livro de crônicas dos alunos da emef máximo de moura santos

58
8 7ª A Meus filhos terão computadores, sim, mas antes, terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever, inclusive, sua própria história. Bill Gates

Upload: maximo-moura-santos

Post on 20-May-2015

1.313 views

Category:

Education


0 download

DESCRIPTION

Livro de Crônicas elaborado pelos alunos da sétima série da EMEF Prof. Máximo de Moura Santos.

TRANSCRIPT

Page 1: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

8

7ª A

Meus filhos terão computadores, sim, mas

antes, terão livros. Sem livros, sem leitura, os

nossos filhos serão incapazes de escrever,

inclusive, sua própria história.

Bill Gates

Page 2: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

9

Page 3: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

10

ROTINA

Ida e vinda da escola, a mesma rotina, as mesmas

pessoas e o mesmo caminho. Já estava acostumada, conhecia

todo o percurso e todas as pessoas.

Um dia desses, recebi uma notícia de meus pais que me

deixou preocupada: iríamos nos despedir daquele lugar que eu

tanto amava. Fiquei triste, esbravejei, chorei! Já não seria a

mesma rotina, as mesmas pessoas, os mesmos lugares.

Onde iríamos morar era muito tranquilo, não se via

crianças brincando nas ruas e nem vizinhos sentados nas

calçadas conversando, observando e falando da vida dos

outros.

Já em outra cidade, levantei-me às 6 horas para ir à

escola, tomei meu belo banho e meu café da manhã. Quando

saí e fechei o meu portão, encontrei outra garota que saía ao

mesmo tempo. Cumprimentei-a e me apresentei. Fomos

conversando até que chegamos à escola. Nesse trajeto,

falamos de nossas vidas e, especialmente, dos meus medos.

Assim acontecia sucessivamente, de repente percebi

que outra rotina estava começando, e me acostumei.

Rotina... Fiquei pensando sobre o assunto por várias

semanas e perguntei a mim mesma: seria bom nos

Page 4: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

11

acostumarmos com as mesmas coisas, repeti-las todos os

dias? Ou sairmos da rotina seria muito melhor, mais saudável?

Hoje, tenho 12 anos e me sinto incomodada ao sair do meu

conforto, mas ainda sou uma pré-adolescente, ou adolescente,

sei lá.

Aos meus leitores deixo essa pergunta: é “maneiro” sair

da rotina? Também deixo bem claro que a rotina que mais

quero é o abraço do meu pai e o colo de minha mãe!

Grazielly G. Pereira

Page 5: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

12

Page 6: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

13

GUERREIRA DO NORDESTE

Na pequena cidade de São João dos Passos, interior do

Piauí, nasce Sônia, uma menina cujo destino estava traçado

para sofrer, sorrir, cair e levantar.

Ao completar nove anos, nossa personagem sofreu seu

primeiro golpe, sua mãe morreu e, ainda de luto, seu pai deu-

lhe de presente uma bela madrasta. Como se não bastasse, a

madrasta trouxe para sua família mais dois filhos. O pai de

Sônia, para impressionar a nova mulher, deixa seus filhos

passarem necessidades, mas os enteados ele trata com

nobreza e não deixa faltar nada.

Sônia cresceu neste ambiente de grande hostilidade

onde era maltratada por sua madrasta e não tinha proteção do

seu pai. Ao completar treze anos de idade, ainda adolescente,

ela toma uma decisão, certa ou errada, foge de casa para

Teresina, capital do Piauí.

Chegando lá, ainda criança, foi acolhida por uma

bondosa família que lhe deu o que comer e vestir. Ao completar

quinze anos, essa garota conheceu um rapaz, e achou que

fosse o grande amor de sua vida. Sônia abriu mão da proteção

daquela bondosa família e seguiu seu destino incerto com o

seu suposto grande amor.

Page 7: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

14

Não demorou muito, seu marido mostrou sua real

personalidade e era assim: de bar em bar, de festa em festa

que vivia o tal rapaz por quem ela se iludira.

Aos dezessete anos, Sônia teve sua primeira filha,

sozinha em casa, sem ajuda nem mesmo de vizinhos, mas o

sofrimento foi fazendo dessa adolescente uma mulher, sofrida,

mas forte, guerreira. Nilson, seu marido, continuava o mesmo:

vagabundo, malandro e boêmio. Contudo, Sônia engravida de

sua segunda filha, mas decide não sofrer mais. Separa-se de

Nilson e dá um novo rumo para sua vida.

Será que desta vez nossa guerreira não cometeria mais

enganos? Inicia-se uma nova fase.

Aos vinte anos, com duas filhas para sustentar, arruma

um emprego de garçonete e trabalha arduamente para que

nada faltasse às suas meninas. Três anos se passaram e

nossa guerreira, mais uma vez, acredita ter encontrado o

homem que iria fazê-la feliz por toda eternidade, José era o seu

nome e era cinco anos mais novo do que Sônia.

