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Linha de Pesquisa: 8ª Alimento, Nutrição e Saúde
OBESIDADE INFANTIL E A CONTRIBUIÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
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OBESIDADE INFANTIL E A CONTRIBUIÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Gessy Brasileira Beal1
Simone Gobi Marcolan2
RESUMO Sabe-se que hoje a obesidade atinge um grande número de pessoas em todo o país, e sem escolher idade e classe social. Muitas crianças encontram-se em estado de obesidade dentro das escolas, e as aulas de Educação Física podem ser uma grande aliada no combate a essa doença. E a Educação Física Escolar das escolas da cidade de Lucas do Rio Verde MT têm contribuído na prevenção da obesidade infantil? Diante dessa problemática, a pesquisa foi direcionada de modo a atingir o objetivo geral de investigar se as aulas de Educação Física das escolas municipais da cidade de Lucas do Rio Verde têm contribuído na prevenção da obesidade infantil. Como instrumento de coleta de dados utilizou-se questionário referente ao tema contendo 06 perguntas e participaram desta pesquisa 13 professores de Educação Física de diferentes escolas municipais da cidade de L.R.V. Sendo de importância a contribuição das aulas para os professores que buscam ajudar os seus alunos. Os resultados mostram que há um índice considerado alto de alunos com sobre peso, obesidade e obesidade grave, sendo que o município trabalha a prevenção dessa doença juntamente com os colaboradores das escolas, professores, merendeiras e as nutricionistas, não sendo suficiente precisa assim de um maior apoio da família na reeducação alimentar. Indica que os profissionais se mostram facilitadores no processo contra a obesidade infantil. Portanto é importante desenvolver ações para a promoção à saúde e prevenção de doenças dentro e fora do ambiente escolar, contribuindo para um estilo de vida saudável aos escolares. Palavras-chave: Obesidade Infantil. Aulas de Educação Física. Qualidade de Vida.
1 INTRODUÇÃO
A Educação Física Escolar é um tema que está sendo discutido nas escolas
em relação à prevenção da obesidade dos alunos. A respeito desse tema, deve-se ter
uma preocupação em qualquer fase da vida, mesmo assim, há uma grande
probabilidade de que crianças obesas permaneçam assim na idade adulta, meia-idade
e na terceira idade. Portanto, é importante falar sobre tal temática em crianças mesmo
reconhecendo suas repercussões médicas e sociais em qualquer idade.
1 Acadêmica do 6° semestre de Educação Física da Faculdade La Salle. E-mail: [email protected]. Artigo entregue à Faculdade La Salle de Lucas do Rio Verde-MT como requisito parcial para obtenção do título de Licenciatura em Educação Física. 2 Docente da Faculdade La Salle. Mestre em Educação nas Ciências. E-mail: [email protected].
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A Educação Física na Educação Infantil é fundamental, pois é nessa fase que
as crianças já dominaram as habilidades motoras rudimentares desenvolvidas na
primeira infância. As crianças devem ser capazes de realizar qualquer movimento
para alcançar seus objetivos, mudar de um tipo de movimento, e alterar os
movimentos quando a situação exigir.
“O início da infância representa um período ideal para que a criança desenvolva
controle das tarefas motoras, desde os movimentos fundamentais do início da infância
até as habilidades esportivas do período intermediário” (GALLAHUE, 2005, p. 01). Por
isso, é fundamental a presença de professores de Educação Física na educação
infantil para melhor desenvolver as habilidades motoras das crianças através do
brincar. O professor de Educação Física pode tanto auxiliar os alunos nas práticas de
esporte como também a uma vida e alimentação saudáveis.
As aulas de Educação Física Escolar desenvolvida através de atividades
lúdicas, como jogos e brincadeiras, aliadas à alfabetização da criança auxiliam num
desenvolvimento maior tanto na aprendizagem quanto para a saúde, se exercita,
ajuda a prevenir a obesidade e contribui na perda de peso.
Estamos inseridos em uma sociedade onde muitas vezes as relações entre as
pessoas passaram a depender do biótipo do indivíduo, onde a aparência física,
principalmente a de ser magro ou gordo, é considerada um fator de bastante
relevância para ser aceito ou excluído de um determinado grupo. E, considerando a
escola um ambiente de interação e encontro entre os estudantes, com certeza os mais
“gordinhos” também sofrerão com essa padronização de que para não ser excluído
de grupos e até de atividades, precisa ter um corpo perfeito, ou pelo menos não estar
acima do peso.
Nosso país encontra-se com alto índice de obesidade infantil, as crianças cada
vez mais estão na comodidade da tecnologia, esquecendo que são crianças, trocando
os movimentos, as brincadeiras e um desenvolvimento saudável pela postura de
acomodação. A partir disso, partiu-se da seguinte problemática: A Educação Física
das escolas públicas da cidade de Lucas do Rio Verde MT tem contribuído na
prevenção da obesidade infantil?
Dessa forma, a pesquisa foi direcionada de modo a atingir o objetivo geral de
investigar se as aulas de Educação Física das escolas municipais da cidade de Lucas
do Rio Verde têm contribuído na prevenção da obesidade infantil. Partindo deste,
inserem-se alguns objetivos específicos que orientaram o estudo: mapear a
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ocorrência da obesidade infantil, nas escolas municipais da cidade de Lucas do Rio
Verde, e as doenças a elas relacionadas; comparar os índices de ocorrência da
obesidade infantil de L.R.V com os outros municípios com IDH semelhante; verificar
as contribuições da Educação Física na prevenção da obesidade infantil, e descobrir
quais atividades relacionadas à prevenção da obesidade são trabalhadas nas escolas
com os estudantes.
A escolha do tema da pesquisa justifica se pelo fato de que um grande número
de crianças ainda na infância já sofre desse mal de obesidade, e cada vez é maior o
número de casos de obesidade na infância. Muitas dessas crianças se encontram nas
escolas, e se elas estão na escola o problema passa a ser do município junto com os
pais e professores, e porque não amenizar esse problema para com as nossas
crianças juntamente com a ajuda de professores de Educação Física, pais e a
comunidade.
Contribuirá também para a sociedade levando até os pais, a importância dos
seus filhos estarem matriculados na escola, que os professores ensinam, educam e
se preocupam com a saúde, com o aprendizado, e o bem-estar dos alunos, e está
sendo de grande importância para a faculdade, elencando ferramentas para novas
pesquisas, a acadêmicos futuros professores que poderão buscar contribuir para a
saúde de nossas crianças, pois elas são o futuro do Brasil. E a contribuição para a
área de Educação Física, a professores que buscam fazer de suas aulas a diferença
na vida dos seus alunos, motivando-os para a participação e desenvolvendo seu
trabalho e ao mesmo tempo, levando a essas crianças conhecimento de suas
capacidades corporais, habilidades motoras e vida saudável. Além disso, contribuiu
para minha formação docente, dependendo somente de mim para o meu crescimento
profissional, buscando sempre o conhecimento, futuras pesquisas, projetos,
aprimorando a minha carreira profissional, pessoal e intelectual, para poder
compartilhar com meus alunos.
