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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 1 de 188 LIVRO DE EXERCÍCIOS LIVRO DE EXERCÍCIOS INTRODUÇÃO 1. Um fundamento teórico, tal como o Texto provê, é necessário como uma estrutura para fazer com que as lições deste livro de exercícios sejam significativas. Contudo, é a prática dos exercícios que fará com que a meta do curso seja possível. Uma mente sem treino nada pode realizar. O propósito deste livro de exercícios é o de treinar a tua mente para pensar segundo as linhas pro - postas pelo Texto. 2. Os exercícios são muito simples. Não requerem muito tempo e não importa onde sejam feitos. Não necessitam de nenhuma pre- paração. O período de treino é um ano. Os exercícios são numerados de 1 a 365. Não empreendas fazer mais do que uma lição por dia. 3. O livro de exercícios é dividido em duas seções principais: a primeira lida com a remoção do modo como vês agora e a segunda com a aquisição da verdadeira percepção. Com exceção dos períodos de revisão, os exercícios de cada dia são planeados à volta de uma idéia central que é declarada desde início. Essa idéia é seguida de uma descrição dos procedimentos específicos segundo os quais a idéia do dia deve ser aplicada. 4. O propósito do livro de exercícios é o treinar a tua mente de forma sistemática para uma percepção diferente de todos e de tudo no mundo. Os exercícios são planejados para te ajudar a generalizar as lições de modo a que compreendas que cada uma delas é igualmente aplicável a todos e a tudo o que vês. 5. A transferência do treino em verdadeira percepção não ocorre tal como em qualquer processo de treino no mundo. Se a verda- deira percepção tiver sido conseguida em conexão com qualquer pessoa, situação ou evento, podes ter como certa a transferência total, para todos e para tudo. Por outro lado, uma exceção mantida à parte da percepção verdadeira faz com que as suas realiza - ções sejam impossíveis em qualquer lugar. 6. Assim, as únicas regras gerais a serem observadas do início ao fim são: primeiro, que os exercícios sejam praticados com gran- de especificidade, conforme será indicado. Isso ajudar-te-á a generalizar as idéias envolvidas com cada situação em que te encon - trares, assim como a todos e a tudo nela. Segundo, certifica-te de não decidir por conta própria que há algumas pessoas, situações ou coisas às quais as idéias são inaplicáveis. Isso interferirá com a transferência do treino. A própria natureza da percepção verda - deira é que ela não tem limites. É o oposto do modo como vês agora. 7. O objetivo geral dos exercícios é aumentar a tua capacidade de estender as idéias que estarás a praticar para incluir tudo. Isso não requererá nenhum esforço da tua parte. Os próprios exercícios reúnem em si as condições necessárias para esse tipo de trans - ferência. 8. Poderá parecer-te difícil acreditar em algumas idéias que este livro de exercícios te apresenta; outras poderão parecer-te bastante surpreendentes. Isso não importa., simplesmente, te é pedido que as apliques tal como és dirigido a fazer. Não te é pedido para as julgares em absoluto. Só te pedido que as uses. É usando estas idéias que lhes encontrarás significado para e te aperceberás que são verdadeiras. 9. Lembra-te apenas disto: não precisas acreditar nas idéias, não precisas aceitá-las nem sequer precisas de acolhê-las bem. A algu- mas delas podes resistir ativamente. Nada disso importará ou diminuirá a sua eficácia. Mas não te permitas fazer exceções ao apli- car as idéias contidas no livro de exercícios e usa-as, qualquer que sejam as tuas reações a elas. Nada mais do que isso é requeri - do.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 1 de 188

LIVRO DE EXERCÍCIOSLIVRO DE EXERCÍCIOSINTRODUÇÃO1. Um fundamento teórico, tal como o Texto provê, é necessário como uma estrutura para fazer com que as lições deste livro de

exercícios sejam significativas. Contudo, é a prática dos exercícios que fará com que a meta do curso seja possível. Uma mente

sem treino nada pode realizar. O propósito deste livro de exercícios é o de treinar a tua mente para pensar segundo as linhas pro -

postas pelo Texto.

2. Os exercícios são muito simples. Não requerem muito tempo e não importa onde sejam feitos. Não necessitam de nenhuma pre -

paração. O período de treino é um ano. Os exercícios são numerados de 1 a 365. Não empreendas fazer mais do que uma lição por

dia.

3. O livro de exercícios é dividido em duas seções principais: a primeira lida com a remoção do modo como vês agora e a segunda

com a aquisição da verdadeira percepção. Com exceção dos períodos de revisão, os exercícios de cada dia são planeados à volta

de uma idéia central que é declarada desde início. Essa idéia é seguida de uma descrição dos procedimentos específicos segundo

os quais a idéia do dia deve ser aplicada.

4. O propósito do livro de exercícios é o treinar a tua mente de forma sistemática para uma percepção diferente de todos e de tudo

no mundo. Os exercícios são planejados para te ajudar a generalizar as lições de modo a que compreendas que cada uma delas é

igualmente aplicável a todos e a tudo o que vês.

5. A transferência do treino em verdadeira percepção não ocorre tal como em qualquer processo de treino no mundo. Se a verda-

deira percepção tiver sido conseguida em conexão com qualquer pessoa, situação ou evento, podes ter como certa a transferência

total, para todos e para tudo. Por outro lado, uma exceção mantida à parte da percepção verdadeira faz com que as suas realiza -

ções sejam impossíveis em qualquer lugar.

6. Assim, as únicas regras gerais a serem observadas do início ao fim são: primeiro, que os exercícios sejam praticados com gran-

de especificidade, conforme será indicado. Isso ajudar-te-á a generalizar as idéias envolvidas com cada situação em que te encon -

trares, assim como a todos e a tudo nela. Segundo, certifica-te de não decidir por conta própria que há algumas pessoas, situações

ou coisas às quais as idéias são inaplicáveis. Isso interferirá com a transferência do treino. A própria natureza da percepção verda -

deira é que ela não tem limites. É o oposto do modo como vês agora.

7. O objetivo geral dos exercícios é aumentar a tua capacidade de estender as idéias que estarás a praticar para incluir tudo. Isso

não requererá nenhum esforço da tua parte. Os próprios exercícios reúnem em si as condições necessárias para esse tipo de trans -

ferência.

8. Poderá parecer-te difícil acreditar em algumas idéias que este livro de exercícios te apresenta; outras poderão parecer-te bastante

surpreendentes. Isso não importa., simplesmente, te é pedido que as apliques tal como és dirigido a fazer. Não te é pedido para as

julgares em absoluto. Só te pedido que as uses. É usando estas idéias que lhes encontrarás significado para e te aperceberás que

são verdadeiras.

9. Lembra-te apenas disto: não precisas acreditar nas idéias, não precisas aceitá-las nem sequer precisas de acolhê-las bem. A algu-

mas delas podes resistir ativamente. Nada disso importará ou diminuirá a sua eficácia. Mas não te permitas fazer exceções ao apli-

car as idéias contidas no livro de exercícios e usa-as, qualquer que sejam as tuas reações a elas. Nada mais do que isso é requeri -

do.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 2 de 188

PARTE IPARTE I

1.1. Nada do que eu vejo nesse lugar significa coisa alguma.Nada do que eu vejo nesse lugar significa coisa alguma.

Agora olha vagarosamente à tua volta e pratica aplicando essa idéia, de modo muito específico, a qualquer coisa que vejas:Essa mesa não significa nada.Essa cadeira não significa nada.Esse pé não significa nada.Essa mão não significa nada.Essa caneta não significa nada.

Então, olha além do que o que está imediatamente à tua volta e aplica a idéia a um âmbito mais amplo:Aquela porta não significa nada.Aquele corpo não significa nada.Aquela lâmpada não significa nada.Aquele cartaz não significa nada.Aquela sombra não significa nada.

Nota que estas declarações não estão agrupadas em nenhuma ordem e não fazem nenhuma distinção quanto às diferenças entre os tipos de coisas às quais são aplicadas. Esse é o propósito do exercício. A declaração deve ser meramente aplicada a qualquer coisa que vês. Ao praticares a idéia do dia, usa-a com total indiscriminação. Não tentes aplicá-las a tudo o que vês, pois estes exercícios não devem se tornar ritualísticos. Apenas certifica-te de que nada do que vês seja especificamente excluído. Qualquer coisa é como qual -quer outra no que concerne à aplicação da idéia.

Cada uma das três primeiras lições não deve ser praticada mais do que duas vezes por dia, de preferência pela manhã e à noite. Também não se deve tentar fazê-las por mais de um minuto, aproximadamente, a menos que isso implique em uma sensação de pres-sa. Uma sensação confortável de lazer é essencial.

2.2. Eu tenho dado a tudo o que vejo nesse lugar todo o significado que tem para mim.Eu tenho dado a tudo o que vejo nesse lugar todo o significado que tem para mim.

Os exercícios com essa idéia são os mesmos que os da primeira. Começa com as coisas que estão perto de ti e aplica a idéia a qualquer coisa sobre a qual o teu olhar pousar. Depois, aumenta o âmbito para fora. Vira a cabeça para incluir o que quer que esteja em qualquer um dos lados. Se possível, vira-te e aplica a idéia àquilo que estava atrás de ti. Continua sendo tão indiscriminado quanto for possível ao selecionar os sujeitos para a aplicação dessa idéia, não te concentres em nada em particular e não tentes incluir tudo o que vês em uma determinada área, ou introduzirás tensão.

Meramente dá uma olhada com naturalidade e razoável rapidez à tua volta, tentando evitar qualquer seleção por tamanho, bri -lho, cor, material, ou relativa importância para ti. Considera os sujeitos simplesmente como os vires. Tenta aplicar o exercício com igual facilidade a um corpo ou a um botão, a uma mosca ou ao chão, a um braço ou a uma maçã. O único critério para a aplicação da idéia a qualquer coisa é meramente que os teus olhos a tenham tocado. Não tentes incluir coisa alguma em particular, mas certifica-te de que nada seja especificamente excluído.

3.3. Eu não compreendo coisa alguma do que vejo nesse lugar.Eu não compreendo coisa alguma do que vejo nesse lugar.

Aplica essa idéia do mesmo modo que as anteriores, sem fazer qualquer tipo de distinção. O que quer que vejas vem a ser um sujeito apropriado para aplicar a idéia. Certifica-te de não questionar a adequação do que quer que seja para a aplicação da idéia.

Estes não são exercícios de julgamento. Qualquer coisa é adequada, desde que a vejas. Algumas das coisas que vês podem ter um significado emocionalmente carregado para ti. Tenta colocar esses sentimentos de lado e, meramente, usa-as assim como usarias outra coisa qualquer.

O sentido dos exercícios é o de ajudar-te para que limpes a tua mente de todas as associações passadas para veres as coisas exa-tamente como aparecem para ti agora e para que reconheças quão pouco realmente compreendes a respeito delas.

Portanto, é essencial que mantenhas uma mente perfeitamente aberta e desembaraçada de julgamento ao selecionar as coisas às quais a idéia para o dia deve ser aplicada. Para esse propósito uma coisa é como qualquer outra, igualmente adequada e, portanto, igualmente útil.

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4.4. Esses pensamentos não significam nada. São como as coisas que eu vejo nesse lugar.Esses pensamentos não significam nada. São como as coisas que eu vejo nesse lugar.

Distintos dos anteriores, estes exercícios não começam com a idéia para o dia. Nestes períodos de prática, começa notando os pensamentos que estão cruzando a tua mente durante mais ou menos um minuto. Em seguida, aplica a idéia a eles. Se já estiveres ci -ente de pensamentos infelizes, usa-os como sujeitos para a idéia. Todavia, não seleciones apenas os pensamentos que pensas que são maus. Acharás, treinando-te a olhar para os teus pensamentos, que representam tal uma mistura de que, de certa forma, nenhum de-les pode ser chamado de bom ou mau. É por isso que não significam nada.

Ao selecionarmos os sujeitos para a aplicação da idéia de hoje, a especificidade usual é requerida. Não tenhas medo de usar tan-to os pensamentos bons como os pensamentos maus. Nenhum deles representa os teus pensamentos reais, que estão sendo cobertos por eles. Os bons são apenas sombras daquilo que está além e sombras fazem com que seja difícil ver. Os maus são bloqueios para a vista e fazem com que seja impossível ver. Não queres nenhum dos dois.

Esse é um dos exercícios principais e será repetido de vez em quando de forma um pouco diferente. O objetivo aqui é o de trei-nar-te nos primeiros passos em direção à meta de separar o que é sem significado daquilo que é significativo. É uma primeira tentativa no propósito de longo alcance de aprenderes a ver o sem significado como estando fora de ti e o significativo dentro de ti. Também é o começo do treinamento da tua mente para reconhecer o que é o mesmo e o que é diferente.

Ao usares os teus pensamentos para a aplicação da idéia para o dia de hoje, identifica cada pensamento pela figura central ou evento que ele contém, por exemplo:

Esse pensamento sobre....... não significa nada. É como as coisas que vejo nesse lugar.

Também podes usar a idéia para algum pensamento em particular que reconheças como danoso. Essa pratica é útil, mas não é um substituto para os procedimentos mais casuais que devem ser seguidos para os exercícios. Contudo, não examines a tua mente por mais de um minuto aproximado. Ainda és por demais inexperiente para evitar uma tendência a preocupar-te de forma inútil.

Além disso, como estes exercícios são os quatro primeiros deste tipo, podes achar a suspensão de julgamento em conexão com os pensamentos particularmente difícil. Não repitas estes exercícios mais de três ou quatro vezes durante o dia. Nós voltaremos a eles mais tarde.

5.5. Eu nunca estou transtornada pela razão que imagino.Eu nunca estou transtornada pela razão que imagino.

Essa idéia, como a precedente, pode ser usada com qualquer pessoa, situação ou evento que no teu pensamento estejam te cau -sando dor. Aplica-a especificamente a qualquer coisa que acredites ser a causa do teu transtorno, usando para a descrição do sentimen-to quaisquer termos que te parecerem exatos. O transtorno pode parecer ser medo, preocupação, depressão, ansiedade, raiva, ódio, ciúme ou inúmeras outras formas, das quais todas serão percebidas como diferentes. Isso não é verdadeiro, contudo, até aprenderes que a forma não importa, cada uma vem a ser um sujeito apropriado para os exercícios do dia. Aplicar a mesma idéia a cada uma delas separadamente é o primeiro passo para reconheceres que, em última instância, todas são a mesma. Ao usares a idéia de hoje para algo que percebes como a causa específica de qualquer forma de transtorno, usa tanto o nome da forma na qual vês o transtorno quanto à causa a que tu o atribuis. Por exemplo:

Não estou com raiva de.... pela razão que imagino.

Não estou com medo de.... pela razão que imagino.

Todavia, mais uma vez, isso não deve substituir os períodos de prática em que primeiro procuras na tua mente as fontes do transtorno no qual acreditas e as formas do transtorno que pensas resultares delas.

Nestes exercícios, mais do que nos precedentes, podes achar difícil ser indiscriminado e evitar dar a alguns sujeitos maior peso do que a outros. Talvez ajude, se precederes os exercícios com a declaração:

Não há pequenos transtornos. Todos eles perturbam do mesmo modo a paz da minha mente.

Em seguida, examina a tua mente procurando o que quer que seja que esteja te afligindo, independente de achares que isso está te afligindo muito ou pouco. Também podes estar menos disposto a aplicar a idéia de hoje a algumas das coisas que percebes como fontes de transtorno mais do que as outras. Se isso ocorre, pensa primeiro no seguinte:

Eu não posso guardar essa forma de transtorno e abandonar as outras. Assim, para os propósitos destes exercícios, vou consi -derá-las todas como a mesma.

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Então investiga a tua mente por não mais de um minuto e tanta identificar algumas formas diferentes de transtorno que estão te perturbando, independentemente da relativa importância que possas lhes dar. Aplica a idéia para o dia de hoje a cada uma delas, usando tanto o nome da fonte do transtorno como a percebes, quanto do sentimento como o experimentas. Outros exemplos são:

Eu não estou preocupada com ____ pela razão que imagino.

Eu não estou deprimida com ____ pela razão que imagino.

Três ou quatro vezes durante o dia é o suficiente.

6.6. Eu estou transtornada porque vejo algo que não existe.Eu estou transtornada porque vejo algo que não existe.

Os exercícios com essa idéia são muito similares aos precedentes. Mais uma vez, para qualquer aplicação da idéia, é necessário citar tanto o nome da forma do transtorno (raiva, medo, preocupação, depressão...) quanto da fonte, tal como a percebes de modo bem específico. Por exemplo:

Eu estou com raiva de _____ porque vejo algo que não existe.

Eu estou preocupada com _____ porque vejo algo que não existe.

É útil aplicar a idéia de hoje a qualquer coisa que pareça transtornar-te e ela pode ser usada com proveito ao longo do dia para esse propósito. Todavia, os três ou quatro períodos de prática que são requeridos devem ser precedidos, como antes, de uma investigação da tua mente de cerca de um minuto, e a idéia deve ser aplicada a cada pensamento que te transtorne e que seja descoberto na investiga -ção.

Mais uma vez, se resistes em aplicar a idéia a alguns pensamentos transtornadores mais do que a outros, lembra-te dos dois avisos colocados na lição anterior:

Não há pequenos transtornos. Todos eles são igualmente perturbadores para a paz da minha mente.

Eu não posso guardar essa forma de transtorno e abandonar as outras. Assim, para os propósitos destes exercícios, vou consi -derá-las todas como a mesma.

7.7. Eu só vejo o passado.Eu só vejo o passado.

É particularmente difícil acreditar nesta idéia a princípio. No entanto, é o fundamento racional para todas as precedentes.

É a razão pela qual nada do que vejo significa coisa alguma.

É a razão pela qual dei a tudo o que vejo todo o significado que tem para mim.

É a razão pela qual não compreendo coisa alguma do que vejo.

É a razão pela qual meus pensamentos não significam coisa alguma e são como as coisas que vejo.

É a razão pela qual nunca estou transtornada pela razão que imagino.

É a razão pela qual estou transtornada por ver algo que não existe.

Idéias velhas sobre o tempo são muito difíceis de serem mudadas porque tudo aquilo em que acreditas tem as suas raízes no tempo e depende de não aprenderes estas novas idéias sobre ele. No entanto, é precisamente por isso que precisas de novas idéias so-bre o tempo. Essa primeira idéia sobre ele não é realmente tão estranha quanto possa parecer de início.

Olha para uma xícara, por exemplo: vês uma xícara, ou estás meramente revendo as tuas experiências passadas de pegar uma xí-cara, estar sedento, beber, sentir a borda de uma xícara contra os teus lábios, tomar café, e assim por diante? E as tuas reações estéti -cas em relação à xícara, também não estão baseadas em experiências passadas? De que outra maneira saberias se, ao deixá-la cair, esse tipo de xícara quebraria ou não? O que sabes sobre essa xícara exceto o que aprendeste no passado? Exceto pelo teu aprendizado pas-sado, não terias nenhuma idéia do que é essa xícara. Então, será que realmente a vês?

Olha à tua volta. Isso é igualmente verdadeiro para o que quer que seja que olhes. Reconhece isso aplicando a idéia para o dia de hoje indiscriminadamente a qualquer coisa que capte o teu olhar. Por exemplo:

Eu vejo só o passado nesse lápis.

Eu vejo só o passado nesse sapato.

Eu vejo só o passado naquele corpo.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 5 de 188Eu vejo só o passado naquele rosto.

Não te detenhas em nada em particular, mas lembra-te de não omitir nada especificamente. Dá uma olhada rápida em cada su -jeito e então passa para o seguinte. Três ou quatro períodos de prática, cerca de um minuto cada um, serão suficientes.

8.8. A minha mente está preocupada com pensamentos passados.A minha mente está preocupada com pensamentos passados.

Essa idéia é a razão pela qual vês só o passado. Ninguém vê coisa alguma realmente. Só é possível ver os próprios pensamentos projetados para fora. A preocupação da mente com o passado é a causa da concepção equivocada acerca do tempo da qual sofre o teu modo de ver. A tua mente não pode apreender o presente, que é o único tempo que existe. Portanto, não pode compreender o tempo e não pode, de fato, compreender coisa alguma.

O único pensamento totalmente verdadeiro que alguém pode manter sobre o passado é que ele não está aqui. Pensar sobre ele de qualquer modo e, portanto, pensar em ilusões. Poucos compreenderam o que está, de fato, implicado em retratar o passado ou em antecipar o futuro. A mente está em branco quando faz isso, porque não está realmente pensando sobre coisa alguma.

O propósito dos exercícios para o dia de hoje é começar a treinar a tua mente a reconhecer quando não está realmente pensando em absoluto.

Enquanto idéias sem pensamento preocupam a tua mente, a verdade é bloqueada. Reconhecer que a tua mente tem estado ape-nas em branco, ao invés de acreditar que está cheia de idéias reais, é o primeiro passo para abrir o caminho para a visão.

Os exercícios para o dia de hoje devem ser feitos de olhos fechados. Isso porque, de fato, não podes ver coisa alguma e é mais fá-cil reconhecer que, por mais vívido que seja o retrato que possas fazer de um pensamento, não estás vendo coisa alguma. Com o menor investimento possível, investiga a tua mente por cerca de um minuto, como de costume, apenas notando os pensamentos que lá acha -res. Cita cada um deles pela figura central ou tema que contenha e passa para o seguinte. Começa o período de prática dizendo:

Eu pareço estar pensando sobre...

Em seguida, cita cada um dos teus pensamentos especificamente, por exemplo:Eu pareço estar pensando sobre (nome de uma pessoa), sobre (nome de um objeto), sobre (nome de uma emoção).

E assim por diante, concluindo no final do período de exame da mente com:Mas a minha mente está preocupada com pensamentos passados.

Isso pode ser feito quatro ou cinco vezes durante o dia, a menos que aches que te irrita. Se achares que é penoso, três ou quatro vezes são suficientes. Contudo, podes achar útil incluir a tua irritação ou qualquer emoção a que a idéia para o dia de hoje possa indu-zir no próprio exame da mente.

9.9. Eu não vejo nada tal como é agora.Eu não vejo nada tal como é agora.

Essa idéia, obviamente, decorre das duas precedentes. Mas, embora possas ser capaz de aceitá-la intelectualmente, é pouco pro-vável que signifique alguma coisa para ti por enquanto. Contudo, a compreensão não é necessária neste ponto. De fato, o reconheci -mento de que não compreendes é um pré-requisito para desfazer tuas falsas idéias. Estes exercícios concernem à prática, não à com -preensão. Não precisas praticar aquilo que já compreendes. Ter como objetivo a compreensão e assumir que já a tens seria, de fato, andar em círculos.

É difícil para a mente não treinada acreditar que aquilo que ela parece retratar não existe. Essa idéia pode ser bastante pertur-badora e pode e pode encontrar uma resistência ativa sob inúmeras formas. Mas isso não impede a sua aplicação. Nada mais do que isso é requerido para estes exercícios ou quaisquer outros. Cada pequeno passo esclarecerá um pouco da escuridão, e a compreensão finalmente virá para iluminar cada canto da mente que tenha sido esvaziado dos entulhos que o obscurecem.

Estes exercícios, para os quais bastam três ou quatro períodos de prática, envolvem olhar à tua volta e aplicar a idéia para o dia a qualquer coisa que vês, lembrando-te da necessidade de uma aplicação indiscriminada e da regra essencial de nada excluir. Por ex -emplo:

Eu não vejo esse computador tal como é agora.

Eu não vejo esse telefone tal como é agora.

Eu não vejo esse braço tal como é agora.

Começa com as coisas mais próximas de ti e depois estende o teu âmbito para fora:

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 6 de 188Eu não vejo aquele portão tal como é agora.

Eu não vejo aquela árvore tal como é agora.

Eu não vejo aquele rosto tal como é agora.

Enfatiza-se mais uma vez que, embora não devas tentar a inclusão completa, tens que evitar qualquer exclusão específica. Certi -fica-te de estar sendo honesto contigo mesmo ao fazer essa distinção. Podes ser tentado a obscurecê-la.

10.10. Os meus pensamentos não significam coisa alguma.Os meus pensamentos não significam coisa alguma.

Essa idéia se aplica a todos os pensamentos dos quais estejas ciente, ou venhas a estar ciente durante os períodos de prática. A razão de essa idéia ser aplicável a todos eles é que não são os teus pensamentos reais. Já fizemos essa distinção antes e a faremos nova -mente. Ainda não tens base para comparação. Quando tiveres, não terás dúvidas de que o que antes acreditavas serem os teus pensa -mentos, não significavam coisa alguma.

Essa é a segunda vez que usamos esse tipo de idéia. A forma é apenas ligeiramente diferente. Dessa vez, a idéia é introduzida com Meus pensamentos, ao invés de esses pensamentos, e nenhuma ligação explícita é feita com as coisas ao teu redor. A ênfase está agora na falta de realidade daquilo que pensas que pensas.

Esse aspecto do processo de correção começou com a idéia de que os pensamentos dos quais estás ciente são sem significado, estão fora ao invés de dentro de ti e, então, enfatizou-se o seu status passado ao invés do presente. Agora estamos enfatizando que a presença desses pensamentos significa que não estás pensando. Essa é apenas uma outra maneira de repetir a nossa declaração anteri-or de que a tua mente está realmente em branco. Reconhecer isso é reconhecer o nada quando pensas que o vês. Como tal, esse é o pré-requisito para a visão.

Fecha os olhos para estes exercícios e começa-os repetindo a idéia para o dia de hoje bem lentamente para ti mesmo. Depois, acrescenta:

Essa idéia me ajudará a liberar-me de tudo em que eu acredito agora.

Os exercícios consistem, como antes, em investigar na tua mente todos os pensamentos que estejam disponíveis para ti, sem se -leção ou julgamento. Tenta evitar qualquer tipo de classificação. De fato, se achares que pode ser útil, poderias imaginar que estás ven -do uma procissão estranhamente agrupada passar, com pouco ou nenhum significado pessoal para ti. À medida que cada um cruza a tua mente, dize:

Meu pensamento sobre _____ não significa coisa alguma.

Meu pensamento sobre _____ não significa coisa alguma.

O pensamento de hoje pode obviamente servir para qualquer pensamento que te aflija em qualquer momento. Além disso, são recomendados cinco períodos de prática, cada um com aproximadamente um minuto no máximo de exame mental. Não é recomendável que esse período seja estendido, e ele deve ser reduzido para meio minuto ou até menos, se experimentares desconforto. Lembra-te, contudo, de repetir a idéia lentamente antes de aplicá-la de forma especifica e também de acrescentar:

Essa idéia me ajudará a liberar-me de tudo em que eu acredito agora.

11.11. Os meus pensamentos sem significado estão me mostrando um mundo sem significado.Os meus pensamentos sem significado estão me mostrando um mundo sem significado.

Essa é a primeira idéia que temos que está relacionada com uma fase principal do processo de correção: a reversão do modo de pensar do mundo. Parece que o mundo determina o que percebes. A idéia para o dia de hoje introduz o conceito de que os teus pensa-mentos determinam o mundo que vês. Fica contente, de fato, por praticar a idéia na sua forma inicial, pois nesta idéia a tua liberação está assegurada. Nela está a chave para o perdão.

Os períodos de prática da idéia de hoje devem ser empreendidos de um modo um pouco diferente dos anteriores. Começa com os olhos fechados e repete a idéia lentamente para ti mesmo. Em seguida, abre os olhos e olha ao teu redor para perto e para longe, para cima e para baixo, para qualquer lugar. Durante o minuto aproximado que vais passar usando a idéia, meramente repete-a para ti mesmo, estando seguro de fazê-lo sem pressa e sem nenhuma sensação de urgência ou esforço.

Para fazer estes exercícios com o máximo benefício, teus olhos devem mover-se de uma coisa para outra de forma razoavelmente rápida, já que não devem deter-se em nada em particular. Contudo, as palavras devem ser usadas sem pressa, até mesmo de maneira descansada. A introdução a essa idéia, em particular, deve ser praticada da forma mais casual possível. Ela contém o fundamento para a

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paz, o relaxamento e a libertação de preocupações que estamos tentando conseguir. Ao concluir os exercícios, fecha os olhos e repete a idéia lentamente para ti mesmo mais uma vez.

Hoje, três períodos de prática provavelmente serão suficientes, mas se houver pouco ou nenhum mal-estar e se te sentires incli-nado a fazer mais, até mesmo cinco períodos podem ser empreendidos. Mais do que isso não é recomendado.

12.12. Eu estou transtornada porque vejo um mundo sem significado.Eu estou transtornada porque vejo um mundo sem significado.

A importância dessa idéia está no fato de que ela contém uma correção para uma das principais distorções perceptivas. Pensas que o que te transtorna é um mundo assustador ou um mundo triste, ou um mundo violento, ou um mundo insano. Todos estes atri -butos são dados a ele por ti. O mundo em si mesmo é sem significado.

Estes exercícios são feitos com os olhos abertos. Olha ao teu redor, dessa vez bem lentamente. Tenta compassar a ti mesmo de maneira que a passagem lenta do teu olhar de uma coisa para outra envolva um intervalo de tempo razoavelmente constante . Não permitas que o tempo da passagem venha a ser notadamente mais longo ou mais curto, mas tenta, em vez disso, manter um compasso medido e uniforme do início ao fim. O que vês não importa. É isso que estás ensinando a ti mesmo ao dar a qualquer coisa sobre a qual o teu olhar pousar igual aten-ção e tempo igual. Esse é um passo inicial na aprendizagem de dar igual valor a todas elas. Ao olhar ao teu redor, dize a ti mesmo:

Eu penso que vejo um mundo amedrontador, um mundo perigoso, um mundo hostil, um mundo triste, um mundo perverso, um mundo louco...

E assim por diante, usando quaisquer termos descritivos que possam te ocorrer. Se termos que parecem positivos em vez de ne -gativos te ocorrerem, inclua-os. Por exemplo, poderias pensar num mundo bom, ou num mundo satisfatório. Se tais termos te ocorrerem, usa-os junto com os outros. Podes ainda não compreender porque esses adjetivos agradáveis têm lugar nestes exercícios, mas lembra-te que um mundo bom implica em um mau e um mundo satisfatório implica em um insatisfatório.

Todos os termos que cruzarem a tua mente são sujeitos adequados para os exercícios de hoje. A sua qualidade aparente não im-porta. Certifica-te de não alterar os intervalos de tempo entre as aplicações da idéia para o dia de hoje ao que pensas que é aprazível e ao que pensas que é desprazível. Para os propósitos destes exercícios, não há nenhuma diferença entre eles. No final do período de prática, acrescenta:

Mas eu estou transtornada porque vejo um mundo sem significado.

Aquilo que é sem significado não é bom nem mau. Então, porque um mundo sem significado deveria transtornar-te? Se pudes -ses aceitar o mundo como algo sem significado e deixar a verdade ser escrita sobre ele para ti, isso te faria indescritivelmente feliz. Mas, por ser sem significado, tu és impelido a escrever nele o que querias que ele fosse. É isso que vês nele. É isso o que é sem signifi -cado na verdade. Por baixo das tuas palavras está escrito o Verbo de Deus. A verdade te transtorna agora, mas quanto as tuas palavras tiverem sido apagadas, tu verás as Suas. Este é o propósito fundamental destes exercícios. Três ou quatro vezes são suficientes para a prática da idéia para o dia de hoje. Os períodos de prática também não devem exceder um minuto. Podes achar até mesmo isso longo demais. Termina os exercícios ao experimentar uma sensação de tensão.

13.13. Um mundo sem significado gera medo.Um mundo sem significado gera medo.

A idéia para o dia de hoje é realmente uma outra forma da precedente, exceto pelo fato de ser mais específica em relação à emo -ção despertada. De fato, um mundo sem significado é impossível. Nada sem significado existe. Todavia, disso não decorre que não pen -sarás que percebes algo que não tenha significado, pelo contrário, estarás particularmente propenso a pensar que o percebes.

O reconhecimento da falta de significado desperta intensa ansiedade em todos os separados. Representa uma situação na qual Deus e o ego desafiam um ao outro, quanto à autoria do significado do que deve ser escrito no espaço vazio que a falta de significado provê. O ego se lança freneticamente para lá estabelecer as suas próprias idéias, amedrontado que, de outra forma, o vazio possa ser usado para demonstrar a sua própria impotência e irrealidade. E somente nisso ele está correto.

É essencial, portanto, que aprendas a reconhecer aquilo que é sem significado e aceitá-lo sem medo. Se estiveres amedrontado, é certo que dotaras o mundo com atributos que ele não possui e o apinharás de imagens que não existem. Para o ego, as ilusões são dis-positivos de segurança, assim como tem que ser também para ti, que te igualas ao ego.

Os exercícios para o dia de hoje, que deverão ser feitos cerca de três a quatro vezes, por não mais de cerca de um minuto no má-ximo de cada vez, devem ser praticados de um modo um pouco diferente dos precedentes. Com os olhos fechados, repete a idéia de hoje para ti mesmo. Então, abre os olhos e olha lentamente ao teu redor, dizendo:

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 8 de 188Eu estou olhando para um mundo sem significado.

Repete essa declaração para ti mesmo enquanto olha à tua volta. Então, fecha os olhos e conclui com:Um mundo sem significado gera medo porque eu penso que estou em competição com Deus.

Podes achar difícil evitar a resistência de uma forma ou de outra a essa declaração conclusiva. Qualquer que seja a forma que essa resistência possa tomar, lembra-te de que estás realmente com medo de tal pensamento por causa da vingança do inimigo. Não se espera que acredites nesta declaração a essa altura e provavelmente a descartarás como prepóstera. Contudo, observa cuidadosamente qualquer sinal de medo, manifestado ou reprimido, que ela possa despertar.

Essa é a nossa primeira tentativa em declarar uma relação explícita de causa e efeito de um tipo que tu ainda és muito inexperi-ente em reconhecer. Não te detenhas na declaração conclusiva e tenta nem pensar nela exceto durante os períodos de prática. No mo-mento presente isso será suficiente.

14.14. Deus não criou um mundo sem significado.Deus não criou um mundo sem significado.

A idéia para o dia de hoje é, evidentemente, a razão pela qual um mundo sem significado é impossível. O que Deus não criou não existe. E tudo o que existe, existe tal como Ele o criou. O mundo que vês nada tem a ver com a realidade. Foi feito por ti e não existe.

Os exercícios para o dia de hoje devem ser praticados com os olhos fechados do início ao fim. O período de exame da mente deve ser curto, um minuto no máximo. Não tenhas mais do que três períodos de prática com a idéia para o dia de hoje, a menos que os ache confortáveis. Se isso acontecer, será porque realmente compreendes para que servem.

A idéia para o dia de hoje é um outro passo no aprendizado de abandonar os pensamentos que tens escrito no mundo e de veres em seu lugar o Verbo de Deus. Os passos iniciais nessa troca, que verdadeiramente pode ser chamada de salvação, podem ser bastantes difíceis e até bastante dolorosos. Alguns deles te conduzirão diretamente ao medo. Tu não serás deixado lá. Irás muito além disso. A nossa direção é rumo à perfeita segurança e à perfeita paz.

Com os olhos fechados, pensa em todos os horrores do mundo que cruzam a tua mente. Cita cada um à medida que te ocorre e, em seguida, nega sua realidade. Deus não o criou, portanto, não é real. Dize, por exemplo:

Deus não criou aquela guerra, portanto ela não é real.

Deus não criou aquele acidente de avião, portanto, ele não é real.

Deus não criou aquele desastre, portanto, ele não é real.

Outros sujeitos adequados para a aplicação da idéia do dia de hoje também incluem qualquer coisa que tenhas medo que possa te acontecer, ou a qualquer pessoa com quem estejas preocupado. Em cada caso, cita o desastre, especificamente. Não uses termos ge-néricos. Por exemplo, não digas: Deus não criou a enfermidade, mas Deus não criou o câncer, ou ataques cardíacos, ou qualquer coisa que pos-sa te provocar medo. Estás olhando para o teu repertório pessoal de horrores. Essas coisas são parte do mundo que tu vês. Algumas delas são ilusões compartilhadas e outras fazem parte do teu inferno pessoal. Isso não importa. Aquilo que Deus não criou só pode estar na tua pró-pria mente, à parte da Sua. Portanto, não tem nenhum significado. Em reconhecimento deste fato, conclui os períodos de prática repe-tindo a idéia para o dia de hoje:

Deus não criou um mundo sem significado.

A idéia de hoje pode, obviamente, ser aplicada a qualquer coisa que te perturbe durante o dia, fora dos períodos de prática. Sê muito específico ao aplicá-la. Dize:

Deus não criou um mundo sem significado.

Ele não criou (especifica a situação que está te perturbando) e, portanto, isso não é real.

15.15. Meus pensamentos são imagens que eu fiz.Meus pensamentos são imagens que eu fiz.

Como os pensamentos que pensas que pensas aparecem em imagens, tu não os reconheces como nada. Pensas que os pensas e, assim, tu pensas que os vês. Foi assim que o teu ver foi feito. Essa é a função que tens dado aos olhos do teu corpo. Isso não é ver. É fazer imagens. Isso toma o lugar do ver, substituindo a visão por ilusões.

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Essa idéia introdutória ao processo de fazer imagens que chamas de ver, não terá muito significado para ti. Começarás a com -preendê-la quanto tiveres visto pequenas réstias de luz em torno dos mesmos objetos familiares que vês agora. Esse é o começo da vi-são real. Podes estar certo de que a visão real virá rapidamente, uma vez que isso tiver ocorrido.

À medida que avançamos, podes ter muitos episódios de luz. Eles podem tomar muitas formas diferentes, algumas das quais bas-tante inesperadas. Não tenhas medo. São sinais de que estás, enfim, abrindo os teus olhos. Eles não persistirão, pois meramente sim -bolizam a percepção verdadeira e não estão relacionados com o conhecimento. Estes exercícios não te revelarão conhecimento. Mas prepararão o caminho para ele.

Ao praticar a idéia para o dia de hoje, repete-a primeiro para ti mesmo e depois aplica-a a qualquer coisa que vês ao teu redor, citando seu nome e deixando teus olhos descansarem sobre ele enquanto dizes:

Este (a) _____ é uma imagem que tenho feito. Aquele (a) _____é uma imagem que eu tenho feito.

Não é necessário incluir um grande número de sujeitos específicos para a aplicação da idéia de hoje. É necessário, porém, conti -nuar a olhar para cada sujeito enquanto repetes a idéia para ti mesmo. A idéia deve ser repetida bem lentamente a cada vez.

Embora obviamente não sejas capaz de aplicar a idéia a um número muito grande de coisas, no minuto aproximado de prática que é recomendado, tenta fazer a seleção da forma mais casual possível. Menos de um minuto será suficiente para os períodos de práti -ca, se começares a te sentir inquieto. Não tenhas mais do que três períodos de aplicação para a idéia de hoje, a menos que te sintas completamente confortável com ela e não ultrapasses quatro vezes. Contudo, a idéia pode ser aplicada como for necessário ao longo do dia.

Os pensamentos que eu penso que penso aparecem em imagens. Eu, então, penso que os vejo.

16.16. Eu não tenho pensamentos neutros.Eu não tenho pensamentos neutros.

A idéia para o dia de hoje é um passo inicial para dissipar a crença de que os teus pensamentos não têm efeito. Tudo o que vês é o resultado dos pensamentos. Não há nenhuma exceção para esse fato. Os pensamentos não são grandes ou pequenos, poderosos ou fracos. Eles são apenas verdadeiros ou falsos. Aqueles que são verdadeiros criam à sua própria semelhança. Aqueles que são falsos fa -zem à semelhança deles. Não existe nenhum conceito mais contraditório em si mesmo do que o de pensamentos vãos. Aquilo que dá origem à percepção de todo um mundo dificilmente pode ser chamado vão. Cada pensamento que tens contribui para a verdade ou para a ilusão, ou estende a verdade ou multiplica as ilusões. De fato, podes multiplicar o nada, mas não o estenderás ao fazê-lo.

Além de reconheceres que os teus pensamentos nunca são vãos, a salvação requer que tu também reconheças que cada pensa -mento que tens traz ou a paz ou a guerra, ou o amor ou o medo. Um resultado neutro é impossível. Há uma tal tentação para descartar os pensamentos de medo como sem importância, triviais e indignos de que te incomodes com eles, que é essencial que reconheças a todos, não apenas como igualmente destrutivos, mas também igualmente irreais. Praticaremos essa idéia de muitas formas antes que tu realmente a compreendas.

Ao aplicar a idéia para o dia de hoje, examina a tua mente por cerca de um minuto com os olhos fechados, e busca ativamente não ignorar nenhum ‘pequeno’ pensamento que possa tender a eludir o exame. Isso é bastante difícil até te acostumares. Acharás que ainda é difícil para ti não fazer distinções artificiais. Todo pensamento que te ocorrer, independentemente das qualidades que lhe de-signes, é um sujeito adequado para a aplicação da idéia de hoje.

Durante os períodos de prática, primeiro repete a idéia para ti mesmo e, em seguida, à medida que cada um cruzar a tua mente, mantenha-o na consciência enquanto dizes a ti mesmo:

Esse pensamento sobre _____não é um pensamento neutro.

Aquele pensamento sobre _____não é um pensamento neutro.

Como de costume, usa a idéia para o dia de hoje sempre que estiveres ciente de algum pensamento em particular que te provo -que mal-estar. Para esse propósito, sugere-se a seguinte forma:

Esse pensamento sobre _____não é um pensamento neutro porque eu não tenho pensamentos neutros.

São recomendados quatro ou cinco períodos de prática, se achá-los relativamente fáceis. Se for experimentada alguma tensão, três serão suficientes. A duração do período dos exercícios também deve ser reduzida se houver desconforto.

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17.17. Eu não vejo coisas neutras.Eu não vejo coisas neutras.

Essa idéia é um outro passo em direção à identificação da causa e do efeito como realmente operam no mundo. Não vês coisas neutras porque não tens pensamentos neutros. É sempre o pensamento que vem primeiro, apesar da tentação de acreditares que é ao contrário. O modo de pensar do mundo não é esse, mas tens que aprender que é o modo como pensas. Se não fosse assim, a percepção não teria causa e seria, ela própria, a causa da realidade. Em vista da sua natureza altamente variável, isso é pouco provável.

Ao aplicar a idéia para o dia de hoje, dize a ti mesmo, com os olhos abertos:Eu não vejo coisas neutras porque não tenho pensamentos neutros.

Então, olha à tua volta, descansando o teu olhar em cada coisa que notares durante o tempo suficiente para dizer:

Eu não vejo um (a) _____neutro (a), porque os meus pensamentos sobre _____ não são neutros.

Por exemplo, poderias dizer:Eu não vejo uma parede neutra, porque os meus pensamentos sobre paredes não são neutros.

Eu não vejo um corpo neutro porque os meus pensamentos sobre corpos não são neutros.

Como de costume, é essencial que não faças distinções entre o que acreditas ser animado ou inanimado, aprazível ou desprazí -vel. Independente do que possas acreditar, não vês coisa alguma que seja realmente viva ou realmente alegre. Isso é assim porque tu ainda não estás ciente de qualquer pensamento realmente verdadeiro e, portanto, realmente feliz.

Três ou quatro períodos de prática específicos são recomendados e, no mínimo três são requeridos para aproveitamento máxi-mo, mesmo se experimentares resistência. Porém, se o fizeres, a duração do período de prática pode ser reduzida para menos do que o minuto aproximado que é recomendado se isso não ocorrer.

18.18. Eu não estou sozinha ao experimentar os efeitos do que vejo.Eu não estou sozinha ao experimentar os efeitos do que vejo.

A idéia para o dia de hoje é um outro passo no aprendizado de que os pensamentos que dão origem àquilo que vês nunca são neutros ou sem importância. Ela também enfatiza a idéia de que as mentes são unidas, à qual será dada maior ênfase mais adiante. A idéia de hoje não se refere tanto ao que vês quanto ao modo como tu o vês. Portanto, os exercícios para hoje enfatizam esse aspecto da tua percepção. Os três ou quatro períodos de prática que são recomendados devem ser feitos da seguinte forma:

Olha à tua volta, selecionando os sujeitos para a aplicação da idéia para o dia de hoje tão fortuitamente quanto for possível e mantém os teus olhos sobre cada um deles o tempo suficiente para dizeres:

Eu não estou sozinho ao experimentar os efeitos de como vejo _____.

Conclui cada período de prática repetindo a declaração mais genérica:Eu não estou sozinha ao experimentar os efeitos do que vejo.

Um minuto aproximado, ou até menos, será suficiente para cada período de prática.

19.19. Eu não estou sozinha ao experimentar os efeitos dos meus pensamentos.Eu não estou sozinha ao experimentar os efeitos dos meus pensamentos.

A idéia para o dia de hoje é, obviamente, a razão pela qual o que vês não afeta só a ti. Notarás que, algumas vezes, as idéias rela -cionadas com o modo de pensar precedem aquelas relacionadas com a percepção, enquanto que outras vezes a ordem é revertida. A ra -zão disso é que a ordem não importa. O pensamento e os seus resultados são realmente simultâneos, pois causa e efeito nunca estão separados.

Hoje estamos enfatizando mais uma vez o fato de que as mentes são unidas. Raramente essa idéia é totalmente bem recebida de início, já que parece trazer consigo um enorme senso de responsabilidade, e pode até ser considerada como uma invasão de privacida -de. No entanto, é fato que não existem pensamentos privados. Apesar da tua resistência inicial a esta idéia, tu ainda compreenderás que isso não pode deixar de ser verdadeiro, se é que a salvação é possível de qualquer modo. E a salvação tem que ser possível porque é a Vontade de Deus.

O minuto aproximado de exame da mente que os exercícios de hoje requerem, deve ser empreendido com os olhos fechados. Primeiro, a idéia para o dia de hoje deve ser repetida e, então, a mente deve ser cuidadosamente examinada em busca dos pensamentos que contém naquele momento. Ao considerar cada um, cita-o em termos da pessoa ou do tema central que ele contém, e mantendo-o em tua mente ao fazê-lo, dize:

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 11 de 188Não estou sozinho ao experimentar os efeitos desse pensamento sobre _____.

O requisito de selecionar sujeitos para os períodos de prática com a máxima indiscriminação possível já deve ser bastante famili-ar para ti agora, e não será mais repetido a cada dia, embora possa vir a ser incluído ocasionalmente como um lembrete. Não esqueças, porém, que a seleção fortuita de sujeitos para todos os períodos de prática continua sendo essencial até o final. A falta de ordem conec -tada a isso finalmente fará com que o reconhecimento da falta de ordem de dificuldades em milagres seja significativo para ti.

Além da aplicação da idéia para o dia de hoje ‘de acordo com a necessidade’, pelo menos três períodos de prática são requeridos, diminuindo a duração do tempo envolvido se for necessário. Não tentes mais do que quatro.

20.20. Eu estou determinada a ver.Eu estou determinada a ver.

Até agora, temos sido bastante casuais em relação aos nossos períodos de prática. Não houve propriamente nenhuma tentativa de definir o momento em que estes devem ser empreendidos, o esforço requerido tem sido mínimo e, nem mesmo cooperação ativa e interesse foram pedidos. Essa abordagem tem sido intencional e muito cuidadosamente planejada. Não perdemos de vista a importân-cia crucial da reversão do teu modo de pensar. A salvação do mundo depende disso. No entanto, não verás, se consideras a ti mesmo como se fosses coagido, ou entregando-te ao ressentimento e à oposição.

Essa é a nossa primeira tentativa de introduzir uma estrutura. Não a interpretes equivocadamente como um esforço no sentido de exercer força ou pressão. Queres a salvação. Queres ser feliz. Queres paz. Não a tens agora porque a tua mente é totalmente indisci -plinada e não podes distinguir entre a alegria e o pesar, o prazer e a dor, o amor e o medo. Estás aprendendo agora como distingui-los. E de fato, será grande o teu galardão.

A tua decisão de ver é tudo o que a visão requer. O que queres é teu. Não te equivoques considerando o pequeno esforço que te é pedido como uma indicação de que a nossa meta é de pouco valor. É possível que a salvação do mundo seja um propósito trivial? E é possível que o mundo seja salvo se tu não o és? Deus tem um Filho, e ele é a ressurreição e a vida. A sua vontade é feita porque todo o poder é dado a ele no Céu e na Terra. Na tua determinação em ver, a visão te é dada.

Os exercícios para o dia de hoje consistem em lembrar a ti mesmo durante todo o dia que queres ver. A idéia de hoje também implica, tacitamente, o reconhecimento de que não vês agora. Portanto, ao repetires a idéia, estás declarando que estás determinado a mudar o teu presente estado por um melhor, aquele que realmente queres.

Repete a idéia para o dia de hoje lenta e positivamente pelo menos duas vezes por hora durante esse dia, tentando fazê-lo a cada meia hora. Não te aflijas se esqueceres de fazer isso, mas faze um esforço real para lembrar-te. As repetições extras devem ser aplica -das a qualquer situação, pessoa ou evento que te transtorne. Podes vê-los de maneira diferente, e verás. O que desejas, tu ve-rás. Tal é a lei real de causa e efeito assim como opera no mundo.

21.21. Eu estou determinada a ver as coisas de modo diferente.Eu estou determinada a ver as coisas de modo diferente.

A idéia para o dia de hoje é, obviamente, uma continuação e uma extensão da precedente. Porém dessa vez são necessários pe -ríodos específicos de exame da mente, além de aplicar a idéia situações particulares que possam surgir. Cinco períodos de pratica são recomendados e deve-se dar um minuto completo para cada um.

Nos períodos de prática, começa repetindo a idéia para ti mesmo. Depois, fecha os olhos e examina com cuidado a tua mente, procurando situações passadas, presentes ou antecipadas que te despertem raiva. A raiva pode tomar a forma de qualquer reação, des -de a mais leve irritação até a fúria. A graduação da emoção que experimentas não importa. Tu virás a ser cada vez mais ciente de que um leve toque de aborrecimento nada mais é do que um véu encobrindo intensa fúria.

Tenta, portanto, não deixar que os pequenos pensamentos de raiva te escapem durante os períodos de prática. Lembra-te de que não reconheces realmente aquilo que desperta raiva em ti, e nada do que acreditas em relação a isso significa coisa alguma. Prova -velmente serás tentado a demorar-te mais em certas situações ou pessoas do que em outras, com a justificativa falaciosa de que são mais óbvias. Isso não é assim. É meramente um exemplo da crença segundo a qual algumas formas de ataque são mais justificadas do que outras.

Ao investigar a tua mente procurando todas as formas nas quais pensamentos de ataque se apresentam, mantém cada uma em mente, enquanto dizes a ti mesmo:

Estou determinado a ver _____ (nome da pessoa) de modo diferente. Estou determinado a ver _____ (especifica a situação) de modo diferente.

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Tenta ser tão específico quanto for possível. Podes, por exemplo, focalizar a tua raiva num atributo particular de uma pessoa em particular, acreditando que a raiva se limita a esse aspecto. Se a tua percepção está sofrendo dessa forma de distorção, dize:

Estou determinado a ver _____ (especifica o atributo) em _____ (nome da pessoa) de modo diferente.

22.22. O que eu vejo é uma forma de vingança.O que eu vejo é uma forma de vingança.

A idéia para o dia de hoje descreve precisamente o modo como alguém, que mantém pensamentos de ataque em sua mente, tem que ver o mundo. Tendo projetado a sua raiva sobre o mundo, ele vê a vingança prestes a golpeá-lo. Assim, seu próprio ataque é perce-bido como autodefesa. Isso vem a ser um círculo vicioso sempre crescente até que ele esteja voluntariamente disposto a mudar o seu modo de ver. Caso contrário, pensamentos de ataque e de contra-ataque o preocuparão e povoarão o seu mundo inteiro. Que paz pode ele ter dentro da sua mente nesse caso?

É dessa fantasia selvagem que queres escapar. Não é uma notícia alegre ouvir que isso não é real? Não é uma descoberta feliz descobrir que podes escapar? Fizeste aquilo que queres destruir: tudo o que odeias e queres atacar e matar. Tudo aquilo que temes não existe. Olha para o mundo ao teu redor pelo menos cinco vezes no dia de hoje, durante um minuto no mínimo a cada vez. Ao mover os olhos lentamente de um objeto para outro, de um corpo para outro, dize a ti mesmo:

Eu só vejo o que é perecível.

Eu não vejo nada que vá durar.

Ao final de cada período de prática, pergunta a ti mesmo:O que eu vejo não é real.

O que eu vejo é uma forma de vingança.

É esse o mundo que eu realmente quero ver?

A resposta é certamente óbvia.

23.23. Eu posso escapar do mundo que vejo desistindo dos pensamentos de ataque.Eu posso escapar do mundo que vejo desistindo dos pensamentos de ataque.

A idéia de hoje contém a única saída para o medo que terá sucesso. Nada mais funcionará, tudo o mais é sem significado. Mas esse caminho não pode falhar. Cada pensamento que tens constitui algum segmento do mundo que vês. Portanto, é com os teus pensa -mentos que nós temos que trabalhar, se é que a tua percepção do mundo vai ser mudada. Se a causa do mundo que vês são pensamen -tos de ataque, tens que aprender que são esses pensamentos que não queres. Não há sentido em lamentar o mundo. Não há sentido em tentar mudar o mundo. Ele é incapaz de mudar, porque é meramente um efeito. Mas, de fato, há sentido em mudar os teus pensamen-tos sobre o mundo. Aqui estás mudando a causa. O efeito mudará automaticamente.

O mundo que vês é um mundo vingativo e tudo nele é um símbolo de vingança. Cada uma das tuas percepções da realidade ex -terna é uma representação pictórica dos teus próprios pensamentos de ataque. Cabe realmente perguntar se isso pode ser chamado de ver. Não seria fantasia uma palavra melhor para tal processo e alucinação um termo mais apropriado para o resultado? Tu vês o mundo que tens feito, mas não te vês como aquele que faz as imagens. Não podes ser salvo do mundo, mas podes escapar da sua causa. É isso o que a salvação significa, pois onde esta o mundo que vês quando a sua causa se foi? A visão já mantém uma substituição para tudo o que pensas que vês agora. A beleza pode iluminar as tuas imagens, e assim transformá-las de tal modo que tu as amarás, embora te-nham sido feitas de ódio. Pois não as estarás fazendo sozinho.

A idéia para o dia de hoje introduz o pensamento de que não estás preso numa armadilha ao mundo que vês, pois a sua causa pode ser mudada. Essa mudança requer, em primeiro lugar, que a causa seja identificada e em seguida abandonada de forma que possa ser substituída. Os dois primeiros passos deste processo requerem a tua cooperação. O último, não. As tuas imagens já foram substi -tuídas. Ao dar os dois primeiros passos verás que isso é assim. Além de usá-la ao longo do dia, quando a necessidade surgir, cinco pe -ríodos de prática são requeridos para a aplicação da idéia de hoje. Ao olhar à tua volta, primeiro repete lentamente a idéia para ti mes-mo e depois fecha os olhos e dedica mais ou menos um minuto a examinar a tua mente, buscando tantos pensamentos de ataque quan-tos de ocorrerem. À medida que cada um deles cruzar a tua mente, dize:

Eu posso escapar do mundo que vejo desistindo dos pensamentos de ataque sobre ____.

Mantém em mente cada pensamento de ataque ao dizer isso, depois descarta-o e passa ao seguinte. Durante os períodos de prá -tica, certifica-te de incluir tanto os pensamentos em que atacas quanto aqueles em que és atacado. Os seus efeitos são exatamente os

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mesmos. Tu ainda não reconheces isso e, nesse momento, pede-se apenas que os trates como se fossem os mesmos nos períodos de prática de hoje. Nós ainda estamos no estágio de identificar a causa do mundo que vês. Quando tu finalmente aprenderes que pensa-mentos nos quais atacas ou nos quais és atacado não são diferentes, estarás pronto para deixar que a causa se vá.

24.24. Eu não percebo os meus maiores interesses.Eu não percebo os meus maiores interesses.

Em nenhuma situação que surja, reconheces qual é o resultado que te faria feliz. Portanto, não tens nenhum guia para a ação apropriada e nenhum modo de julgar o resultado. O que fazes é determinado pela tua percepção da situação e essa percepção está erra-da. Assim, é inevitável que não sirvas aos teus maiores interesses. No entanto, eles são a tua única meta em qualquer situação que seja corretamente percebida. De outra forma, não reconhecerás quais são eles.

Se reconhecesses que não percebes os teus maiores interesses, seria possível ensinar-te o que eles são. Mas, na presença da tua convicção de que sabes, não podes aprender. A idéia para o dia de hoje é um passo em direção a abrir a tua mente para que o aprendi -zado possa começar.

Os exercícios para o dia de hoje requerem muito mais honestidade do que estás acostumado a usar. Alguns poucos sujeitos, con-siderados honesta e cuidadosamente em cada um dos cinco períodos de prática que devem ser empreendidos hoje, serão mais úteis do que um exame mais superficial de um grande número deles. Sugere-se dois minutos para cada período de exame mental envolvido nos exercícios.

Os períodos de prática devem começar com a repetição da idéia para o dia de hoje, seguida pelo exame da mente, com os olhos fechados, em busca de situações não resolvidas acerca das quais estás atualmente preocupado. A ênfase deve estar em descobrir o re -sultado que queres. Reconhecerás com rapidez que tens várias metas em mente que fazem parte do resultado desejado e também que essas metas estão em níveis diferentes e são, freqüentemente, conflitantes.

Ao aplicares a idéia para o dia de hoje, cita cada situação que te ocorrer e depois enumera cuidadosamente o maior número pos -sível de metas que gostarias que fossem alcançadas na sua resolução. A forma de cada aplicação deve ser mais ou menos a seguinte:

Na situação referente a ______, eu gostaria que ______ acontecesse, e que ____ acontecesse,

E assim por diante. Tenta incluir tantos tipos diferentes de resultados quanto honestamente te possam ocorrer, mesmo que al-guns deles não lhe pareçam diretamente relacionados com a situação, ou nem mesmo ser inerentes a ela de forma alguma.

Se estes exercícios forem feitos adequadamente, reconhecerás com rapidez que estás fazendo um grande número de exigências que nada têm a ver com a situação. Tu também reconhecerás que muitas das tuas metas são contraditórias, que não tens nenhum resultado unifi-cado em mente e que, independentemente de como a situação se resolva, não podes deixar de te desapontar com relação a algumas das tuas metas. Depois de examinares a lista do maior número possível de metas almejadas para cada situação não resolvida que passa pela tua mente, dize a ti mesmo:

Eu não percebo os meus maiores interesses nessa situação.

25.25. Eu não sei para que serve coisa alguma.Eu não sei para que serve coisa alguma.

Propósito é significado. A idéia de hoje explica por que nada do que vês significa coisa alguma. Não sabes para que servem as coisas. Portanto, não têm significados para ti. Tudo é para o teu próprio interesse. É para isso que serve; é esse o teu propósito, é isso o que significa. É reconhecendo isso que as tuas metas vêm a ser unificadas. É no reconhecimento disso que o que vês é revestido de significado.

Tu percebes o mundo e tudo nele como significativo em termos das metas do ego. Essas metas não têm nada a ver com os teus maiores interesses, porque tu não és o ego. Essa falsa identificação faz com que sejas incapaz de compreender para que serve qualquer coisa. Como resultado, estás fadado a usá-las equivocadamente. Quando acreditares nisso, tentarás retirar as metas que designaste para o mundo, ao invés de tentares reforçá-las.

Um outro modo de descrever as metas que ora percebes é dizer que estão todas relacionadas com interesses pessoais. Como não tens interesses pessoais, as tuas metas, na realidade, concernem o nada. Portanto, ao valorizá-las não tens absolutamente nenhuma meta. E assim, não sabes para que serve coisa alguma.

Antes que os exercícios de hoje possam fazer qualquer sentido para ti, mais um pensamento é necessário. Em níveis mais su-perficiais, tu, de fato, reconheces o propósito. Mas o propósito não pode ser compreendido nesses níveis. Por exemplo, de fato compre-

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endes que o telefone existe para o propósito de falar com alguém que não está fisicamente na tua vizinhança imediata. O que não com-preendes é a razão pela qual queres alcançá-lo. E é isso e é isso que faz com que o teu contato com ele seja significativo ou não.

É crucial para o teu aprendizado que estejas disposto a desistir das metas que estabeleceste para todas as coisas. O reconheci -mento de que elas são sem significado, ao invés de boas ou más, é o único caminho para realizar isso. A idéia para o dia de hoje é um passo nesta direção.

São requeridos seis períodos de prática, cada um com a duração de dois minutos. Cada período deve começar com uma lenta re-petição da idéia de hoje, em seguida olha à tua volta e deixa o teu olhar pousar e qualquer coisa que casualmente capte os teus olhos, perto ou longe, importante ou sem importância, humano ou não humano. Com os teus olhos em cada sujeito selecionado deste modo, dize, por exemplo:

Eu não sei para que serve essa cadeira.

Eu não sei para que serve esse lápis.

Eu não sei para que serve essa mão.

Dize isso de maneira bem lenta, sem deslocar os teus olhos do sujeito até que tenhas completado a declaração referente a ele. Passa, então, para o próximo e aplica a idéia de hoje como antes.

26.26. Meus pensamentos de ataque estão atacando a minha invulnerabilidade.Meus pensamentos de ataque estão atacando a minha invulnerabilidade.

É, sem dúvida, óbvio que se podes ser atacado, não és invulnerável. Vês o ataque como uma ameaça real. Isso é assim porque acreditas que realmente podes atacar. E o que pode surtir efeito através de ti, também tem que surtir efeito em ti. É essa a lei é que em última instância te salvará, mas estás usando-a equivocadamente agora. Portanto, tens que aprender como pode ser usada em favor dos teus maiores interesses ao invés de usá-la contra eles. Como os teus pensamentos de ataque serão projetados, terás medo do ataque. E se tens medo do ataque, tens que acreditar que não és invulnerável. Portanto, pensamentos de ataque fazem com que sejas vulnerável em tua própria mente, que é onde esses pensamentos estão. Pensamentos de ataque e invulnerabilidade não podem ser aceitos juntos. Eles contradizem um ao outro.

A idéia para o dia de hoje introduz o pensamento de que sempre atacas a ti mesmo primeiro. Se pensamentos de ataque neces -sariamente acarretam a crença em que és vulnerável, seus efeitos te enfraquecem aos teus próprios olhos. Assim, atacaram a tua per-cepção de ti mesmo. E por acreditares neles, já não podes acreditar em ti mesmo. Uma falsa imagem de ti veio tomar o lugar do que és. A prática da idéia de hoje te ajudará a compreender que a vulnerabilidade ou a invulnerabilidade é o resultado dos teus próprios pensa-mentos. Nada exceto os teus pensamentos pode atacar-te. Nada exceto os teus pensamentos pode fazer-te pensar que és vulnerável. E nada exceto os teus pensamentos pode te provar que isso não é assim.

Seis períodos de prática são requeridos para a aplicação da idéia de hoje. Dois minutos inteiros devem ser dedicados a cada idéia de hoje. Dois minutos inteiros devem ser dedicados a cada um embora o tempo possa reduzido para um minuto se o desconforto for grande demais. Não o reduzas mais do que isso. O período de prática deve começar com a repetição da idéia para o dia de hoje; em seguida, fecha os olhos e faze uma revisão das questões não resolvidas, cujos resultados estão te causando inquietação. A inquietação pode assumir a forma de depressão, tormento, raiva, um senso de imposição, medo, pressentimento ou preocupação. Qualquer proble -ma ainda sem solução que tenda a ser recorrente em teus pensamentos durante o dia é um sujeito adequado. Não serás capaz de consi-derar muitos deles em qualquer um dos períodos de prática, pois deves dedicar a cada um mais tempo do que o usual. A idéia de hoje deve ser aplicada como segue. Primeiro cita a situação

Eu estou preocupado com _____.

Em seguida revê todos os resultados possíveis que tenham te ocorrido a esse respeito e que tenham te causado inquietação, re-ferindo-te a cada um de modo bem específico, dizendo:

Tenho medo que _____ aconteça.

Se estiveres fazendo os exercícios adequadamente, deverás ter umas cinco ou seis possibilidades aflitivas para cada situação que usares e possivelmente mais. É muito mais útil examinares por completo algumas poucas situações do que tocar em um maior número. À medida que continuas a lista dos resultados antecipados para cada situação, provavelmente acharás alguns deles, especialmente aqueles que te ocorrerem perto do final, menos aceitáveis para ti. Contudo, tenta tratá-los todos do mesmo modo na medida do possí -vel. Depois de teres citado cada resultado do qual tenhas medo, dize a ti mesmo: esse pensamento é um ataque contra mim mesmo.

Conclui cada período de prática repetindo a idéia de hoje para ti mesmo mais uma vez.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 15 de 188

27.27. Acima de tudo eu quero ver.Acima de tudo eu quero ver.

A idéia de hoje exprime algo mais forte do que mera determinação. Ela dá à visão prioridade entre os teus desejos. Tu podes te sentir hesitante quando ao uso da idéia, alegando não estar seguro de que é isso que realmente queres dizer. Isso não importa. O pro -pósito dos exercícios de hoje é o de trazer o momento em que essa idéia será totalmente verdadeira para mais perto de ti.

Pode haver uma grande tentação em acreditar que algum tipo de sacrifício te está sendo pedido, quando dizes que acima de tudo tu queres ver. Se essa ausência de restrições te causar inquietação, acrescenta:

A visão não custa nada a ninguém.

Se o medo da perda ainda persistir, acrescenta mais isso.Ela só pode abençoar.

Para máximo aproveitamento, a idéia para o dia de hoje requer muitas repetições. Deve ser usada pelo menos a cada meia-hora, e mais amiúde se possível. Podes tentar praticá-la a cada quinze ou vinte minutos. É recomendável que, ao acordares ou pouco depois, estabeleças um intervalo de tempo definido para o uso da idéia e que tentes aderir a isso ao longo do dia. Não será difícil fazer isso, mesmo se estiveres ocupado conversando ou fazendo qualquer outra coisa no momento. Ainda assim, podes repetir uma frase curta para ti mesmo sem perturbar coisa alguma.

A questão real é: quantas vezes tu te lembrarás? Quanto queres que a idéia de hoje seja verdadeira? Responde a uma dessas questões e terás respondido à outra. Provavelmente omitirás várias aplicações, talvez um número bastante grande. Não te perturbes com isso, mas tenta manter o teu horário daí por diante. Se, pelo menos uma vez durante o dia, sentires que foste totalmente sincero ao repetir a idéia de hoje, podes ter certeza de que poupaste a ti mesmo muitos anos de esforço.

28.28. Acima de tudo eu quero ver as coisas de modo diferente.Acima de tudo eu quero ver as coisas de modo diferente.

Hoje estamos realmente dando uma aplicação específica à idéia de ontem. Nesses períodos de prática estarás assumindo uma série de compromissos definidos. Se os manterás no futuro, não nos concerne agora. Se estás pelo menos disposto a assumi-los agora, já estás a caminho de mantê-los. E ainda estamos no começo.

Tu podes querer saber por que é importante dizer, por exemplo: “Acima de tudo, eu quero ver essa mesa de modo diferente.” Em si mesma, ela não tem a menor importância. Mas, o que é por si mesmo? E o que significa em si mesmo? Vês muitas coisas separa-das à tua volta, o que na realidade significa que absolutamente não estás vendo. Vês ou não vês. Quando tiveres visto uma coisa de modo diferente, verás todas as coisas de modo diferente. A luz que verás em qualquer uma é a mesma luz que verás em todas.

Ao dizeres Acima de tudo, eu quero ver essa mesa de modo diferente, estás assumindo um compromisso para retirar as tuas idéias preconcebidas sobre a mesa e abrir a tua mente para o que ela é e para que serve. Não a estás definindo em termos passados. Estás perguntando o que ela é em vez de dizer-lhe o que ela é. Não estás prendendo o seu significado à tua diminuta experiência com mesas, nem limitando o seu propósito aos teus pequenos pensamentos pessoais.

Não questionarás o que já definiste. E o propósito destes exercícios é o de fazer perguntas e receber respostas. Ao dizeres Acima de tudo, eu quero ver essa mesa de modo diferente, estás te comprometendo a ver. Não é um compromisso exclusivo. É um compromis-so que se aplica tanto à mesa quanto a qualquer outra coisa, nem mais nem menos.

De fato poderias ganhar a visão simplesmente a partir dessa mesa, se retirasses as tuas próprias idéias a seu respeito, e olhas-ses para ela com a mente completamente aberta. Ela tem algo para te mostrar: algo bonito e limpo e de valor infinito, cheio de felicida-de e esperança. Escondido atrás de todas as tuas idéias sobre a mesa, está o seu real propósito, o propósito que ela compartilha com todo o universo.

Portanto, ao usar essa mesa como sujeito para a aplicação da idéia de hoje, na realidade, estás pedindo para ver o propósito do universo. Estarás fazendo o mesmo pedido a cada sujeito que usares nos períodos de prática. E estás assumindo um compromisso com cada um para deixar que o seu propósito seja revelado a ti, ao invés de colocar o teu próprio julgamento sobre ele.

Hoje teremos seis períodos de prática de dois minutos, nos quais a idéia para o dia é declarada em primeiro lugar e em seguida aplicada a qualquer coisa que vejas ao teu redor. Os sujeitos não só devem ser escolhidos ao acaso, como também a idéia deve ser apli-cada a cada um com a mesma sinceridade, numa tentativa de reconhecer o valor igual de todos na sua contribuição para o teu modo de ver.

Como de costume, as aplicações devem incluir o nome do sujeito que os teus olhos tocarem por acaso e deves olhar para ele en -quanto dizes:

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 16 de 188Acima de tudo, eu quero ver esse (a) _____ de modo diferente.

Cada aplicação deve ser feita bem lentamente e, na medida do possível, refletidamente. Não há pressa.

29.29. Deus está em tudo o que eu vejoDeus está em tudo o que eu vejo

A idéia para o dia de hoje explica por que podes ver o propósito de tudo em todas as coisas. Ela explica porque nada é separado, por si mesmo ou em si mesmo. E explica porque nada do que vês significa coisa alguma. De fato, explica cada uma das idéias que usa -mos até agora, assim como todas as subseqüentes. A idéia de hoje constitui toda a base da visão.

Provavelmente acharás essa idéia muito difícil de apreender a essa altura. Podes achá-la tola, irreverente, sem sentido, engraça-da e até mesmo refutável. Deus certamente não está numa mesa, por exemplo, tal como tu a vês. No entanto, ontem enfatizamos que uma mesa compartilha o propósito do universo. E o que compartilha o propósito do universo, compartilha o propósito do seu criador.

Então, hoje, tenta começar a aprender como olhar todas as coisas com amor, apreciação e mente aberta. Não as vês agora. Como podes conhecer o que está nelas? Nada é como parece para ti. O seu propósito santo está além do teu pequeno alcance. Quando a vi-são tiver te mostrado a santidade que ilumina o mundo, compreenderás perfeitamente a idéia de hoje. E não compreenderás como ja -mais pudeste tê-la achado difícil.

Os nossos seis períodos de prática para o dia de hoje, de dois minutos cada um, devem seguir um padrão já familiar: começa re -petindo a idéia para ti mesmo e em seguida aplica-a aos sujeitos ao teu redor, selecionados ao acaso, citando cada um especificamente. Tenta evitar a tendência à seleção auto direcionada que pode ser particularmente tentadora em relação à idéia de hoje, por causa de sua natureza totalmente alheia. Lembra-te de que qualquer ordem que impões é igualmente alheia à realidade.

Portanto, a tua lista de sujeitos deve, na medida do possível, ser livre da tua própria seleção. Por exemplo, uma lista adequada poderia incluir:

Deus está nesse cabide.

Deus está nesta revista.

Deus está nesse dedo.

Deus está nesta lâmpada.

Deus está naquele corpo.

Deus está naquela porta.

Deus está naquele cesto de lixo.

Além dos períodos de prática designados, repete a idéia para o dia de hoje pelo menos uma vez a cada hora, olhando lentamente ao teu redor à medida que proferes as palavras sem pressa para ti mesmo. Uma ou duas vezes, pelo menos, deves experimentar uma sensação de descanso enquanto fazes isso.

30.30. Deus está em tudo o que eu vejo, pois Deus está em minha mente.Deus está em tudo o que eu vejo, pois Deus está em minha mente.

A idéia para o dia de hoje é o trampolim para a visão. A partir dessa idéia o mundo se abrirá diante de ti e tu o contemplarás e verás o que nunca viste antes. E o que vias antes não será nem mesmo vagamente visível para ti.

Hoje estamos tentando usar um novo tipo de projeção. Não estamos tentando livrar-nos do que não gostamos por vê-lo do lado de fora. Ao invés disso, estamos tentando ver no mundo o que está em nossas mentes e o que queremos reconhecer lá está. Assim, es -tamos tentando unir-nos ao que vemos ao invés de mantê-lo à parte de nós. Essa é a diferença fundamental entre a visão e o modo como tu vês.

A idéia de hoje deve ser aplicada com a maior freqüência possível durante o dia. Quando tiveres um momento, repete-a lenta-mente para ti mesmo, olhando à tua volta e tentando reconhecer que a idéia se aplica a tudo o que de fato vês agora ou poderias ver agora, se estivesse dentro do âmbito da tua vista.

A visão real não está limitada a conceitos tais como perto e longe. Para ajudar-te a começar a acostumar-te com essa idéia, ao aplicar a idéia de hoje, tenta pensar em coisas que estejam além do teu âmbito de visão do momento, assim como naquelas que real -mente podes ver.

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A visão real não só é ilimitada pelo espaço e pela distância como também independe totalmente dos olhos do corpo. A mente é sua única fonte. Um recurso para ajudar-te a acostumar-te a essa idéia, é dedicar vários períodos de prática à aplicação da idéia de hoje com os olhos fechados, usando quaisquer sujeitos que venham à tua mente e olhando para dentro ao invés de para fora. A idéia de hoje se aplica igualmente a ambos.

31.31. Eu não sou vítima do mundo que vejo.Eu não sou vítima do mundo que vejo.

A idéia para o dia de hoje é a introdução para a tua declaração de liberação. Mais uma vez, a idéia deve ser aplicada tanto ao mundo que vês fora, como ao mundo que vês dentro de ti. Ao aplicar a idéia, usaremos uma forma de prática que será cada vez mais usada, com algumas mudanças que serão indicadas. Em geral, a forma inclui dois aspectos, um no qual aplicas a idéia de modo mais contínuo e o outro que consiste em freqüentes aplicações da idéia ao longo do dia.

Dois períodos de prática mais longos com a idéia para o dia de hoje são necessários, um pela manhã e um à noite. São recomen-dados de três a cinco minutos para cada um. Durante esse tempo, olha ao teu redor lentamente enquanto repetes a idéia duas ou três vezes. Em seguida, fecha os olhos e aplica a mesma idéia ao teu mundo interior. Escaparás de ambos ao mesmo tempo, pois o interior é a causa do exterior.

Ao examinares o teu mundo interior, meramente deixes que quaisquer pensamentos que passem pela tua mente venham à tua consciência; cada um deve ser considerado por um momento e em seguida substituído pelo próximo. Tenta não estabelecer qualquer tipo de hierarquia entre eles. Observa-os ir e vir com a maior imparcialidade possível. Não te detenhas em nenhum em particular, mas tenta deixar a corrente passar de forma regular e calma, sem qualquer investimento especial de tua parte. Enquanto estiveres sentado e observando calmamente os teus pensamentos, repete a idéia para ti mesmo sempre que quiseres, mas sem nenhuma sensação de pressa.

Além disso, repete a idéia para o dia de hoje com a maior freqüência possível ao longo do dia. Lembra-te que estas fazendo uma declaração de independência em nome da tua própria liberdade. E na tua liberdade está a liberdade do mundo. A idéia para o dia de hoje também é particularmente útil como resposta a qualquer forma de tentação que possa surgir. É uma declaração de que não cede-rás a ela pondo a ti mesmo em cativeiro.

32.32. Eu inventei o mundo que vejo.Eu inventei o mundo que vejo.

Continuamos hoje a desenvolver o tema de causa e efeito. Não és vítima do mundo que vês, pois o inventaste. Podes desistir dele com a mesma facilidade com que o inventaste. Tu o verás ou não, conforme desejares. Enquanto o quiseres, tu o verás; quando não mais o quiseres, ele não estará mais lá para que o vejas.

A idéia para o dia de hoje, como as precedentes, se aplica aos teus mundos interior e exterior que, de fato, são o mesmo. Porém, como tu os vês como se fossem diferentes, os períodos de prática para o dia de hoje mais uma vez incluirão duas fases, uma envolvendo o mundo que vês fora de ti e a outra o mundo que vês na tua mente. Nos exercícios de hoje, tenta introduzir o pensamentos de que am-bos estão em tua própria imaginação.

Mais uma vez, começaremos os períodos de prática da manhã e da noite, repetindo a idéia para o dia de hoje duas ou três vezes, enquanto olhas à tua volta o mundo que vês como se estivesse fora de ti. Em seguida, fecha os olhos e olha o teu mundo interior. Tanto quanto possível, tanta tratar ambos igualmente. Repete a idéia de hoje sem pressa tantas vezes quantas desejares, enquanto observas as imagens que a tua imaginação apresenta à tua consciência.

Para os dois períodos mais longos de prática, são recomendados três a cinco minutos e um mínimo de três minutos é requerido. Mais de cinco podem ser utilizados, se achares o exercício repousante. Para facilitar isso, escolhe um momento em que prevejas poucas distrações e em que te sintas razoavelmente pronto.

Estes exercícios também devem ser retomados durante o dia, sempre que puderes. As aplicações mais curtas consistem em re-petir a idéia lentamente, enquanto examinas o teu mundo interior ou exterior. Não importa qual dos dois escolhas.

A idéia para o dia de hoje também deve ser aplicada imediatamente a qualquer situação que possa afligir-te. Aplica a idéia dizen-do a ti mesmo:

Eu inventei essa situação tal como a vejo.

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33.33. Existe um outro modo de olhar para o mundo.Existe um outro modo de olhar para o mundo.

A idéia de hoje é uma tentativa de reconhecer que podes mudar a tua percepção do mundo, tanto em seu aspecto externo quanto interno. Cinco minutos completos devem ser dedicados às aplicações da manhã e da noite. Durante esses períodos de prática, a idéia deve ser repetida tantas vezes quantas achares confortável, embora seja essencial que as aplicações sejam feitas sem pressa. Examina as tuas percepções interiores e exteriores alternadamente, mas sem que a sensação de mudança seja brusca.

Apenas olha casualmente o mundo que percebes como se estivesse fora de ti e em seguida fecha os olhos e examina os teus pen-samentos interiores com igual casualidade. Tenta permanecer igualmente indiferente nos dois casos e manter esse desapego enquanto repetes a idéia durante o dia.

Os períodos mais curtos de exercícios devem ser tão freqüentes quanto possível. Aplicações específicas da idéia de hoje também devem ser feitas imediatamente quando surgir qualquer situação que possa te tentar a perturbar-te. Para essas aplicações, dize:

Existe um outro modo de olhar para isso.

Lembra-te de aplicar a idéia de hoje no instante em que estiveres ciente de qualquer aflição. Pode ser necessário reservar um minuto, mais ou menos, para sentar-te em quietude e repetir a idéia várias vezes para ti mesmo. Fechar os olhos provavelmente ajuda -rá nessa forma de aplicação.

34.34. Eu poderia ver paz em vez disso.Eu poderia ver paz em vez disso.

A idéia para o dia de hoje começa a descrever as condições que prevalecem no outro modo de ver. A paz mental é claramente uma questão interior. Ela tem que começar com os teus próprios pensamentos e então estender-se para fora. É a partir da paz da tua mente que surge uma percepção pacífica do mundo.

Para os exercícios de hoje, são requeridos três períodos de prática mais longos. É aconselhável fazer um pela manhã e outro à noite, com um adicional a ser empreendido a qualquer momento entre eles que te pareça mais propício para conduzir-te a um estado em que te sintas pronto. Todas as aplicações devem ser feitas com os olhos fechados. É ao teu mundo interior que as aplicações da idéia de hoje devem ser feitas.

Cerca de cinco minutos de exame da mente são requeridos para cada um dos períodos de prática mais longos. Examina a tua mente buscando pensamentos de medo, situações que provoquem ansiedade, personalidades ou eventos ofensivos, ou quaisquer outras coisas sobre as quais estejas acalentando pensamentos de desamor. Observa-os casualmente, repetindo devagar a idéia para o dia de hoje ao observá-los surgir em tua mente e deixa que cada um se vá para ser substituído pelo seguinte.

Se começares a experimentar dificuldade em pensar em sujeitos específicos, continua a repetir a idéia para ti mesmo sem pres-sa, sem aplicá-la a coisa alguma em particular. Certifica-te, porém, de não estar fazendo nenhuma exclusão específica.

As aplicações mais curtas devem ser freqüentes e empreendidas sempre que sentires que a paz da tua mente está sendo de al -gum modo ameaçada. O propósito é proteger-te da tentação ao longo do dia. Se alguma forma específica de tentação surgir na tua cons-ciência, o exercício deve tomar essa forma:

Eu poderia ver paz nessa situação em vez do que vejo agora.

Se as invasões à paz da tua mente tomarem a forma de emoções adversas mais generalizadas, tais como depressão, ansiedade ou preocupação, usa a idéia em sua forma original. Se achares que precisas de mais de uma aplicação da idéia de hoje para ajudar-te a mudar a tua mente em algum conceito específico, tenta reservar alguns minutos e dedica-os à repetição da idéia até sentires alguma sensação de alívio. Será útil dizer especificamente para ti mesmo:

Eu posso substituir meus sentimentos de depressão, ansiedade ou preocupação (ou os meus pensamentos sobre essa situação, pessoa ou evento) pela paz.

35.35. Minha mente é parte da Mente de Deus. Eu sou sagrado.Minha mente é parte da Mente de Deus. Eu sou sagrado.

A idéia para o dia de hoje não descreve o modo como vês a ti mesmo agora. Descreve, porém, o que a visão te mostrará. É difícil para qualquer pessoa, que pense estar nesse mundo, acreditar nisso em relação a si mesma. No entanto, é por não acreditar nisso que ela pensa estar nesse mundo.

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Acreditarás que és parte do lugar onde pensas estar. É por isso que te rodeias com o meio-ambiente que queres. E tu o queres para proteger a imagem de ti mesmo que tens feito. A imagem é parte desse meio-ambiente. O que vês, enquanto acreditares que estás nele, é visto através dos olhos da imagem. Isso não é visão. Imagens não podem ver.

A idéia para o dia de hoje apresenta uma perspectiva bem diferente de ti mesmo. Por estabelecer a tua Fonte, estabelece a tua identidade e ela te descreve como realmente tens que ser na verdade. Usaremos um tipo de aplicação um pouco diferente para a idéia de hoje, porque a ênfase hoje está naquele que percebe ao invés de estar no que é percebido.

Começa cada um dos três períodos de prática de cinco minutos de hoje repetindo a idéia do dia para ti mesmo e depois fecha os olhos e investiga a tua mente buscando os vários tipos de termos descritivos nos quais te vês. Inclui todos os atributos baseados no ego que conferes a ti mesmo, positivos ou negativos, desejáveis ou indesejáveis, grandiosos ou degradantes. Todos eles são igualmente irre -ais, porque não olhas para ti mesmo através dos olhos da santidade.

Na parte inicial do período de exame da mente, é provável que vás enfatizar o que consideras serem os aspectos mais negativos na tua percepção de ti mesmo. Perto da última parte do período de exercícios, no entanto, termos descritivos mais auto-enaltecedores podem cruzar a tua mente. Tenta reconhecer que a direção das tuas fantasias sobre ti mesmo não importa. Ilusões não tomam nenhu-ma direção na realidade. Elas meramente não são verdadeiras. Uma lista não seletiva e adequada para a aplicação da idéia para o dia de hoje poderia ser a seguinte:

Eu me vejo submisso.Eu me vejo deprimido.Eu me vejo fracassado.

Eu me vejo ameaçado.Eu me vejo impotente.Eu me vejo vitorioso.

Eu me vejo perdedor.Eu me vejo caridoso.Eu me vejo virtuoso.

Não deves pensar nesses termos de modo abstrato. Eles te ocorrerão à medida que passarem pela tua mente várias situações, personalidades e eventos nos quais tu participes. Escolhe qualquer situação específica que te ocorra, identifica o termo ou termos des -critivos que sentes que são aplicáveis às tuas reações àquela situação e usa-os na aplicação da idéia de hoje. Depois de ter citado cada um deles, acrescenta:

Mas a minha mente é parte da Mente de Deus. Eu sou sagrado.

Durante os períodos mais longos de exercícios, provavelmente haverá intervalos em que nada te ocorra. Não te tensiones para achar coisas específicas para preencher o intervalo, mas apenas relaxa e repete a idéia de hoje lentamente até que algo te ocorra. Em -bora nada do que te ocorrer deva ser omitido dos exercícios, nada deve ser desencavado com esforço. Não se deve usar nem força, nem discriminação.

Durante o dia, tanto quanto possível, escolhe um atributo ou atributos específicos que conferes a ti mesmo naquele momento e aplica a eles a idéia de hoje, acrescentando-a a cada um na forma aplicada acima. Se nada em particular te ocorrer, meramente repete a idéia para ti mesmo com os olhos fechados.

36.36. A minha santidade envolve tudo o que eu vejo.A minha santidade envolve tudo o que eu vejo.

A idéia de hoje estende a idéia de ontem, daquele que percebe àquilo que é percebido. Tu és santo porque a tua mente é parte da Mente de Deus. E, porque és santo, a tua vista também tem que ser santa. Impecável significa sem pecado. Não podes ser um pouco sem pecado. Ou é impecável ou não és. Se a tua mente é parte da Mente de Deus, tens que ser impecável ou uma parte da Sua Mente seria pecaminosa. A tua vista está relacionada com a Sua santidade, não com o teu ego e, portanto, não com o teu corpo.

Quatro períodos de prática, de três a cinco minutos, são requeridos para hoje. Tenta distribuí-los uniformemente e faze as apli -cações mais curtas com freqüência para proteger a tua proteção ao longo do dia. Os períodos de prática mais longos devem tomar esta forma:

Primeiro fecha os olhos e repete lentamente a idéia de hoje várias vezes. Em seguida abre os olhos e olha bem vagarosamente ao teu redor, aplicando a idéia de modo específico a qualquer coisa que notares durante o teu exame casual. Dize, por exemplo:

A minha santidade envolve aquele tapete.A minha santidade envolve aquela parede.A minha santidade envolve esses dedos.

A minha santidade envolve aquela cadeira.A minha santidade envolve aquele corpo.A minha santidade envolve aquela caneta.

Durante estes períodos de prática, fecha os olhos e repete a idéia para ti mesmo várias vezes. Em seguida, abre os olhos e conti-nua como antes. Para os períodos mais curtos de exercícios, fecha os olhos e repete a idéia, olha ao teu redor repetindo-a mais uma

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vez; conclui com mais uma repetição de olhos fechados. Todas as aplicações devem ser feitas bem lentamente, é claro, e tanto quanto possível, sem esforço e sem pressa.

37.37. A minha santidade abençoa o mundo.A minha santidade abençoa o mundo.

Essa idéia contém o primeiro vislumbre da tua verdadeira função no mundo ou da razão pela qual estás aqui. O teu propósito é ver o mundo através da tua própria santidade. Assim, tu e o mundo são abençoados juntos. Ninguém perde, nada é tirado de ninguém; todos ganham através da tua visão santa. Ela significa o fim do sacrifício, pois oferece a cada um tudo o que lhe é devido. E todas as coisas lhe são devidas porque esse é o direito que recebeu ao nascer como um filho de Deus.

Não há nenhum outro modo no qual a idéia de sacrifício possa ser removida do pensamento do mundo. Qualquer outro modo de ver inevitavelmente exigirá pagamento de alguém ou de alguma coisa. Como resultado, aquele que percebe perderá. E nem sequer terá alguma idéia da razão pela qual está perdendo. E, no entanto, é através da tua visão que a integridade do outro é restituída à sua cons -ciência. A tua santidade abençoa a ele não lhe pedindo nada. Aqueles que se vêem íntegros não fazem exigências.

A tua santidade é a salvação do mundo. Ela te permite ensinar ao mundo que tu e ele são um só, não através de sermões ou de explicações, mas meramente através do teu quieto reconhecimento de que, na tua santidade todas as coisas são abençoadas junto con -tigo.

Hoje, os quatro períodos mais longos de exercícios, cada um envolvendo de três a cinco minutos de prática, têm início com a re -petição da idéia para o dia de hoje, seguida de mais ou menos um minuto no qual olhas ao teu redor enquanto aplicas a idéia a qual-quer coisa que vês:

A minha santidade abençoa essa cadeira. A minha santidade abençoa aquela janela. A minha santidade abençoa esse corpo.

Em seguida, fecha os olhos e aplica a idéia a qualquer pessoa que te ocorra, usando o seu nome e dizendo:A minha santidade o (a) abençoa (nome).

Podes continuar o período de prática com os olhos fechados; podes abrir os olhos novamente e aplicar a idéia para o dia de hoje ao teu mundo exterior, se assim o desejares; podes alternar aplicando a idéia ao que vês à tua volta e àqueles que estão nos teus pensa -mentos, ou podes usar qualquer combinação dessas duas fases de aplicação que preferires. O período de prática deve ser concluído com uma repetição da idéia, com os olhos fechados, imediatamente seguida de outra repetição com os olhos abertos.

Os exercícios mais curtos consistem em repetir a idéia tão freqüentemente quanto puderes. É particularmente útil aplicá-la em silêncio a qualquer pessoa que encontrares, usando o seu nome ao fazê-lo. É essencial usar a idéia se alguém parece causar-te uma re -ação adversa. Oferece-lhe a bênção da sua santidade imediatamente para que possas aprender a mantê-la na tua própria consciência.

38.38. Não há nada que a minha santidade não possa fazer.Não há nada que a minha santidade não possa fazer.

A tua santidade reverte todas as leis do mundo. Está além de todas as restrições de tempo, espaço, distância e de qualquer tipo de limites. A tua santidade é totalmente ilimitada em seu poder, porque te estabelece como um Filho de Deus, uno com a Mente do seu Criador.

O poder de Deus se faz manifesto através da tua santidade. O poder de Deus se faz acessível através da tua santidade. E não há nada que o poder de Deus não possa fazer. A tua santidade, então, pode remover toda dor, dar fim a todo pesar e solucionar todos os problemas. Podes fazê-lo em relação a ti mesmo e a qualquer outra pessoa. É igual em seu poder de ajudar qualquer pessoa, porque é igual em seu poder de salvar qualquer pessoa.

Se tu és santo, assim é tudo o que Deus criou. Tu és santo porque todas as coisas que Ele criou são santas. E todas as coisas que Ele criou são santas, porque tu o és. Nos exercícios de hoje, aplicaremos o poder da tua santidade a todos os problemas, dificulda -des ou a qualquer forma de sofrimento nos quais te aconteça pensar, em ti mesmo ou em uma outra pessoa. Não faremos nenhuma dis-tinção, porque não há nenhuma distinção.

Nos quatro períodos de prática mais longos, que preferivelmente devem durar cinco minutos completos cada um, repete a idéia para o dia de hoje, fecha os olhos e em seguida examina tua mente, buscando qualquer senso de perda ou qualquer tipo de infelicida -de, tal como o vês. Tenta fazer a menor distinção possível entre uma situação difícil para ti e ter uma situação difícil para outra pessoa. Identifica a situação especificamente e também o nome da pessoa a que isso concerne. Usa essa forma ao aplicar a idéia para o dia de hoje:

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 21 de 188Na situação envolvendo _ na qual eu me vejo, não há nada que a minha santidade não possa fazer.

Na situação envolvendo __ na qual __, não há nada que a minha santidade não possa fazer.

De vez em quando, podes querer variar esse procedimento e acrescentar alguns pensamentos relevantes que sejam teus. Por ex-emplo, podes querer incluir pensamentos tais como:

Não há nada que a minha santidade não possa fazer porque o poder de Deus está nela.

Podes introduzir quaisquer variações que te atraiam, contanto que mantenhas os exercícios focalizados no tema: “Não há nada que a minha santidade não possa fazer.” O propósito dos exercícios de hoje é começar a incutir em ti o senso de que tens domínio so -bre todas as coisas devido ao que tu és.

Nas aplicações mais curtas e freqüentes, aplica a idéia na sua forma original, a menos que um problema específico concernente a ti ou a outra pessoa surja ou venha à mente. Nesse caso usa a forma mais específica ao aplicar a idéia a isso.

39.39. A minha santidade é a minha salvação.A minha santidade é a minha salvação.

Se a culpa é o inferno, qual é o seu oposto? Como o texto para o qual esse livro de exercícios foi escrito, as idéias usadas para os exercícios são muito simples, muito claras e totalmente isentas de ambigüidade. Não estamos interessados em proezas intelectuais nem em jogos de lógica. Nós estamos lidando apenas com o que é muito óbvio, mas não tem sido visto nas nuvens de complexidade nas quais pensas que pensas.

Se a culpa é o inferno, qual é o seu oposto? Seguramente isso não é difícil. A hesitação que podes sentir em responder não se deve à ambigüidade da questão. Mas, acreditas que a culpa é o inferno? Se acreditasses, verias imediatamente o quanto o texto é direto e simples e de modo algum precisarias de um livro de exercícios. Ninguém precisa praticar para adquirir o que já é seu.

Já dissemos que a tua santidade é a salvação do mundo. E o que acontece com a tua própria salvação? Não podes dar o que não tens. Um salvador tem que ser salvo. De outra forma, como pode ele ensinar a salvação? Os exercícios de hoje se aplicarão a ti, reco -nhecendo que a tua salvação é crucial para a salvação do mundo. À medida que aplicas os exercícios ao teu mundo, o mundo inteiro é beneficiado.

A tua santidade é a resposta a todas as questões que jamais foram perguntadas, às que estão sendo agora, ou às que serão per -guntadas no futuro. A tua santidade significa o fim da culpa e, conseqüentemente, o fim do inferno. A tua santidade é a salvação do mundo e a tua própria. Como poderias tu, a quem pertence a tua santidade, seres excluído? Deus desconhece o que não é santo. É pos -sível que ele desconheça o Seu Filho?

Cinco minutos completos são recomendados com insistência para os quatro períodos de prática mais longos para o dia de hoje, e sessões de prática mais demoradas e freqüentes são encorajadas se quiseres ultrapassar os requisitos mínimos, recomenda-se um nú-mero maior de sessões ao invés de sessões mais longas, embora se sugira fazer ambas.

Começa o período de prática como de costume, repetindo a idéia de hoje para ti mesmo. Em seguida, com os olhos fechados, examina os teus pensamentos de desamor, seja qual for a forma em que apareçam, depressão, raiva, medo, preocupação, ataque, inse-gurança e assim por diante. Qualquer que seja a forma que assumirem, não são amorosos e, portanto, são amedrontadores. Por isso é deles que precisa ser salvo.

Situações específicas, eventos ou personalidades que associas com qualquer tipos de pensamentos de desamor são sujeitos ade -quados para os exercícios de hoje. É imperativo para a tua salvação que tu os vejas de modo diferente. E é a tua bênção sobre eles que te salvará e te dará visão.

Lentamente, sem seleção consciente ou ênfase indevida a qualquer um em particular, examina a tua mente buscando todos os pensamentos que se interpõem entre tu e a tua salvação. Aplica a idéia para o dia de hoje a cada um deles deste modo:

Meus pensamentos de desamor em relação a _____ estão me mantendo no inferno. A minha santidade é a minha salvação.

É possível que aches estes períodos de prática mais fáceis se os intercalares com vários períodos curtos, durante os quais ape -nas repetes lentamente a idéia de hoje para ti mesmo algumas vezes. Também podes achar útil incluir alguns intervalos curtos nos quais apenas relaxas e não pareces estar pensando em coisa alguma. A concentração constante é muito difícil a princípio. Ela virá a ser muito mais fácil à medida que a tua mente se torne mais disciplinada e menos sujeita à distração.

Enquanto isso, deves sentir-te livre para introduzir variedade nos períodos de exercícios em que qualquer forma te atraia. Con-tudo, ao variar o método de aplicá-la, não mudes a idéia em si. Seja como for que escolhas usá-la, a idéia deve ser expressa de modo

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que o seu significado seja o fato de que a tua santidade é a tua salvação. Conclui cada período de prática repetindo a idéia mais uma vez em sua forma original e acrescentando:

Se a culpa é o inferno, qual é o seu oposto?

Nas aplicações mais curtas, feitas de três a quatro vezes por hora, ou mais se possível, podes perguntar essa questão a ti mes-mo, repetir a idéia de hoje e preferivelmente ambas as coisas. Se surgirem tentações, uma forma particularmente útil da idéia é:

A minha santidade é a minha salvação disso.

40.40. Eu sou abençoado como um Filho de Deus.Eu sou abençoado como um Filho de Deus.

Hoje, começaremos a reivindicar algumas das coisas felizes às quais tens direito por seres tu o que és. Longos períodos de prá-tica não são requeridos hoje, mas períodos curtos e muito freqüentes são necessários. Seria muito desejável que os empreendesses a cada dez minutos e és encorajado para que tentes adotar esse horário e segui-lo sempre que possível. Se esqueceres, tenta novamente. Se houver longas interrupções, tenta novamente. Sempre que te lembrares, tenta novamente.

Não é preciso que feches os olhos para estes períodos de exercícios, embora provavelmente tu os aches mais úteis se o fizeres. Contudo, é possível que te encontres em várias situações durante o dia em que seja impraticável fechar os olhos. Não percas um perío -do de prática por causa disso. Podes praticar muito bem em quaisquer circunstâncias, se realmente o quiseres.

Os exercícios de hoje tomam pouco tempo e não exigem nenhum esforço. Repete a idéia para o dia de hoje e em seguida acres -centa vários atributos que associas a um Filho de Deus, aplicando-os a ti mesmo. Por exemplo, um período de prática poderia consistir no seguinte:

Eu sou abençoada como uma Filha de Deus. Eu sou feliz, cheia de paz, amorosa e contente.

Um outro poderia tomar esta forma:

Eu sou abençoada como uma Filha de Deus. Eu sou calma, quieta, segura e confiante.

Se só dispuseres de um período breve, será suficiente dizer apenas que és abençoado como um Filho de Deus.

41.41. DEUS vai comigo aonde quer que eu vá.DEUS vai comigo aonde quer que eu vá.

A idéia de hoje eventualmente superará por completo a sensação de solidão e de abandono que todos os separados experimen -tam. A depressão é uma conseqüência inevitável da separação. Assim como a ansiedade, a preocupação, a profunda sensação de impor -tância, a miséria, o sofrimento e o medo intenso da perda também o são.

Os separados inventaram muitas curas para aquilo que acreditam ser os “males do mundo”. Mas a única coisa que eles não fa-zem é questionar a realidade do problema. No entanto, seus efeitos não podem ser curados porque o problema não é real. A idéia para o dia de hoje tem o poder de dar fim a toda essa tolice para sempre. E tolice isso é, embora possa tomar formas sérias e trágicas.

Tudo o que é perfeito está profundamente dentro de ti, pronto para irradiar-se através de ti sobre o mundo exterior. Isso vai cu-rar todo o pesar, a dor, o medo e a perda, pois isso vai curar a mente que pensou serem reais essas coisas e sofreu devido à sua aliança com elas.

Nunca podes ser privado da tua santidade perfeita, porque a sua Fonte vai contigo aonde quer que vás. Nunca podes sofrer, por -que a Fonte de toda a alegria vai contigo aonde quer que vás. Nunca podes estar só, porque a Fonte de toda a vida vai contigo aonde quer que vás. Nada pode destruir a paz da tua mente, porque Deus vai contigo aonde quer que vás.

Compreendemos que não acredites nisso tudo. Como poderias, enquanto a verdade está escondida lá no fundo de ti, sob uma pesada nuvem de pensamentos insanos que é densa e obscurece as coisas, mas, no entanto representa tudo que vês? Hoje faremos nos-sa primeira tentativa real de ultrapassar essa nuvem escura e pesada e atravessá-la para chegar à luz que está além.

Hoje haverá apenas um período de prática longo. Pela manhã, se possível assim que te levantares, senta-te quieto por uns três a cinco minutos, com os olhos fechados. No início do período de prática, repete a idéia de hoje bem devagar. Depois, não faças nenhum esforço para pensar em coisa alguma. Ao invés disso, tenta sentir-te voltado para o teu interior, além de todos os pensamentos vãos do mundo. Tenta entrar com profundidade na tua própria mente, mantendo-a livre de quaisquer pensamentos que poderiam desviar a tua atenção.

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Podes repetir a idéia de vez em quando, se achares útil. Mas, acima de tudo, tenta mergulhar bem fundo dentro de ti mesmo, longe do mundo e de todos os tolos pensamentos do mundo. Estás tentando ir além de todas essas coisas. Estás tentando deixar as aparências e aproximar-te da realidade.

É bem possível alcançar Deus. De fato é muito fácil, porque é a coisa mais natural do mundo. Poderias até dizer que é a única coisa natural no mundo. O caminho se abrirá, se acreditares que é possível. Esse exercício pode trazer resultados muito surpreenden-tes mesmo na primeira tentativa e, mais cedo ou mais tarde, é sempre um sucesso. Entraremos em maiores detalhes sobre esse tipo de prática à medida que avançarmos. Mas ele nunca falhará completamente e o sucesso instantâneo é possível.

Usa a idéia do dia de hoje com freqüência durante o dia, repetindo-a bem lentamente, de preferência com os olhos fechados. Pensa no que estás dizendo, no que as palavras significam. Concentra-te na santidade que está implicada nelas a teu respeito, na com -panhia infalível que tens, na proteção completa que te cerca.

De fato, podes te dar ao luxo de rir dos pensamentos de medo, ao lembrares que Deus vai contigo aonde quer que vás.

42.42. DEUS é minha força. A Visão é Sua dádiva.DEUS é minha força. A Visão é Sua dádiva.

A idéia para o dia de hoje combina dois pensamentos muito poderosos, ambos da maior importância. Também expõe uma rela -ção de causa e efeito que explica porque não podes falhar nos teus esforços para alcançar a meta do curso. Verás porque é a Vontade de Deus. É a Sua força, e não a tua, que te dá poder. E é a Sua dádiva ao invés da tua, que te oferece a Visão.

Deus é, de fato, a tua força, e o que Ele dá é verdadeiramente dado. Isso significa que podes recebê-lo em qualquer momento e em qualquer lugar, onde quer que estejas, e em qualquer circunstância em que te achares. A tua passagem pelo tempo e pelo espaço não é ao acaso. Não podes senão estar no lugar certo no momento certo. Tal é a força de Deus. Tais são suas dádivas.

Hoje teremos dois períodos de prática de três a cinco minutos, um assim que possível depois de acordares e o outro o mais pró -ximo possível da hora em que vais dormir. Porém, é melhor esperares até que possas sentar-te quieto e sozinho num momento em que te sintas pronto, do que preocupar-te com a hora da prática em si.

Começa estes períodos de prática repetindo a idéia para o dia de hoje (DEUS é minha força; a Visão é Sua dádiva) lentamente, com os olhos abertos, olhando ao teu redor. Em seguida fecha os olhos e repete a idéia outra vez, ainda com mais vagar. Depois disso, tenta não pensar em nada, a não ser nos pensamentos que te ocorrerem relacionados com a idéia para o dia. Por exemplo, poderias pensar:

A visão tem que ser possível. Deus dá verdadeiramente. As dádivas de Deus para mim têm que ser minhas porque Ele as deu a mim

Qualquer pensamento claramente relacionado com a idéia para o dia de hoje é adequado. De fato, podes te surpreender com o grau de compreensão relacionado ao curso que alguns dos teus pensamentos contêm. Deixa-os vir sem censura, a menos que aches que a tua mente está apenas divagando, e que tenhas deixado pensamentos obviamente irrelevantes interferirem. Podes também alcan-çar um ponto onde absolutamente nenhum pensamento pareça vir à tua mente. Se tais interferências ocorrerem, abre os olhos e repete o pensamento mais uma vez, olhando vagarosamente ao teu redor; fecha os olhos, repete a idéia mais uma vez e então continua a bus -car em tua mente os pensamentos relacionados a ela.

Lembra-te, contudo, que nos exercícios de hoje, não é apropriado examinar ativamente os pensamentos relevantes. Tenta ape -nas recuar deixando-os vir. Se achares isso difícil, é melhor passares o período de prática alternando entre lentas repetições da idéia com os olhos abertos e depois com os olhos fechados, ao invés de tensionar-te para achar pensamentos adequados.

Não há limites para o número de períodos curtos que seriam benéficos para a prática de hoje. A idéia para o dia é um passo ini -cial no processo de reunir pensamentos e ensinar-te que estás estudando um sistema unificado de pensamentos, no qual nada que seja necessário está faltando, e nada contraditório ou irrelevante está incluído.

Quanto mais repetires a idéia ao longo do dia, tanto mais freqüentemente estarás lembrando a ti mesmo que a meta do curso é importante para ti e que não a esqueceste.

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43.43. Deus é minha Fonte. Eu não posso ver à parte Dele.Deus é minha Fonte. Eu não posso ver à parte Dele.

A percepção não é um atributo de Deus. Seu é o reino do conhecimento. Mas Ele criou o Espírito Santo como mediador entre a percepção e o conhecimento. Sem esse elo com Deus, a percepção teria substituído o conhecimento para sempre na tua mente. Com esse elo com Deus, a percepção virá a ser tão mudada e purificada que conduzirá ao conhecimento. Essa é sua função tal como o Espí -rito Santo a vê. Portanto, essa é a sua função na verdade.

Tu não podes ver em Deus. A percepção não tem nenhuma função em Deus e não existe. Mas na salvação, que é o desfazer da -quilo que nunca foi, a percepção tem um propósito poderoso. Feita pelo Filho de Deus com um propósito não-santo, tem que vir a ser o meio para a restauração da sua santidade à sua consciência. A percepção não tem significado. No entanto, o Espírito Santo lhe dá um significado muito próximo ao de Deus. A percepção curada vem a ser o meio pelo qual o Filho de Deus perdoa a seu irmão e assim per -doa a si mesmo.

Tu não podes ver à parte de Deus porque não podes ser à parte de Deus. O que quer que faças, estás fazendo Nele, porque o que quer que penses, pensas com a Sua Mente. Se a visão é real, e ela é real na medida em que compartilha do propósito do Espírito Santo, então não podes ver à parte de Deus.

Três períodos de prática de cinco minutos são requeridos hoje, um o mais cedo possível e o outro o mais tarde possível no teu dia. O terceiro pode ser empreendido no momento mais conveniente e oportuno que as circunstâncias e o teu estado de prontidão per -mitirem. No início destes períodos de prática, repete a idéia para o dia de hoje para ti mesmo de olhos abertos. Em seguida, olha à tua volta, por um breve período de tempo, aplicando a idéia especificamente ao que vês. Quatro ou cinco sujeitos para essa fase do período de prática são suficientes. Poderias dizer, por exemplo:

Deus é minha Fonte. Eu não posso ver essa escrivaninha à parte d’Ele. Deus é minha Fonte. Eu não posso ver aquele retrato à parte d’Ele.

Embora essa parte do período de exercícios deva ser relativamente curta, certifica-te de que estás selecionando indiscriminada-mente os sujeitos para essa fase da prática, sem inclusões ou exclusões auto dirigidas. Para a segunda fase, que é mais longa, fecha os olhos, repete a idéia de hoje mais uma vez, e então deixa que quaisquer pensamentos relevantes que te ocorrerem adicionem algo à idéia, à tua maneira pessoal. Pensamentos tais como:

Eu vejo através dos olhos do perdão. O mundo pode me mostrar a mim mesmo. Eu vejo o mundo abençoado. Eu vejo os meus próprios pensamentos, que são com os de Deus.

Qualquer pensamento mais ou menos relacionado de forma direta com a idéia de hoje é adequado. Não é necessário que tenham uma relação óbvia com a idéia, mas não devem estar em oposição a ela.

