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" Livro dos Homens" - Ronaldo Correia de Brito O autor: Ronaldo Correia de Brito nasceu no Ceará e mora em Recife. É médico formado pela Universidade Federal de Pernambuco. Desenvolveu pesquisas e escreveu diversos textos sobre literatura oral e brinquedos de tradição popular, além de ter sido escritor residente da Universidade da Califórnia, em Berkeley, no ano de 2007. Escreveu os livros de contos As Noites e os Dias (1997), editado pela Bagaço, Faca (2003), Livro dos Homens(2005), e a novela infanto-juvenil O Pavão Misterioso (2004), todos publicados pela Cosac Naify. Dramaturgo, é autor das peças Baile do Menino Deus, Bandeira de São João e Arlequim. Escreveu durante sete anos para a coluna Entremez, da revista Continente Multicultural, e atualmente assina uma coluna semanal na revista Terra Magazine, do Portal Terra. LEIA ENTREVISTA COM O AUTOR DE LIVRO DOS HOMENS E FACA por Rafael Rodrigues Rafael Rodrigues: Vamos lhe apresentar para quem ainda não o conhece. Conte-nos um pouco de sua história, onde nasceu, onde mora hoje, o que faz da vida. Ronaldo Correia de Brito: Eu nasci numa fazenda por nome Lajedos, no município de Saboeiro, no sertão dos Inhamuns, no Ceará. Com cinco anos, fui morar no Crato, no Cariri cearense. É uma extensa região de mata atlântica, com muitas nascentes d'água, e a Chapada do Araripe circundando o vale. Um milagre verde no meio do sertão. Aos 17 anos, mudei-me para Recife. RR: Qual a sua formação acadêmica? RCB: Formei-me em medicina, pela Universidade Federal de Pernambuco, profissão que exerço até hoje. Fiz especialização em clínica médica e formação psicanalítica. RR: Quando se deu seu interesse por literatura? RCB : Sempre gostei dos livros. No sertão existiam poucos. Eles eram tão importantes, que um parente deixou 180 livros que foram inventariados como as terras, os bois, os dinheiros da família. Minha mãe era professora e levou junto com ela um exemplar da História Sagrada , com textos seletos do Antigo e Novo Testamentos. Aprendi a ler nesse livro, e creio que nunca me livrei de sua influência. Você leu "Brincar com Veneno", do Livro dos Homens , e sabe como a trama gira em torno dos livros e de um rádio, outra marca importante na minha vida, além do cinema. RR: E quais autores o "fisgaram" para o mundo da literatura? RCB : Eu li muita porcaria, além de excelente literatura. Acho que a literatura ruim me marcou muito. Eu gosto de sujar o que escrevo. Bem cedo, li toda a obra de Machado de Assis e José de Alencar. Emendei com os russos, que são insuperáveis. Também li muito cedo o teatro de Shakespeare, de Ésquilo, Sófocles e Eurípides. Quando vim morar em Recife, estavam na moda os escritores latino-americanos. Passei a lê-los com devoção. Era bem ao gosto da esquerda da época ler Onetti, Astúrias, Bioy Casares, Rulfo, Cotázar, Neruda, Paz, Carpentier, Garcia Márquez, Sabato, e o meu escritor

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Page 1: Livro dos Homens

" Livro dos Homens" - Ronaldo Correia de Brito

 

O autor:

 

              Ronaldo Correia de Brito nasceu no Ceará e mora em Recife. É médico formado pela Universidade Federal de Pernambuco. Desenvolveu pesquisas e escreveu diversos textos sobre literatura oral e brinquedos de tradição popular, além de ter sido escritor residente da Universidade da Califórnia, em Berkeley, no ano de 2007.

              Escreveu os livros de contos As Noites e os Dias (1997), editado pela Bagaço, Faca (2003), Livro dos Homens(2005), e a novela infanto-juvenil O Pavão Misterioso (2004), todos publicados pela Cosac Naify. Dramaturgo, é autor das peças Baile do Menino Deus, Bandeira de São João e Arlequim. Escreveu durante sete anos para a coluna Entremez, da revista Continente Multicultural, e atualmente assina uma coluna semanal na revista Terra Magazine, do Portal Terra.

