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Direito Civil p/ Analista Judiciário do TRE/CE Teoria e Questões Comentadas da FCC Profa.Liliana Collina  Aula 00 Profa. Liliana Collina www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 22 SUMÁRIO PÁGINA 1. Apresentação 01 2. Cronograma 02 3. Desenvolvimento 03 3.1. Noções Gerais 03 3.2. V alidade, vigência, vigor e eficácia das normas jurídicas 06 3.2.1.Aplicação das normas jurídicas 06 3.2.2.Interpretação das normas 07 3.2.3. Integração das normas 08 3.2.4. A lica ão tem oral de normas urídicas 10 4. uestões comentadas 12 5. Lista das questões comentadas 20 6. Gabaritos das questões 22 7. Conclusão 22 1. Apresentação Olá, pessoal! Meu nome é Liliana Collina Maia. Sou professora de Direito Civil e estou aqui para apresentar o meu curso para Analista Judiciário do TRE/CE. Além de tornar o estudo do direito Civil mais prazeroso, o meu objetivo é ensinar a matéria de forma clara e objetiva. E, para isso, vamos nos direcionar de acordo com o edital!!! O nosso curso será composto de explanações teóricas seguida de questões comentadas, tendo como base o edital Analista Judiciário do TRT/CE ponto a ponto. Didaticamente as aulas serão estruturadas em introdução, desenvolvimento com a parte teórica e em seguida as questões comentadas (todas as questões da aula serão comentadas). Após, será apresentada lista com as questões, gabaritos e conclusão. Com relação ao estudo do Direito Civil, vai uma dica importante: não estudem essa matéria apenas por obrigação, e sim com prazer. É isso que tentarei incentivar vocês ao longo de nossas aulas. O  prazer, o bom humor e a vontade de chegar lá são muito importantes, nos incentivam a não desistir. . AULA 00: Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. Vigência da lei, aplicação da lei no tempo e no espaço, integração e interpretação.

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Direito Civil p/ Analista Judiciário do TRE/CE 

Teoria e Questões Comentadas da FCC 

Profa.Liliana Collina– Aula 00 

Profa. Liliana Collina www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 22 

SUMÁRIO PÁGINA1. Apresentação 01

 

2. Cronograma 02

 

3. Desenvolvimento 033.1. Noções Gerais 033.2. Validade, vigência, vigor e eficácia das normas jurídicas 06

 

3.2.1.Aplicação das normas jurídicas 06

3.2.2.Interpretação das normas 07

 

3.2.3. Integração das normas 08

 

3.2.4. A lica ão tem oral de normas urídicas 104. uestões comentadas 125. Lista das questões comentadas 206. Gabaritos das questões 22

 

7. Conclusão 22

1. Apresentação

Olá, pessoal!

Meu nome é Liliana Collina Maia. Sou professora de Direito Civil e estou aquipara apresentar o meu curso para Analista Judiciário do TRE/CE. Além de tornar o estudo do direito Civil mais prazeroso, o meu objetivo éensinar a matéria de forma clara e objetiva. E, para isso, vamos nosdirecionar de acordo com o edital!!!

O nosso curso será composto de explanações teóricas seguida dequestões comentadas, tendo como base o edital Analista Judiciário doTRT/CE ponto a ponto.

Didaticamente as aulas serão estruturadas em introdução, desenvolvimentocom a parte teórica e em seguida as questões comentadas (todas asquestões da aula serão comentadas). Após, será apresentada lista comas questões, gabaritos e conclusão.

Com relação ao estudo do Direito Civil, vai uma dica importante: nãoestudem essa matéria apenas por obrigação, e sim com prazer. É isso quetentarei incentivar vocês ao longo de nossas aulas. O prazer, o bom humor ea vontade de chegar lá são muito importantes, nos incentivam a não

desistir..

 

AULA 00: Lei de Introdução às Normas do DireitoBrasileiro.  Vigência da lei, aplicação da lei no

 

tempo e no espaço, integração e interpretação.

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Dessa maneira, não estudem essas matérias de modo vago, abstrato.O importante aqui é ajudar a vocês a entender melhor a matéria edepois auxiliá-los fixando o conteúdo com exercícios.

Mas, não se esqueçam: a leitura do Código Civil atualizado éimportante após as nossas aulas, ein?!

NÃO SE ESQUEÇAM DISSO, A NOSSA BANCA É FIEL À LEGISLAÇÃO.

Esse curso foi direcionado para que estudemos a fundo o conhecimento que éexigido em provas; não ficaremos nos aprofundando no que nunca caiu emconcurso, pois precisamos jogar a nosso favor, sem perdermos tempo com oque é pouco importante, não é mesmo? (ESSA É A GRANDE DICA)!

 

2. Cronograma

O Cronograma das nossas aulas será o seguinte:

AULADEMONSTRATIVA

Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro(Decreto-Lei n.° 4.657/1942): vigência da lei, aplicaçãoda lei no tempo e no espaço, integração einterpretação.

AULA 1 Das Pessoas (Naturais e Jurídicas e do Domicílio),

dos Bens, dos Fatos Jurídicos (Negócio Jurídico,Atos Jurídicos Lícitos, Atos Ilícitos, Prescrição eDecadência).

AULA 2 Do Direito das Obrigações (Modalidades, Transmissão,do Adimplemento e da Extinção, do Inadimplemento,dos Contratos em Geral, das Espécies de Contrato e daResponsabilidade Civil).

