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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
CURSO DE LETRAS A DISTÂNCIA
LEIDIANE JUNIOR DA SILVA
PRÁTICAS DE DESENVOLVIMENTO DE LEITURA EM SALA DE AULA
CUITÉ DE MAMANGUAPE
DEZEMBRO/2013
LEIDIANE JUNIOR DA SILVA
PRÁTICAS DE DESENVOLVIMENTO DE LEITURA EM SALA DE AULA
Artigo apresentado ao Curso de Letras a Distância, Da
Universidade Federal da Paraíba como requisito Para
obtenção do grau de Licenciado em Letras. Orientadora
Profª.Edileide de Souza Godoi.
Cuité de Mamanguape, ____ de ______________ de 2013.
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________
Profª.Edileide de Souza Godoi
Mestre em Linguística / Orientadora - (Universidade Federal da Paraíba)
______________________________________________
Prof. - Titulação - (Universidade Federal da Paraíba)
____________________________________________
Prof. - Titulação - (Universidade Federal da Paraíba
DEDICATÓRIA
Dedico este TCC a minha família, a todos meus professores que estiveram presentes,
acreditando em meu sucesso. A meu filho, esposo e demais familiares pela paciência, que de
muito mais pertinho, participaram de toda minha luta para chegar a esta conclusão. Dedico
ainda, aos meus amigos, tutores, professores e orientadores que me apoiaram, agradeço
bastante por acreditarem na minha vitória, especialmente a minha orientadora Edileide de
Souza Godoi que de uma maneira compreensiva e amiga me ajudou em todos os momentos,
acreditando no meu talento e estimulando nessa árdua tarefa.
Enfim, a todos aqueles que estão e sempre estiveram junto comigo nesta batalha.
Educação gera conhecimento, conhecimento gera sabedoria, e, só um
povo sábio pode mudar seu destino. (Samuel Lima)
RESUMO
Considerando que o intuito da prática da leitura é formar leitores autônomos que sejam
capazes de aprender e desenvolver sua capacidade de interpretação, o presente trabalho visa
compreender e aprimorar as práticas de leituras existentes na sala de aula do 4º ano da escola
municipal Lucíla Ávila Pessoa do município de Araçagí, analisando as dificuldades no
desenvolvimento das atividades, bem como conscientizar os alunos sobre a importância no
desenvolvimento de leitura, visando seu crescimento na sociedade. Enfatizamos a criação de
ideias para o desenvolvimento de novas práticas que obtenham melhor desempenho, tendo em
vista que a leitura, em sala de aula, segundo Rudell, Unrau (1994), é um processo de
construção que engloba uma série de fatores interligados que causam a falta de incentivo no
processo de leitura e escrita. É, portanto, acreditando que a leitura possui um papel
fundamental não só na pré-escola, mas também nas demais etapas do processo escolar e na
formação do leitor que buscamos, a partir de alguns teóricos, discutir sobre o assunto.
Portanto, foi fundamental o posicionamento de autores como Antunes (2003), Delmanto
(2009), Freire (2002), KLEIMAN (1994), Lajolo (2001) e Solé (1996) e outros que
compreendem que o processo de leitura e escrita precisa levar em conta fatores linguísticos e
extralinguísticos. Levando em conta esses posicionamentos concluímos nosso trabalho
retratando a importância da leitura na sala de aula, e propondo estratégias de ensino-
aprendizagem na prática e interpretação de textos através de uma sequência didática que
foram trabalhadas.
Palavras-chave: Leitura. Aprendizagem. Aluno.
SUMÀRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 06
2 METODOLOGIA .............................................................................................. 09
3 FUNDAMENTAÇÂO TEÓRICA ..................................................................... 10
3.1 A LEITURA E SEU CONCEITO......................................................................... 10
3.2 A LEITURA E SUA IMPORTÂNCIA ................................................................. 11
3.3 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA A FORMAÇÂO DO LEITOR ........... 12
4 PRÁTICAS DE LEITURA EM SALA DE AULA ............................................ 15
4.1 PROBLEMAS ENCONTRADOS EM ALGUMAS PRÁTICAS DE LEITURA EM
SALA DE AULA............................................................................................................... 16
4.2 A IMPORTÂNCIA DA ESCOLA EM CONHECER O ALUNO ......................... 16
5 PROPOSTAS PEDAGÒGICA DE LEITURA ................................................. 18
6 ANÀLISE DOS RESULTADOS ........................................................................ 19
7 CONSIDERAÇÔES FINAIS ............................................................................. 22
8 REFERÊNCIAS .....................................................................................................24
9 ANEXOS ............................................................................................................. 26
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1- INTRODUÇÃO
O presente trabalho é o resultado de um projeto que foi desenvolvido através do
estágio supervisionado, sendo realizado um estudo sobre as práticas de leitura utilizadas com
estudantes do 4º ano do Ensino Fundamental, na Escola municipal Lucíla Ávila Pessoa, na
localidade do sítio Capin-Açú, do município de Araçagí. Onde os alunos desta turma
apresentavam dificuldades de uma leitura compreensiva e interpretativa.
Um dos problemas mais encontrados atualmente nas escolas é a falta de prática de
leitura existentes nas salas de aula, mostrando que a interpretação é a principal deficiência,
fato apresentado pelos resultados na prova Brasil, realizada todos os anos. A escola ao adotar
esse teste tem como objetivo ensinar alunos a fazerem uma boa leitura, transformando-o em
um leitor ativo e capaz de atribuir significados, dentro de contextos específicos de
comunicação.
