juliana cristina pupodecodegrafo.com.br/.../tcc-mba-gestão-de-pessoas... · termo de compromisso a...

41
Fundação Getúlio Vargas Juliana Cristina Pupo Linguagem Corporal: Ferramenta Estratégica da Gestão de Pessoas como Diferencial de Vantagem Competitiva Organizacional Campinas/ 2015 SP

Upload: others

Post on 26-Oct-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

Fundação Getúlio Vargas

Juliana Cristina Pupo

Linguagem Corporal: Ferramenta Estratégica da Gestão de Pessoas como

Diferencial de Vantagem Competitiva Organizacional

Campinas/ 2015

SP

Page 2: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

Linguagem Corporal: Ferramenta Estratégica da Gestão de Pessoas como Diferencial de

Vantagem Competitiva Organizacional

Por

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso

MBA em Gestão de Pessoas com Ênfase em Estratégias

Pós-Graduação lato sensu, Nível de Especialização

Programa FGV Management

Agosto/ 2015

Page 3: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

PROGRAMA FGV MANAGEMENT

CURSO GESTÃO DE PESSOAS COM ÊNFASE EM ESTRATÉGIAS

O Trabalho de Conclusão de Curso

Linguagem Corporal: Ferramenta Estratégica da Gestão de Pessoas como Diferencial de

Vantagem Competitiva Organizacional

elaborado por Juliana Cristina Pupo

E aprovado pela Coordenação Acadêmica do curso Gestão de Pessoas com Ênfase em

Estratégias, foi aceito como requisito parcial para a obtenção do certificado do curso de pós-

graduação, nível de especialização, do Programa FGV Management.

30 de agosto de 2015.

________________________________________________

Profª. MARIA ELIZABETH PUPE JOHANN

Coordenador Acadêmico

_______________________________________________

Profª. PAULETTE ALBÉRIS ALVES DE MELO

Orientadora

Page 4: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

Termo de Compromisso

A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase em

Estratégias, do Programa FGV Management, realizado nas dependências da instituição

conveniada IBE Business Education, no período de set/2014 a out/2015, declara que o conteúdo

do trabalho de conclusão de curso intitulado: Linguagem Corporal: Ferramenta Estratégica da

Gestão de Pessoas como Diferencial de Vantagem Competitiva Organizacional é autêntico,

original, e de sua autoria exclusiva.

Campinas, 30 de agosto de 2015.

Juliana Cristina Pupo

Page 5: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

AGRADECIMENTOS

A decisão de ingressar no MBA de Gestão de Pessoas foi tomada após muito incentivo de uma

pessoa de extrema importância em minha vida: mãezinha, por acreditar e apostar em mim, por

me apoiar nos momentos mais dolorosos, por me fazer seguir em frente, mesmo nos momentos

em que estou desacreditada, muito obrigada!

Não poderia deixar de agradecer meu querido amigo, Paulo Sérgio de Camargo, que me

auxiliou na elaboração deste trabalho. Desde que nos conhecemos, sempre acreditou em meu

potencial e me ofereceu todo o seu conhecimento. Por sua amizade, atenção e carinho, muito

obrigada!

Page 6: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

RESUMO: Este estudo trata da utilização da Linguagem Corporal como ferramenta de

identificação e desenvolvimento de líderes. Discute-se, também, sua utilização como

ferramenta estratégica a fim de garantia da vantagem competitiva, uma vez que o contexto

mecanicista das organizações foi substituído pela consciência de que a organização é composta

de pessoas que se comunicam constantemente. Foi realizada pesquisa com profissionais de

diferentes áreas de atuação, com diferentes níveis hierárquicos. Tal pesquisa foi fundamental

para a comprovação de que a capacidade de liderar pode ser aprendida. Por intermédio da

Linguagem Corporal, a organização pode identificar um líder, ou desenvolver um possível líder,

confirmando ser uma ferramenta estratégica que poderá garantir a vantagem competitiva

organizacional.

PALAVRAS – CHAVE: Linguagem Corporal; liderança; vantagem competitiva; ferramenta

estratégica.

Page 7: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

ABSTRACT: This study deals with the application of Body Language as a tool for

identification and development of leaders. It also discusses its application as an strategic tool

in order to guarantee a competitive advantage; since the mechanistic context of organizations

has been replaced by the knowledge that the organization is composed by people who

communicate within themselves constantly. A survey was performed with professionals from

different areas with different hierarchical levels. Such survey was of central importance in

proving that, the ability to lead, can be learned. Using the Body Language, an organization can

identify a leader, or develop a possible one, proving that it could be an strategic tool that, may

guarantee the organization a competitive advantage.

WORD KEYS: Body Language; leadership; competitive advantage; strategic tool.

Page 8: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Pesquisa Aplicada e Resultados ............................................................................ 31

Page 9: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Identificação de Líderes ....................................................................................... 32

Gráfico 2 – Identificação de Traços de Liderança .................................................................. 32

Gráfico 3 – Avaliação e Seleção de Líderes ........................................................................... 33

Gráfico 4 – Avaliação de Competências de Líderes ............................................................... 33

Gráfico 5 – Treinamento de Liderança ................................................................................... 33

Gráfico 6 – Utilização da Linguagem Corporal ........................................................................ 34

Gráfico 7 - Expectativas da Linguagem Corporal ................................................................... 35

Page 10: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 11

1.1.Tema de Estudo e Problema ............................................................................................... 12

1.2. Objetivos ........................................................................................................................... 13

1.2.1. Objetivos Gerais ............................................................................................................. 13

1.2.2. Objetivos Específicos ..................................................................................................... 13

1.3. Relevância ......................................................................................................................... 13

2. LINGUAGEM CORPORAL ............................................................................................ 15

2.1. Definição ........................................................................................................................... 15

2.1.1. Microexpressões ............................................................................................................ 16

2.2. História .............................................................................................................................. 16

3. EMOÇÕES BÁSICAS ....................................................................................................... 18 3.1.Tristeza .............................................................................................................................. 19

3.2. Raiva ................................................................................................................................. 19

3.3. Alegria .............................................................................................................................. 20

3.4. Medo ................................................................................................................................. 20

3.5. Nojo .................................................................................................................................. 20

3.6. Desprezo ........................................................................................................................... 21

3.7. Surpresa ............................................................................................................................ 21

4. LIDERANÇA NAS ORGANIZAÇÕES ........................................................................... 22 4.1. Tipos de Liderança ............................................................................................................ 23

4.2. Liderança e Motivação ...................................................................................................... 24

4.3. Linguagem corporal e Liderança ...................................................................................... 25

4.4. Mulheres na Liderança ...................................................................................................... 28

4.5. Liderança e Gestão Estratégica de Pessoas ....................................................................... 29

5. MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................................. 30

5.1. Tipo de Estudo................................................................................................................... 30

5.2. Universo e Amostra........................................................................................................... 30

5.2.1. Critérios de Inclusão ...................................................................................................... 30

5.2.2. Critério de Exclusão ....................................................................................................... 30

5.3 Coleta de Dados ................................................................................................................. 31

5.4. Análise dos Dados ............................................................................................................ 31

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES ..................................................................................... 34

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................. 36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 38

Page 11: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

11

1. INTRODUÇÃO

O time de liderança das organizações ocupa função primordial de responsabilidade pelo

desenvolvimento da comunicação, de estratégias, e do aproveitamento do capital intelectual em

prol da vantagem competitiva. Ao fazer uso de uma comunicação eficiente, os líderes devem

ser capazes de influenciar toda a equipe sem perder de vista que a consolidação da confiança é

essencial em relacionamentos saudáveis (HUNTER, 2004, p. 40).

Tendo em vista que relacionamentos bem-sucedidos dependem do tipo de comunicação

estabelecida entre as pessoas, estes podem ser conquistados por meio do aprimoramento das

técnicas de Linguagem Corporal. Assim sendo, podemos considerar

“[...] que a capacidade de ouvir e compreender o outro inclui não apenas a fala, mas

também as expressões e manifestações corporais como elementos fundamentais no

processo de comunicação, [...] o estudo da linguagem corporal, assume um papel

importante na decodificação das mensagens recebidas durante as interações

profissionais ou pessoais” (SILVA et al, 2000, p. 53).

