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PUBLICAÇÃO MENSAL FACEBOOK.COM/SAUDEVIVAMAISVIVAMELHOR N.º 14 - ABRIL 2016 VÍRUS ZICA TEMOS RAZÕES PARA FICAR PREOCUPADOS? COMPORTAMENTO SERÁ QUE ESTÁ OBCECADO COM COMIDA? ALIMENTAÇÃO OS ALIMENTOS MAIS SAUDÁVEIS, NAS PORÇÕES CERTAS OFERTA UM RELÓGIO ICE WATCH NO VALOR DE 79€ VEJA COMO NA PÁG. 65 APENAS 1,8€ ( CONTI.) LENTILHAS ERVILHAS FEIJÃO FAZEM MILAGRES ESTÁ NA ALTURA DE INCLUIR AS LEGUMINOSAS NA SUA ALIMENTAÇÃO

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FACEBOOK.COM/SAUDEVIVAMAISVIVAMELHOR

N.º 14 - ABRIL 2016

VÍRUS ZICATEMOS RAZÕES PARA FICAR PREOCUPADOS?

COMPORTAMENTOSERÁ QUE ESTÁ OBCECADO COM COMIDA?

ALIMENTAÇÃOOS ALIMENTOS MAIS SAUDÁVEIS, NAS PORÇÕES CERTAS

OFERTAUM RELÓGIOICE WATCH NO VALOR DE

79€VEJA COMO NA PÁG. 65

APENAS

1,8€( CONTI.)

LENTILHAS ERVILHAS FEIJÃO

FAZEM MILAGRES

ESTÁ NA ALTURA DE INCLUIR AS LEGUMINOSAS NA SUA ALIMENTAÇÃO

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4 S A Ú D E - V I V A M A I S , V I V A M E L H O R

CULTURA E LAZERG

#14 Abril

EQUILÍBRIO E BEM-ESTAR

A

NUTRIÇÃO

C

30

14

14 Cereais integrais e o trigo moderno

36 As nutritivas leguminosas

42 Aprenda a construir um prato saudável

46 Truques para comer menos

48 A importância do Ómega 5

52 Alimento do mês: Aveia

56 Alimente-se bem e fortaleça o cabelo

60 Restaurante Qostumes

SAÚDE

B

16 Vírus Zica

22 Embolização de fibromiomas uterinos

26 Tudo o que precisa de saber sobre varizes

30 A opinião do Dr. Viriato Horta sobre morte assistida

36

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66 Declare guerra à flacidez

70 Está obcecado com comida?

BOA FORMA

D

BELEZA

E

VIVER MELHOR

F

CULTURA E LAZER

G

62

S A Ú D E - V I V A M A I S , V I V A M E L H O R 5

FACEBOOK.COM/SAUDEVIVAMAISVIVAMELHOR

74Escapadela ao Alto Alentejo

78 Agenda

79 Sugestões de leitura

80 Sugestões de música

81 Novidades

66

62 Pratique desporto todo o ano

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6 S A Ú D E - V I V A M A I S , V I V A M E L H O R

Dra. Alexandra Vasconcelos

MEDICINA BIOLÓGICA E ANTIENVELHECIMENTOClínicas Viver, Lisboaclinicasviver.com.pt

Prof. Dr. João Gamelas

ORTOPEDIA Coordenador da

Unidade de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Lusíadas,

Lisboalusiadas.pt

Dra. Ana Rita Lopes

COORDENADORA DA UNIDADE DE NUTRIÇÃO

Hospital Lusíadas Lisboa

Dr. Pedro LôboDo ValeMÉDICO

DE CLÍNICA GERALConsultório:213 150 304

Dr. Leonel Luís

OTORRINOLARINGOLOGIAClínica Europa,

Carcavelosclinicaeuropa.pt

Dra. Ana Passadeiras OSTEOPATIA Iridologia

Clínicas em Forma, Lisboa

emforma.pt

Dra. Mayumi Murakami

MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

Porto226 065 128

Mestre Jorge GonçalvesOSTEOPATIA

Especialização em Psicossomática e

Osteopatia Pediátrica YesiYes - Reprogram

Energies, Lisboayesiyes.com

Dra. Mafalda Almeida,NUTRICIONISTA NA NUTRIALMA

Dr. António Soares Neto

MEDICINA QUÂNTICA E NATUROPATIA

Clínicas Em Forma, Lisboa

emforma.pt

Prof. Dr. José AparícioPEDIATRIA

Responsável pelo Atendimento Urgente

PediátricoHospital Lusíadas,

Porto lusiadas.pt

Dra. Paula Ramoa

GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

Hospital Lusíadas, Porto

lusiadas.pt

Tiago Botelho

YOGA E MEDITAÇÃO Brahmi Oriental

Wellness, Paredebrahmi.pt

Dra. Dora Sargento

MEDICINA INTERNAClínica São João de

Deus, Lisboasaojoaodedeus.pt

Dr. José Santos Dias

UROLOGIA Diretor clínico do

Inst. da Próstata e Incontinência Urinária,

Lisboainstitutodaprostata.com

saojoaodedeus.pt

Dr. José Freitas Dinis ACUPUNTURA

E HIPNO Clínica Serenum,

Lisboa clinicaserenum.pt

Dr. Pedro Bico

CARDIOLOGIAClínica Europa,

Carcavelosclinicaeuropa.pt

Dra. Lillian BarrosNUTRICIONISTA CLÍNICA DOS

HOSPITAIS LUSÍADAS DE FAROAutora do Blog Santa Melancia

e dos livros “Sumos e Águas Detox”

e “Sopas, Saladas e Chás Detox”

Conselho Científico

Dr. Olívio DiasMÉDICO DENTISTA

nas Clínicas Médicas Dr. Olívio Dias

Dr. Viriato HortaESPECIALISTA DE

MEDICINA GERAL E FAMILIAR

Clínica Europa – Carcavelos

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S A Ú D E - V I V A M A I S , V I V A M E L H O R 7

Editorial

E stamos a chegar àquela altura do ano em que a maioria das pessoas desperta para a práti-ca desportiva e para os hábitos

alimentares saudáveis. Mas será que al-guém acredita realmente que se durante três ou quatro meses treinar e fizer uma alimentação mais regrada, compensará por todos os meses de sedentarismo e de abusos alimentares? Os estudos, assim como todos os casos que temos à nossa volta, provam que este comportamento não resulta. Ainda assim, todos os anos é a mesma coisa. Idealmente, a preocupação com a alimen-tação e a opção por uma vida ativa devem ser constantes e encaradas como um esti-lo de vida. E mesmo que as motivações es-téticas estejam presentes, não devem ser sobrevalorizadas. Afinal, de que vale um corpo bonito, se não tiver saúde?

Por isso, nesta edição, voltamos a aler-tar para a importância de ser ativo... todo o ano! E damos dicas para o fazer sem grandes sacrifícios. O exercício físi-co faz-nos bem, ao corpo e à mente, mas deve ser associado a uma alimentação inteligente, onde não faltam supera-limentos e ingredientes saciantes nas porções certas. Se estes são temas que não domina, não se preocupe porque pedimos a ajuda de especialistas e par-tilhamos consigo tudo o que precisa de saber. E já que falamos em alimentação, não podemos deixar de recordar que 2016 é o Ano Internacional das Legu-minosas. O objetivo é chamar a atenção para a importância do consumo destes grãos que são (quase) milagrosos e mos-trar todos os benefícios que proporcio-nam à nossa saúde. E são mesmo muitos. Tantos que depois de ler o nosso artigo, de certeza, não resistirá a preparar as próximas refeições à base de legumino-sas. Mas a nossa sugestão é que vá mais além. Em vez de incluir estes alimentos na sua alimentação pontualmente, faça deles um ingrediente sempre presen-te. Não só são uma formidável fonte de proteína, como estão carregados de vi-taminas e, quando são consumidos com cereais, fornecem todos os aminoácidos essenciais ao organismo.

Lembre-se: somos o que comemos!

Em abril estamos de volta, com novida-des e muitas dicas!

Patrícia Gaspar e Silva [email protected]

PROPRIETÁRIO E EDITORTERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO, LDANPC 508735246CAPITAL SOCIAL 10 000 € CRC CASCAIS

SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. TOMÁS RIBEIRO 129, ED. QUINTA DO JAMOR, SALA 11, 2790-466 QUEIJASTELEFONES 211 919 875/6/7/8FAX 211 919 [email protected]

DIRETORA EDITORIALPATRÍCIA GASPAR E [email protected]

COLABORADORESDRA. SALOMÉ BORREGANA, DRA. MAFALDA LEITÃO, DR. JOÃO MARTINS PISCO, DRA. JOANA DE CARVALHO, DRA. LEONOR GIRÃO, DRA. ANA FILIPA BAIÃO, DRA. CATARINA SOARES DE OLIVEIRA, DRA. NATÁLIA COSTA, JOSÉ LUÍS CARRASCO, PEDRO ROSA, PALMIRA CORREIA, JÚLIO SANTOS

COORDENADORA COMERCIALALEXANDRA LI [email protected]

EDITOR DE ARTE JORGE [email protected]

PAGINAÇÃO LÍGIA [email protected]

FOTOGRAFIA JOSÉ [email protected]

SECRETARIADO DE REDAÇÃOSUZY [email protected]

IMPRESSÃOLIDERGRAF, ARTES GRÁFICAS, SA.RUA DO GALHANO, N.º 154480-089 VILA DO CONDE, [email protected]

DISTRIBUIÇÃOVASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL, VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉMTEL. 214 337 000

PONTOS DE VENDA808 206 545 FAX 808 206 13 [email protected]

TIRAGEM19 000 EXEMPLARES

ERC N.º 126653 DEPÓSITO LEGAL N.º 389145/15 ISSN N.º 2183-4873

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CULTURA E LAZERG

Notícias

AVIII Jornada de Recolha de Medi-camentos do Banco Farmacêutico realizou-se no final de fevereiro e angariou 10500 medicamentos e

produtos de saúde que serão doados a 90 Ins-tituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS). Com um valor estimado de 42500 euros, os medicamentos e produtos de saúde doados

Portugueses doaram 10500 medicamentos ao Banco Farmacêutico

serão encaminhados para as IPSS que se asso-ciaram à iniciativa, chegando aos mais de 93 mil utentes destas instituições. A campanha contou com a participação de 166 farmácias de norte a sul do país. Desde 2009, ano em que esta inicia-tiva decorreu pela primeira vez, o Banco Farma-cêutico já recolheu 60 mil medicamentos e pro-dutos de saúde. ™

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S A Ú D E - V I V A M A I S , V I V A M E L H O R 9

Apneia do sono afeta crescimento das crianças

E stima-se que 3% das crian-ças sofrem de apneia obstrutiva do sono, um distúrbio associado ao

défice de crescimento, a problemas comportamentais, a complicações cardiovasculares e a disfunções neu-rocognitivas. Ainda assim, de acordo com Luísa Monteiro, coordenadora da Unidade de Otorrinolaringologia do Hospital Lusíadas Lisboa, “a pre-valência poderá ser superior, uma vez que esta doença é frequentemente sub-diagnosticada pelos especialis-tas médicos e os sintomas são desva-lorizados pelos pais, o que conduz a um diagnóstico tardio”. Uma criança que sofra de apneia obstrutiva do sono tem, geral-mente, um sono agitado, com vários despertares pela noite, sempre em busca de uma posição mais cómoda, tem tendência para se babar e aumento da transpiração. A par disso, existem outros sinais que podem evidenciar o problema já que “uma criança com apneia obstrutiva do sono é, frequentemente, magra porque gasta muitas calorias com o esfor-ço respiratório, tem adenoides, olheiras e amíg-dalas aumentadas. Além disso, mostra-se muitas vezes irritada ou agitada, pouco concentrada, especialmente na escola, e com comportamentos

PORTUGUESES VÃO PAGAR MENOS 22% A 24% EM TAXAS MODERADORAS

De acordo com o ministro da saúde, Adalberto Campos Fernandes, este ano, as famílias portuguesas vão gastar entre 22% e 24% menos em taxas moderadoras do que no ano anterior. Esta redução dos encargos das famílias com as taxas moderadoras acontece, por um lado, devido à redução do seu valor mas, por outro, também pela isenção do seu pagamento para doentes referenciados através da Linha Saúde 24. Por sua vez, os doentes referenciados pelos centros de saúde, continuam isentos do pagamento da taxa moderadora nos hospitais e não terão de pagar as taxas referentes a exames complementares. Esta redução nos encargos das famílias com a saúde vai fazer toda a diferença já que, segundo um estudo da escola de gestão de informação da Universidade Nova de Lisboa, apresentado na conferência TSF/Abbvie, cerca de 9% das consultas no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e 15% das urgências, não terão sido feitas porque os utentes não as podiam pagar, assim como cerca de 5% dos exames de diagnóstico ficaram por fazer pelo mesmo motivo. ™

antissociais na relação com os colegas e amigos. De salientar ainda que a apneia do sono é, quase sempre, acompanhada de roncopatia e há mes-mo crianças que têm respiração muito ruidosa”, salienta Luísa Monteiro. É normal que durante o sono ocorram alterações do ritmo respiratório que podem ser inofensivas ou fisiológicas, contu-do, quando se dá um período de ausência de inspi-ração de alguns segundos ou quando falha mais do que um ciclo respiratório, é sinónimo de apneia. A remoção das amígdalas e dos adenoides é o trata-mento habitual, com uma taxa de sucesso entre os 75 e os 100 por cento. ™

Diabetes duplica risco de doença cardiovascularA relação entre a diabetes e a doença cardiovas-

cular foi um dos temas em destaque no 12º Congresso da Sociedade Portuguesa de Diabeto-logia, um evento que juntou mais de 1000 especia-listas entre os dias 17 e 20 de março. É sabido que as pessoas com diabetes têm um risco duas vezes maior de sofrer um episódio de doença cardiovas-cular do que não diabéticos. Aliás, esta é a principal causa de morbilidade e mortalidade entre diabéti-cos, sendo responsável por cerca de 8% do total de mortes. De acordo com Pedro Matos, cardiologista e membro da Sociedade Portuguesa de Diabetolo-gia, “as pessoas com diabetes têm um risco acresci-do de sofrer de doença cardiovascular, continuan-do este a aumentar exponencialmente depois de o diabético ter um evento cardiovascular, como um enfarte do miocárdio ou um AVC. Nestes casos, o risco passa a ser quatro vezes maior e não duas”.

Um dos grandes problemas com que se deparam os diabéticos é a diferença dos sintomas da doen-ça cardiovascular. Os habituais sinais de alarme, como a angina ou a dispneia, não ocorrem sempre devido à presença de neuropatia autonómica, uma complicação da diabetes que nem sempre está identificada. “Para prevenir episódios cardiovascu-lares, os doentes diabéticos devem ser rigorosos no controlo da pressão arterial e do colesterol, nunca descurando a importância do controlo da glicémia e a modificação do estilo de vida através de uma alimentação saudável e prática de atividade física regular”, conclui o cardiologista. ™

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10 S A Ú D E - V I V A M A I S , V I V A M E L H O R

CULTURA E LAZERG

Notícias

Estudo sobre o comportamento sexual das portuguesas

Um inquérito recentemente publicado pela HRA Pharma e realizado com a colaboração de 4600 mulheres de dife-rentes países, revela várias curiosida-

des sobre o comportamento sexual das mulheres. De acordo com este estudo, 82% das portuguesas consideram que a pílula do dia seguinte é uma opção válida se tiverem relações sexuais despro-tegidas ou em caso de falha do contracetivo. A par disso, ficou a saber-se que as portuguesas entre os 26 e os 35 anos têm mais encontros sexuais do que as mulheres mais novas. Como seria de esperar, o fim de semana é o período mais popular para prá-ticas sexuais, com 78% das mulheres portuguesas a afirmarem que o sábado é o dia preferido para fazerem sexo. Quanto à importância do sexo, 59% das portuguesas dizem que preferem o sexo es-pontâneo em conjunto com uma relação amorosa estável (83%) e apresentarem-se de uma forma sensual para os seus parceiros (59%). Curiosa-mente as mulheres do sul da Europa (Portugal,

Espanha, Itália e Grécia) estão mais interessadas em experimentar novas posições sexuais, cerca de 43%, do que as mulheres do norte da Europa. Uma em cada cinco mulheres em Espanha e na Repúbli-ca Checa (19% e 22% respetivamente), conside-ram importante recorrer a “brinquedos sexuais” para ter uma vida sexual satisfatória, enquanto as mulheres portuguesas estão em linha com a média europeia, situando-se nos 12%. Convém, no entan-to, salientar que a espontaneidade aumenta o risco de uma gravidez não desejada e talvez seja essa a razão para 45% de todas as gravidezes registadas na Europa não serem planeadas. Para J. Miguel Noriega, Diretor Geral da HRA Pharma Iberia “dar às mulheres a liberdade de aceder à pílula do dia seguinte na farmácia, permite-lhes escolher a op-ção contracetiva mais indicada para elas, indepen-dentemente das circunstâncias”. Nesse sentido, 86% das mulheres portuguesas afirmam recorrer à farmácia caso precisem de contraceção de emer-gência. ™

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O potencial das células estaminais criopreservadas no tratamento de lesões desportivas

AAmerican Academy of Orthopedic Sur-geons concluiu que a administração de células estaminais após cirurgia ao menisco tem efeitos benéficos

no alívio da dor e no processo de regeneração da cartilagem. Esta conclusão resulta de um estudo realizado com 55 doentes, com idades compreen-didas entre os 18 e os 60 anos, submetidos a uma intervenção cirúrgica de remoção total ou par-cial do menisco rasgado – uma das lesões mais frequentes em atletas amadores e profissionais. Durante o estudo os doentes foram divididos em três grupos: o primeiro grupo recebeu uma dose de 50 milhões de células estaminais mesenqui-mais uma semana após a cirurgia; o segundo gru-po recebeu uma dose de 100 milhões; e o terceiro grupo recebeu placebo. No final, os resultados demonstraram que nos grupos que receberam cé-lulas estaminais mesenquimais houve um aumen-to significativo do volume do menisco durante o primeiro ano. Por sua vez, nenhum dos doentes

do grupo controlo (os que receberam placebo) chegou ao limiar de 15% de aumento de volume. Os doentes dos grupos que receberam células es-taminais que sofriam de osteoartrose referiram também um alívio da dor, ao contrário do grupo de controlo. E eficácia da aplicação de células estaminais no tratamento de lesões desportivas, como as que afetam o menisco, há muito que está a ser estudada, especialmente porque é uma op-ção que acelera a recuperação e evita paragens prolongadas da atividade física. As células estaminais mesenquimais podem ser obtidas através da medula óssea, sangue periféri-co e/ou gordura do próprio paciente, ou através da criopreservação das células estaminais do tecido do cordão umbilical. Os primeiros métodos são in-vasivos e apresentam alguns riscos, nomeadamen-te de infeção. Já a criopreservação das células esta-minais é um processo não invasivo, indolor e sem qualquer risco para a mãe e para o recém-nascido, representando a opção mais aconselhável. ™

S A Ú D E - V I V A M A I S , V I V A M E L H O R 11

DOUTORES PALHAÇOS AJUDAM CRIANÇAS HOSPITALIZADASDe 21 a 23 de março, decorreu o Healthcare Clowning International Meeting, na Fundação Calouste Gulbenkian. O evento, que teve a Operação Nariz Vermelho (ONV) como organização anfitriã, assinalou o 30º aniversário desde que artistas com formação profissional de palhaço começaram a ir às enfermarias pediátricas de forma regular e em colaboração com os profissionais de saúde. No primeiro dia do encontro foi ainda lançado o livro “Rir é o melhor remédio?”, que reúne os resultados de um projeto de investigação desenvolvido ao longo dos últimos seis anos, e é destinado a médicos. Para os profissionais de saúde, o trabalho dos Doutores Palhaços é de uma enorme importância, já que 92% assumem que as crianças esquecem que estão num hospital quando são visitadas por eles, 85% afirmam que estas colaboram melhor com os tratamentos e exames, e 73% sublinham que as crianças hospitalizadas apresentam melhorias após estarem em contacto com os Doutores Palhaços da ONV. Por sua vez, 99% dos pais dizem sentir gratidão pelos Doutores Palhaços da ONV e referem que gostavam que as suas visitas fossem mais frequentes. ™

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12 S A Ú D E - V I V A M A I S , V I V A M E L H O R

Cereais integrais e o trigo modernoApesar de serem considerados mais saudáveis, os cereais crus ou integrais podem ter um efeito bastante prejudicial no nosso organismo. Atualmente, ainda conseguimos encontrar alguns cereais no seu estado original. Nós dizemos-lhe quais.

AEQUILÍBRIO

E BEM-ESTAR

Texto José Luis Capdeville Carrasco NATUROPATA NO BRAHMI ORIENTAL WELLNESS

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Fala-se muito no consumo de cereais in-tegrais e dos seus inúmeros benefícios mas, a verdade é que nem todos os ce-reais nos fazem bem. São muitos os fato-

res que devemos ter em consideração. Não basta ser um cereal, mesmo que integral, para ter bene-fícios na nossa saúde. Um dos principais fatores a ter em conta é que os cereais crus ou integrais con-têm diversas substâncias que podem esgotar as ca-pacidades do nosso organismo de absorver alguns minerais, oligoelementos e vitaminas. A juntar a isso, podem também bloquear algumas enzimas digestivas, como a lipase do pâncreas e a capaci-dade de digerir proteínas. Isto deve-se ao facto de cada cereal conter anticorpos específicos e inibi-dores enzimáticos que podem alterar a digestão e, por conseguinte, o crescimento celular, tanto em crianças, como em adultos.Estes venenos naturais situam-se imediatamente abaixo da casca, sendo a casca do cereal lenhosa,

reforçada com silicato e taninos que se ligam às proteínas. Estas proteínas no aparelho digestivo entram num processo de putrefação, provocando gases malcheirosos, amoníaco e toxinas. No caso dos cereais crus, um bom exemplo é o muesli. Ape-sar de o seu consumo ser recomendado até por nu-tricionistas, especialmente para as pessoas mais sensíveis, pode ter um efeito muito desagradável porque é sabido que pode originar este processo tóxico. O ideal seria consumir cereais na forma de germi-nados, pois o processo de germinação decompõe certas proteínas e essa ação resulta numa série de alterações bioquímicas que tornam o alimento mais nutritivo, assimilável e atóxico. Aliás, são várias as pesquisas que comprovam os seus be-nefícios, nomeadamente devido à transformação dos seus amidos em açúcares naturais, evitando assim a formação de mucos, o aumento da vita-mina E até 300%, da vitamina C em 600% e das

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vitaminas do complexo B em 1200%. E isto esten-de-se à vitamina 17 (laetrile), conhecida como um agente quimioterapêutico, presente em grande quantidade na amêndoa amarga e na amêndoa do alperce. De facto, os germinados são um superalimento não tóxico, com uma boa biodisponibilidade, de fácil digestão e excelentes fontes de vitaminas e enzimas. E isto, só por si, faz com que possuam mais nutrientes do que o alimento original. E estas mais-valias, por sua vez, fazem deles opções espe-cialmente aconselhadas a pessoas que sofrem de doença celíaca (intolerância ao glúten), de diabe-tes, de obesidade, artrite, asma ou ainda de doen-ças inflamatórias e autoimunes.

