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LEI Nº 9.205, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1965 Dispõe sobre a organização dos municípios O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, FAÇO SABER QUE A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DECRETA E EU PROMULGO A SEGUINTE LEI: LEI ORGÂNICA DOS MUNICÍPIOS TÍTULO I Da Conceituação e da Competência do Município Art. 1º Município é a circunscrição do território do Estado estabelecida em lei, com personalidade jurídica de direito público interno e autonomia político- administrativa. Art. 2º Ao município compete prover a tudo quanto respeito ao seu peculiar interesse e ao bem-estar de sua população, cabendo-lhe, privativamente, entre outras, as seguintes atribuições: I- impor e arrecadar tributos e preços, e aplicar a receita; II- dispor sobre organização e execução dos serviços públicos locais; III- organizar o quadro e estabelecer o regime jurídico de seus funcionários; IV- dispor sobre administração e alienação de seus bens, e utilização dos mesmos por terceiros; V- adquirir bens, inclusive através de desapropriações por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social; VI- dispor sobre concessão e permissão de serviços públicos de caráter local; VII- elaborar o Plano Diretor; VIII- estabelecer normas de edificação; IX- estabelecer servidões administrativas necessárias a realização de seus serviços; X- Vetado XI- prover sobre limpeza dos logradouros públicos e remoção do lixo domiciliar; XII- prover sobre extinção de incêndios; XIII- conceder licença ou autorização para abertura e funcionamento de estabelecimentos industriais, comerciais e similares, e, no exercício do seu poder de polícia administrativa, fazer cessar as atividades daqueles que violarem as normas de saúde, higiene, segurança, moralidade e outras mais;

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LEI Nº 9.205, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1965

Dispõe sobre a organização dos municípios O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, FAÇO SABER QUE A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

DECRETA E EU PROMULGO A SEGUINTE LEI:

LEI ORGÂNICA DOS MUNICÍPIOS

TÍTULO I Da Conceituação e da Competência do Município Art. 1º Município é a circunscrição do território do Estado

estabelecida em lei, com personalidade jurídica de direito público interno e autonomia político-administrativa.

Art. 2º Ao município compete prover a tudo quanto respeito ao seu peculiar interesse e ao bem-estar de sua população, cabendo-lhe, privativamente, entre outras, as seguintes atribuições:

I- impor e arrecadar tributos e preços, e aplicar a receita; II- dispor sobre organização e execução dos serviços

públicos locais; III- organizar o quadro e estabelecer o regime jurídico de

seus funcionários; IV- dispor sobre administração e alienação de seus bens, e

utilização dos mesmos por terceiros; V- adquirir bens, inclusive através de desapropriações por

necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social; VI- dispor sobre concessão e permissão de serviços

públicos de caráter local; VII- elaborar o Plano Diretor; VIII- estabelecer normas de edificação; IX- estabelecer servidões administrativas necessárias a

realização de seus serviços; X- Vetado XI- prover sobre limpeza dos logradouros públicos e

remoção do lixo domiciliar; XII- prover sobre extinção de incêndios; XIII- conceder licença ou autorização para abertura e

funcionamento de estabelecimentos industriais, comerciais e similares, e, no exercício do seu poder de polícia administrativa, fazer cessar as atividades daqueles que violarem as normas de saúde, higiene, segurança, moralidade e outras mais;

XIV- ordenar as atividades urbanas, fixando honorários de funcionamento de estabelecimentos industriais, comerciais e similares, respeitada a legislação do trabalho;

XV- fiscalizar, nos locais de venda, o peso, medida e condições sanitárias dos gêneros alimentícios;

XVI- dispor sobre o serviço funerário e cemitérios, encarregando-se da administração daqueles que forem públicos e fiscalizando os pertencentes a associações religiosas;

XVII- regulamentar, licenciar ou autorizar a afixação de cartazes, anúncios e quaisquer outros meio de publicidade ou propaganda;

XVIII- dispor sobre depósito e venda de animais e mercadorias apreendidos em decorrência de transgressão de lei municipal;

XIX- dispor sobre registro, licenciamento, vacinação e captura de animais na zona urbana, com a finalidade precípua de erradicação da raiva e de outras moléstias de que sejam portadores ou transmissores;

XX- estabelecer e impor penalidades por infração de suas leis e regulamentos.

Art. 3º Ao município compete, concorrentemente com o

Estado e supletivamente a ele: I- zelar pela saúde, higiene e assistência social; II- promover a educação e o ensino; III- prover sobre a defesa da flora e da fauna. Art. 4º Ao município é proibido: I- fazer uso de estabelecimento gráfico, estação de

televisão ou de radiodifusão ou serviço de alto-falante de sua propriedade, para realizar propaganda partidária;

II- doar bens, conceder isenções fiscais ou perdão de dívidas, com caráter de favorecimento pessoal, sob pena de nulidade do ato.

TÍTULO II

Do Governo Municipal

Capítulo I Disposições preliminares

Art. 5º O Governo Municipal é exercido pela Câmara e

pelo Prefeito, órgãos independentes e harmônicos entre si. Art. 6º No primeiro dia de cada legislatura, em sessão

solene, independente de número, sob a presidência do Juiz Eleitoral, o Prefeito, o Vice-Prefeito e os vereadores prestarão compromisso e tomarão posse, após declaração pública de bens.

Art. 7º Os vereadores, imediatamente depois de empossados, reunir-se-ão a fim de elegerem os membros da Mesa.

Parágrafo único. Não havendo número suficiente para a

sessão, o vereador mais votado assumirá a Presidência e convocará suplentes para os fins deste Art.. Capítulo II

Da Câmara Municipal Art. 8º A Câmara terá vereadores em número fixado por

lei estadual, para vigorar na legislatura seguinte, tomando-se por base a população e a renda do município, oficialmente apuradas.

