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LISTA DE ABREVIATURAS AIA – Avaliação do Impacto Ambiental AICM – Associação para a Investigação Costeira e Marinha AMOR - Associação Moçambicana de Reciclagem AR – Assembleia da República CFJJ – Centro de Formação Jurídica e Judiciária CIP – Centro de Integridade Pública CONDES – Conselho Nacional de Desenvolvimento Sustentável CPP - Conselho Comunitário de Pesca CTV – Centro Terra Viva DFID – UK Department for International Development DNA – Direcção Nacional de Impacto Ambiental DNAP – Direcção Nacional de Administração Pesqueira DNPDR – Direcção Nacional de Promoção e Desenvolvimento Rural DNTF - Direcção Nacional de Terras e Florestas DPA – Debate público ambiental DUAT – Direito de uso e aproveitamento da terra FAO - Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação FGLG – Forest Governance Learning Group FMCRN - Fórum de Maneio Comunitário de Recursos Naturais FPNL - Fórum do Parque Nacional do Limpopo GFP – Programa “Construindo Parcerias Florestais” IDPPE – Instituto de Desenvolvimento de Pesca de Pequena Escala IIAM - Instituto de Investigação Agronómica de Moçambique IIED – Instituto Internacional para o Ambiente e Desenvolvimento

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LISTA DE ABREVIATURAS

AIA – Avaliação do Impacto Ambiental

AICM – Associação para a Investigação Costeira e Marinha

AMOR - Associação Moçambicana de Reciclagem

AR – Assembleia da República

CFJJ – Centro de Formação Jurídica e Judiciária

CIP – Centro de Integridade Pública

CONDES – Conselho Nacional de Desenvolvimento Sustentável

CPP - Conselho Comunitário de Pesca

CTV – Centro Terra Viva

DFID – UK Department for International Development

DNA – Direcção Nacional de Impacto Ambiental

DNAP – Direcção Nacional de Administração Pesqueira

DNPDR – Direcção Nacional de Promoção e Desenvolvimento Rural

DNTF - Direcção Nacional de Terras e Florestas

DPA – Debate público ambiental

DUAT – Direito de uso e aproveitamento da terra

FAO - Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação

FGLG – Forest Governance Learning Group

FMCRN - Fórum de Maneio Comunitário de Recursos Naturais

FPNL - Fórum do Parque Nacional do Limpopo

GFP – Programa “Construindo Parcerias Florestais”

IDPPE – Instituto de Desenvolvimento de Pesca de Pequena Escala

IIAM - Instituto de Investigação Agronómica de Moçambique

IIED – Instituto Internacional para o Ambiente e Desenvolvimento

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ii

INAMAR – Instituto Nacional de Marinha

INIP - Instituto Nacional de Inspecção de Pescado

IIP – Instituto de Investigação Pesqueira

IPME - Instituto de Pequenas e Médias Empresas

ISAP - Instituto Superior da Administração Pública

ITC – Iniciativa de Terras Comunitárias

IUCN – União Mundial para a Protecção da Natureza

LOT – Lei do Ordenamento do Território

LT – Lei de Terras

MAE – Ministério da Administração Estatal

MCRN – Maneio Comunitário de Recursos Naturais

MICOA – Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental

MINAG – Ministério da Agricultura

ONG – Organização não Governamental

ORAM – Organização Rural de Ajuda Mútua

PGA – Plano de Gestão Ambiental

PNL – Parque Nacional do Limpopo

PRONAF – Programa Nacional de Florestas

REDD - Redução de Emissões oriundas do Desflorestamento e da Degradação

SDAE – Serviço Distrital de Actividades Económicas

SOWT - Análise baseada nos pontos fortes, pontos fracos, ameaças e oportunidades

SPFFB – Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia

SPGC – Serviços Provinciais de Geografia e Cadastro

STV – SOICO Televisão

TDM – Telecomunicações de Moçambique

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iii

TIM - Televisão Independente de Moçambique

TV – Jornal Ambiental Terra Viva

TVM - Televisão de Moçambique

UEM – Universidade Eduardo Mondlane

UNAC – União Nacional de Camponeses

UNEP – United Nations Environment

UP – Universidade Pedagógica

WWF – World Wildlife Fund

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------- 1

1.1 ESTRATÉGIA E PLANO DE ACÇÃO 2009-2013 -------------------------------------------------------------- 2

1.2 FONTES DE FINANCIAMENTO ---------------------------------------------------------------------------------------- 2

1.3. ORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL ----------------------------------------------------------------------------------- 3

1.4. PLANO DE ACTIVIDADES----------------------------------------------------------------------------------------------- 3

2. ÁREAS PROGRAMÁTICAS - BOA GOVERNAÇÃO AMBIENTAL: PROJECTOS ESTRATÉGICOS: Monitoria da boa governação na gestão de recursos naturais, Educação Ambiental e Informação Ambiental ----------------------------------------------------------- 5

2.1 DPA’S e mesas redondas ----------------------------------------------------------------------------------------------- 11

2.2 Organização e Realização de Cursos para as Associações Comunitárias ------------------ 14

2.2.1 Seminários de Divulgação de Legislação sobre a Gestão da Terra, Ambiente e Florestas e Fauna Bravia em Inhambane (Zavala) e Gaza (Massingir) ------------------------ 14

2.2.2 Curso de Capacitação de Paralegais em legislação dos Recursos Naturais e Desenvolvimento --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 15

2.3 Realização de um workshop e formação técnica sobre a monitoria e conservação de tartarugas marinhas em Moçambique--------------------------------------------------------------------------------- 16

2.4 Seminário Internacional sobre Modelos de Negócios e Parcerias no Sector Agrícola ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 18

2.5 Curso de capacitação para técnicos do CTV----------------------------------------------------------------- 19

2.6 Palestra alusiva ao tema “Conservação da Biodiversidade e Mudança de Paradigmas” -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 20

2.7 Acções preparatórias na área da educação ambiental ------------------------------------------------ 20

2.8. Campanhas de limpeza ------------------------------------------------------------------------------------------------ 21

2.8.1. Acção de limpeza por ocasião do Dia Internacional das Mudanças Climáticas - 21

2.8.2. Acção de limpeza por ocasião do Dia da Cidade de Maputo ------------------------------- 22

2.9 Jornal Ambiental "TERRA VIVA" (TV) --------------------------------------------------------------------------- 27

2.10 Mesas redondas televisivas sobre temáticas ambientais relevantes ----------------------- 29

2.11 Dicas sobre boas práticas ambientais ------------------------------------------------------------------------ 30

2.12 Página WEB ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 30

2.13 Materiais de visibilidade ---------------------------------------------------------------------------------------------- 31

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v

2.14 Estratégia de Comunicação ----------------------------------------------------------------------------------------- 31

3. ÁREAS PROGRAMÁTICAS - GESTÃO SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS NATURAIS- PROJECTOS ESTRATÉGICOS: Monitoria do Licenciamento Ambiental e Apoio a Iniciativas Comunitárias de Gestão Sustentável de Recursos Naturais -------------------------------- 35

3.1 Fórum de Maneio Comunitário de Recursos Naturais (FMCRN) --------------------------------- 38

3.2 Coordenação do Fórum do Parque Nacional do Limpopo (FPNL) ------------------------------- 39

3.3 Projecto de Apoio a Iniciativas Comunitárias de Geração de Rendimentos -------------- 40

3.4 Projecto Forest Connect ------------------------------------------------------------------------------------------------- 43

4. PROJECTOS COMPLEMENTARES: Construindo Parcerias Florestais (CPF)/ Global forest partnership (GFP), Participação na elaboração da estratégia nacional do REDD, Participação no movimento Amigos da Floresta e Garantindo um futuro sustentável para as comunidades pesqueiras através da melhoria do processo de governação entre Moçambique e a África do sul ---------------------------------------------------------------- 51

4.1 CONSTRUINDO PARCERIAS FLORESTAIS (CPF) /GLOBAL FOREST PARTNERSHIP (GFP) -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 52

4.2 PARTICIPAÇÃO NA ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA NACIONAL DO REDD----------------- 58

4.3 PARTICIPAÇÃO NO MOVIMENTO AMIGOS DA FLORESTA ------------------------------------------- 60

4.4 GARANTINDO UM FUTURO SUSTENTÁVEL PARA AS COMUNIDADES PESQUEIRAS ATRAVÉS DA MELHORIA DO PROCESSO DE GOVERNAÇÃO ENTRE MOÇAMBIQUE E A ÁFRICA DO SUL --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 66

5. BIBLIOTECA ------------------------------------------------------------------------------- 72

6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ------------------------------------------------------ 75

ANEXOS --------------------------------------------------------------------------------------- 81

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1

1. INTRODUÇÃO

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2

1. INTRODUÇÃO

1.1 ESTRATÉGIA E PLANO DE ACÇÃO 2009-2013

Em 2009, o Centro Terra Viva (CTV) deu início à implementação da sua Estratégia e

Plano de Acção para o quinquénio 2009 – 2013. Estes novos instrumentos resultam de uma

avaliação externa realizada em 2008, assinalando a passagem dos 5 anos da existência da

instituição, a qual igualmente orientou o CTV para a necessidade de se concentrar nas áreas

em que a sua capacidade de intervenção foi comprovada, nomeadamente, Política, Legislação e

Informação Ambiental, consolidando a experiência adquirida, melhorando as estratégias de

intervenção e maximizando o impacto das suas acções.

Tendo em conta este pressuposto, duas Áreas Programáticas principais foram

identificadas: (1) Monitoria da Boa Governação Ambiental e (2) Gestão Sustentável dos

Recursos Naturais.

Conforme o ano de 2010 foi decorrendo, foi sendo constatada a necessidade de

autonomizar uma terceira área programática, respeitante à temática “Florestas e Mudanças

Climáticas”, que será institucionalizada em 2011 a partir de uma série de projectos

complementares dispersos.

1.2 FONTES DE FINANCIAMENTO

Em 2010 o CTV contou com diversas fontes de financiamento, na sequência da

estabilização alcançada após um período de crise que teve o seu ponto máximo em 2009, e que

conduziu à demora e incerteza, por parte dos principais parceiros institucionais, na pronúncia

sobre a continuidade da canalização de fundos necessários, quer para o funcionamento da

instituição, bem como para a implementação das actividades dos diferentes programas.

Este facto obrigou o CTV ao exercício de uma planificação cuidadosa das actividades

programadas e elaboração de novas propostas de financiamento. Como resultado de um

esforço conjunto foram submetidas propostas à Fundação FORD, Comissão Europeia,

Cooperação Suíça, entre outras organizações nacionais e internacionais, ligadas aos ramos de

gestão de recursos naturais e desenvolvimento rural.

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No que diz respeito a projectos que já estavam em funcionamento e que se mantiveram

em 2010, registam-se os provenientes da Fundação FORD, Comissão Europeia, HIVOS, DFID-

IUCN-TRAFFIC, IIED - REDD, IIED - FOREST CONNECT, IIED - LEGAL TOOL e IIED – GFP III.

Em relação a fundos novos, para além do financiamento da 4.ª fase do GFP, o CTV

recebeu alguns financiamentos de pequena monta para a realização de seminários e eventos do

IIED e UNEP. Finalmente, regista-se a chegada do financiamento proveniente da IDLO para

implementação do projecto Pró-Terras Comunitárias.

1.3. ORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL

O ano de 2010 marcou um período de estabilização da organização institucional, não só

no campo técnico, como no domínio administrativo e financeiro.

No domínio técnico, há a registar o reforço do CTV ao nível da direcção de programas,

contribuindo para uma nova dinâmica e maior capacidade de intervenção nas áreas

programáticas de intervenção e respectivas actividades.

No que diz respeito ao capítulo administrativo e financeiro, consolidou-se a

reorganização do sector, bem como a definição de novas linhas de funcionamento. Para o

efeito, a entrada em funcionamento do Departamento de Administração e Finanças constituiu

uma mais-valia para a organização.

1.4. PLANO DE ACTIVIDADES

O Plano de Actividades para 2010 revelou-se, à partida, um desafio sério para o CTV,

tendo presente o número, complexidade e variedade de tarefas previstas.

O ano foi definido como ano de arranque do projecto de monitoria da boa governação

ambiental, implicando não somente a conclusão do trabalho de definição de indicadores de

monitoria, como ainda de produção do 1. ° Relatório Anual sobre a Boa Governação Ambiental.

Destaque-se, em segundo lugar, a implementação do projecto estratégico de Apoio a

Iniciativas Comunitárias de Geração de Rendimentos, nos distritos de Massingir e Zavala,

implicando o suporte directo por parte dos técnicos do CTV às organizações locais.

Veja-se depois o desafio de levar a cabo um projecto numa área nova, como é o caso da

gestão dos recursos pesqueiros, num projecto em parceria com a TRAFFIC East/Southern

África.

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Teve-se igualmente um importante desafio na coordenação da equipa de trabalho para a

elaboração da Estratégia Nacional do REDD (Redução das Emissões do Desmatamento e

Degradação das Florestas), e que gerou a responsabilidade de o CTV se afirmar como

instituição de referência no domínio das florestas e mudanças climáticas.

Veja-se anda ao compromisso de reforçar significativamente as componentes de

informação e educação ambiental, através de uma maior e melhor política de visibilidade,

incluindo a alimentação da página WEB, a publicação da revista Terra Viva e a produção e

participação de programas televisivos e radiofónicos, bem como a realização de seminários,

debates públicos, mesas redondas e palestras para aflorar diversos aspectos sobre governação

ambiental e gestão dos recursos naturais.

No final do ano de 2010, o CTV teve a enorme responsabilidade de coordenar a

organização do 7. ° Evento Internacional de Aprendizagem sobre Questões Florestais,

subordinado ao lema Promovendo a Boa Governação Florestal e a Adaptação e Mitigação às

Mudanças Climáticas, sob a bandeira da coligação Forest Governance Learning Group (Grupo

de Aprendizagem sobre Governança Florestal), apoiada pelo Instituto Internacional para o

Ambiente e Desenvolvimento (IIED).

Nas páginas que se seguem poderá conhecer todas as realizações do CTV em 2010 e os

resultados alcançados. Boa leitura!

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2. ÁREAS PROGRAMÁTICAS -

BOA GOVERNAÇÃO

AMBIENTAL: PROJECTOS

ESTRATÉGICOS: Monitoria da boa

governação na gestão de recursos

naturais, Educação Ambiental e

Informação Ambiental

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2. ÁREAS PROGRAMÁTICAS –

BOA GOVERNAÇÃO AMBIENTAL

PROJECTO ESTRATÉGICO MONITORIA DA BOA GOVERNAÇÃO NA GESTÃO DE

RECURSOS NATURAIS

DESCRIÇÃO SUMÁRIA:

A boa governação ambiental, enquanto conceito novo, é hoje perspectivada como

condição de melhor qualidade de vida e desenvolvimento sustentável. Torna-se urgente e

fundamental que a liderança governamental da área do ambiente seja assumida de forma

plena e responsável. Para tal, dadas as inúmeras interfaces que o ambiente tem com todos os

sectores, mais do que desejável é essencial que, desde o início da formulação dos projectos e

das decisões do Governo, haja uma participação efectiva e integral dos cidadãos.

A boa governação ambiental constitui uma das 2 áreas programáticas fundamentais do

CTV, e, como tal, foi definida a prioridade de se proceder ao desenho de indicadores para aferir

a boa governação e integridade ambiental. Este processo foi iniciado no ano transacto, mas,

por diversas razões, não pode ser concluído, dai que se tenha estabelecido como meta para a

sua conclusão o final do I Semestre de 2010, bem como a sua afectação para efeitos da

produção do I Relatório Anual sobre Boa Governação Ambiental, prioridade da instituição na

segunda metade do ano em causa.

Para o efeito, tornou-se necessário agregar esforços para a elaboração de um projecto

de pesquisa, que, a partir dos indicadores de boa governação ambiental previamente

seleccionados e concebidos, permitisse obter a informação necessária para uma consequente e

cuidadosa análise.

Foi definido como conceito de boa governação ambiental o processo de liderança

assente nos princípios de transparência e participação pública dos cidadãos no processo de

tomada de decisões com implicações para o ambiente, na precaução de impactos ambientais,

na feitura e implementação de um quadro jurídico-ambiental bom, adequado e eficaz,

susceptível de garantir a sustentabilidade ambiental, social e económica, e no acesso à justiça

e à equidade no uso e aproveitamento dos recursos naturais.

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Determinou-se ainda a possibilidade de se estabelecer uma parceria com o Centro de

Integridade Pública (CIP), instituição moçambicana com um notável conhecimento e

experiência nas matérias relacionadas com a boa governação, de modo a reforçar o prestígio e

a qualidade técnica do Relatório de Boa Governação Ambiental.

Pretende-se que o Relatório seja anualmente publicado, de preferência em data

integrada na semana comemorativa do Dia Internacional do Ambiente (5 de Junho), e tenha

um enfoque priviligiado nas áreas de terras, ambiente e florestas e fauna bravia.

Note-se que o objectivo último da elaboração do referido Relatório consiste na

apresentações de recomendações dirigidas a melhorar o estado da governação ambiental em

Moçambique.

ACTIVIDADE 1: Conclusão dos indicadores de boa governação

ambiental

A partir do exercício iniciado em 2009 e tendo presente alguns estudos comparados ou

similares, procedeu-se à elaboração de uma segunda versão do quadro de indicadores de boa

governação ambiental, e que culminou na eleição dos seguintes, em número de 5: (1)

Participação pública e transparência; (2) Precaução de impactos; (3) Qualidade do quadro

jurídico-ambiental; (4) Eficácia do Governo no domínio da protecção do ambiente e recursos

naturais; (5) e Justiça e Equidade.

Encetaram-se ainda contactos com o CIP, de modo a não só colher uma opinião em

relação ao estado do trabalho de identificação e construção de indicadores, como ainda para

negociar uma provável parceria no que diz respeito à produção do Relatório Anual de Boa

Governação Ambiental. Os contactos foram duplamente positivos, servindo não só para colher

uma posição favorável em relação aos indicadores propostos, como também para apresentar

interesse na participação dos estudos dirigidos a analisar o estado da boa governação

ambiental em Moçambique.

ACTIVIDADE 2: Elaboração do projecto de pesquisa

Como primeira actividade, levou-se a cabo a elaboração do projecto de pesquisa para

aferir o estado de boa governação ambiental, que servirá de suporte ao Relatório Anual. Tal

como aconteceu em relação aos indicadores ambientais, o projecto de pesquisa foi igualmente

submetido à apreciação do CIP, que pode assim apresentar algumas sugestões e

recomendações.

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Ouve uma especial incidência de definição das metodologias a aplicar, incluindo a

revisão bibliográfica, o levantamento e análise legal, a cobertura dos órgãos de comunicação

social, a participação em encontros, a realização de entrevistas a diferente actores, a aplicação

de um inquérito sobre percepções populares, entre outros.

Note-se que, em relação às entrevistas, optou-se por se trabalhar cuidadosamente cada

guião, para além de, uma vez efectuada, se proceder à respectiva gravação e digitação para

efeitos de rigor metodológico. Contudo, do total de pedidos de entrevista solicitados, foi

possível concretizar, gravar e transcrever as entrevistas ao Secretário Permanente do Ministério

da Agricultura e ao Director Nacional de Terras e Florestas.