Se achares que a tua mente está divagando, se começares s estar ciente de pensamentos que estão claramente em desacordo com a idéia de hoje, ou se pareceres incapaz de pensar em qualquer coisa, abre os olhos, repete a primeira fase do período de exercíci -os e então, tenta a segunda fase novamente. Não deixes que nenhum período prolongado ocorra, no qual venhas a estar preocupados com pensamentos irrelevantes. Volta à primeira fase do exercício tantas vezes quantas forem necessárias para prevenir isso.

Ao aplicar a idéia para o dia de hoje nos períodos mais curtos de prática, a forma pode variar de acordo com as circunstâncias e situações em que te aches durante o dia. Quando estiveres com outra pessoa, por exemplo, tenta lembrar-te de dizer-lhe silenciosa -mente:

Deus é minha Fonte. Eu não posso te ver à parte d’Ele.

Essa forma é aplicável tanto a estranhos quanto àqueles que pensas serem mais próximos de ti. De fato, tenta não fazer absolu -tamente nenhuma distinção desse tipo. A idéia de hoje também deve ser aplicada, ao longo do dia, a várias situações e eventos que pos-sam ocorrer, particularmente àqueles que pareçam afligir-te de algum modo. Para esse propósito, aplica a idéia nesta forma:

Deus é minha fonte. Eu não posso ver isso à parte d’Ele.

Se nenhum sujeito em particular se apresentar à tua consciência no momento, meramente repete a idéia na sua forma original. Hoje tenta não deixar passar nenhum período de tempo longo sem lembrar-te da idéia do dia, lembrando assim da tua função.

44.44. Deus é a luz na qual eu vejo.Deus é a luz na qual eu vejo.

Hoje continuamos a idéia para o dia de ontem, acrescentando a ela uma outra dimensão. Não podes ver na escuridão e não po -des fazer a luz. Podes fazer a escuridão e então pensar que vês na escuridão, mas luz reflete vida e é, portanto, um aspecto da criação. Criação e escuridão não podem coexistir, mas luz e vida têm que ir juntas, pois são apenas diferentes aspectos da criação.

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Para ver, tens que reconhecer que a luz está dentro de ti e não do lado de fora. Tu não vês fora de ti mesmo e o equipamento para ver não está fora de ti. A luz que faz com que o ver seja possível é uma parte essencial deste equipamento. Ela está sempre conti -go, fazendo com que a visão seja possível em todas as circunstâncias.

Hoje, vamos tentar alcançar essa luz. Com esse propósito, usaremos uma forma de exercício já sugerida anteriormente, que uti-lizaremos cada vez mais. É uma forma particularmente difícil para a mente indisciplinada, e representa uma das metas principais do treinamento mental. Ela requer precisamente aquilo que falta a uma mente sem treino. Mas, se tu hás de ver, esse treinamento tem que ser realizado.

Faze pelo menos três períodos de prática hoje, com três a cinco minutos de duração em cada um. Mais tempo é altamente reco-mendável, mas só se achares que o tempo está passando com pouca ou nenhuma sensação de tensão. A forma de prática que usaremos hoje é a mais natural e a mais fácil no mundo para a mente treinada, do mesmo modo como parece ser a mais antinatural e a mais difí -cil para a mente sem treino.

A tua mente não é mais totalmente sem treino. Estás pronto para aprender a forma de exercício que usaremos hoje, mas podes achar que vais encontrar forte resistência. A razão é muito simples. Enquanto praticas deste modo, deixas para trás tudo aquilo em que acreditas agora e todos os pensamentos que tens inventado. Propriamente falando, essa é a liberação do inferno. No entanto, percebida através dos olhos do ego, é perda de identidade e uma descida ao inferno.

Se puderes deixar o teu ego de lado por pouco que seja, não terás nenhuma dificuldade em reconhecer que a sua oposição e os seus medos são sem significado. Podes achar útil lembrar a ti mesmo, de vez em quando, que alcançar a luz é escapar da escuridão, seja o que for que possas acreditar ao contrário. Deus é a luz na qual vês. Estás tentando alcançá-lo.

Começa o período de prática repetindo a idéia de hoje com os olhos abertos, e fecha-os lentamente, repetindo a idéia várias ve -zes mais. Em seguida, tenta ir fundo na tua mente, soltando todos os tipos de interferência e intrusão, te aprofundando em quietude e passando por eles. A tua mente não pode ser detida nisso, a menos que escolhas detê-la. Ela está apenas seguindo o seu curso natural. Tenta observar os pensamentos que passam pela tua mente sem envolvimento e desliza por eles em quietude.

Embora não se recomende nenhuma abordagem em particular para essa forma de exercício, o que é necessário é um senso da importância do que estás fazendo, do seu valor inestimável para ti e uma consciência de que estás tentando algo muito santo. A salva -ção é a tua realização mais feliz. É também a única que tem qualquer significado, porque é a única que tem absolutamente qualquer utilidade real para ti.

Se surgir resistência, sob qualquer forma, faze uma pausa longa o suficiente para repetir a idéia para o dia de hoje, mantendo os olhos fechados, a menos que estejas ciente de medo. Nesse caso, é provável que aches mais tranqüilizador abrir brevemente os olhos. Contudo, tenta voltar aos exercícios com os olhos fechados assim que possível.

Se estás fazendo os exercícios corretamente, deves experimentar uma sensação de relaxamento e até mesmo um sentimento de estar te aproximando, senão, de fato, entrando na luz. Tenta pensar em luz, sem forma e sem limites, ao passares pelos pensamentos desse mundo. E não te esqueças que eles não podem prender-te ao mundo, a menos que lhes dês o poder de fazer isso. Repete a idéia freqüentemente ao longo do dia com os olhos abertos ou fechados, como te parecer melhor no momento. Mas não te esqueças. Acima de tudo, estejas determinado a não esquecer hoje.

45.45. Deus é a Mente com a qual eu penso.Deus é a Mente com a qual eu penso.

A idéia de hoje contém a chave do que são os teus pensamentos reais. Eles não são nada do que pensas que pensas, do mesmo modo que nada do que pensas que vês está relacionado com a visão de forma alguma. Não há nenhuma relação entre o que é real e o que pensas ser real. Nada do que pensas ser os teus pensamentos reais em nenhum aspecto se assemelha aos teus pensamentos reais. Nada do que pensas que vês tem qualquer semelhança com o que a visão te mostrará.

Tu pensas com a Mente de Deus. Portanto, compartilhas os teus pensamentos com Ele, assim como Ele compartilha os Seus contigo. São os mesmos pensamentos, pois são pensados pela mesma Mente. Compartilhar é fazer com que seja igual, ou fazer com que seja um. E os pensamentos que pensas com a Mente de Deus não deixam a tua mente, porque pensamentos não deixam a sua fon-te. Portanto, os teus pensamentos estão na Mente de Deus, assim como tu estás. Eles também estão na tua mente, onde Ele está. Como és parte da Sua Mente, assim também os teus pensamentos são parte da Sua Mente.

Então, onde estão os teus pensamentos reais? Hoje tentaremos alcançá-los. Teremos que olhar para a tua mente procurando-os, porque é lá que eles estão. Ainda têm que estar lá, porque não podem ter deixado a sua fonte. O que é pensado pela Mente de Deus é eterno, sendo parte da criação.

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Hoje, os nossos três períodos de prática de cinco minutos terão a mesma forma geral que usamos na aplicação da idéia de on-tem. Vamos tentar deixar o irreal e buscar o real. Vamos negar o mundo em favor da verdade. Não deixaremos que os pensamentos do mundo nos detenham. Não deixaremos que as crenças do mundo nos digam que aquilo que Deus quer que façamos é impossível. Ao invés disso, tentaremos reconhecer que só aquilo que Deus quer que façamos é possível.

Também tentaremos compreender que só aquilo que Deus quer que façamos é o que queremos fazer. E também tentaremos lembrar-nos de que não podemos falhar em fazer aquilo que ele quer que façamos. Há todas as razões para que nos sintamos confian -tes de que hoje teremos sucesso. É a Vontade de Deus.

Começa os exercícios de hoje repetindo a idéia para ti mesmo, fechando os olhos ao fazê-lo. Em seguida, passa um período de tempo relativamente curto pensando em alguns poucos pensamentos relevantes que te são próprios, mantendo a idéia em mente. De-pois de ter acrescentado uns quatro ou cinco pensamentos que te são próprios à idéia, repete-a outra vez e dize gentilmente a ti mes -mo:

Meus pensamentos reais estão na minha mente. Eu gostaria de achá-los.

Em seguida, tenta ir além de todos os pensamentos irreais que encobrem a verdade na tua mente e alcançar o eterno.

Sob todos os pensamentos sem sentido e as idéias loucas com as quais entulhaste a tua mente, estão os pensamentos que no princípio pensaste com Deus. Eles estão lá na tua mente agora, completamente imutáveis. Eles sempre estarão na tua mente, exata-mente como sempre estiveram. Tudo o que pensaste desde então mudará, mas o fundamento sobre o qual isso se baseia permanecerá totalmente imutável.

É a esse fundamento que os exercícios para o dia de hoje são dirigidos. Aqui, a tua mente está unida à Mente de Deus aqui, os teus pensamentos e os Seus são um só. Para esse tipo de prática apenas uma coisa é necessária: aproxima-te dele como te aproximarias de um altar dedicado a Deus Pai e a Deus Filho no Céu. Pois tal é o lugar que estás tentando alcançar. Tu provavelmente ainda não és capaz de reconhecer quão alto estas tentando ir. No entanto, mesmo com a pouca compreensão que já ganhaste, deverias ser capaz de lembrar a ti mesmo que isso não é nenhum jogo vão, mas um exercício em santidade e uma tentativa de alcançar o Reino dos Céus.

Nos períodos de prática mais curtos para o dia de hoje, tenta lembrar-te do quanto é importante para ti compreender a santida -de da mente que pensa com Deus. Dedica um ou dois minutos, enquanto repetes a idéia ao longo do dia, para apreciares a santidade da tua mente. Afasta-te, por menos tempo que seja, de todos os pensamentos que são indignos Daquele de Quem tu és o anfitrião. E agradece-Lhe pelos pensamentos que Ele está pensando contigo.

46.46. Deus é o Amor no qual eu perdôo.Deus é o Amor no qual eu perdôo.

Deus não perdoa porque Ele nunca condenou. E tem que haver condenação antes que o perdão seja necessário. O perdão é a grande necessidade desse mundo, mas isso é assim porque esse é um mundo de ilusões. Aqueles que perdoam estão portanto liberan-do a si mesmo das ilusões, enquanto aqueles que negam o perdão estão se ligando a elas. Assim como só condenas a ti mesmo, também só perdoas a ti mesmo.

Contudo, embora Deus não perdoe, o Seu Amor é, não obstante, a base do perdão. O medo condena e o amor perdoa. Assim, o perdão desfaz o que o medo tem produzido, retornando a mente à consciência de Deus. Por essa razão, o perdão pode verdadeiramente ser chamado de salvação. É o meio pelo qual as ilusões desaparecem.

Os exercícios de hoje requerem, pelo menos, três períodos de prática de cinco minutos completos, e o maior número de perío -dos mais curtos. Começa os períodos mais longos repetindo a idéia de hoje para ti mesmo como de costume. Fecha os olhos ao fazê-lo e passa um ou dois minutos examinando a tua mente à procura daqueles que não perdoaste. Não importa o quanto não os tenhas perdoado. Ou os perdoaste inteiramente ou não os perdoaste em absoluto.

Se estás fazendo bem os exercícios, não deves ter nenhuma dificuldade em achar um número de pessoas que não tenhas perdoa-do. Uma regra segura é que qualquer pessoa de quem não gostes é um sujeito adequado. Menciona cada um pelo nome e dize:

Deus é o Amor no qual eu te perdôo, (nome).

O propósito da primeira fase dos períodos de prática de hoje é o de colocar-te em posição de perdoar a ti mesmo. Depois de te -res aplicado a idéia a todos aqueles que tenham vindo à tua mente, dize a ti mesmo:

Deus é o Amor no qual eu perdôo a mim mesma.

Em seguida, dedica o resto do período de prática acrescentando idéias correlatas tais como:

Deus é o Amor com o qual eu amo a mim mesma. Deus é o Amor no qual sou abençoada.

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A forma de aplicação pode variar consideravelmente, mas a idéia central não deve ser perdida de vista. Poderias dizer:

Eu não posso ser culpado, pois sou um Filho de Deus. Nenhum medo é possível em uma mente amada por Deus. Eu já fui perdoado. Não há necessidade de atacar porque o amor me perdoou.

Porém, o período de prática deve terminar com a repetição da idéia de hoje em sua forma original.

Os períodos de prática mais curtos podem consistir seja na repetição da idéia para o dia de hoje em sua forma original ou em forma correlata, como preferires. Certifica-te, porém, de fazer mais aplicações específicas se forem necessárias. Elas serão necessárias a qualquer momento durante o dia, quando vieres a estar ciente de qualquer tipo de reação negativa a qualquer um, esteja ele presente ou não. Nesse evento, dize-lhe silenciosamente:

Deus é o Amor no qual eu te perdôo.

47.47. Deus é a força na qual eu confio.Deus é a força na qual eu confio.

Se tu confias na tua própria força, tens toda razão para estar apreensivo, ansioso e amedrontado. O que podes predizer ou con-trolar? O que há em ti com que se possa contar? O que te daria capacidade de estar ciente de todas as facetas de qualquer problema e de resolvê-los de tal modo que só o bem possa advir? O que há em ti que te dê o reconhecimento da solução certa e a garantia de que será realizada?

Por ti mesmo não podes fazer nenhuma destas coisas. Acreditar que podes é depositar a tua confiança onde a confiança não foi autorizada, e justificar o medo, a ansiedade, a depressão, a raiva e o pesar. Quem pode depositar sua fé na fraqueza e sentir-se seguro? E, no entanto, quem pode depositar sua fé na força e sentir-se fraco?

Deus é a tua segurança em qualquer circunstância. A Sua Voz fala por Ele em todas as situações e em cada aspecto de todas as situações, dizendo-te exatamente o que fazer para invocar a Sua força e a Sua proteção. Não há nenhuma exceção, porque em Deus não há exceções. E a Voz Que fala por Ele pensa como Ele.

Hoje tentaremos alcançar o que está além da tua própria fraqueza e chegar à Fonte da força areal. Quatro períodos de cinco mi-nutos são necessários hoje e recomenda-se insistentemente períodos mais longos e freqüentes. Fecha os olhos e começa como de cos-tume, repetindo a idéia para o dia. Em seguida, passa um ou dois minutos em busca de situações na tua vida nas quais investiste o medo, descartando cada uma delas dizendo a ti mesmo:

Deus é a força na qual eu confio.

Agora tenta passar com leveza por todas as preocupações relacionadas com o teu próprio senso de inadequação. É óbvio que qualquer situação que te cause preocupação está associada com sentimentos de inadequação, pois, de outro modo, acreditarias que po-des lidar com a situação com sucesso. Não é acreditando em ti mesmo que ganharás confiança. Mas a força de Deus em ti tem sucesso em todas as coisas.

O reconhecimento da tua própria fragilidade é um passo necessário na correção dos teus erros, mas dificilmente seria suficiente para te dar a confiança que necessitas e à qual tens direito. Também tens que ganhar a consciência de que a confiança na tua força real é inteiramente justificada sob todos os aspectos e em todas as circunstâncias.

Na fase final do período de prática tenta alcançar o que está embaixo na tua mente, em um lugar onde há real segurança. Reco-nhecerás que o alcançaste se sentires uma sensação de profunda paz, por mais breve que seja. Desliga-te de todas as coisas triviais que se agitam e borbulham na superfície da tua mente e alcança o que está por baixo até chegares ao Reino dos Céus. Há um lugar em ti onde há paz perfeita. Há um lugar em ti onde nada é impossível. Há um lugar em ti onde habita a força de Deus.

Durante o dia, repete a idéia com freqüência. Usa-a como a tua resposta a qualquer perturbação. Lembra-te de quea paz é um direito teu, porque estás depositando a tua confiança na força de Deus.

48.48. Não há nada a temer.Não há nada a temer.

A idéia para o dia de hoje simplesmente declara um fato. Não é um fato para aqueles que acreditam em ilusões, mas ilusões não são fatos. Em verdade, não há nada a temer. É muito fácil reconhecer isso. Mas é muito difícil para aqueles que querem que ilusões se -jam verdadeiras.

Os períodos de prática de hoje serão muito curtos, muito simples e muito freqüentes. Apenas repete a idéia com a maior freqüência possível. Podes usá-la com os olhos abertos a qualquer hora e em qualquer situação. Todavia, é fortemente recomendado

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que sempre que for possível, feches os olhos e passes mais ou menos um minuto repetindo a idéia para ti mesmo, lentamente, várias vezes. É particularmente importante que uses a idéia de imediato se algo vier perturbar a paz da tua mente.

A presença do medo é um sinal seguro de que estás confiando na tua própria força. A consciência segundo a qual não há nada a temer mostra que, em algum lugar na tua mente, embora não necessariamente em um lugar que reconheças por enquanto, tu te lem -braste de Deus e deixaste a Sua força tomar o lutar da tua fraqueza. No instante em que estás disposto a fazer isso, de fato, não há nada a temer.

49.49. A Voz de Deus fala comigo durante todo o dia.A Voz de Deus fala comigo durante todo o dia.

É bem possível escutar a voz de Deus durante todo o dia sem interromper as tuas atividades regulares de modo algum. A parte da tua mente em que habita a verdade está em constante comunicação com Deus, quer estejas ou não ciente disso. É a outra parte da tua mente que funciona no mundo e obedece às leis do mundo. Essa é a parte que está constantemente distraída, desorganizada e alta -mente incerta.

A parte que está escutando a Voz por Deus é calma, está sempre em repouso e é totalmente certa. Na realidade, é a única parte que existe. A outra é uma ilusão louca, frenética e distraída, mas sem qualquer tipo de realidade. Tenta não escutá-la hoje. Tenta iden -tificar-te com a parte da tua mente em que a serenidade e a paz reinam para sempre. Tenta ouvir a Voz de Deus chamar-te com amor, lembrando-te que o teu Criador não esqueceu o Seu Filho.

Hoje precisaremos no mínimo de quatro períodos de prática de cinco minutos cada um e, se possível, mais. Tentaremos de fato ouvir a Voz de Deus fazendo com que tu te lembres Dele e do teu Ser. Vamos nos aproximar do mais feliz e do mais santo dos pensa -mentos com confiança, sabendo que ao fazê-lo, estamos unindo nossa vontade à Vontade de Deus. Ele quer que ouças a Sua Voz. Ele A deu para ti para ser ouvida.

Escuta em profundo silêncio. Fica muito sereno e abre a tua mente. Ultrapassa todos os gritos estridentes e as fantasias doenti-as que encobrem os teus pensamentos reais e obscurecem o teu elo eterno com Deus. Mergulha profundamente na paz que te espera além dos pensamentos frenéticos e tumultuosos e das cenas e sons desse mundo insano. Tu não vives aqui. Estamos tentando alcançar o teu lar real. Estamos tentando alcançar o lugar onde és verdadeiramente bem-vindo. Estamos tentando alcançar Deus.

Não esqueças de repetir a idéia de hoje com muita freqüência. Faze-o com os olhos abertos quando necessário, mas fechados quando possível. E certifica-te de sentar-te em quietude e repetir a idéia para o dia de hoje sempre que puderes, fechando os olhos ao mundo e reconhecendo que estás convidando a Voz de Deus para falar contigo.

50.50. O Amor de Deus é o meu sustento.O Amor de Deus é o meu sustento.

Aqui está a resposta a todos os problemas que te confrontarão hoje, amanhã e através dos tempos. Nesse mundo, acreditas que és sustentado por tudo, menos por Deus. A tua fé é colocada nos símbolos mais insanos e triviais: pílulas, dinheiro, roupa ‘protetora’, influência, prestígio, que gostem de ti, conhecer as pessoas ‘certas’ e uma lista infindável de formas do nada que dotas com poderes mágicos.

Todas essas coisas são os teus substitutos para o Amor de Deus. Todas essas coisas são apreciadas para assegurar uma identifi-cação com o corpo. São cantos de louvor ao ego. Não ponhas tua fé no que não tem valor. Isso não vai sustentar-te.

Só o Amor de Deus te protegerá em todas as circunstâncias. Ele te elevará fazendo com que saias de todas as provações, e te er-guerá para o alto acima de todos os perigos percebidos nesse mundo a um clima de perfeita paz e segurança. Ele te transportará a um estado mental em que nada pode ameaçar, nada pode perturbar e onde nada pode interferir na calma eterna do Filho de Deus.

Não ponhas tua fé em ilusões. Elas te falharão. Põe toda a tua fé no Amor de Deus dentro de ti, eterno, imutável e para sempre infalível. Essa é a resposta para o que quer que seja que te confronte hoje. Através do Amor de Deus dentro de ti podes resolver todas as aparentes dificuldades sem esforço e com confiança segura. Dize isso a ti mesmo freqüentemente hoje. É uma declaração de libera -ção da tua crença em ídolos. É o teu reconhecimento da verdade sobre ti mesmo.

Durante dez minutos, duas vezes hoje pela manhã e à noite, deixa a idéia para o dia de hoje mergulhar profundamente na tua consciência. Repete-a, pensa sobre ela, deixa que pensamentos correlatos venham para ajudar-te a reconhecer a verdade disso e permi-tir que a paz flua sobre ti como um manto de proteção e segurança. Não deixes pensamentos vãos e tolos entrarem para perturbar a santa mente do Filho de Deus. Tal é o Reino dos Céus. Tal é o lugar de descanso onde o teu Pai te colocou para sempre.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 29 de 188

REVISÃO IREVISÃO I1. A partir de hoje teremos uma série de períodos de revisão. Cada um deles abrangerá cinco das idéias já apresentadas, começan -

do com a primeira e terminando com a qüinquagésima. Haverá alguns comentários curtos depois de cada uma das idéias que de-

ves considerar na tua revisão. Nos períodos de prática, os exercícios devem ser feitos como será indicado a seguir.

2. Começa o dia lendo as cinco idéias incluindo os comentários. Depois disso, não é necessário seguir nenhuma ordem em particu-

lar ao considerá-las, embora cada uma deva ser praticada pelo menos uma vez. Dedica dois minutos ou mais a cada período de

prática, pensando sobre a idéia e os comentários relacionados depois de lê-los. Faze isso com a maior freqüência possível durante

o dia. Se qualquer uma das cinco idéias te atrair mais do que as outras, concentra-te nela. Porém, certifica-te de revisar todas mais

uma vez no fim do dia.

3. Não é necessário incluir literal ou minuciosamente os comentários que se seguem a cada idéia nos períodos de prática. Ao invés

disso, tenta enfatizar o tema central e pensa nele como parte da tua revisão da idéia com a qual se relacional. Depois de ter lido a

idéia e os comentários relacionados, os exercícios devem ser feitos com os olhos fechados e quando estiveres sozinho em um lu -

gar quieto, se for possível.

4. Isso é enfatizado para os períodos de prática no teu atual estágio de aprendizado. Contudo será necessário que aprendas a não

precisar de nenhum cenário especial para aplicar o que tens aprendido. Necessitarás mais do teu aprendizado em situações que pa-

reçam transtornar-te do que naquelas que já parecem ser calmas e quietas. O propósito do teu aprendizado é fazer com que sejas

capaz de trazer a quietude contigo e de curar a aflição e o tumulto. Isso não é feito evitando-os e buscando um refúgio de isola -

mento para ti mesmo.

5. Ainda aprenderás que a paz é parte de ti e só requer que estejas presente para abraçar qualquer situação em que te encontres. E

finalmente aprenderás que não há limites quanto ao lugar onde estás, portanto, a tua paz está em todos os lugares assim como tu.

Notarás que, para os propósitos da revisão, algumas das idéias não são dadas exatamente na sua forma original. Usa-as tal como

são dadas aqui. Não é necessário voltar às declarações originais, nem aplicar as idéias da forma sugerida então. Agora estamos

enfatizando as relações entre as cinqüenta primeiras idéias que abordamos e a coesão do sistema de pensamento ao qual elas estão

te conduzindo.

51.51. Lições 1 a 5Lições 1 a 5

1. Nada do que eu vejo significa coisa algumaA razão de isso ser assim é que eu vejo o nada e o nada não tem significado.

É necessário que eu reconheça isso para que possa aprender a ver.

O que penso que vejo agora está tomando o lugar da Visão.

Tenho que abandonar isso compreendendo que não tem significado, para que a visão possa tomar o seu lugar.

2. Eu tenho dado ao que vejo todo significado que tem para mimEu tenho julgado tudo o que contemplo e é isso e apenas isso que eu vejo. Isso não é visão.

É meramente uma ilusão de realidade porque os meus julgamentos têm sido feitos bem à parte da realidade.

Estou disposto a reconhecer a falta de validade dos meus julgamentos porque quero ver.

Os meus julgamentos têm me ferido e não quero mais ver de acordo com eles.

3. Eu não compreendo coisa alguma do que vejoComo poderia compreender o que vejo se o tenho julgado de forma equivocada?

O que eu vejo é a projeção dos meus próprios erros de pensamento.

Não compreendo o que vejo porque é incompreensível. Não há sentido em tentar compreendê-lo.

Mas tenho todos os motivos para abandonar isso e dar espaço ao que pode ser visto e compreendido e amado.

Eu posso trocar o que vejo agora por isso, apenas estando disposto a fazê-lo.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 30 de 188Não é essa uma escolha melhor do que a que eu fiz anteriormente?

4. Esses pensamentos não significam coisa algumaOs pensamentos dos quais estou ciente não significam coisa alguma, porque estou tentando pensar sem Deus.

O que chamo de ‘meus’ pensamentos não são os meus pensamentos reais.

Os meus pensamentos reais são aqueles que penso com Deus. Não estou ciente deles porque tenho feito os meus pensamentos tomar o seu lugar.

Estou disposto a reconhecer que os meus pensamentos não significam coisa alguma e a abandoná-los.

Escolho que sejam substituídos por aquilo que tencionavam substituir.

Meus pensamentos são sem significado, mas toda a criação está nos pensamentos que eu penso com Deus.

5. Eu nunca estou transtornado pela razão que imaginoEu nunca estou transtornado pela razão que imagino porque estou constantemente tentando justificar os meus pensamentos.

Estou constantemente tentando fazer com que sejam verdadeiros.

Faço com que todas as coisas sejam minhas inimigas para que a minha raiva seja justificada e os meus ataques autorizados.

Ao lhes conferir esse papel, não reconheci o quanto tenho usado equivocadamente todas as coisas que vejo.

Tenho feito isso para defender um sistema de pensamento que tem me ferido e que eu já não quero mais.

Estou disposto a abandoná-lo.

52.52. Lições 6 a 10Lições 6 a 10

6. Eu estou transtornado porque vejo algo que não existeA realidade nunca é assustadora.

É impossível que ela possa me transtornar.

A realidade só traz perfeita paz.

Quando estou transtornado, é sempre porque substituí a realidade por ilusões que inventei.

As ilusões me transtornam porque eu tenho dado realidade a elas e assim considero a realidade como uma ilusão.

Nada na criação de Deus é, de modo algum, afetado por essa minha confusão.

Estou sempre transtornado por nada.

7. Eu só vejo o passadoAo olhar à minha volta, condeno o mundo para o qual olho. A isso chamo de ver.

Eu retenho o passado contra todos e contra tudo, fazendo com que sejam meus inimigos.

Quando tiver perdoado a mim mesmo e lembrado Quem eu sou, abençoarei a todos e a tudo o que vejo.

Não haverá nenhum passado, portanto, nenhum inimigo.

E olharei com amor para tudo o que falhei em ver antes.

8. A minha mente está preocupada com pensamentos passadosVejo só meus próprios pensamentos e a minha mente está preocupada com o passado. Assim, o que posso ver tal como é?

Que eu me lembre que só olho para o passado a fim de impedir que o presente desponte na minha mente.

Que eu compreenda que estou tentando usar o tempo contra Deus.

Que eu aprenda a descartar o passado, reconhecendo que, ao fazê-lo, não estou desistindo de nada.

9. Eu não vejo nada tal como é agoraSe nada vejo tal como é agora, pode-se verdadeiramente dizer que não vejo nada.

Eu só posso ver o que é agora.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 31 de 188A escolha não está entre ver o passado ou o presente, a escolha está meramente em ver ou não ver.

O que eu tenho escolhido ver me custou a visão.

Agora quero escolher outra vez para que eu possa ver.

10. Meus pensamentos não significam coisa alguma.Eu não tenho pensamentos privados.

No entanto, só estou ciente de pensamentos privados.

O que podem esses pensamentos significar?

Eles não existem, portanto não significam nada.

Contudo, a minha mente é parte da criação e parte do seu Criador.

Será que eu não preferiria me unir ao pensamento do universo ao invés de obscurecer tudo o que é realmente meu com os meus lamentáveis pensamentos “privados” sem significado?

53.53. Lições 11 a 15Lições 11 a 15

11. Os meus pensamentos sem significado estão me mostrando um mundo sem significado.Já que os pensamentos dos quais estou ciente não significam coisa alguma, o mundo que os retrata não pode ter significado.

O que está produzindo esse mundo é insano, assim como o que ele produz.

A realidade não é insana e eu tenho pensamentos reais bem como pensamentos insanos.

Eu posso, portanto ver o mundo real, se considerar os meus pensamentos reais como meu guia para ver.

12. Eu estou transtornado porque vejo um mundo sem significadoPensamentos insanos transtornam. Produzem um mundo em que não há ordem em lugar nenhum.

Só o caos governa um mundo que representa uma forma de pensar caótica e o caos não tem leis.

Não posso viver em paz em tal mundo.

Eu me sinto grato por esse mundo não ser real e por não precisar vê-lo de modo algum, a menos que eu escolha valorizá-lo.

E não escolho valorizar algo que é totalmente insano e não tem nenhum significado.

13. Um mundo sem significado gera medoAquilo que é totalmente insano gera medo porque é completamente inconfiável e não oferece nenhuma base segura para a confiança.

Nada na loucura é confiável.

Não oferece nenhuma segurança e nenhuma esperança.

Mas tal mundo não é real.

Eu tenho lhe dado a ilusão de realidade e tenho sofrido em conseqüência da minha crença nele.

Agora escolho retirar essa crença e colocar a minha confiança na realidade.

Ao escolher isso estou escapando de todos os efeitos do mundo do medo, porque estou reconhecendo que ele não existe.

14. Deus não criou um mundo sem significado.Como pode um mundo sem significado existir se Deus não o criou?

Ele é a Fonte de todo significado e tudo o que é real está em Sua Mente.

Está também em minha mente, porque Ele o criou comigo.

Porque deveria eu continuar a sofrer dos efeitos dos meus próprios pensamentos insanos, quando a perfeição da criação é o meu lar?

Que eu me lembre do poder da minha decisão e reconheça aonde eu realmente habito.

15. Meus pensamentos são imagens que eu tenho feitoTudo o que eu vejo reflete os meus pensamentos.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 32 de 188São os meus pensamentos que me dizem onde estou e o que sou.

O fato de eu ver um mundo no qual há sofrimento e perda e morte, me mostra que estou vendo apenas a representação dos meus pensamentos insanos e não estou permitindo que os meus pensamentos reais lancem a sua luz beneficente sobre o que vejo.

No entanto, o caminho de Deus é certo.

As imagens que tenho feito não podem prevalecer contra Ele, porque não é minha vontade que prevaleçam.

A minha vontade é a Dele, e eu não colocarei outros deuses diante Dele.

54.54. Lições 16 a 20Lições 16 a 20

16. Eu não tenho pensamentos neutros.Pensamentos neutros são impossíveis, porque todos os pensamentos têm poder.

Eles farão um mundo falso ou me conduzirão ao mundo real.

Mas os pensamentos não podem ser sem efeitos.

Da mesma forma que o mundo que vejo surge dos meus erros de pensamento, o mundo real surgirá diante dos meus olhos à medida que eu permita que os meus erros sejam corrigidos.

Meus pensamentos não podem deixar de ser verdadeiros ou falsos.

Tem que ser um ou outro.

O que vejo me mostra o que são.

17. Eu não vejo coisas neutrasO que eu vejo testemunha o que eu penso.

Se eu não pensasse não existiria, porque a vida é pensamento.

QUE EU OLHE O MUNDO QUE VEJO COMO A REPRESENTAÇÃO DO PRÓPRIO ESTADO DA MINHA MENTE.

Sei que o estado da minha mente pode mudar.

E assim também sei que o mundo que vejo pode igualmente mudar.

18. Eu não estou sozinho ao experimentar os efeitos do que vejo.Se eu não tenho pensamentos privados, não posso ver um mundo privado.

Até mesmo a louca idéia da separação teve que ser compartilhada, antes que pudesse formar a base do mundo que vejo.

No entanto, aquele compartilhar foi o compartilhar do nada.

Posso também invocar os meus pensamentos reais que compartilhar tudo com todos.

Da mesma forma que os meus pensamentos de separação convocam os pensamentos de separação dos outros, assim também os meus pensamentos reais despertam os pensamentos reais neles.

E o mundo que os meus pensamentos reais me mostram despontará para os outros assim como para mim.

19. Eu não estou sozinho ao experimentar os efeitos dos meus pensamentos.Não estou sozinho em nada.

Tudo o que penso, ou digo, ou faço, ensina a todo o universo.

Um Filho de Deus não pode pensar ou falar ou agir em vão.

Ele não pode estar sozinho em coisa alguma.

Portanto, está em meu poder mudar todas as mentes junto com a minha, pois o meu poder é o de Deus.

20. Eu estou determinado a ver.Reconhecendo a natureza compartilhada de meus pensamentos, eu estou determinado a ver.

Quero olhar para as testemunhas que me mostram que o pensamento do mundo mudou.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 33 de 188Quero contemplar a prova de que o que tem sido feito através de mim tem capacitado ao amor substituir o medo, ao riso substituir as lágrimas e à abundância substituir a perda.

Quero olhar para o mundo real e deixar que ele me ensine que a minha vontade e a Vontade de Deus são uma só.

55.55. Lições 21 a 25Lições 21 a 25

21. Eu estou determinado a ver as coisas de modo diferente.O que vejo agora são apenas sinais de doença, desastre e morte.

Isso não pode ser o que Deus criou para o Seu Filho amado.

O próprio fato de que vejo tais coisas é uma prova de que não compreendo Deus.

Portanto, também não compreendo Seu Filho.

O que eu vejo me diz que não conheço quem eu sou. Estou determinado a ver as testemunhas da verdade em mim, ao invés daquelas que me mostram uma ilusão de mim mesmo.

22. O que eu vejo é uma forma de vingança.O mundo que eu vejo dificilmente é uma representação de pensamentos amorosos.

É um retrato de ataques a tudo e por tudo.

É qualquer coisa, menos um reflexo do Amor de Deus e do amor de Seu Filho.

São os meus próprios pensamentos de ataque que dão origem a esse retrato.

Os meus pensamentos amorosos me salvarão dessa percepção do mundo e me darão a paz que Deus tencionava que eu tivesse.

23. Eu posso escapar desse mundo desistindo dos meus pensamentos de ataque.Nisso está a salvação e em nenhum outro lugar.

Sem pensamentos de ataque, eu não poderia ver um mundo de ataque.

À medida que o perdão permite que o amor volte à minha consciência verei um mundo de paz, segurança e alegria.

E é isso que escolho ver em lugar das coisas para as quais olho agora.

24. Eu não percebo os meus maiores interesses.Como poderia eu reconhecer os meus maiores interesses se não conheço quem eu sou?

O que penso serem os meus maiores interesses apenas me ligariam ainda mais ao mundo das ilusões.

Estou disposto a seguir o Guia que Deus me deu para achar quais são os meus maiores interesses, reconhecendo que não posso percebê-los por mim mesmo.

25. Eu não sei para que serve coisa alguma.Para mim, o propósito de tudo é o de provar que as minhas ilusões sobre mim mesmo são reais.

É com esse propósito que tento fazer uso de todos e de tudo.

É para isso que acredito que o mundo sirva.

Portanto, não reconheço o seu propósito real.

O propósito que eu tenho dado ao mundo conduziu a um retrato assustador desse mundo.

Que eu abra a minha mente para o propósito real do mundo, retirando o propósito que lhe tenho dado e aprendendo a verdade sobre ele.

56.56. Lições 26 a 30Lições 26 a 30

26. Os meus pensamentos de ataque estão atacando a minha invulnerabilidade.Como posso conhecer quem sou eu se me vejo sob ataques constantes?

A dor, a enfermidade, a perda, a idade e a morte parecem me ameaçar.

Todas as minhas esperanças, desejos e planos parecem estar à mercê de um mundo que eu não posso controlar.

No entanto, a segurança perfeita e a plenitude completa são a minha herança.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 34 de 188Eu tenho tentado abandonar a minha herança em troca do mundo que vejo.

Mas Deus a tem guardado em segurança para mim.

Os meus próprios pensamentos reais me ensinarão o que ela é.

27. Acima de tudo, eu quero Ver.Reconhecendo que o que eu vejo reflete o que penso que sou, me dou conta de que a visão é a minha maior necessidade.

O mundo que vejo testemunha a natureza amedrontada da auto-imagem que tenho feito.

Se quero me lembrar quem sou, é essencial que eu deixe que essa imagem de mim mesmo se vá.

Ao ser substituída pela verdade, a visão certamente me será dada.

E com essa visão, olharei para o mundo e para mim mesmo com caridade e amor.

28. Acima de tudo, eu quero Ver de modo diferente.O mundo que vejo mantém no lugar a minha auto-imagem amedrontada e garante a sua continuidade.

Enquanto eu vejo o mundo tal como o vejo agora, a verdade não entra na minha consciência.

Quero deixar que a porta por trás desse mundo seja aberta para mim, para que eu possa olhar para o que vem depois, para o mundo que reflete o Amor de Deus.

29. Deus está em tudo o que eu vejo.Por trás de cada imagem que tenho feito, a verdade permanece imutável.

Por trás de cada véu com que eu cobri a face do amor, a sua luz permanece inobscurecida.

Além de todos os meus desejos insanos está a minha vontade, unida à Vontade do meu Pai.

Deus ainda está em todo lugar e em tudo para sempre.

E nós, que somos parte Dele, ainda olharemos para o que vem depois de todas as aparências e reconheceremos a verdade que está além de todas elas.

30. Deus está em tudo o que eu vejo, porque Deus está na minha mente.Na minha própria mente, por trás de todos os meus pensamentos insanos de separação e ataque, está o conhecimento de que tudo é um para sempre.

Não perdi o conhecimento de Quem sou por tê-lo esquecido.

Ele tem sido guardado para mim na Mente de Deus, Que não deixou os Seus Pensamentos.

E eu, que estou entre eles, sou um com eles e um com Ele.

57.57. Lições 31 a 35Lições 31 a 35

31. Eu não sou vítima do mundo que vejoComo posso ser vítima de um mundo que pode ser completamente desfeito, se eu assim escolher?

As minhas correntes estão soltas.

Posso deixá-las cair meramente por desejar fazer isso.

A porta da prisão está aberta.

Posso sair simplesmente caminhando para fora.

Nada me retém nesse mundo.

Só o meu desejo de ficar me mantém prisioneiro.

Quero desistir dos meus desejos insanos e enfim caminhar para a luz do sol.

32. Eu inventei o mundo que vejoEu inventei a prisão na qual me vejo.

Tudo o que eu preciso fazer é reconhecer isso e sou livre.

Eu tenho deludido a mim mesmo, acreditando que é possível aprisionar o Filho de Deus.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 35 de 188Eu estava amargamente equivocado nessa crença, e não a quero mais.

O Filho de Deus tem que ser livre para sempre.

Ele é tal como Deus o criou, e não o que eu quero fazer dele.

Ele está onde Deus quer que esteja, e não onde eu pensava mantê-lo prisioneiro.

33. Existe um outro modo de olhar o mundoJá que o propósito do mundo não é aquele que eu lhe atribuí, deve haver um outro modo de olhar para ele.

Vejo tudo de cabeça para baixo, e os meus pensamentos são o oposto da verdade.

Vejo o mundo como uma prisão para o Filho de Deus.

Assim o mundo tem que ser, realmente, o lugar onde Ele pode ser libertado.

Eu quero olhar para o mundo tal como é e vê-lo como um lugar onde o Filho de Deus acha a sua liberdade.

34. Eu poderia ver paz em vez dissoQuando eu vejo o mundo como um lugar de liberdade, reconheço que reflete as leis de Deus ao invés das regras que inventei para que obedecesse.

Compreenderei que a paz e não a guerra habita nele.

E perceberei que a paz também habita nos corações de todos aqueles eu compartilham esse lugar comigo.

35. Minha mente é parte da Mente de Deus. Eu sou muito santo.Ao compartilhar a paz do mundo com os meus irmãos, começo a compreender que essa paz vem do fundo de mim mesmo.

O mundo para o qual eu olho se tem refletido da luz do meu perdão, e faz com que o perdão brilhe de volta para mim.

Nesta luz, começo a ver o que as minhas ilusões sobre mim mesmo têm mantido escondido.

Começo a compreender a santidade de todas as coisas vivas, incluindo eu mesmo e a sua unicidade comigo.

58.58. Lições 36 a 40Lições 36 a 40

36. Minha santidade envolve tudo o que eu vejo.A percepção do mundo real vem da minha santidade.

Tendo perdoado, não me vejo mais como culpado.

Posso aceitar a inocência que é a verdade sobre mim.

Vista com olhos que compreendem, a santidade do mundo é tudo o que eu vejo, pois só posso retratar os pensamentos que mantenho sobre mim mesmo.

37. A minha santidade abençoa o mundoA percepção da minha santidade não abençoa a mim sozinho.

Todos e tudo o que vejo à sua luz compartilham na alegria que ela me traz.

Não há nada à parte dessa alegria, porque não há nada que não compartilhe a minha santidade.

À medida que reconheço minha santidade, a santidade do mundo resplandece para que todos a vejam.

38. Não há nada que a minha santidade não possa fazerA minha santidade é ilimitada no seu poder de curar, porque é ilimitada no seu poder de salvar.

Do que mais se pode ser salvo, senão de ilusões?

E o que são todas as ilusões, exceto falsas idéias sobre mim mesmo?

A minha santidade as desfaz todas, afirmando a verdade sobre mim.

Na presença da minha santidade, que compartilho com o próprio Deus, todos os ídolos se desvanecem.

39. A minha santidade é a minha salvaçãoJá que a minha santidade me salva de toda culpa, reconhecer a minha santidade é reconhecer a minha salvação.

É também reconhecer a salvação do mundo.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 36 de 188Uma vez que eu tenha aceitado a minha santidade, nada pode me amedrontar.

E, porque não tenho medo, todos têm que compartilhar a minha compreensão, que é a dádiva de Deus para mim e para o mundo.

40. Eu sou abençoado como um Filho de DeusAqui está a minha reivindicação a todo o bem e só ao bem.

Eu sou abençoado como um Filho de Deus.

Todas as coisas boas são minhas, porque Deus as destinou a mim.

Por ser Quem eu sou, não posso sofrer qualquer perda, privação ou dor.

Meu Pai me sustenta, me protege e me dirige em todas as coisas.

O Seu cuidado por mim é infinito, e está comigo para sempre.

Como Seu Filho, sou eternamente abençoado.

59.59. Lições 41 a 45Lições 41 a 45

41. Deus vai comigo aonde quer que eu váComo posso estar só quando Deus sempre vai comigo?

Como posso ter dúvidas e ficar inseguro de mim mesmo, quando a certeza perfeita habita Nele?

Como posso ser perturbado por qualquer coisa, quando ele descansa em mim em absoluta paz?

Como posso sofrer, quando o amor e a alegria me cercam através Dele?

Que eu não alimente ilusões sobre mim mesmo.

Eu sou perfeito porque Deus vai comigo aonde quer que eu vá.

42. Deus é a minha força. A visão é Sua dádivaQue eu não recorra aos meus próprios olhos para ver no dia de hoje.

Que eu esteja disposto a trocar a minha lamentável ilusão de ver pela visão que me é dada por Deus.

A visão de Cristo é Sua dádiva e Ele a tem dado a mim.

Que eu invoque essa dádiva hoje, para que esse dia possa me ajudar a compreender a eternidade.

43. Deus é a minha Fonte. Eu não posso ver à parte d’Ele.Posso ver o que Deus quer que eu veja.

Não posso ver nada mais.

Além da Sua Vontade, estão apenas ilusões.

São essas que escolho quando penso que posso ver à parte d’Ele.

São essas que escolho quanto tento ver através dos olhos do corpo.

No entanto, a visão de Cristo me tem sido dada para substituí-las.

É através dessa visão que eu escolho ver.

44. Deus é a luz na qual eu vejoEu não posso ver na escuridão.

Deus é a única luz.

Portanto, se hei de ver, tem que ser através Dele.

Tentei definir o que é ver, e estava errado.

Agora me é dado compreender que Deus é a luz na qual eu vejo.

Que eu dê as boas-vindas à visão e ao mundo feliz que ela me mostrará.

45. Deus é a mente com a qual eu pensoNão tenho pensamentos que eu não compartilhe com Deus.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 37 de 188Não tenho pensamentos à parte d’Ele, porque não tenho nenhuma mente à parte da Sua.

Como parte da Sua Mente, meus pensamentos são os Seus e os Seus são os meus.

60.60. Lições 46 a 60Lições 46 a 60

46. Deus é o amor no qual eu perdôoDeus não perdoa porque Ele nunca condenou.

Os irrepreensíveis não podem repreender e aqueles que aceitaram a sua inocência não vêem nada para perdoar.

No entanto, o perdão é o meio pelo qual reconhecerei a minha inocência.

É o reflexo do Amor de Deus na terra.

Ele me aproximará do Céu o suficiente para que o Amor de Deus possa Se inclinar para alcançar-me e erguer-me até Ele.

47. Deus é a força na qual eu confioNão é através da minha própria força que eu perdôo.

É através da força de Deus em mim, da qual estou me lembrando ao perdoar.

À medida que começo a ver, reconheço o Seu reflexo na terra.

Perdôo todas as coisas porque sinto a Sua força despertar em mim.

E começo a lembrar-me do Amor que escolhi esquecer, mas Que não Se esqueceu de mim.

48. Não há nada a temer.Como o mundo me parecerá seguro quando eu puder vê-lo!

Não se parecerá com nada do que imagino ver agora.

Tudo e todos que eu vejo se inclinarão para mim para abençoar-me.

Reconhecerei em cada um o meu mais caro Amigo.

O que poderia haver para temer em um mundo que eu perdoei e que perdoou a mim?

49. A Voz de Deus fala comigo durante todo o diaNão há nenhum momento em que a Voz de Deus deixe de invocar o meu perdão para salvar-me.

Não há nenhum momento em que a Sua Voz deixe de dirigir meus pensamentos, guiar minhas ações e conduzir meus pés.

Estou caminhando firmemente em direção à verdade.

Não há nenhum outro lugar para onde eu possa ir, porque a Voz de Deus é a única voz e o único guia que foram dados ao seu filho.

50. Eu sou sustentado pelo Amor de DeusAo escutar a Voz de Deus, sou sustentado pelo Seu Amor.

Ao abrir os meus olhos, o Seu Amor ilumina o mundo para que eu o veja.

Ao perdoar, o Amor de Deus me lembra que o Seu Filho é sem pecado.

E ao olhar para o mundo com a visão que Ele me deu, lembro-me que sou Seu Filho.

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PARTE II PARTE II

61.61. Eu Sou a Luz do MundoEu Sou a Luz do Mundo

Quem é a luz do mundo senão o Filho de Deus? Essa é apenas uma declaração da verdade sobre ti mesmo. É o oposto de uma declaração de orgulho, de arrogância ou de auto-engano. Não descreve o conceito de ti mesmo que tens feito, não se refere a nenhuma das características com as quais dotaste teus ídolos. Refere-se a ti tal como foste criado por Deus. Simplesmente declara a verdade.

Para o ego, a idéia de hoje é o epítome da auto-glorificação. Mas o ego não compreende a humildade, tomando-a equivocada-mente por auto-degradação. A humildade consiste em aceitar o teu papel na salvação e em não assumir nenhum outro. Não é humilda-de insistir que não podes ser a luz do mundo, se essa é a função que Deus designou para ti. Só a arrogância afirmaria que essa função não pode ser para ti, e a arrogância é sempre do ego.

A verdadeira humildade requer que aceites a idéia de hoje porque é a Voz de Deus que te diz que ela é verdadeira. Esse é um passo inicial para aceitar a tua real função na terra. É um passo gigantesco no sentido de assumir o teu lugar de direito na salvação, é uma afirmação positiva do teu direito de ser salvo e um reconhecimento do poder que te é dado para salvar os outros.

Tu vais querer pensar sobre essa idéia com a maior freqüência possível hoje. É a resposta perfeita para todas as ilusões e, por-tanto, para toda a tentação. Ela traz à verdade todas as imagens que tens feito de ti mesmo e te ajuda a ir em paz, aliviado da tua carga e certo do teu propósito.

Tantos períodos de prática quantos forem possíveis devem ser empreendidos hoje quantos forem possíveis devem ser empreen -didos hoje, embora cada um deles não precise ultrapassar um ou dois minutos. Deves começar dizendo a ti mesmo:

Eu sou a luz do mundo. Essa é a minha única função. É por isso que estou aqui.

Em seguida pensa nestas declarações por um momento, de preferência com os olhos fechados, se a situação permitir. Deixa que alguns pensamentos correlatos venham a ti e repete a idéia para ti mesmo se a tua mente se desviar do pensamento central.

Certifica-se de começar e terminar o dia com um período de prática. Assim, acordarás com o reconhecimento da verdade sobre ti mesmo, tu a reforçarás ao longo do dia e voltarás a dormir enquanto reafirmas a tua função e o teu único propósito aqui. Estes dois períodos de prática podem ser mais longos que os outros, se achá-los úteis e quiseres estendê-los.

A idéia de hoje vai muito além das perspectivas mesquinhas do ego sobre o que és e qual é o teu propósito. Como um portador da salvação, isso é obviamente necessário. Esse é o primeiro de vários passos gigantescos que daremos nas próximas semanas. Tenta começar a construir hoje um alicerce firme para estes avanços. Tu és a luz do mundo. Deus construiu o Seu plano para a salvação do Seu Filho sobre ti.

62.62. O perdão é a minha função como a luz do mundoO perdão é a minha função como a luz do mundo

É o teu perdão que trará o mundo das trevas até à luz. É o teu perdão que permite que reconheças a luz na qual vês. O perdão é a demonstração de que és a luz do mundo. Através do teu perdão, a verdade sobre ti mesmo retorna à tua memória. Portanto, é no teu perdão que está a tua salvação.

As ilusões sobre ti mesmo e sobre o mundo são uma só. É por essa razão que todo o perdão é uma dádiva para ti mesmo. A tua meta é descobrir quem és, tendo negado a tua Identidade por atacar a criação e o seu Criador. Agora, estás aprendendo como lembrar da verdade. Para isso, o ataque tem que ser substituído pelo perdão, a fim de que pensamentos de vida possam substituir pensamentos de morte.

Lembra-te de que a cada ataque invocas a tua própria fraqueza, enquanto que a cada vez que perdoas invocas a força de Cristo em ti. Será que não estás começando a compreender o que o perdão fará por ti? Removerá da tua mente toda sensação de fraqueza, tensão e fadiga. Afastará todo o medo, culpa e dor. Restaurará a invulnerabilidade e o poder que Deus deu ao Seu Filho à tua consciên -cia.

Vamos ficar contentes por começar e terminar este dia praticando a idéia de hoje e por usá-la tão freqüentemente quanto possí -vel ao longo do dia. Ela ajudará a fazer o dia tão feliz para ti quanto Deus quer que sejas. E ajudará a todos à tua volta, assim como àqueles que parecem estar longe no espaço e no tempo a compartilharem essa felicidade contigo.

Com tanta freqüência quanto puderes, se possível fechando os olhos, dize hoje para ti mesmo:

O perdão é minha função como a luz do mundo. Quero cumprir minha função para que eu possa ser feliz.

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Em seguida, dedica um ou dois minutos a considerar a tua função e a felicidade e a liberação que ela te trará. Deixa pensamen-tos correlatos virem livremente, pois o teu coração reconhecerá estas palavras e em tua mente está a consciência de que são verdadei -ras. Se a tua atenção se desviar, repete a idéia e acrescenta:

Quero me lembrar disso porque quero ser feliz.

63.63. A luz do mundo traz paz a todas as mentes através do meu perdão.A luz do mundo traz paz a todas as mentes através do meu perdão.

Quão santo és tu, que tens o poder de trazer paz a todas as mentes! Quão bem-aventurado és tu, que podes aprender a reconhe-cer o meio para permitir que isso seja feito através de ti! Que outro propósito poderias ter que te trouxesse maior felicidade?

Tu és, de fato, a luz do mundo com tal função. O Filho de Deus olha para ti buscando a sua redenção. Ela é tua para ser dada a ele, pois pertence a ti. Não aceites nenhum propósito trivial ou desejo sem significado em seu lugar ou te esquecerás da tua função e deixarás o Filho de Deus no inferno. Esse não é um pedido fútil que te está sendo feito. A ti pede-se que aceites a salvação, para que ela possa ser tua para que a dês a outros.

Reconhecendo a importância dessa função, ficaremos felizes em lembrar-nos dela muitas vezes hoje. Começaremos o dia por re -conhecê-la e encerraremos o dia com esse pensamento em nossa consciência. E, ao longo do dia, repetiremos isso com a maior freqüência possível:

A luz do mundo traz paz a todas as mentes através do meu perdão. Eu sou o meio que Deus designou para a salvação do mundo.

Se fechares os olhos, provavelmente acharás mais fácil deixar que os pensamentos correlatos venham a ti no espaço de um ou dois minutos que deves dedicar a considerar isso. Todavia não esperes por tal oportunidade. Nenhuma chance para reforçar a idéia para o dia de hoje deve ser perdida. Lembra-te que o Filho de Deus olha para ti buscando a sua salvação. E quem é o Seu Filho senão o teu Ser?

64.64. Que eu não esqueça a minha funçãoQue eu não esqueça a minha função

A idéia de hoje é meramente uma outra maneira de dizer: “Que eu não caia em tentação.” O propósito do mundo que vês é o de obscurecer a tua função de perdoar e te prover uma justificativa para esquecê-la. é a tentação de abandonar a Deus e a Seu Filho assu-mindo uma aparência física. É para isso que olham os olhos do corpo.

Nada do que os olhos do corpo parecem ver pode ser coisa alguma além de uma forma de tentação, já que esse foi o propósito do corpo em si mesmo. No entanto, aprendemos que o Espírito Santo tem outra utilidade para todas as ilusões que tens feito e assim Ele vê um outro propósito nelas. Para o Espírito Santo, o mundo é um lugar onde aprendes a te perdoar pelo que pensas serem os teus pe -cados. Nesta percepção a aparência física da tentação vem a ser o reconhecimento espiritual da salvação.

Revisando as nossas últimas lições, a tua função aqui é a de ser a luz do mundo, uma função que te foi dada por Deus. Só a ar -rogância do ego te conduz a questionar isso e só o medo do ego de induz a considerar-te indigno da tarefa que te foi designada pelo próprio Deus. A salvação do mundo aguarda o teu perdão, porque através dele o Filho de Deus escapa de todas as ilusões e assim de toda a tentação. Tu és o Filho de Deus.

Só serás feliz cumprindo a função que te foi dada por Deus. Isso porque a tua função é a de ser feliz, usando o meio pelo qual a felicidade vem a ser inevitável. Não há outro caminho. Portanto, toda vez que escolheres cumprir ou não a tua função, na realidade es -tás escolhendo em ser ou não feliz.

Lembremo-nos disso hoje. Lembremo-nos disso pela manhã e de novo à noite, assim como ao longo do dia. Prepara-te com an -tecedência para todas as decisões que tomarás hoje, lembrando-te que realmente são todas muito simples. Cada uma te conduzirá à fe-licidade ou à infelicidade. Pode uma decisão tão simples realmente ser tão difícil? Não deixes que a forma da decisão te engane. Com -plexidade de forma não implica em complexidade de conteúdo. É impossível que qualquer decisão na terra possa ter um conteúdo dife -rente dessa escolha única e simples. Essa é a única escolha que o Espírito Santo vê. Portanto, é a única escolha que existe.

Então, pratiquemos hoje estes pensamentos:Que eu não esqueça a minha função. Que eu não tente substituir a função de Deus pela minha. Que eu perdoe e seja feliz

Pelo menos uma vez hoje, dedica dez ou quinze minutos a uma reflexão sobre isso com os olhos fechados. Pensamentos correla -tos virão para ajudar-te, se te lembrares da importância crucial da tua função para ti mesmo e para o mundo.

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Nas freqüentes aplicações da idéia de hoje ao longo do dia, dedica vários minutos a revisar estes pensamentos e, em seguida, pensar neles e em mais nada. Será difícil particularmente no começo, pois não estás treinado na disciplina mental que isto requer. Tal -vez precises repetir “Que eu não esqueça a minha função” com freqüência para te ajudar a concentrar-te.

São requeridas duas formas de períodos de prática mais curtos. Algumas vezes faze os exercícios com os olhos fechados, tentan -do concentrar-te nos pensamentos que estás usando. Nas outras vezes, mantém teus olhos abertos depois de revisar os pensamentos e em seguida olha vagarosa e indiscriminadamente ao teu redor, dizendo para ti mesmo:

Esse é o mundo que eu tenho por função salvar.

65.65. A minha única função é a que Deus me deuA minha única função é a que Deus me deu

A idéia para hoje reafirma o teu compromisso com a salvação. Também te recorda que não tens nenhuma outra função senão essa. Estes dois pensamentos são obviamente necessários para o compromisso total. A salvação não pode ser o teu único propósito en -quanto ainda nutrires outros. A aceitação total da salvação como tua única função necessariamente envolve duas fases, o reconhecimen-to da salvação como tua função e o abandono de todas as outras metas que inventaste para ti mesmo.

Esse é o único caminho para assumires o teu lugar de direito entre os salvadores do mundo. Esse é o único caminho para pode-res dizer com real intenção: “A minha única função é a que Deus me deu.” Esse é o único caminho no qual podes achar paz para tua mente.

Hoje e nos próximos dias, reserva de dez a quinze minutos para um período de prática mais prolongado, durante o qual tenta -rás compreender e aceitar o que a idéia para o dia de realmente significa. A idéia de hoje oferece uma saída para todas as dificuldades que percebes. Ela coloca em tuas próprias mãos a chave da porta da paz, que fechaste para ti mesmo. Ela te dá a resposta para tudo o que tens procurado desde o início dos tempos.

Se possível, tenta empreender os períodos diários prolongados de prática mais ou menos no mesmo horário a cada dia. Tenta também determinar esse horário com antecedência e segui-lo na medida do possível. O propósito disso é o de organizar o teu dia de modo a reservar tempo para Deus, assim como para tantos outros propósitos e metas triviais que perseguirás. Isso faz parte do treina-mento de longo alcance necessário para disciplinar a tua mente, a fim de que o Espírito Santo possa usá-la de modo constante no pro -pósito que Ele compartilha contigo.

Ao começar o período de prática mais longo, revisa a idéia para o dia. Em seguida, fecha os olhos, repete a idéia para ti mesmo mais uma vez e vigia com cuidado a tua mente para captar quaisquer pensamentos que passem por ela. Inicialmente, não tentes con-centrar-te apenas nos pensamentos relacionados com a idéia para o dia. Ao invés disso, tenta descobrir cada pensamento que surgir para interferir. Nota cada um à medida que vem a ti com o menor envolvimento ou preocupação possível, descartando cada um com es-tas palavras para ti mesmo:

Esse pensamento reflete uma meta que está me impedindo de aceitar a minha única função.

Depois de algum tempo, passará a ser mais difícil achar pensamentos que interfiram. Todavia, tenta continuar por mais ou me-nos um minuto, procurando captar alguns dos pensamentos vãos que escaparam à tua atenção antes, sem, contudo tencionar ou esfor-çar-te indevidamente ao fazê-lo. Em seguida, dize a ti mesmo:

Que a minha verdadeira função seja escrita para mim nesse espaço em branco.

Não é preciso usar exatamente estas palavras, mas tenta ter a sensação de estar disposto a deixar que as tuas ilusões de propósi-to sejam substituídas pela verdade.

Finalmente, repete a idéia para o dia de hoje mais uma vez e dedica o resto do período de prática à tentativa de concentrar-te na importância que ela tem para ti, no alívio que a sua aceitação te trará ao resolver os teus conflitos de uma vez por todas, e no quanto realmente queres a salvação, apesar das tuas próprias idéias tolas em contrário.

Nos períodos de prática mais curtos, que devem ser empreendidos pelo menos uma vez por hora, usa essa forma ao aplicar a idéia de hoje:

A minha única função é a que Deus me deu. Eu não quero e não tenho nenhuma outra.

Algumas vezes fecha os olhos ao praticar isso e algumas vezes fica de olhos abertos à tua volta. É o que vês agora que será total -mente mudado quando aceitares por completo a idéia de hoje.

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66.66. A minha felicidade e a minha função são uma sóA minha felicidade e a minha função são uma só

Certamente tens notado em todas as nossas últimas lições, uma ênfase na conexão entre o cumprimento da tua função e a realização da felicidade. Isso acontece porque realmente não vês a conexão. E, no entanto, entre elas há mais do que apenas uma conexão, elas são a mesma coisa. Suas formas são diferentes, mas o conteúdo é completamente uno.

O ego batalha constantemente com o Espírito Santo sobre a questão fundamental do que é a tua função. Da mesma forma, ele batalha constantemente com o Espírito Santo acerca do que é a tua felicidade. Não é uma batalha a dois. O ego ataca e o Espírito Santo não responde. Ele sabe qual é a tua função. Ele sabe que ela é a tua felicidade.

Hoje, tentaremos ir além dessa batalha totalmente sem significado para chegar à verdade sobre a tua função. Não vamos nos en -gajar em argumentos sem sentido sobre o que ela é. Não vamos nos envolver inutilmente na definição da felicidade e em determinar os meios para realizá-la. Não vamos ser indulgentes para com o ego, escutando os seus ataques contra a verdade. Vamos nos contentar, simplesmente, por podermos descobrir o que é a verdade.

Hoje, o nosso período de prática mais longo tem como seu propósito a tua aceitação do fato de que não só há uma conexão muito real entre a função que Deus te deu e a tua felicidade, mas que elas são, de fato, idênticas. Deus só te dá felicidade. Portanto, a função que Ele te deu tem que ser felicidade, mesmo que pareça ser diferente. Os exercícios de hoje são uma tentativa de ir além dessas dife-renças aparentes e reconhecer um conteúdo comum aí onde existe na verdade. Começa o período de prática de dez a quinze minutos revisando estes pensamentos:

Deus só me dá felicidade. Ele me deu a minha função. Portanto, a minha função tem que ser a felicidade.

Tenta ver a lógica desse seqüência, mesmo que ainda não aceites a conclusão. A conclusão só poderia ser falsa se os dois primei-ros pensamentos estivessem errados. Isso poderia ser falso, é claro, mas para que o fosse, seria preciso definir Deus como algo que Ele não é. O amor não pode dar o mal e o que não é felicidade é mal. Deus não pode dar o que Ele não tem e Ele não pode ter aquilo que ele não é. A não ser que Deus te dê só felicidade, Ele não pode deixar de ser mau. E é nessa definição e Deus que estás acreditando se não aceitas a primeira premissa (Deus só me dá felicidade).

A primeira premissa é: Deus só te dá felicidade. Isso poderia ser falso, é claro, mas para o que o fosse seria preciso definir Deus como algo que Ele não é. O Amor não pode dar o mal e o que não é felicidade é mal. Deus não pode dar o que Ele não tem e Ele não pode ter aquilo que ele não é. A não ser que Deus te dê só felicidade, Ele não pode deixar de ser mau. E é nessa definição de Deus que estás acreditando se não aceitas a primeira premissa.

A segunda premissa é: Deus te deu a tua função. Já vimos que há só duas partes na tua mente. Uma é dominada pelo ego e feita de ilusões. A outra é o lar do Espírito Santo onde habita a verdade. Não há outros guias além destes entre os quais escolher e não há outras conseqüências possíveis como resultado da tua escolha senão o medo, que o ego sempre engendra, ou o amor que o Espírito Santo sempre oferece para substituí-lo.

Assim é necessário que a tua função tenha sido estabelecida por Deus através da Sua Voz, ou que ela tenha sido feita pelo ego que tu fizeste para substituí-Lo. Qual é a verdadeira? Se Deus não te deu a tua função, ela tem de ser dádiva do ego. E, porventura o ego tem realmente dádivas para dar, sendo ele próprio uma ilusão e oferecendo apenas ilusões de dádivas?

Pensa sobre isso durante o período de prática mais longo de hoje. Pensa também sobre as muitas formas que a ilusão da tua função tem tomado na tua mente e sobre as muitas maneiras nas quais tentaste achar a salvação sob a orientação do ego. Tu a achaste? Foste feliz? Elas te trouxeram paz? Precisamos de muita honestidade hoje. Lembra-te com eqüidade dos resultados e considera, tam -bém, se algum dia foi razoável esperar a felicidade a partir de qualquer coisa que o ego jamais propôs. No entanto, o ego é a única al -ternativa para a Voz do Espírito Santo.

Escutarás a loucura ou ouvirás a verdade. Procura fazer essa escolha ao pensar nas premissas sobre as quais se baseia a nossa conclusão. Nós podemos compartilhar essa conclusão e nenhuma outra. Pois o próprio Deus compartilha conosco. A idéia de hoje é mais um passo gigantesco na percepção do que é o mesmo como o mesmo e do que é diferente como diferente. De um lado, estão todas as ilu-sões. Do outro, está toda a verdade. Hoje, procuremos reconhecer que só a verdade é verdadeira.

Nos períodos de prática mais curtos, que hoje teriam o máximo proveito se fossem empreendidos duas vezes por hora, sugeri-mos essa forma de aplicação:

A minha felicidade e a minha função são uma só porque ambas me foram dadas por Deus.

Não levarás mais de um minuto, provavelmente menos para repetir estas palavras lentamente e pensar um pouco sobre elas ao dizê-las.

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67.67. O Amor me criou como Ele MesmoO Amor me criou como Ele Mesmo

A idéia de hoje é uma declaração precisa e completa do que tu és. É a razão pela qual tu és a luz do mundo. É a razão pela qual Deus te designou como salvador do mundo. É a razão pela qual o Filho de Deus olha para ti em busca da sua própria salvação. Ele é salvo pelo que tu és. Faremos todos os esforços hoje para alcançarmos essa verdade sobre ti e para reconhecermos inteiramente, mes-mo que seja apenas por um momento, que essa é a verdade.

No período de prática mais longo, refletiremos sobra a tua realidade e a natureza totalmente inalterada e inalterável que lhe é própria. Começaremos por repetir essa verdade sobre ti e, em seguida passaremos uns poucos minutos acrescentando alguns pensa -mentos relevantes tais como:

A minha santidade me criou santo. A benignidade me criou benigno. A ajuda me criou capaz de ajudar. A perfeição me criou perfeito

Todo atributo que estiver de acordo com Deus, tal como Ele define a Si Mesmo, é apropriado. Hoje estamos tentando desfazer a tua definição de Deus e substituí-la pela Sua própria. Nós também estamos tentando enfatizar que tu és parte da Sua definição de Si mesmo.

Depois de ter refletido sobre diversos pensamentos correlatos tais como estes, procura deixar todos os pensamentos de lado por um breve intervalo preparatório e, então tenta alcançar a verdade em ti que está depois de todas as tuas imagens e preconceitos sobre ti mesmo. Se o Amor te criou como Ele Mesmo, esse Ser tem que estar em ti. E Ele tem que estar lá, em algum lugar da tua mente, para que O aches.

É possível que aches necessário repetir a idéia para o dia de hoje de vez em quando para substituir pensamentos que te distrai -am. Também é possível que não aches isso suficiente, e que precises continuar acrescentando outros pensamentos relacionados com a verdade sobre ti mesmo. No entanto, talvez tenhas sucesso em ir, além disso, e passar pelo intervalo da ausência de pensamentos até chegares à consciência de uma luz resplandecente na qual te reconheces tal como o Amor te criou. Tem confiança de que farás muito hoje para trazer essa consciência para mais perto de ti, quer sintas, quer não, que tiveste sucesso.

Hoje será particularmente útil praticar a idéia para o dia o mais que puderes. Precisas ouvir a verdade sobre ti mesmo com a maior freqüência possível, porque a tua mente está muito preocupada com auto-imagens falsas. Seria muito benéfico lembrar-te, qua -tro ou cinco vezes por hora, talvez mais, que o Amor te criou como Ele mesmo. Ouve a verdade sobre ti nisso.

Nos períodos de prática mais curtos, tenta reconhecer que não é a tua voz diminuta e solitária que te diz isso. Essa é a Voz por Deus, lembrando-te do teu Pai e do teu Ser. Essa é a Voz da verdade, substituindo tudo o que o ego te diz a respeito de ti mesmo pela simples verdade sobre o Filho de Deus. Tu foste criado pelo Amor como Ele Mesmo.

68.68. O Amor não guarda mágoasO Amor não guarda mágoas

Tu, que foste criado pelo Amor como Ele Mesmo, não podes guardar mágoas e conhecer o teu Ser. Guardar uma mágoa é esque -cer quem és. Guardar uma mágoa é ver a ti mesmo como um corpo. Guardar uma mágoa é deixar que o ego domine a tua mente e con-denar o corpo à morte. Talvez ainda não reconheças inteiramente o que guardar mágoas faz com a tua mente. Parece dividir-te, afas -tando-te da tua Fonte e fazendo com que não sejas como Ela. Isso faz com que acredites que a tua Fonte é como o que pensas que pas-saste a ser, pois ninguém pode conceber que o seu Criador não seja como ele mesmo.

Excluído do teu Ser, Que permanece ciente da Sua semelhança com o Seu Criador, o teu Ser parece dormir, enquanto a parte da tua mente que tece ilusões em seu sono parece estar desperta. Guardar mágoas pode causar tudo isso? Pode, sim! Pois aquele que guarda mágoas nega que foi criado pelo Amor, e, no seu sonho de ódio, o seu Criador passa a ser amedrontador para ele. Quem pode sonhar com o ódio e não ter medo de Deus?

É tão garantido que aqueles que aqueles que guardam mágoas redefinirão Deus à sua própria imagem, quanto é garantido que Deus os criou como Ele Mesmo e os definiu como parte de Si. É tão garantido que aqueles que guardam mágoas sofrerão culpa quanto é garantido que aqueles que perdoam acharão a paz. É tão garantido que aqueles que guardam mágoas esquecerão quem são, quanto é certo que aqueles que perdoam se lembrarão.

Não estarias disposto a abandonar as tuas mágoas se acreditasses que tudo é assim? Talvez não penses que possas soltar as tuas mágoas. Mas isso é apenas uma questão de motivação. Hoje, tentaremos descobrir como te sentirias sem elas. Se tiveres sucesso, por pouco que seja, nunca mais terás problemas de motivação.

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Começa o período de prática mais longo de hoje procurando em tua mente as pessoas das quais guardas aquelas mágoas que consideras como as maiores. Será bem fácil achar algumas delas. Em seguida, pensa nas mágoas aparentemente menores, que guardas daqueles de quem gostas, ou a quem até pensas que amas. Rapidamente tornar-se-á claro que não há pessoa alguma contra a qual não nutras algum tipo de mágoa. Isso te deixou sozinho em todo o universo na tua percepção de ti mesmo.

Agora, determina-te a ver todas essas pessoas como amigas. Dize a todas elas, pensando em cada uma por sua vez ao fazê-lo:

Quero ver-te como meu amigo para que eu possa me lembrar que és parte de mim e vir a conhecer a mim mesmo.

Passa o resto do período de prática tentando pensar em ti mesmo completamente em paz com todos e com tudo, a salvo num mundo que te protege e te ama e ao qual correspondes com o teu amor. Procura sentir a segurança que te cerca, pairando sobre ti e amparando-te. Procura acreditar, ainda que por pouco tempo, que nada pode te causar dano de forma alguma. No final do período de prática, dize a ti mesmo:

O Amor não guarda mágoas. Quando eu soltar todas as minhas mágoas saberei que estou em perfeita segurança.

Os períodos mais curtos de prática deverão incluir uma aplicação imediata da idéia de hoje nesta forma, toda vez que surgir um pensamento de mágoa de alguém fisicamente presente ou não:

O Amor não guarda mágoas. Que eu não traia o meu Ser.

Além disso, repete a idéia várias vezes por hora dessa forma:O Amor não guarda mágoas. Quero acordar para o meu ser deixando de lado todas as minhas mágoas e acordando Nele.

69.69. As minhas mágoas escondem a luz do mundo em mimAs minhas mágoas escondem a luz do mundo em mim

Ninguém pode olhar para o que as tuas mágoas ocultam. Como as tuas mágoas estão escondendo a luz do mundo em ti, todos estão nas trevas e tu junto com eles. Mas quando o véu das tuas mágoas é erguido, és liberado com eles. Compartilha agora a tua salva -ção com aquele que permaneceu ao teu lado quando estavas no inferno. Ele é teu irmão na luz do mundo que salva a ambos.

Hoje vamos fazer mais uma tentativa real de alcançar a luz em ti. Antes de empreendermos isso em nosso período de prática mais longo, dediquemos vários minutos a pensar sobre o que estamos tentando fazer. Estamos literalmente tentando entrar em contato com a salvação do mundo. Estamos tentando ver além do véu de escuridão que a mantém oculta. Estamos procurando deixar que o véu seja erguido e ver as lágrimas do Filho de Deus desaparecerem à luz do sol.

Iniciemos nosso período de prática mais longo de hoje com o total reconhecimento de que isso é assim e com a real determina -ção de alcançar o que nos é mais caro do que tudo. A salvação é a nossa única necessidade. Aqui não existe outro propósito e nenhuma outra função a cumprir. Aprender a salvação é a nossa única meta. Acabemos hoje com a antiga busca, achando a luz em nós e mos -trando-a a todos os que buscam conosco para que a contemplem e se regozijem.

Agora, em muita quietude com os olhos fechados, tenta deixar que a tua consciência se esvazie de todo o conteúdo que normal-mente a ocupa. Pensa na tua mente como um vasto círculo cercado de uma camada de nuvens pesadas e escuras. Só podes ver as nu -vens porque parece que estás do lado de fora do círculo e bem à parte dele.

De onde estás não vês nenhuma razão para acreditares que exista uma luz brilhante oculta pelas nuvens. As nuvens parecem ser a única realidade. Elas parecem ser tudo o que há para ver. Por isso, não tentas atravessá-las e ir além, o que seria o único modo pelo qual realmente te convencerias de sua falta de substância. Faremos essa tentativa hoje.

Depois de teres pensado sobre a importância do que estás tentando fazer por ti mesmo e pelo mundo, tenta acalmar-te em per-feita serenidade, lembrando-te apenas do quanto queres alcançar a luz em ti, hoje — agora! Determina-te a atravessar as nuvens. Es -tende-te e toca-as em tua mente. Dispersa-as com a mão, sente-as sobre a tua faze e testa e pálpebras à medida que as atravessas. Con-tinua, nuvens não podem deter-te.

Se estiveres fazendo os exercícios adequadamente, começarás a ter a sensação de estar sendo erguido e carregado adiante. O teu pequeno esforço e a tua modesta determinação invocam o poder do universo para ajudar-te e o próprio Deus te erguerá das trevas para a luz. Estás de acordo com a Sua Vontade. Não podes fracassar, pois a tua vontade é a Sua.

Tem confiança no teu Pai hoje e tem certeza de que Ele te ouviu e te respondeu. Pode ser que ainda não tenhas reconhecido a Sua resposta, mas podes ter certeza, de fato, de que ela te é dada e que ainda a receberás. Ao tentares atravessar as nuvens e alcançar a luz, tenta conservar essa confiança em tua mente. Procura lembrar-te de que afinal estás unindo a tua vontade à de Deus. Tenta man -

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ter com clareza em tua mente o pensamento de que tudo o que empreenderes com Deus tem que ter sucesso. Então, deixa o poder de Deus trabalhar em ti e através de ti para que seja feita a Sua Vontade e a tua.

Nos períodos de prática mais curtos, que quererás empreender com a maior freqüência possível, tendo em vista a importância da idéia de hoje para ti e para a tua felicidade, lembra-te de que as tuas mágoas estão escondendo a luz do mundo da tua consciência. Lembra-te também de que não a estás buscando sozinho e que sabes aonde procurá-la. E então, dize:

Minhas mágoas escondem a luz do mundo em mim. Eu não posso ver o que tenho escondido. Mas quero deixar que seja revelado a mim, para minha salvação e a salvação do mundo.

Certifica-te também de dizer a ti mesmo, se fores tentado a guardar alguma mágoa de qualquer pessoa hoje:

Se eu guardar essa mágoa a luz do mundo será escondida de mim.

70.70. A minha salvação vem de MimA minha salvação vem de Mim

Toda tentação nada mais é do que alguma forma da tentação básica de não acreditares na idéia para o dia de hoje. A salvação pa-rece vir de qualquer lugar, exceto de ti. Assim também acontece com a fonte da culpa. Tu não vês nem a culpa nem a salvação como es -tando em tua própria mente, também reconhecerás que a culpa e a salvação têm que estar no mesmo lugar. Ao compreenderes isso, tu és salvo.

O custo aparente de aceitar a idéia de hoje é o seguinte: significa que nada fora de ti pode salvar-te, nada fora de ti pode dar-te paz. Mas também significa que nada fora de ti pode ferir-te, perturbar a tua paz ou transtornar-te de modo algum. A idéia de hoje te coloca em controle do universo, onde é o teu lugar devido ao que tu és. Esse não é um papel que possa ser aceito parcialmente. E com certeza estás começando a ver que aceitá-lo é a salvação.

Porém, talvez não esteja claro para ti por que o reconhecimento da presença da culpa na tua própria mente acarreta o reconhe -cimento de que a salvação está lá também. Deus não teria posto o remédio para a doença onde ele não pudesse ter utilidade. Esse é o modo como a tua mente tem funcionado, mas não a Sua. Ele quer que sejas curado e por isso tem mantido a Fonte da Cura onde a cura se faz necessária.

Tu tens tentado fazer exatamente o oposto, fazendo todas as tentativas, por mais distorcidas e fantásticas que sejam, para sepa -rar a cura da doença para a qual ela se destinava, conservando assim a doença. O teu propósito era o de assegurar que a cura não ocor -resse. O propósito de Deus era o de assegurar que ocorresse.

Hoje praticamos o reconhecimento de que a Vontade de Deus e a nossa são, na realidade, a mesma nisso. Deus quer que seja-mos curados e nós realmente não queremos ficar doentes, pois isso nos faz infelizes. Portanto, ao aceitarmos a idéia para o dia de hoje estamos realmente de acordo com Deus. Ele não quer que fiquemos doentes. Nos também não. Ele quer que sejamos curados. E nós também.

Estamos prontos para dois períodos de prática mais longos hoje, cada um dos quais deve durar de dez a quinze minutos. Toda-via ainda deixaremos que tu decidas quando deverás empreendê-los. Seguiremos essa prática durante algumas lições e, mais uma vez, seria bom decidires com antecedência quando seria o momento adequado a ser reservado para cada período e aderir às tuas próprias decisões da forma mais exata possível.

Dê início a estes períodos de prática repetindo a idéia para o dia de hoje e acrescentando uma declaração que signifique o réu reconhecimento de que a salvação não vem de nada fora de ti. Poderias formulá-las assim:

A minha salvação vem de mim. Não pode vir de nenhum outro lugar.

Em seguida, dedica alguns minutos com os olhos fechados, para rever alguns dos elementos externos nos quais tenhas buscado a salvação no passado – em outras pessoas, em posses, em várias situações e eventos e em auto-conceitos que buscaste tornar reais. Reconhece que a salvação não está e dize a ti mesmo:

A minha salvação não pode vir de nenhuma dessas coisas. A minha salvação vem de mim e só de mim.

Agora mais uma vez tentaremos alcançar a luz em ti, que é onde está a tua salvação. Não podes achá-la nas nuvens que cercam a luz e é nelas que a tens buscado. Não está lá. Está depois das nuvens, na luz que está além. Lembra-te de que terás que atravessar as nuvens antes de poderes alcançar a luz. Mas lembra-te também que nunca achaste nessa configuração de nuvens imaginada por ti nada que perdurasse ou que quisesses.

Já que todas as ilusões de salvação falharam para ti, certamente não queres permanecer nas nuvens, inutilmente procurando ídolos, quando poderias com tanta facilidade caminhar até a luz da real salvação. Tenta ultrapassar as nuvens por quaisquer meios que

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te agradem. Se isso puder ajudar-te, pensa em mim segurando a tua mão e conduzindo-te. E eu te asseguro que essa não será nenhu-ma fantasia vã.

Para os períodos de práticas curtos e freqüentes de hoje, lembra-te que a tua salvação vem de ti e nada exceto os teus próprios pensamentos pode impedir o teu progresso. Estás livre de qualquer interferência externa. Tu estás a cargo da tua salvação. Tu estas a cargo da salvação do mundo. Então, dize:

A minha salvação vem de mim. Nada fora de mim pode me deter. A salvação do mundo e a minha estão dentro de mim.

71.71. Só o plano de Deus para a salvação funcionaráSó o plano de Deus para a salvação funcionará

Podes não reconhecer que o ego estabeleceu um plano para a salvação em oposição de Deus. É nesse plano que tu acreditas. Já que é oposto ao de Deus, também acreditas que aceitar o plano de Deus ao invés do plano do ego é ser condenado. Isso soa prepóstero, é claro. Entretanto, depois de considerarmos qual é exatamente o plano do ego, talvez reconheças que, por mais prepóstero que possa ser, de fato acreditas nele.

O plano do ego para a salvação está centrado em guardar mágoas. Ele mantém que, se outra pessoa falasse ou agisse de modo diferente, se alguma circunstância ou evento externo fosse mudado, serias salvo. Dessa forma, a fonte da salvação é constantemente percebida fora de ti. Cada mágoa que guardas é uma declaração e uma afirmação na qual acreditas, que diz: “Se isso fosse diferente, eu seria salvo.” Desse modo, a mudança da mente necessária para a salvação é exigida de todos e de tudo, exceto de ti mesmo.

O papel designado para a tua própria mente nesse plano é simplesmente o de determinar o que, exceto ela própria, tem que mudar se é que hás de ser salvo. De acordo com esse plano insano, qualquer fonte de salvação percebida é aceitável, desde que isso não funcione. Isso assegura a continuação da busca infrutífera, pois persiste a ilusão de que, embora tal esperança sempre tenha falhado, ainda há outras justificativas para a esperança em outros lugares, outras pessoas e em outras coisas. Outra pessoa ainda há de te servir melhor, outra situação ainda há de oferecer sucesso.

Tal é o plano do ego para a tua salvação. Com certeza podes ver o quanto está estritamente de acordo com a doutrina básica do ego: “Busca, mas não acha.” Pois o que poderia garantir, com maior segurança que não acharás a salvação do que canalizar todos os teus esforços para buscá-la onde ela não está?

O plano de Deus para a salvação funciona simplesmente porque ao seguir a Sua orientação, buscas a salvação onde ela está. Mas, para ter sucesso, como Deus te promete, tens que estar disposto a buscar somente lá. De outra forma, o teu propósito está dividi -do e tentarás seguir dois planos para a salvação diametralmente opostos em todos os sentidos. O resultado só pode trazer confusão, mi-séria e um profundo senso de fracasso e desespero.

Como podes escapar de tudo isso? Muito simplesmente. A idéia para o dia de hoje é a resposta. Só o plano de Deus para a salva -ção funcionará não pode haver nenhum conflito real a esse respeito, pois não há nenhuma alternativa possível ao plano de Deus que possa salvar-te. O Seu plano é o único cujo resultado é certo. O Seu plano é o único que necessariamente terá sucesso.

Vamos praticar o reconhecimento dessa certeza hoje. E nos regozijemos por haver uma resposta para o que parece ser um con -flito sem solução possível. Todas as coisas são possíveis para Deus. A salvação tem que ser tua por causa do Seu plano que não pode fa -lhar.

Começa os dois períodos de prática mais longos de hoje pensando sobre a idéia do dia e reconhecendo que ela contém duas par -tes que contribuem igualmente para o todo. O plano de Deus para a tua salvação funcionará e os outros não. Não te permita ficar depri-mido ou zangado com a segunda parte, ela é inerente à primeira. E na primeira está a tua completa liberação de todas as tuas tentati-vas insanas e loucas propostas para libertar-te. Elas têm te conduzido à depressão, à raiva, mas o plano de Deus terá sucesso. Esse te conduzirá à liberação e à alegria.

Lembrando-nos disso, dediquemos o resto dos períodos de prática mais prolongados a pedir a Deus que nos revele o Seu plano. Pergunta-Lhe muito especificamente:

O que queres que eu faça? Aonde queres que eu vá? O que queres que eu diga, e a quem?

Dá-Lhe pleno controle do resto do período de prática e deixa-O dizer-te o que precisa ser feito por ti no Seu plano para a tua salvação. Ele responderá proporcionalmente à tua disponibilidade para ouvir a Sua Voz. Não te recuses a ouvir. O simples fato de que estás fazendo os exercícios, já prova que tens alguma disposição para escutar. Isso é o suficiente para estabelecer o teu direito à respos-ta de Deus.

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Nos períodos de prática mais curtos, dize freqüentemente a ti mesmo que o plano de Deus para a salvação, e só o Seu, funciona-rá. Fica alerta contra toda tentação de guardar mágoas nesse dia e responde com essa forma da idéia de hoje:

Guardar mágoas é o oposto do plano de Deus para a salvação. E só o plano de Deus funcionará.

Tenta lembrar-te da idéia de hoje de seis a sete vezes por hora, não poderia haver melhor maneira de passar meio minuto, ou menos, do que recordando a Fonte da tua salvação e vendo-A onde Ela está.

72.72. Guardar mágoas é um ataque ao plano de Deus para a salvação.Guardar mágoas é um ataque ao plano de Deus para a salvação.

Embora tenhamos reconhecido que o plano do ego para a salvação é o oposto do plano de Deus, ainda não enfatizamos que ele é um ataque ativo ao Seu plano e uma tentativa deliberada para destruí-lo. No ataque, os atributos que são de fato associados ao ego são conferidos a Deus, enquanto o ego parece tomar para si os atributos de Deus.

O desejo fundamental do ego é o de tomar o lugar de Deus. De fato, o ego é a encarnação física desse desejo. Pois é esse desejo que parece cercar a mente com um corpo, mantendo-a separada e sozinha, incapaz de alcançar outras mentes a não ser através do cor -po que foi feito para aprisioná-la. Limitar a comunicação não pode ser a melhor maneira de expandi-la. No entanto, é nisso que o ego quer que acredites.

Embora a tentativa de conservar as limitações que um corpo imporia seja óbvia aqui, a razão pela qual guardar mágoas repre-senta um ataque ao plano de Deus para a salvação talvez não seja tão evidente. Mas consideremos os tipos de coisas das quais tendes a guardar mágoas. Não estão sempre associados a algo que um corpo faz? Uma pessoa diz alguma coisa que não gostas. Faz algo que te desagrada. Ela ‘trai’, no seu comportamento, os seus pensamentos hostis.

Aqui não estás lidando com o que a pessoa é. Pelo contrário, estás preocupado exclusivamente com o que ela faz em um corpo. Estás fazendo mais do que deixar de ajudá-la a libertar-se das limitações do corpo; tu estás ativamente tentando prendê-la a ele por confundi-lo (o corpo) com ela (a pessoa) e por julgá-los como um só. Nisso Deus é atacado, pois se o Seu Filho é apenas um corpo, as -sim Ele também tem que ser. Um criador totalmente diferente da sua criação é inconcebível.

Se Deus é um corpo, o que teria que ser o Seu plano para a salvação? O que poderia ser, senão a morte? Ao tentar apresentar-se como Autor da vida e não da morte, Ele está sendo um mentiroso e um impostor, cheio de falsas promessas, oferecendo ilusões em lu-gar da verdade. A realidade aparente do corpo faz com que essa perspectiva de Deus seja bastante convincente. De fato, se o corpo fosse real, seria realmente difícil escapar dessa conclusão. E toda mágoa que guardas, insiste que o corpo é real. Ignora inteiramente o que é o teu irmão. Reforça a tua crença de que ele é um corpo e o condena por isso. E afirma que a tua salvação tem que ser a morte, proje -tando esse ataque contra Deus e tornando-O responsável por isso.

A essa arena cuidadosamente preparada, onde animais raivosos buscam a sua presa e a misericórdia não pode entrar, o ego vem para salvar-te. Deus te fez corpo. Muito bem. Aceitemos isso e fiquemos contentes. Enquanto corpo, não te deixes privar daquilo que o corpo oferece. Pega o pouco que puderes conseguir. Deus não te deu nada. O corpo é o teu único salvador. Ele é a morte de Deus e a tua salvação.

Essa é a crença universal do mundo que vês. Alguns odeiam o corpo e tentam feri-lo e humilhá-lo. Outros amam o corpo e ten-tam glorificá-lo e exaltá-lo. Mas, enquanto o corpo estiver no centro do teu conceito de ti mesmo, estás atacando o plano de Deus para a salvação e guardando as tuas mágoas contra Ele e Sua criação, para que não possas ouvir a Voz da verdade e dar-Lhe as boas-vindas como Amiga. Ao invés disso, o salvador que escolheste toma o Seu lugar. Ele é o teu amigo, Deus é o teu inimigo.

Hoje tentaremos parar com esses ataques sem sentido contra a salvação. Tentaremos, ao contrário, dar-lhe as boas-vindas. A tua percepção invertida, de cabeça para baixo, tem sido desastrosa para a paz da tua mente. Tens visto a ti mesmo em um corpo e a verda -de fora de ti, trancada longe da tua consciência pelas limitações do corpo. Agora tentaremos ver isso de modo diferente.

A luz da verdade está em nós, onde foi colocada por Deus. É o corpo que está fora de nós, e que não é preocupação nossa. Estar sem um corpo é estar no nosso estado natural. Reconhecer a luz da verdade em nós é reconhecer-nos tais como somos. Ver o nosso Ser separado do corpo é dar fim ao ataque ao plano de Deus para a salvação e, ao invés disso, aceitá-lo. E, aonde quer que o Seu plano seja aceito, já está realizado.

A nossa meta nos períodos de prática mais prolongados de hoje é o de passarmos a estar cientes de que o plano de Deus para a salvação já foi realizado em nós. Para alcançar essa meta, temos que substituir o ataque pela aceitação. Enquanto o atacarmos, não po-demos compreender o que é o plano de Deus para nós. Portanto, estamos atacando o que não reconhecemos. Tentaremos, agora, deixar o julgamento de lado e perguntar qual e o plano de Deus para nós:

Pai, o que é a salvação? Eu não sei. Dize-me, para que eu possa compreender.

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E então esperaremos em quietude pela Sua resposta. Nós temos atacado o plano de Deus para a salvação sem esperarmos para ouvir o que é. Bradamos as nossas mágoas tão alto que não escutamos a Sua Voz. Usamos as nossas mágoas pra fecharmos os olhos e taparmos os nossos ouvidos.

Agora queremos ver, ouvir, e aprender. “Pai, o que é a salvação?”. Pergunta e serás respondido. Busca e acharás. Não estamos mais perguntando ao ego o que é a salvação e onde podemos achá-la. Estamos perguntando isso à verdade. Tem certeza, então, de que a resposta será verdadeira por causa Daquele a Quem perguntaste.

Sempre que sentires a tua confiança diminuir e a tua esperança de sucesso oscilar e apagar-se, repete a tua pergunta e o teu pe-dido, lembrando-te de que estás perguntando ao infinito Criador da infinidade, que te criou como Ele mesmo:

Pai, o que é a salvação? Eu não sei. Dize-me, para que eu possa compreender.

Ele responderá. Que estejas determinado a ouvir. Um, talvez dois períodos de prática mais curtos por hora serão suficientes para hoje, já que terão uma duração ligeiramente maior do que a de costume. Estes exercícios devem começar com:

Guardar mágoas é um ataque ao plano de Deus para a salvação. Que eu o aceite ao invés disso. Pai, o que é a salvação?

Em seguida, aguarda mais ou menos um minuto em silêncio, de preferência com os olhos fechados, e escuta a Sua resposta.

73.73. É minha vontade que haja luz.É minha vontade que haja luz.

Hoje estamos considerando a vontade que compartilhas com Deus. Essa não é a mesma que se manifesta nos desejos vãos do ego, de onde surgem a escuridão e o nada. A vontade que compartilhas com Deus tem em si todo o poder da criação. Os desejos vãos do ego não são compartilhados, portanto, não têm nenhum poder. Esses desejos não são vãos no sentido de que podem fazer um mundo de ilusões no qual a tua crença pode ser muito forte. Mas, de fato, são vãos em termos de criação. Não fazem nada que seja real.

Desejos vãos e mágoas são parceiros ou co-autores em retratar o mundo que vês. Os desejos do ego deram origem a ele e a ne -cessidade que o ego tem de mágoas, as quais são necessárias para mantê-lo, povoam esse mundo com figuras que parecem atacar-te e exigir um julgamento “justo”. Essas figuras vêm a ser os intermediários utilizados pelo ego no tráfico de mágoas. Elas se interpõem entre a tua consciência e a realidade dos teus irmãos. Ao contemplá-las, não conheces nem os teus irmãos nem o teu Ser.

A tua vontade está perdida para ti nessa estranha negociação, em que a culpa é comercializada de lá para cá e, a cada troca, au-mentam as mágoas. Será que tal mundo poderia ter sido criado pela Vontade que o Filho de Deus compartilha com o seu Pai? Deus te-ria criado o desastre para Seu Filho? A criação é a Vontade de Ambos, juntos. Deus criaria um mundo que matasse a Ele Mesmo?

Hoje tentaremos mais uma vez alcançar o mundo que está de acordo com a tua vontade. Nele está a luz, porque não se opõe à Vontade de Deus. Esse mundo não é o Céu, mas a luz do Céu brilha sobre ele. A escuridão dissipou-se. Os desejos vãos do ego foram afastados. Mas a luz que brilha sobre esse mundo reflete a tua vontade, portanto, temos que procurá-la em ti.

O teu retrato do mundo só pode espelhar o que está dentro de ti. Nem a fonte da luz nem a das trevas podem ser encontradas do lado de fora. As mágoas escurecem a tua mente e olhas para um mundo escurecido. O perdão dissipa a escuridão, reafirma a tua vonta-de e permite que olhes para um mundo de luz. Enfatizamos repetidamente que a barreira das mágoas é facilmente transposta e não pode se interpor entre tu e a tua salvação. A razão é muito simples. Realmente queres estar no inferno? Realmente queres chorar e sofrer e mor-rer?

Esquece-te dos argumentos do ego que buscam provar que tudo isso é realmente o Céu. Tu sabes que não é assim. Não podes querer isso para ti mesmo. Há um ponto além do qual as ilusões não podem ir. O sofrimento não é a felicidade e é a felicidade que real -mente queres. Tal é a tua vontade, na verdade. Portanto, a salvação também é tua vontade. Queres ter sucesso no que estamos tentando fazer hoje. Nós empreendemos isso com a tua bênção e o teu feliz consentimento.

Teremos sucesso hoje se te lembrares que queres a salvação para ti mesmo. Queres aceitar o plano de Deus, pois compartilhas dele. Não tens nenhuma vontade que possa realmente opor-se a esse plano e nem queres fazê-lo. A salvação é para ti. Acima de tudo, queres a liberdade de lembrar Quem realmente és. Hoje é o ego que permanece impotente diante da tua vontade. A tua vontade é livre e nada pode prevalecer contra ela.

Assim, empreendemos os exercícios de hoje em alegre confiança, certos de que acharemos o que é a tua vontade achar e que lembraremos o que é tua vontade lembrar. Nenhum desejo vão pode nos deter nem nos enganar com uma ilusão de força. Hoje permite que seja feita a tua vontade e que a crença insana de que escolhes o inferno no lugar do Céu tenha fim para sempre.

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Começaremos os nossos exercícios de prática mais longos com o reconhecimento de que o plano de Deus para a salvação, e só o Seu, está totalmente de acordo com a tua vontade. Não é o propósito de um poder alheio, imposto a ti contra a tua vontade. É o único propósito aqui com o qual tu e teu Pai estão de perfeito acordo. Terás sucesso hoje, o momento designado para a liberação do Filho de Deus do inferno e de todos os desejos vãos. A Sua vontade é agora restaurada à sua consciência (do Filho de Deus). Nesse dia mesmo, ele está disposto a olhar para a luz em si próprio e a ser salvo.

Depois de lembrar-te disso e decidir manter a tua vontade em mente com clareza, dize a ti mesmo com suave firmeza e serena convicção:

É minha vontade que haja luz. Que eu contemple a luz que reflete a Vontade de Deus e a minha.

Em seguida, deixa que a tua vontade se afirme junto com o poder de Deus e unida ao teu Ser. Põe o resto do período de prática sob a Sua orientação. Junta-te a Eles à medida que te mostram o caminho. Nos períodos de prática mais curtos, faze mais uma vez uma declaração do que realmente queres. Dize:

É minha vontade que haja luz. A escuridão não é minha vontade.

Isso deve ser repetido várias vezes por hora. Contudo, é da maior importância aplicar a idéia de hoje dessa forma imediatamen-te, quando fores tentado a guardar qualquer tipo de mágoa. Isso te ajudará a soltar as tuas mágoas, ao invés de nutri-las e de escondê-las na escuridão.

74.74. Não há outra vontade senão a de Deus.Não há outra vontade senão a de Deus.

A idéia para o dia de hoje pode ser considerada como o pensamento central ao qual todos os nossos exercícios estão dirigidos. A Vontade de Deus é a única Vontade. Quando reconheces isso, reconheces que a tua vontade é a Sua. A crença em que o conflito é possí -vel se vai. A paz substitui a estranha idéia de que estás dilacerado por metas conflitantes. Como uma expressão da Vontade de Deus, não tens nenhuma meta a não ser a Sua.

Há grande paz na idéia de hoje e os exercícios para esse dia são dirigidos para achá-la. A idéia em si é totalmente verdadeira. Portanto, não pode dar origem a ilusões. Sem ilusões o conflito é impossível. Tentemos reconhecer isso hoje e experimentar a paz que esse reconhecimento traz. Começa os períodos de prática mais longos repetindo estes pensamentos várias vezes, com lentidão e com a firme determinação de compreender o que significam e de mantê-los em mente:

Não há outra vontade senão a de Deus. Eu não posso estar em conflito.

Em seguida, passa alguns minutos acrescentando alguns pensamentos correlatos, tais como:

Eu estou em paz. Nada pode me perturbar. Minha vontade é a de Deus. Minha vontade e a de Deus são uma só. É a vontade de Deus que Seu Filho tenha paz.

Durante essa fase introdutória, não deixes de lidar rapidamente com quaisquer pensamentos de conflito que te possam ocorrer. Dize imediatamente a ti mesmo:

Não há outra vontade senão a de Deus. Esses pensamentos conflitantes são sem significado.

Se alguma área de conflito parecer particularmente difícil de ser resolvida, escolhe-a para consideração especial. Pensa sobre ela brevemente, mas de forma muito específica, identifica a pessoa ou as pessoas em particular e a situação ou situações envolvidas e dize a ti mesmo:

Não há outra vontade senão a de Deus. Eu a compartilho com Ele. Os meus conflitos em relação a ____ não podem ser reais.

Depois de limpares a tua mente dessa forma, fecha os olhos e tenta experimentar a paz que a tua realidade te dá por direito. Mergulha nela e sente-a se fechando à tua volta. Pode haver alguma tentação em julgar equivocadamente estas tentativas como retrai-mento, mas a diferença é facilmente detectada. Se estiveres tendo sucesso terás um profundo sentimento de alegria e sentir-te-ás cada vez mais alerta, ao invés de sentir-te letárgico e enervado.

A alegria caracteriza a paz. Através dessa experiência, reconhecerás que a alcançaste. Se sentires que estás deslizando para o re -traimento, repete rapidamente a idéia para o dia de hoje e tenta outra vez. Faze isso tantas vezes quantas se fizerem necessárias. Ga -nhas muito recusando-te a procurar refúgio no retraimento, mesmo que não experimentes a paz que buscas.

Nos períodos de prática mais curtos, que hoje devem ser empreendidos a intervalos regulares e pré-determinados, dize a ti mesmo:

Não há outra vontade senão a de Deus. Hoje eu busco a Sua paz.

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Tenta, então, achar o que estás buscando. Hoje, seria proveitoso dedicar a isso um ou dois minutos a cada meia hora, se possível com os olhos fechados.

75.75. A luz veio.A luz veio.

A luz veio. Estás curado e podes curar. A luz veio estás salvo e podes salvar. Estás em paz e trazes a paz contigo aonde quer que vás. A escuridão, o tumulto e a morte desapareceram. A luz veio.

Celebramos hoje o final feliz do teu longo sonho de desventuras. Agora, já não há sonhos escuros. A luz veio. Começa hoje o tempo da luz para ti e para todos. É uma ova era na qual um novo mundo nasceu. O velho mundo não deixou nenhum vestígio à sua passagem. Hoje, vemos um mundo diferente porque a luz veio.

Os nossos exercícios para o dia de hoje serão exercícios felizes, nos quais damos graças pela passagem do velho mundo e o co -meço do novo. Nenhuma sombra do passado permanece para escurecer a nossa vista e ocultar o mundo que o perdão nos oferece. Hoje, aceitaremos o novo mundo como o que queremos ver. O que desejamos nos será dado. Nossa vontade é ver a luz; a luz veio.

Os nossos períodos de prática mais longos serão dedicados a olhar para o mundo que o nosso perdão nos mostra. É isso que queremos ver, e apenas isso. O nosso propósito único faz com que a nossa meta seja inevitável. Hoje o mundo real surge à nossa frente em contentamento para enfim ser visto. Agora, como veio a luz, a visão nos é dada.

Hoje não queremos ver a sombra do ego sobre o mundo. Vemos a luz e nela vemos o reflexo do Céu que se estende sobre o mun -do. Começa os períodos de prática mais longos dando a ti mesmo as boas-vindas da tua liberação:

A luz veio. Eu perdoei o mundo.

Não te detenhas no passado hoje. Conserva a mente completamente aberta, lavada de todas as idéias passadas e limpa de todos os conceitos que tens feito. Hoje perdoaste o mundo. Podes olhar para ele agora côo se nunca o tiveste visto antes. Ainda não sabes qual é o aspecto que ele tem. Meramente aguardas para que ele te seja mostrado. Enquanto aguardas, repete várias vezes lentamente com toda paciência:

A luz veio. Eu perdoei o mundo.

Reconhece que o teu perdão te dá direito à visão. Compreende que o Espírito Santo nunca falha em dar a dádiva da visão àque-les que perdoam. Acredita que Ele não te falhará agora. Perdoaste o mundo. Ele estará contigo enquanto vigias e esperas. Ele te mos-trará o que a verdadeira visão vê. É a Sua Vontade e tu te uniste a Ele. Espera pacientemente por Ele. Ele estará lá. A luz veio. Perdo -aste o mundo.

Dize-Lhe que tu sabes que não podes falhar porque confias Nele. E dize a ti mesmo que esperas na certeza de olhar para o mundo que Ele te prometeu. A partir desse momento verás de maneira diferente. Hoje, a luz veio. E tu verás o mundo que te foi pro -metido desde o início dos tempos, no qual o fim dos tempos está garantido.

Os períodos de prática mais curtos também serão lembranças alegres da tua liberação. Lembra-te, mais ou menos a cada quinze minutos, de que hoje é um dia de celebração especial. Dá graças pela misericórdia e pelo Amor de Deus. Regozija-te pelo poder do per-dão de curar a tua visão completamente. Tem confiança de que nesse dia há um novo começo. Sem a escuridão do passado sobre os teus olhos, não odes falhar em ver hoje. E o que verás será tão bem-vindo que alegremente estenderás o dia de hoje para sempre. En-tão, dize:

A luz veio. Eu perdoei o mundo.

Se fores tentado, dize a qualquer um que pareça estar te puxando de volta à escuridão:

A luz veio. Eu te perdoei.

Dedicamos esse dia à serenidade na qual Deus quer que estejas. Guarda-a na tua consciência de ti mesmo e tu a verás por toda parte hoje, à medida que celebramos o princípio da tua visão e a vista do mundo real, que veio para substituir o mundo sem perdão que pensavas ser real.

76.76. Eu não estou sujeito a outras leis senão às de Deus.Eu não estou sujeito a outras leis senão às de Deus.

Já observamos antes quantas coisas sem sentido te pareceram ser a salvação. Cada uma tem te aprisionado com leis tão sem sentido quanto ela mesma. Não estás preso por elas. Mas para compreenderes que isso é assim, em primeiro lugar é preciso que reco-

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nheças que a salvação não está lá. Enquanto queres buscá-la em coisas que não tem significado, tu te prendes a leis que não fazem ne-nhum sentido. Assim, buscas provar que a salvação está onde não está.

Hoje, ficaremos contentes por não poderes provar isso. Pois, se pudesses, estarias para sempre buscando a salvação onde não está e jamais a acharias. A idéia para o dia de hoje mais uma vez te diz quão simples é a salvação. Procura-a onde ela espera por ti e lá será achada. Não procures em nenhum outro lugar, pois ela não está em nenhum outro lugar.

Pensa na liberdade que há no reconhecimento de que não estás preso a todas as estranhas leis distorcidas que tens estabelecido para salvar-te. Realmente pensas que morrerás de fome se não tiveres montes de tiras de papel verde e pilhas de discos de metal (o pa-pel verde e os discos de metal são referências à moeda dos EUA). Realmente pensas que uma pequena pílula redonda ou um pouco de líquido introduzido na tua veia por uma agulha pontiaguda afastará a doença e a morte. Realmente pensas que estás só, se não houver outro corpo contigo.

É a insanidade que pensa nessas coisas. Tu as chamas de leis e as dispõe sob diferentes nomes num longo catálogo de ritos que não tem nenhuma utilidade e não serve a nenhum propósito. Pensas que tens que obedecer às “leis” da medicina, da economia e da saúde. Protege o corpo e serás salvo.

Essas não são leis, mas loucura. O corpo é colocado em perigo pela mente, que fere a si mesma. O corpo só sofre para que a mente deixe de ver que é vítima de si mesma. O sofrimento do corpo é uma máscara mantida pela mente para ocultar o que realmente sofre. Ela não quer compreender que é a sua própria inimiga, que ataca a si mesma e quer morrer. É disso que as tuas “leis” querem salvar o corpo. É por isso que pensas que és um corpo.

Não há outras leis senão as leis de Deus. É preciso repetir isso muitas e muitas vezes, até que reconheças que se aplica a tudo o que tens feito em oposição à Vontade de Deus. A tua magia não tem significado. O que ela pretende salvar não existe. Só o que ela pre-tende esconder te salvará.

As leis de Deus nunca podem ser substituídas. Dedicaremos o dia de hoje a nos regozijarmos por ser assim. Já não é mais uma verdade que queremos esconder. Em vez disso, reconheceremos que é uma verdade que nos mantém livres para sempre. A magia apri-siona, mas as leis de Deus libertam. A luz veio porque não outras leis senão as de Deus.

Começaremos os períodos de prática mais longos de hoje com uma breve revisão dos vários tipos de “leis” que acreditamos ter que obedecer. Esses incluiriam, por exemplo, as “leis” da nutrição, da imunização, da medicação e da proteção ao corpo de inúmeras maneiras. Pensa ainda mais; tu acreditas nas “leis” da amizade, dos “bons” relacionamentos e reciprocidade. Talvez até penses que existam leis estabelecendo o que é de Deus e o que é teu. Muitas “religiões” tem sido baseadas nisso. Não pretendem salvar, mas con-denar em nome do Céu. No entanto, elas não são mais estranhas do que outras “leis” que insistes ter que obedecer para fazer com que te salves.

