levantamento das potencialidades apa nhamundá
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Marupiara Ano 4 – Nº 5 Jan/Jun 2011 ISSN 1981-0326
LEVANTAMENTO DAS POTENCIALIDADES TURÍSTICAS NA REGIÃO DO
PARANÁ DO ESPÍRITO SANTO, APA NHAMUNDÁ, AMAZONAS *1
Izabel Farias Valente
Graduada em Geografia/Universidade do Estado do Amazonas
João D’Anuzio Menezes de Azevedo Filho
Msc., Professor da Universidade do Estado do Amazonas, [email protected]
Resumo
A presente pesquisa faz um levantamento das potencialidades turísticas na região do Paraná do Espírito Santo,
dentro da Área de Proteção Ambiental do Nhamundá, no estado do Amazonas. A APA Nhamundá está
localizada no extremo leste do Estado do Amazonas, em um espaço físico ao norte do município de Parintins e
ao sul do município de Nhamundá. A referida APA foi criada através do Decreto nº. 12.836, de 09 de março de
1990, com área de 195.900 hectares pertencendo 70% ao município de Parintins e 30% ao município de
Nhamundá. Contém dois ecossistemas, um de terra firme (15%), e outro de várzea (85%). Cerca de 1.400
famílias vivem em 33 comunidades que juntas totalizam cerca de 7.000 pessoas. Possui uma paisagem composta
por grande quantidade de recursos naturais terrestres e aquáticos entre os quais se destacam lagos e baixadas de
rara beleza conhecidos como complexo do Macuricanã. Nesta perspectiva, a pesquisa realizou um levantamento
do potencial turístico na região do Paraná do Espírito Santo na borda sul da APA Nhamundá, a qual pertencem
as comunidades de Vila Bentes, Santa Rita do Igarapé do Boto, São Sebastião do Boto, São José do Paraná do
Espírito Santo de Cima, Paraná do Espírito Santo do Meio e Paraná do Espírito de Baixo. A atividade turística
ganha relevância naquela área não somente por suas características naturais, mas em especial, pela possibilidade
de melhoria da qualidade de vida da população local que vê no turismo uma saída para melhorar sua renda
familiar.
Palavras chave: turismo – áreas protegidas – sustentabilidade
A STUDY OF THE TOURISTIC POTENTIAL OF THE REGION OF THE PARANÁ DO ESPIRITO
SANTO, APA NHAMUNDÁ, AMAZONAS
Abstract
This research makes a study of the touristic potential of the region of the Paraná do Espirito Santo, inside the
environmental protection area of the town of Nhamundá, Amazonas State, Brazil. The EPA Nhamundá is
localized in the extreme east of the Amazon state, to the north of the municipality of Parintins and to the south of
the municipality of Nhamundá. This EPA was created via the decree No 12.836, of 9th March 1990 and
possesses an area of 195,900 hectares, 70% belonging to the municipality of Parintins and 30% to the
municipality of Nhamundá. It contains two ecosystems, one of terra firma (15%) and one of lowland inundated
with the rise of the river (85%). Around 1,400 families live in 33 communities that together total about 7000
people. It has a landscape made up of a great quantity of natural land and water resources where beautiful lakes
and lowlands maybe found, known as the Macuricanã Complex. In this perspective, the research studiedthe
touristic potential of the Paraná do Espirito Santo region on the southern border of the EPA of Nhamundá, to
which belong the communities of Vila Bentes, Santa Rita do Igarapé do Boto, São Sebastião do Boto, São José
do Paraná do Espírito Santo de Cima, Paraná do Espírito Santo do Meio and Paraná do Espírito de Baixo. The
touristic activity becomes important in this area, not only because of the natural characteristics of the area, but
especially because of the possibility of improving the quality of life of the local population that acknowledges
that tourism is an opportunity to raise their family income.
Keywords: Tourism, Protected areas, Sustainability
1 Publicado na Marupiara, Revista Científica do Centro de Estudos Superiores de Parintins/Universidade do
Estado do Amazonas, edição nº 5, jan/jun/2011.
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Introdução
O turismo é uma atividade econômica e social que tem na atualidade seu crescimento
intimamente ligado à conservação ambiental e ao desenvolvimento sustentável tanto em nível
nacional e regional como municipal.
É crescente o aproveitamento das Unidades de Conservação para a prática do turismo
como busca de uma relação mais íntima do homem com a natureza. Em se tratando da região
amazônica, essas unidades possuem características peculiares no que tange às características
físicas, sociais e culturais que as difere das existentes nas demais regiões do país.