O inquérito para aferir as percepções populares sobre o desempenho governamental na

área do ambiente implicou um aturado trabalho de identificação e construção das perguntas,

findo o qual se sujeitou a primeira versão à apreciação de um sociólogo sénior, o qual sugeriu

não apenas alterações significativas, como ainda a contratação pontual de um técnico

estatístico.

Já no final do ano, a Direcção do CTV identificou 5 estagiários do curso de direito,

seleccionados com base nas notas obtidas na disciplina de direito do ambiente, na

disponibilidade de aprender e contribuir no projecto de boa governação ambiental e na vontade

de apoiar na montagem de um gabinete de aconselhamento jurídico.

A informação colhida ao longo de 2010 foi sintetizada, servindo para produzir uma

primeira versão interna do relatório,

NÍVEL DE PROGRESSO:

Em relação à actividade de produção e promoção de indicadores de boa governação e

integração ambiental, importa referir que o nível de progresso foi bastante satisfatório, visto

que se logrou atingir a conclusão do trabalho, não apenas devido ao esforço internamente

levado a cabo pelos técnicos do CTV, mas também na sequência do parecer favorável colhido

junto de uma instituição de prestígio na matéria, como é o caso do CIP.

Os resultados preliminares colhidos ao longo de 2010 são, para já, bastante positivos

para a alimentação de indicadores como a Participação pública e transparência e a Eficácia do

Governo no domínio da protecção do ambiente e recursos naturais.

Em termos gerais, pode-se concluir que o nível de progresso foi bom, tendo sido feito

um esforço muito grande para conseguir levar a cabo as primeiras actividades de pesquisa

cruciais para a alimentação do I Relatório Anual de Boa Governação Ambiental.

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Três aspectos condicionaram o nível de progresso, destacando-se: (1) em primeiro

lugar, a redução e instabilidade da equipa técnica inicialmente montada para o trabalho de

produção do I Relatório Anual de Boa Governação, constrangimento que será tido em conta no

ano de 2011; (2) a dificuldade de aceder à informação, especialmente junto das instituições

públicas; e (3) a enorme demora na obtenção de respostas favoráveis aos pedidos de

realização de entrevistas.

DESAFIOS:

O desafio maior no que diz respeito ao Relatório de Boa Governação Ambiental reside na

capacidade institucional para assegurar a cobertura dos temas, a ida ao campo, a obtenção da

informação necessária e o tratamento dos dados colhidos, tendo presente a importância do

tema e o impacto dos resultados para a imagem do CTV. Para o efeito, torna-se crucial reforçar

e assegurar a continuidade da equipa de investigadores, bem como de estagiários, procurando

criar as necessárias condições de trabalho.

Outro grande desafio está relacionado com a dificuldade de acesso, recolha de

informação e entrevistas relevantes para a análise e revisão bibliográfica e de dados. O prazo

para estas actividades tem extravasado o programado, pelo facto de haver extrema burocracia

e dependência hierárquica no processo de disponibilização de informação, ao qual se acresce a

falta de disponibilidade das pessoas a entrevistar.

Torna-se importante assegurar o cumprimento dos prazos definidos no projecto de

pesquisa, e que apontam para a apresentação do I Relatório aquando da comemoração do Dia

Internacional do Ambiente, a 5 de Junho de 2011.

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10

DESCRIÇÃO SUMÁRIAO:

Objectivo deste projecto estratégico é de promover interacções, com o público-alvo, que

se traduzam na actualização e sistematização do conhecimento relacionado com a gestão

sustentável dos recursos naturais. Este fim é materializado através da organização e realização

de debates públicos ambientais (DPA’S), mesas redondas, palestras, cursos, seminários e

sessões de educação e consciencialização sobre assuntos ambientais de interesse comum.

Com os programas de capacitação pretende-se incentivar a valorização e conservação

de ecossistemas e espécies, bem como a intervenção das comunidades rurais no uso racional

dos recursos naturais e distribuição equitativa dos benefícios que advêm dos mesmos. A

actividade abrange vários níveis, nomeadamente as comunidades locais rurais e urbanas,

organizações locais e agentes das instituições do Estado.

Ao longo deste ano várias instituições, dentre públicas e académicas, manifestaram-se

interessadas nas actividades de capacitação que o CTV tem realizado, é disso o exemplo a

Assembleia da República e o Instituto Superior de Administração Pública – ISAP. Por seu turno,

o Centro de Formação Jurídica Judiciária (CFJJ) comprometeu-se em colaborar com o seu

quadro de pessoal na capacitação dos Paralegais dos distritos onde o CTV implementa os seus

projectos, uma acção integrada na promoção da participação das comunidades locais na boa

governação ambiental.

Nota de destaque para a realização do Seminário Internacional de Aprendizagem sobre

a Governação Florestal, sob a égide do FGLG, com apoio do IIED, bem como para o Seminário

de Preparação da Estratégia da Redução da Emissões por Desflorestamento (REED), que serão

desenvolvidos em sede própria.

PROJECTO ESTRATÉGICO EDUCAÇÃO AMBIENTAL

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11

2.1 DPA’S e mesas redondas

Foram ao todo realizadas 6 acções deste género, incluindo 3 DPA’S e 3 mesas redondas.

Do total de acções, 5 foram materializadas no quadro de um Memorando de Entendimento

celebrado entre o CTV e a Direcção Nacional de Promoção e Desenvolvimento Rural (DNPDR),

do Ministério de Administração Estatal (MAE), com o apoio técnico da FAO e apoio financeiro do

Reino dos Países Baixos (Veja-se quadro abaixo com a listagem de acções).

[Debate Público subordinado ao Tema: Ordenamento do Território e a conservação da Biodiversidade.] @ Carlos Manuel Serra

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Tabela 2 – DPA’S e mesas redondas em 2010

Data Tipo Tema Intervenientes principais

09/02 Mesa

redonda

O Impacto da Delimitação de Terras Comunitárias e a Possibilidade de Estabelecimento de Parcerias Sustentáveis

Facilitadora: Alda Salomão

12/05 DPA Protecção Jurídica do Direito de Uso e Aproveitamento da Terra das Comunidades Locais

Moderador: Carlos Serra Oradores: Sérgio Baleira e Saturnino Samo (CFJJ) Comentador: João Carrilho

23/06 DPA Ordenamento do Território e a Conservação da Biodiversidade

Moderadora: Alda Salomão Oradores: José Forjaz (Arquitecto) e Roberto Zolho (IUCN)

22/07 DPA Emissão Directa de Fumos para Atmosfera: Experiências comparadas da África do Sul (Richards Bay) e Moçambique (MOZAL)

Moderador: Jeremia Langa (STV)

Oradores: António Reina (Livaningo), Rico Euripidou (GroundWork - RSA) e John Selby (Richards Bay Clean Air Association - RSA)

21/10Mesa

redonda

Arrendamento de Terras – Miragem ou Realidade (1.ª Parte)

Moderador: Doutor Diamantino Nhampossa (UNAC)

Orador: Paulo Comoane

Comentador: Olegário Banze (DNPDR)

Parcerias Comunitárias no Contexto da Legislação Nacional: Opção para o Desenvolvimento Rural? (2.ª Parte)

Moderador: Doutor Diamantino Nhampossa (UNAC)

Oradores: Luís Sarmento e Luís Dinis (LUPA)

Comentador: Olegário Banze (DNPDR)

17/11Mesa

redonda

Experiência Comparada na Administração da Terra na Região Austral de África

Moderadora: Alda Salomão

Orador: Martin Adams (Especialista em administração de terras)

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13

O DPA subordinado ao tema Emissão Directa de Fumos para Atmosfera: Experiências

comparadas da África do Sul (Richards Bay) e Moçambique (MOZAL), que teve lugar a 22 de

Setembro, não estando previsto no Plano de Actividades, resultou da iniciativa de uma

coligação de organizações, entre as quais o CTV, a Justiça Ambiental, a Livaningo, a Liga dos

Direitos Humanos, a Kulima e o Centro de Integridade Pública, com apoio da International

Center for Journalists, Open Society Institute for Southern Africa e Knigth Internacional

Journalism Fellowship, em resposta ao caso da autorização especial concedida à fábrica de

alumínios da Mozal para operar em regime de escape directo por um período de seis meses.

Estes eventos tiveram adesão de especialistas de diversas áreas, funcionários

governamentais, representantes de organizações não governamentais, jornalistas, académicos,

estudantes do ensino superior.

[Debate Público subordinado ao Tema: Emissão Directa de Fumos para Atmosfera.] @ Belmiro Come

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2.2 Organização e Realização de Cursos para as Associações Comunitárias

2.2.1 Seminários de Divulgação de Legislação sobre a Gestão da Terra,

Ambiente e Florestas e Fauna Bravia em Inhambane (Zavala) e Gaza

(Massingir)

Estes seminários foram realizados no período compreendido entre os dias 14 e 24 de

Setembro nos distritos onde o CTV se encontra a levar a cabo programas de apoio às iniciativas

locais de gestão sustentável de recursos naturais, designadamente em Zavala, na província de

Inhambane (abrangendo 5 comunidades: Chitsuleta, Gondo, Macomane, Muhate e Mussacate),

e em Massingir, na província de Gaza (beneficiando também 5 comunidades: Massingir Velho,

Macavene, Cubo, Nanguene e Mavodze). No total a formação dirigiu-se a 100 membros das

comunidades locais.

Este modelo de formação teve como objectivos fundamentais: (1) Capacitação e

fortalecimento das comunidades locais em matéria de legislação ligada à terra, florestas e

fauna bravia e preservação de zonas costeiras, com vista à obtenção de alguns conhecimentos

dessas matérias, tendo em linha de conta, o elevado risco de violação dos direitos legais e

constitucionalmente atribuídos às comunidades locais; (2) Levantamento dos problemas

ambientais nas comunidades locais.

[Seminário em Zavala] @ Samanta Remane

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Em termos de balanço geral, constatou-se um certo défice significativo de conhecimento

das matérias ministradas ao longo dos seminários, dado que a larga maioria dos participantes

desconhecia os princípios e normas básicas que versam sobre a terra, ambiente e florestas e

fauna bravia. Por outro lado, perante os vários atropelos à legislação, os membros da

comunidade, ainda que porventura cientes da violação dos seus direitos, tanto pelos seus

líderes, como pelos investidores ou mesmo pelas autoridades, têm-se mantido inertes, sendo

que uma das razões avançadas para essa atitude está ligada ao clima de intimidação que se

vive no seio da comunidade, e a onerosidade no acesso à justiça para a reposição dos seus

direitos violados.

2.2.2 Curso de Capacitação de Paralegais em legislação dos Recursos Naturais e

Desenvolvimento

Sob pedido do CTV, o CFJJ, com apoio técnico da FAO e apoio financeiro do Reino dos

Países Baixos, realizou entre os dias 22 de Novembro a 4 de Dezembro de 2010, na cidade de

Inhambane, um curso de capacitação com o objectivo de formar agentes paralegais em matéria

de legislação dos recursos naturais e desenvolvimento, de modo a dotá-los de conhecimentos

básicos que os habilitem a actuar no seio das comunidades naquele domínio, como formadores

educadores e como assistentes comunitários.

Este curso, que vai na sua 21.ª edição, e que possui uma carga horária de 60 horas,

contou com uma equipa multi-disciplinar de formadores do CFJJ, que, munidos de uma já vasta

experiência, souberam contribuir para o sucesso de mais uma missão formativa e,

principalmente, para que os formandos pudessem alcançar os objectivos pedagógicos

previamente definidos.

Foram ao todo capacitados 18 elementos, dos quais 10 mulheres e 8 homens, na sua

maioria provenientes das associações comunitárias de Massingir e Zavala, com as quais o CTV

trabalha.

O programa do curso, com um total de 60 horas de formação, compreendeu as

seguintes matérias: Conceitos de Estado, Cidadão e Comunidade, Acesso e Uso dos Recursos

Naturais, Direito dos Recursos Naturais: Síntese de todas as leis pertinentes, “Cidadania Rural”:

Exercendo os Direitos Atribuídos por Lei, Género e “Direito dos Recursos Naturais”, Direitos das

Mulheres e Recursos Naturais, Métodos Participativos na Formação e Transmissão de

Informação, Conflitos sobre os Recursos Naturais: Garantias Jurídicas, Estratégias e Mediação,

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Esta acção teve ainda uma componente de trabalho de campo, onde os formandos

tomaram contacto com conflitos previamente identificados, e na qual tiveram a oportunidade

de assessorar as comunidades locais sobre os possíveis caminhos para a sua resolução. Os

casos reais identificados serviram de base de aprendizagem para os formandos aplicarem os

conhecimentos teóricos adquiridos, nomeadamente a identificação das razões de facto e de

direito, os preceitos legais violados e as possíveis soluções, incluindo os mecanismos de que as

pessoas afectadas se devem servir para repor os seus direitos.

2.3 Realização de um workshop e formação técnica sobre a monitoria e

conservação de tartarugas marinhas em Moçambique

Este programa foi realizado nos dias 22 a 26 de Novembro de 2010, sob égide do Grupo

de Trabalho das Tartarugas Marinhas (GTT), e contemplou um conjunto variado de actividades

formativas.

O evento contou com a presença de especialistas nacionais e internacionais a trabalhar

em actividades de protecção e conservação das tartarugas marinhas.

O programa de formação teve como objectivo geral contribuir para a efectiva

conservação e monitoria de ninhos e rastros de tartarugas marinhas. Em termos específicos, a

acção visou fornecer conselhos técnicos teóricos e práticos de monitoria das tartarugas

[Medição da largura de uma Tartaruga Cabeçuda] @ Raquel Fernandes

[Curso de Paralegais Ministrado pelo CFJJ, Trabalho Campo] @ Carlos Manuel Serra

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marinhas, desde a recolha de dados e a gestão dos seguintes aspectos: (1) Monitoria de

rastros; (2) Monitoria e marcação de fêmeas em desova; (3) Monitoria e mapeamento de

ninhos; e (4) Monitoria das mudanças climáticas.

Nos primeiros dois dias (22 e 23 de Novembro) realizou-se um Workshop que juntou

cientistas, conservacionistas e técnicos que trabalham na investigação e monitoria em

tartarugas marinhas em Moçambique para debater aspectos relacionados com metodologias,

dificuldades e partilhar experiências. Entre as actividades contaram-se: a revisão dos avanços e

estado actual sobre a ecologia e conservação de tartarugas marinhas em Moçambique; a

partilha de experiências entre cientistas nacionais e regionais, sobre aspectos relacionados com

a investigação e conservação de tartarugas marinhas; a discussão de formas de integrar o

trabalho efectuado em Moçambique no contexto da região WIO, e a maior colaboração e

partilha de informação com cientistas da região; a colheita de subsídios ao longo do Workshop

que irão contribuir para a elaboração em 2011, da Estratégia e Plano de Acção para

Conservação da Tartaruga Marinha em Moçambique 2012-2016; e a atribuição do prémio “José

João” de Conservação de Tartaruga Marinha em Moçambique.

[Participantes a observarem uma Tartaruga Cabeçuda na Ponta de Ouro] @ Raquel Fernandes

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Por sua vez, a formação técnica sobre monitoria de tartarugas marinhas teve 2 fases:

uma primeira fase teórica, realizada no Museu de História Natural, em Maputo (Dia 24 de

Novembro), com a duração de um dia; e uma segunda fase prática na Ponta do Ouro (dias 25 e

26 de Novembro).

2.4 Seminário Internacional sobre Modelos de Negócios e Parcerias no Sector

Agrícola

O CTV em coordenação com o IIED realizou o Seminário Internacional sobre Modelos de

Negócios e Parcerias no Sector Agrícola, entre os dias de 17 a 18 de Março de 2010, na cidade

de Maputo.

Foi objectivo do referido evento debater em torno da criação de modelos de negócios e

regimes de concessão da terra às comunidades, tendo em conta a partilha de bens essenciais e

de lucros entre estas e os investidores privados, como forma de minimizar os riscos da perda

de posse deste recurso e maximizar as vantagens do investimento no sector agrário.

[Participantes a observarem uma Tartaruga Cabeçuda na Ponta de Ouro] @ Raquel Fernandes

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Este encontro reuniu especialistas de diferentes áreas do saber, provenientes de África,

Europa e Ásia, e baseou-se num estudo realizado pelo IIED, FAO e Faculdade de Direito da

Universidade do Gana, sobre as implicações da crescente ocupação de terras em África,

América Latina, Sudeste e a zona Central da Ásia, por investidores internacionais para

projectos agrícolas.

Os resultados do seminário serão publicados e divulgados pelo IIED como forma de

impulsionar o debate sobre a aquisição de terras, ilustrando a vasta gama de modelos de

negócios que podem ser adoptados nos investimentos agrícolas, bem como as condições

necessárias para o seu sucesso.

2.5 Curso de capacitação para técnicos do CTV

Decorreu ao longo do ano uma capacitação formativa de técnicos do CTV, que consistiu

na leitura e debate centrados num pacote composto por obras científicas criteriosamente

[Participantes do Workshop em plenária] @ Belmiro Come

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seleccionadas, alusivas aos diversos temas relacionados com a problemática ambiental,

incluindo o aquecimento global, as mudanças climáticas, a problemática da água, a questão

demográfica, o aumento exponencial da poluição e da produção de resíduos, o modelo

dominante de governação, entre outros. O programa de capacitação previu um primeiro

momento individual de leitura e um segundo momento de debate envolvendo todos os técnicos.

Foi objectivo desta acção fortalecer a capacidade de intervenção do pessoal técnico da

instituição, não apenas em termos de escrita, como também no que diz respeito à comunicação

verbal, tendo presente as diversas acções de educação e informação ambiental. Em especial,

pretendeu-se que os técnicos do CTV possam responder com êxito às exigências das

actividades integradas na Boa Governação Ambiental e na Gestão de Recursos Naturais.

2.6 Palestra alusiva ao tema “Conservação da Biodiversidade e Mudança de

Paradigmas”

Inserida no contexto da comemoração do Dia Internacional do Ambiente, o CTV realizou

uma palestra no dia 8 de Junho, nas Instalações da Faculdade de Ciências Naturais e

Matemática (FCNM) da UP, tendo envolvido cerca de 150 estudantes do Curso de Educação e

Gestão Ambiental.

O evento contou com a apresentação do Carlos Manuel Serra (CTV), Jossias Guambe

(MICOA) e Pita Sitoi (da FCNM – UP), este último na qualidade de moderador.

Esta acção teve como objectivo fundamental partilhar conhecimentos sobre aspectos

ambientais relevantes do país, tais como o estado de conservação da biodiversidade e o seu

múltiplo valor.

Das apresentações e intervenções havidas foram vincadas os seguintes aspectos: (1)

Apelo à investigação e a partilha de informação ambiental sobre o país por todos, cada um ao

seu nível; (2) Realização de acções que visam promover o despertar da consciência ambiental,

sobretudo nas crianças; (3) Assunção e o compromisso de todos como agentes protectores de

outras espécies bióticas.

2.7 Acções preparatórias na área da educação ambiental

Decorreram negociações com o Instituto Superior da Administração Pública – (ISAP)

visando a preparação e administração de um curso de capacitação para os formandos e

dirigentes da função pública, incluindo, em primeira linha, secretários permanentes e directores

nacionais. Visando materializar a iniciativa, o CTV e o ISAP fixaram o mês de Março de 2011

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para o desenvolvimento da actividade. Falta agora finalizar o programa da acção de formação,

que se encontra em fase adiantada de construção.