Não há outras leis senão as de Deus. Afasta todas as tolas crenças mágicas hoje e mantém a tua mente em silenciosa prontidão para ouvir a Voz Que te fala a verdade. Estarás escutando Aquele Que diz que não há perda sob as leis de Deus. Nenhum pagamento é feito ou recebido. Trocas não podem ser feitas, não há substitutos e nada toma o lugar de outra coisa. As leis de Deus dão eternamente e nunca tiram.

Ouve Aquele Que te diz isso e reconhece quão tolas são as ‘leis’ que no teu pensamento sustentavam o mundo que pensavas ver. Então escuta mais. Ele te dirá mais. Sobre o Amor que o teu Pai tem por ti. Sobre a alegria sem fim que Ele te oferece. Sobre o quanto Ele anseia pelo Seu único Filho, criado como o Seu canal para a criação e que Lhe foi negado pela sua própria crença no inferno.

Hoje, vamos abrir os canais de Deus para Ele e deixar a Sua Vontade estender-se através de nós até Ele. Assim aumenta a cria-ção infindavelmente. A Sua Voz nos falará disso, assim como das alegrias do Céu que as Suas leis conservam para sempre ilimitadas. Vamos repetir a idéia de hoje até que tenhamos escutado e compreendido que não há nenhuma lei senão as de Deus. Então, diremos a nós mesmos, como uma oferenda com a qual o período de prática é concluído:

Eu não estou sujeito a outras leis senão às de Deus.

Repetiremos essa oferenda hoje, com a maior freqüência possível, pelo menos quatro ou cinco vezes por hora, bem como ao lon-go do dia em resposta a qualquer tentação de nos vivenciarmos como se estivéssemos sujeitos a outras leis. É nossa declaração de li -berdade contra todo perigo e toda tirania. É o nosso reconhecimento de que Deus é o nosso Pai e Seu Filho está salvo.

77.77. Eu tenho direito a milagres.Eu tenho direito a milagres.

Tens direito a milagres pelo que tu és. Receberás milagres pelo que Deus é. E oferecerás milagres porque és um com Deus. Ain-da uma vez, como é simples a salvação! É meramente uma declaração da tua verdadeira Identidade. É isso que celebraremos hoje.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 51 de 188

O teu direito a milagres não está nas tuas ilusões sobre ti mesmo. Ele não depende de nenhum dos poderes mágicos que tens atribuído a ti mesmo, nem de nenhum dos rituais que tens inventado. Ele é inerente à verdade do que és. Ele está implícito no que Deus, Teu Pai, é. Ele te foi assegurado na tua criação e garantido pelas leis de Deus.

Hoje nós reivindicaremos os milagres aos quais tens direito, uma vez que pertencem a ti. A ti foi prometida a plena liberação do mundo que fizeste. A ti foi assegurado que o Reino de Deus está dentro de ti e nunca pode ser perdido. Não pedimos nada mais do que o que na verdade nos pertence. Hoje, todavia, nos certificaremos de que não nos contentaremos com menos.

Começa os períodos de prática mais longos dizendo a ti mesmo, com muita confiança, que tens direito a milagres. Fechando os olhos, lembra-te de que só estás pedindo o que é teu por direito. Lembra-te também de que os milagres nunca são tirados de uma pes-soa para serem dados a outra e que ao pedires os teus direitos, estás apoiando os direitos de todos. Milagres não obedecem às leis des -te mundo. Eles meramente decorrem das leis de Deus.

Após esta breve fase introdutória, espera em quietude pela confirmação de que o teu pedido é concedido. Pediste a salvação do mundo e a tua própria. Requisitaste que te sejam dados os meios pelos quais isso pode ser realizado. Não podes deixar de receber a confirmação disso. Estás apenas pedindo que a vontade de Deus seja feita.

Ao fazeres isto, realmente não pedes nada. Declaras um fato que não pode ser negado. O Espírito Santo não pode deixar de te assegurar que o teu pedido te é concedido. O fato de que aceitaste não pode ser negado. Não existe hoje lugar para a dúvida e a incerte-za. Nós estamos finalmente fazendo uma pergunta real. A resposta é a declaração simples de um fato simples. Receberás a garantia que buscas.

Os nossos exercícios de prática mais curtos serão freqüentes e também serão dedicados a lembrar um fato simples. Hoje dize a ti mesmo com freqüência:

Eu tenho direito a milagres

Pede-os sempre que surgir uma situação em que forem necessários. Reconhecerás estas situações. E como não estás dependen-do de ti mesmo para achar o milagre, tens pleno direito de recebê-lo sempre que o pedires.

Lembra-te também de não te satisfazeres com menos do que a resposta perfeita. Imediatamente dize a ti mesmo, no caso de se -res tentado:

Eu não trocarei milagres por mágoas. Quero só o que me pertence. Deus estabeleceu milagres como meu direito.

78.78. Que os milagres substituam as mágoas.Que os milagres substituam as mágoas.

Talvez ainda não esteja bem claro para ti que cada decisão que tomas é uma decisão entre uma mágoa e um milagre. Cada má-goa se ergue como um escudo de ódio diante do milagre que quer ocultar. E ao erguê-lo diante dos teus olhos, não verás o milagre que está além. No entanto, durante todo o tempo ele espera por ti na luz, mas ao invés disso contemplas as tuas mágoas.

Hoje, vamos além das mágoas, preferindo contemplar o milagre. Reverteremos o teu modo de ver não deixando a vista estancar antes de ver. Não esperaremos diante do escudo de ódio, mas o deixaremos de lado e ergueremos gentilmente nossos olhos em silêncio para contemplar o Filho de Deus.

Ele espera por ti atrás de tuas mágoas e, à medida que as colocares de lado, ele aparecerá em luz resplandecente no lugar em que uma antes ocupava. Pois toda mágoa é um bloqueio à visão e à medida que é suspendido, verás o Filho de Deus onde ele sempre esteve. Ele está na luz, mas tu estavas na escuridão. Cada mágoa fazia com que a escuridão fosse mais profunda e não podias ver.

Hoje tentaremos ver o Filho de Deus. Não nos permitiremos ficar cegos para ele, não olharemos para nossas mágoas. Assim se reverte o modo de ver do mundo, ao olharmos em direção à verdade para longe do medo. Selecionaremos uma pessoa que tenhas usado como alvo de tuas mágoas e as deixaremos de lado e olharemos para ela. Alguém de quem talvez tenhas medo ou até odeies; alguém que pensas que amas e que te deixou com raiva; alguém que chamas de amigo, mas vês como às vezes complicado, difícil de agradar, exigente, irritante, ou infiel ao ideal que ele deveria aceitar para si próprio de acordo com o papel que designaste para ele.

Tu sabes a quem escolher, o seu nome já cruzou a tua mente. Ele será aquele através do qual pedimos que o Filho de Deus te seja mostrado. Ao vê-lo além das mágoas que guardaste contra ele, aprenderás que o que estava escondido enquanto tu não o vias, exis-te em todos e pode ser visto. Aquele que era inimigo é mais do que um amigo quando é libertado para assumir o papel santo que o Es -pírito Santo designou para ele. Deixa que ele seja o salvador para contigo hoje. Tal é o seu papel no plano de Deus, teu Pai.

Os nossos períodos de prática mais longos de hoje o verão nesse papel. Procurarás conservá-lo na tua mente, primeiro tal como o consideras agora. Reverás seus defeitos, as dificuldades que tens tido com ele, a dor que ele te causou, a sua negligência e todas as

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 52 de 188

pequenas e grandes feridas que te provocou. Considerarás o seu corpo com os respectivos defeitos e qualidades, pensarás nos seus er -ros e até mesmo nos seus “pecados”.

Em seguida, peçamos Àquele Que conhece esse Filho de Deus na sua realidade e verdade, para que possamos olhá-lo de manei -ra diferente e vejamos o nosso salvador resplandecente à luz do verdadeiro perdão que nos foi dado. Pedimos a Ele, no santo Nome de Deus e de Seu Filho, tão santo quanto Ele Mesmo:

Que eu contemple meu salvador naquele que foi designado por Ti como aquele a quem devo pedir que me conduza à luz santa onde ele está de modo que eu possa me unir a ele.

Os olhos do corpo estão fechados e, ao pensares naquele que te magoou, deixa que a luz que existe dentro dele seja mostrada à tua mente além das tuas mágoas.

O que pediste não pode ser negado. O teu salvador está esperando por isso há muito tempo. Ele quer ser livre e fazer com que a liberdade seja tua. O Espírito Santo se inclina a partir dele para ti, sem ver nenhuma separação no Filho de Deus. E o que vês através do Espírito Santo libertará a ambos. Fica bem quieto agora e olha para o teu salvador resplandecente. Nenhuma mágoa escura obscu-rece o que vês nele. Permitiste que o Espírito Santo expressasse através dele o papel que Deus Lhe deu, para que pudesses ser salvo.

Deus te é grato por estes momentos de quietude de hoje, nos quais deixaste as tuas imagens de lado e, em seu lugar, olhaste para o milagre de amor que o Espírito Santo te mostrou. O mundo e o Céu se unem em agradecimento a ti, pois nenhum Pensamento de Deus pode deixar de regozijar-se quando tu és salvo, e todo o mundo contigo.

Nós nos lembraremos disso ao longo do dia e assumiremos o papel que nos foi designado como parte do plano de Deus para a salvação, e não o nosso. A tentação desaparece quando permitimos que cada pessoa que encontramos nos salve e nos recusamos a es -conder, atrás das nossas mágoas, a sua luz. Deixa que o papel de salvador seja dado a cada pessoa que encontrares e àquelas em quem pensas ou àquelas que lembras do passado, a fim de que possas compartilhá-lo com ela. Para ambos, assim como para todos aqueles que não vêem, fazemos uma prece:

Que os milagres substituam todas as mágoas.

79.79. Que eu reconheça o problema para que ele possa ser resolvido.Que eu reconheça o problema para que ele possa ser resolvido.

Um problema não pode ser resolvido se não souberes do que se trata. Mesmo que, na realidade, já esteja resolvido, ainda terás o problema, pois não vais reconhecer que já foi resolvido. Essa é a situação do mundo. O problema da separação, que é realmente o único problema, já foi resolvido. No entanto, a solução não é reconhecida porque o problema não é reconhecido.

Todas as pessoas nesse mundo parecem ter os seus próprios problemas especiais. No entanto, todos são o mesmo e têm que ser reconhecidos como um só, se é que se há de aceitar a única solução que resolve todos eles. Quem pode ver que um problema já foi re-solvido se pensa que o problema é outro? Mesmo que lhe seja dada a resposta, ele não consegue ver a sua relevância.

Essa é a posição na qual tu te achas agora. Tens a resposta, mas ainda não tens certeza de qual é o problema. Uma longa série de problemas diversos parece confrontar-te e assim que um deles é resolvido surge outro, e mais outro. Parecem não ter fim. Não há um momento em que te sintas completamente livre de problemas e em paz.

A tentação de considerar os problemas como se fossem muitos é a tentação de manter o problema da separação sem solução. O mundo parece apresentar-te um grande número de problemas, cada um exigindo uma resposta diferente. Essa percepção te coloca numa posição em que o teu modo de resolver problemas tem que ser inadequado e o fracasso é inevitável.

Ninguém poderia resolver todos os problemas que o mundo parece conter. Parecem estar em tantos níveis, ter formas tão diver-sas e conteúdo tão variado, que eles te confrontam com uma situação impossível. Ao considerá-los, o desalento e a depressão são inevi -táveis. Alguns surgem de modo inesperado, justamente quando achas que tinhas resolvido os anteriores. Outros permanecem sem so-lução sob uma nuvem de negação e erguem-se para assombrar-te de vez em quando, apenas para esconderem-se mais uma vez, mas ainda sem solução.

Toda essa complexidade nada mais é do que uma tentativa desesperada de não reconhecer o problema e, assim, não deixar que seja resolvido. Se pudesses reconhecer que o teu único problema é a separação, independente da forma que tome, aceitarias a resposta, pois verias a sua relevância. Ao perceber a constância subjacente em todos os problemas que parecem confrontar-te, compreenderias que tens o meio para resolver todos eles. E usarias esse meio, porque reconhecerias o problema.

Em nossos exercícios de prática mais longos de hoje, perguntaremos qual é o problema e qual a resposta para ele. Não pressu -poremos que já sabemos. Tentaremos libertar as nossas mentes de todos os diferentes tipos de problemas que pensamos ter. Tentare -

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mos nos dar conta de que temos um só problema, o qual temos falhado em reconhecer. Perguntaremos qual é o problema e esperare-mos a resposta. Ela nos será dita. Então, pediremos a solução. E ela nos será dita.

Os exercícios de hoje terão sucesso na medida em que não insistires em definir o problema. Talvez não tenhas sucesso em soltar todas as tuas noções preconcebidas, mas isso não é necessário. É preciso apenas que permitas alguma dúvida quanto à realidade da tua versão de quais são os teus problemas. Estás tentando reconhecer que a solução te foi dada ao reconhecer o problema, de modo que o problema e a solução possam se juntar e possas ficar em paz.

Os períodos de prática mais curtos para o dia de hoje não serão estabelecidos por tempo, mas pela necessidade. Verás muitos problemas hoje, cada um pedindo uma resposta. Nossos esforços serão dirigidos ao reconhecimento de que só há um problema e uma resposta. Nesse reconhecimento todos os problemas são resolvidos. Nesse reconhecimento há paz. Não te deixes enganar pela forma dos problemas hoje. Quando qualquer dificuldade parecer surgir, dize a ti mesmo imediatamente:

Que eu reconheça esse problema para que ele possa ser resolvido.

Em seguida, tenta suspender qualquer julgamento sobre o que é o problema. Se possível, fecha os olhos por um momento e pergunta qual é o problema. Serás ouvido e serás respondido.

80.80. Que eu reconheça que os meus problemas foram resolvidos.Que eu reconheça que os meus problemas foram resolvidos.

Se estás disposto a reconhecer os teus problemas, reconhecerás que não tens problemas. Ao teu único problema central já foi dada a resposta e não tens nenhum outro. Portanto, tens que estar em paz. Assim, a salvação depende do reconhecimento desse pro -blema único e da compreensão de que já foi resolvido. Um problema, uma solução. A salvação é realizada. A libertação do conflito te foi dada. Aceita esse fato e estás pronto para ocupar o teu lugar de direito no plano de Deus para a salvação.

O teu único problema foi resolvido! Repete isso muitas e muitas vezes para ti mesmo hoje, com gratidão e convicção. Reconhe -ceste o teu único problema abrindo o caminho para que o Espírito Santo te dê a resposta de Deus. Deixaste de lado o engano e viste a luz da verdade. Aceitaste a salvação para ti mesmo trazendo o problema à resposta. E podes reconhecer a resposta porque o problema foi identificado.

Tens direito à paz hoje. Um problema que já foi resolvido não pode incomodar-te. Mas certifica-te de não esquecer que todos os problemas são o mesmo. As suas muitas formas não te enganarão enquanto te lembrares disso. Um problema, uma solução. Aceita a paz que essa simples declaração te traz.

Nos nossos períodos de prática mais longos de hoje reivindicaremos a paz que tem que ser nossa quando o problema e a respos-ta são levados a se encontrar. O problema tem que desaparecer, porque a resposta de Deus não pode falhar. Tendo reconhecido um, tens que ter reconhecido outro. A solução é inerente ao problema. Foste respondido e aceitaste a resposta. Estás salvo.

Agora, deixa que te seja dada a paz que a tua aceitação traz. Fecha os olhos e recebe a tua recompensa. Reconhece que os teus problemas foram resolvidos. Reconhece que estás fora do conflito, livre e em paz. Acima de tudo, lembra-te de que só tens um proble -ma e que o problema tem uma solução. Nisso está a simplicidade da salvação. É por essa razão que a sua eficácia é garantida.

Hoje, assegura-te freqüentemente que os teus problemas foram resolvidos. Repete a idéia com profunda convicção, com a maior freqüência possível. E estejas particularmente seguro de aplicar a idéia para o dia de hoje a qualquer problema específico que possa surgir. Dize rapidamente:

Que eu reconheça que esse problema já foi resolvido.

Estejamos determinados a não colecionar mágoas hoje. Estejamos determinados a nos livrar de problemas que não existem. O meio é a simples honestidade. Não te enganes quanto ao que é o problema, e terás que reconhecer que ele foi resolvido.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 54 de 188

REVISÃO IIREVISÃO II1. Agora estamos prontos para outra revisão. Começaremos onde parou a última e incluiremos duas idéias por dia. A primeira par -

te de cada dia será dedicada a uma destas idéias e a segunda à outra. Teremos um período de exercícios mais longo e freqüentes

períodos mais curtos durante os quais praticaremos cada uma das idéias.

2. Os períodos de prática mais longos seguirão essa forma geral: reserva aproximadamente quinze minutos para cada um e começa

pensando nas idéias do dia e nos comentários que estão incluídos nas lições. Dedica três ou quatro minutos a lê-los vagarosamen -

te, várias vezes se desejares e, em seguida, fecha os olhos e escuta.

3. Repete a primeira fase do período de exercícios se achares que tua mente está se dispersando, mas tenta passar a maior parte do

tempo escutando em quietude, mas atentamente. Há uma mensagem à tua espera. Esteja confiante de que vais recebê-la. Lembra-

te de que ela te pertence e de que tu a queres.

4. Não deixes a tua intenção vacilar diante de pensamentos que te distraiam. Compreende que, quaisquer que sejam as formas que

tais pensamentos possam tomar, eles não têm nenhum significado e nenhum poder. Podes substituí-los pela tua determinação em

sucesso. Não te esqueças de que a tua vontade tem poder sobre todas as fantasias e sonhos. Confia nela para ajudar-te a atravessá-

los e carregar-te para o que está além de todos eles.

5. Considera estes períodos de prática como oferendas ao caminho, à verdade e à vida. Recusa-te a te deixares desviar para digres -

sões, ilusões e pensamentos de morte. És dedicado à salvação. Que estejas determinado, a cada dia, a não deixar a tua função sem

ser cumprida.

6. Reafirma também a tua determinação nos períodos de prática mais curtos, usando a forma original da idéia para aplicações ge -

rais e formas mais específicas quando necessário. Algumas formas específicas estão incluídas nos comentários que se seguem à

enunciação das idéias. Estas, contudo, são meramente sugestões. Não são as palavras específicas que usas que têm importância.

81.81. Lições 61 e 62Lições 61 e 62

61. Eu sou a luz do mundoQuão santo sou eu, a quem foi dada a função de iluminar o mundo! Que eu possa ficar quieto diante da minha santidade. Na sua

luz serena, que todos os meus conflitos desapareçam. Na sua paz, que eu me lembra Quem eu sou. Algumas formas específicas para a aplicação dessa idéia quando alguma dificuldade em especial parece surgir poderiam ser:

Que eu não obscureça a luz do mundo em mim.

Que a luz do mundo brilhe através dessa aparência.

Essa sombra se desvanecerá diante da luz.

62. O perdão é a minha função como a luz do mundo.É através da aceitação da minha função que verei a luz em mim. E nesta luz a minha função se mostrará perfeitamente clara e

sem ambigüidades diante da minha vista. A minha aceitação não depende do meu reconhecimento do que é a minha função, pois eu ainda não compreendo o perdão. Mas confiarei que na luz eu o verei tal como é. Formas específicas para usar essa idéia poderiam in -cluir:

Que isso me ajude a aprender o que significa o perdão.

Que eu não separe a minha função da minha vontade. Eu não usarei isso para um propósito alheio.

82.82. Lições 63 e 64Lições 63 e 64

63. A luz do mundo traz paz a todas as mentes através do meu perdão.O meu perdão é o meio pelo qual a luz do mundo acha sua expressão através de mim.

O meu perdão é o meio pelo qual venho a estar ciente da luz do mundo em mim.

O meu perdão é o meio pelo qual o mundo é curado junto comigo.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 55 de 188Então, que eu perdoe o mundo, para que ele possa ser curado comigo.

Algumas sugestões para formas específicas da aplicação dessa idéia são:Que a paz se estenda da minha mente à tua, {nome}.

Eu compartilho a luz do mundo contigo, {nome}.

Através do meu perdão, eu posso ver isso como é.

64. Que eu não esqueça a minha função.Eu não quero esquecer a minha função porque quero lembrar do meu Ser. Não posso cumprir a minha função se a esquecer. E a

menos que a cumpra, não experimentarei a alegria que Deus destina para mim. Formas específicas adequadas para essa idéia:Que eu não use isso para esconder a minha função de mim.

Quero usar isso como uma oportunidade para cumprir a minha função.

Isso pode ameaçar o meu ego, mas não pode, de modo algum, mudar a minha função.

83.83. Lições 65 e 66Lições 65 e 66

65. A minha única função é a que Deus me deu.Eu não tenho nenhuma função senão a que Deus me deu. Esse reconhecimento me libera de todo conflito, pois significa que

não posso ter metas conflitantes. Com um só propósito, estou sempre certo do que fazer, do que dizer e do que pensar. Todas as dúvi -das têm que desaparecer no momento em que reconheço que a minha única função é a que Deus me deu. Aplicações mais específicas:

A minha percepção disso não muda a minha função.

Isso não me dá uma função diferente daquela que Deus me deu.

Que eu não use isso para justificar uma função que Deus não me deu.

66. A minha felicidade e a minha função são uma só.Todas as coisas que vêm de Deus são unas. Vêm da Unicidade e têm que ser recebidas como uma só. O cumprimento da minha

função é a minha felicidade porque ambas vêm da mesma Fonte. E eu tenho que aprender a reconhecer o que me faz feliz, se quero achar a felicidade. Algumas formas úteis às aplicações específicas dessa idéia são:

Isso não pode separar a minha felicidade na minha função.

A unicidade da minha felicidade e da minha função permanece inteiramente inalterada por isso.

Nada, incluindo isso, pode justificar a ilusão de felicidade separada da minha função.

84.84. Lições 67 e 68Lições 67 e 68

67. O Amor me criou como Ele Mesmo.Eu sou como meu Criador. Eu não posso sofrer, eu não posso experimentar nenhuma perda, e eu não posso morrer. Eu não sou

um corpo. Eu quero reconhecer a minha realidade hoje. Não adorarei ídolos, nem erguerei o meu próprio auto-conceito para substituir o meu Ser. Eu sou como meu Criador. O Amor me criou como Ele Mesmo. Talvez aches estas formas específicas úteis para a aplicação da idéia:

Que eu não veja nisso uma ilusão de mim mesmo.

Ao olhar para isso, que eu me lembre do meu Criador.

Meu Criador não criou isso como eu o vejo.

68. O Amor não guarda mágoas.Mágoas são completamente alheias ao amor. Mágoas atacam o amor e mantêm a sua luz obscura. Se eu guardo mágoas, estou

atacando o amor, portanto, atacando o meu ser. Assim o meu ser vem a ser alheio a mim. Estou determinado a não atacar o meu Ser hoje, para que eu possa lembrar Quem eu sou. Estas formas específicas para aplicação dessa idéia poderiam ser úteis:

Isso não é justificativa para negar o meu Ser.

Eu não vou usar isso para atacar o amor.

Que isso não me tente a atacar a mim mesmo.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 56 de 188

85.85. Lições 69 e 70Lições 69 e 70

69. As minhas mágoas escondem a luz do mundo em mim.As minhas mágoas me mostram algo que não existe e escondem de mim o que eu quero ver. Tendo reconhecido isso, para que

quero as minhas mágoas? Elas me mantêm na escuridão e escondem a luz. Mágoas e luz não podem ir juntas, mas a luz e a visão têm que estar unidas para que eu veja. Para ver, tenho que deixar as mágoas de lado. Eu quero ver, e esse será o meio através do qual terei sucesso. Aplicações específicas dessa idéia poderiam ser feitas nas seguintes formas:

Que eu não use isso para bloquear o que vejo.

A luz do mundo brilhará afastando tudo isso.

Eu não tenho necessidade disso. Eu quero ver.

70. A minha salvação vem de mim.Hoje reconhecerei onde está a minha salvação. Está em mim, porque em mim está sua Fonte. Ela não deixou a sua Fonte e, por-

tanto, não pode ter deixado a minha mente. Não procurarei por ela fora de mim mesmo. Ela não pode ser achada do lado de fora e en -tão trazida para dentro. Mas de dentro de mim ela pode alcançar o que está além e tudo o que eu vejo só refletirá a luz que brilha em mim e em si mesma. Estas formas são adequadas para aplicações mais específicas:

Que isso não me tente a procurar a minha salvação fora de mim.

Eu não deixarei que isso interfira com a minha consciência da fonte da minha salvação.

Isso não tem o poder de privar-me da salvação.

86.86. Lições 71 e 72Lições 71 e 72

71. Só o plano de Deus para a salvação funcionará.Não faz sentido para mim procurar loucamente a salvação em toda parte. Eu a tenho visto em muitas pessoas e em muitas coi -

sas, mas quando quis alcançá-la, não estava lá. Estava equivocado quanto ao que ela é. Não empreenderei mais nenhuma busca vã. Só o plano de Deus para a salvação funcionará. E me alegrarei porque o seu plano nunca pode fracassar. Estas são algumas formas sugeri-das para a aplicação dessa idéia de modo específico:

O plano de Deus para a salvação me salvará da minha percepção disso.

Isso não é nenhuma exceção no plano de Deus para a minha salvação.

Que eu perceba isso só à luz do plano de Deus para a salvação.

72. Guardar mágoas é um ataque ao plano de Deus para a salvação.Guardar mágoas é uma tentativa de provar que o plano de Deus para a salvação não funcionará. No entanto, só o Seu plano fun-

cionará. Ao guardar mágoas estou, portanto, excluindo a minha única esperança de salvação da minha consciência. Não quero mais sa -botar os meus maiores interesses desse modo insano. Quero aceitar o plano de Deus para a salvação e ser feliz. Aplicações específicas dessa idéia poderiam tomar estas formas:

Ao olhar para isso, estou escolhendo entre uma percepção equivocada e a salvação.

Se eu vir uma justificativa para mágoas nisso, não verei justificativa para a minha salvação.

Isso pede salvação, não ataque.

87.87. Lições 73 e 74Lições 73 e 74

73. É minha vontade que haja luz.Hoje usarei o poder da minha vontade. Não é minha vontade tatear a escuridão, amedrontado com as sombras e temeroso por

coisas invisíveis e irreais. Hoje, a luz será o meu guia. Eu a seguirei aonde quer que me conduza, e só olharei para o que ela me mos -tra. Nesse ia experimentarei a paz da verdadeira percepção. Estas formas dessa idéia serão úteis nas aplicações específicas:

Isso não pode esconder a luz que é minha vontade ver.

Tu estás comigo na luz, (nome).

Na luz, isso parecerá diferente.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 57 de 18874. Não há outra vontade senão a de Deus.

Estou em segurança hoje, pois não há outra vontade senão a de Deus. Só posso vir a sentir medo se acreditar que há outra von-tade. Só tento atacar quando estou com medo e só posso acreditar que a minha segurança eterna está ameaçada quando tento atacar. Hoje, vou reconhecer que nada disso ocorreu. Estou em segurança, pois não há outra vontade senão a de Deus. Formas úteis para apli -cações específicas:

Que eu perceba isso de acordo com a Vontade de Deus.

É a Vontade de Deus que tu sejas o Seu Filho, (nome) e é a minha também.

Isso é parte da Vontade de Deus para mim, independente de como eu possa ver isso.

88.88. Lições 75 e 76Lições 75 e 76

75. A luz veio.Ao escolher a salvação ao invés do ataque, meramente escolho reconhecer o que já existe. A salvação é uma decisão que já foi to-

mada. O ataque e as mágoas não existem para serem escolhidos. É por isso que sempre escolho entre a verdade e a ilusão, entre o que existe e o que não existe. A luz veio. Só posso escolher a luz, pois ela não tem alternativa. Ela tomou o lugar da escuridão e a escuridão se foi. Aplicações específicas:

Isso não pode me mostrar a escuridão, pois a luz veio.

A luz em ti é tudo o que eu quero ver, (nome).

Eu quero ver nisso só o que existe.

76. Não estou sujeito a outras leis senão às de Deus.Eis aqui a declaração perfeita da minha liberdade. Eu não estou sujeito a outras leis senão às de Deus.

89.89. Lições 77 e 78Lições 77 e 78

77. Eu tenho direito a milagres.Eu tenho direito a milagres porque não estou sujeito a nenhuma lei senão às de Deus. As Suas leis me liberam de todas as má-

goas e as substituem por milagres. E eu quero aceitar os milagres no lugar das mágoas, que são apenas ilusões que escondem os mila-gres que estão além. Agora, só quero aceitar o que as leis de Deus me dão direito a ter par que possa usar isso a favor da função que Ele me deu. Aplicações específicas:

Por trás disso há um milagre ao qual tenho direito.

Que eu não guarde mágoa de ti, (nome), mas que eu ofereça o milagre que te pertence.

Visto de modo verdadeiro, isso me oferece um milagre.

78. Que os milagres substituam todas as mágoas.Através dessa idéia, uno a minha vontade à Vontade do Espírito Santo e as percebo como uma só. Através dessa idéia aceito a

minha liberação do inferno. Através dessa idéia expresso a minha disponibilidade para ter todas as minhas ilusões substituídas pela verdade, conforme o plano de Deus par a minha salvação. Eu não quero fazer exceções ou achar substitutos. Quero todo o Céu, e só o Céu, como é Vontade de Deus que eu tenha. Aplicações específicas:

Não quero guardar essa mágoa à parte da minha salvação.

Que as nossas mágoas sejam substituídas por milagres, (nome).

Por trás disso está o milagre pelo qual todas as minhas mágoas são substituídas.

90.90. Lições 79 e 80Lições 79 e 80

79. Que eu reconheça o problema para que ele possa ser resolvido.Que eu reconheça hoje que o problema é sempre alguma forma de mágoa que quero alimentar. Que eu compreenda também que

a solução é sempre um milagre pelo qual permito que a mágoa seja substituída. Hoje, quero me lembrar da simplicidade da salvação, reforçando a lição de que há um só problema e uma só solução. O problema é uma mágoa, a solução é um milagre. E eu convido a solu -ção a vir a mim, perdoando a mágoa, e dando as boas vindas ao milagre que vem ocupar o seu lugar. Aplicações específicas:

Isso representa um problema para mim que eu quero ver resolvido.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 58 de 188O milagre que está por trás dessa mágoa vai resolvê-la para mim.

A resposta para esse problema é o milagre que ele oculta.

80. Que eu reconheça que os meus problemas foram resolvidos.Eu pareço ter problemas só porque estou fazendo mau uso do tempo. Acredito que o problema vem primeiro, e que é preciso

que o tempo passe antes que ele possa ser resolvido. Não vejo o problema e a resposta como simultâneos em sua ocorrência. Isso acon-tece porque ainda não reconheço que Deus pôs a resposta junto com o problema, de modo que não possam ser separados pelo tempo. O Espírito Santo me ensinará isso, se eu Lhe permitir. E eu compreenderei que é impossível ter um problema que já não tenha sido solucionado. Aplicações específicas:

Eu não preciso esperar para que isso seja resolvido.

A resposta para esse problema já me foi dada, se eu a aceitar.

O tempo não pode separar esse problema da sua solução.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 59 de 188

PARTE IIIPARTE III

91.91. Milagres são vistos na luz.Milagres são vistos na luz.

É importante lembrar que milagres e visão vão necessariamente juntos, isso precisa ser repetido e repetido frequentemente. Essa é uma idéia central no teu novo sistema de pensamento e na percepção que ele produz. O milagre está sempre aqui. A sua presen-ça não é causada pela tua visão, a sua ausência não é um resultado do teu fracasso em ver. Só a tua consciência dos milagres é afetada. Tu os verás na luz, não os verás no escuro.

Para ti, então, a luz é crucial. Enquanto permaneces na escuridão, o milagre permanece sem ser visto. Assim, ficas convencido de que ele não está aqui. Isso decorre das premissas das quais vem a escuridão. A negação da luz conduz ao fracasso em percebê-la. O fracasso em perceber a luz é perceber a escuridão. Nesse caso, a luz é inútil para ti embora esteja aqui. E a aparente realidade da escu-ridão faz com que a idéia da luz seja sem significado.

Ser informado de que o que não Vês está presente soa como insanidade. É muito difícil te convenceres de que é insanidade não ver o que está presente e, ao invés disso, ver o que não está. Não duvidas de que os olhos do corpo podem ver. Não duvidas de que as imagens que eles te mostram são a realidade. A tua fé está na escuridão e não na luz. Como isso pode ser revertido? Para ti é impossí-vel, mas não estás sozinho nisso.

Os teus esforços, por menores que possam ser, contam com apoio forte. Se apenas reconhecesses o quanto é grande essa força, as tuas dúvidas se desvaneceriam. Hoje vamos nos dedicar a tentativa de deixar com que sintas essa força. Quando tiveres sentido em ti a força que faz com que todos os milagres estejam facilmente ao teu alcance, não duvidarás. Ao sentir a força dentro de ti, os milagres, que o teu senso de fraqueza escondem, saltarão à tua consciência.

Três vezes no dia de hoje, reserva dez minutos aproximadamente para um momento de quietude em que tentarás deixar a tua fraqueza para trás. Isso é realizado de modo muito simples ao instruíres a ti mesmo que não és um corpo. A fé vai para o que tu que -res, e instruis a tua mente de acordo com isso. A tua vontade continua sendo o teu professor, e a tua vontade tem toda a força para fa -zer o que ela deseja. Podes escapar do corpo, se assim escolheres. Podes experimentar a força em ti.

Começa os períodos de prática mais longos com essa declaração das verdadeiras relações entre causa e efeito:

Os milagres são vistos na luz.

Os olhos do corpo não percebem a luz.

Mas eu não sou um corpo. O que sou eu?

A pergunta que conclui essa declaração é necessária para os nossos exercícios de hoje. O que pensa que és é uma crença a ser desfeita. Mas o que realmente és tem que ser revelado a ti. Acreditar que és um corpo pede correção, pois é um erro. A verdade do que és convoca a força em ti para trazeres à tua consciência aquilo que o equívoco oculta.

Se não és um corpo, o que és tu? Precisas estar ciente do que o Espírito Santo usa para substituir a imagem de um corpo na tua mente. Precisas sentir algo em que possas depositar a tua fé na medida em que a retiras do corpo. Precisas ter uma real experiência de outra coisa, algo mais sólido e mais seguro, mais digno da tua fé e realmente presente.

Se tu não és um corpo, o que és tu? Pergunta isso com honestidade e, em seguida, dedica vários minutos a deixar que os teus pensamentos equivocados sobre características tuas sejam corrigidos e substituídos pelos seus opostos. Dize, por exemplo:

Eu não sou fraco, mas forte.

Eu não sou impotente, mas todo poderoso.

Eu não sou limitado, mas ilimitado.

Eu não tenho dúvida, mas certeza.

Eu não sou uma ilusão, mas uma realidade.

Eu não posso ver na escuridão, e sim na luz.

Na segunda fase do período de exercícios, tenta experimentar estas verdades sobre ti mesmo. Concentra-te particularmente na experiência da força. Lembra-te de que todo senso de fraqueza é associado à crença segundo a qual tu és um corpo, uma crença que é equivocada e não merece nenhuma fé. Tenta remover a tua fé dessa crença, nem que seja por um momento. Na medida em que avança-mos, tu te acostumarás a manter a tua fé naquilo que é mais digno em ti.

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Relaxa no resto do período de prática, confiante de que os teus esforços, por menores que sejam, são plenamente apoiados pela força de Deus e de todos os Seus Pensamentos. É Deles que virá a tua força. É através do Seu forte apoio que sentirás a força em ti. Eles estão unidos a ti nesse período de prática, no qual compartilhas um propósito como o Deles Próprios. Deles é a luz em que verás os milagres, pois a Sua força é a tua. Deles é a força que vem a ser os teus olhos para que possas ver.

Cinco ou seis vezes por hora, a intervalos razoavelmente regulares, lembra-te de que milagres são vistos na luz. Certifica-te tam-bém de fazer frente a qualquer tentação com a idéia de hoje. Essa forma pode te ser útil nesse propósito especial:

Milagres são vistos na luz. Que eu não feche os olhos por causa disso.

92.92. Milagres são vistos na luz, e a luz e a força são uma só.Milagres são vistos na luz, e a luz e a força são uma só.

A idéia para o dia de hoje é uma extensão da anterior. Tu não pensas na luz em termos de força e na escuridão em termos de fraqueza. Isso é assim porque a tua idéia do que significa ver está presa ao corpo, aos olhos do corpo e ao cérebro. Assim, acreditas que podes mudar o que vês pondo pedacinhos de vidro diante dos teus olhos. Essa é uma das muitas crenças mágicas que vêm da convicção de que és um corpo e de que os olhos do corpo podem ver.

Também acreditas que o cérebro do corpo pode pensar. Se apenas compreendesses a natureza do pensamento, poderias apenas rir dessa idéia insana. É como se pensasses que tens nas mãos o fósforo que ilumina o sol e lhe dá todo o calor; ou que manténs o mundo dentro da tua mão, bem preso, até que o deixes ir. No entanto, isso não é mais tolo do que acreditar que os olhos do corpo po -dem ver e o cérebro pensar.

É a força de Deus em ti que é a lua na qual vês, assim como é com a Sua Mente que pensas. A Sua força nega a tua fraqueza. É a tua fraqueza que vê através dos olhos do corpo e espreita na escuridão para contemplar algo que lhe seja semelhante: o pequeno, o fra-co, o doentio e o moribundo, o necessitado, o desvalido e o que tem medo, o triste, o pobre, o faminto e o que não tem alegria. Estes são vistos através de olhos que não podem ver e não podem abençoar.

A força ignora todas essas coisas vendo além das aparências. Mantém o seu olhar constante sobre a luz que está além. Ela se une à luz, da qual faz parte. Ela vê a si mesma. Ela traz a luz na qual o teu Ser aparece. Na escuridão, percebes um ser que não existe. A força é a verdade sobre ti, a fraqueza é um ídolo falsamente venerado e adorado para que a força possa ser dissipada e a escuridão reine onde Deus designou que houvesse luz.

A força vem da verdade e brilha com a luz que a sua Fonte lhe deu, a fraqueza reflete a escuridão daquele que a fez. Ela é doente e olha para a doença, que é como ela mesma. A verdade é um salvador e só pode exercer a vontade em favor da felicidade e da paz para todos. Ela dá a sua força a todo aquele que pede, suprindo a todos sem limites. Ela vê que o que falta em qualquer um seria uma falta em todos. E, assim, dá a sua luz para que todos possam ver e beneficiar-se como um só. A sua força é compartilhada para que possa trazer a todos o milagre no qual eles se unirão em propósito, em perdão e em amor.

A fraqueza, que olha na escuridão, não pode ver propósito no perdão e no amor. Vê a todos como diferentes de si mesma e nada no mundo que ela queira compartilhar. Julga e condena, mas não ama. Permanece na escuridão para esconder-se e sonha que é forte e conquistadora, uma vitoriosa sobre limitações que apenas crescem na escuridão em enormes proporções.

Ela tem medo, ataca e se odeia e a escuridão cobre tudo o que vê, deixando os seus sonhos tão amedrontadores quando ela pró -pria. Aqui não há milagres, só ódio. Ela se separa do que vê, enquanto a luz e a força se percebem como uma só. A luz da força não é a luz que tu vês. Não muda, não vacila e não se apaga. Não passa da noite para o dia, e de volta à escuridão até que a manhã venha outra vez.

A luz da força é constante, tão segura quanto o amor, eternamente feliz em se dar, pois só pode dar a si mesma. Ninguém pode pedir em vão para compartilhar da sua vista e nenhum daqueles que entrar na sua morada pode partir sem um milagre diante dos seus olhos e força e luz habitando no seu coração.

A força em ti te oferecerá a luz e guiará a tua vista, de modo que não habites nas sombras vãs que os olhos do corpo provêem para o auto-engano. A força e a luz se unem em ti e onde se encontram está o teu Ser pronto para abraçar-te como o que Lhe é próprio. Tal é o ponto de encontro que tentamos achar hoje e nele descansar, pois a paz de Deus está onde o teu Ser, o Seu Filho, está agora es-perando para se encontrar Consigo Mesmo outra vez e ser um só.

Hoje, por duas vezes, vamos dar vinte minutos para nos unirmos a essa reunião. Deixa-te levar até o teu Ser. A Sua força será a luz na qual a dádiva da vista te será dada. Então, deixa o escuro por um momento hoje e praticaremos ver na luz, fechando os olhos do corpo e pedindo à verdade que nos mostre como achar esse ponto de encontro do ser com o Ser, onde a luz e a força são uma só.

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Praticaremos assim de manhã e à noite. Após o encontro da manhã, usaremos o dia em preparação para o momento à noite em que nos encontraremos novamente em confiança. Vamos repetir a idéia para o dia de hoje com a maior freqüência possível e reconhecer que estamos sendo introduzidos à visão, e conduzidos para longe da escuridão em direção à luz onde só milagres podem ser percebi-dos.

93.93. A luz, a alegria e a paz habitam em mim.A luz, a alegria e a paz habitam em mim.

Tu pensas que és o lar do mal, da escuridão e do pecado. Pensas que se alguém pudesse ver a verdade sobre ti ficaria repugnado e recuaria como se estivesse diante de uma cobra venenosa. Pensas que se o que é verdadeiro sobre ti mesmo te fosse revelado, serias abatido por um horror tão intenso que te precipitarias para a morte pela tua própria mão, pois continuar vivendo depois de ver isso se-ria impossível.

Essas são crenças tão firmemente fixadas que é difícil ajudar-te a ver que se baseiam no nada. Que tenhas cometido equívocos é óbvio. Que tenhas buscado a salvação de maneiras estranhas, que tenhas sido enganado, enganando aos outros e tendo medo de tolas fantasias e sonhos selvagens, que tenhas te inclinado diante de ídolos feitos de pó – tudo isso é verdadeiro de acordo com o que acredi -tas agora.

Hoje vamos questionar isso, não do ponto de vista do que pensas, mas de um ponto de referência muito diferente, do qual esses pensamentos vãos são sem significado. Esses pensamentos não estão de acordo com a Vontade de Deus. Ele não compartilha essas crenças estranhas contigo. Isso é suficiente para provar que estão erradas, mas tu não percebes que seja assim.

Por que não ficarias cheio de alegria sendo assegurado que todo o mal que pensas que fizestes nunca foi feito, que todos os teus pecados não são nada, que és tão puro e santo quanto foste criado e que a luz e a alegria e a paz habitam em ti? A tua imagem de ti mesmo não pode resistir à Vontade de Deus. Pensas que isso é morte, mas é a vida. Pensas que és destruído, mas és salvo.

O ser que tu fizeste não é o Filho de Deus. Portanto, esse ser não existe de forma alguma. E tudo o que ele parece fazer ou pen-sar nada significa. Não é nem bom, nem mau. É irreal, nada mais. Não luta contra o Filho de Deus. Não o fere, nem ataca a sua paz. Ele não mudou a criação, nem reduziu a eterna impecabilidade ao pecado e o amor ao ódio. Que poder esse ser que tu fizeste pode pos-suir se ele quer contradizer a Vontade de Deus?

A tua impecabilidade é garantida por Deus. Será preciso repetir isso muitas e muitas vezes até que seja aceito. Isso é verdadeiro. A tua impecabilidade é garantida por Deus. Nada pode tocá-la ou mudar o que Deus criou eterno. O ser que tu fizeste, mau e cheio de pecado, não tem significado. A tua impecabilidade é garantida por Deus, e a luz e a alegria e a paz habitam em ti.

A salvação necessita apenas da aceitação de um só pensamento: — tu és tal como Deus te criou e não o que fizeste de ti mesmo. Qualquer que seja o mal que penses ter feito, tu és como Deus te criou. Quaisquer que sejam os equívocos que tenhas cometido, a ver -dade sobre ti não foi mudada. A criação é eterna e imutável. A tua impecabilidade é garantida por Deus. Tu és e sempre serás exata-mente como foste criado. A luz, a alegria e a paz habitam em ti porque Deus aí as colocou.

Nos períodos de prática mais longos de hoje, que serão mais proveitosos se empreendidos nos primeiros cinco minutos de cada hora que estiveres acordado, começa afirmando a verdade sobre a tua criação:

A luz, a alegria e a paz habitam em mim.

A minha impecabilidade é garantida por Deus.

Em seguida, deixa as tuas tolas auto-imagens de lado e passa o resto do período de prática tentando experimentar o que Deus te deu no lugar do que decretaste para ti mesmo.

Ou bem tu és o que Deus criou, ou bem o que fizeste de ti mesmo. Um Ser é verdadeiro, o outro não existe. Tenta experimentar a união do teu único Ser. Tenta apreciar a Sua santidade e o Amor do Qual Ele foi criado. Tenta não interferir no Ser Que Deus criou como tu mesmo, escondendo a Sua majestade atrás dos diminutos ídolos do mal e do pecado que fizeste para tomar o Seu lugar. Deixa-O entrar na posse do que Lhe pertence. Aqui estás, Isso és Tu. E a luz, a alegria e a paz habitam em ti porque isso é assim. Pode ser que não estejas disposto ou mesmo que não te seja possível usar os cinco primeiros minutos de cada hora para estes exercícios. Contu-do, tenta fazê-lo quando puderes. Pelo menos, lembra-te de repetir estes pensamentos a cada hora:

A luz, a alegria e a paz habitam em mim.

A minha impecabilidade é garantida por Deus.

Em seguida, tenta dedicar pelo menos um minuto, mais ou menos, a fechar os olhos e reconhecer que essa é uma declaração da verdade sobre ti mesmo.

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Se surgir alguma situação que te pareça perturbadora, dissipa rapidamente a ilusão do medo repetindo estes pensamentos mais uma vez. Se fores tentado a ficar com raiva de alguém, dize-lhe silenciosamente:

A luz, a alegria e a paz habitam em ti.

A tua impecabilidade é garantida por Deus.

Hoje podes fazer muito pela salvação do mundo. Podes fazer muito para aproximar-te do papel que Deus te designou na salva -ção. E podes fazer muito para trazer à tua mente a convicção de que a idéia para o dia de hoje é, de fato, verdadeira.

94.94. Eu sou como Deus me criou.Eu sou como Deus me criou.

Hoje continuamos com a única idéia que traz salvação completa, a única declaração que faz com que todas as formas de tentação não tenham nenhum poder, o único pensamento que silencia e desfaz inteiramente o ego. Tu és como Deus te criou. Os sons desse mundo estão em silêncio, as cenas desse mundo desaparecem e todos os pensamentos que esse mundo jamais conteve são eliminados para sempre por essa única idéia. Aqui se realiza a salvação. Aqui se restaura a sanidade.

A verdadeira luz é força e força é impecabilidade. Se permaneces tal como Deus te criou, tens que ser forte e a luz tem que estar em ti. Aquele Que assegurou a tua impecabilidade tem que ser a garantia da força e da luz também. Tu és como Deus te criou. A escu -ridão não pode obscurecer a glória do Filho de Deus. Tu estás na luz, forte na impecabilidade em que foste criado e na qual permane -ceras por toda a eternidade.

Hoje, mais uma vez dedicaremos os primeiros cinco minutos de cada hora em que estiveres acordado à tentativa de sentir a verdade em ti. Começa estes momentos de busca com estas palavras:

Eu sou como Deus me criou.

Sou Seu Filho por toda a eternidade.

Agora tenta alcançar o Filho de Deus em ti. Esse é o Ser Que nunca pecou, nem fez uma imagem para substituir a realidade. Esse é o Ser Que nunca deixou a Sua casa em Deus para andar incerto pelo mudo. Esse é o Ser Que desconhece o medo e para Quem a perda, o sofrimento ou a morte são inconcebíveis.

Para alcançar essa meta nada te é requerido, exceto deixar todos os ídolos e auto-imagens de lado, ultrapassar a lista de atribu-tos bons ou maus que atribuíste a ti mesmo e esperar pela verdade em silenciosa expectativa. O próprio Deus prometeu que ela seria revelada a todos aqueles que a pedissem. Tu estás pedindo agora. Não podes falhar porque Ele não pode falhar.

Se não cumprires o requisito de praticar durante os primeiros cinco minutos de cada hora em que estiveres acordado, pelo me-nos lembra-te de hora em hora:

Eu sou como Deus me criou.

Sou Seu Filho por toda a eternidade.

Hoje dize a ti mesmo frequentemente que tu és como Deus te criou. E certifica-te de responder a todo aquele que parecer irri -tar-te com estas palavras:

Tu és como Deus te criou.

Tu és Seu Filho por toda a eternidade.

Esforça-te o máximo possível para fazer os exercícios de hoje a cada hora. Cada um que fizeres será um passo gigantesco em di-reção à tua liberação e um marco no aprendizado do sistema de pensamento que esse curso propõe.

95.95. Eu sou um só Ser, unido ao meu Criador.Eu sou um só Ser, unido ao meu Criador.

A idéia de hoje te descreve com precisão tal como Deus te criou. Tu és um dentro de ti mesmo e um com Ele. A unidade de toda a criação é tua. A tua perfeita unidade faz com que a mudança em ti seja impossível. Não aceitas isso e falhas em reconhecer que não pode deixar de ser assim apenas porque acreditas que já mudaste a ti mesmo.

Tu te vês como uma paródia ridícula da criação de Deus: fraco, perverso, feio e pecador, miserável e tomado pela dor. Tal é a tua versão de ti mesmo, um ser dividido em muitas partes em guerra entre si mesmas, separado de Deus e mantido sem qualquer seguran-ça por um autor volúvel e cheio de caprichos ao qual fazes as tuas preces. Ele não as ouve, pois é surdo. Ele não vê a unicidade em ti, pois é cego. Ele não compreende que tu és o Filho de Deus, pois é insensato e nada compreende.

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Hoje procuraremos estar cientes só do que pode ouvir e ver e faz perfeito sentido. Mais uma vez dirigiremos os nossos exercícios para alcançar o teu único Ser, Que está unido ao Seu Criador. Com paciência e esperança, tentamos mais uma vez no dia de hoje.

O uso dos primeiros cinco minutos de cada hora de vigília para a prática da idéia do dia de hoje oferece vantagens especiais na fase de aprendizado em que te encontras n momento. A essa altura, é difícil não deixar que a mente se disperse se empreende uma prática mais prolongada. Agora certamente já reconheceste isso. Já viste a extensão da tua falta de disciplina mental e da necessidade de treinar a mente. É necessário que estejas ciente disso, pois, de fato, representa um obstáculo ao teu avanço.

Períodos de prática mais curtos e freqüentes te oferecem outras vantagens a essa altura. Além de reconheceres as tuas dificulda -des em manter atenção prolongada, também não podes deixar de ter notado que, a menos que sejas freqüentemente lembrado do teu propósito, tendes a esquecê-lo por longos períodos de tempo. Freqüentemente falhas em lembrar das aplicações mais curtas da idéia do dia e ainda não formaste o hábito de usá-la como uma reação automática à tentação.

Portanto, uma estrutura se faz necessária para ti nesse momento, planejada para incluir freqüentes lembretes de tua meta, pro-movendo regularmente tentativas para alcançá-la. A regularidade em termos de tempo não é o requisito ideal para a forma mais benéfi -ca de prática da salvação. Mas é proveitosa para aqueles cuja motivação é inconsciente e que permanecem fortemente defendidos contra o aprendizado.

Portanto, por enquanto manteremos os cinco minutos de prática por hora e te exortamos a omitir o menor número possível de períodos. O uso dos primeiros cinco minutos de cada hora será particularmente útil, pois impõe uma estrutura mais firme. Mas não uses os teus lapsos nesse horário como um pretexto para não voltares a ele assim que puderes. É bem possível que haja uma tentação de considerares o dia perdido, uma vez que falhaste em fazer o que te é requerido. Contudo isso deverá ser meramente reconhecido pelo que é: uma recusa em permitir que o teu equívoco seja corrigido e uma falta de disponibilidade para tentar de novo.

O Espírito Santo não é detido em Seu ensinamento pelos erros que cometes. Ele só pode ser retido pela tua vontade que não está disposta a soltá-los. Que estejamos determinados, portanto, a principalmente na próxima semana ou mais um pouco, a estarmos dispostos a perdoar os lapsos na nossa diligência e nossas falhas em seguir as instruções para a prática da idéia do dia. Essa tolerância para com a fraqueza fará com que sejamos capazes de não vê-la ao invés de dar-lhe o poder de fazer isso, estamos considerando-a como uma força e confundindo força com fraqueza.

Quando falhas em cumprir os requisitos deste curso estás meramente cometendo um erro. Isso pede correção e nada mais. permitir que um equívoco perdure é cometer equívocos adicionais, que se baseiam no primeiro e o reforçam. É esse processo que tem que ser posto de lado, pois não passa de outra maneira através da qual queres defender as ilusões contra a verdade.

Solta todos esses erros reconhecendo-os pelo que são. São tentativas de fazer com que fiques sem saber que és um só Ser, unido ao seu Criador em unidade com todos os aspectos da criação, ilimitado em poder e paz. Essa é a verdade e nada mais é verdadeiro. Hoje reafirmaremos essa verdade e procuraremos alcançar o lugar em ti onde não há dúvidas de que só isso é verdadeiro.

Começa os períodos de prática de hoje com essa garantia, oferecida à tua mente com toda a certeza que podes lhe dar:

Eu sou um só Ser, unido ao meu Criador, em unidade com todos os aspectos da criação, e ilimitado em poder e paz.

Em seguida, fecha os teus olhos e dize a ti mesmo mais uma vez de modo lento e refletido, tentando deixar que o significado das palavras afunde em tua mente substituindo idéias falsas:

Eu sou um só Ser.

Repete isso várias vezes e depois procura sentir o significado que as palavras transmitem. Tu és um só Ser, unido e seguro na luz, na alegria e na paz. Tu és o Filho de Deus, um Ser, com um Criador e uma meta: trazer a consciência desta unicidade a todas as mentes para que a verdadeira criação possa estender a Universalidade e a Unidade de Deus. Tu és um ser, completo e curado e íntegro com o poder de erguer o véu da escuridão do mundo e deixar que a luz em ti venha para ensinar ao mundo a verdade sobre ti mesmo.

Tu és um só Ser em perfeita harmonia com tudo o que há e tudo o que haverá. Tu és um só Ser, o santo Filho de Deus, unido aos teus irmãos nesse Ser, unido ao teu Pai na Sua Vontade. Sente esse único Ser em ti e deixa que ele brilhe, afastando todas as tuas ilusões e dúvidas. Esse é o teu Ser, o Filho do próprio Deus, impecável como o próprio Criador, com a Sua Força dentro de ti e o Seu Amor para sempre teu. Tu és um só Ser e te é dado sentir esse Ser dentro de ti e banir todas as tuas ilusões da Mente única que é esse Ser, a santa verdade em ti.

Não esqueças hoje. Precisamos da tua ajuda, da tua pequena parte para trazer felicidade a todo o mundo. E o Céu olha para ti confiante de que hoje tu vais tentar. Compartilha, então, dessa certeza, pois ela é tua. Sê vigilante. Não esqueças hoje. Ao longo do dia não esqueças a tua meta. Repete a idéia de hoje com a maior freqüência possível e compreende que, a cada vez que o fazes, alguém ouve a voz da esperança, o despertar da verdade dentro da sua mente, o suave sussurro das asas da paz.

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O teu próprio reconhecimento de que és um só Ser, unido ao teu Pai, é um chamado para o mundo todo estar em unidade conti-go. Certifica-te de dar a promessa da idéia de hoje a todos aqueles que encontrares nesse dia, dizendo-lhes:

Tu és um único Ser comigo, estamos unidos ao nosso Criador nesse Ser. Eu te honro pelo Que eu sou e pelo Que é Aquele Que nos ama como um só.

96.96. A salvação vem do meu único Ser.A salvação vem do meu único Ser.

Embora sejas um único Ser, tu te vivencias como dois: como bom e mau, amoroso e cheio de ódio, mente e corpo. Esse senso de estares dividido em opostos induz a sentimentos de conflito agudos e constantes e conduz a frenéticas tentativas de reconciliar os as -pectos contraditórios dessa auto-percepção. Tens buscado muitas soluções desse tipo, mas nenhuma delas funcionou. Os opostos que vês em ti mesmo jamais serão compatíveis. Apenas um existe.

Se queres ser salvo tens que aceitar o fato de que a verdade e a ilusão não podem ser reconciliadas, independentemente de como tentes, dos meios que usas e de onde vês o problema. Até aceitares isso, tentarás uma série infindável de metas que não podes al -cançar, uma série de dispêndios sem sentido de tempo e esforço, de esperanças e dúvidas, cada uma tão fútil quanto a anterior e desti-nada ao fracasso como a próxima certamente há de ser.

Problemas que não têm significado não podem ser resolvidos dentro da estrutura em que estão situados. Dois seres em conflito não têm resolução e o bem e o mal não têm ponto de encontro. O ser que tu fizeste nunca pode ser o teu Ser e o teu Ser não pode ser dividido em dois, e ainda ser o que Ele é e o que tem que ser para sempre. Uma mente e um corpo não podem ambos existir. Não faças nenhuma tentativa para reconciliar os dois, pois um nega que o outro possa ser real. Se és físico, a tua mente desapareceu do teu con-ceito de ti mesmo, pois não há nenhum lugar no qual ela possa realmente ser parte de ti. Se és espírito, então o corpo tem que ser sem significado para a tua realidade.

O Espírito faz uso da mente como meio de achar a expressão do próprio Ser. E a mente que serve ao espírito está em paz e cheia de alegria. O seu poder vem do espírito e ela está cumprindo com felicidade a sua função aqui. Entretanto, a mente também pode se ver divorciada do espírito e se perceber no interior de um corpo que ela confunde consigo mesma. Então, sem a sua função, ela não tem paz e a felicidade é alheia aos seus pensamentos.

No entanto, a mente à parte do espírito não pode pensar. Ela negou a sua Fonte de força e vê a si mesma como impotente, limi -tada e fraca. Agora, dissociada de sua função, pensa estar só e separada, atacada por exércitos reunidos contra ela e esconde-se por trás do frágil amparo do corpo. Agora, tem que reconciliar o desigual com o igual, pois pensa que é para isso que serve.

Não desperdice mais tempo nisso. Quem pode resolver os conflitos sem sentido que um sonho apresenta? O que a resolução po-deria significar na verdade? A que propósito poderia servir? Para que serve? A salvação não pode fazer com que as ilusões sejam reais, nem resolver um problema que não existe. Talvez esperes que possa. No entanto, quererias que o plano de Deus para a liberação do Seu querido Filho lhe trouxesse dor e falhasse em libertá-lo?

O teu Ser retém os Seus pensamentos e estes permanecem dentro da tua mente e na Mente de Deus. O Espírito Santo mantém a salvação na tua mente e oferece a ela o caminho para a paz. A salvação é um pensamento que compartilhas com Deus, porque a Sua Voz a aceitou para ti e respondeu em teu nome que estava realizada. Assim, a salvação está guardada entre os pensamentos que o teu Ser valoriza e nutre por ti.

Hoje tentaremos achar esse pensamento, cuja presença na tua mente é garantida por Aquele Que te fala do teu único Ser. A nos-sa prática de cinco minutos por hora será buscá-Lo no interior da tua mente. A salvação vem deste único Ser através Daquele Que é a ponte entre a tua mente e Ele. Espera pacientemente e deixa-O falar-te sobre o teu Ser e sobre o que a tua mente pode fazer restaura -da a Ele e livre para servir à Sua Vontade. Começa dizendo isso:

A salvação vem do meu único Ser. Os Seus pensamentos são meus para que eu os possa usar.

Em seguida, busca os Seus pensamentos e reivindica-os como teus. Estes são os teus próprios pensamentos reais que tens ne-gado e deixaste a tua mente se dispersar num mundo de sonhos para achar ilusões em seu lugar. Eis aqui os teus pensamentos, os únicos que tens. A salvação está entre eles; acha-a lá.

Se tiveres sucesso, os pensamentos que virão a ti te dirão que estás salvo e que a tua mente achou a função que buscava perder. O teu Ser te dará as boas-vindas e a paz. Com as forças restauradas, ela fluirá novamente do espírito para o espírito em todas as coisas criadas pelo Espírito como Ele Mesmo. A tua mente abençoará todas as coisas. Finda a confusão, tu és restaurado, pois achaste o teu Ser.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 65 de 188

O teu Ser sabe que hoje não podes falhar. Talvez a tua mente permaneça insegura ainda por pouco tempo. Não fiques consterna-do por isso. O Teu Ser guardará para ti a alegria que Ele experimenta e essa ainda será tua em plena consciência. Toda vez que passa-res cinco minutos de cada hora buscando Aquele Que une a tua mente ao teu Ser, estarás Lhe oferecendo mais um tesouro para ser guardado para ti.

A cada vez que disseres no dia de hoje à tua mente frenética que a salvação vem do teu Ser, estarás depositando mais um tesou -ro na tua reserva crescente. E ela é dada por inteiro a quem pedir e aceitar a dádiva. Pensa, então, no quanto te é dado para dar nesse dia, para que seja dado a ti!

97.97. Eu sou espírito.Eu sou espírito.

A idéia de hoje te identifica com o teu único Ser. Não aceita nenhuma identidade dividida, nem tenta tecer fatores opostos na unidade. Apenas declara a verdade. Pratica essa verdade hoje com a maior freqüência possível, pois ela trará a tua mente do conflito aos quietos campos da paz. Nenhum calafrio de medo pode entrar, pois a tua mente foi absolvida da loucura soltando as ilusões de uma identida-de dividida.

Declaramos mais uma vez a verdade sobre o teu Ser, o santo Filho de Deus Que descansa em ti, Cuja mente foi restaurada à sanidade. Tu és o espírito amorosamente dotado de todo o Amor, da paz e da alegria do teu Pai. Tu és o espírito que completa a Ele Mesmo e que comparti-lha a Sua função como Criador. Ele está contigo sempre, assim como tu estás com Ele.

Hoje, tentamos trazer a realidade para mais perto ainda da tua mente. A cada vez que praticas a consciência é trazida pa ra um pouco mais perto pelo menos; às vezes mil anos ou mais são poupados. Os minutos que dás são multiplicados muitas vezes, pois o mila-gre faz uso do tempo, mas não é regido por ele. A salvação é um milagre, o primeiro e o último, o primeiro que é o último, pois é um só.

Tu és o espírito em cuja mente habita o milagre no qual todo o tempo pára, o milagre no qual um minuto passando usando es -sas idéias vem a ser um tempo que não tem limites e não tem fim. Dá, então, estes minutos com boa vontade e conta com Aquele Que prometeu depositar a intemporalidade ao lado deles. Ele oferecerá toda a Sua força para cada pequeno esforço que fizeres. Dá-Lhe os minutos de que Ele precisa hoje para ajudar-te a compreender com Ele que tu és o espírito que habita Nele e, através da Sua Voz, cha -ma todas as coisas viventes, oferece a Sua vista a todos aqueles que pedem e substitui o erro pela simples verdade.

O Espírito Santo ficará contente em tomar cinco minutos de cada hora das tuas mãos e carregá-los através desse mundo sofre -dor, onde a dor e a miséria parecem dominar. Ele não deixará de ver nem uma mente aberta que queira aceitar as dádivas da cura que estes minutos trazem e Ele as depositará em todos os lugares onde sabe que serão bem-vindas. E elas aumentarão em seu poder de cura a cada vez que alguém as aceita como os seus próprios pensamentos e as usa para curar.

Assim, cada dádiva oferecida a Ele será multiplicada mil vezes e dez mil vezes mais. E quando te for devolvida, ultrapassará em força a pequena dádiva que tu deste tanto quanto a radiância do sol ultrapassa o diminuto lampejo que o vaga-lume faz por um mo -mento incerto e depois se apaga. O constante brilho dessa luz permanece e te conduz para fora da escuridão e não serás capaz de es-quecer o caminho outra vez.

Começa estes alegres exercícios com as palavras que o Espírito Santo te diz e deixa-as ecoar pelo mundo afora através Dele:Eu sou um espírito, um Filho santo de Deus, livre de todos os limites, seguro, curado e íntegro, livre para perdoar e livre para salvar o mundo.

Expressa através de ti o Espírito Santo aceitará essa dádiva que recebeste Dele, aumentará o seu poder e a devolverá a ti.

Hoje, oferece alegremente cada período de prática a Ele. E Ele falará contigo, lembrando-te de que tu és espírito, um com Ele e com Deus, com teus irmãos e com teu Ser. Escuta a Sua confirmação a cada vez que disseres as palavras que Ele te oferece hoje e deixa-O dizer à tua mente que são verdadeiras. Usa-as contra a tentação e escapa das suas tristes conseqüências se cederes à crença de que és alguma outra coisa. Hoje o Espírito Santo te dá paz. Recebe as Suas palavras e oferece-as a Ele.

98.98. Vou aceitar a minha parte no plano de Deus para a salvação.Vou aceitar a minha parte no plano de Deus para a salvação.

Hoje é um dia dedicado a algo especial. Tomaremos um só partido hoje. Estamos do lado da verdade e soltamos as ilusões. Não vacilaremos entre as duas, mas nos posicionaremos firmemente em favor da única. Hoje nos dedicamos à verdade e à salvação, assim como Deus planejou que fosse. Não argumentaremos que é outra coisa. Não a buscaremos onde não está. Com contentamento, nos a aceitamos tal como é e assumimos a parte que nos foi designada por Deus.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 66 de 188

Que felicidade é ter certeza! Hoje, deixamos todas as nossas dúvidas de lado e tomamos o nosso partido com certeza de propósi -to, agradecidos porque a dúvida se foi e a certeza veio. Temos um grandioso propósito a cumprir e tudo o que precisamos para alcançar a meta nos foi dado. Nem um único equívoco obstrui o nosso caminho. Isso porque fomos absolvidos de erros. Todos os nossos pecados foram lavados e sumiram por compreendermos que eram apenas equívocos.

Aqueles que são sem culpa não têm medo, pois estão seguros e reconhecem sua segurança. Não apelam para a mágica, nem in-ventam escapatórias de ameaças imaginárias sem realidade. Eles descansam na quieta certeza de que farão o que lhes for dado fazer. Não duvidam da sua própria capacidade porque sabem que a sua função será cumprida completamente no tempo e no lugar perfeitos. Eles tomaram o partido que tomaremos hoje para que possamos compartilhar da sua certeza e assim aumentá-la aceitando-a nós mes -mos.

Eles estarão conosco, todos aqueles que tomaram o partido que estamos tomando hoje, e alegremente nos oferecem tudo o que aprenderam e todos os ganhos que realizaram. Aqueles que ainda estão incertos também se juntarão a nós e, tomando emprestada a nossa certeza, a tornarão ainda mais forte. Enquanto isso, aqueles que ainda não nasceram ouvirão o chamado que ouvimos e respon -derão quando vierem para fazer a sua escolha outra vez. Hoje nós não escolhemos só por nós mesmos.

Será que não vale cinco minutos de cada hora do teu tempo ser capaz de aceitar a felicidade que Deus te deu? Será que não vale cinco minutos de cada hora reconhecer a tua função especial aqui? Cinco minutos não é apenas um pequeno pedido para se ganhar uma recompensa tão grande que não tem medida? Tu já fizeste pelo menos mil barganhas nas quais saíste perdendo.

Aqui está uma oferta que te garante a plena liberação de todo tipo de dor e a alegria que o mundo não contém. Podes trocar um pouco do teu tempo pela paz da tua mente e certeza de propósito com a promessa de sucesso completo. E, uma vez que o tempo não tem significado, não se está pedindo nada em troca de tudo. Eis uma barganha que não podes perder. E o que ganhas é de fato sem li-mites!

A cada hora, hoje, dá-Lhe a tua diminuta dádiva de apenas cinco minutos. Ele dará às palavras que usares ao praticar a idéia de hoje a profunda convicção e a certeza que te faltam. As Suas palavras se unirão às tuas e farão de cada repetição da idéia de hoje uma oferenda total, feita com uma fé tão perfeita e segura quanto a Sua em ti. A Sua confiança em ti trará luz a todas as palavras que disse -res, e irás além do seu som até o que elas realmente significam. Praticas com Ele hoje ao dizeres:

Vou aceitar a minha parte no plano de Deus para a salvação.

Em cada cinco minutos que passares com Ele, Ele aceitará tuas palavras e as devolverá a ti, reluzindo com uma fé e uma confi -ança tão fortes e constantes que iluminarão o mundo com esperança e contentamento. Não percas uma única chance de ser o feliz des -tinatário das Suas dádivas para que possas dá-las ao mundo hoje.

Dá-Lhe as Suas palavras e Ele fará o resto. Ele te tornará capaz de compreender a tua função especial. Ele abrirá o caminho para a felicidade, e a paz e a confiança serão as Suas dádivas, a Sua resposta às tuas palavras. Ele responderá que o que dizes é verdade com toda a Sua fé, alegria e certeza. E então terás a convicção Daquele Que sabe qual é a tua função tanto na Terra quanto no Céu. Ele estará contigo a cada período de prática que compartilhares com Ele, dando-te a intemporalidade e a paz em troca de cada instante que Lhe ofereceres.

Durante a hora, deixa que teu tempo passe preparando-te com alegria para os próximos cinco minutos que voltarás a passar com Ele. Repete a idéia de hoje enquanto esperas que o momento de contentamento venha a ti mais uma vez. Repete-a com freqüência e não esqueças que a cada vez que o fazes, deixas a tua mente ser preparada para o momento feliz que virá.

E quando a hora passar e Ele estiver aí mais uma vez para passar um pouco de tempo contigo, sê grato e deixa de lado todas as tarefas terrenas, todos os pequenos pensamentos e idéias limitadas e de novo passa um momento feliz com Ele. Dize-Lhe mais uma vez que aceitas a parte que Ele quer que assumas e Ele te ajudará a cumpri-la e fará com que estejas certo de que queres essa escolha que Ele fez contigo e tu com Ele.

99.99. A salvação é a minha única função aqui.A salvação é a minha única função aqui.

Salvação e perdão são a mesma coisa. Ambos sugerem que algo saiu errado, alguma coisa da qual é preciso ser salvo, alguma coisa pela qual é preciso ser perdoado; algo que está errado e precisa de uma mudança corretiva, algo à parte ou diferente da vontade de Deus. Portanto, ambos os termos sugerem uma coisa impossível, mas que no entanto tem ocorrido resultando num estado de confli -to visto entre o que é e o que nunca poderia ser.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 67 de 188

Agora, a verdade e as ilusões são iguais, pois ambas tem acontecido. O impossível vem a ser aquilo de que precisas ser perdoado, aquilo de que precisas ser salvo. A salvação agora vem a ser a fronteira entre a verdade e a ilusão. Ela reflete a verdade, porque é o meio pelo qual podes escapar das ilusões. No entanto, ainda não é a verdade, porque desfaz o que nunca foi feito.

Como poderia haver algum ponto de encontro onde a terra e o Céu pudessem ser reconciliados dentro de uma mente na qual ambos existem? A mente que vê ilusões pensa que são reais. Elas têm existência no sentido de que são pensamentos. E, no entanto, não são reais, porque a mente que pensa esses pensamentos é separada de Deus.

O que une a mente e os pensamentos separados com a Mente e o Pensamento que são para sempre unos? Que plano poderia manter a verdade inviolada e ainda assim reconhecer as necessidades que as ilusões trazem e oferecer os meios para desfazê-las sem ataque e sem nenhum toque de dor? O que mais poderia ser esse plano senão o Pensamento de Deus, pelo qual o que nunca foi feito deixa de ser visto e os pecados que nunca foram reais são esquecidos?

O Espírito Santo mantém esse plano de Deus exatamente como foi recebido, dentro da Mente de Deus e da tua. Ele está à parte do tempo, porque a sua Fonte é intemporal. No entanto, ele opera no tempo devido à tua crença segundo a qual o tempo é real. Inaba -lável, o Espírito Santo olha para o que tu vês: pecado, dor e morte, pesar, separação e perda. Mas Ele sabe que uma coisa ainda tem que ser verdadeira: Deus ainda é Amor e isso não é a Sua Vontade.

Esse é o Pensamento que traz as ilusões à verdade e as vê como aparências por trás das quais se encontra o que é imutável e o que é certo. Esse é o Pensamento que salva e perdoa, pois não deposita nenhuma fé no que não foi criado pela única Fonte que conhe -ce. Esse é o pensamento cuja função é salvar dando-te a função que ele tem como tua. A salvação é a tua função com Aquele a Quem o plano foi dado. Agora esse plano foi confiado a ti, junto com Ele. Ele tem uma resposta para as aparências, independentemente de sua forma, tamanho, profundidade ou de qualquer atributo que pareçam ter:

A salvação é a minha única função aqui.

Deus ainda é Amor e isso não é a Sua Vontade.

Tu, que ainda haverás de trabalhar em milagres, certifica-te de praticar bem a idéia para o dia de hoje. Tenta perceber a força no que dizes, pois estas são palavras nas quais está a tua liberdade. O teu Pai te ama. Todo o mundo da dor não é a Sua Vontade. Per-doa-te pelo pensamento de que Ele tenha querido isso para ti. Em seguida, deixa que o Pensamento com o qual Ele substituiu todos os teus equívocos entre nos lugares escuros da tua mente que teve os pensamentos que nunca foram a Sua Vontade.

Essa parte pertence a Deus assim como o resto. Ela não pensa os teus pensamentos solitários e faz com que sejam reais escon-dendo-os Dele. Deixa entrar a luz e não olharás para nenhum obstáculo àquilo que é a Sua Vontade para ti. Abre os teus segredos à Sua luz benigna e vê com que intensidade essa luz ainda brilha em ti.

Pratica o Seu Pensamento hoje e deixa a Sua luz buscar e iluminar todos os pontos escuros, e brilhar através deles para uni-los ao resto. É a Vontade de Deus que a tua mente seja uma com a Sua. É a Vontade de Deus não ter senão um Filho. É a Vontade de Deus que tu sejas o Seu único Filho. Pensa nestas coisas ao praticares hoje, e começa a lição que aprendemos hoje com essa instrução no ca-minho da verdade:

A salvação é a minha única função aqui.

A salvação e o perdão são a mesma coisa.

Em seguida, volta-te para Aquele Que compartilha a tua função aqui e deixa-O ensinar-te o que precisas aprender para deixares de lado todo o medo e conheceres o teu ser como o amor que não tem nenhum oposto em ti.

Perdoa todos os pensamentos que querem se opor à verdade da tua completeza, unidade e paz. Tu não podes perder as dádivas que o teu Pai te deu. Tu não queres ser outro ser. Não tens outra função que não seja a de Deus. Perdoa-te pela função que tu pensas que fizeste. O perdão e a salvação são a mesma coisa. Perdoa o que tens feito e tu és salvo.

Há uma mensagem especial para o dia de hoje que tem o poder de remover para sempre da tua mente todas as formas de dúvida e de medo. Se fores tentado a acreditar que são verdadeiras, lembra-te de que as aparências não poder resistir à verdade que estas pa-lavras poderosas contêm:

A salvação é a minha única função aqui.

Deus ainda é Amor, e isso não é Sua Vontade.

A tua única função te diz que tu és um só. Lembra-te disso nos intervalos entre os cinco minutos que dás para serem comparti -lhados com Aquele Que compartilha o plano de Deus contigo. Lembra-te:

A salvação é a minha única função aqui.

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Assim tu colocas o perdão na tua mente e permites que todo medo seja gentilmente posto de lado, para que o Amor possa achar o seu lugar de direito em ti e mostrar-te que tu és o Filho de Deus.

100.100. A minha parte é essencial no plano de Deus para a salvação. A minha parte é essencial no plano de Deus para a salvação.

Da mesma forma que o Filho de Deus completa o seu Pai, a tua parte completa o plano do teu Pai. A salvação tem que reverter a crença insana em pensamentos separados e corpos separados. Uma função compartilhada por mentes separadas as une num único propósito, pois cada uma é igualmente essencial para todos.

A Vontade de Deus para ti é a felicidade perfeita. Por que deverias tu escolher ir contra a Sua Vontade? A parte que Ele guardou para assumires na execução do Seu plano te é dada para que possas ser restaurado àquilo que é a Sua Vontade. Essa parte é tão es-sencial para o Seu plano quanto para a tua felicidade. A tua alegria tem que ser completa para deixar que o Seu plano seja compreendi -do por aqueles a quem Ele te envia. Eles verão a sua própria função no teu rosto resplandecente e ouvirão o chamado de Deus por eles no teu riso feliz.

Tu, de fato, és essencial para o plano de Deus. Sem a tua alegria, a Sua alegria é incompleta. Sem o teu sorriso, o mundo não pode ser salvo. Enquanto estás triste, a luz que o próprio Deus designou como meio para salvar o mundo fica fraca e sem brilho, e nin -guém ri porque todo riso só pode ecoar o teu.

Tu, de fato, és essencial para o plano de Deus. Da mesma forma que a tua luz aumenta todas as tuas luzes que brilham no Céu, a tua alegria na terra chama todas as mentes para que deixem as suas tristezas e tomem os seus lugares ao teu lado no plano de Deus. Os mensageiros de Deus são alegres e sua alegria cura o pesar e o desespero. Eles são a prova de que a felicidade perfeita é a Vontade de Deus para todos aqueles que aceitarão como suas as dádivas do seu Pai.

Não nos deixaremos ficar tristes hoje. Pois se o fizermos, falharemos em assumir a parte que é essencial ao plano de Deus assim como à nossa visão. A tristeza é o sinal de que tu queres desempenhar outro papel em lugar daquele que te foi designado por Deus. As-sim, falhas em mostrar ao mundo como é grande a felicidade que é a Sua Vontade para ti. E assim não reconheces que ela é tua.

Hoje procuraremos compreender que a alegria é a nossa função aqui. Se estás triste, a tua parte não é cumprida e assim o mun-do todo fica privado da alegria junto contigo. Deus te pede que sejas feliz para que o mundo possa ver o quanto Ele ama o Seu Filho e que é Sua Vontade que nenhum pesar surja para abater a sua alegria, que nenhum medo o assalte para perturbar a sua paz. Hoje, és o mensageiro de Deus. Trazes a Sua felicidade a todos aqueles que contemplas, a Sua paz a todos aqueles que olham para ti e vêm a Sua mensagem no teu rosto feliz.

Vamos nos preparar para isso hoje durante os nossos períodos de prática de cinco minutos, sentindo a felicidade surgir em nós de acordo com a Vontade de nosso Pai e a nossa. Começa os exercícios com o pensamento que a idéia de hoje contém. Então, reconhece que a tua parte é ser feliz. Apenas isso é pedido a ti ou a qualquer um que queira assumir o próprio lugar entre os mensageiros de Deus. Pensa sobre o que isso significa. Tu, de fato, tens errado por acreditares que te é pedido qualquer sacrifício. No plano de Deus, tu só recebes e nunca perdes, nem te sacrificas, nem morres.

Agora vamos tentar achar aquela alegria que prova a nós e ao mundo a Vontade de Deus para nós. É a tua função achá-la aqui e achá-la agora. Para isso tu vieste. Que esse seja o dia em que terás sucesso! Olha profundamente dentro de ti, sem perturbar-te por to -dos os pequenos pensamentos e tolas metas pelas quais tu passas na tua ascensão para encontrar o Cristo em ti.

Ele estará lá. E podes alcançá-Lo agora. O que preferirias contemplar em lugar Daquele Que espera para que possas olhar para Ele? Que pequeno pensamento terá o poder de deter-te? Que meta tola poderá impedir-te de ter sucesso quando Aquele Que te chama é o próprio Deus?

Ele estará lá. Tu és essencial ao Seu plano. Hoje tu és o Seu mensageiro. E tens que achar o que Ele quer que dês. Não esque -ças da idéia para o dia de hoje nos intervalos entre os períodos de prática de cada hora. É o teu Ser Que te chama hoje. E é a Ele que respondes toda vez que disseres a ti mesmo que és essencial ao plano de Deus para a salvação do mundo.

101.101. A Vontade de Deus para mim é a felicidade perfeita.A Vontade de Deus para mim é a felicidade perfeita.

Hoje continuaremos com o tema da felicidade. Essa é uma idéia-chave na compreensão do que significa a salvação. Tu ainda acreditas que a salvação pede sofrimento como penitência pelos teus “pecados”. Isso não é assim. No entanto, não podes deixar de pen-sar assim, enquanto acreditas que o pecado é real e que o Filho de Deus pode pecar.

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Se o pecado é real, então a punição é justa e não se pode escapar. Dessa forma, a salvação só pode ser comprada através do sofri -mento. Se o pecado é real, a felicidade tem que ser uma ilusão, pois ambos não podem ser verdadeiros. Os pecadores só autorizam a morte e a dor e é isso o que pedem. Pois sabem que isso espera por eles e os buscará e os achará em algum lugar, em algum momento, de alguma forma que saldará a dívida que têm para com Deus. No medo que sentem querem escapar de Deus. Mas mesmo assim, Deus os perseguirá e não podem escapar.

Se o pecado é real, a salvação tem que ser dor. A dor é o custo do pecado e não se pode nunca escapar do sofrimento, se o peca -do é real. A salvação tem que ser temida, pois ela matará, porém, lentamente, privando-te de tudo antes de consentir em oferecer o pri -vilégio bem-vindo às vítimas que são pouco mais do que ossos antes da salvação ser aplacada. A sua ira é sem limites, sem misericór-dia, mas totalmente justa.

Quem buscaria tão selvagem punição? Quem não fugiria da salvação e não tentaria de todas as maneiras abafar a Voz Que a ofe -rece? Por que alguém tentaria escutar e aceitar a Sua oferta? Se o pecado é real, a salvação veio a ser o teu amargo inimigo, a maldição de Deus sobre ti que tem crucificado o Seu Filho.

Hoje precisas dos períodos de prática. Os exercícios ensinam que o pecado não é real, e tudo o que acreditas que não pode dei-xar de vir do pecado nunca acontecerá pois não tem nenhuma causa. Aceita a Expiação com a mente aberta que não alimenta nenhuma crença remanescente de que tens feito um demônio do Filho de Deus. O pecado não existe. Hoje praticaremos esse pensamento com a maior freqüência possível, pois é a base da idéia para o dia de hoje.

A Vontade de Deus para ti é a felicidade perfeita, porque o pecado não existe e o sofrimento não tem causa. A alegria é justa e a dor é apenas o sinal de que tens te compreendido equivocadamente. Não tenhas medo da Vontade de Deus. Mas volta-te para ela, con-fiante de que ela te libertará de todas as conseqüências que o pecado forjou na tua imaginação febril. Dize:

A Vontade de Deus para mim é a felicidade perfeita.

O pecado não existe, ele não tem conseqüências.

É assim que deves iniciar os teus períodos de prática e, em seguida, tentar achar mais uma vez a alegria que estes pensamentos introduzirão na tua mente.

Dá estes cinco minutos com contentamento a fim de remover a pesada carga que depositaste sobre ti mesmo com a crença insa-na de que o pecado é real. Hoje escapa da loucura. Estás na estrada da liberdade, e agora a idéia de hoje te dá asas para que avances com maior velocidade e com esperança de ires ainda mais rápido em direção à meta de paz que te espera. Não existe nenhum pecado. Lem-bra-te disso hoje e dize a ti mesmo sempre que puderes:

A Vontade de Deus para mim é a felicidade perfeita.

Essa é a verdade porque o pecado não existe.

102.102. Eu compartilho a Vontade de Deus de felicidade para mim.Eu compartilho a Vontade de Deus de felicidade para mim.

Tu não queres sofre. Podes pensar que o sofrimento te compra alguma coisa, talvez ainda acredites um pouco que ele te compra o que queres. Mas agora essa crença certamente já está abalada, pelo menos o suficiente para deixar que tu a questiones e suspeites que, na realidade, não faz sentido. Ainda não desapareceu por completo, mas te faltam as raízes que outrora a mantinham firme nos lugares secretos, ocultos e escuros da tua mente.

Hoje, tentamos soltar ainda mais o seu jugo enfraquecido e reconhecemos que a dor não tem propósito, não tem causa e ne-nhum poder para realizar coisa alguma. Ela não pode comprar absolutamente coisa alguma. Não oferece nada e não existe. E tudo o que pensas que ela te oferece carece de existência assim como ela. Tens sido escravo do nada. Sê livre, hoje, para unir-te à feliz Vontade de Deus.

Durante vários dias, continuaremos a dedicar os nossos períodos de prática a exercícios planejados para ajudar-te a alcançar a felicidade que a Vontade de Deus colocou em ti. Aqui é o teu lar e aqui está a tua segurança. Aqui está a tua paz, aqui o medo não exis -te. Aqui está a salvação. Aqui está enfim o descanso. Começa os períodos de prática de hoje com essa aceitação da Vontade de Deus para ti:

Eu compartilho a Vontade de Deus de felicidade para mim e a aceito como minha função agora.

Em seguida busca essa função no fundo da tua mente, pois ela está lá, esperando apenas a tua escolha. Não podes falhar em achá-la quando aprenderes que ela é a tua escolha e que compartilhas a Vontade de Deus.

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Sê feliz, pois a tua única função aqui é a felicidade. Não tens nenhuma necessidade de ser menos amoroso para com o Filho de Deus do que Aquele Cujo Amor o criou tão amoroso quanto Ele Mesmo. Além destes períodos de repouso de cinco minutos a cada hora, faze pausas freqüentes, hoje, para dizer a ti mesmo que agora aceitaste a felicidade como tua única função. E estejas certo de que, ao fazê-lo, estás te unindo à Vontade de Deus.

103.103. Deus, sendo Amor, é também felicidade.Deus, sendo Amor, é também felicidade.

A felicidade é um atributo do amor. Não pode estar à parte dele. Nem pode ser experimentada onde o amor não existe. O amor não tem limites, estando em todos os lugares. Portanto, a alegria também está em todo lugar. Mas, a mente pode negar que isso é as -sim, acreditando que há brechas no amor nas quais o pecado pode entrar trazendo dor ao invés de alegria. Essa estranha crença quer limitar a felicidade, redefinindo o amor como algo limitado e introduzindo uma oposição naquilo que não tem limites nem opostos.

Assim, o medo é associado ao amor e os seus resultados vêm a ser a herança de mentes que pensam ser real o que têm feito. Es-sas imagens, que na verdade não têm nenhuma realidade, dão testemunho do medo de Deus, esquecendo de que sendo Amor, Deus tem que ser alegria. Hoje tentaremos mais uma vez trazer esse erro básico à verdade, ensinando a nós mesmos:

Deus, sendo Amor, é também felicidade.

Temê-Lo é ter medo da alegria.

Começa os teus períodos de prática de hoje com essa associação, que corrige a falsa crença de que Deus é medo. Ela também enfatiza que a felicidade te pertence devido ao que Ele é.

Permite que essa única correção seja colocada na tua mente a cada hora de vigília no dia de hoje. E dá boas-vindas a toda felici -dade que ela traz à medida que a verdade substitui o medo e a alegria vem a ser aquilo que esperas para tomar o lugar da dor. Como Deus é Amor, ela te será dada. Reforça essa expectativa muitas vezes ao longo do dia e aquieta todos os teus medos com essa garantia, benigna e totalmente verdadeira:

Deus, sendo Amor, é também felicidade.

E é felicidade que eu busco hoje.

Não posso falhar porque busco a verdade.

104.104. Eu busco apenas o que pertence a mim na verdade.Eu busco apenas o que pertence a mim na verdade.

A idéia de hoje continua com o pensamento de que a alegria e a paz não são apenas sonhos vãos. Elas são o teu direito devido ao que és. Elas vêm de Deus Que não pode falhar em te dar o que é a Sua Vontade. Mas é preciso que haja um lugar que tenha sido apron-tado para receber as Suas dádivas. Elas não são bem-vindas com contentamento pela mente que, ao invés disso, recebeu para substi-tuí-las as dádivas que ela mesma fez aonde as Suas devem estar.

Hoje queremos remover todas as dádivas auto-fabricadas e sem significado que colocamos sobre o altar santo aonde as dádivas de Deus devem estar. Suas são as dádivas que são nossas na verdade. Suas são as dádivas que herdamos antes que o tempo fosse e que ainda serão nossas quando o tempo tiver passado para a eternidade. Suas são as dádivas que estão dentro de nós agora, pois são intem-porais. E não precisamos esperar para tê-las. Elas pertencem a nós no dia de hoje.

Portanto, escolhemos tê-las agora sabendo que, ao escolhê-las no lugar daquelas que fizemos, estamos apenas unindo a nossa vontade à Vontade de Deus, e reconhecendo que a mesma é uma só. Os nossos períodos de práticas mais prolongados de hoje, os cinco minutos a cada hora dados à verdade para a tua salvação, devem começar com o seguinte:

Eu busco apenas o que me pertence na verdade, e a alegria e a paz são a minha herança.

Então, deixa de lado os conflitos do mundo que oferecem outras dádivas e outras metas feitas de ilusões, testemunhadas por elas e só buscadas num mundo de sonhos.

Deixamos tudo isso de lado e buscamos, em vez disso, o que é verdadeiramente nosso à medida que pedimos para reconhecer o que Deus nos deu. Abrimos um espaço santo diante do Seu altar em nossas mentes, onde as Suas dádivas de paz e alegria são bem-vin-das e ao qual vimos a fim de achar o que nos foi dado por Ele. Hoje, vimos com confiança, cientes de que o que na verdade nos perten -ce é o que Ele nos dá. E nada mais desejamos, pois nada além disso nos pertence de verdade.

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Assim, hoje abrimos o caminho para Ele simplesmente reconhecendo que a Sua Vontade já foi feita, e que a alegria e a paz nos pertencem como Suas dádivas eternas. Não nos permitimos perdê-las de vista entre os momentos em que vimos para buscá-las onde Ele as depositou. E traremos à mente com toda a freqüência possível esse lembrete:

Eu busco apenas o que pertence a mim na verdade.

As dádivas de Deus de alegria e paz são tudo o que eu quero.

105.105. A alegria e a paz de Deus são minhas.A alegria e a paz de Deus são minhas.

A paz e a alegria de Deus são tuas. Hoje nós as aceitaremos sabendo que nos pertencem. E tentaremos compreender que estas dádivas aumentam à medida que as recebemos. Elas não se assemelham às dádivas que o mundo pode dar, em que o doador perde ao dar e aquele que recebe enriquece com a sua perda. Tais não são dádivas, mas barganhas feitas com culpa. O que é verdadeiramente dado não acarreta nenhuma perda. É impossível que alguém possa ganhar porque o outro perde. Isso implica em limitação e insufici -ência.

Nenhuma dádiva é feita dessa forma. Tais “dádivas” não passam de uma oferta visando um retorno maior, um empréstimo com juros a serem pagos integralmente; um empréstimo temporário, significando um compromisso de dívida a ser pago com muito mais do que foi recebido por aquele que aceitou a dádiva. Essa estranha distorção do que significa dar permeia todos os níveis do mundo que vês. Despoja de todo significado as dádivas que dás e não te deixa nada naquelas que recebes.

Uma das metas principais do aprendizado que esse curso estabeleceu é o de reverter a tua opinião sobre o que é dar, de modo que possas receber. Pois dar veio a ser uma fonte de medo e assim queres evitar o único meio pelo qual podes receber. Aceita a paz e a alegria de Deus e aprenderás um modo diferente de olhar para uma dádiva. As dádivas de Deus nunca diminuirão ao serem dadas. Pelo contrário, só aumentam com isso.

Assim como a paz e a alegria do Céu se intensificam quando tu as aceitas como dádivas de Deus para ti, assim também a alegria do teu Criador cresce quando aceitas a Sua alegria e a Sua paz como tuas. Dar verdadeiramente é criação. Estende o que é sem limite ao ilimitado, a eternidade à intemporalidade e o amor a si próprio. Acrescenta a tudo o que já é completo, não simplesmente em termos de acrescentar mais, pois isso implicaria que antes era menos. Acrescenta permitindo que aquilo que não pode se conter cumpra o seu objetivo de dar tudo o que tem, assegurando tudo o que tem para si mesmo eternamente.

Hoje aceita a paz e a alegria de Deus como tuas. Deixa que Ele complete a Si Mesmo assim como Ele define a completeza. com-preenderás que aquilo que O completa tem que completar o Seu Filho também. Ele não pode dar através da perda. Tu também não po -des. Recebe hoje a Sua dádiva de alegria e paz e Ele te agradecerá pela tua dádiva para Ele.

Hoje, os nossos períodos de prática começarão de modo um pouco diferente. Começa o dia pensando naqueles irmãos a quem tens negado a paz e a alegria às quais eles têm direito segundo as leis iguais de Deus. Aqui as negaste a ti próprio. E aqui tens que re -tornar para reivindicá-las como tuas.

Meu irmão, eu te ofereço paz e alegria, para que a paz e a alegria de Deus possam ser minhas.

Assim, tu te preparas para reconhecer as dádivas de Deus para ti e deixar a tua mente livre de tudo o que impediria o teu suces-so hoje. Agora, estás pronto para aceitar a dádiva de paz e alegria que Deus tem dado a ti. Agora estás pronto para experimentar a ale-gria e a paz que bens negado a ti mesmo. Agora podes dizer: “A paz e a alegria de Deus são minhas,” pois deste aquilo que queres rece-ber.

Tens que ter sucesso hoje, se preparares a tua mente como sugerimos. Pois terás permitido que todas as barreiras para a paz e a alegria sejam erguidas, e o que é teu finalmente pode vir a ti. Assim, dize a ti mesmo: “A paz e a alegria de Deus são minhas”, e fecha os teus olhos por um momento e deixa que a Sua Voz te assegure que as palavras que proferes são verdadeiras.

Passa os teus cinco minutos com Ele dessa forma toda vez que puderes no dia de hoje, mas não penses que menos do que isso não terá valor quando não puderes Lhe dar mais. Pelo menos lembra-te de dizer a cada hora as palavras que O invocam para te dar o que é a Sua Vontade dar e o que é Sua Vontade que recebas determina-te hoje a não interferir com o que é Sua Vontade que recebas. Determina-te hoje a não interferir com o que é Sua Vontade. E se um irmão parecer tentar-te a negar a dádiva de Deus para ele. Vê isso apenas como mais uma chance para deixar que recebas as dádivas de Deus como tuas. Então, abençoa o teu irmão com gratidão e dize:

Meu irmão, eu te ofereço paz e alegria, para que a paz e a alegria de Deus possam ser minhas.

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106.106. Que eu me aquiete e escute a verdade.Que eu me aquiete e escute a verdade.

Se deixares a voz do ego de lado, por mais alto que pareça ser o seu chamado, se não aceitares as suas dádivas mesquinhas que nada te dão do que realmente queres; se escutares com uma mente aberta, que não tenha te dito o que é a salvação, então ouvirás a po -derosa Voz da verdade, quieta em poder, forte em serenidade e completamente certa em Suas mensagens.

Escuta e ouve o teu Pai te falar através da Voz que Ele designou, Que silencia o trovão daquilo que não tem significado e indica o caminho da paz para aqueles que não podem ver. Fica quieto hoje e escuta a verdade. Não te deixes enganar pelas vozes dos mortos, que te dizem ter achado a fonte da vida e a oferecem para que acredites. Não dês atenção a eles, mas escuta a verdade.

Hoje não tenhas medo de desviar-te das vozes do mundo. Caminha com leveza passando pela sua persuasão sem significado. Não lhes dês ouvidos. Fica quieto hoje e escuta a verdade. Passa por todas as coisas que não falam Daquele Que tem a tua felicidade em Suas Mãos e que a oferece a ti com boas-vindas e amor. Dá ouvidos só a ele hoje, e não espera mais para alcançá-Lo. Hoje, ouve uma única voz.

Hoje, a promessa do Verbo de Deus é cumprida. Ouve e fica em silêncio. Ele quer te falar. Ele vem com milagres mil vezes mais felizes e maravilhosos do que jamais sonhaste ou desejaste nos teus sonhos. Os Seus milagres são verdadeiros. Eles não se desvanece-rão quando o sonho acabar. Em vez disso, eles acabam com o sonho e duram para sempre, pois vêm de Deus para o Seu querido Filho, cujo outro nome é o teu. Hoje, prepara-te para milagres, hoje, deixa que se cumpra a antiga promessa que teu Pai fez a ti e a todos os teus irmãos.

Escuta-O, hoje, e ouve o Verbo que ergue o véu que cobre a terra e desperta todos aqueles que dormem e não podem ver. Através de ti, Deus chama por eles. Ele precisa da tua voz para falar com eles, pois quem poderia alcançar o Filho de Deus senão o Pai, cha-mando através do teu Ser? Ouve-O hoje e oferece-Lhe a tua voz para falar a toda a multidão que espera para ouvir o Verbo que Ele pro-nunciará hoje.

Que estejas pronto para a salvação. Ela está aqui e te será dada no dia de hoje. E aprenderás a tua função Daquele Que a esco -lheu para ti em Nome do teu Pai. Escuta hoje e ouvirás uma Voz Que ressoará pelo mundo inteiro através de ti. O Portador de todos os milagres precisa que os recebas primeiro, tornando-te assim o feliz doador daquilo que recebeste.

Assim começa a salvação e assim termina, quando tudo for teu e tudo for dado, ela permanecerá contigo para sempre. E a lição terá sido aprendida. Hoje, estamos praticando o ato de dar, não da forma como o compreendes agora, mas tal como é. Os exercícios de cada hora devem começar com esse pedido para a tua iluminação:

Que eu me aquiete e escute a verdade.

O que significa dar e receber?

Pergunta e espera uma resposta. Essa é uma pergunta cuja resposta tem estado esperando há muito tempo para ser recebida por ti. Ela dará início ao ministério para o qual vieste e libertará o mundo do pensamento de que dar é um modo de perder. E assim o mundo vem a estar pronto para compreender e receber.

Fica quieto e escuta a verdade hoje. Para cada cinco minutos passados a ouvir, mil mentes se abrem para a verdade e ouvirão o Verbo santo que tu ouves. E, passada a hora, novamente liberarás mais mil mentes, que se deterão para pedir que a verdade lhes seja dada, junto contigo.

Hoje, o santo Verbo de Deus é cumprido através do teu recebimento para que possas dá-lo, de modo que possas ensinar ao mundo o que significa dar, escutando e aprendendo com Ele. Não esqueças de reforçar a tua escolha de ouvir e receber o Verbo com esse lembrete, que darás a ti mesmo com a maior freqüência possível hoje:

Que eu me aquiete e escute a verdade.

Hoje eu sou o mensageiro de Deus, a minha voz é a Sua, para dar o que recebo.

107.107. A verdade corrigirá todos os erros na minha mente.A verdade corrigirá todos os erros na minha mente.

O que pode corrigir ilusões senão a verdade? E o que são os erros senão ilusões que permanecem sem ser reconhecidas pelo que são? Onde entra a verdade, desaparecem os erros. Eles simplesmente se desvanecem, sem deixar qualquer traço pelo qual possam ser lembrados. Eles se vão porque, sem crença, não têm vida. Assim, desaparecem no nada, voltando ao lugar de onde vieram. Vão e vêm do pó para o pó, pois só a verdade permanece.

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Podes imaginar o que é um estado mental sem ilusões: qual seria o sentimento? Tenta lembrar-te daquele tempo, – talvez um minuto, talvez menos – em que nada vinha interromper a tua paz, quando estavas certo de ser amado e de estar em segurança. Depois, tenta fazer um retrato em tua mente de como seria se esse momento fosse estendido até o final dos tempos e até a eternidade. E, en-tão, deixa que a sensação de quietude que sentiste seja cem vezes multiplicada e em seguida multiplicada cem vezes mais.

Agora, tens uma idéia, nada mais do que um leve indício do estado em que a tua mente descansará quando a verdade vier. Sem ilusões, não poderia haver nem medo, nem dúvida, nem ataque. Quando a verdade vem, toda dor acaba, pois não há espaço para que pensamentos transitórios e idéias mortas se detenham na tua mente. A verdade ocupa a tua mente por completo, liberando-te de todas as crenças no efêmero. Essas não têm lugar, porque, com a vinda da verdade, elas não estão em lugar algum. Não podem ser achadas, porque agora a verdade está em todo o lugar para sempre.

Quando a verdade vem, não fica só por um momento, para desaparecer ou transformar-se em outra coisa. Ela não se desloca e nem altera a sua forma, não vai e vem, nem vem e vai de novo. Fica exatamente tal como sempre foi e pode-se contar com ela a cada ne-cessidade, ter perfeita confiança nela em todas as aparentes dificuldades e dúvidas geradas pelas aparências que o mundo apresenta. Essas meramente se desvanecerão quando a verdade corrigir os erros na tua mente.

Quando a verdade vem abriga sob as suas asas a dádiva da perfeita constância e do amor que não vacila diante da dor, mas olha para o que está além com firmeza e segurança. Aqui está a dádiva da cura, pois a verdade não precisa de defesa, portanto, nenhum ata-que é possível. As ilusões podem ser trazidas à verdade para serem corrigidas. Mas a verdade está muito além das ilusões e não pode ser trazida até elas para transformá-las em verdade.

A verdade não vai, nem vem, nem se desloca, nem muda, ora tomando essa aparência ora aquela, fugindo da captura ou man-tendo-se fora do alcance. Ela não se esconde está na luz obviamente acessível. É impossível que alguém possa buscá-la verdadeiramen -te sem ter sucesso. O dia de hoje pertence à verdade. Dá à verdade o que lhe é devido e ela te dará o que te é devido. Não foste feito para sofrer e para morrer. É a Vontade do teu Pai que esses sonhos desapareçam. Deixa que a verdade corrija todos eles.

Não pedimos aquilo que não temos. Meramente pedimos o que nos pertence, para que possamos reconhecer o que é nosso. Hoje, vamos praticar no tom feliz da certeza que nasceu da verdade. Os passos trêmulos e vacilantes da ilusão não são a nossa aborda-gem de hoje. Estamos tão certos do sucesso quanto estamos certos de que vivemos, e esperamos, e respiramos, e pensamos. Não temos dúvidas de que caminhamos com a verdade hoje e contamos com ela para participar de todos os exercícios que fizermos nesse dia.

Começa pedindo Àquele Que vai contigo nesse empreendimento, que Ele permaneça na tua consciência à medida em que vais com Ele. Tu não és feito de carne, sangue e ossos, mas foste criado pelo mesmo Pensamento que também deu a Ele a dádiva da vida. Ele é o teu Irmão, e tão igual a ti que o teu Pai sabe que ambos são o mesmo. É ao teu Ser que estás pedindo para ir contigo e como poderia Ele estar ausente de onde estás?

A verdade corrigirá todos os erros na tua mente que te dizem que poderias estar à parte Dele. Hoje, falas com Ele e fazes a pro-messa de deixar que a Sua função seja cumprida através de ti. Compartilhar a Sua função é compartilhar a Sua alegria. A Sua confiança está contigo, enquanto dizes:

A verdade corrigirá todos os erros na minha mente, e eu descansarei Naquele Que É o meu Ser.

Deixa então que Ele te conduza gentilmente à verdade, que te envolverá e te dará uma paz tão profunda e tranqüila que terás relutância em voltar ao mundo que te é familiar.

E, no entanto, ficarás contente em olhar para esse mundo novamente. A razão disso é que trarás contigo a promessa das mu-danças que a verdade que vai contigo levará para o mundo. Elas aumentarão com cada dádiva de cinco breves minutos que lhes deres e os erros que cercam o mundo serão corrigidos à medida em que deixas que sejam corrigidos na tua mente.

Hoje, não esqueças a tua função. Toda vez que dizes a ti mesmo, com confiança: “A verdade corrigirá todos os erros na minha mente”, estarás falando por todo mundo e por Aquele Que Quer Liberar o mundo assim como quer libertar a ti.

108.108. Dar e receber são um só na verdade.Dar e receber são um só na verdade.

A visão depende da idéia de hoje. A luz está nela, pois reconcilia todos os opostos aparentes. E o que é a luz senão a resolução, nascida da paz, de todos os teus conflitos e pensamentos equivocados, fazendo de todos eles um só conceito que é totalmente verdadei -ro? Até mesmo esse virá a desaparecer, porque o Pensamento por trás dele aparecerá para tomar o seu lugar. E agora estás em paz para sempre pois o sonho acabou.

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A luz verdadeira que faz com que a visão verdadeira seja possível não é a luz que os olhos do corpo contemplam. É um estado da mente que veio a ser tão unificado que a escuridão não pode ser percebida de forma alguma. E assim o que é o mesmo é visto como um só, enquanto o que não é o mesmo permanece despercebido, pois não existe.

Essa é a luz que não mostra opostos e a visão, tendo sido curada, tem o poder de curar. Essa é a luz que traz a tua paz a outras mentes para compartilharem dela e ficarem contentes por serem unas contigo e com elas mesmas. Essa é a luz que cura porque traz a única percepção baseada num só ponto de referência do qual vem um só significado.

Aqui, tanto o dar quanto o receber são vistos como aspectos diferentes de um só Pensamento, cuja verdade não depende de qual é visto como o primeiro, ou qual parece estar em segundo lugar. Aqui compreende-se que ambos ocorrem juntos para que o Pensamen-to permaneça completo. E nesta compreensão está a base na qual todos os opostos são reconciliados por serem percebidos do mesmo ponto de referência, aquele que unifica esse Pensamento.

Um só pensamento, completamente unificado, servirá para unificar todos os pensamentos. Isso é o mesmo que dizer que uma só correção será suficiente para que todas as correções ou que perdoar totalmente um irmão é o suficiente para trazer a salvação a to-das as mentes. Pois estes não passam de casos especiais de uma só lei que se mantém para todo tipo de aprendizado, se for dirigido por Aquele Que conhece a verdade.

Aprender que dar e receber são a mesma coisa tem uma utilidade específica, pois pode-se tentar isso com muita facilidade e ver que é verdade. E quando esse caso específico tiver provado que isso sempre funciona, em todas as circunstâncias em que é feita essa tentativa, o pensamento por de trás dele pode ser generalizado a outras áreas de dúvida e de dupla visão. E, a partir daí, ele se estende-rá para finalmente chegar ao único Pensamento que é a base de todos os outros.

Hoje, praticaremos o caso específico de dar e receber. Usaremos essa simples lição naquilo que é óbvio, pois tem resultados que não podemos perder. Dar é receber. Hoje, tentaremos oferecer paz a todos e ver quão rapidamente ela retorna a nós. Luz é tranqüilida-de e é nesta paz que a visão nos é dada e podemos ver. Assim, começaremos os períodos de prática com a instrução do dia, dizendo:

Dar e receber são um só na verdade.

Hei de receber o que estou dando agora.

Em seguida, fecha os olhos e pensa durante cinco minutos no que queres oferecer a todos para que seja teu. Podes dizer:

A todos eu ofereço quietude.

A todos eu ofereço a paz da mente.

A todos eu ofereço gentileza.

Dize cada uma destas frases lentamente, em seguida faze uma pequena pausa esperando para receber a dádiva que deste. E ela virá a ti na mesma medida em que a deste. Descobrirás que tens um retorno exato, pois é isso o que pediste. Talvez também seja útil pensares em alguém para dar as tuas dádivas. Ele representa os outros, e através dele, dás a todos.

Nossa lição muito simples para o dia de hoje te ensinará muito. Efeito e causa passarão a ser bem mais compreendidos a partir deste momento e progrediremos muito mais rapidamente. Pensa nos exercícios para o dia de hoje como rápidos avanços no teu apren-dizado, ainda mais rápidos e mais seguros a cada vez que disseres: “Dar e receber são um só na verdade.”

109.109. Eu descanso em Deus. Eu descanso em Deus.

Hoje pedimos descanso e uma quietude inabalada pelas aparências do mundo. Pedimos paz e serenidade em meio a todo o tu -multo que nasce de sonhos em conflito. Pedimos segurança e felicidade, embora pareçamos olhar para o perigo e o pesar. E temos o pensamento que responderá ao nosso pedido com o que estamos pedindo.