Delmanto (2009) ressalta que a escola deve ter a preocupação, cada vez maior com a
formação de leitores, ou seja, a escola deve direcionar o seu trabalho para práticas, cujo
objetivo não seja apenas o ensino de leitura em si, mas desenvolver nos alunos a capacidade
de fazer uso da leitura (com também, da escrita) para enfrentar os desafios da vida em
sociedade e, a partir do conhecimento adquirido com essa prática e com suas experiências,
continuar o processo de aprendizado e ter um bom desempenho na sociedade ao longo da
vida.
A leitura é uma atividade que se realiza individualmente, exigindo a disposição de
atitude e capacidade de decodificação na escrita e, principalmente a compreensão, dando um
sentido no que está sendo lido. A prática de leitura desenvolve a obtenção de informações
relacionada a qualquer contexto na área do conhecimento constituindo-se assim em fonte de
entretenimento, descobertas, e, para alguns, uma atividade prazerosa ou um desafio a
conquistar.
No entanto, conforme os PCNs é importante salientar que o processo de leitura “não se
trata simplesmente de extrair informação da escrita, decodificando-a letra por letra, palavra
por palavra. Trata-se de uma atividade que implica, necessariamente, compreensão na qual os
sentidos começam a ser constituídos antes da leitura propriamente dita. (1997, p. 36)
Assim, entendemos que a escola deve propor aos alunos, durante as aulas de leitura,
textos que despertem o interesse da turma, a fim de que esta possa definir objetivos para a
leitura do texto e, em consequência disso, sejam induzidos a ler outros textos.
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De acordo Kleimam (1995), a prática de leitura de textos, perpetuada e legitimada pela
escola, fundamenta-se infelizmente, na concepção de leitura como processo de decodificação
ou como forma de avaliação na concepção de textos como um conjunto de elementos
gramaticais e repositório de mensagens e informações.
Nesse caso, o aluno jamais conseguirá estimular sua prática de leitura só com as
leituras impostas pela escola, é preciso formas de estimular essa prática para que haja uma
mudança de comportamento que leve o aluno a uma leitura significativa, muito mais do que
um mero mecanismo de decodificação. A leitura deve ser um processo interativo e de
compreensão do mundo e isso seria tarefa do educador, não que ele seja autor de tudo
sozinho, mas é preciso entender o educador como alguém que conduz a leitura de forma
prazerosa, sendo ele capaz de estimular no educando curiosidade, vontade e necessidade de
recorrer a ela diversas vezes.
Com isso, vale lembrar o apontamento de Maria Helena Martins em seu texto O que é
leitura (2006). Ela apresenta três níveis de leitura: sensorial, emocional e racional, na qual a
leitura sensorial é manifestada pelo tato, visão, olfato, audição e gosto. A leitura emocional
lida com sentimentos. Esta fala sobre a emoção, dando uma identificação do leitor com a obra
sem necessidade de analisar como o texto foi elaborado. Já a leitura racional enfatiza o
intelectualismo e analisa o texto isolado do contexto e da emoção. Esses três níveis devem ser
considerados na hora de se propor alguma atividade de leitura.
Na escola Lucíla Ávila Pessoa, no sítio Capim-Açú do município de Araçagí, criou-se
metas para incentivar a prática de leitura e propiciar a formação de leitores ativos, levando-os
a perceber, descobrir e refletir sobre o mundo, interagindo com seus semelhantes através do
uso funcional da linguagem. Diante dessa problemática, o trabalho teve o objetivo de
estimular a prática de leitura nos alunos através de um leitura reflexiva estimulando a
interpretação do texto. Nesse processo o professor tem o papel principal de desenvolver
competências e habilidades no aluno que possibilitem seu acesso e participação no mundo
letrado.
O aprimoramento das práticas de leitura na escola, direcionadas a diferentes relações
sócio comunicativas e a capacidade de reconhecer o aluno como leitor construtor de sentidos
dará a escola oportunidade de formar leitores eficientes. Segundo Delmanto (2009)
Os alunos serão capazes não apenas de localizar informações, mas de relacionar e
integrar as partes do texto, de refletir sobre os seus sentidos captando as intenções
informações implícitas, de perceber relações com outros contextos, assim como de
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gerar mais sentidos para o texto e de valorar os que leem de acordo com seus
próprios critérios. (DELMANTO 2009, p. 29)
Através desta concepção vemos o tratamento que deve ser dado a um ensino da leitura
em sala de aula, sendo vista como um processo de construção de significados, diante disso é
perceptível a necessidade da escola possibilitar a transformação de cidadãos, levando-os a
observar, perceber e refletir sobre o mundo, possibilitando sua interação através do uso da
linguagem funcional.
Para a realização desse trabalho fundamentou-se em autores que discutem sobre a
temática e apontam práticas pedagógicas que auxiliam os alunos no ensino-aprendizagem da
leitura, com intuito de formar cidadãos leitores críticos e competentes, capazes de reconhecer
a importância da leitura em sua vida. Os autores foram Lajolo, Kleiman, Martins, Delmanto,
Freire, dentre outros.
O trabalho em questão foi desenvolvido a partir de tópicos, nos quais abordaremos a
seguir. No primeiro momento, dar-se-á a análise do ambiente, interação social e integração de
saberes. Dando continuidade abordaremos a leitura no âmbito escolar, no seio da família e o
papel do professor na formação leitora do indivíduo e no seu processo de aprendizagem.