Art. 9º À Câmara cabe legislar, com a sanção do Prefeito, sobre as matérias de competência do município, e especialmente:

I- dispor sobre tributos municipais; II- votar o orçamento e a abertura de créditos

suplementares e especiais, bem como aprovar os créditos extraordinários abertos por decreto; III- autorizar a obtenção de empréstimos e operações de

crédito; IV- autorizar a alienação e a concessão de uso de bens

municipais; V- autorizar a aquisição da propriedade imóvel; VI- autorizar a concessão de serviços públicos; VII- aprovar o Plano Diretor do município; VIII- criar, alterar e extinguir cargos públicos, fixando-

lhes atribuições e vencimentos; IX- aprovar convênios com convênios com o Estado ou a

União, e consórcios com outros municípios. Art. 10. À Câmara compete, privativamente, entre outras,

as seguintes atribuições: I- eleger anualmente sua Mesa, bem como destituí-la na

forma regimental. II- votar o Regimento Interno; III- organizar a Secretaria, depondo sobre o seu

funcionalismo; IV- dar posse ao Prefeito e ao Vice-Prefeito eleitos,

conhecer de sua renúncia e afastá-los definitivamente do exercício do cargo; V- conceder licença ao Prefeito e ao Vice-Prefeito para

afastamento do cargo e ao primeiro para ausentar-se do município por mais de 15 (quinze) dias; VI- fixar, antes da eleição e para vigorar na legislatura

seguinte, a remuneração do Prefeito e, se for o caso a do Vice-Prefeito e subprefeitos, considerando-se mantida a vigente, na omissão da Câmara podendo o ato de fixação estabelecer quantias diferentes para cada ano de mandato;

VII- tomar e julgar, até 31 de dezembro de cada ano, as contas do Prefeito bem como as dos responsáveis pela arrecadação guarda e aplicação da receita e bens públicos, relativos ao exercício anterior considerando-se aprovadas após aquela data, se não tiverem sido expressamente rejeitadas;

VIII- criar Comissões Especiais de Investigação sobre fato determinado sempre que o requerer pelo menos 1/3 (um terço) de seus membros;

IX- solicitar informações ao Prefeito sobre assuntos referentes à administração;

X- convocar o Prefeito ou Secretários municipais para prestarem informações sobre sua administração;

XI- deliberar, através de resoluções, sobre os assuntos de sua economia interna e por meio de decretos legislativos, nos demais casos de sua competência privativa:

XII- julgar o Prefeito, o Vice-Prefeito e os vereadores, nos casos previstos nesta lei.

Art. 11. As sessões da Câmara realizar-se-ão em recinto

destinado ao seu funcionamento: reputando-se nulas as que se efetuarem fora dele. Parágrafo único. Somente nos casos devidamente

comprovados, de destruição do edifício destinado ao seu funcionamento ou de impedimento de acesso ao recinto, poderá a Câmara realizar as sessões em outro local que será expressamente designado pelo Juiz de Direito da comarca, no auto de verificação da ocorrência.

Art. 12. As sessões serão públicas, salvo a deliberação em

contrário, tomada pela maioria absoluta dos membros da Câmara, quando ocorrer motivo relevante. Art. 13. As sessões só poderão instalar-se com a presença

de, no mínimo 1/3 (um terço) dos membros da Câmara. Art. 14. As deliberações, excetuados os casos previstos

nesta lei, serão tomadas por maioria simples de votos, presente, pelo menos, a maioria absoluta dos membros da Câmara.

Parágrafo único. Depende do voto de no mínimo, 2/3

(dois terços) dos membros da Câmara, a autorização para: I- contrair empréstimo com particular; II- outorgar concessão de serviços públicos; III- alienar seus bens imóveis; IV- adquirir bens imóveis por doação com encargo. Art. 15. O vereador, eleito Presidente da Câmara, durante

a sua gestão, só terá voto na eleição da Mesa ou quando houver empate. Parágrafo único. Ao vereador que substituir o Presidente,

aplicar-se o disposto neste Art., durante a substituição.

Art. 16. Nas deliberações da Câmara, o voto será público, salvo decisão contrária da maioria absoluta de seus membros.

Parágrafo único. Será obrigatoriamente público o voto,

nos seguintes casos: I- julgamento do Prefeito, Vice-Prefeito e vereadores; II- deliberação sobre votos e contas do Prefeito; III- eleição da Mesa. Art. 17. Salvo caso de extrema urgência, as sessões

extraordinárias serão convocadas com a antecedência mínima de 3 (três) dias, e nelas não se poderá trata de assunto estranho ao da convocação.

Art. 18. O presidente poderá requisitar policiamento, que

ficará à sua disposição, para assegurar a ordem no recinto da sessão. Art. 19. A Mesa poderá mandar prender em flagrante

qualquer pessoa que, durante a sessão, perturbe a ordem dos trabalhos ou desacate a corporação ou seus membros.

Art. 20. Qualquer alteração do Regimento Interno

dependerá de proposta escrita, que será discutida pelo menos em 2 (dois) dias de sessão, considerando-se aprovada se obtiver o voto da maioria absoluta dos membros da Câmara.

Art. 21. A iniciativa dos projetos de lei cabe a qualquer

vereador e ao Prefeito, sendo privativa deste a proposta orçamentária e aqueles que aumentem vencimentos ou salário, concedam vantagens pecuniárias a servidores, criem, alterem ou extinguem cargos em serviços já existentes.

§ 1º No caso de projetos de competência privativa do

Prefeito, não poderá a Câmara apresentar emendas que aumentem a despesa proposta. § 2º Os projetos de lei a que se refere este Art., salvo a

proposta orçamentária, deverão ser votados dentro de 45 (quarenta e cinco) dias, podendo o Prefeito, em caso de urgência, solicitar à Câmara que a votação se conclua em 30 (trinta) dias.