“Eu descanso em Deus.” Esse pensamento te trará o descanso e a quietude, a paz e a calma, a segurança e a felicidade que buscas. “Eu descanso em Deus.” Esse pensamento tem o poder de despertar a verdade adormecida em ti, cuja visão vê, além das aparências, essa mesma verdade em todos e em tudo o que existe. Eis aqui o fim do sofrimento para o mundo todo, para todos os que jamais vieram ou que ainda virão para passar algum tempo aqui. Eis aqui o pensamento em que o Filho de Deus nasce de novo para reconhecer a si mesmo.

“Eu descanso em Deus.” Completamente imperturbável, esse pensamento te carregará através das tempestades e da discórdia, além da miséria e da dor, além da perda e da morte, e mais adiante em direção à certeza de Deus. Não há sofrimento que ele não possa curar. Não há problema que ele não possa resolver. Não há nenhuma aparência que não se volte para a verdade diante dos teus olhos, pois tu és aquele que descansa em Deus.

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Esse é o dia da paz. Descansa em Deus e, enquanto o mundo é dilacerado por ventos de ódio, o teu descanso permanece com -pletamente imperturbado. O teu descanso é o da verdade. As aparências não podem interferir em ti. Chama a todos para que se unam a ti no teu descanso e todos ouvirão e virão a ti, pois descansas em Deus. Eles não ouvirão outra voz senão a tua, porque deste a tua voz a Deus e agora descansas Nele e deixa-O falar através de ti.

Nele, não tens cuidados nem preocupações, não tens fardos, ansiedade ou dor, medo do futuro ou arrependimentos passados. Descansas na intemporalidade, enquanto o tempo passa sem deixar seu toque sobre ti, pois o teu descanso nunca pode mudar de modo algum. Hoje, descansa. E, ao fechares os olhos, afunda na serenidade. Deixa que estes períodos de descanso e pausa reassegurem à tua mente que todas as tuas fantasias frenéticas não passavam de sonhos febris que se foram. Deixa a tua mente ficar serena e aceitar com gratidão a sua cura. Nenhum sonho amedrontador virá, agora que descansas em Deus. Reserva tempo hoje para passar dos sonhos à paz.

Hoje, a cada hora que descansas, uma mente cansada subitamente se faz contente, um pássaro de asas quebradas começa a can-tar, um rio seco há muito tempo voltará a fluir. O mundo renasce a cada vez que descansas e te lembras a cada hora que vieste para tra-zer a paz de Deus ao mundo para que ele possa descansar junto contigo.

Com cada cinco minutos de descanso hoje, o mundo estará mais próximo do despertar. E o momento em que o descanso será a única coisa que existe, vem para mais perto de todas as mentes desgastadas e cansadas, por demais exauridas para seguirem os seus caminhos sozinhas. E elas ouvirão o pássaro começar a cantar e verão o rio fluir novamente com renascida esperança e com a energia restaurada para andar com passos leves ao longo da estrada que, de súbito, parece fácil à medida em que a percorrem.

Hoje, descansas na paz de Deus e, do teu descanso, chamas os teus irmãos para atraí-los ao descanso junto contigo. Hoje esta-rás fiel à tua confiança, sem esquecer ninguém, trazendo todos ao círculo sem limites da tua paz, o santuário sagrado onde descansas. Abre as portas do templo e deixa-os vir do outro lado do mundo e de perto também; os teus irmãos distantes e os teus amigos mais ín -timos; convida-os todos a entrar aqui e a descansar contigo.

Hoje, descansa na paz de Deus, quieto e sem medo. Cada irmão vem para descansar e oferecer o descanso a ti. Descansamos juntos aqui, pois é assim que o nosso descanso se faz completo, e já recebemos o que estamos dando hoje. O tempo não é o guardião do que damos hoje. Estamos dando àqueles que ainda não nasceram e àqueles que já passaram, a cada Pensamento de Deus e à Mente na qual estes Pensamentos nasceram e onde descansam. E nós lembraremos a eles do seu lugar de descanso toda vez que dissermos a nós mesmos: “Eu descanso em Deus.”

110.110. Eu sou como Deus me criou.Eu sou como Deus me criou.

Repetiremos essa idéia de hoje de vez em quando. A razão disso é que esse único pensamento seria suficiente para salvar a ti e ao mundo, se acreditasses que é verdadeiro. Essa verdade significaria que não fizeste nenhuma mudança em ti mesmo que tenha reali -dade, e nem mudaste o universo de forma que o que Deus criou seja substituído pelo e pelo mal, pela miséria e pela morte. Se perma-neces tal como Deus te criou, o medo não tem significado, o mal não é real, a miséria e a morte não existem.

A idéia de hoje é, portanto, tudo o que precisas para deixar que a completa correção cure a tua mente e te dê a visão perfeita que curará todos os equívocos que qualquer mente tenha cometido, em qualquer tempo ou lugar. Ela basta para curar o passado e fa-zer com que o futuro seja livre. Basta para deixar que o presente seja aceito tal como é. Basta para deixar que o tempo seja o meio pelo qual todo mundo aprende a escapar do tempo e de todas as mudanças que o tempo parece trazer ao passar.

Se permaneces tal como Deus te criou, as aparências não podem tomar o lugar da verdade, a saúde não pode virar doença nem a morte pode substituir a vida, ou o medo o amor. Tudo isso não ocorreu, se tu permaneces tal como Deus te criou. Não precisas de ne -nhum pensamento, a não ser esse, para deixar que a redenção venha a iluminar o mundo e libertar-te do passado.

Com esse único pensamento todo o passado é desfeito; o presente é salvo para estender-se em quietude até um futuro intempo-ral. Se tu és tal como Deus te criou, então não houve separação entre a tua mente e a Sua, nem divisão entre a tua e as outras mentes e, dentro da tua própria mente só há unidade.

O poder curativo da idéia de hoje é sem limites. É o berço de todos os milagres, a grande restauradora da verdade à consciência do mundo. Pratica a idéia de hoje com gratidão. Essa é a verdade que vem para libertar-te. Essa é a verdade que Deus te prometeu. Esse é o Verbo no qual todo pesar chega ao fim. Para os teus períodos de prática de cinco minutos, começa com essa citação do texto:

Eu sou como Deus me criou. O Seu Filho nada pode sofrer. E eu sou o Seu Filho.

Em seguida, com essa declaração bem firme em tua mente, tenta descobrir em tua mente o Ser Que é o Filho santo de Deus em Si Mesmo. Busca dentro de ti Aquele que é o Cristo em ti, o Filho de Deus e o irmão do mundo, o Salvador Que foi salvo para sempre,

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com o poder de salvar todo aquele que O tocar por mais levemente que seja pedindo o Verbo que lhe diz que ele é um irmão para com ele. Tu és como Deus te criou. Hoje, honra teu Ser. Não deixes que as imagens de escultura que fizeste para que fossem o Filho de Deus em lugar do que ele é sejam adoradas no dia de hoje. No fundo da tua mente, o Cristo santo em ti está à espera de que O reco -nheças como tu mesmo. E estás perdido e não conheces a ti mesmo enquanto Ele permanece sem reconhecimento e não é conhecido.

Busca-O hoje e acha-O. ele será o teu Salvador de todos os ídolos que tens feito. Pois quando O achares, compreenderás quão sem valor são os teus ídolos e quão falsas as imagens que acreditavas que eras. Hoje avançamos muito em direção à verdade, abando -nando os ídolos e abrindo as nossas mãos, os nossos corações e as nossas mentes para Deus nesse dia.

Lembraremos Dele ao longo do dia com corações agradecidos e com pensamentos de amor por todos aqueles que encontrarmos hoje. Pois é assim que nos lembramos Dele. E diremos, para que sejamos lembrados do Seu Filho, o nosso Ser Santo, o Cristo em cada um de nós.

Eu sou como Deus me criou.

Vamos declarar essa verdade com a maior freqüência possível. Esse é o Verbo de Deus que te liberta. Essa é a chave que abre a porta do Céu e te deixa entrar na paz de Deus e na Sua eternidade.

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REVISÃO IIIREVISÃO III1. A nossa próxima revisão começa hoje. Revisaremos duas das lições recentes a cada dia durante dez dias sucessivos de prática.

Observaremos uma forma especial para estes períodos de prática, e a ti é recomendado com insistência que a sigas o mais fiel -

mente possível. Compreendemos, é claro, que talvez te seja impossível empreender o que é sugerido aqui como o melhor a cada

dia e a cada hora do dia. O aprendizado não ficará prejudicado se perderes um período de prática por ser impossível para ti na

hora indicada. Também não é necessário que faças esforços excessivos para certificar-te de que estás acompanhando em termos

de números. Rituais não são o nosso objetivo e derrotariam a nossa meta.

2. Mas o aprendizado será prejudicado se pulares um período de prática por não estares disposto a dedicar a isso o tempo que se

pede que dês. Não te enganes a respeito. A falta de disponibilidade pode estar cuidadosamente escondida por trás de um disfarce

feito de situações que não podes controlar. Aprende a distinguir as situações pouco favoráveis para a tua prática daquelas que es -

tabeleces para manter uma camuflagem para a tua falta de disponibilidade.

3. Os períodos de prática que perdeste porque não quiseste fazê-los, qualquer que tenha sido a razão, devem ser feitos assim que ti-

veres mudado a tua mente quanto à tua meta. Não terás vontade de cooperar na prática da salvação somente se ela interferir com

metas que valorizas mais. Quando retirares o valor que lhes deste, deixa que os teus períodos de prática substituam as tuas litanias

a elas. Elas nada te deram. Mas a tua prática pode te oferecer tudo. Assim, aceita o que ela te oferece e fica em paz.

4. A forma que deves usar para estas revisões é essa: dedica cinco minutos duas vezes por dia ou mais se preferires, a considerar

os pensamentos que são indicados. Lê as idéias e os comentários que estão escritos para o exercício de cada dia. Em seguida, co -

meça a pensar sobre eles, deixando que a tua mente os relacione com as tuas necessidades, os teus problemas aparentes e todas as

tuas preocupações.

5. Põe as idéias na tua mente e deixa-a usá-las como ela escolher. Deposita a tua fé de que ela as usará com sabedoria, pois nas

suas decisões terá a ajuda Daquele Que deu os pensamentos a ti. Em que mais podes confiar, senão no que está na tua mente?

Tem fé nestas revisões, o meio que o Espírito Santo usa não falhará. A sabedoria da tua mente virá em teu auxílio. Dá a direção

no início, em seguida recosta-te em quietude e com fé e deixa a tua mente empregar os pensamentos que tu lhe deste, pois eles te

foram dados para que ela os use.

6. Eles te foram dados em perfeita confiança, com perfeita segurança de que farás bom uso deles, com fé perfeita de que verás as

suas mensagens e as usarás para ti mesmo. Oferece-as à tua mente com o mesmo crédito, confiança e fé. Ela não falhará. Ela é o

meio escolhido pelo Espírito Santo para a tua salvação. Uma vez que ela tem o Seu crédito, não há dúvida de que o Seu meio tem

que merecer o teu também.

7. Enfatizamos os benefícios que terás se dedicares os primeiros cinco minutos do dia às tuas revisões e também se lhes deres os

últimos cinco minutos de vigília do teu dia. Se isso não for possível, tenta pelo menos dividi-los de tal forma que empreendas

uma revisão pela manhã e a outra durante a última hora antes de ires dormir.

8. Os exercícios a serem feitos ao longo do dia são igualmente importantes e talvez até de maior valor. Tens estado inclinado a

praticar apenas nos horários indicados e depois seguir o teu caminho para outras coisas sem aplicar a elas o que aprendeste. Como

resultado, os reforços que ganhaste foram poucos e não deram ao teu aprendizado uma chance justa para provar o quanto é grande

o teu potencial de dádivas para ti. Eis aqui uma outra chance para fazeres bom uso dele.

9. Nestas revisões, enfatizamos a necessidade de não deixares que o teu aprendizado seja em vão entre os teus períodos de prática

mais prolongados. Tenta dar às tuas duas idéias diárias uma revisão breve, mas séria a cada hora. Usa uma delas exatamente na

hora e a outra meia hora mais tarde. Não é preciso dar mais do que apenas um momento a cada uma. Repete-a e deixa a tua mente

descansar por pouco tempo em silêncio e em paz. Em seguida, volta-te para as outras coisas, mas tenta conservar o pensamento

contigo e deixa-o servir também para ajudar-te a manter a tua paz ao longo do dia.

10. Se ficares perturbado, pensa nele novamente. Estes períodos de prática são planejados para ajudar-te a formar o hábito de apli-

car o que aprendes a cada dia a tudo que fazes. Não repitas o pensamento para deixá-lo de lado. A sua utilidade é sem limites para

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 78 de 188ti. E ele se destina a servir-te de todas as maneiras, em todos os momentos e lugares e sempre que precisares de qualquer tipo de

ajuda. Portanto, tenta levá-lo contigo durante as tuas atividades do dia, fazendo com que ele seja santo, digno no Filho de Deus,

aceitável para Deus e para o teu Ser.

11. As tarefas para a revisão de cada dia serão concluídas com uma reafirmação do pensamento a ser usado a cada hora, e também

daquele a ser aplicado na meia-hora seguinte. Não os esqueças. Essa segunda chance para cada uma destas idéias trará enormes

avanços e sairemos destas revisões com benefícios de aprendizado tão grandes que continuaremos em terreno mais sólido, com

passos mais firmes e com a fé mais forte.

Não esqueças quão pouco tens aprendido.

Não esqueças o quanto podes aprender agora.

Não esqueças que o Teu Pai precisa de ti ao revisares estes pensamentos que Ele te deu.

111.111. Lições 91 e 92.Lições 91 e 92.

91. Milagres são vistos na luz.Eu não posso ver na escuridão. Que a luz da santidade e da verdade ilumine a minha mente e me permita ver a inocência interior.

92. Milagres são vistos na luz, e a luz e a força são uma só.Eu vejo através da força, a dádiva de Deus para mim. A minha fraqueza é a escuridão que a dádiva de Deus dissipa, dando-me a Sua força para tomar o seu lugar.

Para a hora:Milagres são vistos na luz.

Para a meia-hora:Milagres são vistos na luz, e a luz e a força são uma só.

112.112. Lições 93 e 94.Lições 93 e 94.

93. A luz, a alegria e a paz habitam em mim. Eu sou o lar da luz, da alegria e da paz. Eu lhes dou boas-vindas no lar que compartilho com Deus, porque eu sou uma parte Dele.

94. Eu sou como Deus me criou.Permanecerei para sempre como fui, criado pelo Imutável como Ele Mesmo. Eu sou um com Ele e Ele comigo.

Para a hora:A luz, a alegria e a paz habitam em mim.

Para a meia-hora:Eu sou como Deus me criou.

113.113. Lições 95 e 96.Lições 95 e 96.

95. Eu sou um único Ser, unido ao meu Criador.A serenidade e a paz perfeita são minhas, porque eu sou um Ser completamente íntegro, em unidade com toda a criação e com Deus.

96. A salvação vem do meu único Ser.Do meu único Ser, Cujo conhecimento permanece ainda dentro da minha mente, eu vejo o plano perfeito de Deus para a minha salvação perfeitamente cumprido.

Para a hora:Eu sou um único Ser, unido ao meu Criador.

Para a meia-hora:A salvação vem do meu único Ser.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 79 de 188

114.114. Lições 97 e 98.Lições 97 e 98.

97. Eu sou espírito.Eu sou o Filho de Deus. Nenhum corpo pode conter meu espírito, nem me impor uma limitação que Deus não criou.

98. Vou aceitar a minha parte no plano de Deus para a salvação.O que pode ser minha função senão aceitar o Verbo de Deus, Que me criou quanto ao que eu sou e serei para sempre?

Para a hora:Eu sou espírito.

Para a meia-hora:Vou aceitar a minha parte no plano de Deus para a salvação.

115.115. Lições 99 e 100.Lições 99 e 100.

99. A salvação é a minha única função aqui.A minha função aqui é perdoar o mundo por todos os erros que tenho feito. Pois assim sou liberado de todos eles com todo o mundo.

100. A minha parte é essencial no plano de Deus para a salvação.Eu sou essencial ao plano de Deus para a salvação do mundo. Pois ele me deu o Seu plano para que eu possa salvar o mundo.

Para a hora:A salvação é a minha única função aqui.

Para a meia-hora:A minha parte é essencial no plano de Deus para a salvação.

116.116. Lições 101 e 102.Lições 101 e 102.

101. A Vontade de Deus para mim é a felicidade perfeita.A Vontade de Deus é a felicidade perfeita para mim. E eu só posso sofrer se acreditar que há outra vontade à parte da Dele.

102. Eu compartilho a Vontade de Deus de felicidade para mim.Eu compartilho a Vontade de Deus para mim, seu Filho. O que Ele me deu é tudo o que eu quero. O que Ele me deu é tudo o que existe.

Para a hora:A Vontade de Deus para mim é a felicidade perfeita.

Para a meia-hora:Eu compartilho a Vontade de Deus de felicidade para mim..

117.117. Lições 103 e 104.Lições 103 e 104.

103. Deus, sendo Amor, é também felicidade.Que eu me lembre que amor é felicidade, e nada mais traz alegria. Então escolho não receber nenhum substituto para o amor.

104. Eu busco apenas o que pertence a mim na verdade.O Amor é a minha herança, e com ele a alegria. Estas são as dádivas que meu Pai me deu. Eu quero aceitar tudo o que é meu na verdade.

Para a hora:Deus, sendo Amor, é também felicidade.

Para a meia-hora:Eu busco apenas o que pertence a mim na verdade.

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118.118. Lições 105 e 106.Lições 105 e 106.

105. A paz e a alegria de Deus são minhas.Hoje aceitarei a paz e a alegria de Deus, trocando-as com contentamento por todos os substitutos que tenho feito para a felicidade e a paz.

106. Que eu me aquiete e escute a verdade.Que a minha fraca voz se cale e permita-me ouvir a poderosa Voz pela própria Verdade assegurar-me que eu sou o Filho perfeito de Deus.

Para a hora:A paz e a alegria de Deus são minhas.

Para a meia-hora:Que eu me aquiete e escute a verdade.

119.119. Lições 107 e 108.Lições 107 e 108.

107. A verdade corrigirá todos os erros na minha mente.Estou equivocado quando penso que posso ser ferido de qualquer modo. Eu sou o Filho de Deus, cujo Ser descansa com segurança na Mente de Deus.

108. Dar e receber são um só na verdade.Perdoarei todas as coisas hoje para que eu possa aprender como aceitar a verdade em mim e venha a reconhecer a minha impecabilidade.

Para a hora:A verdade corrigirá todos os erros na minha mente.

Para a meia-hora:Dar e receber são um só na verdade

120.120. Lições 109 e 110.Lições 109 e 110.

109. Eu descanso em Deus.Eu descanso em Deus hoje e deixo que Ele trabalhe em mim e através de mim enquanto descanso Nele em quietude e perfeita certeza.

110. Eu sou como Deus me criou.Eu sou o Filho de Deus. Hoje deixo de lado todas as ilusões doentias sobre mim mesmo e permito que meu Pai me diga Quem eu realmente sou.

Para a hora:Eu descanso em Deus.

Para a meia-hora:Eu sou como Deus me criou.

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PARTE IVPARTE IV

121.121. O perdão é a chave da felicidade.O perdão é a chave da felicidade.

Eis aqui a resposta para a tua busca de paz. Eis aqui a chave do significado em um mundo que parece não fazer sentido. Eis aqui o caminho para a segurança nos perigos aparentes que parecem ameaçar-te a cada esquina, trazendo a incerteza para todas as tuas esperanças de jamais achar a quietude e a paz. Aqui, todas as perguntas são respondidas, aqui está finalmente assegurado o fim de toda a incerteza.

A mente que não perdoa é cheia de medo e não oferece espaço ao amor para ser ele mesmo, nenhum lugar onde ele possa esten-der as suas asas em paz e elevar-se acima do tumulto do mundo. A mente que não perdoa é triste, sem esperança de descanso e de li -berar-se da dor. Ela sofre e habita na miséria, espreitando a escuridão sem ver, mas certa do perigo que lá a ronda.

A mente que não perdoa é dilacerada pela dúvida, confusa a respeito de si mesma e de tudo o que vê; medrosa e com raiva, fraca e ameaçadora, com medo de seguir adiante, com medo de ficar; com medo de acordar ou de adormecer, com medo de qualquer som, to-davia com mais medo ainda do silêncio; aterrorizada pela escuridão e no entanto mais aterrorizada ainda com a aproximação da luz. O que pode a mente que não perdoa perceber, senão a sua própria perdição? O que pode contemplar, senão a prova de que todos os seus pecados são reais?

A mente que não perdoa não vê equívocos, só pecados. Olha para o mundo com olhos que não vêem e grita ao ver as suas própri -as projeções erguerem-se para atacar a sua miserável paródia de vida. Ela quer viver, mas deseja estar morta. Quer o perdão, mas não vê esperança alguma. Quer escapar, mas não pode conceber nenhuma saída, porque vê o pecado em toda parte.

A mente que não perdoa está em desespero, sem a perspectiva de um futuro que possa lhe oferecer alguma coisa que não seja mais desespero. Pensa que não pode mudar, pois o que vê dá testemunho de que o seu julgamento é correto. Não pergunta, porque pensa que sabe. Não questiona, pois tem certeza de que está certa.

O perdão é adquirido. Não é inerente à mente, que não pode pecar. Como o pecado é uma idéia que ensinaste a ti mesmo, o per-dão também tem que ser aprendido por ti, mas com um Professor diferente de ti, Aquele que representa o outro Ser em ti. Através Dele, aprendes a perdoar o ser que pensas que fizeste e deixá-lo desaparecer. Assim, devolves a tua mente unificada Àquele Que é o teu Ser e Que jamais pode pecar.

Cada mente que não perdoa te apresenta uma oportunidade para ensinar à tua própria mente como perdoar a si mesma. Cada uma delas espera a liberação do inferno por teu intermédio e se volta para ti implorando-te o Céu aqui e agora. Ela não tem esperança, mas vens a ser a sua esperança. E sendo a sua esperança, vens a ser a tua própria. A mente que não perdoa tem que aprender através do teu perdão que foi salva do inferno. E, ao ensinares a salvação, aprenderás. No entanto, todo o teu ensino e o teu aprendizado não virão de ti, mas do Professor Que te foi dado para mostrar-te o caminho.

Hoje praticaremos aprender a perdoar. Se estiveres disposto hoje podes aprender a pegar a chave da felicidade e usá-la a favor de ti mesmo. Dedicaremos dez minutos pela manhã e mais dez à noite ao aprendizado de dar o perdão e também de recebê-lo.

A mente que não perdoa não acredita que dar e receber são a mesma coisa. Mas hoje tentaremos aprender que são uma só, pra-ticando o perdão em relação a alguém que pensas ser um inimigo e a alguém que consideras como um amigo. E ao aprender a vê-los como um só, estenderemos a lição a ti mesmo e veremos que no seu escape estava incluído o teu.

Dá início aos períodos de prática mais longos pensando em alguém de quem não gostes, que pareça irritar-te ou que te cause contrariedade se vieres a encontrá-lo; alguém que de fato desprezes ou apenas tentes ignorar. Não importa a forma que tome a tua rai -va. Provavelmente já o escolheste. Ele servirá.

Agora, fecha os olhos e vendo-o na tua mente, olha para ele por um momento. Tenta perceber nele alguma luz em algum lugar, um pequeno lampejo que antes nunca havias notado. Tenta achar uma pequena centelha de luz brilhando através do feio retrato que manténs dele. Olha para esse retrato até que vejas uma luz em algum ponto e em seguida tenta deixar que essa luz se estenda até co-bri-lo, fazendo com que o retrato seja bonito e bom.

Olha por um momento para essa percepção mudada e volta a tua mente para aquele a quem chamas de amigo. Procura transfe-rir para ele a luz que aprendeste a ver em torno do teu antigo “inimigo”. Percebe-o agora como mais do que um amigo para ti, pois nesta luz, a sua santidade te mostra o teu salvador, salvo e pronto a salvar, curado e íntegro.

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Então, deixa que ele ofereça a ti a luz que vês nele e deixa que o teu “inimigo” e o teu amigo se unam, abençoando-te com o que deste. Agora, és um com eles e eles contigo. Agora foste perdoado por ti mesmo. Não esqueças, ao longo do dia, o papel que o perdão desempenha em trazer felicidade a cada mente que não perdoa, incluindo entre elas a tua. Dize a ti mesmo a cada hora:

O perdão é a chave da felicidade. Despertarei do sonho de que sou mortal, falível e cheio de pecado e saberei que sou o Filho perfeito de Deus.

122.122. O perdão oferece tudo o que eu quero.O perdão oferece tudo o que eu quero.

O que poderias querer que o perdão não possa dar? Queres paz? O perdão a oferece. Queres felicidade, uma mente serena, cer -teza acerca do teu propósito e um senso de valor e beleza que transcende o mundo? Queres atenção, segurança e o calor da proteção garantida para sempre? Queres uma quietude que não possa ser perturbada, uma gentileza que jamais possa ser ferida, um consolo profundo e duradouro e um descanso tão perfeito que jamais possa ser transtornado?

O perdão te oferece tudo isso, e mais. Ele brilha nos teus olhos quando acordas e te dá alegria para saudar o dia. Conforta a tua fronte enquanto dormes e repousa sobre as tuas pálpebras para que não tenhas sonhos de medo e mal, malícia e ataque. E quando acordas de novo, ele te oferece um outro dia de felicidade e paz. O perdão te oferece tudo isso, e mais.

O perdão permite que seja erguido o véu que esconde a faze de Cristo daqueles que olham para o mundo com olhos sem perdão. Permite que reconheças o Filho de Deus e limpes a tua memória de todos os pensamentos mortos, para que a lembrança do teu Pai possa surgir no limiar da tua mente. O que poderias querer que o perdão não possa dar? Que outras dádivas além destas são dignas de serem buscadas? Que valor imaginário, que efeito trivial, que promessa fugaz que nunca será cumprida pode conter mais esperança do que aquilo que o perdão traz?

Por que buscarias uma outra resposta, além da resposta que responde a tudo? Eis aqui a resposta perfeita, dada a perguntas imperfeitas, a pedidos sem significado, à pouca disponibilidade para ouvir, a menos da metade do zelo que poderias dar e a uma confi -ança parcial. Eis aqui a resposta! Não a busques mais. Não acharás nenhuma outra em vez dela.

O plano de Deus para a tua salvação não pode mudar nem pode falhar. Sê grato por ele permanecer exatamente como Deus o planejou. Imutável, ele está diante de ti como uma porta aberta, ele te chama de além do umbral com boas-vindas calorosas, pedindo-te que entres e sinta-te em casa, onde é o teu lugar.

Eis aqui a resposta! Preferirias ficar do lado de fora, quando o Céu inteiro espera por ti do lado de dentro? Perdoa e sê perdoa -do. Como dás, assim receberás. Não há outro plano senão esse para a salvação do Filho de Deus. Regozijemo-nos hoje por ser assim, pois aqui temos uma resposta clara e simples além do engano na sua simplicidade. Todas as complexidades que o mundo teceu com frágeis teias de aranha desaparecem diante do poder e da majestade dessa declaração extremamente simples da verdade.

Eis aqui a resposta! Não vires as costas para novamente vagar sem rumo. Aceita a salvação agora. É a dádiva de Deus e não do mundo. O mundo não pode oferecer nenhuma dádiva de qualquer valor à mente que tenha recebido como seu o que Deus lhe deu. É Vontade de Deus que a salvação seja recebida hoje e que os labirintos dos teus sonhos não mais escondam de ti que nada são.

Abre os teus olhos, hoje, e olha para um mundo feliz, de segurança e paz. O perdão é o meio pelo qual ele vem tomar o lugar do inferno. Na quietude, ele surge para saudar os teus olhos abertos e encher o teu coração de profunda tranqüilidade, à medida que ver -dades antigas, eternamente recém-nascidas surgem na tua consciência. O que vais lembrar nesse momento nunca poderá ser descrito. No entanto, o teu perdão te oferece isso.

Lembrando-nos das dádivas do perdão, empreendemos a nossa prática de hoje com esperança e fé de que esse será o dia em que a salvação será nossa. Nós a buscaremos hoje com ardor e alegria, cientes de que seguramos a chave em nossas mãos, aceitando a resposta do Céu ao inferno que fizemos, mas no qual não mais queremos permanecer.

De manhã e à noite, oferecemos com alegria um quarto de hoje à busca na qual o fim do inferno está garantido. Começa com es-perança, pois alcançamos o ponto de mutação, em que a estrada vem a ser muito mais fácil. E agora o caminho que ainda temos que percorrer é curto. De fato, estamos bem próximos do final estabelecido para o sonho.

Mergulha na felicidade ao começar estes períodos de prática, pois oferecem as infalíveis recompensas de perguntas respondidas e do que resulta da tua aceitação da resposta. Hoje te será dado sentir a paz que o perdão oferece e a alegria que o levantar do véu des-cortina para ti.

Diante da luz que receberás hoje, o mundo se desvanecerá até desaparecer e verás surgir u outro mundo e não terás palavras para retratá-lo. Caminhamos agora diretamente para a luz e recebemos as dádivas que nos foram reservadas desde o início dos tempos, à espera do dia de hoje.

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O perdão oferece tudo o que queres. Hoje, todas as coisas que queres te são dadas. Não deixes que as tuas dádivas sumam da tua vista durante o dia, quando voltares a encontrar um mundo de mudanças passageiras e aparências desoladoras. Conserva as tuas dádivas na tua consciência com clareza ao ver o imutável no coração da mudança, a luz da verdade por trás das aparências.

Não sejas tentado a deixar que as tuas dádivas passem despercebidas e caiam no esquecimento, mas mantêm-nas com firmeza em tua mente através das tuas tentativas de pensar nelas pelo menos por um minuto a cada quarto de hora que passa. Lembra-te do quanto estas dádivas são preciosas com esse lembrete, que tem o poder de mantê-las na tua consciência ao longo do dia:

O perdão oferece tudo o que eu quero.

Hoje, aceitei isso como verdadeiro.

Hoje, recebi as dádivas de Deus.

123.123. Agradeço ao meu Pai por Suas dádivas para mim.Agradeço ao meu Pai por Suas dádivas para mim.

Hoje, sejamos gratos. Chegamos a atalhos mais suaves e a estradas mais planas. Não pensamos em voltar atrás e não há nenhu-ma resistência implacável à verdade. Um pouco de indecisão permanece, algumas pequenas objeções e um pouco de hesitação mas po -des muito bem ser grato pelos teus ganhos, que são muito maiores do que reconheces.

Agora, um dia dedicado à gratidão acrescentará o benefício de algum discernimento acerca da real extensão de tudo o que tens ganho, das dádivas que tens recebido. Fica contente hoje em gratidão amorosa, o teu Pai não te abandonou a ti mesmo, nem te deixou a vagar sozinho no escuro. Sê grato por Ele te ter salvo do ser que pensaste ter feito para ocupar o Seu lugar e o da Sua criação. Hoje, dá-Lhe graças.

Dá-Lhe graças por Ele não ter te abandonado e pelo Seu Amor permanecer para sempre brilhando sobre ti, para sempre imutá-vel. Dá-Lhe graças também por seres imutável, pois o Filho que Ele ama é tão imutável quanto Ele próprio. Sê grato por estares salvo. Fica contente por teres uma função a ser cumprida na salvação. Sê grato por teu valor transcender em muito as tuas parcas dádivas e os teus julgamentos mesquinhos sobre aquele que Deus estabeleceu como Seu Filho.

Hoje, em gratidão elevamos os nossos corações acima do desespero e erguemos os nossos olhos agradecidos que não olham mais para baixo, para o pó. Hoje, entoamos a canção do agradecimento em honra ao Ser Que segundo a Vontade de Deus é a nossa verdadei-ra Identidade Nele. Hoje, sorrimos para todos aqueles que vemos e caminhamos com passos leves ao fazermos o que nos foi designado fazer.

Não vamos sozinhos. E damos graças porque na nossa solidão um Amigo veio para nos falar do Verbo salvador de Deus. E agra-decemos a ti por tê-Lo ouvido. O Verbo de Deus não tem som, se não for ouvido. Ao agradeceres a Ele, os agradecimentos são teus tam-bém. Uma mensagem que não é ouvida não salvará o mundo, por mais poderosa que seja a Voz que a diz, por mais amorosa que a men-sagem possa ser.

Graças sejam dadas a ti que ouviste, pois vens a ser o mensageiro que traz consigo a Sua Voz e a deixa ecoar por todo o mundo. Hoje recebe os agradecimentos de Deus ao dar graças a Ele. Pois Ele quer te oferecer os agradecimentos que tu Lhe dás, já que Ele re -cebe com amorosa gratidão as tuas dádivas e as devolve mil vezes, cem mil vezes maiores do que quando foram dadas. Ele abençoará as tuas dádivas compartilhando-as contigo. E assim elas crescem em poder e força até que encham o mundo com contentamento e grati-dão.

Recebe o Seu agradecimento e oferece-Lhe o teu durante quinze minutos duas vezes hoje. E compreenderás a Quem ofereces a tua gratidão e a Quem Ele agradece quando estás Lhe agradecendo. Essa santa meia-hora dada a Ele te será devolvida na proporção de anos para cada segundo e poder para salvar o mundo com rapidez aumentada de muitas eras graças ao teu agradecimento a Ele.

Recebe os Seus agradecimentos e compreenderás o quão amorosamente Ele te guarda na Sua Mente, quão profundo e ilimitado é o Seu cuidado para contigo, quão perfeita é a Sua gratidão a ti. Lembra-te de pensar Nele a cada hora e dá-Lhe graças por tudo o que Ele deu ao Seu Filho para que ele possa erguer-se acima do mundo lembrando-se do seu Pai e do seu Ser.

124.124. Que eu me lembre que sou um com Deus.Que eu me lembre que sou um com Deus.

Hoje, damos graças mais uma vez pela nossa Identidade em Deus. A nossa casa está em segurança, a proteção nos é garantida em tudo o que fazemos, o poder e a força estão ao nosso alcance em todos os nossos empreendimentos. Não podemos falhar em nada. Tudo o que tocamos se reveste de uma luz brilhante que abençoa e cura. Em unidade com Deus e com o universo continuamos o nosso próprio caminho, regozijando-nos com o pensamento de que o próprio Deus vai conosco a toda parte.

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Como são santas as nossas mentes! E tudo o que vemos reflete a santidade dentro da mente que está em unidade com Deus e consigo mesma. Como os erros desaparecem com facilidade e a morte dá lugar à vida que dura para sempre. As marcas brilhantes dos nossos passos indicam o caminho para a verdade, pois Deus é o nosso Companheiro enquanto caminhamos pelo mundo ainda um pou -co mais. E aqueles que vêm para nos seguir reconhecerão o caminho, pois a luz que carregamos fica atrás de nós, embora também per -maneça conosco à medida que caminhamos.

O que recebemos é a nossa dádiva eterna para aqueles que nos seguem, para aqueles que foram antes de nós, ou que viçaram algum tempo conosco. E Deus Que nos ama a todos com amor igual, aquele no qual fomos criados, sorri para nós e nos oferece a felici -dade que demos.

Hoje, não duvidaremos do Seu Amor por nós, nem questionaremos a Sua proteção e o Seu cuidado. Nenhuma ansiedade sem significado pode vir para interferir na nossa fé e na nossa consciência da Sua Presença. Somos um com Ele, hoje, em reconhecimento e lembrança. Nos O sentimos em nossos corações. Nossas mentes contêm os Seus pensamentos, nossos olhos contemplam a Sua beleza em tudo o que olhamos. Hoje, vemos apenas o que é amoroso e amável.

Vemos isso nas aparências da dor e a dor dá lugar à paz. Vemos isso nos frenéticos, nos tristes e nos aflitos, nos solitários e nos medrosos que são restaurados à tranqüilidade e à paz da mente na qual foram criados. É o que vemos nos moribundos e nos mortos também, restaurando-os à vida. Vemos tudo isso porque o vimos primeiro dentro de nós mesmos.

Nenhum milagre jamais pode ser negado àqueles que sabem que são um com Deus. Nenhum dos seus pensamentos deixa de ter o poder de curar todas as formas de sofrimento em qualquer pessoa, nos tempos que já passaram e nos tempos que ainda estão por vir, com a mesma facilidade com que curam aqueles que atualmente caminham ao seu lado. Os seus pensamentos são intemporais e estão à parte da distância e à parte do tempo.

Nós nos unimos nesta consciência ao dizermos que somos um com Deus. Pois, nestas palavras, também estamos dizendo que estamos salvos e curados e como conseqüência podemos salvar e curar. Aceitamos e agora queremos dar. A razão disso é querermos conservar as dádivas que nosso Pai nos deu. Hoje queremos vivenciar a nós mesmos em unidade com Ele para que o mundo possa compartilhar o nosso reconhecimento da realidade. Em nossa experiência, o mundo é libertado. Ao negarmos a nossa separação do nosso Pai, o mundo é curado junto conosco.

Que a paz esteja contigo hoje. Assegura a tua paz praticando a consciência de que és um com o teu Criador, assim como Ele é um contigo. Em algum momento, hoje, quando te parecer melhor, dedica meia-hora ao pensamento de que és um com Deus. Essa é a nossa primeira tentativa de empreender um período prolongado de prática para o qual não damos regras nem palavras especiais para guiar a tua meditação. Confiaremos que, hoje, a Voz de Deus falará assim como Ele achar melhor, certos de que Ele não falhará. Per-manece com ele durante essa meia hora. Ele fará o resto.

O teu benefício não será menor se acreditares que nada acontece. Podes não estar pronto para aceitar o que ganhaste no dia de hoje. Entretanto, em algum momento, em algum lugar, isso virá a ti e não deixarás de reconhecê-lo quando despontar com certeza na tua mente. Essa meia-hora será emoldurada em ouro e cada minuto será como um diamante cravado em volta do espelho que esse exercício te oferecerá. E nele verás a face de Cristo refletindo a tua.

Talvez hoje, talvez amanhã, verás a tua própria transfiguração no vidro que essa santa meia-hora te oferecerá para que contem -ples a ti mesmo. Quando estiveres pronto, o acharás lá dentro da tua mente, esperando para ser achado. Então, lembrarás o pensamen-to ao qual deste essa meia-hora e estarás ciente, com gratidão, de que nunca o tempo foi melhor aproveitado.

Talvez hoje, talvez amanhã, olharás para esse vidro e entenderás que a luz sem pecado que vês pertence a ti, que a beleza que contemplas é a tua própria. Conta essa meia-hora como uma dádiva tua para Deus, na certeza de que o que Ele devolverá será um sen-so de amor que não odes entender, uma alegria por demais profunda para a tua compreensão, uma vista por demais santa para que os olhos do corpo a vejam. Entretanto, podes ter certeza de que algum dia, talvez hoje, talvez amanhã, tu entenderás, compreenderás e ve-rás.

Adiciona outras jóias à moldura dourada que enquadra o espelho que te é oferecido hoje, repetindo para ti mesmo a cada hora:

Que eu me lembre que sou um com Deus, em unidade com todos os meus irmãos e com o meu Ser, na santidade e na paz que duram para sempre.

125.125. Em quietude recebo hoje o Verbo de Deus.Em quietude recebo hoje o Verbo de Deus.

Que esse dia seja um dia de serenidade e de silenciosa escuta. Hoje, é Vontade de teu Pai que ouças o Seu Verbo. Ele te chama das profundezas da tua mente onde Ele habita. Ouve-O, hoje. Nenhuma paz é possível até que o seu verbo seja ouvido por todo o mun -

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do, até que a tua mente, escutando silenciosamente, aceite a mensagem que o mundo tem que ouvir para introduzir o quieto tempo da paz.

Esse mundo mudará através de ti. Nenhum outro meio pode salvá-lo, pois o Plano de Deus é simplesmente esse: O Filho de Deus é livre para salvar-se; o Verbo de Deus lhe foi dado para ser o seu Guia, para estar sempre na sua mente e ao seu lado para con-duzi-lo com segurança à casa de seu Pai pela sua própria vontade, para sempre tão livre quanto a de Deus. Ele não é conduzido pela força, mas só pelo amor. Ele não é julgado, apenas santificado.

Em serenidade hoje, ouviremos a Voz de Deus sem a intrusão de nossos pensamentos mesquinhos, sem nossos desejos pessoais e sem qualquer julgamento do Seu santo Verbo. Não nos julgaremos hoje, pois o que somos não pode ser julgado. Estamos à parte de todos os julgamentos que o mundo impôs sobre o Filho de Deus. O mundo não o conhece. Hoje não escutaremos o mundo, mas espera-remos em silêncio pelo Verbo de Deus.

Ouve, santo Filho de Deus, o teu Pai falar. A Sua Voz quer te dar o Seu Santo Verbo, para espalhar pelo mundo as boas-novas da salvação e do tempo santo da paz. Reunimo-nos hoje no trono de Deus, o sereno lugar no interior da mente em que Ele habita para sempre, na santidade que Ele criou e que nunca deixará.

Ele não esperou até que tu Lhe devolvesses a tua mente para te dar o Seu Verbo. Ele não Se escondeu de ti, enquanto passaste algum tempo vagando longe Dele. Ele não alimenta as ilusões que tu manténs sobre ti mesmo. Ele conhece o Seu Filho e a Sua Vonta -de é que esse permaneça como parte Dele, a despeito dos seus sonhos, a despeito da loucura de achar que a sua própria vontade não lhe pertence.

Hoje Ele fala contigo. A Sua Voz aguarda o teu silêncio, pois o Seu Verbo não pode ser ouvido enquanto a tua mente não se aqui -etar por um momento e os teus desejos sem significado não se calarem. Espera pelo Seu Verbo em quietude. Há em ti a paz a ser invo -cada hoje, para ajudar a aprontar a tua mente mais santa para ouvir a Voz pelo Criador. Três vezes hoje, nos momentos mais adequados para o silêncio, dá dez minutos que estarão à parte do tempo em que escutas o mundo, e ao invés disso, escolhe escutar gentilmente o Verbo de Deus. Ele te fala de um lugar mais próximo de ti do que o teu coração. A Sua Voz está mais perto do que a tua mão. O Seu Amor é tudo o que tu és e o que Ele é, o mesmo que tu e tu o mesmo que Ele.

É a tua voz que escutas quando Ele te fala. É o teu Verbo que Ele diz. É o Verbo da liberdade e da paz, da unidade da vontade e de propósito, sem nenhuma separação ou divisão na Mente única do Pai e do Filho. Em quietude escuta o teu Ser hoje e deixa-O dizer-te que Deus nunca deixou o Seu Filho e que tu nunca deixaste o teu Ser.

Apenas fica quieto. Não precisarás de nenhuma regra, a não ser essa: deixar que a tua prática de hoje te eleve acima do pensamento do mundo e liberte a tua visão dos olhos do corpo. Apenas aquieta-te e escuta. Tu ouvirás o Verbo no qual a Vontade de Deus Filho se une à Vontade de seu Pai, em unidade com ela, sem ilusões que se interpõem entre o que é totalmente indivisível e verdadeiro. Hoje, à passa-gem de cada hora, aquieta-te por um momento e lembra a ti mesmo de que tens um propósito especial para esse dia: receber em quie-tude o Verbo de Deus.

126.126. Tudo o que dou é dado a mim mesmo.Tudo o que dou é dado a mim mesmo.

A idéia de hoje, completamente alheia ao ego e ao pensamento do mundo, é crucial para a reversão de pensamento que esse cur-so trará. Se acreditasses nesta declaração, o perdão completo, a certeza da meta e a orientação segura não seriam nenhum problema. Compreenderias o meio pelo qual a salvação vem a ti e não hesitarias em usá-la agora.

Vamos considerar o que acreditas no lugar dessa idéia. Parece-te que as outras pessoas estão à parte de ti e que são capazes de comportarem-se de maneira que não têm relação com os teus pensamentos, e nem os seus com os teus. Portanto, as tuas atitudes não têm nenhum efeito sobre elas e os seus pedidos de ajuda não têm nenhuma relação com os teus. Pensas também que elas podem pecar sem que isso afete a tua percepção de ti mesmo, enquanto tu podes julgar o seu pecado e ainda assim permanecer à parte da condena -ção e em paz.

Quando “perdoas” um pecado, não há nenhum ganho para ti diretamente. Fazes caridade para alguém que é indigno, apenas para indicar que tu és melhor e que te achas num plano superior ao daquele a quem estás perdoando. Ele não ganhou a tua tolerância caridosa, que concedes a alguém que não é digno da dádiva, pois os seus pecados o reduziram a uma condição abaixo da verdadeira igualdade contigo. Ele não tem direito ao teu perdão. Esse oferece a ele uma dádiva, mas nada para ti mesmo.

Dessa forma, o perdão é basicamente falho; é um capricho caridoso, benevolente mas imerecido, uma dádiva ora concedida, ora negada. Como ele é imerecido é justo negá-lo e não é justo que devas sofrer quando ele é negado. O pecado que perdoas não é o teu

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 86 de 188

próprio. Alguém à parte de ti o cometeu. E se fores indulgente para com ele, dando-lhe o que ele não merece, a dádiva não é tua, as -sim, como não era teu o seu pecado.

Se isso for verdadeiro, o perdão não tem base em que se apoiar com confiança e segurança. É uma excentricidade na qual tu, às vezes, escolhes dar indulgentemente uma trégua imerecida. Entretanto, ficas com o teu direito de não deixar que o pecador escape ao pagamento que é justificado pelo seu pecado. Pensas que o Senhor do Céu permitiria que a salvação do mundo dependesse disso? O Seu cuidado por ti não seria de fato pequeno se a tua salvação se baseasse num capricho?

Tu não compreendes o perdão. Tal como o vês, ele é apenas uma repressão do ataque aberto, sem exigir correção na tua mente. Tal como o percebes, ele não pode te dar paz. Não é um meio para liberar-te daquilo que vês em alguém que não é o que tu és. Não tem o poder de restaurar a tua unidade com ele na tua consciência. Não é o que Deus pretendia que fosse para ti.

Não tendo Lhe dado a dádiva que Ele te pede, não podes reconhecer as Suas dádivas e pensas que Ele não as deu. Mas, pedir-te-ia Ele uma dádiva a menos que ela fosse para ti? Poderia Ele contentar-Se com gestos vazios e avaliar essas dádivas tão mesquinhas como dignas do Seu Filho? A salvação é uma dádiva melhor do que essa. E o verdadeiro perdão, como meio pelo qual é obtida, tem que curar a mente que dá, pois dar é receber. Aquilo que permanece sem ser recebido não foi dado, mas o que foi dado não pode deixar de ser recebido.

Hoje, tentamos compreender a verdade segundo a qual o doador e o receptor são o mesmo. Precisarás de ajuda para fazer com que isso seja significativo, por ser tão alheio aos pensamentos aos quais estás acostumado. Mas a Ajuda de que precisas está aqui. Hoje, dá-Lhe tua fé e pede-Lhe que compartilhe da tua prática da verdade. E se apenas captares um diminuto vislumbre da liberação que há na idéia que praticamos hoje, esse era um dia de glória para o mundo.

Dá quinze minutos duas vezes hoje à tentativa de compreender a idéia deste dia. É o pensamento através do qual o perdão toma o seu lugar entre as tuas prioridades. É o pensamento que liberará a tua mente de todas as barreiras contra o significado do perdão e deixará que reconheças o seu valor para ti.

Em silêncio fecha os olhos sobre o mundo que não compreende perdão e busca santuário no lugar quieto em que os pensamen-tos são mudados e as falsas crenças postas de lado. Repete a idéia de hoje e pede ajuda para compreenderes o que ela realmente signi -fica. Que estejas disposto a ser ensinado. Fica contenta por ouvir a Voz da verdade e da cura falar contigo e compreenderás as palavras que Ele diz e reconhecerás que Ele te diz as tuas próprias palavras.

Lembra-te sempre que puderes que hoje tens uma meta, um objetivo que faz com que esse dia seja especialmente valioso para ti e para todos os teus irmãos. Não deixes a tua mente esquecer-se dessa meta por muito tempo, mas dize a ti mesmo:

Tudo o que dou é dado a mim mesmo. A ajuda que preciso para aprender que isso é verdadeiro está comigo agora. E confiarei Nele.

Em seguida, passa um momento em quietude abrindo a tua mente para a Sua correção e o Seu amor. E o que ouvires Dele, tu acreditarás, pois o que Ele dá será recebido por ti.

127.127. Não há nenhum amor exceto o de Deus.Não há nenhum amor exceto o de Deus.

Talvez penses que diferentes tipos de amor são possíveis. Talvez penses que há um tipo de amor para isso, outro para aquilo, um modo de amar uma pessoa e ainda um modo de amar uma outra. O amor é um. O amor não tem partes separadas. Nem intensida -des diferentes, nele não há tipos ou níveis, divergências ou distinções. Ele é como ele mesmo, inteiramente imutável. Nunca se altera com uma pessoa ou com uma circunstância. Ele é o Coração de Deus e também o de Seu Filho.

O significado do amor é obscuro para aquele que pensa que o amor pode mudar. Ele não vê que um amor mutável tem que ser impossível. E assim, pensa que pode amar às vezes e às vezes odiar. Ele também pensa que o amor pode ser dado a um e negado a ou-tros e ainda assim permanecer sendo o que é. Acreditar nessas coisas sobre o amor é não compreendê-lo. Se o amor pudesse fazer tais distinções, teria que julgar entre o justo e o pecador e perceber o Filho de Deus em partes separadas.

O amor não pode julgar. Sendo um em si mesmo, ele olha para tudo como um só. O seu significado está na unicidade. E tem que eludir a mente que o considera parcial ou em partes. Não há nenhum amor exceto o de Deus e todo o amor é Dele. Não há outro princí -pio eu domine onde o amor não está. O amor é uma lei sem opostos. A sua integridade é o poder que mantém todas as coisas unas, o elo entre o Pai e o Filho que mantém a Ambos para sempre como o mesmo.

Nenhum curso cujo propósito seja o de te ensinar a lembrar-te do que realmente és, poderia falhar em enfatizar que nunca po-deria haver nenhuma diferença entre o que realmente és e o que é o amor. O significado do amor é o teu próprio, e é compartilhado

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pelo próprio Deus. Pois o que tu és, é o que Ele é. Não há nenhum amor a não ser o de Deus e o que Ele é, é tudo o que há. Nenhum limite é imposto a Ele e, assim, tu também és ilimitado.

Nenhuma lei que o mundo obedeça pode ajudar-te a apreender o significado do amor. O que o mundo acredita foi feito para es -conder o significado do amor e para mantê-lo no escuro e secreto. Não há nenhum princípio que o mundo defenda que não viole a ver -dade do que é o amor e também do que tu és.

Não busques achar o teu Ser dentro desse mundo. O Amor não pode ser achado na escuridão e na morte. No entanto, ele é per-feitamente aparente aos olhos que vêem e os ouvidos que ouvem a Voz do amor. Hoje, praticamos fazer com que a tua mente seja livre de todas as leis que pensas ter que obedecer, de todos os limites sob os quais vives e de todas as mudanças que pensas serem parte do destino humano. Hoje, vamos dar o maior passo que esse curso requer no teu avanço em direção à meta que ele estabelece.

Hoje, se conseguires o menor vislumbre que seja do que o amor significa, terás percorrido uma distância imensurável e avança -do no tempo mais do que se pode contar em anos para a tua liberação. Vamos juntos, então, ficar contentes em dar algum tempo a Deus hoje, e compreender que o tempo não pode ser melhor utilizado.

Hoje por duas vezes, durante quinze minutos, escapa de todas as leis nas quais acreditas agora. Abre a tua mente e descansa. O mundo que parece manter-te prisioneiro não pode prender todo aquele que não lhe dá valor. Retira todo o valor que tens dado às suas parcas oferendas e às suas dádivas sem sentido, e deixa que a dádiva de Deus substitua a todas.

Chama pelo teu Pai, certo de que a Sua Voz responderá. Ele próprio prometeu isso. E Ele próprio depositará uma centelha de verdade no interior da tua mente toda vez que desistires de uma crença falsa, de uma ilusão escura a respeito da tua própria realidade e do que o amor significa. Ele brilhará hoje através dos teus pensamentos vãos e ajudar-te-á a compreender a verdade do amor. Com amorosa gentileza Ele habitará contigo à medida em que permitires que a Sua Voz ensine o significado do amor à tua mente limpa e aberta. E Ele abençoará a lição com o Seu Amor.

Hoje, a lição dos futuros anos de espera pela salvação desaparece diante da intemporalidade do que aprendes. Vamos dar graças hoje, por estarmos sendo poupados de um futuro como o passado. Hoje, deixamos o passado para trás, para nunca mais ser lembrado. E erguemos os olhos para um presente diferente, no qual desponta um futuro diverso do passado em todos os aspectos.

Na infância o mundo é recém-nascido. E vigiaremos para que ele cresça em saúde e força, para distribuir a sua bênção a todos aqueles que vêm aprender a pôr de lado o mundo que pensavam ter sido feito no ódio para ser o inimigo do amor. Agora, todos eles são libertados junto conosco. Agora, todos são nossos irmãos no Amor de Deus.

Lembrar-nos-emos deles ao longo do dia, pois não podemos deixar uma parte de nós fora do nosso amor se quisermos conhecer o nosso Ser. Pelo menos três vezes a cada hora, pensa em alguém que faz a jornada contigo e que veio para aprender o que tu tens que aprender. E quando ele vier à tua mente, dá a ele essa mensagem do teu ser:

Eu te abençôo, irmão, com o Amor de Deus, que eu quero compartilhar contigo. Pois eu quero aprender a lição feliz de que não há nenhum amor a não ser o de Deus e o teu e o meu e o de todos.

128.128. O mundo que vejo não contém nada do que eu quero.O mundo que vejo não contém nada do que eu quero.

O mundo que vês não te oferece nada do que precisas, nada que te possa ser de algum modo útil a ti e absolutamente nada que sirva para te dar alegria. Acredita nesse pensamento e serás salvo de anos de miséria, de inúmeros desapontamentos e de esperanças que se tornam amargas cinzas de desespero. Ninguém pode deixar de aceitar esse pensamento como verdadeiro, se quiser deixar o mundo para trás e elevar-se acima de suas mesquinhas dimensões e de seus caminhos curtos.

Aqui, cada coisa que valorizas não passa de uma corrente que te prende ao mundo e não servirá a nenhum outro fim senão esse. Pois tudo não pode deixar de servir ao propósito que tu lhe dás, até que vejas lá um propósito diferente. O único propósito digno da tua mente que o mundo contém é o de que passes por ele sem te deteres para perceber alguma esperança onde não há nenhuma. Não te enganes mais. O mundo que vês não contém nada do que queres.

Hoje, escapa das correntes que colocas na tua mente quando percebes a salvação aqui. Pois aquilo que valorizas, fazes com que seja parte de ti na tua percepção de ti mesmo. Todas as coisas que buscas para fazer com que o teu valor seja maior aos teus olhos te li -mitam ainda mais, escondem de ti o teu próprio valor e acrescentam mais um obstáculo diante da porta que conduz à verdadeira cons-ciência do teu Ser.

Não deixes que nada que se relacione com pensamentos do corpo detenha o teu progresso em direção à salvação, nem permitas a tentação de acreditar que o mundo contém algo que queiras a fim de deter-te. Não há nada aqui para apreciar. Nada aqui vale um ins-

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tante de atraso e de dor, um momento de incerteza e de dúvida. Aquilo que não tem valor nada oferece. A certeza acerca do que tem va -lor não pode ser achada onde não há valor algum.

Hoje praticamos abandonar todos os pensamentos acerca dos valores que temos dado ao mundo. Vamos deixá-lo livre dos propó-sitos que demos aos seus aspectos, suas fases e seus sonhos. Vamos mantê-lo sem propósito dentro de nossas mentes e soltá-lo de tudo o que desejamos que fosse. Assim erguemos as correntes que obstruem a porta pela qual temos que passar para que possamos nos li -bertar do mundo e vamos além de todos os pequenos valores e metas menores.

Aquieta-te e fica em paz por um momento e vê o quanto te ergues acima do mundo quando liberas a tua mente das correntes e a deixas buscar o nível em que se acha em casa. Ela ficará agradecida por ser livre por algum tempo. Ela conhece o seu lugar. Apenas li -berta as suas asas e voará na certeza e na alegria para unir-se ao seu santo propósito. Deixa-a descansar no seu Criador para que seja restaurada à sanidade, à liberdade e ao amor.

Dá-lhe dez minutos de descanso por três vezes hoje. E depois quando os teus olhos se abrirem, não valorizarás coisa alguma do que vires tanto quanto da última vez que olhaste para ela. Toda a tua perspectiva do mundo se deslocará um pouco mais a cada vez que deixares a tua mente escapar de suas correntes. O mundo não é o seu lugar. E o teu lugar é aonde ela quer estar, aonde vai descansar quando a liberas do mundo. O teu Guia é seguro. Abre a tua mente para Ele. Aquieta-te e descansa.

Protege a tua mente ao longo do dia também. E quando pensares que vês algum valor em um aspecto ou em uma imagem do mundo, recusa-te a colocar essa corrente sobre a tua mente, mas dize a ti mesmo com serena certeza:

Não serei tentado a me atrasar por isso.

O mundo que vejo não contém nada do que eu quero.

129.129. Além desse mundo há um mundo que eu quero.Além desse mundo há um mundo que eu quero.

Esse é o pensamento que se segue àquele que praticamos ontem. Tu não podes deter-te na idéia de que o mundo é sem valor, pois se não vires que existe algo mais por que esperar, só ficarás deprimido. A nossa ênfase não está em desistir do mundo, mas em trocá-lo pelo que é muito mais satisfatório, cheio de alegria e capaz de te oferecer paz. Pensas que esse mundo pode te oferecer isso?

Talvez valha a pena dedicares um breve período de tempo para pensar uma vez mais sobre o valor desse mundo. Talvez admitas que não há perda em abandonar qualquer pensamento de valor aqui. O mundo que vês é de fato sem misericórdia, instável, cruel, indi-ferente a ti, rápido na vingança e implacável em seu ódio. Ele só dá para tirar e leva embora todas as coisas que te foram caras por um momento. Nenhum amor duradouro é encontrado, pois não há nenhum aqui. Esse é o mundo do tempo, em que todas as coisas che-gam ao fim.

Será uma perda achar, ao invés desse, um mundo em que é impossível perder? Em que o amor dura para sempre, o ódio não pode existir e a vingança não tem significado? Será uma perda achar todas as coisas que realmente queres e saber que elas não têm fim e que permanecerão exatamente como as queres através do tempo? Porém, até mesmo estas coisas serão finalmente trocadas por algo de que não podemos falar, pois daí em diante vais para um lugar em que as palavras fracassam inteiramente, para um silêncio no qual a linguagem não é falada mas certamente compreendida.

A comunicação, sem ambigüidades e clara como o dia, permanece ilimitada por toda a eternidade. E o próprio Deus fala com o Seu Filho como o Seu Filho fala com Ele. A Sua linguagem não tem palavras, pois o que dizem não pode ser simbolizado. O Seu conhe-cimento é direto, totalmente compartilhado e totalmente uno. Como tu, que permaneces preso a esse mundo, estás longe disso! E, no entanto, como estás perto quando o trocas pelo mundo que queres.

Agora, o último passo é certo, agora, estás a um instante da intemporalidade. Daqui só podes olhar para frente, nunca mais para trás, para ver de novo o mundo que não queres. Aqui está o mundo que vem tomar o lugar do outro, à medida que soltas a tua mente das pequenas coisas que o mundo apresenta para manter-te prisioneiro. Não lhes dês valor e desaparecerão. Estima-as e te parecerão reais.

Tal é a escolha. O que podes perde ao escolheres não dar valor ao nada? Esse mundo não contém nada do que realmente queres, mas o que escolhes em seu lugar é o que, de fato, queres! Deixa que ele te seja dado hoje. Ele só está à espera de que o escolhas, para tomar o lugar de todas as coisas que buscas, mas não queres. Pratica a tua disponibilidade para fazer essa troca durante dez minutos pela manhã e à noite e uma vez mais entre uma e outra. Começa com isso:

Além desse mundo há um mundo que eu quero. Escolho ver esse outro mundo ao invés desse, pois aqui não há nada do que eu realmente quero.

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Em seguida, fecha os teus olhos sobre o mundo que vês e na escuridão silenciosa observa as luzes que não são desse mundo ilu-minarem-se, uma por uma, até que o lugar onde uma começa e a outra termina perca todo o significado à medida que elas se fundem em uma só.

Hoje, as luzes do Céu se inclinam para ti, para brilhar sobre as tuas pálpebras enquanto descansas além do mundo da escuri -dão. Aqui está a luz que os teus olhos não podem contemplar. E, no entanto, a tua mente pode vê-la com clareza e pode compreender. Hoje, um dia de graça te é dado e nós agradecemos. Nesse dia reconhecemos que aquilo que temias perder era apenas a perda.

Agora compreendemos que não há perda. Pois enfim vimos o seu oposto e estamos gratos porque foi feita a escolha. Lembra-te da tua decisão a cada hora e reserva um momento para confirmar a tua escolha, deixando de lado quaisquer pensamentos que tenhas e considerando brevemente apenas isso:

O mundo que vejo não contém nada do que quero.

Além desse mundo há um mundo que eu quero.

130.130. É impossível ver dois mundos.É impossível ver dois mundos.

A percepção é consistente. O que vês reflete o teu pensamento. E o teu pensamento apenas reflete a tua escolha do que queres ver. Os teus valores são determinantes disso, pois não podes deixar de querer ver o que valorizas, acreditando que o que vês existe real -mente. Ninguém pode ver um mundo ao qual a sua mente não tenha dado valor. E ninguém pode falhar em contemplar aquilo que acredita querer.

Mas quem pode realmente odiar e amar ao mesmo tempo? Quem pode desejar o que não quer que tenha realidade? E quem pode escolher ver um mundo do qual tenha medo? O medo necessariamente cega, pois essa é a sua arma: aquilo que tens medo de ver, tu não podes ver. Assim o amor e a percepção vão de mãos dadas, mas o medo obscurece o que existe com a escuridão.

Assim sendo, o que pode o medo projetar sobre o mundo? O que pode ser visto na escuridão que seja real? A verdade é eclipsada pelo medo e o que permanece é apenas imaginado. Mas o que pode ser real nas cegas imaginações nascidas do pânico? O que poderias querer para que isso te seja mostrado? O que poderias desejar conservar em tal sonho?

O medo tem feito tudo o que pensas ver. Toda separação, todas as distinções e a multidão de diferenças que fazem o mundo se -gundo as tuas crenças. Elas não existem. O inimigo do amor as inventou. Mas o amor não pode ter nenhum inimigo e assim, elas não têm causa, não são nada, nem tem conseqüência. Podem ser valorizadas, mas permanecem irreais. Podem ser buscadas, mas não po-dem ser achadas. Hoje não as buscaremos, nem desperdiçaremos esse dia em busca do que não pode ser achado.

É impossível ver dois mundos que não coincidem de modo algum. Busca um deles, o outro desaparece. Mas um permanece. Eles constituem o raio de escolha, além do qual a tua decisão não pode ir. Só há o real e o irreal entre os quais escolher e nada mais.

Hoje tentaremos não fazer transigências onde nenhuma é possível. O mundo que vês é uma prova de que já fizeste uma escolha tão abrangente quanto o seu oposto. O que queremos aprender hoje é mais do que apenas a lição de que não podes ver dois mundos. Ela também ensina que o mundo que vês é bastante consistente do ponto de vista do qual o vês. Todo ele é uma peça única pois brota de uma única emoção e reflete a sua fonte em tudo o que vês.

Hoje, por seis vezes, em agradecimento e gratidão, damos com contentamento cinco minutos ao pensamento que põe fim a toda transigência e toda dúvida e vamos além de todas elas como se fossem uma só. Não faremos mil distinções sem significado, nem tenta -remos trazer conosco uma pequena parte da irrealidade ao dedicarmos as nossas mentes a achar apenas o que é real.

Dá início à tua busca do outro mundo pedindo uma força além da tua e reconhecendo o que é que buscas. Não queres ilusões. E vens para estes cinco minutos esvaziando as tuas mãos de todos os tesouros mesquinhos desse mundo. Tu esperas que Deus te ajude, ao dizeres:

É impossível ver dois mundos. Que eu aceite a força que Deus me oferece e não veja nenhum valor nesse mundo para que eu possa achar a minha liberdade e liberação.

E Deus estará presente. Pois invocaste o grande Poder infalível Que dará esse passo gigantesco contigo em gratidão. E não fa -lharás em ver os Seus agradecimentos expressos em tangível percepção e verdade. Não duvidarás daquilo que contemplares, pos embo-ra seja percepção, não é do tipo que os teus olhos jamais tenham visto antes por si mesmos. E saberás que a força de Deus te amparou quando fizeste esta escolha.

Hoje descarta a tentação com facilidade toda vez que ela surgir simplesmente lembrando-te dos limites da tua escolha. O irreal ou o real, o falso ou o verdadeiro, é o que vês e só o que vês. A percepção é consistente com a tua escolha e o inferno ou o Céu vem a ti em unidade com ela.

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Aceita uma pequena parte do inferno como real e terás condenado os teus olhos e amaldiçoado a tua vista e o que contemplarás é de fato o inferno. Mas a liberação do Céu ainda permanece dentro do teu raio de escolha, para tomar o lugar de tudo o que o inferno quer te mostrar. Tudo o que precisas dizer a qualquer parte do inferno, seja qual for a forma que tome, é simplesmente isso:

É impossível ver dois mundos. Busco a minha liberdade e liberação, e isso não faz parte do que eu quero.

131.131. Aquele que busca a verdade não pode falhar.Aquele que busca a verdade não pode falhar.

O fracasso está em tudo à tua volta quando buscas metas que não podem ser conseguidas. Procuras permanência no imperma-nente, o amor onde não há nenhum, a segurança em meio ao perigo, a imortalidade dentro da escuridão do sonho da morte. Quem po -deria ter sucesso onde a contradição é o cenário da sua busca e o lugar aonde vem para achar estabilidade?

Metas sem significado não são atingidas. Não há nenhum modo de alcançá-las, pois os meios pelos quais lutas por elas são tão sem significado quanto elas próprias; quem pode usar tais meios sem sentido e esperar ganhar alguma coisa através deles? Aonde po-dem conduzir? E o que poderiam conseguir que oferecesse qualquer esperança de ser real? A procura do imaginado conduz à morte, porque é a busca do nada e enquanto buscas a vida pedes a morte. Procuras estar a salvo e em segurança, enquanto em teu coração re -zas pelo perigo e pela proteção do pequeno sonho que fizeste.

No entanto, a busca é inevitável aqui. Foi para isso que vieste e certamente farás o que é a razão da tua vinda. Mas o mundo não pode ditar a meta que buscas, a menos que lhe dês o poder de fazê-lo. Caso contrário, ainda és livre para escolher uma meta que esteja além do mundo e de todo pensamento mundano e que te venha de uma idéia que abandonaste, mas que ainda é lembrada, uma idéia velha e no entanto nova, um eco de uma herança esquecida, mas que contém tudo o que realmente queres.

Fica contente por teres que buscar. Fica contente também por aprenderes que estás em busca do Céu e que não podes deixar de achar a meta que realmente queres. Ninguém pode falhar ao querer essa meta e alcançá-la no final. O Filho de Deus não pode buscar em vão, embora ele tente forçar um atraso, enganar a si mesmo e pensar que é o inferno que ele busca. Quando está errado, ele acha a correção. Quando se desvia, é conduzido de volta à tarefa que lhe foi designada.

Ninguém permanece no inferno, pois ninguém pode abandonar o Seu Criador, nem afetar o Seu Amor perfeito, intemporal e imutável. Acharás o Céu. Tudo o que buscas se perderá, menos isso. Mas não por ter sido tirado de ti. Desaparecerá porque não o que-res. É tão certo que alcançarás a meta que realmente queres, quanto é certo que Deus te criou na impecabilidade.

Por que esperar pelo Céu? Ele está aqui hoje. O tempo é a grande ilusão, ele é passado ou futuro. Mas isso não pode ser assim, se é onde a Vontade de Deus determina que o Seu Filho esteja. Como poderia a Vontade de Deus estar no passado ou ainda por aconte-cer? O que a Vontade de Deus determina é agora, sem um passado, e totalmente sem futuro. Está tão distante do tempo quanto a dis -tância que há entre uma diminuta vela e uma estrela longínqua ou entre o que escolheste e o que realmente queres.

O Céu permanece como a tua única alternativa para esse estranho mundo que fizeste e todos os seus caminhos, os seus padrões mutáveis e suas metas incertas, seus prazeres dolorosos e suas alegrias trágicas. Deus não fez nenhuma contradição. Aquilo que nega a própria existência e ataca a si mesmo não vem Dele. Ele não fez duas mentes, com o Céu como o feliz resultado de uma delas e a terra a triste conseqüência da outra, que é em tudo o oposto do Céu.

Deus não sofre nenhum conflito. A Sua criação tampouco está dividida em duas. Como poderia o Seu Filho estar no inferno se o próprio Deus o estabeleceu no Céu? Poderia ele perder o que a Vontade Eterna lhe deu para ser o seu lar para sempre? Não tentemos mais impor uma vontade alheia ao propósito único de Deus. Ele está aqui porque é a Sua Vontade estar e aquilo que é a Vontade de Deus está presente agora, além do alcance do tempo.

Hoje não escolheremos um paradoxo em lugar d verdade. Como poderia o Filho de Deus fazer o tempo para afastar a Vontade de Deus? Assim ele nega a si próprio e contradiz aquilo que não tem oposto. Ele pensa que fez um inferno em oposição ao Céu e acredita que habita no que não existe, enquanto o Céu é o lugar que ele não pode achar.

Hoje deixa para trás pensamentos tolos como esses e, em vez disso, volta a tua mente para idéias verdadeiras. Aquele que busca alcançar a verdade não pode falhar, e é a verdade que buscamos alcançar nesse dia. Dedicaremos dez minutos a essa meta por três ve -zes hoje, e pediremos para ver a ascensão do mundo real substituir as tolas imagens que valorizamos por idéias verdadeiras que se er -guem no lugar de pensamentos que não têm significado, nem qualquer efeito e nem sequer fonte ou substância na verdade.

Reconhecemos isso ao iniciarmos os nossos períodos de prática. Começa com isso:

Peço para ver um mundo diferente e ter um tipo de pensamento diferente daqueles que fiz. Não fiz sozinho o mundo que busco, os pensamentos que quero ter não são os meus.

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Durante alguns minutos vigia a tua mente e vê, embora os teus olhos estejam fechados, o mundo sem sentido que pensas ser real. Revê também os pensamentos que são compatíveis com tal mundo, os quais pensas serem verdadeiros. Então, abandona-os e mergulha abaixo deles, em um lugar santo aonde não podem entrar. Abaixo deles há uma porta na tua mente que não podes trancar por completo para esconder o que está além.

Busca essa porta e acha-a. Mas, antes de tentar abri-la lembra-te de que aquele que busca alcançar a verdade não pode falhar. E é esse o pedido que fazes hoje. Nada além disso tem qualquer significado agora, nenhuma outra meta tem valor ou é buscada, nada há antes da porta que tu realmente queiras e só buscas o que está depois dela.

Estende a tua mão e vê como essa porta se abre facilmente, apenas com a tua intenção de ir além. Anjos iluminam o caminho de modo que a escuridão se desvanece e tu te achas numa luz tão brilhante e clara que podes compreender todas as coisas que vês. Talvez um momento diminuto de surpresa fará com que pares antes de reconhecer que o mundo que vez na luz, diante de ti, reflete a verdade que conhecias e não esqueceste totalmente nas tuas divagações em sonhos.

Hoje não podes falhar. Lá, o Espírito que o Céu te enviou para que pudesses aproximar-te dessa porta algum dia, caminha con-tigo e com a Sua ajuda podes passar por ela sem esforço, para a luz. Hoje esse dia veio. Hoje Deus cumpre a Sua antiga promessa feita a Seu Filho santo, assim como o Seu Filho lembra-Se daquela que fez a Ele. Esse é um dia de contentamento, pois viemos à hora e ao local marcados onde acharás a meta de toda a tua procura aqui e de toda a busca do mundo que, juntas, chegam ao fim quando passas além dessa porta.

Lembra-te com freqüência que hoje deve ser um dia de especial contentamento e evita pensamentos sombrios e lamentações sem significado. O tempo da salvação veio. O próprio Céu estabeleceu o dia de hoje como um tempo de graças para ti e para o mundo. Se te esqueceres deste fato feliz, lembra a ti mesmo com isso:

Hoje busco e acho tudo o que eu quero.

O meu único propósito me oferece isso.

Aquele que busca alcançar a verdade não pode falhar.

132.132. Libero o mundo de tudo aquilo que eu pensava que fosse.Libero o mundo de tudo aquilo que eu pensava que fosse.

O que mantém o mundo acorrentado senão as tuas crenças? E o que pode salvar o mundo, exceto o teu Ser? A crença é, de fato, poderosa. Os pensamentos que manténs são poderosos e as ilusões são tão fortes em seus efeitos quanto a verdade. Um louco pensa que o mundo que vê é real e não duvida disso. Ele não pode ser influenciado pelo questionamento dos efeitos de seus pensamentos. A esperança da liberdade só lhe vem quando finalmente a fonte de seus pensamentos é posta em questão.

No entanto, a salvação pode ser conseguida com facilidade, pois qualquer um é livre para mudar a sua mente e com ela mudar todos os seus pensamentos. Agora a fonte do pensamento foi deslocada, pois mudar a tua mente significa que mudaste a fonte de todas as idéias que pensas ou jamais pensaste ou ainda pensarás. Liberta o passado daquilo que pensavas anteriormente. Liberta o futuro de todos os antigos pensamentos de busca do que não queres achar.

Agora, o único tempo que resta é o presente. É aqui, no presente, que o mundo é posto em liberdade. Pois, quando deixas que o passado se dissipe e liberas o futuro de todos os teus antigos medos, achas um modo de escapar e o dás ao mundo. Escravizaste o mundo com todos os teus medos, as tuas dúvidas e misérias, a tua dor e as tuas lágrimas e todos os teus pesares pressionam e mantêm o mundo prisioneiro de tuas crenças. A morte o ataca de todos os lados, porque manténs amargos pensamentos de morte dentro da tua mente.

O mundo, em si, não é nada. A tua mente tem que dar significado a ele. E o que contemplas nele são os teus desejos encenados para que possas olhar para eles e pensar que são reais. Talvez penses que não fizeste o mundo, mas que vieste contra a tua vontade ao que já havia sido feito, dificilmente esperando que os teus pensamentos pudessem lhe dar significado. Entretanto, na verdade, achaste exatamente aquilo que procuravas quando vieste.

Não há outro mundo à parte daquele que desejas e nisso está a tua liberação suprema. É só mudar a tua mente quanto ao que queres ver e todo o mundo tem que mudar em conseqüência. Idéias não deixam a sua fonte. Esse tema central é declarado com freqüência no livro texto e tem que ser mantido em mente se quiseres compreender a lição para o dia de hoje. Não é o orgulho que te diz que fizeste o mundo que vês e que ele muda à medida que mudas a tua mente.

Mas é o orgulho que argumenta que vieste a um mundo que é bastante separado de ti mesmo, impermeável àquilo que pensas e bem à parte do que possas pensar que ele seja. Não há nenhum mundo! Esse é o pensamento central que o curso tenta ensinar. Nem

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todos estão prontos para aceitá-lo e cada um tem que ir tão longe quanto possa se permitir ser conduzido ao longo da estrada para a verdade. Ele voltará e irá ainda mais adiante, ou talvez recue por um momento para retornar outra vez.

Mas a cura é a dádiva daqueles que estão preparados para aprender que não existe nenhum mundo e que podem aceitar a lição agora. A sua prontidão para isso lhes trará a lição sob alguma forma que possam compreender e reconhecer. Alguns a vêem subitamen -te, à beira da morte, e erguem-se para ensiná-la. Outros acham-na em uma experiência que não é desse mundo, que lhes mostra que o mundo não existe porque o que contemplam tem que ser a verdade e, no entanto, contradiz claramente o mundo.

E alguns achá-la-ão nesse curso e nos exercícios que fazemos hoje. A idéia de hoje é verdadeira, porque o mundo não existe. E se, de fato, o mundo for a tua própria imaginação, então podes soltá-lo de todas as coisas que jamais pensaste que ele fosse, apenas mudando todos os pensamentos que lhe deram essas aparências. Os doentes são curados quando abandonas todos os pensamentos de doença e os mortos ressuscitam quando deixas os pensamentos de vida substituírem todos os pensamentos de morte que jamais tives-te.

Uma lição anterior já repetida uma vez tem que ser novamente enfatizada agora, pois contém o sólido fundamento para a idéia de hoje. Tu és como Deus te criou. Não há lugar algum onde possas sofrer, nem tempo algum que possa trazer qualquer mudança ao teu estado eterno. Como pode existir um mundo de tempo e lugar, se tu permaneces tal como Deus te criou?

O que é a lição para o dia de hoje, senão um outro modo de dizer que conhecer o teu Ser é a salvação do mundo? Libertar o mundo de todo tipo de dor é apenas mudar a tua mente sobre ti mesmo. Não existe nenhum mundo à parte das tuas idéias porque as idéias não deixam a sua fonte e tu manténs o mundo dentro da tua mente em pensamento.

No entanto, se és tal como Deus te criou, não podes pensar à parte Dele, nem fazer o que não compartilhe da Sua intemporali-dade e do Seu Amor. Estas coisas são inerentes ao mundo vês? Esse mundo cria como Ele? Se não o fizer, não é real e não pode ser em absoluto. Se tu és real, o mundo que vês é falso, pois o mundo não é como a criação de Deus em todos os seus aspectos. E do mesmo modo como foste criado pelo Seu Pensamento, foram os teus pensamentos que fizeram o mundo e têm que libertá-lo para que possas conhecer os Pensamentos que compartilhas com Deus.

Libera o mundo! As tuas criações reais esperam por essa liberação para te dar a paternidade, não de ilusões, mas como Deus na verdade. Deus compartilha a Sua Paternidade contigo, que és o Seu Filho, pois Ele não faz distinções entre o que é Ele Mesmo e o que ainda é Ele. O que Ele cria não está à parte Dele, e em lugar algum o Pai chega ao fim para dar início ao Filho como algo separado de Si Mesmo.

Não existe nenhum mundo porque ele é um pensamento à parte de Deus, feito para separar o Pai e o Filho e arrancar uma par-te do próprio Deus para assim destruir a Sua Integridade. Um mundo vindo dessa idéia pode ser real? Pode estar em algum lugar? Nega as ilusões, mas aceita a verdade. Nega que sejas uma sombra deixada por um momento sobre um mundo agonizante. Libera a tua mente e contemplarás um mundo liberado.

O nosso propósito hoje é o de libertar o mundo de todos os pensamentos vãos que jamais mantivemos a respeito dele e de todas as coisas vivas que vemos sobre ele. Não podem estar aí. E nós também não podemos. Pois estamos no lar que o nosso Pai estabeleceu para nós, junto com elas. E nós, que somos como Ele nos criou, nesse dia queremos liberar o mundo de cada uma das nossas ilusões para que possamos ser livres.

Começa os períodos de quinze minutos nos quais hoje praticamos por duas vezes com isso:

Eu, que permaneço tal como Deus me criou, quero liberar o mundo de tudo o que eu pensei que ele fosse. Pois sou real porque o mundo não o é, e quero conhecer a minha própria realidade.

Em seguida, apenas descansa, atento mas sem tensão, e deixa a tua mente ser mudada em quietude para que o mundo seja li -bertado junto contigo. Não precisas reconhecer que a cura vem a muitos irmãos do outro lado do mundo, assim como àqueles que vês por perto quando envias estes pensamentos para abençoar o mundo. Mas sentirás a tua própria liberação, embora ainda não possas compreender inteiramente que nunca poderias ser liberado sozinho.

Ao longo do dia, aumenta a liberdade transmitida a todo o mundo através das tuas idéias e dize sempre que te sentires tentado a negar o poder da simples mudança da tua mente:

Libero o mundo de tudo o que eu pensava que fosse, e em vez disso escolho a minha própria realidade.

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133.133. Não darei valor às coisas que não têm valor.Não darei valor às coisas que não têm valor.

Às vezes, no ensino há benefício em trazer o aluno de volta a interesses práticos, particularmente depois de teres ensinado o que parece ser teórico e distante do que o aluno já aprendeu. É o que faremos hoje. Hão falaremos de elevadas idéias que abrangem o mundo, mas, ao invés, disso nos deteremos nos benefícios para ti.

Tu não pedes muito da vida, mas pouco demais. Quando deixas que tua mente seja atraída para o que concerne ao corpo, por coisas que compras, por prestígio tal como é valorizado pelo mundo, estás pedindo o pesar e não a felicidade. Esse curso não tenta ti -rar de ti o pouco que tens. Não tenta substituir as satisfações que o mundo contém com idéias utópicas. Não há nenhuma satisfação no mundo.

Hoje vamos enumerar os critérios reais pelos quais pode-se testar tudo aquilo que pensas querer. Se não preencherem esses re-quisitos básicos, não são dignos de serem desejados de forma alguma, pois só podem ocupar o lugar daquilo que oferece mais. Não po -des fazer as leis que governam a escolha, da mesma forma que não podes inventar alternativas entre as quais escolher. O que podes fa -zer é escolher, aliás, é o que tens que fazer. Mas é sábio aprender as leis que pões em movimento ao escolheres e as alternativas entre as quais escolhes.

Já enfatizamos que só existem duas alternativas, independente de quantas pareçam haver. O raio de ação foi estabelecido e isso nós não podemos mudar. Seria muito pouco generoso para contigo deixar que as alternativas fossem ilimitadas e, assim, protelar a tua escolha final até que tivesses considerado todas elas no tempo, ao invés de seres trazido de forma tão clara ao lugar onde só há uma es-colha que não pode deixar de ser feita.

Outra lei benigna relacionada a isso, é que não há transigências naquilo que a tua escolha necessariamente traz. Ela não pode te dar só um pouco, pois não há meio termo. Cada escolha que fazes te traz tudo ou nada. Portanto, se aprenderes os testes pelos quais podes distinguir o tudo do nada, farás a melhor escolha.

Primeiro, se escolheres uma coisa que não vá durar para sempre, o que escolhes não tem valor. Um valor temporário não tem nenhum valor. O tempo nunca poderá tirar um valor que é real. Aquilo que murcha e morre nunca existiu e não faz nenhuma oferenda àquele que o escolhe. Ele é enganado pelo nada sob uma forma da qual pensa gostar.

Em seguida, se escolheres tirar alguma coisa de alguém, não ficarás com nada. Isso porque ao negares o seu direito a todas as coisas, negaste o teu próprio. Portanto, não reconhecerás as coisas que realmente tens, negando que elas existam. Aquele que busca ti -rar foi enganado pela ilusão de que a perda pode oferecer o ganho. Mas a perda não pode deixar de oferecer perda, e nada mais.

A tua próxima consideração é aquela em que se baseiam as outras. Por que a escolha que fazes tem valor para ti? O que atrai a tua mente para ela? A que propósito ela serve? É aqui que se é mais facilmente enganado. Pois o ego falha em reconhecer o que quer. Ele nem diz a verdade tal como a percebe, pois precisa manter a auréola que usa para proteger as suas metas, não deixando que fi -quem manchadas e enferrujadas para que possas ver o quanto ele é “inocente”.

No entanto, a sua camuflagem é um verniz fino que só pode enganar àqueles que se contentam em ser enganados. As suas me-tas são óbvias para qualquer um que se dê ao trabalho de procurá-las. Aqui, o engano é duplo, pois aquele que é enganado não perce-berá que apenas falhou em ganhar. Ele acreditará que serviu às metas ocultas do ego.

Mas, embora ele tente manter a auréola do ego com clareza na própria visão, não pode deixar de perceber as suas bordas man-chadas e o seu núcleo enferrujado. Os seus equívocos sem efeito lhe parecerão pecados, pois olha para essa mancha como se fosse sua, e para a ferrugem como um sinal de uma profunda falta de valor dentro de si mesmo. Aquele que ainda preserva as metas do ego e as serve como suas, não comete equívocos segundo os ditames do seu guia. Esse guia ensina que é um erro acreditar que pecados não passam de equívocos, pois quem sofreria pelos seus pecados se assim fosse?

E, assim, vimos ao critério de escolha mais difícil de se acreditar, pois a sua evidência está encoberta por muitos níveis de obs-curidade. Se sentes qualquer culpa pela tua escolha, permitiste que as metas do ego se interpusessem entre as alternativas reais. E, assim, não reconheces que só há duas e a alternativa que pensas ter escolhido te parece amedrontadora e por demais perigosa para ser o nada que, de fato, é.

Todas as coisas têm ou não valor, são ou não são dignas de serem buscadas seja como for; são inteiramente desejáveis ou não va-lem o menor esforço para obtê-las. Escolher é fácil só por causa disso. A complexidade nada mais é do que um véu de fumaça que es -conde o fato muito simples de que nenhuma decisão pode ser difícil. O que ganhas aprendendo isso? Muito mais do que apenas te per-mitires fazer tuas escolhas com facilidade e sem dor.

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O próprio Céu é alcançado com mãos vazias e mentes abertas, que vêm sem nada para tudo achar, reivindicando tudo como seu. Hoje tentaremos alcançar esse estado, deixando o auto-engano de lado, com uma honesta disponibilidade para só dar valor ao que é verdadeiramente valioso e real. Os nossos dois períodos de prática prolongados, de quinze minutos cada um, começam com isso:

Não darei valor àquilo que não tem valor, e só busco o que tem valor, pois é só isso que desejo achar.

E então recebe aquilo que espera por todo aquele que alcança, sem cargas, a porta do Céu que se abre à medida que ele vem. Se começares a te permitir colecionar alguns fardos inúteis, ou acreditar que vês algumas decisões difíceis à tua frente, sê rápido em res -ponder com esse simples pensamento:

Não darei valor àquilo que não tem valor, pois o que tem valor pertence a mim.

134.134. Que eu perceba o perdão tal como é.Que eu perceba o perdão tal como é.

Revisemos o significado do “perdão”, pois esse pode ser distorcido e percebido como algo que implica o sacrifício indevido de uma ira justa, uma dádiva injustificada e imerecida e a negação completa da verdade. Sob esse ponto de vista, o perdão tem que ser vis -to como uma mera loucura excêntrica e esse curso parece basear a salvação num capricho.

Essa perspectiva distorcida do que significa o perdão é facilmente corrigida quando podes aceitar o fato de que o perdão não é pedido para o que é verdadeiro. Ele tem que se limitar ao que é falso. É irrelevante em relação a tudo, exceto ilusões. A verdade é a cri -ação de Deus e perdoá-la nada significa. Toda a verdade pertence a Ele, reflete as Suas leis e irradia o Seu Amor. E isso precisa de per -dão? Como podes perdoar àqueles que não têm pecado e que são eternamente benignos?

A tua principal dificuldade em achar um perdão genuíno da tua parte é que ainda acreditas ter que perdoar a verdade e não ilu-sões. Concebes o perdão como uma vã tentativa de passar por cima do que existe, ignorar a verdade num esforço injustificado de enga -nar-te fazendo com que uma ilusão seja verdadeira. Esse ponto de vista distorcido reflete apenas o domínio que a idéia do pecado ainda tem sobre a tua mente, do modo como tu te consideras.

Por acreditares que os teus pecados são reais, olhas para o perdão como um engano. Pois é impossível pensar que o pecado é verdadeiro e não acreditar que o perdão é uma mentira. Assim realmente o perdão não passa de um pecado, como todo o resto. Ele diz que a verdade é falsa e sorri para os corruptos como se fossem tão irrepreensíveis quanto a grama, tão brancos como a neve. Ele é de -lusório naquilo que pensa poder realizar. Ele quer ver o que é claramente errado como certo, o desprezível como bom.

Desse ponto de vista, o perdão não é um modo de escapar. É apenas mais um sinal de que o pecado é imperdoável; na melhor das hipóteses a ser escondido, negado ou chamado por outro nome, pois o perdão é uma traição à verdade. A culpa não pode ser perdo-ada. Se pecas, a tua culpa é eterna. Aqueles que forem perdoados a partir do ponto de vista de que os seus pecados são reais, são de -ploravelmente ridicularizados e duplamente condenados; primeiro, por si mesmos, pelo que pensam ter feito e mais uma vez por aque-les que os perdoam.

É a irrealidade do pecado que faz com que o perdão seja natural e totalmente são, um profundo alívio para aqueles que o ofere -cem e uma bênção serena aonde é recebido. Ele não favorece ilusões, apenas as recolhe despreocupadamente, com um pequeno sorriso e as deposita gentilmente aos pés da verdade. E lá elas desaparecem por completo.

O perdão é a única coisa que representa a verdade nas ilusões do mundo. Ele vê a sua nulidade e olha através das milhares de formas nas quais podem aparecer. Ele olha a mentira, mas não é enganado. Não atende aos gritos auto-acusadores de pecadores enlou -quecidos pela culpa. Ele olha para eles com olhos serenos e lhes diz apenas: “Meu irmão, o que pensas não é a verdade.”

A força do perdão está na honestidade que lhe é própria, tão incorrupta que vê as ilusões como ilusões e não como verdade. É por isso que ele vem a ser aquele que desfaz o engano diante das mentiras, o grande restaurador da simples verdade. Através da sua capacidade de não ver o que não existe, ele abre o caminho para a verdade que havia sido bloqueado por sonhos de culpa. Agora és livre para seguir no caminho que o teu verdadeiro perdão abre para ti. Pois, se um irmão recebe esta dádiva tua, a porta está aberta para ti mesmo.

Há uma maneira muito simples de achar a porta do perdão verdadeiro e percebê-la aberta de par em par para dar boas-vindas. Quando te sentires tentado a acusar alguém de haver pecado em qualquer forma que seja, não deixes a tua mente se deter sobre o que pensas que ele fez, pois isso é auto-engano. Ao invés disso, pergunta: “Eu me acusaria por fazer isso?”

Dessa forma, verás as alternativas para a escolha em termos que a tornam significativa e que mantêm a tua mente tão livre de culpa e de dor quanto o próprio Deus pretendia que fosse e como é na verdade. Só as mentiras querem condenar. Na verdade, a inocên-cia é a única coisa que existe. O perdão está entre as ilusões e a verdade, entre o mundo que vês e o que está além, entre o inferno da culpa e a porta do Céu.

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Através da ponte, tão poderosa quanto o Amor que depositou sobre ela a própria bênção, todos os sonhos do mal, de ódio e de ataque são silenciosamente trazidos à verdade. Eles não são mantidos para se expandirem, provocarem tumultos e aterrorizarem o tolo sonhador que acredita neles. Esse foi gentilmente despertado do seu sonho pela compreensão de que o que ele pensava ter visto, nun-ca existiu. E agora não pode sentir que todas as possibilidades de escapar lhe foram negadas.

Ele não tem que lutar para se salvar. Não tem que matar os dragões que o perseguiam em seus pensamentos. E nem precisará erguer os pesados muros de pedra e as portas de ferro que o manteriam a salvo em seus pensamentos. Ele pode retirar a pesada e inú-til armadura feita para acorrentar a sua mente ao medo e à miséria. O seu passo é leve e quando levanta o pé para avançar mais um passo, deixa uma estrela para trás, para indicar o caminho àqueles que o seguem.

O perdão tem que ser praticado, pois o mundo não pode perceber o seu significado, nem prover um guia para te ensinar as suas beneficências. Não existe em todo o mundo nenhum pensamento que conduza à menor compreensão das leis que ele segue e do Pensa-mento que ele reflete. Ele é tão alheio ao mundo quanto a tua própria realidade. E, no entanto, une a tua mente à realidade em ti.

Hoje praticamos o verdadeiro perdão para que não seja mais adiado o momento da união. Pois queremos nos encontrar com a nossa realidade em liberdade e em paz. A nossa prática vem a ser a marca dos nossos passos que iluminam o caminho para todos os nossos irmãos, que nos seguirão até a realidade que compartilhamos com eles. Para que isso possa ser realizado, vamos dar quinze mi-nutos por duas vezes hoje e passá-los com o Guia Que entende o significado do perdão e Que nos foi enviado para ensiná-lo. Vamos pe -dir-Lhe:

Que eu perceba o perdão tal como é.

Em seguida, escolhe um irmão conforme a orientação que Ele vai te dar e enumera os seus “pecados” um por um, à medida que passam pela tua mente. Certifica-te de não te deteres em nenhum, mas reconhece que só estás usando as suas “ofensas” para salvar o mundo de todas as idéias de pecado. Reflete brevemente sobre todas as coisas ruins que pensaste sobre ele e, a cada vez, pergunta a ti mesmo: “Eu me condenaria por fazer isso?”

Deixa que ele seja libertado de todos os pensamentos de pecado que tinhas em relação a ele. E agora estás preparado para a li -berdade. Se, até esse momento, tiveres praticado com disponibilidade e honestidade, começarás a notar uma sensação de elevação, uma diminuição do peso sobre o teu peito, um sentimento de alívio nítido e profundo. O tempo remanescente deve ser dado a experimentar o fato de que escapaste de todas as pesadas correntes que buscaste colocar sobre o teu irmão, mas que foram colocadas sobre ti mesmo:

Que eu perceba o perdão tal como é. Eu me acusaria por fazer isso? Não colocarei essa corrente sobre mim mesmo.

Em tudo o que fizeres lembra-te disso:

Ninguém é crucificado sozinho, e no entanto ninguém pode entrar no Céu por si mesmo.

135.135. Se eu me defendo, sou atacado.Se eu me defendo, sou atacado.

Quem se defenderia a menos que pensasse que foi atacado, que o ataque foi real e que a sua própria defesa poderia salvá-lo? E nisso está a loucura da defesa: dá plena realidade às ilusões e depois tenta lidar com elas como se fossem reais. Acrescenta ilusões às ilusões, assim fazendo com que a correção seja duplamente difícil. É isso que fazes quando tentas planejar o futuro, ativar o passado ou organizar o presente como desejas.

Tu operas a partir da crença em que tens que te proteger do que está acontecendo, porque algo ali não pode deixar de contar o que te ameaça. Um senso de ameaça é um reconhecimento de uma fraqueza inerente, uma crença segundo a qual há um perigo que tem o poder de convocar-te para fazer uma defesa apropriada. O mundo está baseado nessa crença insana. E todas as suas estruturas, os seus pensamentos e dúvidas, as suas penalidades e armamentos pesados, as suas definições legais e os seus códigos, a sua ética, os seus líderes e os seus deuses, tudo serve apenas para preservar o senso de ameaça do mundo. Pois ninguém caminha pelo mundo em uma armadura sem que o terror esteja golpeando-lhe o coração.

A defesa é assustadora. Brota do medo, o qual aumenta a cada vez que uma defesa é feita. Pensas que ela oferece segurança. No entanto, ela fala do medo que se faz real e do terror justificado. Não é estranho que ao elaborares os teus planos, fortaleceres a tua ar -madura e apertares as tuas fechaduras, não pares para perguntar a ti mesmo o que estás defendendo, e como, e contra o quê?

Primeiro, vamos considerar o que defendes. Não pode deixar de ser algo muito fraco, fácil de ser assaltado. Não pode deixar de ser uma presa fácil, incapaz de se proteger e que precisa da tua defesa. O que mais, senão o corpo, tem tal fragilidade que necessita de cuidados constantes e atentos, de uma preocupação profunda para proteger a sua pequena vida? O que mais, senão o corpo, vacila e não pode deixar de falhar em servir ao Filho de Deus como um digno anfitrião?

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No entanto, não é o corpo que pode ter medo, nem ser um objeto do medo. Ele não tem necessidades, senão aquelas que tu lhe atribuis. Não precisa de estruturas complicadas para a sua defesa, de medicamentos para torná-lo saudável, de absolutamente nenhum cuidado e nenhuma preocupação. Defende a sua vida, oferece-lhe dádivas para fazer com que fique bonito, ou muros para colocá-lo a salvo, e estarás dizendo que o teu lar está aberto ao assalto do tempo, que é corruptível, que está desmoronando, que é inseguro ao ponto de precisar ser guardado com a tua própria vida.

Esse retrato não é amedrontador? Podes estar em paz com tal conceito acerca do teu lar? E, no entanto, quem dotou o corpo com o direito de servir-te dessa forma senão a tua própria crença? Foi a tua mente que deu ao teu corpo todas as funções que vês nele e que estabeleceu o seu valor bem além de um pequeno monte de pó e água. Quem defenderia algo que reconhecesse ser assim?

O corpo não precisa de nenhuma defesa. Nunca é demais enfatizar isso. Ele será forte e saudável se a mente não abusar dele, conferindo-lhe papéis que ele não pode cumprir, propósitos além do seu alcance e objetivos exaltados que não pode realizar. Tais tenta -tivas, ridículas mas profundamente apreciadas, são as fontes de muitos dos teus ataques loucos contra ele. Pois ele parece desapontar as tuas esperanças, as tuas necessidades, teus valores e teus sonhos.

O “ser” que precisa de proteção não é real. O corpo, que não tem valor e dificilmente merece a menor defesa, precisa apenas ser percebido como algo bem à parte de ti e aí vem a ser um instrumento saudável e útil, através do qual a mente pode operar até que a sua utilidade chegue ao fim. Quem desejaria conservá-lo quando a sua utilidade tiver terminado?

Defende o corpo e terás atacado a tua mente. Pois terás visto nela os defeitos, as fraquezas, as limitações e as falhas das quais pensas que o corpo tem que ser salvo. Não verás a mente como algo separado das condições do corpo. E imporás a ele toda a dor que vem da concepção da mente como limitada e frágil, à parte das outras mentes e separada de sua Fonte.

Esses são os pensamentos que precisam de cura e o corpo responderá com saúde quando tiverem sido corrigidos e substituídos pela verdade. Essa é a única defesa real do corpo. Mas, é aqui que procuras a sua defesa? Tu lhe ofereces um tipo de proteção do qual ele não ganha nenhum benefício, apenas acrescenta à aflição da tua mente. Não curas, apenas eliminas a esperança da cura, pois falhas em ver aonde a esperança tem que estar para ser significativa.

A mente curada não faz planos. Executa os planos que recebe ouvindo a Sabedoria que não lhe é própria. Espera até que lhe seja ensinado o que deve ser feito e, então, começa a fazê-lo. Não depende de si mesma para coisa alguma, a não ser para a sua adequa -ção em cumprir os planos que foram designados para ela. É segura na certeza de que obstáculos não podem impedir o seu progresso em realizar qualquer uma das metas que servem ao plano maior estabelecido para o bem de todos.

A mente curada está livre da crença de que tem que fazer planos, mesmo sem poder saber qual o melhor resultado, quais os meios para consegui-los, ou como reconhecer o problema que o plano pretende solucionar. Ela tem que fazer um uso equivocado do corpo nos seus planos até que reconheça que isso é assim. Mas, quando aceita isso como verdadeiro, então está curada e libera o corpo.

A escravidão do corpo aos planos que a mente não-curada estabelece para salvar-se tem que fazer o corpo adoecer. Ele não está livre para ser o meio de ajudar em um plano que excede em muito a sua própria proteção e que precisa dos seus serviços por pouco tempo. Nesta capacidade, a saúde é assegurada. Pois tudo o que a mente emprega para isso funcionará perfeitamente, com a força que lhe foi dada e não pode falhar.

Talvez não seja fácil perceber que planos iniciados por nós mesmos não passam de defesas e todos foram feitos para realizar esse propósito. São o meio pelo qual a mente assustada quer empreender a sua própria proteção, ao custo da verdade. Isso não é difícil de reconhecer em algumas das formas que toma o auto-engano, em que a negação da realidade é óbvia. No entanto, fazer planos não é freqüentemente reconhecido como uma defesa.

A mente engajada em fazer planos para si mesma está ocupada em estabelecer um controle sobre acontecimentos futuros. Ela não pensa que as suas necessidades serão providas, a menos que faça as faça suas próprias provisões. O tempo vem a ser uma ênfase no futuro, a ser controlado pelo aprendizado e pela experiência obtida em eventos passados e em crenças anteriores. Ela não vê o pre -sente, pois repousa sobre a idéia de que o passado ensinou o suficiente para deixá-la dirigir o seu curso futuro.

A mente que planeja está, assim, recusando-se a permitir a mudança. Aquilo que aprendeu antes vem a ser a base para as suas metas futuras. A sua experiência passada dirige a sua escolha do que irá acontecer. E não vê que é aqui e agora que está tudo o que precisa para garantir um futuro que não é como o passado, sem a continuidade de qualquer uma das velhas idéias e crenças doentias. A antecipação não desempenha nenhum papel, pois a confiança presente dirige o caminho.

Defesa são os planos que empreendes contra a verdade. O seu objetivo é o de selecionar o que aprovas e de ignorar o que consi-deras incompatível com as tuas crenças a respeito da tua realidade. Mas, o que fica é, de fato, sem significado. Pois a tua realidade é a “ameaça” que as tuas defesas querem atacar, obscurecer, fragmentar e crucificar.

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O que deixarias de aceitar se apenas soubesses que tudo o que acontece, todos os eventos, passados, presentes e por vir, são gentilmente planejados por Aquele Cujo único propósito é o teu bem? Talvez tenhas entendido o Seu plano de forma equivocada, pois Ele nunca te ofereceria dor. Mas as tuas defesas não te deixaram ver a Sua bênção amorosa brilhando em cada passo que jamais deste. Enquanto fazias planos para a morte, Ele te conduzia gentilmente para a vida eterna.

A tua atual confiança Nele é a defesa que promete um futuro imperturbado, sem nenhum traço de pesar e com uma alegria que cresce constantemente, enquanto essa vida vem a ser um instante santo, estabelecido no tempo, mas ocupado apenas com a imortalida-de. Não deixes que outras defesas senão a tua atual confiança dirija o futuro, e essa vida vem a ser um encontro significativo com a ver -dade que só as tuas defesas poderiam querer ocultar.

Sem defesas, tu vens a ser uma luz que o Céu, com gratidão, reconhece como a sua própria luz. Ela te conduzirá pelos caminhos designados para a tua felicidade de acordo com o antigo plano, que começou com o início dos tempos. Os teus seguidores unirão as suas luzes à tua e ela aumentará até que o mundo seja iluminado com alegria. E os nossos irmãos, com contentamento, deixarão de lado as suas incômodas defesas, que em nada lhes foram úteis e só podiam aterrorizar.

Vamos antecipar esse momento hoje, com confiança presente, pois isso faz parte do que foi planejado para nós. Estaremos cer -tos de que tudo o que precisamos nos é dado para a nossa realização no dia de hoje. Não vamos planejar como será feito, mas reconhe -cemos que o fato de nos despojarmos de todas as nossas defesas é tudo o que é preciso que a verdade desponte com certeza sobre as nossas mentes.

Durante quinze minutos, duas vezes hoje, vamos descansar de planejamentos sem sentido e de todo pensamento que impede a verdade de penetrar nas nossas mentes. Hoje vamos receber ao invés de planejar, para que possamos dar ao invés de organizar. E algo nos é dado verdadeiramente ao dizermos:

Se eu me defendo, sou atacado. Mas despojando-me de todas as defesas serei forte, e aprenderei o que as minhas defesas escondem.

Nada mais do que isso. Se houver planos a serem feitos, eles te serão comunicados. Talvez não sejam os planos que pensavas se-rem necessários, ou as respostas para os problemas que pensavas estar enfrentando. Mas são as respostas para um outro tipo de per-gunta, que permanece sem resposta e precisa ser respondida até que a Resposta enfim venha a ti.

Todas as tuas defesas têm tido como objetivo não receber o que receberás hoje. E na luz e na alegria da simples confiança, não poderás deixar de perguntar a ti mesmo por que razão jamais chegaste a pensar que precisavas ser defendido da liberação. O Céu nada pede. É o inferno que faz exigências extravagantes de sacrifício. Tu não estás desistindo de nada nestes momentos de hoje quando te apresentas indefeso ao teu Criador, tal como realmente és.

Ele lembrou-Se de ti. Hoje nos lembraremos Dele. Pois esse é o momento da Páscoa na tua salvação. E tu te erguerás novamen-te do que parecia ser morte e desesperança. Agora a luz da esperança renasce em ti, pois agora vens sem defesas para aprender o papel que te compete no plano de Deus. Que pequenos planos ou crenças mágicas ainda podem ter valor, quando recebeste a tua função da Voz do próprio Deus?

Tenta não moldar esse dia como acreditas ser mais benéfico para ti. Pois não podes conceber toda a felicidade que vem a ti sem o teu planejamento. Aprende hoje. E o mundo inteiro dará esse passo gigantesco e celebrará a tua Páscoa contigo. Ao longo do dia à medida que pequenas coisas tolas surgirem para erguer a tua defensividade e para te tentar a te engajares em tecer planos, lembra-te que esse é um dia especial para o aprendizado e reconhece isso com o seguinte:

Essa é a minha Páscoa. Quero mantê-la santa. Não me defenderei porque o Filho de Deus não precisa de nenhuma defesa contra a verdade da sua realidade.

136.136. A doença é uma defesa contra a verdade.A doença é uma defesa contra a verdade.

Ninguém pode curar a menos que compreenda a que propósito a doença parece servir. Pois só então compreende também que o seu propósito não tem significado. Não tendo causa ou qualquer intenção significativa, a doença não pode existir de forma alguma. Uma vez que isso é visto, a cura é automática. Ela dissipa essa ilusão sem significado pelo mesmo enfoque com que leva todas as ilu -sões à verdade e simplesmente as deixa lá para que desapareçam.

A doença não é um acidente. Como todas as defesas, é mais um instrumento insano para o auto-engano.. e como todas as de -mais, o seu propósito é esconder a realidade, atacá-la, modificá-la, torná-la inepta, deturpá-la, distorcê-la ou reduzi-la a uma pequena pilha de partes desagrupadas. O objetivo de todas as defesas é o de impedir que a verdade seja íntegra. As partes são vistas como se cada uma fosse íntegra dentro de si mesma.

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As defesas não são involuntárias, nem são feitas sem consciência. São varas de condão mágicas e secretas que manipulas quando a verdade parece ameaçar aquilo em que queres acreditar. Só parecem ser inconscientes por causa da rapidez com que escolhes usá-las. Naquele segundo, ou até menos, em que a escolha é feita, reconheces exatamente o que queres tentar fazer e passas, então, a pen -sar que já está feito.

Quem mais, senão tu mesmo, avalia a ameaça, decide que é necessário escapar e estabelece uma série de defesas para reduzir a ameaça que foi julgada real? Tudo isso não pode ser feito inconscientemente. Mas depois o teu plano requer que esqueças que foste tu que o fizeste, de modo que ele pareça estar fora da tua própria intenção, um acontecimento além do teu estado mental, um resultado com efeitos reais sobre ti, ao invés de efetuado por ti mesmo.

É esse rápido esquecimento do papel que desempenhas em fazer a tua “realidade” que faz com que as defesas pareçam estar além do teu próprio controle. Mas o que tens esquecido pode ser lembrado, se estiveres disposto a reconsiderar a decisão duplamente oculta pelo esquecimento. Não lembrar-te disso é apenas um sinal de que essa decisão ainda está em vigor no que concerne aos teus desejos. Não te equivoques a esse respeito, tomando isso por fato. As defesas não podem deixar de fazer com que os fatos sejam irreco -nhecíveis. É o seu objetivo ao fazer isso e é o que fazem.

Toda defesa toma os fragmentos do todo, reúne-os sem considerar todos os seus relacionamentos verdadeiros e assim constrói ilusões de um todo que não existe. É esse processo que constitui a ameaça e não qualquer resultado que possa vir em decorrência. Quando as partes são arrancadas do todo, vistas como separadas e íntegras em si mesmas, vêm a ser símbolos que representam o ata -que ao todo; seu efeito é bem-sucedido e elas jamais serão vistas como um todo novamente. E, no entanto, tu esqueceste que represen -tam apenas a tua própria decisão do que deveria ser real para tomar o lugar do que é real.

