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Lei Pluralismo - Comunicação Social, Discurso dos MediaTRANSCRIPT
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DECRETO N. 280/X
Aprova a lei do pluralismo e da no concentrao nos meios de comunicao
social, procedendo segunda alterao Lei n. 2/99, de 13 de Janeiro, e
terceira alterao Lei n. 4/2001, de 23 de Fevereiro
A Assembleia da Repblica decreta, nos termos da alnea c) do artigo 161. da
Constituio, o seguinte:
CAPTULO I
Disposies gerais
Artigo 1.
Objecto e finalidade
1 - A presente lei promove o pluralismo, a independncia perante o poder poltico e
econmico, a divulgao da titularidade e a no concentrao nos meios de
comunicao social.
2 - O regime jurdico estabelecido na presente lei no prejudica:
a) A aplicao do regime jurdico da concorrncia, designadamente em matria
de controlo de operaes de concentrao, de acordos ou prticas concertadas
entre empresas, de abuso de posio dominante, de abuso de dependncia
econmica e de auxlios de Estado, pela autoridade reguladora da
concorrncia;
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b) A aplicao do regime jurdico das redes e servios de comunicaes
electrnicas, designadamente em matria de imposio de deveres
regulamentares pela autoridade reguladora das comunicaes, na sequncia de
procedimentos de anlise de mercados relevantes;
c) A aplicao do regime de transparncia de participaes sociais das sociedades
com o capital aberto ao investimento do pblico, designadamente quanto aos
deveres de comunicao, previsto no Cdigo dos Valores Mobilirios;
d) A verificao, a todo o tempo, pela Entidade Reguladora para a Comunicao
Social (ERC), do cumprimento das obrigaes de pluralismo e independncia
prprias dos meios de comunicao social do servio pblico, estabelecidas no
respectivo regime jurdico;
e) A adopo de procedimentos pela ERC, no mbito das suas competncias e
nos termos dos respectivos estatutos, com vista promoo e defesa do
pluralismo.
Artigo 2.
Definies
1 - Para efeitos da presente lei, entende-se por:
a) Empresas que prosseguem actividades de comunicao social, as entidades
que disponibilizem regularmente ao pblico publicaes peridicas, servios
de programas radiofnicos, servios de programas televisivos ou outros
contedos submetidos a tratamento editorial e organizados como um todo
coerente, de modo gratuito ou oneroso, independentemente do suporte de
distribuio ou do meio de difuso utilizado, ou um conjunto de tais entidades
quando, embora juridicamente distintas, constituam uma unidade econmica
ou mantenham entre si laos de interdependncia ou subordinao;
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b) rgos de comunicao social de natureza doutrinria, aqueles que visem
predominantemente divulgar qualquer ideologia ou credo religioso;
c) rgos de comunicao social de natureza institucional, aqueles que visem
predominantemente divulgar as actividades de quaisquer pessoas colectivas,
quando prosseguidas por estas ou sob sua responsabilidade, sem carcter
publicitrio;
d) rgos de comunicao social de natureza cientfica, aqueles que visem
predominantemente difundir investigaes e estudos cientficos ou
acadmicos, assim como aqueles que se destinem predominantemente
educao e divulgao de matrias de manifesto interesse na rea cientfica,
tecnolgica ou cultural;
e) Domnio, a relao existente entre uma pessoa singular ou colectiva e uma
empresa quando, independentemente de o domiclio ou a sede se situar em
Portugal ou no estrangeiro, aquela possa exercer sobre esta, directa ou
indirectamente, uma influncia dominante. Considera-se, em qualquer caso,
existir domnio quando uma pessoa singular ou colectiva:
i) Detm uma participao maioritria no capital social ou a maioria dos
direitos de voto;
ii) Pode exercer a maioria dos direitos de voto, nos termos de acordo
parassocial; ou
iii) Pode nomear ou destituir a maioria dos titulares dos rgos de
administrao ou de fiscalizao.
f) Participao qualificada, a deteno, directa ou indirecta, isolada ou
conjunta, de 5%, ou mais, do capital social ou dos direitos de voto da entidade
participada.
2 - Para o clculo das participaes qualificadas, so considerados os direitos de voto:
a) Directamente detidos pelo participante em resultado da titularidade de
participaes sociais;
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b) Detidos pelo participante a ttulo de usufruto;
c) Detidos por terceiros em nome prprio, mas por conta do participante;
d) Detidos por sociedade que com o participante se encontre em relao de
domnio ou de grupo;
e) Detidos por titulares do direito de voto com os quais o participante tenha
celebrado acordo para o seu exerccio, salvo se pelo mesmo acordo estiver
vinculado a seguir instrues de terceiro;
f) Detidos pelos membros dos seus rgos de administrao ou de fiscalizao,
quando o participante for uma pessoa colectiva;
g) Que o participante possa vir a adquirir, em virtude de acordo j celebrado com
os respectivos titulares;
h) Inerentes a participaes detidas em garantia pelo participante ou por este
administradas ou perante si depositadas, se os direitos de voto lhe tiverem sido
atribudos;
i) Detidos por titulares do direito de voto que tenham conferido ao participante
poderes discricionrios para o seu exerccio;
j) Detidos por pessoas que tenham celebrado algum acordo com o participante
que vise adquirir o domnio da sociedade ou frustrar a alterao de domnio ou
que, de outro modo, constitua um instrumento de exerccio concertado de
influncia sobre a sociedade participada;
l) Imputveis a qualquer das pessoas referidas numa das alneas anteriores por
aplicao, com as devidas adaptaes, de critrio constante de alguma das
outras alneas.
3 - Para verificao da existncia de domnio, so considerados, com as necessrias
adaptaes, os direitos de voto referidos nas diversas alneas do nmero anterior.
