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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL Marcelo de La Veiga Moreno – RGM: 122428-0 Prof º Mestre Avelar Cezar Imamura

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Historia da Africa - Unesco

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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SULMarcelo de La Veiga Moreno RGM: 122428-0Prof Mestre Avelar Cezar Imamura

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Biografia do AutorBRIAN MURRAY FAGAN nasceu na Inglaterra, mas viveu durante 6 anos na Zmbia, onde foi Conservador de Pr-Histria no Museu Livingstone, e em 1966 mudou-se para os Estados Unidos. Atualmente Professor Emrito de Antropologia na Universidade da Califrnia. autor de vrios livros sobre Arqueologia, bem como de artigos em vrias revistas da especialidade. Tem sido consultor de Arqueologia junto de vrias organizaes e canais de televiso. E, tambm, premiado pelo seu esforo de divulgao da Arqueologia junto ao pblico.

Referncia BibliogrficaFAGAN, Brian Murray.As bacias do Zambeze e do Limpopo, entre 1100 e 1500.Histria Geral da frica vol. IV: frica do sculo XII ao XVI. Editado por Djibril Tamsir Niane. Ed. Cortez, 3 edio, Braslia, UNESCO, 2010. (Capitulo 21).

http://news.cheapzimbabweflights.com/Estrutura da Obra Culturas e Sociedade na Idade do Ferro por Volta do Ano 1000. As Transformaes Econmicas e Sociais dos Sculos XI e XII. As Origens da Cultura do Zimbbue. As Descobertas Arqueolgicas e a Ocupao Mais Antiga. Poder Poltico e Econmico na Formao do Estado do Grande Zimbbue. A Expanso do Estado do Grande Zimbbue e a sua Hegemonia na Regio. As Relaes Comerciais com a Costa da frica Oriental. A Arqueologia e os Limites da Influncia do Grande Zimbbue. O Final do Sculo XV: Mudanas e Transformaes.IntroduoO livro aborda o tema sobre as relaes populacionais e a criao de vnculo com poltica e religio, a ascenso e queda.

Culturas e Sociedade na Idade do Ferro por Volta do Ano 1000 (Idade Ferro Antiga)

Zambeze e Limpopo: Rios que situavam povos com desenvolvimento na Idade do Ferro Antiga (1 Milnio).

Prof. Ms. Felippe Jorge Kopanakis Pacheco

Prof. Ms. Felippe Jorge Kopanakis PachecoAbastecimento Campons:Adaptados s savanas arborizadas (Conheciam intimamente cada clima, tipos de solo, vegetao, materiais locais para construo e economia domstica). Eram descendentes dos Caadores do Neoltico (Contatos espordicos com vizinhos agricultores). Cada comunidade era autossuficiente (Abasteciam-se do restante das aldeias vizinhas ou comrcio local)Principal atividade econmica caa e coleta.Produo de alimentos concentrada na criao de animais (Grande porte e Pequeno)Dedicados agricultura itinerante (Subsistncia: dependiam de terra adequada), cultivavam cereais (como Sorgo e Milhete)

http://www.territoriorural.com.br/ http://www.grupocultivar.com.br/6Plano Tecnolgico:Durante 1 Milnio a populao agrcola aumentou lentamente, as reas eram cultivadas com lento desenvolvimento das tcnicas de cultivo (Limpeza da floresta e abertura de novas reas com mtodos itinerantes predatrios/ aproveitamento da terra inferior a 50% comparados a mtodos modernos). Tcnica Agrcola: enxada, cabanas de barro cobertas com folhas de palmeira (organizao scio-poltica fundada na pequena aldeia). Moravam em abrigos (Rochedos) ou pequenos agrupamentos (Cu Aberto)O Lavrador da Idade do Ferro conhecia apenas a metalurgia do ferro rudimentar. Sabia fundir cobre para ornamentos e mais tarde para fios. Cermica simples mas, bem feita (Cotidiana). Vasos simples com ranhuras e incises (Diversificada entre regies, variando pela tradio e cultura, conserva-se at depois do 1 Milnio)Perodo Sem Diferenciao Social:No se via vestgios de hierarquia ou diferenciao social.Antepassados Imediatos:Antepassados imediatos do desenvolvimento das culturas seguintes.Aproximadamente 1000 anos depois surgiram novas tradies culturais nos lados do rio.A nova ocupao camponesa de cultura similar (Kalomo/ + importante)

