lei de estágio

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Por: Profo. Paulo Rogério M . de Carvalho Polêmicas e Desafios da Lei 11.788/08

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Material utilizado na Palestra sobre nova Lei do Estágio proferida pelo Profo. Paulo Carvalho

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  • 1. Polmicas e Desafios da Lei 11.788/08
    Por: Profo. Paulo Rogrio M . de Carvalho

2. Estgio: histrico
1. Portaria 1002 de 29 de setembro de 1967 Ministro do Trabalho Jarbas Passarinho crtica pela natureza da norma. Retira a natureza de vnculo empregatcio.
2. Lei 6494/77 permite o estgio de ensino superior e ensino profissionalizante de 2 grau e supletivo. Via MP, permitiu para o ensino mdio, ainda que no profissionalizante (FHC).
3. Decreto 87497/82 passou a tratar sobre estgio curricular.
4. Lei 11788/2008 revogou a Lei 6494/77 e a Lei 8859/94 (estgio para alunos de ensino especial). S atinge estgios a partir de 26 de setembro de 2008.
3. O que estgio ?
Art. 1 - Lei 11. 788/08:Estgio ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa preparao para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqentando o ensino regular em instituies de educao superior, de educao profissional, de ensino mdio, da educao especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educao de jovens e adultos.
4. Qual a natureza do contrato de estgio ?
Relao de trabalho x relao de emprego
Relao de emprego : art. 2 da CLT: pessoa fsica, pessoalidade, no eventualidade, onerosidade, subordinao jurdica.
Animus Contrahendi ( inteno de contratar): aprendizagem.
Objetivo do Direito do Trabalho:Busca do contrato-realidade
5. TST: 02/12/2009 : Estgio no cria vnculo de emprego
O estgio no cria vnculo de emprego de qualquer natureza, mesmo quando o currculo do estagirio no se traduz com perfeio nas atividades do contratante. Com esse entendimento, a Seo I Especializada em Dissdios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho afastou o reconhecimento de vnculo de emprego entre estagiria e Banco ABN AMRO Real S/A. Por maioria de votos, a SDI-2 acompanhou a interpretao do relator do recurso de embargos do banco, ministro Aloysio Corra da Veiga, no sentido de que no se pode invocar a existncia de vnculo de emprego s porque o estagirio realiza atividades que no se inserem plenamente no currculo escolar do estudante. Na opinio do ministro, inclusive, a prtica demonstra a superao dos objetivos do estgio. A Terceira Turma do TST tinha reformado a deciso regional e reconhecido o vnculo de emprego da estagiria com o Banco, porque observara que as tarefas desenvolvidas pela estagiria no tinham relao direta com o curso superior de administrao de empresas no qual ela estava matriculada. A concluso foi com base na afirmao do Tribunal do Trabalho da 12 Regio (SC) de que, mesmo que o trabalhorestado pela estudante no tivesse relao direta com o conhecimento do seu currculo, ainda assim era vlida a iniciativa. Para a Turma, portanto, na medida em que o estgio foi desvirtuado de sua finalidade de complementao do ensino e de aprendizagem em atividades ligadas linha de formao da estudante, a relao havida entre as partes era de emprego, nos termos da CLT. Ou seja, no caso, o estgio configurava um treinamento para posterior contratao. No recurso de embargos, o Banco alegou que o Regional registrara expressamente que se tratava de estgio e que foram cumpridos os requisitos da lei sobre estgios vigente poca (Lei n 6.494/77). Logo, para concluir de outra forma, como fez a Turma, seria necessrio reexaminar provas, o que vedado nesta instncia extraordinria. O relator, ministro Aloysio Corra da Veiga, explicou que a Turma se utilizara de tese lanada pelo prprio Regional para reconhecer o vnculo de emprego entre as partes, sem qualquer revolvimento de provas, ao contrrio do que disse o Banco.
