lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973 leis federais · Ê vide decreto 6.289, de 06 -12-2007,...

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LEIS FEDERAIS LEI Nº 6.015, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1973 26 LEIS FEDERAIS LEI Nº 6.015, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1973 Dispõe sobre os registros públicos, e dá outras providências. Ê Vide Lei 8.935, de 18-11-1994, que regulamenta o art. 236 da Constituição Federal, dispondo sobre serviços notariais e de registro. Ê Vide Lei 7.433, de 18-12-1985, que dispõe sobre os requisi- tos para a lavratura de escrituras públicas, regulamentada pelo Dec. 93.240 de 9-9-1986. Ê Vide Lei 10.169, de 29-12-2000, que regula o § 2º do artigo 236 da Constituição Federal, mediante o estabelecimento de normas gerais para a fixação de emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro. Ê Vide Decreto 6.289, de 06 -12-2007, que estabelece o Com- promisso Nacional pela Erradicação do Sub-registro Civil de Nascimento e Ampliação do Acesso à Documentação Básica, institui o Comitê Gestor Nacional do Plano Social Registro Civil de Nascimento e Documentação Básica e a Semana Nacional de Mobilização para o Registro Civil de Nascimento e a Documentação Básica. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: TÍTULO I – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS CAPÍTULO I – DAS ATRIBUIÇÕES Art. 1º. Os serviços concernentes aos Registros Públicos, estabelecidos pela legislação civil para auten- ticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos, ficam sujeitos ao regime estabelecido nesta Lei. Ê Art. 1º da Lei 8.935/1994 Ê Art. 2º da Lei 9.492/1997 § 1º Os Registros referidos neste artigo são os seguintes: I – o registro civil de pessoas naturais; Ê Arts. 29 a 113. Ê Arts. 6º, 9º e 10 do Código Civil. II – o registro civil de pessoas jurídicas; Ê Arts. 114 a 126. Ê Arts. 44 a 46 do Código Civil. III – o registro de títulos e documentos; Ê Arts. 127 a 166. IV – o registro de imóveis. Ê Arts. 167 a 288. Ê Arts. 1.225 e 1.245 do Código Civil. § 2º Os demais registros reger-se-ão por leis próprias. Art. 2º. Os registros indicados no § 1º do artigo ante- rior ficam a cargo de serventuários privativos nomeados de acordo com o estabelecido na Lei de Organização Administrativa e Judiciária do Distrito Federal e dos Territórios e nas Resoluções sobre a Divisão e Organi- zação Judiciária dos Estados, e serão feitos: Ê Art. 236 § 1º a § 3º da Constituição Federal. Ê Vide Lei 8.935/1994. I – o do item I, nos ofícios privativos, ou nos cartó- rios de registro de nascimentos, casamentos e óbitos; Ê Arts. 29 a 113. II – os dos itens II e III, nos ofícios privativos, ou nos cartórios de registro de títulos e documentos; Ê Arts. 127 a 166. III – os do item IV, nos ofícios privativos, ou nos cartórios de registro de imóveis. Ê Arts. 167 a 288. CAPÍTULO II – DA ESCRITURAÇÃO Ê Arts. 33 a 45, 114 a 119, 132 a 141 e 172 a 181. Art. 3º. A escrituração será feita em livros enca- dernados, que obedecerão aos modelos anexos a esta Lei, sujeitos à correição da autoridade judiciária competente. § 1º Os livros podem ter 0,22m até 0,40m de largura e de 0,33m até 0,55m de altura, cabendo ao oficial a escolha, dentro dessas dimensões, de acordo com a conveniência do serviço. § 2º Para facilidade do serviço podem os livros ser escriturados mecanicamente, em folhas soltas, obedecidos os modelos aprovados pela autoridade judiciária competente. Art. 4º. Os livros de escrituração serão abertos, numerados, autenticados e encerrados pelo oficial do registro, podendo ser utilizado, para tal fim, processo mecânico de autenticação previamente aprovado pela autoridade judiciária competente. Ê Art. 33 da Lei 9.492/1997 (Lei de Protestos) Parágrafo único. Os livros notariais, nos modelos existentes, em folhas fixas ou soltas, serão também

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LEIS FEDERAISLEI Nº 6.015, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1973

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LEIS FEDERAIS

LEI Nº 6.015, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1973

► Dispõe sobre os registros públicos, e dá outras providências.

Ê Vide Lei 8.935, de 18-11-1994, que regulamenta o art. 236 da Constituição Federal, dispondo sobre serviços notariais e de registro.

Ê Vide Lei 7.433, de 18-12-1985, que dispõe sobre os requisi-tos para a lavratura de escrituras públicas, regulamentada pelo Dec. 93.240 de 9-9-1986.

Ê Vide Lei 10.169, de 29-12-2000, que regula o § 2º do artigo 236 da Constituição Federal, mediante o estabelecimento de normas gerais para a fixação de emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro.

Ê Vide Decreto 6.289, de 06 -12-2007, que estabelece o Com-promisso Nacional pela Erradicação do Sub-registro Civil de Nascimento e Ampliação do Acesso à Documentação Básica, institui o Comitê Gestor Nacional do Plano Social Registro Civil de Nascimento e Documentação Básica e a Semana Nacional de Mobilização para o Registro Civil de Nascimento e a Documentação Básica.O PRESIDENTE DA REPÚBLICA,Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu

sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

CAPÍTULO I – DAS ATRIBUIÇÕES

Art. 1º. Os serviços concernentes aos Registros Públicos, estabelecidos pela legislação civil para auten-ticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos, ficam sujeitos ao regime estabelecido nesta Lei.

Ê Art. 1º da Lei 8.935/1994 Ê Art. 2º da Lei 9.492/1997

§ 1º Os Registros referidos neste artigo são os seguintes:

I – o registro civil de pessoas naturais; Ê Arts. 29 a 113. Ê Arts. 6º, 9º e 10 do Código Civil.

II – o registro civil de pessoas jurídicas; Ê Arts. 114 a 126. Ê Arts. 44 a 46 do Código Civil.

III – o registro de títulos e documentos; Ê Arts. 127 a 166.

IV – o registro de imóveis. Ê Arts. 167 a 288. Ê Arts. 1.225 e 1.245 do Código Civil.

§ 2º Os demais registros reger-se-ão por leis próprias.

Art. 2º. Os registros indicados no § 1º do artigo ante-rior ficam a cargo de serventuários privativos nomeados de acordo com o estabelecido na Lei de Organização Administrativa e Judiciária do Distrito Federal e dos Territórios e nas Resoluções sobre a Divisão e Organi-zação Judiciária dos Estados, e serão feitos:

Ê Art. 236 § 1º a § 3º da Constituição Federal. Ê Vide Lei 8.935/1994.

I – o do item I, nos ofícios privativos, ou nos cartó-rios de registro de nascimentos, casamentos e óbitos;

Ê Arts. 29 a 113.II – os dos itens II e III, nos ofícios privativos, ou nos

cartórios de registro de títulos e documentos; Ê Arts. 127 a 166.

III – os do item IV, nos ofícios privativos, ou nos cartórios de registro de imóveis.

Ê Arts. 167 a 288.

CAPÍTULO II – DA ESCRITURAÇÃO

Ê Arts. 33 a 45, 114 a 119, 132 a 141 e 172 a 181.Art. 3º. A escrituração será feita em livros enca-

dernados, que obedecerão aos modelos anexos a esta Lei, sujeitos à correição da autoridade judiciária competente.

§ 1º Os livros podem ter 0,22m até 0,40m de largura e de 0,33m até 0,55m de altura, cabendo ao oficial a escolha, dentro dessas dimensões, de acordo com a conveniência do serviço.

