linguagem e pensamento: um enfoque filosófico sobre o planejamento estratégico chinês

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LINGUAGEM E PENSAMENTO: um enfoque filosófico sobre o planejamento estratégico chinês Maurício Fernandes Pereira Ricardo Raele Marinho Isnard Ribeiro de Almeida Estratégia e Negócios, Florianópolis, v. 1, n. 1, jan./jun. 2008 http//portaldeperiodicos.unisul.br ARTIGOS LINGUAGEM E PENSAMENTO: um enfoque filosófico sobre o planejamento estratégico chinês LANGUAGE AND THINKING: philosofic focus about chinese strategic planning Maurício Fernandes Pereira Dr. Em Engenharia de produção pela UFSC, professor da UFSC. Email: [email protected] Ricardo Raele Universidade de São Paulo, Pesquisador do Grupo de Estudo em Planejamento Estratégico e Empreendedorismo da FEA / USP Email: [email protected] Marinho Isnard Ribeiro de Almeida Universidade de São Paulo, ViceCoordenador da PósGraduação em Administração – Mestrado e Doutorado da FEA / USP. Email: [email protected] Recebido em 21/06/2007. Aprovado em 23/09/2007. Disponibilizado em 15/12/2008. Avaliado pelo sistema double blind review Estratégia e Negócios, Florianópolis, v. 1, n. 1, jan./jun. 2008 http://portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/EeN/index ©Copyright 2008 UNISULPPGA/Estratégia e Negócios. Todos os direitos reservados. Permitida citação parcial, desde que identificada a fonte. Proibida a reprodução total. Em caso de dúvidas, consulte o editor: [email protected] ; (48) 32291932.

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O artigo busca fazer uma leitura daquilo que seria o planejamento estratégico segundo a lógica da ciência da administração chinsa de hoje, que mescla elementos tradicionais com a influência da administração científica. Assim, o artigo trata da linguagem ideogramática enquanto elemento influenciador na formação do pensamento e consequentemente do modeo de planejamento estratégico vigente. A linguagem de ideogramas não está baseada em fonemas, mas em imagens. Com isso, uma lógica diferente da ocidental é estabelecida, quando consideramos que linguagem e pensamento andam juntos. De fato, a linguagem ideogramática lida com contradições com que a lógica aristotélica não é capaz de lidar. O pensamento estratégico chinês é, nesse sentido, diferente do pensamento ocidental. O problema de pesquisa está embasado, também, na percepção de que as necessidades surgidas da análise ambiental, na disciplina Ecologia de Empresas, vão ao encontro das soluções propostas pelo pensamento chinês. Em última análise, este artigo é uma tentativa de mostrar que o pensamento tradicional chinês é uma resposta a uma pergunta contemporânea do ocidnte. Principalmente se considerarmos que a visão não reducionista da filosofia oriental completa o ponto de vista complexo da ecoloia que não procura excluir variáveis de seus objetos de estudo, mas incluí‐los. Finalmente, sugere‐se que as cadeias produtivas humanas podem se beneficiar de modelos adaptativos biológicos de especialização do trabalho e suasinter‐relações intrínsecas.

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  • LINGUAGEMEPENSAMENTO:umenfoquefilosficosobreoplanejamentoestratgicochinsMaurcioFernandesPereiraRicardoRaeleMarinhoIsnardRibeirodeAlmeida

    EstratgiaeNegcios,Florianpolis,v.1,n.1,jan./jun.2008

    http//portaldeperiodicos.unisul.brARTIGOSLINGUAGEMEPENSAMENTO:umenfoquefilosficosobreoplanejamentoestratgicochinsLANGUAGEANDTHINKING:philosoficfocusaboutchinesestrategicplanning

    MaurcioFernandesPereiraDr.EmEngenhariadeproduopelaUFSC,professordaUFSC.Email:[email protected],PesquisadordoGrupodeEstudoemPlanejamentoEstratgicoeEmpreendedorismodaFEA/USPEmail:rraele@yahoo.comMarinhoIsnardRibeirodeAlmeidaUniversidadedeSoPaulo,ViceCoordenadordaPsGraduaoemAdministraoMestradoeDoutoradodaFEA/USP.Email:[email protected]/06/2007.Aprovadoem23/09/2007.Disponibilizadoem15/12/2008.AvaliadopelosistemadoubleblindreviewEstratgiaeNegcios,Florianpolis,v.1,n.1,jan./jun.2008http://portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/EeN/index

    Copyright2008UNISULPPGA/EstratgiaeNegcios.Todososdireitosreservados.Permitidacitaoparcial,desdequeidentificadaafonte.Proibidaareproduototal.Emcasodedvidas,consulteoeditor:[email protected];(48)32291932.

    mailto:[email protected]

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    RESUMO

    Oartigobuscafazerumaleituradaquiloqueseriaoplanejamentoestratgicosegundoalgicada

    cinciadaadministraochinesadehoje,quemesclaelementostradicionaiscoma influnciada

    administrao cientfica. Assim, o artigo trata da linguagem ideogramtica enquanto elemento

    influenciador na formao do pensamento e consequentemente do modelo de planejamento

    estratgicovigente.Alinguagemdeideogramasnoestbaseadaemfonemas,masemimagens.