Mapa dos Stios e Tradies Arqueolgicas

frica AustralProf. Ms. Felippe Jorge Kopanakis PachecoUNESCO - Histria Geral da frica (Vol. IV)8Kalomo:Cultura mantida at 1450, davam muita importncia ao gado. Possuiam nova e simples cermica. 200 anos depois, as pequenas aldeias aumentaram suas aglomeraes, ampliando o vigor da cultura Kalomo. Viviam em cabanas de pau-a-pique volta de um curral no topo da colina. Faziam escambo local e a longa distncia (Costa Oriental). Porm, de operao pequena para afetar a estrutura social da Idade do Ferro (Fios e contas de cobre fundidos/ stios e sepulturas com contas de vidro importado e raras conchas de cauri)

Ila-Tonga:Um dos povos mais antigos instalados aproximadamente 1000 anos (Norte Zambeze e Sul Zmbia)

Kangila:Tradio da regio Mazabuka e Loshinvar, funde-se com a lngua Ila-Tonga

Batoka:Tradio (Planalto Batoka), funde-se com a lngua Ila-Tonga, faz paralelo com o estilo da cermica moderna Kalomo e Kangila (Alguns especialistas sugerem que as 2 tendncias deveriam ser atribudas aos povos de lngua Ila-Tonga)Zmbia:Tem histria posterior, marcada por amplos movimentos de populao, manobras polticas (ltimos 5 sculos), introduzindo novas tradies culturais, originrias do Zaire, obscurecendo e absorvendo as culturas da Idade do Ferro Antiga.

As Transformaes Econmicas e Sociais dos Sculos XI e XII (Idade Ferro Recente)

Substituio Idade do Ferro Antiga:

Nos sculos XI e XII, no sul do rio Zambeze (novas sociedades substituem as culturas da Idade do Ferro Antiga), os 1 homens sobreviviam sobretudo do cultivo do milhete e sorgo, da caa e coleta, e conheciam a tecnologia rudimentar do ferro.Final sculo XII e incio XIII (aumento populacional), cultiva-se terras mais frteis. So fundadas aldeias de ocupao mais longa. Esta mudana coincidia com o trabalho do ouro (descoberta no Zambeze de objetos de ouro, aproximadamente sculo XII). Desenvolveram-se a volta de um curral.

Em Mapela Hill (Colina de 92 mts) construram terraos, com pedras empilhadas (Trabalho de dimenses vastas que pode ter exigido esforo considervel da comunidade). No terrao mais alto ergueram-se cabanas maiores, muito slidas (Para personagens de posio privilegiada na sociedade), o que marca o contraste significativo com as culturas mais antigas.

Leopard`s Kopje:

Tradio da Colina do Leopardo. So aldeias menores (Alterao tecnolgica), foram vrias vezes ocupados (Diferentes dos stios mais antigos), possuem boiadas maiores (Figuras representando bois, ossos bovinos em sepulturas sugerem grande importncia).Marcam a ruptura ntida com a Idade do Ferro Antiga (a pouca relao com o passado sugere criaes de imigrantes), sugesto de que vieram de Botsuana e Angola (de arqueologia desconhecida). As tradies de Leopard`s e Gumanye apresentam sinais de considervel elaborao (Tanto pelos contatos comerciais quanto pela maior centralizao de autoridade poltica).Stio Leopards, lanava bases para o Estado forte em que o centro Zimbbue que dominava vasta parte da Mashonalndia central e meridional, que compartilhavam de tradies culturais, em que estendia-se a lngua Shona. (GARLAKE, Peter 1973: p.601)H vestgios de outras sociedades agrcolas:

Tradio Musengezi e Tradio Harare. So sociedades camponesas com caractersticas sociais e culturais elaboradas (semelhantes de Leopard`s, aps sc XII). A cermica de estilo da Idade do Ferro Recente. So tradies culturais que sobreviveriam com profundas modificaes (imigraes ou introduo de inovaes tecnolgicas).

