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LIBRAS - LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS AVANÇADO

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Libras - Língua Brasileira de Sinais Avançado 1

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1Didática no EnsinoAuditoria Contábil Tributária 1

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LIBRAS - LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS AVANÇADO

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1Didática no EnsinoAuditoria Contábil Tributária 1

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Abreu, Walber, 2019.Libras - Língua Brasileira de Sinais Avançado - Belém, PA: Faculdade Estratego.29 páginas.

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sSUMÁRIOINTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................3

1. USOS E FUNÇÕES DO ALFABETO MANUAL E DOS NUMERAIS ................................4

1.1 VOCABULÁRIO ..............................................................................................................................9

2. PARTICIPANDO DA COMUNIDADE SURDA .............................................................................12

2.1 CULTURA E COMUNIDADE SURDA ................................................................................12

2.2 CUMPRIMENTOS E SAUDAÇÕES ....................................................................................13

2.3 VOCABULÁRIO ............................................................................................................................13

3. EXPRESSÃO E COMPREENSÃO EM LIBRAS ...........................................................................16

4. A ESCRITA DE SINAIS ..............................................................................................................................23

4.1 SISTEMA SIGNWRITING ..........................................................................................................23

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................28

*

* A navegação deste e-book por meio de botões interativos pode variar de funcionalidade dependendo de cada leitor de PDF.

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INTRODUÇÃOAtualmente muito se fala sobre o processo de inclusão de grupos minoritários

Quando tratamos sobre esse processo para as pessoas surdas estamos tratando de um grupo minoritário com uma cultura e uma língua que os identifica enquanto comunidade.

Dessa maneira nossa papel na inclusão dos sujeitos surdos é o de conhecer a cultura dessas pessoas e aprender sua língua para assim compartilhar com eles o jeito surdo de ser e estar no mundo Com isso a disciplina Libras avançada no seu curso tem o objetivo de lhe dar condições básicas para se comunicar com essa comunidade por meio da Libras.

A partir de todo conhecimento teórico e prático que você adquiriu na disciplina de fundamentos da Libras, iremos nesse módulo aprofundar mais nosso conhecimento para assim desenvolver nosso aprendizado sobre a língua gestual visual dos surdos brasileiros a Língua Brasileira de Sinais.

Bons Estudos!

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1. USOS E FUNÇÕES DO ALFABETO MANUAL E DOS NUMERAISO alfabeto manual são configurações de mão que representam as letras do

alfabeto das língua orais Essas configurações são consideradas por alguns autores como empréstimo linguístico Dessa forma, esse empréstimo ocorre de uma língua oral (LO) para uma língua de sinais (LS), por exemplo, Língua Portuguesa para Libras.

A principal justificava para esses empréstimos é o fato das LS estarem sempre em contato com uma LO majoritária no país Dessa maneira, uma relação de dependência e influência acaba por se estabelecer.

Nas LS, são vários os usos e as funções do alfabeto manual Ele é usado para representar em um discurso conceitos semsinais específicos, nomear ruas sem sinais, nomes de pessoas e demais situações que estudaremos a partir de agora.

Nome de Pessoas

Na cultura ouvinte, cada pessoa recebe um nome, no Brasil, esse nome é em

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Português Para o surdos, a forma de identificar uma pessoa é por meio de uma sinal Contudo, pelo fato de ambas as culturas estarem sempre em contato e os surdos serem multiculturais, ou seja, partilham tanto da cultura ouvinte quanto da cultura surda, eles são identificados tanto pelos nomes em Português quanto pelo sinal.

Dessa maneira, o alfabeto manual é utilizado na cultura surda pra nomear em Português uma pessoa Com isso, ao se apresentar, você deverá sinalizar seu nome e o seu sinal, caso você tenha.

Fonte: Blogadao.com

Nome de Ruas

Dependendo do engajamento social da comunidade surda em uma cidade, poderemos ter um forte presença da língua de sinais, isso será perceptível, por exemplo, se as localidades dessa cidade já apresentam um sinal na comunidade surda Caso isso não aconteça, o nome de ruas, pontos turísticos e outras localidades serão sinalizados por meio da datilologia do seu nome em Português.

Fonte: Transporteslocacoes.com.br

Conceitos sem sinal

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Quando fazemos comparações entre línguas, perceberemos que uma pode ter um signo para determinado conceito e a outra pode não ter um signo específico Isso ocorre pelo fato de, em determinado cultura houve a necessidade da criação desse signo e em outra não houve Entretanto, esse fato não faz de uma língua superior a outra.