§ 2º Para facilidade do serviço podem os livros ser escriturados mecanicamente, em folhas soltas, obedecidos os modelos aprovados pela autoridade judiciária competente.

Art. 4º. Os livros de escrituração serão abertos, numerados, autenticados e encerrados pelo oficial do registro, podendo ser utilizado, para tal fim, processo mecânico de autenticação previamente aprovado pela autoridade judiciária competente.

Ê Art. 33 da Lei 9.492/1997 (Lei de Protestos)Parágrafo único. Os livros notariais, nos modelos

existentes, em folhas fixas ou soltas, serão também

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abertos, numerados, autenticados e encerrados pelo tabelião, que determinará a respectiva quantidade a ser utilizada, de acordo com a necessidade do serviço.

Ê Parágrafo incluído pela Lei 9.955 de 2000.

Art. 5º Considerando a quantidade dos registros o Juiz poderá autorizar a diminuição do número de páginas dos livros respectivos, até a terça parte do consignado nesta Lei.

Art. 6º. Findando-se um livro, o imediato tomará o número seguinte, acrescido à respectiva letra, salvo no registro de imóveis, em que o número será conservado, com a adição sucessiva de letras, na ordem alfabética simples, e, depois, repetidas em combinação com a primeira, com a segunda, e assim indefinidamente. Exemplos: 2-A a 2-Z; 2-AA a 2-AZ; 2-BA a 2-BZ, etc.

Art. 7º. Os números de ordem dos registros não serão interrompidos no fim de cada livro, mas continuarão, indefinidamente, nos seguintes da mesma espécie.

CAPÍTULO III – DA ORDEM DO SERVIÇO

Art. 8º. O serviço começará e terminará às mesmas horas em todos os dias úteis.

Parágrafo único. O registro civil de pessoas naturais funcionará todos os dias, sem exceção.

Art. 9º. Será nulo o registro lavrado fora das horas regulamentares ou em dias em que não houver expe-diente, sendo civil e criminalmente responsável o oficial que der causa à nulidade.

Ê Art. 166, VII do Código Civil.

Art. 10. Todos os títulos, apresentados no horário regulamentar e que não forem registrados até a hora do encerramento do serviço, aguardarão o dia seguinte, no qual serão registrados, preferencialmente, aos apresentados nesse dia.

Parágrafo único. O registro civil de pessoas naturais não poderá, entretanto, ser adiado.

Art. 11. Os oficiais adotarão o melhor regime interno de modo a assegurar às partes a ordem de precedência na apresentação dos seus títulos, estabelecendo-se, sempre, o número de ordem geral.

Art. 12. Nenhuma exigência fiscal, ou dívida, obstará a apresentação de um título e o seu lançamento do Protocolo com o respectivo número de ordem, nos casos em que da precedência decorra prioridade de direitos para o apresentante.

Ê Art. 174.

Parágrafo único. Independem de apontamento no Protocolo os títulos apresentados apenas para exame e cálculo dos respectivos emolumentos.

Art. 13. Salvo as anotações e as averbações obriga-tórias, os atos do registro serão praticados:

I – por ordem judicial;

II – a requerimento verbal ou escrito dos interes-sados;

III – a requerimento do Ministério Público, quando a lei autorizar.

§ 1º O reconhecimento de firma nas comunicações ao registro civil pode ser exigido pelo respectivo oficial.

§ 2º A emancipação concedida por sentença judicial será anotada às expensas do interessado.

Art. 14. Pelos atos que praticarem, em decorrência desta Lei, os Oficiais do Registro terão direito, a título de remuneração, aos emolumentos fixados nos Regi-mentos de Custas do Distrito Federal, dos Estados e dos Territórios, os quais serão pagos, pelo interessado que os requerer, no ato de requerimento ou no da apresentação do título.

Parágrafo único. O valor correspondente às custas de escrituras, certidões, buscas, averbações, registros de qualquer natureza, emolumentos e despesas legais constará, obrigatoriamente, do próprio documento, independentemente da expedição do recibo, quando solicitado.

Ê Parágrafo único incluído pela Lei nº 6.724, de 1979.

Art. 15. Quando o interessado no registro for o oficial encarregado de fazê-lo ou algum parente seu, em grau que determine impedimento, o ato incumbe ao substituto legal do oficial.

CAPÍTULO IV – DA PUBLICIDADE

Art. 16. Os oficiais e os encarregados das repartições em que se façam os registros são obrigados:

1º a lavrar certidão do que lhes for requerido;

2º a fornecer às partes as informações solicitadas. Ê Art. 5º, LXXII da Constituição Federal.

Art. 17. Qualquer pessoa pode requerer certidão do registro sem informar ao oficial ou ao funcionário o motivo ou interesse do pedido.

Parágrafo único. O acesso ou envio de informações aos registros públicos, quando forem realizados por meio da rede mundial de computadores (internet) deverão ser assinados com uso de certificado digital, que atenderá os requisitos da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP.

Ê Parágrafo único incluído pela Lei nº 11.977, de 2009.

Art. 18. Ressalvado o disposto nos arts. 45, 57, § 7º, e 95, parágrafo único, a certidão será lavrada indepen-dentemente de despacho judicial, devendo mencionar o livro de registro ou o documento arquivado no cartório.

Ê Art. com redação dada pela Lei nº 9.807, de 1999.

Art. 19. A certidão será lavrada em inteiro teor, em resumo, ou em relatório, conforme quesitos, e devida-mente autenticada pelo oficial ou seus substitutos legais, não podendo ser retardada por mais de 5 (cinco) dias.

Ê Art. 46 § 5º.

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§ 1º A certidão, de inteiro teor, poderá ser extraída por meio datilográfico ou reprográfico.

Ê Art. 217 do Código Civil. Ê Art. 365, III do Código de Processo Civil.

§ 2º As certidões do Registro Civil das Pessoas Natu-rais mencionarão, sempre, a data em que foi Iavrado o assento e serão manuscritas ou datilografadas e, no caso de adoção de papéis impressos, os claros serão preenchidos também em manuscrito ou datilografados.

§ 3º Nas certidões de registro civil, não se mencio-nará a circunstância de ser legítima, ou não, a filiação, salvo a requerimento do próprio interessado, ou em virtude de determinação judicial.

Ê Art. 227 § 6º da Constituição Federal.§ 4º As certidões de nascimento mencionarão, além

da data em que foi feito a assento, a data, por extenso, do nascimento e, ainda, expressamente, o lugar onde o fato houver ocorrido.

§ 5º As certidões extraídas dos registros públicos deverão ser fornecidas em papel e mediante escrita que permitam a sua reprodução por fotocópia, ou outro processo equivalente.

Art. 20. No caso de recusa ou retardamento na expedição da certidão, o interessado poderá reclamar à autoridade competente, que aplicará, se for o caso, a pena disciplinar cabível.

Ê Art. 47Parágrafo único. Para a verificação do retarda-

mento, o oficial, logo que receber alguma petição, fornecerá à parte uma nota de entrega devidamente autenticada.

Art. 21. Sempre que houver qualquer alteração posterior ao ato cuja certidão é pedida, deve o Oficial mencioná-la, obrigatoriamente, não obstante as espe-cificações do pedido, sob pena de responsabilidade civil e penal, ressalvado o disposto nos artigos 45 e 95.

Parágrafo único. A alteração a que se refere este artigo deverá ser anotada na própria certidão, con-tendo a inscrição de que "a presente certidão envolve elementos de averbação à margem do termo.

CAPÍTULO V – DA CONSERVAÇÃO

Art. 22. Os livros de registro, bem como as fichas que os substituam, somente sairão do respectivo cartório mediante autorização judicial.