AULA 3 Direito das Coisas (Posse, Direitos Reais ePropriedade).

AULA 4 Do Direito de Família (das Relações de Parentesco, daUnião Estável, da Tutela e da Curatela).

3. Desenvolvimento

Foi publicada no D.O.U do dia 31/12 a Lei nº 12.376, de 30 de dezembro de2010, que altera a ementa da Lei de Introdução ao Código Civil (LICC) paradenominá-la Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro.

Veremos na Aula Demonstrativa o estudo teórico e a resolução de questõesenvolvendo apenas trechos da Lei de Introdução às Normas do DireitoBrasileiro.(LINDB).

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3.1 – Noções gerais

Antes da LINDB já havia posicionamento no sentido da LICC ser chamada deLEI DE INTRODUÇÃO ÀS LEIS (produção, interpretação e aplicação dasleis), já que é juma regra de superdireito (E. ZITELMANN utiliza o termo queé assimilado pelo direito hermenêutico). É o Estatuto do DireitoInternacional Privado (conjunto de normas internas de um país, instituídasespecialmente para definir se a determinado caso se aplicará a lei local ou a leide um Estado estrangeiro).

Antes tínhamos o Decreto-Lei 4657/42, que substituiu uma lei anteriorque foi publicada junto com o CC/16.Hoje temos a Lei nº 12.376, de 30 de dezembro de 2010.

 

Decorre a Lei 12376/10 do PL 6303/2005, apresentado pelo Deputado CelsoRussomano sob a seguinte justificativa:

É reconhecido pela doutrina e pela jurisprudência que a Lei de Introdução aoCódigo Civil possui âmbito de aplicação mais amplo do que o mencionado emsua ementa. Para aperfeiçoar a legislação pátria, fazendo-a coincidir a letra dalei com sua interpretação, é que apresentamos o presente projeto de lei,contando com o apoios dos ilustres Pares.

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2) Críticas à Lei 12376/2010

2.1) Desnecessidade e Inutilidade

 Aprovação da Lei 12376/10 na CCJ da Câmara dos Deputados.

Nenhuma controvérsia havia, registre-se, na doutrina e na jurisprudência, arespeito de o âmbito de incidência da LICC não coincidir com o previsto em suaementa primitiva[1], ora revogada. Daí a primeira ordem de críticas à edição da

 

lei 12.376/10, acoimada de ridícula por Jacob Dolinger:

 

Aprovar em 2010 uma lei para modificar a ementa da lei de 1942, para reiteraro que sempre foi aceito como pacífico, é um desperdício legislativo, uma

medida sem significado, uma legislação sem sentido, um desrespeito a como

 

esta lei foi invariavelmente estudada e interpretada pelos mestres e aplicadapelos tribunais em décadas.(…) (…)o Poder Legislativo caiu no ridículo de criar uma "lei" totalmentedesnecessária, absolutamente sem sentido e sem objetivo e, acima de tudo,desrespeitadora da ciência jurídica nacional.Fonte: http://www.viddler.com/explore/DireitoIntegral/videos/112/ 

** DICA DA LILI ** A FCC COBRA ISSO! 

 

3.2 Validade, vigência, vigor e eficácia das normas jurídicas

A noção de VALIDADE é aspecto dogmático fundamental, pois significa a suaidentificação como compatível ao sistema jurídico que integra, sendo umcritério puramente lógico-formal (critério de pertinência da norma aoordenamento jurídico). O descumprimento das regras de validade importaráno reconhecimento da inconstitucionalidade ou ilegalidade (a depender doâmbito em que foi prefixada a premissa validante) da norma estabelecida,considerando-a não pertinente ao sistema. A validade pode ser:

a) formal (observância das normas referentes ao processo de criação dalei, exemplo: artigo 60, §§ 1o. e 2o., CF); ou

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b) material (verificação da matéria passível da codificação está sendoobservada, exemplos: artigos 21 a 24, CF/88, artigos que estabelecem

as matérias que podem ser objeto de regulação e por quem).A validade é sempre um conceito relacional, porque será verificada a validadeda norma diante de outras normas.

A vigência é critério puramente temporal da norma, vai desde o início davalidade da norma até a perda de sua validade. Nesse aspecto, não há quefazer qualquer relação com outra norma.

** DICA DA LILI ** A FCC COBRA ISSO! 

A eficácia refere-se à possibilidade de produção concreta de efeitos pelanorma, a eficácia pode ser classificada pela ineficácia. Por sua vez, pode ser:

a) social (não se confunde com sua efetiva observância,) e

b) técnica (a possibilidade de produção de efeitos em concreto, EXEMPLO:artigo 7o., I, CF/88, proteção contra a despedida arbitrária que deveser regulada por Lei Complementar, a eficácia técnica está

comprometida)

Tércio Sampaio afirma que a eficácia possui graus e esses graus podem serverificados de acordo com as funções da eficácia no plano da realizaçãonormativa. São as funções eficaciais das normas:

a) Função de bloqueio – normas punitivas e proibitivas.b) Função de programa – normas que visam à realização de um objetivo

do legislador (artigo 218, CF/88).c) Função de resguardo – normas que visam a assegurar uma conduta

desejada (artigo 5o

., XXVII, CF/88).