A partir do exposto, o trabalho segue com a revisão da literatura. Nela, trago
um embasamento teórico de alguns conceitos referenciais de autores pertinentes para
o tema/estudo em questão, incluindo nessa abordagem “Obesidade infantil”, “As
causas da obesidade infantil” e “O professor de Educação Física na contribuição
contra obesidade infantil”. Na sequência, apresento a metodologia seguida pela
apresentação e análise dos resultados de acordo com os objetivos da pesquisa, esta
sustentada na literatura, nos dados empíricos e na compreensão da pesquisadora.
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Por fim, foram tecidas as considerações finais, possíveis até o momento, e na certeza
de não ter esgotado as discussões a respeito do tema.
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Obesidade Infantil
Doenças relacionadas à obesidade vêm surgindo cada vez mais com o avanço
da tecnologia. Nos tempos do homem da antiguidade, os nômades tinham o
movimento corporal como aliado para sua sobrevivência, eles dependiam da sua
resistência, força e velocidade, para conseguir seu próprio alimento. Também em suas
peregrinações por terras, os nômades utilizavam muito o ato físico, realizavam longas
caminhadas, nadavam, corriam e saltavam, e usavam muito de sua força nas
constantes lutas por terras e alimentos.
Conforme Oliveira (2004), o sedentarismo iniciou quando o homem começou a
manusear ferramentas para o trabalho e a domesticação de animais. A partir disso
cada vez mais o homem se acomodou com o avanço das tecnologias, com a utilização
de máquinas e ferramentas substituindo o trabalho braçal, levando mais conforto e ao
mesmo tempo, comodidade. E hoje, as crianças passam a maior parte do tempo no
conforto de suas casas, se aprimorando dessas tecnologias, assistindo TV, jogando
no computador, tabletes e celulares, perdendo a essência de brincadeiras de rua que
se usa muito os movimentos corporais, criatividade, raciocínio e a interação uns com
os outros. Outro problema para a falta dessas brincadeiras de rua, a ocupação das
áreas de lazer oferecidas para a sociedade, é a violência, em muitas cidades, esses
espaços reservados para atividades físicas e lazer estão sendo ocupada por tráfegos
e como moradia para pessoas de rua, propiciando para o sedentarismo e, em
consequência, a obesidade infantil.
A obesidade infantil é uma patologia, se não devidamente controlada na
infância, a criança poderá chegar à sua vida adulta ainda com outras doenças
relacionadas a essa, crianças com excesso de peso podem sofrer de efeitos
psicológicos, por causa do trauma que vive em seu dia a dia em relação a outras
crianças que sem perceber os deixam com autoestima baixa os colocando apelidos e
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os excluindo. Ela já está sendo excluída de uma vida social normal, em convívio com
outras crianças, não participando de jogos e brincadeiras que uma criança precisa
para o seu desenvolvimento psicomotor.
Essa patologia acarreta dificuldades tanto no aspecto físico, quanto no mental,
por causa do bullying sofrido na escola as crianças acabam se isolando, optam por
ficarem somente em casa com sua família e de poucos amigos, se protegendo das
agressões verbais e não verbais. Nessa hora o apoio da família é muito importante,
tanto da obesidade e tanto para a etiologia da doença. É fundamental a participação
familiar desde os hábitos alimentares sendo de grande influência, os alimentos que os
pais têm acesso como fonte de energia, os filhos também vão ter, então se for de fast
food, frituras, refrigerantes, alimentos com grande quantidade de gorduras, sódio e
açucares, será muito difícil no controle de peso dessas crianças, por isso em casa é
o início de tudo, é a base para a prevenção.
2.1.1 As causas da obesidade infantil
Oliveira; et al (apud TEIXEIRA & DESTRO, 2003, p. 04) classificam a
obesidade como “um excesso de gordura corporal relacionado à massa magra, e
sobrepeso, uma porção relativa de peso maior que a desejável para a altura”.
Complementam afirmando que “o desenvolvimento da obesidade se dá por fatores
biológicos, psicológicos e sócios econômicos, onde as causas ambientais têm a sua
“porta de entrada” na genética da pessoa (fator biológico) ” (apud MASO, p. 13).
A obesidade pode ser herança dos pais, pai e mãe com excesso de peso.
Assim, os filhos possuem grandes chances de também herdar essa doença. Também
pode estar relacionado ao emocional, muitas vezes “encontramos” nos alimentos
refúgio para as angústias, atingindo o cognitivo, estado mental do indivíduo, e o
socioeconômico, o convívio com sociedade que tem aquela cultura alimentar e a
economia familiar que possibilita o acesso a alimentos mais desejáveis e gostosos,
porque produtos saudáveis dificilmente são desejáveis pelas crianças, até porque não
existem propagandas e etc.
São muitas as causas da obesidade, além do sedentarismo, alimentação não
balanceada devido ao consumo de produtos industrializados de propagandas de fast
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food, a obesidade infantil é causada por outros fatores também como: ”peso
gestacional desmame precoce, introdução inadequada de alimentos complementares,
emprego de fórmulas lácteas inadequadamente preparadas, distúrbios do
comportamento alimentar e má relação familiar” (FISBERG apud MISHIMA &
BARBIERI, 2005, p. 01).
As mães ganham peso excessivamente na gestação e os nutrientes
sugados pelo feto durante o desenvolvimento na barriga pode ser mais
que o suficiente fazendo com que já possua reserva no organismo que
se transforma em gordura, outro fator seria o desmane precoce que é
a interrupção do aleitamento materno, o bebê é tirado do seio antes
mesmo de completar os seis meses de vida, e passa a receber outros
alimentos para suprir as suas necessidades, às vezes não preparados
adequadamente para essa idade do bebê, devido ao acesso de
produtos com alto teor calórico desconhecido pela mãe e a
recomendação de calorias que o bebê precisa ingerir diariamente,
resultando na hipernutrição e outros caso na desnutrição. (FISBERG
apud MISHIMA & BARBIERI, 2005, p. 01-02).
Como consequência, pode ocorrer um distúrbio no comportamento alimentar.
