julho - dezembro
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INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO AGRÁRIA DE MOÇAMBIQUEMinistério da Agricultura
Edição Especial Julho - Dezembro de 2011 Nº 20
Investigadore e técnicos do IIAM no Seminário de Comunicação
Nota de abertura
Feliciano Mazuze /DFDTT
Para prosseguir com o processo de elaboração do Plano Estratégico e Política de Comunicação para o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) estiveram reunidos de 05 a 10 de Dezembro de 2011 na sua sede em Maputo, técnicos e investigadores ligados à área de comunicação e transferência de tecnologia esta instituição de pesquisa.
Este exercício vem contituar um
processo que conheceu seu início na
semana de 01 a 05 de Agosto de 2011,
onde quadros da área de comunicação e
transferência de tecnologia, reuniram –
se em Maputo para encontrar e/ou
diagnosticar aspectos que possam
concorrer para o sucesso ou não da
comunicação na instituição.
Desta forma, no final do trabalho de Agosto foi recomendada e realizada uma pesquisa de clima organizacional da instituição considerando que tal poderia fornecer subsídios de relevância incomensurável para prossecução dum plano que realmente responda às aspirações do IIAM.
De referir que a elaboração do Plano Estratégico e Política de Comunicação para o IIAM vem consubstanciar o Plano Estratégico da instituição recentemente aprovado pelo Conselho d e M i n i s t r o s d a R e p ú b l i c a Moçambique.
O Plano Estratégico e Política de
Comunicação para o IIAM é elaborado
num quadro do acordado com a
implatação da Plataforma de
“IIAM” Arregaça Mangas Rumo a um Plano e uma Política de Comunicação para a InstituiçãoEis a vigésima edição do Boletim do
IIAM e, por sinal, a última de 2011! Com efeito parabenizamos a todos os que sempre asseguraram a publicação des te impor tante ve ículo de comunicação.
Aliás, falando em comunicação, é destaque nesta edição que uma estratégia para este sector a par do de Transferência de Tecnologias está a ser desenhada com o apoio da Embrapa. Ainda que uma comunidade em Matutuíne foi capacitada em matéria de pragas e doenças. A troca de experiências é primordial na investigação, pelo que, já existe a plataforma RAILS gerida pelo IIAM envolvendo parceiros para este propósito. Fechamos os destaques partilhando um caso que ilustra as c o n s e q u ê n c i a s d o p r e p a r o desprotegido de agro – químicos.
Resultados duma pesquisa aturada com caprinos em Angónia, Tete, f i g u r a n a n o s s a p á g i n a d e investigação.
Em reportagem, o último dia da conferência da crop science levou pesquisadores africanos do sector a visitar Umbelúzi e que, Matutuíne beneficiou de apoio em literatura e material informático para actividades de extensão.
Divu lgamos um comunicado importante do Minis tér io da Agricultura, que dá conta de que foi lançado em Maputo o Programa Compreensivo do Desenvolvimento da Agricultura Africana.
Por úl t imo, mas não menos importante, técnico do IIAM escalou Michigan State University onde aprendeu como utilizar Tecnologias de Informação e Comunicação para evidenciar a ciência.
Em despedida, desejamos a todos os leitores, um feliz natal e, sobretudo, um próspero 2012!
Boletim do IIAM DESTAQUES
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Investigação Agrária e Inovação
Tecnológica (PIAIT) envolvendo os
g o v e r n o s d e M o ç a m b i q u e
(beneficiário), Brasil (assistência
técnica) e dos Estados Unidos da
América (financiamento).
No acordo tripartido, o nosso país
intervém com o IIAM, o Brasil com a
EMBRAPA e os EUA com a USAID.
Para a prossecução da componente de
comunicação para a transferência de
tecnologias está em curso o processo
da elaboração do plano estratégico e
política para o efeito.
Este processo é realizado com o apoio
dos consultores da EMBRAPA que
escalam o nosso país para com os
funcionários do IIAM desenvolverem
um documento que vai orientar este
sector de actividades da instituição.Desta vez (recordando que na primeira
iniciativa viera sozinho), o Dr. António
Heberlê veio acompanhado da Dra.
Selma Beltrão para Moçambique, onde
conduziram sessões que visavam
encontrar aspectos fundamentais que
vão figurar no Plano Estratégico e
Política de Comunicação para o IIAM.
Por forma a norteiar a elaboração e
implementação do Plano Estratégico e
Política de Comunicação, cerca de 7
metas foram propostas.
A primeira meta destaca a necessidade
de se produzir uma Política e
estratégias de comunicação para o
IIAM.
A segunda, visa encontrar mecanismos
para internalizar no IIAM os conceitos
de comunicação organizacional,
comunicação para o desenvolvimento
e assuntos transversais.
A terceira meta, manter regularmente
uma programação do IIAM em
veículos de comunicação de massa.
Melhorar o fluxo de comunicação
interna no IIAM faz parte da quarta
meta proposta para o efeito.
A quinta , tem a ver com o
fortalecimento institucional para a
comunicação social e de intercambio.
F o r t a l e c i m e n t o d a i m a g e m
institucional do IIAM foi considerado
sexta meta.
A sétima e última meta destaca o facto
de se criar a rotina de desenvolver
planos de marketing para os produtos
tecnológicos e serviços do IIAM.
( S o s t i n o M o c u m b e / I I A M /
DFDTT/DDIC).
IIAM Capacita “Djabulani” em Pragas e Doenças para Hortículas
Um total de 13 Associações de Produtores de hortícolas foram capacitados em matéria de pragas e doenças de 14 a 21 de Novembro de 2011, na localidade de Djabulani, distrito de Matutuíne, Província de Maputo.
D e r e f e r i r q u e , a f o r m a ç ã o compreendeu duas fases: uma que era a correspondente a aula teórica nas salas do Centro de Desenvolvimento Comunitário de Djabula e, uma outra, dia de campo nos campos dos formandos para fins de comparação do que foi aprendido.
O IIAM providenciou a formação em resposta ao requerido pela VIDA (Voluntariado Internacional para o Desenvolvimento Africano), uma organização não governamental portuguesa que opera em Matutuíne com a única finalidade de assegurar o desenvolvimento sustentável das comunidades.
Sala onde estavam os participantes
Boletim do IIAMDESTAQUES
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Como começou a formação
A ONG VIDA vem assistindo as associações de produtores no distrito de Matutuine desde a altura em que se estabeleceu na zona.
