livro do animador

71
LIVRO DO ANIMADOR ANO 2

Upload: others

Post on 23-Feb-2022

14 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

LIVRO DO ANIMADOR

ANO 2

Itinerário de preparação para a JMJ Lisboa 2023

Ficha técnicaNada obsta08 de setembro de 2021, Natividade da virgem de Santa MariaD. Joaquim Mendes, Bispo Auxiliar do Patriarcado de Lisboa

Textos bíblicos CEP, Bíblia, Os Quatro Evangelhos e os Salmos, 2019Edição litúrgica dos textos bíblicos

ElaboraçãoDireção de Pastoral e Eventos Centrais da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023

Fotografias Vatican Media

Design GráficoDouglas AzevedoLeila FerreiraFundação Salesianos

Propriedade Fundação JMJ Lisboa 2023

Equipa de redaçãoAlice Neto (Paróquia de Alcochete, Diocese de Setúbal); Ana Ferreira (Paróquia de Odivelas, Patriarcado de Lisboa); Ana Rita Soares (Juventude Mariana VIcentina); Pe. André Batista (Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil, Diocese de Leiria – Fátima); António d’Oliveira (Comunidade Emanuel) Pe. Bruno Dinis (Missionários Passionistas); Carlota Cardoso (Paróquia de S. Julião do Tojal, Patriarcado de Lisboa); Cátia Sousa (Jovens Sem fronteiras), João Paulo Monteiro (Equipas de Jovens de Nossa Senhora), Liliana Maia (Leigos Missionários Combonianos); Ir. Linda Vieira (Filhas de Maria Auxiliadora, Salesianas); Ir. Idalécia Videira (Irmãs Doroteias); Pe. Luís Rafael Azevedo (Departamento Diocesano da Pastoral Juvenil, Diocese de Lamego); Maria Lopes (Paróquia da Póvoa de Santa Iria, Patriarcado de Lisboa); Pedro Feliciano (Serviço da Juventude, Patriarcado de Lisboa); Romana Esteves (Paróquia de Olhalvo, Patriarcado de Lisboa); Rui Lourenço Teixeira (Corpo Nacional de Escutas – Escutismo Católico Português); Ir. Sandra Bartolomeu (Servas de Nossa Senhora de Fátima); Susana Ferreira (Comunidade Emanuel)); Teresa Lehrfeld (Equipas de Jovens de Nossa Senhora); Pe. Tiago Neto (Patriarcado de Lisboa Zuzanna Szpura (Paróquia de São Jorge de Arroios, Patriarcado de Lisboa).

Revisão teológicaD. Vitorino José Pereira Soares (Bispo Auxiliar da Diocese do Porto)Cón. Luís Miguel Figueiredo Rodrigues (Arquidiocese de Braga)Cón. Mário José Rodrigues de Sousa (Diocese do Algarve)

LIVRO DO ANIMADOR – ANO 2

33RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR| LIVRO DO ANIMADOR

RISE UP - ANO 2Levanta-te!

O segundo ano do itinerário Rise Up, acompanhando os textos de São Lucas (Evangelho e Atos), propõe a descoberta de Jesus como Aquele que se levanta! Na sua morte e res-surreição, Ele realiza plenamente a atitude de levantar-se, fazendo da sua vida um dom generoso e gratuito de si aos outros, derrotando o pecado e levantando-se da morte como Senhor da vida e da história. Os jovens são convidados a contemplar o imenso amor de Jesus por nós, de que a sua cruz é o sinal. Imitando Jesus, são desafiados a levantarem-se dando a vida pelos outros. A experiência do encontro com Cristo ressuscitado valoriza a dimensão comunitária da fé, através da partilha da própria vida com os outros; da expe-riência de serem acompanhados no seu caminho de vida e de se tornarem, também eles, companheiros de caminho junto de outros jovens, servindo-os e despertando-os para o sentido cristão da vida. As experiências de serviço aos outros que poderão vivenciar no projeto “Eu sou uma missão” ajudarão a fomentar a sua vocação missionária e a captar o interesse de outros jovens pela fé. Está previsto realizar-se a partir do encontro 17, se bem que possa ser realizado noutra altura.

ENCONTROSMomentos/Dimensões de cada um dos encontros

Ambientação: “Prepara-te” – Jornada Mundial da Juventude

Palavra de Deus: “Escuta” – Querigmática

Atualização da mensagem cristã: “Acolhe” – Querigmática

Confronto individual com a mensagem cristã: “Interroga-te” – humana, espiritual e litúrgica

Partilha de vida em grupo: “Partilha” – humana, espiritual e litúrgica

Oração pessoal e comunitária: “Reza” – espiritual e litúrgica

Compromisso pessoal e comunitário: “Levanta-te” – missionária e pastoral

44RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #10| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #10

ENCONTRO #10 Levanta-te e sê persistente

Texto bíblico: Lc 11, 1-8

Objetivos: • (Re)descobre que Deus é um Pai próximo.• Valoriza o que é realmente importante.• Motiva-te para realizar gestos de partilha.

Observações pedagógicas/Indicações práticas: • Ter 3 pães no cenário.• Se o grupo está a iniciar os encontros Rise Up pela primeira vez, dever-se-á realizar

o encontro 0 do primeiro ano, com o qual se pretende que os jovens tenham uma introdução ao itinerário, bem como ao significado bíblico do verbo “levantar-se” nos escritos de São Lucas.

PREPARA-TEJornada Mundial da Juventude

O animador faz uma pequena introdução em que aborda o caminho percorrido pelo grupo no ano anterior e a centralidade do verbo “levanta-te” como um elemento central de todos os encontros.

Se o grupo está a iniciar este itinerário de preparação para a JMJ, o animador faz alusão à importância deste verbo “Levantar-se”, decorrente do encontro 0.

Materiais:• Papéis com a Palavra “Pai” em várias línguas.• Letras necessárias para dinâmica.• Recipiente.• Tela, computador, projetor e colunas.• Hino da JMJ 1991.

Tempo: 20 minutos

Dinâmica com a palavra “Pai”• Preparar vários papéis com a palavra “Pai”, escrita em várias línguas, uma delas terá

de ser Aramaico (“Abba”).• Colocar num recipiente todas as letras que estão presentes nas palavras escolhidas

(Por exemplo: se usarem a palavra Father, no recipiente devem estar recortadas as seguintes letras F-A-T-H-E-R).

55RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #10| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #10

• A quantidade de letras no recipiente deve ser ligeiramente superior às que serão necessárias (Por exemplo: se forem necessárias 4 letras “A”, devem colocar 6).

• No início da dinâmica, o animador distribui por cada jovem um papel onde estará escrita a palavra “Pai” (em línguas diferentes).

• O objetivo é que os jovens, no mínimo tempo possível, consigam encontrar no reci-piente as letras correspondentes à palavra que está no seu papel.

No fim da dinâmica, o animador pergunta aos jovens se conhecem o significado da pala-vra que lhes calhou. Depois de entenderem que a todos calhou a palavra “Pai” numa lín-gua diferente, é referido que existe uma delas que vai ter mais destaque neste encontro porque está relacionada com o texto bíblico que vai ser escutado, trata-se da expressão Aramaica “Abba”, que era a palavra utilizada por Jesus para se referir ao Pai.

Na história das JMJ, houve um Hino onde essa expressão assumiu um papel muito impor-tante, sendo cantada no refrão. Escuta-se, então, o Hino da JMJ 1991, realizada em Czestochowa, na Polónia.

ESCUTAQuerigmática

Materiais: Bíblia

Tempo: 5 minutos

De seguida, o animador convida um jovem a fazer a leitura do texto bíblico.

Evangelho segundo S. Lucas (Lc 11, 1-8)

1 E aconteceu que, estando Ele num certo lugar a rezar, quando acabou, disse-lhe um dos seus discípulos: «Senhor, ensina-nos a rezar, tal como João ensinou os seus discípulos». 2 Disse-lhes, então: «Quando rezardes, dizei:Pai,santificado seja o teu nome,venha o teu reino,3 dá-nos cada dia o nosso pão quotidiano,4 perdoa-nos os nossos pecados,pois também nós perdoamos a todo aquele que nos ofendee não nos deixes cair em tentação».5 E disse-lhes: «Quem de vós terá um amigo e irá ter com ele a meio da noite para lhe dizer: “Amigo, empresta-me três pães, 6 visto que um amigo meu chegou de viagem e nada tenho para lhe pôr à frente”; 7 e ele, de dentro, respondendo, dirá: “Não me importu-nes, a porta já está fechada, e os meus filhos estão na cama comigo; não posso levantar--me para tos dar”? 8 Digo-vos: ainda que não se levante para lhos dar por ser seu amigo, levantar-se-á por causa da falta de vergonha dele e dar-lhe-á tudo quanto necessite».

Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor.

Hino da JMJ 1991

66RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #10| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #10

ACOLHEQuerigmática

Tempo: 15 minutos

Depois da leitura do texto, o animador orienta o grupo no sentido de compreender que o texto tem duas grandes partes:

• Na primeira, Jesus reza e ensina os discípulos a rezar, tratando a Deus como Pai.• Na segunda, através de uma história, a parábola do amigo inoportuno, Jesus fala da

importância de insistir quando pedimos algo que é de facto necessário (seja para nós ou para os outros).

De seguida, apresenta a relação entre as duas partes do texto, destacando:

• Jesus mostra-nos que, na oração, existe uma relação de proximidade entre Deus e nós, uma intimidade tal em que o podemos tratar como nosso Pai ou melhor como “ABBA”, que significa “PAPÁ”; uma expressão carinhosa utilizada, muitas vezes, pelas crianças com a certeza de que diante do Pai estão perante alguém em quem podem confiar e pedir aquilo de que precisam.

• Na nossa vida quotidiana vamos tendo necessidades; para as vermos solucionadas é necessário que não desistamos de lutar. Aconteceu com aquele homem que pre-cisava de alimentar um amigo e não tinha pão em casa. Porque precisava de ver-dade, insistiu até conseguir aquilo que lhe fazia falta.

• Através desta parábola, Jesus convida-nos a sermos perseverantes na oração e a pedirmos a Deus o que nos faz falta: pedir ao Pai, insistir com Ele, ser “importuno” no horário ou no que quer que seja até obter uma resposta afirmativa. Se no nosso coração sentimos verdadeiramente uma necessidade, não tenhamos receio de falar com o Pai sobre isso, as vezes que forem precisas.

Sugestão: Vídeo com o testemunho de um jovem que passe a mensagem de que é pre-ciso insistir (na vida concreta e na oração).

77RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #10| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #10

INTERROGA-TEHumana, espiritual e litúrgica

Materiais: papéis para todos os jovens

Tempo: 15 minutos

Este momento será composto por três pequenas etapas, nas quais os jovens serão convi-dados a refletir individualmente sobre algumas questões relacionadas com o tema deste encontro (entregar as questões em 3 papéis diferentes).

1º Eu

• No dia a dia, sou alguém que insiste ou que desiste?• Luto, com empenho, por coisas que valem a pena?

2º Eu e Deus

• Quando rezo, faço-o com a consciência de que Deus é um Pai carinhoso e em quem posso confiar? A oração é para mim ocasião de descoberta do que Deus me quer dar?

3º Eu e os outros

• Estou atento às necessidades daqueles que mais precisam de mim?• Quando insistem comigo para fazer algo que será bom para os outros, faço-o ou,

quando é exigente, acabo por desistir? Porquê?

PARTILHAHumana, espiritual e litúrgica

Tempo: 20 minutos

De que modo é que estas três dimensões são um alimento para a tua vida?

Depois do tempo de reflexão o animador introduz o momento de “Partilha” convidando os jovens a olharem para os três pães que estão no cenário do encontro.

Depois lembra a importância do pão na nossa alimentação e que o texto bíblico se refere a alguém que vai pedir três pães para alimentar um amigo.

De seguida indica que os três pães do cenário representam as três etapas do momento anterior: A minha relação comigo próprio, a minha relação com Deus e a minha relação com os outros.

Finalmente, lança a partilha em grupo, pedindo aos jovens que indiquem de que modo estas três dimensões são um alimento para a sua vida.

88RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #10| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #10

(Permite que os jovens partilhem a sua opinião livremente. No fim o animador faz uma sín-tese das várias perspetivas indicando o mais relevante).

REZAEspiritual e litúrgica

Materiais: Exortação Apostólica “Cristo Vive”

Tempos: 5 minutos

De seguida, propõe que, em silêncio, cada participante leia o seguinte texto, quiçá com-pletando o que foi partilhado pelos jovens.

Exortação Apostólica CRISTO VIVE, 117

Quando (Deus) te pede alguma coisa ou quando, simplesmente, permite aqueles desa-fios que a vida te apresenta, espera que lhe dês espaço para te poder fazer seguir em frente, para te promover, para te amadurecer. Não o incomoda que lhe apresentes as tuas interrogações, aquilo que o preocupa é que tu não fales com Ele, não te abras, com sinceridade, ao diálogo com Ele. Conta a Bíblia que Jacob teve uma discussão com Deus (cf. Gn 32,25-31), e isso não o afastou do caminho do Senhor. Na realidade, é Ele mesmo que nos exorta: «Vinde então para discutirmos» (Is 1,18). O seu amor é tão real, tão ver-dadeiro, tão concreto, que nos oferece uma relação cheia de diálogo sincero e fecundo. Finalmente, procura o abraço do teu Pai do Céu no rosto amoroso das suas valentes tes-temunhas na terra!

Depois, convida a rezar a oração do Pai Nosso.

Pai-Nosso

LEVANTA-TEMissionária e pastoral

Tempo: 5 minutos

“INSISTE; PERSISTE; NÃO DESISTAS! Ámen”

Insiste no diálogo com Deus... fala com Ele todos os dias e não te esqueças de que é teu Pai. Persiste naquilo que és… não tenhas medo de arriscar. Não desistas de ajudar os outros… partilha um pouco do que tens, mesmo que te custe.

99RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #10| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #10

CONTINUAO animador desafia os jovens a convidar alguém, INSISTENTEMENTE, para integrar este Itinerário de Preparação para a JMJ (RISE UP). Na verdade, é essencial passar a mensa-gem de que não basta querer participar na JMJ, mas que também é necessário fazer um caminho de preparação. Quanto mais preparados estivermos, melhor aproveitare-mos aqueles dias incríveis.

EU CREIOA expressão tradicional «oração dominical (isto é, oração do Senhor) significa que a prece dirigida ao nosso Pai nos foi ensinada e legada pelo Senhor Jesus. Tal oração, que nos vem de Jesus, é verdadeiramente única: é «do Senhor». Efectivamente, por um lado, nas palavras desta oração o Filho Único dá-nos as palavras que o Pai Lhe deu: Ele é o mestre da nossa oração. Por outro lado, sendo o Verbo encarnado, Ele conhece no seu coração de homem as necessidades dos seus irmãos e irmãs humanos e revela-no-las: Ele é o modelo da nossa oração. (Catecismo da Igreja Católica, n. 2765)

Guardar para o caminho

• Este encontro levou-nos a tomar mais consciência de que Deus é nosso Pai e está sempre connosco.

• Recordou-nos como Jesus ensinava os discípulos a rezar com as palavras que nós repetimos quando rezamos o Pai-nosso.

• Compreendemos melhor que podemos pedir tudo a Deus, nosso Pai, e que Ele nos dá sempre aquilo que é melhor para nós.

• Descobrimos ainda que para sermos filhas/filhos do Pai do Céu temos de estar dis-poníveis para partilhar com os irmãos aquilo que recebemos.

1010RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #11| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #11

ENCONTRO #11 Levanta-te e deixa-te abraçar pelo Pai

Texto bíblico: Lc 15, 11-32

Objetivos: • Toma consciência do imenso amor que Deus tem por ti.• Faz a experiência da reconciliação, deixando-te abraçar pelo amor do Pai.• Vai ao encontro dos outros, com gestos de fraternidade.

Observações pedagógicas/Indicações práticas: • Quadro do Filho pródigo de Rembrandt. • Vídeos.• Nos momentos “Partilha” e “Reza”, se não for possível realizar a proposta indi-

cada, sugere-se que, em vez do abraço, os jovens fiquem em pares, frente a frente, olhando-se nos olhos e dizendo um ao outro palavras que exprimam o gesto do abraço. Se o encontro não for presencial, pode realizar-se esta dinâmica em salas simultâneas.

• Pode prever-se, para este encontro ou noutro momento, a celebração do Sacramento da Reconciliação.

PREPARA-TEJornada Mundial da Juventude

Tempo: 10 minutos

O animador relembra o encontro anterior e o desafio a serem convidados outros jovens para participar. Se veio alguém de novo, é acolhido com cordialidade e convidado a apre-sentar-se brevemente.

De seguida, o animador sugere que os jovens, olhando em volta, pensem em uma ou duas pessoas do grupo.

O animador convida a que fechem os olhos e pensem como Deus está feliz porque as pessoas em que os jovens pensaram estão ali no meio deles. Deus Pai acolhe-nos a todos e por isso temos que nos alegrar por cada pessoa presente.

