kavungo

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Nkisi

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KAVUNGO (velho) / KAVIUNGO (novo)

DEFINIO:O senhor da terra. Kaviungo o mais moo e Kavungo o mais velho. Porem ambos tem a mesma regncia e influncia.Kavungo o sol, a quentura e o calor do astro rei, o senhor das pestes, das doenas contagiosas ou no, cobre seu rosto com o aze porque para os humanos e proibido ver seu rosto devido a deformao feita pela doena, e pelo respeito que devemos a este Nkisi.Diz o mito que Kavungo filho de Zumb (a lama primordial de que foram feitas as cabeas Mutu humanas) e Lembarenganga, tendo nascido cheio de feridas e de marcas pelo corpo como sinal do erro cometido por ambos, j que Zumb seduziu Lembarenganga, mesmo sabendo que ele era interditado por ser o marido de Kai.Ao ver o filho feio e malformado, coberto de varola, zumb o abandonou beira do mar, para que a mar cheia o levasse. Kai o encontrou quase morto e muito mordido, e tendo ficado com muita pena, cuidou dele at que ficasse curado. No entanto Kavungo ficou marcado por cicatrizes em todo o corpo, e eram to feias que o obrigavam a cobrir-se inteiramente com palhas. No se via de Kavungo seno suas pernas e braos, onde no fora to atingido. Aprendeu com Kai e Lembarenganga como curar estas graves doenas. Assim cresceu Kavungo, sempre coberto por palhas, escondendo-se das pessoas, taciturno e compenetrado, sempre srio e at mal-humorado.

LENDAS: Houve uma festa e todos os Orixs estavam presentes. Menos Omolu que ficara do lado de fora. Nkosi pergunta por que o irmo no vem e Zumb responde que por vergonha de suas feridas causadas pelas doenas. Nkosi resolve ajud-lo e o leva at a floresta onde tece para ele uma roupa de palha que lhe cobre o corpo todo. O fil! Mas a ajuda no d muito certo, pois muitos viram o que Nkosi fizera e continuavam a ter nojo de danar com o jovem Orix, menos Ians, altiva e corajosa, dana com ele e com eles o vento de Ians que levanta a palha e para espanto de todos, revela um homem lindo, sem defeito algum.Todos os Orixs presentes, ficam estupefatos com aquela beleza, principalmente Oxum,que se enche de inveja, mas agora tarde, Omolu, no quer mais danar com ningum.Em recompensa pelo gesto de Ians, Omolu d a ela o poder de tambm reinar sobre os mortos. Mas daquele dia em diante, Omolu declara que dana sozinho doravante!O Peregrino: Quando Kavungo ficou rapaz, resolveu correr mundo para ganhar a vida. Partiu vestido com simplicidade e comeou a procurar trabalho, mas nada conseguiu. Logo comeou a passar fome, mas nem uma esmola lhe deram. Saindo da cidade, embrenhou-se na mata,onde se alimentava de ervas e caa, tendo por companhia um co e as serpentes da terra. Ficou muito doente. Por fim, quando achava que ia morrer, Nzambi curou as feridas que cobriam seu corpo. Agradecido, ele se dedicou tarefa de viajar pelas aldeias para curar os enfermos e vencer as epidemias que castigaram todos que lhe negaram auxlio e abrigo.

