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CMDCA INFORMA XI CONFERÊNCIA MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE TRAZ O PROTAGONISMO DE JOVENS COMO PILAR Informativo eletrônico do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA-Rio. Edição • 01 Setembro/2018 www.cmdcario.com.br [email protected] “Este será um espaço de escuta, troca e onde queremos ver, principalmente, o protagonismo dos jovens.” A XI Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, que acontece nos dias 23 e 24 de outubro, na UERJ, traz como mote desta edição “Proteção Integral, Diversidade e Enfrentamento das Violências”. O evento é promovido pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA-Rio) e ocorre após terem sido realizadas cinco Pré-Conferências englobando todas as regiões da cidade. - Nossa expectativa para a XI Conferência é que tenhamos a participação ativa de crianças e adolescentes, além da presença de representantes da sociedade civil e governamentais para a elaboração de propostas concretas do município do Rio para as Conferências estadual e nacional. Este será um espaço de escuta, troca e onde queremos ver, principalmente, o protagonismo dos jovens – explicou a presidenta do CMDCA- Rio e assistente social/São Martinho, Lucimar Correa. A escolha do tema também merece destaque por se tratar de algo pulsante dentro da realidade de crianças e adolescentes, segundo a conselheira Paula Caldas. - A temática escolhida para esta edição é de muita relevância, pois o combate à violência e o respeito à diversidade permeiam a realidade dos jovens. Precisamos, por meio das propostas que serão elaboradas, criar formas de cessar essa violência -. Durante a Conferência haverá eleição de delegados que foram previamente selecionados nas cinco Pré-Conferências. O evento tem caráter sensibilizador e mobilizador da sociedade em favor do Estatuto da Criança e do Adolescente na discussão das políticas públicas para a construção do Plano Decenal.

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CMDCA INFORMA

XI CONFERÊNCIA MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE TRAZ O PROTAGONISMO DE JOVENS

COMO PILAR

Informativo eletrônico do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA-Rio.

Edição • 01Setembro/2018

[email protected]

“Este será um espaço de escuta, troca

e onde queremos ver,principalmente,o protagonismo

dos jovens.”A XI Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, que acontece nos dias 23 e 24 de outubro, na UERJ, traz como mote desta edição “Proteção Integral, Diversidade e Enfrentamento das Violências”. O evento é promovido pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA-Rio) e ocorre após terem sido realizadas cinco Pré-Conferências englobando todas as regiões da cidade.

- Nossa expectativa para a XI Conferência é que tenhamos a participação ativa de crianças e adolescentes, além da presença de representantes da sociedade civil e governamentais para a elaboração de propostas concretas do município do Rio para as Conferências estadual e nacional. Este será um espaço de escuta, troca e onde queremos ver, principalmente, o protagonismo dos jovens – explicou a presidenta do CMDCA-Rio e assistente social/São Martinho, Lucimar Correa.

A escolha do tema também merece destaque por se tratar de algo pulsante dentro da realidade de crianças e adolescentes, segundo a conselheira Paula Caldas.

- A temática escolhida para esta edição é de muita relevância, pois o combate à violência e o respeito à diversidade permeiam a realidade dos jovens. Precisamos, por meio das propostas que serão elaboradas, criar formas de cessar essa violência -.

Durante a Conferência haverá eleição de delegados que foram previamente selecionados nas cinco Pré-Conferências. O evento tem caráter sensibilizador e mobilizador da sociedade em favor do Estatuto da Criança e do Adolescente na discussão das políticas públicas para a construção do Plano Decenal.

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EN

TRE

VIS

TAQuais os principais desafios da implantação

de políticas públicas em defesa das crianças e dos

adolescentes?

Dra. Eufrásia: O desafio é fazer cumprir a prioridade absoluta assegurada na Constituição de 1988, que compreende, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente em seu artigo 4, a destinação privilegiada de recursos na proteção à infância e juventude.

Quais têm sido os impactos da precarização de políticas públicas para a violação de direitos de crianças e adolescentes?