O perigo que se esconde no trigoO pão integral serve de exemplo para percebermos que nem todos os cereais nos fazem bem e mesmo aqueles que no passado tinham uma ação positiva, hoje em dia podem representar uma péssima op-ção. No caso concreto do pão, mesmo o integral, devido aos métodos modernos de panificação, fi-cou mais difícil de digerir. Isto acontece em con-sequência do uso de produtos químicos que ace-leram a fermentação, impedindo que os produtos tóxicos sejam decompostos. Mas se está a pensar que sempre foi assim e todos viveram bem com o processo, fique a saber que não é bem assim. Na antiguidade, este mesmo pão era fermentado pelo menos 20 horas evitando, dessa forma, um produ-to nocivo para o organismo. Hipócrates declarou que o pão branco era mais nu-tritivo e os antigos Romanos também o preferiam.

No antigo Egito, por sua vez, peneiravam o trigo depois de o moer. E atendendo a estes dados, fica demonstrado que os nossos antepassados tinham maior noção dos perigos do trigo integral do que nós temos hoje em dia.As pessoas que comem pão integral comercial e cereais crus, tendem a regularizar os intestinos, o que é ótimo para evitar congestões intestinais, mas a única razão do corpo os regularizar é a tentativa de eliminar os seus anticorpos tóxicos provenien-tes dos cereais, pelo que não deverá ser confundi-do com uma evacuação saudável e voluntária.Se este processo se repete consecutivamente, a agressão e a irritação do intestino poderão provo-car síndrome do cólon irritável, diarreia, doença de Crohn e cancro do cólon.Temos outro problema com a obtenção das fari-nhas brancas refinadas comerciais, que não são de origem biológica e são tratadas com produtos que podem ser nocivos para o organismo, com o fim de obter um aspeto mais esbranquiçado, aumentar a sua durabilidade e melhorar a panificação. Portan-to, deverá evitar qualquer farinha comercial pro-cessada, modificada e seus derivados.O trigo é, por excelência, um dos cereais mais utili-zados na alimentação. Isto porque hoje em dia está presente na maioria dos alimentos processados e quem não faz a devida seleção, provavelmente consome mais trigo do que qualquer outro cereal. Atualmente, devido às necessidades de uma maior produção e mega culturas deste cereal, o trigo pri-mitivo sofreu várias mutações genéticas que resul-taram no chamado trigo moderno, outro grande problema.

O arroz, apesar de ter sofrido diversas manipulações, ainda é um cereal muito semelhante ao seu estado primitivo e a tendência atual é para voltar ao seu estado original

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Este, entre muitos outros cereais, sofreu altera-ções no seu estado primitivo. Isto faz com que o organismo assuma estas alterações como um cor-po estranho, não o reconhecendo como natural. Em resultado disso, satura as capacidades imuni-tárias, provocando problemas a médio e longo pra-zo. Atualmente, devido às necessidades de maior produção e às mega culturas destes cereais, o trigo primitivo, que inicialmente tinha sete cromosso-mas, sofreu várias mutações genéticas que deram origem ao chamado trigo moderno. Exemplo dis-so é o trigo duro utilizado na fabricação de pão, massas, bolos, pizzas, bolachas, tostas e farinhas. O trigo kamut, considerado um cereal ancestral, contém atualmente 14 cromossomas. Por sua vez, também o centeio e a aveia sofreram alterações. O arroz, apesar de ter sofrido diversas manipula-ções, ainda é um cereal muito semelhante ao seu estado primitivo e a tendência atual é para voltar ao seu estado original.Infelizmente estamos muito limitados nos su-permercados onde as opções são muito restritas. Ainda assim, há cereais que conseguem manter o seu estado original, como o arroz, o millet, o trigo sarraceno e a quinoa de origem biológica. Se pretende começar a fazer pão integral em casa, opte sempre por farinhas biológicas, fermentos naturais e deixe fermentar durante, pelo menos, 20 horas. ™

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Vírus ZicaTudo o que precisa de saber

BSAÚDE

PAÍSES E TERRITÓRIOS - DISTRIBUIÇÃO HISTÓRICA DO VÍRUS ZICA – 1947-2016

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O vírus Zika é um arbovírus, designação comum e genérica para os vírus que são transmitidos por artrópodes, dos quais os insetos representam o grupo mais importante.

Texto Dr. Luís TavaresESPECIALISTA EM DOENÇAS INFECCIOSASHOSPITAL LUSÍADAS LISBOA

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Define-se por menopausa o período fi-siológico da vida da mulher em que se dá a última menstruação espontânea devido ao encerramento dos ciclos

menstruais e ovulatórios. Quando isto acontece, habitualmente entre os 45 e os 55 anos, dá-se tam-bém uma diminuição ou até total ausência, das hormonas feminio TGI. ™

A maioria das pessoas infetadas, cerca de 75%, não apresentará qualquer sintoma, ou seja, terá uma infeção sem qualquer manifestação de doença

Ovírus Zika foi originalmente isolado num macaco rhesus (Macaca mulatta) na Floresta Zika, em 1947, no Uganda, por cientistas e investigadores que na

altura estudavam a Febre Amarela naquele país africano. No ano seguinte viria a ser isolado, na mesma localização, no mosquito Aedes africanus, tendo passado a ter, a partir dessa altura, a sua de-signação atual – vírus Zika.Há cerca de 62 anos (1954) foi pela primeira vez isolado numa jovem de 10 anos, nigeriana, que apresentava febre e cefaleias. A partir dessa data são desenvolvidos alguns testes de laboratório que permitiam o diagnóstico da infeção por vírus Zika.Desde os relatos dos primeiros casos humanos de doença por vírus Zika, e, até 1982, foram repor-tados, ocasionalmente outros casos em diversos países da África Central e em algumas regiões da Ásia.Posteriormente ocorreram dois surtos da doen-ça, o primeiro na Micronésia, arquipélago de ilhas do oceano Pacífico (Ilha Yap), em 2007, e depois na Oceânia em surto ocorrido em 2013 e 2014.Desde 2015 até ao presente tem-se assistido a um novo surto, de distribuição mais alargada geogra-ficamente, e, que envolve principalmente países da América Central e do Sul, México, toda a re-gião das Caraíbas e também em Cabo Verde.

Como ocorre a infeção? A infeção pelo vírus Zika é efetuada, principal-mente, através da picada de um mosquito fêmea, infetado, do género Aedes, e, em regiões de clima tropical, quase exclusivamente, por Aedes aegypti.Este mesmo inseto é igualmente importante como vetor na transmissão de outras infeções hu-

Consequências do vírus Zica!Na ausência de manifestações clínicas muito importantes, a maior relevância da infeção por Vírus Zika reside nas possíveis complicações que dela possam eventualmente resultar.Assim, no grande surto na Polinésia as autoridades de saúde dos diversos países reportaram potenciais complicações neurológicas e autoimunes decorrentes desta infeção, nomeadamente no aumento dos casos de Síndrome de Guillain-Barré que é uma doença neurológica, de etiologia incerta, mas que ocorre e evolui com gravidade nalguns doentes.

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No recente surto, desde 2015, em particular no Brasil, está documentado um aumento do número de recém-nascidos com microcefalia, em particular na região nordeste deste país, área coincidente com o maior número de pessoas infetadas pelo vírus.A microcefalia carateriza-se por diminuição do volume encéfalo e diversas perturbações do desenvolvimento neurológico dos recém-nascidos, condicionando uma importante morbilidade e eventual mortalidade ante natal.Estão em curso diversos estudos com o objetivo de caracterizar o papel da infeção por vírus Zika nestas entidades.

manas por arbovírus, nomeadamente as infeções por vírus do Dengue e da Febre Amarela.É, ainda, importante salientar que a transmis-são por via sexual de infeção por vírus Zika já foi igualmente descrita num reduzido número de ca-sos (2), bem como mencionar a possibilidade de transmissão vertical (de mãe para filho/a) dado o facto de o vírus ter sido isolado a partir da pla-centa humana. Não existe, todavia, confirmação sobre estas duas possibilidades de transmissão da infeção por vírus Zika.Após a exposição à picada por um inseto infetado a duração do período de incubação, ou seja, até à manifestação dos eventuais primeiros sintomas, não está bem estabelecida, mas admite-se que seja de curta duração, entre 2 a 7 dias.A maioria das pessoas infetadas, cerca de 75%, não apresentará qualquer sintoma, ou seja, terá uma infeção sem qualquer manifestação de doença.Os sintomas da doença, quando ocorre, são, habi-tualmente, muito moderados e semelhantes a ou-tras infeções por arbovírus já referidas nomeada-mente o dengue, e manifestam-se por um período de cerca de 3 a 12 dias.Dos sintomas mais frequentes destacam-se a fe-bre, habitualmente moderada, não excedendo os 38,5º C, as mialgias (dores musculares), as dores articulares, as cefaleias, a injeção conjuntival, as reações cutâneas (manchas avermelhadas) e ton-turas.

No recente surto, desde 2015, em particular no Brasil, está documentado um aumento do número de recém-nascidos com microcefalia, em particular na região nordeste deste país, área coincidente com o maior número de pessoas infetadas pelo vírus

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Como é feito o diagnóstico?O diagnóstico é efetuado com base nestes dados clínicos em conjunção com os dados epidemioló-gicos de estadia em áreas em que existe evidência de presença de vírus Zika.A confirmação do diagnóstico depende de resul-tados dos exames laboratoriais apropriados e re-quisitados pelo médico assistente.

Existe tratamento?Na ausência de um tratamento específico para a doença por vírus Zika as medidas preventivas são de extrema importância.Do ponto de vista da Saúde Pública as medidas constituem o primeiro nível de redução de risco para a infeção através do um efetivo controlo do vetor. Este controlo é efetuado através das inter-venções nos habituais locais de reprodução do Aedes aegypti, nomeadamente através da aplica-ção de larvicidas (produtos químicos que elimi-

Em Portugal Continental não há presença documentado do vetor, o Aedes aegypti, pelo que não é de admitir a ocorrência de qualquer caso clínico, com exceção dos casos de doença por Vírus Zica importados, ou seja aqueles em que a infeção ocorreu fora do país.

iIMPORTANTE!

nam as larvas do mosquito), e redução de contac-to entre o vetor e as pessoas.Este último aspeto é de primordial relevância e implica o uso regular de repelentes de insetos, a utilização de vestuário adequado, preferencial-mente de cor clara, e que cubra a maior parte do corpo.O tratamento é sintomático e destina-se apenas a aliviar o desconforto causado pelos sintomas, ge-ralmente através da utilização de um analgésico, sendo o paracetamol o medicamento de eleição nesta situação. Os salicilatos (por exemplo, a as-pirina) não estão indicados podendo mesmo ser prejudiciais em particular em crianças.Nos casos em que ocorrer agravamento de sin-tomas os doentes devem procurar observação e orientação por médico.Até ao presente não existe qualquer vacina dispo-nível apesar dos esforços da comunidade científi-ca desenvolvidos nesse sentido. ™

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Embolização de fibromiomas uterinos

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A embolização de fibromiomas uterinos, cuja eficácia é mundialmente conhecida, é praticamente ignorada no nosso país.

Os fibromiomas, leiomiomas ou mio-mas são tumores benignos que nas-cem nas paredes do útero. A sua di-mensão pode ir de alguns milímetros

a mais de 20 centímetros. Entre 20 a 40% das mu-lheres em idade fértil são portadoras de fibromio-mas, mas a sua frequência é ainda maior na etnia africana, uma vez que afeta cerca de 70% das mu-lheres. Os fibromiomas são geralmente diagnosticados durante um exame ginecológico. A sua presença é confirmada por ecografia abdominal ou por res-sonância magnética. Apesar de esta doença poder ser assintomática, habitualmente surgem sintomas e os mais fre-quentes são: períodos menstruais prolongados, por vezes até com hemorragias que podem con-duzir à anemia, dor na região pélvica e/ou na re-gião lombar, dor durante as relações sexuais, sen-sação de peso e aumento de volume do abdómen, obstipação, frequente necessidade ou dificuldade em urinar, dificuldade em engravidar e abortos espontâneos.

Início do tratamentoOs medicamentos são, muitas vezes, o primeiro passo no tratamento dos fibromiomas. Estes me-dicamentos incluem a pílula e anti-inflamatórios. Num segundo passo, podem tentar-se medica-mentos à base de hormonas, cujo efeito é tempo-rário. Estes são administrados diariamente por períodos de 3 meses. Observa-se inicialmente uma redução dos sintomas e das dimensões dos miomas, porém, passado algum tempo, verifica--se a sua regressão. Em algumas pacientes a me-dicação pode provocar mal-estar e sintomas da menopausa. Apesar da redução de dimensões, os miomas não desaparecem pelo que a infertilidade continua. A sua administração justifica-se apenas no pré-operatório para facilitar a miomectomia ou a histerectomia.

Alternativas Terapêuticas

Histerectomia Consiste na remoção cirúrgica do útero. Esta técnica é cada vez menos aceite principalmen-te pelas mulheres mais novas ou que ainda não tiveram filhos. A histerectomia pode ter impli-

Texto João Martins PiscoRADIOLOGISTA DE INTERVENÇÃOHOSPITAL DE ST. LOUIS

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A nível mundial, o Hospital de St. Louis é o único em que a quase totalidade das mulheres vai para casa no mesmo dia e o que tem maior número de gravidezes registadas após a embolização

cações de ordem psicológica, pois pode não ser indiferente para algumas mulheres retirar ou não o útero. Contudo, é curioso notar como mu-lheres relativamente novas, dos 30 aos 40 anos, e por vezes sem filhos, aceitam sem qualquer hesitação a histerectomia embora, mais tarde muitas se arrependam. Mas entre as mulheres africanas a situação muda de figura, já que, de um modo geral, não aceitam esta terapêutica radical. Por outro lado, como descobrem a em-bolização quando pesquisam o tema na internet, rapidamente encontram uma solução à qual se submetem sem receio.

Miomectomia Consiste na remoção cirúrgica de cada um dos fi-bromiomas. Não deve ser efetuada se os fibromio-mas forem numerosos ou de grandes dimensões, devido aos maus resultados.

Embolização A embolização das artérias uterinas é um novo tratamento que se realiza desde 1995. No Hospital de St. Louis realiza-se desde junho de 2004, tendo já sido tratadas 1700 pacientes. A embolização é uma técnica minimamente inva-siva, com menos riscos que as técnicas cirúrgicas, cujo objetivo é interromper a circulação sanguí-nea que irriga os fibromiomas, resolvendo o pro-blema de forma rápida e duradoura e preservando o útero. Sem irrigação sanguínea, o fibromioma atrofia-se e os sintomas desaparecem. Sob anestesia local, e sem perda de sangue efetua--se um pequeno orifício de 1.5 mm de diâmetro na virilha, através do qual se coloca um cateter e, mediante monitorização, pelo aparelho de raio-X, digital e sofisticado, é dirigido para as artérias ute-rinas.Partículas de plástico finas, como grãos de areia, são então injetadas numa das artérias uterinas. Como os fibromiomas têm muito sangue, com-portam-se como uma esponja, absorvendo as partículas que vão entupir os ramos das artérias que os irrigam, poupando, contudo, a própria ar-téria uterina para que a paciente possa engravidar mais tarde. A possibilidade de gravidez não pode contudo, ser garantida.A interrupção da circulação sanguínea do fibro-mioma causa a sua atrofia, ou seja, a redução de tamanho. O internamento dura apenas algumas horas e a quase totalidade das pacientes vai para casa no mesmo dia.

No dia seguinte à embolização a doente não deve estar acamada e pode, na maioria dos casos, reto-mar a sua vida normal, havendo mesmo algumas pacientes que voltam à atividade profissional. Estudos mostram que cerca de 90% das mulheres nas quais foi efetuada a embolização, teve melho-ria significativa ou total da hemorragia, da dor e de outros sintomas, assim como a redução de dimensão dos miomas ou mesmo o seu desapa-recimento. A técnica é igualmente eficiente para fibromiomas múltiplos. No Hospital de St. Lou-is, presentemente, obtêm-se bons resultados em cerca de 90% dos casos. Com o aumento do núme-ro de fibromiomas e das suas dimensões, verifica--se uma redução da percentagem de sucesso que pode baixar para 80%, ou seja, 20% das pacientes pode não melhorar.Um estudo recente refere que a fertilidade das mulheres tratadas por embolização é idêntica à

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RESSONÂNCIA MAGNÉTICA PÉLVICA

AAntes da embolização: Fibromioma de grandes dimensões, cinzento por conter vasos sanguíneos.

BSeis meses depois da embolização: Redução das dimensões do fibromioma e cor escura por isquémia ou seja ausência de vasos sanguíneos.

C 12 meses após a embolização: Fibromioma continua a reduzir de dimensões e mantém cor escura por isquémia.

uma futura gravidez, nas futuras mães efetuamos uma embolização menos completa. Tal fato pode levar à necessidade de repetição da embolização.Com a embolização verifica-se uma interrupção da irrigação sanguínea do fibromioma. Como resultado, dá-se uma redução progressiva das di-mensões do fibromioma, a sintomatologia das pa-cientes diminui ou desaparece, e os fibromiomas deixam de crescer, situação muito importante para a paciente. Após a embolização, os fibromiomas desapare-cem apenas em 20% dos casos, podendo ser ex-pulsos ou desfazer-se em fragmentos durante a menstruação. A maioria persiste no útero, con-tudo, na maior parte dos casos, a ressonância magnética revelará uma isquémia superior a 90%, pelo que não voltarão a crescer. A maior redução ocorre durante os primeiros 6 meses, mas conti-nuam a reduzir pelo menos até aos 5 anos. ™

obtida nas mulheres tratadas por miomectomia. Muitas mulheres que não conseguiam engravi-dar ou tinham abortos antes da embolização já engravidaram – temos registo do nascimento de 120 crianças de doentes tratadas por embolização no Hospital de St. Louis. Para as pacientes com fi-bromiomas de grandes dimensões ou com muitos miomas, a embolização é a única alternativa pos-sível, pois com a miomectomia é impossível obter bons resultados.A nível mundial, o Hospital de St. Louis é o único em que a quase totalidade das mulheres vai para casa no mesmo dia e o que tem maior número de gravidezes registadas após a embolização.Quem pretende engravidar só deve tentar após a embolização e após a realização de uma resso-nância magnética que deve revelar isquémia su-perior a 90% em cada um dos miomas, isto é, re-dução da vascularização. Para não comprometer

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Acabe com essas varizes!Muito comuns, especialmente entre o sexo feminino, o aparecimento de varizes costuma estar associado à genética, mas também a fatores como a obesidade e o sedentarismo. Mais do que um problema estético, as varizes são uma doença que pode ter consequências muito graves.

As varizes fazem parte de um espectro de situações clínicas que costuma ser designado por “doença venosa cróni-ca”. Extremamente frequentes, po-

dem atingir até 30% da população adulta, segundo a maior parte das estimativas. Mais prevalentes nos países desenvolvidos, parecem também predominar no sexo feminino.Diversas situações têm sido implicadas como facto-res associados ao aparecimento de varizes, nomea-damente, antecedentes familiares, obesidade, uma ocupação que obrigue a longos períodos de pé, taba-gismo, sedentarismo, tratamentos hormonais e uma dieta pobre em fibras.

Queixas e complicações associadas às varizesAs manifestações da doença venosa crónica são va-riadas. Muitas pessoas notam desconforto nas per-nas, geralmente descrito como sensação de peso. Esta queixa costuma ser agravada pela permanên-cia de pé durante longos períodos e aliviada pelo repouso com os pés elevados. Por vezes, as varizes tornam-se localmente dolorosas e o aspeto da perna também pode ser alterado de diversos modos. Para além da presença de pequeníssimas veias dilatadas, também conhecidas como “derrames” ou “raios”, ou varizes propriamente ditas, as pernas podem apresentar edema (inchaço) e alterações da pele, que pode ficar pigmentada (de cor acastanhada) e/ou atrofiada. Este processo culmina, por vezes, no aparecimento de úlceras venosas. Estas úlceras são feridas crónicas que surgem geralmente junto aos tornozelos, implicam custos significativos em termos de qualidade de vida e podem ser de difícil cicatrização, levando vários meses, por vezes anos, a cicatrizar. A par disto, a doença venosa crónica au-menta ainda o risco de outros problemas dermatoló-gicos, nomeadamente eczema e infecções cutâneas.

Além das complicações já descritas, as varizes po-dem também ser sede de tromboflebites. Este fenó-meno consiste na formação de coágulos no interior da variz que assim fica ocluída e inflamada. Nestes casos, frequentemente consegue palpar-se um cor-dão endurecido, avermelhado e extremamente do-loroso ao longo do trajeto da flebite. Trata-se de uma situação que deve beneficiar de tratamento expedito uma vez que apresenta algum risco de complicações sérias, nomeadamente extensão da trombose para veias mais profundas (Trombose Venosa Profunda) ou entrada em circulação de fragmentos do trombo (Embolia Pulmonar).Resulta, assim, bem claro que as varizes são muito mais do que um problema estético, podendo condi-cionar, além de grande incómodo e prejuízo da qua-lidade de vida, complicações diversas. Assim, o seu tratamento está indicado e deve ser o mais precoce possível para garantir um melhor e mais definiti-vo resultado. Depois de instaladas algumas destas complicações, tais como as alterações cutâneas, di-ficilmente se obterá um resultado óptimo. Contudo, muitas pessoas adiam este tratamento, por desco-nhecimento ou por medo. Classicamente, a cirurgia de varizes é ainda olhada com algum receio e conotada com a necessidade de internamento, tempos prolongados de repouso e de absentismo laboral. Mas, na realidade, a cirurgia de varizes é uma cirurgia segura, com poucas complica-ções e, com os novos métodos disponíveis, pode ser realizada em ambulatório, isto é, sem necessidade de internamento, sendo expectável o retorno à acti-vidade habitual diária em poucos dias.

Como tratar?O tratamento deve ser feito o mais cedo possível, antes do agravamento da doença e do desenvolvi-mento de complicações. Portanto, mesmo quando não causam quaisquer sintomas, as varizes têm

Texto Dra. Joana de CarvalhoESPECIALISTA EM ANGIOLOGIA E CIRURGIA VASCULAR, ASSISTENTE HOSPITALARFELLOW OF THE EUROPEAN BOARD OF VASCULAR SURGERY

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potencial para gerar complicações e devem ser tratadas.As pessoas com varizes ou outras manifestações de doença venosa crónica não devem ignorar este pro-blema. A avaliação em consulta de cirurgia vascular permitirá o início do processo diagnóstico e tera-pêutico. O Eco-Doppler - um exame semelhante a uma ecografia, que permite o estudo morfológico e funcional das veias - afirmou-se como exame de elei-ção no estudo desta situação. Quanto à estratégia de tratamento, terá sempre de ser adaptada a cada caso, existindo diversos fármacos que se podem re-comendar com vista a minimizar sintomas. O uso de meias de compressão elástica ou de des-canso é muitas vezes aconselhável, mediante a adap-tação do tipo de meia à situação clínica. Existem ainda exercícios (nomeadamente mobili-zando os músculos da barriga da perna) que podem ser úteis no controlo das queixas. Quanto aos métodos que visam a intervenção directa sobre as varizes, existem fundamentalmente 3 gran-des opções: a exérese cirúrgica, a obliteração térmica mediante a passagem de uma fibra de laser ou de ra-diofrequência e a injeção de produtos esclerosantes.Mais do que defender um único método como mais avançado ou eficaz, faz mais sentido encarar o trata-mento da doença venosa crónica como algo que tem que ser adaptado a cada caso. A melhor solução pode mesmo passar pela integração de diversos métodos no tratamento do mesmo paciente.

