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LABORATÓRIO DA PAISAGEM RELATÓRIO: OFICINA-SEL MARINGÁ - PR OFICINA SEL MARINGA SISTEMAS DE ESPAÇOS LIVRES URBANOS E A CONSTITUIÇÃO DA ESFERA PÚBLICA CONTEMPORÂNEA NO BRASIL. Oficina realizada em Maringá, Paraná, nos dias 11, 12 e 13 de Maio de 2009. Participantes QUAPÁ-SEL: Prof. Dr. Rogério Akamine (FAU-USP) Arq. Fany Galender (FAU-USP) Arq. Maria Helena Preto (FAU-USP) Arq. Daniela Valente (FAU-USP) Coordenação local (DAU-UEM): Profa. Dra. Karin Schwabe Meneghetti Meneguetti Profa. Gislaine Elizete Beloto Prof. Renato Leão Rego

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LABORATÓRIO DA PAISAGEM

RELATÓRIO: OFICINA-SEL MARINGÁ - PR OFICINA SEL MARINGA

SISTEMAS DE ESPAÇOS LIVRES URBANOS E A CONSTITUIÇÃO DA ESFERA PÚBLICA CONTEMPORÂNEA NO BRASIL.

Oficina realizada em Maringá, Paraná, nos dias 11, 12 e 13 de Maio de 2009.

Participantes QUAPÁ-SEL:

Prof. Dr. Rogério Akamine (FAU-USP)

Arq. Fany Galender (FAU-USP)

Arq. Maria Helena Preto (FAU-USP)

Arq. Daniela Valente (FAU-USP)

Coordenação local (DAU-UEM):

Profa. Dra. Karin Schwabe Meneghetti Meneguetti

Profa. Gislaine Elizete Beloto

Prof. Renato Leão Rego

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Profa. Aline Montagna da Silveira

SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO..................................................................................................... 03

2. LEITURA DA ÁREA URBANA DE MARINGA........................................................... 04

3. APRESENTAÇÃO DA PESQUISA QUAPÁ-SEL PARA OS AGENTES LOCAIS ... 07

4. APRESENTAÇÃO DOS AGENTES LOCAIS ........................................................... 08

5. DINÂMICA DA OFICINA .......................................................................................... 18

6. RESULTADOS DA OFICINA ................................................................................... 22

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1. APRESENTAÇÃO

Foto Aérea de Maringá

A Oficina QUAPÁ-SEL Maringá foi realizada nos dias 11, 12 e 13 de maio de 2009, nas

dependências do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual

de Maringá (DAU-UEM). Contou com a presença dos pesquisadores da FAUUSP Prof.

Dr. Rogério Akamine, Arq. Fany Galender, Arq. Maria Helena Preto e Arq. Daniela

Valente. A coordenação local esteve a cargo da Profa. Dra. Karin Schwabe

MeneghettiMeneguetti, organizadora do evento, que contou com a presença dos

professores do DAU-UEM, representantes locais envolvidos com a questão do Espaço

Livre Urbano e alunos da graduação e pós-graduação dos cursos de Arquitetura e

Urbanismo e Engenharia Urbana.

No dia 11 foi realizado um sobrevoo sobre nas cidades de Maringá, Sarandi e

Paiçandu, que permitiu, juntamente com a visita terrestre posterior, constatar a

evolução do crescimento urbano da região, as características de seus principais eixos

de expansão, a situação das áreas de preservação e conservação, especialmente dos

fundos de vales, além das peculiaridades das formas de uso, ocupação e desenho da

mancha urbana.

Na parte terrestre, foram visitadas diferentes praças, destacando-se as praças

Napoleão Moreira da Silva, Farroupilha, da Catedral, de Todos os Santos e Sagrado

Coração de Jesus;, os principais parques urbanos (Bosque dos Pioneiros, Parque do

Ingá, Parque Alfredo Nyffeler e Parque do Japão),; avenidas e ruas, permitindo a

observação de diferentes formas de apropriação dos espaços livres urbanos.

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No dia 12, no intervalo destinado ao almoço, fizemos foi realizada uma visita

complementar a Sarandi e mais algumas praças e trechos da cidade visitados no início

da noite do dia anterior, o que permitiu aprofundar o para aprofundarmos nosso

conhecimento sobre tais locais.

2. LEITURA DA ÁREA URBANA DE MARINGÁ

Maringá, município localizado no norte do estado do Paraná, conta atualmente com

aproximadamente 330 mil habitantes. É implantada no contexto da de ocupação da

região promovida pela companhia Inglesa Cia de Terras do Norte do Paraná,

subsidiária da Paraná Plantation, posteriormente passando ao controle do capital

nacional através da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. Cia de Terras do

Norte do Paraná.

É uma cidade planejada, implantada a partir do projeto de urbanismo concebido por

Jorge Macedo Vieira e do projeto de paisagismo de Luiz Teixeira Mendes. Suas

características espaciais foram observadas no sobrevoo e na visita terrestre, onde o

desenho rádio-concêntrico e a organização do tecido urbano a partir da via férrea

imprimiram uma identidade única a esta cidade, ressaltada pela arborização

significativa de seus logradouros públicos.