A doença é uma decisão. Não é uma coisa que te acontece, que absolutamente não buscaste, que faz com que fiques fraco e te traz sofrimento. É uma escolha que fazes, um plano que traças quando por um instante a verdade surge na tua mente iludida e todo o teu mundo parece vacilar e se preparar para cair. Agora estás doente, para que a verdade possa ir embora e parar de ameaçar aquilo que estabeleceste.

Como pensas que a doença pode ter sucesso em proteger-te da verdade? Porque ela prova que o corpo não é separado de ti e as -sim tens que estar separado da verdade. Sofres dor porque o corpo sofre e nessa dor te fazes um com ele. Assim, a tua “verdadeira” identidade é preservada e o estranho pensamento que te persegue de que possas ser algo além desse pequeno monte de pó é silenciado e pára. Pois vejas, esse pó pode fazer-te sofrer, torcer os teus membros e parar o teu coração, ordenando-te que morras e deixes de ser.

Assim o corpo é mais forte do que a verdade que te pede que vivas, mas que não pode superar a tua escolha de morrer. E, desse modo, o corpo é mais poderoso do que a vida eterna, o Céu mais frágil do que o inferno e ao desígnio de Deus para a salvação do Seu Filho se opõe uma decisão mais forte do que a Sua Vontade. O Filho de Deus é pó, o Pai incompleto e o caos senta-se em triunfo no trono de Deus.

Tal é o teu plano para a tua própria defesa. E acreditas que o Céu recua diante de ataques loucos como esses, que Deus se torna cego pelas tuas ilusões, que a verdade é transformada em mentiras e que todo o universo é feito escravo de leis que as tuas defesas querem lhe impor. Mas quem acredita em ilusões, senão aquele que as inventou? Quem mais pode vê-las e reagir a elas como se fossem a verdade?

Deus desconhece os teus planos para mudar a Sua Vontade. O universo continua a não ver as leis com as quais pensavas go -verná-lo. E o Céu não se curvou ao inferno, nem a vida à morte. Tu só podes escolher pensar que morres, sofres doenças ou deturpas a verdade de qualquer forma que seja. O que foi criado está à parte de tudo. Defesas são planos para derrotar o que não pode ser ataca -do. O que é inalterável não pode mudar. E o que é totalmente impecável não pode pecar.

Tal é a simples verdade. Ela não faz apelos para o poder ou para o triunfo. Não ordena a obediência, nem busca provar quão de -ploráveis e fúteis são as tuas tentativas de planejar defesas que querem alterá-la. A verdade quer apenas te dar felicidade, pois tal é o teu propósito. Talvez ela suspire um pouco quando jogas fora as suas dádivas, mas sabe, com perfeita certeza que aquilo que é a Vonta -de de Deus para ti tem que ser recebido.

É esse fato que demonstra que o tempo é uma ilusão. Pois o tempo permite que penses que o que Deus tem te dado não é a ver-dade agora, como tem que ser. Os Pensamentos de Deus estão bem à parte do tempo. Pois o tempo não passa de mais uma defesa sem sentido que fizeste contra a verdade. No entanto, o que é a Sua Vontade está aqui e tu permaneces tal como Ele te criou.

A verdade tem um poder que vai muito além das defesas, pois nenhuma ilusão pode permanecer onde foi permitido à verdade entrar. E ela vem a cada mente que queira abaixar as armas e parar de brincar com a loucura. Ela pode ser encontrada em qualquer momento, hoje, se escolheres praticar dar boas vindas à verdade.

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Esse é o nosso objetivo hoje. E daremos duas vezes quinze minutos para pedir à verdade que venha a nós e nos liberte. E a ver -dade virá, pois nunca esteve à parte de nós. Ela espera apenas por esse convite que lhe fazemos hoje. Nos a introduzimos através de uma prece de cura, para que nos ajude a erguermo-nos acima da defensividade e deixarmos a verdade ser como sempre foi:

A doença é uma defesa contra a verdade. Aceitarei a verdade do que sou, e hoje deixarei minha mente ser totalmente curada.

A cura brilhará através da tua mente aberta, à medida que a paz e a verdade surgirem para tomar o lugar da guerra e das imagi -nações vãs. Não haverão cantos escuros que a doença possa ocultar e manter defendidos da luz da verdade. Não haverão mais figuras vagas procedentes dos teus sonhos, nem tampouco as perseguições obscuras e sem significado com seus propósitos duplos que são buscados de forma insana; nada disso permanecerá na tua mente. A tua mente será curada de todos os desejos doentios que tentou au-torizar o corpo a obedecer.

Agora o corpo está curado, porque a fonte da doença foi aberta para o alívio. E reconhecerás que praticaste bem por isso: o cor -po não deve sentir nada. Te tiveres tido êxito, não haverá nenhuma sensação de mal ou bem-estar, de dor ou de prazer. Não há absolu -tamente nenhuma resposta na mente para o que o corpo faz. Só a sua utilidade permanece e nada mais.

Talvez não reconheças que isso remove os limites que havias imposto ao corpo através dos propósitos que lhe deste. Ao deixares esses propósitos de lado, a força que o corpo tem será sempre suficiente para servir a todos os propósitos verdadeiramente úteis. A saúde do corpo está inteiramente garantida, pois não é limitada pelo tempo, pelo clima, ou pelo cansaço; pela comida ou pela bebida ou por qualquer lei que o tenhas feito obedecer anteriormente. Agora não precisas fazer nada para deixá-lo bem, pois a doença veio a ser impossível.

Mas essa proteção necessita ser preservada por uma vigilância cuidadosa. Se deixares a tua mente nutrir pensamentos de ata-que, ceder ao julgamento ou fazer planos contra as incertezas porvir, mais uma vez terás posto a ti mesmo no lugar errado e feito uma identidade corporal que atacará o corpo, pois a mente está doente.

Dá-lhe remédio imediato se isso ocorrer, não deixando que a tua defensividade te fira mais. Não confundas o que tem que ser curado, mas dize a ti mesmo:

Esqueci-me do que realmente sou, pois confundi o meu corpo comigo mesmo. A doença é uma defesa contra a verdade. Mas eu não sou um corpo. E a minha mente não pode atacar. Portanto, não posso estar doente.

137.137. Quando sou curado, não sou curado sozinho.Quando sou curado, não sou curado sozinho.

A idéia de hoje continua sendo o pensamento central em que se baseia a salvação. Pois a cura é o oposto de todas as idéias do mundo que se fixam na doença e em estados separados. A doença é um afastamento dos outros, um fechamento contra a união. Vem a ser uma porta que se fecha sobre um ser separado e o mantém isolado e sozinho.

A doença é isolamento. Parece manter um ser à parte de todos os demais para sofrer o que os outros não sentem. Dá ao corpo o poder final para fazer com que a separação seja real e manter a mente em uma prisão solitária, dividida ao meio e mantida em pedaços por uma sólida parede de carne doente que ela não pode superar.

O mundo obedece às leis que a doença serve, mas a cura opera à parte delas. É impossível que alguém seja curado sozinho. Na doença a pessoa tem que estar à parte e separada. Mas a cura é a própria decisão de ser uno novamente e de aceitar o próprio Ser com todas as Suas partes intactas e incólumes. Na doença, o Ser parece estar desmembrado e sem a unidade que Lhe dá vida. Mas a cura é realizada quando a pessoa vê que o corpo não tem poder de atacar a unicidade universal do Filho de Deus.

A doença quer provar que as mentiras têm que ser a verdade. Mas a cura demonstra que a verdade é verdadeira. A separação que a doença quer impor nunca ocorreu realmente. Ser curado é apenas aceitar o que sempre foi a simples verdade e sempre permane-cerá exatamente tal como sempre foi. No entanto, é necessário mostrar aos olhos acostumados às ilusões que o que contemplam é fal-so. Assim a cura, que nunca foi necessária à verdade, tem que demonstrar que a doença não é real.

Portanto, a cura poderia ser chamada de um “contra-sonho” que cancela o sonho da doença em nome da verdade, mas não na verdade em si mesma. Assim como o perdão não vê todos pecados que nunca foram cometidos, a cura apenas remove as ilusões que nunca ocorreram. Assim como o mundo real surgirá para ocupar o lugar daquilo que absolutamente foi, a cura apenas oferece uma re-paração pelos estados imaginários e as falsas idéias que os sonhos bordam em retratos da verdade.

Mas não penses que a cura não seja digna da tua função aqui. Pois o anticristo passa a ser mais poderoso do que o Cristo para aqueles que sonham que o mundo é real. O corpo parece mais sólido e mais estável do que a mente. E o amor vem a ser um sonho, en-quanto o medo permanece a única realidade que pode ser vista, justificada e inteiramente compreendida.

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Da mesma forma que o perdão ofusca todo pecado e o mundo real virá a ocupar o lugar do que fizeste, a cura tem que substituir as fantasias de doenças que manténs diante da simples verdade. Quando se tiver visto que a doença desapareceu, apesar de todas as leis que asseguram que ela não pode deixar de ser real, as perguntas terão sido respondidas. E as leis não mais poderão ser apreciadas nem obedecidas.

A cura é liberdade. Demonstra que os sonhos não prevalecerão contra a vontade. A cura é compartilhada. E, por esse atributo, prova que as leis que não são como aquelas que asseveram que a doença é inevitável são mais poderosas do que os seus opostos doenti-os. A cura é força. Pela sua mão gentil a fraqueza é superada e as mentes que se achavam emparedadas no interior de um corpo são postas em liberdade para unirem-se a outras mentes e para serem eternamente fortes.

A cura, o perdão e a feliz troca de todo o mundo de pesares por um mundo em que a tristeza não pode entrar, são os meios pelos quais o Espírito Santo te pede insistentemente para que O sigas. As Suas lições gentis ensinam com que facilidade a salvação pode ser tua, quão pouca prática precisas empreender para deixar que as Suas leis substituam aquelas que fizeste para continuares sento um prisioneiro da morte. A Sua vida vem a ser a tua assim que tu Lhe estendes a pouca ajuda que Ele pede para libertar-te de tudo o que jamais te causou dor.

E, ao te deixares curar, vês todos aqueles ataques à tua volta ou aqueles que passam pela tua mente ou aqueles em quem tocas ou com quem pareces não ter contato, todos curados junto contigo. Talvez não os reconheças a todos, nem te dês conta do quanto é grande o teu oferecimento ao mundo inteiro, quando deixas a cura vir a ti. Mas nunca és curado sozinho. E legiões e legiões receberão a dádiva que recebes quando és curado.

Aqueles que são curados vêm a ser os instrumentos da cura. E nenhum tempo passa entre o instante em que são curados e o instante em que toda a graça da cura lhes é dada para dar. Aquilo que se opõe a Deus não existe e aquele que não aceita isso em sua mente vem a ser o porto aonde os fatigados podem permanecer para descansar. Pois aqui a verdade lhes é concedida e todas as ilusões são trazidas à verdade.

Tu não oferecerias abrigo à Vontade de Deus? Com isso apenas convidas o teu Ser a estar em casa. E pode esse convite ser recu-sado? Pede que o inevitável aconteça e nunca falharás. A outra escolha é apenas a de pedir ao que não pode ser para que seja e isso não pode ter sucesso. Hoje, pedimos que só a verdade venha a ocupar as nossas mentes, que nesse dia os pensamentos de cura passem da -quilo que está curado àquilo que ainda precisa sê-lo, cientes de que ambas as coisas ocorrerão como uma só.

Lembrar-nos-emos, ao soar de cada hora, de que a nossa função é a de deixar que as nossas mentes sejam curadas para que possamos levar a cura ao mundo, trocando a maldição pela bênção, a dor pela alegria e a separação pela paz de Deus. Não vale a pena dar um minuto de cada hora para receber uma dádiva como essa? Um pouco de tempo não é um custo pequeno a ser oferecido pela dá -diva de tudo?

Entretanto, é necessário que estejamos preparados para tal dádiva. Assim, iniciaremos o dia com isso, dando dez minutos a es -ses pensamentos, com os quais também concluiremos à noite:

Quando sou curado, não sou curado sozinho. E quero compartilhar minha cura com o mundo para que a doença possa ser banida da mente do Filho único de Deus, que é o meu único Ser.

Permite que a cura se dê através de ti nesse dia mesmo. E enquanto descansas em quietude, estejas preparado para dar assim como recebes, para só guardar o que dás e receber o Verbo de Deus para que ele tome o lugar de todos os tolos pensamentos que ja-mais foram imaginados. Nós nos reunimos agora para fazer com que tudo que estava doente fique bom e para oferecer a bênção aonde havia ataque. E tampouco deixaremos que essa função seja esquecida à medida em que passa cada hora do dia, lembrando-nos do nos -so propósito com esse pensamento:

Quando sou curado, não sou curado sozinho. E quero abençoar os meus irmãos, pois quero ser curado com eles assim como são curados comigo.

138.138. O Céu é a decisão que eu tenho que tomar.O Céu é a decisão que eu tenho que tomar.

Nesse mundo, o Céu é uma escolha porque aqui acreditamos que há alternativas entre as quais escolher. Pensamos que todas as coisas têm um oposto e que escolhemos aquilo que queremos. Se o Céu existe, também tem que haver um inferno, pois a contradição é o modo como fazemos o que percebemos e o que pensamos ser real.

A criação desconhece opostos. Mas aqui, a oposição é parte do que é “real”. É essa estranha percepção da verdade que faz com que escolher o Céu pareça ser a mesma coisa que abandonar o inferno. Isso não é realmente assim. No entanto, o que é verdadeiro na criação de Deus não pode entrar aqui até que seja refletido de alguma forma que o mundo possa compreender. A verdade não pode vir

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aonde só poderia ser percebida com medo. Pois isso seria o erro de que a verdade pode ser trazida às ilusões. A oposição faz com que a verdade não seja bem-vinda e ela não pode vir.

Escolher é obviamente o modo de escapar do que os opostos parecem ser. A decisão permite que uma das metas conflitantes ve-nha a ser alvo do esforço e do dispêndio do tempo. Sem decisão, o tempo é apenas um desperdício e o esforço é dissipado. Gasto sem nenhum retorno, o tempo passa sem resultados. Não há nenhum senso de ganho, pois nada é realizado, nada é aprendido.

Tu precisas ser lembrado de que pensas que mil escolhas te confrontam, quando realmente há apenas uma. E mesmo essa, ape-nas parece ser uma escolha. Não te confundas com todas as dúvidas que milhares de decisões iriam induzir. Só fazes uma escolha. E, uma vez feita, perceberás que não havia absolutamente nenhuma. Pois a verdade é verdadeira e nada mais é verdadeiro. Não há ne-nhum oposto a ser escolhido em seu lugar. Não há contradição para a verdade.

A escolha depende do aprendizado. E a verdade não pode ser aprendida, só reconhecida. A sua aceitação está em reconhecê-la e ao ser aceita, ela é conhecida. Mas o conhecimento está além das metas que buscamos ensinar no escopo deste curso. As nossas são metas de ensino a serem atingidas através do aprendizado de como é possível alcançá-las, do que são e do que te oferecem. As decisões são o resultado do teu aprendizado, pois se baseiam no que aceitaste como a verdade do que és e de quais são as tuas necessidades.

Nesse mundo insanamente complicado, o Céu parece tomar a forma de uma escolha ao invés de ser simplesmente o que é. De todas as escolhas que tentaste fazer, essa é a mais simples, a mais definitiva e o protótipo de todo o resto; aquela que resolve todas as decisões. Se pudesses decidir o resto, essa permaneceria sem solução. Mas, ao resolvê-la, todas as outras são resolvidas com ela, pois todas as decisões apenas ocultam essa única sob diferentes formas. Essa é a escolha única e final em que a verdade é aceita ou negada.

Assim, hoje começamos considerando a escolha para a qual o tempo foi feito a fim de nos ajudar a fazê-la. Tal é o seu propósito santo, agora transformado, pois não tem mais a intenção que tu lhe deste: de que fosse um meio para demonstrar que o inferno é real, que a esperança vem a ser desespero e que a própria vida, no fim, não pode deixar de ser vencida pela morte. Só na morte é possível dar solução aos opostos, pois acabar com as oposições é morrer. E, assim, a salvação tem que ser vista como morte, pois a vida é vista como conflito. Resolver o conflito é pôr um fim à tua vida também.

Essas crenças loucas podem ganhar um domínio inconsciente de grande intensidade e a mente pode ser tomada por um terror e uma ansiedade tão fortes que ela não renunciará às suas idéias sobre a sua própria proteção. Ela tem que ser salva da salvação, amea -çada para estar segura e magicamente armada contra a verdade. E essas decisões são feitas sem que se esteja ciente, a fim de mantê -las em segurança e sem perturbações, à parte do questionamento, da razão e da dúvida.

O Céu é escolhido conscientemente. A escolha não pode ser feita enquanto as alternativas não forem cuidadosamente vistas e compreendidas. Tudo o que está velado nas sombras tem que ser erguido à compreensão, para ser novamente julgado e, dessa vez, com o auxílio do Céu. E todos os equívocos de julgamento que a mente tenha cometido antes são abertos à correção, à medida em que a ver-dade os descarta por carecerem de causa. Agora não têm efeitos. Não podem ser ocultados, pois o fato de que eles não são nada é reco -nhecido.

A escolha consciente do Céu é tão certa quanto o fim do medo do inferno, quando esse é retirado do escudo protetor da incons -ciência e trazido à luz. Quem pode decidir entre o que é visto claramente e o que não é reconhecido? No entanto, quem pode falhar em fazer uma escolha entre alternativas, se apenas uma é vista como valiosa e a outra como uma coisa inteiramente sem valor, que não passa de uma fonte imaginária de culpa e de dor? Quem hesita em fazer uma escolha como essa? E nós hesitaremos em escolher hoje?

Escolhemos o Céu ao acordarmos e passamos cinco minutos nos assegurando de que fizemos a única escolha sã. Reconhecemos que estamos fazendo uma escolha consciente entre o que tem existência e o que nada tem, a não ser uma aparência de verdade. O seu pseudo-ser, ao ser trazido ao que é real, mostra-se inconsistente e transparente na luz. Agora, ele não contém nenhum terror, pois o que foi feito para ser enorme, vingativo, impiedoso por estar cheio de ódio, exige a obscuridade para que o medo possa ser investido nele. Agora, é reconhecido como apenas um equívoco tolo e trivial.

Antes de fecharmos os olhos para dormir essa noite, reafirmamos a escolha que temos feito a cada hora do dia. E agora damos os últimos cinco minutos do nosso dia à decisão com a qual acordamos. A cada hora que passou, declaramos mais uma vez a nossa es -colha num breve momento de quietude dedicado a manter a sanidade. E, finalmente, encerramos o dia com isso, reconhecendo que só escolhemos o que queremos:

O Céu é a decisão que eu tenho que tomar. Vou tomá-la agora, e não mudarei a minha mente, pois é a única coisa que eu quero.

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139.139. Aceitarei a Expiação para mim mesmo.Aceitarei a Expiação para mim mesmo.

Eis o fim da escolha. Pois aqui vimos à decisão de nos aceitarmos tal como Deus nos criou. E o que é a escolha senão a incerteza do que somos? Não há nenhuma dúvida que não esteja enraizada aqui. Não há nenhuma questão que não reflita essa única. Não há ne-nhum conflito que não acarrete essa única pergunta simples: “O que sou eu?”

Mas quem poderia colocar essa questão a não ser aquele que se recusou a reconhecer a si mesmo? Só a recusa de aceitar a si mesmo poderia fazer a pergunta parecer sincera. A única coisa que qualquer coisa viva pode saber com toda a certeza é o que ela é. A partir deste único ponto de certeza, ela olha para as outras coisas com tanta certeza quanto tem de si mesma.

A incerteza a respeito do que não podes deixar de ser é um auto-engano numa escala tão vasta, que a sua magnitude dificilmen-te pode ser concebida. Estar vivo e não conhecer a si mesmo é acreditar que tu estás realmente morto. Pois, o que é a vida, senão ser o que és e que outra coisa além de ti pode estar viva em teu lugar? Quem é aquele que duvida? De que ele duvida? A quem estará questi -onando? Quem pode lhe responder?

Ele está apenas declarando que não é ele mesmo e, assim, sendo outra coisa, torna-se um questionador do que vem a ser essa outra coisa. No entanto, jamais poderia estar vivo se não soubesse a resposta. Se pergunta, como se não soubesse, isso apenas mostra que ele não quer ser essa coisa que é. Ele aceitou porque está vivo, fez um julgamento contra ela, negou o seu valor e decidiu que não conhece a única certeza pela qual vive.

Assim, ela passa a estar incerto quanto à sua vida, pois o que ela é foi negado por ele. É por causa dessa negação que precisas da Expiação. A tua negação não fez nenhuma mudança no que és. Mas dividiste a tua mente entre o que conhece e o que não conhece a verdade. Tu és tu mesmo. Não há dúvidas quanto a isso. E, no entanto, duvidas. Mas não perguntas que parte de ti realmente pode es-tar duvidando de ti mesmo. Na realidade, não pode ser uma parte de ti que coloca essa questão. Pois pergunta àquele que sabe a res-posta. Se fosse parte de ti, a certeza seria impossível.

A Expiação remedia a estranha idéia de que é possível duvidar de ti mesmo e não ter certeza do que realmente és. Essa é a pro -fundidade da loucura. No entanto, é a questão universal do mundo. O que isso pode significar, senão que o mundo é louco? Por que compartilhar da sua loucura na triste crença de que o que é universal aqui é verdadeiro?

Nada do que o mundo acredita é verdadeiro. É um lugar cujo propósito é o de ser um lar aonde aqueles que declaram não se co-nhecer podem vir a perguntar o que são. E tornarão a vir até o momento em que a Expiação for aceita e aprenderem que é impossível duvidar de si mesmos e não estar cientes do que são.

A única coisa que pode ser pedida a ti é a aceitação, pois há certeza quanto ao que tu és. Isso é estabelecido para sempre na san-ta Mente de Deus e na tua própria. Está tão além de qualquer dúvida ou questionamento, que perguntar o que isso não pode deixar de ser, constitui a prova definitiva de que precisas para mostrar que acreditas na contradição de que não conheces o que não podes deixar de conhecer. Isso é uma pergunta ou uma declaração que nega a si mesma ao ser declarada? Não deixemos as nossas santas mentes ocuparem-se com devaneios tão sem sentido quanto esse.

Temos uma missão aqui. Não viemos para reforçar a loucura em que outrora acreditamos. Não nos esqueçamos da meta que aceitamos. Viemos para ganhar mais do que apenas a nossa felicidade. O que aceitamos como o que somos proclama o que todos não podem deixar de ser junto conosco. Não falhe junto aos teus irmãos ou falhas para contigo mesmo. Olha para eles com amor para que possam ter o conhecimento que são parte de ti e tu és parte deles.

É isso que a Expiação ensina e demonstra que a unicidade do Filho de Deus é inatacada pela sua crença, segundo a qual ele não sabe o que ele é. Hoje aceita a Expiação não para mudar a realidade, mas apenas para aceitar a verdade sobre ti e seguir o teu caminho alegrando-te no infinito Amor de Deus. É só isso o que nos é pedido. E é isso o que faremos hoje.

Reservaremos cinco minutos pela manhã e à noite para dedicar as nossas mentes à nossa tarefa para o dia de hoje. Começamos com essa revisão do que é a nossa missão:

Aceitarei a Expiação para mim mesmo, pois continuo sendo tal como Deus me criou.

Não perdemos o conhecimento que Deus nos deu quando nos criou como Ele próprio. Nós podemos nos lembrar disso por todas as pessoas, pois na criação de todas as mentes são uma só. E na nossa memória está a lembrança do quanto os nossos irmãos são que -ridos para nós na verdade, do quanto cada mente é parte de nós, de quão fiéis eles realmente têm sido conosco e de como o Amor de nosso Pai contém todos eles.

Em agradecimento por toda a criação, em Nome do seu Criador e da Sua Unicidade com todos os aspectos da criação, hoje repe -timos a nossa fidelidade à nossa causa a cada hora, deixando de lado todos os pensamentos que nos distrairiam do nosso objetivo san-

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to. Por alguns minutos, deixa que a tua mente seja desembaraçada de todas as tolas teias de aranha que o mundo quer tecer em torno do Filho santo de Deus. E aprende a natureza frágil das correntes que parecem manter o conhecimento de ti mesmo à parte da tua consciência ao dizeres:

Aceitarei a Expiação para mim mesmo, pois continuo sendo tal como Deus me criou.

140.140. Pode-se dizer que só a salvação cura.Pode-se dizer que só a salvação cura.

“Cura” é uma palavra que não pode ser aplicada a nenhum remédio que o mundo aceite como benéfico. O que o mundo percebe como terapêutico não passa de algo que fará com que o corpo esteja “melhor”. Quando tenta curar a mente, não vê nenhuma separação entre ela e o corpo, onde pensa que a mente existe. Portanto, as suas formas de cura têm que substituir ilusão por ilusão. Uma crença na doença toma outra forma e assim o paciente agora percebe a si mesmo como se estivesse bem.

Ele não está curado. Apenas teve um sonho de que estava doente, e, no sonho, achou um fórmula mágica para fazê-lo sentir-se bem. Mas não despertou e assim a sua mente permanece exatamente como era antes. Ele não viu a luz que o despertaria e poria fim ao sonho. Que diferença pode o conteúdo de um sonho fazer na realidade? Dorme-se ou desperta-se. Não há meio-termo.

Os sonhos felizes que o Espírito Santo traz são diferentes do sonhar do mundo, nos quais pode-se apenas sonhar que se está acordado. Os sonhos que o perdão deixa a mente perceber não induzem a outra forma de sono, de modo que o sonhador passe a sonhar outro sonho. Os Seus sonhos felizes são arauto do despontar da verdade na mente. Eles conduzem do sono ao gentil despertar de modo que os sonhos desaparecem. E assim curam por toda a eternidade.

A Expiação cura com certeza e cura todas as doenças. Pois a mente que compreende que a doença não passa de um sonho não se deixa enganar pelas formas que o sonho pode tomar. A doença não pode vir aonde a culpa está ausente, pois não passa de uma outra forma de culpa. A Expiação não cura os doentes, pois isso não é uma cura. Ela retira a culpa que faz com que a doença seja possível. E isso é, de fato, a cura. Pois agora a doença se foi e nada resta para que ela possa voltar.

Que a paz esteja contigo, que foste curado em Deus e não em sonhos vãos. Pois a cura tem que vir da santidade e a santidade não pode ser achada onde o pecado é apreciado. Deus habita em templos santos. Ele é barrado ali onde entrou o pecado. No entanto, não há lugar onde Ele não esteja. E assim, o pecado não pode ter nenhum lar no qual se esconder da Sua beneficência. Não há lugar onde a santidade não esteja e não há lugar onde o pecado e a doença possam habitar.

Esse é o pensamento que cura. Ele não faz distinções entre irrealidades. E nem busca curar o que não está doente, sem ter em mente aonde está a necessidade de cura. Isso não é mágica. Apenas uma apelo à verdade, que não pode falhar em curar e curar para sempre. Não é um pensamento que julga uma ilusão por seu tamanho, sua aparente gravidade ou por algo relacionado à forma que tome. Meramente focaliza o que é e sabe que nenhuma ilusão pode ser real.

Não tentemos hoje buscar a cura do que não pode sofrer nenhuma doença. A cura tem que ser buscada aonde ela está e então aplicada ao que está doente, para que isso possa ser curado. Não há remédio que o mundo forneça que possa efetuar qualquer mudan-ça em qualquer coisa. A mente que traz ilusões à verdade realmente mudou. Não há nenhuma mudança além dessa. Pois como pode uma ilusão ser diferente de outra, a não ser em atributos que não têm nenhuma substância, nenhuma realidade, nenhum núcleo e nada que seja verdadeiramente diferente?

Hoje buscamos mudar as nossas mentes quanto à fonte da doença, pois buscamos uma cura para todas as ilusões e não mais uma variação entre elas. Hoje, tentaremos achar a fonte da cura que está em nossas mentes, porque o nosso Pai lá a colocou para nós. Ela não se acha mais distante de nós do que nós mesmos. Está tão próxima quanto os nossos próprios pensamentos, tão perto que é impossível perdê-la. Precisamos apenas buscá-la e não pode deixar de ser achada.

Não seremos conduzidos equivocadamente hoje pelo que nos parece estar doente. Nesse dia vamos além das aparências e alcan -çamos a fonte da cura, da qual nada está isento. Teremos sucesso na medida em que reconhecermos que jamais poderá haver uma dis-tinção significativa entre o que não é verdadeiro e o que é igualmente não verdadeiro. Não há graus aqui, nem crenças segundo as quais o que não existe é mais verdadeiros sob algumas formas do que outras. São todas falsas e podem ser curdas porque não são ver -dadeiras.

Assim deixamos de lado os nossos amuletos, nossos talismãs e medicamentos, nossos cânticos e truques mágicos, quaisquer que sejam as suas formas. Nós nos aquietaremos e escutaremos a Voz da cura, Que curará todos os males como um só restaurando a sanidade ao Filho de Deus. Nenhuma Voz senão Essa pode curar. Hoje, ouviremos uma única Voz Que nos fala da verdade em que todas as ilusões terminam e a paz retorna ao lar quieto e eterno de Deus.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 104 de 188

Nos despertamos ouvindo-O e deixamos que Ele nos fale durante cinco minutos no início do dia, e terminamos o dia escutando-O mais uma vez durante cinco minutos antes de irmos dormir. A nossa única preparação é a de deixarmos de lado os nossos pensa -mentos que interferem, não separadamente, mas todos como um só. São o mesmo. Não temos necessidade de fazer com que sejam di -ferentes, protelando assim o momento em que podemos ouvir o nosso Pai nos falar. Estamos ouvindo-O agora. Hoje vimos a Ele.

Com nada nas mãos a que nos apegarmos, com os corações elevados e as mentes à escuta, oramos:

Pode-se dizer que só a salvação cura.

Fala conosco, Pai, para que possamos ser curados.

E sentiremos a salvação nos cobrir com suave proteção e com uma paz tão profunda que nenhuma ilusão pode perturbar as nos-sas mentes nem oferecer-nos provas de que é real. É isso que aprenderemos hoje. E quando o relógio bater a cada hora, tomaremos um minuto para fazermos a nossa oração de cura e ouvir a resposta à nossa prece ser dada, enquanto esperamos no silêncio e na ale-gria. Esse é o dia em que a cura vem a nós. Esse é o dia em que a separação chega ao fim e nos lembramos Quem realmente somos.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 105 de 188

REVISÃO IVREVISÃO IVINTRODUÇÃO1. Agora vamos revisar novamente, dessa vez cientes de que estamos nos preparando para a segunda parte do aprendizado que tra-

ta do modo como a verdade pode ser aplicada. Hoje, começaremos a nos concentrar em estarmos prontos para o que virá a seguir.

Tal é o nosso objetivo nesta revisão e nas lições que se seguem. Assim, revisamos as lições recentes e os seus pensamentos cen -

trais de tal modo que venha a facilitar o estado de prontidão que queremos conseguir agora.

2. Há um tema central que unifica cada passo na revisão que empreendemos e que pode ser declarado simplesmente nestas pala -

vras:

Minha mente contém só o que eu penso com Deus.

3. Isso é um fato e representa a verdade do Que tu és e do Que é o teu Pai. É através desse pensamento que o Pai deu a criação ao

Filho, estabelecendo o Filho como co-Criador com Ele mesmo. É esse pensamento que garante inteiramente a salvação para o Fi -

lho. Pois, na sua mente nenhum pensamento pode habitar, senão aqueles que seu Pai compartilha. A ausência do perdão bloqueia

esse pensamento na tua consciência. No entanto, ele é verdadeiro para sempre.

4. Comecemos a nossa preparação com alguma compreensão das muitas formas nas quais a ausência do verdadeiro perdão pode

ser ocultada. Por serem ilusões, não são percebidas pelo que são: defesas que protegem os teus pensamentos que negam o perdão

de ser visto e reconhecido. O seu propósito é mostrar-te alguma outra coisa e impedir a correção através de auto-enganos feitos

para tomar o lugar da correção.

5. E, no entanto, a tua mente só contém o que pensas com Deus. Os teus auto-enganos não podem tomar o lugar da verdade. Assim

como uma criança que joga um pedaço de pau no oceano não consegue mudar a subida e a decida das marés, o aquecimento da

água pelo sol, o prateado da lua sobre ele à noite. Com isso em mente, iniciamos cada período de prática nesta revisão aprontando

as nossas mentes para compreendermos as lições que lemos e vermos o significado que nos oferecem.

6. Começa cada dia com um tempo dedicado à preparação da tua mente para aprender o que idéia que revisares naquele dia pode

te oferecer em liberdade e em paz. Abre a tua mente e limpa-a de todos os pensamentos que querem enganar, deixando apenas

esse pensamento ocupá-la por inteiro e removendo o resto:

Minha mente contém só o que eu penso com Deus.

7. Cinco minutos com esse pensamento será o suficiente para estabelecer o dia de acordo com as linhas que Deus designou e para

colocar a Sua Mente à cargo de todos os pensamentos que receberás naquele dia.

8. Eles não virão só de ti, pois todos serão compartilhados com Ele. E assim, cada um te trará a mensagem do Seu Amor e retorna -

rá a Ele com mensagens do teu. Deste modo, a comunhão com o Senhor dos Anfitriões será tua, como a Sua Vontade determinou

que seja. E à medida que Aquele que o completa se une a Ele, Ele se unirá a ti que estás completo quando te unes a Ele e Ele a ti.

9. Após a tua preparação, apenas lê cada uma das duas idéias que te são destinadas para revisão naquele dia. Em seguida, fecha os

olhos e dize-as lentamente para ti mesmo. Não há nenhuma pressa agora, pois estás usando o tempo com o propósito para o qual

ele foi destinado. Deixa que cada palavra brilhe com o significado que Deus lhe deu, tal como ela te foi dada através da Sua Voz.

Deixa que cada idéia que revisares naquele dia te dê a dádiva que Ele depositou nela para que tu as recebas Dele. E não estipula -

remos nenhum formato para a nossa prática, a não ser isso:

10. A cada hora do dia, traze à tua mente o pensamento com o qual o dia começou e passa com ele um momento quieto. Em segui-

da, repete as duas idéias que praticas naquele dia, sem pressa, com tempo suficiente para ver as dádivas que contém para ti e deixa

q2ue sejam recebidas lá onde lhes foi designado estar.

11. Não acrescentamos nenhum outro pensamento, mas deixamos que estes sejam as mensagens que são. Não precisamos nada

mais do que isso para nos dar felicidade e descanso, quietude sem fim, certeza perfeita e tudo o que é a Vontade de nosso Pai que

recebamos como a herança que temos Dele. À medida que revisamos, encerraremos cada dia de prática como começamos, pri-

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 106 de 188meiro repetindo o pensamento que fez daquele dia uma ocasião especial de bênção e felicidade para nós, o qual através da nossa

fé restabeleceu o mundo da escuridão à luz, da aflição à alegria, da dor à paz, do pecado à santidade.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 107 de 18812. Deus oferece agradecimentos a ti, que praticas assim o cumprimento do Seu Verbo. E, ao dar a tua mente às idéias do dia mais

uma vez antes de dormir, a Sua gratidão te cerca na paz onde é a Vontade de Deus que estejas para sempre, a qual agora estás

aprendendo a reivindicar mais uma vez como tua herança.

141.141. Minha mente contém só o que eu penso Minha mente contém só o que eu penso com Deus.com Deus.

121. O perdão é a chave da felicidade.

122. O perdão oferece tudo o que eu quero.

142.142. Minha mente contém só o que eu penso Minha mente contém só o que eu penso com Deus.com Deus.

123. Agradeço ao meu Pai por Suas dádivas para mim

124. Que eu me lembre que sou um com Deus

143.143. Minha mente contém só o que eu penso Minha mente contém só o que eu penso com Deus.com Deus.

125. Em quietude recebo hoje o Verbo de Deus.

126. Tudo o que dou é dado a mim mesmo.

144.144. Minha mente contém só o que eu penso Minha mente contém só o que eu penso com Deus.com Deus.

127. Não há nenhum amor exceto o de Deus.

128. O mundo que vejo não contém nada do que eu quero.

145.145. Minha mente contém só o que eu penso Minha mente contém só o que eu penso com Deus.com Deus.

129. Além desse mundo há um mundo que eu quero.

130. É impossível ver dois mundos.

146.146. Minha mente contém só o que eu penso Minha mente contém só o que eu penso com Deus.com Deus.

131. Aquele que busca alcançar a verdade não pode falhar.

132. Libero o mundo de tudo aquilo que eu pensava que fosse.

147.147. Minha mente contém só o que eu penso Minha mente contém só o que eu penso com Deus.com Deus.

133. Libero o mundo de tudo aquilo que eu pensava que fosse.

134. Que eu perceba o perdão tal como é.

148.148. Minha mente contém só o que eu penso Minha mente contém só o que eu penso com Deus.com Deus.

135. Se eu me defendo, sou atacado.

136. A doença é uma defesa contra a verdade.

149.149. Minha mente contém só o que eu penso Minha mente contém só o que eu penso com Deus.com Deus.

137. Quando sou curado, não sou curado sozinho.

138. O Céu é a decisão que eu tenho que tomar.

150.150. Minha mente contém só o que eu penso Minha mente contém só o que eu penso com Deus.com Deus.

139. Aceitarei a Expiação para mim mesmo.

140. Pode-se dizer que só a salvação cura.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 108 de 188

PARTE VPARTE V

151.151. Todas as coisas são ecos da Voz por Deus.Todas as coisas são ecos da Voz por Deus.

Ninguém pode julgar com base em evidência parcial. Isso não é julgamento. É apenas uma opinião baseada na ignorância e na dúvida. A sua aparente certeza não passa de um disfarce para a incerteza que quer ocultar. Ela precisa de uma defesa irracional, por-que é irracional. E a sua defesa parece ser forte, convincente e indubitável devido a todas as dúvidas subjacentes.

Tu não pareces duvidar do mundo que vês. Não questionas realmente o que te é mostrado através dos olhos do corpo. Tampouco te perguntas por que acreditas nele, embora já tenhas aprendido há muito tempo que os teus sentidos, de fato, te enganam. acreditares nos teus sentidos até o último detalhe que te reportam é ainda mais estranho quando fazes uma pausa para recordar com que freqüên -cia, de fato, eles têm sido testemunhas falhas! Por que razão confiarias neles tão implicitamente? Por que razão, senão pela dúvida sub-jacente, que queres esconder fazendo da certeza um espetáculo?

Como podes julgar? Teu julgamento baseia-se no testemunho que te oferecem os teus sentidos. No entanto, jamais houve teste-munho mais falso do que esse. Mas, de que outra forma julgas o mundo que vês? Depositas uma fé patética no que os teus olhos e ou -vidos reportam. Pensa que os teus dedos tocam a realidade e se fecham sobre a verdade. Essa é a consciência que compreendes e pen -sas ser mais real do que o que é testemunhado pela eterna Voz pelo próprio Deus.

Isso pode ser um julgamento? A ti foi pedido com freqüência que te abstivesses de julgar, não que isso seja um direito que te é recusado. Não podes julgar. Podes meramente acreditar nos julgamentos do ego que são todos falsos. Ele guia cuidadosamente os teus sentidos para provar o quanto és fraco, o quanto és indefeso e amedrontado, o quanto vives apreensível com a punição justa, o quanto és negro pelo pecado e miserável na tua culpa.

Essa coisa da qual ele fala e que ainda quer defender, ele te diz que é o que tu és. E acreditas que isso é assim com uma certeza obstinada. No entanto, lá no fundo permanece a dúvida oculta de que ele próprio não acredite no que te mostra com tanta convicção como se fosse a realidade. Ele só condena a si mesmo. É dentro de si próprio que vê a culpa. É o seu próprio desespero que ele vê em ti.

Não dês ouvidos à voz do ego. Os testemunhos que ele te envia para te provar que o mal que está nele é teu são falsos e falam com certeza de algo que não conhecem. A fé que tens neles é cega, porque não queres compartilhar as dúvidas que o próprio senhor desses testemunhos não consegue subjugar completamente. Acreditas que duvidar dos seus vassalos é duvidar de ti mesmo.

No entanto, tens que aprender a duvidar que a evidência que te trazem desobstruirá o caminho para que reconheças a ti mesmo e a deixar que apenas a Voz por Deus seja o Juiz do que é digno da tua própria crença. Ele não te dirá que o teu irmão deve ser julgado pelo que os teus olhos contemplam, nem pelo que a boca do corpo do teu irmão diz aos teus ouvidos, nem pelo que o toque dos teus dedos te reporta sobre ele. Ele ignora esses vãos testemunhos, que apenas dão falso testemunho do Filho de Deus. Ele só reconhece o que Deus ama e, à santa luz do que Ele vê, todos os sonhos do ego sobre o que tu és se desvanecem diante do esplendor que Ele con-templa.

Deixa que Ele seja o Juiz do que tu és, pois Ele tem a certeza na qual não há dúvidas, já que se baseia em Certeza tão grande que qualquer dúvida fica sem significado diante da Sua face. Cristo não pode duvidar de Si Mesmo. A Voz por Deus só pode honrá-Lo, regozijando-Se na Sua perfeita e eterna impecabilidade. Aquele que Ele julgou só pode rir da culpa, agora sem vontade de brincar com os brinquedos do pecado, ignorando as testemunhas do corpo diante do êxtase da santa face de Cristo.

E assim Ele te julga. Aceita o Seu Verbo quanto ao que tu és, pois Ele dá testemunho da tua bela criação e da Mente Cujo Pen-samento criou a tua realidade. O que pode o corpo significar para Aquele Que conhece a glória do Pai e do Filho? Que sussurros do ego pode Ele ouvir? O que poderia convencê-Lo de que os teus pecados são reais? Deixa que Ele também seja o Juiz de tudo o que parece te acontecer nesse mundo. As Suas lições te permitirão construir uma ponte sobre a brecha entre as ilusões e a verdade.

Ele removerá toda a fé que tens depositado na dor, no desastre, no sofrimento e na perda. Ele te dá a visão que pode olhar para o que está além dessas sombrias aparências e contemplar a gentil face de Cristo em todas elas. Não mais duvidarás de que só o bem pode vir a ti que és amado por Deus, pois Ele julgará todos os acontecimentos e te ensinará a lição única que todos contêm.

Ele selecionará os elementos que representam a verdade e ignorará todos os aspectos que refletem apenas sonhos vãos. E Ele reinterpretará tudo o que vês, todas as ocorrências, cada circunstância e cada acontecimento que parece te tocar de algum modo a par -tir do Seu referencial único, totalmente unificado e seguro. E verás o amor além do ódio, a constância na mudança, a pureza no pecado e apenas a bênção do Céu sobre o mundo.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 109 de 188

Tal é a tua ressurreição, pois a tua vida não faz parte de coisa alguma que vês. Ela está além do corpo e do mundo, depois de todo testemunho do profano, no interior Daquele que é Santo, tão santo quanto Ele Mesmo. Em todos e em tudo a Sua Voz não quer te falar de nada, exceto do teu Ser e do teu Criador, Que é um com Ele. E assim, verás a santa face de Cristo em tudo e em tudo não ouvi -rás som algum exceto o eco da Voz de Deus.

Hoje praticamos sem palavras, com exceção do inicio do tempo que passamos com Deus. Introduzimos estes momentos apenas com uma única e lenta repetição do pensamento com o qual o dia começa. E, então observamos os nossos pensamentos, apelando si -lenciosamente para Aquele Que neles vê os elementos da verdade. Deixa-O avaliar cada pensamento que te vem à mente, retirar os ele -mentos de sonho e devolvê-los outra vez como idéias limpas que não contradizem a Vontade de Deus.

Dá-Lhe os teus pensamentos e Ele os devolverá como milagres que proclamam alegremente a integridade e a felicidade que é a Vontade de Deus para o Seu Filho, como prova do Seu eterno Amor. E, à medida que cada pensamento é assim transformado, assume o poder curativo da Mente Que nele viu a verdade e não Se deixou enganar pelo que lhe foi falsamente acrescentado. Todos os fios da fan-tasia se foram. E o que permanece é unificado num pensamento perfeito que oferece a sua perfeição em toda parte.

Passa quinze minutos assim ao acordar e dás mais quinze minutos com alegria antes de ires dormir. O teu ministério começa à medida em que todos os teus pensamentos são purificados. E assim te é ensinado a ensinar ao Filho de Deus a santa lição da sua san -tidade. Ninguém pode falhar em escutar, quando ouves a Voz por Deus honrar o Filho de Deus. E todos compartilharão contigo os pen-samentos que Ele re-traduziu na tua mente.

Tal é a tua Páscoa. E assim depositas a tua dádiva de lírios brancos como a neve sobre o mundo, substituindo as testemunhas do pecado e da morte. Através da tua transfiguração, o mundo é redimido e alegremente se libera da culpa. Agora erguemos as nossas mentes ressuscitadas em contentamento e gratidão para Aquele Que restaurou a nossa sanidade para nós.

E, a cada hora, nos lembraremos Daquele Que é salvação e liberação. E, ao darmos graças, o mundo une-se a nós e aceita com alegria os nossos santos pensamentos que o Céu corrigiu e purificou. Agora, enfim, começou o nosso ministério para levar pelo mundo a feliz notícia de que a verdade não tem ilusões e de que a paz de Deus, através de nós, pertence a todos.

152.152. O poder de decisão é meu.O poder de decisão é meu.

Ninguém pode sofrer perda a menos que seja por sua própria decisão. Ninguém pode sofrer dor, exceto que a sua própria esco-lha opte por esse estado. Ninguém pode ter aflição, nem medo, nem pensar que está doente, a menos que esses sejam os resultados que quer. E ninguém morre sem o próprio consentimento. Nada ocorre que não represente o teu desejo e nada do que escolhes é omi-tido. Eis aqui o teu mundo, completo em todos os detalhes. Eis aqui toda a sua realidade para ti. E é só aqui que está a salvação.

Podes acreditar que essa posição seja extrema e por demais abrangente para ser verdadeira. Mas, pode a verdade ter exceções? Se tens a dádiva de tudo, pode a perda ser real? Pode a dor ser parte da paz ou o pesar parte da alegria? Podem o medo e a doença en -trar na mente onde habitam o amor e a santidade perfeita? A verdade tem que abranger tudo, se é que é a verdade. Não aceites opostos ou exceções, pois fazê-lo é contradizer inteiramente a verdade. Não aceites opostos ou exceções, pois fazê-lo é contradizer inteiramente a verdade.

A salvação é o reconhecimento de que a verdade é verdadeira e de que nada mais é verdadeiro. Isso já ouviste antes, mas podes ainda não aceitar ambas as partes. Sem a primeira, a segunda não tem significado. Mas sem a segunda, a primeira já não é verdadeira. A verdade não pode ter opostos. Nunca é demais dizer e pensar nisso. Pois, se aquilo que não é verdade for tão verdadeiro quanto aqui -lo que é verdadeiro, então, uma parte da verdade é falsa. E a verdade perdeu o seu significado. Nada além da verdade é verdadeiro e aquilo que é falso é falso.

Essa é a mais simples das distinções e, no entanto, a mais obscura. Mas não porque seja uma distinção difícil de ser percebida. Ela está oculta por trás de um vasto conjunto de escolhas que não aparentam ser inteiramente tuas. E, assim, a verdade aparenta ter alguns aspectos que negam a coerência, mas que não parecem ser apenas contradições introduzidas por ti. E assim, a verdade aparenta ter alguns aspectos que negam a coerência, mas que não parecem ser apenas contradições introduzidas por ti.

Como Deus te criou, tens que permanecer imutável, com estados transitórios que são falsos por definição. E isso inclui todas as variações de sentimento, as alterações das condições do corpo e da mente, de toda consciência e de todas as reações. Essa é a abran -gência total que coloca a verdade à parte da falsidade e pela qual o que é falso se mantém separado da verdade, tal como é.

Não é estranho que acredites que pensar que fizeste o mundo que vês é arrogância? Deus não o fez. Disso podes estar certo. O que Ele pode saber do efêmero, do pecador e do culpado, do amedrontado, do sofredor e solitário, e da mente que vive dentro de um

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 110 de 188

corpo que não pode deixar de morrer? Estás apenas acusando-O de insanidade ao pensar que Ele tenha feito um mundo em que tais coisas pareçam ter realidade. Ele não é louco. No entanto, só a loucura faz um mundo como esse.

Pensar que Deus fez o caos, que Ele contradiz a Sua Vontade, que inventou opostos para a verdade e permite, mesmo com sofri -mento, que a morte triunfe sobre a vida, tudo isso é arrogância. A humildade veria imediatamente que essas coisas não são Suas. E po -des ver o que Ele não criou? Pensar que podes é meramente acreditar que podes perceber aquilo que a Vontade de Deus determinou que não fosse. E o que poderia ser mais arrogante do que isso?

Sejamos verdadeiramente humildes hoje e aceitemos o que temos feito tal como é. O poder de decisão é nosso. Decide apenas aceitar o teu lugar de direito como co-Criador do universo e tudo o que pensas ter feito desaparecerá. Então, o que surgir na tua cons -ciência será tudo o que sempre foi, eternamente como é agora. E isso tomará o lugar dos auto-enganos feitos apenas para usurpar o al -tar ao Pai e ao Filho.

Hoje, praticamos a verdadeira humildade, abandonando a falsa pretensão com a qual o ego busca provar que ela é arrogante. Mas a verdade é humilde ao admitir o seu poder, a sua imutabilidade e a sua integridade eterna que tudo abrange, a dádiva perfeita de Deus para o Seu Filho amado. Deixamos de lado a arrogância que nos diz que somos pecadores, culpados, amedrontados e envergo-nhados do que somos; e, ao invés disso, ergamos os nossos corações em verdadeira humildade para Aquele Que nos criou imaculados como Ele próprio, no poder e no amor.

O poder de decisão é nosso. E aceitamos Dele aquilo que somos e humildemente reconhecemos o Filho de Deus. Reconhecer o Filho de Deus implica também em que todos os nossos auto-conceitos tenham sido postos de lado e reconhecidos como falsos. A arro -gância de cada um deles foi percebida. E, na humildade, a radiância do Filho de Deus, a sua gentileza, a sua perfeita impecabilidade, o Amor de seu Pai, o seu direito ao Céu e a liberação do inferno, são alegremente aceitos como nossos.

Agora nos unimos reconhecendo com contentamento que as mentiras são falsas e só a verdade é verdadeira. Pensamos apenas na verdade ao levantarmos e passarmos cinco minutos praticando os seus caminhos, encorajando as nossas mentes assustadas com o seguinte:

O poder de decisão é meu. Nesse dia aceitarei a mim mesmo como aquilo que a Vontade do meu Pai me criou para ser.

Em seguida, aguardaremos em silêncio, desistindo de todos os auto-enganos, enquanto pedimos humildemente ao nosso Ser que Se revele a nós. E Aquele Que jamais partiu virá novamente à nossa consciência, grato por restaurar o Seu lar em Deus, como Lhe era destinado.

Espera por Ele pacientemente ao longo do dia e convida-O a cada hora com as palavras com que começaste o dia, concluindo com esse mesmo convite para o teu Ser. A Voz de Deus responderá, pois Ela fala por ti e pelo teu Pai. Ela substituirá todos os teus pen -samentos frenéticos pela paz de Deus, os auto-enganos pela verdade de Deus e as tuas ilusões de ti mesmo pelo Filho de Deus.

153.153. A minha segurança está em ser sem defesas.A minha segurança está em ser sem defesas.

Tu, que te sentes ameaçado por esse mundo em mutação, pelas viradas do destino e suas amargas brincadeiras, seus breves re -lacionamentos e todas as ‘dádivas’ que ele apenas te empresta para tomar de volta, presta bem atenção nesta lição. O mundo não oferece segurança. Ele tem as suas raízes no ataque e todas as suas ‘dádivas’ de segurança aparente são decepções ilusórias. Ele ataca para em seguida atacar novamente. Nenhuma paz é possível para a mente onde o perigo ameaça dessa forma.

O mundo faz surgir apenas defensividade. Pois a ameaça traz a raiva, a raiva faz com que o ataque pareça razoável, honestamen-te provocado e justo em nome da autodefesa. Entretanto, a defensividade é uma ameaça dupla. Pois ela testemunha a fraqueza e esta-belece um sistema de defesa que não pode funcionar. Agora são os fracos ainda mais debilitados, pois há traição do lado de fora e trai -ção ainda maior do lado de dentro. A mente está agora confusa e não sabe para onde se voltar para achar um modo de escapar das suas fantasias.

É como se ela estivesse apertada dentro de um círculo, no qual houvesse outro círculo que a mantivesse presa e ainda um outro dentro desse, até que não seja mais possível escapar nem ter esperanças de fazê-lo. Ataque, defesa; defesa, ataque, vêm a ser os círcu -los das hora e dos dias que amarram a mente com tiras pesadas de aço revestidas de ferro, que vão e voltam apenas para começar outra vez. Parece não haver nenhuma quebra, nem fim na garra cada vez mais apertada daquilo que aprisiona a mente.

As defesas são o preço mais alto que o ego quer extorquir. Nelas reside a loucura, sob uma forma tão miserável que a esperança da sanidade parece ser apenas um sonho vão, além do possível. O senso de ameaça que o mundo encoraja é tão mais profundo e tão além do que podes conceber em termos de loucura e intensidade, que não tens idéia de toda a devastação que isso tem forjado.

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Tu és seu escravo. Não sabes o que fazes por medo disso. Tu, que sentes as suas garras de ferro sobre o teu coração, não com-preendes o quanto te fizeram sacrificar. Não reconheces o que já fizeste para sabotar a santa paz de Deus pela tua defensividade. Pois contemplas o Filho de Deus apenas como uma vítima a ser atacada por fantasias, sonhos e ilusões que ele mesmo fez; apesar de ser in-defeso na presença de tudo isso, necessita apenas de defesas por meio de mais fantasias e sonhos, nos quais ilusões da sua própria se -gurança o confortam.

Ser sem defesas é força. Testemunha o reconhecimento de Cristo em ti. Talvez te lembres que o livro texto afirma que a escolha é sempre feita entre a força de Cristo e a tua própria fraqueza, vista à parte Dele. Aquele que é sem defesas não pode ser ataca-do, porque reconhece uma força tão grande que o ataque é loucura ou um jogo tolo que uma criança cansada poderia jogar quando fica sonolenta demais para lembrar-se do que quer.

Defensividade é fraqueza. Proclama que negaste o Cristo e passaste a ter medo da raiva do Pai. O que pode salvar-te agora da tua delusão de um Deus irado, cuja imagem amedrontadora acreditas ver agindo em todos os males do mundo? O que mais, senão ilusões, poderiam defender-te agora, quando o que estás combatendo são apenas ilusões?

Hoje, não brincaremos com tais jogos infantis. Pois o nosso propósito verdadeiro é o de salvar o mundo e não queremos trocar por tolices a infinita alegria que a nossa função nos oferece. Não queremos deixar a nossa felicidade nos escapar porque um fragmento de um sonho insensato atravessou por acaso as nossas mentes e tomamos por engano as figuras do sonho pelo Filho de Deus e o seu instante fugaz pela eternidade.

Hoje olhamos para o que vem depois dos sonhos e reconhecemos que não precisamos de defesas porque fomos criados inatacá-veis, sem qualquer pensamento, desejo ou sonho no qual o ataque tenha qualquer significado. Agora não podemos ter medo, pois dei-xamos todos os pensamentos amedrontadores para trás. E, sendo sem defesas estamos seguros, agora serenamente certos da nossa se -gurança e da salvação; certos de que cumpriremos o propósito que escolhemos à medida que o nosso ministério estende a sua bênção santa através do mundo.

Fica imóvel por um momento e em silêncio pensa no quanto é santo o seu propósito, como descansas em segurança, intocável no interior da luz do teu propósito. Os ministros de Deus escolheram que a verdade esteja com eles. Quem é mais santo do que eles? Quem poderia estar mais certo de que a sua felicidade está inteiramente garantida? E quem poderia estar mais fortemente protegido? De que defesas poderiam necessitar aqueles que estão entre os escolhidos de Deus, pela Sua eleição e também pela sua própria?

A função dos ministros de Deus é ajudar os seus irmãos a escolherem como eles o fizeram. Deus elegeu a todos, mas poucos vie -ram a reconhecer que a Vontade de Deus é apenas a sua própria. E enquanto falhas em ensinar o que tens aprendido, a salvação espera e a escuridão mantém o mundo numa prisão miserável. Tampouco aprenderas que a luz veio a ti e que, de fato, escapaste. Pois não ve-rás a luz até oferecê-la a todos os teus irmãos. À medida que eles a tomam das tuas mãos, tu a reconhecerás como tua.

Pode-se pensar na salvação como um jogo com o qual crianças felizes brincam. Ela foi planejada por Aquele Que ama as Suas crianças e quer substituir os seus brinquedos amedrontadores por jogos felizes que lhes ensinam que o jogo do medo se foi. O Seu jogo instrui com felicidade porque não há perdedor. Todos os que jogam não podem deixar de ganhar e na vitória de cada um está assegura -do o ganho de todos. O jogo do medo é posto de lado com contentamento quando as crianças chegam a ver os benefícios que a salvação traz.

Tu, que brincaste de estar perdido para a esperança, abandonado por teu Pai, deixado só no terror de um mundo amedrontador enlouquecido pelo pecado e pela culpa, sê feliz agora. Aquele jogo acabou. Agora veio um tempo de quietude, em que deixamos os brin-quedos da culpa e trancamos para sempre os nossos estranhos e infantis pensamentos de pecado fora das mentes santas e puras das crianças do Céu e do Filho de Deus.

Fazemos uma pausa apenas por mais um momento para jogarmos o nosso jogo final e feliz sobre essa terra. E então iremos ocu-par o nosso lugar de direito, onde habita a verdade e os jogos são sem significado. E assim termina a estória. Deixa que esse dia anteci -pe para o mundo a chegada do último capítulo para que todos possam aprender que o conto que lêem sobre um destino aterrorizante, a derrota das suas esperanças, a sua lamentável defesa contra uma vingança da qual não podem escapar não passa da sua própria fan -tasia delusória. Os ministros de Deus vieram para despertá-los dos sonhos escuros que essa estória evocou em sua recordação confusa e perplexa desse conto distorcido. O Filho de Deus pode enfim sorrir ao aprender que isso não é verdadeiro.

Hoje praticamos de uma forma que manteremos ainda por algum tempo. Começaremos cada dia dando a nossa atenção ao pen-samento diário durante o maior período de tempo possível. Agora, cinco minutos são o mínimo que daremos à preparação de um dia em que a salvação é a única meta que temos. Dez minutos seriam melhor, quinze melhor ainda. E, à medida em que a distração deixa de surgir para tirar-nos de nosso propósito, acharemos que meia hora é muito pouco tempo para se passar com Deus. Tampouco tere -mos vontade de dar menos à noite, em gratidão e alegria.

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Cada hora adiciona à nossa paz crescente ao lembrarmos de sermos fiéis à Vontade que compartilhamos com Deus. Por vezes, talvez, um minuto ou até menos, será o máximo que poderemos oferecer ao soar de cada hora. Algumas vezes, esqueceremos. Em ou-tras, as atividades do mundo nos cercarão e seremos incapazes de nos retirarmos um pouco para voltarmos os nossos pensamentos para Deus.

No entanto, quando pudermos, manteremos a nossa confiança como ministros de Deus, lembrando a cada hora da nossa missão e do Seu Amor. E nos sentaremos em quietude, esperaremos por Ele, escutaremos a Sua Voz e aprenderemos o que Ele quer que faça -mos na hora que ainda está por vir, agradecendo-Lhe ao mesmo tempo por todas as dádivas que Ele nos deu naquela que se foi.

Em tempo, com prática, nunca deixarás de pensar Nele e de ouvir a Sua amorosa Voz guiando os teus passos por caminhos qui -etos, onde caminharás verdadeiramente sem defesas. Pois saberás que o Céu vai contigo. Tampouco queres manter a tua mente afasta-da da mente de Deus nem por um momento sequer, embora passes o teu tempo oferecendo a salvação ao mundo. Pensas que Ele não fará com que isso seja possível para que, que escolheste cumprir o Seu plano para a salvação do mundo e a tua?

Ser sem defesas é o nosso tema hoje. Nós nos vestimos com ele, ao nos prepararmos para enfrentar o dia. Erguemo-nos fortes em Cristo e deixamos a nossa fraqueza desaparecer ao lembrarmos que a Sua força habita em nós. Lembrar-nos-emos que Cristo per -manece ao nosso lado ao longo do dia e nunca deixa a nossa fraqueza sem o apoio da Sua força. Invocamos a Sua força a cada vez que sentimos a ameaça das nossas defesas minar a certeza do nosso propósito. Faremos uma pausa, por um momento, enquanto Ele nos diz: “Eu estou aqui.”

A tua prática começará agora a tomar a intensidade do amor, para ajudar-te a evitar que a tua mente se afaste da sua intenção. Não temas nem sejas tímido. Não há dúvida de que alcançarás a tua meta final. Os ministros de Deus nunca podem falhar, porque o amor, a força e a paz que brilham a partir deles para todos os seus irmãos vêm Dele. Estas são as Suas dádivas para ti. Ser sem defesas é tudo o que precisas Lhe dar em retorno. Deixas de lado apenas o que nunca foi real para contemplar Cristo e ver a Sua impecabili-dade.

154.154. Eu estou entre os ministros de Deus.Eu estou entre os ministros de Deus.

Que hoje não sejamos nem arrogantes nem falsamente humildes. Já fomos além de tais tolices. Não podemos nos julgar e nem precisamos fazê-lo. Essas são apenas tentativas de evitar a decisão e adiar o comprometimento com a nossa função. A nossa parte não é julgar o nosso valor, nem podemos saber qual é o melhor papel para nós; o que podemos fazer dentro de um plano maior, nós não po -demos ver inteiramente. O nosso papel é definido no Céu, não no inferno. E o que pensamos ser fraqueza pode ser força, o que acredi-tamos ser a nossa força freqüentemente é arrogância.

Qualquer que seja o papel que te foi designado, foi selecionado pela Voz por Deus, Cuja função é a de falar por ti também. Vendo as tuas forças exatamente como são e também ciente de onde podem ser mais bem aplicadas, para quê, para quem e quando, Ele esco-lhe e aceita o teu papel por ti. Ele não trabalha sem o teu próprio consentimento. Mas não Se engana quanto ao que tu és e só escuta a Sua Voz em ti.

É através da Sua capacidade de ouvir uma única Voz Que é a Sua própria, que tu vens a ser enfim ciente de que há uma única Voz em ti mesmo. E aquela única Voz te designa a tua função e a entrega a ti, dando-te forças para compreendê-la, fazer o que ela acar-reta e ter sucesso em tudo o que fazes que seja relacionado com ela. Deus uniu-Se ao Seu Filho nisso e assim o Seu Filho vem a ser o Seu mensageiro, o mensageiro da unidade com ele.

É essa união do Pai e do Filho, através da Voz por Deus, que coloca a salvação à parte do mundo. É essa Voz Que fala de leis que o mundo não obedece, Que promete a salvação de todo pecado abolindo a culpa na mente que Deus criou sem pecado. Agora essa men -te vem a ser outra vez ciente Daquele que a criou e da Sua união duradoura consigo mesma. Assim, o seu Ser é a única realidade em Que a Sua Vontade e a Vontade de Deus estão unidas.

Um mensageiro não é aquele que escreve a mensagem que entrega. Tampouco questiona o direito daquele que o faz ou pergunta por que escolheu aqueles que receberão a mensagem que traz. Basta que a aceite, a dê àqueles a quem se destina e cumpra o seu papel na entrega da mensagem. Se determina quais devem ser as mensagens ou a que propósito servem ou para onde devem ser levadas, está falhando em desempenhar o seu papel como portador do Verbo.

Há uma diferença principal no papel dos mensageiros do Céu, que os distingue daqueles designados pelo mundo. As mensagens que entregam são dirigidas em primeiro lugar a eles mesmos. E é só na medida em que possam aceitá-las para si mesmos, que vêm a

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ser capazes de levá-las adiante e dá-las em todos os lugares a que eram destinadas. Como os mensageiros terrestres, eles não escreve -ram as mensagens que trazem consigo, mas vêm a ser os seus primeiros destinatários no sentido mais verdadeiro, recebendo a fim de prepararem-se para dar.

Um mensageiro terrestre cumpre o seu papel dando todas as duas mensagens. Os mensageiros de Deus desempenham o seu papel com a própria aceitação das Suas mensagens para si mesmos e mostram que as compreendem dando-as aos outros. Eles não es-colhem papéis que não lhes tenham sido dados por Sua autoridade. E assim ganham com cada mensagem que dão.

Tu queres receber as mensagens de Deus? Pois é assim que vens a ser o Seu mensageiro. Tu és designado agora. No entanto, esperas para dar as mensagens que tens recebido. E assim não sabes que são tuas e não as reconheces. Ninguém pode receber e com-preender que recebeu até que tenha dado. Pois no ato de dar está a sua própria aceitação que recebeu.

Vós, que sois agora os mensageiros de Deus, recebei as Suas mensagens. Pois isso faz parte do papel que vos foi designado. Deus não falhou em oferecer o que vós precisais e nem isso deixou de ser aceito. Entretanto, uma outra parte da tarefa que vos foi de-signada ainda está por ser realizada. Aquele Que recebeu as mensagens de Deus por vós, quer que elas sejam recebidas também por vós. Pois assim vós vos identificais com Ele e reivindicais o que vos pertence.

É o reconhecimento dessa união que empreendemos hoje. Não buscaremos manter as nossas mentes à parte Àquele Que fala por nós, pois é apenas a nossa voz que ouvimos ao prestarmos atenção a Ele. Só Ele pode falar a nós e por nós, unindo em uma única Voz o ato de receber e dar o Verbo de Deus, o dar e receber a Sua Vontade.

Praticamos dar a ele o que ele quer para que possamos reconhecer as suas dádivas para nós. Ele precisa da nossa voz para que possa falar através de nós. Precisa de nossas mãos para portar as Suas mensagens e levá-las àqueles que Ele designa. Precisa de nos-sos pés1 para nos trazer para onde é Sua Vontade que estejamos, para que aqueles que esperam na miséria possam enfim ser liberta-dos. E Ele precisa das nossas vontades unidas à Sua, para que possamos ser os verdadeiros receptores das dádivas que Ele nos dá;

Aprendamos hoje apenas essa lição: nós não reconheceremos aquilo que recebemos até que até que o tenhamos dado. Já ouvisse isso ser dito em centenas de maneiras, centenas de vezes e, no entanto, a tua crença ainda está faltando. Mas isso é certo: até que ve -nhas a acreditar nisso, receberás mil milagres e depois mais mil, mas não saberás que o próprio Deus não guardou nenhuma dádiva além daquelas que já tens e tampouco não guardou a menor das bênçãos ao Seu Filho. O que isso pode significar para ti, enquanto não tiveres te identificado com Ele e com o que Lhe é próprio?

A nossa lição para o dia de hoje é declarada assim:

Eu estou entre os ministros de Deus, e sou grato por ter os meios de reconhecer que sou livre.

O mundo retrocede à medida que iluminamos nossas mentes e reconhecemos que estas santas palavras são verdadeiras. Elas são a mensagem que nos foi enviada hoje pelo nosso Criador. Agora, demonstramos como elas mudaram as nossas mentes a respeito de nós mesmos e de qual é a nossa função. Pois, ao provarmos que não aceitamos nenhuma vontade da qual não compartilhamos, as mui-tas dádivas do nosso Criador surgirão à nossa vista e saltarão às nossas mãos e nós reconheceremos o que recebemos.

155.155. Recuarei e permitirei que Ele me mostre o caminho.Recuarei e permitirei que Ele me mostre o caminho.

Há uma maneira de viver no mundo que não está aqui, embora pareça estar. Tu não mudas de aparência, embora sorrias mais freqüentemente. A tua fronte é serena, os teus olhos tranqüilos. E aqueles que caminham pelo mundo como tu, te reconhecem como um deles. No entanto, aqueles que ainda não perceberam o caminho também te reconhecerão e acreditarão que és igual a eles, como eras antes.

O mundo é uma ilusão. Aqueles que escolhem vir aqui estão em busca de um lugar onde possam ser ilusões e evitar a sua pró-pria realidade. Todavia, quando descobrem que a sua própria realidade está até mesmo aqui, recuam e permitem que ela mostre o ca -minho. Que outra escolha têm a fazer realmente? Deixar que ilusões caminhem diante da verdade é loucura. Mas deixar a ilusão sub -mergir atrás da verdade e deixar a verdade se erguer à sua frente tal como é, é meramente sanidade.

Essa é a escolha simples que fazemos hoje. A louca ilusão ainda permanecerá em evidência por algum tempo para que seja con-templada por aqueles que escolhem vir e que ainda não se regozijaram ao descobrir que estavam equivocados na sua escolha. Eles não podem aprender diretamente da verdade, pois negaram que seja assim. Por isso precisam de um Professor Que perceba a sua loucura, mas que ainda assim possa olhar além da ilusão para a simples verdade que há neles.

1 Eu preciso da tua boca para falar. Eu preciso dos teus pés para caminhar.Eu preciso dos teus braços para acolher. Eu preciso das tuas mãos para afagar.Eu preciso dos teus olhos para alegrar a vida daqueles que não me conhecem.

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Se a verdade exigisse que desistissem do mundo, pareceria a eles que estaria pedindo o sacrifício de algo que é real muitos es -colheram renunciar ao mundo enquanto ainda acreditavam na sua realidade. E sofreram uma sensação de perda e conseqüentemente não se liberaram. Outros não escolheram nada além do mundo e sofreram com um sentimento de perda ainda mais profundo, que não entenderam.

Entre esse dois rumos há ainda uma outra estrada que conduz para longe de qualquer tipo de perda, pois tanto o sacrifício quando a privação são rapidamente deixados para trás. Esse é o caminho designado para ti agora. Andas por esse caminho como os outros e também não pareces ser distinto deles, embora de fato o sejas. Assim podes servi-los enquanto serves a ti mesmo e podes gui -ar os seus passos no caminho que Deus abriu para ti e para eles através de ti.

A ilusão ainda parece se apegar a ti, para que possas alcançá-los. Mas ela recuou. E não é de ilusões que eles te ouvem falar e nem é ilusão o que trazes para que os seus olhos contemplem e suas mentes apreendam. A verdade, que anda na tua frente, tampouco pode lhes falar através de ilusões, pois agora a estrada conduz para o que está depois das ilusões e, ao longo do caminho, tu os chamas para que possam seguir-te.

No final, todas as estradas conduzem a essa. Pois o sacrifício e a privação são rotas que não levam a lugar nenhum, escolhas de derrota e objetivos que permanecerão impossíveis. Tudo isso recua quando a verdade vem à tona em ti, para conduzires os teus irmãos para longe dos caminhos da morte, colocando-os no caminho da felicidade. O seu sofrimento não passa de ilusão. Todavia, precisam de um guia para conduzi-los para fora disso, pois tomam a ilusão equivocadamente pela verdade.

Tal é o chamado da salvação e nada mais. Pede que aceites a verdade e deixes que ela vá diante de ti, iluminando a rota do res -gate da ilusão. Não é um resgate que tenha preço. Não há nenhum custo, apenas ganho. A ilusão só pode parecer manter o Filho santo de Deus acorrentado. Ele é salvo apenas de ilusões. Quando elas recuam, ele se encontra novamente.

Caminha com segurança, agora, mas com cuidado, pois essa rota é nova para ti. E poderás achar que ainda és tentado a andar na frente da verdade e a deixar as ilusões serem o teu guia. Os teus irmãos santos te foram dados para seguir-te em teus passos, à me-dida que caminhas com certeza de propósito até a verdade. Ela vai adiante de ti agora para que possam ver algo com que possam iden -tificar-se, algo que compreendam para conduzi-los no caminho.

Entretanto, no final da jornada não haverá nenhuma brecha, nenhuma distância entre a verdade e ti. E todas as ilusões que an-davam no caminho por onde viajavas também se afastarão de ti e não sobrará nada para manter a verdade à parte da completeza de Deus, tão santa quanto Ele. Recua com fé e deixa a verdade te mostrar o caminho. Não sabes aonde vais. Mas Aquele Que sabe vai con-tigo. Deixa-O conduzir-te junto com os outros.

Quando os sonhos chegarem ao fim, o tempo tiver fechado a porta sobre todas as coisas que passam e os milagres tiverem deixa -do de ter um propósito, o Filho santo de Deus não fará mais jornadas. Não haverá nenhum desejo de ser uma ilusão ao invés da verda -de. E estamos nos encaminhando para isso à medida que progredimos ao longo do caminho que a verdade nos indica. Essa é nossa jor -nada final, que fazemos por todos. É necessário que não percamos o nosso caminho. Pois, assim como a verdade vai adiante de nós, ela também vai na frente de nossos irmãos que nos seguirão.

Caminhamos para Deus. Faze uma pausa e reflete sobre isso. Poderia outro caminho ser mais santo ou mais digno do teu esfor-ço, do teu amor e de toda a tua intenção? Que caminho poderia te dar mais do que tudo ou oferecer menos e ainda contentar o Filho santo de Deus? Caminhamos para Deus. A verdade que caminha diante de nós agora é uma com Ele e nos conduz para onde Ele sem -pre esteve. Que caminho senão esse poderia ser uma rota que tu escolherias?

Os teus pés estão plantados com segurança na estrada que conduz o mundo a Deus. Não procures caminhos que pareçam con-duzir-te a outro lugar. Sonhos não são guias dignos de ti, que és o Filho de Deus. Não esqueças que Ele colocou a Sua Mão na tua e te deu os teus irmãos em Confiança, pois tu és digno da Sua Confiança em ti. Ele não pode ser enganado. A Sua Confiança fez com que a rota pela qual caminhas seja certa e a tua meta segura. Não falharás para com os teus irmãos nem para com o teu Ser.

E agora Ele pede apenas que penses Nele por um momento a cada dia, para que Ele possa te falar e te contar do Seu amor, lem-brando-te quão grande é a Sua Confiança em ti, quão ilimitado o Seu Amor. Em teu nome e no Seu, que são o mesmo, nós praticamos com contentamento esse pensamento no dia de hoje:

Recuarei e permitirei que Ele me mostre o caminho, pois quero caminhar ao longo da estrada que conduz a Ele.

156.156. Caminho com Deus em perfeita santidade.Caminho com Deus em perfeita santidade.

A idéia de hoje apenas declara a simples verdade e faz com que seja impossível o pensamento do pecado. Promete que não há causa para a culpa e, sendo sem causa, ela não existe. Ela decorre com segurança do pensamento básico tão freqüentemente menciona-

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do no livro texto: idéias não deixam a sua fonte. Se isso é verdadeiro, como podes estar à parte de Deus? Como poderias caminhar pelo mundo sozinho e separado de tua Fonte?

Não somos inconsistentes os pensamentos que apresentamos em nosso currículo. Para ser verdadeira, a verdade tem que ser verdadeira do início ao fim. Não pode contradizer-se, nem dividir-se em partes certas e incertas. Não podes caminhar pelo mundo à parte de Deus, porque não podes ser sem Ele. Ele é o que é a tua vida. Onde estás, Ele está. Existe uma única vida. Essa vida tu com-partilhas com Ele. Nada pode existir à parte Dele e viver.

No entanto, onde Ele está, também tem que haver santidade assim como vida. Nenhum dos Seus atributos permanece sem ser compartilhado por tudo o que vive. Tudo o que vive é santo como Ele, porque tudo o que compartilha a Sua vida é parte da Santidade e não poderia ser pecaminoso, assim como o sol não poderia escolher ser feito de gelo, o mar optar por estar à parte da água ou a relva crescer com as raízes suspensas no ar.

Há em ti uma luz que não pode morrer, cuja presença é tão santa que o mundo é santificado por tua causa . Todas as coisas que vivem tra-zem dádivas a ti e as ofertam aos teus pés com gratidão e júbilo. O perfume das flores é a dádiva que te oferecem. As ondas curvam-se diante de ti, as árvores estendem seus braços para proteger-te do calor e depositam as suas folhas no cão diante de ti para que possas caminhar no macio, enquanto o vento amaina e vem a ser um sussurro em torno da sua santa cabeça.

A luz em ti é o que o universo almeja contemplar. Todas as coisas vivas estão imóveis diante de ti, pois reconhecem Aquele que cami-nha contigo. A luz que trazes é delas. E assim, vêem em ti a sua própria santidade, saudando-te como salvador e como Deus. Aceita a sua reverência, pois essa se deve à Santidade em Si Mesma, Que caminha contigo, transformando em Sua Luz gentil todas as coisas à Sua semelhança e pureza.

Esse é o modo como funciona a salvação. Quando recuas, a luz em ti se adianta e ab range o mundo. Ela não anuncia o fim do pecado no castigo e na morte. O pecado se vai na leveza e no riso, pois o seu absurdo antiquado é visto. É um pensamento bobo, um sonho tolo, nada amedrontador, talvez ridículo, mas quem desperdiçaria um só instante da aproximação do próprio Deus por um capricho tão sem sentido?

No entanto, tens desperdiçado muitos e muitos anos justamente com esse pensamento tolo. O passado se foi, com todas as suas fantasias. Essas já não te mantêm mais preso. A aproximação de Deus está próxima. E no pequeno intervalo de dúvida que ainda permanece, tal-vez possas vir a perder de vista o teu Companheiro e tomá-Lo equivocadamente pelo antigo sonho sem sentido que agora é passado.

“Quem caminha comigo?” essa questão deveria ser feita mil vezes por dia, até que a certeza tenha posto um fim à dúvida e esta-belecido a paz. Deixa que a dúvida cesse no dia de hoje. Deus fala por ti, respondendo à tua pergunta com estas palavras:

Caminho com Deus em perfeita santidade. Eu ilumino o mundo, ilumino a minha mente e todas as mentes que Deus criou unas comigo.

157.157. Quero entrar na Sua Presença agora.Quero entrar na Sua Presença agora.

Esse é um dia de silêncio e de confiança. É um tempo especial, muito promissor no calendário dos teus dias. É um tempo que o Céu reservou para iluminar e lançar uma luz intemporal sobre esse dia em que se ouvem os ecos da eternidade. Esse dia é santo, pois introduz uma nova experiência, um tipo diferente de sentimento e consciência. Passaste longos dias e longas noites celebrando a mor -te. Hoje, aprende a sentir a alegria da vida.

Esse é outro momento crucial de decisão no currículo. Agora, acrescentamos uma nova dimensão, uma nova experiência que ir-radia luz a tudo o que já aprendemos e nos prepara para o que ainda temos que aprender. Ela nos traz à porta onde cessa o aprendiza -do e captamos um vislumbre daquilo que vem depois dos cumes mais altos que ele pode atingir. Ela nos deixa aqui por um instante e nós vamos além, certos da nossa direção e da nossa única meta.

Hoje te será dado sentir um toque do Céu, embora retornes às rotas do aprendizado. Mas vieste de longe e já andaste o suficien-te ao longo do caminho para alterar o tempo o bastante para elevar-te alem das suas leis e caminhar um pouco para a eternidade. Aprenderás a fazer isso cada vez mais, à medida que cada lição, fielmente treinada, te traz com mais rapidez a esse santo lugar e te dei -xa, por um momento, com o teu Ser.

Ele dirigirá a tua prática de hoje, pois o que pedes agora é a Sua Vontade. E tendo unido a tua vontade com a Sua nesse dia, o que estás pedindo tem que ser dado a ti. Além da idéia de hoje, nada mais é necessário para iluminar a tua mente e deixá-la descansar em serena expectativa e na alegria quieta na qual rapidamente deixas o mundo para trás.

A partir deste dia, o teu ministério se reveste de uma devoção genuína e de um brilho que passa da pontas dos teus dedos àque-les que tocas e abençoa todos aqueles que contemplas. Uma visão alcança todos aqueles que encontras e todos aqueles em quem pen-

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sas, ou que pensam em ti. Pois a tua experiência de hoje transformará a tua mente de tal modo que ela vem a ser a pedra de toque para os santos Pensamentos de Deus.

Hoje, teu corpo será santificado, tendo agora como único propósito trazer a visão da tua experiência de hoje para iluminar o mundo. Não podemos dar experiências como essa diretamente. Mas ela deixa uma visão em nossos olhos que podemos oferecer a todos para que cada um possa vir mais rápido a essa mesma experiência em que o mundo é esquecido em quietude e o Céu é lembrado por algum tempo.

À medida que essa experiência aumenta e todas as metas, com exceção dessa, vêm a ser pouco valorizadas, o mundo ao qual re -tornarás aproxima-se um pouco mais do fim dos tempos; torna-se um pouco mais parecido com o Céu nos seus caminhos e um pouco mais próximo da sua liberação. E tu, que lhe trazes a luz, passarás a ver a luz com mais certeza, a visão mais distinta. O momento virá em que não retornarás sob a mesma forma em que apareces agora, pois não terás nenhuma necessidade dela. Mas, agora ela tem um propósito e te servirá bem.

Hoje, embarcaremos num curso com o qual nunca sonhaste. Mas o Santo, o Doador dos sonhos felizes da vida, o Tradutor da percepção em verdade, o Guia santo para o Céu que te foi dado, sonhou para ti esta jornada que fazes e que começa hoje com a experi -ência que esse dia te oferece para que seja tua.

Entraremos agora na presença de Cristo, serenamente e sem estarmos cientes de nada, com exceção de Sua face resplandecente e do Seu Amor perfeito. A visão da Sua face ficará contigo, mas haverá um instante que transcende toda visão, até mesmo essa, a mais santa. Isso nunca ensinarás, pois não o atingiste através do aprendizado. No entanto, a visão fala da tua lembrança do que conheceste naquele instante e com certeza conhecerás novamente.

158.158. Hoje, aprendo a dar como recebo.Hoje, aprendo a dar como recebo.

O que te foi dado? O conhecimento de que és uma mente na Mente e apenas uma mente, isento de pecado para sempre total -mente sem medo, porque foste criado a partir do Amor. Tampouco deixaste a tua Fonte, permanecendo tal como foste criado. Isso te foi dado como conhecimento de que não podes perder. Isso também foi dado a cada coisa viva, pois só se vive através desse conhecimento.

Recebeste tudo isso. Ninguém que caminhe pelo mundo deixou de receber isso. Não é esse o conhecimento que dás, pois ele foi dado pela criação. Tudo isso não pode ser aprendido. Então, o que vais aprender a dar hoje? A nossa lição de ontem evocou um tema que se acha bem no início do livro texto. A experiência não pode ser compartilhada diretamente da forma que a visão pode. A revelação de que o Pai e o Filho são um só virá a seu tempo a cada mente. No entanto, esse momento é determinado pela própria mente, não é ensinado.

Esse momento já está estabelecido. Parece ser bastante arbitrário. Mas não há nenhum passo que alguém possa dar nesta estra-da que seja apenas por acaso. Esse passo já foi dado por ele, embora ele ainda não tenha embarcado nisso. Pois o tempo apenas parece ir em uma direção. Estamos apenas empreendendo uma jornada que já chegou ao fim. Todavia, parece reservar um futuro que ainda nos é desconhecido.

O tempo é um truque, um passe de mágica, uma vasta ilusão em que figuras vem e vão como por magia. Mas há um plano por trás das aparências que não muda. O roteiro está escrito. O momento em que a experiência vem para dar fim à tua dúvida já foi estabe -lecido. Pois nós vemos a jornada apenas do ponto em que ela terminou, olhando em retrospectiva, imaginando que a empreendemos novamente, revisando mentalmente o que já se foi.

Um professor não pode dar a experiência, pois não a aprendeu. Essa revelou-se a ele no momento indicado. Mas a visão é a sua dádiva. Isso ele pode dar diretamente, pois o conhecimento de Cristo não está perdido porque Ele tem uma visão que pode dar a todo aquele que pede. A Vontade do Pai e A Sua estão unidas no conhecimento. No entanto, há uma visão que o Espírito Santo vê, porque a mente de Cristo também a contempla.

Aqui se faz a união do mundo de dúvidas e sombra com o intangível. Aqui um lugar quieto dentro do mundo se faz santo pelo perdão e pelo amor. Aqui todas as contradições são reconciliadas, pois a jornada chega ao fim. A experiência – não aprendida, não ensi -nada e não vista – apenas está presente.isso está além da nossa meta, pois transcende o que precisa ser realizado. O que nos concerne é a visão de Cristo. Isso nos podemos atingir.

A visão de Cristo tem uma só lei. Ela não contempla um corpo e o toma por engano pelo Filho que Deus criou. Contempla uma luz além do corpo, uma idéia além do que pode ser tocado, uma pureza não obscurecida por erros, equívocos lamentáveis e pensamen -tos amedrontadores de culpa que vêm dos sonhos de pecado. Ela não vê separação. Ela olha para todas as pessoas, todas as circunstân -cias, todos os acontecimentos e todos os eventos, sem que a luz que ela contempla diminua de intensidade de forma alguma.

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Isso pode ser ensinado e tem que ser ensinado por todos aqueles que querem alcançá-la. Requer apenas o reconhecimento de que o mundo nada pode dar que remotamente possa comparar-se a isso em valor, nem estabelecer uma meta que não desapareça sim-plesmente, quando isso tiver sido percebido. E é isso que dás nesse dia: não vejas ninguém como um corpo. Cumprimenta cada um como o Filho de Deus que ele é, reconhecendo que ele é um contigo em santidade.

Assim, os seus pecados são perdoados, pois a visão de Cristo tem o poder de não vê-los. Desaparecem no perdão de Cristo. Sem ser vistos pelo Uno, desaparecem simplesmente porque a visão da santidade, que está além deles, vem para tomar o seu lugar. Não im-porta a forma que tomaram, nem quão enormes aparentaram ser, nem quem pareceu ser ferido por eles. Os pecados deixaram de ser. E todos os efeitos que pareciam ter desaparecido com eles, desfeitos, para jamais serem refeitos.

Assim aprendes a dar como recebes. E assim a visão de Cristo também olha para ti. Essa lição não é difícil de aprender, se lem-brares que no teu irmão estás apenas vendo a ti mesmo. Se ele estiver perdido no pecado, tu também tens que estar; se nele vires a luz, os teus pecados terão sido perdoados por ti mesmo. Cada irmão que encontrares hoje te proporciona mais uma oportunidade para deixar que a visão de Cristo brilhe sobre ti e te ofereça a paz de Deus.

Não importa quando vem a revelação, pois ela não está no tempo. Mas o tempo tem ainda uma dádiva a dar na qual o verdadeiro conhecimento se reflete de um modo tão preciso que a sua imagem compartilha da sua santidade invisível; o que lhe é semelhante bri -lha com seu amor imortal. Hoje praticamos ver com os olhos de Cristo. E, pelas santas dádivas que damos, a visão de Cristo também nos contempla.

159.159. Dou os milagres que tenho recebido.Dou os milagres que tenho recebido.

Ninguém pode dar o que não recebeu. Para dar alguma coisa é preciso que a tenhas primeiro. Aqui, as leis do Céu e do mundo estão de acordo. Mas aqui elas também se separam. O mundo acredita que para possuir uma coisa é necessário guardá-la. A salvação ensina o contrário. Dar é a forma de reconhecer o que tens recebido. É a prova de que o que tens é teu.

Compreendes que estás curado quando dás a cura. Aceitas o perdão como algo realizado em ti mesmo quando perdoas. reconhe-ces o teu irmão como tu mesmo e assim percebes que és íntegro. Não há milagre que não possas dar, pois todos te são dados. Recebe -os agora abrindo o tesouro da tua mente onde estão guardados e dando-os aos outros.

A visão de Cristo é um milagre. Vem de muito além de si mesma, pois reflete o Amor Eterno e o renascimento do amor que nun-ca morre, mas tem sido mantido obscuro. A visão de Cristo retrata o Céu, pois vê um mundo tão semelhante ao Céu que o que Deus criou perfeito pode ser lá espelhado. O vidro escurecido que o mundo apresenta só mostra imagens distorcidas em pedaços quebrados. O mundo real retrata a inocência do Céu.

A visão de Cristo é o milagre no qual nascem todos os milagres. É a sua fonte, ela permanece com cada milagre que dás e ainda continua sendo tua. É o laço pelo qual o doador e o receptor são unidos em extensão aqui na terra, assim como são um só no Céu. Cris-to não contempla nenhum pecado em ninguém. E, em Sua vista, os isentos de pecado são um só. A sua santidade foi dada pelo Seu Pai e por Ele próprio.

A visão de Cristo é a ponte entre os mundos. E podes confiar seguramente no seu poder para carregar-te desse mundo ao outro, aquele que foi santificado pelo perdão. Coisas que aqui parecem ser bem sólidas, lá serão meras sombras: transparentes, vagamente vistas, por vezes esquecidas e nunca capazes de obscurecer a luz que brilha no que está além delas. A santidade foi restaurada à visão e os cegos podem ver.

Essa é a dádiva do Espírito Santo, a casa do tesouro à qual podes apelar com perfeita certeza à procura de todas as coisas que possam contribuir para a tua felicidade. Já está tudo aqui. Tudo pode ser recebido, basta pedir. Aqui a porta nunca está trancada e a ninguém é recusado o menor pedido ou a mais urgente necessidade. Não há doença que já não esteja curada, nenhuma carência insa-tisfeita, nenhuma necessidade que não esteja preenchida dentro deste tesouro dourado de Cristo.

Aqui o mundo relembra o que se perdeu quando ele foi feito. Pois aqui ele é reparado, feito de novo, mas sob uma luz diferente. O que se destinava a ser a casa do pecado vem a ser o centro da redenção e o lar da misericórdia, onde os sofredores são curados e bem-vindos. Ninguém será mandado embora deste novo lar, onde a sua salvação o espera. Ninguém é um estranho para ele. Ninguém lhe pede coisa alguma exceto a dádiva de aceitar as suas boas-vindas.

A visão de Cristo é a terra santa em que os lírios do perdão fincam suas raízes. Esse é o seu lar. Podem ser levados daqui de vol-ta para o mundo, mas nunca poderão crescer no seu solo desnutrido e de pouca profundidade. Precisam da luz, do calor e dos benig-nos cuidados que a caridade de Cristo provê. Precisam do amor com que Ele os contempla. E vêm a ser os Seus mensageiros, que dão como receberam.

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Tira do Seu estoque para que os tesouros possam aumentar. Seus lírios não deixam o seu próprio lar quando são carregados de volta para o mundo. As suas raízes permanecem. Não deixam a sua fonte, mas carregam consigo a sua beneficência, transformando o mundo num jardim como aquele de onde vieram e ao qual retornam com mais fragrância. Agora, são duplamente bem-aventurados. As mensagens que trouxeram de Cristo foram entregues e devolvidas a eles. E eles as devolvem a Cristo com contentamento.

Contempla a provisão de milagres preparada para dares. Não és digno da dádiva, quando Deus designou que essa te fosse dada? Não julgues o Filho de Deus, mas segue no caminho que Ele estabeleceu. Cristo teve o sonho de um mundo perdoado. É Sua a dádiva pela qual pode ser feita uma doce transição da morte para a vida, da desesperança para a esperança. Vamos nos permitir sonhar com Cristo por um instante. O Seu sonho nos desperta para a verdade. A Sua visão nos dá os meios para o retorno à nossa eterna santidade em Deus, que nunca foi perdida.

160.160. Estou em casa. O medo é o estranho aqui.Estou em casa. O medo é o estranho aqui.

O medo é um estranho para os caminhos do amor. Identifica-te com o medo e serás um estranho para ti mesmo. E assim és des -conhecido para ti mesmo. O que é o teu Ser permanece alheio para aquela parte de ti que pensa que é real, mas diferente de ti mesmo. Quem poderia ser são em tal circunstância? Quem, senão um louco, poderia acreditar que é o que não é e julgar contra si próprio?

Existe um estranho em nosso meio, vindo de uma idéia tão estranha à verdade que fala uma língua diferente, olha para um mundo que a verdade desconhece e compreende o que a verdade considera sem sentido. Ainda um estranho, ele vem sem reconhecer a quem vem, mas ainda afirma que a sua casa lhe pertence, enquanto aquele que está em casa é agora o estranho. No entanto, como se -ria fácil dizer: “Essa é a minha casa. Aqui é o meu lugar e não partirei porque um louco me diz que tenho que ir.”

Que razão haverá para não dizeres isso? Qual poderia ser a razão, exceto que convidaste esse estranho a tomar o teu lugar e permitiste que fosses um estranho para ti mesmo? Ninguém se deixaria desapossar tão desnecessariamente, a menos que pensasse que existe outro lar mais adequado ao seu gosto.

Quem é o estranho? É o medo, ou és tu, que é tão inadequado ao lar que Deus proveu para o Seu Filho? Acaso o medo é próprio de Deus, criado à Sua semelhança? Acaso é o medo que o amor completa e pelo qual é completado? Não há nenhum lar que possa abrigar o amor e o medo. Não podem coexistir. Se tu és real, então o medo tem que ser uma ilusão. E se o medo é real, então tu absolutamente não existes.

Nesse caso, com que simplicidade a questão é resolvida. Aquele que tem medo apenas negou a si mesmo e disse: “Sou o estra -nho aqui. E assim, deixo o meu lar a alguém que se parece mais comigo do que eu mesmo e dou-lhe tudo o que eu pensava me perten-cer.” Agora ele é exilado por necessidade, sem saber quem é, incerto de todas as coisas exceto disso: de que ele não é ele mesmo e que o seu lar lhe foi negado.

E agora, o que procura ele? O que pode achar? Um estranho para si mesmo não pode achar um lar onde quer que o procure, pois ele mesmo fez com que o retorno fosse impossível. O seu caminho está perdido, a não ser que um milagre venha buscá-lo e lhe mostre que agora já não é um estranho. O milagre virá. Pois o seu Ser permanece no seu lar. Não convidou nenhum estranho a entrar e não Se tomou por nenhum pensamento alheio. E Ele chamará o que é Seu para Si Mesmo em reconhecimento do que Lhe pertence.

Quem é o estranho? Não será aquele por quem o teu Ser não chama? És incapaz de reconhecer esse estranho no teu meio agora, pois deste a ele o teu lugar de direito. Entretanto o teu Ser tem tanta certeza do que Lhe é próprio, quando Deus de Seu Filho. Ele não pode estar confuso a respeito da criação. Tem certeza do que Lhe pertence. Nenhum estranho pode ser interposto entre o Seu conheci -mento e a e a realidade de Seu Filho. Ele desconhece estranhos tem certeza acerca do Seu Filho.

A certeza de Deus é suficiente. Aquele Que Ele conhece como o Seu Filho pertence ao lugar no qual Ele O estabeleceu para sem-pre. Ele respondeu a ti que perguntas: “Quem é o estranho?” Ouve a sua Voz te assegurar, de modo quieto e seguro, que não és um es -tranho para o teu Pai e nem o teu Criador se fez um estranho para ti. Aqueles a quem Deus uniu permanecem para sempre um só, em casa com Ele e não um estranho para Si Mesmo.

Hoje damos graças por Cristo ter vindo procurar no mundo pelo que lhe pertence. A Sua visão não vê estranhos, mas contempla os Seus e alegremente Se une a eles. Eles O vêem como um estranho, pois não reconhecem a si mesmo. Mas, ao dar-Lhe as boas-vin -das, se lembram. E Ele os conduz gentilmente de volta ao lar, que é o lugar que lhes é próprio.

Cristo não esquece ninguém. Não falha em te dar nem um só dos teus irmãos para que te lembres , para que o teu lar possa ser comple-to e perfeito tal como foi estabelecido. Ele não te esqueceu. Mas tu não te lembrarás de Cristo até olhares para tudo como E le o faz. Todo aquele que nega o seu irmão está negando a Ele e recusando-se, assim, a aceitar a dádiva da vista através da qual vem a salvação, o seu Ser é claramente reconhecido e o seu lar relembrado.

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161.161. Dá-me a tua bênção, Filho santo de Deus.Dá-me a tua bênção, Filho santo de Deus.

Hoje praticamos de modo diferente e nos posicionamos contra a nossa raiva para que os nossos medos possam desaparecer e oferecer espaço ao amor. Aqui está a salvação nas simples palavras com que praticamos a idéia de hoje. Aqui está a resposta para a ten -tação que nunca falha em acolher com boas-vindas ao Cristo aonde o medo e a raiva antes prevaleciam. Aqui a Expiação se completa, o mundo é deixado para trás com toda a segurança e o Céu é agora restaurado. Aqui está a resposta da Voz por Deus.

A completa abstração é a condição natural da mente. Mas parte dela agora não é natural. Ela não olha para tudo como um só. Ao invés disso, vê fragmentos do todo, pois só assim poderia inventar o mundo parcial que tu vês. O propósito de tudo o que vês é o de te mostrar o que desejas ver. A audição só traz à tua mente os sons que ela quer ouvir.

Assim foi feita a especificidade. E agora, é a especificidade que temos que usar na nossa prática. Nós a damos ao Espírito Santo, para que Ele possa empregá-la com um propósito que é diferente daquele que lhe demos. Contudo,Ele não pode usar nada além do que fizemos para ensinar-nos de um ponto de vista diferente, para que possamos ver uma utilidade diferente em tudo.

Um irmão é todos os irmãos. Cada mente contém todas as mentes, pois todas as mentes são uma só. Tal é a verdade. Mas estes pensamentos fazem com que o significado da criação fique claro? Estas palavras trazem com elas perfeita clareza para ti? O que podem aparentar ser senão sons vazios, belos talvez, corretos em sentimento, mas fundamentalmente incompreendidos e incompreensíveis. A mente que ensinou a si mesma a pensar de modo específico não pode mais apreender a abstração no sentido de que ela abrange todas as coisas. Precisamos ver um pouco para aprendermos muito.

Sentimos que parece ser o corpo que limita a nossa liberdade, que nos faz sofrer e que no final apaga a nossa vida. Entretanto, corpos não passam de símbolos de uma forma concreta de medo. O medo sem símbolos não exige nenhuma resposta, pois símbolos po -dem representar o que não tem significado. O amor não precisa de símbolos, sendo verdadeiro. Mas o medo, sendo falso, se prende às especificidades.

Os corpos atacam, mas as mentes não. Esse pensamento com certeza evoca o nosso livro texto, onde isso é enfatizado com freqüência. Essa é a razão pela qual os corpos tão facilmente vêm a ser símbolos do medo, pois a vista do corpo te apresenta o símbolo do “inimigo” do amor, que a visão de Cristo não vê. O corpo é o alvo do ataque, pois ninguém pensa que odeia a mente. No entanto, o eu mais, senão a mente, dirige o corpo ao ataque? O que mais poderia ser a sede do medo senão aquilo que pensa no medo?

O ódio é específico. Tem que haver algo para ser atacado. Um inimigo tem que ser percebido de tal forma que possa ser tocado, visto e ouvido e, em última instância, morto. Quando o ódio pára sobre alguma coisa, exige a morte com tanta certeza quanto a Voz de Deus proclama que não há morte. O medo é insaciável, consumindo todas as coisas que os seus olhos contemplam, vendo-se em tudo, compelido a voltar-se contra si mesmo e a destruir.

Aquele que vê um irmão como um corpo, o vê como um símbolo do medo. E ele atacará, porque o que contempla é o seu próprio medo fora de si mesmo, pronto para atacar, mas pedindo aos gritos para se unir a ele novamente. Não te equivoques quanto à intensi -dade da raiva que o medo projetado tem que gerar. Irado, ele urra e arranha o ar na frenética esperança de poder alcançar aquele que o fez e devorá-lo.

É isso o que os olhos do corpo contemplam naquele que o Céu estima, que os anjos amam e que Deus criou perfeito. Essa é a sua realidade. E na visão de Cristo a sua beleza se reflete de uma forma tão santa e tão bonita, que dificilmente poderias resistir a ajoe -lhar-te aos seus pés. Entretanto, ao invés disso, tomarás a sua mão, pois és como ele na vista que o vê assim. O ataque contra ele é teu inimigo, pois não perceberás que em suas mãos está a tua salvação. Pede-lhe apenas isso e ele a dará a ti. Não lhe peças que simbolize o teu medo. Pedirias que o amor destruísse a si mesmo? Ou queres que ele seja revelado a ti e te liberte?

Hoje praticamos de uma forma que já tentamos antes. A tua prontidão está mais perto agora e hoje virás para mais perto ainda da visão de Cristo. Se estiveres comprometido em alcançá-la, terás sucesso hoje. E uma vez que tiveres tido sucesso, a tua vontade não estará mais disposta a aceitar as testemunhas que os olhos do teu corpo convocam. O que verás cantar-te-á antigas melodias que lem-brarás. Tu não foste esquecido no Céu. Não queres lembrar-te dele?

Escolhe um irmão, símbolo do resto e pede-lhe a salvação. Primeiro, que o vejas com a maior clareza possível, daquela mesma fora com que já estás acostumado. Vê o seu rosto, suas mãos, seus pés, suas roupas. Observa-o sorrir e vê os gestos familiares que ele faz tão frequentemente. Então pensa nisso: o que estás vendo agora te oculta a vista de alguém que pode perdoar todos os teus peca -dos, cujas mãos sagradas podem remover os cravos que atravessas as tuas e retirar a coroa de espinhos que colocaste sobre a tua cabe-ça ensangüentada. Pede-lhe isso para que ele possa libertar-te:

Dá-me a tua bênção, Filho santo de Deus. Quero contemplar-te com os olhos de Cristo e ver a minha perfeita impecabilidade em ti.

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E Aquele Que convocaste, responderá. Pois Ele ouvirá a Voz por Deus em ti e responderá na tua própria voz. Contempla-o agora, aquele que viste apenas como carne e osso e reconhece que Cristo veio a ti. A idéia de hoje é o modo de escapares com segurança da raiva e do medo. Certifica-te de usá-la imediatamente, se fores tentado a atacar um irmão e a perceber nele o símbolo do teu medo. E o verás subitamente transformado de inimigo em salvador, do demônio em Cristo.

162.162. Eu sou como Deus me criou.Eu sou como Deus me criou.

Esse único pensamento mantido em mente com firmeza salvaria o mundo. Nós repetiremos de vez em quando, à medida que al-cançarmos um outro estádio no aprendizado. Ele significará muito mais para ti à medida que avançares. Estas palavras são sagradas, pois são as palavras que Deus deu em resposta ao mundo que fizeste. Através delas, ele desaparece e, ao serem pronunciadas, todas as coisas que são vistas dentro das nuvens sombrias e ilusões nebulosas somem. Pois elas vêm de Deus.

Eis aqui o Verbo pelo qual o Filho veio a ser a felicidade de Seu Pai, o Seu Amor e a Sua completeza. Aqui a criação é proclama -da e honrada tal como é. Não há sonhos que estas palavras não dissipem, não há pensamento de pecado e nenhuma ilusão que o sonho contenha que não se desvaneça diante do seu poder. São as trombetas do despertar que ressoam pelo mundo. Os mortos despertam em resposta ao seu chamado. E aqueles que vivem e ouvem esse som jamais olharão para a morte.

Na verdade, santo é aquele que faz com que estas palavras sejam suas, despertando com elas em sua mente, lembrando-se delas ao longo do dia e trazendo-as consigo à noite quando vai dormir. Os seus sonhos são felizes e o seu descanso seguro, a sua segurança certa e o seu corpo curado, porque adormece e acorda com a verdade sempre diante de si. Ele salvará o mundo, pois dá ao mundo o que recebe a cada vez que pratica as palavras da verdade.

Hoje praticamos de modo simples. Pois as palavras que usamos são poderosas e não necessitam de outros pensamentos além de si mesmas para mudar a mente daquele que as usa. Essa mente está tão integralmente mudada que ela é agora o tesouro no qual Deus deposita todas as Suas dádivas e todo o Seu Amor para serem distribuídos a todo o mundo, aumentados ao serem dados e assim se mantêm completos porque o seu compartilhar é ilimitado. E assim aprendes a pensar com Deus. A visão de Cristo restaurou a tua vista resgatando a tua mente.

Nós te honramos hoje. É teu o direito à perfeita santidade que tu agora aceitas. Com essa aceitação, a salvação é trazida a todos, pois quem poderia apreciar o pecado quando uma santidade como essa abençoou o mundo? Quem poderia se desesperar quando a ale -gria perfeita é tua, acessível a todos como um remédio para a aflição e a miséria, para todo o sentimento de perda e o escape completo do pecado e da culpa?

E quem não gostaria de ser um irmão para contigo agora, tu, que és seu redentor e salvador. Quem poderia falhar em dar-te as boas vindas no próprio coração com um convite amoroso, ansiando por unir-se com alguém que é tão santo quanto ele mesmo? Tu és como Deus te criou. Estas palavras dissipam a noite e a escuridão deixa de ser. A luz veio hoje para abençoar o mundo. Pois reconhe -ceste o Filho de Deus e nesse reconhecimento está o do mundo.

163.163. Não há morte. O Filho de Deus é livre.Não há morte. O Filho de Deus é livre.

Morte é um pensamento que toma muitas formas, freqüentemente não reconhecidas. Pode aparecer como tristeza, medo, ansie-dade ou dúvida, como raiva, ausência de fé e falta de confiança, preocupação com os corpos, inveja e todas as formas em que o desejo de ser como tu não és possa vir a tentar-te. Todos esses pensamentos não passam de reflexos da adoração da morte como salvador e do-ador da liberação.

Encarnação do medo, anfitrião do pecado, Deus dos culpados e senhor de todas as ilusões e enganos, de fato, o pensamento da morte parece poderoso. Pois parece manter todas as coisas vivas dentro de sua mão ressequida, todas as esperanças e desejos no seu domínio maléfico, todas as metas percebidas somente por seus olhos que não vêem. Os fracos, os impotentes e os doentes curvam-se diante de sua imagem, acreditando que só ele é real, inevitável, digno da sua confiança. Pois somente ele virá com certeza.

Todas as coisas, com exceção da morte, são vistas como incertas, rapidamente perdidas por mais difícil que tenha sido obtê-las, inseguras em seus resultados, aptas a falhar às esperanças que outrora geraram e a deixar um gosto de pó e cinzas em seu rastro ao invés de aspirações e sonhos. Mas, pode-se contar com a morte. Pois ela virá com passos certos quando tiver vindo o momento de sua chegada. Nunca falhará em tomar toda a vida como refém para si mesma.

Tu te curvarias diante de ídolos como esse? Aqui, a força e o poder do próprio Deus são percebidos em um ídolo feito de pó. Aqui, o oposto de Deus é proclamado senhor de toda a criação, mais forte do que a Vontade de Deus pela vida, do que o amor infindável

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e a perfeita e imutável constância no Céu. Aqui, a Vontade do Pai e do Filho é enfim derrotada e enterrada sob a lápide que a morte eri-giu sobre o corpo do Filho santo de Deus.

Sem santidade na derrota, ele veio a ser o que a morte quis que ele fosse. O seu epitáfio, escrito pela própria morte, não lhe dá nome, pois passou ao pó. Diz apenas isso: “Aqui jaz um testemunho de que Deus está morto”. E ela escreve isso muitas e muitas vezes e, durante o tempo todo, os seus adoradores concordam e ajoelhando-se com as cabeças voltadas para o chão, sussurram medrosamen-te que é assim.

É impossível adorar a morte sob qualquer forma e ainda escolher algumas que não apreciarias e ainda queres evitar, embora acredites nas demais. Pois a morte é total. Ou todas as coisas morrem ou elas vivem e não podem morrer. Nenhuma transigência é pos -sível. Pois aqui, mais uma vez, vemos uma posição óbvia que temos que aceitar se quisermos ser sãos: o que contradiz inteiramente um pensamento não pode ser verdadeiro a menos que se prove que o seu oposto é falso.

A idéia da morte de Deus é tão absurda que mesmo os insanos têm dificuldade de acreditar nela. Pois implica que Deus outrora vivia e, de alguma forma, pereceu; morto aparentemente por aqueles que não queriam que Ele sobrevivesse. Sua Vontade mais forte conseguiu vencer a Vontade de Deus e, assim, a vida eterna deu lugar à morte. E, com o Pai, morreu também o Filho.