A presente pesquisa faz um levantamento das potencialidades turísticas na região do
Paraná do Espírito APA Nhamundá, Amazonas. A Área de Proteção Ambiental Nhamundá
está localizada no extremo leste do Estado do Amazonas, em um espaço físico ao norte do
município de Parintins e Sul do município de Nhamundá, contendo dois ecossistemas, sendo
estes de terra firme (15%) e de várzea, (85%), onde se localiza um complexo de lagos
denominado complexo do Macuricanã, rico em espécies aquáticas.
Verificou-se a necessidade de se fazer um levantamento na referida APA, visto que,
como afirma Nelson e Pereira (2004), o desenho e a implementação de projetos turísticos
nessas áreas devem ser capazes de desenvolver modelos alternativos, conservar a base de
recursos naturais, responder ao imaginário coletivo e assegurar a participação e o engajamento
efetivo das populações locais no processo de tomada de decisões.
Para o embasamento desse trabalho faz-se uma abordagem sobre o turismo versus
desenvolvimento sustentável na Amazônia, visto que as atenções se voltam principalmente
para suas riquezas naturais e culturais, notando-se, entretanto, uma preocupação em escolher
modelos de desenvolvimento que se identifiquem de fato com a realidade local.
Dentre as modalidades de turismo, destacam-se: o ecoturismo, que está se
intensificando a partir de preocupações de ordem ambiental, econômica e social e por estar
ligado a um tipo de turismo cujas bases concentram-se na manutenção do desenvolvimento
sustentável e o turismo de pesca, atividade turística que é considerada de elevado potencial
para gerar desenvolvimento em longínquas áreas.
A segunda parte trata do Turismo em Unidades de Conservação expondo sobre da
importância que estas vêm adquirindo por sua excepcional beleza cênica e importância
ecológica e cultural e principalmente por sua importância para a sustentabilidade.
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Para o bom desempenho da pesquisa buscou-se alcançar os objetivos estabelecidos
no projeto que foram: estudar os aspectos físicos e humanos que compõem a paisagem da
região do Paraná do Espírito Santo, APA Nhamundá, identificar os ambientes propícios à
realização de atividades turísticas e discutir com a população local sobre um plano de
desenvolvimento turístico local sustentável.
A metodologia utilizada consistiu de um levantamento bibliográfico e documental
acerca do tema e sobre a APA Nhamundá. O método fenomenológico foi utilizado na
abordagem, assim como as técnicas de pesquisas observação e o modelo SWOT, termo
resultante da conjugação das iniciais das palavras anglo-saxónicas Strengths (forças),
Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças), tendo em vista
fazer o levantamento das potencialidades turísticas naquela região.
Na terceira parte se discute sobre a APA Nhamundá caracterizando-a de acordo com
seus aspectos que são: naturais- localizada sobre a planície fluviolacustre formada no
encontro dos rios Nhamundá e Amazonas; a biodiversidade - de grande relevância para a
conservação da biota aquática da Amazônia e a infra-estrutura – que consiste de uma pequena
Base flutuante e o escritório da Coordenação Estadual de Unidades de Conservação (CEUC).
A título de conclusão faz-se considerações sobre o potencial turístico encontrado na
região estudada, voltado para seus atributos naturais e culturais, dando-se maior relevância ao
elemento homem.
Turismo versus desenvolvimento sustentável na Amazônia
Ao se falar em turismo na Amazônia as atenções se voltam principalmente para as
suas riquezas naturais e culturais. Ao mesmo tempo se tem cada vez mais, a preocupação em
escolher modelos de desenvolvimento que se identifiquem de fato com a realidade local,
tendo como premissa a sustentabilidade.
O turismo vem denotando também um meio de diferentes valores sobre a natureza,
determinando uma articulação de formas e interesses entre os diferentes setores da sociedade
que desempenham papéis diversificados, tais como as populações locais, o poder municipal e
a cooperação internacional. Valores estes de conservação, de sobrevivência e de mercado.
O crescimento do turismo está intimamente ligado ao desenvolvimento sustentável
que significa qualificar o crescimento e reconciliar o desenvolvimento econômico com a
necessidade de se preservar o meio ambiente (CAVALCANTI, 2001).
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Na Amazônia as possíveis articulações entre conservação ambiental e
desenvolvimento sustentável como viabilidade econômica emergem em locais onde existem
projetos comunitários, no entanto, o âmago da sustentabilidade pode ser alcançado também
em outros recortes tais como as unidades de conservação.