Diante da necessidade real das organizações, infere-se que a Linguagem Corporal aplicada à

liderança apresenta grande relevância se a utilizarmos para possibilidade de identificar,

capacitar líderes. Por intermédio desta ferramenta, tem-se a perspectiva de orientar a

consciência corporal de líderes e de aprender técnicas de comunicação eficientes à organização.

Deste modo, líderes melhor preparados construirão uma base sólida de relacionamentos com

suas equipes sendo capazes de influenciá-las positivamente rumo à diferenciação e à vantagem

competitiva.

O capítulo 2 aborda a Linguagem Corporal, procurando defini-la a fim de que o leitor tenha

melhor entendimento sobre o assunto explorado no decorrer deste estudo. Além disso, contém

como objetivo o levantamento de sua evolução, desde a Pré-História até a atualidade,

discorrendo sobre descobertas e suas aplicações.

No capítulo 3, emoções básicas são descritas, passo a passo, em suas expressões de tristeza,

raiva, alegria, medo, nojo, desprezo e surpresa. No capítulo 4, encontramos explanações sobre

liderança abordando definições, suas funções, os tipos de liderança, o espaço conquistado pelas

mulheres, além de relacioná-la com a Linguagem Corporal, descrevendo as competências de

liderança por meio desta ferramenta.

Page 12: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

12

No capítulo 5, explora-se o tipo de pesquisa realizada, a amostra e os critérios que levaram a

incluir ou excluir indivíduos da pesquisa. No capítulo 6, discute-se os resultados obtidos com a

pesquisa aplicada e, finalmente, no capítulo 7, alguns conceitos são retomados a fim de concluir

o estudo e expectar a conquista de maiores espaços da Linguagem Corporal dentro das

organizações.

1.1. Tema de Estudo e Problema

As organizações contemporâneas almejam líderes capazes de inspirar toda a equipe

favorecendo a consolidação da confiança e do bom relacionamento entre os membros do grupo

(MANDELLI, 2015, p. 30). Entretanto, a maior parte da liderança atuante nas organizações não

está preparada para agir de forma condizente com as necessidades da organização.

O principal aspecto relacionado ao despreparo da liderança é a capacidade de se comunicar. O

estudo da Linguagem Corporal nos apresenta dois aspectos da comunicação: verbal e não

verbal. A fim de que a mensagem seja recebida e interpretada de maneira correta, é necessário

que se conjugue ambos, uma vez que a incoerência entre o verbal e o não verbal (CAMARGO,

2010; GOIS, NOGUEIRA, VIEIRA, 2011; PEASE & PEASE, 2005) faz com que as pessoas

deem maior importância ao não verbal (PEASE & PEASE, 2005, p. 25). Este acontecimento

que prejudica a construção de bons relacionamentos entre líderes e liderados.

As organizações buscam líderes que sejam capazes de influenciar e motivar seus liderados a

fim de obter excelência em seus processos. Mandelli (2015, p. 49) afirma que um dos pontos

fundamentais para uma boa liderança é a capacidade de influência. Um líder pode influenciar

através de seu próprio emocional. Goman (2014, p. 82-83) afirma que o contágio emocional é

um processo não verbal e que as influências emocionais tendem a seguir o fluxo da pessoa de

maior poder para as demais. Desta forma, o líder “contagia” seus colaboradores afim de

entregarem o melhor de si.

Diante dos argumentos apresentados, este estudo buscou responder aos questionamentos:

Podemos identificar um líder pela Linguagem Corporal?

Page 13: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

13

Podemos treinar e aprimorar liderança por meio da Linguagem Corporal?

Conseguimos identificar traços de liderança por intermédio da Linguagem Corporal?

A Linguagem Corporal pode ser considerada uma ferramenta estratégica para a

organização alcançar vantagem competitiva?

1.2. Objetivos

1.2.1. Objetivo Geral

Demonstrar a eficácia da Linguagem Corporal como ferramenta estratégica na identificação e

desenvolvimento de líderes, tornando-a um diferencial entre as empresas, a fim de que se

conquiste a vantagem competitiva.

1.2.2. Objetivos Específicos

1. Comprovar a possibilidade de identificação de um líder pela Linguagem Corporal;

2. Demonstrar a viabilidade de treinar e aprimorar a liderança por meio da Linguagem

Corporal;

3. Constatar a possibilidade de identificarmos traços de liderança por intermédio da

Linguagem Corporal;

4. Verificar a possibilidade de uso da Linguagem Corporal como ferramenta estratégica

para garantia de vantagem competitiva.

1.3. Relevância

Para a realização deste estudo, devemos ponderar duas informações: a Linguagem Corporal

permite a melhoria no relacionamento entre as pessoas uma vez que, por seu intermédio,

podemos identificar emoções e contrariedades apontadas pela postura corporal. Goman (2014,

p. 86) afirma que a utilidade da Linguagem Corporal não é somente a de se comunicar de modo

eficaz, mas de ensinar posturas e “ [...] movimentos positivos, poderosos e encorajadores {...]”

que afetem o estado mental dos indivíduos.

Page 14: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

14

Consideremos, agora, a liderança. Gofee e Jones (2001, apud BARAGLIO, 2005, p. 41)

afirmam que existem crenças que fazem parte do senso comum dentro das organizações como,

por exemplo: “ [...] qualquer pessoa pode ser um líder, os líderes trazem lucros para a empresa,

as pessoas que chegam ao topo são líderes, líderes são bons treinadores”. Torna-se um equívoco

pensarmos que estes são fatores que estão resolvidos por si só. Eles podem ser orientados e

desmistificados pelo uso da Linguagem Corporal ao maximizar as potencialidades de liderança,

e eliminar o que não se aplica a ela.

De acordo com Schelles (2008, p.1):

“[...] as lideranças nas organizações têm dificuldade em fazer a mensagem transmitida

ser compreendida ou aceita com sinceridade isso se deve em grande parte pela

dicotomia entre a comunicação verbal e não verbal, em situações em que uma não

reforça a outra, e com isso os empregados muitas vezes não aceitam como verdadeiras

as mensagens transmitidas”.

Por haver um conceito equivocado de liderança, muitos ocupam este papel indevidamente

(HUNTER,2014, p. 37). Segundo o autor, “[...] a chave para a liderança é executar as tarefas

enquanto se constroem os relacionamentos”.

Goman (2014, p. 19) defende que, se a Linguagem Corporal for utilizada adequadamente para

o aprimoramento de um líder, o resultado alcançado terá maior êxito. A autora expõe, ainda,

que

“ ela pode ajudá-lo a desenvolver relações empresariais positivas, influenciar e

motivar as pessoas que se reportam a você, melhorar a produtividade, criar um vínculo

com os membros de sua equipe, apresentar as suas ideias de forma mais impactante,

trabalhar com eficácia em um mundo multicultural e projetar o seu selo pessoal de

carisma”

Assim sendo, a Linguagem Corporal interferirá nos relacionamentos interpessoais beneficiando

não só a liderança, mas a organização como um todo.

Page 15: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

15

2. LINGUAGEM CORPORAL

2.1. Definição

Silva et al (2010, p. 53) relatam que “a comunicação pode ser realizada de forma verbal e/ou

não verbal. A comunicação verbal exterioriza o ser social e a não verbal o ser psicológico, sendo

sua principal função a demonstração dos sentimentos”. Esta afirmação se complementa com a

ideia de Pease & Pease (2005, p. 18) na qual asseguram que o foco não está no que se diz, mas

no que se transmite por meio de gestos e posturas.

Goman (2014, p.11) define a Linguagem Corporal como “... a administração do tempo, do

espaço, da aparência, da postura, do gesto, da prosódia vocal, do toque, do cheiro, da expressão

facial e do contato visual”.

Em seu artigo, Schelles (2008, p. 02) cita Feitosa (1987) relacionando-o com o processo da

comunicação: “[...] as principais diretrizes para a comunicação eficiente são empatia, para isso

o emissor precisa entrar ‘inteiro’ no processo comunicativo e o mesmo também precisa ser

sensível ao comportamento do receptor”.

“A observação o comportamento de outra pessoa não pode ficar apenas no aspecto não verbal.

Avaliamos com intensidade as ações verbais” (CAMARGO, 2010, P. 11). O autor menciona a

importância da concordância entre ambos e cita, como exemplo, a criança que rejeita um doce

(por educação), mas que sua mão está com grande desejo de agarrá-lo para, enfim, degustá-lo.

