levantamento das plantas espontÂneas e suas

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ISSN 2179-4413 Volume 1 / Número 1 / Abril/Jun - 2010 52 http:///www.rbic.com.br LEVANTAMENTO DAS PLANTAS ESPONTÂNEAS E SUAS POTENCIALIDADES FITOTERAPÊUTICAS: UM ESTUDO NO COMPLEXO ALUÍZIO CAMPOS CAMPINA GRANDE PB Mirelle Aquino da SILVA 1,2 ; José da Silva BARBOSA 1,2 , Helder Neves de ALBUQUERQUE 1,2,3 1-Especialização em Desenvolvimento e Meio Ambiente, UNIPÊ/FURNE. [email protected] 2- Fundação Universitária de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão 3- Orientador. Doutorando em Agronomia CCA/UFPB/Areia [email protected] RESUMO: Plantas espontâneas consistem em plantas invasoras ou daninhas que nascem espontaneamente no meio, sendo adaptáveis a qualquer clima e solo. Analisou-se neste trabalho as propriedades medicinais destas plantas, que compreende a etapa de base do processo de fitoterapia onde, conseqüentemente, as plantas merecem uma atenção especial e um acompanhamento personalizado por parte dos estudiosos. Através deste trabalho, realizou-se um levantamento florístico acerca das plantas espontâneas, no Horto Florestal do Complexo Aluízio Campos, Campina Grande - PB, destacando a importância das plantas espontâneas e sua relevância na fitoterapia. Foi realizada uma pesquisa quantitativa, utilizando o método do caminhamento. Foram identificados 36 táxons e 21 famílias. Houve predomínio das famílias botânicas Asteraceae e Euphorbiaceae. A partir dos dados coletados obteve-se como resultados, que a falta de conhecimento científico da população quanto ao benefício das plantas espontâneas em temos fitoterápicos, provoca a destruição em massa da biodiversidade espontânea, por estas espécies serem conhecidas empiricamente apenas como ervas daninhas ou invasoras. As propriedades medicinais encontradas nas espécies espontâneas identificadas são: diurética, antiinflamatório, cicatrizante, antisséptica, inseticida, anti-hemorrágica, broncodilatadora, antiabortiva, analgésica, antipirética, antimicrobiana, estimulante, antioxidante, citoprotetora, antiespasmódica, estomáquica, vomitiva, antidesentérica, bactericida, depurativa, emoliente, aperiente, calagoga, emenagoga, febrífuga, hepatoprotetora, hepatotônica, laxante, tônica, anti-reumática, purgativa, expectorante, adstringente, gastroprotetora e antiescorbútica. Palavras-Chave: Fitoterapia, Plantas Espontâneas, Propriedades Medicinais. ABSTRACT: Spontaneous plants are invasive or weeds plants that arises spontaneously in the middle, being adaptable to any climate and soil. We analyzed in this study the medicinal properties of these plants, which comprises the basic step of phytotherapy process, where consequently the plants deserve special attention and a personalized assistance by scholars. Through this work a floristic survey was conducted about the spontaneous plants in Horto Florestal do Complexo Aluízio Campos, Campina Grande - PB, highlighting the importance of the spontaneous plants and their importance in phytotherapy. A quantitative study was performed using the method of path analysis. We identified 36 taxa and 21 families. The most common plant families were Asteraceae and and Euphorbiaceae. From the data collected was obtained as a result the lack of scientific knowledge of the population as to the benefit, in phytotherapy terms, of spontaneous plants, causes a mass destruction of spontaneous biodiversity because these species are empirically known just as weeds or invasives. The medicinal properties found in identified spontaneous species are: diuretic, antiinflammatory, healing, antiseptic, insecticide, anti-haemorrhagic, bronchodilator, anti-abortion, analgesic, antipyretic, antibacterial, stimulant, antioxidant, cytoprotective, antispasmodic, stomachic, vomiting, antidesentérica, bactericidal, purifies, emollient, aperient, calagoga, emmenagogue, febrifuge, hepatoprotective, hepatotônica, laxative, tonic, anti-rheumatic, laxative, expectorant, astringent, antiscorbutic and gastroprotective. Keywords: Herbs, Plants Spontaneous, Medicinal Properties.

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Page 1: LEVANTAMENTO DAS PLANTAS ESPONTÂNEAS E SUAS

ISSN 2179-4413 Volume 1 / Número 1 / Abril/Jun - 2010

52 http:///www.rbic.com.br

LEVANTAMENTO DAS PLANTAS ESPONTÂNEAS E SUAS

POTENCIALIDADES FITOTERAPÊUTICAS: UM ESTUDO NO

COMPLEXO ALUÍZIO CAMPOS – CAMPINA GRANDE – PB

Mirelle Aquino da SILVA1,2

; José da Silva BARBOSA1,2

, Helder Neves de ALBUQUERQUE1,2,3

1-Especialização em Desenvolvimento e Meio Ambiente, UNIPÊ/FURNE. [email protected]

2- Fundação Universitária de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão

3- Orientador. Doutorando em Agronomia CCA/UFPB/Areia [email protected]

RESUMO: Plantas espontâneas consistem em plantas invasoras ou daninhas que nascem

espontaneamente no meio, sendo adaptáveis a qualquer clima e solo. Analisou-se neste trabalho as

propriedades medicinais destas plantas, que compreende a etapa de base do processo de fitoterapia

onde, conseqüentemente, as plantas merecem uma atenção especial e um acompanhamento

personalizado por parte dos estudiosos. Através deste trabalho, realizou-se um levantamento

florístico acerca das plantas espontâneas, no Horto Florestal do Complexo Aluízio Campos,