De seguida, referindo que a Jornada Mundial da Juventude é um forte momento de encon-tro e de abraço entre pessoas e culturas, convida o grupo a expressar a alegria pela pre-sença de todos, através da forma que considerar mais apropriada, se possível com um abraço. (Outras formas, por exemplo, um sorriso, um elogio, um agradecimento, uma mensagem que expresse a alegria por alguém estar presente).

1111RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #11| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #11

ESCUTAQuerigmática

Materiais:• Bíblia / texto Bíblico• Quadro de Rembrandt• Vídeo com explicação do quadro: https://www.youtube.com/watch?v=0TgUikT-_Oc• Vídeo Filho pródigo atualizado: https://youtu.be/C3g0X92Q3UY

Tempo: 20 minutos

De seguida, o animador convida um jovem a fazer a leitura do texto bíblico.

Evangelho segundo São Lucas (Lc 15, 11-32)

11 Disse ainda: «Um homem tinha dois filhos. 12 O mais novo deles disse ao pai: “Pai, dá-me a parte dos bens que me toca”. O pai repartiu os bens entre eles. 13 Não muitos dias depois, o filho mais novo, juntando tudo, partiu para uma região distante e aí esbanjou os seus bens, vivendo dissolutamente. 14 Depois de ele gastar tudo, surgiu uma grande fome naquela região, e ele começou a passar privações.

15 Uniu-se, então, a um dos cidadãos daquela região, que o mandou para os seus cam-pos guardar porcos[5]. 16 Desejava saciar-se com as bolotas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava.

17 Então, caindo em si, disse: “Quantos assalariados de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui morro de fome! 18 Vou levantar-me, ter com meu pai e dizer-lhe: ‘Pai, pequei con-tra o céu e para contigo; 19 não mais sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como um dos teus assalariados’”. 20 E levantando-se foi ter com o seu pai.

Ainda ele estava longe, quando o seu pai o viu e se compadeceu profundamente; cor-rendo, então, lançou-se-lhe ao pescoço e beijou-o repetidamente. 21 Disse-lhe o filho: “Pai, pequei contra o céu e para contigo; não mais sou digno de ser chamado teu filho”.

22 O pai, porém, disse aos seus servos: “Trazei depressa a melhor veste[6] e vesti-lha, dai--lhe um anel para a sua mão e sandálias[7] para os pés; 23 trazei o vitelo gordo, matai-o e festejemos comendo, 24 porque o meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi encontrado”. E começaram a festejar.

25 Ora, o seu filho mais velho estava no campo[8]. Quando voltou e se aproximou da casa, ouviu músicas e danças, 26 chamou um dos servos e procurou saber o que era aquilo. 27 Ele disse-lhe: “O teu irmão voltou, e o teu pai matou o vitelo gordo, porque o recebeu de volta são e salvo”. 28 Ficou irado e não queria entrar, mas o seu pai saiu para lhe supli-car. 29 Em resposta, disse ao seu pai: “Eis que há tantos anos te sirvo, nunca transgredi uma ordem tua e nunca me deste um cabrito para eu festejar com os meus amigos. 30 Mas, quando veio esse teu filho, que devorou os teus bens com prostitutas, mataste--lhe o vitelo gordo”. 31 Ele disse-lhe: “Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é

1212RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #11| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #11

teu; 32 mas era necessário festejar e alegrarmo-nos, porque este teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi encontrado”».

Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor.

Depois da um momento de silêncio, propõe-se a visualização:

• do vídeo com a explicação do quadro de Rembrandt “O regresso do filho pródigo”. • ou do vídeo Filho pródigo atualizado:

Depois, o animador convida os jovens a colocarem-se na cena:

a. Imaginando-se no lugar do filho pródigo, procurando ver o que de comum têm com ele. b. Imaginando-se no lugar do filho mais velho, procurando ver o que de comum têm

com ele.c. Imaginando-se no lugar do Pai, procurando sentir-se a abraçar e a ser abraçados

por Ele.

No final, propõe um breve diálogo em que cada um partilha o que sentiu ao colocar-se no lugar dos diferentes personagens e com qual se identificou mais.

Depois, comenta, brevemente, outros aspetos do texto com a ajuda do seguinte texto de D. António Couto:

«(…) Jesus traz para a cena, (…) um Pai excecionalmente maravilhoso e bom, em quem pulsa um imenso coração e vibram entranhas de misericórdia. Tem dois filhos, que nos represen-tam a todos: um claramente pecador, que opta por sair de casa, depois de ter pedido ao pai a sua parte da herança. Note-se que todo o pai dá três coisas aos seus filhos: o pão, todos os dias; roupas novas, nos tempos festivos; a herança, uma única vez na vida, pouco antes de morrer. (…) O pedido deste filho de receber a herança assume, portanto, um imenso dra-matismo. Fazendo o pedido que faz, este filho como que mata o pai, ao mesmo tempo que morre como filho! Não quer mesmo mais ser filho nem depender de nenhum pai.

Parte para longe, gasta tudo, torna-se um assalariado desamparado, guarda porcos, vive abaixo de porco (não lhe é sequer permitido comer com os porcos, como os porcos!). É o seu ponto mais baixo. Pensa então em voltar para casa, mas como assalariado, não como filho. Prestemos atenção ao discurso em três pontos que prepara: 1) «Pai, pequei contra o céu e contra ti; 2) não sou mais digno de ser chamado teu filho; 3) trata-me como um dos teus assalariados» (Lucas 15,18-19).

Ei-lo, portanto, que regressa. Mas já o Pai está à espera dele com um imenso abraço de alma a alma. Mas o filho tinha preparado o seu discurso em três pontos, e ei-lo que começa a debitá-lo: 1) «Pai, pequei contra o céu e contra ti; 2) não sou mais digno de ser chamado teu filho» (Lucas 15,21). Como se compreende, o terceiro ponto do discurso que tinha preparado era fatal, e o filho já não o diz. Não porque não quisesse, mas porque o Pai o interrompe, dizendo aos criados: «Depressa…» (Lucas 15,22).

É então que a surpresa enche outra vez a cena. Quando nós regressamos a casa, a Deus, nunca encontraremos um Pai distraído, ou que mudou de residência, ou que responde de forma brusca, distante e fria. Está lá sempre à nossa espera, na soleira da porta ou à janela, verdadeiramente comovido, a transbordar de misericórdia desde as entranhas (splagchnízomai) (Lucas 15,20), de braços abertos, precede-nos, recebe-nos, reabilita-nos como filhos fazendo-nos vestir «o primeiro vestido» (stolê tê prôtê) (Lucas 15,22), isto é,

O Regresso do filho pródigo

Filho pródigo atualizado

1313

o que vestíamos antes e abandonámos, portanto, o de filhos, quando nós queremos é ser assalariados. Depois, faz uma festa, mata o vitelo gordo, prepara um banquete de arromba (euphraínô), vai mesmo até ao ponto de chamar uma orquestra (symphônía)! Alegria excessiva deste Pai pródigo de amor e misericórdia!

É aqui que surge em cena o outro filho, que estava no campo (Lucas 15,25). Esta nota do «campo» serve só para nos dizer que é um dia de semana, e que o Pai desta história faz festa sem esperar pelo fim-de-semana! Este filho mais velho é retratado como um bom cumpridor de ordens, um «justo» e zeloso fariseu, igualzinho aos fariseus «justos» e zelo-sos que tinham aparecido no início da história. Tal como estes, também este filho se acha com direitos e créditos sobre Deus. Em Deus não vê um Pai, mas um patrão que tem de lhe pagar, pois «nunca transgrediu uma ordem dele» (Lucas 15,29). Sempre igualzinho aos fariseus que no início da história recriminavam Jesus porque acolhia e comia com os pecadores, também este filho recrimina o seu pai por acolher e ter tudo preparado para comer com um pecador! O Pai implora-lhe que entre para o banquete da alegria.»

Texto completo: www.educris.com/v3/liturgia/8872-domingo-xxiv-do-tempo-comum-esta-parabola-da--misericordia

ACOLHE E INTERROGA-TEQuerigmática

Materiais: • Espaço para registo das respostas. • Música de fundo.

Tempo: 15 minutos

O animador prossegue o encontro, propondo, com base no seguinte texto do Papa Francisco, no Angelus de 15.09.2019, um momento de interrogação pessoal.

“Deus é o Pai que espera o regresso do filho pródigo: Deus espera sempre por nós, não se cansa, não desanima. Porque somos nós, cada um de nós, o filho abraçado de novo (…). Ele espera todos os dias que nos apercebamos do seu amor. Tu dizes: «Mas eu com-portei-me mal, tive muitos comportamentos maus!». Não tenhas medo: Deus ama-te, Ele ama-te tal como és e sabe que só o Seu amor pode mudar a tua vida.”

Como é a minha relação com Deus? Em que ocasiões experimentei que sou amado infinitamente por Ele?

“Mas este amor infinito de Deus por nós, pecadores, que é o coração do Evangelho, pode ser rejeitado. É o que faz o filho mais velho da parábola. Ele não entende o amor naquele momento e tem em mente mais um dono do que um pai. É um risco para nós também: acreditar num deus mais rigoroso do que misericordioso, um deus que derrota o mal com o poder e não com o perdão.”

RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #11| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #11

Papa Francisco, Angelus, 15.09.2029

Papa Francisco, Angelus, 15.09.2029

1414RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #11| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #11

Qual é a imagem que tenho de Deus? Em que ocasiões rejeitei o seu amor? Há alguma coisa que me dificulta levantar-me e ir ter com o Pai? O que me dificulta acolher o abraço do Pai?

“Não é assim, Deus salva com o amor, não com a força; propondo-se e não se impondo. Mas o filho mais velho, que não aceita a misericórdia do seu pai, fecha-se, comete um erro pior: ele presume que é justo, presume que é atraiçoado e julga tudo com base no seu conceito de justiça. Então ele zanga-se com o irmão e reprova o pai: «Mataste o bezerro gordo agora que este teu filho voltou» (cf. v. 30). Este teu filho, não lhe chama meu irmão, mas o teu filho. Ele sente-se como um filho único. Também nós erramos quando acha-mos que temos razão, quando achamos que os maus são os outros.”

Como é a minha relação com as outras pessoas (da família, colegas, etc.)? Que dificuldades experimento nas minhas relações? Que experiências tenho de me “zangar” com alguém? Alegro-me com a alegria dos outros?

PARTILHAHumana, espiritual e litúrgica

Tempo: 20 minutos

Segue-se, depois, um momento de partilha da reflexão individual. O animador refere que, assim como o filho mais novo desabafou com o Pai e experimentou o dom do abraço, assim cada jovem é convidado, se possível, a receber um abraço e a partilhar o que medi-tou. Um de cada vez é convidado a abraçar quem está à sua direita. Após sentir o abraço, faz a partilha sobre a sua reflexão.

Como alternativa, em vez de um abraço, pode enviar-se a seguinte mensagem para outro jovem: “Um abraço especial para ti”.

REZAEspiritual e litúrgica

Tempo: 10 minutos

Materiais:• http://conferenciaepiscopal.pt/biblia/index.php/Sl_86• Quadro de Rembrandt

Papa Francisco, Angelus, 15.09.2029

1515RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #11| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #11

Depois, reza-se o Salmo 86

De seguida, o animador, referindo que “Deus espera sempre por nós, não se cansa, não desanima” e recordando a passagem de São Lucas: “E levantando-se foi ter com o seu pai.”, convida cada um a levantar-se e a olhar para o quadro de Rembrandt fazendo uma ressonância (repetindo uma frase/palavra de que mais gostou) do salmo ou da passa-gem bíblica de Lucas.

No final, reza-se o Pai Nosso, se possível, abraçados.

LEVANTA-TEMissionária e pastoral

Tempo: 5 minutos

Os jovens são desafiados a reconciliar-se com alguém que os tenha ofendido ou que tenham ofendido e a celebrar o Sacramento da Reconciliação.

Podem, também, organizar uma festa para alguém/conjunto pessoas que esteja(m) a passar dificuldades.

CONTINUA

Ver o filme: “Dead Man Walking”

EU CREIO Ora, o apelo de Cristo à conversão continua a fazer-se ouvir na vida dos cristãos. Esta segunda conversão é uma tarefa ininterrupta para toda a Igreja, que contém pecadores no seu seio» e que é, ao mesmo tempo, santa e necessitada de purificação, prosseguindo constantemente no seu esforço de penitência e de renovação. Este esforço de conver-são não é somente obra humana. É o movimento do «coração contrito» atraído e movido pela graça para responder ao amor misericordioso de Deus, que nos amou primeiro.

Catecismo da Igreja Católica, n. 1428

Salmo 86

1616RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #12| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #12

Guardar para o caminho

Compreendemos melhor que Deus é um Pai que nos ama tanto que nos espera de bra-ços abertos, como o Pai do Filho Pródigo, cada vez que nos afastamos dele.

Tomámos consciência de que é no sacramento da Reconciliação que Deus nos acolhe com um amor imenso.

Compreendemos como temos, também nós, de perdoar a quem nos ofende e magoa.

ENCONTRO #12Levanta-te e Agradece

Texto bíblico: Lc 7, 11-17

Objetivos: • Desperta para a importância do agradecimento.• Valoriza a proximidade como fonte de cura.

Observações pedagógicas/Indicações práticas:• Se o encontro não for presencial, adapta-se a proposta do momento “Prepara-te”,

por exemplo pedindo a cada jovem que faça o gesto de atirar a “bola” dizendo o nome da pessoa que a vai receber.

• Reforçar o valor da palavra “obrigado” (que pode aparecer como pano de fundo).• A visualização do filme pode ser vista em conjunto (num outro encontro).

PREPARA-TEJornada Mundial da Juventude

Materiais: • Pequena bola (se for presencial). • Fotos do “Parque do perdão” da JMJ

Tempo: 10 minutos

1717RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #12| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #12

O encontro começa com uma breve partilha relativa à experiência de reconciliação vivida pelos jovens. Para esta partilha propõe-se a dinâmica da “batata quente” em que cada jovem, depois da sua partilha com o grupo, atira uma bola para outra pessoa ou, simples-mente diz o seu nome para que faça o mesmo.

No final, fazendo também a sua partilha, o animador refere a importância que tem na Jornada Mundial da Juventude a celebração do Sacramento da Reconciliação, mostrando algumas fotos dos parques do perdão.

Faz, depois, a passagem à proclamação do texto bíblico, afirmando o valor do agradeci-mento como fruto do perdão.

ESCUTAQuerigmática

Materiais: • Bíblia• https://mesadepalavras.wordpress.com/2019/10/

Tempo: 20 minutos

De seguida, o animador convida um jovem a fazer a leitura do texto bíblico.

Evangelho segundo São Lucas (Lc 17, 11-19)11 E aconteceu que, ao ir para Jerusalém, Ele atravessava a Samaria e a Galileia. 12 E, tendo Ele entrado numa povoação, vieram-lhe ao encontro dez leprosos, que ficaram à distância. 13 Eles levantaram a voz, dizendo: «Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós!». 14 Ao vê-los, Jesus disse-lhes: «Ide mostrar-vos aos sacerdotes». E aconteceu que, enquanto eles iam, ficaram purificados.

15 Mas um deles, ao ver que fora curado, voltou glorificando Deus com voz forte, 16 e caiu com o rosto por terra aos pés de Jesus, dando-lhe graças. Era um samaritano. 17 Em res-posta, Jesus disse: «Não foram os dez purificados? Onde estão os outros nove? 18 Não se encontrou quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?». 19 Disse-lhe, então: «Levanta-te e vai; a tua fé te salvou».

Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor.

Depois da proclamação da passagem bíblica, os jovens, em pares, são convidados a aprofundar o sentido do texto bíblico, destacando o que consideram mais importante

1818RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #12| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #12

em apenas um dos textos seguintes. No final faz-se uma partilha, em jeito de chuva de ideias, com os aspetos essenciais, começando pelos pares do texto 1 e terminando com os do texto 4.

Texto 1

Os leprosos, devido à sua doença contagiosa, eram excluídos da sociedade, literal-mente excomungados, e obrigados a andar longe dos povoados, não se podendo aproximar de ninguém. E, à vista de alguém, deviam gritar: «Impuro, impuro!», para que as pessoas se desviassem deles, de acordo com as prescrições que podemos ver no Livro do Levítico 13,45-46.

Texto 2

O Evangelho diz-nos que se trata de um grupo de dez leprosos, certamente judeus e samaritanos. Já sabemos que os judeus não se dão com os samaritanos (cf. João 4,9). Mas aqui, afinal, andam juntos uns e outros. É bem verdade que a doença, a miséria, a dor e o sofrimento juntam as pessoas, sem olhar a credos e raças! E o grito que lançam juntos a Jesus é igualmente estranho e significativo, dado que, no seu grito, chamam a Jesus “Mestre” (cf. Lucas 17,13), eles que têm necessidade de cura e não de ensina-mentos, pois, ainda que o desejassem, nem sequer podiam ir à escola. Então é como se estes leprosos estivessem a pensar em nós, a fazer-nos compreender que Jesus veio sobretudo curar os males do espírito e iluminar o escuro dos corações, desfazer os pre-conceitos que toldam tantas vezes a nossa vida quotidiana!