    Comisso,umalgicadiferentedaocidentalestabelecida,quandoconsideramosquelinguagem

    epensamentoandamjuntos.Defato,alinguagemideogramticalidacomcontradiescomquea

    lgica aristotlica no capaz de lidar. O pensamento estratgico chins , nesse sentido,

    diferente do pensamento ocidental. O problema de pesquisa est embasado, tambm, na

    percepo de que as necessidades surgidas da anlise ambiental, na disciplina Ecologia de

    Empresas,voaoencontrodas soluespropostaspelopensamentochins.Emltimaanlise,

    esteartigoumatentativademostrarqueopensamentotradicionalchinsumarespostaauma

    pergunta contempornea do ocidente. Principalmente se considerarmos que a viso no

    reducionistadafilosofiaorientalcompletaopontodevistacomplexodaecologiaquenoprocura

    excluirvariveisdeseusobjetosdeestudo,mas inclulos.Finalmente,sugeresequeascadeias

    produtivashumanaspodemsebeneficiardemodelosadaptativosbiolgicosdeespecializaodo

    trabalhoesuasinterrelaesintrnsecas.

    Palavraschave:Planejamentoestratgico.Pensamentochins.Formulaoestratgica.

    1INTRODUO

    AtualmenteparecequeexisteumconsensoemtrataraChinacomopotnciaemergente,

    no entanto, segundoRoberts (2003), ela j eraumapotncia econmicadesdeo sculoXVIII,

    quandosuaproduodeferroalcanouadaInglaterraemplenarevoluoindustrial.Emborana

    China a organizao do trabalho fosse diferente da organizao do trabalho no ocidente, a

    produodeferrototalnapocaeraequivalenteadamaiorpotnciaeconmicaocidental. Isso

    nosda idiadequeaascensoeconmicadaChinavemde longadataenoumfenmeno

    recente.Defato,aChinadestacasenocenrioculturaldesdeasuaconsolidaonadinastiaZhou,

    hmaisdedoismilanos.Portanto,umapotnciaestabelecidahmaisdedoismilanoseque

    est, agora, participando de uma economia de mercado medida que incorpora modos de

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    produo e organizao do trabalho tpicos do ocidente, porm no deixando de lado,

    obviamente,oseuvisculturaloriental,cujaformadepensardefineocaminhocomodiferentedo

    ocidente,gerandoresultadostambmdiferentes.

    Mesmocomdiferenasfilosficasprofundas,oproblemadeadministrarorganizaes,tais

    como lojas, plantaes agrcolas, cidades, autarquias estatais, so temas que acompanham a

    humanidadeemtodosostempos,tantonoocidentequantonooriente.Nessesentido,doponto

    de vista antropolgico, a cincia da administrao muito mais antiga do que se acredita

    normalmente. A idia de administrao cientfica antropocntrica e por isso limitada a uma

    suposta idia de modernidade. Outras cincias administrativas foram criadas com diferente

    enfoquecognitivo.Esteartigo,decarterespeculativo,buscafazerumaleituradaquiloqueseriao

    planejamento estratgico na cincia da administrao chinesa de hoje, quemescla elementos

    tradicionais com a influncia da administrao cientfica. Existe um provrbio chins sobre

    administraopblicaquedatademaisdemilanos,equediz:UmgrandeEstadoseadministra

    como se frita um peixinho, virandoo delicadamente. Certamente se fazia planejamento

    estratgiconaChinaantigaeelecontinuouaserfeitoatosdiasdehoje.Cabeanssabercomo

    issoaconteceueprincipalmentecomosedeuatransformaodaformadeseanalisaroambiente

    denegcioscomasuaentradaparaeconomiademercadodosculoXXI.

    Existe, atualmente, um encontro cultural entre a China e o ocidente, entre a filosofia

    orientaleopensamentoocidental.Esseencontro,dealgumamaneira,estrecriandoformasde

    se administrar, desafiando inclusive a noo do que pblico e do que privado, do

    empreendimento estatal e do empreendimento privado. Na China, tudo se mescla

    profundamente.Desse fenmeno,nos interessaumpequenodetalhe:Aoabsorvermodelosde

    negcioocidentais,comoocorreoacoplamentoentreesquemasculturaistodiferentesnaidia

    deplanejarestrategicamente?Claroestqueoschineses jplanejavamseusempreendimentos

    estrategicamentehmilnios,mascomoascoisasmudaramnosltimosdezanos?Aentradado

    modeloocidentaldeacumulaode riquezanaChina levou consigouma sriede ferramentas,

    para seplanejar,administrar,calcular,construir, traarplanosdenegcioe, l,encontrouuma

    filosofiacompletamentediferentedaqueladoocidente.Quaissoessasfilosofiasecomoelasse

    mesclamnosnegciosoassuntotratadonesseartigo.

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    2PREMISSASBSICAS

    Paraseentenderoproblemadapesquisaprecisoteremmenteque,naChinadehoje,

    existe o encontro de duas tradies culturais. O que acontece na China o resultado da

    miscigenaodeumaculturabaseadanafilosofiaYinYang(oriental)edeumatradiobaseada

    na lgica aristotlica (ocidental). O problema todo consiste em esclarecer o que so essas

    tradiese comoessamesclavemacontecendo,para, finalmente,podermosentender comoo

    planejamento estratgico se transformou de uma antiga tradio da china feudal para uma

    ferramenta fundamentaldaeconomiaquemaiscrescenomundo.Esseproblemaser revelado

    maisclaramente,depoisqueentendermosaformaodopensamentoocidentaledopensamento

    orientalesuasinflunciasnoplanejamentoestratgico.

