livro de baruque2

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    Livro deBaruque.

    INTRODUO

    O livro de Baruc chegou at ns por meio da verso grega da Septuaginta, onde seencontra entre Jeremias e as Lamentaes. So Jernimo absteve-se de traduzi-lo para olatim porque, a seu ver, "os hebreus nem liam, nem possuam" este livro; por isso, o quefoi inserido na Vulgata a traduo latina da Vetus Latina. Na Vulgata , Baruc se situageralmente entre as Lamentaes e Ezequiel - juntamente com a Carta de Jeremias que,na Vulgata , vem logo em seguida e constitui o seu captulo sexto.

    A primeira leitura, a obra se apresenta como tendo sido redigida por Baruc , "secretrio"

    de Jeremias , durante o exlio na Babilnia , para proveito da comunidade que ficara emJerusalm . Mas as numerosas discrepncias entre as informaes dos escritoscontemporneos relativos tomada de Jerusalm e ao Exlio e os dados de Baructornam impossvel a atribuio desta obra ao "secretrio" de Jeremias (cf. notas em Br1,1.2.8.10.12 e 14). O livro inclui-se, portanto, na literatura pseudonmica; a

    pseudonmia implica um autor diferente, bem como outra situao e outros destinatriosque os enunciados no texto. Da decorre a principal dificuldade para ler Baruc. Elesegue o modelo das narrativas referentes tomada de Jerusalm por Nabucodonosor em587 e aos anos de exlio , sem deixar de introduzir certo nmero de alteraes, cujafuno adaptar o modelo situao histrica do seu tempo. Tais diferenas so ossinais caractersticos do processo de atualizao. Para situar Baruc no espao e no

    tempo, e para compreender sua funo, mister tentar descobrir, por trs do que diz otexto, o que ele, na realidade, designa.

    As quatro partes do livro. Mas a leitura esbarra ainda com outra dificuldade: o cartercompsito da obra. De fato, ela constituda de quatro partes heterogneas, que no

    podem ser nem do mesmo autor, nem da mesma poca: uma introduo histrica, umaorao penitencial, uma meditao sobre a Sabedoria, e finalmente uma exortao aJerusalm .

    Esses trechos diferem tanto pela lngua original que supem, como pelo gnero literrioe a doutrina: da provm os problemas da unidade da coletnea em sua composio atuale o da sua funo global.

    a) A introduo histrica (1,1-14). Descreve-nos as circunstncias em que o livro deBaruc teria sido composto, e com que finalidade. Teria esta introduo sido redigidadiretamente em grego, por um escritor familiarizado com a Septuaginta, ou remontaria aum original semtico? Ambas as hipteses foram defendidas, mas a segunda parece maisverossmil.

    b) A orao penitencial (1,15-3,8). Duas partes se podem distinguir (1,15 nota): deincio, uma confisso (1,15-2,10), a seguir uma splica (2,11-3,8). O texto grego desta

    orao , mosaico de citaes bblicas, , com toda a verossimilhana, traduo de uma

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    prece inicialmente redigida em hebraico. Ela pertence a um gnero literrio bem-definido, o da confisso nacional.

    O incio da orao (1,15-2,19) depende da de Daniel , inserindo-lhe, porm, algumasmodificaes. Em especial, Baruc omite as passagens de Daniel relativas a Jerusalm e

    ao santurio desolado (Dn 9,16.17b.18b.19); mas Baruc acrescenta desenvolvimentossobre a situao do povo no Exlio (Br 2,3-5.13.14b). Essas modificaes sugerem que aorao penitencial de Baruc provm de uma comunidade judaica da dispora , para aqual a situao do Templo j no se apresentava de modo to dramtico quanto aevocada por Daniel . Do ponto de vista cronolgico, vrias hipteses foramapresentadas para explicar este parentesco estreito entre as confisses nacionais deDaniel e as de Baruc; caso se conclua por um emprstimo tomado diretamente de Daniel

    por Baruc, a orao conservada no segundo posterior ao primeiro; mas no impossvel tampouco que essas duas confisses sejam translados de uma orao maisantiga (a respeito de um arcasmo doutrinal, cf. 2,17, nota) que teriam sido inseridos

    posteriormente e de forma independente nos dois livros.