Ainda durante o ano de 2010 houve negociações entre o CTV e a Assembleia da

República, através da Comissão dos Assuntos Sociais do Género e Ambiente visando a

realização de um seminário formativo em matérias de legislação ambiental. Apesar dos

progressos alcançados sobre o assunto, o mesmo não se realizou por sobreposição de agenda

dos deputados, tendo se indicado a primeira semana de Março de 2011 como altura ideal para

a realização do mesmo. Até ao final de 2010, foi trabalhou-se na finalização do programa da

acção, na identificação dos facilitadores e na sua mobilização para o seminário.

2.8. Campanhas de limpeza

2.8.1. Acção de limpeza por ocasião do Dia Internacional das Mudanças

Climáticas

No Dia Internacional das Mudanças Climáticas, o CTV em parceria com a World Wildlife

Foundation (WWF), a Liga dos Escuteiros de Moçambique (LEMO) e a Procredit aderiram ao

movimento global criado pela iniciativa da organização 350. Trata-se de um notável

acontecimento de manifestações internacionais que apelam pela necessidade de se criar

políticas para melhorar o aproveitamento energético e a redução de emissão de gases com

efeito de estufa. Assim, o principal objectivo destas acções centrou-se na exigência da redução

das emissões de CO2, numa escala de 10% por ano, aos governos dos países desenvolvidos.

Trata-se de uma medida urgente que visa impedir que a concentração deste gás na atmosfera

ultrapasse as 350 ppm (partes por milhão), de modo a diminuir o efeito de estufa e mitigar as

alterações climáticas.

Este evento ocorreu a 10 de Outubro, 10 dias antes da Cimeira de Cancun, numa altura

em que os países industrializados são obrigados a reduzir em 10% as suas emissões de Dióxido

de Carbono (CO2), à luz do Protocolo de Quioto, a partir do presente ano, e ficou conhecido

com a marca 10.10.10.

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A acção consistiu numa campanha de limpeza da praia na manhã do dia 10, defronte ao

Clube Marítimo, agremiação desportiva que

participantes receberam informação sobre a importância da reciclagem como forma de reduzir

a produção de lixo que é depositado em lixeiras e aterros. No entanto, uma vez que este lixo

acarreta doenças, afecta o ecossistema e liberta gases com potenciais efeito de estufa

considera-se essencial que se tome percepção deste problema a uma escala maior.

Os resíduos sólidos recolhidos foram entregues ao responsável do ecoponto da

Associação Moçambicana de Recicla

transformando parte destes resíduos em matéria

Através das fotografias do evento divulgadas pela organização 350 e pelo Facebook

recebemos diversos comentários a felicitar esta iniciativa.

2.8.2. Acção de limpeza por ocasião do Dia da Cidade de Maputo

No dia em que Maputo completou 123 anos de elevação à categoria de cidade, um

grupo de cidadãos, comprometidos com a causa ambiental, decidiu limpar a

Popular”, uma das artérias mais m

Esta iniciativa, promovida pelo CTV, em parceria com Livaningo, Associaçã

Moçambicana de Reciclagem (AM

[Grupo dos participantes a representar a iniciativa da Organização] @ Cristina Louro

A acção consistiu numa campanha de limpeza da praia na manhã do dia 10, defronte ao

Clube Marítimo, agremiação desportiva que disponibilizou atenciosamente o espaço. Assim, 50

participantes receberam informação sobre a importância da reciclagem como forma de reduzir

a produção de lixo que é depositado em lixeiras e aterros. No entanto, uma vez que este lixo

cta o ecossistema e liberta gases com potenciais efeito de estufa

se essencial que se tome percepção deste problema a uma escala maior.

Os resíduos sólidos recolhidos foram entregues ao responsável do ecoponto da

Associação Moçambicana de Reciclagem (AMOR) para prosseguirem com o processamento

transformando parte destes resíduos em matéria-prima.

Através das fotografias do evento divulgadas pela organização 350 e pelo Facebook

recebemos diversos comentários a felicitar esta iniciativa.

ção de limpeza por ocasião do Dia da Cidade de Maputo

No dia em que Maputo completou 123 anos de elevação à categoria de cidade, um

grupo de cidadãos, comprometidos com a causa ambiental, decidiu limpar a

mais movimentadas da Urbe.

Esta iniciativa, promovida pelo CTV, em parceria com Livaningo, Associaçã

Moçambicana de Reciclagem (AMOR), Liga dos Escuteiros de Moçambique e apoiada pelo

22

A acção consistiu numa campanha de limpeza da praia na manhã do dia 10, defronte ao

disponibilizou atenciosamente o espaço. Assim, 50

participantes receberam informação sobre a importância da reciclagem como forma de reduzir

a produção de lixo que é depositado em lixeiras e aterros. No entanto, uma vez que este lixo

cta o ecossistema e liberta gases com potenciais efeito de estufa

se essencial que se tome percepção deste problema a uma escala maior.

Os resíduos sólidos recolhidos foram entregues ao responsável do ecoponto da

gem (AMOR) para prosseguirem com o processamento

Através das fotografias do evento divulgadas pela organização 350 e pelo Facebook

ção de limpeza por ocasião do Dia da Cidade de Maputo

No dia em que Maputo completou 123 anos de elevação à categoria de cidade, um

grupo de cidadãos, comprometidos com a causa ambiental, decidiu limpar a avenida “Guerra

Esta iniciativa, promovida pelo CTV, em parceria com Livaningo, Associação

OR), Liga dos Escuteiros de Moçambique e apoiada pelo

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Conselho Municipal da Cidade de Maputo e pelas empresas TIM, METIER, SIQAS e Montemor,

resultou na remoção de aproximadamente 4 toneladas e meia de resíduos sólidos, incluindo

areia e pedras, que geralmente não têm sido consideradas lixo, nas ruas, avenidas e outras

áreas pavimentadas da cidade.

Apesar da chuva que caiu, um dia antes do aniversário da cidade capital, prolongando-

se nas 24 horas seguintes, de forma intermitente, os participantes da campanha não

arredaram o pé e, durante a manhã do dia 10 de Novembro, procederam à limpeza da “Guerra

Popular”, numa altura em que a chuva resolveu dar trégua.

Durante o interregno da precipitação, muito se fez; desde a varredura dos passeios

laterais e central desta avenida, remoção de areia e pedras nas suas duas faixas de rodagem,

incluindo o desentupimento de sarjetas e plantio de árvores de sombra.

A campanha de limpeza, denominada “Um gesto de carinho pela cidade de Maputo”,

tinha como objectivo despertar a consciência dos citadinos para a responsabilidade partilhada

em relação à limpeza da urbe, que implica, entre várias acções, cuidar dos espaços públicos.

[Campanha de Limpeza da Cidade de Maputo] @ Fábio

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Nesta iniciativa participaram estudantes universitários que frequentam cursos sobre o ambiente

ou que integram cadeiras relacionadas com a matéria, nas Universidades Eduardo Mondlane e

Pedagógica, para além da Liga dos Escuteiros de Moçambique e activistas das organizações

ambientalistas, que se juntaram ao CTV na organização do evento.

NÍVEL DE PROGRESSO:

O nível de progresso na componente da educação ambiental foi no geral satisfatório,

não obstante o atraso da transferência de fundos pela DNPDR - do MAE no que diz respeito aos

debates públicos ambientais e mesas redondas. Houve lugar a uma rica discussão em torno de

todos temas previamente arrolados, tendo-se produzido recomendações a dirigir às entidades

competentes. No concernente à aderência do público aos debates da instituição é notório o seu

crescimento qualitativo e quantitativo.

De uma forma geral pode-se concluir que os debates e as palestras continuam a

constituir a imagem da instituição e têm merecido a atenção e interesse dos afectados e

preocupados com as causas ambientais do país, com destaque para os deputados que, depois

de vários convites, se dignaram a marcar presença e a contribuir em todas as sessões.

O debate da Mozal, em especial, que não tinha sido planificado, serviu para afirmar o

CTV como organismo vocacionado para a defesa do ambiente e de uma melhor qualidade de

vida de todos cidadãos. Aumentou também a visibilidade da instituição, dado que foi assunto

que recebeu ampla difusão nos órgãos de comunicação social.

Relativamente aos seminários de divulgação de legislação sobre a gestão da terra,

ambiente e florestas e fauna bravia, concluiu-se que, de forma geral, os participantes

demonstraram enorme necessidade de formação nas matérias abrangidas, havendo, no

entanto, que melhorar os canais de informação junto dos beneficiários.

A parceria com o CFJJ permitiu capacitar um conjunto de elementos das comunidades

locais apoiadas pelo CTV dos distritos de Zavala e Massingir, bem como um técnico da

instituição em matérias relacionadas com a legislação dos recursos naturais e desenvolvimento.

O conhecimento do quadro jurídico-legal é fundamental para o sucesso dos programas de

desenvolvimento sustentável.

No que diz respeito aos seminários internacionais, verificou-se êxito total na organização

levada a cabo pelo CTV, em parceria com diversas instituições amigas, permitindo acreditar

que, em futuras ocasiões, a mesma qualidade não só se mantenha como também melhor,

projectando e credibilizando substancialmente a instituição no plano nacional e internacional.

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Sobre as acções de formação para o ISAP e para a AR, não foi possível realizá-las no

decurso de 2010 por motivos alheios à vontade do CTV, mas foram, no entanto, realizadas

actividades fundamentais no capítulo da sua preparação, incluindo a preparação do programa,

a selecção dos facilitadores, os contactos e a confirmação das 2 instituições sobre a pertinência

da sua efectivação no decurso da primeira metade de 2011.

Por fim, as campanhas de limpeza tiveram um importante impacto simbólico, servindo

para levar a cabo acções de educação ambiental, mas também para criar e consolidar parcerias

com diversos organismos públicos, privados, associativos, comunitários e académicos.

DESAFIOS:

Entre os desafios que se colocam ao CTV na área de educação ambiental podem-se

enunciar os seguintes:

Em relação aos próximos DPA’S e mesas redondas, é imperioso que se reforce o

tratamento e encaminhamento das principais conclusões e recomendações produzidas às

entidades de direito, de modo a e melhorar as políticas e práticas em torno da gestão de

recursos naturais. Por outro lado, torna-se ainda imperioso reforçar os mecanismos de

comunicação sobre estes eventos, para alargar a base de adesão e assim contribuir para uma

maior e melhor participação e contribuição de todos interessados.

Quanto aos seminários de divulgação de legislação sobre a gestão da terra, ambiente e

florestas e fauna bravia, importa garantir que os canais de informação ao nível das

comunidades locais sobre a visita de equipas do CTV sejam eficientes, para se evitar eventuais

fracas de afluência às acções de formação. Estas formações, acrescidas do curso de

capacitação de paralegais realizado pelo CFJJ, pressupõem agora o desafio de monitorar a

actividades dos beneficiários a nível local, implicando do CTV a deslocação regular aos distritos,

bem como outras formas de acompanhamento.

No seguimento do programa de formação técnica sobre a monitoria e conservação de

tartarugas marinhas em Moçambique coloca-se o desafio de incrementar a capacidade de

monitoria e fiscalização através de formações que estimulem os monitores e fiscais a

realizarem o seu trabalho. Note-se que os fiscais devem atribuir multas a quem pratique

capturas ilegais de tartarugas e dos ovos destas. Em paralelo, é essencial que as comunidades

costeiras recebam informação sobre a conservação das tartarugas de modo a desincentivar as

capturas para consumo e venda de produtos derivados da carapaça. No entanto, é crucial que

as estratégias de conservação das tartarugas estejam de acordo com as características

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culturais das comunidades e que estas tenham fontes alternativas de rendimento e bens de

primeira necessidade.

Na área de educação ambiental, o maior desafio de 2011 será, no entanto, a realização

das acções formativas para o ISAP e para a AR, exigindo do CTV o máximo de dedicação, brio e

excelência na condução dos aspectos pedagógicos e administrativos/financeiros, tendo presente

estar em causa a imagem institucional e a própria continuidade da parceria.

Continuará a ser prioridade do CTV conduzir acções de limpeza como vectores de

consciencialização ambiental, havendo para o efeito que reforçar os mecanismos de angariação

de apoios e de mobilização de aderentes.

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PROJECTO ESTRATÉGICO INFORMAÇÃO AMBIENTAL

ACTIVIDADE 1: Disseminação de informação ambiental com os órgãos

de comunicação social

DESCRIÇÃO SUMÁRIA:

O resultado esperado de uma política de informação ambiental é a ampliação de

oportunidades de discussão pública de assuntos de interesse nacional, relacionados com o

ambiente e o desenvolvimento sustentável, envolvendo cada vez mais os órgãos de

comunicação social, particularmente a rádio e a televisão, na consciencialização ambiental dos

cidadãos.

Para além destes 2 importantes meios de comunicação de massa, a componente de

Disseminação de Informação Ambiental do CTV usa canais internos tais como o Boletim

Informativo “Terra Viva” e a página Web, para a divulgação das realizações da instituição bem

como de seus parceiros, incluindo informações de interesse público, em forma de notícias.

Para o ano 2010, esta componente previu realizar actividades subdivididas em 5

categorias, designadamente: (1) Jornal Ambiental TV; (2) Mesas Redondas televisivas sobre

temáticas ambientais relevantes; (3) Dicas sobre Boas Práticas Ambientais, para a difusão na

Rádio e na Televisão de Moçambique, no âmbito das relações estabelecidas com estes órgãos

de comunicação; (4) Página WEB; (5) e a produção de materiais de visibilidade do CTV.

O Plano de Actividades desta componente previu ainda a elaboração de uma estratégia

de comunicação, a ser submetida a potenciais financiadores.

Em termos quantitativos, estava prevista, para o ano de 2010, a produção de 4 edições

bimensais do Jornal Ambiental TV, a elaboração de 12 scripts para igual número de mesas

redondas televisivas sobre assuntos ambientais relevantes e a produção de 365 dicas sobre

boas práticas ambientais e sua difusão na Rádio Moçambique e na Televisão de Moçambique.

2.9 Jornal Ambiental "TERRA VIVA" (TV)

O TV tem como propósito divulgar e incentivar o gosto pela leitura de questões

ambientais e disseminar as actividades que o CTV desenvolve. Este boletim tem uma

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periodicidade bimensal e é de distribuição gratuita através do correio electrónico e pelo acesso

à página da Internet do CTV. No primeiro semestre de 2010 foram produzidas 2 edições, com

tiragem nos meses de Fevereiro e Abril. A terceira edição desta publicação saiu em finais de

Setembro e a quarta e última em Dezembro, alcançando-se, deste modo, a meta previamente

estabelecida.

Este boletim está disponível através da página WEB do CTV, sendo também distribuído

gratuitamente por correio electrónico com recurso a lista de correspondentes da instituição

(onde estão cadastrados acima de 700 emails). Importa frisar que se trabalhou, no quadro da

política de visibilidade da instituição, num novo figurino, conforme figura abaixo.

As 4 edições do TV abordaram variados temas da actualidade e de interesse público,

com destaque para o chamado “caso MOZAL”, veiculando o posicionamento das organizações

da sociedade civil que se opuseram ao funcionamento daquela fundição de alumínio, em escape

directo, mercê da autorização concedida pelo Governo. Esta e outras matérias publicadas no

TV, ao longo do ano, suscitaram interesse dos leitores, aumentando assim o número de

visitantes da página Web da instituição,

conforme indicam as estatísticas

mencionadas no presente relatório, no

capítulo referente ao nível do progresso das

actividades. Refira-se que os estudantes dos

cursos do ambiente, ministrados nos

diferentes estabelecimentos de ensino

superior do país, constituíram a maioria dos

leitores do Boletim Informativo TV, em

2010.

O TV pode ser obtido a partir do

endereço:

http://www.ctv.org.mz/index.php?option=c

om_docman&task=cat_view&gid=113&Itemi

d=297.

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2.10 Mesas redondas televisivas sobre temáticas ambientais relevantes

Ao longo de 2010 foram igualmente produzidos 44 scripts sobre temas ambientais e

realizadas, na Televisão de Moçambique, igual número de mesas redondas subordinadas aos

tais temas, envolvendo representantes de diferentes instituições, conforme ilustra o Anexo 1.

Esta actividade constituiu uma importante prova à capacidade do CTV, tendo surtido, conforme

veremos adiante, resultados bastante animadores.

As mesas redondas televisivas, que a partir do mês de Agosto passaram a ter lugar às

terças e quintas-feiras, no programa “Tudo às 10”, da TVM envolveram representantes de

deferentes instituições públicas e da sociedade civil, tal como ilustra a tabela 1.1, que consta

do anexo 1

Alguns temas foram abordados em outros canais televisivos, nomeadamente na STV e

na TIM. O “caso MOZAL”, por exemplo, foi debatido naqueles 2 canais, com o apoio técnico do

CTV, de forma mais participativa, envolvendo um número maior de intervenientes, entre

representantes do Governo, das ONG’S e pessoas interessadas e/ou afectadas.

O CTV participou também como membro do painel principal em 2 debates organizados,

respectivamente, pela STV e pela TIM. O primeiro alusivo a um anúncio colocado no site da

internet sobre a venda da Ilha do Congo na província de Cabo Delgado, enquanto o segundo

versou sobre a legalização ou não da venda de terras em Moçambique.

[Carlos Manuel Serra intervindo no programa “Tudo as 10” na TVM] @ Belmiro Come

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2.11 Dicas sobre boas práticas ambientais

As dicas sobre boas práticas ambientais foram perspectivadas para serem amplamente

utilizadas nas diversas actividades levadas a cabo pelo CTV, especialmente no capítulo da

informação e educação ambientais. Das 365 previstas foram trabalhadas até o final de 2010

cerca de 118, como resultado do esforço e do contributo de todos os membros da instituição,

tendo-se decidido que este exercício deveria ser concluído no decurso do primeiro trimestre de

2011, a fim de não só ser publicado, como ainda de poder ser utilizado nos diversos programas

de informação e educação ambiental

Uma parte das dicas sobre boas práticas ambientais (vulgo “minutos verdes”) tem

qualidade suficiente para poder ser utilizada nas diversas frentes, com especial enfoque para os

programas televisivos e radiofónicos. Veja-se o Anexo 2 que contém 5 exemplos de dicas sobre

boas práticas ambientais.

2.12 Página WEB

A Página Web é um dos meios mais eficientes de divulgar as actividades e resultados

numa Instituição, através dela o mundo fica com o conhecimento dos eventos a serem

realizados e dos programas em curso. De forma resumida, ela é o espelho da organização e o

funcionamento interno da instituição. Desde a sua criação que o CTV tem divulgado de forma

abrangente a informação sobre as actividades em curso e os seus respectivos resultados.

Através da mesma, o CTV tem igualmente recebido comentários, pedidos de informação e de

envio do TV.

Os resultados esperados com uma Página Web actualizada é a disponibilidade da

informação em tempo útil, pesquisa fácil e ter o retorno eventual dos visitantes.

Para o ano de 2010 foram planeadas as seguintes actividades: (1) Concepção de uma

nova Página WEB para o CTV; (2) Manter a presente página actualizada enquanto se trabalha

na nova; (3) Maquetizar e publicar a legislação Ambiental; (4) Maquetizar, publicar e enviar o

Jornal Ambiental TV.