Finalizaremos com uma proposta pedagógica de leitura, isto é, uma sequência didática a
respeito de diferentes gêneros textuais, com o objetivo de desenvolver o hábito e o prazer da
leitura nos alunos a partir da interação com os mais variados textos, possibilitando-os uma
nova visão diante dos acontecimentos em seu cotidiano.
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2 - METODOLOGIA
Na busca em obter um resultado desejado, organizou-se uma sequência de ações
planejadas de maneira adequada para a elaboração de uma pesquisa. Para tanto, nosso
trabalho será desenvolvido de acordo com a seguinte metodologia:
Primeiramente, para fazer uma análise das práticas de leituras existentes no ensino
fundamental é necessário que o objeto estudado entre em contato com o pesquisador, em que
o mesmo terá acesso às informações sobre o que deseja estudar, relacionando aos
procedimentos utilizados na escola estudada, levando o pesquisador a aperfeiçoar métodos a
serem aplicados em seu material, tudo isso a partir de uma fundamentação teórica que adota a
leitura funcional como a mais adequada para a proposta de leitura na escola. A partir disso
consideramos que nosso trabalho usa o método descritivo qualitativo, conforme descrito
abaixo:
A análise foi feita em uma turma de 4º ano com 18 alunos no horário da tarde na
E.M.E.F. Lucíla Ávila Pessoa, do município de Araçagi no decorrer de cinco dias, dois dias
para observação nas aulas procedidas pelo professor e nos três últimos dias para leitura de um
material selecionado, por fim ouve a aplicação de um questionário com questões objetivas e
subjetivas.
No último dia houve a confecção de cartazes para finalização do trabalho em classe,
em que foram mostrados os resultados obtidos.
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3 FUNDAMENTAÇÃO TÓRICA
3.1 - A LEITURA E SEU CONCEITO
Freire (1982) propõe uma concepção de leitura que se distância dos tradicionais
entendimentos do termo como sonorização do texto escrito, defendendo que a leitura começa
na compreensão do contexto em que se vive: “A leitura do mundo precede a leitura da
palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura
daquele”. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser
alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto.
(1982 p. 11-12).
É a prática de se ler algo, e através da qual se interpreta um conjunto de informações
presente em um determinado espaço. E necessário que esse hábito seja despertado logo na
infância, pois a leitura faz parte da formação cultural do indivíduo, com essa prática
desenvolve-se a capacidade de interpretação o senso crítico e o raciocínio.
Lajolo (1982, p. 59), afirma que:
Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É a partir
do texto, ser capaz de atribuir-lhe significado, conseguir relacioná-lo a todos os
outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura que seu
autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a esta leitura, ou rebelar-se
contra ela, propondo outra não prevista.
O norte para a prática docente é descrita nos Parâmetros Curriculares Nacionais
(1998), enfatizando que a leitura é o processo pelo qual o leitor realiza um trabalho ativo de
compreensão e interpretação do texto a partir de seus objetivos, de seus conhecimentos sobre
o assunto, sobre o autor, de tudo que sabe sobre a linguagem etc.
De acordo com os parâmetros através da leitura o indivíduo, além de melhorar suas
ideias, permite a sua interação com o texto, adquirindo conhecimentos e promovendo a sua
integração ao mundo da linguagem. À medida que a sociedade evolui, cresce a necessidade de
comunicação e interação entre os seres humanos, e a leitura é a principal ferramenta que
possibilita a aquisição linguística, tornando-nos falantes competentes.
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3.2 - A LEITURA E SUA IMPORTÂNCIA
A leitura e um ato muito importante para o aluno e através de uma boa leitura que o
aluno passa a ser um bom interpretador nas questões subjetivas, muitos saber ler, mas às vezes
não conseguem interpretar questões propostas em textos, livros, atividades ou até
desconhecem algumas palavras por falta de prática na leitura ou falta de conhecimentos e
interpretação nas palavras.
A esse respeito, Lajolo (2001, p.7) afirma que:
[...] “lê-se para entender o mundo, para viver melhor. Em nossa cultura, quanto mais
abrangente a concepção de mundo e de vida, mais intensamente se lê, numa espiral
quase sem fim, que pode e deve começar na escola, mas não pode nem costuma
encerrar-se nela.”
Essa concepção de leitura de Lajolo evidencia que o ato de ler é tão importante que
não deve se limitar aos muros da escola, mas deve ultrapassá-los e se estender por todas as
necessidades da vida.
Se a criança não e acostumada a ler em casa fica muito mais difícil desenvolver sua
leitura interpretativa em sala, pois ela precisa praticar muito, ou seja, ler muito e se não existe
este hábito no seu cotidiano, precisa-se de muito estímulo vindo do professor. Primeiramente,
para que o aluno goste da leitura de certo livro ele tem que ver se o professor também lê este
livro com estímulo, o professor jamais conseguirá passar o gosto de se ler uma história ou até
mesmo um livro infantil se ele não demonstrar que também gosta de leitura.
Não se consegue passar uma boa leitura que não seja do agrado do aluno e do
professor, primeiramente vem o desinteresse de alguns alunos, isso decorre de vários motivos
como a falta de motivação de algumas famílias. Esta realidade reflete em alunos
desinteressados que não buscam pelo aprendizado, e em alguns professores que com o mesmo
desinteresse não buscam a solução deste problema, sabe-se que é muito complicado, mas não
impossível.
Seguindo esse raciocínio, Souza (2009, p.226) explicita que:
Consideramos a família peça importante para o funcionamento da escola. Assim
sendo, a família é chamada a participar da educação, das crianças e dos jovens. No
entanto, muitos pais não sabem como fazê-lo. Contudo acreditamos que uma das
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maneiras viáveis de concretizar esta tarefa consiste na participação ativa da família
do aluno enquanto leitor.
