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    Capa

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    Verso da capa

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    Ttulo

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    Folha de rosto

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    Ficha catalogrca

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    Ao leitorCapa:

    Ilustraode Cludia

    Krindges

    Ns, do Grande Ax,pedimos o seuag(licena) para lhes apresentar esta SrieEspecial, que se chama ORIXS DE NAODO RIO GRANDE DO SUL. Pretendemos,com este trabalho, abordar todos os Orixs

    do panteo das cinco Naes existentes entre o povo afro-

    gacho: Cabinda, Ijex, Jej, Nag e Oi.Neste primeiro nmero, no poderia ser outro a trazer-

    mos se no o Orix Bar, pois o primeiro a ser reverenciadonos cultos Afro. Quem , qual sua origem, liao, oferendas,simpatias, denominaes, smbolos, elementos, rezas, enm,quase tudo o que se sabe sobre esse importantssimo Orixvoc encontrar aqui.

    Esta obra fruto de longas pesquisas bibliogrcas edo consenso resultante das entrevistas com sacerdotes africa-nistas de todos os lados. Nossa inteno trazer informaoe incitar a ampliao do debate, para que as futuras geraespossam seguir com base slida na nossa religio.

    Evidentemente, muitas das informaes aqui registra-das podero - e sero - contestadas. Mas, em momento algum

    tivemos a pretenso de tornar esta publicao um manual ouguia a ser seguido. Anal, dado o histrico da religio, suatransmisso por oralidade, a pluralidade e diversidade de la-dos e feituras, impossvel se decretar o que certo e o que errado.

    Este o primeiro da Srie Especial Orixs. Nossa pr-xima edio ser sobre o Orix Ogum.

    Boa leitura e um bom ax a todos!

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    Reproduo de tela daartista plstica Cludia

    Krindges, integrante doacervo de Pai Edinho deOxal

    Apresentao

    A cultura religiosa dos iorubs, etnia da frica Ocidental, muito complexa e fascinante! L, os cultos s divindades somuito mais do que meras expresses religiosas, so a prpriacultura que permeia as relaes sociais, polticas e econmicasdesse povo milenar, sendo o sistema religioso um dos prin-cipais fatores de sua estabilidade social, segundo Olmyiw

    Adky, historiador nigeriano.A essncia desse sistema est na crena em dois mun-dos mticos:Aye Orun. O Ay o mundo material, palpvel,imanente; onde vivem os ara-ay, os seres vivos (animais,plantas e os humanos). Orun o mundo imaterial, invisvel,transcendente; onde vivem os ara-orun, os seres imateriais. no Orun que vive Olodumare, que a suprema divindadeiorub. O Deus nico do qual se origina todo o ax. Para osiorubs, Ele o Rei maior e Dono do universo e seu domniose estende do Orun ao Ay.

    No Orun, tambm vivem os Irunmalse osAncestrais,espritos dos falecidos, divididos em dois gneros: Egunsso osespritos de ancestrais masculinos e as Yami Oxorongso asancestrais femininas. Os irunmals tambm so divididos emdois grupos: os Eborse os Orixs. Os Orixs so as divindadesrelacionadas com a criao, so os Orixs funfunou Orix dobranco, os Oxals como caram conhecidos nas Amricas. J

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    os Ebors so as divindades que do sustentao criao eda redistribuio do ax de Olodumare e abrangem todas asoutras divindades: Ogum, Oi, Xapan, Oxum etc.

    Na transposio da religio dos iorubs para as Am-

    ricas, houve muitas adaptaes de acordo com a regio ondese instalaram. Assim, temos em Cuba a Santerae no Haiti oVodu. No Brasil, devido grande extenso de terras, temosvrias manifestaes da religio dos iorubs, que ocorrem deforma diferente em cada estado: o Tambor de Mina no Mara-nho, o Xang em Pernambuco, o Candombl na Bahia, SoPaulo e Rio de Janeiro, e o Batuque no Rio Grande do Sul. Uma

    dessas adaptaes que nas Amricas todos os Irunmalssoconhecidos como Orixs, indiscriminadamente.Esta obra tem como nalidade trazer de forma abran-

    gente aspectos importantes dos Orixs praticados na religioafro-gacha, o Batuque. Esta a primeira edio de uma sriee tratar, de forma muito especial, do Orix Bar.

    Boa leitura!

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    O Orix Bar atua como elo direto entre os ho-

    mens e as divindades. Responsvel pelos destinos de

    cada um, ele o elemento dinmico que permite a exis-

    tncia no apenas dos seres humanos, mas tambm dos

    animais e das plantas. o fudoque d vida e energiae nos acompanha desde o nascimento at a morte.

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    Bar na Nao dos Orixs

    Bar a divindade iorub mais conhecida e menoscompreendida em todas as formas e vertentes das religiesafro-americanas. visto ora como bom, amigo el e facilitadorde nossa vida;

    ora como mau,inimigo traio-eiro e grandeatrapalhadordo bem viver.Essa profun-da dicotomia,

    oriunda de sua personalidade, faz com que as pessoas tenhamum grande medo ao cultu-lo. Seus rituais so seguidos riscade acordo com os fundamentos aprendidos nos respectivoslados praticados em cada uma das vertentes religiosas cujamatriz a africana.

    Bar o primeiro a ser cultuado sempre, pois quemintermedia todo o tipo de comunicao. Por muito tempo,pensou-se que esse Orix fosse apenas o mensageiro entre oshomens e as divindades ou, at mesmo, escravo dos Orixs.Esse discurso tpico de quem conhece essa divindade apenassupercialmente. Quem o estuda a fundo percebe rapidamenteque Bar a mais importante divindade do panteo iorub,pois comunicao troca, permuta, deslocamento, mobilidade.Sem comunicao, nada se faz.

    Provavelmente, a palavra Bar a corruptela de Eleg-bar, o Senhor da Vida, um dos nomes de Exu no Candombl ena frica. Mas tambm pode ser de Obar, o Rei do corpo. Se

    Bar no um Orix nico; naverdade, ele se divide em pelo menoscinco diferentes classes que tm suas

    peculiaridades.

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    movimentamos nosso corpo porque Bar estnele, pois ele quem anima tudo. As relaessexuais so movimentao, troca, comunicao,por isso Bar quem as preside. Onde h troca,

    comunicao, l est Bar. ele quem rege osmercados, o comrcio e as guerras, assim comoos caminhos que se cruzam, as encruzilhadas.Um corpo sem Bar um corpo imvel, semvida, morto. Da a ideia de que, ao morrermos,o primeiro Orix a deixar nosso corpo Bar.A maior parte das demandas que envolvem

    satisfao material tem ligao singular comesse Orix que, por possuir livre trnsito entreo Orun e o Ay, o que mais se aproxima eentende as nossas necessidades.

    SIMBOLOGIA

    Seu smbolo na frica o Og (pronun-cia-se og), que lhe d poderes para se locomo-ver a grandes velocidades. Essa particularidadefoi copiada pelos gregos na gura do caduceu(basto em torno do qual se entrelaam duasserpentes e cuja parte superior adornada com

    asas), o objeto que dava extrema velocidadeao deus Hermes (Mercrio para os romanos).O og tem a forma de um pnis ereto, smbolo tpico de civi-lizaes muito antigas, representando a fartura, fertilidade emultiplicidade.

    Na Grcia antiga, o deus da boa vizinhana e da pros-peridade, Prapo, era representado sempre com um enormepnis ou sendo o prprio. A mesma divindade chamada entreos romanos de Fallus Erectus. Entre os hindus, tambm h odeus Shiva, muitas vezes representado por um pnis ereto e

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    de propores absurdas. Da mesma forma, Exu ou Bar paraos afro-gachos quando representado em imagens e escul-turas, sempre tem um pnis de tamanho respeitvel, alm decarregar nas mos o og. O prprio cetro dos reis nada mais do que um pnis rstico representativo do poder criador real.

    No Brasil, devido ao processo de sincretismo promovidopela Igreja Catlica para o catecismo dos negros, a anlise dospadres sobre a cultura religiosa dos iorubs fez com que elesacreditassem ser Exu o equivalente ao diabo cristo, principal-mente na regio nordeste do pas, devido ambivalncia de suapersonalidade. Com isso, o forcado ou tridente foi incorporadocomo seu smbolo maior. Devido a essa aura nefasta imposta

    pelo sincretismo, os sacerdotes do Candombl no iniciavamseus lhos para esse Orix, preferindo entreg-los ao OrixOgum. Hoje em dia, com o movimento de reafricanizao dosterreiros baianos, seus lhos podem ser iniciados para ele e oog foi introduzido no seu culto, embora o tridente ainda notenha sido completamente banido.

    Diferentemente do que aconteceu na Bahia, no Rio de

    Janeiro Exu sincretizado com Santo Antnio, pois, segundoalguns, a imagem desse Santo catlico tinha um pnis bemavantajado, que representava a fertilidade, da ser ele o San-to casamenteiro. A Igreja teria mudado a forma da imagemquando o sexo foi includo em sua dogmtica como pecado.Assim, colocou-se o Menino Jesus em seu colo, que representao fruto do matrimnio e a fertilidade.

    No Rio Grande do Sul, esse Orix foi sincretizado tam-bm com So Pedro. A relao bem simples: So Pedro oguardio dos portes do cu, assim como Bar o guardiodos portes dos Ils. So Pedro traz as chaves desses portesnas mos em suas imagens. Logo, a chave seria introduzidano culto a Bar, fazendo deste o seu principal smbolo na re-ligio afro-gacha.

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    QUALIDADES DE BAR

    Bar no um Orix nico. Na verdade, ele se divideem pelo menos cinco diferentes classes, cada uma com suas

    peculiaridades. So essas as manifestaes de Bar: Legba,Lod, Lan, Adague e Agelu.Legba um vodun daomeano, que tem correspondn-

    cia com o Orix Exu dos iorubs. No Rio Grande do Sul, elefoi agregado como classe de Bar. Controvertido, costuma serrepresentado at com a gura do diabo da Igreja Catlica. assentado fora do Il e, em suas homenagens e obrigaes,

    habitualmente so proibidas as participaes de mulheres ehomens com idade inferior a 14 anos.Lod, que em iorub signica da rua, o que responde

    no cruzeiro e funciona como uma espcie de desbravador,ou seja, aquele destemido que abre os caminhos. O seuassentamento ca na rua, naquela casinha que se costumaver na frente dos Ils.

    Lan signica dos caminhos em iorub. Esse Barresponde em cruzeiros de cho batido ou no mato. bastantecomum ver Lan trabalhando em conjunto com Xapan, Xang,Ians e Ogum. Dependendo do lado em que cultuado, elepode ser assentado dentro do Peji ou fora.

    Adague um Bar, assim como Lod, de cruzeiro.Porm, ele tem uma proximidade maior com Ogum. Seu as-

    sentamento se d dentro do Peji.Agelu j um pouco diferenciado. Ele responde nabeira da praia e comum v-lo associado aos Orixs de mel Oxum, Iemanj e Oxal. tradio no batuque do Rio Grandedo Sul que se acredite que ele seja um menino, porm muitoscontestam isso. assentado dentro do Peji.

    Apesar dessas diferenciaes por classe, muitos outrosatributos convergem de maneira sistemtica para o mesmoponto. A saudao para todos os Bars Alupo, palavra queprovavelmente uma corruptela da palavra iorub olupo ou

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    elepo, que signicam Dono do azeite-de-dend.A saudao, logicamente, no a nica coincidncia

    geral que existe entre essas diferentes classes do mesmo Orix.Tambm encontramos semelhanas em outros aspectos, como

    o nmero sete, que identica todos eles, assim como os metaisnquel e ferro, muito valiosos na antiguidade e que reforama sua particularidade com relao aos metais preciosos, almde sua cor, o vermelho.

    Outro aspecto importante deconvergncia entre os cinco diferen-tes Bars diz respeito s suas vasilhas

    para assentamento, que nada maisso do que um alguidar de barro.Suas ervas tambm so as mesmas:guin, or, alevante, dinheiro-em-penca, fortuna, arnica, amendoim(folha), couve, batata-inglesa (fo-lha), erva lanceta, cip-mil-homens,

    vassoura, carqueja, erva-de-nossa-senhora e canela-sassafras.A partir da, as diferenas co-

    meam a ser notadas. Embora sejampequenas, so signicativas e justi-cam o porqu dessas peculiaridades.

