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KA TlA SANTOS LIMA A ARTEDE LER Monografia apresentada aD Centro de P6s Gradua9flo Pesquisa e Extensao, do Curso de Psicossociologia da Administra,ao Empresariai e Escoiar da Universidade Tuiuti do Parana. Orientadora: Prof. a Olga Maria Silva Mattos CURITIBA, 2000

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KA TlA SANTOS LIMA

A ARTEDE LER

Monografia apresentada aD Centro deP6s Gradua9flo Pesquisa e Extensao, doCurso de Psicossociologia daAdministra,ao Empresariai e Escoiar daUniversidade Tuiuti do Parana.Orientadora: Prof. a Olga Maria SilvaMattos

CURITIBA,2000

DamDeus da a todos uma estrela.Uns fazem da estrela urn sol,Qutros nem conseguem va-Ia.

Helena Kalady

AGRADECIMENTOS

Sao pequenas engrenagens que fazemgirar a mais complexo dos sistemas. AoLucas que mais teve que dividir seusmomentos, a famfHa e aDs amigos peloincentivD.

SUMARIO

RESUMO Pg.IV1. - INTRODUCAO Pg.052. - CONCEPCAO DE EDUCACAO: FILOSOFIA DA ESCOLA Pg.06

2.1 - DEFINICAO Pg.062.1.2 - RELACOES PEDAGOGICAS Pg.06

3. - QUESTOES CONCEITUAIS: HISTORIAS INFANTIS Pg.094. - PROPOSTA PEDAGOGICA: HISTORIA INFANTIL Pg.13

4.1 - ESTRA TEGIA METODOLOGICA Pg.154.1.1 _1' PAS SO ;> INVESTIGACAO DA HISTORIA Pg.154.1.2 - 2' PAS SO ;> INTERPRETACAO Pg.154.1.3 - 3' PAS SO ;> TRABALHO EM GRUPO Pg.154.1.4 - CONCLUSAO Pg.164.2 - A pRAxIS ELABORADA ................................•......................... Pg.164.2.1 - OS TRES PORQUINHOS ..................•.................................... Pg.164.2.2 - CASA SONOLENTA Pg.204.2.3 - CHAPEUZINHO VERMELHO Pg.204.2.4 - 0 PATINHO FEIO Pg.214.2.5 - 0 PEIXE PIXOTE Pg.224.2.6 - A GALINHA XADREZ Pg.244.2.7 -A BRUXA WINNIE ..........................•....................................... Pg.264.2.8 - CONTADOR DE HISTORIAS Pg.294.2.9 - OBSERVACAO Pg.304.2.10 - FOTOS Pg.304.3 - RESULTADOS OBTIDOS Pg.31

5. - CO~SIDERACOES GE~IS Pg.33REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS Pg.35

1fl

RESUMO

A leltura esta deixando de ser valorizada em funvao do espayo ocupada pel osmeios de comunicagao e tambem pela lalta de qualificagao de alguns escritores dehist6rias infantis, que, subestimando a inteligencia das crianCY8s, distorcem asclassicos infantis, criam historias tolas, atrativas somente pelo visual, sem textescoerentes com as necessidades das crianC;:8s.

Portanto, e imprescindivel lazer com que a literatura esteja presente a servi<;oda leltura, tendo como funyao primordial dar prazer e emOr;80.

Entendendo que a leltura torn a a crianC;:8 mais aberta, criando sua visao demundo mais elaborado.

Acreditando que a escola e 0 local privilegiado para a lormagao do gosto pelaleltura e, par iSso, procurando tamar a leltura mais agradavel, acessfvel, semesquecer do compromisso de auxiliar 0 aluno na construyao do seu sensa crftico eamp liar sua formaC;:8o cultural.

Entao, habilidades de pensamento - raciocinio, investigagiio, lormagiio deconceitos - sao bases fundamentais para todo processo de aprendizagem e eimportantissimo que se cuide do seu desenvolvimento por meio de uma postura deinvestiga9ao que permearao todo as areas do conhecimento, alimentando umapostura de interdisciplinaridade.

IV

1. INTRODU9AO

As disGuss6es acerca do Projeto Politico Pedag6gico comeyaram a partir dareflexao sobre a realidade da Escola. Percebe-se urn grande ernpenho dosprofessores na perspectiva de alcanyar urn ensina de qualidade, porem ainda harnuitas a,Des divergentes do ponto de vista pedagogico (concep,ao de aluno, deescola, de educac;:ao, de encaminhamento em sala de aula). Ista vem S8 refletindonum alto indice de evasao e repetencia alem de, urn grande numero de crian98s forada faixa eta ria com rela.;;aoa serie que estudam.

A leitura como pratica e sempre urn meio e nao urn fim. Urn meio para 0 leitorenriquecer 0 seu conhecimento, ampliar sua visao de mundo e abrir as partas paranovas experiencias.

Embora perceba-se que a televisao tern substituido amplamente a leitura pelacomodidade de S8 reeeber a informac;ao em casa, numa linguagem acessivel 80interlocutor e com um baixo custo, nao podemos ignorar que a tecnologia esta noslevando novamente ao mundo da leitura, onde ela e necessaria para se ter acesso ainumeras informac;6es disponiveis (como a Internet).

