justificado tratamento cognitivo comportamental em grupo ... · chorar é arriscar parecer...

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1 Tratamento cognitivo comportamental em grupo para fobia social: desenvolvimento e avaliação de uma proposta combinando teatro do oprimido e videofeedback. Maria Amélia Penido fevereiro/2009 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS INSTITUTO DE PSICOLOGIA PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA Tese de doutorado submetida ao corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de doutor em psicologia. Formatado: Justificado Formatado: Fonte: Itálico Formatado: Fonte: 16 pt Formatado: Fonte: 16 pt Formatado: Fonte: 16 pt Formatado: Centralizado, Espaçamento entre linhas: Duplo Formatado: Esquerda Excluído: Projeto de Doutorado para Qualificação¶ Excluído: <sp> Excluído: Excluído: Excluído: Por Maria Amélia Penido¶ Março/2007¶

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Tratamento cognitivo comportamental em grupo para fobia social:

desenvolvimento e avaliação de uma proposta combinando teatro do

oprimido e videofeedback.

Maria Amélia Penido

fevereiro/2009

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

INSTITUTO DE PSICOLOGIA

PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

Tese de doutorado submetida ao corpo docente do

Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Instituto

de Psicologia da Universidade Federal do Rio de

Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos necessários

à obtenção do grau de doutor em psicologia.

Formatado: Justificado

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Excluído: Por Maria Amélia Penido¶Março/2007¶

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FICHA CATALOGRÁFICA

Penido, Maria Amélia Tratamento cognitivo comportamental, em grupo,

para fobia social: desenvolvimento e avaliação de

uma proposta combinando teatro do oprimido e

videofeedback. Rio e Janeiro: IP/UFRJ, 2009.

Orientador: Bernard Pimentel Rangé Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Psicologia, 2009.

Formatado: Normal

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DEDICATÓRIA:

“Rir é arriscar parecer tolo Chorar é arriscar parecer sentimental

Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento Expor sentimentos é arriscar rejeição Expor seus sonhos perante a multidão

É arriscar parecer ridículo Amar é arriscar não ser amado de volta

Seguir adiante face às probabilidades irresistíveis É arriscar ao fracasso

Apenas uma pessoa que corre riscos é livre”. Alexandre Lowen

Dedico esse estudo a todos as

pessoas que acreditaram e

participaram comigo dessa

pesquisa.

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AGRADECIMENTOS: As pessoas que tornaram esse trabalho possível aceitando participar da pesquisa; os clientes. Bernard Pimentel Rangé, meu orientador, amigo e modelo pelo qual tenho profunda admiração. As co-terapeutas Carla Giglio, Larissa Lessa, Priscila Lourenço Leite pela competência, organização, dedicação e imensa contribuição ao longo do percurso. Ao Daniel Sampaio, por seu incentivo, apoio, amor e carinho. Companheiro sempre presente em todas as minhas conquistas, do vestibular ao doutorado, me dando força. Ao meu filho, pela alegria imensa com sua chegada. A Kátia Cristina De Oliveira Telles, pessoa especial que admiro muito, por seu apoio sempre incondicional. À minha família: minha mãe pelo exemplo de vida; meus irmãos: Cristiana Penido, Henrique Penido, Marianna Penido Cesário Alvim, meu cunhado Thiago Cesário Alvim e sobrinhos: Bibi e Pedro pela amizade a apoio. A meu pai, Henrique Penido (in memoriam)

As minhas amigas Paola Rocha, Rosana Correa, Marcella Sampaio e Ana Luiza Thiago irmãs por opção, sempre presentes na minha vida.

As minhas sócias e amigas Fernanda Pereira, Luciana Rizo e Fabiana Trotta pelo incentivo e carinho. A Heitor Pontes Hirata, Fernanda Ponce de Leon Arruda e Sthefani Nogueira Saraiva pelo interesse e empenho. A Eliane Falcone, Ivan Figueira, Paula Ventura, Patrícia Pacheco, Zilda Del Prette, Lucia Novaes e Leonardo Fontenelle pela disponibilidade, exemplo e contribuição. A Mônica Rodrigues Campos, pela ajuda na construção do banco de dados e na análise estatística. A Maria de Fátima Klotz pela revisão de texto e apoio. A Ana Cristina Brasil Arcos e Giancarlo Quadros dos Santos Mauro pela boa vontade e atenção

Formatado: Esquerda,Espaçamento entre linhas: simples

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RESUMO:

INTRODUÇÃO: A fobia social é considerada um transtorno grave, de curso crônico, que pode chegar a ser incapacitante. É o segundo transtorno psiquiátrico mais comum, havendo estimativas de que possa atingir mais de 13% da população geral. È um transtorno cuja característica básica é o medo de ser avaliado negativamente, em situações sociais. Os fóbicos sociais têm medo de agir, comportar-se ou mostrar sintomas de ansiedade de maneira que lhes seja embaraçoso ou humilhante, e procuram evitar as situações sociais ou suportá-las com bastante desconforto. Não evitam apenas estar em situações sociais, mas também fogem de contato social desviando o olhar, falando baixo e o menos possível, com a cabeça baixa e os ombros para dentro. Atualmente o tratamento considerado mais efetivo para a fobia social é a terapia cognitivo-comportamental, em grupo. METODOLOGIA: O presente trabalho é a descrição dos resultados de uma pesquisa que teve como objetivo desenvolver um programa de tratamento psicológico, estruturado para fobia social, aliando a terapia cognitivo-comportamental, em grupo, às técnicas do Teatro do Oprimido e também técnicas de videofeedback, e avaliar a eficácia desse tratamento em comparação a um grupo controle em lista de espera. Também avaliou especificamente o uso do videofeedback no treinamento da habilidade social de falar em público. Foram avaliados 35 sujeitos que participaram do tratamento e 21 sujeitos em lista de espera. As avaliações ocorreram antes do início da terapia, ao final da terapia e após um mês do término da terapia. Foram realizadas 17 sessões com duração de duas horas cada e uma sessão com duração de quatro horas; referente à avaliação do uso do videofeedback no desenvolvimento da habilidade social de falar em público. As sessões ocorreram duas vezes por semana. Os instrumentos utilizados na pesquisa foram: Ficha de Identificação; Critério Brasil; Inventário Beck de Depressão; Inventário Beck de Ansiedade; Inventário de Ansiedade e Fobia Social (SPAI); Inventário de Habilidades Sociais (IHS); Escala de Fobia Social; Escala de Medo da Avaliação Negativa (FNE); Escala de Auto-Estima, e os resultados referentes à sessão de videofeedback, avaliados pelos seguintes instrumentos: Escala de Avaliações Global de Desempenho da Habilidade de Falar em Público; Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade, e Escala de Avaliação de Desempenho da Habilidade de Falar em Público. Os instrumentos da sessão de videofeedback foram utilizados apenas no grupo experimental nos períodos pré e pós videofeedback. RESULTADOS: Foram realizadas duplas digitações dos dados de todos os instrumentos utilizados na pesquisa e posterior checagem das mesmas, com correções dos itens discordantes. Para a análise dos dados foi utilizado o pacote estatístico SPSS versão 8.0. Os resultados encontrados mostram uma diferença, estatisticamente significativa, entre os resultados do grupo controle e do grupo experimental, inclusive na avaliação da habilidade de falar em público da sessão de videofeedback. O grupo experimental melhorou significativamente e o grupo controle não. CONCLUSÕES: Os resultados encontrados indicam que o modelo proposto se mostrou mais eficaz que a passagem do tempo e o uso do videofeedback, para o desenvolvimento da habilidade falar em público, foi uma intervenção efetiva. Palavras-Chave: fobia social, cognitivo-comportamental, videofeedback, teatro do oprimido.

Formatado: Centralizado,Espaçamento entre linhas: Duplo

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ABSTRACT: INTRODUCTION: social phobia is considered to be a serious disorder, of chronic course that can lead to incapability. It is the second most common psychiatric disorder, being estimated to reach more than 13% of ordinary population. It is characterized by its carrier’s fear to be evaluated negatively in social situations. Social phobia patients are afraid to act, behave or demonstrate symptoms of anxiety that might be embarrassing or humiliating, trying thus to prevent themselves from social situations or on the other hand cope with the discomfort. They not only, prevent getting involved in social situations but also flee from social contact by deviating eye contact, speaking the least possible and as low as possible, head directed to feet and shoulders inward. Today, the treatment considered the most effective for social phobia is the cognitive behavior therapy in group. METHODOLOGY: this present work is a description of the results acquired from a research that had the objective of developing a program of structured psychological treatment for social phobia, aliening behavioral cognitive therapy in group to techniques of Theater of Oppressed Individuals and also Videofeedback techniques to evaluate the efficiency of this treatment in comparison to a Control group in stand by list. It was also evaluated, specifically, the use of videofeedback in the training of the ability to speak out in public. Thirty-five patients who participated in the treatment, and twenty-one individuals on the stand by list, were evaluated. The evaluations occurred before the beginning of the therapy, at the end of the therapy and after a month past the end of the therapy. Seventeen sessions, two hours each and one, lasting four hours; referring to the evaluation of the videofeedback in the development of social ability of speaking out to an audience were performed. Thirty-five individuals were evaluated while participating. The sessions happened twice a week. Instruments used in the research were: Identification slip, Brazil Criterion, Beck Depression Inventory, Beck Anxiety Inventory; Social Phobia Anxiety Inventory (SPAI); Social Ability Inventory (SAI); Social Phobia Scale; Fear of Negative Evaluation (FNE); Self Esteem Scale and the results referring to the videofeedback session, evaluated by the following instruments: Global Scale of Evaluations of accomplishment of the ability to speak out in public.; Scale of Anxiety Symptom Perception and Scale of Evaluation of the accomplishment of the ability to speak out in public. The instruments of the videofeedback session were used only in the experimental group when they were in the pre and post videofeedback. RESULTS: Double data process was performed in all instruments utilized in the research and later used in the checking of same; with corrections of the discrepant items. For analysis of the data, the SPSS statistics pack (version 8.0) was used. The results found showed a significant statistical difference between the control group and the experimental group, including the evaluation of the ability to speak out in public in the videofeedback session. The experimental group improved in a significant way, while the control group did not. CONCLUSIONS: The protocol proposed proved to be more effective than the passing of time. The videofeedback techniques showed more effective results in the development of the social ability to speak out in public. Key Words: social phobia, cognitive behavior therapy, videofeedback, theater of the oppressed.

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Lista de Tabelas e Gráficos

Tabela 1 Distribuição das médias das idades segundo os grupos de comparação do estudo

162

Tabela 2 Distribuição da frequencia da variável gênero segundo os grupos de comparação do estudo

163

Tabela 3 Distribuição dos pacientes por estado civil segundo os dois grupos de investigação do estudo

163

Tabela 4 Distribuição dos pacientes por condição de trabalho segundo os dois grupos de investigação

164

Tabela 5 Distribuição dos pacientes por nível de escolaridade segundo os dois grupos de investigação

165

Tabela 6 Distribuição dos pacientes por história de tratamento psicológico segundo os dois grupos de investigação

165

Tabela 7 Distribuição dos pacientes por uso de antidepressivo segundo os dois grupos de investigação

166

Tabela 8 Distribuição dos pacientes por uso de ansiolítico segundo os dois grupos do estudo

166

Tabela 9 Distribuição dos pacientes por consumo de álcool segundo os dois grupos de investigação

167

Tabela 10 Distribuição dos pacientes por vivência de evento traumático segundo os dois grupos de investigação

168

Tabela 11 Distribuição dos pacientes por Classe Social segundo os dois grupos de investigação

168

Tabela 12 Distribuição de frequencia dos pacientes por categorias de depressão segundo os dois grupos de investigação

169

Tabela 13 Distribuição de frequencia dos pacientes por categorias de ansiedade segundo os dois grupos de investigação

170

Tabela 14 Di15stribuição das médias dos Inventários Beck de Depressão e An16seidade segundo os dois grupos de investigação

171

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Tabela 15 Di18stribuição da frequencia dos pacientes por categorias de fobia19 social segundo os dois grupos de investigação

173

Tabela 16 Distribuição das médias dos escores do SPAI segundo os dois grupos de investigação

175

Tabela 17 Distribuição das médias do escore total e fatores do IHS segundo os dois grupos de investigação

175

Tabela 18 Distribuição da frequencia dos pacientes por categoria no fator enfrentamento com risco do IHS segundo os dois grupos de investigação

177

Tabela 19 Distribuição da frequencia dos pacientes por categorias de intensidade da ansiedade de acordo com a Escala de Fobia social segundo os dois grupos de investigação

178

Tabela 20 Distribuição da frequencia dos pacientes por categorias de evitação de situações sociais de acordo com a Escala de Fobia social segundo os dois grupos de investigação

179

Tabela 21 Distribuição das médias da escala de fobia social segundo os grupos de investigação

180

Tabela 22 Distribuição de frequencia dos pacientes por categoria de acordo com a escala FNE nos dois grupos de comparação do estudo

181

Tabela 23 Distribuição das médias da escala FNEsegundo os dois grupos de comparação do estudo

182

Tabela 24 Distribuição de frequencia dos pacientes por categoria de acordo com a Escala de Auto-Estima nos dois grupos de comparação do estudo

183

Tabela 25 Distribuição das médias da Escala de Auto-Estima segundo os dois grupos de comparação do estudo

184

Tabela 26 Distribuição de frequencia dos pacientes por categorias de acordo com a EAGD no grupo experimental em dois periodos de avaliação

185

Tabela 27 Distribuição das médias da EAGD segundo o grupo experimental em dois periodos de avaliação

185

Tabela 28 Distribuição de frequencia dos pacientes por categorias de acordo com a EPSA segundo o grupo experimental em dois periodos de avaliação

186

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Tabela 29 Distribuição das médias da EPSA segundo o grupo experimental em dois periodos de avaliação

187

Tabela 30 Distribuição de fequencia dos pacientes por categoria de acordo com a EAD segundo o grupo experimental em dois periodos de avaliação

188

Tabela 31 Distribuição das médias da EAD segundo o grupo experimental em dois periodos de avaliação

189

Gráfico 1 Box-plot da variável idade segundo os grupos de comparação do estudo

189

Gráfico 2 Box-plot dos escores dos Inventários Beck de Depressão e Ansiedade segundo os dois grupos de comparação do estudo nos tr~es períodos de investigação

162

Gráfico 3 Box-plot das médias do SPAI segundo os dois grupos de comparação do estudo nos três períodos de investigação

172

Gráfico 4 Box-plot das médias dos fatores da Escala de Fobia Social segundo os dois grupos de comparação do estudo nos três períodos de investigação

174

Gráfico 5 Box-plot das médias da FNE segundo os dois grupos de comparação do estudo nos três períodos de investigação

180

Gráfico 6 Box-plot das médias da Escala de Auto-Estima segundo os dois grupos de comparação do estudo nos três períodos de investigação

182

Gráfico 7 Box-plot das médias da EAGD segundo o grupo experimental em dois períodos de avaliação

184

Gráfico 8 Box-plot das médias da EPSA segundo o grupo experimental em dois períodos de avaliação

186

Gráfico 9 Box-plot das médias da EAD segundo o grupo experimental em dois períodos de avaliação

187

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Lista de Siglas

ABA Associação Brasileira de Anunciantes

ABIPEME Associação Brasileira dos Institutos de Pesquisa de Mercado

ANEP Associação Nacional das Empresas de Pesquisa de Mercado

APA American Psychology Association

CIS-R Clinical Interview Schedule

DPA Divisão de Psicologia Aplicada

DSM Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais

EAD Escala de Avaliação de Desempenho da Habilidade Falar em Público

EAGD

Escala de Avaliação Global de Desempenho da Habilidade Falar em

Público

EPSA Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade

FNE Escala de Medo da Avaliação Negativa

IHS Inventário de Habilidades Sociais

NCS Nacional Comorbidity Survey

OMS Organização Mundial da Saúde

SCID-II Structured Clinica Interview for DSM-III Personality Disirders

SPAI Inventário de Ansiedade e Fobia Social

TA Treino Assertivo

TCC Terapia Cognitivo-Comportamental

THS Treinamento em Habilidades Sociais

TKS Taijin Kyofusho

TO Teatro do Oprimido

TREC Terapia Racional Emotivo Comportamental

UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro Formatado: Esquerda,Espaçamento entre linhas: Duplo

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SUMÀRIO

1. INTRODUÇÂO 16

1.1 OBJETIVOS 18

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 18

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 18

2.1 FOBIA SOCIAL: 18

2.1.1 Descrição do Transtorno 18

2.1.2 Curso 19

2.1.3 Subtipos 19

2.1.4 Prevalência 20

2.1.5 Comorbidades 21

2.1.6 Diferenças Culturais 25

2.2 ETIOLOGIA DA FOBIA SOCIAL 26

2.2.1 Fatores hereditários 26

2.2.2 Fatores biológicos 26

2.2.3 Condicionamento clássico e operante 28

2.2.4 Fatores neurobiológicos 29

2.2.5 Modelo de preparo 31

2.2.6 Aprendizagem vicária 34

2.2.7 Fatores etológicos 34

3. TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL 35

3.1 TERAPIA COGNITIVA 38

3.2 MODELO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL DA FOBIA SOCIAL 39

3.3 TRATAMENTO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL DA FOBIA SOCIAL 42

3.3.1 Terapia cognitivo-comportamental em grupo 43

3.3.2 Terapia cognitivo-comportamental em grupo para fobia social 50

4. HABILIDADES SOCIAIS: 51

4.1 TREINAMENTO EM HABILIDADES SOCIAIS 56

4.1.1 Treinamento em Habilidades Sociais e Fobia Social 60

4.1.2 Habilidade Social Falar em Público 62

5. TEATRO DO OPRIMIDO 68

5.1 Teatro do Oprimido e Terapia Cognitivo-Comportamental 72

VIDEO COMO FEEDBACK 74

7. MÉTODO 82

Formatado: Cor da fonte:Automática

Formatado: Cor da fonte:Automática

Formatado: Cor da fonte:Automática

Excluído: ¶

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7.1 Tipo de estudo 82

7.2 Local do estudo 82

7.3 População estudada 82

7.4 Instrumentos 82

7.4.1 CIS_R- Clinical Interview Schedule 82

7.4.2 SCID-III Structured Clinical Interview for DSM-III Personality Disorders 83

7.4.3 Ficha de identificação 83

7.4.4 Critério Brasil 83

7.4.5 Inventário de Ansiedade e Fobia Social- SPAI 83

7.4.6 Inventário de Habilidades Sociais- IHS 84

7.4.7 Inventário Beck de Ansiedade 85

7.4.8 Inventário Beck de Depressão 85

7.4.9 Escala de Fobia Social 85

7.4.10 Escala de Medo da Avaliação Negativa (FNE) 85

7.4.11 Escala de Auto-Estima 85

7.4.12 Escala de Avaliação Global de Desempenho da Habilidade de falar em 86

7.4.13 Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade da Habilidade de Falar em

Público 86

7.4.14 Escala de Avaliação de Desempenho da Habilidade de Falar em Público 87

7.5 Critérios de inclusão 87

7.6 Critérios de exclusão 87

7.7 Aspectos éticos 87

7.8 Procedimentos 88

7.9 Descrição do protocolo de tratamento em grupo utilizado na pesquisa 91

8 RESULTADOS 161

8.1 DESCRIÇÃO DA AMOSTRA 162

8.1.1 Idade 162

8.1.2 Gênero 163

8.1.3 Estado Civil 163

8.1.4 Condição de trabalho atual 164

8.1.5 Grau de escolaridade 165

8.1.6 Tratamento psicológico 165

8.1.7 Uso de medicação 166

8.1.8 Consumo de álcool para manejo de ansiedade 166

8.1.9 Vivência de evento traumático precipitante 167

8.2 CRITÉRIO BRASIL 167

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8.3 INVENTÁRIOS BECK DE DEPRESSÃO E ANSIEDADE 168

8.3.1 Inventário Beck de Depressão 168

8.3.2 Inventário Beck de Ansiedade 169

8.4 INVENTÁRIO DE ANSIEDADE E FOBIA SOCIAL (SPAI) 172

8.5 INVENTÁRIO DE HABILIDADES SOCIAIS (IHS) 174

8.6 ESCALA DE FOBIA SOCIAL 177

8.7 ESCALA DE MEDO DA AVALIAÇÃO NEGATIVA (FNE) 181

8.8 ESCALA DE AUTO-ESTIMA 182

8.9 ESCALAS DE AVALIAÇÃO DA SESSÃO DE VIDEOFEEDBACK 184

8.9.1 Escala de Avaliação Global de Desempenho da Habilidade de falar em Público 186

8.9.2 Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade da Habilidade de Falar em

Público 187

8.9.3 Escala de Avaliação de Desempenho da Habilidade de Falar em Público 187

9 DISCUSSÃO 190

10 CONCLUSÃO 195

11 REFERÊNCIAS 198

12 APÊNDICES 206

12.1 APOSTILA ENTREGUE A PACIENTES 207

12.1.1Descrição do relaxamento proposto 248

12.2 GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DA SESSÃO DE VIDEOFEEDBACK 249

13. ANEXOS: 250

13.1 Aprovação do Comitê de Ètica 251

13.2 Termo de consentimento Livre e Esclarecido 252

13.3 Ficha de identificação 253

13.4 Critério Brasil 254

13.5 Inventário Beck de Depressão 255

13.6 Inventário Beck de Ansiedade 257

13.7 Inventário de Ansiedade e Fobia Social- SPAI 258

13.8 Inventário de Habilidades Sociais- IHS 263

13.9 Escala de Fobia Social 266

13.10 Escala de Medo da Avaliação Negativa (FNE) 268

13.11 Escala de Auto-Estima 269

13.12 Escala de Avaliação Global de Desempenho da Habilidade de falar em Público 271

13.13 Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade da Habilidade de Falar em

Público 272

13.14 Escala de Avaliação de Desempenho da Habilidade de Falar em Público 273

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1. INTRODUÇÃO

Uma característica básica da vida humana é a sociabilidade. É bastante improvável que a vida humana

pudesse existir no isolamento social. O caráter societário da vida humana aparece no pensamento de

filósofos gregos desde o célebre pensamento de Aristóteles “O homem é um animal social” (Del Prette

& Del Prette, 1999). Se a vida humana ocorre em sociedade podemos considerar que a dificuldade de

interagir socialmente constitui um problema relevante. A maioria das pessoas apresenta alguma

dificuldade interpessoal, porém, quando essa dificuldade é extrema e causa prejuízos significativos à

vida do indivíduo então é caracterizada como patológica.

A fobia social é um transtorno cuja característica básica é o medo de ser avaliado negativamente em

situações sociais. O fóbico social tem medo de agir, comportar-se ou mostrar sintomas de ansiedade de

maneira que lhe seja embaraçoso ou humilhante, e procura evitar as situações sociais ou suportá-las com

bastante desconforto. Atualmente o tratamento considerado mais efetivo para a fobia social é a terapia

cognitivo-comportamental, em grupo, (Caballo,2003; Falcone & Figueira, 2001).

O interesse pelo desenvolvimento desse tema surgiu ao longo do meu curso de graduação e mestrado.

Nesse período realizei trabalhos na área clínica com abordagem cognitivo-comportamental, realizei um

projeto de iniciação científica cujo tema era a utilização do vídeo em pesquisa psicossocial e desenvolvi

um trabalho em grupo referente à utilização de técnicas de teatro do oprimido, aplicadas à psicologia. No

mestrado trabalhei com avaliação do repertório de habilidades sociais de pacientes com fibromialgia.

Como estagiária da Divisão de Psicologia Aplicada (DPA-UFRJ) tive a oportunidade de trabalhar com

pacientes fóbicos sociais como terapeuta em um tratamento cognitivo-comportamental, em grupo. O

elemento principal desse tratamento foi à reestruturação cognitiva combinada à exposição, ao vivo.

Intervenção de eficácia comprovada. Porém, ao realizar esse grupo, percebi a necessidade de trabalhar

mais o repertório não verbal dos pacientes. Os fóbicos sociais não evitam apenas estar em situações

sociais, mas também fogem do contato social desviando o olhar, falando baixo e o menos possível, com

a cabeça baixa e os ombros para dentro.

Formatado: Recuo: Esquerda: 0 cm, Espaçamento entrelinhas: 1,5 linha

Formatado: Fonte: Negrito

Excluído: Justificativa

Excluído: ansiedade social

Excluído: ansiedade social

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Integrar técnicas de teatro e vídeo ao tratamento poderia maximizar a eficácia da terapia cognitivo-

comportamental, em grupo, para fobia social; melhorando a qualidade de vida de pessoas com esse

problema. Essa proposta possibilita trabalhar a reestruturação cognitiva e a exposição, de maneira

criativa, além de trabalhar o repertório gestual e a imagem dos pacientes fazendo com que, ao fim da

terapia, eles tenham adquirido ferramentas suficientes para interagir socialmente.

De acordo com o DSM-IV-TR (2002), os indivíduos com fobia social podem ter habilidades sociais

deficientes (e.g., contato visual direto deficiente ou inadequado) ou sinais de ansiedade como tremor,

rubor e mãos úmidas. Pessoas com esse problema podem ter um desempenho abaixo do esperado no

trabalho, em função da ansiedade durante trabalhos em grupo, de falar em público ou com figuras de

autoridade e colegas, ou podem se engajar em comportamentos de esquiva dessas situações. Muitas

vezes essas pessoas dispõem de redes diminuídas de apoio social e têm dificuldade de interagir com o

gênero oposto, tendo menor probabilidade de estabelecer relações estáveis e duradouras. Em casos

graves, os indivíduos podem abandonar os estudos ou perder o emprego, não procurando outro em

virtude da dificuldade em realizar entrevistas. É comum também que essas pessoas tenham qualificação

para ocupar cargos melhores do que ocupam, rejeitando promoções em função dessa patologia.

A fobia social é uma patologia grave que pode chegar a ser incapacitante. É o 3º transtorno psiquiátrico

mais comum, havendo estimativas de que possa atingir 13% da população geral (Echeburúa, 1997).

Considero que todas essas características tornam relevante o tema proposto.

Caballo (2003) ressalta a importância de se dispor de programas de tratamento psicológicos estruturados

e protocolizados. Isso não constitui um impedimento para que o terapeuta possa modificar, eliminar ou

incluir os elementos que acredite ser necessários a um paciente com fobia social.

A existência de programas estruturados daria a muitos psicólogos uma maior segurança por

dispor de intervenções que se tenham mostrado eficazes com determinados transtornos

psicológicos, independentemente de que a experiência e o conhecimento que possua cada

psicólogo o ajudem a planejar uma intervenção que se adapte melhor às características

peculiares do sujeito ou grupo de sua prática clínica. (Caballo, 2003, p.114).

Excluído: ansiedade social

Excluído: ansiedade social

Excluído: ansiedade social

Excluído: ansiedade social

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17

1.1 Objetivos

Desenvolver um programa de tratamento psicológico estruturado para fobia social, aliando a terapia

cognitivo-comportamental, em grupo, a técnicas do Teatro do Oprimido e técnicas de vídeofeedback.

Avaliar a eficácia desse tratamento em comparação a um grupo controle em lista de espera

1.2. Objetivos específicos

-Avaliar especificamente o uso do videofeedback no treinamento da habilidade de falar em público.

-Realizar um grupo controle em lista de espera sem atendimento psicológico.

2 . FU NDAM ENT AÇÃ O T EÓ RI CA

2.1 Fobia Social (Transtorno de ansiedade social).

2.1.1 Descrição do Transtorno.

Observamos, ao longo da história, que o medo e a ansiedade em situações sociais têm sido descritos nos

mais diferentes contextos. Os termos síndrome da timidez, fobia social e evitação social aparecem na

literatura desde os tempos antes de Hipócrates. O termo fobia social aparece descrito, pela primeira vez,

nos estudos de Janet, que datam de 1903, referindo-se a pacientes que apresentam medo de serem

observados ao falar em público, ao tocar piano ou ao escrever (citado por Heckelman & Schneie, 1995).

O conceito atual de fobia social começa a ser esboçado na década de 60, pelos trabalhos de Marks e

Gelder (1966) que descrevem uma condição em que um indivíduo fica muito ansioso em situações que

se considera exposto à observação e avaliação alheia. Marks continua a estudar esse fenômeno,

desenvolvendo o conceito de fobia social, que em 1980 passa a fazer parte do DSM-III (APA, 1980).

Essa data marca o aparecimento da fobia social como entidade nosológica, sendo definido como um

medo excessivo e irracional, acompanhado de um desejo de evitar situações em que o indivíduo é

exposto à avaliação dos outros.

Formatado: Sem sublinhado

Formatado: Fonte: Itálico

Formatado: Normal,Justificado

Formatado: Sem sublinhado

Formatado: Sem sublinhado

Formatado: Sem sublinhado

Formatado: Sem sublinhado

Formatado: Justificado

Excluído: e em comparação a um tratamento cognitivo comportamental sem teatro e videofeedback¶

Excluído: ¶-Realizar um grupo de tratamento cognitivo comportamental sem técnicas de teatro e videofedback¶-Realizar o protocolo de psicoterapia cognitivo comportamental em grupo com as técnicas de videofeedback e teatro do oprimido avaliando sua eficácia em comparação ao grupo de tratamento cognitivo comportamental sem técnicas de teatro do oprimido e videoffedback ¶-Comparar as duas intervenções de tratamento com o grupo controle em lista de espera sem tratamento¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶

Excluído: Fundamentação Teórica

Excluído: ¶

Excluído: Ansiedade Social

Excluído: ¶

Excluído: ansiedade social

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Em 1994 é publicado o DSM-IV (APA, 1994), que descreve com mais precisão o conceito de fobia

social, que passa a caracterizar-se pelo medo excessivo de comportar-se de maneira embaraçosa ou

humilhante, associado à necessidade do indivíduo de evitar situações em que possa ser observado ou

avaliado por outros. Estando nas situações temidas, os fóbicos sociais podem apresentar sinais físicos de

ansiedade, como o aparecimento de rubor, sudorese, palpitação, tremor nas mãos ou da fala e urgência

em evacuar, urinar e/ou vomitar, ou apenas “autoconsciência” (tendência do indivíduo a concentrar a

atenção excessivamente em si mesmo) e medo (Heimberg, Liebowitz, Hope & Schneier, 1995; Rapee,

1995). As situações temidas mais freqüentes são: falar em público, ler ou assinar em público, comer e

beber diante de outras pessoas, falar ao telefone e a maioria das situações que envolvem contato

interpessoal. Essas características causam prejuízo significativo na vida profissional e social dos fóbicos

sociais, que passam a evitar as situações temidas ou suportá-las com grande desconforto (Clark & Wells,

1995; Heckelman et al, 1995). A evitação fóbica pode ser sutil: desviando os olhos, evitando iniciar uma

conversação; ou extrema, ao se evitar todos os contatos interpessoais fora do ambiente familiar, (Falcone

& Figueira, 2001).

De acordo com o CID-10 (OMS, 1993), a fobia social faz parte dos transtornos fóbicos e caracteriza-se

por um medo de ser exposto à observação atenta de outras pessoas. Assim esse medo leva à esquiva de

situações sociais.

2.1.2 Curso:

De acordo com o DSM-IV-TR (2002), a fobia social se inicia em uma fase intermediária da

adolescência, podendo emergir a partir de um histórico de inibição social ou timidez na infância. Pode

ser desencadeado por um evento estressante ou humilhante, ou pode ser insidioso. O curso é

freqüentemente contínuo e a duração é comumente vitalícia, podendo oscilar em gravidade ao longo dos

diferentes períodos da vida.

2.1.3 Subtipos:

A fobia social é dividida em dois subtipos. O subtipo de fobia social generalizada, quando os temores

estão relacionados à maioria das situações sociais, como: situações de desempenho em público e

situações de interação social (iniciar ou manter conversas, participar de grupos, interagir com pessoa do

Excluído: ansiedade social

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gênero oposto, falar com figuras de autoridade, comparecer a festas). Os indivíduos que não preenchem

as características para o subtipo generalizado compõem um grupo heterogêneo denominado na

bibliografia como circunscrito, que inclui os que temem uma única situação de desempenho (por

exemplo, assinar ou comer em público), bem como aqueles que temem várias, mas não a maioria das

situações.

Como foi ressaltado por Falcone (1995) a inclusão do subtipo generalizado nos critérios diagnósticos da

fobia social constitui um avanço, uma vez que as formas generalizadas e circunscritas apresentam

diferenças significativas quanto a início, curso, prognóstico e tratamento. Na fobia social circunscrita a

incidência em homens é equivalente à incidência em mulheres; o distúrbio se inicia após os 10 anos e é

súbito, e o tratamento mais apropriado é a exposição com manejo de ansiedade; já na fobia social

generalizada, a incidência em homens é maior do que em mulheres, a fobia é mais severa, o tipo de fobia

é difuso e se inicia na infância; seu desenvolvimento é gradual e o tratamento mais apropriado é o treino

em habilidades sociais.

2.1.4 Prevalência:

A prevalência encontrada para a fobia social varia muito. Atualmente é considerado um dos transtornos

mentais mais frequentes, com prevalência variando de 3 a 13% (APA, 1994). Um estudo, realizado pelo

Nacional Comorbidity Survey (NCS), com 8.098 sujeitos, entre 15 e 54 anos, encontrou prevalência de

13,3%. Esses resultados colocam a fobia social como o 3º transtorno psiquiátrico mais comum, atrás do

alcoolismo com uma taxa de 14,1% e da depressão maior com uma taxa de 17,1% (Echeburúa,1997;

Falcone & Figueira, 2001). Em 2008 foi realizada a replicação do estudo realizado pelo Nacional

Comorbidity Survey encontrando prevalência de 12,1% (Ruscio, Brown, Chiu Sareen, Stein & Kessler,

2008).

Essa variação pode depender do limiar usado para determinar sofrimento ou prejuízo e do número de

situações levantadas. Alguns estudos epidemiológicos apontam prevalência de 2 a 3 % de fóbicos sociais

na população geral, (Turner & Beidel 1989), porém esses dados podem ter sido subestimados, uma vez

que a população de indivíduos com fobia social é muito maior do que a que recebe tratamento. Alguns

Formatado: Fonte: Itálico

Excluído: ansiedade social

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autores consideram que indivíduos com fobia social acreditam que a timidez é uma característica de

personalidade, ou acreditam que os tratamentos existentes para esse problema são ineficazes, (Heimberg,

Dodge & Becker, 1987; Malerbi, Savoia & Bernick, 2000). Além disso, pessoas com esse transtorno

procuram tratamento por causa de outros transtornos de ansiedade e do humor em comorbidade com a

fobia social e muitas vezes os profissionais de saúde se encontram pouco informados para diagnosticar e

encaminhar corretamente esses pacientes, (Falcone & Figueira, 2001; Malerbi et al. 2000).

2.1.5 Comorbidades:

A fobia social aparece muito freqüentemente associada a outros transtornos, principalmente a outros

transtornos de ansiedade. Segundo Barlow (1999), a presença de um transtorno de ansiedade aumenta a

probabilidade da ocorrência de outro. Vários estudos indicam que transtornos do Eixo I e do Eixo II são

prováveis de se associarem à fobia social. Num estudo realizado por Sanderson, DiNardo, Rapree e

Barlow (1990), com uma amostra de 24 fóbicos sociais, quase 60% dos indivíduos preencheram critérios

para outra síndrome clínica.

Um estudo realizado por Turner, Beidel, Borden, Stanley e Jacob (1991), teve como objetivo investigar

os transtornos do Eixo I e do Eixo II mais freqüentes de ocorrer em comorbidade com a fobia social.

Esse estudo examinou 71 fóbicos sociais e concluiu que a fobia social é frequentemente associada a

outro transtorno do Eixo I e do Eixo II: o transtorno de ansiedade generalizada é o transtorno do Eixo I

que apareceu mais comumente associado à fobia social (33%), seguido pela fobia simples (8%), no Eixo

II, o transtorno evitativo de personalidade (22%) seguido pelo transtorno de personalidade obsessivo-

compulsivo (9%), aparecem como transtornos mais prováveis de ocorrer com a fobia social.

Nos últimos anos o transtorno de ansiedade generalizada tem sido apontado como o transtorno do Eixo I

mais concorrente com a fobia social, seguido pelas fobias simples. Porém uma revisão recente de

Treviño et. al. (1999 citado por Falcone & Figueira, 2001), aponta a fobia simples como transtorno do

Eixo I mais concorrente, com um índice de 37,6% seguido pela agorafobia, com um índice de 23,3%. Os

transtornos do humor (41,4%) e o abuso de substâncias (39,6%) também aparecem se sobrepondo a

fobia social. Em relação aos transtornos do Eixo II, os dados encontrados na pesquisa anterior são

confirmados, os transtornos mais comuns continuam sendo o transtorno evitativo de personalidade

Excluído: -

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(22%) e o transtorno de personalidade obsessivo-compulsivo (13%). Um estudo realizado por Ruscio el.

Al (2008) aponta a fobia social como um fator predisponente para depressão e abuso de substância.

Outra questão interessante em relação às comorbidades mais comuns de ocorrerem com a fobia social no

Eixo II, é o alto índice encontrado entre a fobia social e o transtorno evitativo de personalidade, uma vez

que os critérios diagnósticos do DSM-IV para esses dois transtornos são semelhantes. A diferença entre

esses dois transtornos tem sido cada vez mais questionada na literatura. Com o objetivo de esclarecer

essa questão alguns autores têm sugerido critérios de diferenciação indicando que o transtorno evitativo

de personalidade é mais provavelmente encontrado entre indivíduos que adotam a evitação como um

estilo de vida e são menos responsivos ao tratamento, (Falcone, 1995). Barlow (1990), propõe ainda a

existência de um continuum de gravidade envolvendo fobia social circunscrita, generalizada e transtorno

evitativo de personalidade.

Os dados encontrados nos estudos referentes às comorbidades mais comuns de ocorrerem associadas à

fobia social são de extrema importância para a prática clínica. Esses dados sugerem a necessidade de

diferentes intervenções, de acordo com a gravidade e especificidade do quadro de fobia social.

Fobia Social e o uso de álcool

Existe um aumento do risco de desordens alcoólicas nos transtornos ansiosos em geral, e fobia social em

particular. Aproximadamente 20-28% dos indivíduos com fobia social que buscam tratamento se

enquadram no critério para o abuso de álcool, (Abrams, Kushner, Medina & Voight, 2002). Alguns

estudos retrospectivos indicam que a ansiedade severa precede o início do alcoolismo ou abuso de

substâncias na maioria dos casos, (Abrams et. al, 2002; Thomaz, Randall & Carrigan, 2003). Em um

estudo realizado no Brasil por Bittencourt, Oliveira e Souza (2005) observou-se o diagnóstico de fobia

social em 35% do total de uma amostra de 100 sujeitos internados para o tratamento de dependência de

álcool. O consumo de álcool foi identificado como atenuante dos sintomas de fobia social para 97,6%

dos sujeitos. Confirmando a comorbidade frequente entre alcoolismo e fobia social. Outro estudo

realizado no Brasil por Terra, Figueira e Barros (2004) avaliando o impacto do uso de álcool em

pacientes com fobia social e transtorno do pânico concluiu que o uso do álcool na fobia social alivia os

sintomas em um primeiro momento, porém com o passar do tempo os agrava.

Formatado: Sublinhado

Excluído: Ansiedade Social

Excluído: ansiedade social

Excluído: ansiedade social

Excluído: ansiedade social

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A relação entre o consumo de álcool e o alívio do estresse tem sido bastante estudada. Uma das

hipóteses é a de redução de tensão: o consumo de álcool age reduzindo o medo e ansiedade, funcionando

como um reforçador nas situações que induzem tais emoções. A hipótese da automedicação, (Khantzian,

1985), segue a mesma linha e acrescenta que o uso contínuo do álcool funciona aliviando os sintomas de

estresse podendo causar dependência. Outra hipótese divergente das anteriores é baseada no modelo da

auto-apresentação da vergonha em que as pessoas acreditam que a bebida levará a conseqüências

negativas, embaraçosas, e por isso evitam beber em situações sociais.

Na literatura podemos encontrar estudos tanto indicando que o uso de álcool aumenta após um evento

estressante, quanto estudos indicando que o uso de álcool aumenta antes de um evento estressante. Com

o objetivo de investigar melhor essa contradição, Abrams et. al (2002) realizaram um estudo com 45

fóbicos sociais faziam uso de álcool. Esse estudo teve como objetivos investigar se pessoas com fobia

social que tendem a responder às situações estressantes fazendo uso de álcool em quantidades maiores

do que em resposta a um evento neutro, e se o uso de álcool aumenta antes ou depois do evento

estressante, em comparação com o evento neutro. Os resultados encontrados nesse estudo indicaram que

os pacientes com fobia social consomem mais álcool depois da situação estressante do que depois do

evento neutro. Em contraste, os indivíduos consomem menos álcool antes do evento estressante do que

do evento neutro. Esses dados confirmam a hipótese de que o aumento do uso de álcool ocorre após um

evento estressante. Uma possível variável que influenciou esse resultado foi o evento estressante

escolhido: falar em público, muitos dos pacientes relataram não usar álcool antes do evento devido ao

medo de interferir em seu desempenho, deixando para usar depois, uma vez que consideram que o álcool

alivia as sensações de ansiedade.

Outro estudo realizado por Greenfield, Guydish e Temple (1989) com estudantes, confirma essa

explicação, apontando evidências de que em algumas situações o uso do álcool antes de um evento

estressante ocorre por se avaliar que nessas situações o álcool melhora o desempenho, como em festas

ou interação com o gênero oposto. O tipo de estressor é uma importante influência na decisão de beber.

Excluído: ansiedade social

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Thomas et al., (2003) realizaram um estudo com o propósito de investigar o consumo de álcool como

estratégia para lidar com situações difíceis em pessoas com fobia social, em comparação com indivíduos

não ansiosos. Esse estudo procurou investigar 3 hipóteses:

1. O grupo de ansiosos sociais iria beber com mais frequência para lidar com os medos sociais

antes e durante as situações, em comparação ao grupo controle;

2. Os ansiosos evitariam mais as situações ansiogênicas em que a bebida alcoólica não estivesse

disponível;

3. Os fóbicos sentir-se-iam mais aliviados em beber.

A seleção dos participantes foi feita através de avisos em jornal local e panfletos distribuídos na

comunidade, solicitando o comparecimento de pessoas com mais de 21 anos que bebessem álcool

(bebida alcoólica) regularmente ou que se sentissem desconfortáveis ou nervosos diante de outras

pessoas. Foram selecionados através de entrevistas estruturadas 23 sujeitos para o grupo de ansiosos

sociais e 23 sujeitos para o grupo controle.

Os resultados indicaram que 74% dos ansiosos do estudo consumiam alguma bebida alcoólica antes de

algum evento social, enquanto no grupo controle apenas 39% o faziam. O resultado em relação ao uso

de álcool durante o evento social foi de 87% do grupo com fobia social vs. 61% do grupo controle. Isso

indica que o álcool é usado tanto para situações antecipatórias, quanto para situações estressantes, em

uma proporção maior no grupo com fobia social.

Na hipótese, 2, 47% dos ansiosos vs 0 % do grupo controle relataram evitar situações sociais em que o

álcool não estivesse disponível antes do evento. Na situação sem álcool durante o evento social, a

relação ficou 55% do grupo com fobia social vs. 7% do grupo controle. A 3ª hipótese do estudo foi

confirmada: um número significativamente maior de ansiosos sociais relatou sentir alívio com o

consumo de álcool, em comparação ao grupo controle. Sendo assim, esses resultados indicam que o

consumo de álcool tem sido uma prática mais frequente entre os ansiosos sociais, funcionando como

importante estratégia utilizada para enfrentar as situações. Através desse estudo, observou-se também

que em ambos os grupos o consumo de bebida alcoólica é mais comum nas situações de interação social.

Excluído: ansiedade social

Excluído: ansiedade social

Excluído: ansiedade social

Excluído: ansiedade social

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Enfim, seja com o objetivo de aliviar os sintomas de ansiedade ou com o objetivo de garantir um melhor

desempenho, pessoas com fobia social tendem a utilizar álcool para enfrentar melhor o transtorno, o que

aumenta o risco de desenvolvimento de alcoolismo. Esses dados se tornam mais relevantes ao se

constatar, em outros estudos, que fóbicos sociais alcoólatras apresentam um quadro mais grave, com

níveis mais severos de medos sociais e aparecem classificados no subtipo generalizado de fobia social.

(Bittencourt et al., 2005, Falcone,1998).

2.1.6 Diferenças Culturais:

Diferenças culturais afetam a prevalência e as características da fobia social. Na Arábia Saudita se

diagnosticou 13% de 305 pacientes com distúrbios neuróticos em tratamento num hospital como fóbicos

sociais, (Chaleby, 1987). Em comparação com outros pacientes fóbicos sociais nesse mesmo hospital

constatou-se prevalência de 80% de homens, com uma educação boa e em bons cargos. Chaleby

considera que esses índices altos aparecem devido às regras rígidas de comportamento que o governo da

Arábia Saudita impõe e devido à importância dada pela sociedade em se manter uma boa reputação.

Outro exemplo é um tipo de fobia com características bastante semelhantes às características da fobia

social, encontrado em culturas coletivistas, nas quais o indivíduo é definido com referência a seu grupo,

como no Japão, é o Taijin Kyofusho (TKS) que significa medo de encarar outra pessoa. O DSM-IV

admite semelhanças entre os dois, mas não inclui o TKS na seção de fobia social. O TKS é descrito

como uma obsessão de vergonha, manifestada pelo medo mórbido de embaraçar ou ofender os outros ao

ruborizar, emitir odores ofensivos ou flatulência, fitar de forma inapropriada, adotar expressões faciais

impróprias e apresentar marcas ou deformidades físicas, (Kleinknecht, Dinnel, Hiruma & Harada, 1997).

Por outro lado, um estudo recente realizado por Kleinknecht et. al. (1997), com amostras de estudantes

americanos e japoneses, indica que as variáveis culturais podem mediar a expressão de fobia social, mas

ambas as formas de fobia social podem ser encontradas em cada amostra .

Excluído: ansiedade social

Excluído: ansiedade social

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2.2 Etiologia da Fobia Social:

De acordo com Picon e Knijnik (2004) as causas para o surgimento da fobia social são múltiplas Dessa

forma, o modelo etiológico atual para esse transtorno é multifatorial. Estudos empíricos têm investigado

diferentes fatores, como: hereditários, biológicos, neuropsicológicos, etiológicos, de condicionamento

clássico, operante e vicário, e cognitivos.

2.2.1 Fatores hereditários:

Estudos de fatores hereditários indicam que a fobia social parece ocorrer com maior freqüência entre os

parentes biológicos de 1º grau dos indivíduos com o transtorno, em comparação com a população em

geral, (Heimberg et al., 1995). De acordo com Falcone e Figueira (2001) existem fortes evidências

quanto à existência de um componente genético para a fobia social. Hettema, Neale e Kendler (2001) em

um estudo revisando os fatores genéticos na fobia social concluem que a influência genética presente na

fobia social constitui um fator de vulnerabilidade para desenvolver o transtorno.

2.2.2 Fatores Biológicos:

Os estudos acerca dos fatores biológicos ainda são recentes e não conclusivos, devido à existência de

poucas pesquisas sobre a neurobiologia da fobia social. Dentro das investigações que têm sido

apresentadas, os objetivos sobre os aspectos funcionais dos fatores biológicos são: (1) diferir a fobia

social de níveis normais de desconforto social, outros transtornos de ansiedade e condições

fenomenológicas, de forma a validar classificações diagnósticas, (2) desenvolver abordagens de

tratamento, como novos fármacos e (3) por fim, vir a funcionar como método preventivo, através do

conhecimento de possíveis predisposições biológicas ou fatores de risco para o desenvolvimento do

transtorno, (Heimberg, et al., 1995).

Desse modo, as vias cerebrais que mais têm sido alvo de estudos são: serotoninérgicas, noradrenérgicas,

dopaminérgicas e gabaérgicas. Além disso, há também um pequeno número de estudos que avalia as

funções neuroendocrinológicas.

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As evidências da relação entre a fobia social e a dopamina são defendidas, uma vez que diferentes linhas

demonstram que há: 1) resposta medicamentosa; 2) desenvolvimento de sintomas de fobia social após

tratamento com bloqueadores dopaminérgicos; 3) taxas elevadas de fobia social em pacientes com

doença de Parkinson; 4) correlação entre introversão e baixos níveis de dopamina no liquor

cefaloraquidiano em pacientes deprimidos; 5) baixa atividade dopaminérgica nos ratos tímidos e 6)

estudos com tomografia computadorizada com emissão de fóton simples para investigar os sítios de

recaptação de dopamina nos pacientes com fobia social indicando níveis reduzidos, (Falcone & Figueira,

2001).

O sistema serotoninérgico também estaria relacionado à fisiopatologia da fobia social. De acordo com

Graef (citado por Falcone & Figueira, 2001), existem duas vias serotoninérgicas distintas envolvidas na

ansiedade as quais teriam efeitos opostos. Uma via facilita o medo condicionado (via ascendente do

núcleo dorsal da rafe para a amígdala e córtex frontal), tendo a serotonina um papel ansiogênico; a outra

facilitaria o medo incondicionado (do núcleo dorsal da rafe para a substância cinzenta periaquedutal),

tendo a serotonina um efeito ansiolítico.

Uma terceira via envolvida é a adrenérgica, que tem como evidência a presença dos sintomas físicos

(taquicardia, tremor, sudorese, rubor) intensificados nas situações sociais de desempenho, além disso,

estudos demonstram que os pacientes com fobia social tem aumento da atividade dos receptores

periféricos beta-adrenérgicos quando envolvidos nessas situações, em relação a um grupo controle

normal, (Falcone & Figueira, 2001).

A ação eficaz dos benzodiazepínicos (agonistas gabaérgicos) em aliviar os sintomas, indica o

envolvimento desse sistema na fisiopatologia da fobia social, (Falcone & Figueira, 2001). Alguns

estudos avaliaram o uso do álcool (agonista gabaérgico) para enfrentar situações sociais, em pacientes

com fobia social e os achados indicam que, comparados com pacientes sem fobia social, os fóbicos

sociais recorrem com mais frequência ao uso de álcool, (Abram set al. , 2002).

Por fim, um pequeno número de estudos tem avaliado o papel dos eixos hipotalâmico-pituitário-adrenal,

(HPA) e hipotalâmico-pituitário-tireoidiano, bem como o hipotalâmico-pituitário-hormônio de

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crescimento. No entanto, os estudos ainda estão em estágio inicial, não existindo dados significativos

que expliquem o desenvolvimento do transtorno, (Heimberg et al. 1995, e Falcone & Figueira, 2001).

2.2.3 Condicionamento Clássico e Operante:

De acordo com LeDoux (1998) os transtornos de ansiedade refletem o funcionamento do sistema do

medo no cérebro. A teoria do condicionamento da ansiedade surgiu na década de 20 a partir dos

experimentos de Pavlov sobre medo condicionado. No condicionamento do medo, um estímulo

incondicionado (EI) é produzido ao final de um estímulo condicionado, após algumas repetições o

estímulo incondicionado adquire a capacidade de produzir uma ampla variedade de reações físicas. Por

exemplo, um rato é exposto a um som, ao mesmo tempo em que é ativado um choque, essa experiência é

realizada repetidas vezes. Depois disso, o som, mesmo que sozinho, produzirá reações de medo

condicionado.

A partir da década de 30, outra forma de aprendizado passou a ser estudada: o condicionamento

operante. Nesse condicionamento uma resposta arbitrária é aprendida se receber um reforço; é a

aprendizagem que ocorre em função das conseqüências de um determinado comportamento, a resposta é

fortalecida pelo reforço (aumentam a freqüência do comportamento). O reforço pode ser positivo,

quando se refere a um estímulo que, ao ser acrescentado a uma situação, aumenta a probabilidade de

ocorrência de uma resposta, por exemplo, comportamento do rato de pressionar a barra e receber o

alimento, o alimento funciona reforçando o comportamento de pressionar a barra. Ou o reforço pode ser

negativo, quando se refere a um estímulo que, ao ser retirado de uma situação, aumenta a probabilidade

de ocorrência de uma resposta, por exemplo, ratos condicionados a pressionarem uma alavanca para se

livrarem de um choque elétrico (o reforço é a retirada do estímulo aversivo).

Alguns autores, (Barlow, 1999; ‘Ost e Hugdahl, 1981 citados por Falcone & Figueira, 2001), propõem

que a fobia social possa se desenvolver como conseqüência de uma ou mais experiências de

condicionamento traumático. Os sintomas de fobia social podem constituir uma resposta condicionada,

em que a situação fóbica se torna um estímulo condicionado associado a uma experiência aversiva. Após

essa associação, a freqüente esquiva da situação fóbica se torna reforçada pela eliminação ou redução da

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Excluído: A investigação dos fatores biológicos relacionados à fobia social é uma área de estudo recente que investiga a ação de neurotransmissores cerebrais. As vias cerebrais que têm sido mais estudadas são: vias serotoninérgicas, vias noradrenérgicas e vias GABAérgicas . Para Picon e Knijnik (2004), a principal evidência da implicação destas vias neuronais são as respostas farmacológicas obtidas com os fármacos atualmente utilizados. ¶Existem fortes evidências de que a via dopaminérgica está envolvida na ansiedade social: 1) resposta medicamentosa 2) desenvolvimento de sintomas de ansiedade social após tratamento com bloqueadores dopaminérgicos 3) taxas elevadas de ansiedade social em pacientes com doença de Parkinson 4) correlação entre introversão e baixos níveis de dopamina no liquor cefalorraquidiano em pacientes deprimidos 5) baixa atividade dopaminérgica nos ratos tímidos e 6) estudos com tomografia computadorizada com emissão de fóton simples para investigar os sítios de recaptação de dopamina nos pacientes com fobia social indicando níveis reduzidos (Falcone & Figueira, 2001).¶Também existem evidências do envolvimento da via serotoninérgica. De acordo com Graef (1986, citado por Falcone & Figueira, 2001) existem duas vias distintas serotoninérgicas envolvidas na ansiedade, as quais teriam efeitos opostos. Uma via atua facilitando o medo condicionado (via ascendente do núcleo dorsal da rafe para a amígdala e córtex frontal), tendo a serotonina um papel ansiogênico; a outra facilitaria o medo incondicionado (do núcleo dorsal da rafe para a substância cinzenta periaquedutal), tendo a serotonina um efeito ansiolítico.¶Outra via envolvida é a via adrenérgica, as evidências da participação dessa via na ansiedade social se devem principalmente aos sintomas físicos (tremor, sudorese, rubor) que são mediados pelo sistema adrenérgico e pela eficácia no uso de medicações que bloqueiam esse sistema. A ação dos benzodiazepínicos (agonistas gabaérgicos) em aliviar os sintomas indica o envolvimento desse sistema na fisiopatologia da ansiedade social. Há muitos anos se sabe que o aumento da função gabaérgica está associado a redução de quadros de ansiedade (Falcone & Figueira, 2001). Estudos avaliando a relação entre uso de álcool para enfrentar Excluído: ansiedade social

... [1]

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ansiedade condicionada. Assim, a evitação mantém a ansiedade, uma vez que o indivíduo não aprende

que a situação temida não é perigosa ou não é tão perigosa assim.

2.2.4 Fatores Neuropsicológicos:

Os sistemas neurais que estariam relacionados às respostas de medo condicionado tem sido alvos de

muitos estudos dentro da neurobiologia, e estes apontam para uma importante participação da amígdala,

com importantes implicações nos transtornos de ansiedade, (Callegaro & Landeira-Fernandez, 2007). A

amígdala é a estrutura alojada no lobo temporal, responsável por adquirir e armazenar informações de

natureza emocional associadas a pessoas, situações ou objetos, sendo composta por um conjunto de no

mínimo doze sub-regiões ou núcleos, que estão, cada um, relacionado a processos de natureza

emocionais específicos, (Callegaro et al. , 2007). LeDoux e Phels (2005) reiteram que esta estrutura é

importante também na expressão das respostas de medo, além disso, um de seus núcleos, o núcleo

basolateral, serviria como a interface sensorial da amígdala e peça chave de sua plasticidade, enquanto

que o núcleo central é visto como a região de saída das informações. O núcleo lateral recebe estímulos

tanto corticais quanto talâmicos do sistema auditivo, e ambos estão envolvidos no condicionamento do

medo. Pesquisas com animais tem mostrado que a amígdala recebe informação sensorial através de duas

vias: uma rápida proveniente do tálamo sensorial e outra lenta, porém mais precisa, vinda do córtex

sensorial. Em situações de perigo a capacidade de ação rápida é extremamente útil, o tempo que a

amígdala economiza ao agir com base na informação talâmica, em vez de esperar pela via cortical, pode

significar a diferença entre viver e morrer, (Ledoux, 2005).

Atualmente, já é comum pensar no cérebro contendo uma variedade de diferentes sistemas de memória.

A memória explícita consciente é mediada pelo hipocampo, e relaciona-se com as áreas corticais,

enquanto diversas formas implícitas da memória são mediadas por sistemas diferentes. O sistema de

memória implícito emocional envolve a amígdala e regiões correlatas. Os sistemas implícitos e

explícitos funcionam em associação. Descreverei a seguir um exemplo desse funcionamento após uma

situação traumática: uma pessoa é assaltada à noite em um ônibus e experimenta essa situação como

traumática. Alguns dias depois a pessoa é exposta a estímulos que estavam presentes na ocasião do

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Excluído: Fatores Neurobiológicos:

Excluído: ¶Os estudos recentes em neurobiologia têm investigado os sistemas neurais envolvidos nas respostas de medo condicionado, apontando uma participação importante dos circuitos da amígdala nesse processo. A amígdala é essencial para a aquisição e armazenamento da memória de experiências de medo e também na expressão das respostas de medo. O núcleo lateral é tipicamente visto como a interface sensorial da amigdala, e peça chave de sua plasticidade, ao passo que o núcleo central é visto como a região de saída das informações.

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trauma; muito provavelmente ambos os sistemas serão reativados. Graças ao sistema do hipocampo o

indivíduo lembrará com quem estava e o que estava fazendo durante o trauma, bem como o caráter

terrível da situação. Por meio do sistema da amígdala, os estímulos vão produzir tensão muscular,

alterações na pressão sanguínea e nos batimentos cardíacos, e a liberação de hormônios além de outras

reações cerebrais e corporais, (Ledoux, 1998).

Um estudo realizado por Furmark, Tillfors, Marteinsdottir, Fischer, Pissiota, Langstrom e Fredrikson

(2002) procurou investigar as mudanças neurofuncionais associadas ao alívio de ansiedade em pacientes

com fobia social. Para esse estudo foram selecionados 18 pacientes diagnosticados com fobia social.

Esses pacientes foram pareados por gênero, idade e gravidade do transtorno e divididos em três grupos:

grupo 1 – tratamento cognitivo comportamental, em grupo, para fobia social; grupo 2 – tratamento

medicamentoso (citalopram) e grupo 3 – grupo controle em lista de espera sem tratamento. Os sujeitos

do estudo foram submetidos à tomografia computadorizada com emissão de prótons antes do início dos

grupos, nove semanas após o início e um ano depois. Os grupos de tratamento cognitivo-

comportamental e medicamentoso apresentaram melhora significativa dos sintomas em comparação ao

grupo controle. Essa melhora foi acompanhada por uma diminuição na ativação da amígdala,

hipocampo, córtex paraamidaloide, rhinal e parahipocampal durante uma tarefa de falar em público. A

diminuição de ativação da amígdala discriminava com precisão os pacientes que apresentaram um

resultado melhor, com diminuição significativa dos sintomas após um ano. Esse resultado sugere que

uma diminuição da ativação da amígdala e áreas associadas no cérebro pode ser crucial para a

manutenção dos resultados de melhora dos sintomas, a longo prazo. Esse estudo é um dos primeiros a

investigar e comparar os efeitos do tratamento medicamentoso e da psicoterapia na atividade cerebral em

resposta a um estímulo provocador de ansiedade (falar em público). Os resultados encontrados sugerem

que as regiões cerebrais de atuação do citalopram e da psicoterapia cognitivo comportamental, em

grupo, convergem na amígdala, hipocampo e áreas corticais vizinhas, possivelmente representando um

caminho comum nos tratamentos eficazes para fobia ocial.

Excluído: ansiedade social

Excluído: ansiedade social

Excluído: ansiedade social

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Essa área de pesquisa utilizando neuroimagem é recente e muito interessante, porém ainda com poucos

estudos sobre fobia social. Esse é um campo em desenvolvimento e novas pesquisas poderão cada vez

mais aumentar nosso conhecimento sobre a ação da psicoterapia no cérebro.

2.2.5 Modelo de Preparo:

No início da década de 70, Martin Seligman (LeDoux, 1998) mostrou algumas diferenças significativas

entre a ansiedade humana e o condicionamento do medo em animais. Em suas pesquisas concluiu que as

fobias humanas parecem mais resistentes à extinção, e mais irracionais, do que os medos condicionados

em animais. Propõe que essas diferenças ocorrem em função da natureza dos estímulos: enquanto em

laboratório os estímulos condicionados são arbitrários (luz, som), as fobias humanas costumam envolver

objetos ou situações carregados de significado (insetos, cobras). Argumenta que talvez estejamos

preparados pela evolução para aprender certas coisas com mais facilidades que outras, e que estes

exemplos biologicamente estimulados de aprendizado são especialmente potentes e duradouros.

Segundo ele as fobias refletem nossa preparação evolutiva para aprender sobre o perigo e reter a

informação adquirida com toda sua intensidade, (Ledoux, 1998).

Em um ambiente estável os perigos mudam com lentidão, conseqüentemente um mecanismo eficiente de

aprender rapidamente coisas consideradas perigosas por nossos ancestrais é muito útil. Porém, como

nosso ambiente hoje é muito diferente, nossa preparação genética para aprender quais são os perigos

ancestrais pode nos trazer problemas, levando-nos a ter medo de situações que não são particularmente

perigosas em nosso mundo.

Em 1978, Ohman e Dimberg (citado por Heinberg et. al, 1995) integraram o modelo de preparo de

Seligman, as fobias e medos sociais. Esses autores postularam que os medos sociais se desenvolvem

como um subproduto das hierarquias de dominância. As hierarquias de dominância funcionam

estabelecendo uma ordem na vida social de muitos animais. O estabelecimento dessas hierarquias se

desenvolve e muda em função de demonstrações de violência e agressividade pelo animal dominante e

comportamentos de submissão do animal derrotado. Esses rituais envolvem um componente forte de

expressões faciais de raiva por parte do animal dominante e expressões faciais de medo pelo animal

Excluído: ansiedade social

Excluído: o

Excluído: consequentemente

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submisso. Os autores propõem que expressões faciais de raiva são um estímulo preparado, em que o

condicionamento do medo é mais rapidamente obtido e mais resistente à extinção. Em estudos

comparando expressões faciais neutras, de alegria e de raiva os autores encontraram evidência

confirmando essa hipótese. Em estudos posteriores os autores sugerem que a reação condicionada de

medo ocorre quando a expressão de raiva é direcionada pontualmente para o alvo. Um dado interessante

que confirma essa hipótese é o fato de que encarar olho no olho favorece comportamentos de fuga em

humanos, e que um comportamento comum submisso é evitar o contato ocular direto com um agressor.

Pessoas com fobia social evitam o contato ocular direto em situações de ansiedade. Esse mecanismo

teria evoluído pela sua utilidade já que as expressões faciais mudam freqüentemente e podem ser

direcionadas a diferentes membros do grupo em momentos diferentes, é mais adaptativo um indivíduo

aprender quais membros do grupo são perigosos e emitir a resposta de medo quando a expressão facial

de raiva for direcionada especificamente para si. Um estudo realizado por Dimberg e Ohman (1983

citado por Heinberg et al. 1995) vai de encontro a essa idéia, a resistência à extinção do medo

condicionado ao estímulo preparado apareceu apenas quando a expressão facial de raiva era direcionada

especificamente para o animal. O resultado de estudos semelhantes a esse sugere que os animais

aprendem quem são os dominantes perigosos, porém apenas emitem a resposta de medo se o olhar do

dominante estiver direcionado para si. Esses estudos indicam que existe uma predisposição

evolucionária para a aquisição de medo a expressões faciais de raiva, crítica, medo e rejeição.

Essa teoria parece receber apoio de estudos atuais em neuropsicologia que investigam o papel da

amígdala nos medos sociais. Pacientes com lesões na amígdala que não tem nenhum desajuste marcante

no comportamento social apresentam déficits nas respostas sociais em algumas circunstâncias. Apesar

de ter a habilidade de gerar expressões faciais normais das emoções eles nem sempre conseguem

interpretar corretamente a expressão facial de outras pessoas. Essa dificuldade é mais aparente para

expressões de medo. Lesões na amígdala resultam em uma dificuldade para interpretar a intensidade da

expressão de medo nos outros, (LeDoux, 2005)

Estudos recentes sugerem que a amígdala primariamente responde aos olhos em expressões de medo, e

lesões na amígdala resultam em uma dificuldade de focar apropriadamente nos olhos quando

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Excluído: ansiedade social

Excluído: frequentemente

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interpretando expressões faciais. Essa dificuldade também resulta em interpretar faces como mais

amigáveis e confiáveis do que em controles. Essa dificuldade é sutil, porém importante, além de ser

consistente com os resultados de estudos com primatas que indicam uma influência da amígdala em

emoções sociais, (LeDoux, 2005).

Dimberg e Ohman (citado por Heinberg et al. 1995) também demonstraram que o condicionamento do

medo ao estímulo preparado pode acontecer de forma subliminar, sem acesso a consciência. Essa via

rápida e subliminar de condicionamento é encontrada apenas no estímulo preparado (expressão facial de

raiva e medo) em comparação a expressão facial de alegria. Propõe que esses estudos podem ajudar a

entender a natureza irracional da fobia social, (Ohman, 1986; Dimberg & Esteves, 1989 citados por

Heinberg et al. ,1995).

Estudos em neuropsicologia apontam para a existência de um circuito transitório de feedback, no qual o

estímulo emocional via modulação da amígdala influencia o processamento cortical sensorial. As

primeiras evidências que apóiam esse modelo vem de estudos com neuroimagem que demonstram que a

ativação da amígdala em resposta a faces de medo não depende da percepção consciente das faces. A

amígdala responde a estímulos de medo automaticamente e rapidamente, antes da preocupação,

sugerindo que esta resposta rápida e automática da amígdala, no início do processamento do estímulo,

modula a resposta subseqüente de atenção e percepção.

A influência da amígdala na plasticidade cortical sensorial pode também resultar em um aumento da

percepção de estímulos que tenham adquirido significado emocional através de experiências de

aprendizagem anteriores.

Ao influenciar atenção e percepção a amígdala atua nas bases do processamento de informação. A

amígdala age criando uma preferência no processamento da informação para estímulos que são

emocionalmente ou potencialmente perigosos, garantindo que as informações importantes para o

organismo sejam mais prováveis de influenciar o comportamento.

Na fobia social o indivíduo interpreta situações sociais como perigosas, ativando uma resposta

autonômica de medo no organismo, essa reação influencia negativamente o desempenho, criando um

registro negativo da situação social através de um processamento pós-evento. Esse registro negativo

Excluído: ansiedade social

Excluído: ansiedade social

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passa a ser ativado sempre que existe a possibilidade de repetição da situação ansiogência, gerando uma

ansiedade antecipatória, ou processamento pré-evento, em que a expectativa de repetir falhas anteriores

gera ativação autonômica que favorece comportamentos de evitação das situações sociais consideradas

perigosas ou o enfrentamento com grande desconforto, se instalando um ciclo negativo que mantêm o

transtorno.

2.2.6 Aprendizagem Vicária:

O condicionamento vicário também constitui uma forma de aquisição de medos sociais. Isso acontece a

partir da observação de alguém manifestando medo em situações sociais (Bandura,1965) . Há muito se

acreditava que macacos tinham medo inato de cobras, porém macacos criados em laboratório não

apresentam apreensão na primeira exposição a uma cobra. Grande parte das pesquisas anteriores testava

os macacos na presença de suas mães. Se o filhote é apresentado a uma cobra quando separado de sua

mãe, ele não demonstra medo. Ao que parece o filhote aprende a ter medo de cobras ao observar sua

mãe numa atitude de apreensão. Os jovens símios não aprendiam dessa maneira outros estímulos que

não assustavam, o que sugere a existência de um preparo biológico que os torna susceptíveis ao rápido e

intenso aprendizado pela observação, (Ledoux, 2005). Seres humanos aprendem muita coisa observando

os outros em situações sociais, e sugeriu-se que a ansiedade, especialmente a ansiedade patológica, às

vezes, e até mesmo com frequência, é aprendida pela observação social.

2.2.7 Fatores Etológicos:

Investigar a fobia social a partir de modelos animais é um pouco complicado devido à natureza inter-

relacional do transtorno, porém muitos estudos tem sido realizados com primatas, resultando em dados

relevantes para o entendimento da fobia social. Assim como os humanos, os primatas são

particularmente dependentes de relações sociais, o que favorece a realização de estudos com esses

animais para investigar comportamentos sociais.

Marks e Torgensen, (1969 citado por Heimberg et. al., 1995 ), classificaram as fobias em três principais

categorias: as fobias específicas misturadas, que compreendem os objetos inanimados e os fenômenos da

natureza, as fobias de animais e as fobias sociais. Paralelamente, Mayr, (1974 citado por Heimberg et.

al., 1995), criou um sistema de classificação a partir da biologia evolucionária, que faz uma distinção

Excluído: ansiedade social

Excluído: ansiedade social

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entre comportamento não comunicativo, comportamento comunicativo interespecífico que ocorre entre

predador e presa e comportamento comunicativo intra-específico que ocorre entre animais da mesma

espécie. Öhman, Dimberg e Öst, (1985 citado por Heimberg el al., 1995), relacionaram a classificação

de Marks e Torgensen com a de Mayr para comparar os conhecimentos recentes sobre medos e fobias de

animais, com os conhecimentos recentes sobre medos e fobias sociais. Esses autores concluíram que os

medos de animais correspondem aos medos interespecíficos de predadores potenciais e evoluíram com o

objetivo de ajudar os organismos a desenvolver respostas eficientes para lidar com os predadores

ameaçadores. Assim, os medos e as fobias de animais são mais prováveis de se originar no início do

desenvolvimento, porque os seres jovens de uma espécie são mais vulneráveis a predação. Os medos

sociais por sua vez correspondem aos medos intra-específicos e evoluíram como um subproduto das

hierarquias de dominância, que tinham como objetivo estabelecer ordem na vida social de animais como

os primatas. Os confrontos entre os membros de um grupo social ocorrem para que sejam estabelecidas

hierarquias de dominância, em que o animal vencido manifesta medo e comportamento submisso, sendo

relegado a posições mais baixas da hierarquia. Fazendo uma analogia com o comportamento social

humano, Ohman, (1986 citado por Heimberg et al, 1995), propõe que a família imediata constitua o

primeiro e o mais importante sistema social para o pré-adolescente. Nessa hierarquia os papéis sociais já

estão definidos previamente, com base em diferenças de idade e de capacidade física dos pais e das

crianças. No período da adolescência em que as relações e os grupos rivais se estabelecem, as crianças

deverão estabelecer seu lugar naquele novo sistema social, que não é o familiar. Elas serão avaliadas

pelos outros membros do grupo e situadas em uma hierarquia. As crianças mais vulneráveis ao estresse

podem responder a esse confronto com ansiedade ou recolhimento.

3. TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL

As terapias cognitivas tiveram seu início em 1958 quando Albert Ellis, previamente um psicanalista que

havia sido influenciado por Alfred Adler e trabalhado com Karen Horney, publicou um artigo na revista

Journal of General Psychology intitulado Rational Psychotherapy, ( citado por Ellis, 1962). Nesse

artigo, ele defendia a importância das crenças irracionais na produção de estados emocionais

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perturbados. Em outros trabalhos continuou enfatizando a mesma posição, mas foi na publicação de seu

clássico Reason and Emotion in Psychotherapy, (Ellis, 1962), que apresentou as 11 crenças irracionais

que lhe deram fama e estimularam o aparecimento de novas abordagens cognitivas.

Para se falar das terapias cognitivas é necessário se reportar às contribuições das abordagens

comportamentais em psicologia, uma vez que há uma grande identificação entre os métodos e valores

das duas abordagens. Primeiramente, há uma identidade entre os aspectos metodológicos com uma

orientação objetiva, empírica e experimental comum a ambas. Há também uma preocupação comum em

testar intervenções e procedimentos, muito freqüentemente antes até de suas aplicações clínicas. A

preocupação com a efetividade e com a manutenção dos resultados tem sido uma marca destas

abordagens psicoterápicas. É observado também o uso de técnicas comportamentais e cognitivas de

forma complementar.

A ênfase originada no behaviorismo com a objetividade e na eleição do método experimental como o

principal instrumento de investigação em psicologia, implicou em um fortalecimento do controle de

variáveis e conduziu inexoravelmente à formulação de hipóteses testáveis e verificáveis. Por este

motivo, a maior parte do trabalho realizado pelo neobehaviorismo derivava de estudos de laboratório,

quase sempre com animais, dadas as inúmeras vantagens oferecidas por eles quanto ao controle

experimental de variáveis mais complexas, como linguagem, cultura, socialização etc.

A ênfase no processo de aprendizagem resultou no desenvolvimento de uma enorme quantidade de

pesquisas nessa área que vieram a sustentar a formulação de várias teorias da aprendizagem. Apesar das

diferenças quanto aos fatores fundamentais no processo de aprendizagem (contiguidade X efeito,

aprendizagem de respostas X aprendizagem de cognições etc.), as diversas teorias de aprendizagem que

caracterizaram a fase neobehaviorista, produziram um conjunto de princípios que, tomados em conjunto

e minoradas as diferenças, vieram a ser conhecidos como “a” Teoria da Aprendizagem. Abrigaram-se

historicamente sob este título genérico a teoria do reforço de Hull, (1943), a teoria da contiguidade de

Guthrie, (1935), a teoria cognitiva de Tolman, (1932), a análise experimental do comportamento de

Skinner, (1938) e as retificações ou complementações à teoria de Hull feitas por vários cientistas como

Spence (1960), Miller e Dollard (1941) e Mowrer (1950).

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Mais recentemente, desenvolveu-se um ramo desta orientação teórica, que, ao realizar pesquisas com

seres humanos e valorizar aspectos das interações sociais, não pôde deixar de dar conta de variáveis

tipicamente humanas como a influência social. Foi formulada uma Teoria da Aprendizagem Social, que

não rejeita, mas apenas amplia, com novos conceitos, os horizontes da outra (Bandura e Walters, 1963;

Bandura, 1969). Ela manteve a ênfase no rigor experimental como subsídio para a construção teórica e a

complementou com a conceituação de construtos mediacionais, principalmente cognitivos.

Uma das principais diferenças entre as terapias cognitivo-comportamentais e as comportamentais foi à

incorporação, pelas primeiras, do modelo mediacional. A incorporação desse modelo ocorreu em

diferentes tipos de terapias cognitivo-comportamentais e em diferentes épocas, mas a maior parte dessa

influência ocorreu a partir do final da década de 60 e do começo da década de 70 (Kazdin, 1978).

Podemos considerar, de acordo com Dobson e Block (1998), alguns fatores que influenciaram e

permitiram o desenvolvimento da teoria cognitivo-comportamental:

1) Apesar do behaviorismo ter sido uma força dominante em psicologia, no final da década de 60,

existia um descontentamento, principalmente com a idéia de que um modelo não-mediacional

fosse suficiente para explicar todos os comportamentos humanos. O behaviorismo começou a

receber críticas, principalmente em relação ao seu marcado tecnicismo e por suas deficiências em

lidar com os comportamentos humanos complexos.

2) O desenvolvimento da Teoria da Aprendizagem Social de Bandura (1969; 1977), seu conceito de

aprendizagem vicária, que desafiava a explicação comportamental tradicional, além do conceito

de auto-eficácia que incluía a cognição nos processos de aprendizagem, deu força ao modelo

mediacional.

3) Ao mesmo tempo em que crescia o descontentamento com o modelo S-R, continuava a rejeição

ao modelo psicodinâmico de personalidade e terapia, incluindo estudos que rejeitavam a ênfase

psicodinâmica no inconsciente.

4) Além disso, o desenvolvimento da Psicologia Cognitiva, com um número crescente de pesquisas

que incluíam o modelo mediacional, estavam sendo publicados. Talvez, uma dessas principais

contribuições tenha sido o desenvolvimento do modelo de processamento cognitivo da

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informação que recebeu grande apoio dos laboratórios cognitivos. Um número grande de estudos

foram desenvolvidos nas décadas de 60 e 70 investigando o modelo mediacional aplicado aos

processos clínicos.

5) Outro fator foi o surgimento de terapeutas e estudiosos que claramente se identificaram como

cognitivos: Ellis (1962); Cautela (1967, 1971); Beck (1967, 1976); Beck, Rush, Show & Emery

1979; Beck, Emery & Greemberger,1985; Beck, Freeman & Davis, 1990; Mahoney (1974) e

Meichenbaum (1973).

6) A fundação, em 1977, da revista Cognitive Therapy and Research, com o objetivo de criar um

espaço para desenvolvimento e debate, além de estimular pesquisas na área cognitiva.

7) A publicação de estudos concluindo que a terapia cognitivo-comportamental se mostrava tão ou

mais efetiva que a terapia estritamente comportamental (Ledgewidge, 1978).

É difícil definir todo o espectro que hoje temos englobado sob o título de terapias cognitivo-

comportamentais. Todas dividem os mesmos princípios fundamentais:

1) O comportamento é influenciado por um processamento cognitivo;

2) Esse processamento cognitivo pode ser monitorado e alterado;

3) A mudança de comportamento pode ser influenciada por mudança cognitiva, (Dobson e Block,

1998).

3.1 Terapia Cognitiva

Aaron T. Beck era também um psicanalista e estava inclinado a tentar validar empiricamente o modelo

psicanalítico da melancolia. Começou a atender pacientes com depressão e, à medida que os atendia,

começou a constatar certas características do processamento cognitivo desses pacientes, marcado por um

forte pessimismo em relação a si mesmos, ao mundo do qual faziam parte e ao futuro. Solicitados por ele

a apresentar desempenhos em tarefas específicas, estes não se diferenciavam dos indivíduos sem

depressão. Na verdade, suas observações o levaram a identificar, no conteúdo dos pensamentos e sonhos

de seus pacientes, uma tendência para interpretar os acontecimentos de forma negativa. Seus estudos

resultaram em um livro publicado com o título Depression: Causes and Treatment (1967). Este livro já

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antecipava aquilo que veio a ficar mais claro quando da publicação do seu clássico livro Terapia

Cognitiva da Depressão (Beck et al. ,1979).

A terapia cognitiva guarda semelhanças com a TREC de Albert Ellis, principalmente quanto à idéia de

que crenças irracionais são a fonte de reações emocionais e comportamentais, perturbadas. Guarda

semelhanças também com as pesquisas de comportamentalistas contemporâneos como Bandura que, já

em 1969, destacava a importância de mudanças simbólicas, como aquelas produzidas pelo conceito de

modelação (Bandura, 1969).

