levantamento rÁpido da ictiofauna no riacho seco, … · 2014. 12. 22. · o presente estudo foi...
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LEVANTAMENTO RÁPIDO DA ICTIOFAUNA NO RIACHO SECO, BREJÃO - PE
Santana, J.R.(1); Lima, E.N.(2); Dantas, R.S.(3); Melo, D.C.M.(1);
Cunha, A.G.(4) [email protected]
(1)Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, Recife – PE, CNPq; (2) Água e Terra Planejamento Ambiental LTDA, Patos de Minas - MG; (3) Instituto de Tecnologia de Pernambuco – ITEP, Recife – PE; (4) Universidade Federal do Pará – UFPE, Belém – PA, CAPES.
RESUMO Devido às inundações nas áreas ribeirinhas no município de Brejão, em épocas de
enchentes, será necessária a construção de uma barragem para contenção. Com o
objetivo de amenizar os impactos ambientais, foi realizado um levantamento
ictiológico, para compor o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto
Ambiental. O levantamento foi feito em março de 2012, utilizando técnica de
levantamento rápido. As áreas de amostragem foram na Área Diretamente Afetada
(ADA) e Área de Influência Direta (AID) do empreendimento. O material capturado
foi fixado com formoldeido a 10% e conservado a álcool 70%. O material foi medido
e identificado ao menor nível taxonômico. Foram realizadas entrevistas com os
habitantes, colhendo-se informações sobre pescarias e apetrechos. Foi citado o Cará
Zé Bu (Geophagus cf. brasiliensis) como o peixe mais abundante. Foram capturadas e
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identificadas 13 espécies sendo que Serrapinus piaba (29,75%) e Poecilia vivípara
(19,19%) possuiu maior representatividade. Os pontos da ADA obtiveram maior
número de espécies, indicando menos antropização e o apetrecho mais eficiente foi a
tarrafa. O barramento do rio é uma das causas da diminuição ou mesmo
desaparecimento das espécies de peixe. Devido à este problema, faz-se necessário
estudos sazonais, visando conhecer melhor a ecologia dessas espécies.
Palavras-Chave: Comunidades ictíicas, Ictiofauna, Ecologia de reservatórios.
INTRODUÇÃO
A construção de uma represa modifica a hidrologia, as condições físico-
químicas e a disponibilidade de recursos ao ponto do processo equivaler
à criação de um novo ecossistema (BAXTER, 1997). Essas
modificações interferem diretamente nas funções biológicas dos peixes,
como a alimentação, a reprodução, o crescimento e a mortalidade.
Porém, essas espécies estão associadas a muitas outras, e quando ocorre
modificação de qualquer elemento, acaba por afetar a inter-relação entre
elas (MERONA, 1987).
Nos primeiros anos do represamento de um rio é que se definem quais
grupos irão colonizar o mesmo, obtendo maior sucesso os grupos que
forem adaptados às condições lacustres e que apresentem grande
plasticidade para alimentação e reprodução (RUIZ, 1998).
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Sendo assim, as comunidades de peixes e de outros organismos sofrem
rearranjos com a colonização bem sucedida do ambiente por algumas
espécies e pela diminuição, ou mesmo ausência, por outras
(AGOSTINHO et al., 1999). Trata-se na verdade, de uma reestruturação
dessas comunidades nesses ambientes represados (ARAÚJO-LIMA et
al., 1995).
Em virtude dos potenciais impactos e alterações que as comunidades
ictíicas irão sofrer com o barramento do Riacho Seco, faz-se necessário
um estudo da ictiofauna local para que possam ser estabelecidas
medidas de mitigação e compensação, baseado em levantamentos
ictiológicos da literatura, através da captura de exemplares do próprio
riacho e da realização de entrevistas com a comunidade ribeirinha.
MATERIAL E MÉTODOS
O presente estudo foi realizado no Riacho Seco, localizado no
município de Brejão (PE), com uma amostragem da Área Diretamente
Afetada (ADA) e a Área de Influência Direta – AID da barragem que
será construída (Fig. 01).
O levantamento indireto foi realizado através da aplicação de
questionários semi-estruturados com os moradores da ADA. Através
desses foi possível obter informações quanto ao perfil dos pescadores
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da região e caracterizar a atividade pesqueira, bem como a fauna
ictiológica. Em seguida, foi apresentada uma cartela, ilustrando peixes
de água doce prováveis para a região, com o objetivo de associar os
nomes populares, citados pelos pescadores, aos nomes científicos das
espécies presentes na cartela.
Figura 1. Mapa identificando as áreas diretamente afetadas (ADA), de influência direta (AID) e a jusante da barragem de Brejão – PE.