Como exemplo de turismo com base local pode-se citar o município de Silves no
Amazonas onde, devido a ameaça da fome e com ajuda da Igreja Católica, comunidades
locais se organizaram em torno de uma ONG, a Associação de Silves pela preservação
Ambiental e Cultural (ASPAC) que conseguiu junto à Câmara de vereadores a proibição da
pesca comercial e a criação do manejo da pesca artesanal por meio de proteção dos lagos.
O programa de educação ambiental comunitário denominado “caravana mergulhão”,
valorizou e mobilizou a participação e o debate sobre a importância do respeito às normas e
legislação municipal sobre conservação da pesca.
Paralelamente ao trabalho de educação ambiental e conservação dos recursos
pesqueiros, a ASPAC, com apoio do WWF (World Wild Found), optou pelo desenvolvimento
do turismo como alternativa econômica para as comunidades ribeirinhas.
Foi construída uma Pousada (aldeia dos lagos) onde há uma participação intensa das
comunidades ribeirinhas tanto na atividade de hospedagem como nas atividades de lazer do
turista. Os turistas conhecem como vive o ribeirinho, como ele pesca, planta, faz a farinha, faz
o peixe para comer além de fazerem os passeios dentro da floresta e na cidade, deixando
divisas para o município (TAMAIO; CARREIRA, 2000).
Esse diferencial tem atraído nos últimos três anos, aproximadamente 600 turistas por
ano, em sua maioria, estrangeiros em busca do turismo responsável.
Sabe-se que a sustentabilidade é desafiante, pois, é um modelo de desenvolvimento
que necessita de padrão permanente de organização da sociedade, mudança de
comportamentos e hábitos de produção e consumo de cada ator social.
Desses fatos, depreende-se que o turismo age como indutor benéfico, sobretudo se
houver um desenvolvimento planejado que organize as atividades turísticas, como por
exemplo, programas educativos que possam capacitar os moradores locais, levando-os a se
tornar cada vez mais orgulhosos da sua cultura e do lugar em que vivem. Ressaltamos, no
entanto, que o turismo não é isento de riscos e ameaças já que é uma ação antrópica.
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O Ecoturismo
Na sua ânsia voraz por conquistar o espaço e os de recursos, o homem de modo
preocupante e avassalador alterou drasticamente seu meio ambiente, provocando uma forte
ameaça à qualidade ambiental, e em curto prazo, suas possibilidades de uso.
O interesse crescente pelo ambiente natural, preservado e ou conservado, fez nascer
o ecoturismo, uma atividade que tem relação direta com o desenvolvimento sustentável.
Ecoturismo, turismo ecológico e turismo de natureza são algumas denominações de
caráter geral atribuídas ás práticas de turismo que estão ocorrendo em áreas naturais
[...]Essas modalidades de turismo diretamente relacionadas á natureza, mais
comumente chamadas de ecoturismo, crescem – conforme propalam organismo
oficias – a um ritmo acelerado (CRUZ, 2003, p.17-18).
O ecoturismo está ligado a um tipo de turismo cujas bases concentram-se na
manutenção do desenvolvimento sustentável, traduzido como a preocupação com as gerações
futuras e com a preservação dos biomas.
A demanda que o ecoturismo emite para as áreas naturais é relevante e contínua.
Porém, os empresários que exploram essa atividade, não se preocupam em incluir no
planejamento das mesmas, a comunidade local, quando o ideal seria que as populações
residentes nos locais explorados tivessem participação efetiva no desenvolvimento dessas
atividades, mesmo porque são eles que ficam expostos ao perigo da imposição cultural,
doenças e excesso de lixo deixado pelos turistas.
Evidencia-se que o ecoturismo implica medidas de conservação e manejo,
apresentando uma relação intrínseca entre as empresas privadas que organizam viagem pela
natureza e as entidades (governamentais e não-governamentais) responsáveis pela proteção
das áreas naturais além da população local (FARIA; CARNEIRO, 2001).
Contudo, é importante ressaltar que apesar do ecoturismo ser um instrumento em
prol do desenvolvimento sustentável, algumas comunidades não tem alcançado os benefícios
almejados, já que o objetivo posto em prática tem sido a curto prazo e não o desenvolvimento
através dos princípios defendidos pelo ecoturismo. Esse é um problema que acontece não
apenas com empresários, mas também com governos de países que lançam um olhar para o
ecoturismo como a solução para suprir a falta de empregos e conseguir capital para infra-
estrutura.