As línguas de sinais estão sempre em contato com uma língua oral com mais anos de existência e majoritária no país Isso, de alguma forma, faz com que haja uma exigência de criação de sinais para palavras da língua oral Entretanto, no Brasil, atualmente, as comunidades surdas vem questionando essa exigência, pois se as línguas de sinais são línguas plenas “elas dão conta de si”

Dessa maneira, se houver conceitos que não apresentem sinais específicos na Libras, por exemplo, você poderá explicar esse conceito por meio dos diversos sinais da língua e usar a datilologia da palavra em Português do conceito.

Fonte: Educacaoetransformacao.com.br

EMPRÉSTIMO LINGUÍSTICO

Os empréstimos linguísticos nas línguas de sinais podem ocorrer de duas maneiras básicas de uma língua oral para uma língua de sinais de uma língua de sinais para outra.

Dessa maneira, na Libras temos empréstimos que advém do Português por meio de configurações de mão referentes ao alfabeto manual No exemplo ao lado, temos o

sinal de FÉRIAS, perceba que esse sinal utiliza a configuração de mão em F, que é a primeira letra da palavra em português ‘férias’.

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Podemos evidenciar na Libras empréstimos de outras línguas sinalizadas O sinal ao lado é usado com o significado de EU AMO VOCÊ na Libras, esse sinal é um empréstimo da língua de sinais americana (ASL).

SINAIS SOLETRADOS

Outro tipo de empréstimo que ocorre do Português para a Libras, são os chamados ‘sinais soletrados’ Esses sinais apresentam uma soletração rítmica da palavra em Português.

Dessa maneira, todas as principais letras da palavra são sinalizadas de maneira rítmica e acaba por tornar se um item lexical da Libras.

Como em toda língua natural, esses empréstimos, com o passar do tempo, acabam por perder essas marcas da língua de origem para se aproximar das regras de boa formação de sinais da língua alvo.

Fonte: Felipe (2007, p. 70 e 72)

NUMERAIS

Na Libras, os numerais são bastante icônicos, ou seja, você consegue estabelecer uma relação entre o sinal e a quantia que ele representa Estudaremos neste tópico os usos dos numerais para quantidade, ordem, valores monetário e demais funções desses numerais na Libras.

O primeiro grupo de numerais são aqueles usados para a maioria dos contextos em Libras, vamos classifica los como os números básicos.

NÚMEROS CARDINAIS E ORDINAIS

O próximo grupo de sinais numéricos

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são os utilizados para expressar quantidade. Sempre que estivermos em um contexto de quantificar pessoas, objetos e etc deveremos utilizar esses sinais. Observe que a diferença entre esses e os números básicos está apenas nós numerais de 1 a 4 os demais permanecem os mesmos.

Por fim, temos os números ordinais que são aqueles utilizados para indicar ordenação, por exemplo, colocação de alguém em uma corrida ou na lista do vestibular Em Libras, esses sinais tem a mesma configuração de mão dos sinais de números básicos, contudo, apresentam um movimento bidirecional para cima e para baixo.

tFonte: Couto (2007, p. 02)

Fonte: Acesselibras.blogspot.com

DIAS DA SEMANA

Fonte: Couto (2007, p. 09)

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1.1 VOCABULÁRIO

Valores e Medidas

Fonte: Couto (2007, p. 41)

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Valores e Medidas

Fonte: Couto (2007, p. 42)

Valores e Medidas

Fonte: Couto (2007, p. 40)

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Valores Monetários

Fonte: Couto (2007, p. 44 e 45)

VALORES E MEDIDAS

Fonte: Couto (2007, p. 45 e 46)

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2. PARTICIPANDO DA COMUNIDADE SURDA

2.1 CULTURA E COMUNIDADE SURDA

A pesquisadora Felipe (2007, p. 45) argumenta que “a palavra ‘cultura’ possui vários significados. Relacionando esta palavra ao contexto de pessoas surdas, ela representa identidade porque pode-se afirmar que estas possuem uma cultura, uma vez que têm uma forma peculiar de apreender o mundo que as identificam como tal”. Carol Padden apresentou uma diferença entre cultura e comunidade linguista surda. Para a pesquisadora surda, “uma cultura é um conjunto de comportamentos aprendidos de um grupo de pessoas que possuem sua própria língua, valores, regras de comportamento e tradições”. Ao passo que “uma comunidade é um sistema social geral, no qual pessoas vivem juntas, compartilham metas comuns e partilham certas responsabilidades umas com as outras“ (PADDEN, 1989 apud FELIPE, 2007, p. 45).