§ 3º Se julgar que o projeto exige, pela sua complexidade,

debate amplo, o Prefeito fixará maior prazo para sua votação. § 4º Esgotados, sem deliberação, os prazos dos parágrafos

anteriores, o projeto será tido como aprovado, nos termos da proposta original. Art. 22. Aprovado pela Câmara um projeto de lei, será ele

enviado ao Prefeito, que terá 10(dez) dias úteis para a sanção, promulgação e publicação.

§ 1º Se entender que o projeto é inconstitucional, ilegal ou contrário ao interesses público, o Prefeito poderá vetá-lo, no todo ou em o receber comunicação à Câmara as razões do veto.

§ 2º O veto parcial não poderá incidir apenas sobre palavras ou partes de um disposto.

§ 3º Decorridos os 10 (dez) dias úteis, o silêncio do

Prefeito importa em sanção do projeto, que, neste caso, será imediatamente promulgado e mandado publicar pelo Presidente da Câmara.

§ 4º Se vetado, será o projeto, ou parte vetada, submetido a

uma só discussão e votação, com parecer ou sem ele, dentro do prazo de 20 (vinte) dias úteis, contados da data de seu recebimento, ou da primeira sessão, se a Câmara estiver em recesso.

§ 5º Não votado dentro desse prazo, considerar-se-á aceito

o veto. § 6º No caso de veto parcial incidindo sobre mais de um

dispositivo, cada um deles poderá ser votado separadamente, mas, se for total, a matéria será votado englobadamente.

§ 7º Para a aprovação da disposição vetada, é necessário o

voto de no mínimo, 2/3 (dois terços) dos vereadores presentes. § 8º Rejeitado o veto, a disposição vetada será

imediatamente promulgada e mandada publicar pelo Presidente da Câmara, entrando em vigor na data desta publicação.

Art. 23. No caso de vaga ou licença de vereador, o

Presidente convocará imediatamente o suplente. Art. 24. Os servidores da Câmara ficam sujeitos ao mesmo

regime jurídico dos servidores da Prefeitura. Capítulo III Do Prefeito Art. 25. Ao Prefeito compete, entre outras atribuições: I- representar o município em juízo e fora dele II- apresentar à Câmara projetos de lei; III- sancionar, promulgar e fazer publicar as leis aprovadas

pela Câmara, e expedir regulamentos para sua fiel execução: IV- vetar, no todo ou em parte, os projetos de lei

aprovados pela Câmara; V- expedir decretos, portarias e outros atos

administrativos;

VI- permitir o uso de bens municipais, por terceiros: VII- permitir a execução dos serviços públicos, por

terceiros: VIII- convocar extraordinariamente a Câmara: IX- prover os cargos públicos e expedir os demais atos

referentes á situação funcional dos servidores; X- enviar a Câmara, até 30 de setembro de cada ano a

proposta orçamentada; XI- apresentar à Câmara, até 15 de fevereiro de cada ano,

relatório circunstanciado das atividades e dos serviços municipais, sugerindo as providências que julgar necessárias:

XII- apresentar a Câmara, até 31 de março de cada ano, a prestação de contas e o balanço geral do exercício findo;

XIII- fazer publicar todos os atos oficiais; XIV- prestar à Câmara, dentro de 20 vinte dias úteis as

informações solicitadas: XV- prover sobre os serviços e obras da administração

pública: XVI- superintender a arrecadação dos tributos e preços e a

guarda e aplicação da receita, autorizado despesas e pagamentos dentro das disponibilidades orçamentárias ou dos créditos votados pela Câmara;

XVII- colocar à disposição da Câmara, dentro de 10 (dez) dias de sua requisição, as quantias que devem ser despendidas de uma só vez, assim como, até o dia 25 de cada mês, a parcela correspondente ao dudécimo de sua dotação orçamentária:

XVIII- impor a relevar as multas previstas em leis e contratos municipais;

XIX- resolver sobre os requerimentos, reclamações ou representações que lhe forem dirigidas;

XX- dar denominação às ruas e logradouros públicos: XXI- requisitar, das autoridades policiais do Estado,

auxílio para cumprimento de suas determinações. Art. 26. O Prefeito e os Secretários municipais deverão

comparecer á Câmara, dentro de 20 vinte dias, quando convocados para prestar informações. Art. 27. Substituir o Prefeito e sucede-lhe, em caso de

vaga ocorrida após a diplomada o Vice-Prefeito. § 1º Na falta de ambos, associara o cargo e Presidente da

Câmara, que completará o período se as vagas ocorreram na segunda metade da legislatura. § 2º Se as vagas ocorrerem na primeira metade da

legislatura far-se-á, dentro de 60 (sessenta) dias da abertura da última delas eleições direita para Prefeito e Vice-Prefeito cabendo aos eleitos completar o período.

Art. 28. Salvo o distrito da sede, todos os demais poderão

ser administrados por subprefeitos, diretamente subordinados ao Prefeito e por ele nomeados.

Parágrafo único. O subprefeito exerce no limites

distritais, as funções delegadas pelo Prefeito.