Texto 3

É claro que Jesus escuta o seu pedido (nós é que não sei!), e manda que se vão apre-sentar aos sacerdotes, para que estes, dentro das suas competências de autoridade sanitária de controlo (Levítico 13,2-3), os pudessem declarar curados da lepra. Note-se bem que Jesus os manda apresentar-se aos sacerdotes, antes de os curar, como quem diz que requeria deles uma fé total na sua capacidade de os curar. Eles partem, sinal da plena confiança que depositam em Jesus, pois, quando se põem a caminho, ainda con-tinuam possuídos pela lepra.

Texto 4

Na verdade, é depois de partirem, enquanto caminham, que se sentem curados! (Lucas 17,14).

O centro do episódio começa agora. Os holofotes do narrador põem em grande des-taque um dos dez leprosos que, sentindo-se curado, interrompeu a sua viagem e vol-tou para trás, louvando a Deus com voz grande, e veio agradecer a Jesus, prostran-do-se aos seus pés! O narrador informa-nos que era um samaritano (Lucas 17,15-16), portanto herético, estrangeiro, excluído, marginalizado, descartado, da região «daquele estúpido povo que habita em Siquém», para o dizer com as palavras de Ben-Sirá 50,26. É-nos permitido deduzir ainda que este samaritano se sente pobre e devedor a Deus pela graça concedida, enquanto que os restantes, talvez todos judeus, não sentiram tal

D. António Couto, Mesa de palavras, um coração samaritano

D. António Couto, Mesa de palavras, um coração samaritano

D. António Couto, Mesa de palavras, um coração samaritano

1919RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #12| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #12

necessidade, bem pelo contrário, porque o seu pensamento teológico os levava a pen-sar que era Deus que estava em dívida para com eles, e que, portanto, Jesus não terá feito mais do que devia!

ACOLHEQuerigmática

Materiais: Vídeo com o texto

Tempo: 5 minutos

Depois da partilha, o animador relaciona a experiência da pandemia atual com os efei-tos provocados pela lepra. Ambas impõe o distanciamento (físico, social, etc.) e requerem outras e novas formas de proximidade.

Introduz, de seguida, o exemplo criativo de São Francisco de Assis na forma como se rela-cionava com os leprosos, convidando os jovens a verem um pequeno vídeo.

São Francisco é curado dos seus temores por um leproso

Um dia, indo o jovem Francisco a cavalo perto de Assis, veio ao seu encontro um leproso. Habitualmente, Francisco tinha horror aos leprosos, pelo que teve de fazer violência sobre si para descer do cavalo, dar-lhe uma moeda de prata e beijar-lhe a mão. Tendo recebido do leproso um beijo de paz, voltou a montar e seguiu caminho. A partir de então, come-çou a ultrapassar, a pouco e pouco, aquela sua limitação, até conseguir, pela graça de Deus, uma vitória perfeita sobre si próprio.

Alguns dias mais tarde, muniu-se de uma grande quantidade de moedas, dirigiu-se ao hospício dos leprosos e, reunindo-os a todos, deu uma esmola a cada um, beijando-lhes a mão. No regresso, o que anteriormente lhe parecia repugnante – ver ou tocar os lepro-sos – tinha-se transformado em verdadeira doçura. Ver leprosos fora-lhe tão penoso, que não só se recusava a vê-los como a aproximar-se das suas habitações; e, se lhe aconte-cia vê-los ou passar perto da leprosaria [...], desviava o rosto e apertava o nariz. Mas a graça de Deus tornou-o tão próximo dos leprosos que, como atesta no seu testamento, vivia entre eles e servia-os humildemente. A visita aos leprosos tinha-o transformado.

Narrativa de três compa-nheiros de São Francisco de Assis [c. 1244], § 11

D. António Couto, Mesa de palavras, um coração samaritano

2020RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #12| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #12

INTERROGA-TEHumana, espiritual e litúrgica

Materiais: Música: Obrigado (https://youtu.be/-uR8exVJCoE)

Tempo: 20 minutos

Após o vídeo, os jovens são convidados a um tempo de reflexão pessoal, com base nas questões apresentadas.

Este momento pode ser acompanhado com a música “Obrigado” ou outra.

• De que maneira deixo as minhas dificuldades para estar ao lado do outro, como fez São Francisco de Assis ao aproximar-se daquele leproso?

• Estou grato/a por aqueles que põem de parte as suas dificuldades para me ajudar?• Que graça quero pedir a Deus para que me aproxime d’Ele?

PARTILHAHumana, espiritual e litúrgica

Materiais: Se o encontro for digital, criam-se salas múltiplas e dividem-se os participantes por elas.

Tempo: 20 minutos

No final do momento de reflexão pessoal, em pequenos grupos, os jovens partilham as suas respostas às questões anteriores, operacionalizando-as em aspetos concretos.

REZAEspiritual e litúrgica

Materiais: JMJ Rio 2013 – Vigília (https://www.youtube.com/watch?v=YB9KkD1jvas)

Tempo: 10 minutos

Obrigado

2121RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #12| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #12

Depois do momento de partilha em grupos, os jovens são convidados a acolher o con-vite do Papa Francisco, que na Exortação Cristo Vive os convida a darem-se à maneira de S. Francisco de Assis, através da oração de São Francisco.

A vossa vida não é «entretanto»; vós sois o agora de Deus, que vos quer fecundos. Porque «é dando que se recebe», e a melhor maneira de preparar um bom futuro é viver bem o presente, com dedicação e generosidade. (Papa Francisco, Cristo vive 96, 178).

Oração de São Francisco

Senhor, fazei-me um instrumento de Vossa paz.

Onde houver ódio, que eu leve o amor.Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.Onde houver discórdia, que eu leve a união.Onde houver dúvida, que eu leve a fé.

Onde houver erro, que eu leve a verdade.Onde houver desespero, que eu leve a esperança.Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.E onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó mestre, fazei que eu procure maisConsolar que ser consoladoCompreender que ser compreendidoAmar que ser amadoPois, é dando que se recebeÉ perdoando que se é perdoadoE é morrendo que se vive para a vida eterna (2x).

LEVANTA-TEMissionária e pastoral

Tempo: 5 minutos

Participar na Eucaristia (que significa ação de graças) em conjunto, consciencializando a comunidade para o valor do agradecimento.

Criar uma dinâmica de dizer “obrigado” na família e na comunidade.

JMJ Rio 2013 – Vigília

2222RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #13| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #13

CONTINUAFilme: Ben Hur

EU CREIOA ação de graças caracteriza a oração da Igreja que, ao celebrar a Eucaristia, manifesta e cada vez mais se torna naquilo que é. De facto, pela obra da salvação, Cristo liberta a criação do pecado e da morte, para de novo a consagrar e fazer voltar ao Pai, para sua glória. A ação de graças dos membros do corpo participa na da sua Cabeça. (Catecismo da Igreja Católica, n. 2637)

Guardar para o caminho

• Refletimos sobre a importância de saber reconhecer e agradecer tudo quanto temos recebido na nossa vida.

• Tomámos consciência de que muitos nos têm ajudado e de que como é necessário partilhar o que temos com os outros.

• Recordámos que cada Eucaristia é uma ação de graças por tudo quanto o Senhor nos dá constantemente.

ENCONTRO #13Levanta-te e reza para não caíres em tentação

Texto bíblico: Lc 22, 39-46

Objetivos: • Toma consciência de que Jesus vive “de pé” os momentos de tentação e sofrimento. • Descobre a força da oração perseverante no combate espiritual.• Fortalece a tua confiança em Deus, unindo-te à sua cruz.

Observações pedagógicas/Indicações práticas:• Cordas e paus ou canas para cada participante e de uma corda grande e grossa• Deverão assegurar-se condições de projeção de um filme• O encontro termina com um momento de oração pelo que deverão prever e prepa-

rar esse ambiente de recolhimento (cruz grande tipo JMJ, velas...)

2323RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #13| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #13

PREPARA-TEJornada Mundial da Juventude

Materiais: • Corda grossa, lenço. • Excerto do vídeo - 1m30 (https://www.youtube.com/watch?v=PWBeZTvMbpM)

Tempo: 20 minutos

O animador relembra o encontro anterior e a sua temática. Refere depois que normal-mente o Evangelho apresenta o verbo “levantar” como uma ação de Jesus em benefício de outras pessoas. No entanto, no texto bíblico deste encontro, os jovens poderão ver o que levava Jesus a levantar-se e a viver levantado na vida.

De seguida, o animador propõe a dinâmica do “jogo da corda”. Prepara-se uma corda com um lenço no meio e vários nós espaçados ao longo da corda. Constituem-se duas equipas e cada uma segura num extremo da corda. O objetivo é puxar a corda para o seu lado, até passar o lenço, experimentando que quanto mais força se faz de um lado, mais força pre-cisamos de fazer do outro. Constata-se que a equipa que perde tem menos força e que alguns elementos terão estado a “dormir” não exercendo a força necessária para vencer.

O animador refere, depois, que a Via Sacra (Via Crucis) é, em cada Jornada Mundial da Juventude, um momento particular em que os jovens são convidados a contemplar a forma como Jesus esteve de pé na vida. A sua caminhada para o Calvário transportando a cruz é um exemplo de luta, perseverança e fidelidade à verdade, ao bem, ao amor e à justiça, diante da adversidade e do sofrimento. Pode-se visualizar um pequeno vídeo referente à Via Sacra (Via Crucis) da JMJ de 2011 Madrid que teve a particularidade de apresentar diversas imagens relacionadas com as tradições locais da semana santa.

ESCUTAQuerigmática

Materiais:• Excerto do Filme A Paixão de Cristo• Folhas com palavras impressas• Folhas brancas• Marcadores

Tempo: 20 minutos

Via Sacra JMJ 2011

2424RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #13| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #13

O animador introduz o episódio que irá ser escutado e trabalhado neste encontro.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 22, 39-46)

39 Então, saindo, foi como de costume para o Monte das Oliveiras. Seguiram-no também os discípulos.

40 Quando chegou ao lugar, disse-lhes: «Rezai para não entrardes em tentação». 41 E Ele afastou-se deles quase à distância do lançamento de uma pedra e, ajoelhando-se, rezava, 42 dizendo: «Pai, se queres, afasta de mim este cálice! No entanto, não se faça a minha von-tade, mas a tua». 43 Apareceu-lhe, então, um anjo do céu a confortá-lo.

44 Tendo entrado em agonia, rezava mais intensamente, e o seu suor tornou-se como gotas de sangue que caíam na terra. 45 Levantando-se da oração, ao ir ter com os discí-pulos, encontrou-os a dormir de tristeza.

46 E disse-lhes: «Porque dormis? Levantai-vos e rezai, para que não entreis em tentação».

Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor.

Depois da proclamação do Evangelho, o animador contextualiza o texto, propondo que os jovens se situem face aos sentimentos vividos por Jesus no momento narrado. Pode fazê-lo seguindo duas opções:

Opção 1

Referir os seguintes aspetos: Neste momento da vida de Jesus, vemos como Ele está numa encruzilhada: está prestes a ser aprisionado pelos inimigos, será rejeitado, sofrerá muito, da maneira mais humilhante e aviltante. Jesus sente-se sozinho diante das suas dúvidas e angústias. Valerá a pena? Isso é que vai salvar a humanidade? Quem dará valor? Diante do sofrimento atroz, mas salvador, que o espera sente-se tentado a desistir – ou a não continuar com a missão, com o projeto de salvação e de amor redentor do Pai – motivo pelo qual Jesus foi enviado ao mundo e chegou a este momento? Por isso Jesus escolhe recolher-se em oração e pede aos seus para o acompanhar.

Opção 2

Visualizar o trecho do filme “A Paixão de Cristo” que mostra este episódio e, com base nele, explorar-se os sentimentos de Jesus e tentações que o terão atravessado naquele momento.

No final de qualquer uma das opções, os jovens são convidados a registar, num quadro, os sentimentos experimentados por Jesus (coluna 1) e a atitude dos discípulos (coluna 2). Depois deste trabalho individual, partilha-se em grande grupo, construindo um quadro comum.

2525RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #13| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #13

No final, o animador conclui, explorando a contraposição entre a atitude de Jesus: Jesus de pé (=vigilante embora angustiado) face ao comportamento dos discípulos deitados (= a dormir/alheados). Jesus permanece fiel à sua missão graças à oração, ainda que no meio da angústia e do abandono.

ACOLHEQuerigmática

Materiais: vídeo a produzir

Para ajudar os jovens a aprofundar a mensagem contida no texto bíblico, propõe-se uma das duas opções:

Opção A

Testemunho de um jovem que toque os seguintes pontos: missão segundo a vontade de Deus que traz alegria e realização; momento de crise, adversidade e difamação/aban-dono; as tentações que sentiu de desistir; como a oração foi fundamental para perma-necer e não desistir (sentimentos).

Opção B

Leitura individual do seguinte texto:

“A oração é o leme que guia a rota de Jesus. Não é o sucesso, não é o consentimento, não é aquela frase sedutora “todos te procuram”, que ditam as etapas da sua missão. É o modo menos confortável que traça o caminho de Jesus, mas que obedece à inspiração do Pai, que Jesus ouve e acolhe na sua prece solitária.” (Papa Francisco, Audiência Geral 4 de novembro. Catequese - 13. Jesus, mestre da oração)

INTERROGA-TEHumana, espiritual e litúrgica

Tempo: música de fundo

2626RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #13| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #13

Tendo por base o quadro construído pelo grupo, segue-se um momento de reflexão pes-soal com base nas seguintes questões:

• Olho para a minha experiência de discípulo: aprendo com Jesus e sigo-O?• Reconheço que também abandono Jesus. Em que circunstâncias?• Procuro com Deus identificar as minhas tentações (=tudo o que me afasta de Deus

e conduz ao pecado): o que me faz afastar do bem?• Tenho consciência que a fidelidade e constância exigem luta, vigilância e oração

perseverante?

PARTILHAHumana, espiritual e litúrgica

Tempo: 20 minutos

Segue-se uma partilha a pares sobre as respostas de cada um.

REZAEspiritual e litúrgica

Tempo: 20 minutos

Propõe-se um tempo de oração diante de uma grande cruz (pode ser a de Taizé ou uma cruz semelhante à das JMJ). Pretende-se que este seja um momento de oração que forta-leça a confiança em Deus, confiança essa que sustentou a perseverança de Jesus. Assim, podem utilizar-se, em vez dos sugeridos, cânticos ou orações que expressem a confiança em Deus que cuida de nós e nos guia.

O espaço da oração pode ser o mesmo ou um espaço distinto. Contudo, importa prepa-rar a ambiência:

• Cruz• Pouca luz (de preferência)• Música de fundo• Velas (e/ou outra decoração que favoreça a oração de recolhimento)• Cordas de sisal para todos os participantes.

2727RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #13| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #13

1. (Voltar a) projetar o trecho do filme “A Paixão de Cristo” ou voltar a ler Lc 22, 39 – 46

2. Convidar os jovens a porem-se na pele de Jesus e na dos discípulos.

a. Ver o que sentem, as motivações. Pôr em mim: Que medos/ tentações tenho? (Dar nós na corda de sisal, conforme vou identificando essas ocasiões.)

b. Jesus pediu aos discípulos que lhe fizessem companhia pela oração. E eu como discípulo? Quanto do meu tempo e de que forma Jesus quer que lhe dê na oração? Faço-lhe companhia? Alimento a minha amizade com ele?

c. Formula um compromisso com Jesus: O que Ele me chama a fazer diante da tentação?

d. Oração final

Sou Tua, ó Jesus, dispõe de mim como melhor Te aprouver.Renuncio a todo o caminho que a Ti não conduza, pois outro caminho não quero. Consagro-Te a minha vontade, que só na Tua ela se confunda, consagro-Te inteiramente o meu coração, que só em Ti ele se consuma, consagrando-Te a minha vida, é só para Ti eu quero viver.Tantos dons comigo repartiste numa generosidade incompreensível para com a mais miserável das Tuas criaturas... Tudo quero restituir-Te para que de tudo disponhas segundo a Tua vontade, e só quisera ter mais para mais depor a Teus Pés. Eu quero fechar-me para sempre na Chaga bendita do Teu dulcíssimo Coração.Prende-me mais e mais nas cadeias do Teu Amor.Quero ser Tua e só Tua no tempo e na eternidade.(Luiza Andaluz)

Cântico: Quanto esperei este momento.

LEVANTA-TEMissionária e pastoral

Tempo: 5 minutos

A oração, relação com Deus, é fonte da fidelidade.