Diversidade Econmica e Riqueza:

O ritmo das trocas aumenta sensivelmente, e ao diversificar, a economia torna-se controlada. As principais atividades econmicas so: minerao, metalurgia, trocas comerciais (como agricultura de subsistncia). O famoso stio Mapungubwe, encontrado no topo da colina, com placas de ouro, numerosas contas de vidro e objetos importados. Vale Limpopo (Abundante Jazida de Cobre) fonte de riqueza para dignatrios Mapungbwe (Residncia considerada local sagrado at hoje). Poder poltico e riqueza concentrado em nmero pequeno de pessoas (pequeno grupo de ricos dirigentes). Grupo que dominava poltica e religiosamente os camponeses.Qual a Relao entre o Stio do Rio Limpopo e o Grande Zimbbue a Nordeste?

Tendncias ainda abertas a debate, devido ao fenmeno de que, gradualmente, tornam-se moradias mais espaosas e durveis, com o cultivo de solos mais pesados. Famlia Lingustica:

As tradies orais nos sugerem que as culturas do Zambeze e esto associadas ao povo de lngua Shona. Arquelogos estabeleceram que os povos de lngua Shona podem ser responsveis pelas tradies da Idade do Ferro Recente (surgidas no Zambeze e Limpopo). Supe-se que vrias tradies culturais anteriores tinham ligaes estreitas com algum dialeto Shona: Leopard`s (Chikalanga), Harare (Zezuru).Lingua Shona (Imigrantes do 1 Milnio da era Crist), a principal famlia lingustica da rea Inclui-se pelo menos 6 dialtos (Chikalanga, Chikaranga, Chindau, Chimanyika, Zezuru e Korekore).Entre os demais idiomas h o Ndebele (Aparece sculo XIX), Chitonga, Hlengwe, Chivenda.

Nenhum originrio da regio (nem mesmo o prprio Shona que no tem relao com o Bantu).

Prof. Ms. Felippe Jorge Kopanakis PachecoAs Origens da Cultura do ZimbbueGrandes transformaes polticas ocorrem aps sculo XII.As runas do Zimbbue so famosas pela arquitetura e excelncia, somadas as teorias extravagantes que cercam sua origem. O que causou o surgimento da organizao poltica, econmica e religiosa envolto de mistrios. Mas, so uma realizao essencialmente africana (Pela utilizao de material local com princpios arquitetnicos desenvolvidos durante vrios sculos). As clebres runas do Grande Zimbbue simbolizam a parte mais notvel destas transformaes (Tem proximidade com a moderna cidade de Masvingo, que chamava-se Fort Victria).

http://www.travelblog.org/

http://www.nomadtours.co.za/14As Descobertas Arqueolgicas e a Ocupao Mais AntigaColina Acrpole (Acropolis Hill). So colinas bem irrigadas com fartura de caa e cultivo. Acrpole a fortaleza que guardava o templo.

Grande Cercado (Great Enclousure). a mais impressionante das construes com restos de cermica espalhados pelo vale a baixo. Corresponde a Idade do Ferro Antiga (Antes do Sculo IV).

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UNESCO - Histria Geral da frica (Vol. IV)

Primeiras Instalaes do Zimbbue:

Zimbbue significa casa de pedra ou casa do chefe, no dialeto Shona.

Somente nos Sculos X e XI povos instalaram-se no Zimbbue (Idade Ferro Recente, devido a cermica no se assemelhar a Idade do ferro Antiga).

Tradio Gumanye (pouco conhecida), instalaram-se antes que completassem a Grande Muralha, supe-se que representassem outra tradio cultural (Idade do Ferro Recente), tinham proximidade com a cultura Leopard`s (vrios traos em comum).