    Sabese que o pensamento est sedimentado na linguagem. com a linguagem que

    pensamosedelanascea lgicacomquedeciframosomundo.umequvocoacharqueexiste

    apenasumalgica,ouqueanossalgicasejaaverdadeira.Defato,existemvriostiposdelgica.

    A lgica clssicaocidental,quepressupepremissas, argumentose concluses,muitas vezes

    confundidacomaidiadelgicauniversal.Oclculosentencialdeasserodosargumentoseas

    estruturasargumentativasdotipoA>B,B>CeA>Cmostramapenasumaformadeestruturar

    idiassobreomundo.AlgicaocidentalpropostaporAristtelesnouniversaleestrestritaa

    fatores limitantes inerentesa suaprprianatureza. (SALMON, 1973).AantiqssimaescolaYin

    Yangchinesaestruturaumalgicadiferentedaquelaqueassistimosnalgicaclssica.Elalidacom

    oposiesemestadoscomplementaresenoantagnicos,comovemosnalgicaAristotlica.

    Aodescobrira lgica inerentegramticagrega,Aristtelesconseguiurevelaroprimeiro

    segredoparaseentenderalgicacomaqualosgregos(eposteriormenteoocidente)pensavam.

    Ele descobriu o clculo sentencial e a estrutura sujeitoverboobjeto. Notese que toda

    aproximao entre o sujeito e o objeto est separada por uma ao. Todas as lnguas indo

    europias, ou seja, que possuem alfabeto fontico (letras) e verbo flexionado, dividem a

    aproximao entre o eu e o mundo em trs instncias: Sujeito, verbo e objeto. Duas coisas

    antagnicasnopodemexistirsimultaneamentenomesmolugar.Aprimeiraconseqnciadessa

    estruturadepensamentodividirarealidadeemparteseisolarumobjetoparaconheclo.Essa

    aorigemdo reducionismoocidental.Conseqentemente, se isolamosoobjeto,elenopode

    contersuaprprianegao.aregradosopostosexcludentesdalgicaclssica.Anopodeser

    noA.

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    No oriente, uma escola completamente diferente se edificou. Com uma linguagem

    ideogramtica,semletras,mascompostadeimagens,outralgicasurgiu.Comonomandarimno

    existealfabetoe,portanto,noexistem letras,a formadepensar se tornadiferente.Noha

    formao de fonemas como conhecemos. Nele as palavras so substitudas por ideogramas,

    desenhosquerepresentam idias.Noexisteverboflexionadoeagramticamuitosimples.A

    separaoentreosujeitoeoobjetosubstitudaporumfluxocontnuodeimagens(ideogramas)

    querepresentamumasituao.(CAMPOS,1994).Nohumaseparaoclaraentresujeitoverbo

    eobjeto,massimumacadeiadesignificados.Comoresultado,noseseparaosujeitodoobjeto

    na circunstncia pensada. Tambm no existe a concepo de um objeto isolado. Por isso, os

    opostospodemexistirsimultaneamentenestecontnuo.Comoseavaliaocontextodo todoem

    detrimentodaparte, tambmsepodedizerqueessa lgicadorigemaumavisoholsticade

    compreensodomundo,emoposioao reducionismoocidental.Por isso,aclarezadequeos

    orientais somaisholsticosqueosocidentais,queno conseguem facilmenteanalisaro todo,

    como fazem os orientais. Tal compreenso influencia o mago da lgica do processo de

    PlanejamentoEstratgico,possibilitandoespecularqueaconstruodoprocesso,emdecorrncia

    desse entendimento, ser diferente.Quem sabe, j podemos entender porque se faz grandes

    crticasaoocidentequeseparapensamentodeao,ouseja,planejamentode implementao,

    fatoquenoconcebidopelosorientaisqueconseguemformularestratgiascompensamentoe

    ao,planejamentoeimplantaoumbilicalmentejuntos.

    Oproblemafundamentalentendercomoalgicaaristotlicapodecombinarcomalgica

    oriunda da filosofia YinYang nos negcios da China de hoje. Como unilas, se na primeira os

    opostossovistoscomoantagnicos,e,nasegunda,sovistoscomocomplementares?Naescola

    YinYang, nunca se procurou isolar um objeto, para conheclo. Pelo contrrio, procurouse

    sempre entender a circunstncia como um todo integrado.Assim, a incluso de variveis vem

    contribuir para estruturao de uma teoria que explique no as partes, mas as relaes que

    acontecemcomo todo.umavisosintticaqueseopevisoanalticadoocidente. (JUNG,

    1997).

    Portanto,oplanejamentoestratgiconoocidenteseguecertasregrasquevodeencontro

    s regrasdoplanejamentoestratgicooriental.Planejarestrategicamentenoocidente significa

    dividir o ambiente em partes e procurar entender cada uma delas, a fim de se formular uma

    estratgia. Para o oriental, mais importante que dividir o ambiente em partes e estudlas

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    separadamente,entendercomoessaspartesestoconectadas.Soosfluxosetrocasentreas

    partesqueimportam,nosuasparticularidades.Oproblemamaisprofundodessapesquisasurge

    quandotentamosconjugaressesdoispontosdevista.

