$julfxowruhv idplolduhv wurfdp h[shulrqfldv do litoral pdf/fl 36.pdf · rua visconde de inhaúma...

8
Jornal das Associações de Moradores Ano VII nº 36 2003 Mar/Abr [email protected] A luta por justiça social e desenvolvimento sustentável A luta por justiça social e desenvolvimento sustentável Rua Visconde de Inhaúma 134 sala 529, Centro - Rio de Janeiro - RJ telefax: (21)2516-8552 2233-4535 2233-7727 site: www.idaco.org.br. SUPERMERCADO PREÇO BOM Av. Roberto da Silveira, 60 - Fátima - Paraty - RJ FARTURÃO (24) 3371-1212 Av. Roberto da Silveira, 60 - Fátima - Paraty - RJ “Canção pela unidade da América Latina” Pablo Milanes e Chico Buarque de Holanda O nascimento de um mundo Passou-se por um momento Foi um breve lapso de tempo Do universo um segundo Sem embargo parecia Que tudo ia se acabar Com a distância mortal Que separou nossas vidas Realizavam o trabalho De desunir nossas mãos E fazer com que os irmãos Se mirassem com temor Quando passaram os anos Acumularam-se rancores Se esqueceram os amores Parecíamos estranhos Que distância tão sofrida Que mundo tão separado Jamais se houvera encontrado Sem aportar novas vidas E quem garante que a história É carroça abandonada Numa beira de estrada Ou numa estação inglória A história é um carro alegre Cheio de um povo contente Que atropela indiferente Todos aqueles que a negue É um trem riscando os trilhos Abrindo novos espaços Acenando muitos braços Balançando nossos filhos Os que brilham com luz Nada pode apagar Seu brilho pode alcançar A obscuridade de outras costas Quem vai impedir que a chama Saia iluminando o cenário Saia incendiando o plenário Saia inventando outra trama Quem vai evitar que os ventos Batam portas mal fechadas Revirem terras mal socadas E espalhem nossos lamentos E enfim quem paga o pesar Do tempo que se gastou Das vidas que se custou E das que podem custar Já foi lançada uma estrela Pra quem souber enxergar Pra quem quiser alcançar E andar abraçado nela CURSO DE JORNALISMO COMUNITÁRIO As Associações interessadas devem inscrever seus participantes na sede do Comamp Tels.:3371-5953 ou 9829-2394 O COMAMP realizará um curso de capacitação em Jornalismo Comunitário para as Associações de Moradores. O curso será ministrado pelo jornalista Carlos Dei (Folha do Litoral) Dias 12 e 26 de abril de 2003. Os caminhos do SPU Pág. 6 Agricultores familiares trocam experiências Fórum DLIS Costa Verde Págs. 3 e 4 Prefeito e empresários buscam desenvolvimento sustentável de Angra Pág. 5 O que é orçamento Participativo por Wiland Schneider Págs. 7 e 8 Decadência do petróleo ... Pág. 2

Upload: others

Post on 01-Aug-2020

6 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: $JULFXOWRUHV IDPLOLDUHV WURFDP H[SHULrQFLDV do litoral pdf/fl 36.pdf · Rua Visconde de Inhaúma 134 sala 529, Centro - Rio de Janeiro - RJ ... Agricultores familiares trocam Os caminhos

Jornal das Associações de Moradores Ano VII nº 36 2003 Mar/Abr [email protected]

A luta porjustiça social e

desenvolvimentosustentável

A luta porjustiça social e

desenvolvimentosustentável

Rua Visconde de Inhaúma 134 sala 529, Centro - Rio de Janeiro - RJ

telefax: (21)2516-8552 2233-4535 2233-7727 site: www.idaco.org.br.

SUPERMERCADO

PREÇO BOM

Av. Roberto da Silveira, 60 - Fátima - Paraty - RJ

FARTURÃO(24) 3371-1212Av. Roberto da Silveira, 60 - Fátima - Paraty - RJ

“Canção pela unidade da América Latina”Pablo Milanes eChico Buarque de Holanda

O nascimento de um mundoPassou-se por um momentoFoi um breve lapso de tempoDo universo um segundo

Sem embargo parecia Que tudo ia se acabarCom a distância mortalQue separou nossas vidas

Realizavam o trabalhoDe desunir nossas mãosE fazer com que os irmãosSe mirassem com temor

Quando passaram os anosAcumularam-se rancoresSe esqueceram os amoresParecíamos estranhos

Que distância tão sofridaQue mundo tão separadoJamais se houvera encontradoSem aportar novas vidas

E quem garante que a históriaÉ carroça abandonadaNuma beira de estradaOu numa estação inglória

A história é um carro alegreCheio de um povo contenteQue atropela indiferente Todos aqueles que a negue

É um trem riscando os trilhosAbrindo novos espaçosAcenando muitos braçosBalançando nossos filhos

Os que brilham com luzNada pode apagarSeu brilho pode alcançarA obscuridade de outras costas Quem vai impedir que a chamaSaia iluminando o cenárioSaia incendiando o plenárioSaia inventando outra trama

Quem vai evitar que os ventosBatam portas mal fechadasRevirem terras mal socadasE espalhem nossos lamentos

E enfim quem paga o pesarDo tempo que se gastouDas vidas que se custouE das que podem custar

Já foi lançada uma estrelaPra quem souber enxergarPra quem quiser alcançarE andar abraçado nela

CURSO DE

JORNALISMO COMUNITÁRIO

As Associações interessadas devem inscreverseus participantes na sede do Comamp

Tels.:3371-5953 ou 9829-2394

O COMAMP realizará um curso de capacitação em Jornalismo Comunitário para as Associações de Moradores.

O curso será ministrado pelo jornalista Carlos Dei (Folha do Litoral) Dias 12 e 26 de abril de 2003.

Os caminhos do SPU Pág. 6Agricultores familiares trocamexperiências

Fórum DLIS Costa Verde Págs. 3 e 4

Prefeito e empresários buscam desenvolvimento sustentável de Angra Pág. 5

O que é orçamento Participativo por Wiland Schneider Págs. 7 e 8

Decadência do petróleo ... Pág. 2

Page 2: $JULFXOWRUHV IDPLOLDUHV WURFDP H[SHULrQFLDV do litoral pdf/fl 36.pdf · Rua Visconde de Inhaúma 134 sala 529, Centro - Rio de Janeiro - RJ ... Agricultores familiares trocam Os caminhos

2 Folha do Litoral MAR/ABR 2003

COMAMP - CONSELHO MUNICIPAL DAS ASSOCIAÇÕES DE MORADORES DE PARATY

- CNPJ 04.299.686/0001-14; PRODUZIDO E EDITADO POR PCE LTDA - ESTRADA

DA GÁVEA, 847/LJ. 110 - SÃO CONRADO - RIO DE JANEIRO - RJ - CEP 22610-000 - TEL.: (24) 3371-5953 (RECADO C/ A SECRETÁRIA CONSUELO)(24) 9845-3835 (DOMINGOS); (21) 9684-6035 (C.DEI)FAX (21) 3322-6664 (C.DEI)E-MAIL: [email protected];EDITOR: CARLOS DEI - REG. MTB RJ 15.173; COLABORADORES: LUIZ ARMANDO

FRANÇA, MARGARIDA FRAGA

SEDE-(SUB-PREFEITURA) RUA ANGRA DOS REIS, S/N - ILHA DAS COBRAS

- CEP 23970-000 - PARATY - RJ; TIRAGEM: 3.000 EXEMPLARES; IMPRESSÃO: FOLHA DIRIGIDA LTDA.

Folha do Litoral

Agricultores familiares trocam experiências

Uma etapa de trabalho foi bemconcluída. Desenvolvendo as ati-vidades do PRODETAB em Paratynos primeiros meses deste ano, oIDACO aproveitou a oportuni-dade e promoveu ações que pro-porcionaram o envolvimento dosagricultores de Paraty com os deoutros municípios do estado doRio de Janeiro, juntamente comtécnicos da área da agricultura,representantes de entidades pú-blicas.

As experiências com agro-floresta existentes em Paraty têmsido procuradas por outras insti-tuições interessadas em conhecera prática agroflorestal adotada nomunicípio. Este foi o caso da visitados técnicos do Instituto Esta-dual de Florestas do Rio de Janeiro(IEF), José Augusto e Luis Hen-rique e dos agricultores do Rio daPrata (município do Rio de Ja-neiro) e de Casimiro de Abreu àpropriedade do agricultor JoséFerreira.

Os agricultores familiares deCasimiro de Abreu visitaramtambém o agricultor Valdevinodos Remédios e a agricultora Ma-ria do Nascimento onde, além detrocarem experiências sobre agro-floresta, puderam conhecer todoo sistema de produção agroeco-lógico destes agricultores e par-ticipar de uma capacitação de ino-culação e plantio de feijão con-sorciado com milho. Esta ativi-dade teve a participação da pes-quisadora da EMBRAPA, Rosân-gela Straliotto, e visou a difusãoda tecnologia de inoculação a fimde aumentar a produtividade dofeijão no município. A atividadetambém ocorreu na comunidadedo Campinho, em sistema de

É o Programa de Apoio ao Desenvolvimento de TecnologiaAgropecuária para o Brasil. Ele apoia o projeto “Sistemas

Agroecológicos de Produção para a Recuperação de ÁreasDegradadas em Comunidades Tradicionais do Entorno de

Unidades de Conservação da Mata Atlântica, Nos Municípios deParaty”. Este projeto tem como uma de suas linhas de ação, o

cultivo experimental em pequenas áreas de agricultores locais oucomunitárias.

mutirão, envolvendo diversaspessoas onde o plantio do feijãofoi consorciado com o milho. Emambos os casos, as sementes fo-ram fornecidas pelo projeto que oIDACO desenvolve junto com aEMBRAPA e a UFRRJ em Paraty.