A cultura Gumanye sofre ntida transformao aproximadamente no sculo XII (Melhor acabamento na cermica; figuras humanas em argila; aumento das importaes de contas de vidro e outros objetos; construes de pau-a-pique muito mais slidas; proliferao de adornos: cobre, bronze e ouro; muros e muralhas de pedra fizeram-se comuns)

Duas Grandes TeoriasPara explicar formao de Estados erguidos volta do Zimbbue:1 - Hiptese Religiosa: Intermedirios de Mawari e o povo .Os Shona (Imigrantes 1 Milnio da Era Crist) alm de introduzirem tcnicas de minerao e inovaes tecnolgicas, trouxeram o culto dos ancestrais. Isto os levou a fundarem santurios (Mhanwa, principal colina Dzimba Dzemabwe, casas de pedra). Graas a astuciosas manobras polticas, exerceram influncia hegemnica sobre Confederao bastante flexvel (os chefes vassalos lhes pagavam tributos em marfim e ouro em p). Os negociantes rabes (Costa frica Oriental) estabeleceram relaes com esta poderosa aliana (valendo-se dela para expandir o comrcio do ouro e marfim). O poder central dos Estados estava em mos de chefes e sacerdotes (controladores do culto Mawari) e complexos rituais de sacrifcios aos ancestrais (intermedirios de Mawari e o povo).2 - Hiptese Comercial: Acausa principal a criao do Estado.A expanso das exportaes e importaes (intensificao das trocas comerciais e surgimento do Estado de Karanga). Expanso comercial sculo XIV (uso de contas de vidro, vidro srio, faiana persa e celadon chins). Proliferao da explorao de ouro e cobre (Sul Zambeze). Cidade Kilwa (regio de Sofala Costa Moambique) manteve de entreposto de venda de ouro (Sul frica), rpido avano econmico e expanso do trfico ouro e marfim. Amplia-se as trocas comerciais (riqueza acumulada e no distribuda), sociedade aumenta, acentuada concentrao e opulncia, autoridade poltica nas mos de poucos (situao nefasta). Pressuposto de sociedade organizada em grupos de linhagem, em que o chefe deve ser o homem mais rico (mnimo de estratificao social). Um rico potentado pode pagar ou forar a construo de obras pblicas. No Zimbbue a crescente riqueza favoreceu a redistribuio, concentrao populacional no centro comercial, e a construo de muralhas.

Poder Poltico e Econmico na Formao do Estado do Grande ZimbbueAs duas hipteses do pouca importncia s realidades de uma agricultura de subsistncia e de complexos mecanismos de deciso, que controlam amplamente a orientao global da evoluo social.Quando um centro rural maior (Zimbbue) atraia a populao rural mais densa (aldeias menores), as consequncias a longo prazo eram graves (fertilidade, solo sem repouso, uso excessivo dos pastos e degradao do ambiente).

Qual motivao, incentivava a prtica comercial de longa distncia: religiosa, poltica, econmica?

Na agricultura de subsistncia eram autossuficientes, exceto em algumas matrias primas distantes.As novas iniciativas econmicas (Demanda de matria-prima da frica Oriental) no bastariam para reunir o povo sobre nica autoridade poltica ou religiosa. Esta evoluo s se processaria se consciente ou no a sociedade em conjunto (no apenas pequeno nmero de famlias) optasse por uma organizao social e poltica mais hierarquizada (mesmo que estes no tivessem tamanha conscincia).A origem, do Zimbbue, ou outro reino, que unificou a populao rural e dispersa sob tutela, motivada pela unio dos 3 fatores (religio, poltica e economia) e no de um nico fator.

Arquitetura:

Acrpole (longa colina de granito), no decorrer das geraes, os moradores foram construindo muros de pedra (formando cercados e passagens estreitas com pedras sem arrimo).

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archaeology.about.comH 3 fases de ocupao:

Sculo XI (Aproximadamente) - ocupao mais intensa;Sculo XIII incio das construes do muro de arrimo em pedra (substituio das cabanas de pau-a-pique por casas de barro mais espaosas);Sculos XIII e XIV erguem-se as primeiras construes do vale, abaixo da Acrpole.

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Grande Cercado (Sculo XV)

Muralhas macias em pedras sem arrimo; Cumprimento de 52 mts; Muralha que circunda 7,30 (Altura) e 5,50 mts (espessura base); De ambos os lados pedras dispostas horizontalmente sem argamassa (no centro) pedra bruta; Decorada com motivos de aspas (em zigue zague); No interior h outra muralha inacabada, que foi substituda pela muralha que existe atualmente; Entre as duas muralhas h uma estreita passagem que leva a uma torre cnica (admiravelmente bem construda, no se sabe qual o significado); O Grande Cercado esta dividido por srie de pequenos cercados, com alicerces de casas razoavelmente grandes de pau-a-pique. Supe-se que a construo de grande significado poltico e que servisse de residncia aos governantes; Os sedimentos do Grande Cercado e estratos da Acrpole continham muitos enfeites de ouro e cobre, tigelas e esculturas de fina qualidade (feitos de pedra-sabo), contas de vidro, porcelana e vidro (chins, persa e srio) sculo XIV.

