leandro de souza gomes

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CENTRO TECNOLÓGICO MESTRADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO LEANDRO DE SOUZA GOMES UMA ANÁLISE EXPLORATÓRIA DE PRÁTICAS DE GESTÃO DE TI NO SETOR DE SERVIÇOS FINANCEIROS BRASILEIRO NITERÓI 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

CENTRO TECNOLÓGICO

MESTRADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

LEANDRO DE SOUZA GOMES

UMA ANÁLISE EXPLORATÓRIA DE PRÁTICAS DE GESTÃO DE TI NO SETOR DE

SERVIÇOS FINANCEIROS BRASILEIRO

NITERÓI

2010

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LEANDRO DE SOUZA GOMES

UMA ANÁLISE EXPLORATÓRIA DE PRÁTICAS DE GESTÃO DE TI NO SETOR DE

SERVIÇOS FINANCEIROS BRASILEIRO

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para a obtenção do Grau de Mestre. Área de Concentração: Estratégia, Gestão, Tecnologia e Sistemas.

Orientador: Prof. JOSE RODRIGUES DE FARIAS FILHO D.Sc

Niterói 2010

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LEANDRO DE SOUZA GOMES

UMA ANÁLISE EXPLORATÓRIA DE PRÁTICAS DE GESTÃO DE TI NO SETOR DE

SERVIÇOS FINANCEIROS BRASILEIRO

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para a obtenção do Grau de Mestre. Área de Concentração: Estratégia, Gestão, Tecnologia e Sistemas.

Aprovada em

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________ Prof. JOSÉ RODRIGUES DE FARIAS FILHO, D.Sc.

Universidade Federal Fluminense - UFF

_________________________________________________ Prof. RUDERICO FERRAZ PIMENTEL PhD.

Universidade Federal Fluminense - UFF

_________________________________________________ Prof. RODRIGO PENTEADO RIBEIRO DE TOLEDO D.Sc.

Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

Niterói 2010

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AGRADECIMENTOS

Farei os agradecimentos de forma bastante resumida.

Ao meu orientador José Rodrigues de Farias Filho por todo suporte concedido

ao longo da pós-graduação. Sem seu incentivo e dedicação, a conclusão do

mestrado não seria possível.

Aos professores Rodrigo Toledo e Ruderico Pimentel, membros da banca, que

aceitaram o convite e investiram seu precioso tempo na avaliação do trabalho.

Suas contribuições foram indispensáveis para a qualidade do trabalho final.

Aos professores e funcionários do Departamento de Pós-Graduação em Eng. de

Produção da UFF, que muito me ensinaram e ajudaram nestes dois anos de

convivência.

A minha família, namorada e amigos, pela compreensão e apoio que tem me

dedicado ao longo da vida.

Agradeço em especial a minha mãe, que criou dois filhos com enormes

dificuldades mas sempre mostrando o verdadeiro valor do conhecimento.

5

RESUMO

Temos visto um constante crescimento da comercialização de serviços nos últimos vinte anos, conforme relatórios da UNCTAD (UNCTAD 2004). Este crescimento trouxe o acirramento da competitividade, fortemente influenciado pelas evoluções tecnológicas. Neste contexto, a capacidade de antecipação e adaptação são fatores de extrema importância à sobrevivência das empresas. Focando no setor de serviços financeiros é clara a importância das Tecnologias de Informação, por serem a base da operação destas empresas. Ela representa seu principal fator de agilidade. Entendendo como empresas do setor de serviços financeiros as seguradoras, os bancos, as empresas de previdência, capitalização, crédito e gestão de recursos. Em geral as empresas mudam em ondas de tendências influenciadas pelo mercado global, porem, apenas seguir tendências pode ser muito caro para empresas que não possuem uma estrutura ágil, organizada para adaptação. A agilidade pode ser compreendida como a capacidade de responder rapidamente a mudanças e de explorar mudanças como vantagem competitiva, conforme Dove (1996) e Kidd (1995). O tema agilidade não é novo, a indústria de manufatura já o estuda a um longo período através do conceito de Manufatura Ágil. Isto lhes dá certa maturidade no assunto, com diversas pesquisas e estudos de caso no tema. Este trabalho busca identificar o que empresas do setor de serviços financeiros brasileiro tem feito neste sentido, através de uma pesquisa exploratória. Serão utilizadas entrevistas e um questionário on-line. A pesquisa irá focar em práticas de gestão de TI, utilizando conceitos de Manufatura Ágil, e realizar uma analise qualitativa dos resultados obtidos.

Palavras-chave: Manufatura Ágil. Tecnologias da Informação e Comunicação. Terceirização. Serviços Financeiros. Brasil. Gestão de TI.

6

ABSTRACT

According to reports issued by UNCTAD (UNCTAD 2004), we perceive a service commercialization constant growing during the last twenty years. This fact brought a tough competition influenced by the technological revolution. In this context, the adaptability and anticipation capacities are potential factors for a company survival. Focusing in financial services, it is clear that the Information Technology plays an important role under the company operational process. It represents the main agility factor. In a nutshell, companies change according to tendency waves influenced by the global market. However, it can be much expensive for some companies to follow this tendencies if they don’t have an agile and organized structure in order to adapt themselves. The agility could be comprehended as a capability in answer quickly the changes and to explore them as a competitive advantage, according to Dove(1996) and Kidd (1995). The agility theme is not a new one. The manufacture industry is already studding it by a long period thru the Agile Manufacture concept. This fact provides a subject maturity with several researches case studies in this theme. This study has the aim to identify what the Brazilian companies have been done in this area thru an exploration research. It will be used interviews and an on-line survey. The research will focus in practices used by IT governance, adopting the Agile Manufacture concepts, and provide a qualitative analysis from the results acquired.

Keywords: Agile Manufacturing. Information Technology and Communication. Outsourcing. Financial Services. Brazil. IT Management.

7

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO , p. 13

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA PESQUISA, p. 13

1.2 PROBLEMA, p. 14

1.3 OBJETIVOS, p. 15

1.3.1 Objetivo Geral, p. 15

1.3.2 Objetivos Específicos, p. 15

1.4 QUESTÕES CHAVE, p. 16

1.5 JUSTIFICATIVA, p. 16

1.6 DELIMITAÇÕES, p. 17

1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO, p. 17

2 REFERENCIAL TEÓRICO , p. 19

2.1 MANUFATURA ÁGIL, p. 19

2.1.1 Condutores de Agilidade, p. 20

2.1.2 Capacitadores de Agilidade, p. 20

2.1.3 Fornecedores de Agilidade, p. 21

2.2 GESTÃO DA TI, p. 22

2.2.1 Governança de TI, p. 23

2.2.2 Gestão dos Ativos de Software, p. 28

2.2.3 Estratégias de Outsourcing, p. 35

2.3 MODELOS DE GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO, p. 37

2.3.1 CMMI, p. 40

2.3.2 CobiT, p. 44

2.3.3 Val IT, p. 48

2.3.4 Risk IT, p. 49

2.3.5 PMBOK, p. 51

2.3.6 PRINCE 2, p. 52

2.3.7 ITIL, p. 55

2.3.8 ISSO/IEC 2000, p. 60

2.3.9 eSCM-SP, p. 61

8

2.3.10 eSCM-CL, p. 63

2.3.11 Seis Sigma, p. 63

2.3.12 Balanced Scorecard, p. 65

2.3.13 TOGAF, p. 68

2.3.14 ISO 9001:2000, p. 69

2.3.15 ISO/IEC 12207, p. 71

2.3.16 ISO/IEC 9126, p. 71

2.3.17 MR-MPS, p. 72

3 METODOLOGIA DA PESQUISA , p. 75

3.1 REVISÃO DA LITERATURA, p. 76

3.1.1 Objetivos e Questões Chave, p. 78

3.1.2 Exploração Bibliográfica, p. 79

3.2 DEFINIÇÃO DA METODOLOGIA, p. 81

3.3 DESENVOLVIMENTO DO QUESTIONÁRIO, p. 85

3.3.1 Avaliação da Empresa, p. 86

3.3.2 Avaliação da TI, p. 86

3.3.3 Análise das Questões, p. 87

3.3.4 Validação do Questionário, p. 88

3.3.5 Publicação do Questionário, p. 89

3.4 DISTRIBUIÇÃO DO QUESTIONÁRIO, p. 89

4 O SETOR DE SERVIÇOS FINANCEIROS, p. 91

4.1 EVOLUÇÃO DO SETOR, p. 91

4.2 TERCEIRIZAÇÃO, p. 93

5 ANÁLISE DOS DADOS, p 97.

5.1 VISÃO GERAL DAS EMPRESAS ANALISADAS, p. 97

5.2 ESTRATÉGIAS DE GESTÃO, p. 101

5.3 OUTSOURCING, p. 103

5.4 FERRAMENTAS DE TI, p. 104

5.5 METODOLOGIAS DE GESTÃO DO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO, p. 109

5.6 APLICAÇÃO DO MODELO CONCEITUAL, p. 110

9

6 CONCLUSÕES, p. 113

REFERÊNCIAS, p. 115

ANEXOS, p. 119

ÁRVORES DE BUSCA POR PALAVRA CHAVE, p. 119

QUESTIONÁRIO, p. 124

TABELAS, p. 132

10

LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS

Figura 1 - Relacionamento entre Condutores, Capacitadores, Fornecedores, p. 22

Figura 2 - Domínios e componentes da Governança de TI, p. 24

Figura 3 - Componentes do Plano de Tecnologia da Informação, p. 26

Figura 4 - Definição do Portfólio de TI, p. 27

Figura 5 - Identificação da Necessidade de Aplicações, p. 29

Figura 6 - Definição do Portfólio de TI, p. 30

Figura 7 - Relacionamento entre principais modelos e componentes da Governança, p. 39

Figura 8 - Áreas Foco da Governança na visão CobiT, p. 45

Figura 9 - Domínios e Processos do CobiT e seus relacionamentos, p. 46

Figura 10 - Cubo CobiT, p. 47

Figura 11 - Relacionamento entre Cobit, Val IT e Risk IT, p. 49

Figura 12 - Domínios e Processos do Risk IT, p. 50

Figura 13 - Áreas de Conhecimento e Processos do PMBOK, p. 51

Figura 14 - Agrupamento de Processos do PMBOK, p. 52

Figura 15 - Visão Geral do PRINCE 2, p. 54

Figura 16 - ITIL Core, p. 56

Figura 17 - Processo de melhoria em 7 passos, p. 59

Figura 18 - Processos da ISO/IEC 20000, p. 61

Figura 19 - Visão Geral do BSC, p. 67

Figura 20 - Relação de Causa e Efeito, p. 67

Figura 21 - Ciclo de Desenvolvimento da Arquitetura, p. 69

Figura 22 - Estrutura da ISO/IEC 12207, p. 71

Figura 23 - Requisitos de Qualidade ISO/IEC 9126, p. 72

Figura 24 - Processo de Desenvolvimento da Metodologia, p. 75

Figura 25 - Revisão da Literatura, p. 77

Figura 26 - Mapa do uso da TI em empresas de manufatura indianas, p. 82

Figura 27 - Modelo conceitual de avaliação da TI, p. 84

Figura 28 - Análise dos Dados: Grau de Informatização dos Departamentos, p. 98

Figura 29 - Análise dos Dados: Grau de Integração dos Departamentos, p. 99

Figura 30 - Análise dos Dados: Fatores de Dificuldade na Gestão da TI, p. 101

Figura 31 - Análise dos Dados: Modelos de Gestão da TI, p. 102

11

Figura 32 - Análise dos Dados: Composição da Equipe por Atividade, p. 104

Figura 33 - Análise dos Dados: Ferramentas por Utilização, p. 105

Figura 34 - Análise dos Dados: Ferramentas por Tipo de Solução, p. 106

Figura 35 - Análise dos Dados: Fatores de Seleção das Ferramentas, p. 107

Figura 36 - Análise dos Dados: Ferramentas por Benefício Esperado, p. 108

Figura 37 - Análise dos Dados: Ferramentas por Dificuldade de Implantação, p. 109

Figura 38 - Análise dos Dados: Metodologias de Desenvolvimento de Software, p. 110

Figura 39 - Aplicação do Modelo Conceitual, p. 111

Figura 40 - Árvore de Busca: Identificar Pesquisas Semelhantes, p. 119

Figura 41 - Árvore de Busca: Avaliar Estratégias de Gestão de TI, p. 120

Figura 42 - Árvore de Busca: Avaliar Agilidade Coorporativa e na TI, p. 121

Figura 43 - Árvore de Busca: Avaliar Ferramentas de TI para Gestão Corporativa, p. 122

Figura 44 - Árvore de Busca: Avaliar Ferramentas de Apoio a TI, p. 122

Figura 45 - Árvore de Busca: Avaliar Dificuldades na Gestão de TI, p. 123

Figura 46 - Árvore de Busca: Avaliar Desempenho Corporativo, p. 123

12

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Fatores Relevantes à Gestão da TI, p. 23

Tabela 2 - Tipo de Ferramenta, p. 31

Tabela 3 - Tipo de Solução, p. 32

Tabela 4 - Fator de Seleção, p. 32

Tabela 5 - Benefícios Esperados, p. 33

Tabela 6 - Indicadores do SPI, p. 35

Tabela 7 - Resumo dos principais modelos de melhores práticas, p. 38

Tabela 8 - Categorias e Áreas de Processo do CMMI-SW, p. 41

Tabela 9 - Níveis de Maturidade CMMI-SW na Abordagem por Estágios, p. 42

Tabela 10 - Processos e práticas gerenciais do Val T, p. 48

Tabela 11 - Processos, Componentes e Técnicas do PRINCE2, p. 53

Tabela 12 - Processos da ITIL V3, p. 56

Tabela 13 - Níveis de maturidade MR-MPS e CMMI, p. 73

Tabela 14 - Desdobramento de Palavras Chave, p. 80

Tabela 15 - Empresas pesquisadas por área de atuação, p. 90

Tabela 16 - Transações bancárias por origem (em milhões), p. 92

Tabela 17 - Investimentos e Despesas dos Bancos em TI, p. 93

Tabela 18 - Percentual de utilização de outsourcing por bancos no Brasil, p. 95

Tabela 19 - Percentual de utilização de outsourcing por bancos no Brasil em 2009, p. 95

Tabela 20 - Análise dos Dados: Produtos e Serviços, p. 100

Tabela 21 - Análise dos Dados: Sistemas Core Business, p. 100

Tabela 22 – Departamentos, p. 132

Tabela 23 - Ferramentas de Software, p. 132

Tabela 24 - Métrica de Nível, p. 133

Tabela 25 - Métrica de Utilização, p. 133

Tabela 26 - Métrica de Frequência, p. 133

Tabela 27 - Tipo de Software, p. 133

Tabela 28 - Status de Utilização de Software, p. 134

Tabela 29 - Fatores de Seleção de Software, p. 134

Tabela 30 - Benefícios de Software, p. 134

Tabela 31 - Problemas na Implantação de Novo Software, p. 135

13

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA PESQUISA

Passamos por basicamente três grandes mudanças industriais, nesta ordem: a

revolução industrial, a produção em massa e a produção enxuta (COLIN; QUININO;

SHIMIZU, 2002). A primeira, e mais importante delas, foi a Revolução Industrial. Ela fez a

produção humana passar de um nível artesanal para a produção industrial propriamente dita.

Seus pilares foram o motor a vapor e o conceito da divisão do trabalho e especialização. A

segunda, Produção em Massa, decorre do descobrimento da “Administração Científica” por

Frederick Taylor, onde a indústria passou de um nível “não-científico” de produção industrial

para um nível “científico”. É nesta época que vimos o surgimento do modelo das linhas de

produção da Ford Motor Company. A terceira grande mudança, a Produção Enxuta (lean

production) é considerada uma evolução da "Administração Científica". Na produção enxuta

o foco passa para a valorização do trabalhador, o relacionamento com o cliente e a capacidade

de aprendizagem contínua da organização.

O tempo passou a ser fator primordial no ambiente competitivo dos anos 90, sendo

que os demais fatores (tais como, custo, qualidade e serviço) se tornam pré-requisitos. A arma

mais eficaz para sobreviver e prosperar em um ambiente como esse é ser capaz tanto de

iniciar mudanças como de se adaptar às mudanças o mais rápido possível (ASHRAFI et al.,

2006). Desta forma, podemos separar a variável tempo em dois fatores principais: tempo de

resposta (capacidade de prover produtos variados com mínimo impacto na cadeia de

produção) e flexibilidade (capacidade de lidar com incertezas). Ao considerar o tratamento

das incertezas a “gestão do conhecimento” tem se tornado cada vez mais importante devido a

constante e crescente especialização.

14

Nesta época surge o conceito de Manufatura Ágil (MA). O termo nasceu em 1991 com

a publicação do relatório "21st Century Manufacturing Strategy”, que foi uma solicitação do

congresso norte-americano ao Iacocca Institute, para definir as bases da indústria do próximo

século. O principal objetivo da pesquisa era definir como as empresas americanas poderiam

voltar a ser competitivas internacionalmente, fazendo frente às novas potências industriais e

principalmente ao Japão. Com a facilidade proporcionada pelos componentes eletrônicos e

sistemas computacionais, aliada ao aumento da concorrência, cresce as empresas que se

baseiam em processos, onde há integração cliente-fornecedor para o projeto, produção e

suporte de produto/serviço (PAIS; GOMES; RAMIRO, 2009).

A utilização de sistemas de gestão do conhecimento para adquirir, organizar e

assimilar o conhecimento interno e externo de uma forma sistemática é apontada como a

chave para a agilidade por alguns autores (ASHRAFI et al., 2006). Esta abordagem envolve a

construção de uma base, através de TI, para a gestão de conhecimento. O conhecimento se

torna diferencial competitivo assim como integração e flexibilidade de produção, ou seja, a

manufatura ágil é extremamente adequada à ambientes de mudanças rápidas e com alta

incerteza.

Essa evolução faz parte da realidade das indústrias de manufatura e são muitos os

estudos que avaliam este mercado e tentam posicionar as empresas e suas estratégias dentro

do conceito de MA. Isto torna o conceito maduro e nos proporciona uma base rica de

instrumentos de análise. No setor de serviços vemos uma realidade bastante diferente. Apesar

de a agilidade ser um diferencial estratégico evidente, não foram encontrados estudos onde a

evolução da MA seja usada como base. Principalmente no setor de serviços financeiros é clara

a importância da tecnologia como base da operação das empresas, por conseguinte, ela

representa seu principal fator de agilidade.

1.2 PROBLEMA

A evolução tecnológica, não traz apenas benefícios para as empresas. Ela traz um

aumento significativo da complexidade na gestão da TI. Uma gestão de TI pouco eficaz pode

comprometer significativamente os resultados das empresas com alto grau de dependência

tecnológica. Este é o caso do setor de serviços financeiros. Como será apresentado neste

trabalho, estas empresas se situam no meio do fluxo de informações entre agentes

econômicos, parceiros, órgãos reguladores, etc., pagam e recebem valores, resultando em

15

milhões de transações diárias. Elas são extremamente dependentes de computadores, não

apenas para prestar serviços aos seus clientes como também para atender às necessidades de

gestão de suas áreas internas. Questões como segurança, disponibilidade, rapidez para

processar, armazenar e distribuir o fluxo de transações são fatores cruciais.

Visando auxiliar nesta atividade multidisciplinar foram desenvolvidos diversos

modelos de gestão por organizações nacionais e internacionais. Além destes modelos, os

fornecedores inundam o mercado com novas ferramentas todos os anos. A adoção destes

diversos modelos, processos e ferramentas, muitas vezes confundem os gestores. Nem sempre

elas trazem os benefícios esperados. Diversos fatores podem influenciar os resultados,

tornando ainda mais difícil esta atividade.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Com a contextualização acima pode-se perceber a importância da gestão de TI no setor

de serviços financeiros e o quão complexa é esta atividade. Neste sentido, temos como

principal objetivo da pesquisa identificar como as empresas se organizam em busca da

agilidade, com foco em metodologias, práticas e modelos de gestão de TI e na administração

das ferramentas de software.

Esta é uma pesquisa descritiva e não visa apresentar analises estatísticas.

1.3.2 Objetivos Específicos

Também fazem parte da pesquisa os seguintes objetivos específicos:

1. Identificar principais estratégias de gestão de TI utilizadas pelas empresas

pesquisadas.

2. Identificar como é o alinhamento entre as estratégias corporativas e de TI.

3. Identificar qual a abrangência e a maturidade de utilização de ferramentas de

software, avaliando o grau de informatização das empresas (principais

16

ferramentas sistêmicas e sua extensão de utilização, nível de integração entre os

sistemas, etc.).

4. Identificar quais as principais dificuldades que as empresas possuem com relação

a utilização de ferramentas de software e como elas tratam estas dificuldades;

5. Identificar quais as principais dificuldades que as empresas possuem com relação

gestão da TI e como elas tratam estas dificuldades.

1.4 QUESTÕES CHAVE

Este trabalho visa responder as seguintes questões chave:

• Quais são os modelos de gestão de TI utilizados?

• Quais as principais estratégias de Outsourcing utilizadas?

• Qual a importância da TI na agilidade das empresas pesquisadas?

• Como são definidas as estratégias Corporativas?

• Como são definidas as estratégias de TI?

• Quais as principais ferramentas utilizadas na operação da empresa?

• Quais as principais ferramentas utilizadas na operação da TI?

• Qual o grau de informatização da empresa?

• Qual o grau de informatização dos departamentos?

• Qual o grau de integração entre departamentos, parceiros e fornecedores?

• Quais são as principais dificuldades e como elas ocorrem?

1.5 JUSTIFICATIVA

Como foi apresentado, no Brasil existem poucos trabalhos que avaliem o setor de

serviços financeiros com foco na gestão da TI. Nenhum dos trabalhos encontrados aproveita

os modelos de Manufatura Ágil existentes. Também não foram encontrados trabalhos que

permitam as empresas de serviços financeiros brasileiras terem uma visão de estratégias e

resultados da aplicação dos modelos de gestão de TI, utilização de ferramentas de software e

suas dificuldades. Estas empresas não possuem material que possa servir de base comparativa

para elaboração e adaptação de suas estratégias, dentro da realidade brasileira.

17

1.6 DELIMITAÇÕES

Este trabalho não busca:

• Detalhar todos os conceitos e estudos realizados sobre o tema manufatura ágil.

• Avaliar os modelos e práticas de gestão de TI.

• Propor um novo modelo de pesquisa.

• Realizar pesquisa quantitativa;

1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO

Esta dissertação foi organizada, além desta introdução, em cinco capítulos.

O segundo capítulo faz uma revisão teórica de todos os conceitos abordados na

pesquisa. Dentre os temas abordados são apresentados os conceitos de Manufatura Ágil, tendo

como base os estudos de Sharifi e Zhang (1999). Depois é apresentada uma visão do processo

de Gestão de TI, focando nos conceitos de Governança de TI, Gestão de Ativos e

Outsourcing. Por último são apresentados os modelos de gestão de TI considerados na

pesquisa, com uma visão geral de cada modelo.

No terceiro capítulo é apresentada toda a metodologia utilizada para desenvolvimento

da pesquisa. O capítulo engloba desde a revisão da literatura, desenvolvimento da

metodologia de análise e dos questionários, até sua aplicação.

O quarto capítulo faz uma breve análise do setor de serviços financeiros apresentando

a importância que a TI possui nestas empresas. Ele analisa indicadores de crescimento e o

grau de terceirização do setor.

O quinto capítulo realiza a análise dos dados obtidos pelo questionário. São

apresentados diversos gráficos com os dados consolidados. São avaliadas as estratégias

utilizadas, o grau de terceirização por atividade, ferramentas, dificuldades, entre outras

informações. Neste capítulo também é apresentado o resultado da aplicação do modelo

conceitual descrito no capítulo sobre a metodologia.

O último capítulo realiza uma análise final dos dados e da aplicação do modelo

conceitual. O autor apresenta sua visão sobre os resultados encontrados realizando um

18

batimento com os modelos e ferramentas analisados, sugerindo pontos de melhoria nas

estratégias das empresas. O capítulo também propõe próximos passos, sugerindo novas

pesquisas a serem desenvolvidas.

19

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 MANUFATURA ÁGIL

Faremos uma rápida revisão do conceito de Manufatura Ágil focando em modelos

práticos de avaliação. Conforme delimitado nos objetivos, não faz parte deste artigo realizar

uma revisão completa do conceito.

O relatório do Iacocca Institute (IACOCCA, 1991) afirmou que um novo ambiente de

competitividade se formava, onde estaria agindo uma força direcionadora de mudanças na

manufatura. Neste sentido, a vantagem competitiva seria daquelas empresas que tivessem

desenvolvido a capacidade de responder à demanda por produtos de alta qualidade, e

personalizados para o cliente. Para atingir a agilidade que é necessária para responder a essas

forças diretrizes e desenvolver as capacidades necessárias ele dá como necessário integrar

tecnologias flexíveis, com uma força de trabalho que seja altamente especializada, instruída,

motivada e habilitada. O relatório indica que isto deve ser feito através de uma estrutura

organizacional e gerencial que estimule a cooperação dentro e entre firmas.

Em resumo, podemos considerar que o conceito de agilidade é compreendido por dois

fatores principais (KIDD, 1996):

• Respostas as mudanças (antecipadamente ou inesperadas) de forma própria e em

tempo adequado;

• Exploração das mudanças como oportunidades, tomando vantagens competitivas.