Porem, nao basta decodificar signos, 0 lei tor tern que ser agil para darsignificado ao texto lido. Deve ser capaz de construir a sua propria compreensao apartir de sua propria estrutura, envolvendo tanto 0 que ja conhece, como 0 queprocura saber.

Investigar a causa de um grande numero de nossas crianc;as terem pouca ounenhuma vontade de ler depois de passarem por dois ou mais anos deescolarizac;ao.

Construir na escola urna politica de forrna\'iio de leitores, na qual todos possarncontribuir com sugest6es para desenvolver uma pratica constante de leitura queenvolva 0 conjunto da unidade escolar. Tornar a leitura um habito prazeroso fazendocom que a crianva amplie a vi sao de mundo, e portanto, faz-se necessario trac;arurna linha de a,ao conjunta (que tipo de sociedade querernos, que hornensqueremos formar, qual a func;ao da escola, como 0 aluno aprende e como devemosensinar).

2. CONCEPc;:Ao DE EDUCAc;:Ao: FILOSOFIA DA ESCOLA

Partindo do pressuposto que. a Escola tern como funyao principal garantir atransmissao do conhecimento, na perspectiva de formar urn cidadao crltico eparticipative, nao pode furtar-se da formac;c3o de valores para que seus alunos sejammembros ativDs e uteis a sua comunidade social e hist6rica.

Importa que os valores orienlem 0 usa correto do saber cientifico e tecnol6gico.A descoberta, 0 respeito, a honestidade, a liberdade, a solidariedade, a cidadania,par exempla, componentes basicos a orientar e integrar 0 sistema pedag6gico deensina.

Portanto, a escola deve trabalhar com conteudos significativos e 0 professordeve ter claro sua inten~o de ensinar de modo que as alunos aprendam,proporcionando assim urn ambiente adequado ao processo de desenvolvimento doaluno e possibilitar a ele ser agente do seu saber, do seu desenvolvimento, do seudestino e de sua propria historia, tornando-o capaz de um profundo relacionamentoconsigo mesmo, com os outros e com 0 mundo. Centrado no desenvolvimento doindividuo que se constr6i e se qualifica, objetiva-se para a institui9Bo, na atua~oinformativa e formativa a descoberta do eu, de forma sensivel e inteligente, aedificagao de sua estrutura, pela criatividade e liberdade uma grande capacidade deestar clo outro, pela pr.3tica de convivencia, e que sua atitude seja de inser9ao domundo como participante e agente da hist6ria, e que em seu viver seja capa de:Amar, questionar, optar, criar, recriar, decidir, e agir a luz dos valores verdadeiros.

2.1 DEFtNt<;AO

2.1.2 RELA<;OES PEDAG6GICAS

E de fundamental importancia 0 fortalecimento da Equipe Pedagogico-Administrativa, pois a mesma e responsavel pela organiza9ao e articula9ao doencaminhamento pedag6gico a ser desenvolvido, bern como pelo estabelecimentode rela9ao rna is democraticas no interior da mesma.

Ao professor cabe fazer a media9ao do conhecimento como articula9Bo entre apratica social global e a experiencia social do aluno.

Portanto, a rela9ao professor - aluno e importante para garantir aaprendizagem.

Ainda, dentre as rela96es estabelecidas no interior da escola, e imprescindfvelviabilizar a participa9iio dos pais via Consetho de Escola.

Frente a um processo r<ipido onde a globaliza9iio nos coloca ligados aosacontecimentos do planeta e a Internet nos esta conectando a todos os lugareshabitados da Terra e ainda nos preocupamos com: desemprego; miseria; fome;poluic;ao do meio ambiente; drogas; prostituiyao ..

Faz-se necessaria acompanhar este caminhar de mundo a fim de optarmos poruma conduta que nos leve a resgatar um indivfduo capaz de interagir e transformaresta realidade em urn mundo melhar, tendo em vista valores morais e sociais rnaisaprimorados. Sabemos que "Cada vez mais estamos fazendo eoisas e dandoimportimcia ao intelectual" (Masi). Nos enquanto escola devemos adequar-nos auma atuar;ao pro-fissional, tendo como referencia todo este processo.

Vamos refietir sobre:

o HOMEM E 0 MUNDOUrn cientista vivia preocupado com osproblemas do mundo e estava resolvido aencantrar meios para minora-los. Passavaos dias em seu laborat6rio em busca derespostas para suas duvidas. Certo dia,seu filho de sete anos invadiu seusantuario decidido a ajuda-Io a trabalhar.o cientista, nervoso pela interrupr;ao,pediu que 0 tilho fosse brincar em outrolugar.Vendo que seria impossivel remove-la, apai procurou algo que pudesse seroferecido ao filho com 0 objetivo dedistrair sua atenc;ao. De repente deparoucom a mapa do mundo; 0 que procurava.Com 0 auxflio de uma tesoura, recortou 0

mapa em varios pedac;os e junto com urnrolo de fila adesiva, entregou ao filhodizendo:- Filho, voce gosta de quebra-cabeyas?Entao you Ihe dar 0 mundo paraconsertar. Aqui esta 0 rnundo todoquebrado. Veja se voce consegueconserta-Io bern direitinho!E faya tudo sozinho.Entao, calculou que a crianr;a levaria diaspara recompor 0 mapa. Passadasalgumas horas, ouviu a voz do tilho que 0