A Região Metropolitana de Maringá conta com treze municípios, em que se destacam

como cidades-dormitório: a leste, o município de Sarandi, cuja continuidade do traçado

com Maringá, não permite a identificação do limite entre estes dois municípios. Já na

vertente oeste, em direção ao município de Paiçandu, a conurbação ocorre de maneira

distinta, através da zona industrial e com grandes lotes parcialmente ocupados.

A regularidade do desenho urbano, a disposição das grandes estruturas de espaços

livres, a arborização das vias e principais praças e a continuidade de um padrão de

ocupação e assentamento urbano distinguem Maringá da maioria das aglomerações

urbanas brasileiras, fato este que se deve as particularidades de sua origem e a

manutenção destes padrões urbanísticos e paisagísticos ao longo dos anos.

No dia 11 de maio as arquitetas Maria Helena Preto e Daniela Valente, juntamente com

a profa. Gislaine Elizete Beloto da UEM realizaram o sobrevoo sobre em Maringá. O

sobrevoo foi realizado em avião Cesna, à altitude média de 600m e partiu do

Aeródromo (particular) Recanto das Águias Águas, no município de Iguaraçu.

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No sobrevoo chama a atenção a importância da arborização viária do município que o

recobre e reforça a leitura das vias e dos principais eixos de circulação, aqueles que

tem canteiro central, e espaços livres de porte que reforçam a imagem “verde” da

cidade. O predomínio da ocupação é horizontal (até dois pavimentos) com

concentração de verticalização ao norte dana área central e ao norte da ferrovia.

Predomínio horizontal Verticalização na área central

Áreas em que há menor destaque da urbanização viária são exceção e localizam-se

em áreas de implantação mais recente e ou com menor padrão de renda. Observa-se

também a ocupação da área rural de diversas formas, com destaque para condomínios

horizontais de pequeno porte que tiram partido do desenho original das chácaras.

Implantação recente Ocupação de antigas chácaras

Destacam-se também os fundos de vale que preservam a vegetação ciliar e espaços

livres de porte com menor presença de arborização como o Centro Esportivo e o

Campus da UEM.

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Fundos de vale Campus da UEM

No período vespertino do mesmo dia foi realizado um reconhecimento terrestre de

alguns pontos de destaque na cidade, como exemplo:

Bairro Jardim Alvorada, o primeiro bairro de expansão da cidade fora do plano

original (década de 1970), que manteve a característica de vias e arborização e que

concentra população de padrão médio-baixo;

Zona 5, bairro do traçado original, com ocupação no padrão médio-alto;

Praça Farroupilha, onde se observa grande número de usuários da terceira idade; a

praça é atravessada pela ciclovia ao longo da Av. Pedro Táxiaques;

Parque Alfredo Nyfeller, também conhecido como “Buracão da Morangueira”, antiga

área de depósito de entulho, recuperado na década de 1980;

Praça Sagrado Coração de Jesus, área remanescente junto a Igreja onde se

encontra uma Academia da Terceira Idade (ATI), equipamento que será encontrado

em outros pontos da cidade;

Praça Napoleão Moreira da Silva, área de comércio central, no cruzamento das

avenidas Brasil e Duque de Caxias;

Av. Getúlio Vargas, Eixo Monumental que liga a antiga rodoviária à Catedral;

Parque do Japão, idealizado nas comemorações dos 100 Anos da Imigração, se

encontra parcialmente implantado, com base nessa temática;

Praça Manoel Ribas, exemplo de rótula, ocupada por equipamentos esportivos,

incluindo uma quadra de vôlei de areia;

Parque dos Pioneiros (Bosque 2), não há acesso público. Destaca-se o uso das

calçadas do entorno para caminhada e corrida construídas no ano de 2000;

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Parque do Ingá encontra-se temporariamente interditado. Registra-se também o uso

para caminhadas e corrida no entorno (calçadas implantadas na década de 1990,

quando da duplicação da Avenida que o limita), bem como a presença de ATI e

bancos com uso bastante intenso;

Praça Todos os Santos, praça tradicional que recebeu recentemente uma ATI e

uma Academia da Primeira Idade (API), uma área de brinquedos infantis com

desenho diferenciado no mesmo padrão das ATIs.

Observa-se em toda a cidade a presença significativa da arborização das calçadas e

canteiros centrais das principais vias. Destaca-se a caracterização das vias pela

definição da espécie arbórea, como os paus-ferros da Av. Rio Branco, as figueiras-

brancas da Av. Dr. Luiz Teixeira Mendes, as palmeiras da Av. Getúlio Vargas.

Outro elemento de destaque para o visitante é a iluminação das vias; para eliminar o

problema do sombreamento das copas das árvores, a iluminação está instalada a uma

altura menor do que a convencional, o que a dirige mais ao plano do pedestre com

uma destacada luminosidade nas calçadas.