    Nesta obra, estudaremos o

    Orix Bar em suas diferentes classesseparadamente. Vericaremos suasdiferentes manifestaes e formasde comportamento; as oferendasreferentes a cada um deles e ondedevem ser colocadas; seus diferen-tes sobrenomes, ferramentas, enm,esmiuaremos as particularidades decada um.

    Og www.centroculturalafricano.com.br

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    Sincretismo religiosoO sincretismo entre as religies de origem africana

    e a religio catlica valeu como poderosa arma para os negrosmanterem suas tradies. Aparentemente adorando os santoscatlicos, na verdade, veneravam suas prprias divindades.Ou seja, de forma dissimulada, os negros escravos exerciamseu culto.

    Bar Lod: So Pedro

    Foi o primeiro apstolo a fazer milagresem nome do Senhor.

    Pedro morreu em Roma e seu martrioocorreu no reinado do Imperador Nero, prova-velmente em 64 d.C. Segundo a crena popu-lar, Pedro foi crucicado de cabea para baixo,

    porque declarou no ter o mrito de ser mortoda mesma maneira que o seu Mestre, Jesus.Na arte litrgica da Igreja, So Pedro

    mostrado como um velho homem segurando uma chave e umlivro. Seus smbolos so: uma cruz invertida, um barco (bar-co de Jesus) e um galo (tripla negao de Jesus). Sua festa celebrada no dia 29 de junho.

    Alm de ser muito popular entre os gachos, SoPedro considerado o padroeiro do estado, tendo seu nomeligado nossa histria. Em 1530, Martin Afonso de Souza foienviado pelo rei de Portugal, Dom Joo III, para delimitar oespao territorial portugus no continente sul-americano. Aoencontrar a desembocadura da Lagoa dos Patos no OceanoAtlntico, acreditou ser a foz de um grande rio e a batizou deRio Grande de So Pedro, nome herdado pela provncia quepassou a se chamar, em 1822, Provncia de Rio Grande de SoPedro do Sul.

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    Santo Antnio de Pdua, de grande po-pularidade no Brasil, nasceu em Lisboa, no anode 1195. Foi cnego regular em Portugal at os

    25 anos de idade, quando entrou para a ordemdos frades franciscanos, em Marrocos. Porm,com problemas de sade, foi obrigado a retornarpara a Europa, permanecendo em um eremit-rio na Itlia, onde ocupou vrios cargos. Paracombater a heresia, Santo Antnio utilizava apregao e a realizao de milagres espantosos.

    Em 1231, foi acometido de uma doena inesperada, fa-lecendo em Arcella, no dia 13 de junho, aos 36 anos de idade.Santo Antnio foi canonizado por Gregrio IX em 30 de maiode 1232. Sua festa celebrada no dia 13 de junho.

    Em Porto Alegre, sua festa j integra o calendrio o-cial de eventos desde o ano de 1998, promovida pela ParquiaSanto Antnio do Partenon, que realiza uma srie de atividades

    como procisses, missas, carreatas e a tradicional Trezena deSanto Antnio.

    Outro costume de no dia 13 de junho as igrejas dis-triburem aos pobres os famosos pezinhos de Santo Antnio.A tradio diz que esse alimento deve ser guardado dentro deuma lata de mantimento, como garantia de que no faltarcomida durante todo o ano.

    Bar Lan, Adague e Agelu:Santo Antnio

    So Pedro foi o primeiro Papa catlico, o prncipe dosapstolos e o fundador, junto com So Paulo, da Santa S deRoma.

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    A viso do Candombl

    SO mais controvertvel dos rss

    Saudao: E Ku abo! Oba Laroye s! s Mo Juba!Traduo: Damos boas vindas ao rei / intrprete detodos os idiomas. s, meus respeitos!

    A palavra s possui o sentido de esfera.s est relacionado com todos os ancestrais femininos,

    masculinos e com todas as representaes coletivas.

    * Babalorix Antonio dos Santos Penna

    s um elemento constitudo e dinmico, represen-tante de todos os seres naturais e sobrenaturais, a prpriarepresentao de tudo que existe.

    s o guardio dos caminhos, cidades e casas. a interligao entre o profano e o sagrado, considerado apedra fundamental da Religio dos rss, pois sem ele nadaseria possvel.

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    s o primeiro rs a ser invocado e assentado. comum encontrarmos, em seus altares, argolas, correntes,autas, caramujos e molhos de chaves.

    s assentado esquerda dos caminhos e dos Tem-

    plos de rs. Desse local, ele controla a entrada e a sadade tudo e de todos. Todavia, o seu lugar preferido a Ort;encruza de trs caminhos, local cabalstico onde os caminhosse iniciam, encontram-se e se repetem.

    s no ca isolado ou desclassicado em nenhumplano. Ele o princpio, a representao e a expanso. Cadaser humano possui o seu prprio s em seu corpo, isto :

    Cada ser humano tem o seu s individual. Cada cidade,cada templo possui seu s de estirpe, caso contrrio, nadapoderia existir, no haveria vida, uma vez que obrigatria aindividualidade para existncia dos seres e locais.

    Olodumare/Deus criou s para servir como substn-cia que se prescreve ou aplica-se a um doente para o seuprprio restabelecimento. Isto , cada ser humano possui em

    seu interior o seu prprio antdoto, uma vez que o bem e omal so sementes que germinam e desenvolvem de acordocom a ndole de cada ser humano.

    O s individual ou particular de cada ser no vistopela prpria pessoa e to pouco h manifestao do mesmo,visto que, incorporado, est no mago de cada pessoa, sendoeste ponto essencial chamado de Bar, que a juno das

    palavras Oba + Ara = Rei do Corpo.O Bar a representao do kdr de cada ser e atravs do mesmo que se processam as alteraes e, pormeio dessas modicaes, que somos estimulados, arre-messados ou no a toda a sorte que compe a nossa esfera,e a estes percalos chamamos de Ese Odu On = Caminhosdo Destino.

    s a expresso de um smbolo que funciona naestrutura real e imaginria. Simboliza as dvidas humanas

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    Antonio dos Santos Penna(Abor ati Orite Oba Aliy)

    Escritor, Etngrafo, Historigrafo,Radialista e Conferencista da Religio dos

    rs.

    Contatos:Fones:

    (21) 3654-6981 e 3777-7640

    Site:www.aseobaigbo.com.brE-mail: [email protected]

    perante os conitos sociais estabelecidos. a certeza da li-berdade e autonomia do ser humano diante das diculdadesnaturais e sociais.

    s o prprio desao, a vontade e a irreverncia que

    permitem ao ser humano uma autodeterminao, a quebrade qualquer interdio. Ele quem fornece aos seres huma-nos as maneiras e ritualsticas para a melhoria das suas pr-prias sortes. s , para ns (os seguidores da Religio dosrs), algo muito elevado e elucidado, no possuindo ne-nhum vnculo com anjo demonaco (Lcifer) da viso catlicae evanglica.

    O culto ao rs s transladado da frica no pos-sua (tampouco possui nos dias de hoje e nunca ir possuir)nenhum vnculo ou anidade com seres demonacos (Lci-fer /Diabo), se que eles existemda forma que se fala e que foramcriados. Diga-se de passagem, asetnias africanas, que vieram para o

    nosso pas como escravos, s ouvi-ram falar desse ser quando da ob-sesso dos europeus ao seu conti-nente.

    s no possui assimilaocom as entidades da Umbanda edo Omoloko, conhecidas pelos ep-

    tetos de TrancaRua, Veludo, Tei-moso, Caveira, Maria Molambo,Maria Padilha, Pandira, Colondina,Z Pilintra etc.

    PS: Favor no confundir com o

    Odu Obara Meji - 6 Odu

    na Cada do Jogo de Bzios.

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    So muitas as pessoas, leigas ou no, que muitas ve-zes, ao se depararem com o termo Exu, confundem se estse tratando de Orix ou esprito. Isso porque a maioria dasCasas de Nao tambm cultua, de uma forma ou de outra,os espritos denominados Exus.

    Exu uma divindade extremamente importante nacultura religiosa dos iorubs, mas, no Brasil, essa divindadesofreu uma metamorfose incrvel, chegando a despencar noconceito africanista, principalmente no da Bahia. Nos Can-dombls baianos, devido ao sincretismo imposto pelos padrescatlicos, esse Orix foi entendido como sendo o prprio diabocristo, enfatizando seu lado negativo e minimizando o positivo.

    J de incio os negros perceberam que seus escraviza-

    dores tinham um terrvel medo do capeta e se aproveitaram

    No

    confunda...O importante que no se confunda o Orix Exu, que no

    Rio Grande do Sul chamamos Bar, com o esprito Exu da Umbandaou Quimbanda. Ainda que este guarde a essncia daquele, eles noso, nem de perto, a mesma coisa.

    * Hendrix de Orumilia

    BAR - EXU

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    * Professor de Histria, discente docurso Epistemologia Negro-Africana:Pedagocia do Ax, secretrio do GT

    NEGROS/ANPUHRS e membro doEGB ORN IY e do CEDRAB

    desse temor para realar ainda mais a aura demonaca de Exu,fazendo at mesmo imagens de um personagem diablico.No faltaram chifres e rabos para adorn-lo em madeira edepois de barro (mais tarde gesso). Logo aps o surgimento

    da Umbanda, so transpostos para essa religio os Orixs afri-canos (no incio havia s caboclos, pretos velhos e crianas) eacontece novo choque. A Umbanda uma religio que buscase aproximar ao mximo da sociedade ocidental branca. Porisso, adotou os santos catlicos como referncia e o espiritismokardecista como pressuposto teolgico. Como o Exu vistocomo algo demonaco, o esprito que se identica como tal se

    manifesta nos mdiuns de forma dramtica; e no so rarasas casas que resolveram criar um novo sistema religioso spara eles: a Quimbanda.

    O Inkice angolano Congobira, divindade semelhanteao Exu dos iorubs, tambm foi incorporado ao culto deste,transformando-se na verso feminina de Exu: a Pombagira.Como os Exus e Pombagiras so frequentemente associados a

    pessoas que esto muito aqum da moral e tica crist, elesnunca so reverenciados como pai ou me, mas semprecomo compadre e comadre, como quem quer manter laosamigveis, porm com certa distncia.

    O importante que no se confunda o Orix Exu, queno Rio Grande do Sul chamamos Bar, com o esprito Exu daUmbanda ou Quimbanda. Ainda que este guarde a essncia

    daquele, eles no so, nem de perto, a mesma coisa.

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    Quando o milho chegou frica, oriundo docontinente americano, um certo lavrador assumiu oseu total monoplio.

    O rico fazendeiro, dono de muitas terras,transformou todas as suas propriedades em camposde milho, reservando apenas uma pequena rea ondecriava galinhas e porcos.

    Toda a sua produo era por ele mesmobeneciada; torrava e moa o milho que produzia emantinha severa vigilncia sobre seus empregados

    para que nenhum gro de milho seco sasse de suapropriedade, evitando assim que outros lavradorespudessem tambm fazer plantaes do dourado gro.

    O monoplio estabelecido fez com que suafortuna aumentasse consideravelmente e, comoquase sempre acontece, com a fortuna cresceu tam-bm a sua ganncia. Guardas fortemente armados

    vigiavam as entradas e sadas de sua fazenda e seusempregados eram obrigados a trabalhar inteiramente

    A esperteza de Exu

    LendaseMito

    s

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    despidos, para que no escondessem, em suas roupas, grosde milho que pudessem ser semeados em outras terras.

    Seus preos eram exorbitantes e aumentados cons-tantemente, causando um grande descontentamento entre

    os moradores da regio que, sentindo-se explorados de formacruel, foram procurar Exu para dar um jeito na situao, quej se tornara insuportvel.

    - No podemos abrir mo do consumo do milho! - dis-se o representante do povo a Exu. - Tornou-se, junto com oinhame, a base de nossa alimentao e da alimentao dosanimais que criamos.