LEIA ENTREVISTA COM O AUTOR DE LIVRO DOS HOMENS E FACApor Rafael Rodrigues 

Rafael Rodrigues: Vamos lhe apresentar para quem ainda não o conhece. Conte-nos um pouco de sua história, onde nasceu, onde mora hoje, o que faz da vida.Ronaldo Correia de Brito: Eu nasci numa fazenda por nome Lajedos, no município de Saboeiro, no sertão dos Inhamuns, no Ceará. Com cinco anos, fui morar no Crato, no Cariri cearense. É uma extensa região de mata atlântica, com muitas nascentes d'água, e a Chapada do Araripe circundando o vale. Um milagre verde no meio do sertão. Aos 17 anos, mudei-me para Recife.

RR: Qual a sua formação acadêmica?RCB: Formei-me em medicina, pela Universidade Federal de Pernambuco, profissão que exerço até hoje. Fiz especialização em clínica médica e formação psicanalítica.

RR: Quando se deu seu interesse por literatura? RCB : Sempre gostei dos livros. No sertão existiam poucos. Eles eram tão importantes, que um parente deixou 180 livros que foram inventariados como as terras, os bois, os dinheiros da família. Minha mãe era professora e levou junto com ela um exemplar da História Sagrada , com textos seletos do Antigo e Novo Testamentos. Aprendi a ler nesse livro, e creio que nunca me livrei de sua influência. Você leu "Brincar com Veneno", do Livro dos Homens , e sabe como a trama gira em torno dos livros e de um rádio, outra marca importante na minha vida, além do cinema.

RR: E quais autores o "fisgaram" para o mundo da literatura? RCB : Eu li muita porcaria, além de excelente literatura. Acho que a literatura ruim me marcou muito. Eu gosto de sujar o que escrevo. Bem cedo, li toda a obra de Machado de Assis e José de Alencar. Emendei com os russos, que são insuperáveis. Também li muito cedo o teatro de Shakespeare, de Ésquilo, Sófocles e Eurípides. Quando vim morar em Recife, estavam na moda os escritores latino-americanos. Passei a lê-los com devoção. Era bem ao gosto da esquerda da época ler Onetti, Astúrias, Bioy Casares, Rulfo, Cotázar, Neruda, Paz, Carpentier, Garcia Márquez, Sabato, e o meu escritor

 

 

 

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predileto em todos os tempos, Jorge Luis Borges. Gastei os olhos lendo. De uns anos para cá, libertei-me dos modismos literários. Também eles diminuíram. A moda é dos best-sellers .

RR: Depois de ler e se maravilhar, você começou a escrever e inventar, certo? Começou logo com contos? Tentou um romance? Ou os tradicionais versos? Dizem que todo escritor perde a virgindade com eles. RCB : Nunca escrevi poesia, nem mesmo quando estava apaixonado. Fiz letras para os meus textos teatrais, que foram musicadas por Antonio Madureira, conhecido pelo seu trabalho com o Quinteto Armorial, e umas poucas por Antonio Nóbrega. Eu sempre escrevi contos e teatro. Esbocei um romance, que agora decidi levar a sério. Produzi bastante literatura para criança, que foi bem sucedida. Escrevo crônicas para a revista Continente , ensaios e outros inventos.

RR: Você tem dois livros de contos publicados. Faca , de 2003 e   Livro dos homens , de 2005. Existe outro anterior a esses? Se não, por que a publicação tardia? RCB : Tenho três, na verdade, porque em 2004 editei uma novela infanto-juvenil, O Pavão Misterioso (Cosac Naify). Também editei, nesta mesma época, três textos teatrais escritos para criança, com a editora Objetiva: Baile do Menino Deus , Bandeira de São João e Arlequim . São seis livros em dois anos. Um despropósito. A minha produção literária é lenta e pouca, porque escrevo devagar, reescrevo obsessivamente. Sempre que me falavam em publicação, dizia como o Bartleby de Melville: "Acho melhor não". Fico impressionado como o meu amigo Raimundo Carrero escreve muito. O primeiro romance dele ficou pronto em trinta horas. Nesse tempo, eu produzo meia página. Toquei a medicina e a literatura juntas, desde os vinte anos, uma roubando tempo da outra. Em Livro dos Homens , o conto Eufrásia Meneses, um libelo feminista, perdeu força política porque só foi editado trinta e três anos depois de escrito. O feminismo caiu de moda, e eu já estou mais preocupado em escrever sobre a perplexidade masculina. Existem livros demais, autores demais. Sinto pudor em ser mais um. As bienais de livro me enfastiam, parecem babéis.