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O Turismo de Pesca
Estudos realizados na Amazônia brasileira apontam que ela detém cerca de 10% da
diversidade de peixes existente no planeta, o que a torna uma das regiões mais propícias para
investimentos no aproveitamento desse potencial para o turismo de pesca.
Uma das vantagens do turismo de pesca é que ele conta necessariamente com a
população local já ligada à pesca para se desenvolver, sendo considerada uma atividade com
potencial de gerar desenvolvimento em distantes áreas, podendo substituir outros tipos de
atividades econômicas que geram degradação ao meio ambiente e ser uma oportunidade de
emprego e renda para as comunidades tradicionais e ribeirinhas.
Devido a um grande potencial, em praticamente todo o território nacional, foi criado
em 1997, pelo Ministério do Esporte e do Turismo e o Ministério do Meio Ambiente, o
Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora - PNDPA, que tem o objetivo
transformar a atividade de Pesca Amadora em instrumento de desenvolvimento econômico,
social e de conservação ambiental (AMAZONAS, 2004)
No Amazonas este programa é executado pelo Governo Estadual por intermédio do
órgão oficial de turismo do Estado, a Empresa Estadual de Turismo (AMAZONASTUR), em
parceria com as prefeituras municipais e recebem apoio do governo federal.
A AMAZONASTUR ordena a pesca amadora, divulga e promove a atividade nos
mercados nacional e internacional, com propósito de tornar o destino ao Amazonas
consolidado.
Mas para que aconteça o ordenamento da pesca amadora no Estado é ainda
necessário promover o aumento do número de pescadores esportivos associados e legalizados,
acrescentar o número de pescadores brasileiros e estrangeiros, melhorar a prestação de
serviços por piloteiros e guias de pesca, procurar envolver as comunidades locais (a fim de
que possam melhorar sua qualidade de vida), descobrir e divulgar novas áreas de Pesca
Amadora, além de sensibilizar os turistas quanto aos riscos que podem causar ao ambiente.
As Unidades de Conservação e o seu Aproveitamento para o Turismo
Em se tratando do aproveitamento das unidades de conservação no Amazonas para o
turismo sustentável, é válido ressaltar que possuem características peculiares dentro do seu
aspecto físico e cultural que as diferencia das demais regiões do país.
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As Unidades de Conservação apresentam excepcional beleza cênica e elevada
importância ecológica e cultural. Quanto aos objetivos relacionados à sua criação,
modificaram-se com o decorrer dos anos, seguindo tendências que variam entre o
aproveitamento para recreação até os conceitos atuais.
Segundo Brasil (2000), a UC seria espaço territorial e seus recursos ambientais,
incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente
instituídos pelo poder público com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime
especial de administração ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.
É crescente o interesse em conhecer lugares com culturas tradicionais que não estão
incorporados ao capital nacional e internacional em função de sua localização estar distante
do centro político e por serem considerados fronteira do desenvolvimento, como é o caso do
Amazonas.
As Políticas Públicas de Turismo aplicadas hoje no âmbito Estadual é parte
integrante da Política Nacional de Turismo, desenvolvida em nível local e as estratégias
elaboradas a nível Federal. Esses programas devem ser manejados com rapidez para que haja
dinamização do setor turístico, evitando desperdício de tempo e recursos financeiros.
Essa participação pode alternar-se entre uma mera visita turística, aquela em os
moradores partilham o conhecimento com o visitante, a uma consultoria em um projeto
ecoturístico ou ainda a comunidade vir a tornar-se dona do seu próprio empreendimento.
Faria (2001) argumenta que oferecer aos turistas a possibilidade de compartilhar e
descobrir o que é valorizado pelas comunidades locais coloca a atividade turística em sintonia
com a crescente importância dada às culturas locais, além de oportunizar a esse visitante
conviver com o diferente.
Logo, o envolvimento dos moradores das comunidades em turismo sustentável é
componente essencial para a conservação ambiental, seu desenvolvimento sociocultural e
econômico. Sem esse envolvimento não se pode levar nenhum plano adiante.