Neste processo de interacção com os produtores locais, VIDA identificou que estas têm enfrentado grandes dificuldades no desempenho das suas actividades, muitas vezes redundando em perdas avultadas de suas cultivares.
Deste modo, a VIDA procurou no mercado nacional, uma instituição que fosse realmente capaz de encontrar soluções concretas para os problemas ora identificados.
Foi desta maneira que o IIAM foi chamado a intervir como instituição parceira e, respondendo parte da sua missão que tem a ver com o assegurar que as tecnologias produzidas pela instituição tenham como último beneficiário os produtores.
O que o IIAM fez?
Confrontado com a necessidade de responder a requisição da VIDA, o IIAM através da DFDTT e o Centro Zonal Sul liderara este importante processo de transferência de
conhecimento por via da capacitação.
Para o efeito, foram identificados do Departamento de Formação da DFDTT o Eng. Filimone e da Estação Agrária de Umbelúzi do Centro Zonal Sul a Dra. Beatriz para realizarem as capacitações, visto se tratar de um assunto que decorre dentro de suas competências.
Deste modo, e assumindo suas tarefas, os técnicos seleccionados iniciaram sua intervenção a partir de um estudo preliminar na zona alvo com o único propósi to de apurar as reais necessidades dos produtores, visto que, a demanda que vira era para capacita – los em agricultura, tema que para os especialistas em causa figurava como bastante vasto e, que tentativa nesse sent ido poderia confundir os formandos ao invez de ajuda – los.
O estudo preliminar concluiu que, os
produtores de Matutuine encontram
dificuldades sem precedentes em lidar
com as pragas e doenças que ocorrem
com alguma frequência no processo de
produção de hortícolas.
Assim sendo, a capacitação aos produtores de Matutuine cingiu-se fundamentalmente no que tange a
questões relacionadas com pragas e doenças, tendo as aulas práticas (na machamba do produtor) s ido antecedidas pelas palestras (aulas teóricas no recinto do Centro de Desenvolvimento Comuinitário de Djabulani).
Portanto, nas aulas teóricas, os
produtores tiveram a oportunidade de
aprender todos os detalhes possíveis
das pragas e doenças que enfermam
suas cultivares e, nas teóricas partiam
para a comparação do apreendido!
No final da capacitação, os produtores
tinham que ter a habilidade de
identificar qualquer praga ou doença e
saber que tratamento a submeter para a
eradicação da mesma e, sobretudo,
como preparar a medicação.
Culturas
Dentre as culturas mais produzidas
pelos produtores da comunidade de
Djabulani destacam – se: Alface;
Batata – reno; Cebola;Tomate;
Repolho;Beteraba; e Cenoura.
( S o s t i n o M o c u m b e / I I A M /
DFDTT/DDIC).
Estabelecida uma Equipa Nacional para a Plataforma RAILS
Foi criada uma equipa nacional que vai desde já, passar a colaborar na plataforma Regional Agricultural Information and Learning System (RAILS), no dia 30 de Agosto de 2011, no recinto da sede do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), num seminário que aglutinou representantes de instituições do sector científico, agrário e pescas.
Todas as instituições convidadas para o seminário produzem e detêm c o n h e c i m e n t o d e v a l i d a d e incomensurável e, potencialmente capaz de resolver constragimentos dos utilizadores finais. Entretanto, em muitos casos, o acesso é condicionado por uma fraca rede de partilha de informação.
O mundo atravessa uma fase em que a informação é o centro das atenções, pelo que, mecanismos para torná – la acessível têm nos últimos tempos conquistado um espaço de relevo dada a impor tânc ia do pape l que desempenham.
Citando os termos de referência do seminário de estabelecimento das equipas nacionias em Moçambique, o principal objectivo do RAILS é o de d e s e n v o l v e r u m a p l a t a f o r m a informática onde o Ministério da A g r i c u l t u r a p o d e r á d i v u l g a r informações sobre a agricultura em Moçambique (prioridades agrícolas, estatísticas, entre outros).
RAILS figura como uma ferramenta que vai contribuir como um dos dinamizadores do processo de divulgação e partilha de informação a g r á r i a a n í v e l n a c i o n a l e internacional.
vista parcial da sala de sessões
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Boletim do IIAM DESTAQUES
O nosso país acolheu um diálogo
franco e aberto sobre políticas agrárias
sob o tema “Usando evidências como
base para tomada de decisões e
políticas de investimento no Sector
Agrário de Moçambique”, a 21 de
Julho de 2011, em Maputo, reunindo
em plenária o mais alto nível de
fazedores de políticas do Governo de
Moçambique.
O encontro serviu igualmente de
pretesto para discutir as tendências do
sector agrário e perspectivas, tendo
sido facilitado pelo Secretário
Permanente do Ministério da
Planificação e Desenvolvimento
(MPD), o Dr. Salim Vala, oficialmente
aberto e presidido pelo Ministro da
Agricultura de Moçambique - Eng.
José Pacheco.
O diálogo cedeu também espaço para
o laçamento oficial do Relatório Anual
Outlook 2010 que surge num contexto
de monitoria e avaliação para o sector
agrário em Moçambique. Este
relatório se pretende que seja um
Diálogo sobre Promoção do Sector Agrário em Moçambique
recurso para orientar as decisões
políticas e investimentos no sector.
O Outlook 2010 partilha as principais
tendências do sector agrário em
Moçambique com especial enfoque
para o desempenho na última década
(2000-2010). Particularmente: o
ambiente macroeconômico em
Moçambique, o nível actual de
investimento público no sector agrário,
as actuais taxas de crescimento agrário,
o desempenho do comércio agrário
actual, a pobreza actual e da fome, e os
p r o g r e s s o s e f e c t u a d o s p o r
Moçambique no quadro da União
Africana (UA) no que tange ao Plano
C o m p r e e n s i v o p a r a o
Desenvolvimento da Agricultura em
África (CAADP), taxa de crescimento
agrário anual (actualmente cifrado em
6%), a alocação anual de 10% do
orçamento nacional para a agricultura
(Declaração de Maputo), e a redução
da pobreza e da fome para metade até
2015 (previsto no Objectivo do
Desenvolvimento do Milénio número
1).