RR: Agora você vai nos revelar seu segredo. A velha história do processo de escrita. Como é o seu?RCB : Sou concentrado e escrevo no meio da zorra. Meus filhos jogavam bola, ela batia em mim, e eu ali, dedilhando. Não há mistérios, apenas suadeira. Escrever é trabalhoso. Existem coisas mais agradáveis de fazer, menos cansativas. Escrever é uma espécie de maldição, um jeito custoso de escamotear a morte. Um ofício de Sherazade, como escreveu Michel Foucault a respeito das Mil e Uma Noites : é o avesso encarniçado do assassínio, é o esforço de noite após noite para conseguir manter a morte fora do ciclo da existência. Mesmo quando a literatura trata essencialmente da morte.

RR: Tem preferência por algum conto seu? Quando li "Brincar com veneno" que está em Livro dos Homens , tive vontade de parar de escrever. Vou puxar seu saco e dizer que ele é praticamente perfeito. 

 

 

RCB : Você cita o exemplo de um conto muito trabalhoso, elaborado, rico de pequenas minúcias. Talvez eu goste do conto "Faca", do livro de mesmo nome. É um conto difícil de escrever e de ler, porque numa única frase o tempo verbal sofre variações. Ele será filmado, juntamente com "O que veio de longe", por Luiz Fernando Carvalho. Estou desejando ver no que vai dar.

RR: Qual sua opinião sobre a literatura feita na Internet? Você costuma acessar blogs ? Se sim, tem visto literatura de valor? RCB : Tudo são lavouras. Lavra-se como a terra deixa e com os instrumentos que estão à mão. Vi sim, literatura de muito valor em sites e blogs . Elas não representam a morte do livro. São formatos, invólucros, embalagens diferentes. O que é bom está além do embrulho, mesmo num mundo que valoriza muito a embalagem.

RR: Pra finalizar, a pergunta clássica: o que você recomenda a novos escritores? Vez em

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quando aparece alguém dizendo que os novos escritores deveriam só escrever, e nada publicar. Fazendo isso só depois muito trabalhar os textos. Diga-nos, Ronaldo, o que fazer? RCB : Rapaz, você fez a pergunta à pessoa errada. Eu publiquei a sério só depois de passar trinta anos engavetando os meus escritos. Meus textos teatrais foram bem encenados, é verdade. E também tive umas edições modestas, há uns nove anos. Sei não! Cada pessoa tem seus critérios de avaliação, se está no ponto ou ainda verde. Mas posso lhe dizer o seguinte: escreva, escreva muito, e dê polimento, esmerilhe, e leia, e não considere nunca que está fazendo literatura, nem deseje fazer literatura. Repito: escreva bastante, todos os dias, em todas as horas livres, reescreva, rasgue, jogue fora o que não presta. Não tenha pena. Jogue fora muita coisa. Se você possuir o duende, esse diabinho que corrói a alma dos que escrevem, sua lavra produzirá boa lavoura.(matéria publicada originalmente no site www.argumento.net , disponível no site da editora Cosac Naify).

01-                   O livro:

"O que veio de longe"

              O Santuário do Monte Alverne (Santuario della Verna) é um local de peregrinação católica, pertencente à Ordem Franciscana, localizado no Monte Alverne, a pouca distância de Chiusi della Verna, na província de Arezzo, na Itália. O Santuário foi erguido no sítio onde segundo a tradição São Francisco de Assis recebeu os estigmas, em 17 de setembro de 1224. Está situado no flanco norte do Monte Alverne (ou Monte Penna, como é conhecido em italiano), a 1.128 m de altitude, e compreende um complexo de capelas, ermidas, hospedaria, convento e uma basílica, sendo de grande importância para a devoção católica e um dos mais importantes centros franciscanos.