Campina Grande - PB, destacando a importância das plantas espontâneas e sua relevância na

fitoterapia. Foi realizada uma pesquisa quantitativa, utilizando o método do caminhamento. Foram

identificados 36 táxons e 21 famílias. Houve predomínio das famílias botânicas Asteraceae e

Euphorbiaceae. A partir dos dados coletados obteve-se como resultados, que a falta de

conhecimento científico da população quanto ao benefício das plantas espontâneas em temos

fitoterápicos, provoca a destruição em massa da biodiversidade espontânea, por estas espécies

serem conhecidas empiricamente apenas como ervas daninhas ou invasoras. As propriedades

medicinais encontradas nas espécies espontâneas identificadas são: diurética, antiinflamatório,

cicatrizante, antisséptica, inseticida, anti-hemorrágica, broncodilatadora, antiabortiva, analgésica,

antipirética, antimicrobiana, estimulante, antioxidante, citoprotetora, antiespasmódica, estomáquica,

vomitiva, antidesentérica, bactericida, depurativa, emoliente, aperiente, calagoga, emenagoga,

febrífuga, hepatoprotetora, hepatotônica, laxante, tônica, anti-reumática, purgativa, expectorante,

adstringente, gastroprotetora e antiescorbútica.

Palavras-Chave: Fitoterapia, Plantas Espontâneas, Propriedades Medicinais.

ABSTRACT: Spontaneous plants are invasive or weeds plants that arises spontaneously in the

middle, being adaptable to any climate and soil. We analyzed in this study the medicinal properties

of these plants, which comprises the basic step of phytotherapy process, where consequently the

plants deserve special attention and a personalized assistance by scholars. Through this work a

floristic survey was conducted about the spontaneous plants in Horto Florestal do Complexo

Aluízio Campos, Campina Grande - PB, highlighting the importance of the spontaneous plants and

their importance in phytotherapy. A quantitative study was performed using the method of path

analysis. We identified 36 taxa and 21 families. The most common plant families were Asteraceae

and and Euphorbiaceae. From the data collected was obtained as a result the lack of scientific

knowledge of the population as to the benefit, in phytotherapy terms, of spontaneous plants, causes

a mass destruction of spontaneous biodiversity because these species are empirically known just as

weeds or invasives. The medicinal properties found in identified spontaneous species are: diuretic,

antiinflammatory, healing, antiseptic, insecticide, anti-haemorrhagic, bronchodilator, anti-abortion,

analgesic, antipyretic, antibacterial, stimulant, antioxidant, cytoprotective, antispasmodic,

stomachic, vomiting, antidesentérica, bactericidal, purifies, emollient, aperient, calagoga,

emmenagogue, febrifuge, hepatoprotective, hepatotônica, laxative, tonic, anti-rheumatic, laxative,

expectorant, astringent, antiscorbutic and gastroprotective. Keywords: Herbs, Plants Spontaneous, Medicinal Properties.

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1- INTRODUÇÃO

Levantamento florístico consiste em identificar e catalogar espécies de plantas de uma

determinada área, com finalidade de se obter um arquivo de nomes populares e científicos das

espécies encontradas durante a pesquisa in loco, proporcionando a elaboração de um recurso visual,

informativo, didático e pedagógico; de uma valia incalculável, com suporte para conhecer,

preservar e conservar a biodiversidade florística de cada região. A partir da catalogação e

organização das informações obtidas, é possível se ter base para o desenvolvimento de um material

contendo informes mais específicos do objeto em estudo - o inventário biológico.

A catalogação das plantas, o inventário biológico e a chave de identificação ou chave

dicotômica contém descrições sistemáticas possíveis de identificar e caracterizar cada organismo;

descrevem com exatidão as espécies ou espécimes analisados, comprovando e registrando suas

características e determinando sua classificação taxonômica.

Dentre os grupos de plantas existentes no meio ambiente, temos as plantas espontâneas,

também conhecidas como plantas invasoras ou daninhas, ocorrem naturalmente e têm crescimento

espontâneo em áreas de cultivo (ALTIERI et al. 2003). Podem ser espécies exóticas - introduzidas

na região; ou nativas - surgem naturalmente na região.

Nos sistemas de cultivo, embora as plantas espontâneas sejam consideradas prejudiciais,

muitas delas adicionam matéria orgânica no sistema, protegem a superfície do solo contra a erosão e

atuam na ciclagem de nutrientes. Além de proporcionar a estrutura física e química dos solos;

apresentam ação alelopática sobre certos nematóides e insetos; atuam na atividade biológica na

zona das raízes; e, apresentam um elevado potencial medicinal.

O segmento das Ciências Biológicas que estuda as propriedades das plantas medicinais e

suas aplicações na cura de enfermidades, refere-se a Fitoterapia. Esta linha de pesquisa vem

atingindo proporções significativas em certas regiões do país, buscando informações de cunho

científico, que auxiliem na produção de substâncias naturais a serem utilizadas no tratamento e

recuperação dos pacientes, a fim de beneficiar principalmente as classes sociais inferiores,

incentivando o consumo de produtos economicamente viáveis, eficientes e eficazes e menos

agressivos à saúde.

O crescimento quanto à utilização de fitoterápicos, proporciona a diversidade da flora

medicinal espontânea, ser explorada comercialmente e economicamente em algumas regiões do

país, onde algumas ervas são cultivadas em larga escala e outras retiradas das matas nativas.