H. Sharifi e Z. Zhang desenvolveram uma metodologia para auxiliar as empresas a

tomarem decisões estratégicas (SHARIFI; ZHANG, 1999). Faremos uma breve revisão desta

20

metodologia, pois seus princípios serão utilizados em nossa pesquisa. O modelo conceitual de

agilidade proposto por Zhang e Sharifi é constituído de três elementos:

• Condutores de Agilidade

• Capacitadores de Agilidade

• Fornecedores de Agilidade

2.1.1 Condutores de Agilidade

Podemos entender os Condutores de Agilidade como as alterações e pressões do

ambiente de negócios que exigem mudanças na empresa em busca de novas formas de gerir o

seu negócio. Sem estas mudanças a empresa perde vantagem competitiva. Podemos

categorizar estes condutores como (SHARIFI; ZHANG, 1999):

• Mudanças de mercado: crescimento do nicho de mercado, mudanças políticas,

vida útil de mercado do produto, etc.

• Mudanças de competitividade: mudança rápida de mercado, pressão para aumento

de preço do produto, inovação, aumento de pressão com a globalização, poder de

resposta da concorrência, etc.

• Mudanças de desejos dos clientes: demanda por produtos customizados, tempo

gasto na prestação de determinado serviço, expectativa por qualidade, etc.

• Mudanças por tecnologia: eficiência, rapidez e economia no processo, novos

softwares ou hardwares, etc.

• Mudanças por fatores sociais: pressão de mercado, pressões políticas e legais,

problemas culturais, mudanças nos contratos sociais, etc.

2.1.2 Capacitadores de Agilidade

Entendemos como capacitadores de agilidade os fatores essenciais que as empresas

necessitam atender, a fim de responder positivamente e tirar vantagens das mudanças.

Conforme Sharifi e Zhang (1999), podem ser divididos em:

21

• Poder de Resposta: Capacidade de identificar mudanças e responder a elas

reativamente ou pró – ativamente;

• Competência: Habilidades que promovem produtividade, eficiência e efetividade

nas atividades da companhia. Ex: visão estratégica, tecnologia apropriada

qualidade de produtos e serviços, balanço de custos, gerenciamento de mudanças,

equipe qualificada, cooperação, etc.;

• Flexibilidade: Habilidade de processar diferentes produtos e atingir diferentes

objetivos com mesma eficiência. Ex: flexibilidade de volume, configuração,

organização e pessoal;

• Rapidez: Habilidade de desenvolver operações, tarefas etc. com menor tempo

possível. Ex: velocidade no lançamento de novos produtos, entrega de produtos e

serviços ou no tempo de operações.

Segundo Sharifi e Zhang (1999), também devemos categorizar como as mudanças

podem afetar uma companhia para definição dos capacitadores de agilidade:

• Afetam as atividades atuais: Necessitam de resposta imediata e reação utilizando

os capacitadores corretos;

• Afetam a posição de mercado da empresa: Necessitam de revisão estratégica da

empresa e definição de planos de ação corporativos;

• Transformam o ambiente de mudanças em oportunidades: Necessitam de revisão

da estratégia futura da companhia.

2.1.3 Fornecedores de Agilidade

São os meios pelos quais os capacitadores poderiam ser obtidos. Para cada domínio de

capacitadores de agilidade são definidos fornecedores específicos. Estes buscam suprir as

necessidades encontradas pelos capacitadores. Os fornecedores são de suma importância, pois

são os mecanismos de concretização do processo de agilidade.

Podem representar uma lista de práticas de negócios, métodos, ferramentas e técnicas,

que podem trazer a agilidade para as empresas (SHARIFI; ZHANG, 1999). Eles incluem

tanto as ferramentas e práticas comprovadas que já estão à disposição das organizações de

produção, bem como aquelas que ainda estão sendo desenvolvidas pela comunidade

22

científica. Para cada capacidade poderemos ter um ou mais fornecedores correspondes e um

mesmo fornecedor pode dar suporte a múltiplas capacidades, formando uma rede, conforme a

figura abaixo:

Figura 1 - Relacionamento entre Condutores, Capacitadores, Fornecedores

(Fonte: Sharifi e Zhang, 1999)

2.2 GESTÃO DA TI

Independente do nível de terceirização definido pela estratégia empresarial, qualquer

empresa do setor de serviços financeiros entende o quanto a gestão interna de sua TI é

importante. Apesar da previsão do Gartner, que aposta em redução do crescimento médio nos

gastos em TI em 2010, e de o setor ter sofrido uma retração nos investimentos de 8,1% em

2009 (GARTNER, 2009), o orçamento reservado para TI continua consumindo uma parcela

significativa do orçamento total das empresas. Desta forma, a busca por melhores práticas de

gestão é constante, traz resultados diretos no faturamento e mantém a competitividade. Da

mesma forma, o alinhamento entre a TI e o negócio se torna crucial numa gestão orçamentária

de sucesso.

Como se já não bastassem às pressões do mercado, os órgãos reguladores intensificam

sua atuação em decorrência aos escândalos corporativos e fraudes. A nível global temos como

exemplo a resolução Sarbanes-Oxley e o Acordo de Basiléia II. No Brasil temos como

exemplo a Resolução 3380 onde o Banco Central define uma estrutura de gerenciamento do

23

risco operacional nas instituições financeiras e demais instituições autorizadas sob sua

supervisão.

Com relação a gestão da TI, o quadro a seguir resume alguns dos fatores que devem

ser considerados no processo:

Fatores Relevantes à G estão da TI

Adequação aos Órgãos Reguladores

Atendimento às necessidades das Áreas de Negócio (por conseguinte, do Mercado)

Bens, em geral, imateriais e flexíveis

Elevados Custos de Desenvolvimento e Baixos Custos de Reprodução

Armazenamento, disponibilização e proteção do conhecimento

Mão de obra qualificada

Grande dinamismo inovativo no setor tecnológico

Heterogeneidade de Modelos de Gestão

Heterogeneidade de Tecnologia

Tabela 1 - Fatores Relevantes à Gestão da TI

(Fonte: elaboração própria)

Todas estas questões trazem para a gestão de TI uma grande complexidade. Assim

como a própria tecnologia, a gestão da TI tem passado por diversas transformações nos

últimos anos. Foram criados diversos modelos e metodologias de gestão, aplicadas a áreas

específicas ou a TI como um todo (FERNANDES; ABREU, 2008). O conceito de

Governança de Tecnologia de Informação se fortalece e passa a fazer parte da realidade,

principalmente, das grandes empresas.

2.2.1 Governança de TI

Conforme Fernandes e Abreu (2008, p. 16), podemos entender a Governança de TI

como um conjunto de mecanismos e componentes que, logicamente integrados, permitem o

desdobramento da estratégia de TI até a operação dos produtos e serviços da corporação.

Podemos organizar os componentes da Governança de TI dentro de cada etapa ou domínio

conforme a figura a seguir:

24

Figura 2 - Domínios e componentes da Governança de TI (Fonte: Fernandes e Abreu, 2008, p. 17)

Alinhamento Estratégico e Compliance

Dentro do objetivo de avaliar as estratégias de gestão utilizadas pelas empresas se faz

necessário avaliarmos a etapa de Alinhamento Estratégico e Compliance dentro do conceito

de Governança de TI. Nesta etapa procura-se determinar qual deve ser o alinhamento da TI

em termos de arquitetura, infra-estrutura, aplicações, processos e organização com as

necessidades presentes e futuras do negócio. A seguir descrevemos os componentes desta

etapa, ainda segundo Fernandes e Abreu (2008, p. 16-20).

Os Princípios de TI são as regras gerais que todos devem seguir e que subsidiam

tomadas de decisão acerca da arquitetura de TI, infra-estrutura de TI, aquisição ou

desenvolvimento de aplicações, uso de padrões e modelos, gestão de ativos entre outros.

As Necessidades de Aplicações dizem respeito às aplicações de TI que são

necessárias ao negócio. Determinam que aplicações devem ser mantidas, alteradas,

substituídas e implantadas.

A Arquitetura de TI pode ser definida, de acordo com Weill e Ross (2004), como a

organização lógica de dados, aplicações e infra-estrutura, representada por um conjunto de

políticas, relacionamentos e escolhas técnicas para buscar integração desejada do negócio e

padronização técnica.

Alinhamento Estratégico e Compliance

•Alinhamento Estratégico

•Princípios de TI

•Necessidades de Aplicações

•Arquitetura de TI

•Infra-estrutura de TI

•Objetivos de Desempenho

•Capacidade de Atendimento

•Estratégia de Outsourcing

•Segurança da Informação

•Competências

•Processos e Organização

•Plano de TI

Decisão, Compromisso, Priorização e Alocação de

Recursos

•Mecanismos de Decisão

•Portifólio de TI

Estrutura, Processos,

Operação e Gestão

•Operações de Serviços

•Relacionamento com usuários

•Relacionamento com fornecedores

Medição de Desempenho

•Gestão do desempenho da TI

25

A Infra-Estrutura de TI define os serviços requeridos pelo negócio em termos de

comunicações, gestão de dados, ativos, infra-estrutura em si, segurança da informação, etc.

Ela liga a empresa a seus clientes, parceiros, fornecedores.

Os Objetivos de Desempenho definem as metas de desempenho compatíveis com os

objetivos traçados para a prestação dos serviços de TI para o negócio. Os Acordos de Níveis

de Serviço (SLA - Service Level Agreement) são regras de desempenho estabelecidos com os

clientes da empresa. Apesar dos diferentes focos, ambos são utilizados pela administração da

TI para controle do dia-a-dia possibilitando melhorias e reengenharia de processos a partir de

indicadores.

A definição da quantidade de recursos humanos para atender a demanda por serviços

de TI é feita na etapa Capacidade de Atendimento da TI. Ela também define a quantidade

de recursos computacionais necessários definindo se a infra-estrutura possui condições de

atender a demanda.

A Estratégia de Outsourcing irá definir:

• O que passar para outsourcing?

• Como fazer outsourcing?

• Como escolher e gerenciar parcerias?

• Como realizar a transição para o outsourcing e vice-versa?

• Como realizar a transferência entre fornecedores?

Por sua relevância à pesquisa, esta etapa será detalhada posteriormente.

A etapa de definição da Política de Segurança da Informação determina as diretrizes

e ações referentes à segurança dos aplicativos, infra-estrutura, dados, pessoas e organizações

(fornecedores e parceiros).

As Competências são as habilidades e conhecimentos necessários para a prestação

dos serviços de TI.

A forma como os serviços e produtos da TI serão solicitados, implementados,

gerenciados e entregues à organização (e à própria TI) é definida na etapa Processos e

Organização. Por sua relevância à pesquisa, esta etapa também será detalhada

posteriormente.

O principal produto da etapa de alinhamento estratégico entre negócio e a TI é o Plano

de Tecnologia da Informação. A figura a seguir apresenta seus principais componentes:

26

Figura 3 - Componentes do Plano de Tecnologia da Informação (Fonte: Fernandes e Abreu, 2008, p. 20)

Podemos perceber que o Plano de Tecnologia da Informação define os principais

componentes da etapa de Alinhamento Estratégico e Compliance realizando seu

relacionamento com os Investimentos.

Um dos principais componentes do Plano de Tecnologia da Informação é o

Portfólio de TI . Ele irá definir que projetos deverão ser implementados, quais os serviços

deverão ser prestados e o que deve ser feito com relação à infra-estrutura de TI.

Plano de

Tecnologia da

Informação

Arquitetura de TI

Princípios de TI

Organização das Operações

de Serviços

Capacidade de Atendimento

Competências

Investimentos

Políticas de Segurança

Estratégias de Outsourcing

Necessidades de Aplicações

Infra-Estrutura de TI

27

Figura 4 - Definição do Portfólio de TI

Decisão, Compromisso, Priorização e Alocação de Recursos

Dentro desta etapa do processo de governança são definidos, através dos Mecanismos

de Decisão, "quem decide o quê" dentro das áreas: Princípios de TI, Arquitetura de TI, Infra-

Estrutura de TI, Prioridades das Aplicações, Investimentos em TI, Segurança da Informação,

Estratégias de Outsourcing, etc.

Estrutura, Processos, Organização e Gestão

Esta etapa foca no gerenciamento do "dia a dia" da TI, através dos componentes:

Gestão das Operações de Serviços, da gestão do Relacionamento com o Cliente e do

Relacionamento com o Fornecedor.

Na Gestão das Operações de Serviços se encontram as principais operações da TI,

que são:

• Operações de Sistemas: Desenvolvimento e manutenção dos sistemas

corporativos;

• Operações de Suporte Técnico: suporte ao usuário final nos produtos de software

ou infra-estrutura;

• Operações de Infra-Estrutura: englobam principalmente o suporte a TI, operações

de gestão dos ativos de TI;

• Operações de segurança da Informação: suporte à TI e usuários finais,

monitoramento, treinamento, atividades de conscientização, etc.;

Portfólio de TI

Projetos

Serviços

Ativos

28

• Operações de Suporte ao CIO: atividades de planejamento, gestão orçamentária da

TI, gerenciamento de projetos e contratos, etc.;

• Operações de Processos: definição, evolução e implantação de processos de

negócio;

• Outras operações: por exemplo, atividades de garantia de qualidade, pesquisa de

novas tecnologias, engenharia de software, etc.

Medição de Desempenho da TI

Esta etapa abrange a Gestão do Desempenho da TI e trata do monitoramento dos

objetivos acordados na etapa de Alinhamento Estratégico, bem como dos acordos de nível

de serviço e operacional.

Os objetivos de desempenho e os acordos de níveis de serviço direcionam o

planejamento da alocação de recursos de infra-estrutura ou humanos. Eles foram definidos na

etapa de Alinhamento Estratégico e Compliance. A definição e o acompanhamento dos

mesmos pode variar de acordo com o modelo de gestão. Por exemplo, na abordagem do

CobiT os objetivos são avaliados com foco no resultado e são motivados pelo alinhamento da

TI ao negócio e pelo risco da TI. No caso do Balance Scorecard são definidos indicadores

para acompanhamento de resultados classificados nas perspectivas financeira, cliente/usuário,

processos e aprendizado e crescimento.

2.2.2 Gestão dos Ativos de Software

Como apresentado no 4 O SETOR DE SERVIÇOS FINANCEIROS, é fácil entender por que um dos

principais ativos geridos pela TI, nestas empresas, é a informação. No meio do fluxo de

informações entre estas empresas e seus clientes, agentes econômicos, parceiros, órgãos

reguladores, etc., se situam diversas ferramentas de software. Da mesma forma, para atender

às necessidades de gestão e operação de suas áreas internas, diversos softwares são utilizados.

Com a diversificação de tecnologias e a variedade de ferramentas oferecidas atualmente, a

29

quantidade de softwares encontrada, até em empresas de pequeno porte, pode ultrapassar as

centenas.

Decisões de compra ou desenvolvimento interno (Make/Buy) para novos softwares

fazem parte do dia a dia da TI. Com cada vez mais exemplos das conseqüências que se pode

alcançar tanto neste tipo de decisão quanto na gestão ineficaz do processo de desenvolvimento

interno ou dos parceiros, esta atividade deixou de ser preocupação apenas dos CIO. Neste

sentido, a gestão dos ativos de software sofre influencia de praticamente todos os

componentes da governança de TI.

Podemos exemplificar o processo evolutivo dos ativos de software com base no

fluxograma abaixo:

Figura 5 - Identificação da Necessidade de Aplicações (Fonte: elaboração própria)

Necessidade de Aplicações

Com a Figura 5 podemos perceber que as etapas de Análise e Ações são críticas para o

processo. A etapa de Análise irá produzir o material necessário para aprovação dos

investimentos. Ela irá avaliar as variáveis de entrada com base nas ferramentas de software

atuais, comparar com soluções disponíveis no mercado, avaliar custos e retorno esperado das

possíveis iniciativas. Se forem utilizadas variáveis inconsistentes ou uma análise for mal

elaborada e resultar em ações equivocadas, o impacto negativo poderá ser significativo.

Entradas

•Requisitos das Estratégias Corporativas

•Necessidades do Portifólio Atual de Projetos

•Oportunidades Estratégicas e Competitivas

•Melhoria de Processo ou Operacional

•Objetivos Estratégicos

•Requisitos Legais

Análise: Necessidade de

Aplicações

•Avaliação das variáveis de entrada com base nas ferramentas de software atuais, soluções disponíveis no mercado, custo e retorno esperado

Resultado: Projetos no

Portifólio de TI

•Necessiade de Novas Aplicações

•Melhorias ou reestruturação nas aplicações existentes

•Substituição de Aplicações

•Descarte de Apliações

Implementação

•Compra de novas ferramentas

•Desenvolvimento de novas ferramentas

•Adaptação nas ferramentas atuais

•Migração, reestruturação

•O quanto deve ser terceirizado?

30

O resultado a análise irá gerar o portfólio de TI, que corresponde a uma lista de

projetos a serem implementados com prazos e orçamentos definidos.

Figura 6 - Definição do Portfólio de TI (Fonte: elaboração própria)

O portfólio de TI irá indicar quais os tipos de ferramentas são necessários, quais as

soluções possíveis para obter estas ferramentas, que fatores de seleção devem ser

considerados e os benefícios esperados pela empresa.

Tipos de Ferramentas

Em virtude da grande variedade de soluções de software e do esforço de padronização

realizado pelos fornecedores, tem sido definidas diversas classificações para agrupar as

ferramentas com objetivos semelhantes. A quantidade de classificações que são criadas a cada

ano demonstra a velocidade deste mercado. É claro que não podemos desconsiderar o esforço

em se lançar novas classificações para antigas soluções, apenas com intuito comercial.

Dentro da pesquisa focamos em avaliar novos tipos de ferramentas, que surgiram

preferencialmente nos últimos cinco anos. Consideramos que ferramentas mais antigas ou

foram descontinuadas ou se tornaram padrão de mercado. Também não foram considerados os

tipos que não geram valor direto à empresa (onde o valor é percebido por áreas externas à TI),

exceto nos casos onde estas ferramentas são consideradas estratégicas.

Os tipos de ferramentas avaliados pela pesquisa são apresentados a seguir:

Tipos de Ferramentas Necessárias

Tipos de Soluções Disponíveis

Fatores de Seleção Benefícios Esperados

Portfólio de TI para Projetos de Software

31

Tipo de Ferramenta Descrição

DBMS - Database Management System

Os Sistemas Gerenciadores de Banco de Dados (SGBD) são um conjunto de programas de computador que controlam a criação, manutenção e utilização de bancos de dados. Eles permitem que as organizações tenham o controle sobre os bancos de dados nas mãos dos administradores de banco de dados (DBAs) e outros especialistas. Eles fornecem recursos para controle de acesso aos dados, simultaneidade de gestão, restauração e backups de dados, etc.

MMRP/ERP - Enterprise Resource Planning

São sistemas integrados usados para gerenciar os recursos internos e externos, incluindo os ativos tangíveis e intangíveis. Visam facilitar o fluxo de informações entre todas as áreas e funções da organização e gerenciar as relações externas.

Gerenciador de Projetos Sistemas utilizados para auxiliar nas atividades de gerenciamento de projetos, podendo incluir funcionalidades como: gerenciamento de cronogramas, priorização, relatórios de acompanhamento, etc.

Intranet É uma rede privada de computadores utilizada para compartilhar informações corporativas dentro da própria organização.

Ferramentas de Colaboração Ferramentas que permitem a troca de informações entre as diversas equipes e áreas de uma organização. Podem gerar uma base de dados relevante à empresa, consolidando questões do dia a dia da organização.

Ferramentas de Integração Ferramentas utilizadas para gerenciar o fluxo de informação entre diferentes aplicativos. Geralmente definem uma camada de abstração sobre uma implementação de um sistema, permitindo que sejam reutilizadas por outras aplicações. Também podem gerenciar grandes fluxos de dados. Eles fornecem um controle centralizado e implementam funções de segurança, concorrência, auditoria, tolerância a falhas, etc.

Ferramentas de Modelagem e Controle de Processos

Ferramentas utilizadas para suportar a gestão baseada em processos (Business Process Management - BPM). Elas permitem a modelagem, o controle e a execução de processos organizacionais.

Ferramentas de Gerenciamento de Requisitos e Documentação de Software

Ferramentas utilizadas para controlar o processo de especificação de software. Devem prover funcionalidades para controlar a criação, alteração, aprovação e gerenciar as versões das documentações de software.

Ferramentas de Gerenciamento de Artefatos de Software

São ferramentas usadas na disciplina de Gestão de Configuração de Software (SCM). Suportam o rastreamento e controle de alterações em softwares. Incluem o controle revisão e o estabelecimento de linhas de base.

Ferramentas de Teste Automatizado de Software

Ferramentas utilizadas para realizar testes automatizados, ou seja, sem interação de analistas de teste. Devem suportar a criação dos scripts de teste automatizado, sua alteração e execução.

Ferramentas de Integração Contínua

Ferramentas que implementam processos contínuos para controle de qualidade no desenvolvimento de software. Executam operações de validação sobre pequenos pedaços de software desenvolvido. Visa melhorar a qualidade de software e reduzir o tempo necessário para entregá-lo, substituindo a prática tradicional de aplicação de controle de qualidade depois de completar o desenvolvimento (antecipando possíveis problemas).

Ferramentas de Gestão de Regras de Negócio

São sistemas de software que executam uma ou mais regras de negócio em um ambiente de produção em tempo de execução. As regras de negócio podem ser de diversos tipos (regulamentação legal, política da empresa, etc.). Estas ferramentas suportam principalmente a criação de regras (normalmente em linguagem de alto nível), execução e auditora. Centralizam todas as regras de negócio e os demais sistemas devem se comunicar ela.

Tabela 2 - Tipo de Ferramenta

(Fonte: elaboração própria)

32

Tipos de Soluções

Para atender as necessidades de ferramentas podemos optar por diferentes soluções.

Abaixo apresentamos uma breve descrição das soluções mais comuns, utilizadas na pesquisa:

Tipo de Solução Descrição

Pacote de Mercado São os chamados "Softwares de prateleira", ou seja, ferramentas prontas disponíveis para aquisição ou licenciamento de uso. Possuem configurações disponíveis para adequação à realidade da empresa.

Pacote de Mercado com Customização

São softwares "prontos" e extensíveis, ou seja, que podem ser utilizados diretamente ou podem ser alterados para se adequar a características da empresa.

Ferramenta Livre São softwares disponíveis para uso, sem nenhum custo ou por taxas opcionais. Também foram consideradas as ferramentas de código aberto nesta categoria.

Ferramenta Livre com Customização

Utilização de ferramentas livres, de código aberto, para implementação de alterações para se adequar a características da empresa.

Desenvolvimento Interno Software desenvolvido sobre a administração e utilizando recursos de hardware da própria empresa, mesmo que utilize mão de obra parcialmente terceirizada.

Desenvolvimento Por Encomenda Software totalmente desenvolvido por um fornecedor, baseado em requisitos da empresa contratante.

Tabela 3 - Tipo de Solução (Fonte: elaboração própria)

Fatores de Seleção

As ferramentas podem ser selecionadas com base em diversas variáveis. Abaixo

apresentamos algumas destas variáveis, consideradas na pesquisa:

Fator de Seleção Descrição

Menor Custo Seleciona o software que apresenta o menor custo com base em um conjunto de funcionalidades obrigatórias.

Recomendação da Matriz Seleciona o software indicado pela matriz. Este tipo de escolha é muito comum em multinacionais.

Fatia de Mercado Seleciona o software com maior fatia de mercado.

Funcionalidades Prioriza a seleção do software com o maior número e com melhores funcionalidades.

Recomendação de Consultores Seleciona o software com base em recomendações de consultorias especializadas.

Tabela 4 - Fator de Seleção (Fonte: elaboração própria)

33

Benefícios esperados

Cada ferramenta pode possibilitar um ou vários benefícios. Os objetivos de

desempenho clássicos definidos por Slack (SLACK et al., 1997) são: Qualidade,

Confiabilidade, Custo, Flexibilidade e Rapidez. Na pesquisa agrupamos os benefícios em

cinco itens gerais, focados em software, apresentados abaixo:

Benefícios Esperados Descrição

Integração Melhora a integração entre a empresa, auxiliando o fluxo e a disponibilidade de informações. Deve promover flexibilidade e rapidez nos processos.

Melhoria de Qualidade De forma geral, gera melhoria de qualidade nos serviços e produtos internos ou externos da empresa.

Melhoria de Velocidade Acelera processos permitindo a realização de serviços e produtos com maior velocidade.

Redução de Custo Reduz custos.

Controle e Segurança Auxilia no controle das operações, trazendo confiabilidade e segurança.

Tabela 5 - Benefícios Esperados

(Fonte: elaboração própria)

Implementação

Nesta fase os projetos definidos no portfólio de TI serão desenvolvidos. Esta fase

engloba a definição de estratégias de implementação e seu respectivo gerenciamento. Da

mesma forma que na fase de análise, se as estratégias forem mal definidas ou as ações não

forem gerenciadas de forma adequada o impacto também poderá ser significativo.

Entender e analisar como as empresas definem suas estratégias e quais as mais

utilizadas, dentro do setor de serviços financeiros, faz parte dos objetivos deste trabalho.

Processo de Desenvolvimento de Software

''Avaliar o produto de software por si só parece insuficiente, uma vez que é sabido que

a sua qualidade depende em grande medida do processo que é usado para criá-lo'' (TRUDEL

et al. 2006)

Segundo Cassiolato, Britto, Guimarães e Stallivieri (2007, p. 5-6), o fator de produção

crítico no processo de desenvolvimento de software é o conhecimento disponível em pessoal

34

qualificado com capacidade intelectual e criatividade. O dinamismo com que inovações são

convertidas em novos produtos, serviços e soluções técnicas e a heterogeneidade estrutural

devido à variedade de produtos e serviços e condições competitivas nos diversos segmentos

da indústria, são variáveis que se somam ao processo de gestão.

São muitos os trabalhos que buscam mapear a relação entre os fatores de sucesso e

fracasso no desenvolvimento de projetos de software. Eles identificam que boa parte dos

projetos não é concluída e, dentre os projetos concluídos, apenas uma pequena parte é

concluída dentro dos objetivos originais de escopo, custo, prazo e qualidade.

