteto de “santinha”. Aos 28 anos de idade e cinco de vida religiosa, regressou à casa paterna coroada pelas virtudes que o Senhor lhe concedera.

2 3 8 . M a r i a N a z a r é M e l o S o u z a (17.02.2009)

Filha de José Pinheiro de Souza e Maria Ermelina de Souza, seu nascimento se deu a 19 de julho de 1920, em Poço dos Bois, Diocese de Propriá, Sergipe. Foi admitida ao Postulantado e ao Noviciado em 1939, no Convento Sagrada Famílai, Salvador, Bahia, onde emitiu os votos temporários em 1941 e os votos perpétuos em 1947.

A Irmã Maria Virgínia do Espírito Santo era caridosa e dedicada. Aos 88 anos, era visível o seu amor à Congregação. Trabalhou durante 57 anos no Hospital Português, da Real Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro, em Salvador, Bahia. Muitos desses anos na maternidade. Tinha uma ternura extraordinária para com as mães e seus filhinhos recém-nascidos. Seu zelo com a maternidade era tão notável que muitas crianças recebiam o seu nome, como sinal de gratidão. Com palavras encorajadoras, animava as mães e cativava as crianças, com o toque de carinho especial. Era uma Irmã de vida interior profunda, assídua à oração, observante e sempre atenta às suas Irmãs, procurando fazer-lhes o bem e promover a paz. Acometida de longa enfermidade neurológica, esteve anos acamada até ir a óbito, em um sofrimento acolhido com profunda serenidade e resignação. Faleceu no Convento Sagrada Família, onde passou os últimos anos de sua existência terrena.

2 3 9 . M a r i a d a s N e ve s Va r e l a C i d (29.07.1954)

Natural de Santiago de Allariz, Orense, Espanha, onde nasceu a primeiro de abril de 1894. Era filha de José Varela Cid e de Concepción Almedira Alonso. Foi admitida ao Postulando em 1920 e também nesse ano, no

Noviciado. Professou em 1922. A Irmã Flora de Maria Imaculada, desde o início de sua vida em consagração, demonstrou o seu fino trato, a grandeza de sua alma amiga que primava pela observância religiosa, sendo uma fonte de alegria em Deus. Com sua linda voz, executava músicas por tuguesas e espanholas, ensinando-nos a alegrar-nos em Deus pelo dom do canto. Sua entrega ao Pai era plena de convicção e generosidade e nessa confiança aceitou deixar a Europa e atravessar o Atlântico para servir em nossas plagas brasileiras até à morte.

Quando uma Irmã era submetida a algum procedimento cirúrgico, ou simplesmente se encontrasse enferma, hospitalizada, a Irmã Flora era quem a tratava, desde o banho de leito aos cuidados de enfermagem. Era extremamente caridosa para com todas as Irmãs.

O início de suas atividades apostólicas, no Brasil, deu-se no Hospital de Caridade, em companhia da Irmã Maria da Divina Providência (Antónia D’Onofrin) que atendia duas enfermarias, e, na época era o único em Mossoró, Rio Grande do Norte. Alguns meses mais tarde, foi enviada para o Hospital de Rio Claro, São Paulo.

Era dotada de larga experiência como Superiora, ofício inicialmente exercido no Hospital de São Francisco do Porto, para onde foi indicada pelo Conselho Geral em 1927; 1931, para o Hospital de Jesus; em 1934, para a Casa de Saúde de Coimbra; em 1935, para o Hospital de São Francisco do Porto, mais uma vez; em 19 de novembro de 1936 veio para o Brasil, acompanhada pela veterana de terras brasileiras Irmã Rosa Maria de São Francisco e em 1937, a Irmã Flora já se encontrava na administração do Hospital de Rio Claro, também foi Superiora no Orfanato e no Asilo de Nossa Senhora de Fátima de Pirassununga, São Paulo.

Há registro de que o Capelão, que a atendeu antes da morte, dissera ao sair do seu quarto: “Confessei uma Santa”. No Lar das Crianças do Menino Deus, aonde o Senhor a veio buscar na hora por Ele escolhida, faleceu aos 60 anos de idade e 34 de vida religiosa. Recebeu, na

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sessão de 13 de janeiro de 1957, em conjunto com a Irmã Letícia e a Irmã Presépio, homenagem póstuma de saudade “pelo muito bom trabalho desenvolvido em favor do Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Pirassununga”.

240. Maria Nogueira Freire (16.12.1948)

Era natural de Unicó, Ceará. Seus pais foram Joaquim Ribeiro Freire e Adelaide Nogueira Freire que se alegraram com seu nascimento em 1º de julho de 1913. Foi admitida à vida religiosa em 1940, tomou hábito em 1941 e professou em 1942.

A Irmã Maria Esmeraldina de Cristo Rei foi chamada à consagração religiosa no seguimento de Jesus Cristo, para viver e realizar o carisma franciscano hospitaleiro. Como filha espiritual da Bem-aventurada Maria Clara do Menino Jesus e do Padre Raimundo dos Anjos Beirão, empenhou-se na prática de ações e gestos misericordiosos. Compartilhou a vida fraterna, cultivou a oração e meditou a Palavra de Deus, fonte inesgotável de graças e alimento da caminhada para adorar e servir.

Perseverante nas pegadas de Jesus, ela viveu com solicitude a missão apostólica, orante e aberta aos dons do Altíssimo. Inserida na humanidade a caminho, inspirada pelo Espírito Santo e vivendo a vida cristã em sua plenitude, a Irmã Esmeraldina tornou visível o reino de Deus pelas maravilhas reveladas na simples condição de pessoa consagrada. Faleceu no Hospital da Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro, onde trabalhava, vitimada por um câncer de intestino, aos 35 anos de idade e sete de vida religiosa.

241. Maria Pereira (05.09.2012)

Nasceu a cinco de dezembro de 1920, em Santana do Mato, Diocese de Natal, Rio Grande do Norte. Era filha de Miguel Pereira da Silva e de Júlia Maria da Conceição. Foi admitida ao Postulantado em 1939 e ao Noviciado em 1940. Fez a profissão temporária em 1942 e a profissão perpétua em 1949, no Convento Sagrada Família, em Salvador Bahia.

A Irmã Carmélia tornou vida a oração sacerdotal do Senhor, pois sempre se ocupou e preocupou em fortalecer os laços da unidade, onde os limites humanos, por vezes, a arrefeciam. Assim viveu, enquanto as suas energias lho permitiram. Era uma pessoa destemida, quando estava em causa o bem do outro.

Era valente, corajosa, sem perder a serenidade, pela capacidade de persuasão. Fez um pouco de tudo: atuou nos serviços de cozinha, lavanderia, sacristã, prefeita de internato, ensino, secretaria de hospital, secretaria de c o l é g i o , c o o r d e n a ç ã o d e Pa s t o r a l , coordenação do ensino religioso, do MOBRAL… Era catequista, professora, incansável missionária e consagrada; sabia conduzir a criança, o adolescente, o jovem, o adulto, o ancião, para viver esta beleza dimensional: a unidade sem fronteiras. Sempre se despedia das pessoas com uma bênção. Sabia fazer-se presente em ambientes sofridos e difíceis, para conquistar as ovelhas que o Senhor confiou aos seus cuidados. Era visível seu amor à Congregação; às Irmãs jovens dizia: “Deixa-me ver se já tenho seu nome em meu caderno, para não me esquecer de rezar por sua vocação e perseverança”.

Na Paróquia de Campo de Brito, Sergipe, e na de Umarizal, Rio Grande do Norte, era incansável em acompanhar o Vigário às capelas do interior, não poupando esforços, sob um sol implacável, para ensinar o caminho de Deus a todos, nem mesmo excluía os políticos, pois não desdenhava apresentar-se na Câmara de Vereadores ou numa reunião de Prefeitos, para lhes dar uma palavra e conselho e os abençoar um por um.

Queria que até mesmo os presidiários pudessem participar dos atos religiosos, constituindo-se em guardiã dos mesmos, por todo o tempo que durava a procissão. Foi realmente uma missionária e apóstola ímpar, com um estilo que lhe era muito próprio. Passou seus últimos anos no Convento Sagrada Família, onde, até ao fim, espalhou as bênçãos de sua vocação entre as Irmãs e o pessoal de enfermagem.

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242. Maria Pinto Barbosa (22.12.1995)

Era natural de Santana do Ipanema, Diocese de Palmeira dos Índios, Alagoas. Ali nasceu em 25 de dezembro de 1945, no seio da família de João Francisco Barbosa e de Antônia Pinto Barbosa, seus genitores. Foi admitida ao postulantado na Avenida Bonfim, Salvador, Bahia em 1972 e ao Noviciado em 1973, no Convento Sagrada Família, Salvador, onde emitiu os votos temporários em 1976 e também os votos perpétuos em 1982.

Toda a atividade missionária da Irmã Maria Pinto foi consagrada a Deus e dedicada ao serviço da Enfermagem, em hospitais e lares de idosos. Manifestava grande amor à Eucaristia e gostava da expressão “corações abrasados por Jesus” para retratar as Irmãs, após a participação na Hora Santa Eucarística. Era uma pessoa comunicativa, alegre e brincalhona no convívio fraterno. Expressava-se com simplicidade e gostava de participar do canto coral, para louvar Nosso Senhor Jesus. Sua passagem foi abreviada por uma longa enfermidade pulmonar. Apesar do imenso desejo de viver, teve sempre de carregar a cruz da doença que foi aceita com resignação e fé, em profunda entrega à vontade do Senhor. Aos 49 anos, “Deus a levou quase de surpresa, quando se encontrava no Convento Sagrada Família.

2 4 3 . M a r i a P u r e z a N a s c i m e n t o (06.02.2007)

Natural de Telha, Propriá, Sergipe, nasceu em 27 de fevereiro de 1921, filha de Manoel Firmino do Nascimento e de Cecília Dias do Nascimento. Foi admitida ao Postulantado, em 1940, e ao Noviciado, em 1941, no Convento Sagrada Família, Salvador, Bahia, onde fez a profissão temporária, em 1943, e a profissão perpétua em 1949.

A Irmã Maria Cândida de Jesus Hóstia foi uma dedicada educadora. Criou laços fortes de amizade com os alunos, pais e funcionários. Era estimada pela sua paciência, seu espírito de mansidão e de caridade sem distinção. Dela emanava um testemunho de autenticidade evangélica. Dialogava e acolhia com uma c o m p r e e n s ã o m a t e r n a l o s q u e s e

aproximavam para desabafar ou pedir orientação. Procurava facilitar o caminho do outro e promover o acesso dos menos favorecidos ao estudo. Como Superiora, era sóbria e desprendida e foi uma diretora com perfil empreendedor, que descobriu os caminhos para buscar recursos junto a diversas instituições no Brasil e exterior. Era devota de São Francisco de Assis e de Nossa Senhora de Fátima. Rezava continuamente o Rosário. Tinha o hábito de tocar piano e gostava da boa música. Apreciava a Oração Carismática e, inclusive, contribuiu para implantá-la no Colégio Nossa Senhora das Graças, em Propriá, Sergipe. Exerceu atividade polivalente no Colégio, com atuação em diversos setores. Para a sua sucessora deixou saldo positivo de recursos financeiros e quantidade de alunos. Faleceu no Hospital da Sagrada Família, em Salvador, Bahia, quando integrava a Fraternidade do Convento Sagrada Família, onde passou os últimos anos.

244. Maria Romana de Souza (03.02.2010)

Era filha de Matheus José de Souza e de Justiniana Sabina de Souza e nasceu em Lages, Diocese de Amargosa, Bahia, a 24 de agosto de 1921. Sua formação para a vida consagrada transcorreu no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia: Postulantado e Noviciado, em 1941; profissão temporária, em 1943; e a profissão perpétua, em 1949.

Era uma presença assídua aos atos comunitários e demonstrava muito amor à Congregação e aos Fundadores. Ocupou-se de afazeres domésticos; foi professora de trabalhos manuais e prefeita das “seráficas”, jovens aspirantes, as quais cuidava com carinho e gestos de ternura. Também se dedicou à jardinagem e, com zelo singular, ao cuidado da Capela interna do Convento Sagrada Família. Certa vez, uma Irmã recebera muitas hóstias que sobraram de uma grande celebração. Como o sacrário fora insuficiente para guardá-las, depositou as hóstias restantes no corporal sobre o altar. Às 4 horas da manhã, voltou à Capela para destinar as hóstias a outro sacrário. Lá, encontrou a Irmã Gracinda, em vigília de adoração ao Senhor presente na Eucaristia. Quando interrogada, respondeu: “Irmã, e eu havia de deixar Nosso

154 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

Senhor aqui sozinho?”. Integrou a comunidade fundadora do Colégio Patrocínio de São José, em Aracaju, Sergipe, e também do Noviciado no Convento Sagrada Família, em Salvador, na Bahia, onde, inclusive, colaborou na construção da gruta de Nossa Senhora de Lourdes. Faleceu, aos 88 anos de idade e 67 de amor e dedicação, especialmente a Jesus Eucarístico.

245. Maria das Vitórias (03.05.1953)

Nasceu a 15 de junho de 1882, em Nossa Senhora da Vitória, Porto, Portugal, filha de João Júlio Lacoste e de Filismina Ferreira dos Santos. Foi admitida à Congregação em 1908 e, nesse ano, tomou hábito, iniciando, assim, o Noviciado. Há registro de uma profissão, em 1910, e uma nota relatando que foi a primeira Irmã a professar no estrangeiro, em Tui, Espanha, em 26 de abril de 1912. Recebeu o nome religioso de Irmã Maria Helena da Cruz.Era uma jovem estudante do Colégio Nossa Senhora de Lourdes, no Porto, pontual nos deveres regulamentares, delicada no relacionamento geral e sempre sorridente. Tinha uma simplicidade singular e era muito estimada pelas Irmãs e Filhas de Maria, segundo relato da Irmã Maria do Espírito Santo (Mãe Santo), datado de 1976.

Veio para o Brasil, em 1912, destinada ao Colégio de Mossoró, Rio Grande do Norte, onde iniciou sua atividade apostólica e ali permaneceu por dois anos. Em 1914, a Irmã Maria Helena chegou ao Colégio Imaculada Conceição, em Penedo, Alagoas. Foi-lhe confiado o cuidado da Capela e o ensino de trabalhos manuais às alunas. Era ótima sacristã e delicada mestra.

No dia 2 de maio de 1953, após o jantar, quando as Irmãs subiam para o recreio, a Irmã Helena se dirigiu à Superiora, Mãe Santo: “Eu vou já arranjar a Capela, para depois me deitar, pois estou um pouco gripada”. Terminado o arranjo da Capela subiu ao recreio e lhe foi perguntado se não iria repousar. Levantou-se e entrou na cela, como era denominado o pequeno quarto de dormir. Terminado o recreio, as Irmãs foram à Capela para a Oração de Completas, após a qual todas recolheram para o repouso da noite. Na manhã seguinte,

ao alvorecer, a Superiora ouviu um leve ruído, dirigiu-se à cela de Irmã Helena e lá ela estava no chão, desfalecida. Assim, aos 71 anos de idade e 45 de vida religiosa terminaram os dias de nossa Irmã de pura bondade, que se foi sem queixume, na silenciosa despedida para o abraço ao Pai Eterno. 246. Maria Vitória (24.08.1940)

De nacionalidade portuguesa, natural de Alvoco da Serra, Seia, era filha de Antonios Ramos e de Maria Evangelina. Constam dois registros de sua data de nascimento, em 15 de setembro de 1885 e em 15 de fevereiro de 1889. Foi admitida à vida religiosa na Congregação em 1908. Tomou hábito nesse mesmo ano e professou, em 1909.

A Irmã Maria Evangelina veio para missão no Brasil, em 21 de novembro de 1912, destinada, em princípio, ao Hospital de Piracicaba, São Paulo.

Assumiu seu apostolado no serviço de nutrição. Serviço de grandes desafios na época, diante dos quais soube desempenhar bem sua atividade, ancorada na fé, na oração e na vida comunitária.

Foi uma vida dedicada ao trabalho, com simplicidade e dedicação, sempre voltada ao bem- estar de todos os envolvidos na recuperação da saúde dos enfermos. Amadurecida para a eternidade, a bondosa Irmã partiu para o seio do Deus de Misericórdia, aos 55 anos de idade e 32 de vida religiosa.

247. Marlene Argôlo Souza (10.06.1970)

Nasceu a 25 de abril de 1942, em Rio Novo, Ipiaú, Bahia. Era filha de Osvaldo Ferreira de Souza e de Maria Argolo Souza. Foi admitida à vida religiosa na Congregação, como postulante, em 1963, em São Paulo. Iniciou o Noviciado, em 1964, e emitiu os votos temporários, em 1966. Marlene foi a primeira vocação franciscana hospitaleira surgida em Brasília. Fazia parte da Paróquia Nossa Senhora de Fátima e, aos domingos, era uma verdadeira apóstola, dedicando seu tempo em colaboração à obra religiosa como Presidente

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 155

das Filhas de Maria e da Legião. Iniciou os estudos no Colégio Pio XII, que deu continuidade já como Religiosa, no Colégio Jesus Maria José de Xerém, Rio de Janeiro, de onde foi transferida, em 1969, para a Escola Normal de São Gotardo, onde se preparava para ser professora. Como Secretária de Colégio, aos sábados e domingos, reservava as tardes para o apostolado, empenhada com o aumento do Reino de Deus.

A Irmã Marlene de Maria Imaculada foi a primeira vocação à vida consagrada saída do Colégio Pio XII, em Brasília. Ali se encontrava, participando do VIII Congresso Eucarístico Nacional, quando a Irmã Morte a veio colher. Como em vida, tudo recebia com um sorriso iluminado pela esperança dos seus olhos verdes, conservou esse mesmo sorriso depois de falecida. E ela, a flor que desabrochou em Brasília, quis aí também ser enterrada para continuidade da sementeira vocacional.

248. Modesta de Jesus (22.01.1915)

A Irmã Amada de Jesus nasceu a 15 de julho de 1882, em Vila de Rei, Portugal. Era filha de Manuel José e de Maria da Conceição Garcia. Foi admitida em 1900; tomou hábito em 1901 e professou em 1903.

Integrou o primeiro grupo de Irmãs Franciscanas Portuguesas chegadas ao Brasil, em 1911, no Pará. “No Colégio de São Francisco, em Monte Alegre, foi a primeira Mestra, pelo espaço de três anos. Como professora e catequista demonstrava verdadeiro zelo na formação do espírito cristão de tantas almas que eram confiadas aos seus cuidados.

Com fervor, lhes explicava a doutrina e, com atenção, era escutada por dezenas de crianças, ávidas de ouvir falar de Deus.” (Transcrito pelo Padre Henrique Rema, do Livro de Visitas do Colégio Sagrado Coração de Maria, em Mossoró, in Crônica do Centenário, III, parte II, página 321). Em uma carta que ela escreveu, na época, para uma pessoa de sua intimidade, dizia: “enquanto pudermos ter uma hóstia consagrada, não desanimarei, porque nela tenho tudo”.

Encerrada a casa de Monte Alegre, veio para o Colégio Sagrado Coração de Maria, Mossoró, Rio Grande do Norte, onde faleceu quatro anos depois, vitimada pela malária.

249. Nabor Gonzaga Rocha (13.07.2012)

Era natural de Cedro de São João, Sergipe, onde nasceu a 15 de fevereiro de 1929. Seus pais eram Luís Gonzaga Filho e Lúcia E s m e r a l d a C o s t a . Fo i a d m i t i d a a o Postulantado, em 1950, e ao Noviciado, em 1951, no Convento Sagrada Família, Salvador, Bahia, onde fez a profissão temporária, em 1953, e a profissão perpétua, em 1959.

A maior parte de seu apostolado foi exercida n a R e a l S o c i e d a d e Po r t u g u e s a d e Beneficência Dezesseis de Setembro, em Salvador, na Bahia. Na Fraternidade do Convento Sagrada Família, costumava servir a refeição das Irmãs que se encontravam na enfermaria, o que fazia com humildade, silêncio e grande simplicidade, virtudes que a caracterizavam.

A Irmã Rogéria do Coração de Jesus transmitia serenidade a todas as pessoas que dela se aproximavam. Na fase da enfermidade que a prostrou sobre o leito, o seu semblante permaneceu sereno, mesmo quando os seus lábios só conseguiam balbuciar poucas palavras. Durante os seus 59 anos de consagração ao Senhor, em todas as Fraternidades onde esteve foi exemplo de fidelidade e dedicação em tudo o que fazia. Faleceu quando contava 83 anos de idade. Agradecemos a Deus o testemunho de vida e de fé que a nossa querida Irmã Nabor Gonzaga Rocha nos deixou.

250. Nadir Nogueira Lobão (08.05.2006)

Nasceu a 18 de julho 1922, em Manaus, Amazonas, na família do casal Sérgio Lobão e Raimunda Nogueira de Andrade. Entrou na Congregação, em 1947, e iniciou o Noviciado, em 1948, no Convento Sagrada Família, Salvador, Bahia. Professou temporariamente, em 1951, e perpetuamente, em 1959.

A Irmã Aliciene do Coração de Maria era uma pessoa muito humana e amiga dos menos

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favorecidos, sempre colaborando para superar as necessidades. Distinguia-se pelo bom desempenho de suas funções na música. Sabia viver a alegria e a paz na dimensão franciscana. Era fiel nos momentos de oração e recebia a Eucaristia com fervor e devoção.

Pertencia à Fraternidade que atuava nos cuidados de enfermagem na área de Psiquiatria, em Jacarepaguá, Rio de Janeiro, quando faleceu repentinamente. A sua morte foi sentida pelas companheiras de enfermaria porque ela as alegrava, especialmente nas comemorações da Igreja.

251. Nair Gomes de Brito (22.06.2002)

Nasceu a 14 de março de 1914, em Piranhas, Diocese de Maceió, Alagoas. Era filha de Francisco Correia de Britto e de Emeliana Gomes de Britto. Foi admitida ao Postulantado e ao Noviciado em 1933, no Colégio São José, na Avenida Luís Tarquínio, 13, em Salvador, onde fez a profissão temporária, em 1936. Fez a profissão perpétua em 1942, no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia.

A Irmã Maria Áurea do Bom Pastor era carinhosamente conhecida por “Irmã Sorriso” pelos seus gestos de benevolência e caridade dedicados a todos. Tinha o dom da arte e exercia com zelo sua atividade como professora de educação artística, além de pintar quadros como autodidata. No Colégio Patrocínio de São José, de Aracaju, também era chamada pelos pais e alunos de “Vovó Áurea”, sempre prestimosa e disposta a realizar enriquecedoras atividades pedagógicas com os pequenos.

Sua vida inteira foi de educadora exemplar, tendo exercido seu ofício em diversos colégios da Província entre eles, o Nossa Senhora das Graças, em Propriá, Sergipe e o Instituto Educacional Nossa Senhora da Fátima em Campo Formoso, Bahia. Contagiava a todos pelo seu jeito alegre e era sempre ouvida pelos seus sábios ensinamentos. A Irmã Áurea cativou muitos amigos, com sua conduta de fidelidade e seu respeito aos anseios do próximo. Faleceu no Convento Sagrada Família, em Salvador, onde decorreram os seus últimos anos de existência.

252. Neodêmia Ribeiro Sepúlveda (14.06.1989)

Era filha de Camerino Elói Sepúlveda e de Genoveva Ribeiro Sepúlveda. Nasceu a quatro de outubro de 1912, em Maraú, Diocese de Ilhéus, Bahia. Foi admitida ao Postulantado, em 1938, e ao Noviciado, em 1939. Fez a profissão temporária, em 1942, e a profissão perpétua, em 1948, no Convento Sagrada Família, Salvador, Bahia.

Chamada por Deus a servi-lO na vida consagrada, Irmã Maria Lucinda da Assunção desempenhou sua missão franciscana hospitaleira dedicada ao ser viço da enfermagem por 40 anos. Habilitada pela Cruz Vermelha, ela manifestava incansável dedicação aos pacientes. Ofereceu toda a sua vida pelo engrandecimento do reino de Deus, especialmente no Hospital Amparo de Maria, em Estância, Sergipe, onde atuou por mais de 20 anos.

Estabeleceu um vínculo de ajuda em benefício da população de Estância, de forma que suas solicitações em favor dos enfermos e doentes eram atendidas com generosidade. Era uma pessoa corajosa, dotada de forte espírito de sacrifício, o que a fez merecedora do título de Cidadã estanciana. Sofreu com resignação e paciência as sequelas do diabetes e ainda encontrava forças para levar conforto aos pacientes, no Hospital da Sagrada Família, onde veio a falecer.

253. Nivalda Monteiro Bonfim (04.1943)

Nasceu a 26 de outubro de 1916, em São Cristóvão, Diocese de Aracaju, Sergipe. Eram seus pais João Monteiro Bonfim e Davine Monteiro Bonfim. Foi admitida à vida religiosa como postulante, em 1940, ano em que também iniciou o Noviciado. Recebeu o nome religioso de Irmã Maria Olívia de São Francisco.Desejosa de seguir a Bem-aventurada Maria Clara e o Padre Raimundo dos Anjos Beirão, recebeu o chamado do Senhor para uma passagem muito breve pelo carisma franciscano hospitaleiro. Sua entrega à vontade de Deus foi alimentada na confiança e abandono aos desígnios celestes e vivenciada pela paciência e fortaleza durante a

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enfermidade. Assim, foi eternizada, aos 26 anos, como testemunho vivo de uma juventude alicerçada na fé, na esperança e na caridade do amor de Deus. Professou em artigo de morte, a qual ocorreu em abril de 1943, como primícias a fecundar o solo brasileiro tão pródigo em fervorosas vocações.

254. Noêmia Porto (28.10. 2003)

Filha de Gustavo Porto e de Hedviges Porto, seu nascimento ocorreu a 16 de dezembro de 1913, na cidade de Itápolis, São Paulo. Entrou na Congregação, em 1938, ano em que iniciou o Noviciado. Fez a profissão temporária, em 1940, tendo professado, perpetuamente, em 1946.

A Irmã Maria Augusta da Eucaristia exerceu durante alguns anos sua missão em Portugal, de onde trouxe muitas recordações e um estilo de vida austero e coerente, em observância aos usos e costumes da Congregação. Era uma pessoa sistemática e formal, embora muito solícita e pródiga em caridade. Possuía grande sensibilidade para com as pessoas sofridas e necessitadas. Silenciosa e reservada, dedicava seu tempo à leitura de bons livros e aos seus afazeres, executados cuidadosamente. Deixou, assim, exemplo de retidão e esmero em bem servir.

255. Normélia Fernandes da Silva (15.07.2003)

Nasceu a 29 de março de 1917, na cidade de Junqueiro, Diocese de Penedo, Alagoas, filha de Sebastião Fernandes da Silva e de Maria Lepoldina da Silva. Entrou na Congregação, em 1937, e nesse mesmo ano iniciou o Noviciado, em Salvador, Bahia. Professou temporariamente, em 1939, e perpetuamente, em 1943.

Irmã Maria Madalena de Jesus Eucarístico exerceu suas atividades na área da saúde. Atuou no campo da enfermagem, no Hospital da Sagrada Família, em Salvador. Bastante tempo depois, fundou uma Escola de Enfermagem, na Beneficência Portuguesa de São Paulo. Era exímia cuidadora de enfermos, orientando o serviço de assistência às Irmãs doentes da Província do Sagrado Coração de

Jesus, Brasil Sul. Aos 86 anos de idade e 64 de vida consagrada, adormeceu no Senhor, quando integrava a Fraternidade na Beneficência Portuguesa de São Paulo. Eternizou-se pelo bem que fez, sempre procurando tratar com carinho e esmero a todas as pessoas, nas suas necessidades humanas e divinas, tão grande era a dedicação com que exercia a sua missão.

256. Odete de Magalhães Carneiro (22.01.1977)

Nasceu no Rio de Janeiro, a 10 de junho de 1917, e era filha de Antônio de Souza Carneiro e de Emília de Oliveira Magalhães. Foi admitida ao Postulantado, em 1942, e ao Noviciado, em 1943. Fez a profissão temporária, em 1944, e a renovação dos votos, em 1947. Emitiu os votos perpétuos, em 1950.

Com a mudança de residência dos pais, viveu desde a infância em Portugal, onde ingressou na Congregação e desenvolveu seu apostolado no exercício do magistério. A Irmã Excelsa do Santíssimo Sacramento foi exímia professora de português. Gostava de registrar em versos seus momentos de interiorização diante do Senhor.

A presença de Jesus no Sacramento da Eucaristia a transportava em beatitude e resplandecia em seus poemas com luz imanente da vida celestial. No entardecer dos dias, com a saúde fragilizada, escolheu retornar ao Brasil, sendo transferida para Salvador, na Bahia. Na capital baiana, quando utilizava o transporte público, procurava transmitir os valores da religião às pessoas com seu jeito alegre, de uma vivacidade inquieta. Integrava a Fraternidade do Convento Sagrada Família, quando faleceu em consequência de acidente automobilístico.

257. Olga de Aquino Fontes (02.01.1987)

Era filha de Manoel Vieira Fontes e de Maria das Dores Fontes e nasceu em Entre Montes, Piranhas, Diocese de Penedo, Alagoas, a 17 de maio de 1916. Foi admitida ao Postulantado e ao Noviciado em 1940, no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia, onde emitiu os votos temporários, em 1942, e os votos

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perpétuos em 1948. A Irmã Irene das Dores viveu plenamente para o Senhor de sua vida, Jesus Cristo, muito atenta às realidades do mundo, adaptada às circunstâncias e fiel aos ensinamentos da Santa igreja. Missionária de presença feliz, ela irradiava o ambiente, aonde chegava, com amplo sorriso e maneira acolhedora que a todos cativava. Seu dinamismo apostólico trouxe grande contribuição à expansão da Congregação no Brasil, assumindo o ofício de Superiora em diversas obras.

Comunicativa, atenciosa e dedicada a servir os mais necessitados, tornava-se sinal visível da misericórdia divina. Era fervorosa na oração pelos sacerdotes, a quem cuidava como filhos, sempre pronta a exor tá- los quando necessário. Era reconhecida pelo fino acabamento de seus trabalhos de costura, especialmente as alfaias do serviço do altar, ao qual dedicava zelo e reverência na preparação para os atos litúrgicos, sobretudo nas trezenas de Santo Antônio, sua devoção particular. Transferida da União Hospitalar São Francisco de Campo Formoso, Bahia, para o Convento Sagrada Família, em tratamento de saúde, veio a falecer no Hospital Português da Real Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro, em Salvador, Bahia, em decorrência de grave padecimento cardíaco.

258. Olga Martins de Souza (13.07.1989)

Sua terra natal foi Cedro de São João, Diocese de Propriá, Sergipe, onde nasceu a 12 de janeiro de 1915, filha de José Martins de Souza e de Maria Rosa de Souza. No Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia, transcorreu sua formação para a vida consagrada: Postulantado, em 1938; Noviciado, em 1939; a profissão temporária, em 1941; e a profissão perpétua, em 1947.

A Irmã Maria Tereza da Sagrada Família testemunhou sua fé, esperança e caridade, atuando na vida fraterna com simplicidade e dedicação nos cuidados domésticos e t r a b a l h o s d e co s t u r a . D i l i g e n te n a operosidade de bem servir, tornava-se âncora de consolação para quem a ela se dirigisse em b u s c a d e a j u d a . V i v e u e m p l e n a

disponibilidade, contribuindo para o carisma da hospitalidade nas duas Províncias brasileiras. Assídua na oração, entregava ao Senhor Jesus, com profunda confiança, as dores dos enfermos e as necessidades espirituais de seus familiares. Manifestava zelo especial pelas vocações, como recorda a Irmã Maria da Glória Pacheco.

Ainda postulante, estando enferma, não podia ir à Missa, então a Irmã Olga, assim que comungava, ia até à enfermaria e colocava a mão sobre a fronte da jovem acamada, dizendo-lhe ‘Jesus veio’, e voltava para continuar a Missa, fato que testemunha a vida franciscana iluminada pela graça da fidelidade. Na Fraternidade do seu querido Convento, decorreram os seus últimos anos. Faleceu no Hospital da Sagrada Família, em Salvador, com grande espírito de fé e em suave entrega a Jesus Cristo.

259. Olívia Maria da Silva (22.03.1996)

Era muito piedosa e devota de Nossa Senhora e de São José, a quem sempre recorria em favor das necessidades cotidianas, na confiança de que como providenciava tudo para Maria, a Mãe de Jesus, também para seus devotos o faria.

Na Comunidade, a Irmã Carmen de São José mostrava-se generosa em cuidados com a nutrição das coirmãs, como suporte necessár io ao bom desempenho no desenvolvimento das atividades laborais.

Há um registro de que a caridade de nossa I r m ã C a r m e n n ã o t i n h a l i m i t e s . Testemunharam seus contemporâneos que ao c o n c l u i r o s a f a z e r e s n a c o z i n h a , habitualmente agendava uma tarefa extra. Dirigia-se, acompanhada de dois funcionários, o 1º, com uma panela cheia de mingau, o 2º, com uma chaleira cheia de café com leite, a três enfermarias de velhinhos, num total de 50 sócios. Então perguntava: Quem não jantou? Quer café ou mingau? Ouvia-se: Irmã, Deus lhe pague. Os colaboradores, que cresceram trabalhando no Hospital da Ordem Terceira do Carmo do Rio de Janeiro, testemunharam o fato.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 159

2 6 0 . O z e l i t a R o d r i g u e s d e G ó i s (11.01.2003)

Seus pais eram João Rodrigues de Góis e Felina Marcelina de Góis. Seu nascimento se deu em 31 de janeiro de 1922, na cidade de Areia Branca, Diocese de Mossoró, Rio Grande do Norte. Foi admitida à vida religiosa em 1946. Fez o Noviciado em 1967, a profissão temporária em 1968 e a profissão perpétua em 1971, no Convento Sagrada Família em Salvador, Bahia.

A Irmã Maria Ângela da Eucaristia era uma presença suave, que acolhia todas as pessoas com um sorriso revestido da pureza dos anjos. Servindo amorosa e alegremente, em silêncio cheio de delicadeza e atenção para com todos, nossa “Irmã Anjinho” foi presença marcante e ponto seguro de referência, durante os longos anos vividos no Colégio Imaculada Conceição, de Penedo, Alagoas. Transferida para o Convento Sagrada Família, manteve a harmonia do seu caráter simples e gentil e, em todas as circunstâncias, deu testemunho de profunda vida interior. Transmitia a paz das almas consagradas que vivem mergulhadas em convívio íntimo com a presença de Deus. Era toda recolhimento e piedade, durante a adoração a Jesus no Santíssimo Sacramento, exemplo que irradiava às coirmãs em oração. Como seguidora do Serafim de Assis, a Irmã Ângela observou o Santo Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo e seguiu Suas pegadas, na convivência fraterna, no apostolado cotidianamente exercido na prática da miser icórdia . Viveu no caminho da simplicidade, sentindo-se irmã de todos, atenta aos cuidados domésticos e amando tudo o que o bom Deus criou. Foi colhida pelo Senhor, no Convento Sagrada Família, aos 80 anos de idade, dos quais 57, irradiando o carisma franciscano hospitaleiro, herança fecunda do Padre Raimundo dos Anjos Beirão e da Bem-aventurada Maria Clara do Menino Jesus.

261. Pureza Cruz (04.10.1993)

Nasceu, a primeiro de julho de 1922, em Japaratuba, Sergipe. Era filha de Manuel Cruz e Maria Adélia Cruz. Entrou na Congregação, em 1942, e tomou hábito no mesmo ano, tendo

professado, em 1944. A Irmã Maria Adelina de São José foi sempre muito dedicada, tanto na prestação de serviços fora da fraternidade, como nos trabalhos mais simples da vida doméstica. Para com as pessoas necessitadas tinha gestos de mãe e de ajuda fraterna para com as suas Irmãs de Comunidade. Sempre contava com o amor a Maria Santíssima e procurava agradar-Lhe com a oração do Terço.

Trabalhou na área de Saúde, exercendo os serviços de enfermagem. Faleceu, aos 72 anos de idade, no Hospital da Real e Benemérita Beneficência Portuguesa, no Rio de Janeiro.

2 6 2 . P u r e z a d a Co n c e i ç ã o R a m o s (05.06.1993)

Nasceu, a 14 de outubro de 1924, na cidade de Propriá, Diocese de Aracaju, Sergipe. Eram seus pais Antônio Vieira Ramos e Eustáquia Ramos. Entrou na Congregação, em 1942, e tomou hábito nesse mesmo ano. Professou, temporariamente, em 1944, no Noviciado de Salvador, Bahia e perpetuamente em 1950.

A Irmã Maria Inês de Assis era uma pessoa amável e caridosa, sempre encontrando oportunidades para prestar o socorro necessário. Amiga dos empobrecidos, defensora de seus direitos e conselheira.

Exerceu o magistério como verdadeira educadora, assim como a função de Mestra de Noviças. Com sabedoria, equilibrava a exigência pelo desenvolvimento e a humanização das ações. Era uma pessoa piedosa e amiga de Maria Santíssima, do Sagrado Coração de Jesus e dos nossos Fundadores.

263. Quitéria Carvalho Cavalcante de Barros (15.02.1983)

Nasceu a 13 de dezembro de 1902, em Brejão, Pernambuco, era filha de Pedro Aleixo de Barros e de Ana de Jesus Carvalho Cavalcante. Foi admitida à Congregação em 1922, tomou hábito em 1963 e professou em 1964. A maior alegria da Irmã Verônica da Santa Face era servir a quem dela necessitasse. Sua vida entre nós foi exemplo de virtude: caridade e humildade sempre a distinguiram.

160 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

Depois do Concílio Vaticano II, fez o Noviciado, aos 61 anos de idade. Era uma santa Religiosa, pessoa convicta de seu dever e do amor ao próximo, dispensando cuidados àqueles que sofriam e eram necessitados de bens materiais para o sustento de suas famílias. Ressalta-se a sua caridade para com os pobres e desprotegidos, os pequenos de Deus que passam pela terra e carecem de ajuda fraterna.

2 6 4 . R a i m u n d a Fe r r e i r a d a S i l v a (06.07.2008)

Nasceu a 30 de janeiro de 1922, em Santa Luzia - Mossoró, Rio Grande do Norte. Era filha de Abílio Ferreira da Silva e Francisca Regina da Silva. Foi admitida à vida religiosa em 1941, tomou hábito e professou em 1967.

A Irmã Maria Isabel da Sagrada Família foi uma apóstola do bem, da caridade e da mansidão, sempre humilde e disposta a “começar tudo de novo”, a fim de que reinasse comunhão e interação. Desenvolveu a maior parte da sua missão hospitaleira no Hospital Português de Salvador. Soube amar cada pessoa, entender as dificuldades e prestar ajuda, quando solicitada. Sabiam que ir até Irmã Isabel era a possibilidade de sanar dificuldades e receber alívio para o coração. Quem perto dela se achegava recebia uma prenda, um sorriso, um olhar carinhoso, ou a simplicidade de um toque delicado. Todos quanto a conheceram guardam carinhosamente a sua grande estatura e o seu enorme coração. Era perita em aconselhar e orientar nos mínimos detalhes. Aos 85 anos, em sua enfermidade, em tratamento de repouso, mantinha a calma e a serenidade, com grande capacidade de acolher o sofrimento e de receber todos que iam visitá-la. Integrava a Fraternidade no Convento Sagrada Família, quando faleceu e foi sepultada, pranteada com o carinho de tantos quanto a amavam.

265. R aimunda Vieira de Andrade (12.07.2001)

Era filha de Manuel Vieira de Andrade e de Francisca Maria de Andrade. Nasceu a nove de abril de 1913, em Catolé do Rocha, Diocese de Cajazeiras, Paraíba. Foi admitida à vida religiosa no Postulantado em 1949 e

Noviciado em 1950, no Convento Sagrada Família, Salvador, Bahia, onde emitiu os votos temporários em 1953 e os votos perpétuos em 1958.

A Irmã Maria Rosária de São Domingos passou ‘fazendo o bem onde houvesse o bem a fazer’, como enfermeira dedicada. Trabalhou durante largos anos no Hospital Sagrada Família. O zelo missionário que a impelia aos cuidados para com os enfermos encontrava-o em Jesus, na Santíssima Eucaristia, fonte de sua vida espiritual, alimentada pela oração cotidiana, que realizava com empenho e piedade. Cultivou uma vida religiosa como pertença a Cristo, numa adesão amorosa ao Evangelho e ao Reino de Deus.

A Irmã Rosária cultivava o silêncio, portador das santas inspirações do Divino Espírito Santo que iluminava suas ações em tempos de precárias condições da assistência no campo da saúde. Em sua simplicidade, soube ser o rosto hospitaleiro e feliz, levando esperança e o doce alívio da fé aos doentes e seus f a m i l i a r e s e a o s c o l a b o r a d o r e s n o atendimento hospitalar. Aos 88 anos, no Hospital da Sagrada Família, partiu ao encontro de Deus, quando residia no Convento Sagrada Família.

266. Raymunda Xavier de Oliveira (23.01.2009)

Paraense de nascimento, veio ao mundo a 26 de abril de 1923, na capital Belém. Era filha de Raymundo Estevão de Oliveira e de Raymunda Rosa Xavier de Oliveira. Foi admitida ao Postulantado e ao Noviciado em 1946, no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia, onde fez a profissão temporária em 1949 e a profissão perpétua em 1955.

Sua figura está eternizada entre nós pela caridade praticada para com os idosos e doentes. Com um jeito todo especial, sabia levá-los à aceitação da enfermidade e receber o alimentos e a medicação necessários ao restabelecimento da saúde. Era uma alma afeita a gestos de ternura. Gostava de preparar uma comidinha especial, quando via a necessidade de uma Irmã, sobretudo por motivos de saúde. Exerceu o ofício de

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 161

Superiora em várias obras assumidas pela Província. A Irmã Maria Raquel de Cristo Rei, seu nome na vida consagrada, foi uma pessoa de fé inabalável. Até mesmo doente, superava os obstáculos com tenacidade, como o fez ao atravessar longas distâncias para despedir-se dos familiares no Estado do Pará, quando sentia que as forças se esvaíam e estava prestes a ir ao encontro do Senhor. No Convento Sagrada Família, em Salvador, terminou os seus dias como integrante da fraternidade. Faleceu placidamente, no Hospital da Sagrada Família, aos 85 anos, com a serenidade dos justos e íntegros na vida consagrada.

267. Regina Ana Cunha (07.07.1988)

Seus pais eram Ananias de Araujo Cunha e Júlia Etelvina da Cunha. Nasceu a 21 de setembro de 1900, na cidade de Augusto Severo, Diocese de Mossoró, Rio Grande do Norte.

A Irmã Noélia iniciou a vida de consagrada na CONFHIC, em 1923, quando o Noviciado funcionava em Penedo, Alagoas. Terminado o ano canônico (primeiro ano de noviciado), foi enviada a Tui, em Espanha, onde emitiu os votos temporários em 1925 e os votos perpétuos em 1931. Exerceu o ministério da educação em vários Colégios em Portugal. Seu sonho de missionar em terras da África se concretizou na Missão de Moçambique. No retorno ao Brasil na década de 50, desvelou-se pelo Reino de Deus na liderança de diversas obras. A Irmã Noélia do Menino Jesus exerceu seu apostolado por muitos anos no Hospital São Luis, em Surubim, Pernambuco. Empenhou-se junto à população do povoado de Diogo e contribuiu para erigir uma capela consagrada a Nossa Senhora de Fátima, por considerar o local parecido com Fátima, em Portugal, país onde fora missionária.

Após 25 anos da inauguração da capela, a população ainda recordava a coragem de Irmã Noélia e o seu papel atuante em prol do desenvolvimento da localidade em vários a s p e c t o s , i n c l u s i v e n a r e l i g i ã o e espiritualidade dos moradores. Viveu quase 88 anos de vida com intensidade apostólica e, já na velhice, a todas edificava ao falar da graça

da vocação e da pertença à CONFHIC. Faleceu no Hospital da Sagrada Família, Salvador, onde viveu os seus últimos anos.

268. Regina Maria de Azevedo (26.06.1913)

A Irmã Amália de Cristo Rei nasceu a oito de outubro de 1918, em Augusto Severo, Diocese de Mossoró, Rio Grande do Norte. Seus pais eram Francisco Hipólito de Azevedo e Maria Sebastiana de Azevedo. Foi admitida ao Postulantado e ao Noviciado em 1943, no Convento Sagrada Família, Salvador, Bahia, onde emitiu os votos temporários em 1946. Foi transferida para Rio Claro, São Paulo, e fez a profissão perpétua em 1952 em Pirassununga, no interior paulista.

Uma vida inteiramente dedicada a servir “Nosso Senhor’, como gostava de dirigir-se a Deus. Na enfermagem, especialmente nas brenhas do município de Campo Formoso, Bahia, deu início à pratica dos cuidados na obstetrícia, salvando muitas gestantes e seus bebês. Atuou por muitos anos no Hospital da Sagrada Família e, também, na Casa da Criança, em Campina Grande, Paraíba, onde Irmã Amália, de forma humilde e com caridade fraterna, viveu o verdadeiro espírito de Cristo, doando-se aos irmãos mais empobrecidos, onde quer que estivessem, desprendendo-se de si mesma em favor do reino de Deus.

Mantinha um sorriso aberto e feliz diante da vida, gostava de apreciar o Belo, expressão da presença majestosa de Deus, fonte de longas meditações que firmavam seu grande amor a Jesus na Eucaristia. Certa vez, ao perguntar-lhe qual sentimento guardava da vida, respondeu: “O sentimento que eu guardo é uma grande gratidão a Deus.” foi colhida para a vida eterna, no Hospital da Sagrada Família, em Salvador, após cirurgia de vesitectomia, que transcorreu com êxito, mas culminou em seu falecimento dias após.

269. Regina Costa (25.05.1997)

Filha de Antônio Feitosa e Laurinda Costa, nasceu a nove de setembro de 1914, em Pe n e d o, A l a g o a s . Fo i a d m i t i d a n a Congregação em 1934, ano em que também iniciou o Noviciado em Salvador, Bahia. Emitiu

162 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

os votos temporários em 1936 e os votos perpétuos em 1942.

Foi uma pessoa que gostava de fazer os outros felizes, Assumia uma gama de atividades no Colégio: secretaria, aulas de música e canto, história, geografia, datilografia numa escola criada com a sua ajuda e até aulas no Primário. Foi organista da igreja e fundou um coral além da “Escola de Jesus” para os coroinhas.

A Irmã Iolanda do Coração Eucarístico era apreciadora da Sagrada Escritura e enriquecia suas mensagens com versículos selecionados. Gostava também de compartilhar provérbios, ditos populares, homenageando pessoas amigas, pela composição de acrósticos e poemas, os quais dedicava com muito carinho. Fazia também paródias e cantava para as pessoas amigas, funcionários, Irmãs na passagem de natalícios.

270. Ricarda Maria da Silva (11.09.1953)

Era filha de José Cardoso da Silva e de Ricarda Maria Silva, nasceu a 10 de maio de 1907, em I nhambupe, Bahia . Foi admit ida na Congregação em 1927 e ao Noviciado em 1928. Emitiu os votos temporários em 1929 e os votos perpétuos em 1936.

A crônica do Convento Sagrada Família registra que, a 11 de setembro de 1953, os Padres Franciscanos do Convento de São Francisco, Salvador, Bahia, por iniciativa do dedicadíssimo capelão, Frei Bernardo, foi feita a doação de uma área de 7 x 11 metros, no Cemitério das Quintas, à Província de Santa Cruz – Congregação das Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição. A primeira religiosa ali sepultada foi a Irmã Adélia do Coração de Maria, falecida no Convento Sagrada Família aos 46 anos de idade e 25 de vida religiosa.

271. Rita de Cássia Oliveira (?. 03.1942)

A Irmã Maria Esmeralda do Menino Jesus nasceu 15 de julho de1920, em Mossoró, no Rio Grande do Norte, onde recebeu a vocação cristã e foi batizada. Era filha de Antônio Filipe de Oliveira e de Florência Filgueiras. O Senhor lhe concedeu, ainda, uma vocação específica

no coração da Igreja e foi admitida ao Noviciado da CONFHIC, em Salvador, a 18 de junho de 1939. Dias breves lhe foram reservados, pois contraiu tuberculose durante o noviciado. Enviada à sua terra natal, na esperança de uma recuperação, foi internada no Hospital da Caridade de Mossoró, onde Deus veio buscar a Sua escolhida. Professou em artigo de morte, ocorrida em março de 1942, e faleceu em odor de santidade, tal foi a maneira como aceitou a doença e a morte. No alvorecer de sua juventude, com apenas 22 anos de idade e menos de três de vida religiosa, o Senhor a elevou às moradas celestes, prêmio da fidelidade ao amor e do cumprimento da Palavra Sagrada.

272. Rita do Nascimento (22.02.1971)

Nasceu em Água Branca, Alagoas, a 25 de dezembro de 1899. Foi admitida à vida religiosa em 1946. Nos arquivos, consta que em 1967 quando professou, foi dispensada do Postulantado e do Noviciado.

A Irmã Maria Benvinda do Carmo trazia na simplicidade de viver a doce face de Cristo, que anima, consola e eleva as almas para os valores espirituais. Em sua escalada de santificação, transmitia alegria e bondade, intimamente dedicada ao serviço divino e ao bem da Igreja. Muito contribuiu para a consolidação do carisma franciscano hospitaleiro em terras brasileiras, no serviço cotidiano, com diligente e operosa caridade. Sinal de que, para ela, cuidar da vida era compromisso sagrado de quem recebeu um dom de Deus A Irmã Rita era de um silêncio luminoso, quando estava em oração, na beatitude das almas repletas de santidade. Na vida fraterna, sua disponibilidade em servir com generosa atenção foi um exemplo que edificou as coirmãs ao longo dos seus 25 anos de vida consagrada. Faleceu no Hospital Sagrada Família, Salvador, aos 72 anos de idade. 2 7 3 . R i t a F l o r ê n c i a d e M e s q u i t a (05.06.1987)

Nasceu a quatro de maio de 1926, em Demétrio Lemos, Rio Grande do Norte. Era filha de Tomás Florêncio Costa e de Francisca

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 163

Ana Mesquita. A Irmã Maria Alcídia da Purificação era uma pessoa de oração e dedicada ao bem, discreta, humilde, silenciosa e atenta. Mesmo na visita aos doentes, à noite, não lhes falava nada, os confortava com sua presença.

Quando iniciou sua atividade apostólica em Pirassununga, São Paulo, tornou-se benquista, sobretudo pela atenção dispensada indistintamente. Gostava de afirmar: “A Fé faz milagres, e a Confiança traz a Bênção de Deus”.Durante a enfermidade que a acometeu, suportou bravamente a dor no silêncio. Nos últimos meses de vida, eram constantes as três frases: “Obrigada, Deus lhe pague! Perdoe-me tudo! Rezem por mim, agora e sempre!”

274. Rosa Brito Tavares (31.03.1946)

Era filha de Clementino Tavares e de Rosa Maria Tavarese nasceu a 17 de dezembro de 1889, em Porto da Folha, Sergipe. Foi admitida ao Postulantado em 1932 e ao Noviciado em 1933. Professou em 1935.

A Irmã Maria Marcília de Jesus Crucificado trazia o coração fixado nas eternas alegrias para dar maior glória a Deus, pelo seu testemunho de fidelidade ao chamado do Senhor. Jesus crucificado foi a sua devoção maior. Contemplava, em seus momentos de oração, a grandeza infinita de Deus que Se fez humano e Se deixou crucificar em favor da sa lvação da humanidade sofredora . Amparada na proteção de Maria Santíssima, cultivou devotamente seus afetos a Nossa Senhora da Conceição, levando até o coração da Mãe do Céu as dores do povo. A Irmã Maria Marcília procurou viver o carisma franciscano hospitaleiro na radicalidade de quem buscava cultivar o exemplo do Serafim de Assis. Faleceu, aos 56 anos de idade.

275. Rosalva Dantas de Souza (12.06.1983)

Seus pais eram Lourenço Dantas de Santana e Alice Xavier Dantas. Nasceu a 19 de outubro de 1929, em Aporá – Inhambupe, Diocese de Alagoinhas, Bahia. No Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia, recebeu a formação inicial para a consagração religiosa, sendo admitida ao Postulantado em 1953 e ao

Noviciado em 1954. Foi tranferida para São Paulo e, em Pirassununga, no Lar Menino Deus, fez a profissão temporária em 1956 e a profissão perpétua em 1962. Na década de 60 foi transferida para o Instituto Educacional Nossa Senhora de Fátima, em Campo Fomoso, Bahia. Era um ser humano de excelência. Diante de outra pessoa, principalmente dos mais necessitados, colocava-se como diante do próprio Deus, em atitude de respeito e de reverência. Sempre procurava compreender os motivos do outro.

Ativa, trabalhadora, alegre e empenhada na promoção dos jovens, teve papel atuante na manutenção do grupo GPAC ‘Grupo Perseverante no Amor de Cristo’, em Campo Formoso. Zelosa pela vivência do tempo da infância, como educadora costumava distribuir brinquedos e promover momentos recreativos com inclusão social. Presença fraterna movida pela simplicidade e delicadeza, gostava de convidar as coirmãs para adoração ao Santíssimo Sacramento.

A Irmã Maria Armênia de São Francisco enfrentou com coragem e doçura o longo padecimento de estômago que vinha já do seu tempo de serviço na Província do Sul. Agravando-se o seu estado de saúde, foi internada no Hospital Sagrada Família, a fim de se submeter a uma intervenção cirúrgica, sendo depois transferida para o Hospital Português da Real Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro, em Salvador, na Bahia, onde o Senhor a arrebatou ao nosso convívio, deixando-nos não poucas saudades.

276. Rosa Marcos de Azevedo (30.09.1975)

Nasceu, a 19 de março do ano de 1904, em Fânzeres, Gondomar, Portugal. Era filha de João Martins e de Rosa Marcos de Azevedo. Foi admitida ao Noviciado, em Salvador, Bahia, em 1950 e tomou hábito em 1951. Sua profissão temporária foi em 1953 e a profissão perpétua em 1957.

A Irmã Cândida Rosa de São Francisco chegou ao Brasil em 1950, desembarcando em Salvador, Bahia, onde iniciou sua formação para a vida consagrada. Em 1953 foi enviada

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para Pirassununga, São Paulo, onde desenvolveu um bom trabalho junto às pessoas idosas no Asilo Nossa Senhora de Fátima, existente até hoje. Durante alguns anos, o amor de Deus foi preparando e Irmã Cândida no crisol do sofrimento. Suas virtudes eram atestadas por nossas Irmãs que com ela conviveram. Seu grande amor aos pobres era notado por todas as pessoas da casa.

Seus testemunhos de heroicidade foram presenciados por muitas de nossas Irmãs que conviveram com ela. Uma de suas ações solidárias, cujos benefícios persistem até hoje, foi a construção de oito casas residenciais, três prédios de apartamentos que, alugados por preços simbólicos, trouxeram autossuficiência financeira à casa da caridade, Asilo Nossa Senhora de Fátima, em Pirassununga, São Paulo. Foi grande pela caridade e acolhimento tanto às suas Irmãs como às pessoas que frequentavam o Asilo Nossa Senhora de Fátima.

Durante alguns anos, o amor de Deus Pai foi preparando a Irmã Cândida no crisol do sofrimento. Faleceu e seu sepultamento ocorreu em Pirassununga, São Paulo.

2 7 7 . R o s a d a P i e d a d e R o d r i g u e s (29.06.1922)

Era filha de Manuel Rodrigues e de Josefa da Piedade. Nasceu a 28 de fevereiro de 1883 na freguesia de Nossa Senhora da Purificação do Olival (Gondemaria) Vila Nova de Ourém, Portugal. Era irmã consanguínea do Padre Luís de Sousa, ilustre franciscano, Ministro da Província Portuguesa da Ordem Franciscana, de 1910 a 1915. Foi admitida na Congregação em 1903, ano em que também tomou hábito. Professou em 1904.

A Irmã Maria Rosa de São Luís era uma alma de grande espírito de fé e confiança sem limites na misericórdia de Nosso Senhor, exatíssima na observância da Regra até morrer, sempre a recomendá-la às coirmãs. Enfatizava-lhes a importância da reta intenção com que deviam fazer todas as coisas, de modo que tudo fizessem por Nosso Senhor e nada pelas criaturas.Exercia sua atividade apostólica, no Brasil,

desde o fim de 1912. Viera para o hospital e Asilo de Órfãs, em Maceió, Alagoas e a 6 de setembro de 1917, o Conselho Geral nomeou-a primeira Superiora do Hospital de Penedo, que não chegou a abrir nessa época e então, foi enviada para atuar em Propriá, Sergipe. Ofício que exercera antes da República: no Hospital da Ordem Terceira de Jesus, na Cozinha Económica dos Prazeres. Estava no Hospital de Santo Tirso, quando sobreveio a República Portuguesa, em outubro de 1910. Ali ainda conseguiu acolher a Superiora Geral, Irmã Maria de Assis, pelo menos uma noite.

Conforme relata a Madre Circuncisão, nas suas ‘Crônicas do Brasil’, foi no Colégio de Propriá que a Irmã Maria Rosa de São Luís terminou santamente os seus dias. Por espaço de três anos, dirigiu com zelo e dinamismo aquela Comunidade, sendo o último ano já passado com muitos sofrimentos que a prostraram de cama durante alguns meses. Ao conhecer a vontade de Deus, não falava na morte senão com grande alegria, como sendo o dia de seu encontro maior. Entristecia-se se lhe dissessem que ainda podia melhorar; ficava contente quando lhe diziam que faltava pouco para se unir a Nosso Senhor. O que mais lhe custava, na doença, era ficar sem comungar um só dia. As nossas Irmãs foram incansáveis e procuraram sempre satisfazer-lhe o piedoso desejo. Ao dar o último suspiro, com 39 anos de idade e a caminho dos 19 de vida religiosa, seus olhos e seu rosto tornaram-se cheios de alegria, na beatitude dos que alcançam os umbrais da eternidade.

278. Rosa Maria de Jesus (24.08.1963)

Nasceu e foi batizada na Santa Casa de Misericórdia de Lisboa, Portugal, a seis de abril de 1870. Foi admitida na Congregação em 1894, tomou hábito em 1896 e professou em 1897. Entrou na vida religiosa muito jovem e fez parte da Comunidade do Convento de São Patrício. Local este onde o Padre Raimundo Beirão em 1871, leu as cartas de obediência das Irmãs Maria Clara do Menino Jesus e Maria do Espírito Santo, e a Bem-aventurada fundadora recebeu a missão como Superiora da Congregação, ainda nos seus primórdios. A Irmã Peregrina do Céu chegou ao Brasil em março de 1913, integrando o segundo grupo

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 165

destinado a servir em missão na cidade de Maceió, capital alagoana. Dali foi enviada à Santa Casa de Misericórdia de Penedo, também em Alagoas.

Fez a entrega de sua vida totalmente a serviço do bem-estar da comunidade e das pessoas outras comprometidas com a recuperação da saúde física e espiritual dos enfermos internados na Santa Casa. Era a mediadora entre as necessidades e as providências do cotidiano. Durante 51 anos assumiu o serviço de nutrição, realizado com amor, empenho e dedicação. Era notório o seu espírito de trabalho e de santa pobreza. A alegria irradiava em seu derredor, iluminando as relações sociais com graça e leveza.

Na Santa Casa, onde passou os derradeiros 25 anos de sua existência avançada, e cheia de resignação, deixou rico legado de bons exemplos. “Quando a saúde e a idade lhe não permitiram continuar na cozinha, ocupou-se no quintal, na horta, no jardim ou na avicultura”. “Viveu alegre e alegre morreu”.Os últimos três meses, a Irmã peregrina passou-os acamada e com muita paciência. À enfermeira que lhe assistia, procurando aliviá-la um pouco, dizia sorrindo entre gemidos: ‘Antes quero sofrer. São os miminhos da sepultura’. Adormeceu no Senhor aos 93 anos de idade dos quais mais de 50, servindo em Penedo e 69 de vida religiosa consagrada.

279. Rosa Maria de Sousa (25.06.1987)

Nasceu a 24 de maio de 1903, em Vila Fria, Felgueiras, Portugal. Eram seus pais António Morais e Joaquina de Sousa. Entrou na Congregação, em 1928, tomou hábito, nesse mesmo ano e fez profissão temporária, em 1929.

A Irmã Maria Eusébia da Eucaristia era devota do terço da Misericórdia, rezando-o sempre às 15 horas. Observante, desprendida dos bens desta terra, como filha do Pobrezinho de Assis, cultivava a virtude da pobreza. Era simples, humilde, silenciosa na vivência do carisma franciscana hospitaleiro, qual pedra pequenina, indispensável na construção do edifício grande e belo que é a nossa Congregação. De seus 86 anos de vida, 52

foram dedicados à Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro, numa missão de muitos desafios, o serviço de nutrição de um grande hospital. Renunciou ao conforto e aconchego da casa de repouso para as Irmãs mais idosas, em I tapecerica da Serra, prefer indo permanecer no Rio de Janeiro, onde se dedicara devotamente ao cuidado dos enfermos.

Pedia a graça de morrer em uma sexta-feira, como revelava com frequência: “Nossa Senhora do Carmo vem me buscar, no sábado”. Conseguiu o que pedira, morrendo à tarde desse dia. Sua passagem foi muito rápida. O perfume de sua vida continua a ser presença no meio de todas as Irmãs.

280. Rosenda (?.10.1960)

A história de sua vida encontra-se, ainda, apenas em pequeno registro na revista Mais Alto, publicada em 1960, à página 40 do número 25.

No Colégio de São José, Salvador, Bahia encontrava-se ainda entre nós a Superiora do Colégio, quando soube que tinha adoecido a nossa Irmã Rosenda que exercia o cargo de enfermeira no grande Colégio de São José. Te v e o c a s i ã o d e a c u m u l a r m u i t o s merecimentos, numa casa com tão grande frequência de alunas, porque nesses estabelecimentos há sempre quem necessite dos serviços de enfermagem. Tudo terá encontrado para sua consolação e glória, agora que o Senhor a chamou a Si em outubro de 1960.

281. Rosina de Jesus (20.05.1998)

Era filha de Joaquim de Jesus e de Mônica Rosa de Jesus. Nasceu a 17 de abril de 1920, em Junqueiro, Diocese de Penedo, Alagoas. Foi admitida ao Postulantado e ao Noviciado em 1942, no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia, onde fez a profissão temporária em 1944. Foi transferida para São Paulo, onde emitiu os votos perpétuos. Na década de 50, foi transferida de retorno a Salvador. A Irmã Maria Alzira do Coração de Jesus era uma Religiosa que cultivava a virtude do silêncio e distribuía gestos de bondade ao

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seu redor, sobretudo no seio da Fraternidade, sendo extremamente dedicada às coirmãs, quando alguém adoecia. Foram 50 anos dedicados aos cuidados de enfermagem aos pacientes em recuperação de clínica geral, no Hospital Português, da Real Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro, em Salvador, na Bahia.

Devotíssima do Sagrado Coração de Jesus, sempre mantinha um ícone em seu local de trabalho. Sofreu acidente automobilístico, em companhia da Irmã Diamantina, com sequelas que foram aliviadas, por várias cirurgias e pela imensa confiança devotada a Nossa Senhora. Faleceu no Convento Sagrada Família, aos 78 anos de idade.

282. Santina Luísa Trombetta (18.10.2010)

Nasceu, a 18 de novembro de 1923, em Palmeiras, São Paulo. Filha de Ângelo Trombetta e Josefa Trombetta. Entrou na Congregação, em 1945, tomou hábito em 1946 e fez sua profissão temporária em 1948 e a perpétua em 1954.

A Irmã Maria Ester de São Boaventura consagrou a sua vida ao serviço de outras vidas, sempre atenta à missão que lhe era confiada, como uma pessoa de muita fé e intimidade com Deus. A sua força interior e coragem para superar desafios eram resultantes de seus colóquios espirituais pela oração, de longa permanência silenciosa junto ao Santíssimo Sacramento, da contemplação constante de Deus na Criação inteira. Devota de Nossa Senhora e de São José, estava sempre atenta e suplicar que não deixassem faltar à Congregação santas e fervorosas e vocações.

Com alegria e serenidade esteve sempre atenta às necessidades das coirmãs. Muito contribui na Formação, como Mestra de Noviças e de Postulantes por vários anos. O seu testemunho de vida de oração edificava as formandas, assim como, o convite eloquente à participação nas atividades cotidianas pelo tomar a iniciativa do começar a fazer as tarefas. A Irmã Maria Ester participou na vida e na missão de Jesus, numa doação total, e na convicção de que vale a pena viver totalmente

para Cristo em favor dos irmãos, construindo o Reino de Deus.

283. Sebastiana Santos Magalhães (23.9.1985)

Era filha de Pedro Barbosa Magalhães e de Francisca Santos Araújo. Nasceu a 20 de janeiro de 1931, em Maragogipe, Bahia. Foi admitida ao Postulantado em 1958, e ao Noviciado em 1959. Fez a profissão temporária em 1967, e a profissão perpétua em 1971, no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia. A Irmã Maria Crescência do Espírito Santo era uma pessoa de uma simplicidade quase ingênua, que sabia ser presença junto às pessoas enfermas, durante os muitos anos de atividade no Hospital Português de Salvador. Com um braço praticamente paralisado pelo câncer, bastante edemaciado, mesmo assim, procurava fazer pequenos trabalhos e sempre estava junto aos doentes, levando-lhes uma palavra de conforto e de paz.

Muito adoentada e por ocasião de uma viagem de sua Superiora, que passaria três meses fora, disse-lhe: “Fico à sua espera. Logo que volte, chegarei ao fim!” Após a sua chegada, às 14 horas, a Superiora foi visitar a Irmã Crescência e esta, alegre e feliz, disse-lhe: “Já chegou! Chegou também a minha hora, pois estou no finzinho de minha carreira. Já posso ir. Terminei a minha caminhada. Só me resta receber a coroa que Deus me reserva na eternidade. Estou preparada”. Duas horas depois, a 23 de setembro de 1985, a Irmã Crescência encontrou o repouso eterno no m e s m o H o s p i t a l o n d e s e r v i r a c o m simplicidade, alegria e disponibilidade.

284. Serafina de Jesus (13.03.1941)

Era filha de Manuel Pereira e Ana de Jesus. Nasceu a 23 de agosto de1868, Câmara de Lobos na ilha da Madeira, Portugal. Foi admitida na Congregação em 1892 e nesse mesmo tomou hábito. Professou em 1893. Integrou o quinto grupo de Irmãs portuguesas que vieram para o Brasil. Desembarcaram a nove de março de 1913, em Recife, Pernambuco, com destino a Penedo, Alagoas. O grupo viera para a abertura do Colégio Imaculada Conceição, que celebrou o seu

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 167

centenário de funcionamento em 2013. Coube à Irmã Luísa da Cruz o ofício nutricional das coirmãs e também das alunas, missão que desempenhava com alegria e solicitude.

Bordava com perfeição, durante os momentos do costumeiro recreio após a ceia. A Irmã Maria do Espiríto Santo ‘Mãe Santo’ que esteve no ofício de superiora no Colégio Imaculada a d e s c r e v e c o m u m a I r m ã a m i g a d a Comunidade, pelo cuidado dispensado a cada uma em suas necessidades cotidianas. Depois de longa enfermidade, faleceu aos 73 anos de idade e 50 de vida religiosa vivida na simplicidade e na entrega incondicional ao Senhor.

285. Severina Pereira da Costa (09.01.1994)

Nasceu a nove de abril de 1923, em Areia Branca, Diocesse de Mossoró, Rio Grande do Norte. Era filha de Tomaz Pereira da Costa e de Maria Luiza da Costa. Sua formação para a vida religiosa consagrada transcorreu no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia: o Postulantado em 1946, o Noviciado em 1947, a profissão temporária em 1949 e a profissão perpétua em 1955.

Era um verdadeiro anjo da Paz. O corpo franzino conduzia uma alma forte e disposta. Sempre esteve à frente dos trabalhos domésticos de cozinha, lavanderia e recepção e os executava com espírito de fé e dedicação, proporcionando bem-estar a todas as Irmãs da Fraternidade, mormente às do Hospital Sagrada Família, onde serviu por longos anos. Seu testemunho de mansidão e alegria irradiava a ternura e a misericórdia de Deus, reflexos de seu espírito de contrita oração diante da presença amorosa de Jesus na Eucaristia.

Em serena aceitação, viveu os últimos anos acometida de uma doença degenerativa. Recolhida à Enfermaria Pio XII, no Hospital da Sagrada Família, em Salvador, foi se apagando suavemente. A graça de Deus não foi em vão para quem, na sintonia com o amor divinal, viveu 71 anos de vida, dos quais 47 em perseverante doação.

286. Sofia Amélia Gonçalves (30.12.1920.)

Procedente da freguesia de São Vítor, cidade de Braga, Portugal, nasceu a 22 de novembro de 1871, filha do casal Manuel Gonçalves Maia e Maria da Conceição Cunha Araújo. Foi admitida na Congregação em 1895, ano em que também tomou hábito. Professou em 1897.