Dessa maneira, Felipe (2007) afirma que em uma comunidade surda fazem parte ouvintes que lutam junto com os surdos por suas causas, como interpretes, familiares e amigos.

É importante ressaltar que, “ser uma pessoa surda não equivale a dizer que esta faça parte de uma Cultura e de uma comunidade Surda, porque sendo a maioria dos surdos, aproximadamente 95%, filhos de pais ouvintes, muitos destes não aprendem a Libras e não conhecem as Associações de Surdos, que são as Comunidades Surdas, podendo tornarem-se somente pessoas com deficiência auditiva” (FELIPE, 2007, p. 45).

Felipe (2007) afirma que “as pessoas Surdas, que estão politicamente atuando para terem seus direitos de cidadania e linguísticos respeitados, fazem uma distinção entre “ser Surdo” e ser “deficiente auditivo”. A palavra “deficiente”, que não foi escolhida por elas para se denominarem, estigmatiza a pessoa porque a mostra sempre pelo que ela não tem, em relação às outras e, não mostra o que ela pode ter de diferente e, por isso, acrescentar às outras pessoas.

Para a autora “ser Surdo é saber que pode falar com mãos e aprender uma língua oral-auditiva através dessa, é conviver com pessoas que, em um universo de barulhos, deparam-se com pessoas que estão percebendo o mundo, principalmente, pela visão, e isso faz com que elas sejam diferentes e não necessariamente deficientes. A diferença está no modo de apreender o mundo, que gera valores, comportamento comum compartilhado e tradições sócio interativas, a este modus vivendi está sendo denominado de Cultura Surda” (FELIPE, 2007, p. 45).

Estudaremos agora algumas formas de interação na cultura surda, principalmente o que diz respeito a cumprimentos e a saudações nessa comunidade.

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2.2 CUMPRIMENTOS E SAUDAÇÕES

Felipe (2007, p. 33) afirma que “quando uma pessoa aprende uma língua, apreende também os hábitos culturais e os contextos aos quais certas expressões estão vinculadas. Diante de situações como apresentações de pessoas, cumprimentos, saudações, cerimônias religiosas, casamentos, velórios, entre outros eventos, as pessoas assumem comportamentos distintos e se comunicam de acordo com estas situações.

Para todas as situações há formas de expressões diferenciadas mais formais e informais. Por exemplo, o cumprimento e saudações de duas pessoas que são amigas são diferentes do de pessoas que são apenas conhecidas e diferente ainda de pessoas que estão sendo apresentadas pela primeira vez”.

“Geralmente, aqui no Brasil, quando as pessoas são apresentadas umas às outras, elas dizem seus primeiros nomes após os cumprimentos (aperto de mãos - contexto formal, e/ou beijo(s) no rosto, contexto informal) . No mundo dos Surdos, a pessoa, além de dizer o nome em datilologia, ela, primeiro, se apresenta pelo seu sinal, que lhe foi dado pela comunidade a qual faz parte” (FELIPE, 2007, p. 33)

2.3 VOCABULÁRIO

Fonte: Couto (2007, p. 03)

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CUMPRIMENTOS E SAUDAÇÕES

Fonte: Couto (2007, p. 04)

Pronomes

Fo

nte:

Fel

ipe

(200

7, p

. 38)

Fonte: Felipe (2007, p. 38)

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Font

e: F

elip

e (2

007,

p. 3

9)

Fonte: Felipe (2007, p. 38)

Fonte: Felipe (2007, p. 39)

Fonte: Felipe (2007, p. 40)

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3. EXPRESSÃO E COMPREENSÃO EM LIBRASFelipe (2007, p. 67) afirma que “as línguas de sinais, por serem de modalidade

gestual-visual utilizam, como elemento gramatical, a tridimensionalidade do espaço para a comunicação. Assim, uma pessoa que está aprendendo uma dessas línguas, precisa ficar atenta para a visualização das informações no espaço, porque elas sempre estão sob a perspectiva do emissor da mensagem e precisa-se apreendê-las ao inverso, como uma imagem no espelho.