Conforme Fernandes e Alves (1992), alguns dos fatores presentes na maior parte dos

projetos de software que não obtiveram êxito são:

• Absorção de inovações tecnológicas - introdução de novidades tecnológicas,

novos ambientes, novas ferramentas - quase sempre causa impactos não previstos

no desenvolvimento do projeto;

• Especificação de projeto incompleta - dificuldade em captar os requisitos dos

usuários e transformá-los em uma especificação completa e viva (conhecimento

agregado também ao longo do projeto);

• Metodologias inadequadas - não definição de qual metodologia será adotada;

• Sub-estimativa de riscos - ausência de um processo formal de avaliação e

tratamento de riscos;

• Dificuldades de estimar prazos e recursos - método normalmente utilizado é a

"achologia" ou "chutologia" uma vez que a cultura de estimativas baseadas em

modelos matemáticos e registros históricos é adotada por poucas empresas;

• Dificuldade de aferir progresso - falta de marcos concretos e ponderados ao longo

do projeto a fim de verificar o real avanço;

• Fraco acoplamento entre as estratégias empresariais e as de Tecnologia de

Informação - priorização dos projetos de Tecnologia de Informação não está

normalmente convergente com as diretrizes da empresa, o que se traduz em

problemas;

• Cultura das organizações – Nolan (1977) define e caracteriza empresas de acordo

com seu estágio na curva de aprendizado; para as empresas que estão no início

desta curva (a grande maioria), o desafio do gerenciamento de projetos é

extenuante, com freqüente omissão dos usuários em relação ao seu envolvimento

35

requerido pelo projeto - eles pensam que isto é o negócio dos profissionais de

Tecnologia de Informação e não deles;

• Ambiente típico de desenvolvimento de projetos - falta de instrumentos, excesso

de pressão por parte dos usuários ("prazos para ontem"), falta de motivação para o

pessoal envolvido no projeto e outros fatores relacionados.

Para auxiliar esta situação, diversos padrões e modelos relacionados ao processo de

desenvolvimento foram criados. São exemplos: Capability Maturity Model (CMM), CMM

Integration (CMMI) e ISO/IEC 15504. Estes modelos serão estudados em " MODELOS DE

GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO".

Em um sentido amplo, qualquer ação ou atividade tomadas para melhorar o processo

de desenvolvimento de software pode ser definido no termo conceitual chamado de "Melhoria

de Processo de Software" (Software Process Improvement - SPI) (AKINGBEHIN, 2008). O

SPI utiliza indicadores qualitativos e quantitativos definindo uma base comparativa para guiar

suas ações de melhoria. Eles podem ser representados pelos exemplos abaixo:

Indicadores Quantitativos Indicadores Qualitativos

1. Produtividade 2. Custo de Desenvolvimento 3. Taxa de defeito 4. Estimativa LOC (Linha de Código) vs Real 5. Custo estimado x Custo Real 6. Tempo estimado x Tempo Real 7. Atraso de entrega do projeto 8. Horas extras 9. Orçamento do SPI 10. Nível do CMMI 11. Qualidade do Software

1. Técnicas de manutenção de registros 2. Comentários de código e documentação 3. Técnicas de gerenciamento de projeto 4. Uso de ferramentas CASE 5. Utilização de ferramentas de desenvolvimento 6. Utilização de ferramentas de gerenciamento de projetos 7. Fluxograma do processo de desenvolvimento 8. Garantia da qualidade técnica

Tabela 6 - Indicadores do SPI

(Fonte: Akingbehin, 2008)

Estes indicadores são apenas exemplos, cada empresa irá definir aqueles que se

aplicam melhor a sua realidade.

2.2.3 Estratégias de Outsourcing

Buscando melhorar a produtividade, reduzir custos e oferecer melhores serviços,

muitas empresas em diversos setores da indústria têm optado por terceirizar parte ou mesmo

36

toda sua tecnologia de informação (TI) (SANTOS et al. 2009). O setor estudado,

principalmente por sua característica de tecnologia intensiva, possui forte tendência ao

outsourcing como já foi apresentado. As empresas precisam acompanhar as evoluções do

mercado rapidamente e ao mesmo tempo não podem focar esforços fora de sua atividade fim.

Principalmente no desenvolvimento de software, as empresas tem repassado o controle sobre

o processo para os fornecedores de software buscando se concentrar no produto de software

final. Neste sentido vemos o fortalecimento das cláusulas de níveis de serviço (SLA - Service

Level Agreement).

Motivadores e Estratégias

Em resumo, podemos classificar como motivadores à terceirização (FERNANDES;

ABREU, 2008):

• Necessidade de aumento do foco no negócio;

• Aumento da complexidade da TI;

• Velocidade das mudanças tecnológicas;

• Risco dos investimentos em TI;

• Busca por redução de custos.

As áreas que geralmente são terceirizadas são:

• Consultorias especialistas em tecnologias especificas ("mentoring");

• Serviços de data center;

• Service Desk;

• Desenvolvimento e Manutenção de software;

Os profissionais responsáveis pela contratação e gestão dos fornecedores devem

possuir capacitação diferenciada. Eles devem possuir habilidades no planejamento e definição

dos níveis de serviço e dos contratos. Eles devem saber gerenciar o conflito de interesses entre

os objetivos da empresa e dos fornecedores.

Apesar dos motivadores citados, o outsourcing nem sempre produz resultados

positivos. O conflito de interesses entre contratada e contratante, o distanciamento entre

cliente final (solicitante) de um serviço ou produto e as equipes de desenvolvimento, são

37

alguns exemplos de fatores de dificuldade que levam a resultados inesperados. Diferentes

estratégias na gestão das contratadas também podem resultar em grandes dores de cabeça aos

gestores. São diversos os exemplos de investimentos desperdiçados por má gestão. Com o

intuito de auxiliar os gestores neste sentido, foram criadas melhores práticas para apoiar os

processos de gerenciamento de fornecedores, onde podemos citar a área Suppplier Agreement

Management do CMMI e modelos específicos para outsourcing, como Service Provider

Capability Maturity Model.

Dentre os objetivos deste trabalho está a análise destas estratégias e da utilização de

modelos para suportar esta atividade.

2.3 MODELOS DE GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Uma grande variedade de modelos de maturidade orientados à gestão da TI existem

atualmente. Esta variedade não tem impedido a proliferação de novos nos últimos anos. Estes

modelos buscam cobrir toda a atividade da TI, desde a arquitetura corporativa até o

desenvolvimento de software, ou focam em atividades específicas. A maioria dessas variantes

não têm associado modelos de avaliação e, conseqüentemente, estes modelos tem como

principal objetivo serem informativos e não normativos, no sentido de serem capazes de

utilizar dados objetivos para determinar o real nível de maturidade atingido (WALKER,

2008).

A maior parte dos modelos de maturidade possuem um atributo essencial que define

estágios, onde cada estágio representa uma realização significativa no caminho evolutivo de

uma organização ao longo de sua jornada para a maturidade. A primeira etapa da viagem

normalmente representa o estado de falta de consciência ou estar em uma posição de alto

risco, enquanto o nível de maturidade mais elevada indica a realização de um alto grau de

controle e minimização dos riscos.

Para caminhar nos estágios, boa parte dos modelos dedica enormes esforços em

melhorias de processos, que têm um impacto secundário na experiência do cliente do serviço

prestado pela empresa fornecedora (WALKER, 2008). Contrariamente às reais expectativas

das áreas clientes, a TI investe em energias enormes para cumprir os requisitos associados a

estes modelos de maturidade, os benefícios que a experiência das áreas clientes pode ser

variável no melhor dos casos, por diferentes razões. As empresas podem experimentar

resultados variáveis mesmo alegando elevados níveis de maturidade, porque os modelos de

38

processo tais como a ISO 9001 e CMMI, por vezes, subestimam a ligação necessária entre o

processo e a qualidade do produto.

Podemos agrupar os principais modelos de melhores práticas conforme a tabela

abaixo:

Modelo de Melhores Práticas

Escopo do modelo

COBIT - Control Objectives for Information and related Technology

Modelo abrangente aplicável para a auditoria e controle de processos de TI, desde o planejamento da tecnologia até a monitoração e auditoria de todos os processos.

VAL IT Modelo para a gestão do valor e investimentos de TI.

Risk IT Modelo para gestão de riscos em TI.

CMMI - Capability Maturity Model Integration (for Development)

Desenvolvimento de produtos e projetos de sistemas e software

ITIL - Information Technology Infrastructure Library

Infra-estrutura de tecnologia da informação (definição da estratégia, desenho, transição, operação e melhoria contínua do serviço).

ISO/IEC 27001 e ISO/IEC 27002

Código de prática para a gestão da segurança da informação.

Modelos ISO - International Organization for Standardization

Sistemas da qualidade, ciclo de vida de software, teste de software etc.

The eSourcing Capability Model for Service Providers (eSCM-SP)

Conjunto de práticas para provedores de serviços que usam TI de forma intensiva.

The eSourcing Capability Model for Client Organizations (eSCMCL)

Conjunto de práticas para que o cliente defina a estratégia e o gerenciamento do outsourcing de serviços de TI ou fortemente baseados em TI.

PRINCE2 - Project in Controlled Environments.

Metodologia de gerenciamento de projetos.

P3M3 - Portfolio, Programme & Project Management Maturity Model

Modelo de maturidade para o gerenciamento de projetos, programas e portfólio.

PMBOK - Project Management Body of Knowledge.

Base de conhecimento em gestão de projetos.

OPM3 - Organizational Project Management Maturity Model

OPM3 - Organizational Project Management Maturity Model

BSC - Balanced Scorecard

Metodologia de planejamento e gestão da estratégia.

Seis Sigma Metodologia para melhoramento da qualidade de processos.

TOGAF Modelo para o desenvolvimento e implementação de arquiteturas de negócio, aplicações e de tecnologia.

SAS 70 - Statement on Auditing Standards for services organizations

Regras de auditoria para empresas de serviços.

MR Mps (MPS BR) Modelo de referência brasileiro para melhoria de processo de software, baseado no CMMI e na ISO 15504.

Tabela 7 - Resumo dos principais modelos de melhores práticas

(Adaptado de Fernandes e Abreu, 2008, p. 163-164)

39

O relacionamento entre estes modelos e os domínios e componentes da disciplina de

governança (apresentados no 2.2 GESTÃO DA TI), podem ser visualizados pela figura

abaixo:

Figura 7 - Relacionamento entre principais modelos e componentes da Governança (Fonte: Fernandes e Abreu, 2008, p. 165)

Podemos observar que alguns modelos abordam os mesmos componentes. É

importante ressaltar que isto não significa que eles serão exclusivos. Os modelos podem

avaliar os componentes em níveis de detalhes diferentes, e serem assim complementares. Um

exemplo disto é quando avaliamos os objetivos de controle de processo no COBIT. A

descrição que encontramos muitas vezes não permite a implementação de um processo, é

necessário algum detalhamento. Um exemplo é dentro do processo "Gerenciar Projetos" do

COBIT utilizarmos o PMBOK. Fernandes e Abreu (2008) sugerem a utilização do COBIT,

devido a sua abrangência, como um guarda chuva de referência onde seriam selecionados os

processos. A "instanciação" dos processos seria feita por modelos detalhados, adaptados a

realidade da empresa.

40

A seguir iremos avaliar os principais conceitos dos modelos mais importantes. Este

trabalho não busca avaliar os modelos de forma profunda, apenas organizá-los para que seja

possível avaliar os resultados da pesquisa.

2.3.1 CMMI

O SW-CMM (Capability Maturity Model for Software) foi criado a partir de uma

encomenda do DoD (Departamento de Defesa norte-americano) feita em 1997 para o SEI

(Software Engineering Institute), órgão pertencente a Carnegie Mellon University. O DoD

solicitou o desenvolvimento de um modelo de qualidade para o processo de engenharia de

software. Ele acabou se tornando uma referência para o mercado.

Posteriormente foram criadas diversas variações aplicáveis a outras disciplinas, além

da engenharia de software. Cada um destas variações possuía sua própria arquitetura, o que

dificultava sua utilização em organizações com processos integrados (FERNANDES;

ABREU, 2008). Diante deste cenário foi então criado o CMMI (Capability Maturity Model

Integration) em 2002, com o objetivo de combinar as várias disciplinas em uma estrutura

única. Desta forma, o CMMI provê um modelo de referência das melhores práticas da

indústria de software e engenharia de sistemas.

Em agosto de 2006 foi publicada a versão 1.2 do CMII, incorporando uma série de

melhorias e simplificações com relação a versão anterior. Segundo o site do SEI1, está

previsto para novembro de 2010 o lançamento da versão 1.3 do modelo.

O modelo permite sua implementação através de duas abordagens distintas (SEI,

2006):

• Abordagem por Estágios

• Abordagem Contínua

Estas abordagens são apresentadas em documentos organizados por áreas de interesse

específicas, chamadas de "constelações" (SEI, 2006). Todas as constelações são baseadas em

um modelo fundamental, o framework CMMI. São constelações presentes na versão 1.2:

1 Mais informações em <http://www.sei.cmu.edu/cmmi/>.

41

• CMMI para Desenvolvimento (CMMI-DEV V1.2): Modelo que provê diretrizes

para monitorar, mensurar e gerenciar processos de desenvolvimento. Foi lançado

em agosto de 2006;

• CMMI para Serviços (CMMI-SVC V1.2): Provê diretrizes para entrega de

serviços dentro das organizações e para clientes externos. Foi lançado em

fevereiro de 2009;

• CMMI para Aquisições (CMM-ACQ V1.2): Provê diretrizes para suporte às

decisões relacionadas à aquisição de produtos e serviços. Foi lançado em

novembro de 2007.

Em alinhamento aos objetivos do trabalho, o foco da análise será sobre o modelo

CMMI-DEV. O modelo CMMI-DEV é organizado em 22 áreas de processo, que constituem

um conjunto de práticas inter-relacionadas que satisfazem um conjunto de metas. Estas áreas

de processo são agrupadas em quatro categorias:

Categoria Descrição Áreas de Processo

Gestão do Processo Agrupa áreas de processo que manipulam processos no âmbito da organização, permeando todos os projetos

• Foco no Processo Organizacional • Definição do Processo Organizacional • Treinamento Organizacional • Desempenho do Processo Organizacional • Inovação e Disseminação Organizacional

Gestão do Projeto Agrupa áreas de processo que tratam aspectos de planejamento, monitoração e controle de projetos

• Planejamento do Projeto • Controle e Monitoração do Projeto • Gestão do Acordo com o Fornecedor • Gestão Integrada do Projeto • Gestão de Riscos • Gestão Quantitativa do Projeto

Engenharia Agrupa áreas de processo relacionadas ao ciclo de vida de desenvolvimento e manutenção de produtos

• Desenvolvimento de Requisitos • Gestão de Requisitos • Solução Técnica • Integração do Produto • Verificação • Validação

Suporte Agrupa áreas de processo que possuem suas atividades distribuídas ao longo de um projeto de desenvolvimento ou manutenção de produto, onde seus objetivos são atingidos indiretamente por sua execução

• Gestão da Configuração • Garantia da Qualidade do Processo e do

Produto • Medição e Análise • Análise de Decisões e Resolução • Análise e Resolução de Causas

Tabela 8 - Categorias e Áreas de Processo do CMMI-SW

(Fonte: Adaptado de SEI, 2006)

42

Na abordagem por estágios o modelo define uma escala de cinco níveis de maturidade

teórica. Cada nível define áreas de processo que devem ser desenvolvidas, que vão desde

processos gerenciados ad hoc (Nível 1 - Inicial) até o nível otimizado (Nível 5). O nível 2

enfoca nos processos considerados essenciais para a organização das atividades de

desenvolvimento de software, gerenciamento de projetos, gerenciamento de configuração e

garantia de qualidade. A atenção no nível 3, move-se para gerir o processo de

desenvolvimento de software. Um resumo dos níveis e suas respectivas áreas de processo é

apresentado a seguir:

Nível Áreas de Processo

Nível 5 - Otimizado (Foco na inovação e melhoria contínua)

• Inovação e Disseminação Organizacional (OID) • Análise e Resolução de Causas (CAR)

Nível 4 - Gerenciado Quantitativamente (Foco na gestão quantitativa)

• Desempenho do Processo Organizacional (OPP) • Gestão Quantitativa do Projeto (QPM)

Nível 3 - Definido (Foco no processo de engenharia de produtos)

• Desenvolvimento de Requisitos (RD) • Solução Técnica (TS) • Integração do Produto (IP) • Verificação (VER) • Validação (VAL) • Foco no Processo Organizacional (OPF) • Definição do Processo Organizacional (OPD) • Treinamento Organizacional (OT) • Gestão Integrada do Projeto (IPM) • Gestão de Riscos (RSKM) • Análise de Decisões e Resolução (DAR)

Nível 2 - Gerenciado (Foco em práticas de gestão de projetos)

• Gestão de Requisitos (REQM) • Planejamento do Projeto (PP) • Controle e Monitoração do Projeto (PMC) • Gestão do Acordo com o Fornecedor (SAM) • Medição e Análise (MA) • Garantia da Qualidade do Processo e do Produto (PPQA) • Gestão da Configuração (CM)

Nível 1 - Inicial N/A

Tabela 9 - Níveis de Maturidade CMMI-SW na Abordagem por Estágios

(Fonte: Adaptado de Fernandes e Abreu, 2008, p. 210)

A definição do estágio dentro da CMMI é feita através de um ADS (Appraisal

Disclosure Statement) que identifica o contexto da avaliação e o nível de maturidade atingido.

43

O SEI não aprova formalmente a avaliação de maturidade, mas publica uma análise global

dos níveis de maturidade em uma pesquisa anual. A empresa deverá apresentar novamente

para uma nova avaliação a cada dois ou três anos, mas isso não é oficialmente controlado.

Na abordagem contínua o modelo permite que cada área de processo seja

implementada de forma independente e evolutiva. Ele agrupa suas práticas em níveis de

capacitação. Cada nível de capacitação define uma meta genérica que deve ser atingida para

os processos. Abaixo apresentamos estas metas genéricas, conforme Fernandes e Abreu

(2008):

• NC 0 (Incompleto): O processo não é executado ou é parcialmente executado, ou

seja, uma das metas específicas de sua área de processo não é satisfeita;

• NC 1 (Executado): O processo satisfaz todas as metas específicas de sua área de

processo;

• NC 2 (Gerenciado): O processo é planejado e executado de acordo com políticas

organizacionais, utiliza pessoal habilitado e recursos adequados para gerar saídas

de forma controlada e envolve os grupos interessados adequados, além de ser

Monitorado, controlado, revisado, avaliado quanto à conformidade com sua

descrição e ao desempenho previsto nos seus planos;

• NC 3 (Definido): O processo é gerenciado e adaptado a partir de um conjunto de

processos padronizados da organização que, por sua vez, também evoluem

continuamente;

• NC 4 (Gerenciado Quantitativamente): O processo é definido e controlado através

de técnicas estatísticas e outros métodos quantitativos, visando atingir os objetivos

quantificáveis de desempenho de processo e de qualidade;

• NC 5 (Otimizado): Processo quantitativamente gerenciado, adaptado para

contribuir com os objetivos atuais e projetados do negócio, e focado na melhoria

contínua de desempenho através de melhorias incrementais e inovações

tecnológicas e de processo, baseada na análise e mitigação das causas comuns de

variações.

Enquanto na abordagem por estágios as áreas de processos que devem ser

implementadas são definidas para um determinado nível, na abordagem contínua podem ser

44

selecionadas as áreas de processo desejadas e os níveis são definidos de acordo com a forma

de implementação de cada uma.

É possível implementarmos o CMMI utilizando ambas as abordagens. Neste caso,

para avançarmos no nível de maturidade por estágios devemos ter no mínimo as áreas de

processo respectivas ao determinado estágio (conforme

Tabela 9) implementada na organização cumprindo o objetivo do nível 3 da

abordagem contínua.

Publicações da SEI mostram que as organizações com processos baseados no CMMI

têm obtido benefícios comprovados, dentre eles: melhor previsibilidade dos orçamentos de

projetos e qualidade do Software, a conscientização dos problemas por parte da direção, maior

qualidade, produtividade e satisfação do cliente, bem como menores níveis de retrabalho,

custos, taxas de erro, entre outros (OLIVEIRA et al., 2009; BEYNON, 2007).

2.3.2 CobiT

O CobiT (Control Objectives for Information and Related Technology) foi criado em

1994 pela ISACF (Information System Audit and Control Foundation), órgão ligado ao

ISACA2 (Information Systems Audit and Control Association) buscando definir um conjunto

de objetivos de controle para processos de TI. Ele tem evoluído ao longo dos anos com a

adoção de práticas e padrões internacionais alinhados com outros modelos e em conformidade

com regulamentações. É o modelo com maior foco em governança de TI. Visando promover

os princípios de governança o ISACA criou o ITGI3 (IT Governance Institute) em 1998, órgão

que publicou as novas versões do CobiT. A última versão foi lançada em 2007 (versão 4.14).

O CobiT busca tratar a TI como parte integrante da estratégia corporativa (ITGI ,

2007). Neste sentido, seu principal objetivo é "contribuir para o sucesso da entrega de

produtos e serviços de TI a partir da perspectiva de negócio, com foco maior no controle que

na execução". Na sua visão, a governança de TI é realizada através das áreas:

• Alinhamento Estratégico: Busca garantir a articulação entre as empresas e os

planos de TI alinhando as operações de TI com as estratégias e operações da

empresa;

2 Mais informações no site <http://www.isaca.org>. 3 Mais informações no site <http://www.itgi.org>. 4 Ela pode ser obtida integralmente no site do ITGI.

45

• Agregação de Valor: Visa garantir que a TI oferece os benefícios prometidos

conforme a estratégia, concentrando-se na otimização de custos e provando seu

respectivo valor;

• Gerenciamento de Recursos: Visa garantir a gestão adequada dos investimento e

recursos de TI (processos, informação, infra-estrutura e pessoas);

• A gestão dos riscos exige a conscientização do risco por oficiais superiores das

empresas, uma compreensão clara do apetite da empresa por risco, a compreensão

dos requisitos de conformidade, transparência sobre os riscos significativos para a

empresa e incorporação das responsabilidades de gestão de risco na organização;

• Medição do Desempenho: Monitora a implementação da estratégia, a conclusão

do projeto, o uso de recursos, o desempenho de processos e prestação de serviços,

utilizando, por exemplo, de balanced scorecards traduzindo a estratégia em ação

para atingir metas mensuráveis além contabilidade convencional.

Elas são representadas pela Figura 8:

Figura 8 - Áreas Foco da Governança na visão CobiT (Fonte: CobiT 4.1, p. 8)

O CobiT foi estruturado com foco na gestão dos requisitos de negócio, com uma

orientação à processos. Ele utiliza mecanismos de controle através da análise de indicadores e

medições de desempenho. O CobiT separa as atividades de TI em 34 processos organizados

em 4 domínios. Através de seus processos o CobiT oferece uma linguagem comum à

organização, facilitando o entendimento das atividades da TI. A seguir apresentamos os

processos do CobiT e seus respectivos domínios:

46

Figura 9 - Domínios e Processos do CobiT e seus relacionamentos (Fonte: CobiT 4.1, p. 28)

Buscando dar uma visão da situação da empresa o CobiT também propõe um "modelo

de maturidade" e um mecanismo de "metas e medições de desempenho". Conforme extraído

do CobiT 4.1 (ITGI, 2007) sobre o modelo de maturidade:

47

O modelo de maturidade para o gerenciamento e controle dos processos de TI é baseado num método de avaliar a organização, permitindo que ela seja pontuada de um nível de maturidade não-existente (0) a otimizado (5). Este enfoque é derivado do modelo de maturidade do Software Engineering Institute (SEI) definido para a maturidade da capacidade de desenvolvimento de software. Embora siga os conceitos do SEI, a implementação CobiT difere consideravelmente do original do SEI [...] No CobiT, uma definição genérica é provida para as escalas de maturidade do CobiT as quais são similares às do CMM mas interpretadas de acordo com a natureza dos processos de gerenciamento de TI do CobiT.

Com relação ao mecanismo de "metas e medições de desempenho" o CobiT separa em

três níveis: "Metas da TI" (o que o negócio espera da TI), "Metas do Processo" (o que o

processo de TI precisa entregar para suportar os objetivos) e "Metas de Atividades" (o que

deve ocorrer dentro do processo para alcançar o desempenho requerido).

Em resumo, podemos definir o CobiT como um framework onde os "Recursos de TI"

são gerenciados por "Processos de TI" para atingir as "Metas de TI" relacionadas aos

"Requisitos do Negócio".

Figura 10 - Cubo CobiT (Fonte: CobiT 4.1, p. 27)

Foi lançada recentemente uma versão de rascunho do CobiT 5.0. Nesta ocorreu uma

consolidação do CobiT com os modelos Val IT e Risk IT, avaliados a seguir.

48

2.3.3 Val IT

O modelo Val IT foi criado em 2006 pelo ITGI, visando complementar o modelo

CobiT quanto à necessidade de demonstração do retorno que a TI oferece para o negócio. Ele

complementa o CobiT na tomada de decisões em relação aos investimentos em TI e a

realização efetiva dos benefícios.