Irmã Consolação do Menino Jesus, alma reta e pura, desde os seus primeiros anos de vida religiosa tinha sido escolhida para auxiliar do Noviciado. Foi uma das integrantes do quinto grupo de Irmãs provenientes de Portugal que aportara em Recife, Pernambuco com destino a Alagoas. Primeiro foi enviada a Maceió, a seguir Penedo onde serviu a Deus com generosidade e alegria. Gostava imensamente de cantar e era dotada de belíssima voz.

Contava então 49 anos de idade e 25 de vida religiosa quando foi levada a Propriá, Sergipe, em busca de melhora, pois havia adoecido gravemente. Debalde foram todos os recursos da medicina e carinhos da Comunidade, porque Nosso Senhor já a queria para o Céu. Depois de ter cantado alguns hinos ao Menino Jesus, entrou em agonia e entregou a sua alma c â n d i d a a o C r i a d o r. S u a m o r te fo i edificantíssima, deixando no coração de todas as Irmãs a impressão de terem assistido à morte de uma santa.

287. Tecla Leão de Moura (05.04.2004)

Seus pais eram Raimundo Leão e Francisca Melânia de Moura. Nasceu a 20 de junho de 1908, em Mossoró, Rio Grande do Norte. Foi admitida ao Postulantado em 1931 e ao noviciado em 1932, no Colégio São José, na Avenida Luís Tarquínio, 13, onde emitiu os votos temporários em 1933. Fez a profissão perpétua em 1937, no Colégio Nossa Senhora das Graças em Propriá, Sergipe.

A Irmã Maria Amada de Jesus Hóstia foi uma educadora exemplar que portava a modéstia. A Madre Maria batalhou dedicadamente pela educação da juventude sergipana, como amiga, incentivadora e cooperadora extraordinária da Juventude Estudantil Católica (JEC - Feminina), de Aracaju, Sergipe.

168 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

A Madre Maria Amada de Jesus Hóstia, como era chamada, tinha espírito manso, coração generoso e alma maternal. “Ninguém jamais ouviu dela uma palavra áspera ou um gesto descortês. Ninguém pôde perceber-lhe qualquer favoritismo no tratar as alunas, fossem estas filhas de pais ricos ou dos mais pobres. Ressaltamos este sentimento profundo de solidariedade, este amor acendrado aos grandes ideais de servir sem qualquer tratamento discriminatório.

Assim se afirma uma vocação cristã, assim se afirma uma vocação autêntica de educadora, que não faz do ensino um negócio, mas uma missão”, conforme relato veiculado na Rádio Cultura de Sergipe. Sempre firme na fé e na f i d e l i d a d e à vo c a ç ã o re c e b i d a e à Congregação que a acolheu, a Irmã Maria Amada desempenhou, durante largos anos, funções de relevo e serviu abnegadamente como Assistente Provincial, nos governos de Irmã Ivone do Coração de Maria e de Irmã Terezinha de Souza Rocha, da qual foi um forte esteio em anos de inúmeras dificuldades. Serviu ainda o bom povo de Umarizal, no Rio Grande do Norte, transitando depois para o Colégio Sagrado Coração de Maria de Mossoró. Após uma grave fratura de fêmur, veio para o Hospital Sagrada Família, em Salvador, onde faleceu aos 95 anos de idade. Seu corpo foi trasladado para Mossoró. Deixou-nos um exemplo de fé e confiança inabaláveis em Jesus Cristo, de gratidão a Nossa Senhora e de amor pelos menos favorecidos.

2 8 8 . T h e r e s a C o r r e i a R e b o u ç a s (27.08.1997)

Nasceu, a 24 de março de 1927, em Melancias, Ceará. Era filha de Manuel Francisco Rebouças e Isabel Correia Rebouças Entrou na Congregação, em 1946, e tomou hábito, em 1947, em Salvador, Bahia, tendo professado, em 1949. Saiu, e foi admitida em 1956, e novamente tomou hábito 1956; emitiu os votos, em1958, com o nome religioso de Irmã Maria Rute da Conceição.

Era piedosa, amiga de Maria, a Mãe de Jesus, a quem não faltava com a oração diária do Terço. Primava pelo cultivo da cortesia, dos gestos de

gentileza entre todos, portava-se com distinção e singeleza. Foi uma Religiosa dedicada aos serviços da vida fraterna, sempre di l igente e com verdadeiro espír ito franciscano hospitaleiro, caracterizada pela prática da caridade com os funcionários, os enfermos, os mais carentes.

289. Teresa Maria Custódia de Oliveira (15.04.1980)

A Irmã Maria Dulce de Assis a 20 de junho de 1908, nasceu em Manteigas, Diocese de Guarda, em Portugal. Era filha de José de Oliveira e Maria Joaquina Custódia da Graça. Sua formação religiosa para a vida consagrada transcorreu na Cas de Saúde Boavista, Porto, Portugal, onde foi admitida ao Postulantado em 1958, ao Noviciado em 1959; também ali emitiu os votos temporários em 1962. Fez a profissão perpétua em 1967, na Quinta de São José, Santo Tirso, Portugal.

Foi uma vida de plena entrega ao Senhor, sensibilidade diante do sofrimento dos outros e ampla dedicação aos amigos. Cheia de alegria de viver, acolhia os meninos em situação de vulnerabilidade social na escolinha anexa ao Convento de São José, em Santo Tirso, Portugal. Ardorosa missionária e educadora no Colégio de Nossa Senhora da Conceição, em Inhambane, Moçambique, foi presença solidária com o povo, na dor e na busca de melhores condições de vida.

Em decorrência das lutas da independência naquele país, foi transferida para a Cúria Geral, então sediada em Tui, na Espanha, onde desempenhou a função de auxiliar da Secretária Geral, com eficiência e esmero. Em setembro de 1977, já com a saúde abalada por grave deficiência renal, foi enviada para o Brasil, integrando primeiro, a fraternidade no Convento Sagrada Família e, mais tarde, no Hospital Português da Real Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro, em Salvador, Bahia, onde suportou prolongado tratamento de hemodiálise.

Dotada de um natural muito ativo, prestativo e alegre, não perdia a menor ocasião de ajudar os outros e de contribuir para o crescimento da Comunidade. Foi ainda a São Paulo, na

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esperança de um transplante de rim, mas lá apenas encontrou um agravamento de sua enfermidade. Toda entregue ao querer divino (em seu diário, deixou registrado: “O meu coração está aberto de par em par para acolher e aconchegar a Vontade do meu Deus”), assumiu todos os sofrimentos com resignação e profunda reverência ao Senhor, num extraordinário testemunho de vida que cativou os médicos e o pessoal da enfermagem, do Hospital Português, da Real Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro, em Salvador, onde faleceu aos 38 anos de idade.

290. Therezinha Alves de G odoy (17.11.1999)

Seu nascimento ocorreu a 14 de junho de 1931, em Pirassununga, São Paulo. Era filha de José Alves de Godoy e Regina Dolfine. Sua formação foi no Noviciado de Salvador, Bahia. Entrou na Congregação, em1957, e tomou hábito, nesse mesmo ano; emitiu os votos temporários em 1960, tendo recebido o nome religioso de Irmã Maria Gilza da Anunciação. A Irmã Therezinha revelava-se uma pessoa revestida de simplicidade. Procurava praticar a caridade, prestando o necessário socorro a quem se achegava com qualquer apelo, por mais simples. Em seu bom coração abrigava grande devoção a Nossa Senhora de Fátima, e m q u e m s a b i a d e p o s i t a r a s s u a s necessidades, e favores pelos irmãos mais sofridos.

Exerceu sua atividade apostólica, no magistério, com eficiência e cordialidade. Assim deixou muitas sementes de bem no coração de milhares de crianças e jovens que, hoje, são pessoas que constroem na sociedade e somam para a eternidade. Era uma Irmã feita para construir o Reino de Deus na terra e elevar à Divina Providência suas preces pela humanidade sofredora.

291. Terezinha Queiroz de Albuquerque (23.08.2004)

Nasceu a 25 de fevereiro de 1930, em Paus Ferro, Diocese de Mossoró, Rio Grande do Norte. Era filha de José Lopes de Albuquerque e de Josefa Maria Queiroz. Foi admitida ao

Postulantado em 1955, ao Noviciado em 1956 no Convento Sagrada Família, Salvador, Bahia, onde emitiu os votos temporários em 1958 e os votos perpétuos em 1964.

A Irmã Terezinha atuou na enfermagem com competência e dedicação. No Convento Sagrada Família, onde decorreram os seus últimos anos, levantava-se cedo para seu colóquio com o Divino Esposo e logo dirigia-se à enfermaria, para ‘ir olhar’ as Irmãs idosas e enfermas, a quem dedicava zelo e bondade sem limites. Certa vez, revelou que sua genitora, ao saber da sua opção vocacional, lhe contara o seguinte: no momento de seu batizado, que fora coletivo, o Padre dissera: “Esta vai se chamar Terezinha, porque vai ser a única que irá sobreviver e vai dedicar sua vida inteiramente ao Senhor”. Era de estatura alta e tinha vigor físico, sempre pronta a acolher quem chegava cansada ou aflita. Era uma presença alegre no convívio fraterno, orante e assídua nos atos comunitários. No serviço da enfermagem, catequizava as jovens enfermeiras para verem nos doentes a face sofrida e dolorida do próprio Cristo sofredor. Fazia questão de ensinar os mínimos detalhes de zelo, atenção e higiene pessoal às Irmãs mais jovens que iam para o estágio apostólico nas enfermarias. Faleceu no Hospital Sagrada Família, aos 74 anos de idade.

292. Urânia Dias da Mota (24.04.1996)

Era filha José Francisco Dias Mota e de Maria Constantina Mota. Natural de Monte Cruzeiro, Bahia, nasceu a 19 de agosto de 1917. Foi admitida ao Postulantado e ao Noviciado em 1917, no Colégio São José, na Avenida Luís Tarquínio, 13, Salvador, Bahia onde emitiu os votos temporários em 1939. Fez os votos perpétuos em 1946 no Convento Sagrada Família em Salvador.

A Irmã Odília era a feliz consagrada de uma família que oferecera ao serviço divino três filhas. Dedicava fervorosa oração diante de Jesus no Santíssimo Sacramento, fonte de sua caminhada missionária na prática do bem, pelo exercício das obras de misericórdia. Durante alguns anos, exerceu a Missão ad gentes, em África, na Guiné-Bissau. Em sua sabedoria de vida, era pródiga em aconselhar,

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orientar e acompanhar o crescimento espiritual das pessoas. Era uma pessoa serena, caridosa e amiga, cujo testemunho de vida no convívio fraterno era inspirador. Soube unir a totalidade de sua consagração a Deus em favor dos irmãos, dando uma resposta concreta, sendo presença onde não existia mais esperança de vida, como sinal que resplandece o jeito de viver um estilo de vida correspondente à sua escolha vocacional. Na enfermidade, compartilhava os sofrimentos de Cristo com paciência e resignação. Nos últimos anos de sua existência, foi uma presença discreta, mas atuante, no Hospital Sagrada Família, onde veio a falecer aos 78 anos de idade.

293. Virgínia Cândida Miranda (01.12.1946)

Era natural de Vila Cova, concelho de Barcelos, Portugal e filha de Joaquim José Faria e Maria Rosa Miranda. Nasceu a sete de dezembro de 1894. Foi admitida à vida religiosa no Postulantado e ao Noviciado em 1919. Professou em 1920 e recebeu o nome religioso de Irmã Letícia de Maria Santíssima. Ainda em Portugal recebeu, em seis de setembro de 1929, a nomeação de Superiora para a Santa Casa de Misercórdia de Penedo, Alagoas. Veio para o Brasil e iniciou a sua atividade apostólica em dezembro, dedicando-se integralmente ao bom atendimento dos que padecem enfermidades. Empenhou-se pela construção de uma capela digna do culto divino, em 1934. Esteve em atividade também em Propriá, Sergipe. A Irmã Letícia foi escolhida como superiora no Hospital da Misericórdia em Pirassununga, São Paulo, em 1936, pela Irmã Rosa Maria de São Francisco, Delegada Geral do Brasil.

Procurou desempenhar com afinco as responsabilidades que lhe foram atribuídas, merecendo da Mesa Administrativa do referido Hospital a seguinte menção: “um voto de louvor às Irmãs, que tão devotadamente prestaram os seus bons serviços na direção interna do Hospital durante o ano de 1936”, lida na sessão da Mesa a sete de Janeiro de 1937. Era uma Irmã diligente, atenta aos limites de atuação numa obra em parceria. E s s a r e l a ç ã o r e s p e i t o s a a n g a r i a v a aquiescência para suas iniciativas, a exemplo

de uma horta que, em 1938, a administração deliberou construir uma “caixa de água” para servir, em caso de necessidade de rega. Conduzia a fraternidade com tal dinamismo que suscitou nos dirigentes o reconhecimento através do aumento de 200 para 360 mil réis os ordenados às seis Irmãs em exercício, porque “os seus abnegados serviços eram do conhecimento de todos”, no ano de 1939.

Esta bondosa religiosa, modelo de virtude e abnegação, zelava com bastante cuidado das suas coirmãs, como ficou registrado nos arquivos: “Nós por aqui vamos passando os dias como Deus permite, sofrendo alguma coisinha, porque ainda nada está no seu lugar, e também nem todos os Mesários estão contentes com as Irmãs, principalmente aqueles que não têm religião. No entanto, vou indo com jeitinho e caladinha, a ver se ficam calmos”.

“Ainda não estamos na nossa desejada clausura, pois não terminaram as obras. Talvez por todo o mês de agosto ficaremos acomodadas”. Foram os últimos dez anos da s u a v i d a e m s e r v i ço a p o s tó l i co n a enfermagem. Contava 52 anos de idade e 27 de vida religiosa, muitos dos quais exercendo o ofício de Superiora, quando faleceu, vítima de enfermidade suportada com resignação.

294. Zélia Amaral Lemos (9.02.2011)

Nasceu a 16 de abril de 1914, em Japaratuba, Diocese de Aracaju, Sergipe. Era filha de José Amaral Lemos e de Graziela Almeida Lemos. No Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia, transcorreu sua formação religiosa: Postulantado e Noviciado em 1942. Fez a profissão temporária em 1944 e a profissão perpétua em 1950.

Em sua missão religiosa, a Irmã Branca Maria de Lourdes foi professora de artes, auxiliar da Mestra de Noviças e também sacristã. Exerceu, com muita amabilidade, o ofício de Superiora, sendo exímia administradora da vida doméstica, orientando bem desde a cozinha até os espaços externos, com distinção e bom gosto. A nossa Irmã Branca, nas Fraternidades onde esteve integrada, só fez o bem e deixou marcas significativas, particularmente no

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 171

Colégio São Francisco de Assis, de Arapiraca, Alagoas, onde trabalhou largos anos com extrema dedicação. O seu relacionamento com as Irmãs das Fraternidades, com um jeito de ser bondoso e pacífico, expressa um sinal eloquente de feliz convivência, de agradáveis lembranças e de eternas saudades. Viveu plenamente os seus 96 anos de idade, dos quais 69 consagrados ao Senhor. A Irmã Maria Dalvanir Filgueira Rosado a retratou com os versos seguintes: “Bela vida a Deus oferecida,/ Raio de sol que iluminou e aqueceu! / A sua história foi para nós querida/ No dia-a-dia que você viveu/ Com o Pai do céu goze a felicidade/A vida plena na eternidade!”. Passou os últimos anos no Colégio Patrocínio de São José, em Aracaju.

2 9 5 . Z e n i l d a L o u r e i r o H a r t h c o p f (07.04.1964)

Era filha de Osvaldo Harthcopf e Isaura Loureiro Harthcopf. Nasceu, a 14 de setembro de 1942, em Gramado São Joaquim, Paraná. Foi admitida ao Postulantado em 1960, tomou h á b i t o e m 1 9 6 2 , n o N o v i c i a d o d e Pirassununga, São Paulo. Professou em fevereiro de 1964. Começou por ser educada pelas Irmãs no Colégio Nossa Senhora de Fátima de Mariópolis, Paraná. Durante o segundo ano de Noviciado, aprendeu o que pôde acerca de enfermagem. Após a profissão, transferiram-na para o Hospital do Carmo do Rio de Janeiro. Irmã Maria Eliane de Jesus Hóstia, debilitada por enfermidade gástrica, pediu para que a levassem para o Noviciado, a fim de ali morrer. Antes, porém, quis receber os votos perpétuos. Manifestava-se sempre muito piedosa e queria realmente continuar sendo franciscana hospitaleira, mas, aos 22 anos de idade e dois de vida religiosa o Senhor Jesus a levou para a morada eterna.

296. Zolina Freire (26.10.1988)

Era filha de Cipriano Barbosa Freire e de Minervina Freire. Nasceu a 20 de fevereiro de 1897, em Pirassununga, São Paulo. Foi admitida ao Postulantado em 1929, no Colégio São José na Avenida Luís tarquínio13, Salvador, Bahia; tomou hábito em 1930, em Tui, Espanha e professou em a 1932. A Irmã Aparecida de Maria Imaculada era uma pessoa

de personalidade forte, firme, decidida, corajosa, trabalhadora e com muito tino administrativo. Como Religiosas, era amante de Jesus Eucarístico, ficando horas em frente ao Sacrário. Enfrentou várias lutas na Probrasul, era alma caridosa e amiga das Irmãs, a quem gostava de ouvir, e pedia que ajudassem os funcionários mais necessitados, pois sua caridade era marcante, seu testemunho de vida admirável, seu amor à Congregação foi nota de destaque, porque se doou totalmente.

Suas horas diárias de colóquio com o Senhor eram sagradas e seus deveres religiosos estavam acima de tudo. No final de sua vida, esteve por 20 anos no Centro Assistencial Imaculado de Maria – CAICAM, em Itapecerica da Serra, São Paulo. Seus últimos dias foram de intensas dores, mas, na sua lucidez, ainda tinha forças para dizer “Obrigada, meu Jesus” Sua passagem pela terra deixou uma lacuna imensa àquelas que usufruíram de seus gestos caritativos e fraternos.

Ao contemplar vidas tão dedicadas a Deus, no caminho da santidade, o nosso sentimento de gratidão se expande às Irmãs que foram nossas colaboradoras neste resgate histórico, notadamente às mestras da virtude que integram a Fraternidade Sagrada Família. Fontes vivas de saber que retiraram do relicário de sua memória as qualidades e as devoções daquelas com as quais conviveram no percurso da missão e que nela perseveraram até o fim da sua jornada terrena. Este reconhecimento se estende também à Irmã Rosa Helena Mendes de Moura que generosamente revisou os originais e acrescendo informações dadivosas, desvelou as raízes condutoras da seiva sempre renovada do carisma Franciscano hospitaleiro em nossa terra brasileira. Agradecimento que ainda quer alcançar às Irmãs que, no silêncio de suas orações, contribuíram para a realização deste compêndio, como um serviço à Província de Santa Cruz e à Probrasul.

Como Deus é bom! Deus seja bendito!Bem-aventurada Maria Clara do Menino Jesus.

172 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

r além de todas as fronteiras, semeando a paz e o bem, é um compromisso das

Províncias brasileiras. Com o intuito de alargar a tenda da hospitalidade, em ordem à expansão do Reino de Deus, as Religiosas brasileiras da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição iniciaram sua participação em Missão além fronteiras, desde 1924, quando a Casa de Formação ainda estava sediada na cidade de Penedo, em Alagoas. A primeira Irmã brasileira enviada em missão no exterior, de que se tem registro é Ana Regina da Cunha (Irmã Noélia do Menino Jesus) (nº 1545), que professou em Tui, Espanha, em 1925. Em Portugal, exerceu o ministério do ensino no Colégio de Nossa Senhora da Bonança, em Vila Nova de Gaia, no ano de 1926. Ensinou no Colégio da Imaculada Conceição, em Lamego, em 1927. Atuou como professora no Colégio de São José, em Bairros, durante nove anos. Foi enviada para as missões na África, sendo professora durante dois anos no Colégio de Nossa Senhora do Livramento, em Quelimane, e mais dois anos na missão de São José, em Lhanguene, Moçambique. Retornou ao Brasil, em 1950, para o ensino no Colégio São José, em Salvador, Bahia.

A seguir, outras Religiosas brasileiras da CONFHIC que desempenharam atividades missionárias em outros países:1. Alice Vasconcelos (Irmã Maria Augusta de São José nº 1641), que fez a profissão perpétua em Portugal.

2. Ana Pinheiro Nunes (Irmã Lurdes de Maria Imaculada nº 1709), que foi em missão ainda postulante; tomou o hábito em Tui, a 02 de julho de 1928; professou em 1929; e faleceu na Casa de Saúde da Boavista, em 1937.

3. Maria Joaquina da Rocha (Irmã Maria Leontina da Eucaristia, nº 1703) foi para Lamego, em Portugal, ainda na etapa do Juniorado, em 1933. Durante 29 anos, exerceu sua missão em várias obras: Escola de Donas de Casa, em Vila Real; Creche da Ação Católica, em Braga; Colégio de São Gonçalo, em Amarante; Escola de São Francisco, em Guimarães; Asilo de Silva Torres, em Caminha; Asilo da Infância, em Oliveira de Azeméis. Retornou ao Brasil no ano de 1962.

4. Maria Dolores Cavalcanti (Irmã Maria Alda da Santa Face nº 1835) partiu para o exterior em 1931. Adoeceu mentalmente e retornou ao Brasil, acompanhada pela Irmã Rosária de São Francisco, em maio de 1933, tendo depois deixado a Congregação.

5. Maria Eneide Martins Leite (Irmã Rosa Mística do Coração de Jesus, nº 3177). A Madre Maria Aurora da Santíssima Trindade, Superiora Geral, decidiu pela continuidade da formação para a vida consagrada de Maria Eneide, em Portugal. Ainda Noviça, foi transferida em junho de 1950, emitindo os votos temporários a 29 de março de 1952. Permaneceu em Portugal e fez os votos perpétuos a 30 de novembro de 1957. Voltou ao Brasil em outubro de 1961, para a Fraternidade da Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro, na capital carioca, então estado da Guanabara, em outubro de 1961, e aí

Missão além fronteiras

“Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei” (Gênesis 12,1).

I

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 173

permaneceu até outubro de 1964. Em 1977, na Cúria Geral, em Tui, na Espanha, participou como delegada representante do Brasil em mais um Capítulo Geral, quando foi eleita, em 02 de agosto de 1977, Superiora Geral, sendo a primeira brasileira a exercer o elevado ofício. Atualmente, reside na Casa Madonna di Fatima, em Roma, na Itália.

6. Marieta Gonzaga da Rocha (Irmã Maria Noraldina de Lurdes, nº 1957) fez o Noviciado na Avenida Luiz Tarquínio, 13, em Salvador. Professou em 06 de janeiro de 1933 e foi enviada em missão em terras lusitanas, retornando ao Brasil em 1962, para a Província do Sagrado Coração de Jesus.

7. Lázara Viana (Irmã Maria Ester do Menino Jesus, nº 2032) tomou hábito em 31 de janeiro de 1933, no Noviciado, situado na Avenida Luiz Tarquínio, em Salvador, na Bahia. Em setembro do mesmo ano, foi para Tui concluir o tempo de Noviciado e professar, assumindo o trabalho de assistência em enfermagem em vários Hospitais de Portugal e em São Tomé (África), além de exercer o ofício de Superiora local de algumas Fraternidades. Quando retornou ao Brasil, foi incorporada à Província do Sagrado Coração de Jesus.

8. Josefa Maria de Andrade (Irmã Maria Candura de São José, nº 3344) tomou hábito em 1951, na sede do Noviciado, em Salvador, e, em 1957, foi servir na enfermagem, na Casa de Saúde de Coimbra, Portugal. De lá, foi enviada à Missão Santa Maria, em Mocodoene, Moçambique, África, no período de 1959 a 1962, quando retornou ao Brasil com impaludismo.

9. Maria Aparecida Chagas (Irmã Stella Maris do Santíssimo Sacramento, nº 3172) terminou o Noviciado em Salvador e fez sua primeira Profissão na cidade do Porto, Portugal, em 1952. Seis anos mais tarde, fez os votos perpétuos, também no Porto. Atuou no ensino, na enfermagem e na Administração. Por 20 anos, serviu no Colégio da Imaculada Conceição, em Lamego, Portugal. Voltando ao Brasil, foi integrada à Província do Sagrado Coração de Jesus.

10. Jeorja Raposo Maia (Irmã Ana Maria do

Menino Jesus, nº 2941) tomou hábito em agosto de 1946, no Noviciado, em Salvador. Foi enviada em missão para o Colégio de Nossa Senhora da Bonança, em Vila Nova de Gaia, Portugal, como prefeita das internas, no período de 1956 a 1959.

11. Raimunda Xavier de Oliveira (Irmã Raquel de Cristo Rei, nº 2945) também tomou hábito em agosto de 1946, no Noviciado, em Salvador. Era técnica em administração e contabilidade. Foi transferida, em julho de 1979, para a Clínica Madonna di Fatima, em Roma, Itália, para exercer sua missão na Administração e Economato naquela obra. Retornou ao Brasil, em 1985.

12. A Irmã Paula Guimarães Nunes (Irmã Isabel Maria de Jesus Hóstia nº 2906) foi enviada para a missão na África pela Superiora Provincial, Irmã Inês Mascarello, da Província do Sagrado Coração de Jesus. A viagem ocorreu em 05 de junho de 1984. A experiência foi desafiante e enriquecedora, relatada pela Irmã Paula no livro de sua autoria, intitulado “África: uma missão ou algo mais?”. Entre outros depoimentos significativos, ela faz menção ao apoio encorajador da Irmã Maria Eneide Martins Leite, Superiora Geral daquela época, comenta os seis anos de trabalho e fala da provação com a doença que a obrigou a voltar para o Brasil.

13. Na África, Quelimane, Moçambique, esteve também Claudiana Barbosa (Irmã Maria de São João Evangelista, nº 3293), da Província do Sagrado Coração de Jesus. Claudiana esteve na Delegação de São Francisco, em Moçambique, desde 12 de agosto de 1986, exercendo a função de enfermagem. Também atuou na enfermagem em Inhambane, Moçambique, no período de 21 de outubro de 1986 a 05 de janeiro de 1988. Em espírito de peregrinação, atuou na Fraternidade de São Francisco, em Quelimane, desde 3 de janeiro de 1988 a 06 de janeiro de 1991. Foi para Nampula, no citado país, onde se integrou na Fraternidade da Imaculada Conceição, em 12 de janeiro de 1992 até 22 de abril de 1994. Nos fins de semana, praticava a catequese, orientava retiros para os jovens e trabalhava em um Hospital local, nas mais precárias condições.

174 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

14. A Irmã Maria Lúcia Gomes Feitosa percorreu vários lugares em atuação missionária, como Portugal, Itália, África, incluindo Luanda, em Angola, onde esteve no período compreendido entre 23 de fevereiro de 1993 a 26 de agosto de 1995.

15. A Irmã Noêmia Porto (Irmã Maria Augusta da Eucaristia, nº 2473) professou em 1940. Teve a graça de residir em Portugal, como missionária na área educacional, voltada às crianças necessitadas, por vários anos. Retornou ao Brasil nos anos 80, fixando-se na Província do Sagrado Coração de Jesus.

16. A Irmã Maria das Mercês de Souza (Irmã Maria Edla da Santíssima Trindade, nº 3347), natural de Areia Branca, no Rio Grande do Norte, professou em 1943. Esteve na Índia como missionária, quando procurou inculturar-se, aprendendo até a língua inglesa e convivendo de perto com os costumes daquela gente.

17. Urânia Dias Mota (Irmã Maria Odília do Perpétuo Socorro, nº 2405), natural de Monte Cruzeiro, Bahia, “chegou a estar uns anos a serviço da Missão Guiné-Bissau”, conforme a Crônica do Centenário I, O nosso livro de família, página 425.

Foram eleitas para servir no Governo Geral da CONFHIC, em Espanha e Portugal, as Irmãs:18. Irmã Martha Cortez de Araújo Amorim (1973 a 1983).

19. Irmã Maria Eneide Martins Leite (1977 a 1995).

20. Irmã Margarida Menezes Alves (1985 a 2001).

21. Irmã Anna de Souza Freitas (1985 a 2008)

22. Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro (2008 a 2013).

23. Irmã Cacilda Luzia de Santana (2008 a 2013).

Algumas Irmãs serviram ao Senhor na Casa de acolhimento Madonna di Fatima, atendendo a pessoas idosas e migrantes, sobretudo

Religiosos e Religiosas em viagem a Roma. Para o serviço missionário na Itália, foram as seguintes Religiosas brasileiras:24. Valdinez Gomes de Novais.

25. Albertina de Jesus Neris.

26. Altamira Alves da Silva.

27. Antônia Sálvia Rodrigues Cavalcante.

28. Ana Lúcia Fagundes Nascimento.

Abertas à novidade do espírito, as Províncias da Santa Cruz e do Sagrado Coração de Jesus, iniciaram uma frente de missão, no México, em 1999, no Governo das Superioras Provinciais Maria Dalvanir Filgueira Rosado e Maria Vilaní Rocha de Oliveira. Foram enviadas algumas Irmãs para viver com o povo desamparado, da cidade de Nuevo Laredo, as dores e alegrias do cotidiano. A Província do Sagrado Coração de Jesus enviou duas Irmãs, logo abaixo mencionadas, para a comunidade missionária no México, recepcionadas, em 09 de abril de 1999, pela Irmã Gisele Catarina da Cruz Ribeiro, da Província de Santa Cruz, e pelo Bispo Diocesano, D. Ricardo Watty Urquidi, M.Sp.S, que celebrou a primeira Eucaristia, no dia 10 de abril, na Fraternidade que se intitulou Virgem de Guadalupe. A abertura desta frente evangelizadora foi bastante apoiada pela Superiora Geral da época, Irmã Maria Isilda Freitas.

29. Keiko Ebissui

30. Magda Brasileiro

Em 2007, a Superiora Provincial Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro, da Província de Santa Cruz, instalou mais uma Fraternidade no México, desta vez em Guadalajara. Nesta obra, as Irmãs missionárias prestam cuidados de enfermagem no domicílio da pessoa necessitada, ministram cuidados de saúde em terapias alternativas complementares, além do atendimento nas Pastorais: Familiar, Vocacional, da Escuta e da Consolação, bem como orientam o grupo da FASFHIC local. São estas as Irmãs atualmente em solo mexicano, incluindo a Irmã Magda Brasileiro, citada

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 175

anteriormente: 31. Maria José Ferreira Sales

32. Cássia Alves Pereira

33. Maria Eunice Clemente de Deus

34. Antonina Pereira

35. Gisele Catarina da Cruz Ribeiro

É importante registrar a presença de outras Irmãs que já estiveram em missão nas Fr a t e r n i d a d e s a t u a n t e s n o M é x i c o, contribuindo para o fortalecimento destas obras. São elas:

36. Cacilda Luzia de Santana.

37. Maria Alcione de Oliveira (egressa).

38. Maria Ivanneide de Melo.

39. Nazaré Maria dos Santos.

40. Valquíria Conceição dos Santos.

Apoiadas no Projeto de Vida e Missão – XI Caderno para Renovação da CONFHIC, as Irmãs são “interpeladas a avançar livres, como Jesus, e atear a chama do dinamismo missionário Ad Gentes que reclama o alargamento, sem fronteiras da Tenda da Hospitalidade, comprometendo-nos a ser ‘anunciadoras das Bem-aventuranças, apóstolas da alegria, testemunhas e pastoras da vida’”. As palavras da Superiora Geral, Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro, no encerramento do XXV Capítulo Geral confirmam: “A nossa missão começa quando o coração é iluminado pela luz dos olhos do crucifixo de São Damião e tocado pelo olhar suplicante dos crucificados de hoje”.

176 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

na História que Deus se revela a Si mesmo e dialoga com os seres humanos. Ao

longo de sua trajetória, a missão da Igreja é uma só - as tarefas decorrentes do co m p ro m i s s o m i s s i o n á r i o é q u e s e multiplicam e se apresentam desafiantes diante das contingências sociais do mundo contemporâneo. Nas últimas décadas, especialmente a partir de Puebla, a Igreja Católica no Brasil voltou-se para situações missionárias dentro do próprio país, sobretudo no Norte, no Nordeste e nas regiões de forte migração, notadamente nas periferias das grandes cidades.

Desde a chegada das primeiras Religiosas ao Brasil, a missão da CONFHIC está estritamente vinculada aos desígnios de Deus em Sua Igreja. A expansão no território nacional foi norteada pelas solicitações e demandas das respectivas Dioceses. Assim foi desde os primórdios, a começar pela determinação da terceira Superiora Geral, Madre Maria de Assis, que atendeu ao apelo de Dom Amando Bahlmann, OFM, Bispo de Santarém, no Pará, e enviou as primeiras Irmãs Franciscanas Portuguesas para o Brasil.

Esse movimento solidário contribuiu para o fortalecimento da comunhão eclesial e a

renovação da fidelidade dos fieis Àquele que chama e reúne na mesma unidade, que é do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Assim, os fundamentos da missão enraízam-se no próprio ser da Igreja, numa comunhão de vida e atuação da pastoral da Igreja, na tarefa de anunciar Jesus Cristo a todas as gentes.

Em sintonia com o jeito franciscano de ser Igreja, a Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, nesse universo pós-conciliar, alargou ainda mais a participação efetiva de Irmãs das Províncias brasileiras junto aos organismos de Igrejas locais. Em atendimento à solicitação do Senhor Bispo Diocesano Dom Silvério Albuquerque, OFM, Diocese de Caetité, Bahia, ano de 1971, a 22 de fevereiro, a Superiora Provincial, Irmã Ivone de Maria Imaculada (Júlia Ferreira) realizou a abertura da Fraternidade Franciscana Hospitaleira da Imaculada Conceição. Deu-se a instalação, na Casa Paroquial de Caetité, sendo responsável pela manutenção, a própria Diocese de Caetité e as Irmãs integrantes receberam como múnus principal a Pastoral diocesana.

No período de 1971 a 1973, esteve como Superiora da Fraternidade a Irmã Iracema da Cruz (Luísa Lobo Soares), que, além da

É

Missão em território nacional

“Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que

eu te mostrarei” (Gênesis 12,1).

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 177

coordenação da vida fraterna, muito contribuiu na formação dos seminaristas. Somavam forças na missão os membros seguintes: Irmã Terezinha Pinheiro Nunes, dedicada à catequese e evangelização das crianças; Maria da Glória Melo, (Irmã Eulina do Paraíso, posteriormente egressa), presença samaritana no serviço da saúde no Hospital de Caetité; Irmã Gerusa Amorim dos Santos, empenhada na formação de lideranças cristãs participativas, coordenava a equipe volante de evangelização que atuava no meio rural da Diocese de Caetité; Irmã Vanda Mendonça (Irmã Maria Cristiana do Menino Jesus), com seu entusiasmo peculiar, muito contribuiu para a evangelização no setor educacional. As Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição atuaram ali até 26 de julho de 1974, quando foram transferidas para outra área de missão.

O mistério da Igreja se revela na missão do Espírito Santo. Existem na Igreja grupos eclesiais que procuram viver essa missão de maneira consciente e alegre: o movimento da Renovação Carismática Católica - RCC é uma riqueza, por viver a oração de louvor. A RCC, em Salvador, Bahia, nasceu abrigada na Casa de Retiro de São Francisco, no dia 06 de junho de 1973, quarta-feira de Pentecostes, em reunião presidida pelo Padre Gardenal SJ, Dr. Fernando Feitosa Luz e Eduardo Joaquim de Carvalho (fundadores), além de outras presenças, as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras Jeorja Raposo Maia, (Irmã Ana Maria do Menino Jesus), Maria Nila das Neves (Irmã Graziana do Coração de Jesus) e Waldice de Christo (Irmã Maria Corina de São José), Dom Tomás Guilherme Murphy, Bispo Auxiliar e então Assistente Espiritual da RCC.

Poucos meses após, Maria de Lourdes Gurgel Frota (Irmã Sara do Coração de Maria), participou de um Congresso Regional, em Anápolis, Goiás, e, de volta, foi convidada a assumir a liderança do Movimento em Salvador. Em 1974, as Irmãs Sara e Corina participaram do 1º Congresso Nacional da RCC no Brasil, em Itaici – São Paulo, com o Padre Roberto DeGrandis, (USA), com larga experiência no Ministério de Cura. A Irmã Sara foi escolhida pelo Núcleo Nacional para participar da Nova Equipe de Coordenação

Nacional que surgia, com sede em São Paulo. Houve, então, a necessidade de criação de uma Equipe de Serviço para a RCC, em Salvador, com a presença atuante das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras Sara, Maria Dalvanir Figueira Rosado, e, ainda, na equipe auxiliar, a Irmã Maria Inês de Miranda.

Em 1978, com mais de 30 representantes dos diversos Grupos de Oração da Cidade, foi constituída uma nova equipe Coordenadora da RCC, na Arquidiocese de São Salvador da Bahia, com a continuidade de Irmã Sara no grupo. Como novo integrante, o Monsenhor Gaspar Sadoc da Natividade, Assistente Espiritual. Entre os Auxiliares da respectiva equipe, estavam a Irmã Maria Inês de Miranda e a Irmã Maria Dalvanir Figueira Rosado. A Renovação Carismática teve um vertiginoso crescimento em seus primeiros anos de existência, impulso que continuou se firmando após a realização de seminários de Vida no Espírito.

Na Obra Social Escola São Francisco, da Casa de Retiro São Francisco, a Irmã Maria Almerinda Serafim realizou maravilhas, empenhada na promoção das senhoras e dos jovens. Promoveu cursos de alfabetização de adultos, aprendizagem de informática, arte culinária, corte e costura, artesanato e ofícios de salão de beleza, com ampla formação religiosa para os participantes. Havia sido transferida para a referida Casa, em 1972, onde trabalhou, primeiramente, na secretaria, em seguida, na administração da Casa e, depois, assumiu a Obra escolar. Permaneceu naquela Casa durante 35 anos. Junto à Secretaria de Educação e Cultura, conseguiu registrar oficialmente a Escola. Era uma pessoa v ibrante, entus iasta e d inâmica na transmissão de conhecimentos e nos métodos pedagógicos, pois sabia que esta Obra daria oportunidade de emprego para as pessoas em situação de vulnerabilidade social. A Irmã Almerinda, diuturnamente dedicada, coordenava as atividades da Escola, fazia matrículas, atendia as pessoas que chegavam e recebia muitas pessoas que a procuravam para os cursos. Na conclusão de cada curso, todos recebiam o certificado tão sonhado, em uma festa de encerramento com alegria e singela confraternização.

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Em seu apostolado, todos os anos, nos meses de junho e julho, época mais fria do ano, ela saia nas casas pobres dos arredores, para distribuir cobertores com o apoio de jovens e senhoras que a auxiliavam. Para ações em benefício dos necessitados, contava com a colaboração de médicos, advogados, professores, juízes e outros. Sempre foi uma pessoa muito querida e dinâmica, que participava com vivacidade e alegria do Coral e da Liturgia dominical. Animava as Missas aos domingos, ora tocando órgão, ora no teclado, ora cantando com as Irmãs e os fiéis. Quando a Ordem dos Frades Menores encerrou o funcionamento da Casa de Retiro São Francisco, em fevereiro de 2012, a Irmã Almerinda foi transferida para Itabuna, na Bahia.

Na cidade de Campo Formoso, na Bahia, Maria José de Oliveira (Irmã Maria Esmerinda de São José) iniciou a experiência de formação de grupos da Renovação Carismática Católica ou, simplesmente, Oração Carismática. A presença desses grupos na Paróquia de Santo Antônio gerou grande florescimento da vida e s p i r i t u a l e f e r v o r a p o s t ó l i c o d o s participantes.

Sabe-se que, em Itabuna, Bahia, com o apoio da Cáritas, as Irmãs contribuíram, com a promoção social, para o favorecimento da m e l h o r i a d e co n d i çõ e s d e p e s s o a s empobrecidas, através de aulas de culinária, oferecidas no Colégio da Ação Fraternal de Itabuna – AFI e ministradas por Maria do Carmo Santana (Irmã Maria Hélia da Encarnação, nº 2277), que estimulava jovens estudantes a serem voluntárias.

Na década de 90, Maria Betinha Alves dos Santos (Irmã Coração de Maria, nº 3188) foi, por dois mandatos, presidente da Associação de Educação Católica (AEC) – Sergipe, sendo colaboradora na ativação do organismo, entre os estabelecimentos da capital e do interior do estado, em favorecimento de maior vivência da fé católica na educação sergipana. Promoveu caravanas de participação em c o n g r e s s o s n a c i o n a i s e c u r s o s proporcionados pela AEC Nacional.As Irmãs da Província de Santa Cruz sempre buscaram se integrar nas ações da Conferência

dos Religiosos do Brasil - CRB, inclusive colaborando com assessoria a cursos e assembleias, nomeadamente através das Irmãs Maria da Conceição Galvão Ribeiro, Gisele Catarina da Cruz Ribeiro, Cacilda Luzia de Santana, Maria Dalvanir Filgueira Rosado, Terezinha de Souza Rocha e Rosa Helena Mendes de Moura. Ao celebrar o Ano Centenário, em 2011, a Irmã Eliane Marques Faustino e a Irmã Valquíria Conceição dos Santos participaram do movimento Um Grito Pela Vida - UGPV.

As Irmãs da Fraternidade do Instituto Educacional Nossa Senhora de Fátima, e da Fraternidade Bom Samaritano, em Campo Formoso, Bahia, muito contribuíram para a comunhão de Igreja naquela comunidade. A Ordem Franciscana Secular esteve agonizante, com um pequenino grupo na resistência para não extinguir a Fraternidade Santa Clara. Com a dedicação das I rmãs Franciscanas Hospitaleiras, houve o reflorescimento e a revitalização daquele núcleo.

Diante da dura realidade social causada pelo alcoolismo, em Campo Formoso, as Irmãs decidiram fazer algo mais em favor dos dependentes de álcool e de seus familiares. Elas se empenharam e conseguiram que o movimento dos Alcoólicos Anônimos (AA) iniciassem reuniões específicas para os moradores vitimados por este mal e grupos destinados ao suporte das crianças, filhos de dependentes do álcool, assim como reuniões para familiares.

No período de 1998 a 2009, a Irmã Bernadete Gonzaga de Lima foi presença atuante na Escola de Catequese da Arquidiocese de São Salvador, na Bahia, como professora de liturgia e ensino bíblico. Em 1998, ela atuou na secretaria do Congresso Latino-Americano da Ordem Franciscana Secular (OFS) e Juventude Franciscana (JUFRA). Prestou grande contribuição como Tesoureira da Pastoral Vocacional da Arquidiocese de São Salvador, além de exercer com fidelidade e dedicação a missão de Coordenadora da Formação da Pastora l Vocacional da mencionada Arquidiocese, no período de 2000 a 2002. A Irmã Bernadete contribuiu vivamente para a formação catequética na Paróquia de Brotas,

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 179

Arquidiocese de São Salvador, na Bahia. Pela sua participação no Núcleo do Nordeste III - Sergipe/Bahia, recebeu agradecimentos da Família Franciscana do Brasil (FFB Nacional), entidade que vem sendo apoiada por outras representantes das Províncias, entre as quais a Irmã Maria Dalvanir Filgueira Rosado.

O Movimento da Mãe Rainha recebeu e continua recebendo das Irmãs Franciscanas H o s p i t a l e i r a s a t i v a c o l a b o r a ç ã o , principalmente através do zelo pastoral das Irmãs Letícia Rodrigues Duarte (Irmã Maria da Conceição Aparecida), em Mossoró; Raimunda de Oliveira Carvalho (Irmã Maria Alexandrina de Fátima), em Penedo; Maria Betinha Alves dos Santos (Irmã Coração de Maria), que o iniciou em Aracaju e estendeu o Movimento a diversos outros municípios de Sergipe; Etelvina Santos (Irmã Maria da Imaculada Conceição), que, há 25 anos, é zeladora do Movimento Mãe Rainha no Colégio São José, em Salvador, Bahia.

Na Província do Sagrado Coração de Jesus, após 25 anos dedicados à Educação, a Irmã Maria Vilaní Rocha de Oliveira foi enviada para a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB/Nacional), no Rio de Janeiro, onde foi Secretária Executiva entre os anos de 1981 a 1985 e eleita depois para o Conselho Superior, onde atuou durante seis anos, e para a Diretoria, durante três anos. Compôs o quadro administrativo da Associação Nacional das Mantenedoras de Escolas Católicas – ANAMEC, por mais de um mandato. Foi liberada para servir a Família Franciscana do Brasil - FFB, no período de 2002 a 2008, quando foi eleita presidente por dois mandatos. Exerceu ainda a função de Coordenadora Nacional do Curso Básico do Carisma Missionário Franciscano. Em sua formação, estudou Teologia da Vida Rel igiosa Consagrada, em Roma, e hoje presta assessor ia a a lgumas Congregações brasileiras, especificamente no tocante à clarificação dos carismas fundacionais, desde 2008 até à atualidade.

A Província também participou ativamente na Associação de Educação do Brasil - AEC, através do trabalho desenvolvido pela Irmã Severina Alves de Lima (Irmã Maria de

Lourdes), que atuou como Assessora Geral na coordenação dos preparativos dos 50 anos da entidade, celebrados em 1995. A referida Irmã exerceu esta pastoral entre os anos de 1993 a 1995, período em que, inclusive, chegou a representar a entidade em eventos nacionais. Nos anos de 1995 a 1998, a Irmã Severina Alves de Lima assumiu a Assessoria da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) – Regional de Brasília (Distrito Federal), tendo sido eleita Presidente dessa Instituição, no ano de 1985. O referido órgão também foi assessorado pela Irmã Natair da Silva Barbosa, portadora de Mestrado em Missiologia (Roma), no período compreendido entre 2000 a 2002.

O Projeto de Educação Popular da AEC do Distrito Federal contou, em 1996, com o apoio das Irmãs Geralda Gualberto de Medeiros e Mariluzia de Barros Sobreira, que deram importante contribuição no âmbito da metodologia de alfabetização.

A Irmã Maria Maura de Moraes fez estudos sobre Vida Religiosa, em Roma, onde concluiu sua tese de Doutorado e também fez o Mestrado em Serviço Social. Desempenhou a função de secretária executiva da CRB - Regional de São Paulo, durante seis anos, período em que colaborou intensamente com a Cáritas Brasileira, bem como atuou com dedicação na assistência aos moradores de rua na região da Sé, em São Paulo. Designada pela Província do Sagrado Coração de Jesus – Probrasul, no período de 2004 a 2008, colaborou com o Serviço Social no Hospital Vera Cruz, especificamente na instituição social Nair Rabelo, em Belo Horizonte, Minas Gerais.

A Irmã Magda Brasileiro exerceu a função de Secretária Executiva tanto na CRB - Regional de Brasília, como na CRB - Regional do Rio de Janeiro. Atuou ainda como revisora de textos na Editora Paulus. Foi enviada para a missão no México, em 2006, e, naquela Fraternidade, atua de forma integrada junto aos Religiosos locais, com o intuito de fortalecer a obra de misericórdia em Nuevo Laredo.

A Irmã Maria Goretti Batista de Araújo exerceu o serviço de Coordenação administrativa na Casinha de Nazaré, obra de atendimento a

180 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

crianças em risco social, da Fundação Dom Luciano Mendes de Almeida, na cidade de Mariana, Minas Gerais.

Por sua vez, a Irmã Geralda Mendonça dos Santos trabalhou, nos anos de 1999 a 2001, em u m S e r v i ç o d e a t e n ç ã o à m u l h e r marginalizada, programa social executado na Rua Vergueiro, em Vila Mariana, São Paulo. Também no bairro de Vila Mariana, a Irmã Cezarina Lago de Souza exerceu o serviço de Secretária Executiva na Paróquia Santo Inácio. Nos dias 10 e 2 de maio de 1993, foram vivenciados momentos inesquecíveis na cidade de São Gotardo, quando ex-alunas do e x t i n t o C o l é g i o N o r m a l M u n i c i p a l , aproximadamente quatrocentas senhoras, promoveram uma homenagem às suas ex-professoras e Irmãs: Generosa Dias Guimarães (Clarice de São José), Maria Vilaní Rocha de Oliveira, Regina Costa (Maria Iolanda do Coração Eucarístico), Noêmia Porto (Maria Augusta da Eucaristia), Cremilda Bezerra de Moura (Eunice Maria da Trindade) e Eva Cecília Neto. Conforme relato da Professora Cleusa Silva Resende, foi um reviver de muita emoção, matando uma saudade de trinta anos. Ex-alunas residentes em todo o país se fizeram presentes. Na ocasião, o então Prefeito municipal, Dr. Paulo Uejo, afirmou: “Queremos que a Congregação volte para São Gotardo para continuar a história, cuja veracidade foi assinada na Festa da Saudade”. Outras autoridades, como o presidente da Câmara dos Vereadores, na época, saudaram e falaram do orgulho do legado deixado pelas Irmãs.

Durante o evento, houve uma recordação do trabalho pastoral e social desenvolvido pela Irmã Cremilda Bezerra de Moura na cidade. Contando com a ajuda de médicos que atendiam aos cidadãos carentes na gratuidade do Senhor, a Irmã Cremilda dava-lhes todo o suporte. Ela acompanhava semanalmente várias famílias, com o suprimento de alimentos através da doação de cestas básicas, em uma ação beneficente no Bairro Nossa S e n h o r a d e F á t i m a , d e n o m i n a d o popularmente de “Cargueiro”. A Fraternidade era constituída por Irmãs que sabiam partilhar e conviver com os irmãos e irmãs, familiares dos alunos e alunas e demais pessoas engajadas na Paróquia, cujo Vigário era o

Padre José Lima, hoje Bispo em Itumbiara, Minas Gerais. Aquelas que viveram e fizeram Missão em São Gotardo foram as heróicas Irmãs: Maria Vilaní Rocha de Oliveira, Cremilda Bezerra de Moura (Eunice Maria da Trindade), Benedita Silva Pereira (Irmã Maria Branca do Cordeiro Imaculado), Creuza Góis, Cezarina Lago de Souza (Açucena de Jesus Eucarístico), Severina Alves de Lima (Irmã Maria de Lourdes), Eulália Lúcio da Silva (Irmã Maria Armanda do Menino Jesus), Generosa Dias Guimarães (Irmã Clarice de São José), Eva Cecília Neto (Irmã Eufrásia do Coração de Jesus), Regina Costa (Irmã Maria Iolanda do Coração Eucarístico) Ritta de Jesus Ribeiro (Irmã Maria Regina da Paz).

Outra Irmã que ali se destacou foi a jovem juniorista Marlene Argolo de Souza, precocemente arrebatada da terra na primavera da vida, no ano de 1970. Atuou com dedicação em seu apostolado nas capelas, dirigindo a liturgia, fazendo catequese e preparando casais de noivos para o casamento.

A Irmã Armanda sucedeu a Irmã Paula Guimarães Nunes, no início de 1967, na Coordenação da Comunidade, e Generosa Dias Guimarães (Irmã Clarice de São José) assumiu a Direção do Colégio Normal Municipal. Em 1968, a Irmã Regina Costa sucedeu às Irmãs Paula e Clarice. Logo, a Irmã Regina Costa se engajou na Pastoral da Paróquia, dedicando-se ao movimento de jovens e casais, nas capelas, destacando-se pela música, pois era notável cantora e organista. As Irmãs colaboravam nas atividades promocionais do Lactário Padre José Lima, que promovia a distribuição de leite em pó para as crianças de até dois anos de idade e prestava assistência pré-natal, através de médicos voluntários.

A Irmã Neusa Bahu ainda hoje é lembrada pelos moradores mais antigos da cidade, pelas atividades catequéticas e de promoção social e assistência aos pobres. Da mesma forma, se destacava a Irmã Nivalda Matos Cardoso, Assistente Social, que se dedicava de corpo e alma aos mais empobrecidos, com mulheres de baixa renda contempladas em oficinas de artesanato, corte e costura.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 181

No ano de 1975, apenas por algum tempo ficaram as seguintes Irmãs respondendo pela atuação na Paróquia: Marieze Menezes, Cremilda Bezerra de Moura e Maria Celeste Ferreira Branquinho (Maria do Divino Tabernáculo). Deus seja louvado!

A Província comprometeu-se com a Favela da Vila Prudente primeiramente na Pastoral da Catequese e nas visitas às famílias de baixa re n d a . E m f u n ç ã o d a s d i f i c u l d a d e s encontradas durante as visitas nos lares das favelas, as Postulantes Rozely Cândida da Silva, Ermelinda e Ângela foram orientadas por um líder comunitário mais experiente que considerou isso um ponto positivo, em vista da nossa sensibilidade diante da miséria e condições desumanas em que viviam as referidas famílias. O trabalho dessas três Postulantes se resumiu num só objetivo: o de conscientizar os favelados a se unir em busca de melhores condições de vida.

Na tentativa de criar um projeto social em São Paulo, por exigência do Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS), a Província do Sagrado Coração de Jesus efetivou, no dia 13 de março do mês de 2006, uma parceria com a Paróquia de Santo Emídio, na Vila Prudente. Coube à Província o gerenciamento direto do projeto, assim como a liberação de uma Irmã, no caso, Irmã Alta Souza Cruz, que continuaria, como vem fazendo há cerca de 10 anos, o atendimento de saúde ambulatorial e domiciliar em benefício daquela população de baixa renda. Os recursos financeiros para a execução desse projeto vêm da Paróquia Santo Emídio. Com este apoio, a Irmã Alta acalentou o sonho de ver esse trabalho crescer e envolver outras Irmãs da Província, não só para fazer o atendimento físico das pessoas, mas para que possamos levar a população carente daquela favela à nossa espiritualidade, que nos alimenta e impulsiona diariamente.

Nos anos 2009 e 2010, a Irmã Alta de Souza Cruz foi presença marcante na Paróquia de Santo Emídio, através do atendimento aos m a i s n e c e s s i t a d o s , n o C e n t r o d e Espiritualidade (Cespa/Favela), em Vila Prudente, São Paulo. Nesta missão, a Irmã Alta exerceu prestativo atendimento, por mais de 10 anos, em benefício das famílias e pessoas

que precisaram de seus bons serviços, em nome da Província do Sul. A Fraternidade Mãe Terra de Taquaral, no Mato Grosso do Sul, iniciou os seus primeiros passos naquela porção da Igreja de Deus, sob a orientação pastoral do Bispo Dom Tomás Balduíno, contando com a presença das Irmãs Claudiana Barbosa, Eva Cecília Neto e Geralda Mendonça dos Santos e a ajuda do povo de Deus daquela Paróquia. O surgimento da nova fraternidade foi assinalado por uma Celebração Eucarística, no dia 19 de fevereiro de 1994.

A Missão Popular na Fraternidade Santa Maria dos Anjos, em Mariana, Minas Gerais, iniciou em fevereiro de 1994, com a colaboração abnegada das Irmãs Generosa Dias Guimarães (Irmã Maria Clarice de São José), Francisca Floripes de Oliveira (Irmã Maria do Sagrado Coração), e Mariluzia de Barros Sobreira. A Irmã Floripes passou a atender pastoralmente o Lar de Santa Maria, onde viviam 39 anciãos, sendo muitos deles abandonados pelas próprias famílias. Prestava serviços de enfermagem domiciliar, como nos primórdios da Congregação, em visita às famílias e acompanhamento aos enfermos acamados. A Irmã Mariluzia de Barros Sobreira trabalhava na comunidade da Figueira, casa de apoio às pessoas com deficiências físicas e mentais, e também integrava a Pastoral Vocacional, além de atender o Lar de Santa Maria, apoiando o trabalho de Fisioterapia. A Irmã Clarice atendia a comunidade do bairro São José, onde visitava várias famílias, para levar apoio espiritual e orientação na catequese, e coordenava o Centro Comunitária Maria Menina, em um trabalho de integração com os menores carentes e suas famílias.

As Irmãs Verônica Cysz, Geralda Mendonça dos Santos, Odete Lima de Silva e Geralda Ferreira de Abreu, deram um testemunho profético e missionário da Vida Religiosa na Arquidiocese de Mariana, Minas Gerais. A Província manteve, em parceria com a Arquidiocese de Mariana, Minas Gerais, cujo Arcebispo era na época Dom Luciano Mendes de Almeida, uma Fraternidade em atividades pastorais, a partir do ano de 1994. As Irmãs Franciscanas Hospitaleiras, na pessoa de Irmã V e r ô n i c a C y s z , a d m i n i s t r a r a m adequadamente a Fraternidade da Figueira,

182 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

voltada aos cuidados de um grupo formado por cerca de 50 crianças e adultos com deficiências motoras e neurológicas.

Além dos cuidados assistenciais, as Irmãs se esforçaram por sensibilizar a comunidade marianense sobre a necessária inclusão e participação efetiva das pessoas com necessidades especiais na sociedade. As Irmãs trabalhavam na Obra da Figueira durante todo dia e retornavam à Fraternidade Mãe da Misericórdia para o descanso noturno e orações comunitárias. Exerceram uma verdadeira tenda missionária.

Antes do encerramento da presença das Irmãs, diante de tão necessária obra, a Irmã Verônica Cysz foi condecorada pela Câmara dos Vereadores com a Comenda Dom Luciano Mendes de Almeida, em 2007. Desde esse ano, a missão das Franciscanas Hospitaleiras foi encerrada, deixando em Mariana, uma lacuna irreparável.

A ação missionária na Região Sudeste do Brasil também contemplou a cidade de Artur Alvim, em São Paulo, onde estiveram as Irmãs Paula Guimarães Nunes, Cezarina Lago de Souza e Marieze Menezes, empenhadas em formar um núcleo de presença ativa. Fundado em 26 de fevereiro de 1994, recebeu o nome de Fraternidade Vida e Esperança. A Irmã Paula fazia ministério da visitação; a Irmã Cezarina cuidada dos serviços como Secretária Paroquial e a Irmã Marieze exercia a pastoral social.

A semente fecunda destas iniciativas nas Províncias brasileiras frutificou através de obras e testemunhos de dedicação generosa e reta a serviço do bem comum. No ensejo de que o esforço e o compromisso da CONFHIC em ser Igreja no Brasil, depositados nas mãos de Deus, irradiem esperança para que os desafios tornem a missão dos cristãos uma tarefa sempre renovada e inacabada.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 183

s duas Províncias brasileiras se uniram para traçar metas para o Ano Centenário

de Aprovação Centenária da Confhic. A Província do Sagrado Coração de Jesus – Brasil Sul contou com a presença das Irmãs Regina Costa (Irmã Iolanda), Célia Ribeiro de Sá (Irmã Nívia) e Áurea Fontes (Irmã Carmelita), representantes de todos os Setores de Missão. A Província de Santa Cruz fez parte da mesma Equipe, através das Irmãs Maria José Brandão Lima (Irmã Maria Belmira de Lourdes), Leonor Luna Linhares (Irmã Maria Helena do Espírito Santo), Jeorja Raposo Maia (Irmã Ana Maria do Menino Jesus) e Maria Edith Cantalice da

Trindade (Irmã Maria Delza do Menino Jesus). Os trabalhos tiveram lugar na Casa de Retiro São Francisco, em Brotas, Salvador, Bahia.

1. Abertura das comemorações do Ano Centenário de Aprovação Pontifícia da CONFHIC, na Província da Santa Cruz - Brasil.

Em Salvador, Bahia, no dia 03 de maio de 1975, teve início a abertura das celebrações do Ano Centenário de Aprovação Pontifícia da CONFHIC. Na Capela do Convento da Sagrada Família, as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da

Ano Centenário de Aprovação Pontifícia da CONFHIC

“Glorifiquem-vos, Senhor, todas as Vossas obras, e Vos bendigam os Vossos fiéis” (Sl 144,10)

Em abril de 1975, a Irmã Maria de Fátima Sanches, Superiora Geral em exercício, dirigiu a toda a Congregação, em circular, palavras fraternas, das quais transcrevemos o trecho a seguir:

“Ao iniciarmos o ANO CENTENÁRIO da Aprovação pontifícia de nossa Congregação, parece que temos consciência de iniciarmos, em comum, mais uma jornada dentro da grande jornada da

vida; dentro e a par de outras jornadas nas quais nos fizemos peregrinas solidárias, como seja a do Ano Santo, a jornada de um pós-Vaticano II, a jornada de "conversão", a jornada de

"consagradas" numa determinada Família Religiosa, a jornada sem fim para a Santidade.É, pois, com alegria que vai chegar para todas nós o dia 3 de maio, no qual vão ser abertas as portas para nos lançarmos em mais essa aventura de esforço pessoal, para marcarmos passo

com os que avançam, para imitarmos, fazendo renascer no tempo de hoje, o espírito que animou os nossos Fundadores. Frei Raimundo dos Anjos Beirão e Madre Maria Clara do Menino

Jesus foram almas que RENASCERAM NO ESPÍRITO. Vamos imitá-los! "e... assim caminharemos também numa VIDA NOVA" (Rom 6.4).

A

184 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

Província de Santa Cruz se reuniram com benfeitores, amigos, ex-alunos e alunos, professores e médicos, colaboradores, pacientes internos e outros que tiveram alta, para cantar o louvor de glória à Trindade Santíssima pelo Ano Centenário, solenemente aberto, em Salvador, por Sua Eminência, o Cardeal Dom Avelar Brandão Vilela.

Aos pés do altar, em abraço semelhante ao de Francisco de Assis a Cristo, concelebraram seis bispos: Dom Avelar Brandão Vilela, Arcebispo de São Salvador da Bahia e Cardeal Primaz do Brasil; Dom Tomas Guilherme Murphy, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Salvador da Bahia; Dom Silvério Albuquerque – OFM, Bispo de Feira de Santana - Bahia; Dom José Terceiro, Bispo de Penedo, Alagoas; Dom Timóteo Nemésio Cordeiro – OFM Cap., Bispo da Diocese de Tianguá, Ceará; e Dom José Coutinho, Bispo de Estância, Sergipe. Houve ainda nove sacerdotes concelebrantes: Frei Francisco Xavier - OFM, Guardião do Convento de São Francisco, em Salvador Bahia; Padre Fabio Bertoli - SJ, Presidente da CRB Nordeste III; Padre José Maria de Vasconcelos, Vigário de Granja – Ceará; Frei Augusto Santana - OFM; Padre Manoel Pithon, Capelão do Hospital Português; Monsenhor Manoel Soares, Capelão do Colégio São José; Padre Aurino Sisti, Vigário da Paróquia de Santa Maria Goretti de Itabuna-Bahia; Padre Tironi, SJ; e Padre Rosalvo Bispo dos Santos, do Clero de Estância.

Após a entrada do cortejo de concelebrantes, teve início a solene liturgia, vivida e participada por todos os presentes. O tema versou sobre as grandes vigas do ano cristão de 1975, a saber: Ano Santo, proclamado pela

I g r e j a c o m o t e m a “ R e n o v a ç ã o e Reconciliação”; Ano Eucarístico, designado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com o lema “Repartir o Pão”; Ano Centenár io, v ivenciado pela Famíl ia Franciscana Hospitaleira com a mística “100 anos – Renascer no Espírito”. Os quadros alusivos aos temas foram conduzidos pelas Irmãs integrantes das oito fraternidades existentes em Salvador, Bahia. O Coral da Matriz de Sant’ Ana animou o canto litúrgico.

E m s u a h o m i l i a , S u a E m i n ê n c i a Reverendíssima Dom Avelar Brandão Villela falou sobre o lema do Ano Centenário e as vir tudes que ornam a memória dos Fu n d a d o r e s d a CO N F H I C . To d a s a s Fraternidades da Província estavam representadas.

2. Programação do Governo Provincial – Província da Santa Cruz para celebrar o Ano Centenário de Aprovação Pontifícia da CONFHIC

A Irmã Terezinha de Souza Rocha, Superiora Provincial da Província de Santa Cruz – Brasil, enviou uma circular às Fraternidades, animando as Irmãs: “Reboam em sons festivos os primeiros acordes do Ano Centenário que marcará a História da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição. (...) Uma História que se faz, uma Família que cresce, procurando ‘Renascer no Espírito’ a fim de ‘Iluminar e Suavizar’ ”.

Foi encaminhada às Fraternidades uma pauta de oração, elaborada por uma Equipe de Planejamento das celebrações do Ano Centenário de Aprovação Pontifícia do CONFHIC.

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Domingo- Casa da Criança Dr. João Moura (Campina Grande – Paraíba)- Organização Fraternal São José (Salvador – Bahia)- Casa Paroquial Nossa Senhora do Bom Parto (Recife – Pernambuco)- Patronato Monsenhor Manuel Vitorino (Granja – Ceará)- Colégio Sagrado Coração de Maria (Mossoró - Rio Grande do Norte)- Colégio São Francisco (Arapiraca – Alagoas)- Colégio Imaculada Conceição (Penedo – Alagoas)- Escola de Enfermagem Sagrada Família (Salvador – Bahia)- Lar do Velhinho (Gravatá – Pernambuco)- Colégio Nossa Senhora das Graças (Propriá – Sergipe) - Centro Assistencial Pio XII (Salvador – Bahia)- Convento Sagrada Família (Salvador – Bahia)- Convento Sagrada Família (Salvador – Bahia)- Convento Sagrada Família (Salvador – Bahia)- Centro Assistencial São Francisco de Assis (Dias D'Ávila – Bahia)- Centro Assistencial Santa Maria Goretti (Itabuna- Bahia)- Hospital Português (Salvador – Bahia)- Colégio São José da Ação Fraternal (Itabuna – Bahia)- União Hospitalar São Francisco (Campo Formoso – Bahia) - Colégio Sagrado Coração de Jesus (Estância – Sergipe)- Colégio Nossa Senhora de Fátima (Campo Formoso – Bahia)- Hospital Amparo de Maria (Estância – Sergipe)- Hospital Regional (Penedo – Alagoas)- Colégio São Jose (Salvador – Bahia)- Hospital Regional São Vicente de Paulo (Propriá – Sergipe) - Casa de Retiro São Francisco (Salvador – Bahia)- Lar de S. Vicente de Paulo (Ilhéus – Bahia) - Hospital da Santa Casa de Misericórdia (Valença – Bahia)- Hospital da Sagrada Família (Salvador – Bahia) - Hospital Regional (Senhor do Bonfim – Bahia) - Asilo Santa Isabel (Salvador – Bahia)- Santa Casa de Misericórdia (Penedo – Alagoas)- Casa Paroquial (Campo do Brito – Sergipe)- Colégio Patrocínio de São José (Aracaju – Sergipe)

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Relembrando para Realizar com FidelidadePauta do Rosário Perpétuo, na Província de Santa Cruz

Brasil - Norte

Período: de 03 de maio de 1975 a 03 de maio de 1976.Equipe de Planejamento

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3. Principais atividades realizadas nas Fraternidades, inclusive as iniciativas dedicadas às pessoas em situação de risco social

No Estado de Sergipe, as comemorações centenárias alcançaram a Assembleia Legislativa, que, através do deputado e amigo Oviedo Teixeira, apresentou à Câmara o Requerimento nº 50, lavrado nos seguintes termos:"Requeiro à Mesa, nos termos regimentais e ouvido o Plenário, seja enviada Mensagem de Congratulações às Irmãs Franciscanas Hospitaleiras do Hospital São Vicente de Paulo e do Colégio Nossa Senhora das Graças da Cidade de Propriá, pela passagem do 1º Centenário de Fundação da Congregação, que tantos serviços tem prestado àquela Comunidade. Sala das Sessões da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe, em Aracaju, 26 de maio de 1975”.

Síntese das realizações comemorativas do Centenário da CONFHIC, nas obras e fraternidades da Província de Santa Cruz.

- Em Aracaju (Sergipe) - O ponto alto das comemorações no Colégio Patrocínio de São

José ocorreu a 10 de maio, com a concelebração presidida pelo Senhor Bispo Auxiliar, Dom Edvaldo Gonçalves de Amaral, quando foram prestadas homenagens à Congregação, na pessoa da Madre Provincial, Irmã Terezinha de Souza Rocha. Estiveram presentes a Irmã Cândida de Maria Imaculada e a I r m ã H e r c í l i a , f u n d a d o r a s d o Estabelecimento. O ciclo comemorativo foi grandioso, com a integração do corpo docente com o alunado; o entusiasmo da juventude; o jogral levado a efeito com brio; e os enxovais confeccionados pelas alunas para 100 mães de baixa renda. Tudo, enfim, deixou a grande mensagem do amor e do reconhecimento das gerações de ontem e de hoje.