A família de José lutou contra esse relacionamento, pois,

além de ser mais velha, trazia em sua bagagem dois filhos.

Guerreira como sempre, nossa destemida nordestina luta

contra tudo e contra todos e casa-se com José. Deste

relacionamento, Sônia teve mais três filhos. Estava feliz com

José e seus cinco filhos. O casal, que sempre apreciou e

Page 8: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

15

almejou uma família grande, adota mais um filho, que foi criado

como os filhos naturais, com muito amor e harmonia.

Sônia, já madura e experiente, sentia-se feliz, mas

faltava alguma coisa para completar essa felicidade. Sentia

falta de seu pai e de seus irmãos, pois faziam parte de sua

vida, eram sua família também, mas convivia com a saudade.

Aos trinta e oito anos, ela sofre a pior dor que uma mãe

zelosa por seus filhos pode sofrer: perde seu filho adotivo. A

dor era imensa, mas tinha que seguir em frente. Com relação

ao seu príncipe, ela começou a abrir os olhos e perceber que

José estava mais para sapo do que príncipe. Não parava em

um emprego e passou a agredi-la fisicamente. Ela trabalhava

para sustentar sua grande família.

Hoje, aos cinquenta e sete anos, Sônia resolve dar a

maior reviravolta de sua vida. Com seus filhos criados, separa-

se de José e volta à sua cidade natal, São José dos Passos.

O reencontro com sua família foi uma emoção muito

forte, até mesmo para uma nordestina guerreira. Nossa heroína

confessa ser muito feliz e realizada, pois com todos os seus

desenganos, nunca abandonou seus filhos, lutou arduamente,

mas sentiu-se fortalecida por sua fé em Deus e por sua luta na

esperança de dias melhores.

Page 9: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

16

Esta é uma história real e uma homenagem que faço à

pessoa mais linda e que mais amo nesse mundo, minha avó,

Sônia.

Iara Pereira Nunes

Page 10: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

17

Page 11: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

18

PARAÍSO

Certo dia, dois pescadores encontraram um lugar

incrível, esse lugar era “secreto”, como eles diziam. Era

especial, nem parecia ser do planeta Terra de tão especial e

fantástico que era. As águas não eram poluídas, até a natureza

dava show; águas cristalinas, pareciam com o azul do céu, e

nelas havia diversidade de peixes. Havia vários animais e

novas espécies surgiam diariamente para harmonizar o

ambiente.

Os dois pescadores prometeram nunca contar isso a

ninguém, pois os humanos iriam “desfazer” um lugar tão belo,

onde a natureza se reinventara.

Havia lindas aves e mamíferos, como elefantes,

golfinhos, leões, macacos, cangurus, zebras, lobos, gaviões,

araras, cegonhas – pretas e brancas, andorinhas, caraúnas

etc. Mas os animais não atacavam ninguém de tão felizes que

todos viviam. Quando eu disse “desfazer” o que vocês (leitores)

entenderam?

Certamente havia rumores de que iriam desmatar, matar

animais, tentar arrancar o máximo de bichos possíveis, pois

quando a ambição sobe à cabeça dos humanos eles são

capazes de tudo. Assim eles pensaram. Até que um deles

Page 12: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

19

decidiu morar naquele lugar magnífico, sozinho, já que esse

pescador não tinha família.

Os nomes dos pescadores eram Jesuíno, o pescador

que iria ficar, e o outro Maciel, que tinha família e ia embora. O

Jesuíno pegou suas coisas, que não eram tantas, e foi para

esse lugar que eles deram o nome de Renascimento, porque

era onde a natureza tinha se reencontrado. O Maciel resolveu

pegar um peixe dourado e a partir de então encontrou o maior

negócio de sua vida. Passou a negociar peixes dourados.

Ficou muito rico.

As pessoas nasceram para melhorar, para evoluir, mas

o dinheiro fácil e a riqueza corromperam o humilde pescador.

Desde então ele foi expulso por um clã de pessoas que viviam

lá para preservar a natureza e protegê-la.

Ele foi expulso para não destruir esta riqueza natural.

Ouviram falar em sustentabilidade e até desenvolver ações

para melhorar o planeta, mas não foram suficientes para conter

a vaidade do Senhor Maciel.

Consequência, ele foi expulso da ilha para o bem da

natureza. O clã que protegia o lugar não tinha piedade,

queriam guilhotiná-lo, mas eles deram outra chance para ele

viver, contudo, foi expulso daquele belo lugar chamado

Renascimento.

Matheus Cinquini Albuquerque

Page 13: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

20

Page 14: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

21

SALA MALUCA

Em algum lugar desse país, ou do mundo, há escolas

com salas de aula onde os alunos têm o mesmo

comportamento de seus avós?