    3CONSTRUTOSTERICOS:UMCOMENTRIO

    Em Campos (1994) esto contidos ensaios sobre como a linguagem e o pensamento

    relacionamse,destacandoseumadiferenafundamentalentreopensamentodoocidenteedo

    oriente.A importnciadoverbosernoocidentecriaoproblemadaexistnciaeanecessidade

    das coisas existirem por si mesmas. Se as coisas precisam existir por si mesmas,

    conseqentemente preciso que exista a idia de substncia. Kant foi o grande filsofo do

    ocidenteportercolocadooproblemadasubstncianocernedasuafilosofia.Oorientenuncase

    deparou com o problema da existncia ou mesmo com a noo de substncia. Em lugar do

    problemadaexistnciadasubstncia,oorienteseocupadoproblemadametfora,docomo

    enooque.Sercomoanaturezamais importanteque saberoqueanatureza.Essa

    leitura deu a base para diferenciao filosfica da formao conceitual de planejamento

    estratgico nas duas tradies, pois o planejamento estratgico ocidental concebe os

    competidores como algo palpvel, substancial, e o planejamento estratgico tradicional chins

    concebeoscompetidorescomofluxosdeacontecimentos.Opensamentoocidentaltidocomo

    analticodevisreducionista.Opensamentoorientalvistocomosintticodecarterholstico.

    Jung (1997)nosmostrade formabrilhantecomooantigopensamentochins lidacoma

    sincronicidade dos eventos na busca de entender o holismo dos processos. A verdade

    encontradana inclusodevariveisemumobjeto,aopassoque,noocidente,aexclusode

    variveis e o isolamento do objeto que trazem tona a verdade. uma clara oposio ao

    cartesianismo e ao mtodo experimental proposto por Bacon. O problema da causalidade

    ocidental versus a idia da sincronicidade oriental, traz uma nova leitura do problema do

    pensamento reducionista e do pensamento sistmico (PEREIRA, 2002). O artigo tambm foi

    buscaremRoberts(2003)vriosfundamentosqueforamfulcrais,paraconceberasidiascentrais

    aquiexpostas,abrangendo,desdeosprimrdiosdacivilizaochinesanadinastiaShang,atos

    diasatuais.

    Oarcabouo tericosobreestratgiaestconfiguradosimplesmenteemduascategorias

    de ttulos: ocidental e oriental. Da categoria ocidental, utilizouse o de Fishmann e Almeida,

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    (2003),queconcebemomodelotradicionaldeplanejamentoestratgico,comVocao,Misso,

    Viso, Anlise Ambiental e Formulao de Estratgia. A obra uma histria fictcia de uma

    empresa familiar que resolve fazer seu primeiro planejamento estratgico. O planejamento

    estratgicorecomendadoparagerareficciaenoapenaseficincia.Aeficciaest ligadaaos

    objetivos finaisenquantoaeficinciaest ligadaoperao,aosmeios.Temsequeaempresa

    operaemtrsnveis:estratgico,tticoeoperacional.Oplanejamentoestratgicoumatcnica

    administrativaquecriaconscinciadosperigoseoportunidadesnocumprimentodeumamisso,

    acaminhodabuscaporcompetitividade.

    Por convenincia, o modelo estratgico de Sun Tzu (1994; 2006) foi resgatado para

    entendero casoestratgicoChins. Estaobra foi aprincipal fontedepesquisapara realizao

    desse trabalho.Os 13estratagemas foramminuciosamente investigados.Dentreesses, SunTzu

    (1994;2006)explicaqueoprimeiroestratagemacolocaadecisodaguerracombasenaanlise

    decincoelementos (caminho,clima, terreno,comandoenorma).daarticulaodessescinco

    elementosque surge aestratgiaganhadora. Em vrios trechos,eledeixa claroque aquesto

    numricaum fatorpoucodeterminanteno resultadodaguerra (SUNTZU, 1994;2006),dado

    que a estratgia por ele defendida incursa pelos fluxos demovimento do inimigo, atacando o

    inimigo no enquanto substncia, mas enquanto processo. Essa lgica est diametralmente

    oposta lgicaocidental.No segundoestratagema,asquantidades so tratadasem funoda

    preciso do tempo e da forma com que se devem utilizar os exrcitos. Sun Tzu (1994; 2006)

    tambmfaladasposiesestratgicasedasimultaneidadeexistenteentreoataqueeadefesa.

    Maisumavezosopostossovistoscomocomplementaresenocomoantagnicos.Noquinto

    estratagema,oautortratadavantagemestratgicadaorganizaocomo fatorde foraenoa

    quantidadeenquanto fatorde fora.No sextoestratagema,ospontos fortese fracos so tidos

    como conseqncianaturaldoquinto. Em seguida, temsenas Manobras adifcil artede se

    movimentaremcombate.Noveregrasparasefazerocombatesodadasnooitavoestratagema,

    regras que todo comandante precisa saber. Trata de bom senso em combate. No nono

    estratagema,cuidamaisumavezdoexrcitoemmovimento,dandoprefernciapara temasde

    posicionamento.Noscaptulos10e11, tratado terrenoedesuasdiferentes formaes.Associa

    ainda caractersticasdo terreno como suposto comportamentodo comandante.Nos captulos

    doze e treze, trata de ataques especiais e de inteligncia em combate. So esses ltimos

    elementosquealiceramopensamentodoestudo.