CAPÍTULO IV Da extinção e cassação de mandato

Art. 29. Ocorre a exdação do mandato do Prefeito, Vice-

Prefeito e Vereador, declarada pelo presidente da Câmara, nos casos de: I- falecimento; II- renuncia; III- perda dos direitos políticos Art. 30. Poderá ser cassado o mandato do vereador

quando; I- Incidir nos impedimentos previstos na Constituição

estadual: II- deixar de tomar posse dentro de 30 (trinta) dias, a

contar da sessão de instalação da Câmara, ou da abertura de vaga quando convocado, para o seu preenchimento, ou ainda da proclamação, no caso de nova eleição;

III- transferir na residência para fora do município: IV- deixar de comparecer às sessões da Câmara por mais

de 6 (seis) meses consecutivos; V- faltar com o decoro necessário no exercício de

mandato. Art. 31. Poderá ser casado o mandato do Prefeito ou Vice-

Prefeito, quando: I- incorrer em crime de responsabilidade definido m lei

federal ; II- infringir o disposto nos itens I a III do Art. anterior. § 1º A cassação do mandato de Vice-Prefeito, por infração

do disposto nos itens I e II do Art. anterior, somente ocorrerá quando este for remunerado. § 2º O processo de cassação do mandato de Vice-Prefeito,

por infração cometida no exercício do cargo de Prefeito, poderá ser instaurado mesmo depois de cassada a substituição.

Art. 32. Para os fins do disposto no Art. anterior, o Prefeito ou o Vice-Prefeito poderá ser denunciado por qualquer cidadão ou, de oficio, pela Mesa da Câmara.

§ 1º A denúncia será feita por escrito, com firma

reconhecida devendo o denunciante expor os fatos com clareza, apontar a disposição legal que considere

infringida, juntar as provas do alegado e indicar aquelas que estiver impossibilitado de produzir desde logo.

§ 2º De posse da denúncia, o Presidente da Câmara na

primeira sessão, determinará a sua leitura e consultará o Plenário, sobre se deve ser recebida e processada. § 3º Aprovado o recebimento o processamento da

denuncia por maioria simples, na mesma sessão se constituirá a Comissão Processante, que elegerá, desde logo, o presidente e o relator.

§ 4º A Comissão compor-se à de 3 (três) vereadores,

escolhidos mediante sorteio. § 5º nas reuniões da Comissão será observado o

Regimento Interno da Câmara, no que não contrariar o disposto neste Art.. § 6º Recebendo o processo, o presidente da Comissão

providenciara o inicio dos trabalhos dentro de 5 (cinco) dias, cientificando o denunciado com remessa de cópia de denúncia para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10(dez) dias, indicar as provas e arrolar testemunhas, até o máximo de 10 (dez).

§ 7º Decorrido o prazo fixado no parágrafo anterior, a

Comissão emitirá parecer, concluindo pelo arquivamento do processo que, neste caso, irá a Plenário para deliberação, ou pelo seu prosseguimento, quando o presidente designará o inicio da instrução, determinando os atos, audiências e diligências que se fizerem necessário, inclusive o depoimento das testemunhas, podendo sempre ouvir o denunciante.

§ 8º D todas as audiências e diligências dever-se-á

cientificar com pelo menos 24 (vinte e quatro) horas de antecedência, o denunciado, individualmente ou na pessoa de seu procurador, sendo-lhes permitido assistir a todas as audiências e diligências, formular perguntas e respostas às testemunhas e requer acareação das mesmas.

§ 9º O denunciado deverá ter ciência dos atos

subseqüentes, na audiência a que comparecer. § 10. Concluída a instalação será aberta vista do processo

ao denunciado, para razões no prazo de 5 (cinco) dias. § 11. Transcorrido o prazo a que se refere o parágrafo

anterior, a Comissão emitirá parecer final, a ser encaminhado ao Plenário, concluindo pela procedência ou improcedência da denúncia.

§ 12. Recebido o processo com o parecer final da

Comissão, o Presidente convocará a Câmara, que reunirá dentro de 5 (cinco) dias para o julgamento. § 13. Na sessão de julgamento, o Presidente da Câmara

determinará a leitura do processo e, a seguir, submeter à o parecer a discussão, facultado a cada vereador

manifestar-se no tempo máximo de 15 (quinze) minutos e assegurando, ao denunciado do seu procurador o direito de defesa ao final. Sem apartes, por prazo não excedente a 2 (duas) horas.

§ 14. Finda a defesa, proceder-se-á tantas votações

normais quantas forem as infrações articuladas na denúncia. § 15. Concluindo o julgamento, o Presidente da Câmara

proclamará o resultado, fará lavrar imediatamente a ata, com a votação nominal e respeito de cada infração, e expedirá o competente decreto legislativo, enviando à Justiça Eleitoral o inteiro teor de seu texto.

§ 16. Vetado. § 17. Quando o denunciante for vereador não poderá

participar da Comissão Processante nem das votações da Câmara, referente ao processo. § 18. O processo deverá estar julgado pela Câmara dentro

de 90 (noventa) dias a contar na data em que for dada ciência da denúncia ao acusado, sob pena de trancamento, sem prejuízo de nova denúncia, ainda que sobre os mesmos fatos.

§ 19. A denúncia não será recebida se o denunciado por

qualquer motivo, houver deixado definitivamente o cargo, arquivando-se o processo se tal ocorrer, durante a sua tramitação.

Art. 33. O processo da cassação do mandato de vereador

obedecera no que couber, ao previsto no Art. anterior, podendo iniciar-se "ex officio" por alto da Mesa da Câmara.

TÍTULO III

Da Administração Municipal

Capítulo I Disposições preliminares

Art. 34. A publicação de lei e atos municipais far-se-á em

órgão local na falta deste, por edital afixado na sede da Prefeitura. Parágrafo único. A escolha do órgão local para

divulgação da lei e atos administrativos, deverá ser feita por concorrência pública ou administrativa, em que se levará em conta não só a circunstância de preço, como as freqüência, horário e triagem.

Art. 35. Ao Prefeito e ao Presidente da Câmara cumpre

providenciar a expedição no prazo máximo de 15 (quinze) dias das certidões que lhes forem solicitadas, relativas e despachos e atos ou a informações e pareceres a que mesmos expressamente se refiram.