Durante as implantações dasunidades experimentais de agro-florestas nas comunidades doTaquari (nas propriedades de Be-nedito da Conceição e ManoelPinto), do São Roque (Valdevinodos Remédios), do Campinho(Domingos Martins), do MatoDentro (Sr. Paulo Cezarino) e doPatrimônio (Eraldo Alves), osagricultores tiveram o acompa-nhamento técnico do IDACO e daEMBRAPA, e a participação deestudantes de Agronomia e Enge-nharia Florestal da UFRRJ, per-tencentes ao Grupo de Agricul-tura Ecológica (GAE), e outrosagricultores das comunidades.Na propriedade de Eraldo, o pre-paro da área e o plantio da agro-floresta teve a participação deagricultores do Sertão do Perequêque vieram especialmente paraajudá-lo, aproveitando a opor-tu-nidade para trocar experiênciascom os demais presentes.

As atividades da equipe téc-nica do PRODETAB, (EMBRAPA,IDACO e UFRRJ) e dos agricul-tores que auxiliam na pesquisadas agroflorestas implantadas, apartir de agora, serão de manu-tenção (reposição de mudas quemorreram, roçadas e capinas),acompanhamento e avaliação.Devido à proximidade do períodode diminuição das chuvas, nãoimplantaremos neste início de anoas demais unidades demonstrati-vas (áreas menores que servirão

para observação daqueles agricul-tores que ainda não conhecem osistema agroflorestal). Esta ativi-dade retomaremos tão logo inicieo próximo período de chuvas, apartir de setembro deste ano. Asações agora se voltam para asatividades que não dependam dechuvas, como os cursos, as visi-tas técnicas e a retomada das a-ções para a organização das equi-pes de coletores de sementes flo-restais na região.

Portanto, caso Você agricultoresteja participando das unidadesdemonstrativas de agroflorestase ainda não teve a sua área im-plantada, ou tenha feito um doscursos de Colheita de SementesFlorestais, ou ainda queira come-çar agora a participar, fique a-tento para os novos encontros!

Com esta etapa cumprida, oIDACO, a EMBRAPA e a UFRRJagradecem o valioso apoio pres-tado pelas Secretarias Municipaisde Agricultura Pesca e Meio Am-biente, de Educação e de Pro-moção Social de Paraty, pelas As-sociações de Moradores e Produ-tores Rurais da Barra Grande, SãoRoque, Taquari e Campinho, peloSindicato dos Trabalhadores Ru-rais de Paraty, pelo Conselho Mu-nicipal das Associações de Mora-dores de Paraty (COMAMP) epelos demais parceiros, cola-boradores e fornecedores que seempenharam para que estas eoutras atividades pudessem serviabilizadas, em prol do desenvol-vimento da agricultura familiar.

Finalmente, aproveitamos esteespaço para desejar uma plena re-cuperação física ao Eraldo doMel, vítima de um trágico acidenteautomobilístico no Ano Novo.

I D A C O

Mas o que é o PRODETAB e o projetoem andamento na Costa Verde?

Dando conti-nuidade aos co-mentários sobre oIII Fórum Social

deu que a combinação dessa tecno-logia com a energia solar poderia gerarenergia limpa para uma cidade inteira.“O problema não está na ciência, masna política e nos valores”, disse.

Ele acredita que a urgente neces-sidade de um novo sistema (energiarenovável e limpa) e a multiplicaçãode comunidades focadas na susten-tabilidade mudarão os valores doatual sistema capitalista, que exclui.

MUDANÇAS NA ESTRUTURA

DAS ORGANIZAÇÕES

Já na abertura da oficina “Com-plexidade e Administração” FritiofCapra disse que “O novo sistematecnológico complexo força as organi-zações a modificarem seu modo deorganização e implementarem práti-cas de gestão que divergem das prá-ticas tradicionais”

Reafirmou a abordagem ecológicacomo forma de pensar o mundo e asorganizações na busca de um desen-volvimento social sustentável. Paraele, hoje “os executivos praticamentenão gerenciam as empresas, mas ge-renciam seus efeitos colaterais”.Disse que explica-se as raízes desseparadoxo através de um paralelo coma organização dos sistemas vivosmovido pelo metabolismo, que , porseu lado, é modificado e alterado pe-las teias (redes) de reações químicas,o que possibilitou a sobrevivência eo aperfeiçoamento das espécies vivasaté hoje - “Cada sistema vivo é, emoutras palavras, um sistema de apren-dizado.”

Para que os sistemas sociais(governos, empresas, instituições,movimentos sociais, etc) se modifi-quem, é necessário o reconhecimentoda importância dos fluxos de comu-nicação como parte da sua dinâmicae evolução, afirmou. “Uma organiza-ção social só vai ser um sistema vivose estiver organizada como uma redecomposta de muitas outras redes”.

ENCONTRAR O EQUILÍBRIO

Capra falou ainda que não bastaa existência das redes sociais, mas asua pré-disposição em abrir-se paraa criatividade das redes paralelas einformais, formadoras da sua base.Afirmou que com as empresas se dáo mesmo. “Os gerentes precisamsaber distinguir e integrar as estru-turais formais (design structures)daquelas informais (self generatingnetworks). As estruturais formaissão as regras que norteiam as relaçõeshumanas com o capital. As estruturasinformais são fluxos de comunicaçãoe aprendizado entre os membros deuma organização que emergem adespeito da estrutura formal, pon-derou. Para ele, os executivos preci-sam reconhecer as estruturas infor-mais para que estas contribuam paraa organização como inovação eflexibilidade.

Capra observou que o gerencia-mento convencional só mudaráquando se entender que as empresassó sobreviverão quando abandona-rem a lógica do controle, voltando ofoco para os fluxos de informaçãoinformais impulsionadores dasmudanças.

DECADÊNCIA DO PETRÓLEO XEMERGÊNCIA DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Carlos Dei

Mundial em Porto Alegre e tentandodemocratizar as informações absor-vidas, falaremos um pouco do pen-samento de um dos conferencistas, ofísico Fritjof Capra, que participoudo seminário “Ciência para uma VidaSustentável” e da oficina “Comple-xidade e Administração”

Teórico de sistemas e Doutor emFísica pela Universidade de Viena,Fritjof Capra, 64 anos, é um dos fun-dadores do Centro de Eco-Alfa-betização de Berkeley, na Califórnia(www.ecoliteracy.org), ondepromove a divulgação do pensamen-to ecológico e sistêmico nas redes deensino, é também professor do Schu-macher College, centro internacionalde estudos ecológicos da Inglaterra.

Capra falou sobre o tema do seulivro “As conexões ocultas”, no qualdefende a integração das teorias desistemas, a teoria da complexidade ea ecológica para o entendimento decomo funciona os sistemas vivos queformam redes. De acordo com essaabordagem, é possível identificar aformação de um sistema vivo atravésda conexão das dimensões mental,biológica e social.

Desta forma, Fritjof Caprapropõe a educação ecológica, combase na percepção de que tais di-mensões não podem ser vistas de for-ma isolada. “Temos que educar nos-sos filhos e líderes empresariais coma habilidade de perceber que devemospreservar o meio ambiente se quere-mos preservar a vida no planeta”,salientou.

Ele enfatizou que as redes sociaisfuncionam como a rede biológica, ouseja, por meio de fluxos de comuni-cação que criam e recriam pensa-mentos e significados que existem nomeio ambiente. “A principal caracte-rística desses dois sistemas, vivo esocial, é que o ambiente apenas man-tém estável sua estrutura, mas não écapaz de dirigi-la”, observou, acres-centando que o significado desta teseé que não é possível controlar o siste-ma vivo ou social, mas somente per-turbá-lo ou estimulá-lo.

ROTA DE COLISÃO

Capra afirmou ainda que, hoje,dois movimentos desenvolvidos emrede estão em rota de colisão: o capita-lismo global e a proliferação de pe-quenas comunidades sustentáveis.Porém, enfatizou que o capitalismocuida do mundo como um “cassinoeletrônico global”, utilizando a In-ternet para manobras financeiras eas comunidades sustentáveis, ba-seiam-se prática ecológica, apoiando-se na rede de computadores para au-mentar o espaço de ação. Ele entendeque o Fórum Social Mundial repre-senta esse embate.

Para Capra, estamos próximosde uma revolução com a decadênciada era do petróleo e a emergência dasenergias renováveis, como as célulasde hidrogênio, já em pesquisa. Defen-

Page 3: $JULFXOWRUHV IDPLOLDUHV WURFDP H[SHULrQFLDV do litoral pdf/fl 36.pdf · Rua Visconde de Inhaúma 134 sala 529, Centro - Rio de Janeiro - RJ ... Agricultores familiares trocam Os caminhos

3Folha do LitoralMAR/ABR 2003

Com o objetivo de avaliar umdos problemas cruciais domunicípio de Paraty, a questãodo lixo, o Fórum DLIS rediscutiu,no encontro rea-lizado em 25 demarço de 2003 no Parque HotelPerequê, o tema “Lixo eRecicláveis no Município deParaty”, assunto já apresentadono Fórum DLIS em novembro de2000, no qual se concluiu comoprioridade máxima odesenvolvimento de um Plano deGerenciamento Integrado doLixo Municipal.

Dando início à discussão, arepresentante da secretariaMuni-cipal de Obras de Paraty,Maria Brasilicia, informou que oespaço para a construção daUsina de Lixo, em Boa Vista, estásendo preparado, que já foramfeitos alguns cortes no terrenopara receber os galpões e que,depois dos cortes fez-se umaanálise, com a qual constatou-se que outro local seria oadequado, para maior segurançae firmeza do terreno naconstrução destes. Disse aindaque a Secretaria de Obras dispõede verba de R$ 88 mil destinadosa essa construção, observando,porém, que não é suficiente paraconstruí-la e equipá-la. Informouque por ser uma iniciativa doEstado, a Secretaria Municipal de

Obras enviou um ofício para o go-verno do Estado para saber se real-mente a verba está disponível e senesta está inserido um percentualdestinado à educação ambiental àdivulgação dos trabalhos, finali-zou.