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    4PROCEDIMENTOSMETODOLGICOS:UMPEQUENOCAMINHO

    Naturalmente uma pesquisa bibliogrfica bsica sobre os dois temas precisou ser

    intensivamente consultada: uma sobre planejamento estratgico no ocidente e outra sobre

    planejamentoestratgico soba lgicaoriental, sendoestacomaconcentraodeesforosnos

    textos de Sun Tzu, ficando, portanto, clara a inteno dos autores do carter especulativo do

    artigo.Noentanto,serveparareflexodetodos.

    O caminhometodolgico previamente estabelecido pode ser resumido em: a) pesquisa

    bibliogrficasobreotemaemtela;b)levantareestudarasdiferenasesemelhanasencontradas

    entre os dosmodelos de pensamento; c) analisar os resultados com uma olhar especulativo e

    curioso;d)extrairconclusessobreotema,apontarcaminhosparaoenriquecimentodanoodo

    quepodeviraseroplanejamentoestratgicointegrado.

    Estascincoetapasforamseguidasrigorosamenteedeformapontual.Quandosepropsa

    pesquisareaanalisarbibliograficamenteoqueplanejamentoestratgiconoocidente,no se

    pretende, em hiptese alguma, fazer um levantamento das dezenas de autores sobre o tema,

    trabalho para muitos anos. Como o objetivo era o de pinar dos modelos de planejamento

    estratgicosuabasefilosfica,paraposteriormentecomparlas,bastouqueseescolhesseduas

    obrasocidentaisquefossemportadorasdessacargacultural,eumaobraorientalquetambma

    traduzisse culturalmente. Isso se justifica porque, mais que o modelo especfico de uma

    proposio terica, esse trabalho se preocupa com o genrico (representativo da cultura de

    origem)entretodososautoresdoocidenteedooriente.Portanto,oquemaisimportaaforma

    culturaldepensamentoenoapenasoreferencialtericodosmodelos.

    5ANLISEDOSRESULTADOS:PRINCIPAISACHADOS

    Como o ocidente compartilha de uma linguagem alfabtica, sua gramtica segue certas

    regrasuniversais,sendoaprincipaladivisoclaraentresujeitoverboeobjeto.Adivisosujeito,

    verbo objeto torna o verbo ser a coluna fundamental de estruturao da linguagem e

    conseqentemente,dopensamento.Tudodefinido como verbo ser,aodizermosquealgo

    .Poressemotivo,oproblemadaexistnciaoproblemafundamentaldafilosofiaocidental.O

    planejamento estratgico ocidental encara o meio ambiente, a empresa em questo e seus

    competidores,comoobjetosdistintossobreosquaisdevemincidirleiturasquantitativas,paraque

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    secalculemosresultadosdeformaobjetiva.Aprpriadivisoentreosplanosestratgico(grandes

    estratgiasde longoprazo),ttico (objetivosdemdioprazo)eoperacional (realizaodecurto

    prazo), fruto do reducionismo da viso ocidental, porque existe a idia fundamental de

    especializaodotrabalhonestacascata.Aoisolarosujeitodoobjetoemseupensamento,criase

    a necessidade de se isolar tudo aquilo que se pretende compreender, dividindo o objeto em

    partesparatentarentendlasseparadamente.Oplanejamentoestratgico,portanto,preocupa

    secomoambientedeformaobjetiva,quantificandoassuasvariveiseisolandoaspartesdotodo,

    afimdecompreendlas.

    Comooproblemadaexistnciacentralnopensamentodoocidente,Kantfoiumgrande

    filsofodanossaerapor ter colocadooproblemada substnciano centrode suasdiscusses.

    Claro,seaexistnciaocernedoproblema,aexistnciaporsimesma (substncia)ogrande

    problema filosfico a ser desbravado. A concluso que surge naturalmente da existncia da

    substnciaa idiadecausalidade.Aquiseamparatodacinciaocidental.Seexistesubstncia,

    existe causalidade. Uma relao de causa e efeito que pode ser prevista. Se no existirem

    substnciaspuras(porsimesmas),nohcomoimaginarquealgoreajasempredamesmaforma

    duranteasmesmas condiesexperimentais.Agorapossvelentenderporqueoproblemada

    causalidadecentralnacinciaocidental.oseutestedefinitivodeasserodaverdade.Eda

    idia de causalidade que surge, no planejamento estratgico, a necessidade (e a prpria

    possibilidade)de se traaremcenrios.A tentativade seprever, seassim forpossvel,o futuro

    nadamaisquepartirdepremissase tentarchegaraumaconcluso.Essegiroepistemolgico

    pode servistoem todasascinciasocidentaise tambmnaadministraoocidental.Ao traar

    cenrios,tentaseconstruirumcomportamentofuturoeconseqentementetirarproveitodesse

    conhecimento.IssoencerraadiscussodeaAdministraoserumacinciaouno.Claroestque

    elasegueasregrasdacinciae,emboranosejadeterminstica,podesetrabalharcomcampos

    deprobabilidadeeincerteza.

    Noplanejamentoestratgicoocidental,o reducionismo separaempresa, concorrentese

    ambiente.O reducionismo tambm isola o plano estratgico do plano ttico e operacional. A

    causalidadecriaapossibilidadedaconstruodecenrios.Ocenriopossibilitaosurgimentode

    estratgiaseociclosecompleta,alterandonovamenteaempresaemquesto.