As normas em relação à eficácia podem ser ainda (classificação de José AfonsoDa Silva), de acordo com a dependência de outras normas:

a) Normas de eficácia plena – função eficacial é IMEDIATAMENTEconcretizada.

b) Normas de eficácia limitada – a função eficacial depende de uma outranorma.

c) Normas de eficácia contida – a função eficacial será restringida por

outra norma (artigo 5

o

., XIII, CF/88).

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O vigor está relacionado a uma realização efetiva concreta da norma, estárelacionado com o conceito da ULTRATIVIDADE, ou seja, uma norma que nãoestá mais vigente, mas continua a reger todas as relações jurídicas

consolidadas em sua vigência. EXEMPLO: alguns artigos do CC/16.

** DICA DA LILI ** A FCC COBRA ISSO! 

A norma pode ser inválida e não vigente mas, ainda assim, produzirefeitos jurídicos, ou seja, ser eficaz e vigorar, é o caso das normas quetenham ultratividade.

 

3.2.1 Aplicação das normas jurídicas

Quando ocorre a subsunção do fato à norma, nem sempre o aplicador encontrafacilmente a norma aplicável ao caso concreto, daí surge a chamadaINTEGRAÇÃO DAS NORMAS. Para aplicação das normas são fundamentais: aINTERPRETAÇÃO e a INTEGRAÇÃO.

** DICA DA LILI ** A FCC COBRA ISSO! 

Autor Interpretação Hermenêutica

PedroNunes

Método Pelo Qual OHermeneuta ProcuraApreender O Pensamento DoLegislador, Expresso NaNorma Que Examina, E EmSeguida Explica A SuaVerdadeira Inteligência, OSeu Justo E ConvenienteSentido Técnico-Jurídico. 

Ciência Da Interpretação DosTextos De Lei. ConjuntoSistemático De Regras QueEnsinam A Conhecer EEsclarecer O Sentido E OAlcance Das NormasJurídicas, Ou A SuaInteligência, E Adaptá-LasAos Fatos Sociais. 

MariaHelenaDiniz

É Um Momento DeIntersubjetividade No

 

Sentido De Se Apoderar De

 

Um Significado

 

Objetivamente Verdadeiro Da

 

Norma 

É A Teoria Científica Da ArteDe Interpretar. 

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Em CERTAME realizado em 2011, a FCC considerou que as disposiçõestransitórias em uma lei nova, em face da ab-rogação da lei anterior,constituem o que se denomina de SEGUNDO REGIME LEGISTATIVO

(Tj/AM). A afirmativa foi considerada como errada. Não localizei nada falando sobre o que é esse regime. Por outro lado, a LC 95/98 (artigo 3o.)estabelece que as

 

disposições transitórias estão na parte da lei

 

denominada de PARTE FINAL.

 Art. 3º A lei será estruturada em três partes básicas:I - parte preliminar, compreendendo a epígrafe, a ementa, o preâmbulo, oenunciado do objeto e a indicação do âmbito de aplicação das disposiçõesnormativas;

II - parte normativa, compreendendo o texto das normas de conteúdosubstantivo relacionadas com a matéria regulada;III -  parte final  , compreendendo as disposições pertinentes às medidasnecessárias à implementação das normas de conteúdo substantivo,

 

àsdisposições transitórias , se for o caso, a cláusula de vigência e a cláusula derevogação, quando couber.

 

3.2.2 Interpretação

A finalidade interpretativa da norma é: a) revelar o sentido da norma e b)

fixar o seu alcance. São métodos de interpretação (não são excludentes enem exclusivas entre si) das normas (Caio Mário fala em interpretação quantoaos elementos das normas jurídicas):

1.  Literal ou gramatical – exame de cada termo isolada e sintaticamente, namaioria das vezes, não é o melhor método, mas isoladamente nunca satisfaz.

2.  Lógico – utilização de raciocínios lógicos indutivos ou dedutivos.

3.  Sistemático – análise a partir do ordenamento jurídico no qual a norma seinsere, a norma não será verificada isoladamente, será relacionada com oordenamento jurídico.

4.  Histórico  – verificação dos antecedentes históricos, verificando ascircunstâncias fáticas e jurídicas, até mesmo o processo legislativo. CaioMário afirma que esse método não existe, o que há é o elemento históricoinvocado para coadjuvar o trabalho do intérprete.

5.  Finalístico ou teleológico – análise da norma tomando como parâmetro asua finalidade declarada, adaptando-a às novas exigências sociais, não se

analisam somente os aspectos históricos, mas também a própria finalidade.

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Quanto mais métodos forem aplicados, no exercício da interpretação, melhorresultado será obtido pelo intérprete.

Quanto à origem ou quanto ao intérprete:

  Doutrinária  Jurisprudencial – resulta do exercício da função jurisdicional  Autêntica ou pública – a lei interpretativa é considerada como a própria lei

interpretada, estando assim, também sujeita a processo interpretativo (CAIOMÁRIO). A lei interpretativa tem que ter a mesma hierarquia da leiinterpetrada.

Quanto aos resultados do alcance eficacial:

  Declarativa  Extensiva  Restritiva  Ab-rogante

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Não há hierarquia em relação aos critérios acima, e um não exclui o outro, háinclusive quem afirme que não existem várias espécies de interpretação, mas,na verdade, uma INTERPRETAÇÃO ÚNICA, que combina vários meios deinterpretação (FERRARA). Mas a regra de ouro da interpretação dasnormas jurídicas (BASE DE APLICAÇÃO DO MÉTODO, que sempre deve tomarpor norte essa regra), consta do artigo 5o. da LINB:

 Artigo 5 o. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos

 

fins sociais a queela se dirige e às exigências do bem comum.