    - Quer dizer ento... - disse Exu - ... Que o tal fazen-deiro no permite que ningum plante milho fora de suaspropriedades?

    - Sim, verdade! - conrmou o queixoso. - Alm disso,cobra preos altssimos pelo seu produto, o que est nos le-vando misria! Tudo o que ganhamos em nossas atividadesacaba indo parar em seus bolsos!

    - Sim! Eu posso ajud-los a conseguir sementes parafazerem suas prprias plantaes - armou Exu sem muitopensar.

    - Mas tudo o que queremos! - respondeu o homem,j aliviado. - O que precisamos fazer?

    - Tragam-me sete galinhas que tenham sido compradas,logo pela manh, na fazenda do tal homem - respondeu Exu.

    - Mas por que havemos de comprar das mos dele sepossumos, ns mesmos, boas criaes de galinhas? - pergun-tou, espantado, o representante.

    - Queres que eu resolva o problema? - perguntou Exu.- Sim! - respondeu o outro.- Pois ento faa o que estou mandando! Quero sete

    galinhas da fazenda do tal agricultor, e que tenham sido com-pradas de manh bem cedo! ordenou Exu sem explicar osmotivos de sua preferncia.

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    O homem foi embora e, reunindo-se com as outraspessoas, relatou-lhes tudo o que fora conversado na sua reu-nio com Exu.

    - E ele me exigiu sete galinhas que devem ser adquiri-

    das das mos do homem que nos explora! No entendi! Se jsomos roubados no preo do milho, por que razo deveremosdar-lhe ainda mais dinheiro comprando tambm suas galinhas?Mas, tudo bem! Se assim que Exu quer que faamos, queassim seja feito!

    No dia seguinte, bem cedo, l se foi o pobre coitado,com o pouco dinheiro que possua, comprar as sete galinhas

    do explorador.J de posse das aves, reuniu-se com seus companheirose rumaram todos em direo casa de Exu.

    - Bom dia! - disseram.- Bom dia! - respondeu Exu. - E ento, trouxeram a

    encomenda?- Sim! Trouxemos as galinhas mais gordas que havia no

    galinheiro daquele explorador. Cobrou-nos um preo absurdo,mas o que poderamos fazer a no ser pagar o exigido?- Pois ento no percam mais tempo! Sacriquem ime-

    diatamente todas elas em minha honra! - Comandou o Orix.Humildemente os homens sacricaram as galinhas,

    entregando-as, j mortas, a Exu.- Agora abram as suas barrigas e retirem, com muito

    cuidado, suas vsceras - ordenou Exu, no que foi imediatamenteobedecido.Apresentando uma cabaa com as entranhas das aves,

    os homens disseram:- Aqui esto as vsceras das galinhas!Pegando a cabaa, Exu dirigiu-se fonte dgua onde,

    cuidadosamente, lavou tudo muito bem lavado.Devolvendo a cabaa com as vsceras aos homens, Exu

    deu nova ordem:

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    Fonte: Martins, 2005

    - Recolham os gros de milho que esto nos buchosdas aves sacricadas, sequem-nos ao Sol e semeiem-nos emseus campos!

    As galinhas, que haviam sido alimentadas poucos mi-

    nutos antes, tinham os buchos cheios de gros de milho secos,bons para serem semeados!Dessa forma, Exu puniu a ganncia do fazendeiro que

    manipulava a produo do milho, permitindo que os seus vizi-nhos plantassem tambm, cada qual em sua terra, o preciosogro.

    Pouco tempo depois, todos os lavradores da regio

    colhiam, orgulhosos, espigas de milho da cor do ouro em seusprprios campos. por isso que se oferecem a Exu gros de milho, como

    lembrana ao grande favor prestado aos homens num tempomuito remoto.

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    Bar no possua riquezas, no possua ter-ras, no possua rios, no tinha nenhuma prosso

    nem artes nem misso. Vagabundeava pelo mundosem paradeiro. Ento, um dia Bar passou a ir casade Oxal todos os dias.

    Na casa de Oxal, Bar se distraa vendo ovelho fabricando os seres humanos. Muitos e muitostambm vinham visitar Oxal, mas ali cavam pouco,quatro dias, sete dias e nada aprendiam. Traziam

    oferendas, viam o velho Orix, apreciavam sua obra epartiam. Bar foi o nico que cou na casa de Oxal,onde permaneceu durante 16 anos.

    Bar prestava muita ateno na modelageme aprendeu como Oxal modelava as mos, os ps,a boca, os olhos, o pnis dos homens e a vagina dasmulheres.

    Bar observava, no perguntava nada, ape-nas observava e prestava muito ateno e com o

    O poder sobre asencruzilhadas

    LendaseMito

    s

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    Fonte: www.lendas.orixas.com.br

    passar do tempo aprendeu tudo com o velho. Um dia, Oxaldisse a Bar para ir postar-se na encruzilhada por onde passa-vam os que vinham sua casa. Era para car ali e no deixarpassar quem no trouxesse uma oferenda a Oxal.

    Cada vez mais havia mais humanos para Oxal fazer.Oxal no queria perder tempo recolhendo os presentes quetodos lhe ofereciam, nem tinha tempo para as visitas. Bar,que tinha aprendido tudo, agora podia ajudar Oxal. Era elequem recebia as oferendas e as entregava a Oxal. Bar exe-cutava bem o seu trabalho e Oxal decidiu recompens-lo.Assim, quem viesse casa de Oxal teria que pagar tambm

    alguma coisa a Bar.Bar mantinha-se sempre a postos guardando a casade Oxal. Armado de um og, poderoso porrete, afastava osindesejveis e punia quem tentasse burlar sua vigilncia. Bartrabalhava demais e fez sua casa ali na encruzilhada. Ganhouuma rendosa prosso, ganhou seu lugar, e sua casa. Barcou rico e poderoso. E ningum pode mais passar pela en-

    cruzilhada sem fazer uma paga a Bar.

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    Em pocas remotas, os deuses passaramfome. s vezes, por longos perodos, eles no re-cebiam bastante comida de seus lhos que viviamna Terra.

    Os deuses, cada vez mais, se indispunhamuns com os outros e lutavam entre si guerras assom-brosas. Os descendentes dos deuses no pensavammais neles e os deuses se perguntavam o que pode-riam fazer. Como ser novamente alimentados peloshomens? Os homens no faziam mais oferendas e osdeuses tinham fome. Sem a proteo dos deuses, a

    desgraa tinha se abatido sobre a Terra e os homensviviam doentes, pobres, infelizes.Um dia, Exu pegou a estrada e foi em busca

    de soluo. Exu foi at Iemanj em busca de algoque pudesse recuperar a boa vontade dos homens.Iemanj lhe disse: - Nada conseguirs. Xapan jtentou aigir os homens com doenas, mas eles novieram lhe oferecer sacrifcios.

    Iemanj disse: - Exu matar todos os ho-mens, mas eles no lhe daro o que comer. Xang jlanou muitos raios e j matou muitos homens, maseles nem se preocupam com ele. Ento, melhor queprocures soluo em outra direo. Os homens notm medo de morrer. Em vez de amea-los com amorte, mostre a eles alguma coisa que seja to boaque eles sintam vontade de t-la. E que, para tanto,desejem continuar vivos.

    Exu leva aos homens oorculo de If

    LendaseMito

    s

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    Exu retornou o seu caminho e foi procurar Orung.Orung lhe disse: - Eu sei por que vieste. Os dezesseis

    deuses tm fome. preciso dar aos homens alguma coisa deque eles gostem, alguma coisa que os satisfaa. Eu conheo

    algo que pode fazer isso. umagrande coisa que feita com 16caroos de dend. Arranja os cocosda palmeira e entenda seu signi-cado. Assim poders conquistar oshomens.

    Exu foi ao local onde havia

    palmeiras e conseguiu ganhar dosmacacos 16 cocos. Exu pensou epensou, mas no atinava o que fa-zer com eles. Os macacos ento lhedisseram: - Exu, no sabes o quefazer com os 16 cocos de palmeira?Vai andando pelo mundo e em cada

    lugar pergunta o que signicam es-ses cocos de palmeira. Deves ir a 16lugares para saber o que signicam.Em cada um desses lugares recolhers 16 odus. Recolhers16 histrias, 16 orculos. Cada histria tem a sua sabedoria,conselhos que podem ajudar os homens. Vai juntando os oduse, ao nal de um ano, ters aprendido o suciente. Aprenders

    16 vezes 16 odus. Ento, volta para onde moram os deuses.Ensina aos homens o que ters aprendido e os homens irocuidar de Exu de novo.

    Exu fez o que lhe foi dito e retornou ao Orun, o Cu dosOrixs. Exu mostrou aos deuses os odus que havia aprendidoe os deuses disseram: - Isso muito bom.

    Os deuses, ento, ensinaram o novo saber aos seusdescendentes, os homens, que puderam saber todos os dias osdesgnios dos deuses e os acontecimentos do porvir. Quandojogavam os 16 cocos de dend e interpretavam o odu que eles

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    indicavam, sabiam da grande quantidade de mal que haviano futuro. Eles aprenderam a fazer sacrifcios aos Orixs paraafastar os males que os ameaavam. Eles recomeavam asacricar animais e a cozinhar suas carnes para os deuses. Os

    Orixs estavam satisfeitos e felizes. Foi assim que Exu trouxeaos homens o If.

    Fonte: www.lendas.orixas.com.br

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    ORIX BARORIX BAR

    e suas classese suas classes

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    Bar se divide em pelo menos cinco diferentes mani-festaes, cada uma com sua prpria peculiaridade:

    Bar Elegb

    Bar LodBar LanBar AdagueBar Agelu

    Todos os Bars possuem determinados elementos queos diferenciam entre si.

    Legba um Bar que funciona como uma espcie de me-diador entre os opostos que se manifestam na vida do homem. Poresse motivo, considerado o responsvel direto pelo incio e fm da

    vida dos homens. Beira as estreitas fronteiras entre o bem e o male participa das grandes decises entre o sim e o no.

    BAR LEGB

    Legb

    ou

    Elegb?

    pr

    s

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    Este Bar tem origem no povo Fon do antigo Daom,hoje Benin. Sempre, nas guerras dos povos antigos, os quetinham a supremacia militar se faziam vitoriosos nas batalhas.Mas quem detinha uma cultura menos elaborada acabava se

    apropriando da outra. Foi o que aconteceu nas guerras entreos iorubs e os fon. Vrios Orixs dos iorubs foram incorpo-rados ao panteo fon, dentre eles Elegbar. S que, quandouma divindade iorub incorporada cultura fon, seu nometem supressesna slaba inicial e nal. Assim, Elegbar no-minado Legb, na cultura jej-fon.

    No processo de sincretismo, foi injustamente associado

    imagem do diabo da Igreja Catlica. Mas no h nada dediablico nele. Apesar disso, Legb deve ser respeitado, jque cercado de muitos mistrios, perigos e at contradies.

    Na concepo afro-gacha, Legb um Bar que fun-ciona como uma espcie de mediador entre os opostos que semanifestam na vida do homem. Por esse motivo, considera-do o responsvel direto pelo incio e m da vida dos homens.

    Beira as estreitas fronteiras entre o bem e o mal e participadas grandes decises entre o sim e o no.Individualista, Bar Legb no aceita a diviso de suas

    coisas com outros Orixs. Isso tanto vericvel, que Legbdeve ser assentado do lado de fora do Il, preferencialmente,do lado esquerdo de quem entra. Essa individualidade tambmse verica em outros aspectos. Legb no aceita ser reveren-

    ciado junto com outros Orixs (embora muitos Babalorixsfaam assim) preferindo um culto em separado. Alm disso,poucas pessoas so iniciadas para Bar Legb e so rarssimosos casos de sua manifestao (incorporao).

    Em algumas Casas, nos ritos realizados em honra a esteOrix, proibida a participao de mulheres de qualquer idade,crianas com idade inferior a 14 anos e homens que ainda noforam prontos (no zeram o Bori de quatro-ps).

    Essas limitaes que, por si s j so bastante restri-tivas, explicam o fato de existirem to poucos cultos em ho-

    -

    -

    ?