Em seguida, André Luiz Fonte(engenheiro Sanitarista da Secre-taria Municipal de Obras) informouque o sistema a ser implantado emParaty é um sistema de Galpão deTriagem, no qual o lixo será penei-rado e separado (alumínio, plástico,papelão, etc). Logo após, AdrianaMattoso (da Fundação S.O.S. MataAtlântica) informou que já érealizado um trabalho há 4 anos, oprojeto Jogue Limpo Cairuçu, decoleta seletiva do lixo, com par-cerias de várias instituições, prin-cipalmente da Prefeitura e Secre-taria de Municipal de Educação deParaty.

Sobre Educação Ambiental,informou que a Fundação SOSMata Atlântica conseguiu patrocí-nio para a edição de um mil exem-plares do manual de coleta seletivado lixo e, para 2003, a Prefeitura deParaty conseguiu o patrocínio paraeditar 15.000 exemplares, equiva-lente a quase a metade da popu-lação do município, que receberá omesmo. Os trabalhos de desenvol-vimento do projeto Jogue LimpoCairuçu são efetuados em Trinda-

de, Campinho, Praia do SonoPouso da Cajaíba, Laranjeiras,Ponta Negra, Ilha do Araújo, Caisde Paraty, Paraty-Mirim, Martimde Sá, Cruzeiro, Praia Grande daCajaíba, Calhaus.

Depois, Almir dos Remédios(presidente da Associação deMoradores e Pescadores da Ilhado Araújo) destacou o trabalhoque vem sendo realizado nestebairro e apresentou dados sobrea coleta seletiva de lixo no local:2000 - 11.773 kg, 2001 – 11.725 kg,2002 – 11.780 kg, janeiro de 2003,3.830 kg. Informou que o materialé transportado em 3 barcos direta-mente para do Depósito de Lixoda Boa Vista com apoio da Secre-taria de Meio Ambiente que cedeo veículo para o transporte. Disseainda que o trabalho de benefi-ciamento representa um modeloprático de como é possível umacomunidade gerenciar com quali-dade o seu lixo, finalizou.

O diretor Executivo do Co-mamp, Francino Pires de Souza,comentou que o projeto do lixoimplantado em algumas comuni-dades não deu certo, que o Co-

mamp conseguiu uma verba doFundo Novib com a qual implan-tou galpões em Barra Grande, SãoRoque e Taquari e realizou um tra-balho junto com a Secretaria dePromoção Social com uma equipede Agentes Jovens, mas houvefalha não conseguindo envolveras comunidades como um todo econscientizá-las quanto a impor-tância da coleta seletiva do lixo.

Salientou que não houve em-penho das Associações de Mora-dores, das escolas e professoresdaquelas comunidades junto àsfamílias e alunos. Falou que as as-sociações acabaram centralizan-do as ações e não deram conti-nuidade ao projeto. Sugeriu, en-tão, que o mesmo seja retomadojunto ao Cmamp e a SecretariaMunicipal de Educação, para queseja estendido a outras comuni-dades.

Por fim, os participantes doFórum DLIS Paraty apresentaramsugestões indispensáveis para aretomada das ações de continui-dade do projeto de coleta seletivado lixo municipal:1) Realização de

Curso Educativo pra liderançascomunitárias, 2) Criar incentivospara as comunidades e escolas,3) Realizar e/ou apoiar um grandeevento, aproveitando o dia doMeio Ambiente (Dia Municipal daReciclagem ), 4) A Prefeitura Mu-nicipal de Paraty deve remuneraros agentes Educativos do Lixo nascomunidades, 5) A Secretaria Mu-nicipal de Meio Ambiente deveassumir o Lixo Municipal e envol-ver os Agentes Comunitários deSaúde, 6) Redimensionar o siste-ma de limpeza do município, 7)Educação Ambiental mais abran-gente, 8) Implantar containerescoletivos, 9) Elaborar projeto parao mês da abril de 2003, 10) Criaçãode Lei para dar continuidades aoprojeto, 11) Copiar exemplos deoutras cidades com relação a ex-periência de projetos de lixo quesão realizados com sucesso,12)Aproveitar os galpões já construí-dos e que os mesmo sejam opera-cionalizados pelas pessoas envol-vidas, 13) Criar calendários, agen-da de coleta seletiva, 14) Coor-denar ações existentes, 15) Agen-dar encontros com os ‘atores’ dareciclagem.

Próxima reuniãoem Paraty

dia 29 de abril de 2003

O Fórum DLIS de Angra dosReis, realizado em 19 de marçode 2003, teve a participação dogerente Regional do Sebrae -Costa Verde e Zona Oeste, Ricar-do Raed, que comentou sobre oDLIS e a atuação deste em outrosmunicípios, além do diretor de

Comunicação eEducação Am-biental do SAAE,Itamar de Souza,que informou aquantificação doscustos para o sa-neamento ambi-

ental da Caputera, detalhandotecnicamente o projeto de sanea-mento básico.

A reunião foi aberta e condu-zida pela, técnica operacional doBalcão Sebrae-Angra, RobertaZoé, que fez um breve históricodos fóruns anteriores em Angra,a partir de julho de 2002, obser-vando que para multiplicar oDLIS, partiu-se de um plano pi-loto, no bairro da Caputera, queveio através de uma capacitação,o Programa Liderar”. Informouque o foco foi o saneamento am-biental, visto que a água da Ca-putera hoje abastece vários bair-ros e que o DLIS não resolve sa-neamento básico, uma atribuiçãodos órgãos competentes, porisso foram procurados o SAAE -

para apoio técnico - e a Secretariade Planejamento e Meio Ambiente,para busca de recursos. “Com aparte técnica pronta, o fórum DLISpoderá ajudar nesta busca. A co-munidade da Caputera, está cons-ciente no que pode ser feito paramelhorar qualidade de vida, e issoé um processo dinâmico em que,com o saneamento básico, virãooutras coisas, principalmente acaptação das potencialidades, queé o foco”, complementou.

QUANTIFICAÇÃO E DADOS TÉCNICOS

Itamar de Souza falou sobre olevantamento feito no Caputera,que é rico em recursos hídricos, dosistema de cem mil litros (que aten-dia a antiga portaria do Ministérioda Saúde), com o qual capta-se á-gua no alto que é transportada paraum reservatório, através de umaadutora. Neste, é desinfetada comhipoclorito de sódio, que eliminaos fatores patológicos (coliformesfecais), sendo distribuída para asresidências sem risco de doenças.

Informou ainda que o levanta-

mento no bairro da Caputera foifeito dentro dos padrões que oMinistério de Saúde exige, para aconstrução de uma nova barra-gem, que vai dos dados técnicos,topográficos, serviços prelimina-res, até a construção de uma novaadutora, que seria aproveitadatambém para bairros próximos.“Vamos aproveitar da Caputera areserva, que só aí estaremos eco-nomizando quase cem mil reais deinvestimento. Hoje o investimen-to ficaria em quinhentos e um mil,seiscentos e oitenta e cinco reaise cinqüenta seis centavos, sópara a construção do filtro dinâ-mico”, afirmou. “Primeiro vai serfeita a barragem da água, depoisé passada pelo filtro, que servepara tirar a turbidez e resíduos;depois, através de adutora é leva-

da para o reservatório, tratada e,só depois distribuída”, comple-mentou.

Em relação ao tratamento doesgoto, Itamar informou que seriautilizada a lagoa de estabilizaçãoexistente na Petrobras, que rece-be esgoto in natura para o pro-cesso de decomposição dasbactérias. Após isso, o materialpassa por uma filtragem, sendojogada no rio com 95% de trata-mento; os 5% restantes sãoabsorvidos pelo meio ambiente.Informou que o custo do trata-mento de esgoto ficaria em duzen-tos oitenta e três mil, quatro-centos e dois reais e sessenta cen-tavos.

Falou que é um investimentoalto, porém que, através do fórum,esses recursos podem ser capta-dos, e é por isso que o SAAE sefaz presente. Disse ainda que acaptação de recursos é fundamen-tal e que existem várias possibi-lidades, em que Fórum DLIS podeajudar ao SAAE, para aplicar, nãosó na Caputera mas também emoutros bairros”, complementou.

Por fim, respondendo a umapergunta da agente DLIS Angra,Maria José, sobre o alcance defuturas famílias, Itamar observouque este é um projeto para vinte atrinta anos.

PONTO DE PARTIDA

Maria José fez uma breve ex-planação do Fórum DLIS, comose chegou ao saneamento da Ca-putera, através de uma pesquisaque o apontou como prioridade,ponto de partida para o desenvol-vimento local, mas com justiçasocial, promovendo ali a parte eco-nômica, para que a população te-nham trabalho e renda.

Disse que a região é muitopositiva tendo, de um lado da Rio-Santos, a Caputera, uma área deriqueza natural e, do outro lado aárea que usa a água da Caputera,onde encontram-se os parceiros,e onde se buscam recursos parafinanciamento do projeto.

No final da reunião foi divul-gado pela Márcia Fonseca , ges-tora do DLIS em Angra, o cursoLíder Cidadão, que é um curso dequarenta horas, que ficou agen-dado para os dias 31/03 a 02/04 e12, 13/04, das 09:00 ás 18:00h, noBalcão Sebrae.

Próxima reuniãoem Angra dos Reis

dia 23/04/2003

Comissão SAAE e DLIS Angravisita Caputera

Page 4: $JULFXOWRUHV IDPLOLDUHV WURFDP H[SHULrQFLDV do litoral pdf/fl 36.pdf · Rua Visconde de Inhaúma 134 sala 529, Centro - Rio de Janeiro - RJ ... Agricultores familiares trocam Os caminhos

4 Folha do Litoral MAR/ABR 2003

A reunião do Fórum DLIS de Ita-guaí, realizada no dia 14 de março de2003, com a participação de 38 re-presentantes de instituições locais,reinseriu o tema Lei de Bairros embreve relato feito pelo representantedo IBGE, Miraldo Fernandes e cen-trou-se na discussão do saneamentobásico de Itaguaí, tomando como re-ferência o bairro de Brizamar, es-colhido na reunião anterior, empre-gabilidade, artesanato, turismo comogeradores de renda, além de ética ecidadania.