    Funo litrgica, data e ambiente de origem das duas primeiras partes de Baruc: o jejume as lamentaes, os sacrifcios oferecidos no santurio , a confisso nacional, tudo issoindica que o quadro litrgico das duas primeiras partes de Baruc o de uma liturgia

    penitencial celebrada com vistas a reconciliar o povo com seu Deus , depois de algumacatstrofe nacional. Vrios perodos particularmente conturbados podem ser levados emconsiderao: 169 e os anos subseqentes, sob Antoco Epfanes, a tomada de Jerusalm

    por Pompeu em 63 a.C.; finalmente a efetuada por Tito em 70 d.C. Mas o saque doTemplo por Antoco IV em 169 e a restaurao do culto por Judas em 164, portanto,cinco anos mais tarde (cf. 1,2.8) so o que parece explicar melhor as discrepnciassignificativas da tipologia usada neste escrito. A intercesso em prol de Nabucodonosore do seu filho Baltasar (1,11) nos faria remontar a Antoco IV e a seu filho, o futuroAntoco Euptor. Quanto ao ambiente de origem dessas duas primeiras partes, no hdvida de que seja uma comunidade judaica da dispora , talvez de Antioquia,

    profundamente apegada s tradies religiosas da Judia - ao contrrio dos partidriosda helenizao integral, como o sumo sacerdote Menelau (cf. 2Mc 4,23ss.) -, mas

    politicamente hostil a uma resistncia armada contra os selucidas (1,11-12; 2,21.24).

    c) A meditao sobre a Sabedoria (3,9-4,4). orao penitencial segue-se umameditao sobre a Sabedoria (3,9 nota). O texto retoma a interrogao sobre a causa dasdesgraas do povo no Exlio, mas a resposta formulada nos termos caractersticos dos

    escritos sapienciais.A meditao sobre a Sabedoria se situa numa virada da histria das doutrinassapienciais judaicas. A idia de uma Sabedoria dispensada universalmente (Pr 8,17.31),definida como temor de Deus (Pr 1,7; 9,10; 15,33; Sl 111,10; Jo 28,28), precisada: ora identificada com a Lei, cujo depositrio nico o povo eleito (Sr 24,8-12; Br 4,1); ora apresentada como participante da obra criadora de Deus (Pr 8,22-31; Sr 24,9; e talvezBr 3,32-35, cf. nota ao v. 32), depois, habitando entre os homens.

    Por causa das afinidades doutrinais que esta meditao sobre a Sabedoria apresenta como Sircida, cabvel dat-la do sculo II a.C.; mas difcil defini-lo com maior

    preciso. Tambm aqui as opinies acerca da lngua em que este trecho foi composto sedividem. Todavia, parece mais verossmil um original grego. A questo do seu

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    7 e o enviaram a Jerusalm, ao sacerdote Joaquim, filho deHelcias, filho de Salom, bem como aos outros sacerdotes e atodo o povo que se encontrava com ele em Jerusalm.8 Antes disso, Baruc tomara os objetos da Casa do Senhor osque tinham sido levados para fora do santurio para fazer

    com que voltassem terra de Jud no dcimo dia do ms desivan tratava-se dos objetos de prata mandados fazer porSedecias, filho de Josias, rei de Jud,9 depois que Nabucodonosor, rei de Babilnia, deportouJeconias de Jerusalm, e o levou para Babilnia, bem comoos chefes, os prisioneiros, as autoridades e o povo daterra.10 E eles disseram: "Eis que vos enviamos dinheiro: comesta quantia, comprai vtimas destinadas a holocaustos esacrifcios pelos pecados, comprai incenso fazei oferendas,apresentai sacrifcios sobre o altar do Senhor, nosso Deus,

    11 e orai pela vida de Nabucodonosor, rei de Babilnia epela do seu filho, Baltasar, a fim de que seus dias sejamcomo os dias do cu sobre a terra.12 Ento o Senhor nos dar a fora e iluminar nossosolhos; viveremos sombra de Nabucodonosor, rei deBabilnia, e sombra de seu filho Baltasar, servi-los-emosdurante numerosos dias e encontraremos graa diante deles.13 Rezai igualmente ao Senhor nosso Deus por ns, poispecamos contra o Senhor nosso Deus, e at este dia o furore a clera do Senhor no se afastaram de ns.14 Enfim, fareis a leitura deste livro que vos enviamos,