Os adoradores da morte podem ter medo. E, no entanto, podem pensamentos como esses serem amedrontadores? Se eles visses que o que acreditam é apenas isso, seriam instantaneamente liberados. E hoje tu lhes mostrarás isso. Não há morte e renunciamos a ela sob todas as suas formas agora para a tua salvação e a nossa também. Deus não fez a morte. Portanto, qualquer que seja a forma que assuma, ela tem que ser uma ilusão. Essa é a posição que adotamos hoje. E nos é dado olhar para o que vem depois da morte e ver a vida que está além.

Pai nosso, abençoa os nossos olhos hoje. Somos os Teus mensageiros e queremos contemplar o glorioso reflexo do Teu Amor que brilha em todas as coisas. Vivemos e nos movemos só em Ti. Não estamos separados da Tua vida eterna. Não há morte, pois a morte não é a Tua Vontade. E nós habitamos onde nos colocaste, na vida que compartilhamos Contigo e com todas as coisas vivas, ara sermos como Tu és e parte de Ti para sempre. Aceitamos os Teus pensamentos como nossos e a nossa vontade é uma com a Tua eternamente. Amém.

164.164. Agora somos um com Aquele Que é a nossa Fonte.Agora somos um com Aquele Que é a nossa Fonte.

Em que momento, senão agora, pode a verdade ser reconhecida? O presente é o único tempo que existe. E assim, hoje, nesse instante, agora, vimos contemplar o que está para sempre presente, não na nossa vista, mas aos olhos de Cristo. Ele olha para o que vem depois do tempo e vê a eternidade tal como é lá representada. Ele ouve os sons que o mundo sem sentido e agitado engendra, mas os ouve vagamente. Isso é assim porque além de todos, Ele ouve a canção do Céu e a Voz por Deus mais clara, mais significativa e mais próxima.

O mundo se desvanece facilmente diante da Sua vista. Seus ruídos tornam-se longínquos. Uma melodia vinda de muito além do mundo torna-se cada vez mais distinta, um Chamado antigo ao Qual Ele dá uma resposta antiga. Reconhecerás ambos, pois são apenas a tua resposta ao Chamado do teu Pai a ti. Cristo responde por ti ecoando o teu Ser, usando a tua voz para dar o Seu feliz consentimen-to, aceitando a tua liberação por ti.

Quão santa é a tua prática de hoje, quando Cristo te dá a Sua vista e ouve por ti e responde em teu nome ao Chamado que Ele ouve! Quão quieto é o tempo que dedicas a passar com Ele além do mundo. Quão facilmente todos os teus pecados aparentes são es -quecidos e todos os teus pesares não são lembrados. Nesse dia as aflições são deixadas de lado, pois as cenas e os sons vindos de um ponto mais próximo do que o mundo são claros para ti, que hoje aceitarás as dádivas que Ele te dá.

Há um silêncio no qual o mundo não pode se intrometer. Há uma paz antiga que carregas no teu coração e não perdeste. Há uma sensação de santidade em ti que o pensamento do pecado nunca tocou. Lembrar-te-ás de tudo isso hoje. A fidelidade na prática de hoje trará recompensas tão grandes e tão completamente diferentes de todas as coisas que buscavas antes, que saberás que aqui está o teu tesouro e o teu descanso.

Esse é o dia em que vãs imaginações se abrem como uma cortina para revelar o que está além de todas elas. Agora, se faz visível o que realmente existe, enquanto todas as sombras que pareciam escondê-lo simplesmente submergem. Agora, o equilíbrio é acertado e a balança do julgamento entregue Àquele Que julga verdadeiramente. E no Seu julgamento se revelará um mundo de perfeita inocên -cia diante dos teus olhos. Agora tu o verás com os olhos de Cristo. Agora a sua transformação está clara para ti.

Irmão, esse dia é sagrado para o mundo. A tua visão, que te foi dada de muito além de todas as coisas nesse mundo, volve o olhar para elas sob uma nova luz. E o que vês vem a ser a cura e a salvação do mundo. O que é valioso e o que não tem valor são ambos percebidos e reconhecidos pelo que são. E o que é digno do teu amor recebe o teu amor e nada que possa ser temido permanece.

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Não julgaremos hoje. Receberemos apenas o que nos é dado pelo julgamento feito além desse mundo. A nossa prática de hoje vem a ser a nossa dádiva de gratidão pela nossa liberação da cegueira e da miséria. Tudo o que vemos só aumentará a nossa alegria, pois a sua santidade reflete a nossa. Estamos perdoados aos olhos de Cristo, com o mundo inteiro perdoado aos nossos olhos. Abençoa-mos o mundo ao contemplá-lo à luz em que o nosso Salvador nos olha e lhe oferecemos a liberdade que nos e dada através da Sua visão que nos perdoa e não da nossa.

Abre as cortinas na tua prática meramente soltando todas as coisas que pensas querer. Põe os teus tesouros insignificantes de lado e deixa um espaço limpo e aberto no interior da tua mente ao qual Cristo possa vir te oferecer o tesouro da salvação. Ele precisa da tua mente mais santa para salvar o mundo. Não é esse propósito digno de ser teu? Não é a visão de Cristo digna de ser buscada aci -ma das metas insatisfatórias do mundo?

Não deixes que o dia de hoje passe sem que as dádivas que contém para ti recebam teu consentimento e a tua aceitação. Pode -mos mudar o mundo, se tu as reconheceres. Talvez não vejas o valor que a tua aceitação dá ao mundo. Mas certamente queres isso: tro -car todo sofrimento por alegria hoje mesmo. Pratica com afinco e a dádiva é tua. Deus te enganaria? Pode a Sua promessa falhar? Po-des recusar tão pouco, quando a Sua Mão oferece ao Seu Filho a salvação completa?

165.165. Que minha mente não negue o Pensamento de Deus.Que minha mente não negue o Pensamento de Deus.

O que faz com que esse mundo pareça ser real, senão a tua própria negação da verdade que está além? O que, senão os teus pensamentos de miséria e morte, obscurece a felicidade perfeita e a vida eterna que é a Vontade do teu Pai para ti? E o que poderia es -conder o que não pode ser ocultado, exceto uma ilusão? O que poderia manter-te longe do que já tens, senão a tua escolha de não ver isso, negando que esteja presente?

O Pensamento de Deus te criou. Esse Pensamento não te deixou e nunca estiveste à parte dele por um instante. Ele te pertence. Através dele vives. É a tua Fonte de vida, mantendo-te uno com ela e tudo é uno contigo pois ela não te deixou. O Pensamento de Deus te protege e cuida de ti, torna macio o teu lugar de descanso e plácido o teu caminho, iluminando a tua mente com felicidade e amor. A eternidade e a vida que dura para sempre brilham em tua mente, porque o Pensamento de Deus não te deixou e ainda habita contigo.

Quem negaria a sua segurança e a sua paz, sua alegria, sua cura, a paz da sua mente, seu sereno descanso, seu calmo despertar, se apenas reconhecesse onde habitam? Não se prepararia no mesmo instante para ir aonde são achados, abandonando todo o resto como sem valor em comparação a eles? E tendo-os achado, não se certificaria de conservá-los e de permanecer com eles?

Não negues o Céu. Ele é teu hoje, se apenas pedires. Tampouco será preciso que percebas quão grande é a dádiva e o quanto a tua mente terá mudado antes que ele venha a ti. Pede para receber e te é dado. A convicção está nele. Até que lhe dês as boas-vindas como teu, a incerteza permanece. Entretanto, Deus é justo. A certeza não é exigida para receberes aquilo que apenas a tua aceitação pode conceder.

Pede com desejo. Não é preciso teres certeza de que o teu pedido é a única coisa que queres. Mas, quando tiveres recebido, terás certeza de que tens o tesouro que sempre buscaste. E então, o que poderias trocar por ele? Pois ver isso prova que trocaste a cegueira pelos olhos de Cristo, que são capazes de ver, que a tua mente veio a deixar de lado a negação e aceitou o Pensamento de Deus como tua he-rança.

Agora todas as dúvidas passaram, o fim da jornada é certo e te foi dada a salvação. Agora, o poder de Cristo está na tua mente, para curar como foste curado. Pois agora estás entre os salvadores do mundo. Lá está o teu destino e em nenhum outro lugar. Deus consenti-ria em deixar o Seu Filho eternamente faminto porque ele nega o alimento de que precisa para viver? A abundância habita nele e a privação não pode isolá-lo do Amor alentador de Deus e do seu lar.

Pratica com esperança hoje. Pois de fato, a esperança é justificada. As tuas dúvidas são sem significado, pois Deus é certo. E o Pensamento de Deus nunca está ausente. A certeza tem que habitar dentro de ti, que és o anfitrião de Deus. Esse curso remove todas as dúvidas que interpuseste entre Deus e a tua certeza em relação a Ele.

Contamos com Deus e não conosco para nos dar a certeza. E praticamos em Seu Nome, como o Seu Verbo nos dirige a fazer. A Sua certeza está além de toda a dúvida. O Seu Amor permanece além de todo o medo. O Pensamento de Deus ainda está além de todos os sonhos e nas nossas mentes de acordo com a Sua Vontade.

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166.166. As dádivas de Deus me são confiadas.As dádivas de Deus me são confiadas.

Todas as coisas te são dadas. A confiança de Deus em ti é sem limites. Ele conhece o Seu Filho. Ele dá sem exceções, sem nada guardar que possa contribuir para a tua felicidade. E, no entanto, a menos que a tua vontade seja uma com a Sua, as Suas dádivas não serão recebidas. Mas o que te faria pensar que há outra vontade que não A de Deus?

Aqui está o paradoxo sobre o qual se baseia a feitura do mundo. Esse mundo não é a Vontade de Deus e assim não é real. Entre-tanto, aqueles que pensam que ele é real, ainda não podem deixar de acreditar que existe outra vontade que conduz a efeitos opostos àqueles que são a Sua Vontade. Isso, na verdade, é impossível, mas toda mente que contempla o mundo e o julga como certo, sólido, digno de confiança e verdadeiro, acredita em dois criadores ou em um só: ele próprio sozinho. Mas nunca em um único Deus.

As dádivas de Deus não são aceitáveis para ninguém que mantenha essas estranhas crenças. Ele não pode deixar de acreditar que aceitar as dádivas de Deus, por mais evidentes que venham a ser, por maior que seja a urgência com que é chamado a reivindicá -las como suas, é ser pressionado à traição de si mesmo. Ele tem que nega a sua presença, contradizer a verdade e sofrer para preservar o mundo que fez.

Aqui está o único lar que ele pensa que conhece. Aqui está a única segurança que acredita poder achar. Sem o mundo que fez, ele é um proscrito, sem lar e cheio de medo. Não reconhece que é aqui que ele é, de fato, cheio de medo e também sem lar; um paria vagando tão longe de casa, há tanto tempo fora que não reconhece que esqueceu-se de onde veio, para onde vai e até mesmo quem re -almente é.

Entretanto, nas suas divagações solitárias e sem sentido, as dádivas de Deus vão com ele, desconhecidas para ele. Ele não pode perdê-las. Mas não olhará para o que lhe é dado. Continua a vagar, ciente da futilidade que vê em toda parte à sua volta, percebendo o quanto a sua pouca sorte definha à medida que avança para ir a lugar nenhum. Mesmo assim, continua a vagar na miséria e na pobre -za, sozinho embora Deus esteja com ele, com um tesouro tão grande que tudo o que o mundo contém é sem valor diante da sua magni -tude.

Ele parece uma figura lamentável: exaurida, cansada, em farrapos, cujos pés sangram um pouco devido à estrada pedregosa em que caminha. Não há ninguém que não tenha se identificado com ele, pois todos aqueles que aqui vêm perseguiram a rota que ele se -gue e sentiram a derrota e a desesperança como ele as está sentindo. Mas, seria ele realmente trágico, quando vês que ele está seguin -do o caminho que escolheu e que precisa apenas reconhecer Quem caminha com ele e abrir os seus próprios tesouros para ser livre?

Esse é o ser que tu escolheste, aquele que fizeste como uma substituição da realidade. Esse é o ser que defendes com fúria con -tra toda razão, toda evidência e todos os testemunhos comprovados que mostram que esse não é o que tu és. Tu não lhes dás ouvidos. Continuas no caminho designado por ti, com os olhos baixos porque tens medo de captar um vislumbre da verdade, ser liberado do auto-engano e posto em liberdade.

Tu te encolhes medrosamente com receio de sentir o toque de Cristo no teu ombro e perceber a Sua mão gentil dirigindo-te para contemplar as tuas dádivas. Como, então, poderias proclamar a tua pobreza no exílio? Ele te faria rir dessa percepção de ti mes -mo. Então, onde estaria a auto-piedade? E o que aconteceria com toda a tragédia que buscaste trazer àquele a quem Deus só tenciona -va alegrias?

O teu antigo medo veio a ti agora e a justiça, enfim, te alcançou. A mão de Cristo tocou o teu ombro e sentes que não estás sozi -nho. Pensas até que o ser miserável que acreditaste ser o que tu és, possa não ser a tua Identidade. Talvez o Verbo de Deus seja mais verdadeiro do que o teu. Talvez as Suas dádivas para contigo sejam reais. Talvez Deus não tenha sido totalmente ludibriado pelo teu plano de manter o Seu Filho em profundo esquecimento e seguir o caminho que escolheste sem o teu Ser.

A Vontade de Deus não se opõe. Meramente é. Não é a Deus que aprisionaste no teu plano para perder o teu Ser. Ele desconhece um plano tão alheio à Sua Vontade. Houve uma necessidade que Ele não compreendeu, à qual deu uma Resposta. Isso é tudo. E tu, que tens a Resposta que te foi dada, não tens necessidade de mais nada além Disso.

Agora vivemos pois agora não podemos morrer. O desejo de morte foi respondido e o olhar que o contemplava foi substituído pela visão que percebe que tu não és o que pretendes ser. Alguém anda contigo, Que responde gentilmente a todos os teus medos com essa única réplica misericordiosa: “Isso não é assim.” Ele aponta para todas as dádivas que tens toda vez que o pensamento da pobreza te oprime e fala do Seu Companheirismo quando te percebes solitário e amedrontado.

Entretanto, Ele ainda te lembra de mais uma coisa que havias esquecido. Pois o Seu toque fez com que sejas igual a Ele. As dá -divas que tens, não são só para ti. O que Ele veio te dar, agora tu tens que aprender a dar. Essa é a lição que a Sua doação contém, pois Ele te salvou da solidão que buscaste fazer para esconder-te de Deus. Ele te lembrou de todas as dádivas que Deus te tem dado. Ele também fala do que vem a ser a tua vontade quando aceitas estas dádivas e reconheces que são tuas.

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A dádivas são tuas, confiadas aos teus cuidados para dar a todos aqueles que não escolheram a estrada solitária da qual escapas-te. Eles não compreendem que apenas perseguem os seus próprios desejos. Agora és tu quem lhes ensina. Pois aprendeste com Cristo que há outro caminho para que sigam. Ensina a eles, mostrando-lhes a felicidade que vem àqueles que sentem o toque de Cristo e re -conhecem as dádivas de Deus. Não deixes o pesar te tentar a ser infiel para com a tua confiança.

Os teus suspiros passarão agora a trair as esperanças daqueles que olham para ti em busca da sua liberação. As tuas lágrimas são as suas. Se estás doente, estás apenas recusando-lhes a sua cura. Aquilo de que tens medo apenas lhes ensina que seus medos são justificados. A tua mão vem a ser aquela que dá o toque de Cristo; a mudança da tua mente vem a ser a prova de que aquele que aceita as dádivas de Deus jamais pode sofrer coisa alguma. A função de liberar o mundo da dor te foi confiada.

Não a traias. Passa a ser a prova viva do que o toque de Cristo pode oferecer a todos. Deus confiou todas as Suas dádivas a ti. Na tua felicidade, sê tu a testemunha de como vem a ser transformada a mente que escolhe aceitar as Suas dádivas e sentir o toque de Cristo. Essa é a tua missão agora. Pois Deus confia a doação das Suas dádivas a todos aqueles que as receberam. Ele compartilhou a Sua alegria contigo. E agora vais compartilhá-la com o mundo.

167.167. Só existe uma vida e eu a compartilho com Deus.Só existe uma vida e eu a compartilho com Deus.

Não existem tipos diferentes de vida, pois a vida é como a verdade. Não tem graduação. É a única condição na qual tudo o que Deus criou compartilha. Como todos os Seus Pensamentos, a vida não tem oposto. A morte não existe, porque o que Deus criou com-partilha da Sua Vida. A morte não existe, porque não existe um oposto para Deus. A morte não existe, porque o Pai e o Filho são um.

Nesse mundo, parece haver um estado que é o oposto da vida. Tu o chamas de morte. Mas aprendemos que a idéia da morte toma muitas formas. É a única idéia subjacente a todos os sentimentos que não são supremamente felizes. É o alarme ao qual respon-des quando não reages com perfeita alegria. Todo pesar, toda perda, ansiedade, sofrimento e dor, até mesmo um pequeno suspiro de cansaço, um leve desconforto ou o menor olhar de reprovação estão admitindo a morte. E assim, negam que tu vives.

Pensas que a morte é do corpo. No entanto, é apenas uma idéia irrelevante ao que é visto como físico. Um pensamento está na mente. Pode então ser aplicado segundo a direção da mente. Mas, para haver mudança, é na sua origem que o pensamento tem que ser mudado. As idéias não deixam a sua fonte. A ênfase que esse curso dá a essa idéia se deve à sua centralidade nas nossas tentativas de mudar a tua mente sobre ti mesmo. É a razão pela qual podes curar. É a causa da cura. É por isso que não podes morrer. A verdade dessa idéia te estabeleceu uno com Deus.

A morte é o pensamento de que estás separado do teu Criador. É a crença segundo a qual as condições mudam, as emoções se alternam devido a causas que não podes controlar, que não fizeste e nunca podes mudar. É a crença fixa segundo a qual as idéias po-dem deixar a sua fonte e adquirir qualidades que a fonte não contém, tornando-se diferentes de sua própria origem, à parte dela em espécie, assim como em distância, tempo e forma.

A morte não pode vir da vida. As idéias permanecem unidas à sua fonte. Podem estender tudo o que a sua fonte contém. Nisso podem ir muito além de si mesmas. Mas não podem dar origem ao que nunca lhes foi dado. Assim como foram feitas será o que vierem a fazer. Assim, como nasceram, farão nascer. E de onde vieram, para lá retornarão.

A mente pode pensar que dorme, mas isso é tudo. Não pode mudar o que é o seu estado desperto. Não podes fazer um corpo, nem habitar no interior de um corpo. Aquilo que é alheio à mente não existe, porque não tem fonte. Pois a mente cria todas as coisas que são e não pode lhes dar atributos que lhe faltem e nem modificar o seu próprio estado mentalmente ciente e eterno. Não pode fa -zer o físico. O que parece morrer é apenas o sinal da mente adormecida.

O oposto da vida só pode ser uma outra forma de vida. Como tal, pode ser reconciliada com o que a criou porque, na verdade, não é um oposto. A sua forma pode mudar, pode parecer ser o que não é. Mas a mente é mente, desperta ou adormecida. Não é o seu oposto em nada que tenha sido criado e tampouco naquilo que ela parece fazer quando acredita estar dormindo.

Deus só cria a mente desperta. Ele não dorme e as Suas criações não podem compartilhar o que Ele não lhes dá, nem dar lugar a condições que Ele não compartilha com elas. O pensamento da morte não é o oposto dos pensamentos de vida. Para sempre sem qualquer tipo de oposição, os Pensamentos de Deus permanecem eternamente imutáveis, com o poder de estenderem-se por toda a eternidade imutavelmente, porém ainda dentro de si mesmos, pois estão em toda parte.

O que parece ser o oposto da vida está apenas dormindo. Quando a mente opta por ser o que não é e por assumir um poder alheio que não tem, um estado estranho no qual não pode entrar, ou uma condição falsa que não esteja dentro da Sua Fonte, ela apenas parece ir dormir um pouco. Sonha com o tempo, um intervalo em que o que parece acontecer nunca ocorreu, em que as mudanças for-

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jadas são sem substância e em que todos os eventos não estão em parte alguma. Quando a mente desperta, apenas continua tal como sempre foi.

Hoje, sejamos as crianças da verdade e não neguemos a nossa santa herança. A nossa vida não é como imaginamos. Quem pode mudar a vida por fechar os olhos, ou fazer de si mesmo o que não é porque está dormindo, vendo em sonhos o oposto do que é? Hoje não pediremos a morte sob nenhuma forma. Tampouco deixaremos que opostos imaginários da vida habitem um só instante onde o próprio Deus estabeleceu o Pensamento da vida eterna.

Hoje, nos esforçamos para manter o lar santo de Deus tal como Ele o estabeleceu e tal como a Vontade de Deus determina que seja para todo o sempre. Ele é o Senhor do que pensamos hoje e nos Seus Pensamentos que não têm opostos, compreendemos que há uma só vida e essa compartilhamos com Ele, com toda a criação e também com seus pensamentos, aos quais Ele criou numa unidade de vida que não pode se separar na morte e deixar a Fonte de vida de onde veio.

Nós compartilhamos uma vida porque temos uma só Fonte, uma Fonte da Qual nos vem a perfeição que permanece sempre nas mentes santas que Ele criou perfeitas. Como éramos, agora somos e sempre seremos. A mente adormecida tem que despertar ao ver a sua própria perfeição espelhando tão perfeitamente o Senhor da Vida, que ela se desvanece no que lá está refletido. E agora não é mais um mero reflexo. Vem a ser aquilo que é refletido e a luz que faz com que o reflexo seja possível. Agora nenhuma visão é necessária. Pois a mente desperta é aquela que conhece a sua Fonte, o seu Ser e a sua Santidade.

168.168. A Tua graça me é dada. Eu a reivindico agora.A Tua graça me é dada. Eu a reivindico agora.

Deus fala conosco. E nós, não falaremos com Ele? Ele não está distante. Ele não faz nenhuma tentativa de esconder-Se de nós. Tentamos esconder-nos de Deus e sofremos com o engano. Ele permanece inteiramente acessível. Ele ama Seu Filho. Não há outra certeza além dessa, entretanto essa é suficiente. Ele amará Seu Filho para sempre. Mesmo quando a sua mente permanece adormeci-da, Ele ainda o ama. E quando ela desperta, Ele o ama com um Amor imutável.

Se apenas soubesses o significado do Seu Amor, a esperança e o desespero seriam impossíveis. Pois a esperança seria para sem-pre satisfeita e qualquer tipo de desespero impensável. A Sua graça é a Sua resposta a todo desespero, pois nela está a lembrança do Seu Amor. Não daria Ele com contentamento os meios pelos quais a Sua Vontade é reconhecida? A Sua graça é tua através do teu reco -nhecimento. E a memória de Deus desperta na mente que Lhe pede os meios pelos quais o seu sono chega ao fim.

Hoje, pedimos a Deus a dádiva que Ele preservou com o maior cuidado em nossos corações, esperando para ser reconhecida. É a dádiva pela qual Deus Se inclina para nós e nos eleva, dando Ele próprio o passo final da salvação. Instruídos pela Sua Voz, aprende -mos todos os passos, exceto esse. Mas Ele próprio finalmente vem, nos toma em Seus Braços e varre as teias de aranha do nosso sono. A dádiva da Sua graça é mais do que uma simples resposta. Ela restaura todas as memórias que a mente adormecida esqueceu, toda a certeza a respeito de qual é o significado do Amor.

Deus ama Seu Filho. Pede-Lhe agora que Ele te dê os meios pelos quais esse mundo desaparecerá; primeiro virá a visão e ape -nas um instante mais tarde o conhecimento. Pois na graça vês uma luz que cobre o mundo todo de amor e observas o medo desapare -cer de cada rosto à medida que os corações se erguem e reivindicam a luz como o que lhes pertence. O que permanece agora que pode -ria atrasar a vinda do Céu ainda que por um instante? O que ainda está por fazer, quando o teu perdão descansa em todas as coisas?

Esse é um dia novo e santo, pois recebemos o que nos tem sido dado. A nossa fé está no Doador e não na nossa própria aceita -ção. Admitimos os nossos equívocos, mas Aquele que desconhece o erro ainda é Aquele Que responde aos nossos equívocos, dando-nos os meios para deixarmos de carregá-los e para nos erguermos até Ele em gratidão e amor.

E Ele desce para nos encontrar quando vamos a Ele. Pois o que Ele preparou para nós, Ele nos dá e nós recebemos. Assim é a Sua Vontade porque Ele ama Seu Filho. Hoje oramos a Ele, apenas devolvendo a palavra que nos foi dada por Ele através da Sua pró -pria Voz, Seu Verbo, Seu Amor:

A Tua graça me é dada. Eu a reivindico agora. Pai, venho a Ti. E Tu virás a mim que peço. Eu sou o Filho que Tu amas.

169.169. Pela graça vivo. Pela graça sou liberado.Pela graça vivo. Pela graça sou liberado.

A graça é o aspecto do Amor de Deus que mais se assemelha ao estado que prevalece na unidade da verdade. É a aspiração mais elevada do mundo, pois nos conduz para além do mundo inteiramente. Ela está depois do aprendizado, no entanto, constitui a meta do aprendizado, pois a graça não pode vir até que a mente se prepare para a verdadeira aceitação. A graça vem a ser instantaneamente ine-

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vitável naqueles que tiverem preparado uma mesa em que ela possa ser gentilmente colocada e recebida voluntariamente, um altar lim-po e santo para a dádiva.

A graça é a aceitação do Amor de Deus dentro de um mundo de aparente ódio e medo. Unicamente pela graça, o ódio e o medo se vão, pois a graça apresenta um estado tão oposto a tudo o que o mundo contém, que aqueles cujas mentes são iluminadas pela dádi-va da graça não podem acreditar que o mundo do medo seja real.

A graça não é aprendida. O passo final tem que ir além de todo aprendizado. A graça não é a meta que esse curso aspira atingir. Mas nos preparamos para a graça já que a mente aberta pode ouvir o Chamado para o despertar. Não está hermeticamente fechada con-tra a Voz de Deus. Veio a estar ciente de que há coisas que não sabe e, assim, está pronta para aceitar um estado completamente dife-rente do tipo de experiência com a qual está familiarizada.

Talvez pareça que contradizemos a nossa declaração de que a revelação do Pai e do Filho como uma só já foi estabelecida. Mas também dissemos que a mente determina quando será esse momento e já o determinou. Insistimos, porém, que dês testemunho do Verbo de Deus para apressar a experiência da verdade e acelerar o seu advento a todas as mentes que reconhecem os efeitos da verdade em ti.

A Unicidade é simplesmente a idéia de que Deus é. E no Que Ele É, Ele abrange todas as coisas. Não há mente que contenha algo que não seja Ele. Dizemos: “Deus é” e então deixamos de falar, pois nesse conhecimento as palavras são sem significado. Não há lábios para pronunciá-las e nenhuma parte da mente é distinta o suficiente para sentir que agora está ciente de algo que não seja ela mesma. Ela se uniu à sua Fonte. E, como a própria Fonte, meramente é.

Não podemos falar, escrever ou mesmo pensar sobre isso de modo algum. Vem a cada mente quando o reconhecimento total de que a sua vontade é a Vontade de Deus tiver sido completamente dado e completamente recebido. Isso devolve a mente ao presente in -finito, em que nem o passado nem o futuro podem ser concebidos. Está além da salvação, depois de todo pensamento de tempo, de perdão e da santa face de Cristo. O Filho de Deus, meramente desapareceu em seu Pai, assim, como seu Pai nele. O mundo absoluta-mente nunca foi. A eternidade permanece um estado constante.

Isso está além da experiência que tentamos apressar. Entretanto o perdão, ensinado e aprendido, traz consigo as experiências que dão testemunho de que está próximo o momento em que a própria mente determinou abandonar tudo, menos isso. Nós não o apressamos, pois o que então vais oferecer estava oculto Daquele Que ensina o que significa o perdão.

Todo aprendizado já estava na Sua Mente, realizado e completo. Ele reconheceu tudo o que o tempo contém e o deu a todas as mentes para que cada uma pudesse determinar, de um ponto em que o tempo estava acabado, quando estaria liberada para a revelação e a eternidade. Já repetimos várias vezes antes que apenas fazes uma jornada que já terminou.

Pois a unicidade tem que estar aqui. Qualquer que seja o momento que a mente tenha estabelecido para a revelação, ele é intei -ramente irrelevante para o que tem que ser um estado constante, para sempre como sempre foi; permanecendo para sempre como é agora. Nós apenas aceitamos o papel há muito tempo designado e reconhecido plenamente como já tendo sido realizado com perfeição por Aquele Que escreveu o roteiro da salvação em Nome do Seu Criador e em nome do Filho do Seu Criador.

Não há mais necessidade de esclarecer o que ninguém no mundo pode compreender. Quando vem a revelação da tua unicidade, ela será conhecida e inteiramente compreendida. Agora temos um trabalho a fazer, pois aqueles que estão no tempo podem falar das coisas que estão além e escutar as palavras que explicam que aquilo que esta por vir, já passou. Mas o que podem significar as palavras para aqueles que ainda contam as horas, que amanhecem e trabalham e vão dormir de acordo com elas?

Basta, então, que tenhas trabalho a fazer para desempenhar a tua parte. O fim terá que permanecer obscuro para ti até que seja feita a tua parte. Isso não importa. Pois a tua parte ainda é aquilo de que depende todo o resto. Ao aceitares o papel que te foi designa -do, a salvação vem a estar um pouco mais perto de cada coração incerto que ainda não bate sintonizado com Deus.

O perdão é o tema central que corre por toda a salvação, mantendo todas as suas partes em relacionamentos significativos, ten -do o curso que ela segue direcionado e o seu resultado seguro. E agora pedimos a graça, a dádiva final que a salvação pode conceder. A experiência que a graça proporciona terá fim no tempo, pois a graça prenuncia o Céu, ainda que não substitua o pensamento do tempo a não ser por um breve período.

O intervalo basta. Nele são colocados os milagres para serem devolvidos por ti, dos instantes santos que recebes através da graça na tua experiência, a todos que vêem a luz remanescente na tua face. O que é a face de Cristo, senão a daquele que foi por um momen -to para a intemporalidade e trouxe, para abençoar o mundo, um claro reflexo da unidade que sentiu há apenas um instante? Como po-derias enfim atingi-la para sempre, enquanto uma parte de ti mesmo permanece do lado de fora, sem saber. Sem despertar e precisan -do de ti como testemunha da verdade?

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Sê grato por retornar, assim como ficaste contente em ir por um instante e aceitar as dádivas que a graça te proveu. Tu as carre -gas de volta para ti mesmo. E a revelação não está muito atrás. A sua vinda está assegurada. Pedimos a graça e a experiência que vem da graça. Damos as boas-vindas à liberação que ela oferece a todos. Não pedimos o que não pode ser pedido. Não olhamos para o que está além do que a graça pode dar. Pois isso podemos dar na graça que nos foi dada.

A meta do nosso aprendizado de hoje não excede essa oração. No entanto, no mundo, o que poderia ser mais do que aquilo que pedimos nesse dia Àquele Que dá a graça que pedimos, como ela Lhe foi dada?

Pela graça vivo. Pela graça sou liberado. Pela graça dou. Pela graça vou liberar.

170.170. Não há crueldade em Deus e nem em mim.Não há crueldade em Deus e nem em mim.

Ninguém ataca sem a intenção de ferir. Isso não pode ter exceção. Quando pensas que atacas em auto-defesa, queres dizer que ser cruel é uma proteção, que estás a salvo por causa da crueldade. Queres dizer que acreditas que ferir o outro te traz liberdade. E queres dizer que atacar é trocar o estado em que te encontras por algo melhor, mais seguro e protegido de invasões perigosas e do medo.

Como é inteiramente insana a idéia de que defender-te do medo é atacar! Pois é assim que o medo é procriado e alimentado com sangue, para fazê-lo crescer, inchar e enfurecer-se. Assim o medo é protegido e é impossível escapar. Hoje aprendemos uma lição que pode poupar-te mais atrasos e misérias desnecessárias do que podes imaginar. É isso:

Fazes aquilo contra o qual te defendes e, pela tua própria defesa, fazes com que seja real e inescapável. Abaixa as tuas armas, e só então perceberás que é falso.

Parece que atacas o inimigo que está do lado de fora. Mas a tua defesa estabelece um inimigo do lado de dentro, um pensamen -to alheio lutando contra ti mesmo, privando-te de paz e dividindo a tua mente em dois campos que parecem ser totalmente irreconci -liáveis. Pois agora o amor tem um “inimigo”, um oposto; e o medo, o estranho, precisa agora da tua defesa contra a ameaça do que re-almente és.

Se considerares cuidadosamente os meios pelos quais a tua autodefesa inventada procede em seus caminhos imaginários, perce-berás as premissas em que se baseia a idéia. Primeiro, é obvio que as idéias têm que deixar a sua fonte, pois és aquele que faz o ataque e não podes deixar de tê-lo concebido antes. Mas atacas o que está fora de ti e separas a tua mente daquele que deverá ser atacado, com fé perfeita de que a divisão que fizeste é real.

Em seguida, os atributos do amor são conferidos ao “inimigo” do amor. Pois o medo vem a ser a tua segurança e o protetor da tua paz, ao qual te voltas esperando consolo e procurando escapar das dúvidas em relação à tua força e buscando a esperança do repou-so numa quietude sem sonhos. E, ao despojares o amor do que pertence a ele, e só a ele, o amor é dotado dos atributos do medo. Pois o amor te pediria que te despojasses de todas as tuas defesas como mera tolice. E as tuas armas na verdade se desfariam em pó. Pois é o que são.

Com o amor como inimigo, a crueldade tem que vir a ser um Deus. E os deuses exigem que aqueles que os adoram obedeçam aos seus ditames e recusem-se a questioná-los. A punição severa é o quinhão inexorável daqueles que perguntam se as exigências são razoáveis, ou até mesmo sãs. Seus inimigos, sim, são insensatos e insanos, mas eles próprios são sempre misericordiosos e justos.

Hoje contemplamos sem emoção esse deus cruel. E observamos que, embora os seus lábios estejam manchados de sangue e embora pareça lançar chamas de fogo, é apenas feito de pedra. Não pode fazer nada. Não precisamos desafiar o seu poder. Ele não tem nenhum. E aqueles que vêem nele a sua segurança, não têm nenhum guardião, nem força para invocar em momentos de perigo e ne-nhum guerreiro poderoso para lutar por eles.

Esse momento pode ser terrível. Mas pode também ser o momento da tua liberação da escravidão abjeta. Fazes uma escolha, de pé diante desse ídolo, vendo-o exatamente como é. Devolverás tu ao amor o que tens buscado arrancar dele para depositar diante desse pedaço de pedra irracional? Ou farás outro ídolo para substituí-lo? Pois o deus da crueldade toma muitas formas. Pode-se achar outra.

Contudo não penses que o medo é o modo de escapar do medo. Lembremos-nos do que o livro texto enfatizou a respeito dos obstáculos à paz. O obstáculo final, o mais difícil de se acreditar que não seja nada, um obstáculo com a aparência de um bloco sólido, impenetrável, amedrontador e além do conquistável, é o medo do próprio Deus. Aqui está a premissa básica que entroniza o pensa -mento do medo como deus. Pois o medo é amado por aqueles que o idolatram e o amor agora aparenta revestir-se de crueldade.

De onde vem a crença totalmente insana em deuses de vingança? O amor não confundiu os seus atributos com os do medo. Mes-mo assim, os adoradores do medo não podem deixar de perceber a própria confusão no “inimigo” do medo e a sua crueldade agora é uma parte do amor. E o que poderia ser mais amedrontador agora do que o próprio Coração do Amor? O sangue parece estar em Seus

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Lábios, o fogo vem Dele. Ele é mais terrível do que tudo, mais cruel do que qualquer coisa que se possa conceber e fulmina todos aqueles que O reconhecem como seu Deus.

A escolha que fazes hoje é certa. Pois olhas pela última vez para esse pedaço de pedra esculpida que fizeste e não mais o chamas de deus. Já alcançaste esse lugar antes, mas escolheste que esse deus cruel permanecesse contigo sob outra forma. E assim, o medo de Deus retornou contigo. Dessa vez, tu o deixas lá e retornas a um novo mundo, sem a carga desse peso, um mundo contemplado, não através dos olhos do medo que não vêem, mas da visão que a tua escolha devolveu a ti.

Agora os teus olhos pertencem a Cristo e Ele olha através deles. Agora a tua voz pertence a Deus e ecoa a Sua. E,agora, o teu co-ração permanece em paz para sempre. Tu O escolheste no lugar de ídolos e os teus atributos, dados pelo teu Criador, te são enfim de -volvidos. O Chamado a Deus foi ouvido e respondido. Agora, o medo dá lugar ao amor, enquanto o próprio Deus substitui a crueldade.

Pai, somos como Tu és. A crueldade não habita em nós, pois ela não existe em ti. A tua paz é a nossa. E abençoamos o mundo com o que recebemos de Ti. Escolhemos outra vez e fazemos a nossa escolha por todos os nossos irmãos, sabendo que são um conosco. Trazemos a eles a Tua salvação assim como a recebemos agora. E agradecemos por eles, que nos tornam completos. Neles vemos a Tua glória e achamos a nossa paz. Somos santos porque a Tua santidade nos libertou. E damos graças. Amém.

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REVISÃO VREVISÃO VINTRODUÇÃO1. Agora revisamos mais uma vez. Dessa vez, estamos prontos para fazer mais esforço e dar mais tempo ao que empreendemos.

Reconhecemos que estamos nos preparando para outra fase da compreensão. Queremos dar esse passo sem restrições para que

possamos continuar com mais certeza, mais sinceridade, e com a fé mantida de forma mais segura. Nossos passos não têm sido

firmes e as dúvidas nos fizeram caminhar hesitantes e lentos pela estrada que esse curso estabelece. Mas agora nos apressamos,

pois estamos nos aproximando de uma certeza maior, de um propósito mais firme e de uma meta mais garantida.

2. Pai Nosso, firma os nossos pés. Que as nossas dúvidas se aquietem e que as nossas mentes santas tenham serenidade; fala conos-

co. Nós não temos palavras para dar a Ti. Queremos apenas escutar o Teu Verbo e fazê-lo nosso. Conduz a nossa prática como

um pai conduz uma criança pequena ao longo de um caminho que ela não compreende. Mas ela segue, certa de que está a salvo

porque o seu pai lhe mostra o caminho.

3. Assim trazemos a Ti a nossa prática. E se tropeçarmos, Tu nos erguerás. Se esquecermos o caminho, contamos com a Tua lem -

brança que não falhará. Nós nos desviaremos, mas Tu não esquecerás de nos chamar de volta. Apressa os nossos passos, agora,

para que possamos andar em direção a Ti com maior clareza e rapidez. E aceitamos o Verto que nos ofereces para unificar a nossa

prática à medida que revisamos os pensamentos que nos tens dado.

4. Esse é o pensamento que deve preceder os pensamentos que revisamos. Cada um deles apenas esclarece algum aspecto pessoal

deste pensamento, ou ajuda a torná-lo mais significativo, mais pessoal e verdadeiro e mais descritivo do Ser santo que comparti -

lhamos e que agora nos preparamos par conhecer novamente:

Deus é Amor e, portanto, eu também.

Só esse Ser conhece o amor. Só esse Ser é perfeitamente consistente em seus pensamentos conhece o Seu Criador, compreende a

Si Mesmo, é perfeito em seu Conhecimento e no seu amor e nunca muda o seu constante estado de união com o Seu Pai e Consi -

go mesmo.

5. E é Isso Que espera para nos encontrar no final da jornada. Cada passo que damos nos aproxima um pouco mais. Essa revisão

reduzirá o tempo de forma imensurável, se mantivermos em mente que Essa continua sendo a nossa meta e que ao praticarmos, é

Disso que nos aproximamos. Erguemos os nossos corações do pó para a vida, ao lembrarmos-nos de que Isso nos foi prometido e

de que esse curso foi mandado para abrir-nos o caminho da luz e ensinar-nos, passo a passo, a voltarmos para o Ser eterno que

pensamos ter perdido.

5. Eu faço a jornada contigo. Pois compartilho das tuas dúvidas e medos por algum tempo, para que possas vir a mim que reconhe-

ço a estrada pela qual todos os medos e dúvidas são vencidos. Nós caminhamos juntos. Eu tenho que compreender a in-

certeza e a dor, embora saiba que não têm significado. Mas um salvador tem que permanecer com aqueles a quem

ensina, vendo o que vêem, mas conservando em sua mente o caminho que o conduziu para fora e que agora também te conduzirá

junto com ele. O Filho de Deus é crucificado até que caminhes ao longo da estrada comigo.

7. A minha ressurreição vem novamente a cada vez que conduzo um irmão em segurança para o lugar em que a jornada acaba e é

esquecida. Eu sou renovado a cada vez que um irmão aprende que há um caminho para fora da miséria e da dor. Renasço a cada

vez que a mente de um irmão volta-se para a luz em si mesmo e procura por mim. Eu não esqueci ninguém. Ajuda-me agora a

conduzir-te de volta para onde a jornada começou, para que faças outra escolha comigo.

8. Libera-me ao praticar mais uma vez os pensamentos que eu te trouxe Daquele Que Vê a tua amarga necessidade e conhece a

resposta que Deus deu a Ele. Juntos revisamos estes pensamentos. Juntos lhes dedicamos o nosso tempo e esforço. E juntos os en-

sinaremos aos nossos irmãos. Deus não quer o Céu incompleto. O Céu espera por ti assim como eu. Sou incompleto sem a tua

parte em mim. E, à medida que sou integrado, vamos juntos à nossa antiga morada, preparada para nós antes que o tempo fosse e

mantida inalterada pelo tempo, imaculada e segura, tal como será, enfim, quando o tempo tiver terminado.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 130 de 1889. Que essa revisão seja, então, a tua dádiva para mim. Pois é só disso que preciso, que ouças as palavras que digo e as dês ao

mundo. Tu és a minha voz, os meus olhos, os meus pés, as minhas mãos, através das quais eu salvo o mundo. O Ser do Qual eu te

chamo é apenas o teu próprio Ser. Juntos vamos a Ele. Toma a mão do teu irmão, pois esse não é um caminho que percorreremos

sozinhos. Nele, eu caminho contigo e tu comigo. É Vontade do nosso Pai que Seu Filho seja um com Ele. Assim sendo, o que

vive não tem que ser um contigo?

10 Que essa revisão venha a ser um momento em que compartilhamos uma experiência nova para ti, embora seja velha como

o tempo e mais velha ainda. Santificado seja o teu nome. A tua glória para sempre imaculada. E a tua integridade agora completa,

tal como Deus a estabeleceu. Tu és o Seu Filho, completando a Sua extensão na tua própria. Praticamos apenas uma verdade anti-

ga que conhecíamos antes que a ilusão parecesse reivindicar o mundo. E estamos lembrando ao mundo que ele está livre de todas

as ilusões, a cada vez que dizemos:

Deus é só Amor e, portanto, eu também.

11 Com isso iniciamos cada período de prática e com esse pensamento adormecemos, para despertarmos mais uma vez com

estas mesmas palavras em nossos lábios para saudarmos mais um dia. Envolveremos cada idéia que revisarmos com apenas esse

pensamento e as usaremos para mantê-lo em nossas mentes e claro em nossa memória ao longo do dia. E assim, quando tivermos

terminado essa revisão, teremos reconhecido que as palavras que dizemos são verdadeiras.

12 Entretanto, as palavras são apenas recursos para serem usados, com exceção do começo e do fim dos períodos de prática,

apenas para chamar a mente de volta ao seu propósito conforme seja necessário. Colocamos a nossa fé na experiência que vem da

prática e não nos meios que usamos. Esperamos pela experiência e reconhecemos que só nela está a convicção. Usamos as pala -

vras e tentamos uma e outra vez ir além delas até o seu significado, que está muito além do seu som. O som se torna indistinto e

desaparece à medida que nos aproximamos da Fonte do significado. É Aqui que achamos descanso.

171.171. Deus é só Amor e, portanto, eu também.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

(151) Todas as coisas são ecos da Voz por Deus. Deus é só Amor e, portanto, eu também.

(152) O poder de decisão é meu.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

172.172. Deus é só Amor e, portanto, eu também.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

(153) A minha segurança está em ser sem defesas.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

(154) Eu estou entre os ministros de Deus.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

173.173. Deus é só Amor e, portanto, eu também.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

(155) Recuarei e permitirei que Ele me mostre o caminho.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

(156) Caminho com Deus em perfeita santidade.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

174.174. Deus é só Amor e, portanto, eu também.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

(157) Quero entrar na Sua presença agora.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

(158) Hoje aprendo a dar como recebo.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

175.175. Deus é só Amor e, portanto, eu também.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

(159) Dou os milagres que tenho recebido.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

(160) Estou em casa. O medo é estranho aqui.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

176.176. Deus é só Amor e, portanto, eu também.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

(161) Dá-me a tua bênção, Filho santo de Deus.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

(162) Eu sou como Deus me criou.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

177.177. Deus é só Amor e, portanto, eu também.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

(163) Não há morte. O Filho de Deus é livre.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

(164) Agora somos um com Aquele Que é a nossa Fonte.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 131 de 188

178.178. Deus é só Amor e, portanto, eu também.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

(165) Que a minha mente não negue o Pensamento de Deus.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

(166.) As dádivas de Deus me são confiadas.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

179.179. Deus é só Amor e, portanto, eu também.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

(167) Só existe uma vida e eu a compartilho com Deus.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

(168) O A Tua graça me é dada. Eu a reivindico agora.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

180.180. Deus é só Amor e, portanto, eu também.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

(169) Pela graça vivo. Pela graça sou liberado.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

(170) Não há crueldade em Deus e nem em mim.Deus é só Amor e, portanto, eu também.

PARTE VIPARTE VIINTRODUÇÃO

As nossas próximas lições têm a finalidade especial de fortalecer a tua disponibilidade para tornar mais firme o teu fraco com-prometimento e unir as tuas metas esparsas em uma única intenção. Uma constante e total dedicação ainda não te é pedida. Mas te é pedido agora que pratiques com o intuito de alcançar a sensação de paz que esse comprometimento unificado te proporcionará, ainda que de modo intermitente. É a experiência disso que o curso propõe.

Agora, as nossas lições são orientadas especificamente para ampliar horizontes e abordar de forma direta os bloqueios especiais que mantêm a tua visão estreita e por demais limitada para deixar-te ver o valor da nossa meta. Procuramos, agora, erguer esses blo -queios ainda que por breves momentos. As palavras, por si só, não podem transmitir a sensação de liberação que o fato de erguê-los te trará. Mas a experiência de liberdade e de paz que vem quando desistes do rigoroso controle daquilo que vês, fala por si mesma. A tua motivação se intensificará de tal forma que as palavras passarão a ter pouca importância. Terás certeza do que queres e do que não tem valor.

E assim, iniciamos a nossa jornada para além das palavras, concentrando-nos em primeiro lugar naquilo que ainda impede o teu progresso. A experiência do que existe além da defensividade permanece fora de alcance enquanto for negada. Ela pode estar pre -sente, mas não podes aceitar a sua presença. Por isso, agora tentamos ultrapassar todas as defesas durante alguns momentos a cada dia. Nada mais do que isso é pedido, pois nada mais é necessário. Isso será suficiente para garantir que o restante virá.

181.181. Confio em meus irmãos, que são um comigo.Confio em meus irmãos, que são um comigo.

Confiar nos teus irmãos é essencial para estabelecer e manter a tua fé na tua capacidade de transcender a dúvida e a falta de convicção em ti mesmo. Quando atacas um irmão, proclamas que ele é limitado pelo que percebeste nele. Tu não olhas além dos erros que ele faz. Pelo contrário, esses erros são ampliados e tornam-se bloqueios que obstruem para ti a tua conscientização do Ser Que está além dos teus próprios equívocos e além dos seus pecados aparentes, assim como dos teus.

A percepção tem um enfoque. É isso que dá consistência ao que vês. Apenas muda esse enfoque e o que contemplas mudará conseqüentemente. A tua visão agora se deslocará para apoiar a intenção que substituiu aquela que tinhas antes. Retira o teu enfoque dos pecados do teu irmão e experimentarás a paz que vem da fé na impecabilidade. Essa fé recebe o seu único apoio seguro daquilo que vês nos outros além dos pecados. Pois os equívocos que eles cometem, se focalizados, são testemunhos dos pecados em ti. E não transcenderás esse modo de vê-los e não verás a impecabilidade que está além.

Portanto, ao praticarmos no dia de hoje, primeiro deixaremos todos esses pequenos enfoques darem lugar à nossa grande ne-cessidade de permitir que a nossa impecabilidade se torne aparente. Instruímos as nossas mentes de que é isso o que buscamos e só isso, por apenas um momento. Não nos importamos com nossas metas futuras. E o que vimos no instante anterior nos é indiferente durante esse intervalo de tempo em que praticamos mudar a nossa intenção. Buscamos a inocência e nada mais. Nós a buscamos agora sem outra preocupação que não seja o agora.

Um dos maiores obstáculos ao êxito tem sido o envolvimento com as tuas metas passadas e futuras. Tu tens te preocupado bas -tante reconhecendo o quão extremamente diferentes são as metas propostas por esse curso em relação àquelas que tinhas antes. E também ficaste consternado diante do pensamento deprimente e restritivo de que, mesmo que venhas a ter êxito, inevitavelmente per -derás o caminho de novo.

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Como isso poderia ter importância? Pois o passado se foi; o futuro é apenas imaginário. Essas preocupações não passam de de-fesas contra uma mudança no atual enfoque da percepção. Nada mais. Deixamos essas limitações sem sentido de lado por um momen-to. Não olhamos para crenças passadas e aquilo em que acreditaremos não interferirá em nós agora. Entramos no tempo da nossa prá-tica com uma única intenção: contemplar a impecabilidade interior.

Reconheceremos que perdemos essa meta se, de alguma forma, a raiva bloquear o nosso caminho. E se os pecados de um irmão nos ocorrerem, o nosso enfoque estreito restringirá a nossa vista e voltaremos os olhos para os nossos próprios equívocos, que magnifi -caremos e chamaremos de nossos “pecados”. Assim, por um momento, sem considerarmos passado ou futuro, se esses bloqueios sur-girem, nos os transcenderemos instruindo as nossas mentes a mudarem de enfoque, dizendo:

Não é para isso que eu quero olhar.

Confio em meus irmãos, que são um comigo.

Também usaremos esse pensamento para nos manter a salvo durante o dia. Não buscaremos metas a longo prazo. À medida que cada obstrução parecer bloquear a visão da nossa impecabilidade, buscamos apenas fazer cessar, por um instante, a miséria que o enfo-que sobre o pecado trará, o qual, se não for corrigido, permanecerá.

Também não pedimos fantasias. Pois o que buscamos contemplar está verdadeiramente presente. E, à medida em que o nosso enfoque vai além dos equívocos, contemplaremos um mundo totalmente sem pecado. Quando tudo o que quisermos ver for apenas isso, quando isso for tudo o que buscamos em nome da verdadeira percepção, os olhos de Cristo serão inevitavelmente nossos. E o Amor Que Ele sente por nós também se tornará nosso. Isso será a única coisa que veremos refletida no mundo e em nós mesmos.

O mundo que outrora proclamou os nossos pecados torna-se a prova de que somos sem pecado. E o nosso amor por todos aque -les para os quais olhamos atesta a nossa memória do santo Ser Que desconhece o pecado e que nada poderia conceber fora da Sua im-pecabilidade. Buscamos essa memória ao voltarmos as nossas mentes para a prática de hoje. Não olhamos nem para frente, nem para trás. Olhamos diretamente para o presente. E depositamos a nossa confiança na experiência que pedimos agora. A nossa impecabilida-de é apenas a Vontade de Deus. Nesse instante, a nossa vontade é una com a Sua.

182.182. Eu me aquietarei por um momento e irei para casa.Eu me aquietarei por um momento e irei para casa.

Esse mundo, em que pareces viver, não é a tua casa. E em algum lugar da tua mente, tens o conhecimento de que isso é verda -deiro. A memória de casa continua te perseguindo, como se houvesse um lugar que te chamasse de volta, embora não reconheças a voz e nem o que essa voz te lembra. Mesmo assim continuas te sentindo como um estranho aqui, vindo de algum lugar completamente desconhecido. Nada tão definido que possas dizer, com certeza, que és um exilado aqui. Apenas um sentimento persistente, em alguns momentos pouco mais do que uma diminuta pulsação, em outros vagamente relembrado, ativamente descartado, mas algo que com certeza vai voltar de novo à tua mente.

Não há ninguém que não saiba do que estamos falando. No entanto, alguns tentam deixar de lado os seus sofrimentos em jogos para ocuparem o seu tempo e afastarem a sua tristeza. Outros negarão estar tristes e nem reconhecem em absoluto as próprias lágri -mas. Outros, ainda, insistirão que aquilo de que falamos é ilusão, que não deve ser considerado como nada além de um sonho. No en-tanto, quem, em simples honestidade, sem defensividade e auto-engano, negaria que compreende as palavras que estamos proferindo?

Falamos por cada um que caminha por esse mundo, pois ele não está em casa. Vai incerto numa busca sem fim, buscando na es-curidão o que não pode achar, sem reconhecer o que é que está buscando. Constrói mil casas, mas nenhuma satisfaz a sua mente in -quieta. Não compreende que está construindo em vão. A casa que busca não pode ser feita por ele. Não há nenhum substituto para o Céu. O inferno foi tudo o que ele jamais fez.

Talvez penses que é a tua casa de infância que queres achar novamente. A infância do teu corpo e aquele lugar que o abrigava, é agora uma memória tão distorcida que apenas seguras um retrato de um passado que nunca aconteceu. Entretanto, há uma Criança em ti Que busca a casa do Seu Pai e sabe que é uma estranha aqui. Essa infância é eterna, com uma inocência que durará para sempre. Aonde quer que essa Criança vá, a terra é santa. É a Sua santidade que ilumina o Céu e que traz à terra o puro reflexo da luz do alto, em que a terra e o Céu estão unidos como um só.

É essa Criança em ti que o teu Pai conhece como o Seu próprio Filho. É essa Criança Que conhece o Seu Pai. Ela deseja ir para casa tão profunda e incessantemente, que a Sua voz te implora que A deixes descansar por um momento. Não pede mais do que alguns instantes de alívio; apenas um intervalo em que possa voltar a respirar o ar santo que enche a casa do Seu Pai. Tu também és a Sua casa. Ela voltará. Mas dá-Lhe um pouco de tempo para ser Ela Mesma, na paz que é a Sua casa, descansando no silêncio, na paz e no amor.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 133 de 188

Essa Criança precisa da tua proteção. Está longe de casa. Ela é tão pequenina que parece que pode ser facilmente excluída: sua vozinha pode ser prontamente abafada, seu chamado por socorro pode passar quase despercebido em meio aos sons ásperos e ruídos dissonantes do mundo. Mas Ela sabe que em ti ainda habita sua proteção segura. Tu não A decepcionarás. Ela irá para casa e tu irás com Ela.

Essa Criança é a tua ausência de defesas, a tua força. Ela confia em ti. Veio porque sabia que não falharias. Ela te fala baixinho e incessantemente da sua casa. Pois quer levar-te de volta com Ela, para que Ela própria possa ficar e não retornar mais uma vez aonde não é o Seu lugar e onde vive como um paria num mundo de pensamentos alheios. A Sua paciência não tem limites.

Ela esperará até que ouças a Sua Voz terna dentro de ti, chamando-te para deixá-La ir em paz, Junto contigo, ao lugar em que está em casa e tu junto com Ela.

Quando te aquietas por um instante, quando o mundo se afasta de ti, quando as idéias sem valor cessam de ser valorizadas em tua mente inquieta, então ouvirás a Sua Voz. Ela te chama de modo tão tocante que não resistirás mais. Naquele instante, Ela te levará para casa e tu ficarás com Ela em perfeita quietude, silêncio e paz, além de todas as palavras, intocado pelo medo e pela dúvida, com a certeza sublime de que estás em casa.

Descansa com Ela freqüentemente hoje. Pois Ela se dispôs a tornar-Se uma Criancinha para que pudesses aprender com Ela o quanto é forte aquele que vem sem defesas, oferecendo apenas mensagens de amor àqueles que pensam que ela é o inimigo. Ela tem nas Suas mãos o poder do Céu e os chama de amigos e lhes dá a Sua força para que possam ver que quer ser Amiga para com eles. Ela lhes pede que A protejam, pois a Sua casa está muito longe e não voltará para lá sozinha.

Cristo renasce como uma Criancinha a cada vez que um peregrino quer deixar a própria casa. Pois ele tem Que aprender que aquilo que quer proteger é apenas essa Criança, Que vem sem defesas. Que está protegida pela ausência de defesas. Vai para casa com Ela de vez em quando hoje. Tu, aqui, és tão estranho quanto Ela.

Hoje, toma tempo para deixar de lado o teu escudo, que não te traz nenhum proveito, e abaixa a lança e a espada que ergueste contra um inimigo inexistente. Cristo te chamou de amigo e irmão. Veio até pedir a tua ajuda para deixá-Lo ir para casa hoje, completo e completamente. Ele veio como vem uma criancinha, que precisa implorar a proteção e o amor de seu pai. Ele domina o universo e, no entanto, te pede incessantemente que volte com Ele e que não tomes mais ilusões por teus deuses.

Não perdeste a tua inocência. É por isso que anseias. É esse o desejo do teu coração. Essa é a voz que ouves, e esse é o chamado que não pode ser negado. A Criança santa permanece contigo. A Sua casa é a tua. Hoje, Ela te dá a Sua ausência de defesas e tu a acei -tas em troca de todos os brinquedos de combate que fizeste. E agora, o caminho está aberto e o fim da jornada finalmente à vista. Aquieta-se por um instante e vai para casa com Ela e, por algum tempo, está em paz.

183.183. Invoco o Nome de Deus e o meu próprio.Invoco o Nome de Deus e o meu próprio.

O Nome de Deus é santo, mas não é mais santo do que o teu. Invocar o Nome de Deus é apenas invocar o teu próprio nome. Um pai dá o nome ao Seu Filho e assim identifica o filho com ele. Os irmãos compartilham do nome e assim são unidos por um laço ao qual se voltam para se identificarem. O Nome do teu Pai te lembra quem és, mesmo num mundo que não conheces; mesmo que não te lem -bres disso.

O Nome de Deus não pode ser ouvido sem resposta, nem dito sem um eco na mente que te convida a te lembrares. Dize o Nome de Deus e estarás convidando os anjos a rodearem a terra que pisas e a cantarem para ti enquanto estendem as asas para manter-te a salvo e abrigar-te de todo pensamento mundano que interferiria na tua santidade.

Repete o Nome de Deus e todo o mundo responde deixando de lado as ilusões. Todos os sonhos que o mundo valoriza desaparecem subitamente e, onde pareciam estar, achas uma estrela, um milagre de graça. Os enfermos se levantam, curados de seus pensamentos doentios. Os cegos podem ver; os surdos podem ouvir. Os pesarosos se desfazem das suas lamentações e as lágrimas de dor secam quando o riso feliz vem para abençoar o mundo.

Repete o Nome de Deus e nomes pequenos perdem o significado. Todas as tentações tornam-se coisas inomináveis e indesejadas diante do Nome de Deus. Repete o Seu Nome e vê quão facilmente esquecerás os nomes de todos os deuses que valorizas -te. Eles perderam o nome de deus que tu lhes deste; tornam-se anônimos e sem valor para ti, embora antes de deixar que o Nome de Deus substituísse os teus pequenos nomes, tenhas permanecido perante eles em adoração chamando-os de deuses.

Repete o Nome de Deus e invocas o teu Ser, Cujo Nome é o Seu. Repete o Seu Nome e todas as diminutas coisas sem nome da terra entram rapidamente em perspectiva certa. Aqueles que invocam o Nome de Deus não podem confundir o sem nome pelo Nome, nem o pecado pela graça e nem corpos pelo Filho de santo Deus. E se te unires a um irmão enquanto sentas com ele em silên -

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 134 de 188

cio e repetires o Nome de Deus junto com ele no interior da tua mente quieta, lá terás estabelecido um altar que alcança o próprio Deus e o Seu Filho.

Pratica apenas isso hoje; repete lentamente o Nome de Deus mais uma vez e ainda outra vez. Relega ao esquecimento todos os nomes, menos o Seu. Não ouças mais nada. Deixa que todos os teus pensamentos se ancorem Nisso. Não usamos nenhuma outra pala-vra, a não ser no começo, quando pronunciamos a idéia de hoje apenas uma vez. E depois o Nome de Deus torna-se o nosso único pen -samento, a nossa única palavra, a única coisa que ocupa as nossas mentes, o único desejo que temos, o único som que tem qualquer significado e o único Nome de tudo o que desejamos ver; de tudo o que chamaríamos de nosso.

Assim, fazemos um convite que nunca pode ser recusado. E Deus virá e Ele próprio te responderá. Não penses que Ele ouve as pequenas preces daqueles que O invocam com os nomes dos ídolos que o mundo tem em grande estima. Eles não podem alcançá-Lo desse modo. Ele não pode ouvir pedidos nos quais Ele não seja Ele Mesmo, ou Seu Filho receba outro nome que não é o Seu.

Repete o Nome de Deus e tu O reconheces como o único Criador da realidade. E também reconheces que o Seu Filho é parte Dele, criando em Seu Nome. Senta-te silenciosamente e deixa que o Seu Nome torne-se a idéia toda abrangente que ocupa a tua mente por completo. Deixa que todos os pensamentos se aquietem menos esse. E a todos os outros pensamentos responde com esse e vê o Nome de Deus tomar o lugar dos milhares de pequenos nomes que deste aos teus pensamentos, sem reconhecer que há apenas um Nome para tudo o que é e tudo o que será.

Hoje podes alcançar um estado em que experimentarás a dádiva da graça. Podes escapar de toda a escravidão do mundo e a dar ao mundo a mesma liberação que achaste. Podes lembrar-te do que o mundo esqueceu e oferecer-lhe a tua própria memória. Hoje, po-des aceitar o papel que desempenhas na salvação do mundo e na tua própria também. E ambas podem ser perfeitamente realizada. E ambas podem ser perfeitamente realizadas.

Volta-te para o Nome de Deus para a tua liberação e ela te é dada. Nenhuma outra prece senão essa é necessária, pois contém em si todas as preces. As palavras são insignificantes e todos os pedidos desnecessários quando o Filho de Deus invoca o Nome do Seu Pai. Os pensamentos do seu Pai tornam-se os seus próprios. Ele reivindica o próprio direito a tudo o que o seu Pai deu, ainda está dando e dará para sempre. Ele O invoca para deixar que todas as coisas que pensou ter feito sejam sem nome agora, e no seu lugar o sento Nome de Deus torne-se o seu julgamento sobre a falta de valor de todas as coisas.

Todas as pequenas coisas estão em silêncio. Agora, os pequenos sons são inaudíveis. As pequenas coisas da terra desaparece -ram. O universo não consiste de nada além do Filho de Deus, que invoca o seu Pai. E a Voz do seu Pai dá a resposta no santo Nome do seu Pai. Nesse relacionamento eterno e sereno, em que a comunicação transcende de longe todas as palavras e assim excede em pro -fundidade e altura tudo o que as palavras possam jamais transmitir, está a paz eterna. Em Nome do nosso Pai, hoje, queremos experi -mentar essa paz. E em Seu Nome, ela nos será dada.

184.184. O Nome de Deus é a minha herança.O Nome de Deus é a minha herança.

Tu vives através de símbolos. Inventaste nomes para tudo o que vês. Cada coisa torna-se uma entidade separada, identificada pelo seu próprio nome. Desse modo, tu a esculpes separando-a da unidade. Desse modo, lhe conferes seus atributos especiais e a iso -las das outras coisas, enfatizando o espaço que a cerca. Colocas esse espaço entre todas as coisas às quais dás um nome diferente, to -dos os acontecimentos em termos de lugar e tempo, todos os corpos que são saudados com um nome.

Esse espaço que vês isolando todas as coisas umas das outras é o meio pelo qual é alcançada a percepção do mundo. Tu vês algo onde não há nada e da mesma forma não vês nada onde há unidade; um espaço entre todas as coisas, entre todas as coisas e tu. Assim, pensas que deste a vida na separação. Através dessa divisão pensas que estás estabelecido como uma unidade que funciona com uma vontade independente.

Que nomes são esses, através dos quais o mundo se torna uma série de eventos distintos, de coisas desunidas, de corpos manti -dos à parte, que contêm pedaços da mente como se fossem consciências separadas? Tu lhes deste esses nomes, estabelecendo a per -cepção como desejavas que fosse. Às coisas sem nome foram dados nomes e assim também lhes foi dada realidade. Pois aquilo que re -cebe um nome, recebe também um significado e será visto então como significativo; uma causa de um efeito verdadeiro, com uma con-seqüência inerente em si mesma.

É assim que a realidade é feita através de uma visão parcial, estabelecida propositadamente contra a verdade que foi dada. O seu inimigo é a integridade. Ela concebe pequenas coisas e as contempla. E a ausência de espaço, o sentido de unidade ou a visão que vê de modo diferente tornam-se as ameaças que ela tem que vencer, com as quais não pode deixar de ter conflitos e de negar.

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No entanto, essa outra visão ainda constitui uma direção natural para a mente canalizar a própria percepção. E difícil ensinar à mente milhares e milhares de nomes estranhos. No entanto, acreditas que é isso o que o aprendizado significa; que é a meta essencial pela qual se realiza a comunicação e os conceitos podem ser compartilhados de modo significativo.

Essa é a soma da herança que o mundo lega. E todos aqueles que aprendem a pensar que isso é assim, aceitam os sinais e sím-bolos que declaram que o mundo é real. É isso o que representam. Não deixam nenhuma dúvida de que o que tem nome esteja presen -te. Pode ser visto, tal como foi antecipado. Aquilo que nega que isso é verdadeiro é apenas ilusão, pois essa é a realidade suprema. Questioná-lo é loucura; aceitar a sua presença é prova de sanidade.

Assim é o ensinamento do mundo. É uma fase do aprendizado pela qual todo aquele que vêm tem que passar. Mas, quanto mais rápido percebe em que ele se baseia, quão questionáveis são as suas premissas, quão duvidosos os seus resultados, mais rápido questi -ona os seus efeitos. O aprendizado que pára com o que o mundo ensinaria, pára por lhe faltar significado. Posto em seu devido lugar, serve apenas como ponto-de-partida do qual pode-se iniciar um outro tipo de aprendizado, ganhar uma nova percepção e todos os no-mes arbitrários que o mundo oferece podem ser retirados à medida que são questionados.

Não penses que tu fizeste o mundo. As ilusões, sim! Mas aquilo que é verdadeiro na terra assim como no Céu está além dos no -mes que dás. Quando chamas um irmão, é ao seu corpo que tu apelas. A sua verdadeira identidade está escondida para ti por aquilo que acreditas que ele realmente é. O corpo do teu irmão responde ao que usas para chamá-lo, pois a sua mente consente em aceitar para si mesma o nome que tu lhe dás. E assim, a sua unidade é duplamente negada, pois o percebes separado de ti e ele aceita esse nome separado para si mesmo.

Seria, de fato, estranho se te fosse pedido para ir além de todos os símbolos do mundo, esquecendo-os para sempre; e que ainda assim te fosse pedido que aceitasses a função de ensinar. Tu precisas usar os símbolos do mundo por algum tempo. Mas não te deixes também ser enganado por eles. Não representam nada em absoluto e, na tua prática, é esse pensamento que te liberará. Tornam-se apenas meios pelos quais podes te comunicar de modo que o mundo possa compreender, mas reconheces que não são a unidade na qual a verdadeira comunicação pode ser achada.

Assim, precisas de intervalos a cada dia em que o aprendizado do mundo se torne uma fase transitória, uma prisão da qual sais para a luz do sol e esqueces a escuridão. Aqui tu compreendes o Verbo, o Nome Que Deus te deu; a única Identidade Que todas as coi -sas compartilham; o único reconhecimento do que é verdadeiro. E, então, dá um passo para trás, para a escuridão, não porque penses que ela seja real, mas apenas para proclamares a sua irrealidade em termos que ainda têm significado para o mundo que a escuridão governa.

Usa todos os pequenos nomes e símbolos que delineiam o mundo da escuridão. Mas não os aceites como tua realidade. O Es-pírito Santo usa todos eles, mas Ele não se esquece de que a criação tem um único Nome, um Significado e uma única Fonte Que unifi -ca todas as coisas em Si Mesma. Usa todos os nomes que o mundo lhes dá, apenas por conveniência, mas não te esqueças de que eles compartilham o Nome de Deus junto contigo.

Deus não tem nome. E, no entanto, o Seu Nome torna-se a lição final de que todas as coisas são uma só, e nesta lição todo o aprendizado termina. Todos os nomes são unificados, todo o espaço preenchido com o reflexo da verdade. Toda brecha é fechada e a separação curada. O Nome de Deus é a herança que Ele deu àqueles que escolheram que o ensinamento do mundo tomasse o lugar do Céu. Na nossa prática, o nosso propósito é o de deixar que as nossas mentes aceitem o que Deus lhes deu como resposta à lamentá -vel herança que fizeste, como uma homenagem apropriada ao Filho Que Ele ama.

Ninguém que busque o significado do Nome de Deus pode falhar. A experiência tem que vir para suple-mentar o Verbo. Mas primeiro, é preciso que aceites o Nome para toda a realidade e reconheças que os muitos nomes que deste aos seus aspectos distorceram o que tu vês, mas de nenhum modo interferiram com a verdade. Trazemos um único Nome à nossa prática. Usamos um único Nome para unificar a nossa vista.

E embora usemos um nome diferente para cada conscientização de um aspecto do Filho de Deus, compreendemos que eles só têm um Nome, O Que Deus lhes deu. É esse Nome Que usamos ao praticarmos. E usando-O desaparecem todas as tolas separações que nos mantinham cegos. E nos é dada a força para ver o que está além delas. Agora, a nossa vista é abençoada com bênçãos que podemos dar como recebemos.

Pai, o nosso Nome é o Teu.

Nele estamos unidos com todas as coisas vivas e Contigo, Que és o único Criador.

Aquilo que fizemos e chamamos de nomes diferentes não passa de uma sombra que tentamos lançar sobre a Tua própria Realidade.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 136 de 188E estamos alegres e gratos porque estávamos errados.

Nós te damos todos os nossos erros, para que possamos ser absolvidos de todos os efeitos que os nossos erros pareciam ter.

E, aceitamos a verdade que nos dás, no lugar de cada um deles.

O Teu Nome é a nossa salvação e libertação daquilo que fizemos.

O Teu Nome nos une na unicidade que é a nossa herança e nossa paz.

Amém.

185.185. Quero a paz de Deus.Quero a paz de Deus.

Dizer estas palavras não é nada. Mas dizê-las com real intenção é tudo. Se tu pudesses dizê-las dessa forma por um só instante, não haveria mais nenhuma tristeza possível para ti de maneira alguma, em lugar ou tempo algum. O céu seria completamente devolvi -do à plena consciência, a memória de Deus inteiramente restaurada e a ressurreição de toda a criação plenamente reconhecida.

Ninguém pode dizer intencionalmente estas palavras e não ser curado. Ele não pode brincar com sonhos, nem pensar que ele mesmo é um sonho. Não pode fazer um inferno e pensar que é real. Quer a paz de Deus e ela lhe é dada. Pois isso é tudo o que quer e isso é tudo o que receberá. Muitos disseram estas palavras. Mas poucos na verdade as disseram com real intenção. Basta contemplar o mundo que vês ao teu redor para teres certeza de quão pouco, de fato, são. O mundo mudaria completamente se duas pessoas concor -dassem que estas palavras expressam a única coisa que querem.

Duas mentes com um só intento tornam-se tão fortes que aquilo que é a sua vontade vem a ser a Vontade de Deus. Pois as men-tes só podem unir-se na verdade. Em sonhos, dois não podem compartilhar o mesmo intento. Para cada um, o herói do sonho é dife -rente, o resultado que se quer não é o mesmo para ambos. Perdedor e ganhador meramente se revezam em padrões alternados, à me-dida que a relação de ganho para perda e de perda para ganho assume um aspecto diferente ou uma outra forma.

No entanto, um sonho só pode trazer concessões. Às vezes toma a forma de união, mas só a forma. O significado necessariamen-te escapa ao sonho, pois a concessão é a meta dos sonhos. As mentes não podem unir-se em sonhos. Elas apenas barganham. E que barganha pode lhes dar a paz de Deus? Ilusões vêm para tomar o Seu lugar. E o que Ele significa se perde para mentes adormecidas, empenhadas em concessões, cada uma para o seu próprio benefício ao custo da perda do outro.

Dizer que tu queres a paz de Deus com real intenção é renunciar a todos os sonhos. Pois ninguém que queira ilusões e, portanto, busque os meios que trazem ilusões pronuncia estas palavras com real intenção. Ele as examinou e as achou insuficientes. Agora busca ir além, reconhecendo que um outro sonho não ofereceria nada mais do que todos os outros. Os so-nhos são um só para ele. E aprendeu que a única diferença entre eles é a forma, pois cada um trará o mesmo desespero e mi -séria que o resto.

A mente que diz com real intenção que tudo o que quer é paz tem que unir-se com outras mentes, pois é assim que se obtém a paz. E quando o desejo de paz é genuíno, os meios para achá-la são dados numa forma em que cada mente que a busque com honestidade possa compreender. Seja qual for a forma da lição, ela é planejada para cada uma de tal maneira que não possa confundi-La, se o seu pedido for sincero. Mas se pedir sem sinceridade, não haverá nenhuma forma em que a lição ve -nha a ser recebida com aceitação e verdadeiramente aprendida.

Dediquemos hoje a nossa prática ao reconhecimento de que realmente dizemos estas palavras com real intenção. Queremos a paz de Deus. Esse não é um desejo vão. Estas palavras não solicitam que um outro sonho nos seja dado. Não pedem concessões, nem tentam fazer uma outra barganha na esperança de que ainda possa haver alguma que possa obter êxito onde todo o resto já fracassou. Ao dizer estas palavras com real intenção, reconhecemos que as ilusões são vãs e pedimos o eterno no lugar de sonhos inconstantes que parecem mudar naquilo que oferecem, mas que são um só em nulidade.

Hoje, dedica os teus períodos de prática a uma busca cuidadosa na tua mente para achar os sonhos que ainda aprecias. O que pedes no teu coração? Esquece as palavras que usas ao fazer os teus pedidos. Considera apenas aquilo que acreditas que vá confortar-te e trazer-te felicidade. Mas não fiques consternado diante de ilusões remanescentes, pois agora as suas formas não são o que importa. Não deixes que alguns sonhos sejam mais aceitáveis, reservando outros à vergonha e ao Sigilo. Eles são um só. E sendo um, deve-se fazer a todos uma única pergunta: “É isso o que eu quero ter, em lugar do Céu e da paz de Deus?”.

Essa é a escolha que fazes. Não te enganes pensando que é diferente. Nenhuma concessão é possível nisso. Tu escolhes a paz de Deus ou pedes sonhos. E sonhos virão como os pediste. Mas a paz de Deus virá com a mesma certeza e para permanecer contigo para

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 137 de 188

sempre. Não desaparecerá em cada volta ou curva da estrada, para reaparecer, irreconhecida, em formas que se alteram e mudam com cada passo que dás.

Queres a paz de Deus. E assim querem todos aqueles que parecem buscar sonhos. Tanto para eles como para ti mesmo, pedes somente isso quando fazes esse pedido com profunda sinceridade. Pois assim alcanças o que eles realmente querem e juntas o teu próprio intento àquilo que buscam acima de todas as coisas, talvez desconhecido para eles, mas certo para ti. Algumas vezes foste fraco, incerto em teu propósito, inseguro do que querias, de onde procurar isso e aonde dirigir-te para obter ajuda na tentativa. A ajuda te foi dada. E não queres usufruir dela compartilhando-a?

Ninguém que verdadeiramente busque a paz de Deus pode falhar em achá-la. Pois meramente pede que não se engane mais, negando a si mesmo aquilo que é a Vontade de Deus. Quem pode ficar insatisfeito se pede aquilo que já tem? Quem poderia ficar sem resposta se pede uma resposta que já é sua para dar? A paz de Deus é tua.

A paz foi criada para ti e te foi dada pelo seu Criador e estabelecida como a Sua própria dádiva eterna. Como podes falhar, quando só estás pedindo o que é a Sua Vontade para ti? E como poderia o teu pedido limitar-se só a ti? Nenhuma dádiva de Deus deixa de ser compartilhada. É esse atributo que coloca as dádivas de Deus à parte de cada sonho que algum dia pareceu tomar o lugar da verdade.

Ninguém pode perder e todos têm que ganhar toda vez que qualquer dádiva de Deus for pedida e recebida por alguém. Deus dá só para unir. Tirar não tem significado para Ele. E quando também não tiver significado para ti, podes ter certeza de que compartilhas uma só Vontade com Ele e Ele contigo. E também terás o conhecimento de que compartilhas uma só Vontade com todos os teus ir-mãos, cujos intentos são teus.

É esse único intento que buscamos hoje, unindo os nossos desejos às necessidades de cada coração, ao apelo de cada mente, à esperança que está além do desespero, ao amor que o ataque quer ocultar, à irmandade que o ódio buscou apartar, mas que ainda per -manece tal como Deus a criou. Com uma Ajuda como essa ao nosso lado, podemos hoje falhar ao pedirmos que nos seja dada a paz de Deus?

186.186. A salvação do mundo depende de mim.A salvação do mundo depende de mim.

Aqui está a afirmação que um dia removerá completamente a arrogância de todas as mentes. Aqui está o pensamento da verda-deira humildade, que não te confere nenhuma outra função, a não ser a que te foi dada. Ele oferece a tua aceitação da parte que te foi designada, sem insistir em outro papel. Ele não julga o papel que te é devido. Apenas reconhece que a Vontade de Deus é feita na terra como no Céu. Ela une todas as vontades sobre a terra no plano do Céu para salvar o mundo, restaurando-o a paz do Céu.

Não lutemos contra a nossa função. Não fomos nós que a estabelecemos. Não é idéia nossa. Os meios pelos quais ela será perfeitamente cumprida nos são dados. Tudo o que nos é pedido é aceitar a nossa parte com genuína humildade e não negar que somos dignos com arrogância auto-enganadora. Temos a força para fazer o que nos é dado fazer. Nossas mentes são perfeitamente ade-quadas para assumir a parte que nos é designada por Aquele Que nos conhece tão bem.

A idéia de hoje pode parecer bastante grave, até que vejas o seu significado. Tudo o que ela diz é que o teu Pai ainda se lembra de ti e te oferece a confiança perfeita que tem em ti, que és o Seu Filho. Não pede que sejas de nenhum modo diferente do que és. O que poderia a humildade requerer senão isso? E o que poderia a arrogância negar senão isso? Hoje não nos esquivaremos da nossa ta-refa sob a alegação capciosa de que a modéstia está sendo ultrajada. É o orgulho que quer negar o Chamado do pró-prio Deus.

Hoje deixaremos de lado toda a falsa humildade, para que possamos escutar a Voz de Deus revelar-nos o que Ele quer que faça -mos. Não duvidaremos da nossa adequação para a função que Ele nos oferecerá. Teremos certeza apenas de que Ele conhece as nossas forças, a nossa sabedoria e a nossa santidade. E se Ele nos considera dignos, nós o somos. Só a arrogância julga o contrário.

Há um caminho e apenas um de te liberares da prisão que o teu plano de provar que o falso e verdadeiro te trouxe. Ao invés disso aceita o plano que não fizeste. Não julgues o teu valor para o plano. Se a Voz de Deus te assegura que a salvação precisa da tua parte e que o todo depende de ti, estejas certo de que é assim. O arrogante tem que agarrar-se às palavras, amedrontado de ir além para experimentar aquilo que poderia afrontar a sua posição. Mas os humildes são livres para ouvir a Voz Que lhes diz o que são e o que devem fazer.

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A arrogância faz uma imagem de ti que não é real. É essa imagem que se intimida e recua aterrorizada quando a Voz por Deus te assegura que tens a força, a sabedoria e a santidade para ir além de todas as imagens. Tu não és fraco, como é a imagem de ti mes -mo. Não és ignorante e indefeso. O pecado não pode manchar a verdade em ti e a miséria não pode aproximar-se da santa casa de Deus.

A Voz por Deus te relata tudo isso. E, à medida que Ele fala, a imagem treme e busca atacar a ameaça que não conhece, sentin -do as suas bases desmoronarem-se. Solta-a. A salvação do mundo depende de ti e não desse montinho de pó. O que pode ele dizer ao Filho santo de Deus? Por que precisa sequer preocupar-se com isso?

E assim, achamos a nossa paz. Aceitaremos a função que Deus nos deu, pois todas as ilusões baseiam-se na estra-nha crença de que podemos fazer outra para nós mesmos. Os papéis que nós mesmos fizemos são mutáveis, parecem passar do des-consolo ao sublime êxtase do amor e de amar. Podemos rir ou chorar e saudar o dia com boas-vindas ou com lágrimas. O nosso próprio ser parece mudar ao experimentarmos mil alterações de humor e as nossas emoções, de fato, nos remontam às alturas ou nos atiram ao chão em desespero.

É esse o Filho de Deus? Poderia Ele criar tal instabilidade e chamá-la de Filho? Aquele Que é imutável compartilha os Seus atri-butos com a Sua criação. Todas as imagens que o Seu Filho parece fazer não têm efeito sobre o que ele é. Atravessam a sua mente como folhas varridas pelo vento, que por um instante formam um padrão, depois separam-se para novamente agruparem-se e desapa -recerem. Ou como miragens vistas num deserto, surgindo do pó.

Essas imagens sem substância irão embora e deixarão a tua mente desanuviada e serena, quando aceitares a função que te é dada. As imagens que fazes só dão origem a metas conflitantes, vagas e temporárias, incertas e ambíguas. Quem poderia ser constante em seus esforços ou dirigir suas energias e concentrar as forças em direção a metas como essas? As funções que o mundo estima são tão incertas que no mais seguro dos casos mudam dez vezes por hora. Que esperança de benefício pode se basear em metas como es-sas?

Em belo contraste, tão certo como a volta do sol que dissipa a noite a cada manhã, a função que te foi verdadeiramente dada so-bressai clara e totalmente sem ambigüidade. Não há nenhuma dúvida da sua validade. Ela vem Daquele que desconhece o erro e a Sua Voz tem certeza das Suas mensagens. Estas não se alterarão, nem entrarão em conflito. Todas indicam uma única meta, a qual podes atingir. O teu plano pode ser impossível, mas o plano de Deus jamais pode falhar, pois Ele é a sua Fonte.

Faze conforme a Voz de Deus te indicar. E se Ela te pedir algo que pareça impossível, lembra-te Quem é Aquele Que está pedin -do e quem estaria negando. Em seguida considera isso: quem tem mais probabilidade de estar certo? A Voz Que fala pelo Criador de to-das as coisas, Que conhece todas as coisas exatamente como são ou uma imagem distorcida de ti mesmo, confusa, desnorteada, incon -sistente e insegura de todas as coisas? Não deixes que essa voz te dirija. Ao invés disso, ouve uma Voz segura, Que te fala de uma fun -ção dada a ti pelo teu Criador, Que Se lembra de ti e Que insiste para que agora te lembres Dele.

A Sua Voz gentil está te chamando do conhecido ao desconhecido. Ele quer consolar-te, embora desconheça a tristeza. Quer fa-zer uma restituição, embora seja completo; uma dádiva para ti, embora tenha o conhecimento de que já tens tudo. Ele tem Pensamen -tos que respondem a todas as necessidades que o Seu Filho percebe, embora Ele não os veja. Pois o Amor tem que dar e aquilo que é dado em Seu Nome assume a forma mais útil num mundo de formas.

Estas são as formas que jamais podem enganar, pois vêm da própria Ausência de Forma. O perdão é uma forma terrena de amor que, assim como é no Céu, não tem forma. Mas o que é necessário aqui é dado aqui na medida em que for necessário. Dessa forma po -des realizar a tua função até mesmo aqui, embora o amor vá significar muito mais para ti quando a ausência de forma tiver sido restau -rada em ti. A salvação do mundo depende de ti que podes perdoar. Essa é a tua função aqui.

187.187. Abençôo o mundo pois abençôo a mim mesmo.Abençôo o mundo pois abençôo a mim mesmo.

Ninguém pode dar sem ter. De fato, dar é uma prova de ter. Já estabelecemos esse ponto. Não é isso que parece ser difícil de acreditar. Ninguém pode duvidar de que primeiro é preciso possuir o que queres dar. É na segunda fase que o mundo e a verdadeira percepção divergem. Quando tens e dás, o mundo afirma que perdeste o que possuías. A verdade mantém que dar aumentará o que tens.

Como isso é possível? Pois é certo que se deres uma coisa finita, os olhos do corpo não a perceberão como tua. No entanto, aprendemos que as coisas apenas representam os pensamentos que as fazem. E não te faltam provas de que quando dás idéias, tu as fortaleces na tua própria mente. Talvez a forma na qual o pensamento parece se manifestar se modifique ao ser dado. Mas ele deve vol -tar àquele que dá. E a forma que toma não pode ser menos aceitável. Tem que ser mais.

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Em primeiro lugar, é preciso que as idéias pertençam a ti antes que as dês. Se quiseres salvar o mundo, primeiro aceita a salva -ção para ti mesmo. Mas não acreditarás que o tenhas feito até que vejas os milagres que ela traz a todos aqueles para quem olhas. As -sim a idéia de dar é esclarecida e torna-se significativa. Agora podes perceber que ao dar as tuas posses aumentam.

Protege todas as coisas que valorizas através do ato de dá-las e, assim, estarás certo de que jamais as perderás. Comprova-se através disso que o que pensaste não ter, é teu. Mas não dês valor à forma das coisas. Pois essa se modificará e se tornará irreconhecí -vel com o tempo, por mais que tentes mantê-la a salvo. Nenhuma forma perdura. É o pensamento por trás da forma das coisas que vive imutavelmente.

Dá com alegria. Só assim podes ganhar. O pensamento permanece e cresce em força quando é reforçado ao ser dado. Os pensamentos estendem-se quando compartilhados, pois não podem ser perdidos. Não existem aqueles que dão e aqueles que recebem no sentido que o mundo os concebe. Existe um que dá e retém; outro que também dará. E ambos não podem deixar de ganhar nesta troca, pois cada um terá o pensamento da forma que lhe for mais útil. O que ele parece perder é sempre algo que ele valorizará menos do que aquilo que certamente lhe será devolvido.

Nunca esqueças de que só dás a ti mesmo. Aquele que compreende o significado de dar tem que rir da idéia do sacrifício. E não pode deixar de reconhecer as muitas formas que o sacrifício pode tomar. Ele também ri da dor e da perda, da doença e do sofrimento, da pobreza, da fome e da morte. Ele reconhece que o sacrifício permanece sendo a única idéia que está por trás de tudo isso e, com o seu riso gentil, tudo é curado.

Uma vez reconhecida, a ilusão tem que desaparecer. Não aceites o sofrimento e removes o pensamento do sofrimento. A tua benção repousa sobre todos os que sofrem, quando escolhes ver todo sofrimento tal como é. O pensamento do sa -crifício dá origem a todas as formas que o sofrimento parece tomar. E sacrifício é uma idéia tão louca, que a sanidade a elimina imedia-tamente.

Nunca acredites que podes sacrificar. Naquilo que tem qualquer valor não ha lugar para o sacrifício. Se o pensa-mento ocorre, a sua própria presença prova que surgiu o erro e que a correção tem que ser feita. A tua benção o corrigirá. Dada a ti mesmo em primeiro lugar, agora é tua para que também a dês. Nenhuma forma de sacrifício e sofrimento pode durar muito tempo di-ante da face daquele que perdoou e abençoou a si mesmo.

Os lírios que o teu irmão te oferece são colocados sobre o teu altar, junto com aqueles que ofereces a ele. Quem poderia ter medo de contemplar tão bela santidade? A grande ilusão do medo de Deus se reduz a nada diante da pureza que contemplarás aqui. Não tenhas medo de olhar. A bem-aventurança que contemplarás afastará todo pensamento de forma e no seu lugar deixará a dádiva perfeita para sempre, para que sempre aumente, seja sempre tua, para ser sempre dada.

Agora somos um em pensamento, pois o medo se foi. E aqui, diante do altar do único Deus, único Pai, único Criador e único Pensamento, estamos juntos como um único Filho de Deus. Não separados Daquele Que é a nossa Fonte; e não estando distantes de nenhum irmão que é parte do nosso Ser uno, cuja inocência uniu-nos a todos em um só, permanecemos em bem-aventurança e damos como recebemos. O Nome de Deus está em nossos lábios. E ao olharmos para dentro, vemos a pureza do Céu brilhar sobre o nosso re -flexo do Amor de nosso Pai.

Agora somos abençoados e agora abençoamos o mundo. Queremos estender o que contemplamos, pois que-remos vê-lo em toda parte. Queremos contemplá-lo brilhando com a graça de Deus em cada um. Não queremos que seja negado a nada daquilo que contemplamos. E, para assegurarmo-nos de que essa santa visão é nossa, nós a oferecemos a tudo o que vemos. Pois onde a virmos, ela nos será devolvida sob a forma de lírios que podemos colocar sobre o nosso altar, fazendo dele um lar para a própria Ino -cência, Que habita em nós e nos oferece a Sua Santidade como nossa.

188.188. A paz de Deus está brilhando em mim agora.A paz de Deus está brilhando em mim agora.

Por que esperar pelo Céu? Aqueles que buscam a luz estão apenas cobrindo seus olhos. A luz está neles agora. A ilumi-nação é apenas um reconhecimento e não uma mudança em absoluto. A luz não é desse mundo, mas tu, que és portador da luz, tam -bém és um estranho aqui. A luz veio contigo do lar onde nasceste e ficou contigo porque é tua. É a única coisa que trazes contigo Da -quele Que é a tua Fonte. Ela brilha em ti porque ilumina o teu lar e te conduz de volta ao lugar de onde ela veio e onde tu estás em casa.

Essa luz não pode ser perdida. Por que esperar para achá-la no futuro ou acreditar que já foi perdida ou que nunca esteve presente? Ela é tão facilmente contemplada que os argumentos que provam que ela não está presente tornam-se ridículos. Quem pode negar a presença do que contempla em si mesmo? Não é difícil olhar para dentro, pois é lá que começa toda visão. Não

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se vê nada, seja em sonhos ou a partir de uma Fonte mais verdadeira, que não seja apenas a sombra do que é visto através da visão interior. É lá que a percepção começa, e lá chega ao fim. Ela não tem outra fonte senão essa.

A paz de Deus está brilhando em ti agora e do teu coração se estende ao mundo todo. Ela pára para acariciar cada coisa viva e deixa uma benção que permanece para todo o sempre. Aquilo que ela dá tem que ser eterno. Remove todos os pensamentos do que é efêmero e sem valor. Traz a renovação a todos os corações cansados e, ao passar, ilumina toda a visão. Todas as suas dádivas são dadas a todos e todos se unem para agradecer a ti, que dás e a ti, que recebes.

O brilho em tua mente lembra ao mundo aquilo que ele esqueceu e o mundo restaura a memória a ti também. De ti, a salvação se irradia, com dádivas incomensuráveis, dadas e retribuídas. O próprio Deus agradece a ti, que és o doador da dádiva. E, com a Sua benção, a luz em ti brilha mais intensamente, somando-se às dádivas que tens para oferecer ao mundo.

A paz de Deus nunca pode ser contida. Aquele que a reconhece dentro de si mesmo tem que dá-la. E os meios para dá-la estão em sua própria compreensão. Ele perdoa porque reconheceu a verdade em si. A paz de Deus está brilhando em ti agora e em todas as coisas vivas. Na quietude, ela é reconhecida universalmente. Pois o que a tua visão interna contempla é a tua percepção do universo.

Senta-te quieto e fecha os olhos. A luz dentro de ti é suficiente. Só ela tem o poder de te dar a dádiva da vista. Exclui o mundo exterior e deixa que os teus pensamentos voem para a paz interna. Eles conhecem o caminho. Pois pensamentos honestos, intocados pelo sonho das coisas do mundo exterior a ti, tornam-se os santos mensageiros do próprio Deus.

Estes pensamentos, tu pensas com Ele. Eles reconhecem a sua própria casa. E apontam com segurança para a sua Fonte, onde Deus Pai e o Filho são um. A paz de Deus está brilhando sobre eles, mas eles têm que permanecer contigo também, pois nasceram dentro da tua mente, assim como a tua mente nasceu na de Deus. Eles te levam de volta à paz, de onde vieram, apenas para lembrar-te como tens que retornar.

Eles atendem à Voz do teu Pai quando te recusas a escutar. E eles te incitam gentilmente a aceitar o Seu Verbo quanto ao que tu és ao invés de fantasias e sombras. Eles te lembram que és o co-criador de todas as coisas que vivem. Pois assim como a paz de Deus está brilhando em ti, tem que brilhar sobre elas.

Hoje praticamos aproximar-nos da luz em nós. Tomamos os nossos pensamentos dispersos e os trazemos gentilmente de volta ao lugar em que se alinham com todos os pensamentos que compartilhamos com Deus. Não os deixaremos extraviarem-se. Deixamos a luz dentro de nossas mentes orientá-los para que voltem para casa. Nós os traímos, ordenando-lhes que se afastassem de nós. Mas agora, nós os chamamos de volta e os limpamos de estranhos desejos e de anseios desordenados. Nós lhes restauramos a santidade da herança que receberam.

Assim as nossas mentes são restauradas com eles e reconhecemos que a paz de Deus ainda brilha em nós, e a partir de nós bri -lha sobre todas as coisas vivas que compartilham a nossa vida. Nós as perdoaremos todas, absolvendo o mundo inteiro pelo que pensa -mos que ele fez conosco. Pois somos nós que fazemos o mundo tal como o queremos. Agora, escolhemos que ele seja inocente, isento de pecado e aberto à salvação. E depositamos a nossa benção salvadora sobre ele, ao dizermos:

A paz de Deus está brilhando em mim agora.

Que todas as coisas brilhem sobre mim nesta paz, e que eu as abençoe com a luz que há em mim.

189.189. Sinto o Amor de Deus dentro de mim agora.Sinto o Amor de Deus dentro de mim agora.

Há, em ti, uma luz que o mundo não pode perceber. E com os olhos do mundo não verás essa luz, pois estás cego pelo mundo. No entanto, tens olhos para vê-la. Ela está aí, para que a contemples. Não foi colocada em ti para ser mantida oculta da tua vista. Essa luz é um reflexo do pensamento que praticamos agora. Sentir o Amor de Deus dentro de ti é ver o mundo com novos olhos, brilhando em inocência, vivo em esperança e abençoado com perfeita caridade e amor.

Quem poderia sentir medo em um mundo tal como esse? Ele te acolhe, regozija-se por teres vindo e canta louvores a ti enquan-to te mantém a salvo de qualquer forma de perigo e dor. Oferece-te um lar quente e gentil para passares algum tempo. Abençoa-te du -rante o dia e à noite vela por ti como um guardião silencioso do teu sono santo. Ele vê a salvação em ti e protege a luz em ti, na qual vê a sua própria. Oferece-te as suas flores e a sua neve, em agradecimento pela tua benevolência.

Esse é o mundo que o Amor de Deus revela. É tão diferente do mundo que vês através dos olhos escurecidos pela malícia e pelo medo, que um desmente o outro. Só é possível perceber um deles. O outro é totalmente sem significado. Um mundo em que o perdão brilha sobre todas as coisas e a paz oferece a sua luz gentil a todas as pessoas é inconcebível para aqueles que vêem surgir do ataque um mundo de ódio, pronto para vingar, assassinar e destruir.

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No entanto, o mundo do ódio é igualmente invisível e inconcebível para aqueles que sentem em si o Amor de Deus. O mundo que vêem reflete a quietude e a paz que brilham neles, a gentileza e a inocência que vêem ao seu redor, a alegria com que olham para fora a partir dos inesgotáveis mananciais de alegria no seu interior. Eles olham para o que sentem dentro de si e em toda parte vêem o seu reflexo seguro.

O que queres ver? A escolha te é dada. Mas aprende e nunca permitas que a tua mente esqueça essa lei que rege o que tu vês: contemplarás o que sentes por dentro. Se o ódio acha um lugar dentro do teu coração, perceberás um mundo amedronta-dor, cruelmente preso entre os ossudos e afiados dedos da morte. Se sentes o Amor de Deus dentro de ti, olharás para fora e verás um mundo de misericórdia e de amor.

Hoje, ultrapassamos as ilusões ao buscarmos alcançar o que é verdadeiro em nós e sentirmos a sua ternura que envolve todas as coisas, o seu Amor que nos conhece tão perfeitos como ele mesmo e o seu modo de ver, que é a dádiva que nos é concedida pelo seu Amor. Hoje, aprendemos o caminho. É tão seguro quanto o próprio Amor ao qual nos transporta. Pois a sua simplicidade evita as arma-dilhas que as tolas acrobacias do aparente raciocínio do mundo só servem para esconder.

Faze simplesmente isso: aquieta-te e deixa de lado todos os pensamentos sobre o que és e o que Deus é; todos os conceitos que aprendeste sobre o mundo; todas as imagens que tens de ti mesmo. Esvazia a tua mente de tudo o que ela pensa ser verdadeiro ou fal -so, bom ou mau, de todo pensamento que julga digno e de todas as idéias das quais se envergonha. Não retenhas nada. Não tragas con -tigo nenhum pensamento que o passado tenha te ensinado e nenhuma crença que tenhas aprendido com qualquer coisa anteriormen-te. Esquece-te desse mundo, esquece-te deste curso e vem com as mãos totalmente vazias ao teu Deus.

Não é Ele Aquele Que conhece o caminho que leva a ti? Não precisas conhecer o caminho para Ele. A tua parte consiste apenas em permitires que todos os obstáculos que interpuseste entre o Filho e Deus Pai sejam quietamente removidos para sempre. Deus fará a Sua parte te respondendo imediatamente com alegria. Pede e recebe. Mas não faças exigências, nem indiques a Deus a estrada pela qual Ele deveria aparecer a ti. O modo de alcançá-Lo é simplesmente deixá-Lo ser. Pois deste modo a tua realidade também é procla-mada.

E assim, hoje não escolhemos o caminho pelo qual vamos a Ele. Mas, de fato, escolhemos deixá-Lo vir. E com essa escolha des -cansamos. E em nossos corações serenos e mentes abertas, o Seu Amor abrirá o caminho por si mesmo. Aquilo que não foi ne-gado está lá com toda a certeza se for verdadeiro, e certamente pode ser alcançado. Deus conhece Seu Filho e conhece o caminho para ele. Não precisa que o Seu Filho Lhe mostre como achar o Seu caminho. Através de cada porta aber -ta, o Seu Amor brilha refletindo-se no exterior a partir da sua morada interna e ilumina o mundo em inocência.

Pai, não conhecemos o caminho para Ti. Mas chamamos e Tu nos respondeste. Não interferiremos. Os caminhos da salvação não são os nossos, pois pertencem a Ti. E é em Ti que procuramos por eles. Nossas mãos estão abertas para receberem as Tuas dádivas. Não temos pensamentos separados de Ti e não alimentamos crenças a respeito do que somos ou de Quem nos criou. O caminho que queremos encontrar e seguir é o Teu. E pedimos apenas que a Tua Vontade, que é também a nossa, seja feita em nós e no mundo para que ele se tome uma parte do Céu agora. Amém.

190.190. Escolho a alegria de Deus ao invés da dor.Escolho a alegria de Deus ao invés da dor.

A dor é uma perspectiva errada. Quando experimentada, sob qualquer forma, é uma prova de auto-engano. Absoluta-mente não é um fato. Não há nenhuma forma que ela tome que não desapareça se for vista corretamente. Pois a dor proclama que Deus é cruel. Como poderia ser real, qualquer que seja a sua forma? Ela é um testemunho do ódio de Deus Pai pelo Seu Filho, do pecado que Deus vê nele e do Seu desejo insano por vingança e morte.

Podem tais projeções serem testemunhadas? Podem ser algo mais do que totalmente falsas? A dor não passa de um testemunho dos equívocos do Filho em relação ao que ele pensa que é. É um sonho de uma punição severa por um crime que não poderia ser co -metido, por atacar o que é totalmente inatacável. É um pesadelo dentro do qual ele foi abandonado pelo Amor Eterno, Que não poderia deixar o Filho que Ele criou do amor.

A dor é um sinal de que as ilusões reinam no lugar da verdade. Demonstra que Deus é negado, confundido com o medo, perce -bido como louco e visto como traidor para com Ele Mesmo. Se Deus é real, não há dor. Se a dor é real, não há Deus. Pois a vingança não faz parte do amor. E o medo, negando o amor e usando a dor para provar que Deus está morto, demonstrou que a morte é dona da vitória sobre a vida. O corpo é o Filho de Deus, corruptível na morte, tão mortal quanto o Pai que ele matou.

Paz a tal tolice! Veio o momento de rir de tais idéias insanas. Não é preciso pensar nelas como se fossem crimes selvagens ou pecados secretos com pesadas conseqüências. Quem, senão um louco, poderia concebê-las como causa de qualquer coisa? A sua teste -

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munha, a dor, é tão louca quanto elas e não deve ser mais temida do que as loucas ilusões que ela protege e tenta demonstrar que não podem deixar de ser verdadeiras.

Só os teus pensamentos te causam dor. Nada exterior à tua mente pode ferir-te ou machucar-te de modo algum. Além de ti mesmo, não há causa que possa te atingir e trazer a opressão. Ninguém, além de ti mesmo, te afeta. Nada no mundo tem o poder de deixar-te doente ou triste, fraco ou frágil. Mas tu és aquele que tem o poder de dominar todas as coisas que vês, meramente reconhecendo o que és. Quando perceberes o quanto são inofensivas, elas aceitarão a tua santa vontade como se fosse a sua. E o que era visto como amedrontador se transforma agora numa fonte de inocência e santidade.

Meu irmão santo, pensa nisso por um momento: o mundo que vês nada faz. Não tem efeitos em absoluto. Representa apenas os teus pensamentos. E mudará inteiramente quando escolheres mudar a tua mente e optar pela alegria de Deus como o que realmente queres. O teu Ser é radiante nesta alegria santa, inalterado e inalterável para todo o sempre. E negarias a um pedacinho da tua mente a herança que lhe é própria, mantendo-a como um hospital para a dor, um lugar doentio ao qual as coisas vivas tem que vir para morrer no final?

O mundo pode parecer causar-te dor. Mas, como ele mesmo não tem causa, o mundo não tem poder de causar. Como um efeito, não pode produzir efeitos. Como uma ilusão, ele é o que desejas. Teus anseios vãos representam as suas dores. Os teus estranhos desejos trazem a ele sonhos maus. Os teus pensamentos de morte o envolvem no medo, enquanto no teu perdão benig -no, ele vive.

A dor é o pensamento do mal tomando forma e operando danos na tua mente santa. A dor é o res-gate que alegremente pagaste para não ser livre. Na dor, nega-se a Deus o Filho que Ele ama. Na dor, o medo parece triunfar sobre o amor e o tempo substituir a eternidade e o Céu. E o mundo torna-se um lugar amargo e cruel, onde reina a tristeza e as pequenas ale -grias desaparecem diante da investida da dor selvagem que aguarda para pôr um fim a todas as alegrias na miséria.

Desiste das tuas armas e vem sem defesas ao lugar quieto onde a paz do Céu enfim mantém todas as coisas serenas. Desiste de todos os pensamentos de perigo e de medo. Não deixes nenhum ataque entrar contigo. Desiste da cruel espada do julgamento que es -tás apontando para a tua própria garganta e deixa de lado os agonizantes atos de agressão com os quais buscas esconder a tua santida -de.

Aqui compreenderás que não há dor. Aqui a alegria de Deus te pertence. Esse é o dia em que te é dado compreender a lição que contém todo o poder da salvação. É essa: a dor é ilusão; a alegria, realidade. A dor é apenas sono; a alegria é despertar. A dor é engano; só a alegria é verdade.

E assim, mais uma vez fazemos a única escolha que jamais pode ser feita; escolhemos entre as ilusões e a verdade, a dor e a ale -gria, o inferno e o Céu. Deixa que a nossa gratidão pelo nosso Professor nos encha os corações ao estarmos livres para escolher a nossa alegria ao invés da dor, a nossa santidade no lugar do pecado, a paz de Deus ao invés do conflito e a luz do Céu em troca da escuridão do mundo.

191.191. Eu sou o próprio Filho santo de Deus.Eu sou o próprio Filho santo de Deus.

Eis a declaração da tua liberação da prisão do mundo. E aqui o mundo todo também é liberado. Não vês o que fizeste quando deste ao mundo o papel de carcereiro do Filho de Deus. O que mais ele poderia ser, senão perverso e temeroso, cheio de medo das sombras, punitivo e selvagem, irracional, cego e insano de ódio?

O que fizeste para que esse fosse o teu mundo? O que fizeste para que seja isso o que vês? Nega a tua própria Identidade e isso é o que resta. Olhas para o caos e declaras que ele é o que tu és. Nada do que vês deixa de testemunhar isso a ti. Não há sons que não fa-lem da tua fragilidade, interna e externa, não há ar que respires que não pareça aproximar-te da morte, não tens esperança alguma que não se dissolva em lágrimas.

Nega a tua própria Identidade e não escaparás da loucura que induziu a esse pensamento estranho, anti-natural e fantasmagóri -co que escarnece da criação e ri de Deus. Nega a tua própria Identidade e estarás investindo sozinho contra o universo, sem um amigo, uma diminuta partícula de pó contra as legiões dos teus inimigos. Nega a tua própria Identidade e olharás para o mal, o pecado e a morte; observarás o desespero arrancar das tuas mãos toda migalha de esperança, nada te deixando a não ser o desejo de morrer.

No entanto, o que é isso, senão um jogo teu em que a identidade pode ser negada? Tu és como Deus te criou. É loucura acreditar em qualquer outra coisa além disso. Através deste único pensamento, todos são libertados. Através dessa única verdade, todas as ilusões desaparecem. Através deste único fato, a impecabilidade é proclamada como parte de tudo para sempre, o núcleo central da existência de tudo e a garantia de imortalidade para todas as coisas.

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Mas deixa que a idéia de hoje encontre um lugar entre os teus pensamentos e terás erguido a ti mesmo além do mundo e de to-dos os pensamentos mundanos que o mantêm prisioneiro. E deste lugar de segurança e liberdade, voltarás e o libertarás. Pois aquele que pode aceitar a sua verdadeira Identidade está verdadeiramente salvo. E a sua salvação é a dádiva que ele dá a todos, em reconheci -mento para com Aquele Que indicou o caminho para a felicidade que mudou toda a sua perspectiva do mundo.

Um pensamento santo como esse e tu estás livre: tu és o próprio Filho santo de Deus. E com esse santo pensamento também aprendes que libertaste o mundo. Não é preciso usá-lo com crueldade, para então perceber nele essa selvagem necessidade. Tu o libertas da tua própria prisão. Não verás uma imagem devastadora de ti mesmo andando aterrorizada por um mundo que se con -torce em agonia porque os teus medos depositaram a marca da morte no seu coração.

Alegra-te, hoje, por ser tão fácil desfazer o inferno. É preciso apenas dizer a ti mesmo:

Eu sou o próprio Filho santo de Deus.Não posso sofrer, não posso sentir dor; não posso sofrer nenhuma perda e nem fracassar em fazer tudo o que a salvação pede.

E com esse pensamento tudo o que olhas muda totalmente.

Um milagre iluminou todas as antigas e escuras cavernas onde os ritos da morte ecoaram desde o inicio dos tempos. Pois o tem-po perdeu o controle que tinha sobre o mundo. O Filho de Deus veio em glória para redimir os perdidos, salvar os impotentes e dar ao mundo a dádiva do seu perdão. Quem poderia ver o mundo como se fosse escuro e cheio de pecado quando o Filho de Deus veio nova -mente para enfim libertá-lo?