chamava calma mente.- Pai, pai, ja fiz tudol Consegui terminartudinholA princfpio 0 pai nao deu credito aspalavras do tilho. Seria impossivel na suaidade ter conseguido recompor urn mapaque jamais tinha vista.Relutante, 0 cientista levantou os olhos desuas anotar;6es, certo de que veria urntrabalho digno de uma crian9a. Para sua

surpresa, 0 mapa estava completo. Todosos peda90s haviam sido colocados nosdevidos lugares. Como seria possivel?Como 0 menino havia sido capaz?- Voce nao sabia como era 0 mundo, meufilho. Como conseguiu?- Pai, eu nao sabia como era 0 mundo,mas quando voce tirou 0 papel da revistapara recortar, eu vi que do outro ladohavia a figura de um homem. Tentei masnao consegui. Foi ai que me lembrei dohomem, virei os recortes e comecei aconsertar 0 homem, virei a folha e vi quehavia consertado 0 mundo.

Como faremos para melhorar 0 "Mundo"? Eo investindo no "Homem" pelaapropriac;ao do conhecimento atraves da literatura infantil. Tendo a func;ao dedespertar para 0 mundo da leitura interagindo consigo e produzindo a sua hist6ria.

3. QUESTOES CONCEITUAIS: HISTORIAS INFANTIS

A funyao do educador e dar possibilidade, e criar condi90es, para que 0 alunotransite no mundo da leitura e estabele\A' uma rela<;iio afetiva com 0 livro,degustando 0 que Ie. Pois e dando liberdade de escolha, e respeitando 0 filmo deleitura de cada urn, e permitindo a livre com preen sao, que 0 livro deixa de serpretexto para S8 atribuir mais uma nota ao final do bimestre e tornar-S8 parteintegrante do leitor que, agora ativo, amplia sua visao de mundo.

E no despertar para 0 mundo da leitura, interagindo com os outros e nocantata intimo com a leitura que podemos transformar a realidade, tarnando-s8leitores 8vidos de livros e mundos.

Ler historias para crian98s, sempre,sempre.E poder sorrir, rir, gargalhar com assituac;6es vividas pelos personagens ,com a ideia de conto au com 0 jeito deescrever dum autor e, entac, poder serurn poueD cumplice desse momento dehumor, de brincadeira, de divertimento ..

E tambem suscitar ° imaginario, e tera curiosidade respondida em rela9aO atantas perguntas, e encontrar outrasideias para solucionar quest5es (como aspersonagens fizeram).

E uma possibilidade de descobrir 0mundo imenso dos conflitos , dosimpasses, das solU!;(5es que todosvivemos e atravessamos - dum jeito ou deoutro - atraves dos problemas que vaosendo defrontados , enfrentados (ou nao),resolvidos (ou nao) pelos personagens decada historia (cada urn a seu modo)... E acada vez ir se identificando com outrospersonagens (cada qual no momento quecorresponde aquele que esta sendo vividopel a crian9a) e, assim esclarecermether as dificuldades ou encontrar umcaminho para a resoluc,;:aodel as .

E ouvindo hist6rias que se podesentir (tambem) em090es importantes,como a tristeza, a raiva, a irritac;:ao, ebem-estar, 0 medo, a alegria, 0 pavor, ainseguran\A', a tranqOilidade, e tantasoutras mais, e viver profundamente tude 0

que as narrativas provocam em que asouve - com toda a amplitude, significanciae verdade que cada uma delas fez (ounao) brotar ..Pois e ouvir, sentir e enxergar com osolhos do imaginario.

E atraves duma historia que sepodem descobrir outros lugares, outrostempos, outros jeitos de agir e de ser,outra etica, outra 6tica.... E ficar sabendohist6ria, geografia, filosofia, politica,sociologia, sem precisar saber a nomedisso tudo e muito menos achar que terncara de aula ... Porque se tiver que deixarde ser literatura, deixa de ser prazer epassa a ser didatica, que e outrodepartamento (nao tao preocupado emabrir as portas da compreensao domundo). (Movich, Abha - 1989)

Principalmente com essa perspectiva e que fundamentou-se 0 projeto, "Eprecise amar a historia para conta-Ia bem" (Leite, Angela). Quando 0 educadorpassui esse amor preenche-se pelo livro, pelo conto, quando ele identifica-se com aemo98o, consegue compartilhar isso com seus alunos.

Ha quem conte historias para enfatizar mensagens, transmitir conhecimentos,disciplinar, ate fazer uma especie de chantagem - "se ficarem quietos, canto umahistoria", "se isso", "se aquila..." - quando 0 inverse e que funciona. A historia aquieta, serena, prende a aten9ao, informa, socializa, educa. Quanta menor a preocupagaoem alcangar tais objetivos explicitamente, maior sera a influemcia do contador dehistoria. 0 campromissa do narrador e como a historia, enquanto fonte de satisfag80de necessidades basicas da crianga. Se elas as escutam desde pequeninas,provavelmente gostar80 de livros, vindo a descobrir neles historias como aquelasque Ihes eram contadas. (Coelho, Betty. 1997)

"E fundamental que 0 professor S8 envolva com a leitura e com 0 quecanquistar par meio dela. Ver alguem seduzido pelo que faz pode despertar a desejode fazer tambem."

