lei n.º 7/2007

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940 Diário da República, 1. a série — N. o 25 — 5 de Fevereiro de 2007 ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA Lei n. o 7/2007 de 5 de Fevereiro Cria o cartão de cidadão e rege a sua emissão e utilização A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161. o da Constituição, o seguinte: CAPÍTULO I Cartão de cidadão SECÇÃO I Disposições gerais Artigo 1. o Objecto A presente lei cria o cartão de cidadão e rege a sua emissão, substituição, utilização e cancelamento. Artigo 2. o Definição O cartão de cidadão é um documento autêntico que contém os dados de cada cidadão relevantes para a sua identificação e inclui o número de identificação civil, o número de identificação fiscal, o número de utente dos serviços de saúde e o número de identificação da segurança social. Artigo 3. o Titulares 1 — A obtenção do cartão de cidadão é obrigatória para todos os cidadãos nacionais, residentes em Portugal ou no estrangeiro, a partir dos 6 anos de idade ou logo que a sua apresentação seja exigida para o relaciona- mento com algum serviço público. 2 — A obtenção do cartão de cidadão é facultativa para os cidadãos brasileiros a quem, nos termos do Decreto-Lei n. o 154/2003, de 15 de Julho, tenha sido concedido o estatuto geral de igualdade de direitos e deveres previsto no Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta entre a República Portuguesa e a República Federativa do Brasil, assinado em Porto Seguro em 22 de Abril de 2000, aprovado pela Resolução da Assembleia da República n. o 83/2000 e ratificado pelo Decreto do Presidente da República n. o 79/2000, de 14 de Dezem- bro. Artigo 4. o Eficácia O cartão de cidadão constitui título bastante para provar a identidade do titular perante quaisquer auto- ridades e entidades públicas ou privadas, sendo válido em todo o território nacional, sem prejuízo da eficácia extraterritorial reconhecida por normas comunitárias, por convenções internacionais e por normas emanadas dos órgãos competentes das organizações internacionais de que Portugal seja parte, quando tal se encontre esta- belecido nos respectivos tratados constitutivos. Artigo 5. o Proibição de retenção 1 — A conferência de identidade que se mostre neces- sária a qualquer entidade pública ou privada não permite a retenção ou conservação do cartão de cidadão, salvo nos casos expressamente previstos na lei ou mediante decisão de autoridade judiciária. 2 — É igualmente interdita a reprodução do cartão de cidadão em fotocópia ou qualquer outro meio sem consentimento do titular, salvo nos casos expressamente previstos na lei ou mediante decisão de autoridade judiciária. 3 — A pessoa que encontrar o cartão de cidadão que não lhe pertença ou a entidade a quem o cartão for entregue deve remetê-lo imediatamente a qualquer ser- viço de recepção ou a autoridade policial. SECÇÃO II Descrição do cartão de cidadão Artigo 6. o Estrutura e funcionalidades 1 — O cartão de cidadão é um documento de iden- tificação múltipla que inclui uma zona específica des- tinada a leitura óptica e incorpora um circuito integrado. 2 — O cartão de cidadão permite ao respectivo titular: a) Provar a sua identidade perante terceiros através da leitura de elementos visíveis, coadjuvada pela leitura óptica de uma zona específica; b) Provar a sua identidade perante terceiros através de autenticação electrónica; c) Autenticar de forma unívoca através de uma assi- natura electrónica qualificada a sua qualidade de autor de um documento electrónico. 3 — A leitura óptica da zona específica do cartão, mencionada na alínea a) do n. o 2, está reservada a enti- dades ou serviços do Estado e da Administração Pública, bem como à identificação do titular no âmbito das espe- cificações técnicas do cartão para documentos de viagem. Artigo 7. o Elementos visíveis 1 — O cartão de cidadão contém os seguintes ele- mentos visíveis de identificação do seu titular: a) Apelidos; b) Nome(s) próprio(s); c) Filiação; d) Nacionalidade; e) Data de nascimento; f) Sexo; g) Altura; h) Imagem facial; i) Assinatura; j) Número de identificação civil; l) Número de identificação fiscal; m) Número de utente dos serviços de saúde; n) Número de identificação da segurança social. 2 — Na ausência de informação sobre algum ele- mento referido no número anterior, o cartão de cidadão

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940 Dirio da Repblica, 1.asrie N.o25 5 de Fevereiro de 2007ASSEMBLEIA DA REPBLICALei n.o7/2007de 5 de FevereiroCria o carto de cidado e rege a sua emisso e utilizaoAAssembleiadaRepblicadecreta, nostermosdaalneac)doartigo161.odaConstituio, oseguinte:CAPTULO ICarto de cidadoSECO IDisposies geraisArtigo 1.oObjectoA presente lei cria o carto de cidado e rege a suaemisso, substituio, utilizao e cancelamento.Artigo 2.oDefinioO carto de cidado um documento autntico quecontm os dados de cada cidado relevantes para a suaidentificaoeinclui onmerodeidentificaocivil,onmerodeidentificaofiscal, onmerodeutentedosserviosdesadeeonmerodeidentificaodasegurana social.Artigo 3.oTitulares1 A obteno do carto de cidado obrigatriapara todos os cidados nacionais, residentes em Portugalou no estrangeiro, a partir dos 6 anos de idade ou logoqueasuaapresentaosejaexigidaparaorelaciona-mento com algum servio pblico.2 Aobtenodocartodecidadofacultativaparaos cidados brasileiros aquem, nos termos doDecreto-Lei n.o154/2003, de15deJulho, tenhasidoconcedidooestatutogeral deigualdadededireitosedeveres previsto no Tratado de Amizade, Cooperaoe Consulta