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LEI N. 8.078/90 Aula n. 02 Das disposições gerais do Código de Defesa do Consumidor Matéria: Teoria Finalista - Gratuidade da Justiça - Direitos Básicos do Consumidor 1 PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA Módulo I: Introdução ao Código de Defesa do Consumidor

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LEI N. 8.078/90

Aula n. 02 – Das disposições gerais do Código de Defesa do

Consumidor

Matéria: Teoria Finalista - Gratuidade da Justiça - Direitos

Básicos do Consumidor

1

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Módulo I: Introdução ao Código de Defesa do Consumidor

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PESSOA JURÍDICA COMO CONSUMIDORA

• A pessoa jurídica adquire produtos e utiliza serviços

Exemplos: contratação de ascensorista, serviço de limpeza etc.

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• Teoria finalista mitigada

• A empresa como consumidora

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• Processual. Bem móvel. Aquisição de motor de caminhão dado pordefeituoso. Demanda proposta pelo adquirente, motorista autônomo,contra a fabricante do produto. Reconhecimento de relação de consumo,pela aplicação mitigada da teoria finalista, muito embora adquirido oequipamento para o exercício da atividade empresarial do autor,consistente na prestação de serviços de transporte de cargas. Ônus daprova. Inversão pela decisão agravada. Questão mal posta. Em matéria dedefeito (ou vício) do produto, o ônus da prova da inexistência já élegalmente do fornecedor, à luz do art. 12, § 3º, II, do CDC, não havendoassim necessidade de inversão por decisão judicial. Decisão agravada quese confirma, com ressalva. Agravo de instrumento da ré desprovido, comobservação. (TJSP; Agravo de Instrumento 2124552-76.2018.8.26.0000;Relator (a): Fabio Tabosa; Órgão Julgador: 29ª Câmara de Direito Privado;Foro Regional IV - Lapa - 4ª Vara Cível; Data do Julgamento: 31/01/2019;Data de Registro: 31/01/2019)

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TEORIA FINALISTA

DIREITO CIVIL - PRODUTOR RURAL - COMPRA E VENDA DE SEMENTES DE

MILHO PARA O PLANTIO - CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR - NÃO-

APLICAÇÃO - PRECEDENTES - REEXAME DE MATÉRIA-FÁTICO

PROBATÓRIA - ÓBICE DA SÚMULA 7/STJ - RECURSO ESPECIAL

IMPROVIDO. I - Os autos dão conta tratar-se de compra e venda de sementes de milho por

produtor rural, destinadas ao plantio em sua propriedade para posterior colheita e

comercialização, as quais não foram adquiridas para o próprio consumo. II - O entendimento

da egrégia Segunda Seção é no sentido de que não se configura relação de consumo nas

hipóteses em que o produto ou o serviço são alocados na prática de outra atividade

produtiva.

Precedentes.

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III - O v. acórdão recorrido entendeu que os recorrentes não

conseguiram comprovar o fato constitutivo de seu direito, por meio de

provas aceitáveis em juízo e que possibilitassem o contraditório.

O cerne da questão, como se vê, diz respeito ao exame de matéria

fático-probatória, o que é vedado pela Súmula 7/STJ.

IV - Ademais, mesmo nas hipóteses em que o Código de Defesas do

Consumidor é aplicável, o contraditório deve ser observado,

possibilitando-se ao réu a oportunidade de provar fatos que afastem a

sua condenação.

V - Recurso especial improvido.

(REsp 1132642/PR, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, Rel. p/ Acórdão

Ministro MASSAMI UYEDA, TERCEIRA TURMA, julgado em

05/08/2010, DJe 18/11/2010)

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TEORIA FINALISTA MITIGADA

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. CONCEITO DE

CONSUMIDOR. INCIDÊNCIA DO CDC. PESSOA JURÍDICA. FINALISMO

MITIGADO. VULNERABILIDADE. AUSÊNCIA DE DIVERGÊNCIA ENTRE OS

ACÓRDÃOS CONFRONTADOS.

1. Hipótese em que, em verdade, não há divergência entre os acórdãos

comparados, pois todos aplicam a teoria finalista mitigada, que admite a

incidência do CDC, ainda que a pessoa física ou jurídica não sejam tecnicamente

destinatárias finais do produto ou do serviço, quando estejam em situação de

vulnerabilidade diante do fornecedor.