1. Pessoal: Constrói em tua casa, uma cruz, o teu Monte das Oliveiras; o teu canto de encontro de Deus, onde irás colocar essa cruz. Na cruz que construíste, ata o cordel da oração de hoje. Por cada vez que “superas” uma tentação, de cada vez que uma tentação é ven-cida na força da oração, dás um nó. À medida que superas as tentações, os nós venci-dos na cruz encurtam a corda que te aproxima de Jesus.

2828RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #14| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #14

CONTINUA2. Comunitária: Organizar um tempo de oração diante de uma grande cruz (pode ser a de Taizé, ou uma semelhante à das JMJ) e/ou cenário do Getsémani (projeção).

EU CREIO Não entrar em tentação» implica uma decisão do coração: «Onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração [...] Ninguém pode servir a dois senhores» (Mt 6, 21, 24). «Se vivemos pelo Espírito, caminhemos também segundo o Espírito» (Gl 5, 25). É neste consen-timento ao Espírito Santo que o Pai nos dá a força. «Não vos surpreendeu nenhuma ten-tação que tivesse ultrapassado a medida humana. Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados acima das vossas forças, mas, com a tentação, vos dará os meios de sair dela e a força para a suportar» (1 Cor 10, 13). (Catecismo da Igreja Católica, n. 2848)

Guardar para o caminho

• Contemplando a Agonia e todo o sofrimento de Jesus, tomámos consciência de como a oração lhe deu forças para levar a sua missão até ao fim.

• Descobrimos que também podemos fazer companhia a Jesus na sua oração, em vez de ficarmos a dormir como os discípulos.

ENCONTRO #14Levanta-te com Cristo ressuscitado

Texto bíblico: Lc 24, 1-12

Objetivos: • Olha o vazio e o silêncio como lugares fecundos• Vai ao encontro do outro que experimenta o vazio

Observações pedagógicas/Indicações práticas:• Ver o filme “Risen” (2016) na semana anterior ao encontro, como preparação.

2929RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #14| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #14

PREPARA-TEJornada Mundial da Juventude

Tempo: 10 minutos

Fazendo a ponte com o encontro anterior, o animador refere que um dos objetivos da Jornada Mundial da Juventude é proporcionar a cada jovem um encontro com a pessoa de Jesus Cristo, cujo mistério pascal constitui o coração da revelação de Deus à humanidade.

“Cristo vive e quer-te vivo” é uma das expressões emblemáticas da exortação “Cristo Vive”, escrita pelo Papa Francisco. A sua ressurreição de entre os mortos é fonte de vida para todos nós. Pelo Batismo, ressuscitámos com Cristo e podemos viver uma vida nova, como filhos de Deus. Na Jornada Mundial da Juventude de Paris, a Vigília de oração, na qual foram batizados alguns catecúmenos, teve como elemento central o sacramento do Batismo.

O animador prossegue, convidando os jovens a aprofundar o sentido da ressurreição através da apresentação de um ícone bizantino da ressurreição. Convidando os jovens a identificar alguns elementos do ícone, vai destacando os seguintes aspetos:

• Este ícone foi pintado por Youssef Al-Musawwer em 1645. Representa a descida de Cristo ao mundo dos infernos e a sua vitória sobre a morte e sobre toda a espécie de mal. O título deste ícone aparece descrito na inscrição central: “Hanactacic” (a ressurreição).

• Cristo ocupa o centro da composição. O seu corpo parece sus-penso no espaço: com o seu corpo ressuscitado, escapa às leis do mundo. Ele derruba as portas do Inferno, depois de as ter despedaçado. Está revestido de uma túnica branca, sob um manto dourado, e é circundado por uma mandorla (figura seme-lhante a uma amêndoa), composta por múltiplos cambiantes de azul atravessadas por raios de luz que emanam do corpo.

• Cristo agarra os pulsos de Adão e de Eva, que extrai vigorosa-mente das trevas da morte. Eva veste-se de vermelho, símbolo da carne e da humanidade, ela que é a mãe dos vivos. Adão e Eva estão sobre um rochedo que forma uma montanha. De um lado e de outro de Cristo figuram dois grupos de personagens do Antigo Testamento.

• O inferno. Pregos e fechaduras cobrem o buraco negro dos Infernos, semelhante a uma caverna. Satanás surge, sob uma forma repugnante, emergindo de um fogo entre dois sarcófa-gos de pequenas dimensões. Satanás é representado de per-fil, rodeado de chamas, e ergue a cabeça para olhar para Cristo; eleva igualmente as suas mãos para mostrar a sua derrota e a sua submissão a Cristo.

• Sobre as montanhas comparecem os anjos Gabriel (“Γ”) e Miguel (“M”), tendo nas mãos os instrumentos da Paixão: o pri-meiro com a esponja e a lança, o segundo a cruz gloriosa.

Descida de Cristo ao mundo dos infernos

3030RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #14| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #14

No final da explicação do ícone, leem os seguintes textos que se referem explicitamente ao mistério da ressurreição de Cristo representado no quadro:

Texto 1

Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhorque foi concebido pelo poder do Espírito Santo;nasceu da Virgem Maria; padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos Céus; está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, de onde há-de vir a julgar os vivos e os mortos.(Credo, Símbolo dos Apóstolos)

Texto 2

«Um grande silêncio reina hoje sobre a terra; um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei dorme; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque Deus adormeceu segundo a carne e despertou os que dormiam há séculos. Deus morreu segundo a carne e acordou a região dos mortos. Vai à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha perdida. Quer visitar os que jazem nas trevas e nas sombras da morte. Vai libertar Adão do cativeiro da morte, Ele que é ao mesmo tempo seu Deus e seu Filho.» (De uma antiga homilia de Sábado Santo)

Depois da leitura dos textos e de uma breve referência à forma como ilustram o que está representado no quadro, introduz-se o texto bíblico da ressurreição.

ESCUTAQuerigmática

Tempo: 15 minutos

O animador introduz o episódio que irá ser escutado e trabalhado neste encontro.

Evangelho segundo São Lucas (Lc 24, 1-10)

1 Mas, no primeiro dia da semana, ao amanhecer, foram ao sepulcro levando os aro-mas que tinham preparado. 2 Encontraram a pedra removida do sepulcro 3 e, ao entra-rem, não encontraram o corpo do Senhor Jesus. 4 E aconteceu que, estando elas perple-xas com isto, eis que se lhes apresentaram dois homens em vestes resplandecentes.

3131RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #14| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #14

5 Estando elas cheias de medo, e com o rosto inclinado para a terra, eles disseram-lhes: «Porque procurais entre os mortos aquele que está vivo? 6 Não está aqui; ressuscitou. Recordai-vos de como vos falou quando ainda estava na Galileia, 7 dizendo: «É necessá-rio o Filho do Homem ser entregue às mãos de homens pecadores, ser crucificado e ao terceiro dia ressuscitar».

8 Recordaram-se, então, das suas palavras 9 e, ao voltar do sepulcro, anunciaram tudo isto aos onze e a todos os outros. 10 Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago, e as outras que estavam com elas. Diziam estas coisas aos apóstolos, 11 mas estas pala-vras pareceram-lhes sem sentido e não acreditavam nelas. 12 Mas Pedro, levantando-se, correu para o sepulcro e, debruçando-se, viu apenas as ligaduras de linho. E voltou para casa, admirado com o sucedido.

Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor.

No final da proclamação do texto, o animador comenta alguns dos aspetos seguintes:

O confronto com o túmulo vazio que as mulheres experimentam é a primeira expressão da ressurreição. É no silêncio que Deus, pela Sua morte, resgata a humanidade.

É do silêncio que brota o anúncio. Esta leitura mostra que o silêncio deu lugar ao anún-cio dos anjos.

Esta experiência tem de ser vivida, porque a simples notícia do sucedido não é suficiente para os apóstolos. Pedro tem de experimentar o silêncio do túmulo vazio para compreen-der a Ressurreição.

Pedro corre para o túmulo vazio. A relação com Deus cria a necessidade de um espaço em que Ele Se revele. Pedro levantou-se, correu e encheu-se de pressa (referência ao hino das JMJ 2023 “há pressa no ar”) para tocar o silêncio em que Deus o espera.

O vazio em que a Ressurreição tem lugar é condição para a vida eterna.

ACOLHEQuerigmática

Materiais: Testemunha em vídeo

Tempo: 5 minutos

Propõe-se, de seguida, a visualização do testemunho de uma irmã de clausura, no qual se faz referência ao silêncio como condição para a escuta de Deus. O testemunho deve tocar os seguintes aspetos: Em que medida pode o silêncio ser fecundo, lugar de encon-tro? Em que medida os momentos de incompreensão, incapacidade, vazio ou dor nos conduzem também à salvação?

3232RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #14| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #14

INTERROGA-TEHumana, espiritual e litúrgica

Materiais: • Grelha “A presença de Deus na minha vida” (exemplo no final do encontro)

Tempo: 30 minutos

Após o vídeo, propõe-se o preenchimento de uma grelha “A presença de Deus na minha vida” em que cada um é convidado a referenciar as experiências da ausência ou da pre-sença de Deus por si vividas, com base nos seguintes passos:

• Identifico os momentos em que me senti mais cheio/a e mais vazio/a de Deus - senti Deus mais próximo ou senti Deus mais ausente. Nos momentos mais altos, de que forma senti a presença de Deus? E nos momentos mais baixos, será que Deus esteve presente, mesmo que de uma forma diferente, e eu não percebi?

• Na coluna “Momentos da vida”, os jovens registam diversos momentos da sua vida em que sentiram a ausência ou a proximidade de Deus. Nas colunas “presença/ausência” descrevem o que sentiram nesses momentos.

• O objetivo é fazer com que o jovem olhe para toda a sua vida e identifique os momentos em que se deparou com o vazio. Olhar para a sua própria história como um todo e tentar ver se desse vazio brotou mais vida. Tentar perceber se Deus esteve ou não presente nesses momentos. A pergunta que predomina quando nos encontramos num sofrimento é ‘Porquê?’, ‘Porquê a mim?’, ‘Porquê agora?’, ‘Porquê?’.

• Mas a pergunta que move um cristão é ‘Para quê?’. Desafiar o jovem a olhar para esses momentos e perceber se já existe resposta para a pergunta do ‘Para quê?’.

PARTILHAHumana, espiritual e litúrgica

Tempo: 20 minutos

Neste momento, os jovens são convidados a partilhar o resultado do gráfico e, se quise-rem, situações concretas das suas vidas.

No fim da partilha, o animador deve enfatizar que nenhuma história é melhor ou pior que a outra. Que são histórias conduzidas por Deus e onde Deus atua concretamente. Todas as histórias são santas e bonitas, pois é a história da salvação de cada um. Durante a nossa vida somos confrontados com vazios e sofrimentos que não têm resposta. As mulheres foram também confrontadas com o túmulo vazio, mas os anjos foram ao encon-tro delas e relembraram-lhes que aquele momento não era razão para preocupação pois,

3333RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #14| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #14

na verdade, Jesus tinha ressuscitado. Jesus morreu na cruz para que pudesse ressusci-tar gloriosamente. A cruz é gloriosa. Assim também na nossa vida, Deus não se engana. Deus permite os vazios para se manifestar de forma gloriosa. Por vezes a compreensão desta realidade demora tempo.

Termina-se esta reflexão com a leitura do seguinte texto:

«A formação da pérola pode levar anos. E tem como origem um sofrimento da própria ostra, em que essa ferida é envolvida por uma substância cicatrizante originando a pérola. E ninguém discute a beleza desta imperfeição transformada. Às vezes, o tempo, a ora-ção perseverante, pode levar-nos a perceber, mesmo que demore. Portanto, também nós temos de ser pacientes, e perseverar no Senhor, pois Ele também envolve os nossos ‘vazios’ com a Sua matéria cicatrizante, o amor. Não devemos ter medo de testemunhar a mão de Deus na nossa própria vida, traduzida em factos concretos.» (Paolo Scquizzato, Elogio da Imperfeição)

REZAEspiritual e litúrgica

Materiais:• Cântico: https://www.youtube.com/watch?v=lkdtYoZj_Ug

Tempo: 10 minutos

Propõe-se como momento de oração em silêncio diante do Santíssimo Sacramento, onde os jovens são convidados a rezar o gráfico da sua vida.

Cântico inicial: “Sim, Jesus”

Momento de silêncio para oração pessoal a partir do gráfico da própria vida.

Oração em conjunto: “Rezar o vazio”

Ensina-nos, Senhor, a rezar este vazio. O vazio transportado por um medo que não conhe-cíamos e que parece agora um inquilino da nossa alma.O vazio dos espaços em isolamento.O vazio da vida que se faz sentir como suspensa.O vazio das horas que quem está na solidão conta de maneira diferente.O vazio das incertezas que se acumulam, e das quais ainda não falámos.O vazio dos olhos daqueles que veem sofrer e os olhos dos muitos que sofrem sem que nós os vejamos.O vazio de tudo aquilo que, de um instante para o outro, é adiado.O vazio daquela mulher idosa que passa o dia inteiro com o rosto contra o vidro da janela.O vazio do refugiado que vê a sua esperança negada por um carimbo.

Sim, Jesus

3434RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #14| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #14

O vazio do jovem diante de um futuro que escapa cada vez mais, como um pensamento distante.O vazio que nos chega como um aviso de despejo da vida autêntica.O vazio dos encontros e das conversas de que agora precisaríamos.O vazio que os amigos notam.O vazio dos risos.O vazio de todos os abraços não dados.O vazio da proximidade proibida.O vazio no qual não Te vemos.

Card. José Tolentino MendonçaIn Avvenire

Segue-se a bênção, ou simplesmente a reposição do Santíssimo.

LEVANTA-TEMissionária e pastoral

Tempo: 5 minutos

Os jovens são convidados a visitar alguém que esteja a viver alguma forma de vazio ou de perda, individualmente ou em grupo.

CONTINUALer o livro (ou 1.º capítulo, pelo menos) “O Elogio da Imperfeição” de Paolo Scquizzato

EU CREIOMaria Madalena e as santas mulheres, que vinham para acabar de embalsamar o corpo de Jesus, sepultado à pressa por causa do início do Sábado, no fim da tarde de Sexta-feira Santa, foram as primeiras pessoas a encontrar-se com o Ressuscitado. Assim, as mulheres

3535RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #15| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #15

foram as primeiras mensageiras da ressurreição de Cristo para os próprios Apóstolos. Em seguida, foi a eles que Jesus apareceu: primeiro a Pedro, depois aos Doze. Pedro, incum-bido de consolidar a fé dos seus irmãos, vê, portanto, o Ressuscitado antes deles e é com base no seu testemunho que a comunidade exclama: «Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão» (Lc 24, 34.36). (Catecismo da Igreja Católica, n. 641)

Guardar para o caminho

• Diante do túmulo de Jesus vazio, descobrimos o valor do silêncio.• Compreendemos que vale a pena fazer silêncio na nossa vida para nos encontrar-

mos verdadeiramente com Deus e com a sua vontade a nosso respeito.• Entendemos também que podemos e devemos ir ao encontro de quem se sente

vazio, ajudando a encher esse vazio.

Grelha: “A presença de Deus na minha vida”

Momentos da vida Presença de Deus Ausência de Deus

ENCONTRO #15Levanta-te e regressa

Texto bíblico: : Lc 24, 13-35

Objetivos: • Sente que Jesus caminha ao teu lado, fala contigo e se preocupa com o que sentes. • Acredita que a Paixão de Jesus é expressão da plena solidariedade de Deus com a

nossa humanidade.• Assume-te como peregrino/a da JMJ Lisboa 2023.

Observações pedagógicas/Indicações práticas:• Neste encontro propõe-se a realização de uma pequena peregrinação, pelo que se

deve avisar os participantes com antecedência e agendar um dia e horário que seja mais conveniente.

• Os jovens deverão levar uma pequena mochila com água, Bíblia, o guião do pere-grino e um pequeno pão.

• Propõe-se uma peregrinação curta, podendo escolher-se uma igreja da paróquia, um santuário diocesano, a paróquia vizinha ou a “Igreja JMJ” da diocese, mas funda-mentalmente que a longa distância, ou a dificuldade do caminho, não seja o mais determinante na escolha do lugar.

3636RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #15| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #15

• O encontro termina com a celebração da Eucaristia, pelo que se deve preparar pre-viamente com o pároco, ou outro sacerdote, ou integrar o grupo nalguma celebra-ção da comunidade.

PREPARA-TEJornada Mundial da Juventude

Materiais:Foto de uma caminhada dos jovens numa JMJ.

Tempo: 10 minutos

O encontro começa com a referência à Jornada Mundial da Juventude como uma grande peregrinação dos jovens de todo o mundo a uma cidade, com o Santo Padre. Mostra-se a foto, salientando-se os seguintes aspetos:

Para quem participou numa JMJ, todos os dias há necessidade de caminhar: do local de alojamento até aos transportes públicos ou até aos locais de encontros e catequeses; à tarde, a caminhada pela cidade e até aos espaços onde decorrem as atividades culturais e religiosas; à noite, andar até aos locais dos atos centrais, e ficar algum tempo em pé; e depois, voltar para casa.