Algumas espécies de vegetais ocorrem em todo território nacional e há algumas que se restringem a

localidades específicas devido às condições edafoclimáticas favorecerem o seu desenvolvimento,

como também há espécies exóticas de outros países que se adaptaram muito bem a essas condições

de solo e clima (ALBUQUERQUE, 2002).

Na atualidade, algumas indústrias farmacêuticas estão buscando utilizar na composição de

seus medicamentos, substâncias extraídas dos vegetais com o objetivo de diminuir o custo dos

medicamentos sintéticos, que ainda circulam com preços inacessíveis nas farmácias e drogarias do

nosso país; prova de tal dificuldade na aquisição dos medicamentos sintéticos, é a criação dos

medicamentos genéricos os quais ainda são utilizados com restrição, dando espaço aos fitoterápicos

que são conduzidos por gerações.

A interação entre os seres humanos e os vegetais, na dinâmica de conhecimentos

tradicionais e modernos acerca de propriedades das plantas e a sua utilização para diversos fins, na

cura de doenças, refere-se a Etnobotânica, que dá ênfase aos conceitos de fitoterapia associados aos

saberes popular.

Em sociedades tradicionais, a transmissão oral é o principal modo pelo qual o conhecimento

é perpetuado. O conhecimento é transmitido em situações, o que faz que a transmissão entre

gerações requeira contato intenso e prolongado dos membros mais velhos com os mais novos. Isto

acontece normalmente em sociedades rurais ou indígenas, nas quais o aprendizado é feito pela

socialização no interior do próprio grupo doméstico e de parentesco, sem necessidade de

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instituições mediadoras: crianças e jovens acompanham seus parentes na execução de tarefas

cotidianas em ambientes físicos diversificados (excursões de coleta, trabalhos na lavoura, etc.),

onde podem existir plantas com atividade terapêutica, observam os mais velhos ao cuidarem dos

doentes, entre outros (AMBIENTE BRASIL, 2010).

Diante da preocupação em manter e explorar cientificamente o Horto Florestal do Complexo

Aluízio Campos – Campina Grande - PB, hoje patrimônio da FURNE – Fundação Universitária de

Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão; o levantamento florístico das plantas espontâneas com

potencialidades terapêuticas in loco, constituiu o foco de pesquisa apresentado neste estudo.

2. OBJETIVOS

Identificar as espécies de plantas espontâneas encontradas no Complexo Aluízio Campos;

Determinar as propriedades terapêuticas das plantas espontâneas do Complexo Aluízio

Campos.

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. Surgimento e Evolução das Plantas Medicinais

A utilização das plantas medicinais decorre das civilizações na pré-história, pois, os homens

primitivos ingeriam as plantas para garantir a sobrevivência, pois, a caça nem sempre estava

disponível à captura. Com a ingestão dos vegetais, era possível se identificar sem o conhecimento

da terminologia, o que era medicamento, veneno, alucinógeno, alimento; os efeitos que as

substâncias contidas nas plantas proporcionavam sob as enfermidades, eram observados e descritos,

e assim, repassadas todas as informações empíricas através das gerações. Com a evolução do

homem no aspecto intelectual, deu-se início a cultura da “arte de curar” através das plantas, base

para o surgimento da medicina.

Segundo Viklund (2010), a necessidade humana de obter a cura das doenças, buscou as

plantas como os primeiros recursos terapêuticos utilizados.

A Organização Mundial de Saúde (OMS), define plantas medicinais como espécies vegetais

que possuem em um de seus órgãos, ou em toda a planta, substâncias que se administradas ao ser

humano ou a animais, por qualquer via e sob qualquer forma, exercem algum tipo de ação

farmacológica (SILVA et. al., 2007, p. 2).

David (2002), cita que o termo planta medicinal foi oficialmente reconhecido durante a 31º

Assembléia Mundial de Saúde, quando foi proposto que planta medicinal é aquela, que

administrada ao homem ou animais, por qualquer via ou sob qualquer forma,exerce alguma espécie

de ação farmacológica.

De acordo com Rigueiro (2007), toda planta medicinal tem por finalidade auxiliar no

tratamento e promover a cura das doenças. A definição deste conceito aplica-se pela existência de

um princípio ativo; substância que promove o efeito curativo da enfermidade. Além do princípio

ativo a planta dispõe do fitocomplexo – conjunto de todas as substâncias presentes na planta, que

atua simultaneamente com o princípio ativo na melhoria das moléstias, cuja composição pode ser

influenciada por fatores endógenos ou exógenos ao vegetal (CAPASSO et al., 2000).

Dada a grande variação de composição bioquímica e concentração de componentes

bioativos no fitocomplexo, é esperado que uma mesma planta medicinal possa apresentar várias atividades biológicas distintas e em muitos casos, antagônicas entre si (UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE, 2009). Potencialmente, toda substância, independente de

sua proporção no vegetal e de ser ou não conhecida, pode ser um princípio ativo (FILHO; YUNES,

1998).

O conhecimento sobre plantas medicinais simboliza muitas vezes o único recurso

terapêutico de muitas comunidades e grupos étnicos. Atualmente nas regiões mais pobres do país e

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até mesmo nas grandes cidades brasileiras, plantas medicinais são comercializadas em feiras livres,

mercados populares e encontradas em quintais residenciais (MACIEL et.al., 2002).

A Ciência que propõe estudar o tratamento e a cura das enfermidades em suas causas e

efeitos, estimulando as defesas naturais do organismo corresponde a Fitoterapia – deriva do grego e

significa “terapia através dos vegetais”.