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4 - Para efeitos da alnea j) do n. 2, presume-se serem instrumento de exerccio
concertado de influncia os acordos relativos transmissibilidade das participaes
representativas do capital social da sociedade participada, salvo prova, perante a
ERC, de que a relao estabelecida com o participante independente da influncia,
efectiva ou potencial, sobre a sociedade participada.
Artigo 3.
mbito de aplicao
1 - Esto sujeitos s regras estabelecidas na presente lei as empresas que prosseguem
actividades de comunicao social e os titulares de participaes sociais nessas
empresas, designadamente:
a) As agncias noticiosas;
b) As pessoas singulares ou colectivas que editem publicaes peridicas,
independentemente do suporte de distribuio que utilizem;
c) Os operadores de rdio e de televiso, relativamente aos servios de programas
que difundam ou aos contedos complementares que forneam, sob sua
responsabilidade editorial, por qualquer meio, incluindo por via electrnica;
d) As pessoas singulares ou colectivas que disponibilizem ao pblico, atravs de
redes de comunicaes electrnicas, servios de programas de rdio ou de
televiso, na medida em que lhes caiba decidir sobre a sua seleco e
agregao;
e) As pessoas singulares ou colectivas que disponibilizem regularmente ao
pblico, atravs de redes de comunicaes electrnicas, contedos submetidos
a tratamento editorial e organizados como um todo coerente;
f) As sociedades gestoras de participaes sociais em qualquer uma das
entidades referidas nas alneas a) a e).
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2 - No esto sujeitas s regras previstas na presente lei as entidades referidas na alnea
f) do nmero anterior quando as participaes por si detidas resultem de:
a) Primeira aquisio decorrente de processo especial de insolvncia, durante um
perodo mximo de trs anos;
b) Aquisio decorrente de processo especial de inventrio, quando aquelas
constituam o nico patrimnio inventariado e o herdeiro no seja titular
directo ou indirecto de outro meio de comunicao social;
c) Entrega por terceiro, a ttulo de garantia de quaisquer obrigaes, quando no
lhes tenham sido conferidos direitos de voto ou poderes discricionrios para o
seu exerccio.
3 - Os artigos 12., 19. a 24. e 26. da presente lei no so aplicveis aos rgos de
comunicao social de natureza doutrinria, institucional ou cientfica, s lhes sendo
aplicvel o regime previsto no captulo II quando os respectivos titulares revistam a
forma societria.
CAPTULO II
Divulgao da titularidade
Artigo 4.
Nominatividade obrigatria de aces
As aces representativas do capital social das sociedades titulares de rgos de
comunicao social so obrigatoriamente nominativas.
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Artigo 5.
Divulgao pblica da titularidade
1 - A relao dos titulares e detentores de participaes no capital social das empresas
que prosseguem actividades de comunicao social, com a discriminao das
respectivas percentagens de participao, bem como a indicao dos rgos de
comunicao social que quelas pertenam, tornada pblica anualmente, nos seis
meses posteriores ao termo do exerccio econmico, no respectivo stio electrnico e
no stio electrnico da ERC.
2 - A relao de titulares e de detentores mencionada no nmero anterior deve
identificar toda a cadeia de entidades a quem deva ser imputada uma participao
qualificada nos termos do n. 2 do artigo 2., incluindo os titulares e os detentores de
participaes em sociedades gestoras de participaes sociais e independentemente
da sua sujeio a lei estrangeira.
3 - As empresas que prosseguem actividades de comunicao social devem tambm,
anualmente, enviar ERC e tornar pblico o relatrio de gesto, as contas anuais, a
certificao legal de contas e demais documentos de prestao de contas exigidos
por lei, nos seis meses posteriores ao termo do exerccio econmico, no respectivo
stio electrnico, sem prejuzo do cumprimento de prazos mais curtos a que se
encontrem legalmente obrigadas.
4 - As empresas que prosseguem actividades de comunicao social e que no
disponham de stio electrnico devem publicar a informao exigida no mbito do
presente artigo num jornal de informao geral e de mbito nacional, em corpo de
fcil leitura e normalmente utilizado para textos noticiosos.
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Artigo 6.
Dever de comunicao subsequente
1 - Todos os actos registrais referentes titularidade de participaes em empresas que
prosseguem actividades de comunicao social ficam sujeitos a comunicao
subsequente ERC que deve incluir informao sobre:
a) A identificao das participaes e das respectivas caractersticas completas,
designadamente, os direitos especialmente includos ou excludos e o valor
nominal ou percentual;
b) A identificao do titular e, em caso de contitularidade, do representante
comum;
c) A identificao do requerente do acto de registo;
d) A identificao do beneficirio do acto de registo;
e) A descrio dos factos que consubstanciaram o dever de sujeio a registo,
designadamente, a constituio, modificao ou extino de direitos de
propriedade, usufruto, penhor, arresto, penhora ou qualquer outra situao
jurdica que afecte as participaes sociais ou a propositura de aces judiciais
ou arbitrais relativas aos direitos registados ou ao prprio registo, bem como
as respectivas decises.
2 - A ERC aprova o modelo de comunicao subsequente para efeitos do nmero
anterior.
Artigo 7.
Deveres especiais de informao
1 - Quem atinja ou ultrapasse 5%, 10%, 20%, 1/3, 50%, 2/3 e 90% do capital social ou
dos direitos de voto de empresas que prosseguem actividades de comunicao
social, e quem reduza a sua participao para valor inferior a qualquer daqueles
limites, deve, no prazo de sete dias teis contados da ocorrncia do facto:
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a) Informar a ERC e a entidade participada;
b) Dar conhecimento s entidades referidas na alnea anterior das situaes que
determinam a imputao ao participante de direitos de voto, nos termos no n.
2 do artigo 2..