Essa necessidade de comer sem precisar, podendo mais tarde desenvolver doenças
graves como a anorexia e a bulimia, onde muitas vezes a família não se dá por conta
na gravidade do caso e a criança não recebe o apoio devido da família que, mais
ainda, precisa estar unida.
Spada (apud MISHIMA & BARBIERI, 2005, p. 02) afirma que a “obesidade
exógena pode ser decorrente de dificuldades afetivas que vêm do vínculo mãe/filho”.
Defendendo a ideia de que a criança tem que se sentir segura e amada em seu
ambiente, para que ela possa construir relação com o mundo interno e externo, e é
através de brincadeiras que a criança se expressa, se a criança está em um ambiente
que se sinta feliz, os pais a amam, ela vai construir vivências através do brincar, na
construção do seu interior, se ela não brinca nem sozinha e nem com outras crianças,
ela encontra na alimentação um refúgio da sua tristeza, podendo ocorrer o distúrbio
alimentar, a criança reflete sua imaginação e sua vivência através do brincar, podendo
ser para expressar o sentimento de felicidade ou tristeza, é o contato dela com o
mundo.
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A obesidade é um grupo de condições crônicas caracterizadas pelo
excesso de gordura corporal, atribuídas a um desequilíbrio energético,
de origem multifatorial. Causada por um mau hábito alimentar,
decorrente de uma hipernutrição infantil, é uma doença que não pode
ser resolvida em curto prazo, também de origem hipotalâmica
importante estrutura do sistema nervoso que ajusta o organismo no
controle da temperatura corporal, do apetite e da água, decorrente
também de fatores genéticos e ambientais e o sedentarismo muito
importante na evolução. A obesidade é agravante a outras doenças, não
buscando a prevenção essa doença se relaciona com outras que é o
caso da hipertensão arterial, diabetes, e as coronarianas, essa doença
nada mais é que placas aterosclerose são placas de tecido fibroso e
colesterol (SOUZA apud TEIXEIRA & DESTRO, 2006, p. 04).
Monteiro, Mondini e Costa (apud TEIXEIRA & DESTRO, 2000) em seus
estudos afirmam que o consumo de gorduras, com maior foco as gorduras saturadas,
o consumo dessas gorduras associada a pouquíssimo ou à ausência do consumo de
grãos, vegetais, frutas e carboidratos complexos, e também o consumo de açúcares
simples, estão relacionados a possíveis causas para a obesidade. Gorduras saturadas
encontradas em estado sólido, como em carnes gordas, manteiga, pizza, salsicha e
em muitos outros produtos industrializados, alimentos ricos em carboidratos simples,
hoje em dia muito consumido pela família brasileira por serem produtos de fácil acesso
no dia a dia, deixando de fazer parte do cardápio alimentos ricos em vitaminas
essenciais para a nossa saúde, como os grãos, vegetais, frutas e carboidratos
complexos como os produtos integrais. A obesidade pode ser hereditária, herdada
dos pais para os filhos, a muitos casos de crianças serem obesas por decorrente dos
pais, e se encontra ainda os piores casos, os pais não procuram ajuda pelo fato de
ser uma doença genética.
De acordo com Franklin (apud BENEDITO et al, 2010, p. 05), “a obesidade é
um distúrbio nutricional traduzido por um aumento de tecido adiposo, resultante de
balanço positivo de energia na relação ingestão e gasto calórico, que causa prejuízo
à saúde”. Portanto, a criança tem uma alimentação excessiva, ingere grandes
quantidades de energia e tem uma vida sedentária sem a prática de atividades físicas,
para o gasto calórico, a tendência é o aumento do tecido adiposo, e o aumento de
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gordura corporal causa o sobrepeso que é uma doença que pode acarretar outros
tipos de doença letais que são as cardiovasculares, dislipidemia, que é o aumento da
taxa de lipídio no sangue, e certos tipos de câncer, cânceres do tipo linfoma originada
no sistema linfático, leucemias aguda e crônica, além de problemas na saúde e no dia
a dia, como dificuldade para respirar, problemas dermatológicos, assaduras, coceiras
e os locomotores visivelmente que é o caminhar, correr entre outros.
A obesidade não causa somente doença em si, ela pode ser muito mais
prejudicial, levando a criança a ter problemas psicológicos, por se sentir diferente em
relação às demais crianças, se isolando, impedindo esse contato social na escola e
na vida fora da escola, se sentindo incapaz de realizar as mesmas tarefas que outras
crianças da mesma idade dela.
2.2 O Professor de Educação Física na Contribuição Contra Obesidade Infantil
“A Educação Física é uma área de conhecimento que trata pedagogicamente
na escola, dos grandes temas da cultura corporal, como os esportes, as danças, a
ginástica, os jogos e as lutas” (SOARES et al apud TEIXEIRA & DESTRO, 1992, p.
06). Esses temas abrangem diversos conteúdos metodológicos, e as atividades
lúdicas vêm sendo a melhor forma para trabalhar com as crianças sendo um
aprendizado dentro do seu mundo imaginário, de fantasias, criatividade com o seu
corpo e sua mente num só.
É muito difícil crianças fazer atividades físicas fora do ambiente escolar, elas
têm acesso a essa prática é nas aulas de Educação Física vivenciada na escola,
explorando o movimento corporal. “A escola tem sido reconhecida como a instituição
em melhor posição para estimular e atender as necessidades de prática de atividade
física para as crianças” (GUEDES & GUEDES apud TEIXEIRA & DESTRO, 2001, p.
03). Além disso, o professor pode orientá-las para a prevenção, com base a uma
alimentação mais regrada começando pela escola, durante as refeições, trabalhando
os eixos norteadores: como na construção de hortas e o cuidado com ela,
reconhecendo os alimentos, elaboração do lanche escolar com as frutas, e alimentos
saudáveis, e fora da escola às brincadeiras com utilização de movimentos, brincarem
em parques, andar de bicicleta.
Os países desenvolvidos com o índice elevado de obesidade e sobrepeso
afetam as crianças que pertencem a famílias de classe econômica mais baixa,
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diferente do Brasil, em que a obesidade atinge as crianças de classe econômica alta,
segundo Oliveira (apud TEIXEIRA & DESTRO, 2003). No Brasil, crianças de classe
alta, matriculados em escolas particulares, normalmente moram em apartamentos,
condomínios fechados, sem acesso a brincadeiras de rua, correr, andar de bicicleta,
ficam quase o dia todo em frente à TV, computadores, vídeo games e se alimentando
de fast food, enquanto as crianças de classe econômica baixa, sem opção para
brincar, usam a criatividade desenvolvendo brincadeiras, que utilizam movimentos
corporais locomotores, essas atividades tem grande gasto calórico, e normalmente
seus alimentos quase sempre são arroz e feijão de cada dia, sendo alimentos de baixo
teor calórico, e grande fonte de energia.