Mensagens-chave do Diálogo:
1. ambiente macroeconômico
No período de 2000-2010, houve flutuações enormes variando entre um mínimo de 1% a um máximo de cerca de 30% em valores de ano para ano e inflação de alimentos. A inflação média total foi de 11% e a inflação de alimentos média foi de 13%. Os picos observados na inflação refletem os efeitos de secas e inundações na disponibilidade de alimentos e consequentemente os preços dos alimentos elevados. As depressões c o r r e s p o n d e m a c o n t r o l e s administrativos na forma de subsídios de preços. A inflação total em Moçambique está sendo impulsionada principalmente pela inflação dos alimentos que está intimamente ligada às condições climáticas (ou seja inundações e secas) e de choques externos. Como tal, há necessidade de se concentrar em estratégias que irão aumentar e estabilizar a produção agrícola como o investimento em tecnologias (por exemplo, irrigação) que irão quebrar a dependência da agricultura de sequeiro. Inflação reduzida irá criar um ambiente
Trata – se de uma iniciativa encabeçada pelo Forum para a Pesquisa Agrária em África (FARA) com o apoio financeiro do Banco Africano para o Desenvolvimento (BAD) e, realiza – se enquadrada na Promoção de Ciência e Tecnologia pa ra o Desenvo lv imen to da Agricultura em África (PSTAD) e Dissemination of New Agricultural Technologies in Africa (DONATA).
Para assegurar que a informação esteja
acessível a um público mais
abragente, o RAILS se socorre do que
apelidou de Learning Teams (equipas
de aprendizagem) cuja função
fundamental passa pela colecta de
informação relevante da área que
representa e partilha com a rede.
Aproveitando o facto de se estar a
caminhar para uma Sociedade global
com recurso a web, RAILS avança
com a plataforma eRAILS que pretende
ser um repositório que vai reunir todas
as contribuições dos países inscritos
em que cada um, vai gerindo através do
seu ponto focal, uma rede electrónica
de instituições do sector que,
sistematicamente vão partilhando as
suas experiências, na esperança de que
tais, sirvam de aprendizado para o
resto da equipa.
Deste modo, a equipa recentemente
criada em Maputo, vai fazer parte da
iniciativa, na medida em que, foram
sugeridos que acedessem ao portal
eRAILS-net afim de abrir uma conta
que lhes vai permitir obter uma página
específica onde poderão passar a
partilhar temas de relevo na área da
agricultura e não só, com a equipa
nacional e internacional. (Sostino
Mocumbe/IIAM/DFDTT/DDIC).
macroeconómico estável que é adequado para investimento na agricultura e outros sectores da economia.
Em geral, durante a última década, não houve transformação significativa na e s t r u t u r a d a e c o n ó m i c a e m Moçambique. A percentagem média do PIB para o sector de serviços foi de 43%, seguido pela agricultura com 25% e de produção com 15%. Isto sugere que há necessidade urgente de diversificar a estrutura da economia através do desenvolvimento de cadeias de valor como o enfatizado no Programa Estratégico para o Desenvolvimento do Sector Agrário (PEDSA) e CAADP.
2. Despesas Públicas na Agrcultura
D u r a n t e a ú l t i m a d é c a d a , Moçambique conseguiu alcançar a alocação de 10% do orçamento para a agricultura em três anos, ou seja, 2003, 2004 e 2008. A percentagem média do orçamento atribuída à agricultura foi de 7,3% um valor que é cerca de 3% abaixo da meta CAADP. Isso indica que o cumprimento da atribuição CAADP 10% do orçamento nacional para o sector agrícola continua a ser um desafio para Moçambique. Para atingir os objetivos de melhoria do crescimento agrícola, segurança alimentar e obtenção da ODM1 há n e c e s s i d a d e d e a c e l e r a r a implementação do CAADP em Moçambique.
3. A produtividade agrária e crescimento
Os sistemas de recolha de dados agrícolas (TIA e EWS) actualmente apresentam dados conflitantes. Um exemplo é o caso da mandioca. Durante o período de 2005-2008, dados do TIA mostraram uma tendência de queda enquanto dados do EWS mostram uma tendência ascendente. Portanto, há necessidade
Boletim do IIAMDESTAQUES
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de harmonizar essas fontes de dados para propiciar uma tomada de decisão de investimento baseada em evidências precisas no sector.
Pelo menos a partir de 2009, o contributo da produção agrária (PIB) é dominada pela produção das culturas (78%), seguido pela silvicultura (9%), os animais (7%) e pesca (6%). Na ú l t i m a d é c a d a , n e n h u m d o s subsectores agrários, bem como o sector agrário como um todo em Moçambique atingiu a meta de crescimento médio anual de 6% para o PIB agrário. Assim, mais investimento agrário é necessário em Moçambique, a fim de aumentar as taxas de crescimento dos subsectores com a meta de 6%, o que é necessário para melhoria da segurança alimentar e redução da pobreza e da fome no país. Os investimentos devem ter como objectivo aliviar os constrangimentos que afectam a produtividade em cada um dos subsectores.
Para o sector agrário, a produtividade manteve-se baixa por causa da reduzida captação de tecnologias modernas (5-10% dos agricultores utilizam sementes melhoradas, 5% usa fertilizantes - média de uso de fertilizantes em 2008 foi 5.3Kg/ha e, 10% para tracção animal), devido ao acesso limitado aos incentivos financeiros, dificuldades de acesso a mercados de produtos e cadeias de valor. Enquanto as cadeias de valor, especialmente para as culturas a l i m e n t a r e s , p e r m a n e c e r e m subdesenvolvidos, os agricultores continuarão a utilizar práticas de produção rudimentares.
Na pesca, crustáceos agora ficam atrás
dos peixes do mar em termos de
importância econômica. Colheita de
camarão d iminuiu devido ao
enceramento da sua captura quando as
c o l h e i t a s d e p e i x e s d o m a r
aumentaram. Existe uma necesssidade
de melhoria dos métodos de gestão do
recurso pesqueiro para sustentar a
produção.
Quanto à pecuária, a população de
bovinos cresceu de forma consistente
ao longo do período em análise, mas o
tamanho do rebanho de pequenos
ruminantes, galinhas e porcos
d i m i n u i u . P r o g r a m a s d e
r e p o v o a m e n t o d e g a d o s ó
beneficiaram criadores de gado. O
r e p o v o a m e n t o d e p e q u e n o s
ruminantes não atraiu a mesma
resposta que o observado no
repovoamento pecuário. Carne de aves
de capoeira fornecem mais do que 80%
da fonte de carne para escoamentos
formais. Carne de porco e carne de
pequenos ruminantes desempenham
um papel menor. Mais investimento
em saúde animal (vacinas), melhores
práticas de gestão, raças melhoradas e
r a c ç õ e s p a r a a n i m a i s e
desenvolvimento de cadeias de valor
de gado é necessária para superar os
desafios que afetam a produção
pecuária em Moçambique.