A caminhada para a vigília é inesquecível, é um dos grandes desafios de uma JMJ. Por exemplo, no Rio de Janeiro foram entre 6 a 13 km. Em Madrid, foram de 2 a 4, mas em Colónia, foram cerca de 20 km. Na véspera do encerramento da JMJ, os jovens caminham até chegar ao local onde decorrerão os eventos finais, a vigília e Missa com o Papa e onde pernoitam. Este percurso é sempre um momento marcante de interajuda e de convívio que nos faz entrar no espírito de ‘peregrinos JMJ’. Se é muito duro!? Pode ser um pouco, mas vale a pena! Afinal, uma JMJ é uma peregrinação, um itinerário de fé; para estar lá, é preciso estar preparado de alma e corpo.

O animador destaca o facto de uma JMJ ser uma peregrinação, que começa bem antes do início da jornada, na casa, grupo e comunidade de cada um. Uma peregrinação é um caminho feito com os olhos postos numa meta, um santuário, onde esperamos que acon-teça um encontro especial. Assim será também na JMJ Lisboa 2023 como em qualquer JMJ.

O animador pode dialogar com os participantes sobre as várias experiências de peregri-nação que já fizeram. É natural que se centrem na questão da dificuldade do caminho, mas o animador deve levar à compreensão da peregrinação como uma experiência glo-bal mais profunda e espiritual. Pede, depois, que, numa “chuva de ideias”, os jovens iden-tifiquem alguns elementos comuns a qualquer peregrinação. No final, pode completar com as seguintes ideias:

• Começa muito antes de começar a caminhada, identificando os percursos, convi-dando e organizando o grupo que vai comigo…

• Para que a peregrinação seja uma experiência marcante é também fundamental que seja bem preparada espiritualmente; ir criando as condições para que Jesus

3737RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #15| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #15

comece a caminhar comigo desde o primeiro dia, para que o encontro final seja ‘a cereja no topo do bolo’.

• A peregrinação é também uma experiência de desprendimento. Exemplo disso é a preparação da bagagem, quando se percebe que há coisas supérfluas que não é necessário levar.

• Quando entramos numa peregrinação, como a JMJ, acabamos por nos desligar do mundo e viver intensamente a experiência.

• Peregrinar é também viver para os outros, estar disponível para conhecer os outros peregrinos e estar atento às suas necessidades.

Termina, referindo que assim será também nesta peregrinação rumo à JMJ Lisboa 2023; mesmo sendo uma peregrinação diferente, tem, à sua maneira, estas características. O caminho para a JMJ 2023 está já a começar para que a chegada a Lisboa seja vivida com toda a intensidade de encontro com Deus e com todos os outros que acreditam n’Ele.

No final refere que o encontro de hoje vai lembrar-nos esta condição de peregrinos da JMJ Lisboa 2023. Vamos peregrinar.

Como peregrinos, os jovens apetrecham a sua mochila com um alimento essencial e ao mesmo tempo simbólico. É entregue um pão a cada participante para levar na mochila durante toda a peregrinação.

O animador informa que este encontro vai acontecer em forma de peregrinação e vão fazê-lo dois a dois, como sugere o texto dos “Discípulos de Emaús”. Para isso, vão fazê-lo em ‘duplas’ pré-definidas ou aleatórias através de alguma dinâmica simples. Devem jun-tar-se dois a dois a partir deste momento.

ESCUTAQuerigmática

Tempo: 5 minutos

Os jovens leem o texto bíblico que vai inspirar este encontro em forma de peregrinação (Lc 24, 13-35). (o texto deve ser lido com os títulos e por leitores diferentes)

Do Evangelho segundo S. Lucas Um caminho cheio de tristeza (Lc 24,13-16)

13 Nesse mesmo dia, dois dos discípulos iam a caminho de uma aldeia chamada Emaús, que ficava a cerca de duas léguas de Jerusalém; 14 e conversavam entre si sobre tudo o que acontecera. 15 Enquanto conversavam e discutiam, aproximou-se deles o próprio Jesus e pôs-se com eles a caminho; 16 os seus olhos, porém, estavam impedidos de o reconhecer.

Uma conversa sobre deceções (Lc 24,17-24)

17 Disse-lhes Ele: «Que palavras são essas que trocais entre vós, enquanto caminhais?» Pararam entristecidos. 18 E um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único forasteiro

3838RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #15| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #15

em Jerusalém a ignorar o que lá se passou nestes dias!» 19 Perguntou-lhes Ele: «Que foi?» Responderam-lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e pala-vras diante de Deus e de todo o povo; 20 como os sumos sacerdotes e os nossos che-fes o entregaram, para ser condenado à morte e crucificado. 21 *Nós esperávamos que fosse Ele o que viria redimir Israel, mas, com tudo isto, já lá vai o terceiro dia desde que se deram estas coisas. 22 É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deixaram perturbados, porque foram ao sepulcro de madrugada 23 e, não achando o seu corpo, vie-ram dizer que lhes apareceram uns anjos, que afirmavam que Ele vivia. 24 Então, alguns dos nossos foram ao sepulcro e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas, a Ele, não o viram.»

Uma conversa bíblica cheia de esperança (Lc 24,25-27)

25 Jesus disse-lhes, então: «Ó homens sem inteligência e lentos de espírito para crer em tudo quanto os profetas anunciaram! 26 Não tinha o Messias de sofrer essas coisas para entrar na sua glória?» 27 *E, começando por Moisés e seguindo por todos os Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, tudo o que lhe dizia respeito.

Uma refeição em família (Lc 24,28-31)

28 Ao chegarem perto da aldeia para onde iam, fez menção de seguir para diante. 29 Os outros, porém, insistiam com Ele, dizendo: «Fica connosco, pois a noite vai caindo e o dia já está no ocaso.» Entrou para ficar com eles. 30 E, quando se pôs à mesa, tomou o pão, pronunciou a bênção e, depois de o partir, entregou-lho. 31 Então, os seus olhos abriram--se e reconheceram-no; mas Ele desapareceu da sua presença.

Um caminho cheio de alegria (Lc 24,32-35)

32 Disseram, então, um ao outro: «Não nos ardia o coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?» 33 Levantando-se, voltaram imediatamente para Jerusalém e encontraram reunidos os Onze e os seus companheiros, 34 que lhes disse-ram: «Realmente o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!» 35 E eles contaram o que lhes tinha acontecido pelo caminho e como Jesus se lhes dera a conhecer, ao partir o pão.

ACOLHEQuerigmática

Materiais: Quadro “Uma conversa sobre as deceções” em branco para cada jovem.

Tempo: 10 minutos

Depois da leitura, o animador propõe aos jovens uma primeira abordagem do texto, pedindo que se centrem no trecho “Uma conversa sobre deceções (Lc 24,17-24)” e identifi-quem quatro deceções presentes no texto. Para este trabalho é distribuído um documento

3939RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #15| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #15

próprio. A partir da passagem bíblica, identificam cada uma das deceções e tentam expli-car por palavras suas o seu sentido. O animador pode complementar com os elemen-tos do quadro preenchido.

Introduz o trabalho, referindo que Jesus Ressuscitado mete conversa e acompanha os discípulos no caminho, sem que eles o reconheçam. Pergunta pelo motivo da sua tris-teza, escuta, interpreta os acontecimentos à luz da Bíblia e permanece todo o caminho com estes discípulos. Eles não reconheciam Jesus porque não conseguiam ver para além da tristeza que sentiam. Entretanto, aquele companheiro de caminhada, mete conversa com os dois discípulos sobre as deceções que sentiam.

1ª deceção

“«Tu és o único forasteiro em Jerusalém a ignorar o que lá se passou nestes dias!»”

Deceção: Afinal Jesus não era assim tão relevante para toda a gente, como era para eles.

Reflexão: Nem todas as pessoas têm a graça de conhecer Jesus e de se sentirem toca-das pela sua presença. Há quem não se interesse pela sua vida espiritual ou até despreze quem cuide da sua espiritualidade. Os próprios discípulos de Emaús poder-se-ão ter ques-tionado se os indiferentes ou inimigos de Jesus não teriam razão.

2ª deceção

“Foi um profeta poderoso em ação e palavras, diante de Deus e de todo o povo”

Deceção: Afinal as palavras de Jesus não eram assim tão poderosas, nem sequer conse-guiram convencer as autoridades políticas e religiosas.

Reflexão: Os discípulos não tinham entendido que o poder de Jesus não era um poder político, mas um poder espiritual. Estavam enganados, à espera de que Jesus tomasse conta do governo de Israel. Muitas vezes, esperamos que Deus se manifeste como nós pensamos; mas os caminhos de Deus são muitas vezes incompreensíveis. Acontece tan-tas vezes só mais tarde percebermos como afinal Deus esteve sempre presente. Aqui a perseverança na fé é fundamental.

3ª deceção

“Entregaram-no, para ser condenado à morte e crucificado.”

Deceção: Acabou-se tudo... aquele em quem tinham posto todas as esperanças tinha sido morto e tudo parecia não ter passado de uma ilusão que foi boa enquanto durou.

Reflexão: Os discípulos ainda não tinham entendido que, para Jesus, a morte não era uma derrota, mas o caminho para alcançar a vitória. Para ser uma vitória total, sem dei-xar nada por derrotar, Jesus tinha que ser morto, para que até a morte fosse derrotada. A morte não é problema para Deus e, para Jesus, plenamente Deus, a morte foi apenas um passo para mostrar, sem qualquer dúvida, que Deus deseja libertar o Homem, sem nunca o deixar sem respostas, até para a morte.

Jesus tinha de sofrer? Jesus tinha que passar pela morte? - Não tinha que sofrer porque Deus fosse cruel e desejasse ver sangue, mas foi necessário o seu sofrimento porque a redenção acontece no meio da desgraça, ali onde o mal anda solto, aí onde parece que não há mais nada e tudo acaba, no sofrimento e na morte, Deus diz que está aí, connosco.

4040RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #15| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #15

4ª deceção

“Nós esperávamos que fosse Ele o que viria redimir Israel, mas, com tudo isto, já lá vai o ter-ceiro dia desde que se deram estas coisas.”

Deceção: Os discípulos estavam convencidos que Jesus viria fazer algo de extraordinário e libertador para Israel como resultado das suas palavras e da sua ação terrena.

Reflexão: A esperança dos discípulos de Emaús era muito limitada no tempo e no espaço. Não entendiam que a redenção (libertação) que Jesus tinha para oferecer não era ape-nas para eles, há dois mil anos, naquele lugar e momento da história. Jesus vem tra-zer uma nova esperança para todos, em qualquer momento da história. Ao ressuscitar, Jesus passa a estar presente aqui, hoje, com a mesma força e presença com que esteve ao lado dos discípulos.

No final do exercício, o animador conclui: Jesus, através das Escrituras e da sua presença, ajudou aqueles discípulos a perceber que aquelas deceções eram apenas aparentes, cau-sadas por deixarem sobrepor a tristeza à capacidade de acolher a alegria de Deus. Assim acontece nas vezes em que nos sentimos dececionados por Deus ou por alguém de quem esperávamos mais. Não será muitas vezes apenas a nossa incapacidade de acolher a pre-sença da alegria de Deus a impor-se nos nossos sentimentos?

INTERROGA-TEHumana, espiritual e litúrgica

Tempo: 20 minutos (ou consoante o percurso definido)

Dá-se, então, início à peregrinação, para a qual são dadas as seguintes indicações:

• O caminho vai ser feito em pares (dois a dois). • Devem procurar distanciamento entre ‘as duplas’, para que possam conversar à

vontade.• Se quiserem, podem parar ao longo do caminho nalgum lugar tranquilo para fazer

a proposta de reflexão.• A reflexão consiste em olhar para as várias razões que deixaram os discípulos de

Emaús dececionados e deixar que a resposta que Jesus lhes deu ilumine as nossas deceções com Deus, com a vida, com os outros…

• O animador lembra que, no final, os jovens serão convidados a partilhar livremente a sua reflexão com o grupo.

• Para orientar essa reflexão, partem do seguinte texto e devem recorrer ao quadro “Uma conversa sobre deceções” completando-o com elementos da sua reflexão e vivência pessoal.

• O texto introdutório da caminhada é distribuído a cada par.

Uma conversa bíblica cheia de esperança (Lc 24,25-27) [dois a dois]

4141RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #15| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #15

Os discípulos de Emaús saíram de Jerusalém cheios de tristeza, partilharam as suas dece-ções, mas, entretanto, ao longo do caminho, a conversa com Jesus fez com que as suas deceções e tristezas começassem a dissipar-se e tudo começasse a ganhar sentido.

Esta pequena peregrinação pretende que nos confrontemos com as nossas deceções de fé ou da vida e sentir o que o Senhor nos quer dizer acerca delas.

PARTILHAHumana, espiritual e litúrgica

Tempo: 20 minutos

Durante a caminhada, existe um espaço previamente definido para uma paragem, (no destino da peregrinação ou nalgum ponto intermédio) onde cada elemento partilha livre-mente com o resto do grupo a reflexão feita em pares ao longo do caminho.

REZAEspiritual e litúrgica

Tempo: 45 minutos

Chegados ao destino da peregrinação, a par com o que aconteceu com os discípulos de Emaús, é desejável que o grupo participe numa celebração da Eucaristia. Se a celebra-ção for exclusiva com o grupo, os jovens podem preparar os diversos momentos da cele-bração. Se for numa celebração da comunidade, deve prever-se a melhor forma de os jovens participarem.

Se for possível, em diálogo com o celebrante, pode ler-se o Evangelho dos discípulos de Emaús e usar-se a Oração Eucarística V/A.

Se não for possível haver celebração da Eucaristia, prepara-se uma celebração da Palavra.

No início, todos os participantes devem colocar o pão que trouxeram na mochila num cesto, diante do altar, onde ficarão até ao fim da celebração.

A celebração começa com a seguinte introdução.

Uma refeição em família (Lc 24,28-31)

4242RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #15| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #15

Os discípulos, finalmente, reconheceram que aquele desconhecido era Jesus. Quando Jesus se sentou à mesa com os discípulos e partiu o pão diante deles, eles compreen-deram todas as suas palavras ao longo do caminho e tudo o que tinha acontecido em Jerusalém. Perceberam, pelo partir do pão, tal como nós na Eucaristia, que Jesus mor-reu, mas não desapareceu, permanece vivo, ressuscitado e, na Eucaristia, uma refeição em família, podemos vê-lo, tocá-lo e recebê-lo, sentir que está vivo e como nunca dei-xou de estar presente.

LEVANTA-TEMissionária e pastoral

Tempo: 5 minutos

Um caminho cheio de alegria - o regresso (Lc 24,32-35)

No final da celebração propõe-se um gesto, cujos objetivos são expostos aos participan-tes pelo animador:

• A fé celebrada na Eucaristia, onde Jesus se faz presente, não pode ficar dentro na Igreja. Tem de ser prolongada com gestos concretos de amor, doação e partilha. Partilha dos nossos bens materiais (pão), mas também dos nossos bens espirituais (reflexão e meditação). Os discípulos reconheceram Jesus ao partir do pão, como acontece em cada Eucaristia e sempre que partilhamos com os outros a vida e o pão.

• Quando nos encontramos com Jesus, como os discípulos na fração do pão, senti-mos necessidade de voltar para casa e partilhar essa alegria com os que precisam de conhecer essa boa notícia.

Antes da bênção final (ou num momento só com o grupo se a Missa for com a comunidade) cada participante recolhe um pão dos que foram deixados diante do altar durante a celebração.

Convida-se os jovens participantes a levar esse pão para casa. Em casa, à mesa de uma refeição, partem e partilham o pão entre todos os elementos da família e fazem a seguinte oração, de mãos dadas:

Tu, Senhor Jesus, foste companheiro de viagem dos discípulos de Emaús.Ao longo da caminhada de hoje também senti que caminhavas comigo.Na presença dos amigos e na meditação da Tua Palavrasenti que Tu me acompanhavas,ajudando-me a compreender as minhas deceções.Através deste gesto de partilha com a minha famíliaquero partilhar com eles como é bom caminharmos, contigo ao nosso lado.Foi numa refeição em família que os discípulos Te reconheceram.Aqui, à mesa com a minha família, quero pedir-Te, Jesus,que o amor, a união e a partilha entre nós,nos faça sentir sempre a tua presença fortede modo que nenhuma deceção nos faça desistir de viver na alegria.

4343RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #15| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #15

Ámen.

Os jovens são desafiados a conversar à mesa sobre a experiência e a reflexão feita durante a peregrinação, aproveitando também para conversar em família sobre a JMJ.

CONTINUATempo: 125 minutos (variável consoante o percurso da peregrinação)

Além da proposta da partilha do pão e da oração em família, convida alguém para ir con-tigo à Missa no Domingo para que outros façam a mesma experiência de encontrarem o Senhor onde ele se revela de forma mais visível: na fração do pão.