Tu, que te percebes fraco e frágil, com esperanças inúteis e sonhos devastados; tu, que nasceste apenas para morrer, chorar e sofrer dor, ouve isso: a ti todo o poder é dado na terra e no Céu. Nada é impossível para ti. Jogas o jogo da morte, como se fosses impotente, miseravelmente atado à dissolução em um mundo que não te demonstra nenhuma misericórdia. Mas, quando fores misericordioso para com ele, a sua misericórdia brilhará sobre ti.

Então, deixa o Filho de Deus despertar do seu sono e abrindo os seus olhos santos, voltar mais uma vez para abençoar o mundo que fez. O mundo começou no erro, mas terminará no reflexo da sua própria santidade. E ele não mais dormirá e nem sonhará com a morte. Então, une-te a mim hoje. A tua glória é a luz que salva o mundo. Não detenhas a salvação por mais tempo. Olha o mundo a tua volta e vê o sofrimento que está lá. O teu coração não está disposto a trazer o descanso aos teus irmãos fatigados?

Eles terão que esperar pela tua própria liberação. Ficam acorrentados até que sejas livre. Não conseguirão ver a misericórdia do mundo enquanto tu não a achares em ti mesmo. Eles sofrerão dor até que negues o seu domínio sobre ti. Morrerão até que aceites a tua própria vida eterna. Tu és o próprio Filho santo de Deus. Lembra-te disso e o mundo inteiro será livre. Lembra-te disso e a terra e o Céu serão um só.

192.192. Tenho uma função que Deus quer que eu cumpra.Tenho uma função que Deus quer que eu cumpra.

É a Vontade santa do teu Pai que tu O completes e que o teu Ser seja o Seu Filho sagrado para sempre puro como Ele, criado do Amor e no amor preservado, estendendo o amor e criando em seu Nome, para sempre um com Deus e com o teu Ser. Mas, o que pode tal função significar em um mundo de inveja, ódio e ataque?

Portanto, tens uma função no mundo nos próprios termos do mundo. Pois quem pode compreender uma linguagem muito além do seu simples entendimento? O perdão representa a tua função aqui. Ele não é a criação de Deus, pois é o meio pelo qual é desfeita a inverdade. E quem perdoaria o Céu? No entanto, na terra, precisas de meios para abandonar as ilusões. A criação apenas espera que reconheças o teu retorno, não que ele se complete.

A criação não pode sequer ser concebida no mundo. Aqui, ela não tem significado. O perdão é a sua forma mais próxima da ter -ra. Pois tendo nascido no Céu, ela não tem forma. Ainda assim, Deus criou Aquele Que tem o poder de traduzir em forma o que é total -mente sem forma. O que Ele faz são sonhos, mas de um tipo tão próximo do despertar que a luz do dia já brilha sobre eles e olhos que já estão se abrindo contemplam as cenas felizes que as suas oferendas contêm.

O perdão olha gentilmente para todas as coisas desconhecidas no Céu, as vê desaparecer e deixa o mundo como uma lousa limpa e sem marcas, em que o Verbo de Deus pode agora substituir os símbolos sem sentido lá escritos anteriormente. O perdão é o meio pelo qual o medo da morte é superado, porque já não contém nenhuma atração arrebatadora e a culpa desapareceu. O perdão faz com que o corpo seja percebido tal como é: um simples recurso de ensino a ser deixado de lado quando o aprendizado for completo, mas que de nenhum modo muda aquele que aprende.

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A mente sem o corpo não pode cometer erros. Não pode pensar que vai morrer ou que será vítima de ataques im-piedosos. Quando a raiva se torna impossível, onde estará o terror? Que medo poderia ainda tornar aqueles que perderam a fonte de todo ataque, o núcleo da angústia e a sede do medo? Só o perdão é capaz de aliviar a mente do pensamento de que o corpo é a sua casa. Só o perdão é capaz de restaurar a paz que Deus pretendia para o Seu Filho santo. Só o perdão é capaz de persuadir o Filho a olhar de novo para a sua santidade.

Sem a ira, tu de fato perceberás que nenhum sacrifício foi pedido em troca da visão de Cristo e da dádiva de poder ver, que só a dor foi retirada da mente doente e torturada. Isso não é bem-vindo? Deve-se ter medo disso? Ou deve-se ter esperança que isso aconte -ça, receber isso com gratidão e aceitar com alegria? Somos um e, portanto, não renunciamos a nada. Pelo contrário, tudo nos foi dado por Deus.

Entretanto, precisamos do perdão para percebermos que isso é assim. Sem a sua luz suave, tateamos no escuro, usando a razão apenas para justificarmos a nossa raiva e o nosso ataque. A nossa compreensão é tão limitada que o que pensamos compreender não passa de uma confusão nascida do erro. Estamos perdidos em névoas de sonhos transitórios e de pensamentos amedrontadores, com os olhos bem fechados contra a luz e as nossas mentes ocupadas em idolatrar o que não existe.

Quem pode nascer de novo em Cristo, senão aquele que perdoou a todos que vê, todos aqueles em quem pensa ou imagina? Quem pode ser libertado enquanto estiver aprisionando alguém? O carcereiro não é livre, pois está preso junto com o seu prisioneiro. Ele precisa garantir que o outro não escape e assim passa o seu tempo vigiando-o. As barras que limitam o prisioneiro vêm a ser o mundo em que vive o seu carce-reiro junto com ele. E o caminho da liberdade para ambos depende da liberdade dele.

Portanto, não mantenhas ninguém prisioneiro. Libera-os em vez de prendê-los, pois assim tu és libertado. O caminho é sim-ples. Cada vez que sentires uma punhalada de raiva, reconhece que seguras uma espada sobre a tua própria cabeça. E ela cairá ou será desviada, segundo a tua escolha de ser condenado ou livre. Assim, todo aquele que parece te tentar a sentir raiva representa o teu sal -vador da prisão da morte. E por isso, tu lhe deves gratidão e não dor.

Sê misericordioso hoje. O Filho de Deus merece a tua misericórdia. É ele quem te pede que aceites agora o caminho para a li -berdade. Não o recuses. O Amor do seu Pai por ele pertence a ti. A tua única função aqui na terra é a de perdoá-lo, para que possas aceitá-lo de volta como a tua Identidade. Ele é como Deus o criou. E tu és o que ele é. Perdoa-lhe os seus pecados agora e verás que tu és um com ele.

193.193. Todas as coisas são lições que Deus quer que eu aprenda.Todas as coisas são lições que Deus quer que eu aprenda.

Deus nada sabe do aprendizado. Mas a Sua Vontade se estende ao que Ele não compreende, no sentido de que é Sua Vontade que a felicidade, que é a Sua herança para Seu Filho, se mantenha imperturbada, eterna e para sempre crescente; expandindo-se eter -namente na alegria da criação plena, eternamente aberta e totalmente ilimitada Nele. Essa é a Sua Vontade. E assim a Sua Vontade provê os meios para garantir que isso seja feito.

Deus não vê contradições. Mas o Seu Filho acredita vê-las. Por isso, precisa Daquele Que é capaz de corrigir o seu modo equivo-cado de ver e Que lhe dá a visão que o conduzirá de volta aonde termina a percepção. Deus não percebe nada. No entanto, é Ele Quem dá Os meios pelos quais a percepção se faz verdadeira e suficientemente bela para deixar que a luz do Céu a ilumine. É Ele Quem res -ponde ao que o Seu Filho quer contradizer e mantém a sua impecabilidade eternamente segura.

Estas são as lições que Deus quer que tu aprendas. A Sua Vontade as reflete e elas refletem a Sua benignidade amorosa para com o Filho que Ele ama. Cada lição tem um pensamento central, o mesmo em todas elas. Só a forma se modifica, com as diferentes circunstâncias e eventos; com personagens e temas aparentemente diferentes mas irreais. São todas iguais em seu conteúdo funda-mental. Esse é o seguinte:

Perdoa e verás isso de modo diferente.

É verdade que nem toda aflição parece ser apenas falta de perdão. Mas esse é o conteúdo por baixo da forma. É essa uniformi -dade que faz com que o aprendizado seja garantido, pois a lição é tão simples que não pode ser rejeitada no final. Ninguém pode escon-der-se para sempre de uma verdade tão óbvia que aparece sob inúmeras formas e que ainda é facilmente reconhecida em todas elas, se ele apenas quiser ver a simples lição que contêm.

Perdoa e verás isso de modo diferente.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 145 de 188

Estas são as palavras que o Espírito Santo pronuncia em todas as tuas tribulações, tuas dores, teus sofrimentos, independente de suas formas. Através destas palavras, toda tentação chega ao fim e a culpa, abandonada, não é mais cultivada. Estas são as palavras que acabam com o sonho do pecado e libertam a mente do medo. Estas são as palavras pelas quais a salvação vem ao mundo inteiro.

E nós, não aprenderemos a dizer estas palavras quando nos sentirmos tentados a acreditar que a dor é real, e quando escolhe-mos a morte ao invés da vida? Não aprenderemos a dizer estas palavras, quando tivermos compreendido o seu poder de liberar todas as mentes do cativeiro? Estas são palavras que te dão poder sobre todos os eventos que parecem ter recebido poder sobre ti. Tu os vês corretamente quando manténs estas palavras em plena consciência e não esqueces que se aplicam a tudo o que vês ou a tudo o que qualquer irmão contempla de modo equivocado.

Como podes saber se estás vendo de forma errada ou quando alguém não está percebendo a lição que deveria aprender? A dor parece real na percepção? Se parece, podes ter certeza de que a lição não foi aprendida. E lá, escondida no interior da mente, existe ainda uma falta de perdão que vê a dor com olhos dirigidos pela mente.

Deus não quer que sofras desse modo. Ele quer ajudar-te a perdoar a ti mesmo. O Seu Filho não se lembra de quem ele é. E Deus não quer que ele esqueça o Seu Amor e todas as dádivas que o Seu Amor traz consigo. Renunciarias a tua própria salvação agora? Deixarias de aprender as simples lições que o Professor do Céu coloca diante de ti, para que toda dor possa desapare -cer e Deus possa ser lembrado pelo Seu Filho?

Todas as coisas são lições que Deus quer que aprendas. Ele não quer deixar sem correção nenhum pensa-mento que não perdoa e nenhum espinho ou cravo que, de algum modo, possa ferir o Seu Filho santo. Ele quer assegurar que o seu descanso santo permaneça imperturbado e sereno, sem nenhuma preocupação em um lar eterno que cuida dele. E Ele quer que todas as lágrimas sejam enxugadas, que nenhuma ainda permaneça para derramar-se. Pois é a Vontade de Deus que o riso substitua cada uma delas e que o Seu Filho seja livre novamente.

Hoje, tentaremos em um só dia superar mil obstáculos aparentes contra a paz. Deixa que a misericórdia venha a ti mais rápido. Não tentes adiá-la por mais um dia, um minuto, ou um instante. O tempo foi feito para isso. Hoje, usa-o para o que é o seu propósito. Pela manhã e a noite, dedica o tempo que puderes para servir ao objetivo que lhe é próprio e não deixes o tempo ser menor do que o necessário para satisfazer a tua necessidade mais profunda.

Dá tudo o que puderes e dá um pouco mais. Pois agora queremos nos levantar rapidamente e ir até a casa de nosso Pai. Estive -mos ausentes por muito tempo e não queremos mais ficar parados aqui. E, ao praticarmos, pensemos em todas as coisas que guarda -mos para resolvermos sozinhos e que mantivemos à parte da cura. Vamos dá-las todas Àquele Que sabe como olhar para elas de modo que desapareçam. A verdade é a Sua mensagem, a verdade é o Seu ensinamento. São Suas as lições que Deus quer que aprendamos.

A cada hora hoje e nos próximos dias, passa um momento praticando a lição do perdão sob a forma estabelecida para o dia. 2 E tenta aplicá-la aos acontecimentos de cada hora, para que a hora seguinte se liberte da hora anterior. As correntes do tempo são facil-mente afrouxadas deste modo. Não deixes que nenhuma hora lance as suas sombras sobre a hora seguinte e quando essa passar, deixa que tudo o que tiver acontecido em seu decorrer passe com ela. Assim continuarás sem limites, em eterna paz no mundo do tempo.

Essa é a lição que Deus quer que tu aprendas:3 há um modo de olhar para todas as coisas que permite que cada uma seja mais um passo na direção de Deus e da salvação do mundo. A tudo o que te falar de terror, responde assim:

Perdoarei e isso desaparecerá.

A cada apreensão, cada preocupação e cada forma de sofrimento, repete estas mesmas palavras.4 E, então, terás a chave que abre a porta do Céu e enfim traz o Amor de Deus Pai à terra para erguê-la até o Céu. O próprio Deus dará o último passo. Não negues os pequenos passos que Ele te pede que dês até Ele.

194.194. Entrego o futuro nas Mãos de Deus.Entrego o futuro nas Mãos de Deus.

A idéia de hoje é outro passo em direção à salvação rápida e, de fato, é um passo gigantesco! A distância que ele cobre é tão grande, que te coloca às portas do Céu, com a meta à vista e os obstáculos para trás. Os teus pés alcançaram os jardins que te dão as boas-vindas às portas do Céu, o sereno lugar de paz, onde esperas com certeza o passo final de Deus. Como estamos nos afastando da terra! Como estamos nos aproximando da nossa meta! Como é curto o caminho que ainda temos a percorrer!

2 Perdoa e verás isso de modo diferente.3Todas as coisas são lições que Deus quer que eu aprenda.4Perdoarei e isso desaparecerá.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 146 de 188

Aceita a idéia de hoje e terás ultrapassado toda ansiedade, todos os abismos do inferno, todo o negror da depressão, os pensa-mentos de pecado e a devastação gerada pela culpa. Aceita a idéia de hoje e terás liberado o mundo de toda prisão, soltando as pesadas correntes que trancavam a porta para a liberdade. Estás salvo e a tua salvação vem a ser assim a dádiva que dás ao mundo, porque a re-cebeste.

Em nenhum momento a depressão é sentida, a dor experimentada ou a perda percebida. Em nenhum momento a tristeza pode ser posta sobre um trono e fielmente idolatrada. Em nenhum momento alguém pode sequer morrer. E assim, cada momento dado a Deus ao passar, com o próximo já Lhe tendo sido oferecido, é o tempo da tua liberação da tristeza, da dor e da própria morte.

Deus mantém o teu futuro, assim como Ele mantém o teu passado e o presente. São um só para Ele e, portanto, também deveri-am ser um só para ti. No entanto, nesse mundo, o progresso temporal ainda parece real. E assim, não te é pedido que compreendas que realmente não há nenhuma seqüência no tempo. Só te é pedido que soltes o futuro e o coloques nas Mãos de Deus. E verás por experiência própria que também puseste o passado e o presente nas Suas Mãos, pois o passado deixará de punir-te e o medo do futuro será agora sem significado.

Libera o futuro. Pois o passado se foi e o que é presente, livre do seu legado de pesar e miséria, de dor e de perda, vem a ser o instante em que o tempo escapa da sujeição às ilusões, onde ele segue o seu curso impiedoso e inevitável. Então, cada instante que era antes escravo do tempo transforma-se num instante santo, em que a luz até agora oculta no Filho de Deus é libertada para abençoar o mundo. Agora ele é livre e toda a sua glória brilha sobre um mundo libertado junto com ele, para compartilhar a sua santi -dade.

Se puderes ver a lição de hoje como a libertação que realmente é5, não hesitarás em esforçar-te ao máximo, de forma consisten-te, para fazer com que ela seja parte de ti. À medida em que se torna um pensamento que domina a tua mente, um hábito no teu reper-tório de resoluções de problemas, um meio para reagir rapidamente à tentação, estendes o teu aprendizado ao mundo. E à medida em que aprenderes a ver a salvação em todas as coisas, o mundo também perceberá que está salvo.

Que preocupação pode ter aquele que entrega o seu futuro às amorosas Mãos de Deus? O que pode ele sofrer? O que pode cau-sar-lhe dor ou trazer-lhe a experiência da perda? O que pode temer? E o que pode olhar sem amor? Pois aquele que escapou de todo o medo da dor futura encontrou o seu caminho para a paz no presente e uma certeza de ajuda que o mundo jamais pode ameaçar. Ele tem certeza de que a sua percepção pode errar, mas que a correção nunca lhe faltará. É livre para escolher de novo quando tiver sido enganado, para mudar a sua mente quando tiver cometido erros.

Entrega, então, o teu futuro nas Mãos de Deus. Pois assim estás pedindo que a Sua memória volte novamente, substituindo to-dos os teus pensamentos de pecado e de mal pela verdade do amor. Pensas tu que o mundo poderia deixar de ganhar com isso e que to-das as criaturas vivas deixariam de responder com uma percepção curada? Aquele que se entrega a Deus também põe o mundo nas Mãos que ele próprio procurou para achar consolo e segurança. Ele deixa de lado as ilusões doentes do mundo juntamente com as suas e oferece paz a ambos.

Agora estamos realmente salvos. Pois nas Mãos de Deus nós descansamos imperturbados, certos de que só o bem pode vir a nós. Se esquecermos, seremos gentilmente tranqüilizados. Se aceitarmos um pensamento que não perdoa, ele será rapidamente subs-tituído pelo reflexo do amor. E se nos sentirmos tentados a atacar, apelaremos para Aquele Que protege o nosso descanso, para que faça por nós a escolha que deixa para trás a tentação. O mundo não é mais nosso inimigo, pois escolhemos ser o seu Amigo.

195.195. O Amor é o caminho que sigo com gratidão.O Amor é o caminho que sigo com gratidão.

A gratidão é uma lição difícil para aqueles que olham para o mundo equivocadamente. O máximo que podem fazer é achar que se saíram melhor do que os outros. E procuram contentar-se, porque um outro parece sofrer mais do que eles. Como são deploráveis e dignos de piedade tais pensamentos! Pois quem tem razão para agradecer quando os outros têm menos razão? E quem pode sofrer me-nos porque vê um outro sofrer mais? A tua gratidão só é devida Àquele Que fez com que todas as causas de pesar desaparecessem atra -vés de todo mundo.

É insano oferecer agradecimentos pelo sofrimento. Mas é igualmente insano deixar de ser grato Àquele Que te oferece os meios certos pelos quais toda a dor é curada e o sofrimento é substituído pelo riso e pela felicidade. E nem aqueles que são apenas parcial -mente sãos poderiam recusar-se a dar os passos que Ele indica e seguir o caminho que Ele lhes apresenta para escaparem de uma pri-são que pensavam não ter nenhuma porta para a libertação que agora percebem.

5Entrego o futuro nas Mãos de Deus.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 147 de 188

O teu irmão é teu “inimigo”, porque vês nele o rival da tua paz, um espoliador que tira a sua própria alegria de ti, nada te dei -xando senão um negro desespero, tão amargo e implacável que nenhuma esperança permanece. Agora, a vingança é tudo o que tens a desejar. Agora só te resta tentar trazê-lo para repousar na morte junto contigo, tão inútil quanto tu, com tão pouco entre os dedos se-quiosos quanto tu nos teus.

Não ofereces a tua gratidão a Deus porque o teu irmão é mais escravo do que tu e também não poderias ter razão de zangar-te se ele parecesse ser mais livre. O amor não faz comparações. E a gratidão só pode ser sincera unida ao amor. Oferecemos a nossa grati -dão a Deus nosso Pai porque todas as coisas encontrarão a sua liberdade em nós. Nunca acontecerá que algumas sejam libertadas e ou-tras continuem presas. Pois quem pode barganhar em nome do amor?

Portanto, dá graças, mas com sinceridade. E deixa a tua gratidão dar espaço a todos aqueles que se libertarão contigo: os doen-tes, os fracos, os necessitados e os que têm medo e aqueles que choram uma perda aparente ou sentem o que parece ser dor; que so-frem frio ou fome ou que andam no caminho do ódio e no atalho da morte. Todos esses vão contigo. Não nos comparemos com eles, pois assim nós os afastamos da nossa percepção da unidade que compartilhamos com eles, assim como eles têm que compartilhá-la co-nosco.

Agradecemos ao nosso Pai por uma só coisa: não estarmos separados de nada que viva e, portanto, sermos um com Ele. E nos alegremos por jamais ser possível haver exceções que reduzam a nossa totalidade ou que debilitem ou mudem a nossa função de tornar pleno Aquele Que é a plenitude em Si Mesmo. Damos graças por todas as coisas vivas, pois do contrário não damos graças por nada e fracassamos em reconhecer as dádivas de Deus para nós.

Então, deixemos os nossos irmãos recostarem as suas cabeças cansadas em nossos ombros, enquanto descansam por um mo-mento. E agradecemos por eles. Pois se nos é possível orientá-los para a paz que queremos achar, o caminho enfim está aberto para nós. Uma porta antiga abre-se novamente; um Verbo, há muito esquecido, ecoa de novo em nossa memória e ganha clareza à medida em que nos dispomos a ouvir outra vez.

Portanto, segue o caminho do amor com gratidão. Pois o ódio é esquecido quando deixamos de lado as comparações. Que outros obstáculos restam contra a paz? Agora o medo de Deus está, enfim, desfeito e perdoamos sem fazer comparações. Assim, não podemos escolher ignorar certas coisas e ao mesmo tempo ainda manter algumas outras trancadas como “pecados”. Quando o teu perdão for completo, sentirás uma gratidão total, pois verás que todas as coisas conquistaram o direito de serem amadas por serem amorosas, as -sim como teu Ser.

Hoje aprendemos a pensar em gratidão, ao invés de pensar com raiva, malícia e vingança. Tudo nos foi dado. Se nos recusamos a reconhecer isso não temos, portanto, direito à nossa amargura e a auto-percepção que nos vê num lugar de perseguição impiedosa, em que somos incessantemente rotulados e empurrados sem um pensamento ou cuidado por nós ou pelo nosso futuro. A gratidão vem a ser o único pensamento com que substituímos essas percepções insanas. Deus tomou conta de nós e nos chama de Filho. Pode haver algo mais do que isso?

A nossa gratidão pavimentará o caminho para Ele e reduzirá o nosso tempo de aprendizado mais do que jamais poderias sonhar. A gratidão anda de mãos dadas com o amor e onde uma está, o outro tem que ser encontrado. Pois a gratidão é apenas um aspecto do Amor que é a Fonte de toda a criação. Deus agradece a ti, Seu Filho, por seres o que és: Aquele que O completa e a Fonte do amor, jun -to com Ele. A tua gratidão para com Ele é uma com a Sua para contigo. Pois o amor não pode seguir nenhuma estrada senão o caminho da gratidão e nele andamos nós que seguimos o caminho para Deus.

196.196. Só posso crucificar a mim mesmo.Só posso crucificar a mim mesmo.

Quando isso for bem compreendido e mantido em plena consciência, não tentarás prejudicar-te, nem fazer do teu corpo um es -cravo da vingança. Não atacarás a ti mesmo e reconhecerás que atacar um outro é atacar a ti mesmo. Ficarás livre da crença insana de que atacar um irmão te salva. E compreenderás que a sua segurança é a tua e através da sua cura, tu és curado.

Talvez, a princípio, não compreendas como a misericórdia, que é ilimitada e que mantém todas as coisas sob a sua proteção se -gura, pode ser achada na idéia que praticamos hoje. De fato, ela pode parecer um sinal de que é impossível escapar ao castigo, porque o ego, diante do que vê como uma ameaça, não demora em citar a verdade para salvar as suas mentiras. Entretanto, ele não pode dei -xar de fracassar em compreender a verdade que usa desse modo. Mas tu podes aprender a ver essas tolas aplicações e negar o significa-do que parecem ter.

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Assim, também ensinas a tua mente que não és um ego. Pois as formas com as quais o ego procura deturpar a verdade não te enganarão mais. Não acreditarás que és um corpo a ser crucificado. E verás na idéia de hoje a luz da ressurreição, olhando para o que está além de todos os pensamentos de crucificação e de morte, que são pensamentos de libertação e de vida.

A idéia de hoje é um passo que damos para sair do cativeiro para o estado da liberdade perfeita. Vamos dar esse passo hoje, para que possamos seguir rapidamente o caminho que a salvação nos mostra, dando cada passo na seqüência estabelecida, à medida em que a mente renuncia aos seus fardos um a um. Não precisamos de tempo para isso. Precisamos apenas de disponibilidade. Pois o que pa -recia levar mil anos pode facilmente ser feito em um só instante pela graça de Deus.

O lúgubre e desesperançado pensamento de que podes atacar os outros e salvar a ti mesmo te pregou à cruz. Talvez parecesse ser a salvação. Mas representou apenas a crença segundo a qual o teu medo de Deus é real. E o que é isso, senão o inferno? Quem po -deria acreditar que o seu Pai é um inimigo mortal, separado de si e à espreita para destruir a sua vida e riscá-lo do universo sem ter o medo do inferno no coração?

Tal é a forma da loucura em que acreditas, se aceitares o pensamento amedrontador de que podes atacar um outro e ficar livre. Enquanto essa forma não for mudada, não há esperança. Enquanto não vires que isso tem que ser, pelo menos, inteiramente impossí -vel, como poderias escapar? O medo de Deus é real para todo aquele que considerar esse pensamento como verdadeiro. E ele não per-ceberá a sua tolice e nem chegará a ver que ela existe para que seja possível questioná-la.

Para questioná-la é preciso que, primeiro, a sua forma seja mudada, pelo menos um mínimo que seja para permitir que o medo da punição diminua e que a responsabilidade te seja, até certo ponto, devolvida. A partir daí, podes, pelo menos, refletir se desejas se -guir esse caminho doloroso. Enquanto essa mudança não se realizar, não será possível para ti perceber que o que te amedronta são os teus próprios pensamentos e que a tua libertação depende de ti mesmo.

Os nossos próximos passos serão fáceis se deres esse passo hoje. A partir daí, avançamos com bastante rapidez. Pois uma vez que compreendas que é impossível que sejas ferido exceto pelos teus próprios pensamentos, o medo de Deus tem que desaparecer. Não poderás, então, acreditar que o medo é causado por algo exterior. E Deus, Que pensaste em expulsar, pode ser acolhido de volta no in -terior da mente santa que Ele nunca deixou.

É certamente possível ouvir a canção da salvação na idéia que praticamos hoje. Se só podes crucificara a ti mesmo, não feriste o mundo e não precisas ter medo da sua vingança e da sua perseguição. Nem precisas esconder-te, aterrorizado, do medo mortal de Deus que a projeção esconde atrás de si. O que mais temes é a tua salvação. Tu és forte, e é força o que queres. E és livre e feliz pela liberda-de. Buscaste ser fraco e cativo, porque temias a tua força e liberdade. No entanto, nelas está a salvação.

Há um instante em que o terror parece dominar a tua mente de modo tão total, que parece não haver nenhuma esperança de es-capar. Quando reconheceres de uma vez por todas que é a ti mesmo que temes, a mente se perceberá dividida. E isso havia sido oculta -do enquanto acreditavas que o ataque podia sr dirigido para fora e retornar de fora para dentro. O inimigo que devias temer parecia vir do exterior. E assim, um deus fora de ti veio a ser o teu inimigo mortal, a fonte do medo.

Agora, por um instante, um assassino é percebido dentro de ti, ansioso pela tua morte, ocupado em planejar castigos para ti até a hora em que puder, enfim, matar-te. Entretanto, esse instante é também o momento em que vem a salvação. Pois o medo de Deus de-sapareceu. E podes chamá-Lo para te salvar das ilusões através do Seu Amor, chamando-O de Pai e a ti mesmo de Filho. Reza para que o momento possa ser logo – hoje. Afasta-te do medo e avança pra o amor.

Não há Pensamento de Deus que não te acompanhe para ajudar-te a alcançar esse instante e superá-lo rapidamente, com segu -rança e para sempre. Quando o medo de Deus tiver desaparecido, não existirá mais nenhum obstáculo que ainda permaneça entre tu e a santa paz de Deus. Como é benigna e misericordiosa a idéia que praticamos! Dá-lhe boas-vindas como deverias, pois é a tua libera -ção. De fato, a tua mente só pode tentar crucificar a ti mesmo. Mas, a tua redenção também virá de ti.

197.197. O que eu ganho só pode ser a minha própria gratidão.O que eu ganho só pode ser a minha própria gratidão.

Eis o segundo passo que damos para libertar a tua mente da crença segundo a qual há uma força externa que se opõe à tua. Tentas ser bom e perdoar. Mas fazes com que as tuas tentativas virem ataque outra vez se não encontras gratidão externa e agradeci -mentos profusos. As tuas dádivas têm que ser recebidas com honra, para que não sejam retiradas. Por isso, pensas que as dádivas de Deus são, no máximo, um empréstimo e no mínimo enganos que te roubariam as tuas defesas a fim de garantir que, quando Ele te ata-car, não falhe em matar-te.

Como Deus e culpa são facilmente confundidos por aqueles que não sabem o que os seus próprios pensamentos podem fazer! Nega a tua força e a fraqueza tem que vir a ser a salvação para ti. Vê a ti mesmo preso e as grades vêm a ser o teu lar. E tampouco sai-

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rás da prisão, ou reivindicarás a tua força, enquanto a culpa e a salvação forem vistas como uma só e a liberdade e a salvação não forem percebidas como unidas e apoiadas pela força, para serem procuradas reivindicadas, achadas e inteiramente reconhecidas.

O mundo tem que te agradecer quando lhe ofereces a liberação das tuas ilusões. Mas os teus próprios agradecimentos também pertencem a ti, pois a sua liberação apenas reflete a tua. A tua gratidão é tudo o que as tuas dádivas requerem para que sejam uma oferta duradoura de um coração agradecido, para sempre livre do inferno. É isso que queres desfazer ao tomar de volta as tuas dádivas por não terem sido honradas? Quem as honra és tu e lhes dás a gratidão que lhes é devida, pois quem recebe as dádivas és tu.

Não importa se alguém acha as tuas dádivas sem valor. Há uma parte da sua mente que se une à tua para agradecer a ti. Não im-porta se as tuas dádivas parecem perdidas e ineficazes. São recebidas onde são dadas. Na tua gratidão são aceitas universalmente e re-conhecidas com gratidão pelo Coração do próprio Deus. E tu queres tomá-las de volta, quando Ele as aceitou com gratidão.

Deus abençoa toda dádiva que tu Lhe dás e todas as dádivas Lhe são dadas, pois só podem ser dadas a ti mesmo. E aquilo que pertence a Deus tem que ser propriamente Seu. Mas nunca reconhecerás que as Suas dádivas são seguras, eternas, imutáveis, sem li -mites, que nunca deixam de dar; que estendem o amor e acrescentam à tua alegria inesgotável, enquanto perdoares apenas para atacar outra vez.

Retira as tuas dádivas e pensarás que o que te é dado foi retirado. Mas aprendes a deixar o perdão afastar os pecados que pen-sas ver fora de ti mesmo e nunca pensarás que as dádivas de Deus só te são emprestadas por um momento, antes que Ele as arranque de volta na morte. Pois, então, a morte não terá significado para ti.

E com o fim dessa crença, o medo acaba para sempre. Agradece ao teu Ser por isso, pois Ele só é grato a Deus e agradece a Si Mesmo por ti. Cristo ainda virá a todos aqueles que vivem, pois todos têm que viver e se mover Nele. O Que Ele É está seguro no Seu Pai, pois as Suas Vontades são uma só. A Sua gratidão a tudo o que Eles criaram não tem fim, pois a gratidão continua sendo uma par -te do amor.

Obrigado a ti, Filho santo de Deus. Pois, tal como foste criado todas as coisas estão contidas no teu Ser. Pois ainda és como Deus te criou. E não podes turvar a luz da tua perfeição. No teu coração está o coração de Deus. Tu Lhe és caro porque és Ele Mesmo. Toda a gratidão te pertence devido ao que tu és.

Agradece ao receber gratidão. Liberta-te de toda a ingratidão para com todo aquele que torna pleno o teu Ser. E deste Ser nin-guém é excluído. Agradece por todos os incontáveis canais que estendem esse Ser. Tudo o que fazes é dado a Ele. Tudo o que pensas só pode ser os Seus Pensamentos, compartilhando com Ele os santos Pensamentos de Deus. Recebe agora a gratidão que negaste a ti mesmo quando esqueceste a função que Deus te deu. Mas jamais penses que Ele tenha em algum momento cessado de te agradecer.

198.198. Só a minha condenação me fere.Só a minha condenação me fere.

Ferir é impossível. Mas ilusão faz ilusão. Se podes condenar, também podes ser ferido. Pois acreditaste que podes ferir e o direi-to que estabeleceste para ti pode agora ser usado contra ti, até que o descartes como sem valor, indesejado e irreal. Nesse momento a ilusão deixará de ter efeitos e o que parecia ter serão desfeitos. Então estás livre, pois a liberdade é a tua dádiva e podes agora receber a dádiva que deste.

Condena e és feito prisioneiro. Perdoa e serás libertado. Assim é a lei que rege a percepção. Não é uma lei que o conhecimento compreenda, pois a liberdade é uma parte do conhecimento. Assim sendo, condenar é na verdade impossível. Aquilo que parece ser a sua influência e os seus efeitos nunca aconteceram de forma alguma. No entanto, por algum tempo temos que lidar com eles como se tivessem acontecido. A ilusão faz mais ilusão. Contudo, há uma exceção. O perdão é a ilusão que responde a todas as demais.

O perdão varre todos os outros sonhos e embora seja, ele mesmo, um sonho, não dá origem a outros. Todas as ilusões, com ex -ceção dessa, multiplicam-se mil vezes. Mas é aqui que as ilusões chegam ao fim. O perdão é o fim dos sonhos, porque é o sonho do despertar. Em si, não é a verdade. Mas aponta para onde a verdade necessariamente está e orienta com a certeza do próprio Deus. É um sonho no qual o Filho de Deus desperta para o seu Ser e para o seu Pai, sabendo que são um só.

O perdão é a única estrada que conduz para longe do desastre, para além de todo sofrimento e, enfim, para longe da morte. Como poderia haver outro caminho, se esse é o plano do próprio Deus? E por que te oporias a ele, brigarias com ele, buscarias achar mil maneiras de provar que está errado, mil outras possibilidades?

As Suas palavras terão êxito. As Suas palavras salvarão. As Suas palavras contêm toda a esperança, toda a benção e toda a alegria que jamais podem ser achadas sobre essa terra. As Suas palavras nasceram em Deus e vêm a ti trazendo com elas o amor do Céu. Aqueles que ouvem as Suas palavras ouviram a canção do Céu. Pois estas são as palavras em que, enfim, tudo se funde em um só. E quando essa única palavra desaparecer, o Verbo de Deus virá tomar o lugar dela, pois, então, será lembrado e amado.

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Esse mundo tem muitos lugares assombrados, aparentemente separados, em que a misericórdia nada significa e o ataque pare-ce justificar-se. No entanto, são todos um só: um lugar em que a morte é oferecida ao Filho de Deus e ao Seu Pai. Talvez penses que Eles a aceitaram. Mas se olhares novamente perceberás um milagre. Que tolice acreditar que Eles poderiam morrer! Que tolice acredi -tar que tu podes atacar! Que loucura pensar que poderias ser condenado e que o Filho santo de Deus pode morrer!

A serenidade do teu Ser permanece igual, intocada por pensamentos como esses e inconsciente de qualquer condenação que pudesse precisar de perdão. Todos os tipos de sonhos são estranhos e alheios à verdade. E o que mais, senão a verdade, poderia ter um Pensamento que constrói uma ponte que leva as ilusões para o outro lado?

Hoje, praticamos deixar que a liberdade venha construir o seu lar contigo. A verdade concede estas palavras à tua mente para que possas achar a chave da luz e permitir que a escuridão chegue ao fim:

Só a minha condenação me fere.

Só o meu próprio perdão me liberta.

Hoje, não esqueças que não é possível haver nenhuma forma de sofrimento que não esteja escondendo um pensamento sem perdão. E que também não pode haver uma forma de dor que o perdão não cure.

Aceita a única ilusão que afirma que não há condenação no Filho de Deus e o Céu é instantaneamente lembrado, o mundo es-quecido, todas as crenças estranhas do mundo esquecidas com ele, à medida em que a face de Cristo aparece enfim desvendada nesse único sonho. Essa é a dádiva que o Espírito Santo tem para te dar da parte de Deus, teu Pai. Que o dia de hoje seja celebrado tanto na terra quanto na tua casa santa. Sê benigno para com ambas, ao perdoares as ofensas pelas quais pensavas que eram culpadas e vê a tua inocência brilhando a partir da face de Cristo sobre ti.

Agora o mundo todo está em silêncio. Agora há serenidade aonde havia uma torrente frenética de pensamentos que não faziam sentido. Agora há uma luz tranqüila sobre a face da terra que se aquietou em um sono sem sonhos. E agora só ficou o Verbo de Deus na terra. Só isso pode ser percebido por mais um instante. Nesse momento, os símbolos desapareceram e tudo o que pensaste ter feito sumiu por completo da mente que Deus sabe ser o Seu único Filho para sempre.

Não há condenação nele. Ele é perfeito em sua santidade. Não precisa de pensamentos de misericórdia. Quem poderia lhe dar dádivas quando tudo é seu? E quem poderia sonhar em oferecer o perdão ao filho da própria impecabilidade, tão parecido com Aquele de Quem é Filho que contemplar o Filho é não perceber nada mais e conhecer apenas o Pai? Nesta visão do Filho, tão breve que nem um instante decorre entre essa única visão e a própria intemporalidade, tens a visão de ti mesmo e, então, desapareces para sempre em Deus.

Hoje nos aproximamos ainda mais do fim de todas as coisas que ainda se interpõem entre essa visão e o nosso modo de ver. E estamos alegres por termos vindo até aqui e reconhecido que Aquele que nos trouxe aqui não nos abandonará agora. Pois Ele quer dar-nos a dádiva que Deus nos deu por Seu intermédio no dia de hoje. Agora é a hora da tua libertação. A hora já veio. A hora veio hoje.

199.199. Eu não sou um corpo. Eu sou livre.Eu não sou um corpo. Eu sou livre.

A liberdade tem que ser impossível enquanto perceberes a ti mesmo como um corpo. O corpo é um limite. Aquele que quer buscar a liberdade num corpo está procurando-a onde não é possível achá-la. A mente pode ser libertada quando deixar de se ver dentro de um corpo, firmemente ligada a ele e protegida pela sua presença. Se isso fosse a verdade, a mente seria, de fato, vulnerável!

A mente que serve ao Espírito Santo é para sempre ilimitada sob todas as formas, está além das leis do tempo e do espaço, des-ligada de qualquer preconceito, com força e poder para fazer tudo o que lhe é pedido. Pensamentos de ataque não podem entrar nesta mente, porque ela foi dada à Fonte do amor e o medo descansa em Deus. E quem pode ter medo, se vive na Inocência e apenas ama?

É essencial para o teu progresso nesse curso que aceites a idéia de hoje e a valorizes muito. Não te preocupes se, para o ego, ela for bastante insana. O ego dá valor ao corpo porque vive dentro dele, unido à casa que construiu. O corpo faz parte da ilusão que prote -geu o ego, não deixando que ele se achasse, ele próprio, ilusório.

É aqui que ele se esconde e é aqui que é possível vê-lo tal como é. Declara a tua inocência e tu és livre. O corpo desaparece por-que não precisas dele a não ser para a necessidade que o espírito Santo vê para ele. Nesse sentido, o corpo parecerá uma forma útil àquilo que a mente precisa fazer. Torna-se, assim, um veículo que ajuda o perdão a ser estendido à meta toda abrangente que ele preci-sa alcançar de acordo com o plano de Deus.

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Acalenta a idéia deste dia e pratica-a hoje e todos os dias. Torna-a parte de todos os teus períodos de prática. Não há pensamen-to que não ganhe com isso mais poder para ajudar o mundo e mais dádivas para ti também. Nós damos voz ao chamado da liberdade em todo o mundo com essa idéia. E tu, queres te isentar da aceitação das dádivas que dás?

O Espírito Santo é o lar das mentes que buscam a liberdade. Nele acharam o que buscavam. Agora, o propósito do corpo fica claro. E ele vem a ser perfeito na capacidade de servir a uma meta não-dividida. Em resposta à mente sem conflitos ou equívocos, que tem apenas o pensamento da liberdade como sua meta, o corpo serve e serve bem ao propósito da mente. sem o poder de escravizar, é um digno servidor da liberdade que a mente no interior do Espírito Santo busca.

Sê livre hoje. E carrega a liberdade como uma dádiva tua àqueles que ainda acreditam que estão escravizados dentro de um corpo. Sê livre, de modo que o Espírito Santo possa fazer uso do teu escape do cativeiro para por em liberdade muitos que se percebem presos, impotentes e com medo. Deixa que, através de ti, o amor substitua os seus medos. Aceita a salvação agora e dá a tua mente Àquele Que chama por ti para que faças a Ele essa dádiva. Pois Ele quer te dar a liberdade perfeita, a alegria perfeita e a esperança que encontra a sua realização plena em Deus.

Tu és o Filho de Deus. Na imortalidade, vives para sempre. Não queres voltar a tua mente para isso? Nesse caso, pratica bem o pensamento que o Espírito Santo te dá para o dia de hoje. Nele os teus irmãos estão liberados contigo, o mundo é abençoado junto contigo, o Filho de Deus não chorará mais e o Céu agradece pela alegria maior que a tua prática traz até mesmo a Ele. E o pró -prio Deus estende o Seu Amor e felicidade a cada vez que disseres:

Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Ouço a Voz Que Deus me deu, e a minha mente obedece apenas a ela.

200.200. Não há paz exceto a paz de Deus.Não há paz exceto a paz de Deus.

Não busques mais. Não acharás paz a não ser a paz de Deus. Aceita esse fato e poupa a ti mesmo a agonia de decepções ainda mais amargas, do desespero sombrio e da sensação da fria desesperança e da dúvida. Não busques mais. Nada mais há para achares ex-ceto a paz de Deus, a menos que estejas buscando a miséria e a dor.

Esse é o ponto final ao qual todos devem enfim chegar para abandonar toda a esperança de encontrar a felicidade onde não há nenhuma, de ser salvo por algo que só pode ferir, de fazer a paz a partir do caos, a alegria da dor e o Céu do inferno. Não tentes mais ganhar pela perda ou morrer para viver. Tu estás pedindo apenas a derrota.

Mas podes, com a mesma facilidade, pedir amor, felicidade e vida eterna numa paz infinita. Pede isso e só poderás ganhar. Pedir o que já tens não pode deixar de ter êxito. Pedir que o falso seja verdadeiro só pode fracassar. Perdoa-te pelas imaginações vãs e não busques mais aquilo que não podes achar. Pois o que poderia ser mais tolo do que buscar e buscar e buscar de novo o inferno, quando precisas apenas olhar com os olhos abertos para descobrir que o Céu se estende diante de ti através de uma porta que se abre facil -mente para acolher-te?

Volta para casa. Não encontraste a tua felicidade em lugares estranhos e em formas alheias que nada significam para ti, embora tenhas buscado torná-los significativos. Não pertences a esse mundo. És um estranho aqui. Mas te é dado achar os meios pelos quais o mundo deixará de parecer uma prisão ou uma cela para cada um.

A liberdade te é dada ali onde contemplaste apenas correntes e portas de ferro. Mas é preciso que mudes de idéia em relação ao propósito do mundo, se quiseres achar a saída. Permanecerás preso enquanto o mundo inteiro não for visto como um lugar abençoado e todos não forem libertados dos teus erros e honrados pelo que são. Tu não os fizeste, nem fizeste a ti mesmo. E quando libertares um, o outro é aceito pelo que é.

O que faz o perdão? Na verdade, não tem função e nada faz. Pois é desconhecido no Céu. Ele só é necessário no inferno, onde tem que cumprir uma função poderosa. A libertação do amado Filho de Deus dos sonhos maus que ele imagina, mas que acredita se-rem verdadeiros, não é um propósito de valor? Quem poderia esperar mais, quando aprece haver uma escolha a ser feita entre o suces-so e o fracasso, o amor e o medo?

Não há paz exceto a paz de Deus porque Ele tem um Filho que não pode fazer um mundo em oposição à Vontade de Deus e à sua própria, que é igual a Sua. O que poderia ele esperar encontrar em tal mundo? Ele não pode ter realidade porque nunca foi criado. É aqui que ele quer buscar a paz? Ou é preciso que veja, ao olhar o mundo, que o mundo só pode enganar? No entanto, ele pode apren-der a olhar para ele de outro modo e achar a paz de Deus.

A paz é a ponte que todos atravessarão para deixar esse mundo para trás. Mas a paz começa no interior do mundo percebido de modo diferente, que a partir dessa nova percepção leva à porta do Céu e ao caminho que está além. A paz é a resposta para metas con -

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flitantes, jornadas sem sentido, atividades frenéticas e inúteis e esforços vãos. Agora o caminho é fácil, ligeiramente inclinado em dire -ção à ponte onde a liberdade está no interior da paz de Deus.

Não nos deixemos perder o nosso caminho novamente hoje. Vamos para o Céu e o caminho é reto. Só haverá atraso se tentarmos vagar por ele ou perdermos tempo inutilmente em atalhos espinhosos. Só Deus é certo e Ele guiará os nossos passos. Ele não deserta -rá o Seu Filho em necessidade, nem deixará que se perca de sua casa para sempre. O Pai chama, o Filho ouvirá. E isso é tudo o que existe naquilo que parece ser um mundo à parte de Deus, onde corpos têm realidade.

Agora, há silêncio. Não busques mais. Vieste ao ponto onde a estrada é atapetada com as folhas dos falsos desejos, caídas das ár -vores da desesperança que antes buscavas. Agora elas estão embaixo dos teus pés. E olhas para cima, em direção ao Céu com os olhos do corpo que só vão servir por mais um instante. A paz foi finalmente reconhecida e sentes o seu suave abraço cercar o teu coração e a tua mente com consolo e amor.

Hoje, não buscamos ídolos. A paz não pode ser achada neles. A paz de Deus é nossa e é só isso que aceitaremos e quereremos. Que a paz esteja conosco hoje. Pois achamos um modo simples e feliz de deixar o mundo da ambigüidade e de substituir s nossas me -tas frívolas e sonhos solitários pelo propósito único e pelo companheirismo. Pois a paz é união, se for de Deus. Não buscamos mais. es -tamos perto de casa e nos aproximamos ainda mais, a cada vez que dissermos:

Não há paz exceto a paz de Deus e estou alegre e grato por ser assim.

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REVISÃO VIREVISÃO VIINTRODUÇÃO

Para essa revisão tomamos apenas uma idéia a cada dia e a praticamos com a maior freqüência possível. Além do tempo que lhe deres pela manhã e à noite, que não deverá ser inferior a quinze minutos, e das lembranças a cada hora durante o dia, usa a idéia o mais freqüentemente possível entre essas práticas. Cada uma destas idéias, por si só, seria suficiente para a salvação, se fosse verda -deiramente aprendida. Cada uma seria suficiente para liberar a ti e ao mundo de todas as formas de cativeiro e para convidar a memó-ria de Deus a vir outra vez.

Com isso em mente, damos início à nossa prática, na qual revisamos com cuidado os pensamentos que o Espírito Santo nos concedeu nas nossas últimas vinte lições. Cada um contém todo o currículo se for compreendido, praticado, aceito e aplicado a todos os acontecimentos aparentes durante o dia. Um é suficiente. Mas, nele, não pode haver exceções. E assim precisamos usá-los todos e deixá-los fundirem-se em um só, à medida em que cada um contribui para o todo que estamos aprendendo.

Essas sessões de prática, como na nossa última revisão, giram em torno de um tema central com o qual começamos e termina -mos cada lição. É esse:

Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

O dia começa e termina com isso. E nós o repetimos a cada hora ou nos lembramos, nos intervalos, que temos uma função que transcende o mundo que vemos. Além disso e de uma repetição do pensamento especial que praticamos naquele dia, não será pedido nenhum tipo de exercício, a não ser um profundo abandono de tudo o que atravanca a mente e a torna surda à razão, à sanidade e à simples verdade.

Para essa revisão, procuraremos ir além de todas as palavras e formas especiais de prática. Pois, dessa vez, estamos tentando conseguir dar passos mais rápidos ao longo de um caminho mais curto para a serenidade e a paz de Deus. Simplesmente fechamos os olhos e esquecemos tudo o que pensávamos saber e compreender. Pois assim nos é dada a liberdade de tudo o que não sabíamos e fa -lhamos em compreender.

Há apenas uma exceção a essa falta de estrutura. Não permitas que nenhum pensamento vão passe sem sr questionado. Se no -tares algum, nega o seu controle sobre ti e apressa-te em assegurar à tua mente que não é isso o que ela quer. Em seguida, gentilmen -te deixa que o pensamento que negaste seja abandonado e trocado segura e rapidamente pela idéia que praticamos nesse dia.

Quando fores tentado, apressa-te em proclamar tua liberdade para com a tentação, dizendo:

Não quero esse pensamento. Escolho em lugar dele ________.

E, em seguida, repete a idéia do dia e deixa-a ocupar o lugar daquilo que pensaste. Além destas aplicações especiais da idéia de cada dia, acrescentaremos apenas algumas expressões formais ou pensamentos específicos para ajudar a prática. Em vez disso, damos esses momentos de quietude ao Professor Que ensina na quietude, Que fala da paz e Que dá aos nossos pensamentos qualquer signifi -cado que possam ter.

A Ele eu ofereço essa revisão por ti. Eu te coloco a Seu cargo e deixo que Ele te ensine o que fazer, dizer e pensar a cada vez que te voltares para Ele. Ele não falhará em estar disponível para ti toda vez que O invocares pedindo ajuda. Ofereçamos a Ele toda a revi -são que iniciamos agora e também não esqueçamos a Quem ela foi dada ao praticarmos dia após dia, avançando em direção à meta que Ele estabeleceu para nós; deixando-O ensinar-nos como ir e confiando plenamente Nele quanto à melhor maneira través da qual cada período de prática pode se tornar uma dádiva amorosa de liberdade para o mundo.

LIÇÃO 201Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

CONFIO EM MEUS IRMÃOS, QUE SÃO UM COMIGO.

Não há ninguém que não seja meu irmão. Sou abençoado pela unicidade com o universo e com Deus, meu Pai, único Criador do todo que é o meu Ser, para sempre um comigo.

Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

LIÇÃO 202Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 154 de 188EU ME AQUIETAREI POR UM MOMENTO E IREI PARA CASA.

Por que eu escolheria ficar mais um momento onde não é o meu lugar, quando o próprio Deus Deu-me a Sua Voz para chamar-me de volta a casa?

Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

LIÇÃO 203Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

INVOCO O NOME DE DEUS E O MEU PRÓPRIO NOME.

O Nome de Deus é a minha libertação de todo pensamento de mal e de pecado, porque é o meu próprio nome assim como o Seu.

Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

LIÇÃO 204Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

O NOME DE DEUS É MINHA HERANÇA.

O Nome de Deus me lembra que sou Seu Filho, não escravo do tempo, nem preso a leis que governam o mundo de ilu-sões doentias, mas livre em Deus, para todo o sempre um com Ele.

Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

LIÇÃO 205Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

QUERO A PAZ DE DEUS.

A paz de Deus é tudo o que eu quero. A paz de Deus é a minha única meta; o objetivo de toda a minha vida aqui, o fim que busco, meu propósito, minha função e minha vida, enquanto eu habitar onde não estou em casa.

Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

LIÇÃO 206Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

A SALVAÇÃO DO MUNDO DEPENDE DE MIM.

As dádivas de Deus me foram confiadas porque sou Seu Filho. E quero dar as Suas dádivas aonde Ele quer que este-jam.

Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

LIÇÃO 207Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

ABENÇÔO O MUNDO, POIS ABENÇÔO A MIM MESMO.

A benção de Deus brilha sobre mim de dentro do meu coração, onde Ele habita. Só preciso voltar-me para Deus e todo pesar se dissipa ao aceitar o Seu infinito Amor por mim.

Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

LIÇÃO 208Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

A PAZ DE DEUS ESTÁ BRILHANDO EM MIM AGORA.Eu me aquietarei e deixarei que a terra se aquiete comigo. e nesta quietude nós acharemos a paz de Deus. Ela está dentro do

meu coração, que dá testemunho do próprio Deus.Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

LIÇÃO 209EU NÃO SOU UM CORPO. EU SOU LIVRE. POIS AINDA SOU COMO DEUS ME CRIOU.

Sinto o Amor de Deus dentro de mim agora.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 155 de 188

O Amor de Deus me criou. O Amor de Deus é tudo o que eu sou. O Amor de Deus me proclamou Seu Filho. O Amor de Deus dentro de mim me liberta.

Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

LIÇÃO 210Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

ESCOLHO A ALEGRIA DE DEUS AO INVÉS DA DOR.A dor é uma idéia minha. Não é um pensamento de Deus, mas um pensamento que tive à parte Dele e da Sua Vontade. A Sua

Vontade é alegria, e apenas alegria para o Seu amado Filho. E é isso o que escolho ao invés do que eu fiz.Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

LIÇÃO 211Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

SOU O PRÓPRIO FILHO SANTO DE DEUS.Em silêncio e com verdadeira humildade, busco a gloria de Deus para contemplá-la no Filho que Ele criou como o meu Ser.

Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

LIÇÃO 212Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

TENHO UMA FUNÇÃO QUE DEUS QUER QUE EU CUMPRA.Busca a função que me libertará de todas as vãs ilusões do mundo. Só a função que Deus me deu pode oferecer a liberdade.

Busco apenas essa função, e só essa aceitarei como a minha.Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

LIÇÃO 213Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

TODAS AS COISAS SÃO LIÇÕES QUE DEUS QUER QUE EU APRENDA.Uma lição é um milagre que Deus oferece a mim em lugar de pensamentos que fiz e que me ferem. O que aprendo com Ele vem

a ser o modo como sou libertado. E, assim, escolho aprender as Suas lições e esquecer as minhas.Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

LIÇÃO 214Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

ENTREGO O FUTURO NAS MÃOS DE DEUS.O passado se foi; o futuro ainda não existe. Agora estou livre de ambos. Pois o que Deus dá só pode ser para o bem. E aceito só o

que Ele dá como o que me pertence.Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

LIÇÃO 215Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

O AMOR É O CAMINHO QUE SIGO COM GRATIDÃO.O Espírito Santo é o meu único Guia. Ele caminha comigo no Amor, e agradeço a Ele por me mostrar o caminho a seguir.

Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

LIÇÃO 216Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

SÓ POSSO CRUCIFICAR A MIM MESMO.Tudo o que faço, faço a mim mesmo. Se ataco, sofro. Mas se perdôo, a salvação me será dada.

Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

LIÇÃO 217Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 156 de 188O QUE GANHO SÓ PODE SER A MINHA PRÓPRIA GRATIDÃO.

Quem deve agradecer pela minha salvação senão eu mesmo? E de que modo, senão através da salvação, posso achar o Ser a Quem a minha gratidão é devida?

Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

LIÇÃO 218Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

SÓ A MINHA CONDENAÇÃO ME FERE.A minha condenação mantém a minha vista escura, e com os meus olhos cegos eu não posso ter a visão da minha glória. Mas

hoje posso contemplar essa glória e me alegrar.Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

LIÇÃO 219Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

EU NÃO SOU UM CORPO. EU SOU LIVRE.Sou o Filho de Deus. Aquieta-te, minha mente, e pensa nisso por um momento. E depois, volta à terra, sem confusão quanto ao

que meu Pai ama para sempre como Seu Filho.Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

LIÇÃO 220Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

NÃO HÁ PAZ, SENÃO A PAZ DE DEUS.Que eu não me desvie do caminho da paz, pois em outras estradas estou perdido. Que eu siga Aquele Que me conduz para casa,

e a paz é tão certa quanto o Amor de Deus.Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 157 de 188

LIVRO DE EXERCÍCIOS - PARTE IILIVRO DE EXERCÍCIOS - PARTE IIIntrodução

Agora as palavras significarão pouco. Nós as usamos apenas como guias dos quais já não dependemos. Pois agora buscamos uni-camente a experiência direta com a verdade. As lições que restam são meras introduções para os momentos em que deixaremos o mun -do da dor e entraremos na paz. Agora começamos a alcançar a meta que esse curso estabeleceu e a encontrar o fim para o qual a nossa prática sempre esteve dirigida.

Agora procuramos deixar que o exercício seja apenas um começo. Pois esperamos em serena expectativa pelo nosso Deus e Pai. Ele prometeu que Ele próprio daria o ultimo passo. E temos certeza de que as Suas promessas são cumpridas. Já percorremos uma grande parte da estrada e agora esperamos por Ele. Continuaremos a passar algum tempo com Ele de manhã e à noite, tanto quanto nos fizer felizes. Agora não consideraremos o tempo uma questão de duração. Nós usaremos o tempo de que precisarmos para o resul-tado que desejamos. Tampouco nos esqueceremos de pensar Nele a cada hora do dia, chamando a Deus quando precisarmos Dele nos momentos em que nos sentirmos tentados a esquecer a nossa meta.

Nos próximos dias continuaremos com um pensamento central e usaremos esse pensamento para dar início aos nossos momen-tos de descanso e para acalmar as nossas mentes quando necessário. Mas não nos contentaremos só com a simples prática nos instan-tes santos que restam para concluir o ano que demos a Deus. Diremos algumas palavras simples de dar boas-vindas e esperaremos que o nosso Pai Se revele, conforme prometeu. Nós O chamamos e Ele prometeu que o Seu Filho não ficaria sem resposta quando invocas -se o Seu Nome.

Agora, vamos a Ele só com o Seu Verbo em nossas mentes e nossos corações e esperamos que Ele dê o passo em nossa direção que, através da Sua própria Voz, Ele disse que não deixaria de dar quando O convidássemos a fazê-lo. Ele não deixou o Seu Filho em toda a sua loucura, nem traiu a Sua confiança Nele. A Sua fidelidade não Lhe valeu o convite que Ele busca para nos fazer felizes? Nós faremos o convite e esse será aceito. E assim, agora, o nosso tempo será passado com Ele. Pronunciamos as palavras do convite que a Sua Voz sugere e esperamos que Ele venha a nós.

Agora, o momento da profecia é cumprido. Agora todas as antigas promessas são mantidas e plenamente cumpridas. Não há mais nenhum passo que o tempo separe da sua realização. Pois agora não podemos falhar. Senta-te silenciosamente e espera o teu Pai. Ele quer vir a ti quando tiveres reconhecido que essa é a tua vontade. E nunca poderias ter chegado até aqui se não tivesses visto, mes-mo indistintamente, que essa é a tua vontade.

Estou tão perto de ti que não podemos fracassar. Pai, nós Te oferecemos estes momentos santos em gratidão Àquele Que nos en-sinou como deixar o mundo da tristeza em troca do seu substituto, que nos é dado por Ti. Já não olhamos para trás agora. Olhamos para frente, com os nossos olhos fixos no fim da jornada. Aceita estas nossas pequenas dádivas de gratidão, pois pela visão de Cristo contemplamos um mundo além daquele que fizemos e aceitamos esse mundo para substituir inteiramente o nosso.

E agora aguardamos em silêncio, sem medo e certos da Tua Vinda. Buscamos encontrar o nosso caminho seguindo o Guia que nos enviaste. Não sabíamos o caminho, mas Tu não nos esqueceste. E sabemos que não nos esquecerás agora. Pedimos apenas que as Tuas antigas promessas sejam cumpridas, como é Tua Vontade cumpri-las. Ao pedirmos isso, a nossa vontade é a Tua. O Pai e o Filho, Cuja santa Vontade criou tudo o que existe, em nada podem fracassar. Com essa certeza, empreendemos estes últimos passos em Tua direção e descansamos confiantes no Teu Amor, que não fracassará junto ao Filho que Te invoca.

E assim damos inicio à última parte deste ano santo que passamos juntos em busca da verdade e de Deus, Que é o único Cria -dor da verdade. Achamos o caminho que Ele escolheu para nós e escolhemos segui-lo como Ele queria que fizéssemos. A Sua Mão nos amparou. Os Seus Pensamentos iluminaram a escuridão das nossas mentes. O Seu Amor chamou por nós incessantemente desde o iní -cio dos tempos.

Desejamos que Deus fracassasse em ter o Filho que Ele criou para Si Mesmo. Quisemos que Deus Se modificasse e que Se transformasse no que queríamos fazer Dele. E acreditamos que os nossos loucos desejos fossem a verdade. Estamos felizes, agora, por tudo isso ter-se desfeito e já não pensamos que as ilusões sejam verdadeiras. A memória de Deus desponta nos vastos horizontes de nossas mentes. Mais um momento e ela surgirá outra vez. Mais um momento e nós, os Filhos de Deus, estaremos a salvo em casa, onde Ele quer que estejamos.

Agora, a necessidade da prática está quase no fim. Pois nesta parte final, passaremos a compreender que precisamos apenas chamar a Deus e todas as tentações desaparecerão. Ao invés de palavras basta sentirmos o Seu Amor. Ao invés de orações, basta invo-carmos o Seu Nome. Ao invés de julgar, basta nos aquietarmos e deixarmos que todas as coisas sejam curadas. Aceitaremos o modo

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 158 de 188

como o plano de Deus chegará ao fim, assim como recebemos o modo como começou. Agora ele está completo. Esse ano nos trouxe à eternidade.

Conservaremos ainda uma utilidade para as palavras. De vez em quando, instruções sobre um tema de especial pertinência in -troduzir-se-ão nas nossas lições diárias e nos períodos sem palavras de profunda experiência que se seguirão. Estes pensamentos espe-ciais devem ser revisados a cada dia e cada um deve continuar até que te sejam dados os pensamentos seguintes. Deves lê-los com va -gar e refletir sobre eles por algum tempo antes de um dos abençoados instante santos do dia. Damos a primeira destas instruções ago -ra.

201.201. 1.1. O que é o perdão?O que é o perdão?

O perdão reconhece que o que pensaste que teu irmão fez a ti não ocorreu. Ele não perdoa tornando-os reais. Ele vê que não há pecado. E, nesse modo de ver, todos os teus pecados são perdoados. O que é o pecado, senão uma idéia falsa sobre o Filho de Deus? O perdão simplesmente vê a sua falsidade e, portanto, a abandona. A Vontade de Deus passa, então, a ser livre para ocupar agora o espaço que lhe é devido.

Um pensamento que não perdoa é um pensamento que faz um julgamento que ele não questionará, embora não seja verdadeiro. A mente está fechada e não será liberada. O pensamento protege a projeção, apertando as suas correntes de modo que as distorções se tornem mais veladas e mais obscuras; menos acessíveis à dúvida e mais afastadas da razão. O que poderia se interpor entre uma proje-ção fixa e o objetivo que ela escolheu como sua meta?

Um pensamento que não perdoa faz muitas coisas. Persegue sua meta ativa e freneticamente, distorcendo e derrubando o que vê como interferências no atalho que escolheu. A deturpação é o seu propósito, assim como o meio pelo qual quer realizá-lo. Ele se lan-ça nas suas tentativas furiosas de esmagar a realidade, sem se preocupar com o que quer que seja que aparentemente contradiga o seu ponto de vista.

O perdão, por sua vez, é quieto e na quietude nada faz. Não ofende nenhum aspecto da realidade, nem busca distorcê-la para encaixá-la em aparências que lhe agradam. Apenas olha e espera e não julga. Aquele que não quer perdoar tem que julgar, pois tem que justificar o seu fracasso em perdoar. Mas aquele que quer perdoar a si mesmo tem que aprender a dar boas-vindas à verdade exata-mente como ela é.

Assim sendo, não faças nada e deixa o perdão te mostrar o que fazer através Daquele Que é o teu Guia, teu Salvador e Protetor, forte em esperança e certo do teu êxito final. Ele já te perdoou, pois essa é a Sua função, dada por Deus. Agora é preciso que comparti-lhes a Sua função e perdoes aqueles que Ele salvou, cuja impecabilidade Ele vê e a quem honra como o Filho de Deus.

221. Que a paz esteja em minha mente. Que todos os meus pensamentos se aquietem.Pai, venho hoje a Ti em busca da paz que só Tu podes dar. Venho sem silêncio. Na quietude do meu coração, nos recantos mais profundos da minha mente, eu espero à escuta da Tua Voz. Meu Pai, fala comigo hoje. Venho para ouvir a Tua Voz em silêncio, com segurança e amor, certo de que ouvirás o meu chamado e me responderás.

Aguardamos em silêncio agora. Deus está aqui, pois esperaremos juntos. Eu tenho certeza de que Ele falará contigo e ouvirás. Aceita a minha confiança, pois ela é tua. As nossas mentes estão unidas. Esperamos com uma só intenção: ouvir a resposta do nosso Pai ao nosso chamado, deixar que os nossos pensamentos se aquietem e encontrem a Sua paz para ouvi-Lo falar-nos do que somos e revelar-Se ao Seu Filho.

222. Deus está comigo. Eu vivo e me movimento Nele.Deus está comigo. Ele é a minha Fonte de vida, a vida dentro de mim, o ar que respiro, o alimento que me sustenta, a água que

me renova e me limpa. Ele é o meu lar, onde vivo e me movimento; o Espírito Que dirige as minhas ações, Que me oferece os Seus Pen-samentos e Que garante a minha proteção de todas as dores. Ele me cobre com benignidade e cuidados e conserva no amor o Filho que Ele ilumina e que também O ilumina. Como é quieto aquele que conhece a verdade do que Ele diz hoje!

Pai, não temos outras palavras em nossos lábios e mentes senão o Teu Nome ao virmos, em quietude, à Tua Presença agora e ao pedirmos para descansar por um momento Contigo em paz.

223. Deus é a minha vida. Não tenho outra vida, senão a Dele.Eu estava errado quando pensava viver à parte de Deus, uma entidade separada que se movia no isolamento, sem ligações, abri -

gada dentro de um corpo. Agora sei que a minha vida é A de Deus, que não tenho outro lar e que não existo à parte Dele. Ele não tem Pensamentos que não façam parte de mim e eu só tenho aqueles que são Dele.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 159 de 188Pai nosso, deixa-nos ver a face de Cristo no lugar dos nossos erros. Pois nós, que somos o Teu Filho santo, não temos pecados. Queremos contemplar a nossa impecabilidade, pois a culpa proclama que não somos o Teu Filho. E não queremos esquecer-Te por mais tempo. Sentimo-nos sós aqui e ansiamos pelo Céu, onde estamos em casa. Queremos voltar hoje. O nosso nome é o Teu e reconhecemos que somos o Teu Filho.

224. Deus é o meu Pai e Ele ama o Seu Filho.A minha verdadeira Identidade é tão segura, tão sublime, sem pecado, gloriosa e grande, inteiramente benéfica e livre de culpa,

que o Céu volta-se para Ela para Lhe dar luz. Ela também ilumina o mundo. É a dádiva que o meu Pai me deu e que eu também dou ao mundo. Não há outra dádiva senão Essa que possa ser dada ou recebida. Essa é a realidade e apenas Essa. Ela é o fim da ilusão. Ela é a verdade.

O meu Nome, ó Pai, ainda Te é conhecido. Eu o esqueci e não sei aonde vou, quem sou, ou o que faço. Pai, lembra-me agora, pois estou cansado do mundo que vejo. Revela o que queres que eu veja no lugar disso.

225. Deus é o meu Pai e Seu Filho O ama.Pai, tenho que retribuir o Teu Amor por mim, pois dar e receber é a mesma coisa e Tu me deste o Teu Amor. Tenho que retribuí-lo, pois quero que seja meu em plena consciência, resplandecendo em minha mente e mantendo-a ao alcance da luz benigna do Teu Amor, inviolada, amada, deixando o medo para trás e vislumbrando apenas a paz. Como é quieto o modo como o Teu Filho amoroso é conduzido a Ti!

Irmãos, encontramos essa quietude agora. O caminho está aberto. Agora, nós o seguimos juntos e em paz. Tu estendeste a mão para mim e nunca hei de deixar-te. Somos um e essa unicidade é tudo o que buscamos ao completarmos estes últimos passos que ter -minam uma jornada que não começou.

226. O meu lar me espera. Eu me apresso para voltar a ele.Se eu assim escolher, posso deixar esse mundo inteiramente. Não é a morte que torna isso possível, mas a mudança da mente

em relação ao propósito do mundo. Se eu acreditar que ele tem valor, tal como o vejo agora, ele permanecerá assim para mim. Mas se, ao contemplá-lo, eu não vir nenhum valor no mundo, nada que eu queira guardar para mim ou almeje como uma meta, ele me deixará. Pois não terei buscado ilusões para substituir a verdade.

Pai, o meu lar aguarda o retorno alegre. Os Teus Braços estão abertos e eu ouço a Tua Voz. Que necessidade tenho eu de ficar num lugar de desejos vãos e de sonhos despedaçados, se o Céu pode ser meu com tanta facilidade?

227. Esse é o meu instante santo de liberação.Pai, sou livre hoje, porque a minha vontade é a Tua. Pensei em ter outra vontade. Mas nada do que pensei à parte de Ti existe. E sou livre porque estava errado e em nada afetei a minha própria realidade com as minhas ilusões. Agora renuncio a elas e as deposito aos pés da verdade para que sejam para sempre removidas da minha mente. Esse é o meu instante santo de liberação. Pai, sei que a minha vontade é una com a Tua.

E assim encontramos, hoje, o nosso retorno alegre ao Céu, que nunca deixamos realmente. Nesse dia, o Filho de Deus abando -na os seus sonhos. Nesse dia, o Filho de Deus volta para casa novamente, livre do pecado e revestido de santidade, com a sua mente certa enfim restaurada.

228. Deus não me condenou. Eu também não me condeno.O meu Pai conhece a minha santidade. Negarei o Seu conhecimento e acreditarei naquilo que o Seu conhecimento torna impos-

sível? Aceitarei como verdadeiro aquilo que Ele proclama ser falso? Ou aceitarei o Seu Verbo quanto ao que eu sou, uma vez que Ele é o meu Criador e Aquele Que conhece as verdadeiras condições do Seu Filho?

Pai, eu estava errado em relação a mim mesmo, pois fracassei em reconhecer a Fonte de Onde vim. Não deixei essa Fonte para entrar num corpo e morrer. A minha santidade permanece como parte de mim, assim como eu sou parte de Ti. E os meus erros em relação a mim mesmo são sonhos. Hoje, eu os abandono. E estou pronto para receber apenas o Teu Verbo quanto ao que eu realmente sou.

229. O Amor, Que me criou, é o que eu sou.Busco a minha própria Identidade e A acho nestas palavras: “O Amor, Que me criou, é o que eu sou”. Agora não preciso mais

buscar. O Amor prevaleceu. Ele esperou tão quieto a minha volta para casa, que não me afastarei mais da santa face de cristo. E tudo o que olho atesta a verdade da Identidade Que eu busquei perder, mas Que o meu Pai manteve a salvo de mim.

Pai, ofereço-Te a minha gratidão pelo que eu sou; por teres mantido a minha Identidade intocada e sem pecado em meio a todos os pensamentos de pecado que a minha mente tola inventou. E obrigado por me teres salvo desses pensamentos. Amém.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 160 de 188230. Agora, quero buscar e achar a paz de Deus.

Na paz fui criado. E na paz permaneço. Não me é dado mudar o meu Ser. Quão misericordioso é Deus meu Pai Que, ao criar-me, me deu a paz eterna. Agora peço apenas para ser o que sou. E isso pode ser negado a mim, se é para sempre verdadeiro?

Pai, busco a paz que me deste na minha criação. O que foi dado então tem que existir agora, pois a minha criação foi à parte do tempo e ainda permanece além de qualquer mudança. A paz em que o Teu Filho nasceu em Tua Mente ainda brilha, inalterada. Eu sou como me criaste. Basta que eu Te invoque para achar a paz que me deste. Foi a Tua Vontade que a deu ao Teu Filho.

202.202. 2.2. O que é a salvação?O que é a salvação?

A salvação é uma promessa, feita por Deus, de que encontrarias finalmente o teu caminho até Ele. Ela não pode deixar de ser cumprida. Ela garante que o tempo terá um fim e que todos os pensamentos nascidos do tempo também terão um fim. O Verbo de Deus é dado a todas as mentes que pensam ter pensamentos em separado e Ele substituirá esses pensamentos de conflito com o Pen-samento da paz.

O Pensamento da paz foi dado ao Filho de Deus, no instante em que a sua mente pensou em guerra. Antes disso, não havia ne -cessidade de tal Pensamento, pois a paz era dada sem opostos e simplesmente existia. Mas quando a mente se dividiu, a cura se fez ne-cessária. Assim, o Pensamento que tem o poder de curar a divisão tornou-se parte de cada fragmento da mente que, embora ainda per-manecesse una, deixou de reconhecer a sua unicidade. Nesse momento, ela não mais se conhecia e pensou que havia perdido a própria Identidade.

A salvação é um “desfazer”, no sentido de que nada faz por não apoiar o mundo de sonhos e malicia. E, assim, afasta as ilusões. Por não apoiá-las, as abandona simplesmente no pó. Assim, o que escondiam é agora revelado: um altar ara o santo Nome de Deus, no qual está escrito o Seu Verbo com as dádivas do teu perdão depositadas diante dele e logo atrás, a memória de Deus.

Vamos diariamente a esse santo lugar para passarmos algum tempo juntos. Aqui, compartilhamos o nosso sonho final. Um so-nho em que não há tristezas, pois contém um indício de toda a gloria que nos é dada por Deus. A relva desponta na terra, as árvores começam a brotar e os pássaros vêm viver em seus galhos. A terra renasce com uma nova perspectiva. A noite desapareceu e juntos chegamos até a luz.

Daqui, damos a salvação ao mundo, pois é aqui que a salvação foi recebida. A canção do nosso jubilo é o chamado para todo o mundo anunciando que a liberdade está de volta, que o tempo está quase no fim, que ao Filho de Deus só resta mais um instante de espera até que o seu Pai seja lembrado, os sonhos acabem e a eternidade brilhe afastando o mundo e só o Céu exista agora.

231. Pai, a minha única vontade é lembrar-me de Ti.Pai, o que posso buscar além do Teu Amor? Talvez eu pense que busco outra coisa, alguma coisa À qual dei muitos nomes. Mas o Teu Amor é a única coisa que busco ou já busquei algum dia. Pois nada mais há que eu realmente queira achar. Que eu me lembre de Ti. O que mais posso desejar além da verdade sobre mim mesmo?

Essa é a tua vontade, meu irmão. E compartilhas essa vontade comigo e com Aquele que é também nosso Pai. Lembrar-te Dele é o Céu. É isso que buscamos. E é só isso o que nos será dado achar.

232. Que estejas em minha mente, meu Pai, durante todo o dia.Que estejas em minha mente, meu Pai, quando eu acordar e ilumina-me durante todo o dia de hoje. Que cada minuto seja um momento no qual habito contigo. E que eu não esqueça, a cada hora, de dar graças por teres permanecido comigo e por que estarás sempre presente para ouvir e responder ao meu chamado. Quando a noite viver, que todos os meus pensamentos ainda estejam Contigo e com o Teu Amor. E que eu adormeça certo da minha segurança, do Teu cuidado e com a feliz consciência de que sou Teu Filho.

Assim devem ser todos os dias. Hoje, pratica o fim do medo. Tem fé Naquele Que é o teu Pai. Confia-Lhe todas as coisas. Deixa-O revelar-te todas as coisas e sê destemido, pois tu és o Filho de Deus.

233. Hoje dou a minha vida a Deus para que Ele a guie.Pai, hoje Te dou todos os meus pensamentos. Não quero nenhum deles para mim. No seu lugar, dá-me os Teus. Também entrego a Ti todos os meus atos, para que eu possa fazer a Tua Vontade ao invés de buscar metas que não podem ser conquistadas e perder tempo com imaginações vãs. Hoje, eu venho a Ti. Eu recuarei e simplesmente Te seguirei. Que Tu sejas o Guia e eu o seguidor que não questiona a sabedoria do Infinito, nem o Amor, cuja ternura eu não posso compreender, mas que é, no entanto, a Tua dádiva perfeita para mim.

Hoje temos um Guia para conduzir-nos adiante. E, ao caminharmos juntos, daremos esse dia a Ele absolutamente sem reservas. Esse é o Seu dia. E, assim, é um dia de incontáveis dádivas e graças para nós.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 161 de 188234. Pai, hoje volto a ser o Teu Filho.

Anteciparemos, hoje, o momento em que desaparecem os sonhos de pecado e culpa e no qual alcançamos a santa paz que nunca deixamos. Diminuto foi o instante que se passou entre a eternidade e a intemporalidade. Tão breve foi esse intervalo, que não houve lapso na continuidade, nem interrupção nos pensamentos para sempre unificados em um só. Nada jamais aconteceu para perturbar a paz de Deus Pai e Deus Filho. Hoje, aceitamos isso como totalmente verdadeiro.

Nós Te agradecemos, Pai, por não nos ser possível perder a memória de Ti e do Teu Amor. Reconhecemos a nossa segurança e agradecemos todas as dádivas que nos concedeste, toda ajuda amorosa que recebemos, toda a Tua eterna paciência e o Verbo que nos deste segundo o qual estamos salvos.

235. É Vontade de Deus, em Sua misericórdia, que eu seja salvo.Basta que eu olhe para todas as coisas que parecem me ferir e que afirme com toda segurança: “É Vontade de Deus que eu este-

ja a salvo disso”, para vê-las simplesmente desaparecer. Basta que eu apenas me lembre de que a Vontade de meu Pai é unicamente fe -licidade para mim, para descobrir que só me veio felicidade. E basta que eu me lembre de que o Amor de Deus envolve o Seu Filho e mantém a sua impecabilidade eternamente perfeita para ter certeza de que estou salvo e seguro em Seus Braços para sempre. Sou o Filho que Ele ama. Estou salvo porque é Vontade de Deus, em Sua misericórdia, que seja assim.

Pai, é minha a Tua santidade. O Teu Amor me criou e tornou a minha impecabilidade parte de Ti para sempre. Não há culpa nem pecado em mim, pois não há culpa nem pecado em Ti.

236. Eu reino sobre a minha mente, onde só eu devo reinar.Tenho um reino que devo governar. Por vezes, não parece que eu seja o rei. Ele parece triunfar sobre mim e me dizer o que pen -

sar, fazer e sentir. E, no entanto, ele me foi dado para servir a qualquer propósito que eu perceber nele. À minha mente só é possível servir. Hoje, dou os seus serviços ao Espírito Santo para que Ele os empregue como achar melhor. Estarei, assim dirigindo a minha mente, onde só eu posso reinar. E assim eu a liberto para fazer a Vontade de Deus.

Pai, a minha mente está aberta para os Teus Pensamentos e fechada, hoje, para todos os pensamentos senão os Teus. Eu governo a minha mente e a ofereço a Ti. Aceita a minha dádiva, pois é uma dádiva Tua para mim.

237. Agora quero ser como Deus me criou.Hoje, aceitarei a verdade a meu respeito. Eu me elevarei em glória e deixarei que, nesse dia, a luz em mim ilumine o mundo.

Trago ao mundo a mensagem da salvação que ouço quando Deus meu Pai fala comigo. E contemplo o mundo que Cristo quer que eu veja, consciente de que ele Poe fim ao amargo sonho da morte, consciente de que ele é o chamado do meu Pai por mim.

Cristo é os meus olhos, hoje, e os ouvidos que hoje escutam a Voz por Deus Pai. Pai, venho a Ti através Daquele Que é o Teu Filho e também é o meu verdadeiro Ser. Amém.

238. Toda salvação depende da minha decisão.Pai, a Tua confiança em mim tem sido tão grande que eu devo merecê-la. Tu me criaste e me conheces tal como sou. E, no entanto, depositaste a salvação do Teu Filho em minhas mãos e deixaste que ela dependesse da minha decisão. Eu devo ser muito amado por Ti realmente. E também devo ser inabalável em minha santidade, para que me tenhas dado o Teu Filho, certo de que está seguro aquele que ainda faz parte de Ti e que, no entanto, é meu, pois Ele é o meu Ser.

E assim, mais uma vez hoje, fazemos uma pausa para pensar no quanto o nosso Pai nos ama. E quão caro o Seu Filho, criado pelo Seu Amor, continua sendo para Aquele Cujo Amor se completa nele.

239. A glória do meu Pai é minha.Não deixemos que a verdade sobre nós mesmos seja ocultada, hoje, por uma falsa humildade. Ao invés disso, sejamos gratos pe -

las dádivas que o nosso Pai nos concedeu. É possível ver algum vestígio de pecado e culpa naqueles com quem Ele compartilha a pró -pria glória? E seria possível que nos estivéssemos entre eles, quando Ele ama o Seu Filho para sempre e com perfeita Constancia, sa-bendo que esse é como Ele o criou?

Nós Te agradecemos, Pai, pela luz que brilha em nós para sempre. E nós a honramos, porque Tu a compartilha conosco. Somos um, unidos nesta luz e unos contigo, em paz com toda a criação e conosco.

240. O medo não se justifica de forma alguma.O medo é um engano. Atesta que te viste tal como nunca poderias ser e, portanto, olhas para um mundo que é impossível. Coisa

alguma nesse mundo é verdadeira. Não importa a forma sob a qual possa se apresentar. Testemunha apenas as tuas próprias ilusões sobre ti mesmo. Não nos deixemos enganar hoje. Somos os Filhos de Deus. Não há medo em nós, pois cada um de nós é uma parte do próprio Amor.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 162 de 188Como são tolos os nossos medos! Permitirias Tu que o Teu Filho sofresse? Dá-nos fé, nesse dia, para que reconheçamos o Teu Filho e o libertemos. Que nós o perdoemos, em Teu Nome, para que possamos compreender a sua santidade e sentir o amor por ele que é também o Teu Amor.

203.203. 3. O que é o mundo?3. O que é o mundo?

O mundo é falsa percepção. Nasceu do erro e não deixou a sua fonte. Ele deixará de existir quando o pensamento que lhe deu origem deixar de ser apreciado. Quando o pensamento da separação for mudado para um pensamento de verdadeiro perdão, o mundo será visto sob outra luz; uma luz que conduz à verdade, na qual o mundo todo tem que desaparecer, assim como todos os seus erros têm que sumir. Agora a sua fonte se foi e os seus efeitos também.

O mundo foi feito como um ataque a Deus. Ele simboliza o medo. E o que é o medo senão ausência de amor? Assim, o mundo foi feito para ser um lugar em que Deus não pudesse entrar e no qual o Seu Filho pudesse estar à parte Dele. Aqui nasceu a percepção, pois o conhecimento não poderia causar tais pensamentos insanos. Agora, os erros vêm a ser bastante possíveis, pois a certeza se foi.

Em seu lugar nasceram os mecanismos da ilusão. E, agora, eles partem para achar o que lhes é dado buscar. Seu objetivo é cumprir o propósito que o mundo foi feito para testemunhar e fazer com que seja real. Eles vêem nas suas ilusões apenas uma base só -lida onde a verdade existe, mantida à parte das mentiras. No entanto, tudo o que transmitem é apenas ilusão, mantida à parte da ver-dade.

Assim como a vista foi feita para conduzir para longe da verdade, ela pode ser re-direcionada. Os sons vêm a ser o chamado de Deus e um novo propósito pode ser dado a toda percepção por Aquele Que Deus designou como o Salvador do mundo. Segue a Sua Luz e vê o mundo tal como Ele o contempla. Ouve apenas a Sua Voz em tudo o que fala contigo. E deixa-O dar-te a paz e a certeza que jo -gaste fora, mas que o Céu preservou Nele para ti.

Que não descansemos em nosso contentamento, enquanto o mundo não tiver se unido à nossa percepção, que já foi mudada. Que não estejamos satisfeitos, enquanto o perdão não tiver se tornado completo. E não tentemos mudar a nossa função. Temos que sal -var o mundo. Pois nós, que o fizemos, temos que contemplá-lo através dos olhos de Cristo, para que o que foi feito para morrer possa ser restituído à vida que dura para sempre.

241. A salvação veio nesse instante santo.Quanta alegria há nesse dia de hoje! É um momento de celebração especial. Pois esse dia oferece ao mundo escuro o instante

em que se estabelece a sua liberação. Veio o dia em que os pesares passam e a dor desaparece. Hoje, a glória da salvação desponta so -bre um mundo libertado. Esse é o momento da esperança para incontáveis milhões. Eles unir-se-ão agora quando tu os perdoares. Pois hoje eu serei perdoado por ti.

Agora, nós nos perdoamos uns aos outros e assim, enfim, viemos a Ti novamente. Pai, o Teu Filho que nunca partiu retorna ao Céu e à sua casa. Como estamos contentes por ter-nos sido restaurada a nossa sanidade e por nos lembrarmos que somos todos um só.

242. Esse dia é de Deus. É a minha dádiva para Ele.Hoje não conduzirei a minha vida sozinho. Eu não compreendo o mundo e por isso tentar viver a minha vida sozinho só pode

ser tolice. Mas existe Alguém Que sabe tudo o que é melhor para mim. E Ele está contente em não fazer por mim nenhuma escolha que não conduza a Deus. Dou esse dia a Ele, pois não quero protelar a minha volta para casa e é Ele Quem conhece o caminho para Deus.

E, assim, damos a Ti o dia de hoje, viemos com mentes inteiramente abertas. Não pedimos nada do que achamos que merecemos. Dá-nos o que queres que seja recebido por nós. Tu conheces todos os nossos desejos e tudo o que queremos. E nos darás tudo aquilo de que precisamos para nos ajudar a achar o caminho para Ti.

243. Hoje, não julgarei nada do que acontecer.Serei honesto comigo mesmo hoje. Não pensarei que já sei o que tem que permanecer além do meu entendimento atual. Não

pensarei que compreendo o todo a partir de fragmentos da minha percepção, que são tudo o que posso ver. Hoje reconheço que isso é assim. E, desse modo, sou libertado de julgamentos que não posso fazer. Assim liberto a mim mesmo e àquilo que eu contemplar para estar em paz, tal como Deus nos criou.

Pai, hoje deixarei a criação livre para ser o que é. Honro todas as suas partes, ns quais estou incluído. Somos um porque cada parte contém a Tua memória e a verdade tem que brilhar em todos nós como em um só.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 163 de 188244. Em nenhum lugar do mundo eu estou em perigo.

O Teu Filho está a salvo onde quer que se encontre, pois estás lá com ele. Ele só precisa invocar o Teu Nome, e lembrar-se-á de sua própria segurança e do Teu Amor, pois são um só. Como pode ele ter medo, duvidar ou deixar de saber que não pode sofrer, ser ameaçado ou experimentar a infelicidade, se ele Te pertence, amado e amoroso, na segurança do Teu abraço Paterno?

E é lá que estamos na verdade. Nenhuma tempestade pode entrar no abrigo bendito da nossa casa. Em Deus estamos seguros. Pois o que pode vir para ameaçar o próprio Deus ou amedrontar aquele que para sempre fará parte Dele?

245. Pai, a Tua paz está comigo. Estou a salvo.Pai, a Tua paz me cerca. Aonde quer que eu vá, a Tua paz me acompanha. Ela ilumina todos aqueles que encontro. Trago-a aos desolados, aos solitários e aos que têm medo. Dou a Tua paz àqueles que sentem dor, que choram perdas, ou pensam estar privados de esperança e de felicidade. Manda-os mim, meu Pai. Deixa-me trazer comigo a Tua paz. Pois quero salvar o Teu Filho, conforme é Tua Vontade, para que eu possa vir a reconhecer o meu Ser.

E assim vamos em paz. Damos ao mundo todo a mensagem que recebemos. Portanto, vimos para ouvir a Voz por Deus Que nos fala ao relatarmos o Seu Verbo; Aquele cujo Amor reconhecemos porque compartilhamos o Verbo que Ele nos deu.

246. Amar o meu Pai é amar o Seu Filho.Que eu não pense que posso achar o caminho para Deus, se tiver ódio no meu coração. Que eu não tente ferir o Filho de Deus e

pensar que posso conhecer seu Pai ou o meu Ser. Que eu não falhe em reconhecer a mim mesmo e ainda acredite que a minha consci -ência pode conter o meu Pai, ou a minha mente conceber todo o amor que o meu Pai tem por mim e todo o amor que eu Lhe retribuo.

Aceitarei o caminho que escolheste para que eu venha a Ti, meu Pai. Pois nisso terei sucesso, porque essa é a Tua Vontade. E quero reconhecer que o que é Tua Vontade é também o que eu quero e só isso. E assim escolho amar o Teu Filho. Amém.

247. Sem perdão, ainda serei cego.O pecado é o símbolo do ataque. Contempla-o em qualquer lugar e eu sofrerei. Pois o perdão é o único meio pelo qual a visão de

Cristo vem a mim. Que eu aceite o que a Sua visão me mostra como a simples verdade e estarei completamente curado. Irmão, vem e deixa-me olhar para ti. A tua beleza reflete a minha. A tua impecabilidade é a minha. Tu estás perdoado e eu também junto contigo.

É assim que quero olhar para todos hoje. Os meus irmãos são Teus Filhos. A Tua Paternidade os criou e os deu a mim como parte de Ti e também do meu próprio Ser. Hoje eu honro a Ti através deles e assim espero nesse dia reconhecer o meu Ser.

248. Tudo o que sofre não faz parte de mim.Eu repudiei a verdade. Quer agora eu seja igualmente fiel ao repudiar a falsidade. Tudo o que sofre não faz parte de mim. O que

chora não sou eu. O que sente dor não passa de uma ilusão na minha mente. O que morre, na realidade, nunca viveu e apenas escarne-ceu da verdade sobre mim. Agora repudio os auto-conceitos e enganos e as mentiras sobre o Filho santo de Deus. Agora estou pronto a recebê-lo de volta tal como Deus o criou e tal como ele é.

Pai, o meu antigo amor por Ti está de volta e que eu ame também o teu Filho novamente. Pai, sou como me criaste. Agora o Teu Amor é lembrado, assim como o meu. Agora compreendo que são um só.

249. O perdão põe fim a todo sofrimento e a toda perda.O perdão retrata um mundo em que não há mais sofrimento, em que a perda vem a ser impossível e a raiva não faz nenhum

sentido. O ataque se foi e a loucura chegou ao fim. Que sofrimento pode ser concebível agora? Que perda pode ser mantida? O mundo vem a ser um lugar de alegria, abundancia, caridade e de doação sem fim. É agora tão semelhante ao Céu que se transforma rapida -mente na luz que ele reflete. E assim a jornada que o Filho de Deus começou, terminou na luz da qual ele veio.

Pai, queremos devolver as nossas mentes a Ti. Nós as traímos, as mantivemos presas na amargura e as amedrontamos com pensamentos de violência e morte. Agora queremos descansar em Ti, tal como nos criaste.

250. Que eu não me veja como um ser limitado.Que hoje eu contemple o Filho de Deus e seja um testemunho da sua glória. Que eu não tente obscurecer nele a luz santa e não

veja a sua força diminuída e reduzida à fragilidade, nem perceba o que falta nele, pois com isso quero tacar a sua soberania.Ele é o Teu Filho, meu Pai. E hoje quero contemplar a sua gentileza ao invés das minhas ilusões. Ele é o que eu sou e o vejo assim como vejo a mim mesmo. Hoje quero ver verdadeiramente, para que nesse dia eu possa enfim me identificar com ele.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 164 de 188

204.204. 4. O que é o pecado?4. O que é o pecado?

Pecado é insanidade. É o meio pelo qual a mente é levada à loucura e busca deixar que as ilusões tomem o lugar da verdade. E, estando louca, vê ilusões onde a verdade deveria estar e onde realmente está. O pecado deu olhos ao corpo, pois para aqueles que não têm pecado, o que há para contemplar? Que necessidade têm eles da visão, da audição ou do tato? O que ouviriam ou tentariam agar -rar? O que perceberiam com os sentidos? Ter sensações não é conhecer. E a verdade só pode ser preenchida com o conhecimento e com nada mais.

O corpo é o instrumento de todas as ilusões que só representam coisas imaginarias, geradas por pensamentos que não são ver -dadeiros. São a “prova” de que o que não tem realidade é real. O pecado “prova” que o Filho de Deus é mau, que a intemporalidade tem que ter um fim, que a vida eterna tem que morrer. E o próprio Deus perdeu o Filho que Ele ama, ficando apenas com a corrupção para completar a Si Mesmo; a Vontade de Deus foi para sempre superada pela morte, o amor decapitado pelo ódio e nunca mais haverá paz.

Os sonhos de um louco são assustadores e o pecado, de fato, parece aterrorizar. E, no entanto, o que o pecado percebe não passa de um jogo infantil. O Filho de Deus pode brincar de tornar-se um corpo, uma presa para o mal e para a culpa, tendo apenas uma pe -quena vida que terminará na morte. Porém, enquanto isso, o seu Pai o ilumina e o ama com um Amor eterno, que as suas pretensões não podem mudar de forma alguma.

Por quanto tempo, ó Filho de Deus, ainda manterás o jogo do pecado? Não é melhor deixarmos de lado esses brinquedos de cri -ança cheios de pontas afiadas? Em quanto tempo estarás pronto para voltar para casa? Hoje, talvez? Não existe pecado. A criação não pode ser mudada. Ainda queres protelar a volta ao Céu? Até quando, ó Filho santo de Deus, até quando?

251. Não preciso de nada além da verdade.O meu Ser é mais santo do que todos os pensamentos de santidade que eu agora concebo. O seu cintilar e a sua perfeita pureza

são muito mais brilhantes do que qualquer luz que eu jamais contemplei. O seu amor é sem limites, com uma intensidade que contém em si mesma todas as coisas na calma da certeza que habita em quietude. A sua força não vem dos impulsos ardentes que movem o mundo , mas do infinito Amor do próprio Deus. Quão além desse mundo meu Ser tem que estar e, no entanto, quão próximos de mim e quão perto de Deus!

Pai, Tu conheces a minha verdadeira Identidade. Revela-A agora a mim que sou Teu Filho, para que eu possa despertar para a verdade em Ti e saber que o Céu me é restituído.

252. O Filho de Deus é a minha identidade.O meu Ser é mais santo do que todos os pensamentos de santidade que eu agora concebo. O seu cintilar e a sua perfeita pureza

são muito mais brilhantes do que qualquer luz que eu jamais contemplei. O seu amor é sem limites, com uma intensidade que contém em si mesma todas as coisas na calma da certeza que habita em quietude. A sua força não vem dos impulsos ardentes que movem o mundo, mas do infinito Amor do próprio Deus. Quão além desse mundo meu Ser tem que estar e, no entanto, quão próximo de mim e quão perto de Deus!

Pai, Tu conheces a minha verdadeira Identidade. Revela-A agora a mim que sou Teu Filho, para que eu possa despertar para a verdade em Ti e saber que o Céu me é restituído.

253. Quem rege o universo é o meu Ser.É impossível que algo venha a mim sem que eu próprio o tenha chamado. Mesmo nesse mundo, sou eu que governo o meu des -

tino. O que acontece é o que eu desejo. O que não ocorre é o que eu não quero que aconteça. Isso eu tenho que aceitar. Pois assim sou conduzido para além desse mundo, para as minhas criações, filhas da minha vontade, no Céu onde o meu Ser santo habita com elas e com Aquele Que me criou.

Tu és o Ser Que criaste Filho, o qual cria à Tua semelhança e é um Contigo. O meu Ser, que rege o universo, é apenas a Tua Vontade em perfeita união com a minha, que só pode concordar alegremente com a Tua, para que possa estender-Se a Si Mesma.

254. Que se aquietem todas as vozes em mim, exceto A de Deus.Pai, hoje só quero ouvir a Tua Voz. No mais profundo silencio, quero vir a Ti para ouvir a Tua Voz e receber o Teu Verbo. Não tenho outra prece, senão essa: venho a Ti para pedir-Te a verdade. E a verdade é a Tua Vontade, que hoje quero compartilhar Contigo.

Hoje, não deixamos nenhum pensamento do ego dirigir as nossas palavras ou ações. Quando tais pensamentos ocorrem, nós re-cuamos em quietude, olhamos para eles e, em seguida, os deixamos ir. Não queremos o que trariam consigo. E por isso não escolhe-

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 165 de 188

mos guardá-los. Estão em silêncio agora. E, na quietude abençoada pelo Seu Amor, Deus Se dirige a nós e nos fala da nossa vontade, pois escolhemos nos lembrar Dele.

255. Escolho passar esse dia em perfeita paz.Não me parece que eu possa escolher ter apenas paz no dia de hoje. E, no entanto, o meu Deus me garante que o Seu Filho é

como Ele Mesmo. Que nesse dia eu tenha fé Naquele Que diz que eu sou o Filho de Deus. E que a paz que eu escolho hoje para mim dê testemunho da verdade do que Ele diz. O Filho de Deus não pode ter preocupações, e tem que permanecer para sempre na paz do Céu. Em Seu Nome, dedico o dia de hoje a achar o que é a Vontade do meu pai para mim, aceitando-a como minha e dando-a a todos os Fi -lhos do meu Pai junto comigo.

E assim, meu Pai, quero passar esse dia Contigo. O Teu Filho não Te esqueceu. A paz que lhe deste ainda está na sua mente, e é lá que eu escolho passar o dia de hoje.

256. Hoje, Deus é a minha única meta.Aqui, o caminho para Deus é através do perdão. Não há outro caminho. Se o pecado não tivesse sido apreciado pela mente, que

necessidade haveria de achar o caminho para o lugar onde já estás? Quem ainda estaria incerto? Quem poderia ter dúvidas quanto a quem é? E quem ainda desejaria continuar dormindo, em pesadas nuvens de dúvida a respeito da santidade daquele que Deus criou sem pecado? Aqui, só nos é possível sonhar. Mas podemos sonhar que perdoamos aquele em que todo pecado permanece impossível, e é isso que escolhemos sonhar hoje. Deus é a nossa meta; o perdão é o meio pelo qual as nossas mentes enfim retornam a Ele.

E assim, Pai nosso, queremos vir a Ti pelo caminho que indicaste. Não temos outra meta, exceto a de ouvir a Tua Voz e achar o caminho que o Teu Verbo sagrado indicou para nós.

257. Que eu me lembre qual é o meu propósito.Se eu esquecer a minha meta, só poderei ficar confuso, incerto do que sou e assim em conflito nas minhas ações. Ninguém pode

servir a metas contraditórias e servir-lhes bem. Tampouco lhe será possível funcionar sem profunda angustia e grande depressão. Que estejamos determinados, portanto, a lembrar-nos do que queremos hoje, para que possamos unificar os nossos pensamentos e ações de modo significativo e realizar apenas o que Deus quer que façamos hoje.

Pai, o perdão é o meio que escolheste para a nossa salvação. Que não nos esqueçamos nesse dia de que não temos nenhuma vontade senão a Tua. E, assim, o nosso propósito também tem que ser o Teu, se quisermos alcançar a paz que é a Tua Vontade para nós.

258. Que eu me lembre que a minha meta é Deus.Tudo o que precisamos fazer é treinar as nossas mentes para deixarem de ver todos os pequenos objetivos sem sentido e lem -

brarem que a nossa meta é Deus. A Sua memória está escondida em nossas mentes, obscurecida apenas pelas nossas pequenas metas sem razão, que nada oferecem e que não existem. Continuaremos a deixar que a graça de Deus brilhe na inconsciência, enquanto bus-camos, em seu lugar, os brinquedos e as bagatelas do mundo? Deus é a nossa única meta, o nosso único Amor. Não temos nenhum ob -jetivo, exceto lembrar-nos Dele.

A nossa meta é apenas a de seguir no caminho que conduz a Ti. Não temo nenhuma outra além dessa. O que mais poderíamos querer, exceto lembrarmo-nos de Ti? O que poderíamos buscar, senão a nossa Identidade?

259. Que eu me lembre que não existe pecado.O pecado é o único pensamento que faz a meta de Deus parecer inatingível. O que mais poderia nos cegar para o obvio e fazer

com que o estranho e o deturpado aparentem mais clareza? O que mais, senão o pecado, gera os nossos ataques? O que mais, senão o pecado poderia ser a fonte da culpa, exigindo punição e sofrimento? E o que mais, senão o pecado, poderia ser a fonte do medo, obscu-recendo a criação de Deus, dando ao amor os atributos do medo e do ataque?

Pai, hoje eu não quero ser insano. Não quero ter medo do amor, nem buscar refúgio no seu oposto. Pois o amor não pode ter nenhum oposto, Tu és a Fonte de tudo o que existe. E tudo o que é permanece em Ti e Tu estás em tudo o que és.

260. Que eu me lembre que Deus me criou.Pai, eu não fiz a mim mesmo, embora na minha loucura, tenha pensado que sim. Entretanto, como Teu Pensamento, não deixei a minha Fonte, permanecendo como parte Daquele Que me criou. Hoje, meu Pai, o Teu Filho Te chama. Que eu me lembre que me criaste. Que eu me lembre da minha Identidade. E que a minha impecabilidade eleve-se mais uma vez diante da visão de Cristo, através da qual quero olhar para os meus irmãos e para mim mesmo no dia de hoje.

Agora, a nossa Fonte foi lembrada e Nela enfim achamos a nossa verdadeira Identidade. Somos santos, de fato, porque a nossa Fonte não pode conhecer o pecado. E nós, que somos os Seus Filhos, somos iguais uns aos outros e iguais a Ele.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 166 de 188

205.205. 5. O que é o corpo?5. O que é o corpo?

O corpo é uma cerca que o Filho de Deus imagina ter construído para separar partes do seu Ser de outras partes. É dentro des -sa cerca que ele pensa viver, para morrer quando ela decair e desmoronar. Pois no interior dessa cerca ele pensa estar a salvo do amor. Identificando-se com a própria segurança, ele considera ser aquilo que é a sua segurança. De que outro modo poderia ele ter certeza de permanecer dentro do corpo, mantendo o amor do lado de fora?

O corpo não perdurará. Mas, isso ele vê como uma dupla segurança. Pois a impermanência do Filho de Deus é uma “prova” de que as suas cercas funcionam e cumprem a tarefa que a sua mente lhes designou. Pois se a sua unicidade ainda permanecesse intoca -da, quem poderia atacar e quem poderia ser atacado? Quem poderia ser vítima? Quem o assassino? E, se ele não morresse, que “prova” haveria de que o eterno Filho de Deus pode ser destruído?

O corpo é um sonho. Como outros sonhos, ele às vezes parece retratar a felicidade, mas pode retroceder subitamente para o medo, onde nascem todos os sonhos. Pois só o amor cria em verdade e a verdade nunca tem medo. Feito para ter medo, o corpo tem que servir ao propósito que lhe é dado. Mas podemos mudar o propósito ao qual o corpo obedecerá mudando o nosso pensamento quanto ao quê ele serve.

O corpo é o meio pelo qual o Filho de Deus retorna à sanidade. Apesar de ter sido eito para cercá-lo irremediavelmente no infer -no, a perseguição do inferno foi trocada pela meta do Céu. O Filho de Deus estende a mão para alcançar o seu irmão e para ajudá-lo a caminhar pela estrada junto com ele. Agora o corpo é santo. Agora, ele serve para curar a mente que ele tinha sido feito para matar.

Tu te identificarás com aquilo que pensas ser a tua segurança. O que quer que seja, acreditarás que és um com ela. A tua segu -rança está na verdade e não em mentiras. A tua segurança é o amor. O medo não existe. Identifica-te com o amor e estás seguro. Identi-fica-te com o amor e estás em casa. Identifica-te com o amor e achas o teu Ser.

261. Deus é o meu refúgio e a minha segurança.Eu me identificarei com o que penso ser refúgio e segurança. Eu contemplarei a mim mesmo ali onde percebo a minha força e

penso viver no interior da fortaleza onde estou a salvo e não posso ser atacado. Que hoje eu não busque a segurança no perigo, nem tente achar a minha paz no ataque assassino. Eu vivo em Deus. Nele acho o meu refúgio e a minha força. Nele está a minha Identidade. Nele está a paz que dura para sempre. E só lá lembrar-me-ei Quem realmente sou.

Que eu não busque ídolos. Meu Pai, hoje quero voltar para casa em Ti. Escolho ser tão como me criaste e achar o Filho que criaste como o meu Ser.

262. Que eu não perceba diferenças hoje.Pai, Tu tens um Filho. E, nesse dia, é para ele que eu quero olhar. Ele é a Tua única criação. Por que haveria de perceber mil formas naquilo que permanece uno? Por que haveria eu de dar mil nomes a ele quando um só nome é suficiente? Pois o Teu Filho tem que ter o Teu Nome, porque Tu o criaste. Que eu não o veja como um estranho para o seu Pai, nem para mim. Pois ele faz parte de mim e eu dele e nós somos parte de Ti, Que és a nossa Fonte, eternamente unidos no Teu Amor, eternamente o Filho santo de Deus.

Nós, que somos um, hoje queremos reconhecer a verdade sobre nós mesmos. Queremos ir para casa e descansar em unidade. Pois lá há paz e em nenhum outro lugar é possível buscar e achar a paz.

263. A minha santa visão vê todas as coisas puras.Pai, a Tua Mente criou tudo o que é, o Teu Espírito penetrou em tudo, o Teu Amor lhe deu vida. E quereria eu olhar para o que Tu criaste como se fosse possível torná-lo pecaminoso? Não quero perceber imagens tão escuras e amedrontadoras. O sonho de um louco dificilmente seria a minha escolha em lugar de toda a beleza com que abençoaste a criação, toda a sua pureza, sua alegria e sua eterna e serena morada em Ti.

E, enquanto ainda permanecemos fora da porta do Céu, contemplemos tudo o que vemos através da santa visão e dos olhos de Cristo. Que todas as aparências nos pareçam puras, para que possamos passar por elas em inocência e caminhar juntos para a casa de nosso Pai, como irmãos e como os Filhos santos de Deus.

264. Eu estou cercado pelo Amor de Deus.Pai, estás na frente e atrás de mim, ao meu lado, no lugar em que me vejo e em todo lugar aonde vou. Estás em todas as coisas que contemplo, nos sons que ouço e em cada mão que procura alcançar a minha. Em Ti, o tempo desaparece e o lugar vem a ser uma crença sem significado. Pois o que cerca o Teu Filho e o mantém a salvo é o próprio Amor. Não há outra Fonte senão Essa e não há nada que não compartilhe a Sua santidade, não há nada que esteja além da Tua única criação ou sem o Amor Que contém todas as coisas em Si Mesmo. Pai, o Teu Filho é como Tu és. Hoje, vamos a Ti em Teu próprio Nome, para estarmos em paz no Teu Amor que dura para sempre.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 167 de 188

Meus irmãos, unam-se a mim nisso hoje. Essa é a prece da salvação. Não devemos unir-nos no que salvará o mundo junto co -nosco?

265. Eu só vejo a gentileza da criação.Eu, de fato, compreendi mal o mundo, porque coloquei nele os meus pecados e os vi olhando de volta para mim. Como pareciam

ameaçadores! E como me enganei ao pensar que o que temia estava no mundo e não apenas na minha mente. Hoje vejo o mundo na gentileza celestial com que brilha a criação. Nele não há medo. Que nenhuma aparência dos meus pecados venha obscurecer a luz do Céu que brilha no mundo. O que lá se reflete está na Mente de Deus. As imagines que vejo refletem os meus pensamentos. No entanto, a minha mente é uma com A de Deus. E, assim, posso perceber a gentileza da criação.

Em quietude quero olhar para o mundo que reflete apenas os Teus Pensamentos, assim como os meus. Que eu me lembre que eles são os mesmos e verei a gentileza da criação.

266. O meu Ser santo habita em ti, Filho de Deus.Pai, Tu me deste todos os Teus Filhos para serem meus salvadores e meus conselheiros naquilo que vejo; os portadores da Tua santa Voz para mim. Neles, Tu estás refletido e neles Cristo olha de volta para mim, a partir do meu Ser. Que o Teu Filho não esqueça o Teu santo Nome. Que o Teu Filho não esqueça a sua Fonte santa. Que o Teu Filho não esqueça que o seu nome é o Teu.

Nesse dia, entramos no paraíso, invocando o Nome de Deus e o nosso próprio nome, reconhecendo o nosso Ser em cada um de nós, unidos no santo Amor de Deus. Quantos salvadores nos foram dados por Deus! Como é possível perdermos o caminho para Ele, se Ele encheu o mundo com aqueles que apontam em Sua direção e nos deu a vista para olharmos para eles?