“[...] A linguagem do corpo é o reflexo externo do estado emocional da pessoa” (PEASE &

PEASE, 2005, p.19). Tais autores asseguram, ainda, que “[...] o segredo da leitura da linguagem

corporal está na capacidade de captar o estado emocional de uma pessoa escutando o que ela

diz e observando seus gestos e atitudes”.

O conhecimento relacionado à comunicação não verbal permite, ao indivíduo, maior

consciência sobre suas (e do outro) emoções e sentimentos. Ekman (2011 apud ANDRADE et

Page 16: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

16

al, 2013, p. 383) afirmou que, a partir desta conscientização, as pessoas “[...] tendem a

conseguir uma melhor qualidade de vida e melhores interações sociais”.

Os sinais não verbais têm ganhado importância em diferentes situações da vida: reuniões de

negócios, processos de vendas, entrevistas de emprego, atendimentos psicológicos. Eles “[...]

são de vital importância para muitas profissões, especialmente aquelas que entram em contato

direto com as pessoas e exigem a compreensão do ser humano em sua plenitude” (CAMARGO,

2010, p. 15).

2.1.1. Microexpressões

Morris (1977, p. 112) nos elucida que a ausência de congruência entre ação e fala faz com que

nosso comportamento se fragmente. A harmonia entre as ações desaparece, gerando uma

contradição que mostra, ao observador, que algo está errado. Camargo (2010, p.130) intitula tal

desarmonia como microexpressões. Pease & Pease (2005, p. 89) complementa esta ideia, ao

afirmar que o rosto humano é peça chave para a revelação de nossas atitudes e emoções e esta

manifestação acontece inconscientemente na maior parte do tempo.

2.2. História

“O homo sapiens sempre se comunicou mesmo que através de grunhidos e gesticulações”

(SILVA et al, 2000, p. 53). Com o decorrer de sua evolução, o homem passou a apresentar

gestos que foram incorporados ao seu dia a dia e, ao apresentar a necessidade de maior clareza

e rapidez em seu entendimento, a comunicação passou a ser processada de forma mais

complexa (CAMARGO, 2010, p. 09).

Charles Darwin realizou os primeiros estudos sobre Linguagem Corporal e chegou a publicar

“A Expressão das Emoções nos Homens e nos Animais”, em 1872. Por meio de seus estudos,

o pesquisador demonstra que os animais também apresentam as emoções básicas (tratadas no

próximo capítulo) de forma semelhante aos humanos. Além disso, verificou que tais emoções

Page 17: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

17

independem da cultura ou da sociedade apresentando-se de forma inata e não aprendida

(instintos primários) (GUIMARÃES, 2014, p.22).

No início do sec. XIX, o cientista francês Guillaume Duchenne de Boulogne realizou os

primeiros estudos relacionados ao “sorriso” e descobriu que estes dependem de dois conjuntos

de músculos faciais (zigomáticos e orbiculares ópticos), cada qual com sua função (MORAES,

2010; PEASE & PEASE, 2005).

Os estudos relacionados à Linguagem Corporal têm grande importância para a compreensão do

comportamento e das interações sociais humanas. Apesar da complexidade destas relações,

pesquisas científicas se intensificaram no final do século XX. Gois, Nogueira e Vieira (2011,

p.01) afirmam que Charcot, Freud e, mais tarde, Reich deram início à valorização daquilo que

não é dito verbalmente voltando-se aos sonhos, reações e posturas do corpo.

Ainda por meio dos estudos de Reich, “[...] a linguagem corporal ganha força e passa a se

constituir em uma importante vertente da psicoterapia” (GOIS; NOGUEIRA; VIEIRA, 2011,

p.02). A partir destes estudos, a valorização da Linguagem Corporal cresce exponencialmente

e nos indica que existe um conteúdo bem maior que aquele transmitido verbalmente.

Pease & Pease (2005, p.17) afirmam que, na década de 50, Albert Mehrabian verificou que a

comunicação humana é 7% verbal, 38% vocal e 55% não verbal. Além disso, os autores citam

o antropólogo Ray Birdwhistell e sua descoberta de “[...] que o componente verbal responde

por menos de 35% das mensagens transmitidas numa conversação frente a frente; mais de 65%

da comunicação é feita de maneira não verbal”.

Segundo Levy (1987, p. 295), nos anos 60, P. Ekman e W. Friesen

“[...] formularam então um quadro teórico em que diferentes tipos de comportamentos

não verbais se podem distinguir ao nível da origem - como é que um comportamento

se integra no repertório do indivíduo - da codificação - relação entre o movimento e o

que ele significa - e da utilização - circunstâncias em que ocorrem”.

Page 18: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

18

Birdwhistell estudou “[...] movimentos corporais e não identificou nenhuma expressão facial,

atitude ou posição do corpo [...]” de mesmo significado em diversas sociedades – não existem

gestos/ movimentos avaliados como universais. Já Ekman investigou diferentes culturas e

defende “[...] a existência de gestos que podem ser descritos como universais” (SILVA et al,

2000, p.53).

Assim como Ekman, Morris (1977, p. 13) defende que “[...] o homem é pré-programado numa

extensão decisiva” e afirma que as diferentes culturas não são tão distintas como parecem. O

autor compara o cérebro humano a um computador. Menciona as expressões de um recém-

nascido (que não tem tempo para aprender as reações), crianças que nascem cegas e surdas,

mas que apresentam as mesmas reações de uma criança normal.

Ekman investiga seis emoções básicas - raiva, medo, nojo, tristeza, alegria e surpresa – “[...]

presentes em todos os seres humanos [...]”. E, na década de 90, o pesquisador acrescenta mais

nove expressões em seus estudos: satisfação, desprezo, contentamento, orgulho, prazer, alívio,

vergonha, constrangimento e culpa (CAMARGO, 2010, p.25). Tais emoções estudadas pelo

psicólogo serão apresentadas, ao leitor, no capítulo seguinte.

3. EMOÇÕES BÁSICAS

Izard (2009 apud ANDRADE et al, 2013, p.383) definiu as emoções básicas como “processos

afetivos gerados por sistemas cerebrais antigos [filogeneticamente] sobre a detecção de um

estímulo ecologicamente significativo”.

Vasconcellos et al (2014, p.127) afirmam que Ekman constatou, por meio de estudos, que as

emoções básicas são de caráter universal e independentes da cultura dos indivíduos. Morris

(1977, p.12-13), intitula tais emoções como Ações Inatas, ou seja, ações que independem de

aprendizado. Já estão pré-programadas e objetivam a sobrevivência da espécie. De acordo com

o autor, esta ideia não deve ser discutida antes da ciência ser capaz de ler os genes do

comportamento humano.

Page 19: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

19

Explorou-se este conteúdo utilizando a nomenclatura de Ekman. O leitor deve ser informado

de que as obras de Camargo (2010), Freitas – Magalhães (2013) e Goman (2014) auxiliaram na

descrição de cada uma das emoções básicas. Os autores citados descrevem, passo a passo, os

movimentos faciais de cada uma das emoções a serem citadas:

3.1. Tristeza

Ainda que não se expresse somente na face, a tristeza é um dos sentimentos mais fáceis de

identifica. São sinais faciais deste sentimento:

Sobrancelhas: cantos superiores se rebaixam. Os cantos internos se erguem e ficam mais

próximos;

Testa: aparecimento da chamada “ruga vertical” entre as sobrancelhas;

Olhos: Estreitam-se pelo rebaixamento das pálpebras superiores e pela contração das

pálpebras inferiores;

Boca: cantos dos lábios ficam virados para baixo;

Nariz: narinas ficam contraídas;

Bochechas: sem sinais de movimentos;

Queixo: permanece caído.

3.2. Raiva

Emoção que induz o indivíduo a movimentos impulsivos e agressivos de “ataque ou defesa”.

Dentre os sinais faciais facilmente identificados, estão:

Sobrancelhas: aproximam-se e, com movimento descendente em direção ao nariz,

conservam-se próximas das pálpebras superiores dos olhos. Comumente conhecemos

como sobrancelhas arqueadas;

Olhos: apresentam-se bem abertos;

Boca: permanece fechada com os lábios contraídos. Estes podem permanecer em

formato de retângulo, ou os lábios se apertarem um contra o outro, apresentando-se mais

finos;

Bochechas: alguns indivíduos podem apresentar rubor devido ao aumento da frequência

cardíaca e da pressão arterial.