Art. 23. Todas as diligências judiciais e extrajudiciais que exigirem a apresentação de qualquer livro, ficha substitutiva de livro ou documento, efetuar-se-ão no próprio cartório.

Art. 24. Os oficiais devem manter em segurança, permanentemente, os livros e documentos e respondem pela sua ordem e conservação.

Art. 25. Os papéis referentes ao serviço do registro serão arquivados em cartório mediante a utilização de

processos racionais que facilitem as buscas, facultada a utilização de microfilmagem e de outros meios de reprodução autorizados em lei.

Art. 26. Os livros e papéis pertencentes ao arquivo do cartório ali permanecerão indefinidamente.

Art. 27. Quando a lei criar novo cartório, e enquanto este não for instalado, os registros continuarão a ser feitos no cartório que sofreu o desmembramento, não sendo necessário repeti-los no novo ofício.

Parágrafo único. O arquivo do antigo cartório continuará a pertencer-lhe.

CAPÍTULO VI – DA RESPONSABILIDADE

Art. 28. Além dos casos expressamente consignados, os oficiais são civilmente responsáveis por todos os prejuízos que, pessoalmente, ou pelos prepostos ou substitutos que indicarem, causarem, por culpa ou dolo, aos interessados no registro.

Ê Arts. 47,100, § 5º e 108. Ê Arts. 22 a 24 da Lei 8.935/1994.

Parágrafo único. A responsabilidade civil independe da criminal pelos delitos que cometerem.

Ê Art. 9º e 21 Ê Arts. 23 da Lei 8.935/1994.

TÍTULO II – DO REGISTRO DE PESSOAS NATURAIS

CAPÍTULO I – DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 29. Serão registrados no registro civil de pes-soas naturais:

Ê Art. 9º do Código Civil. Ê Arts. 12 e 13 do Estatuto do Índio (Lei 6.001/1973).

I – os nascimentos; Ê Arts. 50 a 66 e 105 Ê Regulamentado pelo Dec. 7.231, de 2010.

II – os casamentos; Ê Regulamentado pelo Dec. 7.231, de 2010. Ê Arts. 67 a 76. Ê Arts. 9º, I e 1.525 a 1.547 do Código Civil.

III – os óbitos; Ê Regulamentado pelo Dec. 7.231, de 2010. Ê Arts. 77 a 88. Ê Arts. 9º, I do Código Civil.

IV – as emancipações; Ê Arts. 89 a 91. Ê Arts. 9º, II do Código Civil.

V – as interdições; Ê Arts. 92, 93 e 104. Ê Arts. 9º, III do Código Civil. Ê Arts. 1.177 a 1.186 do Código de Processo Civil.

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VI – as sentenças declaratórias de ausência; Ê Arts. 94 a 104. Ê Arts. 9º, IV do Código Civil. Ê Art. 1.159 do Código de Processo Civil.

VII – as opções de nacionalidade; Ê Arts. 29, § 2º e 105 § 5º. Ê Arts. 2º a 5º da Lei 818/1949 (Regula a aquisição, a

perda e a requisição da nacionalidade, e a perda dos direitos políticos)VIII – as sentenças que deferirem a legitimação

adotiva. Ê Art. 227 § 6º da Constituição Federal. Ê Vide ECA (Lei 8.069/1990).

§ 1º Serão averbados: Ê Regulamentado pelo Dec. 7.231, de 2010. Ê Art. 227 § 6º da Constituição Federal. Ê Arts. 97 a 105 e 110 § 3º.

a) as sentenças que decidirem a nulidade ou anu-lação do casamento, o desquite e o restabelecimento da sociedade conjugal;

Ê Art. 10, I, e 1.548 a 1.564 do Código Civil. Ê Vide Lei do Divórcio (6.515/1977).

b) as sentenças que julgarem ilegítimos os filhos concebidos na constância do casamento e as que declararem a filiação legítima;

Ê Art. 227 § 6º da Constituição Federal. Ê Art. 10, II, e 1.548 do Código Civil.

c) os casamentos de que resultar a legitimação de filhos havidos ou concebidos anteriormente;

Ê Art. 227 § 6º da Constituição Federal. Ê Art. 10, II, e 1.548 do Código Civil.

d) os atos judiciais ou extrajudiciais de reconheci-mento de filhos ilegítimos;

Ê Art. 227 § 6º da Constituição Federal. Ê Art. 10, II, e 1.607 a 1.617 do Código Civil. Ê Arts. 26 e 27 do ECA (Lei 8.069/1990)

e) as escrituras de adoção e os atos que a dis-solverem;

Ê Arts. 39 a 52 e 148, III, do ECA (Lei 8.069/1990).f) as alterações ou abreviaturas de nomes.

Ê Arts. 56 a 58. Ê Art. 47, § 5º do ECA (Lei 8.069/1990).

§ 2º É competente para a inscrição da opção de nacionalidade o cartório da residência do optante, ou de seus pais. Se forem residentes no estrangeiro, far-se-á o registro no Distrito Federal.

Art. 30. Não serão cobrados emolumentos pelo registro civil de nascimento e pelo assento de óbito, bem como pela primeira certidão respectiva.

Ê Caput, com redação dada pela Lei 9.534/1997.

Ê Art.5º, LXXVI da Constituição Federal.

§ 1º Os reconhecidamente pobres estão isentos de pagamento de emolumentos pelas demais certidões extraídas pelo cartório de registro civil.

Ê § 1º com redação dada pela Lei 9.534, de 1997.

§ 2º O estado de pobreza será comprovado por declaração do próprio interessado ou a rogo, tratan-do-se de analfabeto, neste caso, acompanhada da assinatura de duas testemunhas.

Ê § 2º com redação dada pela Lei 9.534, de 1997.

§ 3º A falsidade da declaração ensejará a respon-sabilidade civil e criminal do interessado.

Ê § 3º com redação dada pela Lei 9.534, de 1997.

§ 3º-A Comprovado o descumprimento, pelos oficiais de Cartórios de Registro Civil, do disposto no caput deste artigo, aplicar-se-ão as penalidades previstas nos arts. 32 e 33 da Lei nº 8.935, de 18 de novembro de 1994.

Ê § 3º-A incluído pela Lei 9.812, de 1999.

§ 3º-B Esgotadas as penalidades a que se refere o parágrafo anterior e verificando-se novo descumpri-mento, aplicar-se-á o disposto no art. 39 da Lei nº 8.935, de 18 de novembro de 1994.

Ê § 3º-B incluído pela Lei 9.812, de 1999.

§ 3º-C. Os cartórios de registros públicos deverão afixar, em local de grande visibilidade, que permita fácil leitura e acesso ao público, quadros contendo tabelas atualizadas das custas e emolumentos, além de informações claras sobre a gratuidade prevista no caput deste artigo.

Ê § 3º-C incluído pela Lei 11.802, de 2008.

§ 4º É proibida a inserção nas certidões de que trata o § 1º deste artigo de expressões que indiquem condição de pobreza ou semelhantes.

Ê § 4º incluído pela Lei 11.789, de 2008.

Art. 31. Os fatos concernentes ao registro civil, que se derem a bordo dos navios de guerra e mercantes, em viagem, e no exército, em campanha, serão imediata-mente registrados e comunicados em tempo oportuno, por cópia autêntica, aos respectivos Ministérios, a fim de que, através do Ministério da Justiça, sejam ordena-dos os assentamentos, notas ou averbações nos livros competentes das circunscrições a que se referirem.

Art. 32. Os assentos de nascimento, óbito e de casamento de brasileiros em país estrangeiro serão considerados autênticos, nos termos da lei do lugar em que forem feitos, legalizadas as certidões pelos cônsules ou quando por estes tomados, nos termos do regulamento consular.

Ê Art. 1.544 do Código Civil.

