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Sociedade da Mesa 75 Junho 2009 Bianchi Syrah 2008 Bianchi Torrontés 2008 Finca La Anita Cabernet Sauvignon 2005 Antonio Mas Os melhores solos Torta de coco

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Sociedadeda Mesa

75Junho 2009

Bianchi Syrah 2008Bianchi Torrontés 2008

Finca La Anita Cabernet Sauvignon 2005

Antonio Mas

Os melhores solos

Torta de coco

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Direção Dario Taibo

Direção da revista Dario [email protected]

Desenho e direção de arte

[email protected]

Atendimento ao cliente Karla [email protected]

Contato de Publicidade [email protected] (55-11) 5084-8091

Impressão 5.900 exemplares

Sociedade da MesaRua Branco de Moraes, 248/11Chácara Santo AntônioSão Paulo - SP - BrasilCEP 04718-010(55-11) 5181-4140www.sociedadedamesa.com.br0800-7740303

Este informativo é uma edição exclusiva para os associados da Sociedade da Mesa. Pertencente a um grupo internacional, a Sociedade da Mesa é um clube de vinhos, seleciona vinhos para seus associados, publica um informativo mensal além de organizar cursos e eventos.

ED

ITOR

IAL

sócio-diretorDario Taibo

02 03

comunicação e designOOC

Sociedadeda Mesa

INVERNOVINHOFONDUEO inverno está aí. Costumeiramente inverno convida

`a beber vinho. Para mim, o que convida um vinho

é um almoço, e como o faço todos os dias, é com a

mesma frequência que me sinto convidado ao vinho.

Mas enfim, entendo que no inverno comer e beber

se faz mais prazeroso. Multiplicam-se as ofertas de

um excelente fondue nos restaurantes. O fenômeno

também é caseiro, o fondue para convidar os amigos.

E é um tal de queijo que não derrete de jeito nenhum

e de convidado dando palpite na cozinha, parece

churrasco. O tal do queimador que não acende; tira

algodão, põe algodão, pões mais álcool, tem muito

álcool, e assim vai. Termina com a turma perdendo

seu pãozinho dentro da panela, e como sempre é

pouco, os convidados vão escondidos comer uma

pizza depois. Mas não deixa de ser divertido. Me

antecipo ao fenômeno e à uma eventual pergunta de

com que vinhos comer o fondue. Bem, aí vai a dica,

vai bem mal com vinho tinto. Claro que se alguém me

disser que gosta de fondue com vinho tinto nada mais

tenho a dizer. O gosto neste caso, e em outros mais,

é definitivo. Mas os cânones... Vinho tinto é difícil de

harmonizar com queijo. Ué, mas e o queijo e vinho?

Tudo bem, mas não tinto. Também é bom lembrar que

existe uma infinidade de queijos feitos por processos

muito diferentes e com sabores muito diferentes

que podem permitir harmonizações diferentes, mas

com tinto? Poucos. Agora mesmo não me ocorre

nenhum. Mas voltemos ao fondue. Com que vinho?

Branco, maduro, bem maduro, nada de vinhos ácidos e

jovens, nada de sauvignon blanc, chardonnay, vionier,

brancos fermentados em barrica e para não errar,

doces. E muito fondue, assim os convidados não saem

apressados para a pizza.

índice

04 Cartas

06 Seleção do MIes

08

Entrevista

Seleção Grades Viinhos

10

12

14

19

Artigo Técnico

Mesa

Próximas Seleções

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Simples assim!

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Os dados de seu amigo podem ser enviados ao mail [email protected], site ou podem ser fornecidos pelo telefone 0800-7740303. Nos envie seu nome completo com telefone particular e comercial. Promoção válida apenas em caso da associação de seu amigo.

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São taças de cristal perfeitas para os melhores momentos com os grandes amigos.

Sociedadeda Mesa

Olá, Dario. Quero primeiramente parabenizá-lo pelas ótimas seleções que temos recebido, escolhas, como sempre, perfeitas. O Kanu deste mês foi uma ótima seleção, porém me deixou curioso por um pequeno detalhe do contra rótulo, onde encontrei uma etiqueta mencionando que aquele vinho era “meio seco” e no contra rótulo original, constava “seco”. Essa mudança foi algum “ajuste” por conta de legislação ou por conta do vinho mesmo?