Para que urna estoria realmente prenda a aten980 da crianga, deve entrete-Ia edespertar sua curiosidade. Mas para enriquecer sua vida, deve estimular-Ihe aimaginagao: ajuda-Ia a desenvolver seu intelecto e tornar claras suas emogoes,estar harmonizada com suas ansiedades e aspira<;6es,reconhecer plenamente suasdificuldade e, ao mesmo tempo, sugerir solugoes para as problemas que aperturbam.

Sob estes aspectos e varies outros, no conjunto da "Iiteratura infantil"- comraras excegoes - nada e tao enriquecedor e satisfatoria para a crianga, como para aadulto, do que 0 conto de fadas folcl6rico. A aquisic;ilo de habilidades, inclusive a deler, fica destitufda de valor quando a que se aprendeu a ler nae acrescentanada de importante II nossa vida. (Bettelheim, Bruno. 1980, pag 12,13).

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Historias infantis classicas saoterriveis mas nao desesperantes, e nomundo feerico, feito de madrastas crueis,pais tiranos, prova90es e ordalios, que acrian9a indefesa aprende a ser aguerridae ganha tempera.

Os velhos contos, forjados degera980 em gera~o, consubstanciamexperiencias imemoriais, impregnamsabiamente a imagina9ao e preparam 0

jovem leitor para um mundo dificil eaterrador, mas para 0 qual sempre hauma saida. 0 Pequeno Polegar sala-seafinal da fioresta cheia de perigos gra9asa sua habilidade, 0 porquinho trabalhadore 0 que constr6i a casa resistente ao lobo,a saga da Cinderela e um preciosomanual para enfrentar a dura rivalidadeentre irmaos.

o imaginario, no caso, serve deinicia98o. Crian<;as e adolescentes queprocuram se evadir na velocidade, nadroga, na mentira e ate mesmo nosuicfdio, sao crianc;as que nao puderamsonhar na epoca em que isso Ihe eraindispensavel.

Por isso mesmo e reafirmado que asatividades culturais podem contribuir pararetemperar a infancia e impedir que aturbulemcia natural da adolescencia naodescambe na violencia e nas drogas.Livros, bons filmes e pec;a, Ihes oferecemcampos particulares de refiexao e decriatividade, de individua9ao ecrescimento afetivo. (Diatkine, Rene -1993, pag. 5)

Livros sao insubstitufveis, a leituradeve ser uma atividade freqOente. Ascrian<;as precisam de historias que aslevem a conhecer um outro mundo - 0

mundo que elas VaG ter que enfrentar,assim que deixarem de ser crianc;as.

"Nunca ouvi uma crianya dizer quesonhara com os super-homens da TV oucom seus, inimigos. Esses desenhosmodernos tern um grave problema, seuspersonagens sao simples demais, sempersonalidade. Alem disso, sao

"

personagens mutantes, que setransformam a toda hora. As crianyas naoconseguem conserva-Ios na memoria pormuito tempo. Nos contos classicos, ospersonagens sao menos voluveis, asnarrativas mais ricas. As crianyas saoobrigadas a pensar e gostam de faze-Io."(Diatkine, Rene. 1993, pag. 5)

Devemos estar conscientes que no trabalho com literatura a postura doprofessor e antes de tudo saber ouvir.

Parafraseando Paulo Freire;Ao direito deles de falar a que corresponde 0 nosso dever de escuta-Ios. De

escuta-Ios corretamente, com a convicC;aode quem cumpre urn dever e nao com amalfcia de quem faz um favor para receber muito mais em troca. Mas, como escutarimplica falar tambem, ao dever de escuta-Ios corresponde 0 direito que igualmentetemos de falar a eles. Escuta-Ios no sentido acima referido e, no fundo, falar comeles, enquanto falar a eles seria uma forma de nao ouvi-Ios. Dizer-Ihes sempre anossa palavra, sem jamais nos expormos enos oferecemos a deles arrogantementeconvencidos de que estamos aqui para salva-los.

Ja sao muitos anos gastos a fim de, refletir sobre a escola e sua funyao. Qualseria mesmo a primordial fun980 da escola? Ao longo desta historia existiudirecionamento reflexivo em linhas da conduta na qual a escola tradicionalista terncomo a memorizac;ao 0 principal instrumento de trabalho, no qual, 0 aluno eratratado como uma caixa em que se depositavam informa<;6es,e este as guardava,nao dando importEmciapara a func;ao,e em que momenta seria usada. Estudos maisaprofundados nos mostram que grandes educadores nos levam a pensar melhor nosprocessos de aprendizagem e condutas.

Pensando em Froebel achava que, ~Ascrianyas eram essencialmente criativas,mas facilmente corrompidos pelos adultos".

"A escola devia utilizar 0 espirito de aventura das crianyas pequenas".Maria Montessori - Ela enfatiza a liberdade da crianya, favorecendo 0

desenvolvimento natural.Piaget - A escola como espa<;o para 0 desenvolvimento nos aspectos

cognitivos.Freinet - A escola e um espa90 no qual e favorecida a transformac;ao do

contexto social. Aonde aluno e professor sao sujeitos ativos.