Exérese cirúrgicaO objetivo principal na cirurgia de varizes é tratar primeiro a causa das varizes, na maioria dos casos in-competência das veias safenas. É o tratamento des-tas veias que pode diferir e condicionar diferentes tempos de recuperação, complicações e resultados. Tradicionalmente, estas veias são removidas, impli-cando uma incisão na região da virilha (ao longo da sua prega, com cerca de 2 a 3 centímetros de com-primento) e a sua extração através de uma pequena incisão abaixo do joelho ou no tornozelo. A incisão da virilha, pela sua dimensão, localização e tipo de sutura utilizada (intradérmica) é extremamente es-tética, tornando-se impercetível em pouco tempo.Adicionalmente, são feitas incisões punctiformes espaçadas sobre as varizes, através das quais estas são extraídas. Estas são incisões muito pequenas que não obrigam a qualquer tipo de sutura e que ao fim de algumas semanas são impercetíveis.Como é compreensível, este método pode provo-car equimose mais ou menos extensa ao longo do trajeto da veia removida. Esta equimose é, contudo, passageira e regride completamente ao fim de uma a duas semanas.Como em qualquer cirurgia, existe o risco de infeção da ferida operatória que é, contudo, reduzido prati-camente a zero com antibioterapia preventiva e com a adoção de cuidados de desinfeção e pensos.Após este tipo de procedimento, é expetável que o doente retome a sua atividade habitual ao longo dos cinco dias seguintes.

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Apesar de não serem um mal exclusivo da primavera, esta é a estação das alergias por excelência. Agora, contamos-lhe tudo o que precisa de saber sobre elas.Texto Patrícia Gaspar e Silva

Será encorajado a deambular precocemente, de acordo com o seu nível de conforto, não sendo dese-jável repouso absoluto.Na primeira semana deve beneficiar de uso de meia de contenção elástica durante 24 horas, passando, posteriormente a usar apenas durante o dia (por um período variável que pode ir de 4 a 6 semanas).Todo o período pós-operatório, assim como o pro-cedimento cirúrgico, dependem do doente e da quantidade de varizes a tratar.

Ablação endovenosa por radiofrequênciaCada vez mais são procurados métodos menos inva-sivos e que envolvam menos complicações, permi-tindo uma mais fácil e rápida recuperação. Um dos métodos mais em voga é a ablação endovenosa por radiofrequênciaEste procedimento é minimamente invasivo para o tratamento de varizes e é um método alternativo ao clássico stripping da veia safena (acima menciona-do). Esta técnica evita a habitual incisão na prega da vi-rilha e as suas potenciais complicações. Além disso, a dissecção cirúrgica na região da virilha permite manter intacta a drenagem linfática da parede abdo-minal e dos membros inferiores. Este método utiliza a energia da radiofrequência para aquecer a parede da veia, através de um cate-ter que é colocado no seu interior, por visualização ecográfica. O aquecimento provoca encolhimento das fibras de colagénio que fazem parte da parede do vaso. O diâmetro da veia é reduzido e simulta-neamente as proteínas do sangue são desnaturadas pelo calor, obliterando o vaso. Nos 10 a 12 meses seguintes a veia acaba por fibrosar completamente, tornando-se indetetável ao exame ecográfico, sem que na realidade tenha sido extraída.Para este tipo de intervenção, a escolha do método anestésico é habitualmente feita entre o médico e o doente. Contudo, neste caso, a anestesia local apresenta muitas vantagens. Estando acordado, o doente pode comunicar se sentir alguma dor que possa resultar de aquecimento pelo cateter, através da veia, do nervo cutâneo sensitivo que está na sua proximidade. É também desejável o início rápido da deambulação após a intervenção, que pode ser atra-sado com a recuperação de uma anestesia geral.O doente é colocado em posição deitada e é admi-nistrada anestesia local para inserção do cateter de radiofrequência na veia. Este é inserido habitual-mente abaixo do joelho, no ponto em que a veia se encontra mais próximo da superfície cutânea. Para isso, é feita uma pequena “picada” na pele através da qual se punciona a veia para introduzir o cateter, cuja extremidade é colocada, através de controlo ecográfico, imediatamente abaixo da zona de con-fluência da veia safena com a veia femoral, isto é, ao nível da virilha.Quando o cateter está adequadamente colocado, é aplicado um fluído anestésico em torno da veia. Tal é conseguido através de pequenas picadas na pele, ao longo do trajeto da veia. O objetivo é envolver completamente a veia, a ela restringindo o efeito de

aquecimento, evitando assim afetar significativa-mente as estruturas cutâneas e nervosas adjacentes. Findo este processo, o doente é colocado com as extremidades inferiores elevadas a cerca de 20º. O aquecimento é controlado por um gerador com-putorizado e a passagem do cateter pela veia é feita a uma velocidade de cerca de 2 a 4 centímetros por minuto. Quando se termina, deve fazer-se um controlo eco-gráfico para confirmar a obliteração da veia safena e a permeabilidade dos vasos profundos.No fim do procedimento é calçada uma meia de con-tenção elástica até à raiz da coxa.O doente é encorajado a deambular precocemente após a intervenção e em alguns casos pode mesmo retomar a sua atividade laboral no próprio dia. No espaço de cerca de 5 dias deverá ser reavaliado pelo médico e efetuar um eco-Doppler para confirmar a ablação venosa e a ausência de extensão do trombo à veia femoral.

Extremamente frequentes, as varizes podem atingir até 30% da população adulta, especialmente do sexo feminino

Exemplos de varizes

Telangiectasias (“derrames”/”pequenos vasinhos”)

Alterações cutâneas que complicam a doença venosa Exérese cirúrgica de varizes

Pequenas incisões para exérese de varizes

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Neste tipo de procedimento, as complicações são raras e o período de convalescença diminuto.A complicação mais séria, mas também muito rara, descrita em cerca de 1% dos procedimentos, é a ocorrência de trombose venosa profunda como re-sultado da extensão do trombo para a veia femoral. O seu tratamento baseia-se geralmente na adminis-tração de fármacos hipocoagulantes, tal como nos casos de trombose venosa profunda por qualquer outra causa. Queixas de perda de sensibilidade ou sensação de “dormência” no trajeto da veia tratada, traduzem lesão nervosa e são atualmente uma complicação muito rara graças aos novos dispositivos utilizados, à instilação de anestesia tumescente em torno da veia e à restrição da aplicação do método ao segmen-to acima do joelho, onde o trajeto do nervo sensitivo não é tão próximo do da veia.A ocorrência de queimaduras cutâneas está pratica-mente extinta com a aplicação de tumescência. Podem ocorrer flebites com este método, tal como com qualquer outro tratamento de varizes, em re-sultado da trombose de sangue residual entre os segmentos obliterados. Algum grau de flebite é ine-rente ao próprio método terapêutico, uma vez que ocorre uma lesão “controlada” da parede da veia, pelo calor. As queixas habituais são de dor local e rubor na pele suprajacente à veia tratada. Habi-tualmente, a situação regride espontaneamente ao longo de algumas semanas, estando apenas reco-mendado tratamento sintomático, com analgésico e anti-inflamatório.Os doentes podem ainda descrever uma sensação curiosa, mais frequentemente durante a segunda ou terceira semanas pós-cirurgia, que consiste numa sensação de estiramento no trajeto da veia, na face interna da coxa, quando esticam ou fletem a perna tratada. Tal pode representar um processo inflama-tório que ocorre à medida que se dá a cicatrização após a lesão infligida pelo calor.

Esta sensação habitualmente regride totalmente ao longo de várias semanas. Trata-se, portanto, de um método seguro e eficaz, com um período de convalescença curto, permitin-do um retorno precoce ao trabalho e às rotinas diá-rias. Além da radiofrequência esta ablação/colapso da veia pode ser conseguido com injeção de espuma (uma mistura de ar e de um agente químico pro-duzindo uma consistência que permite um maior contacto com a parede do vaso a tratar) ou com uma cola específica para uso endovenoso.

Escleroterapia de pequenos vasosA escleroterapia, vulgarmente chamada de “seca-gem”, consiste na injeção local de um líquido que provoca o colapso da pequena veia, levando ao seu desaparecimento.Este é um tratamento feito em consultório, ao longo de várias sessões, cujo número depende da situação clínica. Não é necessário qualquer tipo de prepara-ção prévia à sessão de escleroterapia.Em cada sessão, com cerca de 20 a 30 minutos de duração, são tratadas várias dessas pequenas veias, assistindo-se ao longo das sessões a uma melhoria progressiva que deverá levar ao resultado estético desejado. Geralmente é utilizado um transilumina-dor que permite identificar a veia que “alimenta” cada conjunto de pequenos vasos, permitindo o colapso da sua origem e, assim, obter um melhor e mais definitivo resultado, evitando a repetição de picadas desnecessárias. A agulha utilizada apresenta um calibre muito reduzido, tornando o tratamento essencialmente indolor. O espaçamento entre cada sessão não deverá ser inferior a 2 semanas. Contudo, como qualquer tratamento invasivo, a es-cleroterapia não é isenta de riscos. A avaliação inicial cuidada é essencial para os evitar e otimizar o resul-tado.Entre os efeitos indesejáveis mais comuns encon-tram-se a hiperpigmentação, isto é, o aparecimen-to de pequenas manchas acastanhadas no local do tratamento, e o matting, que consiste no apareci-mento de mais telangiectasias (dilatação dos vasos orgânicos). Felizmente, na maioria dos casos, estas situações são temporárias, resolvendo-se esponta-neamente ao longo de alguns meses, só se tornando permanentes em 2 a 3% dos casos.Em situações muito raras pode ainda ocorrer ulcera-ção da pele e tromboflebite. Contudo, este é um tratamento que geralmente per-mite óptimos resultados.No fim do tratamento é possível retomar a atividade habitual, devendo beneficiar de uso de meia de con-tenção elástica durante os 3 dias seguintes. Durante os primeiros dias após a sessão de escleroterapia devem evitar-se grandes esforços, exposição solar ou outras fontes de calor (banhos de imersão, sauna, etc) para otimizar os resultados. As técnicas a propor dependem sempre de uma cri-teriosa avaliação do doente em causa. Além de tratar a causa das varizes, pretende-se a remoção das vari-zes, o alívio sintomático e um bom resultado estéti-co com o mínimo de complicações. ™

Exérese cirúrgica de varizes

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Morte assistida Saber mais sobre a eutanásia e o suicídio assistido

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Sendo a eutanásia e o suicídio assistido ainda considerados crime pela lei por-tuguesa, o que agora se veio mais uma vez defender foi a despenalização des-

tas práticas e a sua regulamentação, dentro do princípio defendido pelos signatários do mani-festo de que cada cidadão tem o direito a dispor da sua vida e, em determinadas circunstâncias, a pedir ajuda para terminar com ela de forma dig-na e sem sofrimento. O que se pede é o reconhe-cimento de um direito, sem que isso signifique que alguém seja obrigado a pedir a morte, que se permita a eutanásia a pedido de terceiros ou que isso implique um menor investimento nas redes de cuidados paliativos e no apoio aos doentes em sofrimento.Em sentido contrário surgiu, entretanto, uma “Petição Contra a Morte Assistida (Eutanásia)”, que defende a sua penalização, por entender que “A vida é uma dádiva divina sobre a qual nenhum ser humano tem direito ou o poder de voluntaria-mente cessá-la” e que “A Morte Assistida entra em conflito e exclui o acesso aos cuidados paliati-vos e a sua despenalização significa menor inves-timento nesse tipo de cuidados”.

Argumentos a favor e contraOs argumentos a favor e contra a morte assistida giram à volta da forma como se encara a vida, a forma de a viver e o modo como ela pode ou deve terminar. Embora nem sempre tenha sido assim ao longo da história da humanidade, hoje toda a gente concorda que o direito a viver é inviolável, mas nem todos concordam que seja “obrigatório” viver, isto é, que a vida seja um dever irrenunciá-vel, ao qual ninguém se pode eximir. Muitos pen-sam que cada pessoa, em sua boa consciência, de forma lúcida e na posse de toda a informação pos-sível sobre a sua doença, tem o direito a querer terminar com um sofrimento por si considerado

O Movimento Cívico para a Despenalização da Morte Assistida, através da recente divulgação do manifesto “Direito a morrer com dignidade”, veio colocar de novo na ordem do dia uma questão social muito antiga e importante, mas ainda hoje pouco debatida em Portugal e talvez por isso pouco compreendida por muita gente: a questão da morte assistida e do seu enquadramento legal.

Texto Dr. Viriato HortaESPECIALISTA DE MEDICINA GERAL E FAMILIARCLÍNICA EUROPA – CARCAVELOS

como intolerável (é pior estar vivo que morrer) e para isso peça ajuda a terceira pessoa (seja ela um médico ou não). É um assunto “melindroso” e “incómodo”, que mexe com a cultura ocidental, construída ao lon-go de séculos sobre uma matriz religiosa judaico--cristã (e até islâmica), em que a vida tem um caráter sagrado. Daí que o seu debate seja fratu-rante, levando muitas vezes a tomadas de posição extremadas, que não facilitam um debate cons-trutivo.

Um pouco de história e alguma reflexão socialNo entanto, esta questão não se coloca apenas nas sociedades contemporâneas. A eutanásia e o suicídio assistido eram aceites por muitos povos primitivos (as tribos nómadas, os celtas, os índios sul-americanos, os eslavos e os escandinavos) e foram defendidos e praticados em várias civili-zações antigas (na Índia, na Birmânia, na Grécia antiga, no Império Romano, entre outros).Mas, mesmo nesse tempo, havia vozes discordan-tes das quais a mais conhecida foi a de Hipócra-tes, médico grego que há 2.500 anos já se opunha à eutanásia e jurava não dar a ninguém, mesmo para agradar, remédio mortal, nem conselho que induzisse à “perdição”. Esta e outras normas de conduta faziam mesmo parte do famoso “Jura-mento de Hipócrates”, que este médico impunha aos seus discípulos e que depois foi incorporado (embora com sucessivas alterações) nos precei-tos médicos da “medicina ocidental”, especial-mente porque se coadunavam com a visão judai-co-cristã da sacralização da vida.Mas as sociedades evoluem, e aquilo que numa determinada época é aceite pode passar a ser proibido e vice-versa. São exemplos desta cons-tante evolução social o fim da escravatura, o direito à propriedade, o direito de voto das mu-

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lheres, o direito à educação, o casamento entre pessoas do mesmo género, o direito ao divórcio e ao aborto, o planeamento familiar, a penaliza-ção da violência doméstica, a despenalização do consumo de drogas ilícitas, a coadoção, a proibi-ção de venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos, os direitos dos animais e tantas outras questões, ao seu tempo igualmente fraturantes, incómodas e melindrosas e que foram sendo in-corporadas na lei e na prática social.E tudo isto sem que o direito de voto obrigue al-guém a votar, sem que a uma grávida que não o deseje seja imposto um aborto ou que um jovem vá consumir heroína apenas porque não vai pre-so se o fizer. Um casal não se divorcia só porque o pode fazer, mas um marido violento não deixa de bater na mulher apesar de isso ser proibido e penalizado. Do mesmo modo, ninguém deve ser obrigado a morrer às mãos de terceiros, embora se possa aceitar que alguém queira deixar de viver e peça ajuda para o fazer.

Saber mais para decidir melhorQuando se abordam questões tão complexas como esta da morte assistida, o mais importan-te é que se saiba exatamente do que está a falar e que se conheça o significado dos diversos concei-tos envolvidos na discussão. Se muitas pessoas preferem “não saber”, muitas outras procuram “saber mais” para melhor poderem formar a sua opinião. Por isso importa, de seguida, explicar o que é a morte assistida (e outros conceitos relacionados com a eutanásia e o suicídio assistido), esclarecer algumas questões ligadas à dor, ao sofrimento, aos cuidados continuados e paliativos e às dire-tivas antecipadas de vontade (Testamento Vital), fazendo, quando necessário, algumas conside-rações ou comentários sobre os mesmos (sendo certo que a terminologia tem variado ao longo do tempo e que nem todas as definições apresenta-das são consensuais nem esgotam o tema).

O significado de cada termo: vários modos de ler a morteO termo “morte assistida” designa o ato de se antecipar ativamente a morte de um doente em sofrimento intolerável, a seu pedido expresso e utilizando técnicas que não implicam sofrimento para o doente. Neste conceito estão incluídos a eutanásia e o suicídio assistido.O termo “eutanásia”, proposto em 1623 pelo gran-de humanista Francis Bacon, vem do grego “eu” (bem, bom, belo) e “thanatos” (morte), o que se poderia traduzir como “boa morte” ou “morte se-rena, sem sofrimento” e até foi considerada como “morte em estado de graça”. A eutanásia é, na sua essência, a conduta de alguém que deliberada-mente causa a morte serena de outrem, a seu pe-dido e com a finalidade de o libertar de um grande sofrimento provocado por uma doença incurável.Uma das definições mais recentes de eutanásia é a seguinte: “o ato médico deliberado, voluntá-rio e compassivo de abreviar ou antecipar sem

sofrimento e dignamente a morte de alguém que, padecendo de profundo sofrimento físico ou psicológico sem esperança de cura ou de alí-vio razoável, o solicita reiteradamente de forma consciente, lúcida e informada”. Alguns autores designam este ato como “eutanásia ativa”, por oposição a outras formas possíveis de eutanásia, que se apresentam abaixo.Apesar de ser aconselhável, não é indispensável (nem é exigida em todos os locais) que a eutaná-sia seja praticada por um médico, existindo técni-cas eficazes ao alcance de outros profissionais de saúde ou até de familiares ou amigos do doente.A “eutanásia passiva” (ou “ortotanásia”, para alguns autores) consiste na suspensão do trata-mento ou dos procedimentos (quimioterapia, antibióticos, soros, transfusões de sangue, ad-ministração de oxigénio…) que prolongam a vida de um doente terminal, abreviando-lhe assim a morte. De modo a que o doente morra sem sofri-mento, devem manter-se as medidas que visam reduzir a dor.O termo “ortotanásia”, propriamente dito, sig-nifica morte natural ou “morte no tempo certo”, que ocorre pelo livre curso da doença, sem que esta seja tratada. No fundo, é o que se passa quan-do uma pessoa com uma hemorragia grave recusa uma transfusão de sangue ou um doente oncoló-gico não quer ser operado ou sujeito a quimiote-rapia, mesmo sabendo que por isso a morte será antecipada. Hoje em dia já é possível (em Portugal e em mui-tos outros países) determinar com antecedência que nível de tratamento cada pessoa está dispos-ta a aceitar ou a recusar, estabelecendo as suas “Diretivas Antecipadas de Vontade” no Testa-mento Vital (o que já foi feito por cerca de 2.000 portugueses). Este documento, que pode ser revogado ou alterado a qualquer momento, tem de ser confirmado de 5 em 5 anos e permite ainda a nomeação de um “Procurador de Cuidados de Saúde”, pessoa da confiança do testador, que será chamado a decidir em seu nome no caso dele se encontrar incapaz de expressar a sua vontade de forma autónoma.A “morte por duplo efeito” ou “eutanásia de du-plo efeito” ocorre quando a morte é acelerada como consequência indireta das ações médicas

(...) ninguém deve ser obrigado a morrer às mãos de terceiros, embora se possa aceitar que alguém queira deixar de viver e peça ajuda para o fazer

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que visam o alívio do sofrimento de um doente, como a utilização de altas doses de analgésicos ou sedativos, que podem agravar uma insuficiência respiratória ou cardíaca ou até provocar uma pa-ragem cardiorrespiratória. Este tipo de procedi-mentos é atualmente aceite pela Igreja Católica.A “sedação paliativa” consiste em suavizar, por meio de medicamentos, a dor do doente, dimi-nuindo ou mesmo anulando o sofrimento da pessoa em estado terminal. É um dos pilares da atuação das unidades de cuidados paliativos, que alivia o sofrimento mas não antecipa o momento da morte. A “distanásia”, também conhecida como “obsti-nação terapêutica” ou “encarniçamento terapêu-tico” é o oposto da eutanásia passiva, consistindo em prolongar inutilmente a vida de um doente incurável através de meios artificiais e despro-porcionais (terapia fútil), mesmo que com a continuação do sofrimento do doente. Exemplos de distanásia são a reanimação de doentes onco-lógicos terminais que entram em paragem car-diorrespiratória e a manutenção, sem qualquer proveito para o doente, da ventilação artificial nos estados de morte cerebral. No entanto, pode ser lícito manter estas pessoas vivas durante al-gumas horas ou dias com a finalidade de manter o seu “corpo” em condições para a recolha de ór-gãos para transplante. A distanásia é condenada pelos códigos deonto-lógicos dos profissionais de saúde, pelas comis-sões de ética e pela generalidade das igrejas, que deixam à ciência médica a definição dos crité-rios de morte e, em consequência, a definição de quando uma pessoa está viva ou morta.A “mistanásia”, por vezes designada, embora er-radamente, como “eutanásia social”, significa “morte miserável”, ocorrida fora e antes do seu tempo, por omissão de socorro ou de prestação de cuidados médicos a populações, em geral po-bres. A mistanásia tem a ver com o grau de pre-cariedade dos serviços de saúde, que nem sempre têm recursos suficientes para lidar com deter-minadas doenças físicas ou mentais que, devida-mente tratadas, evitariam maiores sofrimentos e mortes prematuras. Dois exemplos: a incapacida-de económica de muitos países para suportar os custos do tratamento da sida, da hepatite C ou do cancro e a ausência de meios de socorro adequa-dos para assistência às vítimas de acidentes gra-ves ou catástrofes naturais.Ainda quanto à eutanásia, existe outra forma de a classificar, conforme a responsabilidade do agente, em “eutanásia voluntária” (executada conforme a vontade do paciente), “eutanásia in-voluntária” (executada contra a vontade do pa-ciente) e “eutanásia não voluntária” (executada independentemente da manifestação de vontade do paciente).A “eugenia”, também conhecida como “higieni-zação social” ou “profilaxia social”, consiste na eliminação de pessoas portadoras de deficiências físicas ou mentais, de doentes graves, de idosos em fase terminal ou de quaisquer outras pessoas

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que, pela sua deficiência, doença, raça ou outra situação sejam consideradas como um fardo para a sociedade ou um risco de conspurcação da “pu-reza” genética de quem pratica a eugenia. A eugenia foi prática comum em sociedades pri-mitivas, especialmente as nómadas, que depen-diam da mobilidade para a sua sobrevivência e não podiam transportar consigo os doentes e in-capacitados, mas também não os queriam deixar ao abandono, expostos aos inimigos e aos preda-dores. Mais recentemente (e a par de outras téc-nicas de “limpeza étnica”, como a esterilização forçada ou a proibição do casamento e das rela-ções sexuais entre grupos considerados puros e não puros), foi praticada por regimes totalitários, como sucedeu com o regime nazi.Uma forma mais alargada de morte seletiva é o “genocídio”, que consiste no assassinato deli-berado de pessoas, devido a diferenças étnicas, nacionais, raciais ou religiosas, com vista à eli-minação de todas as pessoas pertencentes a es-ses grupos, existindo ainda controvérsia sobre a inclusão dos motivos políticos e sociais nesta definição. Alguns exemplos de genocídio são os crimes cometidos ao longo dos séculos sobre huguenotes franceses, índios norte-americanos, irlandeses, filipinos, arménios, tibetanos, che-chenos, curdos, bósnios ou ruandeses.