Obrigado, Marcio.

Olá Marcio, mais de um associado teve a mesma dúvida, sim, é uma questão legal ou bem burocrática. O vinho foi previamente registrado como seco, mas em sua chegada ao Brasil, e após análise legal foi considerado pelas autoridades como meio seco sendo obrigatória a reetiquetagem. O vinho em si tem a mesma quantidade de açúcar desde que foi engarrafado em 2007.

Prezados, os vinhos da seleção de maio, Kanu Rockwood Red 2006, não vieram tampados com rolha, imagino que tenha havido algum problema. O que pode ser feito?

Obrigado. Daniel.

Recebi dos associados mais de uma carta com a mesma dúvida, a falta de rolha no vinho Kanu. O sobreiro, árvore de cuja casca se faz a rolha natural, se dá em zonas muito específicas e reduzidas, bem como demora anos para produzir sua casca. A rolha natural é por isso um artigo cada vez mais caro e os produtores de vinhos vem procurando formas alternativas de fechar suas garrafas. Já tivemos entre nossas seleções vinhos com rolha sintética, mas creio que o Kanu foi o primeiro fechado com Screw Cap, cuja tradução seria: tampa de rosca. A tampa de rosca é uma alternativa já consagrada e muito comum na produção vinícola australiana e sulafricana. Talvez porque os vinhos dessas origens sejam menos frequentes no mercado brasileiro, o mesmo ainda não esteja familiarizado com o Srew Cap. Outra alternativa à rolha natural que ainda não se popularizou mas que em breve veremos tampando algum vinho é a “Rolha” de vidro. Figura ao lado:

Caro Dario, estive agora em maio visitando Casa Valduga, Miolo e ao lado a pequena e valiosa Lidio Carraro; onde me identifiquei como membro da Sociedade da Mesa e como sempre fui atendido com muito carinho, e nesta casa, pela dona Isabel. Observei que excelentes vinhos são conservados em barricas de carvalho, na sua maioria, e outros tantos apenas em aço inox sem depois ir para a madeira. Existe diferença na qualidade, ou é só uma questão filosófica?

Abraço, Paulo Fernado.

A resposta à sua pergunta vale um artigo de umas quantas páginas que prometo para algum dia mas de momento vou tentar resumir. Levar ou não um vinho a um estágio em barril sim produz uma grande diferença no resultado final, na qualidade, que pode ser para melhor ou para pior, mas também é uma questão filosófica. O barril acrescenta sabores ao vinho, muda seu caráter. Se o vinho é muito ligeiro de sabor, esses sabores provenientes do barril podem se sobrepor aos sabores originais anulando-os. Para que esse acréscimo de sabor proveniente do barril não “mate” o vinho, o mesmo deve ter grande estrutura, enorme volume de sabor. Por outro lado, um produtor pode ter nas mãos um vinho com grande estrutura, que poderia eventualmente melhorar com o barril. Mas esse produtor não quer em seu vinho esse caráter dado pelo barril. Prefere a expressão pura da fruta. Ai está a questão filosófica. Essa é a opção da Lidio Carraro que você visitou.

Sobre o Condado de Almara 2003, quanto tempo devo decantar antes de bebê-lo?

Grato, Rômulo.

Alguns minutos de decantação, entre cinco e dez minutos, podem melhorá-lo um pouco, mas não será uma melhora muito perceptível, ou dito de outra forma, não fará muita diferença. A decantação neste caso não é imprescindível. Leia mais sobre decantação nos textos de informativos anteriores à disposição no site.

CA

RTA

S

Dúvidas, sugestões, elogios? Escreva para [email protected]

04 05

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06 07

TEXTO CATA

Seleção Vinho do Mês

JOÃO CALDERÓN DARIO TAIBO

Bianchi Torrontés 2008Safra: 2008

DO: San Rafael, Mendoza

Uvas: 100% Torrontés

Álcool por vol.: 11,70%

Envelhecimento: 6 meses em barril de carvalho francês

Minha cata: amarelo pálido e cítrico, e ligeiro carbônico. Nariz: frutas brancas como banana, abacaxi ou pêssego, frutas maduras, mediana intensidade. Boca, untuoso, pronunciada acidez, final largo.

Harmonização: sua acidez exige pratos de mar, peixes ou frutos do mar. Estará especialmente bem com ostras.