2 - A comunicao efectuada nos termos do nmero anterior deve incluir:
a) A identificao de toda a cadeia de entidades a quem a participao
qualificada imputada nos termos no n. 2 do artigo 2.;
b) A percentagem de direitos de voto imputveis ao titular da participao
qualificada, a percentagem de capital social e o nmero de participaes
correspondentes.
3 - O dever de identificao da cadeia de imputao vincula qualquer entidade que
detenha participaes qualificadas em empresas que prosseguem actividades de
comunicao social em territrio portugus, independentemente da sua sujeio a lei
estrangeira.
4 - Caso o dever de comunicao incumba a mais de um participante, pode ser feita
uma nica comunicao que exonera os restantes, na medida em que aquela respeite
todos os requisitos exigveis.
5 - No caso de empresas constitudas sob forma diversa de sociedade annima fica
apenas dispensada a comunicao entidade participada prevista no presente artigo.
6 - Os titulares de participao qualificada em empresas que prosseguem actividades de
comunicao social sujeitas lei portuguesa devem prestar ERC, a pedido desta,
informao sobre a origem dos fundos utilizados na aquisio ou no reforo daquela
participao.
7 - A ERC e a Comisso do Mercado de Valores Mobilirios comunicam
reciprocamente qualquer indcio de irregularidade relevante para o exerccio das
respectivas competncias.
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Artigo 8.
Divulgao
1 - A entidade participada deve, no prazo de trs dias teis, publicar a informao
recebida nos termos do n. 1 do artigo anterior, no respectivo stio electrnico ou, na
sua ausncia, em jornal de informao geral e de mbito nacional, em corpo de fcil
leitura e normalmente utilizado para textos noticiosos.
2 - A ERC procede igualmente publicao da informao a que se refere o n. 1 do
artigo anterior no seu stio electrnico.
3 - A entidade participada e os titulares dos seus rgos sociais devem informar a ERC
quando tiverem conhecimento ou fundados indcios de incumprimento dos deveres
de informao previstos no artigo anterior.
4 - No caso de empresas constitudas sob forma diversa de sociedade annima fica
dispensada a publicao prevista no n. 1.
Artigo 9.
Ausncia de transparncia
1 - Na ausncia da comunicao prevista no artigo 7., no caso de esta no identificar
toda a cadeia de entidades a quem a participao qualificada deve ser imputada ou
se, em qualquer caso, existirem fundadas dvidas sobre a identidade das pessoas a
quem possam ser imputados os direitos de voto respeitantes a uma participao
qualificada, ou sobre o cumprimento cabal dos deveres de comunicao, a ERC
notifica deste facto os interessados, os rgos de administrao e fiscalizao e o
presidente da mesa da assembleia geral da empresa que prossegue actividades de
comunicao social.
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2 - At 30 dias teis aps a notificao, podem os interessados apresentar prova
destinada a esclarecer os aspectos suscitados na notificao da ERC, ou tomar
medidas com vista a assegurar a transparncia da titularidade das participaes
qualificadas.
3 - Se os elementos aduzidos ou as medidas tomadas pelos interessados no puserem
fim situao, a ERC publicita a falta de transparncia quanto titularidade das
participaes qualificadas em causa, designadamente numa das primeiras pginas de
dois jornais de informao geral e de mbito nacional, em corpo de fcil leitura e
normalmente utilizado para textos noticiosos, sem prejuzo do correspondente
processo contra-ordenacional.
4 - No caso de sociedades abertas ao investimento do pblico, a publicitao referida no
nmero anterior precedida de audio da Comisso do Mercado de Valores
Mobilirios.
Artigo 10.
Acordos parassociais
1 - Os acordos parassociais que visem adquirir, manter ou reforar uma participao
qualificada em empresa que prossegue actividades de comunicao social so
comunicados ERC, no prazo de trs dias teis aps a sua celebrao.
2 - A ERC pode publicar ou ordenar a publicao, pelas pessoas que deles sejam partes,
do texto integral ou de excertos dos referidos acordos parassociais, em funo do
grau de confidencialidade da informao neles contidos, na medida em que estes
sejam relevantes para efeitos de divulgao da titularidade e dos meios de
financiamento dos rgos de comunicao social.
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3 - As deliberaes sociais tomadas com base em votos expressos em execuo de
acordos no comunicados ou no publicados nos termos dos nmeros anteriores so
anulveis, salvo se for provado que a deliberao teria sido adoptada sem aqueles
votos.
Artigo 11.
Extenso
Os deveres previstos no presente captulo so extensveis, com as devidas adaptaes, a
pessoas colectivas de forma no societria, designadamente associaes, cooperativas
ou fundaes, que prossigam actividades de comunicao social.
CAPTULO III
Do acesso actividade
Artigo 12.
Princpio da especialidade
As empresas que prosseguem actividades de comunicao social que consistam na
organizao de servios de programas generalistas, temticos informativos ou na edio
de publicaes peridicas de informao geral tm como objecto principal o exerccio
dessas actividades.
Artigo 13.
Restries
1 - O Estado, as regies autnomas, as autarquias locais e as suas associaes, ou
outras entidades pblicas, e ainda as empresas pblicas estaduais ou regionais, as
empresas municipais, intermunicipais ou metropolitanas apenas podem ser titulares
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de rgos de comunicao social de natureza institucional ou cientfica, tendo em
conta o disposto na legislao sectorial.
2 - O disposto no nmero anterior no prejudica a prossecuo, nos termos
constitucionais, de actividades de comunicao social atravs de:
a) Entidades habilitadas para a prestao do servio pblico de televiso;
b) Entidades habilitadas para a prestao do servio pblico de rdio;
c) Entidades titulares de agncias noticiosas prestadoras de servios de interesse
pblico.