    Portanto: 1)O pensamento segue a estruturada linguagem; 2)A linguagem ocidental divide o

    sujeito,overboeoobjeto;3)Seoobjetoalgo separadodo sujeitoporumaao (verbo),

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    preciso isolaroobjetoparaconheclo;4)Quandose isolaoobjeto,nascea idiadedividirem

    partesparaconhecer,eaquiestoreducionismo;5)Porseestruturarcomsujeito,verboeobjeto,

    alinguagemocidentalestbaseadanoverboser;6)Overbosercriaoproblemadaexistncia;

    7)Oproblemadaexistnciacriaanecessidadedeexistiremsubstncias;8)Assubstnciascriamo

    problemadacausalidade;e9)Acausalidadecriaodeterminismocientfico.

    Nocasooriental,aformaodopensamentototalmentedistinta.Comoadivisoentre

    sujeitoeobjetono clara (emmandarim vemosuma sucessode ideogramasque traduzem

    umacircunstncia),podemosdizerqueosujeitoparticipadeummesmocampocognitivoqueo

    objeto.Defato,aestruturasignificativaformaumsblocounidoenofazsentidoisolaroobjeto

    paraconheclo.Osujeitoeoobjeto,ambos fazempartedamesma realidade.Aconseqncia

    imediata dessa estrutura lingstica para o pensamento no dividir para conhecer, pelo

    contrrio,incluirvariveisparaconhecerotodo.AgoraficaclaroporqueSunTzu,jem500a.c.,

    falavaquemelhorganharsemcombaterparaTomaroinimigoporinteiro.Naverdade,nemse

    enxergaum objeto.Oque seenxergaum fluxo contnuode informaesque,porno ser

    recortado, com fim de se isolar um objeto, acaba por trazer elementos antagnicos que

    convivemnaturalmentenaestruturadopensamento.Por isso,osopostosnosocontraditrios

    comona lgicaaristotlica,masosopostos so complementares.Umgeraooutroeneleest

    intimamentecontido.Comoosopostossocomplementares,asestratgiassurgidasdessetipode

    pensamento so de natureza diferente daquelas com que o ocidente se depara normalmente.

    Paraseteruma idia,basta lembrarmosque,nocaptuloquatrodaArtedaGuerra(SUNTZU,

    1994;2006),explicasecomosepoderealizarumataqueaomesmotempoemquesedefendeasi

    mesmo. A maneira encontrada por Sun Tzu atacar, escondendo a prpria posio. No

    planejamento estratgico das empresas chinesas, podemos ver de forma viva essas teorias

    estratgicas.Acomearpeloregimepolticoqueumcomunismocapitalista.Noteograuda

    contradiocomqueesseEstado lidae,nosparece,de formanatural.OEstadoparticipacomo

    acionistae facilitaa instalaodegigantescosplosprodutivos juntocoma iniciativaprivada.A

    formacomoelesproduzemocultada,aomesmo tempoemqueos seusprodutos inundamo

    mundo.umaquestoestratgicatpicadopensamentooriental.

    Outra conseqncia do pensamento oriental encarar as circunstncias reais no

    enquantoexistnciaobjetiva, sequerdizer, condioesttica.Os chinesesenxergamomundo

    enquantocondiodinmica.oprpriomovimentoqueos interessanooobjeto. Issomuda

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    toda a abordagemque se temdouniverso ao redor. Encararomundo como circunstncia,no

    planejamentoestratgico,significaatacarnooinimigo,enquantoexistnciafixanotempo,mas

    atacaraestratgiadoconcorrentecomsuaprpriaestratgia. Issosignificadizerquepossvel

    neutralizaroconcorrente,semqueseconcorradiretamentecomele.Naverdade,oconcorrente

    enxergaasuavantagemfinal(preoporexemplo),masdesconheceaformapormeiodaqualse

    chegouaela.Portanto,tornasepossvelneutralizaraconcorrncia,semcompetircomelasobre

    asmesmasbases,dadoquesuaformadiferentedoseuoponente.

    Portanto:1)Alinguagemdeideogramaslidacomoumfluxocontnuodesignificados;2)Noh

    separao claraentre sujeito, verbo eobjeto; 3)Comooobjetono est isoladodo sujeito, a

    tendnciaseincluirparaconhecer,umavisoholstica;4)Sendoumavisoholstica,osopostos

    so tratados como complementares e no como antagnicos; 5) Isso d origem a um tipo de

    pensamentocapazdeaproveitarmelhorsuascontradies.

    Comonoexisteoproblemaimpostopeloverboser,econseqentementeoproblemada

    existncia,asestratgiaschinesasnoestobaseadasemfatoresquantitativosedematemtica

    abstrata.Assimoquperde importnciaparaocomo.Ocomo,nopensamentochins,

    maisimportantequeoqu.Porisso,SunTzutantasvezestraasuasestratgiascommetforas

    da natureza. na anlisemetafrica que se chega verdade. Isso abre precedente para uma

    formadepensarque,na lgicaocidental, invlida,masquena lgicachinesa funciona.Como

    compararumaestratgiaempresarialcomocomportamentodeumrio?Nacinciaocidental,isso

    completamenteabsurdoe ilgico.absurdoe ilgicoporqueoocidentalencaraaexistncia

    enquantoobjeto,enquantosubstnciapalpvel.Quandoseconsideraumobjetocomoumrioe

    outroobjetocomoumaempresa,claroquesetratadedoisobjetoscompletamentediferentes,

    entreosquaisnoexistemrelaeslgicasclssicasdiretas.Socoisasdiferentes.Mas,nalgica

    chinesa,quenoenxergaasubstncia,nemoobjetopalpvel,masopadrodemutaodaquele

    objeto,podemexistirsemelhanasentreosdois.Semelhanasessasquesereferemaosfluxosde

    transformaoeenergiaquepermeiamosdoisobjetos.noreconhecimentodessasidentidades

    ocultasqueseescondeotesourodopensamentochins.

