leucena: características agronômicas, produtividade e manejo em roraima

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  • 8/14/2019 Leucena: caractersticas agronmicas, produtividade e manejo em Roraima

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    pouco disponveis para as suas razes,notadamente o P. Nas condies edficasda Amaznia Ocidental, as espcies de MAmais eficientes, em termos de produo de

    MS, foram Scutellospora heterogama , Acaulospora muricata e Glomus etunicatum .Plantas de leucena, inoculadas com A.muricata , apresentaram rendimentos de MSe quantidades absorvidas de Psignificativamente superiores aosverificados com plantas no micorrizadas e

    fertilizadas com 80 kg de P2O5/ha (COSTAet al., 2007).

    Estabelecimento A leucena pode ser semeada diretamente no campo, no inciodo perodo chuvoso (abril/maio) ou atravsde mudas, especialmente quando ascondies climticas no so favorveis. O

    espaamento e a densidade de semeaduravariam de acordo com o objetivo dautilizao. Em plantios densos, destinados acortes, o espaamento ser de 1,0 m entrelinhas, distribuindo-se 10 a 12sementes/metro linear; a densidade deplantio, neste caso, situa-se entre 15 e 20

    kg/ha. Quando o plantio destina-se aopastejo direto, o espaamento deve ser de2,0 a 3,0 m entre linhas, com trscovas/metro linear. Neste sistema serogastos entre 5 e 7 kg/ha de sementes.Outra alternativa seria a introduo daleucena em pastagens de gramneas,

    recomendando-se faixas com seis linhasespaadas de 1,0 m, alternadas com faixasde 10 m da gramnea.

    As sementes de leucena devem ser escarificadas antes do plantio, poisapresentam dormncia devido impermeabilidade da cutcula. A forma mais

    prtica consiste em colocar cerca de 10 kgde sementes num saco de pano emergulhar em gua a 80C, por 3 a 5minutos, ou imerso em soluo de sodacastica a 20% por uma hora. Em seguida,secar sombra e inocular. Para cada 10 kgde sementes, misturar 200 ml de gua com

    50 g do inoculante, misturando athomogeneizar; em seguida, adicionar assementes, misturando-as com a soluo atformar uma pelcula uniforme de inoculanterecobrindo cada semente. Plantar imediatamente em solo mido ou espalhar edeixar secar em local sombreado, fresco earejado para plantio at o dia seguinte,evitando-se a exposio das sementes aosraios solares (SEIFFERT, 1984). Em locaisde semeadura mais difcil possvel efetuar o plantio de mudas previamentedesenvolvidas em sacos plsticos com 1 a 2kg de solo de alta fertilidade. Usar umespaamento de 20 a 30 cm entre asmudas dentro da linha.

    A profundidade de semeadura deveser de 1,5 a 2,5 cm. Durante os trsprimeiros meses aps a germinao, acultura deve ser mantida livre dacompetio das plantas invasoras, at que

    a leucena atinja 1,0 m de altura, quandoter rpido crescimento, cobrindo,satisfatoriamente, o solo. As plantas jovens

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    da leucena so muito susceptveis aoataque de formigas, cupins e lagartas. Paraas condies edafoclimticas de Roraimaas cultivares mais indicadas so Texas,

    Cunninghan, CPAC 24/19, CPAC 11x25 eCPAC 11x26.

    Variedades - As variedades de leucenaapresentam grande variao quanto aoporte, podendo serem agrupadas em trstipos:

    1. Tipo havaiano: So variedadesarbustivas com at 5 m de altura, queflorescem jovens (4 a 6 meses aps oplantio). O florescimento ocorre durantetodo o ano, apresenta pouca produo demadeira e folhas e sua produo abundantede sementes favorece sua disseminao,

    podendo, em condies propcias ao seucrescimento, tornar-se uma planta invasora.

    2. Tipo salvador: Apresenta plantas altas,com at 20 m de altura, folhas grandes etroncos grossos. Geralmente, produz maisque o dobro de biomassa que o tipohavaiano. So utilizadas principalmente

    para a produo de madeira, carvovegetal, sendo comumente designadas pelonome de Hava gigante ou K-8, K-28 ouK-67. Esta variedade apresentacaractersticas agronmicas adequadaspara utilizao em sistemas silvipastoris oude integrao lavoura-pecuria, em que as

    rvores propiciam forragem e sombra aosanimais, incorporam nitrognio ao sistema

    solo-planta e permitem a extrao demadeira.