A carne de caranguejo: Quando Kavungo foi abandonado na praia na mar alta. TODOS OS PEIXES DO MAR vieram adorar O Grande Rei Kavungo, mas o caranguejo por sua vez sempre faminto foi logo dando mordidas e arrancando com suas poderosas garras pedaos enormes da carne do Rei Kavungo, os outros peixes vendo isto foram logo Chamar KAI, que chegou correndo salvando Omolu, tirando-lhe Eb em seu corpo com a areia da praia, por isto estoura-se a PIPCA para KAVUNGO NA AREIA DE PRAIA, passando azeite de dend, com a palha da bananeira, oferecendo-lhe Aca, elemento que d a vida e sade. A Grande Senhora me dos peixes, Kai, levou Kavungo para seu Reino. S QUE ANTES SENTENCIOU ao CARANGUEJO: DE HOJE EM DIANTE, T SERS AMALDIOADO POR QUEM FOR ADOS (INICIADO DE Nkisi) E PRINCIPALMENTE QUEM FOR MEU FILHO OU MINHA FILHA, NINGUM MAIS COMER DE SUA CARNE E VOC NUNCA MAIS ANDAR PARA FRENTE, POIS S ANDARA DE LADO. E QUEM COMER DE SUA CARNE TAMBM S ANDAR DE LADO NA VIDA, JAMAIS PARA FRENTE. O AMOR DE ME KAI FALOU MAIS ALTO E O CARANGUEJO FOI BANIDO DA MESA DOS ORISS PARA SEMPRE, SENDO PROIBIDO PARA QUALQUER FILHO DE QUALQUER ORIS, VODUN ou INKISI, Principalmente AOS filhos de KAI, ZUMB E KAVUNGO. Portanto tomem cuidado em no comer jamais Carne de CARANGUEJO, para no causar danos a vida material e espiritual.

DIA:Segunda-feira.CORES:variam do Preto e vermelho e branco ou branco e preto e ainda a rajada de terracota e preto. Tambm gosta de se adornar com contas feitas com argolas de chifres e muita palha.SMBOLOS: Xaxar, espcie de basto onde o mesmo utiliza para guardar e controlar seus segredos sobre as doenas e pragas.ELEMENTOS:Terra DOMNIOSDoenas, pestes, o solo e o cemitrio. SAUDAO: TAETO MATEBA KUKALA KUIZA! DIBIX ! ( O PAI DA RFIA EST CHEGANDO, EU TE SADO! SILNCIO!) RESP: PEMBELE KAVUNGO!ANIMAIS: Bodes e galos nas coloraes de preto ou avermelhados.LUGAR DE ATUAO: no cemitrio e nos locais onde se tenham doenas e pestes. COMIDAS: A nao de Angola, assim como todas as outras, possui e comemora as datas festivas com entusiasmo e muita alegria, trazendo em pblico suas tradies. Nessa postagem, quero ressaltar uma comemorao muito pouco conhecida dos iniciantes e alguns adeptos do Candombl, a Kukuana.A Kukuana uma festa de Angola (Olubaj - Iorub / Zandr - Jeje) realizada no ms de agosto em homenagem ao Nkisi Kavungo. um ritual com 7 dias de durao (se for dia 16, comea no dia 10). Como Kavungo responde com 7 bzios abertos e 9 ficam fechados, para se quebrar a kijila do 9 faz-se um balaio com comidas de Kiala, no podendo faltar 9 acarajs para Kaiangu. Na vspera da festa todos os filhos de Kavungo devem copar para o seu santo um bicho de pena. Nenhum filho de santo da casa poder faltar as rezas. Dentre todas as rezas, a principal a Fakoti (principal de Kavungo). Todos os filhos de santo no podero se sentar Roda sem que tenham tomado seu jaw e ascendido sua vela em volta do balaio de deburu (pipoca).No obrigatrio se fazer festa para o povo. Pode-se optar por um ritual interno sempre acompanhado da ngudia de todos os nkisi. Se houver festa necessrios e fazer entre 10 e 16 comidas de santo para serem servidas aos convidados (essas devem ser temperadas).