Dra. Eufrásia: Os impactos refletem na violação de direitos, como ingresso no trabalho infantil, inclusive suas piores formas, como participação no tráfico de drogas e exploração sexual. A evasão ou expulsão escolar, como dizia o saudoso Paulo Freire, patrono da Educação no Brasil, é outro reflexo da ausência ou deficiência das políticas que atendam de forma adequada os direitos fundamentais à sobrevivência e ao desenvolvimento.

Defender direitos com precarização de políticas de atendimento se torna limitador?

Dra. Eufrásia: Sem dúvida que a falta de investimento nas políticas universais, como educação e saúde, refletem dificuldades para defesa dos direitos de crianças e adolescentes. Sabemos qual a classe social e o recorte racial das crianças e adolescentes em instituições de acolhimento e unidades de atendimento socioeducativo no Brasil e não é possível ignorar a desigualdade social como fator que traz uma vulnerabilidade para que essas crianças e adolescentes sejam de fato sujeitos de direitos. Outra grave violação que atinge a infância, adolescência e juventude pobre, preta e moradora da periferia e favelas é a violência letal.

Dra. Eufrásia Maria Souza das Virgens, Defensora Pública do Estado do Rio de Janeiro.

Quais os avanços atuais?

Dra. Eufrásia: Os conselhos de direitos da criança e do adolescente nas diversas esferas têm sido importantes para pautar debates e construir políticas, além do papel fiscalizador. A legislação de avanço mais recente foi a Lei 13.257, que trouxe o marco legal da primeira infância para estabelecer essa prioridade das políticas de atendimento. A mobilização da sociedade civil através de espaços partidários como os conselhos de direitos, fóruns, são importantes mecanismos de resistência aos retrocessos e perigo de se tentar consolidar no aspecto normativo a falta de investimento nas políticas e de compromisso do poder público na efetivação dos direitos fundamentais de crianças e adolescentes. A Defensoria Pública, como órgão integrante desse sistema, tem buscado cumprir seu papel na articulação permanente com Conselho Tutelar, Conselhos de Direitos, poderes Executivo, Legislativo e Judiciário bem como através de atendimento e atuação na tutela individual e coletiva de direitos de crianças e adolescentes.

“São quatro princípios

fundantes da Convenção

da ONU sobre Direitos da Criança:

direito à vida, ao desenvolvimento

e sobrevivência; não discriminação;

interesse superior e participação.

Com o alto índice de homicídios na

adolescência (31 por dia, conforme

Unicef), aumento da mortalidade

infantil e falta de investimento

público, o cenário é muito difícil e

por isso é necessário que a diretriz

da integração entre os órgãos que

compõem o Sistema de Garantia de

Direitos, tal como definido no artigo

86 da Lei 8069/90, seja cada vez

mais fortalecida”.

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Foi através da ampla participação da sociedade civil que foi possível o debate, aprofundamento e promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente. Ao contrário de dois códigos de menores que emergiram da pena de experts, o novo texto legal incorporou a ação de um Movimento Social. Gente de todas as idades, cores e credos que se identificaram com necessidades de mudança, com a perspectiva de redemocratização de um Brasil que não mais aceitava a violência e discriminação como resposta. O Estatuto é o ideal alcançável de uma sociedade que se deseja justa e fraterna.

Do ponto de vista conceitual, rompemos definitivamente com o paradigma da “infância em situação irregular” e nos lançamos à aventura de pensar crianças e adolescentes como sujeito de direitos. A proteção integral é abraçada. Não se trata mais da construção de dispositivos legais que trabalhem na perspectiva da exceção, mas de um texto e contexto acolhedores onde se vê sob o manto de fragilidade e pobreza da criança um ser capaz de superar e ser feliz.

De 1989 para cá muita coisa boa aconteceu, não tenham dúvidas. Avançamos na luta contra o trabalho infantil, na denúncia e proteção de abusos, na participação cidadã dos Conselhos de Direitos e Tutelares, entre outros. Mas ainda há muito a fazer: garantir orçamento público a altura do desafio, melhorar a educação dos jovens em conflito com a lei, ampliar redes de solidariedade pela dignidade da população de rua. Possível? Claro que sim. Enquanto houver gente que vai à luta e corações apaixonados o Estatuto estará vivo!