Page 20: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

20

3.3. Alegria

Camargo (2010, p.30) afirma que a alegria é um sentimento que se associa a vários outros que

se desencadeiam simultaneamente. Os efeitos desta emoção são impulsos fortalecedores de

grande energia ao indivíduo:

Sobrancelhas: abaixam-se suavemente;

Testa: discreta elevação da musculatura;

Olhos: tentem a se fechar levemente, permanecendo cerrados. Formação de pés de

galinha devido ao sorriso;

Boca: cantos dos lábios são puxados para os lados e para cima, formando um belo

sorriso;

Bochechas: se levantam.

3.4. Medo

Esta emoção representa um estado de alerta devido a um tipo de ameaça real ou ilusória, física

ou psicológica:

Sobrancelhas: levantam-se e se aproximam;

Testa: ao se levantar, por meio da contração muscular, produz rugas horizontais. Estas

são indício de tensão;

Olhos: pálpebras superiores se levantam e as inferiores permanecem contraídas e tensas;

Boca: cantos dos lábios realizam movimento horizontal para os lados, em direção às

orelhas;

Queixo: permanece caído.

3.5. Nojo

Trata-se de uma emoção relacionada a algo que nos causa grande repulsão. Camargo (2010,

p.32) divide o nojo em físico e moral. “O primeiro está associado às impurezas físicas [...]”, já

o segundo, “[...] refere-se a um sentimento similar, porém, relacionado a tomadas de decisão”.

Sobrancelhas: cantos internos se rebaixam e se aproximam;

Page 21: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

21

Olhos: as pálpebras superiores permanecem contraídas, com os olhos semicerrados. Os

pés-de-galinha ficam evidentes;

Boca: cantos dos lábios se abaixam. Lábio superior se levanta e se retorce para o lado

enquanto que o lábio inferior se ergue e se projeta;

Bochechas: contraem-se e sobem;

Queixo: permanece caído.

3.6. Desprezo

“Desprezo é o sentimento ou atitude intensa de considerar alguém ou algo inferior ou sem

valor” (CAMARGO, 2010, p.35). Esta emoção está relacionada ao poder e às regras e, por meio

dela, podemos identificar as alterações faciais:

Sobrancelhas: de forma sutil, uma ou as duas sobrancelhas se elevam, indicando

descrença;

Olhos: permanecem ligeiramente contraídos;

Boca: uma metade do lábio superior se eleva, enquanto que os cantos da boca se

contraem;

Queixo: permanece elevado.

3.7. Surpresa

Trata-se de uma emoção relacionada ao inesperado. Determinado fato ou coisa provoca espanto

que pode ser identificado pelas seguintes alterações faciais:

Sobrancelhas: elevam-se provocando rugas horizontais;

Olhos: arregalam-se por meio da contração da pálpebra inferior e da elevação da

pálpebra superior;

Boca: permanece aberta;

Queixo: permanece caído.

Page 22: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

22

4. LIDERANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

A fim de se obter a diferenciação e a consequente sobrevivência no mercado, “empresas

contemporâneas estão focadas em líderes que são comprometidos, engajados e envolvidos no

negócio, que estejam em uma procura constante de relações saudáveis e produtivas no ambiente

de trabalho” (MANDELLI, 2015, p.25). Segundo a autora, as empresas passam a precisar se

importar com as pessoas e procuram retê-las (p.37).

Não se trata de uma novidade para o leitor que o sucesso organizacional depende, em grande

parte, da qualidade e aproveitamento correto de sua liderança. Podemos percebê-la como “[...]

um fenômeno que não se relaciona com posições hierárquicas ou com funções exercidas, mas

com a habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade o que o líder quer em razão de

sua influência pessoal” (KANAN, 2010, p. 17).

A liderança não é um dom. Ela pode ser definida por uma somatória de habilidades e práticas,

disponíveis a qualquer indivíduo, espalhada por todos os níveis da organização (KOUZES E

POSNER apud CAVALCANTI et al, 2009, p. 60). Mandelli (2015, p.42) entende liderança

como um processo de facilitação dos esforços individuais e coletivos a fim de que sejam

cumpridos os objetivos compartilhados.

Hunter (2004, p.28) diferencia gerente e líder. Como já é de conhecimento do leitor, o líder está

relacionado à influência, aos relacionamentos, ou seja, às pessoas. O autor, ao mencionar o

papel do gerente, dá a ele o poder de agir sobre coisas e não sobre pessoas.

Lima e Teixeira (2000, p.38) afirmam que “gerenciar pessoas implica uma questão que vai além

de métodos de trabalho [...] ”. O líder, segundo os autores, deve se autoconhecer, estar aberto a

mudanças e ter consciência da importância que cada colaborador tem para que os resultados

sejam alcançados. A organização, ao ser bem dirigida por líderes preocupados e engajados,

“[...] permite que as pessoas desde o topo até a base realizem trabalho do qual possam se

orgulhar” (SCHOLTES, 1999, p. 19).

Page 23: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

23

A fim de que a liderança possa contribuir eficazmente com a organização, faz-se necessário a

ampliação da participação de toda a equipe nas decisões. Segundo Aldag e Joseph (2002, p.

106),

“o compromisso que se gera no compartilhamento da liderança estrutura melhor a

empresa e a prepara para metas comuns. Participar como membro de uma equipe que

cria o futuro almejado para a empresa também faz surgir a motivação para ajudar a

colocar isso em prática”.

Para uma atuação de sucesso, Mandelli (2015, p. 21) afirma que o líder deve apresentar

comportamentos como o entendimento global do capital humano da empresa, a colaboração e

a intuição. Além disso, deve direcionar, treinar, orientar e desafiar seus liderados visando

resultados excelentes (p.132).

Para Cavalcanti et al (2009), a habilidade mais importante do líder é a de comunicar-se com

eficiência. Scholtes (1999, p. 398) afirma que os principais obstáculos da comunicação são a

atitude e o estilo. Segundo o autor, os gestores precisam deixar de lado os julgamentos e os

ataques para que os colaboradores possam contribuir de modo positivo.

Os líderes devem agir de forma a identificar e satisfazer as necessidades legítimas de seus

liderados HUNTER, 2004, p. 55), escutá-los de modo presente e empático (HUNTER, 2004;

CAVALCANTI et al, 2009; MANDELLI, 2015; SCHOLTES, 1999). A fim de que possam

alcançar o alto desempenho e criar um ambiente saudável, o líder deve não só conhecer muito

bem a empresa e seus processos, mas também os seus liderados construindo, assim, uma base

sólida de relacionamentos saudáveis.

4.1. Tipos de Liderança

A fim de alcançar a excelência em processos organizacionais, é necessário que exista o

favorecimento das oportunidades de desempenhar tarefas desafiadoras, que possam

proporcionar o desenvolvimento e o crescimento das pessoas. Um líder deve ter

responsabilidades ligadas ao desempenho de tarefas e ao desempenho social enquanto

manutenção do grupo (FACCIOLI, 2008, p. 02).

Page 24: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

24

Ao mencionar Penteado, Caetano (2005, p. 56) nos esclarece que Kurt Lewin desenvolveu uma

teoria que descrevia três estilos de liderança, cada qual com suas características:

a) Liderança autocrática: o autor afirma que este tipo de liderança se caracteriza pela

tensão, frustração, ausência de inciativa e insatisfação do grupo. Além disso, é marcada

pela centralização e pelas decisões unilaterais (CAVALCANTI et al., 2009, p.40);

b) Liderança liberal ou laissez-faire: Devido à ausência do papel orientador do líder, este

estilo impacta negativamente na qualidade e quantidade de trabalho produzido. Entre

os liderados, podemos observar “[...] forte individualismo, desagregação do grupo,

insatisfação, agressividade e pouco respeito ao líder” (FACCIOLI, 2008, p.3);

c) Liderança democrática: o líder permite a participação real de seus liderados ao delegar

autoridade. Estímulo à participação nas decisões, ao debate. Este tipo de liderança é

marcado pelo constante feedback, pela confiança mútua e pelo respeito.

Apesar dos tipos de liderança descritos acima, não podemos afirmar que há um modo correto

de liderar. Mas sabemos que existe a necessidade de um novo modelo de liderança que faça

com que o líder estimule o potencial das pessoas, objetivando a aquisição de talentos, que

enfrentem a complexidade das mudanças (ARRUDA; CHIRÓSTOMO, 2010, p.06).