As crianças que pertencem à classe econômica alta, quando não matriculas em
atividades físicas realizadas em clubes, como natação, lutas e esporte, normalmente
elas realizaram essas atividades na escola, e nessa hora entra o trabalho do professor
de Educação Física, estimular essas crianças a fazer as atividades, trabalhar todos
os conteúdos sistematizados dos PCN´s, luta, dança, jogos, esportes e ginástica na
metodologia lúdica que as crianças aprendem brincando. Muitas vezes as crianças
são orientadas à prática de atividade física apenas nas escolas, durante as aulas de
Educação Física, e na maioria das vezes, esse tempo disponibilizado não é suficiente
para gastar a energia armazenada, baseado nas palavras de (TEIXEIRA; DESTRO,
2010).
A prática de atividade física está relacionada à saúde, predomina ao professor
da área trazer para a discussão pedagógica a prática educativa essa vertente para a
saúde. “Um dos fatores responsáveis pela maior prevalência da obesidade é, sem
dúvida, o sedentarismo ou a insuficiente prática de atividades regular” (MATSUDO &
MATSUDO apud ARAUJO, 2007, p. 05). A intenção não é combater a obesidade
infantil nas aulas de Educação Física Escolar, nem mesmo teria como, pois é muito
limitado o tempo das aulas, apenas com 2 (duas) aulas de 50 (cinquenta) minutos
semanais, não seria o tempo propício para combater a obesidade das crianças, mas
sempre mantendo o foco na prevenção dessa doença, lembrando que a saúde vem
como um dos temas transversais nos PCN’s, e esse conteúdo pode ser orientado de
forma clara já que estamos falando de crianças, e a forma de aprendizado deles é a
mais simples possível, sendo inúmeras as formas dos professores compartilhar com
as crianças esse conhecimento.
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Educação Física Escolar é uma disciplina cuja finalidade é introduzir e integrar o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzí-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir do jogo, do esporte, da dança e das ginásticas em benefício de sua qualidade de vida (BETTI, 2009, p. 58).
Além das aulas de Educação Física Escolar serem em prol da construção do
indivíduo em si, conhecer as suas capacidades corporais, através dos movimentos,
desenvolver as habilidades motoras, cognitivas, afetiva e social e reconhecer-se como
elemento integrante do ambiente, adotando hábitos de higiene e atividades corporais,
as aulas tem o objetivo da melhoria da saúde dos alunos em si próprio e coletivo. O
trabalho do professor é intencionado para a aprendizagem sendo corpo-mente, e a
saúde precisa ser por inteiro, no interior e exterior, corporal e mental. A Educação
Física Escolar é o melhor meio para a prevenção da obesidade infantil sendo assim
“a Educação Física pode ser considerada a principal disciplina que transita nas áreas
de educação e de saúde” (SANTOS; et al apud GONÇALVES, 2007, p. 27).
O conceito de qualidade de vida não está ligado apenas ao físico, ou seja,
doenças relacionadas ao corpo físico, e sim um conjunto que abrange o aspecto
psicológico e sociocultural, em que a saúde é considerada um estado de completo
bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças, a escola é o
meio de socialização, de interceder na qualidade de vida da criança optando por uma
vida saudável. “Entende que a educação deve prover ao homem a capacidade de
conhecer os elementos de sua situação para intervir em busca de mudanças que
atendam às exigências da época em questão” (BETTI apud GONÇALVES, 1981, p.
10).
3 METODOLOGIA
A presente pesquisa realizou-se por método de abordagem indutivo porque
estuda uma situação generalizada, ou seja, a obesidade infantil.
A pesquisa caracteriza-se como pesquisa qualitativa, uma vez que não
emprega um “instrumental estatístico como base do processo de análise de um
problema, não pretende enumerar nem medir unidades ou categorias homogêneas,
[...] sendo uma forma adequada para entender a natureza de um fenômeno social”
(RICHARDSON, 2012, p. 79).
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O método de abordagem é o dedutivo e a classificação da pesquisa com base
nos objetivos é descritiva.
De acordo com os procedimentos técnicos, este estudo foi de pesquisa campo.
Primeiramente, pretendia-se coletar os dados mediante entrevista com perguntas
abertas não estruturadas pela pesquisadora e gravadas em áudio, com a permissão
dos professores pesquisados e a preservação do anonimato dos mesmos. Mas devido
a alguns imprevistos, a pesquisa foi realizada através de um questionário somente
entregue aos professores de Educação Física que trabalham nas escolas Municipais
da cidade de Lucas do Rio Verde – MT no Ensino Fundamental I, sujeitos da pesquisa.
Através de questionários contendo 06 perguntas elaboradas conforme os objetivos
específicos, a coleta de dados foi realizada no mês de junho/2016 e não nos meses
de julho/2016 e agosto/2016, como estava prevista conforme seguia o cronograma.
Houve a previsão para serem entrevistados 15 professores de 6 escolas
Municipais da cidade de Lucas do Rio Verde, mas a pesquisa foi realizada em 7
escolas Municipais e entregues a 18 professores, e sendo que apenas 13 professores
conseguiram retornar o questionário.
A caracterização dos sujeitos foi obtida por meio do questionário. Os
entrevistados que colaboraram com essa pesquisa foram 13 professores de Educação
Física do Ensino Fundamental Nível I (do 1º ao 5º ano), 11 do sexo masculino e
apenas 2 do sexo femininos, com idade entre 20 à 50 anos.
Além desse nível de ensino, um dos professores também atua no Ensino
Superior, outro na Educação Infantil e 10 trabalham também com as séries finais do
Ensino Fundamental, sendo que apenas um, portanto, atua somente no nível I de
Ensino Fundamental.
Com relação à formação dos professores, 7 possuem apenas a formação inicial
e os demais buscaram a sua formação em nível de Especialização e um professor em
Mestrado. Importante destacar que a formação continuada é uma necessidade na vida
profissional dos professores que buscam contribuir com a educação de seus alunos,
uma vez que a formação inicial não dá conta de preparar os futuros professores
suficientemente para assumir uma sala de aula diante dos desafios e da realidade da
profissão, do conhecimento provisório, avanços tecnológicos e infinidade de
informações de fácil acesso.
