legislação aplicada à vigilância das zoonoses

176
L EGISLAÇÃO APLICADA À V IGILÂNCIA DAS Z OONOSES M ILENA C AMARA M ÉDICA V ETERINÁRIA

Upload: milena-camara

Post on 29-Dec-2015

101 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Apresentação do âmbito jurídico, legal, ético, filosófico, e prático, relacionado à atuação do Médico Veterinário no SUS. / Aula ministrada no II Curso de Capacitação para Atuação do Médico Veterinário no NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família) – jun/nov 2013 – São Paulo – SP.

TRANSCRIPT

Page 1: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

LEGISLAÇÃO APLICADA À

VIGILÂNCIA DAS ZOONOSES

MILENA CAMARA – MÉDICA VETERINÁRIA

Page 2: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Decreto-Lei Nº 467/42 - Lei de introdução ao Código Civil Art. 3º - Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

Art. 5º II - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.

Constituição Federal

Page 3: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Direito e direitos

Page 4: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

DIREITO = conjunto de normas formuladas pelos homens, destinadas a dar ordem à (reger as condutas na) vida em sociedade

= LEGAL

≠ JUSTIÇA

“Neste país as leis são feitas para serem quebradas” Mas quem as faz cumprir? O PODER EXECUTIVO

Page 5: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Direito não é ciência exata

“Tudo” no direito é absolutamente discutível, valendo sempre o melhor argumento.”... .... ou, o melhor uso do argumento

“Não há interpretação jurídica que não esteja impregnada das opiniões pessoais, realidades culturais, etc.” (Prof. Dr. Vidal

Serrano Nunes Júnior – Promotor de Justiça)

Page 6: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Direito Administrativo Direito Ambiental

Direito Autoral Direito Bancário

Direito Civil Direito Comercial

Direito Constitucional Direito das Telecomunicações

Direito de Família Direito de Marcas e Patentes

Direito de Trânsito Direito Desportivo

Direito do Consumidor

Direito Falimentar Direito Imobiliário Direito Internacional Direito Penal Direito Previdenciário Direito Processual Civil Direito Processual Penal Direito Sanitário Direito Societário Direito Tecnológico Direito Trabalhista Direito Tributário Direitos Humanos

Page 7: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Direito Sanitário

“Não há nas universidades a matéria de direito sanitário. Assim, juízes tem que se pronunciar sobre temas em que não tiveram uma formação anterior” (Dr. Sílvio Luiz Olavo Baptista – Professor Titular aposentado da Faculdade de Direito da USP) “Sempre que houver colidência entre uma norma de direito sanitário e uma norma comum, deve prevalecer o direito sanitário” (Prof. Dr. Dalmo de Abreu Dallari - Professor Emérito da Faculdade de Direito da USP) Direito Sanitário é um dos Direitos Humanos (direito à saúde)

Page 8: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Eutanásia de cães por causa da leishmaniose

Direito Sanitário x Direito Administrativo x Direito Penal

Convenções de Condomínios e restrição ao número de animais por propriedade

Direito à posse x Direito a fazer cessar as interferências danosas à saúde e ao sossego

Exemplos de Conflito Entre Direitos

Page 9: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Antropocentrismo

Page 10: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

CF Art. 5º - ... garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida ...

Art. 225 – ... meio ambiente ecologicamente equilibrado ... impondo-se ... o dever de preservá-lo para as presentes e

futuras gerações

Lei Orgânica da Saúde (LF 8.080/90) - A responsabilidade do SUS é para com a saúde da pessoa humana através, entre

outras, de ações preventivas

Código Nacional de Trânsito, Art. 269 § 1º - ... terão por objetivo prioritário a proteção à vida e à incolumidade física

da pessoa

Page 11: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Resolução CFMV 859/07 – Juramento do Médico Veterinário

Sob a proteção de Deus PROMETO que, no exercício da Medicina Veterinária, cumprirei os dispositivos legais e

normativos, com especial respeito ao Código de Ética da profissão, sempre buscando uma harmonização entre ciência e arte, aplicando os meus conhecimentos para o desenvolvimento científico e tecnológico em benefício da sanidade e bem-estar dos animais, da qualidade dos seus produtos e da prevenção de

zoonoses, tendo como compromissos a promoção do desenvolvimento sustentado, a preservação da biodiversidade,

a melhoria da qualidade de vida e o progresso justo e equilibrado da sociedade humana. E prometo tudo isso fazer, com o máximo respeito à ordem pública e aos bons costumes.

Assim o prometo.

Page 12: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

No ordenamento jurídico nacional, animal é propriedade, e o homem seu dono, proprietário ou detentor. O homem tem o direito de usar, gozar, usufruir dos serviços ou produtos dos animais.

Explo: Código Civil art. 1.313. II - ... coisas suas, inclusive animais ...

L.F. 569/48 art 1º Sempre que, para salvaguardar a saúde pública ou por interesse da defesa sanitária animal, venha a ser determinado o sacrifício de animais doentes ... caberá ao respectivo proprietário

indenização ...

Antropocentrismo x Biocentrismo

Page 13: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

FILOSOFIA: Em 1928, Cesare Goretti, prof. de Filosofia do Direito na Univ. de

Ferrara, escreveu o ensaio L’animale quale soggeto do diritto”. Através da argumentação filosófica, ele questionou o motivo dos

animais permanecerem relegados à condição de objeto, desvinculou os animais da perspectiva de coisas e bens, rebateu o clássico

conceito de que os animais são objetos passiveis de uso, gozo e fruição, e os reconheceu como detentores de uma capacidade

jurídica sui generis. “O antropocentrismo dominante na hermenêutica juridica é cego a outras realidades sensíveis, porque impregnado – conscientemente ou não - pela herança judaico-cristã no sentido de que tudo que existe no mundo foi construído para o desfrute humano” (Laerte Fernando Levai, promotor de justiça de S. José dos Campos –SP)

Antropocentrismo x Biocentrismo

Page 14: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

FATO: A regulamentação da vida em sociedade, para alcançar-se a solução de conflitos, estabelecimento da ordem, preservação de direitos é

um fato de ocorrência natural e necessária. A essência do processo de formação do direito é o fenômeno de um indivíduo fazer prevalecer seu interesse sobre o de outro mediante a

utilização de meio adequado. Assim, o direito é antropocêntrico, uma vez que as leis são feitas pelos homens, e é natural que elas façam prevalecer os interesses

humanos. Ademais seria inútil elaborar leis para regularem o os animais e seu

comportamento social. Vê-se que, mesmo leis que impõem condições aos animais, incidem sobre o comportamento dos seus proprietários

ou detentores.

Antropocentrismo x Biocentrismo

Page 15: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

As leis são feitas para os homens. Não adiantaria impor deveres aos animais --->

Page 16: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

FATO: O conceito antropocêntrico de “espécie dominante” existiu em

sociedades ancestrais, e persiste em sociedades atuais sem qualquer ligação com a herança judaico-cristã.

Código de Eshnunna (c. de 1930 a.c.) : Se é sabido que um boi costuma dar coices e as autorizados levaram o assunto ao conhecimento do proprietário e este não cortou os cornos de seu boi, e se o boi coiceia e mata um homem, o proprietário do boi pagará dois terços de uma moeda de prata. Código de Lipit-Ishtar (c. de 1870 a.c: Se um homem aluga um

boi e lhe machuca um olho, pagará metade de seu preço. O Código de Hamurabi (c. de 1700 a.c) registra mais de 10

disposições sobre animais e seus donos. Chega a dispor sobre atividades veterinárias.

Antropocentrismo x Biocentrismo

Page 17: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Código de Hamurabi:

224. Se um cirurgião veterinário fizer uma operação importante num asno ou boi e efetuar a cura, o proprietário deverá pagar ao veterinário 1/6 de um shekel como honorário.

225. Se um cirurgião veterinário fizer uma operação importante num asno ou boi e matar o animal, ele deverá pagar ao dono 1/4 do valor do animal que morreu.

O Islamismo, animismo, os indígenas, mantêm uma relação de “uso, gozo e fruição” com os animais

Caso a legislação fosse orientada pela herança judaico-cristã (o homem domina) ou pela herança hinduísta (o animal pode já ter sido um homem em outra encarnação), ela seria teocêntrica e

não antropocêntrica ou biocêntrica (ecocêntrica).

Antropocentrismo x Biocentrismo

Page 18: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

FATO: www.furcommission.com/news/newsF06t.htm

No workshop entitulado “O Preço da Liberação Animal” (Conferência de Direitos dos Animais – 2003 – Washington), a platéia recebeu um inquérito com 10 diferentes táticas ilegais, devendo marcar aquelas que consideravam moral e/ou eficaz. Os votos foram computados e os resultados foram os seguintes:

FILOSOFIA: “Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante” - Albert Schwweitzer

Antropocentrismo x Biocentrismo

Page 19: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Todos apoiavam a desobediência civil como moral e eficaz. A maioria apoiava a destruição de equipamentos, usando máscara. Mais de metade aprovava ameaças a pessoas, por meio de "sabotagem destrutiva“. 26% apoiavam ameaças de morte para intimidar pessoas. 26% achavam moral, e 22% eficaz, fazer uso de agressões físicas. 21% achavam moral, e 17% eficaz, assassinar lideranças de empresas ou instituições veterinárias que usam animal em seus laboratórios.

Page 20: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

CONCEITOS

significados

Page 21: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Estado Democrático de Direito

= O DIREITO + O CONTROLE SOCIAL

Por Controle Social entende-se a participação da sociedade no acompanhamento e verificação das ações da

gestão pública na execução das políticas públicas.