A interpretação judicial, sempre com fundamento no dispositivo acima,busca também atualizar o entendimento da lei, dando-lhe uma interpretaçãoatual que atenda aos reclamos das necessidades do momento histórico em queestá sendo aplicada. Exemplo: a presunção de violência no estupro e noatentado violento ao pudor, sempre foi uma presunção absoluta, mas,atualmente, o STF relativizou essa presunção.

Cândido Rangel Dinamarco: a regra de ouro em toda a interpretação jurídicaconsiste na atenção ao BEM-COMUM, ou seja, às projeções da lei sobre a vidadas pessoas, dos grupos e da própria sociedade, com a responsabilidade de

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causar-lhes sensações felizes segundo critérios de justiça (os fins sociais da lei,artigo 5o., LINB).

3.2.3 Integração

Quando inexiste lei a ser aplicada diretamente ao caso, deve omagistrado se valer de outras fontes do Direito para encontrar a regra queefetivamente deve disciplinar a relação jurídica submetida à sua apreciação, ouseja, para aplicar o Direito (grande desafio do operador do direito). A LINBpermite a integração na hipótese de lacunas (falta de previsão legal sobre umamatéria). Nos termos do artigo 4o. (REGRA DE OURO para a integração dasleis):

 Artigo 4o

. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordocom a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.

Essas são as fontes supletivas do direito, juntamente, com a DOUTRINA, aJURISPRUDÊNCIA e a EQÜIDADE, que são também métodos de integração danorma jurídica.

A interpretação pode ocorrer sempre, mesmo que a lei seja clara (isso é umdogma). Já a integração depende da existência de lacunas, que, por sua vez,podem ser:

a.  AUTÊNTICAS (PRÓPRIAS) – ocorrem quando o legislador não identificou umahipótese

b.  NÃO-AUTÊNTICAS (IMPRÓPRIAS) – o legislador previu, mas preferiu não tratarsobre o assunto. EXEMPLO: cabimento de embargos de declaração contradecisão interlocutória.

** DICA DA LILI ** A FCC COBRA ISSO!

Silêncio Eloqüente – o legislador quis excluir a possibilidade, é apossibilidade de se restringir a aplicação da lei com base na LACUNANÃO-AUTÊNCIA. Exemplo: competência constitucional da JustiçaFederal, não pode ser ampliada pelo legislador, sob a alegação detratar-se de lacuna. Trata-se de rol taxativo (numerus clausus).

Para alguns autores são duas figuras distintas, cabendo a integração na lacunanão-autêntica.

A integração da lacuna deve ser aceita em razão do princípio que determinaque o juiz não pode se eximir de julgar sob alegação de lacuna (“Princípio do

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nom liquet ” que, no Direito Romano, permitia ao pretor eximir-se de julgaralegando que o caso não está suficientemente claro).

Analogia pode ser dividida em:a.  analogia legal – a relação da semelhança toma por base a lei;b.  analogia iuris – a relação de semelhança é estabelecida com base em um caso

concreto julgado pelo Judiciário.

A analogia não pode ser confundida com a INTEPRETAÇÃO EXTENSIVA.Exemplo: poligamia sendo enquadrada no crime de bigamia, ou seja, olegislador disse menos do que queria e o intérprete amplia a interpretação.

Há dificuldade de aplicação dos costumes, já que nosso direito não écostumeiro; a fonte primária, no Brasil, é a lei. Costume pode ser:

a.  secundum legem –  quando sua eficácia obrigatória é reconhecida pela lei,como nos casos dos arts. 1297, § 1º, 596 e 615 do CC

b.  praeter legem – o costume tem um caráter supletivo, complementar da lei.Ex.: pós-datado, como garantia de pagamento.

c.  contra legem – costume que tem caráter abrogativo, ou seja, revogação total.isso é complicado, já que costume é fonte secundária do direito e não poderevogar a lei. Mas existem alguns exemplos que demonstram a aplicação doprincípio contra lei. Ex.: reconhecimento jurisprudencial da possibilidade decomprovação de contrato por testemunha no caso de venda de gado. Trata-seno máximo de perda da eficácia da lei e não da perda da sua validade(DESUSO)

3.2.4 Aplicação temporal de normas jurídicasA vigência da norma surge com a sua publicação no Diário Oficial, em tese,todos tomam conhecimento. Por ficção jurídica do artigo 3o. ninguém seescusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. O artigo 1o. trata o

início de vigência temporal das leis.

 Artigo 1o. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todoo País 45 dias depois de

 

oficialmente publicada.§ 1o. Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira,quando admitida, se inicia 3 meses depois de oficialmente publicada.§ 2o. A vigência das leis, que os governos estaduais elaborem por autorização do Governo Federal, depende a aprovação deste ecomeçará no prazo que a legislação estadual fixar. ( ISSO NÃO

EXISTE MAIS, DESDE A CF/37  ).

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§ 3o. Se antes de entrar em vigor, ocorrer nova publicação de seutexto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafosanteriores começará a correr da nova publicação.