4. Pobreza e fome
Relativamente aos progressos
alcançados por Moçambique para
atingir os ODM 1 que é o de redução
para metade a fome e a pobreza até
2015, houve um declínio enorme nas
taxas de pobreza onde falavamos de
69% em 1997 para 54% em 2003, mas
a partir de 2003 a 2009 as taxas de
pobreza mantiveram-se praticamente
estáveis. No entanto, se as actuais taxas
globais de crescimento econômico
(acima de 7%) e taxas de crescimento
da agricultura (acima de 6%) são
sustentadas, o país ainda tem uma
chance de cumprir o objectivo de
reduzir a taxa de pobreza para 40% até
2015. (Sostino Mocumbi-IIAM
/DFDTT/ DDIC)
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Boletim do IIAM INVESTIGAÇÃO
INTRODUÇÃO
Em Moçambique 60% da criação de pequenos ruminantes esta concentrada nas províncias de Tete, Sofala, Inhambane e Niassa. O Distrito de Angonia está situado no norte da Província de Tete, na região central de Moçambique (14º47´S, 34º29´E), sendo reconhecido como uma região de alto potencial agrário (Ministério da Administração Estatal, 2005). Possui uma população caprina estimada em 13.650 cabeças, distribuída nos postos administrativos de Dómué (8.320) e Ulóngué (5.330).
A produção pecuária é basicamente familiar, e a criação de caprinos caracterizada por um sistema de pastoreio sedentário em áreas comunais, é limitada pelo baixo nível de maneio nutricional e sanitários, e em destaque o controle de parasitas.
As infecções por trichostrongilídeos tornam-se sérios obstáculos ao desenvolvimento da caprinocultura em Moçambique (Specht, 1982), pois as lesões causadas por parasitas intervêm na cadeia produtiva, por menor ganho de peso e rendimento de ca rcaça e ma io res t axas de morbilidade e mortalidade. Por estes motivos, o controle das helmintoses gastrintestinais de caprinos tem um papel relevante para assegurar os bons índices zootécnicos e resultados positivos na produção pecuária. P o r é m , a r e s i s t ê n c i a d e trichostrongilídeos de caprinos aos anti-helmínticos modernos é um problema crescente no continente africano. Os testes revelaram níveis altos de resistência anti-helmíntica. A redução da eficácia do albendazol, tetramisole e ivermectina foi relatada na Etiópia, predominantemente para o s g ê n e r o s H a e m o n c h u s e Trichostrongylus em caprinos ( S I S S AY e t a l . , 2 0 0 6 ) . E m Moçambique, Atanásio et al. (2002)
Eficácia do levamisol, albendazol e ivermectina no controle de nematoides gastrintestinais de caprinos do distrito de Angonia, Província de Tete*.
verificaram a presença de nematóides gastrintestinais resistentes aos grupos q u í m i c o s b e n z i m i d a z ó i s e imidazotiazóis.
A resistência de parasitos é gerada pelos tratamentos anti-helmínticos frequentes e pela rotação rápida de princípio ativo (COLES et al., 2006). Apesar da pouca prática do uso de tratamentos anti-helmínticos em rebanhos caprinos de Moçambique, pode-se considerar o surgimento da resistência como um problema emergente (ATANÁSIO et al., 2002) e que o monitoramento da eficácia de ant i -helmínt icos é um factor estratégico no controle de nematóides. Assim, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a eficácia de três grupos químicos de anti-helmíntico no controle de nematoides gastrintestinais de caprinos criados no Distrito de Angonia, Provincia Tete.
METODOLOGIA
Para comparar a eficácia anti-helmíntica foram examinados 160 caprinos criados extensivamente, em maneio comunal, no Distrito de Angónia, Província de Tete. A seleção das localidades e dos criadores foi por amostragem não probabilística, sendo incluídas as localidades de Ulóngue (Matewere e EZA), Camphessa e Catondo.
Foram realizados quatro Testes de Redução de Contagem de Ovos nas Fezes (TRCOF) pelo programa RESO/CSIRO (WURSTHORN & MARTIN, 1990), seguindo-se as orientações da WAAVP (COLES et al., 1992). O primeiro teste realizado em Matewere envolveu caprinos de oito criadores, o segundo, todos os animais pertenciam a Estação Zootécnica de Angonia – EZA, o terceiro, em Camphessa e o quarto em Catondo abrangeram, respectivamente, 9 e 3 criadores.
Nos testes foram usados animais desmamados, a partir de dois meses de idade, da raça Landim, de ambos os s e x o s , d e v á r i a s c a t e g o r i a s zootécnicas, e que não foram tratados com anti-helmíntico por um período mínimo de 30 dias. Os caprinos selecionados foram marcados individualmente e distribuídos, de forma mais homogênea possível, em quatro grupos experimentais de 10 animais e tratados dos seguintes modos: GI – tratados com cloridrato de levamisol 10%, 0,75 mL/10 kg, subcutânea; GII - Albendazol 2%, 5 mg/kg, oral; GIII - Ivermectina 1%, 10mg/mL, subcutânea e GIV – controle, não recebeu qualquer tratamento anti-helmíntico.
As amostras de fezes foram colectadas, individualmente dos caprinos, 10 dias após o tratamento, para contagem de ovos por grama de fezes (OPG) conforme Gordon e Whitlock (1939) e a realização de coproculturas (ROBERTS & O'SULLIVAN, 1950) por grupo de tratamento. As larvas infectantes (L3) obtidas das culturas foram classificadas pelo gênero conforme Ueno e Gonçalves, 1998, sendo contadas 100 larvas por coprocultura. Quando não se encontrava um número suficiente de larvas, o resultado obtido era convertido em percentual.