6. hhhh TST : 25/04/2011 : Autnomo que virou estagirio tem vnculo reconhecido com a Pepsi
A Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho, em sua ltima sesso ordinria, realizada no ltimo dia 13, reconheceu a existncia de vnculo de emprego de estudante da Universidade Paulista UNIP com a Pepsi Cola Industrial da Amaznia Ltda., onde trabalhou como estagirio. O vnculo de emprego foi reconhecido por unanimidade. Para o relator do recurso, ministro Mrcio Eurico Vitral Amaro, ficou comprovada, no caso, a subordinao jurdica do autor da ao. Ele lembrou que se trata de contrato-realidade, em que a configurao pode se aperfeioar independentemente de como as partes o celebram, pois, havendo prova da prestao de servio, estar formado o vnculo empregatcio. O ministro entendeu que o Tribunal Regional do Trabalho da 2 Regio constatou haver a subordinao jurdica, que pedra de toque da relao de emprego. Nesse caso, observou, no h outro caminho seno o de reconhecer o vinculo, salientando que a subordinao jurdica, pela teoria clssica, somente existe na relao de emprego. O contrato de trabalho teve incio em setembro de 2000, com durao prevista inicialmente para 30 dias. Naquele ano, uma fiscalizao da Receita Federal na empresa constatou uma srie de problemas de documentao relativa ao Imposto de Renda. Como precisava organizar a papelada solicitada pela Receita, a Pepsi contratou o autor da ao como autnomo, com essa finalidade.Em maio do ano seguinte, porm, ele continuava trabalhando na empresa. Em junho de 2001, a Pepsi firmou acordo com a UNIP, e, de autnomo, o autor passou condio de estagirio. O Tribunal Regional do Trabalho da 2 Regio reconheceu o vnculo de emprego. Para o Regional, ficou comprovada a existncia de subordinao, A Pepsi recorreu ao TST. Argumentou que a subordinao, por si s, no suficiente para caracterizar uma relao de emprego. Para a empresa, a deciso violou o artigo 4 da Lei 6.494/77 (antiga lei do estgio), segundo o qual o estgio no cria vnculo de qualquer natureza, podendo inclusive o estagirio receber uma bolsa. A situao peculiar com a mudana da situao funcional do autor gerou debates na Oitava Turma. Para a ministra Dora Maria da Costa, o fato de ele trabalhar na empresa antes do estgio deixa dvida at mesmo quanto ao objetivo do contrato de estgio. A ministra concordou com o relator quanto presena do elemento subordinao no contrato de estgio, o que desvirtua a sua finalidade. O ministro Carlos Alberto, ao acompanhar o voto do relator, salientou que no houve desvirtuamento do contrato, pois, tecnicamente, nem mesmo houve o contrato de estgio. Para o ministro, o objetivo do estgio a aprendizagem, e no possvel contratar, como estagirio, algum que j esteja trabalhando como autnomo.
7. Desvirtuamento do contrato de estgio com a Administrao Pblica
OJ-SDI1-366 ESTAGIRIO. DESVIRTUAMENTO DO CONTRATO DE ESTGIO. RECONHECIMENTO DO VNCULO EMPREGATCIO COM A ADMINISTRAO PBLICA DIRETA OU INDIRETA. PERODO POSTERIOR CONSTITUIO FEDERAL DE 1988. IMPOSSIBILIDADE. DJ 20, 21 e 23.05.2008
Ainda que desvirtuada a finalidade do contrato de estgio celebrado na vigncia da Constituio Federal de 1988, invivel o reconhecimento do vnculo empregatcio com ente da Administrao Pblica direta ou indireta, por fora do art. 37, II, da CF/1988, bem como o deferimento de indenizao pecuniria, exceto em relao s parcelas previstas na Smula n 363 do TST, se requeridas.
SUM-363 CONTRATO NULO. EFEITOS (nova redao) - Res. 121/2003, A contratao de servidor pblico, aps a CF/1988, sem prvia aprovao em concurso pblico, encontra bice no respectivo art. 37, II e 2, somente lhe conferindo direito ao pagamento da contraprestao pactuada, em relao ao nmero de horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do salrio mnimo, e dos valores referentes aos depsitos do FGTS.