Acho que não! Eu conheço uma classe que tem dado o

que falar, esta classe vai ficar na história de uma certa escola

municipal e em um bairro chamado Vila Paulicéia. Digo famosa

por ter bons alunos e também alunos perdidos, tentando se

encontrar.

Há dois lados nessa história, parece que querem atribuir

à famosa sala o que há de pior na escola.

Seria culpa de quem? Qual seria o motivo de uma sala

tão maluca? Os professores não sabiam mais o que fazer,

ninguém encontrava a solução. Alguns alunos se destacavam

mais. Destacavam em quê?

Na bagunça, no estresse que causavam aos

professores?

Diante dessa realidade, surge a liderança na forma de

trabalho de alguns professores.

Page 15: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

22

Iniciamos o ano e ficamos sabendo quem seria o

professor coordenador da "Sala Maluca". Qual seria a atitude

dela? Dominaria a classe? Será que ela iria aguentar?

Achamos que não, motivos não faltavam.

Essa professora coordenadora, muito exigente, achava

que os alunos tinham que escrever e bem. Coitada, mal sabia

ela! Os professores trabalham muito para os alunos

aprenderem, na verdade, a maioria aprende, então a sala

maluca não é tão ruim assim. Todas as classes têm suas

dificuldades e facilidades.

Os pais deveriam cobrar mais de seus filhos, se fossem

mais rígidos, isso ajudaria. A escola também deve fazer sua

parte, dando oportunidades.

Ao longo do ano, os alunos problemáticos melhoraram, o

amadurecimento deles foi essencial.

A Sala Maluca, hoje, é mais respeitosa com professores

e colegas. Quem achou que tudo estava perdido, se enganou.

Quem diria? Estamos até escrevendo uma crônica!

Gabrielly S. Sousa & Laíse Cristina Sousa

Page 16: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

23

Page 17: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

24

MINHA FELICIDADE

Eu não sei cantar, nem pular corda. Mas tenho certeza

que mesmo assim sou feliz. Sou assim mesmo e, às vezes, até

desenho corações em guardanapo, sol também. Porque acho

que são as únicas coisas que eu sei desenhar.

Minha vida é uma festa com pulseirinha VIP, o seu

convite é encaminhado ao seu caráter, guardo as primeiras

impressões, mas considero somente as últimas. Não suporto a

dúvida, mas não preciso da mentira para proteger minha rotina,

eu não desperdiço pessoas, comprometo-me com meus

valores e com meus professores, porque este é o meu dever e

também porque alguns são bravos. Não comprei máscaras,

não construí muros, não criei meus escudos. Por isso, fui

derrotada algumas vezes. Mas vamos mudar o foco.

Ando desarmada, mostro quem eu sou, espero que

goste e que amanhã faça sol, e se não gostar ou se chover,

não muda nada. Não importa o quanto a realidade possa

confundir, eu tenho algumas certezas eternas, tenho histórias

pra contar... Não são muitas, mas tenho... A minha vida eu

carrego no colo e por isso a minha felicidade tem garantia. E o

resto? É um pote de brigadeiro com colher dentro.

Andressa Cordeiro Borges

Page 18: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

25

7ª B

Um país se faz com homens e livros.

Monteiro Lobato

Page 19: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

26

Page 20: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

27

LER PODE SER INTERESSANTE

Ler pode ser bem legal, interessante, um passatempo

que pode se tornar sabedoria. Eu gosto muito de ler, adoro

meus livros, cuido muito deles.

Certas pessoas precisam ler para faculdade, para

estudar. Ler é bem entediante, mas ao mesmo tempo você

viaja, tem aventuras, imagina coisas surreais.

Muita gente quando lê um livro viaja para bem longe,

onde você talvez nunca pudesse ir ou que não existe mesmo.

Ler é fundamental para fazer outras leituras, desperte a

inspiração para produzir texto.

Nesse momento eu estou lendo um livro muito

interessante. Quando eu começo a ler, eu me sinto como se

fosse o personagem, como se estivesse vivendo no lugar dele.

Tudo que acontece com ele está acontecendo comigo, até os

sentimentos (pode ser doideira, mas é verdade).

As pessoas têm gostos e interesses diferentes, adotam

critérios diferentes para escolha de suas leituras. Existem livros

de vários gêneros: romance, culinária, viagens, histórias

infantis, aventuras, moda, etc. Eu acho tudo muito interessante.

Muitas vezes, quando a pessoa quer ler o livro de

culinária, prometeu para alguém que cozinha muito bem, mas

Page 21: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

28

na verdade não sabe cozinhar nada, nadinha. Também pode

ser que quer mostrar para o namorado que sabe cozinhar muito

bem, que é cozinheira de mão cheia.