Procedimentos Metodológicos
A metodologia empregada consistiu de um levantamento bibliográfico e documental
acerca do tema e sobre a APA Nhamundá, pois, como afirma Gil (1999) é fundamental a
realização da pesquisa bibliográfica, uma vez que a mesma, parte dos materiais já elaborados,
constituídos em sua maioria por livros e artigos científicos, além de coleta de dados
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secundários sobre o assunto versado. Embora a pesquisa documental siga os mesmos passos
da bibliográfica é diferenciada aqui pela utilização de um documento que não recebeu
tratamento analítico, sendo fornecido por um órgão público do Governo do Estado do
Amazonas (Secretária de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável), que
dispôs o Plano de Proteção da APA Nhamundá.
No que concerne ao método de abordagem foi utilizado o método fenomenológico que
trata de fenômenos como algo que aparece para a consciência, que é sempre a consciência de
algo, “tem a ver com princípios, com as origens do significado e da experiência” (RELH
1979, p.1). Logo, foi útil para entender a realidade local, principalmente a partir das
informações coletadas nas comunidades, já que fenomenologia analisa a essência dos fatos
empíricos.
No que se refere às técnicas de pesquisa, fora realizada junto às comunidades
localizadas na APA uma reunião para discutir as possibilidades da prática do turismo na área,
seus recursos e potencialidades. Para tanto foi utilizado o modelo SWOT que corresponde à
identificação por parte de uma organização e de forma integrada dos principais aspectos que
caracterizam a sua posição estratégica num determinado momento, tanto a nível interno como
externo (GOLDSCHMIDT, 2006). Neste caso em específico é uma visão que vai de “dentro
para fora” auxiliando em uma melhor compreensão dos verdadeiros potenciais daquela região
e a observação que ajudou na compreensão dos dados coletados e análise da real situação
pesquisada.
A população investigada foi composta pelas comunidades da região do Paraná do
Espírito Santo na borda sul da APA do Nhamundá, a qual pertencem as comunidades Vila
Bentes, Santa Rita do Igarapé do Boto, São Sebastião do Boto, São José do Paraná do Espírito
Santo de Cima, Paraná do Espírito Santo do Meio e Paraná do Espírito de Baixo, inseridas no
setor 01, pela classificação do Plano de Proteção da mesma.
As comunidades selecionadas para o estudo foram eleitas levando-se em
consideração o fator distância, posto que as comunidades elencadas situam-se próximas umas
em relação ás outras e de todas em relação ao núcleo receptor, a cidade de Parintins, o que
facilita a locomoção e também por estarem localizadas na área de várzea, maior porção da
APA - oitenta e cinco por cento (85%), o que torna relevante o estudo nessas comunidades.
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A APA Nhamundá
Uma Área de Proteção Ambiental é uma categoria de Unidade de Conservação de
uso sustentável caracterizada por área extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada
de atributos naturais ou culturais importantes para a qualidade de vida das populações
humanas, cujos objetivos são: proteger a diversidade biológica, disciplinar a ocupação e
assegurar a sustentabilidade do uso de recursos naturais; visitação permitida; terras públicas
ou privadas (MMA, 2002).
A Área de Proteção Ambiental Nhamundá, criada através do Decreto nº. 12.836, de
09 de março do ano de 1990, com uma área de 195.900 hectares, localiza-se no extremo leste
do Estado do Amazonas, em um espaço físico ao norte do município de Parintins e sul do
município de Nhamundá. Contém dois ecossistemas, sendo estes, de terra firme, quinze por
cento (15%), e várzea, oitenta e cinco por cento (85%).
Figura 01: Mapa da Área de Proteção Ambiental do Nhamundá
Fonte: Secretária de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, 2008.
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A terra firme é uma ilha de aproximadamente 30.000 hectares onde estão localizadas
8 comunidades, destacando-se na paisagem pela forte presença de Castanheiras, quintais com
laranjeiras e criação de animais de grande e pequeno porte. A Várzea, o mais rico ecossistema
da bacia amazônica, predomina na referida APA; sua paisagem se sobressai sob duas formas:
uma representada pelas restingas, igarapés, furos e lagos, onde estão localizadas as 25
comunidades e moradores isolados e a outra, formada pela presença de áreas inundadas,
mesmo no período da estiagem, chamada de lagos e baixo, rico em espécies aquáticas
formando o conhecido complexo Macuricanã (SDS, 2008).