O(s) suicídio(s)O “suicídio assistido“ consiste na facilitação do suicídio de um doente, a seu pedido, quando este doente não consiga suicidar-se sem ajuda. Neste caso, o agente facilitador (profissional de saúde, amigo ou familiar) não provoca diretamente a morte do doente que se quer suicidar, mas coloca ao seu alcance os meios adequados a esse fim, a que ele não conseguia aceder e que lhe permitem morrer sem sofrimento (medicamento em dose fatal, veneno, gás, etc.). No suicídio assistido é o doente que pratica pessoalmente o ato que o vai levar à morte. Uma definição recente de suicídio assistido é a seguinte: “o ato deliberado e volun-tário e compassivo de alguém que, padecendo de profundo sofrimento físico ou psicológico sem esperança de cura ou de alívio razoável, abrevia ou antecipa por si mesmo a sua morte, sem so-frimento e dignamente, sob orientação e/ou as-sistência médica, após o ter solicitado reiterada-mente de forma consciente, lúcida e informada”.É precisamente o pedido de ajuda a terceiros para morrer de forma digna e sem sofrimento que dife-rencia a morte assistida do “suicídio” (perpetra-do de forma autónoma, sem qualquer ajuda), que atualmente não é considerado crime em Portugal (apenas se considera crime o “incitamento ou ajuda ao suicídio” e a “propaganda do suicídio”).O termo “suicídio” designa todo o caso de mor-te que resulta direta ou indiretamente de um ato positivo (enforcamento, tiro na cabeça, inalação de gás tóxico, ingestão de veneno…) ou negativo (greve de fome, recusa de medicamentos essen-ciais à manutenção da vida, como a insulina num diabético insulinodependente, etc.) planeado,

iniciado e praticado deliberadamente pelo indi-víduo, ato esse que a vítima sabia dever produzir este resultado (caso contrário seria um “aciden-te” e não um suicídio). Em conformidade, chama--se “suicida” a todo o indivíduo que se mata in-tencionalmente.Uma questão muito importante no suicídio tem a ver com o que o suicida pretende quando se mata. Na maioria dos casos, o suicida, tendo perdido a sua autoestima, os seus apoios externos e a sua capacidade de sofrer, pretende terminar com um sofrimento pessoal (geralmente psicológico) considerado intolerável, para o qual não encon-tra solução adequada que não seja a de terminar a vida. No entanto, em contexto religioso, político, social ou familiar, o suicídio pode ser considera-do altruísta e tomar a forma de “martírio” ou de “sacrifício” por uma causa nobre, como sucede na guerra, nas revoluções, em contextos de fun-damentalismo religioso, na defesa da honra pes-soal ou alheia ou até para evitar trabalhos a fami-liares em caso de doença grave.Uma característica quase universal dos suicidas é a ambivalência: no fundo eles desejariam en-contrar uma solução que incluísse a manutenção da vida, mas não acreditam que isso seja possível ou que eles se consigam adaptar aceitavelmente a essa solução de vida futura. Esta ambivalência pode explicar porque é que “falha” a maioria das “tentativas de suicídio”, agora designadas “para-

O termo “morte assistida” designa o ato de se antecipar a morte de um doente em sofrimento intolerável, a seu pedido expresso e utilizando técnicas que não implicam sofrimento para o doente. Neste conceito estão incluídos a eutanásia e o suicídio assistido

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-suicídio” (em Portugal calcula-se que existam 30 tentativas falhadas por cada caso de suicídio consumado, o que dá cerca de 30.000 tentativas para cerca de 1.000 suicídios por ano). Uma pes-soa que esteja em grande sofrimento psicológico, e por isso deseje morrer, tem normalmente um desejo paralelo de encontrar outra solução que não a da morte, faltando-lhe apenas os meios ou o caminho para ter o apoio que lhe falta. É neste contexto que essas tentativas falhadas são tantas vezes chamadas de atenção para os problemas vi-vidos pelos doentes e uma forma de criar as pon-tes que faltam para se chegar às soluções mais adequadas.É precisamente a questão da ambivalência que tem limitado a aceitação da morte assistida para os doentes com depressão, achando os seus de-tratores que muitos pedidos de suicídio assistido formulados por estes doentes são mais um grito de revolta e uma chamada muito forte de atenção do que verdadeiramente uma decisão inabalável no sentido do fim da vida. Por outro lado, tem--se verificado que alguns doentes gravemente deprimidos, quando têm a possibilidade de pedir o suicídio assistido, passam a aceitar melhor as propostas terapêuticas e por vezes melhoram o suficiente para retirarem os seus pedidos.

A dor e o sofrimentoA “dor” é uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a danos nos tecidos do organismo, podendo estes danos ser reais ou po-tenciais. Embora a maioria das situações de dor tenha uma causa objetiva e até quantificável (pi-cada, corte, contusão, calor, frio, agente químico, infeção, compressão, espasmo…), a sensação de dor é sempre subjetiva, variando muito de pessoa para pessoa e até numa mesma pessoa, consoante as circunstâncias.As dores agudas (que duram até 3 a 6 meses) são geralmente “úteis”, quase sempre sinais de alerta para perigos ou doenças, fazendo parte dos nos-sos sistemas de defesa: se não sentíssemos dor com a proximidade de um objeto quente, não nos afastaríamos dele até nos queimarmos, se não ti-véssemos dores de garganta não desconfiaríamos de uma amigdalite…As dores crónicas (que duram mais de 3 ou 6 me-ses) são geralmente “inúteis”, passando muitas vezes a ser experiências devastadoras e alienan-tes, que reduzem de tal forma a qualidade de vida que podem obrigar a tratamentos agressivos (far-macológicos ou cirúrgicos) e até levar à vontade de morrer para terminar com o sofrimento que acarretam.Quer a dor seja “nociceptiva”, somática ou visce-ral (originada nos recetores mecânicos, térmicos ou químicos da área que sofre uma lesão ou agres-são) ou “neuropática” (provocada por uma lesão ou doença do próprio sistema nervoso), ela tem sempre de ser transmitida até ao cérebro, mol-dada por hormonas (estrogénios, testosterona, endorfinas…), pelas experiências anteriores de dor e até por influências sociais e culturais, e de-

pois percebida pelas estruturas cerebrais, que lhe darão a sua “forma final”, mais ou menos intensa.Existe ainda uma forma de dor não baseada em causas orgânicas, a “dor psicológica ou psicos-somática”, que é rara e difícil de tratar. Sendo de origem emocional, é muito difícil de confirmar, embora seja tanto ou mais incapacitante que as outras formas de dor. Apesar de existirem escalas de dor (numéricas, analógicas, cromáticas…) e de se fazerem “diá-rios da dor”, ainda não é possível registar obje-tivamente, medir ou quantificar uma dor nem o efeito dos tratamentos analgésicos sobre a sua intensidade, ficando sempre um espaço muito amplo de subjetividade na sua apreciação. É este campo subjetivo que dá margem a que se possa aceitar que uma certa pessoa, em deter-minadas circunstâncias, entenda que a sua dor é intolerável e que o sofrimento que ela gera não é aceitável, podendo então surgir a eutanásia e o suicídio assistido como portas de saída, radicais e definitivas para o problema, mesmo que outras pessoas achem que a dor está controlada e o sofri-mento é tolerável. Se a dor é uma experiência tão subjetiva (apesar da sua origem ser quase sempre objetiva), o que se poderá dizer do “sofrimento”? O sofrimento é uma interpretação mental de algo desagradável que nos acontece, é uma experiên-cia aversiva e a sua emoção negativa correspon-dente, é o oposto do prazer. Quer a origem do sofrimento seja física ou psico-lógica, quer ele seja provocado por uma dor, pela perda de um familiar querido ou por um desgosto de amor, o resultado final é sempre uma sensa-ção de desprazer que apenas pode ser sentida por quem sofre. Tal como o amor, a raiva, a inveja e tantas outras emoções, o sofrimento cabe apenas no interior de cada um, numa esfera individual a que ninguém de fora tem acesso real.

Em jeito de conclusãoInevitável realidade social, a discussão sobre a eutanásia e o suicídio assistido está na ordem do dia. É um assunto que exige uma reflexão profun-da (social, cultural, religiosa) por parte de todos os intervenientes, a começar por cada um dos ci-dadãos e a acabar na classe política e nos profis-sionais de saúde. Terá ainda de se fazer uma discussão jurídica propriamente dita, relativa à possibilidade de se legislar ordinariamente sobre a despenaliza-ção da morte assistida, à necessidade de se fazer um referendo sobre o assunto e até às possíveis formas de se encarar o bem jurídico “vida” e de o enquadrar nas outras “liberdades, direitos e ga-rantias” constitucionalmente definidas. Por ser uma matéria tão “sensível”, quando um dia for necessário legislar, então exigir-se-á que se faça uma legislação específica e uma regulamentação apropriada, capazes de evitar abusos e ao mesmo tempo de acompanhar os avanços da medicina e da sociedade. Até lá, espero que ninguém se co-loque de fora do espaço de reflexão que uma cida-dania consciente e participativa exige de todos! ™

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Grãos que dão saúdeO consumo de leguminosas tem um efeito tão benéfico na nossa saúde que a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou 2016 como o Ano Internacional das Leguminosas. Está preparado para fazer delas o seu novo alimento de eleição? Vamos dar-lhe muitas e boas razões para o fazer!Texto Patrícia Gaspar e Silva

CNUTRIÇÃO

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NUTRIÇÃOC

Nos últimos anos, não só pelo cresci-mento do número de vegetarianos e de veganos, mas principalmente pela importância que passámos a dar à

alimentação, o consumo de leguminosas aumen-tou bastante. Não é que antes não as consumís-semos. Sempre consumimos. E não incorremos em erro se dissermos que alguns dos pratos por-tugueses que mais sucesso fazem, incluem feijão ou grão. Mas hoje em dia, o consumo de legumi-nosas está generalizado e mesmo aqueles que as olhavam de lado, começam a ceder. Afinal, não só são saborosas, como são económicas e, o melhor de tudo, estão carregadas de benefícios. Apesar de tudo, de acordo com dados recentes da Orga-nização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o consumo de legumino-sas secas ainda fica muito aquém do desejado. Por ano, estima-se que cada português conso-me cerca de quatro quilos de leguminosas secas, quantidade bem abaixo da recomendada numa dieta saudável e equilibrada. Mas não é só por cá que o consumo é inferior ao que seria desejável, por isso, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou 2016 como o Ano Internacional das Leguminosas. Nesse sentido, ao longo de todo o ano, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) irá dinamizar várias ações de sensibilização para os benefícios do consumo de leguminosas secas. Destas ações fazem parte, por exemplo, conferências e encon-tros científicos, oficinas sobre hortas urbanas e agricultura biológica, assim como oficinas de cozinha que vão contar com a participação de vá-rios chefs portugueses.

Sabe o que são leguminosas?“As leguminosas são grãos/sementes que cres-cem em vagens. Estes alimentos da natureza fa-zem parte da alimentação humana desde o início do cultivo agrícola e é natural que assim seja. Ex-tremamente completas do ponto de vista nutri-cional, as leguminosas são uma importante fonte de proteína vegetal que, quando conjugadas com cereais, fornecem todos os aminoácidos essen-ciais ao organismo”, diz Ana Rita Lopes, coor-denadora da Unidade de Nutrição do Hospital Lusíadas Lisboa. Do grupo de leguminosas fazem parte alimentos que há muito estão presentes na nossa alimentação, nomeadamente, o feijão, o grão-de-bico, as lentilhas, as ervilhas, a soja, as favas e o tremoço. Podemos optar por adquirir leguminosas secas – que têm de ser demolhadas

Além de serem alimentos muito completos em termos nutricionais, são acessíveis, baratos, podem ser confecionados das mais variadas formas, conservam todas as suas propriedades por longos períodos e os solos portugueses são propícios à sua produção

antes da confeção -, frescas, no caso das ervilhas e das favas, congeladas, em conserva, previamente cozidas, ou até mesmo em farinha. É verdade que as leguminosas em conserva acabam por ser mais práticas e, nos dias que correm, quanto menos tempo perdermos com pormenores, melhor. Mas será que vale a pena fazermos esta opção? Talvez não. Isto porque as leguminosas em conserva não só já perderam muitos dos seus nutrientes, como contêm conservantes. As leguminosas secas são, sem dúvida, a melhor opção, mas se não tiver tempo para as preparar, opte pelas congeladas.

Nutrientes e proteína vegetal em estado puroDe acordo com Mafalda Almeida, nutricionista da Nutrialma, “as leguminosas têm particularidades nutricionais que as tornam muito interessantes. Por um lado, são ricas em hidratos de carbono de absorção lenta, por outro, contêm quantidades consideráveis de fibra alimentar e, como se isto não fosse suficiente, ainda têm cerca de 10% de proteína e são riquíssimas em vitaminas, mine-rais e fitoquímicos”. Por serem um alimento tão acessível e nutricio-nalmente rico, torna-se ainda mais difícil perce-ber por que razão é que o consumo do feijão, do grão, da soja e das ervilhas ainda é tão reduzido.

As leguminosas são de difícil digestão?Além de serem alimentos muito completos em termos nutricionais, são acessíveis, baratos, po-

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TEMPO NECESSÁRIO PARA DEMOLHAR E COZER CADA TIPO DE LEGUMINOSATipo de leguminosa Demolhar Cozer

Ervilha seca (com casca) Durante a noite 60 min

Ervilha seca (sem casca) Durante a noite 15-20 min

Ervilha fresca Não necessita 15-20 min

Fava seca Durante a noite 90 min

Feijão azuki seco Durante a noite 35-40 min

Feijão branco seco Durante a noite 40-50 min

Feijão vermelho seco Durante a noite 45-50 min

Feijão-frade seco Durante a noite 45-50 min

Feijão manteiga seco Durante a noite 45-60 min

Feijão mungo seco Durante a noite 35-40 min

Feijão catarino seco Durante a noite 45-60 min

Feijão-preto seco Durante a noite 50-60 min

Grão-de-bico seco Durante a noite 60-90 min

Soja Durante a noite 120-180 min

Lentilha 12 horas 15 min

Lentilha escura Durante a noite 25-30 min

Lentilha vermelha (descascada) Não necessita 25-20 min

Com esta iniciativa, a Assembleia Geral das Nações Unidas, através da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), pretende aumentar a consciência pública para os benefícios nutricionais das leguminosas. Com o tema “Sementes Nutritivas para um Futuro Sustentável” serão desenvolvidas várias ações ao longo de todo o ano, que visam incentivar o consumo de proteína vegetal, aumentar a produção de leguminosas a nível mundial, melhorar a utilização das culturas e dinamizar o comércio de leguminosas. Segundo a FAO, as leguminosas não só representam uma fonte alternativa de proteína mais barata do que as que encontramos na carne, como possuem o dobro da proteína presente no trigo e o triplo do arroz.

!2016ANO INTERNACIONAL DAS LEGUMINOSAS

dem ser confecionados das mais variadas formas, conservam todas as suas propriedades por longos períodos e os solos portugueses são propícios à sua produção. Então, por que razão é que a pro-dução de leguminosas em Portugal representa apenas 0,04% da produção mundial, e o consumo anual por habitante é de apenas 4,1Kg? A respos-ta pode estar no facto de estes alimentos terem a fama de dificultarem a digestão. Mas até isso parece ser contornável e Mafalda Almeida expli-

ca como: “A digestibilidade das leguminosas me-lhora se estas forem ingeridas em associação com cereais integrais ou legumes. Para facilitar a sua absorção é importante colocar um pouco de alga Kombu na água de demolhar e cozer numa água diferente. Como as algas são ricas em enzimas, ajudam a pré-digerir a casca das leguminosas, fa-zendo com que estas não causem tanta flatulên-cia e com que os nutrientes estejam mais disponí-veis para absorção pelo organismo”. ™

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NUTRIÇÃOC

FEIJÃODe entre todas as leguminosas, o feijão é um dos que existe numa maior variedade de cores, sabores, formas e tamanhos. Já reparou nos vários tipos que estão à nossa disposição? Facilmente encontramos feijão-preto, feijão vermelho, feijão-frade, feijão azuki, entre outros. Tal como a aparência, também as propriedades do feijão podem diferir. Segundo Ana Rita Lopes, “de um modo geral, o feijão é uma excelente fonte de fibra, vitamina B1, niacina, ácido fólico, potássio, fósforo, ferro e magnésio”. Já Mafalda Almeida, salienta as propriedades do feijão azuki. Ainda que muitas sejam comuns a todas as variedades de feijão, para a nutricionista da Nutrialma, “este tipo de feijão é nutricionalmente ainda mais completo porque é rico em proteína, fósforo, cálcio, ferro, potássio, zinco, fibras solúveis e vitaminas B. A juntar a isso, tem propriedades diuréticas, auxilia na formação óssea, fortifica e é indicado para disfunções renais, hipertensão e diabetes”. Para potenciar o seu valor nutricional, combine o feijão azuki com arroz integral. Esta é uma refeição deliciosa, baixa em calorias e nutricionalmente rica.

As escolhas das nossas nutricionistasPedimos à Dra. Ana Rita Lopes e à Dra. Mafalda Almeida, que elegessem as leguminosas mais nutritivas que temos ao nosso dispor. Quer saber quais são?

LENTILHASClassificadas de acordo com o tamanho e distinguidas pela cor, o sabor das lentilhas difere consoante a variedade. À semelhança do feijão, podem ser confecionadas das mais variadas formas. Como não são um alimento com um sabor muito forte, facilmente absorvem os sabores dos temperos e dos restantes alimentos. De acordo com a coordenadora da Unidade de Nutrição do Hospital Lusíadas Lisboa, “100 gramas de lentilhas têm apenas 108 calorias e 0,3 gramas de lípidos, mas uma enorme riqueza nutricional: 9,1 gramas de proteína, 16,7 gramas de hidratos de carbono, 4,4 gramas de fibra, e ainda ácido fólico, magnésio, fósforo, potássio, ferro e cobre”. Mas, se Ana Rita Lopes prefere falar de forma generalizada sobre esta leguminosa, Mafalda Almeida prefere concentrar-se numa variedade: a lentilha vermelha. Para a nutricionista da Nutrialma, apesar dos inegáveis benefícios de todos os tipos de lentilhas, esta variedade sobressai devido ao seu valor

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Uma das formas de aumentarmos a ingestão de nutrientes em alimentos facilmente digeríveis é através da sua germinação. Os alimentos germinados são “alimentos vivos” que, não só são de mais fácil digestão, como conservam muitos mais nutrientes e enzimas do que os alimentos originais. Os alimentos germinados são os grãos, as sementes e as leguminosas que dão início ao processo de criação de uma nova planta. Estes alimentos estão preparados para, nas condições ideais, se desenvolverem, resultando em alimentos altamente nutritivos. Assim, quando lhes fornecemos a água, o oxigénio e a temperatura ideal, as leguminosas passam por diferentes processos bioquímicos que dão origem a uma nova planta, carregada de nutrientes. Quando germinamos grãos, o seu valor vitamínico e mineral aumenta entre 200% e 600%. Por outro lado, durante o processo germinação, dá-se a degradação de alguns constituintes do grão, pelo que fica mais fácil de digerir. A soja, o grão e as lentilhas são bons exemplos de leguminosas que podem ser germinadas e, posteriormente, consumidas em saladas e outros pratos frios.

iGERMINE AS SUAS LEGUMINOSAS

ERVILHASSão mais de 200 as variedades de ervilha, a leguminosa que já é cultivada e consumida há cerca de 7 mil anos. Segundo a coordenadora da Unidade de Nutrição do Hospital Lusíadas Lisboa, “as ervilhas são ricas em proteína de origem vegetal e quando são combinadas, por exemplo, com arroz, fornecem todos os aminoácidos essenciais”. Com um teor de gordura pouco relevante, as ervilhas são uma das leguminosas mais interessantes porque a juntar a isto, “são ricas em sais minerais, como o cobre, o cálcio, o potássio, o fósforo, o enxofre e o ferro, possuem vitaminas E, A, B e C, são ricas em fibras, ajudando a regular o trânsito intestinal e a promover a sensação de saciedade, e ainda têm propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes que ajudam a prevenir doenças cardiovasculares”, completa Mafalda Almeida, da Nutrialma.

TREMOÇOSSabemos que os vê habitualmente como petisco ou aperitivo, mas sabia que o tremoço é uma leguminosa extremamente equilibrada? O tremoço tem poucas calorias e um elevado teor de água. Mas não é só por isso que deve consumir mais. “Por cada 100 gramas desta leguminosa cozida e sem casca, obtém cerca de 15,4 gramas de proteína e 9,4 gramas de fibra. Por outro lado, a gordura que contém é quase toda insaturada, a mais benéfica para a saúde, e possui ainda uma quantidade elevada de cálcio, vitaminas do complexo B, fósforo, potássio, ácidos gordos insaturados, ferro e fibras”, salienta a nutricionista Mafalda Almeida.

“É também um dos alimentos mais ricos em lecitina, ajudando a controlar o colesterol e a melhorar o rendimento cerebral, contém isoflavonas que ajudam a equilibrar os níveis de estrogénios no sangue e podem ter efeitos benéficos na prevenção dos sintomas da menopausa”, acrescenta a nutricionista da Nutrialma. Existem algumas variedades de soja. “Ela pode ser verde, amarela, castanha ou preta, e pode ser consumida fresca, como bebida, na forma de tofu, tempeh, miso, óleo, entre outros”, diz Ana Rita Lopes.

nutricional. “A lentilha vermelha fornece quantidades consideráveis de fibra solúvel e insolúvel, a primeira em especial, e apresenta uma ação benéfica na redução do colesterol plasmático e na regulação dos níveis de açúcar. Para além disso, a fibra insolúvel contribui para aumentar o bolo fecal, prevenindo a obstipação e patologias digestivas. É ainda rica em folato, que ajuda a diminuir os níveis de homocisteína, um fator de risco para a doença cardiovascular, e em magnésio, que melhora a circulação sanguínea e a oxigenação dos tecidos”.

SOJAA soja, não só é a leguminosa mais cultivada e utilizada em todo o mundo, como é a que tem mais proteína. Mas não é só por ter cerca de 37% de proteína, que a soja é uma das leguminosas que mais consumimos. “É que para além de ser uma excelente fonte de proteína vegetal, ainda tem todos os aminoácidos essenciais, e isso faz dela uma proteína completa. Por outro lado, apresenta baixo teor de gordura saturada e não tem colesterol”, salienta Mafalda Almeida. A estes benefícios nutricionais juntam-se outros, nomeadamente, a sua riqueza em ácidos gordos ómega 3 e 6, fibras, vitaminas do complexo B, cálcio, ferro, fósforo e magnésio.

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Aprenda a preparar o seu prato!Não é segredo para ninguém que os hábitos alimentares mudaram drasticamente nos últimos 15 anos. Não só comemos porções maiores, como optamos por alimentos altamente processados. Está na altura de mudar e nós dizemos-lhe como.Texto Patrícia Gaspar e Silva

Diariamente, somos confrontados com opções alimentares que, do ponto de vista nutricional, são muito desinteres-santes. Como se não fosse suficiente

serem alimentos pouco nutritivos e sem fibra, ainda são ricos em açúcar, gorduras e calorias. Verdadei-ras bombas processadas que não trazem quaisquer benefícios ao nosso organismo. Então, por que é que será que continuamos a incluí-los no cardápio do dia a dia?Não existe uma explicação única e cada caso é um caso, mas Mafalda Leitão, psicóloga das Clínicas Em Forma, foca alguns aspetos. “Especialmente desde há 10 anos, quando a crise económica começou a fazer-se sentir, também a qualidade do que come-mos se alterou. Na minha opinião, mais importante do que a quantidade que comemos, é a sua qualida-de. A crise económica trouxe com ela a degradação alimentar porque as pessoas tentam gastar menos e sentir-se mais saciadas. Quando vamos ao super-mercado, é mais barato comprar fritos e hidratos de carbono, do que legumes e peixe. E mesmo quando vamos comer fora, damos preferência à fast food, porque nos sacia e tem um preço muito inferior”, salienta a psicóloga.Contudo, há outros aspetos que influenciam a mu-dança de hábitos alimentares. Para Ana Filipa Baião, nutricionista das Clínicas Em Forma, a escolha dos alimentos é problemática, especialmente porque recai muitas vezes em alimentos refinados e proces-sados, com açúcares de elevada absorção e gorduras saturadas. Mas, o pior de tudo, é que muitas pessoas nem sequer se apercebem das más escolhas que fazem. E a nutricionista dá exemplos: “O fraciona-mento alimentar é um dos aspetos que mais refiro em consulta e sinto mesmo que as pessoas procu-ram seguir esse conselho. Contudo, o que depois verifico é que às vezes dá origem a alguma compul-sividade alimentar e, por outro lado, ainda persiste

NUTRIÇÃOC

muita confusão em relação às escolhas alimentares. A maioria das pessoas faz pequenos lanches à base de alimentos açucarados e ricos em gordura. É por essa razão que as bolachas de água e sal e as açucara-das, assim como outros snacks do género, têm lugar cativo nos locais de trabalho”.