Temperatura de serviço: entre 10º e 15º

Guarda: consumo imediato.

Dois vinhos diferentes, dois varietais, duas experiências distintas através de duas uvas, hoje, emblemáticas na Argentina. A torrontés que é tida por muitos como uma exclusividade hermana, considerada no mundo dos aromas como a principal rival da Sauvignon Blanc. E a uva Syrah, uma uva de grande adaptação a diferentes zonas produtoras, deixando uma marca única por cada região que passa.

Os vinhos selecionados são da Casa Bianchi, também conhecida como Bodega Valentin Bianchi. Uma bodega octogenária de origem italiana que está localizada em San Rafael a 240 quilômetros de Mendoza e segunda cidade da província. Situada nas proximidades da Patagônia, recebe os ventos frios originários do sul e as águas provenientes dos desfiladeiros da Cordilheira dos Andes, o que transformam esta zona na mais fresca de Mendoza, e excelente para a produção dos mais variados vinhos.

BIANCHI SYRAH E BIANCHI TORRONTÉS 2008

Bianchi Syrah 2008Safra: 2008

DO: San Rafael, Mendoza

Uvas: 100% Syrah

Álcool por vol.: 14,60%

Envelhecimento: 6 meses em barril de carvalho francês

Minha cata: rubi com borda ciano. Nariz: cálido, mediana intensidade, fruta compotada. Boca:

grande paso e volume de sabor, harmônico e jovial. É um Shiraz de livro.

Harmonização: versátil, mas irá melhor com pratos de caráter adocicado ou molhos à base de leite.

Temperatura de serviço: entre 20º e 24º

Guarda: melhorará nos próximos 2 anos.

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FIN

CA

TEXTO CATA

Seleção Grandes Vinhos

JOÃO CALDERÓN DARIO TAIBO

No início dos anos 90 nasce a Finca la Anita, com o intuito de transformar uma antiga finca de Mendoza em uma experiência para poucos. Localizada aos pés da Cordilheira dos Andes em Alto Agrelo, Luján de Cuyo, a finca elabora seus vinhos exclusivamente com as uvas de suas videiras, indo de encontro às políticas de produções em massa e valorizando a importância de cada garrafa e a história da colheita a que pertence.

Somente as melhores uvas são selecionadas a cada colheita, o que transforma a nossa seleção de grandes vinhos em uma seleção ainda mais especial, é uma produção muito limitada de garrafas, que só são rotuladas com a marca Finca La Anita quando atingem a qualidade desejada.

O Finca La Anita Cabernet Sauvignon vem sendo considerado uma referência entre os vinhos Argentinos, é produzido com base nos modelos de antigas bodegas artesanais, seguindo as tradições de grandes casas vinícolas do velho continente. Sua concentração se dá simplesmente a maturação da uva, mantendo as características próprias de sua elaboração, uma vez que também não é filtrado, e que qualquer possível sedimento encontrado é natural.

GRANDESVINHOS

SELE

ÇÃO

Cabernet Sauvignon

Finca La Anita Cabernet Sauvignon 2005

Safra: 2005

DO: Alto Agrelo, Luján de Cuyo

Uvas: 100% Cabernet Sauvignon

Álcool por vol.: 14,60%

Envelhecimento: 3 a 6 meses em barricas de 225 litros de carvalho francês. Engarrafado sem filtrar.

Minha cata: Vermelho fechado. Nariz: intensidade média, elegante, harmônico, fruta, coco, baunilha, cedro, menta, uma complexidade sutil. Em boca, grande impacto, grande volume de sabor e ao mesmo tempo elegante, clássico. Tanino fino, porém vivo.

Este vinho tem as características que se esperam dele, tem a marca da bodega. Não é volumoso em nariz, é volumoso em boca e seu estilo vai contra a corrente argentina atual. É um vinho de sutilezas.

Harmonização: É um vinho de guarda e mudará sensivelmente nos próximos anos. Hoje, com os taninos ainda vivos, acompanhará bem carnes grelhadas, churrasco, massas, molhos vermelhos. Com o tempo irá afinando e irá melhor com sabores mais delicados: ainda carnes, porém mais elaboradas, com molhos ou temperos finos, massas com molhos brancos.

Temperatura de serviço: Entre 19 e 21 º

Guarda: Melhorará nos próximos cinco anos.