A terapia cognitiva é uma abordagem fundamentalmente fenomenológica na qual cliente e terapeuta

buscam identificar na experiência pessoal de cada momento em cada indivíduo as interpretações que ele

faz dos acontecimentos que lhe afetam. Uma das principais contribuições é a idéia de que o

comportamento é influenciado pela forma como o indivíduo vê a si mesmo e ao mundo. O foco da

terapia é no aqui-e-agora, isto é no presente. O passado e o futuro são vistos como sendo constantemente

filtrados através do momento presente. A teoria do processamento da informação também está na base

da terapia cognitiva, na medida em que sustenta a existência de um processamento cognitivo como

mediador entre o estímulo e a resposta.

3.2 Modelo Cognitivo-comportamental da fobia social.

O modelo cognitivo desenvolvido por Beck (1967) propõe que os transtornos psicológicos decorrem de

um modo distorcido ou disfuncional de perceber os acontecimentos, influenciando o afeto e o

comportamento. Não podemos, com base nessa afirmação, dizer que os pensamentos causam os

problemas emocionais, mas sim que eles modulam e mantêm as emoções disfuncionais, independentes

de suas origens, (Falcone & Figueira, 2001). A maneira como um indivíduo interpreta situações

específicas influencia seus sentimentos, motivações e ações. A relação entre pensamento, sentimento,

comportamento e reações físicas é considerada um processo dinâmico. O foco da teoria do modelo

cognitivo está na interação dos pensamentos, sentimentos e comportamentos.

As interpretações que um indivíduo faz do mundo estruturam-se progressivamente, durante seu

desenvolvimento formando crenças, regras ou esquemas. Estes ajudam a orientar, organizar, selecionar

suas novas interpretações, bem como ajudam a estabelecer critérios de avaliação de eficácia ou

Formatado: Sem sublinhado

Excluído: ¶2.2.8 Fatores Cognitivos-

Excluído: ansiedade social

Page 39: Justificado Tratamento cognitivo comportamental em grupo ... · Chorar é arriscar parecer sentimental Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento Esquerda: 4,99 cm, Primeira

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adequação de sua ação no mundo. Assim, esquemas são espécies de "fórmulas" que uma pessoa tem a

seu dispor para lidar com situações regulares de maneira a evitar todo o complexo processamento que

existe quando uma situação é nova. Orientam e ajudam a uma pessoa a selecionar os detalhes relevantes

do ambiente e a evocar dados arquivados na memória também relevantes para sua interpretação. Os

esquemas podem se organizar em compostos mais complexos chamados constelações cognitivas, que se

manifestam através de prontidões cognitivas (sets), entendidas como estados de ativação cognitiva que

preparam um indivíduo para um certo tipo de atividade cognitiva específica como a detecção de um

perigo, uma apreciação estética etc, (Rangé, 2001).

Entre os esquemas de um indivíduo, um deles ou alguns tendem a se estruturar como mais centrais;

condensador das experiências recorrentes e/ou marcante de sua relação com as pessoas significativas de

sua formação. Uma crença central funciona como uma matriz das interpretações momentâneas das

relações de um indivíduo com o mundo. Em condições normais, um estado de prontidão cognitiva varia

de acordo com mudanças na estimulação, porém, se houver uma persistência através de diversas

situações, o estado está evidenciando uma tendenciosidade que denuncia a ativação de um modo

(esquema ativado passa a funcionar se auto-reforçando). Um modo ativado significa que o indivíduo fica

funcionando apenas naquela função (Rangé, 2001). Há, por exemplo, modos negativistas (depressão),

narcisistas, vulneráveis (ansiedade), eróticos etc. De acordo com Beck et al. (1985), os indivíduos com

transtorno de ansiedade funcionam no modo vulnerabilidade, onde veem o mundo como um lugar

perigoso, no qual devem estar sempre vigilantes.

Clark e Wells (1995) propõem um modelo cognitivo para fobia social. De acordo com esse modelo o

aspecto central da fobia social é a preocupação em causar uma impressão favorável nos outros e uma

insegurança grande em relação à própria capacidade em alcançar esse objetivo. Ao entrar em uma

situação social, os fóbicos sociais acreditam que se comportarão de modo inadequado, e como

conseqüência, serão rejeitados. Pessoas com esse problema vêem as situações sociais como perigosas e

ativam o modo de vulnerabilidade - esse modo desencadeia mudanças cognitivas, fisiológicas, afetivas e

comportamentais que tem o objetivo de proteger o indivíduo. Essas reações autonômicas tem o propósito

de permitir que o indivíduo se defenda e sobreviva, mas muitas vezes o que acontece é que esses

Excluído: ansiedade social

Excluído: ansiedade social

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sintomas de ansiedade são percebidos como novas fontes de ameaça, e são interpretados como algo que

prejudica a auto-apresentação e o autoconceito.

Os autores desse modelo apontam quatro processos que impedem os fóbicos sociais de desconfirmar

suas crenças negativas sobre os perigos sociais: (1) a atenção autofocada e a construção de uma

impressão de si mesmo como objeto social (autoprocessamento); (2) a influência dos comportamentos

de segurança na manutenção das crenças negativas e de ansiedade; (3) o efeito do comportamento dos

fóbicos sociais sobre o comportamento das outras pessoas e (4) os processamentos antecipatórios e pós-

eventos.

A atenção autofocada e a construção de uma impressão de si mesmo como objeto social ocorre nas

situações sociais em que o indivíduo fóbico social pensa estar correndo risco de ser avaliado

negativamente. Nesse momento sua atenção se dirige para uma auto-observação detalhada, que aumenta

a ansiedade e interfere no processamento da situação. Com esse comportamento os fóbicos sociais

geram uma impressão negativa de si mesmos, e acreditam que essa impressão reflete a visão dos outros

sobre eles mesmos. Uma pessoa com fobia social pode ter a sensação de estar tremendo muito e pensar

que os outros estão percebendo, mas na verdade o que se percebe é um tremor sutil ou nenhum tremor.

Os comportamentos de segurança ou tentativas sutis de evitar as situações temidas adotados por pessoas

com esse problema impedem experiências que possam desconfirmar crenças distorcidas, além de poder

favorecer o aumento dos comportamentos temidos. Por exemplo, o comportamento de segurar um copo

com força para evitar tremer faz com que a mão fique mais propensa a tremer.

O comportamento dos fóbicos sociais tem efeito sobre o comportamento de outras pessoas: a

preocupação com a monitoração da própria ansiedade e do desempenho, aliada aos comportamentos de

segurança podem dar uma impressão pouco amigável. Essas deficiências de interação comprometem a

relação, fazendo com que as outras pessoas se distanciem, produzindo um padrão negativo de interação

que contribui para a manutenção da fobia social.

O processamento antecipatório é um processo no qual os fóbicos sociais, ao pensarem sobre a situação

social que irão enfrentar, sentem-se muito ansiosos, lembram-se de falhas passadas e de sua auto-

imagem negativa, avaliando antecipadamente seu desempenho como negativo. Por isso tendem a evitar

Excluído: ansiedade social

Excluído: ansiedade social

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ao máximo as situações em que possam vir a se desempenhar mal e, caso se encontrem nessas situações

temidas, ativam o modo de processamento autofocado, gerando expectativas de falha e desvalorização.

Após uma situação de interação social esses indivíduos conduzem um “pós-morte” do evento, em que a

situação é revista em detalhes. Nesse pós-evento ocorre o processamento da autopercepção negativa e

dos sentimentos de ansiedade que passam a ficar fortemente codificados na memória. Dessa forma, a

situação é avaliada como muito mais negativa do que realmente foi e um sentimento de vergonha tende a

aparecer, permanecendo após a redução da ansiedade (Wells, 1997).

O modelo cognitivo explica a origem da fobia social segundo o modo como as crenças desenvolveram-

se e interagiram no início do transtorno. As crenças centrais ou os esquemas característicos da fobia

social tornam o indivíduo vulnerável a vários fatores cognitivos e comportamentais que mantém o

transtorno.

3.3 Tratamento Cognitivo-Comportamental para Fobia Social:

Em 2004 foi publicado um estudo feito pelo Instituto Nacional da Saúde e da Pesquisa Médica da França

em que se fez uma avaliação das psicoterapias. Cerca de 1.000 artigos e documentos constituíram a base

documental desta perícia. O campo da perícia foi aplicado a três grandes abordagens psicoterápicas: a

abordagem psicodinâmica (psicanalítica), a abordagem cognitivo-comportamental e a terapia sistêmica

familiar e de casais. A TCC se mostrou mais eficaz do que as outras nos seguintes quadros: transtornos

ansiosos, como: transtorno da ansiedade generalizada, transtorno de pânico, agorafobia, transtorno de

ansiedade social, transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno de estresse pós-traumático, fobias

específicas; transtornos do humor, como: transtorno depressivo maior (brando / moderado), em pacientes

hospitalizados, com idosos, transtorno bipolar com uso de medicamentos; esquizofrênicos crônicos e

agudos em tratamento conjunto com uso de neurolépticos; transtornos de personalidade borderline e

evitativa; transtornos de dependência de álcool, transtornos alimentares, incluindo bulimia e anorexia

nervosas e transtorno de compulsão alimentar periódica, (INSERM, 2004).

Uma evidência a favor do modelo cognitivo-comportamental é a eficácia do tratamento cognitivo

comportamental para a fobia social. Roth e Fonagy (1996) realizaram uma revisão de estudos referentes

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à eficácia de tratamentos para fobia social, esses autores concluíram que: (1) estudos metanalíticos

indicam uma taxa variando de moderada a forte quanto à eficácia de tratamentos cognitivos e

comportamentais, (2) uma revisão geral de estudos de caso apontam fortes evidências de que a

exposição ao vivo é uma intervenção eficaz, (3) os efeitos do treino em habilidades sociais não estão

claros, mas parecem promissores, principalmente para pacientes com transtorno de personalidade

evitativo, (4) existe alguma evidência de que o tratamento combinando reestruturação cognitiva e

exposição ao vivo é mais eficaz do que o tratamento com exposição ao vivo apenas, (5) não existe

nenhuma evidência apontando que a terapia cognitiva sozinha, ou o treino em habilidades sociais

sozinho, sem o componente de exposição ao vivo, seja efetivo.

Uma outra revisão realizada por Hope e Heimberg (1996) se concentrou nos estudos que testaram a

eficácia das intervenções cognitiva e de exposição combinadas. Concluíram que um programa

combinado de exposição e reestruturação cognitiva parece ser uma intervenção efetiva para a fobia

social. Esses autores destacam a importância das evidências crescentes de que três em cada quatro

fóbicos sociais apresentam mudanças clinicamente significativas após um ensaio razoavelmente

intensivo de terapia cognitivo comportamental em grupo ou um programa semelhante combinado de

exposição e reestruturação cognitiva. As estratégias terapêuticas mais indicadas para o tratamento da

fobia social são a exposição ao vivo combinada à reestruturação cognitiva no tratamento em grupo,

(Caballo, 2003; Hope & Heimberg 1996; Falcone & Figueira, 2001) .

3.3.1 Terapia cognitivo-comportamental em grupo:

A terapia cognitivo-comportamental em grupo foi considerada tão efetiva quanto a terapia individual É

uma terapia baseada no modelo cognitivo proposto para terapia individual. É homogênea, de tempo

limitado e relativamente breve. Enfatiza a estrutura, o foco e a aquisição de habilidades cognitivas e

comportamentais, (Bieling, McCabe & Antony, 2008; Yalom, 2006, White & Freeman, 2003). Muitas

vezes utiliza protocolos para grupos fechados de tratamento em populações específicas, fechado

significa que não entram novos participantes após o início da terapia. Tipicamente o protocolo aborda

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Excluído: ¶

Excluído: ¶2.3 Tratamento Cognitivo-Comportamental¶Uma evidência a favor desse modelo é a eficácia do tratamento cognitivo comportamental para a ansiedade social. Roth e Fonagy (1996) realizaram uma revisão de estudos referentes à eficácia de tratamentos para ansiedade social, esses autores concluíram que : (1) estudos metanalíticos indicam uma taxa variando de moderada a forte quanto a eficácia de tratamentos cognitivos e comportamentais (2) uma revisão geral de estudos de caso apontam fortes evidências de que a exposição ao vivo é uma intervenção eficaz (3) os efeitos do treino em habilidades sociais não estão claros, mas parecem promissores, principalmente para pacientes com transtorno de personalidade evitativo (4) existe alguma evidência de que o tratamento combinando reestruturação cognitiva e exposição ao vivo é mais eficaz do que o tratamento com exposição ao vivo apenas (5); não existe nenhuma evidência apontando que a terapia cognitiva sozinha, ou o treino em habilidades sociais sozinho, sem o componente de exposição ao vivo, seja efetivo. ¶Uma outra revisão realizada por Hope e Heimberg (1996) se concentrou nos estudos que testaram a eficácia das intervenções cognitiva e de exposição combinadas. Concluíram que um programa combinado de exposição e reestruturação cognitiva parece ser uma intervenção efetiva para a ansiedade social. Esses autores destacam a importância das evidências crescentes de que três em cada quatro fóbicos sociais apresentam mudanças clinicamente significativas após um ensaio razoavelmente intensivo de terapia cognitivo comportamental em grupo ou um programa semelhante combinado de exposição e reestruturação cognitiva. As estratégias terapêuticas mais indicadas para o tratamento da ansiedade social são a exposição ao vivo combinada à reestruturação cognitiva no tratamento em grupo (Caballo, 2003; Hope & Heimberg 1996; Falcone & Figueira, 2001).¶¶¶

Excluído: 2

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um conjunto básico de habilidades clínicas, sessão a sessão, que tem como objetivo orientar terapeutas e

pacientes, (White & Freeman, 2003).

Inicialmente o tratamento em grupo na terapia cognitivo-comportamental surgiu em função de algumas

vantagens: possibilidade de atender mais pessoas, economia de tempo do terapeuta, custo menor, e

estudos apresentando bons resultados. Esse movimento ocorreu no início da década de 70,

principalmente com grupos para tratar depressão, (Bieling et al. , 2008).

Os tratamentos em grupo da TCC sugerem que a aplicação em grupo é semelhante a individual, muda

apenas o número de pessoas, mantendo-se a aplicação de técnicas. Pouca atenção tem sido dada aos

processos grupais, ou seja, as formas pelas quais os membros dos grupos interagem entre si e com os

terapeutas. Os aspectos relacionais dos grupos são pouco abordados nos protocolos em TCC, (Bieling et

al. ,2008).

Existe uma distinção entre os processos grupais e as técnicas. O termo processos grupais é impreciso e

se refere à quase qualquer fenômeno que ocorra no grupo. A terapia de grupo tradicional entende que o

processo grupal em si é a intervenção, enquanto que a TCC foca na aplicação da terapia cognitivo

comportamental a grupos. Bieling, McCabe e Antony (2008) propõe uma distinção mais específica, as

“técnicas” se referem a qualquer método utilizado para modificação dentro do modelo cognitivo-

comportamental e o “processo” se refere às interações interpessoais entre os membros do grupo e entre

os membros do grupo e terapeuta.

Um dos principais autores na literatura geral para terapias de grupo é Irvin Yalom, em seu livro

Psicoterapia de Grupo, teoria e prática (2006) ele revisa um modelo enfatizando o processo grupal na

terapia de grupo e propõe alguns fatores primários naturais que dividem a experiência de grupo, são eles:

1) Instalação de esperança: considerado um fator crucial para qualquer psicoterapia, enfatiza a

necessidade dos terapeutas reforçarem diretamente o potencial da abordagem grupal, apontando

as vantagens da terapia e resultados anteriores positivos.

2) Universalidade: a invalidação dos sentimentos de singularidade de um paciente é uma poderosa

fonte de alívio. Ajuda as pessoas a se sentirem pertencentes a uma comunidade que divide com

elas muitas semelhanças. Desaparece o sentimento de solidão, de incapacidade e de estranheza

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Formatado: Numerada +Nível: 1 + Estilo danumeração: 1, 2, 3, … +Iniciar em: 1 + Alinhamento:Esquerda + Alinhado em: 0,63cm + Tabulação após: 1,27cm + Recuar em: 1,27 cm,Tabulações: Não em 5,71 cm

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Formatado: Numerada +Nível: 1 + Estilo danumeração: 1, 2, 3, … +Iniciar em: 1 + Alinhamento:Esquerda + Alinhado em: 0,63cm + Tabulação após: 1,27cm + Recuar em: 1,27 cm

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resultante do pensamento de serem os únicos com aquele tipo de problema. Esse fator é muito

importante devido à natureza da fobia social, muitos fóbicos sociais nunca discutiram seus medos

com alguém e, conseqüentemente, muitas vezes acreditam que seus problemas são únicos (Hope

& Heimberg, 1996).

3) Compartilhamento de informações: componente presente na maioria dos grupos. Pode ocorrer

por instrução didática das informações oferecidas pelo terapeuta (psicoeducação) ou orientação

direta do terapeuta ou outros membros do grupo.

4) Altruísmo: refere-se à possibilidade de membros do grupo ajudarem aos demais, o paciente tem a

oportunidade de beneficiar outras pessoas, se sentindo útil. Também favorece a mudança de

papéis, hora no papel de quem ajuda, hora no papel de quem recebe ajuda.

5) Recapitulação corretiva do grupo familiar primário: Considera que a terapia em grupo funciona

como um microcosmo social e que a maioria dos pacientes tem um histórico de experiência

insatisfatória com a família primária (primeiro grupo familiar). No grupo de terapia podemos

observar a formação de relações interpessoais baseadas nos esquemas que os pacientes

aprenderam em sua vida, a ativação desses esquemas com membros do grupo possibilita uma

experiência corretiva na medida em que o paciente recebe o feedback. Os pacientes aprendem a

entender a forma como estão construindo seu mundo interpessoal e que podem modificá-lo. Ao

testar uma nova forma de se comportar no grupo e perceber melhores consequências, a nova

abordagem torna-se parte de um “espiral ajustável”.

6) Comportamento imitativo: a aprendizagem por modelação (conceito de aprendizagem vicária de

Bandura) é enfatizada nesse aspecto, o paciente aprende observando os outros membros do grupo

e terapeuta.

7) Coesão grupal: definido como atração que os membros tem pelo grupo e por outros membros,

considerada um aspecto fundamental, assim como a relação terapêutica é fundamental na terapia

individual a coesão é fundamental para a terapia em grupo. A coesão inclui aceitação, apoio e

confiança. É fundamental para a coesão grupal o compartilhamento afetivo das experiências do

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paciente e a aceitação dos outros. Um grupo coeso valoriza o grupo e os membros se sentem

aceitos e amparados pelos membros do grupo e terapeuta.

8) Catarse: considerada uma variável fundamental nos grupos, a catarse é definida como qualquer

verbalização feita pelos membros do grupo para o terapeuta e membros do grupo em que ocorra

o sentimento de alívio, de se livrar de um fardo ou compartilhar algo emocionalmente

importante. A catarse em si não garante um desfecho positivo, despejar sentimentos no vazio não

é necessariamente benéfico, e sim a reação ao evento catártico, esse fator é também igualmente

importante. A reação ao evento catártico inclui feedback ou informações de outro tipo que se

refiram a uma situação específica.

Bieling, McCabe e Antony (2008) em seu livro Terapia Cognitivo-comportamental em Grupos ressaltam

a importância dos fatores de Yalom e sua possível interseção com a TCC. Para os autores os protocolos

de TCC em grupo tem muitas afinidades com os processos grupais propostos por Yalom. Podemos

destacar os seguintes fatores:

1) Instalação de esperança e compartilhamento de informação didática: os protocolos de TCC para

transtornos específicos inicialmente focam em explicar para os pacientes um modelo de suas

dificuldades que enfatiza a possibilidade de mudança. Muitas vezes faz uso te textos

informativos (psicoeducação) e procura familiarizar o cliente com o modelo cognitivo, a relação

entre pensamentos, sentimentos, comportamentos e reações físicas e como a modificação dos

pensamentos pode influenciar a modificação de comportamentos e subseqüente melhora dos

problemas apresentados. Os bons resultados de pesquisas anteriores mostrando a efetividade da

TCC no tratamento de diversos transtornos também é informação útil para instalação de

esperança, a própria natureza colaborativa do modelo cognitivo, em que o paciente acompanha,

passo a passo, a lógica referente à utilização das técnicas facilita a instalação de esperança.

2) Universalidade: o fato dos grupos em TCC na maioria das vezes ser homogêneo facilita o

sentimento de universalidade, as experiências compartilhadas são comuns a todos os membros do

grupo. O reconhecimento através dos relatos autobiográficos das dificuldades de cada um e o

sentimento de pertencimento oferecido pela experiência de outros membros são fatores que

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Formatado: Numerada +Nível: 1 + Estilo danumeração: 1, 2, 3, … +Iniciar em: 1 + Alinhamento:Esquerda + Alinhado em: 0,63cm + Tabulação após: 1,27cm + Recuar em: 1,27 cm

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parecem facilitar a instalação da coesão grupal e preparar os pacientes para a introdução das

estratégias mais específicas em TCC.

3) Altruísmo e modelação: a natureza das estratégias em TCC que objetivam a identificação e

modificação de pensamentos através de reestruturação cognitiva favorece o altruísmo nos

membros do grupo, que são convidados a ajudar nessas tarefas de reestruturação. Os pacientes

podem e devem ser estimulados a ajudar no questionamento socrático de outros pacientes, com

isso alternam nos papéis de dar e receber ajuda, além de aprenderem por modelação nos

exemplos de cada membro do grupo. O grupo oferece uma gama maior de perguntas e idéias

para questionamento socrático do que apenas o terapeuta questionando. O trabalho de TCC em

grupo avança focando em planos de ação e modificação de comportamentos desadaptativos,

nesse momento os membros do grupo podem se beneficiar muito da aprendizagem por

modelação, tanto nas experiências com resultados positivos de modificação de comportamento

quanto nas avaliadas como mais negativas. Estas funcionam para analisar falhas de planejamento

e aprender com isso. O grupo também oferece muitas oportunidades dos membros praticarem

novos comportamentos entre si, como no comportamento interpessoal, por exemplo, praticando

habilidades sociais.

4) Coesão grupal: a coesão grupal deve ser estimulada nos grupos de TCC, utilizando a abordagem

para aumentar a coesão. A coesão pode ser descrita como um fator que soma o senso de

confiança nos outros membros do grupo, ao apoio dado por eles. Na maioria dos transtornos o

paciente acredita possuir “segredos” ou material cognitivo emocional que nunca compartilhou

anteriormente, quanto mais alto o nível de coesão mais provável do paciente poder expressar

importantes questões afetivas. A TCC em grupo pode utilizar estratégias específicas para

aumentar a coesão, como: composição homogenia dos grupos, escolha e treino do terapeuta e

estilo de liderança, preparação dos membros para o grupo e atitude empática e genuína dos

terapeutas.

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Uma recente análise secundária de um grande teste comparativo de psicoterapias, o Treatmente of

Depression Collaborative Research Program, do Nacional Institute of Mental Health’s, concluiu

que a terapia de sucesso seja ela cognitivo-comportamental ou interpessoal, exige a presença de um

apego positivo com uma figura de autoridade benevolente, solidária e tranqüilizadora. A pesquisa

mostra que o vínculo entre o paciente e o terapeuta e os elementos técnicos da terapia cognitiva são

sinérgicos: um vínculo forte e positivo em si já ajuda a desafiar crenças depressivas e facilita o

trabalho de modificar distorções cognitivas. A ausência de vínculo positivo torna as intervenções

técnicas ineficientes e até prejudiciais. (Yalom, 2006. p. 62)”.

5) Catarse e recapitulação corretiva do grupo familiar: esses dois aspectos são considerados menos

relevantes para a TCC, principalmente em função de serem baseados em modelos teóricos

opostos aos da TCC. A catarse como intervenção pos si só não é considerada útil, porém sua

combinação a reestruturação cognitiva pode ser. O grupo de TCC deve propiciar um ambiente no

qual os indivíduos fiquem confortáveis para revelar informações pessoais e sentimentos, não

sendo a catarse o objetivo final dessas revelações. A TCC, ao focar na origem das crenças

centrais, possibilita um ambiente em que as experiências precoces possam ser compartilhadas e

discutidas. A ativação de crenças e esquemas interpessoais no grupo é desejável, assim os

membros do grupo e terapeuta podem funcionar como agentes modificadores desses esquemas e

crenças, permitindo que o paciente tenha mais consciência da ativação e possa experimentar

outras formas de agir, testando primeiramente no grupo, para depois generalizar para sua vida.

Nesse sentido os grupos de TCC funcionam como um “microambiente” social. Mesmo focando

no aqui e agora os grupos de TCC têm aspectos em comum com o processo grupal de

recapitulação corretiva do grupo familiar primário.

Bieling, McCabe e Antony (2008) ainda acrescentam três fatores aos propostos por Yalom. São elas: a

estrutura do contexto grupal, as características do paciente e a liderança.

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1) Estrutura do contexto grupal: os protocolos de TCC comumente especificam a estrutura dos

grupos, a maioria dos grupos são fechados, homogêneos, com duração especificada e tem como

base um conjunto de habilidades que devem ser aprendidas.

Os protocolo de TCC enfatizam mais o conteúdo do que o processo.

2) Características do paciente: se refere às características e distinções individuais dos pacientes,

enfatizado também pelos grupos de TCC, que muitas vezes formam grupos de acordo com

classes diagnósticas descritas no DSM-IV, avaliando a eficácia do tratamento para transtornos

específicos, especialmente os do Eixo I.

3) Liderança: considera esse fator como um importante elo entre os vários fatores grupais. Muitas

vezes esse fator não é enfatizado nos protocolos de TCC, usando então o modelo da TCC

individual: empatia, ênfase no empirismo colaborativo, habilidades de realizar a descoberta

guiada por questionamento socrático. Os autores propõeem mais atenção a essa variável,

acrescentando a importância do terapeuta desenvolver habilidades especificamente para

coordenar grupos, como: atenção aos processos grupais, tomada de decisão, equilibrar a atenção

dada ao processo e ao efeito desse processo em cada membro do grupo, ou seja, além de dominar

as técnicas em TCC dar atenção também aos processos grupais.

“Grupos eficientes de TCC incluem um protocolo construído com cuidado que aborda as

informações e exercícios cruciais para sustentar técnicas cognitivas e comportamentais específicas.

Mas essas técnicas também devem ser inseridas em uma compreensão abrangente dos fatores de

processo grupal que, em todo sentido possível, estão constantemente interagindo com o emprego de

técnicas para alterar a experiência global do grupo para seus membros”, (Bieling et al. , 2008 p.

31).

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3.3.2 Terapia Cognitivo-comportamental em grupo para Fobia Social:

Apesar de parecer contra-intuitivo, o tratamento em grupo oferece muitas vantagens em relação ao

tratamento individual e ajuda o paciente fóbico social a enfrentar seus medos. Vários autores destacam

vantagens do formato grupal de terapia, (Caballo, 2003; Falcone, 1998; Del Prette & Del Prette, 2001;

Rangé, 2001): podemos destacar:

(1) maior número de parceiros para contribuir com diferentes tipos de resposta, sem depender

exclusivamente das alternativas propostas pelo terapeuta.

(2) provimento pelo grupo de situações similares às da vida real, criando situações para a prática de

novas variações de contato social.

(3) utilização de um maior número de situações problema, propiciando mais experiências e suporte na

solução desses problemas.

(4) possibilidade de prática e apoio em situações extra treinamento.

(5) feedback e reforçamento feito pelos membros do grupo.

(6) menor despesas para cada participante pela racionalização do tempo do terapeuta.

(7) diminuir a lista de espera em serviços de psicologia.

(8) maximização das oportunidades de aprendizagem vicária.

(9) múltiplos parceiros para dramatizar.

(10) o terapeuta tem a oportunidade de conhecer a subcultura grupal, importante nas decisões sobre

objetivos comportamentais e critérios de avaliação.

(11) universalidade do funcionamento em grupo.

Vários modelos de tratamento cognitivo comportamental em grupo são encontrados na literatura

(Caballo, Andrés & Bas, 2001; Heimberg et al, 1995; Odriozola & Irízar, 1999, Echeburúa, 1997). De

acordo com Caballo et. al. (2001) o tratamento cognitivo comportamental tradicional para a fobia social

é dividido em quatro tipos de procedimentos: estratégias de relaxamento, treinamento em habilidades

sociais, exposição ao vivo e reestruturação cognitiva. Esses autores consideram que:

Os próximos anos serão testemunha de uma consolidação do tratamento cognitivo comportamental para a fobia

social, embora seja provável que a contribuição de cada um dos procedimentos incluídos nesse tipo de

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Formatado: Fonte: Itálico

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intervenção se torne mais conhecida, inclusive acrescentando alguma nova estratégia não empregada

atualmente, de forma rotineira, no tratamento do transtorno. Mas aparentemente, o caminho escolhido é o

correto e as futuras pesquisas fornecerão elementos para melhorar e aumentar a eficácia da intervenção

cognitivo comportamental.(Caballo et al., 2001. p.81).

4. HABILIDADES SOCIAIS

O campo de estudo das habilidades sociais é um campo recente que vem recebendo cada vez mais

atenção, principalmente pela relação existente entre o repertório de habilidades sociais e a saúde, a

satisfação pessoal, a realização profissional e a qualidade de vida, (Del Prette & Del Prette, 2001).

A relação entre déficits em habilidades sociais e transtornos psiquiátricos tem sido bastante estudada, e

atualmente existe certo consenso em relação à idéia de que os transtornos psiquiátricos têm um

importante componente de problemas de comunicação e relações interpessoais, chegando a ser, em

alguns casos, o núcleo central do transtorno, como, por exemplo, nos casos de fobia social, transtorno de

personalidade evitativo, problemas de casais, entre outros, (APA, 2000; Caballo et al., 2001)

O campo das habilidades sociais teve sua época de maior difusão em meados dos anos 70 e continua

atualmente sendo um campo crescente de interesse e pesquisa. Iniciou-se com os estudos de Salter

(1949) sobre desempenho social seguido pelos estudos de Wolpe (1976), primeiro autor a empregar o

termo “assertivo”, dando início a um amplo movimento denominado Treino Assertivo (TA). Wolpe

criou um método para tratar a ansiedade e facilitar a expressão de sentimentos, definindo a assertividade

como a capacidade de expressar adequadamente qualquer emoção, que não fosse ansiedade, em relação

a uma outra pessoa. Alberti e Emmons publicaram o primeiro livro dedicado exclusivamente ao tema

assertividade: “Comportamento assertivo: um guia de auto-expressão”, (Alberti & Emmons, 1978), que

se tornou um livro referencial sobre assertividade.

Paralelamente ao surgimento dos estudos sobre assertividade nos Estados Unidos ocorria na Inglaterra o

desenvolvimento de estudos sobre habilidades sociais. Em 1967, Argyle e Kendon, influenciados pelo

conceito de “habilidade” aplicado às interações homem–máquina, introduziram o uso do termo

habilidades na interação homem-homem, usando o termo habilidades sociais, tendo início aí a área de

treinamento em habilidades sociais (THS), caracterizada como um conjunto de técnicas que se aplicam a

Formatado: Fonte: Itálico

Formatado: Fonte: 12 pt,Negrito

Excluído: ¶Apesar de parecer contra-intuitivo, o tratamento em grupo oferece muitas vantagens em relação ao tratamento individual e ajuda o paciente fóbico social a enfrentar seus medos. Vários autores destacam vantagens do formato grupal de terapia (,Caballo, 2003; Falcone, 1998; Del Prette & Del Prette, 2001; Rangé, 2001):, podemos destacar:¶ (1) maior número de parceiros para contribuir com diferentes tipos de resposta, sem depender exclusivamente das alternativas propostas pelo terapeuta ¶(2) provimento pelo grupo de situações similares às da vida real, criando situações para a prática de novas variações de contato social ¶(3) utilização de um maior número de situações problema, propiciando mais experiências e suporte na solução desses problemas ¶(4) possibilidade de prática e apoio em situações extratreinamento ¶(5) feedback e reforçamento feito pelos membros do grupo ¶(6) menor despesas para cada participante pela racionalização do tempo do terapeuta ¶(7) diminuir a lista de espera em serviços de psicologia ¶(8) maximização das oportunidades de aprendizagem vicária ¶(9) múltiplos parceiros para dramatizar ¶(10) o terapeuta tem a oportunidade de conhecer a subcultura grupal, importante nas decisões sobre objetivos comportamentais e critérios de avaliação ¶(11) universalidade do funcionamento em grupo.¶A universalidade dos grupos terapêuticos ajuda as pessoas a se sentirem pertencentes a uma comunidade que divide com elas muitas semelhanças. Desaparece o sentimento de solidão, de incapacidade e de estranheza resultante do pensamento de serem os únicos com aquele tipo de problema. Esse fator é muito importante devido à natureza da ansiedade social, muitos fóbicos sociais nunca discutiram seus medos com alguém e, conseqüentemente, muitas vezes acreditam que seus problemas são únicos ( Hope & Heimberg, 1996).¶Vários modelos de tratamento cognitivo comportamental em grupo são encontrados na literatura (Caballo, Andrés & Bas, 2001; Heimberg et al, 1995; Odriozola & Irízar, 1999, Echeburúa, 1997). De acordo com Caballo et. al. (2001) o tratamento cognitivo comportamental tradicional para a Excluído: 3

Excluído: ansiedade social

... [2]

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todo e qualquer déficit de natureza interpessoal, sendo um campo de estudos abrangente. De acordo com

Falcone (2000) ainda não existe um consenso quanto ao conceito de habilidade social e o termo

assertividade. Muitas vezes é utilizado como sinônimo de habilidade social. Caballo (2003) utiliza os

dois termos como sinônimos por considerar que os termos “treinamento assertivo” e “treinamento em

habilidades sociais” referem-se praticamente aos mesmos elementos de tratamento e o mesmo grupo de

categorias comportamentais a treinar. Porém, alguns autores não apóiam essa idéia (Falcone, 1998, Del

Prette & Del Prette, 1999) e consideram que a assertividade é um tipo de habilidade, entre outras,

necessária a uma interação social satisfatória. Para MacKay, (citado por Falcone, 1998) a habilidade

social compreende um repertório mais amplo de respostas e o treinamento em habilidades sociais é mais

amplo que o treinamento assertivo.

De acordo com Del Prette e Del Prette (2001), para melhor entender o conceito de habilidade social é

importante definir o conceito de desempenho social, que se refere a qualquer desempenho ou seqüência

de comportamentos que ocorrem em uma situação social, que podem ser caracterizados como

socialmente competentes ou não, dependendo do contexto cultural e da situação específica. A

competência social é um atributo avaliativo desse desempenho, que depende de sua funcionalidade e da

coerência com os pensamentos e sentimentos do indivíduo. As habilidades sociais são aquelas classes de

comportamentos existentes no repertório do indivíduo que compõem um desempenho socialmente

competente. Uma pessoa pode ter as habilidades sociais em seu repertório e não usá-las em diversas

situações por diferentes razões como ansiedade, crenças errôneas e dificuldades na leitura dos sinais do

ambiente.

De acordo com Del Prette e Del Prette (2001) a assertividade é uma das subclasses de desempenho

socialmente competente e pode ser definida como o exercício dos próprios direitos e da expressão de

qualquer sentimento, com manejo da ansiedade e sem ferir o direito do outro. Os comportamentos

assertivos constituem uma classe de habilidades sociais em situações que envolvem risco de

conseqüências aversivas e costumam eliciar alta ansiedade, podendo ser caracterizadas como uma classe

de comportamentos de enfrentamento. Esses autores propõem uma organização das principais classes e

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subclasses de habilidades sociais, que têm como objetivo orientar a avaliação e a promoção da

competência social. São elas:

- Habilidades sociais de comunicação: fazer perguntas e responder, pedir feedback,

gratificar/elogiar, oferecer feedback, iniciar, manter e encerrar conversações;

- Habilidades sociais de civilidade: dizer, por favor, agradecer, apresentar-se, cumprimentar,

despedir-se;

- Habilidades sociais assertivas, direito e cidadania: manifestar opinião, concordar/discordar,

dizer não, fazer, aceitar e recusar pedidos, desculpar-se, admitir falhas, interagir com autoridades,

estabelecer relacionamentos afetivos e/ou sexuais, encerrar relacionamentos, expressar raiva/desagrado,

pedir mudança de comportamentos e lidar com críticas;

- Habilidades empáticas: parafrasear, refletir sentimentos, expressar apoio;

- Habilidades sociais de trabalho: coordenar grupo, falar em público, resolver problemas, tomar

decisões e mediar conflitos;

- Habilidades sociais de expressão de sentimentos positivos: fazer amizades, expressar

solidariedade, cultivar o amor.

Para Caballo (2003) o comportamento socialmente hábil é um conjunto de comportamentos emitidos por

um indivíduo em um contexto interpessoal que expressa sentimentos, atitudes, desejos, opiniões ou

direitos desse individuo de modo adequado à situação, respeitando esses comportamentos nos demais, e

que geralmente resolve os problemas imediatos da situação, enquanto minimiza a probabilidade de

futuros problemas.

De acordo com Caballo (2003), as dimensões comportamentais mais comumente aceitas são as

seguintes:

1. Fazer elogios;

2. Aceitar elogios;

3. Fazer pedidos;

4. Expressar amor, agrado e afeto;

5. Iniciar e manter conversações;

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6. Defender os próprios direitos;

7. Recusar pedidos;

8. Expressar opiniões pessoais, inclusive o desacordo;

9. Expressar incômodo, desagrado ou enfado justificados;

10. Pedir mudança de conduta do outro;

11. Desculpar-se ou admitir ignorância;

12. Enfrentar as críticas.

Essas doze dimensões comportamentais são as mais básicas, mas pode-se acrescentar também a

habilidade de solicitar satisfatoriamente um trabalho e a habilidade de falar em público.

Para Falcone (2001) o comportamento socialmente habilidoso abrange além dos desempenhos verbais e

não verbais em situações de interação, aspectos cognitivos, de percepção e de processamento de

informação. Um comportamento socialmente habilidoso deve incluir a especificação de três elementos:

um elemento comportamental relacionado ao tipo de habilidade; um elemento cognitivo das variáveis do

indivíduo e um elemento situacional referente ao contexto em que se está inserido (Falcone, 2000). De

acordo com Bendell e Lenox (1997, citado por Falcone, 2000) as habilidades sociais incluem três

elementos principais: 1) selecionar de maneira precisa informações relevantes de um contexto

interpessoal; 2) fazer uso dessas informações para emitir comportamentos apropriados dirigidos à meta e

3) se desempenhar obtendo e mantendo a meta de boas relações com os outros. Para Falcone (2001) o

conceito atual de habilidades sociais propõe que o individuo socialmente habilidosos seja capaz de obter

ganhos com maior freqüência, desempenhando o mínimo possível de tarefas indesejáveis, além de

desenvolver e manter relacionamentos mutuamente benéficos e sustentadores.

Em Falcone (1999, 2000, 2001) a assertividade é entendida como um componente das habilidades

sociais que muitas vezes não é suficiente para produzir um comportamento socialmente habilidoso, ela

ressalta a importância da habilidade empática e da habilidade para solucionar problemas interpessoais. A

empatia pode ser entendida como “a capacidade de compreender e de expressar compreensão acurada

sobre a perspectiva do outro e sentimentos de outra pessoa, além de experimentar sentimentos de

compaixão e de interesse pelo bem estar desta” (Falcone, 1999, p.07). A habilidade de solucionar

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problemas refere-se a “capacidade de reconhecer e solucionar um problema, antes que este seja óbvio

para os outros, ou quando ele alcança níveis elevados de emoção” (Bedell & Lennox, 1997, citado por

Falcone, 1999, p. 09). A autora ressalta que as habilidades assertiva, empática e de solução de

problemas se complementam na obtenção de satisfação pessoal e na manutenção de qualidade de

interação. Além disso, a autoconsciência (consistindo na identificação dos próprios sentimentos,

expectativas e desejos) corresponde ao componente cognitivo da assertividade; a consciência do outro

(que identifica os sentimentos, expectativas e desejos da outra pessoa) corresponde ao componente

cognitivo da empatia; a autoconsciência e a consciência do outro constituem os componentes cognitivos

da capacidade de solucionar problemas interpessoais.

Em um artigo intitulado “Uma proposta de um sistema de Classificação das Habilidades Sociais”

Falcone (2001) define as habilidades : assertividade, solução de problemas e empatia e faz uma revisão

da literatura coletando e sistematizando os componentes comportamentais e cognitivos das habilidades

sociais.

Com base nessa explicação teórica são descritas 15 habilidades sociais: 1) iniciar conversação; 2)

manter conversação; 3) encerrar conversação; 4) fazer pedido sem conflito de interesses; 5) fazer pedido

com conflito de interesses; 6) pedir a alguém para mudar o comportamento; 7) recusar pedidos; 8)

responder a criticas; 9) expressar opiniões pessoais; 10) expressar afeição; 11) fazer elogios; 12) receber

elogios; 13) defender os próprios direitos; 14) convidar alguém para um encontro; 15) conversar com

uma pessoa que está revelando um problema. Essas habilidades sociais aparecem ligadas às habilidades

sociais mais globais. Podendo ser agrupadas da seguinte forma:

Habilidades relacionadas a empatia: 1) iniciar conversação; 8) responder à críticas; 15)

conversar com uma pessoa que está com problema

Habilidades relacionadas à assertividade: 3) encerrar conversação; 4) fazer pedido sem

conflito de interesses; 12) receber elogios; 13) defender os próprios direitos; 14) convidar alguém para

um encontro;

Habilidade relacionada à solução de problemas: 6) pedir a alguém para mudar o

comportamento

Excluído: citadas acima

Excluído: (

Excluído: )

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Habilidades relacionadas à assertividade e empatia: 2) manter conversação; 5) fazer pedido

com conflito de interesses; 7) recusar pedidos; 9) expressar opiniões pessoais; 10) expressar afeição; 11)

fazer elogios;

Del Prtette e Del Prete (1999) também destacam a importância dos componentes cognitivos das

habilidades sociais. Consideram que o conhecimento prévio de um indivíduo formado ao longo de sua

trajetória sobre a cultura, o ambiente, os papéis sociais e sobre si próprio além das crenças e expectativas

que incluem seus valores planos, metas estilos de atribuição e as estratégias e habilidades de

processamento que já tenha adquirido são os principais componentes cognitivos que influenciam o

repertorio de habilidades sociais de cada um.

As habilidades sociais são aprendidas, mais comumente de forma não sistemática nas relações

interpessoais com as outras pessoas, com os pais, o círculo de amigos, o cônjuge, os colegas de trabalho

e a mídia em geral, que são importantes agentes de promoção ou de restrição do repertório de

habilidades sociais; mas também de forma sistemática através de programas de treinamento em

habilidades sociais, tanto terapêuticos como preventivos (Del Prette & Del Prette, 2002). Dessa forma,

ao identificarmos as deficiências no repertório de habilidades sociais de uma população, é possível criar

formas de desenvolvimento dessas habilidades.

4.1 Treinamento em Habilidades Sociais:

De acordo com Goldsmith e MacFall (1975, citado por Caballo, 2003) o THS pode ser definido como

“um enfoque geral da terapia dirigido a incrementar a competência da atuação em situações críticas da

vida” (p. 181) ou como, de acordo com Curran (1985, citado por Caballo, 2003) “uma tentativa direta e

sistemática de ensinar estratégias e habilidades interpessoais aos indivíduos com intenção de melhorar

suas competências interpessoal individual em tipos específicos de situações sociais”(p.182).

As premissas do THS são (Curran,1985 citado por Caballo, 2003):

1. As relações interpessoais são importantes para o desenvolvimento e o funcionamento

psicológicos.

2. A falta de harmonia interpessoal pode contribuir ou conduzir a disfunções e perturbações

psicológicas.

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3. Certos estilo e estratégias interpessoais são mais adaptativos que outros para tipos específicos de

encontros sociais.

4. Esses estilos e estratégias interpessoais podem ser especificados e ensinados.

5. Uma vez aprendidos, esses estilos e estratégias melhorarão a competência em situações

específicas.

6. A melhoria na competência interpessoal pode contribuir ou conduzir à melhoria no

funcionamento psicológico.

Existem uma série de razões que impedem o indivíduo de manifestar um comportamento socialmente

hábil. Segundo Caballo (2003) esses fatores são os seguintes:

1. No repertório de respostas de um indivíduo não estão presentes as respostas hábeis. O indivíduo

pode nunca ter aprendido o comportamento apropriado ou pode até mesmo ter aprendido um

comportamento inapropriado.

2. O indivíduo é impedido de responder de maneira socialmente adequada, uma vez que sente

ansiedade condicionada.

3. O indivíduo contempla de maneira incorreta sua atuação social, auto-avaliando-se

negativamente, com acompanhamento de pensamentos “auto-derrotistas”.

4. Falta de motivação para atuar apropriadamente em determinada situação.

5. O indivíduo não sabe discriminar adequadamente as situações nas quais determinada resposta

provavelmente seja efetiva.

6. O indivíduo não está seguro de seus direitos.

7. No caso de pacientes psiquiátricos, os penetrantes efeitos da internação fizeram com que o

paciente se desabituasse com as respostas sociais.

8. Obstáculos ambientais restritivos que impedem o indivíduo de se expressar apropriadamente ou

que, até mesmo, punem a manifestação desse comportamento socialmente adequado.

Dessa forma podemos ressalta alguns elementos fundamentais do THS (Caballo, 2003)

1. Treinamento em habilidades, onde são ensinados comportamentos específicos, praticados e

integrados ao repertório comportamental do indivíduo.

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2. Redução da ansiedade em situações sociais problemáticas.

3. Reestruturação cognitiva, modificando valores, crenças, cognições e/ou atitudes do indivíduo.

4. Treinamento em solução de problemas

O Treinamento em Habilidades sociais pode ser realizado em formato individual e grupal, de forma

geral ambos usam as mesmas técnicas, modificando alguns procedimentos (Del Prette e Del Prette,

1999). O treinamento em habilidades sociais é geralmente desenvolvido em duas fases: a fase de

planejamento em que se realiza a avaliação das habilidades sociais previamente a segunda fase, de

aplicação do treinamento. Na fase de planejamento procura-se através de entrevistas, instrumentos de

avaliação, auto-relato, observação e desempenho de papéis avaliar o grupo ou sujeito, buscando

identificar as dificuldades para desenvolver o programa de treinamento mais adequado. O programa de

THS vai depender das características dos participantes e muitas técnicas podem ser usadas.

A etapa da aplicação do programa consiste em analisar por que o indivíduo não se comporta de forma

socialmente adequada. Consiste em que o paciente entenda e diferencie entre respostas assertivas,

passivas e agressivas. Aborda a reestruturação cognitiva dos modos de pensar incorretos do individuo

socialmente inadequado. O objetivo de tais técnicas cognitivas consiste em ajudar os pacientes a

reconhecer como os pensamentos influenciam os sentimentos e comportamentos. Uma parte específica

do THS é constituída pelo ensaio comportamental das respostas socialmente adequadas em situações

determinadas. Os principais procedimentos empregados ao longo do THS são: o ensaio de

comportamento, a modelação, as instruções, a retroalimentação/reforço e as tarefas de casa. (Caballo,

2003).

O ensaio comportamental:

Por meio do ensaio comportamental representam-se maneiras apropriadas e efetivas de enfrentar as

situações da vida real que são problemáticas para o paciente. Seu objetivo consiste em aprender a

modificar modos de respostas não adaptativos, substituindo-os por novas respostas.

No ensaio de comportamento, o paciente representa curtas cenas que simulam situações da vida real. Ele

descreve brevemente a situação-problema real.

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De acordo com Caballo (2003), para fazer o ensaio de comportamento em um formato grupal, são

necessários os seguintes passos:

1. Descrição da situação-“problema”.

2. Representação do que o paciente faz normalmente nessa situação.

3. Identificação das possíveis cognições desadaptativas que estejam influenciando o

comportamento socialmente inadequado do paciente.

4. Identificação dos direitos humanos básicos implicados na situação.

5. Identificação de um objetivo adequado para a resposta do paciente (solução de problemas).

6. Sugestão de respostas alternativas pelos outros membros do grupo e pelos treinadores/terapeutas.

7. Demonstração de uma dessas respostas pelos membros do grupo ou treinadores para o paciente

(modelação).

8. O paciente pratica de modo encoberto o comportamento que vai efetuar como preparação para a

representação de papéis.

9. Representação, por parte do paciente, da resposta escolhida, levando em conta o comportamento

modelo que acaba de presenciar.

10. Avaliação da eficácia da reposta: por quem representa o papel, baseando-se no nível de

ansiedade presente e no grau de eficácia que pensa ter tido a resposta; e também pelos outros

membros/treinadores do grupo, baseando-se no critério de treinamento hábil.

11. Levando em conta a avaliação realizada pelo paciente e o resto do grupo, o terapeuta ou outro

membro do grupo volta a representar o comportamento, incorporando sugestões feitas.

12. Repetem-se os passos 8 a 11 tantas vezes quantas seja necessário, até que o paciente e os

terapeutas e membros do grupo pensem que a resposta chegou a um nível adequado para ser

transferida para ávida real.

A modelação

A exposição do paciente a um modelo que mostre corretamente o comportamento-objetivo do

treinamento permitirá a aprendizagem observacional desse modo de atuação (Caballo, 2003).

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No THS, a modelação é apropriada quando: uma pessoa mostra o comportamento inadequado, ou

quando um paciente não responde em absoluto ou não parece saber como começar.

Instruções, feedback: e reforço:

Observar e apontar as discrepâncias entre a atuação do indivíduo e o critério utilizado para avaliar um

comportamento socialmente adequado, desenvolvendo também uma resposta adequada. Além de

observar, apontar informações específicas sobre o desempenho do sujeito na situação, buscando a

melhora do desempenho. O reforço serve tanto para adquirir novos comportamentos, recompensando

aproximações sucessivas, como para aumentar determinados comportamentos adaptativos no paciente

Tarefas para casa

As tarefas para casa são uma parte essencial do THS. Elas constituem o veículo pelo qual as habilidades

aprendidas na sessão de treinamento são praticadas no ambiente real, isto é, são generalizadas à vida

diária do paciente.

Procedimentos Cognitivos

Em praticamente todo programa de THS estão implicados elementos cognitivos. A informação do

terapeuta pode modificar as expectativas e as metas do paciente. A modelação pode alterar as atribuições

de auto-eficácia. O ensaio de comportamento pode fornecer evidência comportamental que altere as

atribuições negativas sobre si mesmo. E o feedback social sobre a manifestação do novo comportamento

mais efetivo, nas tarefas para casa, tem um efeito nas concepções do sujeito sobre si mesmo (Trower,

O’Mahony & Dryden, 1978, citado por Caballo 2003).

4.1.1 THS e Fobia Social:

Existem diversos programas estruturados para o tratamento da fobia social (Caballo, Andrés & Bas,

2001; Heimberg et al, 1995; Odriozola & Irízar, 1999, Echeburúa, 1997). Um exemplo desses programas

nos quais o THS ocupa o lugar central é o proposto por Turner, Beidel e Cooley ( 1985, citado por

Caballo, 2003), que é baseado em quatro componentes: 1) Educativo: informar os participantes sobre a

natureza da ansiedade e dos temores sociais; 2) THS: ensina e/ou refina as habilidades sociais do

indivíduo e proporcionar prática das interações sociais; 3) Exposição: consiste em expor, ao vivo ou na

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imaginação o sujeito á situações ansiogênicas; 4) Prática programada: atividades de casa. Podemos

dividir em três partes os componentes do THS para fobia social:

1. Dar-se conta do ambiente social: ensina-se para o indivíduo quando, como e onde iniciar e

terminar as interações sociais.

2. Melhora das habilidades interpessoais: o indivíduo aprende os aspectos verbais e não-verbais

das relações sociais adequadas.

3. Melhora das habilidades para falar em público: ensina-se aos participantes os elementos

essenciais de falar em público, incluindo a construção do que há de dizer e sua apresentação.

Essas três partes abordam um conjunto específico de problemas comuns a maioria dos sujeitos

com fobia social (Turner e cols., 1994 citado por Caballo, 2003). Os temas incluídos no THS são os

seguintes:

• Iniciar conversações.

• Temas apropriados e manter conversações.

• Prestar atenção e lembrar. Mudança de temas.

• Estabelecer e manter amizades. Habilidades para telefonar.

• Interações heterossociais.

• Habilidades assertivas.

• Escolher um tema e desenvolvê-lo.

• Estratégias para evitar que o público se distraia e como começar uma palestra de forma

eficaz.

• Terminar uma palestra; forma e linguagem.

• Elementos não-verbais; discussões e conversas informais; participação em congressos,

jornadas etc.

O treinamento em habilidades sociais vem sendo empregado há muito tempo para remediar os

problemas de inadequação social, e atualmente é considerado uma opção adequada para tratar a fobia

social (Caballo,2003).

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4.1.2 Habilidade social de Falar em Público:

Uma dificuldade comum apontada pela literatura em pacientes com fobia social é a dificuldade com a

habilidade social de falar em público. Falar em público envolve uma situação de exposição considerada

bastante ansiogênica por pessoas com fobia social, muitas vezes a dificuldade nessa habilidade tem

impacto significativo na carreira das pessoas desde a faculdade até a vida profissional, impedindo um

crescimento e trazendo frustração. A maioria dos protocolos de tratamento para fobia social incluem o

desenvolvimento dessa habilidade como parte importante do tratamento. O uso do videofeedback para

desenvolver a habilidade de falar em público tem sido uma técnica cada vez mais pesquisada. Dessa

forma torna-se relevante para o presente estudo uma descrição detalhada dos componentes da habilidade

social de falar em público. Podemos destacar componentes cognitivos e comportamentais dessa

habilidade. Destacamos os fatores cognitivos apontados por Del Prette e DelPrette (1999):

conhecimentos prévios, expectativas, crenças, estratégias e habilidades de processamento. Essas varáveis

cognitivas influenciam a expressão ou não da habilidade e o desenvolvimento dessa habilidade passa por

modificar os fatores cognitivos individuais que na história de vida de cada um atrapalham. Para tal

utiliza-se no protocolo desenvolvido técnicas de reestruturação cognitiva, modificação de crenças e

exposição gradual. A autoconsciência componente cognitivo destacado por Falcone (1999) para a

habilidade assertiva também é importante para a habilidade social de falar em público, é relevante que o

indivíduo tenha consciência dos próprios desejos, pensamentos e sentimentos.

De acordo com Caballo (2003) e Encheburúa (1997) a habilidade de falar em público é composta por

alguns elementos comportamentais, podemos destacar:

1) Contato visual.

Para Echeburúa (1997) o contato visual é definido como olhar outra pessoa nos olhos ou, de maneira

mais geral, na parte superior do rosto. A troca de olhares significa que se estabeleceu contato visual com

a outra pessoa. Para o mesmo autor, os padrões de olhares podem significar: atitudes, uma vez que

pessoas que dirigem o olhar a outras são consideradas mais agradáveis, porém o olhar extremamente

fixo é considerado hostil; expressões de emoções, quando se sustenta mais o olhar intensifica algumas

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emoções como a raiva; e acompanhamento da fala, quando olhar é utilizado para sincronizar e/ou

acompanhar a fala.

2) A expressão facial.

Compreender as emoções é crucial para o bem-estar pessoal, para as relações íntimas e para ter êxito em

muitas profissões. Existe uma evidência de que o rosto é o principal sistema de sinais para mostrar as

emoções, além de ser uma área importante e complexa da comunicação não-verbal e a parte do corpo

que mais de perto se observa durante a interação.

A expressão facial representa vários papéis na interação social humana (Argyle 1969, citado por

Caballo, 2003):

1. Mostra o estado emocional de um indivíduo, embora ele possa tentar ocultá-lo.

2. Proporciona uma retroalimentação contínua sobre o que se compreende, se está surpresa, se está de

acordo etc., com relação ao que é dito.

3. Indica atitudes para com os outros.

4. Pode atuar como metacomunicação, modificando ou comentando o que é dito ou feito ao mesmo

tempo.

De acordo com Ekman e Frien (1975, citado por Caballo, 2003) e Echeburúa (1997), existem seis

principais expressões de emoções e três áreas do rosto responsáveis por sua manifestação. As seis

emoções são: alegria, surpresa, tristeza, medo, ira e nojo/desprezo; e as três regiões faciais: a

testa/sobrancelhas, olhos/pálpebras e a parte inferior do rosto. Essas expressões faciais da emoção são

universais e inatas. Não obstante, embora sejam biologicamente determinadas, há diferenças culturais

com relação à intensidade da expressão emocional e ao que provoca a emoção. Além disso, há

diferenças quanto às estratégias que as pessoas têm para tentar controlar a aparência de seus rostos em

situações sociais determinadas.

Alberti e Emmons (1977, citado por Caballo, 2003) assinalaram que as condutas hábeis requerem uma

expressão facial que esteja de acordo com a mensagem; por exemplo, se uma pessoa tem uma expressão

facial de medo ou de enfado enquanto tentar iniciar uma conversação com alguém é provável que não

tenha êxito.

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3) Orientação corporal.

Existem três principais posturas humanas: em pé; sentado, agachado ou ajoelhado; e deitado; que podem

ser subdivididas de acordo com o modo como se dá.

De acordo com Mehrabian (1972,citado por Caballo, 2003), a posição do corpo e dos membros, a forma

como a pessoa se senta, como está de pé e como anda, reflete suas atitudes e sentimentos sobre si mesma

e sua relação com os outros. Esse mesmo autor aponta quatro categorias posturais:

1. Aproximação: uma postura atenta comunicada por uma inclinação do corpo para diante;

2. Retirada: uma postura negativa, de recusa ou de repulsa, comunicada retrocedendo, jogando-se para

trás ou voltando-se para o outro lado;

3. Expansão: uma postura orgulhosa, arrogante ou de desprezo, comunicada pela expansão do peito, um

tronco ereto ou inclinado para trás, cabeça ereta e ombros elevados.

4. Contração: uma postura depressiva, cabisbaixa ou abatida, comunicada por um tronco inclinado para

frente, uma cabeça afundada, ombros caídos e um peito afundado.

Trower, Bryant e Argyle (1978,citado por Caballo, 2003), assinalam que as posições da postura servem

para comunicar diferentes características como:

1. Atitudes: uma série de posições da postura que reduzem a distância e aumentam a abertura em

relação ao outro são calorosas, amigáveis, íntimas, etc.

2. Emoções: a postura pode comunicar emoções específicas com as seguintes condutas: ombros

encolhidos, braços erguidos, mãos estendidas (indiferença); inclinação para diante, braços estendidos,

punhos apertados (ira); vários movimentos pélvicos, cruzar e descruzar as pernas (flertar, no caso das

mulheres).

3. Acompanhamento da fala: as mudanças importantes da postura são usadas para marcar amplas

unidades da fala, como nas mudanças de tema, para dar ênfase e para sinalizar o tomar ou ceder a

palavra.

Para Alberti e Emmons (1977, citado por Caballo, 2003), uma postura ativa e ereta, diretamente de

frente para a outra pessoa, acrescenta mais “assertividade” à mensagem.

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A orientação corporal refere-se ao grau que os ombros e as pernas de um indivíduo dirigem-se para, ou

desviam-se da pessoa com quem está se comunicando. O grau de orientação corporal assinala o status ou

o agrado para com a outra pessoa. Em geral, pode-se dizer que uma posição mais direta encontra-se

associada com uma atitude mais positiva. Uma orientação que é geralmente adequada para uma grande

quantidade de situações é a frontal modificada, na qual as pessoas que se comunicam encontram-se

ligeiramente angulados com relação a uma confrontação direta – de 10 a 30º. Essa posição sugere um

alto grau de envolvimento, livrando-se ocasionalmente do contato visual (Caballo, 2003; Echeburúa,

1997).

4) Gestos.

Para Echeburúa (1997), um gesto é uma ação que envia um estímulo visual a um observador. Para

chegar a ser um gesto, um ato tem de ser visto por outro e tem de comunicar alguma informação. Os

gestos são basicamente culturais.

A atividade verbal e a gestual podem relacionar-se de diversas maneiras. A gestual pode apoiar-se e

amplificar a verbal, ou pode contradizê-la, como quando alguém procura ocultar seus verdadeiros

sentimentos. Argyle (1969, citado por Caballo, 2003) destaca que, depois do rosto, as mãos são as partes

do corpo mais visíveis e expressivas, embora se preste muito menos atenção a elas do que ao rosto.

Ekman e Friesen (1975, citado por Caballo, 2003) assinalam que os movimentos da mão podem servir

como:

1. Emblemas: que são movimentos que podem ser substituídos normalmente por uma ou duas palavras

ou por uma frase.

2. Adaptadores: são movimentos aprendidos como parte dos próprios esforços adaptativos para

satisfazer necessidades corporais, ou para realizar ações corporais, ou para controlar e enfrentar as

emoções, ou para desenvolver ou manter contatos interpessoais prototípicos, ou para aprender atividades

instrumentais.

3. Ilustradores: são movimentos unidos diretamente com a fala; parecem ilustrar o que é dito

verbalmente.

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Trower (1980, citado por Caballo, 2003) concluiu, ao comparar um grupo de indivíduos hábeis com

outro que não o era, que o grupo hábil gesticulava durante 10% do tempo total, enquanto o outro não-

hábil o fazia durante 4%. Conger e Farrell (1981, citado por Caballo, 2003) concluíram que os gestos,

associados ao tempo de fala, ao olhar e aos sorrisos, estavam positivamente correlacionados com as

avaliações da habilidade social.

Já os movimentos de cabeça são muito visíveis, mas a quantidade de informação que podem transmitir é

limitada. Os assentimentos de cabeça têm um papel importante na interação: indicam concordância, boa

vontade para com o outro que fala e atuam como reforços de alguma conduta durante a interação.

A conduta de auto-contato ocorre quando tocamos nossos corpos. Essa conduta nos proporciona sinais

genuínos com relação a nosso estado de humor interno. As intimidades consigo podem ser definidas

como movimentos que procuram bem-estar, porque constituem atos mímicos inconscientes que

representam ser tocado por outro (Caballo, 2003).

5) Volume da Voz.

O volume tem como função básica fazer com que a mensagem chegue até um potencial ouvinte. Para

Caballo (2003) um volume baixo de voz pode indicar submissão ou tristeza, enquanto um alto volume

de voz pode indicar segurança, domínio, extroversão e/ou persuasão. O falar demasiadamente alto (que

sugere agressividade, ira ou rudeza) pode ter, também, conseqüências negativas – as pessoas poderiam ir

embora ou evitar encontros futuros. Um volume moderado geralmente indica agrado, atividade, alegria.

As mudanças no volume da voz são muito usadas numa conversação para enfatizar pontos. Uma voz que

varia pouco de volume não será interessante de escutar (Echeburúa, 1997).

6) Entonação.

A entonação serve para comunicar sentimentos e emoções. As pessoas são consideradas mais dinâmicas

e extrovertidas quando mudam a entonação das vozes várias vezes durante uma conversa. Para

Echeburúa (1997), em geral, uma entonação crescente é encarada positivamente (como alegria), uma

entonação decrescente, negativamente (como tristeza) e uma entonação linear, neutra. Muitas vezes a

entonação dada a palavra é mais importante que a mensagem verbal que se quer transmitir.

7) Fluência.

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Vacilações, falsos começos e repetições são bastante comuns nas conversações. Para Caballo (2003) e

Echeburúa (1997) as perturbações excessivas da fala podem causar uma impressão de insegurança,

incompetência, pouco interesse ou ansiedade. Existem três tipos de perturbações na fala. Uma é a

presença de muitos períodos de silêncio (pausas sem recheio). Outro tipo é o emprego excessivo de

“palavras de recheio” durante as pausas, p. ex., “você sabe”, “bem”, ou sons como “hum” ou “ah”. As

expressões com muitas pausas recheadas (“ahs” e “ehs”) provocam percepções de ansiedade ou de

enfado. O terceiro inclui repetições, gaguejos, erros de pronúncia, omissões e palavras sem sentido.

8) Velocidade.

Knapp (1982, citado por Caballo, 2003) assinala que a velocidade normal da fala é de 125 a 190 palavras

por minuto, e que a compreensão começa a diminuir quando a velocidade se encontra entre 275 e 300

palavras por minuto.

Falar lentamente pode deixar impaciente e aborrecido quem escuta, e por outro lado, falar rapidamente

gera dificuldades para entender o conteúdo (Echeburúa, 1997).

9) Clareza.

Algumas pessoas balbuciam as palavras, arrastam-nas, pronunciam mal ou falam aos borbotões, ou têm

um sotaque excessivo. Esses padrões da fala podem ser desagradáveis para o ouvinte (Caballo, 2003).

10) Conteúdo.

Como a fala serve para muitos propósitos, como comunicar idéias, descrever sentimentos, persuadir e

argumentar, as palavras empregadas sempre dependeram da situação em que a pessoa se encontre, seu

papel nessa situação e o que pretende seguir. O conteúdo da fala pode ser íntimo ou impessoal, simples

ou complexo, informal ou técnico (Echeburúa, 1997).

11) Aparência do palestrante.

A aparência pessoal refere-se ao aspecto exterior da pessoa. As roupas e os adornos representam um

papel importante na impressão que os demais formam do indivíduo. De acordo com Argyle (1969,

citado por Caballo, 2003), a principal finalidade da manipulação da aparência é a auto-apresentação, que

indica como vê a si mesmo o que assim se apresenta e como gostaria de ser tratado. Os componentes nos

quais se baseiam o atrativo e as percepções do outro são as roupas, o físico, o rosto, o cabelo e as mãos.

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A aparência é preparada com mais ou menos cuidado e tem um grande efeito sobre as percepções e

reações dos outros. A apresentação de uma imagem própria aos demais é uma parte essencial da conduta

social, mas deve ser feita de modo adequado.

Esses componentes constituintes da habilidade de falar em público foram utilizados na pesquisa como

base para desenvolver os instrumentos de avaliação para a sessão de videofeedbeck da habilidade social

de falar em público.

5 Teatro do Oprimido:

“O teatro nasce quando o ser humano descobre que pode observar-se a si mesmo: ver-se em ação.

Descobre que pode ver-se no ato de ver-ver-se em situação.” (Boal, 1996 p 27). Para Boal (1996) o

teatro ou teatralidade é uma propriedade humana, todo ser humano pode se ver em ação, pode se auto-

observar. O ator e espectador, em um primeiro momento, são a mesma pessoa, quando existe uma

separação entre atores e espectadores, ou seja, uns se especializam em atuar e outros em observar,

nascem as formas teatrais, os teatros, a profissão de ator. Para Boal “o teatro é uma atividade vocacional

de todos os seres humanos” (1996, p 28). O Teatro do Oprimido tem por objetivo resgatar essa vocação,

democratizando o teatro, transformando-o em um instrumento para a modificação social e interpessoal.

Existem três vertentes principais do teatro do Oprimido: educativa, social e terapêutica.

O Teatro do Oprimido foi criado por Augusto Boal, na década de 60, com o objetivo de desenvolver em

todos a capacidade de se expressar através do teatro, de transformar o espectador em agente da ação

dramática (Boal, 1998). O Teatro do Oprimido é um conjunto de técnicas, exercícios e jogos teatrais,

organizados em diferentes modalidades, que tem como principal objetivo colocar o teatro a serviço da

transformação social (Nunes, 2001). É uma metodologia transformadora que propõe o diálogo como

meio de refletir e buscar alternativas para conflitos interpessoais e sociais.

O processo do Teatro do Oprimido, além de democratizar o teatro, serve como uma forma de incluir o

indivíduo na sociedade, trabalhando com grupos de minorias, estabelece uma comunicação direta e ativa

entre espectadores e atores, gerando um diálogo na sociedade fazendo com que os indivíduos

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desenvolvam sua autoconsciência, lembrando que no Teatro do Oprimido não há espectadores, e sim

observadores ativos. (Dall”Orto, 2008)

Boal (2005) propõe a analogia com uma árvore para explicar o que é o Teatro do Oprimido. Destaca no

solo, onde nasceu o TO, a importância da ética, política, história e filosofia, seguido pela estética do

oprimido como o início do tronco. O conceito de estética do oprimido descrito por Boal (2005) se refere

a busca por desenvolver em quem o pratica, a capacidade de perceber o mundo através de todas as

formas de arte, destaca a palavra (escrever poemas e narrativas); o som (invenção de instrumentos e

novos sons) e a imagem (pintura, escultura, fotografia). O tronco da árvore contêm os jogos, que como

na sociedade tem regras: as regras ou leis são necessárias, porém assim como no jogo, necessitam de

liberdade criativa. Ainda no tronco do TO tem o Teatro imagem e o Teatro fórum, seguido pelos galhos

e folhas: Teatro Jornal, Teatro invisível, Teatro Legislativo e Arco-Íris do Desejo. Os frutos da árvore

que caem no solo são a multiplicação (quem o pratica deve multiplicar seu uso), a solidariedade

(conhecer não apenas as próprias opressões, mas as opressões alheias).

Teatro Imagem

Técnica teatral que transforma questões, problemas e sentimentos em imagens concretas. A partir da

leitura da linguagem corporal, busca-se a compreensão dos fatos. Dispensa-se o uso da palavra para usar

outras formas perceptivas.

Teatro Jornal

Conjunto de doze técnicas de transformação de textos jornalísticos em cenas teatrais. Criada em 1971,

no Teatro de Arena de São Paulo, esta técnica foi muito usada na época da ditadura militar brasileira

para revelar informações distorcidas pelos jornais da época, todos sob censura oficial.

Teatro Invisível

Teatralização de uma cena do cotidiano apresentada no local onde realmente poderia acontecer, sem que

se identifique como evento teatral. Desta forma, os espectadores são reais participantes, reagindo e

opinando espontaneamente à discussão provocada pela encenação.

Teatro Legislativo

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É um conjunto de procedimentos que misturam o teatro-fórum e os rituais convencionais de uma

Câmara ou Assembléia, com objetivo de chegar à formulação de projetos de leis coerentes e viáveis.

Teatro-Fórum:

Essa é uma das modalidades desenvolvidas por Boal mais praticada no mundo todo. O fórum é um

debate através da cena (Nunes, 2001). A característica principal do teatro fórum é a relação com a

platéia, chamada por Boal (2005) de “spect-atores”, uma vez que o espectador também é ator. A platéia

é convidada a participar da peça, entrando em cena para atuar, não apenas usando a palavra, mas

teatralmente revelar seus pensamentos, desejos e propostas de solução para o conflito apresentado.

No teatro fórum monta-se uma cena baseada em conflitos reais experienciados pelo grupo e que se

deseje modificar, cada pessoa é convidada a contar situações de conflito em que se sentiu oprimida, o

grupo então escolhe uma história contada ou uma combinação das histórias contadas que melhor

represente as opressões do grupo. Com base nessa escolha se monta a cena de teatro fórum, em que o

conflito não se resolve, a cena apresenta o problema sem a solução, apenas o conflito entre opressor e

oprimido. A cena é passada para a platéia uma vez dessa forma, em seguida o coringa pergunta se

alguém da platéia imagina outra forma de agir para o oprimido, uma alternativa para a ação do oprimido

na cena e convida a pessoa para entrar em cena no lugar do oprimido e atuar sua alternativa, em seguida

o grupo é convidado a debater a solução apresentada. Esse mecanismo se repete até que várias soluções

apresentadas pela platéia sejam encenadas. O coringa é o facilitador do TO, um especialista na

metodologia capaz de coordenar e dirigir grupos de TO e mediar o diálogo entre o elenco e a platéia nas

sessões de teatro fórum.

O personagem oprimido é o porta-voz das dificuldades do grupo, ele quer algo e não consegue devido a

ação de outros personagens (opressores). Podem ter um ou mais aliados do protagonista e um ou mais

antagonistas. Após várias intervenções realizadas na cena com a proposta de diferentes alternativas é

importante que o coringa estimule a participação da platéia no debate das alternativas propostas, a

ativação do espectador para que se torne além do que observa o que age (Nunes, 2001).

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Para Nunes (2001) algumas observações são pertinentes ao desenvolvimento do teatro fórum, a autora

destaca que a primeira modificação ocorre no relato de cada um de suas opressões que leva a construção

de uma identidade de grupo, uma história individual passa a ser coletiva para se propor algum tipo de

ação. Também é importante desenvolver a autoconsciência dos personagens e do grupo sobre as

opressões relatadas e encenadas, o grupo deve se perguntar e responder: O que quer em relação às

queixas compartilhadas? O que atrapalha a conseguir o que quer? e Quais são as saídas? É sempre

importante que existam saídas para as situações apresentadas, mesmo que sejam difíceis de identificar e

executar, devem ser sempre procuradas. O objetivo do fórum é propor a ação, ver alternativas de

solução: passa-se em situações em que algo pode ser feito. “O Teatro do Oprimido, em todas as suas

formas, busca sempre a transformação” (Boal, 2005 p 19)

Arco-Íris do Desejo:

É a vertente terapêutica do teatro do Oprimido, usa todas as formas do TO com objetivo terapêutico.

Para Boal (1996), no arco-íres do desejo todas as intervenções “tentam ajudar a analisar-lhe as cores

para recombiná-las noutras proporções, noutras formas, noutros quadros que se desejam” (Boal, 1996, p

29). Pode ser definido como um conjunto de técnicas terapêuticas e teatrais, adequadas para a análise de

questões interpessoais e/ou individuais. Para Boal (1996) um procedimento é terapêutico quando permite

ao paciente ter escolha, ou seja, o estimula na escolha de uma alternativa á situação na qual se encontra.

O processo teatral de trazer para o presente uma situação já vivida, oferece em si mesmo, uma

alternativa, ao permitir que o protagonista veja a si mesmo, o próprio desejo de mostrar o obriga a ver.

Nas psicoterapias teatrais não é apenas a entrada do corpo em cena o importante e sim o efeito da

atuação sobre a consciência do protagonista, que, em cena torna-se sujeito e objeto, consciente de si

mesmo e de sua ação, além de ser um espaço livre para testar alternativas, um ensaio de situações e

soluções. Para Boal (1996, 2005) existe uma mecanização no cotidiano em que prestamos mais atenção

a outras pessoas e coisas, na atuação nos voltamos para nós mesmos e podemos ficar mais conscientes

das mecanizações, ou padrões de comportamento que seguimos. Afirma que:

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“Ao desenvolver sempre os mesmos movimentos, cada pessoa mecaniza seu corpo para melhor executá-

los, privando-se de possíveis alternativas para cada situação original (...). O ator também tem suas ações

mecanizadas (...) e é necessário começar pela desmecanização física e intelectual para torná-lo capaz de

assumir outras possibilidades” (Boal, 1998, p 61).

Novamente a prática do teatro fórum aparece, agora com um foco maior nos conflitos individuais e

interpessoais e não tanto em questões sociais. O espectador que entra em cena substituindo o

protagonista converte-se imediatamente em protagonista, mostra sua alternativa, vivencia sua execução

na atuação e observa seus efeitos e consequências, reflete sobre novas técnicas e estratégias e aumenta

sua percepção de sentimentos e pensamentos. Identifica o que deseja, o que o impede e quais as saídas.

Outro aspecto terapêutico relevante apontado por Boal (1996) no teatro fórum usado no arco-íris do

desejo é a empatia. O grupo que observa não funciona como no teatro tradicional, apenas um

observador, mas também se permite penetrar na experiência vivida pelo protagonista, viajando para o

interior desse protagonista, sentindo suas emoções e reconhecendo seus pontos de vista, suas

perspectivas, podendo se identificar com o protagonista e compreendê-lo.

“O teatro é essa psique onde podemos ver nossa psique (o teatro é um espelho onde se reflete a natureza,

diz Shakespeare). E o Teatro do Oprimido é um espelho onde podemos penetrar e modificar nossa

imagem.” (Boal, 1996,p42)

Teatro do Oprimido e a Terapia Cognitivo-Comportamental:

Não foi encontrada na revisão da literatura realizada para esta pesquisa material sobre a combinação do

teatro do oprimido e a terapia cognitivo-comportamental. A idéia da combinação desse teatro com a

TCC surgiu da experiência pessoal da autora como terapeuta cognitivo-comportamental e por trabalhos

realizados com a metodologia do teatro do oprimido.

Para o modelo cognitivo-comportamental a forma como interpretamos uma situação, ou seja, nossos

pensamentos a respeito de uma situação influenciam nossos sentimentos e comportamentos. A nossa

forma de pensar é influenciada por nossas experiências de vida, como aprendemos a ver o mundo, os

outros e nós mesmos. Muitas vezes não vemos todas as alternativas possíveis de interpretação de uma

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situação, e podemos estar distorcendo, com base em experiências anteriores, a situação. Uma das

principais intervenções dessa terapia é a reestruturação cognitiva, que consiste em questionar nossos

pensamentos buscando alternativas mais realistas de avaliação das situações vividas. O foco da terapia é

no aqui-e-agora, isto é no presente. O passado e o futuro são vistos como sendo constantemente filtrados

através do momento presente. No teatro, podemos trazer eventos passados para o presente, tendo o foco

também no aqui e agora. No teatro fórum exploram-se alternativas para uma situação problema,

questionado e propondo diferentes formas de solução para um mesmo problema, questionando

constantemente e refletindo sobre as alternativas apresentadas. Dessa forma, um problema é dramatizado

(possibilitando algum grau de exposição) e todos podem participar buscando uma solução (solução de

problemas e reestruturação cognitiva). Esse método possibilita um trabalho mais dinâmico, uma vez que

teatro é ação. Além de desenvolver a autoconsciência e empatia conforme citado anteriormente.

Além do teatro fórum, os jogos propostos por Boal (1998) para a desmecanização física e intelectual têm

muito em comum com os objetivos da TCC no tratamento da fobia social. No modelo proposto por

Clark e Wells (1995), além da característica principal da fobia social ser o medo da avaliação negativa

dos outros, os principais fatores de manutenção são: (1) a atenção autofocada e a construção de uma

impressão de si mesmo como objeto social (autoprocessamento); (2) a influencia dos comportamentos

de segurança na manutenção das crenças negativas e de ansiedade; (3) o efeito do comportamento dos

fóbicos sociais sobre o comportamento das outras pessoas e (4) os processamentos antecipatórios e pós-

evento. Todos esses elementos poder ser trabalhados através de jogos e exercícios propostos por Boal

(1998), principalmente os adaptando aos objetivos terapêuticos da TCC. Esses jogos e exercícios

propostos por Boal (1998) tem na experimentação um dos principais instrumentos do teatro, buscando

desenvolver um ambiente livre de preconceitos e julgamentos que permita a ampliação do mundo

pessoal de cada um para experimentação de novas formas de comportamento, sentimento e pensamento.

Boal (1998) usa o termo exercício para designar todo movimento físico, muscular, respiratório, motor,

vocal que permita um melhor conhecimento de seu corpo. O exercício é uma reflexão física sobre si

mesmo. Os jogos tratam da expressividade dos corpos como receptores e emissores de mensagens,

incluindo pensamentos, sentimentos e comportamentos. O objetivo dos jogos e exercícios é a

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desmecanização física e intelectual de quem o pratica, procurando uma liberdade de pensar agir e se

comportar que se expresse através do corpo e das atitudes. Permitindo trabalhar com o fóbico social a

preocupação com a avaliação e julgamento negativo do outro.