Como preencher um prato saudávelA composição e a qualidade dos alimentos que colo-camos no nosso prato têm vindo a alterar-se não só desde que a Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou a obesidade como doença crónica, mas também com a reestruturação da pirâmide e da roda dos alimentos. De acordo com Ana Filipa Baião, “o prato equilibrado deve ter três macronutrientes – proteínas, hidratos de carbono e gordura”.Mas atenção, não só nos referimos apenas aos «bons» de cada categoria, como é preciso ter em conta que cada um deverá ser consumido na porção certa. No caso dos hidratos de carbono, “a escolha deve recair, por exemplo, no arroz selvagem ou in-tegral, nas massas integrais, no feijão ou na batata--doce”, refere Ana Filipa Baião. Contrariamente ao que muitas pessoas pensam, os hidratos de carbono são fundamentais, mesmo que estejamos a fazer dieta. E a nutricionista das Clínicas Em Forma diz porquê: “Não só porque ajudam a controlar a fome devido à fibra alimentar de elevado valor biológico, mas também porque permitem a produção de neu-rotransmissores, como a serotonina, responsáveis pela sensação de saciedade, bem-estar e conforto”. Quanto aos vegetais, coloque-os no prato em abun-dância. Não só dão imensa cor ao prato (e os olhos também comem), como fornecem vitaminas, mine-rais, água, fibra alimentar e fornecem ainda proteção antioxidante e anticancerígena. “A juntar a isso, os vegetais são excelentes elementos de digestão se-guida de saciedade, pois a mastigação que exigem, a passagem mecânica que obrigam ao longo do tubo

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Pode parecer contraditório, mas a má escolha de alimentos também pode estar ligada às imposições da sociedade de um corpo perfeito. Esse corpo – que tem de ser cada vez mais magro – é obtido com excessos: “As adolescentes estão a descobrir um novo mundo corporal e emocional, mas quando não conseguem corresponder às expetativas, entram num ciclo vicioso usando a comida como compensação e, posteriormente, desenvolvem um vício que poderá levar à obesidade. Ou podem entrar noutros extremos que é deixarem de comer e ficarem anoréticas, ou decidirem fazer restrições alimentares durante longos períodos e depois, como não aguentam, comem desalmadamente tudo o que encontram à frente. E atenção, este «tudo o que encontram à frente» é recheado de açúcares, fritos, gorduras e farinhas. Este é um problema que temos de combater porque não devemos continuar a alimentar uma sociedade que nos pune se não comermos socialmente, mas que ao mesmo tempo nos pune se não tivermos o «corpo perfeito»”, alerta a psicóloga Mafalda Leitão.

!LUTA PELO CORPO PERFEITO

Sabia que… … a escassez de alimentação ao longo do dia promove uma concentração exagerada de grelina, a hormona da fome, produzida e libertada pela mucosa gástrica, que irá descompensar a sensação de fome e saciedade?

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digestivo e ainda a estimulação gástrica, vesicular e intestinal, aumentam a facilidade digestiva e melho-ra o perfil de hormonas de saciedade”, complementa a nutricionista. Quanto à proteína – poderá ser ani-mal ou vegetal. No caso da proteína animal, o peixe é o mais aconselhado, mas de vez em quando poderá optar por peru, frango ou coelho, assim como ovo. Se não consumir proteína animal, já sabe que não faltam fontes de proteína vegetal: as leguminosas são excelentes fontes de proteína, mas também po-derá adicionar tofu ao seu prato ou, quem sabe, um hambúrguer de aveia. Alternativas não faltam! Inde-pendentemente de tudo, sempre que puder, escolha produtos biológicos.No que diz respeito à quantidade, como seria de esperar, a maior percentagem devem ser vegetais. Pode combinar uns crus e outros grelhados ou sal-teados. “Nos últimos 20 anos este grupo de alimen-tos esteve esquecido, mas hoje todos concordamos que deve ser o alimento central, por isso, para eles reserve 50% do prato”, salienta Ana Filipa Baião.

NUTRIÇÃOC

< Adote uma alimentação saudável e fracionada ao longo do dia

< Mastigue bem os alimentos para assegurar que os alimentos são “destruídos” pelos dentes, melhora a libertação de hormonas digestivas e de saciedade

< Escolha um ambiente calmo

e tranquilo, sem distrações, para fazer a sua refeição

< Inicie a refeição com um bom prato de sopa. A sopa é muito interessante: rica em água, fibra solúvel e minerais, e pobre em calorias. Permite encher a cavidade gástrica, reduzindo a capacidade para o prato principal ou

a compulsividade. Além disso, ainda melhora a saciedade e garante que se prolongue

< Beba água, chás e infusões, principalmente fora das refeições

< Inclua fibra alimentar de todas as formas: vegetais, cereais, sementes e frutos secos

< Consuma alimentos ricos em ómega 3

iCONSELHOS DA DRA. ANA FILIPA BAIÃO PARA ADOTAR DURANTE AS REFEIÇÕES PRINCIPAIS

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Cuidado com as compensações emocionais com comida. É normal termos dias mais tristes, mais angustiantes ou mais frustrantes, que nos levam a estados psicológicos mais negativos. E isso não tem nada de errado. É a vida! O grande problema é a forma como escolhe compensar essas emoções. Se for só com comida, isso tem de mudar. Por si, pela sua saúde e, acima de tudo, pela sua felicidade. Essas compensações podem fazê-lo sentir-se bem momentaneamente, contudo, vão fazê-lo sentir-se mal depois, quando olhar para o espelho e não gostar do que vê ou quando ficar sem energia. Pode fazer compensações emocionais ligando a um amigo para irem dar uma volta, fazendo uma caminhada, a dançar ou com uma ida ao cinema.

Alerta da Dra. Mafalda Leitão

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Já os restantes 50% devem ser destinados à proteína (animal ou vegetal) e aos hidratos de carbono. E se quiser acrescentar mais valor nutritivo, a nutricio-nista Ana Filipa Baião diz-lhe como pode fazê-lo: “Acrescente umas sementes de linhaça, de sésamo ou de girassol, amêndoa laminada, caju ou noz. As sementes e estes frutos secos, além de nutritivos, mantêm o nível de saciedade por um período mais longo”.

Será fome ou vontade de comer? Um dos grandes obstáculos à alimentação saudável é a dificuldade que temos em distinguir entre fome e vontade de comer porque, embora queiramos acre-ditar que são a mesma coisa, a verdade é que não são. E Mafalda Leitão explica-nos o que as distingue: “A fome é uma necessidade fisiológica que, normal-mente, se manifesta de 3 em 3 horas, por vezes até acompanhada de ruídos na barriga ou de uma que-bra de energia. E para «matar» essa fome não pre-cisamos de alimentos cheios de açúcar, gordura ou

fritos. A vontade de comer é diferente. É o que acon-tece quando, mesmo depois de uma refeição com-pleta, ainda queremos comer uma sobremesa. Isso já não é fome, mas sim desejo”, afirma a psicóloga. E quem fala em sobremesa, fala em quatro ou cinco bolachas depois de jantar uma sopa e uma salada, mesmo que já tenha passado uma hora. De certeza que não está com fome. Por hábito ou por desejo, quer comer aquele doce. Por isso, é importante dis-tinguir entre fome e vontade de comer. Porque ao contrário da fome que não conseguimos que passe a não ser depois de ingerirmos alimentos, a vontade de comer são desejos passageiros e se deixar de pen-sar neles, eles desaparecem. E é verdade que podem até ser “apenas mais 100 calorias”, mas Mafalda Lei-tão diz que fazem toda a diferença. “Se ingerir 100 calorias a mais, ninguém dá por isso. Mas ao fim de um ano podem ser mais 5 kg! E, quem sabe, se deixar de ingerir essas 100 calorias a mais diariamente, ao fim de um ano podem ser menos 5 kg. E isso vai fazer toda a diferença, não acha?”. ™

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Quando ingerimos alimentos, há dis-tensão da parede gástrica onde os re-cetores enviam sinais para o cérebro através do nervo vago, causando a

sensação de saciedade - definida como o senti-mento de estar satisfeito ou o cessar da vontade de comer. Existe, assim, uma estrutura do sistema nervoso central que tem um papel determinante para a regulação de vários comportamentos como a fome e a sede.Os estudos referem que as proteínas conferem maior saciedade do que os hidratos de carbono, os quais, por sua vez saciam mais do que os lípidos.Embora sejam necessários mais estudos sobre o assunto, segundo alguns autores, esta ação deve--se a alterações fisiológicas que incluem o aumen-to da concentração de aminoácidos que estimula a libertação de algumas hormonas anorexigéneas. Além disso, a presença de aminoácidos ao nível in-testinal poderá estimular a libertação da colecis-toquinina (hormona relacionada com a digestão e saciedade) e inibição da grelina (responsável pela sensação de fome). É importante referir que para o próprio processo digestivo das proteínas é neces-sário um gasto energético maior. Também os alimentos ricos em fibra têm um eleva-do “poder” saciante. Existem dois tipos de fibras: solúveis e insolúveis. As primeiras estão presentes essencialmente na fruta, hortícolas, alimentos con-tendo aveia e cevada, assim como nas leguminosas. Por outro lado, as insolúveis estão presentes nos cereais inteiros e derivados como o pão, cereais de pequeno almoço, massas e arroz integrais.

Alimentos com “poder saciante”Carne e peixe Alimentos extremamente nutritivos, pois para além de proteínas, numa média de 20g por 100g de alimento, são fornecedores de vitaminas e de minerais. Em atenção devemos ter a quantidade de gordura saturada, acabando por ser o peixe a opção mais saudável.

Soja Produtos à base de soja, como o tofu e o tempeh, são opções válidas, pois apesar de ser de origem vegetal, fornecem proteínas de boa qualidade, para além de gorduras saudáveis (maioritariamente insaturadas), fibras, minerais (potássio, fósforo magnésio, cálcio, ferro e zinco), vitaminas (B1, B2, B3, B5, vitamina A e E). Podem ser consumidas às refeições principais, como por exemplo uma fatia de tofu ou soja granulada ou ao pequeno almoço e/ou lanches em formato de bebida ou “iogurte” de soja.

Outras Leguminosas Constituem uma combinação nutricionalmente muito interessante pois, para além da proteína, possuem, de uma forma geral, hidratos de carbono complexos, fibra, vitaminas (ácido fólico, vitamina B1) e minerais (potássio, zinco, fósforo, ferro). Desta forma, consumir leguminosas, pelo menos três vezes por semana, contribuirá para um funcionamento intestinal melhorado, poderá ajudar na diminuição do colesterol e proporciona saciedade devido as proteínas e fibra presentes. Poderá introduzi-las em sopas (em puré ou inteiras) ou por exemplo no enriquecimento dos pratos de arroz, massa ou em jardineiras.

Frutos secos oleaginosos (amêndoa, noz, avelã, pinhão, etc.) Os frutos secos são compostos por cerca de 15 a 20% de proteínas e 50 a 60% de lípidos, sendo essencialmente insaturados (mono ou polinsaturados –

Sabia que há alimentos que nos ajudam a sentir saciedade por períodos mais longos?

Dicas para garantir a saciedade

NUTRIÇÃOC

Texto Dra. Salomé BorreganaNUTRICIONISTA DAS LOJAS CELEIRO

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Dicas para comer – e ficar + saciadoMastigue muito bem cada garfadaComer devagar para além de facilitar a digestão, reduzindo a produção de gases, desperta mais facilmente a sensação de saciedade.

Intervalos entre refeições Respeite os intervalos de 3 horas entre refeições, pois permitem a manutenção dos níveis sanguíneos de açúcar e, desta forma, evita “ataques de fome”. Para evitar a escolha impulsiva de alimentos muito calóricos, normalmente ricos em gordura saturada e açúcar, tenha sempre consigo alguns snacks saudáveis, como barras de cereais simples, frutos secos e fruta.

Líquidos Beba água e outros líquidos como chás e infusões sem adição de açúcar. Hidratar o corpo é sempre uma prioridade, porque também ajuda a controlar um pouco o apetite, se bebida ao longo do dia. Suplementos alimentaresA utilização de suplementos alimentares à base de substâncias que promovam a saciedade podem ser uma ajuda, em conjunto com as medidas já referidas. Para o controlo do apetite destacam-se substâncias como o glucomanano que é uma fibra solúvel natural extraída da raiz da planta Amorphophallus Konjac ou o feno-grego que tem a capacidade de absorver água, formando um gel que preenche o estômago. O crómio é um mineral que contribui para a manutenção de níveis normais de glicose no sangue, contrariando os picos glicémicos e o apetite.

SonoDormir bem é essencial. Estudos mostram que a diminuição do tempo de dormir pode modificar o padrão endócrino que sinaliza fome e saciedade por meio da diminuição dos níveis da leptina (efeito sobre o controlo do apetite) e aumento nos níveis da grelina, e até mesmo alterar as escolhas alimentares.

ómega 3 e 6). São ricos em fibra beneficiando duplamente a saciedade. Podem e devem ser incorporados nos cereais de pequeno almoço, nas saladas ao almoço ou jantar ou adicionados ao iogurte recomendando-se cerca de 2 colheres de sopa por dia, não devendo ultrapassar esta quantidade devido ao seu elevado valor calórico.

Levedura de cerveja As células de levedura são extremamente nutritivas, sendo ricas em proteínas, vitaminas do complexo B (B1, B2, B3, B5, B6 e ácido fólico) e minerais (essencialmente o crómio). Em pó, poderá ser utilizada em sopas, saladas ou em conjunto com os cereais de pequeno-almoço por exemplo, contribuindo pelo teor em proteína para a saciedade.

Aveia É um cereal muito nutritivo, pois para além da fibra é fornecedor de hidratos de carbono, minerais e vitaminas. Poderá ser introduzida na alimentação diária em sumos, leite, iogurtes, biscoitos e pão. Para aumentar o consumo de fibra, opte por massa e arroz integrais em detrimento das versões simples, para acompanhamento nas principais refeições.

Fruta A importância da fruta é indiscutível, re-comendando-se 3 peças de fruta por dia a consu-mir no intervalo das refeições, em conjunto com 2 colheres de sopa de frutos secos, ou nas saladas ou como sobremesa, sempre que possível com casca. ™

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Oómega 5 é um ácido gordo polinsatu-rado, o ácido punicico, relativamente desconhecido, mas com uma capa-cidade antioxidante incrivelmente

superior quando comparada com a de outros áci-dos gordos. A maioria dos ácidos gordos pode ser sintetizada pelos mamíferos a partir dos hidratos de carbono da dieta. No entanto, existem dois, o ácido linoleico e o ácido alfa linoleico, que não po-dem ser sintetizados de forma endógena, mas são necessários para o normal funcionamento do or-ganismo. Participam em funções de manutenção da integridade das membranas celulares, assim como na produção de prostaglandinas que regu-lam muitos processos corporais, a inflamação, a coagulação do sangue, entre outros.Estes ácidos gordos essenciais têm de ser obriga-toriamente ingeridos, porque não os consegui-mos sintetizar. O ómega 5 é um derivado conju-gado do ácido linoleico. Esta alteração molecular confere-lhe um poder antioxidante muito supe-rior. Onde encontramos o ómega 5?O óleo das sementes de romã é a principal fonte de ómega 5. O seu poder oxidante é muito superior ao de outros ácidos gordos polinsaturados. Por outro lado, a alta concentração em fitonutrientes antio-xidantes coloca também a romã no primeiro lugar do ranking dos alimentos antioxidantes, muito à frente dos frutos vermelhos, do chá verde, da maçã ou do melão. Na verdade, a romã tem um poder

Se ainda não ouviu falar nas propriedades do ómega 5, fique atento, porque não vai querer passar sem ele. A partir de agora, este será o seu grande aliado no combate à oxidação e ao envelhecimento, com a grande vantagem de proteger das doenças cardiovasculares e dos cancros.

Texto Dra. Alexandra VasconcelosMEDICINA BIOLÓGICA E ANTIENVELHECIMENTOCLÍNICAS VIVER

Já ouviu falar em Ómega 5?

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Existem estudos que revelam a capacidade do óleo de romã na inibição da proliferação de células do canro da mama, assim como na inibição da capacidade invasiva destas células em cerca de 75%

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antioxidante cinco vezes superior ao chá verde e mais do dobro do extrato de uva.Além do ácido punicico (ómega 5) e de outros áci-dos gordos polinsaturados, a romã é rica em ácido elágico, e noutras moléculas muito ativas como os flavonoides, as antocianinas, os fitoesterois, mui-tas vitaminas e oligoelementos (como o selénio, o ferro e o cobre). Esta concentração faz da romã o melhor antioxi-dante natural, diz Seeram, da Universidade da Ca-lifórnia, EUA.Para além da romã, encontramos ómega 5 no azei-te, no óleo de linhaça, no krill, no óleo de peixe, no óleo de soja, no óleo de milho e no óleo de girassol.

Efeito anticancerígenoExiste um caminho ainda por desvendar que se prende com a ação protetora no cancro da mama. Se consultar o Pubmed, encontra publicados vários

artigos que associam o ácido punicico, ou seja, o ómega 5 com antioxidantes, a uma ação inibidora da proliferação do cancro de mama. Está provado que o ómega 5 inibe em 60% a 80% a atividade da aromatase, uma enzima responsável pela manutenção de níveis altos de estrógeno. A inibição da atividade desta enzima pode ajudar no combate ao cancro de mama e na manutenção dos níveis de testosterona.Existem estudos que revelam a capacidade do óleo de romã na inibição da proliferação de células do cancro da mama, assim como na inibição da capa-cidade invasiva destas células em cerca de 75%.Um ensaio clínico de fase II, realizado por Patuck, da Universidade da Califórnia, nos EUA, inclui um total de 48 pacientes submetidos a cirurgia ou radioterapia da próstata, que tiveram um aumen-to de antigenes prostáticos (marcador específico para problemas celulares prostáticos). Durante um ano, incluíram extrato de romã na sua alimen-tação e foram submetidos a controlos analíticos de 3 em 3 meses. O resultado provou que o extrato de romã reduziu consideravelmente a taxa de au-mento dos antigénios prostáticos. Esta descoberta está relacionada com o retardar da progressão da doença.Simultaneamente, estudos em ratos demonstra-ram também a capacidade que o óleo de sementes de romã tem na inibição do desenvolvimento de cancro do cólon, quando foram submetidas a azo-ximetano (indutor de tumores do cólon), em com-paração com o ácido linoleico conjugado (CLA). ™

ONDE ENCONTRAMOS O ÓMEGA 5?Capacidades antioxidantes em mm Trolox/ Kg de óleoÓleo da semente de romã Omega 5 12 Azeite Omega 9 1,79 Óleo de linhaça Omega 3 0,26Krill Omega 3 0,114Óleo depeixe Omega 3 0,043Óleo de soja Omega 6 2,2Óleo de milho Omega 6 1,29Óleo de girassol Omega 6 1,17

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Benefícios do Ómega 5

Dica!Se tiver possibilidade, beba todos os dias, pelo menos, 30 ml de sumo de romã, já que tem um efeito protetor muito importante. Mas o ideal é comer 4 romãs por dia, o correspondente a 2000 bagas. Há um pequeno problema: não é viável comer 4 romãs por dia, até porque é um fruto sazonal e, portanto, não está disponível durante todo o ano.A boa novidade é que já saiu para o mercado a primeira romã em comprimidos!Cada cápsula tem 2000 sementes de romãs biológicas cultivadas sem pesticidas, herbicidas, nem produtos químicos tóxicos! Imagine a poder desta pérola.

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com excesso de eletrões e que tendem a trans-feri-los para outras moléculas recetoras. Este processo de stresse oxidativo causa danos irre-versíveis em muitas moléculas, inclusivamen-te no ADN, nas membranas celulares lípidos, lipoproteínas. A romã é o antioxidante mais potente

EFEITO ANTI-INFLAMATÓRIO < O estado inflamatório é uma resposta positiva do

sistema imunitário causada pelos danos nos teci-dos. Se esta situação se mantiver muito tempo, há um excesso de substâncias mediadoras de infla-mação que podem causar danos celulares. Esta alteração imunitária pode levar a doenças cró-nicas inflamatórias como a artrite reumatoide, a doença inflamatória do intestino, entre outras. Os compostos existentes na romã têm uma ação sinérgica que conduz à diminuição dos processos de inflamação de baixo grau. ™

EFEITO ANTIENVELHECIMENTO< Estimula em 58% a formação de colagénio que

ajuda na firmeza e resistência da pele

< Estimula 48% a elastina que evita a flacidez da pele

< Estimula 20% a telomerase conhecida como a en-zima do antienvelhecimento

EFEITO CARDIOVASCULAR< O ómega 5 da romã melhora o perfil lipídico (di-

minui triglicéridos e colesterol do plasma) e diminui a formação de placas de ateroma. Tem também um efeito benéfico na sensibilidade à insulina

EFEITO ANTIOXIDANTE < As moléculas antioxidantes desempenham

um papel fundamental na proteção dos danos celulares causados pelos radicais livres. Os radicais livres são moléculas muito reativas,

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A aveia, também conhecida como a “rainha dos cereais”, destaca-se dos outros cereais devido à sua riqueza em macro e micronutrientes, mas

também pela sua versatilidade.Este alimento é muito completo, equilibrado e de fácil digestão, e pode ser incluído em quase todos os padrões alimentares e dietas, nomeadamente em dietas de perda de peso, para pessoas com dia-betes, dislipidemias e até na alimentação diária de atletas. Isto porque o aporte energético é modera-do, a riqueza nutricional elevada e os seus benefí-cios são vários, contribuindo fortemente para um regime alimentar mais saudável. Aliás, a aveia é um alimento de eleição entre os atletas e desportistas, e as razões desta escolha prendem-se com uma das principais caracterís-ticas da aveia: é um cereal extraordinariamente completo! Além de ser rica em hidratos de car-bono complexos e, por isso, fornecer energia ao organismo de forma gradual e contínua, a aveia é uma boa fonte de proteína, vitaminas e minerais. Tais características conferem-lhe um lugar de des-taque na alimentação dos praticantes de exercício físico, especialmente nas refeições pré-treino.Por outro lado, o seu elevado teor em fibra, faz da aveia um excelente aliado do bom funcionamento do trânsito intestinal, contribuindo também para a manutenção da flora intestinal e para a redução do risco de cancro colorretal.A fibra presente na aveia, também contribui efi-cazmente para a manutenção dos níveis de glicé-mia (açúcar) no sangue, devendo, por isso, inte-

A aveia - avena sativa - é um cereal com um enorme interesse nutricional, consumido desde sempre pelos mais variados povos e ao longo de muitas civilizações. A sua popularidade tem vindo a aumentar nas últimas décadas e os benefícios que apresenta para a saúde e para o bom funcionamento do organismo têm sido cada vez mais estudados e referenciados.