entre a Repblica Portuguesa e a RepblicaFederativa do Brasil, assinado emPorto Seguro em22 deAbril de 2000, aprovado pela Resoluo da Assembleiada Repblica n.o83/2000 e ratificado pelo Decreto doPresidente da Repblica n.o79/2000, de 14 de Dezem-bro.Artigo 4.oEficciaOcartodecidadoconstitui ttulobastanteparaprovar a identidade do titular perante quaisquer auto-ridades e entidades pblicas ou privadas, sendo vlidoem todo o territrio nacional, sem prejuzo da eficciaextraterritorial reconhecidapor normas comunitrias,por convenes internacionais e por normas emanadasdos rgos competentes das organizaes internacionaisde que Portugal seja parte, quando tal se encontre esta-belecido nos respectivos tratados constitutivos.Artigo 5.oProibio de reteno1 Aconferncia de identidade que se mostre neces-sria a qualquer entidade pblica ou privada no permitea reteno ou conservao do carto de cidado, salvonoscasosexpressamenteprevistosnalei oumediantedeciso de autoridade judiciria.2 igualmenteinterditaareproduodocartode cidado em fotocpia ou qualquer outro meio semconsentimento do titular, salvo nos casos expressamenteprevistos na lei ou mediante deciso de autoridadejudiciria.3 A pessoa que encontrar o carto de cidado quenolhepertenaouaentidadeaquemocartoforentregue deve remet-lo imediatamente a qualquer ser-vio de recepo ou a autoridade policial.SECO IIDescrio do carto de cidadoArtigo 6.oEstrutura e funcionalidades1 O carto de cidado um documento de iden-tificaomltiplaqueinclui umazonaespecficades-tinada a leitura ptica e incorpora um circuito integrado.2 Ocarto de cidado permite ao respectivo titular:a) Provar a sua identidade perante terceiros atravsda leitura de elementos visveis, coadjuvada pela leituraptica de uma zona especfica;b) Provar a sua identidade perante terceiros atravsde autenticao electrnica;c) Autenticar de forma unvoca atravs de uma assi-natura electrnica qualificada a sua qualidade de autorde um documento electrnico.3 Aleiturapticadazonaespecficadocarto,mencionada na alnea a) do n.o2, est reservada a enti-dades ou servios do Estado e da Administrao Pblica,bem como identificao do titular no mbito das espe-cificaes tcnicas do carto para documentos deviagem.Artigo 7.oElementos visveis1 Ocartodecidadocontmosseguintesele-mentos visveis de identificao do seu titular:a) Apelidos;b) Nome(s) prprio(s);c) Filiao;d) Nacionalidade;e) Data de nascimento;f) Sexo;g) Altura;h) Imagem facial;i) Assinatura;j) Nmero de identificao civil;l) Nmero de identificao fiscal;m) Nmero de utente dos servios de sade;n) Nmero de identificao da segurana social.2 Na ausncia de informaosobre algumele-mento referido no nmero anterior, o carto de cidadoDirio da Repblica, 1.asrie N.o25 5 de Fevereiro de 2007 941contm, na rea destinada a esse elemento, a inscrioda letra X ou de outra meno prevista na lei.3 Para alm dos elementos de identificao do titu-larreferidosnon.o1, ocartodecidadocontmasseguintes menes:a) Repblica Portuguesa, enquanto Estado emissor;b) Tipo de documento;c) Nmero de documento;d) Data de validade;e) Nmero de verso do carto de cidado;f) Tratado de Porto Seguro de 22 de Abril de 2000,se for emitido nos termos previstos no n.o2 do artigo 3.o4 A zona especfica destinada a leitura ptica docartode cidadocontmos seguintes elementos emenes:a) Apelidos;b) Nome(s) prprio(s) do titular;c) Nacionalidade;d) Data de nascimento;e) Sexo;f)RepblicaPortuguesa, enquantoEstadoemissor;g) Tipo de documento;h) Nmero de documento;i) Data de validade.Artigo 8.oInformao contida no circuito integrado1 O carto de cidado incorpora um circuito inte-grado onde so inseridos, em condies que garantamelevados nveis desegurana, os seguintes elementosde identificao do titular:a) Os referidos no n.o1 do artigo anterior, com excep-o da alnea i);b) Morada;c) Data de emisso;d) Data de validade;e) Impresses digitais;f) Campo reservado a indicaes eventuais, tipificadasna lei.2 Paraalmdoselementosreferidosnonmeroanterior, o circuito integrado contm:a) Certificado para autenticao segura;b) Certificado qualificado para assinatura electrnicaqualificada;c)Aplicaesinformticasnecessriasaodesempe-nho das funcionalidades do carto de cidado e suagesto e segurana.3 O circuito integrado tem uma zona livre que otitulardocartopodeutilizar, porsuavontade, paraarquivar informaes pessoais.Artigo 9.oApelidos e nome(s) prprio(s)Os apelidos e o(s) nome(s) prprio(s) do titular soinscritos no carto de cidado de harmonia com os voc-bulos gramaticais queconstamdorespectivoassentode nascimento.Artigo 10.oFiliao1 A filiao do titular inscrita no carto de cida-dodeharmoniacomoqueconstar doassentodenascimento.2 Nos elementos visveis do carto de cidado nopodemserinscritosmaisdequatroapelidosdospro-genitores, a comear do ltimo apelido, a no ser queo titular escolha outra ordem ou declare aceitar o usode iniciais.Artigo 11.oSexoA indicao do sexo inscrita no carto de cidadopelasiniciaisMouFconsoanteotitularsejadosexo masculino ou feminino.Artigo 12.oAssinatura1 Porassinaturaentende-se, paraefeitosdapre-sente lei, a reproduo digitalizada do nome civil, escritopelo respectivo titular, completa ou abreviadamente, demodo habitual e caracterstico e comliberdade deortografia.2 A assinatura no pode conter desenhos ou ele-mentos grficos.3 Se o requerente no puder ou no souber assinar,deve fazer-se meno desse facto na rea do carto decidado destinada reproduo digitalizada da assina-tura e no campo reservado a indicaes eventuais.Artigo 13.oMorada1 A morada o endereo postal fsico, livrementeindicado pelo cidado, correspondente ao local de resi-dncia onde