Os princípios do Val IT são aplicados considerando 3 processos (ITGI 2006). Estes

processos são divididos em práticas gerenciais conforme a tabela abaixo:

Governança de Valor

(VG)

Gerenciamento do Portfólio

(PM)

Gerenciamento do Investimento

(IM)

VG1 – Assegurar a liderança informada e comprometida;

VG2 - Definir e implementar processos;

VG3 - Definir papéis e responsabilidades;

VG4 -Assegurar responsabilidades apropriadas e aceitas

(accountability) pelos resultados;

VG5 - Definir requisitos de informação;

VG6 - Estabelecer os requisitos de comunicação;

VG7 - Estabelecer estruturas organizacionais;

VG8 - Estabelecer a direção estratégica;

VG9 - Definir categorias de investimento;

VG10 - Determinar o mix alvo para o portfólio;

VG11 - Definir critérios de avaliação por categoria;

PM1 - Manter um inventário de recursos humanos;

PM2 - Identificar requisitos de recursos;

PM3 - Realizar um gap analysis;

PM4 - Desenvolver um plano de recursos;

PM5 - Monitorar os requisitos de recursos e a sua utilização;

PM6 - Estabelecer limites para o investimento;

PM7 - Avaliar o business case inicial do programa;

PM8 - Avaliar e atribuir um score relativo ao business case do programa;

PM9 - Criar uma visão geral do portfólio;

PM10 - Realizar e comunicar a decisão de investimento;

PM 11 - Estabelecer pontos de controle para programas selecionados;

PM12 - Otimizar o desempenho do portfólio;

PM13 - Priorizar novamente o portfólio;

PM14 - Monitorar e comunicar o desempenho do portfólio;

IM1 - Desenvolver uma definição em alto nível da oportunidade de investimento;

IM2 - Desenvolver um business case inicial do programa;

IM3 - Desenvolver um claro entendimento dos programas candidatos;

IM4 - Realizar análise de alternativas;

IM5 - Desenvolver um plano do programa;

IM6 - Desenvolver um plano de realização de benefícios;

IM7 - Identificar os custos e benefícios do ciclo de vida do investimento;

IM8 - Desenvolver um business case detalhado do programa;

IM9 -Atribuir propriedade e responsabilidade pelo resultado;

IM10 - Iniciar, planejar e lançar o programa;

IM11 - Gerenciar o programa;

IM12 - Gerenciar e acompanhar os benefícios;

IM13 - Atualizar o business case;

IM14 - Monitorar e comunicar o desempenho do programa;

IM15- Encerrar o programa

Tabela 10 - Processos e práticas gerenciais do Val T

(Fonte: ITGI, 2007)

49

O modelo veio auxiliar os gestores de TI na difícil tarefa de demonstrar o valor e

retorno dos investimentos em TI. Ele busca principalmente aumentar a transparência dos

custos, riscos e benefícios destes investimentos e auxiliar na seleção das melhores opções.

2.3.4 Risk IT

O modelo Risk IT foi criado em 2009 pelo ISACA. Assim como no Val IT o modelo

visa complementar o CobiT. Seu foco é quanto à necessidade de gestão do risco que a TI

oferece para o negócio. Enquanto o CobiT define as boas práticas para gestão de riscos,

fornecendo um conjunto de controles para mitigar os riscos de TI, o Risk IT define práticas

mais detalhadas, proporcionando uma ferramenta para as empresas identificarem, controlarem

e gerenciarem os riscos de TI.

ISACA (2009) visa proporcionar uma visão global dos riscos de negócios relacionados

com iniciativas de TI, ajudando as empresas a gerir os riscos para alcançar metas, aproveitar

as oportunidades e buscar maior retorno. Apesar de estender o CobiT, o Risk IT pode ser

adotado de forma independente.

Figura 11 - Relacionamento entre Cobit, Val IT e Risk IT

(Fonte: Adaptado de ISACA, 2009, p. 7)

O Risk IT não está limitado ao risco de segurança da informação, ele considera

também os seguintes riscos:

Risk IT Gerenciar Riscos

Val IT Gerenciar Valor

CobiT Gerenciar Processos

50

• Riscos de não entrega de projetos;

• Risco de não alcançar o valor esperado da TI;

• Risco de desacordo com regulamentação;

• Risco de falta alinhamento estratégico;

• Risco de arquitetura obsoleta ou inflexível;

• Risco de problemas nos serviços da TI.

Assim como os demais modelos do ITGI, o Risk IT é dividido em processos. Estes

processos são agrupados em três domínios: Gerenciamento do Risco (Risk Governance),

Mensuração do Risco (Risk Evaluation) e Resposta ao Risco (Risk Response). Cada um

destes domínios é composto por três processos, conforme a figura abaixo:

Figura 12 - Domínios e Processos do Risk IT (Fonte: ISACA, 2009. p. 15)

O Risk IT é um modelo bastante recente que busca ocupar uma lacuna existente entre

os modelos atuais.

51

2.3.5 PMBOK

O PMBOK (Project Management Body of Knowledge) é o padrão mais famoso

publicado pelo PMI (Project Management Institute). O PMI é considerada a organização não

governamental mais respeitada mundialmente na área de gestão de projetos. Além do

PMBOK o PMI produziu diversos outros padrões, que vão desde extensões do PMBOK a até

padrões para gestão de valor, configuração, portfólio, programas, entre outros. Neste trabalho

abordaremos o PMBOK que é o padrão de maior aceitação no mercado.

O PMBOK foi desenvolvido em regime de colaboração entre os afiliados ao PMI.

Teve sua primeira versão publicada em 1996 e sua quarta e última edição em 2009. O

principal objetivo do guia é identificar um subconjunto do conjunto de práticas de

gerenciamento de projetos que é considerado boa prática. Desta forma, o PMBOK não é

considerado uma metodologia de gerenciamento de projetos.

O PMBOK é organizado em nove áreas de conhecimento. Estas áreas possuem

processos, agrupados conforme a figura a seguir:

Figura 13 - Áreas de Conhecimento e Processos do PMBOK (Fonte: PMBOK, 2004)

As áreas de conhecimento agrupam os processos conforme sua área de interesse.

processos também são organizados

Figura

No PMBOK os processos são detalhados definindo as entradas (material necessário

para o processo em questão), ferramentas e técnicas necessárias na etapa e as saídas do

processo (entregáveis, como por exemplo documentações).

Os conjuntos de con

qualquer natureza, inclusive, de

2.3.6 PRINCE 2

Criado inicialmente pelo CCTA (Central Computer and Telecommunications

Agency), órgão do governo britânico,

metodologia de gerenciamento de projetos. Ela foi desenvolvida tendo como base outra

metodologia, a PROMPT II

adotada pelo CCTA, que, posteriorment

Posteriormente, em abril de 2001, o CCTA foi incorporado pelo OGC (Office of

Government Commerce) que é o órgão responsável pela metodologia atualmente.

versão foi lançada em 2009, que é considerada uma revisão da versão de 20

usado pelo governo britânico e pelo setor privado, principalmente na Grã

Na versão de 2009 foram criados dois guias

Iniciação

•Agrupa os processos responsáveis pela autorização formal de início de projetos ou fases;

Planejamento

•Agrupa processos responsáveis pela elaboração de artefatos relativos ao planejamento, como: Cronogramas, orçamentos, planos, etc.;

As áreas de conhecimento agrupam os processos conforme sua área de interesse.

organizados conforme sua execução em cinco grupos. Abaixo

Figura 14 - Agrupamento de Processos do PMBOK (Fonte: Adaptado do PMI, 2004)

No PMBOK os processos são detalhados definindo as entradas (material necessário

para o processo em questão), ferramentas e técnicas necessárias na etapa e as saídas do

processo (entregáveis, como por exemplo documentações).

Os conjuntos de conhecimentos do PMBOK podem ser aplicados a projetos de

qualquer natureza, inclusive, de software.

Criado inicialmente pelo CCTA (Central Computer and Telecommunications

do governo britânico, a PRINCE (Projects in Controlled Environments) é uma

metodologia de gerenciamento de projetos. Ela foi desenvolvida tendo como base outra

metodologia, a PROMPT II, criada por uma empresa privada em 1975. A PROMPT II foi

adotada pelo CCTA, que, posteriormente lançou a PRINCE.

Posteriormente, em abril de 2001, o CCTA foi incorporado pelo OGC (Office of

Government Commerce) que é o órgão responsável pela metodologia atualmente.

versão foi lançada em 2009, que é considerada uma revisão da versão de 20

usado pelo governo britânico e pelo setor privado, principalmente na Grã

Na versão de 2009 foram criados dois guias (MURRAY, 2009):

Planejamento

Agrupa processos responsáveis pela elaboração de artefatos relativos ao planejamento, como: Cronogramas, orçamentos, planos, etc.;

Execução

•Processos responsáveis pela execução do trabalho definido no planejamento, conforme requsitos do projeto e produto;

Monitoramento e Controle

•Processos responsávei pela medição do desempenho do projeto e pela implementação de ações corretivas no caso de desvios;

52

As áreas de conhecimento agrupam os processos conforme sua área de interesse. Os

sua execução em cinco grupos. Abaixo:

No PMBOK os processos são detalhados definindo as entradas (material necessário

para o processo em questão), ferramentas e técnicas necessárias na etapa e as saídas do

hecimentos do PMBOK podem ser aplicados a projetos de

Criado inicialmente pelo CCTA (Central Computer and Telecommunications

PRINCE (Projects in Controlled Environments) é uma

metodologia de gerenciamento de projetos. Ela foi desenvolvida tendo como base outra

, criada por uma empresa privada em 1975. A PROMPT II foi

Posteriormente, em abril de 2001, o CCTA foi incorporado pelo OGC (Office of

Government Commerce) que é o órgão responsável pela metodologia atualmente. Sua última

versão foi lançada em 2009, que é considerada uma revisão da versão de 2005. Atualmente é

usado pelo governo britânico e pelo setor privado, principalmente na Grã-Bretanha.

Monitoramento e

responsávei pela

desempenho do

implementação

caso de desvios;

Encerramento

•Processos responsáveis pela finalização formal do projeto ou de uma fase;

53

• Managing Successful Projects with PRINCE 2: Este guia foi concebido para ser

um manual prático específico para gerentes de projeto;

• Directing Successful Projects with PRINCE 2: fornece um guia para aqueles que

dirigem ou patrocinam projetos.

A metodologia é composta por oito processos, oito componentes e três técnicas,

conforme a tabela abaixo:

Processos Componentes Técnicas

• Criando um projeto (SU - Starting up a project)

• Dirigindo um projeto (DP - Directing a project)

• Iniciando um projeto (IP - Initiating a project)

• Gerenciando fronteiras de um estágio (SB - Managing Stage Boundaries)

• Controlando um estágio (CS - Controlling a Stage)

• Grenciando a entrega do produto (MP - Managing product delivery)

• Fechando um projeto (CP - Closing a project)

• Planejando (PL - Planning)

• Business case • Organização • Planos • Controles • Gestão de Riscos • Qualidade no ambiente de

projeto • Gestão de configuração

• Planejamento baseado em produto (elaboração do equivalente ao WBS no PMBOK)

• Técnica de controle de mudança

• Técnica de revisão de qualidade

Tabela 11 - Processos, Componentes e Técnicas do PRINCE 2

(Fonte: Adaptado de Fernandes e Abreu, 2008, p. 262-267)

Neste trabalho não iremos detalhar os processos, componentes e técnicas apresentados.

Para que possamos ter uma visão geral do modelo é apresentado na página a seguir o fluxo

completo de gerenciamento de projetos proposto (CAULKIN; DAVIES, 2009):

54

Figura 15 - Visão Geral do PRINCE 2 (Fonte: Caulkin e Davies, 2009)

55

O PRINCE 2 possui um modelo de maturidade próprio, baseado no CMM. Desta

forma, ele possui também cinco níveis de maturidade.

O PRINCE 2 é considerado uma metodologia de gerenciamento de projetos,

diferentemente do PMBOK, que é uma consolidação de melhores práticas. O PRINCE 2 pode

ser utilizado em projetos de quaisquer natureza (assim como o PMBOK).

2.3.7 ITIL

Assim como o modelo PRINCE, o ITIL (Information Technology Infrastructure

Library) foi desenvolvido pelo CCTA (Central Computer and Telecommunications Agency)

do governo britânico, nos anos 80. O objetivo era aumentar a qualidade dos serviços prestados

pela TI. Com a incorporação do CCTA pelo OGC, o órgão se tornou o responsável pela

evolução e divulgação do ITIL. A última versão (versão 3) foi lançada em maio de 2007. Ela

foi considerada uma grande evolução com relação a versão anterior, por organizar os

processos de gerenciamento de serviços em uma estrutura de ciclo de vida.

A ITIL é um agrupamento de melhores práticas no gerenciamento de serviços de TI de

alta qualidade. Elas foram obtidas em consenso após décadas de observação prática, pesquisa

e trabalho de profissionais de TI e processamento de dados em todo mundo.

A metodologia possui os seguintes componentes (OGC, 2007):

• Núcleo da ITIL: Melhores práticas aplicáveis a todos os tipos de organizações que

fornecem serviços para um negócio.

• Orientação Complementar à ITIL: É um conjunto de publicações complementares

destinadas a especializar a implementação e a utilização das práticas do núcleo.

O Núcleo é formado por 5 publicações, cada uma delas relacionada a um estágio do

ciclo de vida do serviço, e possui as orientações para o gerenciamento integrado de serviços.

São elas: Estratégia de Serviço, Desenho de Serviço, Transição de Serviço, Operação de

Serviço, Melhoria de Serviço Continuada.

56

Figura 16 - ITIL Core (Fonte: OGC, 2007)

OS processos da ITIL V3 se distribuem entre os 5 estágios apresentados, conforme a

tabela abaixo:

Publicações Componentes Funções

Estratégia de Serviço • Gerenciamento Financeiro de TI; • Gerenciamento do Portfólio de Serviços; • Gerenciamento da Demanda.

Desenho de Serviço • Gerenciamento do Catálogo de Serviços; • Gerenciamento do Nível de Serviço; • Gerenciamento da Capacidade; • Gerenciamento da Disponibilidade; • Gerenciamento da Continuidade de Serviço; • Gerenciamento de Segurança da Informação; • Gerenciamento de Fornecedor;

Transição de Serviço • Gerenciamento de Mudança; • Gerenciamento da Configuração e de Ativo

de Serviço; • Gerenciamento da Liberação e Implantação; • Validação e Teste de Serviço; • Avaliação; • Gerenciamento do Conhecimento;

Operação de Serviço • Gerenciamento de Evento; • Gerenciamento de Incidente; • Cumprimento de Requisição; • Gerenciamento de Problema; • Gerenciamento de Acesso;

• Central de Serviço; • Gerenciamento Técnico; • Gerenciamento das Operações

de TI; • Gerenciamento de Aplicativo;

Melhoria de Serviço Continuada

• Relatório de Serviço; • Medição de Serviço;

Tabela 12 - Processos da ITIL V3

57

De acordo com o modelo, podemos considerar um serviço como um meio de entregar

valor aos clientes, auxiliando no alcance dos resultados que os clientes desejam. Para o ITIL

os serviços devem isolar dos clientes sua complexidade estrutural, ou seja, dos detalhes

técnicos e operações de baixo nível para sua execução, o que chamamos de encapsulamento.

O modelo divide os provedores de serviços como internos, unidades de serviços

compartilhados, ou externos. Internos são as áreas da própria organização, menos flexíveis e

arriscadas. As unidades de serviços compartilhados possuem risco e flexibilidade médios. No

caso dos provedores externos o risco ao negócio é maior, porém são mais flexíveis. Os

serviços são divididos em duas categorias: Serviços de negócio (definidos pelas áreas de

negócio) e os serviços de TI (fornecidos pela TI para suportar o negócio, porém, não são

reconhecidos por agregar valor diretamente).

Dentro da etapa de desenvolvimento da estratégia, o modelo salienta que deve ser

levado em consideração o estilo de gestão organizacional presente na empresa. Estes estilos

são representados pelos seguintes estágios:

1 - Rede: Entrega de serviços rápida, informal e por demanda. O desafio deste estilo é

a liderança;

2 - Diretivo: Possui equipe habilidosa em gestão para dirigir a estratégia e gerentes

com responsabilidades funcionais. Possui como desafio a autonomia;

3 - Delegação: Estilo que dá maior poder aos gerentes. Seu desafio é o controle;

4 - Coordenação: Utiliza sistemas e processos formais para melhorar a coordenação.

O desafio do estilo é a burocracia;

5 - Colaboração: Possui forte sintonia entre TI e negócio, dando maior flexibilidade,

onde os gerentes são altamente qualificados em trabalho em equipe e resolução de

conflitos.

Um ponto importante quanto a organização é a definição da estratégia de outsourcing.

É preciso definir o que terceirizar, com qual formato (insourcing, serviços compartilhados,

full outsourcing, formato dos contratos, etc.), se serão utilizados múltiplos fornecedores,

como serão as interfaces, papéis e responsabilidades. Estas definições foram evoluções da

versão 3 do modelo.

No estágio "Estratégia de Serviço" define princípios básicos que direcionam o

gerenciamento de serviços. Eles devem mostrar como uma organização poderá transformá-los

em um ativo estratégico.

58

No estágio "Desenho de Serviço" é definida como "o desenho dos serviços de TI

apropriados e inovadores, incluindo suas arquiteturas, processos, políticas e documentação

para atender os requisitos do negócio atuais e futuros". Ela envolve atividades das seguintes

disciplinas:

• Engenharia de Requisitos;

• Gerenciamento de Dados e Informações;

• Gerenciamento de Aplicativo.

No estágio "Estratégia de Serviço" o principal objetivo é colocar no ambiente de

produção, ou seja, em operação, os serviços que saem do estágio "Desenho de Serviço".

Devem ser cumpridos os requisitos preestabelecidos para o serviço com o menor impacto nas

operações atuais. É uma etapa crítica, que deve ser planejada considerando a realidade da

empresa.

A etapa "Operação de Serviço" é considerada a mais crítica dentro do ciclo de vida

do serviço. Engloba todas as atividades necessárias para suportar e entregar os serviços. Seu

maior desafio é garantir a entrega dos serviços planejados considerando as incertezas do

ambiente, com mudanças frequentes e imprevisíveis. São funções da etapa:

• Central de Serviço (Service Desk): Responsável por responder às questões,

reclamações e problemas dos usuários garantindo a execução dos serviços de

forma esperada;

• Gerenciamento Técnico (Technical Management): Equipe de conhecimento

técnico especializado responsável pelo suporte à operação;

• Gerenciamento de Operações de TI (IT Operations Management): Funções

relacionadas ao gerenciamento das atividades envolvidas no dia a dia das

operações de TI;

• Gerenciamento de Aplicativo (Aplication Management): Responsável por

gerenciar os aplicativos ao longo do seu ciclo de vida, incluindo atividades de

desenvolvimento, como levantamento de requisitos, planejamento, desenho,

construção e teste, e gerenciamento, como implantação, operação, suporte.

A etapa "Melhoria de Serviço Continuada

serviços de TI e as necessidades do negócio, identificando e implementando melhorias de

forma contínua. O acompanhamento dos resultados as mudanças implementadas deve ser

acompanhado com medições, como por exemplo número

investimento, etc. Deve ser conduzido por uma equipe com autonomia e autoridade para

promover as mudanças e devem considerar influências externas e internas. A etapa surgiu na

versão 3 do ITIL.

O modelo ITIL tem sido amplamente usado em projetos e operações contínuas

envolvendo serviços de infra

áreas, incluindo gerenciamento de serviços relacionados a aplicações, operações

software (com ou sem outsourcing

5) Analisar os dados

6) Apresentar análise e planos de

ação

7) Implementar ação corretiva

Melhoria de Serviço Continuada" busca manter o alinhamento entre os

serviços de TI e as necessidades do negócio, identificando e implementando melhorias de

forma contínua. O acompanhamento dos resultados as mudanças implementadas deve ser

acompanhado com medições, como por exemplo número de falhas, retorno sobre

investimento, etc. Deve ser conduzido por uma equipe com autonomia e autoridade para

promover as mudanças e devem considerar influências externas e internas. A etapa surgiu na

Figura 17 - Processo de melhoria em 7 passos (Fonte: Adaptado de Xansa et al., 2007, p. 36)

O modelo ITIL tem sido amplamente usado em projetos e operações contínuas

envolvendo serviços de infra-estrutura, porém, a metodologia pode ser utilizada em outras

áreas, incluindo gerenciamento de serviços relacionados a aplicações, operações

outsourcing), entre outros.

1) Definir o que é recomendável

medir

2) Defiir o que é possível medir

3) Obter os dados

4) Processar os dados

5) Analisar os dados

análise e planos de

7) Implementar ação corretiva

59

busca manter o alinhamento entre os

serviços de TI e as necessidades do negócio, identificando e implementando melhorias de

forma contínua. O acompanhamento dos resultados as mudanças implementadas deve ser

de falhas, retorno sobre

investimento, etc. Deve ser conduzido por uma equipe com autonomia e autoridade para

promover as mudanças e devem considerar influências externas e internas. A etapa surgiu na

O modelo ITIL tem sido amplamente usado em projetos e operações contínuas

estrutura, porém, a metodologia pode ser utilizada em outras

áreas, incluindo gerenciamento de serviços relacionados a aplicações, operações de fábrica de

2) Defiir o que é possível medir

3) Obter os dados

60

2.3.8 ISSO/IEC 2000

É considerado o primeiro padrão mundial exclusivamente direcionado para o

gerenciamento de serviços de TI. Foi publicado inicialmente pelo British Standards

Instituition's Standard for IT Service Management (BSI) em 2000 como norma BS 15000.

Desde sua primeira publicação, já totalmente alinhada com as diretrizes da ITIL.

Por ser uma norma britânica, existia uma dificuldade em sua difusão, por este motivo a

International Organization for Standardization (ISSO), em conjunto com o International

Eletrotechnical Comission (IEC) transformou a BS15000 em ISSO/IEC 20000 em 2005.

A ABNT constituiu no Brasil uma comissão para posicionar a norma no mercado

brasileiro. Em junho de 2008 foi realizado um evento para o lançamento da versão brasileira

da norma, com o nome ABNT NBR ISSO/IEC 20000.

Os principais objetivos do modelo são padronizar conceitos e visão relativos aos

processos que implementam serviços de TI, auxiliando no planejamento, execução,

verificação e melhoria da qualidade de sua entrega.

A norma está estruturada em duas partes:

• Parte 1 - Especificação: É a especificação formal da norma. Descreve o que levar

em consideração na implementação do gerenciamento de serviços de TI;

• Parte 2 - Código de Prática: É um guia prático que visa orientar as empresas na

implantação da norma, através de um conjunto de diretrizes.

A norma define um conjunto de processos inter-relacionados, conforme a figura a

seguir:

Além de descrever os processos listados na

considera as seções:

• Escopo;

• Termos e Definições;

• Requisitos para um

• Planejando e Implementando o gerenciamento de serviço;

• Planejando e implementando serviços novos ou modificados;

Pelo alinhamento, a ISO/IEC 20000 pode ser considerada uma ferramenta de

certificação das organizações quanto ao conceitos

2.3.9 eSCM-SP

O modelo eSCM-

apresenta um ponto de vista das empresas prestadoras de serviços quanto ao outsourcing de

serviços de TI. Sua primeira versão foi lançada em 2001. A versão atual foi coordenada pela

Carnegie Mellon University (também administradora do SEI) e publicada em 2006. O modelo

Processos de Entrega de

Serviço

Processos de Controle

Processos de Liberação

Processos de Resolução

Processos de Relacionamento

Figura 18 - Processos da ISO/IEC 20000

Além de descrever os processos listados na Figura 18, cada parte da norma também

Termos e Definições;

Requisitos para um sistema de gestão;

Planejando e Implementando o gerenciamento de serviço;

Planejando e implementando serviços novos ou modificados;

Pelo alinhamento, a ISO/IEC 20000 pode ser considerada uma ferramenta de

certificação das organizações quanto ao conceitos e práticas da ITIL.

-SP (The eSourcing Capability Model for Service Providers)

apresenta um ponto de vista das empresas prestadoras de serviços quanto ao outsourcing de

serviços de TI. Sua primeira versão foi lançada em 2001. A versão atual foi coordenada pela

rnegie Mellon University (também administradora do SEI) e publicada em 2006. O modelo

•Gerenciamento de Capaciade

•Gerenciamento de Continuidade e Disponibilidade do Serviço

•Gerenciamento de Nível de Serviço

•Relato de Serviço

•Gerenciamento da Segurança da Informação

•Orçamento e Contabilização para Serviços de TI

Processos de Entrega de

•Gerenciamento de Configuração

•Gerenciamento de Mudanças

•Gerenciamento de LiberaçãoProcessos de Liberação

•Gerenciamento de Incidentes

•Gerencimento de ProblemasProcessos de Resolução

•Gerenciamento de Relacionamento com o Negócio

•Gerenciamento de FornecedoresProcessos de Relacionamento

61

, cada parte da norma também

Planejando e implementando serviços novos ou modificados;

Pelo alinhamento, a ISO/IEC 20000 pode ser considerada uma ferramenta de

SP (The eSourcing Capability Model for Service Providers)

apresenta um ponto de vista das empresas prestadoras de serviços quanto ao outsourcing de

serviços de TI. Sua primeira versão foi lançada em 2001. A versão atual foi coordenada pela

rnegie Mellon University (também administradora do SEI) e publicada em 2006. O modelo

Gerenciamento de Continuidade e Disponibilidade do

Gerenciamento da Segurança da Informação

Orçamento e Contabilização para Serviços de TI

Gerenciamento de Relacionamento com o Negócio

62

conta com a participação da COPPE (Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em

Engenharia) da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Os principais objetivos do modelo são fornecer orientações para melhorar a

capacidade dos provedores de serviços ao longo do ciclo de vida do sourcing. O modelo

define o ciclo do sourcing pelas fases:

• Ongoing: representa o conjunto de funções gerenciais necessárias em todo ciclo;

• Iniciação: Representa atividades de negociação, análise de requisitos, contratação,

alocação de recursos, etc.;

• Entrega: Representa a entrega de serviços conforme os requisitos definidos,

treinamento, gerenciar mudanças e problemas, etc.;

• Encerramento: Contempla o gerenciamento da transferência de serviços entre

provedores de serviços, garantindo a continuidade de sua operação.