Levando em considerac;aoestas atribuic;oes,e outros mais, nos subsidios pararepensarmos uma atuac;aotendo em vista uma Escola Ideal, tendo como resultadourn aluno que seja capaz de atuar neste contexto social, como urn indivlduo, quepensa por si, respeita 0 espa<;odo outr~, tomando assim atitudes adequadas a si eao meio.

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4. PROPOSTA PEDAGOGICA: HISTORIA INFANTIL

LEITURA ATIVIDADEA Casa Sonolenta - Audrey Wood Conversado com as crianC;8s sabre a

hist6ria, num segundo momento e f8ito adobradura da casa e completado, 0

CenarlD da casa.Rita Nao Grita Producao de historia em quadrinhos.Os 3 Porquinhos (0 livro) Em seguida ouvem atraves de fita k7,

converS8-S8 com as crian<;as dasvers6es das historias e e confeccionadoa mascara dos personagens.

Os 3 Porquinhos (em versao atual) E debatido sabre tempos modernos eantigos. Depois as alunos formam duplase criam suas oroprias vers6es.

Texto sabre Festa Junina (contos, Conversa, leitura e vivencias.receitas)o Patinho Feio Conlecyao de mascaras do patinho,

encenayao leita em grupos.o Dourado Conta-se a hist6ria, sem mostrar a

ilustrayao, fazendo-se suspense,omitindo algumas partes do livre ande erelatada 0 personagem principal. Como 0

livra trata das diferenvas pessoias hi!:bastante coisa a S8 trabalhar oral mente.

Camundongo's Rap A hist6ria e transformada e, musicaatraves do rltmo contagiante que e dadoe contado pelas equipes dos alunos da4a, Serie.

Chapeuzinho Vermelho Conlecyao de lantoche e teatro delantoches.

Chapeuzinho Vermelho (outra versao) Confecyao de bonequinha de papel comchapeu de dobradura.

Chapeuzinho Amarelo Conlecyap de boneca de jornal. Teatrode lantoches. Chapeuzinho Vermelho.

Sua ... Bua ... 0 que sera? Conlecyao do pingo leito com bexiga. Edado a crianc;a uma lolha com aspatinhas, orelhas, olhos, rabinho efocinho. As crianc;as pintam, recortam ecolam na bexiga.

JOBO e Maria Construyao de fantoches de dedo.dramatizac;ao com 0 usa dos fantoches.Filme JOBO e Maria. Conversa ediferenciagBo entre filme e historiaescrita. Comparayao de livro e filme.

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Historias Mal Criadas Debates sobre os assuntos envolvidospelo livro. Distribui~o de livros. Tempospara leitura.

A ANore Zoologica de Lalico Piment80 Explora98o da imagina~o que pode serconcretizada ao criar um livre. Montagemde urn painel, criando urna arvorezoologica.

Pinoquio Foi tambem assistido 0 filme e 0

desenho. Conversa informal ediferencia980 sabre livro, desenho efilme. Confec98o de marionete.A proposta e que as crian9asconfeccionem urn livre da sua vida.Haviamos conversado durante todo 0

projeto sabre as fun90es do autor,ilustrador e editora. Seguindo essa etapaconduzimos a confecyao do livre paraI perceberem a cada fun98o.Encontro com 0 contador de historiasCarlos Daitcharnan. Levamos as crianc;asa Biblioteca da Rua da Cidadania, ondetiveram a oportunidade de conhecer eescutar 0 contador e suas belas historias.Alem das crian98s das 2". serie, a ClasseEspecial foram a equipe de teatro da 4'.serie que rnais se destacaram, ouvindo eaproveitando a oportunidade paraconversar informalmente com 0 contadoronde esclareceram alQumas duvidas.Apresenta9ao do teatro ChapeuzinhoVermelho da 4'. Serie, aos colegas dasescola na Festa de Dia das Criancas.

Poemas para brincar Confecg8o de urn dicionario se brincavacom as palavras.

A Bruxa do Corag8o Doce Apos uma conversa informal e prepostoque as criangas criem uma poyaomagica, a qual fara mudar alguma coisa,despertando a criatividade do aluno.

A Bruxa Winnie Na mesma linha dos outros teatms,porem a historia foi elaborada pelascriangas que tambem confeccionam osfantoches e depois apresentam a pe98.

o Dia-a-dia de Dada (Iivro sem texto, Apos conversa~o e interpreta~o dointerpretagao) livre e realizado um trabalho, onde as

criangas criam bonecos e historiasmodelando em massa.

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Cinderela Confecyao de um castelo de dobradura,ande as alunos criam urn cenario.

A Loja de Dona Raposa Cria-se urn cartaz de urna loja enda tudoe malueG, a exemplo do livra.

As Flores da Primavera Cria-se um cartaz, ande todas ascriantyas fazem urna flor para colocar nonosso jardim.

Chapeuzinho Vermelho Teatro de Fantoches (ChapeuzinhoVermelho)

4.1 ESTRATEGIA METODOLOGICA

4.1.1 - 10 PASSO => INVESTIGAI;AO DA HISTORIA

A professora conta a hist6ria de tres Ilvres distintos. as livros usados fcram:-Chapeuzinho Vermelho - Cole\'iio Sonhos de Crianya - Editora Tara.-Chapeuzinho Vermelho - Cole\'iio 12 Fabulas de Ouro - Editora Maltese.-Chapeuzinho Vermelho - Cole\'iio criteriosa de Maria Heloisa Penteado e

ilustrayao de Anastassija Archipowa - Editora Atica.