Também destacamos a presença das ATIs (áreas voltadas para o desenvolvimento de

atividades para a terceira idade) identificadas em número de 42 e as APIs (áreas

voltadas para o desenvolvimento de atividades para a primeira idade), identificadas em

número de 5.

Todo o material fotográfico, fruto destas atividades, foi disponibilizado ao DAU-UEM e

uma vez sistematizado, será disponível na base iconográfica do QUAPÁ-SEL.

3. APRESENTAÇÃO DA PESQUISA QUAPÁ-SEL PARA OS AGENTES LOCAIS

No dia 12 de maio realizou-se uma série de palestras com o objetivo de expor e

compartilhar questões referentes à gestão e formas de ocupação da cidade de

Maringá.

Ao iniciar as atividades, a Profa. Karin destacou a importância do evento como uma

oportunidade de troca de experiências entre a universidade, o poder público e a

sociedade e a oportunidade de discussão sobre questões relativas ao espaço urbano

na figura de seus espaços livres.

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O chefe do Departamento de Arquitetura e Urbanismo (DAU-UEM) Prof. Francisco

Peralta agradeceu a participação de todos e colocou a disposição o departamento para

o desenvolvimento dos trabalhos.

Na sequência, a arquiteta Fany Galender fez a apresentação da palestra Sistemas de

Espaços Livres Urbanos, onde discorreu sobre o arcabouço teórico-conceitual que

orienta a pesquisa nacional. Caracterizou o objeto de estudo, a questão público x

privado e as possibilidades da constituição de sistemas e a natureza dos mesmos,

sempre tendo como universo de abordagem as diferentes experiências obtidas através

das 17 oficinas realizadas até a presente data.

Já a arquiteta Maria Helena Preto traçou um painel do andamento da pesquisa,

destacando seus aspectos metodológicos e procedimentos práticos: levantamento de

campo, elaboração de mapas temáticos, simulação da legislação e demais processos

de análise da situação dos sistemas de espaços livres que subsidiarão as conclusões

do trabalho.

Apresentação do Núcleo São Paulo

4. APRESENTAÇÃO DOS AGENTES LOCAIS

1ª PALESTRA

Prof. Renato Leão Rego – professor da UEM

A formação da rede de cidades do Norte do Paraná e o projeto de Maringá.

O palestrante abordou o processo de implantação de cidades pelos ingleses no norte

do Paraná, abrangendo um total de 3 milhões de acres (12.140,6 km2), com o perfil de

especulação agrícola.

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O projeto inicial de Maringá foi do urbanista Jorge de Macedo Vieira. O desenho segue

as premissas das cidades-jardim inglesas, de modo muito semelhante ao desenho de

Cianorte, também presente e diferentemente das demais cidades paranaenses.

O trabalho apresentado foi resultado de uma pesquisa de pós-doutorado realizado na

Inglaterra, onde foi possível obter material inédito sobre a colonização e urbanização

da região. O empreendimento da Cia Paraná Plantation foi inicialmente de capital

privado, majoritariamente inglês, e o planejamento ferroviário foi feito conjuntamente ao

planejamento da ocupação urbana. A especulação não estava prevista de imediato: a

idéia inicial era implantar infra-estrutura total para posterior venda. Inicialmente os

ingleses tentaram comprar partes da Sorocabana, mas a iniciativa não se viabilizou.

Foi então comprado o trecho ferroviário que passa por Ourinhos (SP) e chega ao norte

do Paraná, passando por Londrina.

O intuito da ação era a colonização sistemática. O desenho das cidades foi feito em

função do traçado da ferrovia, atrelando cidade e campo. As cidades foram

implantadas com distanciamento regular, de modo a facilitar a manutenção regular do

transporte, fomentando a conexão cidade-campo.

Esta postura visava o rápido acesso do morador do campo à cidade, sendo esta uma

das premissas da cidade-jardim, juntamente com o cinturão verde de abastecimento. A

organização do território se baseou na configuração do terreno, apesar de que, do

ponto de vista de desenho, não foi seguido o modelo inglês, até então constante.

A urbanização é deliberada, sistemática, de rede: são nove cidades, ligadas através de

rede de estradas férreas, localizadas normalmente nas cumeeiras, de ligação.

O padrão da colonização era regular, ortogonal e simplificado de modo a tornar fácil a

comercialização dos lotes. No entanto, esta prática buscou a adaptação ao sítio,

criando cidades diferenciadas, caracterizadas pelas especificidades da topografia.

Destaca-se o caso da cidade de Cambé.

Maringá foi a primeira cidade a ser criada pela Cia Melhoramentos, após a compra da

Companhia inglesa. O dono da nova empresa convida seu antigo colega de turma

Jorge Macedo Vieira, já reconhecido por seu trabalho de urbanista, para projetar a

cidade.

Ele fez o projeto a partir de levantamento topográfico, sem nunca ter ido a Maringá.