O modelo é composto pela reunião de 84 melhores práticas organizadas ao longo do

ciclo de vida do sourcing e agrupadas por área de capacitação e nível de capacitação. As áreas

de capacitação representam um agrupamento lógico das práticas, conforme a lista baixo:

• Gestão de Riscos (Risk Management);

• Gestão do Conhecimento (Knowledge Management);

• Gestão de Pessoas (People Management);

• Gestão da Performance (Performance Management);

• Gestão de Ameaças (Threat Managent);

• Gestão da Tecnologia (Tecnology Mangement);

• Entrega do Serviço (Service Delivery);

• Transferência do Serviço (Service Transfer);

• Desenho e Implementação do Serviço (Service Design & Deployment);

• Contratação (Contracting).

Os níveis definem um caminho evolutivo do fornecedor de serviços, conforme:

• Nível 1: Provedor de Serviços;

• Nível 2: Atendendo Consistentemente os Requisitos;

63

• Nível 3: Gerenciamento do Desempenho Organizacional;

• Nível 4: Fornecendo Valor Proativamente;

• Nível 5: Sustentando a Excelência.

Diferente do CMMI, uma mesma área de capacitação pode estar em mais de uma fase

do ciclo de sourcing pois as práticas são distribuídas ao longo do ciclo de sourcing e pelos

níveis de capacitação.

2.3.10 eSCM-CL

O modelo eSCM-CL (The eSourcing Capability Model for Client Organizations) foi

motivado pelo fortalecimento do outsourcing a nível mundial. Começou a ser desenvolvido

em 2003 visando prover melhores práticas pára os tomadores de serviços. Assim como o

eSCM-SP é coordenado pela Carnegie Mellon University e conta com a participação da

COPPE. A última versão foi liberada em 2006 para uso internacional.

Alguns dos principais objetivos do modelo são prover melhores práticas para clientes

visando melhorar as capacidades em relação as atividades de sourcing e ajudar organizações a

estabelecer, gerenciar e sustentar melhoria contínua em suas relações de sourcing.

Possui estrutura similar ao eSCM-SP, a diferença é a existência de uma etapa de

análise no ciclo de sourcing. As áreas de capacitação são as mesmas e ele também possui

cinco níveis de qualificação, conforme:

• Nível 1: Desempenhando o Sourcing;

• Nível 2: Gestão consistente do Sourcing;

• Nível 3: Gerenciamento organizacional do desempenho do Sourcing;

• Nível 4: Aperfeiçoar o valor proativamente;

• Nível 5: Sustentando a Excelência.

2.3.11 Seis Sigma

O termo foi definido em 1986 pelo engenheiro da Motorola, Bill Smith, a partir de

informações da força de vendas quanto a grande quantidade de reclamações de uso de

64

garantias pelos clientes. Em 1987 a empresa lançou um programa visando reduzir o número

de defeitos para "seis sigma"5, ou seja, 3,4 defeitos por milhão de oportunidades, seguindo o

modelo seis sigma. Graças aos resultados alcançados a Motorola ganhou o prêmio Malcolm

Baldrige National Quality Award, prêmio nacional de qualidade norte-americano.

Posteriormente a Motorola ofereceu treinamentos de formação no modelo. Em 2002 a

empresa recebe novamente o premio MBNQA transformando o seis sigma em uma

metodologia de fato.

O principal objetivo da metodologia é a melhoria do desempenho do negócio por meio

da melhoria do desempenho de processos, com a meta de obter o desempenho de seis sigma,

ou seja, 3,4 defeitos por milhão de oportunidades. O modelo usa os conceitos do "Total

Quality Management", porém, enquanto o TQM visa a melhoria de toda a organização o seis

sigma visa somente melhorias que agreguem valor ao cliente.

O seis sigma utiliza o modelo DMAIC que significa "Define, Measure, Analyze,

Improve and Control" como as etapas de evolução dos processos, conforme:

• Identificar processos essenciais e clientes-chaves;

• Definir necessidades dos clientes;

• Medir o desempenho atual;

• Priorizar, analisar e implantar melhorias;

• Expandir e integrar o sistema Seis Sigma.

O Seis Sigma permite a utilização de diversas ferramentas e técnicas. Conforme

Fernandes e Abreu (2008), podemos considerar como exemplos destas ferramentas: Digrama

de Pareto, BSC, estatística básica e descritiva, Goal Driven Measurement, análise de

variância, regressão linear, entre outros.

Para aplicação do modelo devem ser definidos os seguintes papéis e

responsabilidades:

• Grupo de liderança;

• Patrocinador ou campeão;

• Líder da implantação;

• Coach;

5 Conceito da curva de Gauss, introduzido por Carl Frederick Gauss (1777-1855)

65

• Líder de equipe;

• Membros da equipe do projeto;

• Dono do processo.

Além destes papéis, com relação a capacitação no modelo, podemos classificar as

equipes em:

• "Faixa Preta" (Black Belts): Profissionais com domínio da metodologia e com

experiência de implantação bem sucedida da metodologia em, no mínimo dois

projetos;

• "Mestre Faixa Preta": Seriam os profissionais "Faixa Preta" com experiências de

sucesso em múltiplos projetos utilizando a metodologia;

• "Faixas Verdes": Profissionais com conhecimento da metodologia com

capacidade de coletar e analisar os dados.

O Seis Sigma tem sido adotado por muitas empresas de desenvolvimento de software

para identificar problemas em projetos de software e processos, encontrar as melhores

soluções para os problemas identificados, e melhorar os processos de desenvolvimento (PAN

et al., 2007). No entanto, a adoção na indústria de software é diferente das tradicionais

indústrias de manufatura devido à intangibilidade, complexidade e mutabilidade de produtos

de software. Ela requer a integração com outras abordagens na melhoria do processo de

software, tais como o uso conjunto do CMM / CMMI. Já existem alguns frameworks

propostos utilizando o Seis Sigma com foco específico no processo de software (HABIB et

al., 2008).

2.3.12 Balanced Scorecard

O modelo surgiu através de uma pesquisa realizada pelo Nolan Norton Institute sobre

o processo de medição de desempenho nas organizações do futuro. O estudo se motivou na

crença de que medir o desempenho apenas com base em indicadores financeiros não era

suficiente para auxiliar as empresas na criação de valor econômico futuro. O estudo foi

desenvolvido no ano de 1990 e envolveu diversas empresas, como: Apple Computer, Bell

South, DuPont, GE, HP, Shell, entre outras.

66

Como resultado, os pesquisadores desenvolveram um scorecard multidimencional, que

foi chamado de Balanced Scorecard (BSC). Este scorecard se dividia em quatro perspectivas:

financeira, clientes, processos internos e aprendizado e crescimento.

O primeiro resultado do estudo foi publicado na Harvard Business Review (1992) com

o título "The Balanced Scorecard - Measures that drive performance".

Para permitir o alinhamento e garantir a comunicação efetiva da estratégia e seus

desdobramentos pela empresa, entre 2001 e 2004, foram desenvolvidos os "Mapas

Estratégicos". Eles realizam uma ligação com relação de causa e efeito entre os indicadores

das perspectivas do BSC.

Em resumo, o BC visa traduzir a estratégia da empresa em níveis organizacionais,

através da transformação da mesma em tarefas, garantindo o alinhamento de toda a

organização.

As etapas para a construção do BSC são:

1. Definir a visão de futuro da empresa;

2. Decompor a visão nas perspectivas: financeira, cliente, processos internos e

aprendizado/crescimento;

3. Definir objetivos estratégicos para as perspectivas conforme a decomposição da

visão;

4. Definir medições estratégicas, que são os indicadores de resultado e de

desempenho para cada objetivo;

5. Determinar as relações de causa e efeito entre os objetivos;

6. Definir o scorecard, que é a representação dos objetivos e suas relações de causa e

efeito, por perspectiva;

7. Desdobrar o scorecard por unidade organizacional até o nível mais baixo;

8. Determinar metas para os indicadores de resultado e de desempenho;

9. Definir plano de ação, que serão as iniciativas (projetos, ações, serviços, etc.) para

alcançar os objetivos;

10. Implantar o modelo, comunicando o BSC para toda a organização;

11. Evoluir o modelo de forma contínua.

Abaixo apresentamos um exemplo

e efeito entre objetivos das di

Figura 19 - Visão Geral do BSC (Fonte: Learn.com)

Abaixo apresentamos um exemplo simplificado de um mapa com as relações de causa

entre objetivos das diferentes perspectivas:

Figura 20 - Relação de Causa e Efeito

(Fonte: Silva, 2003)

67

mapa com as relações de causa

68

Melhorar a comunicação e o alinhamento, traduzindo a estratégia corporativa em

objetivos e indicadores claros, é o grande trunfo do BSC. Por este motivo ela tem sido

amplamente usada como ferramenta de auxílio na definição dos objetivos e estratégias

corporativas e da própria TI.

2.3.13 TOGAF

O modelo TOGAF foi desenvolvido pelo Open Group. O Open Group é uma

organização não governamental e não vinculada a fornecedores nem a consórcios de

tecnologia, dedicada a promover a integração da informação com base em padrões abertos.

Ela busca por requisitos atuais e emergentes para estabelecer políticas e definir melhores

práticas, além de integrar especificações de tecnologias abertas ("open sources") e controlar

suas certificações, como ocorre no caso do Unix.

A versão 1 do modelo ocorreu em 1995, e se baseou em um modelo desenvolvido pelo

Departamento de Defesa Norte Americano6. A versão 9 é a atual, e foi liberada em 2009.

O principal objetivo do modelo é padronizar um método para o desenvolvimento de

uma "Arquitetura Corporativa", desde a arquitetura de negócio até a arquitetura de TI. Outros

objetivos do modelo são: permitir a interoperabilidade entre arquiteturas e componentes,

permitir a reutilização de componentes das arquiteturas e ativos de processos.

O modelo utiliza o conceito de que a "Arquitetura Corporativa" é "a organização de

processos de negócios e infra-estrutura de TI refletindo a integração e a padronização dos

requisitos do modelo de operação da empresa" (GROUP, 2009). Ele divide a arquitetura

corporativa em:

• Business Architecture: Processos de Negócio, organização, pessoas, etc.;

• Application Architecture: Arquitetura dos serviços, sistemas de informação, etc.;

• Data Architecture: Arquitetura dos dados e informação em geral;

• Technology Architecture: Arquitetura de hardware, software, rede, etc.

Os processos presentes no ciclo de desenvolvimento da arquitetura, definido no

TOGAF, é apresentado através da figura a seguir:

6 Modelo TAFIM - Technical Archtecture Framework for Information Management.

Figura

O TOGAF possui 2

"Enterprise Continuum"

Continuum" seria um repositório da virtual dos ativos de arquit

descrições de arquiteturas, etc.) que visa permitir o reuso destes artefatos. O "Foundation

Architecture" define a arquitetura base, que seriam os

as demais arquiteturas (ou seja, todas as arquiteturas derivam delas).

2.3.14 ISO 9001:2000

É a evolução do conjunto de normas ISO 9000 criado no início da década de 90,

constituído pela ISO 9000, ISO 9001, ISO 9

Figura 21 - Ciclo de Desenvolvimento da Arquitetura (Fonte: Group, 2009)

2 componentes para gerenciar as arquiteturas e seus repositórios

e o "Foundation Architecture". Em resumo, o "Enterprise

Continuum" seria um repositório da virtual dos ativos de arquitetura (modelos, padrões,

descrições de arquiteturas, etc.) que visa permitir o reuso destes artefatos. O "Foundation

Architecture" define a arquitetura base, que seriam os padrões que apóiam a criação de todas

as demais arquiteturas (ou seja, todas as arquiteturas derivam delas).

É a evolução do conjunto de normas ISO 9000 criado no início da década de 90,

constituído pela ISO 9000, ISO 9001, ISO 9002, ISO 9003 e ISO 90003

69

componentes para gerenciar as arquiteturas e seus repositórios: o

resumo, o "Enterprise

tura (modelos, padrões,

descrições de arquiteturas, etc.) que visa permitir o reuso destes artefatos. O "Foundation

padrões que apóiam a criação de todas

É a evolução do conjunto de normas ISO 9000 criado no início da década de 90,

002, ISO 9003 e ISO 90003 (FERNANDES;

70

ABREU, 2008). Atualmente há somente a ISO 9001 que abrange todo o ciclo de vida de um

produto ou serviço.

Todos os requisitos da norma são genéricos, ou seja, foram definidos de forma a serem

aplicáveis em todos os tipos de organizações, independente de tamanho, produtos, setores, etc.

Ela aplica os princípios de gestão da qualidade total e é composta pelos seguintes elementos:

• Sistema de Gestão da Qualidade:

o Visa identificar os processos necessários para o sistema de gestão da

qualidade e sua aplicação em toda a organização, além de determinar a

seqüência e interação desses processos;

• Requisitos de Documentação:

o Define a documentação necessária para o sistema de qualidade, incluindo a

política da qualidade, manual da qualidade, entre outros;

• Responsabilidade da Direção:

o Devem demonstrar o envolvimento, patrocínio, o comprometimento e

responsabilidade da direção com relação ao sistema de qualidade;

• Gestão de Recursos:

o Busca prover a organização com recursos necessários para a implantação e

funcionamento dos sistemas de qualidade, incluindo recursos financeiros,

humanos e de infra-estrutura;

• Realização do Produto:

o Contempla a realização do produto desde o planejamento, definindo os

requisitos do produto, até a verificação e validação do projeto de

desenvolvimento;

• Medição, análise e melhoria:

o Avalia a satisfação do cliente, realiza auditorias internas do sistema de

qualidade, mede e monitora processos, produtos e serviços visando a

melhoria contínua através de ações corretivas e preventivas.

Por ser um modelo genérico, seus conceitos podem ser utilizados pelas áreas de TI.

71

2.3.15 ISO/IEC 12207

Norma criada visando orientar os processos do ciclo de vida de software. Ela define

um framework que possibilita a utilização de uma linguagem comum para a criação e o

gerenciamento de software. A norma cobre o ciclo de vida completo, incluindo a concepção,

descarte, aquisição e suprimento de produtos de software, processos de melhoria, etc. Ela

define processos e atividades mas não como implementá-los.

Processos do ciclo de vida primário

Aquisição

Suprimento

Desenvolvimento Operação

Manutenção

Processos de suporte ao ciclo de vida

Documentação

Gestão da Configuração

Garantia da Qualidade

Verificação

Validação

Revisão Conjunta

Auditoria

Resolução de Problemas

Processos organizacionais do ciclo de vida

Gestão Infra-Estrutura

Melhoria Treinamento

Figura 22 - Estrutura da ISO/IEC 12207

2.3.16 ISO/IEC 9126

A norma ISO/IEC 9126 trata da avaliação do produto de software, pelo ponto de vista

de suas características de qualidade. Ela sugere que a avaliação da qualidade de softwares seja

relacionada aos requisitos: Funcionalidade, Confiabilidade, Usabilidade, Eficiência,

Manutenibilidade e Portabilidade.

Cada um dos requisitos de qualidade se subdivide nos subconjuntos listados a seguir:

Figura

2.3.17 MR-MPS

É um modelo de referência desenvolvido com foco no mercado brasileiro, visando a

melhoria do processo de software

ISO/IEC 155047, considerando

médio e pequeno porte.

Ele é promovido e patrocinado por instituições governamentais e não governamentais,

como: CenPRA (Centro de Pesquisas Renato Archer), Programa de Engenharia de Sistemas e

Computação da UFRJ, Universidade Ca

7 Norma que propõe um modelo de avaliação de

no presente trabalho.

Funcionalidade:

Confiabilidade

Usabilidade

Eficiência

Facilidade de manutenção

Portabilidade

Figura 23 - Requisitos de Qualidade ISO/IEC 9126

É um modelo de referência desenvolvido com foco no mercado brasileiro, visando a

software. Ele foi baseado na CMMI e nas normas ISO/IEC 12207 e

, considerando a realidade do mercado brasileiro e focando em empresas de

Ele é promovido e patrocinado por instituições governamentais e não governamentais,

como: CenPRA (Centro de Pesquisas Renato Archer), Programa de Engenharia de Sistemas e

Computação da UFRJ, Universidade Católica de Brasília, CESAR (Centro de Estudos e

Norma que propõe um modelo de avaliação de software, baseado no projeto SPICE europeu. Não

•Adequabilidade

•Exatidão

•Interoperabilidade

•Compliance

•Segurança

Funcionalidade:

•Maturidade

•Tolerância a falhas

•Capacidade de recuperação

•Facilidade de entendimento

•Facilidade de aprendizagem

•Facilidade de operação

•Comportamento do tempo

•Comportamento dos recursos

•Facilidade de análise

•Facilidade de mudança

•Estabilidde

•Facilidade de Teste

•Capacidade de adaptação

•Facilidade de istalação

•Nível de conformidade

•Facilidade de substituição

72

É um modelo de referência desenvolvido com foco no mercado brasileiro, visando a

. Ele foi baseado na CMMI e nas normas ISO/IEC 12207 e

e focando em empresas de

Ele é promovido e patrocinado por instituições governamentais e não governamentais,

como: CenPRA (Centro de Pesquisas Renato Archer), Programa de Engenharia de Sistemas e

tólica de Brasília, CESAR (Centro de Estudos e

, baseado no projeto SPICE europeu. Não apresentada

73

Sistemas Avançados de Recife), Sociedade Softex, entre outros. No roadmap do modelo está

sua internacionalização, prevista para 2012 a 2015.

A principal diferença do modelo com o CMMI são os níveis de maturidade. No MR-

MPS existem sete níveis. A avaliação dos níveis de maturidades nas empresas são realizadas

por instituições credenciadas e tem a validade de 2 anos. A implantação do modelo também é

feita por instituições credenciadas. Abaixo apresentamos os níveis do MR-MPS e sua

equivalência com o CMMI:

Estágio Áreas de Processo Correspondentes Equivalência com CMMI

G - Parcialmente Gerenciado • Gerência de Requisitos • Planejamento do Projeto • Monitoração e Controle • Gerência de Configuração • Garantia da Qualidade do

Processo e do Produto Nível 2

F - Gerenciado • Gerência de Acordo com Fornecedores

• Medição e Análise

E - Parcialmente Definido • Desenvolvimento de Requisitos • Solução Técnica • Integração do Produto • Verificação • Validação

Nível 3

D - Largamente Definido • Treinamento Organizacional • Foco no Processo da Organização • Definição do Processo

Organizacional • Gerência Integrada de do Projeto

C - Definido • Análise e Resolução da Decisão • Gerência Integrada de

Fornecedores • Gerência de Riscos

B - Gerenciado Quantitativamente

• Desempenho do Processo Organizacional

• Gerência Quantitativa do Projeto Nível 4

A - Em Otimização • Inovação e Deployment Organizacional

• Análise e Resolução de Causas Nível 5

Tabela 13 - Níveis de maturidade MR-MPS e CMMI (Fonte: Aragon Fernandes e Ferraz de Abreu, 2008)

74

Uma de suas vantagens sobre o CMMI é um custo significativamente menor para

obtenção dos níveis de maturidade. Isto permite que as empresas possam contratar

fornecedores pequenos e médios com a garantia da certificação de seus processos de

desenvolvimento.

O modelo MR-MPS é o principal componente do modelo MPS (também conhecido

como MPS.BR). Além dele, o MPS conta com um modelo de avaliação (MA-MPS) e um

modelo de negócio (MN-MPS).

3 METODOLOGIA D A PESQUISA

A presente pesquisa

uma revisão da literatura e

etapa do processo de desenvolvimento da metodologia será detalhada a seguir, para

melhor visualização dele, como um t

Figura

Desenvolvimento do Questionário

A PESQUISA

presente pesquisa utiliza uma metodologia própria, que foi desenvolvida através de

uma revisão da literatura e da utilização de dois artigos principais como seus pilares

desenvolvimento da metodologia será detalhada a seguir, para

como um todo, apresentamos o fluxograma abaixo:

Figura 24 - Processo de Desenvolvimento da Metodologia

Análise dos Dados

Classificação das Empresas

Distribuição do Questionário

Desenvolvimento do Questionário

Definição da Metodologia

Revisão da Literatura

75

utiliza uma metodologia própria, que foi desenvolvida através de

como seus pilares. Cada

desenvolvimento da metodologia será detalhada a seguir, para uma

o fluxograma abaixo:

76

3.1 REVISÃO DA LITERATURA

A definição do tema da pesquisa se originou através da leitura inicial de dois artigos.

Ambos abordam o tema Manufatura Ágil, porém, com focos distintos. O primeiro possui o

foco na empresa como um todo, e propõe uma ferramenta de avaliação e transformação de

corporações em busca da agilidade. O segundo, com foco na gestão de Tecnologia da

Informação, propõe um modelo de avaliação de utilização da TI. Estes artigos passaram a ser

a base do trabalho e, abaixo, apresentamos um breve resumo de cada um:

• "Agile manufacturing in practice Application of a methodology" (SHARIFI;

ZHANG, 2001):

O artigo realiza a aplicação uma metodologia, desenvolvida pelos próprios

autores, para alcançar a agilidade nas empresas de manufatura. A

metodologia foi inicialmente apresentada em "A methodology for achieving

agility in manufacturing organisations: An introduction" (SHARIFI; ZHANG

1999). No artigo ela é aplicada em duas fábricas e os dados coletados desta

aplicação são usados para validar a metodologia. O artigo também apresenta

um breve resumo da metodologia e seus detalhes de implementação e

validação nas duas empresas através de um estudo de caso. São propostas

práticas para apoiar a realização de agilidade nas duas organizações.

• "Managing IT for world-class manufacturing: the Indian scenario" (SAXENA;

SAHAY, 2000):

Este artigo realiza uma pesquisa com o objetivo de avaliar o status de classe

mundial para empresas de manufatura indianas. Ele busca a identificação

de questões importantes que precisam ser abordadas para um fabricante

alcançar o nível de classe mundial. A análise foca no uso da tecnologia da

informação, tanto no uso de sistemas computadorizados quanto a estratégias

de gestão e infra-estrutura. Ele utiliza como ferramenta para obtenção dos

dados um questionário, e propõe um modelo de análise para os dados

coletados.

Além dos artigos citados, a pesquis

seguintes objetivos:

• Obter informações atualizadas sobre os temas abordados;

• Identificar pesquisas similares no setor de serviços;

• Identificar outras metodologias.

Os estudos bibliométricos têm como objetivo an

instituições, os autores dos documentos científicos, os termos

pesquisas, e as relações existentes entre os temas ou sub

2009). Como apresentado anteriormente, a pesquisa se estruturou basicamente através dos

dois artigos principais apresentados. Por este motivo o estudo bibliométrico realizado foi

simplificado para atender apenas aos

A revisão seguiu as etapas abaixo:

Objetivos Gerais

Além dos artigos citados, a pesquisa realizou uma revisão bibliográfica com os

Obter informações atualizadas sobre os temas abordados;

Identificar pesquisas similares no setor de serviços;

Identificar outras metodologias.

Os estudos bibliométricos têm como objetivo analisar os veículos de publicação, as

instituições, os autores dos documentos científicos, os termos-chaves que compõem as

pesquisas, e as relações existentes entre os temas ou sub-temas em análise

. Como apresentado anteriormente, a pesquisa se estruturou basicamente através dos

dois artigos principais apresentados. Por este motivo o estudo bibliométrico realizado foi

simplificado para atender apenas aos objetivos da revisão bibliográfica.

seguiu as etapas abaixo:

Figura 25 - Revisão da Literatura

Seleção dos Artigos

Leitura Transveral

Busca no Periódicos

Definição da Árvore de Pesquisa

Conceitos Chave

Definição das Palavras Chave

Definição das Questões

Definição dos Objetivos

Objetivos GeraisObjetivos

Específicos

Contextualização da Pesquisa

Definição do Problema

77

lizou uma revisão bibliográfica com os

alisar os veículos de publicação, as

chaves que compõem as

temas em análise (FARIAS FILHO,

. Como apresentado anteriormente, a pesquisa se estruturou basicamente através dos

dois artigos principais apresentados. Por este motivo o estudo bibliométrico realizado foi

78

3.1.1 Objetivos e Questões Chave

A exploração bibliográfica se baseia na contextualização da pesquisa, na definição dos

objetivos e questões chave. Estas definições foram descritas no INTRODUÇÃO. O próximo

passo foi a definição da relação entre as questões chave e os objetivos, como um

desdobramento dos mesmo. Este relacionamento é listado a seguir:

• (Objetivo 1) Identificar principais estratégias de gestão de TI utilizadas:

o Quais são os modelos de gestão de TI utilizados?

o Quais as principais estratégias de Outsourcing utilizadas?

• (Objetivo 2) Identificar como é o alinhamento entre as estratégias corporativas e

de TI

o Qual a importância da TI na agilidade das empresas pesquisadas?

o Como são definidas as estratégias Corporativas?

o Como são definidas as estratégias de TI?

• (Objetivo 3) Identificar a abrangência e maturidade de utilização de ferramentas

tecnológicas

o Quais as principais ferramentas utilizadas na operação da empresa?

o Quais as principais ferramentas utilizadas na operação da TI?

o Qual o grau de informatização da empresa?

o Qual o grau de informatização dos departamentos?

o Qual o grau de integração entre departamentos e parceiros/fornecedores?

• (Objetivo 4) Identificar quais as principais dificuldades com relação a utilização

de ferramentas tecnológicas

o Quais são as principais dificuldades e como elas ocorrem?

• (Objetivo 5) Identificar quais as principais dificuldades com relação gestão da TI

o Quais são as principais dificuldades e como elas ocorrem?

Com as questões chave definidas, partimos para as etapas da exploração bibliográfica

propriamente dita, que englobam as próximas etapas da Figura 25 - Revisão da Literatura.