4.1.2 - 2' PASSO => INTERPRETAI;AO

Depois de realizada a leitura, pergunta-se as crianyas qual livro elas preferiram.A resposta unimime foi Coleyao Contos de Grimm. Entao, a partir dai, ha um

dialogo entre professor e alunos, 0 professor explica sabre a epoca em que foiescrito Chapeuzinho Vermelho, as costumes daquela epoca como par exemple,beber vinho, (as vezes surgem quest6es como alcoolismo que apesar de fugir doassunto tema nao deve ser renegado, pois as vezes e urna oportunidade que 0aluno tern para relatar algo que a incomoda) as roupas usadas, as paisa gens etc.

Campara-se as tres livres chegando-se a conclusao de que a da Cole~oContos de Grimm e um livre mais serio, com uma linguagem mais elaborada eenvolvente.

4.1.3 - 3' PASSO => TRABALHO EM GRUPO

A partir daf monta-se equipes e determina-se que cada uma elabore um textoque esteja mais proximo daquele do livre escolhido, e como ja foi explicadoanteriormente lembra-se que na teatre pode-se acrescentar coisas engra~adascomotom de voz, gestos etc ... sem que isso vire palhayada.

15

- As criantyas fazem a texto, cada equipe possui a mesma historia e cadacrian9a sua lolha individual.

- A prolessora traz a palco e as lantoches reune as equipes da algumas dicasde voz , dire,.ao do boneco, etc., e pede que uma equipe venha ensaiar.

- As crianyas comec;am 0 ensaio, nao entendem suas proprias letras,encontram varios erros e discutem entre si. Outra equipe vem e acontece a mesmo.

4.1.4 - CONCLUsAo

Chega-se a conclusao que as textos precisam ser corrigidos e escritos comletras legiveis.(lsso foi provocado para que partisse delas a iniciativa)

a professor corrige urn texto de cada equipe junto com eles, sugere alterac;6es,da ideias, as textos sao passados a limpo e e feito novo ensaio. Oesta vez algumasequipes se destacam. Cad a equipe apresenta para uma turma que e convidada a irate a sal a assistir (pre e 1a. series).

Algumas equipes nao querem apresentar e e respeitado esse direito.

4.2 - A PRAxis ELABORADA

4.2.1 - OS TRES PORQUINHOS

Apresentou-se duas vers6es da mesma historia, onde a 1a e uma versao maisproxima do original, ja a 28 uma versao mais atualizada, onde, substituem-se objetose situac;6es pelas mesmas, so que atuais. Com a objet iva de mostrar as variasformas de ideias, de pensamentos, apresentados atraves da escrita. Esta escolhadeve-se a aproximayao que a crianya tern com as Contos de Fadas e ao mesmotempo a forma de representa~o de sua vida organizando-a.

Reac;ao das crianc;as - Elas estavam bern a vontade e mostraram adedicayao e 0 interesse a este trabalho, ate as alunos chamados ~problemas",comeyaram a ter gosto pel a leitura e pelo pensar.

4.2.1.1 - UJDICA-APRESENTACAO DO FILME "OS TRES PORQUINHOS"

Como forma da crianc;a perceber as outras formas de apreciac;a,o da literatura,dando enfase a sonoplastia, trajes tipicos de epoca, cenario, entonac;:ao de voz eetc.

J6

4.2.1.2 - ATIVIDADES DE CONSTRUC;AO

- Organiza9<30 em equipes para organiza9<3o de urn texto.- Montagem de cenario utilizando 0 quadro negro como funda e giz para

decora-Io- Apresenta9ao para a lurma equipe por equipe.

4.2.1.3 ATIVIDADES (em anexo)

17

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4.2.2 - ATIVIDADE DE LEITURA DA "CASA SONOLENTA"

Contada a historia e aberto para as alunos fazerem comentarios, observar;;oese interpretarem a hist6ria. l

4.2.2.1 -ATIVIDADE UJDICA

Constru<;iio de urna "Casa Bern Acordada", atraves de dobradura e desenho,onde as "surpresasn sao diferentes pois todos estao acordados.

Atividade de Construc;ao - Visita a urna biblioteca ende ~s crianvas ficam berna vontade para ouvirem urn "contador de hist6riasn

1 ende as criany8S tern aoportunidade de S8 aproximar de Dutra forma de expressao da escrita de urna formatambem prazeros8.

Reagao das CriangasJa no encontro no primeiro momento sao 8traidas pela histona "A Casa

Sonolenta", depois, parecem estar fazendo parte das historias contadas, com muitaempolgayao e entusiasmo. l

4.2.3 - ATIVIDADE CHAPEUZINHO VERMELHO

Leitura - Chapeuzinho VerrnelhoE feita duas versoes de hist6ria Chapeuzinho Vermelho. A primeira mais

proxima a verseo original e a 2a mais proxima a versoes alteradas, e mais recentes.