    6PERSPECTIVASEESPECULAES

    O resgate de um tipo de pensamento distinto do nosso, ocidental, trs consigo, a

    possibilidade de enriquecimento do nosso prprio planejamento estratgico. No campo da

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    ecologiadeempresas,especialmente,opensamentochinspodedarumagrandecontribuio.

    Issoocorrenaecologiaporque,emboraaecologiasejaumacinciaocidental,noumacincia

    reducionista.Avisoqueaecologiaestabelecedoseuobjetoumavisosistmica,oopostoda

    cincia cartesiana.Porestudaras relaesentreaspartesdeum todo,naecologiaas relaes

    entreaspartessomais importantesqueaspartesemsi.Osobjetosnosooalvoprincipalda

    ecologia,masastrocasdematriaeenergiaentreelas.Assim,aecologiatemumcarterholstico

    semelhanteaopensamentochins,dasuacapacidadedeenriquecimento.

    No estudo ocidentalda ecologiade empresas, existeoproblemada adaptabilidadedas

    organizaes no meio ambiente empresarial, ou seja, o problema da anlise ambiental no

    processo de planejamento estratgico. justamente neste ponto que as questes levantadas

    nesseartigoganhamrelevncia.Entenderomodeloestratgicochinstrazconsigoapossibilidade

    dedarumaferramentadeanliseambientalsofisticadaparaaecologiadeempresas.Omodode

    pensardoorienteestdeacordocomasnecessidadesdestadisciplina.Seriamuitoricaetiluma

    contribuionestesentido.

    O artigo aponta para uma possibilidade indita.Contribuir para amiscigenao cultural

    entreoocidenteeooriente.Comoaseconomiasestocadavezmaisinterdependentesvivemos

    umapocaemqueumaoscilaonabolsadeXangaiatrapalhaosnegciosnabolsadeBuenos

    Aires,naturalqueasculturaseasformasdepensartambmsigamnestesentido.Entendero

    pensamento chins e uslo para sofisticar nossas ferramentas de anlise ambiental e de

    planejamentoestratgiconomnimopertinente,paranodizernecessrio.

    Imagine as possibilidades de poder se conceber uma anlise do ambiente focada no

    apenas nos elementos desse ambiente, mas tambm com metforas baseadas nas trocas de

    matriaeenergiaqueesseambientetrs.Issotornariapossvelcaminharrumoaumaunificao

    daecologiabiolgicacomaecologiahumana,da relaoperdidaentreohomemeanatureza.

    Como se sabe, a economia da sociedade industrialista e informacional, na qual vivemos,

    desgarrouse dos limites naturais impostos pelo meio ambiente natural, criando ambientes

    artificiaisdeexistncia.Essesambientes,decartersocial,sedistanciaramdanatureza,criando

    uma lacuna enorme entre o que o sistema biolgico pode suportar e o que o sistema social

    humanodemanda.Criarumametodologiadeplanejamentoestratgicoqueusademetforasda

    natureza,parapromoveraadaptabilidadedasempresasentresiecomoambiente,podeseruma

    respostaparaumdosproblemasmaisgravesquevivemosatualmente.

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    Mesmonopretendendo solucionarumproblemadessamagnitude,esseartigo joga luz

    sobreesseproblema,abrenovoscamposdeinvestigaoefertilizaopensamentoocidentalesua

    cinciacomsaberesoriundosdeoutrasculturas,maisantigaseconsolidadasqueanossa.

    O caminho contrrio tambmverdadeiro.Ao se incorporarelementosdopensamento

    tradicional chins no processo de planejamento estratgico ocidental, irse facilitar a

    incorporao por parte dos chineses de ummodelo de planejamento estratgico ocidental. Se

    hoje aChinapassaporumprocessode absoro culturaldoocidente,esseprocessopode ser

    beneficiado pela demonstrao da nossa interpretao domodelo de pensamento estratgico

    chins.

    7CONSIDERAESFINAIS:ALGUMASANOTAES

    Viusequeexistemduas tradiesdepensamento semesclandonaChinadehoje.Essa

    misturatemsemostradomuitoeficaznamedidaemquefertilizaseudesenvolvimentoeconmico

    em taxas altssimas.De fato, o que ocorre na China a absoro daquilo que (WEBER, 1993)

    chamaderacionalidadeabstrataocidentalpelopensamentochins,acreditadoporCampos(1994)

    como um pensamento extremamente concreto. As estruturas cognitivas, provenientes dessa

    mescla,podem serdegrandeutilidade,principalmentenocampodoplanejamentoestratgico.

    Imaginepodermesclar,nummesmoestudo,aprecisodosquantificadoresocidentaisanlise

    precisa dos elementos internos e externos de uma empresa, e conjuglos commetforas da

    natureza que apontem para uma condio de constante mutao. Analisar ambientes com

    metforas da natureza pode significar entender padres de mutao que encontramos

    comumenteentreomundonaturaleomundohumano.