8. Espcie de estgio:
Estgio obrigatrio aquele definido como tal no projeto do curso, cuja carga horria requisito para aprovao e obteno de diploma.
Estgio no-obrigatrio aquele desenvolvido como atividade opcional, acrescida carga horria regular e obrigatria.
9. Requisitos de validade do estgio
I matrcula e freqncia regular do educando em curso de educao superior, de educao profissional, de ensino mdio, da educao especial e nos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educao de jovens e adultos e atestados pela instituio de ensino;
II celebrao de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do estgio e a instituio de ensino;
III compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estgio e aquelas previstas no termo de compromisso.
O descumprimento de qualquer dos incisos deste artigo ou de qualquer obrigao contida no termo de compromisso caracteriza vnculo de emprego do educando com a parte concedente do estgio para todos os fins da legislao trabalhista e previdenciria
NO PRECISA TER ANOTAO DE CTPS
10. Supervisor do estagirio
Quem dever ser o supervisor do estagirio da parte concedente?
O supervisor do estagirio da parte concedente deve ser funcionrio do seu quadro de pessoal, com formao ou experincia profissional na rea de conhecimento desenvolvida no curso do estagirio (inciso III do art. 9 da Lei 11.788/2008).
O supervisor da parte concedente pode orientar e supervisionar at quantos estagirios?
O supervisor da parte concedente somente pode orientar e supervisionar at 10 (dez) estagirios simultaneamente (inciso III, do art. 9 da Lei 11.788/2008)
11. Existe idade mnima para estgio ?
15/03/2011 : Municpio de Pelotas condenado por contratar estagirio menor de 16 anos
proibido contratar menor de 16 anos para trabalhar, salvo na condio de aprendiz, a partir de quatorze anos. o que estabelece o artigo 7, inciso XXXIII, da Constituio Federal e foi o fundamento pelo qual a Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho, por maioria de votos, manteve deciso que condenou a Prefeitura de Pelotas (RS) ao pagamento de indenizao por dano moral coletivo, no valor de R$ 100 mil, pela contratao irregular de estagirios menores. O caso chegou Justia Trabalhista por meio de ao civil pblica ajuizada pelo Ministrio Pblico do Trabalho. O juiz de primeiro grau, com fundamento naquele artigo constitucional, considerou procedente a ao e determinou ao municpio rescindir todos os contratos irregulares de estgios e abster-se de efetuar novas contrataes naquelas condies. Condenou-o tambm ao pagamento da indenizao, em favor do Fundo Municipal da Criana e do Adolescente. . Inconformado com a deciso do Tribunal Regional do Trabalho da 4 Regio, que confirmou a sentena e negou seguimento a seu recurso, o municpio entrou, em vo, com agravo de instrumento no TST, alegando, entre outros motivos, que a legislao nada menciona sobre a idade mnima para o incio de estgio, e que o referido preceito constitucional veda ao menor de dezesseis anos a condio de trabalhador, e no de estagirio. Contrariamente s pretenses do municpio, a relatora do agravo, ministra Dora Maria da Costa, informou que, de fato, a Lei n 6.494/77 e o Decreto n 87.497/77, que dispem sobre contratos de estgio, no fazem aluso idade mnima para o aluno ingressar num estgio. Mas o artigo 7, inciso XXXIII, veda, expressamente, sob qualquer hiptese (salvo na condio de aprendiz), o trabalho aos menores de dezesseis anos, o que torna irrelevante a legislao infraconstitucional. Quanto indenizao, a relatora considerou correto o valor de R$ 100 mil, uma vez que foi estipulado de acordo com a gravidade e a repercusso do ato, especialmente pelo fato de que o municpio persistiu na contratao dos menores de 16 anos mesmo aps ter recebido notificao recomendatria do MPT. A relatora afirmou que a contratao irregular daqueles estagirios representou ofensa integridade moral da coletividade, porque a vedao constitucional tem cunho jurdico-sociolgico e visa afastar o menor do trabalho precoce, no permitindo que assuma encargo incompatvel e prejudicial sua faixa etria.
