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História da Província de Santa Cruz Autor: Pero Vaz de Magalhães Gândavo Disciplina: Língua Portuguesa o Alex Lavecchia Rezende o Adilson Alves oJonathan Simões dos Santos

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Literatura Informativa

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História da Província de Santa Cruz

Autor: Pero Vaz de Magalhães GândavoDisciplina: Língua Portuguesa

o Alex Lavecchia Rezendeo Adilson Alves

oJonathan Simões dos Santos

1ª. Série A

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Resumo da obra A História da Província Santa Cruz ao qual

vulgarmente chamando Brasil é o relato do viajante Pero de Magalhães Gândavo em sua viagem por aqui. Tal qual no Tratado da Terra do Brasil, Gândavo descreve a terra, flora e a fauna. História, propriamente dita, há pouca em seu relato.

Existe a narrativa do descobrimento e menções a vários ocorridos, como a expulsão dos franceses de São Sebastião (cidade do Rio de Janeiro hoje em dia) e a morte do filho de Mem de Sá, assim como fala-se dos costumes e das guerras de povos indígenas.

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Documentação Oficial Colonial e a História

Indígena

A historiografia tradicional brasileira tratava o índio como um agente secundário, submetido aos anseios coloniais: era parte de um pano de fundo natural onde ocorriam os eventos da tomada de um Novo Mundo.Pouco mencionava sobre o seu confronto pela sobrevivência e a justificativa principal era a falta de documentação, visto não terem os índios seus próprios registros históricos. No entanto, novas

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novas posturas sobre o que são documentos históricos e como trabalhá-los, possibilitou novas abordagens no estudo dessa temática, como, por exemplo, a que utiliza a análise de discurso. Os documentos oficiais coloniais, como Leis, Portarias e Regimentos, nessa perspectiva, são fontes para história indígena no sentido de trazerem a possibilidade de análise do processo de sobrevivência implementado pelos índios frente à colonização.Essa documentação visava criar instrumentos de controle das populações Indígenas naquilo que elas demonstravam maior resistência, como, por exemplo, a manutenção das línguas nativas que foram

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combatidas em repetidas leis. A análise dessa documentação oficial permite dar luz àquilo que ela combatia em nome de um processo civilizacional do Novo Mundo. São os elementos culturais indígenas e as formas de ação implementadas para mantê-los vivos que compõem os fatos da história indígena que se pretende construir atualmente”.

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Pero de Magalhães Gândavo: seus tratados e

suas históriasPero de Magalhães Gândavo escreveu o “Tratado

da terra do Brasil” e a “História da província de Santa Cruz” em meados do século XVI. Ao entrarmos em contato com as obras percebemos que ele mesmo diferencia as duas em seus “prólogos”, quando afirma que no tratado pretende denunciar de forma suscinta as riquezas da nova terra enquanto em sua história ele tenciona, por ninguém ainda ter feito, contar as

coisas notáveis que aconteceram na colônia e

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que mereciam perpétua memória. Nesta diferenciação, entendemos que se identifica com a tradição antiga, iniciada com Homero, representada na figura das Musas, de contar os feitos admiráveis para que não fossem esquecidos. Sendo assim, como a civilização ocidental julga-se herdeira da Antigüidade, visamos através deste trabalho observar em Gândavo, com auxilio de autores como M. Foucault, C. Cardoso e J. Maravall, suas ligações com a tradição antiga, recuperada pelo Renascimento, e assim estabelecer a trajetória desta tradição ao Brasil.

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A Versão do Paraíso em Gândavo: venturas da Terra do Brasil ou da Província de Santa Cruz.

Durante o século XVI com a descoberta das terras americanas pelos europeus, muitos viajantes percorreram o Atlântico com a finalidade de descrever as riquezas, belezas e novidades do novo continente. Na América portuguesa, Pero de Magalhães Gândavo foi um desses cronistas e, em duas obras - Tratado da Terra do Brasil e História da Província de Santa Cruz - se

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propôs a contar sucintamente o que viu e considerou mais impressionante, interessante e fantástico. Todavia sua obra não se limitava apenas a uma mera descrição, mas possuía um caráter utilitário. Informar sobre a terra do Brasil colonial seria, na verdade, uma forma de criar anseios em sua gente lusitana de habitar na América. Como toda obra, no entanto, revela aspectos do espírito do autor: o cronista do século XVI não poderia descartar, como qualquer outro homem de sua época, sua dose de eurocentrismo. É dessa maneira que Gândavo, ao mesmo tempo em que procura mostrar as belezas e maravilhas da terra,revela

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aspectos negativos do ponto de vista de um europeu. Seu objetivo primeiro, revelado em seu prólogo ao leitor, de atrair gente portuguesa para ocupar o espaço americano confunde-se com a visão de um homem do Velho Mundo, impossibilitado de negar o que considerou cruel, feroz e selvagem no novo continente. Com base em pesquisa realizada no universo de projeto em que textos de cronistas e viajantes foram lidos e analisados, o trabalho procura mostrar as visões e contradições do paraíso de Gândavo.