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2. Entretanto, no acórdão embargado, a Primeira Turma afirmou que a

hipótese é de "ausência de demonstração de vulnerabilidade" da pessoa

jurídica agravante (fls. 1.446-1.447). A reforma dessa conclusão

pressupõe novo julgamento do Recurso Especial, com análise detida do

acórdão recorrido, o que não pode ser obtido por esta via.

3. Haveria divergência se os paradigmas indicados afirmassem que, para

a incidência do regime protetivo do CDC, seria dispensável a análise da

situação de vulnerabilidade da pessoa jurídica sempre que se tratar de

serviço público essencial. Em nenhum deles, contudo, está assentada

essa tese.

4. Agravo Regimental não provido.

(AgRg nos EREsp 1331112/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,

CORTE ESPECIAL, julgado em 03/12/2014, DJe 02/02/2015)

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• PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. ENERGIA ELÉTRICA. CONSUMIDOR. TEORIA FINALISTA MITIGADA.

REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE, SÚMULA 7/STJ. 1. O STJ entende que se aplica a

teoria finalista de forma mitigada, permitindo-se a incidência do CDC nos casos em que a parte, embora não seja

destinatária final do produto ou serviço, esteja em situação de vulnerabilidade técnica, jurídica ou econômica em relação

ao fornecedor, conforme entendeu a Corte de origem, no caso dos autos. 2. A recorrente alega também ofensa ao art. 6º,

VIII, da Lei 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor), porque o ônus da prova não poderia ter sido invertido em seu

desfavor, tendo em vista a falta de demonstração da verossimilhança das alegações feitas pela recorrida e da

hipossuficiência, tendo a Corte local consignado que "a autora trouxe aos autos documentos de dão conta da ocorrência

de interrupção no fornecimento de energia elétrica, sem qualquer aviso prévio ou qualquer justificativa, fatos que

ocasionaram a paralisação da produção, e, por conseguinte, prejuízos consistentes na perda de tempo e de matéria-prima

(fls. 31/137). Diante da verossimilhança das alegações da autora e da sua hipossuficiência, impõe-se a inversão do ônus

da prova ". Como se vê, a instância de origem decidiu a questão com fundamento no suporte fático-probatório dos autos,

cujo reexame é inviável no Superior Tribunal de Justiça, ante o óbice da Súmula 7/STJ: "A pretensão de simples reexame

de prova não enseja Recurso Especial. 3. Quanto à responsabilidade pela interrupção do fornecimento de energia, aplica-

se analogicamente a Súmula 283 do Supremo Tribunal Federal, porque não impugnados os fundamentos adotados pelo

Tribunal de Justiça no sentido de que a responsabilidade da EDP seria objetiva (§ 6º do art. 37 da Constituição Federal), e

de que, subsidiariamente, não haveria excludente de responsabilidade do caso fortuito ou da força maior (parágrafo único

do art. 927 do Código Civil). 4. Quanto à apontada violação ao art. 373, I, do Código de Processo Civil de 2015, porquanto

a recorrida não teria provado a ocorrência de danos materiais, cito trecho do voto condutor: "Diferentemente do que alega

a ré, tal cálculo não pode ser considerado unilateral, uma vez que ele foi confirmado pelo laudo apresentado pelo perito

judicial (fl. 359). Conforme informado pela requerente - documentos de fls. 51 à 60 - tiveram prejuízo material no valor de

R$ 192.929, 88 (cento e noventa e dois mil, novecentos e vinte e nove reais e oitenta e oito centavos), em virtude da falta

de energia.E não há nada que afaste a credibilidade deste laudo pericial, já que este foi produzido por perito oficial, o que

garante imparcialidade no que tange as suas conclusões. E, como bem constou da sentença, o valor em questão se

mostra proporcional ao porte da empresa (fls. 350/358 - fotografias), bem como à extensão do dano experimentado, em

especial, à quantidade dos materiais perdidos (fls. 343/344).Não bastasse isso, a ré não produziu qualquer prova para

contrariar o valor apontado na inicial e no laudo pericial, motivo pelo qual tal valor restou incontroverso". Aplicação,

novamente, do óbice da Súmula 7 do Superior Tribunal de Justiça. 5. Recurso Especial parcialmente conhecido e, nessa

parte, não provido. (REsp 1730849/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2018,

DJe 07/02/2019)

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• Acesso facilitado do consumidor ao Poder Judiciário

• Justiça gratuita ao consumidor carente

• Artigo 5º, inciso LXXIV, da CF

“O Estado prestará assistência jurídica integral e

gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos.”