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UNESCO - Histria Geral da frica (Vol. IV)

http://www.memo.fr/meetmeinzimbabwe.blogspot.com

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en.wikipedia.org25O Comerciante Estrangeiro:O Grande Cercado tornara-se importante centro comercial, e supe-se que seus soberanos exercessem invejvel monoplio sobre as atividades de troca (o comrcio costeiro com rabes da Costa Oriental penetrou profundamente no interior do continente). Era vantajoso para o negociante estrangeiro trabalhar em cooperao com o interior (garantia de segurana e maior lucro possvel), situao em que mineiros e minerao estavam sobre controle dos dirigentes polticos do Grande Zimbbue, ligados ao soberano por tributos e elos religiosos.No se sabe em que medida os rabes exerciam papel poltico significativo nos negcios do Grande Zimbbue, ou influenciando na arquitetura e tecnologia desse Estado (O comrcio rabe era espordico, sazonal, e em visitas regulares). A arquitetura do Grande Zimbbue no foge prtica africana, usada em numerosos stios posteriores. A dimenso das runas o que ressalta ao visitante. inegvel a influncia rabe (na construo e cultura) mas, engano pensar os dirigentes do Estado como marionetes manipuladas segundo os planos destes. Escolas de pensamentos atribuem proeminente papel rabe no projeto do Grande Cercado (comparam as Torres Cnicas Mesquitas da frica Oriental, afirmam que as fiadas de pedra das muralhas so muito diferentes das construes de pau-a-pique habituais das aldeias Shona).A arquitetura simplesmente a extenso lgica dos grandes cercados e bairros reservados aos chefes nos outros Estados da frica (de palha, barro e madeira), neste caso, usou-se a pedra por ser mais durvel e havia grande quantidade de granito esfoliado em camadas naturais aos arredores, blocos aproveitveis ilimitados (mal precisavam talhar, ou aceleravam a esfoliao com fogo e gua).

A Expanso do Estado do Grande Zimbbue e a sua Hegemonia na RegioO Grande Zimbbue se trata da maior entre umas 150 runas existentes na regio grantica, situada entre os rios Zambeze e Limpopo, ocupadas e construdas aproximadamente entre o incio sculo XIV e fim do XV (o carter excepcional do Grande Zimbbue deve-se apenas s suas dimenses). O Grande Zimbbue cresceu e declinou (Sculo XVI) acompanhando as fortunas do trfico Costeiro.

Runas Nhunguza

Com uma nica cabana muito espaosa, dividida em 3 cmodos, um deles podia acolher grande nmero de pessoas, o outro apenas um acento, o terceiro era uma cmara completamente separada (para guardar objetos de valor especial, monolito assentado em pedestal de pedra entalhada).

uma construo nada usual, poderia ser um sede em que reinava proeminente autoridade religiosa (o que explicaria o cercado do Grande Zimbbue).

A autoridade poltica e religiosa extremamente poderosa, incontestada, constituiria a fora unificadora que dominaria sobre a populao rural dispersa, uma espcie de crena unificadora compartilhada por todas as famlias (poderes do Mwari divino, ou outra entidade).

Mashonalndia No sculo XV, aps declnio do Grande Zimbbue, Mashonalndia adquire certa preponderncia em empreendimentos polticos e comerciais. Nos sculos XIV e XV, houve notvel atividade comercial no Norte da Mashonalndia (Vale do Zambeze), os magnficos objetos dessa cultura (sculos XII e XIV) adquiridos comercialmente e fabricados em cermica parecem estar a uma enorme distncia da riqueza dos seus vizinhos do Grande Zimbbue (pensa-se que falavam o Shona). Essa regio era povoada desde a Idade do Ferro Antiga at o fim do 1 Milnio da Era Crist.MatabelelndiaRegio ocupada pela cultura Leopard`s, h algumas runas semelhantes devido infiltrao dos povos do Grande Zimbbue.