08 09

LA ANITA

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Sangrar = Lograr concentração através de extração de parte do líquido, mudando assim, a relação, sólidos - líquidos

O fato de nossos vinhos terem a concentração natural do manejo do vinhedo o faz mais estável no tempo, é um produto equilibrado. Um catador (provador) que o descartar por falta de concentração, não me preocupa pelo vinho, e sim por ele mesmo, já que estaria demonstrando que se guia por modas que tratam de cobrir defeitos do produto, e não aprecia a laboriosidade que existe naturalmente no produto final. O mesmo pensaria dele, pelo fato de não amadeirar tanto nossos caldos, onde tratamos sutilmente de colocar a madeira (somente carvalho francês) no produto final e não superpovoar o mesmo (de madeira), para tapar defeitos e/ ou fazer as pessoas beberem “madeira”. Nossa experiência à luz da tendência atual nos dá razão. É mais artístico colocar, equilibradamente, a madeira no produto final que grosseiramente incorporá-la ao mesmo, esta prática é, por si, bem mais simples.

Fala-se muito de decantar ou não decantar, mas se fala muito pouco dos reais motivos técnicos para fazê-lo ou não. Entendemos que uma boa razão para decantar um vinho é quando o produtor o sugere. O Sr. sugere a decantação de seu Cabernet Sauvignon 2005. Entendo que não seja somente para livrar-se das borras, como exatamente uma ligeira oxigenação interfere na melhora de seu sabor. A 2005 foi uma excelente colheita no Brasil, a melhor em muitos anos. Podemos dizer o mesmo dessa colheita na Argentina, e mais ainda em Luján de Cuyo?

O Finca La Anita Cabernet Sauvignon 2005 deve ser decantado como todos os Finca La Anita. Não apenas eliminamos depósitos, neste caso também, permitimos uma forma mais rápida de micro-oxigenação do vinho decantado, e a eliminação do nitrogênio/ anidrido carbônico, que são utilizados em bodega - no engarrafamento - para proteger o mesmo, de evoluções mais rápidas das que esperadas. A colheita 2005, a classifico como equilibrada e boa, a Finca La Anita somente engarrafa sua marca insígnia quando as uvas atingem certo nível de qualidade. Este Cabernet Sauvignon provém de uma seleção “masal” (Termo genético que indica a seleção sobre um grupo de plantas que apresentam interesse especial) feita no ano de 1992 do vinhedo-mãe, vinhedo introduzido em Luján de Cuyo na década de 20 (1920). As plantas-mãe são as que sobreviveram estes anos, trata-se de um excelente cultivo, plantada sobre pés francos e conduzida em Espaldeira (treliça) alta, pelo sistema de cordão, com uma excelente relação de canopia, onde o manejo se distancia e separa os cachos. O vinhedo se trabalha com cobertura vegetal de origem polifilética permanente, prática altamente positiva para os solos, o manejo do vigor/ irrigação, e a limitação do crescimento do vinhedo de forma natural. Este conjunto de práticas potencializa o germoplasma (Termo genético que indica algo característico dentro dos indivíduos, neste caso plantas, selecionadas) que consideramos excelente. O vinhedo está protegido com malha antigranizo, o que faz que as colheitas se atrasem no tempo, buscando sempre a maturação polifenólica exata da uva sobre a quantidade e a época de colheita. E nisso estamos vendo a proteção a desmedidas horas de sol.

E por último, uma pergunta recorrente e inevitável. Se conhecer vinhos brasileiros, que pensa dos mesmos?

O Brasil tem uma evolução ostensível em seus caldos, estou sumamente surpreendido pela sua base de espumantes, os vinhos são de um estilo especial, onde observo o incansável esforço de seus enólogos com seus progressos dado à latitude de suas parras.

10 11

ENTREVISTA

Antonio Mas

AN

TO

NIO MAS

Existem alguns aspectos da vinificação que ainda são um mistério para a maioria dos consumidores, e gostaria que nos explicasse algum deles: Sabemos que o Sr. não sangra o vinho. O que é sangrar o vinho? Os enólogos que o fazem buscam o que com isto?