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ATENÇÃO:

Os artigos 3º e 4º da Lei n. 1.060/50 foram revogados.

Pedido de Gratuidade da Justiça - Arts. 98 e 99 do CPC

• Artigo 98 do CPC

“A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com

insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais

e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça na forma

da lei.”

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• Artigo 99 do Código de Processo Civil

“O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na

petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no

processo ou em recurso.”

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ATENÇÃO

“A assistência do requerente por advogado particular não

impede a concessão de gratuidade da justiça.” (Cf. artigo 99, § 4º, do

CPC)

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• O consumidor adquire produtos ou serviços ou utilizaprodutos ou serviços.

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• Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial (aplicação

de renda fixa). (Artigo 3º, § 1º, do CDC)

• Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante

remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e

securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. (Artigo

3º, § 2º, do CDC)

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DESTINATÁRIO FINAL

CONSUMIDOR

CÓDIGO DE DEFESA DO

CONSUMIDOR

C0NCESSIONÁRIA

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CONCESSIONÁRIA

DIREITO CIVIL

AUTOMÓVEIS

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CONCEITO DE FORNECEDOR

Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada,

nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que

desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção,

transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de

produtos ou prestação de serviços.

Art. 3º da Lei n. 8.070/90

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• Política Nacional de Relação de Consumo (Artigo 4º do CDC)

A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o

atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade,

saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua

qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de

consumo, atendidos os seguintes princípios: I - reconhecimento da

vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;

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Aula n. 4 iniciar falando sobre a vulnerabilidade do consumidor

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III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e

compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de

desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos

quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre

com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;

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• IV - educação e informação de fornecedores e consumidores,quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria domercado de consumo;

• V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes decontrole de qualidade e segurança de produtos e serviços, assimcomo de mecanismos alternativos de solução de conflitos deconsumo

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VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de

consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e

criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que

possam causar prejuízos aos consumidores

VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;

VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo.

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• Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, contará o poder público com os seguintes instrumentos, entre outros:

• I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o consumidor carente;

• II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no âmbito do Ministério Público;

• III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo;

• IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para a solução de litígios de consumo;

• V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações de Defesa do Consumidor.

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• PROTEÇÃO DA INCOLUMIDADE FÍSICA DO CONSUMIDOR -

Direito à Segurança - Artigo 6º, inciso I, do CDC

• Vida, saúde e segurança são bens jurídicos inalienáveis

relacionados à dignidade da pessoa humana.

• Dever de segurança

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• Fornecedor = dever de segurança = os produtos ou serviços seradequados aos fins a que se destinam (qualidade/adequação).

• Devem ainda oferecer qualidade e segurança.

• Respeito às normas técnicas de segurança no que diz respeitoaos “produtos”, ou seja, riscos inerentes ao próprio produto.(Exs.: medicamentos e aparelhos domésticos)

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• Artigo 6º, incisos VII e VIII, do Código de Defesa do Consumidor

São direitos básicos do consumidor:

VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais emorais, individuais, coletivos, e difusos;

VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos, comvistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais emorais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada aproteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados.

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• Artigo 6º, inciso IV, do Código de Defesa do Consumidor

São direitos básicos do consumidor:

IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva,métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contrapráticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento deprodutos e serviços;

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• Abusivo é tudo aquilo que desrespeita a principiologia e afinalidade do sistema protetivo do consumidor, bem comorelacione à noção de abuso de direito.

• Artigo 187 do Código Civil e artigo 7º, “caput”, do CDC

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Artigo 187 do Código Civil

Também comete ato ilícito o titular de um direito que, aoexercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seufim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

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Artigo 7º do Código de Defesa do Consumidor

Os direitos previstos neste código não excluem outrosdecorrentes de tratados ou convenções internacionais de queo Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, deregulamentos expedidos pelas autoridades administrativascompetentes, bem como dos que derivem dos princípiosgerais do direito, analogia, costumes e equidade.

Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todosresponderão solidariamente pela reparação dos danosprevistos nas normas de consumo.

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Esses comportamentos são considerados atos ilícitos ipsofacto, apenas por existirem e se manifestarem no mundo dascoisas, em descompasso com o ordenamento jurídico.

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Exemplo:

Administradora envia para a casa do consumidor umcartão de crédito não solicitado. Ainda que o consumidordesejasse ter um cartão de crédito e tenha gostado dainiciativa da administradora, trata-se de uma prática comercialabusiva.

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Súmula 532 do Superior Tribunal de Justiça

Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão decrédito sem prévia e expressa solicitação do consumidor,configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à aplicação demulta administrativa.

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Conforme analisado pela Corte de origem, a conduta

constatada diz respeito ao fato de a parte recorrente ter enviado um

"cartão de crédito múltiplo, sem que tivesse havido solicitação a parte

do consumidor". Ou seja, o pedido do consumidor não disse respeito a

um cartão de crédito múltiplo, tendo sido a conduta comprovada a partir

dos elementos fáticos e probatórios constantes dos autos. O art. 39,

inciso III, do Código de Defesa do Consumidor veda a prática de enviar

ao consumidor produtos ou serviços não requeridos por ele. Nesse

ponto, cai por terra a alegação da parte recorrente de que o cartão

enviado estaria com a função crédito inativada, pois tal argumento é

irrelevante para o deslinde da controvérsia.

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Isso porque, pelo o que consta do acórdão impugnado, o pedido daconsumidora se restringiu a um cartão de débito, tão somente, não havendoregistro de que tenha havido qualquer manifestação de vontade por partedela quanto ao cartão múltiplo. Há a abusividade da conduta com o simplesenvio do cartão de crédito, sem pedido pretérito e expresso do consumidor,independentemente da múltipla função e do bloqueio da função crédito, poistutelam-se os interesses dos consumidores em fase pré-contratual, evitandoa ocorrência de abuso de direito na atuação dos fornecedores na relaçãoconsumerista com esse tipo de prática comercial, absolutamente contrária àboa-fé objetiva. Precedentes: REsp 1199117/SP, Rel. Ministro PAULO DETARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 18/12/2012, DJe04/03/2013; AgRg no AREsp 152.596/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI,TERCEIRA TURMA, julgado em 15/05/2012, DJe 28/05/2012. (REsp1261513/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDATURMA, julgado em 27/08/2013, DJe 04/09/2013)

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Prática abusiva (lato sensu) é aquela que contraria asregras mercadológicas de boa e leal conduta com osconsumidores, sendo, de rigor, sua prevenção, reparação erepressão.

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Artigo 39, inciso III, do Código de Defesa do Consumidor

É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outraspráticas abusivas: III - enviar ou entregar ao consumidor, semsolicitação prévia, qualquer produto ou fornecer qualquerserviço.

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PESSOA JURÍDICA COMO CONSUMIDORA

• A pessoa jurídica adquire produtos e utiliza serviços

Exemplos: contratação de ascensorista, serviço de limpeza etc.

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• Teoria finalista mitigada

• A empresa como consumidora

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• Processual. Bem móvel. Aquisição de motor de caminhão dado pordefeituoso. Demanda proposta pelo adquirente, motorista autônomo,contra a fabricante do produto. Reconhecimento de relação de consumo,pela aplicação mitigada da teoria finalista, muito embora adquirido oequipamento para o exercício da atividade empresarial do autor,consistente na prestação de serviços de transporte de cargas. Ônus daprova. Inversão pela decisão agravada. Questão mal posta. Em matéria dedefeito (ou vício) do produto, o ônus da prova da inexistência já élegalmente do fornecedor, à luz do art. 12, § 3º, II, do CDC, não havendoassim necessidade de inversão por decisão judicial. Decisão agravada quese confirma, com ressalva. Agravo de instrumento da ré desprovido, comobservação. (TJSP; Agravo de Instrumento 2124552-76.2018.8.26.0000;Relator (a): Fabio Tabosa; Órgão Julgador: 29ª Câmara de Direito Privado;Foro Regional IV - Lapa - 4ª Vara Cível; Data do Julgamento: 31/01/2019;Data de Registro: 31/01/2019)