Os infantis, eu acho a coisa mais bonitinha, cheia de

fadinhas, super-heróis, contos de princesas é aquela coisa

“cuticuti” que toda criança tem.

Os de romance são meus favoritos, pessoas

apaixonadas, alguns com tragédias. Tipo Romeu e Julieta, são

dois jovens apaixonados, mas no fim das contas também é

uma grande tragédia (muito lindo).

Aventura é um (grande) livro cheio de adrenalina, coisa

que faz a gente disparar como se fosse um atleta. Eu adoro

esse tipo de leitura, quando leio me dá vontade de sair e fazer

o que o personagem faz.

E também tem os de viagem, eu gosto mesmo de ver os

lugares onde gostaria de conhecer (não tenho como ir mesmo),

com paisagens lindas, lugares incríveis!

Mas, apesar de tudo, tudo é livro, de várias formas,

gostos, estilos, lugares, não importa qual o gênero é sempre

livro. De alguma forma, todos gostam de ler “pouco ou muito,

por necessidade ou porque gosta”, mas ler é sempre

enriquecedor.

Jacqueline Lopes Vilasboas

Page 22: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

29

Page 23: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

30

SEMPRE A MESMA COISA

Em uma época em que o mundo era quase não

civilizado, bem diferente de hoje em dia, uma líder de uma

pequena tribo gritava com seus companheiros de

acampamento: “Seus Neandertais, vocês não conseguem

policiar corretamente o sagrado lugar onde vivemos? Seus

inúteis, este roubo foi o ponto final, a partir de hoje todos vão

ficar acordados à noite tomando conto do acampamento,

menos eu que vou ficar dormindo.”

Quando chegou a noite, e como dito pela líder, todos

ficaram acordados tomando conta, menos ela que foi dormir, e

um novo roubo aconteceu; mais uma vez a chefe aplicou um

sermão nos poucos habitantes, e isso foi acontecendo

sucessivamente. Até que um dia um morador decidiu

pronunciar-se: “Cansei, cansei de enganar quem mais nos

ajuda, quem nos lidera, nos dá conselhos, fomos nós que

traímos você, roubamos porque te achamos muito rigorosa.”

Revoltada, a capitã disse: “Me retiro daqui para sempre,

eu tentei, eu tentei, nunca o ser humano vai mudar, sempre vai

achar uma pequenina brecha para humilhar uma pessoa, rir

pelas costas dela, por um motivo mínimo que pode ser

resolvido com uma conversa, tomara que um dia isso mude.”

João Miranda Carvalho

Page 24: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

31

Page 25: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

32

LER PARA ENTENDER O MUNDO

Para mim a leitura é a base de aprender, pensar, falar e

escrever bem. Leio muitos livros, mas os meus preferidos são

os de poesia.

A literatura é a arte de escrever boas histórias. Muitas

pessoas acham que a leitura é só um passatempo, mas eu

não, a leitura para mim é um jeito de refletir, expandir minha

mente.

A leitura é utilizada para fazer um monte de coisas, por

exemplo, leio bastante na escola, e em casa também. A leitura

é fundamental na minha vida, principalmente para o meu

futuro. Por isso nunca deixo de ler.

Tânia Belo da Silva

Page 26: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

33

Page 27: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

34

VOVÓ JUDOCA VERSUS LADRÃO MEIA-BOCA

Atualmente, é quase rotina uma pessoa ser assaltada,

abordada por um ladrão bem no meio da rua! A sem-

vergonhice de alguns impressiona cada dia mais a população,

mas o último caso de furto relatado pela mídia levou todas as

pessoas a rirem e a repensarem seriamente sobre seus

conceitos no que se refere aos idosos.

Não entendeu? Veja bem:

Numa manhã de domingo, como em qualquer outra, a

senhora Gertrudes fez sua caminhada até a feira e comprou

todos os alimentos que precisava.

Até aí tudo bem.

Após as compras, Gertrudes foi para sua casa

carregada de sacolas pesadas e de sua bolsa mais pesada

ainda, e ao se aproximar da porta de sua casa, ela foi

abordada por um sujeito estranho, que puxando suas sacolas,

disse:

― Me dê a bolsa e me diga onde está a chave para que

possamos entrar na casa.

Gertrudes, logo pensando que se tratava de um ladrão,

o surpreendeu, largando sua bolsa e todas as sacolas no chão

e partindo para cima do homem com experientes golpes de

judô. Ninguém sabia que ela praticava essa modalidade.

Page 28: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

35

O homem no chão, com o nariz quebrado e saindo

sangue por causa do impacto da queda, olhou descrente para

a senhora, sem saber o porquê dela ter agido daquele jeito

com ele já que ela o conhecia.

― Isso é para você aprender a nunca mais tentar atacar

uma mulher, seu safado! ― Gertrudes gritava, atraindo a

atenção de todos.