Page 22: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

= violação de uma norma jurídica (lei, ordem, tratado ...)

Ocorre quando a norma é impositiva ou proibitiva, quando ela apenas recomenda ou aconselha, não gera obrigações.

Infração

INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA = Violação de norma do direito administrativo Gera penalidades que não envolvem detenção

Page 23: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

CONTRAVENÇÃO Infração penal menos importante que o crime.

Só acarreta pena de multa e/ou prisão simples (máx 5 anos)

CRIME Infração penal mais importante que a contravenção.

Acarreta pena de reclusão ou detenção (máx 30 anos), com ou sem multa.

Infrações Penais

Page 24: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Art 319 do Código Penal

Retardar ou deixar de praticar ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição da lei, para satisfazer interesse ou

sentimento pessoal.

Envolve DOLO

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

Prevaricação

Page 25: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Art 150 do Código Penal

Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em

casa alheia ou em suas dependências.

§ 3º, II - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências, a qualquer hora do dia ou da

noite, quando algum CRIME está sendo praticado ou na iminência de ser.

Violação de Domicílio

Page 26: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Art 135 do Código Penal

Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa

inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nestes casos, o socorro da autoridade

pública.

Não se aplica a animais

Omissão de Socorro

Page 27: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Conflito entre uma lei, no todo ou em parte, e a Constituição.

“Só é inconstitucional aquilo que o Supremo Tribunal Federal considera inconstitucional”

Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) - Ação que tem por objeto principal a declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo. É proposta perante o Supremo Tribunal Federal quando se tratar de inconstitucionalidade de norma federal ou

será proposta perante os Tribunais de Justiça dos Estados quando se tratar de inconstitucionalidade de norma estadual ou municipal

perante as Constituições Estaduais.

Inconstitucionalidade

Page 28: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO – "Quando uma atividade representa ameaças de danos ao meio ambiente ou à saúde humana,

medidas de precaução devem ser tomadas, mesmo se algumas relações de causa e efeito não forem plenamente estabelecidos

cientificamente.“ (Declaração de Wingspread)

Inserido no Direito Sanitário pela C.F. art. 196 - A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e

econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos ...

Aponta para a obrigação de agir em face de uma ameaça de danos irreversíveis à saúde, mesmo que os conhecimentos científicos

disponíveis não confirmem o risco. A precaução atua na incerteza científica.

Princípios Constitucionais

Page 29: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Interpretação e aplicação da lei a casos concretos, consolidada por uma série de decisões no mesmo sentido.

PRECEDENTE = uma decisão em determinado sentido

JURISPRUDÊNCIA = diversas decisões no mesmo sentido

SÚMULA = Uniformização de Jurisprudência, quando se

condensa uma série de acórdãos (decisões de tribunais), que adotem idêntica decisão.

Não tem aplicação obrigatória, os Juízes são livres para

decidir conforme suas próprias convicções.

Jurisprudência

Page 30: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção

de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do

mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. É regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do

processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

Glossário de Termos Jurídicos do Site do Ministério Público Federal

Poder de Polícia

Page 31: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

São disposições no Direito Penal em que se definem as penas que serão impostas contra os infratores, mas o seu conteúdo

fica indeterminado.

Para que possam ser executadas, elas dependem do complemento de outras norma jurídicas ou da futura expedição

de atos administrativos.

Norma Penal em Branco

Page 32: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses
Page 33: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses
Page 34: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

AUTORIDADE SEM ABUSOS

Page 35: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Procuradoria, Assessoria Jurídica, Assessoria de Negócios Jurídicos ... podem ser usadas várias denominações

São os advogados do executivo (municipal ou estadual).

Tem a função de orientar e intervir a favor do Executivo, defender os interesses do município, seja em juízo ou administrativamente.

Procuradoria

Page 36: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

PARQUET – Se refere ao Ministério Público ou a um de seus membros PROMOTOR PÚBLICO - atua no primeiro grau de jurisdição (onde atua um Juiz de Direito isoladamente) PROCURADOR DE JUSTIÇA (DA REPÚBLICA) - atua no segundo grau de jurisdição (onde atuam os Desembargadores). PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA (DA REPÚBLICA) – Chefe do Ministério Público Federal

O Ministério Público não pertence aos 3 poderes, é independente.

Ministério Público

Page 37: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

São os defensores da sociedade perante a Administração Pública e os demais Poderes. São também fiscais da correta aplicação das leis,

sempre voltados para as causas e os interesses públicos.

Só atuam em defesas individuais quando o caso merece a proteção pública, como em casos de infância e juventude, órfãos e incapazes.

Mediante o conhecimento de uma (suposta) irregularidade de sua

alçada, investigam para denunciar ou não ao judiciário.

Ministério Público

O Ministério Público tem também a função extrajudicial de negociar com as administrações para intermediar a obtenção dos direitos

coletivos (Dr. Marlon Alberto W – Procurador da República) muitas vezes propondo a celebração de TAC.

Page 38: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

MAGISTRADO ou JUIZ – Aquele que tem a aprovação do Estado para arbitrar conflitos entre partes. É a autoridade que decide em nome do Poder Judiciário.

DESEMBARGADOR – É um juiz de instância superior

JUIZADO DE PEQUENAS CAUSAS, JUIZADO DE CAUSAS ESPECIAIS, ou JUIZADO ESPECIAL CIVIL – Julga causas de menor complexidade e, por isso, “deve” ser mais rápido que a Justiça Comum.

Magistratura

Page 39: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

O juiz é quem determina através de sentenças, mandados, liminares, etc.

Ele deve ser imparcial em sua decisão, mas pode ser contestado através de recursos para instâncias superiores.

Quando não se quer a intervenção judicial, que se resolva o caso entre as partes, para não chegar até um juiz (Dr. Sidnei Agostinho Beneti – Ministro do Superior Tribunal de Justiça)

Magistratura

Page 40: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

POLÍCIA MILITAR – A ela compete o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública.

POLÍCIA CIVIL (POLÍCIA JUDICIÁRIA) –Tem a função de averiguar fatos delituosos ou contravenções, e a sua autoria, por meio do inquérito policial. Ela faz a investigação preliminar, procede à prevenção, e por conseqüência à prisão dos infratores, com a apresentação dos elementos necessários para que o Ministério Público proceda ao oferecimento da ação penal.

DELEGADO DE POLÍCIA - É o guardião das leis penais, e o responsável pela execução de mandados judiciais. Ele é a Autoridade Policial que decide sobre a instauração ou não do inquérito policial.

Polícia

Page 41: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Todo o homem tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por intermédio de representantes livremente

escolhidos (Declaração Universal dos Direitos Humanos art. XXI, 1)

A República Federativa do Brasil se constitui em um Estado Democrático de Direito (C.F. art. 1º, caput)

Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta

Constituição” (C.F. art. 1º, parágrafo único).

É garantida pela Constituição mediante regulamentação em lei: art. 37, § 3° (com a redação dada pela Emenda Constitucional 19/98) –

A lei disciplinará as formas de participação do usuário na Administração Pública direta e indireta ...

Participação Popular

Page 42: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

NO LEGISLATIVO:

Pela iniciativa popular

Pelo plebiscito

Pelo referendo

C.F. art. 14 e art. 61, §2º, e L.F. 9.709/98

Participação Popular

Page 43: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

NO JUDICIÁRIO:

Pelo tribunal do júri, como jurado (C.F. art. 5º, XXXVIII e Cód. de Proc. Penal, arts. 439-496)

Pela ação popular, para a qual é legitimado qualquer cidadão (C.F.

art. 5º, LXXIII)

Pela a ação civil pública, especialmente quando proposta por associações civis ou sindicatos (C.F. art. 129, III e §1º e L.F. 7347/85

art. 5º, V, e art. 6º).

Pela “comoção popular” que influencia decisões dos juízes

Participação Popular

Page 44: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

NO EXECUTIVO: Participação da comunidade na seguridade social (saúde, previdência e assistência social) - C.F. art. 194, VII Participação da comunidade é uma diretriz do SUS - C.F. art. 198, III Participação da população por meio de associações representativas na formulação das políticas de assistência social - C.F. art. 204, II

Outros meios instituídos sem obrigação legal (ex: Orçamentos Participativos, movimentos populares)

Participação Popular

Page 45: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

C.F. art. 197 - São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao poder público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle ... A L.F. 8.142/90, é quem dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS: Art. 1º - Através de instâncias colegiadas: Conferência de Saúde e Conselho de Saúde. § 4° - A representação dos usuários será paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos

Participação Popular no SUS

Page 46: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

C.E. SP art. 221 - Os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, que terão sua composição, organização e competência fixadas

em lei, garantem a participação de representantes da comunidade, em especial, dos trabalhadores, entidades e prestadores de serviços da área de saúde, além do Poder

Público, na elaboração e controle das políticas de saúde, bem como na formulação, fiscalização e acompanhamento do sistema

único de saúde.

Participação Popular no SUS em SP

Page 47: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

ONG – Qualquer organização sem fins lucrativos não estatal

ONG não tem valor jurídico. Código Civil Art. 44 - São pessoas jurídicas de direito privado:

I - as associações;

II - as sociedades;

III - as fundações.

Art. 45. As pessoas jurídicas de direito privado existem a partir do registro em cartório de seu “ato constitutivo”.

Não são investidas de nenhuma autoridade, nem de representação democrática (não há eleição, pré-requisito, concurso, etc).