3.3 – A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA A FORMAÇÂO DO LEITOR
Ver-se que atualmente, um dos problemas mais encontrados nas escolas, é a falta de
prática de leitura nas salas de aula, um dos maiores desafios existentes no âmbito escolar é
ensinar o aluno a fazer uma boa leitura, mesmo que exista a compreensão e reflexão do que
está sendo lido. Um leitor ativo e capaz de atribuir significados que desenvolvam um sentido
no contexto específico de comunicação.
Delmanto (2009) ressalta que:
[...] a escola deve ter a preocupação cada vez maior com a formação de leitores, ou
seja, a escola deve direcionar o seu trabalho para práticas cujo objetivo não seja
apenas o ensino de leitura em si, mas desenvolver nos alunos a capacidade de fazer
uso da leitura como também, da escrita para enfrentar os desafios da vida em
sociedade e, a partir do conhecimento adquirido com essa prática e com suas
experiências, continuar o processo de aprendizado e ter um bom desempenho na
sociedade ao longo da vida.
Existem vários fatores que levam o aluno a ter dificuldades em uma leitura
compreensiva. Alguns professores utilizam meios antiquados que acabam limitando a
formação de bons leitores, sendo assim, é necessário adotar métodos que desenvolvam a
apreciação da leitura, propiciando uma relação mais íntima do leitor com a leitura, fazendo
com que este tenha possibilidades de compreensão do assunto abordado e motivação para
criar suas próprias conclusões sobre o tema.
A leitura e uma atividade que se realiza individualmente, exigindo a disposição de
atitudes e capacidades de decodificação na escrita e, principalmente a compreensão, dando
um sentido no que esta sendo lido.
"A leitura que não surge de uma necessidade para chegar a um propósito não é
propriamente leitura" (KLEIMAN, 2004, p.35). Diante disso, compreende-se que, muitas
vezes, a leitura realizada no âmbito escolar acaba se tornando uma atividade desmotivadora,
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mecânica que não leva a nenhum aprendizado, tendo em vista que os objetivos traçados para a
leitura de um determinado texto, muitas vezes, não satisfazem o interesse de todos e acaba
tornando o ato de ler desinteressante.
Assim, entende-se que a escola deve propor aos alunos, durante as aulas de leitura,
textos que despertem o interesse da turma, para que possam definir objetivos para o texto lido
e em consequência disso, outros textos possam ser induzidos na leitura.
É aí que o professor desmotivado e desatualizado entra no contexto, e acaba colocando
notas desmerecedoras no aluno. A capacidade do aluno acaba sendo analisado através de uma
simples atividade, que não o faz refletir e compreender o texto, dessa forma percebe-se que, a
falta de uma atividade dinâmica é essencial para um processo de compreensão do mundo.
Por estes motivos, ver-se a necessidade de alguns professores buscarem novas
metodologias de ensino, que os ajudem a desenvolver tais competências, pois são nas
inovações que se encontram maneiras eficazes de se trabalhar e formar leitores capazes de
enfrentar as mudanças contemporâneas. Torna-se necessário para a escola formação
continuada para seus educadores, tendo como principais prioridades a leituras de qualidade,
boa adequação nos espaços, livros e textos diversificados. Todos esses livros e textos devem
estar á livre acesso dos alunos. É preciso que a escola tome a leitura como um processo pelo
qual o leitor realiza um trabalho ativo de análise e compreensão de um texto. Essa prática
deve ser estimulada da pré-escolar até a universidade, pois a existência das dificuldades
encontradas na prática de leitura origina-se quando o aluno não é incentivado ao hábito de ler.
De acordo com Antunes (2003), nada poderá justificar uma leitura de textos que não
sejam autênticos, de textos em que não haja, claramente, uma função comunicativa, um
objetivo interativo qualquer (op. Cit. p. 79). Segundo a autora na medida em que o aluno
participa de situações autênticas de linguagem, ele vai sendo incentivado a falar mais e
durante a fala entra num processo de organização de ideias que o levam a transmiti-las.
Deste modo, entende-se que o ensino de leitura deve está fundamentado nas
necessidades do aluno. Cabe à escola repensar, praticar e criar meios para a realização de um
ensino interativo. É preciso para atingir esse objetivo, que a escola análise a sua postura e faça
as modificações necessárias antes de tudo, pois só assim ela estará superando o
tradicionalismo que ainda predomina no seu desempenho pedagógico, dando oportunidade
aos alunos de uma leitura eficiente.
Os alunos serão capazes não apenas de localizar ideias, mas de relacionar e integrar
as partes do texto, de refletir sobre os seus sentidos, captando as intenções
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informações implícitas, de perceber relações com outros contextos, assim como de
gerar mais sentidos para o texto e de valorar os que leem de acordo com seus
próprios critérios. (DELMANTO 2009, p. 29)
Por meio deste entendimento observa-se que os alunos tem a capacidade de refletir,
integrar e relacionar o texto mas, para que isso ocorra é necessário a motivação do educador e
uma metodologia de ensino lúdica que sirva de estimulação efetiva.
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4- PRÁTICAS DE LEITURA EM SALA DE AULA
As práticas de leitura em sala de aula, mesmo com tantos incentivos através de
projetos educacionais ainda é pouco significativo nas escolas, pois alguns professores ficam
empurrando para o outro e deixando de assumir suas responsabilidades como educador.