    3. Tipo peru: Suas plantas podem atingir at 15 m de altura, com muitasramificaes, mesmo na parte inferior dotronco. Semelhante ao tipo salvador, porm,com baixa produo de material lenhoso,mas com grande folhosidade, sendorecomendada para utilizao sob pastejo,em funo de proporcionar altadisponibilidade de forragem facilmenteacessvel aos animais.

    Produtividade de forragem e composioqumica - a leucena, aps seu perfeitoestabelecimento, cresce rapidamente eproduz bastante forragem, no entanto, aprodutividade depende da cultivar,

    espaamento, solo, manejo e das condiesclimticas. Em Roraima, as produes deMS comestvel esto em torno de 4 a 6 e, 2a 3 t/ha, respectivamente para os perodoschuvoso e seco. As folhas e ramos finos daleucena so bastante nutritivos, sendoconsiderado um alimento completo pararuminantes e monogstricos. As folhas eramos jovens apresentam teores deprotena bruta em torno de 25%, enquantoque nas folhas e ramos mais velhos essesteores caem para 15 a 20%. A protena dealto valor nutritivo, semelhante da alfafa eseus aminocidos encontram-se empropores balanceadas. Ademais, aleucena uma excelente fonte de minerais,notadamente de fsforo, clcio, magnsio e

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    potssio (COSTA, 2004). Suadigestibilidade da MS pode variar entre 50 e70%. Dependendo das prticas de manejoadotadas, os ganhos de peso esto em

    torno de 500 a 900 g/an/dia e de 600 a 800kg/ha/ano.

    Utilizao e manejo - A leucena tem sidolargamente utilizada para bovinos, caprinos,bubalinos e ovinos, havendo, contudo,restries ao seu uso para eqinos. Em umbom sistema de manejo, a leucena devecontribuir com aproximadamente 30% daalimentao. A leucena exige um manejoespecfico mais cuidadoso devido a sua altaaceitabilidade pelos ruminantes, o que poderesultar em super pastejo, prejudicando osrebrotes das plantas e ainda provocar intoxicao dos animais devido ao consumo

    exagerado. O consumo de at 30% deleucena em relao ao total ingeridodiariamente, ou 3% de leucena em relaoao peso vivo, no acarreta efeitos txicos.Um animal, por exemplo, de 400 kg de pesovivo pode consumir 12 kg/dia de leucena, oque significa 30% do total do volumoso

    consumido diariamente (aproximadamente40 kg). O sintoma mais claro de intoxicaopor excesso de ingesto de leucena aqueda de plos da cabea e na insero dacauda. A recuperao do animal maisrpida quanto mais cedo for interrompido oconsumo de leucena. Tambm a menor

    exposio ao sol evita queimaduras da pelenas reas onde ocorreu a queda de plos.Evitar o fornecimento da leucena para

    eqinos e asininos por serem maissensveis que os ruminantes.

    A utilizao poder ser feita dediversos modos, destacando-se osseguintes:

    a) Cortar os ramos e fornec-los frescosaos animais, triturados ou no. A utilizaoda leucena poder ser inciada 6 a 8 mesesaps a semeadura. O corte poder ser efetuado a 50 a 80 cm acima do solo, ou

    quando as plantas atingirem entre 1,4 a 1,6m de altura. A freqncia entre cortes deveser determinada em funo da mximaproduo de forragem (hastes finas + folhas+ vagens). Cortes a cada 60 a 90 dias,normalmente, garantem a manutenocontnua da produtividade e asseguram a

    persistncia das plantas;

    b) Cortar os ramos e deix-los secarem aosol para que os fololos sejam fenados edesprenderem-se dos ramos. Este feno de excelente qualidade, podendo ser comparado ao da alfafa;

    c) Deixar as plantas crescerem at setornarem rvores. As sementes caem,germinam e os animais se alimentam dasplntulas e dos ramos mais baixos dasplantas adultas. No caso de escassez deforragem, pode-se cortar e utilizar os ramosmais altos;

    d) Colocar os animais em reas isoladascultivadas com leucena (bancos-de-protenaou legumineira) para pastejo. Os animais