3.2. Fitoterapia

É considerado fitoterápico toda preparação farmacêutica (extratos, tinturas, pomadas e

cápsulas) que utiliza como matéria-prima partes de plantas, como folhas, caules, raízes, flores e

sementes, com conhecido efeito farmacológico (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS,

2010).

A denominação fitoterapia é um termo nitidamente derivado de um saber erudito, cuja

variante popular, normalmente encontrada, denomina-se uso de folhas, plantas ou ervas de chá

(SILVA e SILVA, 2007, p. 3).

O uso medicinal das plantas faz parte da medicina popular, que deve ser entendida como

uma das práticas da medicina paralela, que engloba, de forma não sistematizada e, muitas vezes,

sem comprovação científica, imensa variedade de métodos terapêuticos tradicionais, fundamentados

em conhecimentos e habilidades que se inscrevem no âmbito do empirismo médico. Esse

conhecimento é transmitido, essencialmente, de forma oral e gestual pelas famílias, através das

sucessivas gerações (LAPLANTINE e RABEYRON, 1989).

Conforme Pitman (1996), o conhecimento sobre as plantas medicinais é proveniente, pelo

menos, de três fontes principais são elas: a observação cuidadosa dos efeitos de certos alimentos e

condimentos, dando a idéia de como utilizá-los em caso de doenças; a observação das atitudes de

animais e insetos perante as plantas, inspirando o ser humano a utilizar tais vegetais como

elementos de cura; e a observação das características próprias das plantas e a formulação de idéias

acerca das suas qualidades, seguidas da experimentação dos seus efeitos.

O termo fitoterapia foi apresentado pelo médico francês Dr. Henri Leclerc (1870-1955). Ele

publicou numerosos ensaios do uso de plantas medicinais, a maioria deles na La Presse Médicale,

um importante jornal médico francês (RAES, 2010).

Dantas (2010), cita que há dois tipos de fitoterapia: a clássica e a moderna. A fitoterapia

clássica é a usada por nossos ancestrais e nas formas galênicas; a fitoterapia moderna, evoluiu a

princípio da fitoterapia clássica e das pesquisas físico-químicas, assegurando as propriedades

farmacológicas e farmacodinâmicas das plantas.

No Brasil, no marco do seu descobrimento, a fitoterapia foi bastante significativa entre os

povos indígenas, pois estes não detinham conhecimento sobre medicamentos sintéticos e vacinas.

Na atualidade, embora haja informações sobre os sintéticos, a medicina alternativa ainda é uma

opção bastante utilizada, visto que, a matéria-prima para fabricação dos medicamentos naturais é de

baixo valor e de alto favoritismo econômico entre as classes sociais de baixo poder aquisitivo.

O uso de plantas medicinais com propriedades terapêuticas, cientificamente comprovadas,

se justifica pelo baixo custo, a eficácia comprovada, a facilidade de acesso, a aceitação cultural,

além da pouca ou nenhuma toxicidade das plantas selecionadas para o projeto, e conscientizar a

população na prevenção de algumas doenças, através de um trabalho educativo associado com o uso

de fitoterápicos (RIBEIRO, 2010).

A Fitoterapia sobreviveu no Brasil devido às raízes profundas na consciência popular que

reconheceu sua eficácia e legitimidade (SACRAMENTO, 2001).

Segundo a Organização Mundial de Saúde, 85% das pessoas do mundo utilizam plantas

medicinais para tratar da saúde, 80% das pessoas dos países em desenvolvimento no mundo

dependem da medicina tradicional e/ou complementar para suas necessidades básicas de saúde, e

que cerca de 85% da medicina tradicional envolve o uso de extratos de plantas (SOLER, 2000).

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A disseminação da fitoterapia teve, também, auxílio dos povos europeus, que aqui chegaram

durante o período da colonização, e dos chineses e japoneses, imigrantes do início do século

passado (HERBARIUM EDUCACIONAL, 2010). Na atualidade, são inúmeros os adeptos a

fitoterapia em todo o mundo, e seu uso é cada vez mais difundido pela comunidade médica.

No Brasil, devido à riqueza da flora e ao conhecimento popular transmitido através das

gerações, inúmeras plantas medicinais foram identificadas, sendo úteis no tratamento de um grande

número de doenças. A fitoterapia brasileira desenvolveu-se muito no início do século XX, quando

médicos, farmacêuticos e laboratórios nacionais passaram a estudar e utilizar as plantas já

consagradas pelo uso popular. Com o aparecimento da química moderna, os laboratórios

estrangeiros passaram a divulgar os medicamentos alopáticos, considerados mais modernos e

seguros, e aos poucos os laboratórios nacionais passaram a produzir cada vez menos fitoterápicos

(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MEDICINA BIOMOLECULAR, 2004).

A fitoterapia, apesar de ser considerada por muitos como uma terapia alternativa, não é uma

especialidade médica, como a homeopatia ou a acupuntura, e se enquadra dentro da chamada

medicina alopática (DANTAS, 2010).

A utilização de plantas medicinais como alternativa terapêutica vem atingindo um público

cada vez maior. Este crescimento requer dos pesquisadores e estudiosos um maior empenho, no

sentido de fornecer informações relativas ao sistema produtivo dessas plantas e preparo dos

medicamentos, pois nem sempre as normas que garantem a qualidade dos fitoterápicos são

cumpridas (CASTRO e FERREIRA, 2000)

Portanto, a Fitoterapia é um recurso de prevenção e tratamento de doenças através das

plantas medicinais. É a forma mais antiga e fundamental de medicina. Diariamente, as plantas

ganham seu espaço como aliadas no reequilíbrio físico do ser humano. É uma terapia com a

propriedade de auxiliar na cura de males profunda, integral e não-agressiva, pois estimula as defesas

naturais do organismo.