pode ser regularmente contactado.2 Para comunicao com os servios do Estado eda Administrao Pblica, nomeadamente com os ser-vios de identificao civil, os servios fiscais, os serviosdesadeeosserviosdaseguranasocial, ocidadotem-se por domiciliado, para todos os efeitos legais, nolocal referido no nmero anterior, semprejuzo de poderdesignar outros endereos, fsicos ou electrnicos, parafins profissionais ou convencionais nos termos previstosna lei.3 O titular do carto de cidado deve comunicarnovo endereo postal e promover, junto de servios derecepo, a actualizao da morada no carto de cidadologoquedeixedeserpossvel oseucontactoregularno local anteriormente indicado.4 Carece de autorizao do titular, a efectivarmedianteinseroprviadocdigopessoal (PIN), oacesso informao sobre a morada arquivada no cir-cuito integrado do carto de cidado, sem prejuzo doacesso directo das autoridades judicirias e das entidadespoliciais para conferncia da identidade do cidado noexerccio das competncias previstas na lei.Artigo 14.oImpresses digitais1 As impresses digitais a recolher so as dos doisdedos indicadores ou de outros dedos caso tal no sejapossvel.942 Dirio da Repblica, 1.asrie N.o25 5 de Fevereiro de 20072 Quando as impresses digitais colhidas noforem as dos indicadores, deve mencionar-se, no camporeservadoaindicaes eventuais, odedoeamoaque correspondem.3 Na impossibilidade de colher qualquer impressodigital deve fazer-se meno do facto no campo do car-to de cidado reservado a indicaes eventuais.4 A funcionalidade das impresses digitais contidano circuito integrado do carto de cidado s pode serusada por vontade do respectivo titular.5 As autoridades judicirias e as entidades policiaisso as nicas entidades que podem obrigar o cidado,no mbito das competncias que lhes estejam atribudas,a provar a sua identidade atravs da funcionalidade dasimpresses digitais contidas no circuito integrado do car-to de cidado de que portador.Artigo 15.oIndicaes eventuais1 O contedo das menes feitas no campo reser-vado a indicaes eventuais deve respeitar os princpiosdaigualdadeedaproporcionalidadeeser apenas onecessrioeadequadoparaindicarqualquerespecia-lidade ou ausncia de informao relativamente a algumdos elementos de identificao referidos nos artigos 7.oe 8.o2 As menes so inscritas em conformidade comas regras tcnicas de emisso dos documentos de viageme, se estiverem relacionadas com algum elemento refe-ridonon.o4doartigo7.o, constamtambmdazonadestinada a leitura ptica.Artigo 16.oNmeros de identificao1 Ocartode cidadoimplica a atribuiodonmerodeidentificaocivil, donmerodeidentifi-cao fiscal, do nmero de utente dos servios de sadeedonmerodeidentificaodaseguranasocial, aqual efectuada a partir de informao obtida e con-firmada, em separado, em cada uma das bases de dados,geridas comautonomiapelas entidades competentes,nos termos da lei.2 No permitida a interconexo ou cruzamentode dados registados nas bases referidas no nmero ante-rior, salvonoscasosdevidamenteautorizadosporleioupelaComissoNacional deProtecodeDados.Artigo 17.oNmerodedocumentoenmerodeversodocartodecidado1 A cada carto de cidado atribudo um nmerodedocumento, constitudoportrscaracteres, sendodois alfanumricos e um dgito de controlo, antecedidospelo nmero de identificao civil do respectivo titular.2 proibido atribuir a um carto de cidado umnmerodedocumentoidnticoaodeanteriorcartode cidado do mesmo titular.3 O nmero de documento constitui um elementodeseguranaqueapenaspodeserutilizadoparafis-calizar e impedir o uso de cartes de cidado canceladospor perda, furto ou roubo.4 A cada verso ou srie do carto de cidado tambm atribudo um nmero de controlo e de gestotcnica.Artigo 18.oCertificados digitais1 Comocartodecidadoemitidoumcerti-ficadoparaautenticaoeumcertificadoqualificadopara assinatura electrnica qualificada necessrios suautilizao electrnica.2 O certificado de autenticao sempre activadono momento da entrega do carto de cidado.3 Ocertificadoqualificadoparaassinaturaelec-trnicaqualificadadeactivaofacultativa, mas spodeseractivadoeutilizadoporcidadocomidadeigual ou superior a 16 anos.4 Tambm no h lugar activao do certificadoqualificado para assinatura electrnica qualificada se otitular do pedido de carto de cidado se encontrar inter-dito ou inabilitado.5 Decadavezquepretendautilizaralgumadasfuncionalidades decomunicaoelectrnicaactivadasno carto de cidado, o respectivo titular tem de inserirpreviamente o seu cdigo pessoal (PIN) no dispositivode leitura pertinente.6 Oscertificadossorevogveisatodootempoe, aps revogao, a emisso de novos certificados asso-ciadosaocartodecidadospossvel comares-pectiva substituio.7 Ao certificado para autenticao e ao certificadoqualificado para assinatura electrnica qualificada apli-ca-se o disposto no Decreto-Lei n.o290-D/99, de 2 deAgosto, republicadopeloDecreto-Lei n.o62/2003, de3 de Abril, e alterado pelos Decretos-Leis n.os165/2004,de 6 de Julho, e 116-A/2006, de 16 de Junho, estandoaquelescertificadossujeitossregraslegaiseregula-mentares relativas ao Sistema de Certificao Electr-nica do Estado.Artigo 19.oPrazo de validade1 O prazo geral de validade do carto de cidado fixado por portaria do membro do Governo respon-svel pelo sector da justia.2 Ocartodecidadovlidoatdataneleindicada, fixadadeacordocomaportariareferidanonmero anterior.CAPTULO IIRegras de competncia e de procedimentoSECO ICompetnciasArtigo 20.oServios do carto de cidado1 CompeteDireco-Geral dos Registos edoNotariado (DGRN):a) Conduzir as operaes relativas emisso, substituioe cancelamento do carto de cidado;b) Assegurar que as operaes