As 1.400 famílias, que juntas totalizam cerca de 7.000 pessoas, possuem como
abrigo 33 comunidades, que através do Plano de Proteção da referida APA estão agrupadas
em 6 setores da seguinte forma:
Setor 4
Castanhal
Boa Vista / Fazenda Grande
Bom Fim
Arnacaru
São Pedro
Sapucaia conceição
Setor 5
Laguinho
Cutipana
Merajuba
Setor 6
Araraua
Urucuri
Aminaru
Aminaruaçu
Carana
Cúria
Quanto aos aspectos naturais da APA, está localizada sobre a planície fluviolacustre
formada no encontro dos rios Nhamundá e Amazonas. Sua vegetação é predominante de
Floresta Ombrófila densa, fortemente influenciada pelo regime de inundação dos rios. As
espécies da flora local apresentam adaptações que permitem suportar meses de alagamento
e/ou submersão. Destaca-se ainda um conjunto de lagos de rara beleza denominado Complexo
do Macuricanã.
Setor Comunidades
Setor 1
Vila Bentes
Santa Rita do Igarapé do Boto
São Sebastião do Boto
São José do Paraná do Espírito Santo de
Cima
Paraná do Espírito Santo do Meio
Paraná do Espírito de Baixo
Setor 2
Imaculada Conceição do Itaboraí de Cima
Menino Deus do Itaboraí do Meio
São Vicente do Itaboraí
Boa Vista do Itaboraí
São José do Itaboraí de Baixo
Setor 3
Saude da Boca do Jacaré
Santa Ana do Igarapé do Jacaré
São Raimundo do Araçá
N. Sra. Aparecida do ANABU
N. Sra. de Nazaré Caldeirão
Cristo Rei do Caldeirão
Capitão
Tabela 01: Comunidades agrupadas em Setores
Fonte: Secretária de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, 2008.
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As primeiras comunidades de Parintins a construírem de modo participativo e ter
instituído pelo IBAMA o Acordo de Pesca foram: Brasília, Catespera, Divino Espírito Santo,
São Francisco, São José, Santa Rita do Boto e São Sebastião do Boto, com o apoio da Colônia
de Pescadores Z-17, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Escritório Regional do IBAMA em
Parintins e ProVárzea/IBAMA.
Os lagos mapeados pelo Provázea e IBAMA foram 94, sendo que 45 estão destinados
à manutenção (subsistência das famílias, com a venda do excedente dentro das próprias
comunidades); 22 para procriação, destinados unicamente à reprodução das espécies, onde a
pesca fica proibida por tempo indeterminado; e 27 são comerciais, destinados à pesca de
subsistência e à pesca comercial.
A biodiversidade da APA é de grande relevância para a conservação da biota
aquática da Amazônia. Seus variados lagos são importantes abrigos para aves como o socó-
boi e o arapapá; mamíferos aquáticos como o peixe-boi, ameaçado de extinção e várias
espécies de quelônios
A infra-estrutura segundo a SDS (2008) consiste das seguintes bases de apoio:
- Uma pequena Base flutuante, pertencente ao GRUPACOM (Grupo de Proteção
Ambiental do Complexo Macuricanã), situada na entrada do Igarapé do Bom Sucesso que
serve de apoio para os membros do grupo em suas atividades voluntárias de monitoramento
do acordo de pesca do complexo Macuricanã município de Parintins.
- Base de apoio que foi reformada pela Prefeitura de Nhamundá, situada no
entroncamento dos Igarapés Sapucaia, Jacaré, Macuricanã e Capitão, ponto estratégico para o
controle e fiscalização de parte da APA pertencente ao Município de Nhamundá.
- Escritório do CEUC em fase de implantação na sede do município de Parintins,
anexo ao Escritório do IDAM.
Esta estrutura vem sendo utilizada na implementação e estruturação da APA
Nhamundá, no monitoramento do acordo de pesca, do manejo do Pirarucu e apóio a gestão
comunitária. Os recursos para estas bases são oriundos de parcerias informais com o
Escritório regional de Parintins do IBAMA, Prefeitura de Nhamundá, GRUPACOM e
CEUC/SDS.
O acesso à área pode ser feito por via aérea em vôo comercial ou fretado, no trecho
Manaus-Parintins, ou por via fluvial nos trechos Manaus-Nhamundá e Manaus-Parintins. De
Parintins a Nhamundá, o trecho é percorrido de barco ou voadeira.
As principais atividades econômicas são a agricultura e a pesca. Peixes de maior
valor comercial, como o tambaqui, jaraqui, curimatá, pacu, matrinchã e pirapitinga são
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abundantes na área. Possui potencial para desenvolver especialmente a silvicultura e a
agricultura. A área é aberta à exploração sustentável das florestas nativas, à visitação turística
e à pesquisa científica. (SDS, 2008)
As Comunidades do Paraná do Espírito Santo: expectativa para o Turismo Sustentável
O envolvimento das comunidades em turismo sustentável é um componente
essencial para o seu êxodo, os moradores desempenham um papel importante para o seu
desenvolvimento sociocultural, econômico e na conservação ambiental (NELSON;
PEREIRA, 2004).