    para que se faa a confisso dos pecados na casa do Senhor,no dia da Festa e nos dias em que for conveniente.15 Direis:Orao PenitencialA confisso. Ao Senhor nosso Deus pertence a justia, mas ans, a vergonha no rosto, como hoje se v! A vergonha parao homem de Jud e os habitantes de Jerusalm,16 para nossos reis, nossos chefes, nossos sacerdotes,nossos profetas e nossos pais.17 Pois ns pecamos contra o Senhor,18 no lhe fomos fiis e no escutamos a voz do Senhor

    nosso Deus, que nos mandava andar segundo os preceitos queele colocou diante de ns.19 Desde o dia em que o Senhor fez sair nossos pais daterra do Egito at este dia, no cessamos de ser infiis aoSenhor nosso Deus e procedemos levianamente, no escutandoa sua voz.20 Por isso, como hoje se v, as desgraas se colaram ans, assim como a maldio proferida por ordem do Senhorpelo seu servo Moiss, no dia em que fez sair nossos paisda terra do Egito, para nos dar uma terra que mana leite emel.

    21 Ns no escutamos a voz do Senhor nosso Deus, conformetodas as palavras dos profetas que ele nos enviou,

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    22 mas amos, cada qual, seguindo o desgnio do seu coraoperverso, servir a outros deuses, fazer o que mau aosolhos do Senhor, nosso Deus.

    CAPTULO 2

    1 Por isso, o Senhor ps em execuo a palavra quepronunciara contra ns, contra nossos juzes que governaramIsrael, contra nossos reis, contra nossos chefes e contraos habitantes de Israel e de Jud:2 no se fizeram debaixo do cu inteiro coisas semelhantess que ele fez em Jerusalm, de conformidade com o que estescrito na Lei de Moiss3 a tal ponto que chegamos a comer, um, a carne do seufilho, o outro, a carne de sua filha.

    4 E o Senhor os entregou ao poder de todos os reinos quenos rodeiam, para sofrerem ultraje e desolao entre todosos povos dos arredores, onde ele os dispersou.5 Eles foram subjugados, em vez de levar vantagem, porquepecamos contra o Senhor nosso Deus, no escutando a suavoz.6 Ao Senhor nosso Deus pertence a justia, mas a ns e anossos pais, a vergonha no rosto, como hoje se v!7 Tudo o que o Senhor anunciara contra ns, todas essasdesgraas desabaram sobre ns.8 E ns no imploramos a face do Senhor, para que apartasse

    cada um de ns dos pensamentos do seu corao perverso.9 Por isso, o Senhor velou por essas desgraas e as mandoucontra ns; porque o Senhor justo em tudo o que nosmandou fazer,10 mas ns no lhe escutamos a voz, que nos dizia paraandar de acordo com os mandamentos que o Senhor puseradiante de ns.

    A splica.11 E agora, Senhor Deus de Israel, que fizeste sair o teupovo da terra do Egito com tua mo forte, com sinais eprodgios, com grande poder e com teu brao estendido, que

    adquiriste um Nome como hoje se v,12 ns pecamos e agimos como mpios, cometemos a injustia,Senhor nosso Deus, contrariando todas as tuas prescries.13 Que a tua ira se aparte de ns, pois estamosabandonados, nmero reduzido no meio das naes nas quaisnos dispersaste.14 Escuta, Senhor, nossa prece e nosso pedido, poupa-nospor causa de ti e concede-nos graa diante dos que nosdeportaram,15 a fim de que toda a terra saiba que tu s o Senhor nossoDeus, pois o teu Nome foi invocado sobre Israel e sobre a

    sua descendncia.

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    16 Senhor, olha do alto da tua santa morada e leva-nos emconsiderao; inclina, Senhor, o teu ouvido e escuta;17 abre os olhos e v: no so os mortos no Hades, aquelescujas entranhas no tm mais alento, que daro glria ejustia ao Senhor,