Em Finca La Anita não sangramos os vinhos. Esta é uma prática de origem europeia, amplamente difundida na etapa recente da Enologia Sensitiva. Que procura a mesma? Quando não se tem um controle correto da uva que deve ingressar à bodega, digamos que não houve acesso ao manejo do vinhedo (quando as uvas são compradas de terceiros), ou este não foi correto, a matéria-prima não goza de suas melhores qualidades. Em síntese, não teve, no vinhedo, um equilíbrio de vigor, com o que leva para os vinhos futuros este “desarranjo”. Uma vez moída a uva com suas peles, quando estas formam o “sombrero” (chapéu), ao iniciar a fermentação, extraem pelo clape inferior (“válvula” de um tanque ou tonel onde se insere uma mangueira que provém de uma bomba, para retirar ou colocar vinho) uma determinada quantidade – 10, 20 e até 50%. Isto modifica a relação que a matéria-prima tinha ao ingressar ao tanque, já que uma vez sangrada (extraída), a proporção de sólidos - leia-se peles - versus líquido muda. Como nos sólidos estão os compostos químicos diversos que na fermentação vão ceder ao vinho, ao mudar a relação líquido/ sólido o produto final será mais concentrado. Este “benefício” pode ser nocivo, pois sempre se sangra o bom e o ruim de um vinho. Se a uva contém elementos herbáceos em suas peles, estes também irão se concentrar, pelos que na bodega deverão ser eliminados, com práticas enológicas lícitas, mas às vezes prejudiciais para o futuro deste vinho, distorção das temperaturas na fermentação, amadeirar os caldos etc. A experiência nos diz que esses vinhos concentrados com intensidade corante (quase pretos) resultam ser agressivos para o paladar e fundamentalmente reduzem sua duração no tempo, tendo menos tempo de guarda, além de resultarem em vinhos menos “bebíveis”. Basta analisar-los com 10 anos de guarda e ver os resultados, de um vinho “sangrado” e de outro que não o foi.

Também sabemos que o Sr. não filtra o vinho. Entendo que algum depósito seria benéfico para o desenvolvimento de sabores na garrafa, bem como aumentar sua capacidade de guarda. Como o consegue? E feito por decantação?

O filtrado do vinho é uma prática para eliminar partículas em suspensão do mesmo, ou eliminar possíveis alterações futuras na massa vínica. Ao ser de caráter indiscriminado, é certo que se persegue o anterior, mais ao não ser seletivo se filtram também componentes interessantes do vinho. Nós partimos de uvas nossas, da nossa propriedade em Alto Agrelo, no coração da Finca La Anita, onde controlamos tenazmente o equilíbrio de vigor, selecionamos durante o ciclo vegetativo os melhores cachos, fermentamos naturalmente com extremo cuidado de temperaturas, e prensamos suavemente os sombreros (chapéu). Logo com a ajuda natural do frio levamos a cabo desborres sucessivos que continuamos com o passo do vinho por barrica. Estabilizamos naturalmente e engarrafamos. Se no fundo da garrafa (com o tempo) fica um depósito, o mesmo não é prejudicial ao produto, é a evolução de guarda do mesmo. Aconselhamos por isso e pelas condições do nosso produto a decantação antes de beber-los, porque o mesmo vai protegido sensivelmente do oxigênio para evitar evoluções apressadas.

Seu vinho tem, conhecidamente, um estilo muito particular: afasta-se da tendência argentina de altas concentrações. Isso poderia chegar a penalizá-lo em uma cata às cegas onde o catador espera outras concentrações de um vinho argentino?

Engenheiro agrônomo e enólogo da Finca La Anita.

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O solo e o subsolo determinam a originalidade e a tipicidade do vinho. Uma vez que tenham sido escolhidas regiões com climas idôneos para a produção de uvas a etapa seguinte é determinar o tipo de produto que se deseja e, a partir desta noção, escolher o solo para implantar o vinhedo.

As videiras para a produção de vinho fino são cultivadas enxertadas na grande maioria das regiões vitícolas do mundo. Assim, tem que se pensar na variedade porta-enxertos e na variedade produtora a ser escolhida. Os porta-enxertos existentes hoje se adequam a praticamente todos os tipos de solo, exceto os muito úmidos, os turfosos e os muito compactados. As variedades produtoras tem “preferências” por alguns tipos de solo, onde historicamente dão seus melhores frutos. Deste modo, é necessário escolher muito bem o terreno para o plantio.