Percebe as duas nascentes e cria os dois bosques urbanos (Pioneiros e Ingá). Para o

centro, propõe um traçado ortogonal, onde as ruas deveriam ser curtas e retas, porém

moldado à cidade a partir das suas curvas de nível. Há uma preocupação com

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abastecimento de água e drenagem. O traçado original não foi totalmente obedecido,

tendo o seu anteprojeto ligeiramente alterado quando no detalhamento do projeto

executivo.

Para os bairros, ele propõe um traçado mais pitoresco, com praças tipo rotatórias.

Como entrada da cidade, tem-se a estação e, na saída, o cemitério, como também

ocorre em outras implantações da Companhia. Também a arborização urbana foi uma

preocupação permanente, mas é especialmente relevante em Maringá. A cidade foi

pensada para ser bela.

Jorge Macedo Vieira pretendeu a criação de outros núcleos (além do Centro) que se

constituíssem em centros secundários, com equipamentos sociais e áreas vegetadas.

Previu ainda os locais destinados para os edifícios administrativos e parques.

Palestra do Prof. Renato Leão Rego

2ª PALESTRA

As ações da SEMA e sua contribuição para a manutenção dos espaços livres da

cidade de Maringá

Eng. Diniz Afonso - Secretario do Meio Ambiente – SEMA Maringá

Eng. Sérgio Viotto – Diretor SEMA Maringá

Segundo o Eng. Diniz, Maringá tem dois grandes problemas: a destinação correta dos

resíduos sólidos da cidade e a degradação das áreas de fundos de vale.

Quanto aos resíduos, o eng. Diniz considera fundamental a lei de destinação reversa: o

fabricante deve recolher o material de descarte de seu produto.

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Maringá estáa entre duas bacias, a do Rio Pirapó, ao norte, e a do Rio Ivaí, ao sul.

Atualmente há o programa Minha Casa, Minha Vida que está demandando a

desapropriação de terrenos.

Há um Plano Diretor de Arborização que está sendo seguido à risca, implantado pela

Secretaria de Serviços Públicos. Tem parceria com a Copel (Companhia Paranaense

de Energia), que fornece mudas de seu viveiro em Faxinal do Sul.

Segundo o palestrante, Maringá possui 60 km de fundos de vales, com risco de

invasão.

A preservação destas áreas está sendo feita com envolvimento da população e já

recuperou 40.000 metros quadrados, de um total de 150.000. Foi feito cercamento e

plantio de espécies nativas e frutíferas.

O Bosque dos Pioneiros é fechado, possuindo grande erosão. O Parque do Ingá está

temporariamente fechado devido a morte de animais (sobretudo macacos). Ambos os

parques, bem como o centro de Maringá possuem inúmeras nascentes.

A SEMA também está envolvida com o Programa de combate à Poluição Sonora, em

parceria com a Policia Militar. Há ainda a poluição ocasionada por resíduos. Os

problemas no aterro sanitário existente estão sendo controlados, através de

monitoramento e tratamento. Muitas empresas deixam de se instalar na cidade devido

à inexistência de aterro industrial.

O Parque do Ingá possui 47,3 ha. Seu atual plano de manejo prevê a retirada do

Jardim Zoológico ali existente. Atualmente, a prefeitura aguarda a anuência do IBAMA

para a sua desativação. Esta área apresenta sérios problemas de erosão, que

dependem da aprovação das obras de instalação de galerias de águas pluviais, via

PAC, para seu controle.

Maringá está em franco processo de expansão urbana. Somente no ano passado

autorizou a construção de 900 mil metros quadrados de construção, demandando

planejamento ambiental e urbano.

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Palestra do Eng. Diniz Afonso - SEMA

3ª PALESTRA

Cidade-jardim, cidade sustentável - estrutura ecológica urbana e a cidade de

Maringá

Profa. Dra. Karin Schwabe Meneguetti / DAU-UEM

A professora apresentou as premissas de sua pesquisa, produto de sua tese de

Doutoramento que, a partir da constatação do agravamento dos problemas ambientais

de Maringá, que a levou à busca de teorias e práticas de projetos sustentáveis,

questionando as práticas correntes de uso e ocupação do solo urbano.

Segundo ela, a abordagem ecológica deve permear o planejamento urbano e todo o

embasamento teórico deve se converter em ação projetual. Partindo do modelo

mancha-corredor-matriz, princípios da Ecologia da Paisagem de Formann e Gordon, foi

realizado um mapeamento da cidade de Maringá.

A estrutura ecológica é um dos elementos participantes da estrutura urbana,

fornecendo subsídios para o seu planejamento não só ambiental como também

econômico.

A cidade de Maringá não apresenta grandes manchas florestadas a exceção dos dois

bosques de proteção das nascentes (parques dos Pioneiros e Ingá) e o Horto Florestal,

atualmente fechado e de propriedade particular (Cia. Melhoramentos).

O Anteprojeto de Jorge Macedo Vieira previa uma cidade cercada por pequenas e

médias chácaras, limitando seu crescimento. No entanto, ao norte, as áreas rurais

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passaram a ser loteadas paulatinamente. Antes do término da implantação do projeto

pela Cia, já havia loteamentos de menor qualidade e de menor custo.