§ 4o

. As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.Questão surge sobre a possível revogação pela LC 95/98 da hipótese devacatio legis tácita prevista no artigo 1o., da LINB:

 Artigo 8o. A vigência da lei será indicada de forma expressa e demodo a contemplar PRAZO RAZOÁVEL PARA QUE DELA SE TENHA AMPLO CONHECIMENTO , reservada a cláusula “entra em vigor nadata de sua publicação” para as leis de pequena repercussão. § 1o. A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que

estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no diasubseqüente à sua consumação integral.§ 2o. As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar acláusula “esta lei entra em vigor após decorridos (o número de) diasde sua public ação oficial”. 

 Artigo 9o. A cláusula de revogação deverá enumerar, expressamente, asleis ou disposições legais revogadas.

Existem três hipóteses de vacatio legis:

a)  ter sido fixada data posterior para momento de início de efeitos;b) dever entrar em vigor 45 após publicada, em face de omissão de norma

explícita;c)  estar pendente de regulamento, explícita ou implicitamente (normas de

eficácia limitada).

Normalmente a norma vige para o futuro, entretanto, como exceção podeexistir o fenômeno da ULTRATIVIDADE, ou seja, por meio do qual umanorma, não mais vigente, continua a vincular os fatos anteriores à sua saída

do sistema. CAIO MÁRIO: essa questão é relevante na medida em que é postoo conflito existente entre o PROGRESSO SOCIAL x PRINCÍPIO DA SEGURANÇAE DA ESTABILIDADE SOCIAL. Existem várias teorias que analisam o direitointertemporal:

** DICA DA LILI ** A FCC COBRA ISSO! 

a)  TEORIAS SUBJETIVISTAS (SAVIGNY, LASSALE) – muitas críticas, é umateoria insuficiente, o seu conceito para o direito adquirido é vicioso. Apesar

disso, tem grande aplicação, mas vem perdendo terreno para as teoriasobjetivistas.

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b) TEORIAS OBJETIVISTAS (DE PAGE, COLIN E CAPITAN)  – falam dassituações jurídicas definitivamente constituídas.

Ocorre a intertemporalidade conflitual de normas jurídicas quando duasnormas - a lei revogada e a lei revogadora - parecem se colocar em posiçãopotencial de regular um mesmo fato da realidade. Cabe ao direitointertemporal dar solução a este conflito, fixando o alcance das normas que sesucedem.

O princípio básico dessa matéria é o princípio da não-retroatividade dasleis (Lex prospicit, non respicit) (Tempus regit actum), ou seja, a idéiade que a lei nova não atinge os fatos anteriores ao início de sua vigência. Emconsequência, os atos anteriores à vigência da lei nova regulam-se não por

ela, mas pela lei do tempo em que foram praticados..Porém, podem existir casos que se afastem dessa regra, impondo aretroatividade da lei nova. Entretanto, algumas leis afastam-seexcepcionalmente desta regra e retrocedem no tempo, alcançando fatospretéritos ou os seus efeitos. Para disciplinar essas hipóteses a doutrinaefetuou uma clássica distinção entre retroatividade máxima, média e mínima(MATOS PEIXOTO), porque a força retroativa da lei não tem sempre a mesmaintensidade.

RETROATIVIDADEMÁXIMA OURESTITUTÓRIA OURESTITUTIVA

MÉDIAMÍNIMA ouTEMPERADA ouMITIGADA

 

a lei nova abrange a coisa julgada (sentençairrecorrível) ou os fatos jurídicos consumados

a lei nova atingeos direitosexigíveis mas nãorealizados antesde sua vigência

a lei nova atingeapenas os efeitos dosfatos anteriores,verificados após a dataem que ela entra emvigor

EXEMPLO 01: lei canônicaque aboliu a usura eobrigava o credor solúvela restituir ao devedor, aosseus herdeiros ou, na faltadestes, aos pobres os juros já recebidos

EXEMPLO: uma leique diminuísse ataxa de juros e seaplicasse aos jávencidos mas nãopagos

EXEMPLO 01:constituição deJustiniano que limitoua 6% em geral, após asua vigência, taxas de juros dos contratosanteriores

EXEMPLO 02: a leifrancesa de 12 brumáriodo ano II (3 nov. 1793),que admitiu os filhosnaturais à sucessãopaterna e materna, em

EXEMPLO 02: o Dec. nº22.626, de 7 de abrilde 1933 (lei de usura),que reduziu a 12% emgeral as taxas dos juros vencidos após a

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igualdade de condiçõescom os filhos legítimos,desde 14 de julho de

1789. A retroatividadeoperava radicalmente nopassado até a datareferida, refazendomesmo as partilhasdefinitivamente julgadas

data da suaobrigatoriedade

Várias são as doutrinas que procuram fundamentar a idéia da irretroatividadedas leis e dar conta dessa noção de possível retroatividade na aplicação da leinova. Podemos agrupá-las fundamentalmente em três tipos de teorias

distintas: as objetivas, as subjetivas e as ecléticas.TEORIAS OBJETIVAS TEORIAS SUBJETIVAS TEORIAS ECLÉTICAS

englobam as doutrinasfundadaspreponderantementesobre critérios dodireito objetivo, taiscomo o objetivo da lei,

a distinção entredireito absoluto erelativo, a estrutura danorma jurídica

a irretroatividade dalei está ligada àdefinição de direitoadquirido, entendidoeste como o quepertence a alguém emcaráter definitivo e

não mais pode lhe sertirado. Sua principalcaracterística é oliame entre o direito eseu titular

visam à conciliar essesdois pontos extremos

Planiol defende a tesede que a lei é

retroativa somentequando alcança o que já ocorreu no passado.No caso da chamadaretroatividade mínimanão ocorreriaretroatividade mastão-somente aplicaçãoimediata da lei.