4.2. Liderança e Motivação

Dentro das organizações podemos encontrar diversas pessoas que não nutrem motivação em

desempenhar as funções sobre as quais são responsáveis. Frederick Herzberg (1966, 1968 apud

SCHOLTES, 1999, p.42) afirma ser presunção da gerência acreditar que há possibilidade de

motivar pessoas. “A motivação não é uma substância qualquer que podemos infundir de fora,

como um transplante de medula óssea”.

Archer (1978 apud BARAGLIO, 2005, p. 68) defende que a motivação vem das necessidades

humanas e não de coisas que promovem as satisfações delas. Baraglio complementa que um

indivíduo não motiva o outro mas existe a possiblidade de lhe oferecer os chamados fatores de

satisfação (agua, comida, luz, reconhecimento). Scholtes (1999, p. 43) afirma que um chefe é

capaz de desmotivar seus colaboradores.

Page 25: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

25

Esta desmotivação pode acontecer pelo desempenho de atividades pouco desafiadoras ou

aspectos psicológicos do líder para com liderados. Deste modo, antes de identificar e satisfazer

as necessidades de seus liderados, a liderança deve ser consciente de que “[...] são pessoas

diferentes, o que faz com que tenham necessidades diferentes” (HUNTER, 2004, p.56) a fim

de motivá-los. Baraglio (2005, p. 71) complementa:

“A verdadeira tarefa dos administradores não é motivar os seus empregados, mesmo

porque já vimos que isso não é possível. O foco deve estar no trabalho de induzir

comportamentos positivos por parte deles, e esse comportamento positivo pode ser

induzido não pela motivação, mas pelo uso de fatores de satisfação relacionados à

necessidade que serve como centro de organização do comportamento”.

Para que se evite a desmotivação, Cavalcanti (2009, p. 101) assegura que é necessária “[...] a

alocação de indivíduos às tarefas [...]”, além de haver uma atenção por parte dos gestores às

tarefas que causam total envolvimento em seus funcionários, estimulando constantemente o

espírito criativo no ambiente de trabalho.

4.3. Linguagem Corporal e Liderança

Goman (2014, p. 29) afirma que “[...] a linguagem corporal está nos olhos de quem a vê. O

impacto da sua comunicação não verbal se baseia naquilo que os outros acreditam ser a sua

intenção, e em como essa percepção orienta as relações alheias”. Este fato nos leva a entender

o porquê de relacionamentos prejudicados e deteriorados dentro das organizações: grande parte

dos líderes pode não apresentar a consonância entre a fala e gestos.

Johann (2004, p. 73) afirma que, o mito de que um indivíduo já nasce líder, foi derrubado a

partir de estudos. A capacidade de liderar “[...] pode e deve ser aprendida” (DRUCKER, 2003

apud CAVALCANTI et al, 2009, p. 59) dentro da organização por meio de um planejamento

bem estruturado de conhecimento sobre linguagem corporal.

Hunter (2004, p. 28) também afirma a liderança é uma habilidade a ser desenvolvida pelo

indivíduo que possua “[...] o desejo e pratique as ações adequadas”. Em contrapartida, Bennis

(1996 apud CAVALCANTI et al, 2009, p.60) declara que o exercício da liderança não pode ser

aprendido já que sua base se constitui de caráter e julgamento.

Page 26: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

26

O homem, em qualquer parte do globo, aprende comportamentos e não, simplesmente, obedece

a sua carga genética (MORRIS, 1977, p. 12). Ao citar Boyett e Boyett, Cavalcanti et al (2009,

p. 59) afirmam que é possível o aprendizado das “[...] técnicas, as habilidades, os estilos de

comunicação, assim como podemos dominar as teorias, as estratégias e as táticas de liderança”.

Diante da possibilidade de aprendizagem de técnicas de liderança e da congruência entre corpo

e fala, Goman (2014, p. 43-44) alega que

“os líderes de sucesso não memorizam os gestos físicos e as expressões faciais

‘adequadas’ para exibir em momentos apropriados, como se fossem uma espécie de

robô pré-programado. [...]. Mas são conscientes de que a sua Linguagem Corporal tem

um impacto dramático sobre seus colegas, clientes e equipe”.

O exercício das competências da posição estudada neste trabalho acontece por meio daquilo

que Morris (1977, p. 21) chamou de ações treinadas. Em termos de práticas cotidianas,

Cavalcanti et al (2009, p. 59) afirmam que são os aspectos relacionados aos sentimentos, à

intuição e à empatia são mais difíceis para se aprender e demandam tempo de dedicação.

As competências de liderança abaixo listadas por Mandelli (215, p. 53 e 121) e Scholtes (1999,

p. 19-20) podem ser descritas e aprendidas por meio da linguagem corporal:

Comunicação – transmissão de ideias e informações de modo claro e objetivo utilizando

tom de voz constante e seguro, procurando manter as mãos em posição neutra. As

palmas das mãos voltadas para cima é sinal de submissão e, para baixo, indica

autoridade;

Motivação – sorriso natural, olho no olho do interlocutor, assentir com a cabeça, postura

ereta, polegares para cima;

Diplomacia – respeitar o espaço corporal entre emissor e receptor, postura neutra de

ombros e braços, movimentos corporais sincronizados, queixo na horizontal;

Pro-atividade - orientação corporal para frente, palmas voltadas para cima, posturas

corporais de abertura, contato visual positivo, movimentos sincronizados, cabeça

inclinada;

Page 27: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

27

Honestidade - postura ereta, palmas das mãos voltadas para cima, olho no olho do

interlocutor, polegares voltados para cima, queixo na horizontal.

Goman (2014, p. 35) fala das seguintes competências:

Confiança – postura ereta, olhos nos olhos, braços relaxados, ombros bem

posicionados, polegares voltados para cima, cabeça ereta e sorriso na medida certa;

Negociação – forte aperto de mãos iniciado com um movimento das palmas voltadas

para o lado, sorriso, polegares para cima, queixo na horizontal, contato visual constante,

corpo alinhado ao da outra pessoa.

Enfim, podemos complementar a lista de competências com Bennis (1996 apud ARRUDA;

CHIRÓSTOMO, 2010, p. 04):

Autoconhecimento - ter consciência corporal, principalmente, no que se refere à posição

das mãos, à inclinação do corpo, às barreiras oriundas das posições dos próprios braços

e pernas, e ao olhar.

A importância em desenvolver um líder por meio da linguagem corporal não se limita ao

indivíduo que ocupa tal posição, mas ao grupo como um todo. Morris (1977, p. 19) afirma que

indivíduos que possuem status mais elevado são imitados por seus parceiros. “Quanto mais

elevado o status dele ou dela no grupo, mais prontamente ele ou elas será copiado pelos outros.

Na nossa sociedade, absorvemos mais daqueles a quem admiramos”.

Tal imitação a qual Morris se refere, é chamada de espelhamento por Camargo (2010, p.115) e

Pease & Pease (2005, p.168). “Normalmente os subordinados espelham os superiores. Caso o

líder de uma equipe adote determinada atitude, é provável que os demais o sigam, tanto na

postura como no tom de voz” (CAMARGO, 2010, p. 117).

Page 28: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

28

4.4. Mulheres na Liderança

É de extrema importância mencionar o papel de destaque que a mulher vem ocupando, nos

últimos anos, com relação à posição de líder dentro das organizações. Llopis (2014, tradução

da autora), em seu artigo para a revista Forbes, afirma que as mulheres ocupam papel de

liderança dentro das famílias tradicionais. São capazes de gerenciar crises e mudanças, além de

tomar decisões a fim de proteger as tradições da família. A competência de realizar várias

atividades de modo simultâneo dá, à mulher, grande flexibilidade enquanto força de trabalho.

Frankel (2007 apud TONANI, 2011, p. 05) afirma que as mulheres são espontaneamente líderes

e que, determinadas características, fazem delas peças de grande valor quando inseridas na

concepção de liderança que o mercado vem apresentando. Na realidade, elas são capazes de se

adequarem a um determinado estilo de liderança tanto quanto os homens, sempre havendo a

necessidade de desenvolvimento assistido por parte da organização.