Para actividade principal, que é de elaborar um novo figurino da Página Web do CTV, foi

concebida e concluída a proposta do novo layout, que foi posteriormente apresentada e

aprovada pela equipa. A nova proposta visou responder à demanda dos visitantes da página,

bem como à necessidade de introdução de novos serviços. Paralelamente à construção de um

novo figurino, procedeu-se à manutenção da página no ar, foi possível inserir um significativo

conjunto de novos artigos/notícias elaborados pela equipa técnica do CTV sobre temas diversos

(veja-se Anexo III).

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Iniciou-se ainda o trabalho de selecção, configuração e postagem dos principais

instrumentos legais ambientais, com destaque para a Lei do Ambiente e respectivos

regulamentos. Não tendo sido possível concluir a meta inicialmente definida por razões de

sobrecarga de actividades, o trabalho deverá decorrer em 2011. Qualquer visitante, com

especial enfoque para os estudantes dos diversos cursos que lidam com questões ambientais e

agrárias, poderá assim baixá-los e fazer a devida utilização. A legislação pode ser obtida a

partir do endereço:

http://www.ctv.org.mz/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=125&I

temid=715.

Paralelamente, o CTV inscreveu-se nas principais redes sociais com o propósito de

reforçar e ampliar a sua visibilidade, designadamente Facebook

(http://www.facebook.com/pages/Centro-Terra-Viva/109364425793590) e Twiter

(http://twitter.com/ctvmozambique).

2.13 Materiais de visibilidade

No I Semestre de 2010 foram dados passos significativos na elaboração de diferentes

materiais de visibilidade, na sequência da contratação de um especialista. A grande finalidade

traduziu-se na publicitação da imagem institucional do CTV nas actividades que este

desenvolve a vários níveis, combinando mensagens de ordem escrita e visual, com recurso a

uma linha de identificação em moldes simples, harmónicos, criativos e agradáveis.

Na sequência disto, foram produzidos, impressos e distribuídos cartões-de-visita para os

funcionários do CTV, banners, autocolantes, cartazes, letreiros de identificação de viaturas da

instituição e folhetos desdobráveis. Foram igualmente impressas e distribuídas camisetas junto

dos diferentes grupos alvo nas várias áreas geográficas onde o CTV actua.

O processo similar foi seguido para a produção de material de visibilidade para o 7°

Seminário Internacional de Aprendizagem sobre a Governação Florestal e que culminou na

criação de um logo nacional, de um banner, de um roll-up, de um cartaz e de duas camisetas

diferentes.

2.14 Estratégia de Comunicação

Foi igualmente elaborada uma estratégia de comunicação para a área florestal, em

cumprimento com o plano de actividades. Esta proposta de financiamento foi reelaborada, no

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mês de Junho, para adequá-la ao financiamento disponível por parte do IIED, tendo sido

enviada uma versão final a esta instituição no mês de Novembro.

NÍVEL DE PROGRESSO:

No cômputo geral, o nível de progresso das actividades realizadas no domínio da

informação ambiental é bastante satisfatório.

Em primeiro lugar, de um total de 12 programas previstos, foram produzidos 44 para a

TVM. Esta cifra representou um aumento na ordem dos 366.6% em relação ao planificado. Este

número é ampliado pelos 2 scripts produzidos, respectivamente, para a TIM e para a STV.

O aumento do número de programas foi ditado pelo interesse manifestado pela própria

TVM, de manter a rubrica ambiental 2 vezes por semana, às terças e quintas, depois que

adoptou uma nova grelha, na sua programação. O apoio prestado pelo novo Director de

Programas na identificação de temas para debate, nas mesas redondas televisivas, foi bastante

valioso e, em parte, justifica a dinâmica com que foram produzidos os scripts destes programas

que alimentaram, de forma sistemática, a rubrica ambiental na TVM e, esporadicamente na

STV. Com o auxílio deste quadro, aumentou igualmente a quantidade de artigos destinados à

página Web do CTV, que passou a ser regularmente actualizada.

A parceria do CTV com a TVM, em especial, tem vindo a incentivar a abordagem de

questões ambientais naquela estação televisiva de uma forma adequada e regular. Os guiões

dos temas ambientais produzidos e enviados às televisões contribuem bastante para o aumento

do conhecimento dos apresentadores em relação às questões ambientais. A presença de

convidados esclarecidos sobre diversos assuntos nos programas televisivos, incluindo docentes

universitários, contribuiu para a educação ambiental dos cidadãos, incluindo os próprios

apresentadores. Os programas ambientais televisivos produzidos tiveram alguma repercussão

no seio do público, a contar pela relevância dos temas abordados e os elementos convidados

para a discussão dos mesmos.

Depois de se superarem os problemas registados no ano anterior, houve ainda um

progresso assinalável no que diz à página WEB, começando na sua alimentação, prosseguindo

com a abertura de novas janelas, culminando no lançamento de um novo figurino, mais

atractivo, rico e funcional. Um indicador relevante na Pagina Web é o número de visitas que se

registou durante o ano de 2010 desde Outubro que foi instalado. Até ao último dia de

Dezembro a pagina já tinha sido visitada mais de 9829 vezes, significando que a media diária

de visitas é de 150 a 200.

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Registe-se ainda a publicação de 4 boletins informativos do CTV, a uma média de 1 por

trimestre, facto para o qual muito contribuiu a subida de artigos produzidos, e que igualmente

se traduziu na credibilização da instituição. Vários foram as pessoas que manifestaram

interesse em receber este periódico por correio electrónico.

Apesar de não se ter concluído o trabalho de elaboração dos 365 minutos verdes,

conseguiu-se preparar uma primeira versão bastante rica com contributo de toda a equipa

técnica do CTV, que poderá rapidamente concluído, podendo ser utilizada em diversas frentes

nos capítulos da informação e da educação ambiental, com especial destaque para a televisão e

para a rádio.

Não se registou, igualmente, nenhum progresso em relação aos programas ambientais

radiofónicos por não ter sido alcançado acordo com a RM para a difusão destes, que não

acarretasse custos elevados para o CTV à semelhança do que acontece com a TVM, em relação

à rubrica ambiental no programa “Tudo às 10”. No mês de Março o CTV reuniu-se com a

direcção da Rádio Moçambique para apresentar a ideia da produção conjunta de programas

ambientais. A iniciativa foi acolhida mas com algumas reservas quanto à possibilidade de o CTV

vir a sugerir temas para os debates ou programas ambientais, matéria considerada de

exclusiva responsabilidade da Rádio Moçambique. Um outro constrangimento é a exigência de

pagamento de valores monetários que a RM impõe para a difusão de programas ambientais,

aspecto que se espera superar em 2011.

Na sequência do aumento substancial das actividades do CTV, notou-se igualmente

alguma falta de pelo menos um jornalista para apoiar na cobertura de eventos ou factos

externos, apoiando assim os principais programas em curso na instituição, bem como de um

técnico informático que possa atender aos problemas do dia-a-dia no escritório, libertando o

actual para se debruçar a tempo inteiro na gestão da Página WEB.

DESAFIOS:

Como principais desafios colocados à área da informação ambiental destacamos os

seguintes:

No que diz respeito à co-produção dos debates públicos ambientais na TVM, constituirá

desafio a questão da continuidade na identificação de temas e na angariação de participantes,

para além de assegurar igualmente o necessário fluxo de acompanhamento técnico por parte

dos técnicos do CTV, sem o qual a qualidade na construção dos roteiros ficaria comprometida.

A melhor solução poderá passar pelo retorno à modalidade um programa por semana em

detrimento da regularidade bissemanal.

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Constitui ainda importante desafio a parceria com as rádios, dado o facto de estas

chegarem a um público-alvo bastante significativo de destinatários, constituindo oportunidade

privilegiada de disseminação de mensagens educativas, mas para o efeito torna-se crucial

ultrapassar os actuais obstáculos.

Em relação à página WEB, coloca-se o uso dos CMS (Content Manager System) -

sistemas de gestão de conteúdo Web para a construção da nova página, e que são plataformas

actualmente usadas para o desenvolvimento de páginas dinâmicas e interactivas. Estes são

poderosos e recomendados para a gestão de conteúdo WEB de forma estruturada numa

Organização. Constituem desafios por serem ferramentas novas para o desenho de páginas

interactivas.

Finalmente, importa reforçar o CTV com pelo menos mais 2 técnicos, incluindo um

jornalista ambiental e um informático.

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3. ÁREAS PROGRAMÁTICAS - GESTÃO SUSTENTÁVEL DOS

RECURSOS NATURAIS- PROJECTOS ESTRATÉGICOS: Monitoria do Licenciamento

Ambiental e Apoio a Iniciativas Comunitárias de Gestão Sustentável

de Recursos Naturais

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DESCRIÇÃO SUMÁRIA:

Nos últimos anos o nosso País tem a registar um assinalável crescimento económico que

se traduz no desenvolvimento e implementação de grandes e pequenos projectos de

construção todos estes acompanhados de uma série de impactos ambientais, sociais e

económicos. Como forma de garantir o desenvolvimento sustentável em Moçambique e

responder aos demais acordos, tratados e convenções internacionais, o Governo aprovou, em

2004, o novo Regulamento de Avaliação de Impacto Ambiental (RAIA) que tem como propósito

guiar o processo para a emissão da licença ambiental que antecede toda e qualquer licença.

Como parte da responsabilidade social e ambiental do CTV, constituem objectivos desta

actividade: (1) Providenciar comentários técnicos aos diferentes documentos a serem

submetidos durante o processo de AIA à Direcção de Avaliação de Impacto Ambiental (DNAIA),

nomeadamente o Estudo de Pré-Viabilidade e Definição de Âmbito (EPDA) e os respectivos

Termos de Referência, o Relatório de Avaliação de Impacto Ambiental e os Relatórios de

Participação Pública; e (2) Contribuir para os processos de tomada de decisões na participação

pública em sede da AIA.

ACTIVIDADE 1 Revisão de Estudos de Impacto Ambiental

Com esta actividade esperava-se contribuir para o processo de AIA, influenciando

tomadas decisão. Mais concretamente, pretendia-se providenciar comentários técnicos a pelo

menos 10 documentos do processo de AIA e produzir um relatório sobre os processos de

consulta pública realizados pelo sector privado.

3. ÁREAS PROGRAMÁTICAS – GESTÃO SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS NATURAIS

PROJECTO ESTRATÉGICO MONITORIA DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL

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ACTIVIDADE 2 Contribuir para os processos de tomada de decisões

na participação pública em sede da Avaliação do

Impacto Ambiental

Em relação à contribuição para os processos de tomada de decisões, o CTV vinculou-se

ao compromisso de se fazer representar em todas audiências públicas no contexto do processo

de AIA, que tenham tido lugar, durante o ano, nas cidades de Maputo e Matola, para, sempre

que pertinente, apresentar sugestões e recomendações para auxiliar o processo de tomadas de

decisões.

Note-se que esta participação tem igualmente importância para a produção do relatório

de boa governação ambiental, ao abrigo da área programática de Boa Governação Ambiental

NÍVEL DE PROGRESSO:

O nível de progresso é ainda muito baixo, principalmente no capítulo da revisão de

estudos de impacto ambiental, visto havido muito pouca submissão destes documentos por

parte da DNAIA ou das empresas de consultoria. Pode-se contar um número máximo de 2 a 3

documentos recebidos, bem como encontros a solicitar o nosso ponto de vista. Este último por

parte de uma empresa de consultoria Japonesa para a construção do novo Mercado de Peixe

dentro da linha dos 100 metros da zona costeira, na praia do Bairro Triunfo. Os restantes

documentos recebidos referem-se a projectos de prospecção de hidrocarbonetos.

Melhor progresso conseguiu-se na participação em audiências públicas no contexto de

processos de AIA, em que os técnicos do CTV se fizeram presentes, contribuindo, sempre que

necessário, com sugestões e recomendações, de modo a apoiar o processo de tomada de

decisões por parte do órgão responsável pelo licenciamento ambiental.

DESAFIOS:

Como principal desafio para o CTV pode-se invocar a necessidade de reforçar o

contributo institucional nos processos de tomada de decisões na participação pública em sede

da AIA. Para o efeito, importa retomar contactos com a DNAIA solicitando a retoma do envio de

estudos ao CTV para a devida análise e contribuição.

Constituirá, ainda, desafio reforçar a capacidade técnica do próprio CTV para levar a

cabo a monitoria do licenciamento ambiental, havendo necessidade de novas contratações de

pessoal técnico.

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PROJECTO ESTRATÉGICO APOIO A INICIATIVAS COMUNITÁRIAS DE GESTÃO

SUSTENTÁVEL DE RECURSOS NATURAIS

DESCRIÇÃO SUMÁRIA:

Moçambique é um país extremamente rico em recursos naturais, com cerca de metade

do país coberta por florestas e 36 milhões de hectares de terra arável. O país possui ainda

numerosos rios, fauna, pescas, e outros recursos naturais.

Contudo, a pressão que é exercida sobre os mesmos, resultante do crescimento

populacional e da demanda internacional, lança um grande desafio para toda sociedade no

sentido de encontrar um equilíbrio entre a utilização dos recursos para promover um

desenvolvimento sustentável.

Por isso, o CTV definiu a Gestão Sustentável dos Recursos Naturais como uma das áreas

programáticas de intervenção que tem o objectivo de valorizar e conservar ecossistemas e

incentivar a distribuição dos benefícios resultantes da sua utilização sustentável com vista à

eliminação da pobreza.

Nesta área, o CTV encontra-se a implementar diversos projectos, entre os quais se

destacam o apoio aos Fóruns de Maneio Comunitário de Recursos Naturais e do Parque

Nacional do Limpopo, ao Apoio a Iniciativas Comunitárias, ao Forest Connect e ao Pro-Terras

Comunitárias, com vista a contribuir para gestão sustentável dos recursos naturais através da

capacitação, participação e geração de benefícios para as comunidades locais.

ACTIVIDADE 1 Monitoria das consultas públicas comunitárias para

atribuição de Direitos de Uso e Aproveitamento de

Terra (DUAT’S) e assessoria jurídica

3.1 Fórum de Maneio Comunitário de Recursos Naturais (FMCRN)

O FMCRN é um projecto de âmbito nacional que envolve instituições do Estado, da

sociedade civil e académicas, criado para dinamizar a participação das comunidades rurais na

conservação e no uso sustentável dos recursos naturais, promovendo uma maior geração e

partilha equitativa dos benefícios daí resultantes.

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As actividades planificadas para o ano 2010 estiveram focalizadas na concepção e

organização da IV Conferência Nacional de Maneio Comunitário de Recursos Naturais, na

reestruturação do próprio FMCRN, na realização da Assembleia constituinte de Tchuma Tchatu

e na constituição e legalização da Associação Tchuma Tchatu que deverá representar as

comunidades locais na formalização e gestão deste histórico programa de MCRN localizado na

província de Tete.

Foram realizados 7 encontros do FMCRN para analisar o estágio actual de

funcionamento do Fórum, elaborar o plano de trabalho, criar a comissão organizadora da IV

Conferência de MCRN, distribuir de tarefas para os membros da comissão organizadora,

analisar o orçamento e tomar medidas para angariação de fundos adicionais.

A realização destes encontros resultou na eleição da Direcção Nacional de Terras e

Florestas (DNTF) para assumir o papel de facilitador do FMCRN, bem como a criação de uma

equipa de coordenação, administração, secretariado e composição dos grupos temáticos

responsáveis pela organização da IV Conferência de MCRN.

3.2 Coordenação do Fórum do Parque Nacional do Limpopo (FPNL)

O FPNL foi criado em 2001 e tem como objectivos: (1) Coordenar a actuação e

articulação das ONG’S com outros sectores envolvidos na efectividade do PNL; (2) promover

debates para a disseminação e troca de informação sobre assuntos relacionados com o

desenvolvimento do PNL e relevantes para as comunidades e, (3) Apoiar as comunidades na

prevenção e resolução de conflitos, principalmente com o sector privado e o Governo.

O FPNL planificou para o ano 2010 a realização das seguintes actividades: (1) Organizar

e realizar encontros regulares do FPNL; (2) Reunir com representantes do Governo e deputados

da AR; (3) e Divulgar as realizações das organizações membros do FPNL.

Foram organizados e realizados 4 encontros do FPNL (3 Para todos os membros e 1

envolvendo o CTV e o Projecto Lhuvuka PNL) onde cada organização apresentou o trabalho

realizado em 2009 e o plano para 2010, bem como as principais preocupações à volta do

processo de reassentamento e controlo do conflito homem animal.

Em 2010, o FPNL concentrou-se essencialmente na monitoria da situação de Massingir

depois do cancelamento do DUAT à empresa PROCANA e na procura de concertação com o

Governo para que os erros cometidos nesta concessão não voltem a acontecer, o que culminou

com a decisão de marcar uma audiência com o Ministro da Agricultura para colocar

preocupações em torno da forma como este investidor foi autorizado a fixar-se na região, bem

como para reivindicar maior participação das comunidades no processo de tomada de decisões

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em relação ao novo investidor. A carta de pedido de audiência deu entrada no MINAG em

Fevereiro de 2010, sem ter obtido qualquer resposta até ao final do ano, alegadamente por

motivos de agenda do titular da pasta.

Em virtude desta situação, o FPNL decidiu redigir e publicar uma Carta Aberta ao

Governo de Moçambique, mais concretamente nos jornais Savana e no Notícias, para além de

se terem concedido entrevistas à STV e à RDP - África sobre o assunto. Por seu turno, foi

dirigido um convite à Comissão de Assuntos Sociais, Género e Ambiente da AR para visitar o

PNL, mas o facto de os deputados estarem a preparar a sua participação na última sessão

anual ordinária da AR levou ao adiamento desta iniciativa para o ano 2011.

ACTIVIDADE 2 Capacitação das comunidades rurais sobre legislação

ambiental e conservação de recursos naturais

3.3 Projecto de Apoio a Iniciativas Comunitárias de Geração de Rendimentos

O projecto de Apoio a Iniciativas Comunitárias de Geração de Rendimentos teve início

em 2007, abrangendo as províncias de Inhambane (Zavala) e Gaza (Massingir), sendo

financiado pela União Europeia e pela Fundação Ford.

Tem como principais objectivos: (1) Dotar as comunidades locais de Zavala e Massingir

de capacidades para elaborar e implementar projectos de geração de rendimento (por exemplo,

turismo, agropecuária e cultura), com base na exploração racional dos recursos naturais

existentes; (2) Identificar e negociar parcerias com agentes externos, de modo a promover o

desenvolvimento socioeconómico local e contribuir para a redução da pobreza.

Durante o ano 2010, foram planificadas as seguintes actividades: (1) Apoiar na

preparação e realização de cursos de capacitação para associações e comunidades beneficiárias

do projecto; (2) Efectuar visitas de acompanhamento e monitoria; (3) Identificar e financiar

iniciativas comunitárias; (4) Organizar e realizar visitas de troca de experiência entre

associações; (5) Fazer campanhas de marketing para projectos comunitários; (6) Facilitar a

participação de associações de Massingir e Zavala na Feira de Artesanato a decorrer em Maputo

de 28 de Junho a 8 de Julho; (7) e Realizar capacitações para técnicos do CTV e parceiros.