    18 mas a alma em extremo aflita, o que caminha curvado eenfraquecido, o olhar vacilante, e a alma esfomeada quemte dar glria e justia, Senhor!19 Por isso, no apoiando-nos nas obras de justia dosnossos pais e dos nossos reis que depomos nossa splicadiante de tua face, Senhor nosso Deus20 pois desencadeaste a tua ira e tua clera contra ns,como tinhas anunciado por intermdio dos teus servos, osprofetas, dizendo:21 "Assim fala o Senhor: Curvai os ombros, servi ao rei deBabilnia, e permanecereis na terra que eu dei a vossos

    pais.22 Mas se no escutardes a voz do Senhor que vos mandaservir ao rei de Babilnia,23 eu farei com que a voz da alegria e a do prazer, a vozdo recm-casado e a da jovem esposa abandonem as cidades deJud e saiam de Jerusalmtoda essa terra ficar desolada,vazia de seus habitantes".24 Mas ns no escutamos a voz que nos mandava servir aorei de Babilniapor isso puseste em execuo as palavrasque pronunciaras pela boca dos teus servos, os profetas:arrancar-se-iam dos seus tmulos as ossadas de nossos reis

    e as ossadas de nossos pais.25 E ei-las jogadas aos ardores do dia e ao gelo da noite;eles morreram em cruis sofrimentos, pela fome, a espada eo exlio26 e a Casa sobre a qual foi invocado o teu Nome,reduziste-a ao estado em que hoje se v, por causa daperversidade da casa de Israel e da casa de Jud.27 E, no entanto, agiste para conosco, Senhor, segundo todaa tua eqidade e toda a tua grande compaixo,28 conforme o que tinhas anunciado por intermdio do teuservo Moiss, no dia em que lhe ordenaste que escrevesse a

    tua Lei perante os filhos de Israel, dizendo:29 Se no escutardes a minha voz, pois bem, esta imensa

    multido ruidosa ficar reduzida a pouca coisa em meio snaes nas quais os dispersarei;30 pois eu sei que no me escutaro, porque um povo dedura cerviz.Mas eles cairo em si, na terra onde tero sido deportados,31 e sabero que sou eu, o Senhor, seu Deus. Eu lhes dareium corao e ouvidos que ouvem,32 eles me louvaro na terra onde tiverem sido deportados elembrar-se-o do meu Nome.

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    33 Renunciaro sua obstinao e s suas ms aes, poisse lembraro do caminho de seus pais, que pecaram contra oSenhor.34 E eu os farei voltar terra que prometi a seus paisAbrao, Isaac e Jac apossar-se-o dela; eu os tornarei

    numerosos e, na verdade, eles no sero mais diminudos!35 Firmarei para eles uma aliana eterna, a fim de que euseja para eles Deus, e eles sejam um povo para mim; e nofarei mais sair o meu povo Israel da terra que lhes dei.

    CAPTULO 3

    1 Senhor todo-poderoso, Deus de Israel, quem clama a ti uma alma angustiada, um esprito acabrunhado.

    2 Escuta, Senhor, e tem compaixo, pois pecamos contra ti;3 tu, permaneces para sempre, mas ns, para sempre estamosperdidos!4 Por isso, Senhor todo-poderoso, Deus de Israel, escuta aorao dos mortos de Israel, dos filhos daqueles quepecaram contra ti: eles no escutaram a voz do Senhor seuDeus, ento as desgraas se colaram a ns.5 No te recordes das injustias dos nossos pais, mas,nesta ocasio, lembra-te da tua mo e do teu Nome,6 pois tu s o Senhor nosso Deus, e ns te louvaremos,Senhor!

    7 Foi por isso que inspiraste o temor em nossos coraes:para que invocssemos o teu Nome. Ns te louvaremos nonosso exlio, pois arrancamos de nossos coraes toda ainjustia dos nossos pais, que pecaram contra ti.8 Eis-nos hoje neste exlio em que nos dispersaste,expostos ao ultraje e maldio e para nossa emenda, porcausa de todas as injustias dos nossos pais que sesepararam do Senhor, nosso Deus.