“Os jogos teatrais preparam para uma atuação que une a experimentação e a técnica, libertando o

indivíduo para um comportamento fluente no palco, livrando-o da preocupação dos julgamentos e das

aprovações, e reconhecendo a platéia como membro participante da experiência, sem deixar se

influenciar por ela.” (Spolin, 1998, citado por Garcia, 2005, p 42)

Adaptar as técnicas dessa metodologia ao tratamento cognitivo-comportamental em grupo para fobia

Social permite trabalhar de forma criativa os principais processos descritos no modelo cognitivo: a

reestruturação cognitiva, a exposição ao vivo, o treino em habilidades sociais, o treino em solução de

problemas e desenvolver os processo grupais (coesão, altruísmo, esperança, universalidade); além de

acrescentar a possibilidade de se trabalhar o repertório não verbal dos pacientes, complementando o

tratamento.

O protocolo de tratamento cognitivo-comportamental em grupo desenvolvido para essa pesquisa adaptou

os jogos e exercícios do teatro do oprimido para trabalhar a reestruturação cognitiva, reestruturação de

crenças centrais, modelo cognitivo da fobia social, exposição, processos grupais (coesão, altruísmo,

esperança, universalidade) e treinamento em habilidades sociais. Ao final do tratamento cada grupo

montou uma peça de teatro fórum e apresentou a uma platéia aleatória (convidada no dia da

apresentação no campus da universidade).

6 VÍDEO COMO FEEDBACK

No início da década de 70, muitos artigos de pesquisa e de casos clínicos surgiram atestando os efeitos

positivos do vídeo em psicoterapia (Heilveil, 1984). Desde essa época vem se aprimorando a pesquisa

nessa área. A literatura crescente sugere que, quando o vídeo é usado como uma técnica complementar

ao tratamento, os clientes tendem a aumentar a produção de comportamentos desejados e tendem a

aprender novas estratégias de enfrentamento com rapidez maior do que somente com a psicoterapia.

Excluído: ansiedade social

Excluído: 5

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O vídeo como feedback tem sido criativamente empregado no tratamento de uma grande diversidade de

problemas, incluindo problemas comportamentais, hiperatividade, baixa auto-estima, alcoolismo, vício

de drogas, depressão, ansiedade, disfunções sexuais e anorexia Nesse tipo de trabalho o paciente é

levado a considerar seus modos habituais de responder em determinadas situações, o que lhe confere a

oportunidade de modificar voluntariamente esses comportamentos. O vídeo é um poderoso auxiliar no

processo de aprendizagem que pode atuar maximizando os efeitos positivos da terapia, economizando

tempo, (Heilveil, 1984).

Indivíduos com fobia social tendem a subestimar seu desempenho em situações sociais, alguns modelos

propostos para fobia social têm pontuado a importância da diferença entre a imagem/desempenho que o

indivíduo gostaria de representar e a imagem/desempenho que ele se sente capaz de representar diante

da ansiedade, (Alden, Bieling & Wallace, 1994; Clark & Wells, 1995).

Rapee e Hayman (1996) propõeem que indivíduos com fobia social subestimam seu desempenho na

maioria das situações sociais porque utilizam os sinais internos como indicadores para sua auto-

avaliação, uma vez que os sinais internos na situação de ansiedade estão fortemente ativados, cria-se

uma representação mental negativa do desempenho.

O vídeofeedback vem sendo uma técnica utilizada para a modificação da auto percepção negativa do

desempenho que ocorre em indivíduos com fobia social. Um estudo realizado por Rapee e Hayman

(1996) procurou avaliar o efeito do videofeedback na modificação da auto percepção negativa que ocorre

em indivíduos com fobia social apresentando e analisando o resultado de três estudos resumidos a

seguir:

Estudo 1:

S. tem 15 anos, branco, gênero masculino, estudante, procurou atendimento para “ansiedade de

desempenho”, recebendo o diagnostico de fobia social. Principal queixa: extrema ansiedade ao tocar

guitarra em público e comportamento de evitação dessa situação, alem de evitar falar com o gênero

oposto, se juntar a um grupo durante uma conversa e dificuldade em dizer não. Ele reportou nunca ter se

visto em vídeo.

Formatado: Sem sublinhado

Excluído: ansiedade social

Excluído: ansiedade social

Excluído: ansiedade social

Excluído: ansiedade social

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S. foi instruído a tocar diante de 7 pessoas e seu desempenho foi filmado nessa situação. Imediatamente

após o fim da exposição S. mensurou a qualidade de seu desempenho, de acordo com cinco escalas que

mediam habilidades especificas e globais, pontuadas de 5 (desempenho muito pobre) até 27 (excelente

desempenho). Após o preenchimento, ele foi levado a uma sala na qual se viu através do vídeo, e após

isso, preencheu novamente as mesmas escalas. Onde antes ele havia marcado 8 pontos, após o vídeo,

marcou 15, 5, enquanto que o auditório que também respondeu às escalas, marcou 19,4.

Estudo 2:

Este estudo foi realizado com um grupo de 62 estudantes de psicologia, os estudantes foram convidados

através de cartazes recrutando voluntários para participar de um estudo sobre o desempenho ao falar em

público. Participaram nove homens e cinqüenta e três mulheres com idade média de 22 e 8 anos. A

tarefa proposta consistia em apresentar um discurso enquanto filmados. Tratava-se de 2 minutos de

preparação e 3 minutos discursando sobre qualquer tópico. Os participantes foram instruídos a olhar para

o experimentador e não para a câmera de vídeo. O experimentador foi instruído a manter uma postura

interessada. Como instrumento de avaliação foi utilizada uma escala de avaliação de desempenho ao

falar em publico e medidas de avaliação de ansiedade. Os participantes, após a exposição, foram

solicitados a avaliar como sentiam que haviam realmente se desempenhado, em seguida assistiram ao

vídeo e avaliaram como tinham se visto no vídeo. Dois pesquisadores funcionaram como observadores

neutros. Sua tarefa consistia em avaliar o desempenho dos participantes através dos mesmos

instrumentos de avaliação preenchidos pelos sujeitos da pesquisa.

Os resultados desse estudo indicaram que o uso do videofeedback permite ao sujeito adotar uma

perspectiva de observador externo de si mesmo, fazendo uma avaliação mais positiva de seu

desempenho após se ver em vídeo, mais consistente com a avaliação dos observadores externos.

Estudo 3:

Esse estudo foi realizado com 40 estudantes universitários convidados a participar através de cartazes

que recrutavam voluntários interessados em superar o medo de falar em público. Os participantes foram

divididos aleatoriamente e alocados em dois grupos: um grupo com vídeofeedback (VF) e um grupo

controle sem videofeedback (SVF), completaram escalas de avaliação de desempenho em público e

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ansiedade. Os sujeitos foram instruídos a apresentar um discurso enquanto filmados. Tratava-se de 2

minutos de preparação e 3 minutos discursando sobre qualquer tópico. Foram instruídos a olhar para o

experimentador e não para a câmera de vídeo. O pesquisador foi instruído a manter uma postura

interessada. Após o primeiro discurso os dois grupos realizaram uma avaliação do desempenho. Em

seguida o grupo VF assistiu ao vídeo, e preencheu novamente a avaliação, enquanto que o grupo SVF

aguardou 3 minutos e preencheu a 2ª avaliação com base no que se lembrava. Os participantes

aguardaram 10 minutos para realizar um segundo discurso, de 3 minutos, sobre outro tema, também

tiveram dois minutos para se preparar. Ao final preencheram novamente uma avaliação. Dois

pesquisadores funcionaram como observadores neutros, não foram informados da divisão dos grupos.

Sua tarefa consistia em avaliar o desempenho dos participantes através dos mesmos instrumentos de

avaliação preenchidos pelos sujeitos da pesquisa.

Os resultados encontrados indicaram que o grupo com videofeedback avaliou seu desempenho de

maneira mais consistente, como a dos observadores externos, em comparação ao grupo sem

videofeedback. O grupo com videofeedback também fez uma avaliação mais positiva de seu desempenho

após o 2º discurso, em comparação ao grupo sem videofeedback. Como já foi descrito, em uma situação

social, os fóbicos sociais formam uma representação mental de seu desempenho baseado em uma

avaliação dos sintomas internos que funcionam reforçando seus pensamentos e percepções. Ao observar

o desempenho no vídeo, a representação mental pode vir a ser alterada. O resultado encontrado nessa

pesquisa em que a representação modificada continua em um segundo discurso feito 10 minutos após,

sugere que, de algum modo, a informação fica integrada na memória.

O estudo 3, especificamente, não demonstrou que a ansiedade foi significantemente afetada pelo

videofeedback, uma vez que ocorreu em ambos os grupos no 2º discurso. Esse resultado talvez reflita um

processo de habituação.

Os autores desse estudo Rappe e Hayman (1996) encerram o artigo concluindo que o uso do

vídeofeedback funciona melhorando o autoprocessamento e atenção auto focada de pacientes ansiosos

sociais. Como o vídeofeedback foi a única intervenção utilizada, os autores recomendam a realização de

novos estudos que investiguem os efeitos da redução de ansiedade alcançada através do vídeofeedback,

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ao se combinar essa técnica com outras formas de feedback, como o realizado pelo terapeuta, por grupos

ou por outras pessoas significantes.

De acordo com Clark e Wells (1995), o vídeofeedback pode ser útil no tratamento da fobia social, já que

aqueles que sofrem deste transtorno superestimam sua ansiedade em decorrência de uma percepção

distorcida sobre eles mesmos. Outros estudos chamam atenção para o fato de que as pessoas que ficam

ansiosas ao terem que discursar ou falar em público, diagnosticadas ou não com o quadro de fobia

social, tendem a subestimar seu desempenho em comparação às avaliações feitas por observadores

(Rapee & Hayman, 1996; Hofmann, 2004; Harvey 2000). Em ambos os modelos, as impressões

distorcidas estão fortemente ligadas aos sintomas ansiosos cognitivos, somáticos e comportamentais,

sendo assim, se o vídeofeedback pode apontar informações corretas e reais, por extensão, deverá

diminuir os sintomas ansiosos citados.

Clark e Wells (1995) observaram que durante o videofeedback indivíduos com fobia social tendem a

lembrar de imagens de como estavam se sentindo na situação social e essas imagens diferem das

imagens no vídeo, levando a um estado de confusão. Eles então propuseram a realização de um preparo

cognitivo anterior ao videofeedback com o objetivo de maximizar os efeitos da técnica. O preparo

cognitivo proposto pelos autores tem três etapas:

1) Propor ao paciente refletir sobre cada detalhe do conteúdo que aparecerá no vídeo.

2) Formar uma imagem do desempenho.

3) Instruir os pacientes a assistirem ao vídeo como se estivessem vendo uma outra pessoa.

De acordo com esse modelo Harvey (2000) realizou uma pesquisa comparando os resultados de um

grupo que recebeu o preparo cognitivo com um grupo sem preparo cognitivo. Os participantes que

receberam o preparo cognitivo anterior ao vídeo fizeram avaliações significantemente mais positivas

sobre seu desempenho do que aqueles que só receberam o vídeo. No entanto, ele pontuou a importância

da estabelecer a generalização, pedindo aos participantes que fizessem uma segunda apresentação. Essa

foi uma limitação de seu estudo que ficou como sugestão para estudos futuros. Kim, Lundh e Harvey

(2002), realizaram um estudo com o propósito de replicar o achado de Harvey (2000), bem como

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demonstrar o efeito de generalização a partir de uma segunda apresentação. Para a realização da

pesquisa foram selecionados 40 participantes diagnosticados com fobia social, divididos aleatoriamente

em dois grupos: Grupo com preparo cognitivo (n=20) e Grupo sem preparo cognitivo (n=20) A pesquisa

utilizou escalas de avaliação para ansiedade, perfeccionismo, falar em público, fobia social e depressão.

Os participantes foram instruídos a apresentar um discurso de 3 minutos de duração ao experimentador e

a câmera. Além disso, dois psicólogos avaliaram seu desempenho durante o discurso. O tema era de

livre escolha e os participantes tiveram 3 minutos para se preparar, não podendo fazer lembretes. Após o

discurso eles preencheram as escalas de avaliação.

O grupo do preparo cognitivo recebeu as seguintes instruções:

1. Perguntava-se aos participantes para onde estava voltado o foco da atenção durante a

apresentação, e se tal comportamento era típico em situações similares. Após uma reflexão,

questionava-se como eles imaginavam que a atenção poderia afetar a memória sobre a situação.

Se eles afirmavam não haver relação, perguntava-se então qual era a diferença. Levou de 2-3

minutos.

2. Os participantes deveriam dizer detalhadamente como acreditavam ter se saído no vídeo. Por

exemplo, se avaliavam “maçante” como 9, pedia-se que identificassem sinais ou indicações dos

momentos maçantes.

3. Foi feita uma “exposição” imaginaria para que formassem uma imagem clara de como se viram

durante a apresentação, e logo após deveriam avaliar de 0 a 10 o quão vivido foi à imaginação.

4. O experimentador discutiu a distinção entre como alguém se sente durante a apresentação e como

se parece, e foi solicitado aos participantes que percebessem como eles haviam se

desempenhado, e não como eles se sentiram.

Ambos os grupos assistiram às imagens de suas apresentações em vídeo e novamente preencheram as

escalas. Passados 30 minutos os grupos foram instruídos a realizar outro discurso nos mesmos moldes do

anterior, porém mudando o tema. Novamente preencheram as escalas de avaliação.

Excluído: ansiedade social

Excluído: ansiedade social

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Este estudo confirmou o de Harvey. (2000), indicando que o efeito do vídeofeedback é melhorado

quando há um preparo cognitivo, e complementou o estudo anterior ao demonstrar que o comportamento

é generalizado para avaliação de uma segunda apresentação, e tal efeito tende a ser mais forte. Um

aspecto importante destacado pelo estudo, aqueles que só receberam o vídeofeedback mostraram uma

tendência a avaliar negativamente o segundo discurso.

Um estudo que não encontrou resultados comprovando a eficácia do videofeedback foi o realizado por

Smits, Powers, Buxkamper e Telch (2005). Os autores tentaram avaliar a eficácia do uso de duas formas

de videofeedback em associação ao tratamento de exposição ao vivo para fobia social. O estudo ocorreu

com 77 pacientes diagnosticados com fobia social. Os pacientes foram aleatoriamente distribuídos em

quatro grupos: a) grupo placebo; b) exposição ao vivo sem videofeedback; c) exposição ao vivo com

videofeedback e d) exposição com feedback de outras pessoas (platéia). Os resultados encontrados

indicaram que o videofeedback não aumentou a eficácia do tratamento de exposição ao vivo. Esse

resultado vai de encontro ao resultado encontrado em outro estudo realizado por Roudebaug (2004), nos

mesmos moldes, porém comparando apenas dois grupos: a) exposição com videofeedback e b) exposição

sem videofeedback. Ambos os estudos realizaram preparo cognitivo antes do videofeedback, conforme

indicado na literatura. Esses dois estudos levantam duas hipóteses para os dados encontrados:

1) as técnicas de videofeedback ajudam a reestruturar uma imagem distorcida que os pacientes com

fobia social tendem a ter, porém não muda diretamente a idéia de que o desempenho precisa ser

perfeito, ou seja, não diminui o grau de exigência e a preocupação com o desempenho.

2) Na literatura existe um consenso de que terapias baseadas em exposição ao vivo têm um

resultado efetivo para fobia social e ainda não está claro se as terapias com intervenções

cognitivas produzem resultados mais efetivos.

Atualmente a literatura apresenta estudos com resultados controversos em relação à eficácia do uso de

técnicas de videofeedback no tratamento de pacientes com fobia social. Porém, existem mais estudos

apontando o uso do videofeedback como efetivo do que o inverso, principalmente se incluir um preparo

cognitivo como parte da técnica de videofeedback.

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Os estudos mais recentes dedicados ao tratamento da fobia social têm focado no desenvolvimento de

estratégias que tornem o tratamento mais eficaz, uma vez que a eficácia da terapia cognitivo-

comportamental para este transtorno está bem estabelecida na literatura. O desenvolvimento de novas

técnicas tem ocorrido a partir dos modelos psicossociais contemporâneos, focando nos processos

envolvidos na manutenção do transtorno. No modelo proposto por Clark e Wells (1995) os principais

fatores de manutenção são: (1) a atenção autofocada e a construção de uma impressão de si mesmo

como objeto social (autoprocessamento); (2) a influencia dos comportamentos de segurança na

manutenção das crenças negativas e de ansiedade; (3) o efeito do comportamento dos fóbicos sociais

sobre o comportamento das outras pessoas e (4) os processamentos antecipatórios e pós-evento. Com

base nesse modelo Clark, Ehlers, McManus, Hackmann, Fennell e Campbell (2003), propõe um

programa novo de tratamento cognitivo para fobia social, incluindo novas técnicas baseadas nos fatores

de manutenção, como técnicas de videofeedback , além de técnicas para mudança do autoprocessamento,

processamento pré e pós-evento e modificação de comportamentos de segurança. O resultado desse

estudo sugere que a inclusão dos novos procedimentos aumenta a eficácia da terapia cognitivo-

comportamental, porém esses resultados precisam ser confirmados em estudos comparando tratamentos

com e sem os novos procedimentos.

O vídeo como feedback é útil no treinamento das habilidades sociais, uma vez que o paciente é levado a

considerar seus modos habituais de responder em determinadas situações, o que lhe confere a

oportunidade de modificar voluntariamente esses comportamentos. O vídeo se torna assim um poderoso

auxiliar no processo de aprendizagem. Booraem e Flowers (conforme citado por Caballo, 2003) apontam

que a gravação, em gravador ou em vídeo, possa facilitar o treinamento do volume apropriado ao

proporcionar aos pacientes retroalimentação direta e imediata sobre seu volume de voz.

Aliar técnicas de vídeofeedback a técnicas de teatro do oprimido em um protocolo de tratamento

cognitivo comportamental em grupo para fobia social pode potencializar os efeitos do tratamento,

maximizando os ganhos e o tempo gasto em terapia.

Formatado: Normal,Justificado, Espaço Antes: 0pt, Depois de: 0 pt

Excluído: ansiedade social

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7. MÉTODO

7.1 Tipo de Estudo:

Experimental

7.2 Local do estudo:

Divisão de Psicologia Aplicada, Prof.ª Isabel Adrados - DPA da UFRJ no Campus da Praia Vermelha,

Avenida Pasteur, 250 – Pavilhão Nilton Campos. A DPA, vinculada ao Instituto de Psicologia da UFRJ,

oferece atendimento psicoterápico e avaliação neuropsicológica às comunidades interna e externa à

Universidade. Funciona de 2ª a 6ª feira das 08h00min às 20h00min, possui oito salas para atendimento

psicológico e disponibiliza uma sala para a realização de atendimentos em grupo.

7.3 Amostra:

Adultos entre 18 e 65 anos, de ambos os gêneros, que receberam o diagnóstico de fobia social de acordo

com os critérios diagnósticos do Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais DSM-IV-TR e

fizeram triagem na Divisão de Psicologia Aplicada da UFRJ.

7.4 Instrumentos:

7.4.1 CIS-R (Clinical Interview Schedule):

Foi criado por Goldemberg, Cooper, Eastwood e Kedwond em 1970, revisado por Lewis e Pelosi em

1990 e traduzido para o português por Botega em 1994. É uma entrevista estruturada usada para

diagnosticar transtornos psiquiátricos. È dividida em duas partes, a primeira investiga o estado

psiquiátrico geral através de 10 itens e a segunda avalia sintomas específicos em 12 itens. Na segunda

parte os fatores específicos investigam a presença de fadiga, falta de concentração, alteração do sono,

irritabilidade, preocupação com o funcionamento corporal, idéias depressivas, ansiedade, nível de

evitação de situações de ansiedade, presença de compulsões, presença de obsessões, elação e idéias de

referência. Cada parte tem um escore de 0 a 4 em que 0 corresponde à ausência de distúrbio psiquiátrico;

1- Distúrbio emocional subclínico leve; 2- Distúrbio emocional clinicamente significante leve; 3-

Distúrbio psiquiátrico moderado; e 4- distúrbio psiquiátrico grave.

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Formatado: Português

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Excluído: 6

Excluído: Divisão de Psicologia Aplicada da UFRJ no Campus da Praia Vermelha AV. Vencesláu Brás 71. A Divisão de Psicologia Aplicada da UFRJ é um espaço dedicado a realização de estágio e pesquisa na área de psicologia clinica . Funciona de 2ª a 6ª feira das 8:00 às 19:00hs, possui oito salas para atendimento psicológico e disponibiliza uma sala para a realização de atendimentos em grupo. Pretende-se utilizar a sala 8 duas vezes na semana, sempre 2ª e 6ª feira de 10:00 ás 12:00 e 13:30 ás 15:30.¶

Excluído: 6

Excluído: 6

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Excluído: em

Excluído:

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7.4.2 SCID-II Structured Clinical Interview for DSM-III Personality Disorders (Spitzer; Williams &

Gibbon,1987) Entrevista Clínica Estruturada para o DSM-III, versão para Transtornos da Personalidade

traduzida e validada para o português por Del Porto; Yamaguti; Lacks; Torres (1989):

É uma entrevista clínica, semi-estruturada para diagnóstico de transtornos de personalidade, segundo os

critérios do DSM-III-R, (APA, 1990).

7.4.3 Ficha de identificação:

É uma ficha de identificação criada pela autora que tem como objetivo coletar as seguintes informações:

nome; idade; endereço, telefone; estado civil; condição de trabalho; escolaridade; medicação utilizada,

tratamento psicológico, se usa álcool em situações sociais e se lembra de evento traumático precipitante

ao transtorno (anexo 3).

7.4.4 Critério Brasil:

O Critério Brasil tem como objetivo medir o poder aquisitivo do consumidor. Os critérios para

classificação social do País foram estabelecidos pela Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) e

ANEP (Associação Nacional das Empresas de Pesquisa de Mercado), com a participação da Associação

Brasileira dos Institutos de Pesquisa de Mercado (ABIPEME), com base nos Levantamentos

Socioeconômico de 1993 e 1997. A classificação socioeconômica do Brasil foi estratificada em cinco

classes (A1, A2, B1, B2, C, D e E), sendo que as duas de maior poder aquisitivo foram subdivididas. O

sistema de pontuação desse instrumento é baseado na posse de bens de consumo duráveis, instrução do

chefe da família e outros fatores, como a presença de empregados domésticos (anexo 4).

7.4.5 Inventário de Ansiedade e Fobia Social (SPAI) (Turner, Dancu, Beidel & Stanley, 1988).

Traduzido e validado no Brasil por Picon, (2006). Esse instrumento apresenta um total de 45 itens,

divididos em duas subescalas: fobia social: (1-32) e agorafobia (itens 33 a 45). Os itens avaliam

quantitativamente a gravidade dos sintomas de fobia social e agorafobia através de escala Likert de 7

pontos (0 = nunca; 1 = muito raramente;2 = raramente;3 = ás vezes;4 = freqüentemente;5 = muito

freqüentemente e 6 = sempre). A subescala de agorafobia auxilia na distinção de entre os diagnósticos de

fobia social e transtorno do pânico com agorafobia . A subescala de fobia social investiga também em

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Excluído: 6

Excluído: tempo de diagnóstico,

Excluído: do

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Excluído: que

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Excluído: ¶

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seus vários itens (9 a 25) a ansiedade presente em diversas situações, levando em consideração quatro

diferentes tipos de audiência avaliados por subitens: com estranhos, com figuras de autoridade, com

gênero oposto e com pessoas em geral. As subescalas são mensuradas separadamente. A subescala de

agorafobia pela adição aritmética de seus itens gera o escore total de agorafobia. Na subescala de fobia

social o escore total é calculado pela somo de cinco subescores. O escore máximo para essa subescala é

de 192 e o escore máximo para a subescala de agorafobia é de 78. O escore diferencial ou escore total de

avaliação da fobia social é obtido subtraindo o escore total de agorafobia do escore total de fobia social.

De acordo com Picon Gauer, Fachel e Manfro (2004), esse escore diferencial tem sido validado

empiricamente como uma medida pura de fobia social. È apontado como o mais preciso para a

discriminação entre casos e não casos de provável fobia social em estudos clínicos e não clínicos,

minimizando o número de falsos positivos ou negativos. De acordo com escore diferencial total

(utilizado nessa pesquisa) o individuo pode ser classificado em: improvável fobia social, possível fobia

social e provável fobia social. O ponto de corte discriminativo máximo é 80 para a identificação de

prováveis casos de fobia social. O SPAI foi validado traduzido e validado para o português apresentando

validade de face aceitável (Picon,2006). (anexo 5)

7.4.6 Inventário de Habilidades Sociais (IHS)

De autoria de Zilda P. Del Prette e Almir Del Prette (2001). Os dados desse instrumento foram

submetidos à validade e confiabilidade através da consistência interna pelo alpha de Cronbach e

estrutura fatorial. Foi validado inicialmente junto à população universitária (grupo amostral de 472

respondentes, idade entre 17 e 25 anos). Esse método, porém, já tem sido utilizado na avaliação do

desempenho social de adultos com formação no ensino médio e superior. É um instrumento de auto-

relato que confere o repertório de habilidades sociais requerido usualmente numa amostra de situações

interpessoais cotidianas. (anexo 6)

7.4.7 Inventário Beck de Ansiedade (Beck; Epstein; Brown & Steer, 1988).

É uma escala sintomática, composta por 21 itens, destinada a medir a gravidade dos sintomas de

ansiedade, que foi validada para o Brasil por Cunha (2001). A pontuação total é resultado da soma da

Formatado: Fonte: 12 pt

Excluído: 6

Excluído: 6.4.7

Excluído: 6

Excluído:

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pontuação em cada item. Pontuação entre 0 e 10 corresponde a mínimo de ansiedade; entre 11 e 19,

ansiedade leve; entre 20 e 30, ansiedade moderada e entre 31 e 63, ansiedade grave. (anexo 7)

7.4.8 Inventário Beck de Depressão (Beck; Ward.; Mendelson, Mock & Erbaugh, 1961).

É destinado a medir a intensidade da depressão, a partir do escore resultante da soma do total de pontos.

Assim como o BAI, também foi validado no Brasil por Cunha (2001). È composto por 21 afirmações.

No escore total pontuação entre 1 e 10 correspondem a oscilações consideradas normais; entre 11 e 16,

leve transtorno do humor; entre 17 e 20, limite para depressão clínica; entre 21 e 30, depressão

moderada; entre 31 e 40, depressão severa e acima de 40, depressão extrema. (anexo 8)

7.4.9 Escala de Fobia Social (Liebowitz,1987)

É uma escala para avaliar a gravidade da fobia social, não foi validada para o Brasil. Essa escala é

indicada no manual de tratamento para fobia social desenvolvido por Echeburúa (1997). A escala é

composta de 24 itens que pontuam em duas categorias: medo/ansiedade e evitação. É uma escala tipo

Likert de 0 a 3, na categoria ansiedade 0 = nenhum; 1 = pouco; 2 = moderado e 3 = profundo e na

categoria evitação 0 = nunca; 1 = ocasionalmente; 2 = freqüentemente e 3 = geralmente. A escala varia

de 0 a 144 e subdivide-se em três categorias: leve (abaixo de 51), moderada (entre 52 e 81) e grave

(acima ou igual a 82). (anexo 9)

7.4.10 Escala de Medo e Avaliação Negativa (FNE), (Watson & Friend, 1969).

É uma escala para avaliar o componente cognitivo da fobia social, não foi validada para o Brasil. Essa

escala é indicada no manual de tratamento para fobia social desenvolvido por Echeburúa (1997). Mede o

grau de temor que as pessoas sentem diante da possibilidade de serem julgadas negativamente pelos

demais. A escala é composta por 30 itens do tipo dicotômico (verdadeiro ou falso), variando de 0 a 30. O

ponto de corte proposto é de 24 para diferenciar pessoas sem problemas e pessoas acometidas por fobia

social. Na população americana esse instrumento foi validado em amostra de estudantes universitários e

considerado muito útil (Watson & Friend, 1969) (anexo 10)

7.4.11 Escala de Auto-Estima, (Rosenberg, 1965).

Formatado: Fonte: 12 pt

Formatado: Fonte: 12 pt

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Excluído: 6

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Este instrumento tem o objetivo de avaliar o sentimento de satisfação de um indivíduo em relação a si

próprio. Originalmente, essa escala foi padronizada em uma população de 5024 adolescentes em 10

escolas públicas selecionadas de Nova York, obtendo alto coeficiente de confiabilidade (0.92). É uma

medida unidimensional tipo Guttman (as opções de resposta variam em extremos opostos), com 10 itens

designados a avaliar globalmente a atitude positiva ou negativa de si mesmo. Pode ser usada para

adultos e adolescentes, obtendo uma alta consistência interna. As opções de resposta variam em 4 tipos:

concordo totalmente, concordo, discordo, discordo totalmente. Uma elevada auto-estima é indicada por

um escore alto. Avanci (2003) realizou a adaptação desse instrumento à realidade brasileira seguindo o

modelo de equivalência proposto por Herdman (1998), que compreende a equivalência conceitual, de

itens, semântica, operacional, de mensuração e funcional, com o objetivo de garantir a qualidade do

processo de aferição. A adaptação do instrumento foi considerada eficiente, verificou-se um alfa de

Cronbach de 0.68, a Correlação Intraclasse (ICC) de 0.70 e kappa predominantemente moderado. Na

análise fatorial 3 fatores foram gerados, com grau de explicação de 54,03% da variância. Esses

resultados indicam a boa qualidade do instrumento à nossa realidade, podendo ser utilizado em estudos

de diagnóstico e de grandes populações. (anexo 11)

Instrumentos sessão Videofeedback: Esses instrumentos foram desenvolvidos pela autora e colaboradoras para essa pesquisa. 7.4.12 Escala de avaliação de Desempenho da habilidade Falar em Público:

Trata-se de um instrumento de auto-relato que avalia o desempenho para cada componente da habilidade

social de “falar em público”. Os componentes avaliados são: contato visual; expressão facial; orientação

corporal; gestos; volume da voz; entonação; fluência; velocidade; clareza; conteúdo; organização dos

tópicos; domínio do tema; organização do tempo; e aparência do palestrante. Cada componente, baseado

nos componentes da habilidade de falar em público propostos por Caballo (2003) e Echeburúa (1997), é

avaliado em: muito ruim; ruim; um pouco ruim; moderado; um pouco bom; bom; ou muito bom (anexo

12)

7.4.13 Escala de Avaliação Global de Desempenho da Habilidade Falar em Público:

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É um instrumento de auto-relato que avalia de uma forma geral o desempenho da habilidade social de

“falar em público”. Avaliando em: muito pior; pior; um pouco pior; igual; um pouco melhor; melhor; ou

muito melhor (Anexo 13).

7.4.14 Escala de Percepção dos Sintomas da Ansiedade da Habilidade Falar em Píblico:

É um instrumento de auto-relato que avalia o quão incomodado (a) se sente o paciente com os sintomas

comuns da ansiedade, ao falar ou pensar em falar em público. Os sintomas avaliados são: dormência ou

formigamento, calores, pernas bambas, boca seca, tonteira ou cabeça leve, coração acelerado,

inquietação, voz embargada, nervoso(a), sensação de sufocamento, mãos tremendo, trêmulo(a), brancos,

gagueira, placas vermelhas pelo corpo, indigestão ou desconforto no abdômen, e face ruborizada.

Avaliando em: nada, fraco (“Não me incomodou muito”), moderado (“Foi muito desagradável mas

aguentei”), ou muito forte (“Quase não consegui aguentar”), (Anexo 14).

7.5 Critérios de Inclusão:

Ser paciente da Divisão de Psicologia Aplicada da UFRJ.

Ter entre 18 e 65 anos.

Ter diagnóstico de Fobia Social Generalizada de acordo com os critérios diagnósticos do

Manual Diagnóstico e Estatístico das Doenças Mentais, DSM-IV-TR.

7.6 Critérios de Exclusão:

Apresentar déficit cognitivo.

Ter diagnóstico do eixo II de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico das Doenças

Mentais, DSM-IV.

Ter diagnóstico de esquizofrenia ou outros transtornos psicóticos.

7.7 Aspectos Éticos:

O estudo em questão está de acordo com a resolução 196 do Conselho Nacional de Saúde, de

10/10/1996, que regula os aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos no Brasil. Este estudo

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Excluído: ¶

Excluído: 6

Excluído: 6

Excluído: 6

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foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Clementino Fraga filho em 15 de dezembro

de 2006 (anexo1). A pesquisa segue a regulamentação da resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de

Saúde, garantindo a gratuidade do tratamento e a entrega do termo de consentimento livre e esclarecido

a todos os participantes.

Os dados coletados serão guardados em responsabilidade do pesquisador pelo período de cinco anos. Os

resultados da pesquisa serão tornados públicos, sejam eles favoráveis ou não.

7.8 Procedimentos:

Etapa 1: revisão da literatura; seleção e treinamento de três colaboradores:

Revisão da literatura.

Essa etapa tem como objetivo realizar uma revisão da literatura sobre os seguintes temas: fobia social,

habilidades sociais, teatro do oprimido, videofeedback e tratamento cognitivo comportamental, em

grupo, para fobia social.

Seleção e treinamento de colaboradores.

Para colaborar com a pesquisa foram convidados a participar estudantes cursando o último ano de

psicologia na UFRJ que faziam estágio na equipe de terapia cognitivo-comportamental com

disponibilidade de 12 horas por semana. Três estudantes se interessaram e atuaram como colaboradoras

no estudo. Oito horas presenciais foram dedicadas ao contato com os pacientes, avaliação e realização

dos grupos como co-terapeutas; as quatro horas restantes foram dedicadas a leitura e discussão de textos.

Etapa 2: realização de um grupo piloto:

A realização do grupo piloto teve como objetivo desenvolver o modelo de tratamento utilizando teatro

do oprimido e videofeedback e treinamento das colaboradoras para funcionarem como co-terapeutas nos

grupos do estudo. O grupo piloto ocorreu no 1º semestre de 2006 em um total de 18 sessões, 17 sessões

com duração de duas horas e uma sessão com duração de 4 horas. A freqüência dos encontros foi

semanal.

Etapa 3: divulgação e seleção de sujeitos para a pesquisa.

Formatado: Sem sublinhado

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Formatado: Sem sublinhado

Formatado: Fonte: Itálico

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Formatado: Sem sublinhado

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Excluído: 3.66

Excluído: dois

Excluído: Duas

Excluído: m

Excluído: são

Excluído: são

Excluído: m

Excluído: .

Excluído: 4

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O objetivo dessa etapa foi conseguir a adesão de pessoas interessadas em participar como sujeitos da

pesquisa. Com esse objetivo foi criado material de divulgação para ser enviado por email a psiquiatras e

psicólogos e cartazes expostos em lugares de atendimento psiquiátrico e psicológico. Esse material de

divulgação convidou as pessoas a procurarem a DPA para realização de uma triagem. Essa triagem

inicial na instituição foi realizada por estagiários das várias equipes que atendem na DPA e os pacientes

considerados com características de fobia social eram encaminhados para a equipe cognitivo-

comportamental, como possíveis candidatos ao estudo. Na equipe de TCC, os colaboradores

responsáveis pelo grupo de pesquisa se encarregam de marcar uma entrevista com cada sujeito.

1ª entrevista: duração de 50 minutos: nessa entrevista as estagiárias realizaram uma triagem investigando

o diagnóstico de fobia social. Cada entrevista foi discutida com o pesquisador responsável e em se

confirmando o diagnóstico, marcava-se um segundo encontro.

Em não se confirmando o diagnóstico essa triagem era encaminhada à equipe de TCC. Na equipe,

havendo disponibilidade de vaga, o atendimento ocorria imediatamente. No caso de não haver vaga as

duas colaboradoras da pesquisa faziam o encaminhamento para uma instituição pública com vaga.

2ª entrevista: duração de até duas horas: realizada pelas colaboradoras, nessa entrevista o paciente era

convidado a participar da pesquisa. Todos os detalhes eram explicados e dúvidas tiradas e no caso de

aceitar participar o termo de consentimento livre e esclarecido era lido e assinado. A colaboradora

preenchia a ficha de identificação do estudo e aplicava o CIS. No caso de não aceitar o paciente era

encaminhado para a equipe de TCC. Na equipe, havendo disponibilidade de vaga, o atendimento ocorria

imediatamente. No caso de não haver vaga, as duas colaboradoras da pesquisa faziam o

encaminhamento para uma instituição pública com vaga.

3ª entrevista: duração de até 2 horas realizado pelos colaboradores: aplicação do SCID.

Os resultados do CIS e SCID eram levados para supervisão, os pacientes que puderam participar, de

acordo com os critérios de inclusão do estudo, foram contatados e informados de que em breve o

tratamento seria iniciado. Os pacientes excluídos da pesquisa em função dos critérios de exclusão do

estudo, ou incompatibilidade de horário, foram encaminhados a equipe de TCC . Na equipe, havendo

Excluído: é

Excluído: a

Excluído: é

Excluído: ansiedade social

Excluído: são

Excluído: as

Excluído: duas alunas

Excluído: é

Excluído: ,

Excluído: é

Excluído: á

Excluído: e

Excluído: em

Excluído: que ofereça vaga.

Excluído: é

Excluído: são

Excluído: são

Excluído: ,

Excluído: é

Excluído: e

Excluído: é

Excluído:

Excluído: Na equipe, havendo disponibilidade de vaga, o atendimento ocorre imediatamente. No caso de não haver vaga as duas colaboradoras da pesquisa fazem o encaminhamento para uma instituição pública que ofereça vaga.¶

Excluído: a

Excluído: estagiárias

Excluído: K

Excluído: K

Excluído: s

Excluído: ão

Excluído: e

Excluído: e

Excluído: são

Excluído: contactados

Excluído: será iniciado

Excluído: são

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disponibilidade de vaga, o atendimento ocorria imediatamente. No caso de não haver vaga, as

colaboradoras da pesquisa fizeram o encaminhamento para uma instituição pública com vaga.

Divisão dos grupos:

1ª parte da formação dos grupos:

No 1º semestre de 2007 foram selecionados 34 sujeitos divididos aleatoriamente entre grupo controle

(lista de espera) e grupo experimental. O objetivo inicial era conseguir selecionar 40 sujeitos, porém a

realidade da procura não permitiu. Os grupos foram divididos em:

Grupo controle:

Grupo Controle 1 (GC1) com 10 participantes e o Grupo Controle 2 (GC2) com 4 participantes, esses

grupos permaneceram sem atendimento em lista de espera.

Ao final da realização dos grupos, o GC1 ficou com 8 sujeitos e o grupo GC2 com 2 sujeitos, totalizando

10 sujeitos. A soma do GC1 mais o GC2 (10 sujeitos) se transformou em Grupo Experimental 3 (GC3)

na etapa seguinte.

Grupo experimental:

Grupo experimental 1 (GE1) com 10 sujeitos e grupo experimental 2 (GE2) com 10 participantes, esses

grupos participaram do tratamento cognitivo-comportamental em grupo com 18 sessões.

Ao final da realização dos grupos, o GE1 ficou com 8 sujeitos e o GE2 ficou com 5 sujeitos, totalizando

13 sujeitos.

2ª parte da formação dos grupos:

No 2º semestre de 2007 foram selecionados mais 30 sujeitos divididos aleatoriamente entre grupo

controle (lista de espera) e grupo experimental. Os grupos foram divididos em:

Grupo Controle:

Grupo Controle 3 (GC3) com 10 sujeitos e Grupo Controle 4 (GC4) com 10 sujeitos. Os grupos GC3 e

GC4 foram atendidos posteriormente nos mesmos moldes da pesquisa, porém seus dados não fazem

parte dessa pesquisa como grupo de tratamento, apenas como grupo em lista de espera, devido a uma

limitação de tempo para a coleta de dados.

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Excluído: e

Excluído: duas

Excluído: fazem

Excluído: que ofereça vaga.

Excluído: ¶¶

Excluído: serão

Excluído: 4

Excluído: 0

Excluído: randomicamente

Excluído: serão

Excluído: e Grupo controle 2 (GC2) com dez participantes cada ; ¶

Excluído:

Excluído: cada,

Excluído: realizarão a intervenção com teatro e videofeedback

Excluído: ¶Após o término dos grupos experimental 1 e 2 serão selecionados mais

Excluído: 20

Excluído: sujeitos para participarem como grupo controle,

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Ao final da realização dos grupos, o GC3 ficou com 5 sujeitos e o grupo GC4 com 6 sujeitos, totalizando

11 sujeitos.

Somando os grupos: GC1, GC2, GC3 e GC4 temos um total de 21 sujeitos que participaram da pesquisa

em lista de espera nas avaliações pré-teste e pós-teste e 11 sujeitos que compareceram para a avaliação

de pós 1 mês.

Gupo Experimental.

O Grupo Experimental 4 (GE4), com 10 sujeitos, participou do tratamento cognitivo-comportamental,

em grupo, com 18 sessões no mesmo período que o GE3 com 10 sujeitos (formado pela soma dos GC1 e

GC2, lista de espera da primeira etapa).

Ao final da realização dos grupos, o GE3 ficou com 7 sujeitos e o CE4 ficou com 5 sujeitos, totalizando

12 sujeitos.

Somando os Grupos: GE1, GE2, GE3 e GE4 temos um total de 35 sujeitos que iniciaram o tratamento

em grupo proposto, 25 sujeitos que terminaram o tratamento e 24 sujeitos que compareceram para a

avaliação de pós 1 mês.

Etapa 5: realização dos grupos e recolhimento de dados.

Os grupos tiveram um total de 18 sessões, 17 sessões com duração de duas horas e uma sessão com

duração de 4 horas, referente ao uso do videofeedback para a habilidade social falar em público. A

freqüência dos encontros foi de duas vezes na semana, ocorrendo às segundas e sextas feiras. Os

instrumentos para avaliação da efetividade da terapia foram aplicados antes do início do tratamento, na

última sessão e um mês após a última sessão.

7.9 Descrição do protocolo de terapia usado no grupo:

Abaixo segue a descrição do protocolo de tratamento desenvolvido para a pesquisa aliando técnicas de

teatro do oprimido e técnicas de videofeedback, além de observações a respeito dos grupos realizados. A

descrição começa com os objetivos da sessão e a descrição das tarefas de casa propostas, seguidos pela

descrição das vivências utilizadas.

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Itálico

Formatado: Fonte: Itálico

Formatado: Sem sublinhado

Formatado: Fonte: Itálico,Sem sublinhado

Formatado: Sem sublinhado

Formatado: Sem sublinhado

Formatado: Fonte: Não

Excluído: formando os grupos:

Excluído: Grupo controle 3 (GC3) e Grupo controle 4 (GC4), com dez sujeitos cada.¶Os grupos controle GC1 e GC2 passam a ser Grupo experimental 3 (GE3) e Grupo experimental 4 (GC4), esses grupos realizarão o grupo de TCC sem teatro e sem videofedback. Ao final da realização dos grupos experimentais 3 e 4 os grupos controle 3 e 4 receberão tratamento cognitivo comportamental em grupo, porém seus dados não farão parte da pesquisa em função do tempo necessário para análise dos dados.¶

Excluído: terão 1

Excluído: 8

Excluído: cada,

Excluído: realizados

Excluído: . Pretende-se realizar quatro grupos com 10 sujeitos cada. Dois grupos realizarão a intervenção combinada de TCC com teatro e videofeedback e dois grupos realizarão a intervenção com TC sem teatro e sem videofeedback.¶

Excluído: serão

Excluído: ¶

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O material entregue aos pacientes (apostila para pacientes), ao longo do tratamento, referente a textos,

folhas de registro e tarefas de casa se encontra no apêndice 1.

Sessão I:

Objetivos:

Apresentação do terapeuta e co-terapeutas.

Apresentação da pesquisa.

Apresentação dos pacientes.

Estabelecimento de contrato de terapia.

Favorecimento do sentimento de universalidade e facilitação da coesão grupal.

Introdução do modelo cognitivo para fobia social: relação entre ansiedade, atenção, memória e

sintomas físicos de ansiedade.

Estabelecimento de esperança e expectativas reais para terapia.

Estabelecimento do papel do terapeuta e co-terapeutas e o papel dos pacientes ao longo da terapia

(o que se espera de cada membro do grupo e do grupo como um todo).

Tarefa entre sessões: Leitura e preenchimento do texto sobre fobia social da apostila e narração de

sua história através de 10 fotos, selecionar para levar a sessão seguinte.

Descrição das vivências e observações:

Vivência: Batizado Mineiro adaptado com base no descrito por Boal (2002).

Objetivos:

Quebrar o gelo.

Aprender os nomes de cada participante.

Provocar um nível baixo de ansiedade.

Demonstrar como a ansiedade influencia a atenção e a memória.

Descrição:

Todos ficam de pé formando um círculo. Não é dita toda a regra do jogo, uma tarefa dos participantes é

adivinhar a regra que não foi falado.

Formatado: Fonte: Não

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Sublinhado

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- O terapeuta diz seu nome: Maria Amélia e olha para a pessoa seguinte da roda, que também diz seu

nome. Todos seguem até que chegue na terapeuta novamente.

- O terapeuta diz seu nome e um adjetivo: Maria Amélia Maravilhosa e olha para a pessoa seguinte (a

pessoa deverá dizer seu nome e um adjetivo que comece com a primeira letra de seu nome; essa é a regra

que deverá ser descoberta) Se perceber que a pessoa está ansiosa o terapeuta deve oferecer ajuda

dizendo: “Você quer uma ajudinha para lembrar de um adjetivo?” Se a pessoa disser que sim, o

terapeuta pede ao grupo para dar uma sugestão de adjetivo. Assim que tiver uma sugestão de adjetivo, a

pessoa deve dizer seu nome e o adjetivo, passando para a pessoa seguinte e assim por diante, (sempre

oferecendo ajuda aos que estiverem ansiosos) até chegar no terapeuta novamente. O terapeuta pergunta

se alguém já descobriu a regra, caso não, ele sinaliza quem do grupo seguiu a regra. O terapeuta diz:

“Vou dar uma dica, algumas pessoas, mesmo sem saber, acertaram: Maria Amélia Maravilhosa; Joana

Jóia, Alice alegre. E aí, já descobriram?” Se sim o terapeuta continua a Vivência, se não, o terapeuta

revela e segue a Vivência.

“Agora vamos todos fazer de acordo com a regra, acrescentando mais uma instrução. Dessa vez eu vou

fazer e todos vão juntos, em seguida, me imitar”.

O terapeuta diz: Maria Amélia Maravilhosa e acompanha com um movimento e gesto, dando um passo

adiante na roda. Em seguida todos imitam a fala, o movimento e o gesto, indo para frente na roda, ao

mesmo tempo, em coro. A pessoa seguinte fará o mesmo e todos o imitarão e assim por diante até voltar

ao terapeuta (sempre oferecendo ajuda aos que estiverem ansiosos).

O terapeuta elogia dizendo que está muito bom e propõe que cada um lembre dos nomes que vieram

antes de ter de falar o seu. E diz que quem não lembrar, não tem problema. O terapeuta pede para a

pessoa que fica depois dela começar, essa pessoa só precisa dizer o nome do terapeuta, a pessoa seguinte

deve dizer o nome do terapeuta e da pessoa logo antes e assim por diante até chegar ao terapeuta

novamente.

O terapeuta pede que todos voltem a sentar para conversar sobre a Vivência. O terapeuta pergunta como

se sentiram. O que acharam.

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93

Nos grupos os pacientes gostaram de fazer essa vivência, funcionou descontraindo o grupo. No feedback

eles relataram ter sentido ansiedade, que ia aumentando ao chegar perto da vez de cada um falar, e alívio

depois de ter falado. Relataram também que, conforme o exercício se repetia, ficava mais fácil,

principalmente porque sabiam que no caso de ter um branco, receberiam ajuda. Ficou claro que por

estarem ansiosos e preocupados com sua vez de falar tiveram dificuldade em prestar atenção às pessoas

que vinham antes na roda.

Esse exercício abriu a discussão para o tópico:

Fobia Social: O que é? Como se sente uma pessoa com fobia social?

Terapeuta: “Esse foi um exercício para aprendermos os nomes de cada um e também para mostrar um

pouco como a fobia social se manifesta. Constatamos o quanto é mais fácil lembrar o nome de quem

veio depois do que quem veio antes, isso porque cada pessoa, antes da sua vez, estava preocupada com

seu desempenho, focada em si mesmo, com medo de falhar, pagar mico, dar branco, ou seja, preocupada

com a avaliação do outro. Essa é a principal característica da fobia social: o medo de ser avaliado

negativamente em uma situação social, esse medo, em geral, faz com que a pessoa evite situações em

que possa ser avaliada, ou enfrente essas situações com grande desconforto. Eu gostaria agora de saber

um pouco sobre a vida de cada um de vocês, para isso vamos fazer um jogo”.

Vivência: Quem sou eu? O que eu quero? Adaptado com base no descrito por Boal, 2002.

Objetivos:

Todos se conhecerem.

Desenvolver sentimento de universalidade do grupo.

Avaliar objetivos e expectativas para a terapia.

Favorecer sentimento de esperança

Descrição:

Cada pessoa recebe três tiras de papel de mais ou menos cinco centímetros cada. O grupo é instruído a

escrever três definições sobre si mesmos, mas sem colocar seu nome. Primeira definição:

1) Quem sou eu? Cada pessoa deve escrever no máximo um parágrafo para cada definição.

Formatado: Fonte: 12 pt

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2) O que eu quero? (solicitar que escolham coisas possíveis e específicas, em vez de ser feliz, escrever o

que exatamente isso significa. Coisas que não dependam de sorte, como ganhar na loto, ficar rico).

3) O que me impede de alcançar o que eu quero?

O terapeuta recolhe os papéis, misturando em três sacos, um para cada pergunta, em seguida cada pessoa

pega um papel de cada saco para ler. Cada um lê os papéis que tirou na ordem Quem sou eu? O que eu

quero? E o que me impede?

Em seguida pede para que cada pessoa fale um pouquinho sobre si, o que faz? Como é a sua fobia

social? No que a fobia social atrapalha sua vida? E o que espera da terapia? Essas perguntas ou diretrizes

estão escritas no quadro para facilitar, e conforme a pessoa fala o terapeuta faz algumas perguntas.

Terapeuta diz: “Lembrem-se, todos aqui compartilham o mesmo problema, por isso, mesmo que seja

desconfortável, é importante que cada um fale um pouco. Quem quer começar?”.

Se ninguém se oferecer, o terapeuta fala um signo (ex. capricórnio) e quem for de capricórnio começa,

depois segue a ordem da roda até que todos tenham falado.

Depois que todos tiverem falado o terapeuta agradece e fala:

Terapeuta: “Percebo que muitos esperam melhorar com a terapia, isso também é o que eu espero, porém,

precisamos entender que para alcançar esse objetivo nosso grupo precisa funcionar como um barco em

que todos remam juntos. A terapia não é uma solução milagrosa, em que o simples fato de vir aqui vai

funcionar. A terapia é um esforço conjunto de todos que estão aqui. O comprometimento de cada pessoa

consigo mesma e com o grupo é o que produz um bom resultado. Ninguém tem culpa de ter fobia social,

a fobia social é um transtorno psiquiátrico, porém cada um tem responsabilidade em querer se tratar

verdadeiramente. A terapia que vamos fazer envolve a participação ativa de todos nas tarefas propostas.

Muitas dessas tarefas serão para realização entre as sessões, no dia a dia de vocês, isso é uma parte

fundamental do tratamento. Os terapeutas darão todo o suporte, incentivo e preparo para que isso

aconteça e a opção de fazer é responsabilidade de vocês para com o processo”.

Observação: respostas encontradas nos grupos para essa vivência:

QUEM SOU EU?

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1) Sou alguém que está sempre à procura de conhecimento. Estou sempre à procura de algo que

possibilite novas descobertas que me enriqueça como pessoa humana. Saúde psíquica, harmonia

e interação com os meus semelhantes é a minha meta.

2) Alguém extremamente crítico consigo mesmo, que observa tudo, mas não consegue colocar em

prática por medo de se expor, que faz o possível para não perder a juventude, mas ao mesmo

tempo se sente limitada por não conseguir falar o que pensa e fazer o que tem vontade.

3) Uma pessoa amiga. Tolerante até certo ponto, gosta de ajudar muito os outros. Pensa muito em

terceiros. Eu sempre fico em último lugar, não sei dizer não. Sinto-me feliz sendo útil aos

demais.

4) Uma pessoa ansiosa, com muita energia, sempre alto astral, guerreira, sonhadora, persistente, que

procura sempre melhorar, mas que vê na timidez, talvez seu maior entrave.

5) Uma pessoa que está procurando se conhecer melhor, pois é difícil responder esta pergunta. Não

consigo pensar em nada, a princípio.

6) Sou uma pessoa que achava que a timidez não era um grande problema, que poderia viver muito

bem com ela, mas que percebeu recentemente que ela só é uma fonte de vários problemas e

dificuldades sociais. Sou feliz, mas nunca havia percebido o fardo que carregava até pouco

tempo atrás.

7) Sou uma pessoa em busca de algo que me faça sentir melhor na sociedade em que vivo e para

isso entendo que devo procurar ajuda para superar essa limitação que é a ansiedade social.

8) Sou uma pessoa que não está se aceitando. Gostaria de me sentir menos angustiada.

9) Uma pessoa batalhadora, com vontade de vencer na vida.

10) Uma pessoa que sofre com a timidez, há muito tempo.

11) Uma pessoa que sabe o que quer mais tem medo de buscar.

12) Uma pessoa amiga.

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13) Um cara de 20 anos, estudante de história, bastante autocrítico, persistente e capaz de superar os

desafios que por ventura apareçam.

14) Ninguém.

15) Não sei. Um pouco triste, um pouco feliz. Um pouco inteligente, um pouco burra.

16) Estudante, amigo, honesto, sério, determinado, ansioso.

17) Sou um rapaz em fase de transição. Desde longos anos mirando as ruas de janelas semi cerradas.

As ruas eram monstros. Eu via meus segredos refletidos nos olhos acusadores dos transeuntes.

Agora, asas estão crescendo em mim. Posso me atirar dessa janela para as ruas estranhas, alheias,

sem medo de estourar o corpo no chão.

18) Depois dessa viagem, a apresentação. Tenho 23 anos, sou estudante universitário. Faço letras

aqui na UFRJ (campus Fundão) e aos poucos, com certa resistência vou conseguindo libertar-me

de mim. Ser o que sou e não o que as pessoas querem. Ou sou eu que imagino que elas querem?

19) Uma pessoa simples, amiga, suave, que acredita no ser humano, apesar de, às vezes, sentir –se

desconfortável em sua presença. Acho a vida o maior presente de Deus. Adoro viver.

20) Uma mulher, mãe, profissional buscando reconhecimento; longe da sua terra natal e família.

21) Desligado.

22) Sou tímido, amigo, legal, leal, prestativo.

23) Uma pessoa ansiosa.

24) Sou uma pessoa menos do que antes, mais muito crítica e pessimista quanto a mim mesma e ao

futuro. Sou uma pessoa às vezes tristes e muitas vezes, solitária.

25) Ansiosa e feliz.

26) Uma pessoa querendo viver com menos ansiedade.

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27) Eu sou uma pessoa que não acredita no próprio potencial. Sou esforçada. Sei que tenho muitas

qualidades, mas como eu cobro muito, me culpo muito, acabo desacreditando disso. Eu sou uma

pessoa que está em busca de crescimento: emocional, psíquico e espiritual.

28) Sou uma pessoa discreta, tento muitas vezes não ser percebida em um grupo, o que muitas vezes

acaba fazendo o efeito contrário, pois as pessoas me cobram com perguntas como: “você não

fala?”.

O QUE EU QUERO?

1) Eu quero me relacionar melhor com as pessoas, principalmente, com as do gênero oposto. Perder

o medo de falar com qualquer pessoa e de dizer o que realmente penso.

2) Quero gostar mais de mim mesma. Gostaria de diminuir o grau de preocupação e tensão no

convívio de modo geral.

3) Quero melhorar a dificuldade em me relacionar com os outros, em tornar decisões, em saber o

que quero e em me valorizar.

4) Ser capaz de lidar de maneira confortável com certas exigências da minha vida acadêmica e

futuramente profissional (apresentações/reuniões).

5) Relacionar-me harmonicamente com todos e poder entrar em contato com minha parte saudável,

minhas potencialidades, as que julgo ter. No momento está sendo difícil, é sofrido e conflituoso,

mas no todo, sinto uma luz no túnel, uma grande possibilidade.

6) Quero viver com um nível de ansiedade aceitável. Quero poder conversar com grupos de pessoas

tranquilamente. Quero não me preocupar tanto com a opinião das outras pessoas.

7) Melhorar muito meu comportamento perante aos outros. Acabar se possível com a timidez e com

a preocupação excessiva comigo mesmo. Acho que com tudo isto, vou melhorar o meu

condicionamento físico e mental. Agradecer desde já a existência de vocês com tanta boa

vontade de ajudar.

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8) Quero ter a liberdade de demonstrar às pessoas as minhas opiniões e sentimentos, sem medo de

errar e parecer ridícula.

9) Sei que o processo de desconstrução e reconstrução de “eu” pode ser árduo. Quero apenas a

chave para abrir as portas, o chão para andar nas ruas, olhos para olhar o que existe. Quero olhos

para olhar sem medo os olhos da outra pessoa.

10) Ser menos tímido, ter mais segurança, ser mais objetivo.

11) Fazer parte do cotidiano.

12) Estar descontraído nos relacionamentos sociais.

13) Quero perder o medo de falar em público.

14) Ser outra pessoa.

15) Ver-me livre da fobia social.

16) Ter a liberdade de fazer o que eu quero para mim; ser feliz.

17) Só uma vida normal.

18) Que eu possa usar a minha capacidade sem barreiras para isso e ser reconhecida por isso.

19) No plano profissional quero me formar e continuar com a minha pesquisa a respeito dos ex-

presidiários políticos de Ilha Grande, além de conciliar com a licenciatura. No plano pessoal não

tenho grandes planos, acredito que isso seja reflexo do meu sucesso profissional.

20) Sucesso profissional e afetivo.

21) Poder me comunicar com facilidade.

22) Quero conseguir um emprego bom, onde eu possa me relacionar bem com todo mundo e em

momento algum me sentir assustado ou sentir que as outras pessoas são mais do que eu pelo

cargo ou posição social. Também quero voltar à faculdade.

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23) Conquistar um emprego.

24) Ser mais feliz (comunicativo e extrovertido).

25) “Transitar” pelas situações da vida de um modo mais relaxado.

26) Conseguir viver normalmente, sem estar me cobrando ou criticando o tempo todo.

27) Ser feliz. Conseguir me sentir bem entre outras pessoas, mesmo sendo diferente. Ou me sentir

mais igual.

28) Ter uma profissão. Algo que ainda não consegui. Digo, me realizar profissionalmente. Já estou

me sentindo velho e tenho medo de não conseguir. Também ter uma família e dar orgulho aos

meus pais. E a mim mesmo.

O QUE ME IMPEDE DE ALCANÇAR O QUE EU QUERO?

1) O medo de parecer ridículo, de parecer desengonçado, infantil, ou até mesmo frio. Muitas

pessoas me dizem que não há motivo para eu ficar tão receoso com as coisas, mas é automático.

2) Saber o que fazer, talvez medo. Não sei, não é claro.

3) A boa vontade de sair e procurar ajuda. E, ou melhor, explicado; a falta de coragem para tomar

iniciativas.

4) A minha mente porque as minhas crenças sobre o que eu penso de mim impedem que eu consiga

o que quero. E quando consigo, eu desisto.

5) Medo da rejeição. Medo da solidão. Medo da crítica feita pelo próximo.

6) O medo de fazer papel de bobo. O medo de receber um não. O medo de me expor ao ridículo.

Enfim, apenas eu mesmo me impeço de conseguir o que quero.

7) Eu mesmo me impeço, sinto-me travado, preso, uma estranho na multidão.

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8) O outro. O olhar do outro. Sentir que posso estar sendo avaliado o tempo todo. Fazer o melhor. À

primeira dificuldade que aparece, desabo.

9) A timidez, a falta de oportunidade e a insegurança.

10) O medo de expor meus defeitos.

11) Minha insegurança ou me déficit de inteligência ou os dois.

12) A timidez e a falta de vontade.

13) A minha falta de segurança.

14) A timidez.

15) Autocrítica e inércia

16) Muita ansiedade, querer coisas demais, pouca determinação.

17) O nervossismo, ansiedade, precipitação, a preocupação em pensar o que o outro esta pensando

sobre mim. O fato de me achar diminuído em relação ao chefe ou a alguém que me julgue

superior.

18) Eu mesmo. As minhas limitações pessoais.

19) Muita timidez.

20) Acho que é esse problema de fobia.

21) Timidez, mercado de trabalho altamente competitivo.

22) A fobia social e a depressão.

23) A timidez, a baixa auto-estima e a falta de confiança em mim mesmo.

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24) Falta de coragem. O tempo passou. Não dá para apagar o passado, o que não aconteceu, não

aconteceu. Nem sempre dá para recuperar o tempo perdido.

25) Minha insegurança.

26) Falta de vontade, pois não acredito que o meu objetivo possa ser alcançado, tendo como base a

análise e exame das minhas experiências anteriores.

27) O pessimismo que eu tenho em relação a mim, e também um certo desanimo. Sou uma pessoa

preguiçosa.

28) Preocupação demasiada sobre o que os outros pensam a meu respeito.

Estratégia Gráfico de Pizza.

Objetivos:

Desenvolver senso de responsabilidade e comprometimento com a terapia.

Instalar esperança.

Reestruturar expectativas para a terapia.

Estabelecer regras de funcionamento para o grupo.

Descrição:

“Estou entregando lápis de cor e uma folha de papel para cada um com um círculo desenhado, gostaria

que pensassem nas expectativas que colocaram para a terapia e em seguida dividissem o círculo em

fatias, como uma pizza. Nessa divisão em fatias, cada um deve representar o quanto da melhora com o

tratamento é responsabilidade sua; o quanto pode ser atribuído ao tratamento e o quanto pode ser

atribuído a outras variáveis. Podem fazer”.

Depois que todos tiverem terminado o terapeuta pede que cada um compartilhe com o grupo seu gráfico,

abrindo esse tema para discussão até que se chegue a um consenso razoável em que a pessoa seja

responsável por pelo menos 50% do tratamento.

O terapeuta volta a falar: “Que bom que conseguimos chegar a um consenso e que as expectativas para a

terapia estejam mais claras, além do papel de cada um. Precisamos agora combinar como nosso grupo

Formatado: Fonte: 12 pt

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vai funcionar. Quais regras e normas vamos seguir durante o trajeto? Vamos criar juntos um contrato do

grupo, todos devem concordar para que ele seja instituído? Vou propor alguns pontos e cada um

acrescenta conforme desejar. Tópicos: pontualidade, freqüência, sigilo, tarefas entre sessões. Quanto à

freqüência, sugiro que três faltas sejam motivo para exclusão do grupo. Como expliquei antes, as faltas

atrapalham o andamento de todos, quem perde uma parte fica menos preparado para a parte seguinte.

Também proponho que mais de três atrasos de 20 minutos seja motivo de exclusão do grupo. Quanto às

tarefas de casa, proponho que todos se comprometam, ao máximo, fazer. Não é esperado que a pessoa

consiga fazer todas as tarefas propostas, e sim apenas que tente fazer. Podemos aprender muito com as

dificuldades nas tarefas”.

Em seguida o grupo discute até chegar a um consenso e escreve no verso da folha do gráfico o que foi

acordado.

O terapeuta ressalta a idéia de que o grupo tem de se preocupar com o andamento do todo, cumprindo

com o que foi combinado para que possam juntos alcançar o objetivo de melhora da fobia social.

Conversa final em que cada um é convidado a falar o que achou da sessão. O terapeuta explica a

tarefa de casa.

Terapeuta: “Hoje nos conhecemos um pouco mais e conversamos sobre a terapia, fizemos nosso

contrato e vimos à importância de cada um no sucesso da terapia A cada sessão vamos nos conhecer um

pouco mais. Para facilitar esse processo, vamos juntos, na próxima sessão, construir um mural de fotos.

Cada um deve separar 10 fotos para contar sua vida até hoje, pensando em responder as questões: Quem

sou eu? Quem são as pessoas importantes para mim? Quais foram os momentos mais marcantes da

minha vida? Qual o papel da fobia social na minha vida?”.

Sessão II

Objetivos:

Favorecer sentimento de universalidade, coesão grupal e altruísmo no grupo.

Ativar sintomas de ansiedade para identificar elementos do modelo cognitivo da fobia social.

Identificar e reestruturar pensamentos automáticos provocados pelas vivências.

Identificar aspectos importantes relacionados à fobia social na história de vida de cada um.

Formatado: Fonte: 12 pt

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Formatado: Fonte: Negrito,Sem sublinhado

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Tarefas entre sessões: cada um deve refletir sobre a sessão de hoje, pensar em tudo que foi dito,

nas fotos e em sua história de vida e escrever, na folha de tarefa de casa, a sua história e a história

da fobia social, pensando no modelo cognitivo, como se desenvolve e o que mantém. Ler o Texto

entregue.

Descrição das vivências e observações:

Vivência: Hipnotismo colombiano (Boal, 2002).

Objetivo:

Aquecer o grupo e soltar o corpo, percebendo os movimentos automáticos e os sentimentos relacionados

ao exercício.

Perceber os sintomas físicos que acompanham a ansiedade e sua relação com a fobia social.

Avaliar quem prefere hipnotizar (estar no controle) e quem prefere ser hipnotizado (dar o controle),

como isso se aplica à vida de cada um e à fobia social.

Descrição:

O terapeuta e co-terapeuta demonstram para ensinar:

Uma pessoa põe a mão a poucos centímetros do rosto de outra pessoa; este, como hipnotizado, deve

manter o rosto sempre à mesma distância da mão do hipnotizador. O hipnotizador inicia uma série de

movimentos com as mãos, retos e circulares, para cima e para baixo, para os lados, andando, abaixando.

O hipnotizado deve seguir a mão que o está hipnotizando com todo o corpo em movimento. O

hipnotizador deve fazer o hipnotizado mexer todos os músculos possíveis. A mão do hipnotizador pode

mudar, para fazer, por exemplo, com que o hipnotizado seja forçado a passar por entre as pernas do

hipnotizador. A mão do hipnotizador não deve fazer movimentos rápido que não possam ser seguidos. O

hipnotizador deve ajudar seu parceiro a assumir todas as posições ridículas, grotescas, não usuais.

Depois de alguns minutos trocam-se o hipnotizador e o hipnotizado. Se o terapeuta perceber

movimentos limitados pode intervir estimulando os participantes.

Em seguida forma-se a roda e abre-a para discussão: como cada um se sentiu? Como foi ter o corpo

comandado por outra pessoa? Como foi realizar movimentos não usuais, até ridículos. Deixar que o

grupo fale e perguntar se na vida real já sentiram não ter controle sobre o próprio corpo. Essa pergunta

inicia a discussão sobre os sintomas físicos de ansiedade, taquicardia, sudorese, rubor. O terapeuta

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: NãoNegrito

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aproveita para explorar esse tópico, colocando que quanto mais se tenta controlar os sinais de ansiedade

do corpo, mais eles se intensificam. Perguntar se isso já aconteceu com eles.

2ª Vivência: Caminhando, pensando e seguindo a instrução.

Objetivos:

Perceber o corpo.

Entender a relação entre pensamento-sentimento-comportamento e reações físicas.

Provocar ansiedade para identificar e reestruturar pensamentos quentes.

Associar a história de vida com a fobia social.

Descrição:

1º Andar: instruir os pacientes a andarem livremente pela sala, ocupando todos os espaços, soltando o

corpo. O terapeuta instrui: “percebam a forma como vocês andam, o movimento de seus corpos, o

contato dos pés com o chão, procurem focar apenas em seus corpos”.

2º Deixá-los andando por alguns minutos e pedir: “continuem andando e comecem a pensar nas fotos

que vocês selecionaram para trazer, nos aspectos da vida de cada um que podem ter relação com a fobia

social”.

3º Deixá-los andando um pouco e pedir: “procurem selecionar na memória uma situação marcante em

que ficaram ansiosos, pensem nos detalhes da situação, como se estivessem vendo um filme. Continuem

andando e tentem perceber os sentimentos relacionados à situação. Deixá-los um tempinho:” agora,

procurem perceber as reações físicas presentes...tempinho.... Agora os pensamentos

4ª Deixá-los andando e realizando o que foi pedido por alguns minutos e pedir: “agora vocês vão

continuar a andar e começar a falar como quem anda na rua, pensando alto: todos os pensamentos que

vierem à cabeça: andando e falando. O terapeuta observa e se alguém não está falando, começa a andar

atrás da pessoa, como uma sombra, incentivando; até que todos tenham conseguido andar alguns

minutos falando os pensamentos”.

5º Terapeuta: “agora quando eu falar PÁRA! Vocês vão formar um círculo”. ”PARA!”.

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No círculo, é aberto espaço para debate, cada um sendo perguntado como se sentiu em relação ao

exercício, se foi fácil imaginar e identificar os sentimentos e pensamentos, se alguém experimentou

sintomas físicos de ansiedade.

O terapeuta começa a identificar e mostrar a correlação entre situação, sentimento, pensamento,

comportamento e reações físicas.

Vivência: Situação, Ação!

Objetivos:

Provocar ansiedade para identificar pensamentos quentes.

Identificar a relação entre situação, sentimento, pensamento, comportamento e reações físicas.

Apresentar o modelo cognitivo da fobia social.

Descrição:

O terapeuta pede para que formem trios, e cada trio, entre si, compartilha as situações que pensaram no

exercício anterior, tentando identificar os pensamentos, sentimentos, comportamentos e reações físicas

(categorias estão escritas no quadro).

Deixa um tempo e pede para que cada trio escolha uma das três situações para compartilhar com o

grupo, cada um vai representar um elemento da situação em uma encenação.

Por exemplo: o primeiro faz a mímica da situação, o segundo dramatiza os pensamentos e sentimentos e

o terceiro, o comportamento e reações físicas. O terapeuta os instrui a dramatizar de forma exagerada,

como se fosse uma novela mexicana. Todos os grupos se apresentam e o terapeuta corrige qualquer

confusão entre os elementos: situação, pensamento, sentimento, comportamento e reações físicas.

Abre-se a roda e cada trio conta sua situação identificando os elementos do quadro:

Situação

Sentimento

Pensamento

Comportamento e

Reações físicas.

Formatado: Fonte: NãoNegrito

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A realização dessa vivência foi muito interessante, conforme eles foram contando o que estavam

dramatizando, outros elementos começaram a aparecer, como: processamento antecipatório, pós-evento

e crenças. Dessa forma esses elementos passaram a fazer parte dessa vivência.

No caso de, em algum grupo, esses elementos não aparecerem espontaneamente, o terapeuta os ajuda a

identificar através de perguntas e completa o quadro, ficando o seguinte esquema:

Situação

Processamento pré-evento

Sentimento

Pensamento

Comportamento

Reações físicas

Processamento pós-evento

Abre-se a roda e resume-se o esquema do quadro, encerrando a Vivência.

Vivência: As imagens da minha vida

Objetivos:

Favorecer a revelação de aspectos importantes da vida relacionada à fobia social.

O grupo se conhecer melhor, favorecendo uma maior integração.

Aceitar a fobia social.

Identificar aspectos importantes relacionados à fobia social: crenças, aspectos culturais, genéticos,

experiências marcantes de vida.

Favorecer a coesão grupal, altruísmo e sentimento de universalidade no grupo.

Descrição:

O terapeuta pede para que os pacientes peguem as fotos e sentem em roda no chão.

O terapeuta fornece uma cartolina para cada, cola e fita adesiva.

Pede para que cada um monte uma exposição das fotos que trouxe, na cartolina.

Deixa um tempo e escreve no quadro:

Formatado: Fonte: NãoNegrito

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Crenças:

Sobre si, os outros e o mundo.

Aspectos biológicos/genéticos.

Aspectos familiares.

Relação com colegas e experiências de vida

Relação com familiares

Relação com aspectos culturais.

O terapeuta explica o modelo cognitivo da fobia social usando todos os elementos do quadro e

introduzindo a idéia de crenças centrais ou esquemas.

Depois pede que olhem as fotos e pensem nos elementos no quadro.

Deixa-os por alguns minutos e pede para que cada um exponha suas fotos contando como entende os

elementos da fobia social em sua história de vida, que fatores contribuíram e contribuem para o

desenvolvimento da fobia social.

O terapeuta se mostra empático às colocações, tira dúvidas, ajuda-os a refletir sobre suas histórias de

vida e discute a idéia: quem são vocês sem a fobia social?

Será que vocês são a fobia social? E se melhorarem, como ficará a vida?

Ajuda os pacientes a separarem-se eles mesmos do transtorno, com isso começando a trabalhar a

aceitação e possibilidade de modificação.

Os terapeutas também incentivam os membros do grupo a serem empáticos.

Sessão III-

Objetivos:

Identificar os aspectos do modelo cognitivo da fobia social em exemplos da vida de cada um.

Identificar as crenças centrais de cada um.

Desenvolver a habilidade social de aprender a escutar o outro.

Vivenciar e identificar os componentes do modelo cognitivo da fobia social: processamento pré-

evento, pós-evento, situação, pensamento, comportamento, reações físicas e crenças.

Motivação para alcançar os objetivos da terapia.

Formatado: Fonte: Negrito

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Tarefa entre sessões: Anotar as experiências da tarefa entre sessões, ler o texto sobre crenças e

distorções cognitivas e preencher a folha “entendendo a ansiedade social” (apêndice 1). Anotar as

crenças que cada um mais se identificou e tentar refletir sobre evidências de que elas não sejam

verdade, anotando e deixando espaço para a cada semana de tratamento acrescentar mais coisas.

Escolher pelo menos três pessoas que causem um nível baixo de ansiedade para exercitar a tarefa

de ouvir o outro, em vez de fazer autoprocessamento.

Descrição das vivências e observações:

Vendo a tarefa entre sessões:

Roda sentada, terapeuta pede para que falem da tarefa de casa, como se sentiram, pontos principais que

pensaram. O que escreveram. Discute as informações do texto e relembra o modelo cognitivo. Usa os

quadros preenchidos para iniciar a técnica da seta descendente.

Exemplo de diálogo real ocorrido no grupo:

Técnica da Seta Descendente

O que significa para você essa situação?

Que não consigo, sou um desastre.

Porquê?

Porque fico nervoso, não interajo como todo mundo.

O que significa não interagir como todo mundo?

Que sou diferente, fico ansioso.

Diferente como, o que isso diz a seu respeito?

Não consigo me controlar. Fico ansioso.

Uma pessoa que não se controla é uma pessoa o quê?

Uma pessoa fraca.

Então demonstrar ansiedade significa ser fraco?

É, sim, significa ser fraco, incapaz, inferior aos outros.

Terapeuta repete essa seqüência um por um, procurando identificar as crenças de cada paciente. Nos

grupos foram identificadas as seguintes crenças:

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

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Sou Fraco

Sou incapaz

Sou inferior

Sou incompetente

Não sou suficientemente bom

Sou inadequado

Sou Burro

Terapeuta anota no quadro as crenças e pede que cada um comente sobre a crença que identificou: desde

quando sente isso? Com quanta freqüência? Pede para cada um anotar em um papel evidências a favor

da sua crença. O que lhe faz pensar que sua crença, por exemplo: sou um fraco, é verdadeira? Após

todos terem escrito, pede para escreverem no verso o oposto: O que lhe faz pensar que (crença, por

exemplo: sou um fraco) não é verdadeiro?

Terapeuta auxilia perguntando:

E os outros, como são? Todos perfeitos?

O que realizou em sua vida, mesmo se sentindo assim?

Se você não tivesse fobia social, teria essa crença?

Mostrar a importância de tentar modificar essas concepções, idéias, olhar de outra forma.

Discutir que o objetivo do tratamento não é ajudá-los a esconder ter ansiedade, não são ferramentas para

criar uma máscara e se esconder, e sim poder entender a ansiedade de outra forma, aceitando-se e

através disso, modificando-se.

O tratamento envolve essa modificação, esse questionamento, além do desenvolvimento ou

potencialização de habilidades sociais que estejam impedindo ou prejudicando a interação.

Mudar essas crenças envolve testá-las gradualmente, como já temos feito nos exercícios aqui, que

provocam ansiedade e como vamos começar a fazer com as tarefas de casa.

Vivência: 1ª e 2ª revelação de Tereza adaptado com base no descrito por Boal (2002).

Objetivos:

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Importância de ouvir o outro.

Perceber o autoprocessamento para modificá-lo

E vivenciar os componentes do modelo cognitivo da fobia social.

Descrição:

O grupo se divide em duplas, um de frente para o outro. O terapeuta pede para cada um pensar em uma

situação de embaraço social e quando o terapeuta falar, “1ª revelação”, um da dupla começa a contar o

que pensou, fica falando, procurando detalhes, até o terapeuta falar, “2ª revelação”, e o outro da dupla

fala enquanto o 1º que falou escuta, até o terapeuta falar, “Pare!”.

Assim que o segundo parar, o terapeuta pede ao que falou primeiro para contar em detalhes o que o

outro lhe revelou e depois troca.

O terapeuta observa se o grupo teve dificuldade em prestar atenção devido ao auto processamento ou

processamento pré-evento, pontuar esses processos explicando o que aconteceu. Depois que todos

tenham contado a revelação do outro para a roda pede para que cada um olhe para o quadro e identifique

os elementos do esquema, tentando identificar e perceber a diferença entre os elementos que estão no

quadro (descritos a seguir).

Situação

Crenças Processamento pré-evento memória

Sentimento

Pensamento

Comportamento

Reações físicas

Processamento pós-evento.

O terapeuta procura ressaltar a importância desse modelo, lembrando que essa representação é didática,

esse modelo é dinâmico e cada elemento influencia os outros e o todo.

Pergunta a quem falava como se sentia em relação a quem ouvia. Questiona se a pessoa que estava

fazendo a revelação se sentiu compreendida; escutar é uma habilidade social importante.

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Como o outro deve se sentir, é possível ter uma conversa coerente dessa forma, sem escutar o outro?

1ª habilidade social: aprender a escutar

Terapeuta inicia o treino nessa habilidade questionando:

O que vocês mais querem na interação?

Respostas obtidas: causar uma boa impressão desempenhar-se bem, não demonstrar ansiedade.

E o que acaba acontecendo?

O oposto.

Então, quanto mais se preocupam, menos conseguem, é isso que acaba acontecendo?

Sim.

Discute a importância de escutar o outro, como no exercício da sessão, e reforça a importância de

começar a mudar o autoprocessamento.

Vivência de encerramento da sessão: Corredor brasileiro, (Del prette e Del Prette, 2002).