relativas personalizaodocarto de cidado so executadas em observncia dosrequisitos tcnicos e de segurana aplicveis;c) Definir os procedimentos de controlo e de seguranaemmatriadecredenciaodosfuncionrioseagentes;d) Assegurar quesejamemitidos os certificados paraautenticaoeoscertificadosqualificadosparaassinaturaDirio da Repblica, 1.asrie N.o25 5 de Fevereiro de 2007 943electrnica qualificada com respeito pelas regras do Sistemade Certificao Electrnica do Estado.2 Podemfuncionar comoservios derecepodospedidos de emisso, substituio e cancelamento do cartode cidado:a) Os servios responsveis pela identificao civil;b) As conservatrias do registo civil designadas por des-pacho do director-geral dos Registos e do Notariado;c) Outros servios da Administrao Pblica, nomeada-mente as lojas do cidado ou servios equivalentes, medianteprotocolo celebrado com a DGRN.3 A DGRN assegura um servio de recepo mvelquesedesloqueaolocalondeseencontreointeressadonos casos de justificada dificuldade de deslocao deste aoservio de recepo fixo.4 As formas de funcionamento dos servios de recep-o mvel so definidas em articulao com as entidadespblicas competentes para a execuo das polticas dereabilitao.5 No estrangeiro funcionam como servios de recep-odospedidosdeemisso, substituioecancelamentodo carto de cidado os postos e seces consulares desig-nados por despacho do membro do Governo responsvelpela rea dos negcios estrangeiros.Artigo 21.oServio de apoio ao cidado1 A DGRN assegura o funcionamento de um serviodeapoioaocidadoque, nomeadamente, disponibilizaedivulgainformaorelativaaopedidoeaoprocessodeemisso do carto de cidado e s condies da respectivautilizao, substituio e cancelamento.2 Na disponibilizao do servio de apoio ao cidado tida em conta a incluso dos cidados com necessidadesespeciais na sociedade de informao.Artigo 22.oProtocolos financeirosA DGRN pode celebrar protocolos com os outros depar-tamentos da Administrao Pblica envolvidos na emissodo carto de cidado para regular os termos, as condiesde cooperao e eventuais contrapartidas.Artigo 23.oSupervisoCompete Agncia para a Modernizao Administrativaassegurarasupervisododesenvolvimentodocartodecidadoeapromoodeservios quelhepossamserassociados.SECO IIProcedimentoArtigo 24.oPedido1 A emisso do carto de cidado, a sua substituioe a actualizao da morada so requeridas pelo titular doscorrespondentes dados de identificao, junto dos serviosde recepo indicados no artigo 20.o2 Os pedidos relativos a menor que ainda no com-pletou12anosdeidade, ainterditoeainabilitadoporanomalia psquica so apresentados por quem, nos termosda lei, exerce o poder paternal, a tutela ou curatela, coma presena do titular.3 Se no se mostrar efectuado o registo da sentenaque concede os poderes invocados por quem exerce o poderpaternal, a tutela ou curatela sobre interdito ou sobre ina-bilitado por anomalia psquica, o prprio representante ouassistente deve exibir documentos comprovativos dessaqualidade.Artigo 25.oElementos que acompanham o pedido1 Opedidoinstrudocomosseguinteselementosde identificao do respectivo titular:a) Imagem facial;b) Impresses digitais;c) Assinatura;d) Altura.2 Na captao da imagem facial e das impresses digi-tais do titular do pedido devem ser observados os requisitostcnicos e de segurana fixados por portaria dos membrosdo Governo responsveis pelas reas da modernizaoadministrativa e da justia.3 A recolha e a verificao de dados relativos ima-gemfacial, simpressesdigitais, assinaturaealturas podem ser feitas no servio de recepo e por funcionrioouagentedevidamentecredenciadopelaDGRNou, nocaso de o servio de recepo funcionar em posto ou secoconsular, porfuncionrioouagentedevidamentecreden-ciado pela Direco-Geral dos Assuntos Consulares e dasComunidades Portuguesas.Artigo 26.oSubstituio do carto de cidado1 Opedidodesubstituiodocartodecidadoefectuado junto de qualquer servio de recepo nos seguin-tes casos e situaes:a) Decurso do prazo de validade;b)Mauestadodeconservaooudefuncionamento;c) Perda, destruio, furto ou roubo;d) Emisso de novos certificados por motivo de revogaode anteriores certificados;e) Desactualizao de elementos de identificao.2 No caso previsto na alnea a) do nmero anterior,opedidodesubstituiodocartodecidadodeveserefectuado dentro dos ltimos seis meses do respectivo prazode validade.Artigo 27.oVerificao dos dados pessoais1 Averificaodafidedignidadedosdadospessoaisdo interessado e, sendo caso disso, a conferncia da iden-tidade do requerente que exerce o poder paternal, a tutelaou a curatela sobre o interessado devem ser feitas no servioderecepocomos meios disponveis, designadamente:a) Por comparao dos dados constantes em bilhete deidentidade, carto de cidado ou passaporte vlidos, boletimde nascimento ou cdula pessoal;944 Dirio da Repblica, 1.asrie N.o25 5 de Fevereiro de 2007b) Por comparao das impresses digitais e da imagemfacial comas anteriormenterecolhidas paraemissodecarto de cidado;c) Por comunicao em tempo real com o servio por-tador da informao.2 Quandonoforpossvelprocedercomprovaodos dados pessoais do interessado nos termos da alnea c)do nmero anterior, o requerente deve indicar elementosquepermitamlocalizaroassentodenascimento, nomea-damenteolocal denascimento, arespectivadatae, sefor do seu conhecimento, a conservatria do registo civil.3 Quandosesuscitemdvidassobreaexactidooutitularidadedoselementosdeidentificao, oservioderecepodevepraticar as diligncias necessrias com-provao e pode exigir a produo de prova complementar.4 Os servios responsveis pelaidentificaocivil edemais servios cuja competncia releve para os efeitos