Vários tipos de solo podem gerar grandes vinhos. Os parâmetros levados em conta na escolha são: (a) profundidade efetiva (até onde as raízes da videira conseguem penetrar), sendo melhores os solos profundos; (b) textura (refere-se à granulometria que é a medida da proporção de areia, silte e argila no solo). Solos argilosos ou arenosos são extremos e propiciam uvas com muito aroma ou açúcar, respectivamente. Solos francos (intermediários entre estas duas classes) geram uvas mais equilibradas; (c) cor do solo - solos escuros se aquecem mais rapidamente e propiciam maturação mais cedo. Isto pode ou não ser bom dependendo de condições climáticas; (d) pH - mede a acidez do solo - no geral os melhores vinhos são feitos em solos de pH próximo à neutralidade (entre 6,5 e 7,5), porém há regiões com pH 5,5 até 8; (e) fertilidade química - solos muito férteis produzem muita uva porém de qualidade deficiente. Solos muito pobres geram plantas débeis que mesmo a pouca uva que produzem não amadurece corretamente. Assim, o ideal é um solo de fertilidade média a baixa.

Estas condições ideais raramente aparecem em todos os solos vitícolas juntas. Quando assim acontece são os grandes “terroirs” que produzem vinhos de altíssima qualidade. No entanto, estas condições são raras e por isto, raros também são tais vinhos, que por conseguinte, se tornam caros e preciosos. Grandes vinhos são feitos em locais onde, por vezes, uma destas condições não está naturalmente presente. Porém, algumas destas situações podem ser contornadas e superadas com tecnologia. É por isto que, antigamente grandes vinhos existiam exclusivamente na Europa. Hoje, com a descoberta de novas áreas vitícolas e a melhoria das tecnologias à disposição, várias novas regiões no Novo Mundo têm surgido com vinhos de ótima qualidade.

Há solos excelentes para a produção de vinhos finos em todos os países vitícolas atuais, incluindo o Brasil. No Velho Mundo, a tradição já definiu em detalhe o que melhor se obtém em cada lugar. No Novo Mundo isto está sendo feito. Por exemplo, sabe-se que: Pinot Noir, Chardonnay e Meunier originam seu melhores espumantes em terrenos calcários; Pinot Noir para vinhos tranquilos também é melhor em solos calcários; Gamay prefere solos levemente ácidos; os Cabernets originam seus melhores vinhos em solos siltosos, vermelhos ou calcários; Nebbiolo produz seus vinhos mais famosos em terras calcárias, mas dá grandes vinhos também em solos ácidos; os melhores Tokay provêm sempre de terras extremamente argilosas; os Moscatéis são de aroma mais fino se cultivados sobre terras calcárias.

Em suma, não existem um solo melhor para viticultura. Existem muitos solos adequados e cada qual mais propício a um ou outro tipo de uva ou vinho. É o que torna o mundo do vinho tão interessante.

ARTIGO T´ECNICO

Eduardo Giovannini

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Artigo de Eduardo Giovannini, professor de viticultura no Curso Superior de Tecnologia em Viticultura e Enologia do “Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – Campus Bento Gonçalves, RS”.

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Chateau Toutigeac 2006 (França)

DO: Bordeaux, França

Uvas: Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot

Safra: 2006

Grad.: 13%

Preço: R$ 34,50

Bouza Trilogia 2006 (Uruguai)

DO: Melilla, Uruguai

Uvas: Tempranillo 50%, Tannat 25%, Merlot 25%

Safra: 2006

Grad.: 13%

Preço: R$ 35,00

Cour D´Albret Buzet (França)

DO: Buzet, França

Uvas: Merlot 57%, Cabernet Franc 41%, Cabernet Sauvignon 2%

Safra: 2004

Grad.: 13,3%

Preço: R$ 33,80

Las Perdices (Argentina)

DO: Alto Agrelo, Luján de Cuyo

Uvas: Cabernet Sauvignon 100%

Safra: 2006

Grad.: 14%

Preço: R$ 36,90

Cumbres Andinas Reserva (Chile)

DO: Vale Cachapoal, Chile

Uvas: Malbec 100%

Grad.: 13,7%

Preço: R$ 35,00

Condado de Almara Reserva 2003 (Espanha)

DO: Navarra, Espanha

Uvas: Tempranillo 70%, Cabernet Sauvignon 30%

Safra: 2003

Grad.: 13,5%

Preço: R$ 37,50

Kanu Rockwood Red 2006 (África do Sul)

DO: Stellenbosch

Uvas: Shiraz 56%, Cabernet Sauvignon 34%, Merlot 6% e Roobernet 4%

Grad.: 14,29%

Preço: R$ 36,50

TORTA DE COCO

TEXTOmesa

CRISTINA OCHOA

14 15

Eu, na verdade, tenho muitas. Mas, quero aqui comentar sobre o meu marido.