Objetivo:

Identificar e relatar o que deseja alcançar com a terapia.

Motivar-se para a busca de soluções de problemas pessoais.

Expressar apoio.

Desenvolver colaboração.

Solicitar ajuda.

Descrição:

Forma-se um corredor, tipo corredor polonês. A pessoa que vai passar primeiro pelo corredor é

solicitada a dizer o que deseja alcançar com a terapia, em seguida, passa pelo corredor. As pessoas que

formam o corredor são instruídas a incentivar quem esta passando, dizendo frases de encorajamento e

fazendo gestos de apoio e força.

Encerramento: pede a algum voluntário para dar um feedback da sessão, aproveita para explicar o que é

um feedback, e os tipos de feedback. Para um bom feedback a pessoa deve ter conseguido prestar

atenção ao comportamento do outro.

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Sessão IV:

Objetivos:

Apreender respiração diafragmática.

Reestruturação de pensamentos automáticos e crenças.

Preencher a folha “entendendo a ansiedade social”.

Discutir distorções cognitivas e sua relação com a crença central.

Desenvolver as habilidades sociais: escutar o outro e ler o ambiente social.

Desenvolver as habilidades sociais: iniciar e manter conversas.

Tarefa entre sessões: Praticar a respiração diafragmática e escolher pelo menos três situações de

interação para iniciar e manter uma conversa, preenchendo a folha de tarefa entre sessões. E

continuar fazendo a folha “Entendendo a ansiedade social”

Descrição das vivências e observações:

Avaliar com o grupo o preenchimento da folha ”entendendo a ansiedade social”, possíveis dificuldades e

como usar a folha. Ver o exercício de distorções cognitivas, discutindo com o grupo.

Vivência: a cruz e o círculo, (Boal, 2002).

Objetivos:

Aquecer o grupo.

Perceber a diferença entre movimentos voluntários e involuntários

Ensinar respiração diafragmática.

Descrição:

Pede-se que seja feito um círculo com a mão direita, grande ou pequeno, como puderem, é fácil e todo

mundo faz. Pede-se, depois, que seja feita uma cruz com a mão esquerda, é ainda mais fácil; todos

conseguem. Pede-se, então, que façam as duas coisas ao mesmo tempo. É quase impossível.

Ao terminar abre-se a roda para conversação sobre como se sentiram e o terapeuta introduz a idéia de

reação de luta e fuga. E ensina a respiração diafragmática.

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

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Em seguida o terapeuta integra essas informações à sessão anterior, lembrando pontos importantes:

Modelo cognitivo da fobia social, mudança das crenças, perfeccionismo, importância da opinião do

outro.

Conversam sobre a folha de distorções cognitivas da tarefa de casa. Quem se identificou com qual?

Reestruturam as distorções que forem destacadas através de questionamento socrático realizado pelo

terapeuta. O terapeuta explica a ligação entre as distorções e manutenção da crença central.

Vivência: Dramatização no modelo Fórum adaptado com base no que foi descrito por Boal, 2002.

Ao longo do tratamento essa vivência é usada muitas vezes, por isso uma descrição mais detalhada é

fornecida nesse momento. Os objetivos específicos serão descritos sempre que essa vivência for usada e

os objetivos gerais estão descritos abaixo.

Objetivos gerais:

Desenvolver habilidades sociais.

Reestruturar pensamentos.

Revelar dificuldades.

Solucionar problemas através de várias alternativas.

Maximizar o desenvolvimento dos componentes não verbais e paralinguísticos das habilidades sociais.

Expor os pacientes a situações de ansiedade, manejando-as.

Falar sobre si mesmo.

Desenvolver a criatividade.

Favorecer altruísmo, sentimento de universalidade e coesão grupal.

Descrição:

No fórum, os participantes selecionam uma situação de conflito ou difícil que tenham vivido. Realizam a

cena como ocorreu, terminando a encenação, sem resolver a dificuldade. A platéia (restante do grupo e

terapeutas) é convidada a entrar em cena, sempre no lugar de quem passa pelo problema ou situação

difícil, encenando uma alternativa de comportamento. O grupo analisa a alternativa nova, identificando

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os elementos e as diferenças entre as alternativas apresentadas. A sala fica arrumada como em um teatro,

platéia e palco. Cada cena é apresentada uma vez, em seguida o terapeuta pergunta a platéia: Alguém

gostaria de entrar no lugar da pessoa que está passando pelo problema nesta cena e fazer diferente? Se

sim, o terapeuta observa, se não, o terapeuta avalia se deve intervir como modelo para respostas mais

elaboradas. Sempre que alguém da platéia entrar e dramatizar sua sugestão, em seguida o terapeuta

pergunta ao grupo o que de diferente a sugestão nova trouxe em termos de habilidades sociais. O

terapeuta deve sempre ressalta a linguagem não verbal, ou seja, que gestos diferentes a opção nova

introduziu? Ou, teve diferença no tom de voz? O terapeuta ainda pode explorar sentimentos e

pensamentos da opção nova perguntando: Nessa nova opção o que a pessoa que interpretou

provavelmente estava sentindo? E Pensando? Por isso o comportamento foi diferente?

Vivência no modelo Fórum focando as habilidades sociais:

Ler o ambiente social e escutar o outro.

Dividir em duplas e encenar como foi a tarefa de casa de cada um. Depois da apresentação os colegas e

terapeuta podem entrar nas cenas dando sugestões para um desempenho mais elaborado. Focar nas

habilidades; ler o ambiente social e escutar o outro. O terapeuta questiona o grupo em relação ao

desempenho nessas habilidades, incentivando respostas sempre mais elaboradas.

Introduzir o tópico iniciar e manter uma conversa:

Perguntas abertas e fechadas, postura, pensamentos, emoções e comportamentos.

Vivência no modelo Fórum focando as habilidades sociais: iniciar e manter uma conversa.

Objetivos:

Desenvolver essas habilidades através da dramatização de situações vivenciadas.

Trabalhar os elementos do modelo cognitivo, ajudando os pacientes a identificá-los no momento que

estão ativados.

Descrição:

Formatado: Fonte: 12 pt

Formatado: Fonte: 12 pt

Formatado: Fonte: 12 pt

Formatado: Fonte: 12 pt

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Repetem a dramatização das situações da tarefa de casa, incluindo os elementos novos: iniciar e manter

uma conversa. O terapeuta os ajuda a identificar e desenvolver os componentes dessas habilidades.

Perceber o ciclo da fobia social presente no exercício.

Sessão V:

Objetivos:

Reestruturação cognitiva.

Desenvolver habilidades para solução de problemas.

Desenvolver as habilidades sociais: iniciar, manter, mudar de assunto e encerrar uma

conversação.

Favorecer coesão e altruísmo no grupo.

Realizar o relaxamento muscular progressivo (apêndice 2).

Desenvolver habilidades de civilidade.

Tarefa entre sessões: Praticar diariamente o relaxamento usando o CD recebido; escolher pelo

menos três situações de interação social para praticar: iniciar, manter, mudar de assunto e

encerrar uma conversação com conhecidos e desconhecidos, preencher a folha de tarefa entre

sessões. Continuar preenchendo evidências contra a crença central a cada semana e preenchendo a

folha “entendendo a ansiedade social”, procurando identificar a ativação de distorções cognitivas e

crenças na realização dos exercícios entre sessões.

Descrição das vivências e observações:

Vivência: Buscando Saídas, (Del Prette e Del Prette, 2002).

Objetivos:

Efetuar a leitura do ambiente social e de pequenas mudanças ocorridas em uma situação.

Elaborar alternativas de comportamento para uma mesma situação.

Reagir diferencialmente a pequenas mudanças na situação.

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

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Estabelecer analogia entre situação simbólica vivenciada e problemas do cotidiano.

Fazer pedidos.

Manejar a ansiedade.

Agradecer.

Elogiar.

Falar sobre si mesmo.

Desenvolver a criatividade.

Descrição:

O terapeuta convida 6 a 8 pessoas para participarem como grupo vivencial (GV). Dá aos demais (GO)

tarefas específicas de observação: a) do comportamento não verbal das pessoas em treinamento; b) das

estratégias por eles utilizadas; c) das mudanças de desempenho em diferentes momentos do treinamento.

Em seguida, coloca uma pessoa no centro do espaço e as demais de mãos dadas formando um círculo ao

seu redor. As pessoas do círculo são instruídas a ficar atentas às suas instruções ou “dicas” (verbais ou

não verbais). Diz para a pessoa colocada no interior do círculo que ela se encontra simbolicamente em

uma situação social problemática. Pede que ela imagine essa situação que será resolvida quando ela

conseguir sair do círculo. Completando, acrescenta, em tom audível a todos:

“Sua tarefa, portanto, é sair dessa situação”.

Após a primeira tentativa, geralmente bem sucedida, a pessoa é recolocada na mesma situação, pedindo-

se a ela que apresente, agora, uma alternativa, diferente da que já foi utilizada, para novamente sair do

círculo. Neste segundo momento, caso seja necessário, o terapeuta pode induzir alguma aversividade à

situação, provocando a pessoa com perguntas do tipo: A situação de ficar dentro do círculo lhe provoca

desconforto? Você não quer tentar sair? Pense em alternativas.

A cada tentativa bem sucedida, a pessoa deve voltar ao centro e elaborar alternativas melhores em

relação aos desempenhos anteriores. Aos demais, solicita-se que permitam a saída da situação problema

se o desempenho da pessoa for considerado melhor que o anterior. Nesse caso o terapeuta pode dar

sinais, ajudando o grupo a decidir se houve melhora ou não.

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Após tentativas em que a pessoa se dirige a um interlocutor, chamando-o pelo nome, apresentando-se,

expondo seu problema de maneira objetiva e clara, mantendo contato visual e postura pertinente á

situação, pode-se aumentar a dificuldade, colocando-se as pessoas que formam o círculo de costas para

ela, ou mesmo, restringindo-lhe o espaço de movimentação. Com isso, cria-se uma situação que requer

desempenhos mais elaborados.

Naqueles casos em que a dificuldade é muito grande o terapeuta pode solicitar a alguém do GO que

ofereça “deixas” para auxiliar a pessoa do círculo. Por exemplo, circular ao redor do grupo falando em

voz alta: Por que será que fulano está ali? Muita gente vive situação semelhante. Será que ele precisa de

ajuda? Espera-se que a pessoa em treinamento aproveite a “deixa” para pedir ajuda.

Ao final, conduz uma reflexão sobre os problemas do cotidiano e as estratégias utilizadas para resolvê-

los. Qual a relação com os problemas da fobia social? O GO é solicitado a fornecer feedback do

comportamento do GV. O terapeuta aproveita para reforçar o treino em dar e receber feedback.

Introduz o tópico solução de problemas e discute com o grupo alternativas para problemas

vividos.

Vivência Dramatização no modelo fórum focando as habilidades: iniciar, manter, mudar de

assunto e encerrar uma conversação.

O grupo em duplas encena uma situação da tarefa entre sessões. Em seguida aproveita as mesmas cenas

para acrescentar as habilidades: mudar de assunto e encerrar conversação.

Primeiro o terapeuta fala um pouco dessas habilidades, dando exemplos, em seguida abre espaço para

quem desejar também comentar, e pede para que a cena anterior seja repetida, incluindo esses elementos.

O terapeuta pontua aspectos não verbais da interação, treinando o desempenho na cena.

Formatado: Fonte: Negrito

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Novamente, a cada dramatização, o terapeuta abre a opção da platéia entrar para apresentar uma

alternativa diferente.

Vivência: Corrida para ver quem chega por último, (Boal, 2002).

Objetivo:

Acalmar o grupo, prestar atenção nos músculos, no corpo e na respiração.

Descrição:

O grupo forma uma fila de um lado da sala, o terapeuta instrui o grupo para andar o mais devagar

possível, percebendo seu corpo e cada movimento, até o outro lado da sala. Quem chegar por último

ganha. Não pode ficar parado, tem sempre de estar em movimento, porém o mais lentamente possível.

Relaxamento (adaptação do Relaxamento Muscular Progressivo de Jacobson, 1938 citado por

Rangé, 2001) (Descrição no anexo do apêndice 2.1.2).

Sessão VI:

Objetivos:

Reestruturação cognitiva.

Discutir o tópico evitações sutis de situações de ansiedade.

Manejar ansiedade.

Desenvolver aspectos não verbais das habilidades sociais.

Continuar a desenvolver os tópicos: iniciar, manter, mudar de assunto e encerrar conversação.

Desenvolver as habilidades sociais: fazer e receber elogios.

Tarefa entre sessões: Escolher pelo menos três pessoas para elogiar, preencher a folha entendendo

a ansiedade social com alguma situação de ansiedade durante a semana, lembrar que as tarefas

são cumulativas, ou seja, continuar buscando situações para exercitar conversar e continuar

fazendo o relaxamento, além de anotar as evidências contra as crenças centrais.

Descrição das vivências e observações:

Vivência: A série do cego adaptado com base no descrito por Boal, 2002.

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito,Sem sublinhado

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Objetivos:

Aquecer o grupo.

Perceber características de controle e confiança.

Reestruturação cognitiva.

Perceber comportamentos de evitação sutil que mantêm o ciclo negativo da fobia social.

Descrição:

O grupo se divide em duplas: um parceiro será o cego, e o outro o guia. O terapeuta distribui alguns

obstáculos pela sala e pede ao guia para começar a andar lentamente pela sala conduzindo o cego, é

responsabilidade do guia que o cego não se machuque, ele pode guiar tocando nos ombros do cego, que

deve aceitar ser conduzido. Solicita que as duplas andem em rítimos diferentes e passem pelos

obstáculos da sala. Em seguida as duplas trocam de posição, quem conduziu agora será conduzido.

Repetindo o exercício, após alguns minutos, o terapeuta instrui que os guias não podem mais tocar no

cego, cada guia deve criar um som e fazer para o cego ouvir, o cego deve passar a ser guiado pelo som

que seu guia está fazendo. Quando o guia parar de fazer o som, o cego deve parar também. O guia deve

mudar constantemente de posição e também variar o volume do som, ás vezes fazendo bem baixinho.

Em seguida inverte, quem conduz será agora conduzido pelo som.

Encerra abrindo para debate: Como cada um se sentiu? Foi mais fácil ser cego ou ser guia? Por quê?

Existe alguma relação com os sintomas de fobia social

Nos grupos, algumas pessoas que preferiram o papel de cego relataram que esse papel era mais

confortável por sentirem-se menos cobradas. No papel de guia, ficaram preocupados com seu

desempenho, sendo mais fácil transferir o controle para outra pessoa. Essas colocações levaram a uma

conversa sobre as evitações sutis que ás vezes fazemos, deixando outros tomarem a iniciativa por nós ou

realizar por nós. Todos revelaram ter alguma atividade que evitavam com a desculpa de que o outro faria

melhor, ou queria fazer, porém relataram no fundo saber que não faziam porque tinham medo e

preferiam se acomodar. O terapeuta então solicitou que cada um se comprometesse a modificar esse

comportamento evitativo. Explicou que a evitação mantém o medo, uma vez que a pessoa não arrisca

descobrir o quanto é capaz ou não, ou o que pode aprender, desenvolver na situação. O comportamento

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de evitação contribui mantendo as crenças já discutidas e o ciclo negativo da fobia social, gerando um

sentimento de incapacidade. Um dos objetivos da terapia é justamente essa modificação, e isso se faz

tentando, sendo menos exigente em relação ao seu próprio desempenho. Aceitando seus próprios limites.

O período de tratamento é o momento ideal para experimentar ao máximo, arriscar aproveitando o apoio

do grupo.

Algumas pessoas relataram preferir o papel de guia, uma vez que de olhos fechado se sentiam

vulneráveis, expostos. Relataram um sentimento de incômodo por não terem o controle da situação.

Esses comentários permitiram ao grupo abordar a questão do controle, porque temos que controlar o

ambiente o tempo todo. Sugestões de perguntas:

Caso a pessoa relaxe dessa vigilância o que pode acontecer? E isso já aconteceu? É algo possível de ser

superado? Será que não estão exagerando a repercussão de uma situação? As pessoas são avaliadas por

uma única situação de desempenho que vira um rótulo para sempre? As situações de desempenho ruim

pesam mais que as de desempenho bom? A opinião do outro é tão valiosa assim? E se duas pessoas lhe

avaliarem ao mesmo tempo, uma diz que você é inteligente e a outra diz que você é burro, em quem vai

acreditar? Não é melhor criar critérios próprios de avaliação pessoal com base em evidências concretas

da realidade, em vez da opinião de outra pessoa?

Após discutir com o grupo esses tópicos o terapeuta encerra e segue adiante.

Vivência: Variação da dramatização no modelo fórum (o diretor surpreende) focando as

habilidades: iniciar, manter, mudar de assunto e encerrar uma conversação.

Objetivos:

Identificar sentimentos.

Identificar pensamentos.

Focar nos aspectos não verbais.

Provocar a ansiedade manejando-a.

Descrição:

Escolher a situação que foi mais difícil de executar como tarefa de casa para se dividir em duplas e

encenar. Após a primeira passagem da cena pelas duplas, o terapeuta solicita que sejam repetidas, sendo

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que agora o terapeuta é o diretor, então durante a encenação vai dar alguns comandos que devem ser

seguidos e improvisados. Solicita à platéia que preste atenção nos mínimos detalhes. Comandos para

alternar nas duplas: 1)encenar sem som, apenas no gestual; quem assiste procura identificar o que se

passa. 2) intensificar sentimentos da cena, como em novela mexicana. 3) interpretar a cena escolhendo

um sentimento que deve ser expresso ao máximo, por exemplo: amor, raiva, alegria, ironia. 4) Falar em

gromelô (falar em sons sem significado, tipo: dalidusa, dinimin, parara?).

Encerrar e abrir para discussão: Como se sentiram? O que repararam? O que do exercício foi similar a

alguma característica da fobia social?

Questionar se na vida deles algum modo que foi ensaiado no exercício está faltando.

Por exemplo:

Terapeuta: acabamos de fazer as situações de vocês de tarefa de casa de formas diferentes, com ênfase

em alguns sentimentos e movimentos. Como se sentiram?

Alguém se sentiu ridículo? Qual o problema de fazer coisas ridículas?

Na vida de vocês alguns desses sentimentos ou movimentos estão faltando?

Conduzir o debate até que todos se coloquem.

Introduzir tópico novo: fazer e receber elogios.

Pedir para que cada um fale de uma situação difícil em relação a isso. Terapeuta usa exemplos para

questionar pensamentos e crenças relacionados a essa habilidade, além de sentimentos e

comportamentos relacionados.

Vivência: Berlinda de elogios:

Objetivos:

Exercitar a habilidade de receber e fazer elogios.

Reestruturar pensamentos.

Incentivar esse comportamento nas pessoas do grupo.

Descrição:

É solicitado que todos formem a roda, o terapeuta vai ao centro e pede que um por vez faça um elogio. O

terapeuta funciona como modelo respondendo de forma variada. Em seguida, outro vai para o centro e

Formatado: Fonte: 12 pt

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assim por diante, até que todos tenham ido. O terapeuta instrui para que não ocorram elogios repetidos e

nem falsos, o conteúdo deve ser verdadeiro. No caso de alguém apresentar dificuldade para responder os

elogios na berlinda o co-terapeuta entra e fica junto na berlinda, ajudando com dicas ao ouvido de quem

está na berlinda. Se alguém estiver com dificuldade de elogiar o terapeuta chega perto e também fornece

alguma dica. Essa vivência foi muito rica, alguns pacientes relataram estar com ansiedade antecipatória,

imaginando que em sua vez ninguém conseguiria achar elogios para fazer; com a vivência foi possível

testar essa hipótese e verificar que poderiam sim receber elogios verdadeiros e variados.

Sessão VII:

Objetivos:

Reestruturação cognitiva.

Introduzir a folha “Testando Pensamentos” (apêndice 1).

Desenvolver expressão facial e corporal nas interações sociais.

Favorecer criatividade, coesão e altruísmo.

Introduzir a idéia de cometer gafes.

Desenvolver as habilidades sociais: fazer e receber elogios.

Tarefa entre sessões: Escolher pelo menos uma situação social que cause ansiedade moderada

para preencher as folhas: “entendendo a fobia social” e “testando pensamentos”. Escolher duas

gafes para cometer, o terapeuta avalia, de acordo com o caso individual, quais as melhores

situações para cometer gafes.

Descrição das vivências e observações:

Em roda conversam como foi a tarefa de casa: grau de dificuldade, ansiedade e pensamentos.

Vivência: Se isso não fosse uma garrafa, o que seria. (Boal, 2002).

Objetivo:

Formatado: Fonte: Negrito

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Ver como o nosso olhar pode transformar a realidade, cada situação tem sempre muitos ângulos para

serem interpretados.

Estimular criatividade e exposição à avaliação do grupo.

Descrição:

Um objeto é colocado no meio da roda, por exemplo: uma garrafa de coca-cola de 2 litros vazia. O

terapeuta então pergunta: Se isso não fosse uma garrafa, o que seria? Pede para ninguém falar, apenas

observar seu comportamento e tentar adivinhar a mímica que vai fazer, então se dirige ao centro da roda

e usa a garrafa de outra forma, por exemplo, como se estivesse ninando um neném. Espera até que

adivinhem. Instrui que quem tiver uma idéia de como usar a garrafa deve ir até o centro e fazer; não

pode falar, tem de fazer a mímica. Se estiverem com dificuldade o terapeuta fala no ouvido e pede para

a pessoa ir, até que o grupo comece a aderir.

Fazer com três objetos (cadeira de plástico e kanga, por exemplo).

Abrir para discussão, como se sentiram e o que entenderam do exercício.

Será que cada um poderia estar em sua vida olhando os acontecimentos de uma mesma forma, sem

questionar alternativas? Abrir para que cada um se coloque. Fazer conexão com as crenças de cada um e

o modelo cognitivo.

Vivência: Completando a imagem, (Boal, 2002).

Objetivo:

Iniciar o tópico, reestruturação cognitiva.

Desenvolver criatividade.

Desenvolver expressão corporal e facial.

O co-terapeuta e um voluntário se cumprimentam, apertando-se as mãos. Congela-se a imagem. Pede-se

ao grupo que diga, quais os possíveis significados para a imagem: é um encontro de negócios, amantes

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se despedindo, um negociante de drogas, etc.? Várias possibilidades são exploradas. As imagens não

dependem apenas delas mesmas, mas dos observadores.

O co-terapeuta sai e deixa o voluntário congelado na mesma imagem, sem mudar de posição. O

terapeuta pergunta sobre significados possíveis da imagem que resta. O terapeuta convida quem desejar

a entrar na imagem, completando-a para um outro significado. Se ninguém for, o co-terapeuta se

candidata para iniciar, completando a cena, o primeiro voluntário continua imóvel. Novamente pergunta

os possíveis significados da nova imagem, em seguida convida alguém a completar a cena, sem que

tenha saído ninguém, até a imagem estar com umas quatro pessoas. Encerra e divide o grupo em duplas;

cada dupla começa com a imagem do aperto de mão. Um parceiro de cada dupla, conforme indicação do

terapeuta, se retira da imagem, deixando o outro congelado com sua mão estendida. Agora em vez de

dizer o que pensa que essa nova imagem significa, o parceiro que saiu retorna e completa a imagem,

mostrando o que vê como um possível significado seu, se colocando em uma posição diferente com

relação à mão estendida (por exemplo, pode se joelhar na frente como se estivesse recebendo uma

benção), mudando o significado da imagem. Então inverte, o segundo parceiro sai e entra modificando a

imagem.

Em seguida o terapeuta deixa as duplas congeladas e pede para que os parceiros da direita saiam da

imagem, e rodem para a direita completando a imagem do colega ao lado, até que todos tenham

completado a imagem de todos. O terapeuta pode adicionar algum objeto; uma cadeira, lápis, etc.

Não importa que a maneira escolhida para completar a imagem não tenha um significado literal, o

importante é deixar as idéias fluírem. No caso de dificuldade o terapeuta auxilia com opções. Em

seguida pede que todos voltem para a roda e solicita um voluntário para ir ao centro executar um

movimento, pede que a pessoa fique congelada. Solicita aos companheiros da roda que entrem e

completando a imagem, formando uma cena com todos. Em seguida encerra abrindo a roda para

discussão. Como se sentiram? O que perceberam?

O terapeuta aproveita para introduzir a idéia de reestruturação cognitiva: a forma como interpretamos

um evento pode ser modificada através de uma reflexão questionadora. Introduz a folha “testando

pensamentos”. Cada um escolhe um pensamento da folha, entendendo a fobia social, que foi feita em

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casa, para juntos preencher a folha, testando pensamentos. O terapeuta, em roda, faz com que cada um

responda uma folha, os colegas observam e tentam acompanhar.

O terapeuta ajuda a integrar as informações novas com as já obtidas, pontuando as principais distorções

cognitivas de cada um e como estas podem estar relacionadas às crenças já identificadas.

Introduzir a ideia de cometer gafes para testar pensamentos e habituar-se aos sintomas de ansiedade

Exemplos de gafes:

Tropeçar ou cair na frente de outras pessoas, falar alto ao celular em um lugar cheio, tremer ao comer,

derrubar coisas, pedir algo que não consta no menu; sair com uma roupa descombinando ou do avesso;

pedir algo, que obviamente não é vendido naquela loja; fazer perguntas indiscretas, fora de um contexto,

solicitar uma informação e pedir para a pessoa repetir várias vezes como se não estivesse entendendo;

falar uma bobagem, por exemplo, errar uma informação atual (dizer errado o nome de algum político

importante); fazer uma pergunta usando um tom de voz estranho ou gaguejando; chegar atrasado de

propósito a um compromisso; chegar perto e quase entrar no banheiro do gênero oposto; comprar algo

que você normalmente ficaria envergonhado de fazer; entre outros.

Sessão VIII:

Objetivos:

Reestruturação cognitiva.

Discutir sentimento de ridículo.

Desenvolver habilidades empáticas.

Uso do videofeedback para o desenvolvimento das habilidades empáticas.

Tarefa entre sessões: ler o texto sobre empatia e escolher pelo menos três situações para ser

empático preenchendo a folha de tarefa entre sessões. Continuar praticando as habilidades

anteriores, inclusive, cometer gafes.

Descrição das vivências e observações:

Avaliar como foi a realização da tarefa entre sessões: cometer gafes, discutindo o sentimento de

ridículo.

Formatado: Fonte: 12 pt

Formatado: Fonte: 12 pt

Formatado: Fonte: 12 pt

Formatado: Fonte: 12 pt

Formatado: Sem sublinhado

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

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Identificar os pensamentos automáticos referentes à tarefa de casa:

Testando pensamentos:

Terapeuta divide o grupo em duplas. Cada dupla deve escolher duas folhas testando pensamentos,

preenchidas em casa (uma de cada). São instruídos a examinar, juntos, tirando possíveis dúvidas e vendo

outras possibilidades de resposta para cada pergunta, além de identificar distorções cognitivas. Durante

esse exercício os terapeutas andam pela sala ajudando um pouco cada dupla, tirando possíveis dúvidas.

Depois que todos tiverem terminado, o terapeuta pergunta se ainda existe alguma dúvida e encerra.

Vivência: Seqüência do espelho adaptado com base na descrita por Boal, 2002.

Cada etapa desta seqüência pode durar um, dois, três minutos, ou até mais dependendo do envolvimento

dos participantes e estímulo do terapeuta. O importante é conseguir que os participantes sejam

minuciosos, detalhados, exatos e reveladores o quanto possível:

O espelho simples:

Duas filas de participantes, cada um olhando fixamente para a pessoa que está a sua frente, olho no olho.

Na fila A estão os sujeitos e na fila B as imagens. Em um primeiro momento o terapeuta os instrui a ficar

apenas olhando olho no olho, sem desviar o olhar. Os terapeutas observam e mantêm o exercício até que

todos tenham conseguido ao menos dois minutos sem desviar o olhar. Em seguida o exercício começa e

cada sujeito inicia uma série de movimentos e de expressões faciais em câmera lenta, que devem ser

reproduzidos nos mínimos detalhes pela imagem que tem em frente (fila B). O sujeito não deve

considerar-se inimigo da imagem: não se trata de uma competição e sim da busca perfeita de uma

sincronia entre pessoa e imagem. É importante que os movimentos sejam lentos para que possam ser

copiados nos mínimos detalhes. Assim que todos tenham conseguido uma sincronia grande o terapeuta

pede para inverter, quem era imagem vira sujeito e vice-versa, repetindo o exercício. Em seguida pede

que parem e fechem os olhos, todos, e que procurem fazer a respiração diafragmática. Enquanto isso os

terapeutas cochicham no ouvido de cada sujeito da fileira A um sentimento (tristeza, raiva, alegria,

saudade, medo e etc.) Pede que a fileira B continue respirando e instrui a fileira A a procurar sentir o

sentimento que foi dito. Espera alguns segundos e pede que todos abram os olhos. O terapeuta então

Formatado: Fonte: Negrito,Sem sublinhado

Formatado: Fonte: NãoNegrito

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pede que a fileira B preste atenção na fileira A, além de imitar a imagem, terão de descobrir o

sentimento da imagem e também sentir. O exercício se inicia e o terapeuta observa, intervindo se for

necessário para que todos façam o melhor possível. Em seguida as fileiras se invertem e a fileira que

criará a imagem é solicitada a escolher livremente um sentimento e começar a fazer, durante a execução,

após alguns minutos o terapeuta pede que eles intensifiquem ao máximo o sentimento, inclusive usando

além do rosto, o corpo. Expressando ao máximo, com toda a intensidade. Deixa por alguns minutos e

instrui que os grupos se invertam novamente para realizar a mesma instrução. O terapeuta estimula e

provoca medo, realmente conseguindo que expressem com muita intensidade os sentimentos. O

terapeuta agora diz os sentimentos que todos da fileira que cria imagens devem fazer. O terapeuta

aproveita esse momento para explorar sentimentos que não tenham aparecido e para estimular o grupo

que imita a realmente sentir o que o outro sente. Após o terapeuta, avalia que todos os sentimentos foram

explorados ele instrui que todos fechem os olhos novamente e respirem, deixar alguns minutos e

encerrar o exercício, abrindo a roda para conversar sobre o exercício. Como foi, como se sentiram? O

que acharam?

Introduz o tópico Empatia:

O terapeuta explica o conceito: componentes cognitivos, afetivos e comportamentais e pede que cada um

dê exemplos de sua vida em que foram empáticos com alguém, ou que alguém foi empático com eles.

Terapeuta aproveita para apontar os componentes da empatia.

Vivência: Dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades empáticas.

Essa vivência é filmada para videofeedback.

Divide o grupo em duplas e pede para que cada dupla escolha uma situação de empatia vivenciada para

dramatizar, cada dupla apresenta e em seguida a platéia é convidada a entrar em cena com alternativas.

O terapeuta pode entrar para funcionar como modelo.

Formatado: Fonte: Itálico

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Terapeuta encerra a sessão resumindo a empatia e pedindo para que cada um avalie como imagina que

foi seu desempenho em cena, como imagina aparecerá no vídeo filmado. O terapeuta ajuda o grupo a ser

descritivo, e pede que cada um escreva sua avaliação e traga na próxima sessão.

Sessão IX:

Objetivos:

Videofeedback habilidades empáticas, continuar desenvolvendo esse tópico.

Reestruturação cognitiva.

Desenvolver as habilidades demonstrar afetividade e expressar sentimentos.

Favorecer altruísmo no grupo.

Tarefa entre sessões: escolher pelo menos três situações para demonstrar afeto, inclusive com o

corpo, procurando abraçar, tocar, ser carinhoso. Preencher as folhas: “entendendo a fobia social”

e “testando pensamentos”.

Descrição das vivências e observações:

Videofeedback:

Ver o filme da sessão anterior e comparar a imagem da tela com a avaliação que cada um fez pontuando

as diferenças e reestruturando pensamentos a partir da imagem.

Conversar sobre o texto empatia: dúvidas e comentários.

Introduzir o tópico demonstrar afetividade, expressar sentimentos.

Pedir ao grupo para dar exemplos de dificuldade nesse tópico. Em seguida pedir a cada um que revele

um sentimento que o incomoda e normalmente não compartilha com ninguém. O terapeuta se comporta

de forma empática a cada revelação. Não intervêm com reestruturação, apenas escuta e é empático.

Estimula o grupo a fazer o mesmo.

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

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Vivência: Adaptação da dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades expressar

sentimentos positivos e demonstrar afetividade.

Essa vivência é filmada e cada um descreve como imagina ter se desempenhado.

Objetivos:

Desenvolver as habilidades expressar sentimentos positivos e demonstrar afeto.

Reestruturar pensamentos disfuncionais.

Desenvolver a afetividade no grupo, maximizando a expressão corporal.

Descrição:

Dividir o grupo em duplas e pedir que cada dupla selecione duas situações relacionadas a essa habilidade

(uma de cada um) para dramatizar. Cada dupla dramatiza a cena como foi, com toda a dificuldade, em

seguida o terapeuta pede que interpretem a cena como gostariam que tivesse ocorrido, em seguida pede

que se repita a cena com muito amor e carinho, em que se demonstre através de abraços, gestos e falas.

Ao final da apresentação do conjunto da mesma cena, o terapeuta e pacientes ajudam a pessoa a

identificar os pensamentos e sentimentos presentes e intervêm ajudando a reestruturar.

Observação:

Nos grupos esse tema foi muito rico, todos tinham dificuldade, principalmente em abraçar ou receber

afeto de outra pessoa. O sentimento mais revelado foi o de inadequação e inferioridade.

Abraço coletivo e individual:

O grupo em roda, de pé, se abraça, todos juntos, em um abraço coletivo; em seguida o terapeuta instrui

para que todos dêem um abraço em cada membro do grupo e terapeutas.

Sessão X:

Objetivos:

Videofeedback das habilidades: demonstrar afetividade e expressar sentimentos.

Reestruturação cognitiva.

Desenvolver habilidades assertivas.

Formatado: Fonte: 12 pt

Formatado: Fonte: 12 pt

Formatado: Fonte: 12 pt

Formatado: Fonte: 12 pt

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Fonte: Negrito

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Desenvolver a habilidade de dar e receber feedback.

Tarefa entre sessões: Ler o texto sobre assertividade, escolher pelo menos três situações para ser

assertivo, identificando os elementos da assertividade discutidos na sessão.

Descrição das vivências e observações:

Videofeedback

Ver o filme da sessão anterior confrontando a imagem com a avaliação descritiva que cada um fez

reestruturando pensamentos distorcidos através da confrontação com a imagem.

Avaliar como foi a tarefa de casa e dividir o grupo em duplas para que analisem, juntos, as folhas

preenchidas.

Vivência: Direitos Humanos e Interpessoais (Del Prette e DelPrette,2002).

Objetivos:

Reconhecer que o respeito ou desrespeito aos direitos interpessoais envolve o pensar, o sentir e o agir.

Tomar conhecimento da Carta dos Direitos Humanos da qual o Brasil é signatário.

Conscientizar-se dos diferentes direitos interpessoais.

Valorizar a identificação e defesa de direitos interpessoais.

Reconhecer relação entre sentimento, pensamento e comportamento.

Compreender a reciprocidade entre os próprios direitos e os direitos das outras pessoas.

Descrição:

O terapeuta introduz o tópico, assertividade, explicando os componentes cognitivos, afetivos e

comportamentais dessa habilidade. Discute a noção de defender direitos, que direitos temos enquanto

seres humanos. Deixa o grupo se colocar e complementa. Em seguida, entrega um cartão com a lista de

direitos interpessoais, no verso há uma folha de resposta (descreve usando poucas palavras: sentimentos,

pensamentos e ações imaginadas) e pede que todos leiam atentamente a lista e circule o número daquele

que julga mais importante. Enfatiza que apenas um deve ser circulado. Em seguida conduz a vivência

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito,Sem sublinhado

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pedindo que todos imaginem uma sociedade em que o direito escolhido é respeitado. O terapeuta faz

essa exposição imaginária com muitos detalhes. Pede que abram os olhos e escrevam no verso,

completando a folha de resposta. Na segunda fase, o terapeuta pede que cada pessoa circule um outro

direito importante para ela e refaz a exposição imaginária, porém pede que imaginem uma sociedade

onde o direito escolhido não é respeitado. Também nesse caso, solicita que preencham a folha de

resposta.

Introduzindo o tópico assertividade: o terapeuta explica o conceito e exemplifica situações, em seguida

pede ao grupo para contar experiências em que foram assertivos, passivos ou agressivos. Explica os

componentes cognitivos, afetivos e comportamentais da assertividade.

Vivência Nem passivo, nem agressivo, assertivo! Adaptação do descrito por Del Prette e Del

Prette, 2002.

Objetivo:

Identificar elementos da assertividade

Revelar situações pessoais

Reestruturar pensamentos.

Aprender a ser assertivo

Trabalhar o repertório não verbal dessa habilidade.

Descrição:

O terapeuta escreve no quadro os elementos da autoconsciência: O que quero? Quais as minhas

expectativas? Que sentimentos estou experimentando.

O grupo é dividido em duplas que sorteiam um tema: passivo, agressivo ou assertivo. Cada grupo é

instruído a escolher uma situação (que um da dupla vivenciou) de acordo com o tema sorteado para

dramatizar. Cada pessoa recebe 3 cartões de cartolina: um vermelho representando agressividade, um

amarelo representando a passividade e um verde representando assertividade. A platéia é instruída para

ao final de cada apresentação levantar o cartão que mais considera ser adequado à cena dramatizada.

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Assim que a platéia se manifestar o terapeuta procura identificar se todos concordaram e faz perguntas

para estimular o entendimento dos conceitos. Por exemplo: O que vocês acham que a pessoa realmente

queria nessa situação? Ela conseguiu? Por quê? Os gestos e tom de voz demonstravam o que?

Em seguida pergunta se alguém da platéia deseja entrar em cena para mostrar outras alternativas de

comportamento (só podem entrar na cena no lugar da pessoa que tem fobia social). Os terapeutas

também podem entrar em cena para servir de modelo, dependendo do grau de dificuldade do grupo.

Encerramento: terapeuta pede para algum voluntário dar um feedback descritivo da sessão

Sessão XI:

Objetivos:

Desenvolver aspectos não verbais da assertividade.

Desenvolver assertividade no grupo.

Identificar e expressar sentimentos no grupo, favorecendo a coesão grupal.

Desenvolver os tópicos: dizer não, fazer e recusar pedidos e reclamar em estabelecimento

comercial.

Videofeedback das habilidades assertivas.

Trabalhar feedback descritivo com o grupo.

Reestruturação cognitiva.

Tarefas entre sessões: Criar situações para colocar em prática cada uma das habilidades

trabalhadas na sessão (dizer não, fazer pedido, recusar pedido e reclamar em estabelecimento

comercial). Preencher a folha testando pensamentos com alguma situação da tarefa de casa.

Descrição das vivências e observações:

Vivência: Quantos “a” existem em um “a”. (Boal, 2002).

Objetivo: explorar componentes não verbais, em especial a voz.

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito,Sem sublinhado

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Em círculo, o terapeuta vai ao centro e exprime um sentimento, sensação, emoção ou idéia usando

somente um dos muitos sons da letra “a”, com todas as inflexões, movimentos e gestos que for capaz de

expressar. Todos os outros participantes no círculo repetirão o som e a ação duas vezes, tentando sentir

também aquela emoção, sensação, sentimento ou idéia que originou o movimento e o som. O terapeuta

então convida alguém que tenha alguma outra idéia, sentimento ou sensação para usar o “a”, a ir até o

centro e fazê-lo; seguido novamente pelo grupo duas vezes. Quando muitos “as” tiverem sido criados o

terapeuta passa para outras vogais, quando esgotar as vogais passa para as palavras sim e não. Pede para

observarem que algumas vezes, dependendo do tom e gestual o sim quer dizer não e o não quer dizer

sim. O corpo envia uma mensagem e a palavra outra. Finalmente utiliza frases inteiras, expressões ou

ditados da vida cotidiana, sempre tentando expressar, com as mesmas frases diferentes emoções,

sensações ou idéias.

Quando o terapeuta avaliar que todos participaram e muitos sentidos para cada elemento foram

explorados, encerra abrindo para discussão: Como foi e o que sentiram, o que foi mais forte, a palavra

falada ou a mensagem do corpo? Como isso se manifesta na vida cotidiana de cada um?

O terapeuta aproveita para ressaltar a importância do tom de voz e movimento do corpo na comunicação

social.

Vivência: 1 2,3 de Bradford, adaptação com base no descrito por Boal, 2002.

Objetivos:

Identificar sentimentos.

Expressar sentimentos.

Favorecer o sentimento de grupo.

Em duplas, face a face. Cada dupla recebe um papel, anota 3 sentimentos e guarda.

1ª parte: os dois participantes de cada dupla contam até três, em voz alta, alternadamente: o primeiro dirá

um; o segundo dois; o primeiro três; e assim por diante. Devem tentar contar o mais rápido possível.

2ª parte: em vez de dizer um, o primeiro passará a fazer um som e um gesto rítmico, e nenhum dos dois

dirá mais a palavra um, que se transformou em um movimento rítmico e um som inventado pela

primeira pessoa da dupla. Isso deve ser feito com base no 1º dos 3 sentimentos que a dupla escolheu, ou

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seja, o movimento e o som devem representar de alguma forma aquele sentimento. O terapeuta intervém

pedindo algo bem original, com bastante movimento e ritmo primeiro fará o seu movimento e som

inventado para representar o um e o segundo dirá dois, o primeiro dirá três e assim por diante. O som e a

ação criados pelo primeiro devem ser repetidos sempre no lugar do 1 na seqüência 1, 2,3.

3ª parte: agora, a segunda pessoa da dupla inventará um movimento e som para representar o dois (com

base no 2º sentimento), a dupla repete a seqüência, um dois três, em que o 1 e 2 são substituídos pelas

novas representações.

4ª parte: agora o primeiro da dupla criará um movimento e som diferente dos anteriores para representar

o três (com base no 3º sentimento escolhido). Então teremos um ritmo de dança, somente com sons e

movimentos rítmicos, sem nenhuma palavra.

O terapeuta estimula ao máximo a criatividade dos sons e movimentos. Ao final, cada dupla apresenta o

seu ritmo para os demais, que tentam adivinhar os sentimentos. Em seguida, cada dupla deve explicar

porque escolheu aqueles sentimentos, gestos e sons. Então o terapeuta solicita que o grupo, como um

todo, escolha uma sequência que os represente, podendo misturar os elementos criados por cada dupla.

Abre-se a roda para conversar sobre a Vivência: Como se sentiram? Foi difícil? Provocou ansiedade, por

quê? Os sentimentos apresentam relação com alguma coisa que ocorreu durante a semana? Ou em

relação às exposições de tarefa de casa? A seqüência que escolheram para representar o grupo significa o

que para cada um?

Observação:

Esse exercício funcionou muito bem nos grupos, foi rico para trazer sentimentos importantes de cada um

e para unificar o grupo. Escolheram uma sequência de:

Grupo 1): ansiedade-esperança-alegria e explicaram que ao chegarem ao grupo estavam ansiosos e hoje

o grupo representa a esperança de alcançar a alegria.

Grupo 2): ansiedade-raiva-alegria.

Grupo 3): ansiedade-libertação-união.

Grupo 4): ansiedade-desesperança-alegria.

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O terapeuta aproveita algum sentimento trazido para conversar sobre o texto assertividade introduzindo,

em seguida, as habilidades: dizer não, fazer pedido, recusar pedido e reclamar em estabelecimento

comercial. Explica cada habilidade e pede que o grupo compartilhe as dificuldades que têm nessas

habilidades.

Vivência: Dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades: dizer não, fazer pedido,

recusar pedido e reclamar em estabelecimento comercial.

Essa vivência é filmada.

Em duplas, cada uma escolhe uma situação entre as habilidades: dizer não, fazer pedido, recusar pedido

e reclamar em estabelecimento comercial. Cada dupla representa sua situação, o terapeuta pede que a

platéia identifique os sentimentos e pensamentos presentes, ajudando a pessoa com dificuldade a

reestruturar. Em seguida a platéia é convidada a entrar em cena apresentando outras opções de

comportamento para aquela situação. Em cada opção se identificam pensamentos para reestruturar. O

componente não verbal de cada habilidade é estimulado, por exemplo: tom de voz para ser assertivo na

situação, postura corporal, direção do olhar.

Encerramento: terapeuta pede para algum voluntário dar um feedback descritivo da sessão.

Sessão XII

Objetivos:

Videofeedback das habilidades assertivas.

Reestruturação cognitiva.

Aliar empatia e assertividade nas interações sociais.

Trabalhar sentimento de vergonha e ridículo em situações sociais.

Identificar situações que ainda evitam e planejar exposições.

Incentivar prática das tarefas entre sessões.

Tarefa entre sessões: Escolher situações para colocar em prática o conjunto empatia-assertividade,

quanto mais situações, melhor. Preencher a folha testando pensamentos. Cada um deve selecionar

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

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uma música para trazer na sessão que vem. Pode ser uma música representativa de sua vida, ou

apenas uma música que goste. Ler e preencher o texto sobre a construção de uma hierarquia (esse

exercício será visto na sessão IV para que cada um preencha com calma e possa observar para

incluir o máximo de situações).

Descrição das vivências e observações:

Videofeedback com o filme da sessão anterior examinando as habilidades assertivas.

Vivência: Adaptação da dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades: dizer não,

fazer pedido, recusar pedido e reclamar em estabelecimento comercial além de aliar empatia e

assertividade.

Objetivos: produzir um grau maior de ansiedade e dificuldade nas situações, ajudando os pacientes a

modificar crenças. Trabalhando as habilidades dizer não, fazer pedido, recusar pedido e reclamar em

estabelecimento comercial além de aliar empatia e assertividade.

Descrição:

Em duplas, cada uma escolhe duas situações da tarefa de casa para representar. Enquanto uma dupla

apresenta, os outros membros são a platéia. Ao final de cada cena o terapeuta entra na cena, no lugar do

“opressor” (pessoa da cena que impõe a situação em que o outro deve ser assertivo) e dificulta a

interação para o oprimido (pessoa que está tentando ser assertiva). O terapeuta usa tom de voz e gestual

para oprimir, podendo chegar a representar um comportamento um pouco agressivo. O opressor tenta

uma opção de interação mais difícil. Em seguida o terapeuta pergunta se alguém da platéia deseja tentar

outra alternativa de resposta para aquela situação. Caso ninguém queira, o co-terapeuta entra como

modelo, representando um comportamento assertivo. Essa sequência é feita em todas as cenas. Ao final,

abre para debate. O terapeuta aproveita esse momento para introduzir a idéia de aliar empatia á

assertividade, como uma alternativa que em muitas situações melhora a qualidade das relações.

Relembra o conceito de empatia e fornece alguns exemplos da combinação dessas habilidades. Em

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito,Sem sublinhado

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seguida pede que cada dupla escolha uma das duas situações anteriores, agora o oprimido vai tentar ser

empático e assertivo. Após cada apresentação novamente à platéia é convidada a entrar com outras

alternativas, se necessário o terapeuta entra como modelo.

Vivência: Anda, Pára, Justifica adaptação da descrita por Boal, 2002.

Objetivos:

Trabalhar o sentimento de vergonha em situações que se sentem ridículos

Avaliar coisas que gostam de fazer e evitam, os incentivando a fazer.

Identificar situações sociais que precisam ainda serem trabalhadas.

Motivar as exposições entre sessões, lembrando as habilidades já trabalhadas.

Descrição:

O terapeuta instrui o grupo a andar pela sala ocupando todos os espaços, pede que prestem atenção

apenas em seu caminhar, sua respiração, o contato dos pés com o chão. Aguarda alguns instantes e pede

para que caminhem de forma estranha, bizarra, o mais que puderem. Aguarda um pouco e diz: “Pára!

Todos em estátua!”. Chega perto de uma estátua e fala: “justifique”. A pessoa deve justificar a postura.

O terapeuta faz com algumas pessoas e pede que voltem a andar pela sala e instruí:

“Todos andando como o presidente lula”.

“Agora como um mendigo”.

“Agora como um camelo, quem sabe como o camelo anda?”.

Se ninguém sabe, o terapeuta informa: “pé direito, mão direita”.

“Como elefante? Pé direito, mão esquerda, em xadrez”.

“Agora como (terapeuta fala o nome de alguém do grupo, em alguns minutos fala de outra pessoa do

grupo até que todos tenham sido imitados)”.

Pede que voltem a andar livremente e agora diz uma categoria e todos devem escolher uma ação para

fazer, por exemplo: atividades domésticas, em seguida, coisas que cada um mais gosta de fazer, em

seguida, coisas que menos cada um gosta de fazer, em seguida, algo que imagina que jamais fariam.

Terapeuta encerra e abre para debate: como se sentiram? Explora o sentimento de ridículo de algumas

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caminhadas, questionando como é se sentir ridículo? Como se sentiram executando o exercício e que

coisas gostam e não estão fazendo. O terapeuta os estimula a fazer planos de ação para colocar em

prática, principalmente comportamentos que são evitados devido à fobia social. Pede que todos listem

coisas que gostariam de fazer, porém evitam devido à fobia social. O terapeuta aproveita para lembrar o

quão importante é a prática entre sessões, não apenas das tarefas pedidas, mas de qualquer situação

social que evitam e que eles já adquiriram estratégias para enfrentar. Lembra as estratégias e incentiva

ação.

Sessão XIII:

Objetivos:

Videofeedback do conjunto empatia-assertividade.

Reestruturação cognitiva.

Desenvolver habilidades sociais referentes ao tópico: Interação com o gênero oposto.

Tarefa entre sessões: Colocar em prática a habilidade de interação com o gênero oposto planejada

e continuar colocando em prática as outras habilidades. Preencher a folha de tarefa entre sessões.

Descrição das vivências e observações:

Dramatização: Dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades: empatia e assertividade

Essa vivência é filmada e em seguida feito o videofeedback analisando as habilidades assertivas e

empáticas.

Em duplas, cada dupla escolhe uma situação da tarefa de casa (empatia assertividade) para dramatizar no

modelo fórum. Videofeedback do exercício.

Vivência: Jogo dos animais adaptação do descrito por Boal, 2002.

Objetivos:

Introduzir o tópico, interação com o gênero oposto.

Trabalhar componentes não verbais.

Trabalhar sinais sociais.

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito,Sem sublinhado

Formatado: Fonte: Itálico

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O sentimento de ridículo.

Descrição:

Em pequenos pedaços de papel em branco escrevem-se os nomes de animais, e o gênero: macho ou

fêmea (sempre que colocar um macho, colocar também um papel com a fêmea daquele animal,

formando casais de bichos). Cada pessoa do grupo sorteia um papel. O terapeuta pede que todos

comecem a andar pela sala pensando no animal que está escrito no seu papel. Como é o animal, como se

movimenta, em seguida, pede que cada um comece a se comportar como se fosse o animal. Pede que

sigam as seguintes instruções: andar como o animal que ele sorteou. Os animais tem fome. Como será

que cada um come? Com gula ou com medo? De pé ou sentado? Escondido ou exibindo-se? Parado ou

em movimento? Fugindo ou agredindo? (cada pessoa está representando como seu animal come) O

terapeuta estimula ao máximo, para que todos se esforcem na representação.

Os animais tem sede? Eles bebem rápido ou devagar? E assim por diante com vários comportamentos,

como: como mostram raiva, medo, alegria, cuidado? Como dormem, de pé, sentados, pendurados, em

galhos, deitados?

Os animais acordam e sentem falta de um par e tentam procurá-lo. Cada bichinho aqui tem um par,

continuem interpretando e procurando. Como o pavão paquera? E a leoa? Quem encontrar seu par deve

fazer a cena de paquera, aproximação e namoro. Cada casal que encontrar seu par e namorar pode parar

e confirmar se realmente é seu par. Se o tamanduá namorar a formiga eles devem voltar e encenar até

encontrar seu amor verdadeiro. Quando todos tiverem encontrado seu verdadeiro amor, um círculo é

formado e um par de cada vez vai representar a cena de encontro paquera e namoro. O grupo avalia se o

casal se desempenhou bem, no caso de não, o grupo funciona como um diretor, até avaliarem que o

desempenho está bom. Depois que todos os casais tiverem se apresentado, encerra e abre para debate:

Como Foi? O que perceberam? O terapeuta introduz o tópico: interação com o gênero oposto. Todos são

convidados a falar dessa habilidade, se é difícil e por quê.

É preciso levar em consideração que existem níveis de dificuldades e diferentes demandas com relação

aos vários tipos de interação com o gênero oposto (situações formais, ambiente de trabalho, com pessoas

estranhas, entre outros).

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Vivência: Luz Dança e Ação!

Essa vivência é filmada.

Objetivo:

Trabalhar desinibição.

Manejar ansiedade.

Habilidade de dançar.

Identificar e reestruturar pensamentos.

Descrição:

O terapeuta deixa cada membro do grupo falar sobre a escolha, a música. Em seguida, pede que formem

duas filas uma de frente para o outro. A fileira A tem os olhos vendados e a fileira B, não. O terapeuta

coloca uma das músicas trazidas, o ideal durante o exercício é intercalar as músicas e rítimos trazidos e

pedir ao grupo A (com venda nos olhos) para dançar e o grupo B para imitar, funcionando como

espelho. O terapeuta estimula o grupo A, a se desinibir completamente, dançar conforme o ritmo o mais

animado possível. Pode dizer: “como se estivessem no melhor show de música do mundo, muito

animado!”. Em seguida inverte; o grupo A passa a venda para o grupo B e a Vivência se repete

conforme descrito acima. Em seguida, o terapeuta passa o vídeo da Vivência e aproveita para

reestruturar os pensamentos disfuncionais ao se verem em vídeo, questionando a preocupação com a

observação do outro e o desconforto com sua própria imagem e discute a relação dos sentimentos

provocados por essa Vivência e as situações de vida.

Retoma o assunto: interação com o gênero oposto e os estimula a planejar uma situação para colocar em

prática

Sessão XIV:

Objetivos:

Videofedback referente à habilidade interação com o gênero oposto.

Reestruturação cognitiva.

Formatado: Fonte: Negrito

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Feedback da terapia até o momento.

Construir hierarquia e estimular sua execução entre sessões.

Identificar pensamentos e crenças que podem interferir na execução das exposições para

reestruturar.

Estimular auto-revelação e altruísmo no grupo.

Tarefa entre sessões: Colocar em prática as situações da hierarquia e usar a folha testando

pensamentos para reestruturar, preenchendo a folha de tarefas entre sessões.

Descrição das vivências e observações:

Videofeedback da vivência da sessão anterior: Luz Dança Ação.

Rever o tópico, interação com o gênero oposto e conversar sobre a tarefa de casa reestruturando

pensamentos disfuncionais.

Feedback da terapia até esse momento, construção da hierarquia (ver exercício tarefa de casa sessão

XII)

O terapeuta solicita que cada um fale como tem se sentido até agora com a terapia, o que tem melhorado

e o que ainda falta. O terapeuta coloca que muitas vezes resistimos a trazer coisas que estão nos

incomodando, pensando sempre em deixar para falar depois, porém o ideal seria aproveitar a sessão de

hoje para dividir com o grupo qualquer aspecto relacionado à fobia social que esteja incomodando. O

terapeuta encoraja o grupo a aproveitar a terapia ao máximo, não postergando nada. Lembra que o grupo

vai dar apoio e analisar junto com cada um a dificuldade apresentada. Nessa sessão o terapeuta avalia as

dificuldades de cada um, aproveitando a auto-revelação para que o grupo se ajude mutuamente. Deixa o

grupo se colocar diante de cada questão trazida, apenas estimulando a reestruturação de pensamentos

relacionados às situações trazidas.

Discute com cada um a hierarquia preenchida em casa, avalia a reestruturação dos pensamentos

relacionados a cada situação da hierarquia e procura lembrar a reestruturação das crenças centrais de

cada um, incentivando a prática da hierarquia.

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

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Avalia junto o material de construção de uma hierarquia em ordem de dificuldade e reestruturação dos

pensamentos associados a cada exposição.

Sessão XV:

Objetivos:

Avaliar como estão ocorrendo as exposições da hierarquia, reestruturando pensamentos e

incentivando a prática entre sessões.

Dar e receber feedback.

Desenvolver habilidades de argumentação e falar em pequenos grupos.

Introduzir o tópico falar em público, reestruturando pensamentos e crenças e incentivando

exposição.

Tarefa entre sessões: Criar pelo menos três situações para “pegar a palavra” e argumentar,

defendendo um ponto de vista, uma opinião. Preparar esboço para apresentar em público (cinco

minutos) e vestir-se de acordo. Ler e preencher o texto sobre a habilidade de falar em público,

identificando e reestruturando pensamentos antecipatórios á exposição de falar em público.

Descrição das vivências e observações:

Vivência: “Exigindo a palavra”.

Objetivos:

Falar em pequenos grupos.

Desenvolver habilidades de argumentação e

Desenvolver os aspectos não verbais.

Descrição:

Pede para o grupo escolher um tema do cotidiano para iniciar uma conversa informal, por exemplo: o

desabamento do metrô em São Paulo, o Big Brother (tema escolhido pelo grupo piloto), entre outros.

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito,Sem sublinhado

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O grupo inicia uma conversa sobre esse tópico, cada um deve dar sua opinião, se colocar. O terapeuta

procura centralizar a conversa, sendo mal educado, falando alto, interrompendo, colocando um ponto de

vista crítico e polêmico, de preferência o inverso do que perceber ser a opinião da maioria. Deixa assim

por algum tempo e interrompe perguntando como cada um está se sentindo? Estão tendo dificuldade em

colocar suas opiniões? Por quê? Quais sentimentos essa situação está trazendo? No dia a dia deles, isso

já aconteceu? O grupo conversa, o terapeuta os ajuda a entender suas dificuldades e a identificar quais

elementos do comportamento do terapeuta influenciou na Vivência, tipo: postura do corpo e tom de voz

(o terapeuta se colocava ereto na cadeira, se inclinando a frente e gesticulando, também falava alto).

Pede para repetirem a interação, porém, dessa vez, tentando cortar o terapeuta. O terapeuta apenas se

permite ser cortado se o outro estiver com postura e tom de voz adequados, mostrando realmente querer

falar. Em seguida abre para avaliarem juntos esse segundo momento. O terapeuta pode repetir essa

seqüência até avaliar que todos estejam se colocando com postura e tom de voz adequados. Pode

estimular isso dividindo o grupo em um grupo menor, ou pedindo para quem já conseguiu fique calado.

Em seguida o terapeuta pergunta quem tem dificuldade para falar em pequenos grupos, como reuniões.

Quem tem dificuldade de argumentação ou de se colocar quando muitos estão falando. Dificuldade em

pedir a palavra e argumentar. Abre para que todos se coloquem e reestrutura, junto com o grupo, os

pensamentos distorcidos relacionados a essas situações.

Vivência: Advogado do Diabo

Objetivos:

Falar em público.

Desenvolver estratégias para argumentar.

Defender a própria opinião.

Reestruturar pensamentos.

Descrição:

O grupo escolhe um tema polêmico (tipo: legalização da maconha, liberação do aborto, etc.) e é dividido

em dois. Metade é solicitada a desenvolver por escrito, argumentos a favor do tema (mesmo que

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pessoalmente não concorde), a outra metade deve escrever argumentos contra o tema escolhido. Em

seguida, um grupo de frente para o outro, inicia um debate. O terapeuta estimula, instigando e garantindo

que todos falem. Em seguida pede que os grupos invertam a posição ideológica. Quem era a favor, passa

a ser contra, e quem era contra, passa a ser a favor. O debate acontece novamente. O terapeuta estimula

novos argumentos de cada lado.

Ao final, abre para o grupo colocar como se sentiu em relação à Vivência e aborda o tema: expressar

opinião e argumentação. Toda situação tem mais de uma forma para ser entendida. O importante é que

cada um acredite na sua forma de entendimento para poder argumentar; sem querer agradar aos outros e

sim defender sua própria opinião. Escutar o outro, reavaliando seus próprios argumentos, para decidir a

forma como pensa, sem a preocupação em ser aceito. Avaliar essas questões com o grupo: sentimentos e

pensamentos

Vivência: Quem conta um conto, acrescenta um ponto.

Objetivos:

Falar em público.

Dar e receber feedback.

Identificar e expressar comportamentos não verbais adequados ao conteúdo.

Desenvolver criatividade.

Identificar pensamentos automáticos e reestruturar.

Um voluntário é solicitado e instruído a pensar em uma situação de sua vida que possa compartilhar com

o grupo, o terapeuta pede que pense em uma situação que tenha sido Vivência, com outros envolvidos.

Uma história que considere interessante para compartilhar.

Em seguida pede ao voluntário para escolher 6 pessoas do grupo. O restante do grupo é instruído a

observar a Vivência. Enquanto o terapeuta explica a Vivência o co-terapeuta escolhe 2 pessoas do grupo

de observação, instruindo (cochichando ao ouvido) que um deles se comporte de forma desinteressada,

sem prestar atenção, como se achasse a história muito chata: deve bocejar, dar uma cochilada. O outro é

instruído a conversar durante a narração puxando assunto com outros colegas. O co-terapeuta fica

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sentado junto ao grupo de observação e mantêm uma postura bem séria, como se não tivesse gostando de

nada.

O voluntário começa a contar sua história e duas pessoas que ele selecionou começam a interpretar a

situação contada sem falar, apenas com o corpo. As outras, que foram selecionadas por ele, ficam em pé

ao seu lado, apenas assistindo. O restante do grupo apenas observa. Após o voluntário ter contado sua

história o terapeuta fala Pára, a imagem dos que interpretam se congela, e o terapeuta pergunta a 1ª

pessoa que está ao lado de quem estava contando a história: Se isso não fosse um: (o terapeuta diz aqui o

que realmente foi o tom da história contada), por exemplo: drama e sim um filme de terror, como seria?

(poderia ser terror ou comédia ou tragédia grega, romance, suspense, ficção científica e etc.). O terapeuta

instrui dizendo que ele pode modificar o quanto desejar, e deve incluir um novo personagem ao enrredo.

Quanto mais criativo melhor. Ao contar a história você deve usar um tom de voz adequado ao que deseja

passar, você é o narrador da imagem e deve colocar emoção no que está contando. A 1ª pessoa que

estava contando a história entra para o grupo que encena a imagem. Ao final da 2ª história as instruções

se repetem modificando novamente o tom da história e acrescentando mais um personagem. Nesse

momento a platéia pode ser consultada para escolher o novo tom, o terapeuta pergunta a platéia que tipo

de filme eles gostariam de ver agora? Ação? Suspense? Romance? E assim por diante.

O terapeuta deve ajudar no caso da pessoa estar com dificuldade, interrompendo e dando exemplo de

como colocar emoção ao narrar. Também deve estimular ao grupo da imagem, pedindo que usem o

corpo como um todo, expressões faciais e muita criatividade para encenar a história que está sendo

contada. Essa sequência é repetida até que as pessoas que foram selecionadas para ficar ao lado do 1º

narrador tenham contado uma versão da história. Em seguida, o grupo que estava observando é

solicitado a dar feedback do desempenho de cada pessoa que participou da Vivência. Tanto do grupo

que narrou quanto do grupo que encenou. Eles devem fornecer uma avaliação descritiva do desempenho

de cada um, o tom de voz foi adequado, convincente? Foi criativo? E em relação ao grupo que encenou:

Todos se concentraram? Os movimentos foram adequados? Usaram o corpo todo? As expressões faciais

seguiram o enrredo?

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Em seguida o grupo todo é convidado a conversar sobre a Vivência: Como se sentiram? Foi difícil? Qual

parte? O que perceberam com o exercício? Caso ninguém fale o terapeuta pergunta ao grupo que narrou

e encenou: Vocês olharam para a platéia? Como estava? Prestando atenção? Interessada?

Aproveita essa discussão e introduz o tópico falar em público. Pergunta quem tem dificuldade. Explica

que essa é uma dificuldade muito comum, mesmo pessoas sem fobia social se sentem ansiosas para falar

em público. Assim como outras interações sociais, falar em público requer a compreensão dos

componentes das habilidades verbais e não verbais para uma boa apresentação. Alguns componentes

apareceram na Vivência que fizemos. Alguém tem idéia de quais? Caso ninguém responda o terapeuta

explica os componentes: boa apresentação pessoal, adequada à situação; tom de voz, clareza na fala,

ritmo da fala, postura corporal, expressão facial, pensamentos automáticos referentes à situação:

processamento pré e pós-evento. Outros elementos que vamos construir juntos, como: escolha e

conhecimento do tema, breve introdução ao assunto, despertando interesse da platéia, roteiro do discurso

(organização de tópicos e da relação entre eles), material visual, estratégias para descontrair a platéia e

prender atenção (como dizer algo instigante, engraçado ou fazer perguntas) e encerramento da

apresentação.

O terapeuta solicita que cada pessoa escolha um tema para preparar uma apresentação de cinco minutos

e pense em que situação apresentaria esse tema: trabalho? Igreja? Grupo de amigos? Colégio dos filhos?

O terapeuta pede que na sessão seguinte venham com um esboço do assunto escolhido, e vestidos de

acordo com a situação escolhida.

O terapeuta pede para que não faltem, analisa pensamentos que podem levar a fuga da situação e

tranquiliza o grupo de que tudo será feito respeitando a ansiedade de cada um.

Sessão XVI:

Sessão de videofeedback com duração de 4 horas.

Objetivos:

Desenvolver a habilidade social falar em público.

Fazer videofeedback de uma apresentação de cinco minutos.

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

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Realizar um preparo cognitivo antes do videofeedback.

Tarefa entre sessões: Treinar a habilidade de falar em público, preenchendo a folha de tarefas

entre sessões.

Descrição da sessão:

Grupo preenche três questionários sobre a habilidade de falar em público antes do início da

sessão.

Escala de Avaliação Global de Desempenho na Habilidade Falar em Público.

Escala de Percepção dos Sintomas de Ansiedade na Habilidade de Falar em Público.

Escala de Avaliação de Desempenho na Habilidade de Falar em Público.

Aquecimento e treino:

O terapeuta divide o grupo em duplas, que devem se ajudar mutuamente a estruturar a apresentação do

tema pesquisado em casa. Os terapeutas andam pela sala, ajudando cada dupla na tarefa. Pede para que

um apresente informalmente para o outro quando considerar estar pronto, ajustando detalhes. Pede que

cada dupla avalie os pensamentos automáticos antecipatórios, reestruturando.

Em seguida o terapeuta relembra todos os aspectos da habilidade falar em público, conversados na

sessão anterior.

Feedback:

Cada membro do grupo terá seu desempenho avaliado pelos outros membros do grupo e dois co-

terapeutas, que, após cada apresentação, preencherão o inventário: Escala de Avaliação de Desempenho

na Habilidade de Falar em Público. Só vão preencher depois que a pessoa tiver terminado a

apresentação. Durante a apresentação, basta prestar atenção para poder avaliar em seguida.

Instrução:

A pessoa que vai apresentar é instruída a olhar para a platéia e não diretamente para a câmera.

Preparo cognitivo:

Após todos terem se apresentado o terapeuta fornece, conforme indicado na literatura, um preparo

cognitivo anterior ao vídeofeedback:

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Sublinhado

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1- Solicita que cada um diga detalhadamente como acredita ter se saído no vídeo.

2- O terapeuta realiza uma exposição imaginaria, pedindo que cada um visualize, o mais nítido possível,

a imagem de como se viram durante a apresentação, em seguida, cada um avalia de 0 a 10 o quão vivido

foi à imaginação.

3- O terapeuta pontua a distinção entre como alguém se sente durante uma apresentação e como se

parece, e solicita que os participantes procurem perceber, na imagem do vídeo, como foi seu

desempenho, e não como se sentiram.

Videofeedback:

O grupo assiste ao vídeo das apresentações de todos e em seguida preenche novamente os três

questionários. Após isso, cada um comenta o que percebeu. O terapeuta indaga como foi se ver no vídeo,

o que perceberam, existiu alguma diferença entre a imagem mental do desempenho e o desempenho em

vídeo. O terapeuta estimula a reestruturação de pensamentos distorcidos usando as imagens de vídeo

como evidência.

Sessão XVII:

Objetivos:

Feedback do grupo e co-terapeutas quanto á tarefa de falar em público da sessão anterior.

Reestruturação cognitiva.

Avaliação da terapia até o momento, procurando identificar dificuldades que ainda persistem

para estimular sua modificação e incentivo ás exposições que ainda faltam,

Desenvolver a habilidade de solucionar problemas.

Trabalhar modificação de crenças centrais.

Desenvolver cartão de enfrentamento para fim da terapia.

Trabalhar prevenção de recaída.

Formatado: Fonte: Itálico

Formatado: Fonte: Negrito,Sem sublinhado

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Tarefa entre sessões: Continuar colocando as habilidades em prática, principalmente as

identificadas na hierarquia; Reler todo o material de terapia e preencher a folha para criar o

cartão de enfrentamento.

Descrição das vivências e observações:

Feedback do grupo da habilidade de falar em público:

O terapeuta entrega um gráfico, feito á partir dos questionários preenchidos pelos membros do grupo e

dois co-terapeutas, contendo a média das avaliações em cada quesito da Escala de Avaliação de

Desempenho na Habilidade de Falar em Público (apêndice 3). Abre para discussão, relembrando os

pontos principais da sessão de videofeedback. Compara o feedback do grupo, o videofeedback e a

percepção de cada um sobre seu desempenho na tarefa de falar em público.

O grupo é estimulado a conversar sobre a terapia, como foi até aqui. O que consideram ter

melhorado. Quais dificuldades ainda persistem. Como resolver.

Trabalhando crenças centrais:

Exercício de Imaginação adaptado com base no descrito por Young (2001):

O terapeuta entrega outra folha de crença central, (como no início da terapia) pedindo para que os

pacientes anotem a crença central mais forte. Juntos pensam em evidências que não comprovem a

crença. Em seguida o terapeuta propõe um exercício de imaginação. Pede que todos fechem os olhos,

concentrando-se apenas na respiração, procurando uma posição confortável, prestando atenção no corpo,

aliviando a tensão a cada expiração. Deixa alguns minutos e pede que imaginem um lugar seguro,

imaginando com muitos detalhes, focando no sentimento de segurança, procurando intensificá-lo ao

máximo. Deixa alguns minutos e pede para que apaguem essa cena e comecem a focar no sentimento

ruim relacionado à crença central identificada, deixando vir à mente uma situação da infância que esse

sentimento tivesse presente. Pede que tentem imaginar mais nitidamente possível, identificando os

detalhes da situação: Qual o lugar? Como está vestido? Como esta o tempo? A outra pessoa, como está?

Qual a expressão facial? O que esta acontecendo, o que está sendo dito?

Procurando identificar e intensificar o sentimento, percebendo o que queria naquela situação,

imaginando um diálogo em que diga para o outro o que gostaria e imaginando a reação do outro. Deixa

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Cor da fonte:Automática

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alguns minutos pedindo para que imaginem um diálogo até o fim. Deixa um pouco e pede para que

apaguem aquela cena, prestando atenção apenas no sentimento, deixando vir uma imagem da vida adulta

em que esse sentimento esteve presente. Novamente pede para que imaginem com muitos detalhes,

identificando os próprios sentimentos e pensamentos. O que queriam naquela situação, imaginando um

diálogo em que expressem seus sentimentos e o que gostariam, imaginando também a reação da pessoa,

até que o diálogo se esgote e tenham dito tudo. Deixa alguns minutos e pede para que novamente

apaguem aquela cena, voltando a imaginar o lugar seguro, com muitos detalhes, intensificando os

sentimentos de segurança. Deixa alguns minutos e pede para que se imaginem voltando à sala e

instruindo que vai contar até três e no três eles podem abrir os olhos.

Abre para que cada um conte a experiência, procurando associar com a identificação da crença central.

Pensar nas experiências de vida, além das imaginadas, que se relacionam com a crença e com o que já

foi visto em terapia. Explica que todos temos diferentes modos de funcionamento, somos pessoas

diferentes dependendo do contexto. Podemos ter uma faceta carente, outra mimada, outra responsável,

que se ativa dependendo da situação. Muitas vezes internalizamos uma faceta relacionada aos nossos

pais ou experiências de infância, pode ser uma faceta que cobra, ou invalida. Podemos nomear como

minha faceta cobradora, invalidadora. Por exemplo, o Paulo cobrador, ou o Paulo invalidador e também

o Paulo saudável. A faceta saudável provavelmente permitiu que vocês buscassem a terapia e chegassem

até aqui. A faceta cobradora muitas vezes foi responsável pelos pensamentos automáticos negativos que

identificamos ao longo da terapia. Cada um consegue identificar seus modos? Vamos anotá-los e os

principais pensamentos associados a cada modo, o terapeuta ajuda até que todos tenham identificado.

Propõe como tarefa de casa a construção de um cartão de enfrentamento que seria a voz do modo

saudável. Pede que todos durante a semana tirem um tempo para refletir sobre todo o trabalho

terapêutico, relendo o material, pensando nas coisas que consideraram mais importantes. Pede para

identificarem sua voz saudável que foi fortalecida com o trabalho terapêutico, imaginando que coisas

importantes essa voz eventualmente vai precisar dizer em momentos difíceis. Anotem o mais possível e

levem para a próxima sessão.

O terapeuta encerra trabalhando a prevenção de recaída:

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O terapeuta conversa sobre a importância de continuar colocando as habilidades em prática. Não evitar

situações que causem ansiedade, eles tem ferramentas suficientes para enfrentar as situações. Lembrar

que o processo de melhora é uma construção. Juntos, no grupo, construímos uma base sólida para que

cada um possa continuar sempre construindo. Mesmo que em alguma situação futura aconteça uma

recaída, ou seja, uma situação social que não conseguiram manejar, isso não significa que tenham

desaprendido tudo. Não se desesperar pensando que tudo vai voltar a ser ruim sempre, e sim entender

como uma experiência de aprendizado. Que elementos estiveram presentes nessa situação? Que

pensamentos? Crença? O que posso aprender e agregar ao que aprendi no grupo, para manejar melhor,

as situações futuras? Não somos perfeitos e não é possível acertar sempre. Situações sociais que causam

ansiedade são normais e nem sempre nos desempenhamos da melhor maneira possível. Aceitar a fobia

social significa entender isso e aproveitar as situações para construir sempre mais. É um trabalho

contínuo.

Sessão XVIII:

Objetivos:

Construção da peça de Teatro Fórum.

Exposição a um nível alto de ansiedade (encenar a peça para público desconhecido).

Reestruturação de pensamentos e crenças.

Finalizar o cartão de enfrentamento e compartilhar com o grupo (cada membro levou uma cópia

do cartão de enfrentamento do outro).

Feedback dos terapeutas para cada membro do grupo.

Feedback dos membros do grupo para terapeutas e outros membros.

Incentivo para continuar os exercícios.

Tarefa entre sessões: Ler o texto de encerramento

Encerramento

Descrição das vivências e observações:

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Vivência: Construção da peça de teatro fórum de acordo com o indicado por Boal, 2002.

Escolha do tema para a peça de teatro fórum:

O terapeuta explica o que é o teatro fórum e como vem sendo usado na terapia. Em seguida pede para

que cada um reflita sobre uma situação vivida que poderia ser tema para a peça. Lembra que o tema

escolhido deve representar o grupo, as angustias do grupo, para que todos possam se identificar. São

situações em que se sentiram oprimidos. Cada um do grupo que desejar, conta uma situação que queira

compartilhar em detalhes. Após ouvir todas as situações o grupo é solicitado a decidir qual deseja usar

como base para criar a peça. Após a escolha, a situação começa a ser improvisada. Cada um escolhe um

personagem. É importante que todos participem, o roteiro deve incluir todos, com ao menos uma fala. A

cena vai sendo moldada através de várias passagens.

Ensaios:

Encenar a improvisação do roteiro escolhido. Quando se chegar a um consenso de como será a cena

(deve tem no máximo 15 minutos) alguns ensaios se realizam. A cena de teatro fórum não apresenta a

solução para a situação de conflito, ela termina com o conflito sem solução.

Esses ensaios têm como objetivo preparar os participantes para a realização do fórum. Cada um deve

conhecer bem seu personagem, o que pensa, o que quer.

1º: durante a passagem da cena o terapeuta diz: “Pára!”. E todos devem começar a falar o que aquele

personagem está pensando

2º: durante a passagem da cena o terapeuta diz: “Pára!”. Todos ficam em estátua. O terapeuta toca em

um personagem e começa a interrogá-lo: Quantos anos ele tem. O que quer naquela situação. Por quê?

Faz com todos.

3º a cena é passada uma vez, ao final passa a cena de novo. Nessa 2ª passagem o co-terapeuta diz

“Pára!”, e pede para entrar em cena no lugar do oprimido, trazendo uma possível solução para a

situação. O grupo em cena atua interagindo agora com o co-terapeuta, apresentando argumentos e

tentando continuar a opressão. Ao final, o terapeuta fornece feedback, instruindo como devem se

comportar no fórum. Não podem oprimir, a ponto da pessoa não conseguir apresentar sua solução, mas

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também não podem ceder completamente, como em um passe de mágica. Se necessário esse tipo de

ensaio é repetido até o grupo todo estar se desempenhando bem.

Ao terminar esses ensaios o terapeuta verifica como o grupo está se sentindo. Reestrutura pensamentos e

os encoraja a prosseguir.

Convidando uma platéia:

O grupo então sai para convidar uma platéia. Todos juntos saem pelo campus da universidade

convidando as pessoas para assistirem uma peça com duração de 15 minutos.

No horário combinado (15 minutos depois de convidar as pessoas) o Fórum começa.

O Fórum:

O terapeuta explica a platéia como funciona o teatro fórum, em seguida realiza uma vivência de

aquecimento. Alguma que tenha sido feita com o grupo ao longo da terapia, como “quantos “a” existem

em um “a”.

A peça é encenada uma vez. O terapeuta diz ao público que a peça acontecerá novamente e que assim

que alguém tiver uma outra sugestão e solução para a opressão (lembrando que deve partir do oprimido)

é só falar Pare! Assim que alguém falar Pare, o terapeuta para a peça e pede para a pessoa entrar em cena

no lugar do oprimido, encenando sua proposta de solução. Após a pessoa apresentar sua solução o

terapeuta pergunta a platéia o que eles perceberam que mudou? Abre para debate e se alguém começar a

dar outra solução pede para que entre em cena, e assim por diante, até considerar que o tema foi

discutido, e mais de uma solução proposta. O fórum se encerra e o grupo volta a se reunir para encerrar o

grupo.

Comentários finais:

Cada um coloca como se sentiu com a realização do fórum. O terapeuta agradece a participação de

todos, fornece um feedback de como se sentiu em relação ao grupo e como cada um evoluiu.

O grupo é convidado a fazer comentários finais e a terapia se encerra. Entrega um texto sobre prevenção

de recaída.

Observação:

Abaixo segue a descrição de exemplos de cartões de enfrentamento criados pelos pacientes. Cada um

criou seu modelo com base na folha de cartão de enfrentamento.

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Paciente 1

Crença central: “SOU INFERIOR / SOU INCOMPETENTE”.