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    menagem a Legb. Apenas a Nao de Cabinda realiza cultos,sendo os seus adurs (rezas) os primeiros a serem tirados.Essa necessidade de rezar primeiramente para ele encontraexplicao em uma de suas utilidades mais bsicas dentro do

    culto. esse Bar que afasta os espritos que, por ventura,possam estar no Il para atrapalhar o bom andamento dosrituais.

    Como j foi dito anteriormente, raros so os lhos deBar Legb. Quando isso ocorre, costuma-se fazer uma novaconsulta aos bzios para vericar se existe a possibilidade dese assentar o Bar Lod, uma vez que esse um Bar mais

    fcil de lidar que o prprio Legb, embora ambos sejam de ruae tenham comportamentos parecidos.Legb costuma responder na gueira do mato, local

    onde deve ser depositada a sua oferenda.Sua guia costumeiramente de cor vermelho-escuro

    e seu dia da semana segunda-feira.

    OFERENDAS

    A oferenda para Legb consiste em milho torrado,amendoim torrado, feijo preto torrado, miami gordo (farinhade mandioca com azeite-de-dend), sete bifes com azeite-de-dend, atar (pimenta) verde e da costa, sete cachimbos detaquara recheados com atar verde ao invs de fumo.

    FRUTAS

    Manga, laranja azeda, laranja-de-umbigo, buti, ma-racuj, alfarroba, ob (noz-de-cola), toronja, cana-de-acare amora.

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    SOBRENOMES

    Birim, B, Bikuim, Borokum, Croni, Dal, Denim, Elau,Graj, Jeb, Ro, Rom, Ingu, Crav, Labo Demim, Lob, Lon,

    Lap, Lol, Leb, Motim, Nabu, Naum, Labu-denim, Omulum,Tolab, Tirir, Tolal, X.

    HORTALIAS

    Milho, amendoim, feijo preto, pimenta verde, pimentada costa, pimenta malagueta, couve, batata branca, batata

    rosa, batata roxa, rabanete redondo, rabanete comprido, pi-mento, pepino, brcolis, milho-zaburro.

    ANIMAIS

    Pombos pintados de branco e preto ou branco e mar-rom, cor de telha, cinza ou branco, galo vermelho escuro, casal

    de galinha-dangola, bode preto e peixe pintado.

    AJUNTS

    Oi Timbo e Oi Dir.

    SINCRETISMO

    No h sincretismo denido.

    FERRAMENTAS

    Lana, rebenque, foice, corrente, ponteira, tridente,gadanho, chave, xaiv, cadeado, canivete, sineta, cachimbode barro ou de taquara, moedas e bzios.

    mi-

    ho hortali-

    a? SIM

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    VASILHAS

    Alguidar de barro.

    RVORES E PLANTAS

    Cambu, laranjeira, amo-reira, pltano, vassoura verme-lha.

    PARTES DO CORPO

    HUMANO

    Pnis, pncreas, ure-tra, sangue, ossos das mose das pernas.

    ERVAS

    Guin, or, alevante,dinheiro-em-penca, fortuna,arnica, amendoim (folha),couve, batata inglesa (fo-lha), erva lanceta, cip-mil-homens, vassoura, carqueja,

    erva-de-nossa-senhora ecanela sassafrs.

    METAIS

    Nquel e ferro.

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    Od, em iorub, sig-

    nifica rua. O adur ExuOlod/Exu Obar Lan querdizer: Exu o dono da rua/Exu o rei do corpo e doscaminhos. o Orix daschaves que abrem e fechamos caminhos para todas as

    existncias. o conhecedordos atalhos para que os ob-jetivos possam ser atingidos. Lod quem conhece os ca-minhos da sade, felicidade,negcios, trabalhos, viagens,

    enm, quem decide sobre o destino e comanda os anseiosdos homens.

    Bar Lod o responsvel pelo cuidado com os cru-zeiros, sejam eles das estradas, dos matos ou da rua. Somos

    BAR LOD

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    obrigados a passar por essas encruzilhadas para chegarmosseja l onde for. Dessa maneira, acredita-se que, para se atingiros outros Orixs e termos contato com eles, precisamos antessaudar Bar Lod, para que este possa nos conduzir a salvo

    pelos caminhos que ele conhece to bem.Lod um Bar da rua, portanto, l que deve serassentado. Possui as mesmas restries de Bar Legb para oseu assentamento e culto. Assim como Legb, consideradocomo o guardio da entrada do Il, o que obriga a colocaoda sua casinha na rua, preferencialmente do lado esquerdode quem entra no Il.

    Diferente de Bar Legb, Lod no to individualista.Ele aceita dividir a sua casa com Ogum Avag, nico que seaproxima de seus fundamentos, mantendo com ele uma es-pcie de relao mtua de trabalho. Mas tambm divide seuespao, s vezes, com Ians Timbo. comum ver trabalhosde demandas sendo resolvidos por esses Orixs.

    Existem pessoas que acreditam que quando ele se

    manifesta em algum no terreiro, Bar Lod deve ser despa-chado imediatamente. Mas, para a maioria, ele consideradoum Orix como os demais e deve ser respeitada a sua vontadede se manifestar em seus lhos, participando ativamente nasfestas.

    Diferentemente dos outros Orixs, Bar Lod - quandomanifestado - deve ser despachado na porta da frente da casa,

    devido sua total ligao com a rua.Qualquer obrigao como oferendas, sacrifcios ou o quefor em homenagem a Lod deve ser feito dentro da casinhadele, do lado de fora ou na porta do Il. Alguns lados at mes-mo realizam feituras de bori na rua, em frente sua casinha.Certos Sacerdotes, inclusive, evitam que os animais, frutas ouervas utilizados nesse processo passem por dentro do salo.

    Existe uma curiosidade bem especial com relao Bar Lod. Embora haja controvrsias quanto participaode mulheres em seus ritos, frequentemente ele as pega como

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    lhas, fazendo com que surjam acalorados debates sobre apossibilidade ou no de isso acontecer, tendo em vista suasrestries. Isso fruto de sua prpria personalidade dicotmica,j que ele impe as regras mais duras e castiga veementemen-

    te quem no as cumpre, embora ele mesmo as quebre comose nada valessem, s para demonstrar que ele quem sabeo que faz e faz o que quer, e ns somos meros instrumentosde sua vontade.

    No caso da necessidade de iniciao na religio de umacriana lha de Bar Lod, h de se tomar certas precaues.Muitos sacerdotes costumam assentar um Orix provisrio no

    lugar de Lod at que seu lho tenha 14 anos e possa, nal-mente, receber o seu verdadeiro Orix. Os Orixs que podemservir como provisrios so: Ogum, Xang, Od, Ossanha,Xapan e Oxal. Depois dos 14 anos, feito um ritual ondeBar Lod assume seu lho, enquanto o Orix provisrio passaa ser o Orix de passagem.

    Via de regra, sua guia uma corrente de metal ou con-

    tas vermelhas e o dia destinado ao seu culto a segunda-feira.

    OFERENDAS

    A oferenda a Bar Lod deve ser entregue em qual-quer cruzeiro, e pode conter os seguintes ingredientes: milhotorrado, pipoca, sete batatas inglesas assadas, sete apets de

    batatas inglesas cozidas e amassadas sem casca.

    SOBRENOMES

    Alupagema, Au, Be, B, Bem, Bir, Bomi, Bicuim,Borocum, Denim, Djetei, Dal, Dar, Elupanda, Elau, Fum,Fumilai, Lon, Lak, Modibau, Motim, Nabu, Ob, Ob-ot,Obir, Obe-em, Sapat, X.

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    FRUTAS

    Laranja comum, amora, manga, alfarroba, toronja, ob(noz-de-cola) e cana-de-acar.

    HORTALIAS

    Milho, milho de pipoca, batata rosa, batata roxa, ba-tata branca, rabanete redondo, rabanete comprido, pimentamalagueta, pimento, pepino, brcolis, milho-zaburro.

    ANIMAIS

    Pombos pintados de branco e preto ou branco e mar-rom, cor de telha, cinza ou branco, galo vermelho, casal degalinha-dangola, cabrito ou bode com aspas, de qualquer corou peixe pintado.

    AJUNTS

    Ians e Ob.

    SINCRETISMO

    So Pedro.

    FERRAMENTAS

    Corrente, porrete de cambu, xaiv, gadanho, chave,cadeado, ponteira, canivete, cachimbo de barro ou de taquara,foice, sineta, moedas e bzios.

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    VASILHAS

    Alguidar de barro.

    RVORES E PLANTAS

    Cambu, laranjeira, amoreira, pltano e vassoura ver-melha.

    PARTES DO CORPO HUMANO

    Pnis, pncreas, uretra, sangue, ossos das mos e das

    pernas.

    ERVAS

    Guin, or, alevante, dinheiro-em-penca, fortuna, ar-nica, amendoim (folha), couve, batata inglesa (folha), ervalanceta, cip-mil-homens, vassoura, carqueja, erva-de-nossa-

    senhora e canela sassafrs.

    METAIS

    Nquel e ferro

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    Lan em iorub signica do caminho. conhecidocomo o principal responsvel por abrir as estradas e atalhos. o organizador dos caminhos.

    Como sabemos, tudo ao nosso redor gira em torno decruzeiros, de encruzilhadas. No h caminho que faamos emnossa vida em que no existam estradas cruzadas, ainda queestas sejam simbolicamente representadas por diferentes pos-sibilidades de escolhas. Assim sendo, torna-se imprescindvelagradar Bar Lan, de maneira a dar bom prosseguimento aqualquer trabalho, de qualquer natureza. O agrado pode serqualquer coisa, at mesmo uma vela comum acesa em umcruzeiro.

    Bar Lan, diferentemente dos outros j apresentados, cultuado dentro e fora de casa; esta variao depende dolado de quem o cultua. de Bar Lan a responsabilidade dezelar pela segurana interna do Terreiro.

    Esse Bar tem uma particularidade que o diferencia dosdemais: ele costuma responder, principalmente, nos cruzeirosdos matos ou num cruzeiro aberto, locais em que devem serdepositadas as suas oferendas. Porm, essa no uma regra

    BAR LAN

    Bar Lan conhecido comoo principal respon-svel por abrir asestradas e atalhos.

    o organizador doscaminhos.

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    rgida, pois Bar Lan tambm responder nos cruzeiros derua, se necessrio.

    Contam alguns sacerdotes que, antigamente, as Ialo-rixs tinham uma espcie de homem de conana, que era

    responsvel pelo assentamento, cuidado e manuseio desseOrix, outrora proibido para as mulheres. Portanto, quando seviam na obrigao de servir ou manusear os utenslios de BarLan, incumbiam esses ogs de faz-lo. Tambm era desseshomens a obrigao de preparar os servios, os axs defrente e tudo o que tinha ligao com esse Orix. Na frica,esse cargo denominado Olupon.

    Alguns sacerdotes ainda seguem essa tradio. Amaioria, porm, discorda dessa teoria, defendendo o quehoje comum: Bar Lan pode ser trabalhado por mulherese manifestar-se nas lhas.

    Suas guias so vermelhas ou de corrente de metal e oseu dia de venerao a segunda-feira.

    OFERENDAS

    A oferenda de Bar Lan pode ser feita com milho tor-rado, pipoca, sete batatas inglesas assadas e opet.

    SOBRENOMES

    Aguid, Aguid-om, Apanad-lan, Aan, B, Bilan,Belom, Borocum, Borocum-lan, Caminoloa, Crajau, Croni,Digui, D, Dei, Dar, Em, Funiqu, Lak, M, Obiom, Obitoi,Ode, Omulm, Rarax, Ro, Rom, Tuke, Tirir, Tirir-lan.

    FRUTAS

    Laranja comum, amora, manga, alfarroba, toronja, obe cana-de-acar.

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    HORTALIAS

    Milho, milho de pipoca, batata rosa, batata roxa, ba-tata branca, rabanete redondo, rabanete comprido, pimenta

    malagueta, pimento, pepino, brcolis, milho-zaburro.