Ê Art. 13 da Lei de Introdução às normas do Direito Bra-sileiro (Dec.-lei 4.657/1942).

LEIS FEDERAISLEI Nº 8.935, DE 18 DE NOVEMBRO DE 1994

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nº 1.416, de 25 de agosto de 1975, e pelo art. 1º da Lei nº 7.690, de 15 de dezembro de 1988;

X – as Contribuições sobre o Consumo de Açúcar e de Álcool, criadas pelo art. 3º do Decreto-Lei nº 308, de 28 de fevereiro de 1967, alterado pelos arts. 1º e 2º do Decreto-Lei nº 1.712, de 14 de novembro de 1979, e art. 3º do Decreto-Lei nº 1.952, de 15 de julho de 1982, e respectivos adicionais criados pelo referido Decreto-Lei nº 1.952, de 1982;

XI – o recolhimento da diferença prevista no art. 10 do Decreto-Lei nº 1.785, de 13 de maio de 1980.

Art. 2º. Ficam extintas as parcelas devidas à União, do produto da arrecadação:

a) (Vetado);b) dos Emolumentos sobre a Inscrição e Averbação

das Cédulas de Crédito Industrial, criados pelos arts. 34, §§ 1º e 2º, e 36, § 2º, do Decreto-Lei nº 413, de 9 de janeiro de 1969;

c) dos Emolumentos sobre a Inscrição e Averbação das Cédulas de Créditos à Exportação criados pelo art. 3º da Lei nº 6.313, de 16 de dezembro de 1975, combi-nado com o disposto nos arts. 34, §§ 1º e 2º, e36, § 2º, do Decreto-Lei nº 413, de 9 de janeiro de 1969;

d) (Vetado).Art. 3º. Esta lei entra em vigor na data de sua

publicação.Art. 4º. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 11 de dezembro de 1992; 171º da Independência e 104º da República.

ITAMAR FRANCO(DOU de 12.12.1992).

LEI Nº 8.935, DE 18 DE NOVEMBRO DE 1994

► Regulamenta o art. 236 da Constituição Federal, dispondo sobre serviços notariais e de registro.

Ê Vide Lei de Registros Públicos (Lei 6.015/1973). Ê Vide Lei de Protestos de Títulos e Documentos de Dívida

(Lei 9.492/1997).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICAFaço saber que o Congresso Nacional decreta e eu

sanciono a seguinte lei:

TÍTULO I – DOS SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTROS

CAPÍTULO I NATUREZA E FINS

Art. 1º. Serviços notariais e de registro são os de organização técnica e administrativa destinados a garantir a publicidade, autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos.

Ê Art. 1º da Lei 6.015/1973.

Ê Art. 2º da Lei 9.492/1997.

Art. 2º. (Vetado).Art. 3º. Notário, ou tabelião, e oficial de registro, ou

registrador, são profissionais do direito, dotados de fé pública, a quem é delegado o exercício da atividade notarial e de registro.

Ê Art. 236 da Constituição Federal. Ê Art. 2º da Lei 6.015/1973.

Art. 4º. Os serviços notariais e de registro serão prestados, de modo eficiente e adequado, em dias e horários estabelecidos pelo juízo competente, atendidas as peculiaridades locais, em local de fácil acesso ao público e que ofereça segurança para o arquivamento de livros e documentos.

§ 1º O serviço de registro civil das pessoas naturais será prestado, também, nos sábados, domingos e feriados pelo sistema de plantão.

Ê Art. 8º, parágrafo único da Lei 6.015/1973.

§ 2º O atendimento ao público será, no mínimo, de seis horas diárias.

CAPÍTULO II – DOS NOTÁRIOS E REGISTRADORES

SEÇÃO I – DOS TITULARES

Art. 5º. Os titulares de serviços notariais e de regis-tro são os:

I – tabeliães de notas; Ê Art. 1º § 2º da Lei 6.015/1973.

II – tabeliães e oficiais de registro de contratos marítimos;

Ê Art. 1º da Lei 6.015/1973.

III – tabeliães de protesto de títulos; Ê Art. 1º da Lei 6.015/1973. Ê Vide Lei 9.492/1997.

IV – oficiais de registro de imóveis; Ê Arts. 1º, 2º e 167 a 288 da Lei 6.015/1973.

V – oficiais de registro de títulos e documentos e civis das pessoas jurídicas;

Ê Arts. 1º, 2º e 127 a 168 da Lei 6.015/1973.

VI – oficiais de registro civis das pessoas naturais e de interdições e tutelas;

Ê Arts 1º, 2º e 29 a 113 da Lei 6.015/1973.

VII – oficiais de registro de distribuição. Ê Art. 1º da Lei 6.015/1973.

SEÇÃO II – DAS ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS DOS NOTÁRIOS

Art. 6º. Aos notários compete:I – formalizar juridicamente a vontade das partes;II – intervir nos atos e negócios jurídicos a que

as partes devam ou queiram dar forma legal ou

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autenticidade, autorizando a redação ou redigindo os instrumentos adequados, conservando os originais e expedindo cópias fidedignas de seu conteúdo;

III – autenticar fatos.Art. 7º. Aos tabeliães de notas compete com exclu-

sividade:I – lavrar escrituras e procurações, públicas;

Ê Vide Lei das Escrituras Públicas (Lei 7.433/1985) e seu Decreto Regulamentador (Decreto 93.240/1986).II – lavrar testamentos públicos e aprovar os

cerrados; Ê Arts. 1.864 a 1.875 do Código Civil.

III – lavrar atas notariais;IV – reconhecer firmas;V – autenticar cópias.Parágrafo único. É facultado aos tabeliães de notas

realizar todas as gestões e diligências necessárias ou convenientes ao preparo dos atos notariais, requerendo o que couber, sem ônus maiores que os emolumentos devidos pelo ato.

Art. 8º. É livre a escolha do tabelião de notas, qual-quer que seja o domicílio das partes ou o lugar de situação dos bens objeto do ato ou negócio.

Art. 9º. O tabelião de notas não poderá praticar atos de seu ofício fora do Município para o qual recebeu delegação.

Art. 10. Aos tabeliães e oficiais de registro de con-tratos marítimos compete:

I – lavrar os atos, contratos e instrumentos relativos a transações de embarcações a que as partes devam ou queiram dar forma legal de escritura pública;

II – registrar os documentos da mesma natureza;III – reconhecer firmas em documentos destinados

a fins de direito marítimo;IV – expedir traslados e certidões.Art. 11. Aos tabeliães de protesto de título compete

privativamente: Ê Art. 53, parágrafo único. Ê Vide Lei 9.492/1997.

I – protocolar de imediato os documentos de dívida, para prova do descumprimento da obrigação;

Ê Arts. 3º, 9º ao 11 da Lei 9.492/1997.II – intimar os devedores dos títulos para aceitá-los,

devolvê-los ou pagá-los, sob pena de protesto; Ê Arts. 3º, 14 e 15 da Lei 9.492/1997.

III – receber o pagamento dos títulos protocolizados, dando quitação;

Ê Arts. 3º e 19 da Lei 9.492/1997.IV – lavrar o protesto, registrando o ato em livro

próprio, em microfilme ou sob outra forma de docu-mentação;

Ê Arts. 3º, 20 ao 24 da Lei 9.492/1997.V – acatar o pedido de desistência do protesto

formulado pelo apresentante; Ê Arts. 3º, 16 ao 18 da Lei 9.492/1997.

VI – averbar: Ê Arts. 3º, 25 e 26 da Lei 9.492/1997.

a) o cancelamento do protesto;b) as alterações necessárias para atualização dos

registros efetuados;VII – expedir certidões de atos e documentos que

constem de seus registros e papéis. Ê Arts. 3º, 27 ao 31 da Lei 9.492/1997.