pre-vistos nos nmeros anteriores devem prestar a cooperaoadequadarealizaocleredas diligncias necessrias.5 Asoperaesdeverificaodafidedignidadedosdados s podem ser feitas por funcionrio ou agente dosservios de recepo, devidamente credenciado.Artigo 28.oConfirmao dos dados recolhidosOs dados recolhidos para instruir o pedido de emissoedesubstituiodocartodecidadodevemser con-firmados pelo requerente.Artigo 29.oConfirmao de elementos relativos aos servios de sade1 Para alm dos elementos de identificao referidosnosartigos7.oe8.o, soaindarecolhidos, nomomentodo pedido, os seguintes dados:a) Indicao do subsistema de sade;b) Nmero de beneficirio do subsistema;c) Prazo de validade da inscrio no subsistema.2 Os dados referidos no nmero anterior so apenascomunicados s bases de dados dos servios de sade paraefeitos de identificao do utente.Artigo 30.oEscolha do local de entregaO requerente indica, no momento do pedido, o serviode recepo onde pretende proceder ao levantamento docarto de cidado.Artigo 31.oEntrega1 O envio da confirmao do local de entrega do car-todecidado, bemcomodoscdigosdeactivao, docdigo pessoal (PIN) e do cdigo pessoal para desbloqueio(PUK) feito para a morada do titular indicada nos termosdo n.o2 do artigo 13.o2 Ocartodecidadoentreguepresencialmenteao titular ou a terceiro que tenha sido previamente indicadopelotitularnomomentodopedido, bem como pessoaquesupre, nostermosdalei, aincapacidadedotitular.3 Aactivaoelectrnicadocartodecidado, nostermos dos n.os2 e 3 do artigo 18.o, sempre efectuadapelo servio de recepo e pelo respectivo titular ou pessoaque o representa no acto de entrega.4 AentregadocartodecidadospodeserfeitaporfuncionrioouagentedevidamentecredenciadopelaDGRNou, nocasodeoservioderecepofuncionarempostoousecoconsular, porfuncionrioouagentedevidamente credenciado pela Direco-Geral dos AssuntosConsulares e das Comunidades Portuguesas.Artigo 32.oReclamaes1 O interessado deve verificar e confirmar, nomomento da entrega do carto de cidado, que os dadosconstantesdocartodecidadoseencontramcorrectos.2 Odeferimentodareclamaodointeressadocomfundamento em erro dos servios emitentes ou defeito defabrico implica a emisso gratuita de novo carto de cidado.Artigo 33.oCancelamento1 Opedidodecancelamentodocartodecidadodeve ser efectuado no prazo de 10 dias aps o conhecimentodaperda, destruio, furtoourouboeimplicaocance-lamento dos mecanismos de autenticao associados ao car-todecidado, bemcomoarevogaodoscertificadosdigitais.2 Opedidodecancelamentopodeserfeitopresen-cialmente ou por via telefnica junto de qualquer serviode recepo ou junto do servio de apoio ao cidado, bemcomo por via electrnica, nos termos a regulamentar porportaria do membro responsvel pela rea da justia.3 Emcaso de dvida sobre a identidade do requerente,o pedido de cancelamento pode ser recusado ou deferidoaps prestao de prova complementar.4 Semprejuzo da possibilidade de revogao, osmecanismos de autenticao associados ao carto de cida-do e os certificados digitais so oficiosamente canceladosno fim do prazo de validade do carto.5 Ocartodecidado, oscertificadosdigitaiseosmecanismos de autenticao associados ao carto de cida-dosocanceladosnoscasosdeperdadenacionalidadee de morte do titular.6 Seotitularmenor, interditoouinabilitadoporanomaliapsquica, oprazoreferidonon.o1conta-seapartir da data em que a pessoa que exerce o poder paternal,atutelaouacuratelateveconhecimentodaperda, des-truio, furto ou roubo.7 Nas situaes de incapacidade ou justificado impe-dimento do titular do carto de cidado, o pedido de can-celamento pode ser feito por terceiro, nos termos a regu-lamentar na portaria prevista no n.o2.Artigo 34.oTaxas1 Pela emisso ou substituio do carto de cidadoe pela realizao do servio externo so devidas taxas demontante fixado por portaria do membro do Governo res-ponsvel pelareadajustia, queconstituemreceitadaDGRN.2 Assituaesdereduooudeisenodastaxasprevistas no nmero anterior so igualmente definidas porportaria do membro do Governo responsvel pela rea dajustia.Dirio da Repblica, 1.asrie N.o25 5 de Fevereiro de 2007 945CAPTULO IIIProteco de dados pessoaisArtigo 35.oFinalidadesO tratamento de ficheiros com dados pessoais a realizarporforada presente lei tem por fim estabelecer a inte-gridade, veracidade e funcionamento seguro do carto decidado, enquantodocumentoautnticodeidentificaodo titular, com as caractersticas e funes fixadas nos arti-gos 2.o, 4.oe 6.oArtigo 36.oTratamento de dados1 So objecto de recolha e tratamento os elementosde identificao do titular referidos nos artigos 7.o, 8.oe 29.o2 O tratamento de elementos de identificao dotitular ocorre associado s seguintes operaes do cartode cidado:a)Recepo, instruoeexecuodospedidosdeemisso, actualizao e substituio;b) Recepoe execuodos pedidos de cancela-mento;c) Personalizao do carto de cidado;d)Geraoeenviodoscdigosdeactivaoedeutilizaodocartodecidadoaorespectivotitular,bem como dos cdigos relativos aos certificados digitais;e) Entrega do carto de cidado ao respectivo titularou a quem o representa;f) Credenciao e autenticao da identidade do cida-do para efeitos de comunicao electrnica;g) Execuo dos pedidos de activao e de revogaodos certificados digitais;h) Comunicao s autoridades policiais competentesdonmerodedocumentodocartodecidadocan-celado por perda, furto ou roubo.3 A recolha e o tratamento dos dados necessrioss operaes referidas no nmero anterior, com excep-o da prevista na alneac), s podem ser efectuadospor entidades ou servios do Estado e da AdministraoPblica, respectivos funcionrios ou agentes.Artigo 37.oComunicao de dados1 