O fórum foi aberto pelo técnicodo Balcão Sebrae de Itaguaí, Márcioda Conceição Ferreira que, logo após,passou a palavra para DomingosOliveira (DLIS-Paraty), este fez umbreve relato sobre o que era o Fórume as metas a serem alcançadas; de-pois, a coordenadora do Empreenderfez uma apresentação do projeto,convidando a todos para participaremde palestra a ser realizada na Asso-ciação Comercial de Itaguaí e, logoem seguida, Miraldo Fernandes falousobre os benefícios da Lei de Bairros,esclarecendo ser a criação desta umaatribuição dos poderes Executivo eLegislativo e que, até o momento, nãotinha informações sobre a existênciaou não de um processo para insti-tuição desta lei.

BRIZAMAR

A discussão sobre o saneamentobásico, centrada no bairro Brizamar,iniciou-se por Djalma Gonçalves

(foto) e Jorge Martins,da associação de mora-dores de Brizamar, umbairro com 320 casas e1200 moradores mos-traram um mapa destee disseram que a prio-

ridade seria a mobilidade de órgãoscompetentes e da comunidade localpara implantação do saneamento bá-sico, inicialmente da área crítica destaregião, entre a linha férrea, a Rio-San-tos e o rio do Caixão. Jorge Martinsexplicou também que a associação demoradores já havia dado entrada naCâmara Municipal solicitando a Leide Bairros e a taxa de iluminaçãopública, no valor único de R$ 5.

Ao se levantar um questionamentoda prioridade a este bairro, Edílio

Domingos morador do bairroCaputera, em Angra dos Reis, disseque a escolha se deu na reuniãoanterior, devido à maior represen-tatividade dos moradores daquelacomunidade. Ele deu um depoimentofalando de como a sua comunidadeestava conseguindo os recursos parao saneamento, explicando a impor-tância de se ter o fórum DLIS comoaliado e a população empenhada nestaluta na busca de soluções para estaBrizamar.

DEBATE

Altair , do Fórum Popular Perma-nente disse que a área escolhida comoreferência era pequena papa tantamovimentação e que o Fórum DLISdeveria se preocupar com questõesmais relevantes. Por sua vez, RobsonMoreira disse que era necessáriodiscutir a implantação de maisindústrias em Itaguaí e não se preo-

cupar com artesanato e turismo que,na sua opinião não são vocação domunicípio e que este não faz parte daCosta Verde.

Ana Santos defendeu a escolhado local e ressaltou o problema dafalta de mão de obra qualificada no

O II Fórum DLIS de Mangaratiba,que aconteceu em 12 de março de 2003reuniu os diversos segmentos locais,representados por membros da comu-nidade, mobilizados isoladamente ou poriniciativa das associações de moradores,entidades, instituições públicas e empre-sas privadas, que tomaram conhecimentodo diagnóstico local, bem como dasmissões e metas da instituições de Man-garatiba.

O fórum foi aberto por Maria Auxi-liadora Dabela da Silva, (técnica do BalcãoSebrae Paraty e coordenadora do Pro-jeto Fórum DLIS – Baía da Ilha Grande)que apresentou o diagnóstico de Man-garatiba. Ela informou que este foi feitotambém nos demais municípios da CostaVerde, incentivado pelo Sebrae-RJ e reali-zado através da Fundação Getúlio Vargas.Demonstrou que, de acordo com odiagnóstico de Mangaratiba, as vocaçõese as potencialidades do município são:artesanato, maricultura, pesca, e o tu-rismo.

Disse que a experiência tem de-monstrado que os resultados alcançadospelo Fórum DLIS serão tão mais efetivosquanto maior for a visibilidade que cadaum dos participantes tiver das diversasentidades, empresas, associações e se-cretarias, através da divulgação da suamissão e metas, bem como da forma demelhor integrar as ações necessárias aesse esforço de desenvolvimento.

CONSTRUIR NOVO MODELO NO CAOS

Logo após, Domingos de Oliveira(articulador do projeto DLIS da Baía daIlha Grande) informou que o Fórum DLISem Paraty, nos 3 anos de existência temtrazido muito benefício para o município,pois todo o espectro social tem se be-neficiado com isso.

Salientou que o DLIS é o potencialde cada um (recursos pessoais) aplicadode forma a construir um novo modelodentro do caos que está existindo hoje

no mundo; que, além de influenciar todaa rede (prefeituras, associações demoradores, secretarias, escolas), é umgrande potencial para integrar essa relaçãode forças.

MUDAR A SI PARA MUDAR O MUNDo

Em seguida, Edílio Domingos, mora-dor da Caputera (Angra dos Reis) infor-mou que participou do curso de capa-citação (Liderar) no Balcão Sebrae daquelacidade, na qual conheceu a importânciado DLIS, passando a entender melhor asrelações humanas. Disse que a matériaque mais tem na terra é ‘gente’ - um‘produto’ totalmente diferente, e que cadaum depende do outro, “é quando vocêtrata do seu ideal que igual ao do outro, aífica tudo igual, isso é o ser humano”.

Para ele, o DLIS dá o que você nãotem, e reforça o que você já tem, afirman-do que a maioria das pessoas não sabemde seus direitos e fica à mercê de favoresde políticos para conseguir o que é seu.Perguntou se é direito cada comunidadeter saneamento básico, respondendo quesim. Então vamos fazer! exclamou... Dis-se ainda que através do Fórum DLIS acomunidade da Caputera conseguiuacesso ao SAEE (Serviço Autônomo deCaptação de Água e Esgoto de Angra dosReis), informando que levaram o mapea-mento do bairro, algo por que lutavam há20 anos e conseguiram em 2 meses.

Salientou que está vivendo esta rea-lidade depois participar do fórum e quegostaria de ter o poder de mudar o mun-do, mas que nem mudou a si próprio.“Primeiro as pessoas têm que mudar a si

mesmo, depois muda o seu bairro, suacidade, seu estado, seu país e, depois, omundo. Essa é a experiência que estoutendo”, finalizou.

Logo após a agente DLIS de Man-garatiba Aparecida Moreira apresentouas missões e metas das instituições locais:

Conselho Tutelar de Mangaratiba -Missão: Bem-estar da criança e doadolescente em risco. Defender os direitosda criança. Metas para 2003 - Buscarparcerias com outras entidades; Acom-panhamento do Desenvolvimento Social;Associação Cultural Brasileira da CostaVerde/RJ - Missão - Promover o entro-samento de quem desenpenhe atividadeartística, cultural, associando e tentandoajudar no seu trabalho com divulgação.Metas para 2003 - Executar o projeto –CD-ROM de Mangaratiba com con-teúdo cultural educativo, já cadastradono Sebrae e registrado na Biblioteca Na-cional; IBDD Costa Verde - Missão -Resgate da cidadania da pessoa portadorade deficência nos municípios da CostaVerde. Sindicato dos Servidores Públicosdo Município de Mangaratiba - Missão- Zelar pelos interesses comuns dosservidores públicos; Metas para 2003 -Compra (terreno e construção da sededo Sindicato; Melhoria dos salários dosServidores; Associação dos Maricultoresde Mangaratiba - Missão - Atrair pesca-dores artesanais para a atividade demaricultura, retirando-os da atividade dapesca predatória, criando emprego parajovens e donos de casa que tem afinidadecom a atividade. Metas para 2003 - Im-plantação da fazenda marinha na Ilha daGuaíba; Casa da Cultura Domingos

Jannuzi - Missão - Promover as ativida-des culturais em todos os seus aspectos,incrementando a cultura e intercâmbiocom outras instituições conjêneres.Metas para 2003 - As atividades da Casada Cultura serão realizados com o apoioda Academia Mangaratibense de Letras

portante para todos. Domingos de Oli-veira explicou que o DLIS não é uma ins-tituição e, por isso, depende do fator hu-mano, cujos vetores mais importantessão as lideranças comunitários e o poderpúblico, fator que faz diferença na ar-ticulação e participação de todas as ins-tituições. Afirmou que as comunidadessão fundamentais nesse contexo e que oDLIS é a soma do potencial de cada um,o que possibilita as integrações. “O DLISvem propor uma interação de idéias enão o antagonismo” concluiu.

Depois, Dimas Silveira disse ter en-tendido a importância da realização desseprojeto e que está disposto a colaborar

pela aposentadoria rural, mas que épouco procurado para esse fim.

Clarisse Chaves (Sebrae-Mari-cultura) falou do diagnóstico das po-tencialidades do município, apre-sentado na primeira reunião queapontava como promissores a pesca,a maricultura e o artesanato.

Francisca Chavess Magalhães (doSindicato das Empregadas Do-mésticas) comentou que o FórumDLIS já produz resultados pontuaisem relação ao saneamentoe capaci-tação oferecida aos participantes.

Miguel Dias (morador do bairroMontserrat) falou da falta de uma cul-tura de qualificação de mão de obraem Itaguaí. Perivaldo e Sandra Vas-concelos (da Comissão de Ética e Ci-dadania) falaram da criação de umfórum para discutir o combate àcorrupção política e do problema dotransporte precário. Levantaramtambém a questão da Termelétricavetada no município, que não gerariaempregos, uma vez que já teria mãode obra especializada italiana e alemã.

e Artes. As atividade terão exposiçõespermanentes de artes plásticas (pintura,talha, esculturas), artesanato típico local,exibição de vídeos culturais e instrutivos,palestras, recitais, saraus de poesia, ex-posição de selos, moedas, livros rarosdocumentos, fotografia, música, biblio-teca e banco de livro; Associação dosProdutores Rurais Assentados daFazenda Batatal - Metas para 2003 -Atualização da associação, quitação dadívida da entidade; Volta das aulasnoturnas (alfabetização).

Em seguida, Dimas Silveira Lindo(coodenador da Universidade da TerceiraIdade da Universidade Veiga de Almeida/RJ e diretor de Ação Social do Municípiode Mangaratiba) parabenizou a formacomo foi apresentado o Projeto DLIS daBaía da Ilha Grande e disse que gostariade saber o que é realmente o DLIS, masque, de acordo com o exposto sobre este,acredita que é um assunto muito im-

na realização deste e que o Fórum DLISde Mangaratiba dedique maior atenção àclasse de pescadores de Mangaratiba,que tem passado momento difícieis.Informou que a tem distribuído cestasbásicas para eles e que devem serajudados, envolvendo-os nesse trabalho,buscando alternativas para uma melhorqualidade de vida, finalizou.