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28As Relaes Comerciais com a Costa da frica OrientalA influncia do Grande Zimbbue e seus estabelecimentos tributrios fazia-se sentir muito alm das fronteiras prximas do Estado. Apesar do isolamento, havia contribudo atravs dos contatos comerciais e do ouro que produziu, para a prosperidade e crescimento econmico da Costa da frica Oriental e terras muito mais distantes.Kilwa (Tnzania - Costa Oriental)

A prosperidade de Kilwa seguia de perto as flutuaes do comrcio de ouro com Sofala. Kilwa J comercializava entre os sculos X e XIV. O sculo XV foi o pice de sua prosperidade, empreende-se a construo da famosa Grande Mesquita do sculo, com domos de abbadas bem trabalhados. Era uma das mais belas cidades do mundo, com sua aglomerao e prosperidade baseada no comrcio do ouro com o Sul.Foi um dos Portos mais importantes do oceano Indico (comercio ouro e escravos). Quando os portugueses chegam a Sofala, o comrcio costeiro era apenas uma sombra do que fora. Os portugueses no sec. XVI, deram contribuio arquitetnica para a igreja, que sculos mais tarde fora adaptada pelos rabes.O sculo XVI marca a decadncia de Kilwa e do Grande Zimbbue.

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A Arqueologia e os Limites da Influncia do Grande ZimbbueOs habitantes de Chedzugwe (isolados em Ingomble Ilebe, encontrado em 1960), mantinham relaes comerciais no apenas com o Grande Zimbbue, como tambm com o vale Zambeze.Belssimos lingotes e cermica, explicando o mecanismo comercial local e a longa distncia.

Estratificao Social:Os lingotes em forma de cruz, gongos ferro, enxadas de uso cerimonial e conjunto de ferramentas utilizadas para fabricar fios de metal (prximo a cabea e ps de vrios). Demonstram que esse possvel centro comercial concentrava sua riqueza e lucros nas mos de poucas pessoas. Parece que existia alguma estratificao social (somente alguns portavam modestos enfeites, enterrados s pressas)

Marca o limite de ligao dos vales do Zambeze e Limpopo, a complexidade de ligaes polticas do Estado do Grande Zimbbue.

UNESCO - Histria Geral da frica (Vol. IV)Sepulturas Ricamente Decoradas:

Esqueletos, deitados uns prximo aos outros, eram cercados por espantosa coleo de objetos locais e importados. Um deles ricamente adornado portava colar de conchas (do gnero Cnus conchas marinhas da frica Oriental, tradicionalmente associadas a estatuto de chefe), com colares em fieiras de ouro, ferro, cobre, e contas de vidro importados no pescoo e cintura. Havia outro esqueleto adornado com o cnus e 2 amuletos de madeira na cintura, relacionados ao mercado islmico.Estes sepultamentos datam da poca de 1400.

Ingomble Ilebe:Aldeia habitada desde o sculo VII, torna-se centro comercial a partir de 1400.O Grande Zimbbue conhecia portanto a sua prosperidade e importncia de seu apogeu, os rabes exerciam um firme controle comercial. No havia jazidas de minerais mas, exerciam o controle das salinas. Havia abundante depsito de sal no rio Lusitu, os pes de sal eram mercadorias muito valorizadas.Aceita-se seu vnculo de grupo histrico de ligao ao povo Mobara (Mbara) no qual entre 1506 e 1515, o portugus Antnio Fernandes descreve o comrcio de parte de Sofala.