Aexecuodospedidosreferidosnaalneaa)do n.o2 do artigo anterior envolve sucessivas ligaes,emseparado, comcadaumadasbasesdedadosquepermitemaconfirmaoouageraodonmerodeidentificao civil, do nmero de identificao fiscal, donmero de utente dos servios de sade e do nmerodeidentificaodaseguranasocial, paraincluir, subse-quentemente, essesnmerosnapersonalizaodocartode cidado.2 No decurso das ligaes referidas no nmero ante-rior, acadabasededadossoenviadosunicamenteoselementos de identificao cujo tratamento est autorizadoentidaderesponsvelporessamesmabase, nostermosda Lei n.o67/98, de 26 de Outubro.3 Asligaesreferidasnon.o1nodevemincluir,em caso algum, a indicao do nmero de documento docarto de cidado.4 Para alm do seu tratamento nas operaes de per-sonalizao do carto de cidado, os ficheiros coma imagemfacial, assinatura, alturaeimpresses digitais socomu-nicados apenas base de dados de identificao civil.5 Os ficheiros com os dados referidos no artigo 29.oso comunicados apenas s bases de dados de identificaoperante os servios de sade.Artigo 38.oEntidade responsvel1 ADGRN aentidade responsvel,nos termos epara os efeitos previstos na Lei n.o67/98, de 26 de Outubro,pelo tratamento e proteco dos dados pessoais nas ope-raes referidas nos artigos 36.oe 37.o2 Compete DGRN pr em prtica as medidas tc-nicas e organizativas adequadas satisfao das exignciasestabelecidas nos artigos 10.o, 11.o, 14.oe 15.oda Lein.o67/98, de 26 de Outubro.3 Actua por conta da entidade responsvel a pessoasingular ou colectiva, servio ou organismo a quem sejamconfiadas, nos termos previstos na Lei n.o67/98, de26deOutubro, operaesrelacionadascomocartodecidado, nomeadamenteaemissodecertificadosquali-ficados e a personalizao do carto de cidado, cumprin-do-seosrequisitoslegaiseregulamentaresexigveispeloSistema de Certificao Electrnica do Estado, previsto noDecreto-Lei n.o116-A/2006, de 16 de Junho.4 A Comisso Nacional de Proteco de Dados deveser informada da identidade das pessoas singulares que seencontremnas condies referidas nonmeroanterior.Artigo 39.oDireitos de informao, de acesso e de rectificao1 Otitulardocartodecidadotemodireitode,a todo o tempo, verificar os dados pessoais nele inscritoseconhecerocontedodainformaorelativaaosdadospessoais que constem da zona de leitura ptica ou do cir-cuito integrado, bem como dos ficheiros produzidos duranteasoperaesreferidasnosartigos36.oe37.oqueaindano tenham sido destrudos.2 Otitular do carto de cidado tem, desde omomentodeapresentaodopedido, odireitodeexigira correco de eventuais inexactides, a supresso de dadosindevidamenterecolhidosouindevidamentecomunicadose a integrao das omisses, nos termos previstos noartigo 11.oda Lei n.o67/98, de 26 de Outubro.Artigo 40.oSigilo1 A comunicao ou a revelao dos dados pessoaistratadosnossistemasdocartodecidadospodeserefectuada nos termos previstos na presente lei.2 Ficam obrigadas a sigilo profissional, nos termos doartigo 17.oda Lei n.o67/98, de 26 de Outubro, as pessoasque tenham conhecimento, no exerccio das suas funes,de dados pessoais constantes de ficheiros dos sistemas docarto de cidado.Artigo 41.oConservao e destruio1 Os ficheiros produzidos durante as operaes refe-ridas nos artigos 36.oe 37.oe que contenham dados pessoaiss podem ser conservados pelo perodo de tempo necessrio946 Dirio da Repblica, 1.asrie N.o25 5 de Fevereiro de 2007personalizaodocartodecidado, sendodestrudosimediatamente aps a confirmao da sua entrega ao res-pectivo titular.2 Nas operaes de personalizao do carto de cida-do produzido um ficheiro com o nmero de documentodo carto de cidado e o nome do respectivo titular, que destrudo aps o decurso do prazo de validade do cartode cidado.Artigo 42.oGarantias de segurana1 Devem ser postas em prtica as garantias de segu-rananecessriasparaimpediraconsulta, amodificao,a supresso, o aditamento, a destruio ou a comunicaode dados por forma no consentida na presente lei.2 garantido o controlo tendo em vista a seguranada informao:a) Dos suportes de dados e respectivo transporte, a fimdeimpedirquepossamserlidos, copiados, alteradosoueliminadosporqualquerpessoaouporformanoauto-rizada;b) Da insero dos dados, a fim de impedir a introduo,bemcomoqualquertomadadeconhecimento, alteraoou eliminao no autorizada, de dados pessoais;c) Dos sistemas de tratamento automatizado dos dados,paraimpedirquepossamserutilizadosporpessoasnoautorizadas, atravs de instalaes de transmisso de dados;d) Do acesso aos dados, para que as pessoas autorizadass possam ter acesso aos dados que interessam ao exercciodas suas atribuies legais;e)Datransmissodosdados, paragarantirqueasuautilizao seja limitada s entidades autorizadas;f) Da introduo de dados pessoais nos sistemas de tra-tamento automatizado, de forma a verificar-se que dadosforam introduzidos, quando e por quem.CAPTULO IVDisposies sancionatriasSECO IContra-ordenaesArtigo 43.oViolao de deveres1 A reteno ou a conservao de carto de cidadoalheio em violao do disposto do n.o1 do artigo 5.ocons-titui contra-ordenao punvel com coima de E250 a E750.2 Ono cumprimento do disposto no n.o3 doartigo5.onoprazodecincodias acontar dadataemquefoi encontradoocartodecidadoalheioconstituicontra-ordenaopunvel comcoima de E50 a E100.3 Ono cumprimento do disposto no n.o3 doartigo 13.ono prazo de 30 dias a contar da data em queocorreu a alterao de morada constitui contra-ordenaopunvel com coima de E50 a E100.4 Ono cumprimento do disposto no n.o1 doartigo33.oconstitui contra-ordenaopunvel comcoimade E100 a E500.5 Aviolaodasnormasrelativasaficheirosinfor-matizadosproduzidosduranteasoperaesreferidasnosartigos37.oe38.odapresentelei