O que eles não sabiam era que havia uma vizinha

bisbilhoteira vendo toda aquela cena e que acabou chamando

os policiais. Eles chegaram segundos depois da chamada e,

vendo a confusão, levaram vovó Gertrudes e o ladrão para a

delegacia.

Ao chegarem lá, o delegado os recebeu, sério:

― O que se passa aqui, oficiais? – e virando-se para os

dois visitantes ali, perguntou: ― Alguém pode me explicar qual

é o problema?

Nisso, a baderna recomeçou: a senhora Gertrudes

gritando e se lamuriando, os policiais se vangloriando e o pobre

homem tentando se explicar, mas sempre o mandavam calar a

boca.

Por fim, o delegado já com dor de cabeça e frustrado,

bate na mesa, exclamando:

― Alguém pode, sem gritos por favor, relatar o que

houve realmente?

― EU SOU O NETO DELA! ― o homem “ladrão” gritou,

calando todos. Dona Gertrudes, de senhora irritada passou

para “velha descrente”.

Page 29: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

36

― Meu neto? Você está louco! Eu só tenho um neto

homem, e ele virá me visitar...

― Somente na semana que vem? ― o homem a cortou,

surpreendendo-a. ― Vó Gertrudes, sou eu, Beto, teu neto.

Quis fazer uma surpresa para a senhora vindo lhe visitar uma

semana antes, mas acredito que quem foi surpreendido fui eu!

― o homem, Beto, exclamou, apertando o gelo (que lhe deram)

no nariz.

Um silêncio incômodo se instalou na sala do delegado

enquanto Gertrudes procurava seus óculos na bolsa.

Colocando-os, ela olhou realmente para o rapaz a sua frente.

― Oh meu bom Deus, é você mesmo, Beto! Nem lhe

reconheci, você cresceu tanto! ― Gertrudes falou, pondo a

mão no colo, maravilhada.

― É, eu percebi que você não se lembrou de mim ―

Beto falou num sussurro, sarcástico.

Gertrudes (sem ouvir isso de seu neto) lembrou-se onde

estavam e com quem estavam. Corando, se levantou da

cadeira da sala e puxou Beto consigo, apertando as mãos dos

oficiais e delegado descrentes, dizendo:

― Ao que parece, foi um grande mal-entendido,

senhores. Mas agradecemos pela atenção, por tudo. Porém,

temos que ir agora ― e, dito isso, foi embora com seu neto.

Deixados na sala, sentindo-se uns verdadeiros palhaços,

os policiais encararam-se e balançaram a cabeça, olharam o

delegado, que só faltava soltar fumaça pelas ventas.

Page 30: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

37

“Não podia existir gente mais maluca do que aquela

vovó e aquele falso ladrão” ― foi o último pensamento dos

oficiais antes de escutarem a bronca de um delegado furioso.

E assim, aprendemos que não se deve abordar uma

velha de surpresa... Mesmo que você seja parente dela.

Juliana Shimada

Page 31: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

38

Page 32: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

39

O ASSALTO AZARADO

O ladrão já estava preso há mais de cinco anos numa

penitenciária do interior de São Paulo e, pela primeira vez, ele

tinha recebido a oportunidade de ficar em casa por conta da

saidinha da Páscoa.

Assim que o criminoso saiu da cadeia, resolveu viajar

para uma pequena cidade do interior. Ali, não resistindo à

tentação, na primeira oportunidade ele roubou a carteira e o

celular de uma menina. Logo após, uma outra jovem que

passava pela avenida, também foi vítima do azarado ladrão,

azarado porque desta vez sua vítima começou a gritar pedindo

socorro. A menor, apavorada e tremendo de medo, chamou os

policiais e, quando chegaram, tomaram conhecimento da

situação e partiram à procura do indivíduo.

Depois de correr por mais de seis quarteirões, os

policiais ficaram impressionados com a atitude do ladrão. O

bandido em altíssima velocidade, fugindo desesperado, entrou

Page 33: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

40

numa rua e viu um muro muito grande, e pensando ser uma

empresa detrás do muro, pegou impulso e saltou o paredão.

Ao ver aquilo, o policial parou de correr na hora, meio

confuso com a atitude do indivíduo. Correu até o portão de

onde ele pulou e viu o bandido já imobilizado por outros

homens que, por acaso, eram outros policiais. Vendo aquilo, o

policial constatou que aquele rapaz realmente fez um assalto

azarado!

Thiago Broinizi Araújo

Page 34: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

41

7ª C

A leitura de um grande livro é muito mais rica que assistir a um grande filme.