Há quem diga que o modo de liderar masculino difere do feminino. Mandelli (2015, p. 21)

defende que “[...] comportamentos como entendimento global do capital humano da empresa,

a colaboração e a intuição, são características gerenciais [...]” essenciais à liderança e que,

geralmente, são atribuídas às mulheres, mas assegura que tais características são necessárias

para líderes de ambos os gêneros. A autora ainda alega que as mulheres possuem uma lente

diferenciada para contribuir diretamente com a humanização dentro das organizações (p.30-

31).

Não podemos afirmar que o homem é melhor líder que a mulher, mas ela vem ocupando lugar

de destaque justamente por apresentar competências que, segundo o artigo Sexo na Diretoria,

publicado no The Economist (2015), aparecem com maior frequência nas mulheres – “[...]

desenvolvimento de pessoas, estabelecimento de expectativas e recompensas, atitudes que

servem como modelo, ações inspiradoras, decisões tomadas de maneira participativa”.

Page 29: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

29

4.5. Liderança e Gestão Estratégica de Pessoas

Teixeira et al (2010, p. 37) definem a gestão estratégica como um “[...] processo que atravessa

todos os níveis hierárquicos de uma organização e abrange todas as suas unidades de negócio e

funcionais”. Trata-se de ações relacionadas ao ambiente externo, à cultura organizacional, à

identificação de forças e fraquezas, ao desempenho de líderes e colaboradores versus

desenvolvimento das respectivas competências.

A fim de que a organização siga sua estratégia e consiga atingir suas metas, é necessário que

exista um gerenciamento das competências de seus colaboradores a fim de que se minimize os

GAPs. Isto é, “[...] orientar e estimular os profissionais a eliminarem a discrepância entre o que

eles são capazes de fazer (competências atuais) e o que a organização espera que eles façam

(competências desejadas)” (CARBONE et al, 2009, p. 70). Os gestores devem ser os primeiros

a trabalharem as competências necessárias à estratégia organizacional, a fim de promover o

crescimento de seus liderados e de garantir a eficiência dos processos.

Diante da competitividade e da incerteza em que as organizações se veem inseridas, o

desenvolvimento das competências desejadas dá ao líder um papel de grande importância. “[...]

Gerenciar mudança é gerenciar pessoas em processo de mudança” (CAVALCANTI et al 2009,

p.31). Segundo os autores, mudanças afetam diretamente o indivíduo e a liderança deve se

mostrar acessível e disposta a colaborar com o desempenho do capital humano, com uma visão

estratégica de curto, médio e longo prazos.

Para Goman (2014, p. 82) “[...] a mudança organizacional não é nem rápida nem especifica. É

contínua, evolutiva e, estranhamente, ambígua por natureza, o que significa que administrá-la

exige abordagens muito mais inovadoras”. A autora afirma ainda que o líder tem um papel de

grande importância ao agir com positividade para a conquista da motivação e do

comprometimento à mudança de seus liderados.

Executar mudanças requer tempo e esforço por parte dos líderes. Focando nas pessoas e nas

competências que são adquiridas e desenvolvidas (TEIXEIRA, 2010, p.106), procurando

utilizar de modo correto o conhecimento de cada colaborador (ROMANI; DAZZI, 2002 apud

Page 30: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

30

ARRUDA; CHIRÓSTOMO, 2010, p. 10), a liderança está apta a realizar uma Gestão de

Pessoas estratégica para a diferenciação organizacional.

5. MATERIAIS E MÉTODOS

5.1. Tipo de Pesquisa

A abordagem do referido tema deste estudo foi feita por meio de uma pesquisa bibliográfica e

aplicada, uma vez que foram relatados os conhecimentos relacionados à Linguagem Corporal

e como podíamos aplicá-la no dia-a-dia organizacional. Além disso, foi utilizado o método

racional por se tratar de um tema ligado à subjetividade humana, muitas vezes, não passível de

mensuração.

5.2. Universo e Amostra

O estudo desenvolvido contou com uma amostra de 100 profissionais atuantes em empresas de

diversos segmentos, de médio e grande portes, sendo que alguns destes não completaram o

questionário de pesquisa.

5.2.1. Critérios de Inclusão

Os participantes da pesquisa deveriam apresentar as seguintes características:

Ser profissionais atuantes no mercado de trabalho;

Desempenhar qualquer função dentro de uma empresa;

Desenvolver seu trabalho em qualquer área de atuação;

Pertencer a qualquer nível hierárquico dentro da organização.

5.2.2. Critério de Exclusão

Nunca ter tido experiências de trabalho em empresas de médio e grande porte;

Page 31: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

31

5.3. Coleta de Dados

Os dados obtidos foram gerados por meio de um questionário composto de 13 perguntas

pautadas nos conhecimentos relacionados à Linguagem Corporal e liderança. Este questionário

foi distribuído por meio de e-mails e de redes sociais como Linkedin e Facebook, de forma não

aleatória.

Para a elaboração do questionário de pesquisa utilizou-se perguntas fechadas, podendo o

indivíduo optar pelas alternativas “sim” e “não”, a fim de obter maior clareza e facilidade de

interpretação dos dados.

5.4. Análise dos Dados

Os dados obtidos por intermédio da pesquisa realizada foram computados e analisados,

considerando a somatória de respostas como uma totalidade e dispensando, num primeiro

momento, respostas não preenchidas. A seguir, os dados foram distribuídos em forma de tabela

para melhor visualização por parte do leitor:

Tabela 1 –Resultados da Pesquisa Aplicada

Pesquisa Aplicada e Resultados

Questão N. Respostas Sim Não

1 100 63% 37%

2 100 87% 13%

3 99 96% 3%

4 99 86% 14%

5 99 92% 8%

6 99 42% 58%

7 100 85% 15%

8 98 90% 10%

9 99 29% 71%

10 99 86% 14%

11 99 52% 48%

Page 32: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

32

12 100 98% 2%

13 100 71% 29%

Fonte: Autora

Com base nas respostas obtidas podemos apontar como pontos principais:

A pesquisa nos mostrou que a quantidade de pessoas que tiveram alguma experiência

com Linguagem Corporal (63%) não é excessivamente superior à das pessoas que nunca

entraram em contato com a ferramenta (37%);

Das respostas compiladas, 90% afirmam ser possível identificar um líder por meio da

Linguagem Corporal;

Gráfico 1 – Identificação de Líderes

Fonte: Autora

Dentre as 99 respostas, 97% pessoas que acreditam no poder da Linguagem Corporal

para apontar traços de liderança no indivíduo;

Gráfico 2 – Identificação de Traços de Liderança

Fonte: Autora

87%

13%

Sim Não

96%

3%

Sim Não

Page 33: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

33

85 participantes (86%) responderam ser possível avaliar e selecionar líderes por

intermédio da Linguagem Corporal;

Gráfico 3 – Avaliação e Seleção de Líderes

Fonte: Autora

Apenas 15% dos profissionais participantes não acreditam ser possível o uso da

Linguagem Corporal para a avaliação de competências da liderança;

Gráfico 4 – Avaliação de Competências

Fonte: Autora

No universo de 98 respostas, 88 participantes (90%) afirmaram que, por meio da

Linguagem Corporal, podemos treinar a liderança de uma organização;

Gráfico 5 – Treinamento da Liderança

Fonte: Autora

86%

14%

Sim Não

85%

15%

Sim Não

90%

10%

Sim Não

Page 34: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

34

98% foi favorável à importância da coerência entre fala e postura corporal para se obter

eficácia na comunicação;

71% dos participantes afirmaram haver diferenças entre a Linguagem Corporal de

homens e mulheres.

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A partir dos dados coletados, por meio do questionário, obtivemos respostas visivelmente

favoráveis à utilização da Linguagem Corporal dentro das organizações. O gráfico abaixo

mostra que grande parte dos profissionais participantes percebem que, por meio desta

ferramenta, podemos favorecer o bom desempenho dos líderes.

Gráfico 6 – Utilização da Linguagem Corporal

Fonte: Autora

A pesquisa apontou que as pessoas acreditam que é importante ter coerência entre a fala e a

postura, comprovando que há uma interpretação, ainda que inconsciente, das mensagens não

verbais no processo de comunicação. Pease & Pease (2005, p. 19) afirmam que “como qualquer

outra espécie, somos ainda dominados por regras biológicas que controlam nossas ações,

reações, linguagem corporal e gestos”.