Por ter dificuldade de me expressar, tenho bloqueios e me paraliso. Diante deste comportamento, tento

generalizar essa experiência para toda as áreas, então eu não sirvo pra nada. É comum me autodepreciar,

me sabotar antes mesmo de me dar o direito a passar pela experiência.

O que mais me ajudou foi saber que não preciso ser excepcionalmente bom, não tenho que estar pronto o

tempo todo com respostas certas, pois tenho o meu tempo de prontidão, e tenho o meu processo. A

minha história de vida conta, não existe o certo nem o errado. São as minhas respostas possíveis naquele

momento.

Pensar assim ajuda a baixar o nível de ansiedade. Pensar que naquele momento o que conta é estar em

consonância (sintonizado com o meu desejo) e é isso que é o de melhor, quando isso acontece as minhas

respostas não são padronizadas, referencias não externa é baseada na minha experiência de vida.

O outro ponto é: se quando outras pessoas têm a mesma dificuldade eu sou mais bonzinho. Não acho tão

horrível, sempre acho que elas se saem de uma forma menos ruim do que eu. Acho ate que elas lidam

melhor com a situação, talvez mais jogo de cintura. Não devo fazer isso, sou igual aos outros.

Paciente 2

O que anotei durante o processo que não apóia a crença central:

• Consigo falar com estranho com maior facilidade;

• Tenho ido a festas, sozinho e conseguido me enturmar;

• A utilização da empatia tem me ajudado a manter conversas;

• Apesar de ter consciência de meus problemas sociais, tenho outras qualidades que não me fazem

uma pessoa inferior;

• Os exercícios mostram que eu tenho qualidades que não sabia que tinha;

• Quando converso com superiores, meus medos não se confirmam. Eles normalmente são

receptivos;

• O fato de eu pertencer a uma minoria étnica me traz certas dificuldades. O importante é aceitar

que terei uma dificuldade maior do que os outros.

Cartão de enfrentamento.

• Tenho um medo de enfrentamento social que prejudica minha vida na área profissional, familiar,

amizades e amorosa. Só o enfrentamento sistemático e freqüente irá modificar isso.

• Todos os exercícios da terapia eu consegui realizar. Porém, demanda alguns sacrifícios do meu

tempo livre.

Obs.: Freqüentar e enfrentar as 18 sessões não é para qualquer um.

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Paciente 3:

Crença central: “SOU INFERIOR”

• Não sou inferior em tudo ao mesmo tempo e mesmo que seja em algumas coisas não é o fim do

mundo.

• Exemplo: recebo elogios e críticas, não só um deles.

• Tenho capacidade para algumas coisas, por exemplo: passei no vestibular, tenho facilidade com

línguas, com informática, etc.

• Muitas vezes noto que me sinto inferior em determinados pontos (como conhecimento de algo)

por preguiça em adquirir este conhecimento, assim ainda não posso dizer que sou incapaz no

assunto.

Diálogo interno / respostas a pensamentos disfuncionais:

• Ao me sentir inferior, saber que “na verdade isso é mais um pensamento emocional do que um

fato, eu não tenho provas”.

• Não é preciso e ninguém é perfeito em tudo, para que a vida e as situações valham a pena.

• Se eu for inferior em alguma coisa, isso é normal e não precisa me derrubar.

• Eu posso discordar ou não querer alguma coisa sem que isso seja motivo para não gostarem de

mim: eu tenho direito.

• As críticas são normais e todos as recebem, não devo maximizar seus efeitos.

• As pessoas não estão prestando atenção em tudo que estou fazendo e mesmo que julguem, é algo

passageiro que não deve fazer diferença e me impedir.

• Não preciso que 100% das pessoas simpatizem comigo para que eu me sinta feliz. Eventualmente

alguém não “irá com a minha cara”, como acontece entre todas as pessoas.

Paciente 4:

Crença central: “NÃO SOU CAPAZ”.

• Sou capaz de dizer não, de ter boas idéias, de explicar bem o que sei (ensino), de conquistar

amigos, de conquistar rapazes (namoro), de ser bom aluno com notas altas, de arrumar emprego,

de passar em concursos, de fazer perguntas quando estou com dúvida, de dar bons conselhos.

O que mais te ajudou? Qual diálogo interno você precisa acreditar mais? Como responder a pensamentos

disfuncionais?

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• Definitivamente eu sou capaz de muitas coisas, não de tudo porque ninguém é. Mas, muito além

do que acreditei todos estes anos.

• Tenho várias evidências de que realmente sou capaz, como por exemplo, minhas notas sempre

foram muito boas durante toda minha vida escolar e acadêmica, passei na maioria das dinâmicas e

entrevistas que realizei, também fui capaz de conquistar alguns amigos e inúmeros colegas que

me apoiaram quando por causa da ansiedade social eu me via dificuldades nas apresentações para

a faculdade.

• Com tudo isso, quero dizer que sou o que sou e que o fato de ter ansiedade social não garante que

eu não seja capaz, pois na vida tenho certeza que conseguirei algumas coisas e outras não,

algumas vezes ganharei outras perderei. Entender e aceitar dependerá somente de mim. Portanto,

a partir de agora me entenderei, me aceitarei e acima de tudo acreditarei mais em mim.

Paciente 5:

1. A terapia em grupo foi ótima, pois expus meus problemas sem medo de ser julgado e percebi que não

sou o único a ter fobia social. Agora tenho consciência de que existem distorções do pensamento e que,

o que sinto não corresponde obrigatoriamente à realidade.

2. Não estou sendo avaliado constantemente e, se em algum momento me avaliam, acredito que será de

maneira positiva, pois tenho consciência que sou uma pessoa de bom caráter, bons valores e de muitas

qualidades.

3. Estou tendo esses pensamentos, pois é característica da fobia social. Estou consciente disto. A crença

de que sou incapaz não procede, pois tenho consciência de diversos fatos que desmentem esta crença.

Paciente 6:

1. Elas vão falar de mim, e daí?

2. Não me despedi do Rafael! Que gafe! Que vergonha! O que ele vai pensar de mim x Ele nem lembra

mais disso, há esta hora. Esqueci sim e daí? Não tenho que me preocupar com o que pensam de mim.

3. Ela ficou chateada. O clima no quarto vai ficar ruim x Quando chegar em casa, ela estará mais calma.

Ela é que ficou aborrecida, não fui eu que quis aborrecê-la. Não posso ficar querendo agradar aos outros

deixando de dar a minha opinião. Opinião é opinião, se o outro não gostar o problema é dele.

4. Pessoas são diferentes de outras pessoas; pessoas diferentes se comportam de formas diferentes em

situações semelhantes.

5. Não preciso falar do que não quero.

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Paciente 7:

1. Acho que os outros percebem a minha timidez, mas e daí? Eu posso ser querida e aceita desse jeito.

Ser mais fechada também pode ter seu charme para algumas pessoas, nem todo mundo gosta de uma cor

apenas, por exemplo. E, além disso, tenho muitas outras qualidades, coisas que já desenvolvi e aprendi.

Não sou menor por ser mais tímida que, por exemplo, minha irmã.

2. Se eu não for perfeita, não irão gostar de mim. Irão sim. Todo mundo tem defeito, todo mundo erra.

Ninguém é tão severo assim com o outro. Podem achar ruim na hora, mas depois passa. Não existe

perfeição nesse mundo. O pior de tudo é não viver para não errar. É não se expor para não ser rejeitada.

As experiências irão nos ajudar a crescer e a aprender. Flexibilize mais! Ninguém esta julgando o outro a

todo o momento, e se estiver, é porque é um tolo com quem não se deve se preocupar. E se acontecer de

alguém não gostar mais de você porque errou, é apenas uma opinião que pode não corresponder com a

realidade. O que é uma opinião dentre milhões de opiniões?

3. Tenho que fazer tudo certinho para garantir que os outros gostem de mim. Tenho sim que viver a

minha vida sem me preocupar com os outros, fazer o que tenho vontade, ser feliz, me permitir errar. Isso

não é ser menor, mas ser um ser humano igual a todos os outros. Posso tentar fazer o meu melhor, mas

sem cobranças, sem exigências, apenas para doar o melhor de mim. Sem culpas. Estou aprendendo,

estou me esforçando para aprender.

4. Acho que vou ser rejeitada. Todos nós, humanos, passamos por isso. Por que eu não posso passar

também? Será que eu me considero tão mais que os outros que não posso ser rejeitada? E quanto mais a

exposição, maior a probabilidade de rejeição e de acertos. Isso é viver! É ser livre (como diz o poema). É

arriscar. É ter coragem de se expor, é estar fazendo parte da vida e não mais à margem dela. Se for

rejeitada, poderei aproveitar as críticas, refletir sobre elas (até mais fortalecida), pois toda experiência é

útil.

5. Tenho que parecer competente. Eu não tenho que nada. Posso ser eu mesma, com todos os meus

defeitos e qualidades, acertos e enganos, sempre procurando dar o melhor. Mas não preciso impressionar

ninguém. Ser como todo mundo. Várias pessoas já me elogiaram acerca do meu trabalho. Posso e devo

me desenvolver, não para os outros, mas para mim, para minha auto-estima. Sei que sou uma pessoa

competente em certas áreas, responsável.

6. Se eu não conseguir falar nada de interessante, irão me julgar. Ninguém fala só coisas interessantes.

Mais vale eu falar o que eu tiver vontade ou se preferir, ficar calada. Aprender a me ouvir mais para

saber o que estou a fim de fazer, para não me agredir, e com isso, diminuir a minha auto-estima. As

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pessoas não estão o tempo todo julgando as outras. Relaxe mais! Se não gostarem, lembre-se sempre do

botão do dane-se. E se falar besteira, não tem problema. As pessoas podem achar, mas passa e ninguém

vai ficar lembrando isso eternamente.

7. Eu sou feia/desinteressante; os homens não me paqueram, acho que estou na média. Posso não ser

uma Gisele Bündchen, mas tenho muitas coisas legais. O gosto de cada pessoa varia muito e se assim

não fosse, só as mulheres de TV namorariam/casariam. É importante prestar atenção na minha postura

em festas. Sou eu quem me fecho, não sinalizo, mas para amar tem que se arriscar. O exercício de olhar

para as qualidades e valorizá-las é importante. Parar de fixar nos pontos negativos. Aceitá-los ou ser

infeliz para o resto da vida? Esperar para consertar o que não gosta e ficar na geladeira? Ou aceitar e ir

em frente? Todos nós temos coisas em nós que não gostamos tanto. Mas temos muitas coisas legais (que

superam). Lembrar do que o Diogo disse:

Exemplo do que uma mulher tem que ter:

� Afinidade

� Beleza

� Ser Honesta

� Ser Batalhadora

Não se comparar com ninguém. É como as arvores; há diversas, de vários modelos e frutas. Cada uma

com sua beleza natural. Acho que quanto mais natural, mais aparece à beleza interior. Toda vez que eu

estou natural, minha vida social é boa.

8. Trabalho no centro. Estou me esforçando para dar o melhor que já possuo, ninguém está me

analisando, criticando. Essa não é a finalidade do trabalho. Se estiverem, o problema não é meu, estou

indo para ajudar, com bons propósitos. Tenho dificuldades, mas estou trabalhando para superá-las. A

espiritualidade mais vê os esforços e o que se passa no coração. Observar apenas a questão do orgulho:

não querer fazer bonito, e sim ser verdadeira com os sentimentos, pois o meu compromisso, bem como o

de todos que ali estão, é com Deus e não com as pessoas. O importante é a sua consciência tranqüila. A

experiência vira à medida que formos vivenciando.

9. Tenho que ser agradável/simpática, as pessoas estão fazendo o que elas querem e o que as deixa

felizes. É claro que eu vou ser educada, mas não preciso fazer força, basta que eu seja como sou. Quanto

menos força eu fizer, mais eu vou estar natural. Aceitar a timidez e não querer escamotear. É muito

gasto de energia, primeiro porque as pessoas percebem da mesma forma, e segundo porque a gente vai

ver que as pessoas gostam da gente do mesmo jeito.

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10. O que elas estão pensando ao meu respeito? Não importa. Aproveite o momento. Aperte o botão do

dane-se. Curta a vida. Ninguém está preocupado o tempo todo em analisar o outro. Saia de você. Saia

desse ciclo de pensamento e vá para a vida presente, usufrua dela. Se não gostarem, dane-se, é só uma

opinião.

11. Sou inferior a fulano. Estamos em posições diferentes, mas isso não me faz menor. Posso saber

menos intelectualmente, mas também posso aprender. Ninguém ou pelo menos a maioria das pessoas,

não estão tão bem informadas assim. Seja qual for à situação social, eu vou sempre sobreviver a ela.

� Aceitação da minha timidez. (Slogan: Sou tímida sim, e daí?).

� Não forçar para não parecer tímida. Não esconder a timidez. Não se esforçar tanto para agradar

ou para interagir. Quanto mais isso acontecer, mas eu ficarei travada ou com o peso nas costas.

� Amar é arriscar não ser amado de volta. (Se não gostar, eu me despeço do castelo e vou).

� Expor sentimentos é arriscar rejeição.

� Aceitar que eu, talvez, não tenha o desempenho social de alguém que está na “estrada” há mais

tempo, mas que eu posso sim estar a cada dia me superando.

� Ter uma postura de adulto e não de adolescente rebelde.

� Procurar, sempre que possível, ser sincera.

� Muitas vezes exageramos, damos muita importância a um fato.

� Talvez o que pensamos não corresponda com a realidade.

� Não tem nada de anormal ou errado em demonstrar fragilidades.

� Muitas vezes os outros estão equivocados quando gozam de você ou te julgam.

� O que é ser fácil?

� Ajude em casa, participe.

� Quantas outras pessoas mais sentem medos parecidos com os meus.

� O que eu quero nessa situação?

� Aprendi a ouvir.

� A ser assertiva. A prestar atenção para que ninguém invada seu limite sem a minha autorização.

É um direito.

� Ser empática quando quiser.

� Aprender a assumir a responsabilidade de convidar amigos para sair. Não ficar esperando só ser

convidada.

� Diminuir o padrão de exigência herdado da família.

Paciente 8:

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1. Compreender que possuo a fobia social. Tenho minhas dificuldades, mas posso superá-las com o

tempo e a pratica.

2. Eu sou capaz e igual aos outros. É preciso acreditar no meu potencial, parar de me boicotar. Não

preciso sofrer tanto, todos também ficam nervosos, ou em parte.

3. Não estou criando uma catástrofe? Fazendo leitura mental? Já demonstrei ser capaz.

8 RESULTADOS.

Foram realizadas duplas digitações dos dados de todos os instrumentos utilizados na pesquisa e posterior

checagem das mesmas, com correções dos itens discordantes. Para a análise dos dados foi utilizado o

pacote estatístico SPSS (versão 8.0.).

A descrição dos grupos será feita de acordo com as variáveis levantadas pela Ficha de Identificação, que

são: Idade; Gênero; Estado Civil; Condição de Trabalho Atual; Grau de Escolaridade; Tratamento

Psicológico; Uso de Medicação; Consumo de álcool para manejo de ansiedade em situações sociais;

Vivência de evento traumático precipitante e o Critério Brasil, para definir classe social. Seguido pelos

instrumentos utilizados na pesquisa para avaliar o resultado da intervenção terapêutica comparando os

grupos, experimental (que sofreu intervenção) e controle (lista de espera), nos três períodos de

investigação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês), a saber: Inventário Beck de Depressão;

Inventário Beck de Ansiedade; Inventário de Ansiedade e Fobia Social (SPAI); Inventário de

Habilidades Sociais (IHS); Escala de Fobia Social; Escala de Medo da Avaliação Negativa (FNE);

Escala de Auto-Estima e os resultados referentes à sessão de videofeedback, avaliados pelos seguintes

instrumentos: Escala de Avaliações Global de Desempenho da Habilidade de Falar em Público; Escala

de Percepção de Sintomas de Ansiedade e, Escala de Avaliação de Desempenho da Habilidade de Falar

em Público. Os instrumentos da sessão de videofeedback foram utilizados apenas no grupo experimental

nos períodos pré e pós videofeedback.

Para comparação dos dois grupos sob investigação neste estudo, ou seja, grupo controle e o grupo

experimental, a análise dos resultados incluiu a estatística de teste pelo chi-quadrado ou teste exato de

Fisher, quando aplicável, ou seja, quando o valor esperado de alguma das células da tabela de

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contingência for inferior a cinco, ambos os testes ao nível de significância de 5% (Arango, 2001). Serão

ainda verificadas as diferenças no tempo (teste de Friedman), ou seja, se dentro de cada grupo, controle e

experimental, ocorreu modificação das médias dos escores totais ao longo do tempo (avaliações pré-

teste; pós-teste e pós-um mês) e as diferenças entre os grupos (Teste de Mann-whitney), ou seja, se

existe diferença entre os resultados do grupo controle e os resultados do grupo experimental no tocante

ás média dos escores totais, ambos com intervalo de confiança ao nível de significância de 5% (Arango,

2001). Além disso, para visualização dos resultados das comparações de médias foram elaborados box-

plot de cada grupo separadamente, controle e experimental.

8.1 - Descrição da amostra:

Como apresentado anteriormente, a descrição dos grupos será desenvolvida a partir das variáveis

levantadas pela Ficha de Identificação, seguido pelos resultados dos instrumentos utilizados na pesquisa.

8.1.1 - Idade:

Comparando as médias das idades entre os dois grupos não foram encontradas diferenças

estatisticamente significativas, ao nível de 5% (p-valor= 0,986), apesar de, como pode ser visto no box-

plot (gráfico 1), a dispersão das idades entre os grupos é distinta, ou seja, as idades no grupo

experimental são mais simétricas em torno da mediana, enquanto que as do grupo controle são mais

assimétricas, com a presença de valores mais extremos. Esses resultados podem ser observados na tabela

(Tabela 1) e gráfico abaixo (Gráfico 1):

Tabela 1. Distribuição das médias das idades segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de janeiro, 2008.

Grupo idade Controle Experimental Total

N 21 35 56

Média 34,1 34,2 34,1

P_valor = 0,98

Formatado: Cor da fonte:Automática

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado

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162

Gráfico 1. Box-plot da variável idade segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de janeiro, 2008.

Idade

3521N =

Grupo

ExperimentalControle

IDA

DE

70

60

50

40

30

20

10

127

129

3

97

8.1.2- Gênero: Ao avaliar as proporções da variável gênero entre os dois grupos não foram encontradas diferenças

estatisticamente significativas, ao nível de 5% (p-valor= 0,577). Esses resultados podem ser observados

na tabela (Tabela 2).

Tabela 2. Distribuição da freqüência da variável gênero segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de janeiro, 2008.

Grupos

Gênero Controle Experimental total

Feminino N 11 21 32

% 52,4 60,0 57,1 Masculino N 10 14 24

% 47,6 40,0 42,8 Total N 21 35 56

% 100,0 100,0 100,0

p-valor = 0,577 8.1.3 - Estado Civil: Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas ao nível de 5% (p-valor= 0,112), ao se

comparar às proporções entre os dois grupos na variável Estado Civil A maior porcentagem, tanto no

grupo controle quanto no grupo experimental, se concentra na categoria solteiro, respectivamente 90,5%

e 71,4%. Esses resultados podem ser observados na tabela abaixo (Tabela 3).

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Fonte: NãoNegrito

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163

Tabela 3. Distribuição dos pacientes por estado civil segundo os dois grupos de investigação (controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

grupos Estado Civil Controle Experimental Total

Solteiro N 19 25 44

% 90,5 71,4 78,6 Casado N 2 7 9

% 9,5 20,0 16,1 Separado N 0 3 3

%

0,0 8,6 5,4 total N 21 35 56

% 100,0 100,0 100,0

P-valor = 0,112 8.1.4 - Condição de trabalho atual:

Na variável Condição de Trabalho Atual, comparando as proporções entre os dois grupos não foram

encontradas diferenças estatisticamente significativas, ao nível de 5% (p-valor= 0,684). A maior

porcentagem, tanto no grupo controle quanto no grupo experimental se concentra na categoria “ativo”,

respectivamente 47,6% e 48,6%; seguido pela categoria “estudante” com 28,6% dos casos em ambos os

grupos. O número de pessoas, separadas por grupo, em cada categoria pode ser observado na tabela

abaixo (Tabela 4.).

Tabela 4. Distribuição dos pacientes por condição de trabalho segundo os dois grupos de investigação (controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Grupo Trabalho atual Controle Experimental Total

ativo N 10 17 27

% 47,6 48,6 48,2 do lar N 1 1 2

% 4,8 2,9 3,6 desempregado N 3 6 9

% 14,3 17,1 16,1 beneficio N 1 0 1

% 4,8 0,0 1,8 aposentado N 0 1 1

% 0,0 2,9 1,8 estudante N 6 10 16

% 28,6 28,6 28,6 total N 21 35 56

% 100,0 100,0 100,0

p-valor = 0,684

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Cor da fonte:Automática

Formatado: Cor da fonte:Automática

Formatado: Cor da fonte:Automática

Formatado: Cor da fonte:Automática

Formatado: Cor da fonte:Automática

Formatado: Cor da fonte:Automática

Formatado: Cor da fonte:Automática

Formatado: Cor da fonte:Automática

Formatado: Cor da fonte:Automática

Formatado: Cor da fonte:Vermelho

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8.1.5 – Grau de Escolaridade: Em relação ao grau de escolaridade a maior concentração no grupo controle ocorre dentro da categoria

“3º incompleto”, 52,4%, já no grupo experimental a maior freqüência aparece em duas categorias “3º

incompleto”, 42,9% e “3º completo e +”, 42,9%. As diferenças entre os dois grupos não são estatisticamente

significativas, ao nível de 5% (p-valor= 0,653). A distribuição dos grupos pode ser observada na tabela

abaixo (tabela 5.).

Tabela 5. Distribuição dos pacientes por nível de escolaridade segundo os dois grupos de investigação (controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Grupo Escolaridade Controle Experimental Total

1º incompleto n 0 1 1

% 0,0 2,9 1,8 2º completo n 3 3 6

% 14,3 8,6 10,7 2º incompleto n 1 1 2

% 4,8 2,9 3,6 3º incompleto n 11 15 26

% 52,4 42,9 46,4 3º completo e + n 6 15 21

% 28,6 42,9 37,5 total n 21 35 56

% 100,0 100,0 100,0 P-valor = 0,653

8.1.6 - Tratamento Psicológico:

Os grupos aparecem distribuídos de forma semelhante entre as categorias de tratamento psicológico, não

existindo diferenças estatisticamente significativas ao nível de 5% (p-valor= 0,087). A distribuição dos

grupos pode ser observada na tabela abaixo (tabela 6.).

Tabela 6. Distribuição dos pacientes por história de tratamento psicológico segundo os dois grupos de investigação. DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Grupo Tratamento psicológico Controle Experimental Total

Nenhum n 11 12 23

% 52,4 34,3 41,1 Anterior n 10 19 29

% 47,6 54,3 51,8 Atual n 0 2 4

% 0,0 11,4 7,1 Total n 21 35 56

% 100,0 100,0 100,0

P-valor= 0,087

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Espaçamentoentre linhas: Duplo

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Cor da fonte:Vermelho

Formatado: Cor da fonte:Vermelho

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Justificado,Espaçamento entre linhas: Duplo

Formatado: Fonte: NãoNegrito

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8.1.7 Uso de Medicação:

Comparando as proporções da variável Uso de Medicação nas categorias “antidepressivo” e

“ansiolitico”, entre os dois grupos do estudo – controle e experimental, não foram encontradas

diferenças estatisticamente significativas, ao nível de 5% (p-valor= 0,509 e 0, 543, respectivamente para

antidepressivos e ansiolíticos). Esses resultados podem ser observados nas tabelas abaixo (Tabelas 7e 8).

Nos dois grupos do estudo, em relação ao uso de antidepressivo e ao uso de ansiolitico a maior

concentração foi na categoria de não uso, respectivamente: antidepressivo 71,4% (experimental); 62,9%

(controle) e ansiolítico 66,7% (experimental); 74,3% (controle).

Tabela 7. Distribuição dos pacientes por uso de antidepressivo segundo os dois grupos de investigação (controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Grupo uso de antidepressivo Controle Experimental Total

sim n 6 13 19

% 28,6 37,1 33,9 não n 15 22 37

% 71,4 62,9 66,1 Total n 21 35 56

% 100,0 100,0 100,0 p-valor= 0,509

Tabela 8. Distribuição dos pacientes por uso de ansiolítico segundo os dois grupos de investigação (controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Grupo uso de ansiolítico Controle Experimental Total

sim n 7 9 16

% 33,3 25,7 28,6 não n 14 26 40

% 66,7 74,3 71,4 Total n 21 35 56

% 100,0 100,0 100,0 p-valor= 0,543

8.1.8. Consumo de álcool para manejo de ansiedade: Comparando as proporções da variável Consumo de álcool para manejo de ansiedade em situações

sociais entre os dois grupos não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas, ao nível de

5% (p-valor= 0,333). Esses resultados podem ser observados na tabela abaixo (Tabela 9).

Nos dois grupos do estudo, em relação ao consumo de álcool a maior concentração foi na categoria de

não uso, respectivamente: 61,9% (controle) e 74,3% (experimental).

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Fonte: NãoNegrito

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Tabela 9. Distribuição dos pacientes por consumo de álcool segundo os dois grupos de investigação. DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Grupo Uso de álcool para enfrentamento

de situações sociais Controle Experimental Total

sim n 8 9 17

% col 38,1 25,7 30,4 não n 13 26 39

% col 61,9 74,3 69,6 Total n 21 35 56

% col 100,0 100,0 100,0

P-valor= 0,333 8.1.9. Vivência de Evento Traumático Precipitante:

Comparando as proporções da variável Vivência de Evento Traumático Precipitante entre os dois grupos

não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas, ao nível de 5% (p-valor= 0,773). Esses

resultados podem ser observados na tabela abaixo (Tabela 10).

Nos dois grupos do estudo, em relação a variável vivência de evento traumático precipitante a maior

concentração foi na categoria de não vivência, respectivamente: 66,7% e 62,9%.

Tabela 10. Distribuição dos pacientes por vivência de evento traumático segundo os dois grupos de investigação (controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Grupos Vivência de evento traumático precipitante Controle Experimental Total

sim n 7 13 20

% 33,3 37,1 35,7 não n 14 22 36

% 66,7 62,9 64,3 Total n 21 35 56

% 100,0 100,0 100,0

P-valor= 0,773 8.2 Critério Brasil: A distribuição dos dois grupos, entre as classes sociais estabelecidas por esse instrumento, pode ser

observada na tabela abaixo (tabela 11.). Os grupos não aparecem distribuídos de forma semelhante entre

as classes sociais. Desta forma observa-se significativa diferença, ao nível de 5% (p-valor= 0,000),

especificamente para as classes “B” (19% controle x 66% experimental) e “E” (48% controle x 0%

experimental). Assim, vê-se que a maioria dos pacientes do grupo experimental são da classe “B” (66%)

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Fonte: NãoNegrito

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167

enquanto que do controle são da classe “E” (48%), embora cerca de 30% deles sejam classe “C”

independentemente do grupo.

Tabela 11. Distribuição dos pacientes por Classe Social segundo os dois grupos de investigação (controle e expermental). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Grupo Classe Social (critério Brasil) Controle Experimental Total

A2 n 1 2 3

% 4,8 5,7 5,4 B n 4 23 27

% 19,0 65,7 48,2 C n 6 10 16

% 28,6 28,6 28,6 E n 10 0 10

% 47,6 0,0 17,9 Total n 21 35 56

% 100,0 100,0 100,0

p-valor = 0,000 8.3. Inventários Beck de Depressão e Ansiedade: 8.3.1 Inventário Beck de Depressão:

Comparando os resultados do grupo controle nos três períodos do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um

mês) não foi encontrada diferença estatisticamente significativa, ao nível de 5% (p-valor= 0,505). Dessa

forma o grupo controle não se modificou significativamente ao longo do tempo. Esses resultados podem

ser observados na tabela abaixo 12. Porém, ao observar-se os resultados do grupo experimental nos três

períodos do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês) foi encontrada diferença estatisticamente

significativa ao nível de 5% (p-valor= 0,000). No grupo experimental a distribuição da freqüência de

pacientes se modificou significativamente ao longo do tempo. Esses resultados podem ser observados na

tabela 12.

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Cor da fonte:Automática

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Tabela 12. Distribuição de freqüência dos pacientes por categorias de depressão de acordo com o Inventário Beck de Depressão segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Avaliações grupos

Intensidade da

depressão pré-teste

pós-teste

pós-um mês

Total

Mínima n 4 6 5 15

% 19,0 28,6 45,5 28,3 Leve n 8 6 2 16

% 38,1 28,6 18,2 30,2 Moderada n 8 6 2 16

% 38,1 28,6 18,2 30,2 Grave n 1 3 2 6

% 4,8 14,3 18,2 11,3 Total n 21 21 11 53

con

tro

le (

*)

% 100,0 100,0 100,0 100,0 Mínimo n 8 21 18 47

% 22,9 84,0 75,0 56,0 Leve n 18 4 6 28

% 51,4 16,0 25,0 33,3 Moderada n 9 0 0 9

% 25,7 0,0 0,0 10,7 Total n 35 25 24 84 E

xperi

me

nta

l (*

*)

% 100,0 100,0 100,0 100,0 (*) p valor = 0,505 e (**) p valor = 0,000

8.3.2 Inventário Beck de Ansiedade: Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa, ao nível de 5% (p-valor= 0,162) comparando

os resultados do grupo controle nos três períodos do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês). Dessa

forma o grupo controle não se modificou significativamente ao longo do tempo. Esses resultados podem

ser observados na tabela 13. Porém, ao observar-se os resultados do grupo experimental nos três

períodos do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês) foi encontrada diferença estatisticamente

significativa ao nível de 5% (p-valor= 0,001). No grupo experimental a distribuição da freqüência de

pacientes se modificou significativamente ao longo do tempo. Esses resultados podem ser observados na

tabela 13.

Formatado: Justificado

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Page 169: Justificado Tratamento cognitivo comportamental em grupo ... · Chorar é arriscar parecer sentimental Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento Esquerda: 4,99 cm, Primeira

169

Tabela 13. Distribuição de freqüência dos pacientes por categorias de ansiedade de acordo com o Inventário Beck de Ansiedade segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Avaliações grupos

Intensidade da

ansiedade pré-teste

pós-teste

pós-um mês

Total

Mínimo n 4 9 3 16

% 19,0 42,9 27,3 30,2 Leve n 11 3 2 16

% 52,4 14,3 18,2 30,2 Moderada n 4 5 4 13

% 19,0 23,8 36,4 24,5 Grave n 2 4 2 8

% 9,5 19,0 18,2 15,1 Total n 21 21 11 53

con

trole

(*)

% 100,0 100,0 100,0 100,0 Mínimo n 4 14 14 32

% 11,4 56,0 58,3 38,1 Leve n 19 7 4 30

% 54,3 28,0 16,7 35,7 Moderada n 6 2 5 13

% 17,1 8,0 20,8 15,5 Grave n 6 2 1 9

% 17,1 8,0 4,2 10,7 Total n 35 25 24 84

Exp

eri

men

tal (*

*)

% 100,0 100,0 100,0 100,0 (*) p valor = 0,162 e (**) p valor =0,001

Escores Médios dos Inventários Beck de Ansiedade e Depressão

Anteriormente analisamos a distribuição da freqüência dos pacientes no tempo para os resultados dos

Inventários Beck de Ansiedade e Beck de Depressão. Nesse momento serão expostos os resultados

médios dos escores totais dos inventários Beck citados acima. Serão ainda verificadas as diferenças no

tempo (teste de Friedman), ou seja, se dentro de cada grupo, controle e experimental, ocorreu

modificação das médias dos escores totais ao longo do tempo (avaliações pré-teste; pós-teste e pós-um

mês) e as diferenças entre os grupos (Teste de Mann-whitney), ou seja, se existe diferença entre os

resultados do grupo controle e os resultados do grupo experimental no tocante ás média dos escores

totais. Assim, de acordo com os achados da tabela 14, confirmando-se os resultados das tabelas 12 e 13,

foram encontradas importantes diferenças entre os grupos experimental e controle (p-valores = 0,000

para depressão e 0,015 para ansiedade). Além disso, o grupo controle não se modificou

significativamente ao longo do tempo (p-valores= 0,179 para depressão e 0,607 para ansiedade),

Formatado: Justificado

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Fonte: TimesNew Roman, Negrito

Formatado: Fonte: TimesNew Roman, Negrito

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170

enquanto o experimental sim (p-valores= 0,000 para depressão e 0,014 para ansiedade). Tais resultados

constam também no gráfico 2.

Tabela 14. Distribuição das médias dos Inventários Beck de Depressão e Beck de Ansiedade segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Avaliações

Testes Grupo Pré-teste

pós-teste

pós-um mês

p_valor(*) Total p_valor(**)

Controle Média 17,7 18,1 21,2 18,6 N 21 21 11

0,607 53

Experimental Média 18,1 11,8 11,4 14,3 Be

ck

an

sie

dad

e

N 35 25 24 0,014

84

0,015

Controle Média 18,5 20,4 19,0 0,179 19,4

Be

ck

depre

ssão

Experimental Média 16,8 6,0 7,2 0,000 10,8 0,000

(*) Teste não paramétrico de Friedman - diferenças entre as 3 avaliações

(**) Teste não paramétrico de Mann-Whitney - diferença entre controle x experimental

Formatado: Cor da fonte:Automática

Formatado: Justificado

Page 171: Justificado Tratamento cognitivo comportamental em grupo ... · Chorar é arriscar parecer sentimental Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento Esquerda: 4,99 cm, Primeira

171

Gráfico 2. Box-plot dos escores dos Inventários Beck de Depressão e Beck de Ansiedade segundo os dois grupos de comparação do estudo nos três períodos de investigação. DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008. Beck Depressão

112121N =

GRUPO= Controle

Avaliações

pós 1 mêspós-testepré-teste

BD

50

40

30

20

10

0

1

242535N =

GRUPO= Experimental

Avaliações

pós 1 mêspós-testepré-teste

BD

40

30

20

10

0

-10

131

57

5655

54

Beck Ansiedade

112121N =

GRUPO= Controle

Avaliações

pós 1 mêspós-testepré-teste

BA

50

40

30

20

10

0

-10

34

13

25

1

242535N =

GRUPO= Experimental

Avaliações

pós 1 mêspós-testepré-teste

BA

50

40

30

20

10

0

-10

9489

8.4. Inventário de Ansiedade e Fobia Social (SPAI) (Turner, Dancu, Beidel e Stanley, 1988): Com intuito de se diferenciar os pacientes no tocante à situação de “fobia social”, utilizando-se o

Inventário de Ansiedade e Fobia Social (SPAI), foi possível comparar os resultados do grupo controle

nos três períodos do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês), para o qual não encontrou-se diferença

estatisticamente significativa, ao nível de significância de 5% (p-valor= 0,407). Assim, o grupo controle

não se modificou significativamente ao longo do tempo. Esses resultados podem ser observados na

tabela tabela 15. Por outro lado, ao observar-se os resultados do grupo experimental nos três períodos do

estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês) detectou-se diferença estatisticamente significativa, ao nível

de significância de 5% (p-valor= 0,000). Observa-se, então, que o grupo experimental se modificou

significativamente ao longo do tempo, evoluindo a maior concentração de pacientes, no pré-teste, das

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Page 172: Justificado Tratamento cognitivo comportamental em grupo ... · Chorar é arriscar parecer sentimental Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento Esquerda: 4,99 cm, Primeira

172

categorias “sem problemas” 2,9%; “provável fobia social” 8,6% e “diagnóstico de fobia social” 89%

para as categorias “sem problemas” 42%; “provável fobia social” 25% e “diagnóstico de fobia social”

33,3% no pós-um mês. Esses resultados podem ser observados na tabela abaixo (tabela 15)

Tabela 15. Distribuição de freqüência dos pacientes por categorias de fobia social de acordo com o Inventário de Ansiedade e fobia social (SPAI) segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Avaliações grupos

SPAI Pré-teste

pós-teste

pós-um mês

Total

Improvável fobia social n 1 2 1 4

% 4,8 9,5 9,1 7,5 Possível fobia social n 3 2 4 9

% 14,3 9,5 36,4 17,0 Provável fobia social n 17 17 6 40

% 81,0 81,0 54,5 75,5 Total n 21 21 11 53

co

ntr

ole

(*)

% 100,0 100,0 100,0 100,0 Improvável fobia social n 1 8 10 19

% 2,9 34,8 41,7 23,2 Possível fobia social n 3 4 6 13

% 8,6 17,4 25,0 15,9 Provável fobia social n 32 11 8 50

% 88,6 47,8 33,3 61,0 Total n 35 23 24 82 E

xp

eri

men

tal (*

*)

% 100,0 100,0 100,0 100,0 (*) p valor = 0,407 e (**) p valor =0,000

Como realizado para os inventários Beck de Ansiedade e Beck de Depressão, analisou-se a distribuição

de freqüência e a evolução dos pacientes no tempo para os transtornos ansiedade e depressão seguido

dos resultados médios dos escores totais dos inventários Beck citados acima, aqui será também analisado

no tocante à fobia social. Então, seguir-se-a expondo-se os resultados médios dos escores totais do

inventário SPAI utilizado no estudo para definir os pacientes segundo grau de fobia social. Assim, de

acordo com os achados da tabela 16, pode-se ver que foi encontrada importante diferença, ao nível de

significância de 5%, entre os três momentos da investigação no grupo experimental (p-valor: 0,000) e

não no controle (p-valor: 0,913), ou seja, o grupo experimental se modificou no tempo e o controle não.

No entanto, ao comparar os escores totais médios entre os grupos controle e experimental, certamente

dado o tamanho da amostra, bem como a dispersão dos resultados, não encontrou-se aqui diferença

significativa ao nível de 5%, destacando-se o p-valor “borderline” de 0,121 (Tabela 16). Esses resultados

também podem ser observados no gráfico 3.

Formatado: Justificado

Formatado: Não Expandidopor / Condensado por

Formatado: Não Expandidopor / Condensado por

Formatado: Não Expandidopor / Condensado por

Formatado: Não Expandidopor / Condensado por

Formatado: Não Expandidopor / Condensado por

Formatado: Não Expandidopor / Condensado por

Formatado: Não Expandidopor / Condensado por

Formatado: Não Expandidopor / Condensado por

Formatado: Não Expandidopor / Condensado por

Formatado: Não Expandidopor / Condensado por

Formatado: Não Expandidopor / Condensado por

Formatado: Não Expandidopor / Condensado por

Formatado: Não Expandidopor / Condensado por

Formatado: Não Expandidopor / Condensado por

Formatado: Não Expandidopor / Condensado por

Formatado: Não Expandidopor / Condensado por

Formatado: Não Expandidopor / Condensado por

Formatado: Não Expandidopor / Condensado por

Formatado: Não Expandidopor / Condensado por

Page 173: Justificado Tratamento cognitivo comportamental em grupo ... · Chorar é arriscar parecer sentimental Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento Esquerda: 4,99 cm, Primeira

173

Tabela 16. Distribuição das médias dos escores do Inventário de ansiedade e fobia social (SPAI) segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Avaliações

Testes Grupo pré-teste

pós-teste

pós-um mês

p_valor(*) Total P_valor(**)

Controle Média 99,7 93,5 87,5 94,7 N 21 21 11

0,913 53

Experimental Média 104,6 75,7 70,4 86,2 SP

AI

N 35 25 24 0,000

84

0,121

(*) Teste não paramétrico de Friedman - diferenças entre as 3 avaliações

(**) Teste não paramétrico de Mann-Whitney - diferença entre controle x Experimental

Gráfico 3. Box-plot das médias do Inventário de Ansiedade e Fobia Social segundo os dois grupos de comparação do estudo (controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

SPAI

112121N =

GRUPO= Controle

Avaliações

pós 1 mêspós-testepré-teste

Esca

la d

e f

ob

ia s

ocia

l d

ife

renc

ial (S

PA

I)

160

140

120

100

80

60

40

20

0

3

242535N =

GRUPO= Experimental

Avaliações

pós 1 mêspós-testepré-teste

Escala

de

fo

bia

so

cia

l d

ife

ren

cia

l (S

PA

I)

160

140

120

100

80

60

40

20

0

8.5. Inventário de Habilidades Sociais (IHS) (Del Prette e Del Prette, 2001). O principal problema encontrado na proposição de utilizar-se o inventário de habilidades sociais foi o

fato deste requerer em sua análise final a separação dos grupos segundo gênero feminino e masculino, o

que fragmenta em muito o total de pacientes investigados por grupo, que originalmente no desenho desta

investigação já era limite. Assim, ao analisar-se os resultados obtidos a partir da investigação deste

instrumento deve-se levar em conta tal limitação do número pequeno de indivíduos em cada grupo de

análise. Desta forma, verificando as diferenças no tempo (teste de Friedman), ou seja, se dentro de cada

grupo, controle e experimental, ocorreu modificação das médias dos escores totais e escores de cada um

dos cinco fatores apontados pelo instrumento, apenas o grupo experimental masculino apresentou

diferenças significativas em dois fatores: enfrentamento com risco, ao nível de 5% (p-valor = 0,005); e

Formatado: Justificado

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Justificado,Recuo: Esquerda: 0 cm,Espaçamento entre linhas: Duplo

Page 174: Justificado Tratamento cognitivo comportamental em grupo ... · Chorar é arriscar parecer sentimental Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento Esquerda: 4,99 cm, Primeira

174

auto-exposição a desconhecidos e pessoas novas, ao nível de 5% (p-valor = 0,002). Esses resultados

podem ser observados na tabela 17.

Já na comparação das diferenças entre os dois grupos, ou seja, se existe diferenças entre os resultados do

grupo controle e os resultados do grupo experimental no tocante ás médias dos escores totais e escores

de cada um dos cinco fatores do instrumento, a análise do fator conversação e desenvoltura social, na

amostra masculina e feminina, apresentou diferença significativa ao nível de 5% (p-valor = 0,043 no

feminino e p-valor = 0,045 no masculino). O escore total do grupo masculino também apresentou

diferença significativa ao nível de 5% (p-valor = 0,037). Esses resultados podem ser observados na

tabela 17.

Formatado: Justificado

Page 175: Justificado Tratamento cognitivo comportamental em grupo ... · Chorar é arriscar parecer sentimental Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento Esquerda: 4,99 cm, Primeira

175

Tabela 17. Distribuição das médias do escore total e fatores do Inventário de Habilidades Sociais segundo dois grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês) e por gênero (feminino e masculino). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Inventário de Habilidades Sociais-IHS Avaliações

Grupo Gênero

pré-teste

pós-teste

pós-um mês

p-valor (*)

Total

p-valor (**)

Média Escore total - IHS 71,5 70,8 80 0,223 71,9 0,675

Enfrentamento com risco 5,1 5,4 6 0,223 5,3 0,067

Auto-afirmação na expressão de sentimento positivo 6,8 7,3 9 0,135 7,2 0,354

Conversação e desenvoltura social 6,4 6,5 8,0 0,607 6,6 0,043 Auto-exposição a desconhecidos/situações novas 3,6 3,1 2 0,067 3,3 0,627

Autocontrole da agressividade 0,4 0,4 0 0,156 0,4 0,858

Contr

ole

N Escore total - IHS 11 11 2 24

Média Escore total - IHS 74,0 71,6 72,1 0,796 72,7

Enfrentamento com risco 5,4 6,7 7,4 0,127 6,4

Auto-afirmação na expressão de sentimento positivo 7,6 7,5 7,7 0,627 7,6

Conversação e desenvoltura social 6,6 5,0 4,9 0,085 5,6

Auto-exposição a desconhecidos/situações novas 3,4 3,1 2,8 0,074 3,1

Auot-controle da agressividade 0,2 0,4 0,3 0,349 0,3

Fem

inin

o

Exp

eri

men

tal

N Escore total - IHS 21 16 15 52

Média Escore total - IHS 69,7 63,2 67 0,412 66,7 0,037 Enfrentamento com risco 6,0 6,1 7 0,147 6,4 0,077

Auto-afirmação na expressão de sentimento positivo 6,5 5,9 5 0,139 5,9 0,008

Conversação e desenvoltura social 6,7 5,7 7 0,717 6,3 0,045 Auto-exposição a desconhecidos/situações novas 2,5 2,4 3 0,814 2,6 0,135

Auot-controle da agressividade 0,6 0,5 1 0,804 0,5 0,857

Con

tro

le

N Escore total - IHS 10 10 9 29

Média Escore total - IHS 73,1 74,8 81,2 0,187 75,9

Enfrentamento com risco 6,6 9,4 9,5 0,005 8,2

Auto-afirmação na expressão de sentimento positivo 8,0 7,8 7,7 0,368 7,9

Conversação e desenvoltura social 5,9 4,1 4,4 0,062 5,0

Auto-exposição a desconhecidos/situações novas 3,3 2,8 2,8 0,002 3,0

Auot-controle da agressividade 0,8 0,3 0,4 0,325 0,5

Mascu

lino

Experi

men

tal

N Escore total - IHS 14 9 9 32

(*) Teste não paramétrico de Friedman - dierenças entre as 3 avaliações

(**) Teste não paramétrico de Mann-Whitney - diferença entre controle x Experimental

Nesta etapa, com o intuito de observar-se a evolução da freqüência de pacientes dada à classificação

quanto à elaboração do repertório de habilidades sociais (de bastante elaborado à deficiente) foram

desenvolvidas às análises para cada um dos fatores deste instrumento e seu escore total. Porém, como

exposto no início deste item, tem-se a limitação quanto ao número de indivíduos, assim decidiu-se por

apresentar-se apenas os fatores cuja significância estatística tenha se mostrado favorável à exposição de

diferenças, no tempos (pré, pós e pós um mês), em cada grupo da intervenção (controle e experimental).

Ou seja, como pode se ver na tabela 18, foram apresentados os resultados para o fator “enfrentamento

com risco”.

Formatado: Justificado

Formatado: Justificado,Recuo: Esquerda: 0 cm,Espaçamento entre linhas: Duplo

Formatado: Fonte: 12 pt

Page 176: Justificado Tratamento cognitivo comportamental em grupo ... · Chorar é arriscar parecer sentimental Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento Esquerda: 4,99 cm, Primeira

176

No fator enfrentamento com risco houve diferença significativa para o grupo experimental ao nível de

5% (p-valor = 0,019) e não para o controle (p-valor = 0,407). Passando, no grupo experimental, de uma

distribuição menos uniforme: 71,4% “deficiente em habilidades sociais”, 14,3% “bom repertório abaixo

da média”, 14,3%,“bom repertório acima da média” e 0% “bastante elaborado”; para uma distribuição

mais uniforme no pós um mês: 33,3% “deficiente em habilidades sociais”, 37,5% “bom repertório

abaixo da média”, 12,5% “bom repertório acima da média” e 16,7% “bastante elaborado”. Esses

resultados podem ser observados na Tabela 18.

Tabela 18. Descrição de freqüência dos pacientes por categoria no fator “Enfrentamento com risco” do Inventário de Habilidades Sociais segundo dois grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês) DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Avaliações

grupos IHS-Enfrentamento com risco pré-teste

pós-teste

pós-um mês Total

Bastante elaborado n 0 2 1 3

% 0,0 9,5 9,1 5,7 Bom Repertório acima da média n 0 0 0 0

% 0,0 0,0 0,0 0,0 Bom repertório abaixo da média n 5 3 3 11

% 23,8 14,3 27,3 20,8 deficiente em Habilidades Sociais n 16 16 7 39

% 76,2 76,2 63,6 73,6 Total n 21 21 11 53

con

trole

(*)

% 100,0 100,0 100,0 100,0 Bastante elaborado n 0 3 4 7

% 0,0 12,0 16,7 8,3 Bom Repertório acima da média n 5 4 3 12

% 14,3 16,0 12,5 14,3 Bom repertório abaixo da média n 5 6 9 20

% 14,3 24,0 37,5 23,8 deficiente em Habilidades Sociais n 25 12 8 45

% 71,4 48,0 33,3 53,6 Total n 35 25 24 84

Expe

rim

en

tal (*

*)

% 100,0 100,0 100,0 100,0 (*) p valor = 0,407 (**) p valor = 0,019

8.6. Escala de Fobia Social (Liebowitz, 1987): A análise dos resultados da Escala de Fobia Social (Liebowitz) subdivide-se em duas subescalas:

subescala de intensidade da ansiedade e subescala de evitação. Em específico para a subescala de

Formatado: Justificado

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Page 177: Justificado Tratamento cognitivo comportamental em grupo ... · Chorar é arriscar parecer sentimental Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento Esquerda: 4,99 cm, Primeira

177

intensidade da ansiedade, entre os grupos controle e experimental, nos três períodos do estudo (pré-teste,

pós-teste e pós um mês) não foi encontrada diferença estatisticamente significativa para o grupo

controle, ao nível de significância de 5% (p-valor= 0,893). O grupo controle não se modificou ao longo

do tempo de forma significativa. Esses resultados podem ser observados na tabela abaixo (tabela 19).

Porém, ao observar-se os resultados do grupo experimental nos três períodos do estudo (pré-teste, pós-

teste e pós um mês) foi encontrada diferença estatisticamente significativa, ao nível de significância de

5% (p-valor= 0,019). Assim, vê-se que, o grupo experimental se modificou ao longo do tempo de forma

significativa. No pré-teste 67,6% encontravam-se na categoria “leve” e 32,4% na categoria, “moderado”;

no pós um mês a categoria “leve” passou a ter 91,7% e a categoria “moderado” 8,3%, esses resultados

podem ser observados na tabela 19.

Tabela 19. Distribuição de freqüência dos pacientes por categorias de intensidade da ansiedade de acordo com a Escala de Fobia Social segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Avaliações grupos

intensidade da

ansiedade Pré-teste

pós-teste

pós-um mês

Total

Leve n 15 14 7 36

% 71,4 66,7 63,6 67,9 Moderada n 6,0 7,0 4,0 17,0 % 28,6 33,3 36,4 32,1 Total n 21 21 11 53 c

on

trole

(*)

% 100,0 100,0 100,0 100,0 Leve n 23,0 23,0 22,0 68,0

% 67,6 92,0 91,7 81,9 Moderada n 11,0 2,0 2,0 15,0 % 32,4 8,0 8,3 18,1 Total n 34,0 25,0 24,0 83,0

exp

eri

menta

l (*

*)

% 100,0 100,0 100,0 100,0 (*) p valor = 0,893 (**) p valor =0,019

Na análise dos resultados da Escala de Fobia Social, para a subescala de evitação, entre os grupos

controle e experimental, nos três períodos do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês) não foi

encontrada diferença estatisticamente significativa para o grupo controle, ao nível de significância de 5%

(p-valor= 0,068) e nem para o experimental (p-valor= 0,093). Os grupos controle e experimental não se

modificaram ao longo do tempo de forma significativa. Esses resultados podem ser observados na tabela

abaixo (tabela 20). Cabe ressaltar o mínimo quantitativo observado na categoria “moderada” em todos

Formatado: Justificado

Page 178: Justificado Tratamento cognitivo comportamental em grupo ... · Chorar é arriscar parecer sentimental Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento Esquerda: 4,99 cm, Primeira

178

os períodos de investigação em ambos os grupos controle e experimental devido ao ponto de corte

proposto neste método – que agrega muitos pacientes somente na categoria “leve”, o que compromete a

consistência dos testes estatísticos utilizados e evoca limitações na consideração dos p-valores,

dificultando a verificação de diferenças entre os grupos.

Tabela 20. Distribuição de freqüência dos pacientes por categorias de evitação de situações sociais de acordo com a Escala de Fobia Social segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Avaliações grupos

evitação pré-teste

pós-teste

pós-um mês

Total

Leve n 20 17 7 44

% 95,2 81,0 63,6 83,0 Moderada n 1 4 4 9,0 % 4,8 19,0 36,4 17,0 Total n 21 21 11 53 c

on

tro

le (

*)

% 100,0 100,0 100,0 100,0 Leve n 30 24 24 78,0

% 88,2 96,0 100,0 94,0 Moderada n 4 1 0 5,0 % 11,8 4,0 0,0 6,0 Total n 34,0 25,0 24,0 83,0

exp

erim

en

tal (*

*)

% 100,0 100,0 100,0 100,0 (*) p valor = 0,068 (**) p valor =0,093

Anteriormente analisamos a distribuição de freqüência e a evolução dos pacientes no tempo de acordo

com os resultados na Escala de Fobia Social. Neste momento serão expostos os resultados médios dos

escores deste inventário, verificando-se ainda as diferenças no tempo (teste de Friedman) e entre os

grupos (Teste de Mann-Whitney). Assim, de acordo com os achados da tabela 21, especificamente para

a subescala de intensidade de ansiedade, confirmando-se os resultados das tabelas 19, pode-se ver que

foram encontradas importantes diferenças entre os grupos controle e experimental (p-valor= 0,002), bem

como diferenças entre os três momentos da investigação, porém este último significativo apenas no

grupo experimental (p-valores: 0,734 e 0,000 – controle e experimental respectivamente).

Da mesma forma que verificado para a subescala de ansiedade, agora ao observar-se os escores médios

da subescala de evitação vê-se na tabela 21 diferenças significativas entre controle e experimental (p-

valor= 0,007), bem como diferenças significativas entre períodos no grupo experimental (p-valor=

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179

0,000) e não para o controle (p-valor= 0,428). Tais resultados podem, também, ser observados no gráfico

4.

Tabela 21. Distribuição das médias da Escala de Fobia Social (intensidade e evitação) segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Avaliações Escala (EFS) Grupos pré-teste

pós-teste

pós-um mês

p valor (*)

Total

p valor (**)

Controle n 21 21 11 53

N Experimental n 34 25 24 83

Controle média 44,3 44,0 44,4 0,734 44,2 Ansiedade

Experimental média 43,8 32,3 30,9 0,000 36,6 0,002

Controle média 36,6 38,1 37,5 0,428 37,4 Evitação

Experimental média 37,5 25,5 23,3 0,000 29,8 0,007

(*) Teste não paramétrico de Friedman - dierenças entre as 3 avaliações (**) Teste não paramétrico de Mann-Whitney - diferença entre controle x Experimental

Gráfico 4. Box-plot das médias dos fatores (intensidade e evitação) da Escala de Fobia Social segundo dois grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Escala de Fobia Social Intensidade

Escala de Fobia Social Evitação

242534N =

GRUPO= Experimental

Avaliações

pós 1 mêspós-testepré-teste

EF

S_

EV

IT

70

60

50

40

30

20

10

0

-10

92

112121N =

GRUPO= Controle

Avaliações

pós 1 mêspós-testepré-teste

EF

S_

EV

IT

80

60

40

20

0

-20

513

13

242534N =

GRUPO= Experimental

Avaliações

pós 1 mêspós-testepré-teste

EF

S_

AN

S

70

60

50

40

30

20

10

0

112121N =

GRUPO= Controle

Avaliações

pós 1 mêspós-testepré-teste

EF

S_

AN

S

80

70

60

50

40

30

20

10

Formatado: Não Expandidopor / Condensado por

Formatado: Não Expandidopor / Condensado por

Formatado: Fonte: NãoNegrito, Cor da fonte:Automática

Formatado: Justificado

Page 180: Justificado Tratamento cognitivo comportamental em grupo ... · Chorar é arriscar parecer sentimental Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento Esquerda: 4,99 cm, Primeira

180

8.7. Escala de Medo da Avaliação Negativa (FNE) ( Watson e Friend, 1969): Na análise dos resultados da Escala de Medo da Avaliação Negativa (FNE), comparando os resultados

dos grupos controle e experimental, nos três períodos do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês), não

foi encontrada diferença significativa ao nível de 5% para o grupo controle (p-valor= 0,885), porém para

o experimental sim (p-valor= 0,000). O grupo experimental se modificou significativamente ao longo do

tempo, passando sua distribuição, no pré-teste, de: 80% na categoria, “afetado” e 20% na categoria “sem

problema”, para, no pós um mês: 33,3% na categoria ‘afetado” e 66,7 na categoria “sem problemas”.

Esses resultados podem ser observados na tabela 22.

Tabela 22. Distribuição de freqüência dos pacientes por categorias de acordo com a Escala de Medo da Avaliação Negativa segundo dois grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Avaliações grupos

Medo da Avaliação

Negativa pré-teste

pós-teste

pós-um mês

Total

Sem Problema n 6 6 4 16

% 28,6 28,6 36,4 30,2 Afetado n 15 15 7 37

% 71,4 71,4 63,6 69,8 Total n 21 21 11 53 c

on

trole

(*)

% 100,0 100,0 100,0 100,0 Sem Problema n 7 16 16 39

% 20,0 64,0 66,7 46,4 Afetado n 28 9 8 45

% 80,0 36,0 33,3 53,6 Total n 35 25 24 84

exp

erim

enta

l (*

*)

% 100,0 100,0 100,0 100,0 (*) p valor = 0,885 (**) p valor =0,000

Ao comparar as diferenças das médias dos resultados da Escala de Medo e Avaliação Negativa (FNE) no

tempo (teste de Friedman), ou seja, se dentro de cada grupo, controle e experimental, ocorreu

modificações das médias dos escores totais ao longo do tempo, observou-se que no grupo controle essa

diferença não foi significativa, ao nível de 5% (p-valor= 0,313) e no grupo experimental sim (p-valor=

0,000). Confirmando os resultados da tabela 22, a tabela 23 expõe esses resultados, o grupo

experimental se modificou significativamente ao longo do tempo.

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Justificado

Page 181: Justificado Tratamento cognitivo comportamental em grupo ... · Chorar é arriscar parecer sentimental Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento Esquerda: 4,99 cm, Primeira

181

Comparando o grupo experimental com o grupo controle (teste de Mann-whitney), no tocante às médias

dos escores totais, foram encontradas diferenças significativas ao nível de 5% (p-valor= 0,019). Os

resultados do grupo experimental são significativamente deferentes dos resultados do grupo controle.

Tais resultados podem ser observados na tabela 23 e no gráfico 6

Tabela 23. Distribuição das médias da Escala de Medo da Avaliação Negativa segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Avaliações

Grupos pré-teste

pós-teste

pós-um mês

p valor (*) Total

p valor (**)

n 21 21 11 53 Controle

média 23,6 23,2 23,8 0,313

23,5 n 35 25 24 84,0

FN

E

Experimental média 25,1 19,1 16,6

0,000 20,9

0,019

(*) Teste não paramétrico de Friedman - diferenças entre as 3 avaliações (**) Teste não paramétrico de Mann-Whitney - diferença entre controle x Experimental

Gráfico 6. Box-plot das médias da Escala de Medo da Avaliação Negativa segundo os dois grupos comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Escala de Medo da Avaliação Negativa-FNE

8.8. Escala de Auto-estima (Rosemberg, 1965): De acordo com a análise dos resultados da Escala de Auto-estima (Rosemberg), comparando os grupos

controle e experimental, nos três períodos do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês), não foi

encontrada diferença significativa ao nível de 5% para o grupo controle (p-valor= 0,627), porém para o

experimental sim (p-valor= 0,013). O grupo experimental se modificou significativamente ao longo do

242535N =

GRUPO= Experimental

Avaliações

pós 1 mêspós-testepré-teste

Me

do

de

Ava

liaçã

o N

eg

ativa

40

30

20

10

0

117119

112121N =

GRUPO= Controle

Avaliações

pós 1 mêspós-testepré-teste

Me

do

de

Ava

liaçã

o N

eg

ativa

40

30

20

10

0

52

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Justificado

Formatado: Justificado

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Page 182: Justificado Tratamento cognitivo comportamental em grupo ... · Chorar é arriscar parecer sentimental Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento Esquerda: 4,99 cm, Primeira

182

tempo, passando sua distribuição, no pré-teste, de: 40% na categoria “auto-estima abaixo da média” e

60% na categoria “sem problema”, para, no pós um mês: 12,5% na categoria ‘auto-estima abaixo da

média” e 87,5% na categoria “sem problemas”. Esses resultados podem ser observados na tabela 22.

Tabela 24. Distribuição de freqüência dos pacientes por categorias de acordo com a Escala de Auto-estima segundo dois grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Avaliações grupos

Escala de auto-estima pré-teste

pós-teste

pós-um mês total

Sem problemas n 12 9 5 26

% 57,1 42,9 45,5 49,1 Auto-estima abaixo da média n 9 12 6 27

% 42,9 57,1 54,5 50,9 Total n 21 21 11 53 c

on

trole

(*)

% 100,0 100,0 100,0 100,0 Sem Problema n 21 22 21 64

% 60,0 88,0 87,5 76,2 Auto-estima abaixo da média n 14 3 3 20

% 40,0 12,0 12,5 23,8 Total n 35 25 24 84

exp

erim

enta

l (*

*)

% 100,0 100,0 100,0 100,0 (*) p valor = 0,627 (**) p valor = 0,013

Ao comparar as diferenças das médias dos resultados da Escala de Auto-estima no tempo (teste de

Friedman), ou seja, se dentro de cada grupo, controle e experimental, ocorreu modificações das médias

dos escores totais ao longo do tempo, observou-se que no grupo controle essa diferença não foi

significativa, ao nível de 5% (p-valor= 0,619) e no grupo experimental sim (p-valor= 0,001).

Confirmando os resultados da tabela 24, a tabela 25 expõe esses resultados, o grupo experimental se

modificou significativamente ao longo do tempo.

Comparando o grupo experimental com o grupo controle (teste de Mann-whitney), no tocante às médias

dos escores totais, foram encontradas diferenças significativas ao nível de 5% (p-valor= 0,001). Os

resultados do grupo experimental são significativamente deferentes dos resultados do grupo controle.

Tais resultados podem ser observados na tabela 25 e no gráfico 7.

Formatado: Justificado

Page 183: Justificado Tratamento cognitivo comportamental em grupo ... · Chorar é arriscar parecer sentimental Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento Esquerda: 4,99 cm, Primeira

183

Tabela 25. Distribuição das médias da Escala de Auto-estima segundo os grupos de comparação

do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e

pós um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Avaliações

Grupos pré-teste

pós-teste

pós-um mês

p valor (*) Total

p valor (**)

n 21 21 11 53 Controle média 24,6 25,2 25,4

0,619 25,0

n 35 25 24 84

Esc

ala

de A

uto-

esti

ma

Experimental média 25,5 28,8 29,1

0,001 27,5

0,001

(*) Teste não paramétrico de Friedman - dierenças entre as 3 avaliações (**) Teste não paramétrico de Mann-Whitney - diferença entre controle x Experimental

Gráfico 7. Box-plot das médias da Escala de Auto-estima segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês) DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Escala de auto-estima

8.9. Resultados da Avaliação da sessão de videofeedback da habilidade social falar em público. 8.9.1 Escala de Avaliação Global de Desempenho (videofeedback):

Os resultados da Escala de Avaliação Global de Desempenho, comparando o grupo experimental nas

categorias pré e pós videofeedback, indicam no pré-teste uma distribuição de freqüência mais

concentrada nas categorias de pior desempenho e no pós-teste uma distribuição mais concentrada nas

categorias de melhor desempenho, passando de 8,3% para 0% na categoria “muito pior”; de 20,8% para

0%na categoria pior; de 20,8 para 10,6 na categoria “um pouco pior”; de 16,7% para 26,1% na categoria

“igual”; de 29,2% para 34,8% na categoria “um pouco melhor”; de 4,2% para 26,1% na categoria

242535N =

GRUPO= Experimental

Avaliações

pós 1 mêspós-testepré-teste

Esca

la d

e a

uto

-estim

a

40

30

20

10112121N =

GRUPO= Controle

Avaliações

pós 1 mêspós-testepré-teste

Escala

de a

uto

-estim

a

40

30

20

10

Formatado: Justificado

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Fonte: NãoNegrito, Itálico

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Page 184: Justificado Tratamento cognitivo comportamental em grupo ... · Chorar é arriscar parecer sentimental Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento Esquerda: 4,99 cm, Primeira

184

melhor e de 0% para 8,7% na categoria “muito melhor”. Essas diferenças são significativas ao nível de

5% (p-valor= 0,002) e podem ser observados na tabela 26.

Tabela 26. Distribuição de freqüência dos pacientes por categorias de acordo com Escala de Avaliação Global de Desempenho (EAGD) no grupo experimental em dois períodos de avaliação (pré-videofeedbeck e pós-videofeedbeck). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Avaliações grupo

Escala de Avaliação Global de Desempenho pré-teste pós-teste Total

Muito Pior n 2 1 3

% 8,3 4,3 6,4 Pior n 5 0 5

% 20,8 0 10,6 Um pouco Pior n 5 0 5

% 20,8 0 10,6 Igual n 4 6 10

% 16,7 26,1 21,3 Um Pouco Melhor n 7 8 15

% 29,2 34,8 31,9 Melhor n 1 6 7

% 4,2 26,1 14,9 Muito Melhor n 0 2 2

% 0 8,7 4,3 Total n 24 23 47

Exp

eri

men

tal (*

)

% 100 100 100 (*) p valor = 0,002

Ao comparar as diferenças das médias dos resultados da Escala de Avaliação Global de Desempenho no

tempo (teste de Friedman), ou seja, se dentro do grupo experimental ocorreu modificações das médias

dos escores totais ao longo do tempo, encontrou-se importante diferença entre o pré e pós-teste, ao nível

de 5% (p-valor= 0,000). Esses resultados podem ser observados na tabela 27, e no gráfico 7.

Tabela 27. Distribuição das médias da Escala de Avaliação Global de Desempenho (EAGD) segundo o grupo experimental em dois períodos de avaliação (pré-videofeedbeck e pós-videofeedbeck). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Avaliações Teste Grupo pré-teste pós-teste

p_valor(*) Total

Média 3,5 5,0 4,2 EAGD

Experimental N 24 23 0,000

47

(*) Teste não paramétrico de Friedman - dierenças entre as 2 avaliações

Formatado: Justificado

Formatado: Justificado

Page 185: Justificado Tratamento cognitivo comportamental em grupo ... · Chorar é arriscar parecer sentimental Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento Esquerda: 4,99 cm, Primeira

185

Gráfico 7. Box-plot das médias da Escala de Avaliação Global de Desempenho (EAGD) segundo o grupo experimental em dois períodos de avaliação (pré videofeedback e pós videofeedback). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

EAGD

8.9.2. Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade (videofeedback):

Comparando os resultados da Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade, no grupo experimental,

entre as categorias pré e pós videofeedback foi encontrada diferença significativa ao nível de 5% (p-

valor= 0,002). A distribuição entre as categorias nos dois momentos, respectivamente pré e pós

videofeedack, ficou: 8,3% na categoria “sem problemas” para 52,2%; 45,8% na categoria “fraco” para

39,1% e 41,7% na categoria “moderado” para 8,7% Esses resultados podem ser observados na tabela 28.

Tabela 28. Distribuição de freqüência dos pacientes por categorias de acordo com Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade (EPSA) segundo o grupo experimental em dois períodos de avaliação (pré-videofeedbeck e pós-videofeedbeck). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Avaliações grupo

Escala de Sintomas de Ansiedade pré-teste pós-teste Total

Sem Problemas n 2 12 14

% 8,3 52,2 29,8 Fraco n 11 9 20

% 45,8 39,1 42,6 Moderado n 10 2 12

% 41,7 8,7 25,5 Muito forte n 1 0 1

% 4,2 0 2,1 n 24 23 47

Experi

men

tal (*

)

Total % 100 100 100 (*) p valor = 0,002

Ao comparar as diferenças das médias dos resultados da Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade

no tempo (teste de Friedman), ou seja, se dentro do grupo experimental ocorreu modificações das

2324N =

Avaliações

Pós-testePré-teste

Escala

de a

valia

ção G

lobal de

desem

penho (

Vid

eo)

8

7

6

5

4

3

2

1

0

1

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Justificado

Page 186: Justificado Tratamento cognitivo comportamental em grupo ... · Chorar é arriscar parecer sentimental Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento Esquerda: 4,99 cm, Primeira

186

médias dos escores totais ao longo do tempo, encontrou-se importante diferença entre o pré e pós-teste,

ao nível de 5% (p-valor= 0,000). Esses resultados podem ser observados na tabela 29, e no gráfico 8.

Tabela 29. Distribuição das médias da Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade (EPSA) segundo o grupo experimental em dois períodos de avaliação (pré-videofeedbeck e pós-videofeedbeck). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Avaliações Teste Grupo pré-teste pós-teste

p_valor(*) Total

Média 44,9 31,6 38,4 EPSA Experimental

N 24 23 0,000

47

(*) Teste não paramétrico de Friedman - dierenças entre as 2 avaliações.

Gráfico 8. Box-plot das médias da Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade (EPSA) segundo o grupo experimental em dois períodos de avaliação (pré-videofeedbeck e pós-videofeedbeck). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

. Escala de Sintomas de Ansiedade Vídeo

2324N =

Avaliações

Pós-testePré-teste

Esca

la d

e p

erc

ep

çã

o d

e a

nsie

da

de

(V

ide

o)

70

60

50

40

30

20

10

8.9.3. Escala de Avaliação de Desempenho (videofeedback): Comparando os resultados da Escala de Avaliação de Desempenho, no grupo experimental, entre as

categorias pré e pós videofeedback foi encontrada diferença significativa ao nível de 5% (p-valor=

0,000). A distribuição entre as categorias nos dois momentos, respectivamente pré e pós vidofeedack,

ficou: 25% na categoria “ruim” para 0%; 41,7% na categoria, “moderado” para 17,4%; 33,3% na

categoria “bom” para 43,5% e 0% na categoria”muito bom” para 39,1%. Esses resultados podem ser

observados na tabela 30.

Formatado: Justificado

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Formatado: Fonte: NãoNegrito

Page 187: Justificado Tratamento cognitivo comportamental em grupo ... · Chorar é arriscar parecer sentimental Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento Esquerda: 4,99 cm, Primeira

187

Tabela 30. Distribuição de freqüência dos pacientes por categoria de acordo com a Escala de Avaliação de Desempenho (EAD) segundo o grupo experimental em dois períodos de avaliação (pré-videofeedbeck e pós-videofeedbeck). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Avaliações grupo

Escala de Avaliação de Desempenho pré-teste pós-teste Total

Ruim n 6 0 6

% 25,0 0,0 12,8 Moderada n 10 4 14

% 41,7 17,4 29,8 Bom n 8 10 18

% 33,3 43,5 38,3 Muito Bom n 0 9 9

% 0,0 39,1 19,1 n 24 23 47,0

Experi

men

tal (*

)

Total % 100 100 100 (*) p valor = 0,000

Ao comparar as diferenças das médias dos resultados da Escala de Avaliação de Desempenho no tempo

(teste de Friedman), ou seja, se dentro do grupo experimental ocorreu modificações das médias dos

escores totais ao longo do tempo, encontrou-se importante diferença entre o pré e pós-teste, ao nível de

5% (p-valor= 0,000). Esses resultados podem ser observados na tabela 31, e no gráfico 9.

Tabela 31. Distribuição das médias da Escala de Avaliação de Desempenho(EAD) segundo o grupo experimental em dois períodos de avaliação (pré-videofeedbeck e pós-videofeedbeck). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Avaliações Teste Grupo pré-teste pós-teste

p_valor(*) Total

Média 48,3 70,7 59,2 EAD

Experimental N 24 23 0,000

47

(*) Teste não paramétrico de Friedman - dierenças entre as 2 avaliações

Formatado: Justificado

Formatado: Justificado

Page 188: Justificado Tratamento cognitivo comportamental em grupo ... · Chorar é arriscar parecer sentimental Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento Esquerda: 4,99 cm, Primeira

188

Gráfico 9. Box-plot das médias da Escala de Avaliação de Desempenho(EAD) segundo o grupo experimental em dois períodos de avaliação (pré videofeedback e pós videofeedback). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.

Escala de Avaliação de Desempenho

2324N =

Avaliações

Pós-testePré-teste

Esca

la d

e a

va

liaçã

o d

e d

ese

mp

en

ho

(V

ide

o) 100

80

60

40

20

0

2317

Formatado: Justificado

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9 DISCUSSÃO

Inicialmente serão abordados os resultados que caracterizam a amostra deste estudo. Em seguida, os

resultados encontrados na avaliação do protocolo de tratamento.

O grupo controle não apresenta diferenças significativas em relação ao grupo experimental nas

variáveis: média de idade (34,1 controle e 34,2 experimental),gênero (52, 4% feminino e 47,6%

masculino no controle e 60% feminino e 40% masculino no experimental), estado civil (ambos os

grupos tem a concentração maior na categoria solteiro), condição de trabalho atual (a categoria ativo em

ambos os grupos tem a maior concentração), grau de escolaridade (o grupo controle tem a maior

concentração na categoria 3º incompleto e o grupo experimental tem a maior concentração dividida nas

categorias 3º incompleto e 3º completo), tratamento psicológico, uso de medicação, consumo de álcool

para manejo de ansiedade e vivência de evento traumático precipitante. Podemos concluir que os grupos

são estatisticamente homogêneos quanto a essas variáveis, tornando o grupo controle mais confiável pela

similaridade com o grupo experimental.

Na variável uso de medicação, podemos destacar que ambos os grupos, em relação ao uso de ansiolítico

e antidepressivo, tiveram maior concentração na categoria não uso, apenas 28,6% do controle e 37,1%

do experimental estavam na categoria de uso de antidepressivo; e 33,3% do controle e 25,7% do

experimental estavam na categoria de uso de ansiolítico. Devido ao número pequeno da amostra não foi

possível avaliar se ocorreram diferenças no resultado dos grupos em pacientes que usaram medicação e

pacientes que não usaram.

Na variável consumo de álcool para manejo de ansiedade os dados encontrados confirmam os dados da

literatura em que indivíduos com fobia social fazem uso de álcool para manejar ansiedade (Abram

et.al.,2002; Bittencourt et.al., 2005; Terra et. al.,2004). Na amostra desta pesquisa 38,1% do grupo

controle e 25,7% do grupo experimental se encontram na categoria de uso de álcool para manejo de

ansiedade.

Alguns autores (Barlow, 1999; Öst e Hugdahl, 1981 citados por Falcone & Figueira, 2001) propõem que

a fobia Social possa se desenvolver como conseqüência de uma ou mais experiências de

condicionamento traumático, por isso foi perguntado na ficha de identificação se os pacientes

Excluído: 7 Cronograma da Pesquisa¶2005

Excluído: ansiedade social

... [3]

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conseguiam associar o início da fobia social com algum evento traumático precipitante. Apenas 33,3 %

do grupo controle e 37,1% do grupo experimental responderam sim. Esses resultados podem indicar que

em alguns casos a fobia social é influenciada pela vivência de um evento traumático precipitante, porém

a amostra é muito pequena e apenas uma pergunta foi realizada. È indicada a realização de outras

pesquisas para investigar essa hipótese.

O resultado referente ao Critério Brasil foi a única indicação de diferença significativa entre o grupo

experimental e o grupo controle na caracterização da amostra. A maioria dos pacientes do grupo

experimental apareceram na classe “B”, enquanto a maioria dos pacientes do grupo controle aparecem

na classe “E”, embora em ambos os grupos cerca de 30% aparecem na classe “C”.

Um dos objetivos da pesquisa foi avaliar a intervenção realizada em comparação a um grupo em lista de

espera em três momentos diferentes, antes do início da terapia, ao final da terapia e um mês após o final

da terapia. Para tal foram usados diversos instrumentos indicados na literatura (Echeburua, 1997;

Caballo, 2003). Alem de avaliar aspectos referentes a fobia social especificamente, procurou se avaliar

também o repertório de habilidades sociais, a auto-estima e o nível de ansiedade e depressão.

A fobia social é um transtorno de curso crônico, com início na infância e considerado grave por causar

prejuízo significativo à vida de quem sofre desse problema. São comuns comorbidades associadas ao

transtorno, principalmente transtornos de ansiedade. Pode ocorrer o desenvolvimento de uma depressão

secundária ao diagnóstico de fobia social, precipitada pelos prejuízos causados pelo transtorno primário,

a fobia social. Ruscio e colaboradores (2008), num estudo que buscou replicar os resultados do National

Comorbidity Survey nos Estados Unidos, concluíram, confirmando dados da literatura, que a fobia

social é um fator precipitante de depressão e abuso de substância. Dessa forma justifica-se o uso do

Inventário Beck de Depressão e Ansiedade nessa pesquisa. Os resultados encontrados no estudo foram

significativamente positivos, tanto na comparação das diferenças das médias entre grupos e ao longo do

tempo, quanto na distribuição de freqüência no tempo. Após a intervenção, o grupo experimental

melhorou significativamente ao longo do tempo (avaliação pré, pós e pós um mês de tratamento) tanto

em relação a depressão quanto a ansiedade, e o grupo controle não.

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Em relação ao Inventário Beck de Depressão o grupo experimental passou no pré-teste de 22,9% na

categoria “depressão mínima”; 51,4% na categoria “depressão leve” e 25,7% na categoria “depressão

moderada” para, no pós um mês, 75% na categoria “depressão mínima”; 25% na categoria “depressão

leve”, 0% na categoria “depressão moderada”.

Nos resultados referentes ao Inventário Beck de Ansiedade o grupo experimental passou no pré-teste de

11,4% na categoria “ansiedade mínima”; 54,3% na categoria “ansiedade leve”, 17,1% na categoria

“ansiedade moderada” e 17,1% na categoria “ansiedade grave” para, no pós 1-mês, 58,3% na categoria

“ansiedade mínima”; 16,7% na categoria “ansiedade leve”, 20,8% na categoria “ansiedade moderada” e

4,2% na categoria “ansiedade grave”.

Os inventários aplicados especificamente avaliando a fobia social foram: Inventário de Ansiedade e

Fobia Social (SPAI), Escala de Fobia Social e Escala de Medo da Avaliação Negativa (FNE).

No Inventário de Ansiedade e Fobia Social (SPAI) os resultados encontrados indicaram que o grupo

controle não se modificou ao longo do tempo e o experimental sim, no tocante a distribuição de

freqüência no tempo, reduzindo, na categoria diagnóstico de fobia social, de 89% no pré-teste para

33,3% no pós um mês. Porem, na comparação entre as médias do grupo controle e as médias do grupo

experimental os resultados não indicaram diferenças estatisticamente significativas, ou seja, não existem

diferenças significativas entre os resultados do grupo controle e os resultados do grupo experimental no

tocante ás médias dos escores totais. Possivelmente esses resultados refletem o tamanho pequeno da

amostra e a dispersão dos resultados.

A Escala de Fobia Social (Liebowitz, 1987) se subdivide em duas: subescala de intensidade da ansiedade

e subescala de evitação. Na subescala de intensidade da ansiedade os resultados forma

significativamente positivos tanto na distribuição de freqüência no tempo quanto na comparação de

médias, podemos afirmar que o grupo controle não se modificou ao longo do tempo e o experimental

sim. No pré-teste 67,6% encontravam-se na categoria “leve” e 32,4% na categoria “moderado”; no pós

um mês a categoria “leve” passou a ter 91,7% e a categoria “moderado” 8,3%. Os resultados da

subescala de evitação não indicaram diferenças significativas entre os grupos controle e experimental na

distribuição de freqüência ao longo do tempo, porém na comparação das médias as diferenças

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encontradas foram significativas, o grupo experimental é diferente do controle significativamente e o

grupo experimental se modificou ao longo do tempo, enquanto o controle não. A média do grupo

experimental reduziu de 37,5% no pré-teste para 23,3% no pós um mês.