Por Luiz Bazilio - Psicanalista, Pós-Doutor na New York University, professor da UERJ e ex-superintendente da São Martinho.

ECAO ESTATUTO ESTÁ VIVO

ENTIDADES

A Fundação Angelica Goulart faz do protagonismo juvenil sua maior conquista. Isso é possível porque crianças e adolescentes são estimulados a participar de debates, que possibilita que eles desenvolvam um amadurecimento na forma de se colocarem como cidadãos.

Eles não só conhecem a realidade que o cercam, com suas dificuldades e obstáculos, como são incentivados a buscar soluções e, principalmente, reivindicar respeito aos seus direitos.

“Em abril deste ano, os alunos da fundação realizaram uma conferêncialivre onde foram discutidos temas prioritários para eles”.

FUNDAÇÃO ANGELICA GOULART FAZ DE SEUSJOVENS MULTIPLICADORES DE SUAS CAUSAS

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COM A PALAVRA

Ouvir um jovem é sempre uma oportunidade de perceber a vida sob outra perspectiva. Rafael de Magalhães Coutinho tem apenas 16 anos e muito a ensinar aos que o cercam. É comovente ver como ele usa a sua inteligência e o seu discernimento para ajudar outros jovens a identificarem seus direitos e discutirem suas dificuldades.

Rafael integra o CRAS José Carlos Campos e participa de rodas de conversas com adolescentes entre 13 e 17 anos em escolas que são escolhidas seguindo critérios como o grande número de evasão escolar. A ideia é sensibilizar os participantes quanto à necessidade de pensarem em um futuro com melhores perspectivas para eles, priorizando os estudos e as oportunidades de trabalho em projetos como Jovem Aprendiz.

Outra primazia das rodas de conversa é mostrar aos jovens que a realidade que os cercam é cheia de dificuldades, mas é possível melhorá-la. São desafios diários como a escassez de cursos profissionalizantes e a falta de acesso a esportes e atividades de lazer. Mas para Rafael o maior de todos os obstáculos é a dificuldade que crianças e adolescentes têm de serem ouvidos. Buscando mudar esse quadro, ele investe no diálogo e prova que vale muita a pena ouvir os mais jovens.

Seja um transformadorda realidade de meninos e meninas

da cidade do Rio de Janeiro.

CURSO DE FORMAÇÃO POLÍTICA E CIDADANIA

Período:

Inscrições:

Local:

Informações:

EXPERIÊNCIA COMPARTILHADA E APOIO MÚTUO COMO FERRAMENTAS DE MUDANÇA SOCIAL

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20 de setembro a 29 de novembro Quintas-Feiras – 14h às 16h30

até 13 de setembro

Catedral MetropolitanaAv. República do Chile, 245 - Centro/ RJ

2262-8094 / 25312063 /22923132 (ramal 289)

ASSEMBLEIA GERAL CMDCAData:

Horário:

Local:

10 de setembro

das 14h às 17h

Afonso Cavalcanti, 455 – subsolo Auditório do CASS - Cidade Nova

CONFERÊNCIA MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Data:

Local:

23 e 24 de outubro

Teatro Odylo Costa Filho - UERJRua São Francisco Xavier, 524, Maracanã

BPC - RECADASTRAMENTO E NOVOS CADASTRADOS PELO CADÚNICO

Quem pode:

Data:

Local:

Informações:

Pessoas com mais de 65 anos e pessoas com deficiência

prazo final é no dia 30 de dezembro de 2018

Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) mais próximo de sua residência

ligue 1746

Rafael Coutinho:conversa de jovem para jovem

CONTRIBUA COM PROGRAMAS E PROJETOSEM EDUCAÇÃO, SAÚDE, CULTURA, ESPORTE E LAZER

Banco do BrasilAgência: 2234-9Conta Corrente: 8.850-1CNPJ: 14.414.144/0001-07

Informações: www.cmdcario.com.br • [email protected]

(21) 2976-2993