A caracterização inicial dos sujeitos da pesquisa permite identificar e refletir
sobre alguns aspectos, por exemplo, o de haver mais professores de Educação Física
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do sexo masculino do que feminino nas escolas pesquisadas, o que contraria dados
históricos de que a licenciatura ou a função de professor teria mais aproximação com
as características femininas como delicadeza, atenção, carisma, e assim ficasse
restrita às mulheres. Mas penso que essa maioria masculina pode ser explicada pelas
caracteristicas da disciplina de Educação Física, mais voltada ao esporte, ao corpo,
ao movimento.
Em posse dos questionários respondidos, os dados foram transcritos na
íntegra, de modo a preservar a veracidade das informações, organizadas através de
tabelas, realizado pelo programa do Excel, esse processo se deu após as leituras e
estudos da literatura realizada pela pesquisadora, e dos seus conhecimentos e
entendimentos sobre o tema.
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
4.1 Ocorrência da Obesidade Infantil nas Escolas Públicas da Cidade de Lucas do Rio
Verde e as Doenças a Ela Relacionadas
QUADRO 1- Obesidade infantil considerada uma doença
Q1- A OBESIDADE INFANTIL PODE SER CONSIDERADA UMA DOENÇA?
P1 Penso que sim, pois, fatores hereditários, psicológicos e socioculturais interferem e contribuem para uma futura desordem fisiológica acarretando assim algumas patologias.
P2 Sim, pois além de afetar metabolicamente suas vitimas a obesidade define a imagem dos portadores desta doença trazendo prejuízos na socialização do individuo em determinados grupos, (adolescente).
P3 Sim, é uma doença que se caracteriza pelo excesso de gordura no corpo em quantidades capazes de prejudicar a saúde.
P4 De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), o termo obesidade é sim considerado uma doença em qualquer período da vida de um indivíduo.
P5 Em muitos casos não! Pois entre os mais comuns da obesidade infantil inclui-se o fator da má alimentação.
P6 Sim, muitas crianças são filhos de pais de hábitos sedentários, consequentemente temos crianças paradas que comem erradamente.
P7 Não! Mas com a obesidade irá trazer várias doenças como diabetes e doenças cardiovasculares. Tem alguns que consideram como doença.
P8 Sim, em minha opinião tanto por questões genéticas, como por desorientação familiar.
P9 Através da obesidade pode ter como consequências diabetes, hipertensão, colesterol.
P10 Não. Porém podem instigar no aparecimento de muitas doenças decorrentes da má alimentação, sedentarismo e excesso de peso.
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P11 Em minha opinião sim, pois, além de ser uma endemia mundial é fator de risco e agravante para diversas doenças.
P12 Sim. Assim como a obesidade, possui sérias consequências ao organismo (doenças de caráter crônico-degenerativo) e que estão intimamente relacionados aos hábitos de vida do indivíduo.
P13 Sim, e ainda podem ser desencadeadas uma série de doenças por causa da obesidade.
Fonte: Dados da pesquisa, 2016.
Conforme observa-se no quadro, para a maioria dos entrevistados, a obesidade
é considerada uma doença. Para Oliveira et al (apud TEIXEIRA & DESTRO, 2003, p.
04) classifica a obesidade decorrente de fatores genéticos, psicológicos e
socioculturais. Entre esses fatores os professores entrevistados destacam também o
sedentarismo e o hábito alimentar da família. O entrevistado P1 refere-se doença por
que o excesso de gordura corporal traz uma desordem fisiológica que acarreta ao
longo do tempo doenças gravíssimas.
Os entrevistados afirmam também que a obesidade traz consequências ao
organismo, como doença de caráter crônico-degenerativo. Para Souza apud Teixeira
& Destro, (2006, p. 04), trata-se de um conjunto de vários elementos estimulando
doenças. Observa-se ainda que o entrevistado P2 considera a obesidade uma
doença, e considera ser um problema de socialização, que estar acima do peso o
individuo sofre preconceito na sociedade.
Os entrevistados P5, P7 e P10 afirmam que a obesidade não é uma doença
em si, mas podendo futuramente surgir algum tipo de doença por ser decorrente de
um distúrbio alimentar, conforme a gordura corporal aumenta o risco de doenças pode
ser maior. A obesidade sendo considerada uma patologia pela maior parte dos
entrevistados, de fatores com maior atenção o hereditário sendo segunda principal
causa da obesidade transmitida por descendentes da família, psicológicos, comer
compulsivamente buscando coisas que lhe faltam como amor, aprovação, ou por
situações de ansiedade, rejeição e conflito emocional e sociocultural, o convívio de
pessoas próximas com hábitos alimentares e costumes formados incorretamente.
Percebe-se que a minoria, mesmo não afirmando ser uma doença traz suas
observações de que ela pode levar o individuo futuramente a prejuízos a sua saúde e
a aparecimento de doenças.
QUADRO 2- Alunos acima peso ou com obesidade
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Q2- ATUALMENTE, VOCÊ TRABALHA COM ALUNOS ACIMA DO PESO OU
COM OBESIDADE? CONSEGUE PREVER QUANTOS?
P1 Imagino que 2 alunos podem ser considerados obesos e alguns um pouco acima do peso, mas conseguem executar qualquer atividade proposta em sala ou aula prática.
P2 Uma no nono ano, e um no oitavo.
P3 Sim, mais ou menos 18 alunos.
P4 Não é tão simples, todavia, empiricamente analisando via observação. Sugere-se que do total de 300 crianças e adolescentes 10% são obesas, 50% sobre peso e 50% peso “ideal”.
P5 Trabalho e junto com professora regente e participação da nutricionista os alunos estão sendo acompanhados. Há uma enorme retroatividade de alunos em sala não consigo prevê.
P6 Alguns, uns 05.
P7 Sim. Uns 20 no máximo.
P8 Sim. 16 alunos num total de 7 turmas, sendo todos do 9° ano.
P9 Sim, a média de 10.
P10 Sim, aproximadamente 15%.
P11 Em torno de 15.
P12 Sim, trabalho, no entanto não consigo precisar em números.
P13 Difícil qualificar o número exato, mas trabalho com crianças acima do peso. Fonte: Dados da pesquisa, 2016.
De acordo com as respostas apresentadas no quadro, percebe-se que a
obesidade infantil faz parte da realidade de todos os professores entrevistados, pois
todos eles trabalham com alunos obesos, ou acima do peso. Uma análise mais
aprofundada ficou comprometida comparando o quadro total de crianças sem
obesidade com o número citado de obesos, pois não se sabe o número total de alunos
que esses professores trabalham, sendo que apenas entrevistado P4 informou que
trabalha com 300 alunos.
QUADRO 3- Doenças relacionadas à obesidade apresentadas pelos alunos
Q3- SE A RESPOSTA ANTERIOR FOR SIM, ESSES ESCOLARES APRESENTAM ALGUM TIPO DE DOENÇA EM CONSEQUÊNCIA DO EXCESSO
DE PESO?