A utilização e comercialização das plantas medicinais têm sido estimuladas, também, pela

crescente demanda da indústria por novas fontes naturais de moléculas. Em consequência dos

efeitos colaterais causados pelas substâncias sintéticas têm estimulado o uso de medicamentos de

origem vegetal e a Fitoterapia. Nos locais mais isolados as plantas medicinais representam a única

solução terapêutica (BERG, 1993).

3.3. Etnobotânica

Em termos cronológicos, através de documentos manuscritos o homem foi listando plantas

com uso medicinal e descrevendo seus valores terapêuticos. Os naturalistas que acompanhavam as

expedições exploratórias às terras do Novo Mundo referendavam as plantas, sem contudo,

contextualizar seu manejo pelas sociedades consideradas primitivas, tais como observado em

Thevet (PIRES, 1984). Os comerciantes, missionários, antropólogos e botânicos também

registravam os usos de plantas por culturas diferentes daquelas presentes no continente europeu

(DAVIS, 1995).

No Brasil, por exemplo, os alemães J. B. von Spix e Carl F. P von Martius, no século XIX,

fizeram notas do uso de plantas pelos indígenas. Já muito antes (no século XVII), no Nordeste do

Brasil, os holandeses Guilherme Piso e Georg Marggraf, coletaram plantas e registraram usos

conhecidos pelos nordestinos (ALBUQUERQUE, 2002).

O termo etnobotânica surge pela primeira vez em 1895 com o botânico norte americano

John W. Harshberger (BALICK e COX, 1996), o objetivo era descrever estudos sobre plantas

utilizadas pelos povos primitivos e indígenas. Desde então a etnobotânica como ciência tem-se

desenvolvido e várias definições foram surgindo, todas elas focando os modos de utilização das

plantas por parte do Homem, nos conhecimentos tradicionais de um povo ou população

(RODRIGUES, 2007).

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Atualmente, a etnobotânica pode ser compreendida como o estudo do conhecimento e das

conceituações desenvolvidas por qualquer sociedade a respeito do mundo vegetal e que engloba

tanto a maneira como algum grupo social classifica as plantas, como os respectivos usos

(AMOROZO, 1996).

Segundo Ming et. al. (2003), mesmo que em determinados locais o acesso humano seja

limitado, é possível se verificar a ação antrópica in loco, pois o homem é capaz de alterar qualquer

sistema natural, ou seja, a partir do momento em que o ser humano modifica o ambiente, permitindo

a entrada e saída de elementos naturais com as diversas adaptações edafoclimáticas, está sendo

observado o processo de domínio do homem vs natureza; de forma muitas vezes irracional o que

causa o distúrbio de vários ecossistemas e escassez dos recursos naturais.

O conhecimento tradicional sobre a ecologia e o manejo de plantas medicinais é

fundamental no aproveitamento racional e não predatório dos recursos naturais. Modelos

alternativos de desenvolvimento, baseados em conhecimentos indígenas e de populações

tradicionais, têm sido propostos como soluções ecologicamente válidas e socialmente progressistas

nos atuais impasses do desenvolvimento (POSEY, 1986).

De acordo com Prance (1995), é a partir dos trabalhos de Carl Linnaeus que inicia-se a

história da etnobotânica, pois os diários de viagens de Linnaeus continham dados referentes às

culturas visitadas, os costumes da população local e o modo de utilização das plantas.

A partir de meados do século XX, a etnobotânica começa a ser compreendida como o estudo

das interrelações entre povos primitivos e plantas, envolvendo o fator cultural e sua interpretação

(JORGE e MORAIS, 2003, p. 2).

A prática etnobotânica recebeu diferentes enfoques com o passar do tempo, cada qual

refletindo a formação acadêmica dos pesquisadores envolvidos. Sendo de natureza interdisciplinar

permitiu e permite agregar colaboradores de diferentes ciências, com enfoques diversos como o

social, cultural, da agricultura, da paisagem, da taxonomia popular, da conservação de recursos

genéticos, da lingüística e outros (MING et al., 2002). No Brasil e em vários outros países, a intensificação dos trabalhos etnobotânicos leva ao

conhecimento das espécies que são utilizadas, podendo servir como instrumento para delinear

estratégias de utilização e conservação das espécies nativas e seus potenciais (MING, 2000).

Begossi et. al. (2002), enfatiza que os estudos etnobotânicos também contribuem em

especial com o desenvolvimento planejado da região onde os dados foram coletados.

Uma grande preocupação gira em torno da conservação da natureza nos tempos atuais,

assim como a procura por conhecimentos populares no uso das espécies vegetais. A biodiversidade

da flora brasileira faz com que ela se torne de grande interesse para pesquisadores, empresas

brasileiras e de outros países. Muitos trabalhos na área de etnobotânica têm sido realizados para fim

de conhecimento da relação entre comunidade e a vegetação. A etnobotânica utiliza e valoriza o

conhecimento tradicional dos povos e sobre vários enfoques possibilitam entender suas culturas,

bem como a utilização prática das plantas. (SILVA, 2003).

É através dos trabalhos etnobotânicos que garantimos respaldo para realizarmos tratamentos

fitoterápicos precisos, pois através de conhecimentos empíricos das culturas locais, pode-se obter

informações de grande valia quanto a utilização de princípios ativos nas plantas, que se usados de

forma excessiva ou incorreta pode ser letal.