- Em Campo do Brito (Sergipe) - A Paróquia se fez "familia franciscana" sob a regência de Irmã Carmélia (Maria Pereira), que apresentou o jogral comemoratlvo do Ano Centenário, seguido de uma concelebração que marcou a vida católica da cidade, agraciada com o apostolado das Irmãs que ali trabalham desde 1968. Após uma reunião comunitária, quando foi analisado o planejamento provincial, a Casa Paroquial de Campo do Brito resolveu implementar um conjunto de atividades, que transcrevemos a seguir:

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04.05.197515.07.1975

17.09.1975

04.10.1975

01.12.197507.12.1975

08.12.1975

19.03.1976

03.05.1976

Ano Centenário da Congregação

- Solene abertura local do Ano Centenário- “Repartir a pão da amizade", numa acolhida fraternal a 100 pobres para um almoço.- Concentração das crianças na cidade de Macambira, área paroquial de Campo do Brito.- "Repartir o Pão da Vida" - Primeira Comunhão de 100 crianças dos diversos centros catequéticos, representando os 100 anos de existência da Congregação, com ofertório simbólico.- Sufrágios pelas Irmãs falecidas.- À noite, a grande caminhada da esperança, com a luz da fé, simbolizada na procissão luminosa.- Celebração Eucarística, precedida de um novenário em louvor da Virgem sem mácula, Patrona e Mãe de todos os Franciscanos.- "Repartir conforto e carinho" – distribuição de roupas a 100 crianças pobres de 1 a 5 anos de idade.- Grande celebração eucarística, encerrando as comemorações centenárias.

Como parte dos festejos, a comunidade ainda realizou: a recitação do terço em peregrinação paroquial a casebres locais; distribuição de blocos, com mensagens referentes ao Centenár io da Congregação; v is i tas domiciliares a portadores de necessidades especiais, durante o mês de abril, levando-lhes o pão da amizade e do alimento. As Irmãs Maria Núbia Oliveira e Silvia Maria de Lourdes levaram a 100 Lares dos pobres e doentes mais distantes, na área paroquial, a mensagem do terço, rezando-o com a família visitada.

- Em Propriá (Sergipe) – o Hospital São Vicente de Paulo e o Colégio Nossa Senhora das Graças se uniram na abertura das comemorações. Nota de destaque, além da Santa Missa e sessão solene no Colégio, seguidas de ágape de confraternização, o quadro das 100 Religiosas sergipanas, no ano 100 da Congregação, ar t ist icamente confeccionado por Irmã Maria Benigna do Coração de Jesus (Maria Carmelita Alves) e fruto do zelo apostólico de Irmã Agostinha de Maria Imaculada (Maria das Dores Alves). Desejando, neste Ano Centenário, comungar dos mesmos sentimentos que animam as nossas Irmãs desta Província de Santa Cruz, a Comunidade do Hospital São Vicente de Paulo, dentro das suas possibilidades, decidiu celebrar o tema "Renascer no Espírito" em todas as comemorações religiosas deste ano,

em continuação ação de graças por tantos benefícios recebidos do Senhor.

Como parte das comemorações, no dia 24 de maio de 1975, em união com a Comunidade do Colégio Nossa Senhora das Gracas, houve a abertura oficial do Ano Centenário. A f e s t i v i d a d e e s p e c i a l , n o r e f e r i d o estabelecimento de ensino, foi marcada pela Missa presidida pelo Bispo Diocesano, Dom José Brandão de Castro. A celebração foi animada pelo Coral do Colégio, seguida de Sessão solene, quando foram apresentados números referentes ao Colégio e ao Hospital.Conforme o relato da Irmã Agostinha de Maria Imaculada, os festejos se prolongaram até maio de 1976. Todos os acontecimentos religiosos foram animados com os mais vivos sentimentos de gratidão ao Senhor pela insigne graça de celebrar o Centenário da querida Congregação.

- Em Estância (Sergipe) - O Colégio Sagrado Coração de Jesus abriu com piedade e unção as comemorações centenárias com uma concelebração sob a presidência do Bispo Diocesano, Dom José Bezerra Coutinho, e a participação de Frei Romano Zago, OFM, e Padre José Alfeu do Nascimento. Na mesma ocasião, foi festejada a passagem do Dia das Mães. A seguir, o respectivo calendário festivo.

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Dia 29

Dia 30

Dia 01

Dia 02

Dia 03

Dia 04

Semana da gratidão

- Gratidão através da arte: expressão de alegria - "Onde houver tristeza que eu leve a alegria", com apresentação de poesias, músicas. Composições em forma de jogral, dança, dramatização (alusivas ao Centenário).- Gratidão em forma de prece – Expressão de louvor: "Onde houver dúvida que eu leve a Fé" - Dia do louvor – Hora Santa por Turmas - das 8 às 21 horas.- Gratidão expressa pelo esporte, expressão de saúde: "Onde houver desespero que eu leve a esperança" - Tarde Esportiva.- Gratidão pelo serviço – expressão de amor: “Onde houver ódio que eu leve o amor" - Entrega de roupas aos empobrecidos que farão a Primeira Comunhão; visitas ao Asilo dos velhinhos e Hospitais pelas alunas e Mestras.-- Gratidão, expressão da verdade: "Onde houver erro que eu leve a verdade" - Palestra sobre São Francisco.- Gratidão expressão de comunhão com Deus e com os homens. “Onde houver trevas que eu leve a luz”. Celebração Eucarística, Primeira Comunhão de 100 crianças e fundação do Movimento Comunitário de Jovens (MCJ).

- Em Arapiraca (Alagoas) - No dia 13 de maio, o Colégio Normal São Francisco de Assis encheu de sons as ruas com um grandioso desfile. A juventude, como sempre acontece, vibrou ao levar o grande escudo com o brasão de armas da Congregação, na grandiosa parada em agradecimento da trajetória centenária.

A concelebração eucarística, sob a presidência de Dom José Terceiro, Bispo da Diocese de Penedo, Alagoas, e o jogral, muito bem apresentado pelas alunas, marcaram o ponto alto da solene abertura do Ano Centenário. No decorrer do ano letivo, o mês de setembro foi dedicado ao estudo sobre a vida dos Fundadores, com apresentação feita pelas alunas em forma de cartazes e peças informativas. Um dos destaques foi a apresentação de uma revista musical sobre a origem da CONFHIC e sua atuação no Brasil e no mundo, com ênfase no trabalho das Irmãs em Alagoas e Arapiraca.

- Em Penedo (Alagoas) - O Colégio Imaculada Conceição (CIC) escolheu o dia 17 de maio para iniciar o roteiro de suas atividades. Um grande desfile contagiou a cidade com graça e juventude. Dois pajens levaram à frente o lema do Ano Centenário, seguidos das três primeiras alunas do Colégio. No trajeto, Dona Celina Gonçalves, a primeira matriculada, levava ao peito a medalha concedida pela primeira Superiora, em 1913, Irmã Maria da Circuncisão, ladeada pelas colegas da mesma época Dona Edite e Luiza Lobo Soares (Irmã Iracema da Cruz). Na evolução da marcha celebrativa, houve um pelotão de bandeiras dos Estados, onde a Congregação desenvolve suas atividades no Brasil. Também os três setores de apostolado (Educação, Saúde e Missão) estavam representados, além de faixas alusivas à Congregação e ao Colégio.

Em fraternal congraçamento, a banda Marcial do Colégio Diocesano esteve presente. À noite, o Cine São Francisco ficou lotado. Concelebração e jogral marcaram aqueles momentos de alegria e o acorde de gratidão e louvor da cidade que é realmente "franciscana hospitaleira", uma vez que, naquela época, era a única Congregação que lá atuava nos setores educacional e hospitalar.

- Em ltabuna (Bahia) - O Colégio São José da Ação Fraternal (AFI) marcou o dia de suas festividades para 03 de maio. A participação de alunos e professores e o esforço pessoal de todos no intuito de realizar o melhor foram motivos de muita alegria para a AFI de Itabuna, assim narrou o jornal AFIrmação. A festa transcorreu em um clima da mais absoluta cordialidade, o que incluiu as homenagens prestadas às Irmãs visitantes que se deslocaram de outros centros para, f r a t e r n a l m e n t e , p a r t i c i p a r e m d a s comemorações. O dia começou com alvorada e salva de 100 tiros, fogo simbólico e espetáculo de expressão corporal ao ar livre. E findou com a sociedade grapiúna, na Matriz de São José, assistindo ao jogral que as alunas a p r e s e n t a r a m e p a r t i c i p a n d o d a concelebração, sob a presidência de Dom Walfredo Tepe OFM, Bispo Diocesano de Ilhéus, e a participação dos Padres Germano Seara Filho, Mário Tomassetti, CP, Mariano Collu, CP, e Xavier Janiro, CP, conforme transcrito do jornal AFIrmação.

- Em Salvador (Bahia) - As Fraternidades da capital baiana, além de integrarem a abertura oficial na Casa Provincial, a 3 de maio, instituíram, também, dia próprio para as comemorações internas. A Organização Fraternal São José teve o seu dia de preces fervorosas e missa solene, marcando a abertura local. A comunidade religiosa do Hospital Português promoveu uma brilhante exposição de 570 peças confeccionadas pelas Irmãs para serem distribuídas com os moradores carentes dos Alagados, além da Páscoa dos funcionários, em missa solene - digna de nota a presença de dois corais da Igreja Batista de Sião. O Pastor saudou as Irmãs, demonstrando gratidão e amizade pelos trabalhos que desenvolvem em Salvador

O Pastor saudou as Irmãs, demonstrando gratidão e amizade pelos trabalhos que desenvolvem em Salvador. Por sua vez, a Casa de Retiro São Francisco celebrou a festa do Espírito Santo, com a concentração dos grupos para a grande oração de louvor e agradecimento a Deus pelas graças de 100 anos de luta com vigor renovado. Os louvores subiram aos céus pelas vozes de jovens,

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adultos e crianças. Foi um verdadeiro Pentecostes! Finalmente, o Colégio São José, no encerramento do mês de maio, teve o seu dia de gala: os alunos vivenciaram a data e percorreram o interior do Colégio em caminhada luminosa até a gruta e, com muita piedade e alegria, coroaram Nossa Senhora. Ainda em Salvador, a Escola de Auxiliares de Enfermagem realizou com êxito a Semana de Enfermagem, com a entrega de certificados a mais uma turma concluinte, em piedosa solenidade, com destaque à comemoração do Centenário de Aprovação Pontifícia da Congregação.

Em clima amigo e alegre, os Colégios da Província estiveram reunidos em uma Jornada, em Salvador, por meio de suas representantes, em número de 150 pessoas. Meta das atividades vocacionais deste Ano Centenário, o evento proporcionou a integração e a realização de um programa esclarecedor sobre a Congregação, suas atividades, expansão, carisma e o cultivo de novas vocações.

"O barulho de teus passos, me fez, sorrindo, ir a teu encontro" é a expressão mais condizente com a alegria e a delicadeza com que o Noviciado recepcionou a todas. O aperto de mão, o ósculo da paz, a sala caprichosamente preparada com exposição de fotos de todos os colégios, tudo concorreu para o andamento feliz, com proveitosos resultados para as participantes. A Casa do Noviciado e o Convento da Sagrada Família foram os locais de convergência de todas as caravanas, neste encontro que refletiu sobre os dois desafios à generosidade da jovem chamada à santidade: o primeiro é não se deixar surpreender pelo apelo de Cristo e segui-lo, sem amarras; o segundo é a vocação ao matrimônio.

À noite, houve um programa festivo em c o m e m o r a ç ã o a o C e n t e n á r i o , c o m apresentação de jograis com mensagens pontuadas pela arte e sentimento, conforme consta abaixo:- Origem da Congregação - jogral apresentado pelo Noviciado, precedido da leitura de umas palavras de nossa Madre Geral sobre a vivência do Centenário.- Folclore: Dança do carimbó – pelas alunas do

Colégio Normal São Francisco de Assis (Arapiraca).- O Homem de Nazaré - pelas alunas do Instituto Educacional Nossa Senhora de Fátima (Campo Formoso).- A palavra de Deus na História dos Homens – Jogral apresentado pelas alunas do Colégio Imaculada Conceição (Penedo).- Um grito inerte - Jogral, pelas alunas do Colégio Nossa Senhora das Graças (Propriá).A Primavera - número apresentado pelas alunas do Centro Social de Dias d'Ávila.Parábola da Alegria e Oração de São Francisco – Instituto Educacional Nossa Senhora de Fátima (Campo Formoso).Agradecendo um Centenário - Jogral apresentado pelos estudantes do Colégio Normal São Francisco de Assis (Arapiraca).Deus Negro - Belíssima e comovente adaptação feita pelo Colégio da Ação Fraternal de Itabuna. Jograis apresentados pelo Colégio Patrocínio de São José (Aracaju) e Colégio São José (Salvador).

- Em Campo Formoso (Bahia) - O Colégio Nossa Senhora de Fátima revolucionou a cidade com as comemorações iniciais do Ano Centenário, no dia 13 de maio, tudo feito com carinho e piedade, rememorando as aparições da Virgem, em Fátima.

- Em Campina Grande (Paraíba) - A Casa da Criança Dr. João Moura abriu solenemente, no dia 10 de maio, o Ano Centenário, com a missa cantada pelas Crianças e a presença das mães assistidas pela instituição. A Santa Missa foi um momento emocionante que traduziu a grandeza da festa introdutória, como parte do calendário das comemorações centenárias da Congregação.

- Em Mossoró (Rio Grande do Norte) – O Colégio Sagrado Coração de Maria, dentre as comemorações que marcaram o 31 de maio, realizou procissão luminosa, que partiu do Colégio até o Alto da Conceição. Delírio de preces num espetáculo de fé, confiança e gratidão.

- Em Granja (Ceará) - O Patronato Monsenhor Manuel Vitorino de Oliveira desenvolveu suas atividades, quer na escola, quer junto à comunidade paroquial, de acordo com o

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pIano elaborado para o respectivo Ano C e n t e n á r i o d a s I r m ã s Fr a n c i s c a n a s Hospitaleiras da Imaculada Conceição. O dia de aniversário de fundação do Patronato, 13 de março, marcou o início das comemorações, com exposição de cartazes e palestras sobre a Instituição, a Congregação e seus Fundadores. Na festa do Padroeiro da cidade, São José, houve uma procissão luminosa, partindo do Patronato em direção à Matriz, quando os alunos patrocinadores da noite participaram ativamente da novena.

Ao longo do Ano Centenário, mensalmente foi c e l e b r a d a u m a m i s s a e m f a v o r d a Congregação, bem como uma hora santa dedicada à adoração eucar íst ica . A Fraternidade aprofundou o conhecimento sobre a Vida Religiosa e a Congregação e estendeu estas lições aos alunos e à comunidade paroquial. Confiantes no Senhor e unidas, na época, ao vigário Padre José Maria de Vasconcelos, as Irmãs trabaIharam pela edificação do Reino de Deus, na comunidade de Granja.

4. Encerramento das comemorações do Ano Centenário de Aprovação Pontifícia da CONFHIC, na Província de Santa Cruz – Brasil NorteOs colégios da Província movimentaram-se junto à juventude, desde Mossoró até à Bahia, e dirigiram-se a Salvador para a grande cerimônia de encerramento das celebrações centenárias. O Colégio São José, a Escola de Enfermagem Sagrada Família e o Convento Sagrada Família abriram suas portas em acolhida franca e marcadamente franciscana pelo tom alegre e disponibilidade cordial. Aproximadamente, 200 alunas procedentes dos 10 colégios da Província estiveram em Salvador, em momentos de comunicação ímpar, ao lado de muitos professores leigos e Religiosas que as acompanharam. No sábado, o Colégio São José foi o cenário da pluralidade das instituições educacionais na unidade de louvor: os jograis, a dança clássica, as representações de profundo sentimento religioso foram ouvidos e aplaudidos pela platéia que superlotou o salão nobre.

Ao ensejo das comemorações que coroaram o encerramento do Ano Centenário de

Aprovação Pontifícia da Congregação, foi apresentada uma paraliturgia intitulada “Aos 100 anos, em sintonia com Deus, Renascer no Espírito”. Na ação de graças, onze sacerdotes estiveram no altar, em concelebração presidida pelo Bispo Auxiliar Dom Tomás Gui lherme Murphy. Par t ic iparam da celebração litúrgica representantes de várias Congregações, compartilhando da imensa alegria daquele Centenário. Várias mensagens telegráficas e epistolares chegaram dos mais diferentes pontos, como a transcrita a seguir, vinda do Vaticano:

“Às Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, na passagem do 1º Centenário da Congregação, exprimimos complacência e votos de sua benemérita atividade ao serviço da Igreja nos campos da educação, assistência e missões e, desejando estimular a inteira família religiosa a uma sempre renovada e crescente generosidade no seguimento de Cristo, ao viver e testemunhar a caridade de Deus, em fidelidade evangélica, outorgamos de bom grado a Bênção Apostólica, em penhor de abundantes graças celestes.”- Papa Paulo VI

Em maio de 1976, houve uma grande confraternização durante um almoço dominical, marcado pela fraterna alegria franciscana. Na ocasião, deram testemunho de sua vocação, entre louvores e ação de graças: Francisca Benigna de Araújo (Irmã Alice Maria de Jesus Hóstia) e Elizabeth Santos (Irmã Cláudia de Maria Imaculada). Depois de cem anos, as Irmãs receberam da Sede Geral a recomendação de retornar ao uso individual do nome de batismo.Um marco referencial das festividades foi a cerimônia de admissão ao Noviciado, quando houve uma solenidade simples, mas de grande significação, com o ingresso de 06 jovens em processo formativo, em celebração presidida pelo Ex.mo e Rev.mo Dom José Brandão, M.D. Bispo de Propriá, Sergipe.

Ecos dos 100 Anos da CONFHIC, na Província do Sagrado Coração de Jesus – Brasil SulAs duas Províncias se uniram na definição das metas e nos preparativos, voltadas para o Ano Centenário de Aprovação Pontifícia da

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CONFHIC. A Província do Sagrado Coração de Jesus – Brasil Sul, esteve representada pelas Irmãs Regina Costa, Célia Aparecida de Souza e Áurea Fontes. A equipe da Província de Santa Cruz foi integrada pelas Irmãs Belmira de Lourdes (Maria José Brandão Lima), Maria Helena do Espírito Santo (Maria Helena Leonor Linhares), Irmã Ana Maria do Menino Jesus (Jeorgia Raposo Maia) e Irmã Delza (Maria Edith Cantalice da Trindade). Os trabalhos tiveram lugar na Casa de Retiro São Francisco, em Salvador, Bahia.

A equipe interprovincial atuou na elaboração do Planejamento conjunto dos dois Governos Provinciais, com ênfase na revitalização da espiritualidade cristã dentro do Carisma Franciscano. Sob a orientação do Padre Antonino M. Witschze, CSSR, de Campina Grande, Paraíba, houve um Encontro para o r g a n i z a r o s p r e p a r a t i v o s p a r a a comemoração do Centenário. O coroamento desses três dias de trabalho e convívio foi a missa de encerramento, presidida por Dom Helder Câmara. Após a missa, houve um ágape fraterno de despedida e confraternização.

A abertura solene do Ano Centenário propagou-se através de atividades de ampla repercussão, a exemplo da marcha à Basílica Nacional de Aparecida. Momentos de vigília, preces e pronunciamentos efus ivos repercutiram nas terras brasileiras a oficialização centenária da CONFHIC. “Em uma hora feliz, resolveram a Madre Provincial e seu Conselho centrar as comemorações da Abertura do Centenário de Aprovação Pontif íc ia da Congregação, em uma Peregrinação a Aparecida do Norte, a capital espiritual do Brasil, para ali, aos pés da Virgem Mãe de Deus e da Igreja e sob o Seu manto, agradecer ao Pai esses 100 anos de peregrinar das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, pelos caminhos da terra”, diz um trecho do documento alusivo à programação.

O inesquecível espetáculo de fé e gratidão foi preparado com bastante antecedência. A Província do Sagrado Coração de Jesus – Brasil Sul dedicou-se com afinco à programação do Centenário. Na fase que antecedeu a culminância festiva, a Província do Sagrado

Coração de Jesus realizou em todas as Fraternidades e Obras um piedoso tríduo, como uma introdução da Vigília do Caminho, através de uma peregrinação que contou com mais de 30 veículos que conduziram os peregrinos e peregrinas, somando mais de mil pessoas, unidas na fé.

Uma verdadeira multidão se concentrou em frente à Basílica nova de Nossa Senhora Aparecida, de onde rumou para a Basílica primeira, em marcha lenta, através da passarela que une os dois templos, ao som de cânticos e orações à Mãe Aparecida. À frente do grande cortejo, mais de mil peregrinos, vindos de diversas partes do Brasil, traziam na blusa a estampa da marca alusiva ao Centenário, com o lema “Renascer no Espírito” e o mapa do Brasil. Encimando o escudo, via-se o sol nascente, simbolizando a primavera espiritual da CONFHIC. O estandarte, levado por uma Irmã, trazia uma enorme faixa com o brasão de armas da Congregação e as palavras: “Cem anos de amor a serviço dos irmãos e das irmãs.”

A Basílica velha de Nossa Senhora Aparecida foi cenário da convergência de romeiros de diversas partes do Brasil, em manifestação de fé, alegria e gratidão. A Eucaristia foi concelebrada por mais de vinte sacerdotes e quatro Bispos: Dom Antônio Ferreira de Macedo, Arcebispo Coadjutor de Aparecida, Dom Paulo Rolim Loureiro, Bispo Diocesano de Mogi das Cruzes, Dom Benedito de Ulhoa Vieira, Bispo Auxiliar e Vigário Geral da Arquidiocese de São Paulo, Dom Paulo E v a r i s t o , C a r d e a l A r n s , A r c e b i s p o Metropolitano de São Paulo, celebrante oficial. Na homília, assim se expressou Dom Evaristo Arns: “Minhas Filhas, vamos agradecer a Deus! Cem anos, são uma garantia de continuidade e, quem sabe, de perenidade. Cem anos são uma responsabilidade diante da História. Cem anos também são o fundamento para uma nova programação. Minhas filhas: partir pela cruz, com o espírito de Maria! Parar quando Deus nos dá o sinal, pelo pobre e pelo doente, anunciando sempre a alegria de sermos filhos e filhas de Deus, fonte mesma de felicidade e de comunicação, enquanto nos mantivermos pobres sob a Providência de Deus”.

192 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

A Superiora Provincial, Irmã Maria Eneide Martins Leite, ajoelhou-se diante da imagem de Nossa Senhora Aparecida e, em nome de todas, consagrou-lhe a Província do Sagrado Co r a ç ã o d e J e s u s e c a d a u m a d a s Fraternidades. Após a celebração eucarística, os convidados dirigiram-se ao auditório da Rádio Aparecida, para uma sessão artística. O comentarista e apresentador Carlos Moreira, advogado e integrante do Grupo Teatral “Lumena”, fez elogiosas referências ao trabalho das Irmãs e falou sobre a espiritualidade franciscana baseada na pobreza.

No exercício da Hospitalidade, a Irmã Maria Eneide Martins saudou os presentes e procedeu à composição da mesa, integrada por Dom Paulo Rolim Loureiro, que presidiu a sessão desta magnífica festividade. O orador foi o deputado Geraldo Freire, cujas filhas estudaram no Colégio Pio XII e é grande amigo das Irmãs. O evento foi abrilhantado pela per formance do Coral Eucar íst ico – Comunicação, de São Paulo, regido pelo maestro Padre Antônio Fusari.

Após a sessão solene, a Província desenvolveu extensa programação com celebrações comemorativas em cada uma das suas Fraternidades. O aspecto litúrgico pastoral foi a tônica predominante destas comemorações. O c o r o a m e n t o f o i u m a s o l e n i d a d e intercomunitária que aconteceu em 25 de janeiro de 1976, no Centro Assistencial Imaculado Coração de Maria, quando foram inauguradas a Capela e as novas instalações dessa obra. E assim, com grande júbilo e ampla repercussão pública, a Província encerrou o Centenário de aprovação Pontifícia da Congregação das I rmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, em 1976. Na ocasião das festividades, foram muitas as mensagens encaminhadas por parte de amigos da Congregação e autoridades eclesiais. Em sua missiva, Dom Paulo Rolim Loureiro, da Diocese de Mogi das Cruzes, São Paulo, diz o seguinte: ‘Dentre os numerosos grupos da operosa família franciscana hospitaleira, nas suas atividades benéficas por este imenso Brasil, com alegria ressaltamos, para externar a nossa profunda gratidão e da Diocese, às Comunidades Paróquia de Nossa Senhora do Patrocínio, de Igaratá, e do Lar do

Velhinho, de Santa Isabel”.

Por sua vez, Dom João Resende Costa, Arcebispo Metropolitano de Minas Gerais e grande amigo da nossa Congregação, assim se referiu ao Centenário, no ensejo da publicação da crônica da Comunidade do Hospital Vera Cruz, de Belo Horizonte: “Os meus melhores votos de feliz 1975 vão acompanhados da expressão de alegria com que me associo às celebrações centenárias de Aprovação Pontifícia de sua benemérita Congregação. Cem anos de fidelidade e de realizações apostólicas merecem um grande hino de ação de graças a Deus e uma renovação jubilosa dos propósitos de uma resposta cada dia mais generosa aos apelos de Deus”.

O pronunciamento feito, na época, por Dom Thurler, Bispo Auxiliar e Vigário Geral, exaltou a dedicação das Religiosas ao longo de cem anos de evolução da Congregação. “É um momento que convida à prece e à renovada conscientização, em agradecimento a Cristo, que suscitou, por todo um século, corações ardentes e dedicados que, através dos tempos, promoveram a glória de Deus e dinamizaram o ideal da Congregação à qual foram chamadas”, afirmou Dom Thurler.

Dom Oscar Oliveira, Arcebispo de Mariana, Minas Gerais, se expressou dessa forma, ao homenagear o jubileu solene: “Alegro-me sobremaneira com tão grado evento. Pessoalmente fui alvo da caridade de suas Irmãs, quando internado no Hospital Vera Cruz, de Belo Horizonte. E foi este o caminho de que Se serviu o Senhor para trazer as Irmãs à nossa Arquidiocese de Mariana, onde, há mais de uma década, se dedicam com louvável solicitude e eficiência aos enfermos e à formação da juventude, no Hospital Santana e Ginásio Estadual de Guaraciaba, à sombra do seu virtuosíssimo e apostólico Pároco, Cônego Joaquim Dimas Guimarães, que ali trabalha há quarenta anos. Apresento à querida Congregação efusivos comprimentos e votos de crescimento de seu apostolado para a maior glória de Deus”. Diversas instituições também manifestaram suas congratulações pela passagem desse aniversário especial. Citando um trecho da mensagem enviada pela Beneficência Portuguesa de Campinas,

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São Paulo, onde as Irmãs atuavam nos cuidados aos enfermos e na Pastoral da Saúde: “A s s o c i a m o - n o s c o r d i a l m e n t e à s comemorações promovidas em todas as Casas da Congregação”. “O Centenário da Aprovação Pontifícia da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras oferece-nos a feliz oportunidade de testemunhar toda a gratidão da Arquidiocese de Campinas, pelos exemplares serviços prestados pelas Irmãs, seja no Hospital Beneficência Portuguesa, seja nas casas de Pirassununga”, destacou Dom Antônio Maia Alves de Siqueira, Arcebispo Metropolitano de Campinas.

D o m E u g ê n i o S a l l e s , A rc e b i s p o d a Arquidiocese do Rio de Janeiro, abençoou as Irmãs na ocasião das festividades centenárias. “ Ve n h o t r a z e r à s C o m u n i d a d e s d a Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro, do Retiro de Jacarepaguá e do Hospital do Carmo, as mais sinceras e afetuosas felicitações. Desejo manifestar, por este motivo, profundo agradecimento ao Senhor”.

Em sua carta, Dom Manoel Pedro, Bispo Diocesano de Petrópolis, Rio de Janeiro, revelou sua afeição pelas Irmãs e a satisfação pelo seu trabalho meritório. “Nossa Diocese, graças a Deus, tem duas casas dessas dedicadas Irmãs: uma na Fábrica Nacional dos Motores e outra em Santa Rosa, no meio da serra. Na Fábrica Nacional dos Motores, a atividade apostólica das Irmãs não se limita ao trabalho educacional do Instituto Jesus Maria José, que atinge centenas de crianças e lhes dá formação cristã; identifica-se também com a pastoral da paróquia, atendendo a vários setores em plena consonância com o Vigário. No meio da serra, mesmo sendo de repouso a casa, as Irmãs se dedicam à assistência religiosa e social ajudando nos ofícios da Capela de Santa Rosa, na Serra de Petrópolis”, relatou Dom Manoel.

Comemorações nas Fraternidades e Obras

Lar do Velhinho de Santa Isabel - O dia 14 de setembro, festa da Exaltação da Santa Cruz, foi escolhido pela comunidade da Instituição para a comemoração do Centenário, em âmbito local. Teve início com a celebração da Eucaristia na igreja paroquial, sendo

celebrante o pároco Padre João Orlando. O coral de jovens e crianças se apresentou lindamente. As leituras foram feitas por duas jovens e as preces comunitárias, por dois representantes da sociedade local.

Inauguração do C.A.I.C.M., no contexto centenário - Com esmero e grande entusiasmo, foi preparada a inauguração da Capela e das novas instalações do Centro Assistencial Imaculado Coração de Maria, inserida na comemoração do ano alusivo ao Centenário. Na manhã do dia 25 de janeiro, a nova capela, simples, mas majestosa, recebeu o cortejo dos sacerdotes que concelebraram a Eucaristia, presidida por Dom Mauro Morelli, Bispo Auxiliar de São Paulo e responsável pela Região Sul da Arquidiocese.

Foram concelebrantes os Padres Athos Luís Cunha, Saturnino Arto, Julio Andreatta, Arcângelo Gucchiari, Monsenhor Felipelli, representante da C.R.B. de São Paulo, e Frei M a n s u e t o G i o v a n n i B o z i e - K e t t e , representante de Dom Antonio José Sartori, Bispo de Palmas, Paraná. A abertura do novo templo, na periferia da grande São Paulo, contou, ainda, com a apresentação do Coral Paz e Bem.

Uma tríplice motivação alegrou os presentes: a inauguração da capela e novas instalações do CAICM, a comemoração centenária, a nível local, e a celebração do Jubileu de Prata das Irmãs Aliciene do Coração de Maria, Alice Marques, Arlete de Maria Santíssima, Maria Alcídia da Purificação, Maria de Lourdes Freire, Maria Leonor de São Geraldo e Palmira Martins Vilela. Com a presença da Superiora Provincial, I r m ã M a r i a E n e i d e M a r t i n s L e i t e , transcorreram as comemorações alusivas ao Centenário, nas Comunidades.

Festividade integrada da Cúria Provincial com a Beneficência Portuguesa de São Paulo – No dia 8 de dezembro, as Comunidades da Cúria Provincial e da Beneficência Portuguesa de São Paulo realizaram sua comemoração do Centenário. Na primeira, estiveram representadas todas as Comunidades do Estado de São Paulo, leigos

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amigos, representantes da Comunidade das Pias Discípulas do Divino Mestre e o Padre Carlos D. Vido, S.S.P., Capelão da Comunidade. No fim do ágape de confraternização, um grupo de Irmãs da Beneficência Portuguesa brindou os presentes com um miniprograma de arte, animado pela Irmã Maria Joaquina Rodrigues (Maria Umbelina de São Francisco).

A Superiora Provincial, Irmã Maria Eneide Martins Leite prestou uma homenagem às Irmãs Enfermeiras, por ela chamadas de “Missionárias da Saúde”, às quais ofereceu, na pessoa da Irmã Normélia Fernandes da Silva, Conselheira do Setor, um troféu de Honra ao Mérito. O programa vespertino esteve a cargo da Comunidade de Beneficência Portuguesa e teve como ponto alto a missa festiva, concelebrada na capela da Casa.

Colégio Pio XII, em Brasília-Distrito Federal - Foi uma semana festiva que teve a finalidade de comemorar, com carinho e alegria, os 100 anos do reconhecimento pontifício da Congregação. Nesta ocasião, o lema que uniu centenas de pessoas foi: “Criar Paz e multiplicar o Amor”. Vieram caravanas de comunidades de outros estados, incluindo Mariópolis, Paraná; Guaraciaba e São Gotardo, Minas Gerais; e Rio de Janeiro.

Na abertura das atividades, houve Missa Solene de Ação de Graças, na Igreja Paroquial N. S. de Fátima, celebrada por Dom José Lima, Bispo de Itumbiara, Goiás, amigo da Congregação, que substituiu Dom José Newton, Arcebispo de Brasília. Para a celebração, acompanharam-no Dom José Lima, Frei Luis, Frei Bernardo Câncer, ofm cap. e Cônego Teófilo Rocha de Oliveira, Pároco da Igreja São Cristóvão, no Rio de Janeiro e outros Sacerdotes amigos da Congregação. A comunidade estudantil participou ativamente da programação nos campeonatos esportivos, peças teatrais e outras manifestações artísticas.

Instituto Educacional Jesus Maria José ( F. N . M . ) , n o R i o d e J a n e i r o - E m reconhecimento ao trabalho de pastoral educacional das Irmãs, a comunidade paroquial não mediu esforços para agradecer e enaltecer a dedicação das Religiosas nessa

localidade. Esse foi o sentimento comum que uniu a Paróquia, Condaco (Conselho da Comunidade), Circulo Operário e o Colégio Estadual Barão de Mauá, que organizaram a festividade dedicada ao Centenário da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras, realizada na Fábrica Nacional de Motores.

Hospital da Ordem Terceira do Carmo - A comunidade hospitalar promoveu uma série de atividades comemorativas nos anos de 1975 e 1976. Em 10 de maio de 1975, houve uma missa solene, quando também houve a comemoração das Bodas de Prata de Irmã Magna Mesquita (Leontina), da Fraternidade do Hospital da Ordem Terceira do Carmo. O ofício religioso foi prestigiado pelas Irmãs, amigos, colaboradores e demais integrantes da instituição.

Comunidade de São Gotardo, Minas Gerais – A comemoração do Centenário foi marcada por um tríduo eucarístico, nos dias 26, 27 e 28 de maio, ocasião em que professores e Irmãs falaram sobre a vocação religiosa e a espiritualidade franciscana. A culminância foi a Celebração da Eucaristia, na Igreja Matriz de São Sebastião. O templo estava lotado e encheu-se de júbilo diante de manifestações como a apresentação de um grupo de crianças, que iluminou o recinto, que estava às escuras, conduzindo 100 velas acesas. Uma nota especial de beleza, somada a gestos de partilha e solidariedade, como a coleta de alimentos não perecíveis destinados aos mais carentes.

Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro – A missa dedicada ao Centenário foi concelebrada por cinco sacerdotes, na Capela de São João de Deus, sendo oficiante Dom Eduardo Koait, Bispo Auxiliar da Arquidiocese e representante do Cardeal Dom Eugênio Sales. O ritual litúrgico foi conduzido, ainda, pelos Padres Levi Sena, Vigário da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, Teófilo Rocha de Oliveira, Vigário da Paróquia de São Cristovão, João de Deus, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Del Castilho e Frei Basílio Zardo, OFM cap, capelão da Beneficência. Os cânticos estiveram a cargo do conhecido Coral da Imaculada Conceição.

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Comunidade de Jacarepaguá, Rio de Janeiro - A Comunidade do Retiro de Velhice de Jacarepaguá comemorou, no dia 5 de outubro, o Centenário da Congregação com uma singela programação, carinhosamente preparada. Na Missa, o Vigário da Praça Seca, Padre Gilberto Raja, abordou o histórico da Congregação e exaltou o ideal da Vida Religiosa. Um grupo de jovens da Paróquia entoou cânticos alusivos a São Francisco. Ao final, houve uma confraternização, quando a Irmã Almerinda Afonso Brito usou a palavra em nome da Superiora Provincial.

Hospital Vera Cruz, Minas Gerais - A equipe da Instituição esforçou-se por comemorar o Centenário com uma programação à altura desse importante marco histórico. A Missa foi concelebrada por cinco sacerdotes, sendo celebrante principal o Bispo Auxiliar da Arquidiocese, Dom Serafim Fernandes de Araújo, representando Dom João Rezende da Costa, Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte. Os concelebrantes foram Padre Arnaldo Ribeiro, Padre Augusto Padrão, Frei Urbano Plentz, OFM, e Padre Eduardo Amantéa. Compareceram a essa festividade comemorativa, além da Madre Provincial e das Conselheiras Normélia Fernandes e Cecília Aparecida de Souza, representantes das Comunidades de São Gotardo e Guaraciaba, membros da Diretoria, médicos e enfermeiros do Hospital.

Hospital Santana, Guaraciaba, Minas Gerais - A comunidade hospitalar realizou um programa bem elaborado, nos dias 17 a 19 de outubro, na comemoração do Centenário da Congregação. No primeiro dia, houve Missa no Ginásio José Mateus de Vasconcelos, reunindo Irmãs, amigos e benfeitores. O segundo dia foi inesquecível, quando cem crianças em situação de vulnerabilidade social, que estavam largadas nas ruas, receberam cuidados de higiene e trajes adequados, além de serem orientadas pelas Irmãs na catequese preparatória para a Primeira Eucaristia que receberam naquele dia. A Missa foi celebrada na Igreja Matriz e os cânticos executados pelas próprias crianças, realização que evidenciou a capacidade e o espírito de luta da Irmã Myriam de Jesus Almeida, fhic.

Após a Missa, o Coral Alvorada, formado pelos alunos do Ginásio, prestou homenagem de gratidão a cada uma das Irmãs que estiveram e as que ainda continuam em Guaraciaba, com destaque especial para a Superiora Provincial, Irmã Maria Eneide Martins Leite, como fundadora do Ginásio e primeira Superiora do Hospital Santana.

Fraternidade Nossa Senhora de Fátima de Mariópolis, Paraná - Um ágape fraterno, no 31 de julho de 1975, foi sediado naquela Fraternidade. Após os atos litúrgicos, os Franciscanos Menores, da cidade de Pato Branco, no Paraná, ofereceram às Irmãs uma singela confraternização. O convidado especial foi o Bispo da Diocese de Palmas, Dom Agostinho José Sartori.

Homenagem às Irmãs Egressas - Em todas as Regionais da Província do Sagrado Coração de Jesus houve, no dia 07 de dezembro, uma confraternização com as Irmãs exclaustradas e as egressas, conforme o Planejamento Internacional Pró-Centenário. Desta forma, houve o encerramento, com chave de ouro, das comemorações cheias de júbilo e manifestações de amor à Congregação pelos seus 100 anos de Aprovação Pontifícia, completados no ano de 1976.

“Para as pessoas que questionam a Igreja ou questionam se tem ainda sentido a Vida Religiosa, responde este Centenário da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, a transcorrer de 75 a 76, com as suas Religiosas espalhadas no Antigo e Novo Continente, laborando nas Missões da África e da Índia, e atuando nas diversas formas de apostolado, não apenas em todo o território de Portugal, seu país de origem, como Espanha, Itália, América do Norte e Brasil, onde ela se instalou desde 1911”, diz um trecho da redação referente ao Centenário produzida por Irmã Áurea Fontes, escritora da Província Brasil Sul, de feliz memória.

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celebração do Ano Centenário de presença da CONFHIC no Brasil pode-se

dizer que teve início com a audácia apostólica da Irmã Anna Figueiredo Carvalho. Em 1999, nos seus 70 anos de curiosidade intelectual e movida pelo desejo de retomar a memória do espaço histórico e de resgatar a herança do testemunho grandioso das nossas irmãs pioneiras, a Irmã Anna partiu para sua pesquisa histórica, na audácia da fé, e nos legou as raízes deste centenário ao publicar o livro "O Zelo de Deus em Nossa História".

Ao celebrar este Centenário, no ano de 2011, os Governos das Províncias Brasileiras decidiram realizar uma peregrinação aos locais de origem da CONFHIC no Norte do Brasil, como ação preparativa para a abertura das comemorações. Decidiram, também, expressar à Província de Santa Maria, em

Portugal, toda gratidão pelas Irmãs pioneiras que chegaram ao Brasil um século antes. Consagrando este momento tão especial, as Províncias Brasileiras tiveram a alegria de contar com a presença da Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro, Superiora Geral da CONFHIC, nesta histórica jornada celebrativa no Norte do país.

As Províncias Brasileiras - Província de Santa Cruz (Brasil/Norte) e Província do Sagrado C o r a ç ã o d e J e s u s ( B r a s i l / S u l ) responsabilizaram as Irmãs Cesarina Lago de Souza, Gisele Catarina da Cruz Ribeiro, Marilúzia de Barros Sobreira e Anna de Souza Freitas para a missão de elaborar os subsídios voltados à vivência do Ano Centenário: a Oração do Centenário, as celebrações temáticas mensais e a programação comemorativa.

100 Anos sob o Olhar Providencial de Deus

“Rejubile o coração dos que buscam o Senhor”! (Sl 104,3b)

A

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 197

ORAÇÃO PELO CENTENÁRIO

Meu Deus e meu tudo, amigo dos homens e mulheres do planeta, nós Te adoramos. Contemplamos Tua face cheia de amor. Vimos, com o coração cheio de alegria, louvar, bendizer e agradecer os 100 anos de presença de nossa Congregação nas terras de Santa Cruz.

As duas Províncias brasileiras querem testemunhar que o Teu olhar providencial de Pai-Mãe de bondade cuidou-nos, acompanhou-nos e velou por nós, orientando-nos no Bem a fazer e ajudando-nos a levar a Paz e a Hospitalidade a todos os destinatários da nossa missão de Franciscanas Hospitaleiras, nos quatro continentes onde estamos plantadas.

Queremos dar graças pelo dom da consagração batismal, radicalizada em nossa profissão religiosa.

Confiantes na misericórdia do Teu bondoso coração, imploramos as graças de que precisamos para continuar a perfazer o caminho, seguindo as Tuas pegadas, e, sob o Manto de Maria, a Imaculada Hospitaleira, alcançaremos a graça de fazer o Bem onde seja preciso. Inspira-nos hoje gestos de acolhimento e hospitalidade, radicados em Teu amor.

Amém.

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No dia 21 de junho de 2010, no Colégio São José, em Salvador, Bahia, houve a celebração da Eucaristia, no Santuário de São José, primeiro da CONFHIC, como marco da abertura do Ano Centenário. A solenidade contou com a significativa presença de Irmãs da Província do Sagrado Coração de Jesus – Brasil Sul. Após a celebração, os convidados participaram da sessão solene, no Teatro São José, quando assistiram a uma encenação teatral alusiva ao Centenário e, na culminância desta noite de brilho solene, compartilharam momentos de confraternização, no espaço Mãe Clara.

Preces comunitárias na Missa de Abertura do Ano Centenário

1. Pela nossa Congregação que há cem anos, aqui no Brasil, vem dando sua contribuição para a construção do Reino. Que continue com esse vigor, anunciando o Evangelho onde houver necessidade. Rezemos ao Senhor

2. Pelas pessoas que contribuem para o crescimento e o f lorescer da nossa Congregação aqui no Brasil, para que sejam recompensadas por todo bem que fazem. Rezemos ao Senhor

3. Pela nossa Igreja, Mãe e Mestra, que há cem anos nos acolheu com carinho e continua nos acolhendo em terras brasileiras, para que sejamos testemunhas da presença de Cristo em nosso meio. Rezemos ao Senhor.

4. Pela Fasfhic que foi implantada com o objetivo da vivência do Carisma Franciscano Hospitaleiro, para que encarne em cada membro a profundidade do acolher a todos. Rezemos ao Senhor.

5. Pelos jovens participantes da Jufhic, para que possam vivenciar os apelos de Deus no seu projeto de amor, de justiça, de verdade e acolhimento. Rezemos ao Senhor

6. Pelas crianças da Infhic, para que cresçam orientadas e iluminadas pela luz do Divino Espírito de amor, paz e justiça. Rezemos ao Senhor.

MENSAGEM DE ABERTURA DO ANO CENTENÁRIO DE PRESENÇA DA CONFHIC NO BRASIL

• Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor

Cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo, DD. Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil.• Reverendíssimo Padre Robson Rios Pinto -

Reitor do Santuário de São José. • Reverendíssimo Padre Edson Menezes da

Silva - Reitor da Basílica do Senhor do Bonfim.• e demais Sacerdotes, aqui presentes.

• Reverendíssimas Irmãs Cacilda Luzia de

Santana e Maria de Lourdes Rodrigues Barbosa, Conselheiras Gerais da CONFHIC. • Estimadas Superiora Provincial, Irmã Maria

Vilani Rocha de Oliveira, Conselheiras e demais Irmãs da Província do Sagrado Coração de Jesus.• Amadas Irmãs da Província de Santa Cruz e

demais Irmãs das Congregações, aqui presentes.• I lustres Autoridades presentes e/ou

representadas.• Senhoras e Senhores.

• Minhas Irmãs e meus irmãos.

Agradecemos a calorosa presença de todas e de todos.

Sintam-se acolhidas e acolhidos nesta casa, sob as bênçãos de São José e, com a Imaculada Hospitaleira, glorifiquemos ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, pelo dom de celebrar o I Centenário de presença da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, nesta terra, Brasil.

“Alarga, quanto puderes, as peles dos teus pavilhões; alonga as tuas cordas e finca as tuas estacas. Pois tu te estenderás para a direita e para a esquerda e a tua posteridade tomará posse de outras terras e povoarás cidades desertas”.(Is 54, 2-3)

Avançando pelas frestas dos anos, a voz profética instala-se entre nós nesta noite,

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 199

como se legitimasse, outra vez mais, a fé e o amor incondicional ao mandato divino, que deram início a uma fascinante jornada do nosso carisma, em solo brasileiro.

À insegurança dos tempos, atuou a Providência Divina, na generosidade de Dom Amando Bahlmann, OFM, Bispo de Santarém, Pará, que convidara Irmãs para obras de educação, nesse estado. As Irmãs partiram então de Tui - Espanha, com desembarque em Belém do Pará, a 21 de junho de 1911.

As pioneiras, Irmã Maria da Circuncisão Ribeiro e mais 09 Irmãs, receberam a "glória de semear, com o sacrifício da própria vida, na vasta região amazônica, as primeiras sementes Franciscanas Hospitaleiras, herança dos nossos Fundadores: Pai Raimundo dos Anjos Beirão e Madre Maria Clara do Menino Jesus. Na fé, na obediência e com grande ardor missionário, ali fincaram as raízes da nossa amada Congregação, sob o impulso do Espírito Divino”.

Hoje, é como um dever de gratidão retomar o fato histórico da fundação dos 3 Colégios: São Francisco, em Monte Alegre, Santo Antônio, em Alenquer, e PIO X, em Itacoatiara, no norte do Brasil, redimensioná-lo na sua importância e apresentá-Io novo "às gerações que hão de vir" (SI 47,14).

Apesar da breve duração destas obras - setembro de 1911 a janeiro de 1915 - a Região Norte guarda o valor do ponto de chegada e de partida para outras fundações que frutificaram nestes 100 anos.

“Mas recebereis uma força: a do Espírito Santo que descerá sobre vós e sereis Minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e na Samaria e até aos confins da terra.”(At 1,8)Confiantes nesta promessa do Senhor, avançamos de Itacoatiara, no Amazonas, a Vacaria, no Rio Grande do Sul; de Mossoró, no Rio Grande do Norte, a Pirassununga em São Paulo; de Penedo, em Alagoas, a Campo Formoso, na Bahia. Nas capitais Salvador, terra hospitaleira que agora nos acolhe, Aracaju, Brasília ou no interior do Paraná, do Rio de Janeiro ou de Minas Gerais, por onde se caminhou, fomos deixando pegadas que o

tempo, quantas vezes acusado de algoz, outras de justo, não permitiu serem apagadas da memória coletiva.

Na missão árdua e ingente a que se devotaram, as nossas primeiras educadoras c h e g a r a m a r e s u l t a d o s o s m a i s extraordinários. Só o espírito evangelizador e as virtudes da fé podem explicar o milagre de terem conseguido amalgamar, na sociedade, os fatores díspares da formação de nosso povo, integrados todos na pedagogia franciscana hospitaleira do amor e do acolhimento.

Com o decurso do tempo e experiência adquirida, é fácil aquilatar quanto se tornou profunda e benéfica a influência moral desse período que ainda hoje caracteriza a fisionomia da nossa Congregação, que educa evangelizando.O dinamismo no Setor Apostólico Missionário reflete a clarificação do ideal transfigurado em rosto de Hospitalidade, o empenho pelo aperfeiçoamento e elevação do nível cultural das populações atendidas.

E também evangeliza, cuidando dos enfermos, dos desvalidos, dos abandonados, animada pela verdadeira caridade e pelo vigor missionário. Contempla a necessidade, torna-se engenhosa em descobrir as causas das diferenças sociais, encontra os meios para vencê-Ia resolutamente, pelo destemor e abnegação das Irmãs.

Uma tradição ávida em modernizar o presente, a exemplo dos Colégios, os quais se e n c o n t r a m e m p l e n a e x p a n s ã o e desenvolvimento, do Hospital da Sagrada Família, único da Província de Santa Cruz, que consolida serviços de qualidade e se estabelece na vanguarda, em constante expansão, comprometido com o bem maior que é a vida.

Inúmeras obras foram iniciadas em resposta ao clamor dos necessitados e na urgência de atender sofridas áreas do interior do Brasil. Nas diversas localidades, as nossas Irmãs assumiram as atividades de catequese, assistência aos doentes e o cuidado dos pobres e flagelados. Com perseverança e

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amor, dedicaram o melhor de suas energias a serviço do Reino.

Aberta à novidade do espírito, a chama do dinamismo missionário alarga, sem fronteiras, a Tenda da Hospitalidade, comprometendo-nos a ser anunciadoras das bem-aventuranças, apóstolas da alegria, testemunhas e pastoras da vida nas duas Províncias brasileiras, em uma nova missão, na cidade de Nuevo Laredo, México e, mais tarde, em Jalisco, também no México.

Neste século de presença, enveredamos pelas sendas da Educação, da Saúde, da Promoção S o c i a l . Po r t ã o l o n g o s a n o s v i m o s protagonizando uma ação cultural e evangelizadora criativa que nos inscreve na história.

Gerações de Irmãs nossas continuam encarnando o Carisma da Hospitalidade e, em terna convivência com crianças, jovens, adultos, anciãos e com tantos colaboradores e colaboradoras e, hoje, com a Fasfhic e a Jufhic. É forçoso proclamar que essas conquistas já contabilizadas, combinadas com os desafios ainda por vencer, merecem registro hoje, quando comemoramos o I Centenário da história da nossa amada Congregação no Brasil. A chama do Carisma permanece iluminando, e se mantém acesa nas Irmãs empreendedoras nas diversas obras, em comunhão com a Igreja, com os nossos Pastores e com as animadoras das Províncias do Sagrado Coração de Jesus e de Santa Cruz.

Neste ano abençoado, também celebramos o Bicentenário de nascimento do nosso querido Fundador, Padre Raimundo dos Anjos Beirão, homem que sempre procurou fazer o bem onde havia o bem a fazer.

Celebramos, ainda, com júbilo, mais um importante passo no avanço do Processo de Canonização da nossa Venerável Fundadora, Madre Maria Clara do Menino Jesus. O milagre, operado por Deus, através de sua intercessão, em D. Georgina Troncoso Monteagudo, foi aprovado pelo Congresso dos médicos, no dia 14 de janeiro do corrente ano.

O olhar providencial de Deus ilumine a nossa

fé, renove a nossa esperança, fortaleça a nossa caridade, para que sejamos, para todas e para todos, testemunhas da divina hospitalidade.

Continuemos a tecer a história da Confhic, nesta Terra de Santa Cruz, firmadas na Palavra do Senhor que, hoje, mais uma vez, ressoa aos nossos ouvidos:

“Eu sempre estarei contigo, como estive com Moisés; não te deixarei nem te abandonarei.”

(Cf. Os 1,5)

Muito Obrigada.

Irmã Margarida dos Santos Lima Superiora Provincial

Queridas IrmãsHá exactamente cem anos atrás, nesta festa de S. Luís de Gonzaga, santo que, muito cedo, entregou a sua vida ao Senhor e ao cuidado de irmãos enfermos, as nossas primeiras Irmãs missionárias portuguesas chegaram a cidade de Belém, no estado do Pará.Terá sido uma coincidência ou o desígnio de Deus que elas chegassem ao Brasil, no dia em que a Igreja celebrava este jovem jesuíta cujotestemunho de entrega, nos recorda o ministério samaritano da compaixão, da misericórdia e do cuidado?A nossa vocação franciscana hospitaleira continua impelindo-nos a ir ao encontro dos irmãos chagados que se encontram caídos nos caminhos desumanos de nosso tempo. É para eles que somos chamadas a ser presença e rosto de ternura, de compaixão e de misericórdia.Este é um dia de festa, de memória e de ação de graças.Que o Senhor compassivo e misericordioso nos ajude a seguir, com a mesma audácia e ardor apostólico, as pegadas das nossas corajosas pioneiras da missão franciscana hospitaleira, no Brasil, no longínquo ano da graça de Deus de 1911.

Queridas irmãs, a paz, a bênção e o amor de Deus estejam com todas vocês.

Nosso abraço de imenso carinho.Linda-a-Pastora, 21 de junho de 2011.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 201

Irmã Maria de Lurdes Rodrigues BarbosaIrmã Maria da Glória S. FerreiraIrmã Musela NunesIrmã Luzia de SantanaIrmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro

Um dos pontos altos das comemorações foi a caminhada luminosa que reuniu uma legião de fiéis, Irmãs, alunos, pais e amigos da Congregação, em 22 de junho de 2010. A peregrinação partiu da Avenida Luís Tarquínio, 18, onde teve início o Colégio São José, em 1926, primeira casa da CONFHIC na Bahia. Seguiu à luz de tochas, ao som de cânticos e louvores até o Convento Sagrada Família, para encerrar com recital e palavras de gratidão a Deus.

Poema alusivo ao CentenárioIrmã Maria Dalvanir Filgueira Rosado

Há 100 anos, a CONFHIC se expandiu E se firmou nas terras do Brasil!Do Norte ao Sul cresceu,Com toda a força que o Senhor lhe deu!Hoje, somos Província de Santa CruzE do Sagrado Coração de Jesus,Servindo em terras brasileiras,Como Irmãs Franciscanas Hospitaleiras.Em colégios, creches, abrigos e hospitais.Junto ao povo, inserindo-se sempre mais.No afã de sempre ser IgrejaNas diversas atividades pastorais.Fazendo o que o Senhor deseja.“Unidas para tecer um futuro de esperança”,No ideal que a nossa fé alcança.Ao comemorar no Brasil um centenário,Vivenciando um impulso missionário,“De Raimundo e Clara abertos à graça,Nos vem este dom, esta herança feliz:Onde houver o bem a fazer que se faça,Ao jeito pobre de Assis”.Que a Imaculada Conceição HospitaleiraNos ajude a consagrar a vida inteiraE para sempre Iluminar e AquecerSeja constante o nosso eterno viver.

Acontecimento memorável foi a Tenda do Lava-Pés, projeto de animação da Formação Permanente promovido pelo Governo Geral, que reuniu as Superioras das Províncias do Brasil e Irmãs convidadas, no período de 23 a

29 de junho de 2010, no Convento da Sagrada Família, em Salvador. Lição de serviço e de amor, o evento atendeu ao objetivo de revigorar a experiência evangélica de autoridade/obediência, conduzida pelos nossos Fundadores, à luz das fontes do carisma.

A Comissão responsável pela programação do Ano Centenário promoveu a Peregrinação Simbólica das Raízes da Confhic, em julho de 2010. As raízes da CONFHIC realçaram a presença do carisma, através da peregrinação da foto oficial dos Fundadores, Madre Maria Clara do Menino Jesus e Padre Raimundo dos Anjos Beirão, acompanhados da Lucerna, ao visitar cada Fraternidade das Províncias brasileiras. Foram momentos bastante participativos, com o envolvimento das respectivas comunidades locais, em atos de louvor e atividades marcadas pela emoção cristã. Como elemento evocativo da celebração dos cem anos, houve o lançamento de outdoors e banners comemorativos.

21 de Junho de 2010 a 21 de Junho de 2011.

LUCERNA EM PEREGRINAÇÃO PELAS FRATERNIDADES

Província de Santa Cruz - Província do Sagrado Coração de Jesus

(Lucerna: Óleo que suaviza a dor)

“Ó luz do Senhor, que vem sobre a terra, inunda meu ser, permanece em nós!” (bis)Em Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo... Amém.

Ver a realidadeOntem:“Alarga, quanto puderes as peles dos teus pavilhões; alonga as tuas cordas e finca as tuas estacas. Pois tu te estenderás para a direita e para a esquerda e a tua posteridade tomará posse de outras terras e povoarás cidades desertas” (Is 54, 2–3).

Mãe Clara e nossas primeiras Irmãs realizaram várias caminhadas longas e difíceis, enfrentando muitos desafios, tais como: andar a pé, a cavalo, atravessar rios em pinguelas perigosas, segurando o hábito para evitar que molhasse e ferindo, várias vezes, os pés nas

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pedras do rio. Tudo isso para levar o “Óleo que suaviza a dor”.

Em 21 de junho de 1911, nossas Irmãs pioneiras chegaram em terras brasileiras: Belém do Pará. Deixaram sua marca: hospitalidade; acolhimento, misericórdia!; bem-aventurança da Irmã Franciscana Hospitaleira.

Ve j a m o s a l g u n s a t o s h o s p i t a l e i r o s significativos:

Fato notável

A inauguração oficial do Hospital da Sagrada Família aconteceu, em 21 de novembro de 1943, e as primeiras Irmãs da comunidade foram Irmã Ilídia da Anunciação (Júlia da Cruz Nunes) e demais Irmãs: Irmã Maria Afonsina de Santo Antônio (Maria Esmerinda Bittencourt), Irmã Maria Celestina do Menino Jesus (Maria Joana da Silva), Irmã Maria Luiza de Fátima (Maria Neta Santos); Irmã Maria Paulina da Purificação (Luzinete Barbosa da Silva); e Irmã Maria Armanda do Menino Jesus (Eulália Lúcio da Silva). A seguir veio Irmã Maria da Divina Providência, (Antônia D´ Onofrin ou Antônia Oleima d`Onófrio - Rio Claro, São Paulo. Das fundadoras, na época do Ano Centenário, integravam as respectivas Fraternidades as Irmãs: Irmã Maria Afonsina, Irmã Maria Luiza e Irmã Maria Paulina da Purificação, no Convento Sagrada Família; Irmã Maria Armanda do Menino Jesus, na Fraternidade do Lar Menino Deus, Pirassununga, São Paulo.

Como acontece em todo começo de fundação, não havia quase movimento. Apesar da pobreza do início, nunca faltaram pedintes. Um fato notável:

Um dia apareceu uma pessoa pedindo um pouco de manteiga; só tinha um resto, muito pouco. A Irmã responsável pela cozinha perguntou à Madre Ilídia como fazer, ao que ela respondeu:

- A minha Irmã dê tudo que tem.À tarde apareceu alguém que trouxe uma lata de manteiga, e a Irmã Ilídia disse:

- Veja, minha Irmã, Deus recompensou a nossa

esmola, confirmando assim a frase da Escritura:- “Quem dá ao pobre, empresta a Deus”. (Prov. 19,17)Milagre! Só o amor de Deus opera maravilhas!

Irmã Judite de Lourdes (Arauto da Santa Cruz, dezembro de 1974, Pág. 04.)

Vigilante da caridade

Toda árvore boa dá bom fruto. (Mt 7,17).

Em Recife - Pernambuco, na década de 60, a Irmã Maria do Divino Amparo (Ana Eufrosina Cardoso, reside atualmente no Convento Sagrada Família); integrava a Fraternidade que exercia a missão Franciscana Hospitaleira, no Derby. Era um Hospital da Polícia Militar e, por vezes, pacientes escoltados eram atendidos.

A Irmã Amparo é um desses corações sensíveis que tomam como sua a necessidade dos outros, sempre atenta em minorar o sofrimento alheio e, por isso, deixa atrás de si um rastro de luz.

Certa vez, tomou-se de misericórdia ante o sofrimento de um soldado que, havia horas, montava guarda à beira da cama de um prisioneiro. Movida pela caridade que a tudo se arrisca, assumiu o posto de vigilância, de fuzil em punho. O militar argumentara sobre as penalidades que ele poderia sofrer; vencido, porém, pela generosidade da Irmã Amparo, sentou-se e tomou o lanche que ela lhe preparara. Gesto simples e quase anônimo, não fosse a partilha comunitária feita pela Irmã Maria Ancila do Espírito Santo (Maria do Espírito Santo); reside no Convento Sagrada Família, companheira de Fraternidade. Narrou ainda que, em outras ocasiões, a Irmã Amparo levava uma cadeira e dizia:

- Sente-se aqui um pouquinho para descansar; eu fico no seu lugar, montando guarda.

Somente quem é capaz de perceber as necessidades dos outros experimenta o cuidado providente do Altíssimo. Assim é a misericórdia: fruto do divino impulso que tudo opera.Bem-aventurados os misericordiosos,

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 203

porque alcançarão misericórdia. (Mt 5,7).junho de 2010 - Serviço de Crônica da Província de Santa Cruz

Hoje: Irmãs da Fraternidade - relatar espontaneamente, atos de Hospitalidade em sua missão atual:Canto: Tua Palavra é lâmpada para os meus pés, Senhor, lâmpada para os meus pés, Senhor, luz para o meu caminho. (bis)Leitura Bíblica: Mt 8, 23–27Canto de AclamaçãoLeitura do texto – deixar um tempo para reflexão pessoal.Relatar o texto.Responder: Porque vocês têm medo? E eu?Vocês ainda não têm fé? Onde está a fé que vocês têm? E eu?Oração pela beatificação de Mãe Clara: com Pai Nosso e Ave MariaCanto: Irmãs Franciscanas Hospitaleiras/ chamadas por Deus e por Ele escolhidas,/ na simplicidade, vós sois hospedeiras de toda a riqueza que brota da vida.Ref: Irmãs Franciscanas Hospitaleiras/ da Imaculada Conceição, no acolhimento vós sois mensageiras/ da paz e do amor aos sofridos irmãos.No exemplo mais forte de hospitalidade,/ Maria acolheu a Palavra do Pai. Quais outras Marias, com fé e verdade/ o Seu testemunho no mundo imitar.Palavra de ordem dos Fundadores: “fazer sempre o bem onde houver a fazer!”/ na misericórdia com os sofredores,/ o próprio Jesus procurais acolher.Encerramento: Bênção de São Francisco, cantada.Nota: Durante a semana de visita da Lucerna, fazer orações baseadas no “Iluminar e suavizar”, e rezar a oração do Papa João Paulo II, dirigida às Hospitaleiras.

Antes da entrega da Lucerna à outra fraternidade, as Irmãs são convidadas a fazer uma celebração criativa como:

Ação de graças pelos dias de presença da Lucerna, momentos fortes vividos durante a v i s i t a , g r a ç a s re c e b i d a s , m u d a n ç a s acontecidas ...

A Superiora Geral e os membros dos

Conselhos Provinciais do Brasil visitaram os lugares de chegada das Irmãs pioneiras, no Pará, refazendo os seus passos, na missão, seguindo uma tr i lha de louvor, em peregrinação pelo Norte do país, a partir de 10 de setembro 2010. Na ocasião, infelizmente, não foi possível visitar a cidade de Itacoatiara, no Amazonas, em virtude de dificuldades de deslocamento e para preservar a agenda de atividades programadas.

Peregrinação em versos Saindo de Salvador e de São Paulo, Nosso destino era Belém. No aeroporto, encontramos Hospitaleira também; Ir. Normélia e sua sobrinha Nos aguardavam: vem, vem! À Ecopousada Miriti Nos levou o Sr. João Da frota Vitória Régia, Com amor e devoção. Seu automóvel aconchegante Não nos deixou na mão; Nos entregou a Priscila Para nos aconchegar neste chão. Nossas Irmãs SMIC Já em Belém iniciaram, Acolhendo nossa peregrinação, Hospitalidade ensinaram. Em Alenquer, o acolhimento continuou Irmã Patrícia, Irmã Lúcia e Irmã Jacinta A nós tudo facilitou. Às Irmãs Dorotéias de ontem e de hoje Queremos levar nossa gratidão Por dons tão generosos oferecidos Que nos comovem o coração. Sentimos, mais uma vez, em casa Como nossas pioneiras de então. Obrigada, Irmãs Dorotéias, Também partilham da missão: Acolher a quem a hospitalidade Vem trazer a este chão. A Deus nosso louvor, A vocês nossa gratidão. A nossa prece outro tanto Com todo amor e admiração. A Avenida Nazaré Nós a percorremos a pé Imitando nossas dez Irmãs Que a Nossa SenhoraOlharam com fé.

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Nesta pequena caminhada, Sentimos suas presenças Como nas águas do Amazonas Seus passos a flutuar. Dom Alessio, Bispo irmão, Por nós se interessou:À pousada Miriti atéMaria José enviou, Para dele nos aproximar E dos seus projetos nos inteirar. De Belém a Santarém Quanta expectativa levávamos! Para nossa grande alegria No aeroporto, Dom Esmeraldo nos esperava. Acolhia sete Hospitaleiras Pois uma delas ficava. Ao chegar ao Seminário, Chuva de bênçãos nos vêm; Só quem faz a experiência Sabe o que é ir a Santarém. Dom Esmeraldo, irmão e pastor, As Hospitaleiras lhe querem bem!

À noite, a Eucaristia Em sua capelinha celebrou O evangelho do dia A todas interpelou. Para as águas mais profundas Foi o que indicou; Com Deus à frente é possível De nada haver temor! Dom Esmeraldo em sua bondade Nos enviou à Alter do Chão E Joni, seu motorista, Cumpriu bem sua missão. Encontramos dois canoeiros Que nos mostraram a região. A uma Aldeia nos levaram Que palco de cenário foi Tainá III ali passou E a memória nos deixou De contemplar, com alegria A presença do Senhor! Nossos irmãos seminaristas, Jovens e animados, Crescendo em graça e virtude, Entregam-se ao esperado; Com alegria nos recebem Dizendo-nos do Bem Amado A Óbidos nos dirigimos, O Espírito Santo é o condutor. Almas sedentas fizemo-nos Dos desígnios do Senhor.

O povo paraense tão bondoso Espera do Senhor seu favor Dom Bernardo, que encanto! Franciscano por vocação Às comunidades, como pastor, Cuidadosamente nos apresentou E o povo simplesmente A ele se juntou, Comprometendo-se a rezar Por um futuro promissor Ao Recanto Marinho, na Amazônia, Em meia hora chegamos Com Dom Bernardo ao volante E Dr. Norbert ajudando Para admirar a beleza Que com o coração contemplamos. Nordestinas a caminho, Calor e poeira, logo griparam; Um sorvete de cupuaçu Foi o remédio encontrado, Pois farmácias existiam, No domingo, todas fecharam. De Alenquer a Monte Alegre De Marionete viemos. Esta parou empacada E para não cozinhar os chifres Pelos homens foi empurrada. Não faltou força feminina De Conceição encantada Bastou um toque dos seus dedos E a Marionete, desempacada. Poeira, poeira, calor, calor Na estrada havia, Mas não faltavam sorrisos A quem mesmo desconheciam; Crianças, jovens e adultos A todas surpreendiam. O motorista e o cobrador A todos conheciam; A cada dois passos buzinava, Avisando que chegariam, Malas, sacos e animais na estrada Por eles não ficariam. Segunda noite em Monte Alegre, Como foi difícil dormir! De madrugada partimos Rio Amazonas a subir. Levando o grande calor E o sete de setembro a sentir. Nas águas serenas do Rio Amazonas,

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 205

Seguimos em paz a Santarém; Umas dormiam, outras velavam A contemplar o vermelho do além. De um lado, o sol a nascer louvava ao seu Criador, Do outro, o verde das matas Também era encantador! Durante a viagem, Grandes transformações O Rio Tapajós vira patajós, A muriçoca carapanã vira Maracanã, Emaús é Mauá, Cupuaçu é patuaçu, Munducuró é cururu, Joni em Jonas e Júnior,E fifó, nem digo o que é. Ao Governo Geral de hoje, Como agradecer? Que nos enviou nossa Geral Para conosco conviver. Alegrias! Desafios! Quanta sede no ser! Conosco partilha o desejo De na Amazônia viver! Para o Governo Geral Segundo triênio é missão Ad gentes ou Inter Gentes Não podemos dizer não!

Irmã Valdinez Gomes de Novais

Memórias de uma peregrinação ao Pará (Norte do Brasil)Foi saindo de Tui, Espanha, que as nossas 10 Irmãs tomaram como destino a Terra de Santa Cruz: Brasil. Em Belém, pela primeira vez, pisaram o solo brasileiro.

Os dois Governos das Províncias do Brasil, agradecidos, quiseram iniciar no dia 31 de agosto de 2010, a memória dos passos das n o s s a s p r e c u r s o r a s c o m p a n h e i r a s hospitaleiras, ao se encontrar em Belém, com a nossa Superiora Geral, Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro, que integrou a peregrinação. Éramos 08 Irmãs:

Da Província de Santa Cruz estavam presentes Irmã Margarida dos Santos Lima, Superiora Provincial, Irmã Valdinez Gomes de Novais, Assistente Provincial, Irmã Cilene Maria dos Santos, Conselheira do Setor de Saúde e Irmã Gisele Catarina da Cruz Ribeiro, Conselheira do

Setor de Pastoral Diversificada. Da Província do Sagrado Coração de Jesus estavam presentes Irmã Vilani Rocha de Oliveira, Superiora Provincial, Irmã Natair da Silva Barbosa, Assistente Provincial e Irmã Marilúzia de Barros Sobreira, Conselheira e Secretária Provincial.