    Meditao sobre a SabedoriaExortao9 Ouve, Israel, os preceitos de vida, prestai ouvido para

    aprender a discernir.10 Que acontece, Israel? Por que ests em terra deinimigos? Por que envelheceste em terra estrangeira?11 Por que te contaminaste com os mortos e por que fosteincludo no nmero dos que descem ao Hades?12 Foi porque abandonaste a fonte da Sabedoria. 13 Setivesses seguido o caminho de Deus, habitarias na paz parasempre.14 Aprende onde est o discernimento, onde, a fora, onde,o saber, para conhecer, ao mesmo tempo, onde esto alongevidade e a vida, onde esto a luz dos olhos e a paz. A

    Sabedoria inacessvel

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    15 Quem encontrou a morada da Sabedoria e quem entrou emseus tesouros?16 Onde esto os chefes das naes, e os que domam osanimais selvagens da terra?17 Onde esto os que se divertem com os pssaros do cu, os

    que pem em reserva a prata e o ouro, nos quais os homenspuseram sua confiana, eles, cuja fortuna no tem limites?18 Onde esto os que lavram a prata e fazem dela o objetode seu cuidado, eles, cujas obras superam a imaginao?19 Foram aniquilados, desceram ao Hades, e outros surgiramem seu lugar.20 Outros mais jovens viram a luz e habitaram sobre aterra; mas eles no conheceram o caminho da cincia,21 no prestaram ateno a suas veredas e no sepreocuparam com ela; os filhos ficaram parte do caminhode seus pais.

    22 Ela tampouco foi ouvida em Cana nem vista em Teman23 at os filhos de Agar que andavam em busca do sabersobre a terra, os mercadores de Merran e Teman, osnarradores de fbulas e os pesquisadores do saber, noconheceram o caminho da Sabedoria e no se lembraram dassuas veredas.24 , Israel, como grande a casa de Deus, como vasto odomnio que lhe pertence!25 Ele grande e no tem fim, elevado e sem medida! 26Ali que foram gerados os famosos gigantes, os doprincpio, de alta estatura e versados na arte da guerra.

    27 No foi a eles que Deus escolheu, nem a eles que indicouo caminho da cincia;28 e pereceram, pois no tinham discernimento; perecerampor causa de sua irreflexo.29 Quem subiu ao cu, quem se apoderou dela para faz-ladescer das nuvens?30 Quem foi alm do mar, quem a encontrou31 Ningum h que lhe conhea o caminho, ningum mesmo quedeseje seguir-lhe a vereda. S Deus a conhece e a doou aIsrael32 Mas Aquele que sabe todas as coisas a conhece, ele a

    descobriu com sua inteligncia; ele preparou a terra para aeternidade, depois, povoou-a de quadrpedes;33 ele envia a luz e ela se pe a caminho; chamou-a: elaobedeceu-lhe tremendo;34 as estrelas brilharam em suas viglias e se alegraram;35 ele as chamou, e elas responderam: "Ei-nos aqui!"Brilharam com jbilo para seu Criador.36 Ele o nosso Deus, e no se contar outro fora dele.37 Ele descobriu todo caminho que leva cincia e oindicou a Jac, seu servo, e a Israel, seu bem-amado.38 Depois disso, ela foi vista na terra e viveu entre os

    homens.

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    CAPTULO 4

    1 A Sabedoria o livro dos mandamentos de Deus, a Lei queexiste para todo o sempre Todos os que se apegam a ela iro

    para a vida, mas os que a abandonam morrero.Exortao2 Volta-te, Jac, apanha-a; pe-te a caminho da claridade,ao encontro de sua luz.3 No cedas a tua glria a um outro, nem os teusprivilgios a uma nao estrangeira.4 Felizes somos ns, Israel, pois nos possvel conhecer oque agrada a Deus! Exortao e consolao de JerusalmExortao aos exilados5 Coragem, meu povo, tu que s o memorial de Israe!6 Vs fostes vendidos s naes, mas no foi para a vossa

    destruio; foi porque irritastes a Deus que fostesentregues aos inimigos;7 pois exasperastes vosso Criador, sacrificando a demniose no a Deus8 olvidastes o Deus eterno que vos alimentou afligistestambm aquela que vos criou, Jerusalm.9 Ela viu desabar sobre vs a clera de Deus e disse:Jerusalm exorta e reconforta seus filhos Escutai, vizinhasde Sio, Deus infligiu-me uma grande dor;10 pois eu vi o cativeiro que o Eterno infligiu a meusfilhos e filhas;