Quanto ao apoio na preparação e realização de cursos de capacitação para associações e

comunidades beneficiárias do projecto, foram preparados e realizados 4 cursos de capacitação

em agricultura sustentável para camponeses de Zavala e Massingir. Estes cursos contaram com

109 participantes (54 Homens e 45 Mulheres) provenientes de 10 comunidades onde o CTV

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está a trabalhar, tendo sido tratados assuntos como: conceito e princípio de agricultura

sustentável, tipos de agricultura, vantagens e desvantagens de cada tipo, preparação do solo

(teoria e pratica), adubação e cobertura do solo (teoria e pratica - produção de composto),

controlo integrado de pragas e doenças (consociarão, rotação de culturas e pesticidas

orgânicos) entre outros assuntos.

Foi também realizada em Maio de 2010, na cidade de Maputo e no distrito de Boane

uma visita de partilha de experiência envolvendo 9 pessoas provenientes de 5 associações de

Zavala. Estes realizaram encontros de trocas de experiências com membros das associações de

Matutuíne, Namaacha, Boane, Marracuene, Bilene, Guijá e Massingir, bem como uma

oportunidade para visitar diversos projectos comunitários em Boane, incluindo de criação de

francos e de piscicultura, para além da participação no encontro de troca de experiências

promovido pela Rede de Associações e Cooperativas para o Desenvolvimento Rural, igualmente

em Boane.

Foram ainda definidos critérios para financiamento de iniciativas comunitárias e

divulgadas nas 10 comunidades abrangidas pelo projecto através de encontros preparados para

o efeito, bem como de visitas de acompanhamento e monitoria. Destaque para a assistência

directa na elaboração de projectos comunitários, que permitiu às comunidades de Massingir e

Zavala o desenho e entrega de 7 projectos nos domínios da agricultura, pesca, artesanato e

apicultura. Do total foram aprovados 5 projectos avaliados em 41.267,57 dólares americanos,

conforme tabela abaixo.

[Produção e aplicação do pesticida agrário no âmbito da capacitação em Agricultura de Conservação] @ Issufo Tankar

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Tabela 2 - Projectos aprovados

Foram realizadas visitas de acompanhamento e monitoria a associações comunitárias

beneficiárias, as quais serviram para verificar o grau de implementação de projectos

financiados em 2009, bem como para introduzir medidas correctivas para melhorar o impacto

dos mesmos nas associações.

Os produtos resultantes do trabalho das associações comunitárias de Zavala e Massingir

foram publicitados no programa “Tudo às 10” da TVM, designadamente cestos, copos e

carteiras produzidos pelas comunidades de Zavala a partir do coqueiro, bem como candeeiros,

pulseiras, colares e brincos produzidos a partir de chifres de animais pelas comunidades de

Massingir.

Por outro lado, o CTV apoiou também a participação das associações de Zavala e

Massingir na feira de artesanato (Feira Junina), que permitiu realizar vendas e,

consequentemente, aumentar a renda das famílias das comunidades beneficiárias do projecto.

Projecto

Valor Solicitado

(Mts)

Valor Solicitado

(USD) Percentagem (%)

Centro de Artesanato 355.000,00 10.142,86 30,08

Regadio de Cubo 397.670,00 11.362,00 33,70

Gondo 175.000,00 5.000,00 14,83

Mussacate-Agro-pecuária 122.575,00 3.502,14 10,39

Apicultura-Mussacate 129.760,00 3.707,43 11,00

Total 1.180.005,00 33.714,43 100

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3.4 Projecto Forest Connect

Este projecto foi implementado nas províncias de Manica (distrito de Barúe) e

Inhambane (distrito de Zavala) e centrou-se na capacitação de membros das comunidades

destes dois distritos no aproveitamento de Bambu e do Coqueiro. A escolha destes distritos

[Participação de hortícolas de Zavala e Massingir na Feira do Artesanato] @ Issufo Tankar

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deveu-se fundamentalmente à disponibilidade destes recursos, o que possibilitará a aplicação

das técnicas aprendidas por parte dos participantes.

No âmbito deste projecto foram planificadas seguintes actividades: (1) Organização e

realização do Workshop sobre o uso integral do Bambu e do Coqueiro; (2) Produção de uma

brochura sobre o processamento do Bambu e do Coqueiro.

O projecto concentrou-se na realização de dois workshops sobre a utilização integral do

Bambu e do Coqueiro. Os workshops foram organizados com os seguintes objectivos: (1) Criar

consciência nos participantes sobre as diferentes formas de utilização e aproveitamento do

Coqueiro e do Bambu; (2) Estimular os participantes a criarem pequenas unidades de

processamento e comercialização do Bambu e/ou do Coqueiro.

O Workshop do Bambu teve lugar no distrito de Bárue, nos dias 2 a 4 de Março,

enquanto o do Coqueiro foi realizado em Zavala, entre 9 a 11 de Março, e contaram, ao todo,

com a participação de 45 pessoas (11 mulheres e 34 Homens). Ambos tiveram uma

componente teórica e outra prática, incluindo demonstrações e visitas ao campo, e abordaram

[Produção de um chapéu durante a capacitação sobre o Coqueiro] @ Issufo Tankar

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o processo de propagação, processamento e comercialização.

A organização destes workshops contou com o apoio dos SDAE’S de Bárue e de Zavala,

da CEDARTE, da ORAM de Manica, do ITC - Manica e da Pambery.

3.5. Projecto Pró-Terras Comunitárias

O projecto Pro-Terras Comunitárias que está a ser implementado na província de

Inhambane (Jangamo, Homoíne e Morrumbene), é financiado pela IDLO e foi hospedado no

CTV após uma passagem na Lex Terras.

Este projecto tem como objectivo geral investigar as melhores práticas para garantia

dos direitos sobre a terra pelas comunidades locais, incluindo a delimitação, registo cadastral e

predial, assim como o levantamento das práticas locais de gestão da terra e de outros recursos

naturais. Como objectivos específicos foram desenhados os seguintes: (1) Identificar o melhor

apoio às comunidades na protecção dos seus direitos fundiários no quadro legal existente; (2)

Identificar possíveis obstáculos na execução do processo de delimitação e zoneamento; (3)

Desenvolver e direccionar estratégias de salvaguarda contra as injustiças e descriminação das

camadas mais vulneráveis; (4) Elaborar e apresentar recomendações específicas para o

melhoramento das leis e regulamentos da titulação de terras comunitárias; (5) Recolher e

analisar as praticas locais de gestão de recursos naturais; (6) Comparar as práticas

costumeiras e o direito positivo.

Durante o ano 2010, foram planificadas seguintes actividades: (1) Apresentação do CTV

como organização responsável pela 2ª fase do projecto; (2) Produção de material de apoio e

sua distribuição nas comunidades; (3) Encontro com as comunidades para apresentação da

[Artigos produzidos pelos participantes no Workshop de capacitação e aproveitamento integral da fibra do Bambu] @ Issufo Tankar

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segunda fase, constituição dos comités comunitários e produção de mapas participativos; (4)

Capacitação para “administradores de terras”; (5) Realização de georeferenciamento; (6)

Documentação de Regras costumeiras de gestão de recursos naturais; (7) Realização de

inquéritos finais do projecto.

Uma vez concluída a fase de apresentação do CTV como instituição hospedeira em

substituição da Lex Terras, seguiu-se a etapa de produção e de organização de material

pedagógico de apoio, incluindo manuais, guiões e panfletos, e consequente distribuição nas 20

comunidades de implementação do projecto, bem como para os técnicos de Geografia e

Cadastro e outros técnicos dos governos distritais.

Foram realizados encontros com membros de todas 20 comunidades (1 encontro mensal

por cada comunidade) nos meses de Abril, Maio e Junho, onde participaram em média cerca de

30 a 40 pessoas, com os homens a representar cerca de 60% dos participantes. Nestes

encontros, foram abordados questões de legislação, delimitação de terras comunitárias e

documentação de normas e praticas costumeiras o que resultou na constituição de comités de

gestão e elaboração de mapas participativos em 15 comunidades. As outras comunidades

encontram-se ainda a criar os seus comités e a elaborar os mapas participativos.

[Mapa Participativo da Comunidade de Guiconela durante a delimitação da Comunidade] @ Issufo Tankar

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Durante o período, foi ainda introduzida a necessidade de documentar as normas

costumeiras para posterior verificação da sua validade tendo em conta o postulado na

legislação onde as normas e práticas costumeiras só são validas quando não contrariam a

Constituição.

No dia 6 de Junho foi realizada uma acção de capacitação do pessoal administrativo e

das lideranças comunitárias dos distritos de Jangamo, Homoíne e Morrumbene que trabalham

em administração de terras, centrando-se em aspectos legais e institucionais sobre terras e

demais recursos naturais, bem com na delimitação das terras comunitárias.

Ao longo do ano 2010, foram realizados georeferenciamentos em 13 comunidades num

trabalho que envolveu técnicos do CTV e do SPGC, líderes comunitários e anciões das

comunidades envolvidas (comunidade delimitada e vizinha). Refira-se que a aderência dos

membros das comunidades registou-se acima do esperado revelando o interesse e importância

no trabalho de delimitação das suas terras.

As comunidades do grupo de assistência total, assistência mensal e dos paralegais,

foram treinadas sobre como documentar as normas e praticas costumeiras usadas na gestão de

recursos naturais estando actualmente a discutir em fase de elaboração das primeiras versões.

Finalmente, foram preparados, discutidos e aprovados 3 guiões de inquéritos que serão

usados para entrevistar 1000 agregados familiares, 40 grupos focais e cerca de 50

administradores de terras, tendo ainda sido seleccionados e treinados 12 inquiridores que

estarão envolvidos na realização dos inquéritos durante o mês de Janeiro de 2011.

NIVEL DE PROGRESSO:

Em relação ao FMCRN, apesar de todo esforço realizado para desenho e materialização

da IV Conferência de MCRN, incluindo a divulgação desta nos órgãos de comunicação social, o

Ministro da Agricultura determinou o cancelamento da sua realização alegando necessidade de

contenção de custos de acordo com a decisão do Conselho de Ministros, em resposta às

manifestações que ocorreram em Maputo nos dias 1 e 2 de Setembro de 2010.

Por sua vez, a Assembleia constituinte de Tchuma Tchatu bem como a respectiva

legalização da Associação não foram realizados apesar de terem sido planificadas para o ano

2010 por 3 razões principais: (1) A substituição do Director Provincial de Turismo de Tete e a

demora na tomada de posse do novo director; (2) Os problemas de percepção do programa da

nova liderança provincial; (3) A necessidade de obter fundos adicionais para juntar

representantes de todos os distritos abrangidos pelo programa, visto o CTV dispor apenas de

fundos para juntar representantes de 8 distritos. Mesmo assim, os contactos efectuados

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permitiram assumir um compromisso para que a Assembleia seja realizada em Fevereiro de

2011.

Quanto ao FPNL, as actividades resumiram-se à realização de encontros que culminaram

na decisão de solicitar uma audiência com o Ministro da Agricultura, que não obteve qualquer

resposta, e consequentemente, com a decisão de publicar uma Carta Aberta dirigida ao

Governo de Moçambique. Esta última despertou a atenção dos órgãos de comunicação social,

especialmente a STV e a RDP – África, servindo para pressionar o Governo a tomar cautelas no

processo de identificação de um novo investidor, especialmente no que diz respeito aos direitos

comunitários. Nesse sentido, o Governo tomou a iniciativa de actualizar a área concessionada à

PROCANA de modo a ter em conta os diferentes interesses existentes na zona o que responde

parcialmente algumas preocupações denunciadas pelo FPNL.

Quanto ao Projecto de Apoio a Iniciativas Comunitárias de Geração de Rendimentos,

destaque para o facto de a realização formações permitirem que 109 pessoas entre

camponeses, e técnicos dos SDAE´S de Zavala e de Massingir adquirissem conhecimentos

básicos sobre a produção de adubo orgânico com base na mistura de estrume, capim e outros

materiais vegetais secos e pesticidas orgânicos com base em folhas da papaieira, seringueira e

aloé vera, preparação do solo, uso de cobertura vegetal e outros aspectos que foram ensaiados

no terreno. Os participantes aprenderam também as vantagens da utilização do mulch

(cobertura vegetal) na conservação da humidade bem como no combate a erosão.

Por outro lado, a participação das associações comunitárias na Feira Joaninha, para

além de abrir oportunidades para colocar os seus produtos de artesanato em muitos outros

eventos e suscitar a interiorização das associações em relação ao valor dos produtos

fabricados, proporcionou igualmente o contacto directo com compradores, de modo a aferir o

respectivo grau de exigência, colhendo sugestões para melhorar a qualidade dos produtos

fabricados.

Contudo, não obstante o balanço positivo que se pode realizar dos projectos apoiados

pelo CTV, constatou-se a necessidade de um maior acompanhamento no terreno às

comunidades beneficiárias, o que deverá implicar, no futuro, a realização de mais visitas de

modo a colmatar a ausência de técnicos do CTV a nível local. Verificou-se ainda uma certa

dificuldade por parte das associações comunitárias na prestação de contas, condição

fundamental para a continuidade do apoio financeiro. Para isso, torna-se essencial realizar uma

formação específica sobre gestão financeira e prestação de contas para que as associações

produzam relatórios financeiros com a qualidade desejada.

No que diz respeito ao projecto Forest Connect, assente basicamente nas acções de

capacitação no uso de bambu e de coqueiro, constatou-se que este contribuiu para as

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comunidades de Bárue e Zavala melhorarem os seus conhecimentos sobre destas espécies de

flora, diversificando a forma como estas plantas são aproveitadas nas respectivas

comunidades, passando a produzir artigos novos e aproveitando parte do que anteriormente

era considerado como lixo. Por exemplo, os membros das comunidades de Zavala aumentaram

as suas receitas a partir da comercialização de artigos de coqueiro e palmeira. Ainda na

sequência destas acções, foram produzidas duas brochuras (1 sobre bambu e outro sobre o

coqueiro) que descrevem a importância de cada uma das duas culturas, as diferentes formas e

técnicas de processamento, bem como os diferentes mercados existentes.

Para dar continuidade ao programa, o CTV iniciou contactos com o IPME que também

está interessado em promover o aproveitamento de fibras de bambu e do coqueiro, tendo sido

produzido um plano de acção a ser implementado por ambas instituições com vista a instalação

de centros de documentação e de processamento da fibra de bambu e do coqueiro nas

províncias de Manica e Inhambane. Actualmente, está-se a elaborar o memorando de

entendimento para formalizar esta parceria.

Sobre o projecto Pró-Terras Comunitárias, importa referir que o CTV conseguiu assumir

a continuidade das actividades após uma hospedagem inicial na Lex Terras, garantindo, apesar

de pequenos constrangimentos administrativos, importantes êxitos em todas linhas de

intervenção. Em linhas gerais, o nível de progresso é bastante satisfatório, conforme se pode

demonstrar não apenas da adesão das comunidades abrangidas, como também dos chamados

“administradores de terras”, para além dos resultados no capítulo da delimitação de terras e da

investigação em curso.

DESAFIOS:

Quanto ao projecto estratégico de Apoio a Iniciativas de Gestão Sustentável de Recursos

Naturais vários são os desafios para 2011 e anos seguintes:

Sobre o FMCRN, tendo presente que este tem estado a funcionar somente com cerca de

6 membros, importa realizar uma campanha para mobilizar mais organizações e instituições

para tornarem-se membros e participarem nos respectivos encontros. Agendada para

Setembro de 2010, a IV Conferência Nacional de MCRN foi adiada à última hora por decisão do

Governo alegando necessidade de contenção de custos. Por isso, para o ano 2011, constitui um

dos grandes desafios convencer o Governo a avançar com a realização deste importante

evento.

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No que diz respeito ao FPNL importa continuar a fazer pressão para que o Governo tome

em conta as preocupações das comunidades residentes no PNL, mas também garantir que os

deputados da AR participem na monitoria do plano governamental de reassentamento.

Em relação ao programa de Apoio a Iniciativas Comunitárias, o CTV tem pela frente o

desafio de identificar um parceiro local com experiência suficiente para assistir regularmente as

associações e comités beneficiários do fundo de apoio a iniciativas locais na implementação dos

projectos financiados; por outro lado, visto que os membros das comunidades beneficiadas

desta componente, enfrentam dificuldades na negociação com potências investidores, bem

como na produção de relatórios o que retarda o desenvolvimento das comunidades. Por isso,

deve-se realizar em 2011 formações para membros das associações em gestão financeira bem

como em negociação, mediação e resolução de conflitos.

No que diz respeito ao projecto Forest Connect, as formações realizadas contribuíram

para o surgimento de grupos que passaram a processar o bambu e o coqueiro. Porém, é

necessário que sejam organizadas novas formações com designer específicos que possam

ajudar a desenvolver novos produtos e melhorar a qualidade dos produtos actualmente

produzidos; há ainda que facilitar o acesso a equipamentos para o processamento do bambú

para Bárue e do coqueiro para Zavala, o que permitiria às comunidades desenvolverem novos

produtos (produção de cordas, por exemplo) com uma melhor qualidade; e deve-se procurar

montar centros de experimentação e demonstração sobre o aproveitamento da fibra de bambu

e do coqueiro que possam servir para disseminar estas tecnologias, mas também atrair mais

comunidades a adoptarem esta prática.

Finalmente, no que diz respeito ao projecto Pró-Terras Comunitárias, constitui um

grande desafio encontrar uma estratégia de retirada que permita concluir os processos

iniciados de modo que as comunidades não se sintam frustradas com o projecto. O outro

desafio importante deste projecto está relacionado com aceitação e adopção da metodologia a

ser identificada a presente pesquisa de modo a massificar e reduzir os custos de delimitação de

terras comunitárias.

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4. PROJECTOS COMPLEMENTARES: Construindo Parcerias Florestais (CPF)/

Global forest partnership (GFP), Participação na elaboração da estratégia nacional do

REDD, Participação no movimento Amigos da Floresta e Garantindo um futuro

sustentável para as comunidades pesqueiras através da melhoria do processo de

governação entre Moçambique e a África do sul

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4. PROJECTOS COMPLEMENTARES

PROJECTO COMPLEMENTAR 1 CONSTRUINDO PARCERIAS FLORESTAIS

(CPF) / GLOBAL FOREST PARTNERSHIP (GFP)

4.1 CONSTRUINDO PARCERIAS FLORESTAIS (CPF) /GLOBAL FOREST PARTNERSHIP (GFP)

DESCRIÇÃO SUMÁRIA:

A iniciativa “Construindo Parcerias Florestais” (GFP) foi criada em 2007 com o objectivo

de contribuir para o maneio sustentável das florestas, facilitando a colaboração e empenho dos

vários intervenientes multi-sectoriais na identificação de soluções ao nível local que permitam a

melhoria das condições de vida das populações rurais e assegurem a manutenção dos serviços

ambientais das florestas. Esta iniciativa é apoiada pelo IIED, facilitador a nível internacional,

que busca e canaliza fundos cedidos pelo Banco Mundial.

Moçambique é um dos países identificados para, na fase piloto da iniciativa (para além

do Gana e da Guatemala), desenhar acções que satisfaçam às necessidades locais, na área das

florestas. Este envolvimento permitiu a promoção do diálogo multidisciplinar e multi-sectorial e

a nível do Governo (nos sectores de florestas, agricultura, extensão rural, planificação e

finanças), ONG’S, sector privado e comunidade académica.