3 - Os partidos ou associaes polticas, as organizaes sindicais, patronais ou
profissionais e as associaes pblicas profissionais apenas podem subsidiar ou ser
titulares de rgos de comunicao social de natureza institucional, cientfica ou
doutrinria, tendo em conta o disposto na legislao sectorial.
4 - A concesso de apoios pblicos a rgos de comunicao social deve obedecer aos
princpios da publicidade, objectividade e no discriminao.
Artigo 14.
Condies para a atribuio de licenas
1 - Os princpios do pluralismo, da diversidade e da no concentrao nos meios de
comunicao social devem ser especialmente considerados, atentas as
caractersticas de cada mercado, na identificao das condies de admisso e dos
critrios de graduao das candidaturas a concursos pblicos para a atribuio de
licenas para o exerccio das actividades de rdio e de televiso, para alm dos
previstos na legislao sectorial, designadamente:
a) Nos concursos para a atribuio de licenas para a organizao de servios de
programas televisivos;
b) Nos concursos para a atribuio de licenas para a seleco e agregao de
servios de programas televisivos;
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c) Nos concursos para a atribuio de licenas para a organizao de servios de
programas radiofnicos.
2 - Em qualquer caso, nenhuma pessoa singular ou colectiva pode deter, directa ou
indirectamente:
a) Um nmero de licenas de servios de programas televisivos de mbito local
superior a 30% do nmero total das licenas atribudas no conjunto do
territrio nacional;
b) Um nmero de licenas de servios de programas radiofnicos de mbito local
superior a 30% do nmero total das licenas atribudas no conjunto do
territrio nacional.
CAPTULO IV
Da no concentrao
Seco I
Disposies gerais
Artigo 15.
Proibio de domnio
1 - Nenhuma pessoa singular ou colectiva pode exercer domnio sobre mais de um
operador de televiso responsvel pela organizao de servios de programas de
mbito local, licenciados ou autorizados para a mesma rea de cobertura.
2 - Nenhuma pessoa singular ou colectiva pode exercer domnio sobre mais de um
operador de rdio responsvel pela organizao de servios de programas de mbito
local, licenciados ou autorizados para a mesma rea de cobertura.
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3 - Sem prejuzo do correspondente processo contra-ordenacional, so nulos os
negcios jurdicos celebrados em violao do disposto nos nmeros anteriores.
Artigo 16.
Independncia jurdica
As empresas que procedem distribuio, sem carcter de exclusividade, de
publicaes ou de servios de programas constituem obrigatoriamente pessoas jurdicas
distintas das que sejam titulares dos produtos ou servios por si distribudos.
Artigo 17.
Limites relativos distribuio
1 - proibida a explorao abusiva de uma posio dominante no mercado da
distribuio de produtos ou servios fornecidos por empresas que prosseguem
actividades de comunicao social, assim como quaisquer acordos ou prticas
concertadas que tenham como resultado impedir ou dificultar, de forma
injustificada, o acesso de produtos ou servios concorrentes s mesmas redes de
distribuio, ou o acesso por distribuidores concorrentes a esses produtos ou
servios, nos termos previstos no regime jurdico da concorrncia.
2 - A ERC notifica a autoridade reguladora da concorrncia quando, no mbito das suas
atribuies, verifique, oficiosamente ou a pedido de qualquer interessado, existirem
indcios da ocorrncia dos comportamentos referidos no nmero anterior, para que
esta autoridade inicie o processo adequado.
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Seco II
Da interveno da ERC no mbito da concorrncia
Artigo 18. Parecer vinculativo
1 - As decises da autoridade reguladora da concorrncia relativas a matrias da sua
competncia que envolvam empresas que prosseguem actividades de comunicao
social esto sujeitas a parecer prvio da ERC, o qual s vinculativo quando
verifique existir fundado risco para o pluralismo ou para a independncia perante o
poder poltico ou econmico.
2 - Para efeitos do disposto no nmero anterior, a ERC procede verificao do
cumprimento das obrigaes legais, quando aplicveis, de pluralismo e de
independncia pelas empresas em causa, designadamente:
a) Garantia de expresso e confronto das diversas correntes de opinio;
b) Respeito pelos direitos constitucional e legalmente reconhecidos aos
jornalistas, tais como o direito liberdade de expresso e de criao, a
interveno na orientao editorial dos respectivos rgos de comunicao
social, a proteco da independncia e do sigilo profissionais;
c) Respeito pelas competncias dos conselhos de redaco;
d) Garantia do exerccio do direito de resposta ou de rectificao.
3 - Para efeitos de aferio do risco a que se refere o n. 1, a ERC procede, de acordo
com a rea geogrfica e as caractersticas dos produtos ou servios de comunicao
social a disponibilizados, verificao dos seguintes indicadores:
a) Existncia de diferentes rgos de comunicao social, propriedade de
diferentes empresas ou grupos empresariais;
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b) Diversidade das orientaes editoriais dos diferentes rgos de comunicao
social;
c) Disponibilizao do acesso s redes de distribuio aos diferentes rgos de
comunicao social;
d) Disponibilizao dos servios de programas, publicaes ou outros contedos
sujeitos a tratamento editorial s diferentes redes de distribuio;
e) Acessibilidade das fontes de financiamento, designadamente atravs de receitas
publicitrias, para os diferentes rgos de comunicao social;
f) Acessibilidade do mercado de emprego para jornalistas.
4 - A ERC pode tambm, para aferio do risco para o pluralismo ou para a
independncia perante o poder poltico ou econmico, ter em conta reas
geogrficas e produtos ou servios conexos aos considerados nos termos do nmero
anterior, se as ligaes entre eles permitirem a uma empresa aumentar, por
alavancagem, o seu poder de influncia.
5 - Adicionalmente e ainda para os efeitos referidos nos n.os 2 a 4, a ERC pode ter em
conta os antecedentes das empresas em causa, em matria de respeito pelo
pluralismo e de manuteno de independncia perante o poder poltico e econmico.