79

3.1.2 Exploração Bibliográfica

Existem duas partes principais na exploração bibliográfica. A primeira tem como foco

o estabelecimento das palavras-chaves (FARIAS FILHO, 2009). A segunda parte está

relacionada com a exploração nos motores de busca. O princípio básico nesta etapa é saturar a

pesquisa via o uso de todos os motores de busca disponíveis e o uso estratégico na lógica

booleana de conexão utilizando o “E” e “OU”.

Seguindo a primeira etapa da exploração foi construída uma árvore de palavras-chaves

desdobrando os objetivos e questões relacionadas no tópico anterior. A seguir apresentamos o

resultado do desdobramento:

Objetivos Questões Chave e Palavras Chave

Identificar principais estratégias de gestão de TI utilizadas

o Quais são os modelos de gestão de TI utilizados? � Governança de TI � Governança Corporativa � Administração Tecnologia da Informação � Gestão Tecnologia da Informação � Administração TI � Gestão TI � Metodologias de Gestão � Tendências � Métodos Ágeis � Maturidade

o Quais as principais estratégias de Outsourcing utilizadas? � Outsourcing � Terceirização � Fábrica de Software � Contrato

Identificar como é o alinhamento entre as estratégias corporativas e de TI

o Qual a importância da TI na agilidade das empresas pesquisadas? � Agilidade em TI � Performance / Desempenho � Fator de Sucesso � Motivador/Direcionador/Motor de Agilidade � Tempo de Resposta � Adaptação � Mudança � Valor da TI � Investimento em TI � Vantagem Competitiva � Redução de Custo � Eficiência � Melhoria de Processo � Qualidade de Serviço

o Como são definidas as estratégias Corporativas? � Alinhamento Estratégico � Estratégia Corporativa � Gestão Estratégica

(segue)

80

o Como são definidas as estratégias de TI? � Gestão Estratégica de TI � Estratégia de TI � Desenvolvimento de Software � Processo de Software

Identificar a abrangência e maturidade de utilização de ferramentas tecnológicas

o Quais as principais ferramentas utilizadas na operação da empresa? � Automação Operacional � Ferramentas TI

o Quais as principais ferramentas utilizadas na operação da TI? � Ferramentas TI � Desenvolvimento de Software � Processo de Software � Qualidade de Software � Gerencia de Configuração � Ambiente de Desenvolvimento de Software

o Qual o grau de informatização da empresa? Qual o grau de informatização dos departamentos? Qual o grau de integração entre departamentos e parceiros/fornecedores? � Integração � Ferramentas de TI

Identificar quais as principais dificuldades com relação a utilização de ferramentas tecnológicas

o Quais são as principais dificuldades e como elas ocorrem? � Falhas � Problemas � Dificuldades � Erros

Identificar quais as principais dificuldades com relação gestão da TI

o Quais são as principais dificuldades e como elas ocorrem? � Falhas � Problemas � Dificuldades � Erros

Tabela 14 - Desdobramento de Palavras Chave (Fonte: elaboração própria)

O próximo passo foi a construção de uma árvore de decisão, buscando organizar as

palavras-chaves de forma que se desdobrem no sentido horizontal e vertical com objetivos

distintos.

No sentido vertical buscou-se dividir os objetivos em áreas relacionadas aos objetivos

da pesquisa, buscando alcançar uma abrangência em termos de exploração bibliográfica

garantindo pesquisa relevante (FARIAS FILHO, 2009). No sentido horizontal busca-se

garantir uma pesquisa com profundidade sobre a área temática. A profundidade deve ser

assegurada em função da divisão da área temática em palavras-chaves ou termos-chaves que

amplifiquem as possibilidades de garantir que a área temática seja coberta por vários aspectos

conceituais.

81

As palavras chave estruturadas conforme a árvore de pesquisa são apresentadas nos

anexos deste trabalho. As árvores foram traduzidas para o inglês e ampliadas com sinônimos.

Foram geradas as estruturas de busca utilizando os operadores E (AND) e OU (OR) e

realizadas buscas nos motores abaixo:

• Scopus (<http://www.scopus.com/>)

• Scirus (<http://www.scirus.com/>)

• Scielo (<http://www.scielo.org/>)

• Elsevier (<http://www.elsevier.com/>)

Cada motor de busca possui sua própria "linguagem". A estrutura gerada deveria

respeitar esta linguagem. Para acelerar o processo de busca, o autor desenvolveu um script

para obter a árvore de busca modelada pela ferramenta Free Mind8 e gerar as estruturas de

busca específicas de cada motor. A ferramenta também obtinha as traduções das palavras

chave no Google, reduzindo o tempo a pequenos ajustes.

Foi realizada uma leitura transversal destes documentos visando identificar sua

relevância à pesquisa. Como resultado, foram selecionados para leitura e utilização na

pesquisa os documentos classificados abaixo:

• Artigos: 39

• Dissertações: 3

• Teses: 3

• Livros: 2

3.2 DEFINIÇÃO DA METODOLOGIA

A metodologia utilizada na presente pesquisa é uma adaptação do modelo conceitual

de avaliação da infra-estrutura de TI, apresentado no artigo "Managing IT for world-class

manufacturing the Indian scenario" (SAXENA; SAHAY 2000). Faremos uma apresentação

do modelo e adaptações realizadas.

Conforme descrito anteriormente, o artigo faz um estudo das manufaturas indianas

buscando avaliar a posição das mesmas em busca de um status de manufatura de “classe 8 Ferramenta gratuita de criação de mapas mentais, mais informações em: <http://freemind.sourceforge.net>.

82

mundial”. De acordo com Gunn (1987), existem 3 pilares para alcançar o nível de “classe

mundial”: computer-integrated manufacturing (CIM), total quality control (TQC) e just-in-

time (JIT). Neste sentido o autor avalia a aderência ao conceito de manufatura ágil das

industrias indianas focando na CIM.

O autor afirma que as empresas continuam focando, em sua maioria, em alcançar a

estabilidade de produção, não considerando a gestão de mudanças como objetivo. Ele

considera que a informação é muito fragmentada (mesmo os próprios sistemas de TI) e que as

empresas não são organizadas para facilitar e acelerar o processo decisório. Desta forma,

departamentos são focados nos seus próprios objetivos e não nos objetivos da organização.

A primeira etapa da metodologia é a obtenção das informações nas empresas

pesquisadas. O autor desenvolveu um questionário com este objetivo. Da mesma forma, a

presente pesquisa utilizará um questionário como ferramenta de obtenção dos dados. O

desenvolvimento do questionário utilizado nesta pesquisa é descrito no próximo sub-tópico.

Após a obtenção dos dados, os autores classificam as empresas usando o modelo ARIS

(SCHEER, 1994). Nele os autores descrevem a utilização de TI nas empresas Indianas:

Figura 26 - Mapa do uso da TI em empresas de manufatura indianas

(Fonte: Saxena e Sahay, 2000)

83

O modelo propõe uma Arquitetura de Gestão Integrada de Sistemas de Informação

(Architecture of Integrated Information Systems). O ARIS é utilizado na pesquisa como um

quadro conceitual para visualizar os papéis que as aplicações de TI podem desempenhar na

gestão de uma empresa, em oposição às funções desempenhadas por eles. Estes papéis variam

de sistemas operacionais a sistemas de planejamento de decisões a longo prazo. Quanto maior

o nível de TI no ARIS, a maior é a probabilidade da utilização de TI de forma estratégica. A

parte sombreada do diagrama na

Figura 26 - Mapa do uso da TI em empresas de manufatura indianas

, representa as áreas de utilização da TI na maioria dos fabricantes indianos, conforme

resultado da pesquisa. Este uso mostra que a utilização de TI não foca em tarefas sofisticadas

tais como planejamento e apoio à decisão. A ênfase em sistemas de contabilidade indica uma

mentalidade de processamento de dados. Mesmo as capacidades de processamento de dados

não são totalmente aproveitadas devido à falta de integração.

Após o mapeamento no modelo ARIS os autores classificam a utilização da TI em

amplitude (ou largura) e em profundidade.

A amplitude de uma empresa é avaliada pelo número de serviços que tenham sido

informatizados. As empresas com mais serviços informatizados são classificadas com uma

amplitude elevada.

A profundidade do uso da TI inicialmente seria medida pelo número de camadas na

arquitetura ARIS. No entanto, o modelo ARIS limita-se a duas camadas apenas para

classificar todas as empresas pesquisadas. Assim, a arquitetura ARIS não foi utilizada como

base para definir a profundidade. Em vez disso, a profundidade de uso da TI foi medido pelo

número de categorias de aplicações existentes em uma organização, mencionadas no

questionário.

A próxima classificação é quanto ao grau de integração da corporação. O autor

salienta a crescente importância da integração de TI. Na mesma época da pesquisa os

softwares ERP estavam se fortalecendo e atualmente podem ser considerados uma quase

obrigatoriedade em empresas de grande porte e médio. Também é uma realidade

extremamente forte o crescimento de outros tipos de ferramentas de integração. A maior parte

das empresas tem investido em integração e, por conseqüência, foram lançados diversos

pacotes de softwares integradores. Neste sentido, o autor classifica as empresas pontuando por

tipo de transferência de dados, identificando se ela é completamente automatizada ou não, e

se os departamentos são integrados por rede.

84

Como resultado o autor propõe avalia as empresas usando a ferramenta gráfica a

seguir:

Figura 27 - Modelo conceitual de avaliação da TI (Fonte: Saxena e Sahay, 2000)

Sendo:

• Integration : Grau de integração, automação das transferências de dados e entre

departamentos;

• Breadth: Amplitude da informatização nos departamentos, ou seja, número de

serviços que tenham sido informatizados;

• Level: Profundidade obtida pelo número de categorias de aplicações existentes em

uma organização.

O autor afirma que as empresas sempre focam em algum dos eixos, seguindo os

caminhos ("paths") A, B ou C, estão ignorando alguma dimensão, o que leva a um

desenvolvimento fragmentado. O "path" D é considerado o caminho a ser seguido por

organizações em busca do nível de classe mundial, ou seja, a melhoria simultânea nas três

frentes (integração, amplitude e nível de uso de TI) é a chave para a construção de sistemas de

informação que suportem a manufatura ágil. Ele afirma que, para isto, é preciso uma mudança

na linha de pensamento dos gestores, dando mais importância a informação do que na

tecnologia.

Na presente pesquisa, iremos posicionar as empresas utilizando a ferramenta

apresentada na Figura 27 - Modelo conceitual de avaliação da TI

85

. O cálculo das variáveis será apresentado no detalhamento do desenvolvimento do

questionário.

3.3 DESENVOLVIMENTO DO QUESTIONÁRIO

Para alcançar os objetivos propostos se fez necessário o desenvolvimento de uma

ferramenta para obtenção das informações nas empresas selecionadas. Com base nos modelos

propostos por Saxena (SAXENA; SAHAY, 2000) e Shariff (SHARIFI; ZHANG, 1999) o

autor optou pelo desenvolvimento de um questionário com esta finalidade.

Os artigos de Saxena (SAXENA; SAHAY, 2000) e Shariff (SHARIFI; ZHANG,

1999) utilizam questionários em sua avaliação. Para obtenção dos questionários originais

buscou-se um contato direto com os autores por email. Apenas Shariff respondeu o contato,

enviando o questionário conforme solicitado. No caso de Saxena foi necessário extrair o

questionário a partir do artigo. Tendo em vista o grau de detalhamento do artigo, o autor

considerou que possíveis diferenças entre o questionário original e o extraído não seriam

relevantes.

Os questionários anteriores foram consolidados. Todas as questões foram revistas e

novas questões foram definidas através da revisão da literatura e em consultas a gestores da

área. Outras questões foram removidas por não serem relevantes ao contexto do setor ou não

se aplicarem a realidade atual.

O modelo proposto por Sharif define um arcabouço para auxiliar as empresas na

definição de suas estratégias. Não é este o objetivo desta pesquisa, porém, utilizaremos a

mesma estrutura para organizar os resultados obtidos. Desta forma, devemos definir:

• Condutores de Agilidade

• Capacitadores de Agilidade

• Fornecedores de Agilidade

O questionário foi dividido inicialmente em dois grupos de questões:

• Avaliação da Empresa

• Avaliação da TI

86

3.3.1 Avaliação da Empresa

Este grupo de perguntas visa identificar os principais condutores de agilidade da TI. A

pesquisa não objetiva determinar condutores de agilidade da cia, que definem a utilização de

determinada estratégia corporativa, por exemplo, mas considera que a estratégia determinada

é um condutor de agilidade da TI. Neste sentido, conjunto de condutores considerados no

questionário são:

• Estratégias e objetivos corporativos de médio e longo prazo;

• Processo de criação e comercialização dos produtos;

• Principais dificuldades da cia.

Definidos os condutores poderemos inferir os capacitadores necessários a TI.

3.3.2 Avaliação da TI

Este grupo de perguntas visa identificar os fornecedores de agilidade considerados

pela cia. Dentre os fornecedores considerados no questionário, temos:

• Estratégias de gestão utilizadas - Será avaliado como é o emprego das seguintes

estratégias:

� Val IT; ISO/IEC 27001 - ISO/IEC 27002; Cobit; ISO/IEC 20000; eSCM-

SP/eSCM-CL; ITIL; PMI; PRINCE; Seis Sigma; Balance Scorecard; TOGAF;

MPS BR; ISO 9001:2000; CMM/CMMi; Metodologias de Desenvolvimento

(RUP, Scrum, xp, lean, etc.);

• Grau de informatização da Cia - Será avaliado como a Cia utiliza as ferramentas

de TI, qual o grau de integração entre departamentos/parceiros/clientes e

fornecedores, etc.;

87

• Principais ferramentas utilizadas - Consideramos qualquer ferramenta de TI, do

suporte ao negócio ao suporte à própria TI;

• Estratégias de outsourcing - Como a empresa decide contratar e como é o

relacionamento com os fornecedores;

O questionário também visa definir as principais dificuldades na gestão da TI, que

também farão parte dos condutores de agilidade.

3.3.3 Análise das Questões

Além da característica descritiva exploratória, que visa obter informações gerais sobre

o uso da TI nas corporações, também fazem parte dos objetivos da pesquisa avaliar as

melhores práticas utilizadas. Neste sentido, o questionário deve ser estruturado de forma que

as respostas possam ser tratadas para alcançar todos os objetivos propostos.

Conforme apresentado em "3.2 DEFINIÇÃO DA METODOLOGIA", a análise dos dados

se baseia no modelo apresentado no artigo "Managing IT for world-class manufacturing the

Indian scenario" (SAXENA; SAHAY, 2000). Este modelo necessita da definição de três

varáveis que são amplitude, profundidade e integração. Para o cálculo destas variáveis

utilizaremos:

• Amplitude:

� = ∑ (�� ∗ �2�)���

A amplitude será o somatório das respostas da questão 2 (R2),

classificadas conforme

Tabela 24 - Métrica de Nível, multiplicadas pelo peso do departamento (D),

conforme Tabela 22 - Departamentos, para cada um dos 10 departamentos

listados (i).

• Integração:

= ∑ (�� ∗ �3�)���

A integração será o somatório das respostas da questão 3 (R3),

classificadas conforme

88

Tabela 24 - Métrica de Nível, multiplicadas pelo peso do departamento (D),

conforme Tabela 22 - Departamentos, para cada um dos 10 departamentos

listados (i).

• Profundidade:

� = ∑ (�� ∗ �4� ∗ �6�)���

A profundidade será o somatório da multiplicação das respostas da questão

4 (R4), classificadas conforme Tabela 25 - Métrica de Utilização, das

respostas da questão 6 (R6), classificadas conforme Tabela 28 - Status de

Utilização de Software, e do peso de cada ferramenta (F), conforme Tabela

23 - Ferramentas de Software, para cada uma das 12 ferramentas listadas

(i).

3.3.4 Validação do Questionário

Antes de sua distribuição, o questionário foi validado pelos seguintes métodos:

• Avaliação por profissional de mercado:

o O questionário foi avaliado por um profissional que atua em empresa de

pesquisa de mercado. O objetivo principal foi avaliar a estruturação,

clareza e usabilidade do questionário. Não foram avaliadas questões

conceituais e técnicas relacionadas às perguntas, por não se tratar de

profissional da área de TI. Foram identificados dez pontos de ajuste, sendo

que alguns destes englobando mais de uma questão. A maior parte dos

ajustes foi relacionada a clareza e usabilidade.

• Entrevista de avaliação com gerente de tecnologia da Mongeral Aegon Seguros e

Previdência:

o O questionário foi respondido através de uma entrevista pelo gerente de

tecnologia da empresa, buscando identificar possíveis dificuldades de

entendimento, problemas conceituais ou técnicos referentes às questões,

relevância dos assuntos abordados e avaliar a duração prevista. A duração

89

da entrevista superou os 40 minutos. Como resultado, ficou clara a

necessidade de redução do número de questões. Durante a entrevista

também ficou evidente a preocupação do entrevistado em ter que

responder questões relacionadas a estratégia corporativa ("Avaliação da

Empresa"). Por tratarem de questões externas a TI, o entrevistado

posicionou que elas deveriam ser respondidas por profissionais das áreas

de negócio.

Realizar uma pesquisa isolada com profissionais de áreas de negócio utilizando o

grupo de questões "Avaliação da Empresa" impactaria significativamente o prazo final da

presente pesquisa. Visando reduzir o número de questões (adequando a duração do

preenchimento do questionário a aproximadamente 20 minutos), evitar dificuldades dos

gestores de TI (em responder questões fora do seu domínio) e não impactar o prazo de

conclusão da pesquisa, optou-se por retirar o grupo "Avaliação da Empresa". Conforme

descrito anteriormente, este grupo de questões visava identificar os condutores de agilidade da

corporação o que, efetivamente, não faz parte dos objetivos da pesquisa.

3.3.5 Publicação do Questionário

A ferramenta LimeSurvey9 foi utilizada para construção do questionário. Ela é uma

ferramenta que permite a criação e publicação de pesquisas on-line. Por ser um software

OpenSource ela é regida sob os termos da GNU (General Public License) versão 2, publicada

pela Free Software Foundation.

3.4 DISTRIBUIÇÃO DO QUESTIONÁRIO

Conforme descrito anteriormente, esta é uma pesquisa descritiva. Não é objetivo da

mesma realizar uma avaliação estatística. A pesquisa foca na obtenção de dados efetivos,

fidedignos a realidade das empresas. Desta forma, foram selecionados 6 contatos em cargos

de gestão de TI (coordenadores, gerentes ou diretores) de empresas do setor de serviços

financeiros. Dentre as empresas selecionadas estão alguns dos principais players do setor.

9 Maiores informações em: <http://www.limesurvey.org/>.

90

Visando garantir a confidencialidade dos dados prestados, o nome das empresas será mantido

em sigilo.

Podemos classificar as empresas selecionadas por área de atuação:

Empresa Bancos Gestão de Recursos

Capitalização

Previdência Seguros Crédito

1 X X X X X X

2 X X X

3 X X X

4 X

5 X

6 X

Tabela 15 - Empresas pesquisadas por área de atuação

Foi feito um primeiro contato por telefone para esclarecimento do trabalho realizado e

posteriormente o envio do link de acesso à pesquisa por email.

91

4 O SETOR DE SERVIÇOS FINANCEIROS

Classificamos como empresas pertencentes ao setor de serviços financeiros, empresas

que comercializam produtos exclusivamente financeiros, como: seguradoras, bancos,

empresas de previdência fechada ou aberta, capitalização e crédito. Estas empresas se situam

no meio do fluxo de informações entre agentes econômicos, parceiros, órgãos reguladores,

etc., pagam e recebem valores, resultando em milhões de transações diárias. Elas são

extremamente dependentes de computadores, não apenas para prestar serviços aos seus

clientes como também para atender às necessidades de gestão de suas áreas internas. Questões

como segurança, disponibilidade, rapidez para processar, armazenar e distribuir o fluxo de

transações são fatores cruciais.

4.1 EVOLUÇÃO DO SETOR

Conforme dados da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN, 2010), as contas

bancárias ligadas a Internet passaram de 8,3 milhões em 2000 para 35,1 milhões em 2009, um

crescimento de aproximadamente 422% em menos de dez anos. Da mesma forma, os canais

de atendimento vêm mudando para canais eletrônicos e de auto-atendimento. Não só os

bancos, mas as demais empresas do setor têm investido de forma intensiva nos canais web. A

nível mundial, o acesso a Internet continua crescendo. Já em 2001 totalizando cerca de 522

milhões de pessoas on-line.

92

Modalidade 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Variação 09/08 (%)

Transações nos caixas de agências

4.027 5.188 4.463 4.451 3.609 3.719 3.799 4.281 4.360 4.357 -0,1

Auto-atendimento

6.616 7.766 6.094 7.585 9.891 10.790 11.901 13.735 14.363 15.811 10,1

Internet Banking 729 1.484 2.109 2.631 3.906 5.849 6.163 6.937 7.933 9.338 17,7

Cheques compensados

2.638 2.600 2.397 2.246 2.107 1.940 1.709 1.533 1.396 1.235 -11,5

Call center 1.294 1.568 1.513 1.315 1.151 1.362 1.194 1.319 1.275 1.292 1,4

Tabela 16 - Transações bancárias por origem (em milhões)

(Fonte: FEBRABAN)

Ainda segundo a FEBRABAN, os gastos em TI dos bancos brasileiros em 2009

superaram a cifra de R$ 19 bilhões tendo um crescimento de 5% em relação ao ano anterior

(inferior ao crescimento alcançado entre 2007 e 2008 que foi de 9%). Esta redução vai em

linha com a previsão do Gartner (GARTNER, 2009), que aposta em redução do crescimento

médio nos gastos em TI para 2010. Os investimentos em equipamentos (hardware) reduziram

aproximadamente 1,5%, enquanto as despesas correntes aumentaram 21%. Podemos observar

na Tabela 17 que os investimentos representam 25% do total de despesas de TI em 2009, uma

queda de 10% para a proporção de 2008 e 2007. A maior parte do aumento nos custos foi

causada pelos gastos em telecomunicações e infra-estrutura. Segundo o relatório, a

preocupação dos bancos locais com os eventuais efeitos da crise mundial foi responsável pela

redução no volume de investimentos em 2009. Isto também poderia indicar uma redução no

volume de aquisições de ferramentas de software e redução nos custos de desenvolvimento.

Tabela

No Brasil, transações bancárias a distancia foram desenv

FEBRABAN estabeleceu o padrão de electronic data interchange (CNAB). A primeira rede

envolveu 80 instituições financeiras e seus principais clientes e era operada por provedores

privados especializados de interconexões. O intere

brasileiras pela tecnologia estava associado às altas taxas de inflação observadas nas décadas

de 70 e 80, fato que viabilizava investimentos que acelerassem o fluxo de informações sobre

transferência de fundos. Co

anos 90, a estratégia dos bancos passou a ser a diversificação das operações oferecidas por

meio da Internet.

4.2 TERCEIRIZAÇÃO

Através do uso das tecnologias da informação e da comunicação (TICs) o grau de

comercialização dos serviços baseados em informação tem mudado significativamente.

Atualmente, praticamente todo tipo de informação pode ser armazenado por meio de sua

digitalização. A transmissão de dados se tornou mais barata e rápida permitindo a troca de

Tabela 17 - Investimentos e Despesas dos Bancos em TI (Fonte: FEBRABAN, 2010)

No Brasil, transações bancárias a distancia foram desenvolvidas desde 1979 quando a

FEBRABAN estabeleceu o padrão de electronic data interchange (CNAB). A primeira rede

envolveu 80 instituições financeiras e seus principais clientes e era operada por provedores

privados especializados de interconexões. O interesse pioneiro das instituições financeiras

brasileiras pela tecnologia estava associado às altas taxas de inflação observadas nas décadas

de 70 e 80, fato que viabilizava investimentos que acelerassem o fluxo de informações sobre

transferência de fundos. Com a queda da inflação e a estabilização do Real em meados dos

anos 90, a estratégia dos bancos passou a ser a diversificação das operações oferecidas por

Através do uso das tecnologias da informação e da comunicação (TICs) o grau de

comercialização dos serviços baseados em informação tem mudado significativamente.

Atualmente, praticamente todo tipo de informação pode ser armazenado por meio de sua

ação. A transmissão de dados se tornou mais barata e rápida permitindo a troca de

93

olvidas desde 1979 quando a

FEBRABAN estabeleceu o padrão de electronic data interchange (CNAB). A primeira rede

envolveu 80 instituições financeiras e seus principais clientes e era operada por provedores

sse pioneiro das instituições financeiras

brasileiras pela tecnologia estava associado às altas taxas de inflação observadas nas décadas

de 70 e 80, fato que viabilizava investimentos que acelerassem o fluxo de informações sobre

m a queda da inflação e a estabilização do Real em meados dos

anos 90, a estratégia dos bancos passou a ser a diversificação das operações oferecidas por

Através do uso das tecnologias da informação e da comunicação (TICs) o grau de

comercialização dos serviços baseados em informação tem mudado significativamente.

Atualmente, praticamente todo tipo de informação pode ser armazenado por meio de sua

ação. A transmissão de dados se tornou mais barata e rápida permitindo a troca de

94

informações digitalizadas e comunicação por voz entre pessoas em diferentes partes do

mundo.

A evolução tecnológica e nas comunicações torna possível que serviços sejam

produzidos em um local e consumidos em outro. As novas tecnologias não apenas fazem os

serviços transportáveis elas também simplificam as tarefas envolvidas. O conhecimento tem

se tornado codificável no sentido de ser digitalizado e padronizado. A produção de mais

serviços pode ser sub-dividida e realocada em busca de vantagens nos termos de custo,

qualidade, economias de escala, etc. No caso dos setores de serviços financeiros podemos

considerar que esta fragmentação poderá ser muito maior do que na manufatura, devido aos

custos envolvendo intangíveis serem significativamente menores.