Os resultados indicaram afirmativamente possibilidade de se identificar um líder, ou traços de

liderança, por intermédio de atitudes e gestos. Conforme citamos no desenvolvimento deste

estudo, é possível que um indivíduo aprenda a ser líder por meio de práticas e da supervisão de

87%

96%

89,80%

85%

Identificar Líder Identificar Traços deLiderança

Treinar Liderança AvaliarCompetências de

Liderança

Page 35: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

35

técnicas de Linguagem Corporal. Estas “[...] são conscientemente adquiridas, por ensino ou

observação e prática auto analítica” (MORRIS, 1977, p.21).

Além disso, os participantes, em quase sua totalidade, afirmaram ser possível treinarmos e

desenvolvermos um líder por intermédio da Linguagem Corporal. Esta “[...] ensina a adotar

posturas e movimentos positivos, poderosos e encorajadores que, por sua vez, afetam o estado

mental” (GOMAN, 2014, p. 86).

O que se pôde constatar é que há uma abertura das pessoas em aplicar técnicas da ferramenta

dentro das organizações, mas as empresas pouco valorizam a utilização da comunicação não

verbal como instrumento de melhoria e aproveitamento do capital humano.

Embora um pouco mais da metade dos profissionais já tenha tido alguma experiência

relacionada à Linguagem Corporal, poucas empresas dão seu devido valor. Ao dispender a

devida valorização,

“[...] a empresa, este valor aumenta sua produtividade, evita conflitos e ganha o corpo

gerencial e gerenciados com uma relação interpessoal tranquila, com índice de

satisfação de clima organizacional melhor, haja vista o reconhecimento da

transparência da organização” (SCHELLES, 2008, p. 7).

Quase que a totalidade dos participantes implementaria um curso de Linguagem Corporal nas

empresas em que atuam, mas o espaço dado a sua aplicação ainda não é tão expressivo, como

vemos a seguir:

Gráfico 7 – Expectativas da Linguagem Corporal

Fonte: Autora

63%

29%

51,50%

Experiência dosProfissionais

Valorização por Partedas Empresas

Espaço dentro dasEmpresas

Page 36: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

36

Tais resultados apontam para a percepção da Linguagem Corporal nos processos

comunicativos, ainda que quase metade dos profissionais nunca tenham tido experiências

relacionadas a sua conceituação. Conforme mencionado no decorrer deste estudo, temos a

capacidade de reconhecer, inconscientemente, o líder de um grupo. Identificar um líder, ou

traços de liderança por meio da Linguagem Corporal é questão de percepção. Moraes (2010,

p.8) afirma que “perceber é conhecer, através dos sentidos, objetos e situações. Sob essa

designação, estão incluídas duas questões: a percepção de si próprio e a percepção do outro”.

Goman (2014, p. 275) afirma que “a Linguagem Corporal revela o caráter. Independentemente

do quão proficiente ele possa ser na comunicação não verbal, nenhum líder consegue enganar

as pessoas que trabalham com ele por um longo período de tempo. Mais cedo ou mais tarde,

seu corpo irá traí-lo”.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Linguagem Corporal é de extrema importância para uma liderança a ser explorada com

excelência dentro da organização. Tal afirmação podemos comprovar por meio dos resultados

obtidos com a aplicação da pesquisa, associados à bibliografia pesquisada. Assim sendo,

podemos concluir que a Linguagem Corporal:

Permite que identifiquemos um líder potencial;

Propicia o treinamento de líderes nas organizações;

Favorece a identificação de traços de liderança no indivíduo.

As organizações que aplicarem técnicas de Linguagem Corporal vão adquirir excelência em

seus processos, além de terem a oportunidade de agregar valor a seus produtos e serviços.

Muitas delas acabam por perder excelentes técnicos para adquirirem líderes, que estão aquém

das necessidades das empresas, devido à conceituação errônea que se tem a respeito da

liderança e do baixo aproveitamento de recursos favoráveis ao aproveitamento do capital

humano.

O reconhecimento das mensagens enviadas pelas pessoas aponta a relevância que o processo

de comunicação tem, não só nas organizações, mas nas diferentes situações do cotidiano. Planos

Page 37: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

37

de carreira são estruturados de acordo com a competências que o indivíduo adquire ou

desenvolve ao longo de sua carreira, mas o que fazer com aqueles colaboradores que não

possuem perfil de liderança? Podemos treiná-lo, aprimorá-lo a fim de serem líderes.

Não há necessidade de memorização de gestos e seus significados para que os colaboradores

reconheçam o líder. Caso isto aconteça, a relação se torna artificial e ineficaz, prejudicando

todos os processos organizacionais. A mecanização dos gestos de liderança traz um efeito

contrário ao verdadeiro objetivo do uso da Linguagem Corporal, mas torna-se imprescindível

que o conhecimento (e não memorização) de suas técnicas esteja disponível aos colaboradores.

Deste modo, a identificação de líderes potenciais e o aprimoramento de pessoas a ocuparem

esta posição torna-se mais assertiva.

Lembrando que a ética e os valores pessoais são mais importantes, esta possibilidade de

aprendizado e desenvolvimento forma profissionais que se relacionem eficazmente com a

complexidade humana. Líderes capacitados, ao se posicionar com credibilidade diante dos

colaboradores, têm condições de potencializar a entrega de seus liderados alinhando todos os

indivíduos para uma mesma direção. Na mesma linha de raciocínio, líderes bem preparados

desenvolvem uma boa Gestão de Pessoas.

Talvez exista um preconceito relacionado à eficácia das técnicas de Linguagem Corporal, ou as

organizações não a valorizem, simplesmente, por não considerar sua importância para a eficácia

da comunicação. O tema deste estudo ainda não é explorado em termos ideais (e sugere-se

desenvolver maior conhecimento sobre seus benefícios), mas nota-se que, aos poucos, cada vez

mais profissionais se dão conta da relevância da Linguagem Corporal para não se desperdiçar

talentos e desenvolver outros.

A Linguagem Corporal se mostra como uma possibilidade de fortalecimento das relações

interpessoais, a consolidação do vínculo líder versus liderado e, consequentemente, a

consolidação da imagem da organização. Deste modo, podemos considerar a Linguagem

Corporal como uma ferramenta estratégica que assegurará vantagem competitiva à organização.

Investir nesta ferramenta é apostar no capital humano!

Page 38: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALDAG, Ramon J.; JOSEPH, Buck. Liderança e Visão: 25 Princípios para Promover a

Motivação. São Paulo: Publifolha, 2002.

ANDRADE, Nara Cortês... [et al]. Reconhecimento das Expressões Faciais de

Emoções:Padronização de Imagens do Teste de Conhecimento Emocional. Psico. N. 3, p. 382-

390, Jul/ Set. 2013. Disponível em:

www.revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistapsico/article/.../10413. Acesso: 09 Ago.

2015.

ARRUDA, Angela Maria Furtado; CHIRÓSTOMO, Evangelina; RIOS, Sárvia Silvana. A

Importância da Liderança nas Organizações. Razão Contábil e Finanças. N.1. p. 1-15, Jul/

Dez.2010. Disponível em: http://institutoateneu.com.br/ojs/index.php/RRCF/article/view/4.

Acesso: 09 jul. 2015.

BARAGLIO, Renato Barbieri. Competência Comunicativa e Exercício da Liderança.

2005. 94f. Dissertação (Escola de Administração de Empresas) – Fundação Getúlio Vargas,

São Paulo. Disponível em: http://eds.b.ebscohost.com/eds/results?sid=036a25d6-4d06-4c13-

af48-

a68fe6b940b3%40sessionmgr110&vid=0&hid=103&bquery=COMPET%c3%8aNCIA+CO

MUNICATIVA+E+EXERC%c3%8dCIO+DA+LIDERAN%c3%87A&bdata=JmNsaTA9Rl

QxJmNsdjA9WSZsYW5nPXB0LWJyJnR5cGU9MCZzaXRlPWVkcy1saXZl. Acesso: 09

jan. 2015.

CAETANO, José Manuel Martins. Estilo de Liderança e Relações Interpessoais e

Intergrupais em Contexto Escolar: Estudo de Caso. 2005. Disponível em:

https://repositorioaberto.uab.pt/handle/10400.2/672. Acesso: 27 jun. 2015.

CAMARGO, Paulo Sérgio. Linguagem Corporal: Técnicas para Aprimorar Relacionamentos

Pessoais e Profissionais. São Paulo: Summus Editorial, 2010.

