laboratório de comunicação popular - aula 1

Laboratório de Comunicação PopularEscola Sesc de Ensino Médio

O que é Comunicação?História e Conceitos Básicos

Como surgiu a Comunicação?

A Comunicação Pré-Imprensa

As primeiras tentativas de comunicação surgiram praticamente ao mesmo tempo em que os seres humanos criaram os primeiros grupos com o objetivo de conviver e coexistir. Baseado na oralidade, os homens das cavernas desenvolveram de forma rudimentar os primeiros fonemas de compreensão grupal com o objetivo de facilitar as atividades de caça e defesa de predadores.



A partir da oralidade surgiram os primeiros códigos de registro de escrita, que registraram para a história as experiências de cada grupo. As pinturas rupestres nas cavernas retratavam as atividades cotidianas e a relação do homem com as forças da natureza, nos levando a entender as formas de vida e a evolução humana na caça e pesca, construção de ferramentas e os primeiros rituais de adoração religiosas e cultos a divindades.



O primeiro código de escrita reconhecido surgiu na Suméria, por volta do ano 4.000 a.C., com sinais cunhados em placas de barro. Praticamente ao mesmo tempo, no Egito, também estavam sendo desenvolvidos dois códigos de sinais escritos: um baseado em texto (demótica) e outro em desenhos (hieroglífico). Ao mesmo tempo em que era desenvolvida a escrita, a alfabetização de pessoas para entender esses códigos também precisava ser feita.



Como os processos educacionais não evoluem com a mesma velocidade que a difusão de informações, era necessário criar formas de divulgar os decretos reais, leis e fatos importantes da nobreza e dos religiosos para o povo comum. E em muitas culturas foi criada a figura do mensageiro, um serviçal alfabetizado para entender os códigos de escrita e transmitir, por meio da oralidade, a população que se reunia em locais públicos para se manter informada.



Outras formas de intervenções lúdicas foram bastante utilizadas no período pré-imprensa para a transmissão de informações. O teatro, a música e as artes plásticas (pintura, escultura, etc) serviram e ainda servem atualmente como fonte de informações para a difusão de usos e costumes das sociedades.



Estes processos de difusão de informações, desenvolvidos na Antiguidade Clássica, perduraram por praticamente toda a Idade Média, período dominado pelas famílias nobres aliadas a Igreja Católica, que controlava além do ensino em toda a Europa medieval a produção e distribuição de obras escritas (livros e pergaminhos), mantendo sempre o Latim como o idioma.


A Idade Média e o surgimento da Imprensa

Em meados do século XV, época em que as rotas comerciais na Europa estavam se consolidando, o desenvolvimento tecnológico voltou a ser uma prática nas cidades. Com isso, a produção puramente artesanal foi dando espaço para as manufaturas, nas quais maquinários são utilizados para otimizar o processo de produção.


A Idade Média e o surgimento da Imprensa

Nesse bojo do processo manufaturado surgiu a primeira prensa mecânica, inventada na Alemanha por Johanes Gutenberg. O inventor adaptou uma das máquinas que espremiam o suco das uvas para a fabricação de vinho e criou uma forma de encaixar e remover as letras e sinais (chamados de tipos) de acordo com a página que se queira criar.


A Idade Média e o surgimento da ImprensaO primeiro livro totalmente impresso mecanicamente foi a Bíblia, ainda em Latim, mas posteriormente foram impressos livros em alemão, fato este que provocou a contestação da Igreja Católica. Aliás, a Imprensa foi um dos fatores determinantes para o surgimento do protestantismo na Europa, acelerando o processo de difusão das 95 Teses de Martinho Lutero, principal iniciativa de contestação ao poderio católico (Reforma Protestante) por todo o território germânico.


A difusão da Imprensa e a participação na política mundial

Com a Revolução Industrial, no século XVIII, a Imprensa ganhou fôlego e jornais passaram a ser produzidos por toda a Europa (Inglaterra, França, Alemanha, Holanda, Portugal e Suécia), chegando rapidamente nas colônias inglesas da América do Norte, hoje Canadá e Estados Unidos. Com isso, as classes dominantes perceberam o grande poder de influência dos periódicos diante das classes populares. As metrópoles procuravam controlar ou até censurar a publicação de jornais impressos, temendo revoltas populares.

Avisa Relation oder Zeitung - Alemanha (1609)



O grande medo das classes dominantes se mostrou correto. Nos dois grandes eventos político-geográficos do final do século XVIII, a Independência dos Estados Unidos (1776) e a Revolução Francesa (1789), a Imprensa teve papel fundamental e se tornou, além de difusora dos acontecimentos, um dispositivo pedagógico de análise da sociedade.