Assim, os alunos vão se seguindo da educação infantil até o ensino médio sem motivação a
prática de leitura. Isso torna o aluno com o ensino incompleto, pois na hora de fazer testes não
se saem bem, devido não compreenderem o enunciado das questões.
Para KLEIMAN (2002), o processo de leitura torna-se cada vez mais simples quando
o leitor passa a ler continuamente, pois, assim ele passará a conhecer o léxico e a semântica
do texto. A leitura é a base de tudo, sem a prática de leitura o aluno pode se prejudicar não
apenas na disciplina de língua portuguesa, mas também nas demais disciplinas, tendo em vista
que a compreensão e a escrita não se restringe às aula de língua. Antunes (2009, p.187)
concebe que:
“Em geral qualquer disciplina apoia suas aulas em textos escritos. Lições de
história, geografia, biologia, matemática, etc., são apresentados em gêneros
expositivos, quase sempre, com imagens e quadros, gráficos, que precisam ser lidos,
compreendidos, sumarizados, esquematizados, resumidos, em atividades que
demandam refinadas estratégias de processamento dos sentidos.”
Sendo a leitura uma prática evidente e necessária no processo de ensino aprendizagem,
torna a escola a principal instituição social encarregada de promover, aprofundar e
sistematizar atividades educacionais que envolva o processo de leitura.
De acordo com os PCNs é fundamental que a escola, apresente, cada vez mais,
atividades de leituras que envolvam diferentes tipos de textos, sejam verbal ou não verbal,
oral ou escrito, e, que estejam envolvidos em diferentes contextos sócio comunicativos.
Nessa concepção, Foucambert (1994, p.) define a leitura como a formulação de um
juízo sobre a escrita no ato de questionar e explorar o texto na busca de respostas - textuais e
contextuais - que geram uma ação crítica do sujeito no mundo: “Ler significa ser questionado
pelo mundo e por si mesmo, significa que certas respostas podem ser encontradas na escrita,
significa poder ter acesso a essa escrita, significa construir uma resposta que integra parte das
novas informações ao que já se é.”
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4.1- PROBLEMAS ENCONTRADOS EM ALGUMAS PRÁTICAS DE LEITURA
EM SALA DE AULA
A falta de leitura em sala acontece com acomodo de alguns professores que não
procuram incluir em sua proposta pedagógica a leitura individual ou por achar que dá muito
trabalho inserir atividades de incentivo à leitura. Além de que, problemas de estrutura como
falta ade espaço e recursos didáticos.
De início a leitura deve ser feita diante de imagens que propocionem interresse da
criança. Esse processo inicial se dá através das cores, pelo tema, através dos personagens e o
conteúdo apresentado pelo educador, depois do hábito de dar sentido as imagens vem à
decodificação das palavras que vai proporcionando o domínio da leitura e escrita, e em
seguida a prática de leitura a partir de diversos gêneros textuais.
Geralmente a criança possui o hábito de leitura mais prazeroso quando ele inicia em
casa através do incentivo dos pais ou até dela mesma, tornando-se uma leitura mais
interesante, mas, muitas vezes, ela e forçada a ler só quando vai à escola, e isso torna a leitura
como um castigo imposto pelos professores ou pelos pais.
A obrigatoriedade da leitura em sala de aula e a prática de ler do professor sem
atividade que envolva e estimule a turma, também desencadeia o desinteresse do aluno no
processo contínuo de leitura.
A fim de refletir sobre isso tomamos as questões de Antunes (2009, p.201). A quem
compete desenvolver o fascínio pela leitura, essa sedução? A quem compete desenvolver o
gosto pela busca de informação que está nos livros? À escola certamente. Para a autora citada
é da escola a responsabilidade de desenvolver competências em leitura e escrita é uma tarefa
que a escola tem que priorizar e não pode sequer protelar.
Lajolo (1993, P. 108) afirma que “um professor precisa gostar de ler, precisa ler muito,
precisa envolver-se com o que lê”. Em consonância com Lajolo, a função do educador não
seria precisamente a de ensinar a ler, mas a de criar condições para o educando realizar a sua
própria aprendizagem, conforme seus próprios interesses, necessidades, fantasias, segundo as
dúvidas e exigências que a realidade lhe apresenta.
4.2 - A IMPORTÂNCIA DA ESCOLA EM CONHECER O ALUNO
Um dos maiores problemas que vejo acontecendo para que os alunos fiquem assim
completamente, atrasados no ensino da leitura e a falta de compromisso de alguns educadores
por não procurarem desenvolver esta prática no aluno a ponto de adquirir condições de passar
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adiante de ano, outro grande problema seria o sistema de educação pública. Geralmente isso
acontece nas escolas públicas onde há o interesse maior pela quantidade de aprovação que
pelo ensino de qualidade. Esse é um problema que enfrento enquanto educadora, pois tenho
alunos com muita deficiência na leitura, no entanto a secretaria do município exige que
avance, e introduzindo conteúdo do livro estabelecido pelo MEC, sendo eles incapazes de
perceber a realidade dos alunos.
Diante disso, surge a questão: como poderia fazer isso, se os alunos nem ao menos
conseguem ler? Isso quer dizer o que? A resposta que obtive foi: passe os conteúdos,
independente se eles entenderam ou não o que importa e que eles usem os livros.