3.4. Plantas Invasoras ou Daninhas

Os termos “plantas invasoras” ou “plantas daninhas”, de acordo com Lorenzi (2000),

correspondem às espécies de plantas que nascem e se reproduzem espontaneamente e não são

cultivadas pelo homem.

Em termos agrícolas, planta daninha pode ser conceituada como “toda e qualquer planta que

germine espontaneamente em áreas de interesse humano e que, de alguma forma, interfere

prejudicialmente nas suas atividades agropecuárias” (PEREIRA e MELO, 2008).

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A competição das plantas daninhas com as culturas tem grande influência na produtividade,

pois elas concorrem por água, nutrientes e luz, reduzindo a qualidade e a produção das plantas

cultivadas. Se as condições edafoclimáticas são favoráveis à agricultura; serão equivalentes às

plantas daninhas, porém, se houver antagonismo quanto ao clima e solo direcionados as plantas

cultivadas, as plantas daninhas permanecem adaptadas ao local do plantio, devido a sua resistência

fisiológica a qualquer mudança abrupta do meio.

As espécies daninhas podem germinar, crescer, desenvolver-se e reproduzir em condições

ambientais pouco favoráveis, como em estresse hídrico, umidade excessiva, temperaturas pouco

propícias, fertilidade desfavorável, elevada salinidade, acidez ou alcalinidade (EMBRAPA

ALGODÃO, 2003).

As plantas daninhas constituem-se, também, num problema sério para a agricultura porque se

desenvolvem em condições semelhantes às das plantas cultivadas. Se as condições edafoclimáticas

são propícias à lavoura, o são também para as espécies daninhas, mas, se as condições ambientais

são antagônicas às espécies cultivadas, as espécies daninhas, por apresentarem elevado grau de

adaptação, podem aí sobreviver e se perpetuar muito mais facilmente (REVISTA RURAL, 2005).

São caracterizados pelo rápido crescimento, pouca exigência para germinar, alta capacidade

de florescimento, alta produção de sementes, habilidade de dispersão, adaptação às práticas de

manejo e tolerância à variação ambiental.

As plantas chamadas de daninhas desenvolveram mecanismos próprios de sobrevivência

como: elevada produção de sementes com grande facilidade de dispersão e longevidade das

mesmas, o que faz delas elementos de alta agressividade, competitivas em relação às plantas

cultivadas pelo homem e isso lhes garante a perpetuação da espécie. A maior parte das sementes

produzidas por uma planta daninha se conserva em estado de dormência temporária, vindo a

germinar muitos anos mais tarde, ao contrário das sementes das plantas cultivadas, que têm a sua

viabilidade germinativa apenas durante alguns meses (MATTER, 2002).

As plantas invasoras ou daninhas são consideradas maléficas as meio ambiente –

competição, alelopatia, hospedeiras de insetos, doenças, interferência na colheita; tal generalização,

dificulta a busca do saber científico quanto ao uso dos princípios ativos dessas plantas no ramo

terapêutico.

Entretanto, as plantas espontâneas caracterizadas como invasoras ou daninhas, quando

analisadas em termos de levantamento florístico, requer uma observação mais apurada da área em

estudo, devido a disseminação aleatória desses vegetais.

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. Caracterização da Pesquisa

O presente trabalho foi realizado no Complexo Aluízio Campos, 7º16’54”S e 35º53’23”N,

cuja altitude é 490m, as margens BR 104, propriedade da Fundação Universitária de Apoio ao

Ensino, Pesquisa e Extensão (FURNE) em Campina Grande-PB.

A área é formada por dois espaços: o Memorial Aluízio Campos e o Horto Florestal. A

seleção do local para a realização da pesquisa obedeceu aos seguintes critérios: infra-estrutura,

público atendido (condições sociais), número de espécies vegetais; condições de trabalho oferecidos

a uma pesquisa de campo.

4.2. Tipo de Pesquisa

O trabalho compreendeu uma pesquisa de campo, de caráter quantitativo, com o objetivo de

realizar um levantamento florístico das plantas espontâneas que compõem o objeto em estudo, a fim

de estudar as propriedades terapêuticas de cada espécie identificada.

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4.3. Amostragem

Entre o período de julho e dezembro de 2009, foram realizadas visitas semanais à área de

estudo, onde exemplares de plantas espontâneas foram coletados em toda extensão de área verde do

Complexo. Os exemplares de plantas daninhas (36 espécies), foram registrados por meio de

fotografias e coletados durante as duas primeiras visitas e, após esse período, as visitas continuaram

até que nenhuma nova espécie fosse identificada. Em cada visita, durante um período de

aproximadamente três horas, três pesquisadores procuraram exemplares de plantas invasoras que

foram fotografados, coletados e armazenados para posterior identificação.

As buscas por plantas daninhas foram planejadas sistematicamente, de forma que toda a

abrangência de área verde do Complexo fosse amostrada igualmente.

As coletas foram realizadas utilizando-se o método do caminhamento, que consiste em

traçar uma linha imaginária ao longo da área a ser amostrada, no sentido de sua maior extensão, e

caminhar lentamente por ela, coletando indivíduos em estágio reprodutivo das espécies encontradas

ao longo do trajeto (FILGUEIRAS et. al. 1994).

Com parte do material coletado, as exsicatas foram preparadas para registro botânico, sendo

que esse material se encontra depositado no Herbário Manuel Arruda Câmara, da Universidade

Estadual da Paraíba – UEPB.