EU CREIO Tendo passado deste mundo para o Pai, Cristo deixou-nos na Eucaristia o penhor da gló-ria junto d’Ele: a participação no santo sacrifício identifica-nos com o seu coração, sus-tenta as nossas forças ao longo da peregrinação desta vida, faz-nos desejar a vida eterna e desde já nos une à Igreja do céu, à Santíssima Virgem e a todos os santos. (Catecismo da Igreja Católica, n. 1419)

Guardar para o caminho

• Tomámos consciência de que Jesus caminha ao nosso lado, fala connosco, vive connosco.

• Compreendemos que a Paixão de Jesus mostra como Deus está realmente con-nosco nas nossas debilidades e sofrimentos e como, com Ele, podemos vencê-los.

• Sentimo-nos já a caminho da grande peregrinação que é a JMJ.

4444RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #16| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #16

ENCONTRO #16Levanta-te e reconhece

Texto bíblico: At 3, 1-11

Objetivos: • Reconhece que os apóstolos participam na missão de “levantar” outros.• Interpreta a situação dos jovens de hoje. • Sente-te enviado por Jesus como portador de vida e de cura.

Observações pedagógicas/Indicações práticas:• A partir deste encontro inicia-se a leitura de textos do Livro dos Atos dos Apóstolos,

para os quais se segue a versão litúrgica.

PREPARA-TEJornada Mundial da Juventude

Materiais: vídeo

Tempo: 10 minutos (vídeo 4 minutos)

O animador começa por referir que neste encontro se inicia o percurso pelo livro dos Atos dos Apóstolos, também escrito por São Lucas. Este livro narra a aventura da Igreja evangelizadora que, como Maria, é chamada a partir apressadamente em missão, espe-cialmente os jovens que se preparam para viver a JMJ Lisboa 2023.

Sugere-se que se cante o hino da JMJ Lisboa 2023.

De seguida, propõe-se a visualização de um vídeo, em que o apóstolo Pedro conta um pouco da sua experiência como discípulo e evangelizador. Este vídeo visa preparar os jovens para o momento da “Escuta” do texto dos Atos dos Apóstolos, no qual se vê como os primeiros discípulos de Jesus participam da sua missão salvífica de “levantar” outros.

Poderá ser interessante não revelar aos jovens que é Pedro que lhes fala, mas sim desa-fiá-los a tentar descobrir ao longo do vídeo a identidade do narrador.

O texto que se segue é a transcrição do vídeo com algum contexto adicional.

Foi na Galileia que o vi pela primeira vez. Junto ao lago de Tiberíades onde trabalhava como pescador. Para mim, desde o início, Jesus foi uma novidade constante: primeiro, a beleza de me ter escolhido para discípulo; depois os discursos, as pregações e os mila-gres; a sua atenção e predileção pelos mais frágeis: as viúvas, os leprosos e até estran-geiros. A sua pessoa sempre me fascinou.

4545RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #16| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #16

Mas para que não restem dúvidas, mesmo após 3 anos com o Mestre, fui um discípulo algumas vezes medroso, chegando mesmo a negá-lo por três vezes. A vida tem, de facto, altos e baixos e eu, totalmente convencido das minhas forças, tinha-me comprometido a seguir Jesus em todos os momentos. Aí fracassei.

Todo o processo do seu julgamento e a sua morte da Cruz foram momentos de grande dor, desorientação e incompreensão. No entanto, a ida ao sepulcro na manhã de Páscoa e o encontro com Jesus vivo e ressuscitado fizeram nascer em mim a esperança, a con-fiança e a alegria.

Perante a novidade de Jesus e a sua presença após a sua morte, todos nos perguntámos: o que devemos fazer? Compreendem que não deixámos de ser judeus e continuámos a cumprir os ritos religiosos do judaísmo e a frequentar o Templo de Jerusalém. Para nós que O seguimos, ter Jesus como o centro da nossa fé não nos fazia nem anular nem rejei-tar a nossa fé: a nossa herança é judaica e o nosso salvador é Jesus, o messias prometido.

É claro que para nós Jesus revela-nos Deus como nunca antes poderíamos imaginar: o Deus todo-poderoso e eterno fazer-se homem? Encarnar? Tomar verdadeira carne humana para a redenção, libertação e plena felicidade do homem?

Depois da ressurreição de Jesus e do Pentecostes anunciei corajosamente o amor de Deus revelado em Jesus. Um dia em que fui ao Templo com João, pudemos experimen-tar a força amorosa da salvação de Jesus que atua em nós para benefício dos outros.

Depois do vídeo, proclama-se a passagem bíblica de At 3, 1-11

ESCUTAQuerigmática

Tempo: 5 minutos

Do Livro dos Atos dos Apóstolos (3, 1-11)

1 Pedro e João subiam ao templo para a oração das três horas da tarde. 2 Trouxeram então um homem, coxo de nascença, que colocavam todos os dias à porta do templo, chamada Porta Formosa, para pedir esmola aos que entravam. 3 Ao ver Pedro e João, que iam a entrar no templo, pediu-lhes esmola. 4 Pedro, juntamente com João, olhou fixamente para ele e disse-lhe: «Olha para nós». 5 O coxo olhava atentamente para Pedro e João, espe-rando receber deles alguma coisa. 6 Pedro disse-lhe: «Não tenho ouro nem prata, mas dou-te o que tenho: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda». 7 E, toman-do-lhe a mão direita, levantou-o. Nesse instante fortaleceram-se-lhe os pés e os tornoze-los, 8 levantou-se de um salto, pôs-se de pé e começou a andar; depois entrou com eles no templo, caminhando, saltando e louvando a Deus. 9 Toda a gente o viu caminhar e louvar a Deus 10 e, sabendo que era aquele que costumava estar sentado, a mendigar, à Porta Formosa do templo, ficaram cheios de admiração e assombro pelo que lhe tinha acontecido.

4646RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #16| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #16

11 E como ele não largava Pedro e João, todo o povo, cheio de assombro, acorreu para junto deles, sob o pórtico de Salomão.

Palavra do Senhor Graças a Deus

ACOLHEQuerigmática

Materiais: O quadro encontra-se no final

Tempo: 20 minutos

O animador desafia os jovens, a acompanhar os discípulos através de uma interpretação dos seguintes verbos presentes na passagem bíblica.

Os jovens deverão preencher um quadro “Cura do coxo à porta do templo” onde se encon-tram estes verbos. Depois escrever a passagem bíblica onde cada um deles se encontra, descrever a ação ou a atitude dos apóstolos e, finalmente, relacionar esse verbo com a sua própria vida. Para ajudar os jovens neste exercício, pode ajudar a seguinte interpretação:

SubirPedro e João subiam em direção ao Templo, lugar do encontro com Deus. Atualmente, a nossa “subida ao templo” é ir ao encontro de Jesus nos sacramentos (Eucaristia, Reconciliação).

OlharOs discípulos estavam atentos àquilo que os rodeava e por isso viram o coxo e olharam--no nos olhos. Muitas vezes na nossa vida precisamos de seguir o exemplo de Pedro e João e não nos deixar abstrair das necessidades daqueles que nos rodeiam.

TerPedro tem a consciência de que “não tinha ouro nem prata”, mas sabia que tinha algo mais valioso, que tinha Jesus! O homem coxo que queria “ter” mais, recebeu algo melhor, que foi o ser curado. Às vezes, no nosso dia-a-dia sentimo-nos impotentes por não ter nada para dar ao outro, mas estamos enganados, temos sempre a possibilidade de dar ao próximo, através da nossa vida, a possibilidade de descobrirem o amor e a misericór-dia infinita de Deus.

DarO coxo encontra-se à porta do templo, numa situação de mendicidade. Pedro quando chega ao seu encontro diz-lhe que não lhe dará “ouro nem prata”, mas sim Jesus, pois Pedro sabia que esse era o bem mais valioso que podia dar ao coxo. O discípulo tinha também consciência que o poder da cura não era seu, mas do Senhor.

4747RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #16| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #16

LevantarEsta leitura surge num contexto de pós-ressurreição, o que quer dizer que Pedro já tinha negado Jesus. No entanto, ele agora encontrava-se capaz de fazer os mesmos gestos do Senhor, curando em seu nome. Pedro levantou aquele homem em nome de Jesus.

EntrarO encontro dos discípulos com este homem, não foi um momento isolado com fim em si mesmo. Este encontro foi apenas o início, porque este homem levantou-se, começou a andar, mas ele não seguiu um caminho qualquer, ele acompanhou os discípulos e entrou no templo com eles.

LouvarO louvor brota do “levantar” que os discípulos operam em nome de Jesus. Quando mani-festamos a nossa fé no Senhor e realizamos uma missão enviados por Ele, testemunha-mos a sua vida ressuscitada no mundo, sendo que essa verdade é motivo de louvor, ale-gria e esperança para todos quantos nos encontram.

INTERROGA-TEHumana, espiritual e litúrgica

Tempo: 20 minutos

Para este momento, os jovens são desafiados a deixarem-se inquietar por um poema de Daniel Faria. Este poeta decidiu entrar no Seminário Maior do Porto, mas nos primeiros anos do estudo de Teologia sentiu um chamamento para a vida contemplativa o que o levou a ingressar no mosteiro beneditino de Singeverga, na freguesia de Roriz. Daniel era um leitor voraz e desde cedo começou a escrever poesia. Em 1999, aos 28 anos, morreu precocemente numa queda trágica no mosteiro.

O poema proposto – “Homens que são como lugares mal situados” – faz uma radiogra-fia das pessoas do nosso tempo onde os jovens se podem ver, também, a si mesmos.

Propõe-se uma leitura individual do texto e a resposta às questões que surgem no final. Para ajudar a reflexão individual, o animador pode comentar algumas expressões que considere mais significativas ou interpeladoras.

Homens que são como lugares mal situados

Homens que são como lugares mal situados Homens que são como casas saqueadas Que são como sítios fora dos mapas Como pedras fora do chãoComo crianças órfãsHomens agitados sem Para lembrar onde repousem

Homens que são como fronteiras invadidasQue são como caminhos barricadosHomens que querem passar pelos atalhos sufocados

4848RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #16| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #16

(...)Homens que são como danos irreparáveisHomens que são sobreviventes vivosHomens que são sítios desviadosDo lugar(…)Homens que são como projetos de casasEm suas varandas inclinadas para o mundoHomens nas varandas voltadas para a velhiceMuito danificados pelas intempériesHomens cheios de vasilhas esperando a chuvaParados à esperaDe um companheiro possível para o diálogo interior

Homens muito voltados para um modo de verUm olhar fixo como quem vem caminhando ao encontroDe si mesmoHomens tão impreparados tão desprevenidosPara se receber(...) Não nos aproximemos dos homens que põem as mãos nas gradesQue encostam a cabeça aos ferrosSem outras mãos onde agarrar as mãosSem outra cabeça onde encostar o coraçãoNão lhes toquemos senão com os materiais secretosDo amor.Não lhes peçamos para entrarPorque a sua força é para fora e a sua esperaÉ a fé inabalável no mistério que inclinaOs homens por dentroNão os levantemosNem nos sentemos ao lado deles.Sentemo-nosNo lado oposto, onde eles podem vir para erguer-nosA qualquer instante.

Pontos de reflexão:

Os jovens são convidados a responder a algumas questões de forma mais pessoal, explo-rando a caracterização e respetiva interpretação dos “homens”.

• Que “homens” reconheces neste texto? • Quem são os homens que precisas de ajudar a levantar hoje no teu quotidiano?

Daniel Faria, “Homens que são como lugares mal situa-dos”, 1998.

4949RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #16| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #16

PARTILHAHumana, espiritual e litúrgica

Tempo: 20 minutos

O animador desafia os jovens a continuar o poema de Daniel Faria, substituindo a expres-são “Homens que...” por “Jovens que…”:

Jovens que são como lugares mal situadosJovens que …

Depois de um momento pessoal em que o jovem elabora o próprio poema, o grupo é convidado a partilhar.

REZA E PARTILHAEspiritual e litúrgica

Materiais: música “Cristo em Mim” (https://www.youtube.com/watch?v=UPJHoVfq7z0)

Tempo: 10 minutos

Propõe-se, de seguida, um momento de oração no qual os jovens são chamados a dei-xar que o Senhor toque o seu coração, os encha do seu Espírito e os leve a “levantar” outros em seu nome.

Cântico inicial

“Cristo em mim”Senhor faz que olhem para mim só te vejam a ti.Não ser eu quem fala, mas só Tu!Só Cristo em mim!

Palavra de DeusPedro disse-lhe: «Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho, isto te dou: Em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda!» E, segurando-o pela mão direita, ergueu-o.

Cristo em mim

5050RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #16| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #16

MeditaçãoNós «fomos salvos por Jesus: porque nos ama e não pode deixar de o fazer. Seja o que for que façamos contra Ele, continua a amar-nos e salva-nos. Porque só aquele que é amado pode ser salvo. Só quem é abraçado, pode ser transformado. O amor do Senhor é maior que todas as nossas contradições, que todas as nossas fragilidades e que todas as nossas mesquinhices, mas é precisamente através das nossas contradições, fragilida-des e mesquinhices que Ele quer escrever esta história de amor. Abraçou o filho pródigo, abraçou Pedro depois de O ter negado e abraça-nos sempre, sempre, sempre, depois das nossas quedas, ajudando-nos a levantar e ficar de pé. Porque a verdadeira queda – aten-ção a isto! – a verdadeira queda, aquela que nos pode arruinar a vida, é ficar por terra e não se deixar ajudar». (Papa Francisco, Cristo Vive 120).

Silêncio

Partilha dos poemas “Jovens que...”

Pai Nosso

LEVANTA-TEMissionária e pastoral

Materiais: conferir projeto “Eu sou uma missão”

Tempo: 5 minutos

Início do Projeto “Eu sou uma missão” - Sente

Os jovens são desafiados a iniciar um projeto de serviço junto de jovens que são lugares mal situados. Com base nos poemas escritos por eles próprios pensam num projeto de grupo em que possam intervir junto de outros jovens. Pode completar-se com os pon-tos indicados no momento “Sente”.

CONTINUADesenvolvimento do projeto.

5151RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #17| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #17

EU CREIOToda a Igreja é apostólica, na medida em que, através dos sucessores de Pedro e dos Apóstolos, permanece em comunhão de fé e de vida com a sua origem. Toda a Igreja é apostólica, na medida em que é «enviada» a todo o mundo. Todos os membros da Igreja, embora de modos diversos, participam deste envio. «A vocação cristã é também, por natureza, vocação para o apostolado». E chamamos «apostolado» a «toda a atividade do Corpo Místico» tendente a «alargar o Reino de Cristo à terra inteira». (Catecismo da Igreja Católica, n. 863)

Guardar para o caminho

• Tomámos consciência da força que a fé tem na vida dos Apóstolos.• Compreendemos como a fé nos ajuda a encontrar o sentido da vida e a importância

de levar aos outros esta certeza.

Cura do coxo à porta do templo

Verbo Texto bíblico Eu

Subir

Olhar

Ter

Dar

Levantar

Entrar

Louvar

ENCONTRO #17Levanta-te e decide

Texto bíblico: At 5, 17-42

Objetivos: • Reconhece que a JMJ é um encontro com a diversidade. • Descobre que ser cristão exige ser um “influencer”. • Exercita-te na arte do discernimento.

5252RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #17| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #17

PREPARA-TEJornada Mundial da Juventude

Tempo: 10 minutos

No primeiro momento deste encontro, o animador convida os jovens a pensar na diver-sidade de pessoas e de realidades que se encontram numa JMJ. Jovens provenientes de todo o mundo, com as suas culturas e costumes, encontram-se numa cidade que os aco-lhe e encontram-se entre si.

O encontro com a diversidade constitui um dos aspetos mais bonitos e desafiadores de uma JMJ. Porque cada pessoa e cada grupo têm determinados quadros de valores e formas específicas de funcionar, isso pode trazer algumas dificuldades no encontro com outras culturas e com pessoas diferentes. Deixar que os jovens se expressem relativamente às suas experiências de participação numa JMJ, quanto a experiências positivas ou negativas.

De seguida, convida-se os jovens a um momento de silêncio e de oração por todos os jovens envolvidos na preparação da JMJ Lisboa 2023 e por aqueles que nela irão partici-par, para que seja um acontecimento feliz de encontro entre todos:

Oração cristã ecuménica

Deus nosso, Trindade de amor,a partir da poderosa comunhão da vossa intimidade divinainfundi no meio de nós o rio do amor fraterno.Dai-nos o amor que transparecia nos gestos de Jesus,na sua família de Nazaré e na primeira comunidade cristã.Concedei-nos, a nós cristãos, que vivamos o Evangelhoe reconheçamos Cristo em cada ser humano,para O vermos crucificado nas angústias dos abandonadose dos esquecidos deste mundoe ressuscitado em cada irmão que se levanta.Vinde, Espírito Santo!Mostrai-nos a vossa belezarefletida em todos os povos da terra,para descobrirmos que todos são importantes,que todos são necessários, que são rostos diferentesda mesma humanidade amada por Deus.Ámen.