Parágrafo único. Havendo mais de um tabelião de protestos na mesma localidade, será obrigatória a prévia distribuição dos títulos.

Ê Arts. 7º e 8º da Lei 9.492/1997.

SEÇÃO III – DAS ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS DOS OFICIAIS DE REGISTROS

Art. 12. Aos oficiais de registro de imóveis, de títulos e documentos e civis das pessoas jurídicas, civis das pessoas naturais e de interdições e tutelas compete a prática dos atos relacionados na legislação pertinente aos registros públicos, de que são incumbidos, inde-pendentemente de prévia distribuição, mas sujeitos os oficiais de registro de imóveis e civis das pessoas naturais às normas que definirem as circunscrições geográficas.

Art. 13. Aos oficiais de registro de distribuição com-pete privativamente:

I – quando previamente exigida, proceder à distri-buição equitativa pelos serviços da mesma natureza, registrando os atos praticados; em caso contrário, registrar as comunicações recebidas dos órgãos e serviços competentes;

II – efetuar as averbações e os cancelamentos de sua competência;

III – expedir certidões de atos e documentos que constem de seus registros e papéis.

TÍTULO II – DAS NORMAS COMUNS

CAPÍTULO I – DO INGRESSO NA ATIVIDADE NOTARIAL E DE REGISTRO

Ê Art. 236 § 3º da Constituição FederalArt. 14. A delegação para o exercício da atividade

notarial e de registro depende dos seguintes requisitos:I – habilitação em concurso público de provas e

títulos;II – nacionalidade brasileira;III – capacidade civil;IV – quitação com as obrigações eleitorais e mili-

tares;

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V – diploma de bacharel em direito;VI – verificação de conduta condigna para o exer-

cício da profissão.Art. 15. Os concursos serão realizados pelo Poder

Judiciário, com a participação, em todas as suas fases, da Ordem dos Advogados do Brasil, do Ministério Público, de um notário e de um registrador.

§ 1º O concurso será aberto com a publicação de edital, dele constando os critérios de desempate.

§ 2º Ao concurso público poderão concorrer candi-datos não bacharéis em direito que tenham completado, até a data da primeira publicação do edital do concurso de provas e títulos, dez anos de exercício em serviço notarial ou de registro.

§ 3º (Vetado).Art. 16. As vagas serão preenchidas alternadamente,

duas terças partes por concurso público de provas e títulos e uma terça parte por meio de remoção, mediante concurso de títulos, não se permitindo que qualquer serventia notarial ou de registro fique vaga, sem abertura de concurso de provimento inicial ou de remoção, por mais de seis meses.

Ê Caput com redação dada pela Lei 10.506, de 2002.Parágrafo único. Para estabelecer o critério do

preenchimento, tomar-se-á por base a data de vacân-cia da titularidade ou, quando vagas na mesma data, aquela da criação do serviço.

Art. 17. Ao concurso de remoção somente serão admitidos titulares que exerçam a atividade por mais de dois anos.

Art. 18. A legislação estadual disporá sobre as normas e os critérios para o concurso de remoção.

Art. 19. Os candidatos serão declarados habilitados na rigorosa ordem de classificação no concurso.

CAPÍTULO II – DOS PREPOSTOS

Art. 20. Os notários e os oficiais de registro pode-rão, para o desempenho de suas funções, contratar escreventes, dentre eles escolhendo os substitutos, e auxiliares como empregados, com remuneração livremente ajustada e sob o regime da legislação do trabalho.

§ 1º Em cada serviço notarial ou de registro haverá tantos substitutos, escreventes e auxiliares quantos forem necessários, a critério de cada notário ou oficial de registro.

§ 2º Os notários e os oficiais de registro encami-nharão ao juízo competente os nomes dos substitutos.

§ 3º Os escreventes poderão praticar somente os atos que o notário ou o oficial de registro autorizar.

§ 4º Os substitutos poderão, simultaneamente com o notário ou o oficial de registro, praticar todos os atos que lhe sejam próprios exceto, nos tabelionatos de notas, lavrar testamentos.

§ 5º Dentre os substitutos, um deles será designado pelo notário ou oficial de registro para responder pelo respectivo serviço nas ausências e nos impedimentos do titular.

Art. 21. O gerenciamento administrativo e financeiro dos serviços notariais e de registro é da responsabili-dade exclusiva do respectivo titular, inclusive no que diz respeito às despesas de custeio, investimento e pessoal, cabendo-lhe estabelecer normas, condições e obrigações relativas à atribuição de funções e de remuneração de seus prepostos de modo a obter a melhor qualidade na prestação dos serviços.

CAPÍTULO III – DA RESPONSABILIDADE CIVIL E CRIMINAL

Ê Art. 4º da Lei 11.971/2009 (Dispõe sobre a responsabili-dade civil e criminal dos registradores de feitos ajuizados, decorrentes da omissão em sua certificação).

Art. 22. Os notários e oficiais de registro responde-rão pelos danos que eles e seus prepostos causem a terceiros, na prática de atos próprios da serventia, assegurado aos primeiros direito de regresso no caso de dolo ou culpa dos prepostos.

Ê Art. 942 do Código Civil. Ê Art. 28 da Lei 6.015/1973.

Art. 23. A responsabilidade civil independe da criminal.

Ê Art. 935 do Código Civil. Ê Art. 28, parágrafo único da Lei 6.015/1973. Ê Arts. 63 a 68 do Código de Processo Penal.

Art. 24. A responsabilidade criminal será individuali-zada, aplicando-se, no que couber, a legislação relativa aos crimes contra a administração pública.

Ê Arts. 312 a 327 do Código de Processo Penal.

Parágrafo único. A individualização prevista no caput não exime os notários e os oficiais de registro de sua responsabilidade civil.

CAPÍTULO IV – DAS INCOMPATIBILIDADES E DOS IMPEDIMENTOS

Art. 25. O exercício da atividade notarial e de registro é incompatível com o da advocacia, o da intermediação de seus serviços ou o de qualquer cargo, emprego ou função públicos, ainda que em comissão.

Ê Art. 28 do Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei 8.906/1994).

§ 1º (Vetado).§ 2º A diplomação, na hipótese de mandato eletivo,

e a posse, nos demais casos, implicará no afastamento da atividade.

Art. 26. Não são acumuláveis os serviços enumera-dos no art. 5º.

Parágrafo único. Poderão, contudo, ser acumulados nos Municípios que não comportarem, em razão do

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volume dos serviços ou da receita, a instalação de mais de um dos serviços.

Art. 27. No serviço de que é titular, o notário e o registrador não poderão praticar, pessoalmente, qualquer ato de seu interesse, ou de interesse de seu cônjuge ou de parentes, na linha reta, ou na colateral, consanguíneos ou afins, até o terceiro grau.

Ê Art. 15 da Lei 6.015/1973.

CAPÍTULO V – DOS DIREITOS E DEVERES

Art. 28. Os notários e oficiais de registro gozam de independência no exercício de suas atribuições, têm direito à percepção dos emolumentos integrais pelos atos praticados na serventia e só perderão a delegação nas hipóteses previstas em lei.

Art. 29. São direitos do notário e do registrador:

I – exercer opção, nos casos de desmembramento ou desdobramento de sua serventia;

II – organizar associações ou sindicatos de classe e deles participar.

Art. 30. São deveres dos notários e dos oficiais de registro:

I – manter em ordem os livros, papéis e documentos de sua serventia, guardando-os em locais seguros;

Ê Art. 31, V.

Ê Arts. 3º, 22 e 24 da Lei 6.015/1973.

Ê Art. 4º da Lei 11.971/2009 (Dispõe sobre a responsabili-dade civil e criminal dos registradores de feitos ajuizados, decorrentes da omissão em sua certificação).