fundam-se naconcepção de direitoadquirido, entendidosestes como sendoaqueles que entramem nosso domínio,dele constituindoparte integrante

ROUBIER: concepçãofrancesa de "situação jurídica". a basefundamental daciência do conflito dasleis no tempo é adistinção entre efeitosretroativos eimediatos da lei. Umalei apenas poderia serreputada retroativaquando viesse apossuir a pretensão deser aplicada a fatospassados (facta praeteria) . Quando seaplicasse aos fatospresentes haveria

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apenas efeito imediatoda lei e nãoretroatividade

teorias dos fatosrealizados

Gabba: éperfeitamente justa aaplicação da lei nova arelações constituídasanteriormente, desdeque se respeitemtodos aqueles direitosadquiridos porqualquer das partesque nestas estejam

envolvidas

princípio do efeitoimediato da leicomporta, contudo,uma importanteexceção: trata-se doscontratos sucessivosou de execuçãocontinuada. Nestecaso deve sobreviver alei pretérita que o

regeu originariamenteDessa natureza constitucional do princípio da irretroatividade das leis no direitobrasileiro surgem importantes conseqüências como a aplicação deste a toda equalquer lei infraconstitucional, sem qualquer distinção entre lei de direitopúblico e lei de direito privado ou entre lei de ordem pública e lei dispositiva.

É princípio assente também, com base na natureza constitucional dairretroatividade que a lei nova não alcança os efeitos futuros dos contratoscelebrados anteriormente a ela e que só atingirá os facta pendentia no que

não contrariar direito adquirido.Deste modo, fica claro que as Constituições brasileiras a partir de 1934, comexceção da de 1937, adotaram em matéria de direito intertemporal, a teoriasubjetiva dos direitos adquiridos e não a teoria de Roubier, a teoria objetiva dasituação jurídica, com o que se firmou o primado absoluto da idéia deintangibilidade do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgadaem nosso ordenamento jurídico.

Caio Mário: não há distinção prática entre ambas, os efeitos são os mesmos,mas a segunda tem mais rigor científico.

A Corte Suprema de há muito afastou a doutrina que restringia o conceito dedireito adquirido apenas aos fatos consumados, bem como, aquela queemprestava às leis de direito público efeito imediato, incompatível com oprincípio do art. 5º, XXXVI da CF. De fato, na Adin nº 493-0-DF, TribunalPleno, de que foi Relator o Min. Moreira Alves (Lex JSTF, 168, p. 70) ficouassentada a tese de que haverá:

a)  retroatividade máxima, também, denominada restitutiva, quando a leinova ataca a coisa julgada e os fatos consumados;

b)  retroatividade média, quando a lei nova atinge os efeitos pendentes de ato jurídico, verificados antes dela;

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c)  retroatividade mínima, também, conhecida como temperada oumitigada, quando a lei nova atinge apenas os efeitos dos atos anteriores,produzidos após a data em que ela entra em vigor.

Se a lei alcançar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente aela, será essa lei retroativa (retroatividade mínima) porque vai interferir nacausa, que é um ato ou fato ocorrido no passado.

Dá-se a retroatividade máxima (também chamada restitutiva, porqueem geral restitui as partes ao statu quo ante) quando a lei nova ataca a coisa julgada e os fatos consumados. A retroatividade é média quando a lei novaatinge os efeitos pendentes de ato jurídico, verificados antes dela...Enfim, aretroatividade é mínima (também chamada temperada ou mitigada) quando a

lei nova atinge apenas os efeitos dos atos anteriores, produzidos após a dataem que ela entra em vigor (Matos Peixoto, citado, p. 94).

POSIÇÃO JURISPRUDENCIAL ACERCA DO TEMA: STF considera que ocontrato, sendo ato jurídico perfeito, não pode ter seus efeitos futuros regidospor lei superveniente. Assim, se as cláusulas contratuais de aplicação para ofuturo não deixam de ser a causa do próprio contrato, sendo elas, também,parte integrante do ato jurídico perfeito, são alcançadas, portanto, pelairretroatividade.

O STJ tem decidido ma linha do STF.

Questão fundamental sobre a aplicação temporal das leis reside na

 

REVOGAÇÃO:

 Artigo 2o. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.§ 1o. A lei posterior revoga a anterior quando expressamente odeclare, quando seja com ela incompatível ou quando reguleinteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. (REVOGAÇÃO

TÁCITA).§ 2o. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.§ 3o. Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.

A revogação pode ser:

  Expressa

  Tácita – o artigo 9o. da LC 95/98 não acabou com a hipótese derevogação tácita, isso porque, mesmo que a nova lei não mencione

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expressamente a revogação dos dispositivos, o ordenamento jurídiconão comporta a existência de duas leis que fossem antagônicas.PAMPLONA: não é possível esse entendimento, porque significaria a

revogação da própria LINDB, e a LC 95/98 (mesmo com a redaçãodada pela LC 107) não revogou a LICC, até porque também não foiexpressa na revogação, assim, também não é válida nesse aspecto,porque desobedeceu a sua própria regra.

 Artigo 9o. A cláusula de revogação deverá enumerar,expressamente, as leis ou disposições legais revogadas.