    ANIMAIS

    Pombos pintados de branco e preto ou branco e mar-rom, cor de telha, cinza ou branco, frango vermelho, casal degalinha-dangola, cabrito com aspas, de qualquer cor ou peixe

    pintado.

    AJUNTS

    Ob, Oi e Oxum.

    SINCRETISMO

    Santo Antnio.

    FERRAMENTAS

    Corrente, foice, chave, cadeado,ponteira, porrete de ambu, sineta, cani-

    vete, moedas e bzios.

    VASILHAS

    Alguidar de barro.

    RVORES E PLANTAS

    Cambu, laranjeira, amoreira, pl-tano, vassoura vermelha.

    Mi-

    lho horta-

    lia? SIM

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    PARTES DO CORPO HUMANO

    Pnis, pncreas, uretra, sangue, ossos das mos e daspernas.

    ERVAS

    Guin, or, alevante, dinheiro-em-penca, fortuna, ar-nica, amendoim (folha), couve, batata inglesa (folha), ervalanceta, cip-mil-homens, vassoura, carqueja, erva-de-nossa-senhora e canela sassafrs.

    METAIS

    Nquel e ferro.

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    Adague considerado por muitos sacerdotes como oSenhor da Exatido, Mestre da Preciso. Essa associao temmuito a ver com o seu carter de decodicao das mensagensque os Orixs enviam aos Babalorixs atravs da consulta aos

    Bzios.Assim como Lan, Adague um Orix de dentro de

    casa, ou seja, o seu assentamento feito dentro do Peji(Quarto-de-Santo), ao lado dos outros Orixs. Alguns sacer-dotes somente o assentam para homens maiores de 14 anos.

    Assim como os demais Bars, preciso ter muito cui-dado e ateno no trato com Bar Adague, dadas as particu-

    laridades desses Orixs.Suas guias so de cor vermelha ou corrente de metal

    e seu dia de saudao a segunda-feira.Esses axs podem variar de casa para casa.Bar Adague subdividido em outras classes denomi-

    nadas pelo seu sobrenome, que diz a origem e a especialidadede cada um.

    OFERENDAS

    BAR ADAGUE

    Adague oresponsvel direto

    pela defesa do Il. considerado pormuitos sacerdotescomo o Senhor da

    Exatido, Mestre daPreciso.

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    O local onde a oferenda para Adague deve ser deposi-tada o cruzeiro aberto, aquele cruzeiro da Casa, embora esteOrix tambm responda no mato. Sua oferenda pode conter

    milho torrado, pipoca, sete batatas inglesas assadas e opet.

    SOBRENOMES

    Ajanad, Aguid, Aguid-om, Borocum, Berim, B,Belom, Birim, Bomi, Caminoloa, Diki, De, Epanad, Ingu,Crav, Larom, Lon, Lap, Naum, Sebi, Tuki, Tueb.

    FRUTAS

    Laranja comum, amora, manga, alfarroba, toronja, ob(noz-de-cola) e cana-de-acar.

    HORTALIAS

    Milho, milho de pipoca, batata rosa, batata roxa, ba-tata branca, rabanete redondo, rabanete comprido, pimentamalagueta, pimento, pepino, brcolis, milho-zaburro.

    ANIMAIS

    Pombos pintados branco e preto ou branco e marrom,cor de telha, cinza ou branco, frango vermelho, casal de gali-nha-dangola, cabrito ou peixe pintado.

    AJUNTS

    Oi e Ob.

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    SINCRETISMO

    Santo Antnio.

    FERRAMENTAS

    Corrente, porrete de cambu, xaiv, gadanho, chave,cadeado, ponteira, canivete, cachimbo de barro ou de taquara,foice, sineta, moedas e bzios.

    VASILHAS

    Alguidar de barro.

    RVORES E PLANTAS

    Cambu, laranjeira, amoreira,pltano, vassoura vermelha.

    PARTES DO CORPO HUMANO

    Pnis, pncreas, uretra, san-gue, ossos das mos e das pernas.

    ERVAS

    Guin, or, alevante, dinheiro-em-penca, fortuna, arnica, amendoim (folha), couve, batatainglesa (folha), erva lanceta, cip-mil-homens, vassoura, car-queja, erva-de-nossa-senhora e canela sassafrs.

    METAIS

    Nquel e ferro.

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    Na maioriadas vezes em que sefala de Bar Agelu,dificilmente conse-

    gue-se fugir de de-terminadas contra-dies. Alguns sacer-dotes defendem queAgelu apenas mais

    uma classe de Bar. Outros, porm, discordam dessa teoriae propem que Agelu seria o nico Bar menino e, por isso,

    disporia de certas regalias que outros Bars no possuem.Seja como for, comum vermos a imagem do meninono colo de Santo Antnio como a representao de Bar Agelu,o que refora ainda mais a segunda hiptese. Bar Agelu um Orix que responde, principalmente, na beira da praia. bastante comum v-lo trabalhando em associao direta comoutros Orixs, como Oxum, Iemanj e Oxal. Em funo disso,muitos lados o tm como um Orix de mel, diferentementedos outros Bars cujo tempero o dend.

    considerado o regulador da multiplicao e do cresci-mento dos seres humanos e de todas as outras vidas sobre aterra. Diz-se que dele a responsabilidade de zelar pelo Peji.

    Seu assentamento segue as mesmas regras exigidaspara os demais Bars.

    Sua guia de cor vermelha ou corrente de metal e seudia, diferente dos outros Bars, pode ser a sexta-feira.

    BAR AGELU

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    OFERENDAS

    Por responder com frequncia na beira da praia, masem local seco, este o local de entrega das suas oferendas. Naimpossibilidade disso, podem ser depositadas em um cruzeiroaberto ou do mato.

    Essas oferendas devem possuir, basicamente, milho tor-rado claro com mel, pipoca, sete batatas inglesas assadas, milhocozido, sete tiras de coco e opet.

    SOBRENOMES

    Apanad, Bi-om, B, Dar, De, Dem, Emim, Funiqu,Geb, Graj, Id, Lol, Lonam, Lob, Nique, Rem, Tolal, Tolab,Un.

    FRUTAS

    Laranja comum, amora, manga, alfarroba, toronja, ob(noz-de-cola) e cana-de-acar.

    HORTALIAS

    Milho, milho de pipoca, batata rosa, batata roxa, batatabranca, rabanete redondo, rabanete comprido, pimenta malague-ta, pimento, pepino, brcolis, milho-zaburro.

    ANIMAIS

    Pombos pintados de branco e preto ou branco e marrom,cor de telha, cinza ou branco, frango vermelho, casal de galinha-dangola, cabrito at quatro meses de idade, com aspas, de qual-quer cor, exceto preto ou peixe pintado.

    AJUNTS

    Oxum Pand, Iemanj, Oi e Ob.

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    SINCRETISMO

    Menino Jesus no colo de Santo Antnio.

    FERRAMENTAS

    Corrente, porrete de cambu, xaiv, gadanho, chave,cadeado, ponteira, canivete, cachimbo de barro ou de taquara,foice, sineta, moedas e bzios.

    VASILHAS

    Alguidar de barro.

    RVORES E PLANTAS

    Cambu, laranjeira, amoreira,pltano, vassoura vermelha.

    PARTES DO CORPO HUMANO

    Pnis, pncreas, uretra, sangue,ossos das mos e das pernas.

    ERVAS

    Guin, or, alevante, dinheiro-em-penca, fortuna, arnica, amendoim(folha), couve, batata inglesa (folha),erva lanceta, cip-mil-homens (folha),vassoura, carqueja, erva-de-nossa-senhora e canela sassafras.

    METAISNquel e ferro.

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    Um dos aspectos mais importantes que envolvem todosos Orixs da Nao o fato de que eles exercem inunciaem seus Filhos, seja sobre a sua maneira de agir, de pensar,ou at mesmo sobre a sua constituio fsica, aproximando-osde seu arqutipo.

    Os lhos de Bar apresentam uma personalidade muitomarcante e um comportamento cotidiano diverso. So pessoasintrpidas e destemidas, is aos seus princpios, aos amigose as suas causas. So corajosos e se esmeram a tudo que sededicam.

    No lado prossional, so comerciantes hbeis e esper-tos, capazes de fechar os negcios mais impossveis e des-fazerem outros da mesma maneira. Sempre chegam a seusobjetivos, no desistindo facilmente deles.

    No campo sentimental, os lhos desse Orix so ca-pazes de amar profundamente, at mais de uma pessoa aomesmo tempo, com a mesma entrega e ardor.

    So pessoas fortes, capazes, romnticas, felizes, par-ticipativas, francas, espertas, inquietas, sinceras e astutas.

    Normalmente, os lhos desse Orix gostam de viagens,de andar na rua, de passear, de jogos e de bebidas.

    Enigmticos, poucas vezes deixam transparecer seus

    sentimentos mais profundos. Ora so extremamente compre-ensivos com os problemas dos outros, ora so bravos e camfacilmente contrariados.

    Os homens, lhos de Bar, normalmente so altos,com bom porte fsico e olhar marcante. J as mulheres, almdo olhar marcante, possuem um belo corpo e estatura mdia.

    As funes mais indicadas para os lhos desse Orix

    so: carreira militar, diplomacia, jornalismo, vendas e comrcio.

    Os Filhos de Bar

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    Alguns dos Filhos de Bar que zeram a histriada religio:

    Me Helena de Bar (Cabinda), Me Laudelina de Bar

    (Oi), Me Neusa do Lgba (Oi), Pai Ado de Bar (Cabin-da), Pai Bor de Bar (Nag), Pai Geni de Bar (Cabinda), PaiJoozinho de Bar (Jej), Pai Luis de Bar (Oi), Me Lilian deBar (Jej-Ijex), Me Antnia de Bar- Alvorada, Pai Tati deBar (Cabinda).

    Alguns dos lhos de Bar que fazem a histria

    da religio:

    Adlia de Bar, Aldorema de Bar, Anelise de Bar Lod,Carla de Bar, Clia de Bar, Csar de Bar, Cludio Barulhode Bar, Cludio de Bar, Dora de Bar, Duda de Bar, Eclaide Bar, Evandro de Bar, Gelson de Bar Lan (Porto Alegre),Gelson de Bar Lod (Gravata), Gina de Bar, Guacira de Bar,

    Guto de Bar, Helosa de Bar (Passo das Pedras- Porto Alegre),Helosa de Bar, Humberto de Bar, ndia de Bar, Jeison deBar, Jorge de Bar, Jorginho de Bar, Juarez de Bar Lan,Jnior de Bar, Jussara de Bar, Liane de Bar, Luciana deBar, Luiz de Bar, Luza de Bar, Marco de Bar, Mariazinhade Bar, Marisa de Bar, Marquinhos de Bar, Miguela de BarAgel, Nazrio de Bar Lod, Nice de Bar Agel, Paulinho de

    Bar, Paulinho Duro de Bar, Paulo de Bar, Ricardo de BarLod, Saionara de Bar, Salete de Bar Agel, Sandro de Bar,Sandro Ferraz de Bar Lod, Tiago de Bar, Tua de Bar, Valterde Bar, Volmar de Bar, Wilson de Bar, Jos Luis de Bar,Pedro de Bar Lod, Rute de Bar, Airton de Bar, Paulo deBar Lod, Maguilla de Bar

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    Rezas doRezas do

    As rezas, ou axs cantados, so as cantigas rituaisespeccas de cada Orix, que ajudam a construir a identidade

    de cada um e o seu relacionamento com os demais.