Organizações da Sociedade Civil

Page 48: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

OSCIPs (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público) Organizações que prestam serviços gratuitos, com atividades e objetivos de interesse público (L.F. 9790/99, art. 3°), certificadas pelo Poder Público Federal após comprovar certos requisitos. Podem celebrar Termos de Parceria com o poder público nas três esferas TERMO DE PARCERIA – é um acordo de cooperação. Constitui uma alternativa para a realização de projetos, com procedimentos

mais simples do que aqueles utilizados para a celebração de um convênio

Organizações da Sociedade Civil

Page 49: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

DIRETA - União, Estados, Municípios e DF

INDIRETA - Autarquias, fundações e entidades paraestatais

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – É o conjunto de órgãos e serviços do Estado, bem como a atividade administrativa em si mesma, ou seja, a ação do Estado para satisfação de seus fins de conservação, de bem-estar individual dos cidadãos e progresso social. (Glossário de Termos Jurídicos do site do Ministério Público Federal)

Exerce o Poder de Polícia para condicionar os direitos individuais ao bem-estar coletivo, conforme a Lei.

AUTORIDADE SANITÁRIA – Poder legal para regulamentar, decidir, licenciar e fiscalizar, no âmbito da Vigilância Sanitária.

Administração Pública

Page 50: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Senadores, Deputados e Vereadores, tem a função de elaborar as leis, e de fiscalizar o executivo:

C.F. art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional (deputados e senadores): X - fiscalizar e controlar, diretamente,

ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;

Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo municipal, na forma da lei.

Poder Legislativo

Page 51: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Diplomas Legais

Page 52: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Conjunto das leis fundamentais que rege a vida de um País (ou de um Estado), elaborado e votado por congresso de representantes do

povo e que regula as relações entre governantes e governados

LEI COMPLEMENTAR - Norma que completa a Constituição (controvérsias defendem que seja como uma lei infraconstitucional)

EMENDA CONSTITUCIONAL – Alteração feita na Constituição Federal mediante as normas estipuladas no art. 60 da própria Constituição. Algumas normas da Constituição não são passíveis de alteração, e são chamadas cláusulas pétreas

ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS (ADCT) – São as normas que regulamentam a transição entre as

Constituições. Tem aplicação temporária.

Constituição

Page 53: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

LEI ORGÂNICA – É a Constituição Municipal

TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS – A C.F. institui a aplicabilidade dos tratados internacionais (Art. 5º, § 2º ), mas impõe alguns trâmites (ratificação pelo Congresso Nacional - art. 49, I, e sanção do Presidente da República - art. 84, IV).

Os Direitos Humanos foram incorporados na Constituição – Art. 4º, II e art. 5º, § 2º.

O STF, em 2002, decidiu que os tratados internacionais, mesmo a Declaração dos Direitos Humanos, são do mesmo nível das leis ordinárias no país.

Emenda Constitucional 45/04 - tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos aprovados pelo Congresso Nacional, serão

equivalentes às emendas constitucionais.

Constituição

Page 54: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

São normas estabelecidas pelo Poder Legislativo, que regulamentam a vida e as relações em sociedade.

Muitas vezes trazem conteúdo geral e abrangente, necessitando posterior regulamentação do executivo (visto que é a administração pública quem executará e/ou fará cumprir as leis).

DECRETO LEI – Norma do Executivo, estabelecida em época de excessão, quando não há Legislativo ou este está submetido ao poder do Executivo. Tem força de lei.

MEDIDA PROVISÓRIA – Outra forma de norma do Executivo. (C.F. art.62) – É emitida pelo Presidente da República, em casos de relevância e urgência. Se não for convertida em lei pelo Congresso

Nacional em até 30 dias, perde sua eficácia

Leis

Page 55: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

DECRETO - Norma promulgada pelo chefe do Executivo

É REGULAMENTAR quando editado para explicar o conteúdo de uma lei e facilitar sua execução

É AUTÔNOMO quando versa sobre matéria ainda não tratada por alguma lei. Há controvérsias sobre sua constitucionalidade.

Não pode ser usado para situações sujeitas à reserva legal, e perde efeito tão logo haja alguma lei sobre a mesma matéria.

Decretos

Page 56: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

PORTARIA – Ato de alta autoridade, que determina regras para o bom andamento do Serviço Público, no âmbito da sua autoridade. Pode ter alcance externo, mas não pode inovar. (Ex: Port. Conjunta Anvisa/Funasa nº 01, Port. SVS/MS n.º 354)

RESOLUÇÃO – Ato normativo pelo qual a autoridade constituída toma uma decisão, impõe uma ordem ou estabelece uma medida, no âmbito de sua autoridade. (EX: RDC nº 12, da Diretoria Colegiada da Anvisa, Resolução SVS/MS n.42)

DELIBERAÇÃO – Ato normativo ou decisório emanada de órgãos colegiados. (EX: Deliberação CONTRAN nº 75, deliberação nº 08/2009 do Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais

Atos Administrativos

Page 57: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

INSTRUÇÃO NORMATIVA – Complementa uma Portaria de um superior hierárquico, um Decreto, ou Portarias Interministeriais.

Ela não pode inovar um ordenamento jurídico.

NORMA OPERACIONAL BÁSICA – Instrumento normalizador maior da operacionalização dos procedimentos para aprimoramento

da gestão e para a descentralização das ações e serviços.

REGULAMENTO TÉCNICO - Contém regras de caráter obrigatório e que estabelecem requisitos técnicos, inclusive

mediante referência a Normas Técnicas.

Atos Administrativos

Page 58: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

NORMA REGULAMENTADORA – Instrumento normativo que regulamenta e fornece orientações sobre procedimentos

obrigatórios relacionados à medicina e segurança no trabalho. Como anexos da Consolidação das Leis do Trabalho, são de

observância obrigatória por todas as empresas (são os Regulamentos Técnicos do Ministério do Trabalho).

NORMA TÉCNICA – Documento técnico estabelecido por

consenso e aprovado por um orgão reconhecido, que fornece aos técnicos e gestores no seu âmbito prescrições e procedimentos

técnicos, baseados em resultados consolidados da ciência, tecnologia e da experiência, visando à otimização de benefícios

para a comunidade.

Regulamentos Técnicos

Page 59: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Reg

ula

m a

so

cie

dad

e e

o

Po

der

blic

o

Decreto Regula a Adm. Pública

Lei Decreto - Lei Tratados internacionais

Tr. Internac. de Dir. Humanos

Constituição e emendas

Lei Complementar

Portaria Resolução Deliberação

Hierarquia dos Diplomas Legais

Instrução Normativa

Norma Operacional

Regulamento Técnico

Reg

ula

a A

dm

. Pú

b.

no

seu

nív

el

Page 60: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Federal

Estadual

Municipal

Hierarquia entre os entes da federação

Federal Estadual Municipal

Princípio Federativo •C.F. art. 1º - República Federativa do Brasil

•A forma federativa de Estado, é uma cláusula pétrea (art. 60, § 4º, I)

•Contestações deverão ser julgadas pelo STF

Page 61: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

“A federação é a forma de Estado pela qual se objetiva distribuir o poder, preservando a autonomia dos entes políticos que a compõem (...) O acerto da Constituição, quando dispõe

sobre a Federação, estará diretamente vinculado a uma racional divisão de competência entre, no caso brasileiro, União,

Estados e Municípios; tal divisão para alcançar logro poderia ter como regra principal a seguinte: nada será exercido por um poder mais amplo quando puder ser exercido pelo poder local,

afinal os cidadãos moram nos Municípios e não na União. Portanto deve o princípio federativo informar o legislador

infraconstitucional que está obrigado a acatar tal princípio na elaboração das leis ordinárias, bem como os intérpretes da

Constituição, a começar pelos membros do Poder Judiciário”

(Bastos, C.R. Curso de Direito Constitucional)

Page 62: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Outros Dispositivos Legais

Page 63: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Instrumento administrativo, extrajudicial, utilizado em especial pelo Ministério Público, para realizar acordos com aquele que

está causando algum prejuízo ou na iminência de o causar.

Sua celebração demonstra que o agente causador admite o dano que está praticando, e se compromete a deixar de causá-lo e/ou

compensar o que for possível, em determinado tempo.

“Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais,

mediante cominações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial” (Lei n. 7347/85 art.5º, §6º).

Termo de Ajustamento de Conduta

Page 64: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Ninguém é obrigado a aceitá-lo, ou aceitar tacitamente as cláusulas nele propostas. Pode-se:

•Negar sua assinatura e assumir um provável processo judicial;

•Assiná-lo após negociar os termos das cláusulas de forma a haver consenso entre as duas partes; ou

•Assiná-lo como foi apresentado.

Termo de Ajustamento de Conduta

Page 65: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

No direito obrigacional o objeto impossível é causa de nulidade da obrigação: “É nulo o negócio jurídico quando for ilícito, impossível

ou indeterminável o seu objeto ( Código Civil art. 166, II).

A impossibilidade pode ser física, sempre que a prestação avençada ultrapassar as forças humanas, e jurídica, sempre que a estipulação

disser respeito à prestação proibida por lei.

NEGÓCIO JURÍDICO é todo ato decorrente de uma vontade, onde uma ou mais pessoas se obrigam a efetuar determinada

prestação jurídica a fim de alcançar de determinado objetivo. Os meios para a realização destes efeitos estão sujeitos à livre

negociação das partes interessadas, que estabelecem as cláusulas negociais de acordo com suas conveniências.

Conceito da Obrigação do Impossível

Page 66: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Pode ser feita por via extrajudicial ou judicial.

VIA EXTRAJUDICIAL (consensual) - Quando é provocada sua alteração por alguma das partes, mediante aparecimento de fato novo.