O primeiro grupo, vindo de Salvador, chegou ao aeroporto de Belém às 12h30min, sendo recebido por Irmã Normélia Rodrigues Pinto, FHIC, e sua sobrinha. Ficamos hospedadas na Ecopousada Miriti Turismo, na Travessa Padre Prudêncio, 656, Bairro Campina.

Após acomodar as bagagens, nos dirigimos para a Casa Provincial das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição onde, fomos acolhidas carinhosamente. Ali almoçamos e foi rico o encontro com irmãs amigas: Irmã Blanda, Irmã Helena Calderaro e Irmã Genilva, Superiora Provincial.

No final da tarde, saímos para jantar e fizemos uma visita à Igreja da Santíssima Trindade e, à noite, planejamos o dia seguinte.

No dia 01 de setembro, às 9h, o motorista das Irmãs Dorotéias estava à nossa disposição para nos levar ao Colégio Santo Antonio, local onde as nossas primeiras Irmãs hospedaram-se antes de partir em missão. Na Capelinha, fizemos a entrega de uma placa e de uma caixinha com peças alusivas ao Centenário à Irmã Ildes Maria Monteiro, Superiora Provincial. Ali as duas Congregações, juntas, elevaram ao Pai de todas as bênçãos o hino do Magnificat, cantado por todas com muita emoção. Visitamos a capela grande, onde nossas Irmãs rezaram, o portão por onde entraram e visitamos o Colégio. Ao passar pelo pátio, elas disseram-nos: “Olhem aqueles quartos antigos. Provavelmente ali suas Irmãs se hospedaram”.

De lá, a pé, seguimos para a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré e, em trinta minutos de caminhada, lá chegamos. Às 11h30min, f i ze m o s n o s s a p r i m e i ra Ce l e b ra ç ã o previamente preparada. Às 12h, participamos da Eucaristia, celebrada por Padre George Miranda, Verbita, pároco da comunidade Santo Antônio Maria Zacarias. A celebração

206 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

terminou com a consagração a Nossa Senhora de Nazaré. Era o dia de Nossa Senhora de Belém. “É Maria quem nos ensina o modo de como servir o Senhor”, disse-nos Padre George. No final da celebração, fomos à sacristia e lhe entregamos uma vela com o símbolo dos 100 anos de Brasil e ele prometeu levar para queimar na sua comunidade.Almoçamos às 14h e, seguidamente, a convite do Bispo da Diocese de Ponta de Pedras (Marajó), Dom Alessio Saccardo, tivemos um encontro com ele para um contato, visto que, juntamente com o Padre George Miranda havia feito uma carta, pedindo Irmãs para a Diocese e est ivemos conhecendo a construção do Centro de Acolhimento e Pastoral que ele está projetando.

Ele nos mostrou a casa e expressou seu grande desejo de ter uma comunidade de Religiosas em Belém e/ou em Santa Cruz de Arari, onde não existe presença de Religiosas.

À noite, um simples jantar na Pousada, e tivemos a alegria da presença de Kayse Sobreira, sobrinha de Irmã Marilúzia.

No dia 2, após o café, nos reunimos para uma oração e partilha dos sentimentos e interpelações do dia anterior. Neste momento, fez-se a leitura da Crônica de 33, páginas 30 e 31 – missão no Brasil. Aqui o Espírito, através da voz da nossa Superiora Geral, Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro, quis nos alertar para as palavras de Dom Amando Bahlmann, tão profundas e significativas para uma consagração: “Guardai o vosso tesouro, para que não venha nenhum outro roubar-vos a coroa que vos está preparada...”.

A Irmã Maria da Conceição refletiu que a leitura desta carta, fora do contexto da saída das nossas Irmãs de Portugal, seria estranho. Mas, vendo a expulsão das Irmãs do próprio país, compreende-se. Interpretando esta carta de Dom Amando para os dias de hoje, entendemos os cuidados que devemos ter cuidado para não cairmos no egoísmo, individualismo e consumismo que invadem os espaços para abafar a alegria da vida interior e da própria Consagração.Às 13h20min, saímos para Santarém e chegamos ao Aeroporto, às 14h30min. Lá

estava à nossa disposição o Bispo de Santarém, Dom Esmeraldo, e Joni, o seu motorista. O lanche já estava preparado e Dom Esmeraldo planejou conosco a peregrinação na região do baixo Amazonas. Este momento foi muito enriquecido com sua colocação, ao nos explicar a dinâmica da Diocese, usando também periódicos para ilustrar este momento.

Contamos também com a presença e partilha do Padre Junior sobre sua experiência missionária nas comunidades da Diocese. Em seguida, celebramos com Dom Esmeraldo a Eucaristia, na qual fomos muito interpeladas pelo Evangelho do dia a lançar as redes para as águas mais profundas e um forte convite a não termos medo. Foi feita a entrega da placa comemorativa dos 100 anos de Missão das IFHIC a Dom Esmeraldo. Foi-nos sugerida a visita à Catedral, onde se encontram os restos mortais de Dom Amando. Será definido com o Pároco onde colocar a placa: na Cripta ou no museu da Diocese. Após o jantar, vimos um filme que relatava a experiência missionária de 40 dias com a presença de seminaristas, lideranças religiosas e leigas de diversas dioceses do Brasil.

Chegou o dia 3 e, na impossibilidade de continuarmos a peregrinação por falta de passagens e por conta da espera de Irmã Margarida dos Santos Lima, Provincial da Província de Santa Cruz, que se integrou ao grupo neste dia, foi-nos oferecida uma manhã de lazer – passeio de voadeira no Rio Tapajós, em Alter do Chão. Visitamos a Igreja da Saúde, em estilo mourisco. Por indicação de Dom Esmeraldo Barreto Farias, passamos pela casa de D. Olívia, uma das lideranças da Diocese. A ela o Bispo havia feito o pedido de um brinde para cada Irmã: uma cesta com deliciosos doces. Grande delicadeza do Bispo!

Voltamos ao Seminário para o almoço e, à tarde, nos dirigimos ao aeroporto para esperar Irmã Margarida e de lá seguimos para uma v i s i t a à s I r m ã s , n u m a Co m u n i d a d e intercongregacional: São José de Novara, São José de Pinerollo e São José de Cuneo, recém-chegadas àquela missão na comunidade Boa Esperança. Encontramo-nos com duas das três Irmãs Josefinas que integram esta

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 207

comunidade, onde fazem uma bonita experiência de missão. Partilharam conosco a alegria que sentem de estarem ali e os passos dados neste início da missão. Depois desta visita enriquecedora, retornamos ao Seminário.

No dia 4, às 8h30min, seguimos para Óbidos, na lancha Tapajós, chegando ao destino às 12h. Lá nos aguardava, com muita alegria, o bispo da Prelazia de Óbidos, Dom Frei Bernardes Johannes Bahlmann. À tarde, Dom Bernardo nos mostrou a cidade de Óbidos e, em seguida, nos levou para visitar o Recanto Martinho, local onde a presença de Deus Criador é percebida em todos os sentidos: a água pura, o verde da mata, enfim, toda a natureza.

Visitamos a Comunidade São Francisco, em Óbidos. Uma comunidade simples e pobre, mas cheia de encantos pela vida. Lá celebramos a Eucaristia. Foi um momento de grande alegria, pois vimos o esforço dos leigos na construção do Reino. As Irmãs foram convidadas a dar testemunho de uma vocação feliz e doada a Deus e aos irmãos e irmãs e três das nossas Irmãs usaram a palavra.

No dia seguinte, 05 de setembro, dia do Senhor, caminhamos para a Catedral de Óbidos, logo cedo, para a celebração eucarística. Mais uma vez, aqui pudemos sentir o caloroso acolhimento do nosso Pastor e seu rebanho. Novamente, sobe aos céus um grande apelo pela presença das Hospitaleiras nesta diocese. De volta da Catedral, fomos insistentemente convidadas por D. Zélia dos Santos Galuccio, uma das lideranças da comunidade para um café na sua casa. Ela mostrou-nos sua grande casa, deu-nos bolinhos para comer e disse que ali, futuramente, poderia ser a sede provincial das Hospitaleiras. Como Deus é bom!

E assim terminou a nossa peregrinação em Óbidos. De lá seguimos para Alenquer. Dom Bernardo e seu motorista nos acompanharam até o Hospital Santo Antonio, onde fomos carinhosamente acolhidas pelas Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição (SMIC) da Fraternidade Santo Antonio. Ali, orientadas e conduzidas pelas Irmãs SMIC, fomos à casa

de duas senhoras, habitantes daquela cidade, que tiveram conhecimento de pessoas que conheceram nossas primeiras Irmãs. Uma delas mostrou-nos um quadro de Alenquer de então, com uma visão muito nítida do Colégio fundado pelas nossas Irmãs.

O livro “O Zelo de Deus em nossa História”, da autoria de Irmã Ana Carvalho, a nossa querida Irmã Eugênia, serviu-nos de grande guia desde Belém, onde começamos nossa peregrinação. Obrigada, Irmã Eugênia. Este livro foi um caminho que se abriu, com muita antecedência para que esta peregrinação fosse tão proveitosa. Com a orientação que este livro nos dá, pudemos ver o local onde se situava a casa das Irmãs em Alenquer.

Enquanto caminhávamos, voltando para o Hospital Santo Antônio, encontramos um historiador da cidade de Alenquer, que muito se alegrou com a nossa presença e disse-nos: “Foram as Hospitaleiras quem primeiro trouxeram a educação para Alenquer”.

No dia seguinte, 6 de setembro, seguimos para Monte Alegre, numa viagem que nos ajudou a vivenciar e apreciar aquela realidade. Foram 5 horas e meia de calor, poeira e muita música, passando por pontes estreitas e parando onde tivessem pessoas e até animais para serem transportados. Na metade da estrada, o ônibus parou e um grupo de senhores desceu para empurrá-lo. Não querendo deixá-los sozinhos, a nossa Superiora Geral, Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro, nos disse que, ao tocar o veículo, juntamente com os demais, este ganhou energia e se pôs a andar.

Ao chegar a Monte Alegre, mais alegria e muito acolhimento das Irmãs SMIC, na pessoa de Irmã Anunciada Cantuária de Andrade e toda a fraternidade. O dia seguinte era 7 de setembro. O grupo participou de uma mesa de conversas que, em substituição ao Grito dos excluídos, envolveu vários representantes dos movimentos culturais, religiosos e sociais do município, num ambiente de muita participação e compromisso. No final do dia, assistimos ao desfile do Colégio Imaculada Conceição das Irmãs SMIC, carinhosamente preparado pela Irmã Fládia Maria Lima, Diretora desse colégio, e sua equipe,

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expandindo os valores do Reino naquele evento social. Fizemos um pequeno percurso pela cidade, admirando sua geografia: a cidade, o rio e a floresta. À tarde, fomos fazer uma visita fraterna aos nossos irmãos, os Frades Menores, que servem naquele lugar. Foi uma conversa muito proveitosa, ao recordar a Missão das nossas Irmãs e dos Frades naquela cidade. À noite, fizemos, juntamente com a Irmã Anunciada Cantuário de Andrade, nossa Celebração, recordando os passos de nossas primeiras Irmãs naquele lugar, e agradecemos a Deus tanta generosidade, sacrifício e doação.

No dia 8, às 5h45min, seguimos na lancha Tapajós para Santarém. Dom Esmeraldo tudo havia preparado para que aproveitássemos bem estes últimos momentos. À tarde, nos dirigimos à Catedral para visitar o túmulo de Dom Amando Bahlmann, onde, por sugestão de Dom Esmeraldo, deixamos ficar uma placa, enquanto o pároco, juntamente com ele, irão decidir o local de permanência da mesma. Ali f i z e m o s n o s s a ú l t i m a C e l e b r a ç ã o , previamente preparada, consagrando-nos à Imaculada Conceição.

Às nove horas do dia seguinte, 09 de setembro o grupo foi visitar o Colégio de Santa Clara, das Irmãs SMIC. Percorremos as dependências e nos encontramos com algumas Irmãs da Comunidade para um momento de agradecimento. A nossa Superiora Geral entregou uma estampa da Imaculada Hospitaleira, pois essas Irmãs têm no nome e na espiritualidade Maria, invocada com a Imaculada.

Com este roteiro, encerramos nossa peregrinação, no dia 10 de setembro, deixando Santarém, na manhã do dia 11 de setembro, rumo a Salvador, trazendo conosco grande contentamento, perguntas e desejo de voltar às origens, além de muita admiração e gratidão que nos fez cantar com a voz de Mãe Clara: “Como Deus é bom! Deus seja bendito”. Relato das Irmãs peregrinas

Encontro das Religiosas egressas

Na programação dos preparativos do Ano Centenário, outro acontecimento marcante foi a reunião com as Religiosas egressas da CONFHIC, na certeza de que a vocação é chamado e mistério inexplicável. O convívio fraterno aconteceu em 20 de novembro de 2010, no Convento Sagrada Família, em Salvador, Bahia, outrora casa de formação. Na oportunidade, o grupo rememorou tempos idos e gerou sentimentos de gratidão ao bom Deus pela trajetória percorrida. Momentos de emoção, reencontro e partilha fraterna.

Carta-convite para as egressas

Salvador, 12 de outubro de 2010Minhas queridas Irmãs“A serviço do amor, só soldados feridos podem engajar-se” (Thornton Wilder)

O Ano de 2011 marca para nós uma graça extraordinária: 100 anos de chegada das primeiras Irmãs Franciscanas Hospitaleiras na terra brasileira. São 100 anos de luzes e sombras. São lutas e vitórias. São 100 anos vividos sob o olhar providencial de Deus! E vocês fizeram parte desta História.

Enquanto conosco, vocês ajudaram a construir um rosto para a hospitalidade, nesta terra e Província de Santa Cruz.

Nessa comemoração de 100 anos de história, vocês não podem ficar “de fora”. Nossa festa, nossa ação de graças é sua também. Venha participar conosco.

Programamos um dia para você... encontrar, rezar, reviver, visitar, refletir, e, quem sabe, comprometer-se.

Esse encontro deverá acontecer no dia 20 de novembro, a partir das 9h, no Convento Sagrada Família, em Salvador.

Traga também, as(os) que hoje fazem parte da sua história.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 209

Pensamos na seguinte programação:9h - Reencontro, apresentações – dinâmica10h – Lanche10h30m - O rosto da Hospitalidade hoje e a FASFHIC12h - Almoço Em seguida, “Reviver o passado”14h30m – Visita às Irmãs enfermas e idosas15h30m - Notícias da Congregação no mundo, em especial, nas Províncias do Brasil16h30m – Lanche17h30m – Eucaristia e encerramento.

Aguardando a sua resposta, com alegria a abraçamos.

Pela comissão,

Irmã Anna Freitas e Irmã Gisele Ribeiro

Realização da Jornada Mãe Clara

O ano de 2011 foi vivenciado com intenso júbilo, uma vez que marcou a passagem do Ano Centenário de presença das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras no território brasileiro e a cerimônia de beatificação da Fundadora da CONFHIC, a Bem-aventurada Maria Clara do Menino Jesus. Em preparação para o grande evento do reconhecimento da santidade da Fundadora por parte da Igreja, foi realizada a Jornada Mãe Clara, na Organização Fraternal São José, em Salvador, em 20 de março.

A Jornada Mãe Clara trouxe à reflexão o tema “Mãe Clara, discípula e missionária” e deu oportunidade para o testemunho do carisma que alcançou os leigos de várias formas, a exemplo da atuação valorosa da Família Secular Franciscana Hospitaleira da Imaculada Conceição (FASFHIC), Juventude Franciscana Hospitaleira da Imaculada Conceição (JUFHIC) e o grupo Amigos da Mãe Clara de João Dourado. Estes movimentos de fé e de solidariedade envolvem adolescentes, jovens e adultos no Carisma da Hospitalidade, em gestos de Ternura e de Misericórdia. A mobilização destes grupos é responsável por atividades de grande projeção em seu meio, como a música para os adolescentes, em João

Dourado, e a prática esportiva, em Conceição do Jacuípe, ambos na Bahia, exemplos de experiências bem sucedidas de construção da paz social. Com a promoção de diversas atividades, as Fraternidades no Brasil e no México vêm divulgando a obra e a vida de sua Fundadora, que ensinou a iluminar e aquecer c o m o fo g o d o a m o r m u l t i d ã o d e desamparados e esquecidos da sociedade. Este clima de entusiasmo e alegria foi bastante evidenciado por ocasião das múltiplas celebrações em ação de graças realizadas no Brasil, no dia 21 de maio de 2011, pela Beatificação da Irmã Maria Clara do Menino Jesus.

O júbilo pelo reconhecimento oficial da santidade de Mãe Clara coroou de êxito as d i v e r s a s a t i v i d a d e s c o m e m o r a t i v a s organizadas com muito capricho pelos Colégios da Província de Santa Cruz – Brasil Norte. Para difundir a boa nova, foram realizados não só eventos e celebrações internos, mas houve, ainda, a difusão da notícia nas paróquias e através das emissoras de rádio locais.

Em comemoração da passagem do Ano Centenário de presença da CONFHIC no Brasil, foram realizadas missões populares nos Estados onde as irmãs se encontram inseridas. Desta forma, fez-se ecoar o ensinamento do Fundador: “O Senhor veio à nossa família hospitaleira e disse à Superiora: escolhi das vossas filhas este fim: vem, em Meu nome, para entre os pobres, explicar-lhes a Minha santa lei e como se deve exercer, não só para Me darem louvor, mas igualmente para saberem como devem viver neste mundo” (Padre Beirão).

Celebrar o Centenár io de presença evangelizadora, sob o manto da Mãe Aparecida, foi uma oportunidade de convocar ao ardor missionário novas fileiras de seguidores e seguidoras de Nosso Senhor Jesus Cristo. No dia 25 de junho de 2011, jubilosa peregrinação de Irmãs das Províncias brasileiras se dirigiu à Aparecida do Norte, em São Paulo, ao Santuário Nacional da Mãe Aparecida, para solene celebração de agradecimento pelos Cem Anos de Presença da CONFHIC, no Brasil.

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Participou desta inesquecível peregrinação a Irmã Margarida dos Santos Lima, Superiora Provincial, sempre zelosa no cuidado de todos os participantes. Do Governo da Província estavam, ainda, Irmã Valdinez Gomes de Novais, Assistente Provincial e Irmã Gisele Catarina da Cruz Ribeiro, Conselheira Provincial.

Irmãs de diversas Fraternidades fizeram parte do grupo de peregrinos: Ana Soares de Oliveira, Cristina Maria da Silva, Edilene Luiza do Nascimento, Eunice dos Santos, Francisca Francelina Barbosa de Melo, Francisca Neuza Gomes, Joselene Severina do Nascimento, Leda Silva Dantas, Margarida de Jesus Reis, Maria Bernadete Almeida, Maria Carmoza de Jesus, Maria da Glória Pacheco, Maria das Neves Fernandes de Souza, Maria do Carmo Reis, Maria do Rosário Cantalice, Maria Edith Cantalice da Trindade, Maria Elizabete Ávila Soares, Maria Eunice Clemente de Deus, Maria Galdino de Oliveira, Maria Ivanilda de Pontes, Maria José de Oliveira, Maria José dos Santos, Maria José Ramalho, Maria Nila das Neves, Railda de Souza Silva, Stella Alves de Araújo, Lindalva Trindade, Maria do Livramento do Nascimento, Valquíria Conceição Santos, Josefa Hermínia da Silva, e Ionara Leite da Silva, Promotora Vocacional.

O grupo de peregrinos também foi e n r i q u e c i d o p e l a p a r t i c i p a ç ã o d e colaboradores, entre os quais Hélio Azevedo de Sá Leitão, João José dos Santos, Nairo Élder Batista Santos. Uniu-se ao grupo José Raimundo Galvão, autor do belíssimo Hino do Centenário, além da presença dos sacerdotes Padre José Luiz Lima dos Santos, Capelão do Hospital Português, e Padre Narciso Dias do Espírito Santo, Capelão do Hospital da Sagrada Família. Vale registrar a participação da Família Secular Franciscana Hospitaleira, na pessoa da Sra . Nelma Salmazzo, que foi at iva colaboradora junto às Irmãs da Fraternidade Rainha da Paz, e da jovem Flávia de Souza Santos, integrante da JUFHIC, do município de João Dourado, onde desenvolve intensa atividade de evangelização. Integraram o grupo muitas outras pessoas queridas, como a Sra. Maria José da Silva, egressa da CONFHIC, e a jovem Camila Silva de Jesus, sobrinha da Irmã Cristina da Silva. Os peregrinos foram

acolhidos, em Guarulhos (SP), pelas Irmãs da Província do Sagrado Coração de Jesus e, dali, foram conduzidos à hospedagem, na cidade de Aparecida.

Na madrugada do dia 25 de junho, partiu de São Paulo, da sede da Província do Sagrado Coração de Jesus – Brasil Sul, uma caravana orante que se integrou aos demais, no Santuário Nacional de Aparecida. A solene celebração de encerramento do Ano Centenário aconteceu às 9h, com transmissão ao vivo em rede televisiva nacional católica. Ao final da celebração, a Imagem de Nossa Senhora Aparecida foi entronizada ao som do hino da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição.

Após o almoço de confraternização, na hospedagem das Irmãs Canisianas, houve uma breve solenidade para homenagear pessoas notáveis, dentre elas a Irmã Maria Eneide Martins Leite, primeira Superiora Geral brasileira da CONFHIC.

No dia 26 de junho, na Paróquia de São Judas Tadeu, onde está a sede da Província, todos re c e b e r a m c a l o ro s o a c o l h i m e n t o e participaram da celebração eucarística. À tarde, houve um breve passeio até o Memorial da America Latina e à Catedral Metropolitana. Encerrando este dia, foi realizada uma ‘jantunina’, ceia típica, carinhosamente preparada pelas Irmãs da Província do Sagrado Coração de Jesus. O alimento fraterno da alegria se fez ressoar na partilha de quantos usaram da palavra, para expressar a sua vivência, a sua gratidão a Deus e a expectativa de novas oportunidades no convívio das Irmãs. Louvado seja Deus pelas bênçãos e graças!

A programação incluiu o lançamento de elementos simbólicos do ano celebrativo. Na data de nascimento da Bem-aventurada Maria Clara, 15 de junho, houve a inauguração de painéis comemorativos do Ano Centenário, na sede da Província do Sagrado Coração de Jesus e na Capela do Convento Sagrada Família, em Salvador.

Outro acontecimento marcante foi a abertura de uma Fraternidade Interprovincial,

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 211

constituída pelas Irmãs Eva Cecília Neto (Irmã Eufrásia), Terezinha de Sena Pereira e Nildete Campos. A instalação desta comunidade religiosa foi concretizada em 20 de novembro de 2011, com a presença de Irmã Maria Vilaní Rocha de Oliveira e Irmã Gisele Catarina da Cruz Ribeiro, em Vila Tabatinga, na cidade de Juruti, na Diocese de Óbidos, estado do Pará, refazendo a História que as Irmãs Pioneiras começaram há 100 Anos. Ali, as sementes da Congregação ganharam vida em um terreno abençoado e fértil de novas vocações religiosas.

O desenvolvimento da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada C o n c e i ç ã o f o i i m p u l s i o n a d o p e l o florescimento das vocações. A primeira vocação brasileira veio da cidade de Vigia, no Pará, Bernardina Christina Ferreira Paes, que recebeu na CONFHIC o nome de Isabel Seráfica da Hungria e revelava a face da Hospitalidade, em suas aulas de matemática e piano. Pelo Colégio Sagrado Coração de Maria, em Mossoró, mais de uma centena de vocações entraram para a Vida Religiosa e perseveraram. Dentre elas, contamos a Irmã Maria Eneide Martins Leite, a primeira brasileira eleita Superiora Geral e que prestou r e l e v a n t e s s e r v i ç o s e m f a v o r d o fortalecimento da CONFHIC.

Neste contexto tão especial, merecem destaque as novas profissões religiosas realizadas durante o Ano Centenário. Em outubro de 2010, houve a profissão perpétua de Irmã Ionara Leite da Silva; em 11 de fevereiro de 2011, precedida de uma Semana Missionária vocacional, em Niquelândia, Goiás, ocorreu a profissão perpétua de Irmã Rozely Cândida da Silva; em 26 de fevereiro de 2011, em Salvador, realizou-se a profissão das Noviças, Joselene Severina do Nascimento e Maria Eunice Clemente de Deus, que foram acompanhadas pela Irmã Rosa Helena Mendes de Moura, Mestra de Noviças.

Neste Ano Centenário, foi revestida de pompa e muita alegria a celebração do Jubileu das Irmãs, a saber: Irmã Luzinete Barbosa da Silva (70 Anos); Irmã Francisca Gomes de Oliveira, Irmã Maria da Silva Vieira, Irmã Creuza Alves Vianna, Irmã Jonalita Santana Bispo, Irmã

Maria Beatriz Santos, Irmã Maria de Lourdes Macedo, Irmã Maria Edith Cantalice da Trindade, Irmã Maria Izabel da Silva, Irmã Terezinha Neves de Rezende, Irmã Virgínia Macedo, Irmã Nivalda Pereira (50 Anos); Irmã Railda de Souza Silva e Irmã Geralda Ferreira de Abreu (25 Anos).

Com gratidão e carinho, as Províncias brasileiras receberam convidadas de outros países, que partilharam o entusiasmo da missão a serviço da vida, durante as celebrações do Ano Centenário da CONFHIC no Brasil: Irmã Maria Eneide Martins Leite, primeira Superiora Geral brasileira; Irmã Maria de Lurdes Rodrigues Barbosa, Conselheira Geral; Irmã Darci Moreira de Carvalho, Assistente Provincial da Província de Santa Maria – Portugal; e Irmã Cacilda Luzia de Santana, Conselheira Geral.

Em saudosa lembrança de Irmã Martha Cortez de Araújo Amorim, primeira Superiora Provincial brasileira, as Províncias do Brasil elevaram um ramalhete de preces e gratidão, também dedicado a outras pessoas falecidas durante este período: algumas Irmãs, familiares, colaboradores, integrantes da FASFHIC e Dom Watti, Bispo amigo da Confhic, radicado no México.

Completar esta caminhada sinaliza novas perspectivas, como bem assinalam as Superioras Provinciais, Irmãs Margarida dos Santos Lima e Maria Vilaní Rocha de Oliveira, neste trecho da mensagem alusiva ao Centenário: “As sementes que nossas primeiras Irmãs plantaram e as sementes que minhas Irmãs e nós plantamos, neste abençoado chão, frutificaram. A todas nós, que temos raízes fincadas nesta história, é confiada a Missão de continuar a produzir frutos cem por um, consolidados em beneplácito para toda a Humanidade”.

Mensagem da Superiora Geral

Minhas Irmãs muito queridas, Irmã Margarida dos Santos Lima e Irmãs da Província de Santa Cruz, Irmã Maria Vilani Rocha de Oliveira e Irmãs da Província do Sagrado Coração de Jesus. “Como Deus é bom! Deus seja bendito!”O meu coração se une ao coração de cada uma

212 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

das minhas Irmãs, nesta hora feliz em que se abrem as comemorações centenárias da chegada das nossas primeiras Irmãs às terras brasileiras. Na Eucaristia que minhas Irmãs acabam de celebrar, revive a saga de dez mulheres consagradas, Irmãs Franciscanas Hospitaleiras, que, provindas de Portugal, aportaram, no Brasil, a 21 de junho de 1911.

Reviver na Fé este fato é afirmar a certeza de que o Senhor preside à nossa história, transfigura-a pela Sua presença e dela faz história de salvação. Nesta Eucaristia celebrada com tantos outros irmãos e irmãs, os corações se expandiram, mergulhando no hino de gratidão nascido no coração de nossa Mãe Clara, como sinfonia divina que se fez gesto de adoração, no silêncio eloquente da insuficiência da palavra.

Contemplemos as nossas I rmãs que embarcaram no porto espanhol de Vigo, a 4 de junho de 1911, domingo de Pentecostes, com destino ao Norte do Brasil: Irmã Maria da Circuncisão, Irmã Delfina da Conceição, Irmã Maria de São Carlos, Irmã Rosa Maria de São Francisco, Irmã Maria Estela Rodrigues, Irmã Amada de Jesus, Irmã Constantina de São José, Irmã Maria de Santa Justa, Irmã Rosário do Espírito Santo, Irmã Maria Alcina da Conceição.A Irmã Maria da Circuncisão, que vem como Superiora Delegada, está nos seus 45 anos de idade, e as demais, entre os 26 e 36.

Vão deixando para trás e, quem sabe para sempre, o que até agora constituía o seu mundo – pátria, família, comunidade, o berço da Congregação, onde nasceram para a vida co n s a gra d a , a s p e s s o a s co m q u e m estabeleceram vínculos de afeto, amizade, companheirismo, fraternidade. Vão se afastando de tudo o que é amado. Despojadas, adquirem leveza. Revestidas da força do Espírito, criam asas. Assim, já podem viver a aventura de tudo arriscar por amor do Senhor Jesus Cristo, em Sua memória.

Os desdobramentos desta aventura do Espírito nós os conhecemos superficialmente: a chegada a Belém do Pará, a 21 de junho de 1911, onde permaneceram com as Irmãs Doroteias até o dia 27. Daí, a peregrinação para Santarém, onde foram acolhidas pelas Irmãs

Concepcionistas, hoje chamadas de Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus: mais de dois meses numa casa alugada, onde vivia a comunidade daquela Congregação.

Procuremos ler, com o coração, as entrelinhas da narrativa das nossas Crônicas: as saudades, as dificuldades de adaptação a um clima tropical, a escassez de recursos materiais, o desconhecido, a insegurança, a nostalgia do ninho...

Finalmente, a 10 de setembro, quatro das nossas missionárias foram estabelecer-se na cidade de Monte Alegre e, no dia 12 do mesmo mês, as outras seis na cidade de Alenquer, ambas no Estado do Pará. Fundaram escolas, respectivamente, o Colégio São Francisco de Assis e o Colégio Santo Antonio.

A 1º de janeiro de 1912, mais cinco Irmãs chegaram de Portugal, e novos horizontes se abriram à missão: Itacoatiara, Mossoró, Maceió, Penedo, Propriá... Em 1915, a primeira semente foi entregue à mãe terra, como promessa de fecundidade para a missão: vitimada pela febre amarela, que contraíra na região amazônica, morre em Mossoró, aos 33 anos de idade, a nossa Irmã Amada de Jesus: “Se o grão de trigo não morrer...”

Minhas Irmãs, talvez o maior sinal de gratidão, que poderemos oferecer àquelas que primeiro rasgaram caminhos da Hospitalidade em nosso chão, seja deixarmo-nos provocar pela sua aventura de Fé. A vida consagrada está vivendo uma situação de exílio. Deixou a “estufa” protetora dos tempos da cristandade, onde era reconhecida, louvada e privilegiada.

Hoje, ela é convidada a enfrentar as “intempéries” de um mundo secularizado que tudo relativiza, fechando-se ao horizonte da transcendência; mundo que respira um ateísmo prático, omitindo valores absolutos ou considerando-os uma oferta entre outras, no grande mercado de uma sociedade regida pela lógica do lucro. A pessoa, reduzida a indivíduo, é chamada a defender os próprios interesses, furtando-se a sentir-se parte de um todo, participante responsável de um destino solidário, a ser construído coletivamente.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 213

Esta realidade desafia-nos radicalmente: é preciso experimentar e anunciar um Outro, presente e atuante, que é a resposta à nossa sede essencial de vida; um Outro, de quem somos semelhança e imagem e cujo nome é Dom de Si Mesmo, Amor, Misericórdia, Compaixão, Bondade e Ternura. São muitos aqueles que, em nosso mundo, gritam e gemem sob numerosos fardos de sofrimento, solidão, carência de sentido, desespero. Eles clamam por Hospitalidade. Sinto que o Espírito do Senhor nos convoca para vivermos uma vida mais apaixonada e, por isso mesmo, mais corajosa, mais arriscada, mais entregue. Deixemo-nos conduzir, livres, leves, pobres, despojadas e menores, para onde Ele nos levar, como as nossas Irmãs que vieram oferecer-nos, com a entrega das suas vidas, o dom da Hospital idade samaritana e consoladora.Minhas Irmãs, procuremos marcar este centenário com ações corajosas, organizadas pelas nossas duas Províncias, a favor da vida sofrida, esmagada, excluída. E isto, só o poderemos fazer, entregando a nossa própria vida, como Jesus. Assim, celebraremos a memória do Senhor! Assim, nos deixaremos recriar pelo Espírito e seremos mulheres novas!. Assim será transfigurado o rosto da Hospitalidade! Assim, o reinado de Deus vai acontecer no mundo! Assim, todos seremos muito felizes! Que assim seja, para o louvor de Cristo, Amém!

Com amizade, carinho e confiança, a sua

Irmã Maria da Conceição Galvão RibeiroSuperiora Geral da Confhic

1. Por cem anos nas terras brasileiras, sempre esteve em silêncio a germinar, no jardim das Irmãs Hospitaleiras, cada gesto de amor a se doar.

Nossa história possui raiz profunda, que se planta no chão de Portugal. Espalhando a semente mais fecunda de uma Igreja que é Santa e Universal. (PORTUGAL E BRASIL)

2. No afã de seguir a lei da graça, disse Padre Beirão, o fundador: Se há bem por fazer que, então, se faça. Não se ponham limites ao amor. Pelo exemplo que vem da Madre Clara, o Espírito fala em alta voz: Providente, Deus não nos desampara, Seu olhar sempre vela sobre nós. (OS FUNDADORES)

3. Foragidas, em busca de outras plagas, vão chegar as Irmãs a Santarém. Se a Francisco Jesus imprime as chagas, as feridas de amor são Paz e Bem. A seara divina só prospera nos espaços forjados pela dor. Afinal, a pobreza mais sincera é ter nada e ser tudo no Senhor.(A VINDA PARA O BRASIL)

4. A missão de brilhar nos assemelha a quem é deste mundo a Plena Luz. E a palavra do céu nos aconselha: Põe teu fardo nos ombros de Jesus! O ideal franciscano se reflete cada vez que se aprende a mansidão. Suavizar é dever que nos compete, para agir escutando o coração. (O LEMA: LUCERE ET FOVERE)

5. Grande força nos faz, desde o começo, sustentar cada passo da missão: Não se teme na estrada algum tropeço, junto da Imaculada Conceição.Esta Mãe, que é também hospitaleira, traz no seio, marcado pelo amor,o abrigo da humanidade inteira, por vontade do Filho Sofredor. (A IMACULADA CONCEIÇÃO HOSPITALEIRA)

Hino do Centenário de presença das Irmãs da CONFHIC, no Brasil

(1911- 2011)

Letra e música - José Raimundo Galvão

Ref.: Louvado seja o excelso e bom Senhor, em nossa voz unida ao

Irmão de Assis: Ao Deus eterno a glória e o louvor, e toda criatura Lhe

bendiz. (bis)

214 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

iver a dimensão profética missionária pela dinâmica da fraternidade, inspirada

na mística franciscana, é profecia da unidade trinitária, no projeto de vida e missão das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição. No convívio de três ou mais Irmãs, organizam-se as Fraternidades, que vivem e difundem o carisma franciscano hospitaleiro, onde cada Irmã é dom e manifestação do cuidado providente de Deus.

Chamadas à Missão, na Saúde

“Sede perfeitíssimos anjos de consolação dos pobres doentes” (Padre Beirão).

1. Fraternidade da Porciúncula (Salvador – Bahia)

A proximidade com os sofredores, na capital baiana, suscitou a abertura de uma obra que minorasse a dor e funcionasse como espaço de aprendizagem da prática da enfermagem. No mais ardente desejo de zelar pela vida, cuidando do próximo enfermo e desvalido, foi constituída uma fraternidade para o Hospital da Sagrada Família, aberto em 1943.

No pioneirismo desta obra, estiveram a Madre Ilídia da Anunciação (Maria Júlia da Cruz Nunes) e as dedicadas Irmãs Maria Esmerinda Bittencourt (Irmã Maria Afonsina de Santo Antônio), Maria Joana da Silva (Irmã Maria Celestina do Menino Jesus), Luzinete Barbosa da Silva (Irmã Maria Paulina da Purificação), Eulália Lúcio da Silva (Irmã Maria Armanda do

Menino Jesus) e Maria Neta Santos (Irmã Maria Luiza de Fátima). Na audácia da fé e amparadas pela solidariedade da família Martins Catharino, doadora do Hospital, elas venceram grandes desafios.

No decurso do tempo, inúmeras Irmãs entregaram sua vida ao cuidado generoso do doente necessitado, na Fraternidade da Porciúncula. A Fraternidade dedica-se à Pa s t o r a l d o D o e n t e e s e r v i ç o s d e administração do referido Hospital, sendo constituída atualmente pelas Irmãs Cilene Maria dos Santos, que tem o ofício de Conselheira da Saúde e Superiora local, Joselene Severina do Nascimento, Judith Pereira Sampaio (Irmã Maria Adriana de Lourdes), Maria das Neves Marques Santos (Irmã Maria da Sagrada Família), Maria de Lourdes dos Santos (Irmã Maria Floriana de Santa Goretti), Maria José de Oliveira (Irmã Maria Esmerinda de São José), Maria Lúcia dos Santos, Maria Paulina Lira (Irmã Maria de Cristo Redentor) e Terezinha de Souza Rocha (Irmã Maria Adelinda do Divino Coração).

2. Fraternidade Nossa Senhora da Assunção (Salvador – Bahia)

O enfermo é sempre um necessitado da caridade cristã. Solicitadas para trabalhar no

Fraternidades e atuação

“A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma” (Atos 4,32)

V

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 215

Hospital Português, as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição ali chegaram em 11 de maio de 1931. Verdadeiros anjos de bondade, tornaram-se expressão notável de dedicação e ass istência humanitária, reconhecidas pela comunidade hospitalar e atuantes até os dias de hoje.

A primeira Comunidade era formada pelas Irmãs Esperança da Glória (Maria Piedade Garcia - Superiora), Maria Olandina do Coração de Jesus (Ângela Caon - Enfermeira) Irmã Maria de Lourdes (Maria Leopoldina Nogueira da Silva (ajudante) e Marieta Gonzaga da Rocha (postulante que recebeu, ao entrar no Noviciado, o nome de Irmã Maria Noraldina de Lourdes). Foram longos anos de dedicação e serviço. Atualmente, compõem a Fraternidade as Irmãs Alice Ferreira Bessa (Irmã Maria de Belém), Cristina Maria da Silva (Irmã Maria Eduarda do Monte Alverne), Superiora local, Maria Auxiliadora de Novais (Irmã Maria Giselda da Eucaristia) e Maria Edith Cantalice da Trindade (Irmã Maria Delza do Menino Jesus).

3. Fraternidade Bom Samaritano (Campo Formoso – Bahia)

A obra, hoje chamada União Hospitalar São Francisco, foi fundada, em março de 1959, por Frei Lino Graflage - OFM, em conjunto com as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras, tendo à frente a Irmã Maria de Lourdes Maia (Madre Maria Aldete do Menino Jesus), que empregou seu entusiasmo e sua coragem neste empreendimento. Como primeira enfermeira a ali atuar, a Irmã Maria Laudelina da Sagrada Família (Albina de Jesus Mendes) fez prodígios de abnegação no atendimento ao doente empobrecido. A Irmã Maria Amália de Cristo Rei (Regina Azevedo) sob a orientação do Dr. Renato Jaime, foi um anjo de dedicação, assistindo as parturientes em condições mais do que precárias.

A comunidade atual é formada pelas Irmãs Altamira Alves da Silva, Cleuseli Limeira de Souza, Superiora local, Margarida de Jesus Reis e Virgilinda da Conceição de Barros Dias, que conduzem, com dedicação e zelo, a missão que lhes foi confiada.

4. Fraternidade Betânia (Rio de Janeiro)

A Fraternidade Betânia (Hospital da Ordem Terceira do Carmo) é uma comunidade benfazeja. A boa aceitação das Irmãs e o apoio da Diretoria, em relação às suas iniciativas, ainda hoje, têm sido uma constante, o que propicia um clima tranquilo de trabalho e melhor rendimento na Pastoral Hospitalar. O Hospital foi fundado, em 1870, e as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras entraram ali, em 24 de maio de 1941, a pedido da Mesa Administrativa da época. A primeira Comunidade foi integrada pelas Irmãs Maria Domingas Alves (Irmã Maria do Presépio), Superiora Local, Carolina Teresa Rodrigues (Irmã Martinha da Conceição), Altina dos Reis (Irmã Maria Albertina do Menino Jesus), Ângela Caon (Irmã Maria Olandina do Coração de Jesus) e Judite Miranda Fernandes (Irmã Maria Zélia do Santíssimo Sacramento).

As Irmãs atuais ali presentes são Amazilde Maria Araújo (Irmã Aurinda do Coração de Jesus), Maria Beatriz Vieira de Andrade (Irmã Maria do Círio Pascal) e Maria de Lourdes Lima (Irmã Maria Alexandra do Santo Sudário), Superiora local. A partir de 1º de maio de 1970, as Irmãs do referido Hospital passaram a residir em local fora do ambiente de trabalho, sendo a primeira Fraternidade na Província a fazer tal experiência.

5. Fraternidade Mãe Maria Clara do Menino Jesus (São Paulo)

A trajetória da Fraternidade Mãe Maria Clara do Menino Jesus exprime bem o pensamento de Mãe Clara: “Trabalhemos com fervor e verdadeiro espírito de fé”. O Hospital São Joaquim foi fundado em 29 de outubro de 1859, e as Irmãs chegaram na instituição, em 1955. O contrato entre a Congregação e a entidade mantenedora desse Hospital foi firmado a pedido da Diretoria daquele ano, presidida pelo Dr. José Ermírio de Morais. As Irmãs pioneiras foram Máxima do Paraíso (Maria do Carmo Ferreira Branquinho), Superiora local, Nívea do Coração de Jesus (Célia Ribeiro de Sá), Maria da Divina Providência (Sebastiana do Carmo Branco), Maria Seráfica de São Francisco (Anísia de

216 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

Araújo), Maria Augusta da Eucaristia (Noêmia Porto), Maria Feliciana de São José (Maria Cardoso), Maria de São Bernardo (Maria Vitalina Matos) e Bernadete de Maria Imaculada (Luzinete Ribeiro de Magalhães).

As Irmãs exercem a Pastoral da Saúde, com forte presença junto aos enfermos e familiares; são elas, atualmente: Natair da Silva Barbosa, Superiora local, Eunice Fonseca de Menezes (Irmã Maria Blandina da Trindade), Teresinha Marques de Souza (Irmã Maria Brígida do Santíssimo Sacramento), Terezinha Pereira Silva (Irmã Maria Adelma de São Francisco) e Rita Bernadete Cabral.

Chamadas à missão do cuidado dos idosos

“Tratai os velhinhos como pais, os novos como irmãos e os pequenos como filhos” (Padre Beirão).

6. Fraternidade Bom Jesus (Ilhéus - Bahia)

A referida Instituição, na qual trabalham as Irmãs, foi fundada em 10 de setembro de 1916, com a finalidade de dar assistência a pessoas menos favorecidas da cidade de Ilhéus. A Delegada Irmã Maria da Divina Eucaristia (Maria do Carmo Bourbon Lindoso Sampaio) instalou a primeira comunidade, em 1955, após o pedido do Bispo de Ilhéus, Dom João Resende Costa, para que a Congregação assumisse a administração do Abrigo São Vicente de Paulo de Ilhéus.

As primeiras Irmãs foram Maria Augusta de São José (Alice Vasconcelos - Superiora), Maria das Chagas de São Francisco (Luísa Moreira de Carvalho - obrigações), Maria Glória da Sagrada Família (Elisa Falcão Freire - abrigados) e Maria Altina da Natividade (Silvina Balbina dos Santos - cozinheira). A Fraternidade atual é composta pelas Irmãs Maria José dos Santos, Raimunda Landim Fernandes, Superiora local, e Virgínia Gomes de Sousa. Ali, elas desenvolvem uma atividade de grande importância, em auxílio às pessoas da terceira idade, carentes de amparo e de cuidados assistenciais.

7. Fraternidade Santa Isabel (Salvador – Bahia)

Desde 1932, a convite do Ministro da Ordem Terceira, Sr. Henrique Conde, as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição atuam no Lar Franciscano Santa Isabel em atendimento aos idosos. A primeira comunidade, constituída pela Superiora Irmã Protegida do Céu e pelas Irmãs Maria Luzia de Fátima, Maria Olindina e Maria Luzinete, foi instalada pela Delegada Irmã Esperança da Glória. Encontram-se atuando na Fraternidade Santa Isabel as Irmãs: Edilene Luísa do Nascimento, Superiora local, Ana Maria Lima Alves e Maria José dos Santos. Uma obra perenizada, graças ao esforço e à dedicação c u i d a d o s a d a s I r m ã s F r a n c i s c a n a s Hospitaleiras, somados ao trabalho dos responsáveis pela manutenção do Lar Franciscano.

8. Fraternidade Nossa Senhora Rainha da Paz (Santa Isabel - São Paulo)

A Fraternidade Nossa Senhora Rainha da Paz teve como pioneiras as Irmãs: Alice Marques (Irmã Maria Bertília de Lourdes), Superiora local; Maria Margarida de Moura (Irmã Maria Verônica da Santa Face) e Gercina Barbosa da Silva (Irmã Maria Arnaldina do Presépio). A finalidade da obra é o amparo à velhice desprotegida. Foi fundada a 23 de novembro de 1973, a pedido da própria Diretoria da entidade, com todo o apoio e recomendação do Bispo, Dom Paulo Rolim Loureiro, que deu a sua bênção à nova Fraternidade, no ato de sua ereção canônica.

A Fraternidade está em pleno funcionamento. A instituição funciona com todo vigor e tem um trabalho consistente na pastoral popular e forte comunhão eclesial, com a colaboração das Irmãs Josefa Rosa dos Santos (Irmã Maria Brasiliana de São José), Superiora local, Keiko Ebissui (Irmã Maria Eliana do Santíssimo Sacramento) e Ozana Natividade Costa (Irmã Maria Ambrosina da Natividade).

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 217

Chamadas ao zelo pela infância

“Ides servir de anjos rafaéis, ensinando o caminho do céu às crianças” (Padre Beirão).

9 . F r a t e r n i d a d e M e n i n o D e u s (Pirassununga - São Paulo)

A Fraternidade Menino Deus mantém o Lar das Crianças do Menino Deus, antigo pensionato e orfanato. Esta Obra hoje tem o nome de Lar das Crianças do Menino Deus e está em pleno funcionamento. São 150 crianças, atualmente, beneficiadas com a assistência em tempo integral.

Esta valorosa obra de promoção e assistência à infância foi implantada, em 18 de outubro de 1918, por convite do Bispo de Campinas, Dom José Correia de Nery, para que as Irmãs saídas do Hospital de Socorro: Ana Joaquina Oliveira e Silva (Irmã Rosalina da Conceição), Superiora local, Rosa da Silva (Irmã Rosária de São Francisco) e Georgina de Jesus (Irmã Maria Rute da Conceição), abrissem um Pensionato p a r a a s a l u n a s d a E s c o l a N o r m a l . Posteriormente, com o apoio do Vigário de Pirassununga, Cônego Luiz Gonzaga de Moura Almeida, figura de grande influência local e muito amigo das Irmãs, instalou-se o Colégio e Orfanato do Menino, tendo o referido sacerdote adquirido o terreno onde se instalou a residência da Fraternidade, inaugurada em 29 de janeiro em 1922.

Esta Comunidade era composta, inicialmente, pelas Irmãs Reinalda Lisboa (Irmã Leocádia do Menino Jesus) como Superiora local; Albina Rodrigues (Irmã Maria Estela), Georgina de Jesus (Irmã Rute da Conceição), Conceição de Jesus Sá da Costa (Irmã Maria da Conceição de Jesus e Maria), Maria do Nascimento (Irmã Maria da Redenção) e Patrocínia Pereira do Vale Quaresma (Irmã Maria Egídia de São José). Hoje, como grupo de apoio, a Fraternidade conta com as Irmãs Maria Goretti Batista de Araújo, Presidente e Superiora local, Inês Mascarello (Irmã Maria Eufrosina do Amor Divino), Rosa Pires (Irmã Maria Lucy do Coração de Jesus), Alta Souza da Cruz, Catarina Fontanela (Irmã Maria Catarina da Conceição), Generosa Dias Guimarães (Irmã Maria Clarice

de São José) e Maria da Glória Alves (Irmã Maria Alda da Santa Face), que estão na missão do Lar das Crianças Menino Deus.

Integram, ainda, a Fraternidade as Irmãs idosas e enfermas: Almerinda Altarúgio (Irmã Bertilde de Maria Santíssima), Antônia Fávero (Irmã Maria Antônia de Pádua), Ana Araújo dos Santos (Irmã Maria Adelaide da Ressurreição), Claudiana Barbosa da Silva (Irmã Maria de São João Evangelista), Carminda da Cunha Gil (Irmã Maria Luisa de Fátima), Eulália Lúcio da Silva (Irmã Maria Armanda do Menino Jesus), Isaura Baptista de Faria (Irmã Maria Eudócia de Cristo Rei), Irene Ferreira da Silva (Irmã Irene de Maria Imaculada), Maria Marta Cardoso (Irmã Maria Feliciana de São José), Marieta Franca Fontes (Irmã Maria Catarina de Sena), Maria de Lourdes Freire (Irmã Maria Guiomar do Sacrário), Myriam de Jesus Almeida (Irmã Maria do Santíssimo Sacramento), Silvina Balbina dos Santos (Maria Altina da Natividade), Maria Leite de Oliveira (Irmã Maria do Bom Conselho) e Maria Andrade (Irmã Maria de Santo Agostinho).

10. Fraternidade Menino Jesus (Campina Grande - Paraíba)

Em 1954, as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, por convite do Revmo Sr. Bispo Diocesano, Dom Anselmo Pietrulla, OFM, e da Digníssima Diretora, DOM Maria de Lourdes Moura Ribeiro, iniciaram a administração da Casa da Criança Dr. João Moura, fundada, oficialmente, em 1947.

A primeira comunidade a conduzir os trabalhos da Casa da Criança Dr. João Moura era constituída pelas Irmãs Maria Aldete do Menino Jesus (Maria de Lourdes Maia - Superiora), Maria de La Salete (Marieta Pereira Mendonça), Maria Fernanda do Céu (Francisca Paiva) e Irmã Maria Ângela da Eucaristia (Ozelita Rodrigues).

Atualmente, integram a Fraternidade as Irmãs Joana dos Santos, Superiora local, Creuza Gomes do Nascimento, Enide Aurora Cunha (Irmã Maria Benedita da Cruz), Maria Epunina Pereira, Maria Galdino de Oliveira, Marlina Soares da Silva (Irmã Maria Fabiana do Carmo),

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Tereza Moreira de Jesus (Irmã Maria de S. Vicente de Paulo) e Mariluzia de Barros Sobreira. Sob os cuidados prestimosos das Irmãs, as crianças recebem a assistência adequada, nos dois turnos, com atividades educativas e orientação religiosa. As famílias também são beneficiadas com atividades integradoras e disseminadoras dos princípios cristãos.

Chamadas à missão de educar

“Ides servir de mães, educando” (Padre Beirão).

11. Fraternidade Sagrado Coração de Maria (Mossoró - Rio Grande do Norte)

Esta Fraternidade é responsável pelo funcionamento do Colégio Sagrado Coração de Maria, fundado em 2 de agosto de 1912. A obra foi inaugurada pelas Irmãs pioneiras Maria Leocádia do Menino Jesus (Reinalda Lisboa - Superiora), Rosária de São Francisco (Rosa da Silva), Maria do Divino Coração (Maria do Nascimento Dias), Maria Helena da Cruz (Maria das Vitórias), Maria Ruth da Conceição (Georgina de Jesus) e Maria da Visitação (Joaquina da Graça Mota), que integraram o terceiro grupo de Religiosas Franciscanas Hospitaleiras chegado ao Brasil.

Ao celebrar um Centenário de intenso labor apostólico, a Fraternidade hoje é constituída pelas Irmãs Francisca Francelina Barbosa de Melo, Francisca Nerialba Saldanha Brasil (Irmã Maria Doralice do Divino Coração), Lucilene Luciene Alves, Maria José Ramalho, Silvana da Silva Farias e Maria Zelândia da Silva, Conselheira do Setor Educacional, que atua como Superiora local e Diretora Geral e Administrativa.

É uma Fraternidade que prima pela comunhão com a Igreja, em forte aliança com os líderes religiosos e com a sociedade mossoroense, contribuindo para a promoção do progresso socioeconômico e o fortalecimento da cidadania, com uma prática notadamente inclusiva.

12. Fraternidade Mãe Imaculada (Penedo – Alagoas)

Sob a proteção divina e de Maria Imaculada, as I rmãs erigiram o Colégio Imaculada Conceição, em 13 de abril de 1913. Abriu suas portas com 38 alunas, dentre as quais Luíza Lobo Soares, mais tarde, Irmã Iracema da Cruz. Desta obra memorável participaram as Irmãs Maria do Espírito Santo (Albina Campos Pinto), mestra de escrita, Glória de Maria Imaculada (Maria da Anunciação Roque), mestra de costura, Dora da Santíssima Trindade (Maria Cândida Dias), Rosalina da Conceição (Ana Joaquina Oliveira e Silva), Consolação do Menino Jesus (Sofia Amélia Gonçalves), Luiza da Cruz (Serafina de Jesus) e Amada de Maria Santíssima (Maria da Conceição Martins), mestra de escrita e bordados.

Na Fraternidade, residiu a primeira Delegada Geral da Congregação no Brasil, Madre Maria da Circuncisão, e abrigou figuras exemplares, dentre elas, Joana Maria de São Pedro (Irmã Jolenta Maria de São Pedro), que, mesmo sendo portadora de necessidades especiais, foi incansável difusora do amor e da fé.

Nas comemorações do Ano Centenário, perenizou a sua História com o contributo das Irmãs hoje ali presentes: Antônia Sálvia Rodrigues Cavalcante, Albertina de Jesus Néris, Francisca Pereira da Silva (Irmã Maria Florentina dos Anjos), Diretora Pedagógica e Administrativa e Superiora local, Ivacy Umbelina da Conceição e Maria Lucimar Pereira da Silva (Irmã Maria Flávia de São Francisco).

13. Fraternidade Mãe Clara (Arapiraca – Alagoas)

Inserida na obra Colégio Normal São Francisco de Assis, fundado em atendimento ao convite do Bispo de Penedo, Dom Frei Felício da Cunha Vasconcelos, em 1956, a Fraternidade foi constituída, inicialmente, pelas Irmãs Maria Helena do Espírito Santo (Helena Luna Linhares), Débora Maria de Santa Terezinha (Letice Araújo de Oliveira), Branca Maria de Lourdes (Zélia Amaral Lemos) e Rita de Cássia. Regozijam-se com as bênçãos do momento

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 219

presente, as Irmãs Francisca de Barros Lima (Irmã Maria Claudete de Cristo Rei), Leonice Araújo da Silva, Maria Ivanneide Melo e Nazaré Maria dos Santos. A Irmã Stella Alves de Araújo (Irmã Edite de Maria Imaculada), Superiora local, Diretora Geral e Administrativa, desenvolve uma gestão pautada no e m p r e e n d e d o r i s m o e n a v i s ã o modernizadora, que não mede esforços em dotar o estabelecimento dos melhores recursos e investir na contínua qualificação dos colaboradores. Merece registro, ainda, o trabalho de inclusão social, em benefício dos mais carentes.

1 4 . F r a t e r n i d a d e N o s s a S e n h o r a Auxiliadora (Itabuna – Bahia) É responsável pelo Colégio São José da Ação Fraternal de Itabuna, aos cuidados da Província desde 13 de janeiro de 1964, quando a obra foi doada à Congregação por D. Amélia Tavares Amado, integrante da Ordem Franciscana Secular. No início, o Colégio contava com o zelo das Irmãs Margarida Maria do Menino Jesus (Maria Alves Dias), primeira Superiora, Rosa Cândida de Maria (Maria da Conceição Fontes), como Diretora, e as Irmãs Maria Doralice do Divino Coração (Francisca Nerialba Saldanha Brasil), Maria Gorete de Jesus (Maria da Guia dos Santos), Betânia de Maria Imaculada (Rosa Vieira Carneiro) e Hélia da Encarnação (Maria do Carmo Santana). Logo a seguir, também foram incorporadas as Irmãs Avemaria de Fátima (Leda Silva Dantas) e Maria Celina do Menino Jesus (Maria do Rosário Cantalice).

A história é dinâmica e se faz na audácia da fé. Expressão viva deste ofício de louvor e dedicação é a trajetória da Irmã Maria Dalvanir Filgueira Rosado, que muito contribuiu para o engrandecimento da Fraternidade.

Nos dias atuais, conduzem os destinos da AFI as Irmãs Gerusa Amorim dos Santos, Margarida de Menezes Alves (Irmã Maria Adamantina dos Anjos), Superiora Local, Diretora Geral e Administrativa e Responsável pela Formação Permanente, na Província, Maria Almerinda Serafim (Irmã Maria Almerinda da Sagrada Família), Maria

Elizabete Ávila Soares e Maria Graciete Rodrigues.

A instituição tem relevante papel na sociedade itabunense, com um consistente e atualizado trabalho educacional e voz ativa nas questões de interesse público, com notório reconhecimento por parte das autoridades e da população local.

15. Fraternidade Nossa Senhora das Graças (Propriá – Sergipe)

A Fraternidade dedica-se ao Colégio Nossa Senhora das Graças, inaugurado em 15 de fevereiro de 1915. A equipe fundadora era formada pelas seguintes Irmãs, transferidas de Itacoatiara, no Amazonas, Carolina da Apresentação (Maria Lucinda Pereira Sampaio), Superiora, Rosalina da Conceição (Ana Joaquina Oliveira e Silva), Maria Constantina de São José (Delfina de Jesus Sarmento), Rosária do Espírito Santo (Maria do Rosário), Glória de Maria Imaculada (Maria da Anunciação Roque), Maria Estela (Albina Rodrigues), Maria de Chantal (Mariana de Jesus Alves), Cassilda de São José (Maria Teresa de Matos), a que se uniram, posteriormente, as Irmãs Maria de São Paulo (Ana Rodrigues) e Maria de Santa Justa (Emília de Jesus Pereira).

Ao inaugurar o Colégio, o bom Pároco Monsenhor Antônio Cabral mostrou-se tão satisfeito que exclamou: “Bendita República portuguesa que nos mandou para o Brasil as Religiosas”. A primeira vocacionada desta comunidade foi Cecília Barros (Irmã Inês do Santo Cordeiro).

Por ocasião da pneumônica, as Irmãs se desvelaram em cuidados, levando a todo o município assistência aos mais necessitados. Nenhuma Irmã foi atingida pela doença. Por sua coragem e abnegação, elas receberam do Governador uma condecoração. Com desvelo e espírito de sacrifício, permanecem, hoje, na promoção de uma primorosa educação, as Irmãs Madalena Carvalho, Superiora local e Diretora Geral e Administrativa, Zaíra de Souza (Irmã Maria Aurélia de Santa Cecília), Terezinha Venâncio da Silva (Irmã Maria Arnalda da Visitação), Helena Dionízio de Albuquerque,

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Jonalita Santana Bispo (Irmã Maria Dulcina de Lourdes), Geny Bispo de Lira, Elisete Pereira Cruz e Bernadete Gonzaga Lima. São responsáveis, ainda, pela manutenção de um projeto voltado a pessoas portadoras de necessidades especiais.

16. Fraternidade São José Operário (Aracaju – Sergipe)

Mantém o Colégio Patrocínio de São José, fundado como Pensionato, no governo da segunda Delegada Geral, Madre Rosa de São Francisco, em 07 de abril de 1940. A comunidade primitiva era constituída pela fundadora, Irmã Cândida de Maria Imaculada (Alyntes de Brito Fontes), terceira vocacionada da Congregação, no Brasil, enquanto a Direção esteve sob a responsabilidade de Irmã Hercília da Assunção (Maria do Carmo Leite), o ensino, com Irmã Maria Augusta da Eucaristia (Noêmia Porto) e a nutrição, com a Irmã Consolação do Bom Jesus (Maria Cândida). A Fraternidade foi acrescida, no mesmo ano, pelas Irmãs Maria Carminda da Eucaristia (Lair de Menezes Sampaio) e Bernadete de Maria Imaculada (Luzinete Ribeiro de Magalhães).

A Fraternidade atuante desempenha um trabalho educacional amparado nos valores cristãos, na criatividade e no exercício da cidadania. Para isto, conta com a atuação laboriosa das Irmãs Creuza Góis, Superiora local, Eunice dos Santos, Diretora Geral, Josefa Rodrigues Dias, Lindalva da Trindade, Maria Dalvanir Filgueira Rosado e Maria do Carmo dos Reis (Irmã Maria Felicidade do Céu).

17. Fraternidade Sagrado Coração de Jesus (Estância – Sergipe) Está à frente da condução do Colégio Sagrado Coração de Jesus, fundado no governo da Madre Rosa de São Francisco, em 1º de março de 1936. A comunidade fundadora era constituída pelas seguintes Irmãs: Dora da Santíssima Trindade (Maria Cândida Dias), Superiora, Maria das Chagas de São Francisco (Luísa Moreira de Carvalho), responsável pela costura, Maria Carminda da Eucaristia (Lair de Menezes Sampaio), Maria de São Luís Gonzaga

(Eurídice Leão), Noémi de São Francisco (Jerônima Maria da Silva), Elza do Santíssimo Sacramento (Aloísia Bandeira da Silva), responsável pelo Jardim de Infância, e Maria Sílvia de Lourdes (Maria das Dores Cavalcante). Sempre mantendo uma trajetória pautada pelo amor à educação e ênfase nos valores morais e cristãos, a Fraternidade, em exercício, é constituída pelas Irmãs Lêda Silva Dantas (Irmã Avemaria de Fátima), Superiora local e Diretora Pedagógica, Ana Soares de Oliveira (Irmã Maria Georgina de São Francisco), Maria do Rosário Cantalice (Irmã Maria Celina do Menino Jesus), Diretora Administrativa e Raquel Cavalcante de Oliveira (Irmã Marinalva do Bom Pastor).

18. Fraternidade São José (Salvador – Bahia) Responsável pelo funcionamento do Colégio São José, fundado em 26 de fevereiro de 1926, na Avenida Luís Tarquínio nº 12 e 13, em prédio próprio adquirido pela Irmã Maria de São Bernardo (Luísa Pereira dos Reis). Foram designadas pelo Governo Geral para esta fundação a Irmã Rosária de São Francisco (Rosa da Silva) e as duas brasileiras, Irmã Maria Rosa de Viterbo (Maria Doralice Rocha) e Irmã Petronila dos Anjos (Edêucia Santana). A Fraternidade São José mantém a instituição Colégio São José, dotado de uma completa e ampla estrutura, que inclui o Santuário de São José, primeiro da Congregação no Brasil e local de grande afluência de fiéis. Entre as Irmãs que colaboraram decisivamente para esta obra está a Irmã Maria Anunciada dos Anjos (Gelcy de Oliveira Mariano).

A Fraternidade atuante compõe-se das seguintes Irmãs: Etelvina Santos (Irmã Maria da Imaculada Conceição) Superiora Local, Gelcy de Oliveira Mariano (Irmã Maria Anunciada dos Anjos), Inês Alves Batista, Ana de Menezes Matos, Enalva Silva, Maria Helena da Silva e Martinha Moreira. Conselheira da Educação por vários governos, a Irmã Maria Edna Marcílio de Souza (Irmã Carmelina do Coração de Maria) é Diretora Geral, Administrativa e Pedagógica do Colégio, onde vem desempenhando um trabalho de c o m p e t ê n c i a e ê x i t o e d u c a c i o n a l .

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 221

19. Fraternidade Nossa Senhora de Fátima (Campo Formoso – Bahia)

As pioneiras e fundadoras do Instituto Educacional Nossa Senhora de Fátima (IENSF) foram as Irmãs Maria do Cenáculo (Maria José Pereira), Superiora, Maria Áurea do Bom Pastor (Nair Gomes de Brito), Maria Dulce do Divino Coração (Alzira Ferreira da Silva), Maria Benedita da Cruz (Enide Aurora Cunha) e Maria de São Camilo (Maria José Almeida), que ali chegaram, em 06 de março de 1958. Ao final do primeiro ano, por questões de saúde, a Superiora foi substituída pela Irmã Maria Aldete do Menino Jesus (Maria de Lourdes Maia). Tiveram de enfrentar grandes dificuldades, no campo religioso.

Graças aos seus muitos esforços e sacrifícios, a instituição permanece na benignidade do Senhor, educando a infância e a juventude, sob as bênçãos da Virgem de Fátima. Dão continuidade a esta obra educacional de grande valor as Irmãs Josefa Hermínia da Silva, Superiora local, Maria Agda de Andrade, Diretora Geral, Administrativa e Pedagógica, Julieta Odette Miranda (Irmã Maria Germana do Paraíso), Maria Beatriz (Irmã Maria Deodária de Santo Antônio) e Rosemary Pereira Costa.

Chamadas a fazer o bem onde houver o bem a fazer

“O amor tem duas asas: a direita é a do amor de Deus, e a da esquerda é o amor ao próximo” (Padre Beirão).

20. Fraternidade Santíssima Trindade (Salvador – Bahia)

Está situada na Organização Fraternal São José, no primeiro imóvel da Província em Salvador, adquirido em 1926. Foi fundada em 31 de janeiro de 1969, com a finalidade de servir como Pensionato, tendo então como Superiora a Irmã Anna Figueiredo Carvalho (Irmã Eugênia de Maria Imaculada); como secretária, Albina Campos Pinto (Irmã Maria do Espírito Santo); e a contabilidade ficou a cargo de Irmã Mariá Baptista Bandeira (Maria Ausenda do Divino Pastor). As Irmãs dedicam-se à missão do acolhimento e da hospedagem

de pessoas em retiro espiritual, turistas, estudantes, cursistas e outros.

A Fraternidade atual é constituída pelas Irmãs Valdinez Gomes de Novais, Superiora local, Nilza Oliveira, Francisca Neuza Gomes (Maria Aureolanda do Céu), Maria de Lourdes Ribeiro da Silva e Maria Batista de Lima (Irmã Maria Idalina do Santíssimo Sacramento).

21. Fraternidade Jesus Maria José (Xerém - Rio de Janeiro) O Instituto Educacional Jesus Maria José foi inaugurado em 1959. A célula inicial desta fundação foi o Jardim de Infância Nossa Senhora das Graças, criado em 29 de agosto de 1959, a pedido do Vigário da Paróquia local, Padre Julião, do Coronel Oscar de Araújo, chefe do setor de seleção da Fábrica Nacional dos Motores (FNM) e do Dr. Ciro Tavares Bastos, membro da Diretoria da referida fábrica. A obra tinha por finalidade prestar assistência educacional aos f i lhos menores dos funcionários da Fábrica e iniciou numa sala anexa à residência das Irmãs.

As Irmãs pioneiras foram Maria Doralice Rocha (Irmã Maria Rosa de Viterbo), Vice-Provincial e Superiora local, Maria Campos (Irmã Matilde do Coração de Maria), Nivalda Matos Cardoso (Irmã Maria de Fátima) e Myriam de Jesus Almeida ( I rmã Mar ia do Sant íss imo Sacramento). Esta obra continua, por enquanto, desativada, mas permanece a Fraternidade Jesus Maria José, com atividades sociais e evangelizadoras, desenvolvidas pelas Irmãs Geralda Ferreira de Abreu, Superiora local, Analzira Pereira de Oliveira, Maria Venina Pereira (Irmã Maria Felismina do Coração de Jesus), Odete Lima da Silva (Irmã Maria Alaíde do Cordeiro Imaculado), Geralda Mendonça dos Santos (Irmã Maria Geralda de São Francisco) e Leoniza Pereira dos Santos (Irmã Maria Aureliana de Santa Isabel).

22. Fraternidade Nossa Senhora da Visitação (Natal - Rio Grande do Norte)

Em 2001, a Província iniciou uma obra na periferia de Natal, capital do Rio Grande do

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Norte, na localidade do Jardim América, destinada a uma Pastoral de Presença junto às mães. A Fraternidade foi constituída pelas Irmãs Bernadete Almeida (Irmã Maria Arminda do Rosário de Fátima), Superiora local, Maria Zulinda Silveira Menezes (Irmã Maria Benjamina do Coração de Jesus) e Terezinha Pinheiro Nunes (Irmã Aida do Sacrário). Em 2011, foi acrescida da Irmã Valquíria Conceição dos Santos. As Irmãs desenvolvem uma incansável jornada de atendimento nos lares. A Pastoral de Presença tem forte receptividade junto à comunidade local, pelas ações desenvolvidas que incluem visitas às famílias, aos doentes e aos idosos. Além disso, as Irmãs ministram cursos de trabalhos manuais, visando a promoção da mulher marginalizada.