Na Escala de Medo de Avaliação Negativa os resultados encontrados foram positivos em todas as

análises realizadas, tanto na distribuição das freqüências no tempo quanto nas diferenças das médias.

Podemos afirmar que o grupo controle não se modificou ao longo do tempo e o experimental sim, tanto

na distribuição de médias, quanto de freqüência e que os resultados do grupo experimental são diferentes

dos resultados do grupo controle.

Podemos concluir que a subescala de intensidade da ansiedade da Escala de Fobia Social e a Escala de

Medo da Avaliação Negativa apresentaram resultados positivos em todas as análises estatísticas feitas,

indicando uma melhora significativa no grupo experimental após a intervenção terapêutica. Já o

Inventário de Ansiedade e Fobia Social e a subescala de evitação da Escala de Fobia Social apresentados

resultados parciais positivos. De forma geral podemos afirmar que os instrumentos avaliando

especificamente a fobia social apresentaram resultados favoráveis a pesquisa.

Para a avaliação das habilidades sociais no grupo foi utilizado o Inventário de Habilidades Sociais (IHS),

porém os resultados encontrados não foram conclusivos, a análise estatística desse instrumento ficou

prejudicada pelo número pequeno da amostra, que nesse caso, ainda se subdivide em masculino e

feminino e posteriormente em cinco fatores de análise.

A avaliação da auto-estima realizada na pesquisa pela Escala de Auto-Estima (Rosemberg,1965)

mostrou resultados positivos em todas as análises realizadas, tanto na distribuição das freqüências no

tempo quanto nas diferenças das médias. Podemos afirmar que o grupo controle não se modificou ao

longo do tempo e o experimental sim, tanto na distribuição de médias, quanto de freqüência e que os

resultados do grupo experimental são diferentes dos resultados do grupo controle.

Na literatura a auto-estima é definida como a tendência relativamente estável de sentir-se bem ou mal a

respeito de si mesmo. Pode ser definida como a avaliação que a pessoa efetua e mantêm a respeito de si

mesmo, que envolve sentimento de valor próprio, expressando uma atitude de aprovação/desaprovação

em relação a si mesma (Bandeira, Quaglia, Bachetti,Ferreira, Souza, 2005; Romano et, al.,2004;

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Rosemberg, 1965). A auto-estima tem sido relacionada com o desempenho social, uma vez que ela pode

influenciar a expectativa que as pessoas possuem sobre o resultado de seu próprio desempenho. Essa

expectativa, por sua vez, tem sido considerada uma variável importante para o desempenho social, em

particular do comportamento assertivo (Del Prette & Del Prette, 1999). Diversos artigos na literatura

apontam uma correlação positiva entre habilidades sociais e o grau de auto-estima (Riggio,

Throckmorton & DePaola, 1990; Riggio, Watring & Throckmorton,1993; Bandeira et.al.,2005). Um

estudo realizado por Kernis, Cornell, Sun, Berry e Halow (1993) com 125 universitários mostrou que a

auto-estima afeta a resposta das pessoas a feedback dos outros, os indivíduos com alto grau de auto-

estima aceitavam melhor o feedback positivo dos outros do que os indivíduos com baixa auto-estima. Ao

contrário, os indivíduos com baixa auto-estima aceitavam melhor o feedback negativo dos outros do que

os indivíduos com alta auto-estima. Bandeira et. al. (2004) realizaram uma pesquisa investigando a

relação do comportamento assertivo com ansiedade, lócus de controle e auto-estima em universitários,

os resultados indicaram que quanto maior o grau de assertividade dos sujeitos, maior seu escore de auto-

estima. Também podemos considerar o modelo cognitivo da fobia social em que a auto avaliação

negativa do desempenho realizada, assim como auto-verbalizações negativas sobre si próprio presentes

no quadro afetam negativamente a auto-estima.

Dessa forma os resultados encontrados na pesquisa para essa variável (auto-estima) são relevantes,

confirmando os dados da literatura. De acordo com a Escala de Auto-Estima (Rosemberg,1965), no pré

teste, 42,9% da amostra do grupo controle e 40% da amostra do grupo experimental aparecem na

categoria auto-estima abaixo da média. No pós um mês, 54,5% do grupo controle e apenas 12,5% do

grupo experimental permanecem nessa categoria. O tratamento proposto teve impacto positivo nessa

variável.

Um outro objetivo da pesquisa foi avaliar o uso do videofeedback no treinamento da habilidade falar em

público. A literatura aponta resultados positivos do uso dessa ferramenta para o treinamento da

habilidade de falar em público, em especial ao se fazer um preparo cognitivo antes do videofeedback

(Alden, et. Al , 1994; Clark et.al., 1995; Rapee et.al, 1996; Harvey, 2000; Clark et. al., 2003). Para a

avaliação da sessão de falar em público foram utilizados três instrumentos: Escala de Avaliação Global

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de Desempenho da Habilidade de falar em Público, Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade da

Habilidade de falar em Público e Escala de Avaliação de Desempenho da Habilidade de Falar em

Público, aplicados apenas no grupo experimental antes e depois do videofeedback. Foi realizada a

análise de distribuição de freqüência no tempo e diferenças de médias no tempo (pré e pós

videofeedback), os resultados, nos três instrumentos, foram significativamente positivos, tanto na análise

de freqüências quanto de médias. O uso do videofeedback teve impacto positivo no treinamento da

habilidade social falar em público, confirmando os dados encontrados na literatura que apontam o uso do

videofeddback com preparo cognitivo como estratégia eficaz para esse problema.

10 CONCLUSÃO

O presente estudo teve como objetivo desenvolver um protocolo estruturado em grupo para fobia social,

combinando a terapia cognitivo-comportamental á técnicas de teatro do oprimido e videofeedback, além

de aplicar esse tratamento avaliando sua eficácia em comparação a um grupo controle em lista de espera.

Outro objetivo foi avaliar o uso do videofeedback, especificamente no treinamento da habilidade social

de falar em público. Também foi realizada uma revisão da literatura dos seguintes temas: fobia social,

terapia cognitivo-comportamental em grupo, habilidades sociais, teatro do oprimido e videofeedback.

Os resultados encontrados indicam que o modelo proposto se mostrou mais eficaz que a passagem do

tempo e o uso do videofeedback, para o desenvolvimento da habilidade falar em público, foi uma

intervenção efetiva.

O presente estudo apresenta muitas limitações, a primeira a ser destacada se refere ao número pequeno

da amostra, o que limita a generalização dos resultados.

Chambless e Hollon (1998) propõem alguns critérios para definir uma terapia como clinicamente

comprovada, definido como psicoterapias claramente descritas que mostraram resultados efetivos em

pesquisas controladas para populações específicas. Nesse artigo os autores fazem uma distinção entre

psicoterapias eficazes (pesquisas clinicas controladas), psicoterapias efetivas (psicoterapias úteis) e

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psicoterapias eficientes (psicoterapias com bom custo benefício). Os autores destacam algumas

perguntas importantes a serem respondidas:

a. O tratamento se mostrou benéfico em estudos controlado?

b. O tratamento é útil, pode ser aplicado na clinica cotidiana? Em quais pacientes e em que

circunstâncias?

c. Tem um bom custo benefício em relação a outros tratamentos?

Nesse artigo alguns critérios são propostos para avaliar a eficácia de tratamentos em grupo, podemos

destacar:

1) Descrição da amostra: a população deve ser claramente definida

2) Replicabilidade: apenas quando um tratamento é considerado eficaz em ao menos dois estudos

independentes ele pode ser considerado uma psicoterapia clinicamente comprovada. Se apenas

um estudo controlado foi realizado os resultados são considerados promissores e o tratamento é

caracterizado como possivelmente eficaz.

3) Comparação com um grupo controle em lista de espera, conferindo mais confiabilidade aos

resultados

4) Comparação com grupo placebo

5) Combinação de tratamentos: avaliar intervenções específicas, por exemplo: grupos com e sem

medicação, ou grupos com relaxamento e sem relaxamento. Dessa forma pode se especificar

melhor quais intervenções são eficazes para que problemas.

6) Seleção de instrumentos de avaliação: instrumentos selecionados devem ser validados e

pertinentes ao que se deseja avaliar de acordo com o descrito na literatura

7) Resultados ao longo do tempo: incluir avaliações após o término do tratamento para identificar se

os resultados se mantêm

8) Manuais de tratamento: descrição detalhada em manual da psicoterapia avaliada

9) Monitoramento e treinamento de terapeutas: terapeutas devem estar devidamente treinados para

execução da pesquisa

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10) Análise dos dados: análise estatística adequada, levando em conta o tamanho da amostra e a

confiabilidade na interpretação dos dados que devem ser expostos de forma clara.

A presente pesquisa pode responder parcialmente as perguntas apontadas por Chambless e Hollon

(1998), o tratamento proposto se mostrou benéfico em um estudo controlado, pode ser aplicado na

clinica cotidiana, porém o terapeuta deve ter experiência na condução de grupos. Deve ser realizado em

pacientes com fobia social em contexto grupal. Quanto ao custo benefício, o fato de ser em grupo

maximiza o tempo do terapeuta e dilui custos, porem a literatura aponta outras intervenções em grupo

igualmente eficazes (Echeburua, 1997; Rangé, 1994). Não foi possível avaliar quais intervenções

específicas usadas (teatro do oprimido, videofeedback, reestruturação cognitiva) foram efetivas e nem

comparar os resultados dessa proposta com outros tratamentos cognitivo-comportamentais em grupo

para fobia social. Esses temas devem sem contemplados em pesquisas futuras.

Quanto aos critérios propostos por Chambless e Hollon (1998) a pesquisa contemplou os itens: descrição

da amostra bem definida, comparação com um grupo controle em lista de espera; desenvolvimento de

um manual de tratamento detalhado; monitoramento e treinamento de terapeutas, análise dos dados.

Quanto ao quesito seleção de instrumentos, a pesquisa atendeu parcialmente, uma vez que alguns

instrumentos são validados e outros não. A pesquisa não contemplou os seguintes itens: replicabilidade,

comparação com placebo, combinação de tratamentos.

O modelo de tratamento proposto nesse estudo não pode ser considerado clinicamente comprovado, e

sim, possivelmente eficaz de acordo com os critérios propostos. A pesquisa precisa ser replicada e de

preferência em uma amostra maior.

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Excluído: 8

Excluído: Referências Bibliográficas

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Formatado

Excluído: Sessão I:¶Cadeiras em circulo, terapeutas distribuídos entre os pacientes sentados na roda.¶Minha apresentação e apresentação das estagiárias¶Bom dia, eu sou Maria Amélia, a terapeuta que vai conduzir o trabalho que vamos realizar juntos. Gostaria de agradecer a presença de vocês, optar por se tratar é sempre uma escolha corajosa, pois envolve querer sair do problema e arriscar mudanças. Estão todos de parabéns, ainda mais porque sei que para a maioria aqui, estar em grupo é desconfortável. Eu sou a psicóloga responsável por essa pesquisa e a Carla e Larissa, que vocês já conheceram nas entrevistas anteriores, são estagiárias de psicologia que participam do projeto. ¶Apresentação da pesquisa¶Vou falar um pouco sobre a pesquisa, sei que vocês já receberam algumas informações e assinaram um termo de consentimento. Vocês são voluntário para a realização de um grupo piloto, é o grupo que vai me ajudar a construir a estrutura de um tratamento em grupo para ansiedade social. A partir desse nosso grupo outros serão realizados. Essa pesquisa é de doutorado, eu sou aluna aqui na UFRJ e tenho um orientador que acompanha e também contribui para o que estamos fazendo, o nome dele é Bernard Rangé, um profissional com muita experiência em psicologia. Tudo que vamos propor foi elaborado com muito estudo, cuidado e seriedade. É uma proposta nova que combina técnicas de tratamento para ansiedade social que tem eficácia comprovada, ou seja, funcionam, a técnicas de teatro e videofeedback. Aos poucos durante o tratamento vocês vão poder entender melhor. Alguém tem alguma dúvida que gostaria de perguntar agora? Estarei sempre disponível para responde qualquer dúvida.¶A participação de vocês é muito importante, pois me ajudará a entender um pouco mais sobre a ansiedade social. Nosso grupo vai ter 18 sessões com duas horas de duração cada, é um grupo fechado, ou seja, não entrara mais ninguém até o final. Todos que estão aqui receberam um diagnóstico de ansiedade social. O objetivo do grupo é trabalharmos juntos para entender e manejar a ansiedade social. Eu, Carla e Larissa vamos nos comprometer a usar nosso conhecimento em psicologia para esse objetivo, e cabe, a cada um de vocês, se comprometer ao máximo com a terapia. É um trabalho de colaboração em conjunto, vamos formar por 18 encontros uma força tarefa de tratamento para ansiedade

... [4]

... [5]

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12 Apêndices:

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12.1 Apêndice : Apostila entregue aos participantes do grupo

Material Sessão I Ansiedade Social: “ Rir é arriscar parecer tolo Chorar é arriscar parecer sentimental Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento Expor sentimentos é arriscar rejeição Expor seus sonhos perante a multidão É arriscar parecer ridículo Amar é arriscar não ser amado de volta Seguir adiante face às probabilidades irresistíveis É arriscar ao fracasso Apenas uma pessoa que corre riscos é livre”. Alexandre Lowen Você está começando um tratamento em grupo para fobia social. Estar aqui já é muito, a opção por

tentar modificar algo em vez de se acomodar já é uma vitória, ainda mais por começar enfrentando um

grupo. Optar por se tratar é sempre uma escolha corajosa, pois envolve querer sair do problema e

arriscar mudanças.

A primeira boa notícia é que você não está sozinho, a fobia social é o 3º transtorno psiquiátrico mais

comum, atrás da depressão e alcoolismo. Em média 3 a 13% da população tem fobia social.

Você deve estar se perguntado: se isso é verdade, como conheço muitas pessoas deprimidas e ninguém

com fobia social? O que acontece é que as pessoas com fobia social muitas vezes consideram que seu

problema é um traço de personalidade e não acreditam existir tratamento. Isso não é verdade, a

ansiedade social é um transtorno psiquiátrico que pode ser tratado com psicoterapia e ou medicação.

Vamos conhecer o caso de Sara, uma mulher de 35 anos que relata ter ansiedade social desde a

adolescência. Ela descreve o seu problema da seguinte maneira:

“Me sinto diferente das outras pessoas, tem algo errado comigo, não sou normal. Fico nervosa quando

estou perto de outras pessoas, penso que sou uma idiota, que só fala besteiras e não sabe se comportar.

Sinto que estão todos me olhando e percebendo que fico nervosa. Isso me arrasa. Tento ao máximo

evitar estar com outras pessoas além da minha família. Isso me entristece muito, gostaria de ter amigos,

sair para me divertir sem preocupações, sem me sentir mal.

Tenho 35 anos e muita dificuldade para namorar, fico apavorada quando alguém se aproxima, acho

que a pessoa vai me achar ridícula e se afastar.

Sou funcionária pública, escolhi um trabalho que tem estabilidade e que não preciso estar falando com

pessoas o tempo todo. Meu setor tem apenas cinco pessoas e já me acostumei com elas. Sonhava em ser

juíza, promotora, mais sei que isso não é para mim. Já fui convidada para outros cargos melhores,

Formatado: Fonte: 16 pt

Formatado: Fonte: 16 pt,Negrito

Formatado: Sublinhado

Formatado: Centralizado

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207

Sessão I:

Como virar supervisora da minha área, porém sempre recuso. Prefiro ficar aonde já me acostumei.

Nesse sentido o meu trabalho é tranqüilo, o único problema é se eu precisar falar com meu chefe ou ele

me chamar. Isso é torturante, fico nervosa, me enrolo para falar as coisas, começo a suar muito, muito

mesmo. Fico vermelha e muito nervosa, minha voz fica estranha, não consigo raciocinar, só penso em

sair dali o mais rápido possível.

Não saio para almoçar; levo comida de casa com a desculpa que é para economizar, mais na verdade é

porque me apavora a idéia de ir almoçar com o grupo. Sei que vou me sentir mal e que vai ser horrível,

todos vão perceber que não sou normal. Vivo inventando desculpas para não fazer as coisas. Quando

penso nisso me dá vontade de sumir, ir para um lugar em que eu não me sinta assim".

Outra suposição comum é se considerar louco, isso também não procede. A ansiedade em situações

sociais é uma experiência universal necessária para a sobrevivência. Talvez seja mais fácil imaginar isso

em outros tempos, quando tínhamos que sair em grupo para caçar e se proteger. Nessa época ficar longe

do grupo poderia significar morrer, então, o desejo de pertencer ao grupo, ser aceito, significa

sobreviver. É um sentimento natural do ser humano, somos animais sociais. Algum grau de ansiedade

em situações sociais é desejável e benéfico. O problema é quando essa ansiedade começa a ficar muito

extrema, chegando a impedir as relações, provocando isolamento. Nesse caso a ansiedade se torna um

transtorno de ansiedade: a ansiedade social ou fobia social. Então o que é a fobia social?

É um transtorno cuja característica básica é o medo de ser avaliado negativamente em situações sociais.

O fóbico social tem medo de agir, comportar-se ou mostrar sintomas de ansiedade de maneira que lhe

seja embaraçoso ou humilhante, e procura evitar as situações sociais ou suportá-las com bastante

desconforto. A exposição às situações temidas pode provocar:

Sintomas cognitivos

Menor concentração, não saber o que

falar, pensamentos negativos entre outros;

Sintomas emocionais

Medo, pânico, terror, angustia entre

outros;

Sintomas fisiológicos

Tremor, rubor, suor, voz embargada entre

outros;

Sintomas comportamentais

Evitação da situação, evitação sutil:

desviar o olhar, falar pouco entre outros;

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No caso de Sara podemos identificar esses sintomas, por exemplo:

Sintomas cognitivos

Todos vão perceber que não sou normal

tem algo errado comigo, estão todos me

olhando, falo besteira, pareço idiota, sei

que não vai dar certo, vai ser horrível.

Sintomas emocionais

Tristeza, angústia.

Sintomas fisiológicos

Rubor, suor, voz embargada.

Sintomas comportamentais

Não sai para almoçar, evita sair com os

amigos, evita falar com o chefe.

E no seu caso, conheça um pouco mais sua ansiedade social e preencha o quadro abaixo:

Sintomas cognitivos

Sintomas emocionais

Sintomas fisiológicos

Sintomas comportamentais

Então o que causa a Fobia Social?

Essa é uma pergunta bastante difícil de responder, infelizmente as pesquisas ainda não têm uma resposta

única, simples e direta para essa pergunta. Muito provavelmente não podemos falar em uma causa única

e sim em muitos fatores combinados, além disso, depois que o transtorno se desenvolve, diferentes

fatores podem atuar na sua manutenção. Podemos destacar a influência de fatores genéticos, estudos de

fatores hereditários indicam que a ansiedade social parece ocorrer com maior freqüência entre os

parentes biológicos de 1º grau dos indivíduos com o transtorno, em comparação com a população em

geral. O componente genético pode agir deixando a pessoa vulnerável para desenvolver o transtorno. As

experiências de vida de uma pessoa podem influenciar o aparecimento do transtorno, como no caso de

experiências humilhantes ou embaraçosas. Também a convivência em família com pessoas tímidas ou

retraídas, observando o comportamento delas. A forma como fomos criados, ambiente seguro, crítico,

super protegido. Todos esses fatores podem influenciar o surgimento da fobia social.

Sessão I: Tarefa entre sessões

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Pensando nisso, nas suas experiências de vida, selecione até dez fotos para trazer na próxima sessão. O

objetivo é compartilhar sua vida através das fotos e entender que fatores influenciaram o surgimento da

sua fobia social.

Material Sessão II

Tarefa entre sessões:

Escreva agora, completando a dinâmica das fotos realizada na sessão, sobre sua vida, os aspectos mais

importantes, como a ansiedade social começou e como se mantém, além das diferenças entre a ansiedade

social e sua personalidade.

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Formatado: Centralizado

Formatado: Sublinhado

Formatado: Sublinhado

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Material Sessão III:

Voltando ao caso de Sara podemos perceber, nos quadros preenchidos, que os sintomas cognitivos são

os nossos pensamentos. No caso de Sara podemos observar vários pensamentos, como:

“Todos vão perceber que não sou normal”

“Tem algo errado comigo”

“Estão todos me olhando”

“Falo besteira”

“Pareço idiota”

“Sei que não vai dar certo”

“Sei que sempre vai ser horrível”

Sara está sempre preocupada com seu desempenho e com a avaliação que as outras pessoas estão

fazendo dela. Antes de uma situação social ela já começa a pensar que não vai dar certo e já começa a

ficar ansiosa.

Nem sempre a forma como estamos pensando corresponde à realidade, ás vezes exageramos nas nossas

previsões, ou nos baseamos nos nossos sentimentos em vez de em fatos. Na terapia cognitivo-

comportamental, perceber e questionar os pensamentos é um aspecto bastante importante, dessa forma

chamamos de distorções cognitivas os pensamentos que não correspondem à realidade. Todos nós temos

pensamentos distorcidos ás vezes, e no caso da fobia social, podemos observar algumas distorções

comuns relacionadas ao transtorno. Abaixo segue uma descrição das principais distorções cognitivas ou

distorções de pensamento. Leia com atenção e faça um asterisco nas distorções que você percebe fazer

no seu dia a dia.

1. Pensamento Dicotômico: é a tendência de interpretar todas as experiências em termos de categorias opostas e polarizadas (preto/branco, tudo/nada, sempre/nunca, perfeição/fracasso, absoluta segurança/ perigo total). Exemplo: Se tremo, é porque sou um fracasso. 2. Abstração Seletiva: é a tendência a focalizar apenas um detalhe retirado de um contexto, ignorando outros aspectos também importantes, e conceber a totalidade da experiência com base no fragmento. Exemplo: Minha apresentação foi horrível porque tremi, não analisando a totalidade do contexto, como: conteúdo apresentado, fala articulada. 3.generalização: é a tendência a ver um evento negativo único como parte de um padrão interminável de perigos ou sofrimentos. Exemplo: Sei que sempre minha vida vai ser sempre horrível depois dessa apresentação. 4. Desqualificação do Positivo: é a tendência a rejeitar experiências ou fatos positivos por insistir que "não contam", por qualquer motivo. Exemplo: Fui bem dessa vez por pura sorte ou apenas porque estava medicado.

5. Raciocínio Emocional: é a tendência a tomar as próprias emoções como provas de uma "verdade". Exemplo: senti que fiquei ansioso, logo tenho certeza que todos perceberam.

Formatado: Centralizado

Formatado: Sublinhado

Formatado: Fonte: NãoNegrito, Sublinhado

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6. Rotulação: é a tendência a descrever erros ou medos por características estáveis do comportamento, por rótulos pessoais. Exemplo: Sou um idiota por ficar ansioso 7. Tirania dos "Deveria": é a tendência a dirigir a própria vida em termos de "deverias" e "não deverias", por avaliações de "certo" ou "errado", em vez de dirigi-la por seus desejos. Exemplo.: eu deveria estudar mais em vez de eu quero (ou não quero) estudar mais. 8. Leitura Mental: é a tendência a antecipar negativamente, sem provas, o que as pessoas vão pensar sobre você. Exemplo: ansioso para comer em público “todos pensam que sou um idiota” 9. Catastrofização: é a tendência a exagerar a probabilidade e a magnitude dos efeitos de uma situaçã antecipada. Exemplo: Minha vida vai ser sempre muito ruim, não tem jeito, uma pessoa como eu não tem valor e não pode ser feliz.

Vamos conhecer agora um pouco da vida de João:

“João relata que foi uma criança muito tímida, considera que sua mãe também era muito tímida.

Quando ele tinha 11 anos seus pais se separaram e João se sentiu muito triste, não entendia na época o

motivo do pai ir embora. Começou a pensar que talvez ele não fosse um bom filho e passou a querer

muito ser um filho melhor. Tentava sempre ajudar sua mãe e estudava sozinho, passou a tirar notas

ainda melhores do que as que já tirava.

Sua mãe era muito exigente, achava que tirar 10 era sua obrigação e sempre comparava João com

outras crianças. Seu pai os visitava bem pouco e depois mudou de Estado, passando a ver menos ainda.

Na adolescência João usava aparelho e óculos, não tinha muitos amigos e se sentia diferente das outras

pessoas. Os colegas de colégio encarnavam nele o chamando de “nerd”, “estranhoso” “feioso” e isso

o deixava muito chateado. Tinha muita vergonha de chegar perto de meninas, toda vez que tentava

ficava tremendo, gaguejava, suava.

João relata que sua adolescência foi estudar e ficar em seu quarto, isolado. No quarto ele escutava

música, lia, escrevia. Lá ele se sentia seguro.

Passou para uma faculdade pública e as coisas começaram a melhorar um pouco, fez alguns amigos, já

não usava mais aparelho nem óculos e gostava muito de jogar futebol.

Quando estava começando a achar que sua vida melhoraria começou a ter pavor das apresentações

orais e trabalhos em grupo, além de continuar com muita dificuldade para falar com as garotas. João

pensou “vão descobrir que sou uma farsa, que na verdade não sou normal”.

Muitas pessoas com fobia social pensam assim, se consideram uma farsa e acham que se outraspessoas

se aproximarem muito, vão perceber e se afastar, criticar ou rejeitar. Essa forma de pensar pode acabar

levando a uma preocupação grande em disfarçar os sintomas de ansiedade para que ninguém descubra

ou perceba suas fragilidades.

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O primeiro passo para sair do quadro de fobia social é justamente aceitar que tem o transtorno. Isso

significa não precisar mais ficar preocupado com o que os outros vão perceber a nosso respeito.

Significa entender que ninguém é perfeito e demonstrar fragilidades não é o fim do mundo.

O objetivo do nosso tratamento não é ajudar vocês a criarem mais máscaras ou disfarçarem melhor o

quadro, mas sim entender, aceitar e manejar o transtorno. Para isso precisamos entender um pouco da

vida de cada um. Na vida de João, por exemplo, podemos observar muitos fatos que aconteceram e

podem ter relação com sua fobia social.

Por exemplo:

Sua mãe ser tímida, João pode ter uma predisposição genética para desenvolver a fobia

social além de ter observado o comportamento dela por muitos anos.

A separação de seus pais: sentiu-se responsável; que não era um bom filho.

A vida escolar, dificuldade de interação com os amigos, ter sido muito encarnado.

Dificuldade em paquerar.

Dificuldade na faculdade para falar em público.

Esses fatores foram se somando e deixando João inseguro, com a sensação de ser diferente, anormal.

E no seu caso? Coloque resumidamente no quadro abaixo os fatores importantes da sua vida que tem

relação com suas inseguranças:

João procurou terapia e esta tentando entender suas dificuldades, abaixo um diálogo seu com o

terapeuta:

Terapeuta: O que significa para você essa situação (de falar em público)?

João: Que não consigo, sou um desastre.

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Terapeuta: Por quê?

João: Porque fico nervoso, não ajo como todo mundo.

Terapeuta: O que significa não interagir como todo mundo?

João: Que sou diferente, fico ansioso.

Terapeuta: Diferente como, o que isso diz a seu respeito?

João: Não consigo me controlar; fico ansioso.

Terapeuta: Uma pessoa que não se controla é uma pessoa o quê?

João: Uma pessoa diferente das outras.

Terapeuta: Diferente como?

João: inferior.

Terapeuta: Então demonstrar ansiedade significa ser inferior?

João: É, sim, significa ser inferior, incapaz, fraco.

Com essas perguntas o terapeuta ajudou João a identificar uma crença, João acredita que é inferior aos

outros e um fraco e acaba olhando o mundo à partir dessa constatação. O filtro dos pensamentos de João

tem relação com essa crença que influência o modo como João olha cada situação, muitas vezes tendo

pensamentos distorcidos.

Por exemplo:

Diante de uma situação de ansiedade pensa: “não sou normal”, nesse momento João está generalizando,

entendendo que uma falha significa que é anormal e esquecendo que apesar dessa dificuldade ele

conseguiu passar em um vestibular muito concorrido, está conseguindo ter alguns amigos, jogar futebol.

Diante ter passado no vestibular pensa: “foi pura sorte” nesse momento João está desqualificando o

positivo, podemos questionar que em um vestibular tão concorrido, apenas sorte seja suficiente para

explicar seu bom resultado.

O que acontece com os pensamentos de João ajuda a manter a fobia social, ele está na maioria das vezes

tendo pensamentos que confirmam sua inferioridade, porém muitas vezes seus pensamentos estão

distorcidos, o deixando preso a um círculo vicioso negativo.

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214

Anote as distorções que percebe ter, dando exemplos de seu dia a dia:

Situação:______________________________________________________________

Pensamento:____________________________________________________________

Distorção:______________________________________________________________

Situação:_______________________________________________________________

Pensamento:____________________________________________________________

Distorção:______________________________________________________________

Situação:_______________________________________________________________

Pensamento:____________________________________________________________

Distorção:_____________________________________________________________

Hoje na terapia vocês identificaram, através do exercício feito, as suas próprias crenças.

Anote abaixo a crença ou crenças que tem a seu respeito:

Vamos começar a questionar essa crença, será que ela é realmente 100% verdadeira?

A cada semana vamos registrar fatos que questionam essa crença na folha abaixo:

Crença Central________________________________________________________

Fatos que questionam:

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

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____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

João relata que hoje sua principal dificuldade social é falar em público. Quando sabe que vai ter de se

apresentar já começa a ficar preocupado com seu desempenho, imaginando que vai ser um desastre, que

todos vão perceber que fica ansioso. Imagina uma catástrofe: suas mãos tremendo muito, gaguejando,

tendo brancos, todos rindo dele. Um terror! João tenta ao máximo evitar ter de se apresentar, pede ao

grupo para fazer sozinho toda a parte escrita para não ter de se apresentar, às vezes inventa que ficou

doente e falta.

Os pensamentos do João antes do evento é o que chamamos de processamento pré-evento, nesse

processamento de João podemos identificar:

Possível situação social: apresentar trabalho na faculdade.

Processamento antecipatório Pensamentos: todo mundo vai estar me avaliando, me olhando, vão perceber que estou ansioso, vou tremer, gaguejar, vão rir de mim, se já estou assim agora, imagina na hora, Sentimentos: ansiedade, medo. Comportamentos: tentar evitar a situação. Reações físicas: respiração acelerada, coração acelerado, suor. Antes mesmo da situação acontecer, João já está ativando sintomas físicos da ansiedade social e ficando

cada vez com mais medo: “se já estou assim agora, imagina na hora”.

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Caso João tenha de enfrentar a situação ele já chegará ansioso e preocupado com seu desempenho

devido ao processamento pré-evento. Na situação em si também podemos identificar o ciclo de

pensamentos de João:

Situação Social: apresentação . Pensamentos: estou nervoso, estão todos percebendo, não consigo me controlar, não tem jeito. Sentimentos: ansiedade, insegurança. Comportamentos: tentar acabar o mais rápido possível para sair da situação. Reações físicas: tremor, suor, coração acelerado, rosto vermelho, gagueira.

João passou pela situação, apresentou com muito desconforto sua parte na apresentação e foi embora o

mais rápido possível sem falar com ninguém.

No caminho para casa João fez o que chamamos de processamento pós-evento, ou seja, ele faz uma

avaliação de como foi seu desempenho baseado em como se sentiu.

Abaixo o exemplo de João:

Processamento pós evento Pensamentos: Foi horrível, um desastre, todos perceberam minha incapacidade, devem estar rindo de mim. Tremi, gaguejei, fiquei vermelho. Sou um idiota, anormal! Sentimentos: tristeza, raiva, angustia. Comportamentos: faltar uma semana de aula. Reações físicas: dor no peito, dor de cabeça. Com base nesse processamento pós-evento João se jogou ainda mais para baixo e criou uma memória

negativa que vai influenciar uma próxima situação social, instalando-se um ciclo negativo que mantém o

transtorno.

Resumindo:

Na ansiedade social o indivíduo interpreta situações sociais como perigosas ativando uma resposta

autonômica de medo no organismo. Essa reação influencia negativamente o desempenho, criando um

registro negativo da situação social através de um processamento pós-evento. Esse registro negativo

passa a ser ativado sempre que existe a possibilidade de repetição da situação que causou ansiedade,

gerando uma ansiedade antecipatória, ou processamento pré-evento, em que a expectativa de repetir

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falhas anteriores gera ativação autonômica que favorece comportamentos de evitação das situações

sociais consideradas perigosas ou o enfrentamento com grande desconforto, instalando-se um ciclo

negativo que mantêm o transtorno.

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Preencha a folha abaixo com uma situação sua parecida com a do João:

FOLHA - ENTENDENDO A ANSIEDADE SOCIAL

CRENÇAS – Sobre si, os outros e o mundo

_________________________________________________________ ����

Aspectos biológicos-genéticos/ Aspectos familiares/ Experiências de vida. Possível situação social:

Processamento antecipatório Pensamentos_______________________________________________________ Sentimentos________________________________________________________ Comportamentos____________________________________________________. Reações físicas_____________________________________________________.

����

Situação Social Pensamentos__________________________________________________ Sentimentos___________________________________________________ Comportamentos_______________________________________________ Reações físicas_________________________________________________

Processamento pós evento Pensamentos_________________________________________________ Sentimentos___________________________________________________ Comportamentos_______________________________________________ Reações Físicas_______________________________________________

E o outro?

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Sessão III: Tarefa entre sessões: Criar três situações para escutar o outro, evitando fazer auto-processamento e preencher a folha entendendo a fobia social. Descrever as três situações da tarefa entre sessões: OBS: pelo menos uma pessoa desconhecida e uma conhecida. Situação 1:

Situação 2:

Situação 3:

Formatado: Fonte: Negrito

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220

Material Sessão IV

Tarefa entre sessões:

Praticar a respiração diafragmática.

Escolher pelo menos três situações para iniciar e manter uma conversa com pessoas conhecidas e

desconhecidas, procurando ler o ambiente social e escutar o outro.

Preencher a folha entendendo a fobia social.

Descrever as três situações da tarefa entre sessões: OBS: pelo menos uma pessoa desconhecida e uma conhecida. Situação 1:

Situação 2:

Situação 3:

Formatado: Sublinhado

Formatado: Centralizado

Formatado: Fonte: NãoNegrito

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221

Material Sessão V

Em nosso trabalho juntos temos identificado a relação entre pensamentos, sentimentos, reações físicas, e

comportamentos.

As reações físicas aparecem sempre que ficamos ansiosos, por exemplo: suor, coração acelerado, ficar

vermelho, respiração acelerada, tremer, gaguejar. No momento da ansiedade nosso organismo responde

ao perigo que estamos identificando, pessoas com fobia social se sentem ameaçadas em situações sociais

e o corpo reage para se proteger. Isso é o que chamamos de reação de luta e fuga. Esse nome é

justamente porque o organismo se prepara para lutar ou fugir de um perigo. Para os nossos ancestrais,

que viviam em cavernas, essa reação permitia a sobrevivência, e ainda hoje esse mecanismo é

fundamental, por exemplo, um carro vem em sua direção á toda velocidade buzinando, é essa ativação

rápida e automática que faz você correr, lhe protegendo.

Nos transtornos de ansiedade não é a reação de luta e fuga o problema, mas sim a ativação da reação em

uma situação que não é ameaçadora para nossa vida. Por mais desagradável que uma situação social

seja, ela não é perigosa.

Uma forma de manejar melhor nossos sintomas físicos é aprender a relaxar através de uma mudança na

nossa forma de respirar e de perceber a tensão nos músculos do corpo, além de desligar, um pouco, os

pensamentos. Isso pode ser alcançado pelo treino repetido da respiração diafragmática aprendida e do

relaxamento realizado na sessão. O ideal é praticar mais de uma vez por dia com o CD fornecido.

Sessão V: Tarefa entre sessões:

Praticar diariamente o relaxamento usando o CD recebido.

Escolher pelo menos 3 situações de interação social para praticar: iniciar, manter, mudar de assunto e

encerrar uma conversação com conhecidos e desconhecidos.

Descrever as três situações da tarefa entre sessões: OBS: pelo menos 1 pessoa desconhecida e 1 conhecida Situação 1:

Formatado: Sublinhado

Formatado: Centralizado

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222

Situação 2:

Situação 3:

Material Sessão VI

Tarefa entre sessões:

Escolher pelo menos três pessoas para elogiar.

Preencher a folha entendendo a ansiedade social com alguma situação de ansiedade durante a semana.

Lembrar que as tarefas são cumulativas, ou seja, continuar buscando situações para exercitar tópicos já

trabalhados.

Lembrar os tópicos até hoje, mencionados:

Continuar preenchendo a folha que questiona a crença central, buscando evidências que desconfirme a

crença.

Aprender a escutar o outro, não fazendo auto processamento.

Ler o ambiente social.

Iniciar conversas com conhecidos e desconhecidos.

Manter a conversa (perguntas abertas).

Mudar de assunto, avaliando o tempo ideal para isso, como brechas e fim de outros assuntos.

Encerrar conversa.

Identificar pensamentos automáticos e quais são as distorções de pensamento que podem estar mais se

ativando no seu caso.

Identificar o ciclo da fobia social: processamento pré-evento, na situação e pós-evento.

Formatado: Sublinhado

Formatado: Centralizado

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223

Estabelecer diferenças entre situação, sentimento, pensamento, comportamento e reações físicas em cada

fase do ciclo.

Sessão VI Tarefa entre sessões:

Como manejar as reações físicas: respiração diafragmática e relaxamento muscular.

Escolher pelo menos três pessoas para elogiar, preencher a folha entendendo a ansiedade social com

alguma situação de ansiedade durante a semana.

Descrever as três situações da tarefa entre sessões:

OBS: pelo menos 1 pessoa desconhecida e 1 conhecida.

Situação 1:

Situação 2:

Situação 3:

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Justificado

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Material Sessão VII:

Tarefa entre sessões:

Escolher pelo menos uma situação social que cause ansiedade moderada para preencher as folhas

entendendo a ansiedade social e testando pensamentos.

Escolher duas gafes para cometer, o terapeuta avalia de acordo com o caso individual quais as melhores

situações para cometer gafes.

Descrever as três situações da tarefa entre sessões, incluindo as duas situações de gafes:

Situação 1:

Situação 2:

Situação 3:

Formatado: Sublinhado

Formatado: Centralizado

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Folha: Testando Seus Pensamentos. • Qual é a situação: _____________________________________________________

• O que estou pensando ou imaginando? _____________________________________

• Quanto acredito nisso? um pouco médio muito (ou

avalie de 0 a 10: ___ ) • Como esse pensamento fez me sentir? zangado triste nervoso outro:

______________________ • Quão forte é o sentimento? um pouco forte médio muito forte (ou avalie de 0 a

10: __) • O que me faz pensar que o pensamento é verdadeiro?

• O que me faz pensar que o pensamento não é verdadeiro ou totalmente verdadeiro? • Há alguma outra forma de ver isso?

• Qual o pior que poderia acontecer? Eu poderia sobreviver a isso?________________

• Qual o melhor que poderia acontecer?___________

• O que é o que mais provavelmente irá acontecer?___________________

• O que acontecerá se continuar a pensar da mesma forma?

• O que aconteceria se eu mudasse o meu pensamento?

• O que eu diria para um amigo meu se isso acontecesse com ele?

• O que eu deveria fazer agora?

• Quanto eu acredito nesse pensamento negativo agora? um pouco médio muito

(ou avalie de 0 a 10: ____ )

• Quão forte está o meu sentimento negativo agora? um pouco forte médio

muito forte (ou avalie de 0 a 10: ___ )

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatado: Cor da fonte:Automática

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

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Material Sessão VIII:

Habilidades Empáticas:

A empatia é uma habilidade social bastante importante, já começamos a praticá-la nas nossas sessões.

Ser empático significa compreender e sentir o que outra pessoa pensa e sente em uma situação,

devolvendo essa compreensão e sentimento. Para sermos empáticos é importante tentar se colocar no

lugar do outro identificando três componentes:

Componente cognitivo: interpretar e compreender os sentimentos e pensamentos do outro.

Componente afetivo: se colocar no lugar do outro, buscando experienciar sua emoção.

Componente comportamental: expressar a compreensão e sentimentos para o outro através de

comportamentos verbais e não verbais.

Já começamos a fazer isso nos exercícios em que aprendemos a escutar o outro, para ser empático

precisamos saber escutar verdadeiramente o outro, e responder com sinceridade. Além de escutar o

outro, prestar atenção, iniciar uma conversa, conversar com alguém que está revelando um problema,

expressar sentimentos positivos e negativos, expressar afeto e apoio também são habilidades empáticas.

A empatia não significa consolar o outro dando conselhos ou dizendo frases feitas de caráter

conformista, mas sim verdadeiramente se colocar no lugar do outro compartilhando sentimentos e

pensamentos.

Para sermos empáticos precisamos estar conscientes dos pensamentos e sentimentos do outro, prestando

atenção e ouvindo verdadeiramente o outro. Escutar o outro significa deixar de lado momentaneamente

seus próprios sentimentos e pensamentos, procurando se colocar no lugar do outro, o aceitando, sem

julgar. O bom ouvinte é aquele que aprecia a outra pessoa tal como ela é, aceitando os seus sentimentos

e idéias, tais como eles são. Como conseqüência, a pessoa se sente entendida, reconhecida, aceita e

valorizada. Os comportamentos que demonstram atenção empática são predominantemente não-verbais:

(a) fitar diretamente a outra pessoa, adotando uma postura que identifique envolvimento; (b) adotar uma

postura aberta, evitando cruzar os braços e as pernas; (c ) inclinar-se levemente em direção à pessoa-

alvo; (d) acenar com a cabeça e/ou usar vocalizações breves (ex.: “hum-hum”) quando a pessoa está

revelando algo importante; (e) adotar uma postura descontraída - gestos nervosos, tais como: tamborilar,

balançar a perna ou remexer-se na cadeira demonstram impaciência e desinteresse.

Procurar identificar as emoções do outro enquanto ele fala, as expressões faciais e movimentos que

possam indicar seus sentimentos. Por exemplo, comportamento corporal (postura, movimentos

corporais), expressões faciais (sorrisos, cenho franzido, sobrancelhas arqueadas, lábios contraídos);

relação entre a voz e o comportamento (tom de voz, intensidade, inflexão, espaço entre as palavras,

fluência etc.); respostas autonômicas observáveis (respiração acelerada, rubor, palidez, dilatação da

pupila), aparência geral.

Formatado: Sublinhado

Formatado: Centralizado

Formatado: Sublinhado

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227

Relacionar essas informações percebidas para entender realmente a outra pessoa, devolvendo a ela sua

compreensão. A função da verbalização empática é fazer com que a outra pessoa se sinta compreendida,

encorajando-a a explorar as suas preocupações de forma mais completa.

Um exemplo de verbalização empática dirigida a uma pessoa que está triste por não conseguir um

emprego após passar por um processo seletivo, poderia ser: “É muito ruim esforçar-se tanto para

conseguir um emprego e depois de uma seleção longa não conseguir. Você deve estar se sentindo

frustrado por não ver seus esforços recompensados, não é mesmo?”.

Nesse exemplo, a outra pessoa foi ouvida, sem julgamentos e compreendida. Um exemplo de

verbalização não empática poderia ser: “Não há razão para ficar triste. Outras oportunidades vão

aparecer”. Neste caso o sentimento e a perspectiva da outra pessoa são desvalorizados. O indivíduo é

considerado inadequado por “exagerar” no seu sentimento e por “supervalorizar” a importância do

emprego.

Mesmo em situações difíceis de briga e conflito a empatia pode ser muito adequada. Quando a outra

pessoa está com raiva ou magoada, demonstrar compreensão e aceitação dos sentimentos e perspectivas

desta pode melhorar a comunicação.

Hoje, na sessão, conversamos sobre empatia e fizemos alguns exercícios, para continuarmos a

desenvolver essa habilidade é importante colocá-la em prática entre as sessões. Escolha pelo menos três

situações com nível médio de dificuldade para ser empático. Preencha a folha “testando pensamentos” e

lembre-se que as tarefas são cumulativas e sua participação em insistir praticando é fundamental para o

sucesso do tratamento.

Sessão VIII:

Tarefas entre sessões:

Descreva as três situações da tarefa entre sessões, habilidades empáticas:

Situação 1:

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Situação 2:

Situação 3:

Material Sessão IX

Crie situações para colocar em prática pelo menos três situações para treinar as habilidades empáticas:

expressar afetividade e revelar sentimentos.

Situação 1:

Situação 2:

Formatado: Sublinhado

Formatado: Centralizado

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229

Situação 3:

Material Sessão X:

Habilidades assertivas:

Desenvolver as habilidades assertivas favorece a comunicação, permitindo que a pessoa lute e defenda

seus próprios direitos, respeitando o direito dos outros. A assertividade é definida como a capacidade de

defender os próprios direitos e de expressar pensamentos, sentimentos e crenças de forma honesta, direta

e apropriada, sem violar os direitos da outra pessoa. A autoconsciência é um componente importante da

assertividade. Desenvolver a autoconsciência significa organizar e entender os próprios pensamentos,

sentimentos e comportamentos. Para atingir a autoconsciência, o indivíduo necessita procurar saber o

que quer na situação, qual é o seu desejo; identificar quais são suas expectativas e identificar seus

próprios sentimentos.

Quando não somos assertivos em uma situação podemos estar sendo passivos, mesmo estando

incomodado ou se sentindo desrespeitado ficar calado, por medo de desaprovação, ou vergonha. Em

geral quando repetimos o comportamento passivo, acumulamos raiva e descontentamento até não

aguentarmos mais, explodindo, muitas vezes, nos comportando de forma agressiva. Ser assertivo muitas

vezes é difícil por significar discordar ou enfrentar outra pessoa, gerando ansiedade e esquiva. É uma

habilidade que muitas vezes pode melhorar a qualidade das relações, porém nem sempre que nos

comportamos de forma assertiva o outro compreende. O importante é focarmos em estarmos bem com

Formatado: Sublinhado

Formatado: Centralizado

Formatado: Sublinhado

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230

nossa consciência, escolhendo de acordo com o próprio desejo qual a melhor forma de agir em uma

situação. Muitas vezes escolhemos ser passivo devido as consequências de uma situação. Por exemplo,

nem sempre é possível ser assertivo com nosso chefe, ou com uma pessoa idosa, ou em uma situação

que avaliamos não valer a pena. Não existe certo e errado nos comportamentos sociais, mas sim qual a

melhor forma de agir de acordo com nosso objetivo em uma situação. A idéia do tratamento é

desenvolver várias habilidades sociais para aumentar a opção de escolha de vocês nas situações

cotidianas.

Podemos destacar algumas habilidades assertivas, como: manifestar opinião, concordar/discordar,

encerrar conversação, dizer não, fazer, aceitar e recusar pedidos, desculpar-se, admitir falhas, interagir

com autoridades, estabelecer relacionamentos afetivos e/ou sexuais, encerrar relacionamentos, expressar

raiva/desagrado, pedir mudança de comportamentos, defender os próprios direitos e lidar com críticas.

Durante as próximas sessões estaremos trabalhando para desenvolver as habilidades assertivas.

Sessão X:

Tarefa entre sessões:

Escolher pelo menos três situações para colocar em prática as habilidades assertivas trabalhadas na

sessão. Continuar a preencher as folhas “Entendendo a ansiedade social” e “testando pensamentos”

Situação 1:

Situação 2:

Situação 3:

Formatado: Fonte: Negrito

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Material Sessão XI:

Tarefas entre sessões:

Criar situações para colocar em prática cada uma das habilidades trabalhadas na sessão (dizer não, fazer

pedido, recusar pedido e reclamar em estabelecimento comercial). Preencher a folha testando

pensamentos com alguma situação da tarefa de casa.

Situação 1:

Situação 2:

Situação 3:

Situação 4

Formatado: Sublinhado

Formatado: Centralizado

Formatado: Fonte: Negrito,Sublinhado

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Material Sessão XII:

Tarefa entre sessões:

1) Ler e preencher o material sobre situações que ainda evita.

2) Escolher situações para colocar em prática do conjunto empatia-assertividade, quanto mais

situações, melhor.

3) Cada um deve selecionar uma música para trazer na sessão que vem. Pode ser uma música

representativa de sua vida, ou apenas uma música que goste.

Já estamos do meio para o final da terapia, temos trabalhado muitas habilidades sociais e tentado

modificar pensamentos disfuncionais e as crenças que cada um identificou no início da terapia. É

fundamental que continuem a exercitar cada habilidade que trabalhamos, questionando os pensamentos

que atrapalham. Porém existem atividades que evitamos, de forma sutil ou não, que apenas nós podemos

identificar. Vamos compartilhar com o grupo o que ainda evitamos devido à fobia social, preenchendo a

lista abaixo. Vamos pensar nas situações que ainda evitamos e dar uma nota de 0 a 10, em que 0

significa nenhuma ansiedade, e 10 representa ansiedade máxima. Preencha suas situações nas linhas

abaixo:

Lista de situações que evita devido à ansiedade social:

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________

Formatado: Sublinhado

Formatado: Centralizado

Formatado: Sublinhado

Formatados: Marcadores enumeração

Formatado: Sem sublinhado

Formatado: Sem sublinhado

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Agora coloque as situações em ordem de dificuldade, da situação que provoca menos ansiedade para a

que provoca mais ansiedade, anotando ao lado os pensamentos ansiosos ligados a cada situação e

também os sentimentos.

Lista de situações em ordem de dificuldade e pensamentos / sentimentos associados:

Situação e nota do grau de

ansiedade (0-10).

pensamentos sentimentos

Exemplo:

Perguntar a algum

professor em sala de aula –

nota: 3.

Vou parecer idiota, todos

me notarão e verão como

sou idiota.

Medo/ ansiedade.

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Agora preencha a folha testando pensamentos para cada situação e traga na próxima sessão. Folha Testando Seus Pensamentos: • Qual é a situação: __________________________________________________________________

• O que estou pensando ou imaginando? _________________________________________________

• Quanto acredito nisso? um pouco médio muito (ou

avalie de 0 a 10: ___ ). • Como esse pensamento fez me sentir? zangado triste nervoso

outro______________________ • Quão forte é o sentimento? um pouco forte médio muito forte (ou avalie de 0 a

10: __). • O que me faz pensar que o pensamento é verdadeiro?______________________________________

• O que me faz pensar que o pensamento não é verdadeiro ou totalmente verdadeiro?______________ • Há alguma outra forma de ver isso?____________________________________________________

• Qual o pior que poderia acontecer? Eu poderia sobreviver a isso?_____________________________

• Qual o melhor que poderia acontecer? __________________________________________________

• O que é o que mais provávelmente irá acontecer? _________________________________________

• O que acontecerá se continuar a pensar da mesma forma?___________________________________

• O que aconteceria se eu mudasse o meu pensamento?______________________________________

• O que eu diria para um amigo meu se isso acontecesse com ele?______________________________

• O que eu deveria fazer agora?_________________________________________________________

• Quanto eu acredito nesse pensamento negativo agora? um pouco médio muito (ou

avalie de 0 a 10: ____ )

• Quão forte está o meu sentimento negativo agora? um pouco forte médio

muito forte (ou avalie de 0 a 10: ___ )

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

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Sessão XII: Tarefa entre sessões:

Escolher pelo menos três situações para colocar em prática o conjunto empatia-assertividade; quanto

mais situações, melhor.

Situação 1:

Situação 2:

Situação 3:

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Material Sessão XIII

Tarefa entre sessões:

Escolher pelo menos três situações para colocar em prática as habilidades relacionadas à interação com o

gênero oposto e paquera.

Situação 1:

Situação 2:

Situação 3:

Formatado: Sublinhado

Formatado: Centralizado

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Material Sessão XIV

Hoje na sessão acabamos de construir a hierarquia de situações sociais difíceis para cada um, anotamos e

reestruturamos os pensamentos automáticos relacionados a cada item, graduamos do mais fácil para o

mais difícil e planejamos uma ação para cada item. Essa hierarquia deve ser colocada em prática

gradualmente até o final da terapia. Até a próxima sessão tente ao máximo fazer os primeiros itens e

anote abaixo como foi:

Item 1:

Item 2:

Item 3:

Formatado: Sublinhado

Formatado: Centralizado

Formatado: Centralizado

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Material Sessão XV

Tarefa entre sessões:

1) Criar pelo menos três situações para “pegar a palavra” e argumentar, defendendo um ponto de vista,

uma opinião.

2) preparar esboço para apresentar em público (5 minutos) e vestir-se de acordo.

Siga o roteiro abaixo:

Preparando uma apresentação: Escolha do tema: � Quem é o público? Leigos, homens, mulheres, pessoas com conhecimento profundo de uma área?

� Qual o objetivo de sua apresentação? Informar, expor resultados, entreter, convencer, vender,

aprofundar um tema?

� Qual o tema geral de sua apresentação?

� Identificar pontos principais da apresentação, o que exatamente você deseja que o público

aprenda?Em geral as apresentações tem 2 ou 3 pontos principais.

Organização das informações: � Em que ordem vai apresentar? Seqüência de pontos relevantes organizados em ordem de tempo; ou

introdução, hipóteses, discussão e conclusão; ou identificação de um problema e apresentação de

soluções efetivas?

� Como tornar sua apresentação mais interessante para a platéia?

1. Desenvolver material visual que complemente resumidamente a apresentação.

2. Fornecer uma visão geral, roteiro da apresentação. Facilita a platéia acompanhar a apresentação

Por exemplo: Existem 3 processos cognitivos na fobia social: processamento pré-evento;

processamento durante o evento e processamento pós-evento. No processamento pré-evento e

continuar.

3. Resumir um assunto que acabou de falar para introduzir um outro ponto.

Por exemplo: A fobia social ativa um processamento cognitivo em que o medo da avaliação

negativa do outro, ativa um ciclo vicioso que se retroalimenta. Além dos fatores já discutidos, as

pesquisas atuais têm investigado o papel da ativação cerebral na fobia social e continuar.

Como começar a apresentação:

A introdução é uma parte importante da apresentação, deve ser breve, não mais que 10 a 20% do total de

tempo da apresentação.

Uma boa forma de iniciar é falando da importância do tema para aquela platéia, em que as informações

poderão ser úteis, ou o que torna o tema interessante para você e para a platéia. Especifique a

importância do tópico.

Formatado: Fonte: Negrito,Sublinhado

Formatado: Sublinhado

Formatado: Fonte: Negrito,Sublinhado

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

Formatados: Marcadores enumeração

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Exemplo: Hoje a fobia social atinge de 3 a 13% da população, sendo o 3º transtorno psiquiátrico mais comum.

Hoje falarei sobre o diagnóstico e tratamento desse transtorno que causa um prejuízo significativo na

vida das pessoas que sofrem com esse diagnóstico. Acredito que a melhor forma dos profissionais de

saúde ajudarem em nossa estatística é possuir um conhecimento atualizado.

Outra opção é surpreender a platéia contando uma história ou fazendo uma declaração bizarra ou de

impacto;

Exemplo: Hoje falarei sobre a fobia social, meu interesse por esse tema surgiu de minha própria

dificuldade, há um ano atrás eu não conseguia falar em público e não poderia estar aqui.

A fobia social é um transtorno muito prevalente, atinge de 3 a 13 % da população e continuar.

Questionar a platéia também é uma opção. Exemplo: Hoje falarei sobre fobia social, um transtorno psiquiátrico em que as pessoas têm medo da avaliação

negativa do outro Esse medo leva a fuga de situações sociais ou a exposição com muito desconforto,

causando um prejuízo significativo. Gostaria que cada um de vocês pensasse se conhecem alguém que

poderia se encaixar nesse diagnóstico. Quem conhecer, por favor, levante a mão.

Não esquecer de especificar o tema da apresentação e ao longo da apresentação cada tópico. Essa

informação é óbvia para o apresentador, mas não para a platéia.

Organizar os tópicos, bem como o que é fundamental ser dito em cada tópico

Como encerrar a apresentação?

Encerrar a apresentação é semelhante a introduzir, não deve levar mais do que 10 a 15% do tempo.

Informe ao público que está finalizando através de palavras: concluindo, resumindo, como era seu

objetivo inicial, enfim, a proposta dessa apresentação foi e continuar.

Resumir a idéia da apresentação: idéia central e pontos principais.

Resumir os pontos mais relevantes para a platéia.

Voltar para introdução e ligar as idéias expostas.

Procurar ser direto e objetivo.

Agradecer a atenção ou a oportunidade.

Exemplo: Tema: Fobia Social

Público: profissionais da área

Tempo estimado: 20 minutos

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Objetivo: apresentar os resultados de uma pesquisa que investigou o tratamento desse transtorno,

chamando atenção para a importância do encaminhamento para tratamento psicológico, em grupo.

Tópicos:

Introdução: Por que é interessante? Por que eu escolhi esse tema?

Resumo da apresentação:

O que á a fobia social?

Prevalência, critérios de diagnóstico (informações em ordem cronológica de 1980 a 2007).

Como é o tratamento?

Objetivos, número de pessoas, principais intervenções psicológicas.

Resultados da pesquisa.

Dados antes do tratamento, na última sessão e um mês após o término.

Dados qualitativos (minhas observações enquanto terapeuta).

Conclusão:

O tratamento em grupo é o mais indicado.

Outros estudos que têm os mesmos resultados.

Agradecimento.

Dicas:

� Procurar estar vestido de acordo com a situação, em geral um pouco mais arrumado que a platéia. � Alternar o tom de voz, dando vida às informações. � Fazer contato ocular com a platéia, alternado entre pessoas em toda a extensão da platéia. � Movimentar o corpo espontaneamente, procurando tranqüilidade. � Usar as técnicas de respiração. � Usar as técnicas de reestruturação de pensamentos para ter segurança, sem medo de errar. � Você consegue! Não esqueça que a prática é fundamental, falar em público é uma habilidade, quanto

mais prática, melhor o desempenho. Preencha o quadro abaixo: Pensamentos automáticos disfuncionais

sobre apresentar em público

Pensamentos alternativos reestruturados

Exemplo: vai me dar branco Isso é desagradável, porém não estragará a

apresentação, estou bem preparado e

possuo um roteiro. Apenas eu sei o que

devo falar, logo se me der branco vou para

o item seguinte e depois se lembrar, volto

Formatados: Marcadores enumeração

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Tarefas entre sessões:

Escolher pelo menos três situações para colocar em prática as habilidades relacionadas à argumentação.

Criar situações para “pegar a palavra” e argumentar, defendendo um ponto de vista, uma opinião.

Situação 1:

Situação 2:

Formatado: Sem sublinhado

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242

Situação 3:

Material Sessão XVI

Hoje treinamos a habilidade falar em público, cada um teve a oportunidade de ver seu desempenho em

vídeo e reestrutura pensamentos, além de treinar os passos para a construção de uma boa apresentação.

A tarefa entre sessões é justamente tentar criar uma situação ou mais para treinar essa habilidade. Pode

ser uma apresentação no trabalho, faculdade, clube, igreja ou juntar amigos e conhecidos para

colaborarem com o tratamento e servirem de platéia. Tente ao máximo criar situações para falar em

público, anotando os pensamentos automáticos relacionados.

Exposição falar em público:

Formatado: Sublinhado

Formatado: Centralizado

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243

Material Sessão XVII

Na terapia vocês identificaram uma crença central que interfere na vida de cada um. Vamos relembrar

juntos qual a crença e que coisas vocês anotaram durante a terapia que não apóiam essa crença.

Crença Central ________________________________________________________

Fatos que questionam:

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____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

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Formatado: Centralizado

Formatado: Sublinhado

Formatado: Centralizado

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Sessão XVII: Tarefa entre sessões:

Tentar construir agora um cartão de enfrentamento conforme conversado na sessão. Em um cartão de

enfrentamento escrevemos coisas que aprendemos na terapia e podem ser úteis em possíveis recaídas.

O que mais lhe ajudou? Qual diálogo interno você precisa acreditar mais? Como responder a

pensamentos disfuncionais? Como é sua faceta saudável?

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Material Sessão XVIII

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Sublinhado

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Encerramento

Hoje foi nosso último dia de terapia, dia para avaliarmos os ganhos e nos prepararmos para situações

futuras. Como vimos nas sessões, o processo de melhora não acabou, pelo contrário, acabou de começar.

Com o fim de nossos encontros é importante continuar colocando em prática as habilidades trabalhadas

em grupo. Lembre-se, não se progride de forma uniforme, os altos e baixos fazem parte do processo e

são esperados. Isso não deve ser motivo para desanimo, e sim entendido como uma situação de

aprendizado, uma oportunidade para identificar pensamentos, crenças, comportamentos e entender um

pouco mais de si e de seu processo de melhora. Também é normal que seu humor tenha altos e baixos;

temos dias piores e dias melhores, isso não significa um retrocesso, apenas faz parte da vida cotidiana.

O ideal é enfrentar as situações sociais colocando o aprendizado da terapia em prática, evitar é sempre

pior. Se uma situação estiver muito difícil, procure fazer uma hierarquia, dividindo aquela situação em

pequenos pedaços, reestruturando pensamentos, identificando o processamento característico da fobia

social, usando o relaxamento, as anotações de terapia, se preparando para enfrentar gradualmente o

desafio. Se mesmo assim recair, não se desespere, reflita para identificar o que aconteceu. Quais os

pensamentos? Alguma distorção cognitiva? Será que o passo da hierarquia não estava grande demais?

Reavalie a situação propondo outro plano de ação para seguir em frente.

Sempre aprendemos com os fracassos, não abandone, continue tentando para se descobrir capaz. Olhe o

cartão de enfrentamento construído na terapia e siga em frente!

Lembre-se:

“Rir é arriscar parecer tolo Chorar é arriscar parecer sentimental Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento Expor sentimentos é arriscar rejeição Expor seus sonhos perante a multidão É arriscar parecer ridículo Amar é arriscar não ser amado de volta Seguir adiante face à probabilidades irresistíveis É arriscar ao fracasso Apenas uma pessoa que corre riscos é livre”. Alexandre Lowen.

PARABÉNS POR TER CHEGADO ATÉ AQUI! ISSO É UMA GRANDE VITÓRIA E SINAL

DE MUITA FORÇA E DETERMINAÇÃO!

12. 1.1 Apêndice: Relaxamento (adaptação do Relaxamento Muscular Progressivo de Jacobson,

1938 citado por Rangé, 2001).

Formatado: Cor da fonte:Automática

Formatado: Fonte: NãoNegrito

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246

Instruções de Relaxamento

• De início, procure ficar o mais confortável possível. Deite-se confortavelmente, procurando livrar seu corpo de toda

tensão, deixando-o mole. • Agora respire fundo, aspirando profundamente e retendo o ar por 5 segundos. Expire, exalando o ar suavemente e

sentindo uma sensação de calma começando a se expandir. Então continue a respirar suavemente, apenas concentrando-se em sentir o peso de seu corpo, por toda a parte.

• Estude o peso de seu próprio corpo. Isso deverá trazer uma sensação de calma e tranqüilidade por toda a parte (pausa de 10 segundos).

• Contraia suavemente os seus braços (punhos, antebraços e braços). Imagine que você está segurando algo pesado com seus dois braços estendidos. Sinta a tensão em cada parte deles. Solte-os! Solte tudo em cada braço. Sinta a diferença entre o momento anterior quando estavam contraídos e agora que estão soltos e relaxados. Repita isto três vezes, variando o grau de tensão cada vez. Procure localizar onde você sente tensão quando estão contraídos e solte os músculos de modo a ficarem bem soltos e relaxados nos locais em você sente a tensão. Depois apenas deixe-os soltos, procurando sentir o peso de cada braço e tentando aumentar cada vez mais a sensação de peso que será maior quanto mais você soltar seus músculos do braço e eles ficarem moles. Repita para si mesmo dez vezes: "estou sentindo meus braços cada vez mais pesados, pesados; estou sentindo meus braços cada vez mais soltos, relaxados e pesados". E vá sentindo o relaxamento deles aumentar. Deixe-os ficarem bem soltos e relaxados, pesados... pesados... (Não os movimente mais.)

• Faça o mesmo com sua pernas. Contraia suas coxas, sentindo-as ficarem duras na parte superior. Contraia sua batatas das pernas, trazendo as pontas dos pés para trás, na direção das coxas. Sinta toda a tensão de suas pernas. Localize onde a sente a tensão e perceba como suas pernas ficam quando estão tensas e duras. Agora relaxe! Solte todos os músculos das pernas. Compare a diferença entre este momento e o anterior. Veja como é agradável ter as pernas soltas e relaxadas. Abra os pés o máximo possível para fora e sinta os músculos internos das coxas. Solte-os e sinta as pernas totalmente soltas, pesadas, com os pés caídos para os lados. Repita contrações e relaxamentos com tensões variáveis até finalmente soltar tudo e deixar as pernas bem pesadas. Procure aumentar a sensação de peso soltando cada vez mais. Repita para você mesmo 10 vezes: "estou sentindo minhas pernas cada vez mais pesadas; estou sentindo minhas pernas cada vez mais soltas, relaxadas... pesadas... pesadas..." (Não as movimente mais.)

• Levante os ombros, como se tentasse encostá-los nas orelhas. Sinta a tensão que se produz e onde ela se localiza. Solte-os. Compare a diferença. Movimente-os para trás, abrindo o peito. Sinta a tensão e perceba onde ela se localiza. Faça o mesmo para a frente. Solte os ombros completamente e deixe-os ficarem bem pesados e confortáveis.

• Movimente sua cabeça para o lado direito e sinta a tensão que se produz e onde se localiza. Faça o mesmo para o lado esquerdo. Depois faça para trás. Depois levante-a um pouco e sinta a tensão e onde ela se produz. Solte a cabeça e o pescoço, deixando-a cair pesadamente sobre o travesseiro.

• Contraia o abdômen deixando-o bem duro. Sinta como fica e solte-o. Perceba a diferença entre os dois momentos. Agora, contraia-o para fora, estufando a barriga. Sinta como ele fica e relaxe, percebendo a diferença entre os dois momentos. Encolha a barriga para o fundo, como se tentasse encostá-la nas costas. Sinta a tensão, como ela é e onde se localiza. Solte e relaxe totalmente a barriga. Deixe-a movimentar-se apenas pela respiração suave e superficial. Solte os músculos do tórax, deixando os ombros caírem pesados. Concentre-se na sua respiração e deixe-a ficar bem suave, calma e tranqüila. Repita para si mesmo 10 vezes: "estou sentindo minha respiração cada vez mais calma e tranqüila; estou sentindo meu corpo cada vez mais calmo e tranqüilo, pesado... pesado..."

• Contraia sua testa como se você quisesse olhar para cima da sua cabeça sem movimentá-la. Ela vai ficar toda enrugada, como quando a gente fica espantado. Perceba onde se localiza a tensão. Solte a sua testa e couro cabeludo e perceba a diferença entre os dois momentos. Franza o cenho, encostando uma sobrancelha na outra. Sinta onde localiza esta tensão. Solte e relaxe a sua testa, completamente. Deixe-a ficar solta e relaxada.

• Feche seus olhos e contraia suas pálpebras com força. Sinta a tensão que se produz e onde ela se localiza. Solte. Deixe-as apenas caírem sobre os olhos. Movimente agora os seus olhos, sem abri-los, para a direita e para a esquerda, para cima e para baixo. Sinta a tensão que se produz. Agora deixe-os soltos. Perceba a diferença entre tensão e relaxamento nos olhos e pálpebras e deixe ambos ficarem bem relaxados. Deixe suas pálpebras ficarem bem pesadas, pesadas, caindo pesadamente sobre os olhos e estes soltos, bem soltos.

• Contraia seus lábios, mandíbulas, língua e boca. Sinta a tensão que se produz na parte de baixo de sua face. Solte tudo. Deixe seu queixo cair e a boca ficar entreaberta. Sinta como sua face está cada vez mais relaxada: sua testa está solta, seus olhos e pálpebras estão pesados, seus lábios estão soltos, sua boca está entreaberta e pesada pois seu queixo está caído.

• Continue a respirar suavemente. Repare como sua respiração está calma e tranqüila, sua face está solta e relaxada, seu corpo está pesado... pesado... Repita para você mesmo 10 vezes: "estou sentindo meu corpo cada vez mais relaxado, calmo e tranqüilo, pesado... pesado".

• Sinta o seu corpo todo relaxado e pesado. Sinta como é agradável ter o corpo todo relaxado. Repita para você mesmo 10 vezes: "estou sentindo meu corpo cada vez mais relaxado... calmo... tranqüilo... pesado... pesado... calmo... tranqüilo... pesado, pesado..."

• Imagine uma situação muito diafragmática, calma, tranqüila: pode ser você deitado em uma praia deserta, na sombra, com uma pequena brisa roçando seu corpo; ou numa relva no campo; enfim, aquela situação em que você ficaria o mais relaxado possível, calmo... tranqüilo... pesado... pesado... Observe como o seu corpo está verdadeiramente muito pesado. Sinta a resistência da cama ou sofá onde você está deitado. Deixe-se ficar assim por um minuto, sentindo o gozo de estar totalmente relaxado.

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247

• Quando tiver cansado de estar relaxado, comece a movimentar suavemente os dedos das mãos, dos pés, os braços e pernas, depois abra os olhos e comece a se espreguiçar bem devagar, dizendo mentalmente a fórmula: “Cinco, quatro...três...dois...um. Estou me sentindo bem, calmo e tranqüilo”, até finalmente se levantar.

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12.2. Apêndice: Gráfico de avaliação da sessão de videofeedback (exemplo)

Gráfico 10. Gráfico da avaliação por parte do grupo e co-terapeutas do desempenho de cada um na

apresentação em público de acordo com a Escala de Avaliação de Desempenho

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

7,00

MEDIA GERAL

I.1- Contato Visual

I.2- Expressão Facial I.3- Orientação Corporal I.4- Gestos I.5- Volume da voz I.6- Entonação

I.7- Fluência I.8- Velocidade I.9- Clareza I.10- Conteúdo I.11- Organização dos tópicos I.12- Domínio do tema I.13- Otimização do tempo I.14- Aparência do palestrante

Formatado: Fonte: 10 pt

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: 10 pt

Formatado: Fonte: 10 pt

Formatado: Fonte: 10 pt

Formatado: Fonte: 10 pt

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Formatado: Fonte: 10 pt

Formatado: Fonte: 10 pt

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

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Formatado: Fonte: 10 pt

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Formatado

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Formatado: Fonte: 10 pt

Formatado: Fonte: 10 pt

Formatado: Fonte: 10 pt

Formatado: Fonte: 10 pt

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Formatado: Fonte: Negrito

Formatado

Formatado: Fonte: 10 pt

Formatado: Fonte: Negrito

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Formatado: Fonte: 10 pt

Formatado: Fonte: 10 pt

Formatado: Fonte: 10 pt

Formatado: Fonte: 10 pt

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Formatado: Fonte: 10 pt

Formatado: Fonte: 10 pt

Formatado: Fonte: 10 pt

Formatado: Fonte: 10 pt

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado

Excluído: ¶<sp><sp>FOLHA- ENTENDENDO A ANSIEDADE SOCIAL¶CRENÇAS –Sobre si, os outros e o mundo¶

... [8]

... [6]

... [9]

... [7]

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13. ANEXOS

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13.1ANEXO

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13. 2 ANEXO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DE PARTICIPAÇÃO

EM PROTOCOLO DE PESQUISA CLÍNICA

Pesquisador responsável: Maria Amélia Penido

Projeto de pesquisa: Uma Experiência de Tratamento Cognitivo-Comportamental em Grupo para Ansiedade

Social utilizando Teatro do Oprimido e Vídeo-Feedback NOME :_____________________________________________________

Eu, abaixo assinada, declaro ter lido e/ou ouvido a leitura do presente Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido e informo estar ciente do que se segue:

Esta pesquisa destina-se a avaliar a eficácia de um tratamento psicológico em grupo para ansiedade

social Esse tratamento será realizado na Divisão de Psicologia Aplicada da Universidade Federal do Rio

de janeiro –UFRJ- em 20 sessões de uma hora e cinqüenta minutos com freqüência semanal . As sessões

serão conduzidas sempre por dois psicólogos pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Nessas 20 sessões serão utilizadas técnicas de teatro e utilização de filmagem em vídeo para o

tratamento psicológico. Cada participante deverá responder a questionários de avaliação psicológica

antes do inicio do tratamento, no último dia do tratamento e um mês após o término do tratamento, e três

meses após o término do tratamento. Não é garantido que este tratamento funciona.

É garantido o anonimato dos resultados individuais obtidos, que não serão divulgados. A participação

nessa pesquisa é voluntária, cada participante pode se retirar a qualquer momento, bem como recusar a

responder qualquer item quando achar ser conveniente, sem que isso acarrete nenhum prejuízo ou

problema quanto ao atendimento. No caso de desistência a pessoa será atendida de acordo com o

funcionamento normal da Divisão de Psicologia Aplicada. Estando ciente de que a minha participação é

inteiramente voluntária, declaro estar de acordo com a coleta de dados nos termos acima descritos.

ASSINATURA DO PARTICIPANTE:

__________________________________________DATA:____/____/ _____

ASSINATURA DO PESQUISADOR:

__________________________________________DATA:____/____/_____

Telefone para contato: Maria Amélia Penido – 22958113

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13.3 ANEXO -FICHA DE IDENTIFICAÇÃO

1- Código de Identificação _____________________2-Data: ____ / ____ / ____

3- Avaliação: 1-( ) pré tratamento 2-( ) pré trat/pós tempo 3- ( ) pós tratamento

4 ( ) pós 1 mês 5- ( ) pós três meses

A1Dia do grupo _____________ A2Horário do grupo: _________________________________

Nome: ________________________________________________________________________

Código de Triagem: ___________________

Endereço: _______________________________________________________________________

CEP: ___________________ Tel.(s): ____________________________________

Data de Nasci.: ______/______/__________ Idade: ___________________________

Nome do médico: _______________________________________________tel:_______________

A3 Estado civil: 1( ) solteiro(a) 2( ) viúvo(a) 3( ) casado(a)/amigado(a) 4( ) separado(a) A4Condição de trabalho atual: 1( ) ativo 2( ) do lar 3( ) desempregado 4( ) em benefício (auxílio doença) 5( ) aposentado 6 ( ) estudante A5Grau de escolaridade: 1( ) analfabeto 2( ) 1º grau incompleto 3( ) 1º grau completo 4( ) 2º grau completo 5( ) 2º grau incompleto 6( ) 3º grau incompleto 7( ) 3º grau completo e mais A6Tratamento psicológico: 1( ) nenhum 2( ) anterior 3( ) atual

A7 Tempo de diagnóstico:______________meses___________anos

A8 Medicamentos psiquiátricos:

I8a- Antidepressivos 1 ( ) sim 2 ( ) não nome:________________________________

I8b- Ansiolítico 1 ( ) sim 2 ( ) não nome:________________________________

I8c- outros 1 ( ) sim 2 ( ) não nome:________________________________

A9 consumo de álcool para manejo de ansiedade em situações sociais: 1( ) sim 2( ) não

A10 vivência de evento traumático precipitante : : 1( ) sim 2( ) não

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13.4 ANEXO CRITÉRIO BRASIL

1- Código de Identificação _____________________2-Data: ____ / ____ / ____

3- Avaliação: 1-( ) pré tratamento 2-( ) pré trat/pós tempo 3- ( ) pós tratamento

4- ( ) pós 1 mês 5- ( ) pós três meses

Como se aplica e se calcula

Responder sobre a quantidade dos itens:

Quantas televisões em cores = ____ Quantos aspiradores de pó = _____ Quantos rádios = _____ Quantas máquinas de lavar = _____ Quantos banheiros = _____ Quantos videocassetes ou aparelhos de CD = ____ Quantos automóveis = _____ Quantas geladeiras = _____ Quantas empregadas mensalistas = _____ Quantos freezers (independente ou parte de geladeira duplex) = __

(OBS. Se a pessoa possui duas ou mais casas e usufrui das duas – computar o total dos itens daquela que apresenta as melhores condições)

B1- Pontuar cada item

Na tabela abaixo, verifique quantos pontos vale a quantidade de cada um dos itens e assinale quantos pontos você alcançou em cada item. Veja que a quantidade de cada item está indicada no alto da tabela e a pontuação para cada quantidade está indicada no corpo da tabela (parte sombreada) Por exemplo, ter 01 aparelho de TV a cores vale 02 pontos, ter 02 aparelhos vale 03 pontos e assim por diante.