Diante dos problemas analisados no decorrer de minhas pesquisas, mudei um pouco
minha percepção e vejo que antes de culpar a escola ou os professores pelo insucesso de uma
criança no âmbito escolar, o professor por si só não e mais o ser que teria a autoridade para
decidir a relação entre aluno/aprendizagem/ensino como antigamente, existem várias pessoas
tais como os pais, comunidade e todo um sistema educacional que fazem muita diferença
nesse processo.
Na sociedade atual, tanto a aquisição, quanto o gosto pela leitura tem se tornado uma
grande problemática e alvo de queixas e insatisfações por parte dos pais professores e
responsáveis pelos alunos. O professor, nesse caso, assume um papel de protagonista nesse
processo, pois ele é o principal incentivador da leitura. Daí a necessidade de conscientização
do professor diante do seu papel enquanto educador, que é de contribuir de forma significativa
para a formação de alunos apaixonados pela leitura, crítico, imaginativo e, sobretudo,
consciente de seu papel enquanto cidadão.
Nesse aspecto, o professor necessita desenvolver uma prática consciente e guiá-los
corretamente aos caminhos onde a leitura pode os levar. Levando em conta essa postura do
educador, torna-se válido afirmar que:
A função do educador não seria precisamente a de ensinar a ler, mas a de criar
condições para o educando realizar a sua própria aprendizagem, conforme seus
próprios interesses, necessidades, fantasias, segundo as dúvidas e exigências que a
realidade lhe apresenta. Martins (1994, p.34).
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5- PROPOSTAS PEDAGÒGICA DE LEITURA
Como bem diz Marcuschi (2008, p. 231) ¨ Compreender não é um simples ato de
identificação de informações, mas uma construção de sentidos em base em atividades
inferenciais ¨. Portanto para se compreender bem um texto, é preciso inter-relacionar
conhecimentos, fazer comparações, levantar hipóteses, tirar conclusões e produzir sentidos.
Podemos dizer que, um leitor eficiente e aquele que reformula perguntas enquanto lê e
se mantém atento, selecionando índices relevantes para compreensão. Dessa forma, é
necessário que um tema, ao ser trabalhado em sala de aula, seja abordado pelos ângulos das
diversas áreas do conhecimento, a fim de permitir que ideias e valores possam ser comparados
e criticados.
Existem vários fatores que levam o aluno a ter dificuldades, não permitindo que ele
faça uma leitura compreensiva, uma das causas apontadas advém do fato de alguns
professores estarem utilizando meios antiquados tais como livros e métodos que, por sua vez,
levam à limitação da possibilidade da formação de bons leitores. Nesse sentido, são
necessárias mudanças na sala de aula, as práticas de leitura devem acontecer de forma natural,
sem obrigação de nota no bimestre. As estratégias de incentivo à leitura precisam sair do
papel e participar do cotidiano escolar. Para tanto, é necessário que o professor saiba escolher
livros de qualidade e apresente aos alunos diversidades de gêneros e de temas. No ensino
fundamental, poemas, cordel, lendas, fábulas, contos de fadas, contos populares, livros
literários, textos teatrais devem estar presentes nas atividades de leitura, história e tiras em
quadrinhos, também possui um material agradável para esta fase.
Sendo assim, em minhas frequentes atividades de reforço na leitura, sempre procuro
trabalhar com livros didáticos com textos interpretativos e livros infantis e com o
conhecimento de palavras que surgem no decorrer das leituras, procuro anotar e fazê-los
buscar nos dicionários. Existem textos e livros que fazem o aluno refletir sobre os
acontecimentos ou até mesmo viajar nas aventurar contidas no tema como, por exemplo, esse
texto “Vida de sacola” utilizo sempre em minhas aulas.
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6 - ANÁLISE DOS RESULTADOS
Após uma análise interpretativa e um aprimoramento das técnicas utilizadas, contando
com a presença do professor da turma, foram mostradas formas criativas de leitura, que
buscaram melhorar o trabalho em sala de aula, visando modificar sua prática pedagógica com
relação ao processo de leitura compreensiva de seus alunos.
Após analisar o texto, o questionário e os cartazes que foram utilizados para trabalho
com a turma, observou-se que os problemas encontrados, estão em conflito com os métodos
atuais, assim levantou-se um debate sobre os procedimentos adequados para aquela turma.
Chegou-se a conclusão de que o procedimento mais adequado é variar os tipos de gêneros
textuais utilizados em sala.
Foi feito a confecção de cartazes com o objetivo de que haja uma mobilização ao
estímulo da leitura aos alunos de todas as outras salas de aula da escola, alguns deles optaram
por recortes de letras e palavras, ou até escrever palavras que não são compreendidas por eles.
Daí vem o incentivo de pesquisar ou até mesmo buscar respostas na internet, através do
celular ou outros meios tecnológicos, tendo em vista que estes meios são mais rápidos e
facilitam a busca por conhecimento, mas ainda deve-se motivar a pesquisa nos materiais
arquivado na escola, como exemplo os dicionários e livros, com isso eles adquirem o
conhecimento de palavras novas.
Para se conseguir uma boa leitura compreensiva é necessário praticar. No incentivo à
leitura utiliza-se materiais lúdicos para atrair a atenção dos alunos, levando-o a evoluírem,
pois é praticando a leitura que se adquire o hábito de ler tudo que está em seu redor, buscando
assim aguçar a curiosidade do cidadão leitor a correr atrás de suas dúvidas, e, dessa forma,
aprimorar seus conhecimentos.
Para chegar a um resultado satisfatório utilizou-se um questionário com pergunta
objetivas e subjetivas na turma do 4° ano da Escola Municipal Lucíla Ávila Pessoa, o qual
teve a participação de 18 alunos.