II – atender as partes com eficiência, urbanidade e presteza;

III – atender prioritariamente as requisições de papéis, documentos, informações ou providências que lhes forem solicitadas pelas autoridades judiciárias ou administrativas para a defesa das pessoas jurídicas de direito público em juízo;

Ê Art. 13, I da Lei 6.015/1973.

IV – manter em arquivo as leis, regulamentos, resoluções, provimentos, regimentos, ordens de serviço e quaisquer outros atos que digam respeito à sua atividade;

V – proceder de forma a dignificar a função exercida, tanto nas atividades profissionais como na vida privada;

VI – guardar sigilo sobre a documentação e os assuntos de natureza reservada de que tenham conhecimento em razão do exercício de sua profissão;

VII – afixar em local visível, de fácil leitura e acesso ao público, as tabelas de emolumentos em vigor;

VIII – observar os emolumentos fixados para a prática dos atos do seu ofício;

Ê Art. 236 § 2º da Constituição Federal.

Ê Vide Lei nº 10.169/2000 (Dispõe sobre normas gerais para fixação de emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro).

IX – dar recibo dos emolumentos percebidos;

Ê Art. 236 § 2º da Constituição Federal.

Ê Vide Lei nº 10.169/2000 (Dispõe sobre normas gerais para fixação de emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro).

X – observar os prazos legais fixados para a prática dos atos do seu ofício;

XI – fiscalizar o recolhimento dos impostos inciden-tes sobre os atos que devem praticar;

XII – facilitar, por todos os meios, o acesso à docu-mentação existente às pessoas legalmente habilitadas;

XIII – encaminhar ao juízo competente as dúvidas levantadas pelos interessados, obedecida a sistemática processual fixada pela legislação respectiva;

XIV – observar as normas técnicas estabelecidas pelo juízo competente.

CAPÍTULO VI – DAS INFRAÇÕES DISCIPLINARES E DAS PENALIDADES

Art. 31. São infrações disciplinares que sujeitam os notários e os oficiais de registro às penalidades previstas nesta lei:

I – a inobservância das prescrições legais ou normativas;

II – a conduta atentatória às instituições notariais e de registro;

III – a cobrança indevida ou excessiva de emolu-mentos, ainda que sob a alegação de urgência;

IV – a violação do sigilo profissional;

V – o descumprimento de quaisquer dos deveres descritos no art. 30.

Art. 32. Os notários e os oficiais de registro estão sujeitos, pelas infrações que praticarem, assegurado amplo direito de defesa, às seguintes penas:

Ê Art. 4º da Lei 11.971/2009 (Dispõe sobre a responsabili-dade civil e criminal dos registradores de feitos ajuizados, decorrentes da omissão em sua certificação).

I – repreensão;

II – multa;

III – suspensão por noventa dias, prorrogável por mais trinta;

IV – perda da delegação.

Art. 33. As penas serão aplicadas:

I – a de repreensão, no caso de falta leve;

II – a de multa, em caso de reincidência ou de infração que não configure falta mais grave;

III – a de suspensão, em caso de reiterado descum-primento dos deveres ou de falta grave.

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CAPÍTULO X – DA PRESCRIÇÃO

Art. 59. Prescrevem em 6 (seis) meses, contados da expiração do prazo de apresentação, a ação que o art. 47 desta Lei assegura ao portador.

Ê Art. 9º da Lei de Protesto de Títulos e Documentos de Dívida (Lei 9.492/1997)

Parágrafo único – A ação de regresso de um obrigado ao pagamento do cheque contra outro prescreve em 6 (seis) meses, contados do dia em que o obrigado pagou o cheque ou do dia em que foi demandado.

Art. 60. A interrupção da prescrição produz efeito somente contra o obrigado em relação ao qual foi promovido o ato interruptivo.

Art. 61. A ação de enriquecimento contra o emitente ou outros obrigados, que se locupletaram injustamente com o não-pagamento do cheque, prescreve em 2 (dois) anos, contados do dia em que se consumar a prescrição prevista no art. 59 e seu parágrafo desta Lei.

Art. 62. Salvo prova de novação, a emissão ou a transferência do cheque não exclui a ação fundada na relação causal, feita a prova do não-pagamento.

CAPÍTULO XI – DOS CONFLITOS DE LEIS EM MATÉRIA DE CHEQUES

Art. 63. Os conflitos de leis em matéria de cheques serão resolvidos de acordo com as normas constantes das Convenções aprovadas, promulgadas e mandadas aplicar no Brasil, na forma prevista pela Constituição Federal.

Ê Vide Decreto 1.240/1994, que promulga a Convenção Interamericana sobre Conflitos de Leis em Matéria de Cheques

CAPÍTULO XII – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 64. A apresentação do cheque, o protesto ou a declaração equivalente só podem ser feitos ou exigidos em dia útil, durante o expediente dos estabelecimentos de crédito, câmaras de compensação e cartórios de protestos.

Parágrafo único. O cômputo dos prazos estabeleci-dos nesta Lei obedece às disposições do direito comum.

Art. 65. Os efeitos penais da emissão do cheque sem suficiente provisão de fundos, da frustração do pagamento do cheque, da falsidade, da falsificação e da alteração do cheque continuam regidos pela legislação criminal.

Art. 66. Os vales ou cheques postais, os cheques de poupança ou assemelhados, e os cheques de viagem regem-se pelas disposições especiais a eles referentes.

Art. 67. A palavra ‘’banco’’, para os fins desta Lei, designa também a instituição financeira contra a qual a lei admita a emissão de cheque.

Art. 68. Os bancos e casas bancárias poderão fazer prova aos seus depositantes dos cheques por estes

sacados mediante apresentação de cópia fotográfica ou microfotográfica.

Art. 69. Fica ressalvada a competência do Conse-lho Monetário Nacional, nos termos e nos limites da legislação especifica, para expedir normas relativas à matéria bancária relacionada com o cheque.

Parágrafo único. É da competência do Conselho Monetário Nacional:

a) a determinação das normas a que devem obedecer as contas de depósito para que possam ser fornecidos os talões de cheques aos depositantes;

b) a determinação das consequências do uso inde-vido do cheque, relativamente à conta do depositante;

c) a disciplina das relações entre o sacado e o opoente, na hipótese do art. 36 desta Lei.

Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 71. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, em 02 de setembro de 1985; 164º da Independência e 97º da República.

JOSÉ SARNEY (DOU de 3.9.1986)

LEI Nº 9.492, DE 10 DE SETEMBRO DE 1997

► Define competência, regulamenta os servi-ços concernentes ao protesto de títulos e outros documentos de dívida e dá outras providências.

Ê Art. 73 do Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (LC 123/2006).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICAFaço saber que o Congresso Nacional decreta e eu

sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I – DA COMPETÊNCIA E DAS ATRIBUIÇÕES

Art. 1º. Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obriga-ção originada em títulos e outros documentos de dívida.

Ê Decreto 2.044/1908 (Define a letra de câmbio e a nota promissória).

Ê Lei 4.728/1965 (Lei do Mercado de Capitais).

Ê Lei 5.474/1968 (Lei das Duplicatas).

Ê Decreto 57.663/1966 (Promulga as Convenções para adoção de uma lei uniforme em matéria de letras de câmbio e notas promissórias)

Ê Decreto-Lei 167/1967 (Títulos de Crédito Rural)

Ê Decreto-Lei 413/1969 (Títulos de Crédito Industrial)

Ê Art. 2º, § 2º, Decreto-lei 911/69 (Processo sobre alienação fiduciária)

Ê Arts. 475-N, 585 e 1.071, Código de Processo Civil.