  Total = Ab-Rogação

 Parcial = DerrogaçãoA repristinação é a revogação da norma ou a restauração da norma revogadapela revogação da norma revogadora. Vedação de sua existência noordenamento, por força do § 2o. do artigo 2o., LINDB. A lei revogada NÃO serestaura pela revogação da lei revogadora, SALVO se a nova lei revogadoradisser que ocorre (§ 3o., do artigo 2o.).

§ 2o. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.§ 3o. Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.

O dispositivo abaixo demonstra que a lei é IRRETROATIVA.

 Artigo 6o. A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados oato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.§ 1o. Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.§ 2o. Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular,ou alguém por ele, possa exercer como aqueles cujo começo do

exercício tenha termo pré-fixo, ou condição preestabelecidainalterável, a arbítrio de outrem.§ 3o. Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de

 

que já não caiba recurso.

Note-se que diante da coisa julgada inconstitucional, esses conceitos devemser relativizados.

a.  Disposições Transitórias – adequação da ordem jurídica a uma nova prescriçãolegal, protegendo e preservando situações que demandam proteção no

período de transição de uma ordem para outra. EXEMPLO: ADCT – 

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estabilidade. São provisórias, têm limitação temporal na amplitude da norma jurídica. TRF1: esse regime legislativo tem um nome próprio.

b.  Retroatividade – a vigência (momento em que a norma é posta no mundo jurídico) não pode retroagir. A eficácia pode retroagir. A regra é aIRRETROATIVIDADE (LEGAL E CONSTITUCIONAL = TRF1). A exceção é aRETROATIVIDADE que para ser admitida algumas situações de maior

 

relevância são preservadas. EXEMPLO: direito adquirido, o ato jurídicoperfeito e a coisa julgada. É importante destacar as hipóteses de relativizaçãoda coisa julgada, que pode ocorrer nos casos de: inconstitucionalidade dasentença ou de exame de DNA. Nessa última hipótese, quando foi declaradopai e não o era (cabe a relativização); se, espontaneamente, declarou-se pai,mas não o era (não cabe a relativização).

RETROATIVIDADE IRRETROATIVIDADERETROATIVIDADE MÍNIMA(TEMPERADA OU MITIGADA)

 

Norma que atinge

 

os efeitos de atos jurídicos já

 

praticados sob o

 

império da norma

 

revogada. 

 

Norma que não seaplica a qualquer

 

situação jurídica

 

constituídaanteriormente. 

Norma que atinge os efeitos

 

futuros de atos anteriores àsua vigência (TRF1). 

 

Não é propriamente uma

 

retroatividade, é mais uma

 

aplicação imediata da lei.

 

Os fatos e as relações

 

 jurídicas são sempre regidos

 

pela lei sob cujo império

 

nasceram, mesmo quando

 

esta lei é ab-rogada e

 

substituída por outra. 

 

Entretanto a lei nova pode,em certas circunstânciasexcluir a aplicação da leianterior, o que ocorre quandoo sentimento jurídico ou arazão do legislador são por talforma contrariados pela leiantiga, que seu efeitomaterial se torna a partir daíinsuportável 

A diferença entre o ato jurídico perfeito e o direito adquirido é muito difícil deser estabelecida. Conceito básico de:

  Ato Jurídico Perfeito – ato que já se consuma segundo a lei de seutempo

  Direito Adquirido – direito incorporado ao patrimônio do particular

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O tempo de aposentadoria não é direito adquirido, mas mera expectativa dedireito.

A norma jurídica (sentença, ato administrativo) deve respeitar o ato jurídicoperfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. Mas o Poder ConstituinteOriginário NÃO tem limites, podendo afastá-los, mas o Poder ConstituinteDerivado não pode, porque eles são direitos fundamentais protegidos comocláusulas pétreas.

Entretanto, o STF afirma que o direito adquirido não poderia ser levado aosextremos, já que se fosse assim não poderia ter havido a abolição daescravatura, já que os senhores teriam direito adquirido aos seus escravos.

A aprovação em concurso público é mera expectativa de direito, já que àAdministração caberá discricionariamente decidir a contratação, mas o STFentende que se a administração contratar outros, passa a ser direito adquirido,durante o prazo de validade do concurso.

3.4. Aplicação espacial de normas jurídicas

Pela LINDB, serão solucionados os conflitos decorrentes da aplicação espacialde normas, que estão relacionadas à noção de soberania dos Estados, por isso,é que a LINDB é considerada o Estatuto de Direito Internacional Privadobrasileiro.

Deve ser estudada no DIPr, mas vale registrar que o Brasil adota o princípioda territorialidade moderada, ou seja, é lei brasileira adotada, masadmite-se a aplicação, em certos casos, de lei estrangeira.

O critério da extraterritorialidade é admissão de aplicação no território nacionalde lei de outro Estado de acordo com os tratados internacionais.

ESTATUTO PESSOAL é quando as normas de um Estado acompanham o seunacional para regular seus interesses em outro país, o Brasil admite isso em

algumas relações.

A decisão proferida em país estrangeiro será homologada desde que nãocontrarie a soberania nacional e os princípios basilares do ordenamento jurídico pátrio (exequatur = autorização para cumprimento, no Brasil, dasentença estrangeira).