Comidas servidas:Pad; feijo fradinho; feijo preto; batata doce; batata baroa; inhame; espiga de milho; canjica; aca doce ou salgado; camaro; acaraj; peixe de escama; carne de porco; ovos cozidos; amendoim torrado; aberm, deburu; frutas e outras comidas, fazem parte desse banquete.As comidas so trazidas e servidas pelos filhos de santo em folha de mamona branca. As sobras das pessoas bem como dos alguidares no so jogadas fora. So sagradas, levadas pelonkisie ficam na casa. um ritual lindo mas muito complexo. Aqueles que no tem o total conhecimento do ritual no deve faz-lo.Esse ritual acontece, geralmente no ms de agosto, assim como o Olubaj, mas possui suas peculiaridades, a comear pelas conotaes: OlubajhomenageiaKavungo/Obaluai e sua famlia, com danas, rezas e comidas, para livrar seus seguidores das doenas, rezas e comidas para livrar seus seguidores das doenas, mazelas e pestes.A kukuana a festa da terra, da fartura, da prosperidade mesa, pois sua traduo, quer dizer, mesa farta.Existem, ainda, alguns barraces de Angola, regidos por antigas tradies, que durante esse ms, fazem peregrinaes, procisses, juntam alimentos para doar aos pobres e levam comida para os cachorros (banquete).O deburu lanado pelo zelador nos participantes e nas instalaes do barraco, para purificar e para fazer a limpeza ritual do ambiente e das pessoas.Um grande cesto colocado para que se deposite as folhas de mamona em foram servidas as comidas, a fim de serem despachadas ao final da festa.Aps o banquete, os Nkisis j aparamentados, voltam ao salo, a fim de celebrar a grande festa, com suas danas e assim cumprimentando e abenoando todos os convidados.KIJILAS: A kijila uma forma de reao negativa que atinge as pessoas, quer seja fisicamente, causando algum mal estar, ou, na vida pessoal gerando algum "atrapalho" ou perda; e, acontece quando comemos ou fazemos algo que no devemos; todos os minikisi tem suas kijilas, e como filhos devemos respeit-las. No caso dos filhos de Kavungo, deve-se evitar a tangerina, abacaxi e caranguejo. ERVAS DE KAVUNGO:Babosa:Muito usada em rituais de Umbanda, mais especificamente em defumaes pessoais. Para que se faa a defumao, necessrio queimar suas folhas depois de secas. Isso leva um certo tempo, devido a gosma abundante que h na babosa. A defumao feita aps o banho de descarrego. Para a medicina caseira sua gosma de grande eficcia nos abcessos ou tumores, alm de muitas outras aplicaes.Araticum-de-areia Malol:Liturgicamente, os bantos a usam nos banhos de descarrego, em mistura de outra erva. A medicina caseira indica a polpa dos frutos para resolver tumores e o cozimento das folhas no tratamento do reumatismo.Arrebenta cavalo:No uso ritualstico esta erva empregada em banhos fortes do pescoo para baixo, em hora aberta. tambm usado em magias para atrair simpatia. No usada na medicina caseira.Assa-peixe:Usada em banhos de limpeza e nos ebori. Na medicina popular ela aplicada nas afeces do aparelho respiratrio em forma de xarope.Cordo de Frade: aplicada somente em banhos de limpeza e descarrego dos filhos deste orix. O povo a indica para a cura da asma, histerismo e pacificador dos nervos. Tambm combate a insonia.Velame verdadeiro:Possui plena aplicao em quaisquer obrigaes de cabea e nos ab. Usada tambm nos sacudimentos. A medicina do povo afirma ser superior a todos os depurativos existentes, alm de energtico curador das doenas da pele.