12. Qual a jornada do estagirio ?
Definio da jornada de atividade do estagirio
A jornada de atividade do estagirio deve ser definida de comum acordo entre a instituio de ensino, a parte concedente e o estudante ou seu representante ou assistente legal, devendo constar do Termo de Compromisso de Estgio, e ser compatvel com as atividades escolares
Durao mxima da jornada de atividade de estgio
A jornada de atividade em estgio no deve ultrapassar:
a) 4 (quatro) horas dirias e 20 (vinte) horas semanais, no caso de estudantes de educao especial e dos anos finais do ensino fundamental na modalidade profissional de educao de jovens e adultos;
b) 6 (seis) horas dirias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes do ensino superior, da educao profissional de nvel mdio e do ensino mdio regular;
c) 40 (quarenta) horas semanais, no caso do estgio relativo a cursos que alternam teoria e prtica, nos perodos em que no esto programadas aulas presenciais, desde que previsto no projeto pedaggico do curso e da instituio de ensino (incisos I, II e 1 do art. 10 da Lei 11.788/2008).
Horrio ? Estgio noturno ?
13. possvel compensao de Jornada ?
ORIENTAO NORMATIVA N 7, DE 30 DE OUTUBRO DE 2008 que estabelece orientao sobre a aceitao de estagirios no mbito da Administrao Pblica Federal direta, autrquica e fundacional.
Art. 13 1 vedada realizao de carga horria diria superior prevista no caput deste artigo, sendo proibida a compensao de horrio, salvo quando justificada e devidamente autorizada por escrito pela chefia imediata, hiptese em que o estagirio dever compensar o horrio no trabalhado at o ms subseqente ao da ocorrncia.
14. Perodos de descanso do estagirio
Descansos durante a jornada de estgio: As partes devem regular a questo de comum acordo no Termo de Compromisso de Estgio. Recomenda-se a observncia de perodo suficiente preservao da higidez fsica e mental do estagirio e respeito aos padres de horrio de alimentao lanches, almoo e jantar. O perodo de intervalo no computado na jornada. ( Orientao do Min. do Trabalho)
Crtica: orientaes vagas. Aplica-se o descanso intrajornada( 15min.) do artigo 71, 1 da CLT ?
42. Nos dias de prova poder haver reduo da jornada de trabalho?
Sim. Se a instituio de ensino adotar verificaes de aprendizagem peridicas ou finais, nos perodos de avaliao, a carga horria do estgio ser reduzida metade, segundo o estipulado no Termo de Compromisso de Estgio. Nesse caso, a instituio de ensino dever comunicar parte concedente do estgio, no incio do perodo letivo, as datas de realizao de avaliaes escolares ou acadmicas (2 do art. 10 da Lei n 11.788/2008).
15. Nos dias de prova poder haver reduo da jornada de trabalho?
Se a instituio de ensino adotar verificaes de aprendizagem peridicas ou finais, nos perodos de avaliao, a carga horria do estgio ser reduzida metade, segundo o estipulado no Termo de Compromisso de Estgio. Nesse caso, a instituio de ensino dever comunicar parte concedente do estgio, no incio do perodo letivo, as datas de realizao de avaliaes escolares ou acadmicas (2 do art. 10 da Lei n 11.788/2008).
16. Remunerao do estagirio
No caso do estgio no obrigatrio compulsria a concesso de bolsa ou outra forma de contraprestao que venha a ser acordada no Termo de Compromisso do Estgio. Somente no caso de estgio obrigatrio que a concesso de bolsa ou outra forma de contraprestao facultativa (art. 12 da Lei 11.788/2008)
17. Auxlio-transporte
No Vale-transporte
uma concesso pela instituio concedente de recursos financeiros para auxiliar nas despesas de deslocamento do estagirio ao local de estgio e seu retorno Essa antecipao pode ser substituda por transporte prprio da empresa, sendo que ambas as alternativas devero constar do Termo de Compromisso.