As amostragens foram realizadas em duas campanhas, a primeira
realizada de 05 à 09 de março e a segunda nos dias 30 e 31 do referido
mês. Para a coleta do material ictiofaunístico foi empregada à técnica de
levantamento rápido. Os pontos foram escolhidos de modo a explorar
ambientes com características distintas, utilizando assim, diferentes
Fonte: UGP BARRAGENS/ITEP, 2012
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apetrechos de pesca, com o objetivo de capturar uma maior diversidade
de espécies existentes.
Os apetrechos de pesca utilizados foram: puçás circulares e triangulares
com malha de 6mm, tarrafas com 2m de altura e malha de 10mm, rede
de arrasto com 5m de comprimento e 2m de altura e rede de espera
(superfície e fundo), todas com 30m de comprimento, com malhas de
12, 15, 20, 25, 30, 40 e 50mm.
Nas duas campanhas, as redes de espera foram lançadas às 17:00 e
retiradas no dia seguinte às 05:00, obtendo um esforço de pesca de 12
horas. As tarrafas e os puçás eram lançados em locais com pouca
profundidade, cinco vezes em cada ponto para padronizar o esforço de
pesca, e os puçás lançados somente nas margens. A rede de arrasto para
as duas campanhas foi utilizada em locais com características
favoráveis a operacionalidade desse apetrecho, sendo que a varredura
do ambiente escolhido era feita somente uma vez.
Todo o material biológico coletado foi acondicionado em sacolas
plásticas devidamente etiquetadas com as seguintes informações: data
de captura, ponto e apetrecho. Em paralelo, para cada ponto era descrito
numa planilha a data, o nome da estação, as coordenadas geográficas,
os apetrechos que foram utilizados e a descrição do local de pesca.
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O material ictiológico foi acondicionado em bombonas de 50 L,
contendo solução de formaldeído concentrado a 10%, para a fixação dos
exemplares. Essas bombonas foram transportadas para o Laboratório de
Ecologia e Biodiversidade no Instituto de Tecnologia de Pernambuco,
em Recife, onde esses exemplares foram conservados em álcool a 70%.
Posteriormente, os exemplares foram pesados com balança de precisão
de 0,01g e medidos quanto aos comprimentos (total e padrão), com
aproximação de 0,1cm, utilizando-se o ictiômetro e paquímetro digital.
Em seguida, foram identificados até o menor nível taxonômico
possível, utilizando-se literatura específica como (ROSA, SATO,
BRITSKI, 1986), (LOPES, SILIMON, BRITSKI, 2007), (OYAKAWA
et al., 2006), (NAKATANI et al., 2001), (REIS, KULLANDER,
FERRARIS, 2003), entre outras descrições morfológicas. Nos casos
em que ocorreram impossibilidade de identificação, os exemplares
foram considerados em seus gêneros como morfotipos, com suas
características morfológicas e merísticas devidamente registradas.
Todos os espécimes, após o processo de identificação foram etiquetados
e embalados individualmente e acondicionados em bombonas contendo
solução de álcool a 70%, servindo de espécies-testemunho, as quais
serão doadas as coleções ictiológicas da Universidade Federal Rural de
Pernambuco e na Universidade Federal de Pernambuco (Centro
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Acadêmico de Vitória), conforme Termo de Referência GT Nº 03/12.
No caso da ocorrência de novas espécies (táxons novos), estas serão
depositadas nas seguintes coleções: Museu de Zoologia da
Universidade de São Paulo e na Coleção de Peixes da Universidade
Federal da Paraíba, instituições ictiológicas de referência nacional
(Projeto NEODAT).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No presente estudo foram aplicados 20 questionários aos moradores das
ADA, que tem como atividade de lazer a pesca, gerando pescado para
consumo próprio.
Os homens foram a maioria entre os entrevistados que pescam (80%), e
no geral todos iniciaram a atividade na infância. Realizam suas
atividades de pesca semanalmente, principalmente no período matutino.
Devido ás condições do ambiente, geralmente trechos mais estreitos, os
pescadores não necessitam de embarcação.
Os apetrechos de pesca citados pelos entrevistados foram: vara de
pescar, linha de mão, redes de arrasto e de espera, conhecida como
¨malhão¨, tarrafa, balaio, molinete, armadilhas como o covo, entre
outras formas de pescar como ¨esgotar o poço¨.
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As espécies pescadas nas ADA e AID pelos entrevistados estão
representadas na tabela 01 quanto aos seus nomes populares associados
aos nomes científicos e o número de citações de cada uma.