23. Fraternidade Nossa Senhora da Esperança (João Dourado – Bahia)

Na Diocese de Irecê, desde 1981, a convite de Dom Homero Leite Meira , as I rmãs Franciscanas Hospitaleiras são presença evangelizadora, doando sua vida a serviço do Reino, inicialmente com as Irmãs Áurea Rebouças Maia (Irmã Maria Enilde de São José), na coordenação da Pastoral da Saúde e Vocacional, Irmã Enalva da Silva, na coordenação da Pastoral dos Marginalizados, e Irmã Gerusa Amorim dos Santos, na coordenação da Pastoral Catequética. Tempos depois, foi incorporada ao grupo a Irmã Maria Luísa da Conceição, missionária de saudosa memória, na catequese e no cuidado dos pobres e flagelados.

Atuam, especialmente, junto ao movimento das “Amigas da Mãe Clara”, à Juventude Franciscana Hospitaleira da Imaculada Conceição (JUFHIC) e à Infância Franciscana Hospitaleira da Imaculada Conceição (INFHIC). As atividades vêm sendo desenvolvidas, com cuidadoso afinco, pelas Irmãs: Maria José da Silva, Superiora local, Diomar Maria de Lima Nascimento e Maria Mercedes Santos da Silva, na coordenação da Pastoral da Saúde e dos Ministros Extraordinários da Comunhão. Unidas no ideal da fé, dão seu apoio para minorar o sofrimento da comunidade local, atingida pela aridez da prolongada estiagem.

24. Fraternidade São Francisco de Assis (Almofala – Ceará)

A Fraternidade das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras chegou à Almofala, em junho de 2008, a convite do Padre José Raimundo Oliveira, com apoio de Dom Antônio Roberto Cavuto, OFMcap, Bispo da Diocese de Itapipoca (Ceará). Foi aberta pela Superiora Provincial, Margarida dos Santos Lima, e atua no exercício das Obras de Misericórdia.

Foram pioneiras desta obra as Irmãs Expedita de Souza, Superiora local, de saudosa memória, Diomar Maria de Lima Nascimento e Lucimar de Oliveira Miranda (Irmã Maria Reparadora da Eucaristia), que iniciaram a atuação na área pastoral do Distrito de Itarema, Ceará. As Irmãs Antônia Franco de Queiroz e Josefa Batista de Lima (Irmã Josefa Maria de São José) foram enviadas a Almofala para somar esforços no atendimento pastoral.

25. Fraternidade Rainha da Paz (Conceição do Jacuípe – Bahia)

Fraternidade criada no governo da Superiora Provincial, Irmã Maria Dalvanir Filgueira Rosado, no ano de 1995, como missão dedicada às atividades da Pastoral no meio rural, através da evangelização e catequese dos Sacramentos. Pastoral de Escuta, acompanhamento e orientação de retiros, orientação de grupos de EVC (Exercícios Espirituais na Vida Cotidiana), palestras nas diversas Capelas, por ocasião das novenas dos padroeiros. Atuam na Pastoral familiar, promoção social, através do atendimento de saúde exercido pelos membros da Fasfhic, no Centro Comunitário Mãe Clara, construído e mantido pelas Irmãs. Acolheram ainda e educaram, durante todos estes anos, 7 crianças carentes e abandonadas. Os membros da Fasfhic local, sob a orientação da Irmã Rosa Helena Mendes de Moura (Irmã Maria Clara do Espírito Santo), desenvolvem notável atividade em benefício dos meninos de rua, através da prática esportiva, artesanato feminino e teatro.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 223

As Irmãs pioneiras da obra, com excepção da Irmã Francisca Gratulina Martins (Irmã Maria Delfina da Cruz) que já se encontra na glória do Pai, permanecem ainda atuantes: Rosa Helena Mendes de Moura, Laurença Barbosa da Silva, Superiora local, e Joana Francisca da Silva.

26. Fraternidad Virgen de Guadalupe (Nuevo Laredo – México) Em 10 de abril de 1999, foi instituída canonicamente a Fraternidade Virgem de Guadalupe, com a integração das Irmãs Keiko Ebisui (Irmã Maria Eliane do Santíssimo Sacramento – Probrasul), Maria José Sales (Probranorte) e Maria Isabel Lomba González (Delegação de Nossa Senhora do Pilar, Espanha). A abertura da missão por iniciativa das Províncias brasileiras, da Santa Cruz e do Sagrado Coração de Jesus, foi destinada, prioritariamente, a viver o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo no meio dos pobres, sendo um sinal do amor de Deus.

A Irmã Cássia Pereira, que obteve a cidadania mexicana pelos serviços prestados àquela comunidade, trabalha em conjunto com a Irmã Magda Brasileiro, ambas solidárias com o povo desamparado, compartilhando as alegrias e dores do cotidiano. Além das atividades de evangelização, elas atuam na Cozinha Comunitária, na promoção de oficinas literárias e artesanais, na acolhida aos emigrantes, nos serviços da Paróquia, no atendimento aos idosos e visitas domiciliares às famílias do bairro, na aplicação de terapias alternativas, em benefício das crianças e jovens com deficiências, acompanhando também os seus familiares, além da criação e orientação de um grupo da Fasfhic.

27. Fraternidad San Juan Diego (San Agustin - Guadalajara, México) A Fraternidade foi fundada, a 02 de fevereiro de 2007, pela Superiora Provincial, Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro, como missão dedicada ao exercício das Obras de Misericórdia espirituais e corporais. A Fraternidade é constituída pelas Irmãs Maria José Ferreira Sales, que obteve a cidadania

mexicana pela sua atuação na comunidade, atual Superiora local, Antonia Pereira e Maria Eunice Clemente de Deus e presta cuidados de enfermagem no domicílio da pessoa necessitada e serviço de saúde alternativo.

O grupo de Irmãs tem estreita ligação com a comunidade, através de atividades das Pastorais Vocacional, da Escuta e da Consolação e Famil iar. Foi também estruturado, no local, um núcleo da Família Franciscana Secular (FASFHIC).

28. Fraternidade Maria Mãe Missionária (Vila Tabatinga – Juruti, Pará)

A Fraternidade Maria Mãe Missionária foi aberta no dia 20 de novembro de 2011, em parceria interprovincial e canonicamente dependente da Província do Sagrado Coração de Jesus – Brasil Sul. Centro de irradiação missionária, esta Fraternidade foi inicialmente constituída pelas Irmãs Eva Cecília Neto (Irmã Maria Eufrásia do Coração de Jesus), Nildete C a m p o s e Te r e s i n h a S e n a Pe r e i r a , posteriormente transferida em uma dinâmica de peregrinação, dando vez à chegada da Irmã Maria Carmoza de Jesus.

Está inserida nas comunidades populares, com forte sintonia em atendimento às demandas da população mais carente e um trabalho dedicado de evangelização, dentro do Projeto da Diocese de Óbidos, Pará, na qual constitui um vicariato. Desta forma, as Irmãs reverenciam suas origens no melhor estilo, junto aos desvalidos e necessitados do conforto e das palavras do Senhor da Messe.

Chamadas ao cuidado da Vida Fraterna

“Vede como guardais essas pedras lindíssimas e riquíssimas das graças do Senhor. É delas que, mais tarde, tendes de dar contas a Deus” (Padre Raimundo dos Anjos Beirão).

29. Fraternidade Nossa Senhora da Confiança (Salvador – Bahia)

Fraternidade criada pela Superiora Provincial, Irmã Terezinha de Souza Rocha (Irmã Maria

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Adelinda do Coração de Jesus), a 22 de fevereiro de 1980, e constituída pelas Irmãs: Terezinha de Souza Rocha, Margarida de Menezes Alves (Irmã Maria Adamantina dos Anjos), Assistente Provincial e Superiora local, Rosa Helena Mendes de Moura (Irmã Maria Clara do Espírito Santo), Secretária Provincial, Joanete Rebouças Souza (Irmã Maria Joanete de Santa Teresinha), Ecônoma Provincial, Maria da Conceição Galvão Ribeiro (Irmã Gilcele de Maria Imaculada), Francisca Gratulina Martins (Irmã Maria Delfina da Cruz), Laurença Barbosa da Silva e Eunice dos Santos.

Posteriormente sediada no Convento Sagrada Família, em espaço construído durante o governo da Superiora Provincial, Irmã Maria Dalvanir Filgueira Rosado. No Ano Centenário, era formada pelas Irmãs Margarida dos Santos Lima, Superiora Provincial, Maria das Neves Fernandes de Souza, Assistente Provincial, Superiora local e Mestra de Junioristas, Eliane Marques Faustino, Conselheira do Setor Apostólico-Missionário e Secretária Provincial, Railda de Souza Silva, Ecônoma Provincial, Jandira Martins da Silva e Ionara Leite da Silva.

A Fr a t e r n i d a d e é re s p o n s áve l p e l a administração e pela animação da vida da Província de Santa Cruz- Brasil Norte. O governo atual está sendo conduzido cuidadosa e amorosamente pela Provincial Irmã Margarida dos Santos Lima.

30. Fraternidade Santíssima Trindade (São Paulo)

A estrutura inicial, bem simples e precária, em nada abalou a disposição de ali se instalarem as Irmãs Martha Cortez de Araújo Amorim (Irmã Inês de Maria Imaculada), Superiora Provincial, e duas Conselheiras, Ede Dias Xavier (Irmã Hilda de Maria Imaculada) e Paula Guimarães Nunes (Irmã Maria Isabel de Jesus Hóstia). Não tardou muito e receberam mais duas coirmãs: Áurea Fontes dos Santos (Irmã Maria Carmelita de São José) e Iracy Otelina Torres (Irmã Maria Albina de São José), que se integraram ao primeiro grupo. A instalação da primeira sede do governo da Província do Sagrado Coração Jesus veio a facilitar a dinâmica da comunicação e o assessoramento

às várias dependências da Fraternidade Provincial. Em sintonia com a expansão das atividades desenvolvidas e a amplitude das ações da Província, um novo prédio foi construído e inaugurado, no ano de 1996, para servir de sede da Província, onde está a Fraternidade da Santíssima Trindade.

Atualmente, é constituída pelas Irmãs Maria Vilaní Rocha de Oliveira, Superiora Provincial, Verônica Cysz (Irmã Maria Escolástica da Cruz), Assistente Provincial e Superiora local, Cezarina Lago de Souza (Irmã Açucena de Jesus Eucarístico), Maria Zuleide Fontanela, Ivone Backes, Rozely Cândida da Silva, Geralda Gualberto de Medeiros, Severina Alves de Lima (Irmã Maria de Lourdes) e Lúcia Moreira Barbosa. O dinamismo da Provincial Irmã Maria Vi laní Rocha de Oliveira vem impulsionando os rumos da Província.

31. Fraternidade Sagrada Família (Salvador – Bahia)

No Convento Sagrada Família, foi formada a primeira comunidade, em 1938, integrada pelas Irmãs Piedade do Coração de Maria, Superiora e Mestra de Noviças, Irmã Maria de São Paulo, Margarida do Menino Jesus e Marta da Sagrada Família.

Atualmente, é a sede social da Província, destinada a confraternizações, realização de retiros espirituais, residência das Irmãs idosas e ao acolhimento daquelas em tratamento de saúde e repouso. Situada no Convento Sagrada Família, abriga o Lar Madre Eucaristia, para o cuidado das Irmãs acamadas, e a Tenda da Hospitalidade, onde é servida uma refeição semanal para atendimento aos necessitados, sob o cuidado da Irmã Ivete Barbosa. No Ano Centenário, integravam a Fraternidade as Irmãs Anna de Souza Freitas (Irmã Isilda de Maria Santíssima), Superiora local e responsável pelo Subsecretariado Mãe Clara, Ana Eufrosina de Santana (Irmã Maria do Divino Amparo), Anna Figueiredo Carvalho (Irmã Eugênia de Maria Imaculada), Antonieta Maria de Cerqueira Almeida, Beniza dos Santos, Creuza Alves Viana (Irmã Maria Dulcineia do Santíssimo Sacramento), Elza Maria de Moura, Emília Teixeira (Irmã Maria

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 225

Abília de São José), Eremita Maria da Conceição Brito (Irmã Maria Pacífica de São Francisco), Esmerinda de Souza Bittencourt (Irmã Maria Afonsina de Santo Antônio), Floraci Vieira Barros, Francisca Augusta da Silveira (Irmã Maria do Céu), Francisca Benigna de Araújo (Irmã Alice Maria de Jesus Hóstia), Francisca de Paiva (Irmã Maria Fernanda do Céu), Helena Maria de Matos, Helena Ramos do Bonfim (Irmã Maria de São Francisco Xavier), Helena Soares da Rocha (Irmã Maria Diva do Santíssimo Sacramento, Iraci Otelina Torres (Irmã Maria Albina de São José), Iristéia Martins de Miranda (Irmã Maria Olga do Tabernáculo), Ivete Barbosa (Irmã Maria do Patrocínio de São José), Joanete Rebouças Souza (Irmã Maria Joanete de Santa Teresinha), Josefa Maria de Andrade (Irmã Maria Candura de São José), Mafalda Vieira Alves (Irmã Maria Mafalda de Jesus Hóstia), Marçal Albertina Nogueira (Irmã Maria Carmerinda de Santa Isabel), Maria Betinha Alves dos Santos (Irmã Coração de Maria), Maria da Glória Pachêco, Maria da Silva Vieira (Irmã Maria da Guia, também conhecida por Maria do Carmo), Maria de Lourdes da Silva, Maria de Lourdes Gurgel Frota (Irmã Sara do Coração de Maria), Maria de Lourdes Macedo (Irmã Maria Corália de Santa Cecília), Maria do Socorro Rocha (Irmã Maria do Rosário de Fátima), Maria Isabel da Silva (Irmã Maria Deodata de São José), Maria Ivanilda de Pontes, Maria Jerônima de Queiroz, Maria José Brandão Lima (Irmã Maria Belmira de Lourdes), Maria Neta Santos (Irmã Maria Luisa de Fátima), Maria Nila das Neves (Irmã Graziana do Coração de Jesus), Maria Nuta do Bonfim (Irmã Maria da Ascensão de Jesus), Maria Pereira da Silva (Irmã Maria Carmélia da Assunção), Maria Rosa Cardoso (Irmã Antônia de Santa Maria), Nabor Gonzaga Rocha (Irmã Rogéria do Coração de Jesus), Nivalda Pereira Lima (Irmã Maria da Santa Face), Raimunda de Oliveira Carvalho (Irmã Maria Alexandrina de Fátima), Regina Maria de Azevedo (Irmã Maria Amália de Cristo Rei), Sebastiana Lopes Cardoso da Silva (Irmã Maria Celeste dos Anjos), Terezinha Neves de Rezende (Irmã Maria Duvaldina do Céu), Terezinha Souza Santos (Irmã Maria Geralda do Perpétuo Socorro), Virgínia Macedo (Irmã Dionísia do Coração de Maria), Waldice Ferreira de Christo (Irmã Maria Corina de São José).

32. Fraternidade Imaculado Coração de Maria (Itapecerica da Serra - São Paulo)

O Centro Assistencial Imaculado Coração de Maria (CAIMC), inicialmente, chamou-se Casa de Formação e Proteção à Infância e Convento Imaculado Coração de Maria, tendo as Irmãs ali chegado no dia 1º de janeiro de 1966. As primeiras Irmãs foram Inês Ramos (Irmã Pureza de Maria Imaculada), Zolina Freire (Irmã Aparecida de Maria Imaculada), Marieze Menezes (Irmã Maria Alba do Cordeiro Imaculado) e Nivalda Matos Cardoso (Irmã Maria de Fátima). Teve por finalidade primordial a instalação do Noviciado que funcionou, no início, precariamente, em Pirassununga (São Paulo). O local, atualmente, serve de abrigo para as Irmãs idosas e enfermas.

Hoje, ali estão presentes as Irmãs Maria das Graças Emiliano, Superiora local, Célia Ribeiro de Sá (Irmã Nívia do Coração de Jesus), Joana Leandro do Nascimento (Irmã Maria Florinda de São José), Margarida Maria dos Santos (Irmã Maria Olinda de Jesus), Maria da Conceição Castro (Irmã Elina Maria de Lourdes), Ritta de Jesus Ribeiro (Irmã Maria Regina da Paz), Zélia dos Santos (Irmã Maria Hortense do Céu), Maria Neusa de Oliveira (Irmã Maria das Mercês), Marieta Bezerra de Azevedo (Irmã Maria de La Salete) e Ana Delma Bezerra (Irmã Adosinda do Sacrário).

33. Fraternidade Imaculada Conceição (Dias D`Ávila – Bahia)

A Casa de Formação, inicialmente, atendeu ao Noviciado e, mais recentemente, passou a funcionar como uma Fraternidade a serviço da animação vocacional das Províncias brasileiras. Ganhou uma nova destinação, no ano de 2012, para atender ao Aspirantado Interprovincial. Está localizada na Rua Valter Seixas, s/n, Dias D´Ávila.

Integram a Fraternidade as Irmãs Maria José da Silva, Emília Teixeira (Irmã Maria Abília de São José) e Marieze Menezes (Irmã Maria Alba do Cordeiro Imaculado). Juntas, elas dinamizam este local, onde as jovens aspirantes são recebidas com todo o conforto e recebem a

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devida orientação ao longo de seu caminho vocacional.

34. Fraternidade Beata Maria Clara (Uberlândia - Minas Gerais)

Entre outros resultados do fecundo Ano Centenário, no ano de 2012, houve a abertura da Fraternidade Beata Maria Clara, um centro de referência que propicia o contato e o acolhimento de novas vocacionadas. Está situado na Travessa Morais, nº 22, em Uberlândia. A Obra foi inaugurada com o apoio laborioso das Irmãs Maria Maura de Morais (Irmã Maria Maura do Coração de Jesus), Neusa Aparecida Fernandes de Sousa e Geralda Ferreira de Abreu. O Centro Vocacional da Província está em pleno funcionamento sob a coordenação da Promotora Vocacional, Irmã Neusa Aparecida Fernandes de Souza.

35. Noviciado Interprovincial Fraternidade Imaculada Conceição

O Noviciado é o ponto de partida de toda a caminhada para a Vida Consagrada. Nele se encontram as jovens que frequentam esta etapa de formação. As Províncias Franciscanas Hospitaleiras do Brasil abrem novos horizontes para a Formação com a experiência do Noviciado Interprovincial, sediado em SGAS, Quadra 609, conjunto E, Asa Sul, Brasília, Distrito Federal.

A atual Mestra de Noviças e de Postulantes é a Irmã Catarina Ana Alflen, tendo como colaboradoras as Irmãs Luzia Egídia dos Anjos e Maria Joelma Alexandre dos Santos, que acompanham as Noviças Noelma Oliveira Cavalcante, Cristiane Reis Pereira e Andréia Rodrigues da Silva.

Chamadas às Obras de Misericórdia

“ D e m o s u m s i n a l d o n o s s o j u s t o reconhecimento ao nosso Pai de misericórdia, que tanto reparte em nossa família” (Padre Beirão)

1. Projeto Social Escola Mãe Clara – Salvador (Bahia)

Em 1962, foi criado pelas Irmãs Luzinete de São José (Herondina dos Santos), Maria do Calvário e Maria Laudelina da Sagrada Família (Albina de Jesus Mendes) o Centro de Assistência Social Pio XII, instituição de beneficência destinada à assistência e promoção dos moradores da Pedra Furada, em Salvador. A partir de 1969, passou a ser administrado, durante longos anos, pela Irmã Maria Teresa do Menino Jesus (Maria Bernadete Lobo), com o apoio da Irmã Marçal Albertina Nogueira, em suas dependências, funcionou a Creche Mãe Clara. Em 02 de março do ano de 2009, o governo da Província, na pessoa da Superiora Provincial, Irmã Margarida dos Santos Lima, elevou e ampliou o padrão de atendimento, com a transformação do Centro de Assistência Social Pio XII na Escola Mãe Clara.

É um serviço educacional de elevada qualidade, inteiramente gratuito, prestado à população menos favorecida das ribanceiras do Monte Serrat e adjacências, bem como da circunvizinhança do Convento Sagrada Família. A Escola desenvolve um trabalho de fortalecimento da autoestima e de incentivo ao potencial criativo, através de atividades como o Coral dos Pequeninos de Mãe Clara.

2. Projeto Social do Hospital da Sagrada Família - Salvador

O Projeto Social Sagrada Família, desenvolvido pelo Hospital da Sagrada Família, em Salvador, beneficia anualmente mais de duas mil gestantes em situação de vulnerabilidade social. Na unidade, que ocupa um conjunto de salas em um centro comercial, no bairro do Uruguai, as mulheres tem assistência pré-natal gratuita, ao longo de toda a gestação, com e n c a m i n h a m e n t o a o p a r t o , preferencialmente, no Hospital da Sagrada Família. O projeto busca uma atenção integral à gestante e a promoção da saúde materno-fetal. Para isso, além da consulta com a médica obstetra, a paciente recebe orientações nutricionais, cota mensal de produtos alimentícios e informações sobre o parto e os cuidados com o recém-nascido.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 227

3. Casa de Santa Maria - Salvador

Em 14 de novembro de 1985, no bairro Nova Sussuarana, na periferia de Salvador, foi i n i c i a d a u m a n o v a e x p e r i ê n c i a d e evangelização, baseada na inserção no meio popular para vivenciar as agruras e esperanças. O êxito desta missão resultou na fundação da Casa de Santa Maria, sob o patrocínio de Santa Maria, a Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, em 08 de dezembro de 1989. A concretização desta Obra deve-se ao empenho e à dedicação da Irmã Joanete Rebouças Souza, em seu intenso ardor missionário, na trilha da caridade legada pela Bem-aventurada Maria Clara.

É uma entidade beneficente de assistência social, devidamente registrada e com o Estatuto Social publicado no Diário Oficial, em 21 de janeiro de 1994. A Instituição, sob a presidência da Irmã Joanete, vem praticando as obras de misericórdia no espírito das bem-aventuranças do Evangelho de Jesus Cristo. Grande parte das demandas tem sido suprida com a colaboração de pessoas generosas que oferecem doações para manter os serviços do Lar Social, destinado ao acolhimento de crianças e adolescentes em situação de risco.

A obra está inserida na periferia de um bairro pobre, populoso e carente de estrutura sociocultural, com elevado índice de violência. Desde o início do ano de 2001, além da manutenção do Lar, passou a atender 325 crianças na pré-Escola Santa Maria, com b a s t a n t e a c e i t a ç ã o e p ro c u r a p e l a comunidade local. Significativa parcela de crianças sem escola, que antes perambulavam pelas ruas, foi diminuindo. A ação solidária, humanitária e amorosa trouxe esperança e transformação, apesar do processo educativo e da aprendizagem serem dificultados pela carência alimentar, desnutrição crônica e fome.

4. Centro Interescolar de Enfermagem Sagrada Família – Salvador

O Centro Interescolar de Enfermagem Sagrada Família contribuiu grandemente com o setor de Saúde da Província e da sociedade

soteropolitana, ao longo de 60 anos (1952 a 2012), formando 142 turmas de profissionais: auxiliares de enfermagem e técnicos de e n f e r m a g e m , m u i t o s d e l e s c o m especialização em Enfermagem do Trabalho, Enfermagem em Unidade de Tratamento Intensivo e também técnicos de Enfermagem em Hemodiálise, perfazendo um total de 2.568 profissionais capacitados e com melhores oportunidades no mercado de trabalho.

O Centro Interescolar de Enfermagem Sagrada Família procura participar ativamente da vida e dos interesses da comunidade onde se encontra inserido, não só através de atividades profissionais, como também cedendo suas dependências para a realização de encontros de jovens, palestras, teste de seleção para entidades que solicitam seu espaço, entre outros fins.

A Obra foi criada, em 1952, pela Delegada Geral Madre Maria da Divina Eucaristia (Maria do Carmo Bourbon Lindoso Sampaio), como Escola de Auxiliares de Enfermagem Sagrada Família (a primeira da Congregação no Brasil). A Madre Eucaristia agilizou esforços para a construção de um prédio com os padrões adequados ao funcionamento de um centro de formação profissional, visando transformar a Escola numa Faculdade de Enfermagem, sonho que se tornou realidade no governo de sua sucessora, a Irmã Ivone do Coração de Maria (Júlia Ferreira). Este tradicional Centro de Interescolar de Enfermagem vem sendo gerenciado com todo zelo pela Irmã Floracy Vieira Barros.

5. Projeto Escolarte Jardim da Mãe Clara – Propriá (Sergipe) O Projeto Escolarte Jardim da Mãe Clara foi fundado, no dia 25 de abril de 2007. Atende, atualmente, 58 alunos com necessidades especiais, incluindo deficiência visual e auditiva, além de portadores de doenças neuromotoras e doenças como autismo, entre outras. É mantido pelo Colégio Nossa Senhora das Graças, da Fraternidade Nossa Senhora das Graças, em Propriá, Sergipe. Conta com a ajuda dos parceiros solidários, sob a direção de Irmã Madalena Carvalho da Silva, diretora

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administrativa, a condução da diretora pedagógica, Maria da Paz da Costa Lins Lustosa, e o apoio da colaboradora, Irmã Geni Bispo de Lira.

O projeto tem transporte próprio em benefício dos alunos, que participam de atividades como aulas de informática, educação física, canto e ensino religioso, alfabetização e também dos eventos e datas comemorativas. As famílias têm se mostrado satisfeitas pelo trabalho educacional de inclusão realizado com qualidade.

Manter este conjunto de obras em funcionamento, de portas abertas, aquecido e iluminado pelo ideal de cidadania, amor e respeito à vida, em toda a sua amplitude, é meta, desafio e apelo de quem confia na Divina Providência, certa de que o Seu olhar providencial vela sobre nós.

Movimentos leigos

1. Família Secular Franciscana Hospitaleira da Imaculada Conceição - FASFHIC

O estudo do VI Caderno para a Renovação da CONFHIC – súmula do trabalho de toda a Congregação, elaborado e aprovado no XXII Capítulo Geral ( julho-agosto de 1989) procurou revitalizar a Família Congregacional à luz da Espiritualidade Franciscana Hospitaleira. Na Província de Santa Cruz, as Irmãs superioras foram as primeiras a se debruçar sobre o documento, para motivar a leitura e a reflexão em suas respectivas Fraternidades.

Dentre as sementes lançadas, uma delas foi a criação da Família Secular Franciscana Hospitaleira da Imaculada Conceição – FASFHIC. O desejo brotou no coração da Irmã Maria Eneide Martins Leite (Irmã Rosa Mística do Coração de Jesus), então Superiora Geral, que o apresentou no Capítulo mencionado anteriormente, submetendo à votação a seguinte reflexão: “Até hoje, muitos leigos há que têm estado, de algum modo, ligados às nossas obras e atividades.

Não será a hora de serem chamados a participar também, de coração e vida, com a sua generosidade, energia e disponibilidade, da vivência do nosso Carisma Franciscano Hospitaleiro, segundo a sua condição laical? A inspiração original com que o Espírito Santo agraciou os nossos fundadores não nos interpelará a uma nova encarnação nos dias de hoje, no sentido de um movimento alargado da Família Franciscana Hospitaleira?”. Foi, então, confiado ao Governo Geral o cuidado de promover a sensibilização das Irmãs para a possibilidade de irradiar a espiritualidade entre os leigos.

Por sugestão da Superiora Geral na época, as Irmãs Terezinha de Souza Rocha (Irmã Maria Adelinda do Coração de Jesus) e Rosa Helena Mendes de Moura (Irmã Maria Clara do Espírito Santo), a partir de 1990, começaram a preparar, nessa linha, um grupo de leigos adultos, provenientes de vários grupos de EVC – Exercícios de Vida Cotidiana, por elas orientados. Eles tinham manifestado o desejo de permanecer sob a direção espiritual das Irmãs, vivenciando o carisma franciscano hospitaleiro e colaborando no serviço apostólico da Congregação. No dia 1º de dezembro de 1992, data, posteriormente, escolhida pela Igreja para celebrar a festa da Bem-Aventurada Maria Clara do Menino Jesus, como conclusão do Conselho Plenário Geral reunido na Província de Santa Cruz, deu-se, oficialmente, início à primeira fraternidade FASFHIC, na Província de Santa Cruz. Houve, então, uma celebração eucarística, presidida pelo Padre Pedro Maione, SJ, na qual 12 dos membros da nova fraternidade fizeram o seu compromisso temporário. No ano seguinte, o grupo iniciante continuou a organizar-se em reuniões mensais de formação e chegou a agregar 25 membros, dentre eles sete casais, com perspectiva de formar três comunidades, conforme os Estatutos entretanto elaborados pelos próprios com a ajuda das suas assistentes espirituais. Ao longo destes 21 anos de existência na Província de Santa Cruz, a FASFHIC contribuiu grandemente na divulgação do carisma, tanto pelo cultivo da espiritualidade entre seus membros, como através de ações sociais desenvolvidas junto a comunidades em vulnerabilidade social.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 229

Neste Ano Centenário, a FASFHIC em Arapiraca, Alagoas, em Estância, Sergipe, Salvador, Conceição do Jacuípe, e Itabuna, na Bahia, participou ativamente na divulgação do Carisma, em preparação à cerimônia de Beatificação da Irmã Maria Clara do Menino Jesus, assim como o entusiasmado Grupo das senhoras Amigas da Mãe Clara, sediado em João Dourado. Também a FASFHIC, em território mexicano, faz uma caminhada entusiasmada pelo cultivo dos bens testamentários da espiritualidade franciscana hospitaleira. Entre os peregrinos que participaram da cerimônia de Beatificação da Fundadora da CONFHIC, havia alguns membros da FASFHIC, integrada à Província de Santa Cruz, incluindo mexicanos.

A Família Secular Franciscana Hospitaleira da Imaculada Conceição, FASFHIC, é uma a s s o c i a ç ã o d e f i é i s q u e s e p ro p õ e compartilhar o Carisma da Congregação, de acordo com a espiritualidade vivida e transmitida pelos seus Fundadores, Padre Rai-mundo dos Anjos Beirão e Madre Maria Clara do Menino Jesus. (Art. 177 CCGG).

F A S F H I C NA PROBRASUL Em 1995, as Irmãs da Província do Sagrado Coração de Jesus foram conscientizadas sobre a formação da FASFHIC e, no ano seguinte, houve a implantação da mesma, com o apoio do Governo Provincial e a nomeação de Irmã Sônia de Itoz para coordenar a equipe. Em 1998, o número de simpatizantes inscritos chegou a 98 membros. No ano do Novo Milênio (2000), a FASFHIC foi entregue à coordenação de Irmã Severina Alves de Lima (Irmã Maria de Lourdes), que buscou dar prosseguimento ao Projeto anterior, mas houve interrupção das atividades por cerca de dois anos, devido a fatores adversos.

O projeto foi retomado, em 2003, sob a coordenação de Irmã Maria Vilaní Rocha de Oliveira. Houve nova fase de interrupção, com o reinício das atividades da equipe sob a orientação de Irmã Marieze Menezes (Irmã Maria Alba do Cordeiro Imaculado), que se uniu a Irmã Cezarina Lago de Souza (Irmã

Açucena de Jesus Eucarístico) nessa tarefa.

A Irmã Cezarina assumiu a coordenação, em 2006, com o apoio do Governo Provincial. Em sua gestão, a Fasfhic foi reorganizada, com novo impulso, nas suas atividades. No ano de 2010, a coordenadora participou de um evento internacional na Casa Mãe, em Portugal, com a participação das orientadoras da FASFHIC de vários países. Com seu dinamismo como animadora, tem mantido uma agenda intensa de atividades e reuniões semanais. Continua com vigor a Fasfhic sempre se formando novos grupos.

No atual momento, a Irmã Natair da Silva Barbosa assumiu coordenar o primeiro grupo de São Paulo, e, com entusiasmo e vigor missionário, está desenvolvendo um bom trabalho de reflexão e engajamento com as pessoas mais empobrecidas da periferia de São Paulo e pessoas comprometidas com o desenvolvimento do Evangelho na prática do Bem a ser feito onde for necessário.

2. Juventude Franciscana Hospitaleira da Imaculada Conceição - JUFHIC

A Juventude Franciscana Hospitaleira da Imaculada Conceição (JUFHIC) nasceu nos Açores, em Portugal, por iniciativa da Irmã Filomena Pavão. Na Província de Santa Cruz - Brasil, a JUFHIC teve seu primeiro grupo na cidade de Campo Formoso, estado da Bahia, no ano de 2007, por iniciativa da Irmã Eliane Marques Faustino que recebeu todo incentivo da Irmã Filomena. A JUFHIC tem procurado integrar a juventude na vida da paróquia, onde os jovens se encontram inseridos, além de cultivar, entre eles e seus afins, a riqueza do carisma franciscano hospitaleiro. Na cidade de João Dourado, na Bahia, a arte – música e teatro – tem sido o canal de aproximação desses jovens com os valores do Evangelho e a herança fundacional legada pelos Fundadores da CONFHIC.

Duas jovens já se sentiram chamadas à vida consagrada e foram admitidas à formação inicial. As Irmãs ali integradas na Fraternidade Nossa Senhora da Esperança, pelo exemplo e pela orientação, fomentam a prática das obras

230 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

de misericórdia, apoiam as iniciativas que emanam do sentimento de solidariedade e os acompanham em viagens de peregrinação e lazer.

3. Infância Franciscana Hospitaleira da Imaculada Conceição - INFHIC

A Infância Franciscana Hospitaleira da Imaculada Conceição nasceu, em 2008, do trabalho abnegado e entusiasta da Irmã Lucimar Miranda com as crianças de Almofala, no Ceará, onde desenvolve atividades de fo r m a ç ã o e m i s s ã o a d e q u a d a s a o s pequeninos amigos de Mãe Clara.

Este exemplo motivou as Irmãs de João Dourado, na Bahia, e, em 2008, incentivou a Irmã Maria José da Silva a aproveitar o ensaio para a coroação de Nossa Senhora como oportunidade para iniciar um trabalho específico com esse grupo de crianças. Posteriormente, continuaram se reunindo e alguns jovens da JUFHIC sugeriram a implantação da JUFHIC mirim, que passou a ser designada por INFHIC, a partir 2009.

Caracteriza-se como grupo de perseverança na fé, fortalecendo o amor a Deus, o respeito e a boa convivência entre os integrantes e as demais pessoas. São criadas oportunidades para um crescimento participativo e desenvolvimento das virtudes cristãs. À medida que essas crianças alcançam a adolescência, passam a fazer parte da JUFHIC.

Perspectiva

O Espírito do Senhor conduziu as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição ao Brasil. O olhar providencial de Deus permaneceu fiel na jornada, guiando a história da Congregação na terra de Santa Cruz, ao longo de um século.

Memória das Raízes – suave perfume de gratidão e louvor é o acervo de registros dos fatos, revestido de simplicidade e louvor, que nasceu do sonho das Provinciais brasileiras. Uma doação à posteridade do testemunho de vida das Irmãs pela causa do Evangelho, no serviço corajoso e fraterno aos mais necessitados.

Ao folhear suas páginas, possa, quem as leu, ter encontrado a graça da benignidade do Senhor, pela revelação dos fatos e realizações movidos pela generosidade fraterna. Um m e m o r i a l c o n s t r u í d o a p a r t i r d o s depoimentos das Irmãs, registros históricos, referências em publicações da Província da Santa Cruz e Província do Sagrado Coração de Jesus, e testemunhos de tantos, entre os milhares de cidadãos brasileiros agraciados pelo cuidado das Irmãs, na fidelidade ao carisma da hospitalidade.

É, portanto, memória dos caminhos abertos e percorridos. Há, porém, muitas outras coisas... (Jo 21,25) que não estão ainda registradas. Que os dias futuros possam completar o que fa ltou e recolher, na histór ia , mais informações, para acrescentar a este legado de preservação da vida da Congregação no Brasil, na esperança de “que ela se expanda, para louvor de Deus e sua glória”.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 231

Fontes Consultadas 1. Livro Primeiro das Crônicas da Congregação das Irmãs Terceiras Regulares de São Francisco de Assis, Hospitaleiras Por tuguesas, publicação da 1ª edição em 1989, reedição em 2011.

2. BRITTO, Antonio Carlos Nogueira, A Medicina Baiana nas Brumas do Passado, 2002.

03. CARVALHO, Irmã Anna Figueiredo, O Zelo de Deus em Nossa História, 1999. 04. CARVALHO, Irmã Anna Figueiredo, 80 anos da CONFHIC no Brasil (1911-1991), 2005.

05. REMA, Padre Henrique Pinto, Crônica do Centenário, Vol. I, II e III.

06. III Caderno para renovação da CONFHIC, Documento do III Conselho Plenário Geral.

07. Constituições Gerais da CONFHIC

08. Revista Mais Alto, edições 1957 a 1958, 1967

09. Revista Aurora Franciscana

10. Boletim Mensal11. Informativo Arauto da Santa Cruz, 1962 a 2011

12. Informativo O Encontro

13. Informativo Notícias da Congregação

14. Revista Comemorativa do Jubileu dos 75 anos da CONFHIC no Brasil

Arquivo da Província da Santa Cruz.Arquivo da Província do Sagrado Coração de Jesus.

Entrevistas com Irmãs das Fraternidades, notadamente do Convento Sagrada Família.

232 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

Lar Franciscano Santa Isabel (Salvador) no atendimento aos idosos.

APÊNDICE

CONFHIC

PROVÍNCIA DE SANTA CRUZPROVÍNCIA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

Peregrinação dos Governos Provinciais ao Norte do Brasil

Cem anos sob o olhar providencial de Deus

01 e 02 de Setembro de 2010.

BELÉM 01 de setembro de 2010

1. Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré (Belém)

A – Sequência do Espírito Santo

Vinde, ó Santo Espírito,Vinde, Amor ardente,Acendei na terraVossa luz fulgente.

Vinde, Pai dos pobres:Na dor e aflições,Vinde encher de gozoNossos corações.

Benfeitor supremo,Em todo o momento,Habitando em nós,Sois o nosso alento.

Descanso na lutaE na paz encanto.No calor sois brisa,Conforto no pranto.

Luz de santidadeQue do Céu ardeis,Abrasai as almasDos Vossos fiéis.

Sem a Vossa forçaE favor clemente,Nada há no homemQue seja inocente.

Lavai nossas manchas,A aridez regai,Sarai os enfermosE a todos salvai.Abrandai durezasPara os caminhantes,Animai os tristes,Guiai os errantes,

Vossos sete donsConcedei à almaDo que em Vós confia.Virtude na vida,

Amparo na morte,No céu alegria. Amém.

B – Sl 84 (83) Saudades do templo do Senhor

Cantar a Ant. – Senhor Deus do Universo, oh meu Rei e meu Deus!No V. 9 – Para-se e fazem-se preces.No fim do Sl. fazer eco.

- Quão amável, ó Senhor, é Vossa casa, * quanto a amo, Senhor Deus do universo! - Minha alma desfalece de saudades * e anseia pelos átrios do Senhor!- Meu coração e minha carne rejubilam * e exultam de alegria no Deus vivo!

- Mesmo o pardal encontra abrigo em Vossa casa, +e a andorinha ali prepara o seu ninho, * para nele seus filhotes colocar: - Vossos altares, ó Senhor Deus do universo! * Vossos altares, ó meu Rei e meu Senhor!

- Felizes os que habitam Vossa casa; * para sempre haverão de Vos louvar! - Felizes os que em Vós têm sua força, * e se decidem a partir quais peregrinos!

- Quando passam pelo vale da aridez, +o transformam numa fonte borbulhante, * pois a chuva o vestirá com suas bênçãos. - Caminharão com um ardor sempre crescente * e hão de ver o Deus dos deuses em Sião. - Deus do universo, escutai minha oração! * Inclinai, Deus de Jacó, o Vosso ouvido! (Vers. 9)- Olhai, ó Deus, que sois a nossa proteção, * vede a face do eleito, Vosso Ungido!

- Na verdade, um só dia em Vosso templo * vale mais do que milhares fora dele! - Prefiro estar no limiar de Vossa casa, * a hospedar-me na mansão dos pecadores! - O Senhor Deus é como um sol, é um escudo, * e largamente distribui a graça e a glória. - O Senhor nunca recusa bem algum * àqueles que caminham na justiça. - Ó Senhor, Deus poderoso do universo, * feliz quem põe em Vós sua esperança!

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 233

C - Leitura – Missão no Brasil Pág. 30 e 31 (Minutos de silêncio)Partilha de sentimentos e interpelações

D - Terminar com a consagração à Nossa Senhora de Nazaré

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02 e 03 de Setembro de 2010.

SANTARÉM 01 - Invocação ao Espírito Santo

Oração do Papa João XXIIIEspírito Santo, termina em nós a obra começada por Jesus. Dá entusiasmo ao nosso apostolado, para que atinja todos os homens e todos os povos, resgatados, todos eles, pelo sangue de Cristo.

Acelera em cada um de nós o despertar de uma profunda vida interior. Apaga em nós a autossuficiência e eleva-nos até ao nível de uma humildade santa, do verdadeiro temor de Deus, da coragem generosa.

Que nenhum apego terrestre nos impeça de honrar a vocação a que fomos chamadas.

Que nenhum interesse possa, por covardia nossa, abafar dentro de nós as exigências da justiça. Que cálculos medíocres e mesquinhos não reduzam às estreitezas do nosso egoísmo os espaços da caridade.

Que seja grande em nós a procura da verdade, até à pronta aceitação, mesmo até à cruz, até à morte. Que tudo, enfim, responda à oração suprema que o Filho dirigiu ao Pai. E que esta graça, Espírito de Amor, pela vontade do Pai e do Filho, se derrame sobre a Igreja, sobre todas as instituições, sobre todos os povos e sobre cada uma de nós. Amém.

02 – Canto: “Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz, que traz a boa notícia, que anuncia a salvação, que diz a Sião: “Seu Deus reina.” Is 52,7

03 – Lembrar o motivo pelo qual as Irmãs vieram para cá...

04 – Leitura, pág. 32 e 33 até o 3º §

05 – Reflexão: Partilhar os sentimentos que brotam dos seus corações.

06 – Rezar pelas pioneiras, citando-lhes os nomes.

07 – Cantar o hino da Congregação – primeira versão.

Oração

Mãe da Divina Graça

Mãe da Divina Graça, Rainha dos Anjos, Senhora Hospitaleira, nós Te saudamos com a ternura do Pai São Francisco, o afeto e a devoção do Pe. Beirão, o carinho e a veneração da Mãe Clara e o amor do coração filial de todas as Irmãs que nos precederam.

Ensina-nos a verdadeira caridade que nos faz viver na unidade e na fraternidade, louvando o Senhor Deus, Uno e Trino.

Faz que todas nós, reunidas aqui sob a Vossa amorosa proteção de Mãe, sejamos um só coração e uma só alma, no amor de teu Filho Jesus.

Abençoa este nosso encontro fraterno e acompanha os nossos passos na descoberta dos caminhos que nos conduzirão, na alegria e na paz, à concretização do nosso Carisma, na missão de fazer o bem onde houver o bem a fazer.

***********

04 e 05 de Setembro de 2010.

MONTE ALEGRE01 – Invocação ao Espírito Santo (rezada em 2 coros)

Oração do Silêncio

Espírito Santo, que rezas silenciosamente no profundo do meu ser, torna-me transparente e pequenina, para ser capaz de entrar no silêncio da Tua oração.

234 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

Espírito Santo, silêncio de Deus no íntimo do meu coração, ensina-me o segredo da Tua linguagem.

Espírito Santo, que pairas silenciosamente sobre as águas desde o início da criação, purifica-me na força dessa água, para que eu seja capaz de amar o silêncio.

Espírito Santo, divina Sabedoria que envolve o globo terrestre e espalha o silêncio em toda a natureza, faz-me participante desse mistério de silêncio.

Espírito Santo, que falas silenciosamente na harmonia das cores de todas as flores, dá-me a capacidade de acolher o meu irmão no meu silêncio interior.

Espírito Santo, presente na harmonia silenciosa das estrelas que brilham no firmamento, abre-me à contemplação, para que eu possa comungar do silêncio cósmico.

Espírito S anto , que me conduziste silenciosamente à Vida Religiosa Franciscana Hospitaleira, ensina-me a amá-la na festa da alegria que derramas no silêncio do meu coração.

02 – Leitura (livreto dos 80 anos, pág. 8 e 11 até (Cr. de 1933...)

“Alarga, quanto puderes, as peles dos teus pavilhões; alonga as tuas cordas e finca as tuas estacas. Pois tu te estenderás para a direita e para a esquerda e a tua posteridade tomará posse de outras terras e povoarás cidades desertas” (Is 54, 2 – 3)

A 10 de setembro... (livreto dos 80 anos, pág. 9 até se retiraram). Silêncio, reflexão, partilha.

Ouvir também ecos de pessoas que tenham escutado algo sobre aquele tempo de presença das Irmãs em Monte Alegre.

03 – Canto: Um olhar providencial de Deus... ou Onde houver o Bem a fazer,

Um Olhar Providencial de Deus (2x) Vela sobre nós.

É um olhar de paz, de mansidão. É um olhar de amor especial. É um olhar

providencial. É um olhar tão puro de perdão.

É um olhar que vela sem igual. É um olhar providencial.

É um olhar de amor misericórdia.É um olhar que desvia do mal. É um olhar

providencial. É um olhar de Deus hospedeiro.

É um olhar que acolhe por igual. É um olhar providencial

É um olhar que vela sobre nós. É um olhar presença maternal. É um olhar

providencial.

De Raimundo e Clara, abertos à graça,nos vem este dom, esta herança feliz:“Onde houver o bem a fazer, que se faça”,ao jeito do Pobre de Assis.

O acolhimento, a Hospitalidade, Carisma lindo, das origens nos vem.Queremos na Igreja ser fidelidade, semeando a Paz e o Bem.

O Sermão da montanha é nosso projeto, nos desafia, nos impele e sustém.Em nossa ação sentimos bem de perto Maria, Modelo e Mãe.

Como a nossos pais, tratando o velhinho, que ele encontre um lar em nosso coração; uma luz a brilhar no fim do seu caminho, mitigando a sua solidão.

É Jesus que está no irmão doente que nossas mãos tratam com amor.Dando um sentido ao seu sofrimento, suavizamos a sua dor.

À criança faminta de um regaço de mãe, de um lar que não teve para crescer,À jovem que busca quem lhe aponte o além damos razões de viver.

O novo da história que o jovem clama, no nosso viver ele quer encontrar.Mão forte e amiga, coração que ama, precisa p’ra caminhar.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 235

Chamadas a ser o “sal” e a “luz”, profetas sem medo de partir e levarA alegre notícia que Jesus, um dia, enviou a anunciar.

04 – Rezar:Senhora da Fidelidade

Senhora da fidelidade ao querer de Deus em todos os tempos e situações, Tu aceitaste com igual generosidade a hora da Anunciação e a hora do Calvário e viveste a idade mais jovem e a idade mais avançada, com o mesmo amor.

Ensina-me a aceitar a idade que tenho, as limitações que sinto e a incapacidade de já não poder realizar o que desejava.

Concede-me a graça de descobrir cada vez melhor que, no acolhimento da vontade do Pai, na aceitação amorosa do sofrimento, na oração mais prolongada, na vivência simples e humilde desta fase da minha vida, eu ofereço ao Senhor um sacrifício agradável de louvor, vivo a Hospitalidade e contribuo para a fecundidade da ação apostól ica da Congregação e da Igreja.

Senhora da fidelidade, escuta a minha prece.

Outra opção:

Saudação à Bem-AventuradaVirgem Maria

São Francisco de Assis

Salve, Senhora Santa Rainha, Santa Mãe de Deus, Maria, Virgem convertida em templo e eleita pelo Santíssimo Pai do Céu, consagrada por Ele com o Seu Santíssimo amado Filho e o Espírito Santo Paráclito, que teve e tem toda a plenitude da graça e todo o bem!

Salve, Palácio de Deus! Salve, Tabernáculo de Deus! Salve, Casa de Deus! Salve, Vestidura de Deus! Salve, Mãe de Deus!

E vós, todas as santas virtudes, que, pela graça e iluminação do Espírito Santo, sois infundidas no coração dos fiéis, para, de infiéis que somos, nos tornardes fiéis a Deus.

06 e 07 de Setembro de 2010.

ALENQUER

01 – Invocação ao Espírito SantoCanto: Divino Espírito que sois amigo...

Oremos: Senhor nosso Deus, que instruístes os corações dos fiéis com as luzes do Espírito Santo, fazei que nos regulemos segundo o mesmo Espírito Santo e gozemos sempre da Sua consolação. Por Cristo Senhor nosso. Amém.

Ou outra opção:

Oração do Papa Paulo VI

Ó Espírito Santo,

- dai-nos corações grandes, abertos à Vossa silenciosa e forte palavra inspiradora e fechados a todas as ambições mesquinhas;

- dai-nos corações grandes, alheios a qualquer d e s p r e z í v e l c o m p e t i ç ã o h u m a n a e compenetrados do sentido da Santa Igreja;

- dai-nos corações grandes, desejosos de se tornarem semelhantes ao manso Coração do Senhor Jesus; - dai-nos corações grandes e generosos para superar todas as provações, todo o tédio, todo o cansaço, toda a desilusão, todas as ofensas; - dai-nos corações grandes e humildes até ao sacrifício, quando necessário, corações, cuja felicidade seja palpitar com o Coração de Cristo e cumprir fielmente, corajosamente, toda a vontade do Pai Celeste. Amém.

02 – Introdução, extraída do rodapé da Bíblia Pastoral, ao Sl 130 (131) nº 1 e 2:

A fé verdadeira supera a ambição, seja material, seja espiritual (busca de grandezas e milagres). A fé madura reconcilia o homem com Deus, consigo mesmo e com a realidade, traduzindo-se na confiança em Deus e no Seu projeto. Em outras palavras, a verdadeira grandeza e milagre é a presença e ação de Deus, que garantem o rumo da história para a liberdade e a vida.

236 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

Fazer um salmo espontâneo

03 – Livro dos 80 anos, pág. 9 (No dia 12 de setembro... até parabéns Crônica de 1933)

Reflexão:1. O que o texto nos diz?2. O que o texto nos leva a dizer a Deus?

04 – Final: Bênção atribuída a S. Francisco: cantada.

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08 e 09 de Setembro de 2010.

ITACOATIARA

01 – Súplica ao Espírito Santo. (02 Coros)

Ó Espírito Santo, amigo e consolador nosso,- dá-nos um coração de pobre, capaz de se doar na gratuidade;- dá-nos um coração manso, à semelhança do Coração manso e humilde de Jesus;- dá-nos um coração disponível e fiel, como o de Maria;- dá-nos um coração simples e fraterno, como o de Francisco, atento às necessidades da Igreja;- dá-nos um coração aberto e hospitaleiro, como o de Raimundo e de Clara, pronto a aconchegar e a aquecer;- dá-nos um coração grande e generoso, para perdoar e amar para além de toda e qualquer barreira;- dá-nos um coração misericordioso e paciente, capaz de se aceitar a si mesmo e aos outros;- dá-nos um coração ardente, apaixonado e enamorado pelo Coração de Jesus e com Ele abrasado pelo zelo da Casa do Senhor, o Deus Altíssimo e Onipotente, Santo e Sumo Bem.

02 – Leitura: Livro dos 80 anos, pág. 09 a 11, último §,A pedido... até saíram (Crônica, 1933...)03 - Pausa para interiorização

04 - Partilha

05 - Louvor a Nossa Senhora – Magnificat

(cantado)

06 - Mensagem final: Irmã Maria da Conceiçaõ Galvão Ribeiro, Superiora Geral.

Fim da Peregrinação

TEMA GERAL: Carisma Franciscano Hospitaleiro,

Dom de Deus à Igreja e ao povo do Brasil. 100 Anos de História

1ª Celebração - Tema:

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O DINAMISMO DO CARISMA FRANCISCANO HOSPITALEIRO.

Texto de Estudo: Mt. 10, 5 – 15

1. PREPARAÇÃO DO AMBIENTE.a. Colocar alguns símbolos da missão FH: vela acesa, pequena tenda, estrela, lâmpada e azeite, etc. (de acordo com o tema e a criatividade de cada uma).

b. Acolher as participantes. Se forem celebrar com a Fasfhic, ou leigos simpatizantes do Carisma, a coordenadora da celebração dá as boas-vindas, colocando todos à vontade.

2. ORAÇÃO DE ABERTURA.• Iniciar com um canto missionário.• Oração inicial. Invocar as luzes do Espírito Santo.

3. Olhando a nossa realidade:“Os métodos de apresentar o Evangelho mudaram, mas a paixão, o ardor, o fervor que devem acompanhar e motivar o anúncio e o testemunho são imutáveis e insubstituíveis. Se não existir uma profunda mística missionária que contagie e convença, nosso empenho, por mais que se oriente nas modernas técnicas de comunicação, não passará de um "marketing" religioso superficial. ‘Evangelizar (...) é levar a Boa Nova a todas as parcelas da humanidade, em qualquer meio e latitude, e, pelo seu influxo, transformá-las a partir de dentro e

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 237

tornar nova a própria humanidade’ (EN 18), escreveu o Papa Paulo VI na sua, ainda atualíssima, Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi. No Brasil, estamos hoje diante de desafios missionários específicos. Somos chamados a responder aos apelos prementes de áreas e situações missionárias bem definidas, tanto na corresponsabilidade com a missão universal da Igreja ad gentes, como somos interpelados pela missão além fronteiras dentro do nosso próprio país“ (D. ERWIN KRÄUTLER – Bispo do Xingu).

1. Como a realidade social e política de Portugal, à época da vinda das Irmãs para o Brasil, pressionou e motivou a Congregação ao envio missionário? Partilhar o que sabe e o que conhece da história.

2. Como nos situamos hoje, frente à realidade missionária da Igreja e da Congregação? E das nossas Províncias brasileiras?

4. ESCUTAR A PALAVRA QUE TRAZ LUZ PARA A VIDA - Mt. 10, 5 – 15.a. Uma chave de leitura: Jesus escolhe, forma e dá instruções aos discípulos. O mandato missionário de Jesus dirige-se primeiramente às ovelhas perdidas de Israel, que pode ser todo o povo de Israel ou, em particular, os pobres e marginalizados, gente humilde e oprimida – os preferidos de Deus. Igual a Jesus, os missionários e missionárias devem adotar o mesmo estilo de vida: itinerante e pobre. Anunciar a paz é anunciar o reinado de Deus!b. Leitura do texto.c. Momento de silêncio.

5. MEDITAR A PALAVRA, PARA FAZER APARECER A LUZ.a - Lembrar juntos o que foi lido: o texto em si.b - O que mais nos chamou a atenção? Por quê?c - Quais os ensinamentos que Jesus oferece para a missão? d - O que esse texto diz para nós, neste CENTENÁRIO?e - Que posso oferecer, individual e comunitariamente, para revigorar a missão congregacional?f- Como esta Palavra nos ajuda, hoje, a seguir a Jesus Missionário, como Irmãs Franciscanas Hospitaleiras?

6. REZAR A PALAVRA, PARA TRANSFORMAR A LUZ EM VIDA. Assumir e celebrar um compromisso diante de Deus.). a) Formular um compromisso pessoal e comunitário que aprofunde a missão franciscana hospitaleira no seguimento de Jesus. b) Preces Comunitárias (espontâneas).c) Pai-nosso. d) Rezar o Salmo 16 (15). É um salmo de confiança, que apresenta o rosto de Deus como bem próximo, abrigo e esperança, abrigo e herança.

ANEXOS: LEITURAS PARA ENRIQUECER A CELEBRAÇÃO: (SE POSSÍVEL, LER E REFLETIR, ANTES DA CELEBRAÇÃO).A – Documento de Aparecida 103. Como discípulos de Jesus reconhecemos que Ele é o primeiro e maior evangelizador enviado por Deus (cf. Lc 4,44) e, ao mesmo tempo, o Evangelho de Deus (cf. Rm 1,3). Cremos e anunciamos “a boa nova de Jesus, Messias, Filho de Deus” (Mc 1,1). Como filhos obedientes à voz do Pai, queremos escutar a Jesus (cf. Lc 9,35), porque Ele é o único Mestre (cf. Mt 23,8). Como Seus discípulos sabemos que Suas palavras são Espírito e Vida (cf. Jo 6,63.68). Com a alegria da fé, somos missionários para proclamar o Evangelho de Jesus Cristo e, n’Ele, a boa nova da dignidade humana, da vida, da família, do trabalho, da ciência e da solidariedade com a criação.

144. Ao chamar os Seus para que O sigam, Jesus lhes dá uma missão muito precisa: anunciar o evangelho do Reino a todas as nações (cf. Mt 28,19; Lc 24,46-48). Por isto, todo discípulo é missionário, pois Jesus o faz partícipe de Sua missão, ao mesmo tempo que o vincula a Ele como amigo e irmão. Desta maneira, como Ele é testemunha do mistério do Pai, assim os discípulos são testemunhas da morte e ressurreição do Senhor até que Ele retorne. Cumprir esta missão não é uma tarefa opcional, mas parte integrante da identidade cristã, porque é a difusão testemunhal da própria vocação.

B – Missão Franciscana Hospitaleira A leitura de fé dos sinais dos tempos será incentivo a despertar-nos para o entusiasmo e

238 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

o interesse pela missão; será o apelo de uma fidelidade renovada no seguimento de Cristo, reinventando a pobreza, na escola dos pobres, a castidade, na escola do amor verdadeiro, e encarnando a obediência, na escola da liberdade evangélica.

As raízes continuam a ser as mesmas. Vêm-nos do Evangelho e dos nossos Fundadores. Fiéis à chamada a evangelizar, pela forma como vivemos o espírito das Bem-aventuranças e o traduzimos em Obras de Misericórdia, provocaremos uma nova primavera de Hospitalidade, que exige de nós a ousadia de derramar, em odres novos, o vinho novo da vida consagrada. Trata-se de servir o pobre e o necessitado, sendo presença viva e dinâmica de hospitalidade misericordiosa (XI Caderno da Renovação da CONFHIC, p 46, § 1 e 2).

C – Chegada das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras ao Brasil Estamos em 1911. O Governo de Portugal, com a implantação da República em 1910, expulsa as Ordens e as Congregações Religiosas do seu território. (...) D. Armando Bahlmann, OFM, solicita a presença das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras Portuguesas para a sua Prelazia de Santarém, Pará. A Madre Maria de Assis, terceira Superiora Geral da Congregação, acolhe o pedido da Igreja. Pio X, Pontífice então reinante, abençoa o envio. É neste contexto histórico paradoxal que começa a nossa história Congregacional no Brasil (80 anos da História da CONFHIC no Brasil, p 7).

TEMA GERAL: Carisma Franciscano Hospitaleiro,

Dom de Deus à Igreja e ao povo do Brasil. 100 Anos de História

2ª Celebração - Tema:

DISCÍPULAS E MISSIONÁRIAS.Texto de Estudo: Mc 16,15-20

1. PREPARAÇÃO DO AMBIENTE.

2. ORAÇÃO DE ABERTURA.• Iniciar com um canto missionário.

• Oração inicial. Invocar as luzes do Espírito

Santo.

3. Olhando a nossa realidade:A Igreja convida os batizados a serem “defensores da vida do Reino” diante de tantas “situações desumanas” (DA 358) e a desenvolverem uma “presença profética que saiba levantar a voz em relação a questões de valores e princípios do Reino de Deus” (518i). Aí está a transformação da América Latina e do Car ibe de batizados em discípulos-missionários. “Como fermento do Reino”, em comunhão fraterna a serviço dos mais pobres, temos a força de transformar a “cidade atual” em “Cidade Santa” (DA 516, cf. 382). A dimensão histórica e escatológica do Reino nos faz compreender sua realidade como “serviço”, “construção”, “ruptura” e “mistério” a serviço da vida (cf. DA, cap. VII e VIII).

A “paixão pelo Reino” (DA 152) é sofrimento pelo Reino. Propõe-nos a continuidade histórica e memorial da caminhada dos pobres que não foi nem será em vão, e impõe a ruptura com o sistema capitalista neoliberal em gestos concretos. Sem essa ruptura, ao menos simbólica, “nossa opção pelos pobres corre o risco de ficar em plano teórico (...), sem incidência em nossos comportamentos e em nossas decisões” (DA 397). Essa ruptura pode configurar-se como resistência, protesto, recusa, conversão, gratuidade e ascese. “Os discípulos e missionários de Cristo promovem uma cultura do compartilhar em todos os níveis, em contraposição à cultura dominante de acumulação egoísta, assumindo com seriedade a virtude da pobreza, como estilo de vida sóbrio, para ir ao encontro dos irmãos que vivem na indigência e ajudá-los nas necessidades”. (540). Eis as exigências da conversão pastoral! (PAULO SUESS, in “Do

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 239

Brasil de batizados ao Brasil de discípulos e missionários”).1. Conhece algum Religioso ou Religiosa que tenha vivido esta paixão pelo Reino até as últimas consequências? 2. Na chegada das Irmãs ao Brasil, como foram recebidas e quais os grandes desafios que enfrentaram?3 . Pro c u re re co rd a r n a h i s tó r i a d a Congregação, principalmente no Brasil, uma ou mais Irmãs que se tenham revelado verdadeiras discípulas de Jesus e missionárias do Reino. Comente.

4. ESCUTAR A PALAVRA QUE TRAZ LUZ PARA A VIDA. - Mc 16,15-20a. Uma chave de leitura: Jesus censura a incredulidade dos apóstolos, mas segue acreditando neles e, apesar de sua fragilidade, os envia para enviar a boa nova a todos os povos.b. LEITURA DO TEXTO.c. Momento de silêncio.

5.MEDITAR A PALAVRA, PARA FAZER APARECER A LUZ.a- Lembrar juntos o que foi lido: o texto em sib- O que mais nos chamou a atenção? Por quê?c- Qual a certeza que os anima a viver o discipulado e a missão?d- O que esse texto diz para nós, neste CENTENÁRIO?e - Que posso oferecer, individual e comunitariamente, para revigorar a missão congregacional?f- Como esta Palavra nos ajuda, hoje, a viver o discipulado de Jesus, como missionárias, na Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras?

6. REZAR A PALAVRA, PARA TRANSFORMAR A LUZ EM VIDA.(Assumir e celebrar um compromisso diante de Deus.). a) Formular um compromisso pessoal e comunitário que aprofunde a missão franciscana hospitaleira no seguimento de Jesus. b) Preces Comunitárias (espontâneas).c) Pai-nosso. d) Pode-se rezar também a Oração da Missão Continental:Oração do Brasil, na Missão Continental

Senhor, Deus da vida e do amor, enviastes o Vosso Filho para nos libertar das forças da morte e conduzir-nos no caminho da esperança.Movei-nos pelo dom do Vosso Espírito!Fazei-nos discípulos comprometidos com o anúncio do Evangelho em nossa Pátria, em comunhão com a Missão Continental.Fazei-nos missionários, caminhando ao encontro de nossos irmãos e irmãs, acolhendo a todos, sobretudo os jovens, os afastados, os pobres, os excluídos.Virgem Mãe Aparecida, intercedei junto ao Vosso Filho, para que sejamos fiéis ao nosso compromisso de discípulos missionários.Amém!

ANEXO: LEITURAS PARA ENRIQUECER A CELEBRAÇÃO: (SE POSSÍVEL, LER E REFLETIR ANTES DA CELEBRAÇÃO).

A) Projeto Nacional de Evangelização do Brasil na Missão Continental: No espírito de serviço, somos todos convidados a nos envolver no trabalho missionário, para que a Missão seja assumida sempre mais pelas comunidades cristãs do Brasil, dialogando com toda a sociedade.

Nesse sentido, compreendemos que o ardor missionário dará à Igreja um dinamismo próprio, caracterizado pelo espírito de abertura, universalidade, diálogo ecumênico, itinerância, serviço e radicalidade cristã.

Foi a Mãe Aparecida quem, levando-nos pela mão, inspirou toda essa profunda conversão missionária de nossa Igreja: que ela continue a fecundar o Projeto do Brasil na Missão Continental. Impulsionados pelo Espírito, sentimos que este tempo de graça da Missão Continental está a í para ser v iv ido plenamente. Com coragem e alegria, vamos todos à Missão: “Ficaram cheios do Espírito Santo e anunciaram corajosamente a Palavra de Deus” (At 4,31).

“Esse despertar missionário, na forma de Missão Continental […], exigirá a decidida colaboração das Conferências Episcopais e de cada Diocese em particular […].“Levemos nossos navios mar adentro, com o poderoso sopro do Espírito Santo, sem medo das

240 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

tormentas, seguros de que a Providência de Deus nos proporcionará grandes surpresas” (DA 551).

B) Formação Franciscana Hospitaleira: O decisivo na vida consagrada é o seguimento de Jesus, num amor apaixonadamente centrado em Sua pessoa, em vista do chamamento a ser discípula. (...) Seguir Jesus é buscar conhecê-lO e assimilar o Seu modo de viver, a Sua maneira de estar frente à vida, em atitudes e opções que Ele mesmo assumiu (IX Caderno para a renovação da CONFHIC, p 14, n. 10). Ser discípula de Jesus exige constante vigilância sobre nossas atitudes, para prosseguir no caminho com fidelidade (IX Caderno para a renovação da CONFHIC, p 15, n. 11).

O essencial da nossa vida consagrada é o seguimento de Jesus e a encarnação do Seu modo de ser que aponta sempre o caminho do serviço (missão). Para a IFHIC, este caminho de serviço chama-se Hospitalidade e concretiza-se na vivência do espírito das bem-aventuranças, no exercício das obras de misericórdia em favor dos mais necessitados (IX Caderno para a renovação da CONFHIC, p 16, n. 14).

C) Irmã Maria Amada de Jesus:“Bem se podem calcular os sacrifícios e privações a que as nossas Irmãs tiveram de sujeitar-se, nas suas primeiras excursões missionárias no Brasil”!... A nossa Irmã Maria Amada de Jesus nelas tomou grande parte, porém, a sua coragem nunca desfaleceu. Numa carta que, nessa época, escreveu para uma pessoa de sua intimidade dizia: Temos aqui passado grandes torturas, mas, enquanto pudermos ter uma hóstia consagrada, não desanimarei, porque nela tenho tudo. Uma alma tão amante de Jesus não podia estar muito longe de Jesus (80 anos da História da CONFHIC no Brasil, p. 14, e Crônica de 1933, p. 671-672).

TEMA GERAL: Carisma Franciscano Hospitaleiro,

Dom de Deus à Igreja e ao povo do Brasil. 100 Anos de História

3ª Celebração - Tema:

MISSIONÁRIAS DA HOSPITALIDADE SAMARITANA.

Texto de Estudo: Mt 25,31-46

1. PREPARAÇÃO DO AMBIENTE.

2. ORAÇÃO DE ABERTURA.• Iniciar com um canto missionário.

• Oração inicial. Invocar as luzes do Espírito

Santo.

3. Olhando a nossa realidade:Por que, “hoje, toda a Igreja, na América Latina e no Caribe, quer colocar-se em estado de missão” (DA 213)? A razão da missão é o anúncio do Reino de Deus, o encontro e a peregrinação com Jesus Cristo que é o caminho, a verdade e a vida. Aparecida contextualiza a mediação dessa resposta: “O encontro com Jesus Cristo através dos pobres é uma dimensão constitutiva de nossa fé (...) e do encontro com Ele nos af l i tos e marginalizados (...) surge nossa opção por eles” (DA 257). “Tudo o que tenha relação com Cristo tem relação com os pobres e tudo o que está relacionado com os pobres clama por Jesus Cristo” (DA 393). Por causa da proximidade dos pobres com Jesus Cristo e com a realidade, a opção pelos pobres deve ser feita com os pobres.

Em nosso continente, vive uma multidão crescente “sob o flagelo da pobreza” (DA 176, cf. 62, 444), num mundo globalizado, “sem solidariedade” (DA 65). No Cristianismo, os pobres são uma questão de ortodoxia. Na lógica do Reino, os que vivem do lado sombrio do mundo são caminhos da verdade e porta da vida. Pecado significa indiferença diante da exploração dos pobres. Desde que o Verbo nasceu em um estábulo e assumiu a “condição humilde, de pobre” (DA 52), tornou-se plausível que “os rostos sofredores dos pobres são rostos sofredores de Cristo” (DA 393). Os pobres são o lugar da epifania de Deus, por excelência. No Cristianismo, essa pobreza do próprio Deus tem muitos nomes: encarnação, cruz, ressurreição, eucaristia. “A pobreza é a verdadeira aparição da verdade”. Por isso, a

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 241

“Igreja assume a causa dos pobres” (DA 94), se faz “companheira de caminho” deles, “inclusive até o martírio” (DA 396). Para que a opção pelos pobres seja preferencial, “implica que deva atravessar todas as nossas estruturas e prioridades pastorais” (DA 396) (PAULO SUESS, in “Do Brasil de batizados ao Brasil de discípulos e missionários”.