LEIS FEDERAISLEI Nº 9.492, DE 10 DE SETEMBRO DE 1997

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Ê Lei 6.830/1980 (Cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública)

Ê Lei 10.931/2004 (Patrimônio de Afetação de Incorpora-ções Imobiliárias, Letra de Crédito Imobiliário, Cédula de Crédito Imobiliário, Cédula de Crédito Bancário)

Ê Art. 99, II, da Lei 11.101/2005 (Lei das Falências)

Ê Lei 11.882/2008 (Letra de Arrendamento Mercantil).

Ê Provimento 30/2013 do Conselho Nacional de Justiça – CNJ (Disciplina a recepção e protesto de cheques, nas hipóteses que relaciona, visando coibir fraudes que possam acarretar prejuízos aos devedores ou a terceiros).

Parágrafo único. Incluem-se entre os títulos sujei-tos a protesto as certidões de dívida ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas autarquias e fundações públicas.

Ê Parágrafo único incluído pela Lei nº 12.767, de 2012.

Art. 2º. Os serviços concernentes ao protesto, garantidores da autenticidade, publicidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos, ficam sujeitos ao regime estabelecido nesta Lei.

Ê Art. 1º da Lei dos Notários e Registradores (Lei 8.935/1994).

Ê Art. 1º da Lei de Registros Públicos (Lei 6.015/1973).

Art. 3º. Compete privativamente ao Tabelião de Pro-testo de Títulos, na tutela dos interesses públicos e pri-vados, a protocolização, a intimação, o acolhimento da devolução ou do aceite, o recebimento do pagamento, do título e de outros documentos de dívida, bem como lavrar e registrar o protesto ou acatar a desistência do credor em relação ao mesmo, proceder às averbações, prestar informações e fornecer certidões relativas a todos os atos praticados, na forma desta Lei.

Ê Art. 5º, III e 11 da Lei dos Notários e Registradores (Lei 8.935/1994).

CAPÍTULO II – DA ORDEM DOS SERVIÇOS

Art. 4º. O atendimento ao público será, no mínimo, de seis horas diárias.

Ê Art. 4º § 2º da Lei dos Notários e Registradores (Lei 8.935/1994).

Art. 5º. Todos os documentos apresentados ou distri-buídos no horário regulamentar serão protocolizados dentro de vinte e quatro horas, obedecendo à ordem cronológica de entrega.

Parágrafo único. Ao apresentante será entregue recibo com as características essenciais do título ou documento de dívida, sendo de sua responsabilidade os dados fornecidos.

Art. 6º. Tratando-se de cheque, poderá o protesto ser lavrado no lugar do pagamento ou do domicílio do emitente, devendo do referido cheque constar a prova de apresentação ao Banco sacado, salvo se o

protesto tenha por fim instruir medidas pleiteadas contra o estabelecimento de crédito.

Ê Art. 48 da Lei do Cheque (Lei 7.357/1985).

CAPÍTULO III – DA DISTRIBUIÇÃO

Art. 7º. Os títulos e documentos de dívida destinados a protesto somente estarão sujeitos a prévia distribui-ção obrigatória nas localidades onde houver mais de um Tabelionato de Protesto de Títulos.

Parágrafo único. Onde houver mais de um Tabe-lionato de Protesto de Títulos, a distribuição será feita por um Serviço instalado e mantido pelos próprios Tabelionatos, salvo se já existir Ofício Distribuidor organizado antes da promulgação desta Lei.

Art. 8º. Os títulos e documentos de dívida serão recepcionados, distribuídos e entregues na mesma data aos Tabelionatos de Protesto, obedecidos os critérios de quantidade e qualidade.

Parágrafo único. Poderão ser recepcionadas as indicações a protestos das Duplicatas Mercantis e de Prestação de Serviços, por meio magnético ou de gravação eletrônica de dados, sendo de inteira res-ponsabilidade do apresentante os dados fornecidos, ficando a cargo dos Tabelionatos a mera instrumenta-lização das mesmas.

CAPÍTULO IV – DA APRESENTAÇÃO E PROTOCOLIZAÇÃO

Art. 9º. Todos os títulos e documentos de dívida protocolizados serão examinados em seus caracteres formais e terão curso se não apresentarem vícios, não cabendo ao Tabelião de Protesto investigar a ocorrência de prescrição ou caducidade.

Ê Arts. 189 a 211 do Código Civil

Ê Súmula 387 do Supremo Tribunal Federal.

Parágrafo único. Qualquer irregularidade formal observada pelo Tabelião obstará o registro do protesto.

Art. 10. Poderão ser protestados títulos e outros documentos de dívida em moeda estrangeira, emitidos fora do Brasil, desde que acompanhados de tradução efetuada por tradutor público juramentado.

§ 1º Constarão obrigatoriamente do registro do protesto a descrição do documento e sua tradução.

§ 2º Em caso de pagamento, este será efetuado em moeda corrente nacional, cumprindo ao apresentante a conversão na data de apresentação do documento para protesto.

§ 3º Tratando-se de títulos ou documentos de dívidas emitidos no Brasil, em moeda estrangeira, cuidará o Tabelião de observar as disposições do Decreto-lei nº 857, de 11 de setembro de 1969, e legislação comple-mentar ou superveniente.

Art. 11. Tratando-se de títulos ou documentos de dívida sujeitos a qualquer tipo de correção, o paga-

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mento será feito pela conversão vigorante no dia da apresentação, no valor indicado pelo apresentante.

CAPÍTULO V – DO PRAZO

Art. 12. O protesto será registrado dentro de três dias úteis contados da protocolização do título ou documento de dívida.

§ 1º Na contagem do prazo a que se refere o caput exclui-se o dia da protocolização e inclui-se o do vencimento.

§ 2º Considera-se não útil o dia em que não houver expediente bancário para o público ou aquele em que este não obedecer ao horário normal.

Art. 13. Quando a intimação for efetivada excep-cionalmente no último dia do prazo ou além dele, por motivo de força maior, o protesto será tirado no primeiro dia útil subsequente.

CAPÍTULO VI – DA INTIMAÇÃO

Art. 14. Protocolizado o título ou documento de dívida, o Tabelião de Protesto expedirá a intimação ao devedor, no endereço fornecido pelo apresentante do título ou documento, considerando-se cumprida quando comprovada a sua entrega no mesmo endereço.

§ 1º A remessa da intimação poderá ser feita por portador do próprio tabelião, ou por qualquer outro meio, desde que o recebimento fique assegurado e comprovado através de protocolo, aviso de recepção (AR) ou documento equivalente.

§ 2º A intimação deverá conter nome e endereço do devedor, elementos de identificação do título ou documento de dívida, e prazo limite para cumprimento da obrigação no Tabelionato, bem como número do protocolo e valor a ser pago.

Art. 15. A intimação será feita por edital se a pessoa indicada para aceitar ou pagar for desconhecida, sua localização incerta ou ignorada, for residente ou domi-ciliada fora da competência territorial do Tabelionato, ou, ainda, ninguém se dispuser a receber a intimação no endereço fornecido pelo apresentante.

§ 1º O edital será afixado no Tabelionato de Protesto e publicado pela imprensa local onde houver jornal de circulação diária.

§ 2º Aquele que fornecer endereço incorreto, agindo de má-fé, responderá por perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções civis, administrativas ou penais.

CAPÍTULO VII – DA DESISTÊNCIA E SUSTAÇÃO DO PROTESTO

Art. 16. Antes da lavratura do protesto, poderá o apresentante retirar o título ou documento de dívida, pagos os emolumentos e demais despesas.

Ê Art. 236 § 2º da Constituição Federal. Ê Lei 10.169, de 29-12-2000, regula o § 2º do artigo 236

da Constituição Federal, mediante o estabelecimento de

normas gerais para a fixação de emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro.