4.2.3.1-ATIVIDADE LUDICA

Comparayao dos dois textos apresentados as versoes ja conhecidas, emgrupos a apos no grande grupo e explana9ao do assunto.

4.2.3.2 -ATIVIDADES DE CONSTRUC;Ao

Em grupos sao construidos textos baseados no que farao, vistas ouvidos oulidos. Apos adaptam esta texto a fantoches e ao ceneria, ao qual fazemapresenlagao a oulros grupos. \

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4.2.3.3 - FOTO (em anexo)

4.2.3.4 - OBSERVACAO

As crian98s parecem estar muito a vontade no sentido de terem a oportunidadede mostrar a seu trabalho, da-se valor nesta momento a quest6es como:

II Opiniao propriaII Participa~oespontanea

Trabalho em grupos• Interpretar

Responsabilidade

4.2.4 - LEITURA"O PATINHO FEIO"

Atraves dessa historia abre-se oral mente para que as crian98S debatam arespeito desse lexto, observando 0 maior numera de detalhes passive!.

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4.2.4.1 -ATIVIDADE UJDICA

Questionando como e a sociedade, sera que todos sao iguais? Construiratraves de desenhos quais seriam as melhores amigos para sle?

4.2.4.2 -ATIVIDADE DE CONSTRU<;:Ao \

Conslru9ao de um livro individualmente, onde conte a hist6ria de sua vida.Suas eaisas mais importantes como nome, dados pessoais, familia, amigos,preferencias, g05tOS, etc.

4.2.4.3 - ATIVIDADE DE CONSTRU<;:Ao (em anexo)

4.2.4.4 - OBSERVA<;:AO

Neste caso as criangas conseguem S8 apropriar urn pouco mais do livre, poiselas sao a propria hist6ria, come9Clm a va-Ie naD 56 como algo inacessivel einatingivel, mas ja percebendo que 0 autor e real. I

Participam desta constru~o escrevendo ucoisasn que sao multo importantespara 5i, quest6es como: l

Identidade;Trabalho;Valoriza,ao;Construir-se como individuo com opini8a e experiencias.

4.2.5 LEITURA - "0 PEIXE PIXOTE"

Leitura do livra, interpretayao do texto, observac;6es pessoais dos alunos comrelag<3o a esta hist6ria atraves de debate.

4.2.5.1 -ATIVIDADE LUDICA

ConfeCC;:8o de um peixe usando dobradura e formaC;:8o de cenario e formag8ode cen<3rio.

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4.2.5.2 -ATIVIDADE DE CONSTRUCAO (em anexo)

ConstrUyc30 de urn livro no formate de animais (anexo xerox), nos quais eramcontadas as historias enfocando a mesmo. I. ..

Aproxima9c3o da realidade cnde a criany8 S8 torna autor de urna hlstona e aconduz conforme a sua imaginayao levar.

4.2.5.3 - OBSERVACAO

A partir deste trabalho, sao repensadas algumas altera~6es a fim de levar acrianC;8 a urn trabalho cnde a direcione a pensar.

4.2.6 - LEITURA: "A GALINHA XADREZ"

4.2.6.1 - DINAMICA

Todas as criany8s sao colocadas em circulo no chao, a lfim de ficarem mais avontade, apas a professora inicia urn desenho incompleto e 0 caleca para urnacrianva ao ~eulado q~e continue~ mesmoap6s,.~sta vai pa~s~r.0 des~nhop~ra 0lado e asslm sucesslvamente ate chegar ao ultimo. esta atlvldade e exphcadaprevia mente, como sera realizada e a importancia do silencio do naD cementar 0 quevai desenhar e nao falar do que esta sendo realizado. Em! seguida as crian9asespontaneamente comentam sabre a trabalho conclufdo e como foi esta experiencia.

4.2.6.2 -ATIVIDADE LlJDICA

Esta hist6ria conta a importancia do trabalho em grupo. ttraves da construyaode urn bolo de milho, como forma de presentear alguem, r6s na sala de aulaconfeccionamos um cartee em forma de bolo para presentear alguem.

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4.2.6.3 - CONCLUSAo

A oralidade ja S9 toma mais agradavel e fiuente. As crian<;as fazem suasproprias conclusoes, em alguns momentos sao necessarias ;~terfen3ncias, pais naoconseguem perceber como S8 de uma discus sao em grupos maiores.

4.2.7 - LEITURA "A BRUXAWINNIE"

Leitura, neste livro retrata a respeite a individualidade de Gada pessoa.

4.2.7.1-ATIVIDADE UJDICA

E proposto para cada criany8 fazer urn auto-retrato, Como a crianya e capaz dereproduzir -S8 como S8 va na realidade. Colocaram detalhes mJito importantes, comose va na realidade. Colocaram detalhes muito important~s, retratando a suapersonalidade.

4.2.7.2 - DINAMICA

La as crianyas que querem participar col am retratos urn ao lado do outro. E aisao feitas relayoes de semelhany8 e diferenya. Concluem que como na historiatodos tern suas difereny8s, tanto fisicas como de pensamentd, e que todos devemser respeitados na sua singularidade. Atraves de conversa informal.

4.2.7.3 - OBSERVACAO

Alem de livros que sejam bons em textos e figuras um lugar acolhedor.