O CTV está a implementar este projecto com objectivo de reforçar o maneio sustentável

das florestas e responder a novas oportunidades de financiamento através da colaboração

multi-sectorial e ligação entre o diálogo a nível local e internacional. A iniciativa visa também:

(1) Assegurar a apropriação das estratégias nacionais de florestas e os investimentos neste

sector; (2) Contribuir para a melhoria das condições de vida através do uso e maneio

sustentável das florestas e das árvores; (3) Reflectir sobre as actuais boas práticas na gestão

das florestas e da terra; (4) Fortalecer a gestão de informação e conhecimento gerado no

sector; e, (5) Fortalecer a organização institucional, as redes/fora e parcerias existentes.

Para o efeito, foi institucionalizado o Grupo Catalítico Nacional, fórum de decisão e

coordenação das actividades da iniciativa e que actualmente é composto pelas seguintes

instituições: o Fórum Empresarial para o Meio Ambiente (FEMA), o Instituto de Pequenas e

Médias Empresas (IPEME), o Centro de Formação Jurídica e Judiciária (CFJJ), a Organização

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Rural de Ajuda Mútua (ORAM), a União Nacional dos Camponeses (UNAC), o Centro de

Integridade Pública (CIP), a Direcção Nacional de Áreas Conservação (DNAC), a Direcção

Nacional de Promoção do Desenvolvimento Rural (DNPDR), a Direcção Nacional de Gestão

Ambiental (DNGA), Direcção Nacional da Agricultura e o Instituto de Investigação Agronómica

de Moçambique (IIAM).

Foram seleccionadas como áreas Piloto – Mecuburi (Nampula), Moribane (Manica) e

Mahel (Maputo). Para representante em Moçambique da iniciativa “Construindo Parcerias

Florestais” (GFP) foi designado o Professor Almeida Sitoe.

ACTIVIDADE 1: Lançamento oficial dos projectos apoiados pelo GFP e

integração no Programa Nacional de Florestas

O CTV preparou e organizou, em conjunto com a MICAIA, na província de Manica, e os

SPFFB e Fórum Terra, na província de Nampula, o lançamento do projecto em Moribane

(Manica) e Mecuburi (Nampula), nos meses de Março e Abril, respectivamente.

Relativamente ao Plano de Actividades de 2010, previa-se a integração do GFP no

Programa Nacional de Florestas (PRONAF), coordenado pela DNTF pois esta entidade é a que

lidera e desempenha o papel principal na gestão florestal e por isso fazia todo sentido que este

projecto estivesse a cargo desta. Por outro lado, importa atender igualmente à questão da

sustentabilidade dos projectos apoiados, estando a DNTF à altura de dar continuidade às

actividades quando os financiamentos terminarem.

Para 2011, a componente de facilitação continuará no CTV e a relação contratual será

alterada em projectos futuros, cuja coordenação e facilitação ficará com a DNTF.

ACTIVIDADE 2: Desenho dos Termos de Referência e identificação das

Instituições para implementar actividades no âmbito

da iniciativa GFP

Para esta linha de intervenção foram previstas 4 actividades principais, incluindo: (1)

Desenho de 4 Termos de Referência para a implementação efectiva e eficaz das seguintes

actividades; (2) Concepção e organização de um programa de boas práticas para a

conservação e gestão sustentável de florestas para as comunidades de Moribane e Mecuburi;

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(3) Realização de um estudo sobre o impacto da produção de carvão vegetal para a

sustentabilidade florestal em Moçambique; (4) Criação de uma base de dados com informação

documental sobre a gestão florestal e de terras em Moçambique; (5) e a Produção de um

documentário sobre florestas e comunidades em Moçambique, retratando o dia-a-dia da gestão

de florestas pelas comunidades das Reservas Florestais de Moribane e Mecuburi.

Em resposta ao concurso público lançado pelo CTV para a realização de actividades

integradas no programa GFP para as 4 actividades previstas, foram submetidas para avaliação

e escolha 9 propostas provenientes de diferentes instituições. A avaliação das propostas foi

baseada na análise dos seguintes elementos: conteúdo técnico, conteúdo orçamental, ligação e

conformidade entre o orçamento e a parte técnica, perfil da equipa e experiência institucional.

Nestes termos a maior parte das mesmas estavam desprovidas de conteúdo técnico e a

proposta financeira em desconformidade com a proposta técnica, o que contribuiu para a

respectiva exclusão. Nestes termos, apenas as propostas da Associação Zambézia On line e do

Fórum Natureza em Perigo (FNP) foram aprovadas, respectivamente, para a criação de uma

base de dados com informação documental sobre a gestão florestal e de terras em Moçambique

e para a produção de um documentário sobre florestas e comunidades em Moçambique,

retratando o dia-a-dia da gestão de florestas pelas comunidades das reservas florestais de

Moribane e Mecuburi.

Posto isto, estendeu-se o prazo e direccionou-se o pedido de candidaturas para as

seguintes actividades: (1) Concepção e organização de um programa de boas práticas para a

conservação e gestão sustentável de florestas para as comunidades de Mecuburi e Moribane;

(2) Realização de um estudo sobre o impacto da produção de carvão vegetal para a

sustentabilidade florestal em Moçambique. Sendo assim, foi possível seleccionar mais 2

provedores de serviços para estas actividades em concreto, designadamente a Faculdade de

Agronomia e Engenharia Florestal (FAEF), para a primeira actividade, e o Grupo de Gestão de

Recursos Naturais e Biodiversidade, sedeado na FAEF, para a segunda actividade.

ACTIVIDADE 3: Monitoria e Avaliação aos projectos (Mecuburi e

Moribane) e encontros do Grupo Catalítico Nacional

Esta actividade traduziu-se no acompanhamento dos projectos de Moribane e Mecuburi

através da análise aos relatórios financeiros e de progresso das actividades, por um lado, e na

realização de encontros do Grupo Catalítico Nacional para acompanhamento das actividades

dos projectos a nível local, por outro lado.

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O período de tempo que houve entre a assinatura do contrato até ao depósito integral

do valor fez com que houvesse um atraso substancial, tendo ficado o lançamento oficial do

projecto para 1 de Março em Moribane e 13 de Abril em Mecuburi quando o arranque das

actividades estava previsto para Janeiro de 2010. Por outro lado, condicionou também a

actividade referente ao desenho da estratégia de implementação, pois se pretendia que esta

não tivesse um carácter meramente geral, reflectindo antes os interesses específicos dos

projectos, o que só seria possível com o decurso de algum tempo indispensável ao

amadurecimento dos projectos.

ACTIVIDADE 4: Avaliação de meio-termo da iniciativa GFP

Realizou-se a avaliação de meio-termo da iniciativa GFP com o objectivo de recolher

toda a informação e opinião sobre o seu impacto em Moçambique. Esta avaliação foi feita por

uma empresa britânica de consultoria contratada pelo IIED, porém a organização e logística

que permitisse a realização da referida avaliação esteve a cargo do CTV, inclusive o desenho do

programa de trabalho.

Os encontros marcados segundo a sugestão do IIED e do CTV foram realizados com

instituições que contribuíram de forma directa ou indirecta para a implementação da iniciativa,

incluindo ONG’S, instituições do Governo; parceiros internacionais de cooperação; e

comunidades beneficiárias.

ACTIVIDADE 5: Desenho da Estratégia de Comunicação

Foi desenhada a estratégia de comunicação para o GFP conforme estava previsto, sendo

que, para 2011, a meta é disseminar a informação produzida. Note-se que não foi indicado o

tecto orçamental para a implementação da estratégia e no entanto esta teve que sofrer

sucessivos reajustes de modo a adequar-se ao orçamento indicado a posterior pelo IIED.

NÍVEL DE PROGRESSO

Em termos de balanço geral, após a demora do arranque oficial, pode-se concluir que as

actividades previstas foram implementadas de forma satisfatória e todos problemas detectados

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durante a sua prossecução foram ultrapassados localmente, com o apoio dos membros do

Grupo Catalítico Nacional.

No entanto, verificou-se por parte da DNTF uma certa distância e falta de interesse na

assunção do projecto e na sua integração no PRONAF. O argumento desta Instituição do Estado

assenta no desconforto resultante do acordo inicial firmado entre o IIED e o CTV que a

coordenação fosse conduzida por esta última organização, para, mais tarde, defender a

abordagem da integração do GFP no PRONAF.

O ano terminou com a informação da possibilidade de cessação dos fundos previstos

para 2011, por razões alheias à vontade dos implementadores e que dizem apenas respeito aos

financiadores. Tal facto acarretará necessariamente uma enorme defraudação das expectativas

criadas a nível local, condicionando logicamente as actividades previstas para 2011.

DESAFIOS

O principal desafio do projecto GFP prende-se com a questão da sua continuidade e

sustentabilidade dos projectos em curso. Para o efeito, ainda que haja lugar à retirada do

financiador, torna-se crucial que os parceiros nacionais sejam solidariamente responsáveis no

sentido de angariar fundos para dar continuidade à implementação das actividades, o que

passa pelo desenho de uma estratégia.

Por sua vez, importa melhorar e sistematizar as plataformas de diálogo e coordenação

entre os actores envolvidos na gestão de recursos florestais, especialmente de todos membros

do Grupo Catalítico Nacional, bem como manter e contribuir para o acréscimo de actividades de

geração de rendimento de modo a reduzir a dependência excessiva das comunidades locais em

relação aos recursos naturais e incentivar actividades de maneio sustentável.

Quanto à estratégia de comunicação do GFP, pretende-se difundir a informação e

permitir maior apreensão e transmissão das mensagens sobre a gestão de recursos naturais e

de protecção do ambiente, implementando as actividades como: (1) Capacitação de jornalistas

em matérias ambientais, com destaque para a sustentabilidade na exploração dos recursos

florestais; (2) Produção de programas radiofónicos de educação ambiental e disseminá-los na

rádio nacional e nos Emissores provinciais, em línguas locais; (3) Produção de dicas sobre boas

práticas ambientais e disseminá-las na rádio (em português e em línguas locais) e na televisão;

(4) Produção de um documentário sobre os problemas ambientais e possíveis soluções,

particularmente no sector florestal e exibi-lo nas televisões; (5) Produção de panfletos e

posters sobre a importância das florestas e medidas para a sua exploração sustentável.

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Face aos resultados alcançados no primeiro ano de implementação da iniciativa GFP,

decidiu-se dar continuidade e/ou consolidar o trabalho iniciado em 2010, especialmente na

redução da degradação de recursos florestais e a integração de questões relacionadas com

mudanças climáticas e redução de emissões por desmatamento e degradação (abordagem

REDD).

Pretende-se ainda, como desafio, priorizar o estabelecimento de parcerias

comunidades/sector privado para a conservação e uso sustentável de recursos florestais,

incluindo 3 áreas principais para intervenção ao longo do ano 2011, nomeadamente: (1) Um

projecto de implementação das recomendações do estudo sobre impacto do carvão nos

recursos florestais; (2) Um projecto de parcerias comunidades/sector privado para a geração

sustentável de rendimentos baseada em recursos florestais. Dada a exiguidade de fundos

disponibilizados; (3) e Um projecto de pesquisa sobre soluções alternativas de uso de terra e

de produtos florestais com baixas emissões no âmbito do REDD.

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PROJECTO COMPLEMENTAR 2 PARTICIPAÇÃO NA ELABORAÇÃO DA

ESTRATÉGIA NACIONAL DO REDD

4.2 PARTICIPAÇÃO NA ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA NACIONAL DO REDD

DESCRIÇÃO SUMÁRIA:

O aquecimento global é provocado pela acumulação de gases com efeito de estufa, na

atmosfera, emitidos maioritariamente pelo Homem durante diferentes processos associados ao

seu desenvolvimento. A destruição massiva das florestas tropicais, que ocorre principalmente

nos países subdesenvolvidos, é uma das acções que contribui para o aquecimento global.

Para inverter a situação foi criado o REDD, que é um mecanismo de pagamento pela

Redução de Emissões oriundas do Desflorestamento e da Degradação das florestas. Este

determina a elaboração de "Políticas e incentivos em questões relacionadas à redução de

emissões provenientes de desmatamento e degradação de florestas em países em

desenvolvimento." Mas a importância do REDD vai bastante além da redução das emissões de

gases com efeito estufa, pois, apresenta igualmente um potencial de conservação da

biodiversidade, na medida em que promove a preservação e a protecção das florestas, como

habitats de espécies de flora e fauna bravia endémicas e ameaçadas e em vias de extinção,

contribuindo para a manutenção dos imensos serviços ecológicos fundamentais por aquelas

prestados.

Em Moçambique, a estratégia vai se basear em acções que devem ser levadas a cabo

com o intuito de reduzir a concentração do “carbono verde” na atmosfera criando condições

para a sua retenção sobretudo em aglomerados de árvores e nas florestas. E para reverter esta

situação constarão da Estratégia: (1) Medidas de mitigação que visam essencialmente a

redução do impacto das mudanças climáticas e (2) Medidas de adaptação que preconizam o

ajuste reactivo ou por antecipação para minorar os efeitos adversos das mudanças climáticas e

adequação do comportamento e estrutura económica para reduzir a vulnerabilidade da

sociedade.

Na sequência disto, foi estabelecido o Grupo Nacional de Trabalho sobre o REDD sob a

coordenação de 2 actores nacionais que são o MICOA, através da Direcção Nacional de Gestão

Ambiental (DNGA), e o MINAG, representado pela Direcção Nacional de Terras e Florestas

(DNTF). O CTV faz parte deste grupo, constituindo a parte do apoio técnico, em conjunto com a

UEM, IIED e Indufor.

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ACTIVIDADES

Resumidamente, no decurso de 2010 foram realizadas as seguintes actividades

principais:

Em primeiro lugar, houve lugar à tradução de materiais para as consultas públicas e a

elaboração do plano de actividades para o ano de 2010.

Posto isto, o CTV coordenou o processo de recolha de dados em todo o País, sobre as

principais causas do desmatamento e degradação, sua incidência, resultados económicos das

diferentes actividades económicas, medidas actualmente implementadas para incentivar o

maneio sustentável e participativo das florestas e as consultas públicas a nível provincial (Gaza,

Tete, Zambézia, Niassa, Nampula) e regional (Sul - Maputo, Centro - Sofala e Norte -

Nampula).

O CTV participou igualmente em todos encontros alusivos à Estratégia Nacional do

REDD.

Inicialmente não planificado, o CTV organizou um Seminário entre os dias 19 e 20 de

Abril, em Maputo, com o objectivo promover uma discussão entre as instituições ligadas ao

sector florestal visando a elaboração de uma Estratégia sobre o REED em Moçambique. Este

reuniu os membros do Grupo Catalítico Nacional, representantes de Instituições

Governamentais e Académicas, do Sector Privado e ONG’S.

Foram traduzidas para português três publicações com vista a alargar a percepção

nacional sobre o assunto REDD, nomeadamente: Simply REDD, CIFOR`s guide to forests,

climate change and REDD; Readiness for REDD “Financial governance and lessons from

Indonesia`s Reforestation Fund (RF)” e Incentives + “How can REDD improve well-being in

forest communities?”.

No período compreendido entre Fevereiro e Julho se procedeu à redacção da 1.ª da

Estratégia Nacional do REDD, fundo o qual foi posta a circular para comentários e

contribuições. Fez-se finalmente a revisão do documento.

NÍVEL DE PROGRESSO:

A Estratégia Nacional do REDD foi já desenhada, o que constitui um resultado

importante, aguardando alguns comentários para a finalizar, porém a recolha dos comentários

tem sido morosa, por um lado, devido a agenda sobrecarregada dos dirigentes dos ministérios

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envolvidos e por outro, pela dificuldade de se obedecer aos prazos e de se criar um mecanismo

sistematizado para recolher tais comentários.

Note-se que os processos de recolha de dados e consultas públicas não foram

abrangentes, ou seja, participaram na sua maioria funcionários do Estado, em detrimento de

outros agentes como o sector privado, ONG`S, etc., porque a organização destas foi deficiente,

as vias de comunicação enfrentavam sérios problemas na altura, não se respeitou a necessária

antecedência e houve falta de clareza relativamente à instituição responsável por esta

actividade.

Muitos encontros de planificação resultavam sempre em discussões prolongadas com

poucos resultados concretos e definidos; e verificaram-se ainda muitas dificuldades na

apropriação dos papéis por parte das instituições do Governo, para além da excessiva

burocracia na implementação das actividades.

DESAFIOS:

Constituem desafios no capítulo da Estratégia Nacional do REDD melhorar a articulação

e colaboração das instituições na implementação da estratégia, bem como definir melhor as

responsabilidades das instituições intervenientes.

PROJECTO COMPLEMENTAR 3 PARTICIPAÇÃO NO MOVIMENTO

AMIGOS DA FLORESTA

4.3 PARTICIPAÇÃO NO MOVIMENTO AMIGOS DA FLORESTA

DESCRIÇÃO SUMÁRIA:

O movimento Amigos da Floresta, coligação de organizações da sociedade civil,

académicas e de individualidades unidas em torno da protecção e conservação das florestas

moçambicanas, foi criado em 2007 e tem como objectivos, nos termos do seu Manifesto, entre

outros, os seguintes: (1) Promover debates, estudos e outras intervenções concertadas para a

consciencialização e educação ambiental pública sobre assuntos relevantes para uma gestão

sustentável de florestas e outros recursos naturais nacionais; (2) Contribuir para a prossecução

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da sustentabilidade social, ambiental e económica na exploração de recursos florestais e para

uma rentabilização justa e partilha equitativa dos benefícios gerados pela exploração comercial.

A partir de 2008, o Movimento passou a ser pontualmente apoiado pelo IIED, tendo

como um dos membros fundadores o CTV, parte activa no processo da sua dinamização.

Encontra-se hospedado, desde 2009, no CIP, a quem cabe a coordenação geral das

actividades.

O movimento Amigos da Floresta integra o Forest Governance Learning Group (Grupo

de Aprendizagem sobre Governança Florestal), coligação internacional que integra organizações

de 11 países, incluindo 8 africanos (África do Sul, Malawi, Moçambique, Níger, Burquina Faso,

Uganda, Camarões, Gana e Tanzânia), 3 asiáticos (Vietname, Índia e Indonésia), com os

objectivos principais de reforçar a boa governação florestal e maximizar a troca de experiências

e aprendizagens no domínio da administração do património florestal. A iniciativa FGLG foi

lançada em 2003 e é igualmente apoiada pelo IIED.

ACTIVIDADE 1: Preparação do Seminário Internacional de Aprendizagem sobre a

Governação Florestal

Ao logo de 2010, a contribuição do CTV para o Movimento limitou-se à preparação,

organização e realização da Reunião Anual do FGLG em Moçambique (Seminário Internacional

de Aprendizagem sobre Governação Florestal), mais concretamente na vila da Namaacha.

As primeiras actividades prenderam-se com a identificação de um lugar para acolher o

evento, sabendo que a escolha inicial apontava para a vila da Namaacha, o que se veio a

confirmar, e para a identificação de potenciais estudos de caso na província de Maputo, que

estivessem ao alcance dos participantes no dia escolhido para o trabalho de campo. Estes

estudos implicaram o recrutamento de um investigador, que apoiou na identificação e selecção

dos locais, designadamente os projectos de MCRN de Goba (Namaacha) e Madjadjane

(Matutuíne), bem como a deslocação aos locais, encontros com os comités de gestão e

marcação das datas finais.