No caso do estgio no obrigatrio compulsria a concesso de auxlio-transporte. No caso de estgio obrigatrio, a concesso de auxlio transporte facultativa (art. 12 da Lei n 11.788/2008).
18. Outros benefcios
A eventual concesso de benefcios relacionados a transporte, alimentao e sade, entre outros, no caracteriza vnculo empregatcio para todos os fins da legislao trabalhista e previdenciria ( 1 do art. 12 da Lei 11.788/2008)
19. As ausncias do estagirio podem ser descontadas do valor da bolsa?
Sim. A remunerao da bolsa-estgio pressupe o cumprimento das atividades previstas no Termo de Compromisso do Estgio. Ausncias eventuais, devidamente justificadas, podero ser objeto de entendimento entre as partes (podero ou no gerar desconto). Ausncias constantes, no entanto, podero gerar a iniciativa da parte concedente no apenas de descontar percentuais do valor da bolsa, mas at mesmo de rescindir o contrato.
20. O estagirio segurado obrigatrio do Regime Geral da Previdncia Social?
No, mas o estagirio pode inscrever-se e contribuir como segurado facultativo da Previdncia Social ( 2 do art. 12 da Lei 11.788/2008) , ficando-lhes assegurado o direito assistncia do INSS, bem como garantindo-lhes o incio da contagem de prazo para fins de aposentadoria, conforme se infere do 1, do artigo 11 do Decreto n 3.048/1999 (Regulamento da Previdncia Social)
21. FGTS e Imposto de Renda
Direito a FGTS:O valor da bolsa do estagirio no integra a remunerao para fins de clculo dos valores devidos ao FGTS.
Imposto de Renda sobre a bolsa de estgio : os rendimentos provenientes da bolsa de estgio so tributveis, respeitado o limite de iseno da tabela progressiva ( em 2011, at R$ 17.989,80 )
22. Recesso do estagirio
Recesso: assegurado ao estagirio, sempre que o estgio tenha durao igual ou superior a 1 (um) ano, perodo de recesso de 30 (trinta) dias. Nos casos de o estgio ter durao inferior a 1 (um) ano os dias de recesso sero concedidos de maneira proporcional.(caput e 2 do art. 13 da Lei 11.788/2008). O recesso poder ser concedido em perodo contnuo ou fracionado, conforme acordado entre as partes, preferencialmente nas frias escolares.
Remunerao do recesso: O recesso deve ser remunerado somente quando o estagirio receber bolsa ou outra forma da contraprestao (1 do art.13 da Lei 11.788/2008).
Natureza do recesso: distinta das frias do empregado (artigo 7, XVII da Constituio e artigo 129 e ss. da CLT)
23. Seguro contra acidentes pessoais
A cobertura deve abranger acidentes pessoais ocorridos com o estudante durante o perodo de vigncia do estgio. Cobre morte ou invalidez permanente, total ou parcial, provocadas por acidente. O valor da indenizao deve constar do Certificado Individual de Seguro de Acidentes Pessoais e deve ser compatvel com os valores de mercado.
24. Limite de estagirios: proteo ou prejuizo ?
Estgios de ensino mdio, de educao especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educao de jovens e adultos:
a) de 1 (um) a 5 (cinco) empregados: 1 (um) estagirio;
b) de 6 (seis) a 10 (dez) empregados: at 2 (dois) estagirios;
c) de 11 (onze) a 25 (vinte e cinco) empregados: at 5 (cinco) estagirios; e
d) acima de 25 (vinte e cinco) empregados, at 20% (vinte por cento) de estagirios (inciso I a IV do art. 17 da Lei 11.788/08).
Essa limitao no se aplica aos estgios de nvel superior e de nvel mdio profissional ( 4 do art. 17 da Lei 11.788/2008) diatamente superior ( 3 do art. 17 da Lei 11.788/2008)
25. Sade e Segurana
Como ato educativo escolar supervisionado (art. 1 da Lei 11.788/2008) e por no caracterizar vnculo de emprego de qualquer natureza (art. 3 e 15 da Lei 11.788/2008), devem ser tomados os cuidados necessrios para a promoo da sade e preveno de doenas e acidentes, considerando, principalmente, os riscos decorrentes de fatores relacionados aos ambientes, condies e formas de organizao do trabalho. Sua implementao de responsabilidade da parte concedente do estgio (art. 14 Lei 11.788/2008). Observa-se, entretanto, que no se aplicam as disposies normativas destinadas especificamente relao de emprego.