Em 1967, o governo solicita a elaboração de Plano Diretor para as cidades do estado,

o qual e propõe a preservação dos corredores ao longo dos córregos e a preservação

de suas margens. Esta é a base corredores verdes existentes.

O Plano de Diretrizes Viárias é de 1979 e propõe novas vias ligando o plano original

aos novos loteamentos, alargamento de vias e os corredores de fundo de vale, V ias

Paisagísticas, observando um distanciamento de 60 metros para cada lado dos

córregos.

Atualmente, os fundos de vales estão protegidos efetivamente, apesar da dificuldade

de reconhecimento das nascentes em diversos pontos da cidade. Não existe

oficialmente uma abordagem sistêmica dos espaços livres, mas os sucessivos planos e

projetos garantem a existência de um sistema de relativa eficiência, com parques,

praças e arborização viária. O campus da UEM contribui com sua alta taxa de

permeabilidade e intensa arborização para o sistema.

Os corredores verdes são considerados o maior patrimônio ambiental da cidade, pois

garantem a proteção dos corpos d’água. Outros corredores estão presentes sob as

linhas de transmissão de energia elétrica, nos canteiros centrais e calçadas com faixas

permeáveis e na arborização de acompanhamento viário.

A palestrante apresentou os mapas da situação hidrográfica, vegetação

(remanescentes florestais pós-ocupação do café), da malha de corredores de conexão

de diversos tipos, levando a uma síntese que permitiu o mapeamento de uma possível

Estrutura Ecológica Urbana para 2010 e uma simulação para 2030, com maiores

intervenções sob a ocupação urbana, sistema viário, etc.

Maringá apresenta uma condição urbano-ambiental sui generis, mas que deve ter seu

plano ambiental mais desenvolvido e implementado de modo a garantir sua

sustentabilidade.

Formatado: Fonte: Itálico

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Palestra da Profa. Dra. Karin Schwabe Meneguetti

4ª PALESTRA

Maringá: a arborização urbana como patrimônio da cidade

Profa. Aline Montagna da Silveira / DAU-UEM

A arquiteta trabalha com preservação do Patrimônio Histórico e Ambiental e abordou o

estranhamento do “estrangeiro” em face da arborização da cidade de Maringá. Este

plantio tem significativo valor estético e histórico.

O projeto original foi do Eng. Agr. Luiz Teixeira Mendes, a convite da Cia de

Melhoramentos do Paraná e continuado pelo Eng. Agr. Anníbal Bianchini. A palestrante

discutiu a arborização de Maringá como parte de um patrimônio histórico.

Citando os Livros de Tombo (1937), a Carta de Veneza (1964), a Carta de Florença

(1981) como instrumentos de leitura e postura de preservação dos bens vivos, discutiu

as premissas do projeto original de arborização em seus aspectos estéticos, históricos

e ambientais.

A cidade foi, em seu início, inicialmente totalmente desmatada. Contudo, sempre

houve uma preocupação em se criar uma cidade aprazível para os futuros moradores,

buscando uma qualidade de projeto e de gestão de suas áreas vegetadas.

A seleção das espécies é primorosa e detalhada, garantido uma legibilidade e

identificação dos locais, de acordo com as espécies selecionadas. São criados eixos

de floradas significativas e, “túneis verdes”.

A obra foi pensada como um grande projeto com ênfase na qualidade estética,

fornecendo a noção de unicidade, de um continuum espacial.

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Foram abordadas as questões referentes à necessidade de reposição de indivíduos

face às perdas ocorridas ao longo do tempo e da preservação do projeto. Existe um

reconhecimento por parte da população das intenções artísticas e estéticas do

conjunto.

Do ponto de vista da preservação, a palestrante se pergunta quais são as diretrizes

para a preservação e conservação do projeto.

Palestra da Profa. Aline Montagna da Silveira

5ª PALESTRA

Espaços Livres Urbanos: a caracterização da paisagem em Maringá-PR

(Resultados dos Projetos de Iniciação Científica)

Profa. Gislaine Elizete Beloto e pesquisadoras PIC – DAU/EUM

Atualmente, estão em andamentoForam executados nos anos de 2008 e 2009 05

Projetos de Iniciação Científica que visam subsidiar a pesquisa SEL- Maringá.

Foram identificadas algumas estruturas preliminares que partem das alterações da

legislação de uso e ocupação do solo e do sistema de circulação. Em 1967, o Plano

Diretor de Maringá propõe os grandes corredores verdes, lotes maiores, grandes áreas

como aeroporto, campus universitário, etc. Há uma grande pulverização de pequenas

manchas que são constituídas pelas praças. No parcelamento dos lotes de fundo de

vales, estabelece-se três faixas paralelas ao córrego, sendo a primeira, junto à via

paisagística, edificável com 50% de taxa de ocupação, a segunda ocupável somente

com estruturas descobertas e 50% de taxa de permeabilidade, e uma faixa de 30

metros de área de proteção ambiental junto ao córrego. As áreas livres e APP ficam,

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portanto, no fundo dos lotes, o que prejudica sobremaneira sua apropriação e

fiscalização da área non aedificandi .