As tarefas que podem ser desempenhadas em outros locais e serviços normalmente

realizados internamente nas empresas agora estão sendo terceirizados com provedores de

serviços e consumidores se comunicando à distância. Com isto vemos o crescimento da

terceirização de tarefas (outsourcing) dentro do país e em outros países (offshoring). Outro

fator que incentiva a terceirização é o aumento da competição, ele força as empresas a reduzir

custos, cortando funções para que possam ser realizadas de forma mais eficiente por agentes

especializados e focando as empresas em suas competências centrais.

Por estes motivos o setor de serviços financeiros (principalmente bancários) é

considerado o segmento mais promissor para atividades de outsourcing.

No caso dos bancos, o Acordo de Basiléia II indiretamente desestimula investimentos

em ativos fixos ao priorizar a liquidez e maiores volumes de empréstimos aos clientes

(MARQUES, 2009). As instituições podem melhorar sua liquidez substituindo o investimento

em equipamentos e instalações por serviços, estimulando assim a terceirização.

O processo de terceirização geralmente se inicia pela área de TI, mas, atualmente, já

temos exemplos de outras áreas seguindo o mesmo caminho (MARQUES, 2009). Também

tem crescido a contratação de empresas estrangeiras, o que geram dificuldades culturais e de

comunicação. Um exemplo recente é a tendência de desenvolvimento de sistemas em países

de custo mais baixo.

Na tabela a seguir podemos observar que, em 2008, os bancos brasileiros ampliaram a

utilização de serviços prestados por terceiros em praticamente todas as modalidades. Até 2008

os serviços mais terceirizados são help desk (75% dos bancos adotam), telecomunicações

(74%) e serviços de impressão (73%). Já os serviços de back office, que envolvem mais

diretamente operações habilitadas por TICs, são terceirizadas por apenas 12% dos bancos, por

serem considerados estratégicos.

Período

Help Desk

Telecomunicações

Serviços de Impressão

Des. de aplicativos

Processamento de Cartões

Fabrica de Software

Manutenção de sistemas legados

Backup Site

Processamento de Envelopes

Infra-estrutura de Datacenter (hosting / colocation

Redes

Body Shop

Digitalização de Documentos

Serviços de Back Office

Tabela 18 - Percentual de utilização de

Em 2009 a pesquisa foi separada para mostrar tendências diferentes

grande, médio e pequeno porte:

Tabela 19 - Percentual de utilização de

2005 %

2006 %

2007%

48 63 67

Telecomunicações 68 68 74

Serviços de Impressão 62 76 73

Des. de aplicativos (Fábrica de Projetos) 52 62 64

Processamento de Cartões 52 58 54

Fabrica de Software 43 52 46

Manutenção de sistemas legados 43 43 55

38 49 44

Processamento de Envelopes n.d. n.d n.d

estrutura de Datacenter (hosting / colocation) 29 29 33

n.d n.d n.d

20 37 37

de Documentos n.d n.d n.d

Serviços de Back Office n.d n.d

Percentual de utilização de outsourcing por bancos no Brasil

(Fonte: FEBRABAN)

Em 2009 a pesquisa foi separada para mostrar tendências diferentes

grande, médio e pequeno porte:

Percentual de utilização de outsourcing por bancos no Brasil em 2009

(Fonte: FEBRABAN)

95

2007 %

2008 %

67 75

74 74

73 73

64 61

54 58

46 55

55 46

44 39

n.d 33

33 31

n.d 29

37 28

n.d 20

7 12

por bancos no Brasil

Em 2009 a pesquisa foi separada para mostrar tendências diferentes entre bancos de

por bancos no Brasil em 2009

96

Para os bancos grandes, observamos diversas mudanças em comparação a pesquisa de

2008. Apenas as atividades de Help Desk, Serviços de Impressão, Processamento de Cartões,

Processamento de Envelopes, Redes, Digitalização de Documentos e Serviços de Back Office

tiveram um aumento no nível de terceirização. Nas demais áreas ocorreram reduções. Este

aumento restrito a atividades de menor especialização técnica pode indicar uma presença

maior de mão de obra especializada nestas empresas. Em comparação com os bancos

pequenos e médios observamos que, as atividades com maior grau de especialização técnica

possuem maior grau de terceirização do que nos bancos grandes.

Apesar de não terem sido encontradas pesquisas para empresas de outros segmentos

dentro do setor de serviços financeiros, pela proximidade de características operacionais entre

estas empresas, podemos inferir que a evolução tem seguido caminho similar.

97

5 ANÁLISE DOS DADOS

Organizamos os dados obtidos pela pesquisa em, basicamente, cinco grupos:

1. Visão Geral das Empresas Analisadas: Dados relativos a empresa e seu

relacionamento com a TI;

2. Estratégias de Gestão: Dados relativos aos modelos de gestão de TI;

3. Outsourcing: Dados relativos ao Outsourcing de TI;

4. Ferramentas de TI: Dados relativos a utilização de ferramentas de TI;

5. Metodologias de Gestão do Processo de Desenvolvimento: Dados relativos a

gestão do processo de desenvolvimento.

Faremos uma análise individual de cada grupo de informações a seguir.

5.1 VISÃO GERAL DAS EMPRESAS ANALISADAS

Solicitamos aos entrevistados que informassem um grau (em uma escala crescente

conforme

Tabela 24 - Métrica de Nível) para cada departamento, indicando o nível de

informatização do departamento. Entendendo-se como nível de informatização o nível de

utilização de sistemas computadorizados em suas atividades. Somamos os valores informados

pelos pesquisados por departamento e encontramos a seguinte distribuição:

98

Figura 28 - Análise dos Dados: Grau de Informatização dos Departamentos

A área com maior grau de informatização foi o departamento Financeiro seguido de

Operacional e Projetos, o que pode ser considerado como esperado dentro do contexto do

setor avaliado. O departamento de Marketing se encontra em quarto na escala na frente de

Processos, RH, Produtos e Qualidade.

Utilizando a mesma escala, perguntamos aos entrevistados o grau de integração dos

departamentos. Considerando como integração o nível de troca de informações e dependência

entre diferentes sistemas computadorizados utilizados. O resultado encontrado é apresentado a

seguir:

0 5 10 15 20 25

[Projetos]

[Marketing]

[Financeiro]

[Qualidade]

[Operações]

[Compras]

[Produtos]

[RH]

[Processos]

[Média dos Demais Depart. (exceto TI)]

Grau de informatização dos Departamentos:

99

Figura 29 - Análise dos Dados: Grau de Integração dos Departamentos

Desta vez o departamento Financeiro vem seguido do departamento Operacional. Em

conjunto com a questão anterior, fica clara a importância destes departamentos para o

segmento analisado. Também podemos considerar que estes departamentos são os mais

dependentes da TI.

Vemos em seguida os departamentos de Produtos, Projetos e Marketing. Mais uma vez

o departamento de Marketing aparece na quarta posição, empatado com Produtos. Podemos

interpretar que o mesmo não depende de um alto grau de integração com demais

departamentos, mas, como visto na Figura 28, possui grande dependência de ferramentas

tecnológicas.

Solicitamos algumas informações relativas aos produtos comercializados. Solicitamos

que fosse informado o percentual de produtos comercializados pela empresa, disponíveis para

contratação via internet atualmente, e qual a previsão de evolução para os próximos cinco

anos. As respostas obtidas foram bastante variadas como podemos observar na tabela a seguir:

0 5 10 15 20

[Projetos]

[Marketing]

[Financeiro]

[Qualidade]

[Operações]

[Compras]

[Produtos]

[RH]

[Processos]

[Média dos Demais Depart. (exceto TI)]

Grau de Integração dos Departamentos:

100

Empresa % Produtos disponíveis para contratação pela

Internet

% Serviços disponíveis pela Internet

% Produtos disponíveis para contratação pela Internet (em 5 anos)

% Serviços disponíveis pela Internet (em 5

anos)

1 70 50 80 80

2 30 20 70 50

3 60 70 90 100

4 0 0 75 75

5 0 50 0 70

6 0 30 40 90

Tabela 20 - Análise dos Dados: Produtos e Serviços

Apesar de parecer estranho a existência de empresas que não comercializam nenhum

produto pela internet, é preciso considerar alguns fatores. O primeiro é a estratégia da

empresa. No nosso caso temos empresas focadas no varejo, que buscam clientes através de

uma rede de vendas altamente ramificada. O segundo fator é a questão legal. Alguns produtos

necessitam de um maior rigor em termos de documentação, análise de risco, etc., que em

alguns casos dificultam ou inviabilizam a contratação on-line. Apesar destas questões,

percebemos que todas as empresas querem aumentar sua disponibilidade de produtos na web

e que, em alguns casos, esta disponibilidade já é significativa. Isto nos mostra que os

resultados alcançados tem sido positivos. O principal foco das empresas é na disponibilidade

de serviços de manutenção dos produtos comercializados, visando diminuir custos e melhorar

a qualidade, dando maior autonomia e controle ao cliente.

Pedimos aos entrevistados que informassem, de forma aproximada, alguns dados

relativos aos sistemas diretamente relacionados ao negócio ("core business") em atividade.

Costumam ser os sistemas mais importantes e mais complexos para por representarem a

missão crítica da empresa. Foram obtidas as seguintes informações:

Empresa Total de

Sistemas em Produção:

Idade Média dos Sistemas

em Produção:

Variação de Tecnologias de

Aplicação Utilizadas:

Variação de Tecnologias de Banco de Dados

Utilizadas:

Sistemas em Reformulação ou

Substituição:

1 8 10 3 3 5 2 4 10 4 2 4 3 3 10 3 2 2 4 5 6 5 2 2 5 4 8 5 3 4 6 5 5 3 3 5

Média 4,83 8,17 3,83 2,50 3,67

Tabela 21 - Análise dos Dados: Sistemas Core Business

101

Verificamos que, em média, os sistemas em produção possuem quase 10 anos de

idade. É bastante tempo considerando a velocidade das evoluções tecnológicas, mas, não em

se tratando de sistemas Core Business. Isto também não significa que as empresas não estão

se atualizando. Basta observarmos que a média dos sistemas em reformulação está próxima a

média total de sistemas em operação. Normalmente estes sistemas passam por um logo

período de estabilização e demandam um alto custo substituição. São comuns casos onde as

tentativas de substituição naufragam e as empresas permanecem como sistemas legados10. Em

alguns casos acima, todos os sistemas estão em reformulação ou substituição.

5.2 ESTRATÉGIAS DE GESTÃO

Solicitamos que os participantes ordenassem um conjunto de dificuldades na gestão da

TI conforme o impacto que causam em sua organização. Somamos os valores obtidos e o

resultado é apresentado abaixo:

Figura 30 - Análise dos Dados: Fatores de Dificuldade na Gestão da TI

10 Sistema legado é um termo utilizado para definir os sistemas computacionais que, apesar de antigos, fornecem

serviços críticos. Normalmente são sistemas de difícil manutenção, complexos, com alto grau de criticidade e custo para substituição (comumente causados por falta de conhecimento, documentação, padronização, etc.).

0 10 20 30 40 50 60

Imprevisibilidade da Demanda das Áreas de Negócio

Problemas com Fábricas de Software (ex: Qualidade, Prazos, Relacionamento, etc...)

Não Utilização dos Processos e Padrões pelas Equipes de TI

Falta de Padrões e Processos de TI

Não Utilização dos Processos e Padrões pelas Áreas de Negócio

Problemas de Infra-estrutura

Instabilidade e Falhas nos Sistemas de Terceiros ou Prestadoras de Serviço

Dificuldade na Obtenção de Informações dos Sistemas de Negócio (ex: relatórios, data mining, etc...)

Problemas com Fornecedores (Exceto Fábricas de Software)

Falta de Documentação Sistêmica Útil

Falta de Orçamento

Fatores de Dificuldade na Gestão da TI

102

O principal fator de dificuldade apresentado pelos gestores de TI é a imprevisibilidade

da demanda das áreas de negócio. Isto é um reflexo da alta competitividade do setor. Não é

um fator fácil de ser tratado, por isto, ele reforça a necessidade de agilidade pelas áreas de TI.

Estas devem ser capazes de atender as demandas de forma eficaz. Em seguida vemos as

dificuldades de gestão das fábricas de software. Como já contextualizado anteriormente, é

notável o crescimento da utilização destas fábricas e, por conseguinte, a dificuldade em geri-

las de forma eficiente.

Em terceiro temos empatados a "Falta de Padrões e Processos de TI" e "Não

Utilização dos Processos e Padrões pelas Equipes de TI". Isto pode nos mostra a dificuldade

em se utilizar padrões de TI efetivos. Estes, em alguns casos, são tão complexos que

inviabilizam sua utilização.

Os gestores também citaram a "Falta de Alinhamento Estratégico entre TI e Áreas de

Negócio" e a "Descentralização da TI" como dificuldades relevantes. No primeiro caso, temos

empresas onde o conceito de Governança de TI não atingiu a alta administração. No segundo

caso temos a realização de atividades de TI dentro das áreas de negócio, o que dificulta muito

o gerenciamento.

Também é interessante notar que a "Falta de Orçamento" foi considerado como o fator

de menor importância nas empresas do setor.

Para analisar a utilização dos modelos de gestão da TI solicitamos que os gestores

classificassem cada modelo conforme a Tabela 25 - Métrica de Utilização. As respostas foram

somadas e classificas por modelo, com o seguinte resultado:

Figura 31 - Análise dos Dados: Modelos de Gestão da TI

0 5 10 15 20 25 30

[ITIL]

[Balance Scorecard]

[CMM/CMMi]

[ISO 9001:2000]

[MPS BR]

[ISO/IEC 27001 - ISO/IEC …

[PRINCE]

Utilização dos Modelos de Gestão de TI

103

Como era esperado, encontramos os modelos PMI e ITIL como os mais utilizados.

Ambos possuem ampla aceitação no mercado, com um foco mais prático, possuindo

orientações de fácil entendimento e implementação. Em seguida temos o BSC (Balance

Scorecard), que tem sido muito utilizado como ferramenta de alinhamento estratégico entre a

TI e o negócio.

Empatados na terceira posição temos o CMM/CMMi e o CobiT. Podem ser vistos

como modelos mais conceituais que os anteriores, mas também possuem grande aceitação

(principalmente internacionalmente). São modelos de maior complexidade para implantação

e, por conseguinte, incorrem em um custo maior. A presença destes modelos, apenas na

terceira posição, pode nos mostrar que a governança de TI ainda não é considerada tão

relevante nas organizações avaliadas.

Apesar do esforço em difundir o MR-MPS, e de suas vantagens sobre o CMMI (custo

significativamente menor para obtenção dos níveis de maturidade pelas prestadoras de

serviço), o mesmo apresentou um resultado pouco significante nas empresas avaliadas.

Também vale ressaltar que, apesar de um grande fortalecimento internacional, o

modelo TOGAF também apresentou um resultado abaixo do esperado.

5.3 OUTSOURCING

Observamos anteriormente que a gestão das Fábricas de Software está classificada

entre as maiores dificuldades na gestão de TI. Apesar disto, os modelos de gestão focados em

Outsourcing figuram entre os últimos colocados em utilização e conhecimento. De fato, os

modelos exclusivamente focados em Outsourcing são relativamente novos, mas, se esperava

uma pontuação maior indicando no mínimo o interesse pelos mesmos.

Solicitamos aos entrevistados que indicassem, de forma simplificada, a composição de

sua equipe para algumas atividades da TI. O resultado é apresentado a seguir:

104

Figura 32 - Análise dos Dados: Composição da Equipe por Atividade

Pelo gráfico acima podemos observar que em todas as atividades listadas existe algum

nível de outsourcing. O maior nível de terceirização está na atividade de Suporte ao Usuário

(Help Desk, primeiro nível) onde, na maior parte das empresas, a atividade é totalmente

terceirizada. Também é interessante observar que todas as empresas realizam a manutenção

de seus sistemas Core Business utilizando mão de obra terceirizada. Apenas as atividades de

Gestão da Segurança da Informação e Definição Arquitetural possuem, na maior parte das

empresas, a presença de apenas funcionários.

5.4 FERRAMENTAS DE TI

Avaliamos no questionário a utilização de diversas ferramentas de TI. A primeira

análise foi quanto ao conhecimento das ferramentas. Pedimos aos entrevistados que

informassem para cada ferramenta o grau de utilização ou de conhecimento, conforme a

Tabela 25 - Métrica de Utilização. O resultado é apresentado abaixo:

0 1 2 3 4 5 6 7

[Desenvolvimento de Novos Sistemas ou Funcionalidades (Core Business)]

[Manutenção de Sistemas (Core Business)]

[Desenvolvimento de Novos Sistemas ou Funcionalidades (Non-Core Business)]

[Manutenção de Sistemas (Non-Core Business)]

[Manutenção da Infra-estrutura de TI (Servidores, Redes, Bancos de Dados, Storage, etc...)]

[Suporte ao Usuário (Help Desk, atendimento de 1º nível, etc...)]

[Definição Arquitetural]

[Gestão de Segurança da Informação]

Composição da Equipe por Atividade

Parcialmente Terceirizada Totalmente Terceirizada Apenas Funcionários Não Realizada

105

Figura 33 - Análise dos Dados: Ferramentas por Utilização

Vale lembrar que retiramos da análise ferramentas consideradas como padrão de

mercado. No gráfico, podemos observar que apenas a Intranet é utilizada em todas as

empresas. Outro ponto a destacar é o grande interesse em três ferramentas que tem ganhado

forças nos últimos anos, ferramentas de Integração Contínua, de Gestão de Regras de Negócio

e de Teste Automatizado. Algumas delas não são novidades, mas, graças a evolução das

tecnologias, deixaram de ser vistas como ferramentas caras e de difícil utilização e

manutenção.

Ferramentas de Gerenciamento de Projetos e Gerenciadores de Artefatos de Software

podem ser considerados padrões e estão presentes em praticamente todas as empresas

avaliadas. Apesar de relativamente recentes, as ferramentas de Integração (ESB, ETL, etc.)

também estão presentes na maior parte das empresas, e as demais demonstram interesse em

utilizá-las. Isto nos mostra a preocupação dos gestores em gerenciar as integrações entre os

sistemas e tecnologias.

0 1 2 3 4 5 6 7

[DBMS]

[MMRP/ERP]

[Gerenciador de Projetos]

[Intranet]

[Ferramentas de Colaboração (groupware, wiki, etc...)]

[Ferramentas de Integração (ESB, ETL, etc...)]

[Ferramentas de Modelagem e Controle de Processos (BPM)]

[Ferramentas de Gerenciamento de Requisitos e Documentação de Software]

[Ferramentas de Gerenciamento de Artefatos de Software (Versão, Baselines, etc...)]

[Ferramentas de Teste Automatizado de Software]

[Ferramentas de Integração Contínua]

[Ferramentas de Gestão de Regras de Negócio]

Ferramentas por Utilização

Utiliza há mais de 1 ano Já utiliza há até 1 ano

Considera utilização Não considera utilização

Desconhecimento da ferramenta

106

As maiores surpresas foram as ferramentas de Gestão de Regras de Negócio (por ser

muito recente no Brasil e já estar sendo utilizada em uma das empresas) e as ferramentas

DBMS (que apresentaram um resultado abaixo do esperado).

Solicitamos que as ferramentas fossem classificadas por tipo de solução utilizada. O

resultado é apresentado abaixo:

Figura 34 - Análise dos Dados: Ferramentas por Tipo de Solução

Mesmo empresas que não possuem a ferramenta implantada puderam responder a

questão indicando qual seria a solução escolhida. A maior parte das respostas indica uma

tendência natural na aquisição de pacotes de mercado. Os pacotes de mercado normalmente

apresentam um custo menor de aquisição e licenciamento. Outra vantagem da opção por

pacotes é o fato de, normalmente, já ter sido adotado por outras empresas, isto possibilita um

menor risco, maior padronização e maior facilidade para obtenção de mão de obra.

Pedimos que os Gestores indicassem quais seriam os principais motivadores para a

seleção das ferramentas:

0 1 2 3 4 5 6 7

[DBMS]

[MMRP/ERP]

[Gerenciador de Projetos]

[Intranet]

[Ferramentas de Colaboração (groupware, wiki, etc...)]

[Ferramentas de Integração (ESB, ETL, etc...)]

[Ferramentas de Modelagem e Controle de Processos (BPM)]

[Ferramentas de Gerenciamento de Requisitos e Documentação de Software]

[Ferramentas de Gerenciamento de Artefatos de Software (Versão, Baselines, etc...)]

[Ferramentas de Teste Automatizado de Software]

[Ferramentas de Integração Contínua]

[Ferramentas de Gestão de Regras de Negócio]

Ferramentas por Tipo de Solução

Pacote de Mercado Pacote de Mercado com customização

Desenvolvimento Interno Desenvolvimento por Encomenda

Não aplicável

107

Figura 35 - Análise dos Dados: Fatores de Seleção das Ferramentas

Na maior parte dos casos os gestores consideram as funcionalidades disponíveis como

principal fator de seleção. Não é exatamente um resultado esperado, visto que este tipo de

análise é complexo e demanda um alto esforço da companhia. É mais intuitivo que esta

análise seja feita por consultores especializados. Um fator a ser considerado para justificar o

resultado é a preocupação em evitar conflitos de interesses ao se terceirizar a decisão de

investimento. Em segundo lugar ficou a fatia de mercado que a ferramenta possui, justificável

por garantir maior facilidade de integração e disponibilidade de mão de obra.

Buscando entender a visão que as empresas possuem de cada ferramenta, solicitamos

que fossem definidos quais seriam os principais benefícios de cada uma delas. O resultado

pode ser visto a seguir:

0%

4%

11%

21%

25%

39%

Fatores de Seleção das Ferramentas

Recomendação da Matriz

Menor Custo

Recomendação de Consultores

Não aplicável

Fatia de Mercado

Funcionalidades

108

Figura 36 - Análise dos Dados: Ferramentas por Benefício Esperado

A Melhoria de Qualidade está presente na maior parte das ferramentas. Sem dúvida é

o benefício mais abrangente. Abaixo dela temos a Integração, o que nos mostra a preocupação

dos gestores em gerenciar os fluxos de dados pelos diversos sistemas e departamentos.

Interessante perceber que a Integração ficou na frente de Controle e Segurança.

A última análise das ferramentas buscou identificar as dificuldades encontradas na

implantação das ferramentas. Foram consideradas as empresas que implantaram ou estão em

processo de seleção e implantação. O resultado é apresentado, de forma consolidada, a seguir:

0 1 2 3 4 5 6 7

[DBMS]

[MMRP/ERP]

[Gerenciador de Projetos]

[Intranet]

[Ferramentas de Colaboração (groupware, wiki, etc...)]

[Ferramentas de Integração (ESB, ETL, etc...)]

[Ferramentas de Modelagem e Controle de Processos (BPM)]

[Ferramentas de Gerenciamento de Requisitos e Documentação de Software]

[Ferramentas de Gerenciamento de Artefatos de Software (Versão, Baselines, etc...)]

[Ferramentas de Teste Automatizado de Software]

[Ferramentas de Integração Contínua]

[Ferramentas de Gestão de Regras de Negócio]

Ferramentas por Benefício Esperado

Melhoria de Qualidade Integração Melhoria de Velocidade

Redução de Custo Controle e Segurança Outros

Não aplicável

109

Figura 37 - Análise dos Dados: Ferramentas por Dificuldade de Implantação

A maior dificuldade apresentada é a dificuldade de se obter a equipe necessária

disponível. Entende-se como equipe necessária, não só os representantes de TI, mas as áreas

de negócio e fornecedores. Em segundo lugar temos a Falta de Aderência, que representa a

dificuldade em adaptar os sistemas ou processos existentes a nova ferramenta. Isto indica não

só problemas na avaliação da ferramenta adquirida como na adequação dos sistemas em

operação. Este problema nos remete a preocupação dos gestores com integração, e a aquisição

de ferramentas com esta finalidade.

5.5 METODOLOGIAS DE GESTÃO DO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO

Para avaliar a utilização das metodologias de desenvolvimento de software solicitamos

que os gestores informassem, para cada metodologia, o grau de utilização conforme Tabela 25

- Métrica de Utilização. O resultado é apresentado a seguir:

25%

10%

15%14%

7%

29%

Ferramentas por Dificuldade de Implantação

Disponibilidade de Equipe

Disponibilidade ou consistência de dados

Falta de Aderência (GAP, “lack of fit”)

Outros

Seleção do Pacote

Não aplicável

110

Figura 38 - Análise dos Dados: Metodologias de Desenvolvimento de Software

No gráfico acima fica claro o domínio da metodologia RUP da IBM. Apesar dos

avanços das metodologias ágeis, principalmente nas empresas de tecnologia, estas ainda estão

começando a ganhar espaço nas empresas onde a atividade fim não está relacionada a TI.

Interessante observar que todas as empresas avaliadas demonstram interesse em utilizar a

metodologia Scrum. Outro fator que dificulta a implementação de metodologias ágeis nestas

empresas é o grau de terceirização. Estas metodologias necessitam de uma maior proximidade

com os demandantes (áreas de negócio) além de reduzirem o nível de formalização o que

muitas vezes, na visão dos gestores, inviabiliza sua utilização.

Deixamos em aberto a possibilidade de se informar outra metodologia, porém,

nenhuma empresa o fez.