1. Que atividades missionárias desenvolveram as Irmãs recém-chegadas ao Brasil?2. Tem noticia de alguma atividade missionária desenvolvida pelas Províncias, nos últimos tempos? O que mais lhe chama a atenção e comove?3. Como a realidade missionária do Brasil está nos desafiando, neste ano CENTENÁRIO?4. Comente a frase: “Os rostos sofredores dos pobres são os rostos sofredores de Cristo” (DA 393).

4. ESCUTAR A PALAVRA QUE TRAZ LUZ PARA A VIDA. – Mt 25,31-46a. Uma chave de leitura: Estas palavras de Jesus não se referem ao juízo final; antes querem indicar que os bem-vindos do Reino são os que sabem usar de misericórdia com todos os rostos doloridos da humanidade. O Reino é para todos e todas que se dedicam ao serviço dos mais necessitados e geram em torno de si uma rede de solidariedade.b. LEITURA DO TEXTO.c. Momento de silêncio.

5. MEDITAR A PALAVRA, PARA FAZER APARECER A LUZ.a- Lembrar juntos o que foi lido: o texto em si.b- O que mais nos chamou a atenção? Por quê?c- Como identificamos, no texto, as obras de misericórdia, tão recomendadas por nosso Fundador?d- O que esse texto diz para nós, neste CENTENÁRIO?e - Que posso oferecer, individual e comunitariamente, para revigorar a missão congregacional?f- Como esta Palavra nos ajuda, hoje, a transfigurar o rosto da Hospitalidade samaritana?

6. REZAR A PALAVRA, PARA TRANSFORMAR A LUZ EM VIDA. (Assumir e celebrar um compromisso diante

de Deus). a) Formular um compromisso pessoal e comunitário que aprofunde o discipulado e a m i s s ã o f r a n c i s c a n a h o s p i t a l e i r a n o seguimento de Jesus. b) Preces Comunitárias (espontâneas).c) Pai-nosso. d) Rezar o Salmo 77 (76), versos 12-21. O salmo é uma súplica comunitária. O salmista grita para Deus que está presente nas dificuldades e lutas do povo, abrindo um caminho de esperanças e salvação.

ANEXOS: LEITURAS PARA ENRIQUECER A CELEBRAÇÃO: (SE POSSÍVEL, LER E REFLETIR ANTES DA CELEBRAÇÃO).

A- V Conferência de Aparecida Contribuição do II Encontro Continental de Pastoral da Mobilidade Humana - CELAM – Junho de 2006

“Para um cristão, acolher aos demais não é somente um ato de solidariedade; é encontrar-se com Cristo que espera ser acolhido, amado e servido nos irmãos, e s p e c i a l m e n t e n o s m a i s p o b r e s e necessitados. Todo o cristão é portador e herdeiro da memória histórica do caminhar do Povo de Deus, do respeito ao forasteiro e de seu compromisso com a hospitalidade, conforme a Palavra de Deus: “Quando um forasteiro vem morar contigo, não o explorarás, tratá-lo-ás como um de tua própria terra, como um de ti mesmo, amá-lo-ás como a ti mesmo, pois tu também foste estrangeiro no Egito” (Lv. 19 33-34).

Em Cristo, Deus veio pessoalmente pedir hospitalidade aos homens e mulheres do mundo. Quis nascer em uma família que não encontrou alojamento em Belém (Lc. 2 6-7). E viveu a experiência do desterro no Egito (Mt. 2,14). Jesus, que “não tinha onde reclinar a cabeça” (Mt 8,20), pediu hospitalidade. A Zaqueu lhe disse: “Hoje devo hospedar-me em tua casa” (Lc. 19,5). E chegou a identificar-Se com o estrangeiro que necessita de hospitalidade e amparo: “Fui estrangeiro e Me acolheste” (Mt. 25,35), cfr. EMCC, 12,18.

”A Igreja é chamada a exercer a missão do “bom samaritano”, socorrendo as pessoas,

242 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

oferecendo-lhes uma atenção pastoral específica e sustentando também aos que acolhem estas pessoas. Ela deve servir de fiadora, garantindo que esta acolhida mútua faça a humanidade avançar na realização de seu destino como família humana, que percorre, neste mundo, o caminho que leva ao Reino, onde não haverá mais fronteiras e onde a comunhão será plena e definitiva.

B - Missão Franciscana Hospitaleira “(...) A pessoa consagrada está sempre em missão, por força vivida segundo o projeto da sua Família Congregacional. A sua missão será tanto mais apostólica quanto mais íntima for a sua dedicação ao Senhor, mais fraterna a sua forma comunitária de existência e mais apaixonado o seu empenho na missão especifica do Instituto.

A estrada do samaritano abre-nos horizontes novos que podem orientar a missão, no contexto em que vivemos. Chama-nos a dar prioridade a todo o necessitado que pede compaixão. Quando nos comovemos profundamente, ante os feridos do caminho, até os recursos escassos, como um pouco de azeite, de ligaduras, se transformarem sinais de grandes valores. É necessário, porém, descer da montanha que faz de nós seres privilegiados e nos separa de muitos viandantes que não têm nem casa nem destino, é preciso derramar, nas suas feridas, o azeite da compaixão e o vinho da ternura e da gratidão, para recuperarem a dignidade, a esperança e a vontade de viver (XI Caderno da Renovação da CONFHIC, p 4 3, § 1 e 4).

C - Chegada das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras ao Brasil Hoje, ao comemorarmos 80 anos de vida apostólica deste intrépido Colégio Sagrado Coração de Maria, merecem destaque fatos que revelam o desprendimento, a dedicação, sobretudo, a caridade daquelas primeiras educadoras.

1 9 1 5 - O f l a g e l o d a s e c a a s s o l a impiedosamente a terra mossoroense. O seu povo, mais uma vez, passa FOME. Eram cerca de cinco mil retirantes, diz a Crônica de 1933. As nossas Irmãs portuguesas, “ouvindo os clamores deste povo”, a exemplo do Pai Beirão,

num milagre de fé, como que multiplicam os pães e alimentam os flagelados. O fenômeno da seca se repete, em 1919 e em 1920. Aos que voltaram a pedir o pão material, foi oferecido também o pão da Eucaristia.

1918- Quando a cidade foi assolada pela epidemia espanhola, as Irmãs improvisaram um pequeno hospital, no Alto da Conceição, para socorrer as vítimas. O contágio do grande mal atingiu a nossa Irma Infância de Maria, Superiora do Colégio, que esteve quase a sucumbir (80 anos da História da CONFHIC no Brasil, p 13).

TEMA GERAL: Carisma Franciscano Hospitaleiro,

Dom de Deus à Igreja e ao povo do Brasil. 100 Anos de História

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4ª Celebração - Tema:

MISSIONÁRIAS E PROFETISAS DA MISERICÓRDIA.

Texto de estudo: Lc 6,27-36

1. PREPARAÇÃO DO AMBIENTE.

2. ORAÇÃO DE ABERTURA.• Iniciar com um canto missionário.

• Oração inicial. Invocar as luzes do Espírito

Santo.

3. Olhando a nossa realidade:D. Romero (30 anos de seu martírio – 24/03/1980-2010).

Nisso, ele reconheceu sua missão como Arcebispo: “Creio que fazer esta denúncia, na minha condição de pastor do povo que sofre a injustiça, seja meu dever. Isto me impõe o Evangelho, pelo qual estou disposto a enfrentar o processo e a prisão” (14/5/1978).

Com muita clareza, na homilia de 8 de julho de 1979, afirmou: “Se nos cortarem a rádio, se nos

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 243

fecharem o jornal, se não nos deixarem falar, se matarem todos os sacerdotes e até o arcebispo, e ficar um povo sem sacerdotes, cada um de vocês deve converter-se em microfone de Deus, cada um de vocês deve ser um mensageiro, um profeta”.

Dom Romero é morto, enquanto celebra a Missa. Indefeso, porque sempre recusara as ofertas de proteção do governo. “Quero correr os mesmos perigos que o meu povo corre”, costumava repetir. Poucos minutos antes do crime, disse na homilia: “Neste cálice, o vinho se torna sangue, que foi o preço da salvação. Possa este sacrifício de Cristo nos dar a coragem de oferecer nosso corpo e nosso sangue pela justiça e pela paz do povo” (D. Moacir Gracchi – Arcebispo de Porto Velho – Rondônia)

Dom Oscar foi "crescendo", ao mesmo tempo, em sabedoria e ternura, junto com a indignação e a força profética de sua presença e palavra. Pagou o preço de solidão entre seus pares, no episcopado do país, com pouco apoio, e, inclusive, desconfianças de Roma. Mas ganhou amizade e apoio de muitos bispos que já eram experimentados em situações parecidas, pela América Latina. No entanto, foram o povo e o clero de San Salvador que o sustentaram, enquanto ele se fazia "voz dos que não têm voz"(Fr. Luis Carlos Suzin, OFM Cap.).

Irmã Dorothy – 5 anos de seu martírio.

“Então, o Senhor estendeu a Sua mão e tocou-me a boca e me disse: ‘Eis que ponho as Minhas palavras em tua boca. Eu te constituo sobre as nações e sobre os reinos, para arrancar e destruir, para exterminar e demolir, para construir e para plantar’ (Jr 1,9-10). Dura e fascinante a ordem que o profeta recebe de seu Deus. Sistemas, projetos, mentalidades, nações que se opõem aos desígnios de Deus, estão sujeitos à atuação vigorosa da profecia. Assim ontem, assim hoje. A profecia é a “via respiratória” dos pobres, é a “válvula” por onde o clamor dos empobrecidos e excluídos chega a Deus. O profeta Jeremias, em torno do ano 620 a.C., em Anatot, próximo de Jerusalém, na Judéia, encarna esta função a serviço do seu

povo. É a voz dos que não conseguem clamar. Não se calou, até que outros o calaram, mas sem conseguir silenciá-lo. Sua mensagem ecoa ainda hoje no mundo. Não se pode silenciar um profeta.

Em Anapu, PA, coração da Amazônia brasileira, uma pequena-grande mulher, uma Religiosa consagrada, uma norte-americana brasileira, na travessia do século XX para o XXI, tocada pela mão do Senhor, foi constituída para arrancar e demolir, por um lado, e, por outro, para construir e plantar. Foi igualmente a voz dos que não são considerados, em nossa sociedade que se estrutura em torno de uma mentalidade desumanizante. Também Irmã Dorothy, como o profeta Jeremias, foi calada.

Já se vão cinco anos em que balas assassinas, disparadas por mãos assassinas, ordenadas por mentes assassinas, calaram a profecia de Irmã Dorothy. Mas sua profecia também não foi e não será silenciada. Seu clamor ecoa pela imensidão da floresta amazônica, perpassa nossas cidades, penetra em nossos lares, transpõe as mais diversas fronteiras. Neste seu quinto ano de morte, nossa profissão de fé: Irmã Dorothy: “uma profecia calada, mas não silenciada” (Irmã Zenilda Luiza Petry)

1. Comentemos algo sobre estes profetas e outros mais que marcaram a história da Igreja nos últimos tempos, por seu testemunho de amor incondicional ao próximo. Recordemos outros tantos: Dom Hélder, Dom Luciano, Dom Mathias, Dom Tomás, Irmã Cleusa, Irmã Dulce,

2. Conhecemos Irmãs que deixaram um testemunho de perdão pessoal, junto às exigências de justiça para o povo, como sinal de Hospitalidade misericordiosa?

3. Quem são, hoje, as nossas I rmãs especialistas na mística da profecia e na “arte da misericórdia”?

4. ESCUTAR A PALAVRA QUE TRAZ LUZ PARA A VIDA. – Lc 6,27-36

a. Uma chave de leitura: - Jesus está propondo uma nova ordem na sociedade, através do amor, do perdão, da bênção aos inimigos, da oração, do compartir e do agir para com o(a)

244 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

outro(a), conforme gostaríamos que agissem conosco.b. LEITURA DO TEXTO.c. Momento de silêncio.

5. MEDITAR A PALAVRA, PARA FAZER APARECER A LUZ.

a- Lembrar juntos o que foi lido: o texto em si.b- O que mais nos chamou a atenção? Por quê? c- A partir do texto, como seria uma nova sociedade, um outro mundo possível?d- O que esse texto diz para nós, neste CENTENÁRIO?e - Que posso oferecer, individual e comunitariamente, para revigorar a missão congregacional?f- Como esta Palavra nos ajuda, hoje, a viver a profecia da misericórdia, como nos exortava nosso Fundador, Padre Beirão, e tantos outros e outras?

6. REZAR A PALAVRA, PARA TRANSFORMAR A LUZ EM VIDA. (Assumir e celebrar um compromisso diante de Deus). a) Formular um compromisso pessoal e comunitário que aprofunde o discipulado e a m i s s ã o f r a n c i s c a n a h o s p i t a l e i r a n o seguimento de Jesus. b) Preces Comunitárias (espontâneas).c) Pai-nosso.d) Rezar o Salmo 14 (13). Salmo de denúncia profética. O rosto de Deus que o salmo nos convida a ver é o do Deus que está com o justo, que é abrigo do pobre e que suscita a esperança e aumenta a alegria do povo.

ANEXOS: LEITURAS PARA ENRIQUECER A CELEBRAÇÃO: (SE POSSÍVEL, LER E REFLETIR ANTES DA CELEBRAÇÃO).

A - Documento de Aparecida220. Na atualidade da América Latina e do Caribe, a vida consagrada é chamada a ser uma vida discipular, apaixonada por Jesus - caminho ao Pai misericordioso, e, por isso, de caráter profundamente místico e comunitário.É chamada a ser uma vida missionária, apaixonada pelo anúncio de Jesus - verdade do Pai, por isso mesmo, radicalmente profética, capaz de mostrar a luz de Cristo às sombras do mundo atual e os caminhos de

uma vida nova, para o que se requer um profetismo que aspire até a entrega da vida em continuidade com a tradição de santidade e martírio de tantas e tantos consagrados ao longo da história do Continente. E, a serviço do mundo, uma vida apaixonada por Jesus - vida do Pai, que se faz presente nos menores e nos últimos, a quem serve, a partir do próprio carisma e espiritualidade.

B – Missão Franciscana Hospitaleira Somos interpeladas a: Buscar novas respostas às mudanças sociais, econômicas e políticas dos povos, onde estamos inseridas, atentas, sobretudo, aos que continuam a ser excluídos dos benefícios da globalização, tanto nos países ricos como nos países pobres.

Ousar ler os sinais dos tempos e lugares, na perspectiva da missão, para ocuparmos, profeticamente, postos de vanguarda evangelizadora que nos permitam oferecer os v a l o r e s f r a n c i s c a n o s h o s p i t a l e i r o s , nomeadamente: o cuidado da vida, em todas as suas dimensões, a ecologia, a fraternidade universal e a construção da paz (XI Caderno da Renovação da CONFHIC, p. 47, § 2°, e 48, § 6).

C – Chegada das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras ao BrasilAs Irmãs, deixando a Pátria querida, embarcaram em Vigo-Espanha, com destino ao Brasil: “Um olhar providencial de Deus vela sobre nós”. Singrando os caminhos do mar, chegaram a terra firme, em Belém do Pará. E o chão do Brasil, na pessoa das Irmãs Dorotéias, do Colégio Santo Antonio, acolhem as primeiras Irmãs portuguesas, vindas de Tuy-Espanha. Era 21 de junho de 1911, dia de São Luís de Gonzaga. Que sentimentos dominavam as nossas pioneiras? Temores? Esperanças?… Deus o sabe.No dia 27 do mesmo mês, embarcaram rumo a Santarém, seu verdadeiro destino, onde chegaram nos primeiros dias de Julho. Foram recebidas e hospedadas pelas Religiosas Concepcionistas, hoje Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, que a s t r a t a r a m c o m m u i t o c a r i n h o e generosidade, mas tiveram que se demorar ali dois longos meses, “à espera das ordens do Prelado”.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 245

Mais uma vez, a voz do Profeta se faz ouvir: “Alarga, quanto puderes, as peles dos teus pavilhões; alonga as tuas cordas e finca estacas. Pois tu te estenderás para a direita e para a esquerda e a tua posteridade tomará posse de outras terras e povoarás cidades desertas” (Is 54, 2-3) (80 anos da História da CONFHIC no Brasil, p. 8).

TEMA GERAL: Carisma Franciscano Hospitaleiro,

Dom de Deus à Igreja e ao povo do Brasil. 100 Anos de História

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5ª Celebração - Tema:

MISSIONÁRIAS DA COMPAIXÃO E DA SOLIDARIEDADE.

Texto de Estudo: Lc 10,25-37

1. PREPARAÇÃO DO AMBIENTE.

2. ORAÇÃO DE ABERTURA.• Iniciar com um canto missionário.

• Oração inicial. Invocar as luzes do Espírito

Santo.

3. Olhando a nossa realidade:Henrique, o PeregrinoNascido na França e formado em Engenharia, Filosofia e Teologia, Irmão Henrique veio morar no Brasil, em 1987, na grande periferia de São Paulo.

Em 1989, Irmão Henrique resolveu morar nas ruas, para poder conhecer de perto o drama das pessoas que viviam naquela situação. Nessa época, ele contribuía, levando alimentos, cobertores, roupas e conforto aos desabrigados e através de orações.

Em meio ao cumprimento de sua missão, o Peregrino já sofreu vários problemas no Brasil. Foi denunciado à Polícia Federal, por estar

ilegalmente no país, e até foi preso, algumas vezes. “De certa forma, foi bom, pois conheci o que há por trás das celas, já que só ia aos presídios como visitante, não como encarcerado”, afirma.

Quando chegou à Bahia, em 2000, ele adotou a Igreja da Santíssima Trindade, abandonada na Cidade Baixa, e fez dela a Igreja da Trindade, onde o monge da Igreja Católica ajuda moradores de rua a recuperarem a sua identidade e autoestima.

Irmão Henrique já publicou um livro intitulado “Peregrinando ao encontro da Trindade” (lançado pela Editora Paulinas), no qual conta sua trajetória. Atualmente, o monge coordena o projeto do jornal Aurora da Rua, publicação feita com a participação de moradores de rua e vendida por eles mesmos (Fabiana Batista e Jaiane Lima)

4. ESCUTAR A PALAVRA QUE TRAZ LUZ PARA A VIDA. – Lc 10,25-37a. Uma chave de leitura: O texto, que vamos meditar, nos coloca diante de uma pergunta muito séria: “De quem eu me faço próxima?” O samaritano não perguntou quem era o seu próximo; ele se fez próximo do que realmente necessitava.b. LEITURA DO TEXTO.c. Momento de silêncio.

5. MEDITAR A PALAVRA, PARA FAZER APARECER A LUZ.a- Lembrar juntos o que foi lido: o texto em si. b- O que mais nos chamou a atenção? Por quê?c- Quais as pessoas ou classe de pessoas que privilegiamos em nossa missão?d- O que esse texto diz para nós, neste CENTENÁRIO?e - Que posso oferecer, individual e comunitariamente, para revigorar a missão congregacional?f- Como esta Palavra nos ajuda, hoje, a viver e a servir como samaritanas, missionárias da misericórdia, como nos queria nosso Fundador, em nossas comunidades e missões?

6. REZAR A PALAVRA PARA TRANSFORMAR A LUZ EM VIDA.

246 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

(Assumir e celebrar um compromisso diante de Deus.). a) Formular um compromisso pessoal e comunitário que aprofunde o discipulado e a m i s s ã o f r a n c i s c a n a h o s p i t a l e i r a n o seguimento de Jesus. b) Preces Comunitárias (espontâneas).c) Pai-nosso. e) Rezar o Salmo 70 (69). O salmo é uma súplica individual. Nele, o crente suplica ao Deus que sempre defende a vida ferida e ameaçada. A experiência do Deus da Aliança é a base do salmo.

ANEXOS: LEITURAS PARA ENRIQUECER A CELEBRAÇÃO: (SE POSSÍVEL, LER E REFLETIR ANTES DA CELEBRAÇÃO).

A – Documento de Aparecida (Carta de S. S. Bento XVI).“Quero dirigir-me também aos Religiosos e Religiosas e aos leigos consagrados. A sociedade latino-americana e caribenha necessita do vosso testemunho, num mundo que, muitas vezes, busca, antes de tudo, o bem-estar, a riqueza e o prazer, como objetivo da vida, e que exalta a liberdade, prescindida da verdade sobre o homem criado por Deus. Vós sois as testemunhas de que há uma maneira diferente de viver com sentido; recordai a vossos irmãos e irmãs que o Reino de Deus já chegou; que a justiça e a verdade são possíveis, se nos abrimos à presença amorosa de Deus, nosso Pai, de Cristo, nosso Irmão e Senhor, e do Espírito Santo, nosso Consolador”.

“Com generosidade, inclusive com heroísmo, continuai trabalhando para que, na sociedade, reine o amor, a justiça, a bondade, o serviço e a solidariedade, segundo o carisma dos vossos Fundadores. Abraçai com profunda alegria a vossa consagração, que é um meio de santificação para vós e de redenção para vossos irmãos”.

V Compromisso - DIOCESE DE CRICIÚMA. Igreja Acolhedora.Queremos ser a Igreja da Misericórdia, sempre acolhedora e hospitaleira que, ao acolher, compreende, reúne, perdoa e sente amor

incondicional pelos(as) que são, moral e socialmente, excluídos(as).• Sejam as nossas Comunidades espaços de acolhida fraterna, nas quais a prática do acolhimento seja exercida. Em primeiro lugar, pelas pessoas que ocupam as funções de animação e liderança das mesmas, tendo sempre como critério de acolhida, o amor e a misericórdia, de modo que as pessoas que procuram nossos serviços, nas Comunidades e Paróquias, sejam bem atendidas e não saiam sem terem sido atendidas em suas necessidades, de modo particular, os (as) pobres e excluídos (as).

• Para isso, é preciso criar algumas práticas como acolhida e visitas às famílias que chegam, sendo solidários, nos momentos marcados pela alegria ou pela tristeza, com d i s p o s i ç ã o p a r a o d i á l o g o, e s c u t a , aconselhamento, atitude de acolhimento alegre e disponível, por parte dos presbíteros e demais agentes de pastoral. Ou ainda, resgatar o Ministério da Visitação, para que o mesmo se constitua numa prática da Igreja que vai ao encontro e sai para a missão.

B – Missão Franciscana Hospitaleira A missão da nossa estalagem não é somente a de conservar a memória da nossa herança e fortalecer os nossos laços, mas também, e acima de tudo, fazer ecoar em nós a causa da humanidade, como causa de Deus; conseguir que nos sintamos um corpo unido e bem ligado, a serviço de um mundo ferido.

Só a compaixão vivida nos torna próximas. Só em profunda comunhão entre nós e com Deus, com a Igreja e com os homens e as mulheres do nosso tempo encontraremos a alternativa que buscamos e o caminho da revitalização.

Como precisamos suplicar ao Senhor, com humildade, que nos dê olhos, para ver as necessidades e os sofrimentos dos irmãos! Como precisamos estar à escuta da Sua palavra, com os ouvidos do coração, para reconhecermos a urgência de sermos testemunhas da verdade e da liberdade, da justiça e da paz, da ternura e da solidariedade! (XI Caderno da Renovação da CONFHIC, p. 45,

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 247

§ 4°,5° e 6°).

C – Chegada das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras ao Brasil1915- Dom Nery continuava insistindo em ter, na sua Diocese, as nossas Irmãs. Ofereceu-Ihes, dessa vez, o Hospital de Rio Claro. Ali, as Irmãs encontraram um bom campo para o trabalho de catequese entre o povo. Logo se tornaram admiradas de toda a gente, pela sua caridade e carinho pelos doentes.

“Os que, de mais perto, apreciavam seus serviços não podiam acreditar que assim pudessem tratar toda a gente com tanta dedicação, sem os conhecer, e diziam uns aos outros: “Elas devem ganhar muito, para se sujeitarem a tanta coisa que repugna!…”. Um velho que, todos os dias, ali ia só para admirar como as nossas enfermeiras faziam os curativos mais asquerosos e repugnantes, chamava outras pessoas de fora, dizendo: “Venham ver o que elas fazem!…”. Era tal o entusiasmo de alguns que chegaram a dizer-me: “Em toda a sua Congregação, não há Irmãs tão santas como essas” (Relato da Madre Circuncisão, Crônica de 1933, pág. 483) (80 anos da História da CONFHIC no Brasil, p.18).

80 anos da História da CONFHIC no Brasil, p

TEMA GERAL: Carisma Franciscano Hospitaleiro,

Dom de Deus à Igreja e ao povo do Brasil. 100 Anos de História

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6ª Celebração - Tema:

MISSIONÁRIAS DA JUSTIÇA, DA PAZ E DA INTEGRIDADE DA CRIAÇÃO.

Texto de Estudo: Mt 5,13-48

1. PREPARAÇÃO DO AMBIENTE.

2. ORAÇÃO DE ABERTURA.•

• Oração inicial. Invocar as luzes do Espírito

Santo.

3. Olhando a nossa realidade:A ciência e as tecnologias avançam numa velocidade estonteante, sobretudo no campo das comunicações, da informática, da genética, da nanotecnologia, fazendo com que o tempo se transforme num "breve século XX", enquanto, no mundo inteiro, milhões de pessoas morrem cotidianamente de fome, de sede e de AIDS. A produção de alimentos aumenta e a fome também, mas, agora, c o m p e t i n d o c o m a p r o d u ç ã o d e agrocombustíveis. Por outro lado, como consequência, a biodiversidade se restringe, os solos se empobrecem, a disponibilidade de água, em quantidade e qualidade, diminui, assim como outros bens naturais. O próprio planeta reage com fúria e a gravidade de sua vingança já se tornou fato. Em tragédias como de Nova Orleans e Mianmar, os mortos são contabilizados às dezenas de milhares, ou, mesmo, a uma centena de milhar, como é o caso de Mianmar. A concepção de um planeta inesgotável caiu por terra, diante da "consciência dos limites". Entramos na "era dos limites".

Como verso da mesma moeda, surge uma nova consciência planetária, da solidariedade global, da irmanação dos povos, de "um outro mundo possível", a busca desesperada por alternativas que salvem o modelo civilizatório construído, ou, então, construa um novo modelo de sociedade. Também se inicia a b u s c a d e u m a n o v a e c o n o m i a , descarbonizada, baseada em energias limpas, baixo consumo de matérias primas renováveis e não renováveis, que inclui, no raciocínio econômico, as chamadas externalidades, como consumo de energia, água, danos ao ambiente, à saúde humana, etc. É o novo contexto de um modelo de desenvolvimento que se qualifica de "sustentável", com todas as implicações que essa adjetivação comporta. Nesse momento, entretanto, há quem já questione até a expressão "desenvolvimento sustentável" e propõe uma "retirada

Iniciar com um canto missionário.

248 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

sustentável". Enfim, se a economia trilhou caminhos autônomos até nossos dias, considerando como externalidades os fatores ambientais - inclusive os sociais -, hoje já não terá mais como fugir da questão (Roberto Malvezzi (Gogó) – Agente da CPT).

1. Na chegada de nossas Irmãs ao Brasil, um dos grandes desafios que tiveram que superar foi o do clima. Nas missões de hoje, quais os desafios que nossas missionárias têm enfrentado?

2. Conhece alguma iniciativa franciscana que busque trabalhar o tema de justiça, paz e integridade da criação? Comente.

3. Como temos acompanhado e apoiado as ações ecológicas da nossa região ou estado?

4. ESCUTAR A PALAVRA QUE TRAZ LUZ PARA A VIDA. – Mt 5,13-18a. Uma chave de leitura: Mateus termina o discurso das bem-aventuranças, pondo, na voz de Jesus, o tema do sal e da luz, personificados na vida dos discípulos. Ser sal e ser luz é ser, antes de tudo, testemunho consequente de Jesus.b. LEITURA DO TEXTO.c. Momento de silêncio.

5. MEDITAR A PALAVRA, PARA FAZER APARECER A LUZ.a- Lembrar juntos o que foi lido: o texto em si.b- O que mais nos chamou a atenção? Por quê?c- Em tempos de tantas novidades, de movimentos católicos de evangelização, o que significa ser “sal e luz” para o mundo?d- O que esse texto diz para nós, neste CENTENÁRIO?e - Que posso oferecer, individual e comunitariamente, para revigorar a missão congregacional?f- Como esta Palavra nos ajuda, hoje, a viver, iluminando e suavizando, como Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras?

6. REZAR A PALAVRA, PARA TRANSFORMAR A LUZ EM VIDA. (Assumir e celebrar um compromisso diante de Deus.). a) Formular um compromisso pessoal e

comunitário que aprofunde o discipulado e a m i s s ã o f r a n c i s c a n a h o s p i t a l e i r a n o seguimento de Jesus. b) Preces Comunitárias (espontâneas).c) Pai-nosso. d) Rezar o Salmo 8. É um hino de louvor ao Deus Criador. O rosto de Deus que o salmo apresenta é o de Deus Criador e o de Deus da aliança – que confia ao homem e à mulher o cuidado de toda a Sua obra.

ANEXOS: LEITURAS PARA ENRIQUECER A CELEBRAÇÃO: (SE POSSÍVEL, LER E REFLETIR ANTES DA CELEBRAÇÃO).

A – Documento de Aparecida471. A América Latina e o Caribe estão se conscientizando da natureza como uma herança gratuita que recebemos para proteger, como espaço precioso da c o n v i v ê n c i a h u m a n a e c o m o responsabilidade cuidadosa do senhorio do homem para o bem de todos. Esta herança, muitas vezes, se manifesta frágil e indefesa d i a n t e d o s p o d e r e s e c o n ô m i c o s e tecnológicos. Por isso, como profetas da vida, queremos insistir que, nas intervenções sobre os recursos naturais, não predominem os interesses de grupos econômicos que arrasam, irracionalmente, as fontes de vida, em prejuízo de nações inteiras e da própria humanidade. As gerações que nos sucederão têm direito a receber um mundo habitável e não um planeta com ar contaminado.

Felizmente, em algumas escolas católicas, começou-se a introduzir, entre as disciplinas, uma educação em relação à responsabilidade ecológica.

491. Queremos felicitar e incentivar a tantos discípulos e missionários de Jesus Cristo que, com sua presença ética coerente, continuam semeando os valores evangélicos, nos ambientes onde, tradicionalmente, se faz cultura e nos novos lugares: o mundo das comunicações, a construção da paz, o desenvolvimento e a libertação dos povos, sobretudo das minorias, a promoção da mulher e das crianças, a ecologia e a proteção da natureza, e “o vastíssimo lugar da cultura, da experimentação científica, das relações internacionais”.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 249

B- Missão Franciscana Hospitaleira Acreditamos que somos uma provocação para a sociedade:• Pelo sinal de mistério da nossa vida e vocação; • Pelo nosso testemunho de entrega incondicional a Deus e de serviço gratuito aos irmãos;• Pelo testemunho de felicidade que nasce da certeza de sermos amadas por Deus;• Pelo esforço de coerência entre fé e vida; • Pelas reações de admiração, respeito e inquietação que provocam, hoje a vivência dos conselhos evangélicos;• Pelo nosso testemunho de vida sóbria, pobre, simples e alegre;• Pela vivência da comunhão, partilha e doação, em fraternidade;• Pelos sinais de esperança que vamos ateando, nesta nossa sociedade em busca de sentido.

Todavia, há também a consciência geral de que o nosso sinal profético perdeu nitidez e força:• Pelo contra-testemunho de uma vida pouco centrada no essencial;• Pelo vazio da vida, expresso no nosso modo de estar, na nossa linguagem e atitudes;• Pela resistência em nos abrirmos ao novo do Espírito;• Pela acomodação ao “sempre foi assim”, que expressa resistência à mudança;• Pela tentação de nos identificarmos com os parâmetros da sociedade, no que se refere à sede de poder e de prestígio;• Pela tendência em rotular as pessoas como úteis ou inúteis, privilegiando quem produz;• Pelo diminuto envolvimento em projetos de ecologia, justiça e paz.

Frente a esta realidade, sente-se necessidade de uma profunda comunhão com Deus, com o cosmos, para tornar mais visível e mais luminoso o sinal profético da vida consagrada, de modo a sermos uma provocação evangélica para a sociedade em que vivemos (XI Caderno da Renovação da CONFHIC, p 17 e 18).

C – A CONFHIC, FAZENDO A SUA HISTÓRIA E M D E F E S A D A E C O L O G I A E D A INTEGRIDADE DA CRIAÇÃO.

Jornal de Nuevo Laredo” “LA MAÑANA”

TEMA GERAL: Carisma Franciscano Hospitaleiro,

Dom de Deus à Igreja e ao povo do Brasil. 100 Anos de História

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7ª Celebração - Tema:

CONSTRUTORAS DA ESPERANÇA.

Texto de Estudo: Mc 9,2-13

1. PREPARAÇÃO DO AMBIENTE.

2. ORAÇÃO DE ABERTURA.• Iniciar com um canto missionário.

• Oração inicial. Invocar as luzes do Espírito

Santo.

3. Olhando a nossa realidade:O objetivo e a mediação de todas essas causas nossas podem-se formular neste postulado: Humanizar a Humanidade, praticando a proximidade. É uma utopia?

O Evangelho é uma utopia maior! Adaptando a palavra do poeta, intitulei assim a minha última circular: “Utopia necessária como o pão de cada dia”. Não a utopia quimérica que aportaria a um “não-lugar”, mas um processo esperançado que navega para um “lugar-outro”, um “bom-lugar”, eu-topia! Porque não aceitamos a fatalidade desse sistema de capitalismo neoliberal que nos impõe, feita mercado, a vida, quadradas as cabeças num pensamento único, sob um macro -imperialismo político, econômico, militar, cultural.

“É preciso reinventar uma economia da convivência”, pedia Edgar Morin, recebendo este mesmo Prêmio em 1994. O povo guarani fala da “economia da reciprocidade”. E o pequeno povo myky, neste Mato Grosso, proclama como um de seus dogmas fundantes que “viver é conviver”, sem prepotências, sem exclusões, todas e todos

250 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

sendo reconhecidos como gente, na radical dignidade da “raça humana”. Os povos i n d í g e n a s , n o r m a l m e n t e , e m s u a autodenominação, se classificam como “gente”, “humanidade”; depois vem o sobrenome, a designação particular de cada povo, de cada cultura, de cada história. Identidades coletivas que configuram a Humanidade una e plural.

A globalização atual, com todos os seus pecados, graves, tem, por contrapartida, a virtude de fazer que hoje, como nunca, a Humanidade se sinta “una”. Estamos d e s co b r i n d o, p o r n e ce s s i d a d e, q u e navegamos no mesmo barco. “O choque de civilizações” ou “a aliança de civilizações” são a alternativa inevitável.

Como agora nos encontramos todos com todos, devemos optar, ou por chocar uns contra os outros, na intolerância e na agressão, ou por nos abraçarmos, na compreensão e na complementaridade.

... A mais essencial tarefa da Humanidade é a tarefa de se humanizar.Humanizar a Humanidade é a missão de todos, de todas, de cada um e cada uma de nós. A ciência, a técnica, o progresso, somente são dignos do nosso pensamento e das nossas mãos, se nos humanizam mais.

... “Outro mundo é possível” proclamam os fóruns da alternatividade. Outro mundo é necessário. “Transformar o mundo juntos”, o pequeno mundo do próprio coração, do próprio lar, da vizinhança, e o grande mundo da política e da economia e das instituições internacionais. H u m a n i z e m o - n o s s e m p r e m a i s , humanizemos sempre, prat icando a proximidade (Dom Pedro Casaldáliga).

1. Na vinda de nossas Irmãs para o Brasil, elas sabiam que iriam enfrentar “um mundo novo”, em tudo. Mais que tudo, sabiam que vinham evangelizar uma região muito necessitada de missionárias. Como apoiaríamos, hoje, as nossas Irmãs vocacionadas para as missões ad-gentes e além fronteiras?

2. No dizer de D. Pedro Casaldáliga, humanizar

a história é transfigurar a realidade de morte em vida. Em que isto nos compromete como franciscanas hospitaleiras?

4 - ESCUTAR A PALAVRA QUE TRAZ LUZ PARA A VIDA. – Mc 9,2-13a. Uma chave de leitura: Levado à montanha onde Se transfigura, Jesus aponta para o desfecho de Jerusalém. Pedro sugere permanecer nas tendas da montanha, para fugir ao sofrimento. Mas Jesus desce com eles da montanha, para a vida da planície, isto é, para enfrentar a vida com seus desafios.b. LEITURA DO TEXTO.c. Momento de silêncio.

5. MEDITAR A PALAVRA, PARA FAZER APARECER A LUZ.a- Lembrar juntos o que foi lido: o texto em si.b- O que mais nos chamou a atenção? Por quê? c- Como a transfiguração preparou os discípulos para a subida a Jerusalém?d- O que esse texto diz para nós, neste CENTENÁRIO?e - Que posso oferecer, individual e comunitariamente, para revigorar a missão congregacional?f- Como esta Palavra nos ajuda, hoje, a viver os desafios que o discipulado de Jesus, nos apresenta, como Franciscanas Hospitaleiras?

6. REZAR A PALAVRA, PARA TRANSFORMAR A LUZ EM VIDA. (Assumir e celebrar um compromisso diante de Deus).

a) Formular um compromisso pessoal e comunitário que aprofunde o discipulado e a m i s s ã o f r a n c i s c a n a h o s p i t a l e i r a n o seguimento de Jesus.b) Preces comunitárias (espontâneas).c) Pai-nosso. d) Rezar o Salmo 130 (129). Este salmo é uma súplica individual que nos convida a ver o rosto de Deus – Javé. É como uma luz que clareia nossas profundezas, não para nos intimidar, mas, para nos i luminar e transfigurar.

ANEXOS: LEITURAS PARA ENRIQUECER A CELEBRAÇÃO: (SE POSSÍVEL, LER E REFLETIR ANTES DA CELEBRAÇÃO).

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 251

A – Documento de Aparecida 21. A presença cotidiana e cheia de esperança de incontáveis peregrinos nos lembra dos primeiros seguidores de Jesus Cristo que foram ao Jordão, onde João batizava, com a esperança de encontrar o Messias (cf. Mc 1,5). Eles se sentiram atraídos pela sabedoria das palavras de Jesus, pela bondade de Seu trato e pelo poder de Seus milagres. E, pelo assombro inusitado que a pessoa de Jesus despertava, vieram a ser discípulos de Jesus.

Ao sair das trevas e das sombras de morte (cf. Lc 1,79), a vida deles adquiriu uma plenitude extraordinária: a de haver sido enriquecida com o dom do Pai. Viveram a história de seu povo e de seu tempo e passaram pelos caminhos do Império Romano, sem esquecer o encontro mais importante e decisivo de sua vida, que os havia preenchido de luz, de força e de esperança: o encontro com Jesus, sua rocha, sua paz, sua vida.

22. Assim também nos ocorre olhar a realidade de nossos povos e de nossa Igreja, com seus valores, suas limitações, suas angústias e esperanças. Enquanto sofremos e nos alegramos, permanecemos no amor de Cristo, vendo nosso mundo e procurando discernir seus caminhos com a alegre esperança e a indizível gratidão de crer em Jesus Cristo. Ele é o Filho de Deus verdadeiro, o único Salvador da humanidade.

A importância única e insubstituível de Cristo para nós, para a humanidade, consiste em que Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida. “Se não conhecemos a Deus em Cristo e com Cristo, toda a realidade se torna um enigma indecifrável; não há caminho e, ao não haver caminho, não há vida nem verdade”. No clima cultural relativista que nos circunda, onde é aceita só uma religião natural, faz-se sempre mais importante e urgente estabelecer e fazer amadurecer em todo o corpo eclesial a certeza de que Cristo, o Deus de rosto humano, é nosso verdadeiro e único Salvador.

B – Missão Franciscana Hospitaleira Madre Maria Clara do Menino Jesus - Fu n d a d o r a d a s I r m ã s Fr a n c i s c a n a s Hospitaleiras da Imaculada Conceição – tem o processo de sua beatificação em fase

avançada e promissora. O seu êxito positivo constitui uma esperança luminosa, não só para a Congregação, mas também para a Igreja e para a própria humanidade, pois o carisma da Hospitalidade – condensado na palavra “Hospitaleiras” – é um horizonte sempre novo e cada vez mais ansiado pelas gerações presentes e v indouras. O firmamento azul da Hospitalidade será o oxigênio que as salvará. A Hospitalidade, hoje, não é um problema dos pobres, mas do homem, enquanto homem. (Frei David de Azevedo, OFM, Horizonte e Esperança, p. 9.)

C – Estamos em 1999 – Brasil se estende – A Hospitalidade avança, rumo ao México.A Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição alarga a tenda da Hospitalidade, através das duas P r o v í n c i a s b r a s i l e i r a s , S a n t a C r u z (Salvador/BA) e Sagrado Coração de Jesus (São Paulo/SP), iniciando uma nova missão em terras mexicanas, na cidade de Nuevo Laredo, México, em abril.

(...) A presença das missionárias no México foi enaltecida em texto redigido pela Superiora Provincial, Irmã Maria Vilani Rocha de Oliveira, lançado na publicação Irmão Sol. Neste relato, conta que foi calorosa a acolhida de Dom Ricardo Watty, Bispo de Nuevo Laredo. O desafio é imenso e abrangente. Ali, na periferia d e N u e v o L a r e d o, l u g a r d e n o s s a evangelização, elas irão realizar o jeito franciscano hospitaleiro de evangelizar”, acrescenta:

“Bem-aventurada a Irmã Franciscana Hospitaleira que vive alegremente a m i n o r i d a d e, r e c u s a n d o p r i v i l é g i o s , comungando a sorte dos pequenos, e é feliz por se saber espaço sagrado da revelação de Deus no meio dos homens” diz a Irmã Mª Vilani. (Boletim Informativo /99)

252 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

TEMA GERAL: Carisma Franciscano Hospitaleiro,

Dom de Deus à Igreja e ao povo do Brasil. 100 Anos de História

8ª Celebração - Tema:

MISSIONÁRIAS EM COMUNHÃO FRATERNA.

Texto de Estudo: Mt 18, 1-35

1. PREPARAÇÃO DO AMBIENTE.

2. ORAÇÃO DE ABERTURA.• Iniciar com um canto missionário.

• Oração inicial. Invocar as luzes do Espírito

Santo.

3. Olhando a nossa realidade:A fraternidade entre si e junto aos homens... O modo de ser de Francisco de Assis e de todos os seus irmãos e irmãs, historicamente, gerou algumas marcas específicas da Fraternidade Franciscana, acentos que qualificam, de geração em geração, o ser e a ação dos membros de sua família, forjando quase uma arquetípica franciscana (originalidade) de gestos, atitudes, símbolos, habitação, igreja, pastoral. Dentre essas, uma marca originária é o fato de nos termos como irmãos e irmãs, entre nós e com todos. Todos vós sois irmãos, insiste Francisco de Assis, repetindo o Evangelho. É a consequência mais imediata da experiência de Deus, como o único pai e mãe de todas as criaturas. Um golpe único e mortal em todo pretenso senhorio sobre os seres deste mundo e um modo de ser que não mais se coloca sobre as criaturas, mas junto delas, em estreitos laços de respeito, gratidão e cooperação.

... Outra marca dos irmãos e irmãs de Francisco sempre foi sua proximidade junto ao mundo e aos homens, sobremaneira junto aos pobres. Por ser um movimento marcadamente laical, não-monacal, sem moradas fixas, não só gerando, mas também dependendo dos laços de fraternidade com os homens, os irmãos e irmãs de Francisco, mesmo quando não lhes foi mais possível a vida ambulante, jamais

deixaram o mundo e os homens à sua própria sorte. Esta proximidade é, dentre tudo aquilo que os irmãos e irmãs de Francisco podem ser e fazer frente aos graves desafios de nosso tempo, a condição de possibilidade de todas as outras possíveis atividades concretas.

É a partir dela que nos será possível o mais elementar e indispensável para cada uma das situações específicas, onde se encontram os irmãos e irmãs de Francisco, nesta parte do mundo: jamais permitir que morram a esperança e os sonhos mais nobres e maiores, ativando, incansavelmente, uma atmosfera de fraternidade e de confiança nos homens e em Deus. Frei Prudente Nery (de saudosa memória).

1. Uma das grandes forças para a missão de nossas Irmãs no Brasil foi a mística da fraternidade. Em que momentos elas mais se sentiram fortalecidas pela fraternidade?

2. Quais os desafios que temos a superar para viver a fraternidade, segundo o desejo de Francisco, do Padre Beirão e da nossa Venerável Fundadora?

3. Como alargar as fronteiras da nossa fraternidade, alargando as tendas da hospitalidade?

4. ESCUTAR A PALAVRA QUE TRAZ LUZ PARA A VIDA. – Mt 18,1-9a. Uma chave de leitura: Todo o capítulo 18 de Mateus traz uma orientação pormenorizada de como deve viver a comunidade cristã: no respeito, na atenção aos pequenos (crianças, mas também pessoas humildes e simples) e no perdão que reabilita os que caíram em erros.b. LEITURA DO TEXTO.c. Momento de silêncio.

5. MEDITAR A PALAVRA, PARA FAZER APARECER A LUZ.

a- Lembrar juntos o que foi lido: o texto em si.b- O que mais nos chamou a atenção? Por quê?c- Qual a certeza que nos anima a viver o discipulado e a missão? d- O que esse texto diz para nós, neste CENTENÁRIO?e - Que posso oferecer, individual e

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 253

comunitariamente, para revigorar a missão congregacional?f- Como esta Palavra nos ajuda, hoje, a viver o discipulado de Jesus, como missionárias, na Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras?

6. REZAR A PALAVRA, PARA TRANSFORMAR A LUZ EM VIDA. (Assumir e celebrar um compromisso diante de Deus). a) Formular um compromisso pessoal e comunitário que aprofunde o discipulado e a m i s s ã o f r a n c i s c a n a h o s p i t a l e i r a n o seguimento de Jesus. b) Preces Comunitárias (espontâneas).c) Pai-nosso.d) Rezar o Salmo 96 (95). É um salmo de realeza. Deus é rei que governa o mundo com justiça, retidão e fidelidade. A comunidade deve proclamar este reinado de Deus, com seu testemunho e com sua vida.

ANEXOS: LEITURAS PARA ENRIQUECER A CELEBRAÇÃO: (SE POSSÍVEL, LER E REFLETIR ANTES DA CELEBRAÇÃO).

A – Documento de Aparecida 138. Para ficar parecido verdadeiramente com o Mestre é necessário assumir a centralidade do Mandamento do amor que Ele quis chamar seu e novo: “Amem-se uns aos outros, como Eu os amei” (Jo 15,12). Este amor, com a medida de Jesus, com total dom de si, além de ser o diferencial de cada cristão, não pode deixar de ser a característica de Sua Igreja, comunidade discípula de Cristo, cujo testemunho de caridade fraterna será o primeiro e principal anúncio, “todos reconhecerão que sois Meus discípulos” (Jo 13,35).

159. A Igreja, como “comunidade de amor”, é chamada a refletir a glória do amor de Deus que é comunhão e, assim, atrair as pessoas e os povos para Cristo. No exercício da unidade desejada por Jesus, os homens e mulheres de nosso tempo se sentem convocados e recorrem à formosa aventura da fé. “Que também eles vivam unidos a Nós para que o mundo creia” (Jo 17,21). A Igreja cresce, não por proselitismo, mas “por ‘atração’: como Cristo ‘atrai tudo a Si’ com a força de Seu amor”. A Igreja “atrai”, quando vive em comunhão,

pois os discípulos de Jesus serão reconhecidos se amarem uns aos outros como Ele os amou (cf. Rm 12,4-13; Jo 13,34).

B – Missão Franciscana Hospitaleira Por graça de Deus, fomos chamadas a um caminho de seguimento de Jesus Cristo, em fraternidade, no seio da fraternidade franciscana, pela mão do Padre Beirão e da Mãe Clara.

Inspiradas em Francisco e Clara de Assis, sentimo-nos movidas à construção de uma comunidade de Irmãs, onde cada uma é dom do Pai e manifestação do Seu cuidado providente e bom.

Como o Verbo de Deus, que encarnou e Se fez Deus-conosco (cf. João 1,1-14), como Francisco e Clara de Assis que instituíram a fraternidade universal, com o seu testemunho de vida, e, como Raimundo e Clara, que se fizeram doação plena a favor dos mais pobres, hoje, a fraternidade franciscana hospitaleira será significativa, na medida em que se torna presença de hospitalidade e profecia de comunhão.

Somos chamadas e impelidas a uma constante renovação (Lc. 5,37; Jo. 2,3-12), para que a nossa vida fraterna em comunidade se identifique, mais e mais, com a primitiva comunidade pascal, à maneira das nossas primeiras Irmãs. “Acolhei-vos uns aos outros como Cristo vos acolheu” (Rom. 15,7). A vida comunitária exige que se cuide o irmão e que se acolha a sua história, os seus sentimentos, as suas procuras e tudo aquilo que o move e faz viver (Eclo 19,13-19). (“Rabi, onde moras? Ele respondeu-lhes: ‘Vinde e vede’. Foram, pois, e viram onde morava e ficaram com Ele nesse dia” (Jo. 1, 38b-39).

A esperança e o amor, em formas renovadas são sinais de uma aurora que desponta. (...) O rejuvenescimento da vida fraterna dependerá dos sinais de amor que ela souber manifestar no seu interior e fora dele (XI Caderno da Renovação da CONFHIC, p. 31, § 5°, e p. 32).

90. É praticamente impossível que uma comunidade religiosa viva e se revele hoje, se não estiver encarnada no mundo e situada no

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tempo. Na verdade, não há espiritualidade encarnada sem um conhecimento profundo da realidade, a nível social, econômico, político e religioso, com as suas luzes e sombras, alegrias e dores. Já o Concilio Vaticano II considerava conveniente para a renovação da Vida Religiosa que os membros dos vários institutos tivessem conhecimento das circunstancias dos tempos e dos homens, bem como das necessidades da Igreja. IX Caderno para a Renovação da CONFHIC, n° 90, pagina 32.

C – Extensão do Brasil para o México – Estamos em 1999 Dia da Congregação, em terras mexicanas, (pela manhã)– Pela pr imeira vez, a Fraternidade Virgem de Guadalupe, em Nuevo Laredo- México, celebrava o dia da Congregação, marcando a sua presença em um outro país da América Latina. Nós, que ali estávamos, sentimos, desde as vésperas, que aquele dia seria diferente de todos os demais que vivêramos, festejando a Congregação, Dom de Deus para o mundo. Sentíamos muita alegria em dizer: “Será o dia da Congregação”, porque, sobre as nossas frágeis pessoas, repousava a responsabilidade de manter aceso o facho da chama do carisma, junto a um povo que, at ravés de nós, poder ia experimentar a bondade e a misericórdia de Deus.

A festa da comensalidade - como nós, franciscanos, somos especialistas em reunir para comer, em dar de comer, em comer e celebrar e em celebrar, comendo..., assim, “el almuerzo” foi feito segundo a cozinha internacional de Espanha e Brasil – nossas Irmãs Isabel e Keiko capricharam em fazer alguns pratos típicos, para oferecer aos nossos convidados: as Irmãs Missionárias da Eucaristia, ambas com o nome de Luz Maria, e as Irmãs da Santíssima Trindade, Esperança Eneida e Reina.

Os Frades não se esqueceram de trazer o famoso “Chile” (pimenta). O clima de fraternidade, o ambiente de simplicidade e alegria levaram-nos a pensar que, na grande fraternidade dos filhos de Deus, haverá pão para todos e foi este exatamente o pedido feito pelo Vigário Frei Antonio. O que

experimentamos, neste almoço, foi a partilha da pobreza, nos utensílios, nos alimentos, nas palavras poucas e soletradas por nós, querendo-nos fazer entender por eles e por elas que tentavam nos estimular, apoiar e também nos entender. Nestes momentos, recordamos a palavra de Francisco sobre a pobreza: “Tu que, pelo Rei dos Reis, foste constituída Senhora sobre as virtudes, faze apenas um aceno de paz sobre nós e seremos salvos e, por ti, nos acolherá Aquele que, por ti, nos redimiu” (Ir. Magda Brasileiro, Boletim Informativo – Maio e junho/99).

TEMA GERAL: Carisma Franciscano Hospitaleiro,

Dom de Deus à Igreja e ao povo do Brasil. 100 Anos de História

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9ª Celebração - Tema:

ACOLHEDORAS E PROMOTORAS DA VIDA,NO MUNDO DE HOJE.

Texto de Estudo: Jo 21, 15-18

1. PREPARAÇÃO DO AMBIENTE.

2. ORAÇÃO DE ABERTURA.• Iniciar com um canto missionário.

• Oração inicial. Invocar as luzes do Espírito

Santo.

3. Olhando a nossa realidade:Ao longo de toda a tradição cristã, o apego à riqueza, o acúmulo de bens, foi visto como perigo e maldição, devendo ser cuspido da boca dos d isc ípulos de Jesus, sem complacência. Seu risco para o ser humano é tal que foi identificado como ídolo e chamado com nome próprio: Mamon. E o significado é claro: o dinheiro pode converter-se em divindade, em senhor de nossas vidas.

E pretende assenhorear-se de nós, rivalizando

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 255

com o Deus verdadeiro. É um ídolo e, como todos os ídolos, conduz à morte. Na recente crise que sacudiu o Ocidente, atingindo inclusive os Estados Unidos, que pareciam imunes a tudo que abalasse seu poderio econômico, vimos o poder do dinheiro sobre as pessoas. Todos os dias, a mídia nos trazia notícias de falcatruas milionárias, suicídios, crises de depressão. Por meios lícitos ou ilícitos, haviam acumulado riqueza. E agora que ela se havia ido, a vida perdia o sentido. O Evangelho não é ingênuo. Sabe que o dinheiro é um meio necessário para a sobrevivência. Mas insiste em que é meio e não fim. Deixar-se dominar pelo dinheiro é perder o rumo da vida, da relação com os outros e do culto apropriado ao Deus verdadeiro. O dinheiro não pode ser valor absoluto, governando a vida.

A medida fundamental para qualquer economia é um sistema que deveria criar reais condições de segurança e oportunidades de desenvolvimento da vida de todas as pessoas, desde os mais pobres e vulneráveis. Os sistemas, com os quais convivemos, trabalham no sentido oposto. Toda a sociedade que exclui pessoas, porque não possuem riquezas, e enlouquece outras, porque as possuem em demasia e não as repartem, repugna ao coração de Deus. A CF/2010 convida a denunciar a perversidade de qualquer modelo econômico que vise, em primeiro lugar ao lucro, sem se importar com desigualdade, miséria, fome e morte. E a lutar para incluir os pobres que, à margem da vida, não têm recursos para viver e cujo clamor chega até os ouvidos de Deus, único Senhor. (Maria Clara Bingemer)

1. A missão das primeiras Irmãs foi, em parte, dificultada pela situação financeira. Como, hoje, poderíamos apoiar as comunidades que estão na missão?

2. Conhece pessoas excluídas pelo fato de não terem dinheiro e posses?

3. Vivemos, em 2010, a CF sobre “Não podeis servir a Deus e ao dinheiro”. Como nossa fraternidade a celebrou? Como nos aproximamos dos pobres e excluídos?4. ESCUTAR A PALAVRA QUE TRAZ LUZ

PARA A VIDA. – Jo 21, 15-18a. Uma chave de leitura: Jesus insiste com Pedro na pergunta: “Tu me amas?” Só depois da confirmação do seu amor total é que Jesus lhe entrega o cuidado dos irmãos. O pastoreio das ovelhas é dado a quem for capaz de amar até entregar a vida, sobretudo pelos marginalizados e excluídos.b. LEITURA DO TEXTO.c. Momento de silêncio. 5. MEDITAR A PALAVRA, PARA FAZER APARECER A LUZ.a - Lembrar juntos o que foi lido: o texto em si.b- O que mais nos chamou a atenção? Por quê?c- Qual a certeza que nos anima a viver o discipulado e a missão? d- O que esse texto diz para nós, neste CENTENÁRIO?e - Que posso oferecer, individual e comunitariamente, para revigorar a missão congregacional?f- Como esta Palavra nos ajuda, hoje, a viver o discipulado de Jesus, promovendo a vida no m u n d o , c o m o I r m ã s F r a n c i s c a n a s Hospitaleiras?

6. REZAR A PALAVRA, PARA TRANSFORMAR A LUZ EM VIDA.(Assumir e celebrar um compromisso diante de Deus.).a) Formular um compromisso pessoal e comunitário que aprofunde o discipulado e a m i s s ã o f r a n c i s c a n a h o s p i t a l e i r a n o seguimento de Jesus. b) Preces Comunitárias (espontâneas).c) Pai-nosso.d) Rezar o Salmo 63 (62). Para o salmista, viver sem Deus é estar morto e ser incapaz de dar vida. Deus é o aliado fiel à aliança e, por isto, o salmista O busca com confiança.

ANEXOS: LEITURAS PARA ENRIQUECER A CELEBRAÇÃO: (SE POSSÍVEL, LER E REFLETIR ANTES DA CELEBRAÇÃO).

A – Documento de Aparecida 2.1 A realidade que nos desafia como discípulos e missionários.33. Os povos da América Latina e do Caribe vivem hoje uma realidade marcada por g r a n d e s m u d a n ç a s q u e a f e t a m

256 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

profundamente suas vidas. Como discípulos de Jesus Cristo, sentimo-nos desafiados a discernir os “sinais dos tempos”, à luz do Espírito Santo, para nos colocarmos a serviço do Reino, anunciado por Jesus, que veio para que todos tenham vida e “para que a tenham em abundância” (Jo 10,10).

B – Missão Franciscana Hospitaleira 90. É praticamente impossível que uma comunidade religiosa viva e se revele hoje, se não estiver encarnada no mundo e situada no tempo. Na verdade, não há espiritualidade encarnada, sem um conhecimento profundo da realidade, a nível social, econômico, político e religioso, com as suas luzes e sombras, alegrias e dores. Já o Concilio Vaticano II considerava conveniente, para a renovação da Vida Religiosa, que os membros dos vários institutos tivessem conhecimento das circunstâncias dos tempos e dos homens, bem como das necessidades da Igreja (IX Caderno para a Renovação da CONFHIC, n° 90, página 32).

C – Chegada das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras ao Brasil1918- São Paulo abre espaço para o serviço de nossas Irmãs. Desta vez, é um pensionato, em Pirassununga, hoje, Lar do Menino Deus, para moças que frequentavam a Escola Normal e não tinham um lugar decente para se hospedar. O Pensionato, com o passar do tempo, perde a sua razão de ser. Hoje acolhe grande número de crianças.

“Mas recebereis uma força: a do Espírito Santo que descerá sobre vós e sereis Minhas testemunhas em Jerusalém, em toda Judéia e na Samaria e até aos confins da terra” (Atos 1,8). Em meio ao tumulto da guerra e constantes epidemias, a dinâmica do Espírito continuava a impulsionar as nossas Irmãs, de maneira a não arrefecerem o ardor do seu apostolado, al icerçado na prát ica das Obras de Misericórdia, carisma lindo da nossa Congregação: escolas para crianças pobres, cuidado com os doentes, zelo incansável pela formação dos jovens, acolhimento aos peregrinos, etc. Para alimentar a fé, não faltavam: o Apostolado da Oração, a Pia União das Filhas de Maria, a Cruzada Eucarística, a catequese

inicial e a vida sacramental (80 anos da História da CONFHIC no Brasil, p. 21 e 22).

TEMA GERAL: Carisma Franciscano Hospitaleiro,

Dom de Deus à Igreja e ao povo do Brasil. 100 Anos de História

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10ª Celebração - Tema:

SERVIDORAS DOS POBRES POR AMOR DE DEUS.

Texto de Estudo: Lc 1,46-55

1. PREPARAÇÃO DO AMBIENTE.

2. ORAÇÃO DE ABERTURA.• Iniciar com um canto missionário.

• Oração inicial. Invocar as luzes do Espírito

Santo.

3. Olhando a nossa realidade:"Cada pessoa tem o direito fundamental à vida e, portanto, o direito a todas as coisas necessárias para uma vida de qualidade". É desta forma que o documento da Campanha de Fraternidade, deste ano, exprime a exigência ética básica, em relação à organização da economia. Esta postura, aliás, exprime muito bem, do ponto de vista ético, o próprio sentido etimológico da palavra grega "economia" que significa cuidado da casa, portanto, cuidado de seus habitantes.

A análise de nossa situação histórica mostra que é, precisamente, esta vida dos habitantes da casa do Planeta Terra que está sendo negada, a partir da forma como estão configuradas a produção, o consumo, o comércio, as finanças em nossas sociedades. Isto põe a exigência de busca de uma nova forma de organização social que esteja a serviço de todos os seres humanos, portanto, que coloque o ser humano, e não o capital, como sujeito e fim da atividade econômica. O documento nos coloca diante de uma

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 257

situação extremamente grave, mas que constitui ao mesmo tempo o ponto de partida da elaboração de um horizonte novo que deve or ientar a construção deste mundo diferente:..."Não há alternativa: ou vivemos solidariamente como irmãos ou seremos todos infelizes, num mundo trágico". Do ponto de vista do sentido que deve marcar a atividade econômica, isto desemboca na frase decisiva de Ghandi: "O teste da verdadeira organização de um país não é o número de milionários que possui, mas a ausência de fome em sua população"(Padre Manfredo de Araujo)1. Como foram os primeiros tempos da presença das Irmãs no Brasil?2. Por que o sistema de hoje produz tanta miséria e pobreza?3. Qual o grande clamor que brota da situação de pobreza e miséria presentes no mundo?

4. ESCUTAR A PALAVRA QUE TRAZ LUZ PARA A VIDA. – Lc 1,46-55a. Uma chave de leitura: O evangelista Lucas coloca, na voz de Maria, um canto revolucionário: no Reino de Deus, a história não será conduzida pelos poderosos e sim pelos pobres e humildes.b. LEITURA DO TEXTO.c. Momento de silêncio.

5. MEDITAR A PALAVRA, PARA FAZER APARECER A LUZ.a- Lembrar juntos o que foi lido: o texto em si.b- O que mais nos chamou a atenção? Por quê? c- Qual a imagem de Deus revelada no canto de Maria?d- O que esse texto diz para nós, neste CENTENÁRIO?e - Que posso oferecer, individual e comunitariamente, para revigorar a missão congregacional?f- Como esta Palavra nos ajuda, hoje, a viver a espiritualidade mariana, na Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras?

6. REZAR A PALAVRA PARA TRANSFORMAR A LUZ EM VIDA. (Assumir e celebrar um compromisso diante de Deus.). a) Formular um compromisso pessoal e comunitário que aprofunde o discipulado e a m i s s ã o f r a n c i s c a n a h o s p i t a l e i r a n o

seguimento de Jesus. b) Preces Comunitárias (espontâneas).c) Pai-nosso. d) Rezar o Magnificat.

ANEXOS: LEITURAS PARA ENRIQUECER A CELEBRAÇÃO: (SE POSSÍVEL, LER E REFLETIR ANTES DA CELEBRAÇÃO).

A - V Conferência de Aparecida 139. No seguimento de Jesus Cristo, a p re n d e m o s e p rat i c a m o s a s b e m -aventuranças do Reino, o estilo de vida do próprio Jesus: Seu amor e obediência filial ao Pai, Sua compaixão entranhável frente à dor humana, Sua proximidade aos pobres e aos pequenos, Sua f idel idade à missão encomendada, Seu amor serviçal até a doação de Sua vida. Hoje, contemplamos a Jesus Cr isto ta l como os Evangelhos nos transmitiram, para conhecer o que Ele fez e para discernir o que nós devemos fazer, nas atuais circunstâncias.

B - Missão Franciscana Hospitaleira O nome oficial, nos Estatutos de 1873, começa: “Hospitaleiras dos Pobres”. Este é o fim primário da Congregação: Os pobres. Também aqui – e mais que em qualquer outro sítio – está Deus em causa. “Em verdade vos digo: sempre que fizestes isto a um dos Meus irmãos mais pequeninos, foi a mim que o fizestes” (Mt. 25,29).

Mas não se trata só de fazer. Trata-se de amar e acolher no coração. Porque é alegria de ser amada, experiência de pequenez infantil, sentido de respeito pelo outro, desejo de servir, desejo de acolher e lavar os pés a quem vem da rua.. . O amor dos pobres é hospitalidade, uma das formas mais lindas e mais sagradas da caridade (Frei David de Azevedo, OFM, Horizonte e Esperança, pp. 38 e 39.

C-Chegada das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras ao Brasil A pedido de Dom Frederico Benício da Costa, Bispo de Manaus-AM, a 20 de dezembro do mesmo ano de 1911, abriu-se, em Itacoatiara-AM, o Colégio Pio X. No dia 1° de Janeiro de 1912, chegou outro grupo de Religiosas

258 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

portuguesas, para reforçar a nova fundação. “Porém, era tanta pobreza, nos primeiros tempos que as nossas Irmãs ali passaram, que toda mobília constava de caixotes; o sino era a pá de uma enxada. Mas, no meio da grande pobreza que ali reinava, o que as nossas Irmãs mais sentiam era não ter ricas alfaias para preparar convenientemente a morada de Jesus; mas Ele também tinha de sofrer as consequências do exílio das Suas esposas”… (Crônica de 1933, pp. 317-318).

Quanto sacrifício!…Quanto sofrimento!… Quanta fidelidade na busca da vontade de Deus!…Era uma aventura na fé, que tem o nome de loucura de Deus. Em meio àquele povo pobre e sofrido, são lançadas as primeiras sementes da Evangelização pelas Irmãs Franciscanas Hospitaleiras. Naquele momento histórico, se fincam as raízes da C o n g r e g a ç ã o , q u e d e p r e s s a s e transplantariam e se alastrariam pelo Brasil afora, por este imenso Brasil. Mas, apesar de todo esforço e empenho das Irmãs, essas duas casas, como a primeira, tiveram uma duração efêmera e as Irmãs foram obrigadas a se retirar, no final do ano letivo de 1914, após lançar as sementes… (80 anos da História da CONFHIC no Brasil, pp. 9, 10 e 11.)

TEMA GERAL: Carisma Franciscano Hospitaleiro,

Dom de Deus à Igreja e ao povo do Brasil. 100 Anos de História

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11ª Celebração - Tema:

COMPROMETIDAS COM O SERVIÇO À VIDA.

Texto de Estudo: Jo 10,1-30

1. PREPARAÇÃO DO AMBIENTE.

2. ORAÇÃO DE ABERTURA.. Iniciar com um canto missionário.. Oração inicial. Invocar as luzes do Espírito Santo.

3. Olhando a nossa realidade:Uma antiga lenda do Cristianismo dizia que todas as perguntas aos sofrimentos humanos s e r i a m r e s p o n d i d a s , q u a n d o f o s s e redescoberto o paradeiro do Santo Graal, o cálice de Cristo. Milhares de cristãos passaram suas vidas na busca do cálice sagrado. O Santo Graal teria as respostas que buscamos para esta hora crucial do povo irmão do Haiti? O Santo Graal nos ajudaria a interpretar a perda da Drª Zilda Arns? Creio que sim! Zilda fez seu caminho de vida e mostrou, por sua morte, o segredo do viver. Ela decifrou o enigma e bebeu do cálice sagrado. Zilda morreu por obedecer ao convite da UNICEF e oferecer-se integralmente pelas crianças de todo o planeta. Por este sim integral, ela viverá. Zilda falou de Deus com suas mãos, com a ciência médica, com o coração de mãe, com o sorriso terno, com a fé teimosa e convicta. Por este Deus de amor por quem viveu, ela ressuscitará.

Zilda creu no voluntariado que envolve a todos na graça do serviço e da alegria. Creu nas mulheres pobres e no mutirão do saber partilhado. Creu no soro caseiro, na pesagem semanal, no aleitamento materno e na multimistura. Creu nas ações educativas de base. Creu no sorriso das crianças. Creu na vida. Creu na esperança. Zilda encontrou o Santo Graal que nós tanto buscávamos de forma equivocada e mítica. Este o segredo: o Santo Graal esteve sempre nas mãos das crianças. Está no ventre das grávidas. Está na ternura dos pobres. Está no amor, feito ação, e na verdade, feita perdão.