Caractersticas dos filhos de KavungoKavungo, que o senhor da doena relacionado um arqutipo psicolgico derivado de sua postura na dana: se nela Kavungo/Obaluai esconde dos espectadores suas chagas, no deixa de mostrar, pelos sofrimentos implcitos em sua postura, a desgraa que o abate, sua festa se denomina Olubaj. No comportamento do dia-a-dia, tal tendncia se revela atravs de um carter tipicamente masoquista.Arquetipicamente, lega a seus filhos tendncias ao masoquismo e autopunio, um austero cdigo de conduta e possveis problemas com os membros inferiores, em geral, ou pequenos outros defeitos fsicos.Pierre Verger define os filhos de Kavungo como pessoas que so incapazes de se sentirem satisfeitas quando a vida corre tranqila para elas. Podem at atingir situaes materiais e rejeitar, um belo dia, todas essas vantagens por causa de certos escrpulos imaginrios. So pessoas que, em certos casos, se sentem capazes de se consagrar ao bem-estar dos outros, fazendo completa abstrao de seus prprios interesses e necessidades vitais.No Candombl, como na Umbanda, tal interpretao pode ser demais restritiva. A marca mais forte de Kavungo/Obaluai no a exibio de seu sofrimento, mas o convvio com ele. Ele se manifesta numa tendncia autopunitiva muito forte, que tanto pode revelar-se como uma grande capacidade de somatizao de problemas psicolgicos (isto , a transformao de traumas emocionais em doenas fsicas reais), como numa elaborao de rgidos conceitos morais que afastam seus filhos-de-santo do cotidiano, das outras pessoas em geral e principalmente os prazeres.Sua insatisfao bsica, portanto, no se reservaria contra a vida, mas sim contra si prprio, uma vez que ele foi estigmatizado pela marca da doena, j em si uma punio.Em outra forma de extravasar seu arqutipo, um filho do Orix , menos negativista, pode apegar-se ao mundo material de forma sfrega, como se todos estivessem perigosamente contra ele, como se todas as riquezas lhe fossem negadas, gerando um comportamento obsessivo em torno da necessidade de enriquecer e ascender socialmente.Qualidade De Orixas OmoluMesmo assim, um certo toque do recolhimento e da autopunio de Kavungo/Obaluai sero visveis em seus casamentos: no raro se apaixonam por figuras extrovertidas e sensuais (como a indomvel Ians, a envolvente Oxum, o atirado Nkosi) que ocupam naturalmente o centro do palco, reservando ao cnjuge de Kavungo/Obaluai um papel mais discreto. Gostam de ver seu amado brilhar, mas o invejam, e ficam vivendo com muita insegurana, pois julgam o outro, fonte de paixo e interesse de todos.Assim como Osse, as pessoas desse tipo so basicamente solitrias. Mesmo tendo um grande crculo de amizades, frequentando o mundo social, seu comportamento seria superficialmente aberto e intimamente fechado, mantendo um relacionamento superficial com o mundo e guardando sua intimidade para si prpria. O filho do Orix oculta sua individualidade com uma mscara de austeridade, mantendo at uma aura de respeito e de imposio, de certo medo aos outros. Pela experincia inerente a um Orix velho, so pessoas irnicas. Seus comentrios porm no so prolixos e superficiais, mas secos e diretos, o que colabora para a imagem de terrvel que forma de si prprio.Reza Do Omolu - ObaluaiEntretanto, podem ser humildes, simpticos e caridosos. Assim que na Umbanda este Orix toma a personalidade da caridade na cura das doenas, sendo considerado o "Orix da Sade.O tipo psicolgico dos filhos de Kavungo fechado, desajeitado, rstico, desprovido de elegncia ou de charme. Pode ser um doente marcado pela varola ou por alguma doena de pele e frequentemente hipocondraco. Tem considervel fora de resistncia e capaz de prolongados esforos.Geralmente um pessimista, com tendncias autodestrutivas que o prejudicam na vida. Amargo, melanclico, torna-se solitrio. Mas quando tem seus objetivos determinados, combativo e obstinado em alcanar suas metas. Quando desiludido, reprime suas ambies, adotando uma vida de humildade, de pobreza voluntria, de mortificao. lento, porm perseverante. Firme como uma rocha. Falta-lhe espontaneidade e capacidade de adaptao, e por isso no aceita mudanas. vingativo, cruel e impiedoso quando ofendido ou humilhado.Essencialmente viril, por ser Orix fundamentalmente masculino, falta-lhe um toque de seduo e sobra apenas um brutal solteiro. Fenmeno semelhante parece ocorrer no caso de Zumb: quanto mais poderosa e mais acentuada a feminilidade, mais perigosa ela se torna e, paradoxalmente, perde a seduo.

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