AveiaA rainha dos cereais

Texto Catarina Soares de Oliveira NUTRICIONISTA CLÍNICA FÍSIO-LÓGICAAUTORA DO BLOG À MESA COM CATARINA SOARES DE OLIVEIRA

grar regularmente o plano alimentar de diabéticos e pré-diabéticos.A evidência científica caracteriza a aveia como sendo um cereal com uma função cardio-prote-tora, uma vez que contribui para a otimização da saúde cardiovascular. Este facto deve-se à sua riqueza em fibras, nomea-damente de beta-glucanos, que contribuem para a diminuição dos níveis de colesterol total e do co-lesterol (mau) LDL. Os beta-glucanos facilitam a eliminação do colesterol e formam uma espécie de película viscosa na parede intestinal que dificulta e reduz a sua absorção.Por outro lado, os cereais integrais como a aveia, desempenham um papel anti-hipertensor, ou seja, contribuem para a normalização dos valores da tensão arterial. Além disso, entre os benefícios da fibra, temos ainda de destacar a capacidade de prolongar a sen-sação de saciedade evitando os picos de fome e a vontade de petiscar entre as refeições, contribuin-do positivamente para as dietas de controlo e de perda de peso.

Um alimento muito completoA aveia, considerada por muitos um superalimen-to, é um cereal pleno que fornece ao organismo praticamente todos os nutrientes nas proporções adequadas, como é o caso dos hidratos de carbo-no complexos, proteínas, gorduras insaturadas, vitaminas do complexo B, vitamina E e minerais como o potássio, zinco, magnésio, selénio, ferro e cálcio. ™

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Formas de preparar aveiaM uito versátil, a aveia é um alimen-

to que pode ser preparado, con-fecionado e consumido de diver-sas maneiras. O farelo de aveia

corresponde à camada externa do grão onde se encontra principalmente a fibra. Ou seja, optar pelo consumo de farelo de aveia, significa pri-vilegiar o consumo de fibra, nomeadamente de beta-glucanos.Desta forma, estamos perante um alimento que apresenta um elevado poder saciante, que faz dele ideal para complementar uma dieta de controlo e de perda de peso corporal. A utilização do farelo de aveia é uma excelente forma de aumentar o aporte de fibra, cuja ingestão diária recomendada é de 25 a 30 gramas.O farelo de aveia pode ser adicionado a sumos na-turais, batidos, iogurtes e sopas de legumes.A aveia inteira prensada, que encontramos como flocos de aveia, trata-se do grão prensado integral-mente, o que permite preservar a maioria dos nu-trientes do cereal.Os flocos de aveia podem ser grossos ou finos e podem ser utilizados como cereais de pequeno--almoço e nas refeições intermédias.Dependendo do gosto e das preferências de cada um, podem ser adicionados, simples, ao leite, à bebida vegetal ou ao iogurte natural, ou podem constituir a base para criar uma mistura de cereais, combinando os flocos de aveia com aveia tufada e outros cereais.Os flocos de aveia podem ainda ser utilizados na confeção de barras de cereais caseiras, mais equi-libradas e práticas para levar na lancheira. De pre-ferência, estas barras devem ser elaboradas com pouco açúcar e gordura.

Também pode utilizar os flocos de aveia polvilha-dos sobre fruta fresca, saladas e iogurtes, conferin-do-lhes um toque mais crocante e estaladiço.Os flocos de aveia são, ainda, uma alternativa sau-dável, equilibrada e saborosa a alguns ingredientes utilizados tradicionalmente na preparação e con-feção de refeições. Experimente envolver o peixe ou a carne em flocos de aveia triturados, em vez de cozinhar os tradicionais filetes de peixe frito ou os panados, de forma a criar uma refeição mais sau-dável e com uma maior riqueza nutricional.Os flocos de aveia finos são os mais indicados para preparar e engrossar sopas e para elaborar as tradi-cionais e famosas papas de aveia ou mingau.As papas de aveia são uma boa e prática opção para o pequeno-almoço, pois garantem que a primeira refeição fornece energia e todos os nutrientes ne-cessários para começar o dia da melhor forma.A farinha de aveia é a forma de consumir aveia com um teor de fibra mais reduzido, uma vez que resul-ta da moagem do grão de cereal, costumando ser obtida através da parte interna do grão (gérmen e endosperma).Contudo, a riqueza em nutrientes da farinha de aveia, faz com que esta possa ser utilizada como substituto ou complemento de farinha refinadas, em bolos, biscoitos e bolachas, pão e panquecas. Optar pela farinha de aveia significa aumentar o valor nutricional do pão e das panquecas, uma vez que permite enriquecer o preparado em vitami-nais, minerais, fibras e proteínas. ™

Os flocos de aveia são uma alternativa saudável, equilibrada e saborosa a alguns ingredientes utilizados habitualmente na preparação e confeção de refeições

< Como cereal de pequeno-almoço

< Em batidos

< Como base para barrinhas de cereais caseiras

< Polvilhada sobre fruta fresca

< Adicionada a sumos de fruta natural

< Adicionada a biscoitos

< Em bolachas

< Em panquecas, bolos, scones e muffins

< Em pães

< Para engrossar a sopa

iPODE CONSUMIR AVEIA...

VALORES NUTRICIONAIS POR 100G DE AVEIAEnergia 366 KcalProteínas 13,5gHidratos de carbono 61,7gLípidos 5,8gFibra 6,7g

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Cuidados a terApesar de a aveia não ter glúten, é importante considerar que este cereal pode ser produzido nos mesmos campos em que o trigo é cultivado e que a nível industrial pode ser moído e preparado nas mesmas máquinas em que são preparados cereais com glúten, existindo o risco de contaminação.No que diz respeito à conservação da aveia, opte por guardá-la em frascos hermeticamente fechados, longe do calor, da humidade e da exposição direta à luz.

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Papas de aveia com alfarroba e amêndoa

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INGREDIENTES< 1 chávena de flocos de aveia finos

< 1 colher de sopa de farelo de aveia

< 2 chávenas de leite magro ou bebida vegetal

< 1 colher de sobremesa rasa de farinha de alfarroba

< Amêndoa triturada q.b

< Fruta da época

< Pau de canela

PREPARAÇÃOColoque num tacho os flocos de aveia, o farelo de aveia, o leite ou a bebida vegetal e o pau de canela e coloque em lume alto. Depois de levantar fervura, baixe o lume e mexa regularmente até obter uma consistência do seu agrado. Se achar que está muito seco, adicione mais leite ou bebida vegetal. Antes de desligar o lume, adicione a alfarroba e mexa bem.No final, polvilhe com amêndoas trituradas e adicione fruta da época a gosto. Consuma ainda quente.

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NUTRIÇÃOC

Uma alimentação deficiente em vita-minas e nutrientes terá sempre um forte impacto na nossa saúde. Mas antes que os problemas mais sérios

ocorram, surgem os primeiros sinais. São eles que nos alertam para o facto de algo estar erra-do. Sabia, por exemplo, que as unhas quebradiças são, na maioria dos casos, uma consequência de alterações hormonais e carências nutritivas, no-meadamente de vitamina A, ferro e zinco? Pois é, tal como todos os nossos órgãos dependem dos nutrientes que ingerimos através da alimentação e de suplementos, também o cabelo e as unhas dependem deles para estarem saudáveis. É cla-ro que existem outros fatores que influenciam e não podemos ignorar a hereditariedade e outras agressões que fogem ao nosso controlo, mas se pudermos dar uma ajuda com a alimentação, por que é que não iremos fazê-lo?

Os alimentos mais ricosDos vários grupos alimentares, há alguns que têm uma ação mais relevante na saúde e na manutenção do cabelo. “Temos as carnes vermelhas, o frango, os ovos, as leguminosas, o leite e derivados, assim como a proteína de cânhamo, que são importantes fontes de proteínas. Além destes, o salmão, a sardi-nha, o atum, a linhaça e o azeite têm também uma ação relevante, já que são uma importante fonte de ácidos gordos polinsaturados. E depois temos os vegetais escuros e a gema de ovo, como principais fontes de ferro, a laranja, o kiwi, os frutos verme-lhos, o tomate, o limão e a acerola, como fontes de vitamina C e, claro, a cenoura e a batata-doce, como fontes de vitamina A. É importante adotar uma die-ta equilibrada que garanta o aporte de sais minerais, como o cobre, o zinco, o magnésio e o selénio para o natural fortalecimento do cabelo”, diz Natália Cos-ta, nutricionista consultora da Viviscal.

Alimentação e saúde capilar“No caso das proteínas, são o elemento estrutu-rante do fio de cabelo: a célebre queratina. Sem os aminoácidos que compõem essas ditas proteí-

Não é segredo para ninguém que os alimentos que ingerimos diariamente, influenciam todo o organismo. Mas sabia que, tal como a pele e as unhas, também o cabelo evidencia se temos uma alimentação equilibrada? Falámos com Natália Costa, nutricionista consultora da Viviscal e contamos-lhe tudo o que precisa de fazer para ter um cabelo cheio de saúde!Texto Patrícia Gaspar e Silva

Os melhores alimentos para um cabelo forte

nas, a síntese de queratina será insuficiente, reti-rando força e vitalidade”, explica a nutricionista consultora da Viviscal. E da mesma forma que o consumo de proteínas beneficia a saúde capilar, a sua ausência tem consequências ao nível da baixa produção de queratina e influencia a circula-ção sanguínea responsável pela chegada de nutrientes aos folículos pilosos do couro cabeludo.No que diz respeito aos ácidos gordos polinsaturados, o seu consumo é mui-to importante, não só porque têm um papel muito abrangente, mas tam-bém porque como o nosso orga-nismo não os produz, têm de ser consumidos com re-gularidade. E quer saber por que é que eles são tão importantes para o nosso cabelo? A nu-tricionista Natália Costa diz: “Eles são responsá-veis pelo brilho e pela hidratação, mas também evitam a quebra e a que-da de cabelo”. Igualmente importante é ter em conta que a ca-rência de ferro, que mui-tas vezes origina anemia e diminui os glóbulos vermelhos, pode pro-vocar quedas de cabelo acentuadas. E já agora, não se esqueça das vita-minas A e C. “A primeira permite a formação de óleos naturais ao couro cabeludo e a segunda porque atua como um poderoso antio-xidante, protegendo o cabelo das agressões diárias, como a poluição e o uso de produtos agressivos”, assegura a nutricio-nista consultora da Viviscal. ™

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Os melhores alimentos para um cabelo forte

< Não use água muito quente quando lava o cabelo, porque estará a danificar as fibras capilares e a enfraquecer o cabelo

< Evite usar secadores e placas alisadoras porque secam demasiado os fios capilares e o couro cabeludo, retirando a sua oleosidade natural e protetora

< Não prenda o cabelo para dormir, nem durma com o cabelo molhado, porque pode promover a humidade, levando ao surgimento da dermatite seborreica

< Não exponha o cabelo ao sol sem usar protetor solar

< Evite fumar porque os hábitos tabágicos prejudicam a circulação e, consequentemente, a chegada de nutrientes ao folículo capilar

< Evite situações de stresse

!CONSELHOS DA DRA. NATÁLIA COSTA

Fuja destes alimentosO álcool, os açúcares e os hidratos de carbono refinados, aumentam a produção de insulina, desequilibrando algumas hormonas e provocando um efeito negativo nos folículos capilares. Por outro lado, o consumo excessivo de café e de chá interfere com a absorção de ferro, um mineral muito importante para o crescimento de cabelo.

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Smoothie “vitalidade verde”

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PREPARAÇÃOColoque tudo num liquidificador de alta potência durante 30 segundos e obterá um smoothie verde de dimensão suficiente para dois copos. Será o smoothie mais saboroso que alguma vez provou!

INGREDIENTES< 1 banana

< 1 maçã biológica pequena descascada e picada

< 2 folhas grandes de couve biológica sem caule

< 1 mão cheia de espinafres bebés biológicos

< 3 talos de aipo biológicos

< ¼ de abacate pequeno

< 2 medidas de proteína em pó

< 1 limão biológico (só sumo)

< 1 colher de gengibre biológico

< 1 chávena de água (ou até obter a consistência desejada)

< 2 mãos cheias de gelo

Quer ter um cabelo mais forte? Prepare estas receitas!A nutricionista Natália Costa sugere estas receitas para fortalecer e potenciar o crescimento do cabelo. Quem disse que é difícil ter um cabelo saudável e bonito?

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Bolinhas saudáveis (ricas em proteína)!PREPARAÇÃOColoque todos os ingredientes na batedeira/ trituradora e misture. Adicione 1 colher de sopa de água quente de cada vez e vá misturando. Avalie a consistência (pode preferir mais ou menos água, dependendo da consistência desejada). Forme pequenas bolas com a mão ou numa superfície plana e polvilhe com coco ralado ou pó de cacau, como se fossem brigadeiros. Reserve num recipiente e coloque no frigorífico.

INGREDIENTES< 4 tâmaras

< 1 colher de sopa de sementes de cânhamo

< 1 colher de sopa de sementes de abóbora

< 1 medida bastante cheia de proteína em pó

< 1 colher de sopa de manteiga de noz

< 2 colheres de sopa de sementes de chia e linhaça em pó

< 1 colher de sopa de mel

< 1 colher de sopa de coco ralado

< 1 colher de sopa de canela em pó

< 2 colheres de sopa de água quente

Salmão mediterrânico assadocom couve salteada e puré de batata-doce

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PREPARAÇÃOPeixe: Pré-aqueça o forno a 200ºC, num recipiente pequeno misture os tomates, azeite, orégãos, chalotas, limão, sal e pimenta. Lave e seque o peixe, retire o excesso de água e coloque a mistura de vegetais por cima dos filetes. Coloque cada filete em cima do papel vegetal, estilo papelote e sele-os dobrando as extremidades, para que cozinhem dentro desses envelopes. Coloque em dois pratos ou num único tabuleiro e leve ao forno por 15 minutos. Puré de batata-doce: Pré-aqueça o forno a 200ºC. Lave as batatas e coloque-as num tabuleiro no forno, durante 1 hora. No final, abra-a cuidadosamente ao meio e retire o puré com uma colher para um prato. Esmague o puré e adicione um pouco de canela.Couve salteada: Lave a couve e retire os caules das folhas. Pique-a em pequenos pedaços. Aqueça 1 colher de óleo de coco numa panela, adicione o alho picado, mexa e, quando começar a alourar, adicione a couve e deixe refogar por 3-5 minutos, até estar macia e brilhante.

INGREDIENTES< 3 tomates biológicos picados e sem sementes

< 2 chalotas médias bem picadas

< 2 colheres de sopa de orégãos frescos

< 2 colheres de sopa de sumo de limão fresco

< 2 colheres de sopa de azeite

< Sal e pimenta fresca q.b.

< 2 filetes de salmão biológico ou selvagem

< 1 punhado de couve biológica

< 2 dentes de alho picados

< 1 colher de sopa de óleo de coco

< 2 batatas-doces biológicas

< Canela a gosto

Salada de tempeh grelhado, morangos, mirtilos e nozes

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PREPARAÇÃOMisture o óleo de sementes de sésamo e o vinagre balsâmico numa tigela. Coloque o tempeh na tigela e deixe a marinar, pelo menos, durante 10 minutos. De seguida, grelhe o tempeh ou coloque simplesmente no forno, até estar levemente dourado. Retire o tempeh do lume e coloque numa saladeira, com todos os restantes ingredientes e toppings.

INGREDIENTES< 1 mão cheia de mirtilos biológicos

< 6 morangos biológicos

< 2 colheres de sopa de nozes esmagadas

< 3 fatias de tempeh

< 3 mãos cheias de espinafres bebés

< 1 colher de sopa de bagas goji (opcional – superalimento)

< 1 colher de sopa de óleo de sementes de sésamo

< 1 colher de sopa de vinagre balsâmico

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NUTRIÇÃOC

QostumesCom nova gerência desde o início do ano, o Qostumes é, cada vez mais, local de visita obrigatória para quem gosta de boa comida, num ambiente agradavelmente despretensioso.Texto Patrícia Gaspar e Silva Fotos José Bispo

Se é daquelas pessoas que pensa que para comer uma boa Francesinha terá de rumar ao norte do país, temos uma boa notícia para si: agora já não tem de o fazer! No

Seixal, o Qostumes, para além das muitas outras es-pecialidades preparadas com os ingredientes mais frescos, tem também uma Francesinha de comer e chorar por mais. Ou, pelo menos, pedir mais! Embora não seja um espaço recente, o Qostumes mudou de gerência no início do ano e isso já se faz sentir. Não só pela decoração, que foi totalmente re-novada, mas também pelo novo conceito que aposta na comida caseira preparada com ingredientes fres-cos e, sempre que possível, de produtores nacionais. Os responsáveis pela mudança são Fernando San-tos e Aristófanes Coelho. Os dois empresários são amigos de infância, nascidos e criados no concelho. Aristófanes mudou-se na adolescência para os Esta-dos Unidos da América, onde viveu nos últimos 27 anos. Por isso, agora que regressou, não pensou duas vezes em investir neste negócio com Fernando San-tos. E é verdade que passaram poucos meses mas não têm dúvidas: fizeram a aposta certa!

Localização privilegiadaSituado no centro do Seixal, junto a todo o tipo de comércio e a uma pequena distância da esta-ção de comboio, o Qostumes é, atualmente, local de visita obrigatória, não só por quem ali vive – afinal, está localizado numa das maiores zonas residenciais do Seixal -, mas também por quem está de visita. E é normal que assim seja: a deco-ração é simples, mas elegante, o atendimento é o melhor e os pratos servidos primam sempre pela frescura. Diariamente, para além dos menus rápi-dos, há dois pratos que são definidos com o cozi-nheiro, um de carne e outro de peixe. E é também o cozinheiro do Qostumes que todas as manhãs faz as compras. É ele que vai ao talho, à praça e ao mercado, para escolher os ingredientes mais frescos para as iguarias que prepara exatamente como se estivesse em casa. Mas, nem só de almo-ços vive o Qostumes. Aberto desde as 7 da manhã, serve pequenos-almoços a um ritmo alucinante e, se houver um grupo que queira fazer um jantar em jei-to de festa privada, também se arranja. Só é preciso marcar com alguns dias de antecedência. ™

< Francesinha

< Bacalhau com broa de milho

< Bacalhau com natas

< Doce da casa

!O QUE NÃO PODE DEIXAR DE EXPERIMENTAR

Sim, todos sabemos que as Francesinhas do Porto são um sucesso, mas depois de provar a do Qostumes não vai pensar em comer noutro sítio tão cedo. Feita em bolo de caco, com bife do lombo, enchidos de porco preto e molho caseiro preparado na hora, é uma Francesinha a sério! E para aqueles que não aguentam comer uma Francesinha inteira, há a Francesinha Gourmet: todo o sabor, os mesmos ingredientes, mas mais pequena, para não desperdiçar nada!

iTEM DE PROVAR!

Avenida do MFA, nº74Torre da Marinha2840-402 SeixalDe 3ª feira a domingoDas 07H00 às 21H00

CONTACTOS

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62 S A Ú D E - V I V A M A I S , V I V A M E L H O R

DBOA FORMA

Nos dias que correm, estima-se que 80% dos portugueses não praticam exercí-cio físico regularmente. Em vez disso, optam por uma vida absolutamente

sedentária durante grande parte do ano e, quando o clima começa a aquecer, tem início a corrida aos gi-násios. E é assim até ao verão, altura em que a maio-ria também desiste. Afinal, o objetivo era ficar com um “corpo de praia” e ela já está aí, juntamente com as férias e os miúdos que já não têm aulas. Por isso, já não há razão ou tempo para continuar a ir ao ginásio. Este tipo de comportamento não faz muito sentido. Por isso, fomos falar com Pedro Rosa, Personal Trai-ner do Holmes Place Cascais, e pedimos para nos

Apesar da preocupação com a saúde e com a boa forma, a maioria dos portugueses não pratica exercício físico com regularidade, esperando pelo início da primavera para atacar em força os ginásios e os espaços públicos destinados à prática desportiva. Mas será que isso traz algum benefício? Fizemos esta pergunta a Pedro Rosa, Personal Trainer do Holmes Place Cascais e temos uma má notícia: faz mais mal do que bem.Texto Patrícia Gaspar e Silva

Mais ativos… todo o ano!

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Ficar vários meses sem treinar e não ter a melhor execução técnica pode trazer consequências. Fique a par das lesões mais frequentes e evite-as: treine com regularidade e permita que o seu corpo evolua! JoelhosGrande parte da população passa demasiado tempo sentado no emprego. Como consequência, os músculos posturais estão em constante relaxamento, ficam enfraquecidos e depois são os joelhos, que devem dar estabilidade ao corpo, que recebem todo o stresse que o exercício demasiado intenso causa.

OmbrosO facto de permanecermos muito tempo sentados ao computador faz com que grande parte desse tempo tenhamos os ombros rodados, o que potencia uma má postura na execução dos exercícios. Esta má postura, repetida diversas vezes, pode dar origem a uma tendinite do músculo supraespinhoso e ainda aumenta o desgaste dos rotadores da coifa.

PescoçoA falta de mobilidade e de extensão da parte superior das costas, que acontece devido às horas que passamos em frente a um computador com os ombros rodados, faz com que o pescoço sofra tensão constantemente. Além disso, quando chegamos ao ginásio cometemos constantemente más posturas, comprometendo assim toda a zona cervical.

LombarMás posturas quando levantamos pesos - normalmente arqueamos as costas - ou quando executamos um bicipete curl de halteres e já não temos força para as últimas repetições. Temos tendência para avançar com a bacia gerando uma híperlordose.

As lesões mais frequentes

dizer se os comportamentos têm vindo a mudar ou se continua tudo na mesma. De acordo com Pedro Rosa, “de uma maneira geral, a população começa a perceber a importância e os benefícios associados à prática de exercício físico. Começamos a preocupar--nos com a saúde mais cedo porque percebemos que a prática de exercício físico, não só nos proporciona saúde e bem-estar, como previne lesões e ajuda na reabilitação. Por isso, pelo que eu vejo nos nossos clubes, as mentalidades estão a mudar e, embora seja verdade que continua a haver um aumento sig-nificativo de praticantes nos meses que antecedem o verão, sentimos uma mudança”.

Treinos regulares… todo o ano!Idealmente, devíamos treinar três vezes por sema-na e adotar uma alimentação saudável, adequada ao estilo e ao ritmo de vida que temos. Mas, infeliz-mente, não é isso que acontece. Como não treina-mos de forma contínua e regular, não permitimos que o nosso organismo se adapte e evolua gradual-mente. Em vez disso, treinamos por pequenos períodos e de forma intensa. E o resultado não é o melhor. “Apesar de pela minha experiência profis-sional notar um interesse crescente pelo exercício físico, o que verifico é que a maioria das pessoas não tem uma base de informação que lhe permita treinar bem. A execução técnica e a periodização dos exercícios carecem de aprendizagem, mas a

Estima-se que 80% dos portugueses não praticam exercício físico regularmente

!