VIA JUDICIAL - pelos vícios ou defeitos do negócio jurídico em geral. Há precedentes em que subscritores de TAC buscaram sua anulação judicial, com o argumento de que teriam sido coagidos pelo representante do MP a se sujeitar ao TAC.

Desconstituição de TACs

Page 67: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

MANDADO - Ordem específica emitida por juiz, que deve ser cumprida. É denominado de acordo com o seu conteúdo:

'Mandado de Citação', 'Mandado de Intimação', 'Mandado de Intimação e Citação', ‘Mandado de Busca e Apreensão’, etc.

LIMINAR - Ordem judicial que determina uma providência a ser tomada antes mesmo da análise do processo, com a finalidade de resguardar direitos, de evitar danos irreparáveis que ocorreriam

caso não fossem adotadas medidas imediatas.

Ordens Judiciais

Page 68: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

EMBARGOS DECLARATÓRIOS - instrumento pelo qual uma das partes de um processo judicial pede ao magistrado para que reveja

alguns aspectos da decisão proferida (quando houver omissão, contradição ou obscuridade – Código Civil, art 535). É o meio pelo qual o magistrado poderá exercer o juízo de retratação, sanando

alguma falha existente em seu pronunciamento.

RECURSO - Meio de provocar, na mesma instância ou na superior, a reforma ou a modificação de uma sentença judicial desfavorável.

É a forma de se provocar nova análise quando não se concorda com a decisão. Deve ser feito conforme previsto na lei processual.

Revisão de Ordens Judiciais

Page 69: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

ACÓRDÃO é a decisão do órgão colegiado de um tribunal (câmara, turma, seção, órgão especial, plenário), motivada por um recurso a julgamento de instância inferior. Compõe-se de relatório (exposição geral sobre o assunto), voto (fundamentação da decisão

tomada) e dispositivo (a decisão propriamente dita).

Ordens Judiciais

Page 70: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses
Page 71: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses
Page 72: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses
Page 73: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses
Page 74: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses
Page 75: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses
Page 76: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Parecer Consultivo do Conselho de Classe C.F. art. 22, XVI – Compete à União legislar sobre o exercício de

profissões.

LF 5.517/68 Art. 8º O CFMV tem por finalidade, ... , orientar, ... e disciplinar as atividades relativas à profissão de médico-veterinário em todo o território nacional, diretamente ou através dos CRMV’s.

Art. 9º O FMV assim como os CRMV servirão de órgão de consulta dos governos da União, dos Estados, dos Municípios e dos

Territórios, em todos os assuntos relativos à profissão de médico-veterinário ou ligados, ... , à produção ou à indústria animal.

Resolução CFMV 722/02 art. 13, XXVIII - É vedado ao médico-veterinário permitir a interferência de PESSOAS LEIGAS em seus

trabalhos e julgamentos profissionais

Page 77: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Em Invalidade Legal

Page 78: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Art. 1º. Todos os animais existentes no País são tutelados do Estado.

Art. 2°. § 3º Os animais serão assistidos em juízo pelos representantes do Ministério Público, seus substitutos legais e

pelos membros das sociedades protetoras de animais.

Art. 16. As autoridades federais, estaduais e municipais prestarão aos membros das sociedades protetoras de animais a

cooperação necessária para fazer cumprir a presente lei.

Esse decreto foi revogado pelo D.F. 11/91

Decreto Federal 24.645/34 - Estabelece medidas de proteção aos animais

Page 79: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses
Page 80: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Há uma corrente que não aceita esta revogação:

Euclydes Antônio dos Santos Filho Biólogo, bacharel em Direito, com pós-doutorado, Professor

Titular da Universidade Federal do Rio Grande, representante do Brasil no âmbito da Convênção das Nações Unidas sobre o Direito

do Mar.

Page 81: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses
Page 82: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Embora a argumentação apresentada pareça bem fundamentada, e mesmo apoiada por outros autores, há

ampla contestação demonstrando que o D.F. 24.645/34 que foi plenamente e definitivamente revogado.

Page 83: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses
Page 84: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses
Page 85: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses
Page 86: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Por fim, a teoria da repristinação automática, sustentada pelos que gostariam de ainda contar com o D.F. 24.645/34, se complica quando analisamos a sequência de revogações desses decretos:

Decreto 24.645/34 que foi totalmente revogado pelo D.F. 11 de 18/01/1991 que foi totalmente revogado pelo D.F. 761 de 19/02/1993 que foi totalmente revogado pelo D.F. 1796 de 25/01/1996 que foi totalmente revogado pelo

D.F. 2802 de 13/10/1998 que foi totalmente revogado pelo D.F. 3382 de 14/03/2000 que foi totalmente revogado pelo

D.F. 3698 de 21/12/2000 que foi totalmente revogado pelo D.F. 4053 de 13/12/2001 que foi totalmente revogado pelo

D.F. 4685 de 30/04/2003 que foi totalmente revogado pelo D.F. 4720 de 05/06/2003 que foi totalmente revogado pelo

D.F. 4991 de 18/02/2004 que foi totalmente revogado pelo D.F. 5535 de 13/09/2005 que foi totalmente revogado pelo

D.F. 5834 de 06/07/2006 que foi totalmente revogado pelo D.F. 6061 de 16/03/2007 que foi parcialmente revogado pelo

D.F. 6950 de 26/08/2009 que está plenamente vigente

Page 87: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

A C.F. institui a aplicabilidade dos tratados internacionais (Art. 5º, § 2º ), mas impõe alguns trâmites (ratificação pelo Congresso Nacional - art. 49, I, e sanção do Pres. da República - art. 84, IV).

Os Direitos Humanos já estão na C.F. – Art. 4º, II e art. 5º, § 2º.

O STF, em 2002, decidiu que os tratados internacionais, mesmo de Direitos Humanos, são do mesmo nível das leis ordinárias no

país.

Emenda Constitucional 45/04 - tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos aprovados pelo Congresso

Nacional, serão equivalentes às emendas constitucionais.

Declaração dos Direitos dos Animais

Page 88: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Declarações, princípios, regras e recomendações internacionais não são legalmente obrigatórios. Já os tratados, estatutos,

pactos, protocolos e convenções internacionais são legalmente obrigatórios internacionalmente, e nacionalmente se ratificados

pelo Congresso e sancionados pelo Presidente.

A Declaração dos Direitos dos Animais não é um tratado internacional, apenas uma declaração, e não foi ratificada e

incorporada ao escopo legislativo brasileiro.

Declaração dos Direitos dos Animais

Page 89: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Legislação Referente aos Animais

A legislação atribui responsabilidades para diversos órgãos

da administração Pública.

Page 90: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Prejuízos causados quando um órgão assume ações que não são de sua responsabilidade:

-Desvio de recursos (estruturais, materiais e humanos);

- Prejuízo na execução das ações que lhe são próprias;

- Maior ineficácia na solução dos problemas apresentados;

- Questionamento da autoridade legal.

Page 91: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Código Civil Brasileiro – Uso anormal da propriedade

Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à

segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha.

Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza da utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações em zonas, e os limites

ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança.

Art. 1.279. Ainda que por decisão judicial devam ser toleradas as interferências, poderá o vizinho exigir a sua redução, ou

eliminação, quando estas se tornarem possíveis.

Judiciário – Pequenas Causas

Page 92: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Código Civil Brasileiro – Responsabilidade Civil

Obrigação de Indenizar

Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.

Decisão proferida pelo Des. João del Nero (RT 589/108): O cão “doberman”, usado na guarda de residências, é reconhecidamente

perigoso. Se alguém assume o risco de possuir animal com essa característica, assume todos. Levando-o a passear em lugar

inadequado, seu proprietário só pode ser considerado imprudente, respondendo pelos danos provocados”.

Judiciário – Just. Comum ou Peq. Causas

Page 93: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Lei das Contravenções Penais – Contravenções à Polícia de Costumes - Crueldade Contra Animais

Art. 64. Tratar animal com crueldade ou submetê-lo a trabalho excessivo:

Pena - prisão simples, de 10 (dez) dias a 1 (um) mês, ou multa.

§ 1º - Na mesma pena incorre aquele que, embora para fins didáticos ou científicos, realiza, em lugar público ou exposto ao

público, experiência dolorosa ou cruel em animal vivo.

§ 2º - Aplica-se a pena com aumento de metade, se o animal é submetido a trabalho excessivo ou tratado com crueldade, em

exibição ou espetáculo público.

Polícia – Boletim de Ocorrência

Page 94: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Lei das Contravenções Penais – Contravenções à Incolumidade Pública - Omissão de Cautela na Guarda ou Condução de Animais

Art. 31 - Deixar em liberdade, confiar à guarda de pessoa inexperiente, ou não guardar com a devida cautela animal perigoso

Incorre na mesma pena quem:

a) na via pública, abandona animal de tiro, carga ou corrida, ou o confia a pessoa inexperiente;

b) excita ou irrita animal, expondo a perigo a segurança alheia;

c) conduz animal, na via pública, pondo em perigo a segurança alheia.

Polícia – Boletim de Ocorrência

Page 95: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Código Nacional de Trânsito

Art. 269 - A autoridade de trânsito ou seus agentes, na esfera das competências estabelecidas neste Código e dentro de sua

circunscrição, deverá adotar as seguintes medidas administrativas:

X - recolhimento de animais que se encontrem soltos nas vias e na faixa de domínio das vias de circulação, restituindo-os aos seus proprietários, após o pagamento de multas e encargos devidos

§ 4º Aplica-se aos animais recolhidos na forma do inciso X o disposto nos arts. 271 e 328, no que couber.