Art. 17. Permanecerão no Tabelionato, à disposição do Juízo respectivo, os títulos ou documentos de dívida cujo protesto for judicialmente sustado.

Ê Art. 35, § 1º, III Ê Arts. 796 a 812 do Código de Processo Civil.

§ 1º O título do documento de dívida cujo protesto tiver sido sustado judicialmente só poderá ser pago, protestado ou retirado com autorização judicial.

§ 2º Revogada a ordem de sustação, não há neces-sidade de se proceder a nova intimação do devedor, sendo a lavratura e o registro do protesto efetivados até o primeiro dia útil subsequente ao do recebimento da revogação, salvo se a materialização do ato depen-der de consulta a ser formulada ao apresentante, caso em que o mesmo prazo será contado da data da resposta dada.

§ 3º Tornada definitiva a ordem de sustação, o título ou o documento de dívida será encaminhado ao Juízo respectivo, quando não constar determinação expressa a qual das partes o mesmo deverá ser entregue, ou se decorridos trinta dias sem que a parte autorizada tenha comparecido no Tabelionato para retirá-lo.

Art. 18. As dúvidas do Tabelião de Protesto serão resolvidas pelo Juízo competente.

CAPÍTULO VIII – DO PAGAMENTO

Art. 19. O pagamento do título ou do documento de dívida apresentado para protesto será feito dire-tamente no Tabelionato competente, no valor igual ao declarado pelo apresentante, acrescido dos emolu-mentos e demais despesas.

Ê Art. 236 § 2º da Constituição Federal. Ê Lei 10.169, de 29-12-2000, regula o § 2º do artigo 236

da Constituição Federal, mediante o estabelecimento de normas gerais para a fixação de emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro.

§ 1º Não poderá ser recusado pagamento oferecido dentro do prazo legal, desde que feito no Tabelionato de Protesto competente e no horário de funcionamento dos serviços.

§ 2º No ato do pagamento, o Tabelionato de Pro-testo dará a respectiva quitação, e o valor devido será colocado à disposição do apresentante no primeiro dia útil subsequente ao do recebimento.

§ 3º Quando for adotado sistema de recebimento do pagamento por meio de cheque, ainda que de emissão de estabelecimento bancário, a quitação dada pelo Tabelionato fica condicionada à efetiva liquidação.

§ 4º Quando do pagamento no Tabelionato ainda subsistirem parcelas vincendas, será dada quitação da parcela paga em apartado, devolvendo-se o original ao apresentante.

LEIS FEDERAISLEI Nº 9.492, DE 10 DE SETEMBRO DE 1997

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CAPÍTULO IX – DO REGISTRO DO PROTESTO

Art. 20. Esgotado o prazo previsto no art. 12, sem que tenham ocorrido as hipóteses dos Capítulos VII e VIII, o Tabelião lavrará e registrará o protesto, sendo o respectivo instrumento entregue ao apresentante.

Art. 21. O protesto será tirado por falta de paga-mento, de aceite ou de devolução.

Ê Arts. 9º ao 13, 28 a 33, e 44, III do Decreto 2.044/1908 (Define a letra de câmbio e a nota promissória e regula as operações cambiais).

Ê Arts. 6º ao 8º, 13 e 14 da Lei 5.474/1968 (Lei das Dupli-catas).

§ 1º O protesto por falta de aceite somente poderá ser efetuado antes do vencimento da obrigação e após o decurso do prazo legal para o aceite ou a devolução.

§ 2º Após o vencimento, o protesto sempre será efetuado por falta de pagamento, vedada a recusa da lavratura e registro do protesto por motivo não previsto na lei cambial.

§ 3º Quando o sacado retiver a letra de câmbio ou a duplicata enviada para aceite e não proceder à devolução dentro do prazo legal, o protesto poderá ser baseado na segunda via da letra de câmbio ou nas indicações da duplicata, que se limitarão a conter os mesmos requisitos lançados pelo sacador ao tempo da emissão da duplicata, vedada a exigência de qualquer formalidade não prevista na Lei que regula a emissão e circulação das duplicatas.

§ 4º Os devedores, assim compreendidos os emiten-tes de notas promissórias e cheques, os sacados nas letras de câmbio e duplicatas, bem como os indicados pelo apresentante ou credor como responsáveis pelo cumprimento da obrigação, não poderão deixar de figurar no termo de lavratura e registro de protesto.

§ 5º Não se poderá tirar protesto por falta de paga-mento de letra de câmbio contra o sacado não aceitante.

Ê § 5º incluído pela Lei 12.767, de 2012.

Ê Vide Decreto 2.044/1908 (Define a letra de câmbio e a nota promissória e regula as operações cambiais).

Ê Vide Decreto 57.663/1966 (Letra de Câmbio e Nota Promissória).

Art. 22. O registro do protesto e seu instrumento deverão conter:

I – data e número de protocolização; Ê Art. 3º

II – nome do apresentante e endereço;

III – reprodução ou transcrição do documento ou das indicações feitas pelo apresentante e declarações nele inseridas;

IV – certidão das intimações feitas e das respostas eventualmente oferecidas;

Ê Arts. 14 e 15.

V – indicação dos intervenientes voluntários e das firmas por eles honradas;

VI – a aquiescência do portador ao aceite por honra; Ê Art. 29, VI, do Decreto 2.044/1908 (Define a letra de câm-

bio e a nota promissória e regula as operações cambiais).VII – nome, número do documento de identificação

do devedor e endereço;VIII – data e assinatura do Tabelião de Protesto, de

seus substitutos ou de Escrevente autorizado.Parágrafo único. Quando o Tabelião de Protesto

conservar em seus arquivos gravação eletrônica da imagem, cópia reprográfica ou micrográfica do título ou documento de dívida, dispensa-se, no registro e no instrumento, a sua transcrição literal, bem como das demais declarações nele inseridas.

Art. 23. Os termos dos protestos lavrados, inclusive para fins especiais, por falta de pagamento, de aceite ou de devolução serão registrados em um único livro e conterão as anotações do tipo e do motivo do pro-testo, além dos requisitos previstos no artigo anterior.

Parágrafo único. Somente poderão ser protestados, para fins falimentares, os títulos ou documentos de dívida de responsabilidade das pessoas sujeitas às consequências da legislação falimentar.

Ê Art. 94, § 3º e art. 99, II da Lei 11.101/2005 (Lei das Falências)Art. 24. O deferimento do processamento de con-

cordata não impede o protesto. Ê O instituto da concordata foi suprimido pela nova lei da

falência, (Lei 11.101/2005), sendo substituído pela recupe-ração judicial (arts. 47 a 73) ou extrajudicial (161 a 167).

CAPÍTULO X – DAS AVERBAÇÕES E DO CANCELAMENTO

Art. 25. A averbação de retificação de erros mate-riais pelo serviço poderá ser efetuada de ofício ou a requerimento do interessado, sob responsabilidade do Tabelião de Protesto de Títulos.

§ 1º Para a averbação da retificação será indispen-sável a apresentação do instrumento eventualmente expedido e de documentos que comprovem o erro.

§ 2º Não são devidos emolumentos pela averbação prevista neste artigo.

Art. 26. O cancelamento do registro do protesto será solicitado diretamente no Tabelionato de Pro-testo de Títulos, por qualquer interessado, mediante apresentação do documento protestado, cuja cópia ficará arquivada.

§ 1º Na impossibilidade de apresentação do original do título ou documento de dívida protestado, será exigida a declaração de anuência, com identificação e firma reconhecida, daquele que figurou no registro de protesto como credor, originário ou por endosso translativo.

Ê Súmulas 475 e 476 do Superior Tribunal de Justiça