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BOA FORMAD

maioria das pessoas ignora, passa à frente e isso tem consequências, nomeadamente, o aumento do risco de lesões a curto e a longo prazo”, explica Pedro Rosa.E convenhamos, como é que um corpo que está parado oito meses por ano, poderá reagir quando começamos a exigir que trabalhe e esteja constan-temente em movimento? É claro que pode resultar em complicações e, naturalmente, os objetivos fi-carão aquém do desejado. É necessário respeitar os limites do corpo e só com evolução gradual é que o fazemos com segurança. Por outro lado, im-porta perceber que a prática de exercício físico é fundamental para a nossa saúde. Para isso, temos de treinar com regularidade e ir adaptando a exi-gência à nossa resistência. É claro que numa fase inicial teremos alguma dificuldade, mas à medida

que vamos treinando, vamos ganhando resistên-cia e, claro, vontade de treinar. Lembre-se que para ter um corpo saudável e bonito, terá de trabalhar para isso… todo o ano! Acha que não tem tempo? Mas tem tempo para seguir duas ou três séries em simultâneo, certo? E se a desculpa que se segue se prende com o que iria gastar no ginásio – e não pode -, arranje outra! Já reparou na quantidade de espaços públicos onde pode fazer desporto? Mui-tos deles com equipamentos de manutenção e com boas pistas para poder correr ou caminhar! Mas se o seu problema é mesmo sair de casa, também tem solução: faça desporto em casa! Não faltam vídeos na internet e alguns canais por cabo até disponi-bilizam programas de exercícios para vários obje-tivos. Por isso, está na hora de ganhar motivação e começar a mexer-se, com frequência e todo o ano! ™

A prevenção de lesões que ocorrem com a prática do exercício físico podem e devem ser evitadas. Quem pratica exercício físico deve passar por uma fase de aprendizagem (como em tudo na vida), sendo esta fundamental para uma maior consciência corporal, que melhora a técnica de execução e evita erros que temos tendência para cometer. É, por isso, necessário ter um conhecimento aprofundado sobre tudo o que envolve o exercício físico, ou procurar alguém que o tenha, para que mais tarde exista autonomia para treinar em segurança e obter os resultados pretendidos. Não se esqueça: os resultados vêm da continuidade do processo de treino, não são fruto de treinos temporários por mais intensos que estes sejam.

iCONSELHOS DE PEDRO ROSA, PERSONAL TRAINER DO HOLMES PLACE CASCAIS

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Declare guerra à flacidez!Por muitos cuidados que tenhamos com a pele do corpo e do rosto, há sempre uma altura em que ela começa a dar sinais de estar a envelhecer e a perder elasticidade. Mas sabia que é possível atrasar este processo?

Texto Dra. Leonor Girão DERMATOLOGISTA NA CLÍNICA DE DERMATOLOGIA DO AREEIRO

EBELEZA

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Quando os anos começam a pesar tanto quanto a ação da gravidade, toda a nos-sa pele começa a sentir os seus efeitos, com especial incidência na face. É

nessa altura que a pele perde elasticidade e, con-sequentemente, fica flácida. Ainda que para alguns este seja o percurso natural da vida, para outros é um verdadeiro desconforto. Afinal, não é agradá-vel ver o excesso de pele a aparecer no pescoço, as bochechas a descair e as sobrancelhas com ar de cara triste. Depois, é uma lembrança constante de que estamos a envelhecer e quem é que quer que isso aconteça?

Por que sofremos de flacidez? A pele muda com a idade e com todas as agressões que lhe provocamos direta e indiretamente. À medi-da que envelhecemos, a estrutura da pele modifica--se: fica mais fina, com menos colagénio - a substân-

cia que dá densidade à pele - e menos elástica, pelo que se deforma e não retoma a forma inicial. Por outro lado, há situações em que ocorrem grandes al-terações de peso, como uma gravidez ou uma situa-ção de emagrecimento súbito, e provocam grande tensão na pele, contribuindo para um aumento da flacidez. A juntar a tudo isto, não podemos esquecer as alterações hormonais que ocorrem em resultado da menopausa e provocam uma evidente redução de estrogénios. Estes fatores, associados ao estilo de vida sedentário, são os principais culpados da falta de tonicidade da pele e, naturalmente, dos evidentes sinais de flacidez e envelhecimento que a nossa pele evidencia.Se é verdade que algumas pessoas lidam da melhor forma com o envelhecimento e com tudo o que ele implica, também é verdade que para muitas outras pessoas, todo este processo é difícil. E é por essa razão que desde há muito tempo que a medicina e a

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BELEZAE

estética têm desenvolvido soluções que pretendem ajudar a reduzir os danos da idade.

Tratamentos não-invasivosHoje em dia, para além dos tratamentos mais inva-sivos, temos tecnologia não invasiva que também torna possível diminuir a flacidez sem recorrer a cirurgias.Falamos de tratamentos em que é utilizada energia de radiofrequência através dos tecidos para aumen-tar a produção de colagénio e fazer a contração dos tecidos. Na prática, equipamentos médicos sofisti-cados emitem alta energia para elevar a temperatura das camadas internas da pele de forma a provocar densificação da derme e diminuição da gordura loca-lizada. São utilizados na face para diminuir a flacidez em redor da boca, para melhorar as rugas à volta dos olhos, para elevar a “cauda” das sobrancelhas e para apagar as rugas frontais. Mas a sua utilização não se resume à pele do rosto, já que também podem ser

Antes de escolher e decidir, é bom lembrar-se que os tratamentos de radiofrequência não são todos iguais. Tal como um carro de 60 cavalos não é igual a um carro de 250 cavalos (e ambos são carros), os equipamentos de radiofrequência têm potências e eficácias muito diferentes. É fundamental um bom equipamento médico de radiofrequência, uma escolha precisa dos parâmetros da máquina adaptados à situação clínica e, claro, uma boa técnica de execução para evitar complicações desnecessárias. Apesar de este não ser um tratamento invasivo, escolha um bom profissional, que esteja bem ciente de todo o procedimento e trate uma a duas zonas de cada vez. Foque-se no que é mais importante e confirme que o tratamento é executado durante o tempo necessário para ter eficácia. Faça o número de sessões indicado pelo seu médico dermatologista e prepare-se para apreciar os resultados!

iESCOLHA BEM O SEU TRATAMENTO DE RADIOFREQUÊNCIA

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utilizados a nível corporal para “derreter” pequenos focos de gordura no abdómen (no pós-parto, por exemplo), no pescoço – o comum duplo queixo -, ao redor dos joelhos ou, simplesmente, para eliminar a flacidez nos braços e à volta do umbigo. Os tratamentos de radiofrequência são de fácil exe-cução, não usam agulhas, não causam dor desde que sejam respeitados os parâmetros da máquina e po-dem ser realizados em todos os tipos de pele, mes-mo nas mais pigmentadas, durante todo o ano. Estes tratamentos, ao contrário de outros mais invasivos e agressivos, não deixam quaisquer marcas na pele.Consoante os equipamentos, pode haver um siste-ma de frio acoplado para tornar o tratamento mais confortável, pode fazer vácuo no aplicador e fazer massagem ou ter radiação infravermelha ou pulsos magnéticos. No entanto, independentemente do que estiver acoplado, o que determina a eficácia é a potência do equipamento, o calor gerado e o tempo de duração do tratamento.

Passo a passo do tratamentoCada tratamento consiste no aquecimento locali-zado da área de pele a tratar por uma peça de mão (um aplicador), sendo necessário para a passagem perfeita da energia a aplicação prévia de um gel ou de um óleo no local a tratar. O aplicador desliza pela pele em círculos e curvas, de modo a elevar a tempe-ratura subcutânea. O objetivo é alcançar tempera-turas de 40-42ºC no máximo. Cada sessão demora, em média, 20 minutos para áreas pequenas e 60 minutos para áreas grandes, como a face. Um trata-mento completo necessita, em média, de 6 sessões com intervalos de 1 a 2 semanas, consoante os equi-pamentos. É o calor da energia de radiofrequência que é responsável pelo efeito de contração e den-sificação da pele. Após este tratamento, o paciente pode continuar com o ritmo de vida habitual, já que não deixa quaisquer marcas. Apesar de os resulta-dos serem duradouros, é importante ter em conta que o envelhecimento não para e, por essa razão, é recomendável fazer manutenção (1 sessão por mês). Este tratamento aplicado na face proporciona resul-tados excelentes, já que aumenta o turgor da pele. O calor do tratamento dá esse efeito imediato. Claro que a produção de colagénio demora mais tempo e a contração definitiva também, mas quando há uma situação “emergência festa” a radiofrequência é o melhor tratamento.

Quando é que a radiofrequência é desaconselhada? Apesar de todos os seus benefícios, a radiofrequên-cia não deve ser feita em qualquer circunstância. Sempre que estamos doentes, com infeções, febre, feridas no local do tratamento, quando temos doen-ças inflamatórias na face (acne e rosácea, por exem-plo) e em situações de gravidez. Por outro lado, é importante ter em conta que como a radiação de radiofrequência aquece o metal, não se pode passar o aplicador em locais de próteses (anca ou dentes) e implantes metálicos (DIU).Para otimizar o tratamento há três coisas funda-mentais: hidratação (beber muita água), exercício físico (muito importante para tonificar os múscu-los) e uma boa alimentação, claro! ™

Os tratamentos de radiofrequência são de fácil execução, não usam agulhas, não causam dor e podem ser realizados em todos os tipos de pele, mesmo nas mais pigmentadas, durante todo o ano

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FVIVER MELHOR

A comida é fundamental para o bom funcionamento do organismo, até porque não conseguimos sobreviver sem garantir alimento ao corpo. Contudo, há pessoas para quem a comida se transforma numa verdadeira obsessão.

Texto Dra. Mafalda LeitãoPSICÓLOGA NAS CLÍNICAS EM FORMA

Há muito tempo que falo da comida, ou do desejo por determinados alimentos, como um vício. Tal como as drogas, o tabaco ou o álcool, também a comida

(por exemplo, o açúcar) me parece ser uma depen-dência. Dependência essa que, como todas as outras, torna-se num problema de saúde pública, ultrapas-sando barreiras sociais, emocionais e físicas.

Como é que a comida se transforma num vício? Primeiramente, este vício de que falo tem a sua ori-gem num hábito. Cerca de 40% das nossas rotinas são feitas de hábitos e a nossa qualidade de vida é re-sultado direto da qualidade dos nossos hábitos, que vamos adquirindo ao longo de várias experiências. Importa aqui explicar como adquirimos os nossos hábitos e como podem estes tornar-se num vício relacionado com a obsessão pela comida. Basica-mente, começa por haver um click no cérebro que nos permite escolher qual o hábito mais adequado

a usar e, depois, podemos entrar em modo automá-tico. A isto chamamos gatilho. O segundo ponto é a rotina, que pode ser física, intelectual ou emocional. Ou seja, o comportamento propriamente dito. E, por fim, existe a recompensa, que indica ao nosso cérebro que esta sequência de comportamentos traz benefícios.Para ser mais fácil, vamos explicar detalhadamente. O hábito de comer doces para aliviar a ansiedade ou a tristeza. Temos um gatilho emocional (a ansieda-de), e temos a recompensa (o alívio da ansiedade). A parte má deste hábito é o comportamento ou a ro-tina que, apesar de aliviar a ansiedade, pode levar à obesidade. No fundo, todos os hábitos são desenvol-vidos para alcançar uma recompensa. Recompensa essa que torna os hábitos muito poderosos, devido à dependência neurológica que a recompensa cria no nosso cérebro. Ou seja, o desejo pela recompensa é tão intenso, que o hábito pode tornar-se num vício. E a linha que separa o hábito do vício, por vezes, é tão ténue que temos dificuldade em diferenciar. Contu-

Quando a comida é uma obsessão

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Sabia que os tratamentos de perda de peso, associados à terapia cognitivo comportamental, têm 90% mais de eficácia do que sem a ajuda psicológica?

do, esse vício ou essa obsessão existem quando a pessoa já não consegue viver sem eles. Dou-lhe um bom exemplo: Escovar os dentes é um há-bito, mas se tiver de ir dormir uma noite sem os escovar, por alguma razão, não é o fim do mundo. Agora imagine que teve uma discussão com alguém e está muito triste. Normalmente, compensa essas emoções com comida. Ora, depara-se com esta situação e não tem comida em casa. O que faz? Pensa noutras alternativas para com-pensar essa tristeza (e até aí tudo bem), ou tem de ir a um café, por exemplo, comprar uma coisa doce ou sal-gada para comer? E isto acontece constantemente? Aí entramos num campo do vício ou da obsessão. Por isso, quis falar nos hábitos e nos vícios para que percebesse o que se pode estar a passar consigo. O comportamento alimentar tem uma panóplia de pormenores que precisam de ser entendidos para que o processo de emagrecimento possa ser mais eficaz e menos doloroso mentalmente. Este com-portamento alimentar divide-se em três tipos: in-gestão emocional (quando comemos para compen-sar emoções), ingestão externa (quando comemos porque temos a comida à nossa disposição – por exemplo, passamos num café, vemos um pastel de nata na montra e temos de o ir comprar), ou restri-ção alimentar (que acontece em muitas dietas – a pessoa está um período de tempo a restringir diver-sos alimentos, contudo chega a uma altura que não aguenta mais e come tudo e mais alguma coisa).

O vício e a obesidadeO comportamento alimentar influencia, e de forma direta, a obesidade. Sabia que a ingestão emocional, ou seja, comer para aliviar estados emocionais mais negativos (ou positivos) é a segunda maior causa da obesidade no mundo? Portanto, depressa nos apercebemos da importân-cia que este assunto tem, que esta obsessão pela comida tem. Mas pensemos juntos: quando um bebé chora, a primeira coisa que a mãe lhe dá é o biberão com leite. Ele pode estar a chorar por imensos motivos diferentes - porque tem sono, porque tem uma dor, porque quer colo, etc -, mas a primeira compensa-ção é feita através do biberão, ou seja, da comida. E ele interioriza que a comida pode acalmá-lo numa situação de dor. Chega a criança e imagine que tem uma discussão com um colega na escola e está mais triste. O que é que faz? Fala com ele, tenta ajudá-lo e depois diz “A mãe (ou a avó) vai comprar-te um chocolate, queres?”. Mais uma vez, a compensação emocional é feita com a comida. Por isso, como é que uma pessoa chega à idade adulta, onde os pro-blemas são muitos e as emoções disparam, sem compensar da mesma forma? Compensa como sempre foi compensada… comendo! E até é bom, até nos faz sentir bem e criamos, desta forma, um vício. Mas um vício que tem de ser travado e trata-do a tempo, como explicarei de seguida.

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F VIVER MELHOR

Sabia que a ingestão emocional, ou seja, comermos para aliviar estados emocionais mais negativos (ou positivos) é a segunda maior causa da obesidade no mundo?

O segredo para perder peso

Muitas vezes perguntam-me qual é o se-gredo para perder peso. Eu respondo, convictamente, que o segredo para perder peso chama-se foco, determi-

nação e disposição para a mudança. Sim, isso mes-mo! Não tem compostos químicos, não são modas que passam e, principalmente, não voltará a engor-dar. E os estudos são unânimes: o tratamento mais eficaz é mudar de dentro para fora! Se mudarmos o nosso interior, o nosso exterior será um reflexo dis-so mesmo. Não há método mais eficaz. Este é, verda-deiramente, o segredo!E como usar este milagroso segredo para perder peso? Antes de mais, deixe-se de desculpas. Descul-pas essas oriundas da nossa mente e de pensamen-tos não adaptativos, nos quais acreditamos com toda a força e verdade.

Como fazer uma dieta (com sucesso)?O tratamento tem de ser multidisciplinar. É por isso que na maior parte das vezes as dietas falham. De que serve saber comer bem, se depois não o conse-gue pôr em prática? Se às 19 horas, quando chega a

casa, não consegue deixar de comer o pão com man-teiga e fiambre? Tudo isto tem de começar por si. Tem de começar por acreditar em si próprio e acreditar no que é ca-paz de fazer. A baixa motivação e a fraca adesão aos tratamentos são, muitas vezes, o problema das die-tas falhadas. Porque custa. Porque, “assim do nada”, não é fácil deixar os vícios (do açúcar, do pão, dos fritos, das gorduras e muito mais).A motivação é o ponto-chave de todo o processo. E a motivação é, frequentemente, vista como um “bi-cho papão”. Ou seja, as pessoas pensam que é difícil adquirir essa motivação, num processo de perda de peso ou num processo para deixar o vício da comida.Claro que no início há uma negação por parte da pes-soa que quer perder peso. Por um lado quer - não gosta de se ver assim – mas, por outro, sabe que vai ser difícil e tem medo dessa dificuldade e da mudança. Mas com a ajuda de um psicólogo pode começar a consciencia-lização de que há um problema. Consciencializa-se de que a obesidade é, efetivamente, um problema. E grave! Depois, a motivação começa a surgir, fruto dis-so mesmo. Dessa descoberta e consciencialização do

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problema. Criam-se estratégias para a realização da mudança e a pessoa começa a tomar atitudes, com um objetivo já previsto. Claro que este é um período que exige muita dedicação e energia pessoal. Contudo, os ganhos adquiridos sobrepõem-se a todos os esforços. Todas as pessoas o dizem. E, portanto, há que acredi-tar em si. Há que perceber que a motivação é uma coi-sa que se vai ganhando e aprendendo. Que tem vários estágios, ou várias fases, mas que, juntamente com a ajuda de um psicólogo, conseguirá passar por cada um desses estágios e chegar à parte que, a meu ver, é a parte mais importante de todo este processo: a manu-tenção do peso.Perder peso é difícil, contudo, mantê-lo mais difícil poderá ser se não tiver a ajuda multidisciplinar de que tanto falo. Sabia que os tratamentos de perda de peso, associados à terapia cognitivo comporta-mental têm 90% mais de eficácia do que sem a ajuda psicológica?Pois é! Há que pensar! Mas, sobretudo, há que acre-ditar em si próprio e gritar cá para fora “Eu consigo!”. E esse será o primeiro passo motivacional: acreditar em si! ™

“Vou deixar passar os anos da minha filha e o Natal e depois começo”Esta é uma das desculpas mais utilizadas. Mas repare, o ano tem 365 dias! Somando 54 sábados e domingos + 30 dias de férias + Natal e Ano Novo + Carnaval e Páscoa + aniversários de familiares, teremos apenas uns 187 dias para comer de forma saudável ou para começar uma dieta (e fora as pequenas recaídas durante a semana). Por isso, deixe esta desculpa de lado!

“Vou começar a dieta na segunda-feira”Uma segunda-feira que parece nunca mais chegar, não é? Quantas segundas-feiras já passaram desde que decidiu começar a fazer uma dieta?

“Antes de qualquer outra coisa, tenho de me inscrever num ginásio”Não há nenhum problema em começar uma dieta sem estar inscrito num ginásio! Sabe que até há alguns teóricos que defendem que, quando uma pessoa quer perder peso não deve fazer exercício físico? Isto porque ficamos com mais fome e temos tendência a comer mais. De referir que a alimentação, na perda de peso, tem uma importância maior do que o exercício – 60% deriva da alimentação!

“Não tenho tempo para fazer dieta”Temos tempo na vida para tudo aquilo que, efetivamente, desejamos fazer. Basta ser o nosso maior foco.

“Não tenho dinheiro para fazer dieta agora”Será que isso é uma desculpa viável? Não é verdade que comer em excesso (e só porcarias) fará com que gaste mais dinheiro do que se comesse de forma mais saudável? Pense nisso!

“Tenho muitos convívios com amigos e/ou familiares e há sempre comida deliciosa”O facto de ter estes convívios não quer dizer que tenha de comer também essa comida. Pode estar com os seus amigos e/ou familiares e comer de forma saudável.

As desculpas mais frequentes (que vai ter de deixar de usar!)

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Por um milhão de razões Alto AlentejoOs campos transbordam de cor, os dias inundam-se de luz, aos beirais das janelas regressa a “música” que anuncia o reinício de um ciclo que conhecemos bem. Por estas e um milhão de outras razões, a primavera tem no Alentejo um fascínio inigualável.Texto Júlio Santos

GCULTURA E LAZER

A s estações “intercalares” (primavera e outono) adquirem um esplendor úni-co no Alentejo, realçando tudo aquilo que esta vasta região tem para nos

oferecer e sublinhando cada detalhe específico que carateriza cada aldeia, cada monte encavalitado no topo da imensidão de cada planície. Chegam, enfim, os dias em que nos apetece espre-guiçar pelo fim da tarde no alpendre vendo os últi-mos raios de sol a desaparecer por entre a seara. E as manhãs em que saboreamos a sensação única de acreditarmos que somos os primeiros habitantes de todo um Planeta que acabou de se renovar. Sem tele-móvel por perto damos connosco a tentar adivinhar a próxima estrela que vai surgir lá ao fundo; e a ima-ginar aventuras fabulosas contadas pelo murmúrio das águas que correm mansas no riacho que, não tarda, será um carreiro de terra ressequida. Vasta, di-versificada e multicolorida, aquela que é a maior re-gião de Portugal (e a segunda mais despovoada) vive de profundos contrastes mas o fascínio que cada minúsculo lugar consegue exercer em quem o visita é replicado naquele que lhe está contíguo ou, mes-mo, no extremo oposto. Deslumbramo-nos com um copo de vinho tinto no Alvito, tanto como com um

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Sai de Lisboa pela A1. 122 Km mais à frente tome da A23 para Torres Novas. Siga na A23 durante 51 Km e tome a saída de Mouriscas, direção de Gavião, pelo IP2 durante 32 Km até Alpalhão. Daí siga as indicações de Castelo de Vide. Desde Castelo de Vide são 13 Km, primeiro pela N246-1 e em Portagem vire à esquerda pela N259. Desde Marvão até Alter do Chão são 50 Km. Tome primeiro a N259 de novo até Portagem e daqui a N246 na direção de Portalegre. Antes de entrar em Portalegre pode virar à direita para o IP13 onde se vai manter durante 34 Km, até virar para a N245 que o leva até Alter do Chão onde facilmente encontra as indicações da Coudelaria de Alter. De Alter, retome a N245 que o conduz à vila de Fronteira e daí a Sousel para alcançar Estremoz 45 Km mais adiante. Em Estremoz adote a A6 para chegar a Lisboa 171 Km depois.

Combustíveis Evologic (gasolina 95, gasolina 98, gasóleo) / GPL Auto / Restaurante /

Loja Tangerina / Carregamento elétrico

TRAJETOi

pedaço de queijo de Nisa, entregamo-nos com igual prazer no embalo de um fim de tarde em Monsaraz, a contemplar o mar em Sines, ou a deambular pelas ruas de Marvão. Cada recanto do Alentejo, cada mo-mento no Alentejo, é uma experiência que merece ser vivida.

A Beira logo aliDe Almodôvar a Nisa, em linha reta, distam uns bons 300 quilómetros o que num país como Portugal tem um significado que é fácil adivinhar. O Baixo e o Alto Alentejo integram a mesma região mas podem apre-sentar diferenças tão grandes quanto as que facil-mente imaginamos existir entre o Algarve e a Beira. E assim fica dito muito do trajeto que realizamos este mês, em que nos focamos na lindíssima zona de Castelo de Vide e Marvão que recebeu significa-tivos melhoramentos para enfrentar com sucesso a candidatura a Património da Humanidade. Com excelentes acessos, a vila que desde a fundação de Portugal teve um papel preponderante na defesa da nacionalidade, ergue-se no alto da Serra do Sapio (a mais de 850 metros de altitude) oferecendo-nos vistas magníficas que, em dias de ampla visibilidade, alcançam as neves da Serra da Estrela, a mais de 150

LISBOA

PORTALEGRE

1. 2.

3.

4. 6. 5. 7. 8.