A escolha de Moçambique constituiu uma importante oportunidade de mostrar o que

melhor se tem vindo a fazer no país no contexto dos programas comunitários de maneio de

recursos naturais, bem como das diversas iniciativas de protecção e conservação do património

florestal nacional. Trata-se de propiciar aos participantes o contacto com alguns dos maiores

problemas que afectam a sustentabilidade florestal, incluindo mudanças climáticas, há muito

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sentidas na província de Maputo, as queimadas descontroladas, a exploração excessiva de

carvão florestal, a agricultura itinerante e a degradação dos solos.

Vários encontros preparatórios deste evento foram realizados ao nível do Movimento,

tendo ficado o CTV com a responsabilidade principal no capítulo da organização, o que implicou

a preparação do orçamento e sua negociação com o IIED, os contratos com todos prestadores

de serviços, a elaboração dos materiais de visibilidade, o contacto com os participantes, entre

outros aspectos essenciais.

ACTIVIDADE 2: Realização do Seminário Internacional de Aprendizagem sobre a

Governação Florestal

O CTV, em coordenação com o CIP e com o IIED, realizaram a Sétima Edição do

“Seminário Internacional de Aprendizagem sobre a Governação Florestal”, entre os dias 7 a 10

de Dezembro corrente. No evento participaram especialistas da gestão florestal e áreas afins,

provenientes de África, Europa e Ásia, incluindo governantes nacionais.

O programa do evento teve diversos temas fundamentais o balanço das actividades de

2010, o mecanismo REDD e as Mudanças Climáticas, uma visita a experiências de MCRN e o

exercício de planificação de 2011. Desta última, em especial, resultou, por parte das

delegações presentes, uma especial atenção ao REDD, de acordo com uma tripla abordagem –

[Abertura FGLG em Namaacha] @ Carlos Manuel Serra

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nacional (enfatizando as actividades ao abrigo do mecanismo REDD em cada país), regional (os

representantes de Moçambique associaram-se aos do Malawi, Tanzânia e África do Sul no

compromisso de se lançarem as bases para a construção de uma posição REDD ao nível da

SADC) e internacional (com destaque para a cooperação Sul - Sul, que estreitará as relações

entre os continentes asiático, africano e sul-americano).

Importa referir que o evento contou na sessão de abertura com a presença do

Administrador do Distrito e do Presidente do Conselho Municipal da Namaacha, que dirigiram

aos visitantes o convite de procederem ao plantio de árvores antes do regresso aos respectivos

países, para que deixassem um legado na terra que os acolheu, contribuindo com um gesto

ainda que simbólico na revitalização do património florestal da Namaacha. Esta actividade foi

prontamente acolhida por todos e veio a acontecer no final do segundo dia de trabalho, na

entrada da vila da Namaacha, mais concretamente numa área delimitada para acolher um

programa de repovoamento florestal, tendo resultado no plantio de 150 árvores.

Conforme se disse, para além do trabalho em sala, o grupo de participantes teve um dia

totalmente reservado para o trabalho de campo com o objectivo de colher ilações e trocar

experiências junto dos projectos de MCRN de Madjadjane e de Goba.

[Plantio de Arvores FGLG Namaacha] @ Carlos Manuel Serra

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Após uma conferência de imprensa, na qual se fizeram presentes diversos órgãos de

comunicação social, o que contribuiu para a visibilidade do evento, este foi oficialmente

encerrado já na cidade de Maputo, tendo contado com a presença da Directora Nacional de

Gestão Ambiental, em representação do MICOA.

NÍVEL DE PROGRESSO:

A organização deste importante evento foi, sem margem para dúvidas, um sucesso,

demonstrando uma clara capacidade nacional, em especial por parte do CTV, de conduzir

iniciativas do género. A organização administrativa correu maravilhosamente bem, desde a

informação aos participantes, a sua recepção no aeroporto, transporte e acomodação nos

hotéis, alimentação, organização de momentos de lazer e entretenimento, prestação de

serviços de Internet, acompanhamento diário ao longo dos dias de estadia em Moçambique, o

dia de campo, o jantar final e a despedida.

O dia de trabalho de campo, em especial, significou, para os visitantes estrangeiros,

uma oportunidade extraordinária de constatar como comunidades organizadas, que tenham

conseguido delimitar as suas terras com apoio de parceiros nacionais e estrangeiros,

conseguiram pôr cobro à destruição insustentável dos recursos florestais, travar a pressão dos

carvoeiros e lenhadores, reduzir drasticamente as queimadas descontrolas e iniciar programas

de protecção das florestas. Madjadjane e Goba encontram-se entre os últimos santuários

florestais da região Sul e, como tal, carecem de máxima atenção, valorização e apoio.

Os resultados deste Seminário serão publicadas e divulgadas pela IIED como forma de

[Visita Campo Madjadjane FGLG] @ Carlos Manuel Serra

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promover as boas práticas de governação florestal e promover a abordagem REDD nos países

participantes do evento.

Não obstante as dificuldades sentidas ao longo do ano, o Movimento enquanto tal ficou

classificado, nas apresentações do balanço de 2010, em primeiro lugar, o que acarreta uma

boa dose de motivação para levar a bom porto as actividades planificadas para o ano de 2011,

mas também a responsabilização de não se defraudarem as expectativas depositadas.

Contudo, o progresso do Movimento está dependente da contribuição dos seus

membros, o que, ao longo de 2010, se fez sentir muito pouco. Este facto contribuiu

sobremaneira para a redução da visibilidade do Movimento nos últimos 2 anos, fazendo crer

que, a não ser tomada uma medida, este poderá ter o mesmo fim de tantos outros que

nasceram e desapareceram ao longo da curta história da sociedade moçambicana.

DESAFIOS:

O maior desafio a médio e longo prazo consiste na colocação de toda a energia no

repensar e no fortalecimento do Movimento Amigos da Floresta enquanto tal, partindo das

demais redes ou fóruns existentes. Importa, acima de tudo, identificar novos parceiros para

revitalizar o Movimento, bem como novos membros capazes de trazer uma abordagem mais

coesa, interventiva, permanente e eficaz.

Como tal, sabendo que 2011 foi proclamado Ano Internacional da Floresta, importa

levar a cabo um conjunto de actividades que reforcem o posicionamento da sociedade civil

junto das entidades governamentais competentes, e que contribuam para uma melhor e maior

sustentabilidade florestal.

Para o efeito, o CTV definiu como prioridade levar a cabo um conjunto de actividades

combinadas, que dêem força e visibilidade ao Movimento, e deste modo sirvam igualmente

para a comemoração do Anual Internacional da Floresta, incluindo nos domínios da

investigação, advocacia, publicações e networking.

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PROJECTO COMPLEMENTAR 4 GARANTINDO UM FUTURO SUSTENTÁVEL PARA

AS COMUNIDADES PESQUEIRAS ATRAVÉS DA

MELHORIA DO PROCESSO DE GOVERNAÇÃO

ENTRE MOÇAMBIQUE E A ÁFRICA DO SUL

4.4 GARANTINDO UM FUTURO SUSTENTÁVEL PARA AS COMUNIDADES PESQUEIRAS ATRAVÉS DA MELHORIA DO PROCESSO DE GOVERNAÇÃO ENTRE MOÇAMBIQUE E A ÁFRICA DO SUL

DESCRIÇÃO SUMÁRIA:

Moçambique possui uma extensa linha de costa, rica em recursos costeiros e marinhos.

Através da pesca artesanal de subsistência e comercial, tais recursos são importante fonte de

alimento e rendimento para as comunidades locais. No entanto, e embora não exista

informação suficiente de suporte para comprovar os factos, existem indícios de estar a haver

uma grande demanda pelos recursos pesqueiros derivados da pesca artesanal, como peixe de

linha, lagosta, tubarão, entre outros. Resultando, assim, em práticas de pesca insustentáveis e

exercendo pressão sobre os stocks de pescado ainda existentes.

Assim, em parceria com a TRAFFIC East/Southern Africa, o CTV encontra-se a

implementar este projecto complementar que tem como propósito colaborar no fortalecimento

de capacidades para garantir que a pesca artesanal seja uma actividade gerida sustentável

mente e que o comércio dos produtos derivados desta prática seja efectivamente regulado

entre Moçambique e a África do Sul.

O objectivo geral deste projecto é o de garantir um futuro sustentável para as

comunidades pesqueiras tornando os processos de comercialização do pescado e governação

neste mesmo sector das pescas, cada vez mais transparentes. Mais especificamente, o projecto

pretende: (1) Tornar o processo de comercialização de pescado entre Moçambique e a África do

Sul, num processo cada vez mais transparente, através do envolvimento activo das

comunidades locais; (2) Promover a gestão sustentável melhorando o conhecimento sobre os

recursos pesqueiros, actividade pesqueira, “motores” do comércio, entre outros; e (3)

Promover a consciencialização e a capacidade por parte dos sectores do Governo e privados na

redução do comércio ilegal dos recursos pesqueiros.

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ACTIVIDADE 1: Contratação de técnicos, recolha de informação e

implementação do projecto

Para a prossecução do projecto, seleccionou-se uma assistente com a licenciatura em

Ciências do Meio Aquático, e esta contratação ocorreu dentro do período previsto (Abril), bem

como uma socióloga a tempo parcial que tem vindo a desenvolver trabalhos no sector das

pescas. A contratação de um estagiário temporário permitiu duplicar o esforço de recolha de

informação bibliográfica e de inquéritos.

Ao longo do ano foi feita pesquisa de material bibliográfico sobre a pesca artesanal e

comércio (cadeia de valores) em Moçambique, tendo sido maioritariamente publicada

maioritariamente pelo IDPPE e IIP.

Nesta linha foi ainda realizado um seminário de apresentação e discussão do projecto,

que, por motivos de logística, teve a duração de um dia, tendo-se realizado em Maio do

corrente ano, tendo alcançado resultados bastante positivos. A reunião tinha como principais

objectivos dialogar sobre os seguintes aspectos: (1) Gestão e sustentabilidade dos recursos

pesqueiros nas comunidades pesqueiras, comércio e tendências dos mercados de pescado; (2)

Selecção das áreas de estudo e respectivas comunidades pesqueiras na Baía de Maputo. O

encontro juntou fundamentalmente representantes de instituições governamentais (DNAP,

INIP, IIP e INAMAR), aspecto este considerado positivo, pois a impressão tida nos últimos

tempos é que o acesso à informação, bem como colaboração no sector das pescas, não tem

sido fácil, permitindo assim uma maior abertura na colaboração entre o Governo e o CTV.

Ao longo da zona costeira da Baía de Maputo existem várias comunidades que

dependem fulcralmente do recurso pesqueiro. Assim, a estratégia usada para esta pesquisa,

principalmente na recolha de dados/entrevistas foi, em primeiro lugar, realizar entrevistas aos

pescadores, vendedeiras, revendedeiras, mercados, supermercados e processadores envolvidos

na captura, processamento e venda dos produtos pesqueiros da cidade de Maputo, seguindo-se

depois Marracuene, Catembe, Machangulo e Ilha da Inhaca. Portanto, os inquéritos estão a ser

realizados para diferentes sectores: pescadores, revendedores, processadores, exportadores e

entidades governamentais (Esta actividade prossegue em 2011).

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Revendedores a espera dos barcos de Pesca Artesanal na Costa do Sol @ Raquel Fernandes

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ACTIVIDADE 2: Elaboração de relatórios

Durante o mês de Junho, foi iniciado o levantamento e análise preliminar do quadro

jurídico institucional e legal sobre a actividade pesqueira, incluindo as normas constitucionais, a

Lei de Pescas e respectivos regulamentos, a Lei do Ambiente e as convenções e protocolos

internacionais que vinculam o Estado moçambicano. No quadro ordinário, sem descurar a

importância das demais, deu-se especial enfoque para as normas que regem a pesca artesanal

e a comercialização de produtos pesqueiros.

Com base nos inquéritos realizados aos pescadores, vendedores informais,

processadores, exportadores e instituições governamentais na cidade de Maputo, Inhaca e

Zavala, e no relatório de levantamento ambiental e socioeconómico em 5 comunidades de

Zavala, realizado pela AICM sob contrato com o CTV, pode-se começar a ter fundamentação

para a elaboração de um documento sobre a dinâmica do comércio do pescado.

ACTIVIDADE 3: Visita dos consultores da DFID

No inicio de Dezembro o CTV recebeu a visita de uma missão de monitoria e avaliação

do DFID composta por 2 membros. Esta missão fez a visita a alguns centros de pesca da cidade

de Maputo, ao IDPPE (sede e delegação), ao INIP (delegação) e à Autoridade Tributária. Esta

visita ocorreu durante o Seminário Internacional do FGLG, o que dificultou bastante em termos

de logística, bem como na disponibilidade da coordenadora do projecto do CTV.

NÍVEL DE PROGRESSO

A aplicação das metodologias do projecto revelou-se satisfatória, principalmente no que

diz respeito aos guiões de entrevista e inquéritos aplicados, permitindo obter dados

preliminares de enorme valor.

A primeira versão do documento foi finalizada dentro do prazo previsto e submetida

para comentários da TRAFFIC, como também à socióloga. Portanto, apesar dos problemas que

serão sublinhados a seguir, o balanço inicial em relação ao progresso é positivo, havendo a

destacar não apenas o sucesso alcançado nos contactos com as instituições, particularmente

governamentais, como no acesso à informação sobre a actividade pesqueira, aspecto que vai

permitir o fortalecimento institucional do CTV numa nova linha de intervenção.

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Em temos de constrangimentos, pode-se concluir que o principal prende-se com a

morosidade do desembolso de fundos por parte do doador, que afectou sobremaneira o I

Semestre de 2010. Este trata-se de um problema que deverá ser rapidamente resolvido, sob

pena de comprometer as actividades vindouras.

Finalmente, segundo a missão de monitoria e avaliação do DFID, os objectivos deste

projecto são utópicos para a actual situação das pescas em Moçambique, colocando em causa a

sua continuidade. Contudo, tal facto não foi por enquanto comunicado oficialmente ao CTV.

DESAFIOS

Em relação à contratação da equipa de pesquisa, há necessidade de mais um técnico

para a recolha constante de informação. Para este efeito as saídas de campo devem ser mais

regulares de modo a criar maior ligação com os grupos a entrevistar.

Um grande desafio da elaboração, bem como da implementação deste projecto, tem a

ver com o facto da maioria das matérias tratadas serem de âmbito socioeconómico e também

pelo facto da dificuldade na escolha das áreas de estudo, o que levou a que a elaboração deste

mesmo documento fosse demorada.

Importa ainda dar continuidade às entrevistas e estimular as comunidades a tornarem-

se mais autónomas e com capacidade de criar novas iniciativas sustentáveis sob o ponto de

vista ambiental e económico.

Para a elaboração do relatório final de pesquisa, verifica-se a necessidade de ter-se

dados mais coesos, ou seja mais descritivos da real situação. Isto requer maior colaboração

das instituições tuteladas pelo Ministério das Pescas.

Ao nível dos recursos humanos, dada a dimensão da zona em que o projecto está

actualmente a incidir, neste caso a Baía de Maputo e o Distrito de Zavala, torna-se fundamental

contratar pelo menos mais um assistente para apoiar na recolha de dados. Contudo, 2 são os

constrangimentos pela qual esta contratação ainda não foi feita: primeiro, porque ainda se está

na fase de testagem dos questionários e, segundo, devido à morosidade do desembolso de

fundos por parte do doador.

A superação deste último constrangimento constitui, aliás, o principal desafio para o

sucesso do projecto de pesquisa, sem o qual dificilmente se logrará cumprir o plano de

actividades definido até ao final do ano corrente.

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Por fim, na eventualidade da retirada antecipada do financiador, urge encontrar uma

saída para se dar continuidade ao projecto, uma vez que criou-se expectativa de

acompanhamento dos problemas da pesca artesanal e na comercialização informal do pescado.

Venda de tubarão a frente do Porto de Maputo @ Raquel Fernandes

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5. BIBLIOTECA

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5. BIBLIOTECA

DESCRIÇÃO SUMÁRIA:

Para o sucesso do CTV no trabalho técnico, tornava-se fundamental a organização do

acervo documental da instituição e a montagem de uma Biblioteca apetrechada, facilmente

acessível e pró-activa no apoio às actividades de pesquisa.

Assim, em 2010 deu-se à implementação de um projecto bibliográfico tendo como

principal objectivo é organizar uma Biblioteca dentro da Instituição, de modo a permitir a busca

ou pesquisa de livros ligados à legislação ambiental e ou à gestão de recursos naturais em

geral. Simultaneamente, outro objectivo é o de estimular as pessoas interessadas à leitura nas

várias áreas de pesquisa a fim de que nelas encontrem satisfação. Desta maneira se pode

apoiar estudantes e demais interessados em suas actividades de ensino, de pesquisa e

expansão.

Em termos de objectivos específicos foram desenhados os seguintes: (1) Reunir,

organizar, armazenar e divulgar o acervo, visando optimizar o uso do material bibliográfico; (2)

Proporcionar serviços bibliográficos e de informação permitindo o desenvolvimento adequado

de extensão de todas as actividades científicas e culturais; (3) Manter uma colecção dinâmica e

actualizada; (4) Manter intercâmbio com outras bibliotecas, centros de documentação,

universidades e outras instituições técnicas, científicas, culturais, nacionais e estrangeiras.

ACTIVIDADES:

Como primeira actividade procedeu-se à contratação de uma documentalista sénior, que

apoiou a funcionária do CTV destacada para a Biblioteca nas diversas etapas do projecto de

organização.

Foi ainda fundamental o apoio precioso e continuo de alguns colegas estagiários que

voluntariamente estiveram semanas seguidas ininterruptamente separando documentos,

organizando por temas, retirando o que não era útil, até que se chegou à fase de colocar o

material em estantes.

Procedeu-se igualmente à aquisição de estantes próprias para acolherem livros e outros

documentos.

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O registo do material bibliográfico passou a ser feito no livro de registo patrimonial do

acervo - onde constará todo material bibliográfico existente, o que permitirá maior controlo da

documentação existente e ou adquirido posteriormente.

NÍVEL DE PROGRESSO

Neste momento a biblioteca do CTV encontra-se já numa fase adiantada de arrumação

estando em falta a sua catalogação e registo no livro patrimonial do acervo, onde conterá todo

o material bibliográfico existente no momento.

O trabalho de arrumação e recolha de material foi imenso já que a documentação

encontrava-se espalhada pelos diversos gabinetes e/ou empilhados em caixas nos armários.

DESAFIOS

Está estabelecido que a partir de Janeiro de 2011 se iniciará um trabalho árduo na

biblioteca do CTV com vista a conseguir, em tempo mínimo de 2 ou 3 meses, colocar este

importante espaço operacional e em condições de abrir as suas portas aos inúmeros

interessados que têm procurado por informação na área ambiental.

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6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

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6. CONCLUSÕES E

RECOMENDAÇÕES

CONCLUSÕES

Em termos de principais conclusões do balanço que se pode fazer do ano de 2010,

importa atender aos seguintes:

1. O balanço geral é, para já, bastante positivo, conforme se poderá depreender da

leitura mais atenta do presente relatório. O ano revelou o papel importante que o

CTV tem na sensibilização da sociedade e a sua valiosa contribuição para a gestão

racional e sustentável dos recursos naturais.