Trânsito

Page 96: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Art. 271. .. será removido para o depósito fixado pelo órgão ou entidade competente, com circunscrição sobre a via.

Art. 328. os animais não reclamados por seus proprietários, dentro do prazo de noventa dias, serão levados à hasta pública ...

Trânsito

Page 97: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Bombeiros / Defesa Civil:

A inserção dos bombeiros nas questões que envolvem animais, segundo o arcabouço legal, se atém apenas na ocorrência de desastres, sejam eles desastres naturais causados por pragas animais ou desastres

humanos relacionados com doenças transmitidas por vetores biológicos.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 144. § 5.º ... aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a

execução de atividades de defesa civil.

Page 98: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Bombeiros / Defesa Civil:

I.N IBAMA 141/06 Art. 8º Fica facultado aos órgãos de segurança pública, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, o manejo e o controle da

fauna sinantrópica nociva, sempre que esta representar risco iminente para a população.

Page 99: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Ministério da Ciência e Tecnologia

L.F. 11.794/08

Art. 1°. A criação e a utilização de animais em atividades de ensino e pesquisa científica, em todo território nacional, obedece

aos critérios estabelecidos nesta Lei.

O órgão normativo e fiscalizador desta lei é o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA), presidido pelo

Ministro da Ciência e Tecnologia, e sob o apoio administrativo desse Ministério.

Page 100: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Órgão responsável pelo Programa Nacional de Sanidade Animal (PRONASA)

Defesa Sanitária Animal – L.F. 569/48, L.F. 8.171/91 art. 27 e 28, L.F 9.712/98.

Inspeção de Produtos de Origem Animal – L.F 1.283/50, L.F. 7.889/89 .

Inspeção de Produtos para Alimentação Animal – L.F. 6.198/74.

Assistência Técnica e Extensão Rural – L.F. 8.171/91 art. 16 a 18.

Fiscalização em Rodeios – L.F. 10.519/02.

Registro genealógico de animais domésticos – L.F. 4.716/65.

Controle de Hematófagos - Instrução Normativa 5/02.

Agricultura

Page 101: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Fiscalização de produtos para diagnóstico de doenças dos animais - Instrução Normativa DAS-MAPA 4/08.

Registro e Fiscalização da Distribuição de Vacina Contra a Leishmaniose Visceral Canina - Instrução Normativa

Interministerial MS-MAPA 31/07.

Fiscalização do Trânsito Internacional e Interestadual de Animais - Instrução Normativa 36/06, Portaria 22/95.

Vigilância Epidemiológica de Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis em Ruminantes - Instrução Normativa SDA-

MAPA 18/02, Portaria SDA-MAPA 14/02.

Fiscalização de estabelecimentos que comercializam produtos de uso veterinário. Portaria 301/96.

Agricultura

Page 102: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Órgão responsável pelo Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA)

Consta da Constituição Federal, Art. 225 a incumbência do Poder Público em defender e preservar o meio ambiente, prover o

manejo ecológico das espécies, promover a educação ambiental e a conscientização pública, bem como proteger a fauna.

A Política Nacional do Meio Ambiente (L.F. 6.938/85, com redação alterada pelas L.F. 7.804/89, 8.028/90, 9.960/00 e

9.966/00), referenda ações que englobem atenção à saúde e ao bem estar animal, conscientização pública a respeito da posse

responsável de animais, assistência e colaboração técnica com as entidades protetoras de animais, como atribuições dos órgãos do

poder público responsáveis pelo meio ambiente.

Meio Ambiente

Page 103: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

A Política Nacional do Meio Ambiente também constituiu o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) como o

executor da política e das diretrizes governamentais para o meio ambiente.

LF 9.960/00, art. 8º – Acrescentou o art. 17-L: é de competência exclusiva dos órgãos do SISNAMA as ações de licenciamento, registro, autorizações, concessões e permissões

relacionadas à fauna

Meio Ambiente

Page 104: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

LF 9.605/98 - Dos Crimes Contra o Meio Ambiente

Art. 32 - É crime praticar maus-tratos em animais silvestres, domésticos ou domesticados

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou

científicos, quando existirem recursos alternativos.

§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.

Meio Ambiente

Page 105: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

LF 9.605/98 - Dos Crimes Contra o Meio Ambiente

Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado:

I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família;

II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais, desde que legal e expressamente autorizado pela autoridade competente;

IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente.

Meio Ambiente

Page 106: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

LF 9.605/98 - Dos Crimes Contra o Meio Ambiente

Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública incondicionada (âmbito do judiciário)

Art 70 § 1º - São autoridades competentes para ... instaurar processo administrativo os ... órgãos ambientais integrantes do

SISNAMA, designados para as atividades de fiscalização...

§ 2º Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir ... às autoridades relacionadas no parágrafo anterior ...

§ 3º A autoridade ambiental ... é obrigada a promover a apuração imediata, mediante processo administrativo próprio sob pena de

co-responsabilidade.

Meio Ambiente

Page 107: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Instrução Normativa IBAMA 141/06

Regulamenta o controle e o manejo ambiental da fauna sinantrópica nociva.

Art. 1º, § 1º Declarações locais e temporais de nocividade de populações de espécies da fauna deverão, sempre que possível,

ser baseadas em protocolos definidos pelos Ministérios da Saúde, da Agricultura ou do Meio Ambiente.

§ 2º Com base no protocolo referido no parágrafo anterior, populações de espécies sinantrópicas podem ser declaradas

nocivas pelos órgãos federal ou estaduais do meio ambiente ou, ainda, pelos órgãos da Saúde e Agricultura, quando assim

acordado com o órgão do meio ambiente.

Meio Ambiente

Page 108: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Instrução Normativa IBAMA 141/06

Art. 4º O estudo, manejo ou controle da fauna sinantrópica nociva, previstos em programas de âmbito nacional desenvolvidos pelos órgãos federais da Saúde e da Agricultura, bem como pelos

órgãos a eles vinculados, serão analisados e autorizados pela Diretoria de Fauna e Recursos Pesqueiros do Ibama ou pelas Superintendências do Ibama nos estados, de acordo com a

regulamentação específica vigente.

§ 1º Observada a legislação e as demais regulamentações vigentes, são espécies passíveis de controle por órgãos de

governo da Saúde, da Agricultura e do Meio Ambiente, sem a necessidade de autorização por parte do Ibama:

Meio Ambiente

Page 109: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Instrução Normativa IBAMA 141/06

a) invertebrados de interesse epidemiológico, previstos em programas e ações de governo, tal como: insetos hematófagos

(hemípteros e dípteros), ácaros, helmintos e moluscos de interesse epidemiológico, artrópodes peçonhentos e

invertebrados classificados como pragas agrícolas pelo Ministério da Agricultura;

b) artrópodes nocivos: abelhas, cupins, formigas, pulgas, piolhos, mosquitos, moscas e demais espécies nocivas comuns ao ambiente

antrópico, que impliquem transtornos sociais ambientais e econômicos significativos;

Meio Ambiente

Page 110: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Instrução Normativa IBAMA 141/06

c) animais domésticos ou de produção, bem como quando estes se encontrarem em situação de abandono ou alçados (e.g. Columba

livia, Canis familiaris, Felis catus), roedores sinantrópicos comensais e.g. Rattus rattus, Rattus norvegicus e Mus musculus);

d) quirópteros em áreas urbanas e periurbanas, e quirópteros hematófagos da espécie Desmodus rotundus em regiões

endêmicas para a raiva e em regiões consideradas de risco de ocorrência para a raiva, a serem caracterizadas e determinadas por órgãos de governo da Agricultura e da Saúde, de acordo com

os respectivos planos e programas oficiais;

e) espécies exóticas invasoras comprovadamente nocivas à agricultura, pecuária, saúde pública e ao meio ambiente.

Meio Ambiente

Page 111: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Instrução Normativa IBAMA 141/06

§ 2º Para as demais espécies que não se enquadram nos critérios estabelecidos nos itens anteriores, o manejo e controle somente serão permitidos mediante aprovação e autorização expressa do

Ibama.

§ 3º A eliminação direta de indivíduos das espécies em questão deve ser efetuada somente quando tiverem sido esgotadas as

medidas de manejo ambiental definidas no art. 2o.

Meio Ambiente

Page 112: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Instrução Normativa IBAMA 141/06

Art. 7º Fica facultada ação emergencial aos Ministérios da Saúde e da Agricultura, no que diz respeito ao manejo ambiental e

controle da fauna sinantrópica nociva, observadas a legislação e as demais regulamentações específicas vigentes.

§ 1º Ação Emergencial caracteriza-se pela necessidade premente de adoção de medidas de manejo ou controle de fauna, motivadas por risco de vida iminente ou situação de calamidade, e deve ser comunicada previamente ao lbama por meio de ofício, via postal ou eletrônica, de forma que lhe seja facultado indicar um técnico para acompanhar as atividades.

§ 2º As atividades e resultados das ações emergenciais devem ser detalhados em relatório específico encaminhado ao Ibama 30

dias após sua execução.

Meio Ambiente

Page 113: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Instrução Normativa IBAMA 141/06

Art. 9º Fica facultado aos órgãos de segurança pública Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, em articulação com

os anteriores, o manejo e o controle da fauna sinantrópica e doméstica nocivas, sempre que estas representarem risco

iminente para a população.

Meio Ambiente

Page 114: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Vigilância de Zoonoses na Legislação do SUS

Page 115: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE

Resolução 287, de 08 de outubro de 1998

I - Reconhecer como profissionais de saúde de nível superior as seguintes categoriais:

10. Médicos Veterinários;

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

A palavra “zoonoses” está ausente.