ABASTECIMENTO GALP

1. A.S Aeroporto (24h) Av. Marechal Craveiro Lopes / / /

2. A.S Aveiras (24h) A1 km 44 // / /

3. Castelo de Vide Faustino A. Carreiras – C.I.A. Lda (7-20h) Sitio da Senhora da Luz EN 246-1

4. Portalegre Lubripor – Lub e Comb. (6-0h)Estrada da Penha

5. Gaslegre – Comb. Portalegre Lda (24h)Av Estremadura Espanhola 106

6. Alter do Chão – Master Retok (7-21h) Rua. Gen. Humberto Delgado

7. Sousel Comb. Sousel Lda – Zelco (6-21h) Av. Nova nº13

8. Estremoz Francisco Cunha & Costa (6-23h)EN 4 Km 141,350

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CULTURA E LAZERG

Um dos segredos para uma viagem “bem vivida” reside, sem dúvida, na rigorosa planificação que é sinónimo de ausência de stresse.Para isso, antes de partir inteire-se do percurso de forma detalhada. Se faz parte do grupo daqueles para quem viajar de automóvel é, realmente, o prazer supremo, não tenha dúvidas em investir num bom sistema de navegação. O seu preço, face à tranquilidade que proporciona e à economia que permite ao evitar enganos e trajetos menos “inteligentes”, depressa será largamente compensado.Durante a viagem, não se esqueça, também, de realizar paragens frequentes mas não abuse do café. Uma água e 10 minutos de paragem fazem milagres!

CONSELHO DE VIAGEMi

quilómetros de distância. O património arquitetóni-co, dominado pelo castelo, exemplarmente recupe-rado, e pela Igreja do Espírito Santo, é apenas um dos atrativos da vila fortificada onde não falta uma ofer-ta hoteleira (alojamentos e restaurantes) de grande qualidade, mas onde destacamos a conservação das casas pintadas de branco e das estreitas ruas pavi-mentadas a granito onde nos perdemos com prazer, ainda que, ao fim de semana, seja recomendável dei-xar o carro num dos parques à entrada da vila.Descendo a Serra, pela N259, vai alcançar Portagem, à beira do rio Sever, cinco quilómetros mais à fren-te. Aí vire à direita (N246-1) tomando a direção de Castelo de Vide, menos de dez quilómetros depois. Embora parte integrante do Parque Natural da Serra de São Mamede, tal como Marvão, Castelo de Vide possui caraterísticas muito próprias e a melhor for-ma de perceber isso mesmo é subir, à esquerda, até a ermida de Nossa Senhora da Penha no topo (710 metros) da Serra de São Paulo, onde a tranquilida-de e as vistas sobre Castelo de Vide nos deixam sem respiração.

Já na vila que D. Pedro V apelidou de Sintra do Alentejo a vida corre amena, refrescada pelo par-que de árvores seculares e fontes abundantes, que no verão serve de refúgio aos locais e aos muitos visitantes que, facilmente, se deixam encantar com a diversidade arquitetónica marcada pelo Castelo Medieval (séc. XIII) e pela fortificação de origem renascentista (séc. XVIII). A visita à zona histórica deve ser feita a pé mas prepare-se para algum exer-cício físico através de ruelas íngremes e estreitas, na zona da judiaria, que conduzem à antiga Sina-goga (séc. XIV) testemunho de uma forte presença judaica. Por toda a região, sobram locais capazes de fazer jus à fama da cozinha alentejana e seria, até, um ultraje deixarmos Castelo de Vide sem pro-varmos a famosa Boleima (à base de maçã) ou, por altura da Páscoa, a Enxovalhada, representantes maiores de uma doçaria sofisticada.Deixe Castelo de Vide pela A246 e oito quilómetros à frente vire na direção da Albufeira de Póvoa e Mea-das, alimentada pela Ribeira de Nisa. Pare o carro e caminhe a pé, ao longo da lindíssima enseada.

Paredes meias com Espanha, Marvão desempenhou nos séc. XIII e XIV um papel preponderante na defesa da nacionalidade, facto a que não é estranha a sua estratégica localização geográfica. Não faltam na vila testemunhos de uma história rica que merece ser conhecida. Mais abaixo, Castelo de Vide, a Sintra do Alentejo, como a denominou D. Pedro V, aludindo ao seu clima clemente, mantém intacta uma traça que nos convida a explorar cada recanto. A zona da judiaria, de calçadas íngremes e ruelas estreitas, requer alguma disponibilidade física. Mas ninguem dirá que o esforço não compensou.

TERRA DE CULTURA

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Daqui até Nisa são cerca de dez quilómetros e a visi-ta à vila vale sobretudo para comprar o famoso quei-jo local. Pode, depois, seguir a N18 até Vila Velha de Rodão (15 quilómetros) para apreciar as magníficas paisagens proporcionadas pelo Rio Tejo e daí conti-nuar para o Fratel, para tomar a A23, na direção de Abrantes, Torres Novas e Lisboa, pela A1. Em alter-nativa, para uma visita inesquecível à Coudelaria de Alter (ver caixa), siga na direção de Portalegre e, depois, Crato. Por fim, rume a Estremoz e tome a A6 em direção a Lisboa. A monotonia da autoestra-da pode ser compensada com as memórias de uma viagem àquela que é, sem dúvida, uma das mais belas regiões de Portugal. ™

Esta é a época ideal para visitar o Alentejo: os dias maiores, os campos renovados e o clima, permitem-nos descobrir paisagens de grande beleza

Coudelaria de Alter!Desde Castelo de Vide, ou partindo de Marvão, podemos rumar a Alpalhão, pela N246 e daí tomar a N245, para Flor da Rosa e Crato, seguindo, depois, pelo IC13 até Alter do Chão. Aqui chegado não deixe de visitar a Coudelaria de Alter. Conte com pelo menos duas horas para visitar a denominada Coudelaria de Alter Real (www.alterreal.pt), denominação que resulta das suas origens que remontam a 1748 quando foi fundada pelo Rei D. João V, sob o forte impulso de D. José I, cuja estátua esculpida por Machado de Castro, no Terreiro do Paço, simboliza, precisamente, a paixão do monarca pela arte equestre. Parte integrante da Casa de Bragança durante toda a monarquia, a Coudelaria Alter Real viveu períodos áureos até ao início do séc. XIX, apenas se recompondo do declínio em que caiu, já em plena República quando, em 1911, foi integrada no Ministério da Guerra. Atualmente sob a orientação da Companhia das Lezírias e do Ministério da Agricultura, a Coudelaria integra, juntamente com a Escola Portuguesa de Arte equestre uma estrutura que visa a proteção do cavalo de raça Lusitana, tida como uma das raças mais conceituadas a nível europeu, pelo que não é de estranhar o projeto de candidatura da raça Lusitana a Património Mundial.

Visitar a Coudelaria Real de Alter é uma experiência inesquecível para miúdos e graúdos que se vão encantar com as caraterísticas inigualáveis do cavalo de raça Lusitana cujas capacidades estão bem espelhadas no facto de alguns exemplares estarem avaliados em mais de 300 mil euros.

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Agenda

Hoje é assim, Amanhã não seiRicardo RibeiroColiseu de Lisboa“Hoje é assim, Amanhã não sei”, é o novo álbum de Ricardo Ribeiro, produzido por Manuel Proença, cuja apresentação ao vivo será no próximo dia 30 de abril, no Coliseu de Lisboa. Apelidado de “The Rising Star of Fado”, pela revista britânica Songlines, Ricardo Ribeiro tem vários concertos agendados para os próximos meses, tanto em Portugal, como na Tunísia e em França.21H30Preço: Entre 20€ e 40€

Noivo por acaso Fernando MendesTeatro Sá da Bandeira, PortoVítor Moreira, interpretado por Fernando Mendes, é um empreiteiro chamado para orçamentar uma obra de remodelação de uma empresa. Mas esta não é uma empresa qualquer, é uma agência matrimonial. Rapidamente, o que seria um normal dia de trabalho, transforma-se no dia mais longo de Vítor, com muitas peripécias pelo meio.Sessões de 6ª feira e sábado: 21H30Sessão de domingo: 16H30Preço: Entre 10€ e 25€

The How Blue TourFlorence and The MachineMeo ArenaOs Florence and The Machine, banda da carismática Florence Welch, estão de volta ao nosso país para apresentarem o mais recente trabalho “How Big, How Blue, How Beautiful”. Depois do muito aclamado “Ceremonials”,

a banda encontra-se agora a promover o novo trabalho. Os Florence and The Machine estabeleceram, entretanto, um parceria com a organização Médicos Sem Fronteiras, pelo que por cada bilhete vendido, 1€ reverte para esta organização.20H00Preço: Entre 31€ e 46€

Rui Massena30 de abril – CCB (Grande Auditório)2 de maio – Casa da Música O maestro Rui Massena está de volta com um novo trabalho. Depois de “Solo”, que foi um verdadeiro sucesso, Rui Massena traz-nos agora “Ensemble”, um trabalho que junta o seu piano à Czech National Symphonic Orchestra, e que será apresentado em Lisboa, a 30 de abril, e no Porto, a 2 de maio. Nestes espetáculos, para além do seu piano, Rui Massena contará ainda com uma orquestra de cordas.21H00Preço: Entre 20€ e 40€

6 /abril a 7/maio

30/abril

18/abril

30 /abril

e 2 /maio

O Sofá, a Mamã e EuValéria Carvalho e João Pedro LimaFundação Portuguesa das ComunicaçõesInspirada no dia a dia de uma mãe trabalhadora e consumista com o seu filho quase a entrar na idade adulta, “O Sofá, a Mamãe e Eu” é uma comédia dramática, com muitas situações hilariantes e momentos de ternura. Com encenação de Lamberto Carozzi e textos de Rita Ferro, esta peça é interpretada por Valéria Carvalho e João Pedro Lima que recriam em palco o parentesco que têm.Sextas-feiras e sábados21H30Preço: 10€

8, 9, 15, 16 e 17 /abril

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LivroseBOOKS

Fadas Mágicas- Amigos em Perigo- Prontas para AjudarJaney Louise JonesA autora da coleção Princesa Poppy traz agora os livros “Fadas Mágicas” onde não faltam histórias que transmitem valores fundamentais como a amizade, a solidariedade, o respeito, a responsabilidade e o trabalho infantil. Pensada para crianças a partir dos 7 anos, a série “Fadas Mágicas” fala das fadas do Bosque Florido que trabalham em equipa para salvar os animais que estão em perigo. Em “Fadas Mágicas 1: Amigos m Perigo”, as fadas mágicas são chamadas para salvar um pequeno urso perdido e um pónei assustado; em “Fadas Mágicas 2: Prontas para Ajudar”, as fadas são chamadas para ajudar um ratinho que está em apuros e uma coelhinha apavorada.BOOKSMILE

9,99€ (cada livro)

O Micróbio Prodigioso e as Enzimas CurativasHiromi ShinyaO Dr. Hiromi Shinya está de volta com mais uma obra baseada num método revolucionário a que deu o nome de Bioenzima Shinya – uma nova forma de comer e de viver, para uma vida sem medicamentos e intervenções.ARENA

14,40€

A Grande MagiaElizabeth GilbertA autora de “Comer, Orar, Amar”, regressa com “A Grande Magia”, um livro que abre a porta ao mundo da inspiração e da felicidade. Nesta obra, a autora apresenta-nos a sua visão da misteriosa natureza da inspiração e mostra-nos como podemos abraçar a nossa curiosidade e largar o sofrimento, vivendo uma vida com mais paixão e menos angústias.OBJECTIVA

16,50€

Família e Amigos à MesaJoana RoqueEstar à mesa com aqueles que ama é uma das coisas que lhe dá mais prazer, por isso, Joana Roque partilha nestas páginas receitas simples, preparadas com ingredientes acessíveis e com o mínimo desperdício. São mais de 120 receitas e não faltam sugestões que vão dos jantares de família a receitas para desintoxicar.A ESFERA DOS LIVROS

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A Rapariga que Derrotou o Estado IslâmicoFarida KhalafAndrea C. HoffmanFarida tinha 17 anos e um futuro à sua frente quando a aldeia não-muçulmana onde vivia no Iraque foi ocupada pelo Estado Islâmico. Os jihadistas assassinaram todos os homens e rapazes, e raptaram as mulheres e as crianças que, a partir daí foram alvo de espancamentos e violações constantes. Farida lutou sempre e no dia em que os terroristas se esqueceram de trancar a porta do seu quarto, fugiu para o deserto da Síria disposta a morrer pela sua liberdade.ASA

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Dicas do Salgueiro - O teu manual de fitnessBruno SalgueiroEste ebook é um verdadeiro canivete suíço da boa forma: depois de o ler, deixará de ter dúvidas sobre o que deve fazer para ficar e manter a boa forma! Destinado a todos, tem os melhores conselhos sobre alimentação e exercícios!OFICINA DO LIVRO

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Música

Untitled UnmasteredKendrick LamarO rapper americano tem sido presença assídua em programas de televisão onde tem apresentado música inédita, e agora reuniu tudo num EP. “Untitled Unmastered” é um EP com 8 faixas, disponível em várias plataformas digitais. O artista venceu recentemente 4 Grammys, incluindo Melhor Álbum de Rap, pelo trabalho “To Pimp a Butterfly”. Kendrick Lamar é uma das presenças confirmadas no festival Super Bock Super Rock 2016.

Para assinalar o 400º aniversário da morte de Shakesperare, Rufus Wainwright lança a 22 de abril uma coleção única de nove sonetos com interpretações surpreendentes de vários atores e cantores. Para além do próprio Rufus, marcam presença neste trabalho Florence Welch, Martha

Take All My Loves: 9 Shakespeare SonnettRufus Wainwright

Pé Ante PéQuinteto LisboaPaulo de Carvalho e Maria Berasarte, na voz, José Peixoto na guitarra clássica, Fernando Júdice no baixo acústico e João Gil na guitarra acústica. Esta é a formação do Quinteto Lisboa, um grupo que nasce da vontade de trazer uma nova sonoridade à música portuguesa e que não sendo um projeto de fado, não existiria sem ele. O single de apresentação do Quinteto Lisboa é “Pé Ante Pé”, com composição de João Gil, letra de João Monge e voz de Paulo de Carvalho.

Wainwright e Anna Prohaska, bem como os atores Siân Philips, Helena Bonham Carter, Carrie Fisher e William Shatner. Três dos sonetos que integram este álbum, fizeram parte de “Songs for Lulu”, lançado em 2010, mas surgem agora em versões diferentes.

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Guitarra PortuguesaAntónio, Paulo e Ricardo ParreiraO mestre da guitarra portuguesa, António Parreira, está de volta aos discos, partilhando o protagonismo com os filhos Paulo e Ricardo. “Guitarra Portuguesa” é um disco puro, original e tradicional, único entre as edições de fado dos últimos anos. É, acima de tudo, um disco genuíno que homenageia a guitarra e o fado.

RestartAureaProduzido por Jack Daley e Cindy Blackman Santana, em Las Vegas, “Restart” é o novo trabalho de originais de Aurea, cujo single “I Didn´t Mean It” já está a fazer sucesso. Com uma carreira consolidada, a artista decidiu começar e novo. Sem se desviar das origens, do soul ao jazz, sem esquecer o pop e o rock, reformulou a linguagem e o resultado são 12 novas canções intemporais que prometem fazer de “Restart” mais um sucesso na carreira de Aurea.

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NovidadesQueime gorduras com Beringela DetoxÀ base de beringela e l-carnitina, Beringela Detox tem uma ação drenante e desintoxicante, e atua na redução da gordura absorvida durante o processo digestivo. Por outro lado, acelera o metabolismo de forma natural, promovendo uma maior queima de gorduras! Rico em vitaminas e minerais, Beringela Detox é ainda um excelente auxiliar no controlo dos níveis de colesterol, ajuda a prevenir a perda de massa magra e ainda mantém os níveis de boa disposição e energia. Beringela Detox está venda em dietéticas. PVP 500ml, 27,48€

Birkenstock – Neon CollectionA nova coleção Birkenstock primavera--verão 2016 está mais luminosa do que nunca. Para além dos modelos mais clássicos, a marca traz algumas novidades e a coleção Neon é o melhor exemplo. Mantendo-se fiel ao compromisso de proporcionar um andar confortável, a marca apresenta uma coleção luminosa, ideal para quem não gosta de passar despercebido. As cores tendência desta linha são o verde-veneno, o laranja, o amarelo, o azul e o fúcsia, com um toque fluorescente. Com a Birkenstock, este ano o calor chega mais cedo! PVP 67,90€

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Garmin Forerunner 230Pioneira na criação e no desenvolvimento de inovadoras soluções de navegação GPS, a Garmin desenvolveu um relógio de corrida com GPS e funções inteligentes que permite consultar dados como o tempo, a distância e o ritmo. Ciente de que todos os corredores são únicos e têm objetivos diferentes, o Garmin Forerunner 230 permite transferir planos de treino e exercícios do Garmin Connect. Além disso, é compatível com os satélites GPS e GLONASS, localizando a posição de forma rápida e precisa, independentemente da localização do utilizador. A interface colorida permite ainda consultar rapidamente a zona de ritmo cardíaco e os batimentos por minuto, quando utilizado com banda cardíaca. PVP 249€

L´Eau d´Issey pour Homme Eau de Toilette FraîcheLançado em 94, L´Eau d´Issey pour Homme estabeleceu-se de imediato como uma escolha elegante. Agora, a fragrância ganha nova energia e dinamismo, pelas mãos do perfumista Christophe Raynaud, que se inspirou em L´Eau d´Issey pour Homme para compor uma nova nota olfativa. O novo L´Eau d´Issey pour Homme Eau de Toilette Fraîche combina o brilho vibrante da toranja com uma dose generosa de cardamomo fresco, desenvolve-se em poderosas notas de sálvia e lavanda e, por último, as notas de base revelam um acorde de patchouli branco. PVP 50ml, 54€; 100ml, 76€

Mesoestetic® stem Cell body serumInspirado na cosmética inteligente do séc. XXI, o novo sérum corporal inteligente Mesoestetic foi formulado com base nas células-mãe de origem vegetal e no inovador chronosmart peptide, um péptido inteligente de última geração que deteta as necessidades da pele, adaptando-se de forma personalizada e conferindo à pele o que lhe faz falta a cada hora do dia, satisfazendo as suas necessidades. Durante o dia, o novo stem Cell body serum protege as estuturas celulares e confere um aspeto mais jovem e uniforme à pele. Por sua vez, à noite, ativa os genes responsáveis pelo rejuvenescimento cutâneo e nutre a pele intensivamente, aumentando as suas reservas energéticas. PVP 200ml, 55€

Philips SatinelleCom pega ergonómica, diferentes cabeças para depilar pernas, corpo e rosto, sem fios e recarregável, a Philips Satinelle Advanced Wet & Dry é a depiladora que todas as mulheres vão querer ter em casa. A pega em forma de S permite um manuseamento fácil, mas são os seus três acessórios que permitem a depilação de diferentes regiões do corpo, a seco ou no duche que marcam a diferença. A par disso, tem luz, cabeça de corte, pente aparador e ainda inclui um acessório de massagem. PVP A partir de 109,99€

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CULTURA E LAZERG

Uriage Xémose – Nova linha de

Óleo de Coco Virgem Biológico da NaturefoodsCom a qualidade da agricultura biológica, o óleo de coco virgem da Naturefoods, de 200g e 400g, é extraído através de pressão a frio. Vegan, sem glúten e sem lactose, é ideal para fritar, assar, grelhar e pode ser usado a temperaturas elevadas. Pode ainda ser utilizado nos cuidados da pele e do cabelo. Experimente e delicie-se!

Chronotimer Porsche DesignQuatro décadas após o lançamento do primeiro Chronograph I, a Porsche Design volta a revolucionar a indústria relojoeira com a nova coleção Chronotimer. Com o lançamento desta nova coleção a marca celebra a sua paixão pelas corridas, personificando o espírito desportivo, a velocidade e a performance. O design da nova coleção é inspirado nos instrumentos antirreflexo dos cockpits dos carros de corrida, em preto mate, com números e ponteiros brancos. O mostrador é em cristal de safira e tem sete camadas antirreflexo. Cada um dos modelos da coleção Chronotimer apresenta uma caixa em titânio com uma seleção de acabamentos e braceletes em diferentes materiais, incluindo pele fina, tecido high-tech, titânio e borracha. Por sua vez, o bisel dos modelos desta coleção está disponível em titânio revestido a preto mate, titânio ou ouro rosa de 18 quilates.

Kit Boréade M Cuidado para a pele oleosaA Noviderm sabe que todos os dias somos postos à prova e, muitas vezes, os problemas de autoestima que surgem na juventude mantêm-se por toda a vida. A pensar nisso, e para assinalar o Dia Mundial da Juventude que se celebrou no passado dia 28 de março, a Noviderm criou um kit especial para o cuidado da pele oleosa. Disponível em farmácias e parafarmácias, o kit Boréade M inclui o Cuidado Seborregulador Matizante de 40ml e o Creme Lavante de 200ml, com um desconto imediato de 5€. PVP 23,16€

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cuidados para pele muito secaOs Laboratórios Dermatológicos Uriage desenvolveram uma nova geração de cuidados emolientes antipruriginosos com uma dupla ação: por um lado, acalmam de imediato, garantindo conforto imediato, e por outro oferecem suavidade e conforto duradouro. A nova gama Xémose é indicada para crianças e adultos, e inclui Creme Relipidante Anti-Irritações (400ml, 26,50€; 200ml, 19,50€), Cérat Relipidante Anti-Irritações (200ml, 23,72€), Leite Emoliente (400ml, 25,50€), Creme de Rosto (40ml, 14€), Syndet de Limpeza Suave (400ml, 19,50€) e Óleo de Limpeza (400ml, 19,50€).

Novos tratamentos Well’sAcabam de chegar aos centros de estética Well´s os novos tratamentos para o corpo, com uma tecnologia inovadora. Realizados com equipamentos SORISA, os tratamentos CelluFree, DeepFirm e SlimShape são as novidades Well’s para quem quer ficar em forma. E para complementar estes três novos tratamentos, a Well´s disponibiliza ainda tratamentos de cavitação e pressoterapia para perder volume, eliminar gordura localizada e retenção de líquidos.

Comece o dia com o novo Mokambo IntensoMokambo Intenso é a mais recente novidade Nestlé no segmento das bebidas de cereais. Com chicória, cereais e 35% de café, o novo Mokambo Intenso é a combinação perfeita da nutrição dos cereais com um toque de café, ideal para começar o dia com energia. Com uma composição apenas à base de ingredientes naturais, Mokambo Intenso é fonte de fibra, não tem gordura e não contém açúcares adicionados.

Vivafit Odivelas: Personal 20 Treino com EletroestimulaçãoO ginásio exclusivamente feminino Vivafit, em Odivelas, inaugurou no final de fevereiro o programa Personal 20, um treino com eletroestimulação que dura apenas 20 minutos, mas garante resultados semelhantes aos alcançados por quem treina de forma ativa. Ideal para quem tem pouco tempo para treinar ou não gosta de fazer exercício físico, o Personal 20 é um franchise que pretende abrir 59 estúdios no nosso país. O sucesso deste treino com eletroestimulação é explicado pelos resultados rápidos que resultam da combinação de exercícios realizados de forma ativa com a estimulação muscular elétrica.

Page 83: LENTILHAS ERVILHAS FEIJÃO - cirurgia-vascular.pt 14.pdf · SAÚDE - VIVA MAIS, VIVA MELHOR 9 Apneia do sono afeta crescimento das crianças E stima-se que 3% das crian-ças sofrem
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