Crtica : que normas sero aplicadas ?
26. Gestante pode estagiar?
Sim. No h nenhum empecilho da estudante gestante estagiar. Como todo programa de estgio, a estagiria gestante tambm se sujeita s regras da Lei 11.788/2008
27. Competncia para demandas envolvendo Estagirios.
Art. 114. da CF/88 aps EC 45: Compete Justia do Trabalho processar e julgar:
I as aes oriundas da relao de trabalho, abrangidos os entes de direito pblico externo e da administrao pblica direta e indireta da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios;
(...)
VI as aes de indenizao por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relao de trabalho
28. TST: 09/04/2007Estagiria ser indenizada por doena adquirida no local de trabalho
O Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina - IEL/SC foi condenado a pagar indenizao de R$ 8.261,42 por danos morais e materiais a uma estagiria que adquiriu doena profissional no local de trabalho. O instituto, que atua como intermediador de contratos de estgio de estudantes, foi condenado porque no observou, como deveria, as condies de trabalho da estagiria. A condenao imposta ao IEL pelo Tribunal Regional do Trabalho da 12 Regio (Santa Catarina) foi mantida pela Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho que, por unanimidade, acompanhou o voto do ministro Aloysio Corra da Veiga, relator do processo.
A estudante de Administrao de Empresas, de 26 anos, foi contratada pelo instituto para estagiar na LAMB Comrcio e Transportes Confeces Ltda, no perodo de 13 de abril a 12 de outubro de 2004, com salrio de R$ 500,00 para uma jornada de 22 horas semanais.Segundo contou na petio inicial, foi lotada no setor industrial, realizando servio administrativo. O seu local de trabalho ficava prximo estamparia da fbrica de roupas, em local considerado insalubre, por causa do forte cheiro do material qumico utilizado na tintura e da quantidade de p que escapava dos tecidos.O contato permanente com os agentes insalubres, sem uso de equipamento de proteo individual (EPI), acarretou-lhe srios problemas de sade, como urticria aguda, angiodema, hipotenso e dispnia. Segundo seu relato, os primeiros sintomas surgiram em maio de 2004, quando passou a sofrer seguidas crises alrgicas, necessitando de tratamento mdico permanente e precisando ser afastada do trabalho em vrias ocasies.
De acordo com a estagiria, as faltas ao trabalho no agradaram os dono da empresa, que terminaram por romper o contrato de estgio. Em abril de 2005, ela ajuizou reclamao trabalhista contra o IEL e a Lamb, pedindo ressarcimento de despesas mdicas no valor de R$ 1.261,42, indenizao por danos morais no valor de R$ 50 mil e penso mensal de R$ 500,00 a contar da data da propositura da ao at o seu pronto restabelecimento.