“Na Libras, os advérbios “perto“ e “longe” são representados por sinais distintos com relação a essa perspectiva, medida e ponto específico, podendo-se incorporar, ao advérbio LONGE, um movimento e expressões facial e corporal que acrescentam ideia de perspectiva e de intensificação da distância” (FELIPE, 2007, p. 67).

Vamos aprender alguns sinais que estão de acordo com essas perspectivas:

a) L onge / Perto

Fonte: Felipe (2007, p. 67)

b) Longe [muito longe] / Perto

Fonte: Felipe (2007, p. 68)

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c) Longe [distância – medida] / Perto

Fonte: Felipe (2007, p. 68)

Meios de Transportes

Fonte: Couto (2007, p. 46 e 47)

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Países

Fonte: Couto (2007, p. 61 a 63)

ADJETIVOS

Em relação aos adjetivos, Felipe (2007, p. 121) afirma que “são sinais que formam uma classe específica na Libras e sempre estão na forma neutra, não havendo, portanto, nem marca para gênero (masculino e feminino), nem para número (singular e plural)”.

A autora argumenta que “muitos adjetivos, por serem descritivos, apresentam iconicamente uma qualidade do objeto, desenhando-a no ar ou mostrando-a a partir do objeto ou do corpo do emissor. Em português, quando uma pessoa se refere a um objeto como sendo arredondado, quadrado, listrado, entre outros,

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está também descrevendo, mas, na Libras, esse processo é mais “transparente“ porque o formato ou textura são traçados no espaço ou no corpo do emissor, em uma tridimensionalidade permitida pela modalidade da língua” (FELIPE, 2007, p. 121).

Alguns exemplos de adjetivos na Libras:

Fonte: Felipe (2007, p. 123)

ADJETIVOS/CORES

Fonte: Couto (2007, p. 37 e 38)

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SINAIS EM CONTEXTO

“Na Libras, como em outras línguas, também há um processo de formação de palavras denominado derivação zero, ou seja: há muitos sinais que são invariáveis e somente no contexto pode-se perceber se estão sendo utilizados com a função de verbo ou de nome” (FELIPE, 2007, p. 146).

Exemplos:

Fonte: Felipe (2007, p. 146)

“Alguns destes pares apresentam uma diferença em relação ao parâmetro movimento, como o verbo IR-DE-AVIÃO, que tem um movimento mais alongado em relação ao substantivo AVIÃO, e PASSAR-COM-FERRO, que tem um movimento mais repetido e alongado em oposição ao movimento repetido e retido para o nome FERRO. Na Libras, também há palavras compostas, ou seja: pode-se criar um novo sinal a partir de dois ou mais sinais que se combinam e dão origem a uma outra forma com outro significado” (FELIPE, 2007, p. 146).

Fonte: Felipe (2007, p. 146)

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INTESIFICADOR OU ADVÉRBIO DE MODO

“Na Libras há substantivo e verbo que são representados pelo mesmo sinal. Isso também acontece com alguns adjetivos. Sintaticamente, a diferença entre eles está também na possibilidade dos adjetivos e verbos poderem incorporar um intensificador (muito) e dos verbos poderem incorporar advérbios de modo, que são expressos através da modificação do movimento. O intensificador “muito” e alguns advérbios de modo podem ser expressos também através das expressões facial e corporal” (FELIPE, 2007, p. 162)

Felipe (2007, p. 162) afirma que “há uma diferença entre “muito” (intensificador) e “rápido” (advérbio de modo). Para intensificar uma ação, há uma repetição do sinal correspondente a esta ação e uma incorporação de um movimento lento. Já para estabelecer um modo RÁPIDO de se realizar a ação, há uma repetição do sinal da ação e a incorporação de um movimento acelerado. Há, ainda, a incorporação do intensificador “muito” ou de advérbios de modo, que alteram, também, o movimento, através de um alongamento do movimento”.

Nos exemplos, abaixo, pode-se perceber essas diferenças desses sinais que se diferenciam a partir do contexto sintático:

Fonte: Felipe (2007, p. 162)

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ADVÉRBIO DE TEMPO E CONDIÇÕES CLIMÁTICAS

Fonte: Couto (2007, p.05 e 06)

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4. A ESCRITA DE SINAIS

4.1 SISTEMA SIGNWRITING

Iniciaremos nesse capítulo os estudos sobre a escrita de sinais com base no sistema criado por Valerie Sutton, o SignWriting. Para entendermos sobre esse sistema, usaremos o trabalho de Marianne Stumpf (2005) que descreveu alguns aspectos básicos desse sistema de escrita.