O Final do Sculo XV: Mudanas e TransformaesPelo final do sculo XV o Grande Zimbbue comea a ser abandonado por boa parte de sua populao. Cl Rozwi:As foras associadas ao poder econmico e poltico se deslocam para o Sul e Oeste, sob a chefia do poderoso Cl Rozwi (Sucessores do Grande Zimbbue).Surge um soberano hereditrio, o Mwene Mutapa (Senhor do saque/ metais), 1 Mutota. Seu filho Mutope expande o territrio para o Norte, transferindo sua capital para uma regio, longe do Grande Zimbbue (Aproximadamente 1490). Conseguem conservar apenas pequena faixa territorial (ao longo do Zambeze), seu domnio acabou caindo sob a influncia portuguesa, entre os sculos XVI e XVII.As partes Meridionais do reino romperam com a autoridade central, construindo poderoso Estado separado sob a liderana de Changamire.Abandono Rpido e Inesperado:Estes acontecimentos polticos no bastam para explicar por que um stio to importante como o Grande Zimbbue foi abandonado de maneira to rpida e inesperada.

Populao No Agrcola:A populao continuou vivendo da agricultura de subsistncia, baseada no nomadismo agrcola. possvel que os campos circundantes tornaram-se incapazes de mant-los, eram pequenas aldeias e o Grande Zimbbue tinha complexa superestrutura de populao no agrcola.A intensificao da agricultura s pode resultar da irrigao ou fertilizao artificial do solo (mtodos impraticveis nas savanas arborizadas).Quando as terras cultivveis esgotaram-se procuraram novas terras (a simples diminuio do perodo de descanso da terra e a entrada de gado onde a grama estava se recompondo, bastavam para interromper os ciclos agrcolas vitais, resultando degradao ambiental e desgaste da pastagem).Por mais sagrado que fosse o local de residncia do Mwene Mutapa ou imponentes que eram suas muralhas de pedra, precisaram partir.Fio Condutor da Idade do Ferro: provvel que os desequilbrios polticos do final do sculo XV estejam ligados as limitaes ambientais (que sempre ameaam estruturas polticas ou religiosas por mais complexas que sejam) baseadas na agricultura de subsistncia e populao rural dispersa.O fio condutor da Idade do Ferro continuou a depender da agricultura e sua economia de subsistncia, baseada nas diversas lavouras, pecuria e criao de pequenos animais. Esta era a base por trs da ascenso e prosperidade do Estado do Grande Zimbbue e seu sucessor, o Estado de Rozwi.

Unidade Poltica e Estratificao (Sc XVI):Por volta de 1500 (o Sul da frica Central) tinha passado por grandes transformaes polticas e econmicas.Havia nascido certo grau de unidade poltica e de estratificao social, entre os rios Zambeze e Limpopo, favorecidos pela intensificao do comrcio de longa distncia e solicitaes de mercados mais remotos.

Caractersticas: Concentrao de riqueza nas mos de poucos; Centralizao do poder poltico (Nvel superior ao da aldeia), Sua viabilidade exigia a conservao de fortes redes comerciais e sistemas de agricultura de subsistncia suficientes para alimentar a populao). Criao de refinado aparelho estatal (Assuntos seculares e da pessoa de um chefe a que se atribua ascendncia divina).

UNESCO - Histria Geral da frica (Vol. IV)

35ConclusoO autor procura desmistificar as teorias extravagantes que cercam a origem da famosa arquitetura das runas do Zimbbue (seja pelo explendor, pela falta de informaes e pelo poca em que foi erguida). Utiliza-se de problematizaes e pesquisas arqueolgicas comparando-as com outros povos. Justifica a origem na unio de 3 fatores: poltica, economia e religio e no apenas um dos fatores. Quase sempre so hipteses.As runas da civilizao do Grande Zimbbue comprovam a existncia de grandes civilizaes africanas, bem antes dos europeus, desmistificando a ideia de que no houve grandes reinos africanos.

ExperinciaO autor tem muita objetividade, faz ligao com outras culturas para fazer um panorama melhor do assunto, sempre conclui os pargrafos. O tempo todo esclarece que so hipteses, sugestes, concordncia entre arquelogos, mas, em geral, so muito claros os argumentos do autor.Em alguns momentos, se o leitor no conhecer as regies do rebuscamento, o captulo acaba ficando denso, devido ser sinttico. Ele no fala sobre pessoas, mas sobre movimentaes de populao, economia, manobras, influncias polticas e vnculos religiosos de intermediao administrativa. Outra coisa que obscurece o entendimento (talvez devido a poca) so a falta de imagens, e em seu lugar h figuras e mapas com complexidade de informaes, pouco ntidas e sem exemplos mais amplos.