267. O meu coração está pulsando na paz de Deus.À minha volta está toda a vida que Deus criou em Seu Amor. Ela me chama em cada batida do coração, em cada respiração, em

cada ação e em cada pensamento. A paz enche o meu coração e inunda o meu corpo com o propósito do perdão. Agora, a minha mente está curada e tudo o que preciso para salvar o mundo me é dado. Cada batida do coração me traz paz; cada respiração me impregna de força. Sou um mensageiro de Deus, dirigido pela Sua Voz, amparado por Ele no amor para sempre abraçado por Seus Braços amorosos em quietude e em paz. Cada batida do meu coração invoca o Seu Nome e cada uma é respondida pela Sua Voz, assegurando-me que es-tou em casa Nele.

Que eu ouça a Tua Resposta e não a minha. Pai, o meu coração está pulsando na paz que o Coração do Amor criou. É lá e só lá que posso estar em casa.

268. Que todas as coisas sejam exatamente como são.Senhor, que eu não seja o Teu critico hoje, e nem julgue contra Ti. Que eu não tente interferir na Tua criação, nem distorcê-la em formas doentias. Que esteja disposto a retirar os meus desejos da sua unidade, deixando assim que ela seja tal como a criaste. No Amor fui criado e no Amor permanecerei para sempre. O que pode me assustar, quando deixo todas as coisas serem exatamente como são?

Que o nosso modo de ver não seja uma blasfêmia hoje, e que não prestemos ouvidos a línguas mentirosas. Só a realidade está li -vre da dor. Só a realidade está livre da perda. Só a realidade é totalmente segura. E é só isso que buscamos hoje.

269. A minha visão é dirigida para contemplar a face de Cristo.Peço-Te que abençoes a minha vista nesse dia. Ela é o meio que escolheste para vir a ser o caminho para mostrar-me os meus equívocos e fazer com que eu olhe para o que está além. A mim é dado encontrar uma nova percepção através do Guia que me deste e através de Suas lições ultrapassar a percepção e retornar à verdade. Peço a ilusão que transcende todas as ilusões que eu fiz. Hoje escolho ver um mundo perdoado, no qual todos me mostram a face de Cristo e ensinam-me que aquilo que contemplo pertence a mim; nada existe, exceto o Teu Filho Santo.

Hoje a nossa visão é, de fato, abençoada. Compartilhamos uma só visão ao contemplarmos a face Daquele que é o nosso Ser. So-mos um graças Àquele Que é o Filho de Deus, Aquele que é a nossa própria identidade.

270. Hoje não usarei os olhos do corpo.Pai, a visão de Cristo é a Tua dádiva para mim e tem o poder de traduzir tudo o que os olhos do corpo contemplam para ver um mundo perdoado. Como esse mundo é glorioso e amável! No entanto, quanto mais perceberei nele do que aquilo que a vista pode dar! O mundo perdoado significa que o Teu Filho reconhece o seu Pai, deixa que os próprios sonhos sejam trazidos à verdade e espera ansiosamente que aquele instante a mais de tempo que ainda resta passe para sempre, à medida que a Tua memória volta a ele. E, agora, a sua vontade é una com a Tua. Agora a sua função é apenas a Tua própria e qualquer pensamento que não seja o Teu se foi.

A quietude de hoje abençoará os nossos corações e através deles a paz virá a todos. Hoje Cristo é os nossos olhos. E, através da Sua vista, oferecemos ao mundo a cura através Dele, o Filho santo a quem Deus criou íntegro, o Filho santo a quem Deus criou uno.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 168 de 188

206.206. 6. O que é o Cristo?6. O que é o Cristo?

Cristo é o Filho de Deus tal como Ele O Criou. É o Ser que compartilhamos, unindo-nos uns aos outros e também a Deus. Ele é o Pensamento Que ainda habita no interior da Mente que é a Sua Fonte. Ele não deixou o Seu lar santo, nem perdeu a inocência em que foi criado. Para sempre imutável, Ele habita na Mente de Deus.

Cristo é o elo que te mantém um com Deus e garante que a separação não passa de uma ilusão de desespero, pois a esperança habitará para sempre Nele. A tua mente faz parte da Sua e a Sua da tua. Ele é a parte em que está a Resposta de Deus, onde toda as decisões já foram tomadas e os sonhos já acabaram. Ele permanece intocado por todas as coisas que os olhos do corpo percebem. Pois, embora o Pai tenha depositado Nele os meios para a tua salvação, Ele continua sendo o Ser Que, como o Pai, desconhece o pecado.

Lar do Espírito Santo, em casa apenas em Deus, Cristo permanece em paz dentro do Céu da tua mente santa. Essa é a única parte de ti que verdadeiramente tem realidade. O resto são sonhos. Mas esses sonhos serão dados a Cristo, para que se desvaneçam di-ante da Sua Glória e enfim revelem a ti o teu Ser santo, o Cristo.

A partir do Cristo em ti, o Espírito Santo alcança todos os teus sonhos e pede que venham a Ele para serem traduzidos em ver-dade. Ele os trocará pelo sonho final, que Deus designou como o fim dos sonhos. Pois quando o perdão descansar sobre o mundo e a paz tiver vindo a todos os Filhos de Deus, o que mais poderia haver para manter as coisas separadas, já que o que resta para ser visto é apenas a face de Cristo?

E por quanto tempo essa face santa será vista, se não passa um símbolo, indicando que o tempo do aprendizado agora terminou e a meta da Expiação foi, enfim, alcançada? Portanto, busquemos achar a face de Cristo e não olhar para nada mais. Quando contem -plarmos a Sua glória, teremos o conhecimento de não precisar de aprendizado, de percepção ou de tempo ou de coisa alguma, exceto o Ser santo, o Cristo Que Deus criou como Seu Filho.

271. A visão de Cristo é a que usarei hoje.A cada dia, a cada hora, a cada instante, estou escolhendo o que quero contemplar, os sons que quero ouvir, as testemunhas da -

quilo que quero que seja a verdade para mim. Hoje, escolho contemplar o que Cristo quer que eu veja, escutar a Voz de Deus e buscar os testemunhos do que é verdadeiro na criação de Deus. Na vista de Cristo, o mundo e a criação de Deus se encontram e, ao reunirem-se, toda percepção desaparece. A Sua vista pode deixar de viver, lembrando-Se do Pai e do Filho, o Criador e a criação unificados.

Pai, a visão de Cristo é o caminho para Ti. O que Ele contempla convida a Tua memória ser restaurada em mim. E é para isso que eu escolho olhar no dia de hoje.

272. Como podem ilusões satisfazer o Filho de Deus?Pai, a verdade me pertence. A minha casa foi estabelecida no Céu, pela Tua Vontade e pela minha. Podem sonhos contentar-me? Podem ilusões trazer-me felicidade? O que, senão a Tua memória, pode satisfazer o Teu Filho? Não aceitarei nada menos do que me deste. Estou cercado pelo Teu Amor, para sempre sereno, para sempre gentil, para sempre a salvo. O Filho de Deus tem que ser como Tu o criaste.

Hoje, deixaremos as ilusões para trás. E se ouvirmos a tentação chamar-nos para que fiquemos e nos detenhamos num sonho, nós nos desviaremos e nos perguntaremos se nós, os Filhos de Deus, poderíamos nos contentar com sonhos, quando o Céu pode ser escolhido com a mesma facilidade que o inferno, e o amor alegremente substituirá todo o medo.

273. A quietude da paz de Deus é minha.Talvez agora estejamos prontos para um dia de tranqüilidade, sem perturbações. Se isso ainda não for viável, ficaremos conten -

tes e mais do que satisfeitos em aprender como tal dia pode ser conseguido. Se cedermos a alguma perturbação, aprendamos como eli-miná-la e voltar à paz. Precisamos apenas dizer às nossas mentes com certeza: “A quietude da paz de Deus é minha”, e nada poderá in-terferir na paz que o próprio Deus deu ao Seu Filho.

Pai, a Tua paz é a minha. Que necessidade tenho eu de ter medo de que algo possa roubar-me o que queres que eu guarde? Não posso perder as Tuas dádivas para mim. E, assim, a paz que deste ao Teu Filho ainda está comigo, na quietude e no meu próprio amor eterno por Ti.

274. O dia de hoje pertence ao Amor. Que eu não tenha medo.Pai, hoje quero deixar que todas as coisas sejam como Tu as criaste e dar ao Teu Filho a honra devida à sua impecabilidade, o amor de um irmão ao seu irmão e ao seu Amigo. Através disso sou redimido. Através disso, a verdade também penetrará onde estavam as ilusões, a luz tomará o lugar de toda escuridão e o Teu Filho terá o conhecimento de que ele é tal como o criaste.

Uma benção especial vem a nós hoje Daquele Que é o nosso Pai. Dá a Ele esse dia e, hoje, não haverá medo, porque o dia foi dado ao Amor.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 169 de 188275. A Voz de Deus, que traz a cura, protege todas as coisas hoje.

Hoje prestemos atenção à Voz por Deus, Que dá uma lição antiga, em nada mais verdadeira nesse dia do que em qualquer outro. Mas esse dia foi escolhido como o momento em que buscamos e ouvimos e aprendemos e compreendemos. Une-te a mim para ouvir. Pois a Voz por Deus nos diz coisas que não podemos compreender sozinhos e nem aprender separados. É nisso que todas as coisas são protegidas. E nisso a cura que vem da Voz por Deus é achada.

A Tua Voz que traz a cura hoje protege todas as coisas, e assim, entrego tudo a Ti. Eu não preciso estar ansioso a respeito de nada. Pois a Tua Voz me dirá o que fazer e aonde ir, a quem falar e o que dizer a ele, que pensamentos ter, que palavras dar ao mundo. A segurança que trago me é dada. Pai, a Tua voz protege todas as coisas através de mim.

276. O Verbo de Deus me é dado para manifestar em palavras.O que é o Verbo de Deus? “Meu Filho é puro e santo como Eu mesmo”. E assim Deus veio a ser o Pai do Filho que Ele ama, pois

assim ele foi criado. Esse é o Verbo que o Seu Filho não criou com Ele, porque nele o Seu Filho nasceu. Aceitemos a Sua Paternidade e tudo nos será dado. Ao negarmos que fomos criados no Seu Amor, estamos negando o nosso Ser para ficarmos incertos quanto a quem somos, quanto a Quem é o nosso pai e a que propósito viemos. Entretanto, precisamos penas reconhecer Aquele Que nos deu o Seu Verbo na nossa criação para lembrarmo-nos Dele e, assim, chamar de volta o nosso Ser.

Pai, o Teu Verbo é meu. E é isso que quero manifestar em palavras a todos os meus irmãos, que me são dados para estimar como a mim mesmo, assim como sou amado, abençoado e salvo por Ti.

277. Que eu não prenda o Teu Filho com as leis que fiz.O Teu Filho é livre, meu Pai. Que eu não imagine que o prendi com as leis que fiz para dominar o corpo. Ele não está sujeito a nenhuma lei que eu tenha feito através das quais tento tornar o corpo mais seguro. Ele não foi mudado pelo que é mutável. Não é escravo de nenhuma das leis do tempo. Ele é tal como o criaste, pois desconhece todas as leis, exceto a lei do amor.

Não adoremos ídolos, nem acreditemos em nenhuma lei que a idolatria faria para esconder a liberdade do Filho de Deus. Ele não está limitado, a não ser pelas próprias crenças. Entretanto, o que ele é está muito além da sua fé na escravidão ou na liberdade. Ele é livre por ser o Filho do seu Pai. E não pode ser limitado, a menos que a verdade de Deus possa mentir e que a Vontade de Deus possa ser que Ele engane a Si Mesmo.

278. Se sou limitado, o meu Pai não é livre.Se aceito que sou um prisioneiro dentro de um corpo, num mundo em que todas as coisas que aparentam viver parecem morrer,

então o meu Pai é prisioneiro comigo. E é nisso que eu acredito quando afirmo que tenho que obedecer às leis que o mundo obedece, que as fragilidades e os pecados que percebo são reais e não se pode escapar. Se sou limitado de qualquer forma, não conheço o meu Pai e nem o meu Ser. E estou perdido para toda realidade. Pois a verdade é livre e o que é limitado não faz parte da verdade.

Pai, nada peço senão a verdade. Já tive muitos pensamentos tolos sobre mim mesmo e a minha criação e trouxe um sonho de medo para a minha mente. Hoje não quero sonhar. Escolho o caminho para Ti no lugar da loucura e do medo. Pois a verdade é segura e só o amor é certo.

279. A liberdade da criação promete a minha própria liberdade.O fim dos sonhos me é prometido porque o Amor de Deus não abandonou Seu Filho. Só nos sonhos há um momento em que ele

aparenta estar na prisão, esperando uma liberdade futura, se é que ela há de vir. Mas, na realidade, os seus sonhos se foram e a verda -de foi estabelecida em seu lugar. E agora a liberdade já pertence a ele. Devo esperar, preso a correntes que foram cortadas para liberar-me, se Deus está me oferecendo a liberdade agora?

Hoje, aceitarei as Tuas promessas e nelas depositarei a minha fé. O meu Pai ama o Filho Que Ele criou como O Que Lhe pertence. Tu me recusarias as dádivas que me deste?

280. Que limites posso estabelecer para o Filho de Deus?Aquele que Deus criou sem limites é livre. Posso inventar uma prisão para ele, mas só em ilusões, não na verdade. Nenhum

Pensamento de Deus deixou a Mente de seu Pai. Nenhum Pensamento de Deus é, de modo algum, limitado. Nenhum Pensamento de Deus deixa de ser para sempre puro. Posso estabelecer limites para o Filho de Deus quando seu Pai determinou que ele fosse sem li -mites e como Ele, na liberdade e no amor?

Hoje, que eu honre o Teu Filho, pois só assim posso achar o caminho para Ti. Pai, não estabeleço limites pra o Filho que Tu amas e criaste sem limites. A honra que lhe dou é Tua e o que é Teu também me pertence.

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207.207. 7. O que é o Espírito Santo?7. O que é o Espírito Santo?

O Espírito Santo é o mediador entre as ilusões e a verdade. Como Ele tem que fazer uma ponte sobre a brecha que existe entre a realidade e os sonhos, a percepção conduz ao conhecimento através da graça que Deus deu a Ele para que fosse a Sua dádiva a todos aqueles que se voltam para Ele em busca da verdade. Todos os sonhos são carregados para a verdade através da ponte que Ele provê, para serem dissipados diante da luz do conhecimento. Ali, cenas e sons são para sempre deixados de lado. E onde eram percebidos an-tes, o perdão tornou possível o fim tranqüilo da percepção.

A meta que o ensinamento do Espírito Santo estabelece é apenas esse fim dos sonhos. Pois, cenas e sons têm que ser traduzidos de testemunhos do medo em testemunhos do amor. E quando isso for inteiramente realizado, o aprendizado terá conseguido a sua úni-ca meta na verdade. Pois o aprendizado, do modo como o Espírito Santo o orienta para o resultado que Ele percebe, vem a ser o meio para ir além do próprio aprendizado a fim de ser substituído pela Verdade Eterna.

Se ao menos conhecesses o quanto o teu Pai anseia para que reconheças a tua impecabilidade, não deixarias a Sua Voz apelar em vão, nem virarias as costas para as Suas substituições das imagens amedrontadoras e dos sonhos que fizeste. O Espírito Santo com-preende os meios que fizeste, pelos quais queres alcançar o que é para sempre inalcançável. E se os ofereces a Ele, Ele empregará os meios que fizeste para te exilares para restituir a tua mente ao lugar em que ela está verdadeiramente em casa.

Do conhecimento, onde Ele foi colocado por Deus, o Espírito Santo chama por ti para que deixes o perdão repousar sobre os teus sonhos e para que sejas restituído à sanidade e à paz da tua mente. Sem o perdão, os teus sonhos continuarão a aterrorizar-te. E a memória de todo o Amor do teu Pai não voltará, significando que o fim dos sonhos já veio.

Aceita a dádiva do teu Pai. É um chamado do Amor para o Amor, para que Ele seja apenas Ele Mesmo. O Espírito Santo é a Sua dádiva, através da qual a quietude do Céu é restituída ao amado Filho de Deus. Recusarias aceitar a função de completar a Deus, quan-do toda a Sua Vontade é que sejas completo?

281. Nada pode me ferir, exceto os meus pensamentos.Pai, o Teu Filho é perfeito. Quando penso estar de algum modo ferido é porque esqueci quem sou e que sou tal como me criaste. Os Teus Pensamentos só me podem trazer felicidade. Se jamais estou triste, ferido ou doente, eu me esqueci do que tu pensas e coloquei as minhas pequenas idéias em significado no lugar que pertence aos Teus Pensamentos e onde eles estão. Nada pode me ferir, exceto os meus pensamentos. Os Pensamentos que penso Contigo só podem abençoar. Só os Pensamentos que penso Contigo são verdadeiros.

Hoje não vou ferir a mim mesmo. Pois estou muito além de qualquer dor. O meu Pai me colocou a salvo no Céu e vela por mim. E eu não quero atacar o Filho que Ele ama, pois o que Ele ama também é meu para amar.

282. Hoje, não terei medo do amor.Se eu conseguisse compreender apenas isso hoje, a salvação seria alcançada para todo o mundo. Essa é a decisão de não ser in -

sano e de me aceitar tal como o próprio Deus, meu Pai e minha Fonte, me criou. Essa é a determinação de não adormecer em sonhos de morte, enquanto a verdade permanece eternamente viva na alegria do amor. E essa é a escolha de reconhecer o Ser Que Deus criou como o Filho que Ele ama e Que continua sendo a minha única Identidade.

Pai, o Teu Nome é Amor e o meu também. Essa é a verdade. E pode a verdade ser mudada simplesmente dando-lhe outro nome? O nome do medo é simplesmente um equivoco. Que eu não tenha medo da verdade hoje.

283. A minha verdadeira identidade habita em Ti.Pai, eu fiz uma imagem de mim mesmo e é a isso que chamo de Filho de Deus. No entanto, a criação é como sempre foi, pois a Tua criação é imutável. Que eu não adore ídolos. Sou aquele que o meu Pai ama. A minha santidade continua sendo a luz do Céu e o Amor de Deus. Não está em segurança aquilo que é amado por Ti? Não é infinita a luz do Céu? Não é o Teu Filho a minha verdadeira Identidade quando Tu criaste tudo o que é?

Agora somos um em Identidade compartilhada, tendo Deus, nosso Pai,como a nossa única Fonte e tudo o que foi criado como parte de nós. E assim oferecemos a nossa benção a todas as coisas, unindo-nos amorosamente ao mundo todo, que o nosso perdão faz com que seja um conosco.

284. Posso escolher mudar todos os pensamentos que ferem.A perda não é perda quando corretamente percebida. A dor é impossível. Não há pesar que tenha qualquer causa em absoluto. E

o sofrimento, sob qualquer forma, não passa de um sonho. Essa é a verdade, de inicio para ser apenas dita e depois muitas vezes repe -tida; em seguida para ser aceita como apenas parcialmente verdadeira, com muitas reservas. E então para ser cada vez mais seriamente considerada e, finalmente, aceita como a verdade. Posso escolher mudar todos os pensamentos que ferem. E hoje quero ir além destas palavras, além de todas as reservas e chegar à plena aceitação da verdade que está nelas.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 171 de 188Pai, o que nos deste não pode ferir, por isso o pesar e a dor têm que ser impossíveis. Que hoje eu não falhe em confiar em Ti, aceitando apenas o que é alegre como Tua dádiva, aceitando apenas o que é alegre como a verdade.

285. Hoje a minha santidade brilha luminosa e clara.Hoje desperto com alegria esperando apenas que as coisas felizes de Deus venham a mim. Eu peço que só elas venham e reco-

nheço que o meu convite será respondido pelos pensamentos aos quais o enviei. E só pedirei coisas alegres a partir do instante em que aceitar a minha santidade. Pois qual seria a utilidade da dor para mim, que propósito cumpriria o meu sofrimento e como o pesar e a perda poderiam me valer, se hoje a insanidade sai de mim e no seu lugar aceito a minha santidade?

Pai, a minha santidade é a Tua. Que eu me alegre nela e, através do perdão, seja restituído à sanidade. O Teu Filho ainda é tal como o criaste. A minha santidade é parte de mim e também parte de Ti. E o que poderia alterar a Santidade em Si Mesma?

286. Hoje, o silêncio do Céu abraça o meu coração.Pai, como é sereno o dia de hoje! Com que quietude todas as coisas acham o seu lugar! Esse é o dia que foi escolhido como o momento em que eu venho a compreender a lição de que não é necessário que eu faça coisa alguma. Em Ti, todas as escolhas já estão feitas. Em Ti, todos os conflitos resolvidos. Em Ti, tudo o que eu espero achar já me foi dado. A Tua paz é minha. O meu coração está quieto e a minha mente em repouso. O Teu Amor é o Céu e o Teu Amor é meu.

A serenidade do dia de hoje nos dará a esperança de que achamos o caminho e já percorremos uma grande parte dele em dire-ção à meta que é totalmente certa. Hoje não duvidaremos do fim que o próprio Deus nos prometeu. Confiamos Nele e no nosso Ser, Que ainda é um com Ele.

287. Tu és a minha meta, meu Pai. Apenas Tu.Para onde iria eu, senão para o Céu? O que poderia substituir a felicidade? Que dádiva poderia eu preferir à paz de Deus? Que

tesouro poderia buscar e achar e conservar que posa comparar-se à minha Identidade? E preferiria eu viver no medo do que no amor?Tu és a minha meta, meu Pai. O que poderia eu desejar ter além de Ti? Por que caminho desejaria eu caminhar além daquele que conduz a Ti? E o que, senão a memória de Ti, poderia significar para mim o fim dos sonhos e das fúteis substituições da verdade? Tu és a minha única meta. O Teu Filho quer ser tal como o criaste. Por que outro caminho senão esse poderia eu esperar reconhecer o meu Ser e ser uno com a minha Identidade?

288. Que hoje eu esqueça o passado do meu irmão.Esse é o pensamento que mostra o caminho para Ti e me leva à minha meta. Não posso vir a Ti sem o meu irmão. E, para conhecer a minha Fonte, primeiro preciso reconhecer o que criaste em unidade comigo. É a mão do meu irmão que me mostra o caminho para Ti. Os seus pecados estão no passado, junto com os meus e estou salvo porque o passado se foi. Que eu não o acalente no meu coração ou perderei o caminho que conduz a Ti. O meu irmão é o meu salvador. Que eu não ataque o salvador que Tu me deste. Mas que eu honre aquele que tem o Teu Nome e assim me lembre que é o meu próprio nome.

Assim sendo, perdoa-me hoje. E conhecerás que me perdoaste, se contemplares o teu irmão à luz da santidade. Ele não pode ser menos santo do que eu, e tu não podes ser mais santo do que ele.

289. O passado acabou. Ele não pode me tocar.A menos que o passado esteja acabado na minha mente, o mundo real tem que escapar à minha vista. Pois, realmente não estou

olhando para parte alguma, vendo apenas o que não existe. Como posso, então, perceber o mundo que o perdão oferece? O passado foi feito para ocultá-lo e por isso o mundo só pode ser contemplado agora. Ele não tem passado. Pois o que, senão o passado, pode ser perdoado e tendo sido perdoado, ele desaparece.

Pai, que eu não olhe para um passado que não existe. Pois Tu me ofereceste a Tua própria substituição em um mundo presente que o passado deixou intocado e livre do pecado. Eis o fim da culpa. E eis-me pronto para o Teu passo final. Haveria eu de requisitar que Tu esperasses mais tempo, até que o Teu Filho achasse a beleza que planejaste para ser o fim de todos os seus sonhos e de toda a sua dor?

290. A minha felicidade presente é tudo o que eu vejo.A menos que eu esteja olhando para o que não existe, a minha felicidade presente é tudo o que eu vejo. Olhos que começam a

abrir-se, enfim, podem ver. E quero que a visão de Cristo venha a mim hoje mesmo. O que eu percebo com a vista que fiz sem a Corre-ção do próprio Deus é assustador e doloroso de se contemplar. Já não permitirei, nem por mais um instante, que a minha mente conti -nue a ser enganada pela crença de que o sonho que fiz é real. Esse é o dia em que busco a minha felicidade presente e não olho para mais nada além daquilo que busco.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 172 de 188Com essa decisão, venho a Ti e peço à Tua força que me ampare no dia de hoje, em que só busco fazer a Tua Vontade. Pai, não podes falhar em me ouvir. Já me deste o que estou pedindo. E estou certo de que hoje verei a minha felicidade.

208.208. 8. O que é o mundo real?8. O que é o mundo real?

O mundo real é um símbolo, como o resto do que a percepção oferece. Mas representa o oposto daquilo que fizeste. O teu mun-do é visto através dos olhos do medo e traz à tua mente os testemunhos do terror. O mundo real não pode ser percebido exceto através de olhos que o perdão abençoa, de modo que vejam um mundo onde o terror é impossível e onde testemunhos do medo não podem ser achados.

O mundo real possui uma contrapartida para cada pensamento infeliz refletido no teu mundo; uma correção certa para as cenas de medo e para os sons de batalha que o teu mundo contém. O mundo real mostra um mundo visto de modo diferente, através de olhos serenos e com a mente em paz. Nele só há descanso. Nele não se ouvem gritos de dor e de pesar, pois nada mais resta fora do perdão. E o que vês é gentil. Apenas cenas e sons felizes podem alcançar a mente que perdoou a si mesma.

Que necessidade tem essa mente de pensamentos de morte, ataque e assassinato? O que pode perceber ao seu redor, senão a se-gurança, o amor e a alegria? O que pode existir que escolhesse condenar e o que quereria julgar desfavoravelmente? O mundo que ela vê surge de uma mente em paz consigo mesma. Não há perigos à espreita em nada do que é visto por ela, pois é benigna e só contempla a benignidade.

O mundo real é o símbolo de que o sonho do pecado e da culpa terminou e o Filho de Deus não está mais dormindo. Seus olhos despertos percebem o reflexo seguro do Amor de seu Pai, a promessa certa de que foi redimido. O mundo real significa o fim do tempo, pois percebê-lo faz com que o tempo não tenha nenhum propósito.

O Espírito Santo não tem necessidade de tempo, uma vez que esse já tenha servido ao Seu propósito. Agora, Ele só espera por aquele único instante a mais para que Deus dê o Seu passo final e o tempo desapareça, levando consigo a percepção e deixando apenas a verdade para ser ela mesma. Esse instante é a nossa meta, pois contém a memória de Deus. E, ao olharmos para um mundo perdoa-do, é Ele Que nos chama e vem para nos levar para casa, lembrando-nos da nossa Identidade Que o nosso perdão restituiu a nós.

291. Esse é um dia de serenidade e paz.Hoje, a visão de Cristo olha através de mim. A Sua visão nos mostra todas as coisas perdoadas e em paz e oferece essa mesma vi -

são ao mundo. E eu aceito essa visão em seu nome para mim mesmo e também para ele. Quanta beleza contemplamos hoje! Quanta santidade vemos à nossa volta! E nos é dado reconhecer que é uma santidade da qual todos compartilhamos, é a Santidade do próprio Deus.

Nesse dia, a minha mente está quieta para receber os Pensamentos que me ofereces. E aceito o que vem de Ti no lugar do que vem de mim. Não conheço o caminho para Ti. Mas Tu és totalmente certo. Pai, guia o Teu Filho por esse caminho quieto que conduz a Ti. Que o meu perdão seja completo e que a memória de Ti volte para mim.

292. O final feliz de todas as coisas é certo.As promessas de Deus não fazem exceções. E Ele garante que só a alegria pode ser o fim de todas as coisas. No entanto, cabe a

nós decidir quando isso será alcançado, por quanto tempo permitiremos que uma vontade alheia pareça opor-se à Sua. E, enquanto pensarmos que essa vontade é real, não acharemos o fim que Ele designou como o desenlace de todos os problemas que percebemos, de todas as provações que vemos e de cada situação com a qual nos deparamos. Contudo, o fim é certo. Pois a Vontade de Deus é feita assim na terra como no Céu. Buscaremos e acharemos segundo a Sua Vontade, que garante que a nossa vontade seja feita.

Pai, nós Te agradecemos por garantir-nos que, no final, só haverá desenlaces felizes. Ajuda-nos a não interferir e assim atrasar os finais felizes que nos prometeste para cada problema que podemos perceber, para cada provação que ainda pensamos ter que enfrentar.

293. Todo o medo passou e só o amor está aqui.O medo passou porque a sua fonte se foi e com ela todos os pensamentos de medo. O Amor, cuja Fonte está aqui para todo o

sempre, é o único estado presente. Pode o mundo parecer brilhante, claro, seguro e acolhedor, oprimido por todos os meus equívocos passados que me mostram formas distorcidas de medo? No presente, entretanto, o amor é óbvio e os seus efeitos aparentes. O mundo inteiro brilha no reflexo da sua luz santa e eu percebo um mundo enfim perdoado.

Pai, que hoje o Teu mundo santo não escape à minha vista. Que os meus ouvidos não fiquem surdos a todos os hinos de gratidão que o mundo canta sob os ruídos do medo. Existe um mundo real que o presente mantém a salvo de todos os equívocos passados. E hoje só quero ver esse mundo diante dos meus olhos.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 173 de 188294. O meu corpo é uma coisa totalmente neutra.

Sou um Filho de Deus. Posso ser outra coisa também? Deus criou o mortal, o corruptível? Que utilidade tem para o amado Filho de Deus algo que tem que morrer? E, no entanto, uma coisa neutra não vê a morte, pois nela não são investidos pensamentos de medo e nem lhe é dado ser um travesti do amor. A sua neutralidade a protege enquanto tiver utilidade. E mais tarde, sem um propósito, ela é deixada de lado. Não está doente, velha ou ferida. Simplesmente não tem função, é desnecessária e deixada de lado. Que hoje eu não a veja como mais do que isso: algo que é útil por algum tempo e próprio para servir, para manter a sua utilidade enquanto lhe for possí -vel servir e, em seguida, ser substituída por um bem maior.

Pai, o meu corpo não poder ser o Teu Filho. E aquilo que não foi criado não pode ser nem pecador nem sem pecado, nem bom nem mau. Portanto, que eu use esse sonho para ajudar o Teu plano de despertar-nos de todos os sonhos que fizemos.

295. Hoje, o Espírito Santo olha através de mim.Hoje, Cristo pede para usar os meus olhos e assim redimir o mundo. Ele pede essa dádiva para que possa oferecer paz à minha

mente e eliminar todo o terror e toda a dor. E quando eles tiverem sido retirados de mim, os sonhos que pareciam fixados no mundo desaparecerão. A Redenção tem que ser uma só. Ao ser salvo, o mundo é salvo comigo. Pois todos temos que ser redimidos juntos. O medo aparece sob muitas formas diferentes, mas o amor é um.

Meu Pai, Cristo me pediu uma dádiva, uma dádiva que dou para que me seja dada. Hoje, ajuda-me a usar os olhos de Cristo e assim permitir que o Amor do Espírito Santo abençoe todas as coisas que eu venha a contemplar, para que o Seu Amor que tudo perdoa possa permanecer comigo.

296. Hoje, o Espírito Santo fala através de mim.Hoje, o Espírito Santo precisa da minha voz para que o mundo todo possa escutar a Tua Voz e ouvir o Teu Verbo através de mim. Estou decidido a deixar que fales através de mim. Estou decidido a deixar que fales através de mim, pois não quero usar outras palavras senão as Tuas ou ter pensamentos separados dos Teus, pois só os Teus são verdadeiros. Quero ser o salvador do mundo que fiz. Pois, tendo-o amaldiçoado, quero libertá-lo para que eu possa escapar e ouvir o Verbo que a Tua Voz santa me dirá hoje.

Hoje, ensinamos o que queremos aprender e só isso. E assim a nossa meta de aprendizado fica sem conflitos e passível de fácil alcance e rápida realização. Com que alegria o Espírito Santo vem nos resgatar do inferno, quando deixamos o Seu ensinamento persu -adir o mundo, por nosso intermédio, a buscar e achar o fácil atalho para Deus.

297. O perdão é a única dádiva que eu dou.O perdão é a única dádiva que eu dou, porque é a única dádiva que quero. E tudo o que eu dou, dou a mim mesmo. Essa é a for -

mula simples da salvação. E eu, que quero ser salvo, quero torná-la minha, para que seja o modo como vivo em um mundo que precisa de salvação e que será salvo na medida em que eu aceitar a Expiação para mim mesmo.

Pai, como são certos os Teus caminhos, como é seguro o resultado final e com que fidelidade cada passo em direção à minha salvação já foi estabelecido e cumprido por Tua graça. Graças Te são dadas por Tuas dádivas eternas e eu agradeço a Ti pela minha Identidade.

298. Pai, eu Te amo e amo o Teu Filho.A minha gratidão permite que o meu amor seja aceito sem medo. E assim sou enfim restituído à minha Realidade. O perdão re -

move tudo o que interferia com a minha vista santa. E chego ao fim das jornadas sem sentido, das carreiras loucas e dos valores artifi-ciais. No lugar deles, aceito o que Deus estabelece como meu, certo de que só nisso serei salvo, certo de que atravesso o medo para en -contrar meu Amor.

Pai, hoje venho a Ti, porque não quero seguir nenhum outro caminho senão o Teu. Estás ao meu lado. O Teu caminho é certo. E estou agradecido por Tuas dádivas santas: um santuário seguro e o modo de escapar de tudo o que iria obscurecer o meu amor por Deus, meu Pai e pelo Seu Filho santo.

299. A santidade eterna habita em mim.A minha santidade está muito além da minha própria capacidade de compreender ou conhecer. Entretanto, Deus meu Pai Que a

criou reconhece a minha santidade como a Sua. A nossa Vontade conjunta a compreende. A nossa Vontade conjunta tem o conhecimen-to de que isso é assim.

Pai, a minha santidade não vem de mim. Não é minha para ser destruída pelo pecado. Não é minha para sofrer ataques. As ilusões podem obscurecê-la, mas não podem apagar a sua radiância, nem diminuir a sua luz. É para sempre perfeita e intacta. Nela, todas as coisas são curadas, pois permanecem tais como Tu as criaste. E eu posso conhecer a minha santidade. A própria Santidade me criou e posso conhecer a minha Fonte porque é Tua Vontade que sejas conhecido.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 174 de 188300. Esse mundo só dura um instante.

Esse é um pensamento que pode ser usado para dizer que a morte e o pesar constituem o destino certo de todos aqueles que aqui vêm, pois as suas alegrias se vão antes que sejam possuídas ou até mesmo apreendidas. Mas é também a idéia que não deixa ne-nhuma percepção falsa nos controlar ou representar mais do que uma nuvem passageira num céu eternamente sereno. E é essa sereni-dade que hoje buscamos, sem nuvens, óbvia e segura.

Hoje, buscamos o Teu mundo santo. Pois nós, Teus Filhos amorosos, perdemos o nosso caminho por algum tempo. Ma escutamos a Tua Voz e aprendemos exatamente o que fazer para sermos restituídos ao Céu e à nossa verdadeira Identidade. E hoje damos graças porque o mundo só dura um instante. Queremos ir além desse diminuto instante para a eternidade.

209.209. 9. O que é a Segunda Vinda?9. O que é a Segunda Vinda?

A Segunda Vinda de Cristo, que é tão certa quanto Deus, é apenas a correção de erros e a volta da sanidade. É parte da condição que restitui o que nunca foi perdido e restabelece o que é para sempre e eternamente verdadeiro. É o convite para que o Verbo de Deus tome o lugar das ilusões; a disponibilidade para deixar que o perdão repouse sobre todas as coisas, sem exceção e sem reserva.

É a natureza toda abrangente da Segunda Vinda e Cristo que lhe permite abraçar o mundo e manter-te a salvo no interior do seu gentil Advento, que encerra todas as coisas vivas junto contigo. Não há fim para a liberação que a Segunda Vinda traz, assim como a criação de Deus tem que ser sem limites. O perdão ilumina o caminho da Segunda Vinda, pois brilha sobre tudo como um só. E as-sim a unicidade é enfim reconhecida.

A Segunda Vinda põe fim às lições que o Espírito Santo ensina, abrindo caminho para o Julgamento Final no qual o aprendiza -do termina num último sumário que se estenderá além de si mesmo e alcançará Deus. A Segunda Vinda é o momento m que todas as mentes são entregues nas mãos de Cristo para serem devolvidas ao espírito em nome da verdadeira criação e da Vontade de Deus.

A Segunda Vinda é o único evento no tempo que o próprio tempo não pode afetar. Pois cada um daqueles que um dia veio para morrer, ou que ainda está por vir, ou que está presente agora, é igualmente liberado do que fez. Nesta igualdade, Cristo é restabelecido como uma só Identidade, na Qual os Filhos de Deus reconhecem que são um só. E Deus Pai sorri a Seu Filho, Sua única criação e Sua única alegria.

Ora para que a Segunda Vinda seja logo, mas não descanses com isso. Ela precisa dos teus olhos, ouvidos, mãos e pés. Ela pre-cisa da tua voz. E, acima de tudo, da tua disponibilidade. Vamos nos regozijar porque podemos fazer a Vontade de Deus e nos unir sob a sua luz santa. Olha para isso: o Filho de Deus é um só em nós e através Dele podemos alcançar o Amor de nosso Pai.

301. E o próprio Deus enxugará todas as lágrimas.Pai, a menos que eu julgue, não posso chorar. Não posso sofrer qualquer dor ou sentir-me abandonado ou desnecessário no mundo. Essa é a minha casa porque não a julgo, portanto, ela é apenas o que é a Tua Vontade. Que hoje eu a contemple sem condenação, com os olhos felizes que o perdão libertou de toda distorção. Que eu vejo o Teu mundo ao invés do meu. E todas as lágrimas que derramei serão esquecidas, pois a sua fonte se foi. Pai, hoje não julgarei o Teu mundo.

O mundo de Deus é feliz. Aqueles que olham para ele podem apenas acrescentar-lhe a alegria que sentem e abençoá-lo como motivo de maior alegria em si mesmos. Chorávamos porque não compreendíamos. Ma aprendemos que o mundo que víamos era falso e hoje olharemos para o mundo de Deus.

302. Onde havia escuridão eu contemplo a luz.Pai, os nossos olhos enfim estão se abrindo. O Teu mundo santo nos espera, enquanto a nossa vista nos é enfim restituída e podemos ver. Pensávamos que sofríamos. Mas havíamos esquecido o Filho que criaste. Agora vemos que a escuridão é a nossa própria imaginação e a luz existe para que olhemos para ela. A visão de Cristo transforma a escuridão em luz, pois quando vem o amor, o medo tem que desaparecer. Que hoje eu perdoe o Teu mundo santo para que possa olhar para a sua santidade e compreender que apenas reflete a minha.

O nosso Amor nos espera quando vamos a Ele e anda ao nosso lado, mostrando-nos o caminho. Ele não falha em nada. Ele é o fim que buscamos e o meio pelo qual vamos a Ele.

303. Hoje o Cristo santo nasceu em mim.Vigiem comigo, anjos, vigiem comigo hoje. Que todos os Pensamentos santos de Deus me cerquem e permaneçam comigo em

quietude, enquanto nasce o Filho do Céu. Que os sons terrenos se calem e as cenas que estou habituado a ver desapareçam. Que Cristo seja bem-vindo onde Ele está em casa. E que Ele ouça os sons que compreende só veja as visões que mostram o Amor do Seu Pai. Que Ele não seja mais um estranho aqui, pois hoje Ele nasceu em mim novamente.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 175 de 188Pai, o Teu Filho é bem-vindo. Ele veio salvar-me do ser maligno que fiz. Ele é o Ser Que me deste. Ele é apenas o que eu realmente sou na verdade. Ele é o Filho que Tu amas sobre todas as coisas. Ele é o meu Ser tal como me criaste. Não é Cristo Que pode ser crucificado. A salvo em Teu Braços, que eu receba o Teu Filho.

304. Que o meu mundo não obscureça a vista de Cristo.Eu posso obscurecer a minha vista santa se impuser a ela o meu mundo. E não posso contemplar as cenas santas para as quais

Cristo olha, a menos que faça uso da Sua visão. A percepção é um espelho, não um fato. E o que enxergo é o meu estado mental, refle -tido fora de mim. Quero abençoar o mundo ,olhando para ele através dos olhos de Cristo. E olharei para os sinais que me garantem que todos os meus pecados foram perdoados.

Tu me conduzes da escuridão à luz, do pecado à santidade. Que eu perdoe e assim receba a salvação para o mundo. É a Tua dádiva, meu Pai, dada a mim para oferecê-la ao Teu Filho santo, para que ele possa achar a Tua memória outra vez e a de Teu Filho, tal como o criaste.

305. Há uma paz que Cristo nos concede.Aquele que só usa a visão de Cristo acha uma paz tão profunda e serena, tão imperturbável e totalmente imutável, que o mundo

não tem equivalente para ela. As comparações se calam diante dessa paz. E o mundo todo parte em silêncio à medida que essa paz o envolve e o carrega gentilmente à verdade para que não seja mais a casa do medo. Pois o amor veio e curou o mundo dando-lhe a paz de Cristo.

Pai, a paz de Cristo nos é dada, porque é Tua Vontade que sejamos salvos. Ajuda-nos, hoje, a aceitar apenas a Tua dá-diva sem julgá-la. Pois ela veio a nós para salvar-nos do nosso julgamento de nós mesmos.

306. A dádiva de Cristo é tudo o que busco hoje.O que poderia eu querer usar hoje, senão a visão de Cristo, já que ela pode me oferecer um dia em que vejo um mundo tão pare-

cido com o Céu que uma antiga memória volta a mim? Hoje, posso esquecer o mundo que fiz. Hoje, posso ultrapassar todo o medo e ser restituído ao amor, à santidade e à paz. Hoje, sou redimido e renasço em um mundo de misericórdia e cuidados, de benignidade amorosa e cheio da paz de Deus.

E assim, Pai nosso, voltamos a Ti, lembrando-nos de que nunca partimos; lembrando-nos das dádivas santas que nos ofereceste. Vimos com gratidão e agradecimentos, de mãos vazias e corações e mentes abertos, pedir apenas o que Tu nos dás. Não podemos fazer uma oferenda que seja suficiente para o Teu Filho. Mas, no Teu Amor, a dádiva de Cristo é dele.

307. Desejos conflitantes não podem ser a minha vontade.Pai, a Tua Vontade é a minha e nada mais. Não existe outra vontade que eu possa ter. Que eu não tente fazer outra vontade, pois isso não tem sentido e me causará dor. Só a Tua Vontade pode me trazer felicidade e só a Tua existe. Se eu quero o que só Tu podes dar, tenho que aceitar a Tua Vontade para mim e entrar na paz, onde o conflito é impossível, o Teu Filho é um Contigo no que ele é na sua vontade, e nada contradiz a verdade santa de que eu permaneço tal como me criaste.

E, com essa prece, entramos silenciosamente em um estado onde o conflito não pode vir porque unimos a nossa santa vontade a Deus, reconhecendo que são a mesma.

308. Esse instante é o único tempo que existe.Concebi o tempo de tal modo que derrotei o meu objetivo. Se escolho ir além do tempo para alcançar a intemporalidade, tenho

que mudar a minha percepção quanto ao propósito a que ele serve. O propósito do tempo não pode ser o de fazer com que o passado e o futuro sejam um só. O único intervalo em que posso ser salvo do tempo é agora. Pois, nesse instante, o perdão veio para me libertar. O nascimento de Cristo é agora, sem passado ou futuro. Ele veio para dar ao mundo a Sua benção presente, restituindo-o à intempora-lidade e ao amor. E o amor está sempre presente, aqui e agora.

Pai, agradeço-Te por esse instante. É agora que sou redimido. Esse instante é o momento que designaste para a liberação do teu Filho e para a salvação do mundo nele.

309. Hoje não terei medo de olhar para dentro.Dentro de mim está a Inocência Eterna, porque é a Vontade de Deus que Ela lá esteja para todo o sempre. Eu, Filho de Deus,

cuja vontade é sem limites como a Sua própria, não posso querer mudar isso. Pois negar a Vontade de meu Pai é negar a minha própria vontade. Olhar para dentro é apenas achar a minha vontade, tal como Deus a criou e tal como ela é. Tenho medo de olhar para dentro porque penso que fiz outra vontade que não é verdadeira e tornei-a real. Mas ela não tem efeitos. Dentro de mim está a santidade de Deus. Dentro de mim está a memória de Deus.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 176 de 188Meu Pai, o passo que dou hoje é, com toda certeza, a minha liberação dos sonhos vãos do pecado. O Teu altar se ergue sereno e inviolável. É o altar santo ao meu Ser e nele acho a minha verdadeira Identidade.

310. Passo o dia de hoje sem medo e com amor.Meu Pai, quero passar esse dia Contigo, como escolheste que todos os meus dias deveriam ser. E o que vivenciarei não terá nenhuma relação com o tempo. A alegria que vem a mim não virá dos dias, nem das horas, pois vem do Céu para o Teu Filho. Esse dia será a Tua doce advertência para que eu me lembre de Ti, o Teu chamado benevolente ao Teu Filho santo, o sinal de que a Tua graça veio a mim e que é Tua Vontade que eu seja libertado hoje.

Passamos esse dia juntos, tu e eu. E o mundo todo se unirá a nós no nosso canto de agradecimento e alegria Àquele Que nos deu a salvação e Que ns libertou. Somos restituídos à paz e à santidade. Hoje não há lugar em nós para o medo, pois acolhemos com boas-vindas o amor em nossos corações.

210.210. 10. O que é o Julgamento Final?10. O que é o Julgamento Final?

A Segunda Vinda de Cristo dá ao Filho de Deus essa dádiva: ouvir a Voz por Deus proclamar que aquilo que é falso é falso e o que é verdadeiro jamais mudou. E é esse o julgamento no qual a percepção chega ao fim. E com essa vista santa, a percepção dá uma bênção silenciosa e em seguida desaparece com a sua meta realizada e a sua missão cumprida.

O Julgamento Final do mundo não contém nenhuma condenação. Pois vê o mundo totalmente perdoado, sem pecado e inteira -mente sem propósito. Sem causa, e agora sem função na visão de Cristo, ele simplesmente e desvanece no nada. Ali nasceu e ali tam -bém termina. E todas as figuras de sonho em que o mundo começou se vão junto com ele. Os corpos agora são inúteis e, portanto, se desvanecem porque o Filho de Deus é sem limites.

Tu, que acreditaste que o Julgamento Final de Deus condenaria o mundo ao inferno junto contigo, aceita essa verdade santa: o Julgamento de Deus é a dádiva da correção que Ele concedeu a todos os teus erros, libertando-te deles e de todos os efeitos que algum dia pareceram ter. Ter medo da graça salvadora de Deus não é senão ter medo da liberação completa do sofrimento, da volta à paz, à se -gurança e à felicidade e à união com a tua própria Identidade.

O Julgamento Final de Deus é tão misericordioso quanto cada passo no plano que Ele designou para abençoar o Seu Filho e chamá-lo de volta à paz eterna que compartilha com ele. Não tenhas medo do amor. Pois só ele pode curar toda a tristeza, enxugar to -das as lagrimas e despertar gentilmente do seu sonho de dor o Filho que Deus reconhece como Seu. Não tenhas medo disso. A salvação pede que lhe dês as boas-vindas. E o mundo aguarda que aceites isso com contentamento, pois isso o libertará.

Esse é o Julgamento Final de Deus: “Tu ainda és o Meu Filho santo, para sempre inocente, para sempre amoroso e para sempre amado, tão ilimitado quanto o teu Criador, completamente imutável e para sempre puro." Portanto, desperta e volta para Mim. Sou o teu Pai e tu és o Meu Filho.

311. Julgo todas as coisas como quero que sejam.O julgamento foi feito para ser uma arma usada contra a verdade. Separa aquilo a que é contrario e o isola como se fosse algo à

parte. Em seguida, faz dele o que tu queres que seja. Ele julga o que não pode compreender, porque não pode ver a totalidade e por -tanto, julga falsamente. Nós não o usaremos hoje, mas façamos dele uma dádiva Àquele Que tem uma utilidade diferente para ele. Ele nos aliviará da agonia de todos os julgamentos que fizemos contra nós mesmos e restabelecerá a paz das nossas mentes, dando-nos o Julgamento de Deus sobre o Seu Filho.

Pai, hoje esperamos com a mente aberta para ouvir o Teu Julgamento sobre o Filho que amas. Nós não o conhecemos e não podemos julgar. E, assim, deixamos o Teu Amor decidir o que não pode deixar de ser aquele que criaste como Teu Filho.

312. Vejo todas as coisas como quero que sejam.A percepção se segue ao julgamento. Tendo julgado, passamos a ver o que queremos contemplar. Pois avista serve apenas para

nos oferecer o que queremos. É impossível deixar de ver o que queremos ver e falhar em ver o que escolhemos contemplar com que certeza, portanto, o mundo real tem que vir saudar a visão santa de qualquer um que adote o propósito do Espírito Santo como a sua meta. E ele não poderá deixar de olhar para o que Cristo quer que ele veja e compartilhar do Amor de Cristo por aquilo que contempla.

Não tenho outro propósito hoje, senão o de olhar para um mundo livre, libertado de todos os julgamentos que fiz. Pai, essa é a Tua Vontade para mim nesse dia e, portanto, tem que ser a minha meta também.

313. Que uma nova percepção venha a mim agora.Pai, há uma visão que contempla todas as coisas sem pecado, de forma que o medo se vai e o amor é convidado a vir ocupar o seu lugar. E o amor virá aonde for chamado. Essa visão é a Tua dádiva. Os olhos de Cristo olham para um

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 177 de 188mundo perdoado. Na vista de Cristo todos os pecados do mundo são perdoados, pois Ele não vê nenhum pecado em nada do que contempla. Que a Sua percepção verdadeira venha a mim agora, para que eu possa despertar do sonho do pecado e olhar para a impecabilidade dentro de mim, que conservaste completamente inviolada sobre o altar ao Teu Filho santo, o Ser com o Qual quero me identificar.

Hoje contemplamos um ao outro na vista de Cristo. Como somos belos! Quão santos e amorosos! Irmão, vem e une-te a mim hoje. Nós salvamos o mundo quando estamos unidos. Pois na nossa visão, ele vem a ser tão santo quanto a luz em nós.

314. Busco um futuro diferente do passado.Da nova percepção do mundo vem um futuro muito diferente do passado. O futuro é agora reconhecido apenas como uma exten-

são do presente. Equívocos passados não podem lançar sobre ele as suas sombras, de modo que o medo perdeu os seus ídolos e suas imagens e, sem formas, não tem efeitos. Agora, a morte não reivindicará o futuro, pois a sua meta passou a ser a vida e todos os meios necessários para isso são oferecidos com alegria. Quem pode se lamentar ou sofrer quando o presente foi libertado e estende a sua se -gurança e a sua paz a um futuro quieto e cheio de alegria?

Pai, nós estávamos equivocados no passado e escolhemos usar o presente para nos libertarmos. Agora deixamos o futuro em Tuas Mãos, deixando para trás os nossos equívocos passados, certos de que cumprirás as Tuas promessas presentes e guiarás o futuro à sua luz santa.

315. Todas as dádivas que os meus irmãos dão me pertencem.A cada dia mil tesouros vêm a mim a cada momento que passa. Sou abençoado com dádivas ao longo do dia, cujo valor está mui -

to além de todas as coisas que eu posso conceber. Um irmão sorri para outro e o meu coração se alegra. Alguém diz uma palavra de gratidão ou de misericórdia e a minha mente recebe essa dádiva e a aceita como sua. E cada um que acha o caminho para Deus vem a ser o meu salvador, indicando-me o caminho e dando-me a sua certeza de que aquilo que aprendeu também é meu.

Pai, eu Te agradeço pelas muitas dádivas que vêm a mim nesse dia e a cada dia de cada Filho de Deus. Os meus irmãos são ilimitados em suas dádivas para mim. Que eu ofereça-lhes os meus agradecimentos agora para que a gratidão para com eles possa me levar adiante, em direção ao meu Criador e à Sua memória.

316. Todas as dádivas que dou aos meus irmãos são minhas.Assim como todas as dádivas de meus irmãos são minhas, todas as dádivas que dou me pertencem. Cada uma faz desaparecer

um equívoco passado, sem deixar nenhuma sombra na mente santa que o meu Pai ama. A Sua graça me é dada em cada dádiva que um irmão recebeu ao longo do tempo e além de todos os tempos também. A casa do meu tesouro está cheia e anjos vigiam as suas portas abertas para que nenhuma das dádivas se perca, mas que outras sejam acrescentadas. Que eu vá até onde estão os meus tesouros e en-tre onde sou verdadeiramente bem-vindo e me sinto em casa entre as dádivas que Deus me deu.

Pai, quero aceitar as Tuas dádivas hoje. Não as reconheço. Mas confio em Ti, Que as ofereceste a mim, para prover os meios pelos quais eu poderei contemplá-las, ver o valor que têm e apreciá-las como as únicas coisas que quero.

317. Sigo o caminho que me foi designado.Tenho um lugar especial a ocupar, um papel só para mim. A salvação espera até eu aceitar esse papel como aquilo que escolho

fazer. Enquanto não fizer essa escolha, sou escravo do tempo e do destino humano. Mas, quando eu tomar, com disponibilidade e ale -gria, o caminho que o plano de meu Pai designou para mim, reconhecerei que a salvação já está aqui, que já foi dada a todos os meus irmãos e também a mim.

Pai, o Teu caminho é o que escolho hoje. Escolho ir aonde ele me leva, escolho fazer o que ele quer que eu faça. O Teu caminho é certo e o fim seguro. A Tua memória lá espera por mim. E todas as minhas tristezas terminam no abraço que prometeste ao Teu Filho, que pensou equivocadamente ter-se perdido da proteção segura dos Teus Braços amorosos.

318. Em mim, o meio e o fim da salvação são um só.Em mim, Filho santo de Deus, todos os papeis do plano do Céu para salvar o mundo são reconciliados. O que poderia entrar em

conflito, se todos os papeis têm um só propósito e um só objetivo? Como poderia haver um só papel isolado, de maior ou menor impor-tância que os outros? Sou o meio pelo qual o Filho de Deus é salvo, porque o propósito da salvação é o de achar a impecabilidade que Deus colocou em mim. Fui criado sendo aquilo que busco. Eu sou a meta que o mundo procura. Sou o Filho de Deus, Seu único e eter-no Amor. Sou o meio e também o fim da salvação.

Meu Pai, que nesse dia eu aceite o papel que me ofereces no Teu pedido de que eu aceite a Expiação para mim mesmo. Pois assim aquilo que por meio dela se reconcilia em mim, se reconcilia Contigo com a mesma certeza.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 178 de 188319. Eu vim para a salvação do mundo.

Eis um pensamento do qual foi removida toda a arrogância e só a verdade permanece. Pois a arrogância se opõe à verdade. Mas quando não há arrogância, a verdade vem imediatamente e preenche o espaço que o ego deixou desocupado pelas mentiras. Só o ego pode ser limitado e, portanto, tem que buscar objetivos que são restritos e limitados. O ego pensa que o que qualquer um ganha, a to -talidade tem que perder. E, no entanto, é a Vontade de Deus que eu aprenda que o que qualquer um ganha, a todos é dado.

Pai, a Tua Vontade é total. E a meta que dela brota compartilha da sua totalidade. Que outro objetivo, senão a salvação do mundo, poderia ter dado a mim? E o que, senão isso, poderia ser a Vontade que o meu Ser tem compartilhado Contigo?

320. Meu Pai dá todo o poder a mim.O Filho de Deus é sem limites. Não há limites para a sua força, a sua paz, a sua alegria e para nenhum atributo que o Pai lhe te-

nha dado na sua criação. O que é a sua vontade, junto com o seu Criador e Redentor, não pode deixar de ser feito. A sua vontade santa jamais poderá ser negada, porque o seu Pai ilumina a sua mente e coloca diante dela toda a força e o amor que há na terra e no Céu. Sou aquele a quem tudo isso é dado. Sou aquele em quem habita o poder da Vontade de meu Pai.

A Tua Vontade pode fazer todas as coisas em mim e depois se estender também ao mundo inteiro através de mim. Nada limita a Tua Vontade. E assim todo o poder foi dado ao Teu Filho.

211.211. 11. O que é a criação?11. O que é a criação?

A criação é a soma de todos os Pensamentos de Deus, em numero infinito, onipresentes e ilimitados. Só o Amor cria e só cria como Ele Mesmo. Nunca houve um tempo em que o que Ele criou não existisse. E tampouco haverá um tempo em que algo que Ele te -nha criado possa sofrer qualquer perda. Os Pensamentos de Deus ao para todo o sempre exatamente como sempre foram e como são, imutáveis através do tempo e após o fim dos tempos.

Aos Pensamentos de Deus é dado todo o poder do seu próprio Criador. Pois Ele quer acrescentar ao Amor pela sua extensão. As-sim, o Seu Filho compartilha da criação e tem que compartilhar portanto, do poder de criar. O que a Vontade de Deus determina que seja para sempre uni ainda será uno quando o tempo tiver chegado ao fim e não será mudado ao longo do tempo, permanecendo como era antes que tivesse inicio a idéia do tempo.

A criação é o posto de todas as ilusões, pois a criação é a verdade. A criação é o Filho santo de Deus, pois na criação a Sua Vonta-de se completa em todos os aspectos, fazendo com que cada uma das partes esteja contida no Todo. A inviolabilidade da unicidade da criação está garantida para sempre; para sempre mantida em Sua Vontade santa, além de toda possibilidade de dano, de separação, de imperfeição e de qualquer mancha em sua impecabilidade.

Nós somos a criação, nós, os Filhos de Deus. Parecemos ser separados e inconscientes da nossa eterna unidade com Ele. Entre-tanto, por trás de todas as nossas dúvidas, depois de todos os nossos medos, ainda há certeza. Pois o Amor permanece com todos os Seus Pensamentos e a Sua segurança pertence a eles. A memória de Deus está em nossas mentes santas, que conhecem a sua unicida -de e a sua unidade com o seu Criador. Que a nossa função seja apenas a de deixar que essa memória volte, apenas para que a Vontade de Deus seja feita na terra, apenas para sermos restituídos à sanidade e para sermos apenas como Deus nos criou.

O nosso Pai nos chama. Ouvimos a Sua Voz e perdoamos a criação em Nome do seu Criador. Que é a Santidade em Si Mesmo e Cuja santidade a própria criação compartilha, Santidade Essa que ainda faz parte de nós.

321. Pai, a minha liberdade está unicamente em Ti.Eu não entendi o que me libertou, nem o que é a minha liberdade e nem onde devo procurar para achá-la. Pai, procurei em vão até ouvir a Tua Voz orientando-me. Agora não quero mais guiar a mim mesmo. Pois não fiz e tampouco compreendi o caminho para achar a minha liberdade. Mas confio em Ti. Tu, Que me dotaste com a minha liberdade como Teu Filho santo, não estarás perdido para mim. A Tua Voz me orienta e o caminho para Ti enfim se abre e se torna claro para mim. Pai, a minha liberdade está unicamente em Ti. Pai, é minha vontade voltar.

Hoje respondemos pelo mundo que será libertado junto conosco. Como estamos contentes por termos achado a nossa liberdade através do caminho certo estabelecido pelo nosso Pai. E como está garantida a salvação do mundo inteiro, quando aprendemos que a nossa liberdade só pode ser achada em Deus.

322. Só posso desistir do que nunca foi real.Eu sacrifico ilusões, nada mais. E, à medida que elas se vão, encontro as dádivas que tentaram ocultar à minha espera em lumi-

nosa acolhida e prontas para me dar as antigas mensagens de Deus. A memória de Deus habita em cada dádiva que recebo Dele. E cada

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 179 de 188

sonho serve apenas para ocultar o Ser Que é o Filho único de Deus, à Sua semelhança, Aquele Que é Santo e ainda habita Nele para sempre, como Ele ainda habita em mim.

Pai, para Ti qualquer sacrifício permanece para sempre inconcebível. Assim, nada posso sacrificar a não ser em sonhos. Tal como me criaste, não posso desistir de nada do que me deste. O que Tu não me deste não tem realidade. Que perda posso prever, senão a perda do medo e a volta do amor à minha mente?

323. Faço o “sacrifício” do medo de bom grado.Eis o único “sacrifício” que pedes ao Teu amado filho: pedes que ele desista de todo sofrimento, de todo sentimento de perda e tristeza, de toda ansiedade e duvida e que livremente deixe o Teu Amor fluir em sua consciência, curando-o da dor e dando-lhe a Tua própria alegria eterna. Esse é o “sacrifício” que me pedes e que eu faço de bom grado, é o único “custo” do restabelecimento da Tua memória em mim para a salvação do mundo.

E, ao pagarmos divida que temos para com a verdade – uma dúvida que é apenas o abandono do auto-engano e das imagens que falsamente adoramos – a verdade volta a nós, na integridade e na alegria. Não somos mais enganados. O Amor voltou à nossa consciên -cia. E estamos em paz novamente, pois o medo se foi e só o amor permanece.

324. Eu meramente sigo, pois não quero conduzir.Pai, Tu és Aquele que me deu o plano para a minha salvação. Tu estabeleceste o caminho que devo seguir, o papel que devo desempenhar e cada passo no curso que me foi designado. Não posso perder o caminho. Posso apenas escolher me desviar por algum tempo e depois voltar. A Tua Voz amorosa sempre me chamará de volta e guiará os meus pés no caminho certo. Todos os meus irmãos podem seguir pelo caminho que lhes indico. Mas eu meramente sigo no caminho para Ti conforme Tu me diriges e queres que eu vá.

Portanto, sigamos Aquele Que conhece o caminho. Não precisamos nos demorar e não podemos nos perder da Sua Mão amoro-sa, a não ser por um instante. Caminhamos juntos, pois O seguimos. E é Ele Que faz com que o final seja certo e que garante uma volta segura para casa.

325. Todas as coisas que penso ver refletem idéias.Essa é a nota mestra a salvação: o que vejo reflete um processo em minha mente, que se inicia com a minha idéia do que quero.

A partir daí, a mente faz uma imagem daquilo que deseja, julga valioso e, portanto, busca achar. Essas imagens são então projetadas para fora, contempladas, estimadas como reais e guardadas como nossas. De desejos insanos vem um mundo insano. Do julgamento vem um mundo condenado. E de pensamentos de perdão vem um mundo gentil e misericordioso para com o Filho santo de Deus, ofe -recendo-lhe um lar benigno, onde Ele pode descansar por um momento antes de prosseguir viagem e ajudar os seus irmãos a andar para frente com ele a fim de achar o caminho para o Céu e para Deus.

Pai nosso, as Tuas idéias refletem a verdade e as minhas, à parte das Tuas, apenas inventam sonhos. Que eu só contemple aquilo que as Tuas refletem, pois as Tuas e só as Tuas estabelecem a verdade.

326. Eu sou para sempre um Efeito de Deus.Pai, fui criado em Tua Mente, um Pensamento santo que nunca deixou o seu lar. Sou para sempre o Teu Efeito e Tu és para todo o sempre a minha Causa. Tal como me criaste permaneci. Onde me estabeleceste eu ainda habito. E todos os Teus atributos habitam em mim, pois é Tua Vontade ter um Filho tão semelhante à sua Causa, que vem a ser impossível distinguir a Causa do Efeito. Que eu tenha o conhecimento de que sou um Efeito de Deus e assim tenho o poder de criar como Tu crias. E é assim na terra como no Céu. Sigo o Teu plano aqui e, no final,sei que reunirás os Teus efeitos no Céu tranqüilo do Teu Amor, onde a terra desaparecerá e todos os pensamentos separados unir-se-ão em glória como o Filho de Deus.

Hoje, contemplemos a terra desaparecer, primeiro transformada e em seguida perdoada, desvanecendo-se inteiramente na santa Vontade de Deus.

327. Só preciso chamar Tu me responderás.Não me é pedido que aceite a salvação baseando-me em uma fé sem fundamento. Pois Deus prometeu que ouvirá o meu chama-

do e que Ele Mesmo responderá. Que eu apenas aprenda por experiência própria que isso é verdadeiro e a fé Nele seguramente virá a mim. Essa é a fé que perdurará e que me levará cada vez mais adiante na estrada que conduz a Ele. Pois, assim, terei certeza de que Ele não me abandonou e ainda me ama, esperando apenas pelo meu chamado para dar-me toda a ajuda de que preciso para vir a Ele.

Pai, agradeço a Ti porque as Tuas promessas jamais falharão na minha experiência, se eu apenas testá-las. Que eu tente, portanto, fazer uma experiência e que não as julgue. O Teu Verbo é um Contigo. Tu dás os meios pelos quais vem a convicção e a certeza de que o Teu Amor duradouro foi finalmente obtido.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 180 de 188328. Eu escolho o segundo lugar para ganhar o primeiro.

O que parece ser o segundo lugar é o primeiro, pois todas as coisas que percebemos estão de cabeça para baixo até escutarmos a Voz por Deus. Parece que só ganharemos autonomia lutando para sermos separados e que a nossa independência do resto da criação de Deus é o caminho no qual a salvação é obtida. No entanto, tudo o que achamos é a doença, o sofrimento, a perda e a morte. Não é essa a Vontade do nosso Pai para nós e não há uma segunda vontade. Unir-nos à Sua é achar a nossa. E, uma vez que a nossa vontade é a Sua, é a Ele que devemos ir para reconhecer a nossa vontade.

Não há outra vontade senão a Tua. E estou contente porque nada do que eu imagino contradiz o que queres que eu seja. É Tua Vontade que eu esteja totalmente a salvo e eternamente em paz. E, com felicidade, eu compartilho essa Vontade, que Tu, meu Pai, me deste como parte de mim.

329. Eu já escolhi aquilo que é a Tua Vontade.Pai, eu pensei ter me desviado da Tua Vontade, tê-la desafiado e quebrado as suas leis, interpondo uma segunda vontade mais poderosa do que a Tua. No entanto, o que sou na verdade é apenas a Tua Vontade, que se estendeu e que se estende. Isso sou eu e isso jamais mudará. Como Tu és um, assim também eu sou um Contigo. E isso escolhi na minha criação, quando a minha vontade veio a ser para sempre uma com a Tua. Essa escolha foi feita por toda a eternidade. Não pode mudar nem estar em oposição a si mesma. Pai, a minha vontade é a Tua. E estou a salvo, imperturbado e sereno em alegria sem fim porque é Tua Vontade que assim seja.

Hoje, aceitaremos a nossa união um com o outro e com a nossa Fonte. Não temos nenhuma vontade à parte da Sua e somos to -dos um porque a Sua Vontade é compartilhada por todos nós. Através dela, reconhecemos que somos um. Através dela enfim achamos o nosso caminho para Deus.

330. Eu não me ferirei novamente hoje.Hoje, aceitemos o perdão como a nossa única função. Por que deveríamos atacar as nossas mentes e dar-lhes imagens de dor?

Por que deveríamos ensinar-lhes que não têm poder, quando Deus oferece o Seu poder e o Seu Amor e as convida a aceitar o que já lhes pertence? A mente que se faz disposta a aceitar as dádivas de Deus foi restituída ao espírito e estende a sua liberdade e a sua ale -gria, conforme a Vontade de Deus unida à sua. O Ser Que Deus criou não pode pecar e, portanto, não pode sofrer. Escolhamos, hoje, que Ela seja a nossa Identidade e assim escapemos para sempre de todas as coisas que o sonho o medo parece nos oferecer.

Pai, o Teu Filho não pode ser ferido. E se pensamos que estamos sofrendo, apenas falhamos em conhecer a nossa única Identidade que compartilhamos Contigo. Hoje queremos voltar a Ela para nos libertarmos para sempre de todos os nossos equívocos e sermos salvos do que pensávamos ser.

212.212. 12. O que é o ego?12. O que é o ego?

O ego é idolatria; o sinal de um ser separado e limitado, nascido em um corpo, destinado a sofrer e a terminar sua vida na mor -te. É a “vontade” que vê a Vontade de Deus como inimiga e toma uma forma na qual ela é negada. O ego é a “prova” de que a força é fraca e o amor amedrontador, de que a vida é realmente morte e de que só aquilo que se opõe a Deus é verdadeiro.

O ego é insano. Ele se estabelece no medo, além de Todos os Lugares, à parte de Tudo, separado do Infinito. Em sua insanida-de, pensa que veio a ser vitorioso sobre o próprio Deus. E em sua terrível autonomia, “vê” que a Vontade de Deus foi destruída. Ele so -nha com o castigo e treme com as figuras dos seus sonhos, seus inimigos que buscam assassiná-lo antes que ele consiga garantir a sua segurança atacando-os.

O Filho de Deus não tem ego. O que pode ele saber da loucura e da morte de Deus, se habita Nele? O que pode conhe-cer do pesar e do sofrimento, se vive na alegria eterna? O que pode saber do medo e do castigo, do pecado e da culpa, do ódio e do ata -que, se tudo o que o cerca é a paz que dura para sempre, para sempre sem conflitos e imperturbada, no mais profundo silêncio e tranqüilidade?

Conhecer a realidade é não ver o ego e os seus pensamentos, seus trabalhos, seus atos, suas leis e suas crenças; seus sonhos, suas esperanças, seus planos para a própria salvação e quanto custa acreditar nele. O preço da fé no ego é tão imenso em sofrimento que a crucificação do Filho de Deus é diariamente oferecida no seu santuário escuro e o sangue tem que ser derramado diante do altar onde os seus seguidores doentios preparam-se para morrer.

E, no entanto, um só lírio de perdão transforma a escuridão em luz , o altar às ilusões no santuário da própria Vida. E a paz será para sempre restituída às mentes santas que Deus criou como Seu Filho, Sua morada, Sua alegria, Seu Amor, completamente Seu, comple -tamente um com Ele.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 181 de 188331. Não há conflito, pois a minha vontade é a Tua.

Que tolice, Pai, acreditar que o Teu Filho poderia causar sofrimento a si mesmo! Ser-lhe-ia possível fazer um plano para a sua própria maldição e ser deixado sem um caminho certo para a sua liberação? Tu me amas, Pai. Não poderias nunca me deixar desolado, para morrer num mundo de dor e crueldade. Como pude pensar que o Amor abandonou a Si Mesmo? Não há outra vontade senão a Vontade do Amor. O medo é um sonho e não há vontade que possa entrar em conflito com a Tua. O conflito é o sono e a paz o despertar. A morte é ilusão; a vida, verdade eterna. Não há oposição à Tua Vontade. Não há conflito, pois a minha vontade é a Tua.

O perdão nos mostra que a Vontade de Deus é uma só e que nós a compartilhamos. Contemplemos as visões santas que o perdão nos mostra hoje para que possamos achar a paz de Deus. Amém.

332. O medo limita o mundo. O perdão o liberta.O ego faz ilusões. A verdade desfaz seus sonhos maus através da luz que os dispersa. A verdade nunca ataca. Apenas é. E, pela

sua presença, a mente é despertada das fantasias acordando para o real. O perdão convida essa presença a entrar e a ocupar o seu lugar de direito no interior da mente. Sem perdão, a mente permanece acorrentada, acreditando na própria futilidade. Mas, com o perdão, a luz brilha através do sonho da escuridão, oferecendo-lhe esperança e dando-lhe os meios para reconhecer a liberdade que é a sua he-rança.

Hoje, não queremos aprisionar o mundo novamente. O medo o mantém prisioneiro. E, no entanto, o Teu Amor nos deu os meios para libertá-lo. Pai, queremos liberá-lo agora. Pois, ao oferecermos a liberdade, ela nos é dada. E não queremos permanecer prisioneiros quando Tu nos ofereces a liberdade.

333. Aqui o perdão põe fim ao sonho de conflito.O conflito tem que ser resolvido. Para escapar dele, não é possível esquivar-se ou deixá-lo de lado, negado, disfarçado, visto em

outro lugar, chamado por outro nome ou escondido por qualquer tipo de engano. Ele tem que ser visto exatamente como é, onde se pensa que esteja, na realidade que lhe foi dada e com o propósito que a mente lhe conferiu. Pois só então as suas defesas serão suspen-sas e a verdade poderá iluminá-las até que desapareçam.

Pai, o perdão é a luz que escolheste para dissipar com o seu brilho todo conflito e toda dúvida e iluminar o caminho da nossa volta a Ti. Nenhuma outra luz senão essa é capaz de pôr um fim ao nosso sonho mau. Nenhuma luz senão essa pode salvar o mundo. Pois só ela jamais falhará em coisa alguma, sendo uma dádiva Tua para o Teu Filho amado.

334. Hoje reivindico as dádivas que o perdão dá.Não esperarei nem mais um dia para achar os tesouros que o meu Pai me oferece. Todas as ilusões são vãs e os sonhos se desva-

necem no momento em que são tecidos a partir de pensamentos fundamentados em falsas percepções. Que hoje eu não aceite essas parcas dádivas novamente. A Voz de Deus está oferecendo a paz de Deus a todos aqueles que ouvem e escolhem segui-Lo. Hoje, essa é a minha escolha. E assim sigo para achar os tesouros que Deus me deu.

Só busco o eterno.. Pois o Teu Filho não pode se contentar com nada menos do que isso. Então, o que pode ser o seu consolo, senão o que ofereces à sua mente confusa e ao seu coração assustado para dar-lhe certeza e trazer-lhe paz? Hoje quero contemplar o meu irmão sem pecado. Essa é a Tua Vontade para mim, pois assim contemplarei a minha impecabilidade.

335. Escolho ver a impecabilidade do meu irmão.O perdão é uma escolha. Nunca vejo o meu irmão tal como é, pois isso está muito além da percepção. O que vejo nele não passa

do que desejo ver, porque representa o que quero que seja a verdade. É só a isso que respondo por mais que eu pareça ser impelido por acontecimentos externos. Escolho ver o que desejo contemplar e é isso o que vejo e nada mais. A impecabilidade do meu irmão mostra-me que quero olhar para a minha. E eu a verei, tendo escolhido contemplar o meu irmão à sua luz santa.

O que poderia restaurar a Tua memória em mim, senão ver a impecabilidade do meu irmão? A sua santidade me lembra que ele foi criado um comigo e como eu. Nele, acho o meu Ser e no Teu Filho acho também a Tua memória.

336. O perdão me permite saber que as mentes são unidas.O perdão é o meio designado para o fim da percepção. O conhecimento é restabelecido uma vez que a percepção é modificada e

então dá lugar inteiramente àquilo que permanece para sempre fora do seu alcance. Pois cenas e sons podem, no máximo, servir para trazer a memória que está além de todos eles. O perdão varre as distorções e abre o altar escondido para a verdade. Os seus lírios bri -lham no interior da mente e a chamam para que retorne e olhe para dentro, para achar o que inutilmente buscou do lado de fora. Pois aqui e só aqui a paz é restaurada, pois essa é a morada do próprio Deus.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 182 de 188Em quietude, que o perdão apague os meus sonhos de separação e pecado. E então, Pai, que eu olhe para dentro e descubra que a Tua promessa da minha impecabilidade foi mantida, que o Teu Verbo permanece imutável no interior da minha mente e o Teu Amor ainda habita no meu coração.

337. A minha impecabilidade me protege de todo o mal.A minha impecabilidade me garante a paz perfeita, a segurança eterna, o amor que dura para sempre, a liberdade permanente

de todo pensamento de perda e a completa liberação do sofrimento. E só a felicidade pode ser o meu estado, pois só a felicidade me é dada. O que tenho que fazer para saber que tudo isso é meu? Preciso aceitar a Expiação para mim mesmo e nada mais. Deus já fez to -das as coisas que precisavam ser feitas. E eu tenho que aprender que não preciso fazer nada a partir de mim mesmo, pois só preciso aceitar o meu Ser, a minha impecabilidade, criada para mim e eu agora já é minha, para sentir o Amor de Deus me protegendo do mal, para compreender que o meu Pai ama o Seu Filho, para saber que eu sou o Filho que o meu Pai ama.

Tu, Que me criaste na impecabilidade, não estás enganado quanto ao que eu sou. Eu estava enganado quando pensei ter pecado, mas aceito a Expiação para mim mesmo. Pai, o meu sonho agora acabou. Amém.

338. Só os meus pensamentos me afetam.Só preciso disso para que a salvação venha ao mundo todo. Pois, nesse único pensamento, cada um é enfim liberado do medo.

Ele agora aprendeu que ninguém o assusta e que nada pode ameaçá-lo. Não tem inimigos e está a salvo de todas as coisas externas. Os seus pensamentos podem assustá-lo, mas como pertencem exclusivamente a ele, lhe é dado o poder de mudá-los e de trocar cada pen -samento de medo por um feliz pensamento de amor. Ele crucificou a si mesmo. Mas Deus planejou que o Seu Filho amado fosse redi-mido.

Só o Teu plano é seguro, meu Pai – só o Teu. Todos os outros falharão. E terei pensamentos que me assustarão até aprender que me deste o único Pensamento que me conduz à salvação. Só os meus falharão e não me levarão a lugar nenhum. Mas o pensamento que me deste promete levar-me para casa, porque mantém a Tua promessa ao Teu Filho.

339. Receberei o que quer que seja que eu peça.Ninguém deseja dor. Mas pode pensar que a dor é prazer. Ninguém quer evitar a própria felicidade. Mas pode pensar que a ale-

gria é dolorosa, ameaçadora e perigosa. Cada um receberá o que pedir. Mas, de fato, pode ficar confuso quanto às coisas que quer e ao estado que almeja tingir. Assim, o que pode ele pedir que ainda queira quando a receber? Pediu o que o assustará e lhe trará sofrimen-to. Decidamos, hoje, pedir o que realmente queremos e nada mais para que possamos passar esse dia sem medo, sem confundir a dor com a alegria ou o medo com o amor.

Pai, esse é o Teu dia. É um dia em que não quero fazer nada por mim mesmo, mas ouvir a Tua Voz em tudo o que eu fizer, pedindo apenas o que me ofereces, aceitando apenas os Pensamentos que compartilhas comigo.

340. Eu posso ficar livre do sofrimento hoje.Pai, eu Te agradeço pelo dia de hoje e pela liberdade que ele com certeza trará. Esse dia é santo, pois hoje o Teu Filho será redimido. O seu sofrimento acabou. Pois ele ouvirá a Tua Voz dirigindo-o para achar a visão de Cristo através do perdão e para ser livre para sempre de todo sofrimento. Obrigado pelo dia de hoje, meu Pai. Nasci nesse mundo apenas para conseguir esse dia e alcançar o que ele encerra de alegria e liberdade para o Teu Filho santo e para o mundo que ele fez, que hoje é liberado junto com ele.

Fica contente hoje! Fica contente! Hoje não há espaço para mais nada além da alegria e da gratidão. O nosso Pai redimiu o Seu Filho no dia de hoje. Ninguém deixará de ser salvo hoje. Nenhum de nós permanecerá no medo e o Pai não deixará de reunir nenhum de nós a Ele, despertos no Céu no Coração do Amor.

213.213. 13. O que é um milagre?13. O que é um milagre?

Um milagre é uma correção. Ele não cria e realmente não muda nada. Apenas olha para a devastação e lembra à mente que o que ela vê é falso. Desfaz o erro, mas não tenta ir além da percepção, nem superar a função do perdão. Assim, permanece nos limites do tempo. No entanto, prepara o caminho para a volta da intemporalidade e do despertar do amor, pois o medo tem que desaparecer com o gentil remédio que ele traz.

O milagre contém a dádiva da graça, pois é dado e recebido como um só. E assim ilustra a lei da verdade que o mundo não obe -dece porque falha inteiramente em compreender os seus caminhos. O milagre inverte a percepção que antes estava de cabeça para bai -xo, e assim acaba com as estranhas distorções ali manifestadas. Agora a percepção está aberta para a verdade. Agora, vê-se o perdão justificado.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 183 de 188

O perdão é o lar dos milagres. Os olhos de Cristo os enviam a tudo o que contemplam em misericórdia e amor. A percepção está corrigida à Sua vista e o que pretendia amaldiçoar veio para abençoar. Cada lírio de perdão oferece ao mundo inteiro o silencioso mila -gre do amor. E cada um é depositado diante do Verbo de Deus, sobre o altar universal do Criador e da criação, à luz da pureza perfeita e da alegria sem fim.

O milagre é inicialmente aceito com base na fé, porque pedi-lo significa que a mente está preparada para conceber aquilo que não pode ver e que não compreende. Mas a fé trará as suas testemunhas para demonstrar que se baseou em algo que realmente se ba-seou num mundo mais real do que aquele que vias antes, um mundo redimido daquilo que pensavas que existisse.

Os milagres caem como gotas da chuva regeneradora do Céu sobre um mundo seco e poeirento, aonde criaturas famintas e se-dentas vêm para morrer. Agora, elas têm água. Agora, o mundo está verdade. E, em toda parte, surgem sinais de vida para mostrar que o que nasceu nunca pode morrer, pois o que tem vida tem imortalidade.

341. Só posso atacar a minha própria impecabilidade, e é apenas isso que me mantém a salvo.Pai, o Teu Filho é santo. Eu sou aquele a quem sorris com amor e com tão profunda e serena ternura que o universo sorri de volta a Ti e compartilha da Tua Santidade. Quão puros, seguros e santos somos nós habitando no Teu Sorriso, como todo o Amor que Tu nos concedeste, vivendo e sendo unos Contigo em fraternidade e Paternidade completas; em impecabilidade tão perfeita, que o Senhor da Impecabilidade nos concebe como Seu Filho, um universo de Pensamento que O completa.

Então, não ataquemos a nossa impecabilidade, pois ela contém o Verbo de Deus para nós. E, no seu reflexo benigno, somos sal -vos.

342. Deixo o perdão descansar sobre todas as coisas, pois assim o perdão me será dado.Pai, eu Te agradeço pelo Teu plano para salvar-me do inferno que fiz. Ele não é real. E Tu me deste os meios de provar a sua irrealidade para mim. A chave está em minhas mãos e alcancei a porta além da qual está o fim dos sonhos. Paro diante da porta do Céu e me pergunto se devo entrar e estar em casa. Que hoje eu não espere de novo. Que eu perdoe todas as coisas e deixe a criação ser como queres que seja e como é. Que eu me lembre que sou Teu Filho e, quando enfim abrir a porta, que eu esqueça as ilusões no esplendor da luz da verdade na medida em que a Tua memória volta a mim.

Irmão, perdoa-me agora. Venho para levar-te para casa comigo. E, à medida que caminhamos, o mundo vai conosco no nosso ca -minho para Deus.

343. Não me é pedido que faça um sacrifício para achar a misericórdia e a paz de Deus.O fim do sofrimento não pode ser perda. A dádiva de todas as coisas só pode ser beneficio. Tu apenas dás. Nunca tiras. E me criaste para ser como Tu és, por isso o sacrifício é impossível para mim como para Ti. Eu também tenho que dar. Assim todas as coisas me são dadas para todo o sempre. Permaneço como fui criado. O Teu Filho não pode fazer nenhum sacrifício, pois não pode deixar de ser completo, tendo a função de completar a Ti. Sou completo porque sou Teu Filho. Não posso perder, pois só posso dar e tudo é meu para sempre.

A misericórdia e a paz de Deus são gratuitas. A salvação não tem nenhum custo. É uma dádiva que tem que ser livremente dada e recebida. E é isso que queremos aprender hoje.

344. Hoje aprendo a lei do amor: o que dou ao meu irmão é a minha dádiva para mim.Essa é a Tua lei, meu Pai, e não a minha. Eu não compreendia o que significava dar e pensava guardar o que desejava só para mim. E, ao olhar para o tesouro que pensei ter, achei um vazio onde não há nada, jamais houve e jamais haverá. Quem pode compartilhar um sonho? E o que uma ilusão pode me oferecer? No entanto, aquele que eu perdôo me dará dádivas muito além do valor de tudo na terra. Que os meus irmãos perdoados encham as minhas reservas com os tesouros do Céu, os únicos que são reais. Assim é cumprida a lei do amor. E assim o Teu Filho se ergue e retorna a Ti.

Como estamos próximos um do outro ao caminharmos para Deus! Como Ele está perto de nós! Como estão próximos o fim do sonho do pecado e a redenção do Filho de Deus!

345. Hoje só ofereço milagres, pois quero que eles me sejam devolvidos.Pai, um milagre reflete as Tuas dádivas para mim, Teu Filho. E cada um que eu dou volta para mim, lembrando-me que a lei do amor é universal. Mesmo aqui, ele se manifesta de uma forma que pode ser reconhecida e pode-se ver que funciona. Os milagres que dou me são dados de volta sob a forma exata de que preciso para ajudar-me com os problemas que percebo. Pai, no Céu é diferente, pois lá não há necessidades. Mas aqui na terra, o milagre está mais próximo das Tuas dádivas do que qualquer outra dádiva que eu possa dar. Portanto, que hoje eu só ofereça essa dádiva nascida do verdadeiro perdão, pois ela ilumina o caminho que tenho que percorrer para lembrar-me de Ti.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 184 de 188

Que hoje a paz esteja em todos os corações que buscam. A luz veio para oferecer milagres para abençoar o mundo cansado. Hoje ele achará o descanso, pois ofereceremos o que recebemos.

346. Hoje a paz de Deus me envolve, e esqueço todas as coisas exceto o Seu Amor.Pai, hoje desperto com milagres corrigindo a minha percepção de todas as coisas. E assim começa o dia que compartilho Contigo como compartilho a eternidade, pois nesse dia o tempo deu um passo ao lado. Não busco as coisas do tempo e por isso não olharei para elas. O que busco hoje transcende todas as leis do tempo e por isso não olharei para elas. O que busco hoje transcende todas as leis do tempo e das coisas percebidas no tempo. Quero esquecer todas as coisas, exceto o Teu Amor. Quero habitar em Ti e não conhecer outras leis, exceto a Tua lei do amor. E quero achar a paz que criaste para o Teu Filho, esquecendo todos os tolos brinquedos que fiz ao contemplar a Tua glória e a minha.

E hoje, ao cair da noite, não nos lembraremos de nada além da paz de Deus. Pois hoje aprenderemos qual é a nossa paz, ao es -quecermos todas as coisas exceto o Amor de Deus.

347. A raiva vem do julgamento. O julgamento é a arma que eu quero usar contra mim mesmo para afastar de mim o milagre.Pai, quero o que se opõe à minha vontade e não o que é a minha vontade ter. Endireita a minha mente, meu Pai. Ela está doente. Mas Tu me ofereceste a liberdade e hoje eu escolho reivindicar a Tua dádiva. Assim, dou todo julgamento Àquele Que me deste para julgar por mim. Ele vê o que eu contemplo e ainda assim conhece a verdade. Ele olha para a dor, e ainda assim compreende que ela não é real e, na Sua compreensão, ela é curada. Ele dá os milagres que os meus sonhos querem esconder da minha vontade, mas Ele tem certeza de que é a Tua. E Ele falará por mim e invocará os Teus milagres para que venham a mim.

Hoje, escuta. Fica muito quieto e ouve a Voz gentil por Deus, assegurando-te que Ele te julgou como o Filho que Ele ama.

348. Não tenho razão para ter raiva ou medo, pois estás à minha volta. E, para cada necessidade que percebo, a Tua graça me basta.Pai, que eu me lembre de que estás aqui e de que não estou só. Estou cercado do Amor que dura para sempre. Não há causa para coisa alguma exceto a paz perfeita e a alegria que compartilho Contigo. Que necessidade tenho eu da raiva e do medo? Estou cercado de perfeita segurança. Como posso ter medo, se a Tua promessa eterna vai comigo? Estou cercado de perfeita impecabilidade. De que posso ter medo, se me criaste em santidade tão perfeita quanto a Tua?

A graça de Deus nos basta para tudo o que Ele quer que façamos. E escolhemos que a nossa vontade, assim como a Sua, seja apenas isso.

349. Hoje deixo que a visão de Cristo contemple todas as coisas por mim sem julgá-las, mas dando a cada uma um milagre de amor.Assim, quero liberar todas as coisas que vejo e dar-lhes a liberdade que busco. Pois assim obedeço à lei do amor, dando o que quero achar e fazer com que seja meu. E isso me será dado, porque o escolhi como a dádiva que quero dar. Pai, as Tuas dádivas são minhas. Cada uma que aceito me dá um milagre para ser dado. E, ao dar como quero receber, aprende que os Teus milagres de cura me pertencem.

O nosso Pai conhece as nossas necessidades. Ele nos dá a graça para atender a todas elas. E assim confiamos que Ele nos envia-rá milagres para abençoar o mundo e curar as nossas mentes, na medida em que voltamos para Ele.

350. Os milagres espelham o eterno Amor de Deus. Oferecê-los é lembrar-se Dele e, através da Sua memória, salvar o mundo.O que perdoamos vem a ser parte de nós assim como percebemos a nós mesmos. O Filho de Deus incorpora todas as coisas dentro de si, tal como Tu o criaste. A Tua lembrança depende do seu perdão. O que ele é não é afetado pelos seus pensamentos. Mas o que ele contempla é o seu resultado direto. Portanto, meu Pai, quero me voltar para Ti. Só a Tua memória me libertará. E só o meu perdão ensina-me a deixar que a Tua memória volte a mim e a dá-la ao mundo com gratidão.

E ao reunirmos os milagres de Deus, ficaremos realmente gratos. Pois, na medida em que nos lembrarmos Dele, Seu Filho nos será restituído na realidade do Amor.

214.214. 14. O que sou eu?14. O que sou eu?

Eu sou o Filho de Deus, completo, curado e íntegro, brilhando no reflexo do Seu Amor. Em mim a Sua criação é santificada e a vida eterna é garantida. Em mim o amor vem a ser perfeito, o medo impossível e a alegria é estabelecida sem opostos. Eu sou o lar santo do próprio Deus. Eu sou o Céu onde habita o Seu Amor. Sou a Sua santa Impecabilidade, pois na minha pureza habita a Sua própria.

Agora, o uso das palavras para nós está quase no fim. Entretanto, nos últimos dias deste ano que, juntos, tu e eu demos a Deus, achamos um único propósito que compartilhamos. E assim tu te uniste a mim de modo que o que eu sou tu também és. A verdade do

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 185 de 188

que somos não pode ser dita ou descrita por palavras. No entanto, podemos reconhecer a nossa função aqui e as palavras podem falar dela e também ensiná-la, se exemplificarmos as palavras em nós.

Somos os portadores da salvação. Aceitamos o nosso papel de salvadores do mundo que, através do nosso perdão conjunto, é re-dimido. E esse, a nossa dádiva, assim nos é dado. Olhamos para todos como irmãos e percebemos todas as coisas como benignas e boas. Não buscamos uma função que esteja além das portas do Céu. O conhecimento retornará quando tivermos feito a nossa parte. Só nos preocupamos em dar boas-vindas à verdade.

São nossos os olhos pelos quais a visão de Cristo vê um mundo redimido de todo pensamento de pecado. São nossos os ouvidos que ouvem a Voz por Deus proclamar que o mundo é sem pecado. São nossas as mentes que se unem quando abençoamos o mundo. E, da unicidade que alcançamos, chamamos todos os nossos irmãos pedindo-lhes que compartilhem a nossa paz e consumam a nossa ale-gria.

Somos os mensageiros santos de Deus que falam por Ele e ao levar o Seu Verbo a todos aqueles que Ele nos envia, aprendemos que está escrito em nossos corações. E assim mudamos as nossas mentes quanto ao objetivo da nossa vinda, ao qual nós buscamos ser-vir. Trazemos boas-novas ao Filho de Deus, que pensava sofrer. Agora ele é redimido. E, ao ver as portas do Céu abrirem-se diante dele, entrará e desaparecerá no Coração de Deus.

351. O meu irmão sem pecado é o meu guia para a paz. O meu irmão pecador é o meu guia para a dor. E contemplarei aquele que eu esco-lho ver.

Quem é o meu irmão, senão o Teu Filho santo? Se o vejo pecador, estou proclamando que sou um pecador e não um Filho de Deus, só e sem amigos, num mundo amedrontador. No entanto, essa percepção é uma escolha que faço e posso abandonar. Também me é possível ver o meu irmão sem pecado, como Teu Filho santo. E com essa escolha, vejo a minha impecabilidade, o meu eterno Consolador e Amigo a meu lado e o meu caminho seguro e claro. Por isso, escolhe por mim, meu Pai, através da Tua Voz. Pois só Ele faz julgamentos em Teu Nome.

352. O julgamento e o amor são opostos. De um vêm todas as tristezas do mundo. Mas do outro vem a paz do próprio Deus.O perdão olha apenas para a impecabilidade e não julga. Através disso venho a Ti. O julgamento limitará os meus olhos e me cegará. Mas o amor, aqui refletido no perdão, lembra a mim que Tu me deste um caminho para achar a Tua paz outra vez. Sou redimido quando escolho seguir esse caminho. Tu não me deixaste sem consolo. Dentro de mim, trago tanto a Tua memória quanto Aquele Que me conduz a ela. Pai, quero ouvir a Tua Voz e achar a Tua paz no dia de hoje. Pois quero amar a minha própria Identidade e Nela achar a memória de Ti.

353. Hoje os meus olhos, a minha língua, as minhas mãos e os meus pés têm um só propósito: serem dados a Cristo, para que sejam usados para abençoar o mundo com milagres.

Pai, hoje dou tudo o que é meu à Cristo para ser usado da melhor maneira a fim de servir ao propósito que compartilho cm Ele. Nada é só meu, pois Ele e eu estamos unidos num só propósito. Assim, o aprendizado está quase chegando ao fim designado para ele. Trabalho com Ele ainda por algum tempo para servir ao Seu propósito. Depois me perco na minha Identidade e reconheço que Cristo nada mais é do que o meu Ser.

354. Estamos juntos, Cristo e eu, na paz e na certeza do nosso propósito. E Nele está o Criador, como Ele está em mim.A minha unicidade com o Cristo me estabelece como Teu Filho, além do alcance do tempo e totalmente livre de todas as leis, exceto das Tuas. Não tenho outro ser, senão o Cristo em mim. Não tenho outro propósito, senão o Dele. E Ele é como Seu Pai. Portanto, também tenho que ser um Contigo assim como com Ele. Pois quem é o Cristo, senão o Teu Filho tal como O criaste? E o que sou eu senão o Cristo em mim?

355. Não há fim para toda a paz e a alegria, e para todos os milagres que darei quando aceitar o Verbo de Deus. Por que não hoje?Por que deveria eu esperar, meu Pai, pela alegria que me prometeste? Pois Tu manterás o Verbo que deste ao Teu Filho em exílio. Estou certo de que o meu tesouro está à minha espera e de que só preciso estender a minha mão para achá-lo. Mesmo agora os meus dedos podem tocá-lo. Está muito perto de mim. Não preciso esperar nem mais um instante para estar em paz para sempre. É a Ti que eu escolho e a minha Identidade junto Contigo. O Teu Filho quer ser Ele Mesmo e conhecer-Te como seu Pai e Criador e como o seu Amor.

356. A doença é apenas outro nome para o pecado. A cura é apenas outro nome para Deus. O milagre é, portanto, um chamado a Ele.Pai, Tu prometeste que nunca falharias em responder a qualquer chamado que o Teu Filho pudesse fazer. Não importa onde ele esteja, qual pareça ser o seu problema ou o que acredite ter feito de si mesmo. Ele é o Teu Filho e Tu lhe responderás. O milagre reflete o Teu Amor e, assim, é uma resposta a ele. O Teu Nome substitui todos os pensamentos de pecado e aquele que é sem pecado não pode sofrer dor. O Teu Nome dá uma resposta ao Teu Filho, porque chamar o Teu nome é chamar o seu próprio nome.

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 186 de 188357. A verdade responde a todos os chamados que fazemos a Deus, respondendo primeiro com milagres, depois voltando a nós para ser ela

mesma.O perdão, reflexo da verdade, me diz como oferecer milagres e assim escapar da prisão em que penso viver. O Teu Filho santo me é mostrado, primeiro no meu irmão, em seguida em mim. A Tua Voz pacientemente me ensina a ouvir o Teu Verbo e a dar como recebo. E hoje ao olhar para o Teu Filho, ouço a Tua Voz instruindo-me para achar o caminho para Ti, tal como designaste que ele deve ser:

“Contempla a sua impecabilidade, e sê tu curado”.

358. Nenhum chamado a Deus pode deixar de ser ouvido ou respondido. E disso posso estar certo: A Sua reposta é a única que eu realmente quero.

Tu, Que lembras o que eu realmente sou, és o Único Que lembras o que realmente quero. Tu falas por Deus e assim falas por mim. E o que me dás vem do próprio Deus. A Tua Voz, meu Pai, também é minha e tudo o que quero é o que me ofereces, exatamente da forma que escolhes que seja meu. Que eu me lembre de tudo o que não conheço e que a minha voz se cale ao lembrar. Mas que eu não esqueça o Teu Amor e o Teu cuidado, conservando a promessa que fizeste ao Teu Filho para sempre na minha consciência. Que eu não esqueça que nada sou, mas que o meu Ser é tudo.

359. A resposta de Deus é uma forma de paz. Toda dor é curada, toda miséria substituída pela alegria. Todas as portas das prisões estão abertas. E todo pecado é compreendido meramente como um equívoco.

Pai, hoje perdoaremos o Teu mundo e deixaremos a criação ser Tua. Nós compreendemos equivocadamente todas as coisas. Mas não fizemos pecadores dos Filhos santos de Deus. O que criaste sem pecado assim continuará para todo o sempre. Somos assim. E nos alegramos ao aprender que cometemos equívocos que não têm efeitos reais sobre nós. O pecado é impossível e, com esse fato, o perdão repousa sobre uma base certa, mais sólida do que o mundo de sombras que vemos. Ajuda-nos a perdoar, pois queremos ser redimidos. Ajuda-nos a perdoar, pois queremos estar em paz.

360. Que a paz esteja comigo, o Filho santo de Deus. Que a paz esteja com meu irmão, que é um comigo. Que o mundo todo seja abençoado pela paz através de nós.

Pai, é a Tua paz que quero dar, recebendo-a de Ti. Sou o Teu Filho, para sempre tal como me criaste, pois os Grandes Raios permanecem eternamente quietos e imperturbados dentro de mim. Quero alcançá-Los no silêncio e na certeza, pois em nenhum outro lugar pode a certeza ser achada. Que a paz esteja comigo e com o mundo todo. Na santidade fomos criados e na santidade permanecemos. O Teu Filho é como Tu em perfeita impecabilidade. E com esse pensamento alegremente dizemos “Amém”.

LIÇÕES FINAISIntrodução

As nossas lições finais estarão tão livres de palavras quanto for possível. Nós só as usamos no início da nossa prática e apenas para lembrar-nos de que buscamos ir além delas. Voltemo-nos para Aquele Que nos mostra o caminho e faz com que os nossos passos sejam seguros. Entregamos estas lições a Ele, assim como damos a Ele as nossas vidas a partir de agora. Pois não queremos mais vol -tar a acreditar no pecado que fez com que o mundo parecesse feio e sem segurança, agressivo e destruidor, perigoso em todos os seus caminhos e traiçoeiro além da esperança da confiança e do escape da dor.

O Seu caminho é o único para achar a paz que Deus nos deu. É o Seu caminho que todos têm que percorrer no final, pois esse é o fim designado pelo próprio Deus. No sonho do tempo, esse fim ainda parece estar longe. Mas, na verdade, já está aqui; já está nos servindo como um guia benevolente no caminho a seguir. Sigamos juntos o caminho que a verdade nos aponta. E sejamos guias para muitos dos nossos irmãos que buscam o caminho, mas não o acham.

E a esse propósito dediquemos as nossas mentes, dirigindo todos os nossos pensamentos para servir à função da salvação. A nós é dado o objetivo de perdoar o mundo. É a meta que Deus nos deu. É o Seu fim para o sonho que buscamos, e não o nosso. Pois não fa-lharemos em reconhecer tudo o que perdoamos com parte do próprio Deus. E assim Sua memória é dada de volta a nós, completa e completamente.

É nossa função lembrar-nos Dele na terra e nos é dado ser a Sua própria completeza na realidade. Portanto, não nos esqueça -mos de que a nossa meta é compartilhada, pois é essa lembrança que contém a memória de Deus e nos indica o caminho para Ele e para o Céu da Sua paz. E deixaremos de perdoar o nosso irmão que pode nos oferecer isso? Ele é o caminho, a verdade e a vida que nos mostra o caminho. Nele reside a salvação, oferecida a nós através do nosso perdão que é dado a ele.

Não terminaremos esse ano sem a dádiva que o nosso Pai prometeu ao Seu Filho santo. Estamos perdoados agora. E estamos salvos de toda a ira que pensávamos pertencer a Deus e descobrimos ser um sonho. Somos restituídos à sanidade em que compreende-

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 187 de 188

mos que a raiva é insana, o ataque é louco e a vingança uma mera fantasia tola. Fomos salvos da ira, porque aprendemos que estávamos equivocados. Nada mais do que isso. E pode um pai ficar com raiva do seu filho por que ele falhou em compreender a verdade?

Vamos a Deus com honestidade e dizemos que não havíamos compreendido e pedimos que Ele nos ajude a aprender as Suas li -ções através da Voz do Seu próprio Professor. Magoaria Ele o próprio Filho? Ou apressar-Se-ia a responder-lhe, dizendo: “Esse é o Meu Filho e tudo o que tenho é dele?” Estejas certo de que Ele responderá assim, pois estas são as Suas palavras para ti. E mais do que isso ninguém jamais pode ter, pois nestas Palavras está tudo o que existe e tudo o que existirá através dos tempos e por toda a eterni -dade.

LIÇÕES 361-365Quero dar-Te esse instante santo.

Tu estás no controle. Pois eu quero seguir-Te,certo de que a Tua direção me dá paz.

E se eu precisar de uma palavra que me ajude, Ele a dará a mim. Se precisar de um pensamento, Ele também o dará. E se eu precisar apenas de serenidade e de uma mente tranqüila e aberta, estas são as dádivas que receberei Dele. Ele está no controle porque eu pedi. E Ele me ouvirá e me responderá por que fala por Deus meu Pai e pelo Seu Filho santo.

EPÍLOGOEsse curso é um começo, não um fim. O teu Amigo te acompanha. Tu não estás sozinho. Nenhum daqueles que chama por Ele

pode chamar em vão. Qualquer que seja o teu problema, estejas certo de que Ele tem a resposta e ela te será dada com alegria, se sim-plesmente te voltares para Ele e a pedires. Ele não te negará todas as respostas de que precisas para qualquer coisa que pareça estar te perturbando. Ele conhece o caminho para resolver todos os problemas e todas as dúvidas. A Sua certeza é a tua. Basta pedi-la e ela te será dada.

Tens tanta certeza de que chegarás em casa quanto é certo que o percurso do sol já foi estabelecido antes que ele nasça, depois que se ponhas e nas horas intermediárias de meia luz. Na verdade, o teu percurso é ainda mais certo. Pois não é possível mudar o cur -so daqueles que Deus chamou para Ele. Pois não é possível mudar tua vontade e segue Aquele Que aceitaste como a tua voz, para falar do que realmente queres e do que realmente precisas. Dele é a Voz de Deus e também a tua. E assim Ele fala da liberdade e da verda-de.

Não há mais lições específicas pois não precisamos mais dela.s a partir de agora, ouve apenas a Voz por Deus e pelo teu Ser quando te retiras do mundo para buscar a realidade em seu lugar. Ele dirigirá os teus esforços, dizendo-te exatamente o que fazer, como orientar a tua mente e quando vir a Ele, em silencio, pedindo-Lhe a Sua orientação segura e o Seu Verbo certo. É Dele o Verbo que Deus te deu. É Dele o Verbo que escolheste como teu.

E agora eu te coloco nas mãos Dele para seres o Seu fiel seguidor, tendo-O como Guia através de cada dificuldade e toda dor que possas pensar ser real. Ele tampouco te dará prazeres passageiros, pois só dá o que é eterno e o que é bom. Deixa-O continuar te pre -parando. Ele ganhou a tua confiança falando-te diariamente do teu Pai, do teu irmão e do teu Ser. Ele continuará. Agora caminhas com Ele, tão certo quanto Ele do lugar para onde vais, tão certo quanto Ele de como deves proceder, tão confiante quanto Ele acerca da meta e de que chegarás ao fim em segurança.

O fim é certo, assim como os meios. A isso dizemos: “Amém”. Toda vez que tiveres que fazer uma escolha, ser-te-á dito exata -mente o que é a Vontade de Deus para ti. E Ele falará por Deus e pelo teu Ser, garantindo assim que o inferno não te reivindicará e que cada escolha que fizeres trará o Céu para mais perto do teu alcance. E assim caminhamos com Ele a partir de agora e buscamos Nele a orientação, a paz e a direção certa. A alegria nos acompanha no nosso caminho. Pois estamos nos dirigindo para casa, para uma porta que Deus manteve aberta para nos dar as boas-vindas.

Confiamos os nossos caminhos a Ele e dizemos: “Amém”. Em paz, seguiremos o Seu caminho e Lhe confiaremos todas as coi -sas. Com confiança, esperamos pelas Suas respostas ao perguntarmos qual é a Sua Vontade em tudo o que fizermos. Ele ama o Filho de Deus como nós queremos amá-lo. E nos ensina a contemplá-lo através dos Seus olhos e a amá-lo como Ele o ama. Tu não caminhas sozinho. Os anjos de Deus pairam acima e à volta de ti. O Amor de Deus te cerca e disso podes estar certo: eu nunca te deixarei sem consolo.

340 Eu posso ficar livre do sofrimento hoje. 24/09 Sáb

341 Só posso atacar a minha própria impecabilidade, e é apenas isso que me mantém a salvo. 25/09 Dom

342 Deixo o perdão descansar sobre todas as coisas, pois assim o perdão me será dado. 26/09 2ª

343 Não me é pedido que faça um sacrifício para achar a misericórdia e a paz de Deus. 27/09 3ª

344 Hoje aprendo a lei do amor: o que dou ao meu irmão é a minha dádiva para mim. 28/09 4ª

345 Hoje só ofereço milagres, pois quero que eles me sejam devolvidos. 29/09 5ª

346 Hoje a paz de Deus me envolve, e esqueço todas as coisas exceto o Seu Amor. 30/09 6ª

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Um Curso Em Milagres – Exercícios Página 188 de 188347 A raiva vem do julgamento. O julgamento é a arma que eu quero usar contra mim mesmo para afastar de mim o milagre. 01/10 Sáb

348 Não tenho razão para ter raiva ou medo, pois estás à minha volta. E, para cada necessidade que percebo, a Tua graça me basta. 02/10 Dom

349 Hoje deixo que a visão de Cristo contemple todas as coisas por mim sem julgá-las, mas dando a cada uma um milagre de amor. 03/10 2ª

350 Os milagres espelham o eterno Amor de Deus. Oferecê-los é lembrar-se Dele e, através da Sua memória, salvar o mundo. 04/10 3ª

351 O meu irmão sem pecado é o meu guia para a paz. O meu irmão pecador é o meu guia para a dor. E contemplarei aquele que eu escolho ver. 05/10 4ª

352 06/10 5ª

353 07/10 6ª

354 08/10 Sáb

355 09/10 Dom

356 10/10 2ª

357 11/10 3ª

358 12/10 4ª

359 13/10 5ª

360 14/10 6ª

361 Quero dar-Te esse instante santo. Tu estás no controle. Pois eu quero seguir-Te, certo de que a Tua direção me dá paz. 15/10 Sáb

362 Quero dar-Te esse instante santo. Tu estás no controle. Pois eu quero seguir-Te, certo de que a Tua direção me dá paz. 16/10 Dom

363 Quero dar-Te esse instante santo. Tu estás no controle. Pois eu quero seguir-Te, certo de que a Tua direção me dá paz. 17/10 2ª

364 Quero dar-Te esse instante santo. Tu estás no controle. Pois eu quero seguir-Te, certo de que a Tua direção me dá paz. 18/10 3ª

365 Quero dar-Te esse instante santo. Tu estás no controle. Pois eu quero seguir-Te, certo de que a Tua direção me dá paz. 19/10 4ª