As praças da área central de expansão da cidade são, em quase toda a sua totalidade,

resultantes do sistema viário, não passando de rotatórias, sem nenhuma apropriação.

No entanto, as rotatórias em outras localizaçõesdo plano original, são razoavelmente

utilizadas.

A palestrante apresentou um mapa síntese preliminar, com a proposta da divisão do

município em Unidades de Paisagem, passando a apresentação dos 05 trabalhos de

Iniciação Científica ligados à pesquisa do SEL.

Os trabalhos procuraram caracterizar a paisagem urbana por meio do mapeamento

dos espaços livres, trabalhando com as faces de quadras (espaços livres configurados

pelas edificações visíveis a partir da via pública), fundos de vale, manchas

complementares, praças e parques.

Foi ainda feita uma tipificação dos espaços livre da cidade, através das máscaras com

diferentes proporções entre espaço livre x espaço edificado.

6ª PALESTRA

A defesa do patrimônio ambiental pelas ações judiciais

Dr. Manoel Ilecir Heckert - Promotoria Pública de Meio Ambiente

O palestrante fez algumas considerações preliminares sobre a atuação da promotoria e

discorreu sobre a questão ambiental, que segundo ele, deve ser tratada sempre em

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conjunto com todas as instâncias da sociedade, pois permea nossa vida cotidiana todo

o tempo.

Coloca o ser humano como parte de um todo e deve viver em harmonia com a

natureza. Toda a mudança da natureza causa um dano ambiental. Ele citou o caso de

Santa Catarina que elaborou seu código florestal diminuindo de 30 m para 5 m as

faixas de APP, onde as ocupações indevidas geraram mortes e perdas materiais

recentemente. Apesar deste evento, projetam-se mudanças de legislação que podem

aprofundar os problemas ambientais já existentes.

Criticou a fala do atual ministro do Meio Ambiente que incita a modificação da

legislação de reserva legal de áreas vegetadas, entre outras ações deletérias de todos

os segmentos sociais.

Abordou a questão do uso da idéia da sustentabilidade, a feitura das leis por parte de

indivíduos que tem interesses em prejudicar o meio ambiente e a prática brasileira de

não cumprimento das leis, ressaltando que é preciso procurar o equilíbrio, pois o meio

ambiente é um bem de uso comum do povo.

Não há continuidade administrativa nem mecanismos de revisão dos planos em

vigência, cabendo ao poder judiciário resolver os conflitos sociais e ao promotor fazer

com que as leis sejam seguidas efetivamente, fiscalizando seu cumprimento.

Mencionou o Estatuto da Cidade como a legislação de maior relevância para as

diretrizes das políticas urbanas e, onde o particular submete sua vontade ao interesse

social. No entanto, acredita que esta é mais uma lei simbólica, pois a sociedade não

faz valer o seu cumprimento.

O papel do promotor é também fazer recomendações em questões de acessibilidade e

celebrar os TACs (Termos de Ajustamento de Conduta: acordo entre as partes para

resolver um problema).

Destacou as ações ligadas aos seguintes temas: lixo urbano, parques da cidade

(avanço sobre as áreas dos parques pelo mercado imobiliário), acessibilidade das

PPNE nos estabelecimentos de ensino, antenas de celulares de transmissão de rádio e

televisão em praça localizada na parte alta da cidade, túnel do Novo Centro (feito sem

licenciamento ambiental), loteamentos, fundos de vale, tombamento da rodoviária,

utilização do calçamento, etc.

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Palestra com representante da Promotoria Pública do Meio Ambiente

Encerramento

As palestras foram encerradas com os agradecimentos da Profa. Karin a todos os

participantes e o convite para a participação das atividades do dia seguinte.

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5. DINÂMICA DA OFICINA

A Oficina QUAPA-SEL teve inicio às 9:00 h e estendeu-se até as 18:00 h, sendo

realizada por alunos da UEM dos cursos de graduação e pós-graduação de Arquitetura

e Urbanismo e Engenharia Urbana.

Contou com a assistência dos profs. Karin Schwabe Meneguetti, Renato Leão Rego,

Aline Montagna da Silveira e Gislaine Elizete Beloto, que assessoraram os grupos,

juntamente com os participantes do Núcleo da Coordenação Nacional presentes ao

evento.

Início dos trabalhos em ateliê com a recuperação das idéias do dia anterior e definição dos temas e grupos

O prof. Rogério Akamine iniciou os trabalhos retomando as questões levantadas no dia

anterior, destacando o conceito de espaço livre e, partindo da especificidade de

Maringá, destacou a necessidade de considerar as questões da região metropolitana –

as continuidades da mancha urbana - e como, no processo de crescimento da cidade,

os espaços livres são resultantes e a importância das questões de patrimônio e da

questão ambiental (ações em busca da sustentabilidade com intervenções de baixo

impacto ambiental).