Como surgiu a Comunicação?A difusão da Imprensa e a participação na política mundial

Conforme as tecnologias de Comunicação foram evoluindo, as formas de persuasão foram se tornando cada vez mais refinadas. Durante o final do século XIX e início do século XX, mais precisamente durante a Primeira Guerra Mundial, o telégrafo foi um importante dispositivo militar. Já na Segunda Guerra, tanto as potências do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) quanto os Aliados (Inglaterra, França, União Soviética e Estados Unidos) se utilizaram do rádio para criar sentimentos patrióticos, convencendo as populações de que a honra nacional estava em jogo durante o conflito.



Nessa mesma época da Segunda Guerra Mundial, início dos anos 1940, foi desenvolvida pelos soviéticos a transmissão de dados via satélite, embrião da internet que foi aperfeiçoada para uso militar tanto por soviéticos quanto por norte-americanos durante a Guerra Fria, tendo posteriormente um uso educacional e acadêmico, até chegar a população.


A Comunicação no BrasilColônia ultramarina periférica de Portugal. Esse era o status político do Brasil até o início do século XIX, e só mudou por conta da expansão napoleônica pela Europa e a conseqüente fuga da Família Real portuguesa para o país, em 1808. Antes dessa data, a imprensa no país era expressamente proibida pela coroa, como forma de evitar rebeliões populares (a exemplo dos acontecimentos de Estados Unidos e França). As únicas formas de informação eram os comunicados oficiais do reino, e até as obras literárias de autores brasileiros eram editadas e impressas na Europa, pela proibição da instalação de tipografias no Brasil.


A Comunicação no Brasil

No entanto, após a chegada da Família Real, o panorama começou a mudar. O Rei Dom João VI ordenou a instalação da Impressão Régia na cidade do Rio de Janeiro, que produziu o primeiro periódico oficial da coroa, A Gazeta do Rio de Janeiro, em 10 de setembro de 1808. No entanto, o primeiro jornal produzido para o Brasil foi o Correio Braziliense, que teve seu primeiro número em 1º de junho do mesmo ano, três meses antes da publicação real. No entanto, como o jornal foi impresso em Londres, só chegou em terras brasileiras em outubro.



A proibição da produção de jornais em território brasileiro foi revogada em 1820, abrindo espaço a diversas publicações que atuaram de forma amadora e desorganizada. Muitos títulos foram criados para defender causas como o fim da escravidão e a proclamação da república, mas a todo tempo eram descontinuados pela falta de organização profissional.



A imprensa brasileira só se profissionalizou entre as décadas de 1920 e 1930, com investimentos em estrutura, a organização de profissionais no conceito de “redação jornalística”, que já havia sido adotada nos Estados Unidos há pelo menos 50 anos (William Ranpolph Hearst e Joseph Pullitzer foram os principais nomes dessa reorganização jornalística profissionalizada).



Mas o grande upgrade profissional no jornalismo brasileiro só foi dado no ano de 1941 em meio radiofônico, com a criação do Repórter Esso, e em 1957 em meio impresso, com a reforma gráfica do Jornal do Brasil. O meio televisivo, que teve início em 1950, se aproveitou dos modelos já consagrados pelas redações norte-americanas e apenas os importou, assim como o conceito de “agência de notícias”, que engloba diversas plataformas de comunicação em redações interligadas.

Processos de Comunicação

Comunicação de Massa x Comunicação Interpessoal

Desde as pinturas rupestres dos homens das cavernas até as atuais ferramentas de troca de informações pela internet a Comunicação vem evoluindo, dando velocidade ao compartilhamento de fatos de interesse público e estreitando os laços entre pessoas no âmbito familiar e de amizade. Ela pode ser dividida em duas etapas, que podem ser complementares entre si:



Comunicação Interpessoal: Pode ser definida como o processo pelo qual informações são trocadas e entendidas por duas ou mais pessoas, baseadas em seus contextos culturais, vivências e emoções, com o objetivo de criar relações sociais entre os indivíduos que participam do processo de interação.



- Comunicação de Massa: São agentes que participam da formação de grupos que não tem uma organização interna e surgem de forma instantânea, mas convergem para uma mesma direção. Utiliza processos de construção, formação e deformação da informação para persuadir seu público-alvo com argumentos positivos ou negativos de acordo com a mensagem que se queira transmitir.

Processos de ComunicaçãoComo se dá a Comunicação

Emissor ou destinador: é o indivíduo que emite a mensagem;

Receptor ou destinatário: é o indivíduo que recebe a mensagem;

Mensagem: é o objeto da Comunicação, o conteúdo das informações transmitidas;

Código: é o conjunto de signos que compõem a mensagem e as regras de combinação desses signos;

Canal: é a via de circulação das mensagens.

Emissor ou destinador

MensagemCódigo

Receptor ou destinatário

Canal

Diedro BarrosJornalista

www.diedrobarros.blogspot.com.brdiedrobarros.profissional@gmail.com

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