Por fim, Marcílio Dias de Oliveira(representante da Associação de Mo-radores da Junqueira, Mangaratiba), disseque uma das prioridades desta entidadeé o trabalho de conscientização sobreeducação ambiental e limpeza das praiasde Mangaratiba, visto que o lixo nessasáreas está crescendo a cada dia e o meioambiente prejudicado.

Próxima reuniãoem Mangaratibadia 15/04/2003

Próxima reuniãoem Itaguaí

dia 25/04/2003

município.Marilane Lopes (da Comissão

Municipal de Emprego) falou sobre afalta de grupos organizados parapromoção de renda nas comunidadescarentes, defendendo o artesanato.Albertino Neri (do Sindicato dosTrabalhadores Rurais e PercadoresArtesanais de Itaguaí, Seropédica ,Japeri e Rio de Janeiro) exortou osgrupos a buscarem recursos paradesenvolvimento local no Pronaf. Ob-servou que o sindicato é responsável

Comissão do Fórum DLIS-Itaguaí visita Brizamar

Turma do curso ‘Liderando Mudanças’

Page 5: $JULFXOWRUHV IDPLOLDUHV WURFDP H[SHULrQFLDV do litoral pdf/fl 36.pdf · Rua Visconde de Inhaúma 134 sala 529, Centro - Rio de Janeiro - RJ ... Agricultores familiares trocam Os caminhos

5Folha do LitoralMAR/ABR 2003

Domingos Oliveira - A nossaambição é fazer do DLIS CostaVerde uma referência nacional einternacional. Paraty já é conside-rada referência estadual. Com aadesão de Angra, os demais mu-nicípios também já estão aderindoa esse projeto. Qual a importânciaque o senhor dá para o DLIS e emque este Fórum poderá ajudar aoseu governo?

Fernando Jordão - Estouvendo que vocês estão fazendo

um trabalho do DLIS na Costa Ver-de. O prefeito de Paraty é uma pes-soa muito ligado a mim, bem co-mo o prefeito de Mangaratiba e,tudo o que for para fazermos odesenvolvimento sustentável daregião, em conjunto, pode contarcom Angra dos Reis. O prefeitode Paraty sabe disso, você que éum dos coordenadores dessa faseimportante do desenvolvimentosustentável, sabe que nós traba-lhamos juntos. Então, vamos con-tinuar trabalhando, vamos unir oque fizemos aqui hoje com os co-merciantes, os empresários, jáfizemos em Paraty, que tive opo-rtunidade de participar. São as-suntos que, unidos, vamos che-gar aonde a gente quer. Parabénspela sua atuação e por essa idéia.

Domingos Oliveira - Estamosidealizando um grande fórum aqui,em maio, visto que o evento rea-lizado anteriormente foi de exce-lência...

Fernando Jordão - Tudo o queprecisar para o desenvolvimentopode contar comigo.

Com o objetivo de discutir odesenvolvimento sustentável deAngra dos Reis e equacionar solu-ções para a questão do desempregoe para os problemas gerados pelaschuvas, o Sindcom promoveu em28 de março uma reunião (‘café-da-manhã’) no Hotel Londres, da qualparticiparam empresários, políti-cos, em especial o prefeito Fernan-do Jordão.

A reunião foi aberta pelo pre-sidente do Sindcom, Essiomar Go-mes, enfatizando que esse encontroé de extrema importância para oscomerciantes que, hoje, são osprincipais empregadores do muni-cípio. Salientou que as chuvas quevêm castigando o município, leva-ram os comerciantes a compor umacomissão para acompanhamento doproblema. Observou que oscomerciantes hoje não têm incen-tivo, com a taxa de desemprego au-mentando.

O presidente da Aciar, MárcioMendes Mello, disse que atualmen-te a principal meta da Aciar é forta-lecer a associação junto à sociedade,promovendo conhecimento e incen-tivos para o município. Informousobre diversos projetos em anda-mento, que contam com o apoio doPoder Público e da CDL – Câmarados Di-rigentes Lojistas, tais como:o projeto Empreender, Siga e aCarreta do Senac.

O presidente da CDL, ValterOrnelas, agradeceu as parcerias como Sindcom, CDL, Aciar. Comentoua situação delicada em que seencontram os comerciantes, princi-palmente em relação às receitas.Ressaltou que o movimento estácada dia mais fraco, com alta taxade desemprego. E que os comer-ciantes precisam continuar gerando

empregos, mas precisam da parceriacom os poderes Executivo e Legis-lativo.

O gerente do Sindcom - Sindicatodo Comércio Varejista de Angra dosReis, Marcelo Oliveira, falou sobre asfinalidades da Aciar e do Sindicom,entidades sem fins lucrativos, cujoobjetivo é representar a classe empre-sarial e lutar pelo desenvolvimentosócioeconômico do município. Aentidade instalou uma sub-sede noDistrito do Perequê, com intuito depromover o crescimento sócio-eco-nômico de forma sustentável desteDistrito que se encontra em plenaexpansão empresarial.

Marcelo Oliveira finalizou, di-zendo que estes resultados são refle-xos de muito trabalho e que conta coma colaboração de todos os associadospara que as boas idéias de cada um,transformem-se em benefícios paratodos.

A seguir Ricardo Guida, falou so-bre o projeto SIGA – Sistema Inte-grado para Gestão Assistida, expli-cando que o objetivo do projeto éreunir empreendedores e micro-empresas em um mesmo espaço físico,especialmente configurado, chamado deincubadora de empresas. Guida disseainda que o SIGA é ligado ao ProjetoFome Zero, pretendendo contribuiratravés da geração de empregos.Informações sobre o projeto, naAssociação Comercial ou no sítiowww.projetosiga.com.br.

Marcelo Pacheco, coordenador doProjeto Empreender, disse que este foiimplantado inicialmente na Alemanha.No Brasil, teve início em Santa Catarinae que o principal objetivo do projeto éreduzir os gastos, elevando a renta-bilidade da empresa. Explicou que asempresas participantes se agrupam emnúcleos empresariais, favorecendo a

troca de experiências, o desenvolvi-mento organizacional das AssociaçõesComerciais e Industriais e conse-qüentemente elevando o número deempregos.

Em seguida, Domingos Oliveira,do DLIS Costa Verde, falou sobre aimportância da consolidação da RedeDLIS Costa Verde que tem Paraty co-mo referencia estadual e Angra dosReis, pela sua tradição e importânciaeconômica e cultural é um parceiroindispensável para que este projetotorne-se uma referência nacional.

E, com isto, possa captar os recur-sos disponíveis para este modelo dedesenvolvimento que de acordo comdiagnostico Sebrae IBGE, aponta parao turismo, artesanato, pesca e mari-cultura. Finalizou agradecendo por tersido convidado para esta reunião e àparceria com o Sindcom.

O presidente da Associação deTurismo da Costa Verde, Dirceu Bo-rin, deu continuidade, relacionando osprincipais problemas do município: 1.Explicou que o público alvo de Angranão é o Rio de Janeiro, e sim, São Pauloe Minas Gerais, que possui melhorpoder aquisitivo. Abordou a questãoda pavimentação e melhoria das es-tradas de acesso; 2. A implantação deguias-mirins; 3. Redução do ISS –Imposto Sobre Serviço; 4. Redutoresde velocidade nas estradas. Disse queos turistas não têm conhecimento dosredutores e as multas acabam inibindoo retorno dos mesmos.

O presidente da Câmara, CarlosAugusto Pinheir, agradeceu aos ospresentes e colocou o Legislativo àdisposição de todos.

O prefeito Fernando Jordão disseque administrar é também saber ouvir.

Falou sobre as chuvas que caíram nomunicípio desde dezembro e das con-seqüências, agradecendo a solida-riedade de todos. Reconheceu queAngra vive inúmeros problemas emfunção das constantes chuvas e disseque projetos já estão sendo colocadosem prática para contornar estasquestões.

Comentou que os recursos libe-rados pelo governo federal, previama construção de casas com apenas18m2 cada uma, ao custo de R$8.206,00 cada uma. Porém, após vi-sitar municípios vizinhos juntamentecom engenheiros e secretários, opta-ram pelo Projeto Tecnologia Usimi-nas, construindo moradias de melhorqualidade, com sala, dois quartos,banheiro, cozinha, com 43m2 e já comtratamento de esgoto e água potável,ao custo de R$ 10.499,00, cada uma.Ressaltou que diante do caos quetodas estas famílias passaram era omínimo que o governo podia fazer.Continuou listando outras obrasessenciais que Prefeitura vem execu-tando no município: Entrada daEnseada; obra do Rio Japuíba; obrada Tararaca; reforma de 31 Escolas;

implantação de escolas no Frade,Perequê e Japuíba; implantação decreches no Balneário e na Japuíba;Saneamento no Perequê; Centro deRecuperação da População de Rua;Centro Odontológico; Lixão Ariró;Cais da Santa Luzia;Reforma doTeatro.

Disse ainda que o calendário depagamento dos servidores foi mantidoem dia, até antecipando o 13º salário.Falou também do pagamento dadívida do Prosanear da gestão ante-rior, além da criação de um fundo deprevidência para os servidores.

Em seguida, o Secretário de Obrase Serviços Públicos, Cláudio de LimaFírio falou sobre os diversos pontosa serem revistos para contenção daságuas das chuvas. Enfatizou a questãoda manutenção periódica, limpezapública, além da desobstrução dediversos pontos e da captação super-ficial que hoje não é suficiente.

Fernando Jordão finalizou, suge-rindo aos presentes a realização dereuniões periódicas para tratar doacompanhamento da revitalização doCentro, assim como de todos os ou-tros projetos expostos.