punidanostermosdos artigos 37.oe 38.oda Lei n.o67/98, de 26 de Outubro.Artigo 44.oCumprimento do dever omitido1 Sempre que a contra-ordenao resulte da omissodeumdever, aaplicaodasanoeopagamentodacoima no dispensam o infractor do seu cumprimento, seeste ainda for possvel.2 Em caso de cumprimento espontneo do dever omi-tidoemmomentoanteriorinstauraodoprocessodecontra-ordenao, cuja competncia est prevista noartigo 46.o, o limite mnimo da coima previsto no corres-pondente tipo legal especialmente atenuado.Artigo 45.oNegligncia e tentativa1 A conduta negligente punida nas contra-ordenaesprevistas nos n.os1 a 4 do artigo 43.o2 Atentativapunidanacontra-ordenaoprevistano n.o1 do artigo 43.o3 Noscasosdeneglignciaetentativareferidosnosnmeros anteriores, os limites mnimos e mximos das coi-masprevistosnocorrespondentetipolegal soreduzidosa metade.Artigo 46.oCompetnciaAcompetnciaparaainstauraoeinstruodospro-cessos decontra-ordenaoprevistos nos n.os1a4doartigo43.odaDGRNecompeteaodirector-geral dosRegistos e do Notariado, ou a quem ele delegar, a decisosobre a aplicao das respectivas coimas.Artigo 47.oAutoridades policiais e agentes de fiscalizao1 Qualquerautoridadeouagentedeautoridadequetenhanotcia, pordennciaouconhecimentoprprio, noexerccio das suas funes de fiscalizao, de factos suscep-tveis de implicar responsabilidade por contra-ordenao pre-vistanosn.os1, 2e3doartigo43.olevantaoumandalevantar auto de notcia.2 O auto de notcia previsto no nmero anterior devemencionarosfactosqueindiciamaprticadainfraco,o dia, o local e as circunstncias em que foram praticados,o nome e a qualidade da autoridade ou agente da autoridadequetevenotciadosfactos, aidentificaodapessoaquepraticou os factos e, tratando-se de contra-ordenao previstanosn.os1ou2doartigo43.o, de, pelomenos, umates-temunha que possa depor sobre os factos.3 O auto de notcia previsto no n.o1 assinado pelaautoridade ou agente de autoridade que o levantou ou man-dou levantar e, quando for possvel, pela testemunha.Artigo 48.oProduto das coimasDoprodutodas coimas referidas nos n.os1 a 4 doartigo 43.orevertem:a) 60% para o Estado;b)40%paraaDGRNou, seoprocessofoi iniciadonasequnciadeparticipaodoautodenotciareferidono artigo anterior, 20% para a DGRN e 20% para a auto-ridade autuante.Dirio da Repblica, 1.asrie N.o25 5 de Fevereiro de 2007 947Artigo 49.oLegislao subsidirias infraces previstas na presente seco subsidiaria-mente aplicvel o regime geral das contra-ordenaes.SECO IICrimesArtigo 50.oViolao de normas relativas proteco de dados pessoaisQuemnocumprirasobrigaesrelativasprotecode dados previstas nos artigos 43.oe seguintes da Lein.o67/98, de 26 de Outubro, punido nos termos a previstos.Artigo 51.oObteno e utilizao fraudulenta de documentoAindicaofalsadefactojuridicamenterelevanteparaconstardocartodecidado, afalsificaodocartodecidado e o uso de carto de cidado falsificado, bem comoadanificao, asubtracoeousodecartodecidadoalheio, socondutaspunidasnostermosdosartigos256.oe seguintes do Cdigo Penal.Artigo 52.oCriminalidade informticaO acesso ilegtimo, a intercepo ilegtima, a sabotagem,ainterfernciadanosanosdados, nosprogramasounossistemas do circuito integrado incorporado no carto de cida-do, bemcomoautilizaodoreferidocircuitointegradocom falsidade informtica, so condutas punidas nos termosda Lei n.o109/91, de 17 de Agosto.CAPTULO VDisposies transitrias e finaisSECO IAtribuio do carto de cidadoArtigo 53.oExpanso progressiva1 O processo de atribuio generalizada do carto decidadoconcretizadoaolongodeumcicloplurianual,atravsdaexpansoprogressivadosserviosderecepoa todo o territrio nacional e s comunidades de cidadosportugueses residentes no estrangeiro.2 Enquanto no estiver concretizada a cobertura inte-gral do territrio nacional pela rede de servios de receporeferidanonmeroanteriorsoaplicveisasdisposiesestabelecidas na presente seco.Artigo 54.oInstalao dos servios do carto de cidado1 As normas que regulam a localizao e as condiesdeinstalaodos servios dereceposodefinidas porportaria dos membros do Governo responsveis pelas reasdamodernizaoadministrativa, dosnegciosestrangeiros,das finanas, da justia, da solidariedade social e da sade.2 Aportariaprevistanonmeroanteriorpodeesta-belecercritriosdecompetnciaterritorialdosserviosderecepo, reservar a emisso de carto de cidado aos resi-dentes em reas territoriais determinadas e consagrar prio-ridades de atendimento tendo em vista o reforo da certezaeseguranadosistemadeidentificaoeobomfuncio-namento dos servios.Artigo 55.oCartes de identificao vlidos1 Osbilhetesdeidentidade, cartesdecontribuinte,cartes de utente dos servios de sade e cartes de iden-tificaodaseguranasocialvlidoscontinuamaproduziros seus efeitos, nos termos previstos nos diplomas legaisque regulam a sua emisso e utilizao, enquanto no tiversidoentreguecartodecidadoaos respectivos titulares.2 Nas reas do territrio nacional que no disponhamaindadeserviosderecepoparaemissodocartodecidado, os servios competentes continuam a assegurar asoperaesrelativasatribuiodosdocumentosreferidosno nmero anterior.3 Nos postos e seces consulares que no disponhamaindadeserviosderecepoparaemissodocartodecidado, os servios competentes continuam a assegurar, nostermos da lei, a emisso, renovao e actualizao do bilhetede identidade.4 O prazo mximo de validade de bilhete de identidadeemitido, renovado ou actualizado aps a entrada em vigorda presente lei de 10 anos.Artigo 56.oObteno do carto de cidado1 Nas reas do territrio nacional onde existam serviosderecepoinstalados eemfuncionamento, nos