O poder público tem o dever de promover, proteger e recuperar a saúde e é o SUS o executor destas ações e serviços de saúde.

ZOONOSES NA LEGISLAÇÃO DO SUS

Page 116: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Constituição Estadual de SP

A palavra “zoonoses” está ausente.

Artigo 223 - Compete ao Sistema Único de Saúde, nos termos da lei, além de outras atribuições:

II - a identificação e o controle dos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual e coletiva, mediante,

especialmente, ações referentes à:

a) vigilância sanitária;

b) vigilância epidemiológica;

c) saúde do trabalhador; ...

ZOONOSES NA LEGISLAÇÃO DO SUS

Page 117: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

NOB SUS 01/96

Responsabilidade do poder público municipal no atendimento às exigências sanitárias ambientais e às exigências de intervenções

saneadoras em seu território

O controle de vetores e hospedeiros, além das intervenções ambientais são campo de atenção à saúde gerido pelo SUS

Nos campos de atenção à saúde deve sempre ser priorizado o caráter preventivo

A palavra “zoonoses” aparece como requisito necessário para a habilitação do município para a Gestão Plena:

15.2.2 j) Comprovar a estruturação de serviços e atividades de vigilância epidemiológica e de controle de zoonoses.

ZOONOSES NA LEGISLAÇÃO DO SUS

Page 118: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

L. C. 791, de 09-03-95 - Código de Saúde no Estado de SP

A palavra “zoonoses” está ausente.

Artigo 17 (Estado) I -coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços de: b) vigilância epidemiológica; c)

vigilância sanitária; d) controle de endemias;

XII - participar, com os órgãos afins, da proteção do meio ambiente e do controle dos agravos que tenham repercussão na

saúde humana;

§ 1.º - As atividades de vigilância sanitária e de vigilância epidemiológica serão exercidas em articulação e integração com

outros setores, dentre os quais os de saneamento básico, energia, planejamento urbano, obras públicas, agricultura e meio ambiente.

ZOONOSES NA LEGISLAÇÃO DO SUS

Page 119: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

L. C. 791, de 09-03-95 - Código de Saúde no Estado de SP

Artigo 18 (Município) I - executar ações e serviços de:

b) vigilância epidemiológica;

c) vigilância sanitária;

d) controle de endemias;

V - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que tenham repercussão sobre a saúde humana, e atuar, junto aos

órgãos municipais, estaduais e federais competentes para controlá-las;

ZOONOSES NA LEGISLAÇÃO DO SUS

Page 120: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

L. C. 791, de 09-03-95 - Código de Saúde no Estado de SP

Artigo 56 - Pela interdependência do seu conteúdo e do desenvolvimento de suas ações, a vigilância sanitária e a vigilância epidemiológica são tratadas, conceitualmente, como vigilância em

saúde, implicando compromisso solidário do Poder Público, do setor privado e da sociedade em geral na proteção e defesa da

qualidade de vida.

ZOONOSES NA LEGISLAÇÃO DO SUS

Page 121: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

L. C. 791, de 09-03-95 - Código de Saúde no Estado de SP

§ 5.° - Entende-se por vigilância em saúde o conjunto de ações capazes de:

I -eliminar, diminuir ou prevenir riscos de agravo à saúde do indivíduo e da coletividade;

II -intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção, distribuição, comercialização e uso de

bens de capital e consumo, e de prestação de serviços de interesse da saúde; e

III -exercer fiscalização e controle sobre o meio ambiente e os fatores que interferem na sua qualidade, abrangendo o ambiente

de trabalho, a habitação e o lazer.

ZOONOSES NA LEGISLAÇÃO DO SUS

Page 122: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

PORTARIA MS 3.252/09 - diretrizes para execução e financiamento das ações de Vigilância em Saúde.

A palavra “zoonoses” está ausente.

Art. 2º Art. 2º A Vigilância em Saúde constitui-se de ações de promoção da saúde da população, vigilância, proteção, prevenção

e controle das doenças e agravos à saúde, abrangendo:

I - vigilância epidemiológica: vigilância e controle das doenças transmissíveis, não transmissíveis e agravos, como um conjunto

de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e

condicionantes da saúde individual e coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das

doenças e agravos;

ZOONOSES NA LEGISLAÇÃO DO SUS

Page 123: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

PORTARIA MS 3.252/09 - diretrizes para execução e financiamento das ações de Vigilância em Saúde.

II - promoção da saúde: conjunto de intervenções individuais, coletivas e ambientais responsáveis pela atuação sobre os

determinantes sociais da saúde;

III - vigilância da situação de saúde: desenvolve ações de monitoramento contínuo do País, Estado, Região, Município ou

áreas de abrangência de equipes de atenção à saúde, por estudos e análises que identifiquem e expliquem problemas de saúde e o

comportamento dos principais indicadores de saúde, contribuindo para um planejamento de saúde mais abrangente;

ZOONOSES NA LEGISLAÇÃO DO SUS

Page 124: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

PORTARIA MS 3.252/09 - diretrizes para execução e financiamento das ações de Vigilância em Saúde.

IV - vigilância em saúde ambiental: conjunto de ações que propiciam o conhecimento e a detecção de mudanças nos fatores

determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade de identificar as

medidas de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais relacionados às doenças ou a outros agravos à saúde;

V - vigilância da saúde do trabalhador: ...

VI - vigilância sanitária: ...

ZOONOSES NA LEGISLAÇÃO DO SUS

Page 125: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

PORTARIA MS 3.252/09 - diretrizes para execução e financiamento das ações de Vigilância em Saúde.

Art. 5º A integração entre a Vigilância em Saúde e a Atenção Primária à Saúde é condição obrigatória para construção da integralidade na atenção e para o alcance de resultados, com

desenvolvimento de um processo de trabalho condizente com a realidade local, que preserve as especificidades dos setores e

compartilhe suas tecnologias, tendo por diretrizes:

I - compatibilização dos territórios de atuação das equipes, com a gradativa inserção das ações de Vigilância em Saúde nas

práticas das equipes de Saúde da Família;

ZOONOSES NA LEGISLAÇÃO DO SUS

Page 126: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

A ocorrência de determinadas doenças em animais foi inclusa na Lista de Notificação Compulsória Nacional:

PORTARIA MS 104, de 25 de janeiro de 2011

A palavra “zoonoses” está ausente.

Anexo II, Lista de Notificação Compulsória Imediata

III. Doença, morte ou evidência de animais com agente etiológico que podem acarretar a ocorrência de doenças em humanos,

destaca-se entre outras classes de animais:

1. Primatas não humanos 4. Morcegos

2. Eqüinos 5. Canídeos

3. Aves 6. Roedores silvestres

ZOONOSES NA LEGISLAÇÃO DO SUS

Page 127: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

VIGILÂNCIA DAS ZOONOSES

MINUTA DE PORTARIA PUBLICADA NA

CONSULTA PÚBLICA N° 1, DE 9 DE JULHO DE 2013

Não é instrumento normativo em vigor

Está em elaboração final, após o encerramento da consulta pública

Já demonstra a linha de normatização que o MS está adotando em conjunto com o CONASS e CONASEMS para as ações e serviços voltados para o controle de zoonoses, doenças de

transmissão vetorial e agravos causados por animais peçonhentos

Page 128: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

O SECRETÁRIO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e Considerando a Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências; Considerando o art. 144 da Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988, que dispõe que a segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: polícia federal, polícia rodoviária federal, polícia ferroviária federal, polícias civis, polícias militares e corpos de bombeiros militares;

Page 129: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Considerando a Lei Federal nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências; Considerando a Lei Federal nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro; Considerando a Lei Federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências

Page 130: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Considerando o Regulamento Sanitário Internacional 2005 (RSI) que estabelece a necessidade de aperfeiçoamento das capacidades dos serviços de saúde pública para detectar, avaliar, monitorar e dar resposta apropriada aos eventos que se possam constituir em emergência de saúde pública de importância internacional, visando oferecer a máxima proteção em relação à propagação de doenças em escala mundial, mediante o aprimoramento dos instrumentos de prevenção e controle de riscos de saúde pública; Considerando a Instrução Normativa nº 88/IBAMA, de 24 de janeiro de 2006, que disciplina os serviços de recebimento, cadastro, controle, encaminhamento, acompanhamento e respostas das demandas da sociedade, submetidas à Coordenação de Ouvidoria da Auditoria do IBAMA;

Page 131: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Considerando o disposto na Portaria GM/MS nº 204, de 29 de janeiro de 2007, que regulamenta o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, na forma de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento e controle; Considerando a Lei Complementar Federal nº 141, de 12 de janeiro de 2012, que regulamenta o § 3o do art. 198 da Constituição Federal para dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios em ações e serviços públicos de saúde; estabelece os critérios de rateio dos recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas 3 (três) esferas de governo; revoga dispositivos das Leis nº8.080, de 19 de setembro de 1990, e 8.689, de 27 de julho de 1993; e dá outras providências;

Page 132: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Considerando o disposto na Portaria GM/MS nº 1.378, de 09 de julho de 2013, que regulamenta as responsabilidades e define diretrizes para execução e financiamento das ações de Vigilância em Saúde pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, relativos ao Sistema Nacional de Vigilância em Saúde e Sistema Nacional de Vigilância Sanitária; Considerando a vigilância e o controle das zoonoses, das doenças de transmissão vetorial e dos acidentes causados por animais de relevância epidemiológica, como parte das ações da

Vigilância em Saúde, na análise da situação de saúde, articulando-se em um conjunto de ações que se destinam a controlar vetores, hospedeiros, reservatórios, amplificadores, portadores, suspeitos ou suscetíveis às zoonoses ou doenças de transmissão vetorial, animais peçonhentos e

venenosos de interesse à saúde, visando garantir a prevenção, promoção e proteção à saúde humana e subsidiando os gestores no processo de planejamento e de tomada de decisão em tempo oportuno; resolve:

Page 133: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Art. 1º Instituir norma técnica relativa às ações e aos serviços públicos de saúde voltados para a vigilância, prevenção e o controle das zoonoses, doenças de transmissão vetorial e acidentes causados por animais de relevância epidemiológica. Art. 2º Esta Portaria tem como objetivo, normatizar as ações e serviços referentes ao controle de vetores, reservatórios, animais sinantrópicos, peçonhentos e venenosos de interesse à saúde, e outros de relevância epidemiológica, além de agravos relacionados às zoonoses ou doenças de transmissão vetorial, visando reduzir os riscos de ocorrência de doenças e outros agravos, estabelecendo condições que assegurem o desenvolvimento e o fortalecimento dessas ações e serviços de saúde.

