lima rt2012 comparacao de assobios em quatro especies

1
15ª Reunión de Trabajo de Expertos en Mamíferos Acuáticos de América del Sur 9º Congreso SOLAMAC Puerto Madryn, 16 al 20 de septiembre de 2012 COMPARAÇÃO DE ASSOBIOS ENTRE QUATRO ESPÉCIES DE DELFINÍDEOS (STENELLA FRONTALIS; STENO BREDANENSIS; SOTALIA GUIANENSIS; E TURSIOPS TRUNCATUS) I.M.S. Lima 1,2,3 ;L.G. Andrade 3 ; L. Bittencourt 3 ; R.R. Carvalho 1,3 ; L. Flach 4 ; L. Dalla Rosa 5 ; J. Lailson-Brito Jr. 1,3 & A.F. Azevedo 1,3 1 Programa de Pós-graduação em Oceanografia (PPGOCN)FAOC/UERJ 2 Bolsista CAPES 3 Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores Prof. Izabel Gurgel (MAQUA)/UERJ 4 Instituto Boto cinza, Mangaratiba (RJ) 5 Laboratório de Tartarugas e Mamíferos Marinhos/FURG No presente estudo, foi realizada a comparação entre as variáveis acústicas dos assobios de quatro espécies. As gravações de Stenella frontalis foram realizadas na Baía de Ilha Grande e as de Steno bredanensis e Sotalia guianensis foram realizadas na Baía de Guanabara (RJ). As gravações de Tursiops truncatus foram realizadas no estuário da Lagoa dos Patos (RS). O sistema de gravação foi composto por um gravador digital Marantz PMD (limite de frequência de 48 kHz) e um hidrofone HTI- 96MIN. Os assobios foram selecionados por grupo e comportamentos distintos para cada espécie. As análises foram realizadas no software Raven 1.3 (Hanning, 512 pontos, 50% overlap), no qual 15 parâmetros foram medidos: duração (DUR), pontos de inflexão (INF), frequências inicial (FI), final (FF), mínima (FMIN) e máxima (FMAX), delta de frequência (DF), frequência a ¼ do assobio (F1/4), a ½ do assobio (F1/2), a ¾ do assobio (F3/4), frequência no 1º quartil (1Q), 3º quartil (3Q), frequência central (FC), pico de frequência (PF) e frequência média (FM). Foram analisados 131 assobios de S. frontalis, 115 de S. bredanensis, 197 de S. guianensis e 175 de T. truncatus. A DFA (Discrimnant function Analisys) apresentou uma taxa de classificação correta de 71,7% dos assobios analisados. A maior classificação correta foi de S. bredanensis (87,8%), seguida por S. guianensis (80,7%), S. frontalis (62,6%) e T. truncatus (57,7%). As variáveis consideradas pela análise foram: FF, FMAX, DUR, FC, INF, FI, F¾, F½, F¼, DF, e 3Q (wilks’λ=0,2; P<0,05). Foram encontradas diferenças em todos os parâmetros entre os assobios das espécies (Kruskal-wallis, P<0,05). Os assobios de S. guianensis e de S. bredanensis foram os mais distintos, apresentando diferenças em todos os parâmetros (Tukey; P<0,05). Houve maior semelhança entre os assobios de T. truncatus, S. frontalis e S. bredanensis. O número de pontos de inflexão foi semelhante entre os assobios de S. guianensis e os de S. frontalis, e entre os de S. guianensis e os de T. truncatus (Tukey; P>0,05). A duração dos assobios apresentou valores similares somente entre S. frontalis e S. bredanensis (Tukey; P>0,05). Poucas variáveis acústicas dos assobios (FI, DF e F1/4) de T. truncatus foram semelhantes aos de S. frontalis (Tukey; P>0,05). Da mesma forma, poucos parâmetros (FF, FMIN, 1Q e PF) dos sinais de S. bredanensis foram semelhantes aos de T. truncatus (Tukey; P>0,05). Os parâmetros indicaram diferenças entre assobios, porém houve uma moderada sobreposição entre três das espécies.