    11 eu os tinha criado com alegria, mas deixei-os partir nador e no sofrimento.12 Que ningum se alegre se estou viva e abandonada pormuitos. Fizeram-me ficar deserta por causa do pecado dosmeus filhos, porque eles se afastaram da Lei de Deus13 eles no conheceram suas prescries, no caminharampelos caminhos dos preceitos de Deus , nem seguiram assendas da educao conforme sua justia.14 Que venham, as vizinhas de Sio! Lembrai-vos docativeiro que o Eterno infligiu a meus filhos e filhas!15 Pois ele arremessou contra eles uma nao vinda de

    longe, uma nao insolente e de lngua estranha, homens queno tiveram respeito ao ancio nem compaixo da criana,16 que levaram os filhos queridos da viva e a reduziram solido, privando-a de suas filhas.17 Mas eu, como posso vir em vosso socorro?18 Aquele que vos infligiu essas calamidades quem vosarrancar s mos de vossos inimigos.19 Andai, filhos, andai! Quanto a mim, eis-me abandonada edeserta;20 despi a veste da paz, pus minha vestimenta de suplicanteclamarei ao Eterno no decorrer de todos os meus dias.

    21 Coragem, filhos! Clamai a Deus e ele vos arrancar dadominao, das mos de vossos inimigos;

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    22 pois quanto a mim, depus no Eterno a esperana de vossasalvao e o Santo concedeu-me uma alegria: a misericrdiavir logo para vs da parte do Eterno, vosso Salvador .23 Pois eu vos deixei partir no sofrimento e na tristeza,mas Deus vos restituir a mim na alegria e no regozijo para

    sempre.24 Assim como as vizinhas de Sio vem agora vossocativeiro, vero em breve a salvao que vir do vossoDeus: ela vos sobrevir com a glria resplandecente e oesplendor do Eterno.25 Filhos, suportai com pacincia a clera que vos veio deDeus o inimigo te perseguiu, mas em breve vers a suadestruio e lhe pisars a nuca .26 Meus tenros filhos percorreram caminhos pedregosos,foram levados como gado arrebatado fora pelos inimigos.27 Tende coragem, filhos, e clamai a Deus, pois aquele que

    vos conduziu para l lembrar-se- de vs.28 Assim como tivestes o propsito de vos afastar de Deus ,depois de convertidos, multiplicai vossos esforos paraprocur-lo!29 Pois aquele que vos infligiu essas calamidades far virsobre vs a alegria eterna junto com a vossa salvao".Consolao de Jerusalm30 Coragem, Jerusalm! Aquele que te deu o teu nome , elete reconfortar.31 Desgraados daqueles que te maltrataram e se alegraramcom tua queda!

    32 Desgraadas as cidades das quais os teus filhos foramescravos! Desgraada aquela que recebeu teus filhos!33 Pois, assim como ela se alegrou com tua queda e secongratulou por tua runa, assim tambm ser afligida porsua prpria devastao;34 eu a privarei da populao numerosa que causa suaalegria, e sua insolncia mudar-se- em sofrimento.35 pois o Eterno far cair um fogo sobre ela por longosdias, e ela ser habitada por demnios durante mais tempoainda.36 Olha para o oriente , Jerusalm , e v a alegria que te

    vem de Deus ,37 Eis que chegam os filhos que viste partir; chegam,reunidos do oriente at o ocidente pela palavra do Santo ,alegrando-se pela glria de Deus .

    CAPTULO 5

    1 Jerusalm, despe o teu vestido de sofrimento e infortnioe veste para sempre o teu belo adorno da glria de Deus.2 Cobre-te com o manto da justia, que vem de Deus, e pe

    na cabea o diadema da glria do Eterno;

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    3 pois Deus vai mostrar o teu esplendor a toda a terra quejaz debaixo do cu,4 e te dar este nome para sempre: "Paz-de-Justia eGlria-de-piedade".5 Levanta-te, Jerusalm, coloca-te sobre o alto e volta o

    olhar para o oriente; v os teus filhos, reunidos desde opoente at o levante pela palavra do Santo eles se alegramde que Deus se recorde.6 Saram das tuas portas a p, expulsos por inimigos, masDeus os faz voltar para ti, carregados gloriosamente comoum trono real.7 Pois Deus ordenou que toda a montanha elevada sejarebaixada, assim como as dunas sem fim; ele mandou encheros vales para que a terra seja nivelada e Israel possaavanar com passo seguro, na glria de Deus.8 Por sua ordem, tambm as florestas e cada rvore

    odorfera prepararam sombra para Israel9 Pois Deus guiar Israel, na alegria, luz de sua glria,acompanhado da misericrdia e da justia que lhe pertencem.