Na interpretação do TRCOF existe i nd ica t ivo de r e s i s t ênc ia de nematoides gastrintestinais aos anti-helmínticos em um rebanho, quando a percentagem de redução da contagem de ovos for inferior a 95% e o limite inferior do intervalo de confiança a 95% menor do que 90%.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A caprinocultura no Distrito de Angónia é caracterizada como uma actividade de subsistência realizada por pequenos produtores. O sistema de criação dos animais em pastagens
Alfeu Cavele1; Aida Cala1; Maria Angela Ornelas de Almeida2*Apoio financeiro do CNPq.
1 Instituto de Investigação Agrária de Moçambique –Mestres em parasitologia; 2Escola de Medicina Veterinária,UFBA- Prof. Doutora em parasitologia
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Boletim do IIAMINVESTIGAÇÃO
comunais, com o uso de técnicas de maneio tradicionais, facilita a d i s s e m i n a ç ã o d e i n f e c ç õ e s helmínticas entre as manadas de caprinos (Atanásio, 2002).
Nestes sistemas mistos baseado em pastoreio comunal, os ambientes encontram-se contaminados por ovos e larvas de helmintos gastrintestinais, devido às medidas impróprias de controle da infecção, que desta maneira contribuem para maior dispersão dos parasitos entre os animais. Além disso, o uso de anti-helmínticos é menos intensivo nestes sistemas de maneio sanitário. Apesar disto, o presente estudo encontrou que nos animais avaliados, nas quatro localidades, houve variação de eficácia de 32% a 100% para o levamisol, de 77% a 100% para albendazol e de 93% a 100% para ive rmec t ina (Tabe la 1 ) . Em Moçambique, o diagnóstico da resistência de trichostrongilideos em rebanhos caprinos ao fenbendazole, albendazol e levamisol, nas provincias de Maputo e Gaza, foi realizado por Atanásio et al. (2002).
Na localidade de Matewere, foram encontrados nematoides resistentes ao levamisol e ivermectina e em Ulóngué e Catondo os caprinos estavam infectados com NGI resistentes ao albendazol. Porém, em Camphessa observou-se que a população de NGI apresentou apenas baixa resistência ao levamisol. Estes achados revelam que a resistência de parasitoas de caprinos aos anti-helmínticos já se constituem num problema para caprinocultura no Distrito de Angónia, e que uma atenção especial deve ser dada para realização de monitoramentos da res i s tenc ia em Moçambique , conforme descreveram Atanásio et al. (2002).
Em outros estudos desenvolvidos no continente africano, a resistência múltipla de H. contortus para os benzimidazóis e levamisol e do T. colubriformis e Oesophagostomum sp. ao levamisol foi reportada no Quenia por Waruiru et al. (1998). Todavia, na África do Sul, Bakunzi (2003) considerou a eficácia de 80% como um limite para a resistência anti-
helmíntico e constatou quando aplicou o TRCOF que os medicamentos testados (fenbendazol, levamisol e rafoxanida), na maioria dos casos, foram mais de 80% eficaz contra trichostrongilídeos.
Os gêneros de NGI encontrados nas culturas de fezes dos grupos controles fo r am Haemonchus (42 ,5%) , Tr i c h o s t r o n g y l u s ( 5 0 , 5 % ) e Oesophagostomum (7,0%). Os percentuais de redução de larvas de terceiro estádio em fezes de animais tratados com levamisol foi zero para o gênero Haemonchus na localidade de Matewere e 100% para as demais localidades, enquanto para o gênero Trichostrongylus foram 83% e 97%, respectivamente, em Matewere e Ulóngué (EZA). Em relação ao albendazol constataram-se percentuais de redução 75%, 89% e 64% para os g ê n e r o s H a e m o n c h u s , Trichostrongylus e Oesophagostomum respectivamente, na localidade de Ulóngué (EZA). Nas localidades de Camphessa e Catondo a percentagem de redução das larvas foi superior a 95% para os três gêneros. A quantidade de larvas nas culturas realizadas com fezes de caprinos tratados com ivermectina, nas quatro localidades, não foi suficiente para determinar o percentual de redução. Neste estudo, semelhante ao realizado por Sissay et al. (2006) na Etiópia, o gênero Haemonchus foi o mais prevalente na população resistente aos anti-helmínticos.
CONCLUSÃO
Concluindo, o estudo demonstrou resistência anti-helmíntica múltipla de NGI de caprinos no Distrito de Angonia, sendo o albendazol o princípio activo menos eficaz, e n t r e t a n t o é n e c e s s á r i o u m monitoramento periódico nestes criatórios uma vez que foi observado o surgimento de baixos níveis de resistência destas populações de nematoides à ivermectina em Ulóngué (EZA) e Catondo e ao levamisol em Camphessa.
RECOMENDAÇÕES
O tratamento antihelmíntico deve ser
realizado pelo veterinário ou por um
técnico devidamente treinado para o
efeito.
Periodicamente deve se mudar o
principio activo.
É necessário um monitoramento
periódico nestes animais.
REFERÊNCIAS
Atanásio, A., Boomker, J., Sitoe, C. A survey on the occurrence of resistance to anthelmintics of gastrointestinal nematodes of goats in Mozambique. Onderstepoort J Vet Res. 69 (3), 215-20, 2002.
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Coles, G.C., Jackson, F, Pomroy, W.E., P r i c h a r d , R . K . , S a m s o n -Himmelstjerna, G. von, Silvestre, A., Taylor, M.A., Vercruysse, J. The detection of anthelmintic resistance in nematodes of veterinary importance. Vet. Parasitol. 136, 167–185, 2006.
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Waruiru, R.M., Kogi, J.K., Weda, E.H., Ngotho, J.W. Multiple anthelmintic resistance on a goat farm in Kenya. Vet. Parasitol., 75,191–197, 1998.
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Boletim do IIAM REPORTAGEM
No âmbito da Reunião Africana de Ciências Agrárias, a Estação Agrária de Umbelúzi (EAU) do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), à 12 de Outubro de 2011, foi palco dum dia de campo que atraiu pesquisadores no ramo agropecuário africanos.
De referir que, a Reunião Africana de Ciências Agrárias, realizou – se de 10 a 13 de Outubro de 2011 na cidade de Maputo onde cientistas renomados no sector a nível de todo o continente africano trocaram impressões e experiências nos assuntos mais candentes no campo da agricultura.
Os pesquisadores que afluiram em
massa aos campos da EAU foram
confrontados com avanços na
t ecno log ia e c i ênc ia ag rá r i a
moçambicana no que tange ao milho,
hortícolas, leguminosas de grão, raízes
e tubérculos e fruteiras.