O segredo emergiu luminoso da boca da doutora Zilda na última fala de sua vida: "Como os pássaros, que cuidam de seus filhos ao fazer um ninho no alto das árvores e nas montanhas, longe de predadores, ameaças e perigos, e mais perto de Deus, deveríamos cuidar de nossos filhos como um bem sagrado, promover o respeito a seus direitos e protegê-los". Obrigado, querida e amada doutora Zilda. Por tua morte e por tua vida. Por tua missão e por tua entrega. Por teu amor e por teu sorriso. Grato por nos ensinar a ver milagres de Deus dentro das entranhas da dor. Grato por ver com teus olhos ressurreição onde todos só conseguem ver fatalidade. Grato por experimentar e gestar vida onde

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 259

tudo revela dor. Drª Zilda encontrou o verdadeiro Graal: bebeu do cálice do amor, doando sua própria vida. Esta é a resposta, este é o lugar sagrado: uma vida triturada, misturada e semeada com o povo haitiano. Este é o verdadeiro sentido de viver: fidelidade ao Evangelho no seguimento de Jesus, com fé, esperança e amor (Fernando Altemeyer Junior)1. Como Franciscanas Hospitaleiras, desde o início da Congregação, privilegiamos o trabalho com as crianças. Atualmente, como se desenvolve a atenção às crianças?2. Alguma Irmã se dedica à Pastoral da Criança?3. Como podemos nos associar às pastorais geradoras de vida?

4. ESCUTAR A PALAVRA QUE TRAZ LUZ PARA A VIDA. – Jo 10, 1-30a. Uma chave de leitura: Jesus é o Bom Pastor que dá a vida por Suas ovelhas. Cinco vezes repete esta expressão, para que fique bem gravada, na comunidade joanina, a importância do pastoreio e do amor às ovelhas.b. LEITURA DO TEXTO.c. Momento de silêncio.

5. MEDITAR A PALAVRA, PARA FAZER APARECER A LUZ.a- Lembrar juntos o que foi lido: o texto em si.b- O que mais nos chamou a atenção? Por quê?c- A partir do texto, quais as atitudes de Jesus que O identificam como Bom Pastor? d- O que esse texto diz para nós, neste CENTENÁRIO?e - Que posso oferecer, individual e comunitariamente, para revigorar a missão congregacional?f- Como esta Palavra nos ajuda, hoje, a viver, amando e cuidando das ovelhas que o Senhor põe em nosso caminho? 6. REZAR A PALAVRA, PARA TRANSFORMAR A LUZ EM VIDA. (Assumir e celebrar um compromisso diante de Deus.). a) Formular um compromisso pessoal e comunitário que aprofunde o discipulado e a m i s s ã o f r a n c i s c a n a h o s p i t a l e i r a n o seguimento de Jesus. b) Preces Comunitárias (espontâneas).

c) Pai-nosso. d) Rezar o Salmo 23 (22). Este é o salmo da hospitalidade. Deus é o Bom Pastor que tirou o seu povo do curral do Egito e o conduziu à terra prometida, à terra da vida. ANEXOS: LEITURAS PARA ENRIQUECER A CELEBRAÇÃO: (SE POSSÍVEL, LER E REFLETIR ANTES DA CELEBRAÇÃO).A- V Conferência de Aparecida 353. Jesus, o Bom Pastor, quer nos comunicar a Sua vida e Se colocar a serviço da vida. Vemos como Ele Se aproxima do cego, no caminho (cf. Mc 10,46-52), quando dignifica a samaritana (cf. Jo 4,7-26), quando cura os enfermos (cf. Mt 11,2-6), quando alimenta o povo faminto (cf. M c 6 , 3 0 - 4 4 ) , q u a n d o l i b e r t a o s endemoninhados (cf. Mc 5,1-20). Em Seu Reino de vida, Jesus inclui a todos: come e bebe com os pecadores (cf. Mc 2,16), sem se importar que O tratem como comilão e bêbado (cf. Mt 11,19); toca leprosos (cf. Lc 5,13), deixa que uma prostituta unja Seus pés (cf. Lc 7,36-50) e, de noite, recebe Nicodemos para convidá-lo a nascer de novo (cf. Jo 3,1-15). Igualmente, convida Seus discípulos à reconciliação (cf. Mt 5,24), ao amor pelos inimigos (cf. Mt 5,44) e a optarem pelos mais pobres (cf. Lc 14,15-24).

B – Missão Franciscana Hospitaleira A Igreja nos tem convidado, insistentemente, a auscultar o que o Espírito nos está a dizer, a acolher os desafios deste tempo que é o nosso e a partir ao encontro da humanidade sofredora, tal como fizeram os nossos Fundadores. Padre Beirão e Mãe Clara, na verdade, souberam identificar os sinais de Deus, nos clamores dos pobres e necessitados do seu tempo, e, com audácia e coragem, deram uma resposta profética, montando a tenda da Hospitalidade, onde o Evangelho da Misericórdia era pão partido para todos.Neste cenáculo, cabe-nos discernir o que Deus quer de nós, nesta hora, em fidelidade criativa ao carisma que recebemos (XI Caderno da Renovação da CONFHIC – Mensagem de abertura – Irmã Maria Isilda Freitas, p. 13).

C – Extensão do Brasil para México – Estamos em 1999. Dia da Congregação em terras mexicanasÀ tarde, por volta das 18h 30min, fomos para

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“La Capilla” de Santa Cruz, para a celebração da Eucaristia. Não que esperássemos uma Capela grande, constituída de tijolos ou de madeira, mas... aquela foi demais, para nossos corações que estavam em festa pelo dia da Congregação. Eram somente quatro paus, cobertos com uma lona de plástico azul, combinado com o colorido do céu e mal dando para esconder as pessoas do imenso calor. A comunidade reunida não era mais que 10 famílias, formando um grupo de umas 20 pessoas. O vento soprava forte sobre a mesa rústica e pobre, as alfaias eram presas com pedras, para não saírem ‘voando’... “Tu és Pedro e sobre esta pedra...” Três garotas iam fazer sua Primeira Comunhão, na sua Capela, duas delas vinham pisando sobre a fina camada de poeira, alegres, bonitas e em ricos vestidos brancos, e se colocaram sobre a lona, com tal dignidade e alegria, que pareciam estar entrando na “NOTRE DAME”. A outra jovem, um pouco mais tímida, não veio de roupa branca, mas, na sua calça Jeans desbotada, encontrava- se alegre, feliz por estar comungando Jesus. Durante a homilia, o celebrante Pe. Frei Antonio tomou a cruz nas mãos e disse a importância da data, o fato de Jesus ter ido parar na cruz, para mostrar a Sua solidariedade com os pobres, com os marginalizados. Não era preciso dizer muita coisa.

Aí se concretizava, mais uma vez, o mistério da encarnação, paixão, morte e ressurreição de Jesus. Vida que brota da cruz, vida que nasce da morte. Assim são os pobres, assim são as cruzes dos pobres. Assim é o destino dos que crêem em Jesus e celebram a Sua Eucaristia. Após a Missa, outro banquete: Uma senhora, catequista, prepara comida para todos: “o mole” – uma comida típica, feita com frango, pirão de arroz vermelho. “Todos comeram e ficaram saciados”. Muitos levaram comida para casa. Os cães (e muitos!) se saciaram e ainda sobrou comida. Todos os acontecimentos deste dia, o dia da Congregação: “Quem somos, hoje, aos 138 anos da Congregação?”. “Onde estamos?”. “A quem servimos?”. “O que nos mantém unidas ao carisma fundacional?”. “ Que projetos e sonhos temos para o futuro, para o novo milênio?”. “Aonde nos levarão os ideais de Francisco e Clara de Lisboa?”. Em tempo de refundação, a lição deste três de

maio de 1999, em Nuevo Laredo, no México, tem muito a nos falar (Irmã Magda Brasileiro - Boletim Informativo – Maio e junho/99).

TEMA GERAL: Carisma Franciscano Hospitaleiro,

Dom de Deus à Igreja e ao povo do Brasil. 100 Anos de História

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12ª Celebração - Tema:

CHAMADAS A ILUMINAR E A SUAVIZAR.

Texto de Estudo: Mt 5, 3-10

1. PREPARAÇÃO DO AMBIENTE.

2. ORAÇÃO DE ABERTURA.• Iniciar com um canto missionário.

• Oração inicial. Invocar as luzes do Espírito

Santo.

3. Olhando a nossa realidade:A partir do Cristianismo é que a pobreza passa a ser buscada como uma ascese de vida. Após a proclamação das bem-aventuranças, a Igreja volta-se, ainda que lentamente e mais no discurso que na prática, para uma vida de pobreza, simplicidade e desapego. Há mais de duas décadas que se busca, debalde, entre os renitentes, uma solidariedade cristã em favor dos pobres. Por muitos anos, no Brasil, se discutiu quem eram os bem-aventurados: os pobres ou os pobres de espírito. E mais: o que é s e r p o b re d e e s p í r i t o ? A m o d e r n a hermenêutica aponta a pobreza como um estado vivido por quem sofre carência de alimento, de moradia, de emprego, de terra para plantar e de dignidade de vida.

No terreno espiritual, essa simplicidade surge como a atitude humilde de quem quer se integrar com Deus. É equivocada e desumana a interpretação escapista do "pobres sempre haverá entre vocês...", para justificar a pobreza crônica (e a nossa consequente apatia). Esse texto se refere a uma sentença exarada por

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Deus, que aparece durante o Êxodo (cf. Dt 15), como a dizer: "já que vocês nunca serão suficientemente solidários, sempre haverá pobres no meio de vocês". Essa premissa é reforçada, textualmente pelos versículos 7 e 8: "Se houver em teu meio um necessitado entre os irmãos, em alguma de tuas cidades, na terra que o Senhor teu Deus te dá, não endureças o coração nem feches a mão para o irmão pobre. Ao contrário, abre-lhe a mão e lhe empresta o bastante para a necessidade que o oprime" (Antonio Mesquita Galvão, Doutor em Teologia Moral).

1. Em nosso carisma, está presente uma referência clara a viver o espírito das bem-aventuranças. Desde o pr incípio da Congregação, esta foi a sua marca. Como encontramos esta vivência, na vida das primeiras missionárias brasileiras?2. Recordemos algumas bem-aventuranças da vida de São Francisco e algumas bem-aventuranças hospitaleiras.3. Quem são os bem-aventurados de hoje e como é o nosso relacionamento com eles?

4. ESCUTAR A PALAVRA QUE TRAZ LUZ PARA A VIDA. – Mt 5,3-10a. Uma chave de leitura: Jesus, como novo Moisés, dá aos discípulos a “carta magna do Reino”, propondo as bem-aventuranças como caminho de felicidade. São oito enunciados de valores que convidam a discípula a desafiar-se, continuamente, para trazer presente o reinado de Deus.b. LEITURA DO TEXTO.c. Momento de silêncio.

5. MEDITAR A PALAVRA, PARA FAZER APARECER A LUZ.a- Lembrar juntos o que foi lido: o texto em si.b- O que mais nos chamou a atenção? Por quê?c- Como Jesus mostra a importância de viver segundo o espírito das bem-aventuranças?d- O que esse texto diz para nós, neste CENTENÁRIO?e - Que posso oferecer, individual e comunitariamente, para revigorar a missão congregacional?f- Como esta Palavra nos ajuda, hoje, a viver o espí r i to das bem-aventuranças que professamos em nosso carisma?6. REZAR A PALAVRA, PARA TRANSFORMAR

A LUZ EM VIDA. (Assumir e celebrar um compromisso diante de Deus.). a) Formular um compromisso pessoal e comunitário que aprofunde o discipulado e a m i s s ã o f r a n c i s c a n a h o s p i t a l e i r a n o seguimento de Jesus. b) Preces Comunitárias (espontâneas).c) Pai-nosso. d) Rezar as bem-aventuranças, de forma solene e alternada.

ANEXOS: LEITURAS PARA ENRIQUECER A CELEBRAÇÃO: (SE POSSÍVEL, LER E REFLETIR ANTES DA CELEBRAÇÃO).

A- V Conferência de Aparecida 501. Os discípulos e missionários de Cristo devem iluminar com a luz do Evangelho todos os espaços da vida social. A opção preferencial pelos pobres, de raiz evangélica, exige uma atenção pastoral atenta aos construtores da sociedade. Se muitas das estruturas atuais geram pobreza, em parte, isso é devido à falta de fidelidade a compromissos evangélicos de m u i t o s c r i s t ã o s c o m e s p e c i a i s responsabilidades políticas, econômicas e culturais.

553. Ajude-nos a companhia sempre próxima, cheia de compreensão e ternura, de Maria Santíssima. Que nos mostre o fruto bendito de Seu ventre e nos ensine a responder, como fez no mistério da anunciação e encarnação. Que nos ensine a sair de nós mesmos, no caminho de sacrifício, de amor e serviço, como fez na visita a Sua prima Isabel, para que, peregrinos no caminho, cantemos as maravilhas que Deus tem feito em nós, conforme a Sua promessa.554. Guiados por Maria, fixamos os olhos em Jesus Cristo, autor e consumador da fé e dizemos a Ele com o Sucessor de Pedro:“Fica conosco, pois cai a tarde e o dia já declina” (Lc 24,29).Fica conosco, Senhor, acompanha-nos, ainda q u e n e m s e m p re te n h a m o s s a b i d o reconhecer-Te.

Fica conosco, porque, ao redor de nós, as sombras vão se tornando mais densas, e Tu és a Luz; em nossos corações se insinua a

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desesperança, e Tu os fazes arder com a certeza da Páscoa. Estamos cansados do caminho, mas Tu nos confortas na fração do pão, para anunciar a nossos irmãos que na verdade Tu ressuscitaste e que nos deste a missão de ser testemunhas de Tua ressurreição.

Fica conosco, Senhor, quando, ao redor de nossa fé católica, surgem as névoas da dúvida, do cansaço ou da dificuldade. Tu, que és a própria Verdade como revelador do Pai, ilumina nossas mentes com Tua Palavra; ajuda-nos a sentir a beleza de crer em Ti.

Fica em nossas famílias, ilumina-as, em suas dúvidas, sustenta-as, em suas dificuldades, consola-as, em seus sofrimentos e no cansaço de cada dia, quando, ao redor delas, se acumulam sombras que ameaçam sua unidade e sua natureza. Tu que és a Vida, fica em nossos lares, para que continuem sendo ninhos, onde nasça a vida humana, abundante e generosamente, onde se acolha, se ame, se respeite a vida, desde a sua concepção até seu término natural.

Fica, Senhor, com aqueles que, em nossa sociedade, são os mais vulneráveis; fica com os pobres e humildes, com os indígenas e afro-americanos, que nem sempre encontram espaços e apoio para expressar a riqueza de sua cultura e a sabedoria de sua identidade. Fica, Senhor, com nossas crianças e com nossos jovens, que são a esperança e a riqueza do nosso Continente, protege-os de tantas armadilhas que atentam contra sua inocência e contra suas legítimas esperanças. Ó Bom Pastor, fica com nossos anciãos e com nossos enfermos! Fortalece a todos em sua fé, para que sejam teus discípulos e missionários!

B – Missão Franciscana HospitaleiraEntra aqui o verbo “fovere”, do lema da Congregação: “Lucere et Fovere”; “fovere” quer dizer: acolher, aconchegar, aquecer, acariciar, envolver de calor humano e de ternura. Ser como um lar para o irmão pobre; e, nele, acolher, fazer morada e mansão para o próprio Deus. Assim o sentir da Irmã Maria Clara (Frei David de Azevedo, OFM, Horizonte e Esperança, p 39).

C-Chegada das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras ao Brasil 1918- Ainda por iniciativa do Cônego Antonio dos Santos Cabral e também do Diretor-Presidente do Hospital São Vicente de Paulo, Moacyr Ribeiro Leite, as nossas Irmãs começaram a prestar ali, no Hospital, os seus serviços. Eram apenas três Religiosas dependentes do Colégio Nossa Senhora das Graças e com a mesma Superiora. Por causa da pobreza, o Hospital só podia receber de 8 a 10 doentes. Por isso, as Irmãs começaram a fazer curativos aos pobres e, dentro em breve, não havia quem não quisesse ser tratado por elas. Para cuidar das feridas, a Irmã enfermeira tinha apenas panos velhos, que ela pedia às famílias de Propriá. E Deus abençoava esse trabalho, realizando verdadeiros milagres. A chama do Carisma continua iluminando e se mantém acesa, na pessoa daquelas que estiveram e estão à frente das Províncias, em disponível fidelidade ao serviço desta parcela da Igreja; na pessoa dos irmãos, em harmonia com o Governo Geral (80 anos da História da CONFHIC no Brasil, pp. 20 e 39).

90. É praticamente impossível que uma comunidade religiosa viva e se revele hoje, se não estiver encarnada no mundo e situada no tempo. Na verdade, não há espiritualidade encarnada sem um conhecimento profundo da realidade, a nível social, econômico, político e religioso, com as suas luzes e sombras, alegrias e dores. Já o Concilio Vaticano II considerava conveniente para a renovação da Vida Religiosa que os membros dos vários institutos tivessem conhecimento das circunstâncias dos tempos e dos homens, bem como das necessidades da Igreja (IX Caderno para a Renovação da CONFHIC, n° 90, página 32).

BIBLIOGRAFIA- Bíblia do Peregrino- Documento de Aparecida- José Bortolini, Rezar os Salmos- Celebração: Tua Palavra é Vida- Cadernos para a Renovação da CONFHIC- CONFHIC – Província de Santa Cruz - 80 anos de Brasil- Frei David de Azevedo, OFM, Horizonte e Esperança

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 263

Algumas orientações: 1. Esta Via-sacra não traz as estações tradicionais, mas toma em consideração toda a vida de Jesus, desde Seu nascimento até à Sua ressurreição.2. Pede-se que a dirigente leia o texto antes e prepare os símbolos que deseja usar durante a mesma 3. Como é uma Via-sacra longa, pode ser usada no retiro mensal, dividindo-a em estações, ao longo do dia.

Dirigente: Irmãs, a exemplo de São Francisco, nós meditaremos a Paixão de Jesus Cristo, que se prolonga hoje, na paixão de nossos irmãos e nossas irmãs. Que, ao meditarmos as estações da Via-sacra, descubramos que nosso caminho de Franciscanas Hospitaleiras é o caminho do acolhimento, da hospitalidade, do amor que se entrega generosamente e que dá a vida pela irmã sofredora e pelo irmão sofredor.

Vamos celebrar esta Via-sacra, trazendo à nossa memória o caminho percorrido por nossas primeiras Irmãs que chegaram ao Brasil, como migrantes, e vamos lançar o nosso olhar para o grande problema das migrações que hoje afeta o mundo inteiro, desde nossas pequenas cidades até países inteiros e continentes.

1ª. Leitora: Vamos escutar o relato da chegada das nossas Irmãs no Brasil: (Copiar...)Canto da estrofe que fala da chegada das Irmãs ao Brasil (Hino do Centenário)Leitora: Escutemos e meditemos o que nos dizem as conclusões do Conselho Plenário

acontecido no Brasil, em 1992, nas sábias intuições do nosso saudoso Padre Cláudio Perani:(Copiar o texto que fala das migrações)Canto: “Entre nós está e não O conhecemos, entre nós está...”

3ª. Leitora: Escutemos o texto sobre as migrações, do Padre David de Azevedo, quando fala do grande problema do mundo atual:Copiar do livro HorizontesCanto: “Por longas estradas, sem fim palmilhadas, aonde tu vais?” (Canto da Campanha da Fraternidade sobre as Migrações.

1ª. Estação: Maria e José fogem para o Egito com o Menino Jesus.Dirigente: Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, aqui e em todas as Vossas igrejas, espalhadas no mundo inteiro, e Vos bendizemos,Todas: Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.Leitura bíblica: Mt 2,13-1513 Depois que os magos partiram, o Anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: “Levante-se, pegue o menino e a mãe dele, e fuja para o Egito! Fique lá até que eu avise. Porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo”. 14 José levantou-se, de noite, pegou o menino e a mãe dele, e partiu para o Egito. 15 Aí ficou até à morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor havia dito por meio do profeta: “Do Egito chamei o meu filho”.Reflexão:

CHAMADAS A ILUMINAR E A SUAVIZAR.

Via-sacra dos Migrantes – México, Autor: Padre Giocchino Campese, CS. Tradução e adaptação: Irmã Magda Brasileiro

264 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

1. Quantas vezes nós interpretamos esta passagem bíblica de maneira superficial, sem nos darmos conta de que tem muito a ver com a dura realidade que muitas famílias estão vivendo em nosso mundo!

2. Jesus, Maria e José são os milhões de crianças, mães e pais que têm que deixar a sua terra para sobreviver, para proteger suas próprias vidas e para buscar um futuro melhor. A Sagrada Família é a família migrante que temos visto nas ruas de nossa cidade, que tem tocado às nossas portas e que tem buscado nosso apoio e compreensão.

3. A guerra, a violência, a discriminação social, econômica e política estão obrigando as famílias a deixarem seus países de origem, seu estado e cidades e até suas próprias famílias, para buscarem um futuro melhor e melhores oportunidades de vida.

4. Como franciscanas hospitaleiras, somos chamadas a buscar maneiras concretas para transformar esta realidade injusta, de maneira que nenhum ser humano se sinta forçado a emigrar ou a viver nas ruas de nossas cidades.

Gesto ou símbolo que recorde este passo da paixão de Jesus hoje (Sugestão: uma pequena mala velha ou uma trouxa de roupa).Canto (à escolha)Oração: Menino Jesus, que, em companhia de Tua Mãe, Maria, e de São José, conheceste as amarguras da emigração, em Teu desterro, nós Te pedimos por todas as crianças emigrantes, refugiadas, sequestradas e desterradas, que tanto se assemelham a Ti. Que seus pais encontrem trabalho, pão e casa. Que, em todas as partes, sejam recebidas com carinho e respeito por sua dignidade de pessoas. Que todas elas encontrem, em nossos corações, a tenda hospitaleira de que necessitam para viverem como filhos e filhas amados de Deus. Por NSJC...

2ª. Estação: Jesus é tentado por Satanás, no deserto.Dirigente: Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, aqui e em todas as Vossas igrejas, espalhadas no mundo inteiro, e Vos bendizemos, Todas: Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.

Leitura bíblica: Mt 4,1-11Então, o Espírito conduziu Jesus ao deserto, para ser tentado pelo diabo. 2 Jesus jejuou, durante quarenta dias e quarenta noites, e, depois disso, sentiu fome. 3 Então, o tentador se aproximou e disse a Jesus: «Se tu és Filho de Deus, manda que essas pedras se tornem pães!» 4 Mas Jesus respondeu: «A Escritura diz: ‘Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus’. 5 Então, o diabo O levou à Cidade Santa, colocou-O na parte mais alta do Templo. 6 E Lhe disse: «Se tu és Filho de Deus, joga-Te para baixo! Porque a Escritura diz: ‘Deus ordenará aos Seus anjos a teu respeito, e eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em nenhuma pedra’. 7 Jesus respondeu-lhe: «A Escritura também diz: ‘Não tente o Senhor seu Deus’. 8 O diabo tornou a levar Jesus, agora para um monte muito alto. Mostrou-Lhe todos os reinos do mundo e suas riquezas. 9 E Lhe disse: “Eu Te darei tudo isso, se Te ajoelhares diante de mim, para me adorar”. 10 Jesus disse-lhe: “Vai embora, Satanás, porque a Escritura diz: ‘Você adorará ao Senhor, seu Deus, e somente a Ele servirá’. 11 Então o diabo O deixou. E os anjos de Deus se aproximaram e serviram a Jesus.Reflexão:1. Jesus, em Sua vida, como qualquer outro ser humano, teve que enfrentar as tentações que todos nós conhecemos: o egoísmo, o poder e a riqueza.

2. Também os migrantes e moradores de rua, na sua longa estrada, se encontram com muitas situações que põem em risco a sua família e a si mesmo.

3. Roubo, acidentes, violência, sequestro, exploração, corrupção, desprezo, falta de compreensão e hospitalidade são os problemas que encontram. Muito facilmente caem na depressão, no desespero, e nos vícios do alcoolismo e das drogas.

4. Jesus nos ensina que só há uma maneira de vencer as tentações do deserto: “Adorarás ao Senhor, teu Deus, e só a Ele servirás”. Vem do Espírito Santo a força que nos ajuda a vencer e superar os obstáculos que encontramos em nosso caminhar até à terra prometida.

Gesto ou símbolo que recorde este passo da

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 265

paixão de Jesus hoje (Sugestão: uma bandeja com pães e moedas).

Canto (à escolha)Oração:Pai santo e misericordioso, concede-nos a todas o dom da fortaleza, para que possamos superar as tentações do dinheiro e do poder, do êxito e do sucesso, da amargura e do desespero, que nos impedem de continuar nossa peregrinação para o Teu Reino. Guia os migrantes pelos caminhos da esperança e do amor. Fortalece a nossa vocação de hospitaleiras, para que sejamos acolhedoras dos mais necessitados. Por NSJC...

3ª. Estação: Jesus vai com Sua família viver em Nazaré.Dirigente: Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, aqui e em todas as Vossas igrejas, espalhadas no mundo inteiro, e Vos bendizemos,Todas: Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.Leitura bíblica: Mt 4,12-1612 Ao saber que João tinha sido preso, Jesus voltou para a Gali-léia. 13 Deixou Nazaré e foi morar em Cafarnaum, que fica às margens do mar da Galiléia, nos confins de Zabulon e Neftali, 14 para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías: 15 “Terra de Zabulon, terra de Neftali, caminho do mar, região do outro lado do rio Jordão, Galiléia dos que não são judeus! 16 O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; e uma luz brilhou para os que viviam na região escura da morte”.Reflexão:1. Não é sem razão que Jesus decide viver em Nazaré da Galileia, terra na periferia de Israel. Além disto, era considerada terra de pagãos, porque aí se dera a mestiçagem de judeus e povos de outras raças e religiões. Os galileus não possuíam uma identidade pura...

2. Jesus fez uma opção profética, ao decidir viver com os que não têm identidade, que, por serem mestiços, vivem desprezados ou são considerados inferiores.

3. Esta é a condição de milhares de migrantes e moradores de rua: perdem os laços culturais de sua terra de origem, perdem familiares e perdem a sua própria identidade.

4. A decisão de Jesus de ficar com estas pessoas nos revela um Deus amoroso que ignora os falsos conceitos de perfeição de raça, nacionalidade, cor, status social e econômico, porque todos, brancos, negros, mestiços, mulatos, somos Seus filhos e filhas, criados à Sua imagem e semelhança.

Gesto ou símbolo que recorde este passo da paixão de Jesus, hoje. (Sugestão: cartaz com rostos de pessoas de diferentes raças e nacionalidades).

Canto (à escolha)Oração: Deus, Pai/Mãe de todos os povos, que, em Jesus, Te tornaste um de nós, ajuda-nos a identificar-nos com os que sofrem, com os que vivem discriminados pela sociedade, com os que são rechaçados e desprezados por serem diferentes, com os migrantes porque vêm de um país diferente, porque falam uma língua diferente, porque têm traços e cor de pele diferentes. Ajuda-nos a construir, como hospitaleiras dos pobres, uma nova humanidade, onde todos sejamos irmãs e irmãos, membros da família humana que Tu criaste. Por JCNS...

4ª. Estação: Jesus é traído por JudasDirigente: Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, aqui e em todas as Vossas igrejas, espalhadas no mundo inteiro, e Vos bendizemos,Todas: Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.Leitura bíblica: Mt 26,14-16 14 Então um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi aos chefes dos sacerdotes, 15 e disse: “O que é que vocês me darão para eu entregar Jesus a vocês?”. Combinaram, então, trinta moedas de prata. 16 E, a partir desse momento, Judas procurava uma boa oportunidade para entregar Jesus.

Reflexão:1. A experiência de Jesus, neste momento, é dolorosamente trágica. Mais que a dor da traição, Jesus sente a dor por ter sido um dos Seus: alguém que Ele mesmo escolheu e chamou para compartilhar a Sua vida e missão.

2. Dói em Jesus a experiência de ser traído por

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um de Seus discípulos, por dinheiro. Jesus é, pois, vendido!

3. Busquemos nos identificar com Jesus, neste momento de traição e de dor.

4. Muitos migrantes também são traídos por seus próprios amigos e vizinhos que os denunciam e entregam às autoridades. É a paixão de Jesus acontecendo hoje.

5. Muitos se esquecem de que, um dia, foram migrantes, ou seus pais o foram. Estes se esqueceram de que a terra é de Deus e que todos temos que viver nela, como imigrantes e hóspedes (cf. Lv 25,23).

Gesto ou símbolo que recorde este passo da paixão de Jesus, hoje. (Sugestão: um passaporte ou...)Canto (à escolha)Oração: Jesus, Tu que conheceste a amargura e a dor da traição de um amigo, guia os que são traídos no caminho do perdão e acompanha os que traem no caminho da conversão, da verdade e da luz. Ajuda-nos a recuperar e a renovar nossa memória histórica e transforma nossos corações, para que possamos viver a hospitalidade compassiva, misericordiosa e solidária. Por NSJC...

5ª. Estação: Jesus em oração no Jardim das Oliveiras.Dirigente: Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, aqui e em todas as Vossas igrejas, espalhadas no mundo inteiro, e Vos bendizemos,Todas: Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.Leitura bíblica: Mt 26,36-3936 Então Jesus foi com eles a um lugar chamado Getsêmani. E disse aos discípulos: Sentem-se aqui, enquanto eu vou até ali para rezar”. 37 Jesus levou consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu e começou a ficar triste e angustiado. 38 Então, disse a eles: “Minha alma está numa tristeza de morte. Fiquem aqui e vigiem comigo”. 39 Jesus foi um pouco mais adiante, prostrou-Se com o rosto por terra e rezou: “Meu Pai, se é possível, afaste-se de Mim este cálice. Contudo, não seja feito como Eu quero, e sim como Tu queres”.Reflexão:

1. Jesus tem a consciência nítida de que Sua morte se aproxima. Sabe que Seus amigos, embora bem perto dEle, O deixarão sozinho. A solidão, a experiência de abandono frente aos inimigos, a angústia e a tristeza de morte tomam conta do Seu coração.

2. Neste momento da desolação mais profunda, Jesus demonstra Sua total confiança em Deus. Não perde a fé de que Deus está presente e O acompanha, embora pareça ausente.

3. O migrante, o morador de rua, se sente muitas vezes no Jardim das Oliveiras, quando se vê só, abandonado, traído, frustrado, desesperado... Sabe que deixou para trás sua terra, sua família, mas não sabe o que o espera no futuro. O migrante sente necessidade de apoio, de companhia, de consolo, de respeito e atenção.

4. O migrante e o morador de rua, como Jesus, encontram na oração a coragem para continuarem seu caminho, porque sabem que só em Deus encontram força e salvação.

Gesto ou símbolo que recorde este passo da paixão de Jesus, hoje. (Sugestão: ramos de oliveira ou um cálice com vinho).Canto (à escolha)Oração: Deus de bondade, nós Te damos graças pela fortaleza da Fé de Teu Filho Jesus, que se reflete na força do migrante que nunca se rende e nunca deixa de lutar, frente aos obstáculos que encontra em seu caminho. Ajuda-nos a imitar Seu exemplo, para que nunca deixemos de lutar, frente aos problemas que encontramos na vida, e para que, em todo momento, busquemos fazer a Tua vontade, animadas na nossa vocação de samaritanas da hospitalidade. Por NSJC...

6ª. Estação: Jesus é preso.Dirigente: Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, aqui e em todas as Vossas igrejas, espalhadas no mundo inteiro, e Vos bendizemos,Todas: Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.Leitura bíblica: Mt 26,47-5047 Jesus ainda falava, quando chegou Judas, um dos Doze, com uma grande multidão

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armada de espadas e paus. Iam da parte dos chefes dos sacerdotes e dos anciãos do povo. 48 O traidor tinha combinado com eles um sinal, dizendo: “Jesus é aquele que eu beijar; prendam”. 49 Judas logo se aproximou de Jesus e disse: “Salve, Mestre”. E O beijou. 50 Jesus lhe disse: “Amigo, faça logo o que tem a fazer”. Então, os outros avançaram, lançaram as mãos sobre Jesus, e O prenderam.

Reflexão:1. Jesus, uma pessoa de paz, que pregava, com palavras e obras, o amor de Deus pela humanidade, é preso como um malfeitor, um criminoso.

2. As autoridades religiosas o apresentam como alguém que está profanando o santo nome de Deus e seduzindo, manipulando o povo a Seu favor.

3. O que Jesus mais desejava era que todos entendessem a bondade e a misericórdia infinita de Deus que se realiza no reino de justiça, paz , liberdade e harmonia.

4. Muitos migrantes e moradores de rua vivem esta situação de insegurança e medo, porque são vitimas de desconfiança, de prisões sem motivos, de julgamentos precipitados, sem, de fato, serem criminosos.

Gesto ou símbolo que recorde este passo da paixão de Jesus, hoje. (Sugestão: desenho de algemas ou velas acesas).Canto (à escolha)Oração: Deus, Pai de liberdade, nós Te pedimos por todos os migrantes que estão presos injustamente, como se fossem criminosos, e por todos os que vivem com medo de ser detidos. Dá-lhes a força e o consolo do Teu Espírito. Conforta as suas famílias que vivem dias de angústia por não conhecerem o seu paradeiro. Dá-nos a coragem de falar em favor destas pessoas que não têm voz e nem vez na sociedade, porque são estrangeiros, não têm documentos ou são ilegais. Dá-nos viver, com ousadia, nossa missão de iluminar e suavizar. Por NSJC...

7ª. Estação: Jesus é interrogado pelos chefes dos sacerdotes.Dirigente: Nós Vos adoramos, Santíssimo

Senhor Jesus Cristo, aqui e em todas as Vossas igrejas, espalhadas no mundo inteiro, e Vos bendizemos,Todas: Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.Leitura bíblica: Mt 26,59-63a59 Ora, os chefes dos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam algum falso testemunho contra Jesus, a fim de O condenarem à morte. 60 E nada encontraram, embora se apresentassem muitas falsas testemunhas. Por fim, se apresentaram duas testemunhas 61 e afirmaram: “Esse homem declarou: ‘Posso destruir o Templo de Deus, e construí-lo, de novo, em três dias”. 62 Então, o sumo sacerdote levantou-se e perguntou a Jesus: “Nada tens a responder ao que esses testemunham contra Ti?”. 63 Mas Jesus continuou calado.Reflexão:1. Diante do tribunal, Jesus escuta as acusações falsas que Lhe fazem e responde com o silêncio. Já não tem palavras para denunciar a falsidade, a injustiça e a corrupção.

2. No interrogatório de Jesus, vemos o interrogatório de tantos irmãos e irmãs nossos, migrantes ou não, que são vitimas das mil perguntas policiais, das artimanhas dos juízes para os incriminar e deportar... Muitas vezes, sua única maneira de protestar é o silêncio.

3. Jesus Se mostra cansado e fatigado de tanta hipocrisia, Se cala. Assim os migrantes e os moradores de rua calam-se, porque já não têm palavras para se defenderem, porque ninguém pode compreender a sua situação, sua dor e seu sofrimento.

Gesto ou símbolo que recorde este passo da paixão de Jesus, hoje. (Sugestão: uma pessoa se põe uma mordaça). Canto (à escolha)Oração: Pai de bondade, livra-nos da tentação de transformar os migrantes em suspeitos, em criminosos e de acusá-los dos problemas das nossas comunidades. Dá-nos o espírito de compaixão e misericórdia hospitaleira, para que saibamos compreender o sofrimento que estas pessoas têm de deixar suas terras e suas famílias em busca de um futuro melhor.

268 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

8ª. Estação: Jesus é condenado à morte.Dirigente: Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, aqui e em todas as Vossas igrejas, espalhadas no mundo inteiro, e Vos bendizemos,Todas: Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.Leitura bíblica: Mc 15,6-15Na festa da Páscoa, Pilatos soltava o prisioneiro que eles pedissem. 7 Nesse tempo, um homem chamado Barrabás, estava preso junto com os rebeldes, que tinham cometido um assassinato na revolta. 8 A multidão subiu, e começou a pedir que Pilatos fizesse como costumava. 9 Pilatos perguntou: “Vocês querem que eu solte o rei dos judeus?”, 10 Pilatos bem sabia que os chefes dos sacerdotes haviam entregado Jesus por inveja. 11 Porém, os chefes dos sacerdotes atiçaram a multidão, para que Pilatos soltasse Barrabás. 12 Pilatos perguntou, de novo: “O que farei, então, com Jesus que vocês chamam de rei dos judeus?”, 13 Mas eles gritaram de novo: “Crucifique!”, 14 Pilatos perguntou: “Mas que mal fez Ele?”. Eles, porém, gritaram com mais força: “Crucifique!”. 15 Pilatos queria agradar à multidão. Soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus e O entregou para ser crucificado.Reflexão:1. A sentença de morte que Jesus recebe não é uma surpresa. Ele mesmo já imaginava onde terminaria o Seu processo: na condenação de morte.

2. O inocente é condenado à pena capital pelo sistema social e religioso, completamente cego e corrupto, incapaz de entender as necessidades do povo.

3. A sentença de morte se repete hoje, quando os poderosos, que governam os sistemas políticos e econômicos de nosso mundo, se juntam para buscar seus próprios interesses e concentram as riquezas nas mãos de poucos.

4. A mesma sentença de morte se repete, quando milhões de trabalhadores e trabalhadoras são excluídos da oportunidade de viver uma vida digna e verdadeiramente humana, em sua terra de origem.

5. Estes sistemas, que tramaram a morte de Jesus e de milhares de irmãos e irmãs nossos,

na realidade, já se condenam a si próprios, porque são contra a vontade de Deus de dar vida em abundância para todos (cf. Jo 10,10).

Gesto ou símbolo que recorde este passo da paixão de Jesus, hoje. (Sugestão: uma cruz sem o Cristo).

Canto (à escolha)Oração:Deus, Pai de bondade e justiça, nos Te pedimos por aqueles que governam as nações, onde vivemos, por aqueles que têm poder de tomar decisões e de ditar as leis que regem nossa sociedade. Inspira-lhes o espírito de justiça, para que nossas leis permitam a todos, especialmente os mais pobres, os negros e os migrantes, terem seus direitos respeitados e vida digna. Que, em nossas comunidades franciscanas hospitaleiras, se defenda, antes de tudo, a vida dos pobres, dos últimos e dos insignificantes. Por NSJC...

9ª. Estação: Jesus cai sob o peso da cruz.Dirigente: Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, aqui e em todas as Vossas igrejas, espalhadas no mundo inteiro, e Vos bendizemos,Todas: Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.Leitura bíblica: Lc 23,27-28.3227 Uma grande multidão do povo O seguia. E mulheres batiam no peito e choravam por Jesus. 28 Jesus, porém, voltou-Se e disse: “Mulheres de Jerusalém, não chorem por mim! Chorem por vocês mesmas e por seus filhos!”. 32 Levavam também outros dois criminosos, junto com Ele, para serem mortos.Reflexão:1. Condenado à morte, Jesus tem que carregar a cruz que vai ser instrumento de Sua morte. Ao peso da cruz se ajunta o peso dos golpes recebidos, as humilhações e, pior que tudo, o abandono e a covardia dos Seus próprios discípulos.

2. O caminho do Calvário é longo e doloroso. Jesus não aguenta e cai.

3. Quantas vezes vemos nossos irmãos e irmãs caídos na rua... Quantos sacrifícios tiveram que suportar...

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 269

4. Na maioria das vezes, o caminho em busca de melhores condições de vida se transforma em caminho de cruz.

5. Só a fé em Deus, vivo e verdadeiro, pode lhes dar força de aguentar as quedas do caminho e seguir adiante, nesta peregrinação.

Gesto ou símbolo que recorde este passo da paixão de Jesus, hoje (Sugestão: depositar uma pedra sobre a cruz).

Canto (à escolha)Oração:Deus da vida, nos Te pedimos que protejas Teus filhos e tuas filhas, que saem de suas terras em busca de melhor vida. Ajuda-os a vencer os obstáculos do caminho, a encontrar trabalho digno com um salário justo. Não permitas que as famílias migrantes se separem e se percam. Caminha com eles, Senhor, e ajuda-os a se levantarem de suas quedas para que consigam realizar os seus sonhos. Por NSJC...

10ª. Estação: Simão Cirineu ajuda Jesus a levar a cruz.Dirigente: Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, aqui e em todas as Vossas igrejas, espalhadas no mundo inteiro, e Vos bendizemos,Todas: Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.Leitura bíblica: Lc 23,2626 Enquanto levavam Jesus para ser crucificado, pegaram certo Simão, da cidade de Cirene, que voltava do campo, e o forçaram a carregar a cruz atrás de Jesus.Reflexão:1. Sem forcas, Jesus não consegue mais carregar a pesada cruz. Obrigam Simão de Cirene a ajudar Jesus.

2. Simão de Cirene, sem fazer discursos bonitos nem ações extraordinárias, ajuda, silenciosamente, Jesus a seguir adiante, em Seu caminho doloroso.

3. A ação de Simão de Cirene nos recorda a ação silenciosa de tantas pessoas que vivem radicalmente sua fé, que se aproximam do desvalido e o acolhem, oferecendo-lhe compaixão, hospitalidade, apoio, comida.

4. Com Simão de Cirene, Deus nos convoca a todas a oferecermos sinais concretos de hospitalidade, a sermos acolhedoras, de coração aberto e compassivo.5. Gesto ou símbolo que recorde este passo da paixão de Jesus, hoje. (Sugestão: colocar uma flor junto à pedra e à cruz).

Canto (à escolha)Oração:Deus, Pai de misericórdia, não nos permitas deixar na solidão, no abandono e no desespero os nossos irmãos desvalidos. Ensina-nos a viver, com nossas ações, as atitudes de solidariedade, de compaixão e de acolhimento. Ajuda-nos a vencer nosso egoísmo, para que possamos acompanhar, com espírito de serviço, os irmãos e irmãs migrantes que caminham conosco neste mundo. Por NSJC...

11ª. Estação: Jesus é despojado de Suas vestes.Dirigente: Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, aqui e em todas as Vossas igrejas, espalhadas no mundo inteiro, e Vos bendizemos,Todas: Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.Leitura bíblica: Jo 19,23-2423 Quando crucificaram Jesus, os soldados repartiram as roupas dEle em quatro partes. Uma parte para cada soldado. Deixaram de lado a túnica. Era uma túnica sem costura, feita de uma peça única, de cima até em baixo. 24 Então, eles combinaram: “Não vamos repartir a túnica. Vamos tirar a sorte, para ver com quem fica”. Isso era para se cumprir a Escritura que diz: “Repartiram minha roupa e sortearam minha túnica”. E foi assim que os soldados fizeram.Reflexão:1. Jesus chega ao calvário, lugar de Sua execução. Arrancam-Lhe as vestes: o único que Lhe restava depois de tanta humilhação e degradação. Frente ao povo, retiram ao condenado toda a Sua dignidade, honra e direitos.

2. Jesus, despojado de Suas vestes, é a imagem de todos os nossos irmãos e irmãs que são despojados de seus poucos pertences: dinheiro, documentos, roupas...

270 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

3. Muitas mulheres são violentadas, nestes caminhos, e carregam, em seus corpos feridos, a dor física e espiritual.4. Muitas vezes, são as policias e as autoridades que não os protegem e se tornam cúmplices de tantos maus tratos.5. Temos perdido a capacidade de ver em cada migrante, em cada homem ou mulher da rua, a imagem de Jesus, despojado e sofrido. 6. Gesto ou símbolo que recorde este passo da paixão de Jesus, hoje. (Sugestão: junto à cruz, pedra e flor, depositar uma peça de roupa).

Canto (à escolha)Oração:Deus, Pai compassivo, em Tuas mãos, colocamos a vida de nossos irmãos e irmãs m i g r a n t e s , d o s m o r a d o r e s d e r u a , especialmente os que mais sofrem as consequências da migração forçada. Tu bem conheces, Senhor, as injustiças, a exploração, a humilhação e os abusos que têm sofrido. Tu conheces a tristeza e a amargura de seus corações, porque é a mesma tristeza e humilhação que sofreu Teu Filho, quando O despojaram de Sua roupa e de Sua dignidade. Cura suas feridas físicas e espirituais com a força do Teu amor. Transforma, Senhor, o coração das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras em corações de carne, acolhedores e compassivos. Por NSJC...

12ª. Estação: Jesus é crucificado entre os malfeitores.Dirigente: Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, aqui e em todas as Vossas igrejas, espalhadas no mundo inteiro, e Vos bendizemos,Todas: Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.Leitura bíblica: Mc 15,25-2725 Eram nove horas da manhã, quando crucificaram Jesus. 26 E aí estava uma inscrição, com o motivo da condenação: “O Rei dos judeus”. 27 Com Ele, crucificaram dois bandidos, um à direita e outro à esquerda. 28 Desse modo, cumpriu-se a Escritura que diz: “Ele foi incluído entre os fora-da-lei”.Reflexão:1. A morte de cruz era reservada aos criminosos e aos escravos. Assim, Jesus foi tratado, até ao final, como criminoso, em meio a criminosos.

2. Jesus, profeta do amor e da justiça, já não tem nenhuma reputação, frente ao povo, a quem estava pregando a vinda do Reino de Deus.3. O que se passou com Jesus, passa hoje com os migrantes, com o povo da rua...4. Recordemos o profeta Isaias: “Desprezado e rejeitado pelos homens, homem do sofrimento e experimentado na dor; como indivíduo de quem a gente esconde o rosto, ele era desprezado e nem tomamos conhecimento dele” (cf. Is 53,3).5. Peçamos perdão a Deus, por todas as vezes que temos desumanizado nossos irmãos e irmãs desvalidos, com nossas atitudes egoístas e indiferentes.

Gesto ou símbolo que recorde este passo da paixão de Jesus, hoje. (Sugestão: colocar mais duas pequenas cruzes).

Canto (à escolha)Oração:Deus, Pai de Verdade, dá-nos olhos novos e palavras novas, para que não olhemos nossos irmãos e irmãs migrantes como se fossem malfeitores. Aos Teus olhos de Pai, só o egoísmo, a violência, a injustiça e a exploração merecem condenação. Ajuda-nos, Pai, a sermos hospitaleiras, olhando a todos com um “olhar providencial”. Por NSJC...

13ª. Estação: As mulheres permanecem firmes ao pé da cruz.Dirigente: Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, aqui e em todas as Vossas igrejas, espalhadas no mundo inteiro, e Vos bendizemos,Todas: Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.Leitura bíblica: Jo 19,25-2725 A Mãe de Jesus, a irmã da Mãe dEle, Maria de Cléofas, e Maria Madalena estavam junto à cruz. 26 Jesus viu a Mãe e, ao lado dela, o discípulo que Ele amava. Então, disse à Mãe: “Mulher, eis aí o Seu filho”. 27 Depois disse ao discípulo: “Eis aí a sua Mãe”. E, dessa hora em diante, o discípulo a recebeu em sua casa.Reflexão:1. Apenas algumas mulheres acompanham Jesus, em Sua hora final, porque tiveram a coragem de permanecer firmes diante da cruz.2. Maria, sua Mãe, O acompanha fielmente,

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 271

olhando o Filho amado se acabando pouco a pouco, desprezado por todos, desonrado e abandonado por Seus próprios amigos. Maria é pura dor e sofrimento por Seu Filho.3. Só um amor terno e forte como o de Maria pode permanecer de pé, nestas horas silenciosas de tanta dor e sofrimento.4. Nesta estação, recordemos todas as mães que são migrantes, muitas que partem em busca de seus esposos; as mães que vêem seus filhos e filhas saírem de casa em busca de melhores condições de vida; as mães que vivem a angústia de não saber o paradeiro de seus filhos; as esposas que ficam em suas casas, lutando para sobreviver, sem o apoio do marido; as filhas que estão crescendo, sem o amor de seus pais...

Gesto ou símbolo que recorde este passo da paixão de Jesus, hoje. (Sugestão: fotos de mulheres).

Canto (à escolha)Oração: Virgem Mãe Aparecida, protege e acompanha, com Teu amor maternal, as mulheres que com seus filhos estão a caminho para encontrar-se com seus esposos, para manter unidas suas famílias. Não permitas que a unidade e os valores familiares sejam destruídos por causa da ausência, da distância e da separação. Que Teu amor e Teu carinho de mãe sejam o vinculo insuperável que mantenha a unidade da família dos migrantes.

14ª. Estação: Jesus morre na cruz.Dirigente: Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, aqui e em todas as Vossas igrejas, espalhadas no mundo inteiro, e Vos bendizemos,Todas: Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.Leitura bíblica: Mt 27,45-5045 Desde o meio-dia até às três horas da tarde, houve escuridão sobre toda a terra. 46 Pelas três horas da tarde, Jesus deu um forte grito: “Eli, Eli, lamá sabactâni?”, isto é: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”. 47 Alguns dos que aí estavam, ouvindo isso, disseram: “Ele está chamando Elias!”. 48 E, logo, um deles foi correndo pegar uma esponja, a ensopou em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara e deu para Jesus beber. 49 Outros, porém, disseram: “Deixe, vamos ver se Elias

vem salvá-lo!”. 50 Então, Jesus deu, outra vez, um forte grito e entregou o espírito.Reflexão:1. Jesus morre no desprezo total e na indiferença de Seus algozes que se riem dEle.2. Jesus morre, gritando Sua dor, o abandono total no qual Se encontra, a indiferença frente ao sofrimento inocente. Seu grito de dor é o grito de todos os crucificados do mundo, que sofrem pela pobreza, miséria, opressão, exploração...3. Onde está Deus? Deus está precisamente onde nós não pensamos e nem queremos encontrá-lO: na mesma cruz, sangrando com Jesus e com toda a humanidade ferida.4. Recordemos em silêncio todos os migrantes e moradores da rua, mortos ou assassinados durante sua caminhada.

Gesto ou símbolo que recorde este passo da paixão de Jesus, hoje. (Sugestão: um pedaço de pano branco, cobrindo os demais símbolos que foram colocados).

Canto (à escolha)Oração: Deus da vida, acolhe em Teus braços as mulheres, homens e crianças migrantes e moradoras de rua, mortos em sua caminhada, buscando vida melhor. Dá consolo às suas famílias, para que a morte não lhes faça perder a esperança na vida. Ajuda-nos a promover a vida e a lutar contra todas as leis e sistemas que provocam a morte dos migrantes e dos moradores da rua. Que a cruz de Jesus seja para nós, Franciscanas Hospitaleiras, um grito de protesto contra toda a morte injusta e um símbolo de vida nova para todos. Por NSJC...

15ª. Estação: Jesus ressuscitado acompanha Seus discípulos e Suas discípulas.Dirigente: Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, aqui e em todas as Vossas igrejas, espalhadas no mundo inteiro, e Vos bendizemos.Todas: Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.Leitura bíblica: Lc 24,13-3213 Nesse mesmo dia, dois discípulos iam para um povoado, chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. 14 Conversavam a respeito de tudo o que tinha acontecido. 15 Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus Se aproximou e começou a caminhar

272 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

com eles. 16 Os discípulos, porém, estavam como que cegos e não O reconheceram. 17 Então, Jesus perguntou: “O que é que vocês andam conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste. 18 Um deles, chamado Cléofas, disse: “Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que aí aconteceu nesses últimos dias?”. 19 Jesus perguntou: “O que foi?”. Os discípulos responderam: “O que aconteceu a Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em ação e palavras, diante de Deus e de todo o povo. 20 Nossos chefes dos sacerdotes e nossos chefes O entregaram para ser condenado à morte, e O crucificaram.

21 Nós esperávamos que fosse Ele o libertador de Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que tudo isso aconteceu! 22 É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo 23 e não encontraram o corpo de Jesus. Então, voltaram, dizendo que tinham visto anjos e estes afirmaram que Jesus está vivo. 24 Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas ninguém viu Jesus”.

25 Então, Jesus disse a eles: “Como vocês custam para entender e como demoram para acreditar em tudo o que os profetas falaram! 26 Será que o Messias não devia sofrer tudo isso, para entrar na Sua glória?”. 27 Então, começando por Moisés e continuando por todos os Profetas, Jesus explicava para os discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dEle. 28 Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante. 29 Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando”. Então. Jesus entrou para ficar com eles. 30 Sentou-se à mesa com os dois, tomou o pão e abençoou, depois o partiu e deu a eles. 31 Nisso. os olhos d o s d i s c í p u l o s s e a b r i r a m , e e l e s re co n h e ce ra m J e s u s . J e s u s , p o ré m , desapareceu da frente deles. 32 Então. um disse ao outro: “Não estava o nosso coração ardendo. quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?”.Reflexão:1. Depois da morte de Jesus, Seus seguidores se dispersam, cheios de confusão, decepção e

medo. Todos confiavam que Jesus ia ser o Messias libertador há tanto tempo esperado.

2. A morte na cruz, morte vergonhosa e sem sentido, frustra suas esperanças, deixa-os sem referência e sem entusiasmo.

3. A notícia de que as mulheres não encontraram o corpo de Jesus os deixa surpreendidos e desconcertados, mas não lhes devolve a esperança.

4. Jesus Se aproxima dos discípulos de Emaús, explica-lhes o sentido das Escritura e parte o pão com eles. Neste momento, O reconhecem; porém, Ele desaparece. Vai para “dentro de seus corações”, onde vai renascer a certeza de que Deus é o Deus da vida que venceu a morte e que não os abandona.

5. Jesus ressuscitado continua caminhando conosco, Seu povo peregrino e migrante.

6. Jesus caminha conosco, embora não O vejamos. Ele Se faz caminho para nos levar à terra prometida.Gesto ou símbolo que recorde este passo da paixão de Jesus, hoje (Sugestão: círio pascal aceso ou uma vela grande).

Canto (à escolha)Oração:Deus do caminho, Te damos graças por nos permitires acompanhar-Te nesta Via-sacra, na qual meditamos o caminho de dor dos migrantes, peregrinos e moradores de rua. I nspi ra-nos, para que os possamos acompanhar, com amor e bondade, em seu caminho de tantas dores e cruzes. Sabemos que a morte não tem a última palavra, mas que, em Ti e graças a Ti, a vida triunfa. Todas juntas: Ressuscita em nós o desejo e o compromisso de ser mais humanas e hospitaleiras em nossas relações.

Ressuscita em nós o amor que Tu nos ensinaste, que não conhece fronteiras, que não conhece limites de raça, cultura, nacionalidade e religião. Guia nossos passos para o teu Reino, onde ninguém é estrangeiro, porque todos somos membros da mesma família humana, conTigo, como nosso único Pai e Mãe. Por NSJC...

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 273

Peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida/SPProvíncia de Santa Cruz e Província do Sagrado Coração de Jesus. Introdução:Mãe Clara e nossas primeiras Irmãs, realizaram várias caminhadas longas e difíceis, enfrentando muitos desafios, tais como: andar a pé, a cavalo, atravessar rios em pinguelas perigosas, segurando o hábito, para evitar que molhasse, e ferindo, várias vezes, os pés nas pedras do rio. Tudo isso para levar o “Óleo que suaviza a dor.”

1. Acolhida: minhas Irmãs, meus irmãos, é com muita alegria, louvores e ação de graças, que queremos acolher a todas/os, nesta peregrinação, celebrando os 100 anos de chegada de nossas Irmãs pioneiras ao Brasil, cuja Padroeira, Nossa Senhora Aparecida, iremos visitar e agradecer a Deus e a Ela toda a c a m i n h a d a d a s I r m ã s Fr a n c i s c a n a s Hospitaleiras da Imaculada Conceição, até aos dias de hoje. Sejam todas/os bem-vindos/as.

2. Canto: Hino do Centenário (Letra e Música: José Raimundo Galvão).

Refrão:Louvado seja o excelso e bom Senhor,Em nossa voz unida ao Irmão de Assis:Ao Deus eterno a glória e o louvor,E toda criatura Lhe bendiz (bis)

Por cem anos nas terras brasileiras,Sempre esteve em silêncio a germinar,No jardim das Irmãs Hospitaleiras,cada gesto de amor a se doar.

Nossa história possui raiz profunda,que se planta no chão de Portugal.Espalhando a semente mais fecundade uma Igreja que é Santa e Universal.

No afã de seguir a lei da graça, Disse Padre Beirão, o Fundador:Se há bem por fazer que, então, se faça.Pelo exemplo que vem da Madre Clara,O Espírito fala em alta voz:Providente, Deus não nos desampara,Seu olhar sempre vela sobre nós.

Foragidas, em busca de outras plagas,Vão chegar as Irmãs a Santarém.Se a Francisco Jesus imprime as chagas,as feridas de amor são Paz e Bem.

A seara divina só prosperanos espaços forjados pela dor.Afinal, a pobreza mais sinceraé ter nada e ser tudo no Senhor.

A missão de brilhar nos assemelhaa quem é deste mundo a Plena LuzE a palavra do céu nos aconselha:Põe teu fardo nos ombros de Jesus!

O ideal franciscano se refletecada vez que se aprende a mansidão.Suavizar é dever que nos compete,para agir escutando o coração.

Grande força nos faz, desde o começo,sustentar cada passo da missão:Não se teme na estrada algum tropeço, junto da Imaculada Conceição.

Esta Mãe, que é também hospitaleira,traz no seio, marcado pelo amor,o abrigo da humanidade inteira,

“100 ANOS SOB O OLHAR PROVIDENCIAL DE DEUS”25 de Junho de 2011.

274 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

por vontade do Filho Sofredor.

3. Salmo: Bem-aventuranças

Bem-aventurança da Alegria“Eu vos digo isso, para que a Minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena”(Jo 15, 11).

Num mundo que cerra o coração e os lábios ao sorriso, num mundo sombrio, mas faminto da alegria pura e serena, da alegria profunda e verdadeira que emana do Deus da eterna novidade...

. . .bem-aventurada a Irmã Franciscana Hospitaleira, que proclama, com a vida, o sermão da perfeita alegria e a semente da esperança na vida dos irmãos!

Bem-aventurança do Anúncio“...ponde-vos de pé e cingi os vossos rins com a verdade e revesti-vos da couraça da justiça e calçai os vossos pés com a preparação do Evangelho da paz”(Ef 6, 14 – 15).

Num mundo cansado de palavras, mas carente de Profetas da Palavra... . . .bem-aventurada a Irmã Franciscana Hospitaleira, que, cingida da verdade, anuncia a Boa Nova do Reino, com coerência e fé, fortaleza e dinamismo, fazendo da vida um t e s t e m u n h o e l o q u e n t e d a P a l a v r a proclamada!

Bem-Aventurança da Fidelidade“... sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei. Vem alegrar-te com o teu Senhor!”(Mt 25, 21).

Num mundo que canoniza o imediato, num mundo que endeusa o efêmero, mas sedento de eterno...

. . .bem-aventurada a Irmã Franciscana Hospitaleira, que, fiel ao Deus da Aliança, percorre, dia a dia, o caminho da fidelidade às pequenas-grandes coisas, o caminho da fidelidade às opções de vida e, corajosamente, interpela os que facilmente rompem os compromissos com a vida!

Bem-aventurança da Fraternidade“Nisso, reconhecerão todos que sois Meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros” (Jo 13, 35).Num mundo em que o egoísmo é rei e o individualismo é senhor, num mundo de relações interpessoais inconsistentes, mas ávido de fraternidade e de comunhão...

. . .bem-aventurada a Irmã Franciscana Hospitaleira, que se reconhece filha do Pai que está nos céus, irmã de todos e, como o Poverello de Assis, canta um hino à fraternidade universal, na partilha generosa do que é e do tem, e convida à solidariedade e à comunhão cósmica!

Bem-aventurança da Gratidão“... de graça recebestes,de graça dai” (Mt 10,8).

Num mundo, onde tudo é comprado, onde escasseia a gratuidade e perde espaço a gratidão, num mundo calculista, mas sequioso de gestos de oferta e doação...

. . .bem-aventurada a Irmã Franciscana Hospitaleira, que, de coração agradecido, sabe bendizer e, de graça, se reparte em bênçãos para todos!

Bem-aventurança da Minoridade“... eu Te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e doutores e as revelaste aos pequeninos”(Mt 11,25).

Num mundo de prepotência, em que os grandes prosperam e os pequenos não são reconhecidos, mas espoliados, num mundo marcado pela auto-suficiência, mas que grita pelo senhorio de Deus...

. . .bem-aventurada a Irmã Franciscana Hospitaleira, que vive alegremente a m i n o r i d a d e , r e c u s a n d o p r i v i l é g i o s , comungando a sorte dos pequenos, e é feliz por se saber espaço sagrado da revelação de Deus no meio dos homens!

Bem-aventurança da Perfeição“Portanto, deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48).

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 275

Num mundo de superficialidade e indiferença, em que a vida se constrói sobre areias movediças, num mundo sem projetos, mas com fome de infinito...

. . .bem-aventurada a Irmã Franciscana Hospitaleira, que, identificada com Cristo, se torna sinal de Deus e aponta a meta da santidade.

Bem-aventurança do Serviço“... se alguém quiser ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos”(Mc 9,35).

Num mundo de um comodismo brutal e de corrida aos primeiros lugares, sem olhar a meios, num mundo que asfixia a vida, mas tem ânsia de ser útil, de defender e servir a vida...

. . .bem-aventurada a Irmã Franciscana Hospitaleira, que faz da vida um serviço e do serviço um ministério, servindo em qualquer lugar e, na sua missão, anuncia que o homem com Deus é artífice da criação e construtor da nova humanidade!

Bem-aventurança do Silêncio“Ele, porém, permanecia retirado em lugares desertos e orava”(Lc 5,16).

Num mundo de ruído, dispersão e barulho, num mundo que perdeu o valor do silêncio e da escuta, mas anseia recriar espaços de harmonia e calma, de tranquilidade e paz...

... bem-aventurada a Irmã Franciscana Hospitaleira, que mergulha na interioridade, escuta, na solidão, o seu Deus e recupera o equilíbrio no templo sagrado do seu ser, tornando-se, num mundo desintegrado, regaço de escuta, sinal de harmonia, presença de paz, reflexo de Deus!

B e m - ave nt u ra n ç a d a S i m p l i c i d a d e /Humildade.... levai à plenitude a minha alegria..nada fazendo por competição e vanglória,mas, com humildade, julgando cada um os outros superiores a si mesmo...”(Fl 2,2-3).

Num mundo complicado e tecnicizado, num mundo que perdeu o encanto da vida, mas sente a urgência do retorno à candura e à simplicidade...

. . .bem-aventurada a Irmã Franciscana Hospitaleira, que sabe admirar a beleza das coisas simples e, revestida de humildade, ama a todos e confirma a experiência de Jesus de que a sabedoria do simples confunde os orgulhosos e sábios da terra!

4. Fragmentos da carta aberta:Um rosto da ternura e da misericórdia de DeusIrmã Maria Clara – traços de uma vida

A Igreja acaba de reconhecer publicamente, como bem-aventurada, a Serva do Senhor, Irmã Maria Clara do Menino Jesus. (batizada com o nome de Libânia do Carmo...). Foi a terceira filha de uma família nobre e profundamente cristã.

Sua infância foi marcada por momentos felizes no convívio familiar. Todavia, Libânia, após e s s a é p o c a , e m s u a a d o l e s c ê n c i a , experimentou a dor da morte de seus pais, causada pela epidemia que alastrava em Portugal.

Cheia de amargura e solidão, silencia a própria dor, tornando-se mais forte entre os fortes. Na certeza da presença de Deus em sua vida, supera toda a tribulação. Entra em um Pensionato, que foi criado para acolher os órfãos das famílias nobres atingidas pela e p i d e m i a , o n d e r e c e b e u e d u c a ç ã o aprimorada, através das Irmãs Filhas da Caridade.

Finalmente, depois de muitas andanças, Libânia com temperamento vivaz, forte e dinâmico, separa-se de tudo o que a prendia ao mundo, adquire autonomia e entra para o Recolhimento de S. Patrício, em Lisboa. Padre Beirão a acompanha espiritualmente e os dois f u n d a m a C o n g r e g a ç ã o d a s I r m ã s Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição.

A Mãe Clara foi um testemunho vivo das Obras de Misericórdia e de vivência das Bem-aventuranças narradas por Mateus, como elas

276 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

aconteceram na vida de Jesus e devem acontecer em nossa vida hoje.

5. Pausa para reflexão e par ti lha espontânea: Canto, após cada três partilhas: Como Deus é bom! Deus seja bendito!

6. Canto:RefrãoDe Raimundo e Clara abertos à graça nos vem este dom, esta herança feliz:

“Onde houver o bem a fazer que se faça”Ao jeito do Pobre de Assis.

O acolhimento, a hospitalidadeCarisma lindo, das origens nos vem,Queremos na Igreja ser Fidelidade,Semeando a Paz e o Bem!

O Sermão da Montanha é nosso projeto,Nos desafia, nos impele e sustém.Em nossa ação, sentimos bem de pertoMaria, modelo e mãe!

Como a nossos pais, tratando o velhinho,Que ele encontre um lar no nosso coração.Uma luz a brilhar no fim do seu caminho,Mitigando a sua solidão!

É Jesus que está no irmão doenteQue nossas mãos tratam com amor.Dando um sentido ao seu sofrimento,Suavizamos a sua dor!

À criança faminta de um regaço de mãe,De um lar que não teve para crescer,À jovem, que busca quem lhe aponte o além,Damos razão de viver!

O novo da história que o jovem clama,No nosso viver, ele quer encontrar, Mão forte e amiga, coração que ama,Precisa p’ra caminhar!

Chamadas a ser o “Sal e a Luz”,Profetas sem medo de partir e levarA alegre notícia, que Jesus, um dia,Enviou a anunciar!

7.Recitação do terçoInvocação ao Espírito Santo

Terço da Palavra e das Palavras de Irmã Maria Clara do Menino Jesus

1. Eu, o Senhor, teu Deus, te seguro pela mão e te digo: Nada temas! Eu venho em teu auxílio! (Is 14,13).

Senhor, por intercessão da Irmã Maria Clara do Menino Jesus, dá-nos uma fé a toda a prova, para que, no meio de qualquer dificuldade, possamos dizer como ela: “Vejo um olhar providencial de Deus que vela sobre nós!”Um Pai Nosso e 10 Ave Marias

2. No mundo, tereis aflições, mas tende confiança. Eu venci o mundo! (Jo 6, 33).Senhor, por intercessão da Irmã Maria Clara do Menino Jesus, infunde em nós um espírito de coragem que nos permita superar com fé as contrariedades normais de uma vida de seguimento de Cristo.1 Pai Nosso e 10 Ave Marias

3. Protegeu-o e velou por ele, guardou-o como a menina dos Seus olhos! (Dt 32, 1)Senhor, por intercessão da Irmã Maria Clara do Menino Jesus, fortalece e revigora a nossa fé, para que acreditemos que, no nosso caminhar hospitaleiro, Tu nos guardas como a pupila dos Teus olhos!1 Pai Nosso e 10 Ave Marias

4. Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com todas as tuas forças! (Dt 6, 5)

Senhor, por intercessão da Irmã Maria Clara do Menino Jesus, concede-nos a ousadia de amar a Deus e só a Deus e que Ele seja sempre o centro da nossa vida e o lugar primeiro na nossa casa!1 Pai Nosso e 10 Ave Marias5. Deixo-vos a paz, a Minha Paz! A Paz que o mundo não vos pode dar. Não se perturbe o vosso coração, nem tenhais medo (Jo, 14 27).Pela intercessão da Irmã Maria Clara, concede-nos a graça de experimentar que só a Paz é verdadeira e nos dá força e coragem, no meio dos sacrifícios da vida!

Oração final: Permaneça em nossos corações a Paz de Cristo, para a qual fomos chamadas (Col 3, 15). A Paz, a Vossa Paz, Senhor, esteja sempre no nosso coração, na nossa mente, no nosso

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 277

ser, no nosso agir de cada dia. Amém!

Oração do CentenárioMeu Deus e meu Tudo, amigo dos homens e mulheres do planeta. Nós Te adoramos. Contemplamos Tua face cheia de amor. Vimos, com o coração cheio de alegria, louvar, bendizer e agradecer os 100 anos de presença da nossa Congregação, nas terras de Santa Cruz. Queremos dar graças pelo dom da consagração batismal, radicalizada em nossa profissão religiosa.

As duas Províncias brasileiras querem testemunhar que o Teu olhar providencial de P a i - M ã e d e b o n d a d e c u i d o u - n o s , a c o m p a n h o u - n o s e v e l o u p o r n ó s , orientando-nos no bem a fazer e ajudando-nos a levar a Paz e a hospitalidade a todos os destinatários da nossa missão de Franciscanas Hospitaleiras, nos quatro Continentes, onde estamos plantadas.

Confiantes na misericórdia do Teu bondoso coração, imploramos as graças de que precisamos para continuar a perfazer o caminho, seguindo as Tuas pegadas, e, sob o manto de Maria, a Imaculada Hospitaleira, alcançaremos a graça de fazer o bem onde seja preciso. Inspira-nos hoje, gestos de acolhimento e hospitalidade, radicados em Teu amor. Assim seja. Amém!

8. Fragmento do livro (80 anos):“Alarga, quanto puderes as peles dos teus pavilhões; alonga as tuas cordas e finca as tuas estacas. Pois tu te estenderás para a direita e para a esquerda e a tua posteridade tomará posse de outras terras e povoarás cidades desertas” (Is 54,2-3).

Em 21 de junho de 1911, nossas Irmãs pioneiras chegaram em terras brasileiras: Belém do Pará. Deixaram sua marca: Hospitalidade, Acolhimento e Misericórdia: Bem-aventurança da Irmã Franciscana Hospitaleira.