P1 Se existe alguma doença ainda não me informaram
P2 Suspeito que um deles tenha diabetes, pois há marcas escuras ao redor do pescoço.
P3 Que eu saiba não, eles possuem algumas dificuldades em relação á outros, alunos, mas doença decorrente da obesidade não fui informada de nenhuma.
P4 Infelizmente sim, Hipertensão Arterial.
P5 Não respondeu.
890
P6 Não tenho conhecimento.
P7 Não comentarem nada ainda, mas acho que não.
P8 Não tenho conhecimento sobre essa questão.
P9 Não.
P10 Às vezes reclamam de dores na coluna.
P11 Sob conhecimento da escola não.
P12 É difícil afirmar, poucos são os relatórios médicos apresentados na escola sobre esta problemática.
P13 Até o momento não soube de nenhum aluno com algum tipo de doença oriunda da obesidade.
Fonte: Dados da pesquisa, 2016.
Conforme observa-se no quadro, a maioria dos entrevistados não possui
conhecimento sobre algum tipo de doença nos alunos em decorrência do excesso de
peso. Os que têm conhecimento sobre isso ou percebem algo relacionado, citam
hipertensão, possibilidade de diabetes, dores na coluna ao executar as atividades
propostas. Um dos professores (12) ressalta que é difícil identificar doenças nos
alunos pelo motivo de serem poucos os relatórios médicos apresentados na escola,
sobre esta problemática.
É fato de que não é papel de nenhum professor identificar a olho nu ou
diagnosticar doenças em seus alunos, pois a sua formação está longe de prepara-lo
para isso. Sua função como professor é trabalhar com o saber sistematizado e
institucionalizado com essas crianças da melhor forma possível para que consigam
aprender e compreender o mundo em que vivem. Ao mesmo tempo, o professor não
pode ficar indiferente ao que perceber em seus alunos em termos de mudanças de
comportamento, desenvolvimento e aspectos ligados à saúde. Por isso, é importante
que as famílias também se envolvam nessa educação e façam parte da escola,
informando se seus filhos ou dependentes possuem alguma doença que mereça
maior atenção ou cuidados.
4.2 Comparação Entre os Índices de Ocorrência da Obesidade Infantil de Lucas do
Rio Verde com Outros Municípios com IDH Semelhante
As questões que os professores responderam não se referiam diretamente a
este objetivo, mas colaboraram para um maior entendimento sobre a situação da
ocorrência da obesidade infantil em alunos no município. Para tanto, utilizou-se,
principalmente, de pesquisa na Internet e dados do IBGE.
891
TABELA 1 – Total populacional por município
MUNICÍPIO POPULAÇÃO
Lucas do Rio Verde 57.285
Nova Mutum 39.712
Sinop 129.916
Sorriso 80.298
Fonte: IBGE, 2010.
TABELA 2 – Total índice de obesidade por município
MUNICÍPIO ÍNDICE OBESIDADE
Lucas do Rio Verde 75
Nova Mutum 27
Sinop 186
Sorriso 160
Fonte: SISVAN, 2015.
TABELA 3 – IDH dos municípios
MUNICÍPIO IDH
Lucas do Rio Verde 0,768
Nova Mutum 0,758
Sinop 0,754
Sorriso 0,744
Fonte IBGE, 2013.
No ano de 2012 foram avaliados 5.879 alunos onde se observou 12,23% caso
de sobrepeso e 8,83% de obesidade. Os resultados estão em consonância com outros
trabalhos que evidenciam um aumento preocupante no número de crianças com
excesso de peso. Atualmente, em parceria com a secretaria de saúde ocorre o
programa saúde na escola, onde os PSFs de cada bairro realizam a avaliação
nutricional nas unidades escolares de sua abrangência, e após essa avaliação são
encaminhados para as nutricionistas realizarem atendimento nutricional. As doenças
relacionadas mais comuns em crianças obesas, problemas respiratórios, articulares,
alterações cutâneas e as mais graves as cardiopatias, dislipidemias, pressão arterial,
diabetes e câncer.
A obesidade infantil vem atingindo um índice significativo, e gerando assim
complicações na saúde das crianças como a ocorrência de doenças crônico-
degenerativas, que leva para a vida adulta. Pode-se observar a ocorrência de
892
obesidade a seguir, em uma pesquisa realizada em 4 municípios, considerando o
Índice de Desenvolvimento Humano nos municípios de Lucas do Rio Verde, Nova
Mutum, Sinop e Sorriso. Foi realizado um levantamento no ano de 2013 pelo
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com base nos dados
do censo demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), as cidades com maior Índice de Desenvolvimento Humano, pertencem à
região Norte e Médio Norte do Mato Grosso, foram Lucas do Rio Verde com a melhor
colocação, em 2º com 0,768, em seguida Nova Mutum em 3º com 0,758, Sinop em 5º
com 0,754 e Sorriso em 10º com 0,744, essa pesquisa abrange um total das 10
principais cidades do Mato Grosso. O Sistema de Vigilância Alimentar (SISVAN)
disponibiliza relatório do Estado Nutricional dos indivíduos acompanhamentos por
período, esse resultado é referente ao ano de 2015, abrange crianças de ambos o
sexo, cor, raça e comunidade. Comparando a seguir as cidades de Lucas do Rio
Verde o IMC x Idade de crianças de 5 a 10 anos. Lucas do Rio Verde, sobre peso tem
35 crianças, obesidade 26 crianças e obesidade grave 14 crianças, no total de 75
crianças. Nova Mutum, sobre peso 15 crianças, obesidade 8, e obesidade grave 4,
total de 27 crianças. Sinop com 108 crianças com sobre peso, obesidade 47, e
obesidade grave 31 totalizando 186 crianças, Sorriso com 90 crianças sobre peso, 42
com obesidade e 28 obesidade grave, no total tem 160 crianças.
Um grande aliado no combate à obesidade nas aulas são atividades como
natação, futebol, judô, capoeira entre outros. A atividade física tem uma grande
importância na vida da criança, como praticar atividades físicas minimiza os efeitos da
obesidade, melhora o funcionamento do organismo, melhora a qualidade de vida,
resultando em uma vida saudável. A Educação Física é uma disciplina
importantíssima na escola, sendo a responsável no desenvolvimento motor e cognitivo
da criança, ela ajuda a prevenir doenças por ser repleto de movimentos.