Partindo desse pressuposto, foi realizada no dia 19 do mês de abril de 2009, uma
reunião na comunidade do São José do Paraná do Espírito Santo de Cima, com a presença de
27 comunitários, ocorrendo apresentação de uma mini-palestra que tratou dos seguintes
assuntos:
- O turismo em Áreas Protegidas
- Apresentação de um documentário sobre o turismo ecológico em Silves/AM;
- As potencialidades para Turismo na APA do Nhamundá, Amazonas.
A reunião iniciou-se com pronunciamento do professor da Universidade do Estado
do Amazonas (UEA), se apresentando como orientador da bolsista da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), idealizadora do Projeto: Levantamento das
potencialidades turísticas na APA do Nhamundá, na região do Paraná do Espírito Santo,
Amazonas.
Após a exposição dos referidos temas foram fornecidos aos participantes
esclarecimentos preliminares sobre o significado de forças, fragilidades, oportunidades e
ameaças, conceitos que compõem a matriz SWOT. Onde os mesmos tiveram a oportunidade
de expor suas visões de dentro para fora, ou seja, uma visão do que eles achavam interessante
para o turismo.
Procurou-se fazer uma seletiva que abrangesse um público diversificado tais como
pescadores, professores, donas de casa, líder comunitário e pequeno criador.
A identificação das forças é particularmente importante por se referir aos lugares
mais propícios à pratica do turismo naquela região tais como: os lagos do Comprido,
Macuricanã, Aningal, Botinho, Boto Grande, São Félix, Matipucu e Boró. Também os
propícios à pesca artesanal e esportiva, havendo inclusive citação da pesca do camarão, do
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dormitório dos pássaros, o artesanato confeccionado a partir da escama do pirarucu, da cuia e
a festa do peixe liso.
Quanto às fragilidades, os comunitários fizeram uma listagem na qual reconhecem
seus pontos fracos como: a falta de capacitação técnica dos comunitários para o turismo,
sendo esta indispensável para que estes possam dispor de habilidades para um adequado
atendimento na prestação de serviços aos turistas; a falta de capacitação do comunitário para
falar outro idioma que é outro fator a ser destacado visto que ter domínio de uma outra língua
é de fundamental importância para a participação efetiva da comunidade no turismo.
Em se tratando das oportunidades, atentaram para iniciativas e parcerias públicas e
particulares entre as ONG’s e as comunidades, a longo, médio e curto prazo. As comunidades
mostraram-se interessadas em participar das atividades turísticas e foram orientadas a recorrer
à essas parcerias para auxiliá-las a entrar nesse ramo.
Na tabela 02 estão listadas essas oportunidades que vão desde a elaboração de um
projeto de execução em curto prazo, palestras e oficinas em parceria com os órgãos públicos,
entidades e junto à Universidade para estruturação das comunidades para recepcionar o
turista.
Ao se referirem às ameaças, os participantes demonstraram um bom nível de
sensibilização, no que tange ao desmatamento para a implantação da infra-estrutura; perda da
identidade cultural, já que os turistas costumam, através de seus hábitos, exercer influência
sobre os residentes; a falta de planejamento, fator muito importante para que aconteça com
menos impacto a atividade turística, as questões sociais como a prostituição, violência, drogas
e a degradação da natureza principalmente pelo acúmulo de lixo.
A correta listagem das suas forças e fraquezas fornece elementos importantes para
um futuro plano de desenvolvimento sustentável na referida região que tenderá naturalmente a
tirar o maior proveito possível das forças e a minorar ou suavizar ao máximo as fraquezas.
O cruzamento da potencialidade com a oportunidade proporciona ações mais
adequadas a serem desenvolvidas, identificando as prioridades desejáveis.
A matriz utilizada, não é um modelo sistêmico, visto que, não apresenta uma forma
de avaliação e monitoração durante sua execução, no entanto, com esta nova perspectiva
todos os agentes são levados a trabalhar em sintonia, pois uma ação refletirá em outra. Logo, a
participação da comunidade é indispensável para que se alcance as metas de sustentabilidade.