    Orix

    BarOrixBar

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    Tamboreiro: E Leba kai kai

    Resposta: Leba kai kai

    Tamboreiro: E Leba kai kai

    Resposta: Leba kai kai

    Tamboreiro: Leba xerere xerereResposta: Leba xerere xerere

    Tamboreiro: Leba xiro Ogum

    Resposta: Leba xiro Ogum

    Tamboreiro: Leba xiro Ogum

    Resposta: Leba xiro Ogum

    Tamboreiro: Abodo xuborucu

    Resposta: Abad iobenfaraTamboreiro: Abodo xuborucu

    Resposta: Abad iobenfara

    Tamboreiro: Ialan xuborucu

    Resposta: Ialan iobenfara

    Tamboreiro: Exu obefara

    Resposta: fara fara

    Tamboreiro: Exu obefara

    Resposta: fara fara

    Tamboreiro: Exu maxeri on b

    exu abanada oamaxeri on b

    exu abanada

    Resposta: Exu maxeri on b exu

    abanada oamaxeri on b exu abanadaTamboreiro: Exu adje mixexemir

    Resposta: Exu adje mixexemir

    Tamboreiro: Exu adje mixexemir

    Resposta: Exu adje mixexemir

    Tamboreiro: Exu alana fo

    Resposta: Exu alana fomal

    Tamboreiro: Exu alana didResposta: Exu alana fomal

    Tamboreiro: Bara Lod

    Resposta: Exu exu obara lon

    Tamboreiro: Exu olode

    Resposta: Exu exu obara lon

    Tamboreiro: Bara olode

    Resposta: Exu exu obara lon

    Tamboreiro: Modebau exu

    Resposta: Odara

    Tamboreiro: Lan exu

    Resposta: Odara

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    Tamboreiro: Exu bi adjo

    Resposta: Odara

    Tamboreiro: Ademibola

    Resposta: Odara

    Tamboreiro: Bara LodResposta: Exu exu obara lon

    Tamboreiro: Bara Lod

    Resposta: Exu exu obara lon

    Tamboreiro: Exu olode

    Resposta: Exu exu obara lon

    Tamboreiro: Dei dei avag ogum

    ogum deResposta: Dei dei avag ogum ogum

    de

    Tamboreiro: Exu olomina obeka-

    dira

    Resposta: Bar exu a o Bar

    Tamboreiro: Exu tiriri emiokadio

    lana

    Resposta: Bar exu a o Bar

    Tamboreiro: Eobecemanixuma

    loromi

    Resposta: Ebara dim dim ebara dim

    dim lod ebara dim dim

    Tamboreiro: Eobecemanixuma

    lorod

    Resposta: Ebara dim dim ebara dim

    dim lod ebara dim dim

    Tamboreiro: Oluolu

    Resposta: Bar Lod

    Tamboreiro: Oluolu

    Resposta: Bar Lod

    Tamboreiro: Exu Agelu Exu Agelu

    axeb Exu Agelu axeb Exu onireo

    Resposta: Exu Agelu Exu Agelu axeb

    Exu Agel axeb Exu onireo

    Tamboreiro: A a oni bara ae ae

    onibara amacelo sokomun amace-

    lo komudja ae ae onibara

    Resposta: A a oni bara ae aeonibara amacelo sokomun amacelo

    komudja ae ae onibara

    Tamboreiro: Modjeki oni bar lon

    Resposta: a a oni bara

    Tamboreiro: Modje bara elefa ni-

    xor

    Resposta: a a oni baraTamboreiro: Exu bara ele exu

    bara ele modje bara elefa nixoro

    Resposta: Exu bara ele exu bara ele

    modje bara elefa nixoro

    Tamboreiro: Exu de emodji bara

    exu adjo emodjibai

    Resposta: Exu de emodji bara exu

    adjo emodjibai

    Tamboreiro: Barabo alarui a

    exu lon, barabo alarui a exu

    lon

    amadek iekni barabo bara

    elefa exu lon

    Resposta: Barabo alarui a exu lon,

    barabo alarui a exu lon amadek

    iekni barabo talab bara elefa exu

    lon

    Tamboreiro: Exu Lana fomi iba-

    ralona fomalo

    Resposta: Exu Lana fomi Exu lana

    fomalo

    Tamboreiro: Exu Lan acebi aceb

    Resposta: Exu dalana ciebo

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    Tamboreiro: lalupa

    Resposta: Bari lalupadjema

    Tamboreiro: Exu Bara

    Resposta: Bari lalupadjema

    Tamboreiro: BaralalukefomioResposta: Bari lalupadjema

    Tamboreiro: Baralalikefu

    Resposta: Bari lalupadjema

    Tamboreiro: Ketulebari sanabori

    svodun oleba

    Resposta: Olebara avoduma sanabori

    olebaTamboreiro: Ketulebara iavoduma

    sanabori oleba

    Resposta: Olebara avoduma sanabori

    oleba

    Tamboreiro: Ketulebara avoduma

    sajer keu

    Resposta: Olebara avoduma sajer

    keu

    Tamboreiro: Voduma do quere

    quere quere do coro coro coro do

    quere quere voduma elefa

    Resposta: Voduma do quere quere

    quere do coro coro coro do quere quere

    voduma elefa

    Tamboreiro: Kolod kolod

    Resposta: Barunhanh baradonj

    Tamboreiro: Kolod kolod

    Resposta: Barunhanh baradonj

    Tamboreiro: Ketulebara iavodum

    Resposta: Sanab oleb

    Tamboreiro: Damaia eni dama

    tapej

    Resposta: Damaia consolba damaia

    ni

    Tamboreiro: Efara obefara bera

    dao

    Resposta: Efara obefara bera dao

    Tamboreiro: Ebara modoum mo-doum majopu

    Resposta: Bara miadjo perekece mo-

    jupo

    Tamboreiro: Oleba

    Resposta: Opeledjan

    Tamboreiro: Ae ae omajedo

    Resposta: DjarandjanTamboreiro: Oleba

    Resposta: Opeledjan

    Tamboreiro: Oleba

    Resposta: Opeledjan

    Tamboreiro: Ae ae gamajed

    Resposta: Djarandjan

    Tamboreiro: Tulana did, tulana

    did, borocun ado gunlai tulana

    did

    Resposta: Tulana did, tulana did,

    borocun ado gunlai tulana did

    Tamboreiro: Borocun ad gunlai

    Resposta: Tulana did

    Colaborao do Alab e BabalorixJorge Belerum de Oxal

    Fones: (51) 9233.1937 e [email protected]

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    ORK

    Chamada ou saudao:

    Onilu (tamboreiro): Ajb Br-

    Lgb, Olde, s-Lon, Br Dage

    Burk, Ln Br Jel. Llpo, s-

    Br!

    Respeitamos Bar, dono do chicote,

    dos campos, Bar que corta o mal,

    abre os caminhos! Bar, o mensagei-

    ro do tambor! Abre senhor do dend,

    Exu Bar!

    Dhn (Responder): Llpo!

    Abre senhor do dend

    Tamboreiro: Lgba kayo kayo

    Lgba recolhe a alegria

    Resposta: Lgba kayo kayo

    Lgba recolhe a alegria

    * Lba cai cai

    Tamboreiro: Lgba sir gn

    Lgba venha divertir-se com gn

    Resposta: Lgba sir gn

    Lgba venha divertir-se com gn

    * Lba xir Ogum

    Tamboreiro: Lgba sir sir

    Lgba divirta-se na festa

    Resposta: lgba sir sir

    Lgba divirta-se na festa

    ADR-ORIN S-BRRezas cantadas para Exu Bar e suas tradues

    N.R.: O texto precedido de asterisco (*)refere-se pronncia da reza

    * Lba xir xir

    Tamboreiro: s bd d burk

    Exu eterno bloqueador do mal

    * Exu abad di buruc

    Resposta: bd be nfara

    Eterno! Corpo que corta

    (Aluso ao corpo de Exu buruk que

    cortaria todo o mal)

    * Abad obenfara

    Tamboreiro: s Olode

    Exu dono da rua

    * Exu olod

    Resposta: s s o Br lon

    Oh, Exu-Bar dono do caminho

    * Exu exu obar lan

    Tamboreiro: Lode s

    Bar dos campos

    * Lod Exu

    Resposta: Br

    Tamboreiro: s w dmi se se

    mi re

    Exu v, ele chega em mim e faz bem!

    * Exu udemi xex mir

    Resposta: s w dmi se se mi re

    Exu v, ele chega em mim e faz bem!

    * Exu udemi xex mir

    Tamboreiro: s jln fn wa

    Exu mostra o caminho para ns

    * Exu jlan fu

    Resposta: s jln fnmal

    Exu abre o caminho para Mal (Mal,

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    famlia de Orix)

    * Exu jlan fumal

    Tamboreiro: Alalba o!

    O dono o senhor! eu te reverencio!

    * AlalubResposta: Alalbans ma

    Dono o senhor de tudo que fazemos!

    Te reverencio sempre!

    * Alalbajem

    Tamboreiro: Ai ok Br!

    Oh! Bar do monte!

    * A ok barResposta: Alalbans ma

    Dono o senhor de tudo que fazemos!

    Te reverencio sempre!

    * Alalbajem

    Tamboreiro: Alalpo g!

    Dono, oh! Senhor do ep (azeite), eu

    peo licena!

    * Lalup ag

    Resposta: Alalbans ma

    Dono o senhor de tudo que fazemos!

    Te reverencio sempre!

    * Alalbajem

    Tamboreiro: s d y motpara,

    s j mo jb yn

    Exu dono da cachaa venha danar,

    com respeito eu o agrado!

    * Exu de modibar Exu aj amojub in

    Resposta: s d y motpara, s

    j mo jb yn

    Exu dono da cachaa venha danar,

    com respeito eu o agrado!

    * Exu de modibar ex aj amojub in

    Tamboreiro: le Br le ! le

    Br le ! motpara elf epo!

    Exu Bar violento, Exu Bar violen-

    to! Bbado atrado pelo dend

    * Elebar ele, elebar ele, motipar

    o elef epResposta: le Br le ! le Br le

    ! Motpara elf epo!

    Exu Bar violento, Exu Bar violen-

    to! Bbado atrado pelo dend

    * Elebar ele, elebar ele, motipar

    o elef ep

    Tamboreiro: s d ln seb asebo

    Exu abre o caminho para que faamos

    as oferendas!

    * Exu da lan xebi aceb

    Resposta: s d ln s ebo

    Exu abre o caminho para oferenda

    * Ex da lan cieb

    Tamboreiro: Br Ajelu, Br Ajelu

    aje ni bo, Br Ajelu aje ni bo, s

    wa nire o

    Bar Ajel, Aar Ajel, venha comer

    o sacrifcio, venha comer o sacrifcio,

    Exu venha nos trazer a sorte

    * Bar ajel bar ajel ajenib, bar

    ajel ajenib ex uanire

    Resposta: Br Ajelu, Br Ajelu aje ni

    bo, Br Ajelu aje ni bo, s wa nireo

    Bar Ajel, Aar Ajel, venha comer

    o sacrifcio, venha comer o sacrifcio,

    Exu venha nos trazer a sorte

    * Bar Ajel Bar Ajel ajenib, Bar

    Ajel ajenib Exu uanire

    Tamboreiro: O l Br y bod

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    m sn b r Elegba

    Voc Bar que pode se dividir como

    os Ods (signos de If), sempre est

    no caminho, regressa com coisas boas

    (boa sorte). Senhor dono da fora(Ax, poder mgico).

    * Olbar iaboduma, sanabore eleb

    Resposta: O l Br y bod m sn

    b r Elegba

    Voc Bar que pode se dividir como

    os Ods, sempre est no caminho,

    regressa com coisas boas. Senhordono da fora.

    * Olbar iaboduma, sanabore eleb

    Tamboreiro: O l Br y bod,

    s kr kew

    Voc Bar que pode se dividir como

    os Ods, venha correndo para receber

    a recompensa (oferenda) e as ervas

    * Olbar iaboduma assaquere queu

    Resposta: O l Br y bod, s

    kr kew

    Voc Bar que pode se dividir como

    os Od, venha correndo para receber

    a recompensa e as ervas)

    * Olbar iaboduma assaquere queu

    Tamboreiro: O Lgba o !

    Oh, Legb

    * O leb o

    Resposta: kr j!

    Fora! lute!

    * Acar j

    Tamboreiro: Ga ma sek

    Elevo e ensino!

    * Gama xeg

    Colaborao do AlabRoger tAganjFone: (51) 8413-3331

    e-mail: [email protected]: [email protected]

    Resposta: kr j!

    Fora! lute!