QUANTIDADE DE CADA ITEM TIPO DE ITENS

ZERO 1 2 3 4 OU MAIS ESCOR FINAL Televisão em cores 0 1 2 3 4 A Rádio 0 1 2 3 4 B Banheiro 0 1 2 3 4 C Automóvel 0 1 2 3 4 D Empregada mensalista 0 1 2 3 4 E Aspirador de pó 0 1 2 3 4 F Máquina de lavar 0 1 2 3 4 G Videocassete ou aparelho de CD 0 1 2 3 4 H Geladeira 0 1 2 3 4 I Freezer 0 1 2 3 4 J

B2 Responder sobre o grau de instrução

GRAU DE INSTRUÇÃO DO CHEFE DA FAMÍLIA PONTOS Analfabeto/Primário incompleto 0 Primário completo/Ginasial incompleto 1 Ginasial completo/Colegial incompleto 2 Colegial completo/Superior incompleto 3 Superior completo 4

Somar todos os pontos

Verificar o nível sócio-econômico na Tabela

Classe Pontos A1 30-34 A2 25-29 B1 21-24 B2 17-20 C 11-16 D 6-10 E 0-5

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13.5 ANEXO INVENTÁRIO BECK DE DEPRESSÃO 1- Código de Identificação _____________________2-Data: ____ / ____ / ____ 3- Avaliação: 1-( ) pré tratamento 2-( ) pré trat/pós tempo 3- ( ) pós tratamento

4- ( ) pós 1 mês 5- ( ) pós três meses

Este questionário consiste de 21 grupos de afirmações. Depois de ler cuidadosamente cada grupo, faça um círculo em torno

do número (0, 1, 2 ou 3) da afirmação, em cada grupo, que melhor descreva a maneira como você se sentiu na última

semana, incluindo hoje. Se várias afirmações num grupo parecerem se aplicar igualmente bem, circule cada uma. Tenha o

cuidado de ler todas as afirmações em cada grupo antes de fazer sua escolha. C1 0 Não me sinto triste 1 Sinto-me triste 2 sempre triste e não consigo sair disso 3 Estou tão triste ou infeliz que não consigo suportar C2 0 Não estou especialmente desanimado em relação ao futuro 1 Sinto-me desanimado quanto ao futuro 2 Acho que nada tenho a esperar 3 Acho que o futuro é sem esperança e tenho a

impressão que as coisas não podem melhorar

C3 0 Não me sinto um fracasso 1 Acho que fracassei mais que uma pessoa comum 2 Quando olho para trás, na minha vida, tudo o que

posso ver é uma porção de fracassos 3 Acho que, como pessoa, sou um completo

fracasso C4 0 Tenho tanto prazer em tudo como antes 1 Não sinto mais prazer nas coisas como antes 2 Não encontro prazer real em mais nada 3 Estou insatisfeito ou aborrecido com tudo C5 0 Não me sinto especialmente culpado 1 Sinto-me culpado às vezes 2 Sinto-me culpado na maior parte do tempo 3 Sinto-me como se estivesse bem ruim e sem valor C6 0. Não acho que esteja sendo punido (castigado) 1. Acho que posso ser punido 2. Creio que vou ser punido 3. Acho que estou sendo punido C7 0 Não me sinto decepcionado comigo mesmo 1 Estou decepcionado comigo mesmo 2 Estou enojado de mim 3 Eu me odeio C8 0 Não me sinto de qualquer modo pior do que os outros 1 Sou crítico em relação a mim devido a minhas fraquezas 2 Culpo-me sempre por minhas falhas 3 Culpo-me por tudo de mal que acontece C9 0 Não tenho quaisquer de me matar 1 Tenho idéias de me matar, mas não as colocaria em prática 2 Gostaria de me matar 3 Eu me mataria se tivesse oportunidade C10 0 Não choro mais do que o habitual 1 Choro mais agora do que costumava 2 Agora, choro o tempo todo 3 Costumava ser capaz de chorar, mas agora não consigo mesmo que queira C11 0 Não sou mais irritado agora do que já fui

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1 Fico aborrecido ou irritado mais facilmente do que costumava 2 Atualmente, sinto-me irritado o tempo todo

3 Absolutamente não me irrito as coisas que costumavam me irritar C12 0 Não perdi o interesse nas outras pessoas 1 Interesso-me menos do que costumava nas pessoas 2 Perdi a maior parte do meu interesse nas outras pessoas 3 Perdi todo o meu interesse nas pessoas C13 0 Tomo decisões mais ou menos tão bem quanto sempre tomei 1 Adio as minhas decisões mais do que costumava 2 Tenho maior dificuldade em tomar decisões do que antes 3 Não consigo mais tomar decisões C14 0 Não sinto que minha aparência esteja pior do que costumava ser 1 Preocupo-me por estar parecendo velho ou sem atrativos 2 Sinto que há mudanças permanentes em minha aparência que me fazem parecer sem atrativos 3 Considero-me feio C15 0 Posso trabalhar mais ou menos tão bem como antes 1 Preciso de um esforço extra para começar qualquer coisa 2 Tenho de me esforçar muito até fazer qualquer coisa 3 Não consigo fazer nenhum trabalho C16 0 Durmo tão bem quanto de hábito 1 Não durmo tão bem quanto costumava 2 Acordo 1-2 horas mais cedo do que de hábito e tenho dificuldade para voltar a dormir 3 Acordo várias horas mais cedo do que costumava e tenho dificuldade em voltar a dormir C17 0 Não fico mais cansado do que de hábito 1 Fico cansado com mais facilidade do que costumava 2 Sinto-me cansado ao fazer quase qualquer coisa 3 Estou cansado demais para fazer qualquer coisa C18 0 Meu apetite não está pior do que de hábito 1 Meu apetite não está tão bom quanto costumava ser 2 Meu apetite está muito pior agora 3 Não tenho mais nenhum apetite C19 0 Não perdi muito peso, se é que perdi algum, ultimamente 1 Perdi mais de 2,5 kg 2 Perdi mais de 5,0 kg 3 Perdi mais de 7,0 kg

Estou deliberadamente tentando perder peso, comendo menos: SIM ( ) NÃO ( ) C20 0 Não me preocupo mais do que o de hábito com minha saúde 1 Preocupo-me com problemas físicos como dores e aflições ou perturbações no estômago ou prisão de ventre 2 Estou muito preocupado com problemas físicos e é difícil pensar em outra coisa que não isso 3 Estou tão preocupado com meus problemas físicos que não consigo pensar em outra coisa C21 0 Não tenho notado qualquer mudança recente no meu interesse sexual 1 Estou menos interessado em gênero do que costumava 2 Estou bem menos interessado em gênero atualmente 3 Perdi completamente o interesse por gênero

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13.6 ANEXO INVENTÁRIO BECK DE ANSIEDADE

1- Código de Identificação _____________________2-Data: ____ / ____ / ____ 3- Avaliação: 1-( ) pré tratamento 2-( ) pré trat/pós tempo 3- ( ) pós tratamento

4- ( ) pós 1 mês 5- ( ) pós três meses

Abaixo está uma lista de sintomas comuns de ansiedade. Por favor, leia cuidadosamente cada item da lista. Indique o quanto você foi incomodado por cada sintoma durante a ÚLTIMA SEMANA, INCLUSIVE HOJE colocando um X no espaço correspondente da coluna próxima a cada sintoma.

0 Nada

1-Fraco Não me

incomodou muito

2-Moderadamente Foi muito desagradável mas consegui agüentar

3-Muito forte Eu quase não

consegui agüentar

ESCOR FINAL

D1 Dormência ou formigamento

D2 Calores

D3 Pernas bambas

D4 Incapaz de relaxar

D5 Medo do pior acontecer

D6 Tonteira ou cabeça leve D7 Coração batendo forte ou

acelerado

D8 Inquieto(a)

D9 Aterrorizado(a)

D10 Nervoso(a)

D11 Sensação de sufocamento

D12 Mãos tremendo

D13 Trêmulo(a)

D14 Medo de perder o controle

D15 Dificuldade de respirar

D16 Medo de morrer

D17 Assustado(a) D18 Indigestão ou desconforto no

abdomen

D19 Desmaio

D20 Face ruborizada

D21 Suores (não devido a calor)

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13. 7 ANEXO INVENTÁRIO DE ANSIEDADE E FOBIA SOCIAL (SPAI)

1- Código de Identificação _____________________2-Data: ____ / ____ / ____

3- Avaliação: 1-( ) pré tratamento 2-( ) pré trat/pós tempo 3- ( ) pós tratamento 4- (

) pós 1 mês 5- ( ) pós três meses

Por favor, use a escala apresentada no lado oposto e faça um círculo no número que melhor represente quão freqüentemente você experimenta estas respostas. 0 = Nunca 1 = Muito Infreqüente 2 = Infreqüente 3 = Algumas vezes 4= Freqüente 5 = Muito Freqüente 6 = Sempre

E1 Sinto-me ansioso quando entro em situações sociais em que há um grupo pequeno 0 1 2 3 4 5 6 E1

E2 Sinto-me ansioso quando entro em situações sociais em que há um grupo grande 0 1 2 3 4 5 6 E2

E3 Sinto-me ansioso quando estou em uma situação social e me torno o centro das atenções 0 1 2 3 4 5 6 E3

E4 Sinto-me ansioso quando estou em uma situação social em que haja expectativas de que eu faça algo 0 1 2 3 4 5 6 E4

E5 Sinto-me ansioso quando tenho que fazer um discurso para uma platéia 0 1 2 3 4 5 6 E5

E6 Sinto-me ansioso quando falo num pequeno grupo informal 0 1 2 3 4 5 6 E6

E7 Sinto-me tão ansioso com reuniões sociais que evito essas situações 0 1 2 3 4 5 6 E7

E8 Sinto-me tão ansioso com reuniões sociais que saio das reuniões 0 1 2 3 4 5 6 E8

E9 Sinto-me ansioso quando me relaciono com um pequeno grupo de: E9

A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A

B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B

C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C

E10 Sinto-me ansioso quando me relaciono com um grupo grande de: E10

A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A

B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B

C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C

D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D

E11 Sinto-me ansioso quando estou num bar ou restaurante com: E11

a estranhos 0 1 2 3 4 5 6 a

0 = Nunca 1 = Muito Infreqüente 2 = Infreqüente 3 = Algumas vezes 4= Freqüente 5 = Muito Freqüente 6 = Sempre

b pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 b

c pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 c

d pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 d

E12 Sinto-me ansioso e não sei o que fazer quando estou numa situação nova com: E12

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a estranhos 0 1 2 3 4 5 6 a

b pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 b

c pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 c

d pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 d

E13 Sinto-me ansioso e não sei o que fazer quando estou numa situação de confrontação com: E13

A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A

B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B

C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C

D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D

E14 Sinto-me ansioso e não sei o que fazer quando estou numa situação embaraçosa com: E14

A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A

B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B

C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C

D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D

E15 Sinto-me ansioso quando discuto sentimentos íntimos com: E15

A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A

B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B

C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C

D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D

E16 Sinto-me ansioso quando dou opiniões para: E16

A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A

B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B

C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C

D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D

E17 Sinto-me ansioso quando discuto negócios com: E17

A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A

0 = Nunca 1 = Muito Infreqüente 2 = Infreqüente 3 = Algumas vezes 4= Freqüente 5 = Muito Freqüente 6 = Sempre

B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B

C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C

D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D

E18 Sinto-ansioso quando me aproximo ou inicio conversas com: E18

A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A

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B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B

C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C

D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D

E19 Sinto-me ansioso quando tenho que interagir por mais tempo do que alguns minutos com: E19

A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A

B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B

C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C

D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D

E20 Sinto-me ansioso quando bebo (qualquer tipo de bebida) e/ou como na frente de: E20

A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A

B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B

C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C

D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D

E21 Sinto-me ansioso quando escrevo ou datilografo na frente de: E21

A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A

B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B

C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C

D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D

E22 Sinto-me ansioso quando falo na presença de: E22

A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A

B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B

C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C

D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D

E23 Sinto-me ansioso quando estou sendo criticado ou rejeitado por: E23

A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A

B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B

0 = Nunca 1 = Muito Infreqüente 2 = Infreqüente 3 = Algumas vezes 4= Freqüente 5 = Muito Freqüente 6 = Sempre

C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C

D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D

E24 Tento evitar situações sociais quando há: E24

A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A

B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B

C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C

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D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D

E25 Deixo situações sociais em que há: E25

A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A

B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B

C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C

D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D

E26 Antes de entrar numa situação social penso em todas as coisas que podem dar errado. E26

A Os tipos de pensamentos que tenho são: A

B Estarei vestido adequadamente? 0 1 2 3 4 5 6 B

C Farei provavelmente bobagens e vou parecer ridículo 0 1 2 3 4 5 6 C

D O que farei se ninguém falar comigo? 0 1 2 3 4 5 6 D

E Se houver um silêncio na conversa, sobre o que poderei falar? 0 1 2 3 4 5 6 E

F As pessoas vão reparar como estou ansioso 0 1 2 3 4 5 6 F

E27 Sinto-me ansioso antes de entrar numa situação social 0 1 2 3 4 5 6 E27

E28 Minha voz acaba ou oscila quando estou em situações sociais 0 1 2 3 4 5 6 E28

E29 Não tendo a falar quando com pessoas até que elas falem comigo 0 1 2 3 4 5 6 E29

E30 Tenho pensamentos problemáticos quando estou numa situação social. Por exemplo: E30

A Gostaria de poder sair e evitar a situação toda 0 1 2 3 4 5 6 A

B Se fizer uma confusão de novo, vou realmente perder a confiança em mim 0 1 2 3 4 5 6 B

C Que tipo de impressão estou causando? 0 1 2 3 4 5 6 C

D Seja o que for que eu disser, vou provavelmente parecer um estúpido 0 1 2 3 4 5 6 D

E31 Antes de entrar numa situação social sinto o seguinte : E31

A Suor 0 1 2 3 4 5 6 A

B Urgência de urinar 0 1 2 3 4 5 6 B

C Palpitações 0 1 2 3 4 5 6 C

0 = Nunca 1 = Muito Infreqüente 2 = Infreqüente 3 = Algumas vezes 4= Freqüente 5 = Muito Freqüente 6 = Sempre

E32 Experimento o seguinte quando estou numa situação social E32

A Suor 0 1 2 3 4 5 6 A

B Enrubescimento 0 1 2 3 4 5 6 B

C Tremores 0 1 2 3 4 5 6 C

D Urgência de urinar 0 1 2 3 4 5 6 D

E Palpitações 0 1 2 3 4 5 6 E

E33 Sinto-me ansioso quando estou em casa sozinho 0 1 2 3 4 5 6 E33

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E34 Sinto-me ansioso quando estou num lugar estranho 0 1 2 3 4 5 6 E34

E35 Sinto-me ansioso quando estou em qualquer tipo de transporte público (p.ex., ônibus, trem, avião) 0 1 2 3 4 5 6 E35

E36 Sinto-me ansioso quando atravesso ruas 0 1 2 3 4 5 6 E36

E37 Sinto-me ansioso quando estou em locais públicos cheios (p.ex., lojas, igrejas, cinemas, restaurantes) 0 1 2 3 4 5 6 E37

E38 Estar num lugar grande e aberto me faz sentir ansioso 0 1 2 3 4 5 6 E38

.E39 Sinto-me ansioso quando estou fechado em locais fechados (p.ex., elevadores, túneis) 0 1 2 3 4 5 6 .E39

E40 Estar em lugares altos me faz sentir ansioso (p.ex., edifícios altos) 0 1 2 3 4 5 6 E40

E41 Sinto-me ansioso quando fico esperando numa fila comprida 0 1 2 3 4 5 6 E41

E42 Há momentos em que sinto que como se tivesse que segurar coisas pois tenho medo de cair 0 1 2 3 4 5 6 E42

E43 Quando saio de casa e vou a vários lugares, vou com alguém da família ou um amigo 0 1 2 3 4 5 6 E43

E44 Sinto-me ansioso quando dirijo um automóvel 0 1 2 3 4 5 6 E44

E45 Há lugares que eu não vou porque posso me sentir sem saída 0 1 2 3 4 5 6 E45

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13.8 ANEXO INVENTÁRIO DE HABILIDADES SOCIAIS Instruções: Leia atentamente cada um dos itens que se seguem. Cada um deles descreve uma ação (reação) ou sentimento (parte grifada) diante de uma situação dada (parte não grifada). Avalie a freqüência com que você age ou se sente tal como descrito no item. Responda a todas as questões. Se uma dessas situações nunca lhe ocorreu, responda como se estivesse ocorrido, considerando o seu possível comportamento. Considerando um total de 10 vezes em que poderia se encontrar na situação descrita no item avalie a freqüência com que você reagiria da maneira descrita; sendo que: A . Nunca ou raramente se em cada 10 situações desse tipo, reajo dessa forma no máximo 2 vezes B . Com pouca freqüência se em cada 10 situações desse tipo, reajo dessa forma 3 a 4 vezes

C . Com regular freqüência se em cada 10 situações desse tipo, reajo dessa forma de 5 a 6 vezes D. Muito freqüentemente se em cada 10 situações desse tipo, reajo dessa forma de 7 a 8 vezes E . Sempre ou quase sempre se em cada 10 situações desse tipo, reajo dessa forma de 9 a 10 vezes

1- Em um grupo de pessoas desconhecidas, fico à vontade, conversando naturalmente.

2- Quando um de meus familiares (pais, irmãos mais velhos ou cônjuge) insiste em dizer o que eu devo fazer, contrariando o que penso, acabo aceitando para evitar problemas.

3- Ao ser elogiado (a) sinceramente por alguém, respondo-lhe agradecendo.

4- Em uma conversação (conversa), se uma pessoa me interrompe, solicito que aguarde até eu encerrar o que estava dizendo.

5- Quando um(a) amigo(a) a quem emprestei dinheiro, esquece de me devolver, encontro um jeito de lembrá-lo(a).

6- Quando alguém faz algo que eu acho bom, mesmo que não seja diretamente a mim, faço menção

a isso (me refiro a isso), elogiando- o (a) na primeira oportunidade.

7- Ao sentir desejo de conhecer alguém a quem não fui apresentado(a), eu mesmo(a) me apresento a essa pessoa.

8- Mesmo junto de conhecidos da escola ou trabalho, encontro dificuldade em participar da

conversação (conversa) (“enturmar”)

9- Evito fazer exposições ou palestras (falar em público sobre um assunto) a pessoas desconhecidas.

10- Em minha casa, expresso (demonstro) sentimentos de carinho através de palavras e gestos a meus familiares.

11- Em uma sala de aula ou reunião, se o professor ou dirigente faz uma afirmação incorreta, eu

exponho meu ponto de vista.

12- Se estou interessado(a) em uma pessoa para relacionamento sexual, consigo aborda-la para iniciar conversação (conversa).

13- Em meu trabalho ou em minha escola, se alguém me faz um elogio, fico encabulado(a)

(envergonhado(a)) sem saber o que dizer.

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14- Faço exposição (pó exemplo palestras), em sala de aula, no trabalho ou na igreja, quando sou

indicado(a).

15- Quando um familiar me critica injustamente, expresso (coloco) meu aborrecimento diretamente a ele.

16- Em um grupo de pessoas conhecidas, se não concordo com a maioria, expresso verbalmente

minha discordância (opinião contrária)

17- Em uma conversa com amigos, tenho dificuldade em encerrar minha participação (me retirar), preferindo aguardar que outros o façam.

18- Quando um de meus familiares, por algum motivo, me critica, reajo de forma agressiva.

19- Mesmo encontrando-me próximo de uma pessoa importante, a quem gostaria de conhecer, tenho

dificuldade em aborda-la para iniciar conversação (conversa).

20- Quando estou gostando de alguém com quem venho saindo, tomo a iniciativa de expressar-lhe meus sentimentos.

21- Ao receber uma mercadoria com defeito, dirijo-me até a loja onde a comprei, exigindo a sua

substituição (troca).

22- Ao ser solicitado(a) por um(a) colega para colocar seu nome em um trabalho feito sem a sua participação (em que ele não participou), acabo aceitando mesmo achando que não devia.

23- Evito fazer perguntas a pessoas desconhecidas.

24- Tenho dificuldade em interromper uma conversa ao telefone mesmo com pessoas conhecidas.

25- Quando sou criticado de maneira direta e justa, consigo me controlar admitindo meus erros ou

explicando minha posição (minhas idéias).

26- Em campanhas de solidariedade (ajuda aos outros), evito tarefas que envolvam pedir donativos (dinheiro ou coisas) ou favores a pessoas desconhecidas.

27- Se um(a) amigo(a) abusa de minha boa vontade, expresso-lhe diretamente meu desagrado

(minha insatisfação).

28- Quando um de meus familiares (filhos, pais, irmãos, cônjuge) consegue alguma coisa importante pela qual se empenhou muito, eu o elogio pelo seu sucesso.

29- Na escola ou no trabalho, quando não compreendo uma explicação sobre algo que estou

interessado (que me interessa), faço as perguntas que julgo necessárias ao meu esclarecimento (para entender melhor).

30- Em uma situação de grupo, quando alguém é injustiçado, reajo em sua defesa.

31- Ao entrar em um ambiente onde estão várias pessoas desconhecidas, cumprimento-as.

32- Ao sentir que preciso de ajuda, tenho facilidade em pedi-la a alguém de meu círculo de

amizades.

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264

33- Quando meu(minha) parceiro(a) insiste em fazer gênero sem o uso da camisinha, concordo para evitar que ele(a) fique irritado(a) ou magoado(a).

34- No trabalho ou na escola, concordo em fazer as tarefas que me pedem e que não são da minha

obrigação, mesmo sentindo um certo abuso nesses pedidos.

35- Se estou sentindo-me bem (feliz), expresso isso para as pessoas de meu círculo de amizades.

36- Quando estou com uma pessoa que acabei de conhecer, sinto dificuldade de manter um papo interessante.

37- Se preciso pedir um favor a um(a) colega, acabo desistindo de faze-lo.

38- Consigo “levar na esportiva” as gozações de colegas de escola ou de trabalho a meu respeito

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Sente medo ou ansiedade: 0 = Nenhum (a) 1 = Pouco (a) 2 = Moderado (a) 3 = Profundo (a)

Evita: 0 = Nunca (0%) 1 = Ocasionalmente (10%) 2 = Freqüentemente (33 – 67%) 3 = Geralmente (67 – 100%)

13.9 ESCALA DE FOBIA SOCIAL

Data: ____/____/____

Grupo: ____________

ESCALA DE FOBIA SOCIAL

(Liebowitz, 1987)

Situações Sente medo/ Evita

Ansiedade

1. Telefonar em publico (D) � �

2. Participar de grupos pequenos (D) � �

3. Comer em lugares públicos (D) � �

4. Beber com outras pessoas � �

em lugares públicos (D)

5. Falar com autoridades (S) � �

6. Representar ou discursar (D) � �

7. Ir a uma festa (S) � �

8. Trabalhar enquanto é observado (D) � �

9. Escrever enquanto é observado (D) � �

10. Chamar alguém que você � �

não conhece bem (S)

11. Falar com pessoas que você � �

não conhece bem (S)

12. Encontrar-se com desconhecidos (S) � �

13. Utilizar um banheiro público (D) � �

14. Entrar em casa quando outras � �

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266

pessoas já estão sentadas (D)

15. Ser o centro das atenções (S) � �

16. Falar em uma reunião (D) � �

17. Submeter-se a algum tipo de exame (D) � �

18. Expressar desacordo ou desaprovação � �

em relação a pessoas que você

não conhece bem (S)

19. Olhar nos olhos de pessoas que � �

você não conhece bem (S)

20. Fazer um discurso (D) � �

21. Tentar ficar com alguém (D) � �

22. Devolver mercadorias em uma loja (S) � �

23. Dar uma festa (S) � �

24. Resistir à pressão de um vendedor (S) � �

Pontuação total:__________________________________________________________________

Subescala de Ansiedade de Desempenho (D):___________________________________________

Subescala de Ansiedade Social (S):____________________________________________________

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267

13.10 ANEXO, Escala de Medo e Avaliação Negativa (FNE) (Watson e Friend,1969)

1- Código de Identificação _____________________2-Data: ____ / ____ / ____

3- Avaliação: 1-( ) pré tratamento 2- ( ) pós tratamento 3- ( ) pós 1 mês 4- ( ) pós três

meses

Em seguida assinale verdadeiro ou falso em cada uma das frases escritas neste inventário. V = Verdadeiro

F = Falso H1. Quase nunca fico preocupado em parecer tolo diante dos outros.............................................. V F H2. Fico preocupado com o que as pessoas pensam de mim, até mesmo quando sei que isso não me causará nenhum problema.................................................................... V F H3. Fico tenso e nervoso se sei que alguém está me analisando / avaliando.................................... V F H4. Não me importa saber se as pessoas estão tendo uma impressão desfavorável de mim............ V F H5. Fico aborrecido quando alguém comete alguma gafe................................................................. V F H6. A opinião a meu respeito vinda de pessoas importantes causa-me pouca ansiedade................. V F H7. Muitas vezes tenho medo de parecer ridículo ou de fazer alguma bobagem.............................. V F H8. Só sei reagir quando outras pessoas me censuram...................................................................... V F H9. Muitas vezes tenho medo de que as pessoas percebam meus defeitos....................................... V F H10. A desaprovação dos outros não me afetaria muito.................................................................... V F H11. Se alguém está me avaliando, tenho a tendência de esperar o pior.......................................... V F H12. Raramente me preocupo com a impressão que causo em alguém............................................ V F H13. Tenho medo de que os outros não aprovem minha conduta...................................................... V F H14. Tenho receio de que as pessoas me critiquem........................................................................... V F H15. Não me importa a opinião dos outros a meu respeito................................................................ V F H16. Não me afeta sempre o fato de alguém não simpatizar comigo............................................... V F H17. Quando falo com alguém, fico preocupado com o que possa estar pensando de mim............. V F H18. Acho que às vezes é normal cometer gafes. Então, por que devo me preocupar?.................... V F H19. Em geral fico preocupado com a impressão que eu possa causar............................................. V F H20. Preocupa-me bastante o que meus superiores pensam de mim................................................ V F H21. Não me abalo com o fato de saber que alguém está me julgando............................................. V F

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13.11 ANEXO Escala de Auto-Estima (Rosenberg, 1965)

1- Código de Identificação _____________________2-Data: ____ / ____ / ____

3- Avaliação: 1-( ) pré tratamento 2- ( ) pós tratamento 3- ( ) pós 1 mês 4- ( ) pós três meses

Por favor, responda os seguintes itens, circulando a resposta que considerar adequada:

Respostas

1 = Concordo totalmente

2 = Concordo

3 = Discordo

4 = Discordo totalmente

I1. Sinto que sou uma pessoa digna de apreço, pelo menos igual aos outros.

I2. Acho que, no fundo, sou um fracassado.

I3. Creio que tenho varias qualidades boas.

I4. Posso fazer as coisas tão bem como a maioria das pessoas.

1 2 3 4 Concordo Concordo Discordo Discordo Totalmente Totalmente

1 2 3 4

Concordo Concordo Discordo Discordo Totalmente Totalmente

1 2 3 4

Concordo Concordo Discordo Discordo Totalmente Totalmente

1 2 3 4

Concordo Concordo Discordo Discordo Totalmente Totalmente

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I5. Creio que tenho muitos motivos para sentir orgulho do que sou.

I6. Tenho uma atitude positiva em relação a mim mesmo.

I7. Em geral, estou satisfeito comigo mesmo.

I8. Gostaria de me valorizar mais.

I9. Às vezes me sinto verdadeiramente inútil.

I10. Às vezes penso que não sirvo para nada.

1 2 3 4

Concordo Concordo Discordo Discordo Totalmente Totalmente

1 2 3 4

Concordo Concordo Discordo Discordo Totalmente Totalmente

1 2 3 4

Concordo Concordo Discordo Discordo Totalmente Totalmente

1 2 3 4

Concordo Concordo Discordo Discordo Totalmente Totalmente

1 2 3 4

Concordo Concordo Discordo Discordo Totalmente Totalmente

1 2 3 4

Concordo Concordo Discordo Discordo Totalmente Totalmente

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Data: ____/____/____

Grupo: ____________

13.12 ANEXO ESCALA DE PERCEPÇÃO GLOBAL DE MUDANÇA

(Echeburúa e Corral, 1987)

NOME: ____________________________________________________ Nº:_______________

TERAPEUTA: ______________________________________________ DATA:____________

Assinale como se sente em geral desde o último encontro com o terapeuta:

1 2 3 4 5 6 7

Bastante pior

Muito pior

Um pouco pior

Igual Um pouco melhor

Bastante melhor

Muito melhor

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271

Nada Fraco Moderado Forte

Nada Fraco Moderado Forte

Nada Fraco Moderado Forte

Nada Fraco Moderado Forte

Nada Fraco Moderado Forte

Nada Fraco Moderado Forte

13.13 ANEXO Escala de Percepção dos Sintomas da Ansiedade

1- Código de Identificação _____________________2-Data: ____ / ____ / ____

3- Avaliação: 1-( ) pré video 2- ( ) pós vídeo

Abaixo há uma lista de sintomas comuns de ansiedade, leia e identifique o quão você se sente incomodado (a) por cada

sintoma ao falar ou pensar em falar em público, circulando o algarismo correspondente:

Respostas

1 = Nada

2 = Fraco (“Não me incomodou muito”)

3 = Moderado (“Foi muito desagradável mas agüentei”)

4 = Muito forte (“Quase não consegui agüentar”)

Dormência ou formigamento 1 2 3 4

L-1. Calores 1 2 3 4

L-2. Pernas bambas 1 2 3 4

L-3. Boca seca 1 2 3 4

L-4. Tonteira ou cabeça leve 1 2 3 4

L-5. Coração acelerado 1 2 3 4

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272

Nada Fraco Moderado Forte

Nada Fraco Moderado Forte

Nada Fraco Moderado Forte

Nada Fraco Moderado Forte

Nada Fraco Moderado Forte

Nada Fraco Moderado Forte

Nada Fraco Moderado Forte

Nada Fraco Moderado Forte

L-6. Inquietação 1 2 3 4

L-7. Voz embargada 1 2 3 4

L-8. Nervoso (a) 1 2 3 4

L-9. Sensação de sufocamento 1 2 3 4

L-10. Mãos tremendo 1 2 3 4

L-11. Trêmulo(a) 1 2 3 4

L-12. Brancos 1 2 3 4

L-13. Gagueira 1 2 3 4

L-14. Placas vermelhas pelo corpo 1 2 3 4

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Nada Fraco Moderado Forte

Nada Fraco Moderado Forte

Nada Fraco Moderado Forte

Nada Fraco Moderado Forte

L-15. Indigestão ou desconforto no abdômen 1 2 3 4

L-16. Face ruborizada 1 2 3 4

L-17. Suores (não ligado ao calor) 1 2 3 4

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13. 14 Anexo Escala de Avaliação de Desempenho

1- Código de Identificação _____________________2-Data: ____ / ____ / ____

3- Avaliação: 1-( ) pré video 2- ( ) pós vídeo

Indique em que grau você avaliaria o seu desempenho para cada componente da Habilidade Social “falar

em público”. Deste modo, faça um círculo no algarismo que melhor corresponder à sua opinião:

Respostas

1 = Muito ruim

2 = Ruim

3 = Um pouco ruim

4 = Moderado

5 = Um pouco bom

6 = Bom

7 = Muito bom

H-1. Contato visual: ao falar para um público, fazer contato visual com pessoas da platéia

1 2 3 4 5 6 7

H-2. Expressão facial: forma pela qual as emoções expressadas se identificam com o

conteúdo da fala

1 2 3 4 5 6 7

H-3. Orientação corporal: posição do corpo que busca o meio termo entre a rigidez e a

flexibilidade total, procurando sentir-se confortável e confiante.

1 2 3 4 5 6 7

Ruim Muito ruim

Um pouco ruim

Moderado Um pouco bom

Bom Muito bom

Ruim Muito ruim

Um pouco ruim

Moderado Um pouco bom

Bom Muito bom

Ruim Muito ruim

Um pouco ruim

Moderado Um pouco bom

Bom Muito bom

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275

H-4. Gestos: forma de comunicação que procura acompanhar as palavras de forma a enfatizar a

mensagem dando mais franqueza, autoconfiança e entusiasmo à fala.

1 2 3 4 5 6 7

H-5. Volume da voz: sua função é fazer com que a mensagem chegue até o ouvinte.

1 2 3 4 5 6 7

H-6. Entonação: a variação do tom da voz. É utilizada para comunicar sentimentos como a raiva,

excitação, ironia, desinteresse, etc.

1 2 3 4 5 6 7

H-7. Fluência: fala sem perturbações excessivas, como: períodos longos de silêncio, repetições,

gaguejos, erros de pronúncia, excesso de expressões (“tipo”, “ah”, “eh”, “uhm”,...).

1 2 3 4 5 6 7

H-8. Velocidade: velocidade em que se passa o conteúdo de maneira que se entenda o que é

dito sem impaciência os ouvintes.

H-9. Clareza: discursar sem: balbuciar as palavras, sotaques excessivos, etc.

1 2 3 4 5 6 7

H-10. Conteúdo: a fala empregada está diretamente ligada ao momento em que a pessoa se

encontra, sua função nesta situação pode variar entre expor idéias, persuadir e argumentar.

1 2 3 4 5 6 7

Ruim Muito ruim

Um pouco ruim

Moderado Um pouco bom

Bom Muito bom

Ruim Muito ruim

Um pouco ruim

Moderado Um pouco bom

Bom Muito bom

Ruim Muito ruim

Um pouco ruim

Moderado Um pouco bom

Bom Muito bom

Ruim Muito ruim

Um pouco ruim

Moderado Um pouco bom

Bom Muito bom

Ruim Muito ruim

Um pouco ruim

Moderado Um pouco bom

Bom Muito bom

Ruim Muito ruim

Um pouco ruim

Moderado Um pouco bom

Bom Muito bom

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276

H-11. Organização dos tópicos: devem estar organizados de acordo com os objetivos da

apresentação, de forma que facilite a compreensão do conteúdo e torne mais interessante para o

publico.

1 2 3 4 5 6 7

H-12. Domínio do tema: um bom nível de conhecimento torna a fala coerente, além de transmitir

segurança à platéia.

1 2 3 4 5 6 7

H-13. Otimização do tempo: dentro de um tempo já determinado, expor as informações de forma

que a apresentação não se torne monótona ou exaustiva, procurando o meio termo.

1 2 3 4 5 6 7

H-14. Aparência do palestrante: varia de acordo com o ambiente em que se encontra, mas devendo

estar, em geral, mais arrumado que a platéia.

1 2 3 4 5 6 7

Ruim Muito ruim

Um pouco ruim

Moderado Um pouco bom

Bom Muito bom

Ruim Muito ruim

Um pouco ruim

Moderado Um pouco bom

Bom Muito bom

Ruim Muito ruim

Um pouco ruim

Moderado Um pouco bom

Bom Muito bom

Ruim Muito ruim

Um pouco ruim

Moderado Um pouco bom

Bom Muito bom

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277

Formatado: Fonte: 16 pt,Negrito

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1

Página 27: [1] Excluído COMPUTADOR 20/11/2008 10:31

A investigação dos fatores biológicos relacionados à fobia social é uma área de estudo recente que

investiga a ação de neurotransmissores cerebrais. As vias cerebrais que têm sido mais estudadas são:

vias serotoninérgicas, vias noradrenérgicas e vias GABAérgicas . Para Picon e Knijnik (2004), a

principal evidência da implicação destas vias neuronais são as respostas farmacológicas obtidas com os

fármacos atualmente utilizados.

Existem fortes evidências de que a via dopaminérgica está envolvida na ansiedade social: 1) resposta

medicamentosa 2) desenvolvimento de sintomas de ansiedade social após tratamento com bloqueadores

dopaminérgicos 3) taxas elevadas de ansiedade social em pacientes com doença de Parkinson 4)

correlação entre introversão e baixos níveis de dopamina no liquor cefalorraquidiano em pacientes

deprimidos 5) baixa atividade dopaminérgica nos ratos tímidos e 6) estudos com tomografia

computadorizada com emissão de fóton simples para investigar os sítios de recaptação de dopamina nos

pacientes com fobia social indicando níveis reduzidos (Falcone & Figueira, 2001).

Também existem evidências do envolvimento da via serotoninérgica. De acordo com Graef (1986,

citado por Falcone & Figueira, 2001) existem duas vias distintas serotoninérgicas envolvidas na

ansiedade, as quais teriam efeitos opostos. Uma via atua facilitando o medo condicionado (via

ascendente do núcleo dorsal da rafe para a amígdala e córtex frontal), tendo a serotonina um papel

ansiogênico; a outra facilitaria o medo incondicionado (do núcleo dorsal da rafe para a substância

cinzenta periaquedutal), tendo a serotonina um efeito ansiolítico.

Outra via envolvida é a via adrenérgica, as evidências da participação dessa via na ansiedade social se

devem principalmente aos sintomas físicos (tremor, sudorese, rubor) que são mediados pelo sistema

adrenérgico e pela eficácia no uso de medicações que bloqueiam esse sistema. A ação dos

benzodiazepínicos (agonistas gabaérgicos) em aliviar os sintomas indica o envolvimento desse sistema

na fisiopatologia da ansiedade social. Há muitos anos se sabe que o aumento da função gabaérgica está

associado a redução de quadros de ansiedade (Falcone & Figueira, 2001). Estudos avaliando a relação

entre uso de álcool para enfrentar situações sociais em pacientes com ansiedade social indicam que,

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2

comparados com pacientes sem ansiedade social, os fóbicos sociais recorrem com mais freqüência ao

uso de álcool, que é um agonista gabaérgico (Abrams et. al., 2001).

Página 50: [2] Excluído COMPUTADOR 29/11/2008 4:18

Apesar de parecer contra-intuitivo, o tratamento em grupo oferece muitas vantagens em relação ao

tratamento individual e ajuda o paciente fóbico social a enfrentar seus medos. Vários autores destacam

vantagens do formato grupal de terapia (,Caballo, 2003; Falcone, 1998; Del Prette & Del Prette, 2001;

Rangé, 2001):, podemos destacar:

(1) maior número de parceiros para contribuir com diferentes tipos de resposta, sem depender

exclusivamente das alternativas propostas pelo terapeuta

(2) provimento pelo grupo de situações similares às da vida real, criando situações para a prática de

novas variações de contato social

(3) utilização de um maior número de situações problema, propiciando mais experiências e suporte na

solução desses problemas

(4) possibilidade de prática e apoio em situações extratreinamento

(5) feedback e reforçamento feito pelos membros do grupo

(6) menor despesas para cada participante pela racionalização do tempo do terapeuta

(7) diminuir a lista de espera em serviços de psicologia

(8) maximização das oportunidades de aprendizagem vicária

(9) múltiplos parceiros para dramatizar

(10) o terapeuta tem a oportunidade de conhecer a subcultura grupal, importante nas decisões sobre

objetivos comportamentais e critérios de avaliação

(11) universalidade do funcionamento em grupo.

A universalidade dos grupos terapêuticos ajuda as pessoas a se sentirem pertencentes a uma comunidade

que divide com elas muitas semelhanças. Desaparece o sentimento de solidão, de incapacidade e de

estranheza resultante do pensamento de serem os únicos com aquele tipo de problema. Esse fator é

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3

muito importante devido à natureza da ansiedade social, muitos fóbicos sociais nunca discutiram seus

medos com alguém e, conseqüentemente, muitas vezes acreditam que seus problemas são únicos ( Hope

& Heimberg, 1996).

Vários modelos de tratamento cognitivo comportamental em grupo são encontrados na literatura

(Caballo, Andrés & Bas, 2001; Heimberg et al, 1995; Odriozola & Irízar, 1999, Echeburúa, 1997). De

acordo com Caballo et. al. (2001) o tratamento cognitivo comportamental tradicional para a ansiedade

social é dividido em quatro tipos de procedimentos: estratégias de relaxamento, treinamento em

habilidades sociais, exposição ao vivo e reestruturação cognitiva. Esses autores consideram que:

“os próximos anos serão testemunha de uma consolidação do tratamento cognitivo

comportamental para a fobia social, embora seja provável que a contribuição de cada um

dos procedimentos incluídos nesse tipo de intervenção se torne mais conhecida, inclusive

acrescentando alguma nova estratégia não empregada atualmente, de forma rotineira, no

tratamento do transtorno. Mas aparentemente o caminho escolhido é o correto e as futuras

pesquisas fornecerão elementos para melhorar e aumentar a eficácia da intervenção

cognitivo comportamental.” (Caballo et al. , 2001. p.81)

Página 189: [3] Excluído COMPUTADOR 5/12/2008 12:44

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4

7 Cronograma da Pesquisa

Página 204: [4] Excluído COMPUTADOR 8/12/2008 8:17

Sessão I:

Cadeiras em circulo, terapeutas distribuídos entre os pacientes sentados na roda.

Minha apresentação e apresentação das estagiárias

Bom dia, eu sou Maria Amélia, a terapeuta que vai conduzir o trabalho que vamos realizar juntos. Gostaria de agradecer a

presença de vocês, optar por se tratar é sempre uma escolha corajosa, pois envolve querer sair do problema e arriscar

mudanças. Estão todos de parabéns, ainda mais porque sei que para a maioria aqui, estar em grupo é desconfortável. Eu sou a

psicóloga responsável por essa pesquisa e a Carla e Larissa, que vocês já conheceram nas entrevistas anteriores, são

estagiárias de psicologia que participam do projeto.

Apresentação da pesquisa

Vou falar um pouco sobre a pesquisa, sei que vocês já receberam algumas informações e assinaram um termo de

consentimento. Vocês são voluntário para a realização de um grupo piloto, é o grupo que vai me ajudar a construir a estrutura

de um tratamento em grupo para ansiedade social. A partir desse nosso grupo outros serão realizados. Essa pesquisa é de

doutorado, eu sou aluna aqui na UFRJ e tenho um orientador que acompanha e também contribui para o que estamos fazendo,

o nome dele é Bernard Rangé, um profissional com muita experiência em psicologia. Tudo que vamos propor foi elaborado

com muito estudo, cuidado e seriedade. É uma proposta nova que combina técnicas de tratamento para ansiedade social que

tem eficácia comprovada, ou seja, funcionam, a técnicas de teatro e videofeedback. Aos poucos durante o tratamento vocês

vão poder entender melhor. Alguém tem alguma dúvida que gostaria de perguntar agora? Estarei sempre disponível para

responde qualquer dúvida.

A participação de vocês é muito importante, pois me ajudará a entender um pouco mais sobre a ansiedade social. Nosso

grupo vai ter 18 sessões com duas horas de duração cada, é um grupo fechado, ou seja, não entrara mais ninguém até o final.

Todos que estão aqui receberam um diagnóstico de ansiedade social. O objetivo do grupo é trabalharmos juntos para entender

e manejar a ansiedade social. Eu, Carla e Larissa vamos nos comprometer a usar nosso conhecimento em psicologia para esse

2005 2006

Meses/

fases

Mar Abr Mai Ju Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

I B B B B B B B B B B B B B B B B B B B B B

II E E E E E E E E E E E E E E E E E

III G G G G G G

IV A A A A A

V

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5

objetivo, e cabe, a cada um de vocês, se comprometer ao máximo com a terapia. É um trabalho de colaboração em conjunto,

vamos formar por 18 encontros uma força tarefa de tratamento para ansiedade social. È muito importante que vocês tentem

ao máximo não faltar, como o trabalho é progressivo, a cada semana avançamos um pouco, então quem faltar perde um

pedaço. A pontualidade também é importante e um sinal de respeito a todos que chegaram na hora.

Agora já falei muito e gostaria de conhecer vocês, para isso vou propor um exercício:

Vivência: Batizado Mineiro adaptado com base no descrito por Boal (2002)

Objetivos:

Quebrar gelo

Aprender os nomes de cada participante

Provocar um nível baixo de ansiedade

Demonstrar como a ansiedade influência atenção e memória

Descrição:

Todos ficam em pé formando um círculo. Não vou dizer toda a regra do jogo, uma tarefa de vocês é

adivinhar a regra que não falei.

- Terapeuta diz seu nome: Maria Amélia e olha para a pessoa seguinte da roda, que também diz seu

nome. Todos seguem até que chegue na terapeuta novamente

- Terapeuta diz seu nome e um adjetivo: Maria Amélia Maravilhosa e olha para a pessoa seguinte (a

pessoa deverá dizer seu nome e um adjetivo que comece com a primeira letra de seu nome, essa é a regra

que deverá ser descoberta) Se perceber que a pessoa está ansiosa o terapeuta deve oferecer ajuda

dizendo: Você quer uma ajudinha para lembrar de um adjetivo? Se a pessoa disser que sim a terapeuta

pede ao grupo para dar uma sugestão de adjetivo. Assim que tiver uma sugestão de adjetivo a pessoa

deve dizer seu nome e o adjetivo, passando para a pessoa seguinte e assim por diante, (sempre

oferecendo ajuda aos que estiverem ansiosos) até chegar na terapeuta novamente. A terapeuta pergunta

se alguém já descobriu a regra, caso não, ela sinaliza quem do grupo seguiu a regra. A terapeuta diz:

Vou dar uma dica, algumas pessoas, mesmo sem saber, acertaram: Maria Amélia Maravilhosa; Joana

Jóia, Alice alegre. E aí, já descobriram? Se sim a terapeuta continua a dinâmica, se não, a terapeuta

revela e segue a dinâmica.

Agora vamos todos fazer de acordo com a regra e acrescentando mais uma instrução. Dessa fez eu vou

fazer e todos vão juntos, em seguida, imitar.

Terapeuta diz: Maria Amélia Maravilhosa e acompanha com um movimento e gesto, indo a frente na

roda. Em seguida todos imitam a fala, o movimento e o gesto, indo á frente na roda ao mesmo tempo em

coro. A pessoa seguinte fará o mesmo e todos imitarão e assim por diante até voltar ao terapeuta (sempre

oferecendo ajuda aos que estiverem ansiosos).

A terapeuta elogia dizendo que está muito bom e propõe que cada um lembre dos nomes que vieram

antes de ter de falar o seu. E diz que quem não lembrar, não tem problema. A terapeuta pede para a

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6

pessoa que fica depois dela começar, essa pessoa só precisa dizer o nome da terapeuta, a pessoa

seguinte deve dizer o nome do terapeuta e da pessoa logo antes e assim por diante até chegar ao

terapeuta novamente.

A terapeuta pede que todos voltem a sentar para conversar sobre a dinâmica. O terapeuta pergunta como

se sentiram? O que acharam?

No grupo piloto os pacientes gostaram de fazer essa dinâmica, funcionou descontraindo o grupo. No

feedback eles relataram ter sentido ansiedade, que ia aumentando ao chegar perto da vez de cada um

falar, e alívio depois de ter falado. Relataram também que, conforme o exercício se repetia, ficava mais

fácil, principalmente porque sabiam que no caso de branco, receberiam ajuda. Ficou claro que por

estarem ansiosos e preocupados com sua vez de falar tiveram dificuldade em prestar atenção às pessoas

que vinham antes na roda.

Esse exercício abriu a discussão para o tópico:

Ansiedade Social: o que é? Como uma pessoa com ansiedade social se sente?

A terapeuta fala um pouco:

Terapeuta: Esse foi um exercício para aprendermos os nomes de cada um e também para mostrar um pouco como a ansiedade

social se manifesta. Constatamos o quanto é mais fácil lembrar o nome de quem veio depois do que quem veio antes, isso

porque cada pessoa, antes da sua vez, estava preocupada com seu desempenho, focada em si mesmo, com medo de falhar,

pagar mico, dar branco, ou seja, preocupada com a avaliação do outro. Essa é a principal característica da ansiedade social: o

medo de ser avaliado negativamente em uma situação social, esse medo em geral faz com que a pessoa evite situações em

que possa ser avaliada, ou enfrente essas situações com grande desconforto.

Eu gostaria agora de saber um pouco sobre a vida de cada um de vocês, para isso vamos fazer um jogo.

Dinâmica: Quem sou eu? O que eu Quero? Adaptado com base no descrito por Boal, 2002

Objetivos:

Todos se conhecerem

Desenvolver sentimento de universalidade do grupo

Avaliar objetivos para a terapia

Descrição:

Cada pessoa recebe 3 tiras de papel de mais ou menos 5 centímetros cada para escrever 3 definições

sobre ela mesma, mas sem colocar seu nome. Primeira definição:

Quem sou eu? Cada pessoa deve escrever no máximo um parágrafo para cada definição.

O que eu quero? (solicitar que escolham coisa possíveis e específicas, em vez de ser feliz, escrever o que

exatamente isso significa. Coisas que não dependam de sorte, como ganhar na loto, ficar rico)

O que me impede de alcançar o que eu quero?

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7

O terapeuta recolhe os papéis, misturando em três sacos, um para cada pergunta, em seguida cada

pessoa pega um papel de cada saco para ler. Cada um lê os papéis que tirou na ordem Quem sou eu? O

que eu quero? E o que me impede?

Em seguida pede para que cada pessoa fale um pouquinho sobre si, o que faz? Como é a sua ansiedade

social? No que a ansiedade social atrapalha sua vida? E o que espera da terapia? Essas perguntas ou

diretrizes estão escritas no quadro para facilitar, e conforme a pessoa for falando o terapeuta faz algumas

perguntas. Terapeuta diz: Lembrem-se, todos aqui compartilham o mesmo problema, por isso, mesmo

que seja desconfortável, é importante que cada um fale um pouco. Quem quer começar?

Se ninguém se oferecer a terapeuta fala um signo (ex. capricórnio) e quem for de capricórnio começa,

depois segue a ordem da roda até que todos tenham falado.

Depois que todos tiverem falado a terapeuta agradece e fala:

Percebo que muitos esperam melhorar com a terapia, isso também é o que eu espero, porém precisamos entender que para

alcançar esse objetivo nosso grupo precisa funcionar como um barco em que todos remam juntos. A terapia não é uma

solução milagrosa, em que o simples fato de vir aqui vai funcionar. A terapia é um esforço conjunto de todos que estão aqui,

o comprometimento de cada pessoa consigo mesma e com o grupo é o que produz um bom resultado. Ninguém tem culpa de

ter ansiedade social, a ansiedade social é um transtorno psiquiátrico, porém cada um tem responsabilidade em querer se tratar

verdadeiramente. A terapia que vamos fazer envolve a participação ativa de todos nas tarefas propostas. Muitas dessas tarefas

serão para realização entre as sessões, no dia a dia de vocês, isso é uma parte fundamental do tratamento. Os terapeutas darão

todo o suporte, incentivo e preparo para que isso aconteça e a opção em fazer é responsabilidade de vocês com o processo.

Estratégia Gráfico de Pizza

Estou entregando lápis de cor e uma folha de papel para cada um com um círculo desenhado, gostaria

que pensassem nas expectativas que colocaram para a terapia e em seguida dividissem o círculo em

fatias, como uma pizza. Nessa divisão em fatias, cada um deve representar o quanto da melhora com o

tratamento é responsabilidade sua; o quanto pode ser atribuído ao tratamento e o quanto pode ser

atribuído a outras variáveis..

. Podem fazer.

Depois que todos tiverem terminado o terapeuta pede que cada um compartilhe com o grupo seu gráfico,

abrindo esse tema para discussão até que se chegue a um consenso razoável em que a pessoa seja

responsável por pelo menos 50% do tratamento.

O terapeuta volta a falar:

Que bom que conseguimos chegar a um consenso e que as expectativas para a terapia estejam mais claras, além do papel de

cada um. Precisamos agora combinar como nosso grupo vai funcionar, quais regras e normas vamos seguir durante o trajeto.

Vamos criar juntos um contrato do grupo, todos devem concordar para que ele seja instituído. Vou propor alguns pontos e

cada um acrescenta conforme desejar. Tópicos: pontualidade, freqüência, sigilo, tarefas entre sessões. Quanto à freqüência,

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sugiro que duas faltas sejam motivo para exclusão do grupo. Como expliquei antes, as faltas atrapalham o andamento de

todos, quem perde uma parte fica menos preparado para a parte seguinte. Também proponho que mais de dois atrasos de 20

minutos seja motivo de exclusão do grupo. Quanto às tarefas de casa, proponho que todos se comprometam ao máximo fazer.

Em seguida o grupo discute até chegar a um consenso e escreve no verso da folha do gráfico o que foi

acordado.

A terapeuta ressalta a idéia de que o grupo tem de se preocupar com o andamento do todo, cumprindo o

que foi combinado para que possam juntos alcançar o objetivo de melhora da Ansiedade Social.

A terapeuta propõe um exercício de encerramento:

Conversa final em que cada um é convidado a falar o que achou da sessão. A terapeuta explica a

tarefa de casa.

Terapeuta: Hoje nos conhecemos um pouco mais e conversamos sobre a terapia, fizemos nosso contrato e vimos a

importância de cada um no sucesso da terapia A cada sessão vamos nos conhecer um pouco mais, para facilitar esse processo,

vamos juntos, na próxima sessão, construir um mural de fotos. Cada um deve separar 10 fotos para contar sua vida até hoje,

pensando em responder as questões: Quem sou eu? Quem são as pessoas importantes para mim? Quais foram os momentos

mais marcantes da minha vida?

Tarefa entre sessões: contar sua história através de 10 fotos, selecionar para levar a sessão seguinte

Sessão II

A sala foi preparada para essa sessão sem cadeiras, apenas uma mesa de apoio. Foi pedido a todos que

tirassem os sapatos

Dinâmica: Hipnotismo colombiano (Boal, 2002)

Objetivo: aquecer o grupo e soltar o corpo, percebendo os movimentos automáticos e os sentimentos

relacionados ao exercício.

Descrição:

O terapeuta e co-terapeuta demonstram para ensinar:

Uma pessoa põe a mão a poucos centímetros do rosto de outra pessoa; este, como hipnotizado, deve

manter o rosto sempre á mesma distância da mão do hipnotizador. O hipnotizador inicia uma série de

movimentos com as mãos, retos e circulares, para cima e para baixo, para os lados, andando, abaixando.

O hipnotizado deve seguir a mão que o está hipnotizando com todo o corpo em movimento. O

hipnotizador deve fazer o hipnotizado mexer todos os músculos possíveis. A mão do hipnotizador pode

mudar, para fazer, por exemplo com que o hipnotizado seja forçado a passar por entre as pernas do

hipnotizador. A mão do hipnotizador não deve fazer movimentos rápido que não podem ser seguidos. O

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hipnotizador deve ajudar seu parceiro a assumir todas as posições ridículas, grotescas, não usuais.

Depois de alguns minutos traçam-se o hipnotizador e o hipnotizado. Se o terapeuta perceber movimentos

limitados pode intervir estimulando os participantes.

Em seguida formar a roda e abrir para discussão: como cada um se sentiu? Como foi ter o corpo

comandado por outra pessoa? Como foi realizar movimentos não usuais, até ridículos.

Deixar que o grupo fale e pergunta se na vida real já sentiram não ter controle sobre o próprio corpo.

Essa pergunta inicia a discussão sobre os sintomas físicos de ansiedade, taquicardia, sudorese, rubor.

O terapeuta aproveita para explorar esse tópico, colocando que quanto mais se tenta controlar os sinais

de ansiedade do corpo, mais eles se intensificam. Pergunta se isso já aconteceu com eles.

2ª dinâmica: Caminhando, pensando e seguindo a instrução

Objetivos:

Perceber o corpo;

Entender a relação entre pensamento-sentimento-comportamento e reações físicas,

Provocar ansiedade.

Descrição:

1º andar: instruir os pacientes a andar livremente pela sala, ocupando todos os espaços, soltando o corpo.

O terapeuta instrui: perceba a forma como vocês andam, o movimento de seu corpo, o contato dos pés

com o chão, procure focar apenas em seu corpo. Deixa-os andando por alguns minutos e pede:

2º continuem andando e comecem a pensar nas fotos que vocês selecionaram para trazer, nos aspectos da

vida de cada um que podem ter relação com a ansiedade social. Deixa-os andando um pouco e pede:

3º procurem selecionar na memória uma situação marcante em que ficaram ansiosos, pensem nos

detalhes da situação, como se estivessem vendo um filme. Continuem andando e tentem perceber os

sentimentos relacionados à situação. Deixa um tempinho: agora procurem perceber as reações físicas

presentes ......tempinho.... agora os pensamentos. Deixa-os andando e realizando o que foi pedido por

alguns minutos e pede:

4ª Agora vocês vão continuar a andar e começar a falar como quem anda na rua pensando alto: todos os

pensamentos que vieram à cabeça: andando e falando. O terapeuta observa, e se alguém não estiver

falando, começa a andar atrás da pessoa, como uma sombra, incentivando, até que todos tenham

conseguido andar alguns minutos falando os pensamentos.

5º Agora quando eu falar PARA! Vocês vão formar um círculo. PARA!

No círculo, abre para debate, perguntando como cada um se sentiu em relação ao exercício, se foi fácil

imaginar e identificar os sentimentos e pensamentos, se alguém experimentou sintomas físicos de

ansiedade.

O terapeuta começa a identificar e mostrar a correlação entre situação sentimento pensamento

comportamento e reações físicas

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Dinâmica: Situação, Ação!

Objetivos:

Provocar ansiedade;

Identificar a relação entre situação, sentimento, pensamento, comportamento e reações físicas;

Apresentar o modelo cognitivo da ansiedade social

Descrição:

O terapeuta pede para que formem trios, e cada trio, entre si, compartilha as situações que pensaram no

exercício anterior, tentando identificar os pensamentos, sentimentos, comportamentos e reações físicas

(categorias estão escritas no quadro)

Deixa um tempo e pede para que cada trio escolha uma situação das 3 para compartilhar com o grupo,

cada um vai representar um elemento da situação em uma encenação.

Por exemplo: o primeiro faz a mímica da situação, o segundo dramatiza os pensamentos e sentimentos e

o 3º o comportamento e reações físicas. O terapeuta os instrui a dramatizar de forma exagerada, como se

fosse uma novela mexicana. Todos os grupos se apresentam e o terapeuta corrige qualquer confusão

entre os elementos: situação, pensamento, sentimento, comportamento e reações físicas

Abre a roda e cada trio conta sua situação identificando os elementos do quadro:

situação

Sentimento

Pensamento

Comportamento e

reações físicas

A realização dessa dinâmica foi muito interessante, conforme eles foram contando o que estavam

dramatizando, outros elementos começaram a aparecer, como: processamento antecipatório, pós evento

e crenças. Dessa forma esses elementos passaram a fazer parte dessa dinâmica

No caso de, em algum grupo, esses elementos não aparecerem espontaneamente, o terapeuta os ajuda a

identificar através de perguntas e completa no quadro, ficando o seguinte esquema:

Situação

Processamento pré evento

Sentimento

Pensamento

Comportamento

reações físicas

processamento pós evento

Abre a roda e resume o esquema do quadro, encerrando a dinâmica.

Dinâmica: As imagens da minha vida

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Objetivos:

Favorecer a revelação de aspectos importantes da vida relacionados à ansiedade social;

O grupo se conhecer melhor, favorecendo uma maior integração;

Aceitar a ansiedade social

Identificar aspectos importantes relacionados à ansiedade social: crenças, aspectos culturais, genéticos,

experiências marcantes de vida e

Descrição:

O terapeuta pede para que os pacientes peguem as fotos e sentem em roda no chão

O terapeuta fornece 1 cartolina para cada, cola e fita adesiva

Pede para que cada um monte uma exposição das fotos que trouxe na cartolina

Deixa um tempo e escreve no quadro:

Crenças:

Sobre si, os outros e o mundo

Aspectos biológicos/genéticos

Aspectos familiares

Relação com colegas e experiências de vida

Relação com familiares

Relação com aspectos culturais

O terapeuta explica o modelo cognitivo da ansiedade social usando todos os elementos do quadro e

introduzindo a idéia de crenças centrais ou esquemas

Depois pede que olhem as fotos e pensem nos elementos no quadro

Deixa alguns minutos e pede para que cada um exponha suas fotos contando como entende os elementos

da ansiedade social em sua história de vida, que fatores contribuíram e contribuem para o

desenvolvimento da ansiedade social.

O terapeuta se mostra empático ás colocações, tira dúvidas, os ajuda a refletir sobre suas histórias de

vida e discute a idéia: quem são vocês sem a ansiedade social?

Será que vocês são a ansiedade social? E se melhorarem, como ficará a vida?

Ajuda os pacientes a separar eles mesmos do transtorno, com isso começa a trabalhar a aceitação e

possibilidade de modificação.

Tarefa entre sessões: cada um deve refletir sobre a sessão de hoje, pensar em tudo que foi dito, nas

fotos e em sua história de vida e escrever, como em um diário, a sua história e a história da ansiedade

social, pensando no modelo cognitivo. Terapeuta entrega um texto sobre ansiedade social e modelo

cognitivo, a uma cópia do que estava escrito no quadro, além de folha em branco para realizar o

exercício

Sessão III-

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Sala com cadeiras e todos de sapato

Roda sentada, terapeuta pede para que falem da tarefa de casa, como se sentiram, pontos principais que

pensaram. O que escreveram. Discute as informações do texto e relembra o modelo cognitivo. Usa os

quadros preenchidos para iniciar a técnica da seta descendente.

Exemplo de diálogo real ocorrido no grupo piloto:

Técnica da Seta Descendente

O que significa para você essa situação?

Que não consigo, sou um desastre

Porquê?

Porque fico nervoso, não interajo como todo mundo

O que significa não interagir como todo mundo?

Que sou diferente, fico ansioso

Diferente como, o que isso diz a seu respeito?

Não consigo me controlar, fico ansioso

Uma pessoa que não se controla é uma pessoa o quê?

Uma pessoa fraca

Então demonstrar ansiedade significa ser fraco?

É, sim, significa ser fraco, incapaz, inferior aos outros

Terapeuta repete essa seqüência um por um, procurando identificar as crenças de cada paciente. No

grupo piloto foram identificadas as seguintes crenças:

Sou Fraco

Sou incapaz

Sou inferior

Sou incompetente

Anotar no quadro as crenças e pedir que cada um comente sobre a crença que identificou: desde quando

sente isso, com quanta freqüência. Pede para cada um anotar em um papel evidências a favor da sua

crença. O que te faz pensar que (crença, por exemplo: sou um fraco) é verdadeira? Após todos terem

escrito, pede para escreverem no verso o oposto: O que te faz pensar que (crença, por exemplo: sou um

fraco) não é verdadeiro?

Terapeuta auxilia perguntando:

E os outros, como são? Todos perfeitos?

O que realizou em sua vida, mesmo se sentindo assim?

Se você não tivesse ansiedade social você não teria essa crença?

Mostrar a importância de tentar modificar essas concepções, idéias, olhar de outra forma.

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Discute que o objetivo do tratamento não é ajudá-los a esconder ter ansiedade, não são ferramentas para

criar uma máscara e se esconder e sim poder entender a ansiedade de outra forma, se aceitando e através

disso se modificar.

O tratamento envolve essa modificação, esse questionamento, além do desenvolvimento ou

potencialização de habilidades sociais que estejam impedindo ou prejudicando a interação.

Mudar essas crenças envolve testá-las gradualmente, como já temos feito nos exercícios aqui, que

provocam ansiedade e como vamos começar a fazer com as tarefas de casa.

Dinâmica: Se isso não fosse uma garrafa, o que seria? (Boal, 2002)

Objetivo:

Ver como o nosso olhar pode transformar a realidade, cada situação tem sempre muitos ângulos para

serem interpretados.

Descrição:

Um objeto é colocado no meio da roda, por exemplo: uma garrafa de coca-cola de 2 litros vazia. O

terapeuta então pergunta: Se isso não fosse uma garrafa, o que seria? Pede para ninguém falar, apenas

observar seu comportamento e tentar adivinhar a mímica que vai fazer, então se dirige ao centro da roda

e usa a garrafa de outra forma, por exemplo, como se estivesse ninando um neném. Espera até que

adivinhem. Instrui que quem tiver uma idéia de como usar a garrafa deve ir até o centro e fazer, não

pode falar, tem de fazer a mímica. Se estiverem com dificuldade o terapeuta fala no ouvido e pede para

a pessoa ir, até que o grupo comece a aderir.

Fazer com 3 objetos (cadeira de plástico e kanga, por exemplo)

Abrir para discussão, como se sentiram e o que entenderam do exercício.

Será que cada um poderia estar em sua vida olhando os acontecimentos de uma mesma forma, sem

questionar outras alternativas? Abrir para que cada um se coloque.

Dinâmica: 1ª e 2ª revelação de Tereza adaptado com base no descrito por Boal (2002)

Objetivos: importância de ouvir o outro;

Perceber o autoprocessamento para modificá-lo e

Vivenciar os componentes do modelo cognitivo da ansiedade social

Usar a técnica da seta descendente em associação com essa dinâmica para identificar crenças centrais

Descrição:

O grupo se divide em duplas, um de frente para o outro. O terapeuta pede para cada um pensar em uma

situação de embaraço social e quando o terapeuta falar: 1ª revelação, um da dupla começa a contar o que

pensou, fica falando, procurando detalhes, até a terapeuta falar: 2ª revelação e o outro da dupla fala

enquanto o 1º que falou escuta, até a terapeuta falar pare!

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Assim que parar a terapeuta pede ao que falou primeiro para contar em detalhes o que o outro lhe

revelou e depois troca.

Observar se tiveram dificuldade em prestar atenção devido ao auto-processamento ou processamento pré

evento, pontuar esses processos explicando o que aconteceu. Depois que todos tenham contado a

revelação do outro para a roda pedir para que cada um olhe para o quadro e identifique os elementos do

esquema, tentando identificar e perceber a diferença entre os elementos que estão no quadro (descritos a

seguir).

Situação

Crenças Processamento pré evento memória

Sentimento

Pensamento

Comportamento

reações físicas

processamento pós evento

A terapeuta procura ressaltar a importância desse modelo, lembrando que essa representação é didática,

esse modelo é dinâmico e cada elemento influencia os outros e o todo.

Pergunta como quem falava se sentia em relação a quem ouvia. Questionar se a pessoa que estava

fazendo a revelação se sentiu compreendida. Escutar é uma habilidade social importante

Como o outro deve se sentir, é possível ter uma conversa coerente dessa forma, sem escutar o outro.

1ª habilidade social: aprender a escutar,

Terapeuta inicia o treino nessas habilidades questionando:

O que vocês mais querem na interação?

Respostas obtidas: causar uma boa impressão, se desempenhar bem, não demonstrar ansiedade

E o que acaba acontecendo?

O oposto

Então, quanto mais se preocupam, menos conseguem, é isso que acaba acontecendo?

Sim

Discute a importância de escutar o outro como no exercício da sessão e reforça a importância de

começar a mudar o auto-processamento.

Tarefa entre sessões: anotar as crenças que você mais se identificou e tentar refletir sobre evidências

de que elas não sejam verdade, anotando e deixando espaço para a cada semana de tratamento

acrescentar mais coisas

Escolher pelo menos 3 pessoas que causem um nível baixo de ansiedade para exercitar a tarefa de ouvir

o outro em vez de fazer auto-processamento. Anotar as experiências da tarefa entre sessões e ler a folha

sobre distorções cognitivas.

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Dinâmica de encerramento da sessão: Corredor brasileiro (Del prette e Del Prette, 2002)

Objetivo:

Identificar e relatar o que deseja alcançar com a terapia

Motivar-se para a busca de soluções de problemas pessoais

Expressar apoio

Desenvolver colaboração e

Solicitar ajuda

Descrição:

Forma-se um corredor, tipo corredor polonês, a pessoa que vai passar 1ª pelo corredor é solicitada a

dizer o que deseja alcançar com a terapia, em seguida, passa pelo corredor. As pessoas que formam o

corredor são instruídas a incentivar quem esta passando dizendo frases de encorajamento e fazendo

gestos de apoio e força

Encerramento: pede a algum voluntário para dar um feedback da sessão, aproveita para explicar o que é

um feedback, tipos de feedback. Para um bom feedback a pessoa deve ter conseguido prestar atenção ao

comportamento do outro.

Sessão IV:

Dinâmica: a cruz e o círculo (Boal, 2002)

Objetivos:

Aquecer o grupo,

Perceber a diferença entre movimentos voluntários e involuntários e

Ensinar respiração diafragmática

Descrição:

Pede-se que façam um círculo com a mão direita, grande ou pequeno, como puderem: é fácil e todo

mundo faz. Pede-se, depois, que façam uma cruz com a mão esquerda: é ainda mais fácil, todos

conseguem. Pede-se, então, que façam as duas coisas ao mesmo tempo. É quase impossível.

Ao terminar abre a roda para conversar sobre como se sentiram e a terapeuta introduz a idéia de reação

de luta e fuga. E ensina a respiração diafragmática.

Em seguida o terapeuta integra essas informações com a sessão anterior, lembrando pontos importantes:

Modelo cognitivo da ansiedade social, mudança das crenças, perfeccionismo, importância da opinião do

outro.

Conversam sobre a folha de distorções cognitivas da tarefa de casa. Quem se identificou com qual?

Reestruturar as distorções que forem destacadas através de questionamento socrático realizado pelo

terapeuta

Dinâmica: Dramatização no modelo Fórum adaptado com base descrito por Boal, 2002

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Ao longo do tratamento essa dinâmica é usada muitas vezes, por isso uma descrição mais detalhada é

fornecida nesse momento. Os objetivos específicos serão descritos sempre que essa dinâmica for usada e

os objetivos gerais estão descritos abaixo.

Objetivos gerais::

Desenvolver habilidades sociais

Reestruturar pensamentos

Revelar dificuldades

Solucionar problemas através de várias alternativas

Maximizar o desenvolvimento dos componentes não verbais e paralinguísticos das habilidades sociais

Expor os pacientes á situações de ansiedade, manejando-as

Falar sobre si mesmo

Desenvolver a criatividade

Descrição:

No fórum, os participantes selecionam uma situação de conflito ou difícil que tenham vivido. Realizam a

cena como ocorreu, terminando a encenação, sem resolver a dificuldade. A platéia é convidada a entrar

em cena, sempre no lugar de quem passa pelo problema ou situação difícil, encenando uma outra

alternativa de comportamento. O grupo analisa a alternativa nova, identificando os elementos e as

diferenças entre as alternativas apresentadas. A sala fica arrumada como em um teatro, platéia e palco.

Cada cena é apresentada uma vez, em seguida o terapeuta pergunta a platéia: Alguém gostaria de entrar

no lugar da pessoa que está passando pelo problema nesta cena e fazer diferente? Se sim, terapeuta

observa, se não, o terapeuta avalia se deve intervir como modelo para respostas mais elaboradas. Sempre

que alguém da platéia entrar e dramatizar sua sugestão, em seguida o terapeuta pergunta ao grupo o que

de diferente a sugestão nova trouxe em termos de habilidades sociais. O terapeuta deve sempre ressalta a

linguagem não verbal, ou seja, que gestos diferentes a opção nova introduziu? Ou, teve diferença no tom

de voz? O terapeuta ainda pode explorar sentimentos e pensamentos da opção nova perguntando: Nessa

nova opção o que a pessoa que interpretou provavelmente estava sentindo? E Pensando? Por isso o

comportamento foi diferente?

Dinâmica no modelo Fórum focando as habilidades sociais: ler o ambiente social e escutar o outro

Dividir em duplas e encenar como foi a tarefa de casa de cada um, depois da apresentação os colegas e

terapeuta podem entrar nas cenas dando sugestões para um desempenho mais elaborado. Focar nas

habilidades ler o ambiente social e escutar o outro. O terapeuta questiona o grupo em relação ao

desempenho nessas habilidades, incentivando respostas sempre mais elaboradas.

Introduzir o tópico iniciar e manter uma conversa:

Perguntas abertas e fechadas, postura, pensamentos, emoções e comportamentos.

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Dinâmica no modelo Fórum focando as habilidades sociais: iniciar e manter uma conversa

Objetivos: desenvolver essas habilidades através da dramatização de situações vivenciadas

Trabalhar os elementos do modelo cognitivo, ajudando os pacientes a identificá-los no momento que

estão ativados.

Descrição:

Repetem a dramatização das situações da tarefa de casa, incluindo os elementos novos: iniciar e manter

uma conversa. O terapeuta os ajuda a identificar e desenvolver os componentes dessas habilidades.

Perceber o ciclo da ansiedade social presente no exercício. Cada um preenche a folha Entendendo a

ansiedade social na sessão. O terapeuta ajuda.

Tarefa entre sessões: praticar a respiração e escolher pelo menos 3 situações de interação para iniciar e

manter uma conversa. Preencher a folha: Entendendo a ansiedade social. Escrever no verso da folha

como foi cada situação de interação.

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FOLHA- ENTENDENDO A ANSIEDADE SOCIAL

CRENÇAS –Sobre si, os outros e o mundo

_________________________________________________________ ����

Aspectos biológicos-genéticos/ Aspectos familiares/ Experiências de vida Possível situação social:

Processamento antecipatório Pensamentos_______________________________________________________ Sentimentos________________________________________________________ Comportamentos____________________________________________________

Reações físicas______________________________________________________ ����

Situação Social Pensamentos__________________________________________________

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Sentimentos___________________________________________________ Comportamentos_______________________________________________ Reações físicas_________________________________________________

����

Processamento pós evento Pensamentos__________________________________________________ Sentimentos___________________________________________________ Comportamentos_______________________________________________ Reaçõesfísicas_______________________________________________

E o outro? Tarefa entre sessões Sessão 4: Treinar a respiração diafragmática Criar 3 situações para iniciar e manter uma conversa, preenchendo a folha entendendo a ansiedade social. Descrever as 3 situações da tarefa entre sessões: OBS: pelo menos 1 pessoa desconhecida e 1 conhecida Situação 1:

Situação 2:

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Situação 3:

Sessão V

Dinâmica: Buscando Saídas (Del Prette e Del Prette, 2002)

Objetivos:

Efetuar a leitura do ambiente social e de pequenas mudanças ocorridas em uma situação;

Elaborar alternativas de comportamento para uma mesma situação;

Reagir diferencialmente a pequenas mudanças na situação;

Estabelecer analogia entre situação simbólica vivenciada e problemas do cotidiano;

Fazer pedidos;

Manejar a ansiedade;

Agradecer;

Elogiar;

Falar sobre si mesmo;

Desenvolver a criatividade;

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Descrição:

O terapeuta convida 6 a 8 pessoas para participarem como grupo vivencial (GV). Dá aos demais (GO)

tarefas específicas de observação: a) do comportamento não verbal das pessoas em treinamento; b) das

estratégias por eles utilizadas; c) das mudanças de desempenho em diferentes momentos do treinamento

Em seguida, coloca uma pessoa no centro do espaço e as demais de mãos dadas formando um círculo ao

seu redor. Instruí as pessoas do círculo para ficarem atentas ás suas instruções ou “dicas” (verbais ou não

verbais). Diz para a pessoa, colocada no interior do círculo, que ela se encontra simbolicamente em uma

situação social problemática. Pede que ela imagine essa situação, que será resolvida quando ela

conseguir sair do círculo. Completando, acrescenta, em tom audível a todos:

Sua tarefa, portanto, é sair dessa situação

Após a primeira tentativa, geralmente bem sucedida, a pessoa é recolocada na mesma situação , pedindo-

se a ela que apresenta, agora, uma alternativa, diferente da que já foi utilizada, para novamente sair do

círculo. Neste segundo momento, caso seja necessário, o terapeuta pode induzir alguma aversividade á

situação, provocando a pessoa com perguntas do tipo: A situação de ficar dentro do círculo lhe provoca

desconforto? Você não quer tentar sair? Pense em outra alternativa.

A cada tentativa bem sucedida, a pessoa deve voltar ao centro e elaborar outras alternativas melhores em

relação aos desempenhos anteriores. Aos demais, solicita-se que permitam a saída da situação problema

se o desempenho da pessoa for considerado melhor que o anterior. Nesse caso o terapeuta pode dar

sinais, ajudando o grupo a decidir se houve melhora ou não.

Após tentativas em que a pessoa se dirige a um interlocutor, chamando-o pelo nome, apresentando-se,

expondo seu problema de maneira objetiva e clara, mantendo contato visual e postura pertinente á

situação, pode-se aumentar a dificuldade, colocando-se as pessoas que formam o círculo de costas para

ela, ou mesmo, restringindo-lhe o espaço de movimentação. Com isso, cria-se uma situação que requer

desempenhos mais elaborados.

Naqueles casos em que a dificuldade é muito grande o terapeuta pode solicitara a alguém do GO que

ofereça “deixas” para auxiliar a pessoa do círculo. Por exemplo, circular ao redor do grupo falando em

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voz alta: Por que será que fulano está ali? Muita gente vive situação semelhante.....Será que ele precisa

de ajuda? Espera-se que a pessoa em treinamento aproveite a “deixa” para pedir ajuda.

Ao final conduz uma reflexão sobre os problemas do cotidiano e as estratégias utilizadas para resolvê-

los. Qual a relação com os problemas da ansiedade social? O GO é solicitado a fornecer feedback do

comportamento do GV. O terapeuta aproveita para reforçar o treino em dar e receber feedback

Dinâmica Dramatização no modelo fórum focando as habilidades: iniciar, manter, mudar de

assunto e encerrar uma conversação.

O grupo em duplas encena uma situação da tarefa entre sessões

Em seguida aproveita as mesmas cenas para acrescentar as habilidades: mudar de assunto e encerrar

conversação.

Primeiro o terapeuta fala um pouco dessas habilidades, dando exemplos, em seguida abre para quem

desejar também comentar, e pede para que repitam a cana anterior incluindo esses elementos.

Pontuar aspectos não verbais da interação, treinando o desempenho na cena.

Novamente a cada dramatização o terapeuta abre a opção da platéia entrar para apresentar uma

alternativa diferente.

Dinâmica: Corrida para ver quem chega por último (Boal, 2002)

Objetivo: Acalmar o grupo, prestar atenção nos músculos, no corpo e na respiração

Descrição:

O grupo forma uma fila de um lado da sala, o terapeuta instruí ao grupo para andar o mais devagar

possível, percebendo seu corpo e cada movimento, até o outro lado da sala. Quem chegar por último

ganha. Não pode ficar parado, tem sempre de estar em movimento, porém o mais lento possível.

Relaxamento (adaptação do Relaxamento Muscular Progressivo de Jacobson, 1938 citado por

Rangé, 2001) Duração de 30 minutos (CD em anexo ao apêndice)

Tarefa entre sessões: Praticar diariamente o relaxamento usando o CD recebido; escolher pelo menos 3

situações de interação social para praticar: iniciar, manter, mudar de assunto e encerrar uma conversação

com conhecidos e desconhecidos

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Sessão 5:Tarefa entre sessões Praticar diariamente o relaxamento usando o CD recebido;

Escolher pelo menos 3 situações de interação social para praticar: iniciar, manter, mudar de assunto e

encerrar uma conversação com conhecidos e desconhecidos.

Descrever as 3 situações da tarefa entre sessões: OBS: pelo menos 1 pessoa desconhecida e 1 conhecida Situação 1:

Situação 2:

Situação 3:

Sessão VI:

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Dinâmica: A série do cego adaptado com base no descrito por Boal, 2002

Objetivo: aquecer o grupo;

Perceber características de controle e confiança,

Reestruturação cognitiva e

Perceber comportamentos de evitação sutil que mantêm o ciclo negativo da ansiedade social

Descrição:

O grupo se divide em duplas: um parceiro será o cego, e o outro o guia. O terapeuta distribui alguns

obstáculos pela sala e pede ao guia para começar a andar lentamente pela sala conduzindo o cego, é

responsabilidade do guia o cego não se machucar, ele pode guiar tocando nos ombros do cego, que deve

aceitar ser conduzido. Solicita que as duplas andem em rítimos diferentes e passem pelos obstáculos da

sala. Em seguida as duplas trocam de posição, quem conduziu agora será conduzido. Repetindo o

exercício, após alguns minutos o terapeuta instrui que os guias não podem mais tocar no cego, cada guia

deve criar um som e fazer para o cego ouvir, o cego deve passar a ser guiado pelo som que seu guia está

fazendo. Quando o guia parar de fazer o som, o cego deve parar também. O guia deve mudar

constantemente de posição e também variar o volume do som, ás vezes fazendo bem baixinho. Em

seguida inverte, quem conduz será agora conduzido.

Encerra abrindo para debate: Como cada um se sentiu? Foi mais fácil ser cego ou ser guia? Por quê?

Existe alguma relação com os sintomas de ansiedade social

No grupo piloto, algumas pessoas que preferiram o papel de cego relataram que esse papel era mais

confortável por sentirem-se menos cobradas. No papel de guia, ficaram preocupados com seu

desempenho, sendo mais fácil transferir o controle para outra pessoa. Essas colocações levaram a uma

conversa sobre as evitações sutis que ás vezes fazemos, deixando outros tomarem a iniciativa por nós ou

realizar por nós. Todos revelaram ter alguma atividade que evitam com a desculpa de que o outro faz

melhor, ou quer fazer, porém relataram no fundo saber que não fazem porque tem medo e preferem se

acomodar. O terapeuta então solicitou que cada um se comprometesse a modificar esse comportamento

evitativo. Explicou que a evitação mantêm o medo, uma vez que a pessoa não arrisca descobrir o quanto

é capaz ou não, ou o que poderia aprender, desenvolver na situação. O comportamento de evitação

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contribui mantendo as crenças já discutidas e o ciclo negativo da ansiedade social, gerando um

sentimento de incapacidade. Um dos objetivos da terapia é justamente essa modificação, e isso se faz

tentando, sendo menos exigente em relação ao seu próprio desempenho. Aceitando seus próprios limites.