    Asnovasferramentasgerenciaisocidentaisestosendo incorporadasaumaformamuito

    antiga de se administrar.Nomais, entender como o comunismo chins est se tornando o

    capitalismo mais competitivo do planeta. A fora desse regime vem justamente do

    aproveitamentodatecnologiaocidentalparaumamaneiramuitopeculiardeseadministrar.No

    campo do planejamento estratgico, as operaes de anlise ambiental podem ganhar novos

    reforos. Ao se mesclar a viso ocidental com a oriental, o ambiente pode ser considerado

    detalhadamentepelatcnicaocidental,comtodasasferramentascontbeisequantificadoras,ao

    mesmo tempo que se percebe o padro de movimentao e o fluxo de energia que as

    organizaesenvolvidasestorealizando.

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    A anlise complexa do ambiente, envolvendo fatores quantitativos emodelos naturais,

    lembraprocedimentosdeanlisedaecologiadeempresas,propostapor(ZACCARRELI,1980).No

    seu modelo, uma empresa est inserida em um habitat com outras empresas, estabelecendo

    relaesdinmicasdeinterao.Assim,oentendimentodeumaclassedeempresa(espcie)no

    se faz apenas isolandoaenquantoobjeto,masentendendo comoesseobjeto isolado interage

    comotodo.Curiosamente,oBrasileaChinaseencontramnesseponto.

    Elementoprimordialparaoaprendizadoconclusivodoartigo, lembrarqueocomo

    bem trabalhado no oriente e esquecido no ocidente, por isso temos tantos problemas com a

    execuodoplanejamentoestratgico,poisesquecemoso como,queest ligado forma; a

    formaestligadaimplementao,eaimplementao,aoresultado,queoquequeremoscom

    oprocessodeplanejamentoestratgico.Noocidente,valorizamosmaisodocumentoemsi,do

    queaprpriaimplementao.

    Finalmente,podesedizerqueoplanejamentoestratgicoholsticoumgrandedesafio

    aospesquisadoresdoocidente,poisodesenvolvimentodessecampocientficovaiaoencontro

    dasnecessidadesimpostaspeloprocessohistricodonossotempo.

    A ecologia de empresas e a anlise ambiental no seu processo de pesquisa podem ser

    complementadas com uma viso abrangente e poderosa de anlise sinttica e metafrica do

    pensamento chins. Talvez, em um futuro prximo, seja possvel, atravs desses estudos,

    compararestratgiasadaptativasdeespciesbiolgicascomestratgiascorporativas,entendendo

    como as espcies e organizaes sociais de animais e plantas podem nos trazer modelos

    adaptativosparaosistemacapitalista,nosentidodeintegrlonatureza,combatendodistores

    e deficincias dos seus aspectos no desejveis. Como sabemos, nas cadeias produtivas da

    natureza, no h excluso social. DeGeus (1997; 2000), de alguma forma, j chegou a essa

    conclusoemseusestudos,aocompararocomportamentodasorganizaesaodepssaros.

    Oequilbrioecolgicodossistemasnaturaisdelicadoecomplexo.Eletrazconsigouma

    especializao adaptativa sofisticada. na diversidade biolgica que se formam as cadeias de

    sobrevivncia dos seres vivos, inclusive do Ser Humano. Ao analisar o ambiente atravs de

    metforasdanatureza,comofazemoschineseshmilnios,estaremosmaispertodenosintegrar

    harmonicamentecomoplanetaemquevivemos.Asempresaspoderiamseguir,nassuascadeias

    produtivas, as regras adaptativas mostradas pelos sistemas naturais, mimetizando interaes

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    entre sistemas biolgicos que com elas mostrassem isomorfismo. Isso quer dizer: quando

    houvesseuma semelhanaprofundaentreas trocasdeenergiaedematriaentreumacadeia

    produtivahumanaeumecossistemanatural,osegundopoderiaserpassveldemodelagemem

    vista do primeiro. Isso conferiria equilbrio empresa no seu meio ambiente, equilbrio esse

    conquistado graas a um planejamento estratgico adaptativo de bases naturais.Neste ponto,

    estariaasementedaconstruodeumsistemaeconmicomaisjusto,inclusivoeperfeito.

    LANGUAGEANDTHINKING:PHILOSOFICFOCUSABOUTCHINESESTRATEGICPLANNING

    ABSTRACT

    ThisarticleisanapproachthatwhatwouldbetheChinesestrategicplanningfollowingamodernbusinesspointofview,mixingtraditionalChinesephilosophywhichscientificadministration.So,the article treats the ideograms language as an influence in the formationof thinking and themodelofChinesestrategicplanning.TheChinese language isnotbased inwords,but in images.Consequently a different logic is formed when we accept that language and thinking areconnected. In fact, an ideogramatic language is capable to work easly with contradictions,different than the Aristotles logic. The Chinese strategic planning concept, differ from theoccidentalstrategicplanning in thisaspect.Theresearchproblemappearswhenwerealizethatsome questions of environment scanning in corporate ecology have an interesting solution inChinese philosophy. This article also try to show how the tradicional Chinese philosophy is ananswertosomeactualproblemsintheoccident,howeverconsideringthatanotreducionistpointofviewoforientalphilosophy fitsperfectly in thecomplex situation faced incorporateecology(Thatsbecause incorporateecologystudy isnecessary includeallthevariables instudyobject).Finally suggests that thehumanproductive chains couldbenefitwithorganic adaptivemodels,withtheirworkspecializationandtheirintrinsicallyrelations.Keywords:StrategicPlanning.Chinesethinking.Estrategyformulation.

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