termosdaportariaprevistanon.o1doartigo54.o, opedidodecartode cidado obrigatrionas seguintes situaes:a) Quando o interessado pedir a emisso, renovao oualterao de dados do bilhete de identidade;b) Quando o interessado pedir a emisso ou a alteraodedadosdocartodecontribuinte, docartodeutentedos servios de sade ou do carto de identificao da segu-rana social.2 Ocartodecidadoproduzdeimediatotodososefeitosprevistosnosartigos2.o, 4.oe6.odapresenteleie substitui o bilhete de identidade, o carto de contribuinte,ocartodeutentedosserviosdesadeeocartodeidentificao da segurana social.3 O carto de cidado inclui os mesmos nmeros deidentificaoquejtenhamsidoanteriormenteatribudosao respectivo titular pelos servios de identificao civil, iden-tificao fiscal, sade ou segurana social.Artigo 57.oResidentes no estrangeiroNos postos e seces consulares que disponham de ser-vios de recepo, nos termos da portaria prevista no n.o1doartigo54.o, qualquerpedidodeemisso, derenovaoou de alterao de dados do bilhete de identidade ime-diatamente convolado em pedido de emisso de carto decidado, seguindo-seos termos estabelecidos napresentelei.948 Dirio da Repblica, 1.asrie N.o25 5 de Fevereiro de 2007SECO IIPrimeiro pedido de carto de cidadoArtigo 58.oComposio do nome do titular1 Se do assento de nascimento constar apenas o nomeprpriodotitular, nocartodecidadodevemserigual-menteinscritos os apelidos queotitular tiver usadoemactos ou documentos oficiais.2 Ao nome da mulher casada antes de 1 de Janeirode1959podemacrescentar-seosapelidosdomaridoporela usados.3 Se do assento de nascimento constar uma sequnciacomdois oumais nomes civis completos, otitular deveescolher qual dos nomes civis completos inscrito, nos ter-mos previstos no artigo 9.o, no carto de cidado.4 As escolhas de composio do nome efectuadas nostermos dos nmeros anteriores devemser prontamentecomunicadas pelo servio de recepo entidade respon-svel pelagestodabasededadosdeidentificaocivilpara execuo das pertinentes actualizaes.Artigo 59.oComposio da filiao1 Sedoassentodenascimentoconstaridentificaode progenitor com uma sequncia de dois ou mais nomescivis completos, deveser seleccionadoparainscrionocarto de cidado apenas o nome completo correspondente escolha que o progenitor tiver efectuado nos termos pre-vistos nos n.os3 e 4 do artigo anterior.2 Nosendopossvel aplicar ocritrioprevistononmeroanterior, deveserseleccionadoparainscrionocarto de cidado apenas o nome completo que figura emprimeiro lugar naquela sequncia.Artigo 60.oErro ortogrfico no assento de nascimentoDetectando-seerroortogrficonotrionoassentodenascimento, deveserimediatamentepromovidaarectifi-cao oficiosa do assento de nascimento e devem ser toma-das providncias para que a inscrio no carto de cidadoseja feita sem o erro.Artigo 61.oDvidas sobre a nacionalidadeQuandosesuscitemdvidassobreanacionalidadedorequerente, o carto de cidado emitido com um prazode validade de um ano e no contm qualquer refernciasobre o elemento relativo nacionalidade, devendo ser feitasas inscries previstas nos n.os2doartigo7.oe1e2do artigo 15.oArtigo 62.oCartes substitudos1 No acto de entrega do primeiro carto de cidado,o titular deve apresentar no servio de recepo, se possvel,obilhetedeidentidadeeoscartescomonmerodeidentificaofiscal, onmerodeutentedos servios desadeeonmerodeidentificaoperanteaseguranasocial.2 Obilhetedeidentidadeeoscartesreferidosnonmero anterior so devolvidos ao respectivo titular, a soli-citao deste, aps terem sido objecto de tratamento queelimine o risco de utilizao contrria lei.Artigo 63.oRegulamentao1 So definidos por portaria dos membros do Governoresponsveispelasreasdamodernizaoadministrativa,da administrao interna e da justia os seguintes aspectos:a) Os modelos oficiais e exclusivos do carto de cidadopara os cidados nacionais e para os beneficirios do esta-tuto referido no n.o2 do artigo 3.o;b)Oselementosdeseguranafsicaquecompemocarto de cidado;c)Asmedidasconcretasdeinclusodecidadoscomnecessidades especiais na sociedade de informao, nos ter-mos do disposto no n.o2 do artigo 21.o;d) Os requisitos tcnicos e de segurana a observar nacaptao da imagemfacial e das impresses digitais referidosno n.o2 do artigo 25.o2 So definidos por portaria do membro do Governoresponsvel pela rea da justia o prazo de validade referidono artigo 19.o, o sistema de cancelamento por via electrnicaprevistonoartigo33.oeomontantedastaxasprevistasno artigo 34.o3 So definidos por portaria dos membros do Governoresponsveispelasreasdamodernizaoadministrativa,dos negcios estrangeiros, das finanas, da justia, da soli-dariedade social e da sade os aspectos da instalao dosservios derecepodocartodecidadoreferidos noartigo 54.oAprovada em 21 de Dezembro de 2006.O Presidente da Assembleia da Repblica, Jaime Gama.Promulgada em 19 de Janeiro de 2007.Publique-se.OPresidente da Repblica, ANBALCAVACOSILVA.Referendada em 19 de Janeiro de 2007.OPrimeiro-Ministro, Jos Scrates Carvalho Pinto deSousa.Resoluo da Assembleia da Repblica n.o4/2007RecomendaaoGovernoaadopodemedidasdeexpansodoconsumodegenricosedereduododesperdciodemedi-camentosprescritosedeorientaesemdiagnsticoetera-putica.AAssembleiadaRepblicaresolve, nostermosdon.o5doartigo166.odaConstituio, recomendaraoGoverno o seguinte:I Que desenvolva um programa que garanta o cres-cimento do mercado de genricos, equiparvel ao veri-ficado nos pases mais desenvolvidos nesta rea, e aindamecanismosconducentesaqueosrespectivospreossejam efectivamente inferiores aos de marca.II Quepromovaaconsolidaodaactividadeecompetitividade da indstria farmacutica, emparticularno segmento dos genricos.