Tabela 1. Lista de peixes (por nomes populares) pescados por entrevistados, seus
respectivos nomes científicos e a quantidade de vezes que foram citados na ADA e
AID, de 05 à 09 e 30 e 31 de março de 2012.
Nomes populares Nomes científicos Nº de citações Cará Zé Bu ou Cará Geophagus cf. brasiliensis 20 Traíra Hoplias malabaricus 19 Piaba Astyanax gr. bimaculatus 19 Jundiá ou Judiá Rhamdia quelen 14 Curimatã Prochilodus costatus 14 Tilápia ou Fidalgo Oreochromis niloticus 8 Caboje Hoplosternum litoralle 8 Tambaqui Colossoma macropomum 5 Tucunaré Cichla sp. 4 Cará Preto Geophagus sp. 1 3 Chupa pedra ou cascudinho Aspidoras sp. 2 Candunga ou Cadunga Poecilia vivípara 2 Piau Leporinus piau 2 Cará Peba Geophagus sp. 2 1 Carpa capim Ctenopharyngodon idella 1 Cari Hypostomus sp. 1
Quanto as espécies exóticas, foram citadas: Tambaqui, Pacu, Tucunaré,
Tilápia e Carpa (principalmente a Carpa capim). Espécies como
tucunaré e tilápia estão entre as mais produzidas e distribuídas nos lagos
e açudes do Nordeste pelo Departamento Nacional de Obras Contra a
Seca (DNOCS). Segundo o relato dos entrevistados, essas espécies
aparecem uma vez ou outra no rio, geralmente quando algum açude
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transborda, na época das chuvas, fazendo com que esses peixes sejam
introduzidos no Riacho.
A maioria dos casos de invasão biológica no Nordeste do Brasil é
devido a introduções voluntárias, isso certamente contribui na extinção
de espécies nativas, reduzindo a biodiversidade local e regional (ROSA,
GROTH, 2004).
Curimatã, Piaba e Carito, foram as espécies citadas como reofílicas.
Informação bastante importante, pois com a construção da barragem,
essas espécies tornam-se impossibilitadas de completar seu ciclo
reprodutivo, o que interfere diretamente na sua população e
indiretamente às outras comunidades. O ideal para amenizar esse
impacto seria a construção de escadarias para peixes nas barragens.
Além dessas informações, os entrevistados citaram também locais
favoráveis a alimentação e crescimento de formas jovens, como
remansos, poços e margens do rio.
Assim, foi possível identificar as prováveis áreas de berçário. Para
alimentação de formas adultas, mencionaram áreas profundas,
principalmente para as espécies bentônicas. As espécies citadas para as
margens são: Cará, Piaba, Traíra e a Curimatã.
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No levantamento direto, foram coletados 474 exemplares pertencentes a
13 espécies diferentes. Entre os locais amostrados, o ponto chamado de
ADA I – na Fazenda Olho D’ água, foi o que o obteve maior número de
indivíduos (n=126). O ponto ADA II, situado no Sítio Riacho Seco, se
destacou pela ocorrência de 11 das 13 espécies coletadas (Tabela 2),
provavelmente porque este local abriga áreas com características de
berçários. Além disso, até este trecho do riacho existem poucas
habitações que estariam interferindo menos negativamente na qualidade
da água. No geral, os pontos realizados na ADA apresentaram maior
número de espécies, enquanto que após os 500m de onde será feito o
barramento (à jusante) são locais bastante antropizados, e, além disso, já
existem três barragens construídas.
Dentre as espécies capturadas, o Serrapinus piaba foi a que obteve
maior representatividade, com 141 espécimes coletados, ocorrendo em
oito, dos dez pontos amostrados, seguido da espécie Poecilia vivipara,
com 91 exemplares, em oito pontos distintos (Figura 2).
Tabela 2 – Número de indivíduos coletados por ponto de pesca na ADA e AID, através da
técnica de levantamento rápido realizado de 05 à 09 e 30 e 31 de março de 2012.
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Montante I ADA II ADA I Eixo da barragem ADA 500m Jusante I Jusante II Jusante III Jusante IV Jusante V
Aspidoras sp. x xAstyanax sp. 1 x xAstyanax sp. 2 x xAstyanax gr. bimaculatus x x x x x x xCharacidium sp. x x x xCichlasoma sp. x xGeophagus cf. brasiliensis x x x x x x x xHoplias malabaricus x x x x xHypostomus sp. xParotocinclus sp. x x x x xParotocinclus jumbo x x x xPoecilia vivipara x x x x x x x xSerrapinnus piaba x x x x x x x xTotal de espécies 3 11 7 8 7 3 5 6 2 6Total de espécimes 20 74 126 26 86 4 41 58 17 22
ESPÉCIESPontos de coleta
A heterogeneidade dos ambientes estudados é comprovada através das
diferentes espécies ocorridas nos locais amostrados (ARAÚJO-LIMA et
al., 1995). O porte, a bacia ou porção do riacho influenciam no número
e composição de espécies registradas (CASTRO, 1999). Quanto aos
apetrechos de pesca utilizados, a r/ede de arrasto foi o mais eficiente,
em relação ao número de espécimes coletados, perfazendo 42% dos
indivíduos.