Paragrafo único. Para entendimento desta Portaria e das expressões nelas sublinhadas serão utilizados conceitos constantes no Anexo I.

Page 134: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Art. 3º As ações de vigilância, prevenção e controle das doenças e agravos abrangidos pela vigilância das zoonoses integram as ações de Vigilância em Saúde, articulando-se com a Rede de Atenção à Saúde. Art. 4º São consideradas ações e serviços públicos de saúde voltados para a vigilância das zoonoses: I - desenvolvimento e execução de atividades, ações e estratégias relacionadas a animais de relevância epidemiológica, de acordo com os programas de vigilância e controle preconizados pelo Ministério da Saúde; II - desenvolvimento de ações, atividades e estratégias visando à educação em saúde para a guarda responsável de animais voltada para a prevenção das zoonoses junto à comunidade e às escolas;

Page 135: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

III - realização sistemática de parcerias intersetoriais, que fortaleçam as ações de vigilância das zoonoses; IV - inspeção zoossanitária, visando o cumprimento de normas e padrões de interesse sanitário nacional, estadual, regional ou municipal; V - articulação e promoção da participação comunitária e de organismos governamentais e não governamentais nas atividades da vigilância das zoonoses;

Page 136: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

VI - proposição, articulação, apoio, colaboração e realização de parcerias formais ou informais, intra e interinstitucionais, com órgãos e instituições públicas e privadas, visando às ações de interface entre a saúde humana, saúde animal e meio ambiente, para viabilizar o cumprimento das atribuições legais e desenvolvimento de ações conjuntas para o controle de animais de relevância epidemiológica; VII - coordenação, execução e avaliação das ações de vacinação animal contra zoonoses e doenças de transmissão vetorial, conforme orientações técnicas dos programas de vigilância e controle do Ministério da Saúde, bem como notificação e investigação de eventos adversos temporalmente associados a essas vacinações;

Page 137: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

VIII - realização, conforme capacidade instalada, de diagnóstico laboratorial de zoonoses, doenças de transmissão vetorial e de identificação de animais de relevância epidemiológica, conforme normatização vigente; IX - adoção de medidas de biossegurança que impeçam ou minimizem o risco de transmissão das doenças e agravos relacionados às atividades da vigilância das zoonoses para a população e para os funcionários; X - manejo e/ou controle de animais de relevância epidemiológica, para situações que visem à prevenção e controle das doenças passíveis de serem transmitidas por estes animais, conforme preconizado nos programas de vigilância e controle do Ministério da Saúde e legislações vigentes;

Page 138: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

XI - manejo e/ou controle de animais peçonhentos e venenosos de interesse à saúde, para situações que visem à prevenção de agravos causados por estes animais, conforme preconizado nos programas de vigilância e controle do Ministério da Saúde e legislações vigentes; XII - interlocução intersetorial quando, por consequência de inspeção zoossanitária, for identificado um acumulador de animais e/ou constatados maus tratos a animais; XIII - desenvolvimento e execução de atividades, ações e estratégias de controle de animais sinantrópicos vertebrados e invertebrados em áreas públicas, visando a prevenção e o controle de zoonose e/ou doença de transmissão vetorial, de forma direcionada, específica, seletiva e em situações em que haja contexto de relevância epidemiológica, bem como, que incidam sobre a saúde da população humana, conforme legislação vigente.

Page 139: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

XIV - realização de parcerias com as áreas responsáveis pelo controle indiscriminado de animais e pelo atendimento veterinário, quando da existência destas atividades no município, resguardadas as atribuições explicitadas nesta Portaria; XV - coleta, recebimento, acondicionamento, conservação e transporte de amostras biológicas de animais para encaminhamento aos laboratórios, conforme fluxos e normatizações estabelecidos, com vistas ao diagnóstico laboratorial das zoonoses ou doenças de transmissão vetorial; XVI - Destinação de resíduos biológicos, físicos e químicos de acordo com as legislações vigentes.

Page 140: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Art. 5º São consideradas ações e serviços públicos de saúde voltados para a vigilância das zoonoses a serem executados em uma Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ): I - desenvolvimento e execução de atividades, ações e estratégias de controle de animal doméstico, domesticado, irrestrito e domiciliado,visando à prevenção e o controle de zoonose e/ou doença de transmissão vetorial, de forma efetiva, direcionada, específica, seletiva e em situações em que haja contexto de relevância epidemiológica, bem como, que incidam sobre a saúde da população humana, conforme legislação vigente; II - eutanásia de animais domésticos e domesticados que ofereçam risco de transmissão de doenças e agravos abrangidos pela vigilância das zoonoses, bem como realização do manejo ambiental para o seu controle, de acordo com a legislação vigente e com a situação epidemiológica local;

Page 141: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

III - destinação adequada dos animais recolhidos, conforme fluxos, prazos e taxas, consonante com normatização vigente, por meio de:

a) resgate pelo(s) seu(s) responsável(is), somente quando o animal não oferecer risco iminente para doenças e agravos abrangidos pela vigilância das zoonoses; ou

b) transferência (doação) para pessoas físicas ou jurídicas ou órgãos responsáveis pelo controle indiscriminado de animal, somente quando o animal não oferecer risco iminente para doenças e agravos abrangidos pela vigilância das zoonoses; ou

c) transferência, no caso de animais silvestres que não ofereçam risco iminente para doenças e agravos abrangidos pela vigilância das zoonoses, para órgãos de meio ambiente ou órgãos licenciados para o recebimento destes animais, considerando legislação vigente; ou

d) eutanásia, para animais que oferecem risco para doenças e agravos abrangidos pela vigilância das zoonoses, respeitado o tempo de permanência dos animais na UVZ, conforme legislação vigente, seguindo recomendações técnicas do Conselho Federal de Medicina Veterinária;

Page 142: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

IV - ministração de cuidados veterinários somente aos animais recolhidos, bem como àqueles acometidos biológica/fisicamente por intervenções decorrentes de procedimentos realizados pela própria unidade; V - transporte de animais recolhidos, em veículos ou dispositivos tecnicamente de acordo com normatização vigente, limpos, higienizados e que proporcionem segurança ao animal, à população e aos funcionários; VI - manutenção de animais recolhidos, em condições adequadas de higiene, espaço físico, arejamento, iluminação, alimentação; protegidos contra intempéries naturais; separados por sexo, espécie e índole; e que proporcione segurança ao animal, à população e aos funcionários,observando-se os prazos estipulados de permanência do animal na UVZ, conforme normatização vigente;

Page 143: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

VII - adequação dos métodos de abordagem, contenção, captura, apreensão e manejo dos animais, de forma que se evite dor, sofrimento físico e desrespeito aos mesmos;

VIII - recepção de animais vivos ou cadáveres de animais, entregues pela população, somente quando estes forem de relevância epidemiológica;

IX - vacinação de cães e gatos contra a raiva que serão resgatados/transferidos;

X - realização de necropsia de animais suspeitos ou positivos para alguma zoonose ou doença de transmissão vetorial, de acordo com as normatizações técnicas específicas para cada doença e com a capacidade operacional e instalações existentes na unidade.

Page 144: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Art 6º O dever do Estado não exclui ou substitui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade, no que se refere à guarda responsável de animais.

Art. 7º Não são consideradas ações e serviços públicos de saúde voltados para a vigilância das zoonoses:

I - fiscalização relativa a:

a) maus tratos a animais;

b) de animais em eventos (comercial, cultural, entretenimento);

c) comércio de animais

d) a criação de animais de produção

e) o adestramento/ressocialização de animais;

f) aluguel de animais; de saúde.

Page 145: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

g) rituais religiosos envolvendo animais;

h) práticas de lutas e rinhas entre animais;

i) criações de animais silvestres nativos ou exóticos;

j) a condução de animais em vias públicas;

k) a criação/circulação de animais em prédios de moradias;

l) a circulação de animais com donos;

m) atividades/procedimentos referentes à medicina veterinária;

n) a produção/comércio de alimento para animais, de produtos de uso animal ou medicamentos veterinários;

o) a criação e a utilização de animais em atividades de ensino e pesquisa científica;

Page 146: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

II - salvamento, recolhimento e acolhimento de animais que não são de relevância epidemiológica; III - realização de necropsias ou exames laboratoriais em animais que não são de relevância epidemiológica;

IV - trânsito intermunicipal, interestadual e internacional de animais;

V - acidentes de trânsito causados por animais;

VI - denúncias que não se referem a animais de relevância epidemiológica;

VII - destinação de resíduos biológicos de animais, bem como físicos e químicos, que não tenham sido gerados nas ações da vigilância das zoonoses ou da vigilância sanitária;

VIII - soltura de animais silvestres para o meio ambiente, mesmo que seja para área sabidamente habitada pela espécie;

Page 147: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

IX - soltura de animal em área pública;

X - controle indiscriminado de animais;

XI - atendimento clínico/cirúrgico veterinário a animais que não estão sob a guarda da UVZ, exceto em situações em que haja contexto de relevância epidemiológica, bem como, que incidam sobre a saúde da população humana, conforme legislação vigente;

XII -desenvolvimento de ações específicas da área de limpeza pública e obras, mesmo que para a prevenção e controle de roedores urbanos; e

XIII - desenvolvimento de ações específicas de saúde animal, de bem estar animal e/ou de proteção animal

Page 148: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Vigilância de Zoonoses É SUS

Page 149: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Centro de eliminação de

animais ?