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TEORIA FINALISTA

DIREITO CIVIL - PRODUTOR RURAL - COMPRA E VENDA DE SEMENTES DE

MILHO PARA O PLANTIO - CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR - NÃO-

APLICAÇÃO - PRECEDENTES - REEXAME DE MATÉRIA-FÁTICO

PROBATÓRIA - ÓBICE DA SÚMULA 7/STJ - RECURSO ESPECIAL

IMPROVIDO. I - Os autos dão conta tratar-se de compra e venda de sementes de milho por

produtor rural, destinadas ao plantio em sua propriedade para posterior colheita e

comercialização, as quais não foram adquiridas para o próprio consumo. II - O entendimento

da egrégia Segunda Seção é no sentido de que não se configura relação de consumo nas

hipóteses em que o produto ou o serviço são alocados na prática de outra atividade

produtiva.

Precedentes.

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III - O v. acórdão recorrido entendeu que os recorrentes não

conseguiram comprovar o fato constitutivo de seu direito, por meio de

provas aceitáveis em juízo e que possibilitassem o contraditório.

O cerne da questão, como se vê, diz respeito ao exame de matéria

fático-probatória, o que é vedado pela Súmula 7/STJ.

IV - Ademais, mesmo nas hipóteses em que o Código de Defesas do

Consumidor é aplicável, o contraditório deve ser observado,

possibilitando-se ao réu a oportunidade de provar fatos que afastem a

sua condenação.

V - Recurso especial improvido.

(REsp 1132642/PR, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, Rel. p/ Acórdão

Ministro MASSAMI UYEDA, TERCEIRA TURMA, julgado em

05/08/2010, DJe 18/11/2010)

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TEORIA FINALISTA MITIGADA

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. CONCEITO DE

CONSUMIDOR. INCIDÊNCIA DO CDC. PESSOA JURÍDICA. FINALISMO

MITIGADO. VULNERABILIDADE. AUSÊNCIA DE DIVERGÊNCIA ENTRE OS

ACÓRDÃOS CONFRONTADOS.

1. Hipótese em que, em verdade, não há divergência entre os acórdãos

comparados, pois todos aplicam a teoria finalista mitigada, que admite a

incidência do CDC, ainda que a pessoa física ou jurídica não sejam tecnicamente

destinatárias finais do produto ou do serviço, quando estejam em situação de

vulnerabilidade diante do fornecedor.

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2. Entretanto, no acórdão embargado, a Primeira Turma afirmou que a

hipótese é de "ausência de demonstração de vulnerabilidade" da pessoa

jurídica agravante (fls. 1.446-1.447). A reforma dessa conclusão

pressupõe novo julgamento do Recurso Especial, com análise detida do

acórdão recorrido, o que não pode ser obtido por esta via.

3. Haveria divergência se os paradigmas indicados afirmassem que, para

a incidência do regime protetivo do CDC, seria dispensável a análise da

situação de vulnerabilidade da pessoa jurídica sempre que se tratar de

serviço público essencial. Em nenhum deles, contudo, está assentada

essa tese.

4. Agravo Regimental não provido.

(AgRg nos EREsp 1331112/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,

CORTE ESPECIAL, julgado em 03/12/2014, DJe 02/02/2015)

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• PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. ENERGIA ELÉTRICA. CONSUMIDOR. TEORIA FINALISTA MITIGADA.

REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE, SÚMULA 7/STJ. 1. O STJ entende que se aplica a

teoria finalista de forma mitigada, permitindo-se a incidência do CDC nos casos em que a parte, embora não seja

destinatária final do produto ou serviço, esteja em situação de vulnerabilidade técnica, jurídica ou econômica em relação

ao fornecedor, conforme entendeu a Corte de origem, no caso dos autos. 2. A recorrente alega também ofensa ao art. 6º,

VIII, da Lei 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor), porque o ônus da prova não poderia ter sido invertido em seu

desfavor, tendo em vista a falta de demonstração da verossimilhança das alegações feitas pela recorrida e da

hipossuficiência, tendo a Corte local consignado que "a autora trouxe aos autos documentos de dão conta da ocorrência

de interrupção no fornecimento de energia elétrica, sem qualquer aviso prévio ou qualquer justificativa, fatos que

ocasionaram a paralisação da produção, e, por conseguinte, prejuízos consistentes na perda de tempo e de matéria-prima