4. Questões Comentadas1.(TRE/RN-2011-Analista Judiciário- FCC) A lei

do país em que for domiciliada a pessoa determina asregras sobre o começo e o fim da personalidade, o

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nome, a capacidade e os direitos de família. No caso de casamento, tendo osnubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a leido: a) primeiro domicílio conjugal. b) último domicílio conjugal. c)

qualquer domicílio conjugal estabelecido por mais de um ano.d) domicílio damulher anterior ao casamento e) qualquer domicílio conjugal estabelecido pormais de três anos.Resposta: letra A § 4º do art. 7º da LINB.2. ( TJ/PE-2011- juiz de direito- FCC)No Direito brasileiro vigora a seguinteregra sobre a repristinação da lei:

a)não se destinando a vigência temporária, a lei vigorará até que outra amodifique ou revogue.

b) se, antes de entrar em vigor, ocorrer nova publicação da lei, destinada acorreção, o prazo para entrar em vigor começará a correr da novapublicação.

c) as correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

d) salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura porter a lei revogadora perdido a vigência.

e) a lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das jáexistentes, não revoga nem modifica a lei anterior.

Resposta: letra D §2º do art 2º LINB.3. (TCE/RR-2011- procurador do tribunal de contas no MP- FCC)Emrelação à aplicação da lei no tempo, é correto afirmar:

a) Salvo disposição em contrário, a vigência da lei inicia- se a partir de suapublicação oficial.

b) Salvo disposição em contrário, a vigência da lei inicia- se no paísquarenta e cinco dias depois de publicada oficialmente.

c) Exceto disposição contrária, a lei revogada restaura- se ao ter a leirevogadora perdido a vigência.

d) A vigência da lei começa a partir da sanção presidencial, ou dapromulgação da Medida Provisória.

e) Lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das jáexistentes, poderá eventualmente revogar ou alterar a lei anterior.

Resposta: letra B art. 1º LINB4.  ( TJ/AM-2011- titular de serventias de notas-FCC)Quanto às leis écorreto afirmar:

a) Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o País, 45

(quarenta e cinco) dias depois de oficialmente promulgada.

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b) Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quandoadmitida, se inicia 90 (noventa) dias depois de oficialmente promulgada.

c) Se antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto,destinada a correção, o prazo de início de sua vigência começará a correr dadata da primeira publicação.

d) Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra amodifique ou a revogue, ou venha a cair em desuso devidamentereconhecido pelo Supremo Tribunal Federal em ação específica.

e) A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a pardas já existentes, não revoga nem modifica a anterior.

Resposta: letra E §2º art. 2º LINB

5. Lista das questões comentadas1.(TRE/RN-2011-Analista Judiciário- FCC) A lei do país em que fordomiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim dapersonalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. No caso decasamento, tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidadedo matrimônio a lei do:a) primeiro domicílio conjugal.b) último domicílio conjugal.c) qualquer domicílio conjugal estabelecido por mais de um ano.d) domicílio da mulher anterior ao casamentoe) qualquer domicílio conjugal estabelecido por mais de três anos.Resposta: letra A § 4º do art. 7º da LINB.2. ( TJ/PE-2011- juiz de direito- FCC)No Direito brasileiro vigora a seguinteregra sobre a repristinação da lei:

a)não se destinando a vigência temporária, a lei vigorará até que outra amodifique ou revogue.

b) se, antes de entrar em vigor, ocorrer nova publicação da lei, destinada a

correção, o prazo para entrar em vigor começará a correr da novapublicação.

c) as correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

d) salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a leirevogadora perdido a vigência.

e) a lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das jáexistentes, não revoga nem modifica a lei anterior.

3. (TCE/RR-2011- procurador do tribunal de contas no MP- FCC)Em

relação à aplicação da lei no tempo, é correto afirmar:a) Salvo disposição em contrário, a vigência da lei inicia- se a partir de sua

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publicação oficial.

b) Salvo disposição em contrário, a vigência da lei inicia- se no paísquarenta e cinco dias depois de publicada oficialmente.

c) Exceto disposição contrária, a lei revogada restaura- se ao ter a leirevogadora perdido a vigência.

d) A vigência da lei começa a partir da sanção presidencial, ou dapromulgação da Medida Provisória.

e) Lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das jáexistentes, poderá eventualmente revogar ou alterar a lei anterior.

4.  ( TJ/AM-2011- titular de serventias de notas-FCC)Quanto às leis écorreto afirmar:

a) Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o País, 45(quarenta e cinco) dias depois de oficialmente promulgada.

b) Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quandoadmitida, se inicia 90 (noventa) dias depois de oficialmente promulgada.

c) Se antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto,destinada a correção, o prazo de início de sua vigência começará a correr dadata da primeira publicação.

d) Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra amodifique ou a revogue, ou venha a cair em desuso devidamentereconhecido pelo Supremo Tribunal Federal em ação específica.

e) A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das jáexistentes, não revoga nem modifica a anterior.

6. Gabarito1.A 2.D 3.B 4.E

7. ConclusãoGente, por hoje é só! Lembre-se a DICA É : lei a minha aula de teoriaprimeira, depois leia a lei seca, procurando memorizá-la com a REALIDADE!Garanto que na hora da prova, não se esquecerão de NADA!Não se esqueçam de ler a minha explicação sobre a matéria (teoria); é muitoimportante para que a FCC não te surpreenda com questão de teoria!Agora é com vocês!!!! Bons estudos!!! Estarei nessa juntos!!!!Rumo ao sucesso SEMPRE!

Abraços,Lili.

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