Domingos Oliveira fala sobre o DLIS Costa Verde Essiomar Gomes - em pé à esq;sentados: Carlos Augusto Pinheiro(presidente da Câmara Municipal) eo prefeito Fernando Jordão

Fernando Jordão apóia DLIS Costa Verde

Domingos entrega Jornal Folha doLitoral com matérias sobre FórunsDLIS da Costa Verde

A convite a Secretaria Muncipalde Educação, as Associações deMoradores de todo o Município parti-ciparam, no dia 14 de março, do I Se-minário com as lideranças comuni-tárias.

O encontro foi aberto pela Secre-tária de Educação falando a respeitoda divisão de idéias, da parceria paraque a Educação não fique apenascentrada em uma única pessoa ounuma pasta, incentivando o fortale-cimento das Associações de Pais eMestres nas unidades escolares e daformação dos Conselhos Escolares.O diretor da Escola da Mangueira, JoelSampaio, acompanhado pela peda-goga da unidade, Euzair e do professor

Júlio, relatou sua experiência. O professorBira expôs o Projeto Criança X Escola xEsporte. Em seguida, a diretora pedagó-gica Alza Gama apresentou o calendárioescolar.

Estiveram presentes representantesdas seguintes comunidades: Laranjeiras,Ilha do Araújo, Sertão do Taquari, Corisco,Patrimônio, Campinho, Taquari, Ma-manguá, Praia do Sono, Paraty Mirim,Tarituba, Barra Grande, Pedras Azuis,

Jabaquara e Cabral. E os representantesdas seguintes entidades: Comamp,Escola Pequenina Calixto, CrecheMunicipal, Escola Infantil Pingo I e II,Escola Guiomar S. Marques, EscolaSamuel Costa, Departamento deEsportes, Escola Hélio Pires.

PESSOAL DE APOIO

O II Encontro com o Pessoal deApoio aconteceu em 7 de março na Es-cola da Mangueira, organizado pela su-pervisora do Departamento de Merenda,Profª Rosânia Rosa. As funcionáriasforam recebidas pela secretária deEducação, Eliane Tomé. Participaram osvereadores Deco Minair, José Roberto,o Prefeito Municipal, o sub-SecretárioAmaury Barbosa.

O prefeito José Cláudio falou daimportância das hortas escolares. Su-geriu a separação do lixo, solicitandoque as embalagens fossem armazenadasnos sacos resistentes confeccionadoscom o apoio da SOS Mata Atlântica.Salientou a importância da orientação dasmerendeiras aos alunos para evitar o des-perdício de comida, integrando-se assimao Projeto do Governo Federal daFOME ZERO.

Foram convidados para as pa-lestras:o professor Waldemir Ferreira(Pipoca), que exibiu as imagens do pro-jeto Jogue Limpo Cairuçu, dandoinformações sobre o lixo (orgânico einorganico), sua separação, o tempo deduração de embalagens. A Drª Ana Cris-tina da Vigilância Sanitária falou sobre acontaminação dos alimentos e como evi-ta- lá.

Texto e fotos: Lú Ribeiro

A secretária municipal deEducação, Eliane Thomé

Page 6: $JULFXOWRUHV IDPLOLDUHV WURFDP H[SHULrQFLDV do litoral pdf/fl 36.pdf · Rua Visconde de Inhaúma 134 sala 529, Centro - Rio de Janeiro - RJ ... Agricultores familiares trocam Os caminhos

6 Folha do Litoral MAR/ABR 2003

Numa reunião realizada em 28 demarço na Câqmara de Vereadores,Paraty, através de representantes dassuas instituições rediscutiu as questãodo Serviço de Patrimônio da União coma presença de técnicos (estad./fed.) doSPU, na tentativa de encontrar uma so-lução para mais esta carga tributária nomunicípio.

A reunião foi aberta pelo presidente

PARATY DISCUTE A COBRANÇA DO SPUCOM O SECRETÁRIO NACIONAL DO SERVIÇO DE PATRIMÔNIO DA UNIÃO

da Câmara Municipal, vereador CarlosJosé – Casé, que agradeceu à Acip, aoComamp, à OAB, ao Diretório do Par-tido dos Trabalhadores, em especial aodeputado Luis Sergio, pelo empenhodispensado para realização desteevento.

Em seguida fez a composição damesa e plenária da Câmara, chamandoas autoridades presentes: o prefeitoJosé Cláudio; o vice-prefeito João Car-los; o deputado Federal Luis Sergio; ogerente regional do SPU, AntônioCarlos; o secretário nacional SPU, Pe-dro Celso; os vereadores Adilson Josée Antônio Porto Filho; a presidente daACIP, Regina Célia Miranda; o pre-sidente da OAB, Luiz Carlos de Castro;o representante da Capitania dos Por-tos, Capitão Tenente Luciano AbreuLima; o diretor Executivo do Comamp,Francino Pires de Sousa; e o ex-prefeitoBenedito de Melo - Dedé.

ESTUDO SOBRE O SPU

Inicialmente o vice-prefeito JoãoCarlos fez a exposição de um estudosobre o SPU, realizado por ele: “O con-ceito de Terrenos de Marinha passa aexistir no Brasil a partir de 1832. Em1946, um decreto manda que sejam me-didos 33 metros a partir da linha do“preamar” médio de 1831. Ainda em1946, o SPU não notificou os proprie-tários de terrenos dentro dessa linha depreamar médio. Fez uma convocaçãoatravés do Diário Oficial da União, semnominar os proprietários. Ao fazer-seo exame do que são ou não terrenos deMarinha, a lei manda que os “delinea-dores autênticos e históricos” sejamusados: no caso de Paraty, seriam oporto, que ainda está no mesmo lugarhá três séculos, a Igreja de Santa Rita, aCapelinha das Dores e a Santa Casa,que é de 1822. No entanto, pela últimamedição da SPU, a linha de 33 metrospassa a ter quase 3 quilômetros”.

João Carlos comentou o verdadeiroconfisco que isso acarretaria, pois aspessoas só teriam o “domínio útil” de

suas propriedades, não podendo, porexemplo, vendê-las, ao contrário do queaconteceria caso tivessem o domíniopleno sobre elas.

Esses 33 metros deveriam sermedidos horizontalmente a partir da tallinha de preamar médio. No entanto, aSPU fez uma medição planialtimétrica,o que provocou uma enorme diferença,afirmou.

ALTERNATIVAS

João Carlos apontou três alterna-tivas:

1. Pagar – A pessoa que pagar, vaipoder regularizar sua documentação efazer o aforamento do imóvel, mas sóterá o domínio útil sobre o mesmo;

2. Não pagar – Quem não pagar,deverá recorrer., Os recursos podem serde três tipos: administrativo, jurídicoou público;

3. Política – Está tramitando noCongresso Nacional, tendo sido a-provada pelo Senado uma lei que dis-ciplina todos os bens da União e um ar-tigo dessa lei diz que, quem tiver imóvelcom cadeia dominial anterior a 1946 temo domínio pleno sobre o imóvel.

João Carlos entregou uma cópiado documento ao deputado Federal LuísSérgio.

Em seguida, o presidente da OAB-Paraty, Luís Carlos de Castro, Lembrouque,m quando quiseram instalar um es-critório de uma empresa de demarcaçãode terras em Angra dos Reis, o prefeitode lá não permitiu, mas isso foi per-mitido em Paraty. Disse que foi um pro-cesso mal feito, uma vez que ninguémfoi chamado para apresentar docu-mentos e utilizou-se um cadastro deIPTU. Por fim, solicitou ao deputadofederal Luís Sérgio que enfatizasse noCongresso os aspectos sociais desseproblema.

Depois, o prefeito José Cláudio fezum resumo do histórico, lembrando queo primeiro movimento foi feito por DitoGama. Disse que o senador José Sarneyenviou uma lei ao Congresso que isenta

do pagamento do SPU as capitais situa-das em ilhas.

Afirmou ter enviado em 2001 umofício ao SPU pedindo o recadastra-mento dos imóveis e que, apesar de jáhaver mandado mais dois, cobrandoresposta, ainda não obteve nenhuma.Ressaltou achar conveniente a formaçãode um grupo de trabalho para acompa-nhar a tramitação dessa lei em Brasília.

A seguir, o secretário nacional SPU,Pedro Celso, chamou a atenção para amudança de atitude do novo governo,pois é a primeira vez que o SecretárioNacional do SPU sai de Brasília parafalar com o povo. Colocou-se comoparceiro para ajudar na busca de umasolução e disse que a nova adminis-tração está tentando acertar os 500 anosde desmandos e erros.

PERGUNTAS E RESPOSTAS

Tymur Klink quis saber sobre aquestão da bi-tributação. O gerente re-gional do SPU, Antônio Carlos respon-deu que paga-se o uso do território àUnião e o imposto predial à Prefeitura.Disse que deve se fazer uma análisedos títulos de cada proprietário, quemtiver renda inferior a 3 salários mínimosestá isento. Novamente Klink interviu,citando o trabalho de Edelweiss.

Hilton solicitou que o SPU instalas-se um escritório em Paraty para coibiro “trabalho dos ‘atravessadores’ e ‘des-pachantes’, pois isso tem provocadoum ciclo de corrupção. Antônio Carlos,então sugeriu que a denúncia fosse feitapor escrito, pois sabe que isso é verdadee quer eliminar o problema. Pedro Celso,então se propôs a trazer um postoavançado do SPU para o município.

Ao final da reunião formou-seuma Comissão de Acompanhamentodas questões do SPU, com umrepresentante de cada instituição:Câmara dos Vereadores, Acip,Comamp, Diretório Regional do PT,OAB-Paraty, SPU, Prefeitura.

Mais informações sobre o SPU,na edição 34 (janeiro/2003) do jornalFolha do Litoral.

Pedro Celso, Luís Sérgio, Carlos José - Casé, José Cláudio

Benedito de Melo, Francino Pires, Cap.Ten. Luciano Abreu, Antônio Carlos, João Carlos, AdilsonJosé, Regina Célia Miranda, Luís Carlos

Caminhos do SPU

Page 7: $JULFXOWRUHV IDPLOLDUHV WURFDP H[SHULrQFLDV do litoral pdf/fl 36.pdf · Rua Visconde de Inhaúma 134 sala 529, Centro - Rio de Janeiro - RJ ... Agricultores familiares trocam Os caminhos

7Folha do LitoralMAR/ABR 2003

Para Wiland Schneider, oprocesso do OP tem que ser cons-truído na própria comunidade, umavez que as dificuldades são iguais,mas as soluções são particularizadasem cada um. OP é fruto de uma par-ceria entre a população e o poderpúblico, pois sem este não sai dopapel, pois quem tem o poder legalde gerir o dinheiro público é oprefeito.