A autora afirma que “o SignWriting tem muitos símbolos e o escrito pode decidir qual é o importante e qual não é importante. Se você perceber que o sinal não pode ser lido sem colocar dois símbolos de contato, você pode escrever os dois símbolos. Mas se o símbolo não vai ser confundido colocando apenas um contato, é só um que você deve colocar” (p. 56 e 57).

Como pode perceber nas várias grafias do sinal de SURDO:

Fonte: Stumpf (2005, p.57)

Começaremos entendendo sobre as configurações d e mão nesse sistema. Temos três

configurações de mão básica, que delas as outras derivam:

Fonte: Stumpf (2005, p. 61)

Q uando há a sinalização de configurações de mão com os dedos estendidos, devemos gravar da seguinte maneira:

Fonte: Stumpf (2005, p. 61)

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Vamos verificar como os dedos e as mãos são grafados de acordo com seu posicionamento:

Fonte: Stumpf (2005, p. 60)

A grafia das configurações de mãos pode ser escrita de acordo com a posição real da mão, para direita, para esquerda ou para diagonal e assim por diante. Observe:

Fonte: Stumpf (2005, p. 65)

Em relação a orientação de palma da mão, devemos ter em mente que a forma de escrita e de leitura é sempre do ponto de vista expressivo, ou seja, a visão do sinalizante no momento da execução do sinal. Dessa forma, a parte branca do

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grafema indica a palma da mão e a parte preta o dorso da mão (STUMPF, 2005)

Fonte: Stumpf (2005, p. 62)

Quando há um corte no sinal (espaço em branco), indica que o braço está posicionado horizontalmente. Quando esse corte não está presente, interpretamos a posição do braço na posição vertical.

Fonte: Stumpf (2005, p. 60)

Stumpf apresenta alguns tipos de movimentos que podem ser classificados em movimentos de mão e de dedos:

Fonte: Stumpf (2005, p. 77)

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Fonte: Stumpf (2005, p. 89)

Stumpf (2005, p. 62) afirma que, quanto ao sentindo da mão em relação ao plano, “há sinais que, embora fonologicamente possam ser executados indiferentemente com qualquer uma das mãos, a representação será escrita, necessariamente com a mão direita ou com a mão esquerda devido à posição dos dedos. Por exemplo, o sinal certo pode ser executado com a esquerda ou com a direita, mas mostrará os dedos posicionados conforme a mão que foi usada no enunciado”.

Fonte: Stumpf (2005, p. 62)

Existem seis formas de representar o contato de símbolos que compõe o sinal, seja mão com mão, mão com corpo ou mão com cabeça.

Fonte: Stumpf (2005, p. 78)

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PRATICANDO A LEITURA

Para encerrarmos nosso módulo, proponho um desafio. A partir do conhecimento básico sobre a escrita de sinais, você é capaz de dá seus primeiros passos na produção e compressão de textos em SignWriting. Dessa feita, desafio você a tentar ler o texto abaixo. Bons estudos!

Fonte: Barreto e Barreto (2015, p. 159 a 161)

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARRETO, M. BARRETO, R. Escrita de Sinais sem Mistérios. 2 ed. v. 1. Salvador: Libras Escrita, 2015.

COUTO, R. C. T. Aprendendo Língua de Sinais. Belém, 2007.

FELIPE, T. A. Libras em contexto: curso básico: livro do estudante. 8º edição. Rio de Janeiro: WalPrint Gráfica e Editora, 2007.

STUMPF, M. Aprendizagem De Escrita De Língua De Sinais Pelo Sistema SignWriting: Línguas De Sinais No Papel E No Computador. Porto Alegre: Ufrgs, 2005. Tese (Doutorado Em Informática Na Educação), Pós-Graduação Em Informática Na Educação, Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul, 2005.

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1Didática no EnsinoAuditoria Contábil Tributária1

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Desenho Instrucional: Tiago LobatoDesign editorial/gráfico: Darlan Conrado

Revisão pedagógica: Aline RamosRevisão ortográfica: Adriana Morais

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