As atividades desenvolvidas pelos professores são as atividades relacionadas
à contextualização com a saúde, relação com o corpo, com as medidas corporais
conhecendo seu próprio corpo, jogos, brincadeiras, atividades esportivas, exercícios
aeróbicos, treino, de esforço, ginastica, promovem vídeo aulas em sala, discussões,
projetos e orientações sobre alimentação, e habito de vida saudável.
4.3 Contribuições da Educação Física Escolar na Prevenção da Obesidade Infantil
893
QUADRO 4- Importância do professor de educação física para a prevenção obesidade em escolares
Q4- EM SUA OPINIÃO O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR É IMPORTANTE PARA A PREVENÇÃO DA OBESIDADE EM ESCOLARES?
P1 Sim, além de transmitir uma imagem de sujeito saudável e pensa sempre em saúde, tem como objetivo despertar em seus alunos a noção corporal em diversas fases assim como a imagem de cada o que interfere muito na prevenção da obesidade.
P2 Sim, pois pode a partir de hipóteses orientar seus alunos no sentido de prevenção e bons hábitos para evitar doenças.
P3 Sim, com toda certeza.
P4 Sim, a Educação Física Escolar trata de construir conhecimentos a partir da Cultura Corporal de Movimento. Nesse sentido, estabelecer subsídios teóricos e práticos para os alunos é extremamente relevante. Contudo, o trabalho isolado tem um efeito aquém do desejado. Pois a família é o pilar no estabelecimento de hábitos alimentares e físicos.
P5 Muito importante, pois juntamente com a professora regente buscam identificar os alunos com peso acima da média.
P6 Sim.
P7 Sim, muito importante o profissional deve orientar seus alunos.
P8 Sim, depende de o professor incentivar sempre as escolhas e instiga-los a dar o melhor de si sempre.
P9 Sim, nos educadores físicos devemos motivar e educar os alunos a uma qualidade de vida.
P10 Sim.
P11 Sim, desenvolvendo os conteúdos da proposta curricular do município.
P12 A Educação Física Escolar possui forte vínculo com o esporte participação. Portanto carrega consigo a missão de incentivar a produção de jovens/ adultos fisicamente mais ativos e consequentemente com hábitos de vida mais saudáveis.
P13 Com certeza, orientar as crianças para desde pequenos terem o hábito da prática de atividade física parte do professor na escola.
Fonte: Dados da pesquisa, 2016.
De acordo com as respostas dessa questão, que complementa as demais
acima, percebe-se que apenas 2 dos 13 professores entrevistados não souberam ou
não quiseram falar sobre a questão, embora concordem com a importância de ter um
profissional formado em Educação Física na escola para trabalhar com a disciplina. O
que há um passado não tão distante, na Educação Infantil e Ensino Fundamental I
eram os próprios pedagogos os responsáveis por todas as disciplinas, inclusive
Educação Física.
Já os demais entrevistados se conscientizam da importância dos professores
na educação dos alunos, o olhar direcionado para o aluno que está acima do peso,
894
são gestos importantíssimos na formação e na construção da autonomia,
concordando que “a Educação Física pode ser considerada a principal disciplina que
transita nas áreas de educação e de saúde” (SANTOS, et al apud GONÇALVES,
2007, p. 27). A ideia dos entrevistados P4 e P12 da construção do conhecimento,
responsabilidade dos professores, dos subsídios propostos nas aulas da opção do
aluno seguir o certo ou o errado para a saúde do seu corpo, interliga a aula com a
realidade, começa na escola é o inicio da vida, e sempre lembrando que a família é o
pilar.
4.4 Atividades Relacionadas à Prevenção da Obesidade que são Trabalhadas nas
Escolas com os Estudantes
QUADRO 5- Atividades planejadas e desenvolvidas para a prevenção da obesidade
Q5- SE TRABALHA, QUAIS SÃO AS ATIVIDADES PLANEJADAS E DESENVOLVIDAS PARA AJUDAR NA PREVENÇÃO DA OBESIDADE?
P1 Além de atividades que possam ser relacionadas e contextualizadas com a saúde, sempre trabalho atividades que requerem limitações, relação com o próprio corpo, tamanho, para os alunos se reconheçam e entendam a importância dos cuidados com a saúde.
P2 Jogos e brincadeiras, as modalidades específicas dos esportes, etc.
P3 Debates, discursões, orientações, vídeos e atividades, como: brincadeiras, esportes e exercícios.
P4 Tipos de exercícios aeróbicos, zona de treino; % de esforço; F cardíaca, calorias, consumismo alimentos.
P5 Atividades na quadra, e orientação na sala de aula, sobre hábitos de alimentação.
P6 Coleta dos dados para a realização do “IMC” dos alunos do 5° e 6° anos no inicio e final do ano e conscientização dos alunos para diminuição do peso.
P7 No início do ano foi feito avaliação antropométrica faz parte do planejamento escolar todo ano. Além das orientações de atividade física e alimentar.
P8 Além das atividades normais que fazem parte do currículo escolar, incentivo a esses alunos a prática principalmente de exercícios aeróbicos.
P9 Sobre alimentação, os benefícios dos esportes, exercícios físicos.
P10 Orientações de boa alimentação, ginástica laboral e atividades de movimento.
P11 Não respondeu.
P12 O bloco de conteúdos “Conhecimentos sobre o Corpo” faz menção a estes temas, portanto são aplicados com vistas a ofertar informações.
P13 Orientações sobre alimentação adequada e a prática de atividade física regular.
Fonte: Dados da pesquisa, 2016.
895
De acordo com o quadro de respostas, todos os professores, exceto o P11 que
não respondeu, planejam e desenvolvem atividades relacionadas à prevenção da
obesidade. Como visto, tais atividades vão desde uma avaliação física no início do
ano com testes de IMC, orientações com vídeos, debates, exposição de riscos com
alimentação inadequada e ganho de peso, até os típicos exercícios da disciplina como
jogos e brincadeiras. Importante ressaltar o que respondeu o professor P1 quando
menciona “sempre trabalho atividades que requerem limitações”, com o objetivo de
mostrar que a obesidade acaba, entre tantos, limitando determinadas habilidades e
movimentos. De acordo com Betti apud Gonçalves, “a educação deve prover ao
homem a capacidade de conhecer os elementos de sua situação para intervir em
busca de mudanças que atendam às exigências da época em questão” (1981, p. 10).
QUADRO 6- Contribuição do município para a prevenção e controle da obesidade infantil nas escolas
Q6 QUAL A SUA PERCEPÇÃO A RESPEITO DO MUNICÍPIO E A SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A PREVENÇÃO OU CONTROLE DA OBESIDADE
INFANTIL NAS ESCOLAS?