5.6 APLICAÇÃO DO MODELO CONCEITUAL

Com base nos dados obtidos e analisados, aplicamos o modelo conceitual de Saxena e

Sahay (2000), apresentado no

0 2 4 6 8

[Unified Process]

[RUP (Rational Unified Process)]

[Agile Unified Process]

[Scrum]

[XP (Extreme Programming)]

[Lean Software Development]

[RAD (Rapid application development)]

[Outras]

Metodologias de Desenvolvimento de Software

Utiliza há mais de 1 ano Já utiliza há até 1 ano

Considera utilização Não considera utilização

Desconhecimento da ferramenta

111

3 METODOLOGIA DA PESQUISA. É importante ressaltar que o modelo faz uma

comparação entre as empresas em três dimensões de gestão e uso da tecnologia, o que não

significa, diretamente, um melhor desempenho. O resultado é apresentado no gráfico abaixo:

Figura 39 - Aplicação do Modelo Conceitual

Considerar as empresas conforme a

Tabela 15 - Empresas pesquisadas por área de atuação. Podemos perceber que a

empresa 1, único banco presente na pesquisa, se destaca significativamente das demais. Ela

apresenta um alto grau de Integração (automação das transferências de dados), de Amplitude

(grau de informatização dos departamentos) e Profundidade (variedade de ferramentas de

software utilizadas). Podemos considerar como um resultado esperado, tendo em vista que é a

única empresa que atua em todas as linhas de produto, e que possui maior porte. De forma

112

indireta, isto nos reforça a relevância que a TI representa na empresa, e nos indica um alto

grau de investimentos em tecnologia. Apesar do resultado positivo, é importante destacar que

em empresas de grande porte é comum que existam diversas iniciativas, metodologias e

ferramentas, porém, não significa que as mesmas são utilizadas da melhor forma ou na maior

parte da Cia.

Em seguida temos a empresa 3, empresa de grande porte que atua nas áreas de

seguros, capitalização e previdência. Ela se manteve na média nos três eixos do modelo, com

um pequeno destaque para os eixos profundidade e integração. Isto pode ser resultado da

variedade de produtos ofertados, exigindo diferentes soluções tecnológicas, e a diversas

parcerias de vendas, principalmente com bancos.

A empresa 5, que realiza a administração de recursos financeiros, demonstrou um

grande equilíbrio entre os 3 eixos. Apesar de valores menores, considerando o pequeno porte

e o equilíbrio entre os eixos, podemos considerar um resultado satisfatório, indicando a

utilização de recursos computacionais de forma eficiente.

A empresa 6, que comercializa exclusivamente seguros, apresentou um nível de

integração similar a empresa 3 e menores valores quanto a amplitude e profundidade. Isto vai

a favor dos argumentos citados anteriormente, podendo representar uma menor necessidade

de variedade de ferramentas tendo em vista a comercialização de uma única linha de produtos.

A integração, da mesma forma que na empresa 3, nos aponta a necessidade de rápida

comunicação interna e externa, principalmente com bancos parceiros.

Na outra ponta temos a empresa 2 e 4. A empresa 4 comercializa exclusivamente

crédito pessoal. Ela apresentou os menores valores nas três dimensões. Esta empresa possui

uma estratégia diferenciada das demais. Seu foco é em vendas de "balcão", com uma rede de

corretores, fidelizados (de dedicação exclusiva) ou não.

A empresa 2 atua em seguros, previdência e crédito. Pela variedade de produtos

ofertados, podemos considerá-la como a empresa com maior necessidade de revisão de sua

estratégia de TI. Ela apresentou um grau de integração significativamente baixo, considerando

as empresas que comercializam ramos similares. Este resultado indica a necessidade de uma

análise mais detalhada.

113

6 CONCLUSÕES

A importância que a TI representa na estratégia corporativa já não é percebida apenas

pelos gestores de TI mas também pela alta direção. Neste sentido foram e são criados diversos

modelos, todos os anos, visando obter a melhor performance do investimento em TI com o

máximo de segurança. Boa parte destes modelos ainda não é utilizada ou conhecida pelos

gestores de TI. Em muitos casos, os gestores desconhecem modelos que podem tratar

dificuldades presentes no seu dia a dia.

Os modelos eSCM-SP e eSCM-CL que tratam especificamente da gestão de

outsourcing, são exemplos desta situação. Eles se encontraram na última colocação em nível

de utilização e interesse na pesquisa e, apesar disto, a gestão dos fornecedores foi considerada

a segunda maior dificuldade na gestão da TI. Vale ressaltar a relevância da gestão do

outsourcing que apresentou, em praticamente todas as atividades avaliadas na pesquisa, algum

grau de terceirização.

O fator de dificuldade "Imprevisibilidade da demanda das áreas de negócio" foi

considerado como maior dificuldade da gestão da TI. Alinhamento e agilidade são as chaves

para amenizar esta dificuldade. O alinhamento pode ser obtido fortalecendo o conceito de

governança de TI, o que dará a TI um papel mais importante no processo corporativo. Como é

sugerido por Fernandes e Abreu (2008) pode-se utilizar o CobiT como guarda chuva para

implantação dos conceitos de governança. Como visto na pesquisa, o modelo só aparece na

terceira colocação dentre os modelos mais utilizados.

Para alcançar a agilidade, consideramos a adoção de modelos e ferramentas com este

fim. Para implantação das ferramentas, a maior dificuldade apresentada foi a de se obter a

equipe necessária disponível. Entende-se como equipe necessária, não só os representantes de

TI, mas as áreas de negócio e fornecedores. Em segundo lugar temos a Falta de Aderência, o

114

que indica não só problemas na avaliação da ferramenta adquirida como na dificuldade de

adequação dos sistemas envolvidos.

Verificamos que as empresas estão bastante preocupadas em estar em sintonia com o

mercado no sentido de ferramentas de TI. Adotando novas soluções ou demonstrando

interesse em praticamente todas as ferramentas. Comparando os resultados da avaliação das

ferramentas com a avaliação dos modelos de gestão, percebemos que os gestores preferem

adotar ferramentas antes de seguir os modelos.

Foi percebido em diversas perguntas a preocupação dos gestores com a integração

entre os sistemas e suas diferentes tecnologias. Visando tratar esta preocupação, verificamos

que os gestores focam na contratação de ferramentas de integração. Porém, a integração não é

um problema apenas tecnológico. Seria mais interessante considerar a adoção de um modelo

para gestão da arquitetura corporativa. Neste sentido temos o modelo TOGAF, que apresentou

um resultado muito pouco significativo em nível de utilização.

Na maior parte das empresas a idade média dos sistemas Core Business se aproxima

de 10 anos, sendo que o número de sistemas em substituição supera a metade do número total

apresentado. Isto nos mostra a preocupação em substituir estes sistemas, porém, é uma

operação de alta complexidade e risco. O investimento em ferramentas de integração também

ameniza os impactos da obsolescência destes sistemas, possibilitando a integração com

tecnologias atuais e permitindo a extensão da vida útil dos mesmos.

Próximos Passos

Como continuidade da presente pesquisa se faz necessário realizar uma análise

quantitativa, aumentando a base de empresas pesquisadas. Também poderão ser

desenvolvidos estudos para avaliar a percepção da qualidade dos serviços de TI pelas áreas de

negócio. Com esta avaliação será possível identificar se as praticas utilizadas tem suprido as

necessidades das áreas de negocio.

Novas pesquisas podem ser desenvolvidas também visando traçar uma relação entre o

desempenho financeiro e a performance do processo de TI. Isto irá gerar um conjunto de

melhores práticas, combinadas, que apresentam um resultado positivo no mercado brasileiro.

Assim como no artigo "Agile manufacturing in practice Application of a

methodology" (SHARIFI; ZHANG, 2001), pode-se desenvolver, a partir dos estudos

anteriores, um processo de adequação das empresas em busca da agilidade, com base nas

melhores práticas identificadas.

115

REFERÊNCIAS

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ÁRVORES DE BUSCA POR PALAVRA CHAVE

Figura 40

ANEXOS

ÁRVORES DE BUSCA POR PALAVRA CHAVE

40 - Árvore de Busca: Identificar Pesquisas Semelhantes

119

Árvore de Busca: Identificar Pesquisas Semelhantes

Figura 41

41 - Árvore de Busca: Avaliar Estratégias de Gestão de TI

120

Árvore de Busca: Avaliar Estratégias de Gestão de TI

Figura 42 -- Árvore de Busca: Avaliar Agilidade Coorporativa e na TI

121

Árvore de Busca: Avaliar Agilidade Coorporativa e na TI

Figura 43 - Árvore de Busca: Avaliar Ferramentas de TI para Gestão Corporativa

Figura 44

Árvore de Busca: Avaliar Ferramentas de TI para Gestão Corporativa

44 - Árvore de Busca: Avaliar Ferramentas de Apoio a TI

122

Árvore de Busca: Avaliar Ferramentas de TI para Gestão Corporativa

Árvore de Busca: Avaliar Ferramentas de Apoio a TI

Figura 45

Figura 46

45 - Árvore de Busca: Avaliar Dificuldades na Gestão de TI

46 - Árvore de Busca: Avaliar Desempenho Corporativo

123

Árvore de Busca: Avaliar Dificuldades na Gestão de TI

Árvore de Busca: Avaliar Desempenho Corporativo

124

QUESTIONÁRIO

Análise Exploratória de Práticas de Gestão de TI

Este questionário busca identificar as principais práticas de gestão de TI utilizadas por empresas do setor de serviços financeiros brasileiro. Tais práticas serão avaliadas e comparadas com foco em agilidade e performance corporativa. Trata-se o presente de desdobramento metodológico de pesquisa acadêmica com vistas à obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal Fluminense. É garantido sigilo visto que nenhuma informação individual será divulgada e os dados serão analisados de forma global. Aluno: Leandro de S. Gomes Orientador: José Rodrigues

Sua participação é de extrema importância para que a pesquisa alcance resultados fidedignos e demonstre a verdadeira situação do mercado. Reforçamos que nenhuma informação individual será divulgada e os dados serão analisados de forma global. O resultado da pesquisa será publicado através de uma dissertação de mestrado apresentada ao departamento de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense. Este questionário pode ser salvo a qualquer momento para posterior conclusão

Há 19 perguntas neste questionário e o tempo estimado para resposta é de 25 minutos.

Avaliação da TI

Este conjunto de perguntas visa identificar a situação atual da TI quanto ao seu posicionamento estratégico e nível de serviço. 1. No âmbito das estratégias de gestão de TI classifique os modelos a seguir conforme o conhecimento e utilização em sua organização: *

Por favor, escolha a resposta adequada para cada item:

Desconhecimento da ferramenta

Não considera utilização

Considera utilização

Já utiliza há até 1 ano

Utiliza há mais de 1 ano

Val IT

ISO/IEC 27001 - ISO/IEC 27002

Cobit

ISO/IEC 20000

eSCM-SP/eSCM-CL

ITIL

PMI

PRINCE

Seis Sigma

Balance Scorecard

TOGAF

MPS BR

ISO 9001:2000

CMM/CMMi

2. Indique o grau de informatização, nível utilização de sistemas computadorizados, dos seguintes departamentos: *

Por favor, escolha a resposta adequada para cada item:

Muito Baixo ou Nenhum Baixo Médio Alto

Projetos

Marketing

Financeiro

Qualidade

125

Muito Baixo ou Nenhum Baixo Médio Alto

Operações

Compras

Produtos

RH

Processos

Média dos Demais Depart. (exceto TI)

3. Indique o grau de integração, troca de informações entre sistemas computadorizados, dos seguintes departamentos: *

Por favor, escolha a resposta adequada para cada item:

Muito Baixo ou Nenhum Baixo Médio Alto

Projetos

Marketing

Financeiro

Qualidade

Operações

Compras

Produtos

RH

Processos

Média dos Demais Depart. (exceto TI)

4. Indique o grau de utilização das ferramentas a seguir: *

Por favor, escolha a resposta adequada para cada item:

Desconhecimento da ferramenta

Não considera utilização

Considera utilização

Já utiliza há até 1 ano

Utiliza há mais de 1 ano

DBMS

MMRP/ERP

Gerenciador de Projetos

Intranet

Ferramentas de Colaboração (groupware, wiki, etc...)

Ferramentas de Integração (ESB, ETL, etc...)

Ferramentas de Modelagem e Controle de Processos (BPM)

Ferramentas de Gerenciamento de Requisitos e Documentação de Software

Ferramentas de Gerenciamento de Artefatos de Software (Versão, Baselines, etc...)

Ferramentas de Teste Automatizado de Software

Ferramentas de Integração Contínua

Ferramentas de Gestão de Regras de Negócio

126

5. Indique o tipo de software utilizado como solução para as seguintes ferramentas: *

Por favor, escolha a resposta adequada para cada item:

Não aplicável

Pacote de Mercado

Pacote de Mercado com customização

Desenvolvimento Interno

Desenvolvimento por Encomenda

DBMS

MMRP/ERP

Gerenciador de Projetos

Intranet

Ferramentas de Colaboração (groupware, wiki, etc...)

Ferramentas de Integração (ESB, ETL, etc...)

Ferramentas de Modelagem e Controle de Processos (BPM)

Ferramentas de Gerenciamento de Requisitos e Documentação de Software

Ferramentas de Gerenciamento de Artefatos de Software (Versão, Baselines, etc...)

Ferramentas de Teste Automatizado de Software

Ferramentas de Integração Contínua

Ferramentas de Gestão de Regras de Negócio

6. Indique a situação do software utilizado como solução para as seguintes ferramentas: *

Por favor, escolha a resposta adequada para cada item:

Não aplicável

Em produção (utilizado em

menos de 50% dos

departamentos ou sistemas)

Em produção (utilizado por 50% ou mais

dos departamentos ou sistemas)

Em desenvolvimento ou implantação

Em processo de seleção

(avaliação de mercado)

DBMS

MMRP/ERP

Gerenciador de Projetos

Intranet

Ferramentas de Colaboração (groupware, wiki, etc...)

Ferramentas de Integração (ESB, ETL, etc...)

Ferramentas de Modelagem e Controle de Processos (BPM)

Ferramentas de Gerenciamento de Requisitos e Documentação de Software

Ferramentas de Gerenciamento de Artefatos de Software (Versão, Baselines, etc...)

Ferramentas de Teste Automatizado de Software

Ferramentas de Integração Contínua

Ferramentas de Gestão de Regras de Negócio

127

7. Indique o principal fator de seleção do software utilizado como solução para as seguintes ferramentas: *

Por favor, escolha a resposta adequada para cada item:

Não

aplicável Menor Custo

Recomendação da Matriz

Fatia de Mercado Funcionalidades

Recomendação de Consultores

DBMS

MMRP/ERP

Gerenciador de Projetos

Intranet

Ferramentas de Colaboração (groupware, wiki, etc...)

Ferramentas de Integração (ESB, ETL, etc...)

Ferramentas de Modelagem e Controle de Processos (BPM)

Ferramentas de Gerenciamento de Requisitos e Documentação de Software

Ferramentas de Gerenciamento de Artefatos de Software (Versão, Baselines, etc...)

Ferramentas de Teste Automatizado de Software

Ferramentas de Integração Contínua

Ferramentas de Gestão de Regras de Negócio

8. Indique o principal benefício esperado do software utilizado como solução para as seguintes ferramentas: *

Por favor, escolha a resposta adequada para cada item:

Não aplicável Integração

Melhoria de

Qualidade

Melhoria de

Velocidade Redução de Custo

Controle e Segurança Outros

DBMS

MMRP/ERP

Gerenciador de Projetos

Intranet

Ferramentas de Colaboração (groupware, wiki, etc...)

Ferramentas de Integração (ESB, ETL, etc...)

Ferramentas de Modelagem e Controle de Processos (BPM)

Ferramentas de Gerenciamento de Requisitos e Documentação de Software

Ferramentas de Gerenciamento de Artefatos de Software (Versão, Baselines, etc...)

Ferramentas de Teste Automatizado de Software

128

Não aplicável Integração

Melhoria de

Qualidade

Melhoria de

Velocidade Redução de Custo

Controle e Segurança Outros

Ferramentas de Integração Contínua

Ferramentas de Gestão de Regras de Negócio

9. Indique o principal problema de implementação do software utilizado como solução para as seguintes ferramentas: *

Por favor, escolha a resposta adequada para cada item:

Não

aplicável Disponibilidade

de Equipe

Disponibilidade ou

consistência de dados

Falta de Aderência

(GAP, “lack of

fit”)

Seleção do

Pacote Outros

DBMS

MMRP/ERP

Gerenciador de Projetos

Intranet

Ferramentas de Colaboração (groupware, wiki, etc...)

Ferramentas de Integração (ESB, ETL, etc...)

Ferramentas de Modelagem e Controle de Processos (BPM)

Ferramentas de Gerenciamento de Requisitos e Documentação de Software

Ferramentas de Gerenciamento de Artefatos de Software (Versão, Baselines, etc...)

Ferramentas de Teste Automatizado de Software

Ferramentas de Integração Contínua

Ferramentas de Gestão de Regras de Negócio

10. Com relação a utilização da internet em suas operações, indique: *

Por favor, coloque sua(s) resposta(s) aqui:

• Qual o percentual de serviços ou produtos podem ser contratados atualmente pela internet? _______%

• Qual o percentual de serviços de manutenção ou suporte podem ser realizados atualmente pela internet? _______%

• Qual o percentual esperado de serviços ou produtos que poderão ser contratados pela internet daqui a 5 anos?

_______%

• Qual o percentual esperado de serviços de manutenção ou suporte poderão ser realizados pela internet daqui a 5

anos? _______%

Considerar o valor percentual sobre o total de serviços e produtos prestados ou comercializados por outros canais.

129

11. Das atividades a seguir indique a composição da equipe, conforme a matriz: *

Por favor, escolha a resposta adequada para cada item:

Não Realizada Totalmente Terceirizada

Parcialmente Terceirizada

Apenas Funcionários

Desenvolvimento de Novos Sistemas ou Funcionalidades (Core Business)

Manutenção de Sistemas (Core Business)

Desenvolvimento de Novos Sistemas ou Funcionalidades (Non-Core Business)

Manutenção de Sistemas (Non-Core Business)

Manutenção da Infra-estrutura de TI (Servidores, Redes, Bancos de Dados, Storage, etc...)

Suporte ao Usuário (Help Desk, atendimento de 1º nível, etc...)

Definição Arquitetural

Gestão de Segurança da Informação

Desconsiderar atividades gerenciais.

12. Com relação aos sistemas CORE Business, em produção, indique: *

• Quantos sistemas são utilizados? _______

• Qual a idade média dos sistemas em produção? _______

• Quantas tecnologias de aplicação diferentes são utilizadas? _______

• Quantas tecnologias de banco de dados diferentes são utilizadas? _______

• Quantos sistemas estão sendo reformulados ou em processo de substituição? _______

Considerar como CORE Business os sistemas diretamente relacionados a atividade fim da organização, seu funcionamento impacta diretamente a operação da empresa.

13. Dentre os fatores de dificuldade na gestão de TI a seguir, ordene conforme o impacto que causam em sua organização (1 para maior impacto e assim sucessivamente até o de menor impacto): *

Por favor, numere cada caixa por ordem de preferência, de 1 a 11

_ Falta de Padrões e Processos de TI

_ Não Utilização dos Processos e Padrões pelas Equipes de TI

_ Não Utilização dos Processos e Padrões pelas Áreas de Negócio

_ Dificuldade na Obtenção de Informações dos Sistemas de Negócio (ex: relatórios, data mining, etc...)

_ Imprevisibilidade da Demanda das Áreas de Negócio

_ Problemas com Fornecedores (Exceto Fábricas de Software)

130

_ Problemas de Infra-estrutura

_ Instabilidade e Falhas nos Sistemas de Terceiros ou Prestadoras de Serviço

_ Falta de Documentação Sistêmica Útil

_ Problemas com Fábricas de Software (ex: Qualidade, Prazos, Relacionamento, etc...)

_ Falta de Orçamento

14. Caso existam outros fatores de dificuldade relevantes, favor descrever o fator e o impacto causado na organização:

Por favor, coloque sua resposta aqui: _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Impacto : Indicar o índice em comparação a ordem definida na questão anterior. O índice indicado nesta questão substitui o da questão anterior. Ex: A resposta "3) Padrões ou Processos de TI ineficientes" indica que este item deve ser considerado como o 3º item em termos de impacto e o item indicado na questão anterior passa a ser o 4º (e assim por diante).

15. Classifique as metodologias de desenvolvimento de software a seguir conforme o conhecimento e utilização em sua organização: *

Por favor, escolha a resposta adequada para cada item:

Desconhecimento da ferramenta

Não considera utilização

Considera utilização

Já utiliza há até 1 ano Utiliza há mais de 1 ano

Unified Process

RUP (Rational Unified Process)

Agile Unified Process

Scrum

XP (Extreme Programming)

Lean Software Development

RAD (Rapid application development)

Outras (Descrever Abaixo)

16. Ordene as metodologias conforme o grau a utilização em sua organização (1 para a mais utilizada e assim sucessivamente até as menos ou não utilizadas): *

Por favor, numere cada caixa por ordem de preferência, de 1 a 9

_ Metodologia Própria

_ Unified Process

_ RUP (Rational Unified Process)

_ Agile Unified Process

131

_ Scrum

_ XP (Extreme Programming)

_ Lean Software Development

_ RAD (Rapid application development)

_ Outras (Descrever Abaixo)

As metodologias não utilizadas, indicadas anteriormente, não serão consideradas.

17. Caso utilize outras metodologias, diferentes das indicadas nas questões anteriores, descreva abaixo:

Por favor, coloque sua resposta aqui:

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Dados de Identificação

Este conjunto de perguntas será utilizado para classificar as respostas obtidas. 18. Indique as áreas em que sua empresa atua: *

Por favor, escolha as opções que se aplicam:

• Bancos

• Seguros

• Capitalização

• Previdência

• Crédito

• Gestão de Recursos

• Outros: __________________________________

19. Para concluir, informe os dados abaixo: *

Por favor, coloque sua(s) resposta(s) aqui:

• Informe o Cargo que ocupa atualmente: ______________________________

• Informe o seu Departamento: ______________________________

• Número aproximado de funcionários da empresa: ______________________________

132

• Email para contato (opcional - será usado para envio do resultado da pesquisa): ____________________________

• Nome da empresa (opcional): ______________________________

TABELAS

Tabela 22 - Departamentos

Peso Descrição

0,5 Projetos

1 Marketing

1 Financeiro

1 Qualidade

1,5 Operações

1 Compras

1 Produtos

0,5 RH

1 Processos

0,5 Média dos Demais Depart. (exceto TI)

Tabela 23 - Ferramentas de Software

Peso Descrição

1 DBMS

1 MMRP/ERP

0,5 Gerenciador de Projetos

0,5 Intranet

0,5 Ferramentas de Colaboração (groupware, wiki, etc...)

1 Ferramentas de Integração (ESB, ETL, etc...)

1 Ferramentas de Modelagem e Controle de Processos (BPM)

1 Ferramentas de Gerenciamento de Requisitos e Documentação de Software

1 Ferramentas de Gerenciamento de Artefatos de Software (Versão, Baselines, etc...)

0,8 Ferramentas de Teste Automatizado de Software

0,5 Ferramentas de Integração Contínua

1 Ferramentas de Gestão de Regras de Negócio

133

Tabela 24 - Métrica de Nível

Peso Descrição

1 Muito Baixo ou Nenhum

2 Baixo

3 Médio

4 Alto

Tabela 25 - Métrica de Utilização

Peso Descrição

1 Desconhecimento da ferramenta

2 Não considera utilização

3 Considera utilização

4 Já utiliza até 1 ano

5 Utiliza mais de 1 ano

Tabela 26 - Métrica de Frequência

Peso Descrição

0 Nunca

1 Raramente

2 Frequentemente

3 Muito Frequentemente

4 Quase Sempre

Tabela 27 - Tipo de Software

Peso Descrição

0 Não aplicável

1 Pacote de Mercado

2 Pacote de Mercado com customização

3 Desenvolvimento Interno

4 Desenvolvimento por Encomenda

134

Tabela 28 - Status de Utilização de Software

Peso Descrição

0 Não aplicável

1 Em produção (utilizado em menos de 50% dos departamentos ou sistemas)

1,5 Em produção (utilizado por 50% ou mais dos departamentos ou sistemas)

0,75 Em desenvolvimento ou implantação

0,5 Em processo de seleção (avaliação de mercado)

Tabela 29 - Fatores de Seleção de Software

Peso Descrição

0 Não aplicável

1 Menor Custo

2 Recomendação da Matriz

3 Fatia de Mercado

4 Funcionalidades

5 Recomendação de Consultores

Tabela 30 - Benefícios de Software

Peso Descrição

0 Não aplicável

1 Integração

2 Melhoria de Qualidade

3 Melhoria de Velocidade

4 Redução de Custo

5 Controle e Segurança

- Outros

135

Tabela 31 - Problemas na Implantação de Novo Software

Peso Descrição

0 Não aplicável

1 Disponibilidade de Equipe

2 Disponibilidade ou consistência de dados

3 Falta de Aderência (GAP, “lack of fit”)

4 Seleção do Pacote

- Outros (Habib, Ahmed et al. 2008) (Marçal, De Freitas et al. 2007) (Sun and Liu ; Marçal, De Freitas et al. 2007) (Campos 1998; TAVARES 2007) (Walker 2008) (BARBOSA 2006) (Iwami 2008) (Ferreira, Santos et al. 2007) (Chow and Cao 2008) (Tecnologia 2010) (Wood 1999) (Xiaosong, Zhen et al. 2008)

136

Gomes, Leandro de Souza UMA ANÁLISE EXPLORATÓRIA DE PRÁTICAS DE GESTÃO DE TI NO SETOR DE SERVIÇOS FINANCEIROS BRASILEIRO Leandro de Souza Gomes. Rio de Janeiro, 2010.

Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal Fluminense, Escola de Engenharia, 2010.

Orientador: Jose Rodrigues de Farias Filho Palavras Chave: 1. Manufatura Ágil 2. Tecnologias da Informação e Comunicação 3. Terceirização 4. Serviços Financeiros 5. Brasil 6. Gestão de TI

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