6 - O parecer prvio proferido no prazo de 30 dias teis contados da data de
notificao ERC, sob pena de se presumir favorvel.
7 - O prazo referido no nmero anterior fica automaticamente suspenso pelo prazo
mximo de 15 dias teis sempre que a ERC notifique o interessado ou quaisquer
outras entidades para prestao de informaes, entrega de documentos ou
pareceres.
8 - Os prazos a cumprir pela autoridade reguladora da concorrncia, conforme
estabelecidos no regime jurdico da concorrncia, ficam automaticamente suspensos
desde a data do envio do pedido de parecer daquela autoridade ERC, at data da
recepo do parecer desta entidade ou, na sua falta, at data de expirao do
respectivo prazo.
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Seco III
Da interveno autnoma da ERC
Artigo 19.
Universos de referncia
Para efeitos de identificao de poderes de influncia sobre a opinio pblica, so
fixados como universos de referncia:
a) Publicaes peridicas de informao geral de mbito nacional;
b) Servios de programas radiofnicos;
c) Servios de programas televisivos.
Artigo 20.
Averiguao de poderes de influncia
A ERC inicia um procedimento administrativo de averiguao de poderes de influncia
sobre a opinio pblica, quando, no exerccio das suas funes de regulao e
superviso e recorrendo aos instrumentos de medio utilizados no meio, verifique uma
das seguintes situaes:
a) Uma empresa que prossegue actividades de comunicao social detm, num
determinado universo de referncia, tendo em conta o valor mdio de cada
semestre, 50% ou mais:
i) da circulao mdia por edio, no caso da imprensa;
ii) das audincias, no caso da rdio ou da televiso;
ou b) Uma empresa que prossegue, simultaneamente, actividades de comunicao
social em mais do que um universo de referncia detm, tendo em conta o valor
mdio de cada semestre, 30% ou mais:
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i) da circulao mdia por edio, no caso da imprensa;
ii) das audincias, no caso da rdio ou da televiso,
em qualquer universo de referncia que no o universo mais significativo em circulao ou audincia.
Artigo 21.
Demonstrao da inexistncia de risco para o pluralismo e a independncia
1 - Aps verificao de alguma das situaes previstas no artigo anterior, a ERC
notifica a empresa em causa, a qual tem a faculdade de demonstrar, no prazo de 20
dias teis, que o pluralismo e a independncia dos respectivos rgos de
comunicao social esto salvaguardados.
2 - No uso da faculdade prevista no nmero anterior, a empresa demonstra o
cumprimento das obrigaes legais relativas ao pluralismo e independncia,
nomeadamente:
a) Garantia de expresso e confronto das diversas correntes de opinio;
b) Respeito pelos direitos constitucional e legalmente reconhecidos aos
jornalistas, tais como o direito liberdade de expresso e de criao, a
interveno na orientao editorial dos respectivos rgos de comunicao
social, a proteco da independncia e do sigilo profissionais;
c) Respeito pelas competncias dos conselhos de redaco;
d) Garantia do exerccio do direito de resposta ou de rectificao.
3 - Ainda para os efeitos do disposto no n. 1, a empresa em causa demonstra o
preenchimento dos seguintes indicadores de pluralismo e independncia:
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a) Diversidade das orientaes editoriais dos rgos de comunicao social por si
detidos;
b) Existncia de instrumentos de auto-regulao, tais como livros de estilo,
cdigos de conduta, provedores dos leitores, ouvintes, telespectadores, ou
outros;
c) Disponibilizao de espao ou de tempo de programao especficos a
minorias.
4 - No mbito da demonstrao acima referida, a empresa em causa pode,
adicionalmente, invocar os seus antecedentes em matria de respeito pelo pluralismo
e de manuteno de independncia perante o poder poltico e econmico.
5 - A ERC analisa os elementos apresentados pela empresa em causa ou, caso esta no
utilize a faculdade que lhe conferida pelo n. 1, apenas aqueles que so do seu
conhecimento, decidindo pelo arquivamento do processo quando verifique estarem
salvaguardados, luz das obrigaes legais e dos indicadores referidos no n. 3, o
pluralismo e a independncia dos respectivos rgos de comunicao social.
Artigo 22.
Projecto de deciso
1 - Quando verifique existir fundado risco para o pluralismo e a independncia dos
rgos de comunicao social face ao poder poltico e econmico, a ERC elabora
um projecto de deciso, no prazo de 30 dias teis contados da apresentao da
pronncia pela entidade notificada ou, na sua ausncia, contados do termo do prazo
previsto no n. 1 do artigo anterior.
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2 - O projecto de deciso deve ser fundamentado por referncia ao cumprimento ou ao
preenchimento, respectivamente, das obrigaes legais e da generalidade dos
indicadores referidos no n. 3 do artigo anterior, quando aplicveis, e deve
identificar, de entre as medidas de salvaguarda previstas no artigo 24., as que se
mostrem necessrias, adequadas e proporcionais defesa do pluralismo e
independncia face ao poder poltico e econmico.
3 - Notificadas do projecto de deciso, as empresas em causa podem, no prazo de 15
dias teis:
a) Deduzir oposio ao projecto de deciso; ou
b) Apresentar ERC proposta para preenchimento dos indicadores de pluralismo
e de independncia cuja ausncia tiver sido assinalada no projecto de deciso,
identificando as condies e termos da respectiva execuo, incluindo o prazo
da sua adopo, o qual no pode exceder trs meses a contar da data da
notificao da deciso final.
Artigo 23.
Deciso final
1 - A ERC profere deciso final no prazo de 20 dias teis contados da apresentao,
pela empresa em causa, da oposio ao projecto de deciso, da comunicao da
proposta prevista na alnea b) do n. 3 do artigo anterior ou, na sua ausncia, do
termo do prazo legal para o efeito.
