lendas do folclore

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Untitled Page file:///C|/folclore/Temp$$$.html#caboclo[30/7/2010 17:31:54] LENDAS DO FOLCLORE BRASILEIRO REGIÃO AMAZÔNICA As lendas amazônicas se originam, em sua maioria, da cultura indígena, tendo em vista que, para os índios, todo o universo tem um significado: o sol, a lua, as estrelas, o ar, as águas, as plantas, as aves e todos os animais. É uma simbiose entre o natural e o sobrenatural, numa fusão que eleva o espírito e cria uma atmosfera de sonho e realidade. Cabloco D'Água Mula sem cabeça Boto Uirapuru Lobisomem Boitatá Curupira O BOTO O boto é um peixe que vive às margens do grande rio. É o nosso golfinho, dócil e amigo, que gosta de estar principalmente entre as mulheres e as crianças. Dizem que, em noite de lua cheia, ele costuma sair das águas do grande rio, transformar-se em um rapaz bonito, de calças brancas e quepe, e sair à procura de algum “baile”. Como ele é encantado, todas as moças ficam apaixonadas por ele. Então ele escolhe uma, sempre a mais bonita, e assim começa o namoro. Depois de passarem a noite juntos, ele desaparece, vai para o fundo do rio novamente e a moça fica chorando e procurando aquele “moço bonito”. Ele nunca mais aparece. Porém, quando nasce uma criança cujo pai é desconhecido, a população diz: “É filho sagrado porque é filho do boto”.

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Lendas do folclore brasileiro.

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    file:///C|/folclore/Temp$$$.html#caboclo[30/7/2010 17:31:54]

    L E N DAS DO F O L CL O REBRAS I L E I RO

    REGIO AMAZNICA

    As lendas amaznicas se originam, em sua maioria, da cultura indgena, tendo emvista que, para os ndios, todo o universo tem um significado: o sol, a lua, asestrelas, o ar, as guas, as plantas, as aves e todos os animais.

    uma simbiose entre o natural e o sobrenatural, numa fuso que eleva o esprito ecria uma atmosfera de sonho e realidade.

    Cabloco D'guaMula sem cabea Boto

    UirapuruLobisomemBoitat

    Curupira

    O BOTO

    O boto um peixe que vive s margens do grande rio. o nosso golfinho, dcil e amigo, que gosta deestar principalmente entre as mulheres e as crianas. Dizem que, em noite de lua cheia, ele costuma sairdas guas do grande rio, transformar-se em um rapaz bonito, de calas brancas e quepe, e sair procurade algum baile.

    Como ele encantado, todas as moas ficam apaixonadas por ele. Ento ele escolhe uma, sempre a maisbonita, e assim comea o namoro.

    Depois de passarem a noite juntos, ele desaparece, vai para o fundo do rio novamente e a moa ficachorando e procurando aquele moo bonito. Ele nunca mais aparece.

    Porm, quando nasce uma criana cujo pai desconhecido, a populao diz: filho sagrado porque filho do boto.

    Museu da Lngua Portuguesa

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    file:///C|/folclore/Temp$$$.html#caboclo[30/7/2010 17:31:54]

    UIRAPURU

    o fetiche da Amaznia, um pssaro que s canta em duas oportunidades: para chamar a fmeapara o acasalamento ou quando encontra comida. Dizem que, quando o uirapuru canta, todas asaves fazem silncio.

    Sua lenda muito linda. Contam que um rapaz, designado para ser o cacique de sua tribo, deveriase casar, mas ele gostava de duas meninas e, em sua tribo, no era permitida a bigamia.

    Assim, ele procurou o paj, a autoridade mxima de uma nao indgena. Depois de ouvir suahistria, o paj decidiu que as moas passariam por uma competio; aquela que ganhasse levaria oamor do ndio.

    A competio era de arco e flecha. Na data combinada, a primeira garota acertou, a segunda perdeua flecha. A questo com o rapaz, ento, estava resolvida.

    A moa que perdeu ficou muito triste e foi procurar o paj, que, com muita pena, resolveutransform-la num pssaro. Deu a ela uma plumagem bonita e um canto encantador. E, assim, elafoi embora... Mas o corao e o pensamento continuaram como os de um ser humano. Passadoalgum tempo, ela comeou a pensar, imaginando se o ndio estava feliz com sua esposa. Entoresolveu voltar para a tribo e, quando chegou prximo oca onde ele morava, ela cantou. O ndio,ouvindo aquele canto diferente, choroso e nostlgico, resolveu procurar pelo pssaro. Ela, com medode que ele a descobrisse, saiu voando. Dizem que, at hoje, ele no conseguiu pegar o uirapuru.