Tendo visitado por 20 minutos cada
área de investigação, no milho todos os
participantes tiveram a oportunidade
de verificar o desempenho de 4
variedades daquela cultura, nas
hortícolas, puderam ver tomate, batata
reno, feijão verde, quiabo e cenoura,
nas leguminosas de grão, feijao vulgar,
feijão nhemba e amendoim, nas raízes
e tubérculos viram batata-doce de
polpa alaranjada, e, nas fruteiras
puderam ver citrinos, mangueiras,
abacates e macadamias.
Deste modo, a visita guiada à estação teve início as 9:00 horas tendo iniciado com as boas vindas aos participantes e tido como ponto de partida o campo de ensaios do milho onde com a ajuda do Doutor Pedro Fato, Eng.º Constantino Senete e do Sr. Pachisso foi possível assegurar que todas a questões fossem respondidas.
Estação Agrária de Umbeluzi acolhe dia de Campo por ocasião da Sociedade Africana de Ciências Agrárias
Pormenor da visita dos Especialistas de pesquisa agrária africana aos campos de demostração da EAU
para a produção de mandioca em
Moçambique (15 exemplares); Manual
de produção de milho (15 exemplares);
Manual prático de maneio para frangos
e poedeiras (15 exemplares); Moringa
oleífera: a planta que faz milagres (15
exemplares).
Por outro lado a ONG VIDA participou
na iniciativa tornando disponível um
Computador Desktop HP 500 PD
E 5 8 0 0 ( 3 . 2 G h z / 2 G B / 5 0 0 G B
/W7Starter) com monitor de 20'' e
windows home and student e anti-vírus
ESET; e uma impressora HP Officejet
6500ª.
O equipamento informático era
necessário na medida em que o
equipamento existente até agora na
SDAE de Bela-Vista está afecto a
outros serviços de modo que os
extensionistas tinham que se sujeitar
aos demais expedientes sempre que
havia a necessidade de redigir ou
imprimir um documento.
No que tange a literatura distribuída, o
Chefe dos serviços de extensão
destacou em particular as Fichas
Técnicas de Culturas, manual que já
uma vez tinha chegado aos serviços
Boletim do IIAMREPORTAGEM
9
O Instituto de Investigação Agrária de
Moçambique (IIAM) em Parceria com
a Orgnaização Não – Governamental
Voluntariado Internacional para o
Desenvolvimento Africano (VIDA)
procederam a entrega de algum
equipamento informático e manuais, a
12 de Dezembro de 2011, aos Serviços
Distritais de Actividades Económicas
(SDAE) de Matutuíne, Bela Vista,
Província de Maputo.
Este exercício enquadra – se na
prentensão do IIAM manifestada na
sua visão institucional de ser uma
organização de investigação e
inovação de excelência, dinâmica e
motivada, que contribua para a
s a t i s f a ç ã o d a s n e c e s s i d a d e s
alimentares, desenvolvimento do
agronegócio e uso sustentável dos
recursos naturais.
O IIAM interviu com a distribuição de
Fichas Técnicas de Culturas (14
exemplares); Fichas técnicas nºs 1, 2,
3 e 4 relativas respectivamente às
culturas da batata (reno), do tomate,
do repolho e do pimento (15
exemplares); Maneio integrado de
pragas e doenças da mandioca (15
exemplares); Manual de referência
mas que por ser apenas um exemplar
para todos acabou no fim esperado,
que foi o seu extravio.
Neste momento, com a chegada de 14
exemplares a distribuição foi
proporcional, contemplando cada
extensionista afecto ao SDAE,
potenciando, desta feita, maior
eficiência e eficácia no processo de
assistência aos produtores locais.
O IIAM participou da iniciativa com os
Departamentos de Documentação,
Informação e Comunicação (DDIC) e
de Formação, enquanto que, a ONG
VIDA, por seu turno, foi representanta
pelo projecto “Conhecimento e
Inovação: Associações em Acção no
Distrito de Matutuine”.
De referir que, o objectivo global do
projecto Conhecimento e Inovação da
VIDA é reduzir a pobreza existente no
distrito de Matutuine, valorizando o
trabalho das 15 associações existentes,
através da capacitação dos seus
membros e órgãos directivos nas áreas
de produção, de comercialização, de
advocacia e boa governação. (Sostino
Mocumbe/IIAM/DFDTT/DDIC).
SDAE de Bela - Vista Recebe Material Informático e de Literatura
Na sequência foram os ensaios
respeitantes às hortícolas que, a pronta
e disponível reacção a questões que
emergiam foi imprescindível da parte
de Doutor Carvalho Ecole, Eng.º
Máximo, Dr.ª Beatriz e Eng.º Bento
Filipe.
A visita aos ensaios de leguminosas de
grão foi moderada por Doutor Manuel
Amane e Eng.º Lucas Abrão tendo na
ocasião respondido às preocupações e
curiosidades dos participantes.
O quarto ponto da turné dos participantes sobre ensaios do IIAM desenvolvidos na EAU foi o relativo a raízes e tubérculos, particularmente, sobre batata – doce de polpa alaranjada onde com o apoio da Doutora Maria Andrade e do Eng.º Ricardo foi possível ultrapassar muitas dúvidas relaccionadas.
Por fim, mas não menos importante,
foram os ensaios das fruteiras e a Eng.a
Cecília Ruth apoiou os visitantes na
inevitável sessão de perguntas e
respostas sobre a matéria.
Em geral a visita caracterizou – se pela
partilha de conhecimento entre os
participantes os quais após a
apresentação dos ensaios pelos
responsáveis livremente faziam
perguntas de modo a perceber melhor
sobre o exposto, durante esta partilha
os participantes foram dando seus
pontos de vista o que os técnicos do
IIAM responsáveis pelos ensaios
acolheram com agrado (Sostino
Mocumbe/IIAM/DFDTT/DDIC).
Boletim do IIAM DIVULGAÇÃO
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República de Moçambique
Ministério da Agricultura
COMUNICAÇÃO SOBRE O LANÇAMENTO OFICIAL DO PROGRAMA COMPREENSIVO DE
DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA AFRICANA (PCDAA) EM MOÇAMBIQUE
Centro de Conferências Joaquim Chissano
(Maputo, 13 de Dezembro de 2010)
1. O Governo de MMoçambiquue, através do Ministério da Agricultura (MINNAG), procedeu ao lançamento da
implementaação do Programa Compreensivo de Desenvolvimeento da Agricultura Africana (PCDAA), aos 13 de
Dezembro de 2010, na cidade do Maputo, Centro de Conferências Joaquim Chisssano.