Art. 36. Os município terão os livros que forem

necessários aos seus serviços e especialmente os de:

I- termo de compromisso e posse; II- atas das sessões da Câmara; III- registros de leis, decretos, resoluções, regulamentos,

instruções e portarias: IV- cópia de correspondência oficial; V- protocolo, índice de papéis e livros arquivados; VI- contratos; VII- contabilidade e finanças. § 1º Os livros serão abertos, rubricados e encerrados pelo

Prefeito ou pelo Presidente da Câmara, conforme o caso. § 2º Os livros referidos neste poderão ser substituídos por

folhas ou outro sistema, convincentemente autenticado. Art. 37. Os atos administrativos de competência do

Prefeito deveram ser baixa os com obediência ás seguintes normas. I- decreto numerado nos seguintes casos: a) na instituição, modificação e extinção de atribuições não

constantes em lei: b) abertura de créditos especiais e suplementares, até o

limite autuando em lei assim como de créditos extraordinários, c) declaração de utilidade pública de imóveis; d) aprovação de regulamento ou regimento; e) medidas executórias do Plano Diretor; f) criação extinção, declaração ou modificador de direitos

dos administrados: g) lotação e relatório nos quadros do pessoal: h) normas de caráter geral; II- decreto sem número, nos casos de provimento e

vacância dos esgotos públicos e de criação extinção ou modificação de direito de funcionários: III- portaria, nos seguintes casos: a) admissão, dispensa e modificação de direitos de

servidores não funcionários: b) abertura de sindicâncias e processos administrativos,

bem como aplicação de penalidades. Art. 38. O Estado pela sua Secretarias e órgãos técnicos

presentes terá todo auxílio solicitado pelo município para sua boa administração. § 1º O Prefeito fará a solicitação diretamente ao órgão

componente.

§ 2º A assistência prestada pelo Estado será gratuita cobrando-se do município unicamente o custo de materiais gastos e as despesas de viagem e transporte que tiverem ocorrido.

Art. 39. O Prefeito, o Vice-Prefeito, os vereadores, os

servidores municipais bem como as pessoas ligadas a qualquer deles por matrimônio ou parentesco afim ou consangüíneo até o 3.º grau civil, não poderão contratar com o município, substituindo a proibição até 6 (seis meses depois de findas as respectivas funções.

Parágrafo único. Não se incluem nessa proibição os

contratos padronizados, cujas cláusulas e condições sejam uniformes para todos os interessados.

CAPÍTULO II Dos bens municipais

Art. 40. Constituem bens municipais todas as coisas

móveis e imóveis, direitos e ações que, a qualquer título, pertençam ao município. Art. 41. Cabe ao Prefeito a administração dos bens

municipais, respeitada a competência da Câmara quanto aqueles empregados em seus serviços. Art. 42. A alienação de bens imóveis municipais além de

prévia autorização legislativa, dependerá de concorrência pública, dispensada esta nos casos de doração. Art. 43. A aquisição de bens imóveis por compra ou

permuta dependerá de prévia avaliação e autorização legislativa. Art. 44. Todos os bens municipais deverão ser

cadastrados, com a identificação respectiva, numerando-se os móveis, segundo o que for estabelecido em regulamento.

Art. 45. O uso dos bens municipais por terceiros poderá

ser admitdo mediante concessão ou permissão, conforme o interesse público exigir. § 1º A concessão de usa dependerá de lei e concorrência

pública, e far-se-á mediante contrato, sob pena de nulidade do ato. § 2º A permissão de uso será feita a título precário, por ato

unilateral do prefeito. Art. 46. A utilização e a administração dos bens públicos

de uso especial, tais como mercados, matadores estações, recintos de espetáculos e campos de esportes, serão feitas na forma dos regulamentos respectivos.

CAPÍTULO III

Das obras e serviços municipais

Art. 47. A execução das obras públicas deverá ser sempre precedida de projeto elaborado segundo as normas técnicas adequadas.

Parágrafo único. As obras públicas poderão ser

executadas pela Prefeitura, por suas autarquias, ou por terceiros, mediante concorrência. Art. 48. A permissão de serviço público, sempre a título

precário dependerá de ato unilateral do Prefeito, aos edital de chamamento dos interessados para escolha do melhor pretendente, e a concessão será feita com autorização legislativa, mediante contrato, procedido de concorrência pública.

§ 1º Serão nulas de pleno direito as permissões e as

concessões feitas em desacordo com o estabelecido neste Art. § 2º Os serviços permitidos ou concedidos ficarão sempre

sujeito a regulamentação e fiscalização do município, incumbindo, aos que executam, sua permanente atualização a adequação às necessidades dos usuários.

§ 3º O município poderá retomar os serviços permitidos ou

concedidos, desde que executados em desconformidade com ato ou contrato, bem como aqueles que se revelaram insuficientes para o atendimento dos usuários.

§ 4º As concorrências para a concessão de serviço público

serão precedidas de ampla publicidade, inclusive em jornais da capital. Art. 49. As tarifas dos serviços público deverão ser fixadas

tendo- se em vista a prestação do serviço pelo custo. Art. 50. Os limites de concorrência para obras, serviços e

fornecimento ao município são os seguintes: I- Até Cr$ 250.000 (duzentos e cinqüenta mil cruzeiros) -

coleta de preço; II- Até Cr$ 2.500.000 (dois milhões e quinhentos mil

cruzeiros) - concorrência administrativa; III- Acima de Cr$ 2.500.000 (dois milhões e quinhentos

mil cruzeiros) - concorrência pública. Art. 51. Os municípios poderão realizar obras e serviços

de interesse comum, mediante convênios com o Estado e a União, e através de consócios com outros municípios.

CAPÍTULO IV

DAS NORMAS URBANÍSTICAS Art. 52. O município elaborará o seu plano direto,

considerado integradamente a área urbana a urbana, a de expansão urbana e rural, com disposições sobre

o sistema viário urbano e rural, o zoneamento urbano, o loteamento urbano ou para fins urbanos em zona rural, a identificação e os serviços públicos urbanos, e o mais que relacionar com o bem-estar da população local.