Ele adora receitas com côco.

Quando ainda namorávamos, minha mãe (entenda-se sogra dele) descobriu este gosto e começou a pesquisar nos seus livros todas as receitas que tivessem esse ingrediente.

Foi aí que relembramos a “Torta de Côco” que minha avó fazia. Hummmm...

Apesar de cair bem nesta época do ano (de Festas Juninas), gostávamos de comê-la em qualquer ocasião.

Os ingredientes são os mais simples possíveis e o modo de preparo igualmente fácil.

Vamos por partes.

Primeiro relacionarei os ingredientes para fazer a massa:

- 2 xícaras (chá) de farinha de trigo

- 100 gramas de margarina

- 2 colheres (chá) de fermento em pó

- leite, o suficiente para dar uma boa consistência

- uma pitada de sal

Basta amassar tudo muito bem e forrar o fundo de uma assadeira retangular, untada com margarina. Com um garfo faça furos na massa e leve ao forno para assar. Deixe esfriar um pouco.

Ah, agora o ‘manjar dos deuses’, o recheio: não muito doce, mas extremamente cremoso, divino...

Para elaborar esta maravilha siga os seguintes passos:

Numa panela, leve 6 gemas, 2 xícaras (chá) de açúcar, 2 colheres (sopa) de manteiga, 1 copo de leite, 1 xícara e meia (chá) de côco fresco ralado e 2 colheres (chá) de farinha de trigo ao fogo sem parar de mexer até desgrudar do fundo.

Despeje o recheio ainda quente sobre a massa já assada.

Cubra com as claras batidas (com 12 colheres (sopa) de açúcar), polvilhe bastante côco ralado, apertando um pouco e leve ao forno com a temperatura baixa para dourar. Sirva ela fria.

Sugestão: utilize para servir pratos (ou guardanapos) coloridos para realçar o branco do côco.

Quem não tem uma receita preferida que levante a mão...

Abaixo nossos vinhos em estoque. Faça seu pedido pelo site ou telefone e entregaremos juntamente com sua próxima caixa de vinhos.

VINHOS EM ESTOQUE

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Sociedade da Mesa é muito bem-vinda e não paga rolhaAqui nesta coluna publicaremos bares e restaurantes onde você, associado da Sociedade da Mesa, poderá desfrutar de bons ambientes e boa gastronomia com a liberdade de levar seu próprio vinho sem pagar a rolha!