O período de tratamento é o momento ideal para experimentar ao máximo, arriscar aproveitando o apoio

do grupo.

Algumas pessoas relataram preferir o papel de guia, uma vez que de olhos fechado se sentiam

vulneráveis, expostos. Relataram um sentimento de incômodo por não ter o controle da situação. Esses

comentários permitiram ao grupo abordar a questão do controle, porque temos que controlar o ambiente

o tempo todo. Sugestões de perguntas:

Caso a pessoa relaxe dessa vigilância o que pode acontecer? E isso já acontecer? É algo possível de ser

superado? Será que não estão exagerando a repercussão de uma situação? As pessoas são avaliadas por

uma única situação de desempenho que vira um rótulo para sempre? As situações de desempenho ruim

pesam mais que as de desempenho bom? A opinião do outro é tão valiosa assim? E se duas pessoas te

avaliarem ao mesmo tempo, uma diz que você é inteligente e a outra diz que você é burro, em quem vai

acreditar? Não é melhor criar critérios próprios de avaliação pessoal com base em evidências concretas

da realidade, em vez da opinião de outra pessoa?

Após discutir com o grupo esses tópicos o terapeuta encerra e segue adiante

Dinâmica: Variação da dramatização no modelo fórum focando as habilidades : incicia, manter,

mudar de assunto e encerrar uma conversação

Objetivo:

identificar sentimentos;

identificar pensamentos;

focar nos aspectos não verbais e

provocar ansiedade manejando-a

Descrição:

Escolher a situação que foi mais difícil de executar como tarefa de casa para se dividir em duplas e

encenar. Após a primeira passagem da cena pelas duplas o terapeuta solicita que sejam repetidas, sendo

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que agora o terapeuta é o diretor, então durante a encenação vai dar alguns comandos que devem ser

seguidos e improvisados. Solicita à platéia que preste atenção nos mínimos detalhes. Comandos para

alternar nas duplas: 1)encenar sem som, apenas no gestual, quem assiste procura identificar o que se

passa;

2) intensificar sentimentos da cena, como em novela mexicana;

3) interpretar a cena escolhendo um sentimento que deve ser expresso ao máximo, por exemplo: amor,

raiva, alegria, ironia

4) Falar em gromelô (falar em sons sem significado, tipo: dalidusa, dinimin,parara?)

Encerrar e abrir para discussão: como se sentiram? O que repararam? O que do exercício foi similar a

alguma característica da ansiedade social.

Questionar se na vida deles algum modo que foi ensaiado no exercício está faltando.

Por exemplo:

Terapeuta: acabamos de fazer as situações de vocês de tarefa de casa de formas diferentes, com ênfase em alguns sentimentos

e movimentos. Como se sentiram?

Alguém se sentiu ridículo? Qual o problema de fazer coisas ridículas?

Na vida de vocês alguns desses sentimentos ou movimentos estão faltando?

Conduzir o debate até que todos se coloquem.

Introduzir tópico novo: fazer e receber elogios. Pedir para que cada um fale de uma situação difícil

em relação a isso. Terapeuta usa exemplos para questionar pensamentos e crenças relacionados a essa

habilidade, além de sentimentos e comportamentos relacionados.

Dinâmica: Berlinda de elogios:

Objetivos:

Exercitar a habilidade de receber e fazer elogios;

Reestruturar pensamentos e

Incentivar esse comportamento nas pessoas do grupo

Descrição:

É solicitado que todos formem a roda, o terapeuta vai ao centro e pede que um por vez faça um elogio.

A terapeuta funciona como modelo respondendo de forma variada, mesmo que os elogios sejam

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repetidos. Em seguida, outro vai para o centro e assim por diante, até que todos tenham ido. No caso de

alguém apresentar dificuldade para responder os elogios na berlinda o co-terapeuta entra e fica junto na

berlinda, ajudando com dicas ao ouvido de quem está na berlinda. Se alguém estiver com dificuldade de

elogiar o terapeuta chega perto e também fornece alguma dica.

Tarefa entre sessões: Escolher pelo menos 3 pessoas para elogiar, preencher a folha entendendo a

ansiedade social com alguma situação de ansiedade durante a semana, lembrar que as tarefas são

cumulativas, ou seja, continuar buscando situações para exercitar conversar e continuar fazendo o

relaxamento, além de anotar as evidências contra as crenças centrais

Sessão 6: Tarefa entre sessões Escolher pelo menos 3 pessoas para elogiar, preencher a folha entendendo a ansiedade social com

alguma situação de ansiedade durante a semana.

Lembrar que as tarefas são cumulativas, ou seja, continuar buscando situações para exercitar tópicos já

trabalhados.

Lembrando os tópicos até hoje:

Aprender a escutar o outro, não fazendo auto-processamento

Ler o ambiente social

Iniciar conversas com conhecidos e desconhecidos

Manter a conversa, perguntas abertas

Mudar de assunto, avaliando o tempo ideal para isso, como brechas e fim de outros assuntos

Encerrar conversa

Identificar pensamentos automáticos e quais distorções de pensamento podem estar se ativando

Identificar o ciclo da fobia social: processamento pré evento, na situação e pós evento

Diferenças entre situação, sentimento, pensamento, comportamento e reações físicas em cada fase do

ciclo

Como manejar as reações físicas: respiração diafragmática e relaxamento muscular

Descrever as 3 situações da tarefa entre sessões: OBS: pelo menos 1 pessoa desconhecida e 1 conhecida

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Situação 1:

Situação 2:

Situação 3:

Sessão VII

Em roda conversam como foi a tarefa de casa: grau de dificuldade, ansiedade e pensamentos

Dinâmica: Completando a imagem (Boal, 2002)

Objetivo:

Iniciar o tópico reestruturação cognitiva;

Desenvolver criatividade e

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Desenvolver expressão corporal e facial

O co-terapeuta e um voluntário se cumprimentam, apertando-se as mãos. Congela-se a imagem. Pede-se

ao grupo que diga quais os possíveis significados para a imagem: é um encontro de negócios, amantes se

despedindo, um negociante de drogas, etc.,? Várias possibilidades são exploradas. As imagens não

dependem apenas delas mesmas, mas dos observadores.

O co-terapeuta sai e deixa o voluntário congelado na mesma imagem, sem mudar de posição. O

terapeuta pergunta sobre significados possíveis da imagem que resta. O terapeuta convida quem desejar

a entrar na imagem, completando-a para um outro significado. Se ninguém for, o co-terapeuta se

candidata para iniciar, completando a cena, o primeiro voluntário continua imóvel. Novamente pergunta

os possíveis significados da nova imagem, em seguida convida alguém a completar a cena, sem que

tenha saído ninguém, até a imagem estar com umas quatro pessoas. Encerra e divide o grupo em duplas,

cada dupla começa com a imagem do aperto de mão. Um parceiro de cada dupla, conforme indicação do

terapeuta, se retira da imagem, deixando o outro congelado com sua mão estendida. Agora em vez de

dizer o que pensa que essa nova imagem significa, o parceiro que saiu retorna e completa a imagem,

mostrando o que vê como um possível significado seu, se colocando em uma posição diferente com

relação à mão estendida (por exemplo, pode se joelhar na frente como se estivesse recebendo uma

benção), mudando o significado da imagem. Então inverte, o segundo parceiro sai e entra modificando a

imagem.

Em seguida o terapeuta deixa as duplas congeladas e pede para que os parceiros da direita saiam da

imagem e rodem para a direita completando a imagem do colega ao lado, até que todos tenham

completado a imagem de todos. O terapeuta pode adicionar algum objeto, uma cadeira, lápis, etc...

Não importa que a maneira escolhida para completar a imagem não tenha um significado literal, o

importante é deixar as idéias fluírem. No caso de dificuldade o terapeuta auxilia com opções. Em

seguida pede que todos voltem para a roda e solicita um voluntário para ir ao centro executar um

movimento, pede que a pessoa fique congelada. Solicita aos companheiros da roda que entrem e

completando a imagem, formando uma cena com todos. Em seguida encerra abrindo a roda para

discussão. Como se sentiram? O que perceberam?

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O terapeuta aproveita para introduzir a idéia de reestruturação cognitiva: a forma como interpretamos

um evento pode ser modificada através de uma reflexão questionadora. Introduz a folha “testando

pensamentos” Cada um escolhe um pensamento da folha entendendo a ansiedade social que foi feita em

casa para juntos preencher a folha testando pensamentos. O terapeuta, em roda, faz com cada um

responda uma folha, os colegas observam e tentam acompanhar.

O terapeuta ajuda a integrar as informações novas com as já obtidas, pontuando as principais distorções

cognitivas de cada um e como estas podem estar relacionadas às crenças já identificadas.

Sessão 7:

Tarefa entre sessões: Escolher pelo menos 1 situação social que cause ansiedade moderada para

preencher as folhas entendendo a ansiedade social e testando pensamentos.

Escolher 2 gafes para cometer, o terapeuta avalia de acordo com o caso individual quais as melhores

situações para cometer gafes.

Exemplos de gafes:

Tropeçar ou cair na frente de outras pessoas, falar alto ao celular em um lugar cheio, tremer ao comer, derrubar coisas, pedir

algo que não consta no menu; sair com um a roupa descombinando ou do avesso; pedir algo, que obviamente não é vendido

naquela loja; fazer perguntas indiscretas, fora de um contexto, solicitar uma informação e pedir para a pessoa repetir várias

vezes como se não estivesse entendendo; falar uma bobagem, por exemplo, errar uma informação atual (dizer errado o nome

de algum político importante); fazer uma pergunta usando um tom de voz estranho ou gaguejando;chegar atrazado de

propósito a um compromisso; chegar perto e quase entrar no banheiro do sexo oposto; comprar algo que você normalmente

ficaria envergonhado de fazer; entre outros...

Descrever as 3 situações da tarefa entre sessões, incluindo as duas situações de gafes: Situação 1:

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Situação 2:

Situação 3:

Quebra de página

Folha Testando Seus Pensamentos Qual é a situação: __ O que estou pensando ou imaginando? ______________ Quanto acredito nisso? um pouco médio muito (ou avalie de 0 a 10: ___ ) Como esse pensamento fez me sentir? zangado triste nervoso outro: _________ Quão forte é o sentimento? um pouco forte médio muito forte (ou avalie de 0 a 10: __) O que me faz pensar que o pensamento é verdadeiro?

O que me faz pensar que o pensamento não é verdadeiro ou totalmente verdadeiro? Há alguma outra forma de ver isso? .

Qual o pior que poderia acontecer? Eu poderia sobreviver a isso?________________

Qual o melhor que poderia acontecer? ___________

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O que é o que mais provávelmente irá acontecer? ___________________

O que acontecerá se continuar a pensar da mesma forma? O que aconteceria se eu mudasse o meu pensamento? O que eu diria para um amigo meu se isso acontecesse com ele? O que eu deveria fazer agora? Quanto eu acredito nesse pensamento negativo agora? um pouco médio muito (ou avalie de 0 a 10: ____ ) Quão forte está o meu sentimento negativo agora? um pouco forte médio muito forte (ou avalie de 0 a 10: ___ )

Sessão VIII

Terapeuta divide o grupo em duplas, cada dupla deve escolher duas folhas testando pensamentos

preenchidas em casa (uma de cada um). São instruídos a examinar juntos, tirando possíveis dúvidas e

vendo outras possibilidades de resposta para cada pergunta, além de identificar distorções cognitivas.

Durante esse exercício os terapeutas andam pela sala ajudando um pouco cada dupla, tirando possíveis

dúvidas. Depois que todos tiverem terminado o terapeuta pergunta se ainda existe alguma dúvida e

encerra.

Dinâmica: Seqüência do espelho adaptado com base na descrita por Boal, 2002

Cada etapa desta seqüência pode durar um, dois, três minutos, ou até mais dependendo do envolvimento

dos participantes e estímulo do terapeuta. O importante é conseguir que os participantes sejam

minuciosos, detalhados, exatos e reveladores o quanto possível:

O espelho simples:

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Duas filas de participantes, cada um olhando fixamente para a pessoa que está a sua frente, olho no

olho. A fila A são os sujeitos e a fila B as imagens. Em um primeiro momento terapeuta os instrui a

ficar apenas olhando olho no olho, sem desviar o olhar. Os terapeutas observam e mantêm o exercício

até que todos tenham conseguido ao menos dois minutos sem desviar o olhar. Em seguida o exercício

começa e cada sujeito inicia uma série de movimentos e de expressões faciais em câmera lenta, que

devem ser reproduzidos nos mínimos detalhes pela imagem que tem em frente (fila B). O sujeito não

deve considerar-se inimigo da imagem: não se trata de uma competição e sim da busca perfeita de uma

sincronia entre pessoa e imagem. É importante que os movimentos sejam lentos para que possam ser

copiados nos mínimos detalhes. Assim que todos tenham conseguido uma sincronia grande o terapeuta

pede para inverter, quem era imagem vira sujeito e vice versa, repetindo o exercício. Em seguida pede

que parem e fechem os olhos, todos, e que procurem fazer a respiração diafragmática. Enquanto isso os

terapeutas cochicham no ouvido de cada sujeito da fileira A um sentimento (tristeza, raiva, alegria,

saudade, medo e etc.) Pede que a fileira B continue respirando e instrui a fileira A a procurar sentir o

sentimento que foi dito. Espera alguns segundos e pede que todos abram os olhos. O terapeuta então

pede que a fileira B preste atenção na fileira A, além de imitar a imagem, terão de descobrir o

sentimento da imagem e também sentir. O exercício se inicia e o terapeuta observa, intervindo se for

necessário para que todos façam o melhor possível. Em seguida as fileiras se invertem e a fileira que

criará a imagem é solicitada a escolher livremente um sentimento e começar a fazer, durante a execução,

após alguns minutos o terapeuta pede que eles intensifiquem ao máximo o sentimento, inclusive usando

além do rosto o corpo. Expressando ao máximo, com toda a intensidade. Deixa por alguns minitos e

instrui que os grupos se invertam novamente para realizar a mesma instrução. O terapeuta estimula e

provoca mito, realmente conseguindo que expressem com muita intensidade os sentimentos. O terapeuta

agora diz os sentimentos que todos da fileira que cria imagens devem fazer. O terapeuta aproveita esse

momento para explorar sentimentos que não tenham aparecido e para estimular o grupo que imita a

realmente sentir o que o outro sente. Após o terapeuta avaliar que todos os sentimentos foram

explorados ele instrui que todos fechem os olhos novamente e respirem, deixar alguns minutos e

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encerrar o exercício, abrindo a roda para conversar sobre o exercício. Como foi, como se sentiram? O

que acharam?

Introduz o tópico Empatia, o terapeuta explica o conceito: componentes cognitivos, afetivos e

comportamentais e pede que cada um dê exemplos de sua vida em que foram empáticos com alguém, ou

que alguém foi empático com eles. Terapeuta aproveita para apontar os componentes da empatia.

Dinâmica Dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades empáticas

Essa dinâmica é filmada para videofeedback

Divide o grupo em duplas e pede para que cada dupla escolha uma situação de empatia vivênciada para

dramatizar, cada dupla apresenta e em seguida a platéia é convidada a entrar em cena com outras

alternativas. O terapeuta pode entrar para funcionar como modelo.

Terapeuta encerra a sessão resumindo a empatia e pedindo para que cada um avalie como imagina que

foi seu desempenho em cena, como imagina aparecerá no vídeo filmado. O terapeuta ajuda o grupo a ser

descritivo, e pede que cada um escreva sua avaliação e traga na próxima sessão.

Tarefa entre sessões: ler o texto sobre empatia e escolher pelo menos 3 situações para ser empático

Sessão IX

Ver o filme filmado na sessão anterior e comparar a imagem da tela com a avaliação que cada um fez

pontuando as diferenças e reestruturando pensamentos á partir da imagem.

Conversar sobre o texto empatia: dúvidas e comentários

Introduz o tópico demonstrar afetividade, expressar sentimentos. Pede ao grupo para dar exemplos

de dificuldade nesse tópico. Em seguida pede a cada um que revele um sentimento que o incomoda e

normalmente não compartilha com ninguém. O terapeuta se comporta de forma empática a cada

revelação. Não intervem com reestruturação, apenas escuta e é empático.

Dinâmica: Adaptação da dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades expressar

sentimentos positivos e demonstrar afetividade

Essa dinâmica é filmada e ao final cada um escreve uma avaliação descritiva de como imagina ter se

desempenhado

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Objetivos: desenvolver essas habilidades em cena, reestruturando pensamentos disfuncionais e

desenvolver a afetividade no grupo, maximizando a expressão corporal

Descrição:

Divide o grupo em duplas e pede que cada dupla selecione duas situações relacionadas a essa habilidade

(uma de cada um) para dramatizar. Cada dupla dramatiza a cena como foi, com toda a dificuldade, em

seguida o terapeuta pede que interpretem a cena como gostariam que tivesse ocorrido, em seguida pede

que se repita a cena com muito amor e carinho, em que se demonstre através de abraços, gestos e falas.

Ao final da apresentação do conjunto da mesma cena, o terapeuta e pacientes ajudam a pessoa a

identificar os pensamentos e sentimentos presentes e intervêm ajudando a reestruturar.

OBS: no grupo piloto esse tema foi muito rico, todos tinham dificuldade, principalmente em abraçar ou receber afeto de

outra pessoa. O sentimento mais revelado foi o de inadequação e inferioridade.

Tarefa entre sessões: escolher pelo menos 3 situações para demonstrar afeto, inclusive com o corpo,

procurando abraçar, tocar, ser carinhoso. Preencher as folhas: entendendo a ansiedade social e testando

pensamentos

Sessão X

Ver o filme da sessão anterior confrontando a imagem com a avaliação descritiva que cada um fez

reestruturando pensamentos distorcidos através da confrontação com a imagem.

Avalia como foi a tarefa de casa e divide o grupo em duplas para que analisem juntos as folhas

preenchidas

Dinâmica: Direitos Humanos e Interpessoais (Del Prette e DelPrette,2002)

Objetivos:

Reconhecer que o respeito ou desrespeito aos direitos interpessoais envolve o pensar, o sentir e o agir;

Tomar conhecimento da Carta dos Direitos Humanos da qual o Brasil é signatário;

Conscientizar-se dos diferentes direitos interpessoais;

Valorizar a identificação e defesa de direitos interpessoais;

Reconhecer relação entre sentimento, pensamento e comportamento e

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Compreender a reciprocidade entre os próprios direitos e os direitos das outras pessoas

Descrição:

O terapeuta introduz o tópico assertividade, explicando os componentes cognitivos, afetivos e

comportamentais dessa habilidade. Discute a noção de defender direitos, que direitos temos enquanto

seres humanos? Deixa o grupo se colocar e complementa. Em seguida, entrega um cartão com a lista de

direitos Interpessoais, no verso contem uma folha de resposta (descreve usando poucas palavras:

sentimentos, pensamentos e ações imaginadas) e pede que todos leiam atentamente a lista e circule o

número daquele que julga mais importante. Enfatiza que apenas um deve ser circulado. Em seguida

conduz a vivência pedindo que todos imaginem uma sociedade em que o direito escolhido é respeitado.

O terapeuta faz essa exposição imaginária com muitos detalhes. Pede que abram os olhos e escrevam no

verso, completando a folha de resposta. Na segunda fase, o terapeuta pede que cada pessoa circule um

outro direito importante para ela e refaz a exposição imaginária, porém pede que imaginem uma

sociedade onde o direito escolhido não é respeitado. Também nesse caso, solicita que preencham a folha

de resposta.

Introduz o tópico assertividade: terapeuta explica o conceito e exemplifica situações, em seguida pede ao

grupo para contar experiências em que foram assertivos, passivos ou agressivos. Explica os

componentes cognitivos, afetivos e comportamentais da assertividade.

Dinâmica Nem passivo, nem agressivo, assertivo! Adaptação do descrito por Del Prette e Del

Prette, 2002

Objetivo:

Identificar elementos da assertividade;

Revelar situações pessoais;

Reestruturar pensamentos e

Aprender a ser assertivo

Trabalhar o repertório não verbal dessa habilidade

Descrição:

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O terapeuta escreve no quadro os elementos da autoconsciência: O que quero? Quais as minhas

expectativas? Que sentimentos estou experimentando?

O grupo é dividido em duplas que sorteia um tema: passivo, agressivo ou assertivo. Cada grupo é

instruído a escolher uma situação (que um da dupla vivenciou) de acordo com o tema sorteado para

dramatizar. Cada pessoa recebe 3 cartões de cartolina: um vermelho representando agressividade, um

amarelo representando a passividade e um verde representando assertividade. A platéia é instruída para

ao final de cada apresentação levantar o cartão que mais considera se adequar à cena dramatizada.

Assim que a platéia se manifestar o terapeuta procura identificar se todos concordaram e faz perguntas

para estimular o entendimento dos conceitos. Por exemplo: O que vocês acham que a pessoa realmente

queria nessa situação? Ela conseguiu? Por quê? Os gestos e tom de voz demonstravam o que?

Em seguida pergunta se alguém da platéia deseja entrar em cena para mostrar outras alternativas de

comportamento (só podem entrar na cena no lugar da pessoa que tem ansiedade social). Os terapeutas

também podem entrar em cena para servir de modelo, dependendo do grau de dificuldade do grupo.

Encerramento: terapeuta pede para algum voluntário dar um feedback descritivo da sessão

Tarefa entre sessões: Ler o texto sobre assertividade, escolher pelo menos 3 situações para serem

assertivos, identificando os elementos da assertividade discutidos na sessão

Sessão XI:

Dinâmica: Quantos “a” existem em um “a”? ( Boal,2002)

Objetivo: explorar componentes não verbais, em especial a voz.

Em círculo. O terapeuta vai ao centro e exprime um sentimento, sensação, emoção ou idéia usando

somente um dos muitos sons da letra “a”, com todas as inflexões, movimentos e gestos que for capaz de

expressar. Todos os outros participantes no círculo repetirão o som e a ação duas vezes, tentando sentir

também aquela emoção, sensação, sentimento ou idéia que originou o movimento e o som. O terapeuta

então convida quem tiver alguma outra idéia, sentimento ou sensação para usar o “a”, que vá até o centro

e faça. , seguido novamente pelo grupo duas vezes. Quando muitos ‘as” tiverem sido criados o terapeuta

passa para outras vogais, quando esgotar as vogais passa para as palavras sim e não. Pede para

observarem que algumas vezes, dependendo do tom e gestual o sim quer dizer não e o não quer dizer

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sim. O corpo envia uma mensagem e a palavra outra. Finalmente utiliza frases inteiras, expressões ou

ditados da vida cotidiana, sempre tentando expressar, com as mesmas frases diferentes emoções,

sensações ou idéias.

Quando o terapeuta avaliar que todos participaram e muitos sentidos para cada elemento foram

explorados, encerra abrindo para discussão: Como, foi, o que sentiram? O que é mais forte, a palavra

falada ou a mensagem do corpo? Como isso se manifesta na vida cotidiana de cada um?

Terapeuta aproveita para ressaltar a importância do tom de voz e movimento do corpo na comunicação

social

Dinâmica: 1, 2 ,3 de Bradford, adaptação com base no descrito por Boal, 2002

Objetivos:

Identificar sentimentos;

Expressar sentimentos;

Favorecer o sentimento de grupo;

Em duplas, face a face. Cada dupla recebe um papel, anota 3 sentimentos e guarda.

1ª parte: os dois participantes de cada dupla contam até três, em voz alta, alternadamente: o primeiro dirá

um; o segundo dois; o primeiro três; e assim por diante. Devem tentar contar o mais rápido possível.

2ª parte: em vez de dizer um, o primeiro passará a fazer um som e um gesto rítmico, e nenhum dos dois

dirá mais a palavra um, que se transformou em um movimento rítmico e um som inventado pela

primeira pessoa da dupla. Isso deve ser feito com base no 1º dos 3 sentimentos que a dupla escolheu, ou

seja, o movimento e o som devem representar de alguma forma aquele sentimento. O terapeuta intervém

pedindo algo bem original, com bastante movimento e ritmo.O primeiro fará o seu movimento e som

inventado para representar o um e o segundo dirá dois, o primeiro dirá três e assim por diante. O som e a

ação criados pelo primeiro devem ser repetidos sempre no lugar do 1 na seqüência 1, 2,3.

3ª parte: agora, a segunda pessoa da dupla inventará um movimento e som para representar o dois (com

base no 2º sentimento), a dupla repete a seqüência um dois três, em que o 1 e 2 são substituídos pelas

novas representações.

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4ª parte: agora o primeiro da dupla criará um movimento e som diferente dos anteriores para

representar o três (com base no 3º sentimento escolhido). Então teremos um ritmo de dança, somente

com sons e movimentos rítmicos, sem nenhuma palavra.

O terapeuta estimula ao máximo a criatividade dos sons e movimentos. Ao final cada dupla apresenta o

seu ritimo para os demais, que tentam adivinhar os sentimentos. Em seguida, cada dupla deve explicar

porque escolheu aqueles sentimentos, gestos e sons. Então o terapeuta solicita que o grupo, como um

todo, escolha uma seqüência que os represente, podendo misturar os elementos criados por cada dupla.

Abre a roda para conversar sobre a dinâmica: Como se sentiram? Foi difícil? Provocou ansiedade, por

quê? Os sentimentos apresentam relação com alguma coisa que ocorreu durante a semana? Ou em

relação às exposições de tarefa de casa? A seqüência que escolheram para representar o grupo significa o

que para cada um?

Esse exercício funcionou muito bem no grupo piloto, foi rico para trazer sentimentos importantes de cada um e para unificar

o grupo. Escolheram uma seqüência de ansiedade- esperança -alegria e explicaram que ao chegarem ao grupo estavam

ansiosos e hoje o grupo representa a esperança de alcançar a alegria.

O terapeuta aproveita algum sentimento trazido para conversar sobre o texto assertividade,

introduzindo, em seguida, as habilidades: dizer não, fazer pedido, recusar pedido e reclamar em

estabelecimento comercial. Explica cada habilidade e pede que o grupo compartilhe as dificuldades que

têm nessas habilidades.

Grupo manhã: ansiedade-raiva-alegria

Grupo tarde: ansiedade-libertação-união

Dinâmica: Dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades: dizer não, fazer pedido,

recusar pedido e reclamar em estabelecimento comercial.

Essa dinâmica é filmada

Em duplas, cada uma escolhe uma situação entre as habilidades: dizer não, fazer pedido, recusar pedido

e reclamar em estabelecimento comercial. Cada dupla representa sua situação, o terapeuta pede que a

platéia identifique os sentimentos e pensamentos presentes, ajudando a pessoa com dificuldade a

reestruturar. Em seguida a platéia é convidada a entrar em cena apresentando outras opções de

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comportamento para aquela situação. Em cada opção se identificam pensamentos para reestruturar. O

componente não verbal de cada habilidade é estimulado, por exemplo: tom de voz para ser assertivo na

situação, postura corporal, direção do olhar.

Encerramento: terapeuta pede para algum voluntário dar um feedback descritivo da sessão

Tarefas entre sessões:

Criar situações para colocar em prática cada uma das habilidades trabalhadas na sessão (dizer não, fazer

pedido, recusar pedido e reclamar em estabelecimento comercial). Preencher a folha testando

pensamentos com alguma situação da tarefa de casa.

Sessão XII

Videofeedback com o filme da sessão anterior examinando as habilidades assertivas

Dinâmica Adaptação dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades: dizer não, fazer

pedido, recusar pedido e reclamar em estabelecimento comercial além de aliar empatia e

assertividade

Objetivos: produzir um grau maior de ansiedade e dificuldade nas situações, ajudando os pacientes a

modificar crenças . Trabalhando as habilidades dizer não, fazer pedido, recusar pedido e reclamar em

estabelecimento comercial além de aliar empatia e assertividade

Descrição:

Em duplas, cada dupla escolhe duas situações da tarefa de casa para representar. Enquanto uma dupla

apresenta os outros membros são platéia. Ao final de cada cena o terapeuta entra na cena, no lugar do

“opressor” (pessoa da cena que impõe a situação em que o outro deve ser assertivo) e dificulta a

interação para o oprimido (pessoa que está tentando ser assertiva). O terapeuta usa tom de voz e gestual

para oprimir, podendo chegar a representar um comportamento um pouco agressivo. O opressor tenta

uma opção de interação mais difícil. Em seguida o terapeuta pergunta se alguém da platéia deseja tentar

outra alternativa de resposta para aquela situação. Caso ninguém queira o co-terapeuta entra como

modelo, representando um comportamento assertivo. Essa seqüência é feita em todas as cenas. Ao final

abre para debate. O terapeuta aproveita esse momento para introduzir a idéia de aliar empatia á

assertividade, como uma alternativa que em muitas situações melhora a qualidade das relações.

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Relembra o conceito de empatia e fornece alguns exemplos da combinação dessas habilidades. Em

seguida pede que cada dupla escolha uma das duas situações anteriores, agora o oprimido vai tentar ser

empático e assertivo. Após cada apresentação novamente a platéia é convidada a entrar com outras

alternativas, se necessário o terapeuta entra como modelo.

Dinâmica: Anda, Pára, Justifica adaptação da descrita por Boal, 2002

Objetivos:

Trabalhar o sentimento de vergonha em situações que se sentem ridículos;

Avaliar coisas que gostam de fazer e evitam, os incentivando a fazer;

Identificar situações sociais que precisam ainda ser trabalhadas e

Motivar as exposições entre sessões, lembrando as habilidades já trabalhadas

Descrição:

O terapeuta instrui o grupo a andar pela sala ocupando todos os espaços, pede que prestem atenção

apenas em seu caminha, sua respiração, o contato dos pés com o chão. Aguarda alguns instantes e pede

para que caminhem de forma estranha, bizarra, o mais que puderem. Aguarda um pouco e diz: Pára!

Todos em estátua! Chega perto de uma estátua e fala: justifica: a pessoa deve justificar a postura. Faz

com algumas pessoas e pede que voltem a andar pela sala e instruí:

Todos andando como o presidente lula

Agora como um mendigo

Agora como um camelo, quem sabe como o camelo anda?

Se ninguém sabe, terapeuta informa: pé direito mão direita

Como elefante? Pé direito mão esquerda, em xadrez

Agora como (terapeuta fala o nome de alguém do grupo, em alguns minutos fala de outra pessoa do

grupo até que todos tenham sido imitados)

Pede que voltem a andar livremente e agora diz uma categoria e todos devem escolher uma ação para

fazer, por exemplo: atividades domésticas, em seguida, coisas que cada um mais gosta de fazer, em

seguida, coisas que menos cada um gosta de fazer, em seguida, algo que imagina que jamais fariam.

Terapeuta encerra e abre para debate: come se sentiram? Explora o sentimento de ridículo de algumas

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caminhadas, questionando como é se sentir ridículo? Como se sentiram executando o exercício e que

coisas gostam e não estão fazendo. Terapeuta os estimula a fazer planos de ação para colocar em prática,

principalmente comportamentos que são evitados devido a ansiedade social. Pede que todos listem

coisas que gostariam de fazer, porém evitam devido à ansiedade social. Terapeuta aproveita para lembrar

o quão importante é a prática entre sessões, não apenas das tarefas pedidas, mas de qualquer situação

social que evitam e que eles já adquiriram estratégias para enfrentar. Lembra as estratégias e incentiva

ação.

Tarefa entre sessões: Escolher situações para colocar em prática o conjunto empatia-assertividade,

quanto mais situações, melhor. Preencher a folha testando pensamentos. Cada um deve selecionar uma

música para trazer na sessão que vem. Pode ser uma música representativa de sua vida, ou apenas uma

música que goste.

Sessão XIII

Dramatização: Dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades: empatia e assertividade

Essa dinâmica é filmada e em seguida feito o videofeedback analisando as habilidades assertivas e

empáticas

Em duplas. Cada dupla escolhe uma situação da tarefa de casa (empatia assertividade) para dramatizar

no modelo fórum. Videofeedback do exercício.

Dinâmica: Jogo dos animais adaptação do descrito por Boal, 2002

Objetivos:

Introduzir o tópico interação com o sexo oposto;

Trabalhar componentes não verbais;

Trabalhar sinais sociais e

o sentimento de ridículo

Descrição:

Em pequenos pedaços de papel em branco escrevem-se os nomes de animais, e o sexo: macho ou fêmea

(sempre que colocar um macho, colocar também um papel com a fêmea daquele animal, formando

casais de bichos). Cada pessoa do grupo sorteia um papel. O terapeuta pede que todos comecem a andar

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pela sala pensando no animal que está escrito no seu papel. Como é o animal, como se movimenta, em

seguida, pede que cada um comece a se comportar como se fosse o animal. Pede que sigam as seguintes

instruções: Andando como o animal que você sorteou. Os animais tem fome. Como será que cada um

come? Com gula ou com medo? D pé ou sentado? Escondido ou exibindo-se? Parado ou em

movimento? Fugindo ou agredindo? (cada pessoa está representando como seu animal come) O

terapeuta estimula ao máximo, para que todos se esforcem na representação.

Os animais tem sede? Eles bebem rápido ou devagar? E assim por diante com vários comportamentos,

como: como mostram raiva, medo, alegria, cuidado?; Como dormem, de pé, sentados, pendurados, em

galhos, deitados?

Os animais acordam e sentem falta de um par e tentam procura-lo. Cada bichinho aqui tem um par,

continuem interpretando e procurando. Como o pavão paquera? E a leoa? Quem encontrar seu par deve

fazer a cena de paquera, aproximação e namoro. Cada casal que encontrar seu par e namorar pode parar

e confirmar se realmente é seu par. Se o tamanduá namorar a formiga eles devem voltar e encenar até

encontrar seu amor verdadeiro. Quando todos tiverem encontrado seu verdadeiro amor , forma-se um

circulo e um par de cada vez vai representar a cena de encontro paquera e namoro. O grupo avalia se o

casal se desempenhou bem, no caso de não, o grupo funciona como um diretor, até avaliarem que o

desempenho está bom. Depois que todos os casais tiverem apresentado, encerra e abre para debate:

Como Foi? O que perceberam? Terapeuta introduz o tópico: interação com o sexo oposto. Todos são

convidados a falar dessa habilidade, se é difícil? Por quê?

É preciso levar em consideração que existem níveis de dificuldades e diferentes demandas com relação

aos vários tipos de interação com o sexo oposto (situações formais, ambiente de trabalho, com pessoas

estranhas, entre outros).

Dinâmica: Luz Dança e Ação!

Essa dinâmica é filmada

Objetivo:

Trabalhar desinibição;

Manejar ansiedade;

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Habilidade de dançar e

Identificar e reestruturar pensamentos

Descrição:

O terapeuta deixa cada membro do grupo falar sobre a escolha a música. Em seguida, pede que formem

duas filas uma de frente para o outro. A fileira A tem os olhos vendados e a fileira B, não. O terapeuta

coloca uma das músicas trazidas, o ideal durante o exercício é intercalar as músicas e rítimos trazidos e

pede ao grupo A (com venda nos olhos) para dançar e o grupo B para imitar, funcionando como espelho.

O terapeuta estimula o grupo A a se desinibir completamente, dançar conforme o ritimo o mais animado

possível. Pode dizer: como se estivessem no melhor show de música do mundo, muito animado! Em

seguida inverte, o grupo A passa a venda para o grupo B e a dinâmica se repete conforme descrito

acima. Em seguida o terapeuta passa o vídeo da dinâmica e aproveita para reestruturar os pensamentos

disfuncionais ao se verem em vídeo, questionando a preocupação com a observação do outro e o

desconforto com sua própria imagem. Discute a relação dos sentimentos provocados por essa dinâmica e

as situações de vida.

Retoma o assunto: interação com o sexo oposto e os estimula a planejar uma situação para colocar em

prática

Tarefa entre sessões: colocar em prática a habilidade de interação com o sexo oposto planejada e

continuar colocando em prática as outras habilidades

Sessão XIV:

Videofeedbak. da vivência da sessão anterior: Luz Dança Ação

Rever o tópico interação com o sexo oposto e conversar sobre a tarefa de casa reestruturando

pensamentos disfuncionais

O terapeuta solicita que cada um fale como tem se sentido até agora com a terapia, o que tem melhorado

e o que ainda falta. O terapeuta coloca que muitas vezes resistimos a trazer coisas que estão nos

incomodando, pensando sempre em deixar para falar depois, porém o ideal seria aproveitar a sessão de

hoje para dividir com o grupo qualquer aspecto relacionado à ansiedade social que esteja incomodando.

O terapeuta encoraja o grupo a aproveitar a terapia ao máximo, não postergando nada. Lembra que o

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grupo vai dar apoio e analisar junto com cada um a dificuldade apresentada. Nessa sessão o terapeuta

avalia as dificuldades de cada um, aproveitando a auto-revelação para que o grupo se ajude mutuamente.

Deixa o grupo se colocar diante de cada questão trazida, apenas estimulando a reestruturação de

pensamentos relacionados às situações trazidas.

Discute com cada um a hierarquia preenchida em casa, avalia a reestruturação dos pensamentos

relacionados a cada situação da hierarquia e procura lembrar a reestruturação das crenças centrais de

cada um, incentivando a prática da hierarquia.

Avalia junto o material de construção de uma hierarquia em ordem de dificuldade e reestruturação dos

pensamentos associados a cada exposição.

Tarefa entre sessões:

Colocar em prática ás situações da hierarquia e usar a folha testando pensamentos para reestruturar

Sessão XV

Dinâmica: “Exigindo a palavra”

Objetivos:

Falar em pequenos grupos,

Desenvolver habilidades de argumentação e

Desenvolver os aspectos não verbais

Descrição:

Pede para o grupo escolher um tema do cotidiano para iniciar uma conversa informal, por exemplo: o

desabamento do metrô em São Paulo, o Big Brother (tema escolhido pelo grupo piloto), entre outros.

O grupo inicia uma conversa sobre esse tópico, cada um deve dar sua opinião, se colocar. O terapeuta

procura centralizar a conversa, sendo mal educado, falando alto, interrompendo, colocando um ponto de

vista crítico e polêmico, de preferência o inverso do que perceber ser a opinião da maioria. Deixa assim

por algum tempo e interrompe perguntando como cada um está se sentindo? Estão tendo dificuldade em

colocar suas opiniões? Por quê? Quais sentimentos essa situação está trazendo? No dia a dia deles, isso

já aconteceu? O grupo conversa, o terapeuta os ajuda a entender suas dificuldades e a identificar quais

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elementos do comportamento do terapeuta influenciou na dinâmica, tipo: postura do corpo e tom de voz

(o terapeuta se colocava ereto na cadeira, se inclinando a frente e gesticulando, também falava alto).

Pede para repetirem a interação, porém, dessa vez, tentando cortar o terapeuta. O terapeuta apenas se

permite ser cortado se o outro estiver com postura e tom de voz adequados, mostrando realmente querer

falar. Em seguida abre para avaliarem juntos esse segundo momento. O terapeuta pode repetir essa

seqüência até avaliar que todos estão se colocando com postura e tom de voz adequados. Pode estimular

isso dividindo o grupo em um grupo menor, ou pedindo para quem já conseguiu ficar calado.

Em seguida o terapeuta pergunta quem tem dificuldade para falar em pequenos grupos, como reuniões.

Quem tem dificuldade de argumentação ou de se colocar quando muitos estão falando. Dificuldade em

pedir a palavra e argumentar. Abre para que todos se coloquem, reestrutura junto com o grupo os

pensamentos distorcidos relacionados a essas situações.

Dinâmica: Advogado do Diabo

Objetivos:

Falar em público,

Desenvolver estratégias para argumentar,

Defender a própria opinião e

Reestruturar pensamentos

Descrição:

O grupo escolhe um tema polêmico (tipo: legalização da maconha, liberação do aborto, etc...) e é

dividido em dois. Metade é solicitada a desenvolver por escrito argumentos a favor do tema (mesmo que

pessoalmente não concorde), a outra metade deve escrever argumentos contra o tema escolhido. Em

seguida, um grupo de frente para o outro, inicia um debate. O terapeuta estimula, instigando e garantindo

que todos falem. Em seguida pede que os grupos invertam a posição ideológica, quem era a favor, passa

a ser contra, e quem era contra, passa a ser a favor. O debate acontece novamente. O terapeuta estimula

novos argumentos de cada lado.

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Ao final, abre para o grupo colocar como se sentiu em relação à dinâmica e aborda o tema: expressar

opinião e argumentação. Toda situação tem mais de uma forma para ser entendida, o importante é cada

um acreditar na sua forma para poder argumentar, sem querer agradar aos outros, e sim defendendo sua

própria opinião. Escutando o outro, reavaliando seus próprios argumentos, para decidir a forma como

pensa. Sem a preocupação em ser aceito. Avaliar essas questões com o grupo: sentimentos e

pensamentos

Dinâmica: Quem conta um conto, acrescenta um ponto.

Objetivos:

Falar em público;

Dar e receber feedback;

Identificar e expressar comportamentos não verbais adequados ao conteúdo;

Desenvolver criatividade e

Identificar pensamentos automáticos e reestruturar

Um voluntário é solicitado e instruído a pensar em uma situação de sua vida que possa compartilhar com

o grupo, o terapeuta pede que pense em uma situação que tenha sido dinâmica, com outros envolvidos.

Uma história que considere interessante para compartilhar.

Em seguida pede ao voluntário para escolher 6 pessoas do grupo. O restante do grupo é instruído a

observar a dinâmica. Enquanto o terapeuta explica a dinâmica o co-terapeuta escolhe 2 pessoas do grupo

de observação, instruindo (cochichando ao ouvido) que um deles se comporte de forma desinteressada,

sem prestar atenção, como se achasse a história muito chata: deve bocejar, dar uma cochilada. O outro é

instruídos a conversar durante a narração, puxando assunto com outros colegas. O co- terapeuta fica

sentado junto ao grupo de observação e mantêm uma postura bem séria, como se não tivesse gostando de

nada.

O voluntário começa a contar sua história e duas pessoas que ele selecionou começam a interpretar a

situação contada sem falar, apenas com o corpo. As outras, que foram selecionadas por ele, ficam em pé

ao seu lado, apenas assistindo. O restante do grupo apenas observa. Após o voluntário ter contado sua

história o terapeuta fala Pára, a imagem dos que interpretam se congela, e o terapeuta pergunta a 1ª

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pessoa que está ao lado de quem estava contando a história: Se isso não fosse um: ( o terapeuta diz aqui

o que realmente foi o tom da história contada) por exemplo:drama e sim um filme de terror, como seria?

( poderia ser terror ou comédia ou tragédia grega , romance, suspense, ficção científica e etc..) O

terapeuta instrui dizendo que ele pode modificar o quanto desejar, e deve incluir um novo personagem

ao enrredo. Quanto mais criativo melhor. Ao contar a história você deve usar um tom de voz adequado

ao que deseja passar, você é o narrador da imagem e deve colocar emoção no que está contando. A 1ª

pessoa que estava contando a história entra para o grupo que encena a imagem. Ao final da 2ª história as

instruções se repetem modificando novamente o tom da história e acrescentando mais um personagem.

Nesse momento a platéia pode ser consultada para escolher o novo tom, o terapeuta pergunta a platéia

que tipo de filme eles gostariam de ver agora? Ação? Suspense? Romance ? e etc....

O terapeuta deve ajudar no caso da pessoa estar com dificuldade, interrompendo e dando exemplo de

como colocar emoção ao narrar. Também deve estimular ao grupo da imagem, pedindo que usem o

corpo como um todo, expressões faciais e muita criatividade para encenar a história que está sendo

contada. Essa seqüência é repetida até que as pessoas que foram selecionadas para ficar ao lado do 1º

narrador tenham contado uma versão da história. Em seguida, o grupo que estava observando é

solicitado a dar feedback do desempenho de cada pessoa que participou da dinâmica. Tanto do grupo

que narrou quanto do grupo que encenou. Eles devem fornecer uma avaliação descritiva do desempenho

de cada um, o tom de voz foi adequado, convincente? Foi criativo? E em relação ao grupo que encenou:

Todos se concentraram? Os movimentos foram adequados? Usaram o corpo todo? As expressões faciais

seguiram o enrredo?

Em seguida o grupo todo é convidado a conversar sobre a dinâmica: Como se sentiram? Foi difícil?

Qual parte? O que perceberam com o exercício? Caso ninguém fale o terapeuta pergunta ao grupo que

narrou e encenou: Vocês olharam para a platéia? Como estava? Prestando atenção? Interessada?

Aproveita essa discussão e introduz o tópico falar em público. Pergunta quem tem dificuldade? Explica

que essa é uma dificuldade muito comum, mesmo pessoas sem ansiedade social se sentem ansiosas para

falar em público. Assim como outras interações sociais, falar em público requer a compreensão dos

componentes das habilidades verbais e não verbais para uma boa apresentação. Alguns componentes

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apareceram na dinâmica que fizemos, alguém tem idéia de quais? Caso ninguém responda o terapeuta

explica: boa apresentação pessoal, adequada à situação. Tom de voz, clareza na fala, ritmo da fala,

postura corporal, expressão facial. Pensamentos automáticos referentes à situação: processamento pré e

pós evento. Outros elementos que vamos construir juntos, como: escolha e conhecimento do tema, breve

introdução ao assunto, despertando interesse da platéia, roteiro do discurso (organização de tópicos e da

relação entre eles), material visual, estratégias para descontrair a platéia e prender atenção (como dizer

algo instigante, engraçado ou fazer perguntas) e encerramento da apresentação.

O terapeuta solicita que cada pessoa escolha um tema para preparar uma apresentação de 5 minutos e

pense em que situação apresentaria esse tema: trabalho? Igreja? Grupo de amigos? Colégio dos filhos?

O terapeuta pede que na sessão seguinte venham com um esboço do assunto escolhido e vestidos de

acordo com a situação escolhida.

O terapeuta pede para que não faltem, analisa pensamentos que podem levar a fuga da situação e

tranqüiliza o grupo de que tudo será feito respeitando a ansiedade de cada um.

Tarefa entre sessões:

1) Criar pelo menos 3 situações para “pegar a palavra” e argumentar, defendendo um ponto de vista,

uma opinião.

2) preparar esboço para apresentar em público e vestir-se de acordo

Siga o roteiro abaixo:

Preparando uma apresentação:

Escolha do tema:

Quem é o público? Leigos, homens, mulheres, pessoas com conhecimento profundo de uma área?

Qual o objetivo de sua apresentação? Informar, expor resultados, entreter, convencer, vender, aprofundar

um tema?

Qual o tema geral de sua apresentação?

Identificar pontos principais da apresentação, o que exatamente você deseja que o público aprenda? Em

geral as apresentações têm 2 ou 3 pontos principais.

Organização das informações:

Em que ordem vai apresentar? Seqüência de pontos relevantes organizados em ordem de tempo; ou

introdução, hipóteses, discussão e conclusão; ou identificação de um problema e apresentação de

soluções efetivas?

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Como tornar sua apresentação mais interessante para a platéia?

1) Desenvolver material visual que complemente resumidamente a apresentação.

2) Fornecer uma visão geral, roteiro da apresentação. Facilita a platéia acompanhar a apresentação

Por exemplo: Existem 3 processos cognitivos na fobia social: processamento pré evento; processamento

durante o evento e processamento pós evento. No processamento pré evento.......

3) Resumir um assunto que acabou de falar para introduzir um outro ponto.

Por exemplo: A fobia social ativa um processamento cognitivo em que o medo da avaliação negativa do

outro ativa um ciclo vicioso que se retroalimenta.

Além dos fatores já discutidos as pesquisas atuais tem investigado o papel da ativação cerebral na fobia

social....

Como começar a apresentação?

A introdução é uma parte importante da apresentação, deve ser breve, não mais que 10 a 20% do total de

tempo da apresentação.

Uma boa forma de iniciar é falando da importância do tema para aquela platéia, em que as informações

poderão ser úteis, ou o que torna o tema interessante para você e para a platéia. Especifique a

importância do tópico.

Exemplo:

Hoje a fobia social atinge de 3 a 13% da população, sendo o 3º transtorno psiquiátrico mais comum.

Hoje estarei falando sobre o diagnóstico e tratamento desse transtorno que causa um prejuízo

significativo na vida das pessoas que sofrem com esse diagnóstico. Acredito que a melhor forma dos

profissionais de saúde ajudarem nessa estatística é possuindo um conhecimento atualizado.

Outra opção é surpreender a platéia contando uma história ou fazendo uma declaração bizarra ou de

impacto;

Exemplo:

Hoje estarei falando sobre a fobia social, meu interesse por esse tema surgiu de minha própria

dificuldade, há um ano atrás eu não conseguia falar em público e não poderia estar aqui.

A fobia social é um transtorno muito prevalente, atinge de 3 a 13 % da população....

Questionar a platéia também é uma opção

Exemplo:

Hoje estarei falando sobre fobia social, um transtorno psiquiátrico em que as pessoas têm medo da

avaliação negativa do outro, esse medo leva a fuga de situações sociais ou a exposição com muito

desconforto, causando um prejuízo significativo. Gostaria que cada um de vocês pensasse se conhecem

alguém que poderia se encaixar nesse diagnóstico. Quem conhecer por favor levante a mão.

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Não esquecer de especificar o tema da apresentação e ao longo da apresentação cada tópico. Essa

informação é obvia para o apresentador, mas não para a platéia.

Organizar os tópicos e o que é fundamental de ser dito em cada tópico

Como encerrar a apresentação?

Encerrar a apresentação é semelhante a introduzir, não deve levar mais do que 10 a 15% do tempo.

Informe ao público que está finalizando através de palavras: concluindo, resumindo, como era meu

objetivo inicial, enfim, a proposta dessa apresentação foi.....

Resumir a idéia da apresentação: idéia central e pontos principais

Resumir os pontos mais relevantes para a platéia

Voltar para introdução e ligar as idéias expostas

Procurar ser direto e objetivo

Agradecer a atenção ou a oportunidade

Exemplo:

Tema: Fobia Social

Público: profissionais da área

Tempo estimado: 20 minutos

Objetivo: apresentar os resultados de uma pesquisa que investigou o tratamento desse transtorno,

chamando atenção para a importância do encaminhamento para tratamento psicológico em grupo

Tópicos:

Introdução: porque é interessante? Porque eu escolhi esse tema?

Resumo da apresentação:

O que á a fobia social?

Prevalência, critérios de diagnóstico (informações em ordem cronológica de 1980 a 2007)

Como é o tratamento?

Objetivos, número de pessoas, principais intervenções psicológicas

Resultados da pesquisa

Dados antes do tratamento, na última sessão e um mês após o término

Dados qualitativos (minhas observações enquanto terapeuta)

Conclusão:

O tratamento em grupo é o mais indicado

Outros estudos que têm os mesmos resultados

agradecimento

Dicas:

Procurar estar vestido de acordo com a situação, em geral um pouco mais arrumado que a platéia

Alternar o tom de voz, dando vida ás informações

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Fazer contato ocular com a platéia, alternado entre pessoas em toda a extensão da platéia

Movimentar o corpo espontaneamente, procurando tranqüilidade

Usar as técnicas de respiração

Usar as técnicas de reestruturação de pensamentos para ter segurança, sem medo de errar

Você consegue!!! Não esqueça que a prática é fundamental, falar em público é uma habilidade, quanto

mais prática, melhor o desempenho.

Escolher pelo menos 3 situações para colocar em prática as habilidades relacionadas a argumentação.

Criar situações para “pegar a palavra” e argumentar, defendendo um ponto de vista, uma opinião.

Situação 1:

Situação 2:

Situação 3:

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Quebra de página

Sessão XVI

Sessão de videofeedback

O terapeuta divide o grupo em duplas, que devem se ajudar mutuamente a estruturar a apresentação do

tema pesquisado em casa. Os terapeutas andam pela sala, ajudando cada dupla na tarefa. Pede para que

um apresente informalmente para o outro quando considerar estar pronto, ajustando detalhes. Pede que

cada dupla avalie os pensamentos automáticos antecipatórios reestruturando.

Em seguida o terapeuta relembra todos os aspectos da habilidade falar em público conversados na sessão

anterior. Distribui um papel para cada um e para o co-terapeuta. Uma pessoa vai apresentar e cada um

vai avaliar seu desempenho na tarefa. Só vão escrever depois que a pessoa tiver terminado a

apresentação, durante a apresentação basta prestar atenção para poder avaliar em seguida. A pessoa que

vai apresentar é instruída a olhar para a platéia e não diretamente para a câmera.

Cada pessoa do grupo faz sua apresentação, que é filmada. Ao final de cada um o grupo avalia por

escrito no papel e o co-terapeuta também. Quando todos terminarem o terapeuta fornece, conforme

indicado na literatura, um preparo cognitivo anterior ao vídeofeedback:

1- Solicita que cada um diga detalhadamente como acredita ter se saído no vídeo.

2- O terapeuta realiza uma exposição imaginaria, pedindo que cada um visualize, o mais nítido possível

a imagem de como se viram durante a apresentação, em seguida, cada um avalia de 0 a 10 o quão vivido

foi a imaginação.

3- O terapeuta pontua a distinção entre como alguém se sente durante uma apresentação e como se

parece, e solicita que os participantes procurem perceber, na imagem do vídeo, como foi seu

desempenho, e não como se sentiram.

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A pessoa avalia seu próprio desempenho, respondendo aos questionários de desempenho

imaginado.

Em seguida o grupo assiste ao vídeo das apresentações e preenche novamente os questionários. Em

seguida cada um comenta o que percebeu. Como foi se ver no vídeo. Quais as diferenças entre as

avaliações feitas anteriormente e o que aparece no vídeo.

O terapeuta estimula a reestruturação de pensamentos distorcidos usando as imagens de vídeo como

evidência.

Sessão XVII:

O grupo é estimulado a conversar sobre a terapia, como foi até aqui? O que consideram ter

melhorado?

A terapeuta entrega outra folha de crença central (como no início da terapia) pedindo para que os

pacientes anotem a crença central mais forte e juntos pensam em evidências que não comprovem a

crença. Em segyida o terapeuta propõe um exercício de imaginação. Pde que todos fechem os olhos, se

concentrando apenas na respiração, procurando uma posição confortável, prestando atenção no corpo,

aliviando a tensão a cada expiração. Deixa alguns minutos e pede que imaginem um lugar seguro,

imaginando com muitos detalhes, focando no sentimento de segurança, procurando intensificá-lo ao

máximo. Deixa alguns minutos e pede para que apaguem essa cena e comecem a focar no sentimento

ruim relacionado a crença central identificada, deixando vir a mente uma situação da infância que esse

sentimento tivesse presente. Pede que tentem imaginar mais nitidamente possível, identificando os

detalhes da situação: qual o lugar? Como está vestido? Como esta o tempo? A outra pessoa, como está?

Qual a expressão facial? O que esta acontecendo, o que está sendo dito.

Procurando identificar e intensificar o sentimento, percebendo o que queria naquela situação,

imaginando um diálogo em que diga para o outro o que gostaria e imaginando a reação do outro. Deixa

alguns minutos pedindo para que imaginem um diálogo até o fim. Deixa um pouco e pede para que

apaguem aquela cena, prestando atenção apenas no sentimento, deixando viruma imagem da vida adulta

em que esse sentimento esteve presente. Novamente pede para que imaginem com muitos detalhes,

identificando os próprios sentimentos e pensamentos. O que queriam naquela situação, imaginando um

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diálogo em que expressem seus sentimentos e o que gostariam, imaginando também a reação da pessoa,

até que o diálogo se esgote e tenham dito tudo. Deixa alguns minutos e pede para que novamente

apaguem aquela cena voltando a imaginar o lugar seguro, com bastante detalhes, intensificando os

sentimentos de segurança . Deixa alguns minutos e pede para que se imaginem voltando a sala e

instruindo que vai contar até três e no Três eles podem abrir os olhos.

Abre para que cada um conte a experiência, procurando associar com a construção da crença central. As

experiências de vida, além das imaginadas que se relacionam com a crença e com o que já foi visto em

terapia. Explica que todos temos diferentes modos de funcionamento, somos pessoas diferentes

dependendo do contexto. Podemos ter uma faceta carente, outra mimada, outra responsável, que se ativa

dependendo da situação. Muitas vezes internalizamos uma faceta relacionada aos nossos pais ou

experiências de infância, pode ser uma faceta que cobra, ou invalida. Podemos nomear como minha

faceta cobradora, invalidadora. Por exemplo, o Paulo cobrador, ou o Paulo invalidador e também o

Paulo saudável. A faceta saudável provavelmente permitiu que vocês buscassem a terapia e chegassem

até aqui. A faceta cobradora muitas vezes foi responsável pelos pensamentos automáticos negativos que

identificamos ao longo da terapia. Cada um consegue identificar seus modos? Vamos anotá-los e os

principais pensamnetos associados a cada modo.O terapeuta ajuda até que todos tenham identificado.

Propõe como tarefa de casa a construção de um cartão de enfrentamento que seria a voz do modo

saudável. Pede que todos durante a semana tirem um tempo para refletir sobre todo o trabalho

terapêutico, relendo o material, pensando nas coisas que consideraram mais importantes. Pede para

identificarem sua voz saudável que foi fortalecida com o trabalho terapêutico, imaginando que coisas

importantes essa voz eventualmente vai precisar dizer em momentos difíceis. Anotem o mais possível e

levem para a próxima sessão.

O terapeuta encerra trabalhando a prevenção de recaída:

A terapeuta conversa sobre a importância de continuar colocando as habilidades em prática. Não evitar

situações que causem ansiedade, eles tem ferramentas suficientes para enfrentar as situações. Lembrar

que o processo de melhora é uma construção. Juntos, no grupo, construímos uma base sólida para que

cada um possa continuar sempre construindo. Mesmo que em alguma situação futura aconteça uma

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recaída, ou seja, uma situação social que não conseguiram manejar, isso não significa que tenham

desaprendido tudo. Não se desesperar pensando que tudo vai voltar a ser ruim sempre, e sim entender

como uma experiência de aprendizado. Que elementos estiveram presentes nessa situação? Que

pensamentos? Crença? O que posso aprender e agregar ao que aprendi no grupo, para manejar melhor

situações futuras. Não somos perfeitos e não é possível acertar sempre. Situações sociais que causam

ansiedade são normais e nem sempre nos desempenhamos da melhor maneira possível. Aceitar a

ansiedade social significa entender isso e aproveitar as situações para construir sempre mais. É um

trabalho contínuo.

Sessão XVIII

Dinâmica: Construção da peça de teatro fórum de acordo com o indicado por Boal, 2002

Escolha do tema para a peça de teatro fórum:

Terapeuta explica o que é o teatro fórum e como vai ser usado na terapia. Em seguida pede para que

cada um reflita sobre uma situação vivida que poderia ser tema para a peça. Lembrar que o tema

escolhido deve representar o grupo, as angustias deles, para que todos possam se identificar. São

situações em que se sentiram oprimidos. Cada um do grupo que desejar, conta uma situação que queira

compartilhar em detalhes. Após ouvir todas as situações o grupo é solicitado a decidir qual deseja usar

como base para criar a peça. Após a escolha, a situação começa a ser improvisada, cada um escolhe um

personagem. É importante que todos participem, o roteiro deve incluir todos com ao menos uma fala. A

cena vai sendo moldada através de várias passagens.

Dinâmica: Construção da peça de teatro fórum de acordo com o indicado por Boal, 2002

Ensaios:

Encenar a improvisação do roteiro escolhido. Quando se chegar a um consenso de como será a cena

(deve tem no máximo 15 minutos) alguns ensaios se realizam. A cena de teatro fórum não apresenta a

solução para a situação de conflito, ela termina com o conflito sem solução.

Esses ensaios têm como objetivo preparar os participantes para a realização do fórum. Cada um deve

conhecer bem seu personagem, o que pensa, o que quer.

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1º durante a passagem da cena o terapeuta diz: para! e todos devem começar a falar o que aquele

personagem está pensando

2º durante a passagem da cena o terapeuta diz: Pára! Todos ficam em estátua. O terapeuta toca em um

personagem e começa a interrogá-lo: Quantos anos ele tem? O que quer naquela situação? Por quê? Faz

com todos

3º a cena é passada uma vez, ao final passa a cena de novo. Nessa 2ª passagem o co-terapeuta diz Pára! e

pede para entrar em cena no lugar do oprimido, trazendo uma possível solução para a situação. O grupo

em cena atua interagindo agora com o co-terapeuta, apresentando argumentos e tentando continuar a

opressão. Ao final o terapeuta fornece feedback, instruindo como devem se comportar no fórum. Não

podem oprimir, a ponto da pessoa não conseguir apresentar sua solução, mas também não podem ceder

completamente, como em um passe de mágica. Se necessário esse tipo de ensaio é repetido até o grupo

todo estar se desempenhando bem.

Ao terminar esses ensaios o terapeuta verifica como o grupo está se sentindo. Reestrutura pensamentos e

os encoraja a prosseguir. O grupo então sai para convidar uma platéia. Todos juntos saem pelo campus

da universidade convidando as pessoas a assistirem uma peça com duração de 15 minutos.

No horário combinado (15 minutos depois de convidar as pessoas) o Fórum começa. O terapeuta explica

a platéia como funciona o teatro fórum, em seguida realiza uma dinâmica de aquecimento. Alguma que

tenha sido feita com o grupo ao longo da terapia, como “se eu disser que sim, você vai dizer que não...”.

A peça é encenada uma vez. O terapeuta diz ao público que a peça acontecerá novamente e que assim

que alguém tiver uma outra sugestão e solução para a opressão (lembrando que deve partir do oprimido)

é só falar Pare!. Assim que alguém falar Pare o terapeuta para a peça e pede para a pessoa entrar em cena

no lugar do oprimido, encenando sua proposta de solução. Após a pessoa apresentar sua solução o

terapeuta pergunta a platéia o que eles perceberam que mudou? Abre para debate e se alguém começar a

dar outra solução pede para que entre em cena, e assim por diante, até considerar que o tema foi

discutido, e mais de uma solução proposta.

O fórum se encerra e o grupo volta a se reunir para encerrar o grupo. Cada um coloca como se sentiu

com a realização do fórum. O terapeuta agradece a participação de todos, fornece um feedback de como

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se sentiu em relação ao grupo e como cada um evoluiu. O grupo é convidado a fazer comentários finais

e a terapia se encerra. Entrega um texto sobre prevenção de recaída.

9.2 Sessões Grupo Controle

Sessão I:

-Apresentação dos terapeutas

-Apresentação da pesquisa

-Apresentação dos pacientes (cada um é convidado a falar um pouco sobre si, terapeuta estimula a auto-

revelação com perguntas)

-Modelo cognitivo comportamental: relação entre pensamento-sentimento e comportamento

-Ansiedade social: O que é? Terapeuta e pacientes conversam

Estratégia Gráfico de Pizza

-Contrato: que assegure o sigilo de identidade e das informações compartilhadas, definir o horário e

número de sessões e ressaltar a importância da presença às sessões de terapia.

Discutir a importância do grupo como um barco que precisa remar junto

Tarefa entre sessões: ler o texto sobre ansiedade social, pensar nos acontecimentos da vida que

influenciaram o surgimento do transtorno

Sessão II:

- Avaliar a tarefa de casa, discutindo o texto e procurando estabelecer ponte com a sessão anterior,

revendo o modelo cognitivo e as informações sobre ansiedade social. Deixar que cada paciente fale um

pouco sobre sua ansiedade social e como se vê diante das informações compartilhadas até aqui.

-Reforçar o entendimento do modelo cognitivo da ansiedade social: processamento pré evento,

pensamento, sentimento, comportamento, reações físicas e processamento pós evento. Cada paciente

deve dar exemplos de situações vividas para identificar esses elementos da ansiedade social

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-Iniciar o treino em reestruturação cognitiva: identificar situações, sentimento e pensamentos. Escolher

uma situação de cada paciente para preencher no quadro as 3 primeiras perguntas da folha testando

pensamentos

- Identificar na vida de cada um os elementos escritos no quadro. O terapeuta explica o modelo cognitivo

da ansiedade social usando todos os elementos do quadro e introduzindo a idéia de crenças centrais ou

esquemas. Cada paciente é convidado a falar da relação dos elementos do quadro com sua própria vida

Escreve no quadro:

Crenças:

Sobre si, os outros e o mundo

Aspectos biológicos/genéticos

Aspectos familiares

Relação com colegas e experiências de vida

Relação com familiares

Relação com aspectos culturais

- Discutir a importância de aceitar a ansiedade social

Tarefa entre sessões: preencher as 3 primeiras perguntas da folha testando pensamentos.

Quebra de seção (próxima página)

Sessão III-

-Ver a folha testando pensamentos preenchida em casa, corrigindo possíveis confusões entre

pensamentos, sentimentos e comportamentos.

-Completar a folha testando pensamentos de cada paciente, ensinando-os a fazer reestruturação de

pensamentos automáticos através de questionamento socrático. Mostrar a relação entre pensamentos

distorcidos e ansiedade social.

- ler a folha de distorções cognitivas os ajudando a identificar na folha testando pensamentos

- Preencher no quadro usando um exemplo de cada paciente

- Introduzir a habilidade: ler o ambiente social

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Tarefa de casa: Preencher a folha testando pensamentos e se engajar em pelo menos 3

situações sociais para ler o ambiente

Sessão IV-

-Ver a folha testando pensamentos da tarefa de casa reforçando a habilidade de

reestruturação cognitiva. - Discutir as principais distorções cognitivas

- Explorar os exemplos de leitura de ambiente da tarefa de casa

- discutir a importância de não fazer autoprocessamento

- Iniciar treino em respiração diafragmática, mostrando a ralação entre pensamentos,

sentimentos, comportamentos e reações físicas.

Dinâmica: Exposição imaginária

Objetivo:

Perceber a relação entre pensamentos e reações físicas

Iniciar o treino em respiração diafragmática

Descrição:

Fazer um exercício de exposição imaginária que induz a calma em um primeiro momento,

usando respiração e imagens de segurança e bem estar; quando perceber que os pacientes

estão um pouco relaxados, introduzir uma imagem ansiogênica, como, por exemplo, falar

em público. Quando perceber a tensão encerrar a imaginação de forma positiva e discutir o

exercício com os pacientes: como se sentiram, quais modificações perceberam no corpo de

uma imagem para a outra, quais pensamentos e sentimentos tiveram. Quais reações físicas?

Tarefa entre sessões: treinar a respiração diafragmática e preencher as folhas testando

pensamentos

Sessão V

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- Ver as folhas de tarefa de casa trabalhando as dificuldades

- O terapeuta fornece uma explicação da habilidade dar e receber feedback e pede a algum

voluntário para fornecer um feedback da terapia até esse momento

- Avaliar dificuldades com respiração diafragmática

- Fazer o relaxamento muscular progressivo (adaptação do relaxamento descrito por

Jacobson, 1938 citado por Rangé, 2001)

Tarefa de casa: fazer o relaxamento ao menos 1 vez por dia, preencher a folha testando

pensamentos, identificando as principais distorções cognitivas

Sessão VI:

- Avaliar como foi o treino em relaxamento, tirar possíveis dúvidas.

- Explicar o conceito de habilidades sociais e a importância de desenvolver habilidades

sociais como ferramenta para manejo da ansiedade social.

- Introduzir a habilidade : escutar o outro

Tarefa entre sessões: se expor a situações sociais para escutar o outro e ler o ambiente

social, procurando identificar pensamentos automáticos

Sessão VII

- Avaliar como foi a realização do experimento comportamental aproveitando para fazer

reestruturação cognitiva.

-Utilizar as situações descritas para reforçar o entendimento do modelo cognitivo da

ansiedade social. - -Continuar o treino em habilidades sociais: iniciar e manter

conversação. Discutir tópicos para a manutenção de conversas com pessoas conhecidas e

com estranhos enfatizar a importância de perguntas abertas e do reconhecimento de sinais

sociais.

Dinâmica:

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Objetivo: avaliar o grau de atenção que a pessoa conseguir ter e discutir como isso acontece

devido a ansiedade no dia a dia. Selecionar tópicos para iniciar, manter e mudar de assunto

em uma conversa

Descrição: entregar para cada pessoa um papel descrevendo um personagem: idade, sexo e

profissão. Cada paciente irá ler o seu e criar em cima desses dados uma apresentação de 2

minutos. Cada pessoa se apresenta e em seguida o terapeuta pergunta quem lembra das

informações da pessoa que logo antes do paciente se apresenta.

Tarefa entre sessões: iniciar e manter conversas com pessoas conhecidas e desconhecidas e

preencher a folha testando pensamentos.

Sessão VIII:

- Avaliar a tarefa de casa e a folha testando pensamentos, discutir possíveis dificuldades e

comportamentos sutis de evitação, como desvio dos olhos.

- Treino de habilidades sociais: prestando atenção, lembrando, mudando de assunto e

encerrando uma conversa.

Dinâmica: Treino de habilidades sociais: prestando atenção, lembrando, mudando de

assunto e encerrando uma conversa.

Descrição:

Divide o grupo em dois grupos e cada grupo em duplas e pede para que um grupo converse

procurando fazer perguntas abertas, percebendo o tempo certo para mudar de assunto e

encerrar a conversa e o outro grupo assiste; em seguida inverte. No final abre para

discussão.

- Pedir um voluntário para dar feedback da sessão

Tarefa entre sessões: incentivar o engajamento em situações sociais para poder colocar em

pratica as habilidades discutidas na sessão e preencher a folha testando pensamentos

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Sessão IX:

- Avaliar tarefas de casa: grau de dificuldade, pensamentos distorcidos, evitação. Cada um

deve contar como foi seu experimento, suas dificuldades, sentimentos, pensamentos e

reações físicas.

-Introduzir outro tópico do treino de habilidades sociais: contato ao telefone e a importância

de estabelecer e manter amizades.

-Listar situações da vida de cada paciente que permita o engajamento na atividade proposta;

elaborar um plano de ação para ser realizado como tarefa de casa que procure estabelecer e

manter amizades.

- Preencher com os pacientes mais exemplos da folha testando pensamentos de

pensamentos antecipatórios ansiogêncos

- Expressar afetividade : pede ao grupo para dar exemplos de dificuldade nesse tópico. Em

seguida pede a cada um que revele um sentimento que o incomoda e normalmente não

compartilha com ninguém. O terapeuta se comporta de forma empática a cada revelação.

Não intervem com reestruturação, apenas escuta e é empático.

Tarefa de casa: convidar alguém para fazer alguma atividade social por telefone, expressar

afetividade e preencher a folha testando pensamentos

Sessão X:

- Avaliar as tarefas de casa trabalhando dificuldades através de reestruturação cognitiva

- fazer uma plano para manter amizades, como por exemplo telefonar com freqüência,

combinar atividades em comum, fazer perguntas abertas que permitam a conversa fluir,

restar atenção no outro, não fazendo autoprocessamento.

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-Introduzir novo tópico: empatia. Discutir o conceito de empatia pedindo aos pacientes para

identificarem situações em que foram empáticos ou em que outros foram empáticos com

eles. Identificar o componente cognitivo, emocional e comportamental da empatia. Discutir

a importância de expressar afeição e fazer e receber elogios.

- Cada paciente é solicitado a contar um problema e o grupo é incentivado a ser empático

Tarefa entre sessões: escolher pelo menos uma situação para ser empático outra para

expressar afeição por alguém e outra para fazer um elogio e preencher a folha testando

pensamentos

Sessão XI:

-Avaliar a tarefa de casa, como se sentiu realizando os exercícios, qual foi a reação da outra

pessoa.

- Discutir a crença I de Ellis e introduzir o tópico assertividade. Discutir o conceito de

assertividade, a diferença entre os comportamentos passivo, assertivo e agressivo.

Desenvolver a consciência de si mesmo, de seus direitos e desejos em cada situação para

avaliar qual habilidade social é mais adequada.

- Dinâmica: Direitos Humanos e Interpessoais (Del Prette e Del Prette, 2002)

- Discutir a relação entre assertividade e empatia. Usar exemplos dos pacientes para

demonstrar as habilidades.

Tarefa entre sessões: identificar nas situações da semana seus direitos e desejos, o que

gostaria em cada situação e fazer um pedido a alguém

Sessão XII

- Avaliar a tarefa de casa: o que conseguiram identificar, como foi fazer um pedido, quais

pensamentos e sentimentos apareceram na situação.

- Ler e discutir reestruturando a crença II de Ellis.

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- Introduzir o tópico: Pedir mudança de comportamento. Avaliar com cada paciente que

comportamentos eles gostaria que as pessoas mudassem. Escolher um comportamento para

treinar os componentes empáticos e assertivos na sessão como preparação para executar

como tarefa de casa.

-Avaliar pensamentos automáticos e sentimentos em relação a tarefa. Pensar na

possibilidade de não ser atendido.

Tarefa entre sessões: executar o experimento planejado na sessão de pedir mudança de

comportamento

Sessão XIII

- Avaliar as tarefas de casa.

-Discutir a crença III de Ellis.

-Iniciar o tópico dizer não e expressar opinião.

- Selecionar situações da vida dos pacientes para realizar como ensaio comportamental na

sessão, desenvolvendo as habilidades selecionadas.

Dinâmica Ensaio comportamental (Caballo, 1996)

Objetivo: aprender a modificar modos de respostas não adaptativas, substituindo-as por

novas respostas

Descrição:

O paciente representa cenas curtas que simulam situações da vida real. Pede-se ao ator

principal (paciente) que descreva brevemente a situação problema real (no caso dificuldade

em assertividade). As perguntas quem, o que, como e quando são úteis para marcar a cena.

Chama-se os atores pelos nomes das pessoas descritas na situação real. Uma vez em que a

cena comoça a ser representada é papel dos terapeutas assegurar que o paciente tente seguir

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os passos comportamentais enquanto atua. Se o paciente apresentar dificuldade em uma

cena deve-se pedir para discuti-la.

Passos:

Descrição da situação problema

Representação do que o paciente faz normalmente nessa situação

Identificação das possíveis cognições desadaptativas que estejam influenciando o

comportamento inadequado do paciente

Identificação dos direitos humanos implicados na situação

Identificação de um objetivo adequado para a resposta do paciente

Sugestão verbal de outros comportamentos por parte dos terapeutas e membros do grupo

Demonstração de uma das alternativas por um membro do grupo (modelação)

Representação pelo paciente da resposta escolhida

Avaliação da efetividade da resposta

Repetição da apresentação incluindo os elementos sugeridos , em cada ensaio tenta-se

melhorar os aspectos verbais e não verbais

Encerramento da dinâmica: feedback

- Reestruturar pensamentos distorcidos referentes ao exercício.

Tarefa entre sessões: escolher uma ou mais situações para dizer não e expressar opinião,

preencher a folha testando pensamentos

Sessão XIV:

- Avaliar tarefa de casa discutindo dificuldades.

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-Introduzir novo tópico: interação com o sexo oposto. Discutir dificuldades que o grupo

possa ter nessa habilidade social, lembrar da importância de ler os sinais sociais.

Reestruturar pensamentos distorcidos em relação a essa habilidade

- Fazer ensaio comportamental dessa habilidade

Tarefa entre sessões: preencher folha testando pensamentos e convidar alguém do sexo

oposto para sair , ou outro tipo de interação com o sexo oposto que se tenha dificuldade

Sessão XV

- Avaliar tarefas de casa

- Iniciar o tópico falar em pequenos grupos, argumentar

- Dinâmica Argumentação:

Objetivo: desenvolver a habilidade de argumentação e falar em pequenos grupos

Descrição:

Dividir o grupo em dois, cada terapeuta com um grupo, propõe assuntos para os grupos

conversarem. Deixa cada grupo pensar em argumentos e cada grupo inicia uma discussão

sobre o tema. Todos devem se colocar. Em seguida escolhe-se outro tópico para ser

discutido com o grupo todo. Encerramento: voluntário para dar feedback do exercício

-Introduzir o tópico falar em público: selecionar temas com cada paciente, fazer um esboço

da apresentação que deve ser completado em casa para uma apresentação de 10 minutos na

sessão seguinte. Avaliar pensamentos automáticos e ansiedade antecipatória.

- Conversar sobre dificuldades que ainda não compartilharam, lembrando que o grupo é o

momento ideal para isso.

- Terapeuta os estimula a fazer planos de ação para colocar em prática, principalmente

comportamentos que são evitados devido a ansiedade social. Pede que todos listem coisas

que gostariam de fazer, porém evitam devido à ansiedade social. Terapeuta aproveita para

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lembrar o quão importante é a prática entre sessões, não apenas das tarefas pedidas, mas de

qualquer situação social que evitam e que eles já adquiriram estratégias para enfrentar.

Lembra as estratégias e incentiva ação.

Tarefa entre sessões: preparar apresentação e argumentar, pegando a palavra em alguma

conversa

Sessão XVI:

Cada participante deve apresentar seu tema. Pede-se que cada participante faça uma

avaliação em relação a sua apresentação, descrevendo o que sentiu , pensou e como

considera seu desempenho (muito bom; bom ou ruim) e o porquê além de uma avaliação

em relação à apresentação dos colegas. Após todos terem apresentado e avaliado por escrito

seu próprio desempenho e o dos colegas realiza-se o feedback cruzando as avaliações de

cada pessoa. A pessoa relata como se avaliou e os colegas compartilham como o avaliaram.

No caso de diferenças reestruturar a possibilidade da pessoa se ver muito mais

negativamente do que os outros, exagerando para pior seu desempenho. Usar essa

experiência para lembrar o modelo cognitivo da ansiedade social e para identificar

distorções cognitivas.

Tarefa de casa: continuar colocando as habilidades já discutidas em prática para avaliar

quais dificuldades ainda tem

Sessão XVII:

-Rever os pontos principais da terapia e pedir a cada paciente que liste quais atividades

ainda sente dificuldade, procurando reestruturar pensamentos associados e fazer exercícios

de ensaio comportamental em que o grupo possa ajudar a encontrar formas de lidar com

essas situações.

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-Discutir prevenção de recaída lembrando as ferramentas que eles agora possuem para

enfrentar melhor a ansiedade social.

- Explicar o ataque de vergonha e combinar quais serão as duplas e as situações escolhidas

para fazer

Tarefa entre sessões: fazer o ataque de vergonha e uma avaliação das modificações que

alcançou com a terapia e do que vai precisar fazer para manter os ganhos.

Sessão XVIII:

-Avaliar como foi a realização do ataque de vergonha procurando reforçar as habilidades

aprendidas.

-Discutir a avaliação de ganhos que cada um fez em casa e o plano de ação para manter

esses ganhos.

-Pedir uma avaliação do trabalho feito e encerrar.

Anexo do Apêndice: CD de Relaxamento (adaptação do Relaxamento

Muscular Progressivo de Jacobson, 1938 citado por Rangé, 2001)

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10- Anexos

10.1 FICHA DE IDENTIFICAÇÃO 10.2 CIS 10.3. SKID 10.4 CRITERIO BASIL 10.5 TERMO DE CONSENTIMENTO 10.6 SPAI 10.7 IHS 10.8 INVENTÁRIO BECK DE ANSIEDADE 10.9 INVENTÁRIO BECK DE DEPRESSÃO

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Cor da fonte: Automática

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Fonte: Negrito, Itálico, Sem sublinhado

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Fonte: Negrito, Itálico