§ 1º O estado, quando solicitado, auxiliará a elaboração do

Plano direto e com recursos técnicos ou financeiros. § 2º Nenhum auxílio financeiro ou empréstimo será

concedido pelo Estado no município que não possuir Plano Diretor regularmente aprovado, após 3 (três) anos de vigência desta lei.

Art. 53. O município elaborará as normas de edificação,

de zoneamento e de loteamento urbano, ou para fins urbanos em zona rural, atendidas as peculiaridades locais e a legislação federal e estadual pertinentes.

CAPÍTULO V

DOS SERVIDORES MUNICIPAIS Art. 54. O município estabelecerá em lei o regime jurídico

de seus funcionários, atendendo aos princípios da Constituição Federal. Art. 55. Os cargos públicos serão criados por lei, que

deixará sua denominação, atribuições, padrão de vencimento, condições de provimento e os recursos pelos quais serão pagos seus ocupantes.

Parágrafo único. Quando se tratar de cargos destinados à

sua Secretaria, caberá à Câmara criá-los mediante resolução. Art. 56. O servidor municipal será responsável civil,

criminal e administrativamente pelos atos que praticar no exercício do cargo ou da função, ou a pretexto de exercê-los.

Parágrafo único. Caberá ao Prefeito decretar a prisão

administrativa dos omissos ou remossos na prestação de contas de dinheiros públicos sujeitos á sua guarda.

Art. 57. Nenhum servidor municipal poderá exercer o

mandato de Prefeito, Vice-Prefeito ou vereador do próprio município, sem afastar previamente de seu cargo ou função, sob pena de perda do mesmo.

§ 1º Desde a posse, ficarão suspensos o exercício e os

vencimentos ou salários do servidor que assumir qualquer daqueles mandatos, sob pena de responsabilidade dos funcionário que efetuar o pagamento.

§ 2º o tempo em que o servidor exercer qualquer daqueles

mandatos será considerado como de efeito exercício para todos os efeitos legais, exceto para percepção d vencimento.

Art. 58. Fica estabelecido o princípio da pariedade na

remuneração dos servidores dos órgãos executivo e legislativo do município. TÍTULO IV

Das Finanças Municipais

Capítulo I Da Receita Art. 59. A receita pública constituir-se-á das rendas locais

e demais recursos obtidos fora de suas fontes próprias. Parágrafo único. As rendas públicas abrangem os tributos

e os preços aqueles representados por impostos, taxas e contribuições. Art. 60. A fixação dos preços devidos pela utilização de

bens e serviços municipais será feita pelo Prefeito, observadas as seguintes normas: I- as tarifas dos serviços públicos deverão cobrir os seus

custos sendo reajustáveis quando se tornarem deficitárias ou excedentes. II- os demais preços serão obtidos mediante concorrência. Art. 61. Ao município é proibido contrariar empréstimos,

cujo serviço anual de juros e amortização, inclusive de empréstimos anteriores, exceda a terça parte da média da receita efetivamente arrecadada mos três últimos exercícios, deduzindo-se neste cálculo, quando se tratar de empréstimos ou financiamentos de obras reprodutivas ou de serviços industriais, a receita provável das taxas relativas a essas obras ou serviços.

Art. 62. Ninguém será obrigado ao pagamento de qualquer

tributos que dependam de lançamento, sem que este haja sido feito a comunicação por aviso pessoal ao contribuinte, devendo a lei prever prazo para recursos contra o lançamento.

Parágrafo único. Vetado. Art. 63. Quando o vulto da arrecadação o justificar o

município poderá criar órgão colegiado constituído por servidores, designados pelo Prefeito, e contribuintes, indicados por entidades de classe, com atribuições de decidir, em grau de recurso, as reclamações sobre lançamento e demais questões tributárias.

Parágrafo único. No município em que não houver o

órgão previsto neste Art., caberá recurso para o Prefeito. Capítulo II Da Despesa

Art. 64. Nenhuma despesa será ordenada ou realizada sem que exista recurso disponível e crédito votado pela Câmara, salvo a que correr por conte de crédito extraordinário.

Art. 65. Nenhuma lei que crie ou aumente despesa será

sancionada, sem que dela conste a indicação de recursos disponíveis para atender aos novos cargos.

CAPÍTULO III DO ORÇAMENTO

Art. 66. Se o Prefeito não enviar, dentro do prazo a

proposta orçamentária á Câmara, esta a elaborará tomando por base o orçamento vigente. Art. 67. Serão escrituradas e publicadas, separadamente, a

receita e a despesa dos distritos situados fora da sede do município.

CAPÍTULO IV

DA PUBLICIDADE E DA PRESTAÇÃO DE CONTAS Art. 68. O movimento de caixa do dia anterior será

publicado diariamente, por determinação do Prefeito, mediante edital fixado no edifício da Prefeitura. Art. 69. O balancete relativo a despesa do mês anterior

será publicado mensalmente, por determinação do Prefeito, até o dia 20 (vinte), mediante edital afixado no edifício da Prefeitura.

Art. 70. O balancete trimestral, acompanhado de relação

das despesas de cada verba ou dotação, será enviado á Câmara até o dia 20 (vinte) do mês seguinte. Art. 71. Se o Prefeito não enviar à Câmara, dentro do

prazo, as contas de exercício findo, seta elegerá uma comissão para levantá-las e apurar as responsabilidades.

TÍTULO V

DAS ESTÂNCIAS SANITÁRIAS Art. 72. A declaração da existência da estância

hidromineral natural no município dependerá de lei aprovada por maioria absoluta da Assembléia Legislativa, depois de verificada, nos termos da legislação federal, por exame e análises absolutamente concluintes a existência de fontes naturais da água dotada de altas qualidades terapêuticas, e em quantidade suficiente para atender aos fins a que se destina.