Papa Francisco, Fratellit tutti

5353RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #17| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #17

ESCUTAQuerigmática

Tempo: 20 minutos

Leitura dos Atos dos Apóstolos (At 5, 17-42)

17 Interveio então o sumo sacerdote e todos os do seu grupo, isto é, do partido dos sadu-ceus. Enfurecidos contra os Apóstolos, 18 mandaram-nos prender e meteram-nos na pri-são pública. 19 Mas, durante a noite, o Anjo do Senhor abriu as portas da prisão, levou-os para fora e disse-lhes: 20 «Ide apresentar-vos no templo, a anunciar ao povo todas estas palavras de vida». 21 Tendo ouvido isto, eles entraram no templo de madrugada e come-çaram a ensinar.

Entretanto, chegou o sumo sacerdote com os do seu grupo. Convocaram o Sinédrio e todo o Senado dos israelitas e mandaram buscar os Apóstolos à cadeia. 22 Os guardas foram lá, mas não os encontraram na prisão; e voltaram 23 para avisar: «Encontrámos a cadeia fechada com toda a segurança e os guardas de sentinela à porta. Abrimo-la, mas não encontrámos ninguém lá dentro».

24 Ao ouvirem estas palavras, o comandante do templo e os príncipes dos sacerdotes ficaram muito perplexos, perguntando entre si o que se tinha passado com os presos. 25 Entretanto, veio alguém comunicar-lhes: «Os homens que metestes na prisão estão no templo a ensinar o povo». 26 Então o comandante do templo foi lá com os guardas e trouxe os Apóstolos, mas sem violência, porque tinham receio de ser apedrejados pelo povo.

27 Trouxeram então os Apóstolos e fizeram-nos comparecer diante do Sinédrio. O sumo sacerdote interpelou-os, 28 dizendo: «Já vos proibimos formalmente de ensinar em nome de Jesus; e vós encheis Jerusalém com a vossa doutrina e quereis fazer recair sobre nós o sangue desse homem».

29 Pedro e os Apóstolos responderam: «Deve obedecer-se antes a Deus do que aos homens. 30 O Deus dos nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós destes a morte, suspendendo-O no madeiro. 31 Deus exaltou-O pelo seu poder, como Chefe e Salvador, a fim de conce-der a Israel o arrependimento e o perdão dos pecados. 32 E nós somos testemunhas des-tes factos, nós e o Espírito Santo, que Deus tem concedido àqueles que Lhe obedecem». 33 Enraivecidos com tal linguagem, pensaram a sério em matá-los.

34 Levantou-se um homem no Sinédrio, um fariseu chamado Gamaliel, doutor da Lei vene-rado por todo o povo, e mandou sair os Apóstolos por uns momentos. 35 Depois disse: «Israelitas, tende cuidado com o que ides fazer a estes homens. 36 Há tempos, apareceu Teudas, que dizia ser alguém, e seguiram-no cerca de quatrocentos homens. Ele foi liqui-dado e todos os seus partidários foram destroçados e reduzidos a nada. 37 Depois dele, nos dias do recenseamento, apareceu Judas, o Galileu, que arrastou o povo atrás de si. Também ele pereceu e todos os seus partidários foram dispersos. 38 Agora vou dar-vos um conselho: Não vos metais com estes homens: deixai-os. Porque se esta iniciativa, ou esta obra, vem dos homens, acabará por si mesma. 39 Mas se vem de Deus, não podereis destruí-la e correis o risco de lutar contra Deus».

Eles aceitaram o seu conselho. 40 Chamaram de novo os Apóstolos à sua presença e, depois de os terem mandado açoitar, proibiram-nos de falar no nome de Jesus e soltaram-nos.

5454RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #17| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #17

41 Os Apóstolos saíram da presença do Sinédrio cheios de alegria, por terem merecido serem ultrajados por causa do nome de Jesus. 42 E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e anunciar a boa nova de que Jesus era o Messias.

Palavra do Senhor Graças a Deus.

Depois da leitura do texto, pode fazer-se uma leitura, em pares, do mesmo, sublinhando no texto as frases que descrevem as diferentes situações apresentadas (Os apóstolos são presos, libertação dos apóstolos, obediência à palavra do anjo e pregação no Templo, etc.).

Se for oportuno, pode haver uma partilha em grande grupo das situações descritas no texto.

ACOLHEQuerigmática

Materiais:

• Catequese do Papa Francisco sobre os critérios de discernimento propostos por Gamaliel (http://www.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2019/documents/papa-francesco_20190918_udienza-generale.html)

Tempo: 5 minutos

Segue-se a interpretação deste texto bíblico feita pelo Papa Francisco através da visualiza-ção da catequese sobre os critérios de discernimento propostos por Gamaliel. (Catequese sobre os Atos dos Apóstolos, 8)

No final do vídeo, o animador pode destacar alguns elementos mais significativos, entre os quais:

• Os saduceus eram um grupo de pessoas muito influentes na sociedade daquela época. Porque tinham receio de perder essa influência, consideravam os apóstolos como “inimigos”, visto que eles vinham transmitir uma nova verdade ao povo.

• Gamaliel, que era um doutor da lei e respeitado por todo o povo, levanta-se e chama à atenção para o seguinte: se a obra que os apóstolos estavam a fazer era de homens, então acabaria por desaparecer como tantas outras; por outro lado, se a obra era de Deus, a mesma iria permanecer e ninguém quereria ser contra Deus. A atitude de se levantar visa lembrar que a ação dos apóstolos poderia ser uma obra de Deus e demonstra coragem em não pactuar com situações de injustiça. Este é um critério importante para avaliar as situações.

5555RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #17| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #17

INTERROGA-TEHumana, espiritual e litúrgica

Materiais: Post-its individuais para dinâmica de identificação de influências da sociedade.

Tempo: 20 minutos

De seguida, os jovens são convidados, individualmente, a responder às seguintes questões:

• Quem são os saduceus de hoje? Quem exerce mais influência hoje em dia na sociedade?

(Cada jovem escreve cada uma das suas respostas a esta pergunta num post-it, podendo referir pessoas ou instituições. Estas serão depois partilhadas)

• Quem são os meus influencers? Os saduceus de hoje? Ou outros? • Sou uma influência na sociedade? As minhas ideias influenciam os contextos e as

pessoas onde vivo?• Em que momentos sou um verdadeiro cristão e assumo isso perante os outros?

PARTILHAHumana, espiritual e litúrgica

Materiais: vídeo “Malala” (https://www.youtube.com/watch?v=hNAmM-llm4c)

Tempo: 20 minutos

De seguida, os jovens são convidados a partilhar as suas respostas em grupo. No caso da primeira questão, os post-its que forem entregues por cada jovem devem ser colocados em categorias definidas pelos próprios jovens (ex. Igreja, política, escola, etc.).

Como pistas para a partilha, o animador pode seguir estas questões:

1. Como batizados em Cristo, temos vergonha ou receio de nos anunciarmos como membros ativos da Igreja?

2. Como podemos nós, como grupo, contrariar as influências da sociedade focadas no egoísmo, na discriminação, no racismo, etc.?Vídeo Malala

5656RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #17| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #17

Com base na partilha realizada, o animador convida a ver o vídeo sobre o exemplo de vida e testemunho de Malala Yousafzai.

REZAEspiritual e litúrgica

Materiais: vídeo (www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2020-04/portugal-jovens-musica--mensagem-papa-francisco.html)

Tempo: 10 minutos

Segue-se um momento de oração com base nalguns textos da “Cristo Vive” a partir dos quais se oferece a possibilidade de cada jovem ter critérios para discernir alguma situa-ção da sua vida. A leitura dos textos pode ser feita em voz alta, dando depois tempo para que, em silêncio, os jovens os leiam de novo e se interroguem diante de Deus.

1. O hábito do discernimento?

Os jovens estão especialmente sujeitos a um zapping constante. É possível navegar simul-taneamente em dois ou três visores e interagir ao mesmo tempo em diferentes cená-rios virtuais. Sem a sapiência do discernimento, podemos facilmente transformar-nos em marionetes à mercê das tendências da ocasião. E isto revela-se particularmente impor-tante quando aparece uma novidade na própria vida, sendo necessário então discernir se é o vinho novo que vem de Deus ou uma novidade enganadora do espírito do mundo ou do espírito maligno. (Papa Francisco, Cristo Vive 279).

Face às novidades da tua vida, és uma marionete ou és capaz de tomar decisões com Jesus?

Este discernimento, embora inclua a razão e a prudência, supera-as, porque se trata de entrever o mistério daquele projeto, único e irrepetível, que Deus tem para cada um (…). Está em jogo o sentido da minha vida diante do Pai que me conhece e ama, aquele sen-tido verdadeiro para o qual posso orientar a minha existência e que ninguém conhece melhor do que Ele. (Papa Francisco, Cristo Vive 280).

Reconheço que Deus me conhece e me ama a ponto de saber o que é melhor para mim?

Em que situações da minha vida a ausência de discernimento foi destrutiva para mim? E em que situações o discernimento, pelo contrário, se revelou construtivo?

Elabora uma oração de confiança no Pai.

No final, depois da partilha das orações e do Pai Nosso, canta-se a música “Levanta-te e arrisca”.

5757RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #17| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #17

Levanta-te e arrisca!Não te percas no abismoOnde está o teu vigor?Jesus está diante de tiE te chama com fervor.Não te detenhas no medoAvizinha-te ao irmãoSê caminho, sê esperançaDeus dá-te a Sua mão.

Levanta-te e arrisca,Esforça-te por um mundo melhor.Sonha alto e contempla o céu e as estrelasE o mundo ao teu redor.

Se ousares fixar os olhosNa fraqueza de quem choraSaberás viver de novoSerás mais feliz agora.Se tropeçares no caminhoVais-te querer levantarSabes que não estás sozinhoEle ensina a caminhar.

LEVANTA-TEMissionária e pastoral

Materiais: ver projeto “Eu sou uma missão”

Tempo: 5 minutos

CONTINUALer o livro de Marko Ivan Rupnik. O Discernimento: da purificação à comunhão. Ed. Paulinas 2ª edição de 2014, última reimpressão de 2020

5858RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #18| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #18

EU CREIOOs carismas devem ser acolhidos com reconhecimento por aquele que os recebe, mas também por todos os membros da Igreja. De facto, eles são uma maravilhosa riqueza de graças para a vitalidade apostólica e para a santidade de todo o Corpo de Cristo; desde que se trate de dons verdadeiramente procedentes do Espírito Santo e exercidos de modo plenamente conforme aos impulsos autênticos do mesmo Espírito, quer dizer, segundo a caridade, verdadeira medida dos carismas. (Catecismo da Igreja Católica, n. 800)

Guardar para o caminho

• Descobrimos como o facto de sermos cristãos nos obriga a ser “influencers”.• Entendemos também que temos de aprender a conviver uns com os outros, respei-

tando todas as diferenças.• Compreendemos a importância da capacidade de discernir como atuar nas diversas

situações que se nos deparam ao longo da vida.

ENCONTRO #18Levanta-te e acompanha

Texto bíblico: At 8, 26-39

Objetivos: • Valoriza o papel dos animadores juvenis no caminho do grupo. • Dá graças pelas pessoas que nos acompanham no caminho da fé. • Aprende a caminhar com os outros jovens, anunciando-lhes Jesus.

Observações pedagógicas/Indicações práticas:• O dia é pensado em forma de caminhada de 2-3 horas ou mais (segundo as possi-

bilidades de cada grupo). Além do ponto inicial, o caminho deve ter mais três para-gens para realização dos pontos da catequese. Se for possível, acabar a caminhada na igreja paroquial perto da pia batismal.

• Cada paragem é preparada por 2-3 jovens. A ideia do encontro é que os jovens façam a experiência de serem animadores do grupo durante algum momento.

Materiais:• Imagens dos santos e da passagem bíblica. • Varas de madeira. • Cartão. • Fios. • Sacos ou envelopes. • Fita cola.• Velas. • Anexos da pasta do material de apoio.

5959RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #18| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #18

PREPARA-TEJornada Mundial da Juventude

Materiais: Preparam-se, previamente: • quadros de cartão com imagens de santos cortados em puzzle. • um quadro com cena bíblica do encontro de Filipe com o eunuco. • sacos ou envelopes para colocar as peças do puzzle. • cola ou fita cola. • varas.

Exemplo de santos: • Pier Giorgio Frassati,• Francisco e Jacinta Marto. • Santo António de Lisboa. • São João de Brito. • São João de Deus. • Santa Isabel de Portugal. • São Nuno de Santa Maria. • São João Paulo II.• Beato Carlo Acutis.• Beata Chiara Luce Badano. • outros

Tempo: 10 minutos

Momento 1: Levanta-te e põe-te a caminho

O grupo é dividido em pequenos grupos.

Cada grupo recebe um quadro com a imagem de um santo; um dos grupos recebe um quadro da cena bíblica do encontro do Filipe com o eunuco. Tem 5 minutos para juntar as peças umas às outras e formar um quadro. Colam o quadro à vara, tipo estandarte.

Depois deste tempo, procuram adivinhar quem está representado no quadro e dizem-no ou apresentam-no, brevemente, aos restantes (nome, ideia soltas, etc.).

Os animadores deste momento ajudam os restantes participantes a identificar as perso-nagens dos quadros. Depois, referem que os santos acompanham as JMJ desde o início. Em todas as JMJ existem os santos padroeiros. Assim como nas nossas paróquias existem os santos padroeiros, como exemplos a imitar, também as JMJ sempre nos apresentam santos que desafiam a vida dos jovens no seu seguimento de Jesus Cristo. Por exemplo, a JMJ do Panamá teve 8 santos padroeiros. Em Cracóvia, os jovens acolheram as relíquias de Pier Giorgio Frassati e de Santa Teresa do Menino Jesus; alguns santos foram beatifi-cados durante uma JMJ, como é o caso de Frederico Ozanam em Paris no ano de 1997.

6060RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #18| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #18

A exortação “Cristo Vive” enumera alguns santos jovens.

Referem que as figuras representadas nos quadros vão acompanhar a caminhada deste dia. Lembram que alguns deles tinham uma ligação especial com a natureza. Por exem-plo: Pier Giorgio Frassati e S. João Paulo II escalavam montanhas. S. Francisco e Santa Jacinta Marto caminhavam pelos campos à volta de Aljustrel com o rebanho dos pais. Santo António percorreu incansavelmente, a pé, os caminhos da Península Itálica, para anunciar a Palavra de Deus, assim como S. João de Brito na Índia...

O grupo parte em caminhada até ao primeiro ponto de paragem, dando-se tempo para ler e meditar o texto sobre os santos e para conversa livre.

Os santos que nos encorajam e acompanham

Os santos, que já chegaram à presença de Deus, mantêm connosco laços de amor e comunhão. Podemos dizer que estamos circundados, conduzidos e guiados pelos ami-gos de Deus. Não devo carregar sozinho o que, na realidade, nunca poderia carregar sozi-nho. Os numerosos santos de Deus protegem-me, amparam-me e guiam-me. (Gaudete et exsultate, 4).

ESCUTAQuerigmática

Materiais: Leitura dialogada por três intervenientes (Narrador, Filipe, Eunuco).

Tempo: 20 minutos

Momento 2: Como posso entender?

Os animadores desta paragem, convidam os participantes a sentarem-se e a disporem--se a escutar a palavra de Deus. Pode cantar-se um cântico e solicita-se que o quadro de Filipe e o eunuco seja posto em destaque.

De seguida, proclama-se o texto bíblico:

Leitura dos Atos dos Apóstolos (At 8, 26-39)

Narrador: 26 O Anjo do Senhor disse a Filipe: «Levanta-te e dirige-te para o sul, pelo cami-nho deserto que vai de Jerusalém para Gaza». 27 Filipe partiu e dirigiu-se para lá. Quando ia a caminho, encontrou-se com um eunuco etíope, que era alto funcionário de Candace, rainha da Etiópia, e administrador geral do seu tesouro. Tinha ido a Jerusalém para ado-rar a Deus 28 e regressava ao seu país, sentado no seu carro, a ler o livro do profeta Isaías. 29 O Espírito de Deus disse a Filipe: «Aproxima-te e acompanha esse carro». 30 Filipe apro-ximou-se do carro e, ouvindo o etíope a ler o profeta Isaías, perguntou-lhe:

Filipe: «Entendes, porventura, o que estás a ler?».

6161RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #18| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #18

Narrador: 31 Ele respondeu:

Eunuco: «Como é que eu posso entender sem ninguém me explicar?» Convidou então Filipe a subir para o carro e a sentar-se junto dele.

Narrador: 32 A passagem da Escritura que ele ia a ler era a seguinte:

«Como cordeiro levado ao matadouro, como ovelha muda ante aqueles que a tosquiam, ele não abriu a boca. 33 Foi humilhado e não se lhe fez justiça. Quem poderá falar da sua descendência? Porque a sua vida desapareceu da terra».