Relacionado à variabilidade de espécies, o apetrecho mais eficiente foi
o puçá, com 11 espécies distintas coletadas entre todos os pontos
(Quadro 1).
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Figura 2. Frequência de ocorrência das espécies capturadas na ADA e AID, de 05 à 09 e 30 e
31 de março de 2012.
Incluindo as espécies relatadas nas entrevistas e as capturadas através
de levantamento rápido, foram identificadas 21 espécies pertencentes a
cinco ordens e 11 famílias.
Entre as espécies estudadas, nenhuma se encontra incluída nas listas da
IUCN (International Union for Conservation of Nature), do IBAMA
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis) e do CITES (Conventional International Trade
Endangered Species of Wild Fauna and Flora). Em consulta a lista de
risco de extinção da Instrução Normativa Nº 5, reportou-se apenas a
presença do Gênero Characidium em comum (com três morfotipos),
Characidium grajahuensis Travassos (1944), que ocorre no Rio de
Janeiro em riachos da encosta atlântica, o C. vestigipinne Buckup &
Hahn (2000) que ocorre em um riacho do Rio Grande do Sul e a espécie
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C. lagosantensis Travassos (1947), da bacia do alto rio São Francisco,
sendo as duas primeiras criticamente ameaçadas e a última considerada
vulnerável.
Embora as espécies ocorridas não estejam presentes nas listas, é
importante salientar que os principais perigos para extinção de espécies
são: destruição de habitats pela mineração, desmatamento e usinas
hidroelétricas (CASATTI, 2010).
Além disso, foram classificadas algumas espécies como intolerantes ou
tolerantes, baseado em um estudo sobre adaptação do índice de
integridade biótica realizado por Araújo (1998). Dentre as espécies
tolerantes, estão Astyanax gr. bimaculatus, Poecilia vivípara,
Geophagus cf. brasiliensis e Hoplias malabaricus. Exceto o Hoplias
malabaricus, todas foram abundantemente capturadas na área de
estudo. Não ocorreram espécies intolerantes.
Quadro 1. Composição de espécies de peixes por aparelho de pesca utilizado nas pescarias na ADA e AID, através da técnica de levantamento rápido realizado de 05 à 09 e 30 e 31 de março de 2012.
Apetrechos de Pesca Rede de espera Rede de Arrasto Puçá Tarrafa Vara de mão Aspidoras sp. Aspidoras sp. Astyanax sp. 1 Astyanax sp. 1 Astyanax sp. 2 Astyanax sp. 2 A. gr. Bimaculatus A. gr. bimaculatus A. gr. bimaculatus Characidium sp. Characidium sp. Cichlasoma sp. Cichlasoma sp. Cichlasoma sp. G. cf. brasiliensis G. cf. brasiliensis G. cf. brasiliensis G. cf. brasiliensis H. malabaricus H. malabaricus H. malabaricus H. malabaricus
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Hypostomus sp. Parotocinclus sp. Parotocinclus sp. P. jumbo P. jumbo P. vivipara P. vivípara P. vivipara S. piaba S. piaba
CONCLUSÃO
Em virtude do curto espaço de tempo destinado, este trabalho formulou
um diagnóstico rápido de quem são e como estão distribuídas as
comunidades ictiofaunísticas do Riacho Seco. Em função disto, faz-se
necessária a continuidade desses estudos ao longo do processo de
construção e após, que abranja sazonalidade, investigando a reprodução
e alimentação das espécies.
O Riacho Seco se encontra impactado, principalmente devido a
pequenos barramentos existentes ao longo de seu curso. Para a
manutenção e sobrevivência das espécies que compõem todo um
ecossistema à jusante do empreendimento, se faz indispensável que a
barragem de Brejão funcione de maneira que a vazão ecológica seja
mantida. Esta permite a manutenção de um volume mínimo de
perenização do rio, evitando a perda de biodiversidade.
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Devido à existência de espécies reofílicas no Riacho Seco, é necessária
a construção da barragem contemplando escadarias para peixes, para
que os mesmos possam completar seu ciclo reprodutivo.
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