29. O IEL, em contestao, argiu a incompetncia da Justia do Trabalho para julgar causas envolvendo acidente de trabalho e apontou ilegitimidade passiva pela no existncia de vnculo de emprego entre as partes. Quanto ao dano moral, argumentou que jamais recebeu queixas da estagiria quanto insalubridade do local e negou o direito de recebimento de penso por inexistncia de nexo de causalidade entre a doena apresentada e o local de trabalho. A Lamb, por sua vez, defendeu-se alegando inexistncia de relao empregatcia. Afirmou que a estagiria jamais teve contato com agentes insalubres, e que os problemas de sade apresentados ocorreram por culpa da vtima, que j possua a doena. A sentena foi parcialmente favorvel estudante. Com base no laudo pericial apresentado em juzo, o magistrado concluiu pela existncia da condio insalubre e responsabilizou solidariamente a empresa e o instituto pela doena da estagiria, condenando as rs a pagar R$ 7 mil pelos danos morais, R$ 1.261,42 relativo aos gastos com medicamentos (danos materiais), e R$ 450,00 pelos honorrios periciais. Segundo o juiz da Vara do Trabalho de So Miguel do Oeste (SC), o IEL, na qualidade de conhecido rgo intermediador de contratos de estgios, deveria se preocupar com o ambiente de trabalho para o qual est destinando os estudantes por ele arregimentados e o empregador, por seu turno, tem obrigao de zelar pela sade, no s de seus empregados, como dos estudantes que desempenham papel educacional sob sua responsabilidade. O Instituto Euvaldo Lodi recorreu, insistindo na tese de que por no ser o real empregador, no responsvel pela doena adquirida no local de trabalho. O TRT/SC manteve a deciso. O intermedirio de mo-de-obra que, contrariando as regras inerentes segurana e sade no ambiente de trabalho, contribui para que o empregado sofra dano dele decorrente, incide na obrigao de indenizar, destacou o acrdo regional.Novo recurso foi interposto pelo IEL, dessa vez ao TST. O recurso no foi conhecido porque o instituto no conseguiu demonstrar violao de dispositivo de lei nem divergncia jurisprudencial apta ao conhecimento do apelo. (RR-417/2005-015-12-00.9).
30. 04/11/2010
JT competente para julgar ao proposta por me de estagirio morto no trabalho
A Stima Turma do Tribunal Superior do Trabalho reconheceu a competncia da Justia do Trabalho para julgar ao com pedido de indenizao por danos morais e materiais proposta pela me de um estagirio que morreu de forma trgica em acidente de trabalho.O estagirio de 28 anos de idade prestava servio na funo de classificador de gros na empresa Cereagro S.A., em Santa Catarina. O rapaz morreu ao entrar em uma Moega - espcie de recipiente de gros, com cinco metros de profundidade, com um alapo em seu fundo, o qual, quando aberto, transporta o produto armazenado por suco para ser triturado. Segundo a petio inicial, em maro de 2004 o rapaz recebeu determinao de seu superior hierrquico para pegar um equipamento de ferro no interior de uma Moega, quando, para seu desespero, foi sugado para o interior da mquina, tendo os seus membros inferiores triturados e, depois, vindo a falecer asfixiado pelos gros.Aps o infortnio, a me do estagirio props ao trabalhista, pedindo indenizao por danos morais e materiais. Pediu ressarcimento por despesas mdicas e de remdios que teve que tomar aps a morte do jovem, por conta do abalo psicolgico sofrido, bem como a reparao moral por ter perdido seu nico filho em grave acidente. O juiz de primeiro grau aceitou o pedido da me do rapaz e condenou a empresa a pagar R$ 150 mil por danos morais e materiais.
31. Diante disso, a empresa recorreu ao Tribunal Regional do Trabalho da 12 regio (SC), que reformou a sentena e declarou a incompetncia da Justia do Trabalho para julgar o caso, remetendo o processo justia comum. O TRT entendeu que o pedido tratava de um direito personalssimo da me, alheio ao direito do trabalhador, portanto, fora da competncia da Justia do Trabalho. Insatisfeita, a me do estagirio interps recurso de revista ao TST. Sustentou que a competncia da Justia do Trabalho se d em razo da matria descumprimento de contrato de trabalho no dever de zelar pela sade do trabalhador - e no em razo das pessoas que se encontram nos polos da ao. O relator do recurso na Stima Turma, juiz convocado Flvio Portinho Sirngelo, deu razo a ela. Segundo o relator, a jurisprudncia do TST segue no sentido de que, ainda que a ao seja ajuizada por familiares que no sejam sucessores ou dependentes do empregado falecido, permanece a competncia da Justia Trabalhista se o pedido estiver calcado em uma relao de trabalho. Para reforar esse entendimento, o juiz convocado ainda apresentou deciso do Supremo Tribunal Federal (STF) nesse mesmo sentido.Assim, a Stima Turma seguiu o voto do relator e, por unanimidade, deu provimento ao recurso de revista da me do trabalhador falecido e declarou a competncia da Justia do Trabalho para apreciar o pedido de indenizao, determinando o retorno do processo ao TRT de origem para prosseguir no julgamento dos recursos ordinrios das partes. (RR-23200-08.2006.5.12.0021)