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Caráter literárioDada sua finalidade principalmente informativa, a

linguagem dos textos do século 16, em geral, não admite metáforas nem outros artifícios estéticos. Entretanto, o caráter narrativo da maioria das obras e a capacidade imaginativa dos autores contribuem para fazê-los superar o caráter utilitário dos relatórios burocráticos ou científicos.

Nas obras, a anedota, a aventura e a fantasia se misturam com as informações sobre a terra e os acontecimentos históricos, gerando narrativas com as quais o leitor não consegue deixar de se envolver, como num bom livro de

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Ficção. O exemplo mais evidente é a obra de Hans Staden, repleta de peripécias e de episódios emocionantes, em que a vida do protagonista corre perigo.

Até numa carta de Anchieta podem-se encontrar, lado a lado, a expulsão dos franceses da Guanabara e as aventuras do padre para salvar índios cristianizados que caíram prisioneiros de uma tribo antropófaga.

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é narrado como se um terrível monstro marítimo viesse à terra para atacar a vila de São Vicente.

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Estilo e deslumbramento No que se refere à linguagem, podem-se

encontrar nos textos do século 16 preocupações estilísticas semelhantes às dos prosadores portugueses do mesmo período. Um exemplo é a carta de Caminha. Homem erudito, ao dirigir-se ao rei o escrivão de Cabral estava atento aos padrões de elegância lingüística da época. O cuidado com o estilo também está presente na já citada "História da Província de Santa Cruz", de Pero de Magalhães Gândavo, que foi estudioso da gramática portuguesa, tendo sido um dos primeiros a estabelecer suas normas num

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Tratado.

Assim, as qualidades estilísticas se unem à criatividade e às manifestações de emoção dos autores, modificando o caráter informativo/utilitário dos textos do século 16 e neles revelando valores artísticos e literários. Esses valores são reforçados na medida em que os textos apresentam particularmente o deslumbramento e o entusiasmo do europeu diante da natureza exuberante dos Trópicos.

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Sentimento nativista Essas sensações são a base de um sentimento

de afeto pelo território que veio a se desenvolver em seus habitantes. Manifestou-se gradualmente ao longo do século 16, até se transformar num modo de pensar, o Nativismo, que valorizava a Colônia, chegando mesmo a considerá-la como o futuro do Reino de Portugal. O Nativismo representou o estabelecimento dos conflitos de visão de mundo que permitiram diferenciar a mentalidade dos habitantes e nativos do Brasil, do pensamento dos reinóis, isto é, dos naturais do reino lusitano. Nesse sentido, foi um dos

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primeiros passos do povo do Brasil em direção à Independência e à construção da nacionalidade.

Apresentando-se deforma embrionária nos textos do século 16, o Nativismo tornou-se uma característica essencial das obras do Barroco e do Arcadismo, nossas primeiras escolas literárias, que se manifestaram respectivamente nos século 17 e 18, Vistos por essa ótica, a compreensão do desenvolvimento histórico da literatura brasileira no período colonial tem como pré-requisito o conhecimento dos textos informativos produzidos entre 1500 e 1600.

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Influência sobre romantismo e modernismo

Mas não se esgota aí a sua importância para os estudos de literatura brasileira. Seus textos também repercutiram em muitos autores brasileiros dos séculos posteriores. Em meados do século 19, num momento histórico marcado pela necessidade de afirmar a nacionalidade recém-adquirida, os escritores do Romantismo, como Gonçalves Dias e José de Alencar vão pesquisar as origens do país nos textos quinhentistas.

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Deles extraem a imagem do índio que utilizarão como personagem-símbolo da nacionalidade.

A primeira geração do Modernismo vai se debruçar sobre os textos do século 16 para propor uma nova noção de nacionalismo, que questionava satiricamente os padrões culturais europeus seguidos no Brasil.

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Capitulo X “Sua lingoa carece de três letras, convem a

saber, nam se acha nella F, nem L, nem R, cousa digna despanto porque assi nam têm Fé, nem Lei, nem Rei, e desta maneira vivem desordenadamente sem terem alem disto conta, nem peso, nem medido.

Nam adoram a cousa alguma, nem têm pera si que ha depois da morte gloria pera os bons e pena pera os maos, e o que sentem da immortalidade dalma nam he mais que terem pera si que seus difuntos andam na outra vida feridos, despedaçados, ou de qualquer maneira que acabaram nesta.”

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