4.2.7.4 - FOTOS (em anexo)

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4.2.8 - CONTADOR DE HISTORIAS

4.2.10- FOTOS (em anexo)

4.2.9 - OBSERVACAo

Participa<;iio am atividades onda pessoas fora convivio estejampresentes, como exemplo: Contador de historias autores de livros,ilustradores a etc. os quais as crian9"s tanham a DD,xttmi,jacfede fazer perguntas,tornando-os rnais pr6ximos da sua raalidada.

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4.3 - RESULlAOOS 08ll00S

Comentarios dos depoimentos.Atraves dos relatas dos nos 50S alunos pode-se observar que a literatura

passou a ter importancia e significado. IAtraves da expressao nas fotos, e do interesse das crianC;8S, 80 assistirem a

pe~a teatral apresentada pelos seus colegas da 4" serie, e t~mbem pelo Contadorde Historias, pode-se constatar quest6es como respeito, \cidadania e arnor aliteratura adquiridas durante 0 projeto. (segue depoimento anexo)

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5. - CONSIDERA<;:OES GERAIS

Pelo fata da literatura nao ser uma disciplina especffica, e de estar sendodividida com 0 cargo de professor auxiliar, encontram, certab dificuldades, pais aliteratura requer muito mais do que entrar na sal a e contar ulna historinha, e paraque as criangas reproduzam com urn desenho. IS50 ocorre p,orque 0 professor deliteratura nao possui a seguran9a, de cumprir sua funyiio, te~do em primeiro planoque s.ubstituir ,possiveis ,faltas, deixando de c~locar em pratic~ 0 que ja havia sidoplanejado. Cna-se asslm uma falta de estlmulo para que 0 professor possaselecionar e Jer livros previamente, adequando-os a idade e ao\ interesse da turma, eao conhecer varios livros podera auxiliar(sugerir) emprestimo dos mesmos, tambemproporcionar atividades que despertem a "fome" de leitura, e btraves disso mostrarpara a aluno que aquilo que ele tern de sobra: a imagina~o ela fantasia podem sercompartilhadas simplesmente com urn born livre.

Com 0 auxilio da literatura criam-se pessoas criticas, capazes e seletivas aponto de questionar tanto livros quanto pregramas de TV. IE atraves de muitoestimulo e trabalho que se consegue com que a crianc;a seja ponderada e possadosar 0 prazer da leitura e 0 prazer dos meios de comunicac;aol

Nao se tern a pretensao de conseguir em um semestre, bs resultados, nem 0

de concorrer com os meios de comunica~o, pois sabe-se que ~ urn trabalho graduale continuo. I

Fa; detectado que a principal causa das nossas crianc;as terem pouca vontadede ler e devido a falta de estimulos literarios provenientes d familia e da propriaescola.

Diante dos trabalhos realizados, sob forma de teatro, filme, mesica, etc ... ,houve um envolvimento geral, no qual a literatura passe a ganhar corpo eimportancia, pois os alunos comeyararn a selecionar historias, pesquisar livros deseu interesse, questionar outros livres tao envolventes. \

Tambem tem se mostrado urn grande crescimento no que diz respeito aoreconhecirnento de varias formas de escrita na sua totalidade.

Durante a realizaC;ao do Projeto identificamos mudanyas gerais decomportarnento em quase todas as series. Aquelas aulas que e~am a hara de ouvir edepois desenhar passou a ser acompanhada de interjei90es cqmo "Obal" - hoje euquero uma historia de bruxa ou fadas etc ... ou - eu posso levar 2 livros?- Qual e 0 conto de fadas que n6s vamos estudar para fazer tea\ro?

Tambem surpreendente, foi a atitude de alunos que du~ante 0 canto pediamsilemcio aos seus colegas e ficavam imoveis, boquiabertos, ou~;ndo, pedindo outrashistorias e demonstrando urn interesse enorme pelos contos de fadas, (talvez tenhasido a maneira de elaborarem seus conflitos). I

Provavelmente essa mudanc;a ocorreu porque nos, professores de literatura,adquirirnos uma postura aberta e alegre em relay80 a essas Iaulas, pais estandomais preparadas podfamos transmitir isso aos nossos alunos. E 0 resultado donos so crescimenta pessoal contagiando nassos alunos. I

Conseguimos atingir nossos objetivos no que diz respeito a estlmulos, poremtivemos que pretelar encontro com autores, pOis haviam dificuldkdes materiais comoonibus, local apropriado, disponibilidade do autor, e tarnbsm pbr sentirmos que as

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~m'"'" •• ","'~, ",'~~ "' m," _ "" ,00 l~'"",",,'mo',produtivo. \

Tambem 0 processo ensina e aprendizagem foi enriquecido, pais professoresde 18. e 4a. series interagiam cenosco.

Diante disso, pretendemos ampliar 0 envolvimento do conjunto da unidadeescolar e envolver futuramente 0 aluno num maior aprofun amento na literatura,ajudando-os a diferenciar estilos, tecnicas e spacas. \

Por estarmos conscientes da import~mcia da literatura na formac;,ao de futuroscidadaos, de sabermos quae vasto sao os caminhos a percorr~re tambem par ser aliteratura um processo gradual, poder-se-a dar continuidade k esse trabalho, poiscom este crescemos e auxiliamos no crescimento de nossos alilinos.

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