1 – O que é leitura pra você?
A maioria respondeu: conseguir ler e compreender o assunto.
Observa-se que eles entendem o principal objetivo da leitura, como nos mostra Lajolo
(1982, p. 59), “ler é ser capaz de atribuir-lhe significado”.
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2 – Quais os tipos de leitura que você utiliza?
Os mais citados foram livros infantis, gibis e tirinhas.
Ver-se que há uma necessidade maior do uso de outro gêneros textuais, que poderão
prejudica-los futuramente em seu desenvolvimento para uma boa formação.
Segundo Antunes (2009, 200), ler textos literários é importante, principalmente porque
“possibilita o contato com a arte da palavra, com o prazer estético da criação artística, com a
beleza gratuita da ficção da fantasia e do sonho, expressos por um jeito de falar tão singular”.
3 – Faça uma análise de sua compreensão de leitura.
( ) Boa ( ) Ruim
A maioria colocou boa.
Como observou-se em sala de aula a maioria acham que tem uma boa leitura mas, eles
não compreendem o que estão lendo o que caracteriza uma leitura ruim, como nos mostra
DELMANTO (2009, p. 29) que quando se tem uma boa leitura, “Os alunos serão capazes não
apenas de localizar ideias, mas de relacionar e integrar as partes do texto, de refletir sobre os
seus sentidos [...]”
4 – O que você entende como compreensão de leitura?
A maioria respondeu que é entender o que leu.
Realmente eles sabem que compreensão de leitura, é compreender o que leu,
entretanto a prática não se constata isso. Os alunos leem um texto interpretativo, mas não
conseguem entender o verdadeiro sentido do texto.
Entendemos que isso acontece por que não existe a prática de leitura contínua nesta
instituição, os alunos leem por obrigação e não por estímulo.
5 – você acha que o livro didático que você utiliza em sala é de boa compreensão?
( ) Sim ( ) Não
A maioria colocou não.
Verdadeiramente, os livros disponibilizados na escola trabalhada não é de fácil
compreensão devido à falta de relação com a realidade dos alunos. Pois, assim como Antunes
(2009) e Paulo Freire (1989), entendemos que o desenvolvimento de atividades de leitura na
escola precisa, também, levar em contar o conhecimento de mundo que o aluno traz ao chegar
na escola e principalmente nas atividades de leitura.
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Segundo Godinho (2008) “A leitura é fundamental para o desenvolvimento intelectual
e para a construção do conhecimento, pois ela modifica, transforma, amplia a visão de mundo,
proporciona a descoberta da realidade, das ideias, das palavras, levando o leitor até a sua
plenitude humana.”
Por fim de acordo com o que foi trabalhado na sala, obtém-se um resultado
satisfatório, no entanto observa-se que nesta escola os alunos não tem um bom incentivo a
prática da leitura. A partir do conteúdo trabalhado notou-se o interesse dos alunos, o que
evidencia que a deficiência na leitura, não parte apenas do aluno, mas também do professor,
do material utilizado e do espaço físico inadequado.
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7 - CONSIDERAÇÔES FINAIS
Este trabalho foi realizado com o intuito de levar o conhecimento e o desenvolvimento
das práticas de leitura em sala de aula e sua importância para formação do indivíduo, vindo
este contribuir não só para uma leitura codificada e representativa mas, principalmente para
uma leitura compreensiva. Entendeu-se que é papel da escola, levar a leitura necessária para
estimular a vontade de ler cada vez mais, e conhecer novas formas de interação, levando mais
conhecimento para o convívio social. Reconhecendo que:
A escola tem por função preparar o indivíduo para o exercício da cidadania
moderna, para a modernidade. Isso significa formar o homem capaz de conviver
numa sociedade em que se cruzam interveniências e influências mundiais da cultura,
da política, da economia, da ciência e da técnica (RODRIGUES: 2001, p. 55-56)
O trabalho com a leitura nas escolas é algo muito importante, pois leva o aluno a uma
análise e compreensão dos conteúdos, o que acarreta em um melhor desempenho. Desse modo
é necessário que o aluno entenda que a leitura é a porta de formação do cidadão,
possibilitando que o mesmo seja capaz de construir suas próprias ideias, tornando-se um
cidadão formador de opiniões.
As dificuldades encontradas no que diz respeito à formação do leitor nas escolas ainda
ocorre com muita frequência por vários motivos que de uma forma ou de outra não depende
diretamente só do professor, que é a pessoa que mais está presente com o educando, mas de
todo um sistema que faz parte desse processo educacional existente em nosso país. Martins
salienta que:
A função do educador não seria precisamente a de ensinar a ler, mas a de criar
condições para o educando realizar a sua própria aprendizagem, conforme seus
próprios interesses, necessidades, fantasias, segundo as dúvidas e exigências que a
realidade lhe apresenta. Martins (1994, p.34).
O professor ainda é a figura essencial no processo de formação do cidadão, mas não
pode sozinho, modificar um sistema, pois acima de suas possibilidades de desenvolver a
aprendizagem do aluno e aprová-lo, de acordo com sua real capacidade. Existe por traz de
tudo o interesse da escola, secretaria de educação, estado, e outros mais que procuram sempre
obter mais quantidade do que qualidade.
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Para Antunes (2009), embora a escola seja a principal responsável pela a formação do
leitor, não exclui, evidentemente a participação da família, não exclui a sociedade, os meios
de comunicação todos, jornais, TV, páginas da internet, revistas, não exclui, principalmente
políticas públicas orientadas para educação e promoção da cultura letrada.