    * Acar j

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    Oriki um gnero potico oral da cultura africana iorub, uma espcie de louvao,

    em que se denotam as qualidades dos Orixs ou de pessoas importantes

    ORK TI S(Louvaes Bar)

    Iyn o, iyn o nm gb o

    Iyn o, iyn o nm gb o

    Iyn o, iyn o nm gb o

    Alupo , alupo

    Iyn o, iyn o nm gb o

    Lode, Lon, Adage, Ajelu

    Iyn o, iyn o nm gb o

    tr loruk bb m

    Algogo j loruk y np o

    Iyn o, iyn o nm gb o

    dr, mknrin dlfn

    O l n sr or s ls

    Iyn o, iyn o nm gb o

    K j, k j k ni nj gbe e m

    Iyn o, iyn o nm gb oA k lw l mu ti kr

    A k ly l mu ti kr

    Iyn o, iyn o nm gb o

    Antn e s l n tij

    Iyn o, iyn o nm gb o

    pta sm lm lnu

    O okta dp iy

    Iyn o, iyn o n m gb o

    Lgm run a nla kl

    Ppa-wr, a tk me

    Iyn o, iyn o nm gb o

    me mi, m lmran ni o e

    me, me, me

    Iyn o, iyn o nm gb o

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    TRADUO:

    Bar escute o meu louvor a ti

    Bar escute o meu louvor a ti

    Bar escute o meu louvor a tiAlupo Bar, Alupo Bar

    Bar escute o meu louvor a ti

    Bar Lod, Bar Lon, Bar Adague, Bar Agelu

    Bar escute o meu louvor a ti

    Oxetur o nome pelo qual chamado por seu pai

    Algogo j, o nome pelo qual sua me o chama

    Bar escute o meu louvor a tiBar bondoso, lho homem da cidade de dlfn

    Aquele que tem a cabea pontiaguda ca no p das pessoas

    Bar escute o meu louvor a ti

    No come e no permite que ningum coma ou engula o alimento

    Bar escute o meu louvor a ti

    Quem tem riqueza reserva para Bar a sua parte

    Quem tem riqueza reserva para Bar a sua parte

    Bar escute o meu louvor a ti

    Fica dos dois lados sem constrangimento

    Bar escute o meu louvor a ti

    Bar, montanha de pedras que faz o lho falar coisas que no deseja

    Usa pedra em vez de sal

    Bar escute o meu louvor a ti

    Indulgente lho do cu cuja grandeza est em toda a cidade

    Apressadamente fragmenta o que no se junta nunca mais

    Bar escute o meu louvor a ti

    Bar no me faa mal, manipule o lho do outro

    Bar no faa mal, Bar no faa mal, Bar no faa mal

    Bar escute o meu louvor a ti

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    Abads so oferendas feitas ao Orix Bar para atendera algum pedido ou como agradecimento por alguma bnorecebida.

    Bar o primeiro a receber as oferendas, j que apartir dele que nos comunicamos com os demais Orixs dopanteo africano.

    ABADABAD

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    Abertura de caminhos (Bar Lod)

    Material:- 2 folhas de papel de sedavermelho- 1 bandeja grande- 7 batatas inglesas midas- 7 balas- 7 chaves desenhadas erecortadas de papelo ( ne-cessrio que se faa e nocoloque as chaves prontas)- 1 retrs de linha vermelha- 1 retrs de linha branca- 1 retrs de linha preta- pipoca- mel- ep- 1 espiga de milho assada- 7 velas brancas- 1 kg de milho- 7 cigarros de palha- 1 ovo cozido

    Modo de fazer:

    Torre o milho, chamando BarLod. Aps, recorte o papelde seda e forre a bandeja,colocando por cima o milhotorrado j frio.Asse as batatas e coloque-asintercaladas com as balas j

    enfeitadas com papel de seda.Coloque no centro da bande-

    ja o ovo cozido e a espiga demilho e, por m, um punhadode pipocas.Obs.: intercale uma batata,uma bala, um cigarro de palhae uma das chaves de pape-lo, seguindo o contorno dabandeja.No nal, desenrolando primei-ro a linha preta, pedindo quetudo seja desamarrado, desa-tado, chamando por todos osBars. Repetir o mesmo coma linha vermelha e, por ltimo,com a branca.Leve tudo at um cruzeiro demovimento, pedindo abertu-ra de caminho e conquistas.Acenda as sete velas brancase com o resto da pipoca, faauma assageo por cima devoc, chamando por Oi.

    (Me ndia de Bar Lan)

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    Para abertura(Bar Lan)

    Material:- milho torrado- 7 batatinhas- pipoca- 7 velas vermelhas- papel vermelho

    Modo de fazer:Faa sete pacotinhos com omilho torrado, pipoca e umabatatinha.Leve a pessoa at sete cruzei-ros. Em cada um deles, passepelo corpo dela um pacotinho.Deixe-o no cruzeiro com umavela acesa.No ltimo cruzeiro, arrie tam-bm uma bandeja para oBar, iluminada com velas.S pode usar azeite-de-dend.

    (Me Aldorema de Bar)

    Material:- 7 opets de batata inglesa- 7 chaves antigas- milho torrado escuro

    - 7 batatas cozidas e sape-cadas

    Para abertura

    - 7 bombons amor carioca- 7 moedas de menor valorcorrente- 7 velas brancas

    - 1 bandeja- Papel vermelho

    Modo de fazer:Prepare uma bandeja comtodos os ingredientes, passea bandeja na pessoa e des-

    pache no canto direito de umcruzeiro, acendendo as setevelas brancas para Bar Lod.

    (Pai Ricardo de Bar Lod)

    Para adoar os caminhose alcanar os objetivos

    (Bar Agelu)

    Material:- milho torrado claro com mel- pipoca- 7 batatinhas

    - 7 quindins e doces de massa- 7 merengues- 7 cocadas- 7 negrinhos e 7 branquinhos- 7 acas- 7 balas de mel, bombons epirulitos

    - 7 velas brancas- 1 opet

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    - 7 chaves de batata- 7 chaves- 7 bolinhas de batata inglesa

    Modo de fazer:Montar tudo num tabuleiro oubandeja. Levar em um ver-de perto de praia ou em umcruzeiro perto de gua. Esteax serve para adoar os ca-minhos, negcios e dinheiro.

    Se quiser trazer a pessoaamada, coloque um boneco(a)de cera recheado com batatadoce esmagada, o nome ebastante mel. Coloque esteboneco no centro da bandeja,virado para dentro da casa.

    Deixe a bandeja atrs da portapor sete dias, iluminada comvelas.Ao trmino do tempo, passena bandeja um pombo brancoou um galo vermelho com melnas asas e nas patas e solte-o

    vivo.Despache a bandeja numcruzeiro, acendendo velas efazendo um chuveiro de pipo-cas, chamando por Bar AgeluElupand Omi.

    (Me Luciana de Bar)

    Para sucesso nosnegcios

    Material:

    - po esmigalhado- milho torrado- pipoca- farinha de mandioca- dend

    Modo de fazer:

    Misturar tudo formando umopet e colocar moedas nomeio.

    Ec de prosperidade:- 1 ec com gua e dend- 1 vela de sete dias branca

    - 1 ec com gua, mel e per-fume- moeda

    Modo de fazer:Refazer a cada sete dias. Des-pachar o ec doce na frente

    do estabelecimento ou dacasa e o restante dos axs nocruzeiro, chamando por BarAdagui Beremi.

    (Me Nice de Bar Agelu)

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    Para abertura

    Material:- 7 batatas sapecadas

    - 7 ovos casca branca- 7 velas brancas- 7 moedas- 7 balas de mel- 7 pedaos de carne com osso- 7 papis (pedaos) sedavermelho

    - pipoca

    Modo de fazer:Passar a pipoca na pessoa.Numa bacia, coloque todos osingredientes, exceto os ovos.Ponha mel por cima de tudo.

    Pedir que a pessoa distribuao ax nos papis. Depois, emsete cruzeiros de linha reta,arriar o papel com o ax, que-brar um ovo e acender umavela.

    Para xito nos negcios

    Material:- 1 casal de pombos (cor detelha)- 7 pes- 7 chaves antigas- 21 moedas- 7 opets de farinha de man-

    dioca com gua da quartinhado Bar, ou gua e mel, todocravejado com milho e moe-das

    - 7 quindins- 7 merengues- 7 cocadas- 7 batatas sapecadas- milho e pipoca- 7 balas- 7 bombons

    - 7 pirulitos- 7 velas brancas

    Modo de fazer:Monte tudo em uma bandeja epasse na pessoa junto com ospombos. Passe mel nas asas

    e solte-os vivos. Acenda asvelas e despache a bandejaem um cruzeiro perto da gua,chamando por Bar Agelu.

    (Me Jussara de Bar)

    Para abafamento

    Material:- gua- mamoneiro- milho- 1 vela branca- papel com o nome escrito

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    sete vezes

    Modo de fazer:Abrir um buraco, respingar

    trs dedos de gua no buracopara resfriar e forrar com afolha do mamoneiro. Por cima,coloque o papel com o nomeescrito, mel e milho torradoescuro e bem quente. Esbor-rifar com a gua da quartinha

    do Bar ou gua com mel.Tape o buraco com a terra,coloque uma pedra em cima eacenda uma vela branca, cha-mando por Bar Adagui Biom.

    (Pai Denis de Bar)

    Para abertura

    Material:- 7 pombos cor de telha- 7 folhas de seda vermelha efolhas de celofane- 1 punhado de milho torrado- 1 punhado de pipoca- 7 balas de mel- 7 batatinhas- 7 chaves- 7 moedas

    Modo de fazer:

    Passar na pessoa s o milho ea pipoca. Com o papel de sedae o celofane, faa sete trouxi-nhas, tipo bombom, contendo

    um punhado de milho, um pu-nhado de pipoca, uma bala demel, uma batatinha sapecada,uma chave e uma moeda.Preparar na casa do Lod.Imediatamente, largar emsete cruzeiros alternados,

    acendendo uma vela. Chamarpor Exu Lod Dar.Soltar um pombo vivo emcada cruzeiro.

    (Pai Gelson de Bar)

    Para puxar clientes

    Material:- farinha de milho com mel- farinha de mandioca commel- farinha de mandioca comdend- pipoca estourada- milho torrado mdio- milho torrado claro- feijo branco cru- lentilha crua- arroz cru

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    - alpiste cru- canjica branca crua- canjica amarela crua- tremoo cru

    - tremoo torrado

    Modo de fazer:Pegar esses 14 ingredientes emisturar tudo, chamando porBar Agelu Lan Bem, BarAdagui Berem e Bar Agelu

    Emi. Faa um puxado da portade um banco at o estabele-cimento comercial, colocandoum pouco do ax atrs dasportas. Deixar por trs dias edespachar no cruzeiro.

    (Pai William de BarAgelu)

    Para dinheiro

    Material:- gro de tremoo- 1 bandeja- folhas de mamoneiro- mel- 21 moedas correntes- 1 opet- 1 vela

    Modo de fazer:Cozinhar o gro de tremossocom mel. Forre uma bandejacom as folhas do mamoneiro

    e coloque o opet cravejadocom moedas e o restante dasmesmas. Regue com bastantemel. Acenda uma vela atrs daporta ou num quarto da casa,ou escritrio. Trocar de seteem sete dias.

    (Pai Daniel de Bar)

    Para dinheiro

    Material:- 7 opets cravejados commoedas- 1 bife sem nervo mal passa-do no dend- pipocas- milho torrado mdio- 1 saco com moedas- folhas de mamoneiro- 7 batatinhas sapecadas- 7 ovos crus de casca branca

    Modo de fazer:Montar o ax nas folhas demamoneiro e passar na pes-soa junto com o saco de mo-edas. Levar o ax e a pessoa

  • 7/26/2019 Livro Bar

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    na porta do banco. Fazer chu-visqueiro com pipocas at ocruzeiro mais prximo, ondearria-se o ax. Acender as

    velas e fazer um puxado at acasa da pessoa. Chamar peloExu Bikuim Demi. Penduraro saco de moedas atrs daporta.