O OP é mais uma porta deentrada para o prefeito formalizar oque pretende fazer... porta com carac-terísticas distintas. Mas tem que tercaráter deliberativo, senão perde acredibilidade.

HISTÓRICO

Wiland Silber contou que o OP éfruto de um movimento dos anos 70,especialmente estimulado pela IgrejaCatólica (CEBs e pastorais) contra acarestia, que provocou algumasexperiências de Planejamento Partici-pativo, iniciativas do poder públicoque consultava as comunidades, dis-cutindo o que fazer.

Segundo Silber, a experiênciamais marcante se deu no municípiode Lages (SC), com o então prefeitoDirceu Carneiro (MDB). Mas, foiem Boa Esperança (ES), com o pre-feito Amaro Covre (PDS) que, em-bora fosse de um partido que davasustentação à ditadura militar,formou comissões nas escolas,incluiu a Câmara Municipal e cons-tituiu um grande Conselho paratomar as decisões no município, noqual ele tinha direito a um voto.

Em 1988, com o advento da novaConstituição, os movimentos popu-lares de bairro ganharam nova expres-são, quando foram constituídos osConselhos Setoriais (tendo comomodelo os Conselhos de Saúde e, emseguida os de Educação) que foram abase do início do Orçamento Parti-cipativo. A primeira experiência deOP se deu em Diadema (SP), em1982, com o prefeito Gilson Mene-zes, que mobilizou a comunidadepara estatizar o sistema de trans-porte, de péssima qualidade, que ti-nha um custo muito alto. A partirdaí começou-se a fazer consultasregionais, envolvendo as associaçõesde moradores, o que tornou-se oOrçamento Participativo.

Paralelamente, de 1982 a 1988alimentou-se a idéia de formar con-selhos populares, que deveriamtornar-se o principal poder para aspolíticas públicas, inspirado numaantiga tradição da URSS, modelo quenão serviria para o Brasil, pois cadarealidade precisa de soluções pró-prias. Os conselhos populares cami-nharam para os conselhos setoriais,

que se transformaram nos Conse-lhos de Orçamento Participativo.

PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO

PARTICIPATIVO

De acordo com Wiland Schnei-der, inicialmente existiu o Plane-jamento Participativo, ou seja, porser pouco democráticos, os governosfaziam uma espécie de consulta oupesquisa junto à população, para sa-ber em que deveria aplicar os recursospúblicos. Porém, nem sempre as de-mandas apontadas nestas consultaseram dadas como prioritárias. Asprincipais diferenças entre Pla-nejamento Participativo e Orçamen-to Participativo são:

Planejamento Participativo(em geral é um processo pontual,localizado) - 1. Análise e discussãode apenas um projeto por vez; 2.Organizado pelo poder público; 2.Caráter consultivo (o Executivo ouvea comunidade e acata ou não ademanda apontada); 3. Não insti-tucionalizado (não é lei); 4. Não cons-titui sistema de gestão; 5. Respostaao caráter tecnocrático das admi-nistrações públicas.

Orçamento Participativo(Análise e discussão do orçamento,de toda a estrutura da prefeitura) - 1.Análise e discussão de todos osprojetos; 2. Caráter deliberativo (éfeito exatamente o que for acertadoentre a comunidade e o Executivo) ;3. Resposta à natureza autoritária dosgovernos (o governo será democráticose as comunidades participarem doprocesso de decisão).

Obs.: OP, mesmo sendo lei, nãoé obrigatório, pois a Constituiçãogarante ao Executivo o livre arbítriopara elaborar as leis orçamentárias,de forma indelegável, e definir suasprioridades para investir o dinheiropúblico. A audiência por si só nãogarante nada. Espera-se, contudo, queesta construa canais de permanenteinterlocução, participação e inter-ferência no processo do OP naadministração pública. Daí conclui-se que o OP é um processo parti-cipativo envolvendo a prefeitura, apopulação, e as entidades setoriais,para a priorização de empreen-dimentos de cada setor social domunicípio.

Observação:1. As entidades sãorepresentativas, mas a populaçãoprecisa participar diretamente doprocesso do OP;

2. Não adianta a participaçãopopular, se o Poder Executivo Muni-cipal não se organizar internamentepara tornar realidade o resultadodesta participação. Tem que a haverparceria, pois o OP é também umprograma de gestão estratégica, quevisa a estabelecer junto ao corpo degerentes da Prefeitura um padrão dequalidade da prestação de serviços,implementação de programas sociaisno município, tendo a participaçãopopular como referência.

3. Na iniciativa privada o objetivoé o lucro; No setor público a lógica éa satisfação da comunidade, do

‘cliente cidadão’. É o ‘lucro’ social.4. É preciso analisar a questão

das prioridades, pois nem sempre épossível fazer tudo ao mesmo tempo.Desta forma precisa-se eleger umaprioridade, atendê-la e deixar ocidadão satisfeito.

5. Existe o cidadão não atendidoque desconhece as razões do não aten-dimento e, estruturalmente insatisfei-to, tende a achar que há uma intençãodeliberada da prefeitura em não aten-dê-lo. Schneider explicou que, namaioria das prefeituras não existe es-sa intencionalidade, e sim a priori-zação de uma demanda ou de umacomunidade. É fundamental a partici-pação, a informação de mão dupla.

No OP, além de discutir tudo, énecessário priorizar, para dimen-sionar o raio de ação, pois existemdeterminações legais (não se priorizadespesas com pessoal, serviços desegurança do patrimônio público,limpeza, pois têm que ser cumpridaspor lei. Em Paraty o montante compessoal chega a 57% do orçamentomunicipal), não dá para tirar dinheirodestas despesas para priorizar algumaobra; É impossível priorizar todo oorçamento; Fundamental na discus-são do OP não é o orçamento em si,mas o que a cidade vai tornar-se apartir daí; é o plano estratégico (nãoé determinar uma verba para umacomunidade em que houve um pro-blema grave, mas resolver estrutural-mente para que não mais aconteçaesse tipo de problema em todo o mu-nicípio); Não há crescimento da con-tínuo da receita.

CARÁTER DELIBARATIVO

Apenas reunir prefeito, comu-nidade, secretários e definir o quedeve ser feito, não é o bastante. Istodepende do tipo de matéria que écolocada em discussão (uma coisa écolocar diretriz em discussão, pen-sando em orçamento; outra coisa écolocar o programa social em dis-cussão; e a terceira, é colocar uma o-bra. Quando se aprova uma obra,imediatamente está claro para as pes-soas o que vai ser feito (ponte, pavi-mentação, etc) é fácil saber qual ocusto. Contudo, quando se aprovauma diretriz, por exemplo, melhoriada rede de saúde do município, ficadifuso, gera insatisfação de todos oslados (um quer o posto de saúde; ooutro, quer o médico, etc). No casode um programa social também ficadifícil submetê-lo a uma aprovação.É preciso um acordo prévio antes dadecisão. Mas, caráter deliberativo éo ponto chave.

Wiland Schneider observou queno Brasil, em geral, aprova-se obrase instalações (por serem visíveis) dei-xando-se de lado o restante das ques-tões orçamentárias, como por exem-plo, programas nas escolas (ensinode ciência, de turismo, capacitaçãode professores, mudança da gradecurricular, etc) que podem dar umretorno social positivo tanto quantouma obra; A aprovação de diretrizesé difusa; A aprovação de despesas e

custeios é complexa; Há discenso eações concorrentes; Há necessidadedo complexo processo legal.

ENVOLVIMENTO DO PREFEITO

O Orçamento não termina na as-sembléia que aprova as prioridades.É aí que começa, é quando se fez olançamento do orçamento e a exe-cução orçamentária. O lançamento écomplexo porque nem todas as açõesaprovadas se encerra no período deum ano. É preciso incluí-las no PlanoPlurianual, salientou.

No entanto há um processocomplexo para viabilizar o que estáno orçamento, pois precisa-se da lici-tação, que é obrigatória. Ou seja, den-tro da prefeitura tem que ter prio-ridade executiva, pois há outras açõesconcorrentes como, por exemplo, ascausadas por fenômenos naturais.

Citou que em Belo Horizonte fo-ram aprovados cerca de um mil em-preendimentos em dez anos de orça-mento participativo, o que dá umamédia de licitação e execução de umaobra a cada 2 dias, fator complexopara uma prefeitura, pois “não é ovalor que define se a obra é complexaou não, mas o processo em si, a legali-dade...; A falta de um projeto podecausar transtornos, aumentando ocusto e inviabilizando a execu-ção.afirmou Schneider.

Também, para ter caráter delibe-rativo é essencial o envolvimento dogabinete do prefeito, pois sem ele nãohá legitimidade e, portanto, resoluti-vidade. “O orçamento participativoque o prefeito não acredita, não saido papel, porque é a autoridade máx-ima, a autoridade legalmente respon-sável e se ele não se envolver, não vaipra frente. O OP é um instrumentofacilitador, com vantagens (...) masnão é o único instrumento para o pre-feito decidir sobre o que fazer, acres-centou.

DEMOCRATIZAÇÃO DO OP

Os Conselhos e comissões nãopodem se sobrepor à decisão direta,não é para excluir o vereador, mas in-cluir o cidadão (não podemos excluiro vereador do processo, mas trazê-lo para o debate franco e construiressa interlocução); O OP não podese assentar só nos Conselhos, mastambém nas instâncias de decisãodireta; O OP deve compatibilizar to-do o processo entre todos os conse-lhos, para não se tomar decisões anta-gônicas em uma mesma matéria; Anatureza democrática do OP ficaprejudicada se não houver envolvi-mento dos segmentos médios domunicípio (O OP precisa cuidar paranão ser deslegitimado por só incluiros excluídos, uma vez que quemforma opinião são os segmentosmédios).Schneider finalizou apalestra dizendo que “o importanteé a parceria”.