O professor é apenas uma das peças desse processo de aprendizagem, e sobre ele pesa
o maior fardo, o de se deparar com alunos desinteressados e desestimulados que não são
capazes de acompanhar o ritmo da turma na qual está matriculado, o que acarreta em
desistência por parte desse aluno no meio do ano letivo, às vezes até por ele mesmo se achar
incapaz de conseguir desenvolver sua própria leitura, passa a sofrer com os conteúdos
abordados e antes do final do ano letivo chegue a uma desistência.
Desta forma, concluo dizendo que esta pesquisa foi de muita importância para minha
vida acadêmica e pessoal, pois além de ter dado a oportunidade de lidar, na prática, com o
processo de leitura em sala, tive um bom aproveitamento na prática docente através das
análises e dos trabalhos elaborados com a turma.
Encerro aqui estas considerações, entendendo que refletir acerca da leitura é algo
necessário e relevante para que haja uma análise dos vários problemas existentes em sala,
como os que levam a falta de estímulo à leitura compreensiva, a uma má formação de
cidadãos críticos, interpretativos e formadores de opiniões.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTUNES Irandé. Explorando a Leitura. IN: Aula de Portugues encontre a interação São
Paulo: Parábola, 2003, p.79.
CAGLIARI, L.C Alfabetizazação&Linguistica- São Paulo: Scipione, 2009 (Coleção
pensamentos e ação na sala de aula).
DELMANTO, Dileta. A leitura em sala de aula. Construir Notícias, Recife, ano 08, n. 45, p.
24-26, mar./abril. 2009.
GOULART, Maria Aldigueri. Práticas de Leitura e Escrita/ Maria Angélica Freire de
Carvalho, Rosa Helena Mendonça (orgs) – MEC-Brasília: 2006. (p.73)
KATO, Mary. No mundo da escrita: uma perspectiva psicolingüística. São Paulo: Ática,
1987.
KlEBIS, Carlos Eduardo de Oliveira. Leitura na escola. São Paulo: problemas e tentativas de
solução.
KLEIMAN, A. Texto & Leitor: Aspectos cognitivos da leitura. 9 ed. Campinas: Pontes,
2004.
LAJOLO, Marisa. Do Mundo da Leitura para a Leitura do Mundo. 6ª ed. São Paulo, SP:
Ática, 2001;
LEFFA. Vilson. Aspectos da leitura. Porto Alegre: Sangra Luzzatto, 1996.
MARTINS, Maria Helena Ampliando a noção de leitura IN: O que é leitura 18ed. São
Paulo: Brasiliense, 1994.
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. 19 ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
KLEIMAN, Angela B. Oficina de leitura. São Paulo: Cortez, 1993.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo:
Cortez, 2002.
MORAIS, José. A arte de ler. São Paulo. Editora da Unesp, 1996.p.13.
ORLANDI, E. Discurso e leitura. 2ed, São Paulo: Cortez, Campinas: Unicamp, 1987.
25
RODRIGUES, Neidson. Da Mistificação da Escola à Escola Necessária. 7ªed. São Paulo:
CORTEZ, 2001.
SOARES, M. As condições sociais da leitura: uma reflexão em contraponto.
SOLÉ, L. Estratégias de Leitura. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
SOUZA, Renata Junqueira (org). Biblioteca Escolar e práticas Educativas: o mediador em
formação. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2009.
VIGOTSKY, L, S. A formação social da mente. São Paulo: Martins, Pontes, 1994.
http://www.paralerepensar.com.br/jussara_aleituraefundamental.htmwww.portuguesemfoco.c
om/.../09-dicas-para-melhorar-a-int... Visitado em 07 de outubro de 2013.
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TEXTO:
09 DICAS PARA MELHORAR A INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
A leitura é o meio mais importante para chegarmos ao conhecimento,
portanto, precisamos aprender a ler e não apenas “passar os olhos sobre algum texto”. Ler, na
verdade, é dar sentido à vida e ao mundo, é dominar a riqueza de qualquer texto, seja literário,
informativo, persuasivo, narrativo, possibilidades que se misturam e as tornam infinitas. É
preciso, para uma boa leitura, exercitar-se na arte de pensar, de captar idéias, de investigar as
palavras… Para isso, devemos entender primeiro, algumas definições importantes:
TEXTO
O texto (do latim textum: tecido) é uma unidade básica de organização e transmissão de
idéias, conceitos e informações de modo geral. Em sentido amplo, uma escultura, um quadro,
um símbolo, um sinal de trânsito, uma foto, um filme, uma novela de televisão também são
formas textuais.
INTERLOCUTOR É a pessoa a quem o texto se dirige.
TEXTO-MODELO “Não é preciso muito para sentir ciúme. Bastam três – você, uma pessoa amada e uma intrusa.
Por isso todo mundo sente. Se sua amiga disser que não, está mentindo ou se enganando.
Quem agüenta ver o namorado conversando todo animado com outra menina sem sentir uma
pontinha de não-sei-o-quê? (…)
É normal você querer o máximo de atenção do seu namorado, das suas amigas, dos seus pais.
Eles são a parte mais importante da sua vida.”
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QUESTIONÀRIO:
1 – O que é leitura pra você?
2 – Quais os tipos de leitura que você utiliza?
3 – Faça uma analise de sua compreensão de leitura.
( ) Boa ( ) Ruim
4 – O que você entende como compreensão de leitura?
5 – você acha que o livro didático que você utiliza em sala é de boa compreensão?
( ) Sim ( ) Não