2. Presidido por sua Excia o Primeiro Ministro na presença de Sua Excia o Ministro da Agriculttura e Vice--Ministros das
Finanças e da Indústria e Turismo, membros da Assembleia da Reppública, Secretários Permanentes de vários ministérios; o
evento contou com a particippação de oficiais do Gooverno de várias instituições directa ou indirectamente ligadas ao
secttor agrário.
representaantes do sector privaddo e de orgganizações de produtores, da academia e investigadores, comunicação social e
representantes de ONGs bem como diversos parceiros de cooperação internaacional, ao mais alto nível. A nível regional
tomaram parte do evento representantes da SADC e da agência da NEPAAD.
3. O evento consistiu de uma série de intervenções relacionadas ao PCDAA por representantes dos principais actores do
sector agrário enfatizando a mportância socioeconómica e o potencial da agricultura em Moçambique, os principais
desafios do sector, o valor adicionado que o PCDAA pode e deve trazer para um maior desempenho do sector agrário e as
implicações para uma implementação bem sucedida do PCDAA com base nas opções de política e de investimento agrário
vigentes bem como outras a ser formuladas no futuro, de forma participativa e analítica.
4. O MINAG apresentou o alinhamento com PCDAA como um processo adaptável à realidade do País e de aprender
fazendo com base em evidências, parceiras fectivas entre os principais actores do sector agrário, responsabilidade mútua, e
monitoria e a valiação tendo em particular os quatro pilares do PCDAA. Foram também listados os principais instrumentos
de política, os quais servem como referência orientadora no alinhamento com o PCDAA nomeadamente o Programa
Quinquenal do Governo (PQG), Poliítica Agrária e Estratégia de Implementação (PAEI, 1995), a Estratégia de Revolução
Verde (ERV, 2007), o Plano Estratégico de Desenvolvimento do Sector Agrário (PEDSA) e os compromissos regionais na
agricultura (SADC/RISDP) e.
O PCDAA é visto como podendo contribuir para o desenvolvimento de instrumentos para melhor mobilização de aplicação
de investimentos e de harmonização regional e continental no contexto dos compromissos assumidos pelas paises africanos
no sector agrário. Emrelação à implementação do processo, destaca-se a formalização da equipa nacional do CAADP
(multi-sectorial e multi-disciplinar) a qual beneficiou já das primeiras etapas de capacitação e interacção institucional,
incluindo ONGs. Estão em curso as primeiras acções relacionadas à recolha de informação para uma análise situacional
actualizada e compreensiva que servirá de base para a elaboração dos planos de investimentos.
5. Foi apresentada a composição do Grupo Nacional do PCDAA, resumo das actividades até aqui desenvolvidas e as
principais etapas a desenvolver no futuro imediato, incluindo o cronograma de actividades, esperando-se que o “Pacto do
PCDAA” seja formalizado até Abril de 2011.
6. Os representantes dos produtores destacaram que facto do PCDAA ter tido a sua génese em Maputo, impõe ao País um
compromisso de maior desempenho na implementação do mesmo, devendo-se ultrapassar a simples realização das suas
metas, para maior oferta de alimentos básicos com qualidade, em particular tendo em conta o potencial agrário do Pais.
O sucesso do PCDAA depende em grande medida da capacitação e apoio aos produtores sendo por isso fundamental
Boletim do IIAMDIVULGAÇÃO
11
reforçar o acesso aos serviços de assistência técnica, crédito, controle de doenças e pragas, comercialização e
processamento de alimentos. Os produtores familiares esperam que o PCDAA ajude a fortalecer as oportunidades de
negócio e capacidade produtiva das empresas nacionais no sector agrário.
7. As ONGs entendem que o PCDAA oferece oportunidades para melhor orientação de investimentos, amplo diálogo entre
os vários actores e intervenção nas diversas áreas do sector agrário. Por isso, as ONGs oferecem toda a colaboração e seu
potencial de forma a contribuir para maior desempenho do sector e esperam que o PCDAA seja traduzido em acções de
campo para o aumento da produção agrária, em particular de alimentos.
8. Os Parceiros de cooperação internacional congratulam-se com o lançamento formal do PCDAA e parabenizam o
Governo pelo acto. Os parceiros estão conscientes das vantagens que a implementação do PCDAA oferece ao País, tendo
em conta o potencial existente para produção de agrícola e pecuária, incluindo pescas. O PCDAA confere oportuinidades
para maior alinhamento de políticas, colaboração inter-institucional e harmonização de investimentos. O seu lançamento é
importante, mas representa o início de um processo de identificação de lacunas de informação e desafios institucionais para
melhor sustentar as intervenções no sector agrário. A aprovação do PEDSA é pertinente. Os parceiros estão plenamenmte
preparados para apoiar a implementação do PDCAA por entenderem que é um contributo para o reforço da segurança
alimentar e redução da pobreza.
9. A Agência da NEPAD/ Secretariado do PCDAA congratulam-se pelo lançamento do PCDAA pela importância que a
agricultura detém na economia do País. Moçambique, como vários outros paises africanos, continua a enfrentar
dificuldades em traduzir o seu potencial produtivo em ganhos reais na produção e produtividade agrária para uma maor
participação na economia e riqueza do País. O PCDAA visa contribuir para reverter esta situação sendo o seu lançamento o
princípio de um processo que deve resultar na melhoria do desenho e alinhamento de políticas e identificação de melhores
opções de investimento, num quadro de implementação participativo e de monitoria e avaliação para melhor informar a
planificação e uso de recursos na agricultura. Portanto, a implementação do PCDAA implicará reformas institucionais e de
políticas com vista ao desenvolvimento de instituições e actores chave no sector. Consciente do vários desafios que se
impõem, a Agência da NEPAD e o Secretariado do PCDAA continuará a trabalhar de perto com o País neste processo que
ora inicia formalmente.
10. Sua Excia o Ministro da Agricultura enalteceu a presença do Primeiro Ministro no evento como expressão da
importância que o Governo confere ao sector agrário. Refenrenciou várias culturas cerealíferas e de rendimento não
alimentares que constituem vantagem comparativa no País, consubstanciada em considerável potencial agro-ecológca.