2 - Verificada a existncia de fundado risco para o pluralismo e independncia face ao
poder poltico e econmico, a deciso final estabelece, de acordo com os princpios
da necessidade, adequao e proporcionalidade, as medidas de salvaguarda a
aplicar, de entre as previstas no artigo 24..
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3 - No caso de apresentao de proposta nos termos previstos na alnea b) do n. 3 do
artigo anterior e de a ERC considerar que a mesma permite afastar o risco para o
pluralismo e a independncia, a deciso final estabelece o seu cumprimento, e desde
logo determina as medidas de salvaguarda a aplicar em caso de incumprimento.
4 - Quando as empresas destinatrias das medidas de salvaguarda ofeream redes e
servios de comunicaes electrnicas, a deciso final da ERC deve ser precedida
de parecer obrigatrio, mas no vinculativo, por parte da autoridade reguladora das
comunicaes.
5 - O parecer referido no nmero anterior proferido no prazo de 10 dias teis,
contados da data da notificao autoridade reguladora das comunicaes, sob pena
de se presumir favorvel.
6 - Os prazos a cumprir pela ERC ficam automaticamente suspensos entre a data de
notificao autoridade reguladora das comunicaes e a data de emisso de
parecer ou, na sua falta, a data de expirao do respectivo prazo.
Artigo 24. Medidas de salvaguarda
1 - Para assegurar o pluralismo e a independncia nos meios de comunicao social,
podem ser aplicadas, cumulativa ou alternativamente, as seguintes medidas de
salvaguarda:
a) Proibio de aquisio ou de fuso de empresas que prosseguem actividades
de comunicao social;
b) Proibio de aquisio de rgos de comunicao social;
c) Impedimento de acesso a concursos de atribuio de licenas para o exerccio
da actividade de rdio e de televiso;
-
23
d) Impedimento de submisso de pedidos de autorizao para o exerccio da
actividade de rdio e de televiso;
e) No renovao de licenas ou de autorizaes para o exerccio da actividade
de rdio e de televiso.
2 - As medidas referidas no nmero anterior recaem sobre as empresas e ainda sobre as
pessoas singulares ou colectivas que sobre elas exeram domnio ou que por elas
sejam dominadas e vigoram durante o tempo em que se verificar qualquer uma das
situaes previstas nas alneas a) e b) do artigo 20..
3 - A medida de salvaguarda prevista na alnea e) do n. 1 s pode ser aplicada a
empresas habilitadas com mais do que uma licena ou autorizao para o exerccio
da actividade de rdio ou de televiso e apenas em relao quela a que corresponde
o servio de programas de menor audincia.
4 - So nulos os actos ou negcios jurdicos praticados em violao da deciso que
tenha determinado a aplicao das medidas de salvaguarda referidas na alnea a) e b)
do n. 1.
5 - No caso de aplicao das medidas de salvaguarda previstas nas alneas c), d) e e) do
n. 1, a ERC informa a autoridade reguladora das comunicaes, remetendo-lhe,
para o efeito, cpia da deciso final.
Artigo 25. Titularidade atravs de forma no societria
As pessoas colectivas de forma no societria, designadamente, associaes,
cooperativas ou fundaes que prosseguem actividades de comunicao social, esto
sujeitas, com as necessrias adaptaes, s disposies do presente captulo.
-
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CAPTULO V
Do exerccio da titularidade
Artigo 26. Proibio de interferncia na orientao editorial
1 - A orientao dos rgos de comunicao social deve ser definida de forma genrica,
atravs da aprovao, nos termos da lei, de um estatuto editorial, ficando vedado a
qualquer pessoa que no exera cargo de direco ou chefia na rea da informao a
emisso de directivas, instrues ou qualquer tipo de intromisso que incida sobre
os contedos de natureza informativa veiculados ou sobre a forma da sua
apresentao.
2 - Exceptuam-se do disposto no nmero anterior as orientaes que visem o estrito
acatamento de prescries legais, cujo incumprimento origine responsabilidade
civil, penal ou contra-ordenacional por parte das empresas que prosseguem
actividades de comunicao social.
3 - A violao do disposto no n. 1 constitui contra-ordenao punvel com a coima
prevista na alnea c) do n. 1 do artigo 20. da Lei n. 1/99, de 13 de Janeiro, alterada
pela Lei n. 64/2007, de 6 de Novembro.
Artigo 27. Restrio temporal
1 - A prtica de actos jurdicos que envolvam a alterao do domnio de empresas que
prosseguem actividades de comunicao social mediante licena habilitante para o
exerccio da actividade de rdio e de televiso s pode ocorrer trs anos aps a
atribuio original da licena, ou um ano aps a ltima renovao, e deve ser sujeita
a autorizao da ERC.
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2 - A ERC decide, ouvidos os interessados, no prazo de 30 dias teis, aps verificao e
ponderao das condies iniciais que foram determinantes para a atribuio do
ttulo e dos interesses do auditrio potencial dos servios de programas fornecidos,
garantindo a salvaguarda das condies que habilitaram a decidir sobre o projecto
original ou sobre as alteraes subsequentes.
3 - A autorizao da ERC no prejudica as competncias atribudas autoridade
reguladora das comunicaes, em matria de direitos de utilizao de frequncias,
nos termos da lei.
4 - O disposto no presente artigo aplicvel, com as necessrias adaptaes, s pessoas
colectivas de forma no societria, designadamente associaes, cooperativas ou
fundaes, que prosseguem actividades de comunicao social.
CAPTULO VI Da responsabilidade
Artigo 28.