A arq. Fany Galender esclareceu as questões a serem analisadas por cada equipe e a

forma de análise partindo do tripé características-conflitos-potencialidades.

Finalizou destacando a importância do trabalho do grupo 5 que deve registrar as

diversas formas de apropriação dos espaços buscando destacar a importância do uso

e apropriação, complementando a ênfase da análise morfológica dos demais grupos,

bem como a questão do patrimônio que a cidade possui – o modelo existente deve ser

reproduzido?

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Os participantes foram divididos em cinco grupos, com 06 membros em cada uma

delas:

Grupo 1 – Espaços Livres Públicos, incluindo as áreas de preservação e conservação

e os fundos de vales.

Participantes: Sara, Mariana G., Juliana, Mayara B., Nayara, Yasmin

Grupo 2 – Espaços Livres Privados, abordando a legislação de uso e ocupação do

solo, ações do mercado imobiliário, verticalização e vazios urbanos

Participantes: Poliana, Andréa, Camila, Flavia A., Fábia, Luana

Grupo 3 – Espaços Livres intraquadras

Participantes: Natalia, Mayara, Ana Carolina, Gláucia, Karina, Sani

Grupo 4 – Ações Públicas, destacando o sistema viário existente e em projeto

(expansão e ciclovias), eixos de crescimento, conurbação/região metropolitana

Participantes: Iara, Denise, Natalia P., Mayara P., Fernanda, Jessica

Grupo 5 – Apropriação dos Logradouros públicos e Patrimônio

Participantes: Mariana, Flavia, Roberta, Erica, Gizelly, Marina

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Grupos trabalhando na oficina

Cada grupo elaborou um mapa temático e um quadro síntese apresentando as

características, conflitos e potencialidades referentes ao tema solicitado. No final da

exposição dos mapas e quadros desenvolvidos foi elaborado um mapa síntese por

parte do grupo coordenador.

Apresentam-se a seguir os quadros desenvolvidos pelos grupos:

Grupo 1 – Espaços Livres Públicos

Grupo 2 – Espaços Livres Privados

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Grupo 3 – Espaços Livres Intraquadras

Grupo 4 – Ações Públicas

Grupo 5 – Apropriação dos Logradouros públicos e Patrimônio

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6. RESULTADOS DA OFICINA

Mapa síntese

Considerações finais

Após a apresentação dos cinco grupos de trabalho foi elaborada pelo Prof. Dr. Rogério

Akamine uma síntese gráfica onde se destacaram as seguintes questões:

a preocupação com a preservação dos fundos de vale: acesso, degradação,

invasão;

a possibilidade de utilização de estruturas de preservação para contenção de

erosão;

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a necessidade de uma gestão dos espaços livres, eventualmente através da

criação de uma política especifica;

a existência de espaços livres extremamente adensados em termos de

vegetação (Bosques / Parque dos Pioneiros e do Ingá), nos quais a apropriação

da população se faz, sobretudo no perímetro externo das áreas como pistas de

caminhada e percursos de bicicleta;

a percepção da intensa arborização urbana viária como um elemento positivo

por parte do munícipe e do visitante;

a necessidade/possibilidade de obter na expansão da cidade, especialmente no

eixo norte, a mesma qualidade urbana da área central de Maringá, com a

manutenção do padrão de arborização viária e a reserva de espaços livres.

Como incorporar áreas de praças e parques nas áreas de expansão;

como manter a qualidade ambiental das áreas de expansão? O baixo

crescimento populacional – cerca de 2% ao ano – permite que um planejamento

cuidadoso seja elaborado.

fortalecer a tendência de implantação de recuos frontais, nas áreas horizontais,

de modo a permitir a fiscalização da manutenção de áreas permeáveis;

a necessidade de um planejamento conjunto Maringá – Sarandi - Paiçandu e

demais cidades da região metropolitana, que congregue as tendências de

crescimento em todos os municípios;

necessidade de aprofundar a discussão sobre a integração da via férrea frente

às novas necessidades da cidade. Como respeitar o plano original e melhorar

as conexões norte-sul da cidade? A circulação expressa na av. Brasil é uma

efetiva demanda face aos eixos de expansão da cidade?

a existência de um número considerável de espaços livres com acesso limitado

da população é um limitador à constituição da esfera de vida pública no

Município? Todos os parques deveriam prever algum acesso público e o

campus da UEM poderia funcionar como parque;

é preciso definir o perímetro urbano para a preservação do patrimônio

urbanístico e ambiental e elaborar critérios que possam ser utilizados para a

preservação de um projeto paisagístico;

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Importante observar a forma diferenciada de implantação de loteamentos

fechados horizontais, que reservam uma faixa com lotes externos olhando para

a via pública. É uma solução exigida que evita a existência de longos muros

diretamente para a via pública;