4.4. Análise dos Dados

A identificação das espécies foi realizada no Laboratório de Botânica da UEPB, com base

em Lorenzi (1990 e 2000) e Silva e Silva (2007). A nomenclatura usual e a autoria das espécies

também se basearam nos referidos autores.

Adicionalmente, as espécies que eventualmente não foram identificadas em campo, mas que

estavam registradas no laboratório ou em literatura para este espaço verde (e.g. LIRA et al., 2004),

foram incluídas na lista.

A classificação das espécies dentro das famílias foi feita usando como base o sistema APG

II, de acordo com Souza e Lorenzi (2005).

Por fim, realizou-se revisão bibliográfica específica, para identificação das espécies

espontâneas em termos medicinais, utilizando a mídia digital, livros e artigos.

4.4. Materiais para Execução do Estudo

Lápis (para escrever as anotações de campo), Caderno (nome vulgar da planta, hábitat, o

solo, tipo de vegetação, hábito da planta, local da coleta, coletor, cor de folhas e flores, tipos de

raízes, presença e cor de outros órgãos, aroma, altura) – posterior a identificação: família e nome

científico; papelão 45 x 30, barbantes de agave, jornal (prensa), fita métrica, tesoura de poda,

envelopes, sacos plásticos, cartolinas, etiquetas, tesouras, cola, linha de costura, agulha, álcool,

formol, potes de vidro, máquina fotográfica, livros e computador.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O levantamento florístico das plantas espontâneas encontradas no Horto Florestal,

pertencente ao Complexo Aluízio Campos, apontou 36 táxons específicos de plantas daninhas ou

invasoras com efeitos fitoterápicos comprovados, distribuídos em 21 famílias.

As espécies encontradas no Horto Florestal, espaço físico compreendido em 28 hectares do

Complexo Aluízio Campos, foram classificadas até o nível de espécie utilizando o suporte do

sistema de classificação APG II. O Sistema APG II, sucessor do Sistema APG de 1998, representa

na atualidade o mais moderno sistema para a classificação das Angiospermas; isso de acordo com

critérios filogenéticos; foi publicado em 2003 por um grupo de pesquisadores que se

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autodenominou "APG II" (do inglês Angiosperm Phylogeny Group, Grupo para a Filogenia das

Angiospermas).

Do total de famílias contabilizadas, a Asteraceae apresentou o maior número de espécies,

seguida pela Euphorbiaceae (Conforme Quadro 1).

As demais famílias encontradas na observação in loco obedeceram as seguintes ordens de

prevalência: Cyperaceae, Poaceae, Rubiaceae, Solanaceae, Amaranthaceae, Apocynaceae,

Boraginaceae, Brassicaceae, Cactaceae, Caesalpiniaceae, Chenopodiaceae, Commelinaceae,

Convolvulaceae, Cucurbitaceae, Nyctaginaceae, Portulacaceae, Turneraceae, Urticaceae,

Verbenaceae.

Quadro 1.: Percentual das famílias das plantas espontâneas encontradas

no Complexo Aluízio Campos.

Família Número Percentual

Euphorbiaceae 9 25

Cyperaceae 4 11,1

Poaceae 2 5,5

Rubiaceae 2 5,5

Solanaceae 2 5,5

Amaranthaceae 1 2,8

Apocynaceae 1 2,8

Boraginaceae 1 2,8

Brassicaceae 1 2,8

Cactaceae 1 2,8

Caesalpiniaceae 1 2,8

Chenopodiaceae 1 2,8

Commelinaceae 1 2,8

Convolvulaceae 1 2,8

Cucurbitaceae 1 2,8

Nyctaginaceae 1 2,8

Portulacaceae 1 2,8

Turneraceae 1 2,8

Urticaceae 1 2,8

Verbenaceae 1 2,8

As espécies de plantas espontâneas com efeitos medicinais presentes na área de pesquisa,

com suas respectivas famílias, nomes científicos, nomes comuns e propriedades fitoterapêuticas são

evidenciados no Quadro 2.

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Quadro 2.: Plantas espontâneas com propriedades terapêuticas registradas no Complexo Aluízio Campos, Campina

Grande - PB

Família Nome Científico Nome Comum Propriedades Medicinais

Asteraceae Bidens bipinata L. Carrapicho-de-

Agulha Antibiótico e Depurativo

Asteraceae Tridax procumbens L. Erva de Touro Antisséptica e Inseticida

Asteraceae Acanthospermum

hispidum DC. Espinho de Cigano Abortiva e Antisséptica

Asteraceae Ageratum conyzoides L. Menstrato Analgésica e Cicatrizante

Asteraceae Galinsoga parviflora Cav. Picão Branco Cicatrizante

Asteraceae Bidens pilosa L. Picão Preto Diurética e Depurática

Asteraceae Conyza bonariensis L.

Cronq. Rabo de Raposa Antiinflamatório

Asteraceae Emilia sonchifolia L. DC. Serralha Antimicrobiana

Asteraceae Emilia coccinea L. DC. Serralha Antiasmática e Febrífuga

Euphorbiaceae Chamaesyce hirta. (L.)

Millsp Burra leiteira Antisséptica

Euphorbiaceae Ricinus communis L. Mamona Antibactericida

Euphorbiaceae Phyllanthus niruri L. Quebra-Pedra Hipoglicemiante

Euphorbiaceae Phyllanthus tenellus L. Quebra-Pedra Diurética

Cyperaceae Cyperus rotundus L. Tiririca Citoprotetora

Cyperaceae Cyperus ferax L. Rich. Tiririca Antiespasmódica

Poaceae Digitaria ciliaris Retz.