Parágrafo único. A área da estância hidromineral natural,

delimitada por decreto estadual, compreenderá o território em que estejam localizadas as fontes respectivas as instalações e obras destinadas ao aproveitamento das águas e a área circunjacente necessária aos objetivos sanitários e turísticos a que a mesma se destina.

Art. 73. O município que, em virtude do clima, altitude e

outros predicados devidamente comprovados pelos órgãos técnicos estaduais, favoreça a instalação de hotéis, sanatórios e similares, poderá, mediante lei ser, reconhecido como estância climática ou balneária.

Parágrafo único. O Estado auxiliará financeiramente a

execução de serviços e obras que contribuam para o melhor aproveitamento dessas essências. TÍTULO VI

DA CRIAÇÃO E MODIFICAÇÃO DE MUNICÍPIOS

CAPÍTULO I

DA CRIAÇÃO DE MUNICÍPIOS

Art. 74. A criação de município far-se-á em lei estadual,

que mencionará: I- o nome, que será o da sua sede; II- as divisas; III- a comarca a que pertence IV- o ano da instalação; V- os distritos e subdistritos, com as respectivas divisas; VI- o número de vereadores para a primeira legislatura. Parágrafo único. Na toponímia de municípios e distritos é

vedada a repetição de nomes já existentes no país, bem como a designação de datas, nomes de pessoas vivas e o emprego de denominação com mais de 3 (três) palavras, excluídas as partículas gramaticais.

Art. 75. São condições para que o distrito ou subdistrito se

constitua em município; I- população mínima de 5.000 (cinco mil) habitantes; II- renda local mínima de Cr$ 30.000.000 (trinta milhões

de cruzeiros); III- distância mínima, por todas as vias de comunicação,

de 10 (dez) quilômetros, entre a sua sede e a do município de origem; IV- prévia anuência da maioria da população da área a ser

emancipada, manifestada em plebiscito. § 1º A população exigida refere-se a 31 de dezembro do

ano anterior e deverá ser certificada pelo Departamento de Estatística do Estado. § 2º A renda local será apurada tomando-se por base a

orçada para o ano de sua criação ou a média da arrecadação do distrito ou subdistrito nos 2 (dois) anos anteriores;

§ 3º A renda exigida será reduzida pela metade, quando: I- a sede do distrito ou subdistrito distar da sede do

município mais de 30 (trinta) quilômetros por ferrovia ou estrada de rodagem estadual ou federal; II- a sede do distrito ou subdistrito se localizar na faixa d 4

(quatro) quilômetros contados da linha limítrofe do Estado. § 4º Sempre que o distrito ou subdistrito possuir mais de

uma povoação, a sede do novo município será fixada na de população e renda maiores. Art. 76. Mesmo satisfeitos ou requisitos do Art. anterior,

nenhum distrito ou subdistrito poderá constituir-se em município, se: I- não apresentar solução de continuidade de 500

(quinhentos) metros, no mínimo, entre o seu perímetro urbano e o do município de origem; II- resultar da sua desanexação, para o município de

origem, renda inferior a Cr$ 30.000.000 (trinta milhões de cruzeiros); III- interromper a continuidade territorial do município de

origem. Art. 77. As divisas dos municípios, fixadas na lei após

prévia audiência do Instituto Geográfico e Geológico do Estado, serão claras, precisas e contínuas, acompanhando, tanto quanto possível, acidentes geográficos permanente e facilmente identificáveis.

Parágrafo único. Sempre que seja possível aproveitar

acidentes geográficos permanentes, deslocar-se-á a linha divisória até 200 (duzentos) metros entre o município desmembrado e o novo, desde que não acarreta a este prejuízo financeiro apreciável.

Art. 78. Nenhuma autoridade, estadual ou municipal,

poderá negar-se a praticar os atos ou a fornecer aos interessados ou à Assembléia Legislativa, os dados necessários ao cumprimento deste Capítulo, sob pena de responsabilidade.

Art. 79. Na revisão da divisão administrativa do Estado,

não será permitida a transferência de área territorial, nem distritos ou subdistritos, de um para outro município, salvo acordo, por deliberação das respectivas Câmaras.

Art. 80. A Assembléia fixará, por decreto legislativo, no

ano anterior ao da criação de municípios, as normas que regularão a representação dos interessados, bem como a realização de plebiscito.

Art. 81. A Assembléia Legislativa não ficará adstrita ao

resultado do plebiscito, podendo contrariá-lo pelo voto da maioria absoluta de seus membros.

CAPÍTULO II DA INSTALAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E RESPONSABILIDADE FIN ANCEIRA

Art. 82. Criando um município o Governador do Estado fará a devida comunicação ao Tribunal Regional Eleitoral, dentro do prazo de 10 (dez) dias, afim de que esta designe data para eleição do Prefeito, Vice-Prefeito e vereadores.

Parágrafo único. Proclamados os eleitos, a instalação do

município far-se-á por ocasião da posse do Prefeito, Vice-Prefeito e vereadores. Art. 83. Até que tenha legislação própria, vigorará no

novo município de origem. Art. 84. O território do novo município continuará a ser

administrado, até sua instalação, pelo Prefeito do município de que foi desmembrado. Parágrafo único. No caso do município criado com

território desmembrado de 2 (dois) ou mais municípios, a administração caberá ao Prefeito daquele de maior renda, cuja legislação também se lhe aplicará, até que tenha legislação própria.

Art. 85. Enquanto não for instalado o município, a

contabilidade de sua receita e despesa será feita em separado, pelos órgãos competentes da Prefeitura do município ou municípios de que se desmembrou.