    (Pai William de Bar

    Agelu)

    Para movimento eabertura

    Material:- 1 bandeja- 1 papel vermelho- milho- pipoca- 7 batatas sapecadas- 1 metro de corrente- 1 opet- 1 casal de pombos cinza- 1 chave antiga- 7 chaves moldadas, sendouma de farinha de milho, umade quindim, uma de argila,uma de miolo de po, umade farinha de mandioca, umade batata inglesa e uma debatata doce.- 7 velas brancas

    Modo de fazer:Forrar uma bandeja com oencarte onde est o sonho aser realizado, com todos os

    desejos escritos. Por cima, afolha de papel vermelho comas chaves, a corrente, o opet,o milho e a pipoca. Passar oax na pessoa, na casa ou nonegcio e levar num cruzeiromovimentado, acendendo

    sete velas brancas.Soltar o casal de pombos vi-vos.

    (Pai Juarez de Bar Lan)

    Para a pessoa sair da pri-so, afastar polcia e en-crencas

    (BAR LOD E AVAG)

    Material:- 1 abad para Bar- milho- pipoca- 7 batatinhas sapecadas- 1 opet- 7 ossos de costela- mi-mi azedo- 3 laranjas umbigo- 7 chaves antigas- 1 corrente de 21 elos gran-des

  • 7/26/2019 Livro Bar

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    - 7 velas- 1 pombo cor de telha

    Modo de Fazer:

    Passar o ax e a corrente napessoa. Cortar os elos da cor-rente fazendo seus pedidos.Cortar o pombo e abri-lo emcima do ax. Acender as velas.Largar em cruzeiro movimen-tado.

    (Me Helosa de Bar)

    Abertura

    Material:7 bandejas de ax com:- milho- pipoca- 7 batatas- 7 copos com ec de Bar(gua, farinha de mandioca e

    dend)- 7 velas

    Modo de fazer:Fazer 7 cruzeiros com a pes-soa e acender cada vela.

    (Me Luiza de Bar)

    Para acalmar

    Material:- 1 opet de batata (moldar

    cabea)- muito mel- 1 vela- milho torrado quente

    Modo de fazer:Moldar 1 cabea com o ope-

    t, colocar o nome e muitomel em cima, acender umavela em cima e colocar milhotorrado quente. Chamar porBar Agelu.

    (Me Miguela de Bar)

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    ELEGBA LODPARTICULARIDADE

    Sem sincretismo defnido So Pedro

    Frutas Manga, laranj azeda, laranja-de-umbigo,buti, maracuj, alfarroba, cola, toronja,

    cana-de-acar, amora

    Laranja, amora, manga, alfarroba,

    toronja, cola, cana-de-acar

    Ajunts Oi Timbo Ians e Ob

    Legumes eHortalias

    Milho, amendoim, feijo preto, pimenta,

    couve, batata inglesa, rabanete, pimento,

    pepino, brcolis

    Milho, milho de pipoca, batata inglesa,

    rabanete, pimenta malagueta, pimen-

    to, pepino, brcolis

    Sincretismo

    Guin, or, alevante, dinheiro-em-penca,fortuna, arnica, amendoim (folha), couve,

    batata inglesa (folha), erva-lanceta, cip-

    mil-homens, vassoura, carqueja, erva-de-

    nossa-senhora e canela sassafrs

    Ervas

    rvores ePlantas

    Cambu, laranjeira, amoreira, pltano,

    vassoura vermelha

    Animais Pombos pintados branco e preto ou branco e

    marrom, cor de telha, cinza ou branco. Galovermelho escuro, casal de galinha-dangola.

    Bode preto.

    Peixe Pintado

    Birim, B, Bikuim, Borokum, Croni, Dal,

    Denim, Elau, Graj, Jeb, Ro, Rom, Ingu,

    Crav, Labo Demim, Lob, Lon, Lap,

    Lol, Leb, Motim, Nabu, Naum, Labu-Denim, Omulum, Tolab, Tirir, Tolal, X

    Elementos Lana, rebenque, tridente, gadanho, xaiv,cachimbo de barro e, ou taquara, foice, cor-

    rente, ponteira, chave, cadeado, canivete,

    sineta, moedas e bzios

    Gadanho, xaiv, cachimbo de barro e,

    ou taquara, porrete de cambu, foice,

    corrente, ponteira, chave, cadeado,

    canivete, sineta, moedas e bzios

    Oferendas Milho torrado, amendoim torrado, feijopreto torrado, miami gordo (farinha de

    mandioca com azeite de dend), sete bifes

    com azeite-de-dend, atar(pimenta) verde

    e da costa, sete cachimbos de taquara re-

    cheados com atar verde ao invs de fumo.

    Sobrenomes

    Nquel e ferro

    Alupagema, Au, Be, B, Bem,

    Bir, Bomi, Bicuim, Borocum, Denim,

    Djetei, Dal, Dar, Elupanda, Elau,

    Fum, Fumilai, Lon, Lak, Modibau,Motim, Nabu, Ob, Ob-ot, Obir,

    Obe-Em, Sapat, X

    Pombos pintados branco e preto ou

    branco e marrom, cor de telha, cinzaou branco. Galo vermelho escuro,

    casal de galinha-dangola. Cabrito

    ou bode com aspas, qualquer cor.

    Peixe Pintado

    Milho torrado, pipoca, sete batatas

    inglesas assadas, sete opets de

    batatas inglesas cozidas e amassa-

    das sem casca.

    Cambu, laranjeira, amoreira, plta-

    no, vassoura vermelha

    Guin, or, alevante, dinheiro-em-penca, fortuna, arnica, amendoim

    (folha), couve, batata inglesa (fo-

    lha), erva-lanceta, cip-mil-homens,

    vassoura, carqueja, erva-de-nossa-

    senhora e canela sassafrs

    Nquel e ferro

    Resumo das Caractersticas Gerais

    Metais

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    ADAGUE AGELU

    Santo AntnioSanto Antnio

    Oi e ObOb e Oi

    Nquel e ferro

    Aguid, Aguid-om, Apanad-lan,

    Aan, B, Bilan, Belom, Borocum,

    Borocum-lan, Caminoloa, Crajau,

    Croni, Digui, D, Dei, Dar, Em, Funi-qu, Lak, M, Obiom, Obitoi, Ode,

    Omulm, Rarax, Ro, Rom, Tuke,

    Nquel e ferro

    Resumo das Caractersticas GeraisLAN

    Menino no colo de Sto. Antnio

    Oxum Pand, Iemanj, Oi e Ob

    Nquel e ferro

    Laranja, amora, manga, alfarroba,

    toronja, cola, cana-de-acar

    Milho, milho de pipoca, batata inglesa,

    rabanete, pimenta malagueta, pimen-

    to, pepino, brcolis

    Porrete de cambu, foice, corrente,

    ponteira, chave, cadeado, canivete,

    sineta, moedas e bzios

    Pombos pintados branco e preto ou

    branco e marrom, cor de telha, cinzaou branco. Frango vermelho, casal de

    galinha-dangola. Cabrito com aspas,

    de qualquer cor. Peixe: Pintado

    Milho torrado, pipoca, sete batatas

    inglesas assadas e opet.

    Cambu, laranjeira, amoreira, pltano,

    vassoura vermelha

    Guin, or, alevante, dinheiro-em-pen-ca, fortuna, arnica, amendoim (folha),

    couve, batata inglesa (folha), erva-

    lanceta, cip-mil-homens, vassoura,

    carqueja, erva-de-nossa-senhora e

    canela sassafrs

    Laranja, amora, manga, alfarro-

    ba, toronja, cola, cana-de-acar

    Milho, milho de pipoca, bata-

    ta inglesa, rabanete, pimenta

    malagueta, pimento, pepino,

    Guin, or, alevante, dinhei-ro-em-penca, fortuna, arnica,

    amendoim (folha), couve, batata

    inglesa (folha), erva-lanceta,

    cip-mil-homens, vassoura, car-

    Pombos pintados branco e preto

    ou branco e marrom, cor detelha, cinza ou branco. Frango

    vermelho, casal de galinha-

    dangola. Cabrito.

    Peixe: Pintado

    Ajanad, Aguid, Aguid-Om,

    Borocum, Berim, B, Belom,

    Birim, Bomi, Caminoloa, Diki,

    De, Epanad, Ingu, Crav, La-rom, Lon, Lap, Naum, Sebi,

    Tuki, Tueb

    Porrete de cambu, foice, corren-

    te, ponteira, chave, cadeado, ca-

    nivete, sineta, moedas e bzios

    Milho torrado, pipoca, sete ba-

    tatas inglesas assadas e opet

    Cambu, laranjeira, amoreira,

    pltano, vassoura vermelha

    Cambu, laranjeira, amoreira,

    pltano, vassoura vermelha

    Laranja, amora, manga, alfar-

    roba, toronja, cola, cana-de-

    Milho, milho de pipoca, batata

    inglesa, rabanete, pimenta mala-

    gueta, pimento, pepino, brcolis

    Porrete de cambu, foice, corren-

    te, ponteira, chave, cadeado, ca-

    nivete, sineta, moedas e bzios

    Apanad, Bi-om, B, Dar, De,

    Dem, Emim, Funiqu, Geb,

    Graj, Id, Lol, Lonam, Lob,

    Nique, Rem, Tolal, Tolab, Un

    Pombos pintados branco e preto

    ou branco e marrom, cor detelha, cinza ou branco. Frango

    vermelho, casal de galinha-

    dangola. Cabrito at 4 meses

    de idade, com aspas, exceto

    Milho torrado claro com mel,

    pipoca, sete batatas inglesas

    assadas, milho cozido, sete tiras

    de coco e opet

    Guin, or, alevante, dinheiro-em-penca, fortuna, arnica, amendoim

    (folha), couve, batata inglesa

    (folha), erva lanceta, cip-mil-ho-

    mens (folha), vassoura, carqueja,

    erva-de-nossa-senhora e canela

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    ADKY, Olmyiw Anthony. Yorub: tradio oral e his-tria. (Coleo frica) So Paulo: Terceira Margem, 1999.

    BARCELLOS, Babalorix Mrio Csar. Os Orixs e a Persona-lidade Humana. Rio de Janeiro: Pallas Editora e DistribuidoraLtda.

    BASTIDE, Roger. As Religies Africanas no Brasil:contri-buio a uma sociologia das interpretaes de civilizaes. SoPaulo: Pioneira, 1971.

    ________. As Amricas Negras: as civilizaes africanas nonovo mundo. So Paulo: Difel, 1974. 210 p.

    BENISTE, Jos. As guas de Oxal(won omi sl). 3 ed.Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.

    BRAGA, Reginaldo Gil. Batuque Jje-Ijex em Porto Alegre:A msica no culto aos Orixs. Porto Alegre: FUMPROARTE,1998.

    CAUVIN, Jacques. Nascimento das divindades, nascimentoda agricultura. Lisboa Instituto Piaget, 1997.

    CORRA, Norton F. O Batuque do Rio Grande do Sul:an-tropologia de uma religio afro-rio-grandense. Porto Alegre:Editora da Universidade/UFRGS, 1992. 289p.

    DEL PRIORE, Mary; VENNCIO, Renato Pinto. Ancestrais:uma introduo histria da frica atlntica. Rio de Janeiro:

    Elsevier, 2004. 187p.FERREIRA, Paulo Tadeu Barbosa. Os Fundamentos Religio-

    REFERNCIAS

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    MARTINS, Adilson. Lendas de Exu. Rio de Janeiro: Pallas, 2005

    ORO, Ari. Religies afro-brasileiras do Rio Grande do Sul: pas-sado e presente. In:Estudos afro-asiticos.vol.24, no.2,2002, p.345-384. Disponvel em: . Acesso em 23/04/2005

    PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos Orixs. So Paulo: Ciadas Letras, 2001

    SANTOS, Juana Elbein dos. Os Nag e a Morte: pde, asse o culto gun na Bahia. Petrpolis:Vozes, 1986

    SILVEIRA, Hendrix A.A. A Cultura Religiosa dos Iorubs: do

    surgimento dispora. Porto Alegre: Monograa/FAPA, 2004

    VERGER, Pierre Fatumbi. Orixs: deuses iorubs na frica eNovo Mundo. 5.ed. Salvador: Corrupio, 1997. 295p.

    BOM AX, jornal e revista

    SACERDOTES africanistas das diversas Naes religiosas.

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