34 O eunuco perguntou a Filipe:

Eunuco: «Diz-me, por favor: de quem é que o profeta está a falar? De si próprio ou de outro?».

Narrador: 35 Então Filipe tomou a palavra e, a partir daquela passagem da Escritura, anun-ciou-lhe Jesus. 36 Ao passar por um lugar onde havia água, o eunuco exclamou:

Eunuco: «Ali está água. Que me impede de ser baptizado?». (37)

Narrador: 38 Mandou parar o carro, desceram ambos à água e Filipe baptizou-o. 39 Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe e o eunuco deixou de o ver. Mas continuou o seu caminho cheio de alegria.

Palavra do Senhor. Graças a Deus

INTERROGA-TEHumana, espiritual e litúrgica

Materiais: • Fazer cartões com uma breve descrição da vida dos santos. • As perguntas são preparadas previamente

Tempo: 20 minutos

Depois da leitura do texto, segue-se um momento individual de reflexão onde os jovens são convidados a olhar a sua própria experiência de serem acompanhados por outras pessoas.

Indicações para o jovem:

• Lê de novo o texto e coloca-te no lugar do eunuco. • Repara nas atitudes de Filipe e recorda as pessoas que te têm acompanhado ao

longo da vida: – Os teus familiares.

6262RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #18| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #18

– Os amigos. – Os professores e outros educadores. – Os catequistas, sacerdotes, etc.

• Em que momentos da tua vida sentes que alguma destas pessoas se aproximou de ti e marcou a diferença pela forma como te falou, pelo que te disse, pelo gesto que realizou, etc.

Depois deste tempo individual, distribuem-se cartões pelos participantes com uma breve descrição da vida e testemunho dos santos escolhidos para o encontro. Os participantes leem-nos e depois recolhem-se.

Segue-se um quiz intitulado “O jogo dos verdadeiros influencers” com perguntas sobre a vida dos santos.

As perguntas e respostas encontram-se, em anexo, no final deste encontro. Os animado-res desta paragem recebem esta folha depois de indicarem as seguintes regras:

• Jogo por equipas de “santos” e Filipe e eunuco. • As perguntas são direcionadas a cada grupo individualmente. • Cada grupo tem apenas uma hipótese de resposta. se não acertar fica sem jogar

uma vez e a equipa seguinte ganha o direito a responder. • Cada resposta certa equivale a um ponto. • Ganha a equipa com mais pontos.

Podem-se dar prémios às equipas.

No final, segue-se um lanche.

A caminhada prossegue.

ACOLHE E PARTILHAHumana, espiritual e litúrgica

Materiais: Colocar a homilia em texto…

Tempo: 20 minutos

Momento 3: Aproxima-te, escuta, dialoga

A equipa dinamizadora deste momento, recorda o que foi feito no momento anterior refe-rente à lembrança das pessoas que nos acompanham.

De seguida, pede aos participantes que apontem características de um bom animador, em chuva de ideias.

6363RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #18| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #18

No final, faz-se uma síntese das respostas.

Segue-se um trabalho em grupos com base num comentário ao texto bíblico de Filipe e o eunuco feito pelo Papa Francisco.

Depois da leitura do texto, em grupos, respondem à seguinte questão:

• Como é que nós, jovens, podemos acompanhar outros jovens?

Segue-se uma partilha, em grande grupo.

A caminhada prossegue.

REZAEspiritual e litúrgica

Materiais: • Ícone do cordeiro• Velas

Tempo: 10 minutos

Momento 4: Desceram ambos à água

Propõe-se, como último momento da caminhada, uma oração contemplativa e mistagó-gica do Batismo. No local, devidamente preparado com um ambiente convidativo à ora-ção, dispõem-se um crucifixo, uma bíblia, um recipiente com água batismal, o círio pas-cal e uma imagem do cordeiro imolado.

Antes do cântico inicial, à chegada ao local onde se realiza a oração, introduz-se o sentido da mesma, fazendo referência à parte final do texto bíblico quando se diz que Filipe e o eunuco desceram os dois à água, numa clara alusão ao sacramento do Batismo.

1. Cântico inicial:

Tu és fonte de vidaTu és fogo, tu és amor.Vem, Espírito Santo.Vem, Espírito Santo. (Taizé)

2. Texto introdutório:

Leitor: O Batismo é o sacramento sobre o qual se fundamenta a nossa própria fé e que nos insere como membros vivos em Cristo e na sua Igreja. Juntamente com a Eucaristia e a Confirmação forma a chamada «iniciação cristã», que constitui como que um único grande acontecimento sacramental que nos configura com o Senhor e faz de nós um sinal vivo da sua presença e do seu amor. (Papa Francisco, Batismo, fundamento da nossa fé, 08.01.2014)

Tu és fonte de vida

6464RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #18| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #18

3. Ícone do Cordeiro imolado

(Um jovem segura a imagem do Cordeiro)

Leitor: «Como cordeiro levado ao matadouro, como ovelha muda ante aqueles que a tos-quiam, ele não abriu a boca. Foi humilhado e não se lhe fez justiça. Quem poderá falar da sua descendência? Porque a sua vida desapareceu da terra.» (Is 53, 7-8)

Tempo breve de silêncio

Leitor: «No Novo Testamento o termo «cordeiro» aparece várias vezes, e sempre em refe-rência a Jesus. Esta imagem do cordeiro poderia causar admiração; com efeito, um ani-mal que certamente não se caracteriza pela força nem pela robustez carrega sobre os seus ombros um peso tão opressor. A massa enorme do mal é levantada e carregada por uma criatura débil e frágil, símbolo de obediência, docilidade e amor indefeso, que chega até ao sacrifício de si. O cordeiro não é um dominador, mas é dócil; não é agres-sivo, mas pacífico; não mostra as garras nem os dentes diante de qualquer ataque, mas suporta e perdoa. Assim é Jesus! Assim é Jesus, como um cordeiro!» (Papa Francisco, Ângelus de 19.01.2014)

Cântico: Bonum est confidere in Domino / Bonum sperare in Domino.

3. Cruz

(Um jovem segura a cruz)

Leitor: «A linguagem da cruz é certamente loucura para os que se perdem, mas para os que se salvam, para nós, é força de Deus. Enquanto os judeus pedem sinais e os gregos andam em busca da sabedoria, nós pregamos um Messias crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios. Mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo é poder e sabedoria de Deus.» (1 Cor 1, 18.22-24)

Leitor: «Jesus com a sua cruz atravessa os nossos caminhos para carregar os nossos medos, os nossos problemas, os nossos sofrimentos, mesmo os mais profundos. [...] O que foi que a cruz deixou naqueles que a viram, naqueles que a tocaram? O que deixa em cada um de nós? Deixa um bem que ninguém mais nos pode dar: a certeza do amor ina-balável de Deus por nós.» (Papa Francisco, Via Sacra na JMJ do Rio de Janeiro, 26.07.2013).

Cântico: Olha para a cruz (ninguém te ama como eu)

Quanto esperei este momento,Quanto esperei que viesses a mim.Quanto esperei que me falasses,Quanto esperei que estivesses aqui.

Sei bem o que tens vivido,Sei bem o que tens chorado.Sei bem o que tens sofrido,Sempre estive a teu lado.

Ninguém te ama como eu,

Bonum est confidere

6565RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #18| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #18

Ninguém te ama como eu,Olha para a cruz é a minha maior provaNinguém te ama como eu,Ninguém te ama como eu,Ninguém te ama como eu.Foi por ti e só por tiPorque te amo.Ninguém te ama como eu.

Eu sei bem o que tu dizesMesmo que às vezes não me fales.Eu sei bem o que tu sentesMesmo que não partilhes comigo.

Ao teu lado caminharei,Junto a ti eu sempre estive.Tenho sido o teu apoio,Sou o teu melhor amigo.

4. Água batismal

(Um jovem segura o recipiente com água batismal)

Leitor: «Pelo Batismo fomos, pois, sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova.» (Rom 6, 4)

Leitor: «Se festejamos o dia do nascimento, como não festejar — pelo menos recordar — o dia do renascimento? Demos graças ao Senhor por aquele dia, porque é precisamente o dia em que Jesus entrou em nós, que o Espírito Santo entrou em nós.» (Papa Francisco, Audiência Geral de 11 de abril de 2018).

Cântico: Ó luz do Senhor, que vem sobre a terra, inunda meu ser, permanece em nós.

Durante o cântico distribui-se velas pelos jovens e cada um acende a sua vela no Círio Pascal.

5. Profissão de fé

Leitor: Pelo Batismo tornámo-nos filhos e filhas de Deus, fomos iluminados pela sua luz para podermos iluminar os outros. A luz da fé, que nasce do encontro com o Deus vivo, que nos chama e revela o seu amor, ilumina toda a nossa existência. Agradecidos pelo dom da fé, professemo-la com alegria e confiança:

Creio em Deus, Pai todo-poderoso, Criador do Céu e da Terra. E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhorque foi concebido pelo poder do Espírito Santo;nasceu da Virgem Maria; padeceu sob Pôncio Pilatos,

Ó luz do senhor

6666RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #18| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #18

foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos Céus; está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, de onde há-de vir a julgar os vivos e os mortos.Creio no Espírito Santo; na santa Igreja Católica; na comunhão dos Santos; na remissão dos pecados; na ressurreição da carne; e na vida eterna. Ámen.

5. Ser enviado como discípulo missionário a acompanhar (cf. EG 120-121.169 -171)

Leitor 1: Em virtude do Batismo recebido, cada membro do povo de Deus tornou-se dis-cípulo missionário.

Leitor 2: Cada cristão é missionário na medida em que se encontrou com o amor de Deus em Cristo Jesus.

Todos: Faz de nós discípulos missionários.

Leitor 3: Todos somos chamados a dar aos outros o testemunho explícito do amor sal-vífico do Senhor, que, sem olhar às nossas imperfeições, nos oferece a sua proximidade, a sua Palavra, a sua força, e dá sentido à nossa vida.

Leitor 4: Sabemos que a vida não é a mesma coisa sem Jesus; por isso aquilo que descobri-mos, o que nos ajuda a viver e nos dá esperança, isso é que devemos comunicar aos outros.

Todos: Faz de nós discípulos missionários.

Leitor 5: Também os jovens devem ser iniciados na «arte do acompanhamento», apren-dendo a descalçar sempre as sandálias diante da terra sagrada do outro.

Leitor 6: A dar ao seu caminhar com os outros jovens o ritmo salutar da proximidade, com um olhar respeitoso e cheio de compaixão, mas que ao mesmo tempo cure, liberte e anime a amadurecer na vida cristã.

Leitor 7: Hoje, mais do que nunca, precisamos de jovens que conheçam, a partir da sua experiência de acompanhamento, o modo de proceder, onde reine a prudência, a capa-cidade de escuta e de compreensão, a arte de esperar, a docilidade ao Espírito.

Todos: Faz de nós discípulos missionários.

(Pode seguir-se um momento de preces espontâneas)

Pai nosso

Oração final

Deus nosso Pai que, nas águas do Batismo, nos configurastes com o vosso Filho Jesus Cristo, fazei de nós autênticos discípulos missionários, que sabem escutar, acompanhar e anunciar com coragem a boa notícia do Evangelho. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

6767RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #18| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #18

Cântico: Hino JMJ Lisboa 2023 De todo o mundo para este lugar,Partimos, voámos, chegámos aqui.Com Maria, ensaiamos um sim.Queremos servir, fazer a vontadeDo Pai, nosso Pai.Chamados a ser com Cristo Jesus,Queremos dar, queremos estar,Dispostos ao sim, fazer como a Mãe. Refrão:Todos vão ouvir a nossa voz,Levantemos braços, há pressa no ar.Jesus vive e não nos deixa sós:Não mais deixaremos de amar.

Tu que andas à procura de tiParte à descoberta, vem ver o que eu vi.Vem connosco, vem olhar para alémDaquilo que fazes e que não te deixaSorrir e amar.Não olhes para trás, não digas que não.Ouve o teu coração,E parte, sem medo, nesta missão. Refrão

Foi Maria quem primeiro acolheuA grande surpresa da vida sem fim.Confiante e simples, quis receberTão grande mistério de um Deus que ép’ra sempre / Por ti e por mim.Não posso calar, não posso deixarDe dizer: “Meu Senhor,Conta comigo, não mais calarei!”. Refrão Sem ter dúvidas da sua missão,Maria, tão jovem, depressa deixouSua casa e p’la montanha subiu,P’ra ver Isabel e logo encontrouSaudação, comunhão.O fruto é bendito, é o meu Senhor!E eu também quero ouvir:“Porque acreditaste, para sempre és feliz!”.

Refrão

Hino JMJ Lisboa 2023

6868RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #18| LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #18

LEVANTA-TEMissionária e pastoral

Materiais: Ver projeto “Eu sou uma missão”

Tempo: 5 minutos

Projeto “Eu sou uma missão!” - Faz

CONTINUAProjeto “Eu sou uma missão!” - Festeja

EU CREIO É em Igreja, em comunhão com todos os baptizados, que o cristão realiza a sua voca-ção. Da Igreja recebe a Palavra de Deus, que contém os ensinamentos da «Lei de Cristo» (75); da Igreja recebe a graça dos sacramentos que o sustentam no «caminho»: da Igreja recebe o exemplo da santidade: reconhece-lhe a figura e a fonte na santíssima Virgem Maria; distingue-a no testemunho autêntico dos que a vivem: descobre-a na tradição espi-ritual e na longa história dos santos que o precederam e que a liturgia celebra ao ritmo do Santoral. (Catecismo da Igreja Católica, n. 2030)

Guardar para o caminho

• Compreendemos a importância de ser acompanhados por outros que nos ajudam no caminho.

• Descobrimos como tantas pessoas (homens, mulheres, jovens e crianças que hoje conhecemos como santos) caminharam pela vida ao encontro de Deus, acompa-nhados por outros e acompanhando também quem precisava deles.

• Demos graças pelo nosso Batismo que fez de nós filhos de Deus e discípulos missionários.

6969RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | LIVRO DO ANIMADOR

PROJETO “EU SOU UMA MISSÃO!”“Eu sou uma missão” é um projeto proposto aos grupos de jovens Rise Up, no qual se pretende a realização de uma atividade de serviço aos outros em que os jovens evange-lizam outros jovens e os despertam para o sentido de Deus. O projeto pode ser desen-volvido junto de outros jovens ou de outras realidades humanas onde se sinta a neces-sidade de intervenção dos jovens. Particularmente no contexto da crise pandémica que vivenciamos, as iniciativas de serviço podem ir ao encontro das necessidades reconheci-das na comunidade em que os jovens estão inseridos. Pretende-se que eles se sintam pro-tagonistas da transformação do mundo através de “projetos que os fortaleçam, acompa-nhem e lancem para o encontro com os outros, no serviço generoso e na missão” (CV 30).

A pedagogia de projeto articula quatro momentos (Sente, Pensa, Faz, Festeja), através dos quais os jovens podem mobilizar-se e dar o melhor de si mesmos na construção, realização e avaliação de um projeto original que cause impacto na comunidade e junto de outros jovens. Conforme, o ritmo de cada grupo, escolher-se-á o melhor momento - catequese -, a partir da qual se inicia o projeto. Deverá ser uma catequese de tal modo significativa que ajude os jovens a compreender o que lhes é pedido no projeto: “Eu sou uma missão!”.

Os passos prévios à realização do projeto caracterizam-se pelos seguintes momentos, que podem ser desenvolvidos na modalidade mais indicada para cada grupo.

1. Sente

• O que descobriste acerca da missão dos jovens neste mundo?• Como é que Jesus ilumina a tua vida para que sejas uma missão?• És chamado a sair de ti para servir os outros. • Olha o teu meio e descobre situações onde podes ser enviado a servir.

2. Pensa

• O que poderíamos fazer como grupo? • O que pretendemos? A quem queremos chegar e quem vamos envolver? • Partilha e aprofundamento das ideias propostas. • Conseguir consenso no grupo e enriquecer o projeto com o contributo de todos.

3. Faz

• Em grupo concretizam-se os seguintes aspetos do projeto: Nome do projeto, data e local, objetivos, tempos e etapas, definição de tarefas e atribuição de responsabili-dades, recursos necessários, pessoas e instituições a envolver.

• Pôr em prática o projeto. • Trabalhar em equipa. • Realizar o projeto.

7070RISE UPRISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | LIVRO DO ANIMADOR

4. Festeja

• Refletimos sobre o vivido: partilhamos as nossas experiências, o que sentimos e o que os outros nos ensinaram.

• Avaliamos o processo no seu conjunto: a preparação e a execução. • Como podemos inspirar outros e partilhar com eles o que vivenciámos. • Celebramos os dons de Deus na comunidade cristã.

7171

Jovem, eu te digo, levanta-te! (Lc 7, 14)

Levanta-te! Eu te constituo testemunha do que viste! (At 26, 16)

Maria levantou-se e partiu apressadamente. (Lc 1, 39)