Contra-ordenaes muito graves
1 - Constituem contra-ordenaes muito graves:
a) A no sujeio forma nominativa das aces representativas do capital social
das sociedades titulares de rgos de comunicao social, conforme imposto
pelo artigo 4.;
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b) A no publicao da relao dos titulares e detentores de participaes no
capital social das empresas que prosseguem actividades de comunicao
social, com a discriminao das respectivas percentagens de participao, a
indicao dos rgos de comunicao social que quelas pertencem, e a no
identificao de toda a cadeia de entidades a quem deve ser imputada uma
participao qualificada, conforme exigido nos n.os 1 e 2 do artigo 5.;
c) A no publicao ou envio ERC do relatrio de gesto e o balano e
demonstrao dos resultados lquidos, conforme exigido no n. 3 do artigo 5.;
d) A ocultao da deteno de participaes qualificadas em empresas que
prosseguem actividades de comunicao social, com a inteno de evitar o
cumprimento dos deveres especiais de informao previstos no n. 1 do artigo
7.;
e) A no comunicao ERC ou entidade participada da obteno,
ultrapassagem ou reduo de uma participao qualificada, nos termos
previstos nos n.os 1 e 2 do artigo 7.;
f) A no comunicao dos acordos parassociais que visem adquirir, manter ou
reforar uma participao qualificada em empresa que prossegue actividades
de comunicao social, conforme imposto pelo n. 1 do artigo 10.;
g) A prossecuo da actividade de comunicao social que consista na
organizao de servios de programas generalistas ou temticos informativos
ou na edio de publicaes peridicas de informao geral por empresas que
no tenham como objecto principal o seu exerccio, conforme exigido no
artigo 12.;
h) A prossecuo ou o financiamento de actividades de comunicao social,
directa ou indirectamente, por qualquer das entidades previstas no n. 1 do
artigo 13., sem prejuzo da excepo prevista no n. 2 do mesmo artigo;
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i) A prossecuo de actividades de comunicao social por qualquer das
entidades referidas no n. 3 do artigo 13., sem prejuzo das excepes
previstas nos n.os 4 e 5 do mesmo artigo;
j) A deteno, directa ou indirecta, por uma pessoa singular ou colectiva de um
nmero de licenas de servios de programas televisivos ou radiofnicos de
mbito local superior aos limites estabelecidos nas alneas a) e b) do n. 2 do
artigo 14.;
l) O exerccio de domnio sobre mais de um operador de televiso, ou operador
de rdio, responsveis pela organizao de servios de programas de mbito
local, licenciados ou autorizados para a mesma rea de cobertura, em violao
das proibies previstas nos n.os 1 e 2 do artigo 15., independentemente desse
exerccio resultar, ou no, de negcio jurdico;
m) A distribuio de publicaes ou de servios de programas em violao do
disposto no artigo 16.;
n) O no acatamento de deciso da ERC que imponha as medidas de salvaguarda
a que aludem as alneas a) e b) do n. 1 do artigo 24.;
o) A prtica de actos jurdicos que envolvam a alterao do domnio de empresas
que prosseguem actividades de comunicao social mediante licena
habilitante, sem autorizao da ERC, conforme exigido pelo artigo 27..
2 - As contra-ordenaes previstas no nmero anterior so punveis com coima de
15.000,00 a 75.000,00, quando cometidas por pessoa singular, e de 75.000,00
a 375.000,00, quando cometidas por pessoa colectiva.
3 - As contra-ordenaes previstas nas alneas j) e l) do n. 1 podem dar lugar
aplicao da sano acessria de suspenso da licena ou da autorizao dos
servios de programas fornecidos pelos infractores por um perodo no superior a 30
dias, tendo em conta a gravidade do ilcito.
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4 - A contra-ordenao prevista na alnea o) do n. 1 determina a revogao da licena
dos servios de programas da empresa cujo domnio foi alterado.
5 - As contra-ordenaes previstas no n. 1 so punveis a ttulo de negligncia, com
reduo a 2/3 dos limites mnimo e mximo.
Artigo 29.
Contra-ordenaes graves
1 - Constituem contra-ordenaes graves:
a) A falta de comunicao subsequente ou a comunicao incompleta dos actos
registrais referentes titularidade de participaes em empresas que
prosseguem actividades de comunicao social, nos termos previstos no n. 1
do artigo 6.;
b) A falta de publicao, pela entidade participada, da informao recebida sobre
a obteno, ultrapassagem ou reduo de uma participao qualificada, nos
termos previstos no n. 1 do artigo 8.;
c) A falta de informao ERC, pela entidade participada ou pelos titulares dos
seus rgos sociais, quando tiverem conhecimento do incumprimento dos
deveres de informao por parte dos detentores de participaes qualificadas,
nos termos previstos no n. 3 do artigo 8..
2 - As contra-ordenaes previstas no nmero anterior so punveis com coima de
10.000,00 a 37.500,00, quando cometidas por pessoa singular, e de 50.000,00
a 250.000,00, quando cometidas por pessoa colectiva.
3 - As contra-ordenaes graves so punveis a ttulo de negligncia, com reduo a 2/3
dos limites mnimo e mximo.
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Artigo 30.
Contra-ordenaes leves
1 - Constituem contra-ordenaes leves:
a) A falta de prestao de informaes ou de entrega de documentos, no prazo
referido no n. 7 do artigo 18.;
b) A falta de entrega de documentos ou de prestao de informaes relevantes
para a caracterizao dos meios de comunicao social e para a avaliao da
necessidade de correspondente adequao normativa, no prazo fixado nos
termos do n. 2 do artigo 32..
2 - As contra-ordenaes previstas no nmero anterior so punveis com coima de
2.000,00 a 12.500,00, quando cometidas por pessoa singular, e de 25.000,00 a
125.000,00, quando cometidas por pessoa colectiva.
3 - As contra-ordenaes leves so punveis a ttulo de negligncia, com reduo a 2/3
dos limites mnimo e mximo.