32. Estagirio pode ser preposto ?
16/06/2011 : TST rejeita estagirio como representante de empresa em audincia
Estagirio no empregado e no pode ser preposto representante do empregador em audincia trabalhista. Com esse entendimento, a Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho reformou ontem (15) deciso que havia admitido a representao em juzo da Atento Brasil S.A. por um preposto estagirio. Aps declarada a revelia e aplicada a pena de confisso empresa pela Terceira Turma, o processo retorna 7 Vara do Trabalho de Goinia (GO), para julgamento da reclamao, observando a deciso do TST.Segundo a ministra Rosa Maria Weber, relatora do recurso de revista, o acrdo do Tribunal Regional do Trabalho da 18 Regio (GO), que havia mantido a sentena da 7 Vara de Goinia, contrariou a Smula 377 do TST, que estabelece que o preposto deve ser necessariamente empregado do empregador. As nicas excees da Smula 377 so quanto s reclamaes de empregado domstico ou contra micro ou pequeno empresrio.Representao irregularNa audincia na primeira instncia, o representante da Atento Brasil admitiu no ser empregado e, sim, estagirio da empresa. Com a aceitao da representao pela Vara de Goinia, o autor da reclamao, ento, recorreu ao TRT18, alegando ser irregular a representao da Atento, e que a ela deveriam ser aplicadas as penas de revelia e confisso ficta. O Regional, porm, rejeitou o apelo do trabalhador quanto a essa questo. Para o TRT18, a figura do estagirio se assemelha do empregado com vnculo permanente, por existirem, invariavelmente, os requisitos de pessoalidade, subordinao, no eventualidade e onerosidade. Por fim, o Regional concluiu que o estagirio tambm se insere na estrutura organizacional da empresa e, dessa forma, pode vir a ostentar conhecimentos dos fatos postos em litgio. Sem ter obtido sucesso no Tribunal Regional, o autor recorreu, ento, ao TST contestando a deciso.TSTAo analisar o recurso de revista, a ministra Rosa Maria deu razo ao autor. O advogado da Atento ainda sustentou em sesso que havia precedente recente no TST, de fevereiro de 2011, em que foi aceito como preposto um empregado de outra empresa do mesmo grupo econmico. Os ministros, porm, no alteraram seu entendimento e ressaltaram o fato de que a smula fixa a necessidade do preposto ser empregado.Em participao extraordinria na sesso da Terceira Turma para compor qurum, o ministro Augusto Csar Leite de Carvalho acompanhou o voto da ministra Rosa Maria Weber, ressaltando que a situao do estagirio diferente de outra discutida em processo de sua relatoria, julgado em 26 de maio pela Subseo 1 Especializada em Dissdios Individuais (SDI-1), justamente porque, no outro caso, tratava-se de empregada de administradora que tinha representao do condomnio residencial.
33. Estgio Supervisionado Curricular : Fa7
Estgio I Introduo
NOVO Pr-requisito: Direito Constitucional I
Estgio II Prtica Simulada Cvel I (Petio Inicial e Resposta)
Pr-requisito: Direito Processual Civil I
Estgio III Prtica Simulada Cvel II ( Recursos)
Pr-requisto: Estgio II e Processo Civil II
Estgio IV Prtica Real
Estgio V Prtica Simulada Criminal
Pr-requisito: Estgio II e processo Penal II
Estgio VII Prtica Real
Estgio VII Prtica Simulada Trabalhista
Pr-requisito: Estgio III e Processo do Trabalho
Estgio VIII Prtica Real
34. Prtica Real
Servio de Assistncia Jurdica
9 Unidade do Juizado Especial
Prtica Criminal I ( Delegacia Criminal)
Prtica Criminal II ( Reconstruindo a Liberdade)
Pr-requisito: Processo Penal II e Processo Civil III