22
Como resultado os participantes apresentaram devidamente anotados nos papeis suas
contribuições, o conteúdo está a seguir transcrito e classificados em Forças, Fragilidades,
Oportunidades e Ameaças.
Forças/ Potencialidades
Pesca artesanal Lagos
Pesca esportiva em épocas certas Artesanato
Pesca do camarão Festa do peixe liso
Visita ao dormitório dos pássaros Criação de capivaras em parceria com
o IBAMA
Fragilidades/ Dificuldades
Falta de capacitação técnica dos
comunitários para o turismo
Organizar uma frota de barco para
levar o turista aos lagos
Estrutura da comunidade Organização comunitária
Falta de capacitação do comunitário para
falar outro idioma Alojamento
Preservação dos recursos naturais locais
e adjacentes
Capacitar para produção de alimento
regional
Segurança do turista
Oportunidades: Iniciativas/ Parcerias (Públicas, Particulares/ ONG’s, Comunidade)
Figura 04: Anotações dos comunitários Figura 03: Moradores da Comunidade São
José do Paraná do Espírito Santo de Cima.
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Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo
Elaborar um projeto a curto
prazo para ser efetuado Divulgação do Projeto
Estruturação da
comunidade com a
construção de
alojamentos
Construção de um Centro
Social
Palestras em parceria com
os Órgãos Públicos e junto
a Universidade
Parceria com os Órgãos
Públicos para
estruturação da
comunidade para receber
o turista
Ameaças
Desmatamento Questões sociais: (prostituição,
violência, drogas).
Perda da identidade cultural Degradação da natureza
Falta de planejamento Fragilidade dos ecossistemas
Diante do exposto pode-se observar que a referida região possui elevado potencial
para o desenvolvimento do turismo em modalidades como: o ecoturismo, visto que se trata de
um recorte da Amazônia que possui características inerentes à mesma como a área de várzea
rica em vegetação (devido à fertilidade da água branca), na qual se localizam as seis
comunidades citadas; e cultural que apesar de já apresentar fortes sinais de influências da vida
urbana tais como a televisão e a telefonia móvel, pode-se observar que ainda preservam
muitas características peculiares ao ribeirinho com seus hábitos e costumes e o turismo de
pesca pela presença marcante dos lagos ricos em diversidade de peixes.
Considerações Finais
Elementos naturais e culturais de um destino turístico tem grande importância para as
pessoas que os visitam. Entretanto, necessitam que seus habitantes estejam aptos a recebê-los.
O envolvimento da comunidade tem dupla função: decidir as estratégias de ação e se
comprometer na execução do projeto, para que o mesmo possa ocorrer. A literatura demonstra
casos nos quais a participação da comunidade na criação e execução da implantação do
planejamento de um destino turístico, promoveu a ascensão do mesmo.
Tabela 02: Matriz SWOT- APA Nhamundá, AM
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A partir das observações e levantamentos realizados com ajuda de técnicas
envolvendo a comunidade local, tendo como base as oportunidades/ameaças e pontos
fortes/fracos (matriz SWOT), pode-se confirmar a existência de potencial turístico naquela
área, principalmente se voltado para o desenvolvimento de atividades como o ecoturismo e
turismo de pesca.
A diversidade dos recursos naturais da área constitui, de fato, o seu principal
potencial de atração turística. Esta qualidade ambiental do destino deverá ser inclusa na
construção da imagem ou marca do mesmo.
É válido ressaltar que a atividade turística ganha relevância naquela área, não
somente por suas características naturais, mas em especial, pelo elemento homem que vendo
no turismo uma saída para melhorar a sua qualidade de vida começa, ainda que timidamente a
se interessar por uma organização que o leve a usufruir da renda que poderá ser gerada pela
prática dessa atividade.
Esta pesquisa almejou sensibilizar os moradores, para seu envolvimento em um
planejamento do desenvolvimento sustentável para aquelas localidades, haja vista que este é
componente essencial para a conservação ambiental e seu desenvolvimento sociocultural e
econômico.
Em razão disso, espera-se através deste trabalho ter-se dado início à discussão de
políticas públicas e de iniciativas comunitárias voltadas para o desenvolvimento do turismo
com bases sustentáveis, a fim de amenizar a problemática ambiental trazida por essa prática,
posto que esta não é isenta de riscos e ameaças.
*Trabalho realizado com o apoio da Fundação de Amparo à pesquisa do Amazonas
(FAPEAM)
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(Apresentado para avaliação em 11 de junho de 2010)