Artigo 31.
Competncia e procedimentos sancionatrios
1 - Compete ERC processar e punir a prtica das contra-ordenaes previstas na
presente lei.
2 - Se o mesmo facto constituir contra-ordenao sancionada pela presente lei e por
legislao sectorial da comunicao social, prevalece o regime sancionatrio
previsto nessa legislao sectorial.
3 - Os procedimentos sancionatrios regem-se pelo disposto no regime do ilcito de
mera ordenao social e, subsidiariamente, pelo disposto no Cdigo de Processo
Penal.
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4 - O produto das coimas reverte em 60 % para o Estado e em 40% para a ERC.
CAPTULO VII Da avaliao da execuo legislativa
Artigo 32. Acompanhamento
1 - A ERC procede recolha anual de informaes relevantes para a caracterizao dos
meios de comunicao social na perspectiva da defesa do pluralismo, da
independncia e da sua no concentrao e para a avaliao da necessidade de
correspondente adequao normativa.
2 - As entidades notificadas para efeitos de entrega de documentos ou prestao das
informaes referidas no nmero anterior remetem-nas ERC em prazo a fixar por
esta, entre cinco e 30 dias teis, sem benefcio de qualquer prazo de prorrogao.
3 - A ERC envia Assembleia da Repblica um relatrio sobre a avaliao referida no
n. 1, at ao dia 31 de Maio de cada ano.
4 - O relatrio referido no nmero anterior publicado no stio electrnico da ERC.
Artigo 33. Avaliao
Decorridos trs anos sobre a entrada em vigor da presente lei, a Assembleia da
Repblica aprecia a necessidade de proceder sua reviso.
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CAPTULO VIII Das disposies finais e transitrias
Artigo 34. Articulao com autoridades reguladoras sectoriais
A autoridade reguladora da concorrncia e a autoridade reguladora nacional das
comunicaes colaboram activamente com a ERC na aplicao da presente lei, devendo
concluir um protocolo de cooperao que estabelea os necessrios procedimentos.
Artigo 35. Articulao com o sistema de registos da comunicao social
O cumprimento pelas empresas que prosseguem actividades de comunicao social dos
deveres de comunicao e informao previstos no captulo II dispensa-as de
comunicarem os mesmos elementos para efeitos de registo.
Artigo 36.
Direito subsidirio
Aos procedimentos administrativos previstos na presente lei so subsidiariamente
aplicveis as normas do Cdigo de Procedimento Administrativo.
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Artigo 37.
Alterao Lei n. 2/99, de 13 de Janeiro
O artigo 35. da Lei n. 2/99, de 13 de Janeiro, alterada pela Lei n. 18/2003, de 11 de
Junho, passa a ter a seguinte redaco:
Artigo 35.
[] 1 - ...:
a) De 498,80 a 2493,99, a inobservncia do disposto nos n. s 2 e
3 do artigo 15., no n. 2 do artigo 18., nos n.s 2 e 3 do artigo 19.
e no n. 1 do artigo 26.;
b) ..;
c) ..;
d) ....
2 - .
3 - .
4 - .
5 - .
6 - .
7 - ...
Artigo 38. Alterao Lei n. 4/2001, de 23 de Fevereiro
Os artigos 68. e 69. da Lei n. 4/2001, de 23 de Fevereiro, alterada pelas Leis
n. 33/2003, de 22 de Agosto, e n. 7/2006, de 3 de Maro, passam a ter a seguinte
redaco:
-
33
Artigo 68. []
.: a) ..;
b) ..;
c) ..;
d) De 9.975,96 a 99.759.58, a inobservncia do disposto nos n. s
1 e 2 do artigo 19., no artigo 30., nos n.os 1 e 2 do artigo 35., nos
artigos 39. e 40., no n. 1 do artigo 41., no n. 3 do artigo 71., a
denegao do direito previsto no n. 1 do artigo 59., assim como a
violao dos limites mximos de potncia de emisso fixados nos
respectivos actos de licenciamento tcnico.
Artigo 69.
[] 1 - O desrespeito reiterado das condies e termos do projecto aprovado, a
violao das regras sobre associaes de servios de programas
temticos e o incumprimento das obrigaes relativas produo e
difuso de servios noticiosos, bem como a repetida inobservncia da
transmisso do nmero obrigatrio de horas de emisso ou de
programao prpria nos casos no cobertos pela previso da alnea d)
do artigo 70., podem dar lugar, atenta a gravidade do ilcito, sano
acessria de suspenso da licena ou autorizao para o exerccio da
actividade por perodo no superior a trs meses.
2 - .
3 - .
4 - .
-
34
5 - .
6 - ...
Artigo 39. Norma revogatria
So revogados:
a) Os n.os 2, 3 e 4 do artigo 4. e o artigo 16. da Lei n. 2/99, de 13 de Janeiro,
alterada pela Lei n. 18/2003, de 11 de Junho;
b) Os artigos 7., 8., 18. e a alnea c) do artigo 70. da Lei n. 4/2001, de 23 de
Fevereiro, alterada pelas Leis n. 33/2003, de 22 de Agosto, e n. 7/2006, de 3 de
Maro.
Artigo 40.
Aplicao da lei no tempo
1 - As normas da presente lei so aplicveis s empresas que prosseguem actividades de
comunicao social data da sua entrada em vigor.
2 - As empresas referidas no nmero anterior devem, nos seis meses posteriores data
da entrada em vigor da presente lei, promover todos os actos necessrios sua
regularizao de acordo com as normas nela previstas.
-
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Artigo 41.
Entrada em vigor
A presente lei entra em vigor 30 dias aps a data da sua publicao.
Aprovado em 15 Abril de 2009
O PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA DA REPBLICA,
(Jaime Gama)