Rua Joinville, 561Vila Mariana - São Paulo(11) 5571-9839

Rua Mourato Coelho, 1267Vila Madalena - São Paulo(11) 3032-8605

Rua Joaquim Antunes, 224Jardim América - São Paulo(11) 3085-8485

Rua Jerônimo da Veiga, 461Itaim bibi - São Paulo(11) 3079-3344

Rua Orobó, 125Alto de Pinheiros - São Paulo(11) 3022-2424

Rua Bandeira Paulista, 387Itaim-bibi - São Paulo(11) 3078-6704

Rua Pedroso Alvarenga, 1170Itaim bibi - São Paulo(11) 3167-0977

Rua Girassol, 67Vila Madalena - São Paulo(11) 3031-6568

Rua Normandia, 12Moema - São Paulo(11) 5536-0490

Av. Brigadeiro Faria Lima, 2705Jardim Paulistano - São Paulo(11) 3031-0005

Rua Dr. Mario Ferraz, 213Itaim bibi - São Paulo(11) 3816-4333

Rua Dr. Sodré, 241AVila Olímpia - São Paulo(11) 3845-7743

Rua Bandeira Paulista, 520Itaim bibi - São Paulo(11) 3167-2147

Rua Conselheiro Brotero, 903Santa Cecília - São Paulo(11) 3664-8313

Rua Oriente, 609Serra - Belo Horizonte(31) 3227-6760

Rua Tabapuã, 838Itaim bibi - São Paulo(11) 3168-6467

Rua Lisboa, 191Pinheiros - São Paulo(11) 3082-7904

R. Salvador Cardoso, 131Itaim-bibi, São Paulo. Tel.: (11)3078-8686.

R. Melo Alves, 294Jardins, São Paulo. www.chakras.com.br

16 17

Rua Alexandre Dumas, 1152 Chácara Santo Antônio.(11) 5181.4422

Av. Pedro Paula de Morais, 749Saco da Capela - Ilhabela - SP(12) 3896-5241

Rua Manuel Guedes, 545Jardim Europawww.limonn.com.br(11) 2533-7710

Av Eng. Paulo Brandão Nogueira, 85Jatiuca - Maceió - Alagoas(82) 3235-1016

Rua Lisboa, 346 tel. (11) 3064-3438 São Paulo - SP

GenovaRua Joaquim Távora, 1266Vila Mariana SP(11) 5549.3210

Calá del Grau

Rua Joaquim Floriano, 466 - Itaim, São Paulo/SPBrascan Open Mall – Loja 16 Tel: 3079.3500Email: [email protected]

Localizado no Brascan Open Mall, complexo onde fica o cinema Kinoplex, no Itaim, o Floriano possui excelente gastronomia com ambiente cosmopolita e casual.

Com quatro ambientes: bar, salão principal, gazebo e área externa na praça do mall; sua decoração, assinada pelos arquitetos Fernanda Martini e Sérgio Ortiz, apresenta toques de arte e design por todas as partes. Até mesmo nos banheiros, onde bem humoradas luminárias e frases nas paredes homenageiam o artista plástico francês, Marcel Duchamp.

O Chef Hamilton Mellão é o responsável pelo desenvolvimento do criativo cardápio, tornando o Floriano uma experiência inesquecível ao paladar!

Horários: Café da Manhã: segunda à sexta – das 6:30 às 10:00, sábados, domingos, e feriados – 7:00 às 10:30Almoço: segunda à sexta – das 12:00 às 15:00, sábados, domingos, e feriados – 12:00 às 17:00Jantar: todos os dias das 18:30 às até o último cliente.Aceitamos todos os cartões de crédito, débito, cheques e tíquetes.Estacionamento no próprio Brascan Open Mall.

PROG

RAMA SACA-RO

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Julho

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A “Seleção Especial do Mês”, ao contrário da “Seleção do Mês”, não é de envio automático, mas somente sob pedido. Peça antes do dia 10 para recebê-la juntamente com seu vinho.

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Catarsis 2007 é o vinho de julho. Da bodega Viñedo

de los Vientos, pouco conhecida no mercado

brasileiro e sem distribuição no Brasil. Sua produção

é de tão só 60.000 garrafas ao ano e sua propriedade

tem somente 15 hectares.

O Catarsis 2007 foi selecionado às cegas entre

outros vinhos uruguaios análogos em valor e

produzidos por bodegas de qualidade indiscutível.

Para associado: R$ 36,50

Preço médio no mercado: R$ 50,00

Catarsis 2007

18 19

Acessórios

Vinho em consigna Informativos

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Faça suas compras por telefone (0800-7740303) ou site e receba juntamente com sua próxima caixa de vinhos.

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Lembrete: Recordamos aos associados que comuniquem quaisquer alterações no envio do mês, tais como de alteração de quantidades, pedidos de seleção especial, acréscimo de vinhos do estoque ou suspensão até o dia 10 de cada mês.

Aviso: As taças de cristal com as quais presenteamos os associados que nos trazem outro associado vinham sendo da marca Hering, mas esta empresa não vem nos entregando as taças. Passamos então a entregar taças Strauss/ Imperattore. São quase idênticas, mas a taça borgonha da Imperattore é ligeiramente mais bojuda.

Se você vai fazer um evento, festa, jantar, e precisa de vinhos, consulte-nos. Consignamos o vinho para você e assim nem sobrará nem faltará, já sem contar que será um prazer ajudá-lo a escolher o vinho mais adequado para a ocasião.

Atendendo a vários pedidos, muito justos temos que dizer os informativos estão disponíveis para consulta, pesquisa e curiosidade. Acesse nosso site e faça download de nosso acervo. Boa leitura !

Neste mês não haverá “Seleção Especial do Mês”.

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