P1 Além de refeições periódicas e balanceadas, normalmente oferece boa estrutura para a prática da Educação Física, o que sem dúvida, tem um papel fundamental na prevenção.
P2 Promovem vários projetos que contemplam ao hábito da pratica junto a isto a disciplina de Educação Física vem de encontro aos mesmos objetivos associados há uma dieta alimentar adequada.
P3 Acho que deveria ter mais programas, e projetos, que contribua com a prevenção da obesidade infantil.
P4 Percebo que existe uma preocupação no município em organizar a merenda escolar, pois segundo a prefeitura há uma profissional da nutrição responsável por esta função. Existe a presença da CAE (Conselho de Alimentação Escolar) o qual é um Órgão instituído por lei Federal, cujo objetivo é fiscalizar a qualidade e a distribuição da merenda.
P5 O município em ação juntamente com professores regente e nutricionista como parceira tem efetuado ações como palestras nas escolas, um meio educativo e de prevenção sobre hábitos alimentares.
P6 Nenhum.
P7 Em parceria com os anjos da escola, todo ano é feito uma avaliação antropométrica (IMC) dos alunos da escola.
P8 Acredito que em nível de município, os profissionais são capacitados para desempenhar esse tipo de trabalho junto aos alunos com obesidade infantil.
P9 O município investe na boa qualidade de vida dos alunos, disponibiliza nutricionista para acompanhar os alunos, além das aulas de educação física, oficinas desportivas.
P10 Um cardápio variado nos lanches escolares.
P11 Ótima, os alunos até recebem acompanhamento especial da nutricionista do município.
896
P12 Presumo não haver uma política definida para o tema.
P13 Ter uma boa percepção, através de nutricionista, que elabora a merenda e ministra palestras nas escolas.
Fonte: Dados da pesquisa, 2016.
De acordo com as respostas, percebe-se uma contradição nas mesmas, sendo
que todos os professores trabalham em escolas de responsabilidade do mesmo
município e que, presume-se, que todas são atendidas da mesma forma. Três dos
professores dizem não haver nenhuma preocupação ou política que atenda os
estudantes de forma a prevenir e controlar a obesidade. Em contrapartida, dez
entrevistados afirmam que as escolas possuem acompanhamento com profissionais
como nutricionistas, que existe fiscalização quanto a merenda, palestras de prevenção
e esclarecimento, capacitação para os professores e profissionais da escola,
cardápios variados, estrutura física adequada para as atividades.
Além disso, a merenda escolar pode ser a principal refeição diária para algumas
crianças, seja pela falta de tempo dos pais, em preparar o alimento para seus filhos,
porque trabalham fora o dia todo, ou muitas vezes a família é carente e não pode
adquirir alimentos necessários para o consumo no dia a dia. Nesses casos, o preparo
da merenda escolar se torna ainda mais importante, um cardápio variado com
alimentos repletos de nutrientes, proteínas, vitaminas e carboidratos, é indispensável.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo tratou sobre a contribuição das aulas de Educação Física das
escolas da cidade de Lucas do Rio Verde na prevenção da obesidade infantil, uma
vez que o ambiente escolar se tornou um espaço adequado para intervenções
necessárias em prevenção da obesidade infantil, colaborando de forma racional e
econômica na ocorrência de doenças crônico-degenerativas, já que esta patologia se
estendeu pelo mundo inteiro.
De modo geral, buscou-se descobrir se aulas de Educação Física da cidade de
Lucas do Rio Verde contribuem na prevenção da obesidade. Este propósito, foi
atingido, pois, de acordo com os dados da pesquisa, os professores se mostram
facilitadores no processo em prevenção da obesidade dentro das escolas, a maioria
897
dos professores além de colaborar com suas aulas práticas, compartilha os benefícios
de uma alimentação saudável.
Com relação ao objetivo de mapear a ocorrência da obesidade infantil nas
escolas municipais da cidade de Lucas do Rio Verde e as doenças a elas relacionadas
também foi atingido, porque a obesidade infantil faz parte da realidade de todos os
professores entrevistados, além disso, se tratando de uma patologia, a maioria dos
entrevistados não possui conhecimento sobre algum tipo de doença nos alunos, os
que possuem algum conhecimento, citam hipertensão, possibilidade de diabetes e
dores na coluna.
Na sequência, havia a proposta de comparar o Índice de Desenvolvimento
Humano e a ocorrência de obesidade de Lucas do Rio Verde com municípios vizinhos.
Perante a pesquisa, a população estimada no ano de 2015 nos municípios, Lucas do
Rio Verde é de 57.285, Nova Mutum 39.712, Sinop 129.916 e Sorriso 80.298. Com
base na pesquisa realizada pelo SISVAN em crianças de 5 a 10 anos entre sobre
peso, obesidade e obesidade grave, Lucas do Rio Verde vem em segundo lugar com
0,13% e em primeiro Nova Mutum com mais baixo índice 0,06%, em seguida Sinop
com 0,14% e Sorriso com índice elevado em 0,19%. Observa-se que Lucas do Rio
Verde mesmo trabalhando em prevenção da obesidade nas escolas o índice ainda
está considerado alto. Portanto é importante desenvolver ações para a promoção à
saúde e prevenção de doenças dentro e fora do ambiente escolar, contribuindo para
um estilo de vida saudável aos escolares.
Pretendeu-se, ainda, verificar as contribuições da Educação Física na
prevenção da obesidade infantil. A Educação Física é sim uma aliada à prevenção,
sendo pouco o tempo a se trabalhar na escola, devido à carga horária, se o professor
instigar seus alunos a encarar uma postura mais ativa, contribui assim com a melhoria
de sua qualidade de vida.
Sobre as atividades relacionadas à prevenção da obesidade, as aulas
desenvolvidas com atividades que envolvem a cultura corporal, atividades lúdicas,
jogos, esportes e exercícios físicos, avaliação física, além de orientações sobre
alimentação saudável, com vídeos e debates, é importante os professores
trabalharem essas atividades além de conhecimento sobre o corpo, saúde, abordando
os temas transversais.
Deste modo, surge a necessidade de mais estudos referentes ao tema,
abrangendo toda a escola. É extremamente importante a escola desempenhar o seu
898
papel e, em especial, a intervenção do professor de educação física que deve
desenvolver programas e ações como planejar as aulas de Educação Física voltada
à saúde, promover o consumo de alimentos saudáveis em parceria escola, família e
comunidade, implementar programas de atividade física entre crianças e adolescentes
visando a redução de comportamentos sedentários, com o objetivo de incentivar o
estilo de vida saudável aos seus alunos, contribuindo assim com a melhoria de sua
qualidade de vida e a prevenção da obesidade infantil.
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