Koel. Capim-Milhã Febrífuga e Estomáquica

Poaceae Eleusine indica L. Capim-Pé-de-

Galinha Descongestionante

Rubiaceae Richardia grandiflora

Cham e Schltdl. Steud. Poáia Anti-Hemorroidal

Rubiaceae Spermacoce verticillata L. Vassourinha de

Botão Antidesentérica

Continua...

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Quadro 2. Plantas espontâneas com propriedades terapêuticas registradas no Complexo Aluízio Campos, Campina

Grande – PB (CONTINUAÇÃO).

Família Nome Científico Nome Comum Propriedades Medicinais

Solanaceae Solanum americanum

Mill. Erva-Moura Depurativa e Diurética

Solanaceae Solanum paniculatum L. Jurubeba Antiinflamatória

Amaranthaceae Amaranthus viridis L. Caruru Antiinflamatória

Apocynaceae Catharanthus roseus L.

G. Don. Boa-Noite

Anti-Diabética e Anti-

Cancerígena

Boraginaceae Heliotropium indicum L. Fedegoso Purgativa

Brassicaceae Lepidium virginicum L. Vassourinha de

Botão Anti-Hemorroidal

Cactaceae Cereus jamacaru DC. Mandacaru Diurética

Caesalpiniaceae Bauhinia cheilantha

Bong. Steud. Mororó Adstringente

Chenopodiaceae Chenopodium

ambrosioides L. Mastruz Anti-Reumática

Commelinaceae Commelina benghalensis

L. Maria-Mole Anti-Reumática

Convolvulaceae Cuscuta racemosa Mart.

et. Humb. Cipó-Chumbo Expectorante e Laxativa

Cucurbitaceae Momordica charantia L. Melão São Caetano Afrodisíaco

Nyctaginaceae Boerhavia diffusa L. Pega pinto Desobstruente

Portulacaceae Portulaca oleracea L. Beldroega Diurética e Vermífuga

Turneraceae Turnera ulmifolia L. Chanana Anti-Ulcerogênica

Urticaceae Urtica dióica L. Urtiga Depurativa e Diurética

Verbenaceae Stachytarpheta

cayennensis Rich. Vahl. Gervão

Analgésica,

Hepatoprotetora e

Gastroprotetora

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Mesmo existindo em diversas publicações científicas da área as propriedades terapêuticas

das plantas espontâneas, a falta de conhecimento científico da população quanto ao benefício das

plantas espontâneas em temos fitoterápicos, provoca a destruição em massa da biodiversidade

desses vegetais, por estas espécies serem conhecidas empiricamente apenas como ervas daninhas

ou invasoras. Esses conhecimento apenas empírico induz a população em geral a fazer sua retirada

total dos jardins, quintais e dos terrenos com cultivos agrícolas de forma geral.

6. CONCLUSÕES

De acordo com o estudo foi possível concluir que:

As plantas espontâneas do Complexo Aluizio Campos são Acanthospermum hispidum DC.,

Ageratum conyzoides L., Amaranthus viridis L., Bauhinia cheilantha Bong. Steud., Bidens bipinata

L., Bidens pilosa L., Boerhavia diffusa L., Catharanthus roseus L. G. Don., Cereus jamacaru DC.,

Chamaesyce hirta. (L.) Millsp, Chenopodium ambrosioides L., Commelina benghalensis L., Conyza

bonariensis L. Cronq., Cuscuta racemosa Mart. et. Humb., Cyperus ferax L. Rich., Cyperus

rotundus L., Digitaria ciliaris Retz. Koel., Eleusine indica L., Emilia coccinea L. DC., Emilia

sonchifolia L. DC., Galinsoga parviflora Cav., Heliotropium indicum L., Lepidium virginicum L.,

Momordica charantia L., Phyllanthus niruri L., Phyllanthus tenellus L., Portulaca oleracea L.,

Richardia grandiflora Cham e Schltdl. Steud , Ricinus communis L., Solanum americanum Mill.,

Solanum paniculatum L., Spermacoce verticillata L, Stachytarpheta cayennensis Rich. Vahl.,

Tridax procumbens L., Turnera ulmifolia L. e Urtica dioica L.;

Todas as plantas identificadas como espontâneas no Complexo Aluizio Campos tem

propriedades terapêuticas já comprovada na literatura especifica atual;

As propriedades fitomedicinais encontradas nas espécies espontâneas identificadas são

diurética, antiinflamatório, cicatrizante, antisséptica, inseticida, anti-hemorrágica, broncodilatadora,

antiabortiva, analgésica, antipirética, antimicrobiana, estimulante, antioxidante, citoprotetora,

antiespasmódica, estomáquica, vomitiva, antidesentérica, bactericida, depurativa, emoliente,

aperiente, colagoga, emenagoga, febrífuga, hepatoprotetora, hepatotônica, laxante, tônica, anti-

reumática, purgativa, expectorante, adstringente, gastroprotetora e antiescorbútica.

7. SUGESTÕES

A partir da identificação dos resultados obtidos na execução da pesquisa no Horto Florestal

do Complexo Aluízio Campos, é possível proporcionar com este arquivo, mais uma ferramenta

pedagógica na abordagem da educação ambiental e de estímulo a pesquisa fitoterápica e

etnobotânica;

Este estudo deve ser dado continuidade no sentido de levantar melhor esses vegetais

considerados como espontâneas a fim de se estudar melhor suas propriedades fitomedicinais e

trabalhar estas potencialidades junto a comunidade local.

8. REFERÊNCIAS

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