Upload: instituto-boto-cinza

Post on 06-Mar-2016

215 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

15ª Reunión de Trabajo de Expertos en Mamíferos

Acuáticos de América del Sur

9º Congreso SOLAMAC

Puerto Madryn, 16 al 20 de septiembre de 2012

COMPARAÇÃO DE ASSOBIOS ENTRE QUATRO ESPÉCIES DE DELFINÍDEOS (STENELLA FRONTALIS; STENO BREDANENSIS; SOTALIA GUIANENSIS; E

TURSIOPS TRUNCATUS)

I.M.S. Lima1,2,3

;L.G. Andrade3; L. Bittencourt

3; R.R. Carvalho

1,3; L. Flach

4; L. Dalla Rosa

5; J.

Lailson-Brito Jr.1,3

& A.F. Azevedo1,3

1 Programa de Pós-graduação em Oceanografia (PPGOCN)– FAOC/UERJ

2 Bolsista CAPES

3 Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores Prof. Izabel Gurgel (MAQUA)/UERJ

4 Instituto Boto cinza, Mangaratiba (RJ)

5 Laboratório de Tartarugas e Mamíferos Marinhos/FURG

No presente estudo, foi realizada a comparação entre as variáveis acústicas dos

assobios de quatro espécies. As gravações de Stenella frontalis foram realizadas na

Baía de Ilha Grande e as de Steno bredanensis e Sotalia guianensis foram realizadas

na Baía de Guanabara (RJ). As gravações de Tursiops truncatus foram realizadas no

estuário da Lagoa dos Patos (RS). O sistema de gravação foi composto por um

gravador digital Marantz PMD (limite de frequência de 48 kHz) e um hidrofone HTI-

96MIN. Os assobios foram selecionados por grupo e comportamentos distintos para

cada espécie. As análises foram realizadas no software Raven 1.3 (Hanning, 512

pontos, 50% overlap), no qual 15 parâmetros foram medidos: duração (DUR), pontos de

inflexão (INF), frequências inicial (FI), final (FF), mínima (FMIN) e máxima (FMAX), delta

de frequência (DF), frequência a ¼ do assobio (F1/4), a ½ do assobio (F1/2), a ¾ do

assobio (F3/4), frequência no 1º quartil (1Q), 3º quartil (3Q), frequência central (FC),

pico de frequência (PF) e frequência média (FM). Foram analisados 131 assobios de S.

frontalis, 115 de S. bredanensis, 197 de S. guianensis e 175 de T. truncatus. A DFA

(Discrimnant function Analisys) apresentou uma taxa de classificação correta de 71,7%

dos assobios analisados. A maior classificação correta foi de S. bredanensis (87,8%),

seguida por S. guianensis (80,7%), S. frontalis (62,6%) e T. truncatus (57,7%). As

variáveis consideradas pela análise foram: FF, FMAX, DUR, FC, INF, FI, F¾, F½, F¼,

DF, e 3Q (wilks’λ=0,2; P<0,05). Foram encontradas diferenças em todos os parâmetros

entre os assobios das espécies (Kruskal-wallis, P<0,05). Os assobios de S. guianensis

e de S. bredanensis foram os mais distintos, apresentando diferenças em todos os

parâmetros (Tukey; P<0,05). Houve maior semelhança entre os assobios de T.

truncatus, S. frontalis e S. bredanensis. O número de pontos de inflexão foi semelhante

entre os assobios de S. guianensis e os de S. frontalis, e entre os de S. guianensis e os

de T. truncatus (Tukey; P>0,05). A duração dos assobios apresentou valores similares

somente entre S. frontalis e S. bredanensis (Tukey; P>0,05). Poucas variáveis acústicas

dos assobios (FI, DF e F1/4) de T. truncatus foram semelhantes aos de S. frontalis

(Tukey; P>0,05). Da mesma forma, poucos parâmetros (FF, FMIN, 1Q e PF) dos sinais

de S. bredanensis foram semelhantes aos de T. truncatus (Tukey; P>0,05). Os

parâmetros indicaram diferenças entre assobios, porém houve uma moderada

sobreposição entre três das espécies.