(fls. 31/137). Diante da verossimilhança das alegações da autora e da sua hipossuficiência, impõe-se a inversão do ônus

da prova ". Como se vê, a instância de origem decidiu a questão com fundamento no suporte fático-probatório dos autos,

cujo reexame é inviável no Superior Tribunal de Justiça, ante o óbice da Súmula 7/STJ: "A pretensão de simples reexame

de prova não enseja Recurso Especial. 3. Quanto à responsabilidade pela interrupção do fornecimento de energia, aplica-

se analogicamente a Súmula 283 do Supremo Tribunal Federal, porque não impugnados os fundamentos adotados pelo

Tribunal de Justiça no sentido de que a responsabilidade da EDP seria objetiva (§ 6º do art. 37 da Constituição Federal), e

de que, subsidiariamente, não haveria excludente de responsabilidade do caso fortuito ou da força maior (parágrafo único

do art. 927 do Código Civil). 4. Quanto à apontada violação ao art. 373, I, do Código de Processo Civil de 2015, porquanto

a recorrida não teria provado a ocorrência de danos materiais, cito trecho do voto condutor: "Diferentemente do que alega

a ré, tal cálculo não pode ser considerado unilateral, uma vez que ele foi confirmado pelo laudo apresentado pelo perito

judicial (fl. 359). Conforme informado pela requerente - documentos de fls. 51 à 60 - tiveram prejuízo material no valor de

R$ 192.929, 88 (cento e noventa e dois mil, novecentos e vinte e nove reais e oitenta e oito centavos), em virtude da falta

de energia.E não há nada que afaste a credibilidade deste laudo pericial, já que este foi produzido por perito oficial, o que

garante imparcialidade no que tange as suas conclusões. E, como bem constou da sentença, o valor em questão se

mostra proporcional ao porte da empresa (fls. 350/358 - fotografias), bem como à extensão do dano experimentado, em

especial, à quantidade dos materiais perdidos (fls. 343/344).Não bastasse isso, a ré não produziu qualquer prova para

contrariar o valor apontado na inicial e no laudo pericial, motivo pelo qual tal valor restou incontroverso". Aplicação,

novamente, do óbice da Súmula 7 do Superior Tribunal de Justiça. 5. Recurso Especial parcialmente conhecido e, nessa

parte, não provido. (REsp 1730849/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2018,

DJe 07/02/2019)

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• Acesso facilitado do consumidor ao Poder Judiciário

• Justiça gratuita ao consumidor carente

• Artigo 5º, inciso LXXIV, da CF

“O Estado prestará assistência jurídica integral e

gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos.”

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ATENÇÃO:

Os artigos 3º e 4º da Lei n. 1.060/50 foram revogados.

Pedido de Gratuidade da Justiça - Arts. 98 e 99 do CPC

• Artigo 98 do CPC

“A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com

insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais

e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça na forma

da lei.”

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• Artigo 99 do Código de Processo Civil

“O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na

petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no

processo ou em recurso.”

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ATENÇÃO

“A assistência do requerente por advogado particular não

impede a concessão de gratuidade da justiça.” (Cf. artigo 99, § 4º, do

CPC)

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• O consumidor adquire produtos ou serviços ou utilizaprodutos ou serviços.

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• Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial (aplicação

de renda fixa). (Artigo 3º, § 1º, do CDC)

• Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante

remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e

securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. (Artigo

3º, § 2º, do CDC)

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DESTINATÁRIO FINAL

CONSUMIDOR

CÓDIGO DE DEFESA DO

CONSUMIDOR

C0NCESSIONÁRIA

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CONCESSIONÁRIA

DIREITO CIVIL

AUTOMÓVEIS

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CONCEITO DE FORNECEDOR

Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada,

nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que

desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção,

transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de

produtos ou prestação de serviços.

Art. 3º da Lei n. 8.070/90

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• Política Nacional de Relação de Consumo (Artigo 4º do CDC)

A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o

atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade,

saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua

qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de

consumo, atendidos os seguintes princípios: I - reconhecimento da

vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;

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