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    devem entrar quando as plantas atingirem1,0 a 1,5 m de altura, as quais devem ser rebaixadas at 50 a 70 cm do solo. A reado banco de protena deve corresponder 10

    a 30% da pastagem. Existem duas formasde controlar o consumo de forragem nobanco-de-protena. A primeira por meio docontrole da carga animal na rea em que seencontra a pastagem, representada peloconjunto pastagem + banco-de-protena.Outra alternativa para a regulao do

    consumo da forragem controlar o acessodos animais rea de legumineira. Umsistema que pode ser utilizado, por exemplo, deixar os animais pastejarem nalegumineira apenas pelo perodo da manh.Outro sistema seria o pastejo em diasalternados. Com vacas leiteiras, por exemplo, antes de retornarem para aordenha, elas passariam de duas a trshoras pastejando na legumineira. O tempode pastejo depender do tipo de animal edo efeito de suplementao desejado e serestabelecido de acordo com o interesse doprodutor. No sistema de acesso controlado,h uma despesa adicional de mo-de-obra,em termos de manejo dos animais, que pouco substancial quando se consideram osbenefcios que o sistema oferece. Quando omanejo empregado for o de pastejo diretodurante a poca seca, conveniente, aofinal da estao de suplementao, efetuar o corte das hastes lenhosas remanescentesa 15-20 cm de altura, de modo que ocorraum novo rebrote, mantendo-se a leucena

    com um porte acessvel ao pastejo direto napoca seca seguinte.

    A leucena possui razes pivotantes eprofundas, as quais lhe conferem maistolerncia ao dficit hdrico, alm deproporcionar maior reteno de folhasverdes durante o perodo seco. No entanto,para que a leucena possa contribuir efetivamente para o aumento da produode forragem e melhoria da qualidadenutricional das pastagens, notadamentedurante o perodo seco, torna-se necessrioseu adequado manejo durante o perodochuvoso. Na Amaznia Ocidental,constatou-se a viabilidade do diferimento depastagens de leucena, no final do perodochuvoso, de modo a acumular forragempara a suplementao dos rebanhos no

    perodo seco. Recomenda-se o diferimentodas pastagens de leucena, pelo menos doismeses antes do final do perodo chuvoso,de modo que a que seja acumulada umagrande quantidade de forragem (3 a 4 t/ha)com bom valor nutritivo. Como referncia,pode-se considerar uma rea entre 0,5 a

    1,0 ha/UA, com uma disponibilidade deforragem entre 3,0 a 4,0 t/ha, durante operodo seco. Outra alternativa para oaproveitamento do excesso de forragemproduzida durante o perodo chuvoso seriaa incluso de at 30% de leucena nasilagem de milho ou sorgo ou proceder ao

    secamento da folhagem para a produo defarinha (25% de protena bruta).

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    Referncias Bibliogrficas

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    COSTA, N. de L. Formao, manejo erecuperao de pastagens em Rondnia.Porto Velho: Embrapa Rondnia, 2004.212p.

    COSTA, N. de L. Formao e manejo depastagens na Amaznia brasileira. In:SEMINRIO INTERNACIONAL PARA ODESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL DAPECURIA NA AMAZNIA, 1., 2003, PortoVelho. Anais... Braslia: IICA/PROCITRPICOS, 2003. 19p. (CD-ROM).

    COSTA, N. De L.; MAGALHES, J.A.;PEREIRA, R.G. de A. OLIVEIRA, J.R. da C.Consideraes sobre o manejo depastagens na Amaznia Ocidental. Revistado Conselho Federal de MedicinaVeterinria, Braslia, v.12, n.40, p.37-56,2007.

    COSTA, N. de L.; TOWNSEND, C.R.;PEREIRA, R.G. de A.; MAGALHES, J.A.;SILVA NETTO, F.G. da; TAVARES, A.C.Tecnologias para a produo animal emRondnia - 1975/2001. Porto Velho:Embrapa Rondnia, 2003. 26p. (EmbrapaRondnia. Documentos, 70).GIANLUPPI, D.; GIANLUPPI, V.;SMIDERLE, O.Produo de pastagensno cerrado de Roraima. Boa Vista:Embrapa Roraima, 2001. 4p. (EmbrapaRoraima. Comunicado Tcnico, 14)

    SEIFFERT, N.F. Leguminosas parapastagens no Brasil central. Braslia:EMBRAPA-DDT, 1984. 131p. (EMBRAPA-CNPGC. Documentos, 7).

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    ComunicadoTcnico, 14

    MINISTRIO DA AGRICULTURA,PECURIA E ABASTECIMENTO

    Exemplares desta edio podem ser adquiridos na:Embrapa RoraimaRodovia Br-174, km 8 - Distrito IndustrialTelefax: (95) 3626 7102Cx. Postal 133 - CEP. 69.301-970Boa Vista - Roraima- [email protected] 1 edio1 impresso (2008): 100

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