9. Canto: Viva a Mãe de DeusViva a Mãe de Deus e nossa, sem pecado concebida! Viva a Virgem Imaculada, a Senhora Aparecida.

Aqui estão Vossos devotos, cheios de fé incendida, de conforto e de esperança, ó Senhora Aparecida!Virgem Santa, Virgem bela, Mãe amável, Mãe querida, amparai-nos, socorrei-nos, ó Senhora Aparecida.

Protegei a santa Igreja, ó Mãe terna e compadecida, protegei a nossa Pátria, ó Senhora Aparecida!

Amparai a todo o clero, em sua terrena lida, para o bem dos pecadores, ó Senhora Aparecida!

Velai por nossas famílias, pela infância desvalida, pelo povo brasileiro, ó Senhora Aparecida!

Sugestões1. Como vão participar leigos, seria bom que também nos referíssemos a eles: Como: bem-aventurado o cristão e a cristã...

2. Não fosse rezado tudo de uma só vez. Poderíamos intercalar com a história de Aparecida, histórias sobre Nossa Senhora, histórias das nossas Irmãs, que nos edificam, etc.

3. O terço fosse meditado por pessoas que já se preparassem para isso.

4 . Colocar momentos de s i lêncio e interiorização.

5. Se tivermos um aparelho de som, podemos colocar música ambiente, bem suave, etc.

Elas foram chamadas por Deus e admitidas pela CONFHIC - Brasil, na

fidelidade do Senhor.

Noviciado Imaculada Conceição

001. Bernardina Cristina Ferreira Paes (Irmã Isabel Seráfica da Hungria)

002. Alyntes de Brito Fontes (Irmã Cândida de Maria Imaculada)

003. Maria de Jesus Mendonça Santos (Irmã Maria do Divino Salvador)

278 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

001. Cecília Barros (Irmã Inês do Santo Cordeiro)

002. Maria Ceciliana Rezende (Irmã Margarida da Eucaristia)

003. Ana Soares Macedo (Irmã Maria Açucena da Eucaristia)

004. Luisa Soares da Silva (Irmã Consolação do Bom Jesus)

005. Alexandrina de Jesus (Irmã Angélica da Divina Eucaristia)

006. Ana Edite de Oliveira (Irmã Maria do Divino Salvador)

007. Perolina Mendonça (Irmã Pureza de Jesus)

008. Luisa Moreira de Carvalho (Irmã Maria das Chagas de São Francisco)

009. Maria Doralice da Rocha (Irmã Maria Rosa de Viterbo)

010. Laura Leite (Irmã Maria do Santo Sepulcro)

011. Edmeia Santana (Irmã Petronila dos Anjos)

010. Ana Regina da Cunha (Irmã Noélia do Menino Jesus)

011. Maria da Conceição Ribeiro (Irmã Maria Isabel de São Francisco)

012. Alice Vasconcellos (Irmã Maria Augusta de São José)

013. Maria das Dores Alves (Irmã Agostinha de Maria Imaculada)

014. Ângela Caon (Irmã Cornélia de São José)

015. Maria Joaquina da Rocha (Irmã Maria Leontina da Eucaristia)

016. Maria José Matos (Irmã Maria Alzira do Coração de Jesus)

017. Jerônima Maria da Silva (Irmã Noêmia de São Francisco)

018. Ricarda Maria da Silva (Irmã Adélia do Coração de Maria)

019. Olívia Maria da Silva (Irmã Carmen de São José)

020. Leopoldina Soares da Silva (Irmã Teresa da Santa Face)

021. Maria do Carmo Leite (Irmã Hercília da Assunção)

022. Aloísia Bandeira da Silva (Irmã Elza do Santíssimo Sacramento)

023. Anna Nunes (Irmã Lourdes de Maria Imaculada)

024. Maria da Purificação Alves Pereira (Irmã Maria Aurora dos Anjos)

025. Luisa Lobo Soares (Irmã Iracema da Cruz)

026. Maria Benedita da Silva Pereira (Irmã Maria Branca do Cordeiro Imaculado)

027. Herondina dos Santos (Irmã Luzinete de São José)

028. Amerina Aguiar de Queiroz (Irmã Claudentina de Maria Santíssima)

029. Beatriz Braga Guimarães (Irmã Maria Noralda de São José)

030. Leonídia Sales (Irmã Agostiniana do Coração de Maria)

031. Ângela Caon (Irmã Maria Olandina do Coração de Jesus)

032. Maria do Céu Lima (Irmã Marieta de São Francisco)

033. Lindaura Josefa Bonfim (Irmã Maria Valdemira de São José)

034. Maria das Dores Cavalcante (Irmã Maria Sílvia de Lourdes)

035. Adélia Paulino Ribeiro (Irmã Maria Isabelina da Conceição)

036. Maria da Soledade Duque (Irmã Luisa, ou Luzia, do Nascimento) (era portuguesa; deixou a Congregação e reentrou, no Noviciado da Bahia)

037. Maria de Sousa (Irmã Maria Amada de São Francisco)

038. Francisca Floripes de Oliveira (Irmã Maria do Sagrado Coração)

039. Maria Belanísia da Rocha (Irmã Maria Ângela da Assunção)

040. Marieta Gonzaga da Rocha (Irmã Maria Noraldina de Lourdes)

041. Maria Minervina de Oliveira (Irmã Julina de São José)

042. Bernadete de Lourdes Ramalho Ribeiro Dantas (Irmã Natália de Maria Imaculada)

043. Clementina Pontes (Irmã Carmelinda da Purificação)

044. Maria Joana da Silva (Irmã Maria Celestina do Menino Jesus)

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 279

045. Haydêe Gadelha do Monte Rocha (Irmã Maria Cecília da Assunção)

046. Maria Bernadete Furtado (Irmã Maria Lúcia dos Anjos)

047. Maria de Lourdes Maia (Irmã Aldete do Menino Jesus)

048. Maria Augusta do Rosário Montalvão (Irmã Maria Clara de São José)

049. Tecla Leão (Irmã Maria Amada de Jesus Hóstia)

050. Maria Casimira da Pureza dos Santos Lima (Irmã Maria Justina da Conceição)

051. Rosa Brito Tavares (Irmã Maria Marcília de Jesus Crucificado)

052. Lázara Viana (Irmã Maria Ester do Menino Jesus)

053. Áurea Fontes dos Santos (Irmã Maria Carmelita de São José)

054. Letícia Martins de Miranda (Irmã Maria do Celeste Cordeiro)

055. Isabel Sousa (Irmã Maria Marta de Jesus)

056. Leonor Luna Linhares (Irmã Maria Helena do Espírito Santo)

057. Lair de Menezes Sampaio (Irmã Maria Carminda da Eucaristia)

058. Nair Gomes de Brito (Irmã Maria Áurea do Bom Pastor)

059. Elza do Desterro Fonseca (Irmã Maria Aldina das Cinco Chagas)

060. Maria de Lourdes Gonzaga Rocha (Irmã Berenice do Santíssimo Sacramento)

061. Regina Costa (Irmã Maria Iolanda do Coração Eucarístico)

062. Lindaura Prado Nascimento (Irmã Maria Celina da Imaculada Conceição)

063. Alzira Ferreira da Silva (Irmã Maria Dulce do Divino Coração)

064. Maria Belarmina de Jesus (Irmã Maria Regina dos Anjos)

065. Maria do Socorro Rocha (Irmã Maria do Rosário de Fátima)

066. Ana Eufrosina de Santana (Irmã Maria do Divino Amparo)

067. Maria de Lourdes Cardoso (irmã Maria Tarcísia da Eucaristia)

068. Amália Argolo do Carmo (Irmã Maria Francisca das Chagas)

069. Maria do Carmo Pessoa Mendes (Irmã Maria Amada de São José)

070. Maria da Conceição Santos (Irmã Maria Gertrudes do Coração de Jesus)

071. Maria Margarida de Moura (Irmã Maria Verônica da Santa Face)

072. Maria do Carmo de Santana (Irmã Maria Hélia da Encarnação)

073. Antônia D’ Onofre (Irmã Maria da Divina Providência)

074. Eulália Umbelina Lúcio (Irmã Maria Armanda do Menino Jesus)

075. Maria Carmelita Alves (Irmã Maria Benigna do Coração de Jesus)

076. Domingas Paccanaro (Irmã Maria Ludovina de São Francisco)

077. Maria Alves Dias (Irmã Margarida Maria do Menino Jesus)

078. Esmerinda de Souza Bittencourt (Irmã Maria Afonsina de Santo Antônio)

079. Normélia Fernandes da Silva (Irmã Maria Madalena de Jesus Eucarístico)

080. Maria Corina Tavares Lima (Irmã Maria Peregrina do Paraíso)

081. Dulce Alves da Silva (Irmã Maria Amada da Visitação)

082. Maria Eudócia da Silva (Irmã Maria Laura de São Francisco)

083. Urânia Dias Mota (Irmã Maria Odília do Perpétuo Socorro)

084. Deodata Lopes dos Santos (Irmã Maria Armandina da Sagrada Família)

085. Altina dos Reis (Irmã Maria Albertina do Menino Jesus)

086. Rita de Jesus Cássia Oliveira (Irmã Maria Esmeralda do Menino Jesus)

087. Guiomar da Silva (Irmã Maria Graça de São José)

088. Maria Amélia Rufino de Santana (Irmã Maria Madalena do Cenáculo)

280 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

089. Maria Leónia Tavares (Irmã Maria do Preciosíssimo Sangue)

090. Noêmia Porto (Irmã Maria Augusta da Eucaristia)

091. Maria de Lourdes do Nascimento (Irmã Maria Cecília do Menino Jesus)

092. Luzinete Barbosa da Silva (Irmã Maria Paulina da Purificação)

093. Maria Olga de Sousa (Irmã Maria Teresa da Sagrada Família)

094. Inês Ramos (Irmã Pureza de Maria Imaculada)

095. Neodêmia Ribeiro Sepúlveda (Irmã Maria Lucinda da Assunção)

096. Ana Pereira de Melo (Irmã Maria Custódia do Santíssimo Sacramento)

097. Luzinete Ribeiro de Magalhães (Irmã Bernadete de Maria Imaculada)

098. Elisa Menezes de Aragão (Irmã Maria Serafina do Divino Amor)

099. Mafalda Gomes de Sousa (Irmã Maria Luisa de Cristo Rei )

100. Maria de Nazaré de Sousa Melo (Irmã Maria Virgínia do Espírito Santo)

101. Elisa Falcão Freire (Irmã Maria Glória da Sagrada Família)

102. Judith de Miranda Fernandes (Irmã Maria Zélia do Santíssimo Sacramento)

103. Maria José Pereira (Irmã Maria Letícia de São José)

104. Maria Pereira da Silva (Irmã Maria Carmélia da Ascensão) 105. Olga de Aquino Fontes (Irmã Maria Irene das Dores)

106. Maria do Carmo Silva (Irmã Maria Zilda da Natividade)

107. Nivalda Monteiro Bonfim (Irmã Maria Olívia de São Francisco)

108. Maria de Lourdes Silva Pinto (Irmã Maria Júlia da Anunciação)

109. Maria Pureza do Nascimento (Irmã Maria Cândida de Jesus Hóstia)

110. Elisa Paulino Ribeiro (Irmã Maria Judite de Lourdes)111. Maria Nogueira Freire (Irmã Maria Esmeraldina de Cristo Rei)

112. Maria de Lourdes David (Irmã Assunção de Maria Santíssima)

113. Maria Aparecida Carvalho (Irmã Glória de Maria Imaculada)

114. Carmelita Barbosa da Silva (Irmã Maria Beatriz dos Santos Anjos)

115. Maria Romana de Sousa (Irmã Maria Gracinda da Sagrada Família)

116. Martha Cortez de Araújo Amorim (Irmã Inês de Maria Imaculada)

117. Maria Bernadete Lobo (Irmã Maria Teresa do Menino Jesus)

118. Maria Henriqueta Borges dos Santos (Irmã Maria Ângela da Circuncisão)

119. Zélia Amaral Lemos (Irmã Branca Maria de Lourdes)

120. Pureza Cruz (Irmã Maria Adelina de São José)

121. Rosina de Jesus (Irmã Maria Alzira do Coração de Jesus)

122. Enedina Sousa (Irmã Maria Evangelina da Assunção)

123. Maria Campos (Irmã Matilde de Maria Imaculada)

124. Cecília de Araújo Costa (Irmã Maria Esmeralda da Sagrada Família)

125. Pureza da Conceição Ramos (Irmã Maria Inês de Assis)

126. Maria Dantas Rocha (Irmã Maria Angelina do Tabernáculo)

127. Maria José Brandão Lima (Irmã Maria Belmira de Lourdes)

128. Amazilde Maria Araújo (Irmã Maria Aurinda do Coração de Jesus)

129. Generosa Dias Guimarães (Irmã Maria Clarice de São José)

130. Ana Araújo dos Santos (Irmã Maria Adelaide da Ressurreição)

131. Maria Joana Freitas (Irmã Maria Cristina de Jesus Crucificado)

132. Regina Maria de Azevedo (Irmã Maria Amália de Cristo Rei)

133. Maria da Conceição Macedo (Irmã Maria Flora da Eucaristia)

134. Alfina Mendes de Jesus (Irmã Maria Laudelina da Sagrada Família)

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 281

135. Ritta de Jesus Ribeiro (Irmã Maria Regina da Paz)

136. Mariana Araújo Ferreira (Irmã Maria Francelina de São Francisco)

137. Letícia Rodrigues Duarte (Irmã Maria da Conceição Aparecida)

138. Francisca Benigna de Araújo (Irmã Alice Maria de Jesus Hóstia)

139. Benedita Aureliana da Silva (Irmã Maria Leopoldina de São Francisco)

140. Maria Cardoso (Irmã Maria Feliciana de São José)

141. Maria Bernadete Almeida (Irmã Maria Arminda do Rosário de Fátima)

142. Claudina Maria do Carmo (Irmã Dalva Maria da Paz)

143. Angélica Marcionila Ferraz (Irmã Maria Clemência das Chagas)

144. Raquel Cavalcante de Oliveira (Irmã Marinalva do Bom Pastor)

145. Maria Cardoso (Irmã Maria Marcelina dos Anjos)

146. Maria de Lourdes L. Zague (Irmã Maria Bernadete de Lourdes)

147. Santina Luisa Trombetta (Irmã Maria Ester de São Boaventura)

148. Ângela Rizzante (Irmã Maria Abigail do Carmo)

149. Josina Canuto da Silva (Irmã Maria Francelina do Coração de Jesus)

150. Maria Dalice de Jesus (Irmã Maria Emília do Espírito Santo)

151. Maria Almerinda Serafim (Irmã Maria Almerinda Serafim)

152. Paula Guimarães Nunes (Irmã Isabel Maria de Jesus Hóstia)

153. Maria José Fernandes (Irmã Maria Rosário de São Francisco)

154. Maria do Rosário Esteves (Irmã Maristela do Menino Jesus)

155. Georja Raposo Maia (Irmã Ana Maria do Menino Jesus)

156. Maria Anísia de Araújo (Irmã Maria Seráfica de São Francisco)

157. Raimunda Xavier de Oliveira (Irmã Maria Raquel de Cristo Rei)

158. Josefina Andrade (Irmã Maria Antonieta do Coração de Jesus)

159. Bernadete Santos (Irmã Lúcia de Maria Imaculada)

160. Josefa Severina da Conceição (Irmã Maria Jacinta do Espírito Santo)

161. Almerinda Altarugio (Irmã Bertilde de Maria Santíssima)

162. Sebastiana Lopes Cardoso da Silva (Irmã Maria Celeste dos Anjos)

163. Alice Rodrigues Carvalho (Irmã Lígia Maria de Lourdes)

164. Teresa Correia Rebouças (Irmã Maria Ruth da Circuncisão)

165. Severina Pereira da Costa (Irmã Marcília de Jesus Crucificado)

166. Josefa Clotilde de Vasconcelos (Irmã Maria Olga do Paraíso)

167. Margarida Maria dos Santos (Irmã Maria Olinda de Jesus)

168. Maria Helena Espanga (Irmã Maria Susana da Assunção)

169. Judith de Oliveira Reis (Irmã Maria Custódia da Eucaristia)

170. Tamira/Davina Godinho da Silva (Irmã Maria Dolorosa da Cruz)

171. Maria Florência de Mesquita (Irmã Maria Violeta da Eucaristia)

172. Gelcy de Oliveira Mariano (Irmã Maria Anunciada dos Anjos)

173. Maria Espírito Santo (Irmã Maria Ancila do Espírito Santo)

174. Cacilda Vasconcelos (Irmã Maria Leónia do Menino Jesus)

175. Anna Figueiredo Carvalho (Irmã Eugênia de Maria Imaculada)

176. Maria da Conceição de Castro (Irmã Elena Maria de Lourdes)

177. Maria Emerenciana da Silva (Irmã Maria da Santíssima Trindade)

178. Maria Julieta de Andrade (Irmã Maria Leonor de São José)

179. Nadir Nogueira Lobão (Irmã Aliciene do Coração de Maria)

282 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

180. Rita Florência de Mesquita (Irmã Maria Alcídia da Purificação)

181. Francisca Pereira Simões (Irmã Arlete de Maria Santíssima)

182. Maria Almeida (Irmã Maria Crisantina do Coração de Jesus)

183. Antônia Felisbela de Medeiros (Irmã Maria Tarcísia da Eucaristia)

184. Carolina Padovani Oliveira Barbosa (Irmã Maria Leonor de São Geraldo)

185. Maria Celuta de Freitas (Irmã Ivone do Coração de Jesus)

186. Isabel Pereira Freitas (Irmã Maria do Carmo)

187. Carmelita Xavier de Melo (Irmã Maria Davina do Paraíso)

188. Lucimar de Oliveira Miranda (Irmã Maria Reparadora da Eucaristia)

189. Ede Dias Xavier (Irmã Hilda de Maria Imaculada)

190. Iristeia Martins de Miranda (Irmã Maria Olga do Tabernáculo)

191. Maria Luci de Miranda (Irmã Maria dos Anjos)

192. Francisca de Paiva (Irmã Maria Fernanda do Céu)

193. Maria de Lourdes Freire (Irmã Maria Guiomar do Sacrário)

194. Maria Chagas (Irmã Stellamaris do Santíssimo Sacramento)

195. Helena Andrade Santos (Irmã Maria Saudade do Céu)

196. Marieta França Fontes (Irmã Maria Catarina de Sena)

197. Francisca Augusta da Silveira (Irmã Maria do Céu)

198. Maria Eneide Martins Leite (Irmã Rosa Mística do Coração de Jesus)

199. Maria Galdina da Conceição (Irmã Maria de Santa Mônica)

200. Adalcina Tertuliano de Oliveira (Irmã Maria Francisca de Assis)

201. Emília Soares (Irmã Maria de Nazaré)

202. Alice Ferreira Bessa (Irmã Maria do Divino Infante de Belém)

203. Clemides Ramos de Oliveira (Irmã Maria de Jesus Sacramentado)

204. Maria Betinha Alves dos Santos (Irmã Coração de Maria)

205. Maria Rosa Cardoso (Irmã Antônia de Santa Maria)

206. Idalina Alves Ferraz (Irmã Maria Goretti da Eucaristia)

207. Rosa Pires (Irmã Maria Luci do Coração de Jesus)

208. Maria de Lourdes Gurgel Frota (Irmã Sara do Coração de Maria)

209. Marieta Pereira Mendonça (Irmã Maria de La Salette)

210. Elisa Vieira da Silveira) (Irmã Maria Eva do Paraíso)

211. Catarina Fernandes (Irmã Consolação do Menino Jesus)

212. Maria dos Santos (Irmã Liliana de São Francisco)

213. Raimunda Vieira Andrade (Irmã Maria Rosária de São Domingos)

214. Eremita Maria da Conceição Brito (Irmã Maria Pacífica de São Francisco)

215. Matilde Máxima de Medeiros (Irmã Maria do Perpétuo Socorro)

216. Leopoldina Fonseca da Rocha (Irmã Maria de Santa Teresa)

217. Ivete Barbosa (Irmã Maria do Patrocínio de São José)

218. Rita Idalina de Araújo (Irmã Consuelo de Maria Imaculada)

219. Francisca Costa Rego (Irmã Lídia do Divino Amor)

220. Nabor Gonzaga Rocha (Irmã Rogéria do Coração de Jesus)

221. Julia Dias Mota (Irmã Maria Urânia de Santa Isabel)

222. Guiomar Pereira de Lima (Irmã Maria do Nascimento de Jesus)

223. Myriam de Jesus Almeida (Irmã Maria do Santíssimo Sacramento)

224. Joana Leandro do Nascimento (Irmã Maria Florinda de São José)

225. Rosa Marcos de Azevedo (Irmã Cândida Rosa de São Francisco)

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 283

226. Maria de Lourdes Oliveira (Irmã Maria Lina de Santa Teresinha)

227. Maria Aparecida Oliveira (Irmã Nely do Menino Jesus)

228. Claudiana Barbosa (Irmã Maria de São João Evangelista)

229. Maria Nila das Neves (Irmã Graziana do Coração de Jesus)

230. Maria Beatriz de Andrade (Irmã Maria do Círio Pascal)

231. Maria Anunciada da Silva (Irmã Joana Maria de São Francisco)

232. Maria de Andrade (Irmã Maria de Santo Agostinho)

233. Josefa Maria de Andrade (Irmã Maria Candura de São José)

234. Leda Silva Dantas (Irmã Avemaria de Fátima)

235. Ilka Martins de Almeida (Irmã Maria Esméria dos Anjos)

236. Maria das Mercês de Sousa (Irmã Maria Edla da Santíssima Trindade)

237. Maria Isaltina de Andrade (Irmã Mirian da Imaculada Conceição)

238. Helena Ramos Bonfim (Irmã Maria de São Francisco Xavier)

239. Francisca Zoé Nogueira (Irmã Maria de São Filipe Nery)

240. Teresinha Marques de Sousa (Irmã Maria Brígida do Santíssimo Sacramento)

241. Zélia dos Santos (Irmã Maria Hortense do Céu)

242. Maria Vitalina de Matos (Irmã Maria de São Bernardo)

243. Célia Ribeiro de Sá (Irmã Nívia do Coração de Jesus)

244. Maria das Neves Marques dos Santos (Irmã Maria da Sagrada Família)

245. Hilda Souto (Irmã Soledade de Maria Santíssima)

246. Áurea Rebouças Maia (Irmã Maria Enilde de São José)

247. Maria Lizete Guerra (Irmã Josélia do Bom Pastor)

248. Maria Barreto de Lucena (Irmã Maria Piedade de São Francisco)

249. Oscarlina Glória da Silva (Irmã Maria Gláucia da Santíssima Trindade)

250. Francisca Nerialba Saldanha Brasil (Irmã Maria Doralice do Divino Coração)

251. Raimunda Limeira (Irmã Maria Vetúria de Santa Isabel)

252. Josefa Leandro do Nascimento (Irmã Maria Adalgisa de São Francisco)

253. Lindaura Nunes Barbosa (Irmã Maria de Santo Antônio)

254. Laura Oliveira Lima (Irmã Maria Idalina dos Anjos)

255. Maria de Lourdes Sousa (Irmã Berta Maria do Sacrário)

256. Silvina Balbina dos Santos (Irmã Maria Altina da Natividade)

257. Maria da Glória Alves (Irmã Maria Alda da Santa Face)

258. Mariá Baptista Bandeira (Irmã Maria Auzenda do Divino Pastor)

259. Terezinha Pinheiro Nunes (Irmã Maria Aida do Sacrário)

260. Maria de Lourdes Lima (Irmã Alexandra do Santo Sudário)

261. Raimunda de Oliveira Carvalho (Irmã Maria Alexandrina de Fátima)

262. Zaíra Souza (Irmã Maria Aurélia de Santa Cecília)

263. Iraci Otelina Torres (Irmã Maria Albina de São José)

264. Margarida Maria de Alacoque (Irmã Maria Anatilde de Santa Clara)

265. Rosalva Dantas de Sousa (Irmã Maria Armênia de São Francisco)

266. Judith Pereira Sampaio (Irmã Maria Adriana de Lourdes)

267. Maria de Lourdes Fernandes (Irmã Maria Adília de Fátima)

268. Terezinha de Souza Rocha (Irmã Maria Adelinda do Divino Coração)

269. Miriam Cardoso de Oliveira (Irmã Maria da Divina Graça)

270. Etelvina Soares Santos (Irmã Maria da Imaculada Conceição)

271. Ana Delma Bezerra (Irmã Adosinda do Sacrário)

284 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

272. Carmerinda de Sousa Menezes (Irmã Arnaldina da Purificação)

273. Severina Alves de Lima (Irmã Maria de Lourdes)

274. Maria Leite de Oliveira (Irmã Maria do Bom Conselho)

275. Maria Neusa Oliveira (Irmã Maria das Mercês)

276. Maria de Lourdes Costa (Irmã Maria das Dores)

277. Cesarina Lago de Sousa (Irmã Açucena de Jesus Eucarístico)

278. Pascoalina Pizico (Irmã Maria Adélia de São José)

279. Altina Ferreira Nunes (Irmã Maria Artemisa do Paraíso)

280. Marieze Menezes (Irmã Maria Alba do Cordeiro Imaculado)

281. Terezinha Eulália de Oliveira (Irmã Maria Acemira de Jesus Hóstia)

282. Maria do Rosário Cantalice (Irmã Maria Celina do Menino Jesus)

283. Terezinha Pereira Silva (Irmã Maria Adelma de São Francisco)

284. Maria Rosa Santos (Irmã Maria Angelina do Divino Coração)

285. Helena Soares da Rocha (Irmã Maria Diva do Santíssimo Sacramento)

286. Antonieta Eulália de Oliveira (Irmã Maria Aderlinda de Santa Isabel)

287. Conceição Vieira (Irmã Maria da Anunciação)

288. Luisa Maria dos Santos (Irmã Maria Adolfina do Paraíso)

289. Cecília Maria de Goes (Irmã Maria Alcina da Anunciação)

290. Terezinha Queirós de Albuquerque (Irmã Maria Josefa da Sagrada Família)

291. Terezinha Venâncio da Silva Irmã Maria Arnalda da Visitação)

292. Lúcia Moreira Barbosa (Irmã Maria Alda Rosa do Sacrário)

293. Quitéria Martins de Oliveira (Irmã Maria Adalberta do Divino Coração)

294. Maria Luisa Sousa (Irmã Maria Anísia do Santíssimo Sacramento)

295. Francisca Neuza Gomes (Irmã Maria Aureolanda do Céu)

296. Odete Lima da Silva (Irmã Maria Alaíde do Coração Imaculado)

297. Leoniza Pereira dos Santos (Irmã Maria Aureliana de Santa Isabel)

298. Gercina Barbosa da Silva (Irmã Maria Amaldina do Presépio)

299. Celina Afra da Silva (Irmã Cidalina de Maria Imaculada)

300. Marlene Otto Kummer (Irmã Maria Laura do Divino Coração)

301. Maria Zulinda Silveira de Menezes (Irmã Maria Benjamina do Coração de Jesus)

302. Enide Aurora Cunha (Irmã Maria Benedita da Cruz)

303. Josefa dos Santos (Irmã Maria Brasiliana de São Francisco)

304. Josefa Rosa dos Santos (Irmã Brasilina de São José)

305. Eronita Lucas da Silva (Irmã Maria de São Paulo Eremita)

306. Carminda da Cunha Gil (Irmã Maria Lusa de Fátima)

307. Iolanda Xavier de Oliveira (Irmã Maria de Santa Rosa de Lima)

308. Teresa Moreira de Jesus (Irmã Maria de São Vicente de Paulo)

309. Teresa Souza Santos (Irmã Maria Geralda do Perpétuo Socorro)

310. Terezinha Alves de Godoy (Irmã Maria Gilza da Anunciação)

311. Cleta Genésia Lima (Irmã Maria Gilberta do Sacrário)

312. Ana Silva Andrade (Irmã Maria Gisélia dos Anjos)

313. Julieta Odete Miranda (Irmã Maria Germana do Paraíso)

314. Maria Almerinda Moreira de Lacerda (Irmã Maria Geraldina de Fátima)

315. Marina Santos (Irmã Maria de Santa Gema Galgani)

316. Maria Auxiliadora de Novais (Irmã Maria Giselda da Eucaristia)

317. Ana Soares de Oliveira (Irmã Maria Georgina de São Francisco)

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 285

318. Waldice Ferreira Christo (Irmã Maria Corina de São José)

319. Vanda Mendonça (Irmã Maria Cristiana do Menino Jesus)

320. Benilde de Santa Rosa (Irmã Maria Carminda da Assunção)

321. Marçal Albertina Nogueira (Irmã Maria Carmerinda de Santa Isabel)

322. Maria Edna Marcílio de Sousa (Irmã Carmelina do Coração de Maria)

323. Maria Alice Costa (Irmã Maria Claudina de Santo Antônio)

324. Maria Paulina Lira (Irmã Maria de Cristo Redentor)

325. Maria de Lourdes Damiana (Irmã Maria da Circuncisão de Jesus)

326. Beatriz Vieira da Cruz (Irmã Cacilda de São Francisco)

327. Raimunda Landim Fernandes (Irmã Dolores da Santíssima Virgem)

328. Maria Cecília Alves da Luz (Irmã Maria do Loreto)

329. Francisca Gomes de Oliveira (Irmã Maria da Porciúncula)

330. Maria Vieira da Silva (Irmã Maria da Guia)

331. Maria Nivalda Matos Cardoso (Irmã Maria de Fátima)

332. Francisca Teresa da Cruz (Irmã Maria da Purificação)

333. Creuza Alves Vianna (Irmã Maria Dulcinéa do Santíssimo Sacramento)

334. Maria de Lourdes Macedo (Irmã Maria Dália da Eucaristia)

335. Edith Cantalice da Trindade (Irmã Maria Delza do Menino Jesus)

336. Marluce da Silva (Irmã Maria Domitila de São Francisco)

337. Maria Isabel da Silva (Irmã Maria Deodata de São José)

338. Jonalita Santana Bispo (Irmã Maria Dulcina de Lourdes)

339. Teresinha Neves de Resende (Irmã Maria Duvaldina do Céu)

340. Maria Beatriz Santos (Irmã Maria Deodária de Santo Antônio)

341. Virgínia Macedo (Irmã Dionísia do Coração de Maria)

342. Elisabeth Santos (Irmã Cláudia de Maria Imaculada)

343. Sebastiana Santos Magalhães (Irmã Maria Crescência do Espírito Santo)

344. Maria Quitéria dos Santos (Irmã Maria Cesaltina de São José)

345. Francisca Barros Lima (Irmã Maria Claudete de Cristo Rei)

346. Maria Estelita Ribeiro (Irmã Maria Carlota do Santíssimo Sacramento)

347. Cristina Maria da Silva (Irmã Maria Eduarda do Monte Alverne)

348. Maria Neuza da Silva (Irmã Maria da Encarnação de Jesus)

349. Djanira José da Silva (Irmã Maria Ernestina da Apresentação)

350. Maria Nely Rodrigues (Irmã Maria Edna do Menino Jesus)

351. Ivanice Meirelles de Santana (Irmã Ermengarda do Coração de Maria)

352. Keiko Ebissui (Irmã Maria Eliana do Santíssimo Sacramento)

353. Maria José de Oliveira (Irmã Maria Esmerinda de São José)

354. Stella Alves de Araújo (Irmã Edite de Maria Imaculada)

355. Maria da Glória Melo (Irmã Maria Eulina do Paraíso)

356. Maria do Carmo Reis (Irmã Maria Felicidade do Céu)

357. Maria Lucimar Pereira da Silva (Irmã Maria Flávia de São Francisco)

358. Francisca Pereira da Silva (Irmã Maria Florentina dos Anjos)

359. Maria de Lourdes dos Santos (Irmã Maria Floriana de Santa Goretti)

360. Marlina Soares da Silva (Irmã Maria Fabiana do Carmo)

361. Maria Venina Pereira (Irmã Maria Felismina do Coração de Jesus)

362. Antônia Bosquini (Irmã Maria Felisbela do Sacrário)

363. Nivalda Pereira Lima (Irmã Maria da Santa Face)

286 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

364. Anna de Souza Freitas (Irmã Isilda de Maria Santíssima)

365. Almerinda Afonso Brito (Irmã Maria Isaltina da Santa Face)

366. Maria da Conceição Galvão Ribeiro (Irmã Gilcele de Maria Imaculada)

367. Cacilda Luzia de Santana (Irmã Luzia do Coração de Maria)

368. Elenita Conceição dos Santos (Irmã Maria Hilária de Santa Teresinha)

369. Maria Dalva Carneiro (Irmã Maria Erundina do Coração de Jesus)

370. Cecília Aparecida de Sousa (Irmã Maria Graciete do Menino Jesus)

371. Maria Batista de Lima (Irmã Maria Idalina do Santíssimo Sacramento)

372. Gisele Catarina da Cruz Ribeiro (Irmã Maria Rita de Cássia)

373. Maria de Lourdes Martins Barros (Irmã Maria Hermínia de Santa Teresinha)

374. Marilde Rosa Rodrigues (Irmã Marilde Maria do Rosário)

375. Maria do Socorro Barros do Nascimento (Irmã Maria do Socorro da Santíssima Virgem)

376. Inês Alves Batista (Irmã Maria Inês da Conceição)

377. Maria Neta Santos (Irmã Maria Luísa de Fátima)

378. Gerusa Amorim dos Santos (Irmã Maria Gerusa de São Francisco)

379. Isabel Silva (Irmã Isabel Maria da Conceição)

380. Maria de Lourdes Cardoso (Irmã Maria de Lourdes do Espírito Santo)

381. Maria da Conceição Ferreira da Silva (Irmã Maria da Conceição da Virgem)

382. Martinha Moreira (Irmã Maria Martinha da Conceição)

383. Iracema Cabral da Paixão (Irmã Maria do Carmo do Céu)

384. Emília Chagas Bonfim (Irmã Maria Emília de São José)

385. Maria Luisa Félix (Irmã Maria Cláudia da Anunciação)

386. Erundina dos Santos (Irmã Maria Perpétua de Jesus)

387. Elza Alves da Silva (Irmã Maria Júlia da Conceição)

388. Joanete Rebouças Souza (Irmã Maria Joanete de Santa Teresinha)

389. Creuza Góis (Irmã Creuza do Coração de Maria)

390. Geralda Mendonça dos Santos (Irmã Maria Geralda de São Francisco)

391. Mafalda Vieira Alves (Irmã Maria Mafalda de Jesus Hóstia)

392. Lúcia Gonçalves Monteiro da Silva (Irmã Lúcia Maria do Carmo)

393. Aurelina Gomes Feitosa (Irmã Maria Anísia da Assunção)

394. Maria da Conceição da Silva (Irmã Maria Apolônia de Lurdes)

395. Josefa Batista de Lima (Irmã Josefa Maria de São José)

396. Maria Agda de Andrade (Irmã Maria Agda do Coração de Jesus)

397. Maria José Ramalho (Irmã Maria José dos Santos)

398. Maria Vilani Rocha de Oliveira (Irmã Maria Vilani de Jesus Crucificado)

399. Cleuseli Limeira de Sousa (Irmã Maria Cleuseli de Fátima)

400. Maria Nuta do Bonfim (Irmã Maria da Ascensão de Jesus)

401. Virgínia Gomes de Sousa (Irmã Maria Virgínia de Cristo Rei)

402. Maria Dalvanir Filgueira Rosado ( Irmã Maria Dalvanir do Preciosíssimo Sangue)

403. Ivacy Umbelina da Conceição (Irmã Maria Ivacy de São Miguel)

404. Maria Galdino de Oliveira (Irmã Maria Gualdina do Carmo)

405. Francisca Silva (Irmã Maria Francisca de Sales)

406. Maria Aristides Vieira (Irmã Maria Aristides de Fátima)

407. Joana dos Santos (Irmã Maria Joana de São João Evangelista)

408. Jandira Martins da Silva (Irmã Maria Jandira de Santa Isabel)

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 287

409. Maria de Lourdes da Silva (Irmã Maria de Lourdes da Eucaristia)

410. Virgilinda da Conceição de Barros Dias (Irmã Maria da Conceição de Jesus)

411. Maria Jerônima de Queirós (Irmã Maria Jerônima da Santíssima Trindade)

412. Maria Luisa da Conceição (Irmã Luisa da Conceição de Maria)

413. Enalva Alves Silva (Irmã Enalva Maria de Fátima)

414. Elza Maria de Moura (Irmã Elza Maria de São Francisco)

415. Maria Expedita Sousa (Irmã Maria Expedita da Santa Cruz)

416. Cecina Maria dos Santos (Irmã Maria Clara de São Francisco)

417. Irmínia Tavares Correia (Irmã Maria Marta da Sagrada Família)

418. Edite Maurício dos Santos (Irmã Maria Domingas das Chagas)

419. Maria José Henriques (Irmã Maria José do Coração de Jesus)

420. Catarina Fernandes dos Santos (Irmã Maria Delfina de São Francisco)

421. Ozelita Rodrigues de Góis (Irmã Maria Ângela da Eucaristia)

422. Clotilde Ribeiro de Lima (Irmã Maria das Vitórias do Santíssimo Sacramento)

423. Isaura Maria de Jesus (Irmã Maria Rita do Coração de Jesus)

424. Emília Teixeira (Irmã Maria Abília de São José)

425. Margarida de Jesus Reis (Irmã Margarida Maria)

426. Elisa dos Santos (Irmã Maria Coleta dos Santos)

427. Maria Leopoldina Nogueira da Silva (Irmã Maria de Lourdes)

428. Maria Alvina de Alencar (Irmã Maria Alvina)

429. Maria Agueda de Jesus (Irmã Clotildes de São José)

430. Francisca Gratulina Martins (Irmã Delfina da Cruz)

431. Raimunda Ferreira da Silva (Irmã Maria Isabel da Sagrada Família)

432. Maria José de Moura (Irmã Maria Celina do Coração de Jesus)

433. Ana Isabel dos Santos (Irmã Maria Constantina Augusta)

434. Maria Bernardina de Mendonça (Irmã Maria Sebastiana da Santa Face)

435. Josefa Nunes da Silva /Nunes da Conceição (Irmã Maria Isabel da Sagrada Família)

436. Joana Maria de São Pedro (Irmã Jolenta Maria de São Pedro)

437. Rita do Nascimento (Irmã Maria Benvinda do Carmo)

438. Maria José Lisboa (Irmã Maria Coleta de São José)

439. Adelina Maria do Rosário (Irmã Susana do Rosário)

440. Floraci Vieira Barros (Irmã Floraci de Maria Imaculada)

441. Nilza Oliveira (Irmã Nilza Maria da Conceição)

442. Maria do Livramento do Nascimento (Irmã Maria da Santíssima Trindade)

443. Francisca Francelina Barbosa de Melo (Irmã Maria Francisca de Assis)

444. Altamira Alves da Silva (Irmã Altamira Alves da Silva)

445. Maria de Lourdes Ribeiro da Silva (Irmã Maria de Lourdes Ribeiro da Silva)

446. Maria Gisélia de Medeiros (Irmã Maria Gisélia de Medeiros)

447. Maria Pinto Barbosa (Irmã Maria Pinto Barbosa)

448. Maria Helena Santos (Irmã Maria Helena Santos)

449. Joana dos Santos (Irmã Joana dos Santos) (duas admissões)

450. Maria Ivanilda de Pontes (Irmã Maria Ivanilda de Pontes)

451. Marilde Rosa Rodrigues (Irmã Marilde Rosa Rodrigues)

452. Josefa Rodrigues Dias (Irmã Josefa Rodrigues Dias)

453. Inês Alves Batista (Irmã Inês Alves Batista) (02 admissões)

454. Maria Zelândia da Silva (Irmã Maria Zelândia da Silva)

455. Albertina de Jesus Neris (Irmã Albertina de Jesus Neris)

288 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

456. Maria Epunina Pereira (Irmã Maria Epunina Pereira)

457. Maria Luisa da Conceição (Irmã Maria Luisa da Conceição) (02 admissões)

458. Creuza Gomes do Nascimento (Irmã Creuza Gomes do Nascimento)

459. Antonina Pereira (Irmã Antonina Pereira)

460. Ana Menezes Matos (Irmã Ana Menezes Matos)

461. Laurença Barbosa da Silva (Irmã Laurença Barbosa da Silva)

462. Helena Maria de Matos (Irmã Helena Maria de Matos)

463. Beniza dos Santos (Irmã Beniza dos Santos)

464. Lindalva da Trindade (Irmã Lindalva da Trindade)

465. Maria da Glória Pacheco (Irmã Maria Glória Pacheco)

466. Eunice dos Santos (Irmã Eunice dos Santos)

467. Leonice Araújo da Silva (Irmã Leonice Araújo da Silva)

468. Maria das Neves Fernandes de Sousa (Irmã Maria das Neves Fernandes de Sousa)

469. Joana Francisca da Silva (Irmã Joana Francisca da Silva)

470. Normélia Rodrigues Pinto (Irmã Normélia Rodrigues Pinto)

471. Geny Bispo de Lira (Irmã Geny Bispo de Lira)

472. Maria José Ferreira Sales (Irmã Maria José Ferreira Sales)

473. Nildete Campos (Irmã Nildete Campos)

474. Maria José dos Santos (Irmã Maria José dos Santos)

475. Cosmira de Sousa Lima (Irmã Cosmira de Sousa Lima)

476. Elisete Pereira Cruz (Irmã Elisete Pereira Cruz)

477. Valdinez Gomes de Novais (Irmã Valdinez Gomes de Novais)

478. Cilene Maria dos Santos (Irmã Cilene Maria dos Santos)

479. Antonieta Maria de Cerqueira Almeida (Irmã Antonieta Maria de Cerqueira Almeida)

480. Maria Lúcia dos Santos (Irmã Maria Lúcia dos Santos)

481. Maria José dos Santos (Irmã Maria José dos Santos)

482. Railda de Sousa Silva (Irmã Railda de Sousa Silva)

483. Antônia Franco de Queiroz (Irmã Antônia Franco de Queiroz)

484. Madalena Carvalho da Silva (Irmã Madalena Carvalho da Silva)

485. Eliane Marques Faustino (Irmã Eliane Marques Faustino)

486. Maria Carmosa de Jesus (Irmã Maria Carmosa de Jesus)

487. Bernadete Gonzaga de Lima (Irmã Bernadete Gonzaga de Lima)

488. Helena Dionízio de Albuquerque (Irmã Helena Dionízio de Albuquerque)

489. Maria da Conceição Alves Santos (Irmã Maria da Conceição Alves Santos)

490. Josefa Hermínia da Silva (Irmã Josefa Hermínia da Silva)

491. Maria Helena da Silva (Irmã Maria Helena da Silva)

492. Ana Lúcia Fagundes Nascimento (Irmã Ana Lúcia Fagundes Nascimento)

493. Rosemary Pereira Costa (Irmã Rosemary Pereira Costa)

494. Ana Maria Lima Alves (Irmã Ana Maria Lima Alves)

495. Nazaré Maria dos Santos (Irmã Nazaré Maria dos Santos)

496. Terezinha de Sena Pereira (Irmã Terezinha de Sena Pereira)

497. Maria Mercedes Santos da Silva (Irmã Maria Mercedes Santos da Silva)

498. Cássia Alves Pereira (Irmã Cássia Alves Pereira)

499. Maria Graciete Rodrigues (Irmã Maria Graciete Rodrigues)

500. Maria José da Silva (Irmã Maria José da Silva)

501. Maria Elizabete Ávila Soares (Irmã Maria Elizabete Ávila Soares)

502. Maria Joelma Alexandre dos Santos (Irmã Maria Joelma Alexandre dos Santos)

503. Antônia Sálvia Rodrigues Cavalcante (Irmã Antônia Sálvia Rodrigues Cavalcante)

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 289

504. Maria José Batista dos Santos (Irmã Maria José Batista dos Santos)

505. Josilda Alves Santos (Irmã Josilda Alves Santos)

506. Lucilene Luciene Alves (Irmã Lucilene Luciene Alves)

507. Edilene Luisa dos Nascimento (Irmã Edilene Luisa dos Nascimento)

508. Maria José dos Santos (Irmã Maria José dos Santos)

509. Maria Ivanneide Melo (Irmã Maria Ivanneide Melo)

510. Valquíria Conceição dos Santos (Irmã Valquíria Conceição dos Santos)

511. Ionara Leite da Silva (Irmã Ionara Leite da Silva)

512. Diomar Maria de Lima Nascimento (Irmã Diomar Maria de Lima Nascimento)

513. Maria Eliziana Reis (Irmã Maria Eliziana Reis)

514. Silvana da Silva Farias (Irmã Silvana da Silva Farias)

515. Joselene Severina do Nascimento (Irmã Joselene Severina do Nascimento)

516. Maria Eunice Clemente de Deus (Irmã Maria Eunice Clemente de Deus)

517. Cristiane Reis Pereira (Irmã Cristiane Reis Pereira)

518. Noelma Oliveira Cavalcante (Irmã Noelma Oliveira Cavalcante)

Noviciado Nossa Senhora Aparecida

519. Alice de Jesus Teixeira (Irmã Maria Amélia de Santo Agostinho)

520. Alice Marques (Irmã Maria Bertília de Lourdes)

521. Alta de Souza Cruz (Irmã Alta de Souza Cruz)

522. Ana Teresa de Moura (Irmã Maria Ana de São Joaquim)

523. Analzira Pereira de Oliveira (Irmã Maria Analzira do Cordeiro Imaculado)

524. Andréia Rodrigues da Silva (Irmã Andréia Rodrigues da Silva)

525. Catarina Ana Alflen (Irmã Catarina Ana Alflen)

526. Catarina Fontanella (Irmã Maria Catarina da Conceição)

527. Celina Silvestre de Oliveira (Irmã Maria Celina do Menino Jesus)

528. Cezarina Lago de Souza (Irmã Açucena de Jesus Eucarístico)

529. Claudiana Barbosa (Irmã Maria de São João Evangelista)

530. Eunice Fonseca de Menezes (Irmã Maria Blandina da Trindade) 2

531. Eva Cecília Neto (Irmã Maria Eufrásia do Coração de Jesus)

532. Geralda Ferreira de Abreu (Irmã Geralda Ferreira de Abreu)

533. Geralda Gualberto de Medeiros (Irmã Geralda Gualberto de Medeiros)

534. Helena Pereira de Lima (Irmã Helena de São José)

535. Inês Mascarello (Irmã Maria Eufrosina do Amor Divino)

536. Irene Ferreira Silva (Irmã Irene de Maria Imaculada)

537. Isaura Batista de Farias (Irmã Maria Eudócia de Cristo Rei)

538. Ivone Backes (Irmã Ivone de Maria Santíssima)

539. Lúcia Moreira Barbosa ( Irmã Maria Alda Rosa do Sacrário)

540. Luzia Egídia dos Anjos (Irmã Luzia Egídia dos Anjos)

541. Magda Brasileiro (Irmã Maria Magda de Jesus)

542. Margarida dos Santos Lima (Irmã Margarida do Menino Jesus)

543. Maria das Graças Emiliano (Irmã Maria das Graças de Jesus)

544. Maria dos Remédios Vieira Ferreira (Irmã Maria dos Remédios Vieira Ferreira)

545. Maria Goretti Batista de Araújo (Irmã Maria Goretti Batista de Araújo)

546. Maria Madalena de Souza (Irmã Maria Madalena de Souza)

547. Maria Tavares de Oliveira (Irmã Maria Rosalva do Espírito Santo)

548. Maria Zuleide Fontanela (Irmã Maria Zuleide Fontanela)

549. Marieze Menezes (Irmã Marieze Menezes)

550. Mariluzia de Barros Sobreira (Irmã Mariluzia de Barros Sobreira)

290 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

551. Natair da Silva Barbosa (Irmã Maria Natair de Santa Isabel)

552. Neusa Aparecida Fernandes de Sousa (Irmã Neusa Aparecida Fernandes de Sousa)

553. Neusa Maria Bahn (Irmã Maria Neusa da Conceição)

554. Ozana Natividade Costa (Irmã Maria Ambrosina da Natividade)

555. Quitéria Carvalho Cavalcante de Barros (Irmã Maria Verônica da Santa Face)

556. Rita Bernadete Cabral (Irmã Rita Bernadete Cabral)

557. Roseli Cardoso Barros (Irmã Roseli Cardoso Barros)

558. Rosely Cândida da Silva (Irmã Rosely Cândida da Silva)

559. Veronica Cysz (Irmã Maria Escolástica da Cruz)

560. Zenilda Loureiro Harthcop (Irmã Maria Eliane de Jesus Hóstia)

* Há a possibilidade de nomes terem permanecido fora dos registros.

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 291

O Carisma Franciscano Hospitaleiro e seu florescimento na linha do tempo

Nº LOCAL NOME PERIODO FUNDAÇÃO

01 Monte Alegre - PA Madre Maria da Circuncisão Colégio São Francisco 1911 a 1912

02 Alenquer - PA Madre Maria da Circuncisão Colégio Santo Antônio 1912 a 1914

03 Itacoatiara - AM Madre Maria da CircuncisãoColégio Pio X 1911 a 1914

04 Mossoró - RN Colégio Sagrado Coração de Maria 1912 Madre Maria da Circuncisão

05 Maceió - AL Fraternidade na Santa Casa de Misericórdia 1912 a 1916 Madre Maria da Circuncisão

06 Penedo - AL Colégio Imaculada Conceição 1913 Madre Maria da Circuncisão

07 Piracicaba - SP Fraternidade no Sanatório 1913 a 1914 Madre Maria da Circuncisão

08 Socorro - SP Fraternidade no Hospital 1914 a 1917 Madre Maria da Circuncisão

09 Penedo - AL Noviciado Imaculada Conceição (transferido para Salvador - BA em 1926)

1915 Madre Maria da Circuncisão

10 Rio Claro - SP Fraternidade no Hospital 1915 Madre Maria da Circuncisão

11 Propriá - SE Colégio Nossa Senhora das Graças 1915 Madre Maria da Circuncisão

12 Propriá - SE Hospital São Vicente de Paulo 1918 a Madre Maria da Circuncisão

13 Pirassununga - SP Pensionato, hoje Lar das Crianças Menino Deus 1918 Madre Maria da Circuncisão

14 Salvador - BA Colégio São José 1926 Madre Rosa Maria de São Francisco

15 Rio de Janeiro - RJ Fraternidade na Real Beneficência Portuguesa 1927 a 2004 Madre Rosa Maria de São Francisco

16 Penedo AL Fraternidade na Santa Casa de Misericórdia 1929 a 2011 Madre Rosa Maria de São Francisco

17 Salvador BA Fraternidade na Real Sociedade Portuguesa de Beneficência 1931 Madre Rosa Maria de São Francisco

18 Salvador - BA Fraternidade no Asilo Santo Izabel 1932 a 1984 Madre Rosa Maria de São Francisco

19 Valença - BA Fraternidade na Santa Casa de Misericórdia 1933 a 1970 Madre Rosa Maria de São Francisco

20 Pirassununga - SP Asilo de Velhice e Mendicidade 1934 a 1961 Madre Rosa Maria de São Francisco

21 Andaraí - RJ Casa de Saúde São Jorge de Andaraí 1935 a 1936 Madre Rosa Maria de São Francisco

22 Pirassununga - SP Santa Casa de Misericórdia Nossa Senhora das Dores 1935 a 1996 Madre Rosa Maria de São Francisco

23 Estância - SE Colégio Sagrado Coração de Jesus 1936 Madre Rosa Maria de São Francisco

24 Pirassununga - SP Asilo Nossa Senhora de Fátima 1937 a 2007 Madre Rosa Maria de São Francisco

25 Mossoró - RN Fraternidade Hospital de Caridade da S ta Casa de Mossoró 1937 a1945 Madre Rosa Maria de São Francisco

26 Salvador - BA Convento da Sagrada Família 1938 Madre Rosa Maria de São Francisco

27 Aracaju - SE Pensionato Patrocínio de São José 1940 a ? Madre Rosa Maria de São Francisco

28 Aracaju - Sergipe Colégio Patrocínio de São José 1940 Madre Rosa Maria de São Francisco

29 Martins RN Fraternidade Orfanato Abgail Afonso 1940 a 1951 Madre Rosa Maria de São Francisco

31 Rio de Janeiro RJ Fraternidade Hospital da Ordem Terceira do Carmo 1941 Madre Rosa Maria de São Francisco

32 Jacarepaguá Fraternidade no Retiro da Velhice da Real e Benemérita Sociedade Portuguesa de Beneficência

Madre Rosa Maria de São Francisco

33 Estância - SE Fraternidade no Hospital Amparo de Maria 1942 a 1982 Madre Rosa Maria de São Francisco

34 Esplanada - BA Fraternidade no Hospital de Esplanada 1943 a 1944 Madre Maria Stella Rodrigues

35 Salvador - BA Hospital da Sagrada Família 1943 Madre Maria Stella Rodrigues

36 Pirassununga Fundação do Segundo Noviciado no Brasil 1945 a 1956 Madre Maria Stella Rodrigues

37 Salvador - BA Fraternidade no Preventório Santa Terezinha 1945 a 1970 Madre Maria Stella Rodrigues

38 Belo Horizonte - MG Atuação no Hospital Vera Cruz 1949 a 2002 Madre Maria da Divina Eucaristia

39 Muzambinho - MG Escola Normal e Ginásio São José 1950 a 1951 Madre Maria da Divina Eucaristia

40 Salvador - BA Patronato São José (casa dependente do Convento) 1951 a1969 Madre Maria da Divina Eucaristia

41 Natal - RN Fraternidade na Casa de Saúde São Lucas 1952 a 1971 Madre Maria da Divina Eucaristia

42 Salvador - BA Escola de Auxiliares de Enfermagem Sagrada Famíliaatual CIESF. Nesta obra funcionou a Fraternidade da Sagrada Família (1968 a 1979)

1952 Madre Maria da Divina Eucaristia

43 Campinas - SP Atuação na Real Sociedade Beneficência 1952 a 1996 Madre Maria da Divina Eucaristia

44 Salvador - BA Fraternidade na Casa de Retiro São Francisco - 1ª no gênero

1953 a 2011 Madre Maria da Divina Eucaristia

45 Penedo - AL Atuação no Hospital Regional de Penedo 1954 a 2011 Madre Maria da Divina Eucaristia

46 Campina Grande - PB Casa da Criança Dr. João Moura (1ª pró criança carente) 1954 Madre Maria da Divina Eucaristia

47 Penedo AL Atuação no Hospital Regional de Penedo 1954 Madre Maria da Divina Eucaristia

48 São Paulo - SP Fraternidade na Real Sociedade Portuguesa de Beneficência 1955 Madre Maria da Divina Eucaristia

49 Ilhéus - BA Atuação no Abrigo São Vicente de Paulo 1955 Madre Maria da Divina Eucaristia

50 Petrópolis - RJ Casa de Repouso e Oração de Petrópolis 1956 a 1994 Madre Maria da Divina Eucaristia

51 Surubim - PE Fraternidade no Hospital São Luís 1956 a 1975 Madre Maria da Divina Eucaristia

52 Feira de Santana - BA Fraternidade no Hospital D. Pedro de Alcântara 1956 a 1970 Madre Maria da Divina Eucaristia

53 Arapiraca - AL Colégio Normal São Francisco de Assis 1956 Madre Maria da Divina Eucaristia

54 Mogi -Mirim - SP Educandário Nossa Senhora do Carmo 1956 a 1961 Madre Maria da Divina Eucaristia

55 Mariópolis - PR Ginásio Estadual Nossa Senhora de Fátima 1957 a 1992 Madre Maria da Divina Eucaristia

56 Campo Formoso - BA Instituto Educacional Nossa Senhora de Fátima 1958 Madre Maria da Divina Eucaristia

57 Xerém - RJ Instituto Jesus Maria José 1959 a 2005 Madre Maria da Divina Eucaristia

58 Belo Horizonte - MG Casa de Retiro São José 1959 a 1960 Madre Maria da Divina Eucaristia

59 Campo Formoso - BA União Hospitalar São Francisco 1959 Madre Maria da Divina Eucaristia

60 Lauro Muller - SC Hospital Henrique Lage 1960 a 1967 Madre Maria da Divina Eucaristia

61 Vacaria - RS Escola paroquial Nossa Senhora da Luz 1960 a 1961 Madre Maria da Divina Eucaristia

62 Vila Esmeralda - SC Educandário Nossa Senhora da Luz 1960 a 1966 Madre Maria da Divina Eucaristia

63 Mariópolis - PR Hospital Nossa Senhora do Pilar 1960 a 1963 Madre Maria da Divina Eucaristia

64 Brasília - DF Colégio PIO XII 1960 a 2005 Madre Maria da Divina Eucaristia

65 São Gotardo - SC Colégio Normal de São Gotardo 1961 a 1976 Vice – Provincial Madre Rosa de Viterbo

292 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

1942 a 1998

O Carisma Franciscano Hospitaleiro e seu florescimento na linha do tempo

N'

LOCAL

NOME

PERIODO

FUNDAÇÃO

66

Salvador

- BA

Centro de Assistência Social Pio XII

atualmente integrado ao Projeto Escola Mãe Clara

1962

Madre Maria da Divina Eucaristia

67

Camaçari - BA

Casa de R epouso

? a

1964

Madre Maria da Divina Eucaristia

68

Dias D'Ávila - BA

Centro Assistencial São Francisco de Assis

1964

a 1996

Madre Maria da Divina Eucaristia

69

Itabuna - BA

Ação Fraternal de Itabuna

Fundada em 1947 e

sob a

orientação da CONFHIC

a partir de

1964

Madre Maria da Divina Eucaristia

70

Guaraciaba - MG

Fraternidade Imaculada Conceição

Hospital Santana de Guaraciaba

1964 a 1989

Vice –

Provincial Madre Rosa de Viterbo

71

Granja - CE

Patronato Monsenhor Vitorino de Oliveira

1965

a 2004

Madre Maria da Divina Eucaristia

72

Itapecerica da Serra SP

Centro Assistencial Imaculadao Coração de Maria

1966

Vice –

Provincial Madre Rosa de Viterbo

73

Senhor do Bonfim - BA

Fraterniadade no Hospital Regional Senhor do Bonfim

1967 a 1984

Madre Maria da Divina Eucaristia

74

São Paulo Capital

Sede Provincial Sagrado Coração de Jesus

Fraternidade

1967

Irmã Marta Corthez de Araújo AmorimPROBRASUL

75

Salvador - BA

Fraternidade Sagrada Família,

1968 a 1979

Irmã

Ivone

do Coração de Maria

76

Campo do Brito - SE

Casa Paroquial em Campo do Brito

1968 a 1983

Irmã

Ivone

do Coração de Maria

77

Recife - PE

Casa Paroquial Nossa Senhora do Bom Parto

1968 a 1975

Irmã

Ivone

do Coração de Maria

78

Vitória de Santo Antão - PE Atuação no Hospital João Murilo

1968 a 1969

Irmã Ivone

do Coração de Maria

79

Salvador - BA

Organização Fraternal São José

1969

Irmã

Ivone

do Coração de Maria

80

Gravatá - PE Fraternidade Monte Alverne no Lar de Velhinhos de

Gravatá 1969 a 2000

Irmã

Ivone

do Coração de Maria

81

Igaratá - SP

Casa Paroquial de Igaratá

1970 a 1985 Marta Corthez de Araújo Amorim

PROBRASUL

82

Caitité - BA

Casa Paroquial de Caitité

1971 a 1974

Irmã Ivone

do Coração de Maria

83

Salvador - BA

Fraternidade Franciscana Rio de Contas

1972 a 1973

Irmã Ivone

do Coração de Maria

84

Itabuna - BA

Fraternidade no Centro Sócio- Cultural Maria Goretti

1972 a 1982

Irmã Ivone do Coração de Maria

85

Neópolis - RN

Fraternidade Franciscana

1972 a 1974

Irmã Ivone

do Coração de Maria

86

Coração de Maria - BA

Fraternidade Coração de Maria 1972 a 1972

(seis meses de duração)Irmã

Ivone

do Coração de Maria

87

Santa Izabel - SP Lar do Velhinho Santa Izabel

Fraternidade Nossa Senhora Rainha da Paz 1973

Irmã Maria Eneide Martins Leite

PROBRASUL

88

São Félix - BA

Fraternidade Franciscana de São Félix

1973 a 1973

Irmã Terezinha de Souza Rocha

89

Mossoró - RN

Fraternidade Franciscana na Paróquia de São Manoel

1975 a 2000

Irmã

Terezinha de Souza Rocha

90

Umarizal - RN

Fraternidade Santa Clara

1977 a 2000

Irmã

Terezinha de Souza Rocha

91

São Paulo - SP Casa de Formação Nossa Senhora de Aparecida

(Vila Prudente) reabertura do Noviciado

1975 a 2006 Irmã Maria Eneide Martins Leite

PROBRASUL

92

Salvador - BA

Fraternidade de Santa Maria dos Anjos

1975 a 1979

Irmã Terezinha de Souza Rocha

93

Penedo - AL

Fraternidade Franciscana de Santa Terezinha

1977 a 1979

Irmã Terezinha de Souza Rocha

94 Igreja Nova - AL

Fraternidade Franciscana de Nazaré

1977 a 1981

Irmã

Terezinha de Souza Rocha

95 Juquitiba - SP Fraternidade Santa Clara 1977 a 1981 Irmã Maria Eneide Martins Leite

PROBRASUL

96 Penedo - AL Casa de Oração Nossa Senhora do Silêncio

(Postulantado) 1978 a 1983 Irmã Terezinha de Souza Rocha

97 Buriti Alegre - GO Fraternidade Santa Terezinha 1978 a 1994 Paula Guimarães Nunes

PROBRASUL

98 Itabuna - BA Fraternidade Monte Alverne 1979 a 1984 Irmã Terezinha de Souza Rocha

99 Salvador - BA Sede Provincial 1980 Irmã Terezinha de Souza Rocha

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 293

102 Serrinha - BA Fraternidade Franciscana da Porciúncula 1982 a 1985 Irmã Terezinha de Souza Rocha

103 Itabuna - BA Fraternidade Santa Cruz na Santa Casa de Misericórdia de Itabuna

1982 a 2007 Irmã Terezinha de Souza Rocha

104 Recife - PE Fraternidade na Fundação de Amparo ao Menor - FAM 1984 a 2000 Irmã Rosa Helena Mendes de Moura

105 Recife - PE Fraternidade Mãe Admirável no Centro Hospitalar da Polícia do DERBY

1984 a 1992 Irmã Rosa Helena Mendes de Moura

106 São Paulo - SP Pensionato Franciscano Ana Rosa 1981 a 1994 Irmã Paula Guimarães Nunes PROBRASUL

107 Paciência - RJ Fraternidade São José Operário 1984 a 1994 Irmã Inês Mascarello PROBRASUL

108 Salvador - BA Fraternidade Mãe da Divina Graça 1985 a Irmã Rosa Helena Mendes de Moura

109 Estância - SE Reabertura da Fraternidade no Hospital Amparo de Maria

1985 a 2008 Irmã Rosa Helena Mendes de Moura

110 Penedo - AL Fraternidade no Hospital Regional de Penedo 198... a 2011 Irmã Rosa Helena Mendes de Moura

111 Salvador - BA Fraternidade Santa Cruz - CIESF 1987 a 2007 Irmã Rosa Helena Mendes de Moura

112 Itaquiraí - MS Hospital são Francisco de Assis 1987 a 1993 Inês Mascarello PROBRASUL

113 Campo Grande - RJ Fraternidade Imaculada Conceição 1988 a 1989 Inês Mascarello PROBRASUL

114 Serra do Lima - Patu - RN Fraternidade do Santuário Nossa Senhora dos Impossíveis

1988 a 1997 Irmã Rosa Helena Mendes de Moura

115 Recife - PE Atuação na Casa de Retiro São José 1988 a 1992 Irmã Rosa Helena Mendes de Moura

116 Mar Grande - BA Atuação na Casa de Retiro São José 1988 a 1992 Irmã Rosa Helena Mendes de Moura

117 Salvador - BA Fraternidade Maria Hospitaleira (Boiadeiro) 1988 a 2008 Irmã Rosa Helena Mendes de Moura

118 São Paulo - SP Centro Vocacional 1990 a 1993 Irmã Inês Mascarello PROBRASUL

119 Silvânia - GO Fraternidade Franciscana 1990 a 1991 Irmã Inês Mascarello PROBRASUL

120 Dias D’ Ávila - BA Fraternidade Maria de Nazaré (Postulantado) 1996 a 2009 Irmã Maria Dalvanir Filgueira Rosado

121 Doverlândia - GO Fraternidade Nossa Senhora das Dores 1992 a 1995 Irmã Maria Dalvanir Filgueira Rosado

122 São Paulo - SP Fraternidade Vida e Esperança (Estação Artur Alvim)

1994 a 1995 Irmã Maria Vilani Rocha de Oliveira PROBRASUL

123 Rio de Janeiro - RJ Fraternidade Santo Antônio (Bairro Riachuelo)

1994 a 1998 Irmã Maria Vilani Rocha de Oliveira PROBRASUL

124 Mariana - MG Fraternidade Santa Maria dos Anjos 1994 a 2000 Irmã Maria Vilani Rocha de Oliveira PROBRASUL

125 Varginha - MG Lar São Vicente de Paulo Fraternidade Mãe da Divina Graça

1995 a 2012 Irmã Maria Vilani Rocha de Oliveira PROBRASUL

126 Conceição do Jacuípe BA Fraternidade Rainha da Paz 1995 Irmã Maria Dalvanir Filgueira Rosado

127 Santa Maria - DF Fraternidade Santa Maria (Aspirantado) 1998 a 2002 Irmã Maria Vilani Rocha de Oliveira PROBRASUL

128 Jacarepaguá - RJ Fraternidade São José 1999 a 2012 Irmã Maria Vilani Rocha de Oliveira PROBRASUL

129 São Paulo - SP Fraternidade São Francisco de Assis (Bairro Vergueiro)

1999 a 2001 Irmã Maria Vilani Rocha de Oliveira PROBRASUL

130 São Gonçalo - MG Asilo São Vicente Fraternidade Nossa Senhora da Assunção 1999 a 2005

Irmã Maria Vilani Rocha de Oliveira PROBRASUL

131 Nuevo Laredo - México Fraternidade Virgem de Guadalupe 1999 Irmã Maria Dalvanir Filgueira Rosado

132 Salvador - BA A Obra Creche Mãe Clara Atualmente integrada ao Projeto Escola Mãe Clara

2000 Irmã Maria Dalvanir Filgueira Rosado

133 Natal - RN Nossa Senhora da Visitação 2001 Irmã Maria Dalvanir Filgueira Rosado

134 Vila Prudente - SP Obra Social: Centro Vila Prudente (uma Irmã) 2003 a 2009 Irmã Inês Mascarello PROBRASUL

294 - Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor

100 Irecê - BA Fraternidade Franciscana Nossa Sra da EsperançaPosteriormente transferida para João Dourado BA

1981 Irmã Terezinha de Souza Rocha

101 Belo Horizonte - MG Fraternidade Monte Alverne 1981 a 1984 Irmã Paula Guimarães Nunes

PROBRASUL

139 Mariana - MG Casa de apoio aos Portadores de Necessidades Especiais

2007 a 2008 Irmã Inês Mascarello PROBRASUL

140 Guadalajara - México Fraternidade Juan Diego 2007 Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro

141 Almofala - CE Fraternidade São Francisco 2008 Irmã Margarida Santos Lima

142 Salvador - BA Projeto Social Escola Mãe Clara 2009 Irmã Margarida dos Santos Lima

Ecos das celebrações centenárias

143 Vila Tabatinga - Juruty- Pará

Fraternidade Maria Mãe Missionária 2011 IrmãMaria Vilani Rocha de Oliveira Irmã Margarida dos Santos Lima

144 Brasília - DF Fraternidade Imaculada Conceição Noviciado Interprovincial

2012 IrmãMaria Vilani Rocha de Oliveira Irmã Margarida dos Santos Lima

145 Dias D’ Ávila - Bahia Fraternidade Imaculada Conceição (Aspirantado Interprovincial)

2012 Irmã Margarida dos Santos Lima Irmã Maria Vilaní Rocha de Oliveira

146 Terra Santa - Pará Fraternidade Padre Raimundo Beirão 2013 Irmã Margarida dos Santos Lima Irmã Maria Vilaní Rocha de Oliveira

Memória das Raízes | Suave perfume de gratidão e louvor - 295

135 Mariana - MG Fraternidade Mãe da Misericórdia 2004 a 2008 Irmã Inês Mascarello PROBRASUL

136 Belo Horizonte - MG Fundação Nair Rabelo anexa ao Hospital Vera Cruz (uma Irmã)

2004 a 2008 Irmã Inês Mascarello PROBRASUL

137 Mangaratiba - RJ Fraternidade Paroquial 2007 a 2009 Irmã Inês Mascarello PROBRASUL

138 Valparaíso - GO Casa de Retiros e Encontros Pastorais Fraternidade são Francisco de Assis

2007 a 2009 Irmã Inês Mascarello PROBRASUL