2. Constatou-se ainda o facto de o CYT ser uma das poucas instituições ligadas a área

ambiental e ter as suas áreas de intervenção clarificadas, aliado ao facto de ao longo

dos anos ter consolidado a sua posição e ter-se revelado uma instituição séria,

responsável e comprometida, mantendo a sua independência ideológica e de acção,

com uma tendência crescente de confirmar positivamente a sua reputação e

prestígio.

3. O ano de 2010 foi bastante intenso em termos de actividades, absorvendo bastante

todos técnicos no cumprimento das diversas actividades planificadas. Tal facto

implicou de todos o máximo de entrega e, não poucas, vezes elevados índices de

pressão e stress, justificando a necessidade de reforçar a equipa, especialmente da

técnica.

4. Para o sucesso geral em muito contribuiu o trabalho em equipa, o dinamismo

profissional da equipa técnica multidisciplinar qualificada e motivada, aberta a novos

desafios e capacitada para cumprir com os objectivos traçados.

5. Foi um ano com um enfoque equilibrado nas duas principais áreas programáticas do

CTV – a Boa Governação Ambiental e a Gestão Sustentável de Recursos Naturais,

bem como nos projectos complementares – GFP, REDD, Amigos da Floresta e

TRAFFIC;

6. Há também a registar a finalização dos indicadores de boa governação ambiental e a

preparação e conclusão de um projecto de pesquisa para a elaboração do Relatório

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Anual de Boa Governação Ambiental, bem como o início das actividades de

investigação;

7. Ainda neste domínio, no que diz respeito à informação ambiental, o CTV logrou

alcançar uma participação inédita na televisão pública, tendo conseguido produzir

para a TVM, ao longo do ano, 44 debates televisivos, e 2 para 2 televisões privadas.

8. Importa ainda fazer menção ao cumprimento das metas no que diz respeito ao

Jornal Ambiental Terra Viva, actualização contínua da página WEB, concepção de um

novo figurino para a página do CTV e elaboração dos materiais de visibilidade da

instituição;

9. No capítulo da educação ambiental, urge destacar a realização de 3 debates públicos

ambientais, 3 mesas redondas, de 2 seminários internacionais, bem como outras

actividades formativas, o que em muito contribuíram para a consolidação da imagem

institucional do CTV, claramente positiva neste capítulo.

10. No domínio da gestão sustentável dos recursos naturais, há a registar importantes

progressos na condução dos projectos de Apoio a Iniciativas Comunitárias de

Geração de Rendimentos (com enfoque geográfico nos distritos de Zavala e de

Massingir), do Forest Connect (com a realização de duas formações sobre o uso e

aproveitamento integral do bambu e do coqueiro) e Pro-Terras Comunitárias (este

último em parceria com a IDLO e tendo lugar na província de Inhambane).

11. Por motivos alheios ao CTV, menos sucesso tiveram as actividades ao abrigo do

Fórum de Maneio Comunitário de Recursos Naturais (FMCRN) e do Fórum do Parque

Nacional do Limpopo (FPNL);

12. Passos importantes foram dados, não obstante constrangimentos de diversa ordem,

na implementação das actividades previstas no projecto GFP, no qual o CTV, em

parceria com parceiros locais, tem vindo a apoiar as iniciativas de MCRN de

Morimbani e Mecuburi. Importa agora equacionar a continuidade do projecto, dada a

informação da provável retirada antecipada do financiador.

13. No que diz respeito à participação do Movimento Amigos da Floresta, o ano terminou

em grande com a realização do Seminário Internacional de Aprendizagem sobre a

Governação Florestal, sob a égide do FGLG, e que confirmou a capacidade do CTV na

organização de eventos do género. Contudo, em relação ao Movimento propriamente

dito, pouca presença se fez sentir ao longo do ano, comparativamente a anos

anteriores, exigindo dos membros nova dinâmica.

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14. Sobre o projecto em parceria com a TRAFIC, foram dados importantes passos na

implementação da pesquisa, incluindo a definição da metodologia, a realização de

uma importante reunião, a feitura de diversas entrevistas e inquéritos, o

levantamento do quadro jurídico-legal e visitas ao terreno, a preparação do

documento sobre a dinâmica do comércio de pescado, apesar das dificuldades

inerentes ao atraso sistemático no desembolso dos fundos e, principalmente, da

eventual retirada antecipada do financiador, ponto em causa a continuidade do

projecto.

15. Finalmente, deu-se início ao processo de organização da Biblioteca do CTV,

fundamental para o desempenho positivo da instituição nos diversos programas.

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RECOMENDAÇÕES

Quanto às recomendações, atenda-se às seguintes:

1. É imperioso reforçar a equipa técnica do CTV, demasiado exígua para tantas

actividades planificadas, havendo, como proposta imediata, a possibilidade de

seleccionar estagiários em diversas áreas do saber.

2. Torna-se ainda fundamental uma gestão cuidada dos quadros existentes, de modo a

conciliar o trabalho no escritório e as saídas ao campo, não se pondo em causa

qualquer das actividades inscritas no Plano.

3. Urge ainda reforçar a actividade de busca de financiamento, essencial para a

sustentabilidade da instituição e, principalmente, para o projecto de instalação de

delegações provinciais nas regiões Sul, Centro e Norte.

4. A abertura de delegações provinciais constitui, aliás, um enorme desafio, devendo

ser feita de forma gradual e cuidadosa, sendo importante pensar na equipa técnica e

nas condições logísticas básicas, bem como na articulação entre sede e delegações.

5. Um enfoque especial deverá ser prestado à produção e lançamento do I Relatório

sobre a Boa Governação Ambiental, tendo presente o impacto positivo que este

poderá vir a causar junto do Governo, dos parceiros e da sociedade em geral,

culminando na apresentação de recomendações de melhoria do estado da

governação ambiental.

6. Outro importante desafio institucional consiste na instalação do Gabinete de

Assistência e Aconselhamento Jurídico (CAAJ) às pessoas desfavorecidas, nos

domínios que dizem respeito à intervenção do CTV. Para o efeito, há que levantar

experiências comparadas, pensar e preparar a equipa e construir um modelo

adequado.

7. Nos capítulos da informação e educação ambiental, há que consolidar o trabalho

iniciado em 2010, mantendo e inclusivamente melhorando os índices de qualidade.

Se no primeiro caso, o desafio principal reside na parceria com a Rádio Moçambique,

já no segundo caso atenção especial deve merecer o Seminário Formativo para

Deputados da AR.

8. No que diz respeito à gestão sustentável de recursos naturais, constitui desafio do

CTV afirmar-se como instituição capaz de contribuir para a produção de resultados a

nível local que contribuam para a redução da pobreza. A experiência positiva com as

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acções formativas sobre o uso de bambu e de coqueiro deverão ser replicadas e

maximizadas.

9. Torna-se crucial reforçar a continuidade do trabalho nos programas iniciados,

garantindo o sucesso na produção de resultados, e prestando especial atenção para

os projectos que se encontram a fechar, incluindo Pró-Terras Comunitárias e

TRAFFIC.

10. No caso dos projectos GFP e TRAFFIC, em caso de desistência dos financiadores,

importa encontra mecanismos de dar seguimento às actividades iniciativas, para não

defraudar as expectativas criadas junto dos parceiros e das comunidades.

11. Urge também criar uma terceira área programática no CTV subordinada à temática

Florestas e Mudanças Climáticas, reunindo todos os projectos florestais que se

encontravam dispersos, e permitindo uma maior capacidade de resposta da

instituição nos desafios colocados, entre os quais o GFP, o REDD e os Amigos da

Floresta.

12. O ano de 2011 deverá ter um enfoque priviligiado na temática florestal, visto ter sido

proclamado Ano Internacional da Floresta. Como tal, o CTV deverá assumir um

protagonismo especial, contribuindo para as comemorações com diversas

actividades.

13. Importa ainda avançar finalmente para o lançamento de uma linha editorial CTV,

credenciando esta instituição em termos técnicos e científicos.

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ANEXOS

Anexo 1 – Temas dos scripts das mesas redondas televisivas no 1º semestre

Data Temas das mesas redondas

televisivas

Participantes

08.02.2010 Conservação e Utilização

Sustentável das Terras Húmidas

em Moçambique

Carlos Bento (biólogo - UEM), Salomão Bandeira

(biólogo - UEM) Carlos Serra (jurista - CTV)

17.02.2010 Aspectos Legais que Asseguram a

Protecção das Zonas Húmidas em

Moçambique

Carlos Serra (jurista - CTV), Lino Manuel

(jornalista - CTV)

10.03.2010 Educação Ambiental como Factor

de Mudança de Comportamento

dos cidadãos

Armindo Monjane (químico -UP), Sónia Silveira

(bióloga – MICOA)

17.03.2010 Impactos Ambientais gerados pelos

Consumidores

Mouzinho Nicols (DECOM), Francisco Djasse

(Dire. Indústria e Comércio cidade de Maputo)

22.03.2010 Contributo da Meteorologia na

Gestão do ambiente no país

Lino Manuel (jornalista CTV), Momade Ussene

(finalista do curso de Educação e Gestão

Ambiental na UP)

29.03.2010 Consequências da Seca e

Desertificação em Moçambique e

Medidas de Mitigação

Sérgio Chaíle (meteorologista - INAM), Emília

Polana (técnica do ambiente – MICA)

31.03.2010 Importância Socio-ambiental das

Floresta em Moçambique

Alima Issufo (Engra. Florestal - DNTF), Benilde

Mourana, (jurista – Amigos da Floresta)

05.04.2010 Papel da Mulher na Gestão dos

Recursos naturais em Moçambique

Cecília Tembe (Associação Pfukani Djabula),

Maria dos Anjos do Rosário (Arquitecta -

Associação Moçambicana para o Desenvolvimento

Urbano

12.04.2010 Dia Mundial da Terra José Forjaz (arquitecto), Maria da Conceição

Faria (jurista)

19.04.2010 Reaproveitamento dos Resíduos

Sólidos Urbanos

Tomás Chaúque (RECICLA), Raquel Vilanculo

(RECICLA), Lídia Xavier (FERTILIZA)

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26.04.2010 A Problemática Ambiental do Saco

Plástico

João Cipriano (técnico do ambiente MICOA),

Háfido Abacassamo (técnico de salubridade

CMCM)

03.05.2010 Responsabilidade Ambiental

Empresarial

Levi Mabote (FEMA), Luís Luís (auditor

Ambiental-MICOA)

10.05.2010 Dia Mundial das Aves Migratórias Carlos Bento (biólogo -UEM), Francisco Pariel

(Direcção Nacional Áreas de Conservação -

MITUR)

17.05.2010 Experiências de Uso e

Aproveitamento dos

Recursos Naturais

Teodósio Jeremias (Eng. Florestal - Lhuvuka),

Issufo Tankar (Eng. Agrónomo CTV)

24.05.2010 Conservação de Tartarugas

Marinhas

Emília Polana (técnica do ambiente - MICOA),

Marcos Pereira (biólogo – AICM), Eduardo Videira

(biólogo – AICM)

03.06.2010 Dia Mundial do Ambiente António Reina (ambientalista – LIVANINGO),

Emília Polana (técnica do ambiente – MICOA)

07.06.2010 Importância Social e Ambiental dos

Oceanos

Sinibaldo Canhanga (oceanógrafo – INAHINA),

Emídio André (oceanógrafo – Instituto de

Investigação Pesqueira)

10.06.2010 Conservação da Biodiversidade em

Moçambique *

16 Participantes, entre técnicos e especialistas de

diferentes áreas

21.06.2010 A Importância da Agricultura

Orgânica / Biológica

Samuel Nhantumbo (Eng. Agrónomo – CEPAGRI),

um representante da UNAC- União Nacional de

Camponeses

30.06.2010 Recolha Selectiva do Lixo Stephane Temperman (ambientalista – AMOR),

Háfido Abacassamo (técnico de salubridade –

CMCM), António Reina (ambientalista –

LIVANINGO)

12.07.2010 Crescimento da População Mundial

e os problemas sócio-ambientais

Doutora Inês Macamo, investigadora na área de

demografia na UEM

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18.07.2010Poluição Atmosférica – Impacto das

futuras Emissões da MOZAL, em

Bypass

Representantes do CTV, LIVANINGO, JÁ, MICOA,

UEM, residentes da Matola, público interessado

20.07.2010Importância ecológica das dunas

costeiras

Dra. Isabel Senda, Directora Nacional do

Planeamento e Ordenamento Territorial (MICOA),

Arquitecto Nuno Remane

22.07.2010Contributo das áreas de

conservação da biodiversidade no

desenvolvimento local

Eng. Teodósio Jeremias, coordenador do projecto

Khluvuka – PNL

28.07.2010Uso sustentável da água Julieta Felicidade e Belmiro Chivambo, ambos da

Direcção Nacional de Águas

29.07.2010Poluição Atmosférica – Impacto das

futuras Emissões da MOZAL, em

Bypass

Representantes do CTV, LIVANINGO, JÁ, MICOA,

UEM, residentes da Matola, público interessado

03.08.2010Consumo Racional da Energia

Eléctrica

Engenheiro Jamisse, da Electricidade de

Moçambique

05.08.2010Conservação e preservação do

Dugongo

Mário Fumo, do Fundo Mundial para a Vida

Selvagem e Natureza (WWF),

10.08.2010Devastação do mangal em

Nhangau

Emília Polana (MICOA), Lino Manuel, jornalista

ambiental do Centro Terra Viva.

12.08.2010Tráfego Rodoviário e a Poluição do

Ar nos Centros Urbanos do País.

Representantes do Instituto Nacional de Viação

(INAV), da Associação Moçambicana de Saúde

Pública (AMOSAPU) e do centro de controlo de

viaturas (Control Gold)

17.08.2010Uso de energias renováveis

Dr. António Barro, docente da UP e coordenador

do Núcleo de Investigação na área da química

19.08.2010Turismo e Conservação Ambiental. Dr. Rafael Nambal, do Ministério do Turismo

24.08.2010Gestão do Conflito Homem-fauna

bravia no Parque Nacional das

Quirimbas

Ecologista, Armindo Araman, executor do

projecto para o maneio do ecossistema terrestre

do Grande Rovuma no WWF

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26.08.2010Impacto do DDT no ambiente e na

saúde pública

Arlindo Mandlate, da LIVANINGO e a senhora

Margarida Matsinhe, da Associação Moçambicana

de Saúde Pública, AMOSAPU

31.08.2010Mudança Climática Global e os

últimos acontecimentos

Meteorologista Mussa Mustafa (INAM)

09.09.2010Agricultura sustentável Representantes da Faculdade da Agronomia e

Engenharia Florestal e do Instituto de

Investigação Agrária de Moçambique.

14.09.2010Reciclagem de resíduos sólidos

urbanos

Senhor Stephane Temperman, presidente da

Associação Moçambicana de Reciclagem (AMOR)

16.09.2010Iniciativas desenvolvidas no país

para a protecção da camada de

Ozono

Representantes do MICOA, Autoridade Tributária

de Moçambique e do Instituto Nacional de

Meteorologia

30.09.2010Redução da emissão doméstica do

dióxido de carbono, através da

utilização de fogões que poupam

carvão.

Doutor Peter Koflin

12.10.2010Redução de Desastres Naturais Doutora Marta Monjane (do Instituto Nacional de

Gestão de Calamidades)

14.10.2010Alterações Climáticas e seu

Impacto sobre o Ambiente.

Sérgio Buque, meteorologista (INAM), Lino

Manuel, Jornalista Ambienta (CTV)

26.10.2010Repovoamento de Espécies nos

Parques e Reservas Naturais, do

país

Director Nacional das Áreas de Conservação, do

Ministério do Turismo, o Doutor Francisco Pariela

09.11.2010Urbanismo Arquitecta Maria dos Anjos do Rosário, da

Associação para o Desenvolvimento Urbano

16.11.2010Consumo e Ambiente Presidente da Associação de Defesa do

Consumidor de Moçambique (DECOM), Mouzinho

Nicols

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Anexo 2 – Exemplos de Dicas sobre Boas Práticas Ambientais

Protegendo e

conservando a

floresta

Você sabia que a floresta contribui para reduzir o risco de erosão

dos solos e de inundações? Ajude a contribuir para a prevenção da

erosão e das cheias plantando mais árvores nos lugares

apropriados!

Praticando uma

agricultura

sustentável

Você sabia que existe uma relação forte entre a floresta e a

agricultura? A presença de floresta pode contribuir para alimentar

com nutrientes naturais os solos e para proteger as culturas contra

a acção dos ventos e da água, garantindo maior produtividade.

Pratique a agro-silvicultura!

Poupando e gerando

energia renovável

Você sabia que a energia solar é a principal fonte de energia para os

seres vivos? Valoriza a luz solar e utilize a iluminação natural para

poupar electricidade!

Protegendo a

biodiversidade

Você sabia que é o ser humano representa uma espécie em 15

milhões de espécies conhecidas? E que há 17 291 espécies em

perigo em todo o Planeta devido ao impacto das actividades

humanas? Valorize, proteja e conserve todas as espécies!

Poupando água Você sabia que uma torneira a pingar, ainda que minimamente,

pode desperdiçar cerca de 190 litros por dia? Tenha cuidado com as

suas torneiras, mantendo-as conservadas e fechando-as

cuidadosamente depois de as usar!

Anexo 3 – Artigos publicados na Página WEB do CTV

N.° Título do artigo

1 Reflexões sobre a estruturação do novo Governo no domínio do ambiente e

desenvolvimento sustentável

2 Maputo acolhe Seminário Internacional sobre Modelos de Negócios e Parcerias

no sector Agrícola

3 Carta Aberta ao Governo Moçambicano

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4 Juntos pelo Planeta Terra

5 A Protecção do Ambiente no Plano Quinquenal do Governo para 2010 – 2014

6 Em prol da protecção e conservação das tartarugas

7 Comunicado de Imprensa - Ano Internacional da Biodiversidade (22 de Maio a

12 de Junho de 2010)

8 Conservação da biodiversidade – A transformação de paradigmas

9 Assinalando o Dia Mundial do Ambiente na Universidade Pedagógica de

Moçambique em Maputo - Estudantes de Educação e Gestão Ambiental

debruçaram-se sobre a conservação da Biodiversidade e Mudança de

Paradigmas

10 Flagelo da Seca e Desertificação e os Grandes Desafios da Humanidade

11 As Bases para uma Agricultura ao Serviço do Desenvolvimento Sustentável

12 Moçambique adere às comemorações do Dia Internacional das Mudanças

Climáticas

13 O eterno dilema da falta de implementação das leis – o caso das dunas de

Quissico

14 Devastação de mangal em Nhangau assume contornos alarmantes

15 Mozal e Governo de costas voltadas para a sociedade civil

16 2010 – Aquecimento global e notícias inquietantes

17 Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozono

18 A cidade e o automóvel

19 CTV e parceiros promovem campanha de limpeza na cidade de Maputo

20 Limpar a cidade não é tarefa exclusiva do Município

21 Administração de terras junta especialistas do sector em Maputo

22 Maputo acolhe encontro regional sobre conservação de tartarugas

23 Conferência de Cancun – o resultado possível e perspectiva de sequência

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24 Recolha selectiva de lixo melhora aspecto da praia do Tofo em Inhambane

25 Ensaiando Estratégias de Boa Governação Florestal na Namaacha

26 Membros de associações comunitárias adquirem noções básicas de Direito dos

Recursos Naturais