Solução urbana que evitará longos muros na via pública: vista aérea e do solo

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Quadro Síntese Final

TEMA CARACTERÍSTICAS CONFLITOS POTENCIAL

ÁREA CENTRAL

CONCENTRAÇÃO DE EQUIPAMENTOS

DEMANDA EXCESSIVA POR PELA POPULAÇÃO DO ENTORNO E DOS MUNICÍPIOS VIZINHOS

REFORÇAR O ENCONTRO PÚBLICO

POTENCIAL DE VERTICALIZAÇÃO

DESCARACTERIZAÇÃO DA PAISAGEM OCUPAÇÃO EXCESSIVA DOS LOTES

LINHA DE TREM SECCIONANDO A ÁREA

QUESTIONAMENTO DA SOLUÇÃO DE REBAIXAMENTO ADOTADA

EIXO DE TRANSPORTE DE MASSA (PASSAGEIROS) – REFORÇO DA ÁREA COMO PÓLO REGIONAL

DESENHO ORIGINAL COMO PATRIMÔNIO

MANEJO DA VEGETAÇÃO ARBÓREA QUESTIONAR A REPETIÇÃO DO MODELO DE IMPLANTAÇÃO URBANA

CARACTERIZAR PAISAGISTICAMENTE A CIDADE

FUNDOS DE VALE

EXISTÊNCIA DE ÁREAS

DEGRADAÇÃO, MÁ UTILIZAÇÃO, OCUPAÇÃO PELOS PROPRIETÁRIOS DO ENTORNO

INTEGRAR AS ÁREAS À ESTRUTURA DA CIDADE E AO USO DOS CIDADÃOS

FALTA DE GESTÃO ADEQUADA

AUMENTO DAS ÁREAS DE RECREAÇÃO E CIRCULAÇÃO COM PAISAGEM DIFERENCIADA E PRIVILEGIADA.

PARQUES

GRANDE USO NO ENTORNO SEM ACESSO DIRETO, NOS PARQUES CENTRAIS

ÁREAS FECHADAS, POUCO CONTROLE DE SUA MANUTENÇÃO

FALTA DE ARBORIZAÇÃO DO PARQUE ALFREDO NYFLER

POUCAS ÁREAS SOMBREADAS

CONCENTRAÇÃO NA ÁREA CENTRO-SUL DA CIDADE

AUMENTO DA DEMANDA NA ÁREA CENTRAL

UTILIZAÇÃO DA ÁREA DA UEM

FALTA DE ESPAÇOS NA PORÇÃO NORTE – ÁREA DE MAIOR VETOR DE CRESCIMENTO

APROVEITAR ÁREAS REMANESCENTES VEGETAÇÃO E FUNDOS DE VALE PARA ABERTURA DE NOVOS PARQUES

OCUPAÇÃO INTRAQUADRA

ÁREAS HORIZONTAS PREDOMINAM OS RECUOS FRONTAIS

RECUOS INEXISTENTES NAS ÁREAS VERTICALIZADAS

RECUO FRONTAL PERMITE FISCALIZAÇÃO DA PERMEABILIDADE , MELHOR DESENHO DOS ESPAÇOS LIVRES E PASSEIOS

CONDOMÍNIOS SOLUÇÃO ORIGINAL DE DESENHO

MANUTENÇÃO DA VIDA DAS RUAS DENTRO DO MODELO CONDOMÍNIO

CICLOVIA

PEQUENA EXTENSÃO CONFLITO COM PEDESTRES MELHORIA DA ACESSIBILIDADE E DOS DESLOCAMENTOS (TRANSPORTE)

DEFINIÇÃO DOS ROTEIROS COM MAIOR DEMANDA (LAZER)

INTEGRAR O USO DOS CORREDORES VERDES

APROVEITAR A CONDIÇÃO PLANA DO SÍTIO

Tabela formatada

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ANEXOS

1. LISTA DE PRESENÇA

Data: 13 de Maio de 2009

Nº NOME

01 Ana Carolina de Souza Dias Telo

02 Andréa Gonçalves

03 Camila Glória Rubbo

04 Carla Caroline de Oliveira

05 Érica Rubinho Queirós

06 Fábia Rosas Moreira

07 Fernanda Lot Scatolin

08 Flávia Abeche Soriane

09 Flávia Previatto Baldini

10 Gizelly Izumi Sakazaki

11 Gláucia Maguetas Gonçalves

12 Iara S. Bortolloto

13 Jéssica H. M. Murakami

14 Juliana Pereira

15 Karina N. Sawasaki

16 Luana Ozaí

17 Maiara Sommer

18 Mariana Boralli Coelho

19 Mariana Fortes Goulart

20 Mariana M. Takakura

21 Mayara Fernanda Pontes Peres

22 Mayara Tatibana Bortolotto

23 Natália Mayumi Okamoto

24 Natália Pedrosa Furlan

25 Nayara da Cruz

26 Roberta Caramaschi e Silva

27 Robison Yonegura

28 Sani Carla Viera Geimenez

29 Francielle M. da Silva

30 Poliana Padula

31 Juliana Brandalise

32 Denise Maria Belando

33 Yasmin Yumi Yamashita

34 Sara Watanabe