Por fim, Domingos Oliveira disseque seguiria sugestões explicitadaspor Wiland Schneider e perguntariaao prefeito José Cláudio se pode e se

quer fazer o Orçamento Participativo.Chamou o Prefeito e o Presidente daCâmara e o Diretor Executivo do Co-mamp para, simbolicamente reafirmaro compromisso político do Executivoe do Legislativo em construir juntocom as comunidades o OrçamentoParticipativo de Paraty.

O prefeito José Cláudio reafir-mou que a base do seu governo é ocontato e as reuniões nas comuni-dades. Disse que tem feito inúmeroselogios ao Comamp e às associaçõesorganizdas, por ser uma oportuni-dade ímpar e inédita. Afirmou queisso favorece a que todos tenham no-ção das necessidades, consciência deexigir o cumprimento dos orçamen-tos, a fiscalização do governo, a boaaplicação dos recursos públicos, masque também é fundamental quetenham consciência das obrigações.

José Cláudio disse que começariapela listagem de demandas de cadaassociação, salientando que lembra-va-se daquelas comunidades que nemorganizadas são, devido ao seu modode vida e, por isso não têm voz, nãopodem se expressar, como a Joatinga.

Em seguida, disse que os sonhosdas comunidades são também ossonhos do prefeito, porém essessonhos eqüivalem a aproximada-mente R$ 13.793 milhões, o que achamuito correto. Citou a lista da Jaba-quara, enfatizando que se for arre-cadado lá R$ 1.180 milhão, a Pre-feitura aplicará tudo ali mesmo. Con-clamou as comunidades a fazeremuma parceria para um esforço con-junto que estimulem os reivindi-cantes a cumprirem com as obriga-ções básicas (limpar sua própriaporta, não deixar os cachorros sujaremas ruas, os cavalos soltos, etc).

O prefeito falou que esse é ummomento extremamente positivo pa-ra a formação de consciência, de exi-gência para que o poder públicocumpra suas obrigações, mas tam-bém que cada um faça uma reflexãosobre o que pode fazer em sua rua,em seu bairro.

Disse ainda, que acha muitosaudável esse tipo de reunião, para-benizando mais uma vez a todos ereafirmando que os sonhos das co-munidades são os mesmos do pre-feito e da prefeitura e que a críticasobre os 10% do orçamento é umautopia, pois o município gasta 39 %na saúde, excede os gastos com edu-cação, etc (isto com apoio do Fundefe outras parcerias)...

“Os problemas existem, são in-findáveis, a população está corretaem querer mais, a nossa ação é esta eé por isso que estou aqui mais umavez, porque acredito no programa departicipação, acho que o OrçamentoParticipativo é fundamental e acre-dito mais do que nesse programa,nessa integração”.

Por fim disse - “...Os nossossonhos, todos os sonhos devem serescritos e as comunidades devemdebater suas prioridades”, porém,salientou que cada um precisa fazersuas obrigações.

O que é o Orçamento ParticipativoPALESTRA POR WILAND SILBER SCHNEIDER

Fo

to:

CD

ei

Page 8: $JULFXOWRUHV IDPLOLDUHV WURFDP H[SHULrQFLDV do litoral pdf/fl 36.pdf · Rua Visconde de Inhaúma 134 sala 529, Centro - Rio de Janeiro - RJ ... Agricultores familiares trocam Os caminhos

Mar/Abr 2003Folha do Litoral

CM ARRUDA - MATERIAIS DE CONSTRUÇÃOTUDO PARA SUA CONSTRUÇÃO

Tel.: (24) 3362-3397Consulte nossos preços

Rua Carlos Drumond de Andrade, 253Perequê - Angra. Dos Reis - RJ

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

TRADIÇÃO SE CONQUISTACOM QUALIDADE

Tel.: (24) 3371-1179Fax: 3371-2177

Av. Roberto da Silveira, 41 - Centro-Paraty - RJ

1979 - 2003

Construindo ParatyANOS24

MARUPIARA LTDA

8

José Cláudio, Francino Pires, Carlos José Casé:Momento simbólico da maturidade do Executivo,

Legislativo e das Associações de Moradores

na construção do Orçamento Participativo

Maria Auxiliadora, Domingos Oliveira

Aariel Seleme

Wiland Schneider explica o que o Orçamento Participativo

Vilma Magalhães, Elizabete Bittencourt e Joaquim Bittencourt

Orçamento ParticipativoGESTÃO DE QUALIDADE PARA A SATISFAÇÃO DA COMUNIDADE

Com o intento de consolidar a prática do Orçamento Participativo no município, o Comamp, através do Fórum DLIS de Paraty, com apoio da Secretaria de Planejamento e Controle, promoveu em 28 de março no Parque Hotel Perequê, uma palestra sobre o tema, ministrada por Wiland Silber Schneider (diretor de Recursos Humanos da Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais), com a participação de lideranças comunitárias e representantes das instituições locais, do prefeito José Cláudio e do presidente da Câmara Municipal, Carlos José, do diretor Executivo do Comamp, Francino Pires e do presidente da Federação Regional das Associações de Moradores de Itaguaí - Frami, Jorge Martins. O evento foi aberto por Maria Auxiliadora Dabela (técnica do Balcão Sebrae Paraty), lembrando os três anos de existência do Fórum e que, devido à importância do tema para o município e por solicitação do Comamp, reservou esta reunião exclusivamente para esclarecimentos e debates a respeito do Orçamento Participativo em Paraty. Salientou a presença dos representantes das comunidades como um todo, das instituições e dos Fóruns DLIS de Angra dos Reis e Itaguaí . Logo a seguir, Domingos Oliveira disse que apesar de três anos de discussão do tema e de se ter avançado conceitualmente, ainda não foi possível escrever uma linha sequer, pra valer, sobre o Orçamento Participativo no município, observando que este processo tem contribuído para a mudança de mentalidade das comunidades e dos políticos. Convidou para composição da mesa de abertura o secretário municipal de Planejamento, Ariel Seleme (representando o Prefeito); o presidente da Câmara dos Vereadores, Carlos José; o palestrante Wiland Silber; e o diretor Executivo do Comamp, Francino Pires.

Ariel Seleme observou que o agendamento desta palestra se deu a partir de uma conversa que tivera com Domingos sobre a necessidade de se aprofundar o conhecimento sobre Orçamento Participativo, de forma horizontal. Após isso agendou com Wiland Silber Schneider. Seleme fez uma rápida apresentação do palestrante, dizendo que formou-se economia em 1983 e desenvolveu o trabalho de implantação do OP em Ipatinga-MG; que foi secretário municipal de Planejamento de Belo Horizonte, tendo participado de vários outros em todo o Brasil, como em Porto Alegre; além de ter representado o país no Fórum Ibero Americano, em Madri, com um seminário sobre experiências de OP no Brasil. Observou, por fim, que ajudaria a tornar realidade o anseio da população de Paraty em ver implantado o Orçamento Participativo. O diretor Executivo do Comamp, Francino Pires, disse que é preciso realizar o sonho da comunidade, transformar a vontade em prioridades e as prioridades em obras, uma vez que o debate sobre Orçamento Participativo já está no quarto ano e, por um 'travamento' nas informações, são priorizadas obras que o prefeito acha importante, mas que poderiam ser adiadas em benefícios de outras, caso fossem levadas em conta demandas das comunidades.

Observou que é preciso redimensionar as prioridades e fiscalizá-las, o que não é feito, ao seu ver, por não haver participação das comunidades na aprovação destas. Por fim disse que é necessária a participação da população, não só cobrando, mas se articulando junto com os poderes Legislativo e Executivo para não haver choque. O presidente da Câmara dos Vereadores, Carlos José - Casé, disse que anteriormente tentou aprovar o OP, votando as emendas que beneficiavam as demandas das comunidades, mas que todas foram vetadas pelo Executivo. Observou que esta é uma discussão importante, que sua colocação em pauta na Câmara se deu pela primeira vez por causa de um pleito do Comamp, mas que não pode ficar só no debate, pois é preciso que as comunidades participem sempre, cobrando dos vereadores para que votem as prioridades apontadas no OP. Informou que a Câmara Municipal vai publicar um jornal informativo a partir de abril, colocar no ar a TV Câmara a partir de maio e disponibilizar um computador com todas a leis em tramitação, para que o cidadão tenha acesso a estas e promova a transparência da casa.Por fim, entregou às lideranças comunitárias um ofício e as leis que ora tramitam na Câmara para tomarem conhecimento e questionarem. “A Câmara tem que estar envolvida com a população”, finalizou. Domingos Oliveira esclareceu que esse debate não é só do Comamp, mas de toda sociedade e convidou Vilma Magalhães, que leu um texto de um edição anterior do Folha do Litoral sobre o que é ser DLIS. A seguir, Oliveira fez um relato histórico sobre o Orçamento Participativo, desde a sua concepção até hoje. Elizabete Bittencourt leu o texto “Ser ou não ser 10% participativo”. Joaquim Bittencourt apresentou as demandas das comunidades, esclarecendo que estas foram levantadas através de um processo transparente, democrático, demonstrando a possibilidade de um vínculo forte entre governo e comunidades. Wiland Silber fez um breve histórico de si, afirmando que, além de ter implantado o OP em Ipatinga e Belo Horizonte, foi diretor de orçamento nos dois municípios. Acrescentou o detalhe para esclarecer que esse é um diferencial para quem trabalha com essa questão, pois geralmente fica centralizado no gabinete do prefeito, conferindo uma decisão mais política dos aspectos da participação, da mobilização da comunidade, que acaba deixando de lado os problemas orçamentários gerenciais e não viabiliza o Orçamento Participativo. O prefeito José Cláudio ressaltou - “Os problemas existem, são infindáveis, a população está correta em querer mais, a nossa ação é esta e é por isso que estou aqui mais uma vez, porque acredito no programa de participação, acho que o Orçamento Participativo é fundamental e acredito mais do que nesse programa, nessa integração”.