Steven Spielberg

Page 35: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

42

Page 36: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

43

MÃE DA INTERNET

Marta, mãe de um garoto de 14 anos e casada há 15,

estava completamente viciada em Internet, ela estava

completamente apaixonada pelas redes sociais. O garoto não

aguentava mais, certo dia ele explodiu:

― Mãe, sai desse computador um minuto, não se come

mais nessa casa, não saímos mais, quase não nos falamos,

tudo por causa desse computador. O papai não sabe cozinhar

e eu muito menos, precisamos comer, nem trabalhos escolares

você me ajuda a fazer, você fica aí no Facebook, no e-mail e

procurando dietas malucas para emagrecer mais depressa,

isso não é justo...

A mãe, sem entender, respondeu:

― Mas meu filho, eu só estou procurando receitas de

alimentos mais saudáveis.

― Mas mãe, isso não é vida pra ninguém, “na moral”,

agora só tomamos chá, chá não é alimento, quero comida, CO-

MI-DA: arroz, feijão, bife e batata frita! Volte a ser normal, pelo

amor de Deus!

―Tudo bem filho, eu vou sair desse computador e dar

uma renovada na minha vida!

― Então, adeus ao Facebook?

Page 37: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

44

― Claro que não, isso nunca! Eu vou é passar numa loja

de eletrônicos da melhor qualidade e vou comprar um Galaxy

S4 e um tablet com Android 4.2 e vou mexer na minha linda

Internet enquanto eu cozinho!

É... Ter mãe adolescente não é fácil! O pior é que não

podemos escolher, afinal... “Mãe é mãe!”.

Amanda Sampaio, Carolina Cassiano & Sarah Ribeiro

Page 38: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

45

Page 39: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

46

PROFEXINEIRA

A professora Diana foi chamada à sala da diretora

Joana.

― Diana! Preciso que você faça um trabalho para mim.

― Pode falar, Joana!

― Eu gostaria que você fosse faxineira por um dia.

―Mas para quê?! A senhora está ficando louca?!

― É que... É que eu acho que você é a pessoa ideal

para ter essa experiência e saber como as faxineiras são

desvalorizadas... E comentar com seus alunos.

― Tem certeza? É que isso é meio estranho.

― Sim, certeza absoluta. E se você não cumprir a tarefa,

infelizmente o governo mandará eu te...

―Demitir?! Então pode deixar que eu faço sem

problemas!

Mal sabia Diana que essa experiência era um truque da

diretora para que as faxineiras da escola fossem monitoradas,

pois diversos alunos reclamavam que os banheiros estavam

sujos e as salas de aula totalmente empoeiradas.

Page 40: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

47

No dia seguinte, Diana foi trabalhar como faxineira. Logo

que chegou, viu as mulheres comentando sobre o último

capítulo da novela das nove e resolveu entrar na conversa.

Depois do bate-papo, ela trabalhou tanto... Lavou os banheiros,

tirou a poeira de todas as salas e varreu a escola toda.

No final de seu turno, Diana escutou uma de suas

colegas de trabalho falar:

― A nova faxineira é tão bobinha! Ela trabalha duro

enquanto a gente só fica conversando e não faz nada!

Diana ficou triste com suas “colegas” e foi correndo à

sala da diretora, mal chegou lá e já estava falando:

― Senhora, as faxineiras daqui são umas folgadas! Elas

não fazem nada além de conversar sobre coisas fúteis!

― Ahá! Eu sabia!

― Sabia o quê?!

― Sempre desconfiei que aquelas relaxadas não faziam

nada. Irei demitir todas amanhã. Você fez um ótimo trabalho,

Diana! Amanhã você volta a ser professora.

― Como é que é?! Não era apenas uma experiência

para eu contar para meus alunos?!

Page 41: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

48

― Ah! Tudo enganação. Só lhe pedi para fazer isso

porque a escola estava muito suja e eu queria saber o motivo.

― Quer saber? Eu também acho que essa escola está

um chiqueiro e precisa de uma bela de uma limpeza! Peço que

a senhora tire meu cargo de professora, eu já fiz muito pelos

meus alunos e agora pretendo ser faxineira e me orgulho disso!

Miriam Teixeira Francisco & Pedro Almeida

Page 42: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

49

Page 43: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

50

O PRECONCEITO NA ESCOLA

Um dia na escola, na hora do intervalo, uma criança

chamada Caio e seus colegas estavam brincando no

parquinho, cada um em um brinquedo. Um de seus colegas,

chamado Pedro, se aproximou e o chamou para brincar com

ele, só que Caio disse:

― Não vou brincar com você.

― Por quê? ― Pedro perguntou, chateado.

― Porque você é preto! ― Caio lhe respondeu.

Pedro saiu correndo chateado com ele.

A professora viu Pedro sozinho sentado em um banco e

foi perguntar a ele o que aconteceu.

― Pedro, o que aconteceu?

― Fui chamar o Caio para brincar comigo e ele disse

que não queria porque eu sou preto.