Hospital Veterinário ?

Unidade de “Planejamento

familiar” animal ?

CONTROLE DE ZOONOSES É CONTROLE ANIMAL?

Page 150: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Empresa de controle de pragas domésticas?

Page 151: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

O “albergue” dos animais de rua ?

Page 152: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Existe a expectativa de que o Centro de Controle de Zoonoses seja responsável por resolver todos os

problemas envolvendo animais na cidade, à semelhança de entidades atuantes no exterior:

Animal Shelter Animal Control Officer Animal Control Services Animal Control Authority Animal Control and Veterinary Services Centro de Acogida de Animales de Compañía Department of Animal Care & Control Refugio Publico de Animales

Page 153: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

SAÚDE ÚNICA Não pressupõe a união de setores diferentes tornando-os um só,

mas unir as ações dos diferentes setores em função de uma saúde global

Page 154: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

São estabelecimentos onde se desenvolvem as atividades de vigilância ambiental e o controle de zoonoses e doenças transmitidas por vetores. O controle das zoonoses se dá pelo manejo das populações animais assim classificadas: •Vetores: aedes, flebótomos, culex e simulídeos; •Reservatórios e hospedeiros: cães, gatos, bovinos, eqüídeos, suínos, ovinos e caprinos; •Animais sinantrópicos: roedores, bartas, pulgas, pombos e morcegos; •Animais peçonhentos: escorpiões, aranhas e abelhas.

É UMA UNIDADE DE SAÚDE PÚBLICA

Page 155: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

RESPONSABILIDADE: CONTROLAR ZOONOSES E AGRAVOS CAUSADOS POR ANIMAIS

Page 156: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

RAIVA

Page 157: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

LEISHMANIOSE VISCERAL

Page 158: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

LEPTOSPIROSE

Page 159: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

DENGUE HEMORRÁGICA

Page 160: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses
Page 161: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

ACIDENTE OFÍDICO

Page 162: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

ARANEÍSMO

Page 163: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses
Page 164: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses
Page 165: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Legislação Específica do Estado de São Paulo

Page 166: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

LEI 12.916/2008

Art. 1º - O Poder Executivo incentivará a viabilização e o desenvolvimento de programas que visem ao controle

reprodutivo de cães e de gatos e à promoção de medidas protetivas, por meio de identificação, registro,

esterilização cirúrgica, adoção, e de campanhas educacionais para a conscientização pública da

relevância de tais atividades, cujas regras básicas seguem descritas nesta lei

Page 167: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

LEI 12.916/2008

Artigo 2º - Fica vedada a eliminação da vida de cães e de gatos pelos órgãos de controle de zoonoses, canis públicos e estabelecimentos oficiais congêneres, exceção feita à eutanásia, permitida nos casos

de males, doenças graves ou enfermidades infecto-contagiosas incuráveis que coloquem em risco a saúde de pessoas ou de outros

animais.

§ 1º - A eutanásia será justificada por laudo do responsável técnico pelos órgãos e estabelecimentos referidos no caput deste artigo, precedido, quando for o caso, de exame laboratorial, facultado o acesso aos documentos por entidades de proteção dos animais.

§ 2º - Ressalvada a hipótese de doença infecto-contagiosa incurável, que ofereça risco à saúde pública, o animal que se encontre na

situação prevista no "caput" poderá ser disponibilizado para resgate por entidade de proteção dos animais, mediante assinatura de termo

de integral responsabilidade.

Page 168: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

LEI 12.916/2008

Artigo 3º - O animal com histórico de mordedura, injustificada e comprovada por laudo médico, será inserido em programa especial de adoção, de critérios diferenciados, prevendo

assinatura de termo de compromisso pelo qual o adotante se obrigará a cumprir o estabelecido em legislação específica para cães bravios, a manter o animal em local seguro e em condições

favoráveis ao seu processo de ressocialização.

Parágrafo único - Caso não seja adotado em 90 dias, o animal poderá ser eutanasiado

Page 169: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

LEI 12.916/2008

Artigo 4º - O recolhimento de animais observará procedimentos protetivos de manejo, de transporte e de

averiguação da existência de proprietário, de responsável ou de cuidador em sua comunidade.

§ 1º - O animal reconhecido como comunitário será recolhido para fins de esterilização, registro e devolução à comunidade

de origem, após identificação e assinatura de termo de compromisso de seu cuidador principal.

§ 2º - Para efeitos desta lei considera-se "cão comunitário"

aquele que estabelece com a comunidade em que vive laços de dependência e de manutenção, embora não possua responsável

único e definido.

Page 170: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

LEI 12.916/2008

Artigo 5º - Não se encontrando nas hipóteses de eutanásia, autorizadas pelo artigo 2°, os animais permanecerão por 72 (setenta e duas) horas à disposição de seus responsáveis,

oportunidade em que serão esterilizados.

Parágrafo único - Vencido o prazo previsto no caput deste artigo, os animais não resgatados, serão disponibilizados para

adoção e registro, após identificação.

Page 171: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

LEI 12.916/2008

Artigo 6º - Para efetivação deste programa o Poder Público poderá viabilizar as seguintes medidas:

I - a destinação, por órgão público, de local para a manutenção e exposição dos animais disponibilizados para adoção, que será

aberto à visitação pública, onde os animais serão separados conforme critério de compleição física, de idade e de

temperamento;

II - campanhas que conscientizem o público da necessidade de esterilização, de vacinação periódica e de que o abandono, pelo padecimento infligido ao animal, configura, em tese, prática de

crime ambiental;

III - orientação técnica aos adotantes e ao público em geral para os princípios da tutela responsável de animais, visando

atender às suas necessidades físicas, psicológicas e ambientais.

Page 172: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

LEI 12.916/2008

CRMV – SP tentou impetrar mandado de segurança

Veterinários lavraram Moção de Apoio ao CRMV durante 8º Congresso da ANCLIVEPA de 2008

Ação perdida.

Ministério Público entrou com Ação Civil Pública contra o CCZ de Diadema com base nesta lei. Em primeira instância, o

Judiciário acatou o argumento do Município de que a lei fere o Princípio Federativo. Em segunda instância, o Judiciário

reformou esse entendimento.

Ação aguarda decisão do recurso em instância superior.

Page 173: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

LEI 12.916/2008

O Estado regulamentou, em parte, esta lei através do Decreto nº 55.373/10 que autorizou a Secretaria do Meio Ambiente, a

representar o Estado na celebração de convênios com os municípios paulistas, tendo por objeto a transferência de

recursos financeiros destinados à execução, entre outras, das seguintes ações:

•identificação e registro da população de cães e gatos; •promoção de esterilização cirúrgica; •incentivo à adoção de cães e gatos abandonados; •realização de campanhas de conscientização pública sobre a relevância do controle da população de cães e gatos e de sua vacinação periódica.

Page 174: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Lei 11.977/2005 - Código de Proteção aos Animais

Capítulo III - Dos Animais Domésticos. Seção I - Controle de Zoonoses e Controle Reprodutivo de Cães e Gatos

Artigo 11 - Os Municípios do Estado devem manter programas permanentes de controle de zoonoses, através de vacinação e controle

de reprodução de cães e gatos, ambos acompanhados de ações educativas para propriedade ou guarda responsável.

Artigo 12 - É vedada a prática de sacrifício de cães e gatos em todos os Municípios do Estado, por métodos cruéis, consubstanciados em

utilização de câmaras de descompressão, câmaras de gás, eletrochoque e qualquer outro procedimento que provoque dor, estresse ou

sofrimento. Parágrafo único - Considera-se método aceitável de eutanásia a

utilização ou emprego de substância apta a produzir a insensibilização e inconscientização antes da parada cardíaca e respiratória do animal.

Page 175: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Lei 11.977/2005 - Código de Proteção aos Animais

Capítulo IV - Da Experimentação Animal. Seção II - Das Condições de Criação e Uso de Animais para Pesquisa Científica

Artigo 31 - Fica proibida a utilização de animais vivos provenientes dos órgãos de controle de zoonoses ou canis

municipais, ou similares públicos ou privados, terceirizados ou não, nos procedimentos de experimentação animal.

Page 176: Legislação aplicada à Vigilância das Zoonoses

Decreto Estadual 40.400/1995

CAPÍTULO VIII - Do Controle de Zoonoses

Artigo 35 - A ocorrência de zoonoses em animais e de notificação compulsória às autoridades competentes.

Artigo 36 - São de notificação obrigatória as

ocorrências de raiva, de leptospirose, de leishmaniose, de tuberculose, de toxoplasmose, e brucelose, de

hidatidose e de cisticercose.

Artigo 37 - É obrigatória a vacinação de animais contra

raiva e leptospirose.