_________________. Linguagem Corporal. Correio do Povo, maio. 2012. Disponível em:

http://www.correiodopovo.com.br/blogs/planodecarreira/?p=207. Acesso: 11 jan. 2015.

CARBONE, Pedro Paulo ... [et al]. Gestão por Competências e Gestão do Conhecimento.

3ed. Rio de Janeiro: FGV, 2009.

CAVALCANTI, Vera Lúcia … [et al]. Liderança e Motivação. 3ed. Rio de Janeiro: FGV,

2009.

FACCIOLI, Cintya. Teorias de Liderança. 2008. Disponível em:

www.administradores.com.br/artigos/carreira/teorias-de-lideranca/22664/. Acesso: 12 mai.

2015.

FREITAS - MAGALHÃES, Armindo. A Psicologia das Emoções: O Fascínio do Rosto

Humano. Leya, 2013. Disponível em:

https://books.google.com.br/books?id=MXC0AAAAQBAJ&pg=PT121&lpg=PT121&dq=E

mo%C3%A7%C3%B5es+B%C3%A1sicas+desprezo+descri%C3%A7%C3%A3o&source=b

l&ots=gU940SxYsl&sig=ktx5xCM46Q-9i3GlLApvZnNqMGU&hl=pt-

Page 39: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

39

BR&sa=X&ei=6tJTVY2vDYK1ggSXt4D4CQ&ved=0CDsQ6AEwBQ#v=onepage&q=Emo

%C3%A7%C3%B5es%20B%C3%A1sicas%20desprezo%20descri%C3%A7%C3%A3o&f=f

alse. Acesso: 10 fev. 2015.

GOIS, Aline Katia; NOGUEIRA, Maria Francisca M.; VIEIRA, Nádia Vitorino. A Linguagem

do corpo e a Comunicação nas Organizações. Revista Anagrama: Revista Científica

Interdisciplinar da Graduação, n.04, p. 1-11, junho/agosto. 2011. Disponível em:

www.revistas.univerciencia.org/index.php/anagrama/article/viewArticle/7608. Acesso: 09 jan.

2015.

GOMAN, Carol Kinsey. A Linguagem Corporal dos Líderes. Rio de Janeiro: Editora Vozes,

2014.

GUIMARÃES, Pâmela Rocha Bagano. Construção e Testagem de um Instrumento de

Reconhecimento de Expressões Faciais Emocionais. 2014. 128f. Dissertação (Psicologia

Cognitiva - CFCH) - Universidade Federal de Pernambuco, PE. Disponível em:

http://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/10910/DISSERTA%C3%87%C3%83O

%20P%C3%A2mela%20Rocha%20Bagano%20Guimar%C3%A3es.pdf?sequence=1&isAllo

wed=y. Acesso: 12 ago. 2015.

HUNTER, James C. O Monge e o Executivo: Uma História Sobre a Essência da Liderança. Rio

de Janeiro: Sextante, 2004.

JOHANN, Silvio Luiz. Gestão da Cultura Corporativa. 1 ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

KANAN, Lilia Aparecida. Poder e Liderança de Mulheres nas Organizações de Trabalho.

Revista O&S. N.53, p. 243-257, abr/jun.. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/osoc/v17n53/01.pdf. Acesso: 11 ago. 2015.

LEVY, Pedro M. Emblemas - Uma Categoria de Comportamentos Não Verbais. Análise

Psicológica, vol. 2, p. 295-304, 1987. Artigo disponível em:

repositorio.ispa.pt/bitstream/10400.12/2144/1/1987_2_295.pdf. Acesso: 12 abr.2015.

LIMA, Frederico O.; TEIXEIRA, Paulo C. Direcionamento Estratégico e Gestão de Pessoas

nas Organizações. São Paulo: Atlas, 2000.

LLOPIS, GLENN. The Most Undervalued Leadership Traits Of Women. Forbes. 03 fev. 2014.

Disponível em: http://www.forbes.com/sites/glennllopis/2014/02/03/the-most-undervalued-

leadership-traits-of-women/. Acesso: 06 jul. 2015.

MANDELLI, Livia. Liderança Nua e Crua: Decifrando o Lado Masculino e Feminino de

Liderar. Petrópolis: Sextante, 2015.

MORAES, Gustavo Cunha. Linguagem Corporal nas Organizações. 2010. 20f. Dissertação

(Especialização em Gestão de Recursos Humanos). Instituto A Vez do Mestre, RJ. Disponível

em: http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/i101460.pdf. Acesso: 12 ago.

015.

MORRIS, Desmond. Você: Um Estudo Objetivo do Comportamento Humano. s/ ed. São Paulo,

1977.

Page 40: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

40

PEASE, Alan & Barbara. Desvendando os Segredos da Linguagem Corporal. Rio de Janeiro:

Sextante, 2005.

SCHELLES, Suraia. A Importância da Linguagem Não Verbal nas Relações de Liderança

nas Organizações. Revista Esfera. Nº 1, p.1-8, jan/jun. 2008. Disponível em:

http://www.correiodopovo.com.br/blogs/planodecarreira/?p=207. Acesso: 12 dez. 2014.

SCHOLTES, Peter R.. Manual do Líder: Um Guia para Inspirar sua Equipe e Gerenciar o

Fluxo de Trabalho no Dia-a-Dia. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999.

SEXO na Diretoria. Estadão, São Paulo, 13 jun. 2015. Disponível em:

http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,sexo-na-diretoria---imp-,1705600. Acesso: 15

jun. 2015.

SILVA, Lúcia Marta Guinta da ... [et al]. Comunicação Não Verbal: Reflexões Acerca da

Linguagem Corporal. Rev. Latino-Am. Enfermagem. N. 4, p. 54-58, Ago. 2000. Disponível

em: www.scielo.br/pdf/rlae/v8n4/12384. Acesso: 31 Ago. 2015.

TEIXEIRA, Gilnei Mourão ... [et al]. Gestão Estratégica de Pessoas. 2ed. Rio de Janeiro:

FGV, 2010.

TONANI, Adriana Venturim. Gestão Feminina: Um Diferencial de Liderança Mito ou Nova

Realidade. In: VII Congresso Nacional de Excelência em Gestão. Rio de Janeiro. 2011.

Disponível em:

http://excelenciaemgestao.org/Portals/2/documents/cneg7/anais/T11_0452_2131.pdf. Acesso:

07 jul. 2015.

VASCONCELLOS, Silvio José Lemos ... [et al]. Psicopatia e Reconhecimento das Expressões

Faciais de Emoção: Uma Revisão Sistemática. Psicologia: Teoria e Pesquisa. N. 2, p.125-134,

abr/jun 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ptp/v30n2/01.pdf. Acesso: 09 ago.

2015.

Page 41: Juliana Cristina Pupodecodegrafo.com.br/.../TCC-MBA-Gestão-de-Pessoas... · Termo de Compromisso A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase

41

ANEXO A – Questionário de Pesquisa

1) Você tem algum conhecimento ou já teve alguma experiência com linguagem corporal

em empresas (cursos, palestras, seminários, informações etc.)?

2) Em sua opinião, é possível identificar um líder pela Linguagem Corporal?

3) Conseguimos identificar traços de liderança por intermédio da Linguagem Corporal?

4) Com técnicas de Linguagem Corporal é possível avaliar e selecionar a liderança em

diferentes áreas de uma organização?

5) Enquanto gestor, você aprovaria um curso de linguagem corporal dentro da

organização?

6) Você já teve a oportunidade de ler algum artigo científico que aborde o tema

”Linguagem Corporal e Liderança”?

7) A Linguagem Corporal pode ser considerada uma ferramenta de avaliação de

competências de liderança?

8) Podemos treinar e aprimorar a liderança por meio da Linguagem Corporal?

9) A empresa em que você trabalha valoriza a Linguagem Corporal?

10) A negligência relacionada à Linguagem Corporal empobrece as relações entre líder e

liderado?

11) Existe espaço para a técnica de Linguagem Corporal ser desenvolvida na empresa em

que trabalha? (Curso, seminários, treinamentos de líderes, vendas, contatos etc.)

12) Você acredita na importância da coerência entre a fala e a postura corporal para se obter

eficácia na comunicação dentro das organizações?

13) A linguagem corporal difere entre homens e mulheres?