(Wikipédia)

 

 

 

" Brincar com veneno:"

Caronte (em grego, Χάρων - o brilho) era uma figura mitológica do mundo inferior grego (o Hades) que transportava os recém-mortos na sua barca através do Aqueronte, rio que delimitava a região infernal, até o local no Hades que lhes era destinado.

(Wikipédia)

Heitor (em grego: Ἕκτωρ, transl. Hektōr) era, na mitologia grega, um príncipe de Tróia e um dos maiores guerreiros na Guerra de Tróia, suplantado apenas por Aquiles. Era filho de Príamo e de Hécuba. Com sua esposa, Andrómaca, foi pai de Astíanax.Como o seu pai foi incapaz de combater, durante o cerco de Tróia feito pelos Aqueus, devido à sua avançada idade, Heitor foi nomeado general das tropas troianas. A sua força, coragem e eficiência na guerra foram enormes: nos poemas épicos de Homero, Heitor é responsável pela morte de 28 heróis gregos; nem Aquiles obtém um número tão grande (22 heróis Troianos caídos a seus pés). Pela voz do Destino, os Troianos estavam informados que as muralhas de Tróia nunca cairiam enquanto Heitor se mantivesse vivo. Na Ilíada, Homero chama-o de "domador de cavalos", devido a preocupações de métrica e porque, de modo geral, Tróia era conhecida por ser criadora de cavalos. Na narrativa da Ilíada, no entanto, Heitor nunca é visto com cavalos. Outro epíteto que lhe é característico é "o do elmo flamejante".

(Wikipédia)

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              Cavalo: em muitas culturas o cavalo é simbolo de impetuosidade e impulsividade relacionadas com os desejos humanos além de ser associado com agua e fogo por serem muitas vezes incontroláveis. Também é tido como a relação com o divino servindo de guia de almas, sendo muitas vezes enterrados junto com seus donos. Exprime também vigor e virilidade por vezes simbolizando a juventude. No contexto histórico principalmente nos campos de batalha o cavalo, era treinado muitas vezes para matar soldados com suas patas ou sua boca,[5] portanto nessa narrativa esses cavalos e seus cavaleiros podem representar (e muitas interpretações os descrevem assim) uma cavalgada (campanha) com toques de guerra trazendo suas consequências por onde passam.

              As cores dos cavalos dizem muito dos respectivos cavaleiros como:

 

Branco - Pureza, santidade, régio;

Vermelho - Sangue, assassinato, guerra;

Preto - Obscuridade, peste, maldição;

Descorado (ou baio) - Corpo em decomposição, repulsa

 

(Wikipédia)

 

 

 

 

 

 

 

              Serpente: A serpente é um símbolo universal e complexo. Pode representar morte, destruição, mal, uma essência rastejante de penetração e também veneno. Um dos símbolos que sofre as maiores contradições no que se refere ao seu uso. Alguns acreditam que personifica o mal, outros, que é forte aliada contra as forças mais poderosas que possam nos atacar. As cobras sofrem o processo da troca de pele e esse é um evento que desperta a curiosidade. Essa característica possibilita associá-la ao rejuvenescimento, algo muito desejado pelo homem em todos os tempos! Mas são muitas as crenças que cercam esse reptil. A ela está associada a imagem do Uroboro, a serpente que morde a própria cauda formando uma circunferência, símbolo de processo, da continuidade, eternidade.

              Simboliza uma força inconsciente da natureza que não é boa nem má, seu estado ainda é indiferenciado e corresponde a base do instinto e da impulsividade natural. Pode ser considerada como um símbolo do falo e possui conotações sexuais simbolizando a existência de conflitos eróticos quando a imagem aparece em sonhos. (...)