― Fique aí! Vou chamar o Caio para nós três

conversarmos sobre isso ― a professora lhe falou.

A professora, depois de ter chamado Caio, sentou-se

com as duas crianças e explicou que Caio não podia ter falado

Page 44: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

51

assim com seu amigo, pois o que ele havia feito era

preconceito.

― Professora, o que é preconceito? ― as duas crianças

perguntaram.

― Preconceito é quando você deixa de lado uma pessoa

só porque ela é diferente de você, não só pela cor, mas

também pela cultura, religião e por outros motivos.

Entenderam? ― ela respondeu.

― Aaah, agora entendemos o que é preconceito,

professora! ― a professora continuou a explicar sobre o fato

ocorrido.

― Agora que vocês entenderam o que é preconceito, e

o que aconteceu é errado, vocês vão fazer as pazes.

As crianças pediram desculpas uma a outra e foram

brincar juntas. E elas repassaram aos colegas a lição que

aprenderam.

Nathally M. dos Santos

Page 45: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

52

Page 46: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

53

A LUA E SEU ENCONTRO COM VÊNUS

Há cerca de 100 anos ocorreu um desentendimento da

Lua com Vênus e a consequência disso foi um desequilíbrio

geral no universo. O mar invadia a terra, os vulcões entravam

em erupção, tempestades e terremotos assustavam todos os

seres vivos.

A Lua, com toda sua arrogância, talvez fosse a

causadora de tanta tragédia, pois ela se considerava a melhor

de toda galáxia, queria mandar em todos e suas decisões

tinham que prevalecer.

Percebendo o mal que havia causado, a Lua quis se

desculpar com Vênus.

Lua: Vênus, eu preciso do seu perdão e de todos do

universo. Sei que tenho o meu lado obscuro e fama de

arrogante, mas eu quero mudar para o bem de todos os seres

vivos. Às vezes não consigo me controlar, pense na minha

situação: eu tive um relacionamento muito caloroso com o rei

Sol que esquentou muito a minha cabeça, por isso tenho

atitudes descontroladas.

Vênus: Preciso reunir todos os astros e estrelas para

analisar suas atitudes, ninguém pode agir sem pensar.

Lua: Eu estava me sentindo a rainha mandona, o Sol

como rei de todos me deixou mal-acostumada e mandona.

Page 47: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

54

Quando eu passar pelo Sol, vou mostrar que ele não brilha

sozinho.

Vênus: Confesso que fiquei apaixonado por você nas

suas passadas por mim. Eu não tenho o calor do Sol, mas

esquento muito, sabia?

Lua: Sim, por isso tenho que passar por vocês de vez

em quando. Agora vamos nos unir para salvar o mundo.

Depois desse encontro que ocorreu no ano de 2013,

Vênus e Lua mostraram a força do amor.

Rodrigo Rossi & Rubens Tadeu Nedes

Page 48: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

55

Page 49: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

56

FUTEBOL E VIOLÊNCIA

O esporte mais querido do brasileiro está cada vez mais

difícil de ser apreciado no campo de futebol, mas não é o

futebol em si e nem os jogadores os culpados de tudo isso.

A violência é o grande vilão dessa história. As torcidas

brigam, matam, dão prejuízo aos clubes e não são punidos.

Uma boa parte de torcidas organizadas são mesmo

organizadas e não violentas, têm amor pelo esporte e por seu

time, mas há torcidas que são organizadas, mas para brigar,

matar e sabem que não serão punidas.

A mídia fala muito da torcida violenta, dos vândalos,

quando poderiam também mostrar quem se organiza para

prestigiar o seu time, uma torcida pacífica.

Os clubes sempre têm prejuízo, mas também têm parte

da culpa em tudo isso. São culpados porque dão ingressos,

pagam hotéis, e, consequentemente, perdem dinheiro e

prestígio.

Esses clubes deveriam se inspirar em times europeus,

como um time inglês que ficou dois anos sem jogar futebol em

seu estádio. A torcida que cometeu ato de violência ficou

proibida de frequentar estádio durante dois anos.

Page 50: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

57

O Brasil, para mudar, para crescer, deve tomar

providências e mandar violentos e corruptos para cadeia.

Jefferson Maia

Page 51: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

58

Page 52: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

59

ALTA MADRUGADA

Nina estava com vontade de conversar, digitar, conhecer

um amigo qualquer, mas ela não tinha qualquer amigo à

disposição. Foi então que ela descobriu o "we chat". De tanto

procurar, achou uma ferramenta que encontra pessoas a

quilômetros de distância.

A partir daí começa o seu tormento. Inicia um bate-papo

com um homem mais velho.

Nina diz: Olá! Tudo bem?

Ele responde: Olá, querida!

O estranho amigo começa um bate-papo totalmente fora

da realidade de uma jovem adolescente, perguntando qual era

o seu endereço, sua idade e do que ela mais gostava.