    Por esse motivo, o pssaro virou fetiche, difcil de ser visto e de ser caado.

    Mas quem tiver uma pena do uirapuru, ter todos os amores. Quem tiver um ninho, ter, alm dosamores, dinheiro. E para quem tiver um uirapuru embalsamado, ser melhor do que ganhar naSena...

    BOITAT

    A lenda do Boitat deve ser uma das mais antigas do Brasil. a cobra de fogo ou o fogo da cobra,chamada de baetat pelo indgenas.

    Deve ter sido criada pelos catequistas para controlar o assdio dos homens s mulheres alheias.

    Criaram assim o compadrio: mulheres e homens, quando compadres, eram considerados irmos de sanguee no poderiam manter romances e traies. Aqueles que no seguissem esses preceitos, quandomorressem, virariam cobra de fogo ou boitat e apareceriam no cemitrio onde haviam sido enterrados.

    Conta a lenda que as bolas de fogo surgem e vo subindo da terra; quando se encontram, formam vriasbolinhas. A quantidade de bolinhas significa quantas vezes estiveram juntos...

    Museu da Lngua Portuguesa

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    file:///C|/folclore/Temp$$$.html#caboclo[30/7/2010 17:31:54]

    CABOCLO DGUA

    Aparece em muitos lugares do Brasil. No Rio So Francisco, chamado de minhoco e, contam osribeirinhos, foi ele quem determinou o uso das carrancas nas proas das embarcaes.

    Figuras antropomorfas meio gente, meio bicho nas proas tinham a funo de afugentar ominhoco, que aparecia durante a noite quando os barcos estavam aportados.

    Os homens saam para beber ou banhar-se e as mulheres geralmente ficavam no barco. Nessemomento, surgia o minhoco para abusar sexualmente das mulheres.

    Para afugent-los, dizem que as mulheres queimavam alho e arruda, e tambm deixavam em cimada mesa uma faca pontiaguda...

    No Rio Tiet, prximo s cidades de Igarau e Barra Bonita, contam que l existe Caboclo dgua.Dizem que moreno, de olhos esbugalhados, cabeleira qual juba de leo e se mostra apenas at opescoo. At hoje, ningum lhe viu o corpo. Por isso, no se sabe se tem corpo de peixe ou degente.

    Ele aparece na poca da piracema, quando os peixes esto se procriando, poca em que ospescadores no deviam estar pescando

    LOBISOMEM

    Segundo a lenda, o stimo filho homem de uma familia deve ser batizado pelo primeiro, seno viralobisomem...

    um mito universal, encontrado em vrios paises do mundo. Sua sina comer excrementos degalinha, em noite de lua cheia.

    Para que ele perca a sina, as pessoas que tenham coragem devero tirar-lhe sangue, dando-lhe umapedrada ou atacando-o com um pedao de pau.

    Dizem tambm que bom ter um revlver com bala de prata, no para mat-lo, mas para lhe tirarsangue. Assim ele deixa de cumprir sina.

    CURUPIRA

    CURUPIRA

    O Curupira tambm um mito muito conhecido pelo Brasil afora...

    Cabelos compridos, olhos vermelhos, ps virados para trs. o grande amigo e defensor das matas e dosanimais.

    Museu da Lngua Portuguesa

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    file:///C|/folclore/Temp$$$.html#caboclo[30/7/2010 17:31:54]

    Quando os homens entram na mata para caar por necessidade de alimentos, o Curupira no se importa,mas quando caadores sem piedade caam pelo prazer de destruir o meio ambiente, ento o Curupiraentra e faz tudo para enganar o caador.

    Produz sons ilocalizveis, transforma animais em razes e em tocos de rvores, derruba galhos, usa detodas as estratgias para assustar o caador, que, apavorado, vai embora, sem matar nenhum animal...

    MULA SEM CABEA

    Dizem que se transformar em mula sem cabea a sina da mulher que teve um romance com padre...

    A mula sem cabea aparece principalmente durante a Semana Santa, depois das solenidades das igrejas,em pastos e nas ruas com encruzilhadas, relinchando muito e produzindo vrios sons com os cascos,pulando e soltando fogo pelas ventas.

    Ela procura demonstrar, para as mulheres, a importncia do celibato do clero.

    Contam que ela percorre sete cidades numa noite s, cumprindo assim anualmente a sua sina.

    Para que deixe de cumprir a sina, uma moa pura, de preferncia virgem, dever mandar rezar cemmissas.

    Museu da Lngua Portuguesa

    Museu da Lngua Portuguesa

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