              Costumam simbolizar o sistema nervoso autônomo, a energia instintiva e são símbolos transcendentes de profundidade que costuma também estar associado à sabedoria, à cura e ao

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auto-conhecimento. A serpente pertence ao reino da mãe e ela pode ser uma representação simbólica em sonhos, do medo do incesto como regressão e a imagem em que o ego onírico é envolvido por uma delas é um símbolo de penetração no ventre materno, e que corresponde a mesma simbologia da imagem de devorar uma serpente. Na Antiguidade, era considerada como sendo o símbolo da terra, que sempre foi concebida como feminina. Quando o ego onírico é mordido por uma delas, seu simbolismo é o mesmo de sucumbir a sua tentação, o que nos diz que o ego vígil vai viver uma transição de considerável importância. A picada se refere a exigência do inconsciente do ego vígil que a princípio age de forma paralisante sobre a sua energia e sua iniciativa. Os sonhos freqüentes com essa imagem, podem estar apontando para uma dissociação por parte do ego vígil entre a sua vida consciente e a instintiva. Elas podem ser vistas também como uma representação do falo mas só poderá ser interpretada como falo, se a encararmos como o simbolismo gerador e criativo da libido.(...)

 

(www.dicionário de simbolos.com.br)

 

Leocádia: origem: grego; tudo que se refere a leão;

 

(www.netsabernomes.com.br)

 

Leão: Majestoso e poderoso, o leão é um símbolo solar e luminoso. Rei dos animais, traduz sabedoria, poder e justiça, mas também orgulho, domínio e segurança.

 

(www.infopédia)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

" A peleja de Sebastião Candeia":

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              Segundo o historiador Armando Rafael, em texto disponível no site da Prefeitura do Crato, "por volta de 1741, surgem os primeiros registros de um aldeamento dos índios Cariús, pertencentes ao grupo silvícola Cariri. Era a Missão do Miranda, fundada por Frei Carlos Maria de Ferrara, religioso franciscano, nascido na Itália. Este frade ergueu, no centro da Missão, uma humilde capelinha de taipa(paredes feitas de barro) coberta com folhas de palmeiras, árvores abundantes na região. O santuário foi dedicado, de maneira especial, a Nossa Senhora da Penha, a São Fidelis de Sigmaringa e à Santíssima Trindade. Em volta da capelinha, ficavam as palhoças dos índios. Estes, além de cuidarem das plantações rudimentares, recebiam os incipientes ensinamentos da fé católica, ministrados por Frei Carlos. Aos poucos, nas imediações da Missão, elementos brancos foram construindo suas casas".

              Existem, inclusive, varias lendas envolvendo Nossa Senhora da Penha e a história do Crato, a exemplo do mito da imagem na Pedra. Conta-se que a imagem da santa desaparecia da capela da Missão do Miranda e misteriosamente aparecia em uma pedra distante dali. Esta foi a motivação para que o núcleo do povoado se transferisse do brejo do Miranda para onde hoje estar erguida a Igreja da Sé.

 

" Rabo de burro":

 

Rabo-de-burro: Expressão em desuso (usada somente pelos mais velhos). Rapaz de má conduta, plaboy ou mais recentemente, bad boy.

 

(Piracuruca - Dicionário Piauiês)

 

" Maria Caboré":

              Maria Caboré: de acordo com o pesquisador e memorialista Huberto Cabral, Maria Caboré era uma doida que viveu em Crato. Trabalhava por conta própria, limpava a delegacia da cidade e era amiga apenas de mulheres, pois tinha medo de homem.(...)

              Duas curiosidades sobre a religiosidade do povo de Crato: a Irmandade do Santíssimo Sacramento possui naquela cidade um "braço feminino". Trata-se de fato inusitado, pois é caso único no Brasil. Outra: o túmulo mais visitado no Dia de Finados - no Cemitério Nossa Senhora da Piedade de Crato - é o de Maria Caboré, que tinha deficiência mental, analfabeta e muito humilde, que levou uma vida anônima, mas, após sua morte, passou a ter fama de "milagreira". Hoje, o povo simples, nas suas dificuldades, faz-lhe "promessas" e visita sua sepultura.

 

(O Povo on line)