Porém, vários constragimentos relacionadas a distribuição do potencial em relação aos centros de consumo, limitações na
capacidade de comercialização, processamento e distribuição de produtos agrários, ainda constragem os esforços para
maior acesso de alimentos e redução de focos de insegurança alimentar.
O lançamento do PCDAA, sete anos depois da sua génese, traz a vantagem de poder-se utilizar as experiências e licções
aprendidas no sector agrário bem como outras relevantes provenientes de outros paises, em particular africanos.
11. Sua Excia o Primeiro Ministro frisou que a experiência adquirida na agricultura é para ser utilizada na prática tendo
enfatizado que:
l A prazo estabelecido para a finalização do PCDAA em Abril de 2011 deve ser encarada com rigor sendo de ter em
conta os compromissos imediatos com a segurança alimentar e redução da pobreza.
l O PCDAA deve contribuir para que a agricultura seja uma força motriz, o que passa por uma identificação
exaustiva e criteriosa dos constrangimentos à produção envolvendo os diferentes actores do sector e tendo em conta
questões de equidade social e género.
l O Governo colocou à disposição do sector agrário e desenvolvimento rural importantes documentos de política e o
PEDSA apenas virá contribuir no esforço do Governo de apoio inequívoco à agricultura.
l O PCDAA converge sobre quatros pilares e estes devem constituir a orietação estratégica do Programa. O País
aloca actualmente cerca de 5.6% de recursos ao sector agrário e o Governo irá aumentar a alocação de recursos num
esforço com vista a alcançar os 10% até 2015, sendo crucial identificar as melhores opcões de utilização dos recursos
disponíveis.
l O apoio e participação da agência do NEPAD, Secretariado do PCDAA , Secretariado da SADC e principalmente
dos parceiros nacionais na implementação do PCDAA são fundamentais.
Boletim do IIAM ÚLTIMAS
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Pelo Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), participou no “ S c i e n c e & T e c h n o l o g y Communication – an international short course in communicating Science & Technology”, de 14 a 20 de Agosto de 2011, Sostino Mocumbe, funcionário d e s t a i n s t i t u i ç ã o a f e c t o a o Departamento de Documentação, Informação e Comunicação (DDIC), curso organizado e realizado pela Universidade do estado de Michigan (MSU) nos Estados Unidos da América (EUA).
O impacto positivo das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no incremento da produtividade agrária, segurança alimentar, qualidade ambiental, crescimento económico, tem sido sistematicamente reconhecido ao nível dos países e instituições que adoptam este importante mecanismo de partilha de conhecimento.
Entretanto, a evolução sonegável dos TIC's no mundo tem dado a conhecer
c a d a v e z m a i s i n s t r u m e n t o s , diversificado e especializados em relação a finalidade do seu uso, facto que tem exigido um maior e melhor domínio por parte dos seus utentes, no seu maneio, por forma a evitar que, a sua adopção não produza resultados desejados.
O Curso sob o tema “Science & Technology Communication – an i n t e r n a t i o n a l s h o r t c o u r s e i n communicating Science & Technology”, ofereceu uma oportunidade ímpar aos participantes, de adquirir capacidades no maneio da comunicação científica com recurso aos TIC's. este curso, sevirá, ainda, duma plataforma de partilha de experiência entre os participantes de modo a se estabelecer uma maior e melhor cooperação neste processo.
Actualmente, a adopção das TIC's nas instituições de investigação agrária ao nível internacional tem conhecido contornos significativos.
A Universidade Estadual de Michigan (MSU), através de um projecto com a
African Biosafety Network of Expertises (ABNE) garantiu a cobertura dos custos de participação, (incluindo o bilhete, visto e outros aspectos logísticos).
No decurso do curso foram discutidos os seguintes aspectos: visão geral da teoria de comunicação; dicas para ultrpassar constragimentos e resolver assuntos relacionados com comunicação; ferramentas adequadas de comunicação; práticas jornalisticas comuns; estudos de c a s o s o b r e b i o t e c n o l o g i a , b i o d i v e r s i d a d e , p e s t i c i d a s , biocombustiveis, rotulagem alimentar, comercio internacional, segurança a l imentar, produtos orgânicos ; desenvolvimento de habilidades de apresentação; riscos na comunicação; desenvolvimento de habilidades de entrevista; aulas práticas sobre desenvolvimento de comunicados de imprensa e para we; TIC e comunicação; ética na comunicação.
Foi uma formação extremamente importante porque acrescentou a forma como a comunicação no IIAM vinha sendo realizada, isto é, introduziu novos mecanismos e formas de ver as coisas na comunicação.
A interação com palestrantes do mais alto nível de formação na comunicação e com experiência reconhecida nacional e internacionalmente, foi um detalhe extraordinário considernado que, não só falavam da comunicação como introduziam novos termos e novas teorias na área.
Serviu também para estreitar as relações com a MSU e outros países africanos que tinham representantes participando tal como Moçambique. De referir que, a grande ideia desta formação era dotar os p a r t i c i p a n t e s d e c a p a c i d a d e c o m u n i c a t i v a s o b r e a s s u n t o s considerados sensiveis caso da b i o s e g u r a n ç a e o r g a n i s m o s geneticamente modificados. (Sostino Mocumbe/IIAM/DFDTT/DDIC).
IIAM Representado no Curso de Comunicação para a Ciência e Tecnologia nos EUA
Director: Doutor Calisto Bias. Editor: Feliciano Mazuze (DFDTT). Coordenação de Produção: Américo Humulane. Revisão: Roseiro M. Moreira.
Redacção: Sostino Mocumbe e Adriano A. Macuácua. Colaboração nesta Edição: Feliciano Mazuze, Américo Humulane, Marta Francisco, Roseiro Moreira.
Maquetização e Arte Final: Alberto Zandamela e Marcos Vieira Niuaia. Fotografia: Jonas Malapende, Arquivo do DDIC. Impressão: Reprografia do IIAM
Tiragem: 500 exemplares.
Sede: Av. das FPLM, 2698.
Internet: http//www.iiam.gov.mz. Email: [email protected]. Telefone: 21 460219. Fax: 21 460220.
Propriedade: Instituto de Investigação Agrária de Moçambique. Distribuição Gratuíta: DISP.REG/GABINFO-DEC/2006
Participantes do curso Internacional posando para a posteridade