§ 1º Dentro de 8 (oito) dias, após a instalação do

município, o Prefeito do município encarregado da sua administração deverá enviar àquele os livros de escrituração e a competente prestação de contas, devidamente documentada.

§ 2º Pelo serviço de que trata o parágrafo anterior, poderá

o município de origem exigir do novo município importância equivalente a 10% (dez por cento) do total arrecado.

Art. 86. O Estado, pelos seus órgãos de assistência técnica,

constituirá, para os novos municípios, uma Comissão de Instalação, com a incumbência de elaborar, até a posse dos Prefeitos eleitos, os estudos necessários ao funcionamento da administração municipal.

§ 1º A Comissão se encarregará da elaboração da proposta

orçamentária e dos anteprojetos de leis a serem vetados inicialmente pela Câmara Municipal, e especialmente:

I- Plano Diretor; II- Código de Obras; III- Código Tributário; IV- Estatuto dos Funcionários; V- Quadro do Pessoal. § 2º Dentro de 30 (trinta) dias da criação do município, o

Governo do Estado nomeará a Comissão, designando o seu presente.

§ 3º Os Prefeitos dos municípios de origem, encarregados da administração dos novos municípios, prestarão à Comissão as informações solicitadas, e, sempre que possível, designarão servidores para auxiliar o seu trabalho.

Art. 87. Instalado os municípios, deverá o Prefeito, no

prazo de 30 (trinta (dias, remeter à Câmara a proposta orçamentária para aquele exercício e projeto de organização do quadro de funcionários.

Art. 88. O novo município indenizará o de origem de parte

das divisas vencíveis após a sua criação, contraídas para a execução de obras e serviços que tenham beneficiados ambos os territórios.

§ 1º A quota-parte será calculada pela média, obtida nos

últimos 3 (três) exercícios, da arrecadação no território desmembrado, em confronto com a do município de origem.

§ 2º O cálculo da indenização deverá ser concluído dentro

de 6 (seis) meses da instalação do município, indicando cada Prefeito um perito. § 3º Fixada a responsabilidade condignará o novo

município em seus orçamentos, a partir do exercício seguinte ao da instalação, as verbas necessárias para solvê-las em 5 (cinco) anos, mediante prestações anuais e iguais.

§ 4º O novo município pagará, nas condições do parágrafo

anterior, todas as dividas contraídas e vencíveis após a sua criação, se as obras e serviços beneficiarem apenas o seu território.

Art. 89. Os bens públicos municipais, situados em

território desmembrados, passarão à propriedade do novo município na data e sua criação. Parágrafo único. Quando os bens referidos neste Art.

constituírem parte integrante e inseparável de serviços industriais utilizados por ambos os municípios, serão administrados e explorados conjuntamente, como patrimônio comum.

CAPÍTULO III

DA EXTINÇÃO DE MUNICÍPIOS

Art. 90. Poderão ser extintos os municípios que, durante 3

(três) anos consecutivos, deixarem de preencher os requisitos estabelecidos no Art. 75. § 1º A extinção poderá ser provocada por deputado ou

outra autoridade estadual, mediante proposta fundamentada. § 2º O território do município declarado extinto passará, na

categoria de distrito, a município vizinho, escolhido, por plebiscito, pela população local.

Capítulo IV Dos distritos Art. 91. Os municípios compreenderão um ou mais

distritos, formando área continua. Parágrafo único. Quando se fizer necessário, poderá a lei

estadual criar subdistritos, que serão designados pela respectiva numeração ordinal. Art. 92. São condições necessárias para a criação de

distrito: I- 50 (cinqüenta) habitações, no mínimo, na povoação-

sede; II- população superior a 1.000 (um mil) habitantes, no

território. § 1º A criação de distrito dependerá de representação

dirigida à Assembléia Legislativa, observado o disposto no Art. 80. § 2º A deliberação da linha perimétrica do distrito será

determinada pelo Instituto Geográfico e Geológico do Estado, o que se aterá às conveniências dos moradores da região e observará que a área deliberada não ultrapasse a metade da área do distrito do qual se desmembrou.

TÍTULO VII

Disposições Gerais e Transitórias

Art. 93. A zona urbana do município compreende as áreas

de edificação contínua das povoações e as partes adjacentes diretamente servidas por algum destes melhoramentos: iluminação pública, rede de água ou de esgotos, calçamento ou guias para passeio.

Art. 94. Pertencem ao patrimônio municipal as terras

devolutas adjacentes às povoações de mais de 1.000 (um mil) habitantes, num raio de 6 (seis) quilômetros, partindo da praça central.

§ 1º Na sede dos municípios de população superior a 1.000

(um mil) habitantes, esse raio será de 8 (oito) quilômetros. § 2º No município da Capital, o raio será de 12 (doze)

quilômetros, contados a partir da Praça da Sé. Art. 95. Os municípios gozarão de isenção de custas nas

suas ações, bem como de impostos e emolumentos nos atos de aquisição de bens imóveis.

Art. 96. Os valores referidos nos Art.s 50, 75, item II, e 76, item II, serão atualizados segundo os coeficientes de correções monetárias fixados pelo Conselho Nacional de Economia.

Art. 97. As contas de Prefeito, referentes a exercícios

anteriores a 1965, deverão ser julgadas dentro do primeiro semestre de 1966, considerando-se aprovadas após aquela data, se não tiverem sido expressamente rejeitadas.

Art. 98. Esta lei entrará em vigor em 1.º de janeiro de

1966, revogadas a Lei nº 1, de 18 de setembro de 1947, as que a alterará, (vetado) e demais disposições em contrário.

Palácio dos Bandeirantes, 28 de Dezembro de 1965.

ADHEMAR PEREIRA DE BARROS

ADELÁVIO SETTE DE AZEVEDO

Este texto não substitui o publicado no D.O.U.