A jovem, assustada, diz morar na casa de sua tia e não

deu maiores informações sobre sua vida particular, desligando

o seu aparelho. Aquele ser estranho, tomado de ódio, pegou a

localização da residência de Nina, pois ela estava com o seu

GPS ativado, por isso foi possível localizar o seu endereço.

A distância entre a casa do mau-caráter e a de Nina era

de aproximadamente 4 quilômetros e, não demorou muito, lá

estava ele.

Page 53: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

60

Assim que escutou o barulho da moto, ela se escondeu

dentro do armário e tentou ficar o mais quieta possível. Ele

quebrou a porta da cozinha e começou a procurar pela

casa inteira. Por fim, decidiu olhar no armário e achou a garota.

Ela desabou a chorar e gritar por socorro. Logo foi amordaçada

pelo bandido.

Ninguém viu nem ouviu nada. O desgraçado colocou-a

na moto e partiu com Nina para uma cidade distante. De lá, ele

permitiu que Nina fizesse uma ligação em um celular com

número restrito, impossível de identificar.

Ela escolheu ligar para sua irmã Jane. Nina, chorando,

falou: Jane? Avisa a nossa família que eu serei o anjo de todos

vocês!

Rubens Tadeu Nedes

Page 54: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

61

Page 55: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

62

A PROVA DE FLÁVIO

Flávio chegou em casa, não almoçou e foi direto para o

seu quarto. Passou pela mãe correndo, sem dar bom dia.

― Menino, o que é isso? O que aconteceu?

― Tô preocupado mãe.

― Precisava entrar no seu quarto voando? O almoço

está na mesa. Se você tivesse corrido mais um pouco teria

voado, credo!

― Desculpa mãe.

Depois de três horas dentro do quarto, Flávio sai

correndo, passa pela mãe, pelo pai e pelo irmão e não diz

nada. Ele pegou bolacha, doce e salgada, fez um copo de leite

com chocolate maior que ele e correu de volta ao quarto.

― Não aguento mais José, vai lá falar com seu filho

agora e manda ele sair desse quarto, a comida dele já esfriou.

― Calma Maria, eu já tô indo.

Seu José se levantou e foi falar com seu filho.

― Flávio, posso entrar? Quero falar com você.

― Um momento pai, já tô indo.

Page 56: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

63

Seu José escutou o barulho da maçaneta girando, mas o

garoto não saiu.

― Sai daí, sua mãe quer falar com você, ela quer saber

por que você está trancado nesse quarto, meu filho.

― É porque quarta-feira eu tenho prova de Matemática e

a professora Carmem tinha me dado umas aulinhas

particulares e eu tô aproveitando para estudar bastante, quero

tirar a melhor nota.

― Isso é bom meu filho, mas ainda é segunda-feira, a

prova é depois de amanhã. Vai comer e descansar.

Flávio descansou e deixou tudo pronto para o dia da

prova.

Na quarta-feira, ele se arrumou e foi para o ponto.

Correu tanto que tropeçou em um buraco gigante na calçada.

Ele foi chorando mostrar o machucado do joelho para a mãe,

que ficou desesperada.

― Ma...mãe, a...ainda dá tem...tempo de pe...pegar o

o...ônibus.

― Acho que não menino, mas vamos tentar.

― Vai logo e se comporta. Boa sorte!

Page 57: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

64

Quando Flávio chegou na escola, a prova já tinha

começado. Mas a professora entendeu a situação do garoto e

aplicou a prova na segunda aula.

Assim que ele chegou em casa, contou tudo o que tinha

acontecido para sua mãe. Quando anoiteceu, Dona Maria

colocou Flávio e seu irmão Zac para dormir. Então Flávio ficou

com uma dúvida na cabeça: quem iria se responsabilizar pelo

seu acidente causado nas ruas esburacadas, com calçadas

precisando de reparos, e sem contar o transporte coletivo que

demora e está em péssimas condições, quem? Vou falar disso

com os adultos para saber se eles irão atrás dos seus direitos.

Amanda Sampaio Ribeiro

Page 58: Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos

65

ESCREVA A SUA HISTÓRIA

Escreva sua história na areia da praia, para

que as ondas a levem através dos sete mares,

até tornar-se lenda na boca de estrelas cadentes.

Conte a sua história ao vento,

cante aos mares para os muito marujos;

cujos olhos são faróis sujos e sem brilho.

Escreva no asfalto com sangue,

grite bem alto a sua história antes que ela

seja varrida na manhã seguinte pelos garis.

Abra o peito em direção dos canhões,

suba nos tanques de Pequim,

derrube os muros de Berlim

destrua as cátedras de Paris.

Defenda a sua palavra.

A vida não vale nada se você

não tem uma história para contar.

PEDRO BIAL